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Janaina Sarmento Bispo
PERFIL ALIMENTAR REFERENTE AO DESJEJUM DOS
PROFESSORES DA UNIVERSIDADE DE BRASILIA- UnB.
Dissertao apresentada ao Curso de Ps-Graduao em Nutrio Humana, do Departamento de Nutrio da Universidade de Braslia, para obteno do Ttulo de Mestre em Nutrio Humana.
Orientadora : Prof Dr Maria Jos Roncada
2006
Ficha Catalogrfica
Bispo, Janaina Sarmento.
Perfil alimentar referente ao desjejum de professores da Universidade
de Braslia UnB.
Janaina Sarmento Bispo Braslia, 2006.
Dissertao (Mestrado) Departamento de Nutrio, Faculdade
Cincias da Sade, Universidade de Braslia, Braslia, 2006.
1. Desjejum 2. Caf da manh 3. Perfil alimentar e desjejum dos
professores universitrios
Janaina Sarmento Bispo
PERFIL ALIMENTAR REFERENTE AO DESJEJUM DOS
PROFESSORES DA UNIVERSIDADE DE BRASILIA- UnB.
.
Braslia,2006
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________ Profa. Dra. Maria Jos Roncada
Faculdade de Cincias da Sade FS Universidade de Braslia UNB
(Presidente)
______________________________________________ Prof Dra. Marg Karnikowski
Departamento de Farmcia Universidade Catlica de Braslia
(Membro)
________________________________________________ Prof Dr. Jos Garrofe Drea
Faculdade de Cincias da Sade Universidade de Braslia UNB
(Membro)
___________________________________________ Profa. Dra. Yolanda Silva Oliveira
Departamento de Nutrio Universidade de Braslia UNB
(Suplente)
Prof Dr Maria Jos Roncada
Por mais profundas e sinceras que sejam
as palavras, sero elas insuficientes para
traduzir a minha gratido. Jamais poderei
ser suficientemente grata pelos seus
ensinamentos e pela sua amizade
AGRADECIMENTOS
Durante minha vida, muitos foram os caminhos percorridos, em especial este caminho; agradeo a Deus.
minha me, Francisca Sarmento, modelo de mulher corajosa e batalhadora. Obrigada por tudo.
Aos meus familiares, Rogers, Westerley, Luana, Rafael Fris, Isaura e demais, que confiaram e acreditaram em mim.
Em especial gostaria de agradecer a Prof Dr Elizabeth Maria Tal de Souza, pela contribuio minha formao acadmica e o incentivo para o amadurecimento profissional.
CAPES, pelo fornecimento da bolsa de estudos que garantiu o sustento financeiro necessrio realizao desta Dissertao de Mestrado
Aos meus amigos da Faculdade de Sade: Antnio, Paloma, Elida, Luiz Cludio, talo, Alessandra, Alessandro, Ftima, Laisa, Dona Marli, Anita, Elias, Pedro, Dede e demais, pelo apoio e incentivo.
Aos funcionrios dos Departamentos das Faculdades e/ ou Institutos, pelo auxlio dispensados.
s minhas amigas do curso de Ps-Graduao, em especial Andhressa, Heloisa, Karina e Paula pela disponibilidade e amizade.
minha amiga Paula pela amizade e apoio dispensados nas horas de insegurana e incertezas. Muito obrigada!
Aos meus amigos, Adriane, Raquel, Andria, Joana, Luciana, Marta, Carla, Cristina e Taiane, pela pacincia e apoio.
Ao Kleber, pelo amor, carinho, incentivo s minhas escolhas.
Aos Diretores de todas as Faculdades e/ou Institutos, por autorizarem a realizao da pesquisas nas suas unidades.
os 284 professores da UnB que, gentilmente, concordaram em participar deste trabalho e que sem os quais no seria possvel a realizao desta pesquisa.
SUMRIO
1-INTRODUO.........................................................................................................16
2-REFERENCIAL TERICO ...................................................................................23
2.1- Metabolismo do desjejum ............................................................. 30
2.2- Inqurito Alimentar........................................................................ 31
2.3- Rotulagem Nutricional................................................................... 33
3-OBJETIVOS .............................................................................................................35
3.1-Objetivo geral................................................................................. 35
3.2-Objetivos especficos ..................................................................... 35
4-METODOLOGIA.....................................................................................................37
4.1-Delineamento da pesquisa ............................................................ 37
4.2-Amostragem .................................................................................. 38
4.3-Casustica ...................................................................................... 41
4.4-Comit de tica.............................................................................. 42
4.5-Consumo do desjejum ................................................................... 42
4.6-Processamento dos dados de consumo alimentar ........................ 43
4.7-Clculo do Valor Energtico Total.................................................. 45
4.8- Perfil Antropomtrico .................................................................... 46
4.9- Critrio de apresentao das questes ........................................ 47
5-ANLISE ESTATSTICA.......................................................................................49
6-RESULTADOS E DISCUSSO..............................................................................53
6.1- Caracterizao da populao estudada........................................ 53
6.2- Caractersticas do desjejum.......................................................... 54
7- CONSUMO DO DESJEJUM SEGUNDO OS GRUPOS DE ALIMENTOS E
AREAS DO CONHECIMENTO................................................................................79
7.1.- Consumo do desjejum segundo os grupos de alimentos
consumidos pelos professores da rea de Cincias ........................... 79
7.2 Consumo do desjejum segundo os grupos de alimentos
consumidos pelos professores da rea da Sade............................... 83
7.3 Consumo do desjejum segundo os grupos de alimentos
consumidos pelos professores da rea de Humanas.......................... 86
7.4 Consumo do desjejum segundo os grupos de alimentos das trs
reas do conhecimento ....................................................................... 90
8- PORCENTAGEM DO DESJEJUM EM RELAO AO VET........................100
9- CONCLUSO........................................................................................................102
10- BIBLIOGRAFIA .................................................................................................106
11- ANEXOS...............................................................................................................131
LISTA DE ABREVIATURAS
ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
CNS Conselho Nacional de Sade
FAO Food and Agriculture Organization
FSPUSP Faculdade de Sade Pblica da
Universidade de So Paulo
ID Dietary Intake
IMC ndice de Massa Corporal
MS Ministrio da Sade
NAF Nvel de Atividade Fsica
OMS Organizao Mundial de Sade
PNSN Pesquisa Nacional sobre Sade e Nutrio
QFA Questionrio de Freqncia Alimentar
SAS Statistical Analisys System
SRH Secretaria de Recursos Humanos
UnB Universidade de Braslia
USP Universidade de So Paulo
VCT Valor Calrico Total
VET Valor Energtico Total
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1: Consumo dirio do desjejum, segundo sexos. Professores da UnB.
Braslia, 2005/6. ............................................................................................. 55
Tabela 2: Consumo dirio do desjejum, segundo grupos etrios. Professores
da UnB. Braslia, 2005/6. ................................................................................ 56
Tabela 3: Consumo dirio do desjejum, segundo grupos etrios e reas do
conhecimento. Professores da UnB. Braslia, 2005/6. .................................... 57
Tabela 4: Uso de adoantes artificiais segundo o ndice de Massa Corporal
(IMC). Professores da UnB. Braslia, 2005/6. ................................................. 66
Tabela 5: Definio correta de alimentos diet e seu consumo pelos
professores da UnB. Braslia, 2005/6.............................................................. 71
Tabela 6: Definio correta de alimentos light e seu consumo pelos
professores da UnB. Braslia, 2005/6.............................................................. 72
Tabela 7: Freqncia mensal do consumo de bebidas alcolicas pelos
professores da UnB. Braslia, 2005/6.............................................................. 75
Tabela 8: Freqncia de consumo de tipos de alimentos pelos professores
das trs reas de conhecimento da UnB. Braslia, 2005/6. ............................ 78
Tabela 9: Valores percentuais do desjejum dos professores das trs reas do
conhecimento da UnB, em relao ao valor Energtico Total (VET). Braslia,
2005/6. .......................................................................................................... 100
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Consumo dirio de desjejum e sintomas desagradveis na sua
omisso ou atraso, por parte dos professores da UnB. Braslia, 2005/6. .....60
Figura 2: Horrio de consumo dirio do desjejum dos professores da UnB.
Braslia, 2005/6 .............................................................................................61
Figura 3: Sintomas desagradveis mais citados pelos docentes da rea de
Cincias, quando atrasam ou omitem o desjejum. Professores da UnB.
Braslia, 2005/6 .............................................................................................62
Figura 4: Sintomas desagradveis mais citados pelos docentes da rea de
Sade, quando atrasam ou omitem o desjejum. Professores da UnB.
Braslia, 2005/6 .............................................................................................63
Figura 5: Sintomas desagradveis mais citados pelos docentes da rea de
Humanas, quando atrasam ou omitem o desjejum. Professores da UnB.
Braslia, 2005/6 .............................................................................................64
Figura 6: Tempo gasto para o consumo o desjejum, segundo IMC dos
professores da UnB. Braslia, 2005/6............................................................65
Figura 7: Diferenas indicadas no desjejum quando realizado fora do lar.
Professores da UnB. Braslia, 2005/6. ..........................................................69
Figura 8: Diferenas indicadas no desjejum quando realizado aos sbados,
domingos e feriados. Professores da UnB. Braslia 2005/6 ..........................70
Figura 9: Distribuio percentual dos grupos de alimentos consumidos
diariamente pelos professores da rea de Cincias da UnB. Braslia, 2005/6.
......................................................................................................................79
Figura 10: Distribuio percentual dos alimentos componentes do desjejum
dos professores da rea de Cincias da UnB. Braslia, 2005/6....................80
Figura 11: Distribuio percentual dos grupos de alimentos consumidos
diariamente pelos professores da rea de Sade da UnB. Braslia, 2005/6.83
Figura 12: Distribuio percentual dos alimentos componentes do desjejum
dos professores da rea de Sade da UnB. Braslia, 2005/6. ......................84
Figura 13: Distribuio percentual dos grupos de alimentos consumidos
diariamente pelos professores da rea de Humanas da UnB. Braslia, 2005/6
......................................................................................................................86
Figura 14: Distribuio percentual dos alimentos componentes do desjejum
dos professores da rea de Humanas da UnB. Braslia, 2005/6. .................88
Figura 15: Distribuio percentual dos grupos de alimentos consumidos
diariamente pelos professores da UnB, das trs reas do conhecimento.
