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Revista da Ordem dos Advogados do BrasilSeccional do Distrito Federal Ano 6 nº 2 Brasília, fevereiro de 2011
www.oabdf.org.br
Dar sustentabilidade jurídica às políticas públicas e defender a União. Esta é a diretriz de atuação da advocacia pública em favor do cidadão
AGU: EM DEFESA DO ESTADO
DESTAQUES
EXPEDIENTE
Revista da Ordemdos Advogados do BrasilSeccional do Distrito Federal
SEPN, quadra 516Bloco B, lote 7 CEP 70770-525 Brasília - Distrito FederalTelefone: 61 3036-7000
EditorCamila Fernandes Maquina Public Relations
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6
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ReportagemRosiene Assunção Maquina Public Relations
RevisãoAdemir Araújo FilhoOAB/DF
CapaMarcus V B Pires
FotografiaChico FerreiraValter Zica / OAB/DF
Projeto Gráfico PHD Design Gráfico
DiagramaçãoMarcus V B Pires
Departamento comercialRosanna Tarsitano / Fator Mídia
Tiragem28 mil exemplares
ImpressãoÊxito - Gráfica e Fotolito
Supervisão de NúcleoPricila Caied / Maquina Public Relations
Jornalista ResponsávelExpedito FilhoMaquina Public Relations
Produzida pela Maquina Public Relations.
É permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do Conselho da OAB/DF.
A VEZ DO ESTADOConheça a atuação da advocacia
pública, que dá sustentabilidade
jurídica às políticas públicas e
defende a União. À esquerda, Saulo
Ramos, considerado o pai da AGU
ENTREVISTANicóla Barbosa fala sobre a
Associação Nacional dos Membros
das Carreiras da Advocacia Geral
da União (Anajur), entidade
da qual é secretária-geral
CONHECIMENTOAproveite as oportunidades da
Escola Superior de Advocacia
(ESA) para se reciclar e obter
aprimoramento profissional
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dito
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Diretoria da OAB/DF Triênio 2010/2012
Presidente: Francisco Queiroz Caputo NetoVice-Presidente: Emens Pereira de SouzaSecretário-Geral: Lincoln de OliveiraSecretário-Geral Adjunto: Luís Maximiliano Leal Telesca MotaDiretor Tesoureiro: Raul Freitas Pires de Saboia Conselheiros FederaisAntenor Pereira Madruga FilhoDaniela Rodrigues TeixeiraDélio Fortes Lins e SilvaMeire Lúcia G. Monteiro Mota CoelhoRodrigo Badaro Almeida de Castro
Conselheiros SeccionaisAdelvair Pêgo CordeiroAlessandro Luiz dos ReisAndré Puppin MacedoAndré Vidigal de OliveiraAntônio Alberto do Vale CerqueiraCharles Christian Alves BiccaClaudismar ZupiroliDélio Fortes Lins e Silva JuniorEduardo de Vilhena ToledoFabiano Jantalia BarbosaFrancisca Aires de Lima LeiteFrancisco Carlos CarobaFrederico Donati BarbosaGetulio Humberto Barbosa de SáGiselle Dorneles de Oliveira Torres AvelarGuilherme Farhat de São Paulo FerrazGustavo de Castro AfonsoGustavo Gaião Torreão BrazHaroldo TotiHenrique Celso Souza CarvalhoIan Rodrigues DiasIgor Carneiro de MatosIran AmaralIves Geraldo de SouzaJoão Candido da SilvaJosé Augusto Pinto da Cunha LyraJosé Cardoso Dutra JuniorJosé Carlos de MatosJose Vieira AlvesJosefina Serra dos SantosLisa Marini Ferreira dos SantosLucas Resende Rocha JuniorMabel Gonçalves de Souza ResendeMagda Ferreira de SouzaMarcelo Jaime FerreiraMarcos Evandro Cardoso SantiMarcus Jose da Cruz PalomoMaria Claudia Azevedo de AraújoMarília Aparecida R. dos Reis GalloMoacir Akira YamakawaPaulo Mauricio Braz SiqueiraPaulo Roberto de Castro
Radam Nakai NunesReginaldo Bacci AcunhaRenato Gustavo Alves CoelhoRodrigo Fernandes de Moraes FerreiraRodrigo Freitas Rodrigues AlvesRogerio Marinho Leite ChavesRommel Madeiro de Macedo CarneiroSandoval Curado JaimeSuzana Maria D. de Abranches C.FiodTarley Max da SilvaWendell do Carmo Sant’ana
Caixa de Assistência dos Advogados - DFPresidente: Everardo R. Gueiros FilhoVice-Presidente: Luciano A. PinheiroSecretário-Geral: Gutemberg Bezerra Pereira de OliveiraSecretária-Geral Adjunta: Geusa Santana da SilvaTesoureiro: Paulo Emilio Catta Preta de GodoyDiretores Suplentes: Conceição José Macedo e Antônio Marcos da Silva
Subseções da OAB/DF
» CeilândiaPresidente: Edmilson Francisco de MenezesVice-presidente: Gerson W. de Sousa MeloSecretário-Geral: Antonio Bezerra Neto Secretário-Geral Adjunto: Mauro Júnior Pires do NascimentoTesoureiro: Jurandir Soares de Carvalho Junior » GamaPresidente: Demas Correia SoaresVice-presidente: Almiro C. Farias JúniorSecretário-Geral: Leônidas José da SilvaSecretário-Geral Adjunto: Rute Raquel Vieira Braga da SilvaTesoureiro: Cristiane Aires do Rego » PlanaltinaPresidente: Marcelo Oliveira da Almeida Vice-presidente: Mário Cézar Gonçalves de LimaSecretário-Geral: Oneida Martins RodriguesSecretária-Geral Adjunta: Edjane Rafael de Almeida Tesoureiro: Carlos Silon Rodrigues Gebrim
» SamambaiaPresidente: Lairson BuenoVice-Presidente: José Antônio Gonçalves de CarvalhoSecretário-Geral: João Batista RibeiroSecretário-Geral Adjunto: Renato M. FrotaTesoureiro: Cleire Lucy Carvalho Alves » SobradinhoPresidente: Vicente de Paulo T. da Penha Vice-presidente: Márcio de Souza Oliveira
Secretário-Geral: Guilherme Jorge da SilvaSecretário-Geral Adjunto: Eurípedes Vieira Tesoureiro: Aline Guida de Souza
» Taguatinga Presidente: Maria Conceição FilhaVice-presidente: Rodrigo de Castro Gomes Secretário-Geral: Alan Lady de Oliviera CostaSecretário-Geral Adjunto: Andressa de Paiva PelissariTesoureiro: Antonio Geraldo Peixoto
Leopoldo César de Miranda Lima Filho1960-1961
Décio Meirelles de Miranda1961-1963
Esdras da Silva Gueiros1963-1965
Fernando Figueiredo de Abranches1965-1967
Francisco Ferreira de Castro1967-1969
Antônio Carlos Elizalde Osório1969-1971
Moacir Belchior1971-1972
Antônio Carlos Sigmaringa Seixas1973-1975
Hamilton de Araújo e Souza1975-1977
Assu Guimarães1977-1979
Maurício Corrêa1979-1987
Amauri Serralvo1987-1989
Francisco C. N. de Lacerda Neto1989-1991
Esdras Dantas de Souza1991-1995
Luiz Filipe Ribeiro Coelho1995-1997
J. J. Safe Carneiro1998-2003
Estefânia F. de Souza de Viveiros2004-2009
Membros vitalícios honorários - OAB/DF
5
Por Francisco Caputo
DEFESA PROFISSIONAL
CARTA AO ADVOGADO
O O Estado Democrático de Direito pressupõe
o respeito à Constituição. Nesse sistema
institucional, do indivíduo às três esferas de
poder (Legislativo, Judiciário e Executivo), todos, cidadãos
e mandatários, encontram-se sob o império das leis.
No exercício dessa submissão pontua-se o interesse da
sociedade. O mesmo Estado, livre, precisa se organizar
para que tenha uma participação efetiva. Estamos falando
de um Estado moderno, democrático, e não daqueles
obscurantistas, frutos da aventura e do autoritarismo.
No Brasil já enfrentamos ditaduras, mas hoje
celebramos a consolidação de uma democracia
moderna e vibrante, com forte liderança regional.
E nesse contexto temos muito a comemorar, em
especial pelo extraordinário desenvolvimento de nossas
instituições republicanas. No processo evolutivo do
Estado brasileiro ganhou forma e peso a Advocacia
Geral da União (AGU), ideia brilhante de um grande
jurista e exímio advogado, o ex-consultor geral da
República e ex-ministro da Justiça, Saulo Ramos.
A reportagem principal da Voz do Advogado
deste mês faz um resgate histórico dos advogados
públicos nacionais e dos advogados empregados em
empresas públicas, que não obstante o relevante
serviço prestado à nação não tinham, do seu órgão
de classe, o reconhecimento e o crédito merecidos.
Desde que assumimos a direção da OAB/DF, temos
procurado todas as formas de enaltecer e revelar para
a sociedade o aprimoramento da defesa do Estado.
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
À AGU, entidade que congrega as principais carreiras
jurídicas responsáveis pela defesa judicial do Estado
(procurador federal, da Fazenda Nacional, do Banco
Central e Advogado da União), somam-se os bravos
advogados de empresas públicas. Pensada na Constituinte,
a instituição não somente se organizou para participar
de forma ativa e democrática dentro da lógica do Estado
de Direito, mas buscou robustecimento e legitimidade
no princípio da defesa da autonomia técnica do órgão,
tese defendida com ardor por nossa Seccional.
O órgão não é, nem pode ser, manipulado pelos governantes
de ocasião ou por um eventual aparelhamento partidário.
Longe disso. Sua autonomia passa pela consolidação
das carreiras que a formam e, principalmente, pela
adoção de uma remuneração digna, de preferência
idêntica às outras carreiras essenciais à Justiça. Em última
análise, quem ganha com isso é o contribuinte.
Algumas conquistas dos advogados públicos são
visíveis, podendo-se destacar a nomeação do renomado
procurador da Fazenda Nacional, Luís Inácio Lucena
Adams, membro da carreira e dono de uma notável
biografia dedicada à causa pública, para a direção
da AGU. A escolha foi meritória, não somente
porque se deu, de forma inédita, entre os juristas de
excelência que compõe as carreiras da instituição, mas
fundamentalmente porque recaiu naquele que se tornou
um paradigma de servidor público. Ali, com Adams
no posto mais alto da AGU, a defesa do Estado e a
evolução institucional do órgão estão garantidas.
6
Ela é Advogada da União e está a serviço da Justiça brasileira há 26 anos. Durante a Assembleia Constituin-
te, trabalhou ativamente no Congresso para a criação da Advocacia Geral da União (AGU). Até o dia 15 de
dezembro, ocupava o cargo de diretora da Associação Nacional dos Membros das Carreiras da Advocacia
Geral da União (Anajur). Depois de oito mandatos, tomou posse como secretária-geral da entidade, função que
encara como uma nova fase em sua vida. “Na verdade, o ritmo não muda. Para quem gosta de trabalhar, tudo
continua, independentemente do cargo que se ocupa. É bola pra frente!”. Em entrevista à Voz do Advogado,
a secretária-geral da Anajur, Nicóla Barbosa, fala sobre a sua trajetória profissional, a criação da AGU e da ad-
vocacia pública brasileira.
ENTREVISTA
COM VONTADE DE TRABALHAR
Com mais de duas décadas de experiência
na Advocacia Pública, Nicóla Barbosa fala
sobre a sua trajetória na Anajur, entidade da
qual é sócia-fundadora
Cré
dito
: Em
in O
zkan
Como é assumir um novo cargo
depois de oito mandatos como
presidente da Anajur?
Eu assumo a secretaria geral com a
mesma vontade com que sempre tra-
balhei. É uma nova fase para mim.
Mas para quem gosta de trabalhar,
qualquer lugar é bom. Tudo continua,
independentemente do cargo que
se ocupa. A diferença entre os dois
cargos é que o presidente é como o
cabeça da entidade. Já o secretário-
-geral toma conta de tudo e leva os
pleitos ao presidente. Permaneci na
Anajur a convite da então candidata.
Ela gostaria de que eu continuasse
colaborando com a entidade, já que Nicóla em discurso durante cerimônia de posse na Anajur, em dezembro de 2010
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ENTREVISTA
A sócia-fundadora da Anajur explica que nenhuma política pública chega à sociedade sem antes passar pela AGU
Cré
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carrego bastante experiência. E eu
aceitei, é claro! É mais uma oportuni-
dade de trabalhar pelas carreiras, um
trabalho que amo fazer.
Como se deu o seu envolvimento
com a entidade?
Eu sou sócia-fundadora da Anajur.
Em 1987, quando foi instalada a As-
sembleia Constituinte, fui trabalhar
no Congresso para criar a Advocacia
Geral da União, junto com os consti-
tuintes. Em 1988, veio a grande vi-
tória: a Constituição incluiu em seu
texto a criação da AGU. A partir da
nova Constituição, continuamos tra-
balhando no Congresso, pois o Pro-
jeto de Lei Complementar para sua
instalação tinha que ser encaminha-
do em 120 dias. Esforçamos-nos para
que o PL fosse logo aprovado, mas
demorou bem mais do que esperá-
vamos. A Lei Complementar da AGU
data de fevereiro de 1993.
Então a sua carreira se confunde
com a história da Anajur e da AGU?
Sim. Cheguei ao serviço público
como assistente jurídica, em 1984,
quando ainda não existia a AGU. Em
outubro do mesmo ano, fui trabalhar
na consultoria jurídica do Ministério
do Interior, onde fiquei até 1993. A
partir daí, fui atuar na Procuradoria
da União, onde continuo até hoje.
De lá para cá, estou na PRU. Trabalho
na área contenciosa há 18 anos, área
com a qual me identifico mais.
E por que optou por cursar Direito?
Venho de uma família de advogados.
Meu avô e bisavô eram advogados.
Além do gosto pelo Direito, acabei
optando por esta área também por in-
fluência deles. Na minha casa, mesmo
sem pressão alguma, três dos meus
quatro filhos a escolheram. Apenas
a mais velha quis cursar odontologia.
Meu marido também é advogado.
Acho que está no nosso sangue.
Como você vê o crescimento da
Advocacia Pública?
