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Universidade CEUMA - UNICEUMA Data: Curso: Direito Disciplina: Direito Penal V Professor: Mauricio Fraga Bimestre: Turma Aluno (a): CPD: Nota: Rubrica do Professor: 1. (1,0 Ponto) Assinale a opção correta a respeito dos crimes contra a administração da justiça. a) Responderá pelo crime de exercício arbitrário das próprias razões o indivíduo que cortar, até o limite divisório de seu terreno, ramos de árvore plantada no imóvel vizinho que invadam seu terreno, devendo a questão ser resolvida perante o juízo cível competente. b) O indivíduo que emprestar motocicleta de sua propriedade para que o irmão cometa o crime de furto em uma agência bancária, de modo a auxiliá- lo na fuga, será beneficiado, na ação penal movida por favorecimento pessoal, com a isenção de pena, não respondendo, portanto, por sua conduta. c) O crime de reingresso de estrangeiro expulso não se consuma caso a autoridade competente impeça a entrada no território nacional daquele que se encontre na fila de atendimento após o desembarque da aeronave civil de voo comercial regular, respondendo o agente, nesse caso, pela tentativa. d) O fato de o intérprete nomeado dolosamente calar a verdade perante juízo arbitral configura crime de falso testemunho ou falsa perícia, sendo o agente punido mesmo que seja substituído por profissional que atue com maior zelo na causa. e) Aquele que, tendo visto determinada pessoa na posse de veículo automotor furtado, informa à autoridade policial ser essa pessoa o autor do crime de furto pratica o crime de comunicação falsa de crime se restar INSTRUÇÕES: 1. Utilizar caneta esferográfica azul ou preta para preencher a FOLHA RESPOSTA. 2. Será atribuída nota “ZERO” ao aluno que utilizar meios ilícitos ou não autorizados pelo professor. (conforme Regimento Institucional). 3. Não será permitido o uso de celulares para a realização de Provas em que houver cálculos . Permite-se-à somente o uso de calculadora . 4. Caligrafia ilegível, assim como desorganização, rasuras excessivas e incoerências nas respostas poderá ocasionar invalidação do item. 5. Nos itens de múltipla escolha, as opções rasuradas, inclusive por uso de corretivo, serão invalidadas. 6. Nos itens de múltipla escolha, as opções deverão ser registradas na FOLHA RESPOSTA, conforme modelo. Ex.: Item 01 – (A). 7. A FOLHA DE ITENS pode ser usada como “borrão”. 8. A FOLHA RESPOSTA deverá ser devolvida juntamente com a FOLHA DE ITENS. 9. As respostas das questões discursivas devem ser fundamentadas na Legislação correlata (fundamentação legal) e na doutrina/jurisprudência (fundamentação

Penal V 1º BI

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Universidade CEUMA - UNICEUMAData:

Curso: DireitoDisciplina: Direito Penal V

Professor: Mauricio Fraga Bimestre: Turma

Aluno (a):CPD:

Nota:Rubrica do Professor:

1. (1,0 Ponto) Assinale a opo correta a respeito dos crimes contra a administrao da justia.

a) Responder pelo crime de exerccio arbitrrio das prprias razes o indivduo que cortar, at o limite divisrio de seu terreno, ramos de rvore plantada no imvel vizinho que invadam seu terreno, devendo a questo ser resolvida perante o juzo cvel competente.

b) O indivduo que emprestar motocicleta de sua propriedade para que o irmo cometa o crime de furto em uma agncia bancria, de modo a auxili-lo na fuga, ser beneficiado, na ao penal movida por favorecimento pessoal, com a iseno de pena, no respondendo, portanto, por sua conduta.c) O crime de reingresso de estrangeiro expulso no se consuma caso a autoridade competente impea a entrada no territrio nacional daquele que se encontre na fila de atendimento aps o desembarque da aeronave civil de voo comercial regular, respondendo o agente, nesse caso, pela tentativa.

d) O fato de o intrprete nomeado dolosamente calar a verdade perante juzo arbitral configura crime de falso testemunho ou falsa percia, sendo o agente punido mesmo que seja substitudo por profissional que atue com maior zelo na causa.

e) Aquele que, tendo visto determinada pessoa na posse de veculo automotor furtado, informa autoridade policial ser essa pessoa o autor do crime de furto pratica o crime de comunicao falsa de crime se restar provado que, de fato, tal pessoa era autora de crime de receptao.

