Percepções de Alunos e Suas Famílias IFRO

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    PERCEPES DE ALUNOS E FAMLIA FRENTE AOS DESAFIOS

    PARA A FORMAO TCNICA AGRCOLA: UM ESTUDO

    DE CASO IFRO/CAMPUS ARIQUEMES

    Izaqueu Chaves de [email protected]

    Lia Maria Teixeira de [email protected]

    RESUMO

    O estudo busca revelar as percepes de alunos e famlias frente aos desafios para a formao tcnica agrcola eas perspectivas de vida, das famlias de agricultores, quando procuram os instrumentos e procedimentos da

    poltica de acesso e permanncia do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Rondnia (IFRO)comosada para a formao profissional para seus filhos. Percebe-se nesse contexto um impasse em satisfazer osanseios de todos aqueles que realmente dependem de uma escola gratuita e de qualidade. No tocante ao ingresso,no Processo Seletivo Unificado em 2012/1, destinou-se 50% das vagas dos cursos tcnicos em Agropecuria eem Alimentos para filho de agricultor familiar (F.A). No entanto, 40% dos candidatos inscritos e aprovados pelasvagas (F.A), no efetuaram matrcula. Quanto permanncia, existem implicaes que permeiam a instituio,cujo questionamento se fazem necessrio: limitao das vagas de residncias para meninos e falta de polticasafirmativas para atender as meninas; falta de incentivos com bolsas de estudos aos alunos provenientes defamlias agrcolas; falta de acessibilidade das famlias vida escolar de seus filhos, considerando os problemas

    decorrentes da distncia dos familiares e amigos: evaso, baixo rendimento escolar, isolamento, fatores quepodero causar depresso. Com base no esboo torna-se pertinente uma viso analtica, cabendo umainvestigao sobre as polticas afirmativas de atendimento ao educando, filho de agricultor familiar. Para arealizao desse trabalho tornou-se necessrio uma abordagem qualitativa e quantitativa, com enfoque no estudode caso, instrumentalizado na pesquisa bibliogrfica e pesquisa de campo, tendo como base emprica oIFRO/Campus - Ariquemes.Palavras- chave: educao profissional agrcola; famlia agrcola; polticas educacionais de acesso e

    permanncia.

    1 INTRODUO

    Um dos casos paradigmticos que trata a problemtica da educao brasileira na

    atualidade parte do pressuposto histrico de que no Brasil, ainda existe, uma escola dualista.

    A desigualdade de direitos, em termos prticos est to camuflada que no a percebemos, mas

    basta analisar os grupos sociais para vermos que, de fato, no h educao para todos ou pelos

    menos no ofertada de forma igualitria. O caso em questo refere-se a uma educao de

    qualidade e equidade, a qual permite ao educando da classe trabalhadora do campo, progredir

    em sua vida pessoal e profissional.

    Mestrado em Educao Agrcola pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.Professora Associado II da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

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    No raro ouvir falar dos termos: escola para todos, escola democrtica. Embora

    teoricamente e nos discursos das polticas partidrias, esses termos soem com facilidade ou

    como medidas propaladas. Na prtica verifica-se que h muitos obstculos, no que diz

    respeito incluso dos filhos da classe trabalhadora no mbito escolar.

    Diante esse panorama, surge a Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de

    Rondnia (IFRO) como novo paradigma de educao, para ofertar de forma integral e

    integrada o Ensino mdio e profissionalizante, dando a oportunidade queles que no pode

    custear a formao de seu filho. De acordo com a Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008,

    no art.7, inciso I um dos objetivos do IFRO e demais IFs, est descrito ministrar educao

    profissional tcnica de nvel mdio, prioritariamente na forma de cursos integrados, para os

    concluintes do ensino fundamental e para o pblico da educao de jovens e adultos.O grande impasse est em satisfazer os anseios de todos aqueles que realmente

    dependem de uma escola gratuita, e que atenda, de fato, aos propsitos e necessidades da

    classe camponesa. percebvel, a grande procura por parte da populao, quanto ao ingresso

    ao IFRO, e quando alguns superam a desigualdade, em relao m preparao escolar em

    nveis anteriores, depara-se com o obstculo, a permanncia, as vagas para residncia no

    atendem a demanda dos alunos que precisam, acaba por frustrar-se com um modelo de

    educao celetista.O Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia de Rondnia, Campus

    Ariquemes, no ano de 2011 ofertou 120 vagas para cursos tcnicos de nvel mdio de forma

    integral/integrado em Agropecuria e Alimentos. 50% das vagas desses cursos destinaram-

    separa estudantes oriundos de famlias agrcolas, (F.A), em cumprimento ao Termo de Acordo

    de Metas e Compromissos MEC/IFs, firmado em 2009, como polticas de democratizao da

    educao profissional.