O crescimento da AGU tem sido
grande nos últimos anos. É uma ins-
tituição jovem, prestes a completar
18 anos, mas que vem se projetan-
do. Os membros das carreiras têm
obtido importantes ganhos profis-
sionais, e isso é mais do que mere-
cido. Eles atuam na implementação
das políticas públicas do governo,
como o PAC, pré-sal e uma série de
outros assuntos que dizem respeito
diretamente aos cidadãos. Nenhu-
ma política pública chega à socieda-
de sem antes passar pela AGU. Isso
sem falar nas causas em que os ad-
vogados públicos defendem a União
e economizam milhões dos cofres
públicos. Sem dúvida, é uma função
de extrema relevância.
Quais são os planos para 2011?
O futuro traz vista a uma advocacia
pública cada vez mais forte. Quere-
mos gerar ainda mais visibilidade à ins-
tituição. Primamos por engrandecer a
AGU e suas carreiras. E esperamos ter
um ano repleto de conquistas.
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PALAVRA DE ORDEM
“O Exame de Ordem nacionalmente
unificado é uma ferramenta
importante na tarefa de aferir a qualidade
dos cursos de Direito”
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ção
O exame para ingresso nos
quadros da OAB, habilitan-
do-se ao exercício da advo-
cacia, é autorizado pela Constituição
Federal, exigido por lei e objetiva
proteger o cidadão contra profis-
sional que não possui o mínimo de
conhecimento jurídico para exercer a
profissão. Tem também a utilidade de
controlar as fábricas de diplomas de
curso de direito sem qualidade.
A Constituição Federal, no art.
5º, XII, condiciona o exercício de
qualquer profissão ao atendimento
de requisitos previstos em lei. Na
melhor doutrina constitucional, da
lavra de José Afonso da Silva, tal
dispositivo constitucional possui efi-
cácia contida. Isso significa que a lei
poderá regulamentar o exercício da
liberdade profissional, instituindo
pressupostos que devem ser preen-
chidos. Exatamente o que faz a lei
federal 8906, em seu art. 8º, IV, ao
dispor que para a inscrição como
advogado é necessário aprovação
em exame de ordem.
Não há bacharelado em advocacia. O
bacharel, como se sabe, é em direito.
Desde o início do curso, o estudante
tem ciência de que tal bacharelado
não o habilita ao exercício da pro-
fissão de advogado. Ninguém pode
alegar desconhecimento da neces-
sidade de aprovação no Exame de
Ordem, para demonstrar que possui
um patamar mínimo de conheci-
mento jurídico, como pressuposto
ao ingresso na OAB.
A OAB, se adotasse uma postura
mercadológica, deveria ser contrária
à realização do exame. Isso porque
a entidade passaria a contar com
quatro milhões de inscritos, aumen-
tando 150 mil por ano. Teríamos,
desde logo, arrecadação anual de R$
2.400.000.000 (dois bilhões e qua-
trocentos milhões de reais). Passaria
a ter orçamento maior do que muitos
entes da Federação. Mas o aspecto
financeiro jamais foi o móvel da Or-
dem. Os compromissos da entidade
são com a sociedade brasileira e a
qualidade da defesa do cidadão.
Seria inadmissível a OAB concordar
com a extinção do Exame de Ordem
diante de seu compromisso histórico
com a cidadania e o Estado de Di-
reito. Permitir que um cidadão seja
patrocinado por profissional que não
possui o mínimo de conhecimento
jurídico seria equivalente a estimu-
lar que injustiças ocorressem, diante
da inaptidão profissional. Não basta
que o direito exista, faz-se necessário
que ele seja adequadamente defen-
dido por profissional capacitado. A
Ordem, pois e assim, porta-se, ainda
mais uma vez, como defensora da
sociedade e do cidadão, ao propug-
nar pela permanência do exame.
Outro ingrediente desta matéria é a
proliferação de cursos de direito sem
qualidade. A Comissão de Ensino
Jurídico da OAB vem fazendo um
esforço enorme para impedir a auto-
rização e o reconhecimento de novos
cursos jurídicos, além de tentar dimi-
nuir o número de vagas existentes,
tendo em vista a qualidade. O Exame
de Ordem nacionalmente unificado é
Marcus Vinicius Furtado CoelhoSecretário–Geral da OAB Nacional
PROTEÇÃO À SOCIEDADE
9
PALAVRA DE ORDEM
Marcus Vinícius defende a manutenção do Exame de Ordem, que, segundo ele, visa proteger o cidadão contra o profissional de má qualidade
uma ferramenta importante nessa ta-
refa de aferir a qualidade dos cursos.
Basta ver a aprovação quase total dos
examinandos egressos de faculdades
com bom conceito e a reprovação
completa dos estudantes oriundos
de cursos que são verdadeiras fábri-
cas de diploma.
O fim do Exame de Ordem atende a
um antigo anseio dos donos de fa-
culdades de direito sem qualificação.
Para quem trata ensino como negó-
cio, mais vantajoso seria ter o curso
de bacharelado com acesso direto à
profissão, independentemente de um
mínimo de qualificação. São podero-
sos interesses. A força da sociedade
e da qualidade da defesa do cidadão
será superior. Não se irá amedrontar
com ataques infundados. A OAB en-
frentou ditadores e, com igual deste-
mor, irá enfrentar esses inconfessáveis
e subterrâneos interesses. Em primei-
ro lugar, sempre, a defesa qualitativa
da sociedade e do cidadão.
Para realizar o exame, o Conselho
Federal da Ordem contrata as me-
lhores e mais conceituadas insti-
tuições do país. Antes, Fundação
Universidade de Brasília. Agora, a
Fundação Getúlio Vargas. Duas ins-
tituições de excelência. Dificuldades
operacionais em um exame que se
realiza a cada quatro meses, envol-
vendo cerca de 110 mil examinan-
dos, quando ocorrem, devem ser
superadas e corrigidas. Os recursos
existem justamente para que sejam
reparados os equívocos. O erro é
próprio do agir humano. A perfeição
é obra apenas exigível dos deuses.
Não se pode tolerar, porém, que tais
problemas pontuais se constituam
em oportunista argumento para
permitir que bacharéis sem qualifi-
cação acessem a profissão que trata
da defesa do cidadão.
Registre-se que a OAB luta em outras
frentes pela manutenção da qualida-
de da profissão. Não concordamos
com o aviltamento da profissão pro-
vocado por departamentos jurídicos e
grandes escritórios de advocacia que
costumam pagar honorários insignifi-
cantes aos advogados. O Tribunal de
Ética e Disciplina da OAB pune com
rigor os profissionais que não se por-
tam com a dignidade que a profissão
exige. A Ordem entende que a defesa
dos bons profissionais se faz também
com a exclusão dos quadros daqueles
que não dignificam a advocacia.
O Exame de Ordem, como pressu-
posto previsto em lei para acesso
à profissão de advogado, cumpre
preceito constitucional e visa prote-
ger o cidadão contra o profissional
de má qualidade. Sua permanência
será prova incontestável de que a
sociedade brasileira não se dobra-
rá aos interesses menores e eco-
nômicos de donos de cursinhos. A
defesa da liberdade e dos bens do
cidadão não pode ser amesquinha-
da por subalternos interesses eco-
nômicos. Em respeito à sociedade,
a OAB permanecerá na luta pela
qualidade do exercício profissional,
no que é fundamental o aferimen-
to do patamar mínimo de conhe-
cimentos jurídicos ao exercício da
advocacia.
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O contribuinte brasileiro, aque-
le que paga seus impostos
em dia e exige do Executivo
boa aplicação dos recursos, tem na
defesa do patrimônio público uma en-
tidade muito forte, mas que nem sem-
pre faz muito barulho. Ao contrário, a
instituição em questão prefere perma-
necer longe dos holofotes e do agita-
do debate midiático. Foi assim que, ao
longo de 17 anos, a Advocacia Geral
da União (AGU) se transformou de um
complexo rascunho na mente brilhan-
te do advogado Saulo Ramos, na épo-
ca consultor da República do governo
José Sarney, num competente corpo
de advogados que trabalha movido
pela defesa da União e do cidadão.
É verdade que todo advogado, seja
público ou privado, exerce seu ofício
em nome da sociedade. Os profissio-
nais da AGU também seguem por
essa trilha. E até aqui têm desem-
penhado importante papel. Apenas
no ano passado a AGU ajuizou, sem
alarde, 3,7 mil ações civis públicas,
de improbidade administrativa e de
execução de decisões do Tribunal de
Contas da União. Embora esse dado
já demonstre a relevância da perfor-
mance do grupo de advogados públi-
cos, outro fato é ainda mais impres-
sionante. No período, a mesma AGU
reverteu para os cofres públicos R$
2,7 bilhões, que foram desviados em
esquemas de corrupção.
Assim, sem que o cidadão comum se
dê conta, muitos dos temas suscita-
dos no dia a dia passam pelo da ad-
vocacia pública. Causas envolvendo
questões relativas a reforma agrária,
previdência social, educação, saúde
e direitos do consumidor passam
pela AGU. Em todas essas questões,
o foco da instituição é representar a
União, judicial e extrajudicialmente,
de forma direta ou por meio de órgão
vinculado. É ela que desempenha as
atividades de consultoria e assesso-
ramento jurídico do Poder Executivo
Federal. Tudo o que diz respeito ao
Estado brasileiro e tenha repercussão
jurídica passa pelas mãos dos pro-
fissionais das diferentes carreiras da
AGU. Além disso, a Advocacia Geral
conta com núcleos estratégicos nos
tribunais superiores e desempenha
um trabalho reconhecido até mesmo
por grandes bancas privadas.
NO INÍCIO, O PRECONCEITOA instituição foi criada em um ambien-
te de dificuldades. Iniciava-se o proces-
so de redemocratização com o governo
José Sarney, e a desconstrução do Esta-
do herdada do regime militar apontava
para a necessidade de uma represen-
tação judicial e extrajudicial da União,
que somasse funções de consultoria e
assessoramento jurídico. Até então, a
representação judicial da União sobre-
carregava o Ministério Público.
Saulo Ramos, então presidente da
Consultoria Geral da República, cargo
que ocupou no primeiro governo de-
mocrático depois da ditadura, anteviu
e idealizou a AGU. Ele lembrou que o
Brasil não tinha advogados para de-
fender a União nas milhares de ações
que corriam na Justiça Federal país
AGU: EM DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO
Sua missão é dar sustentabilidade
jurídica às políticas públicas e defender
a União. Conheça melhor a atuação da
advocacia pública
A VEZ DO ESTADO
11
A VEZ DO ESTADO
afora. “Para os advogados brasileiros,
litigar contra a União era um paraí-
so. Quando surgia uma ação contra
a União, ou quando ela [a União]
precisava propor um processo con-
tra alguém, o assunto era estudado
isoladamente”, contou. E pior. No ar-
cabouço deixado pela ditadura, o Mi-
nistério Público fazia a dupla função
de defender a União judicialmente e
de fiscalizá-la. Claro que as ações se
tornaram incompatíveis para desem-
penho em um único órgão. E ainda
limitavam a independência do MP.
A oportunidade para a criação de
um órgão que defendesse a União
veio com a instituição da Assembleia
Constituinte. “A criação da Advoca-
cia Geral da União se deu com a aju-
da da chamada bancada do governo
Sarney. A partir daí, foi tirado do Mi-
nistério Público o seu antigo e peno-
so encargo, que nada tinha a ver com
a verdadeira função e especialização
constitucional. Afinal, o Brasil passou
a ter advogados para defendê-lo pe-
rante o Judiciário”, contou.
A inovação proposta por Ramos foi
combatida sob o argumento de ser
cabide de empregos. O preconceito
e a incompreensão se deviam ao am-
biente político. Mesmo depois de ins-
tituída pela Constituição, a resistência
à criação da carreira do advogado
público da União, hoje regulada pela
Lei Orgânica n. 73, foi enorme. Mas
contou com o apoio de renomados
juristas e da Ordem dos Advogados
do Brasil, representada por Márcio
Thomaz Bastos, presidente à época. A
representação judicial da União esteve
ao encargo da Procuradoria Geral da
República até o advento da Lei Com-
plementar nº 73, de 11 de fevereiro
de 1993. Estava implantada a AGU.
Para aquele que pode ser chamado
“pai da AGU”, o modelo brasileiro
da advocacia pública é um dos me-
lhores do mundo, sobretudo pelo
sistema de formação de seus pro-
fissionais. Somados, todos eles con-
tribuem para o crescimento da área
no Brasil, sobretudo em termos de
qualidade de trabalhos jurídicos. E
os exemplos são inúmeros. Supo-
nhamos que o Congresso aprove um
projeto de lei que autoriza a impor-
tação de pneus usados. Esse projeto
é encaminhado para o presidente da
República, que pode sancioná-lo ou
vetá-lo. Na Presidência, há uma con-
sultoria jurídica que analisa a questão
à luz do direito. É a advocacia pública
quem vai definir se a importação é
constitucional, se será positiva para o
país, as consequências que pode cau-
sar perante a legislação. Daí, opina se
é favorável ou não, e dependendo da
resposta pode sugerir o veto.
CONSULTORIA E CONTENCIOSO
Isso porque a AGU é constituída,
em linhas gerais, por dois ramos de
atuação: o de consultoria e o de con-
tencioso judicial. A área consultiva é
formada pela Consultoria Geral da
União (CGU) e seus órgãos subordi-
nados, enquanto a segunda é exerci-
da pela Procuradoria Geral da União
Adams defende a importância da AGU no funcionamento da governança e do Estado. O advogado celebra a evolução do órgão
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12
(PGU). Porém, quando o caso diz
respeito à representação perante o
Supremo Tribunal Federal, a defesa é
feita diretamente pelo Advogado Ge-
ral da União, com a assessoria de seu
gabinete e da Secretaria Geral.
São membros da Advocacia Geral da
União os advogados da União que
atuam na representação de órgãos
da administração direta e os procu-
radores da Fazenda Nacional, que
representam a União em causas de
natureza tributária e prestam as-
sessoria ao Ministério da Fazenda.
Os procuradores federais, que atu-
am na representação de autarquias
e fundações, e os procuradores do
Banco Central, que atuam especifi-
camente, são membros de carreiras
vinculadas à AGU.
A entidade é chefiada pelo Advogado
Geral da União, nomeado pelo Presi-
dente da República, que goza do status
de ministro de Estado. Desde 23 de ou-
tubro de 2009, o cargo de Advogado
Geral da União é ocupado por Luís Iná-
cio Lucena Adams, membro da carreira
de procurador da Fazenda Nacional.
Segundo Adams, a AGU tem impor-
tância significativa no funcionamen-
to da governança do Estado. O órgão
conta atualmente com mais de oito
mil advogados públicos em todo o
Brasil. “O crescimento da AGU foi
gigantesco, tendo em vista o pouco
tempo de criação. Tenho a honra e
o privilégio de estar lá desde o seu
nascimento, sou testemunha viva da
evolução exponencial deste órgão.
