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Pemba, 22 de Setembro de 2010 desafios da descentralização dos fundos do sector de Água e Saneamento para o nível Distrital: experiencias das províncias do Niassa, Nampula e Cabo Delgado

Pemba, 22 de Setembro de 2010 desafios da descentralização dos fundos do sector de Água e Saneamento para o nível Distrital: experiencias das províncias

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Pemba, 22 de Setembro de 2010

desafios da descentralização dos fundos do sector de Água e Saneamento para o nível Distrital:

experiencias das províncias do Niassa, Nampula e Cabo Delgado

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Tópicos

• Contexto do estudo / levantamento

• Descentralização de fundos no sector de Água e

Saneamento nas províncias: as constatações

O processo de Planificação

Mecanismos de alocação de fundos nas províncias

A gestão de Infra-Estruturas de Água e Saneamento

Impacto da Descentralização no sector a nível das províncias

• Conclusões e recomendações

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O Contexto

• O presente relatório foi elaborado no âmbito de um processo de

identificação e partilha de boas práticas e desafios sobre

implementação do processo de descentralização no sector de água e

saneamento nas 3 Províncias do norte: Niassa, Cabo Delgado e

Nampula.

• Este relatório foi elaborado por SNV com a colaboração dos DAS das 3

províncias, das organizações WaterAid, Concern Universal e Helvetas e

dos SDPIs de Mandimba, Nipepe, Sanga e Maúa em Niassa; Angoche,

Erati, Memba, Meconta, Monapo, Nacala-a-Velha, Nacala-Porto e

Nacarôa em Nampula; Quissanga, Montepuez, Namuno, Balama,

Meluco, Pemba Metuge e Ancuabe em Cabo Delgado.

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O Contexto

• O objectivo principal deste processo de

sintetização de práticas de descentralização do

sector de água é de avaliar o progresso do

trabalho realizado nas três províncias do norte

do país no período de 2008 a 2010.

• Os dados do presente relatório são a súmula de

apresentações provinciais feitas nas províncias

de Niassa e Nampula e, dos dados obtidos do

levantamento na província de Cabo Delgado.

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descentralização de fundos no sector de Água e

Saneamento na Província: as constatações

• É importante referir que a descentralização no sector ocorre

num contexto em que há falta de recursos humanos e materiais

para a planificação, implementação e monitoria das

actividades.

• Os governos distritais participam de alguma forma na definição

de prioridades mas a alocação e a gestão dos fundos é ainda

feita no nível provincial.

• A forma como a priorização de actividades é feita em alguns

distritos estimula mecanismos participativos que podem ser

melhorados e, desse modo, contribuir para a sustentabilidade

deste processo.

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Constatações: planificação

Planificação das actividades no sector de água e

saneamento ao nível distrital

• Os distritos implementam, cada um, mecanismos

próprios e distintos de planificação de actividades no

sector de água e saneamento.

• Estes diferentes procedimentos alertam-nos a falta de

clareza sobre como é que se deve planificar e

implementar as acções no sector de água e saneamento

de forma participativa.

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Constatações: planificação II

• Os critérios e procedimentos para a alocação das novas fontes

ou para a reabilitação variam de distrito para distrito. Os

critérios mais usados são a solicitação pela comunidade,

existência de um grande número de pessoas sem fonte de

água, nível de carência de água na região, número de

habitantes e gravidade das avarias.

• Falta clareza no processo de planificação e implementação das

acções no sector de forma participativa. Há necessidade de

harmonização da interpretação da Política de Água e das

formas de envolvimento da comunidade para decisão/uso dos

fundos descentralizados.

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Os mecanismos de alocação dos fundos do

nível provincial ao distrital e a sua monitoria.

• Segundo o DAS, os critérios usados para a alocação de

fundos aos distritos foram: a baixa taxa de cobertura,

número de habitantes, nível de incidência de doenças

diarreicas.

• Não foi possível identificar critérios claros em relação a

alocação de fundos de forma discriminada para a

componente de água e a de saneamento a nível distrital.

• Em termos gerais constata-se que o nível provincial é que

gere o processo de implementação de novas obras de

provisão de água; gere a contratação de empreitadas e os

distritos pouco sabem sobre os termos dos contratos.

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Constatações: alocação dos fundos II

• Desta forma, apenas o nível provincial é capaz de explicar a

forma como as actividades de provisão de água e saneamento

foram financiadas e realizadas em alguns distritos.