Braslia, 2005/6 .............................................................................................91
Figura 16 Distribuio percentual dos grupos de alimentos componentes do
desjejum dos professores da UnB, pertencentes ao grupo dos cereais (G1).
Braslia, 2005/6 .............................................................................................92
Figura 17: Distribuio percentual dos grupos de alimentos componentes do
desjejum dos professores da UnB, pertencentes ao grupo do leite e
derivados (G4). Braslia, 2005/6....................................................................93
Figura 18: Distribuio percentual dos grupos de alimentos componentes do
desjejum dos professores da UnB, pertencentes ao grupo das frutas e
derivados (G2). Braslia, 2005/6....................................................................94
Figura 19: Distribuio percentual dos grupos de alimentos componentes do
desjejum dos professores da UnB, pertencentes ao grupo do acares e
doces (G7). Braslia, 2005/6..........................................................................95
Figura 20: Distribuio percentual dos grupos de alimentos componentes do
desjejum dos professores da UnB, pertencentes ao grupo dos leos e
gorduras (G6). Braslia, 2005/6 .....................................................................96
Figura 21: Distribuio percentual dos grupos de alimentos componentes do
desjejum dos professores da UnB, pertencentes ao grupo das carnes e
derivados (G3). Braslia, 2005/6....................................................................97
Figura 22: Distribuio percentual dos grupos de alimentos componentes do
desjejum dos professores da UnB, pertencentes aos demais alimentos
consumidos pelos professores. Braslia, 2005/6 ...........................................98
Figura 23: Distribuio percentual, em ordem decrescente, dos alimentos
mais consumidos diariamente no desjejum, pelos professores da UnB.
Braslia, 2005/6. ............................................................................................99
RESUMO
BISPO, JS. Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia UnB. [dissertao de mestrado]. Braslia: Faculdade de Cincias da Sade da UnB; 2006.
INTRODUO: Devido s escassas investigaes realizadas no Brasil sobre o consumo do desjejum, este se props diminuir lacunas existentes sobre os benefcios, caractersticas e provveis necessidades da populao brasileira sobre esta refeio. Este trabalho visa traar o perfil alimentar de desjejum dos professores da Universidade de Braslia (UnB), pertencentes s trs reas do conhecimento. MTODOS: A pesquisa foi realizado com 284 professores, de ambos os sexos, utilizando uma amostra casual, representativa e estratificada de todos os docentes da UnB, pertencentes s trs reas do conhecimento (Cincias, Sade e Humanas). Foi realizado um estudo piloto (n=30) em populao semelhante para aperfeioar os questionrios. O inqurito alimentar utilizou um questionrio auto-aplicativo sobre assuntos interligados ao tema; foram, tambm, usados questionrios semi-quantitativos (recordatrio e de freqncia alimentar) para se conhecer o consumo atual e habitual dos alimentos consumidos pelos professores no seu desjejum. RESULTADOS: Do resultado da ingesto diria do desjejum verificou que 92,0% dos professores informaram consumir o desjejum sendo a rea de Humanas, com 36,0%, seguido da de Cincias com 25,8% e da Sade com 25,0%, quando comparado com a recomendao adotada para este estudo que de 25% do Valor Energtico Total (VET). Com relao influncia familiar, profissional e a existncia de modificao no desjejum por alguma dieta especfica no houve associao estatstica (p>0,05). O consumo de alimentos naturais e industrializados apontou que 85,4% dos professores consomem ambos. Os resultados dos alimentos ingeridos no desjejum foram agrupados em 7 grupos: G1 a G7 e o consumo de cada um deles, pelos professores das trs reas em conjunto, foi: G1 (pes, cereais, bolos.....), 77,0%; G2 (das frutas e sucos), 53,0%; G3 (derivados de carne), 6,0%; G4 (leite e derivados), 65,0%; G5 (leguminosas), 3,0%; G6 (leos e gorduras), 15,0%; G7 (acares e doces), 38,0%. CONCLUSO: O perfil alimentar do desjejum dos professores estudados, referente aos alimentos mais consumidos nesta refeio, em ordem decrescente, : frutas, caf, iogurte, po francs, po de forma integral, leite desengordurado fluido, acar, adoante artificial, leite integral, manteiga e gelia.
DESCRITORES: desjejum, caf da manh, perfil alimentar e desjejum dos professores universitrios, alimentos.
ABSTRACT
BISPO, JS. Referring alimentary profile to desjejum of the professors of the University of Brasilia- UnB. [dissertation]. Braslia (BR) Faculdade de Cincias da Sade da UnB; 2006.
INTRODUCTION: Due to there are only scanty researches done in Brazil about having breakfast, the first meal of the day, this study proposes to decrease the absence of information about the benefits, features and the necessities the Brazilian population must have considering this meal. This work aims to show the way of feeding habits of the Brasilias University (UnB) teachers of each one of the three knowledge areas. METHODS: The research was done with 284 teachers, both male and female, using a casual, representative and stratified sample of all the ones who teach at UnB, from the three Areas of knowledge (Natural, Physical and Social sciences). A pilot study (N=30) was carried out in a similar population to improve the questionnaires. The alimentary inquiry used an auto-applicatory questionnaire about issues linked to the subject; semi-quantitative questionnaires were used too (recall and about alimentary frequency) to get information about the present and regular consumption of the nutriment eaten by the teachers for breakfast. RESULTS: According to the result of the daily ingestion of the first meal of the day was verified that 92.0% of the teachers informed they regularly had breakfast. The Social Sciences Area, with 36.0% of the teachers, was the one that got closer of the level recommended by this study, 25% of the Total Energy Information (TEI), followed by the Natural Sciences Area with 25.8% and then by the Physical Sciences Area with 25.0%. Talking about familiar, professional or a possible modification in the food influences in this meal by a specific diet, there was not a statistic association (p>0.05). The consumption of natural and industrialized food showed that 85.4% of the teachers consume both. The results of the eaten nutrients in the breakfast were put together in 7 groups: G1 until G7 and the consume of each one of them by the teachers of the three Areas of Knowledge together was: G1 (bread, cereal, cakes.....), 77.0%; G2 (of fruit and juice), 53.0%; G3 (food made with meat), 6.0%; G4 (milk and all the kind of food made of it), 65.0%; G5 (vegetables), 3.0%; G6 (oils and greasiness), 15.0%; G7 (sugar e candies), 38.0%. CONCLUSION: The feeding habits of the teachers that were studied, about the food more consumed in this meal, from the more consumed to the less ones, is: fruit, coffee, yoghurt, French bread, pre-sliced bread made with cereal grains, skim milk, sugar, artificial sweetener, full-cream milk, butter and jelly.
KEYWORDS: First meal of the day, breakfast, feeding habits and the first meal of the teachers day,foods.
16
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
1. INTRODUO
Os alimentos tm como funo suprir as necessidades nutricionais dos
indivduos para manuteno, reparo, processos da vida (desenvolvimento e
crescimento), fornecendo todos os nutrientes em qualidade e quantidades
apropriadas e proporcionais, que vo ser utilizadas como fonte de energia e
nutrimento para o organismo, alm de satisfazer os requerimentos nutricionais
tradicionais para cada grupo etrio (TIRAPEGUI, 2002).
Em complemento, os alimentos so produtos de origem animal e vegetal,
que fornecem nutrientes responsveis pelos processos de nutrio. A cincia
dos alimentos se refere ao estudo de fenmenos fsicos e qumicos que ocorrem
durante o armazenamento, a preparao e o processamento de alimentos, por
ao de fatores como calor, frio, luz, oxignio, de reaes qumicas e de efeitos
mediados por esses fatores, influenciando as caractersticas sensoriais e
nutricionais dos alimentos (COELHO, 2001).
Cada alimento possui caractersticas organolpticas prprias em relao
ao aspecto, cor, aroma e textura, sendo constitudo pelos nutrientes, que
apresentam funes energticas (lipdios, glicdios e protenas), plsticas ou
construtoras (protenas, gua e minerais) e reguladoras das funes orgnicas
(vitaminas e minerais); acrescem-se os vitagnios, que preenchem as trs
funes (reguladora, energtica e construtora), representados pelos cidos
graxos essenciais e algumas vitaminas (ORNELLAS, 1995).
17
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Uma vez estabelecida a importncia dos nutrientes nas diversas funes
do organismo, necessrio determinar seus nveis de ingesto de maneira
balanceada e diversificada julgados adequados para se atingir recomendaes
nutricionais de cada grupo etrio.
Os requerimentos energticos dirios de um indivduo dependem de
vrios fatores como a idade, o estado nutricional, atividade fsica, hbitos e
consumo alimentar, entre outros. Geralmente esse consumo ocorre em quatro
refeies dirias, correspondendo ao desjejum, almoo, lanche e jantar.
Para assegurar a adequao das recomendaes nutricionais referentes
ao consumo das refeies, S (1984) sugere que o VCT (Valor Calrico Total),
atualmente chamado de VET (Valor Energtico Total), deve ser integralizado da
seguinte forma: 20% para o desjejum, 40% para o almoo, 10% para o lanche e
30% para o jantar (no caso do trabalho braal) e 20%, 30%, 10% e 40%,
respectivamente, no caso do trabalho intelectual; como se observa, apenas o
percentual do almoo e jantar que so mutuamente alterados.
ORNELLAS (1995), preconizou 60% para glicdios, 12% para protenas e
28% para gorduras, necessitando-se, nesse caso, ingerir aproximadamente 75g
de lipdios, 72g de protenas e 360g de carboidratos.
J TIRAPEGUI (2002) mais flexvel na distribuio das recomendaes
dirias de calorias para um indivduo adulto, sugerindo que 50% a 60% (340g)
so obtidas atravs dos carboidratos, 25% a 30% (50-70g) devem ser
provenientes das gorduras e 10% a 15% (60-70g) tm origem nas protenas.
