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Relatório do Perfil Temático na área Desertificação / Degradação das Terras em Cabo Verde AUTO – AVALIAÇÃO DAS CAPACIDADES NACIONAIS PARA A GESTÃO GLOBAL AMBIENTAL ______________________ PERFIL TEMÁTICO NA ÁREA DA DESERTIFICACÃO / DEGRADAÇÃO DAS TERRAS Documento Final Elaborado por Charles Yvon Rocha – Consultor PRAIA, Dezembro de 2006

Perfil Desertificação e Terras

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estado das terras e situação em termos de avanços da desertificação.

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  • Relatrio do Perfil Temtico na rea Desertificao / Degradao das Terras em Cabo Verde

    AUTO AVALIAO DAS CAPACIDADES NACIONAIS PARA A GESTO GLOBAL AMBIENTAL ______________________

    PERFIL TEMTICO NA REA DA DESERTIFICACO / DEGRADAO DAS TERRAS

    Documento Final

    Elaborado por Charles Yvon Rocha Consultor

    PRAIA, Dezembro de 2006

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    Resumo Executivo

    Os desafios do Ambiente Mundial mobilizam, desde h varias dcadas, a comunidade internacional. A iniciativa condutora da estratgia de luta da comunidade internacional apareceu sob forma de Desenvolvimento Durvel, lanado em Estocolmo em 1972, e confirmado na Conferencia de Rio em 1992, atravs do consenso a volta dos princpios, recomendaes e aces da Agenda 21 e sobretudo das convenes internacionais, nova abordagem da problemtica do ambiente mundial. Cabo Verde, para confirmar a sua participao na luta contra as ameaas ambientais planetrios, ratificou as principais convenes internacionais e comprometeu se a implementa-las atravs de estratgias e planos de aco. A Conveno da Luta contra a Desertificao (CCD) um documento legal que visa a assegurar a adeso das Partes para o longo prazo. Ele aparece como o primeiro e nico instrumento, juridicamente constrangedor, implementado para abordar os problemas da desertificao. A Conveno conta com um prembulo, um texto principal de 40 artigos e 5 anexos relativos implementao regional. A Conveno foi adoptada em Paris (Frana), no dia 17 de Junho de 1994, que foi declarado Dia Mundial de Luta contra a Desertificao. Em Dezembro de 1996, a CCD entrou em vigor, 90 dias aps a sua ratificao por 50 pases. A primeira Conferencia dos Pases Parte (COP/1) foi realizada em Roma (Itlia), as regras que governam a COP e os seus rgos subsidirios foram definidas, o funcionamento do Mecanismo Mundial estabelecido e o Secretariado permanente designado. Em 2002, cerca de 180 pases j tinham ratificado ou aderido a Conveno. Em Cabo Verde, o fenmeno da desertificao manifesta-se em todo o pas, de forma diferente e de acordo com as caractersticas fsicas das ilhas. A partir da independncia (1975) os responsveis cabo-verdianos deram ao ordenamento do espao rural uma dimenso nacional. O estabelecimento de uma estratgia de reconquista da natureza est ligado a razes de ordem poltica, cultural e econmica. Cabo Verde, em 1995, foi o primeiro pas africano e o secundo no mundo que assinou e ratificou a Conveno de Luta contra a Desertificao. Isto demonstra a importncia estratgica dada a referida Conveno num contexto inovador pelas autoridades cabo-verdianas, fazendo de Cabo Verde um pas chefe de fila na sub - regio africana. Consciente do fracasso dos mtodos de interveno preconizados no passado e tendo uma real vontade de fazer participar as populaes nas polticas de desenvolvimento rural, o Governo cabo-verdiano adoptou uma estratgia que favorece a descentralizao dos servios tcnicos e a privatizao das actividades de produo e gesto dos recursos naturais, com uma desvinculao gradual do Estado. intrnseca reconhecer os esforos enormes, quase hercleos, de Cabo Verde na Luta contra a Desertificao anteriormente a CCD, tambm necessrio relembrar o papel de Cabo Verde enquanto locomotiva da CCD na sub-regio saheliana, mas importante realar que Cabo Verde no aproveitou e nem sequer esgotou os recursos ou oportunidades da CCD.

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    A ligao entre o Ambiente e o Desenvolvimento Durvel determinante para um pas como Cabo Verde. Os cenrios de desenvolvimento humano e econmico, tendo em conta a vulnerabilidade ambiental e no contexto de um pequeno estado insular em desenvolvimento (SIDS), devem ser bem avaliados e implementados com uma viso estratgica real do futuro. A implementao das Convenes revela muitas interaces, semelhanas e interseces. A sua compreenso e apreenso atravs de uma abordagem coordenada so susceptveis de melhorar a eficcia. As ligaes existentes entre as convenes devem ser entendidas como oportunidades favorecendo a implementao de aces concretas. Portanto, convm fazer um ponto de situao dos pontos fortes e dos pontos fracos da implementao das convenes. A implementao das obrigaes ou engajamentos das convenes necessita fortes capacidades de acordo com a importncia dos seus objectivos. As Convenes internacionais j foram implementadas em Cabo Verde, h vrios anos, nomeadamente a CCD. No entanto, o problema da coordenao das suas implementaes separada ou sinrgica no teve ainda soluo. O projecto NCSA-GEM, que traduz a vontade do Governo Caboverdiano em dar uma importncia particular ao reforo sinrgica das capacidades, constitui uma oportunidade para Cabo verde, com o apoio do PNUD-GEF, para melhorar as suas capacidades de implementao das convenes, e nomeadamente a CCD.

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    Lista das Abreviaes

    CCD Conveno das Naes Unidas sobre a Luta contra a Desertificao

    CBD Conveno das Naes Unidas Sobre a Biodiversidade

    CCC Conveno das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas

    COP Conferencia das Partes Pas

    NCSA - GEM Auto - Avaliao das capacidades nacionais para a gesto global do ambiente

    MAA Ministrio da Agricultura e Ambiente

    SEPA Secretariado Executivo para o Ambiente

    DGA Direco Geral do Ambiente

    CNA Conselho Nacional para o Ambiente

    DGASP Direco Geral da Agricultura Silvicultura e Pecuria

    PNUD Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento

    GEF (FAM) Global Environment Facility (Fundo para o Ambiente Mundial)

    ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milnio

    MEA Millennium Ecosystem Assessment

    NEPAD Novo Partenariado para o Desenvolvimento da frica

    GPO/GPR Gesto por Objectivos / Gesto por Resultados

    PND Plano Nacional de Desenvolvimento

    GOP Grandes Opes do Plano

    PAN-CCD Plano de Aco Nacional CCD

    EPAN-CBD Estratgia e Plano de Aco Nacional CBD

    EPAN-MC Estratgia e Plano de Aco Nacional MC

    EPAN-SA Estratgia e Plano de Aco Nacional Segurana Alimentar

    PANA II II Plano de Aco Nacional para o Ambiente

    PAIS Plano Ambiental Intersectorial

    PAM Plano Ambiental Municipal

    DD Desenvolvimento Durvel

    DSCRP Documento da Estratgia de Crescimento e Reduo da Pobreza.

    MC Mudanas Climticas

    S & A Seguimento e Avaliao

    ROSELT Rseau dObservation e de Suivi Ecologique Long Terme

    SID Sistema de Informao sobre a Desertificao

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    SIG Sistema de Informao Geogrfica

    GRN Gesto dos Recursos Naturais

    IEC Informao, Educao e Comunicao

    SIA Sistema de Informao para o Ambiente

    LCD Luta contra a Desertificao

    CSA Conservao Solos e Agua

    LCP Luta contra a Pobreza

    PF Pontos Focais

    PMLCD Programa Municipal de Luta contra a Desertificao

    AGR Actividades Geradores de Rendimentos

    SIDS Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento

    MEA Acordos Multilaterais para Ambiente

    AOSIS Aliana dos Pequenos Estados Insulares

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    Sumrio

    1. INTRODUCAO 1.1. Contexto do Estudo 1.2. Objectivo do Estudo 1.3. Metodologia e limitaes 1.4. Estrutura do estudo 2. APRESENTACO DA CONVENO DE LUTA CONTRA A DESERTIFICACO 2.1. Objectivos da CCD 2.2. Compreenso da Conveno 2.3. Instituies e mecanismos da Conveno

    a) Conferencia das Partes b) Secretariado permanente c) Comit das Cincias e Tecnologia d) Comit encarregue da avaliao da implementao da Conveno (CRIC) e) Mecanismo Mundial f) Programas de Aco Nacionais

    3. OBRIGACES E COMPROMISSOS DA CONVENO DE LUTA CONTRA A DESERTIFICAO (CCD)

    3.1. Obrigaes enquanto pas afectado Parte 3.2. Obrigaes enquanto pas africano afectado Parte 4. PERTINNCIA DA CCD PARA CABO VERDE 4.1. O fenmeno da desertificao em Cabo Verde 4.2. A luta contra a Desertificao em Cabo Verde (1975-1995) 4.3. A nova abordagem da LCD partir de 1995 5. POLITICA NACIONAL EM MATRIA DE IMPLEMENTAO DA CCD 5.1. Implementao da CCD Situao no perodo intermedirio de 1999 5.2. Implementao da CCD Situao no perodo intermedirio de 2002 6. ANALISE DA SITUAO EM RELAO A IMPLEMENTAO DA CCD EM

    CABO VERDE 6.1. Matrizes de Analise 6.2. Elementos suplementares de Constat 6.3. Concluses 6.4. Recomendaes

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    7. PERFIL DE VULNERABILIDADE AMBIENTAL, PROBLEMATICA DA GESTAO AMBIENTAL, ESTRATEGIA DE DESENVOLVIMENTO DE UM PEQUENO ESTADO INSULAR 8. QUESTOES INTERSECTORIAIS E SINERGIAS ENTRE AS TRES CONVENCOES: A PROBLEMATICA DO REFORCO DAS CAPACIDADES DE GESTO AMBIENTAL GLOBAL NUMA PERSPECTIVA DE DESENVOLVIMENTO DURVEL CONCLUSO GERAL BIBLIOGRAFIA ANEXOS

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    QUADROS Quadro n 1: Lista de instituies - chaves e parceiras nacionais no mbito da CCD e gesto ambiental Quadro n 2: Matriz de analise da implementao da Conveno das Naes Unidas de Luta contra a Desertificao Quadro n 3: Pontos fortes, pontos fracos e necessidades de capacitao ao nvel Individual, Organizativo e Sistmico para implementao da CCD e outras Convenes de RIO Quadro n 4: Desertificao / Degradao das Terras: Vulnerabilidade e Estratgias de adaptao Quadro n 5: Pontos fortes e pontos fracos das Convenes

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    1. INTRODUO - Os desafios do Ambiente Mundial mobilizam, desde h varias dcadas, a comunidade internacional. Estes desafios foram identificados em relao as principais ameaas que assolam a terra, ou sejam:

    O aquecimento climtico ligado as emisses de gases com efeito de estufa, A desertificao e / ou seca persistente, a degradao das terras, A perda de biodiversidade, A destruio da camada de oznio da estratosfera, A poluio das guas nacionais e internacionais, continentais e marinhas, Os poluentes orgnicos persistentes.

