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Pensar a dimensão humana do cuidar 1º CICLO DE DEBATES

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Pensar a dimensão

humana do cuidar

1º CICLO DE DEBATES

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1º CICLO DE DEBATESQuestões orientadoras:

O que diferencia a prática do enfermeiro da dos outros profissionais de saúde. Qual a sua especificidade terapêutica?

A grandeza do profissionalismo dos enfermeiros assenta na capacidade de aceitar o projecto de vida de uma pessoa que pode ser diferente das possibilidades que a ciência de enfermagem oferece. Como agir então?

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1º CICLO DE DEBATES

Questões orientadoras:

Como reconstituir a prática de enfermagem de modo a fazer sentido para a pessoa em presença e, que seja simultaneamente fonte de prazer e crescimento pessoal?

Como é que cada um de nós vê a dimensão humana do cuidar neste hospital? Como a transmitimos no seio da equipa e a expressamos nos registos?

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1º CICLO DE DEBATES

Questões orientadoras:

Que recursos temos que mobilizar para compreender a pessoa? Como agir em situações de maior complexidade?

Qual a contribuição dos saberes e dos aportes dos diferentes profissionais aqui presentes, para colocar mais cuidado nos cuidados?

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1º CICLO DE DEBATES

Perspectiva do cuidar

Consentir um trabalho de postura, com vista a um agir sentido, respeitador da pessoa, que combina em situação, a preocupação do eu, do outro, dos outros e do mundo.

PRAQSI

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1º CICLO DE DEBATES

O cuidado é a essência do trabalho de humanitude

Walter Hesbeen

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1º CICLO DE DEBATES

O conceito de humanitude tem a ver com o ser humano individualmente considerado, e refere-se aquilo que constitui a sua substância humana, conjugando as dimensões da natureza e da cultura humana...a humanitude não se opõe à humanidade, caracterizando antes o indivíduo que pertence à humanidade.

Catherine Mercadier

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1º CICLO DE DEBATESHUMANITUDE

Trabalho com preocupação da vidaTrabalho do coraçãoDa disponibilidadeDa benevolênciaDa delicadezaDo refinamentoDa simplicidadeDa subtilezaDo aceitar os nossos próprios limites

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1º CICLO DE DEBATES

O cuidado enquanto essência anima os

cinco sentidos, ilumina o olhar, convida

à serenidade, ressuscita a esperança.

Walter Hesbeen

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METODOLOGIA

O debate foi desenvolvido segundo a seguinte metodologia: o grupo dinamizador através de Role Playing encenou duas situações em que o enfermeiro opta por distintos comportamentos face à solidão da espera. Posteriormente iniciou-se o debate, tendo os participantes analisado os pontos principais que sobressaíram das situações, relacionando-os com a prática dos cuidados.

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1º CICLO DE DEBATES

SITUAÇÃO: A SOLIDÃO DA ESPERA

O Sr. Silva de 78 anos, deu entrada no bloco operatório, cerca das 9 horas, a fim de ser submetido a cirurgia, por possível neoplasia gástrica. Vinha acompanhado pela sua mulher que ficou a aguardar na sala de espera. Esta demonstrava nervosismo, inquietação, apresentando um olhar carregado de dor e de preocupação.

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RolePlaying

SITUAÇÃO ANARRADOR:São 14 h e a mulher do Sr. Silva deambula com nervosismo no corredor de acesso ao B.O., sem que lhe tenha sido fornecida qualquer informação. Num corrupio constante passavam diversos profissionais, mas para ela, nem uma palavra. Dirige-se então ao atendimento administrativo perguntando, com ansiedade, pelo seu marido e solicitando informações sobre o decorrer da cirurgia. É encaminhada para uma enfermeira que surge cerca de 15 m depois, com ar muito ocupado e aparentando pouca disponibilidade

ENFERMEIRA:- Quem é a mulher do Sr. Silva?NARRADOR:A senhora encaminha-se para a enfermeira dizendo:FAMILIAR:- Sou eu Srª. Enfermeira, sou eu….