18
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
As prticas alimentares so reflexos de fatores culturais que interferem,
tanto positiva como negativamente, influenciando diretamente a sade do
homem e sendo apontadas como um dos fatores mais importantes para a
longevidade e boa qualidade de vida. Com o intuito de promover proteo
sade da populao, a POLTICA NACIONAL DE ALIMENTAO E NUTRIO
(PNSN) (1990), adotada pelo Brasil, definiu inmeras estratgias para facilitar a
escolha de alimentos saudveis. Isto importante de ser lembrado, pois
alimentos saudveis, como citam WOLFE E CAMPBELL (1993), so aqueles
indicados com objetivo de reduzir os ndices de doenas crnico -degenerativas
associados aos maus hbitos alimentares da populao.
Atualmente, nos Estados Unidos, mais de 40% das refeies so
consumidas fora do lar, percentual este que se elevar, a partir dos anos 2000,
segundo GRIVETTI (1995), quando ento, segundo seus clculos, menos de
50% das refeies americanas sero preparadas nos lares. Isto tem levado os
especialistas em Nutrio a preocuparem-se com os estabelecimentos de fast
food, que preparam comidas com altos teores de gordura saturada e sdio,
embora, presentemente, muitos deles tm voltado sua ateno em reduzir esses
nutrientes das preparaes, oferecendo substitutos com baixos teores de
colesterol.
Infere-se, assim, a importncia da avaliao dos hbitos alimentares da
populao atravs de estudos dietticos, seguida pela implementao de
19
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
programas de educao nutricional, quando necessrio, visando proporcionar
melhores condies de vida para a populao em questo (KANT, 1996).
A necessidade de se estabelecer orientaes para uma alimentao
saudvel e a qualidade dos alimentos permite que o indivduo compreenda as
caractersticas nutricionais do que est consumindo, diminuindo a incidncia de
doenas relacionadas aos maus hbitos alimentares (CERVATO, 2003).
Convm enfatizar que uma alimentao saudvel contempla todas as
necessidades do indivduo, em termos de macro e micronutrientes, fornecendo
quantidades apropriadas e proporcionais para cada grupo etrio, de forma
fracionada (desjejum, colao, almoo, lanche, jantar e ceia) durante todo dia
(SGARBIERI, 2001).
Neste estudo, ser enfocada uma frao da dieta habitual, o desjejum,
que segundo MUR DE FRENNE, FLETA E MORENO (1994) pode ser definido
como toda refeio ingerida antes das onze horas da manh. Para Ortega et al.
(1996), a primeira refeio do dia, mas sempre antes das dez horas da manh.
Outros autores o definem como a refeio mais importante do dia, por melhorar
a qualidade total da dieta e restabelecer funes orgnicas (KENNEDY et al.,
1998).
Na opinio de MORGAN (1981), o consumo do desjejum importante
para o balano nutricional em todos os grupos populacionais, principalmente
entre crianas, jovens e grupos de risco.
20
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Metabolicamente, o desjejum implica em um perodo de jejum de at doze
horas, no qual o organismo utiliza suas reservas de energia e no se alimenta de
protenas e aminocidos, que so necessrios para a sntese de
neurotransmissores implicados no funcionamento cerebral em diferentes fases
do processo cognitivo (BRILEY, 1998). O desjejum ajuda a restabelecer as
funes do aparelho digestivo e acelerar o metabolismo (POLLIT e MATHEUS,
1998), alm de ser um hbito saudvel de se iniciar o dia.
MORGAN, ZABIH e STAMPLEY (1986) comentam investigaes
sugestivas de que o consumo de um desjejum inadequado ou sua omisso total
podem conduzir a uma inadequao nutricional que raramente ser corrigida
apenas com as refeies restantes do dia. O mesmo foi afirmado por outros
autores, como NICKLAS et al. (1993) e ARANCETA, SERRA-MAJEM E PREZ-
RODRIGO (2001).
Muitas vezes as pessoas no consomem seu desjejum alegando falta de
tempo ou de apetite, mas, freqentemente, a falta de sociabilidade tambm pode
representar um motivo para a omisso da presena de um membro da famlia
mesa nessa refeio matinal. Nunca demais lembrar que hbitos errneos,
referentes alimentao, adquiridos na infncia, podem continuar pela vida
adulta (NICKLAS et al.,1998).
Vrias pesquisas tm mostrado que a omisso do desjejum exerce um
efeito negativo sobre a cognio infantil, o que pode ser reduzido pelo
fornecimento de alimentos (CHANG et al.,1996).
21
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
H que lembrar que no final do sculo XX a fora de trabalho feminino
aumentou a falta de mulheres nos lares, interferindo no provimento de refeies
caseiras aos membros das famlias, principalmente o desjejum e o almoo. Isso
leva a duas situaes distintas, ambas errneas: ou as pessoas optam pela
omisso dessas refeies, ou as substituem por alimentos altamente calricos,
como o caso dos fast foods.
Os hbitos alimentares nacionais, nem sempre corretos, ainda hoje
valorizam mais o almoo do que o desjejum.
O maior nmero de informaes disponveis sobre desjejum provm de
inmeras pesquisas realizadas em outros pases, principalmente Estados
Unidos, Frana, Espanha e Itlia. Os poucos dados em trabalhos nacionais so
fragmentados, pois referem-se ao desjejum como parte integrante das refeies
dirias consumidas por dada populao em estudo e, por isso, so resultados
superficiais.
CAVALCANTI (1974) comenta que o desjejum a refeio do dia que
mais reclama ateno, pois as escassas investigaes realizadas no Brasil
apontam que ele freqentemente omitido, ou incompleto e inadequado.
Por isso, faz-se necessrio iniciar estudos nacionais mais aprofundados,
semelhana de pases mais desenvolvidos, sobre essa refeio bsica, a fim de
obter-se resultados concretos que demonstrem as caractersticas e provveis
necessidades da populao brasileira. Tais resultados podero, tambm, ser
teis em diversas outras reas relacionadas com a Sade.
22
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Visa-se, com este trabalho, preencher a lacuna existente devido a falta de
dados nacionais sobre o consumo especfico do desjejum.
23
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
2. REFERENCIAL TERICO
Em face tendncia crescente da populao e suas eventuais disfunes
alimentares decorrentes de uma alimentao inadequada, surge a necessidade
de se desenvolver novas fontes de alimentos destinadas ao consumo humano
para atender a demanda e, conseqentemente, contribuir para uma menor
incidncia de doenas crnico-degenerativas como o diabete mellitus, a
obesidade , a hipertenso, entre outros (GALEAZZI,1998).
O aumento dessas doenas, em particular, a obesidade, considerada
como problema de Sade Pblica, est intimamente associado com a falta de
informao com relao a uma alimentao adequada. Um estudo realizado na
Universidade de So Paulo, USP, demonstrou que as pessoas com maior nvel
de educao e acesso informao tm menos chances de se tornarem obesos,
independente da classe social (MONTEIRO et al., 2000). Tal fato mostra o
quanto importante o acesso dos consumidores informao e compreenso
do valor nutricional dos alimentos expressos nos rtulos dos produtos
alimentares (BRASIL, 1998).
Com base nos dados obtidos pela Pesquisa Nacional sobre Sade e
Nutrio (PNSN) sobre a distribuio da desnutrio e da obesidade, observou-
se prevalncia elevada de excesso de peso nas classes de baixa renda,
principalmente entre as mulheres, por consumirem dietas de alta densidade
energtica, devido seu menor custo.
24
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Segundo FRUTUOSO et al. (2003), o perodo da adolescncia torna-se
crtico no que diz respeito aos hbitos alimentares, pois as mudanas tpicas
desta fase podem aumentar a incidncia da obesidade e sua persistncia futura,
levando grande proporo de adultos obesos que incorporam essa
caracterstica nos perodos que antecedem a fase adulta.
Estudo realizado em creches de So Paulo verificou que 56% das
crianas consumiam leite no desjejum quando realizado em casa; a mesma
proporo foi verificada tarde, ao chegar em casa; 27% consumiam leite
adicionado de acar, 22% de achocolatado, 12% de caf, 11% de farinha de
arroz e, 6%, de amido de milho (HOLLAND e SZARFARC, 2003).
Outros estudos mostram que a ingesto do desjejum, a longo prazo, pode
contribuir para a manuteno do peso em pessoas que procuram control-lo
(STANTON e KEAST, 1989.; NICKLAS et al., 1998). Segundo esses autores, o
desjejum, realizado regularmente, tem maior probabilidade de atingir os
requerimentos nutricionais de micronutrientes na dieta e diminuir a quantidade
de gorduras ingeridas.
O desjejum uma oportunidade para corrigir deficincias nutricionais
(especialmente de micronutrientes) com importncia epidemiolgica na Amrica
Latina (ferro, vitamina A, zinco e iodo), que podem interferir diretamente no
processo de aprendizagem que afeta o desempenho intelectual A refeio
matinal, nas escolas, possibilita, ainda, uma maior permanncia das crianas no
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
sistema educativo, o que promove uma melhor interao entre as escolas e a
comunidade (INSTITUTO DANONE, 2000).
Reforando a importncia do desjejum na alimentao humana, fica o
registro que dificilmente h a possibilidade de fornecer o clcio dirio necessrio
ao organismo em qualquer idade, assim como a vitamina B2 (riboflavina), sem
consumir o desjejum todos os dias, pois o leite, fonte maior desses nutrientes,
bem como seus derivados no gordurosos, raramente fornecido nas outras
refeies em quantidades apreciveis como nessa em questo (BLOCK et al.,
2000).
Uma alimentao diversificada deve conter todos os nutrientes
necessrios para garantir um bom funcionamento do organismo. Com isso,
recomenda-se realizar seis refeies dirias: caf da manh ou desjejum,
colao, almoo, lanche, jantar e ceia, para que as recomendaes de macro e
micronutrientes sejam alcanadas. Entretanto, esse consumo ocorre mais
freqentemente em quatro refeies dirias: desjejum, almoo, lanche e jantar
(OMS, 1990).
