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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE (MPES) PERCEPÇÃO DO PRECEPTOR SOBRE SUA PRÁTICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GERENCIADO PELA EBSERH (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES) TELMA DE FATIMA VITALIANO DA SILVA VERAS NATAL/RN 2018

PERCEPÇÃO DO PRECEPTOR SOBRE SUA PRÁTICA EM UM … · 2019-01-30 · Agradeço acima de tudo, a Deus, criador do universo, que capacita o homem para transcender os limites do conhecimento,

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE (MPES)

PERCEPÇÃO DO PRECEPTOR SOBRE SUA PRÁTICA EM UM

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GERENCIADO PELA EBSERH

(EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES)

TELMA DE FATIMA VITALIANO DA SILVA VERAS

NATAL/RN

2018

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TELMA DE FATIMA VITALIANO DA SILVA VERAS

PERCEPÇÃO DO PRECEPTOR SOBRE SUA PRÁTICA EM UM

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GERENCIADO PELA EBSERH

(EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES)

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ensino na Saúde, curso

de Mestrado Profissional em Ensino na

Saúde (MPES), da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte como requisito para a

qualificação para obtenção do título de

Mestre em Ensino na Saúde.

Orientador: José Diniz Júnior

Co-orientador: Simone da Nobrega Tomáz

Moreira

NATAL/RN

2018

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FICHA CATALOGRÁFICA

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Veras, Telma de Fatima Vitaliano da Silva.

Percepção do preceptor sobre sua prática em um hospital

universitário gerenciado pela EBSERH (Empresa Brasileira de

Serviços Hospitalares) / Telma de Fatima Vitaliano da Silva Veras. - 2018.

130f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em

Ensino na Saúde. Natal, RN, 2018.

Orientador: Prof. Dr. José Diniz Júnior.

Coorientadora: Profa. Dra. Simone da Nobrega Tomáz Moreira.

1. Ensino na saúde - Dissertação. 2. Preceptoria -

Dissertação. 3. Preceptor - Dissertação. 4. Residência médica -

Dissertação. 5. Estágio - Dissertação. I. Diniz Júnior, José. II.

Moreira, Simone da Nobrega Tomáz. III. Título.

RN/UF/BSCCS CDU 61:37

Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias - CRB-15/474

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE (MPES)

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde: Prof.a Dra.

Marise Reis Freitas

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TELMA DE FATIMA VITALIANO DA SILVA VERAS

PERCEPÇÃO DO PRECEPTOR SOBRE SUA PRÁTICA EM UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO GERENCIADO PELA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS

HOSPITALARES

Aprovado em:___/___/___

Banca examinadora:

Presidente da Banca:

______________________________

Profo Dr.: José Diniz Júnior

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Membros da Banca:

______________________________

Prof.a Dra. Simone da Nóbrega Tomaz Moreira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (Titular)

______________________________

Profª Dra. FRANCIS SOLANGE VIEIRA TOURINHO

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (Titular) Externo ao Programa

_________________________________

Profa. Dra. Juliana Jalles Menescal Pinto

Universidade Federal do Rio Grande do Norte –UFRN(Suplente)

______________________________

Profº. Dr. João Bosco Filho

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN

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DEDICATÓRIA

À Deus, autor da vida, Mestre por excelência.

Aos meus pais, razão pelo esforço da busca

contínua do aperfeiçoamento, em resposta ao

esforço empreendido para que compreendesse

a importância da educação. Ao meu esposo,

pelo incentivo ao crescimento intelectual, e aos

meus filhos, para os quais deixo como legado a

busca incessante do aperfeiçoamento do

intelecto, proporcionada pela leitura, pelos

estudos.

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“Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia

atômica: a vontade.” Albert Einstein

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AGRADECIMENTOS

Agradeço acima de tudo, a Deus, criador do universo, que capacita o homem para

transcender os limites do conhecimento, descobrindo o novo a cada dia. Me

proporcionou a felicidade de alcançar mais uma etapa, cumprindo assim o desejo do

meu coração. Neste processo de potencialização mental, diariamente repassando o

filme da minha vida, vejo o quão grandioso Ele tem sido para comigo, a cada etapa

do filme, vejo a progressão do amadurecimento, e assim, subo um degrau da vida,

levando comigo a bagagem do conhecimento, adquirido com árduo esforço. Ao meu

pai, meu querido “Zé de Nino” (in memorian), que durante este percurso do mestrado

nos acenou um adeus, deixando uma lacuna imensa, deixando-me subir mais um

degrau sem sentir a sua presença física, porém, os valores de simplicidade e

honestidade que nos repassou estão bem guardados, na bagagem da vida. À minha

amada mãe, meu espelho de luta e determinação, da qual extraí a essência da busca

do desconhecido através dos estudos. A essa altura da vida, com a inversão de

papéis, onde eu me torno mãe e ela a filha, nos poucos momentos de compreensão

da realidade em que ela ainda acredita nos estudos. Em muitos momentos ainda a

ouço aconselhando os mais novos (netos e filhos): “vão estudar! ”. À um irmão, muito

especial, Tacio Vitaliano, o qual tem sido para mim um exemplo de garra, e luta

inconstante no mundo acadêmico, ao concluir o doutorado em matemática e estar

cursando a terceira faculdade, a de direito. Aos meus demais irmãos, cunhados, sogra

e familiares, pela força e confiança que sempre depositaram em mim, dando-me apoio

em tudo que eu faço. Aos colegas de trabalho, em especial, à Drª Debora Mororó,

DrªJuliana Jales, Marilda Câmara e Shirley Lira, pelo incentivo, compreensão e

mensagens de ânimo e encorajamento, nos momentos difíceis. À Dra. Jussara Maia,

minha coordenadora, pelo crédito em mim depositado, e pelo exemplo que tem sido,

de determinação, de busca incessante através da ciência, para ofertar uma saúde de

melhor qualidade para os nossos pequeninos e adolescentes. À direção do HUOL, e

às chefias imediatas, que não mediram esforços no sentido de encaminhamentos

burocráticos para a minha liberação e pela realização do trabalho neste hospital. Aos

meus queridos filhos, Efraim e André, pelos momentos que deixei de assisti-los, de

estar ao seu lado para partilhar das suas alegrias, dificuldades e êxitos. Ao meu

querido e amado esposo, Leonardo Veras, por incentivar-me a crescer continuamente,

sonhando comigo os meus sonhos e pela compreensão nos momentos em que deixei

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de estar ao seu lado, como adjutora, para cumprir as responsabilidades advindas do

mestrado, sendo o meu apoio na subida dos degraus, na escalada da vida, às

centenas de irmãos Batista Ebenézer, pelo apoio espiritual, pela compreensão nos

momentos de ausência. À todos os enfermeiros da Pediatria do HUOL, sinônimo de

competência e amor ao que fazem. Àqueles que colaboraram direta ou indiretamente

com este trabalho: Á coordenação das Residências Médica e Multiprofissional, e aos

colegas Tutores e preceptores que participaram da pesquisa. Enfim, à coordenação

do MPES, aos excelentes professores e colegas do Mestrado, à secretária Joseneide

e aos orientadores: José Diniz Júnior e Simone da Nóbrega Tomaz Moreira, pela

excelente contribuição para o êxito do meu amadurecimento, permitindo-me galgar

mais um degrau na escada da vida: a conclusão do Mestrado Profissional em Ensino

na Saúde.

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RESUMO

No contexto da formação acadêmica, tanto na graduação quanto na pós-graduação,

na modalidade Lato sensu, das residências médica e multiprofissional, os preceptores

são peças fundamentais para a consolidação da missão de um hospital universitário,

no tocante à formação profissional. O presente estudo tem o propósito de

compreender a percepção dos preceptores sobre o processo de preceptoria em um

hospital universitário gerenciado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

(EBSERH). Através de um estudo qualitativo, descritivo exploratório desenvolvido no

Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), com o uso da técnica de grupo focal.

Participaram do estudo preceptores das Residências Médica e Multiprofissional com

vínculos empregatícios RJU (Regime jurídico único - UFRN) e CLT (Consolidação das

leis do trabalho - EBSERH), propositando-se assim, entenderas percepções a partir

do vínculo trabalhista. De acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional

de Saúde (CNS), a pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa. Os

profissionais em estudo compõem as várias profissões no contexto das Residências

da saúde (Assistente Social, Enfermeiro, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Nutricionista,

Médicos, Psicólogos), e os dados foram levantados a partir do grupo focal, realizado

em dois encontros, em março de 2017: um com servidores RJU e o outro com

servidores CLT. A análise de dados se deu através da Análise temática Categorial de

Bardin. Os dados obtidos indicaram que, servidores de ambos os vínculos tinham a

percepção da relevância de sua participação no contexto da formação de futuros

profissionais de saúde; da necessidade constante de sua qualificação, enquanto

preceptor; da não valorização deste profissional, por parte da instituição independente

do vínculo. Evidenciou-se a necessidade de se adotar, por parte desta, uma

normatização, voltada a oportunizar melhorias para a sua execução, permitindo-lhes

uma atuação pedagógica mais prazerosa e com uma performance melhor,

concomitante a excelência na assistência à saúde.

Palavras-chave: Preceptoria; Preceptor; Hospital de Ensino; Ensino; Residências,

Estágio.

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ABSTRACT

In the context of academic training, both in graduation and postgraduate courses, in

the lato sensu modality, of medical and multiprofessional residences, preceptors are

fundamental pieces for the consolidation of the mission of a university hospital,

regarding vocational training. The present study aims to show the perception of

preceptors of a teaching hospital about the preceptor process in a university hospital

managed by the Brazilian Company of Hospital Services (EBSERH). Through a

qualitative, exploratory descriptive study developed at the University Hospital Onofre

Lopes (HUOL), with the use of the focal group technique, performed during two years.

The study included preceptors of the Medical and Multiprofessional Residences with

RJU (Single Legal Regime - UFRN) and CLT (Consolidation of Labor Laws - EBSERH)

employment contracts, aiming to analyze perceptions based on the labor relationship.

According to Resolution 466/2012 of the National Health Council (CNS), the research

was submitted to the Ethics and Research Committee being approved. The

professionals make up the various professions in the context of Health Residencies

(Social Worker, Nurse, Pharmacist, Physiotherapist, Nutritionist, Physicians,

Psychologists), and data were collected from focus group interviews in two meetings:

one with RJU servers and the other with CLT servers. The analysis of the data was

done through BARDIN's Categorical Analysis. The data obtained indicated that the

preceptors presented the same opinions on the questions raised. It was found that, the

employers, had the perception of the relevance of their participation in the context of

the training of future health professionals; of the constant need of his qualification, as

preceptor; on the part of the institution, regardless of the link, evidencing the need to

adopt, on the part of the latter, a normalization aimed at providing improvements for its

execution, allowing them a more pleasant pedagogical performance and a better

performance, concomitant with excellence in health care.

Keywords: Preceptorship, Preceptory, Teaching Hospital, Boarding School,

Residence, Internship

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 13

2 JUSTIFICATIVA............................................................................... 17

3 OBJETIVOS ................................................................................... 18

3.1 Geral .................................................................................. 18

3.2. Específicos ........................................................................ 18

4 PERCURSO METODOLÓGICO (MÉTODOS)................................ 18

4.1.Tipo de pesquisa................................................................ 18

4.2. Local de pesquisa............................................................. 19

4.3 Participantes da Pesquisa ................................................. 19

4.4. Etapas da Pesquisa........................................................... 20

5 RESULTADOS .............................................................................. 20

5.1 Guia prático de pesquisa qualitativa: técnica para coleta de dados em grupo focal.....................................................................

21

5.2 Artigo científico: Submetido à Revista Brasileira De Educação Médica, Qualis A2 na área de ensino................................

35

6 APLICAÇÕES PRÁTICAS NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE ...........................................................