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RolePlaying

SITUAÇÃO A (cont)ENFERMEIRA:- Eu sou a Enfermeira Isabel, então o que quer saber?FAMILIAR:- Oh Srª. Enfermeira, o meu marido já foi operado e eu não sei nada dele. Estou cá desde as 9, são 2 e não sei o que se passa. Estou muito preocupada sabe …! Já são muitos …..ENFERMEIRA:- Olhe eu tenho de voltar para dentro! O seu marido ainda está no BO, houve alguns atrasos, mas eu vou saber mais concretamente o que se está a passar. Sabe, estas coisas são muito demoradas, …é a vida!FAMILIAR:- Obrigadinha Srª Enfermeira, obrigadinha.

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RolePlaying

SITUAÇÃO A (cont)NARRADOR:Seguem-se uns dez longos minutos de espera e a enfermeira reaparece, dirigindo-se à mulher do Sr. Silva, que se mantinha deambulando no corredor.ENFERMEIRA:- A intervenção está quase a terminar, o seu marido está hemodinamicamente estável. Assim que terminar a cirurgia o médico virá falar consigo. Esteja atenta pois ele sai por aquela porta.FAMILIAR:- Mas ….Srª Enfermeira, não houve problemas…?ENFERMEIRA:- Isso terá de falar com o médico, como lhe disse.FAMILIAR:- Srª Enfermeiraaaa, mas eu não o conheço……!!!NARRADOR:A enfermeira já não a houve, entrando rapidamente por uma porta de acesso ao B.O.

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RolePlaying

SITUAÇÃO BNARRADOR:Cerca das 10 horas e depois de se informar sobre os nomes dos doentes cujas cirurgias já se tinham iniciado e de como estavam a decorrer, a enfermeira Joana dirigiu-se, como habitualmente, à sala de espera contígua ao B.O., onde olhares ansiosos acompanharam a sua entrada, mas um, pareceu-lhe especialmente mais angustiado.

ENFERMEIRA:- Bom dia, eu sou a enfermeira Joana e sou responsável por vos acolher, acompanhar e informar, durante este penoso tempo de espera e, sempre que surgirem novas informações virei pessoalmente transmiti-las. Estarei disponível para esclarecer as vossas dúvidas e quando quiserem chamar-me poderão tocar aquela campainha. Contudo, eu virei cá fora de hora a hora para vos tranquilizar e ir dando informações. (enquanto diz isto vai sorrindo e olhando nos olhos as pessoas presentes)

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RolePlaying

SITUAÇÃO B (cont)- Vejo que esta Srª está muito preocupada! É a mulher do Sr. Silva, não é? Sente-se aqui ao pé de mim (puxa-a para um canto mais resguardado da sala). Então Srª Dª Manuela, neste momento o que a está a preocupar mais?FAMILIAR:- Sabe Srª Enfermeira, o que me preocupa não é propriamente a operação…claro que estou aflita com o tumor, mas a minha maior aflição é a maneira como o meu marido vai reagir quando acordar..!ENFERMEIRA:- E porquê que isso a preocupa tanto?FAMILIAR:- Sabe, o meu Manel é muito ligado a mim, nunca nos separámos e ele não faz nada sem mim !

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RolePlaying

SITUAÇÃO B (cont)ENFERMEIRA: (acarinhando-a)- Percebo, receia que ele fique muito assustado quando acordar e não a vir?FAMILIAR:- É isso e mais os fios e pessoas estranhas, ele vai ficar tão assustado e nervoso, Eu conheço-o!ENFERMEIRA:- É verdade, isso pode acontecer mas, por enquanto ele está bem, tudo corre dentro do normal. Ele adormeceu calmo e gracejando com a enfermeira da anestesia.(A expressão facial da senhora iluminou-se ao ouvir isto) No entanto, garanto-lhe que quando a cirurgia terminar e o seu marido estiver bem instalado na cama do recobro, eu própria a acompanharei até ele e aí permanecerá até ele acordar.