O consumo do desjejum foi identificado como um fator importante na
nutrio, especialmente, durante os estgios do crescimento (STEELE, 1952).
Vrios artigos descrevem a importncia dessa refeio no processo de
aprendizagem (funo intelectual e performance fsica) e na formao dos
hbitos alimentares das crianas (MORGAN, 1981; REDONDO, 1996;
ARANCETA, 2001). Outros estudos associam tais benefcios em pessoas
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
idosas, j que os mesmos apresentam declnio cognitivo e ingesto inadequada
de nutrientes (POLLITT, 1998; SMITH et al., 2001).
Cabe ressaltar que a absoro do clcio pelo intestino varia entre 30% e
50%, segundo AMAYA-FARFAN (1994), no suprindo as quantidades
necessrias para garantir a massa ssea do indivduo. Infere-se, nesse contexto,
a importncia da presena da vitamina D que, quando submetida aos raios
ultravioleta do sol, estimula a absoro do clcio, contribuindo para uma maior
biodisponibilidade desse mineral no organismo (KUNG et al., 1998)
A importncia do consumo de uma dieta balanceada, fracionada, e o tipo
de alimentos ingeridos ao longo do dia, esto intimamente relacionados com um
melhor aproveitamento desses alimentos pelo nosso organismo, alm de prover
grande parte dos nutrientes necessrios para se estabelecer funes orgnicas
essenciais para o bom desempenho das nossas atividades (DUTRA DE
OLIVEIRA e MARCHINI, 1998).
Nos ltimos anos, diversos estudos foram realizados no sentido de melhor
compreender o desjejum, demonstrando que o consumo adequado dessa
refeio est associado a uma alimentao correta ao longo do dia (REDONDO
et al., 1996). Esta prtica geralmente utilizada por pessoas que objetivam o
controle de peso e/ou aquelas que se importam com a ingesto de uma dieta
saudvel.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Segundo TEIXEIRA e SCHWARTZMAN (1990), em locais onde se
oferece mais de um tipo de refeio a distribuio percentual entre elas seria:
15% para o desjejum, 45% para o almoo e 40% para o jantar.
Segundo ARANCETA (1999), o desjejum definido como sendo a
primeira ingesto de alimento e/ou lquidos entre 6 e 10h da manh e, durante
finais de semanas e feriados, 6 e 11h.
A influncia scio-cultural no hbito do caf da manh inegvel e
existem diversas e notveis diferenas entre o tipo, composio nutricional,
modo de preparo e o seu significado. Essa prtica alimentar bastante
diversificada devido as diferenas culturais, regionais, religiosas e etc. Enquanto
em alguns pases o desjejum um hbito, em outros considerado apenas uma
opo saudvel. Embora em nosso idioma o termo caf da manh seja usado
como sinnimo de desjejum, prefere-se, neste trabalho, empregar mais este
ltimo que, em ingls chamado de breakfast, em espanhol desayuno, em
italiano prima colazione, em francs petit dejeneur e, em Portugal, pequeno
almoo.
Na Roma antiga, o desjejum, chamado de jentaculum era uma das trs
refeies (desjejum, almoo e jantar) e consistia, como nas duas outras, em trs
pratos, sendo o segundo deles o mais nutritivo (ORNELLAS, 2003). Em Roma,
nos primrdios da arte da mesa, essa refeio se resumia a um pedao de po
umedecido em vinho ou comido com mel, queijo ou azeitona (FRANCO, 1986).
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Os alimentos componentes do desjejum variam muito nas diferentes
culturas. Assim, os franceses, por exemplo, tomam um desjejum leve, composto
de caf com leite, croissant, manteiga e gelia, conhecido como caf da manh
continental. Por outro lado, no Reino Unido, esse desjejum mais substancial,
com cereais, ovos preparados de diferentes maneiras, salsichas ou peito de
frango defumado, torradas, manteiga e gelia e, nos Estados Unidos, a isso tudo
incorporam o suco de laranja ao desjejum (SCHLUTER, 2003).
O desjejum dos australianos caracterizado por baixa ingesto de
gordura, rico em carboidratos, tiamina, riboflavina, niacina, clcio e magnsio,
principalmente, em indivduos com idade superior a 65 anos. Segundo
WILLIAMS (2005), os indivduos que no consomem cereais no desjejum
apresentam deficincia de tiamina, riboflavina, clcio, ferro e magnsio.
Para MEYERS et al. (1989) e GORDON, DEVANEY E BURGHARDT
(1995), que definem o desjejum como a primeira refeio do dia, esta representa
25% das recomendaes dirias.
Em pases desenvolvidos a omisso do desjejum encontrada em 20%
da populao em geral (ACOSTA et al., 2001).
Ao omitir a refeio matinal, os indivduos tornam-se mais propensos ao
aumento de peso, por consumirem maior nmero de refeies ligeiras e/ou
quantidades elevadas em calorias durante o dia. Quando se ingerem grandes
quantidades de alimentos para suprir a perda de outra refeio, pode ser difcil
optar-se por uma alimentao saudvel, pois, em geral, costuma-se ingerir
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
alimentos com alto teor calrico e/ou grandes quantidades desses alimentos
(WYATT et al., 2002).
De acordo com relatrio publicado pela OMS/FAO (2003), sobre
Alimentao, Nutrio e Doenas Crnicas, recomenda-se o consumo mnimo
de 400g de frutas e hortalias (excluindo batatas e outros tubrculos) na
preveno de doenas crnicas. O consumo diversificado desse grupo de
alimentos assegura quantidades adequadas de micronutrientes, fibras e outras
substncias essenciais, podendo substituir o consumo excessivo de alimentos
ricos em gorduras (WHO, 1976).
Estudos realizados em adultos, nos Estados Unidos, mostrou que a
incidncia da omisso do desjejum aumentou de 14% para 25%, entre 1965 e
1991. Muitos americanos no consomem a refeio matinal, com intuito de
diminuir a quantidade total de calorias da dieta e, provavelmente, contribuir no
controle de peso corporal (HAINES GUILKEY e POPKIN, 1996; RUXTON e
KIRK, 1997; NICKLAS et al., 1998).
Vrios estudos tm sido realizados, com o intuito de verificar a
contribuio do desjejum na nutrio geral de crianas e de adultos. Segundo
CHAO e VANDERKOOY (1989), a refeio matinal fornece 10-30% de nutrientes
e energia. Contudo, esse percentual pode variar de 6% a 25% da recomendao
diria entre as idades de 5 e 15 anos, segundo alguns autores (MAGAREY,
NICHOLS e BOULTON, 1987; LIVINGSTONE, 1991; SPYCKERELLE, HEBERT
30
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
e DESCHAMPS, 1992; ALBERTSON e TOBELMANN,1993; RUXTON, KIRK e
BELTON, 1996; ORTEGA et al.,1996).
2.1. METABOLISMO DO DESJEJUM
A omisso do desjejum pode ocasionar transtornos metablicos por
predispor o organismo a um perodo de jejum de 8 a 12 horas sem matria-
prima alimentar. A supresso de nutrientes faz com que no haja sntese de
neurotransmissores, que influenciada pelas concentraes plasmticas de
aminocidos, podendo interferir no funcionamento cerebral em diferentes fases
do processo cognitivo. Outros nutrientes como vitaminas e minerais podem
influenciar nas reaes qumicas necessrias ao bom funcionamento do
organismo (ACOSTA, 2001).
Um consumo adequado de nutrientes no desjejum, promove a liberao
de insulina, influenciando a sntese de enzimas que contribuem na formao de
neurotransmissores a partir de fontes exgenas de aminocidos, tais com a
serotonina, catecolaminas, acetilcolina, entre outros (KOROL e GOLD, 1998).
Outros estudos relatam a complexidade ao se associar o consumo
alimentar, funo cerebral e o comportamento dos indivduos, podendo provocar
uma interpretao errnea dos resultados (CRAIG,1986; POLLITT, 1998).
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Segundo TIRAPEGUI (1999), a supresso de alimentos durante um
perodo de 8 a 12h, contribui para o aumento da produo de enzimas
digestivas, alm de contribuir para o consumo excessivo na refeio seguinte.
Segundo McKEITH (2005), o desjejum deve conter alimentos saudveis e
substanciais para ocorrem as reaes qumicas necessrias para o bom
funcionamento do organismo.
Indivduos que omitem o desjejum diariamente podem apresentar, ao
longo do tempo, alteraes metablicas similares ao consumo inadequado dessa
refeio, como intolerncia glicose, elevado nvel de colesterol srico e maior
predisposio a enfermidades como o diabete mellitus e doenas
cardiovasculares (CHAO, 1989).
2.2. INQURITO ALIMENTAR
Os mtodos de avaliao de consumo alimentar, tambm chamados de
inquritos dietticos (ID), consistem em uma metodologia a partir da qual so
obtidas informaes quantitativas e/ou qualitativas da dieta de um indivduo, de
uma famlia, de um grupo de indivduos ou de uma populao. Surgiram nos
anos 30, com utilizao do mtodo recordatrio; a partir de ento, vm sendo
descritos e aperfeioados novos mtodos (TEIXEIRA, 1995; MEDEIROS et al.,
2001).
32
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
As tcnicas para estimar a ingesto diettica podem ser classificadas em
dois grandes grupos: (a) aquelas utilizadas para avaliar o consumo atual
(registros e recordatrios); e (b) retrospectivas, freqentemente utilizadas para
avaliar a ingesto habitual de grupos especficos de alimentos e para verificar a
associao entre consumo alimentar e doena (histria diettica e questionrio
de freqncia alimentar) (GIBSON, 1990).
O Questionrio de Freqncia Alimentar (QFA) o mtodo mais utilizado
para mensurar a dieta pregressa de grupos populacionais, pois tem a
capacidade de classificar os indivduos segundo seus padres alimentares
habituais, alm de ser um instrumento de fcil aplicabilidade, rpido e eficiente
na prtica epidemiolgica, e de baixo custo, o que viabiliza sua utilizao em
estudos populacionais (JIMENEZ, 1995; RIBEIRO, 2002).