A AGU já se consolidou institucio-
nalmente, e isso é reconhecido nos
tribunais, no Ministério Público e na
própria sociedade”, declarou.
Este ano será de mais trabalho inten-
so. Em 2011, com o apoio e a par-
ceria dos integrantes da carreira da
Advocacia Pública e de servidores da
AGU, o órgão vai reforçar mais seu
papel. Para isso, buscará mecanismos
que ajudem a reduzir a quantidade
de demandas nos tribunais com o in-
centivo da conciliação. Haverá ainda a
intensificação das atividades de com-
bate à corrupção e de novas medidas
para reduzir o tempo da cobrança da
dívida ativa. O maior beneficiado do
trabalho de excelência protagonizado
pela AGU é o contribuinte.
EM DEFESA DOS INTERESSES DAS CATEGORIAS
Com interesses diversos inerentes a
cada categoria, as quatro carreiras da
AGU têm representação em diferen-
tes entidades. Uma delas é o Fórum
Nacional da Advocacia Pública Fe-
deral, composto por sete entidades
que as representam. De acordo com
o seu presidente, João Carlos Souto,
o Fórum tem caráter confederativo
e busca benefícios para a categoria.
“A entidade surgiu da constatação
de que os pleitos das carreiras seriam
mais bem representados se tivessem
um discurso único”, destacou, lem-
brando que as carreiras têm interes-
ses específicos e ampla autonomia.
Souto ressalta que 2010 foi um ano
de muito esforço no Congresso, para
que a categoria conseguisse avan-
çar em questões salariais e de auto-
nomia. Quem atua em conjunto é
a Comissão da Advocacia Pública e
do Advogado Empregado da OAB/
DF. Eles têm trabalhado em duas
Propostas de Emenda Constitucional
(PECs) que tramitam na Câmara dos
Deputados. A primeira dá maior in-
dependência para a atuação dos ad-
vogados públicos, e a segunda, equi-
paração salarial entre as carreiras.
O presidente da Comissão, Rommel
Madeiro de Macedo, defende que
as carreiras são de igual importância
para o Estado, por isso há o pedido
de equiparação salarial.
Como forma de apoio às PECs, foram
remetidos mais de cem ofícios assi-
nados por deputados da Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ) e da
A VEZ DO ESTADO
A conselheira federal Meire Coelho preside a Comissão Nacional de Advocacia Pública
João Carlos Souto, presidente do Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal
Cré
dito
: Chi
co F
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ira
Cré
dito
: Chi
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ira
13
A VEZ DO ESTADO
O vice-presidente da Associação dos Procuradores do Banco Central, Fabiano Jantalia
Rommel de Macedo, presidente da Comissão da Advocacia Pública e do Advogado Empregado da OAB/DF
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dito
: Chi
co F
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ira
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
Comissão Especial. Os documentos
solicitam o apoio dos parlamentares
para a aprovação das propostas. “A
comissão fez muitas visitas e reuniões
para alcançar o sucesso das PECs. Es-
tamos confiantes no trabalho”, afir-
mou Macedo. A atuação, segundo
ele, está sempre em sintonia com a
Comissão Nacional da Advocacia Pú-
blica, presidida pela conselheira fede-
ral Meire Mota Coelho.
Em se tratando do Banco Central, o
procurador representa judicialmente
e extrajudicialmente a autarquia, tan-
to defendendo-a nos litígios judiciais
quanto em consultoria e assessora-
mento jurídico. A carreira é um tanto
diferenciada, pois o BC é a única au-
tarquia que tem uma carreira própria
de procuradores, que se deve à espe-
cialidade da matéria com a qual os
profissionais lidam.
O vice-presidente da Associação
dos Procuradores do Banco Central,
Fabiano Jantalia, ressalta que a atu-
ação dos procuradores da Casa foi
decisiva na elaboração de diversas
medidas durante a crise financeira
internacional. Outro case de grande
repercussão foi o dos empréstimos
consignados realizados por bancos
públicos. Para ele, esta é a mostra de
que o trabalho dos procuradores é de
suma importância para a sociedade.
“Temos como objetivo garantir um
sistema financeiro sólido e eficiente.
E essa atuação se dá por meio do uso
de instrumentos jurídicos variados,
desde a assessoria até a defesa judi-
cial dessas medidas, se necessário”.
A presidente da Comissão Nacional
da Advocacia Pública concorda com
Jantalia no tocante à importância das
funções do advogado público. Para
Meire, as carreiras exercem o que a
Constituição de 1988 chama de Fun-
ção Essencial à Justiça, já que promo-
vem a defesa do Estado Democrático
de Direito. Desde a garantia de cum-
primento das políticas públicas até a
defesa do patrimônio financeiro da
nação, o advogado público é quem
luta pela defesa do Estado.
“Casos vitoriosos, como a defesa do
PAC e a elaboração do marco legal
do Pré-Sal, demonstram a relevân-
cia indiscutível da Advocacia Pública
Federal para o pleno desenvolvi-
mento da nação brasileira, por meio
do exercício de defesa do Estado.
Na mesma linha, segue o relevante
trabalho dos Procuradores de Esta-
do em cada unidade federativa”,
afirmou Meire.
O BRAÇO DA AGU NOS ESTADOS
Dentro da AGU, existe a Procu-
radoria Regional da União (PRU),
responsável pela atuação no cam-
po contencioso. Todas as ações
judiciais do Brasil e também as
internacionais são de sua respon-
sabilidade. Como parte do órgão,
há cinco procuradorias regionais,
estruturadas de acordo com os res-
pectivos tribunais regionais fede-
rais. No Distrito Federal funciona a
PRU da 1ª Região. Esta é a maior
em extensão, ocupa mais de 80%
do território nacional. Os outros
20% são divididos entre as outras
procuradorias instaladas nas capi-
tais e demais Estados.
Há ainda as procuradorias seccio-
nais ligadas às respectivas unidades.
A PRU tem uma peculiaridade: além
da defesa da União, tem atuação
pró-ativa na defesa de autoridades.
Existe ainda a questão do juízo uni-
versal: qualquer ação pode ser pro-
posta aqui no DF, como explicou a
procuradora regional da União Ana
Luísa Figueiredo de Carvalho. “Te-
mos o maior quantitativo em volume
de trabalho jurídico. Nós fazemos a
defesa de todos os órgãos superiores
do Executivo, do Legislativo e do Ju-
diciário. Fazemos também a defesa
de autoridades, observado o interes-
se público e no estrito desempenho
da função e do cargo”.
14
A VEZ DO ESTADO
A IMPORTÂNCIA DA ADVOCACIA PÚBLICA
Somente em 2009, R$ 250 bilhões
foram economizados e/ou arrecada-
dos pelos cofres públicos por meio
da Advocacia Geral da União (AGU).
Ações na Justiça movidas contra o
Estado e ganhas por advogados pú-
blicos evitaram que o orçamento fe-
deral sofresse perdas expressivas.
Esses e outros prejuízos vultosos que
o Estado poderia ter sofrido mostram
a importância dos advogados públicos
e dos advogados empregados de em-
presas públicas e sociedades de econo-
mia mista para a sociedade brasileira.
Para defender os interesses e fiscalizar
a atuação desses profissionais, a OAB/
DF tem a Comissão da Advocacia Pú-
blica e do Advogado Empregado. O
grupo atua frente a três macrocatego-
rias: advogados públicos, defensores
públicos e advogados empregados.
SAIBA MAIS
A AGU tem por função constitucional
representar a União (poderes Executi-
vo, Judicial e Legislativo), judicial e ex-
trajudicialmente, bem como realizar
as atividades de consultoria e assesso-
ramento jurídico do Poder Executivo.
A instituição desenvolve, ainda, ativi-
dades de conciliação e arbitramento,
por meio da Câmara de Conciliação
e Arbitragem Federal, com o objeti-
vo de resolver administrativamente
os litígios entre a União, autarquias
e fundações para evitar que a de-
manda chegue ao Poder Judiciário.
Quanto às demandas existentes com
os particulares (pessoas físicas ou ju-
rídicas), a AGU trabalha no sentido
de diminuí-las, seja fazendo parcerias
com outros órgãos públicos, seja com
a edição de súmulas publicadas quan-
do há entendimentos pacificados nos
tribunais superiores sobre determina-
dos temas. A edição de súmulas pela
AGU auxiliou na redução de cerca de
um milhão de ações judiciais contra
o INSS, acelerando a liberação de be-
nefícios previdenciários na instância
administrativa.
A PRU da 1ª Região faz também
a defesa da União na primeira e
na segunda instâncias do DF e da
Justiça do Trabalho. A atuação é
extrajudicial, na busca de redu-
ção de litigiosidade, conciliação,
acompanhamento de ações de
clientes e também no trabalho
institucional, que é o de visita e
atividades com a parte consultiva
e com os órgãos clientes.
De acordo com Ana Luísa, há ainda
uma atuação pró-ativa, com o ajui-
zamento de ações de ressarcimento,
ações civis públicas, habeas corpus
em favor de autoridades, propositura
de ações de improbidade em defesa
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
A procuradora da PRU, Ana Luisa Carvalho, entre a chefe de gabinete, Karina Lopes, e o subprocurador, Diogo Palau dos Santos
do patrimônio público, ações resci-
sórias e possessórias. Para 2011, a
meta é reforçar o trabalho no campo
da conciliação. “Vamos intensificar a
atuação com relação à conciliação e
à transação. Estamos elegendo algu-
mas matérias passíveis de acordo e
atacar processo por processo com o
objetivo de liquidá-los”, finalizou.
15
A VEZ DO ESTADO
ENTREVISTA
Saulo Ramos recebeu a Voz do Advoga-do para uma conversa sobre a Advocacia Pública brasileira, os ideais e a história da AGU. O advogado, que pode ser con-siderado o “pai” da entidade, revelou obstáculos superados para que o sonho então se tornasse uma realidade.
Quando e de que forma surgiu a ini-ciativa da formação de um quadro de advogados públicos que fizes-sem a defesa da União?
Como consultor geral da República, cargo que ocupei no primeiro governo demo-crático depois da ditadura, levei um susto: o Brasil não tinha advogados que defen-dessem a União em milhares de ações que corriam na Justiça Federal país afora. Claro que eu já sabia, mesmo porque, antes, na minha vida profissional, havia vencido muitas causas contra o Governo Federal. Para os advogados brasileiros, li-tigar contra a União era um paraíso. Meu susto consistiu em verificar que a União não tinha, na estruturação, nenhuma or-ganização ou sistema de intercâmbio e de apoio que funcionasse na defesa do in-teresse público federal, trocando estudos, colecionando jurisprudência, debatendo questões, ajudando-se reciprocamente.
Como assim?
A atividade era estanque, isto é, cada Ministério tinha os seus assistentes jurí-dicos, que atendiam os casos internos. Quando surgia uma ação judicial contra a União ou quando a União tinha de propor uma ação judicial contra alguém, o assunto era isoladamente estudado.
O Ministério Público, nessa época, fazia a defesa da União?
Sim. Era bem esquisito! Em juízo, quem ia representar a União e defendê-la era um promotor público, um procurador da República, de especialidade criminal jun-to a varas federais, em processos penais. Aí começava o “Deus nos acuda”, pois os processos eram complicados. O pro-
motor público federal, criminalista acos-tumado a estudar Direito Penal e a lidar com crimes, tinha de enfrentar casos de contratos difíceis, litígios sobre conces-sões públicas, sonegação fiscal, brigas nas exportações e nas importações, ma-térias tratadas no direito administrativo, no direito civil, no direito constitucional. Do outro lado estavam escritórios de ad-vocacia poderosos, de grande cultura e altamente especializados.
Como foi o processo burocrático para a criação da AGU?
Como a Constituinte estava em anda-mento, consegui, com a ajuda da cha-mada bancada do Governo Sarney, a criação da Advocacia Geral da União, tirando do Ministério Público o antigo e penoso encargo que nada tinha a ver com a sua verdadeira função e a espe-cialização constitucional. A inovação foi muito combatida, acusada de “trem da alegria” e “cabide de emprego”.
Como se combateu o preconceito?
Depois de instituída pela Constituição, a resistência à criação da carreira do advogado público da União, hoje regu-lada pela Lei Orgânica n. 73, foi enorme. Mas contei com o apoio de grandes ju-ristas, inclusive do então presidente da OAB, Márcio Thomaz Bastos. Deixei o projeto de lei pronto para regulamentar a instituição criada pela nova Constitui-
ção. Porém, durante o governo Collor, a União continuou perdendo causas, sendo condenada, sofrendo tudo aquilo que sonhávamos evitar. Com sua saída, Itamar Franco teve a grande ideia de no-mear Geraldo Quintão como Advogado Geral da União. Foi ele quem fez a AGU nascer juridicamente. E ficou célebre a frase que ele disse na época: “Quando advogava para empresas, meus clientes viravam um leão antes de pagar alguma coisa. Por que seria diferente com o Go-verno? É preciso enterrar de vez o velho conceito segundo o qual a União é como a viúva perdulária, sobretudo quando se trata de dinheiro público. Isto acabou.”
Sob o seu ponto de vista, qual a im-portância da advocacia pública hoje para a sociedade?
A Advocacia Geral da União é essencial para o bom funcionamento do Poder Executivo dentro da legalidade, além de ser o Advogado Geral da União uma peça de alta importância nos julgamentos do Supremo Tribunal Federal e nos demais tribunais federais, quando se decidem causas da alta indagação para o interesse da União. A organização da AGU veio se aperfeiçoando e se ampliando com pas-sar do tempo, com a evolução do país, com o crescimento do volume de causas. Vários juristas ilustres, investidos no car-go de Advogado Geral da União, ajuda-ram a construir essa catedral do direito dentro da Administração Pública Federal.
Quem? O senhor poderia citar al-guns nomes?
Entre eles, Gilmar Mendes e Antônio Dias Toffoli. Tive a ventura de conviver com mui-tos deles no Primeiro Congresso Brasileiro de Controle Público, realizado em Salvador. Hoje a AGU mantém cursos para Advoga-do da União e conta com uma geração de jovens dedicados e competentes orientada pela experiência e a sabedoria de profissio-nais mais antigos. É uma instituição que se aperfeiçoa a cada ano nas duas funções primordiais: a consultiva, que assessora toda a administração federal, e a conten-ciosa, a procuradoria que defende a União em todos os processos no Brasil inteiro.