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RolePlaying

SITUAÇÃO B (cont)FAMILIAR:- OH SRª ENFERMEIRA é uma santa, não sabe como isso me tranquiliza, muito obrigada.- É para a ajudar que cá estou, é esse o meu trabalho e fico muito satisfeita se conseguir fazê-lo de modo a ir de encontro aquilo de que precisa. Até já, vou ver quem mais precisa de mim! (levanta-se sorrindo e acenando, dirigindo-se aos outros familiares presentes).

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1º CICLO DE DEBATESQUESTÕES DE REFLEXÃO:

Após esta reflexão conjunta sobre uma situação do cuidar do doente/família, o que pensa mudar na sua prática?

Qual o compromisso que assumirá de forma a colocar mais cuidado nos cuidados? (pense numa situação concreta do dia a dia)

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1º CICLO DE DEBATES

Também desta reflexão conjunta ficou expresso que cuidar no quotidiano é interrogarmo-nos sobe o sentido do cuidado, concebido como um acto de vida, necessário à humanitude, e desde logo sobre o sentido da prática profissional do enfermeiro.

A fim de continuarmos a construir uma prática de enfermagem em que a tónica seja mais cuidado nos cuidados, que questões sugerem para reflexão no próximo debate?

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Síntese das Ideias Chave do Workshop

Relativamente à solidão da espera, os enfermeiro pretendem junto do doente e sua família:

“Estar mais atento às preocupações dos doentes e famílias”

“Utilizar mais a escuta activa”

“Disponibilidade para o doente e família”

“Criar espaços de reflexão sobre as práticas”

“Recorrer ao toque e ao sorriso”

“Tentar conhecer melhor a vicissitude da pessoa a quem presto cuidados”

“Colocar-se no lugar do utente”

“Usar os resultados destas reflexões em outras situações”

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WORKSHOP“PRAQSI”

“RESPEITO, QUEM SOU EU?”

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SUGESTÕES EFECTUADOS PELOS ENFERMEIROS no

1.º WORSHOP “A SOLIDÃO DA ESPERA”

2Interferências na vida pessoal/familiar

2Questões éticas na partilha de informações multidisciplinares

2Cuidar em parceria com a família/doente

3Sentimentos dos enfermeiros

4Como lidar com a morteRELACIONADAS COM OUTROS

3Informações aos familiares

3Confidencialidade/consentimento informado

3O respeito pelo outro e pelas suas diferençasRELACIONADAS COM O DOENTE

2Aspectos inerentes ao cuidar/ nos cuidados

2Condições para os enfermeiros colocarem mais cuidado nos cuidados

2Método enfermeiro responsável

5Cuidar dos que cuidamRELACIONADAS COM OS

ENFERMEIROS

UNIDADES DE

REGISTOS

SUB-CATEGORIASCATEGORIAS

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O Respeito

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“(...) Olhar o outro ou olhar para si próprio de forma a promover a possibilidade de dar um sentido à sua existência.”

Respicere …

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“ Sou a consciência de que cada ser humano é diferente, tem uma individualidade, e todos os cidadãos me merecem. ”

“ Sou a capacidade de aceitar os outros com todas as suas diferenças. ”

“ Sou a compreensão da individualidade dos seres humanos, desafiando os princípios e os valores de todos os que me apresentam. ”

“ Sou o pilar e a garantia das relações interpessoais. ”

EU, O RESPEITO …

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… todos “me” concebem da mesma forma?

…se no dia a dia as pessoas lutam para ser respeitadas?

… de que forma os preconceitos influenciam a forma como cada um “me” demonstra?

…“posso” ser ensinado?