    - Os riscos de ruptura dos grandes equilbrios bio geo qumicos e os impactos potencias sobre os homens justificam as aces iniciadas pela comunidade internacional para fazer face as essas ameaas. - A iniciativa condutora da estratgia de luta da comunidade internacional apareceu sob forma de Desenvolvimento Durvel, lanado em Estocolmo em 1972, e confirmado na Conferencia de Rio em 1992, atravs do consenso a volta dos princpios, recomendaes e aces da Agenda 21 e sobretudo das convenes internacionais, nova abordagem da problemtica do ambiente mundial. - Cabo Verde para confirmar a sua participao na luta contra as ameaas ambientais planetrios, ratificou as principais convenes internacionais e comprometeu se implementa-las atravs de estratgias e planos de aco. 1.1. Contexto do estudo O estudo enquadra se no Projecto de Auto Avaliao Nacional para o Reforo das Capacidades na Gesto Ambiental Global (NCSA GEM) que tem por objectivo inventariar as prioridades e necessidades nacionais para o reforo das capacidades de gesto global do ambiente, particularmente no domnio das Convenes Biodiversidade, Mudanas Climticas e Luta contra a Degradao das Terras. Esta iniciativa para Cabo Verde enquadra-se no mbito da parceria estratgica entre o Fundo para o Ambiente Mundial (FAM / GEF) e o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o intuito de apoiar os esforos de acompanhamento das actividades de reforo das capacidades nos domnios referidos. 1.2. Objectivo do estudo Elaborar uma proposta de perfil temtico da CCD em Cabo Verde, analisando os pontos fortes e pontos fracos da sua implementao e identificar as questes prioritrias e necessidades de reforo de capacidades na rea temtica especfica.

    1.3. Metodologia e limitaes

    Identificao, recolha e analise de documentos relevantes para a rea temtica da CCD, Encontros com entidades e/ou instituies que actuam na rea da CCD,

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    Viajem para as ilhas.

    Dado a limitao do tempo, o volume de trabalho e alguns constrangimentos administrativos e logsticos, a equipa de consultores na trs reas referidas, de acordo com a Coordenao do Projecto e o Parceiro Financeiro, privilegiou a primeira etapa de identificao, recolha e analise da documentao e para superar determinadas dificuldades no processo de encontros e visitas no terreno, foram realizadas jornadas /mesas redondas de informao, reflexo e dialogo inter activo em Santiago e S. Vicente.

    1.4. Estrutura do estudo O estudo do perfil temtico da CCD, que consta neste presente relatrio, est estruturado em trs partes. A primeira parte apresenta a CCD com as principais disposies e obrigaes. Na segunda parte, prope se uma analise para identificar os pontos fortes e pontos fortes da estratgia nacional de implementao da CCD de acordo com as obrigaes e compromissos da Conveno - os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaas - As necessidades de reforo das capacidades para Implementao da CCD. A terceira parte e quarta parte constituam uma introduo a problemtica da gesto ambiental e as questes transversais e as sinergias entre as trs (3) convenes. 2. APRESENTAO DA CONVENO DE LUTA CONTRA A DESERTIFICACAO 2.1.Objectivos e princpios da Conveno de Luta contra a Desertificao (CCD) - A Conveno um documento legal que visa a assegurar a adeso das Partes para o longo prazo. Ele aparece como o primeiro e nico instrumento, juridicamente constrangedor, implementado para abordar os problemas da desertificao. A CCD conta com um prembulo, um texto principal de 40 artigos e 5 anexos relativos implementao regional. A CCD tem como objectivo: lutar contra a desertificao e diminuir os efeitos da seca nos pases gravemente afectados pela seca e/ou desertificao, particularmente em frica, graas s medidas eficazes adoptadas a todos os nveis, apoiados pelas disposies internacionais de cooperao e de parceria, no quadro de uma aproximao integrada, compatvel com o Programa de Aco 21, com vista a contribuir para a instaurao de um desenvolvimento durvel nas zonas afectadas. Ainda acrescenta que para atingir este objectivo, ser preciso implementar nas zonas afectadas estratgias integradas a longo prazo, e orientadas simultaneamente, sobre a melhoria da produtividade das terras bem como sobre a restaurao, conservao e gesto durvel dos recursos terra e gua e que conduzam a uma melhoria das condies de vida, principalmente ao nvel das comunidades. (Artigo 2 / 2.1) - A Conveno dita os princpios seguintes que devem sustentar e guiar a aplicao das suas disposies ou sejam:

    O principio da participao: as populaes e as colectividades devem participar na concepo e execuo dos programas de luta contra a desertificao e/ou mitigao dos

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    efeitos da seca com vista criar um ambiente portador que facilita a aco ao nvel nacional e local.

    O esprito de solidariedade e de parceria internacional as partes as convenes devem melhorar a cooperao e coordenao aos nveis sub - regional, regional e internacional e melhor concentrar os recursos financeiros, humanos, organizacionais e tcnicos onde so necessrias.

    O principio de parceria deveria ser concretizado na instituio de uma cooperao entre poderes publicas todos os nveis, colectividades, organizaes no governamentais e exploradores/ utilizadores de terras, para melhor fazer entender, nas zonas afectadas, a natureza e valor da terra e dos parcos recursos hdricos, e promoo duma utilizao duradoura desses recursos.

    As partes devem tomar em considerao a situao e as necessidades especificas dos pases em desenvolvimento afectados partes e especialmente os pases menos avanados.

    A CCD foi adoptada em Paris (Frana), no dia 17 de Junho de 1994, que foi declarado Dia Mundial de Luta contra a Desertificao. Em Dezembro de 1996, a CCD entrou em vigor, 90 dias aps a sua ratificao por 50 pases. A primeira Conferencia dos Pases Parte (COP/1) foi realizada em Roma (Itlia), as regras que governam a COP e os seus rgos subsidirios foram definidas, o funcionamento do Mecanismo Mundial estabelecido e o Secretariado permanente designado. Em 2002, cerca de 180 pases j tinham ratificado ou aderido a Conveno. 2.2.Compreenso da Desertificao - A comunidade internacional reconhece hoje o fenmeno da desertificao como uma preocupao maior para vrios pases em todas as regies do mundo. Estime se que a desertificao engloba:

    Mais de 3,6 bilies de hectares da superfcie mundial de ters ridas, semi - ridas e sub -hmidas secas;

    25% da rea continental do mundo Quase 1 bilies de pessoas em mais de 100 pases (dos quais 90 pases em

    desenvolvimento), so todas afectadas pela perda de produtividade dos solos. Metade das populaes as mais ameaadas vivem na regio do Sahel,

    - De acordo com o texto da Conveno de Luta contra a Desertificao: Desertificao designa a degradao das terras nas zonas ridas, semi

    ridas e sub - hmidas secas em consequncia de diversos factores, entre os quais as variaes climticas e as actividades humanas;

    Luta contra a desertificao designa as actividades que realam a valorizao integrada das terras nas zonas ridas, semi ridas e sub -hmidas seca, com visto um desenvolvimento durvel e cujo objectivo :

    Prevenir / reduzir a degradao das terras, Preparar as terras parcialmente degradadas e, Restaurar as terras desertificadas

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    Seca designa o fenmeno natural que acontece quando as precipitaes so sensivelmente inferiores aos nveis normalmente registados e que provocam graves desequilbrios hidrolgicos prejudicais aos sistemas de produo dos recursos da terra;

    Diminuio dos efeitos da seca designa as actividades ligadas previso

    da seca, cujo objectivo reduzir a vulnerabilidade da sociedade e dos sistemas naturais face seca, no quadro da luta contra a desertificao;

    Terras referem ao sistema bio produtivo terrestre que compreende o sol, os

    vegetais, outros seres vivos e os fenmenos ecolgicos e hidrolgicos que se originam no interior deste sistema;

    Degradao das terras designa a diminuio ou desaparecimento, nas zonas ridas, semi ridas e sub -hmidas secas, da produtividade biolgica ou econmica e da complexidade das terras cultivadas no irrigadas, das terras cultivadas irrigadas, dos percursos, das pastagens, das florestas ou das superfcies arborizadas, devido utilizao das terras ou devido a um ou mais fenmenos, nomeadamente os fenmenos causados pela a actividade do homem e pelo seu modo de povoamento, tais como:

    Eroso dos solos causada pelo vento e/ou pela gua, Deteriorao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas ou

    econmicas dos solos, Desaparecimento a longo prazo da vegetao natural;

    Zonas ridas, semi ridas e sub -hmidas secas designam as zonas,

    com excepo das zonas rcticas e sub rcticas, onde a relao entre as precipitaes anuais e a evaporao possvel situa se numa escala que oscila entre 0,05 e 0,65;

    Zonas afectadas designam as zonas ridas, semi ridas e sub -

    hmidas secas afectadas ou ameaadas pela desertificao;

    Pases afectados designam os pases cuja totalidade ou parte das terras so afectadas

    2.3. Instituies e mecanismos da CCD

    a) Conferencia das Partes (COP) o rgo supremo da Conveno. Ela examine periodicamente a implementao da Conveno. Ela reunia todos os governos assim como as organizaes de integrao regionais que ratificaram a Conveno. At 2005, a COP j tinha organizado sete (7) sesses. A COP tem por principais funes o exame dos relatrios apresentados pelas Partes, nomeadamente no que toca as suas obrigaes e engajamentos. A COP formula recomendaes relativamente aos relatrios e pode emendar a Conveno ou adoptar anexos suplementares concernentes a implementao da CCD ao nvel regional.