2. (0,75 Pontos) Felizberto procurou o Delegado de Polcia da sua cidade e acusou-se de um crime que no havia existido.Assim, pode-se afirmar:

a) No h objeto jurdico violado por Felizberto, uma vez que o crime inexistente.

b) O sujeito passivo eventual o prprio autor da autoacusao.

c) No h objeto material, em face do crime praticado por Felizberto.

d) O sujeito ativo desse crime o Estado.

3. (0,75 Pontos) Joo, aps cometer um crime de homicdio contra sua esposa, foge da ao policial que busca prend-lo em flagrante delito. Em meio fuga, vai at o escritrio de seu tio Ccero, que tambm advogado, ocasio em que este, ao ser procurado pela polcia indagando sobre o paradeiro do perseguido, diz dele no ter notcias, mas, logo em seguida, empresta um carro e o stio de recreio que possui no interior para Joo se esconder. Nesse contexto, a conduta de Ccero :

a) no punvel em razo do grau de parentesco entre eles. b) tipicamente irrelevante, tendo em vista que foi o autor do homicdio quem o procurou. c) tpica, configurando crime de favorecimento pessoal, previsto no art. 348 do Cdigo Penal. d) tpica, configurando crime de favorecimento real, previsto no art. 349 do Cdigo Penal.

4. (0,75 Pontos) Contratado para patrocinar defesa de rica empresa, em reclamao trabalhista contra ela ajuizada, o Advogado Rui Barbosa deu dinheiro Helena e conseguiu assim que a mencionada testemunha fizesse afirmao falsa em juzo. Diante destes fatos, correto afirmar que: a) Rui Barbosa praticou o crime de corrupo ativa de testemunha e pode, igualmente, ser enquadrado como coautor do falso testemunho qualificado pelo suborno, pois concorreu moralmente para este delito, fazendo nascer em Marisa a vontade delitiva; b) A conduta de Rui Barbosa caracteriza corrupo ativa de testemunha, mas ele no pode ser considerado como coautor do falso testemunho qualificado pelo suborno, que delito de mo-prpria, somente podendo ser cometido pela prpria testemunha; c) Helena perpetrou falso testemunho, sendo coautora do delito de corrupo ativa de testemunha; d) O falso testemunho no deixar de ser punvel, ainda que Helena venha a se retratar ou a declarar a verdade antes da sentena. 5. (0,75 Pontos) Apesar das discusses doutrinrias e jurisprudenciais acerca da revogao tcita do art. 350 do CP, correto afirmar que o delito de exerccio arbitrrio ou abuso de poder:a) prev, no pargrafo nico, formas equiparadas de cometimento do delito.

b) impe penas de recluso, alm da multa.

c) admite a modalidade culposa e o perdo judicial.

d) prev apenas uma modalidade de conduta delitiva consistente em ordenar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder.

6. (1,0 Ponto) Baco, aps subtrair um carro esportivo de determinada concessionriadeveculos,telefonaparaMinerva,suaamiga, a quem conta a empreitada criminosa e pede ajuda. Baco sabiaqueMinervamoravaemumagrandecasaequepoderia esconder o carro facilmente l. Assim, pergunta seMinerva poderia ajud-lo, escondendo o carro em sua residncia. Minerva, apaixonadaporBaco, aceitaprestar a ajuda.Nessa situao,Minervadeveresponderpor:

a) participaonocrimedefurtopraticadoporBaco.

b) receptao.

c) favorecimentopessoal.

d) favorecimentoreal.

7. (2,0 Pontos) Ronaldo, gerente geral de uma agncia da Caixa Econmica Federal, tinha R$ 50.000,00 reais para receber de seu sogro quando ele chegasse de viagem, o que iria ocorrer em 25/12/2011. Como planejava, contudo, comprar um carro para dar de presente para sua esposa na noite de Natal, resolveu pegar o valor de R$ 40.000,00 que um cliente de sua agncia, chamado Rui, tinha deixado com ele para ser depositado no dia 23/12/2012, planejando devolv-lo logo no dia 26/12/2012 (primeiro dia til aps o Natal). Comprou o veculo com esse dinheiro e presenteou sua esposa. Ocorre, todavia, que seu sogro no chegou na data planejada, tendo-lhe apenas avisado por telefone que no teria como pag-lo de imediato. No dia 26/12/2012, Rui compareceu agncia e reclamou que os R$ 40.000,00 no apareciam no saldo de sua conta. Ronaldo, ento, explicou o ocorrido, tendo Rui, furioso, imediatamente procurado a Polcia para noticiar o caso. Aps isso, Ronaldo se apressou e conseguiu um emprstimo, tendo imediatamente depositado os R$ 40.000,00 na conta de Rui. Ante o caso hipottico, discorra, fundamentadamente, acerca da responsabilidade penal dos envolvidos.