54

7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 55

8 ANEXOS ......................................................................................... 60

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1 INTRODUÇÃO

No contexto da formação acadêmica tanto na graduação quanto na Pós-

Graduação, na modalidade Lato sensu, das Residências Médica e Multiprofissional,

os preceptores são peças fundamentais para a consolidação da missão de um

Hospital Universitário (HU) no que concerne à formação profissional. A ideia que se

tem, é que, antes de tudo, ele seja um centro de atenção médica de alta complexidade

que tem importante papel no atendimento de nível terciário; apresente forte

envolvimento em atividades de ensino e pesquisa, atrai alta concentração de recursos

físicos, humanos e financeiros em saúde e exerce um papel político importante na

comunidade que está inserido. Nesta perspectiva, o HU se caracteriza pela existência

de múltiplas dimensões: Assistência, Ensino e Pesquisa.

Nesta óptica, este cenário de prática representa oportunidade ímpar para os

profissionais em formação na área da saúde e para aqueles em qualificação nas

Residências. Assim, o discente terá a oportunidade de desenvolvimento profissional,

considerando o perfil desta instituição, que está inserida no nível secundário e terciário

de assistência à saúde, com ampla dimensão tecnológica, e por compor em seu

quadro, profissionais altamente qualificados, agregando valores aos ensinamentos

teórico-práticos. O Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) está vinculado a

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), referência para média e alta

complexidade no Rio Grande do Norte e é administrado pela Empresa Brasileira de

Serviços Hospitalares (EBSERH)1.

A EBSERH surgiu a partir da Reestruturação de Hospitais Universitários

(REHUF), através do Decreto nº 7082, de 27 de janeiro de 2010 (artigo 1º), autorizada

pela Lei 12.5502,3.

Dentre as suas várias competências, está o compromisso com a assistência à

saúde nos níveis secundário, terciário e de alta complexidade, com o ensino, a

pesquisa e a extensão, colaborando para as diretrizes do SUS, voltadas à formação

em saúde.

Nessa perspectiva, a EBSERH passou a assumir a gestão dos HU que

aderiram a sua proposta com a finalidade de garantir uma assistência de excelência

no atendimento às necessidades de saúde dos usuários do SUS, além de oferecer

condições adequadas para a geração de conhecimento e formação dos profissionais

de saúde dos cursos oferecidos pela universidade.

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A Residência Médica consolidou-se como especialização para médicos, como

modalidade de pós-graduação Lato sensu, caracterizada pela formação em serviço,

regulamentada desde 1977 pelo Decreto 80.281, cujo desenvolvimento ocorre em

instituições de saúde, sob a supervisão do profissional médico, capacitado e que

valorize os “[...] princípios éticos da profissão”4.

No hospital em estudo, ela foi criada em 1980, contendo atualmente 19

Programas de Residência Médica em 22 áreas de atuação, aprovados pela Comissão

Nacional de Residência Médica (CNRM). Compõe-se de 102 médicos residentes,

atuando nas várias especialidades em forma de estágio supervisionado4.

A Residência Multiprofissional em Saúde, inserida no Programa de Residência

Integrada Multiprofissional e em áreas da Saúde, é um curso de pós-graduação Lato

sensu, caracterizada pelo treinamento em serviço, embasado pelos princípios e

diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetiva a capacitação do profissional,

com vistas a executar o cuidado integral da saúde e é vinculado pelas ações de

promoção, prevenção e reabilitação da saúde, no universo dos Hospitais

Universitários.

O referido programa tem a duração de dois anos, em regime de dedicação

exclusiva, conforme a Lei 11.129, de 30 de junho de 2015, Portaria Interministerial

1.077, de 12 de novembro de 2009 e Resoluções advindas da Comissão Nacional de

Residência Multiprofissional de Saúde (CNRMS), compreendendo uma carga horária

de 5.760 horas5,6,7.

No cenário em estudo, ela contempla três áreas de concentração: Atenção em

Terapia Intensiva Adulto, Atenção em Cardiologia Adulto e Atenção à Saúde da

Criança, nas quais, 07 profissões da área da saúde fazem parte: Enfermagem,

Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social.

Para o êxito dessa modalidade, é necessário a participação do profissional

preceptor que atua nos cenários de assistência à saúde e cuja função é normatizada

pela Portaria Nº 1.111/GM, de 5 de julho de 2005, Art. 7º, Inciso I, a qual descreve a

função do preceptor como “[...] supervisão docente-assistencial por área específica de

atuação ou de especialidade profissional [...]”9.

Desse modo, a Resolução nº 2 de 13.04.2012, da Comissão Nacional de

Residência Multiprofissional (CNRMS) determina que a função do preceptor é voltada

à supervisão da prática discente, cujo preceptor deve ter o título de especialista e estar

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vinculado à unidade de assistência ou à unidade formadora. Assim, os profissionais

que ingressam nesses serviços devem estar aptos a assumir a dupla missão de cuidar

e educar7,8.

“A palavra preceptor vem do latim praecipio ‘mandar com império aos que lhe

são inferiores’. Era aplicada aos mestres das ordens militares, porém, desde o século

XVI [...] é usada para designar aquele que dá preceitos ou instruções, educador,

mentor, instrutor”9.

A prática de preceptoria está atrelada a sua carga horária, dentro da sua

jornada de trabalho, prática esta considerada histórica. O profissional de saúde se

torna preceptor no momento em que inicia a sua carreira profissional. Não é

necessário participar, especificamente de concurso para tal, aliás, na maioria das

vezes este profissional não é devidamente orientado que, atrelado à sua contratação,

está a responsabilidade do ensino prático em serviço10,11,12.

O preceptor é o protagonista no cenário de práticas de instituições que prestam

assistência à saúde, sejam elas públicas ou privadas, de ensino ou não. É o

moderador/exemplo do residente ao executar as suas habilidades, conhecimentos e

atitudes sendo o seu responsável direto; designa as suas atribuições, elabora o seu

plano de trabalho e avalia o seu desenvolvimento profissional qualitativo e

quantitativamente11.

Para tanto, o preceptor deverá ter competências adquiridas através de

habilidades, conhecimentos e atitudes, com a finalidade de acompanhar processos,

modelos e práticas que emergem do seu dia-a-dia.

Além disto, ele deve ser um sujeito centrado para compreender o que busca,

seja no acréscimo de conhecimentos teórico-práticos, seja buscando atualizar-se

para, acompanhar processos, modelos, novas práticas, novos equipamentos que

emergem a cada dia13.

Ademais, este profissional transcende as questões práticas, quando penetra

além do olhar do residente, na sua subjetividade, ou quando se torna o ouvinte,

conselheiro, mediador de conflitos, encorajador, e acima de tudo, seu exemplo, seu

espelho, principalmente quando esse foi um residente. Ele é, no entanto, o profissional

que articula a prática ao Ensino-serviço, estimulando o residente a desenvolver um

senso crítico capaz de mudar a realidade vivenciada14,15,16.

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Diante do exposto, consegue-se vislumbrar a dimensão do processo de ensino

em serviço em um hospital com Residência. Nesse caso, a instituição se articula para

atender estes profissionais durante o período de sua especialização, que tem como

foco o cuidar do ser humano fragilizado pela doença, e/ou colaborar para promoção

da saúde do sujeito ou do coletivo. Isto redunda em uma responsabilidade assumida

pela tríade Instituição-Preceptor-Aluno. Cabendo, portanto, a maior responsabilidade

ao preceptor16. _

Essa conjuntura tem como sustentação o SUS, que foi desenhado a partir da

Constituição Federal, ao promulgar as Lei 8.080 de 19/09/1990 e a Lei 8142/90, as

quais originam esse Sistema de Saúde alicerçado sobre os pilares da Universalidade,

Equidade e Integralidade da atenção à saúde e que aborda, entre outros aspectos, a

formação em saúde com o objetivo de formar recursos humanos em serviço de forma

qualificada para fortalecer os alicerces fundamentais do SUS17,18.

Essa proposta trouxe consolidação às residências em saúde, as quais foram

ampliadas e reconhecidas legalmente. Porém, para que houvesse a qualificação nos

serviços seria necessário a capacitação do preceptor de maneira técnica e

pedagógica. Essa estratégia foi prejudicada mediante a dificuldade financeira dos

serviços públicos de saúde nas esferas municipal estadual e federal, que refletem o

contexto da política econômica e de saúde vigente no país.

No entanto, com a finalidade de balizar a “[...] integração entre ensino, serviços

e comunidade no âmbito do [...] SUS”, foi firmado, através da Portaria Interministerial

nº 1.124, de 4 de agosto de 2015 os Contratos Organizativos de Ação Pública Ensino-

Saúde (COAPES), que norteiam uma série de iniciativas voltadas a garantir a

formação na área da saúde, envolvendo as gestões municipais, estaduais e federais

para efetivação das mesmas. Dentre as suas proposições, encontram-se a formação

de preceptores no serviço de saúde e a institucionalização da preceptoria1.

Porém, na prática, não se vislumbra uma política institucional, que embase a

sua atuação enquanto preceptor. No momento não existe, para o preceptor, uma

Normatização voltada a atender as necessidades de adequação às mudanças do

perfil da saúde no país, nem tampouco que contemplem as dificuldades encontradas

por este profissional que exerce a dupla função: de profissional em serviço e preceptor

do serviço.

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Dentre estas necessidades, em primeiro lugar, aponta-se para a capacitação

didático-pedagógica voltada ao ensino em serviço, baseada em metodologias atuais,

que venham a romper os moldes arcaicos vigentes na academia, quebrando

paradigmas caducos, de forma a permitir ao preceptor, uma capacitação prazerosa,

dentro da modalidade de ensino com a utilização de métodos ativos15,19,20,21.

Apesar do esforço dos Ministérios da Saúde e da Educação em se debruçar na

temática da formação para o SUS, não se vislumbram ações consistentes voltadas a

qualificação permanente daqueles que contribuem para a formação dos profissionais

de saúde. Deve-se considerar que, o preceptor, para ter êxito no processo educativo

que lhes é peculiar necessita da formação pedagógica22.

Em segundo lugar, deve-se considerar a valorização do Preceptor, no âmbito

institucional, de forma a elaborar, inicialmente, normas, rotinas, sistematizações de

forma participativa, de modo que estes possam agregar valores no desempenho da

sua função, fomentando qualitativa e quantitativamente, o ensino, a pesquisa, e a

assistência à saúde dos sujeitos.

No contexto da formação em saúde, não só as instituições de ensino superior

têm a responsabilidade de o fazê-lo, mas chama-se também a atenção à

corresponsabilidade do Governo Federal, do Estado e do Município, órgãos

governamentais intrinsecamente ligados no propósito da formação do profissional de

saúde, que venha a atender os requisitos necessários preconizados pelo SUS, e

consequentemente, garantir à população sob a sua responsabilidade, serviços de

assistência à saúde de qualidade1,11,23,24.

Partindo dessas considerações, levantam-se as seguintes questões para o

direcionamento do estudo: Como o Profissional Preceptor compreende o processo de

preceptoria desenvolvido no hospital universitário a partir do seu vínculo

empregatício? Qual a estrutura de apoio disponibilizado pelo hospital para

operacionalização deste processo?

2 JUSTIFICATIVA

No transcurso da sua vivencia na preceptoria, acompanhando alunos técnicos

de enfermagem, bolsistas de graduação de enfermagem, e Residentes de

enfermagem, no desenvolvimento de assistência à saúde e ações concomitantes à

prática em serviço, a autora experimentou inquietações acerca das dificuldades que

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permeavam o processo da preceptoria no cenário de prática: por que, ao iniciar o

exercício da preceptoria não havia para o profissional da saúde um preparo, um

treinamento um curso específico para tal. Esta inquietação contribuiu para a

elaboração do presente estudo, na tentativa de encontrar respostas que respaldassem

uma reorganização no processo da preceptoria, alicerçado na percepção dos

preceptores do serviço, que, assim como eu, buscam respostas e soluções que

contribuam para a prática do ensino em serviço. Desta maneira, procura-se, através

do estudo, suscitar normatização para a preceptoria, com vistas a melhorar as

perspectivas de trabalho do profissional preceptor.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Compreender o processo de preceptoria no hospital em estudo a partir da visão

do profissional preceptor.

3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

1- Identificar a estrutura de apoio, disponível nos Hospital universitário para a

operacionalização da preceptoria;

2- Identificar as potencialidades e oportunidades de melhoria para o

desempenho com qualidade da preceptoria

4 PERCURSO METODOLÓGICO

4.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, cuja coleta de

dados foi feita através da técnica de grupo focal. Minayo25 define a Pesquisa

Qualitativa como:

“[...] aquela capaz de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, sendo estas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transformação, como construções humanas significativas”.