    Como aes afirmativas de permanncia, o campus Ariquemes, implantou aresidncia estudantil para os alunos (meninos) de baixa renda, tendo como critrio de seleo

    o aspecto socioeconmico do aluno, muito embora, tais aspectos sejam favorveis para a

    classe quantidade de vagas no compreendia o quadro de necessidade dos que precisava.

    Inmeras so as questes advindas da temtica educao no campo ou educao para

    os filhos de agricultores, porm, este estudo consiste em analisar entre outras as questes:

    Como ocorre o ingresso do educando, filho de agricultor no IFRO/campus Ariquemes? E as

    condies de permanncia, so garantidas a todos? Os pequenos agricultores dispem de

    condies financeiras para investir na educao de seus filhos na cidade? Quais os fatores e

    de que ordens so determinante ao ingresso e permanncia do aluno, filho de agricultores

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    familiares, no Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Rondnia? Questes

    dessa relevncia devem ser levantadas ao discutir sobre escola para todos.

    Para a realizao desse trabalho tornou-se necessrio uma abordagem qualitativa e

    quantitativa, com enfoque no estudo de caso, instrumentalizado na pesquisa bibliogrfica e

    pesquisa de campo (em fase de concluso) tendo como base emprica o IFRO/Campus

    Ariquemes, tendo inicio em 2012.

    2 CONTEXTO HISTRICO DA EDUCAO NO BRASIL

    REALIDADE ATUAL

    Neste momento busca retratar a desigualdade educacional, que historicamente esteve

    presente no processo educativo brasileiro. A dualidade do ensino colocou a classe

    trabalhadora margem do desenvolvimento humano. O texto enfatiza que a populao

    trabalhadora do meio rural, nesse contexto foram maiores vitimas, visto que a educao e

    trabalho, no decorrer da historia foram se tornando antagnicos na compreenso humana para

    a formao do individuo.

    2.1

    QUESTES EPISTEMOLGICAS E HISTRICAS ENTRE

    EDUCAO E TRABALHO

    Para expor a dicotomia entre trabalho e educao em sua dimenso

    epistemolgica, histrica, sociolgica e poltica, torna-se fundamental compreender o

    materialismo histrico-dialtico, concebido por Marx e Engels, em sua obra

    Manifesto Comunista. Tal concepo, embora seja prescrita h mais de dois sculos

    est presente na atualidade. Marx e Engels (1998, p. 43) elencam dez medidas, que de

    acordo com sua concepo, so fatores fundamentais para uma sociedade se

    desenvolver de forma igualitria. Aqui, torna-se pertinente destacar trs dos aspectos.

    Trabalho obrigatrio para todos, organizao de exerccios industriaisparticularmente para a agricultura;9. Combinao entre trabalho e educao, medidas tendentes a fazer desaparecergradualmente a distino entre cidade e campo;

    10. Educao pblica e gratuita obrigatria de todas as crianas, abolio dotrabalho das crianas nas fabricas, tal como praticado hoje. Combinao deeducao como modo de produo material, etc.

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    importante enfatizar que em todo o discurso exposto por Marx e Engels,

    percebe-se que a educao deve permear no trabalho humano, assim como o trabalho

    deve estar intrnseco as atividades educativas do individuo. O individuo aprende

    medida que se desenvolve, no passo que se desenvolve, medida que aprende

    (FREIRE, 2002, p. 26), portanto, educao e trabalho deve ser complemento um do

    outro, visto que o trabalho assim como a educao no se reduz atividade laborativa

    ou emprego, mas produo de todas as dimenses da vida humana.

    A existncia concebida pelas aes pensadas do homem, visto que, para

    mant-la, tornou-se preciso vencer os obstculos, da a importncia de entender o

    trabalho como ponto inicial para o desenvolvimento humano. Saviani (2009)argumenta que todo trabalho humano deve ser entendido como um princpio

    educativo.