• A média de beneficiários das fontes de água é muitas vezes

constante, estando fixada em 500 beneficiários em quase todas

as províncias. Fica claro que a pergunta tem sido respondida de

forma mecânica devido à definição da política nacional deste

número como média de beneficiários. Tabela 1 planificacao distrital das actividades de provisao de agua e saneamento.xls

• Este facto mostra ainda que não é habitual o levantamento de

dados sobre os beneficiários de fontes de água ao nível dos

distritos.

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Constatações: alocação dos fundos III

• parece que os fundos existentes são mais notórios para a

provisão de água e não se vislumbram fundos para higiene e

saneamento provenientes do DAS, apesar de alguns distritos

mencionarem que investiram recursos para tal.

• Para valorização destas iniciativas de capacitação e

sensibilização é necessário que se estabeleçam mecanismos de

monitoria do impacto das acções realizadas para aquilatar a

efectividade das acções e mensagens disseminadas.

• Para além destes fundos de decisão a nível provincial, os

distritos recebem fundos a nível central (directamente do OE)

para a componente infra-estruturas distritais.

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Constatações: alocação dos fundos IV

• Os dados fornecidos pelos SDPIs nem sempre coincidem com a

informação apresentada pelos DAS. Existem discrepâncias tanto

em relação aos fundos disponibilizados aos distritos como em

relação ao número de fontes de água construídas.

• Da informação do DAS, foram alocados fundos para os distritos

para reabilitação de fontes, como forma de garantir a

manutenção da taxa de cobertura (responsabilidade dos

distritos).

Tabela 3 Fundos alocados aos distritos pelo DAS 2008-2010.xls

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A gestão de Infra-estruturas de Água e

Saneamento• Foi referido que a reparação das fontes avariadas é tida como

responsabilidade dos governos distritais/SDPI e dos Conselhos

Consultivos. São também mencionados como responsáveis pelas

reabilitações os empreiteiros e artesãos locais.

• A participação das comunidades na gestão da água é muito fraca.

Em muitas comunidades, elas nem comparticipam para a abertura

de uma fonte de água. Não é mencionado que as comunidades são

envolvidas na manutenção ou na reparação das fontes avariadas.

• Estas constatações contrastam com o espírito da Politica de Água

que pretende que as comunidades beneficiárias se apropriem das

fontes e assegurem a sua gestão e manutenção.

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Os mecanismos de prestação de contas

na gestão dos fundos descentralizados• O levantamento não apurou se existirem mecanismos de

prestação de contas dos fundos descentralizados. Não

identificamos nem mecanismos de prestação de contas do

topo para a base nem da base para o topo.

• A falta de comités de água operacionais impossibilita o

estabelecimento de mecanismos de accountability e

prestação de contas entre os beneficiários e entre estes e os

governos locais.

• Os SDPIs e comités de água devem ter informação actualizada

sobre a situação de funcionamento das fontes, o número de

beneficiários, as manutenções realizadas e o nível real de

cobertura de abastecimento de água e se usar essa

informação na planificação.

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Impacto da Descentralização no sector a nivel do distrito

Distrito Fontes construídas

Fontes reabilitadas

Latrinas construi

Custo Meticais

Localidades abrangidas

Cabo

Delgad

o

Quissanga 12 0 1012 Não sabe Mahate, Bilibiza, Tororo e Cagembe

Montepuez Não sabe Não sabe Não sabe Não sabe Sem Informação

Ancuabe Não sabe Não sabe Não sabe Não sabe Ancuabe, Metoro e Mesa

Namuno 52 0 1027 9.108,788 USD mais

213.554 USD

Namuno sede, Hucula, Machoca, N`cumpe e Papai

Balama 56 0 900 10.159,802 USD +

213.559 USD

Balama, Impire, Kuékué e Mavala

Meluco 18 8 2 75.000 Meluco sede e Muaguide

Pemba Metuge 3 11 78 Não está claro

Metuge e Mieze

Total 141 19 3019    

Tabela 2: Fontes de água e latrinas construídas e reabilitadas

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Niassa

Distrito Fontes construídas

Fontes reabilitadas

Latrinas construi

Custo Meticais

Localidades abrangidas

Mandimba 49 45 540 Não sabe Luelele, Mululuca, Vila Sede, Mississi e Mitande

Maúa 13 0 1.729 Não sabe Maíca e Maúa – sede

Nipepe 6 0 2.953 Não sabe Cheia-cheia, Tamica e Nipepe-sede

Sanga 15 4 1.300 1.900.000 Lussimbessi, Cajamba e Njesse

Total 83 49 6.522

Nampula

Angoche 76 10 12 Não sabe Angoche, Boila, Aúbe, Namamponda

Eati 35 28 1.403 1.546.390 Namapa-sede, Alua, Namirôa

Memba 10 15 4.700 1.677.000 Memba-sede, Lúrio, Xipene, Mazua

Meconta 8 10 Não sabe 2.350.000 Meconta-Sede, Nacavala, Corane, Namialo

Monapo 56 12 2694 Não sabe Monapo-sede, Itoculo, Netia, Mucujua

Nacala-a-Velha 18 28 1350 Não sabe Nacala-a-Velha, Barragem.