A autora ainda considera o método qualitativo como:

“[...] o que se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam [...]”.

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A Pesquisa Exploratória é utilizada quando se tem pouco conhecimento daquilo

que se está pesquisando. Neste tipo de pesquisa o investigador descreve com

exatidão aquilo que está investigando, e que para realizá-la “requer um planejamento

bastante flexível para possibilitar a consideração dos mais diversos aspectos de um

problema ou de uma situação26.

A Pesquisa Descritiva, como o próprio nome sugere, descreve as

características de determinada população ou fenômeno e estabelece relação entre as

variáveis. Nela os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e

interpretados.

Já o Grupo Focal (GF) é uma técnica de coleta de dados que colhe informações

a partir do inter-relacionamento grupal. Sua principal finalidade é captar informações

detalhadas sobre o tema em estudo, o qual é apresentado ao grupo pelo investigador.

A diferença entre esta técnica e a Entrevista Individual, reside na interação e

comunicação entre os participantes, para que se se extraia minuciosamente os dados

do estudo. Além disso, “busca colher informações que possam proporcionar a

compreensão de percepções, crenças, atitudes sobre um tema, produtos ou serviços”.

A formação do grupo é determinada por critérios previamente estabelecidos pelo

pesquisador, que contemplem os objetivos da investigação. É necessário propiciar ao

grupo, um ambiente favorável que proporcione aos participantes a liberdade de

expressar seus sentimentos, ideias, percepções e opiniões27.

4.2 LOCAL DE PESQUISA

Por ser um cenário de prática que atende as perspectivas da pesquisa em

relação aos sujeitos do estudo, optou-se por realizar o estudo no Hospital Universitário

Onofre Lopes, referência para o Estado do Rio Grande do Norte, atendendo os níveis

secundário e terciário de assistência à saúde.

4.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA

A coleta de dados foi feita através da técnica de grupo focal, realizado com

preceptores das residências Médica e Multiprofissional do HUOL, contemplando as

seguintes profissões: Assistente Social, Enfermeiros, Farmacêuticos, Fisioterapeuta,

Médicos, Nutricionistas e Psicólogo, com vínculos empregatícios distintos: do Regime

Jurídico Único (RJU/UFRN) e CLT (EBSERH), com o intuito de entender se há

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diferenças das percepções dos mesmos sobre o processo da preceptoria no hospital

em estudo.

Dentre os entrevistados, Apenas 01 possui pós-graduação stricto sensu e 02

eram mestrandos.

4.4 ETAPAS DA PESQUISA

Foi utilizado como critério de inclusão, os preceptores que exerciam a

preceptoria há um ano ou mais. Para a coleta de dados, foi emitida uma carta de

anuência ao Comitê de Ética do HUOL, seguindo-se da solicitação de autorização

junto a Direção de Ensino e Pesquisa, e do parecer junto ao Comitê de Ética em

Pesquisa de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde

(CNS). A Anuência foi dada através do Parecer nº 1.808.263, Plataforma Brasil. Todos

os participantes assinaram o TCLE, conforme a Resolução 466/2012. O Roteiro para

o grupo focal, foi elaborado pela pesquisadora, contendo questões norteadoras

pertinentes ao objeto de estudo. A discussão foi feita em 2 encontros, através do

Grupo focal, moderada pela pesquisadora, com auxílio de 2 profissionais de saúde,

com uma duração de uma hora, cada encontro, sendo gravadas por dois aparelhos

eletrônicos, autorizado previamente pelos participantes. Em seguida foi feita a

Transcrição das falas, a leitura flutuante e a codificação dos dados, com posterior

categorização, sendo necessário a subcategorização28.

A partir das Unidades de análise, emergiram 03 categorias, 10 subcategorias e

100 unidades de análise, assim distribuídas: 49 unidades de análise no grupo de

preceptores da UFRN e 51 unidades de análise dos preceptores da EBSERH. Dentre

os entrevistados, a maioria era do sexo feminino. Apenas 01 possui pós-graduação

stricto sensu e 02 eram mestrandos.

As falas foram identificadas iniciando-se por U para os servidores da UFRN e

E para os servidores da EBSERH, seguidas da primeira letra da profissão exercida.

5 RESULTADOS

Como resultado do Mestrado, foram produzidos: 01 “Guia prático de pesquisa

qualitativa - técnica para coleta de dado no grupo focal” e 01 artigo, submetido à

Revista Brasileira de Educação Médica, conforme segue abaixo:

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5.1 GUIA PRÁTICO DE PESQUISA QUALITATIVA: TÉCNICA PARA COLETA DE DADOS EM GRUPO FOCAL

GUIA PRÁTICO DE PESQUISA QUALITATIVA TÉCNICA PARA

COLETA DE DADOS EM GRUPO FOCAL

TELMA DE FATIMA VITALIANO DA SILVA VERAS

JOSÉ DINIZ JUNIOR

SIMONE DA NÓBREGA TOMAZ MOREIRA

ROSIANE ZUZA DINIZ

ANA CRISTINA DA SILVA LOPES

NATAL/RN

2018

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GUIA PRÁTICO DE PESQUISA QUALITATIVA TÉCNICA PARA

COLETA DE DADOS EM GRUPO FOCAL

TELMA DE FATIMA VITALIANO DA SILVA VERAS

JOSÉ DINIZ JUNIOR

SIMONE DA NÓBREGA TOMAZ MOREIRA

ROSIANE ZUZA DINIZ

ANA CRISTINA DA SILVA LOPES

Elaborado como produto a ser apresentado

para a conclusão do Mestrado Profissional

em Ensino na Saúde da Universidade Federal

do Rio Grande Do Norte. Tem como

finalidade apresentar o Grupo Focal como

técnica de coleta de dados para iniciantes na

pesquisa qualitativa.

NATAL/RN

2018

*Mestranda pelo Mestrado Profissional em Ensino na Saúde-Programa de Pós-graduação em Ensino

na Saúde- CCS/UFR

** Doutor em medicina pela UNIFESP, orientador, participou na construção do trabalho fornecendo

material didático pertinente ao tema estudado, analise dos resultados, confecção do artigo.

*** Doutora em Ciências da Saúde, Pela UFRN, Co-orientador, participou na orientação do trabalho na

metodologia utilizada na pesquisa e na discussão dos resultados.

****Doutora, Chefe da Unidade de Pós-graduação do HUOL/EBSERH, professora do Mestrado

profissional em Ensino na Saúde

***** Bibliotecária (UFRN), Mestranda do Mestrado profissional em gestão da Informação e do

Conhecimento

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..................................................................................... 02

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 03

2 MÉTODO QUALITATIVO.......................................................................... 04

3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS QUALITATIVOS........................... 05

3.1 DOCUMENTAÇÃO INDlRETA................................................................... 05

3.1.1 Pesquisa Documental (Fontes Primárias) ............................................. 05

3.1.2 Pesquisa Bibliográfica (Fontes Secundárias) ....................................... 05

3.2 DOCUMENTAÇÃO DlRETA...................................................................... 05

3.2.1 Observação Direta Intensiva................................................................... 06

4 O GRUPO FOCAL..................................................................................... 07

4.1 QUESTÕES ÉTICAS E LEGAIS................................................................ 08

4.2 O ROTEIRO PARA DISCUSSÃO.............................................................. 08

4.3 A ESCOLHA DOSPARTICIPANTES......................................................... 08

4.4 O MODERADOR........................................................................................ 09

4.5

4.6

INSTRUÇÕES AO MODERADOR.............................................................

O ASSISTENTE.........................................................................................

09

10

4.7 PREPARAÇÃO DO AMBIENTE................................................................. 10

4.8 FERRAMENTAS A SEREM UTILIZADAS NA DISCUSSÃO DO GRUPO 10

4.9 A DISCUSSÃO NO GRUPO...................................................................... 11

4.10 O TRATAMENTO DOS DADOS................................................................ 11

REFERÊNCIAS......................................................................................... 12

ANEXOS.................................................................................................... 14

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APRESENTAÇÃO

Quando pensamos em fazer uma pesquisa qualitativa em saúde, o grupo focal

é sempre o mais lembrado pelos pesquisadores. O problema é que quando vamos

procurar na literatura, não há um passo a passo, então por onde começar? A escassez

se deve, a nosso ver, a partir da não concordância entre os autores de bases e

conceitos da pesquisa qualitativa, entre as profissões e especialidades, deixando o

jovem pesquisador confuso diante de inúmeros formatos.

A solução encontrada para isso foi a elaboração de um guia prático para

pessoas que pretendem iniciar na pesquisa qualitativa e se aprofundar em temas de

educação e saúde, para que possam usar da experiência dos autores para seu

planejamento de pesquisa. Boa leitura.

Professor José Diniz Júnior

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1 INTRODUÇÃO

Este guia é resultado da Dissertação do Mestrado Profissional em Ensino na

Saúde, cuja metodologia utilizada foi a Pesquisa Qualitativa, com a opção de

utilização da técnica do Grupo Focal. Como a pesquisa foi direcionada a profissionais

preceptores da área da saúde, com vínculos empregatícios diferentes, vislumbrou-se

a possibilidade de divergência nas respostas dos entrevistados em relação a sua

percepção sobre o Processo da Preceptoria em um Hospital Universitário. Desse

modo, optou-se por utilizá-la pela possibilidade que oferece em aprofundar o

conhecimento sobre o tema estudado, a partir da percepção dos atores envolvidos.

Tem o propósito de apresentar o Grupo Focal como técnica de coleta de dados na

Pesquisa Qualitativa para principiantes.

2 MÉTODO QUALITATIVO

Historicamente falando, os métodos quantitativos possuem aproximadamente

quatrocentos anos. Em contrapartida, os métodos qualitativos beiram um século de

existência surgindo a partir de estudos “[...] antropológicos, culturais e psicanalíticos”1.

Com o advento da era Galileana, houve uma ruptura entre a ciência a filosofia e a

religião. É aí onde entraram os “[...] procedimentos metodológicos próprios [...]”.

Turato1 considera que as ciências naturais são baseadas na matemática, e a sua

proposta é procurar explicações nos fenômenos, “nas relações causais” que existem

entre si. Já as ciências humanas procuram entender os “fenômenos humanos e

sociais [...]”, as relações de significados1.

Na área da saúde, a busca por este método tem crescido de maneira

significativa. Este fato é comprovado pela publicação de trabalhos acadêmicos em

periódicos, pela busca nos programas de pesquisa nas instituições e também em

congressos acadêmicos. Em épocas passadas, este tipo de método não era bem

aceito por se duvidar da sua cientificidade 2,3.

A pesquisa qualitativa pode ter a teoria como um suporte, mas principalmente

como algo a ser desenvolvido, por se tratar de uma pesquisa exploratória, aberta,

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preocupada com a interpretação dos dados e não com a quantificação, responderá a

uma questão de pesquisa com proposições, não com hipóteses. Para Deslandes4 :

“A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”4.

3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

A escolha da técnica da coleta de dados se dá a partir dos propósitos da

pesquisa. Consiste na procura de informações inerentes ao fenômeno/problema que

se quer estudar para a sua compreensão a fundo. Lakatos5 as classifica como:

3.1 DOCUMENTAÇÃO INDlRETA

Na documentação indireta o levantamento de dados se dá a partir de fontes

diversas.

3.1.1 Pesquisa Documental (Fontes Primárias)

Na pesquisa documental a fonte da coleta de dados são documentos escritos

ou não.

Fontes de Documentos:

a) Arquivos públicos

b) Arquivos particulares

c) Fontes estatísticas

3.1.2 Pesquisa Bibliográfica (Fontes Secundárias)

A pesquisa bibliográfica é caracterizada pela exploração de toda bibliografia já

publicada relativa à temática que se quer investigar.

Tipos e Fontes bibliográficas:

A) Imprensa escrita

B) Meios audiovisuais

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C) Material cartográfico

D) Publicações

No contexto das pesquisas bibliográficas, as bases de dados surgem como

importante fonte de pesquisa, reunindo a produção científica das mais diversas áreas

do conhecimento, especializada ou generalista, com publicações confiáveis, dando

qualidade e credibilidade aos estudos desenvolvidos por pesquisadores.