Cré
dito
: div
ulga
ção
Saulo Ramos, considerado o “pai da AGU”
16
HISTÓRIA CONTADA
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil
por mortes no caso da Guerrilha
do Araguaia
Cré
dito
: Mar
celo
Ger
pe
C apítulo da história brasileira
até hoje envolto em dúvidas,
o caso da Guerrilha do Ara-
guaia teve mais um desdobramento
no fim do ano passado. A questão
teve início em abril de 2009, quando
a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos (CIDH), órgão da Organiza-
ção dos Estados Americanos (OEA)
que cuida da observância dos direitos
humanos nos países pertencentes à
instituição, abriu uma ação contra o
governo brasileiro. A acusação era
de detenção arbitrária, tortura e de-
saparecimento de 62 pessoas - entre
guerrilheiros, moradores da região e
camponeses ligados à Guerrilha do
Araguaia, durante a ditadura militar.
A sentença foi publicada no dia 14
de dezembro de 2010. Segundo a
CIDH, o Brasil descumpriu duas vezes
a Convenção Americana de Direitos
Humanos: não processou nem julgou
os autores dos crimes cometidos pelo
Estado contra os guerrilheiros. Além
disso, a Comissão puniu o Estado
por utilizar a Lei de Anistia, editada
durante a ditadura militar, para não
julgar os oficiais que infringiram a lei
na repressão à guerrilha.
Com 126 páginas, a decisão afirma
que a Lei de Anistia é incompatível
com o Pacto de San José da Costa
Rica, do qual o Brasil é signatário.
Esse último determina que a União
pague US$ 3 mil para cada família,
a título de ressarcimento por danos
materiais, e US$ 45 mil como ressar-
cimento por danos morais. A senten-
ça exige ainda que o Estado brasileiro
investigue todos os “crimes contra a
humanidade” praticados no país.
Conflito jurídico
Por um lado, os juízes da CIDH ale-
gam que a Lei de Anistia foi con-
cebida pela ditadura militar. Já do
ponto de vista jurídico, a Lei foi va-
lidada pela Constituição de 1988.
Na redemocratização brasileira, a
Assembleia Constituinte não a al-
terou, reconhecendo, assim, sua
validade formal.
Quando ONGs brasileiras questiona-
ram a constitucionalidade da Lei de
Anistia, pedindo sua revisão para pu-
nir funcionários públicos envolvidos
com a repressão no regime militar
e invocando o Pacto de San José, o
Supremo Tribunal Federal (STF), em
decisão tomada em maio de 2010,
reiterou o que havia sido decidido
pela Constituinte, há 22 anos. Dei-
xou claro que o país é soberano em
matéria de iniciativa legislativa, que
as decisões da CIDH não vinculam a
Justiça brasileira e que a Lei de Anis-
tia resultou de um pacto para conso-
lidar a democracia.
Em seu voto, o juiz designado para o
caso, Roberto de Figueiredo Caldas, es-
clarece que, mesmo diante da postura
do Supremo Tribunal Federal (STF), que
decidiu que a Lei de Anistia, assinada em
1979, não deixava espaços à condenação
penal de agentes da repressão, a decisão
da CIDH prevalece. O jurista entende que
o Brasil usou a lei como um empecilho à
investigação e ao julgamento dos crimes.
“Os poderes públicos e as esferas nacio-
DIREITOS HUMANOS
17
DIREITOS HUMANOSC
rédi
to: d
ivul
gaça
o
18
DIREITOS HUMANOS
SAIBA MAIS
Guerrilha do Araguaia
Criada pelo Partido Comunista
do Brasil (PCdoB), uma dissidên-
cia armada do Partido Comunista
Brasileiro (PCB), o grupo formado
principalmente por ex-estudantes
universitários e profissionais liberais
tinha como objetivo fomentar uma
revolução socialista, a ser iniciada no
campo. Seu nome vem do fato de o
cenário das operações se localizar às
margens do rio Araguaia.
O movimento pretendia derrubar o
governo militar por meio de um le-
vante da população, primeiro rural e
depois urbana, e instalar um governo
comunista no Brasil. Era composto
por cerca de oitenta guerrilheiros.
Destes, menos de vinte sobreviveram.
A grande maioria dos combatentes
foi morta pelos militares na selva ou
executada após sua prisão. Mais de
cinquenta deles ainda são considera-
dos desaparecidos políticos.
Lei de Anistia
A medida é alvo de opiniões diver-
gentes que a classificam entre um
marco definitivo para o fim da di-
tadura no Brasil e uma lei feita sob
medida para proteger os tortura-
dores. O movimento que levou ao
projeto e à sanção da Lei de Anistia
começou logo após a instituição do
regime militar, em 1964. No início,
apenas intelectuais e lideranças po-
líticas que tiveram seus direitos cas-
sados faziam parte do movimento.
Depois, a proposta ganhou a socie-
dade conforme aumentava a repres-
são por parte da ditadura.
No fim da década de 70, sob forte
pressão popular e já em processo de
liberalização, o então presidente, ge-
neral João Baptista Figueiredo, enca-
minhou o projeto de lei ao Congresso
Nacional, que o aprovou. A lei foi san-
cionada no dia 28 de agosto de 1979.
nais, bem como as respectivas legislações
federais, estaduais e municipais de todos
os Estados aderentes estão obrigados a
respeitar a Convenção Americana e a ela
se adequarem”, afirmou.
Caldas adverte que as normas da
Corte funcionam como uma Consti-
tuição supranacional e que, portanto,
cabe ao Brasil, como signatário do
Pacto de São José, cumprir tais nor-
mas, inclusive realizando adaptações
à Constituição nacional para respeitar
os textos aceitos internacionalmente.
Punição e cumprimento da sentença
A decisão da CIDH não tem efeitos di-
retos em relação a pessoas processadas
por crimes anistiados. Apesar de ser
uma sanção simbólica, pode compro-
meter a imagem do país no cenário in-
ternacional, e há severas sanções eco-
nômicas previstas por tratados e pactos
de direitos humanos. Organismos
multilaterais, como o Banco Mundial e
o Banco Interamericano de Desenvolvi-
mento (BID), por exemplo, estão proibi-
dos de conceder ajuda financeira a paí-
ses que ultrapassarem um determinado
limite de condenações em matéria de
desrespeito aos direitos humanos.
Caldas com a toga da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em sessão pública extraordinária na Cidade do México, em dezembro de 2008
Cré
dito
: arq
uivo
pes
soal
Para a militante e membro da Co-
missão de Direitos Humanos da
OAB/DF, Herilda Balduíno, a sanção
moral já é um fator muito forte,
que requer providências. Segundo
ela, o impasse entre o entendimen-
to do STF e da CIDH é um assunto
que merece muita discussão, dada
a complexidade do problema. Po-
rém, se torna difícil formar uma
concepção jurídica sobre o assunto,
pois os fatos ocorridos durante a
ditadura não são de conhecimento
público.
Herilda acredita que a questão só
terá uma resolução definitiva quan-
do os arquivos da ditadura militar fo-
rem abertos. “De uma forma geral,
os parentes de mortos e desapareci-
dos durante a época da ditadura e
os demais cidadãos brasileiros têm o
direito de conhecer a verdade. Tudo
o que sabemos são histórias que nos
foram contadas. Não dá para uma
nação inteira ficar sem saber o que
aconteceu ao certo. Precisamos sa-
ber o grau de responsabilidade do
Estado com relação a essas mortes.
Isso vai formar a opinião pública e
grupos de pressão para a resolução
definitiva do impasse”.
19
20
INTERCÂMBIO ANGLO-BRASILEIRO
A troca de experiências
entre advogados do Brasil e da
Inglaterra começa a ser planejada
em fevereiro
Cré
dito
: Rod
olfo
Clix
Cré
dito
: div
ulga
ção
A viagem da comitiva da
OAB/DF à Europa, em ou-
tubro do ano passado, para
encontros com a advocacia europeia,
resultou num intercâmbio de advo-
gados ingleses e brasileiros. O pro-
grama para a troca de experiências
começa a ser planejado em fevereiro,
quando representantes da Law So-
ciety virão ao Brasil para formatar o
encontro, que deve acontecer ainda
no primeiro semestre de 2011. Estão
previstas palestras e visitas como par-
te da troca de conhecimentos entre
os profissionais.
O intercâmbio começou a ser articu-
lado a partir da presença na Europa
da comitiva da Seccional do Distrito
Federal. Na Inglaterra, o grupo esteve
na Law Society, o órgão representati-
vo de advogados na Inglaterra e no
País de Gales. A gerente de políticas
internacionais da entidade, Anna
Prag, recebeu o presidente da OAB/
DF, Francisco Caputo, e os advoga-
dos da Comissão de Relações Inter-
nacionais da OAB/DF, Mauro Freitas e
Mônica Franco. Na oportunidade, ela
destacou o interesse da Law Society
em estabelecer intercâmbio entre os
advogados brasilienses e os ingleses.
Para Mônica Franco, a viagem foi
bastante produtiva, segundo os ob-
jetivos propostos. “A visita terá como
um de seus resultados um programa
de intercâmbio que vem fortalecer
ainda mais as relações do Brasil com
a Inglaterra. Esperamos que os advo-
gados participantes possam usufruir
dessa conquista”, completou.
Em Londres, a comitiva da OAB/DF
foi recebida na Embaixada do Brasil,
no mesmo dia em que o novo em-
VIAGEM À EUROPA
Francisco Caputo em visita a Londres, acompanhado por colegas brasileiros
21
baixador brasileiro, Roberto Jagua-
ribe, apresentou suas credenciais à
rainha Elizabeth II. Na ocasião, Ja-
guaribe falou aos advogados brasi-
leiros sobre o interesse da Inglaterra
nos negócios com o país latino-ame-
ricano. O embaixador enfatizou a
disposição diplomática de apoiar a
realização de eventos nos mesmos
moldes do II Encontro Franco-Brasi-
leiro de Direito dos Negócios reali-
zado em Paris, no final de outubro,
que reuniu advogados brasileiros e
franceses, além de autoridades dos
dois países.
Caputo comemora o interesse da
Inglaterra em estreitar as relações
com o Brasil, reconhecendo Jagua-
ribe como um entusiasta do proje-
to de intercâmbio. “A intenção é
preparar os advogados de Brasília e
da Inglaterra para o incremento dos
negócios, permitindo conhecer me-
VIAGEM À EUROPA
lhor o ambiente dessas transações.
Visamos promover uma expansão
econômica e comercial entre os dois
países”, explicou.
De acordo com Mauro Freitas, o in-
tercâmbio vai possibilitar uma maior
capacitação aos advogados brasilei-
ros e preparar terreno para novos
tipos de negociações. “Esta apro-
ximação vai ser muito importante;
nosso país desperta grande interes-
se no cenário internacional. Os ad-
vogados são essenciais nas relações
comerciais e econômicas, mas são
poucos os escritórios brasileiros in-
ternacionalmente preparados para o
trabalho”, frisou.
O escritório da América Latina
Em Londres, a comitiva da OAB/DF
teve ainda a oportunidade de co-
nhecer renomados escritórios de
advocacia. Entre eles, o de Victória
Nabas, especializado em negócios
latino-americanos. O estabeleci-
mento oferece ao cliente atendi-
mento na sua língua-mãe, em es-
panhol ou português. Orientações
sobre direito internacional estão ao
alcance tanto no escritório quan-
to no site, que conta com vídeos
explicativos – em português - so-
bre temas como cidadania, vistos
e outras questões de interesse de
estrangeiros.
Sobre a visita da comitiva, Victó-
ria afirmou que além do prazer do
encontro ficou a semente de gran-
des parcerias e futuros contatos.
“O Brasil está muito em voga no
mundo todo. Este é o momento
certo para atuar, pois há muita
gente na Inglaterra e em outras
partes do país interessada em fa-
zer negócios”.
Cré
dito
: arq
uivo
pes
soal
Cré
dito
: arq
uivo
pes
soal
Vitória Nabas, Francisco Caputo e Mônica Franco durante uma das visitas na capital inglesa
Roberto Jaguaribe, o embaixador do Brasil em Londres, Caputo, Mauro Freitas e Vitória Nabas
22
ENCONTRO REGIONAL
UM NOBRE DEVER
A 7ª Conferência dos Advogados do
Distrito Federal terá como mote a
função social do advogado
“A Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), serviço
público, dotada de per-
sonalidade jurídica e forma federa-
tiva, tem por finalidade: defender
a Constituição, a ordem jurídica do
Estado Democrático de Direito, os
direitos humanos, a justiça social, e
pugnar pela boa aplicação das leis,
pela rápida administração da justiça
e pelo aperfeiçoamento da cultura e
das instituições jurídicas. Além disso,
deve promover, com exclusividade, a
representação, a defesa, a seleção e
a disciplina dos advogados em toda a
República Federativa do Brasil”.
Em referência ao artigo 44 do Estatuto
do Advogado, o presidente da OAB/DF,
Francisco Caputo, define a função social
do advogado. Para ele, tão importante
quanto os direitos são os deveres dos
profissionais, refletidos no papel social
confiado à categoria. Por esse motivo, a
comissão organizadora da 7ª Conferên-
cia dos Advogados do Distrito Federal
escolheu “O advogado brasileiro e sua
função social” como tema do evento.
A escolha vem ao encontro da no-
bre missão de distinguir o advogado
profissionalmente, o que diferencia
a Ordem dos Advogados das demais
entidades de classe, explicou Caputo.
“Nossa missão legal é defender não
somente os advogados, mas também
os interesses da sociedade. Vamos tra-
balhar com um tema que exalte esse
compromisso do advogado brasileiro”.
Ainda para o presidente, cabe à OAB
reunir esforços com outras entidades e
o governo para que a justiça se efeti-
ve e haja menos desigualdade social e
uma sociedade mais justa e fraterna.
Outra vertente que será abordada
durante o encontro é a dos Direitos
Humanos. Caputo lembra que este
é um campo que ainda está enga-
tinhando no Brasil, no qual o advo-
gado tem um papel preponderante.
“Vivemos em um país onde autori-
dades afirmam que não é vergonha
ter desaparecidos políticos. Por isso,
apoiamos a criação da Comissão da
Verdade e com certeza vamos explo-
rar este tema na Conferência. A luta
pelos direitos humanos talvez seja a
maior contribuição que os advoga-
dos podem prestar à sociedade”.