Estudos mostraram que amostras compostas por cerca de 200 indivduos
so suficientes para desenvolver instrumentos (QFA) que produzam resultados
aceitveis de validade e reprodutibilidade, quando testados (WILLETT, 1998;
RIBEIRO, 2002; SALVO, 2002).
O QFA composto por dois componentes: uma lista de alimentos, e um
espao para que o indivduo descreva a freqncia do consumo de cada
alimento. (PUFULETE et al., 2002). Para minimizar as limitaes decorrentes do
mtodo utilizado um registro fotogrfico de pores, promovendo estimativas
mais acuradas da ingesto alimentar dos indivduos (SUBAR, 1995).
33
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
De acordo com CINTRA et al. (1997), apesar de vrios mtodos terem
sido propostos ou aperfeioados nas ltimas dcadas, no existe um nico que
seja ideal para todas as circunstncias, sendo que cada um deles apresenta
vantagens, limitaes e aplicaes prprias (FRANK, 1994). Por isso, existem
algumas questes a serem consideradas para a escolha do mtodo que dever
ser adotado, tais como: o que ser avaliado, quem ser o grupo alvo, qual ser o
foco da anlise, quais sero os custos, entre outras (MEDEIROS et al., 2001).
Resultados de vrios estudos empregando diferentes tcnicas de inqurito
alimentar indicam a subestimao nos relatos de consumo, tanto em homens
quanto em mulheres. Entretanto, a subestimao encontrada, principalmente,
entre indivduos obesos e, especialmente, entre mulheres (DRUMMOND et
al.,1998).
Sabe-se que a maior fonte de erros relacionados ao QFA deve-se s
restries impostas por uma lista fixa de alimentos, memria, percepo das
pores e interpretao das perguntas (SLATER et al., 2003).
2.3. ROTULAGEM NUTRICIONAL
No Brasil, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) elaborou,
nos anos de 2000 e 2001, a legislao que determina as informaes
nutricionais obrigatrias a serem veiculadas nos rtulos de alimentos (BRASIL,
2001a; BRASIL, 2001b) estabelecendo padres de qualidade que servem como
34
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
baliza para as atividades de educao nutricional. A rotulagem nutricional
essencial para permitir aos consumidores escolhas alimentares mais saudveis
(LIMA et al., 2003).
O Brasil se destaca em termos da obrigatoriedade das informaes
nutricionais. No mundo, somente os outros pases do Mercosul (Argentina,
Bolvia, Chile, Paraguai e Uruguai), o Canad, Estados Unidos, Austrlia, Israel e
Malsia apresentam legislao semelhante (MONTEIRO, 2001).
35
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Traar o perfil alimentar do desjejum de professores da Universidade de
Braslia (UnB), pertencentes s reas de Cincias, Sade e Humanas.
3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS
Analisar o hbito e o consumo do desjejum dos professores da
UnB, pertencentes s trs reas do conhecimento.
Verificar a influncia da formao acadmica, bem como dos
ascendentes sobre o consumo do desjejum;
Observar a existncia de modificao do desjejum ocasionada por
dieta especfica;
Verificar o consumo de alimentos naturais e industrializados
usados no desjejum;
Verificar o consumo quantitativo de nutrientes do desjejum.
Calcular a contribuio percentual do desjejum para o Valor
Energtico Total (VET)
Analisar a composio qualitativa do desjejum.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Comparar o consumo dirio do desjejum com alguns hbitos dos
professores
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
4. METODOLOGIA
4.1. DELINEAMENTO DA PESQUISA
Este estudo foi realizado, inicialmente, por meio de levantamento
bibliogrfico, visando a obteno de material cientfico versando sobre
antropometria, hbitos alimentares e consumo alimentar do desjejum. Para tanto,
foram utilizadas pesquisas obtidas por diferentes meios, incluindo acesso
eletrnico aos sites de carter cientfico, acervos dos Ministrios da Sade e da
Educao, documentos disponibilizados pela Agncia Nacional de Vigilncia
Sanitria e Biblioteca da Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So
Paulo (FSPUSP).
Para efeito deste trabalho, foi adotada como definio de desjejum a
primeira refeio do dia representando 25% das recomendaes dirias
(MEYERS et al. (1989) e GORDON, DEVANEY E BURGHARDT (1995)), que
dever ser consumida antes das 11 horas (MUR DE FRENNE, FLETA E
MORENO (1994) e ORTEGA (1996)).
Visando validar os questionrios aplicados na pesquisa (auto-aplicativo e
os semi-quantitativos), que foram elaborados pela autora da pesquisa, de acordo
com os objetivos propostos, foi realizado um projeto piloto (n=30) sobre o mesmo
assunto, em populao semelhante. Seus resultados serviram apenas, e to
somente, para melhorar o texto das perguntas, tornando-as bem inteligveis,
38
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
para se obter resultados fidedignos. importante assinalar que os resultados do
teste piloto no foram utilizados no trabalho definitivo.
Para que este projeto fosse exeqvel, foi fundamental obter uma relao
de professores pertencentes aos diferentes cursos da Universidade de Braslia,
para organizar a amostragem. Aps o sorteio da amostra, foi solicitada a cada
participante do estudo sua aquiescncia em colaborar, que foi manifestada
apondo sua assinatura em um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(ANEXO 1). No ato do recebimento desse, foram dadas explicaes, pela
entrevistadora, dos objetivos do trabalho, no que consistia a colaborao do
entrevistado, dos benefcios e riscos da pesquisa e, no compromisso assumido
pela pesquisadora em enviar, posteriormente, findo o trabalho, a cada um, seu
prprio resultado devidamente analisado; cada indivduo foi cientificado de que
poderia desistir, em qualquer fase, de participar da pesquisa, sem que isso lhe
causasse qualquer inconveniente.
4.2. AMOSTRAGEM
Foi utilizada uma amostra casual representativa dos professores da UnB,
pertencentes s trs reas do conhecimento. Para isso, a primeira providncia
foi fazer um levantamento do nmero de Faculdades e Institutos existentes na
UnB, com seus respectivos Departamentos, cada um deles com seus docentes.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Para se alcanar esse objetivo, aps entendimento com a Orientadora, foi
necessrio enviar uma solicitao detalhada Secretaria de Recurso Humanos
(SRH) da UnB, o que foi feito em abril de 2005, por intermdio da Chefia do
Departamento de Nutrio, tendo-se obtido resposta ainda no mesmo ms.
Da forma como as informaes chegaram, tornava-se impraticvel a
amostragem, porque a listagem, em sua maioria, no contemplava os dados
necessrios para o sorteio da amostra, faltando detalhes sobre a constituio de
algumas Faculdades e Institutos. Alm disso, informava no ser possvel
fornecer relao nominal de servidores para fins de pesquisa, o que
necessrio, tambm, para a obteno do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
Em virtude do exposto, Orientanda e Orientadora optaram por tentar, via
telefone, atravs de contato com os secretrios responsveis por cada
Departamento, obter o nmero de professores.
Na UnB, os cursos de Graduao so divididos em trs grandes reas do
conhecimento: rea de Cincias, com os cursos de Agronomia, Cincias
Biolgicas, Computao, Engenharia (Civil, Eltrica, Florestal, Mecnica,
Mecatrnica e Redes de Comunicao), Estatstica, Fsica, Geologia,
Matemtica e Qumica; rea de Humanidades, com os cursos de
Administrao, Arquitetura e Urbanismo, Arquivologia, Artes Cnicas, Artes
Plsticas, Biblioteconomia, Cincia Poltica, Cincias Contbeis, Cincias
Econmicas ,Cincias Sociais, Comunicao Social, Desenho Industrial, Direito,
40
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Educao Artstica (Artes Cnicas, Artes Plsticas e Msica), Filosofia,
Geografia, Histria, Letras (Espanhol, Francs, Ingls, Japons, Portugus,
Portugus do Brasil como segunda lngua e Traduo), Pedagogia, Relaes
Internacionais e Servio Social; rea de Sade, com os cursos de Cincias
Farmacuticas, Educao Fsica, Enfermagem e Obstetrcia, Medicina, Medicina
Veterinria, Nutrio, Odontologia e Psicologia.
Vale ressaltar que o curso de Medicina Veterinria (pertencente rea de
Sade), e o de Agronomia ( rea de Cincias), foram excludos da amostragem
por deles fazerem parte os mesmos professores, o que poderia incorrer em erro.
O resultado do levantamento feito junto aos Departamentos, demonstrou
existirem cerca de 1585 professores, a inclusos os substitutos e os visitantes,
sendo 536 alocados na rea de Cincias, 294 na rea de Sade e 696 na rea
de Humanidades. Esse procedimento foi posteriormente revisto, pela opo feita
em trabalhar-se apenas com os professores do quadro, devido freqente
alterao numrica, principalmente devido os professores substitutos, mais do
que os professores visitantes, objetivando uma maior fidedignidade dos dados
colhidos. Dessa maneira encontrou-se que o quadro docente da UnB
comportava 1208 professores, sendo 442 alocados na rea de Cincias, 212 na
rea de Sade e 554 na rea de Humanidades.
A amostragem foi realizada no Departamento de Estatstica da UnB, a
partir de 1208 professores, considerando uma prevalncia de 60% para o
consumo dirio do desjejum, para um erro de amostragem de 3% e um nvel de
41
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
significncia de 95%, conseguindo-se a amostra de 284 professores no total. A
amostragem j contemplava reservas, em cada rea, para reposio em caso de
necessidade.
Por meio de visita pessoal a cada Faculdade e Instituto, foi solicitado a
cada Diretor, por escrito, com detalhes sobre o estudo, autorizao para o
desenvolvimento da pesquisa na sua Unidade, bem como obteno das listas
dos e-mails dos professores sorteados (ANEXO 2).