O RESPEITO …

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Nas instituições de saúde são os enfermeiros que devem assegurar os recursos que garantem a “minha” presença?

A imagem profissional dos enfermeiros revela-me?

Na relação enfermeiro/ utente há espaço para “mim”?

Será que a postura de certos enfermeiros não poderá levar à minha morte?

O RESPEITO …

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“O RESPEITO não

se vê só nos

actos pois ele

pode estar

escondido nas

atitudes.”“

Fonte: Tristán e Isolda, Manuscrito

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O conhecimento que os enfermeiros têm dos utentes é suficiente para que “eu”, O RESPEITO, integre os cuidados que prestam?

O que devem os enfermeiros saber a respeito dos utentes para os poder respeitar?

Como é que os enfermeiros respeitam o repouso, a privacidade, o sono, os gostos, os hábitos e os valores dos seus utentes?

O RESPEITO …

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Fonte: O pensador

UMA ATITUDE…

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Fonte: Gaugan

UM COMPORTAMENTO…

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Fonte: O Manuscrito

UMA PALAVRA…

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Fonte: Pormenor de As três idades da Mulher (1905), Gustav Klimt

UM GESTO…

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Estou presente em tudo o que existe no mundo, na natureza…

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Fonte: Anónimo

Sou a capacidade de aceitar o outro, com as suas potencialidades, as suas fragilidades, os seus gostos, as suas ideias e os seus valores…

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Fonte: A Dança (1910), Henri Matisse

Sou o pilar e a garantia das relações interpessoais…

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Estou presente

quando os olhares que se cruzam

são portadores

de compreensã

o…

Estou presente

quando as acções são reveladoras

dos seus direitos…

Estou presente

quando as palavras

não ferem a dignidade do outro…

Estou presente quando após o

pensamento e os gestos, nós, vós,

todos aqui presentes

dignificamos a nossa profissão…

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A não falarem de “mim”, mas a mostrarem-”me”;

A não me conceptualizarem, mas fazerem-”me” sentir;

A não só conhecerem-”me”, mas fazerem-”me” viver.

DESAFIO-VOS …

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1. Será que todos me concebem da mesma forma?2. Será que no dia a dia, as pessoas lutam para serem respeitadas?3. De que forma os preconceitos influenciam a forma como cada um

“me” demonstra?4. Será que posso ser ensinado?5. Nas instituições de saúde são os enfermeiros que devem assegurar

os recursos que garantam a “minha “ presença?6. Será que estarei presente na imagem profissional dos enfermeiros e

enfermeiras?7. Será que tenho lugar nas relações de poder entre enfermeiro/utente?8. Será que certas posturas de alguns enfermeiros não poderão levar à

minha morte?9. O conhecimento que os enfermeiros, têm dos utentes é suficiente

para que “eu” O RESPEITO, seja integrado nos cuidados que prestam?

10.O que devem saber os enfermeiros sobre os utentes para que os possam respeitar?

11.Como é que os enfermeiros respeitam o repouso, a privacidade, o sono, os gostos, os hábitos e os valores dos nossos utentes?

QUESTÕES PARA REFLEXÃO …

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O debate foi feito segundo a seguinte metodologia: a cada pessoa que participou no workshop foi entregue uma “rifa numerada” relativa aos obstáculos à manifestação do respeito (cor vermelha) e ainda outras com os meios necessários a fim de fazer nascer e manter o respeito (cor verde).

O debate surgiu a partir das questões de reflexão (slide anterior), sendo que os dinamizadores à medida que, a discussão avançava solicitavam a colaboração dos participantes para a partilha em voz alta do conteúdo da “rifa”. Desta forma tentou-se efectuar um aporte teórico enriquecendo as experiências verbalizadas pelos enfermeiros presentes.

Finalizamos o debate com a análise crítica de um estudo de situação e apresentação de cinco possíveis respostas da enfermeira e respectiva fundamentação, procurando o nível (5) de excelência no cuidar.