8. (1,5 Pontos) Um funcionrio pblico que recebe, em sua conta-corrente uma quantia muito superior quela correspondente aos seus subsdios e, supondo que se tratava de alguma parcela indenizatria, gasta todo o valor que fora creditado, quando, na verdade, a Administrao Pblica havia se equivocado. Nessa situao, haver crime? Discorra, fundamentadamente.

9. (1,5 Pontos) Discorra, fundamentadamente, acerca do peculato-furto de uso.

1. No crime de falso testemunho ou falsa percia, a pena de recluso, de um a trs anos, e multa. As penas aumentam-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um tero), se o crime praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administrao pblica direta ou indireta. Em face das penas previstas, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Cabe suspenso condicional do processo no crime simples e no cabe no crime com pena agravada.

b) No ser possvel o sentenciado iniciar a pena em regime aberto, tanto no crime simples como no crime com a pena agravada.

c) No cabe proposta de aplicao imediata de pena restritiva ou multa na fase preliminar da Lei no 9.099/95, tanto no crime simples como no crime com pena agravada.

d) Ser possvel em caso de pena mnima suspenso condicional da pena, tanto no crime simples como no crime com a pena agravada.

2. Imagine que um advogado solicite dinheiro de seu cliente, deixando claro que, mediante o pagamento do valor, procurar uma testemunha do processo, a fim de influenci-la a prestar um depoimento mais favorvel pretenso do cliente. Alm disso, o advogado insinua que a quantia ser repartida com a testemunha. O advogado recebe o dinheiro, mas engana seu cliente e no procura a testemunha. Nesse caso, o advogado

a) cometeu o crime de corrupo passiva.

b) cometeu o crime de usurpao de funo pblica.

c) cometeu o crime de explorao de prestgio.

d) cometeu o crime de corrupo ativa.

3. Rogrio, conhecido traficante do Morro do Bem-te-vi, foge da cadeia e busca auxlio para sair do Estado com seu irmo, Rafael. Este tenta ajud-lo a fugir, levando-o no porta-malas do carro, mas ambos so presos na divisa com Minas Gerais. Rafael praticou o crime de:

a) favorecimento pessoal, mas isento de pena por ser irmo de Rogrio.

b) favorecimento pessoal.

c) favorecimento real, mas isento de pena por ser irmo de Rogrio.

d) favorecimento real.

4. Mirtes, a fim de se vingar de Anacleto, seu companheiro, que rompera o relacionamento amoroso entre ambos, vai at a Delegacia Especial de Atendimento Mulher (DEAM) e noticia falsamente crime de violncia domstica, imputando a ele a conduta.Dias depois do incio da investigao, arrependida, Mirtes retorna DEAM, desta feita se desdizendo e confessando a falsidade da imputao. Nesse contexto,Mirtes:

a) poder ser criminalmente responsabilizada por crime de denunciao caluniosa, no sendo extinta sua punibilidade pela retratao, por ausncia de previso legal especfica.

b) poder ser criminalmente responsabilizada por crime de denunciao caluniosa, no sendo extinta sua punibilidade pela retratao, por se tratar de crime de ao penal pblica incondicionada. c) por ter se retratado, no poder ser punida por denunciao caluniosa, mas subsistir a responsabilidade criminal por calnia. d) por ter se retratado, no poder ser punida por denunciao caluniosa, mas subsistir a responsabilidade criminal por falsa comunicao de crime ou contraveno.

5. Assinale V para verdadeiro e F para falso:

( ) Constitui crime de exerccio arbitrrio das prprias razes tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa prpria, que se acha em poder de terceiro por determinao judicial ou conveno.

( ) Pratica crime de favorecimento real o agente que efetivamente, auxilia a subtrair da ao da autoridade pblica o autor de crime.

( ) Pedro, usando de violncia contra o carcereiro, promoveu a fuga de Jos de Tal que estava legalmente preso. Nessa situao, Pedro praticou o crime de evaso mediante violncia contra pessoa.