    Por isso torna-se necessrio trazer tona a concepo materialismo histrico-

    dialtico. Para Marx a sociedade est dividida em classes.

    Segundo Mark e Engel (1998) parte do princpio que a raiz de todos os

    problemas vividos pela sociedade se deve s questes econmicas. De acordo com

    essa concepo, a sociedade capitalista evolui pela explorao do homem com o

    homem, e, em consequncia, tornou-se dividida entre trabalhadores e patres.

    Analisando a histria da evoluo possvel reconstruir a formao da sociedade em

    classes.

    Ao analisar tal estrutura, constata-se que mesmo com a democratizao do

    ensino pblico ainda no possvel que todos os indivduos possam concretizar seus

    sonhos e seus objetivos, e, romper com o senso comum de que filho de doutor, sempre

    ser doutor e filho de operrio sempre ser operrio. Brando (1995, p. 84)

    complementa A educao hoje considerada como um fator de mudanas: um dos

    principais instrumentos de interveno na realidade social com vistas a garantir a

    evoluo econmica e a evoluo social e dar continuidade mudana no sentido

    desejado.

    No entanto, h uma justificativa camuflada cheia de boa vontade por parte da

    classe dominante em oferecer educao a classe trabalhadora. A todo o momentoevidencia-se o discurso, no qual preconiza na Lei educao para todos, deixando

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    transparecer que o ato de ser educado um privilegio de quem a recebe. Brando

    (1995, p. 83) enfatiza, uma vez que a educao tambm fator transformador.

    Associar educao a mudana no novidade. Tem sido um costume desde pelomenos as primeiras dcadas do sculo. Mas s pouco mais tarde, quando polticos ecientistas comearam a chamar a mudana de desenvolvimento... que foilembrado que a educao deveria associar a ele tambm... A educao deixafinalmente de vista como um privilgio, um direito apenas, e deixa tambm de ser

    percebida como um meio apenas de adaptao da pessoa mudana que se faz semela, e que apenas a afeta depois de feita.

    No decorrer da histria, a educao brasileira foi idealizada como algo externo a classe

    trabalhadora, pertencente apenas classe dominante. Romper as barreiras da ignorncia e sair

    desse patamar de inferioridade era e, ainda , algo nobre e ousado. Percebendo suas angstiase desejos em desenvolver-se e alcanar altos nveis de conhecimento, a classe dominada, aos

    poucos chegam escola, de forma limitada.

    Sendo assim, a classe dominante busca-se manter o controle para que o processo de

    vir ser, isto , quem outrora era dominante passa ser dominada e vice-versa. Saviani (2009,

    p. 22) completa dizendo que preocupada em manter-se no poder cria o Aparelho Ideolgico

    Escolar (AIE) como forma de equalizao social constitui um mecanismo construdo pela

    burguesia para garantir e perpetuar seus interesses.A classe dominante em todo o contexto histrico e social, ao contrario do que muitos

    historiadores e socilogos tm afirmado, nunca subestimou a classe dominada, todo entrave

    foi posto para que a educao no fosse, de fato, efetivada, ou chegasse de forma limitada.

    A classe dominante, ora assumida pela igreja, nobreza, burguesia teme perda do

    controle do conhecimento e evoluo intelectual, por essa razo sempre buscou justificativa

    injustificveis pela no oferta de uma escola pblica e qualidade, como expe Engels apud

    Nogueira (1993, p. 73) A burguesia sempre foi temerosa dos efeitos perigosos da formao dos trabalhadores, em particular a constituio e/ou difuso de ideias.

    Com o pressuposto de que, classe trabalhadora, no oferecida uma boa educao,

    devido falta de recursos quer seja financeiro, quer seja humano, quer seja material. Alega

    que o gasto em educao de qualidade alto, o que seria praticamente invivel, para o

    padro da elite capitalista. A classe trabalhadora, por sua vez, sempre obediente e conformista

    com a injustia, a qual submetida, aceita a educao que lhe imposta e ainda agradece a

    educao gratuita, que recebe. Muitos vo alm alimentando a ideologia que discursa boa

    ou ruim a escola de graas, pois acredita que com a fora do seu trabalho jamais teria

    condies de custear escola para seus filhos.