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    b) Secretariado permanente A semelhana dos outros secretariados das Convenes, ele assista a COP, assegurando a organizao das reunies, coordenao com outros rgos pertinentes, a compilao e transmisso das informaes. Por outro lado, e a pedido dos pases partes em desenvolvimento afectados, ele apoia para reunir e transmitir as informaes exigidas pela Conveno ou organizar os processos de consulta nacional. c) Comit das Cincias e Tecnologia O CST um rgo subsidirio da COP e um rgo pluri disciplinar aberta a participao de todas as partes. Ele fornece as informaes e pareceres sobre as questes tecnolgicos relacionados com a luta contra a desertificao e mitigao dos efeitos da seca. d) Comit encarregue da avaliao da implementao da Conveno (CRIC) O CRIC ajuda a COP no seguimento regular da implementao da Conveno. Ele se rene todos os anos, durante e entre as sesses ordinrias da COP. O CRIC procede ao exame de questes temticas regionais e sub-regionais definidas pela COP, para tirar as concluses e propor recomendaes concretas a COP, sobre novas etapas da implementao da Conveno.

    e) Mecanismo Mundial (MM) Ele ajuda a COP na promoo dos financiamentos de actividades e programas ligados a Conveno. Ele esfora se para melhorar a coordenao entre as fontes de financiamento existentes e aumentar a eficcia na utilizao dos fundos. O MM est sob a autoridade da COP e sedeado no FIDA. f) Programas de Aco Nacionais (PAN) Para implementar a Conveno, os pases afectados pela desertificao elaboram e executam os PAN, PASR ou PAR. Os programas de aco previstos pela Conveno so elaborados na base de consultas entre pases afectados, pases doadores, organizaes inter governamentais e no governamentais. Este processo deve melhorar a coordenao entre parceiros e mobilizao de recursos para os que mais precisam. O papel dos pases desenvolvidos na mobilizao de financiamento para a implementao e seguimento dos PAN determinante.

    3. OBRIGACES E COMPROMISSOS DA CONVENCO DE LUTA CONTRA A DESERTIFICACO

    3.1. Obrigaes enquanto pas afectado Parte - Por um lado, Cabo Verde enquanto pas afectado Parte obrigado no mbito da Conveno a: (2a parte da Conveno - Disposies Gerais, Artigo 4)

    Conceder a prioridade requerida luta contra desertificao e diminuio dos efeitos da seca, e conceder os recursos suficientes de acordo com a sua situao e os seus meios;

    Estabelecer estratgia e prioridades, no quadro dos planos e/ou das polticas de desenvolvimento durvel, para lutar contra a desertificao e diminuir os efeitos da seca;

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    Atacar as causas profundas da desertificao e dispensar uma ateno especial aos factores scia econmicos que contribuem para este fenmeno;

    Sensibilizar as populaes locais, principalmente as mulheres e os jovens, e facilitar a sua participao com o apoio das organizaes no governamentais, na aco criada para lutar contra a desertificao e para diminuir os efeitos da seca; e

    Criar um ambiente adequado reforando, da forma mais conveniente, a legislao apropriada, adoptando, caso no existam novas leis, e elaborando novas polticas a longo prazo e novos programas de aco.

    3.2. Obrigaes enquanto pas africano afectado Parte - Por outro lado, no quadro da implementao da CCD a nvel regional (Anexo I Relativo a implementao a nvel regional para a frica - Artigo 4) Cabo Verde, de acordo com as suas respectivas capacidades, compromete-se a:

    Fazer da luta contra a desertificao e/ou da diminuio dos efeitos da seca o vector essencial de uma estratgia de eliminao da pobreza;

    Promover a cooperao e a integrao regionais, num esprito de solidariedade e de parceria, baseados no interesse comum, nos programas e actividades com vista a lutar contra a desertificao e/ou diminuir os efeitos da seca;

    Racionalizar e reforar as instituies existentes, da forma, mais conveniente, para aumentarem a sua eficcia e assegurarem uma utilizao mais racional dos recursos;

    Promover a troca de informaes sobre as tecnologias, conhecimentos, savoir-faire e praticas apropriadas; e

    Pr em curso os planos de urgncia para diminuir os efeitos da seca nas zonas degradas pela desertificao e/ou pela seca.

    Em conformidade com as obrigaes gerais e particulares apontadas nos artigos 4 e 5 da Conveno, os pases africanos afectados Partes esforam se para:

    Conceder os crditos oramentais requeridos, em funo da situao e dos meios do pas, e tendo em conta a nova prioridade que a frica atribui ao fenmeno da desertificao e/ ou seca.

    Continuar e intensificar as reformas adoptadas em matria de descentralizao e de melhoria do regime da explorao dos recursos, e reforar a participao das populaes e das colectividades locais; e

    Identificar e mobilizar recursos financeiros nacionais e suplementares e desenvolver, com prioridade, os meios e os mecanismos disponveis, a nvel nacional, para mobilizar os recursos financeiros internos.

    De acordo com a Conveno, o Programa de Aco Nacional o elemento central da estratgia de LCD e mitigao dos efeitos da seca.

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    4. PERTINNCIA DA CCD PARA CABO VERDE - O fenmeno da desertificao em Cabo Verde Em Cabo Verde, tal como nos outros pases do Sahel, a seca ou dfice de chuvas, a primeira causa da desertificao identificada pela populao. s aces nefastas da seca, devem-se adicionar s do homem, em Cabo Verde, essas aces traduzem-se essencialmente por :

    Uma desarborizao devida a corte de lenha para a energia domestica; Uma pastagem excessiva por animais, em particular as cabras; Um uso inadequado das terras para fins agrcolas; Cultivos extensivos sem tratamentos preliminares nas encostas de forte declivo;

    A principal consequncia social da seca no meio rural o aumento do desemprego e do xodo rural. O fenmeno da desertificao manifesta-se em todo o pas, de forma diferente e de acordo com as caractersticas fsicas das ilhas do arquiplago: por exemplo, no Sal, Boa Vista e Maio, ilhas planas e arenosas, a desertificao manifesta-se, sobretudo pelo desaparecimento quase total do coberto vegetal e por eroso elica intensiva. Nas outras ilhas, os efeitos combinados das caractersticas geomorfolgicos e climticas provocam um escoamento torrencial e uma eroso hdrica considervel. Em Cabo Verde, existe o fenmeno da desertificao e a problemtica da degradao das terras. - A luta contra a Desertificao em Cabo Verde (1975-1995) A partir da independncia (1975) os responsveis cabo-verdianos deram ao ordenamento do espao rural uma dimenso nacional. O estabelecimento de uma estratgia de reconquista da natureza est ligado a razes de ordem poltica, cultural e econmica. O Governo pretendia reduzir a pobreza no meio rural criando empregos e diminuir o xodo rural. Assim a maioria dos empregos ligados a luta anti erosiva, restaurao biolgica e gesto da gua foi proporcionado pelas FAIMO (Frentes de Alta Intensidade de Mo de Obra). As aces de luta contra a desertificao so considerveis e constituem um sucesso inegvel no combate a desertificao. Principais resultados obtidos na LCD de 1975 at 1995 Designao das aces Resultados Meias luas (em n) 19.625.723 Banquetas (km) 38.811 Pequenas paredes (km) 2.707 Pequenos diques (m3) 25.146 Paredes de proteco (km) 45 Cerrado de palha (km) 53 Superfcie arborizada (ha) 73.000 Infra-estruturas hidrulicas (n) (poos, furos, tanques, cisternas...)

    Indeterminado (?)

    Formao de tcnicos e camponeses (n) Varias centenas Consciencializao nacional na LCD Muito forte Fontes MAAA/SEPA Guia Metodolgico de implementao de projectos LCD

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    No entanto, foram apontados vrios pontos fracos na maioria das anteriores aces de LCD, tais como:

    Ausncia de uma abordagem integrada e multi-sectorial; Falta de coordenao entre os projectos e o enquadramento institucional; Insuficincia do seguimento - avaliao continuo dos projectos; Insuficincia do trabalho de pesquisa - desenvolvimento nos projectos.

    - A nova abordagem da LCD partir de 1995 Cabo Verde foi o primeiro pas africano e o secundo no mundo que assinou e ratificou a Conveno de Luta contra a Desertificao. Isto demonstra a importncia estratgica dada a referida Conveno num contexto inovador pelas autoridades cabo-verdianas, fazendo de Cabo Verde um pas chefe de fila na sub - regio africana. Consciente do fracasso dos mtodos de interveno preconizados no passado e tendo uma real vontade de fazer participar as populaes nas polticas de desenvolvimento rural, o Governo cabo-verdiano adoptou uma estratgia que favorece a descentralizao dos servios tcnicos e a privatizao das actividades de produo e gesto dos recursos naturais, com uma desvinculao gradual do Estado. A abordagem participativa (*) que abre perspectivas para uma participao activa e responsvel das populaes e colectividades locais, e a nova metodologia de concepo, integrao e gesto dos projectos de LCD, foram escolhidos como instrumentos privilegiados da nova estratgia de interveno do Governo no mbito da CCD. _______________________________________________________________________________________________________ (*) O conceito de Abordagem Participativa conheceu em Cabo Verde trs grandes fases (Fontes MAAA/SEPA Guia Metodolgico de implementao de projectos LCD): - De 1975 a 1985: Participao = Mo-de-obra remunerada - De 1985 a 1990: Participao = Implicao das populaes - A partir de 1990: Participao = Responsabilizao e parceria

    5. POLITICA NACIONAL EM MATRIA DE IMPLEMENTAO DA CCD - Existe um quadro legal muito ampla, e em principio, favorvel implementao da CCD e das Convenes de Rio (ver Anexo 2: legislao, convenes e acordos, nas vrias temticas ambientais). - Ao longo dos anos houve um conjunto de instituies - chaves e parceiras que apoiaram na implementao da CCD em Cabo Verde. O Quadro n 1 apresenta uma listagem de instituies chaves e parceiras nacionais cujo papel e contribuio so estratgicos e pertinentes na continuidade e reforo da implementao da CCD e das Convenes Ambientais em Cabo Verde - No contexto da politica ambiental nacional e no mbito da implementao da CCD foi elaborado um conjunto de Planos / Programas / Projectos Nacionais dos quais:

    O III PND (1992-1995) que reitera como prioridade, a proteco do meio ambiente.

    O IV PND (1997-2000) e as Grandes Opes do Plano (GOP) que adopta como prioridade a implementao de uma poltica ambiental no Programa Global para o Ambiente Integrado.