6. Antunes, advogado da empresa reclamada Beta Metalrgica Ltda., no curso de reclamao trabalhista onde se discute o pagamento de adicional de insalubridade, solicitou para si uma quantia em dinheiro do scio da empresa, com pretexto de influir junto ao perito nomeado pelo Juiz do Trabalho para que fosse apresentado laudo favorvel reclamada. Antunes alegou ainda que o dinheiro tambm se destina ao perito judicial. A conduta de Antunes caracteriza o tipo penal de:

a) fraude processual

b) favorecimento pessoal

c) favorecimento real

d) explorao de prestgio

7. (2,0 Pontos) Um funcionrio pblico que tem necessidade de valer-se de pequenas quantidades de dinheiro pblico recebido para despesas de conduo, quando servio do Estado, das quais, posteriormente, as devolve. Da mesma forma, aquele que pratica a referida conduta por haver esquecido em casa o seu prprio dinheiro, dever ser responsabilizado penalmente? Discorra, fundamentadamente. 8. (2,0 Pontos) Caio, servidor pblico municipal investido no cargo de fiscal da vigilncia sanitria, exigiu de Mrio, proprietrio de um restaurante, o valor de R$ 5.000,00 sob de pena de lavrar contra ele vrios autos de infrao. Mrio marcou com Caio para entregar o valor exigido em uma praa na frente do seu estabelecimento no prximo dia. Ocorre que a polcia estava monitorando as aes do fiscal em questo, tendo abordado os dois no momento da entrega do dinheiro. Ante o caso hipottico, discorra, fundamentadamente, acerca da repercusso penal das condutas de Caio e Mrio.

9. (1,0 Ponto) Discorra, fundamentadamente, sobre a possibilidade do funcionrio pblico aposentado, bem como do funcionrio pblico exonerado serem autores do crime de concusso.

1. (1,0 Ponto) Um oficial de justia no promove o despejo de pessoa pobre, no prazo estabelecido pelo juiz no mandado, por ficar com pena de seus filhos menores que ficariam na rua. Depois de alguns dias, aps constatar que a pessoa providenciou abrigo para seus filhos, o oficial cumpre o mandado. Considerando o no cumprimento do mandado no prazo estabelecido, o promotor acusa o oficial por crime de desobedincia. No caso, a acusao:

a) Deve ser acolhida, pois houve a inteno de contrariar o mandado do juiz.

b) Est errada, porque a ordem do juiz injusta e no deve ser cumprida.

c) Est correta, pois o oficial no pode alterar o prazo conferido pelo juiz.

d) Est errada, porque no caso o oficial no pode cometer desobedincia.

2. Fugncio comete um crime de furto. Na sequncia, dirige-se at a casa de seu pai Genilvado, comunicando, nesse momento, o fato ilcito praticado, permanecendo depois e sob a orientao dele Genilvado, no interior daquela residncia. O genitor, ento, verificando a presena de viatura policial nas imediaes, informa falsamente aos milicianos envolvidos na operao de captura que o agente criminoso no passou pelo local, confundindo, assim, a diligncia empreendida. Nessa conformidade, dever o pai do larpio ser enquadrado e receber a pena correspondente ao crime de:

a) Favorecimento pessoal

b) Favorecimento real.

c) Furto qualificado (concurso de agentes).

d) NRA

3. O advogado do acusado de um crime de estupro instrui a testemunha, por ele arrolada, a mentir no processo criminal. A testemunha mente em juzo e, quando descoberta a mentira, antes da sentena, retrata-se dizendo a verdade e que foi o advogado quem a orientou a mentir. Assinale a alternativa incorreta.

a) A testemunha recebe uma extino de punibilidade pela retratao.

b) No constitui prerrogativa do advogado orientar a testemunha a mentir.

c) O advogado responde como autor do crime de falso testemunho por ter induzido a testemunha a mentir. d) O advogado responde como partcipe do crime de falso testemunho, por ter induzido a testemunha a mentir.

4. Assinale a alternativa incorreta. O advogado que, em depoimento prestado, ao ser inquirido pelo magistrado,

a) com receio de praticar falso testemunho, revela informao obtida pelo cliente, no pratica crime de violao do segredo, pela existncia de justa causa.

b) revela segredo profissional, quando devidamente autorizado pela parte, no pratica crime de violao de segredo profissional.

c) revela a idade de seu cliente, sem autorizao do mesmo, tendo obtido tal informao pela imprensa, no pratica crime de violao do segredo.

d) revela sua opinio pessoal quanto idoneidade de seu cliente, no pratica crime de violao do segredo.