4.3. CASUSTICA
O sorteio da amostra foi estratificada por rea de atuao dos
professores, correspondendo a 284 docentes, de ambos os sexos, sendo 104 na
rea de Cincias, 50 na rea de Sade e 130 na rea de Humanidades,
perfazendo, aproximadamente, 23% de cada estrato.
A amostra de reposio mostrou-se til, pois dos 284 professores
sorteados, 123 entre as trs reas, no participaram do estudo, a maioria (118)
por recusa e cinco por licenas (para doutorado e sabticas).
Entre os 123 no-participantes (43,3% da primeira amostra), 43 eram da
rea de Cincias, 17 da de Sade e 63 da de Humanidades.
42
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
4.4. COMIT DE TICA
De acordo com a Resoluo n 196, de 10 de outubro de 1996,
envolvendo as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa com Seres
Humanos do Conselho Nacional de Sade (CNS/MS), essa pesquisa foi
apreciada e aprovada pelo Comit de tica de Pesquisa da Faculdade de
Cincias da Sade da Universidade de Braslia UnB.
4.5. CONSUMO DO DESJEJUM
Os dados referentes ao consumo do desjejum pela populao estudada
foram obtidos por meio da aplicao de questionrios aos docentes. Esses
questionrios foram compostos de vrias partes, entre elas a obteno dos
dados pessoais (como sexo, data de nascimento, escolaridade, entre outros) e
dados referentes aos hbitos alimentares relacionados ao desjejum dos
entrevistados. Sua aplicao teve auxilio de um lbum ilustrativo do
porcionamento dos alimentos, para visualizao, por parte dos participantes,
tornando-os capazes de informar, o mais fidedignamente possvel, a quantidade
dos alimentos que consumiram (ZABOTO et al., 1996).
A primeira parte do estudo foi constituda do questionrio auto-aplicativo
(ANEXO 3), o qual foi encaminhado via e-mail, concomitantemente com o Termo
43
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
de Consentimento Livre e Esclarecido, calculando-se cerca de 10 minutos para
respond-los; a segunda e ltima parte foi composta por uma entrevista de cerca
de 20 minutos, constituindo-se na aplicao de questionrios semi-quantitativos
(recordatrio e freqncia alimentar) (ANEXOS 4 e 5), onde a lista de alimentos
foi completada, aps o estudo piloto a partir da identificao dos alimentos mais
consumidos pelos professores e com espaos para se adicionar outros
alimentos. A aplicao dos questionrios e a entrevista foram executadas pela
prpria pesquisadora.
4.6. PROCESSAMENTO DOS DADOS DE CONSUMO
ALIMENTAR
Aps colheita dos dados, estes foram compilados no Programa Excel,
utilizando como referncia para o processamento dos dados referentes aos
alimentos consumidos pelos indivduos, as Tabelas de Composio Nutricional
(PINHEIRO, 2004). Outros alimentos foram inseridos nesse programa, atravs
de dados nutricionais obtidos diretamente nos Centros de Informao ao
Consumidor de industrias alimentcias e, tambm, por meio de colheita de dados
expressos nos rtulos de embalagens. Os demais dados foram analisados pelo
programa SAS 9.02
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Para a interpretao das medidas caseiras informadas, utilizaram-se duas
publicaes especficas (PINHEIRO (2004) e FISBERG e VILLAR (2002)); para
alguns alimentos industrializados usou-se a de tabela PHILIPPI (2001).
Para estimar a quantidade dos alimentos consumidos pelos professores e
a quantidade dos mesmos presentes em cada utenslio (talheres, copos entre
outros), foi utilizada a mdia de duas Tabelas de Composio dos Alimentos,
devido a grande discrepncia entre as medidas (PINHEIRO et al., 2004;
MOREIRA, 2002). Para a medida de copos e xcaras, alm das duas anteriores,
utilizou-se a de FISBERG e VILLAR (2002).
Os alimentos consumidos pelos professores da UnB foram divididos em
oito grupos segundo classificao proposta por PHILLIPI et al. (1999): G1 (pes,
cereais e tubrculos), G2 hortalias (todas as verduras e legumes, com exceo
das citadas no grupo anterior), G3 frutas (e sucos), G4 carnes (e derivados) e
ovos, G5 leite (e derivados), G6 leguminosas, G7 leos e gorduras, G8
(acares e doces). Para efeito deste trabalho, houve uma modificao, pois o
grupo G2 foi suprimido, pelo fato de nenhum professor ter referido o consumo
dirio de hortalias em seu desjejum. Assim sendo, os grupos seguintes
ascenderam um patamar, ou seja, o G3 ascendeu a G2, e assim por diante.
Para maior compreenso do trabalho, foram adotadas duas definies
com relao fome; segundo GUYTON (1997) o termo fome refere-se a um
desejo do alimento que est associado a diversas sensaes objetivas. Numa
pessoa que est sem alimento durante muitas horas, por exemplo, o estmago
45
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
sofre contraes rtmicas intensas denominadas contraes de fome.. Esse
autor considera que as contraes peristlticas rtmicas no corpo do estmago
se intensificam por baixas concentraes de acar no sangue.
Um ponto de convergncia nessa questo pode ser reforado por
BLUNDELL E BURLEY (1987) que julgam a fome um comportamento alimentar
que se traduz em sentimentos e percepes fisiolgicas, resultado da
necessidade de ingesto alimentar.
4.7. CLCULO DO VALOR ENERGTICO TOTAL (VET)
Para realizar o clculo do VET foram utilizadas as equaes para clculo
da TMB (Taxa de Metabolismo Basal), a partir do peso corporal, proposta pela
Organizao Mundial de Sade (CUPPARI citando FAO/OMS) (1985) e,
segundo o Nvel de Atividade Fsica (NAF) (CUPPARI, citando o RDA, 2002).
Para estimar o Valor Energtico Total baseado no Nvel de Atividade
Fsica foi utilizado com referncia a OMS (1985), citado em CUPPARI (2002).
Para efeito deste trabalho foram realizadas algumas adaptaes; assim, no item
atividade leve foi inserida a atividade de alongamento; no item atividade
moderada foram inseridas, as atividades de aerbica, natao e ginstica
localizada; no item atividade pesada inseriu-se a musculao e a corrida.
46
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
4.8. PERFIL ANTROPOMTRICO
Na avaliao do perfil antropomtrico foi utilizado o ndice de Massa
Corprea (IMC), tambm chamado de ndice de Quetelet, para cada um dos
participantes, com base na relao peso (em quilogramas) /altura2 (em metros).
Os critrios de corte adotados foram dois, variando conforme a idade dos
professores: para adultos at 69 anos, o proposto pela Organizao Mundial de
Sade (WHO, 1995) e, acima dessa idade, o de LIPSCHITZ (1994). Todas as
medidas foram realizadas somente pela autora, para que no houvesse
interferncia de diferenas interpessoais na colheita dos dados. Foram
utilizados, neste estudo, uma balana digital eltrica porttil (marca Filizola) para
peso, e antropmetro de parede, para medir a altura. Todos os procedimentos
de aferio foram seguidos criteriosamente segundo as diretrizes da World
Health Organization (WHO, 1995).
As classificaes para o IMC, adotadas neste trabalho, constam nos
Quadros 1 e 2.
QUADRO 1: Classificao do estado nutricional de adultos at 69 anos, segundo o IMC.
CLASSIFICAO IMC (kg/m2)
Baixo peso
47
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QUADRO 2: Classificao do estado nutricional de idosos acima de 69 anos, segundo o IMC.
CLASSIFICAO IMC (kg/m2)
Magreza 27 Fonte: LIPSCHITZ, D.A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary care, 21(1): 55-67, 1994.
4.9. CRITRIO DE APRESENTAO DAS QUESTES
Para efeito desse trabalho, as questes 19, 27, 29, 31 e 32 foram
avaliadas considerando-se somente as alternativas Sim e No. Os subitens
restantes sero analisados em prximos trabalhos.
Com relao questo 25, a informao da Atividade Fsica foi utilizado
para o clculo do VET.
Quanto s questes 17 e 18, ambas tiveram seu terceiro quesito
classificado segundo: qualidade, quantidade, variedade, horrio e tempo.
Com relao pergunta nmero 10, sobre o consumo ou no do desjejum
as alternativas da resposta eram: Sim, s vezes, No. Isso levou a dvidas de
interpretao, causando a anulao da questo. Por isso, para contagem do
consumo dirio do desjejum, passou-se a considerar o 1 item da pergunta
nmero 20 (Quais dessas refeies consome diariamente?). Os cinco itens
seguintes da pergunta 20 sero utilizados em trabalho posterior.
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Para efeito deste trabalho, os cursos de Especializao citados pelos
professores foram somados aos de Mestrado (foram poucas as citaes).
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5.0. ANLISE ESTATSTICA
Para se avaliar a associao entre consumo dirio de desjejum codificada
como ( 0 = no e 1 = sim varivel dependente) com as variveis: sintoma
desagradvel quando se atrasa ou se omite o desjejum, modificao muito
importante no desjejum nos ltimos anos, presena de dieta especfica, uso de
medicamento, fumo, bebidas alcolicas, alm de influncia acadmica, o
ambiente familiar e a vida profissional (variveis independentes) foi feita,
inicialmente, uma anlise bivariada relacionando-se a varivel resposta com
cada uma das variveis independentes, objetivando-se verificar aquelas
variveis independentes que estejam mais associadas com a varivel
dependente para, posteriormente, fazerem parte do modelo multivariado.
Posteriormente, realizou-se uma anlise multivariada entre a varivel resposta
com aquelas variveis independentes que apresentaram um p valor inferior a
0,15 na anlise bivariada. Neste caso, utilizou-se o modelo de regresso
logstica binrio.
Para se avaliar a associao entre a regio de procedncia dos pais, o
consumo de bebidas alcolicas, os motivos que levaram a realizar a dieta
(prescrio mdica, prescrio do nutricionista, recomendao dos amigos, de
revistas, por conta prpria) com a varivel consumo dirio do desjejum, foi
utilizado o teste exato de qui-quadrado.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Para se avaliar a associao entre o sexo e o consumo dirio do
desjejum, foi utilizado o teste qui-quadrado.