De acordo com Souto6, as bases de dados são elaboradas com o objetivo de

fornecer informação atualizada, precisa e confiável, buscando atender a demanda de

uma clientela específica. Quanto à abrangência, as bases podem ser locais, regionais,

nacionais e internacionais, quanto ao conteúdo podem ser referenciais, de resumos,

texto completo, ou representar o documento indicando seu conteúdo de forma mais

completa fazendo a junção de mais de uma destas características, como por exemplo,

abstract e texto completo.

3.2 DOCUMENTAÇÃO DlRETA

Na documentação direta a coleta de dados pode ser realizada no local onde

ocorrem os fenômenos, podendo ser obtidos por:

Pesquisa de Campo

Pesquisa de Laboratório

3.2.1 Observação Direta Intensiva:

A observação direta intensiva se caracteriza por ser realizada através das seguintes

técnicas:

Observação

Entrevista:

a. Padronizada ou Estruturada

b. Despadronizada ou Não-estruturada:

Focalizada

Clínica,

Não dirigida

c. Painel

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28

4 O GRUPO FOCAL

Grupos focais são grupos de discussão, onde há o entrosamento entre os

participantes que realizam o diálogo entre si, possibilitando emergir suas percepções,

idéias, opiniões, crenças e valores sobre determinada temática colocada em debate,

a fim de extrair dados/informações acerca do que está sendo investigado2.

Caracteriza-se pela possibilidade de interação grupal, onde os participantes

têm a liberdade de expressar suas opiniões, trocar idéias e refletir sobre a realidade

do tema em questão, e a possibilidade de formação de mais de um grupo, uma vez

que o quantitativo preconizado para cada grupo é pequeno7.

Esta técnica é ideal para se fazer uma análise mais aprofundada daquilo que

se deseja investigar, uma vez que, a subjetividade dos sujeitos está implícita, podendo

também ser analisada e permite a liberdade de expressão, uma vez que a ambiência

deve promover descontração e neutralidade, garantindo segurança aos participantes.

Ele é conduzido por um moderador (que pode ser o pesquisador) ou por uma

equipe, que pode compor um ou mais moderadores, e por um assistente da pesquisa8.

Possibilita a participação de várias pessoas que tenham pelo menos um ponto

em comum, em um mesmo espaço, ao mesmo tempo e que possuam conhecimento

do objeto de estudo na sua peculiaridade. De acordo com a literatura, a quantidade

de participantes deve ser no mínimo 6 e no máximo, de 12 a 15 pessoas. A

durabilidade da reunião deve ser em média de 90 a 110 minutos2,7. Ressel7 traz sua

contribuição à esta discussão, ao afirmar que o grupo focal:

“[...] permite ao pesquisador não só examinar as diferentes análises das pessoas em relação a um tema. Ele também proporciona explorar como os fatos são articulados, censurados, confrontados e alterados por meio da interação grupal e, ainda, como isto se relaciona à comunicação de pares e às normas grupais [...] também é adequado para ser consultado em estágios exploratórios de uma pesquisa, quando se quer ampliar a compreensão e avaliação a respeito de um projeto, programa ou serviço, e pode ser associado a outras técnicas de coleta de dados concomitantemente”

4.1 QUESTÕES ÉTICAS E LEGAIS

O projeto científico desenvolvido com seres humanos, como na entrevista e

grupo focal, deverá ser submetido à apreciação e aprovação ética pelo Comitê de

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Ética da Instituição, sendo formulado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,

de acordo com as Normas da resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde,

para que seja lido e assinado pelos participantes da pesquisa, anteriormente a

realização da entrevista, informando inclusive que durante a entrevista, serão

utilizados instrumentos de gravação de vozes.

4.2 O ROTEIRO PARA DISCUSSÃO

O Roteiro é preparado de acordo com aquilo que se pretende investigar. Trad2

recomenda que a sua formatação deva estar concatenada ao referencial teórico-

metodológico utilizado na pesquisa. Na sua formulação, devem ser considerados

alguns aspectos:

a) As questões devem ser elaboradas de forma a possibilitar que sua leitura

pelo moderador e a compreensão pelo grupo ocorram sem maiores

dificuldades.

b) Faz-se necessário realizar o pré-teste do roteiro, que consiste na aplicação

do mesmo junto a um indivíduo que não participará do grupo focal, porém

com o mesmo padrão de características daqueles que irão participar do

estudo. Tem a finalidade de evitar dificuldades de compreensão de frases,

palavras que porventura estejam no roteiro a ser utilizado para a discussão,

podendo interferir no resultado.

c) Deve conter em média, 6 questões abertas, que provoquem a discussão

4.3 A ESCOLHA DOS PARTICIPANTES

Os participantes devem ser escolhidos de acordo com o que o pesquisador vai

explorar. É necessário que haja alguma similitude entre os participantes do grupo. É

necessário que no desenvolvimento do projeto, no percurso metodológico, o

pesquisador defina os critérios de inclusão e exclusão dos participantes da pesquisa7.

Determinados os critérios de inclusão, o próximo passo é a realização do

convite para a participação na pesquisa, que pode ser feito através de

correspondência; formalmente; por meio de correio eletrônico (e-mails, redes sociais);

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por telefone ou através de sistemas de comunicação intra institucional, obedecendo

um prazo considerável para que o participante possa se organizar institucionalmente,

possibilitando assim a sua liberação. Ao receber a confirmação, elaborar e

encaminhar às chefias daqueles que irão participar do estudo, correspondências

oficiais (memorando, ofício) solicitando a sua liberação no dia e hora agendados para

a entrevista. Este trâmite deve ser seguido de acordo com as normas de cada

instituição.

4.4 O MODERADOR

É a pessoa responsável em conduzir o encontro. O seu papel é de observador

e condutor da reunião. É necessário que seja conhecedor do contexto que está sendo

pesquisado. Deve permanecer neutro durante a discussão, retomando o foco principal

quando esta toma outro rumo, quando enfoca outros assuntos que não sejam

pertinentes à pesquisa4.

4.5 INSTRUÇÕES AO MODERADOR

As instruções para o moderador devem ser elaboradas com clareza. A literatura

recomenda que, dentre as principais informações que devem ser fornecidas, estão2:

1. Como iniciar a discussão

2. Apresentar orientações específicas a serem dadas ao grupo, nesta ocasião:

2.1) falar uma pessoa de cada vez;

2.2) evitar discussões paralelas para que todos possam participar;

2.3) dizer livremente o que pensa;

2.4) evitar o domínio da discussão por parte de um dos integrantes;

2.5) manter a atenção e o discurso na temática em questão.

3. Definição do tempo a ser utilizado em cada questão.

4. Como proceder caso a discussão tome um rumo que não seja pertinente ao

assunto proposto.

5. A pontualidade é um item a ser observado. O moderador precisa chegar ao

local agendado com antecedência, a fim de organizar o material e o espaço.

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6. O moderador se responsabilizará pela leitura e assinatura do TCLE por parte

dos participantes.

4.6 O ASSISTENTE

É aquele que auxilia na condução das discussões do grupo focal. Realiza as

anotações necessárias durante este processo (expressões faciais, comportamentos,

euforia, irritabilidade). Auxilia na organização do ambiente e do material a ser utilizado

no grupo.

4.7 PREPARAÇÃO DO AMBIENTE

O ambiente onde ocorrerá o(s) encontro(s) deve ser acolhedor, aconchegante,

com uma boa iluminação e uma boa ventilação. A ambiência é de fundamental

importância para que os participantes do grupo se sintam confortáveis e bem à

vontade. Deve-se observar a disposição do mobiliário (cadeiras e mesas), a fim de

promover a discussão de forma que todos os membros do grupo possam alcançar o

olhar do outro. O melhor é que as cadeiras estejam dispostas em roda, ou ao redor

de uma mesa de tamanho que possa dispor os envolvidos de forma confortável,

descontraída. Se possível, oferecer um lanche após o encontro. Este cuidado com a

ambiência é verificado em estudos referentes a utilização desta técnica7.

O moderador e o assistente devem chegar antes dos participantes da pesquisa,

para organizar o material a ser utilizado, o ambiente e revisar o roteiro para que não

haja intercorrências que possam afetar a fluidez do processo.

4.8 FERRAMENTAS A SEREM UTILIZADAS NA DISCUSSÃO DO GRUPO

O pesquisador deve providenciar o material de uso na entrevista com

antecedência, testando-o inclusive, momentos antes do grupo se reunir, como

gravadores portáteis que reproduzam bem o som, celulares, tabletes, etc. É

importante que se tenha mais de um dispositivo de gravação no dia da entrevista. É

imprescindível explorar o ambiente com antecedência, para captar barulhos estranhos

que possam afetar a gravação. Por exemplo, aparelho de ar condicionado, máquinas,

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geradores, motores cujos sons possam ser captados pelo dispositivo de gravação. Se

isto ocorrer poderá comprometer a pesquisa, uma vez que, quando o som se torna

imperceptível, é impossível interpretá-lo, trazendo prejuízo ao estudo.

4.9 A DISCUSSÃO NO GRUPO

A discussão é realizada com a condução de um moderador (que pode ser

também o pesquisador), um ou mais auxiliares para anotar as observações e

manusear os aparelhos de gravação. Antes de se iniciar a discussão, o moderador ou

o auxiliar deve realizar a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o

qual deve ser assinado individualmente por todos os participantes da pesquisa, dando

ciência do mesmo. Inicia-se a entrevista, lendo-se as questões em ordem crescente,

do Roteiro para Discussão. O questionamento é direcionado aos entrevistados, onde

eles têm a liberdade de responder, seja individualmente ou em discussão com todo o

grupo, o importante é que a discussão não fuja ao controle do moderador, e as

respostas não devem tomar rumos diferentes daquilo que foi proposto para ser

discutido

4.10 O TRATAMENTO DOS DADOS

Trata-se da análise dos dados, também pode se valer de softwares que

poderão auxiliar na análise.

Fases do tratamento dos dados:

TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA: É a fase de transcrição das falas, do

áudio para o papel, na íntegra. As palavras não devem ser substituídas,

tudo é transcrito exatamente como foi ouvido.

LEITURA EXAUSTIVA DAS FALAS: A leitura dos dados obtidos, de forma

exaustiva, dá ao pesquisador intimidade com o texto, conhecendo

profundamente aquilo que está sendo exposto para obtenção das respostas

em relação ao que está sendo pesquisado.

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AGRUPAMENTO DAS FALAS: Nesta fase as falas serão agrupadas de

acordo com as respostas que vão surgindo durante a fase da Leitura,

permitindo fazer recortes que serão agrupados em categorias.

CATEGORIZAÇÃO DOS DADOS: Organização dos dados de acordo com

a similaridade das respostas obtidas.

SUBCATEGORIAS: Podem surgir dependendo dos dados agrupados,

organizadas como sub itens das categorias levantadas no Corpus da

pesquisa.

ANÁLISE DOS RESULTADOS: Para esta fase, o pesquisador deve buscar

técnicas de análise que melhor se adequem ao objetivo proposto. Para isto,

deve rebuscar o referencial teórico-metodológico.

REFERÊNCIAS

1. Turato ER. Introdução à Metodologia da Pesquisa Clínico-Qualitativa –

Definição e Principais Características. Revista Portuguesa de

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34

Psicossomática [Internet]. 2000 [citado em 13 set 2017]; 2(1): 93-108.

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=28720111

2. Trad LAB. Grupos focais: conceitos, procedimentos e reflexões baseadas

em experiências com o uso da técnica em pesquisas de saúde. Physis

Revista de Saúde Coletiva [Internet]. 2009 [citado em 03 abr 2018]; 19(2):

777-796. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-

73312009000300013

3. Turatto ER. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde:

definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev saúde pública

[Internet]. 2005; 39(3): 507-14. Disponível em: www.fsp.usp.br/rsp

4. Deslandes SF, Gomes R, Minayo MCS. Pesquisa Social: teoria, método e

criatividade. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

5. Lakatos EM, Marconi MA. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed.

São Paulo: Atlas 2003.