5. (0,75 Pontos) Apesar das discusses doutrinrias e jurisprudenciais acerca da revogao tcita do art. 350 do CP, correto afirmar que o delito de exerccio arbitrrio ou abuso de poder:

a) impe penas de recluso, alm da multa.

b) admite a modalidade culposa e o perdo judicial.

c) prev, no pargrafo nico, formas equiparadas de cometimento do delito.

d) prev apenas uma modalidade de conduta delitiva consistente em ordenar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder.

6. Antunes, advogado da empresa reclamada Beta Metalrgica Ltda., no curso de reclamao trabalhista onde se discute o pagamento de adicional de insalubridade, solicitou para si uma quantia em dinheiro do scio da empresa, com pretexto de influir junto ao perito nomeado pelo Juiz do Trabalho para que fosse apresentado laudo favorvel reclamada. Antunes alegou ainda que o dinheiro tambm se destina ao perito judicial. A conduta de Antunes caracteriza o tipo penal de:

a) fraude processual

b) explorao de prestgio c) favorecimento pessoal

d) favorecimento real

7. (2,0 Pontos) Considere a seguinte situao hipottica: VERUSKA, tendo recebido a notcia que seu filho fora preso por trfico de drogas, imediatamente se dirigiu delegacia de polcia, onde foi recebida pelo delegado DURVAL, que estava de planto. Na ocasio, aps uma longa preleo, o delegado falou que aquela situao poderia ser resolvida se ela doasse um valor de R$ 5.000,00 para a associao de policiais que ele era presidente; pois se ela fizesse isso ele liberaria o preso, visto que ainda no tinha procedido lavratura do flagrante. Como VERUSKA ficou em dvida se aceitava a proposta, DURVAL disse que iria sair da sala por cinco minutos, e quando voltasse queria uma resposta imediata. Durante esse perodo, o escrivo CORNLIO, que estava trabalhando na mesma sala e ouviu toda a conversa, aproveitou e saiu do recinto para no presenciar aquela situao constrangedora, visto no concordar com a atitude de DURVAL; porm no teve coragem de tomar qualquer atitude contra o delegado. Quando DURVAL retornou, VERUSKA aceitou a proposta e efetivamente entregou ao delegado o valor solicitado, que realmente foi destinado associao de policiais como se fosse uma doao. Nesse caso, qual(is) crime(s) pode(m) ser atribudo(s) a VERUSKA, DURVAL e CORNLIO? Discorra, fundamentadamente.8. (2,0 Pontos) Considere a seguinte situao hipottica: MILENA namorava com o promotor de justia GERNIMO. Depois de um ano de namoro resolveu larg-lo, pois achava o mesmo meio neurtico. Diante disso, GERNIMO solicitou a seu amigo, tambm promotor de justia, ASTROGILDO, que apresentasse denncia contra MILENA pelo crime de emisso de cheque sem proviso de fundos (art. 171, 2, VI, do CP), visto que havia guardado um cheque emitido por sua ex-namorada em seu benefcio no valor de R$ 10.000,00 pela venda de um carro. Ocorre que, na poca da emisso do cheque, GERNIMO resolveu no apresent-lo ao banco, tendo dito a MILENA que o veculo seria um presente seu. Trs dias depois, no entanto, o namoro foi rompido, diante do qu GERNIMO resolveu apresentar o cheque, que no possua suprimento de fundos. No caso, tanto GERNIMO quanto ASTROGILDO sabiam que MILENA era inocente da acusao que estava sendo-lhe imputada. Instaurado o processo e iniciada a instruo, MILENA percebeu que as provas lhe eram desfavorveis, apesar de saber que era inocente. Diante disso, abordou TADEU, juiz que estava atuando no processo, e lhe disse que se fosse condenada iria revelar esposa do magistrado que ele tinha uma amante. Mostrou, ento, uma fotografia onde ele aparecia beijando uma mulher, dizendo que iria entreg-la esposa dele, caso fosse condenada. Diante da presso, o magistrado, contrariando as provas dos autos, absolveu MILENA, mesmo entendendo que ela era culpada. Nesse caso, qual(is) crime(s) pode(m) ser atribudo(s) a GERNIMO, MILENA, ASTROGILDO e TADEU? Discorra, fundamentadamente.