Para se avaliar a associao entre a rea de atuao e os sintomas
desagradveis quando se omite ou se atrasa o desjejum, foi utilizado o teste qui-
quadrado.
Para se avaliar a associao entre o IMC e o sexo, foi utilizado o teste
exato de qui-quadrado para tendncia de Cochran-Arnitage.
Para se avaliar a associao entre o IMC com a idade e a porcentagem
do desjejum foi utilizado o teste exato de qui-quadrado de Mantel Haenszel.
Para se avaliar a associao entre o IMC com o sexo e a rea do
conhecimento, foi utilizado o teste exato de qui-quadrado.
Para se avaliar a associao entre o consumo dirio do desjejum e o IMC,
foi utilizado o teste exato de qui-quadrado para tendncia de Cochran-Arnitage.
Para se avaliar a associao entre o uso de adoantes artificiais com o
IMC, foi utilizado o teste exato de qui-quadrado.
Para verificar a associao entre o tempo de consumo do desjejum e o
IMC, foi utilizado o teste de qui-quadrado de associao linear.
Para se avaliar a associao entre o consumo de alimentos diet e light
com a definio correta desses alimentos, foi utilizado o teste de qui-quadrado.
Para se avaliar a associao entre o consumo dirio do desjejum e o uso
de alimentos diet e light foi utilizado o teste qui-quadrado.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Para verificar se h diferena do VET com relao ao tempo de consumo
do desjejum foi, utilizado o teste de varincia.
Para se avaliar a associao entre o uso de algum medicamento, a
realizao de atividade fsica com o consumo dirio do desjejum, foi utilizado o
teste qui-quadrado.
Para se avaliar a associao entre com o consumo de bebida alcolica,
rea de atuao, controlando o efeito do sexo, foi utilizado o teste de qui-
quadrado de Cochran-Mantel e Haenszel.
Para se comparar a freqncia da ingesto de bebidas alcolicas e a
freqncia de tempo que fuma e sua freqncia diria entre os indivduos que
consomem ou no o desjejum diariamente, foi utilizado o teste t de Student.
Para se avaliar a associao entre rea de atuao e o estado civil com o
consumo de desjejum, foi utilizado o teste de qui-quadrado.
Para se avaliar a associao entre os grupos e etrios e o consumo de
desjejum, foi utilizado o teste exato de tendncia de Cochran-Arnitage.
Para se avaliar a associao entre o local do desjejum e consumo de
desjejum, foi utilizado o teste exato de qui-quadrado.
Para se avaliar a associao entre a porcentagem do desjejum em
relao ao VET (Valor energtico Total) para cada rea do conhecimento, foi
utilizado o teste qui-quadrado.
Para avaliar a associao entre a rea do conhecimento com o estado
civil, foi utilizado o teste de qui-quadrado.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Para efeito de todas as anlises, utilizou-se um nvel de significncia de
5%.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
6. RESULTADOS E DISCUSSO
6.1. CARACTERIZAO DA POPULAO ESTUDADA.
Este estudo foi realizado com 284 professores, de ambos os sexos,
pertencentes s trs reas do conhecimento da UnB, sendo 36,6% (104) da
rea de Cincias, 17,6% da rea de Sade e 47,7% (130) da rea de
Humanidades. A amostra foi composta por professores entre 25 e 71 anos,
sendo 170 (59,8%) do sexo masculino e 114 (40,1%) do sexo feminino (p>0,05).
Os dados referentes ao estado civil demonstram que 58,0% dos
professores so casados, 23,5% solteiros e, 18,5% enquadram-se na rubrica
outros. No foi encontrada associao entre o consumo do desjejum com o
estado civil (p= 0,0615).
Com relao titulao a grande maioria dos professores apresenta o
doutorado (64,1%), seguido por mestrado, com (16,8%), especializao, com
(2,5%) e 16,5% informaram outras titulaes, como, por exemplo, ps-
doutorado. Da anlise estatstica entre titulao e consumo do desjejum
verificou-se no existir associao (p= 0,5001).
Os dados mostram que 91,2% e 90,5% dos professores tm pai e me
brasileiros, respectivamente. Resultado similar se verifica quanto nacionalidade
dos avs maternos, pois 78,2% so brasileiros e 75,0% dos avs paternos
tambm o so. Quando realizado tratamento estatstico por meio da anlise
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
bivariada, verificou-se que com relao a influncia dos ascendentes no hbito
do consumo do desjejum observou existir associao no sentido de que
indivduos que afirmaram a influncia tm 2,58 vezes mais chances de
consumirem o desjejum diariamente quando comparado queles que relataram
no haver o mesmo (p=0,0264). Quando realizou a anlise multivariada para os
dados mencionados no pargrafo acima, verificou-se que tal influncia foi
influenciada por outras variveis deixando de ser significativa (p>0,05).
Informaram ter havido modificao em seu desjejum nos ltimos anos
44,5% dos entrevistados (p>0,05).
Foi observado que 69,9% dos professores no seguem nenhuma dieta.
Dos 30,1% que fazem dieta, 13,8% relataram ter sido ela prescrita por mdico e
5,3% por nutricionistas. Por outro lado, 16,2% fazem dieta por conta prpria,
2,5% so influenciados por amigos e 0,7% (2 pessoas) por revistas.
Com relao ao consumo de gua 97,9% ingerem gua diariamente.
Dos professores estudados, 92,0% informaram consumir o desjejum
diariamente e 92,9% o definiram, corretamente, como sendo a primeira refeio
do dia.
6.2. CARACTERISTICAS DO DESJEJUM
Embora o inqurito de consumo do desjejum tenha sido realizado por
meio de dois mtodos, para efeito deste trabalho foram utilizados apenas os
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
dados referentes a ingesto diria do desjejum, obtido do inqurito de freqncia
alimentar.
Avaliando o consumo dirio do desjejum com as reas do conhecimento
observa-se que 92,3% dos professores da de Cincias, 94% da de Sade e
90,7% da de Humanas consomem diariamente o desjejum. Do resultado,
verifica-se que no houve associao estatstica (p= 0,7623).
Analisando o consumo dirio do desjejum entre professores e professoras
da UnB, observa-se que os dois sexos, em sua maioria, tem o hbito de
consumir diariamente essa refeio.
Tabela 1: Consumo dirio do desjejum, segundo sexos. Professores da UnB.
Braslia, 2005/6.
Consumo dirio do desjejum
No Sim Sexos
N % N % Total
Masculino 15 8,8 155 91,2 170
Feminino 8 7,0 106 93,0 114
Total 23 261 284
Aps tratamento estatstico, verificou-se no existir associao entre o
consumo do desjejum e o sexo dos professores (p= 0,5845).
Considerando-se a idade do professores estudados, verificou- se que
46,9% dos docentes tinham idades que iam de 40 a 49 anos; 21,8% de 25 a 39
anos; 19,8% de 50 a 59 anos e 11,3% de 60 a 71 anos de idade.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Verificando o consumo do desjejum pelos professores, segundo esses
grupos etrios, tem-se os resultados constantes na Tabela 2.
Tabela 2: Consumo dirio do desjejum, segundo grupos etrios. Professores da
UnB. Braslia, 2005/6.
Consumo dirio do desjejum No Sim
Grupos Etrios (anos) N % N %
Total
25-39 9 15,0 51 85,0 60
40-49 12 9,3 117 90,7 129
50-59 2 3,6 53 96,4 55
60-71 0 0,0 31 100,0 31
Total 23 252 275
Avaliando a associao entre os grupos etrios e consumo do desjejum
(teste exato de Cochran-Arnitage), verificou-se existir uma tendncia linear de
crescimento do consumo dirio do desjejum com o aumento da idade (p=
0,0054). Tal fato pode ser atribudo aos conhecimentos adquiridos durante sua
formao acadmica e ao longo da sua vida profissional, estrutura scio-
econmica e cultural e, tambm, devido a uma maior susceptibilidade doenas
crnicas-no-transmissveis
Procurando associar o consumo do desjejum por reas de atuao dos
professores e idades, construiu-se a Tabela 3.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Tabela 3: Consumo dirio do desjejum, segundo grupos etrios e reas do
conhecimento. Professores da UnB. Braslia, 2005/6.
rea de conhecimento Cincias Sade Humanas
Grupo Etrio (anos) No Sim No Sim No Sim
Total
25-39 4 (19,1) 17
(80,9) 0
(0,0) 4
(100,0) 5
(14,2) 30
(85,7) 60
40-49 3 (5,6) 50
(94,3) 2
(8,0) 23
(92,0) 7
(13,7) 44
(86,2) 129
50-59 1 (5,2) 18
(94,7) 1
(11,1) 8
(88,8) 0
(0,0) 27
(100,0) 55
60-71 0 (0,0) 7
(100,0) 0
(0,0 10
(100,0) 0
(0,0) 14
(100,0) 31
Total 8 92 3 45 12 115 275
Contrrio aos achados desse estudo, vrios autores tm verificado que as
crianas apresentam o hbito de consumir o desjejum diariamente com mais
qualidade fato esse que no verificado ao logo da vida no qual o consumo
dessa refeio se torna cada vez mais espordico e deficiente (ORTEGA et al.,
1998; SIEGA-RIZ et al. 1998; CUETO, 2001).
Perguntados sobre a possibilidade de apresentarem algum sintoma
desagradvel quando atrasavam ou omitiam seu desjejum, mais da metade dos
professores (58,0%) afirmaram sentir um ou mais sintomas, conforme
discriminao feita no Quadro 3.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Quadro 3: Sintomas desagradveis quando atrasam ou omitem o desjejum.
Professores da UnB. Braslia, 2005/6.