Para o secretário-geral da OAB/DF,
Lincoln de Oliveira, é importante ter
no encontro temas como direitos hu-
manos, meio ambiente e uma série
de outras questões que envolvem
mobilização e ação da sociedade,
além de serem assuntos nos quais o
advogado deve ter atuação constan-
te. “Vivemos em um Estado Demo-
crático consolidado, mas que requer
nossa constante vigilância. É dever
do advogado fiscalizar para fazer
cumprir as normas estabelecidas”.
Ainda segundo Lincoln, a Comissão
e a diretoria da Seccional estão em
fase de reuniões periódicas para defi-
nir painéis e palestrantes. O encontro
será realizado no Centro de Conven-
ções Ulysses Guimarães, nos dias 1º
e 2 de junho de 2011. A estimativa
de público para a Conferência é de
mil participantes, entre advogados,
estagiários e estudantes de direito.
Cré
dito
: Hen
k L
23
A OAB/DF e o Instituto Jurí-
dico Consulex assinaram,
em dezembro de 2010, o
Convênio ADV Club, que oferece
diversos benefícios aos inscritos na
Seccional do Distrito Federal. Um de-
les é o acesso gratuito ao Dialex, um
boletim eletrônico diário de atualiza-
ção jurídica. Por meio dele é possível
acompanhar as últimas notícias do
mundo jurídico, da jurisprudência e
da doutrina. O diário também publica
indicadores econômicos, artigos de
opinião e as proposições mais impor-
tantes que tramitam no Legislativo. A
ferramenta está disponível no merca-
do para assinatura, mas será gratuita
para os inscritos na Seccional.
Para o presidente Francisco Caputo,
a iniciativa traz muitos benefícios ao
advogado, principalmente em prol
da cultura jurídica, uma preocupação
constante da OAB/DF. “É importante
que os advogados tenham acesso a
informação jurídica de qualidade e
a bens culturais. Por isso estabelece-
mos a parceria com a Consulex”.
INFORMAÇÃO E CULTURA
CONVÊNIO
O periódico já atinge 120 mil advoga-
dos em todo o Brasil. De acordo com
Adriana Zakarewicz, diretora-geral
da Consulex, é uma ferramenta pio-
neira no meio jurídico, pela qual os
profissionais se atualizam sobre mu-
danças jurídicas, legais e doutrinárias
com qualidade e agilidade. “O Dialex
abrange todas as áreas do Direito e
fornece muitos subsídios para o dia
a dia dos advogados”, explicou Zaka-
rewicz, lembrando que o uso da fer-
ramenta proporciona economia de
tempo e aprimoramento dos conhe-
cimentos na área.
Com a parceria, os advogados terão
ainda descontos de 20% a 40% na
aquisição de assinaturas de revistas,
livros, softwares e demais produtos
editados pela Consulex. Os profis-
sionais também passam a ter acesso
facilitado a uma ampla gama de pe-
riódicos, como o Jornal Trabalhista, a
Revista do Direito Trabalhista, a L&C
– Revista de Administração Pública e
Política, a Revista Jurídica Consulex, a
Prática Jurídica e o Informativo Jurídi-
co Consulex. Para acessar as publica-
ções, basta entrar no site www.con-
sulex.com.br e fazer seu cadastro.
Parceria entre a OAB/DF e Consulex proporciona aos advogados serviço de atualização jurídica gratuito
Cré
dito
: div
ulga
ção
Cré
dito
: div
ulga
ção
Francisco Caputo ao lado de representantes do Instituto Jurídico Consulex
24
TELEFONIA E INTERNET
OAB/DF NA REDE
Cré
dito
: Wilt
on R
odrig
ues
Mudanças nos sistemas de banda
larga e telefonia móvel trarão
economia, velocidade e segurança para a
Seccional
P ara dar melhor condições de
trabalho aos funcionários e
prestar um serviço cada vez
mais eficiente ao público, a inter-
net e a telefonia móvel da OAB/
DF passarão por mudanças. O link
da rede mundial de computadores,
que antes era ADSL, passará a ser
digital, com uso de fibra óptica
e roteadores para velocidade de
4MBps. Já a telefonia móvel ficará
com a operadora “Oi”. A migra-
ção vai proporcionar economia aos
cofres da Seccional e uma série de
vantagens aos usuários.
O coordenador de Tecnologia da
Informação (TI) da Ordem, André
da Fonseca, explica que o novo sis-
tema de internet se encaixa melhor
nas características da entidade.
“Vamos sair de uma internet utili-
zada em pequenas empresas e es-
critórios e passar a trabalhar com
um link corporativo. O resultado
será mais segurança no processa-
mento de dados e mais velocida-
de. A mudança permitirá trabalhar
com videoconferências, áudio,
vídeo e outras ferramentas que a
rede anterior não suportava”.
Fonseca destaca o projeto de inter-
ligação em outros pontos de apoio
da OAB/DF. Com o novo sistema, as
Subseções e salas de advogados dei-
xarão de usar a internet local e pas-
sarão a ser controladas da sede da
Seccional. “Hoje, as salas usam o link
da regional em que estão. O que va-
mos fazer é agregá-las à nossa rede,
colocá-las sob nosso domínio. Serão
como uma parte da Ordem gerencia-
da aqui da sede”.
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
André destaca o projeto de interligação com os pontos de apoio da Seccional
25
TELEFONIA E INTERNET
A mudança do atual link ADSL para o digital de Internet Corporati-
va vai proporcionar mais velocidade, por meio do uso de fibra ópti-
ca e roteadores para velocidade de 4MBps. As vantagens vão além:
• O serviço de internet terá mais velocidade e melhor performance e qualidade
• No caso dos e-mails, mais segurança, maior disponibilidade e possibi-
lidade de envio de mailings
• Para as aplicações e-business, haverá mais disponibilização de con-
teúdo, como construção de portais, Internet Banking, divulgação de
produtos e serviços e transferência de arquivos
• Interligação das Subseções e salas de advogados com a OAB/DF
• Criação de canais de comunicação, como videoconferência, áudio e vídeo
• Confiabilidade total, impedindo o acesso de estranhos à rede de da-
dos, além de autonomia de serviços para a internet e garantia de tráfego
com qualidade
Telefonia fixa:
• Isenção da assinatura mensal básica
• Menor tarifa de serviços
• Melhoria dos equipamentos e instalação do PABX Digital
Ao LAdo do pier 21.FáciL Acesso e AmpLo estAcionAmento.
Todas as modalidades
estão incluídas no plano
Convênio OAB-DF e Academia Club22
.com.br(61) 3226-0022
Venha fazer parte deste time!
BeneFícios do conveniAdo oAB-dF: � 12% de desconto na mensalidade; * � 50% de desconto na taxa de matrícula; * � Extensão dos benefícios para os seus
dependentes.* A partir do plano trimestral
A interligação vai trazer ainda mais
economia para a Seccional. Isso
porque algumas salas funcionam
com links ADSL, pagos separa-
damente. O diretor da Secretaria
Administrativa, Rubens Murga,
acrescenta uma vantagem: “Será
possível constatar se o advoga-
do que está utilizando a sala está
adimplente. Para entrar na inter-
net, o profissional terá de fazer lo-
gin com o número da sua OAB. O
sistema nos avisará se ele está com
as mensalidades em dia ou não”.
No que diz respeito à telefonia
fixa, a mudança para a “Oi” se
deu em virtude da redução de
tarifas. Segundo Fonseca, a isen-
ção da assinatura mensal básica
e a melhoria dos equipamentos,
assim como a instalação de um
PABX Digital sem custos, motiva-
ram a troca.
26
Cré
dito
: div
ulga
ção
ELES FAZEM A OAB
A PEQUENA NOTÁVEL
Leylane Faria Lima faz de tudo
um pouco nos bastidores dos
eventos da OAB/DF e onde mais pintar uma oportunidade
Ela já panfletou para uma
agência de modelos, fez as-
sessorias em casamentos, foi
atendente de telemarketing, teve
diferentes funções em agências de
publicidade. Também fazia chocola-
tes em casa e vendia na faculdade,
para ajudar a pagar a mensalidade.
Quem vê a moça de 1,50m de al-
tura, aparentemente frágil e sempre
sorridente, não imagina que Leylane
Faria Lima é uma mulher versátil de
25 anos que não tem medo de en-
frentar desafios.
Aos 18 anos de idade, teve o primeiro
emprego com carteira assinada, como
atendente de telemarketing. Antes
disso, porém, ela já se virava como
podia. Junto com a irmã mais velha,
Thaís, trabalhou como cerimonialista
de casamentos. Tudo começou com
Sorridente, Leylane mostra a versatilidade no trabalho e na vida pessoal
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
27
ELES FAZEM A OAB
Leylane e a irmã mais velha, Thaís, em um dos casamentos em que trabalharam como cerimonialistas
Leylane ainda criança Hoje, como assessora em eventos
Cré
dito
: arq
uivo
pes
soal
Cré
dito
: arq
uivo
pes
soal
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
a intenção de ajudar no matrimônio
de amigos e acabou ficando sério:
“Depois desse primeiro evento, que
era apenas uma força para amigos,
trabalhamos em alguns casamentos.
Aproveitamos que minha irmã já ti-
nha experiência com cerimonial e fo-
mos à luta. A gente se divertia muito;
foi uma época ótima”.
Um ano mais tarde, novamente por
influência da irmã, começou a cursar
Produção Publicitária. Esse foi o pri-
meiro passo rumo à OAB/DF. Desde
2009, ela passou a fazer parte do
quadro de funcionários da Seccional
na coordenação de Eventos. Leyla-
ne fica nos bastidores, cuidando de
tudo para que o evento transcorra
da melhor forma possível. Divide o
trabalho com as áreas de marketing
e publicidade, cuidando de todos os
detalhes das solenidades. “Antes da
divisão com as outras áreas, aí é que
eu fazia tudo mesmo. Até do som eu
cuidava, porque não tinha nenhum
especialista”.
Em casa, a multifuncionalidade da
jovem também é perceptível. Ela
mora com a mãe, Helena, e o irmão
mais novo, Guilherme. Na hora de
fazer pequenos ou grandes reparos
na moradia, ela não hesita: pega as
ferramentas e põe a mão na massa.
“Eu sou o homem da minha casa.
Se tiver que trocar lâmpada, con-
sertar encanamento ou qualquer
serviço desse tipo, eu faço, sem
problemas”, contou, com seu largo
e fácil sorriso.
A versatilidade de Leylane cessa
quando o assunto é balada. Pacata,
quando não está trabalhando gosta
mesmo é de dormir ou de ler um bom
livro. “Vou muito às festas e eventos
que a OAB promove, mas fora daqui
não gosto muito de sair. Tem coisa
melhor do ficar em casa, tirar uma
soneca e ficar na paz?”, perguntou
em tom de afirmação convicta.
28
ELES FAZEM A OAB
Na primeira foto, Leylane com colegas de trabalho no zoológico, durante a Semana da Acessibilidade, em outubro de 2010. Na segunda foto, ao lado de amigas na Festa do Cinqüentenário, na boate Hype, em confraternização ao final do ano
Cré
dito
: Val
ter
Zica
Cré
dito
: Chi
co F
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ira
29
Pós-Graduação em
Advocacia
CriminalCoordenação
Prof. MsC. Asdrubal Nascimento Lima Júnior
Taxa de inscrição para o processo seletivo
R$120,00R$180,00
(cento e vinte reais) para advogados com menos de 5 anos de inscrição na OAB/DF
(cento e oitenta reis) para advogados com mais de 5 anos de inscrição na OAB/DF
Período de inscrição
7 de fevereiro a 22 de março
Data das provas
25 de março26 de março
– Prova Objetiva
– Prova Subjetiva
Edital
www.oabdf.org.br - www.esadf.oabdf.org.br - www.faculdadeprojecao.edu.br
Informações
61 3035-7292 ou [email protected]
Requisitos
Os candidatos deverão ser bacharéis em Direitoregularmente inscritos na OAB/DF
360 horas aula – Certificação pela Faculdade Projeção
Curso
Gratuito
40 Vagas
Inscrições
www.faculdadeprojecao.edu.br
30
Nem mesmo no escritório Carlos deixa de lado a adoração por eqüinos
Oque cavalos podem ter a
ver com futebol? A princí-
pio, nada. Mas se essa per-
gunta for feita ao advogado Carlos
Augusto Rollemberg, ele será capaz
de fazer uma lista de afinidades e
ainda assegurar que em seu time de
equinos só tem campeão. Isso por-
que é apaixonado por cavalos, mas
é impossível falar desse sentimento
sem dizer que um time de futebol,
mais especificamente o Vasco da
Gama, divide espaço com os animais
no coração desse jovem de 43 anos.
Antes mesmo de entrar na casa de
Carlos Augusto, já se sabe que o mo-
rador deve ser um vascaíno roxo. A
caixa d´água com o escudo do time
serve para intimidar os torcedores ri-
vais, mas isso não dura muito. Basta
conhecer um pouquinho do advoga-
do para ver que ele gosta de fazer
amigos e puxar um bom papo, mes-
mo que o visitante não seja vascaíno.
Ele nos recebeu ao lado de Feliz, seu
cavalo de crina loira e pelo moreno.
Quem veio ao seu lado foi o filho de
cinco anos, Renato, que não deixa
por menos. Do alto de seu pônei, o
garoto mostrou uma desenvoltura
capaz de invejar qualquer ser despro-
vido de habilidades com equinos.
A família é unida em torno das duas
paixões. Que o diga Maurício, o filho
de dois anos de idade que se apre-
sentou com a camisa do Vasco. Ro-
berta, esposa de Carlos e também
advogada, entrou para a família
Rollemberg e também para o rol de
apaixonados por cavalos. Quando
ainda namoravam, não tinha afinida-
de alguma com os animais. Anos de-
Cré
dito
: Chi
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erre
ira
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
DUAS PAIXÕES: CAVALOS E FUTEBOL
Carlos Augusto Rollemberg,
torcedor apaixonado do Vasco da Gama,
tem também adoração pela
criação de equinos
HOBBY LEGAL
31
Carlos Augusto Rollemberg em seu cavalo, Feliz, da raça Cruzmaltino, um dos 26 equinos de sua criação
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
HOBBY LEGAL
32
HOBBY LEGAL
pois, foi campeã de enduro equestre,
uma modalidade do hipismo, assim
como o marido. “No início, todos
pensavam que eu jamais iria montar.
Mas aos poucos fui me familiarizan-
do, até que comecei a participar de
competições. Aqui não há como não
amar cavalos”.
