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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS ADRIANA BILIERI JULIANA PESSOA ARAUJO MARISSOL MARIKO TANAKA SANDRA FERRACINI SENTINELLO PERFIL MEDICAMENTOSO DA ASMA NA REDE PÚBLICA DE PALMEIRA D’OESTE – SP FERNANDÓPOLIS- SP 2012

Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

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Page 1: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

ADRIANA BILIERI

JULIANA PESSOA ARAUJO

MARISSOL MARIKO TANAKA

SANDRA FERRACINI SENTINELLO

PERFIL MEDICAMENTOSO DA ASMA NA REDE PÚBLICA DE

PALMEIRA D’OESTE – SP

FERNANDÓPOLIS- SP

2012

Page 2: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

ADRIANA BILIERI

JULIANA PESSOA ARAUJO

MARISSOL MARIKO TANAKA

SANDRA FERRACINI SENTINELLO

PERFIL MEDICAMENTOSO DA ASMA NA REDE PÚBLICA DE

PALMEIRA D’OESTE – SP

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação em

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para obtenção

do título de bacharel em farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Roney Eduardo Zaparoli

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

Page 3: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

ADRIANA BILIERI

JULIANA PESSOA ARAUJO

MARISSOL MARIKO TANAKA

SANDRA FERRACINI SENTINELLO

PERFIL MEDICAMENTOSO DA ASMA NA REDE PÚBLICA DE

PALMEIRA D’OESTE – SP

Trabalho de conclusão de curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de bacharel

em farmácia.

Aprovado em: 09 de novembro de 2012

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof. MSc.Roney Eduardo Zaparoli

Prof. MSc. Vânia Luiza Ferreira

Lucatti Sato

Prof. MSc. Daiane Fernanda Pereira

Mastrocola

Prof. MSc. Roney Eduardo Zaparoli

Presidente da Banca Examinadora

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Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus, pois

sem ele, nada seria possível e nossos sonhos não

seriam concretizados.

Ao nosso orientador Roney Eduardo Zaparoli, pela

orientação na monografia, que soube fazer críticas

honestas e nos levaram a melhorar e direcionar esse

trabalho de conclusão de curso com muita seriedade

e dedicação.

As nossas famílias, que sempre nos deram apoio, e

estiveram presentes acreditando em nosso

potencial, nos incentivando na busca de novas

realizações e descobertas.

A todos os professores e colegas de sala.

Page 5: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

AGRADECIMENTOS

A Deus que incomparável e inconfundível na sua infinita bondade, compreendeu e

nos deu a necessária coragem para atingir nossos objetivos.

A todos os professores que conhecemos ao longo desses anos, nossa gratidão não

somente ao profissional competente, dedicado em partilhar e expandir seus

conhecimentos, mas também à pessoa, ao amigo que dignifica a luta por um ideal

nos conscientizando do valor de nossa profissão.

Aos amigos que encontramos e que para nós foram e sempre serão importantes,

fica o desejo de boa sorte e a vontade de que lutam e vençam.

A todas as pessoas importantes da nossa vida, que abriram mão de momentos de

convívio, que sofreram com nossa ausência quando o dever e o estudo nos

chamavam, mas que agora vêem com muito alívio e alegria, este fim de etapa.

Page 6: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas

grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do

que aliançar-se aos pobres de espírito, que nem

gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem

numa penumbra cinzenta onde não conhecem nem

vitória e nem derrota.”

(Theodore Roosefelt)

Page 7: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

RESUMO

A asma é uma inflamação das vias aéreas inferiores, com um grau de obstrução variável e reversível, sendo espontâneo ou por meio de introdução medicamentosa. É causada por fatores extrínsecos e intrínsecos, como genética, alimentos, pó, pólen, pêlos, exercícios físicos, etc. Seus sintomas mais comuns são tosse, compressão torácica, respiração rápida e chiados, e é classificada em asma Intermitente, Persistente Leve, Persistente Moderada e Persistente Grave. Seu diagnóstico é dado a partir de uma investigação feita pelo médico, que vai identificar os fatores que provocam as crises de asma. No entanto, os exames físicos são necessários para observar o grau de obstrução brônquica do paciente, como exemplo a espirometria, que identifica e quantifica a obstrução dos brônquios. A asma não tem cura, porém é controlável, fazendo uma prevenção das crises decorrentes, evitando a exposição com alérgenos e utilizando uma farmacoterapia adequada. No tratamento da asma existem duas classes de medicamentos: broncodilatores e antiinflamatórios. Dentro dos primeiros existem os de ação curta e prolongada como, por exemplo, formoterol e salmeterol. Na segunda destacam-se os corticosteróides, sendo a budesonida e fluticasona seus representantes. A pesquisa feita no município de Palmeira D`Oeste, dentro da rede pública, relatou o uso de vários medicamentos utilizados no tratamento da asma, onde dependendo do tipo de asma, foram utilizados associações diferentes ou monodroga, de acordo com a sua faixa etária. Diante dos resultados obtidos foi constatado que houve eficácia de todos os medicamentos utilizados nos pacientes, onde a associação de medicamentos foi realizada de forma racional, como os broncodilatadores com antiinflamatórios. Palavras-chave: Asma. Antiinflamatório. Broncodilatador.