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    O PANA I (1994-2005)

    O Programa Nacional de Luta contra a Pobreza PNLP (1996-2008)

    O Plano de Aco Florestal - PAFN (1994) que integra o Plano de Aco Florestal Tropical (PAFT)

    O PAN-LCD (Elaborado em 1998 e aprovado em 2000) o instrumento para implementao da CCD em Cabo Verde

    EPAN-CBD (1999) EPAN-MC (1999) O Programa do Governo, as GOP e o V PND 2001-2004: Dado a fragilidade e

    vulnerabilidade do pas, o Governo reconhece que as actividades ligadas a conservao e proteco do ambiente devem ser enquadrados num cenrio de sistemas de gesto durvel dos RN e do territrio.

    O PANA II (2004-2014) 5.1. Implementao da CCD Situao no perodo intermedirio de 1999

    Relativamente as politicas e estratgias ambientais, Cabo Verde defendeu que o desenvolvimento sustentado deve ser institucionalizado e continuar participativo e suportado pela cooperao internacional.

    Um Plano de enquadramento das estratgias ambientais deve ser elaborado e implementado ou seja o PANA

    Um Conselho Nacional para o Ambiente ser institudo O Ministrio da Agricultura, Alimentao e Ambiente foi criado A Elaborao e implementao do PAN-LCD (1998-2002) A Elaborao e implementao do PNLP (1996-2008) A Convergncia do PAFN com o Plano de Aco Florestal Tropical (PAFT)

    enquanto instrumento de LCD e gesto dos RN

    Prioridades foram estabelecidas para equacionar os constrangimentos institucionais tais como: - a criao de uma agncia nacional para tratar da temtica da CCD e ambiente Adopo de normas reconhecidas e validadas universalmente em relao a transferncia de tecnologias, tcnicas e conhecimentos na temtica CCD e ambiente Cooperao internacional regionais e sub-regionais respeitante a o ambiente ratificao das Convenes orientadas para a defesa do ambiente.

    Ao longo dos anos, os PND (1982-1985;1986-1990;1992-1995;1997-2000) incorporaram os conceitos de regionalizao, descentralizao e proteco do ambiente. Por conseguinte, foram elaboradas e tomadas medidas no sentido de ajustar as normas e procedimentos e dedicar ateno matria de reconstruo nacional, ordenamento do espao e proteco ambiental

    Foram elaborados e executados estudos e actividades dos quais:

    Dois (2) Planos de Desenvolvimento de Bacias Hidrogrficas (Santiago)

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    Criao de Florestas Comunitrias e programa de informao e formao para o ambiente

    Estudos da quantificao da eroso e escoamento superficial Construo de infra-estruturas de controlo da eroso e sistematizao do terreno,

    no quadro do programa de conservao mecnica e biolgica dos solos e gua

    Para dar continuidade a implementao da estratgia nacional ambiental, peas de legislao fundamentais foram publicadas, tais como a Lei-quadro do Ambiente e a Lei-quadro do Ordenamento do Territrio (1993).

    A configurao da Administrao mudou ao longo dos anos, de acordo com as prioridades, circunstancias e politicas prevalecentes e ligadas com as temticas descentralizao e proteco ambiental:

    O Ministrio da Agricultura (MA) viu as suas atribuies reforadas em termos de planeamento, coordenao, controlo, monitorizao, execuo e avaliao das polticas dos RN e ambientais. Dentro do quadro organizacional do MA, o SEPA foi responsabilizado para assumir as tarefas de coordenao e mobilizao dos parceiros institucionais que tem, em grau diferente, um mandato sobre as questes ambientais, ou sejam os Ministrios de: Agricultura; Mar; Turismo e Transportes; Infra-estruturas e Habitao; Comercio Indstria e energia; Defesa, Educao; Sade.

    Foi criado o Conselho de Ministros Especializado para os Assuntos do Ambiente, como rgo executivo e decisor mximo (os ministrios referidos acima integram este rgo).

    Foi criado o CNAG (Conselho Nacional de gua), rgo de gesto responsvel pelos RH, sob a tutela do MA.

    Ao nvel local, a lei n 134/ IV/95 de 3 de Julho de 1995, confia a o Municpio o papel de Promotor na sua rea de jurisdio, da formulao de planos e programas de aco para proteger a natureza e os RN.

    As ONGs e associaes de cunho ambiente - desenvolvimento foram criadas e esto presentes em quase todas as comunidades locais, para apoiar a LCD na vertente sensibilizao e acompanhamento no terreno (Amigos da Natureza, ADAD, MORABI, OMCV, Frum Permanente Educao, CITI-HABITAT, SOL&VENTO, ) . As ONGs, em parceria com o SEPA, reuniram-se em frum nacional em Abril de 1997 para divulgar a contedo e esprito da CCD.

    Cabo Verde j membro do CILSS desde Setembro de 1975 e ratificou a Conveno revista do CILSS, assinada a 22/04/1994, atravs da Resoluo n 114/IV/95 de 3 de Novembro, da Assembleia Nacional.

    Cabo Verde ratificou em Maro de 1995 as Convenes das NU sobre a LCD, MC e BD. Aps a ratificao da CCD, actividades foram levadas a cabo entre 1996 e 1997, tais como: campanhas de sensibilizao do publico; encontros entre autoridades centrais,

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    locais e a sociedade civil; organizao do frum nacional em Novembro 1996; os primeiros passos para a formulao do PAN-LCD (finalizado em 1998).

    Os parceiros de desenvolvimento residentes foram contemplados por aces de sensibilizao, facilitadas pela Frana, enquanto Chef de File. O principal objectivo desse exerccio foi reforar o engajamento de todos no processo de implementao da CCD.

    Houve processos para a criao de Comisses Municipais Especializadas para as questes Ambientais e Comisses Municipais para o Ambiente e Desenvolvimento CMAD

    No quadro da elaborao do PAN-LCD e no mbito da CCD, medidas especficas foram tomadas para contrapor um cenrio de deteriorao dos RN, degradao das terras:

    As actividades de explorao agrcola foram objectos de um mecanismo de seguimento permanente: o Sistema de Alerta Precoce adequado par avaliar os efeitos da seca e desempenhar um papel importante na determinao do nvel de segurana alimentar do pas. O sistema avaliado e validado anualmente conjuntamente entre o GOCV, CILSS e FAO.

    Dado a inexistncia de BD sobre os ecossistemas, esforos foram consentidos para favorecer a criao de um Sistema de Informao para o Ambiente.

    Para melhorar o conhecimento pblico nos conceitos e processos de desertificao, foi lanada a institucionalizao da Educao Ambiental (EA) no sistema Ensino Bsico Integrado e Ensino Secundrio.

    Em referncia implementao da CCD, Cabo Verde para alm dos recursos oramentais prprios, recebeu apoios financeiros por parte da Frana, CILSS, Luxemburgo & PNUD (atravs do Projecto UNSO/PNUD), Secretariado da CCD. Parceiros de desenvolvimento como o PNUD, FAO, USAID, Banco Mundial, Unio europeia e vrios outros parceiros bilaterais, prestaram assistncia tcnica e financeira na execuo dos projectos CCD e ambientais. Vrios fundos de orientao ambiental esto em processo de criao, incluindo o Fundo para o Ambiente. No referente a Fundo Nacional de LCD (validado no frum de Dezembro 1997), ela est ainda em processo de oficializao, assim como os seus mecanismos de constituio, utilizao e gesto.

    5.2. Implementao da CCD - Situao no perodo intermedirio de 2002

    O IV PND defina novas linhas de orientao da poltica ambiental que preconizam o reforo do envolvimento da sociedade cabo-verdiana na resoluo das questes ambientais, atravs da educao, formao, capacitao institucional e desenvolvimento de um sistema de informao. A abordagem preconizada integradora dos temas ligados : i) Conservao dos RN, Biodiversidade e zonas costeiras ii) Proteco e extenso das reas florestais iii) o ambiente urbano e peri-urbano iv) a cooperao internacional, regional, sub - regional.

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    As GOP (2002) estabelecem linhas orientadoras de mdio prazo para a actuao do Governo nos domnios transversais prioritrios ligados a questo ambiental (melhoria do acesso a gua, saneamento, habitat, AGR, segurana alimentar, LCP)

    O PANA II, como instrumento da politica ambiental nacional est a ser revisto para integrar o Ordenamento do Territrio como elemento - chave da gesto ambiental e para estabelecer uma relao firma entre a politica de gesto ambiental e a estratgia de luta conte a pobreza ( PNLCP) : de acordo com as obrigaes gerais da CCD (artigo 4), as estratgias de eliminao da pobreza devem ser integrados nos esforos de LCD e da mitigao dos efeitos da seca.

    O PAFN (1994), parte integrante do PAFT) elaborado segundo as directrizes do III PND, e est em conformidade com os objectivos da CCD e as estratgias do novo PANA.

    A Administrao alvo de uma nova configurao em Fevereiro de 2002, assim o Ministrio da Agricultura e Pescas (MAP), extingue o SEPA e cria a Direco Geral do Ambiente (DGA) que ter como responsabilidades e tarefas de elaborar e submeter politicas e estratgias no domnio ambiental, avaliar e instruir processos de impactos ambientais dos projectos. Cabe a DGASP a execuo, gesto e avaliao dos projectos no quadro dos planos e programas ambientais, particularmente na LCD e proteco da biodiversidade terrestre.

    Do conjunto de instituies supra-nacionais envolvidas na implementao da CCD, destacam-se:

    - O Conselho de Ministros para o Ambiente (CMA): rgo de deciso e coordenao das politicas na matria; - O Conselho Nacional de guas: rgo interministerial presidido pelo MAP; - O Conselho Nacional para o Ambiente: rgo consultivo e de articulao das politicas de cooperao entre as organizaes publicas e privadas nacionais; - A ONC (rgo Nacional de Coordenao da implementao da CCD) , criado em 1995, integra representantes do CMA, da Plataforma das ONGs, Plataforma dos camponeses, Associao dos Municpios.

    O MAP, em concertao com o Ministrio dos Negcios Estrangeiros, desenvolve as parcerias em matria de ambiente, agricultura, alimentao e pescas com o CILSS, FAO, PAM, FIDA e outros organismos internacionais.

    Ao nvel autrquico, funcionam as Comisses Especializadas para o Ambiente que integram representantes dos servios desconcentrados do Estado, ONGs, associaes profissionais e da sociedade civil.

    As ONGs actuam ao nvel das Comunidades locais e de base nos domnios da sensibilizao e educao ambiental, projectos de arborizao, saneamento, preservao dos RN.