6. Souto LF. Recuperação de informações em bases de dados: usos de

tesauro. Transinformação [Internet]. 2003 [citado em 25 abr 2018]; 15(1):

73-81. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

37862003000100006&lng=en&nrm=iso

7. Ressel LB, Beck CLC, Gualda DMR, Hoffmann IC, Silva RM, Sehnem GD.

O uso do grupo focal em pesquisa qualitativa. Texto contexto -

enferm. [Internet]. 2008 [citado em 13 set 2017]; 17(4): 779-786.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-

07072008000400021&script=sci_abstract&tlng=pt

8. Gil AC. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas

2008.

5.2 Artigo científico: Submetido à Revista Brasileira De Educação Médica, Qualis A2

na área de ensino.

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PERCEPÇÃO DO PRECEPTOR DAS RESIDÊNCIAS MÉDICAS E MULTIPROFISSIONAIS

SOBRE SUA PRÁTICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

PERCEPTION OF THE PRECEPTOR OF MEDICAL AND MULTIPROFESSIONAL

RESIDENCES ON HIS PRACTICE IN A UNIVERSITY HOSPITAL

Autores:

TELMA DE FATIMA VITALIANO DA SILVA VERAS*

SIMONE DA NOBREGA TOMÁZ MOREIRA***

JOSÉ DINIZ JÚNIOR**

* Mestranda pelo Mestrado profissional em Ensino na Saúde/UFRN, Autor do Trabalho

Enfermeira em Pediatria,

** Doutora em Ciências da Saúde, Pela UFRN, Co-orientadora, participou na orientação do

trabalho na metodologia utilizada na pesquisa e na discussão dos resultados.

*** Doutor em medicina pela UNIFESP, orientador, participou na construção do trabalho

fornecendo material didático pertinente ao tema estudado, analise dos resultados, confecção

do artigo.

RESUMO

No contexto da formação acadêmica, tanto na graduação quanto na pós-graduação, na

modalidade Lato sensu, das residências médica e multiprofissional, os preceptores são peças

fundamentais para a consolidação da missão de um hospital universitário, no tocante à

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formação profissional. O presente estudo tem o propósito de compreender a percepção dos

preceptores de um hospital de ensino sobre o processo de preceptoria em um hospital

universitário gerenciado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Através

de um estudo qualitativo, descritivo exploratório desenvolvido no Hospital Universitário Onofre

Lopes (HUOL), com o uso da técnica de grupo focal. Participaram do estudo preceptores das

Residências Médica e Multiprofissional com vínculos empregatícios RJU (Regime Jurídico

Único - UFRN) e CLT (Consolidação das Leis do Trabalho - EBSERH), propositando-se assim,

analisar as percepções a partir do vínculo trabalhista. De acordo com a Resolução 466/2012

do Conselho Nacional de Saúde (CNS), a pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e

Pesquisa sendo aprovada. Os profissionais em estudo compõem as várias profissões no

contexto das Residências da saúde (Assistente Social, Enfermeiro, Farmacêutico,

Fisioterapeuta, Nutricionista, Médicos, Psicólogos), e os dados foram levantados a partir de

entrevistas em forma de grupo focal em dois encontros: um com servidores RJU e o outro

com servidores CLT. A análise de dados se deu através da Análise Categorial de Bardin. Os

dados obtidos indicaram que os preceptores apresentaram as mesmas opiniões sobre as

questões levantadas, constatando-se que, servidores de ambos os vínculos tinham a

percepção da relevância de sua participação no contexto da formação de futuros profissionais

de saúde; da necessidade constante de sua qualificação, enquanto preceptor; da não

valorização deste profissional, por parte da instituição, independente do vínculo empregatício.

Evidenciou-se a necessidade de se adotar, por parte desta, uma política institucional, voltada

a oportunizar melhorias para a sua execução, permitindo-lhes uma atuação pedagógica mais

prazerosa e com uma performance melhor, concomitante a excelência na assistência à saúde.

Palavras-chave: Preceptoria, Preceptor, Hospital de ensino, Ensino, residências, estágio,

ABSTRACT

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In the context of academic training, both in graduation and postgraduate courses, in the lato

sensu modality, of medical and multiprofessional residences, preceptors are fundamental

pieces for the consolidation of the mission of a university hospital, regarding vocational training.

The present study aims to understand the perception of the preceptors of a teaching hospital

about the preceptor process in a university hospital managed by the Brazilian Company of

Hospital Services (EBSERH). Through a qualitative, exploratory descriptive study developed

at the University Hospital XXX (HUXX), with the use of the focal group technique. The study

included preceptors of the Medical and Multiprofessional Residences with RJU (Single Legal

Regime - UFRN) and CLT (Consolidation of Labor Laws - EBSERH) employment contracts,

aiming to analyze perceptions based on the labor relationship. According to Resolution

466/2012 of the National Health Council (CNS), the research was submitted to the Ethics and

Research Committee being approved. The professionals make up the various professions in

the context of Health Residencies (Social Worker, Nurse, Pharmacist, Physiotherapist,

Nutritionist, Physicians, Psychologists), and data were collected from focus group interviews

in two meetings: one with RJU servers and the other with CLT servers. The analysis of the

data was done through BARDIN's Categorical Analysis. The data obtained indicated that the

preceptors presented the same opinions on the questions raised. It was found that, the

employers, had the perception of the relevance of their participation in the context of the

training of future health professionals; of the constant need of his qualification, as preceptor;

on the part of the institution, regardless of the link, evidencing the need to adopt, on the part

of the latter, a normalization aimed at providing improvements for its execution, allowing them

a more pleasant pedagogical performance and a better performance, concomitant with

excellence in health care.

Keywords: Preceptorship, Preceptory, Teaching Hospital, teaching, Residence, Internship

INTRODUÇÃO

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A ideia que se tem de um Hospital Universitário (HU) é que seja um centro de atenção

médica de alta complexidade, com um importante papel no atendimento de nível terciário no

Sistema Único de Saúde (SUS).

Nessa perspectiva, apresentar envolvimento em atividades de ensino e pesquisa

concentrar recursos físicos, financeiros e humanos nas diversas áreas da saúde e exercer um

papel político de destaque na comunidade acadêmica e na sociedade. Diante desse perfil, o

HU se caracteriza pelas dimensões da Assistência, do Ensino e da Pesquisa. Nesta óptica,

representa uma oportunidade para os profissionais em formação na área da saúde ou em

qualificação nas Residências. Nesse cenário o discente terá a oportunidade de se desenvolver

profissionalmente, haja vista o nível de qualificação dos profissionais e a dimensão

tecnológica da instituição que vem agregar novos valores aos conhecimentos teórico-práticos

compartilhados1.

Nesse contexto, encontra-se o Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, referência para média e alta complexidade no estado do Rio

Grande do Norte. Atualmente o HUOL é administrado pela Empresa Brasileira de Serviços

Hospitalares (EBSERH).

A EBSERH surgiu a partir da Reestruturação de Hospitais Universitários (REHUF),

através do Decreto nº 7082, de 27 de janeiro de 2010, (artigo 1º), autorizada pela Lei 12.550

que a caracteriza como “[...] empresa pública, unipessoal [...] com personalidade jurídica de

direito privado” 2,3.

Com a característica de atuação na formação e qualificação profissional na área da

saúde, os HU se destacaram pelos cursos de Residência Médica e, atualmente, pela

Residência Multiprofissional em Saúde.

As Residências se consolidam como especialização na modalidade de pós-graduação

Lato sensu e se caracterizam pela formação em serviço.

A Residência Médica foi regulamentada desde 1977 pelo Decreto 80.281. O

desenvolvimento desse curso ocorre em instituições de saúde, sob a supervisão do

profissional médico capacitado e “[...] de elevada qualificação ética e profissional”. No HUXX

a Residência Médica contempla 19 Programas em 22 áreas de atuação, com 102 médicos

residentes em diversas especialidades4.

Já a Residência Multiprofissional em Saúde está inserida no Programa de Residência

Integrada Multiprofissional e em áreas da Saúde. É um curso de pós-graduação Lato sensu,

caracterizado pelo treinamento em serviço e embasado pelos princípios e diretrizes do SUS.

Tem a duração de dois anos, conforme a Lei 11.129 de 30 de junho de 2015, Portaria

Interministerial 1.077, de 12 de novembro de 2009 e Resoluções advindas da Comissão

Nacional de Residência Multiprofissional de Saúde (CNRMS), objetivando a capacitação do

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profissional, com vistas a executar o cuidado integral na saúde e é vinculado às ações de

promoção, prevenção e reabilitação da saúde, no universo dos Hospitais Universitários5,6,7.

Para sua execução é necessário a participação do profissional preceptor. A palavra

preceptor “vem do latim praecipio ‘mandar com império aos que lhe são inferiores’ [...], sendo

usada para designar aquele que dá preceitos ou instruções, educador, mentor, instrutor”8.

Esse profissional, na Residência multiprofissional, atua nos cenários de assistência à saúde

e sua função é normatizada pela Portaria Nº 1.111/GM, de 5 de julho de 2005, Art. 7º, Inciso

I9, a qual descreve a função do preceptor como:

“[...] supervisão docente-assistencial por área específica de atuação ou de especialidade profissional, dirigida aos profissionais de saúde com curso de graduação e mínimo de três anos de experiência em área de aperfeiçoamento ou especialidade ou titulação acadêmica de especialização ou de residência [...]”.

Desse modo, a Resolução nº 2 de 13.04.2012, da Comissão Nacional de Residência

Multiprofissional (CNRMS) determina, que a função do preceptor é voltada à supervisão da

prática discente, cujo profissional deve ter o título de especialista e estar vinculado à unidade

de assistência ou à unidade formadora7.

A prática de preceptoria está atrelada a sua carga horária, dentro da sua jornada de

trabalho, prática esta considerada histórica. O profissional de saúde se torna preceptor no

momento em que inicia a sua carreira profissional. Não é necessário participar,

especificamente, de concurso para tal, aliás, na maioria das vezes este profissional não é

devidamente orientado que, atrelado à sua contratação, está a responsabilidade do ensino

prático em serviço10,11,12.

O Preceptor é o protagonista no cenário de práticas de instituições que prestam

assistência à saúde, sejam elas públicas ou privadas, de Ensino ou não. É o

moderador/exemplo do Residente ao executar as suas habilidades, conhecimentos e atitudes

sendo o seu responsável direto; designa as suas atribuições, elabora o seu plano de trabalho,

e avalia o seu desenvolvimento profissional, qualitativa e quantitativamente.

Para tanto, é necessário ter competências mediante as habilidades, conhecimento e

atitudes, aliando teoria e prática e espírito reflexivo e ético. É um indivíduo dotado de saberes

e conhecimentos. Conhecimentos estes, que muitas vezes, para adquiri-los, ele vai além da

sua capacidade de trabalho com inovação.

Portanto, o preceptor é o profissional que articula o conhecimento teórico do Residente

com a prática no serviço, estimulando-o a desenvolver um senso crítico capaz de mudar a

realidade vivenciada. Assim, o preceptor deverá ter competências, adquiridas através de

habilidades, conhecimentos e atitudes, com a finalidade de acompanhar processos, modelos

e práticas, que emergem do seu dia-a-dia. Ademais, este profissional transcende as questões

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práticas quando penetra na subjetividade do Residente ao se tornar ouvinte, conselheiro,

mediador de conflitos, encorajador e acima de tudo, um exemplo de profissional na área

escolhida.

Diante do exposto, consegue-se vislumbrar a dimensão do processo de ensino em

serviço em um hospital com Residência. Nesse caso, a instituição se articula para atender

estes profissionais durante o período de sua especialização, que tem como foco o cuidar do

ser humano fragilizado pela doença, e/ou colaborar para promoção da saúde do sujeito ou do

coletivo. Isto redunda em uma responsabilidade assumida pela tríade Instituição-Preceptor-

Aluno.

Essa conjuntura tem como sustentação o SUS, que foi desenhado a partir da

Constituição Federal, ao promulgar as Lei 8.080 de 19/09/1990 e a Lei 8142/90, as quais

originam esse Sistema de Saúde alicerçado sobre os pilares da Universalidade, Equidade e

Integralidade da atenção à saúde e que aborda, entre outros aspectos, a formação em saúde

com o objetivo de formar recursos humanos em serviço de forma qualificada para fortalecer

os alicerces fundamentais do SUS13,14.