METODOLOGIA …

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SITUAÇÃO …

“ A Senhora Costa anunciou recentemente ao seu marido que sofre de esclerose em placas. Ela conta à enfermeira, muito perturbada e chorando, que desde que soube desta notícia, o seu marido teve medo de a ver tornar-se enferma e deixou-a.”

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RESPOSTA 2. “Agora é preciso que seja realista e que tome conta de si,

não tem escolha.”

RESPOSTA 3. “Esta prova é difícil para si, mas nós ajudá-la-emos a

ultrapassá-la, indicar-lhe-emos meios de o fazer.”

RESPOSTA 1. “Não lhe serve de nada chorar e de se apiedar assim sobre a sua sorte, isso não o fará voltar.” (diz

com doçura). RESPOSTA 4. “Compreendo que esta prova é difícil para si e gostaria de a ajudar para que encontre os meios

para lha fazer face.”

RESPOSTA 5. “O que lhe aconteceu é difícil, eu compreendo-o, mas penso

que é capaz de encontrar em si a força e os meios de sair dela, e

depois se tiver necessidade de ajuda, estaremos aqui para a apoiar.”

NÍVEL 3Exprime a sua atenção em relação ao desgosto da pessoa e a sua compreensão, mas a sua incitação à dependência mostra o seu não respeito pela capacidade de autonomia da pessoa cuidada.

NÍVEL 2Demonstra desatenção em relação ao desgosto da pessoa e dá-lhe um conselho que não respeita a sua capacidade de autonomia.

NÍVEL 1A enfermeira demonstra desatenção no que concerne à pessoa e falta de respeito pelo que ela vive.

NÍVEL 5Manifesta a sua compreensão, oferece a sua ajuda e mostra o seu respeito pondo em evidência as capacidades pessoais da pessoa cuidada.

NÍVEL 4Manifesta a sua compreensão, oferece a sua ajuda e mostra o seu respeito pela capacidade da pessoa cuidada para sair da situação.

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Compromisso finaldo Grupo dinamizador para o Grupo de participantes

A pessoa sente que o enfermeiro(a) a respeita?9.

O enfermeiro(a) convida a pessoa a encontrar ela própria soluções ou a fazer escolhas. Neste último caso, ajuda-a a esclarecer os diferentes aspectos da escolha a fazer?

8.

Ajuda a pessoa a descobrir as suas forças pessoais que lhe poderão permitir resolver ela própria as suas dificuldades.

7.

O enfermeiro(a) tenta restituir à pessoa o sentimento de ser digna de respeito?6.

O enfermeiro(a) respeita a pessoa ajudada na sua unicidade, na sua totalidade (valores, necessidades, pensamento, emoções, organização de vida)?

5.

O enfermeiro(a) manifesta o seu respeito pelo vivido da pessoa (sofrimento, luto, diagnóstico difícil)?4.

O enfermeiro(a) mostra interesse pelo que a pessoa ajudada diz?3.

O enfermeiro(a) adopta uma atitude polida (nome, título de cortesia)?2.

A atitude física do enfermeiro(a) manifesta o respeito (contacto visual, sorriso, postura, tocar, etc.)?1.

AVALIAÇÃO do RESPEITO

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Notas:

• Trabalho adaptado do original apresentado pelo Grupo PRAQSI Portugal no 2ème Congrès Mondial des Infirmières et Infirmiers Francophones, subordinado ao tema “La pASsion du soin infirmier au défi d´une plus grande humanité”, organizado pela SIDIIEF (Secrétariat International des Infirmières et Infirmiers de l´espace Francophone), nos dias 25, 26 e 27 de Maio de 2003, em Montpellier – França

• Phaneuf, Margot - Relação de ajuda : elemento de competência da enfermeira. Associação de Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-cirúrgica. Coimbra, 1995. 340-346p