Dos 26 cavalos que possui, dez fi-
cam nas baias construídas na casa
de Carlos. Os demais estão alojados
numa chácara próxima, a seis quilô-
Ao lado da esposa, Roberta, e dos filhos Renato, Maurício e Raquel, o advogado revela a paixão por equinos e pelo Vasco da GamaC
rédi
to: C
hico
Fer
reira
metros. O hobby de andar a cavalo é
praticado principalmente nos fins de
semana, quando faz o percurso até
a chácara, sempre cavalgando. Às ve-
zes Carlos vai sozinho, outras com os
amigos e, agora, com os filhos, que
já o acompanham.
Predestinada
Já é de se imaginar o que a caçula
da família, Raquel, de apenas três
meses, terá pela frente. Morando
numa casa com cavalos, pais e ir-
mãos fanáticos por animais e fute-
bol, de fato, não há como não ade-
rir aos gostos dos Rollemberg. O
reforço fica por conta dos parentes
e amigos. A casa é o point de fim
de semana de uma família grande
e bem animada. Carlos tem 13 ir-
mãos, todos criados em contato
constante com fazendas, animais e
montarias. Aliás, foi do pai, Arman-
do, que o advogado herdou o en-
canto por equinos. ”Fomos criados
em Brasília, mas sempre indo à fa-
zenda do meu pai e tios, que ficava
nos arredores. Daí o meu gosto e
de boa parte dos meus irmãos por
cavalos”, relatou.
A esposa contou um fato curioso.
Como Carlos é um dos filhos mais
novos, nunca sobrava sela para o
menino cavalgar. O que não era pro-
blema, pois o garoto pegava o cavalo
sem o aparato e saía em disparada.
O resultado disso é que hoje ele só
anda a cavalo sem a sela. A esposa,
agora uma grande entendedora, ex-
plica a diferença: “a sela amortece
o impacto que o movimento causa.
Ninguém entende como ele conse-
gue andar assim”.
O advogado fala sobre as vanta-
gens em ter um manga-larga mar-
chador, raça que cria. Segundo ele,
esse tipo de animal é mais dócil,
resistente e a marcha é mais suave.
Os nomes escolhidos são um capí-
tulo à parte. Todos os cavalos nas-
cidos na casa de Carlos são regis-
trados com o sobrenome “Vasco da
Gama”. Além disso, a cada ano, os
bichos recebem nomes com letras
que seguem a ordem alfabética. Em
2011, os animais serão chamados
pela inicial “L”. A família já teve
cavalos como o Artilheiro do Vasco
da Gama, Gol do Vasco da Gama,
Dinamite do Vasco da Gama e uma
série de outros bichos vascaínos, de
coração, nome e sobrenome. Ca-
valos e o time do Vasco são paixões
inseparáveis no coração de Carlos
Augusto Rollemberg.
33
Cré
dito
: Val
ter
Zica
PARA INVESTIR NA PROFISSÃO
Que tal começar o ano incrementando o currículo? Para isso, a ESA Online oferece diversas opções de cursos a distância
V irada de ano é sempre
cheia de promessas. Os
planos costumam ser bem
parecidos aos do mesmo período
anterior: fazer dieta, exercícios, pro-
curar um novo emprego. Se entre os
projetos deste início de 2011 está o
de se reciclar e obter aprimoramen-
to profissional, a Escola Superior de
Advocacia (ESA) pode ajudá-lo a
não perder o foco.
Mesmo que a falta de tempo seja um
empecilho, acabaram-se os proble-
mas. Este ano, os cursos a distância
chegam com tudo, para oferecer ex-
celente conteúdo com comodidade. É
o que afirma o coordenador da ESA
Online, Ricardo Vasconcelos. “Há
muitos cursos presenciais que têm to-
das as condições de ser oferecidos a
distância. Vamos investir nessa moda-
lidade de ensino, pois ela se apresenta
muito acessível aos profissionais que
querem se atualizar e aprender mais”.
Para quem pretende fazer pós-
-graduação, a Escola oferece seis
opções de áreas de conhecimento:
português jurídico; direito civil; di-
reito da tecnologia da informação;
direito administrativo e tributário.
Tanto os profissionais que já estão
no mercado de trabalho quanto
aqueles em início de carreira po-
dem buscar o Curso de Formação
para o Exercício da Advocacia, que
proporciona a qualificação ideal
para a atuação do advogado. Se
a intenção do profissional for a de
aperfeiçoar os seus conhecimentos,
poderá fazer separadamente as ma-
térias: prerrogativas legais do advo-
gado; oratória; português jurídico,
administração legal, marketing e fi-
nanças de escritórios de advocacia;
peticionamento; e advocacia em tri-
bunais superiores.
Todos os cursos a distância exigem
avaliações e, no caso da pós-gra-
duação, o aluno deve apresentar
um Trabalho de Conclusão de Cur-
so (TCC), obedecendo aos critérios
estabelecidos pelo Ministério da
ESA
FORMAÇÃOCom o intuito de desenvolver e
aperfeiçoar habilidades e com-
petências indispensáveis ao
exercício da profissão, a ESA
oferece o “Curso de Formação
para o Exercício da Advoca-
cia”. As aulas não são exclusi-
vas para novos advogados. Po-
rém, os aprovados nos Exames
de Ordem a partir de 2010.1
e 2010.2, que estejam efeti-
vamente inscritos na OAB/DF,
podem fazê-lo gratuitamente.
A Escola esclarece, no entanto,
que os profissionais aprovados
no exame de 2009.3 e nas pro-
vas anteriores não tem direito
à bolsa. Quem tem até cinco
anos de Ordem tem 40% de
desconto. Advogados inscritos
em outros Estados contam com
10% desconto.
34
ESA
Educação (MEC) e pela Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). Até mesmo a defesa do
TCC é feita a distância, por meio
de videoconferência.
As vantagens vão além, segundo
Vasconcelos. “É possível que um
curso online pareça menos efeti-
vo do que um presencial. Mas eu
arrisco dizer que na modalidade a
distância, na qual o aluno conta
com um tutor sempre à sua dis-
posição, existe um suporte muito
melhor. E mais: se ele perde algum
conteúdo, é possível voltar e rever
a mesma matéria quantas vezes
for necessário”.
O mercado pede, a ESA oferece
Cursos presenciais que tiveram
grande procura em 2010 serão ofe-
recidos também a distância neste
ano. Entre aqueles em fase de con-
cepção, estão: Contratos Imobiliá-
rios, Controle de Constitucionali-
dade, Processo Eletrônico e Prática
em Processo Tributário. Os cursos
não são restritos a advogados e
profissionais do Direito. “Quere-
mos oferecer todo o conteúdo que
o mercado de trabalho exige. A Es-
cola está aberta a sugestões para
oferecermos sempre o melhor”,
contou Vasconcelos.
Os interessados podem obter mais
informações e fazer a pré-inscrição
pelo site www.oadbdf.org.br no
ícone “cursos e eventos, investi-
mentos”. Para efetuar a matrícula,
é necessário ir até a Escola, locali-
zada na sede da OAB/DF, na quadra
516 Norte, 2º andar. Para consultar
os valores de investimento e fazer
sugestões, basta entrar em conta-
to com a secretaria, pelo telefone
3035-7292.
PÓS-GRADUAÇÃO GRATUITAEm parceria com a Faculdade Pro-
jeção, a ESA oferecerá pós-gradu-
ação em Advocacia Criminal sem
custos aos alunos
Aprimorar-se na profissão é sempre
uma boa pedida. Melhor ainda se
for gratuitamente. É o que a Escola
Superior de Advocacia (ESA) vai ofe-
recer em parceria com a faculdade
Projeção: um curso de pós-gradua-
ção com vistas ao exercício da ad-
vocacia criminal. A ideia é propiciar
ao profissional a oportunidade de
realizar uma especialização diferen-
ciada, que lhe permita aprofundar
conhecimentos jurídicos em Direito
Criminal, bem como se aperfeiçoar
e exercitar a prática na advocacia.
O curso será dividido em teoria e
prática. As aulas serão ministradas
em sala de aula na Faculdade Pro-
jeção e haverá aulas especiais na
ESA, localizada na sede da OAB/
DF. Já a parte prática funcionará
na forma de residência jurídica,
nas unidades do Núcleo de Práti-
ca Jurídica da faculdade, sempre
acompanhado de professor res-
ponsável pela atividade.
Durante esse período, os pós-gra-
duandos terão interação com os
alunos da graduação em Direito,
os acompanhando e co-orientando
no atendimento da clientela, reali-
zação de audiências, confecção de
peças jurídicas, na elaboração de
estratégias de defesa e sustenta-
ções orais. O exercício acontecerá
em plantões semanais, sob avalia-
ção e orientação de responsável.
Seleção
As 40 vagas disponíveis serão pre-
enchidas de acordo com o mérito
alcançado no processo seletivo.
A prova terá caráter eliminató-
rio e classificatório e consistirá
em exame objetivo e discursivo.
A pós-graduação será ofertada
exclusivamente para advogados
regularmente inscritos na OAB/DF.
O curso é gratuito. O processo de
seleção, exclusivamente, requer
inscrição de R$120,00 para advo-
gados com menos de cinco anos
de Ordem e R$180,00 para os
demais. O período de inscrição vai
até 22 de março e pode ser realiza-
da por meio do site www.faculda-
deprojecao.edu.br. A seleção será
realizada nos dias 25 e 26 de mar-
ço. Somente serão corrigidas as
provas subjetivas dos candidatos
que acertarem pelo menos 50%
das questões da prova objetiva.
Para ter acesso ao edital comple-
to e às demais informações, basta
entrar em contato com a secreta-
ria da ESA, pelo telefone 3035-
7292. O candidato pode ainda ir
até à escola, que fica na sede da
OAB/DF, na 516 Norte, 2º andar.
35
Informações:Inscrições:
(61) 3035-7292 - Fax: 3035-7283 – [email protected] - Cursos e Eventos – ESA/DF
CURSOS DO MÊSDE MARÇO
@OABDF_Oficial
Data: 14, 15, 21 e 22/março
Horário: 9h às 12h
Professora: Célia Arruda
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 12 horas aula
DIREITO DAS SUCESSÕES -TEORIA E PRÁTICA
Data: 14, 15 e 16/março
Horário: 19h30 às 22h30
Professor: Asdrubal Júnior
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 9 horas aula
ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO - 3ª EDIÇÃO
Data: 14, 15, 16, 17 e 18/março
Horário:19h30 às 22h30
Professor: Jorge Telles
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 15 horas aula
ORATÓRIA EMOCIONAL& ARGUMENTAÇÃO
Data: 15, 17, 22 e 24/março
Horário: 19h30 às 22h30
Professor: Renato Rodovalho
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 12 horas aula
LEI DE ADOÇÃO E SUAS INOVAÇÕES
Data: 15, 17, 22, 24, 29, 31/março
5, 7, 12 e 14/abril
Horário:19h30 às 22h30
Professor: Sílvio Barreto
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 30 horas aula
GESTÃO DE ESCRITÓRIOS - EXTENSÃO
Data: 14, 21, 28/março e 4/abril
Horário: 9h às 12h
Professora: Maria Heloísa
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 12 horas aula
DIREITO AMBIENTAL:ASPECTOS PROCESSUAIS
Data: 22, 24, 29 e 31/março
Horário: 9h às 12h
Professor: Renato Gustavo
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 12 horas aula
INQUÉRITO POLICIAL E PRISÕESCAUTELARES À LUZ DO NOVO
CÓDIGO DE PROCESSO PENALData: 21, 28/março, 4 e 11/abril
Horário: 19h30 às 22h30
Professor: Rodrigo Fernandes
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 12 horas aula
PRÁTICA EM DIREITOS REAIS
Data: 22, 23 e 24/março
Horário: 19h30 às 22h30
Professor: Claudismar Zupiroli
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 9 horas aula
PRÁTICA E DIREITO ELEITORAL
Data: 23, 24, 30, 31/março
6, 7, 13, 14, 20 e 27/abril
Horário: 9h às 12h
Professor: José Augusto Lyra
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 30 horas aula
CURSO DE EXTENSÃO EM DIREITOPREVIDENCIÁRIO - MANHÃ
Data: 23, 24, 30, 31/março
6, 7, 13, 14, 20 e 27/abril
Horário: 19h30 às 12h30
Professor: José Augusto Lyra
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 30 horas/aula
CURSO DE EXTENSÃO EM DIREITOPREVIDENCIÁRIO - NOITE
Data: 22, 24, 29, 31/março, 5, 7 e 12/abril
Horário: 19h30 às 22h30
Professor: Cléucio Nunes
Local: Sede OAB/DF, 516 Norte
Carga horária: 21 horas aula
PRÁTICA DE PROCESSO TRIBUTÁRIO:ADMINISTRATIVO E JUDICIAL
36
Cré
dito
: Jef
Bet
tens
PLANOS PARA O FUTURO
Depois de organizar internamente o TED, 2011 promete ritmo
acelerado de trabalho
TED
2010 FOI O ANO DE ORGANIZAÇÃOe de aprendizado no TED; de enfren-
tar as demandas acumuladas; de luta
contra as ameaças de prescrição; de
assessoria aos conselheiros, instruto-
res, advogados dativos e novos servi-
dores. Enfim, tudo novo e pouca ex-
periência acumulada. Mesmo assim,
o esforço coletivo, com a ajuda dos
mais experientes, permitiu dar vazão
a quase 1,5 mil processos.
2011 PROMETE SER MELHOR “Máquina azeitada”, funcionários
já treinados, equipamentos novos,
Turmas de Julgamento constituídas
e em funcionamento, Comissão de
Admissibilidade ampliada, criação do
grupo de advogados dativos com cin-
co membros e nomeação de advoga-
dos instrutores em número superior
a sessenta e o evidente entusiasmo
de todos, prometem bons resultados
a serem apresentados ao final.
Além disso, os Presidentes das Tur-
mas de Julgamento, conselheiros
Marcos José da Cruz Palomo, Rodrigo
Freitas Rodrigues Alves, Radam Nakai
Nunes, Magda Ferreira de Sousa,
Charles Christian Alves Bicca, Mabel
Gonçalves de Souza Resende, Renato
Gustavo Alves Coelho, têm revelado
disposição para julgar todos os pro-
cessos que chegarem instruídos.
Mas os desafios são muitos. Se o TED
resolveu quase 1,5 mil processos em
2010, cerca de outros mil novos foram
autuados, o que implica a necessidade
de imprimir mais ritmo ao processo,
organizar melhor as rotinas e aprovar
os regimentos das Secretarias; quali-
ficar e aumentar o número de cola-
boradores; iniciar o procedimento de
digitalização dos processos, de modo
a permitir a carga ou o fornecimento
de cópias digitais aos advogados que
assim o desejarem, bem como iniciar
os procedimentos para disponibilizar
os andamentos pela internet.