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    A verdade que a classe trabalhadora, de modo especfico a classe camponesa,

    designada no mais que um arremedo de educao posta hoje como modelo Ideal. Para essa

    classe resta apenas um reflexo do real e to pouco do modelo Ideal, pois no entendimento da

    classe dominante, compete a classe trabalhadora a mo de obra, braal, sem muita

    qualificao uma vez que sua necessidade urgente.

    Dessa forma, no necessrio aprender mais que um pouco de letras. Essa

    precariedade da educao brasileira questionada por Demo (1981, p. 199) sendo chamada

    por ele como subeducao Entendemos por subeducao a oferta de servios educacionais

    populao carente com no mais com a quantidade, mas qualidade da educao que tal forma

    precria, quer viria a reforar as disparidades vigentes.

    A classe dominante limita-se em oferecer classe trabalhadora, apenas algumasinstrues das mais variadas possveis, mas sempre inferiores as suas. Assim, procura

    harmonizar vida em sociedade, no intuito de transparecer que todos detm certo nvel de

    educao que atenda as expectativas e demanda de mercado de trabalho. No entanto a

    educao erudita e de qualidade, de fato, fica restrita aos filhos dessa classe que devero ser

    educados, com o propsito de dominar e controlar as camadas populares, ditando e

    conduzindo o modelo de educao a ser idealizado.

    A escola pblica destinada classe trabalhadora, de certa forma, usufrui de umapssima escola, mas que est prximo dela, e por fim, a escola pblica destinada classe de

    agricultores ou trabalhadores rurais. A ltima, por sua vez, a classe ainda mais prejudicada

    dentro de uma classe que j to pouco atendida.

    Os estudantes da rea rural, filhos de agricultores familiares ou trabalhadores da

    agricultura so as maiores vtimas, de uma sociedade que se diz igualitria, mas que na

    verdade o que prevalece a poltica neoliberal, na qual o privilegio pertence apenas alguns

    grupos, restando aos demais, o reflexo da educao.O contexto muito mais grave do que aparentemente est posto. A subeducao deixa

    populao da rea rural s margens da educao, pois o modelo de educao recebida no

    condiz com sua realidade. Para Demo (1981, p. 210) Orisco de subeducao maior no caso

    da educao rural, porque a probabilidade de migrao grande. Assim, uma educao

    demasiadamente adaptada no teria utilidade para uma situao urbana, que a pessoa com

    probabilidade ir enfrentar.

    No novidade que a educao oferecida aos filhos de agricultores ou trabalhadores

    da agricultura insignificante mediante ao conhecimento a ser aprendido, poucos conseguem

    vencer as barreiras e sair do convvio famlia e da comunidade em busca de novas

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    perspectivas de vida, no entanto muitos fatores conspiram em favor do fracasso: a ausncia do

    apoio e afeto dos familiares, adaptao ao currculo escolar, costumes e hbitos alheios aos

    seus e principalmente questes financeiras.

    2.2 A EDUCAO RURAL NO BRASIL NO CENRIO DAS

    CONTRADIES HISTRICAS DO CAMPO

    O distanciamento entre o meio rural e meio urbano ocorre a partir da transio do

    feudalismo para o capitalismo, na qual as cidades vilas comeam exercer predominncia

    nas atividades econmicas, visto que o sistema capitalista no momento era essencialmente

    comercial e a comercializao segue espao produo, a acumulao de bens e capital,

    resultando, portanto em lucro. Assim surge uma nova realidade, em meio s transformaes

    das relaes econmicas que consequentemente tambm muda as relaes sociais, culturais e

    polticas.

    Santos (2010, p. 02) argumenta que, mesmo sendo o Brasil, um pas de origem agrria

    os povos que vivem e sobrevivem no meio rural tiveram seus direitos educao negada. Para

    Arroyo (apud Santos, 2010, p. 04) mostra que o meio rural a partir do surgimento do

    capitalismo comea a ser visto como um lugar de atraso, e que tal realidade precisa ser

    superada, e, que por esse motivo no deveria haver polticas sociais e educacionais ao passo a

    prioridades seriam ento o meio urbano, visto que era compreendido como progresso.