    O quadro legislativo para as questes ambientais repousa na lei do Ordenamento do Territrio e na lei de base do Ambiente.

    O processo consultivo desencadeado em apoio a elaborao e execuo do PAN-LCD e dos acordos de pareceria entre as Partes, arranca com a escolha da Frana como Chef de File dos financiadores parceiros de Cabo Verde na LCD. Assim a Frana presta assistncia tcnica e institucional ao SEPA de 1996 a 2000, apoia vrios programas, projectos e os Servios Municipais particularmente no domnio de abastecimento de gua

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    potvel. Em 2003 esto previstas aces nas reas da gesto dos recursos hdricos desenvolvimento rural durvel, pesquisa e desenvolvimento. A Cidade da Praia acolheu em Maro 2002, o Frum balano de execuo da CCD, onde foi adoptada a Declarao da Praia a ser apresentada na Cimeira do Desenvolvimento Durvel em Joanesburgo, em princpio, em Agosto 2002. Das medidas tomadas no quadro dos PAN, destaca-se a publicao do Livro Vermelho um alerta para melhoria dos sistemas de proteco das espcies e RN; e o Primeiro Livro Branco sobre o Estado do Ambiente em Cabo Verde. O Governo tem para aprovar o ante-projecto de decreto-lei de criao do Fundo Nacional FN-LCD, tal como recomenda a CCD e prev o PAN-LCD.

    As aces de capacitao e formao nos domnios da planificao, tcnicas de LCD, Abordagem Participativa, foram executados e esto em curso ao nvel dos Municpios e das associaes de Base. O processo de criao dum SIA foi relanado em Fevereiro 2002. Os esforos foram feitos para a perenizao da Educao ambiental no EBI, assim como para harmonizar as contribuies dos parceiros no processo de execuo do PAN-LCD. Estudos de bacias hidrogrficos (em Santiago) esto em curso para determinar as potencialidades de desenvolvimento agrrio e a dinamizao social e econmica da actividade agrcola e de proteco ambiental. Programas e Projectos foram lanados, ao nvel do territrio nacional, nos domnios de conservao e restaurao dos solos; correco torrencial; agricultura irrigada; capacitao institucional; micro -financiamentos.

    Para a mobilizao dos fundos para LCD, a criao de formas descentralizadas de financiamentos, co - geridas atravs de mecanismos negociadas entre as partes, a orientao estratgica. Entretanto os mecanismos clssicos de financiamento do PAN-LCD continuaro a ser implementados: assim os recursos no destinados ao FNLCD tero a sua origem no estado, parceiros de desenvolvimento, municpios, ONGs, Associaes. Alm dos parceiros bilaterais (Frana, Luxemburgo, Holanda) os parceiros multilaterais como o Sistema das naes Unidas, Banco Mundial e Unio Europeia prestaram uma assistncia tcnica e financeira determinante para a execuo de projectos ambientais inseridos no PND. No quadro da LCD, agricultura, florestao, engenharia rural, recursos hdricos animao rural, ambiente, investigao - formao, segurana alimentar, mobilizou-se em mdia 821 milhes de ECV por ano, a ajuda externa versou 892 milhes de ECV no mesmo perodo 1996-2001 (?).

    Dos indicadores de progresso em matria de LCD e mitigao dos efeitos da seca registam os seguintes passos, aces e resultados:

    o Melhoria dos rendimentos dos agricultores, em particular das zonas (sub-hmidas) altas;

    o Assuno pelos privados, em substituio do estado, da importao e multiplicao dos factores de produo no sector da agricultura e pecuria;

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    o Introduo e assuno na engenharia rural, da planificao por bacias hidrogrficas com envolvimento das associaes comunitrias e produtores, e capacidade de desenvolver grandes obras de mobilizao de guas de escoamento;

    o A lei dos solos e os planos de ordenamento do territrio das ilhas de Boavista, Maio e Sal vm reforar, em princpio, a politica ambiental e de desenvolvimento sustentvel preconizado pelo Governo;

    o As associaes de agricultores e criadores de animais e associaes comunitrias aumentaram de uma forma significativa;

    o Nove (9) planos directores integrados de bacias hidrogrficas foram elaborados e seis (6) planos foram concludos nas trs ilhas mais agrcolas de Cabo Verde.

    o Os progressos na fruticultura so ilustrados pelas infra-estruturas de produo de plantas e de bancos de gesmoplasma em diferentes ilhas e pela fixao de plantas em aproximadamente 1.150 ha (1997/2000);

    o A Superfcie cultivada no regadio tem-se estabilizado entre 1.750 a 2000 h, para um potencial de 2.500 a 3000 ha. A situao em 2000 apontava para ocupao de 1.800, sendo 200 ha sob rega gota-gota;

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    Quadro 1: Lista de instituies - chaves e parceiras nacionais no mbito da CCD e gesto ambiental

    Instituio

    Misso e atribuies

    Razes da implicao da instituio

    Sua contribuio no processo de Implementao da CCD

    (Assessoria tcnica, Seguimento, Avaliao, Fiscalizao consulta,

    elaborao de relatrios, fornecimento de dados,

    financiamento) Direco Geral do Ambiente A Direco Geral do Ambiente

    um servio central do Ministrio do Ambiente, Agricultura (MAA) com funes de concepo, execuo e coordenao em matria de ambiente e recursos naturais.

    - Ponto Focal dos PFs das Convenes de Rio - Participao na avaliao e estudos de impactos ambientais. - Elaborao das politicas e estratgias ambientais

    - Financiamento - Assessoria tcnica - Seguimento, avaliao, Fiscalizao - Elaborao de Relatrios - Fornecimento de dados

    DGASP Implementao da poltica do Governo nos domnios da agricultura e desenvolvimento rural. Encarregada de conceber a estratgia de desenvolvimento nos diferentes sectores, de determinar as orientaes e implementar aces que assegurem e valorizem a explorao racional dos recursos agrcolas. Elaborao da estratgia de preservao e desenvolvimento das florestas. Estabelecimento e execuo de polticas, estratgias e programas de luta contra a desertificao.

    - Integrao do aspecto adaptao aos riscos ligados a desertificao na poltica nacional em matria de agricultura. - Implicao na implementao da CCD - Envolvimento nas polticas de explorao e conservao das terras. - Parte integrante na elaborao e implementao de estratgias de adaptao a desertificao - Participao nos estudos do sector florestal face aos riscos de desertificao e na definio de planos de arborizao, reflorestao, conservao de solos e aguas.

    - Financiamento - Assessoria tcnica - Seguimento, avaliao, Fiscalizao - Elaborao de Relatrios - Fornecimento de dados

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    INERF - Instituio especializada na Engenharia Rural e Florestal

    - Executora dos programas e projectos de CSA em concertao com a DGASP

    - Executora dos projectos de perfurao de furos e outras infra estruturas especificas para captao e armazenagem de gua

    - Apesar de ser objecto de uma reestruturao funcional e operacional e / ou redimensionamento institucional, o INERF capitaliza uma expertise nacional forte nas suas reas de actuao. - Participao nas actividades / iniciativas / projectos no mbito da implementao da CCD e na gesto ambiental

    - Assessoria e execuo tcnica - Seguimento, avaliao, Fiscalizao - Elaborao de Relatrios - Fornecimento de dados

    Direco Geral da Indstria e Energia

    Elaborao e implementao de polticas governamentais no domnio da indstria, energia, minas e geologia.

    Sedeado no Ministrio da Economia e Competitividade. O seu papel a difuso e promoo das energias. Assegura a produo, o transporte e a distribuio da energia elctrica no territrio nacional

    Papel na poltica nacional ambiental, em matria de energias renovveis e projectos de investigao - desenvolvimento.

    - Financiamento - Assessoria tcnica - Fornecimento de dados

    INDP - Sob a tutela do Ministrio das Infra-estruturas, Transportes e Mar, o INDP est encarregado dos estudos e pesquisas que interessam a evoluo haliutica ao longo da ZEE cabo-verdiana e da pesca deste potencial. Faz a

    Participao na avaliao dos impactos possveis da eroso, degradao e das MC sobre as zonas costeiras cabo-verdianas e sobre os recursos haliuticos e as opes de adaptao a esses impactos.

    - Financiamento - Assessoria tcnica - Seguimento, avaliao, Fiscalizao - Elaborao de Relatrios - Fornecimento de dados

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    anlise do contexto fsico e fisiolgico do litoral (oceanografia fsica e biolgica). - Seguimento dos aspectos biolgicos e ecolgicos dos ecossistemas naturais marinhos.

    INIDA Seguimento dos aspectos biolgicos e ecolgicos dos ecossistemas naturais terrestres.

    - Observao e Seguimento da evoluo dos ecossistemas naturais (SID, SIG, ROSELT) - Avaliao e estudos de impactos ambientais.

    - Assessoria tcnica - Seguimento, avaliao, Fiscalizao - Elaborao de Relatrios - Investigao - Fornecimento de dados - Financiamento

    LNEC Laboratrio especializado no domnio das infra-estruturas (estradas, barragens, portos)

    A sua base de dados utilizada para a concepo de infra-estruturas de base do pas. Ser til na compreenso do fenmeno da desertificao e das MC reais constatadas nos ltimos anos e os seus impactos nos sistemas hdricos, solos e zonas costeiras.

    - Assessoria tcnica - Seguimento, avaliao, Fiscalizao - Elaborao de Relatrios - Investigao - Fornecimento de dados

    INGRH Elaborao e implementao da poltica governamental em matria de planificao, de mobilizao, de gesto e preservao das guas, ordenamento das grandes obras hidrulicas, sua manuteno e gesto.

    - Integrao na poltica e estratgia de gesto e de planificao dos recursos hdricos. - Participao nos estudos de vulnerabilidade dos recursos hdricos e opes de adaptao ambientais.

    - Assessoria tcnica - Seguimento, avaliao, Fiscalizao - Elaborao de Relatrios - Investigao - Fornecimento de dados

    - ELECTRA & Cmaras Municipais / SAA

    Planificao e aprovisionamento em gua potvel, bem como a

    - Participao nos estudos de vulnerabilidade dos recursos

    - Assessoria tcnica

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    - Cmaras Municipais (CM)

    distribuio, passando pelas fases de estudo, concepo, realizao, gesto e explorao das unidades de produo e distribuio e do controlo da qualidade das guas e a proteco dos recursos.