Nacala-Porto 4 3 230 906.000 Nacala-sede, Motiva, Muanona

Nacaroa 4 12 500 2.295.259 Nacarôa-sede, Inteta-Nachere, Saua-Saua

Total 211 118 10.889    

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Conclusões e recomendações • Os dados apresentados dão um quadro geral de existência de

enormes disparidades de procedimentos na alocação e

implementação de projectos no âmbito da descentralização no

sector de água e saneamento.

• Este facto desperta-nos para a necessidade de harmonização da

interpretação da Política de Água e das formas de envolvimento

da comunidade para a decisão e uso dos fundos descentralizados.

• Por ser um processo de tomada de decisão no âmbito da

planificação distrital, esta harmonização de procedimentos não

deve ser feita apenas com os SDPIs. Deve também envolver os

administradores distritais e secretários permanentes.

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Conclusões e recomendações II

• há também enormes défices de informação entre os níveis

central, provincial e distrital. Por um lado, os distritos

reclamam falta de informação precisa sobre a existência de

fundos para água e saneamento. Por outro, os DAS reclamam

não ter informações precisas sobre o número de beneficiários

e a situação operacional das fontes.

• É importante que o DAS informe aos distritos sobre a previsão

de fundos para água e saneamento antes destes iniciarem os

processos de planificação distrital anual que levam à

elaboração dos Planos Económicos e Sociais e Orçamento

Distrital (PESODs). Esta prática ajudaria a ajustar os planos aos

fundos realmente existentes.

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Conclusões e recomendações III

• Para melhor monitoria da implementação das actividades

os distritos deveriam ter acesso aos contratos de

empreitada para obras de água e saneamento

• Do mesmo modo, deveriam monitorar a existência e a

operacionalidade dos comités de água.

• Um mecanismo de monitoria da evolução dos reais

beneficiários das fontes de água seria útil para

compreender as dinâmicas sociais provocadas pela

disponibilidade de água na comunidade.

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Conclusões e recomendações IV

• Existe a necessidade de se fazer uma planificação

alinhada envolvendo todos fundos disponíveis: fundos

descentralizados a nível provincial, a nível central, incl.

fundos disponibilizados por parceiros dos distritos.

• Com a alocação de fundos aos distritos para a

reabilitação de fontes, existe o risco das comunidades

voltarem a pensar que a reabilitação e manutenção é um

papel do Governo, pelo que devem ser estabelecidos

critérios claros ou (caso existam) serem divulgados para

que se saiba que tipo de avarias podem precisar duma

intervenção do governo.

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Conclusões e recomendações V

• Existe dificuldade de se ter dados numéricos sobre os

beneficiários (homens/mulheres) e das acções em curso

nos distritos. A monitoria e sistematização da informação

resultante das actividades da descentralização deve ser

melhorada para ser possível avaliar o impacto do

trabalho realizado e prestar contas aos diversos níveis.

• A segregação de dados por género (H/M) é indispensável

para diferenciação das relações sociais que se

estabelecem na comunidade em relação ao acesso,

equidade, controlo e apropriação dos serviços de

abastecimento de água e promoção de saneamento.

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Conclusões e recomendações VI

• Continua a existir a necessidade de clarificação dos papéis e

responsabilidades dos diferentes actores no sector para que

se garanta a sustentabilidade dos serviços de abastecimento

de água e promoção de higiene e saneamento,

especificamente: Governo (DAS e SDPI), Sector Privado

(Empreiteiros e artesãos / mecânicos locais) e Comunidade

(comité de água).

• Dos seminários do Niassa e Nampula, foi levantado que os

critérios apresentados pelo DNA para a alocação dos fundos

às províncias como o número de habitantes, a percentagem

de cobertura de água, contrastam com a realidade desses

mesmos fundos.

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ObrigadoZikomo

Nothapela Asante sana