    Santos (2010, p 04) destaca ainda que as primeiras escolas rurais, mantidas pelos

    governos surgiram na dcada de 20 do sculo XX, decorrente de discusses acerca do direito

    a educao, mas tambm com o argumento que a populao precisava de instruo como ler e

    escrever. Porm, os reais propsitos do Estado era manter a populao do campo no campo e

    diminuir o xodo rural, uma vez que decorria um processo migratrio do rural para a cidade.Vale ressaltar que a prpria populao do campo incorporava a ideologia de que o meio rural

    era lugar de atraso, tradicional, sendo a cidade lugar do desenvolvimento, do progresso.

    Iniciar a partir de contexto, a polticas sociais educacionais para manter a populao

    no meio rural. Implantando as escolas multisseriadas. Santos (2010, p. 06) relata que mesmo

    as escolas estando no meio rural, seguiam os princpios urbansticos. O que estava posto era a

    inteno de urbanizar o meio rural, visto que toda a ideologia e as praticas pedaggicas

    seguiam o cotidiano do meio urbano. Arroyo (apud Santos, 2010, p. 06) enfatiza que:

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    As polticas educacionais e sociais tm visado privilegiar as demandas das cidades edos cidados urbanos como prottipos de sujeitos de direito, tendo a cidade comolocal da civilizao, da sociabilidade e da expresso poltica, cultural educativa, umexemplo a ser seguido, e o campo como lugar do atraso, do tradicionalismo cultural,uma realidade que precisa ser superada.

    Desse modo, percebe-se que as poucas polticas destinadas educao rural esto

    desvinculadas dos propsitos da populao campesina, quando ento comea a formao de

    movimentos sociais contrapondo a ideologia educacional, reivindicando os direitos sociais

    como tambm o direito a polticas educacionais diferenciadas populao camponesa.

    2.3 A EDUCAO DO CAMPO COMO UMA PERSPECTIVA POLTICA

    DE FORMAO DE ORGANIZAO SOCIAL E DE TRABALHO

    O conceito de educao do campo se confunde com a luta pela terra. Mediante a tantas

    lutas, descaso governamentais, esteretipos rtulos e estigmas em relao ao meio rural, nasce

    em meio populao campesina o sentido de patriotismo com a terra e com seus pares.

    Segundo Ramal (2010, p. 13), a Educao do Campo tem sua origem nas demandas e

    reivindicaes dos movimentos camponeses em busca da construo de uma poltica

    educacional que culminasse com os princpios da Reforma Agrria.Partindo por princpio, o autor entende a educao a Reforma Agrria, como parte da

    educao do campo, compreendida como um processo em construo que contempla em

    lgica a poltica que pensa a educao como parte essencial para o desenvolvimento do meio

    rural. Para ele, o modelo atual de desenvolvimento econmico predominante no campo, no

    caso, o agronegcio, por sua vez, no concebe a educao como uma poltica pblica, pois

    toma como base os princpios ideolgicos do capitalismo agrrio-industrial, no que vem

    desenvolvendo a Educao Rural por meio de diferentes instituies. Santos (2010, p 10)complementa, dizendo, que a Educao do Campo fundamenta-se nos princpios ideolgicos

    na questo agrria, baseado na agricultura, tendo os camponeses, os protagonistas desse

    processo.

    2.4. A IMPLANTAO DO INSTITUTO FEDERAL DE RONDNIA:

    SONHOS E DESAFIOS

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    A implantao do Instituto Federal de educao, Cincia e Tecnologia vm ao

    encontro dos anseios daqueles que no podem custear uma formao particular. O modelo de

    educao integral e integrada o Ensino mdio e profissionalizante, possibilita aos jovens,

    principalmente os do campo a uma formao mesmo que de nvel mdio. De acordo com a lei

    de criao dos IFs, Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008, no art.7, inciso I um dos

    objetivos do IFRO e demais IFs, est descrito ministrar educao profissional tcnica de

    nvel mdio, prioritariamente na forma de cursos integrados, para os concluintes do ensino

    fundamental e para o pblico da educao de jovens e adultos.

    Com isso, muitos agricultores veem o Instituto Federal, como uma alternativa para a

    formao profissional para seus filhos. Um dos princpios dos IFs consiste em atender aos que

    no dispe de recursos financeiros para custear uma formao tcnica-profissional e/oumesmo a formao superior.