    Entidades de poder local com atribuies e responsabilidades, em parceria com servios desconcentrados do estado, nos sectores ligados ao ambiente, sade, agricultura, florestas, mar, meteorologia, proteco civil, energia, gua, ordenamento do territrio e habitat.

    hdricos e opes de adaptao ambientais. - Participao poltica nacional ambiental, em matria de energias renovveis e projectos de investigao - desenvolvimento - Implementao e acompanhamento ao nvel local, das estratgias nacionais de luta contra a desertificao - Participao nos estudos de avaliao da vulnerabilidade dos espaos com riscos e sectores vulnerveis e na elaborao de medidas de adaptao. - Participao nos estudos de ordenamento do territrio (espao rural e urbano)

    - Fornecimento de dados - Elaborao de relatrios - Financiamento de Programas / Projectos (Electra) - Fornecimento de dados - Elaborao de relatrios - Seguimento, avaliao, Fiscalizao

    Servio Nacional da Proteco Civil

    Implementao da poltica do Governo em matria da proteco civil a nvel nacional e municipal, estudo e preveno de riscos naturais e tecnolgicos, integrao das aces da proteco civil em planos, programas e projectos de mbito nacional, regional e internacional com vista reduo dos riscos naturais, tecnolgicos e mistos, informao e sensibilizao pblica nos

    a estrutura nacional que se ocupa da integrao das problemticas dos riscos e vulnerabilidade ambientais na poltica da proteco civil em Cabo Verde qual o governo dotou de todos os instrumentos necessrios para a preveno e reduo dos riscos naturais e tecnolgicos, devendo trabalhar em permanente concertao e coordenao com outras entidades

    - Assessoria tcnica - Fornecimento de dados - Participao activa em projectos - Estabelecimento da cooperao com estruturas locais e nacionais com responsabilidade na matria de reduo de riscos e desastres - Incitao de parcerias

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    domnios da preveno e preparao em caso de acidentes graves, catstrofes e calamidades.

    pblicas e privadas com responsabilidades na matria. Alm disso, o SNPC constitui o elemento central de todo o sistema nacional da proteco civil, devido sua misso de dinamizar e catalizar todo o esforo nacional com o fito de reduo dos riscos e dos desastres.

    internacionais com vista ao reforo da capacidade nacional em matria de proteco civil e reduo dos riscos

    Direco Geral do Ordenamento do Territrio

    A Direco Geral do Ordenamento do Territrio parte integrante do Ministrio da Descentralizao, Ordenamento do Territrio e Habitat, tem funes de concepo, execuo e coordenao em matria de ordenamento do territrio nacional.

    - Integrao dos aspectos de adaptao aos riscos ambientais na poltica e estratgia nacional em matria de (re) ordenamento do territrio. - Participao nos estudos e avaliaes dos impactos ambientais. - Participao activa nas redes de observao sistemtica ecolgica e ambiental (SIG, ROSELT, SIA) - Propostas de estratgias e medidas para (re) ordenamentos dos espaos com riscos em parceria com SNPC e as CM

    - Assessoria tcnica - Fornecimento de dados - Participao activa em projectos - Elaborao de relatrios - Seguimento, avaliao, Fiscalizao

    Sector Privado

    Associaes Comerciais e Industriais, Empresas Comerciais, Empresa / Grupos Industriais, Empresas de Construo Civil, Sociedades Petrolferas/Gs, Sociedades / Empresas de Produo e Distribuio Energticas (Convencionais e

    - Apoiar polticas e estratgias nacionais de desenvolvimento econmico - Desenvolver e reforar os sectores comerciais, industriais - Participar e contribuir no crescimento econmico e aumento da competitividade nacional - Fomentar / participar na transferncia de Tecnologias e know-how

    - Participao e contribuio no reforo do sector comercial, do tecido industrial nacional - Desenvolvimento socio-econmico - Contribuio na transferncia de tecnologias modernas adaptadas ao desenvolvimento da agricultura e pecuria, explorao das terras e conservao dos solos e guas - Desenvolvimento do sector das

    - Fornecimento de dados - Consulta e elaborao de relatrios - Assessoria tcnica - Investigao - Financiamento de processos ligados transferncia de tecnologias modernas e de proteco / conservao ambiental

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    Renovveis);

    Energias Renovveis

    Institutos Superiores de Ensino e Investigao: ISE, ISECMAR, INIDA, JEAN PIAGET

    Instituies superiores de ensino e Investigao que lidam directa ou indirectamente com as problemticas ambientais, implementao das Convenes, Gesto dos RH, observao sistemtica dos ecossistemas.

    - Participao na avaliao da vulnerabilidade e dos riscos ambientais e elaborao de medidas de adaptao; - Realizao de estudos geolgicos, geogrficos, bio geogrficos, biolgicos e climatolgicos ;

    - Assessoria tcnica - Fornecimento de dados - Participao activa em projectos - Elaborao de relatrios - Investigao

    ONGs Estudos, Inquritos e Pesquisas no domnio ambiental, da gesto dos RN e das energias renovveis assim como participao em projectos ligadas as Convenes de Rio

    - Experincia da sociedade civil e a sua participao na implementao CCD e outras Convenes Ambientais - Participao na problemtica da Gesto dos RN - Divulgao da informao sobre as Convenes de Rio e a problemtica da Gesto Ambiental.

    - Assessoria tcnica - Fornecimento de dados - Participao activa em projectos - Elaborao de relatrios

    Gabinetes de Estudos Tcnicos e Cientficos

    Gabinetes de Estudos dotados de uma experincia nos domnios ambientais, ordenamento do territrio, observao sistemtica.

    Expertise nacional permitindo apoiar os estudos, avaliaes e projectos ligados a gesto ambiental, ordenamento do territrio, gesto dos RN.

    - Assessoria tcnica - Fornecimento de dados - Participao activa em projectos - Elaborao de relatrios

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    6. ANLISE DA SITUAO EM RELAO A IMPLEMENTAO DA CCD EM

    CABO VERDE 6.1. Matrizes de analise da implementao da CCD. A proposta que se segue (Quadros n 1, n 2, n 3) tem por objectivo inventariar sucintamente os pontos fortes, pontos fracos, necessidades prioritrias para o reforo das capacidades no quadro da CCD e no mbito das Convenes de Rio. Porm, intrnseca reconhecer os esforos enormes, quase hercleos, de Cabo Verde na Luta contra a Desertificao anteriormente a CCD, tambm necessrio realar o papel de Cabo Verde enquanto locomotiva da CCD na sub-regio saheliana, mas importante assinalar que Cabo Verde no aproveitou melhor e nem sequer esgotou os recursos ou oportunidades da CCD. Por conseguinte, somos da opinio que preciso fazer, de uma forma critica mas sempre construtiva, um constat e propor, na medida dos possveis algumas pistas, para reflexo, discusso e validao, no sentido de proceder uma reviso estratgica na implementao da CCD, no contexto particular de Cabo Verde e no mbito do PANA II.

    a) O Quadro Resumo n 2, com base a analise do III Relatrio Nacional da Implementao da CCD em Cabo Verde (2004), apresenta um conjunto de estratgias, programas e iniciativas adoptadas ou institucionalizadas, mas cujas implementaes enfrentam limitaes ou constrangimentos de vrios tipos.

    b) O Quadro Lgico n 3, mais abrangente em termos individual, institucional, sistmico,

    apresenta detalhadamente os vrios pontos fortes, pontos fracos e necessidades de reforo das capacidades tanto no quadro da CCD como no mbito das outras convenes de Rio.

    c) O Quadro Sinttico n 4, apresenta, de uma forma geral e especificamente para o caso

    de Cabo Verde, os riscos ligados a desertificao e possveis estratgias de adaptao.

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    Quadro 2 Matriz de anlise da implementao da Conveno das Naes Unidas de Luta contra a Desertificao

    Obrigaes / Compromissos da Conveno

    Estratgias, Planos, Programas, Iniciativas desenvolvidos para cumprir as Obrigaes

    Limitaes na implementao das estratgias, planos, programam, iniciativas para o cumprimento das obrigaes

    1. Estratgias e Prioridades estabelecidas no quadro dos planos e/ou das politicas de desenvolvimento durvel

    - Planos e Programas para atingir o objectivo de desenvolvimento durvel: Os Planos Nacionais de Desenvolvimento e Programas do Governo - As Grandes Opes do Plano GOP: uma Agenda Estratgica (com referencia ao Estudo do NLTPS, Perspectivas de Cabo Verde at o horizonte 2020) O PAN-LCD (elaborado em 1998); O PANA II (2004-2014) - Propostas para conservao e proteco do ambiente: Proteger dos ecossistemas marinhos e costeiros; Proteger os ecossistemas terrestres; Reorganizar os sistemas agrcolas, silvcolas e de criao do gado ou mistas; criar as condies de adaptao dos sistemas agrcolas, florestais e marinhos s mudanas climticas; Prevenir as catstrofes naturais. - Conjunto de planos e programas a serem elaborados e executados para atingir os objectivos definidos, nomeadamente:

    Plano de Ordenamento do territrio. Plano de ordenamento da orla martima. Programa de proteco da biodiversidade e

    dos recursos genticos. Plano Estratgico de Desenvolvimento

    Agrcola, horizonte 2015 e o Plano de aco 2005 2008

    Programa de proteco do ambiente contra as mudanas climticas.

    Programa de mitigao das alteraes do ambiente e previso das catstrofes

    Programa de controlo da poluio marinha. Programa de educao ambiental Programa energia e ambiente Programa de criao duma Reserva da Bio

    esfera em cabo Verde

    - Recursos financeiros insuficientes. - Necessidade de um reforo mais importante das capacidades de mobilizao de recursos. - Falta de Capacidades tcnicas especializadas nas reas referidas - Necessidades de reforar as instituies tcnicas nacionais e entidades locais nos domnios da gesto, seguimento e avaliao. - Necessidade de Integrao dos diferentes planos e programas num Plano Nacional de Gesto Ambiental, parte integrante duma Estratgia Nacional de Desenvolvimento Durvel.

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    2. Medidas institucionais e organizaes tomadas para implementar a Conveno

    Quadro Institucional e Organizacional - Criao do Ministrio de Ambiente - Criao da Direco Geral do Ambiente - Criao do Conselho Nacional para o Ambiente (CNA) - ONC (rgo Nacional de Coordenao da CCD) criada em 1995. - Criao duma Comisso Parlamentar para a Proteco do Ambiente (Resoluo da AN 91/IV/2004). - Plataforma das ONGs com OSC ligadas a proteco do Ambiente e Desenvolvimento comunitrio. - Cabo Verde continua permanecendo no CILSS e beneficiando de programas, de formao de quadros e trocas de experincias.