Essa proposta trouxe consolidação às Residências em saúde, as quais foram

ampliadas e reconhecidas legalmente. Porém, para que houvesse a qualificação nos serviços

seria necessária a capacitação do preceptor de maneira técnica e pedagógica. Essa

estratégia foi prejudicada mediante a dificuldade financeira dos serviços públicos de saúde

nas esferas municipal estadual e federal, que refletem o contexto da política econômica e de

saúde vigente no país.

No entanto, com a finalidade de balizar a “[...] integração entre ensino, serviços e

comunidade no âmbito do [...] SUS”, foram firmados, através da Portaria Interministerial nº

1.124, de 4 de agosto de 2015, os Contratos Organizativos de Ação Pública Ensino-Saúde

(COAPES), que norteiam uma série de iniciativas voltadas a garantir a formação na área da

saúde, envolvendo as gestões municipais, estaduais e federais para efetivação das mesmas.

Dentre as suas proposições, encontram-se a formação de preceptores no serviço de saúde e

a institucionalização da preceptoria15.

Quanto à formação dos preceptores, é imprescindível a capacitação didático-

pedagógica voltada ao ensino em serviço, baseada em metodologias, que buscam romper os

moldes arcaicos com quebra de paradigmas, de forma a permitir ao preceptor, uma

capacitação prazerosa, dentro da modalidade de ensino com a utilização de métodos ativos16.

Apesar do esforço dos Ministérios da Saúde e da Educação em se debruçar na

temática da formação para o SUS, não se vislumbram ações consistentes voltadas a

qualificação permanente daqueles que contribuem para a formação dos profissionais de

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saúde. Deve-se considerar que, o preceptor, para ter êxito no processo educativo que lhes é

peculiar necessita da formação pedagógica12.

Partindo dessas considerações, levantam-se as seguintes questões para o

direcionamento do estudo: como o profissional preceptor identifica o processo de preceptoria

desenvolvido nas residências médicas e multiprofissionais em um hospital universitário? E,

qual a estrutura de apoio disponibilizada pelo hospital universitário para operacionalização do

processo de preceptoria?

PERCURSO METODOLÓGICO

Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e analítico, cuja coleta de dados foi feita

através da técnica de grupo focal, realizado com preceptores das residências Médica e

Multiprofissional do HUXX, contemplando as seguintes profissões: Assistente Social,

Enfermeiros, Farmacêuticos, Fisioterapeuta, Médicos, Nutricionistas e Psicólogo, com

vínculos empregatícios distintos: do Regime Jurídico Único (RJU/UFRN) e CLT (EBSERH),

com o intuito de entender as percepções dos mesmos sobre o processo da preceptoria no

hospital em estudo.

Foi utilizado como critério de inclusão, os preceptores que exerciam a preceptoria há

um ano ou mais, e como critério de exclusão, os preceptores com menos de um ano nesta

função. Para a coleta de dados, foi emitida uma carta de anuência ao Comitê de Ética do

HUOL, seguindo-se da solicitação de autorização junto a Direção de Ensino e Pesquisa, e do

parecer junto ao Comitê de Ética em Pesquisa de acordo com a Resolução 466/2012 do

Conselho Nacional de Saúde (CNS). A anuência foi dada através do Parecer nº 1.808.263,

Plataforma Brasil. Todos os participantes assinaram o TCLE, conforme a Resolução

466/2012. O instrumento para a coleta dos dados (roteiro para o grupo focal) foi elaborado

pela pesquisadora, contendo questões norteadoras pertinentes ao objeto de estudo. A

discussão foi feita em 2 encontros, através do grupo focal, moderada pela pesquisadora, com

auxílio de 2 profissionais de saúde, com duração de uma hora cada encontro, sendo gravadas

por dois aparelhos eletrônicos, autorizado pelos participantes. Em seguida foi feita a

transcrição das falas, a leitura flutuante e a codificação dos dados, com posterior

categorização, sendo necessária a subcategorização 4,17.

A análise dos dados se deu através da técnica temática categorial de Bardin, a qual

analisa minuciosamente os dados obtidos, utilizando-se de: Pré-análise (Organização do

material, compondo o Corpus da pesquisa); Exploração do material e Tratamento dos

dados18.

A partir das Unidades de análise, emergiram 03 Categorias, 10 subcategorias e 100

unidades de análise, assim distribuídas: 49 Unidades de análise no grupo de preceptores da

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UFRN e 51 unidades de análise no grupo dos preceptores da EBSERH. Dentre os

entrevistados, a maioria era do sexo feminino e preceptores da Residência Multiprofissional.

Apenas 01 possui pós-graduação Stricto sensu e 02 eram mestrandos.

As falas foram identificadas iniciando-se por U para os servidores da UFRN e

E para os servidores da EBSERH, seguidas da primeira letra da profissão exercida.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Quadro - Distribuição das categorias, subcategorias e unidade de análises

emergentes da análise de conteúdo do grupo focal.

CATEGORIAS SUBCATEGORIAS UNIDADE DE ANÁLISE

UFRN ESTATU-

TÁRIO

EBSERH CLETISTA

1. PAPEL DO PRECEPTOR

1.1 PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

PRÁTICAS

07 01

1.2 CAPACITAÇÃO

PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL

07 08

1.3 INTEGRAÇÃO

ENSINO-SERVIÇO 09 07

2. APOIO INSTITUCIONAL

2.1 CAPACITAÇÃO DO

PRECEPTOR

07

07

2.2 RECURSOS

DISPONIBILIZADOS PELA INSTITUIÇÃO

05 04

2.3 VALORIZAÇÃO DO PRECEPTOR PELA

INSTITUIÇÃO

05 06

3. DESAFIOS PARA O

EXERCICIO DA PRECEPTORIA

3.1 QUALIFICAÇÃO DO

PRECEPTOR: EDUCAÇÃO

PERMANENTE EM SERVIÇO

03 04

3.2 COMUNICAÇÃO INTERNA

03 01

3.3 PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS PELO

PRECEPTOR

03 06

3.4-PRIORIDADES PARA O

PRECEPTOR

00 07

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TOTAL 49 51

Fonte: dados da pesquisadora.

Observou-se, a partir da análise do conteúdo levantado no estudo, que as respostas

dadas pelos entrevistados aos questionamentos foram semelhantes, independente do vínculo

empregatício do qual fazem parte. Não encontramos na literatura, estudos semelhantes em

relação ao vínculo empregatício, em pesquisas qualitativas. Emergiram no estudo, categorias

e subcategorias, abaixo listadas,

1. Papel do Preceptor; 2. Apoio institucional; 3. Desafios para o exercício da preceptoria. Foi

necessário o surgimento de subcategorias, que serão expostas na íntegra, para a

compreensão dos resultados.

1-PAPEL DO PRECEPTOR

Nesta categoria, houve a percepção dos preceptores dos dois vínculos empregatícios, de

que os mesmos são responsáveis pelo planejamento das atividades práticas, pela

capacitação do residente e, a integração ensino-serviço está implícita no processo da

preceptoria.

1.1 PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS

Em relação a esta subcategoria, os participantes entendem que dentro do papel do

preceptor, os mesmos são responsáveis pelo planejamento das atividades práticas, porém

não o realiza como deveria, conforme podemos observar no seguinte depoimento:

UE2- “[...] o planejamento, eu acredito, principalmente no caso da residência, ele vem muito pronto à parte, certo, por exemplo, as escalas, onde elas vão passar, qual a sequência que esse residente vai passar, em que nível de complexidade da assistência, então tudo isso já vem. Eu tenho a função de receber, então eu não planejo. Na verdade, eu vou executando o que é de minha função, e vou inserindo o residente dentro daquilo que, que já me compete diariamente. ” EBP-“ As atividades da preceptoria também não são planejadas, ela acontece no dia a dia (...)”

Desse modo, o planejamento é uma ferramenta importante no processo de ensino

aprendizagem, que auxilia o preceptor, permitindo que o seu trabalho flua de forma

organizada, necessitando para tal, conhecimento didático-pedagógico19 .

1.2 CAPACITAÇÃO PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL

Entendendo o papel do preceptor, na subcategoria “Capacitação do profissional

residente”, os participantes têm uma definição clara da sua atuação; o preceptor compreende

o seu papel e a importância relevante que ele representa no contexto da formação em saúde.

Percebe-se que o mesmo tem um conhecimento amplo do seu lugar no processo de ensino

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em saúde, da sua responsabilidade e da sua contribuição para este fim, evidenciado na fala10,

11, 20:

UM2: “... o papel realmente é isso, do preceptor, é de motivador, é de exemplo, de aliar, [...] parte prática e a parte teórica [...]”

1.3 INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO

Em relação a esta categoria, os participantes percebem que o exercício da preceptoria

está imbricado ao processo de trabalho do seu vínculo profissional na instituição, o que para

eles tem sido sinônimo de acúmulo de trabalho, uma sobrecarga, conforme estes relatos:

UE2: “[...] ao mesmo tempo gera uma cobrança a mais, quer dizer, as vezes é um papel a mais. [...] eu preciso dar atenção, eu preciso explicar, eu preciso tá junto. Então, as vezes parece que, eu não tenho tempo pra acompanhar o aluno quando eu tô na preceptoria. As vezes o acúmulo das atividades enquanto profissional que eu preciso dar conta daqui, e o tempo que eu precisaria ter pra acompanhar adequadamente o aluno, as vezes dá a sensação de estar sobrecarregada[...]”

A integração ensino-serviço é caracterizada pelo desenvolvimento de atividades

simultâneas do profissional em saúde e na preceptoria, visando atender as necessidades do

residente, aliando teoria e prática. Espera-se dele capacidade técnica, domínio teórico prático

na sua área de atuação, desempenhar habilidades, conhecimentos e atitudes, além de

exercer suas ações com espírito reflexivo e ético. Para tanto, não há redução de sua carga

horária para que planeje aulas teórico-práticas, gerando no profissional o sentimento de

acúmulo de funções1, 8, 16, 21,22.

2-APOIO INSTITUCIONAL

Em relação ao apoio institucional, os participantes apontam a Capacitação do

Profissional Preceptor, os Recursos Disponibilizados pela Instituição e a Valorização do

Preceptor pela Instituição como peças fundamentais para o bom desempenho da preceptoria.

2.1 CAPACITAÇÃO DO PRECEPTOR;

Na percepção dos grupos, a capacitação voltada à preceptoria é incipiente, não

sistemática, sem um planejamento inerente ao seu processo, não ocorre de forma continuada,

não tem um horário programado fora do seu turno de trabalho para participação neste tipo de

evento, conforme demonstrado nas seguintes falas:

UF2: ”[...] minha experiência foi essa, [...]nós assistimos por vídeo conferencia, foi um grupo pequeno que participou, mas teve essas intercorrências né, inclusive não foi finalizado, o áudio muito baixo, interrupções nos recursos, desconexões. Então assim, o conteúdo conseguia fluir bem né, consequentemente a absorção do que era transmitido. E aí a questão do horário quase ninguém participou. ”

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A literatura já aponta que a capacitação pedagógica é tão necessária para o preceptor

quanto a Educação Permanente o é para o profissional de saúde. Neste aspecto, é premente

a necessidade de se instituir normas regulamentadoras que garantam legalmente ao

Preceptor condições de exercer a Preceptoria, tanto didaticamente quanto tecnicamente3.

“[...] A oportunidade de participação em evento foi destacada como momento diferenciado de aprendizagem e até mesmo valorização social para o enfermeiro-preceptor. Quando não conseguem autorização da chefia do serviço com liberação de carga horária e, se necessário, financiamento para inscrição e presença em congressos, simpósios, seminários ou outros modelos de encontros científicos eles ficam desestimulados, em especial porque acreditam verdadeiramente que contribui não só para o atendimento mais aperfeiçoado à clientela como também para apresentar novidades aos residentes que supervisionam diariamente”19.

Estudos mostram que a realidade de muitos serviços de saúde evidencia a deficiência

de política institucional voltada a atender as necessidades de capacitação deste profissional19,

24.