    O grande impasse est em satisfazer os anseios dos que realmente dependem de uma

    escola de gratuita e de qualidade. percebvel, a grande procura por parte da classe

    trabalhadora, quanto ao ingresso ao IFRO, e quando alguns superam a desigualdade, em

    relao m preparao escolar em nveis anteriores tem o outro obstculo, a permanncia, as

    vagas para residncia no atendem a demanda dos alunos que precisam.

    3 METODOLOGIA DA PESQUISA

    A pesquisa escolhida, estudo de caso, constitui-se numa abordagem qualitativa, a qual

    permite uma delimitao do objeto de pesquisa uma vez que ele est previamente definido.

    Umas das principais razes da escolha desse tipo de pesquisa que se constitui em um

    estudo qualitativo e por apresentar uma pesquisa fechada, delimitada, devendo ser bem

    definido o desenvolvimento de estudo. Goode e Hatt apud Ludke e Andr (1986, p. 17)afirmam: O caso se destaca por se constituir em uma unidade dentro de um sistema mais

    amplo.Esse tipo de pesquisa, parte da extrao de um conjunto de casos (problemas) em um

    contexto mais abrangente.

    A pesquisa o estudo de caso desenvolve-se em trs fases: exploratria, sistematizao

    ou coleta de dados e interpretao a partir de analise reflexiva do problema ora estudado.

    Para tanto, o universo da pesquisa constitudo pelos alunos dos cursos de Ensino

    Mdio integrado integral ao Tcnico em Agropecuria e Alimentos que ingressam pelas vagas

    destinadas aos filhos de famlias agrcolas, residentes e semirresidentes; as famlias dos

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    estudantes que se inscreveram pelas vagas (FA), aprovados e convocados, mas no efetuaram

    matricula; pelo corpo docente, corpo tcnico-pedaggico e gesto do campus Ariquemes.

    Buscou-se detalhar as etapas da pesquisa para orientao e organizao do

    desenvolvimento do estudo em trs fases:

    A primeira ocorre pesquisa bibliogrfica. Ela constitui a fase exploratria, acerca do

    problema, fazendo o levantamento bibliogrfico referente temtica, elaborando fichamento

    para a construo do referencial terico e fazendo analise documental nos que se referem a

    leis, decretos, resolues, portarias, programas, projetos, planos, pertinente a temtica.

    Na segunda fase ocorre a coletas de dados. Ela desenvolvida atravs da pesquisa de

    campo (em fase de concluso) teve inicio 2012, aplicando como procedimento metodolgico

    por amostragem (30% dos sujeitos da pesquisa), utilizando como ferramentas: analisedocumental; observao direta; entrevista, questionrio contendo questes abertas e fechadas.

    A terceira fase consiste na analise dos dados coletados. Nesse momento retoma toda a

    discusso inicial, sendo realizado um aprofundamento do referencial terico e da realidade

    investigada com o propsito de fazer apontamentos numa perspectiva crtica.

    4 RESULTADOS E DISCUSSES

    4.1 PROCESSO SELETIVO UNIFICADO DO INSTITUTO FEDERAL DE

    EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DE RONDNIA (IFRO)

    2012/1

    Em 2011, o IFRO/Campus Ariquemes implantou Aes Afirmativas (FA) para atender

    a populao do campo, famlias agrcolas. Mediante as aes afirmativas, 50% do total das

    vagas oferecidas para os Cursos: Tcnico em Agropecuria, e Tcnico em Alimentos,

    destinada aos filhos de agricultores (produtores rurais, lavradores, agricultores familiares).

    Tambm so destinadas 5% das vagas estudantes oriundos do EJA. Como especifica o grfico

    01.

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    Grfico 01:Distribuio de Vagas na Residncia Estudantil

    Fonte: CRA - IFRO/Campus Ariquemes, 2012.

    No IFRO/campus Ariquemes, o processo seletivo de 2012/1, 443 estudantes se

    inscreveu para os cursos Tcnicos em Agropecuria e alimentos, sendo 144 estudantes, pelasvagas reservadas para filhos de agricultores familiares. Desse total, 77 foram convocados, no

    entanto apenas 46 estudantes ingressaram, como demonstra o grfico abaixo.

    Grfico 02:Processo Seletivo Unificado 2012/1 Cursos Tcnicos em Agropecuria e Alimentos

    Fonte: CRA - IFRO/Campus Ariquemes, 2012.