    Quadro Legal - A Constituio da Republica de Cabo Verde no seu Artigo 72 consagra a todos os cidados o direito ao ambiente saudvel e ecologicamente equilibrado. - Lei de base do Ordenamento do Territrio (Lei n 85/IV/93). - Lei de base da politica ambiental (lei n 86/IV/93). - Lei de base do cdigo da gua n 41/II/84. - - Decreto - lei n 75/99 define o regime jurdico da autorizao ou concesso para utilizao dos recursos naturais. - Decreto legislativo n 14/97 que estabelece as normas regulamentares para gerir e proteger o ambiente contra todas as formas de degradao. - Lei n 48/V/98 que regula a actividade florestal. Resoluo n 3/2000 que aprova a Estratgia Nacional e Plano de Aco sobre a Biodiversidade. - Resoluo n 4/2000 que aprova o Programa de Aco Nacional de Luta contra Desertificao e Mitigao dos efeitos da seca. - Decreto-Lei n 7/2002 que estabelece as medidas de proteco das espcies da fauna e flora ameaadas de extino. - Decreto-lei n 3/2003 estabelece o regime jurdico dos espaos naturais, paisagens, monumentos e stios. - Decreto-lei n 6/2003: Regime jurdico de autorizao e explorao das careiras. Decreto-lei n 31/2003 sobre eliminao dos resduos slidos urbanos, industriais, hospitalares e outros. Decreto-lei n 2/2002 que estabelece as normas disciplinares para extraco de areia nas dunas, praias e nas guas territoriais.

    - Necessidade de um Regulamento de funcionamento do CNA - Envolvimento menos importante de Cabo Verde enquanto um dos Chefes de Fila da CCD na sub-regio saheliena. - Necessidade de uma redefinio do papel da ONC e reforo tcnico-financeiro no mbito da CCD e no quadro do CNA. - Necessidade de Reforo das ONGs enquanto Actores da CCD e portadores do PANA II e no simplesmente como beneficirios do processo. - Falta de regulamentao, aplicao e fiscalizao de determinadas leis tanto ao nvel nacional como local. - Falta de harmonizao de procedimentos e mecanismos de seguimento da legislao entre o nvel nacional e local. - Necessidade de actualizar determinadas leis para a gesto ambiental.

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    3. Processo participativo desencadeado em apoio elaborao e execuo dos Programas de aco

    Geralmente a apresentao das grandes preocupaes e tomadas de decises so feitas atravs de Ateliers, Mesas redondas, consultas e encontros colectivos, com a participao efectiva dos actores e parceiros nacionais, internacionais e locais. A elaborao e apresentao do PANA II foram objecto duma ampla mobilizao ao nvel comunitrio, sectorial nacional e local.

    Uma ampla campanha de educao ambiental atravs

    do sistema educativo nacional com o apoio do CILSS e Unio Europeia at 2001. Um novo Programa foi inscrito no PANA II com incio em 2005.

    Elaborao dos PM-LCD Envolvimento das associaes locais, nomeadamente

    de agricultores, nas actividades de LCD combinando as tcnicas cientificas e conhecimentos tradicionais.

    - A abordagem foi mais colaborativa do que participativa - Existe um handicap ao nvel das trocas permanentes e regulares de informaes. H necessidade de implementar um Frum inter - activo e de facilitar o seu acesso e utilizao a todos os actores e parceiros. - Apesar de uma participao forte e activa dos actores e parceiros nos encontros, muitos encontros no so objecto de seguimento por falta de acompanhamento e ausncia de mecanismos de seguimento e avaliao da implementao das decises sadas dos debates nacionais e/ou locais. - Ruptura no processo IEC Ambiental. Deve ser dada uma nova dinmica e nfase ao IEC, sobretudo na vertente gesto ambiental que deve ser mais abrangente, em termos institucional e de domnios. - Fraca interiorizao dos conceitos e procedimentos da conveno CCD e dos seus instrumentos. - Falta de uma capitalizao mais abrangente tanto ao nvel territorial como nos domnios de interesse. Necessidade de estudos e meios tcnicos complementares para implementao de uma BD ampla dos conhecimentos tradicionais no processo de LCD.

    4. Processos consultivos desencadeados em apoio elaborao e execuo do PAN e dos acordos de parceria com as partes e as outras entidades interessadas

    Apoio efectivo dos parceiros internacionais tanto na implementao de projectos LCD como na elaborao do PANA II (UE, BM, FIDA, PNUD/GEF, FAO, Frana, Holanda, Luxemburgo, USA, Portugal.)

    Implementao de um mecanismo informal de consulta e harmonizao das actividades entre pases parceiros.

    O Secretariado da CCD e o MM apoiaram nas realizaes de encontros nacionais e locais.

    - No quadro da implementao do PAN-LCD, os apoios recebidos se revelaram insuficientes para executar inmeros projectos. - No consta uma avaliao global dos impactos PMLCD e no existe informaes a cerca da continuidade deste processo. - Necessidade de revisar os processos de seleco e priorizao dos projectos nacionais e locais. As avaliaes continuas, a meio - percurso e/ou finais so necessrias para o efeito, atravs um sistema de S&A permanente e fivel.

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    5. Medidas tomadas ou previstas no quadro dos PAN, principalmente as destinadas a melhorar o clima econmico, conservar os recursos naturais, melhorar a organizao institucional, o conhecimento do fenmeno da desertificao e supervisionar e avaliar os efeitos da seca

    Diagnostico das experincias do passado para medir os impactos da aces contempladas no PAN: anlise de projectos para identificar as eventuais lacunas e ganhos. Levantamento de projectos a serem integrados no PANA II e nos PAIS.

    Implementao de Medidas de Proteco dos Recursos

    Naturais, melhoria da estrutura administrativa, aprofundamento do conhecimento sobre o fenmeno da desertificao e acompanhamento / avaliao dos seus efeitos. Medidas para melhorar o clima econmico.

    Medidas para o reforo das capacidades locais.

    - Faltam estudos complementares do Impacto do PNLP sobre o ambiente. -Necessidade duma avaliao quantitativa de determinados parmetros e uma analise mais aprofundada do impacto das actividades de LCD e efeitos da seca, tanto no meio rural, como no peri-urbano e urbano. - Necessidade de uma aplicao em larga escala da Observao Sistemtica da degradao das terras. - A componente CCD no consta no PANA II: no existe um PAIS-CCD. - Necessidade de uma forte capitalizao da CCD em Cabo Verde para reforar o PANA II. - Na execuo dos Projectos CCD, a componente Hardou fsica foi privilegiada e a vertente soft ficou para ser reforada e implementada de uma forma mais abrangente - Necessidade de reforo das capacidades tcnicas das populaes atravs do IEC. preciso habilitar as populaes atravs dos conhecimentos ambientais atravs do PANA II e das Convenes. - Falta de continuidade no processo de capacitao ambiental. - Falta de uma adequao entre saber e saber-fazer e relao com as prioridades e necessidades prticas.

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    6. Recursos financeiros atribudos a titulo do oramento nacional em apoio implementao da Conveno e as ajudas financeiras assim como a cooperao tcnica recebidas e exigidas com indicao das necessidades e da sua ordem de prioridade

    - Foram adoptados mecanismos de financiamento, tais como os FCP Alimentar, o micro credito atravs de ONGs nacionais ou internacionais, financiamento bancrio, apoio do sector privado nas AGRs. - Financiamento do PAN, atravs da cooperao internacional no mbito de projectos de CSA, LCP e desenvolvimento rural. - Apoio do MM na mobilizao de determinados recursos. - O Fundo Nacional para o Ambiente deve, depois da sua regulamentao, constituir a principal fonte as actividades ambientais. - Mobilizao da cooperao tcnica, no mbito do PANA II, com apoio da Holanda, FIDA, PNUD,

    - A poltica sectorial ambiente, dentro do PANA II, no explcita na cobertura financeira de todas as componentes da LCD. preciso verificar a eficcia do mecanismo de mobilizao dos recursos reservados ao PANA II e atribuio efectiva de uma poro consequente destes recursos para a LCD atravs do PAN. -Procurar alternativas ou outros meios de existncia, para as populaes, para evitar as agresses ambientais e poupar os RN. - Reactualizar e reforar o SID nacional, o SIG Nacional, dentro do SIA, enquanto bases de dados de referncia espacial / instrumentos de gesto dos projectos do PANA II. - Necessidade de reforar o Seguimento/Avaliao /Monitorizao em termos operacionais. - Necessidade de proceder a capacitao especializada dos quadros, tcnicos e actores nacionais e locais.

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    Quadro 3: Pontos fortes, pontos fracos e necessidades de capacitao ao nvel Individual, Organizativo e Sistmico para implementao da CCD e outras Convenes de RIO

    Organizao

    NVEIS PONTOS FORTES, PONTOS FRACOS NECESSIDADES INDIVIDUAL - Existncia de pontos focais

    designados para as trs convenes - O PF operacional est sedeado numa instituio - chave da CCD : DGASP / MAA - O PF politico est integrado na DGA/MAA

    - O perfil tcnico dos PFs no corresponde/responde as necessidades ou exigncias da CCD, h necessidade de reforar as suas expertise/ capacidades de resposta

    - No existe sinergias entre os PF das convenes e a implementao das convenes ocorre separadamente, de forma isolada ou com duplicao de esforos. Actualmente o seguimento da CCD da responsabilidade de tcnicos (DGASP e DGA), com outras atribuies ou tarefas

    - Reforo das capacidades tcnicas, de enquadramento dos PFs no contexto da CCD - Estabelecimento de sinergias entre as convenes - Necessidade de criar uma estrutura formada por tcnicos especializados por exemplo, em gesto dos RN, conservao e proteco ambiental, planeamento, legislao, economia, SIG, Seguimento e Avaliao tcnico e cientifico

    INSTITUCIONAL -Existncia do PAN-LCD, PMLCD, PANA II, PAM, planos estratgicos: instrumentos de apoio a CCD e as outras convenes que viabilizam a planificao coordenada, integrada e sinrgica - Existncia de estruturas e instrumentos responsveis das Convenes e gesto ambiental: CNA, DGA, DGASP, servios municipais, ONGs, Associaes, tcnicos para assegurar a coordenao, execuo e seguimento - Iniciativas de reforo das capacidades