As metas de trabalho são ambiciosas.
Até junho se espera que todos os
processos autuados até 2006 estejam
julgados e até dezembro os autuados
até 2007. Quanto aos de inadimplên-
cia, o objetivo é julgar até setembro
todos os processos autuados até
2009. Para tanto, pretende-se criar
uma nova Turma de Julgamento de
processos de inadimplência.
Também se espera que até junho to-
dos os processos autuados em 2010
estejam analisados quanto à admissi-
bilidade e os advogados representados
notificados para apresentar defesa.
Ao tempo em que se aponta para a
frente, erigindo novos desafios ambi-
ciosos, não se esquece de agradecer
imensamente a todos os que se dedi-
caram anonimamente em 2011.
37
Cré
dito
: Luc
iana
Mon
te
TED
INFRAÇÕES DISCIPLINARESFALSA AUTORIA
Nesta edição abordaremos a infração disciplinar da falsa autoria, prevista no art.
34, V, da Lei 8.906/94 (EAOAB), e que se define como “assinar qualquer escrito
destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial, que não tenha feito, ou
em que não tenha colaborado;”.
É inerente ao exercício da profissão da advocacia a produção intelectual, a qual,
via de regra, é manifestada pela via escrita. Os colegas profissionais do advo-
gado ou estagiário autor de determinado texto, destinado a processo judicial
ou com finalidade extrajudicial, não podem usufruir da produção intelectual
dele como se sua fosse, usurpando-lhe a autoria. O profissional da advocacia
deve velar pela legítima autoria da produção intelectual e abster-se de assinar
qualquer escrito que não tenha feito, ou no mínimo, colaborado com a sua
confecção. As Regras Deontológicas Fundamentais, previstas no Código de Éti-
ca e Disciplina, também repudiam a conduta daquele profissional que age com
desonestidade, como é o caso daquele que pratica a falsa autoria.
A previsão legal é bastante ampla, mas vale lembrar que pratica tal infração
aquele que assina documento (judicial ou extrajudicial) que não seja de sua
lavra, ou ainda, que não tenha recebido sua colaboração, assim como aquele
que cita ou copia trechos de documentos produzidos judicial ou extrajudicial-
mente, sem citar corretamente autoria e fonte. É importante dizer ainda que a
depender do caso concreto, a falsa autoria pode ser configurada como crime,
nos termos do art. 184 e seguintes do Código Penal. Além disso, não é demais
lembrar que, em determinados casos, quem pratica a falsa autoria pode ser
civilmente responsabilizado, devendo ressarcir ao autor as perdas e os danos
materiais e morais.
Finalmente, no âmbito disciplinar, a prática da falsa autoria sujeita o infrator à
pena de censura (art. 36, I, do EAOAB), ou, em caso de reincidência, à suspen-
são de 30 dias a 12 meses (art. 37, II, do EAOAB), e ainda, se houver circunstân-
cias agravantes, a multa de uma a dez anuidades (art. 39, do EAOAB).(*)
Por Tarley Max da Silva, Secretário-Geral do TED/OABDF
TIME DE NOVOS ADVOGADOS INSTRUTORES E DATIVOSJaneiro se iniciou com a nomeação pelo
Presidente Francisco Caputo dos novos ad-
vogados instrutores e dativos para o TED.
São eles: Aline Cristina Franco de Oliveira,
Ana Paula da Silva Rodrigues, Anderson de
Moraes Mendes, Anderson Sant’Anna, Ca-
tarina Maria Campos dos Reis, Emilio Leite
González, Érico Vieira, Ernani Lima Pinho,
Felipe Augusto Alves Nunes de Araújo, Ge-
túlio Soares Novaes Frota, Helder Gonçalves
de Almeida, Henrique Gomes de Araújo
e Castro, Hugo Leonardo de Rodrigues e
Sousa, Kélen Christina Brito de Moraes Soa-
res, Márcia Aparecida Mendes Vieira, Mau-
rício Wagner Alves de Sá, Patrícia Tiana Pa-
checo Lamarão, Rhêmora Ferreira da Silva
Urzêda, Taathiana de Melo Lessa Amorim,
Thiago Barcelos Melo, Vilma Maria Gomes
Leitão, Vitor Eduardo Tavares de Oliveira,
Arthur Henrique de Pontes Regis e Fernan-
da de Oliveira Xavier. Bem-vindos a todos.
CONVITE ABERTOPara atuar no TED, envie sua pretensão e
currículo para: [email protected] e
E-MAIL GERA PROCESSO ÉTICOMensagem eletrônica enviada para destina-
tários desconhecidos, oferecendo serviços
jurídicos, acompanhada de panfleto eletrô-
nico anexado, deu origem a processo ético
disciplinar no TED/DF, por captação de clien-
tela. O entendimento é de que a propagan-
da recebida aqui determina a competência
para a apuração da ilicitude, conforme
dispõe o art. 70 do EAOAB, que assegura
competência da Seccional da ocorrência do
fato para apuração e julgamento.
38
DIA “D”EQUIPE DO TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA INICIOU 2011 COM LIMPEZA NOS MATERIAIS, PROCESSOS E NOVO MÉTODO DE TRABALHO
A cultura milenar oriental possui uma
série de características que a tornam,
muitas vezes, modelo de eficiência
em outras nações. Perfeccionismo,
iniciativa, respeito e agilidade são
alguns dos quesitos predominantes.
O programa “5S”, por exemplo, é
uma inspiração japonesa que visa à
melhoria do ambiente de trabalho,
nos sentidos físico, lógico e mental.
Para organizar o espaço de trabalho
e incentivar o melhor relacionamento
com o grupo, a diretoria do Tribunal
de Ética e Disciplina da OAB/DF sus-
pendeu o atendimento no dia 28 de
fevereiro para realizar o “Dia D”.
Durante toda a sexta-feira foram
descartados lixo, materiais des-
necessários, organizadas pastas
não utilizadas e processos em
geral. O presidente do Tribunal,
Claudismar Zupiroli, apresentou
ao grupo o programa detalhada-
mente, explicando o significado
da sigla “5S”. De acordo com o
idealizador do encontro, a ideia
proposta se refere aos sensos de
utilização, de organização, de
limpeza, de saúde e higiene, e de
autodisciplina.
Depois do dia de novidades, a as-
sistente técnica da Secretaria de
Instrução do TED, Gicele Alves,
não escondeu o contentamento
com as novas diretrizes de traba-
lho. “Adoramos a iniciativa. É um
projeto em longo prazo, mas já va-
mos começar a aplicar a ideia para
que nossas tarefas sejam mais
eficientes”. A funcionária Cíntia
Lobato também comemorou o su-
cesso do trabalho: “todos estão
envolvidos. Agora podemos aten-
der o público de uma forma bem
melhor e realizar as nossas tarefas
com mais agilidade”.
Um dos benefícios do programa é
a eficiência do trabalho, além da
economia de materiais. “Você tem
à sua volta mais do que precisa.
Em um dia você usa uma caneta,
mas, às vezes, tem quatro ou cinco
na mesa; a mesma coisa com um
lápis, um grampeador”, explicou
Zupiroli.
O dia marcou também o início das
atividades do TED em 2011. O desa-
fio da equipe para o ano é não deixar
prescrever mais processos e julgar to-
dos os de 2007. “Fica aqui o agrade-
cimento a todos os que se dedicaram
com garra e entusiasmo”, finalizou o
presidente.
Cré
dito
: Val
ter
Zica
Cré
dito
: Val
ter
Zica
O presidente do Tribunal de Ética e Disciplina, Claudismar Zupiroli, explica a didática utilizada durante a limpeza
Além de retirar lixo e descartar materiais desnecessários, a equipe organizou pastas não utilizadas e processos em geral
TED
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CONVITE
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Distrito Federal – SINDEPO-DF, sediado naCLSW 105, Bloco "A", Edifício Espaço 105, salas 132/133, Setor Sudoeste, por meio de seuPresidente informa a todos os inscritos junto à Ordem dos Advogados do Brasil da Seccionaldo Distrito Federal – OAB/DF que foi aberto processo seletivo para escolha de escritório deadvocacia, com o objetivo de prestar serviços relacionados a demandas de natureza cível,criminal e administrativa, bem como ações coletivas de interesse dos Delegados de Políciafiliados ao SINDEPO-DF. Para tanto, ficam CONVIDADOS os advogados interessados para,até o dia 20/02/2011, apresentarem proposta contratual e o respectivo .Informações adicionais com o Diretor Jurídico do SINDEPO – Giancarlos Zuliani Jr - fone(61) 9666-4376.
Total de sindicalizados:
Total de ações e processos administrativos/sindicâncias em tramitação
Ação de natureza civil:
Ações criminais:
Ações coletivas ligadas ao Direito Administrativo/Constitucional:
curriculum
Informações complementares597
0411
17
Benito Augusto Galiani Tiezzi
Presidente
CLSW 105, bloco A, salas 132/133, Setor Sudoeste, Brasília – DFCEP: 70.670-431 - Tel.: 61-3323-9473 / 61-3234-0575Email: [email protected] - www.sindepodf.org.br
SINDICATO DOS DELEGADOS DE POLÍCIA DO DISTRITO FEDERAL
SINDEPO-DF
40
Cré
dito
: Mik
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DE VOLTA PARA CASA
Uma sede própria em Samambaia
e colocar em prática mais
projetos voltados ao cidadão são as
metas para 2011
ENTREVISTA SUBSEÇÃO
Lairson Bueno está de volta à presidência da Subseção de Samambaia. Os desafios do primeiro ano de ges-
tão, as metas e os projetos em desenvolvimento desde 2010 foram alguns dos temas da entrevista que ele
concedeu à Voz do Advogado. Segundo Bueno, o respeito às prerrogativas é fundamental não somente
para a classe, mas para a sociedade. Confira
Você esteve licenciado da Subse-
ção e voltou no fim do ano pas-
sado. Que situação encontrou
quando voltou?
Licenciei-me para concorrer a um
cargo eletivo e voltei em outubro de
2010. Fiquei pouco tempo fora da
presidência da Subseção, mas sempre
acompanhando de perto o andamen-
to de tudo. Tomei posse junto com a
atual diretoria da OAB/DF e considero
que alcançamos bastante coisa para
um tempo tão curto de atuação.
Quais são os maiores problemas
que atingem a classe dos advoga-
dos em Samambaia?
Nos últimos meses estamos com uma
atuação forte na fiscalização de pes-
soas que se fazem passar por advoga-
dos. Havia associações que se diziam
defensoras de direitos do cidadão
que sequer possuíam no quadro de
funcionários um profissional de Direi-
to. Temos aumentado a fiscalização
para evitar esse tipo de problema. A
atuação também tem sido muito for-
te com relação à defesa das prerro-
gativas dos profissionais; não abrimos
mão disso. Há casos de desrespeito
aos advogados e a suas prerrogativas.
Não podemos deixar de atuar com
força nesse sentido, pois as prerroga-
tivas existem para serem respeitadas.
Qual a importância das prerroga-
tivas para a categoria?
O advogado precisa se sentir valori-
zado e saber que tem respaldo da lei
para exercer a profissão. As prerroga-
tivas não são um privilégio, mas um
direito do trabalhador. Se o cliente
não puder contratar um profissional
com liberdade para trabalhar, como
a sociedade pode dizer que tem os
seus direitos respeitados? Na verda-
de, a prerrogativa não é para o ad-
vogado, mas para o cidadão. É por
meio dela que os clientes têm a ga-
rantia de um serviço prestado com
qualidade, ética e segurança.
“A atuação também tem sido muito forte com relação à defesa das
prerrogativas dos profissionais; não
abrimos mão disso”
41
E os projetos em andamento?
Apesar de termos pouco tempo de
atuação, as realizações foram mui-
tas. A Subseção ganhou um estacio-
namento de asfalto onde antes só
havia terra e buracos; conseguimos
reduzir o valor das fotocópias de R$
0,20 para R$ 0,15. Acima de 100
cópias o valor cai para R$ 0,13. Pa-
recem coisas pequenas, mas fazem
parte da nossa realidade. É impor-
tante que o advogado possa fazer
cópias com um valor acessível e te-
nha um lugar digno para estacionar.
Além disso, conseguimos mais 40
livros da Jurilex e 600 livros do Sena-
do Federal para a pequena biblioteca
que temos. Agora os advogados têm
à sua disposição obras pra consultar
ou levar pra casa. Sem contar com a
troca de computadores da Subseção
e a reforma nas instalações.
E quanto à comunidade, há ações
sendo desenvolvidas em prol da
população?
Sim, diversas ações serão iniciadas
neste ano. Nós temos o programa
OAB vai à Escola, no qual advogados
vão aos centros de ensino ministrar
aulas aos alunos sobre cidadania, Lei
Maria da Penha e direito do consu-
midor. A intenção é formar cidadãos
conscientes sobre seus direitos. O
trabalho é realizado pela Comissão
de Direitos Humanos. A Comissão
da Cidadania, Esportes e Cultura
organizou recentemente a coleta e
a doação de meia tonelada de ali-
mentos para uma ONG. Temos tam-
bém o projeto OAB Legal, no qual
oferecemos orientação sobre todas
as vertentes de direito, desde divór-
cio até família. Outra ideia que está
em processo de definição e espera-
mos desenvolver em breve é o OAB
Comunidade, que oferecerá cursos e
esportes, como capoeira, ginástica e
outras modalidades.
Como será o trabalho desenvolvi-
do este ano?
Além dos projetos que estão em
fase de planejamento, nossa prin-
cipal luta é por uma sede própria.
Esperamos poder contar com um
terreno nas proximidades do Fó-
rum, onde hoje funciona a Subse-
ção. Esse é nosso grande objetivo
em 2011.
ENTREVISTA SUBSEÇÃO
De volta à presidência da Subseção de Samambaia, Lairson Bueno já definiu as propostas de melhoria para o ano
Cré
dito
: Chi
co F
erre
ira
42
Sandro Torres Avelar é delegado
de polícia. Não perde a opor-
tunidade de bater uma bolinha
com os amigos nos fins de semana.
Para ele, a prática desportiva é uma
oportunidade para se divertir, manter
o condicionamento físico e ainda fugir
do estresse do trabalho. Sandro é uma
das figuras garantidas no Campeona-
to de Futebol da OAB/DF. Participa das
competições desde 1992. Orgulhoso,
exibe as camisas dos times campeões
dos quais já fez parte.