    Outra ao afirmativa ainda implantada pelo IFRO/Campus Ariquemes o sistema de

    residncia estudantil para os alunos (meninos) de baixa renda. As vagas so limitadas e o

    principal critrio para seleo a situao socioeconmica do estudante. notria a

    predominncia dos estudantes da rea rural como demonstrado abaixo, o qual mostra que

    71% dos alunos so da zona rural e 29% so da zona urbana.

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    Grfico 03:Residncia Estudantil: Alunos rea Rural e Alunos rea Urbana

    Fonte: CAED - IFRO/campus Ariquemes, 2012.

    O grfico abaixo apresenta outro fator agravante observado quanto desistncia

    pelos alunos inscritos pela ao afirmativa FA. J no primeiro ano de estudo 15% dos alunos

    j desistiram dos Cursos.

    Grfico 04:Percentual de desistncia alunos

    Fonte: CAED - IFRO/campus Ariquemes, 2012.

    O que pode considerar que os resultados mesmo que preliminares comprovam que as

    polticas pblicas ainda no so satisfatrias.

    4.2 OS SUJEITOS DO CAMPO: ALUNOS E FAMLIAS DE

    AGRICULTORES

    constatado, mediante a pesquisa, que as famlias consideradas como agricultores,

    moradores dos municpios circunvizinhos do municpio de Ariquemes, no qual estar

    localizado o IFRO/Campus Ariquemes, boa parte das famlias adquiriram suas propriedade

    atravs da compra, dos primeiros donos, os quais teriam ganhado a posse da terra pelo

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    INCRA (Instituto Nacional de Colonizao e Reforma agrria). As propriedades tm em

    mdia cerca de 50 hectares.

    Outro fator relevante diz respeito s infraestruturas bsicas nas regies. Pode afirmar-

    se que no so das piores. Possuem estradas de terra, semi-cascalhadas, rede de energia

    eltrica. As residncias so em sua maioria de madeira, gua encanada proveniente de poo,

    banheiros.

    Tambm pode ser observada a existncia de transporte coletivo, privado trs vezes por

    semana, as algumas famlias tambm contam com veculo prprio (moto e carro), no entanto

    as regies j no contam mais com escolinhas e posto de sade com outrora, como argumenta

    os moradores entrevistados. Os filhos que ainda residem com as famlias estudam em escolas

    polos, ainda na zona rural ou vo para a cidade em nibus escolar. No que tange a sade, emcaso de doena, a alternativa procurar atendimento medico na cidade.

    As famlias residentes nas regies pesquisadas so oriundas das diversas regies

    brasileiras e at mesmo do prprio Estado de Rondnia, o que compreende como fator

    migratrio pela posse de terra. Com isso acarreta as diferentes posturas, costumes e crenas.

    Assim cada agricultor segue seu ritmo e estilo na aplicao do trabalho com a terra. Porm, na

    atualidade, no h muitas praticas com lavouras, pois so proibidos o desmatamento e

    queimadas. Com isso busca manter o que j foi derrubado e ara pequenas partes, em razo docusto do servio de aragem ser alto e criando gado de leite.

    Dentre as famlias entrevistadas, apenas os pais, j aposentados, residem nas

    propriedades, seus filhos mudaram-se para as cidades, em busca de estudo e emprego, outros

    esto estudando no IFRO/Campus Ariquemes.

    Nesse contexto, torna-se relevante salientar que as famlias so formadas por pessoas

    muito simples, humildes. A renda familiar das famlias varivel, uma vez que elas no

    possuem uma renda fixa, exceto os aposentados, por a renda varias entre um a dois salriosmensais. Em alguns casos no chega a um salrio mnimo mensal, essas famlias recebe

    auxilio do governo Federal o Bolsa Famlia.

    4.3 OS DESAFIOS DO ESTUDANTE DO ORIUNDO DO CAMPO NO

    IFRO/CAMPUS ARIQUEMES

    O processo de migrao de alunos do campo para a cidade se desenrola numaatividade corriqueira. Todos os anos, desde sua implantao, centena de estudantes (meninos)

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    que concluem o ensino fundamental, no somente busca ser aprovados no Processo Seletivo

    como tambm garantir uma vaga na residncia estudantil do IFRO/Campus Ariquemes.