Existe, dentro da proposta de capacitação para os profissionais da saúde com a função

de preceptoria, discussões sobre a implementação de metodologias ativas objetivando dotá-

lo de habilidades e competências, a serem adicionadas à sua expertise profissional,

independente do vínculo empregatício24,25.

2.2-RECURSOS DISPONIBILIZADOS PELA INSTITUIÇÃO;

Sobre os recursos disponibilizados pela instituição, os participantes da pesquisa

compreendem que há dificuldades na prática da preceptoria relacionadas à infraestrutura

(espaço físico), material e equipamentos médico-hospitalares, material didático entre outros,

conforme os relatos:

EBF-: “Recurso áudio visual, data show, essas coisas, pronto, isso ai tem, tecnologia tem, mas equipamentos não. A minha realidade é bem difícil. Eu hoje estou no ambulatório e no ambulatório, Material de consumo não falta, mas de equipamentos são todos de doação. Nós não temos, [...] o que a gente tem é da minha época de graduação, diga-se de passagem, me formei em 2003. Então os equipamentos são muito sucateados, não há muito investimento embora tenha sido feito inúmeras listas de solicitação de materiais então por exemplo: quando eu quero mostrar alguma técnica, algum dispositivo, alguma inovação tecnológica, eu uso a internet, olhe isso aqui existe, ele é assim, funciona dessa forma. Mas isso aqui eu nunca vi, ou eu peço para o paciente comprar, solicito ao paciente, ou eu compro [...]”

Neste sentido, estudos apontam que a deficiência na estrutura de apoio e de recursos

materiais interfere diretamente no processo de trabalho do preceptor dificultando a sua

prática, corroborando com o nosso achado11,19,21.

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2.3- VALORIZAÇÃO DO PRECEPTOR PELA INSTITUIÇÃO

Em relação a valorização que a instituição dedica a preceptoria, os participantes têm

a percepção de que o investimento este processo é inócuo, como é referido na fala:

EBF-: “[...] a instituição investe muito pouco no preceptor. Eu diria que investe quase nada [...] eu acho também que não tem contrapartida da instituição para o preceptor. Eu estou acumulando inúmeras funções, mais o quê que eu recebi em troca? Isso é uma forma de estimulo, eu não estou falando só na questão financeira não, mas participação de eventos, de congressos, [...] Pra que você possa exercer essa preceptoria, essa função, mas eu não vejo isso [...] Na minha defesa do doutorado, eu só faltei ficar de joelho para ser dispensada do dia,[...] eu não estou pedindo nem três dias pra ficar em casa estudando que eu acho que deveria ter [...] Aí você, aí você fica lá pensando ‘meu Deus eu estou hoje na defesa, mas eu ainda não sei se eu fui liberada, talvez eu tenha que pagar esse horário”

A literatura mostra que os seguintes fatores contribuem para dificultar o processo de

trabalho do preceptor e consequentemente resultam na desvalorização da sua prática “[...]

limitações de tempo, falta de apoio financeiro e institucional, falta de acesso a especialistas

em educação falta de acesso a espaços educativos adequados e recursos [...]”24.

Na perspectiva de valorização deste profissional, autores defendem a instituição de

políticas voltadas a incentivar a valorização do profissional preceptor, com foco na sua

profissionalização26.

“Em nosso país, políticas públicas cumprem o seu papel de orientar as diretrizes de cuidado, educação e gestão na saúde. No Brasil a especialização da preceptoria e a definição das competências destes profissionais emerge como tema recorrente quando se discute a qualidade de implementação das políticas de incentivo governamental citadas anteriormente. A profissionalização da preceptoria não avançará se não for deliberadamente estimulada por políticas que incentivem e valorizem a formação dos preceptores. Todos podem contribuir, a seu modo, para fazer o ofício da preceptoria evoluir no sentido da profissionalização. Para isso, precisamos de um referencial de competências que, mais do que instrumento reservado ao especialista da educação, se constitui meio para os preceptores“

Este pressuposto é evidente neste estudo, uma vez que não há investimento material,

em qualificação nem para a satisfação do profissional em relação à prática da preceptoria.

3 DESAFIOS PARA A COMPETÊNCIA DO EXERCÍCIO DA PRECEPTORIA

Nesta categoria, conseguiu-se visualizar que a percepção dos participantes,

independente do vínculo empregatício, está voltada para a qualificação do preceptor, a

dificuldade de se ter um feedback no processo de comunicação interna, a necessidade de se

realizar o planejamento das atividades práticas e a sugestão de prioridades para a

preceptoria, conforme veremos nas suas exposições.

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3.1 QUALIFICAÇÃO DO PRECEPTOR: EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SERVIÇO

Em relação à qualificação do preceptor, os participantes entendem que há

necessidade de haver cursos de capacitação, educação continuada para o seu preparo

técnico e didático, conforme evidenciam na fala:

EBAS: “[...] a gente não tem essa formação continuada então nem do ponto de vista da instituição da preocupação com a função que se exerce nem do ponto de vista da liberação para que você procure se atualizar com relação a, inclusive o que vai aparecendo, né no mercado para você não ficar defasado, para que você possa acompanhar os residentes e discutir mesmo”

De acordo com a literatura, há consenso que a educação continuada é essencial para

o profissional de saúde, seja ele preceptor ou não. No âmbito da preceptoria, proporciona o

aprimoramento e atualização de conhecimentos técnico científicos necessários ao

desenvolvimento de habilidades técnicas e éticas ao aluno27. Caracteriza-se como formação

em serviço, e “[...] é entendida como uma ação contínua, centrada no processo de trabalho,

institucionalizada e multiprofissional [...]”, cabendo as instituições de saúde e de ensino e ao

governo, incentivá-las e realizá-las19,24,27.

3.2- COMUNICAÇÃO INTERNA.

Na concepção dos participantes, ocorrem vieses no processo de comunicação interna

entre preceptor/coordenações, da residência/instituição, independente do vínculo, que

dificultam o seu processo de trabalho, como podemos ver neste relato:

UN2: “Há um tempão eu peço reunião para passar justamente, eu como tutor desde o ano passado que eu peço reunião para trabalhar, para mostrar, apresentar toda essa programação para os preceptores, mas não, não é marcado, certo. Então não tem essa abertura, tem essa cobrança, alguns preceptores cobram, mas não, a gente ainda não conseguiu desenvolver isso aí, apresentar. Então falta justamente isso”

Concordando com a literatura, onde a comunicação é primordial e imprescindível em

todos os segmentos da sociedade. No contexto da preceptoria, ainda é incipiente dificultando

o feedback nas relações preceptor/tutor/coordenador ou coordenadoria/tutores/preceptores23.

3.3 PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS PELO PRECEPTOR

Na concepção dos preceptores entrevistados, existe uma dificuldade de organização

das ações pela falta de planejamento das atividades a serem executadas no desenvolvimento

da assistência junto ao residente. Isso é evidente na fala:

UE2: “[...] não há uma reorganização das atividades, elas simplesmente vão acontecendo, e você tem que encaixar a preceptoria dentro disso, e você fica meio perdido. Então dá essa sensação de que não há uma preocupação de como essa preceptoria está sendo realizada. Ela simplesmente tem que a

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acontecer. Mas como é, meio assim, dá uma sensação de te vira, te vira nos trinta”

O planejamento das atividades práticas é essencial para a prática do preceptor. Há

dificuldades outras que obstaculizam esta atividade no processo de preceptoria: a sua prática

enquanto profissional e preceptor; a diferença das características dos cenários de prática; a

organização do serviço. Ademais, esta é uma prática que está relacionada a “[...] formação

pedagógica do docente do ensino superior”28.

Este é um desafio a ser vencido pelo profissional preceptor, e pela instituição na qual

ele está inserido, uma vez que esta atividade é intrínseca ao processo de capacitação

pedagógica, encontrado em nosso estudo e ratificado na literatura.

3.4 PRIORIDADES PARA O PRECEPTOR

Dentre as prioridades para o preceptor, independente do vínculo, expressam-se as

suas ansiedades voltadas a uma política que lhes transmitam segurança naquilo que fazem,

como se vê nos relatos:

UM2: “[...] um ponto essencial também para ressaltar, é essa carga horária, tanto da assistência como da preceptoria, diferente de quem é médico e professor, que eu também não sou professora, a gente não tem aquela carga horária protegida né? Que chamam, de tempo para preparar aula, planejar, é, toda aquela carga horária em trabalho, e na parte assistencial acaba se misturando as coisas, A gente não tem uma carga horária definida para se planejar a quem vai ensinar. ”

EBE2: “[...] então eu acho que de certa forma, o modelo de residência daqui ainda é muito engessado [...] e para a gente é ruim, que a gente continua fazendo aquele modelo antigo, sendo que a gente teria ferramenta para melhorar, para a gente fazer melhor [...]”

Na literatura consultada, há consenso, e a falta de conhecimento sobre a preceptoria,

bem como, sua importância para a formação de profissionais de saúde, gera uma urgência

para as IES e serviços de saúde em reconhecer e regulamentar a função do preceptor e

propiciar meios para o desenvolvimento das habilidades necessárias ao seu adequado

desempenho. Dessa ótica, a responsabilidade pela preparação destes preceptores cai sobre

as instituições, que devem se articular com a gestão, com o propósito de originar políticas

voltadas a esta formação, “[...] que definam formação, avaliação e monitoramento do

preceptor” e atendam ao que é preconizado pelas DCN11,20.

Nesta perspectiva, é notória a necessidade de implementação, não só no cenário em

estudo, mas nos diversos cenários de prática, de uma normatização para a preceptoria,

envolvendo os gestores destes serviços, a gestão estadual e municipal de saúde, e as

Instituições de Ensino Superior das quais emergem os futuros profissionais de saúde, da

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graduação ou pós-graduação, que utilizam os cenários de prática para a formação em

saúde21.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo mostrou que, independente de seus vínculos empregatícios (CLT e

RJU), houve um comportamento semelhante nas análises das falas e categorias. Em relação

a sua prática na preceptoria, verificou-se que o mesmo tem uma definição clara quanto ao

seu papel no processo de formação dos profissionais da saúde, apontando a integração

ensino serviço, a deficiência na capacitação pedagógica e a valorização do preceptor por

parte da instituição, como temas relevantes, que suscitaram inquietações entre os mesmos.

Os resultados mostram que em relação a estrutura de apoio oferecida ao preceptor,

no exercício da sua prática, o hospital atende minimamente o que é requisitado. As estruturas

físicas de alguns setores, como consultórios nos ambulatórios, não atendem à necessidade

dos preceptores/alunos/usuários, em contrapartida o hospital atende as expectativas em

relação à tecnologia de informação.

Quanto às oportunidades de melhoria para o êxito da preceptoria, o processo de

comunicação interno e necessita ser aprimorado. A valorização do preceptor pela instituição

surge como fator imprescindível tanto para o processo da preceptoria quanto para o

profissional do serviço.

Vislumbra-se a necessidade de Institucionalização da preceptoria em serviços de saúde

como um instrumento contributivo para a sistematização deste processo, fomentando

estratégias que visem atender as necessidades dos preceptores nos aspectos de capacitação

didático-pedagógica, valorização profissional, educação permanente em serviço e,

implementação de política institucional, que paulatinamente permita a qualificação do

processo da preceptoria.

Trata-se de uma pesquisa relevante para o ensino na saúde, no que diz respeito a

Preceptoria. Evidencia-se a elaboração do Guia de Grupo Focal, produto importante para

qualificar as pesquisas em saúde e educação.

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6 APLICAÇÃO PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

O Mestrado Profissional em Ensino na Saúde proporciona a oportunidade de

aperfeiçoamento teórico, embasado por métodos didático-pedagógicos modernos de

ampla magnitude, a serem utilizados na prática docente. No cotidiano de um hospital

de ensino, diariamente surgem novos desafios, novas propostas, novos modelos. Para

dominá-los, o preceptor deve ter aptidões para levar àqueles que estão sob a sua

responsabilidade de ensino a descoberta do aprendizado de forma prazerosa, por

maior que sejam os obstáculos a serem enfrentados.

Nessa ótica, o mestrado ampliou consideravelmente os conhecimentos didático-

pedagógicos essenciais para a utilização no campo do ensino, da pesquisa e da

extensão, pelo conteúdo ofertado. Dessa forma, emergiram os produtos gerados por

ocasião da conclusão do curso.