Quem também não dispensa um bate-
-bola é o promotor de justiça Libaneo
Alves Rodrigues. Durante a semana, ele
trabalha com a defesa do patrimônio
público: fiscaliza contratos, licitações,
processos de corrupção e superfatura-
mento. Mas no sábado e no domingo,
o promotor vira um jogador para nin-
guém botar defeito.
Sandro e Libaneo vão disputar a 27º
Campeonato de Futebol da OAB/DF,
promovido pelo Clube do Advogado.
Serão mais de 200 atletas divididos em
pelo menos 12 equi-
pes, na disputa pelo
caneco. O torneio
contempla duas cate-
gorias: uma contará
com atletas de até 35
anos; e outra, é claro,
é a dos veteranos.
E se você acha que
está fora de forma
para participar, não
há desculpas. De acordo com o organi-
zador do campeonato, João Cândido
da Silva, não é necessário ser um atleta
de ponta para participar da disputa.
“Formamos as equipes com base no
perfil de cada atleta. Tem espaço para
todos, desde aqueles que têm um
bom condicionamento físico até os
que estão parados há algum tempo.
É um campeonato democrático, para
todas as idades e perfis”, explicou.
Os melhores jogadores da competição
podem fazer parte da seleção da OAB/
DF, que disputa todos os anos o cam-
peonato brasileiro. E olha que fazer
parte de um time campeão não é para
qualquer um. A equipe da Seccional é
tetracampeã brasileira, vencedora nos
anos 2001, 2004, 2005 e 2010.
Para quem quiser participar, as inscri-
ções estão abertas até ser atingido o
número de atletas necessários para a
competição. Os interessados podem
procurar o Clube do Advogado, salas
de apoio da OAB/DF ou a sede da Sec-
cional, no 3º andar. O valor da inscri-
ção é de R$150 por atleta. A taxa vai
ajudar a custear as despesas com arbi-
tragem, uniformes e demais materiais
necessários à estrutura do evento.
CAMPEONATO DEMOCRÁTICO
ESPORTE
Cré
dito
: div
ulga
ção
O time oficial da OAB/DF compete em todo o país
Vem aí o Campeonato de Futebol da OAB/DF. As inscrições já estão abertas, e os atletas,
com pique total
Cré
dito
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O HOMEM DA LEI
A s procuradoras da Fazenda
Nacional Ingrid de Oliveira
Desdará, Herta Rani Teles
Santos e Sara da França Lacerda se
preparam para lançar um livro em ho-
menagem aos 30 anos da Lei de Exe-
cução Fiscal e ao seu coautor, Leon
Frejda Szklarowsky. A obra está sendo
editada pela Consulex e é
composta por 19 artigos
elaborados por procurado-
res da Fazenda Nacional,
juristas e tributaristas re-
nomados, além de textos
do próprio Frejda.
Foi ele o coautor do ante-
projeto da lei de execução
fiscal e de recuperação
judicial, extrajudicial e a fa-
lência do empresário e da
sociedade empresária. Leon
também participou da ela-
boração do anteprojeto de lei sobre a
penhora administrativa. Sua trajetória
como subprocurador geral da Fazenda
Nacional inclui ainda as façanhas de es-
critor, poeta, mestre e especialista em
Para comemorar 30 anos da lei de Execução Fiscal, procuradoras prestam homenagem ao coautor da lei: o jurista Leon Frejda Szklarowsky
Direito do Estado e Metodologia do En-
sino Superior, além de ser membro de
diversas comissões e entidades.
Entre as publicações de sua autoria
destacam-se obras literárias como
“Hebreus – História de um povo”,
“Orquestra das cigarras” e “Ler um
livro”, assim como diversos ensaios,
contos, poesias e crônicas. Há ainda
as publicações jurídicas “Responsabi-
lidade Tributária”; “Execução Fiscal”;
“Medidas Provisórias”; “Crimes de
Racismo”; e “Contratos Administra-
tivos”, entre outras.
Frejda se diz muito contente com a
homenagem: “Para mim, o mais im-
portante é o reconhecimento de que
fiz algo pela sociedade. Retribuo este
trabalho a todos os meus companhei-
ros, que desempenham
papel importantíssimo e es-
forço incessante.” De acor-
do com o jurista, a obra é
composta por nomes com
notável atuação perante a
comunidade jurídica.
Para as coordenadoras, o
livro vem não apenas de-
monstrar uma profunda
admiração ao subprocu-
rador geral da Fazenda
Nacional aposentado, mas
também proporcionar à
classe a leitura de textos escritos por
jovens procuradores que atuam ou
atuaram diretamente na execução
fiscal, bem como de experientes dou-
trinadores tributaristas.
BIOGRAFIA
Cré
dito
: Pet
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Leon Frejda Szklarowsky, coautor da Lei de Execução Fiscal
Cré
dito
: div
ulga
ção
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A visita é um dos desdobramentos das atividades desenvol-
vidas pelo presidente Francisco Caputo e pela Comissão de
Relações Internacionais da Seccional durante o 2º Encontro
Franco-Brasileiro de Direito Empresarial, em Paris, realizado
no último mês de outubro. “Conhecendo as duas realida-
des, os profissionais de Brasília e de Paris terão condições
de formar um network e trabalhar em conjunto para o de-
senvolvimento do comércio bilateral”, explicou Caputo.
NOVOS NÚMEROS DE TELEFONE
Os números dos telefones da Subseção do Gama, locali-
zada no Fórum da cidade, e das Salas de Apoio dos Ad-
vogados, que funcionam em prédios da Justiça do Distrito
Federal, mudaram. A alteração foi em razão da unificação
dos números dos fóruns do DF, que agora atendem com
o prefixo 3103. De acordo com o Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios, a troca facilita a memori-
zação e também significa economia para o tribunal de 5%
a 10% ao ano nos gastos com telefonia fixa.
COMBATE AO CÂNCER DE MAMA
A Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF desenvolve
cartilha sobre o câncer de mama para ser distribuída em
março, próximo ao Dia da Mulher. O material abordará
a importância do autoexame, sintomas da doença, reco-
mendações, tratamento, entre outros. A presidente Maria
Claudia Azevedo Araujo convida advogadas que queiram
se comprometer com a luta a participarem da Comissão.
“Estamos abertas para receber propostas, sugestões, e
principalmente, ajuda voluntária de todas aquelas que
queiram participar”, completou.
DATA VENIA
COLUNA DE NOTAS/REDAÇÃO
MUDANÇA DE BANCO
O pagamento de boletos emitidos pela OAB/DF e pelo Con-
selho Federal, antes feitos no Banco do Brasil, agora são re-
alizados na Caixa Econômica Federal. A decisão foi tomada
pela Tesouraria da Seccional que, após análise, percebeu
a insatisfação dos serviços oferecidos até então. Entre as
vantagens oferecidas pela CEF, o encargo de R$ 1,4 milhão
cobrado sobre a emissão de boletos bancários das entida-
des jurídicas diminuiu 50%, sem qualquer contrapartida.
Também serão oferecidos posto de atendimento e caixa ele-
trônico na sede da Seccional. Além disso, está disponível
linha de crédito direto aos funcionários da OAB/DF e aos
demais advogados. O banco se comprometeu ainda a pa-
trocinar os principais eventos do ano da Ordem, como a
Corrida do Advogado, a Festa do Advogado, a Festa dos
Jovens Advogados e a Conferência Regional de Advogados.
BÂTONNIER DE PARIS ASSINA ACORDO COM OAB/DF
O bâtonnier dos advogados parisienses, Jean Castelain,
esteve em Brasília no início de fevereiro acompanhado de
uma comissão francesa para assinar acordo de cooperação
com a OAB/DF. O termo prevê a realização de intercâm-
bio entre advogados brasilienses e parisienses, seminários,
cursos e exposições. O grupo participou de intensa pro-
gramação, que incluiu visitas aos Tribunais Superiores e ao
Parlamento Brasileiro.
Cré
dito
: div
ulga
ção
URHMês de Fevereiro
R$ 128,84
45
Direito Constitucional Nesta obra, o leitor encontra
um mapa das principais ga-
rantias e direitos no Estado
constitucional. Sob a pro-
blemática fundamentadora
de juridicizar o Estado de
necessidade, a autora mos-
tra indícios de uma teoria
administrativa e aborda-a
pela via não convencional.
Juliana Miranda apresenta
excepcionalidades adminis-
trativas, considerando as garantias e os direitos fundamentais,
principalmente os dispostos pelo Estado constitucional.
Direito EmpresarialLuiz Antônio Guerra co-
menta as soluções, as
inovações incorporadas e
aplicadas ao ordenamen-
to jurídico, em relação à
lei de falências e recupe-
ração de empresas. O li-
vro faz uma retrospectiva
e analisa a nova lei em
função da recuperação
das atividades econômi-
cas e a preservação dos empregos, no sentido de gerar
riquezas e mais impostos para o país, bem como o reco-
nhecimento da verdadeira função social de uma empresa.
Advocacia Pública A obra compila o regime
jurídico-administrativo de
carreiras em âmbito fede-
ral, estadual e municipal,
e destaca pontos como
os princípios informado-
res da Advocacia Pública,
direitos e deveres, hono-
rários de sucumbência,
advocacia privada, in-
dependência funcional,
entre outros. De acordo
com o autor, o livro valoriza a Advocacia Pública como
instrumento de defesa dos interesses republicanos e da
legalidade.
Constitucionalidade MunicipalInédita e atual, a obra é
fonte de pesquisa e orien-
tação para estudantes e
profissionais do Direito que
queiram estudar o assunto.
Examina, com verticalida-
de, a evolução da proble-
mática a partir de bases
teóricas e jurisprudenciais,
discorrendo não apenas quanto ao controle político de
constitucionalidade, mas, principalmente, acerca da juris-
dição constitucional, com ênfase nos seus aspectos mais
inovadores. O Supremo Tribunal Federal é o celeiro das
ideias do autor.
ESTANTE JURÍDICA
Livro: Regime Jurídico da Advocacia Pública
Autor: Ricardo Vieira de Carvalho Fernandes
Páginas: 264
Editora: Método
Preço: R$ 49,00
Livro: O Novo Controle de Constitucionalidade Municipal 2010
Autor: Manoel Carlos de Almeida Neto
Páginas: 224
Editora: Forense Jurídica
Preço: R$ 64,00
Revista: Falência e Recuperação de Empresas
Organizador: Luiz Antônio Guerra Páginas: Editora: Guerra Preço: R$ 250,00
Livro: Teoria da Excepcionalidade Administrativa – A juridi-
cização do estado de necessidade
Autores: Juliana Gomes Miranda
Páginas: 176 Editora: Fórum
Preço: R$ 42,00
46
Flávio JardimFlávio Jardim, advogado inscrito na OAB/DF e no Estado de Nova York (EUA)
O PREÇO DA JUSTIÇA
ARTIGO
“Optamos por viver em uma sociedade com
direitos fundamentais mínimos e na qual o monopólio de julgar
pertence ao Estado e não aos cidadãos”
Cré
dito
: Asi
f A
kbar
Um dos momentos mais marcantes de 2010, para mim, foi ver o filme argentino “O segredo dos seus olhos”, que narra a história da vida de servidores públicos
envolvidos na investigação de um homicídio. O desfecho, a meu ver, serve de reflexão para fatos recentes da nossa democracia. A trama discorre sobre Benjamin Espósito, um aposentado que resolve escrever um livro sobre o processo criminal mais marcan-te de sua carreira: um estupro seguido de assassinato, ocorrido em 1974. Para tanto, ele revive a história, contatando Ricardo Morales, o viúvo da vítima, junto a quem descumpriu a promessa feita de submeter o criminoso a uma pena de prisão perpétua. Na penúltima cena, que causa arrepios no público, Espósito decide bisbilhotar a propriedade rural em que Morales reside. É aí que descobre que o viúvo, inconformado com a ausência de punição do algoz de sua falecida mulher, decidiu fazer justiça pelas próprias mãos. Sequestrou o assassino e, sem dirigir-lhe uma palavra duran-te anos, manteve-o trancafiado em uma cela improvisada no sítio, de forma a impor o cumprimento da prometida pena perpétua.
Por que tantos arrepios, já que o culpado foi punido, ainda que não pelo Estado organizado? Não terá sido mais justo submetê--lo ao confinamento perpétuo, mesmo sem o devido processo legal, do que deixá-lo livre? A aflição, a meu ver, é semelhante à que a maioria das pessoas sentiu quando teve notícia do enforcamento do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein. No episódio, ficou a sensação de que não houve um julgamento justo, ainda que o executado tenha sido um ditador sangrento.
Poucas pessoas se mostraram confortáveis com o tipo de justiça aplicada no filme. E isso ocorre por uma razão básica: optamos por viver em uma sociedade em que qualquer pessoa – não importa quem seja – tem direitos fundamentais mínimos e na qual o monopólio de julgar pertence ao Estado, não aos cida-
dãos. E assim o fazemos baseados na crença de que o Estado agirá de forma imparcial, em observância aos princípios de uma justiça constitucional, mesmo diante de pressões majoritárias.
Contudo, a ausência e/ou a demora de punição de criminosos pelo Judiciário, a meu ver, tem-nos levado a um perigoso afasta-mento dessa premissa. Basta observar que, nos últimos tempos, a sociedade e a mídia passaram a vibrar com prisões cautelares de pretensos culpados e a se estarrecer com suas posteriores solturas, sem levar em conta que, no fundo, isso nada mais reflete do que a garantia do cidadão de somente ser punido após ser julgado, algo elementar em um Estado de Direito.
Qual a diferença entre essa postura e a do governo america-no, que mantêm presos, sem julgamento, os pseudoterroris-tas de Guantánamo? Em 2011, novos eventos poderão mais uma vez mexer com o espírito coletivo. Estaremos prontos para encontrar andando livre pela rua o goleiro Bruno, caso não consigamos provar em juízo a sua culpabilidade? Ele será julgado ou já entrará no Tribunal “devidamente” condenado?
Não existem respostas exatas para essas questões. Como afirmou Lawrence Tribe, “as nossas escolhas modelam o que nossos interesses e valores são, pela formação de quem e do que nós nos tornaremos. A tarefa de construir e interpretar o direito, especialmente o direito constitucional, é a de esco-lher o tipo de pessoas, o tipo de sociedade que seremos.” E, como sempre nos lembra o ministro Marco Aurélio, “paga--se um preço para viver no Estado Democrático de Direito”.
Sendo assim, deixo uma pergunta final: pagaremos o pre-ço da justiça constitucional, ainda que isso implique tolerar injustiças ou faremos justiça a qualquer preço, tal como procedeu o viúvo de “O segredo dos seus olhos”?
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www.oabdf.org.br