    Quanto s alunas, mesmo sabendo na inexistncia de residncia, poucas no se intimidam em

    correr uma vaga, se aprovadas procuram ficar em casa de parentes, conhecidos dos familiares,

    em alguns casos, as famlias, mesmo com a baixa renda familiar alugam um quarto para a

    filha poder estudar. Outro fator preocupante diz respeito mudana de famlias que rendem sua

    propriedade e muda-se para a cidade, em prol da educao de seus filhos.

    notrio nos discursos das famlias a vontade de ver o filho adquirir uma formao,

    mesmo sendo ela de nvel mdio, da o incentivo e o esforo para o ingresso do filho. No

    entanto percebe-se que 60% dos estudantes do campo no consegue ingressar, visto que,

    mesmo estando inserido dentro dos 50% por cento das vagas, tendo como fator determinante afalta de condies financeiras da famlia para manter o filho na cidade, uma vez que a

    residncia estudantil do IFRO/Campus Ariquemes no dispunha de vagas naquele momento.

    5 CONCLUSES

    Nesse estudo constata-se que os estudantes da rea rural, filhos de agricultores,

    enfrentam vrios desafios, no que tange a busca pela formao tcnica. Evidencia-se que taisdesafios perpassam por questes: econmicas- condies de vida; cultural - valor atribudo

    a educao no IFRO; polticas- formulao de polticas pblicas educacionais de acesso e

    permanncia classe camponesa para a formao profissional.

    O contexto muito mais grave do que aparentemente est posto. A subeducao deixa

    populao da rea rural s margens da educao, pois o modelo de educao recebida no

    condiz com sua realidade. Demo (1981, p 210) O risco de subeducao maior no caso da

    educao rural, porque a probabilidade de migrao grande. Assim, uma educaodemasiadamente adaptada no teria utilidade para uma situao urbana, que a pessoa com

    probabilidade ir enfrentar.

    Diante o esboo pode-se afirmar que no novidade que a educao oferecida aos

    seus filhos de agricultores ou trabalhadores da agricultura insignificante mediante ao

    conhecimento a ser aprendido, poucos conseguem vencer as barreiras e sair do convvio

    famlia e da comunidade em busca de novas perspectivas de vida, no entanto muitos fatores

    conspiram em favor do fracasso: a ausncia do apoio e afeto dos familiares, adaptao ao

    currculo escolar, costumes e hbitos alheios aos seus e principalmente questes financeiras.

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    PERCEPTIONS OF STUDENTS AND FAMILY TO FACE

    CHALLENGES FOR AGRICULTURAL TECHNICAL TRAINING:

    A CASE STUDY IFRO/CAMPUS OF ARIQUEMES

    ABSTRACT

    The study seeks to reveal the perceptions of students and families facing the challenges for technical agriculturaltraining and outlook of life of family farmers, when seeking the instruments and procedures of access and

    permanence of the Federal Institute of Education, Science and Technology Policy Rondnia (IFRO) as output for

    vocational training for their children. It is noticed that context an impasse in satisfying the desires of those whoreally depend on a free school and quality. Regarding the ticket, the Unified Selection Process in 2012/1, wasintended 50% of vacancies of technical courses in Agriculture and Foods son of family farmers (FA). However,40% of candidates and approved by the waves (FA), did not make registration. As for permanence, there areimplications that permeate the institution, which are questioning if necessary: limitation of places of residencesfor boys and lack of affirmative policies to meet girls; lack of incentives with scholarships for students fromfarm families; lack of accessibility of households to school life of their children, considering the problemsarising from the distance from family and friends: avoidance, poor school performance, isolation, factors thatmay cause depression. Based on the sketch becomes relevant analytical insight, fitting an investigation onaffirmative policies for service to the student, the son of the family farmer. For the realization of this work it

    became necessary a qualitative and quantitative approach, focusing on the case study, instrumental in literatureand field research, based empirically on the IFRO / Campus of Ariquemes.Keywords: agricultural vocational education; family farm; educational access and retention policies.

    REFERNCIAS

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    Federativa do Brasil, Braslia, 30 dez. 2008. Disponvel em:. Acesso em: 10nov. 2012.

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    Recebido em 23 de outubro de 2013. Aprovado em 020 de fevereiro de 2014.