O Guia Prático de pesquisa qualitativa - técnica para coleta de dados em grupo

focal foi elaborado pensando no pesquisador iniciante. O seu modelo foi desenhado

de forma sucinta, para permitir uma leitura compreensiva, oferecendo ao leitor uma

compreensão rápida acerca da técnica.

Já o artigo científico sobre A Percepção do Preceptor das Residências Médica

e Multiprofissional Sobre a Sua Prática em um Hospital Universitário tem o propósito

de levar à comunidade acadêmica e demais amantes da leitura, a experiência desse

processo da preceptoria em instituições de Ensino, especificamente no universo dos

hospitais universitários.

Espera-se que ambos os produtos contribuam qualitativamente para a melhoria

do processo de trabalho dos profissionais da saúde inseridos no contexto da

Preceptoria, para os pesquisadores iniciantes e para subsidiar estudos futuros relativos

aos temas abordados.

Na minha vida pessoal e profissional foi uma experiência ímpar, permitindo-me

uma visão mais ampla sobre a arte de ensinar, e das possibilidades de fazer melhor

aquilo que me atraiu para o ensino prático: dividir o conhecimento com o outro de forma

mais apreciativa. Além do que, capacitou-me para exercer a preceptoria de maneira

aprazível, uma vez que o conteúdo do curso é totalmente baseado em métodos

pedagógicos modernos, enfocando os métodos ativos de ensino, proporcionando-nos

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55

uma intervenção didático-pedagógica em nossa prática de ensino, nos possibilitando

aplicar os conteúdos absorvidos desde as aulas teórico-práticas, até as avaliações dos

alunos

REFERÊNCIAS

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11. Oliveira JM. Os Sentidos de Ser Preceptor nas Experiências de Integração

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Desafios a Educação na Saúde [dissertação]. Natal: Universidade Federal

do Rio grande do Norte; 2016

12. Mozzato AR, Grzybovski D. Análise de Conteúdo como Técnica de Análise

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uma formação pedagógica em hospitais públicos em Natal-RN [dissertação].

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14. Autonomo FROM. A preceptoria em saúde a partir das publicações

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15. Dias ARN, Paranhos ACM, Teixeira RC, Domingues JS, Kietzer KS, Freitas

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http://educacaoonline.edu.puc-rio.br/index.php/ eduonline/article/view/176

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58

17. Brasil. Presidência da república. Casa Civil. Lei n°8.080 de 19 de setembro

de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e

recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços

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fev. 2016]. Disponível em: http//www.planalto.gov.br/casacivil-

03/leis/L8080.htm

18. Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 8142 de 28 de dezembro

de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema

Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de

recursos financeiros na área da saúde, e dá outras providências [Internet].

Brasília, DF; 1990. [acesso em 05 out. 2017]. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm

19. Silva EMM. Preceptoria em Profissionais de Saúde. Viabilizando meios para

uma formação pedagógica em hospitais públicos em Natal-RN [dissertação].

Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2015 [acesso em 13

jun. 2016]. Disponível em:

https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/20207/1/EdnaMartaMe

ndesDaSilva_DISSERT.pdf

20. Carvalho GPM. Saberes Docentes de Pós-graduandos em Processo de

Formação na Área da Saúde [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal

de São Paulo. 2017 [acesso em 25 fev. 2018]. Disponível em:

http://www2.unifesp.br/centros/cedess/mestrado/teses/tese_196_gabrielle_

passarini.pdf

21. Mello CCB, Alves RO, Lemos SMA. Metodologias de ensino e formação na

área da saúde: revisão de literatura. Rev. CEFAC [Internet]. 2014 [acesso

em 15 jun. 2017]; 16(6): 2015-2028. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v16n6/1982-0216-rcefac-16-06-02015.pdf

22. Pereira CSF. A prática pedagógica desenvolvida por preceptores na

residência multiprofissional em saúde no ambulatório especializado em

HIV/AIDS [dissertação]. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2014.

23. Souza SV. O Papel Docente do Preceptor no Programa de Residência

Multiprofissional em Saúde da Universidade Federal do Amazonas

[dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo - Centro de

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Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde. 2016 [acesso em: 25 fev.

2018]. Disponível em:

http://www2.unifesp.br/centros/cedess/mestrado/teses/tese_186_sanay_so

uza.pdf

24. Brasil, Ministério da Saúde, Portaria 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe

sobre as Diretrizes para a implementação da política nacional de educação

permanente em saúde. [acesso em 18 jun 2018]. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt1996_20_08_2007.ht

ml

25. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde.

6.ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

26. Cervo AL, Bervian PA, Silva R. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2007.

27. Trad LAB. Grupos focais: conceitos, procedimentos e reflexões baseadas

em experiências com o uso da técnica em pesquisas de saúde. Physis

Revista de Saúde Coletiva [Internet]. 2009 [acesso em 03 abr 2018]; 19(2):

777-796. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-

73312009000300013

28. Brasil, Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. Resolução 466 de

12 de dezembro de 2012 [Internet]. Brasília, DF; 2012 [acesso em 23 fev.

2018]. Disponível em: http://conselho.saude. gov.br/ resoluções/2012/res

o466.pdf

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ANEXOS

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APÊNDICE 01

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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Mestrado Profissional em Ensino na Saúde (MPES) Av. Nilo Peçanha, 620. Terceiro subsolo do HUOL. Setor de serviços. Petrópolis Natal/RN. CEP: 59020-300

http://www.posgraduacao.ufrn.br/[email protected]

EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE

LOPES

GERÊNCIA DE ENSINO E PESQUISA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: O processo da preceptoria

em um hospital universitário gerenciado pela EBSERH, que tem como pesquisador

responsável Telma de Fatima Vitaliano da Silva Veras. Esta pesquisa pretende

qualificar o processo de preceptoria em um hospital universitário gerenciado pela

EBSERH, a partir da visão do preceptor.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é analisar o processo de preceptoria em um

hospital universitário, a fim de contribuir para a construção de um protocolo que a

institucionalize.

Caso você decida participar, você deverá se reunir em um grupo contendo dez

pessoas, onde terá um moderador que aplicará um questionário contendo questões

fechadas sobre o seu perfil profissional em seguida conduzirá a entrevista expondo

questões abertas sobre o tema em estudo, O encontro se dará uma única vez, com

agendamento prévio, e durará em torno de 90 minutos.

Esclareço que: O (a) Sr. (Sra.) preencherá um questionário contendo questões fechadas

sobre o seu perfil social e profissional, e participará da entrevista em grupo, moderada

por um profissional da saúde, cujo conteúdo será gravado em gravador digital para

análise posterior pelo pesquisador, para o que solicitamos a sua autorização.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Telma

de Fatima Vitaliano da Silva Veras; telefone (84) 99618-1837; Email:

[email protected]

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer

fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

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Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que

possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local

seguro e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela sua participação

nessa pesquisa, ele será Assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá entrar em contato com o

Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, telefone: 3342-

5003, endereço: Av. Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis – Espaço João Machado – 1° Andar

– Prédio Administrativo - CEP 59.012-300 - Nata/RN, e-mail: [email protected].

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável: Telma de Fatima Vitaliano da Silva Veras.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo

em participar da pesquisa : “O processo de preceptoria em um hospital universitário

gerenciado pela EBSERH”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas

em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me

identificar.

Rubrica do Participante/Responsável legal:

Rubrica do Pesquisador:

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Natal, ______/____/____

_______________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “O processo de preceptoria em um

hospital universitário gerenciado pela EBSERH”, declaro que assumo a inteira

responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos

que foram esclarecidos e

assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e

confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal, ________/_________/_________

_____________________________________________

Telma de Fatima Vitaliano da Silva Veras

Impressão Datiloscópica do

Participante

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APÊNDICE 02

Declaração Institucional

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EMPRESABRASILEIRADESERVIÇOSHOSPITALARES

HOSPITALUNIVERSITÁRIOONOFRELOPESGERÊNCIADEENSINOEPESQUISA

DECLARAÇÃO INSTITUCIONAL

TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: O Processo de Preceptoria em um Hospital

Universitário gerenciado pela EBSERH

ORIENTADOR RESPONSÁVEL: José Diniz Júnior

PESQUISADOR: Telma de Fatima Vitaliano da Silva Veras

Após conhecimento do propósito desta pesquisa, seus objetivos e métodos,

declaramos que:

( ) Autorizamos a coleta de dados no Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL.

( ) Não autorizamos a coleta de dados no HUOL referente a pesquisa em questão.

Quanto ao relatório técnico-científico:

( ) Requeremos a apresentação dos resultados parciais e finais na instituição.

( ) Não requeremos a apresentação dos resultados parciais e finais na instituição.

Quanto à divulgação dos resultados:

( ) Autorizamos e requeremos a citação do nome do HUOL nos resultados publicados

em congressos, simpósios ou atividades semelhantes, bem como em jornais, revistas

e periódicos nacionais ou estrangeiros, seja no Título, Resumo (Abstract) ou na

Metodologia do estudo publicado como artigo científico.

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( ) Não autorizamos ou requeremos menção do nome da instituição na publicação dos

resultados do estudo.

Sugestões e Comentários:

__________________________________________________________

Natal, RN, 14/10/2016.

____________________________

Prof. Dr. Irami Araujo Filho

Gerente de Ensino e Pesquisa - HUOL/EBSERH

Hospital Universitário Onofre Lopes - Av. Nilo Peçanha, 620, Petrópolis – Gerência de Ensino e Pesquisa - Prédio

Administrativo - 3º andar CEP 59.012-300 Natal/RN - Fone: (84) 3342-5027 - E-mail: [email protected]

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APÊNDICE 03

Carta de Anuência

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MPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES

GERÊNCIA DE ENSINO E PESQUISA

CARTA DE ANUÊNCIA

Solicitamos autorização institucional para realização da pesquisa

intitulada O Processo de Preceptoria em um Hospital Universitário

Gerenciado Pela EBSERH, a ser realizada no Hospital Universitário

Onofre Lopes - HUOL, pelo pesquisador Telma de Fatima Vitaliano da

Silva Veras, sob orientação do Dr. José Diniz Júnior, que utilizará a

seguinte metodologia: Estudo qualitativo, descritivo e analítico, cuja

coleta de dados será feita através da técnica de grupo focal. Com o intuito

de mesclar as profissões durante os encontros para contemplar as

opiniões dos profissionais no universo da preceptoria, a amostra será

intencional e constará de preceptores da residência médica e

multiprofissional respectivamente, totalizando dois grupos de 10

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pessoas. Os participantes serão selecionados através de critérios pré-

estabelecidos, tendo como critério de inclusão os profissionais de

residência médica e multiprofissional que atuam na Preceptoria há um

ano ou mais. A coleta será feita utilizando-se dois instrumentos: o

questionário do perfil profissional contendo questões fechadas, e o roteiro

da entrevista para o Grupo Focal, formulado de acordo com a temática

do estudo. Tendo como objetivo principal qualificar o processo de

preceptoria em um hospital universitário gerenciado pela Ebserh a partir

da visão do profissional preceptor, necessitando, portanto, ter acesso aos

dados a serem colhidos no HUOL, junto aos preceptores com perfil para

a pesquisa. Ao mesmo tempo, pedimos autorização para que o nome

deste hospital possa constar no relatório final bem como em futuras

publicações na forma de artigo científico.

Ressaltamos que os dados coletados serão mantidos em absoluto sigilo,

de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS/MS)

466/12, que trata da Pesquisa envolvendo Seres Humanos. Salientamos

ainda que tais dados serão utilizados tão somente para realização deste

estudo.

Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta Diretoria,

agradecemos antecipadamente a atenção, ficando à disposição para

quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.

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Natal,14 de outubro de 2016

________________________________________________

Nome do (a) Coordenador (a) / Orientador (a)

( ) Concordamos com a solicitação ( ) Não concordamos com a

solicitação

_________________________________________

Prof. Dr. Irami Araújo Filho

Gerente de Ensino e Pesquisa-HUOL/EBSERH

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Natal/RN - Fone: (84) 3342-5027 - E-mail: [email protected]