9. (1,0 Ponto) Estudante de Direito em estgio junto Defensoria Pblica pode ser sujeito ativo do

crime definido no artigo 316, CP? Discorra, fundamentadamente. GABARITO 1

1. D

2. C

3. C

4. A

5. A

6. D

ESPELHO

7. Ocorreu o crime de peculato, incidindo ainda um aumento de pena de tera parte (Art. 312, c/c 327, 2, CP)

8. O peculato estelionato (mediante erro de outrem) exige o dolo do agente, de modo que a conduta do funcionrio foi atpica.

9. Conforme jurisprudncia do STF, o peculato furto de uso s constitui conduta atpica quando o objeto material da conduta for bem infungvel. Tratando-se de bem fungvel (dinheiro, por exemplo), a conduta ser tpica.GABARITO 2

1. B

2. C

3. A

4. A

5. VFF

6. D

ESPELHO

7. Conforme jurisprudncia do STF, a aplicao de dinheiro pblico ao pagamento de dvida pessoal, embora com a inteno de rep-lo, constitui ilcito, uma vez que o peculato furto de uso s constitui conduta atpica quando o objeto material da conduta for bem infungvel. Dinheiro bem fungvel.

8. Caio responder por concusso (Art. 316, CP), enquanto Mrio no cometeu crime algum ao pagar o valor exigido pelo fiscal.9. Somente o funcionrio pblico em atividade, no exerccio de suas funes pode praticar o crime. GABARITO 3

1. D

2. D

3. C

4. A

5. C

6. BESPELHO7.

I. VERUSKA no cometeu nenhum crime, visto que no incorreu em quaisquer dos ncleos do art. 333 do CP;II. DURVAL incorreu no crime de corrupo passiva, com a incidncia da majorante do art. 317, 1, visto que efetivamente liberou o preso e deixou de lavrar o auto de priso em flagrante pertinente, aps receber a vantagem indevida solicitada.A grande discusso reside no tocante conduta de CORNLIO. Primeiramente, deve ficar claro que o mesmo no incorreu no crime de condescendncia criminosa (art. 320 do CP).Referido dispositivo prev a seguinte conduta tpica: Art. 320. Deixar o funcionrio, por indulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerccio do cargo ou, quando lhe falta competncia, no levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.Deve-se verificar, diante da simples leitura do dispositivo, que no h adequao tpica da conduta de CORNLIO com o art. 320 do CP. Nota-se que, tanto a primeira quanto a segunda figura do dispositivo, exigem que o sujeito ativo do delito em questo seja superior hierrquico do funcionrio beneficiado pela omisso. Nesse sentido o entendimento da doutrina:Em suma, somente agente deste crime aquele funcionrio que tem competncia para punir outro ou, pelo menos, que seja superior hierrquico, com o dever de comunicar a falta a quem de direito (NUCCI, 2006, p. 1028).Sujeito ativo do delito o funcionrio pblico hierarquicamente superior ao servidor infrator (CUNHA, 2008, v. 3, p. 386).Trata-se de crime prprio, pois somente o funcionrio pblico pode praticar o delito em tela. Deve o agente ser necessariamente superior hierrquico do funcionrio pblico infrator (CAPEZ, 2009, v. 3, p. 466).A maioria esmagadora da doutrina caminha no mesmo sentido das transcries supra, at mesmo porque esta , segundo pensamos, a nica interpretao possvel que se pode fazer diante da redao do art. 320 do CP. Na questo sob foco fica claro, portanto, que CORNLIO (escrivo) no era superior de DURVAL (delegado).Registre-se, todavia, que Rogrio Greco (2009, p. 767-768) faz uma interpretao diferente do dispositivo em deslinde (que entendemos, com a devida vnia, no ser adequada), ao afirmar que:Na primeira hiptese existe uma relao de hierarquia entre o agente que cometeu a infrao e aquele que o competente para responsabiliz-lo administrativamente. Nesse caso, o funcionrio hierarquicamente superior deixa, por indulgncia, isto , por tolerncia, benevolncia, clemncia, de responsabilizar o autor da infrao.Na segunda modalidade de condescendncia criminosa, prev a lei penal uma espcie de delao entre os funcionrios que tenham o mesmo nvel hierrquico, ou mesmo hierarquias distintas. Nesse caso, como o funcionrio no possui competncia para, ele prprio, responsabilizar o agente infrator, sua obrigao limita-se a comunicar o fato autoridade competente.Na realidade, CORNLIO cometeu o crime de prevaricao (art. 319 do CP), pois o mesmo policial; e, nessa condio, tinha obrigao (inerente ao seu cargo) de prender quem estivesse praticando infrao penal. No caso, deveria ter prendido DURVAL, no fez isso por medo (sentimento pessoal). O fato deste ltimo ser delegado em nada impediria que fosse preso por CORNLIO. De outro modo, no possvel o raciocnio de que CORNLIO deveria responder pelo crime de corrupo passiva (por fora da incidncia do art. 13, 2, a, do CP); porque para algum responder por crime omissivo imprprio, alm de estar na posio de garante, tem que ter a possibilidade de evitar o resultado (consumao do delito). E, no caso em apreo, no momento em que DURVAL pediu a vantagem indevida o crime se consumou. No tinha, portanto, como CORNLIO evitar a consumao do crime, considerando a sua natureza formal. 8.