    - Insuficincia de quadros especializados nos domnios da CCD, Elaborao de relatrios uma dinmica pouco regular, Coordenao interna, interinstitucional muito limitada - Viso estratgica, capacidade de planificao e de elaborao de Projectos de desenvolvimento reduzidos - Subaproveitamento dos tcnicos existentes, indigitados ou nomeados para outras tarefas de rotinas - Falta de mecanismos de concertao, integrao, coordenao entre as estruturas tcnicas - Exige-se dos servios tcnicos chaves (nomeadamente no mbito da CCD), capacidades de concepo, execuo, de gesto, e seguimento, tarefas essas que deveriam ser compartilhadas com outras estruturas tcnicas e de gesto (DGA, DGASP, DGPOG, GEP/MAA, ect). - Limitaes de funcionamento devido a falta de pessoal especializado e restrio de meios financeiros - Existe a necessidade de actualizar os documentos estratgicos de forma a organizar melhor e identificar claramente as linhas prioritrias de implementao e continuidade da CCD, em sintonia com as suas orientaes - Houve uma ruptura no processo CCD ao nvel nacional e local, registou-se uma queda na participao colectiva e individual. - Fracas capacidades de resposta em relao aos vrios instrumentos tais como NEPAD, PANA II, EPAN-CBD, EPAN-MC, EPAN-CCD, EPAN-SA, Planos Estratgicos, ODM, GPO/GPR

    - Reforo das capacidades institucionais das Entidades Chaves da CCD e de todos os parceiros estratgicos para a implementao da CCD e das outras convenes - A necessidade de reforar as capacidades da DGA enquanto Entidade mobilizadora e instrumento dinamizador responsvel da coordenao para implementar as Convenes e nomeadamente a CCD - Reforo da sustentabilidade das instituies para a implementao da CCD - Reforo das capacidades para o desenvolvimento de uma estratgia de integrao das instituies, participativa, para a implementao da CCD (a integrao sectorial e sua ligao com os utilizadores directos dos RN)

    SISTEMICO

    - Existncia de estratgias nacionais de desenvolvimento sustentvel, reduo da pobreza Existncia de mecanismos de coordenao e instrumentos para a implementao da conveno: CNA, ANMCV, comisses municipais, locais

    necessrio melhorar o enquadramento das convenes ao nvel desses instrumentos atravs de actividades transversais que fortaleam a implementao da poltica ambiental e das convenes Fraca integrao entre estratgias nacionais para a implementao da CCD e as outras convenes

    Criao de um ncleo de assessoria tcnica especializada de alto nvel, junto da CNA e DGA para reforo das capacidades das estruturas e parceiros estratgicos da CCD e outras convenes. O ncleo ser especializado nas negociaes, gesto, seguimento das Convenes.

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    LEGISLAO

    NVEIS PONTOS FORTES, PONTOS FRACOS NECESSIDADES INDIVUDUAL

    Existem alguns especialistas e um grande potencial de jovens juristas que actualmente reforam suas capacidades em matria de legislao ambiental, de acordo com as exigncias das convenes e acordos internacionais, no contexto dos vrios programas, projectos e iniciativas nacionais

    - No existe uma linha definida ou estratgia de implementao da legislao pelo que os esforos so individuais, isolados e muito limitados; - No existe juristas especializados em legislao ambiental internacional ao nvel nacional

    Reforo das capacidades individuais em matria de legislao ambiental para melhorar o quadro legislativo e facilitar a futura implementao das convenes, e ao mesmo tempo aproveitar melhor as oportunidades de capacitao, em forma sistemtica e contnua (Convenes de Rio, Protocolos de Cartagena, Quioto, por exemplo)

    INSTITUCIONAL Existem juristas dentro das instituies responsveis do ambiente Existncia de uma variedade de instituies com interveno na fiscalizao e controlo para o cumprimento das obrigaes da CCD e outras convenes de Rio

    - Os seus enquadramentos e perfis em matria de CCD e gesto ambiental global no so os mais apropriados; - Existncia de um amplo quadro legislativo com limitaes na aplicao, controlo e fiscalizao: limitaes fortes para dar resposta a fiscalizao e controlo do cumprimento da lei; as instituies tm problemas materiais, tcnicos e financeiros para cumprir s suas atribuies nesta rea

    -Reforar as capacidades institucionais em matria de legislao ambiental; - Promover a implementao de um ncleo nacional de juristas, legisladores e negociadores especializados nas convenes / acordo internacionais e a gesto ambiental global;

    SISTEMICO Um quadro legal favorvel implementao da CCD e das Convenes de Rio

    - O perfil e capacidades insuficientes dos responsveis da elaborao dos quadros legislativos para o ambiente ao nvel estratgico: Cabo Verde est a desenvolver uma estratgia de desenvolvimento econmico e social que no integra fortemente e prioritariamente a componente ambiental - Em termo de legislao existem leis ambientais incompletas e/ou pouco implementadas (legislao fundiria, utilizao dos solos, legislao martima, legislao sobre a poluio, a gentica, ect), outras com lacunas de concepo terica - ambiental (ordenamento estratgica do territrio : ordenamento do espao rural e urbano, ordenamento das zonas vulnerveis) - Uma parte considervel da legislao nacional precisa de mecanismos de regulamentao e fiscalizao funcionais e operacionais: existem ainda muitas prticas irresponsveis de utilizao e gesto dos RN (pesca, agricultura, turismo, industria, urbanizao, etc);

    - O quadro legal necessita ser revisado, ampliado, reforado, de acordo com o desenvolvimento das Convenes as COPs para sua actualizao e fcil implementao em Cabo Verde - Reforo das capacidades e dos conhecimentos dos decisores, negociadores e planeadores do desenvolvimento em funo da reviso e controlo da implementao da CCD e outras Convenes de RIO.

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    FORMAO

    NVEIS PONTOS FORTES, PONTOS FRACOS NECESSIDADES INDIVIDUAL - Muitos quadros jovens integram a esfera

    econmica do pas, ao nvel da funo pblica, empresa privada e dos municpios - Alguns destes quadros encontram-se fora do pas reforando suas capacidades e conhecimentos

    - Ausncia de uma politica nacional de formao de quadros especializados, assim sendo os esforos so individuais, de alto custo e de difcil aceso; - Falta de uma capitalizao das formaes e capacitaes realizadas ao nvel nacional e local (falta de um Base de Dados Nacional ) - Limitaes para o trabalho em equipa - Limitaes de conhecimentos tericos e prticos dos conceitos e da metodologia participativa como ferramenta fundamental para a participao das comunidades locais na implementao das Convenes de Rio

    Estratgia nacional de formao e capacitao na implementao e seguimento das Convenes ambientais, aos vrios nveis: formal e acadmica (mdio e superior), profissionalizante e de capacitao especializada

    INSTITUCIONAL Desenvolvimento de varias iniciativas de reforo das capacidades institucionais para a implementao das Convenes

    - Fraco enquadramento da CCD no interior dos programas e projectos institucionais sectoriais - Limitaes para o trabalho em equipa - Falta de uma capitalizao das formaes e capacitaes realizadas ao nvel nacional e local (falta de um Base de Dados Nacional) - Limitaes de conhecimentos tericos e prticos dos conceitos e da metodologia participativa como ferramenta fundamental para a participao das comunidades locais na implementao das Convenes de Rio

    Reforo das capacidades de planificao e desenvolvimento estratgicos ligadas com as Convenes ambientais de Rio

    SISTEMICO Ao nvel nacional os profissionais que intervm na implementao das Convenes possuem fortes capacidades profissionais no seu ramo de formao: socilogos, planeadores, economistas, bilogos, gestores, bilogos terrestres, marinhos, biotecnolgicos, juristas, etc - Cabo Verde integrou a rede internacional de Investigao em Educao Ambiental - O nvel de educao do cidado comum bom em Cabo Verde;

    - Existem muitas capacidades limitadas em matria de gesto ambiental. O perfil dos decisores e estrategos limitado em matria ambiental e no contexto da Convenes - A Educao Ambiental ao nvel nacional limitada; os conhecimentos, a conscincia e sensibilidade civil ou colectiva para a conservao e proteco ambiental so bastante reduzidas (impactos dos efeitos e necessidades de adaptao a Desertificao, Perda da Biodiversidade, Mudanas Climticas) - Os Cabo-verdianos conhecem muito mal a implementao da CCD, a Biodiversidade nacional, a problemtica das Mudanas Climticas em Cabo Verde; no existem programas para a actualizao dos conhecimentos em Cabo verde

    - Reforar as capacidades dos decisores e planeadores estratgicos em matria da implementao da Convenes - Capitalizao e divulgao ao nvel nacional e local dos conhecimentos e resultados da implementao das Convenes - O reforo da IEC em gesto ambiental ao nvel nacional e local imperativo

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    INVESTIGAO

    NVEIS PONTOS FORTES PONTOS FRACOS NECESSIDADES INDIVIDUAL

    Nos ltimos anos formaram-se mais quadros nas reas especializadas: bilogos terrestres e marinhos, botnicos, taxionomistas, biotecnlogos economistas, socilogos, gegrafos, gelogos, planeadores, gestores com uma viso da problemtica ambiental e desenvolvimento

    Os especialistas integram instituies que no utilizam a concertao estratgica e abordagem integrada nem interdisciplinar ou intersectorial

    Criar iniciativas de integrao de cientistas numa rede interdisciplinar, de investigao nacional e internacional para a abordagem da problemtica da gesto ambiental

    INSTITUCIONAL

    - Existncia de instituies de coordenao da investigao para a CCD, DBD, CCC: DGA, DGASP, DGOT, ect - Existncia de instituies especializadas de ensino superior e investigao: ISECMAR, INMG, INGRH, ISE, INIDA, INDP, IESIG, IMP, Uni. Piaget etc. Programas e Projectos de investigao para a CCD, CBD, CCC, concludos ou em desenvolvimento

    No existe uma estratgia e plano de aco para a investigao nacional: a) Programa nacional de formao e investigao para o desenvolvimento sustentvel, nos eixos previamente definidos como prioritrios pelas Convenes: ordenamento do territrio, EIA, inventariao, observao sistemtica, adaptao, poluio terrestre e marinha e atmosfrica, GIZC, capacidade de negociao para a cooperao, bio economistas, gestores ambientais, etc; b) Politicas de captao de fundos para a investigao e trans