SINTOMAS N SINTOMAS N Azia 1 FR
21
Cansao 2 FR + irritao 1
DDC + fome 19 FR + RL
1
DDC + fraqueza 1 FR + tontura 2
DDC + irritao 5 H
4
DDC + estmago 1 Hipotenso 2
DDC + F + FR
21 Irritao 2
DDC + mau-humor 1 I . 2
DDC + enjo 1 I +H + DDC
1
DDC + H
1 Mal-estar 2
DDE
5 Mau-humor 1
DDE + tontura 4 Mau-hlito 1
DDE + irritao 1 Priso de ventre 2
Enjo 1 Sonolncia 1
F
38 Tontura 11
F + fraqueza 4 Tremor 1
F + indisposio 1 Vazio no estmago 1
F + queimao 1 Vertigem 1
F + mau-humor 3
Nota: As respostas podem ser mltiplas
DDC
- Dor de Cabea DDE
- Dor de estmago F
- Fome FR
- Fraqueza
H
- Hipoglicemia I . - Indisposio RL - Raciocnio Lento
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Estudo realizado em adultos comparando o consumo ou a omisso do
desjejum com parmetros fisiolgicos verificou que os indivduos que omitem o
desjejum apresentam maiores chances de apresentarem sintomas desagradveis
como tremores, entre outros, quando comparado aos que realizam o desjejum
DICKIE et al., (1982).
Da anlise multivariada entre o consumo do desjejum e as seguintes
variveis: sintoma desagradvel quando se atrasa ou se omite o desjejum,
modificao muito importante no desjejum nos ltimos anos, presena de dieta
especfica, uso de medicamento, fumo, bebidas alcolicas alm de influncia
acadmica, o ambiente familiar e a vida profissional (variveis independentes)
foram obtidos os seguintes resultados: apenas as variveis sintoma
desagradvel quando se atrasa ou se omite o desjejum e o horrio mais
freqente em que consome o desjejum esto associadas significativamente com
a varivel consumo dirio do desjejum ( p
60
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
No Sim
Porc
enta
gem
No Sim
Figura 1: Consumo dirio de desjejum e sintomas desagradveis na sua omisso
ou atraso, por parte dos professores da UnB. Braslia, 2005/6.
B) indivduos que consomem o desjejum entre 7 s 8h tm 6,97 vezes mais
chances de consumirem o desjejum diariamente do que aqueles que consomem o
desjejum a partir das 8h. No houve diferena estatstica entre aqueles que
consomem entre 6 s 7h quando comparados com aqueles que consomem a
partir das 8h (Figura 2) fato este que pode ser atribudo a grade horria dos
professores estudados.
61
Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Figura 2: Horrio de consumo dirio do desjejum dos professores da UnB.
Braslia, 2005/6.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
6 s 7 7 s 8 > 8 (horas)
Por
cent
agem
No Sim
Poucos so os dados encontrados na literatura referentes ao horrio do
desjejum. Um deles o de ARANCETA (2001), quando define o desjejum como
sendo a primeira ingesto de alimentos e/ou lquidos entre 6 e 10h da manh e,
durante os finais de semana e feriados, 6 e 11h. Outro o de DICKIE et al.
(1982), para quem o desjejum deve fornecer 25% das recomendaes de energia,
sendo consumido entre 7 e 8h.
Detalhando os sintomas acima discriminados, pelas trs reas estudadas,
temos as Figuras 3, 4 e 5.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Figura 3: Sintomas desagradveis mais citados pelos docentes da rea de
Cincias, quando atrasam ou omitem o desjejum. Professores da UnB. Braslia,
2005/6.
R EA D E C IN C IA S - SIN T OM A S
Dor de cabea8%
Fome20%
Fraqueza20%
Tontura8%
Outros44%
Na Figura 3, nota-se que a fome e a fraqueza foram os sintomas mais
citados pelos professores da rea de Cincias; englobados nos 44,0% de
outros, esto alguns menos citados.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Figura 4: Sintomas desagradveis mais citados pelos docentes da rea de
Sade, quando atrasam ou omitem o desjejum. Professores da UnB. Braslia,
2005/6.
REA DE SAUDE - SINTOMAS
Dor de cabea16%
Fome13%
Tontura16%
Outros55%
Avaliando na Figura 4 a distribuio dos sintomas, foi observado haver
maior prevalncia de dor de cabea e de tontura entre os professores da rea de
Sade; os sintomas menos citados esto reunidos nos 55,0% de outros.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Figura 5: Sintomas desagradveis mais citados pelos docentes da rea de
Humanas, quando atrasam ou omitem o desjejum. Professores da UnB. Braslia,
2005/6.
REA DE HUMANAS - SINTOMAS
Outros49%
Dor de cabea10%
Fome29%
Fraqueza12%
Na Figura 5, o sintoma mais citado, foi fome, enquanto os menos citados
encontram-se includos nos 49,0% de outros.
Avaliando a associao entre as reas do conhecimento e os sintomas
desagradveis que aparecem pela omisso ou atraso no desjejum, verificou no
haver essa associao (p= 0,7872).
Quanto a questo sobre o tempo dispndido para consumir o desjejum,
43,1% dos professores responderam ser de 15 minutos, 34,5% de 10 minutos,
12,9% de 5 minutos e 9,3% superior a 15 minutos. Nenhum professor informou
consumir seu desjejum em tempo menor que 5 minutos. Cumpre ressaltar que, o
tempo dispndido pode estar intimamente ligado com a quantidade e a qualidade
dos alimentos consumidos no desjejum.
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Tempo para Realizar o Desjejum
0
10
20
30
40
50
60
70
Baixo Peso Eutrfico Sobrepeso Obeso
IMC
%
5 min.
10 min.
15 min.
> 15 min.
Estudo realizado por Pinheiro (2006), com estudantes da rea de Sade da
Universidade de Braslia, encontrou que 93,5% faziam refeio em casa com
variao de tempo gasto para o consumo de 10 a 20 minutos.
REDONDO et al. (1996) encontraram, em estudo realizado em idosos com
idades entre 65 e 90 anos demoravam cerca de 15 a 25 minutos.
Com relao ainda ao tempo gasto para o consumo do desjejum em
relao ao IMC (ndice de Massa Corporal) verificou-se no existir correlao
linear entre o tempo de consumo do desjejum e o IMC, ou seja, um aumento do
IMC (p= 0,3150), o que pode ser visto na Figura 6.
Figura 6: Tempo gasto para o consumo o desjejum, segundo IMC dos
professores da UnB. Braslia, 2005/6
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Quanto aos valores de IMC dos professores, sua mdia foi 25,6 ( 4,5),
com mnimo de 0,0 e mximo de 58,7.
Foi verificado que 45,1% dos professores consomem adoantes artificiais.
Associando o uso de adoantes e o IMC, verifica-se que existe associao no
sentido de que professores de baixo peso tendem a no fazerem uso de
adoantes artificiais, enquanto que professores com sobrepeso tendem a faz-los
(p= 0,0308).
Os resultados referente ao uso de adoantes segundo o IMC encontram-se
na Tabela 4.
Tabela 4: Uso de adoantes artificiais segundo o ndice de Massa Corporal (IMC).
Professores da UnB. Braslia, 2005/6.
Uso de adoantes artificiais No Sim
IMC N % N %
Total
Baixo peso 4 80,0 1 20,0 5
Eutrfico 84 61,3 53 38,6 137
Sobrepeso 40 43,9 51 56,0 91
Obeso 20 62,5 12 37,5 32
Total 148 117 265
Nota-se que, aproximadamente, 50% (123) dos professores da UnB
apresentam sobrepeso e obesidade.
Quando associamos o IMC com o sexo verificou-se que existe associao
no sentido de que os homens apresentam maiores valores de sobrepeso e
obesidade quando comparado com as mulheres (p=0,0003).
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Com relao ao IMC e os valores percentuais do desjejum verificou-se, no
existir associao estatstica (p=0,7818).
Ainda com relao ao IMC pertinente destacar que, quando o
relacionamos com a idade notou-se uma maior freqncia de sobrepeso e
obesidade entre os professores de 40 a 49 anos com 35,1% e 15,6%,
respectivamente (p=0,1477).
O aumento do sobrepeso, associado a outros aspectos, como
sedentarismo e inadequao alimentar, considerado um dos principais fatores
determinantes responsveis pela alta prevalncia de enfermidades crnicas,
destacando-se as cardiovasculares, a hipertenso arterial e o diabetes mellitus
tipo 2 (CUPPARI, 2002)
O consumo de alimentos para fins especiais, que tm em sua composio
os adoantes, vem aumentando tanto por grupos especficos, como os portadores
de diabetes mellitus, quanto pela populao em geral (CASTRO, 2002). Em
decorrncia deste fato, a Food and Drug Administration (FDA) tem interesse em
testar a segurana de tais produtos. Atualmente, a FDA considera seguros os
edulcorantes calricos porm, ainda necessrio maior nmero de pesquisas em
relao ingesto diria aceitvel (IDA). Cinco edulcorantes no-calricos tm a
quantidade diria de consumo estipulada e considerada segura pelo FDA:
acesulfame-k, aspartame, neotame, sacarina e sucralose (AMERICAN DIETETIC
ASSOCIATION, 2004).
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Perfil alimentar referente ao desjejum dos professores da Universidade de Braslia, DF.
Com relao ao local habitual de consumo do desjejum, encontra-se que a
grande maioria, ou seja, 94,3% dos professores consomem essa refeio no lar,
enquanto 2,5% o fazem em lanchonetes, 1,8% no trabalho e 1,4% em outros
locais no citados.
Do resultado do teste verificamos que existe uma associao entre o
consumo dirio do desjejum e o local de consumo no sentido de que, aqueles que
consomem diariamente o desjejum o fazem em casa, enquanto que aqueles que
no consomem diariamente esto mais associados a faz-lo no trabalho (p =
0,0096).
Quando os professores viajam e se hospedam em hotis, 85,4% alteram
seu desjejum em qualidade, quantidade ou em ambos. Fato este podendo ser
atribudo a variedade de alimentosoferecidos.
Quando tomam seu desjejum fora de casa, 74,4% relataram haver
diferenas conforme as reas do conhecimento, que ficam melhor visualizadas na
Figura 7. Tal fato se deve ao maior tempo dispndido para esta refeio podendo
contribuir para escolhas de alimentos mais sau