I. GERNIMO e ASTROGILDO cometeram o crime de denunciao caluniosa (art. 339 do CP), em concurso de agentes, visto que deram causa instaurao de processo criminal em desfavor de MILENA, sabendo-a inocente. Poder-se-, ainda, aventar a possibilidade de incidncia, em concurso de crimes, do delito previsto no art. 317, 2, do CP, principalmente em relao ao promotor que cedeu ao pedido do colega;II.MILENA cometeu o crime de coao no curso do processo (art. 344 do CP), visto que sua conduta certamente era apta (como efetivamente foi) a intimidar o juiz da causa. Nesse ponto, considerando a condio de inocente de MILENA, poder-se-ia aventar a possibilidade de incidncia do art. 345 do CP (que afastaria a incidncia do art. 344 do CP), porm entendo que a conduta referida nesse dispositivo somente possvel quando a legtima pretenso que o agente objetiva satisfazer ainda no foi submetida apreciao do Judicirio. Assim, considero como correta a posio de que MILENA cometeu o crime de coao no curso do processo.A grande polmica da questo reside na conduta de TADEU. Teria ele cometido algum crime?Nesse aspecto, consideramos haver duas respostas possveis: a) TADEU no cometeu nenhum crime; b) TADEU incorreu em prevaricao (art. 319 do CP). Primeiramente, deve-se observar que TADEU realmente infringiu o dever funcional de julgar segundo seu livre convencimento fundamentado, para atender interesse pessoal (queria evitar que sua mulher descobrisse que ele era infiel). O fato, sem dvida, tpico (art. 319 do CP) e ilcito. H dvida, contudo, se o mesmo culpvel, visto que inegavelmente o magistrado agiu sob coao. relevante saber, no obstante, se essa coao era resistvel ou irresistvel, visto que somente esta ltima, a princpio, afasta a culpabilidade, eliminando a possibilidade de imputao criminal.Ocorre que na coao moral irresistvel (art. 22, primeira parte, do CP), a grave ameaa deve ser de tal modo grave que elimine a culpabilidade do agente em qualquer situao, considerando que o dispositivo est inserto na parte geral e no faz diferenciao de um crime para outro. Desse modo, o que coao moral irresistvel que funciona como causa de exculpao no crime de prevaricao, por exemplo, deve tambm ser coao suficiente para afastar a imputao do crime de homicdio. E, ningum em s conscincia vai defender que a conduta de algum que mate outrem porque foi ameaado por terceiro de revelar sua conduta adulterina, no seja culpvel. Assim, no se pode defender que no caso ora em exame tenha havido coao moral irresistvel. Pode-se, entretanto, defender que tenha havido causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, ou seja, causa (inominada) no prevista em lei que exclua a culpabilidade (no caso, do magistrado), pois segundo afirma a melhor doutrina: Pode-se admitir, portanto, que em certas situaes extremadas, quando no for possvel aplicar outras excludentes de culpabilidade [previstas no art. 22 do CP], a inexigibilidade de conduta diversa seja utilizada para evitar a punio injustificada do agente (NUCCI, 2006, p. 221).Por tais razes, no caso em questo somos da opinio de que o juiz no deveria responder por nenhum crime, porm reconhecemos a possibilidade de que seja defendido o entendimento de que ele tenha incidido em prevaricao. Isto porque a coao a que foi submetido, se apreciada num aspecto genrico, no foi irresistvel (requisito exigvel pelo art. 22 do CP para excluir a culpabilidade), apesar de ser apta a intimidar qualquer magistrado que se encontrasse na posio dele (requisito exigvel pelo art. 344 do CP). 9. Conforme previso do Art. 327, CP, o estagirio equipara-se a funcionrio pblico, podendo, portanto responder pelo delito em epgrafe.INSTRUES:

1. Utilizar caneta esferogrfica azul ou preta para preencher a FOLHA RESPOSTA.

2.Ser atribuda nota ZERO ao aluno que utilizar meios ilcitos ou no autorizados pelo professor. (conforme Regimento Institucional).

3. No ser permitido o uso de celulares para a realizao de Provas em que houver clculos. Permite-se- somente o uso de calculadora.

4. Caligrafia ilegvel, assim como desorganizao, rasuras excessivas e incoerncias nas respostas poder ocasionar invalidao do item.

5.Nos itens de mltipla escolha, as opes rasuradas, inclusive por uso de corretivo, sero invalidadas.

6.Nos itens de mltipla escolha, as opes devero ser registradas na FOLHA RESPOSTA, conforme modelo. Ex.: Item 01 (A).

7.A FOLHA DE ITENS pode ser usada como borro.

8.A FOLHA RESPOSTA dever ser devolvida juntamente com a FOLHA DE ITENS.

9.As respostas das questes discursivas devem ser fundamentadas na Legislao correlata (fundamentao legal) e na doutrina/jurisprudncia (fundamentao terica) e no baseadas no ponto de vista do aluno. Transcries literais invalidaro a resposta.

10. TEMPO DE PROVA: 1h40min contados a partir da autorizao de incio dada pelo professor.

BOA PROVA!

INSTRUES:

1. Utilizar caneta esferogrfica azul ou preta para preencher a FOLHA RESPOSTA.

2.Ser atribuda nota ZERO ao aluno que utilizar meios ilcitos ou no autorizados pelo professor. (conforme Regimento Institucional).

3. No ser permitido o uso de celulares para a realizao de Provas em que houver clculos. Permite-se- somente o uso de calculadora.

4. Caligrafia ilegvel, assim como desorganizao, rasuras excessivas e incoerncias nas respostas poder ocasionar invalidao do item.

5.Nos itens de mltipla escolha, as opes rasuradas, inclusive por uso de corretivo, sero invalidadas.

6.Nos itens de mltipla escolha, as opes devero ser registradas na FOLHA RESPOSTA, conforme modelo. Ex.: Item 01 (A).

7.A FOLHA DE ITENS pode ser usada como borro.

8.A FOLHA RESPOSTA dever ser devolvida juntamente com a FOLHA DE ITENS.

9.As respostas das questes discursivas devem ser fundamentadas na Legislao correlata (fundamentao legal) e na doutrina/jurisprudncia (fundamentao terica) e no baseadas no ponto de vista do aluno. Transcries literais invalidaro a resposta.

10. TEMPO DE PROVA: 1h40min contados a partir da autorizao de incio dada pelo professor.

BOA PROVA!!

INSTRUES:

1. Utilizar caneta esferogrfica azul ou preta para preencher a FOLHA RESPOSTA.

2.Ser atribuda nota ZERO ao aluno que utilizar meios ilcitos ou no autorizados pelo professor. (conforme Regimento Institucional).

3. No ser permitido o uso de celulares para a realizao de Provas em que houver clculos. Permite-se- somente o uso de calculadora.

4. Caligrafia ilegvel, assim como desorganizao, rasuras excessivas e incoerncias nas respostas poder ocasionar invalidao do item.

5.Nos itens de mltipla escolha, as opes rasuradas, inclusive por uso de corretivo, sero invalidadas.

6.Nos itens de mltipla escolha, as opes devero ser registradas na FOLHA RESPOSTA, conforme modelo. Ex.: Item 01 (A).

7.A FOLHA DE ITENS pode ser usada como borro.

8.A FOLHA RESPOSTA dever ser devolvida juntamente com a FOLHA DE ITENS.

9.As respostas das questes discursivas devem ser fundamentadas na Legislao correlata (fundamentao legal) e na doutrina/jurisprudncia (fundamentao terica) e no baseadas no ponto de vista do aluno. Transcries literais invalidaro a resposta.

10. TEMPO DE PROVA: 1h40min contados a partir da autorizao de incio dada pelo professor.

BOA PROVA!!!

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