Page 8: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

ABSTRACT

Asthma is an inflammation of the lower airways with a degree of obstruction variable and reversible, with spontaneous or by means of drug introduction. It is caused by extrinsic and intrinsic factors such as genetics, food, dust, pollen, dander, exercise, etc.. Its most common symptoms are cough, chest compression, rapid breathing and wheezing, and asthma is classified as Intermittent, Mild Persistent, Moderate Persistent, and Severe Persistent. Its diagnosis is given from an investigation by the doctor, who will identify the factors that cause asthma attacks. However, physical examinations are necessary to observe the degree of bronchial obstruction of the patient, such as spirometry, which identifies and quantifies the obstruction of bronchi. Asthma has no cure, but it is controllable, making a prevention of crises arising, avoiding exposure to allergens and using an appropriate pharmacotherapy. In the treatment of asthma are two classes of drugs: bronchodilators and anti-inflammatory. Within the first there are short and prolonged action such as formoterol and salmeterol. The second stand out corticosteroids, budesonide and fluticasone and their representatives. Research done in Palmeira D'Oeste, in the public, reported the use of several drugs used to treat asthma, where depending on the type of asthma, we used different associations or monodroga, according to their age group. Based on these results it was found that there was efficacy of all medicines used in patients where the drug combination were carried out in a rational manner, with anti-inflammatory drugs such as bronchodilators. Keywords: Asthma. Anti-inflammatory. Bronchodilatador.

Page 9: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Bronquíolo normal e bronquíolo asmático. 15

Figura 2 - Medidor de fluxo de pico. 19

Figura 3 - Terapia medicamentosa da pesquisa em geral. 27

Figura 4 - Terapia medicamentosa de asma entre os Jovens. 29

Figura 5 - Terapia medicamentosa de asma entre os Adultos. 30

Figura 6 - Terapia medicamentosa de asma entre os Idosos. 31

Page 10: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

LISTA DE QUADRO E TABELA

Tabela 1 - Classificação dos fármacos usados na asma e principais

Representantes. 21

Quadro 1 - Tabulação da pesquisa de medicamentos para asma. 27

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMPc Adenosina monofosfato cíclico.

CID Classificação Internacional de Doenças.

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

OMS Organização Mundial da Saúde.

RAST Radioallergosornents test.

SUS Sistema Único de Saúde.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12

1 ASMA ..................................................................................................................... 14

1.1 Classificação ..................................................................................................... 16

1.2 Etiologia ............................................................................................................. 16

1.3 Diagnóstico ........................................................................................................ 18

2 MEDICAMENTOS .................................................................................................. 21

2.1 Broncodilatadores ............................................................................................. 21

2.1.1 Metilxantinas .................................................................................................... 22

2.1.2 Agonista beta 2-adrenérgico ............................................................................ 22

2.1.3 Antagonistas colinérgicos ................................................................................. 22

2.2 Antiinflamatórios ............................................................................................... 23

2.2.1 Corticosteróides................................................................................................ 23

2.2.2 Cromoglicato dissódico e nedocromila ............................................................. 23

2.2.3 Antagonista de leucotrienos ............................................................................. 24

2.3 Anticorpos anti-IgE ........................................................................................... 24

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 25

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 25

3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 25

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 26

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 27

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 32

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33

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INTRODUÇÃO

A asma é uma doença crônica pulmonar caracterizada por obstrução

reversível das vias aéreas. A manifestação clínica da asma inclui sintomas como

tosse, sibilos, opressão torácica e dispneia, sendo esses sintomas mais frequentes à

noite (RAFFA et al., 2007).

A asma é originada pela liberação dos mediadores químicos (inflamatórios e

broncodilatadores) dentro da parede brônquica onde os mastócitos, leucócitos,

macrófagos, fibras do sistema nervoso respondem com uma liberação de vários

mediadores, como a histamina, triptase, prostaglandina, leucotrienos entre outros,

resultam em uma resposta inflamatória em locais como tecido alvo no aparelho

respiratório, resultando em hipersecreção de muco e mucosa responsável pela

obstrução das vias aéreas (SMITH; ARONSON, 2002).

De acordo com os padrões das crises e testes, a asma pode ser classificada

em asma intermitente, asma persistente leve, asma persistente moderada e asma

persistente grave (SILVA, 2006).

A asma é uma doença complexa e multifatorial, caracterizada por diversos

sintomas, sendo as manifestações mais comuns em crianças. Quando ocorre um

ataque de asma, os músculos ao redor das vias respiratórias ficam apertados e a

parte interna das passagens de ar incha. Isso reduz a quantidade de ar que pode

passar (PESSOA, 2001).

O diagnóstico de asma é realizado através dos sinais e sintomas que

aparecem de forma repetida e que são citados pelo paciente. No exame físico, o

médico poderá analisar a sibilância nos pulmões, principalmente nas exacerbações

da doença. No entanto, nos indivíduos que estão fora de crise, o exame físico

poderá ser normal. Existem exames complementares que podem ajudar o médico,

dentre eles estão: a radiografia do tórax, exames de sangue e de pele (para

constatar se o paciente é alérgico) e a espirometria que identifica e quantifica a

obstrução ao fluxo de ar (BETHLEM, 2000).

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 300 milhões

de pessoas são afetadas com a asma, na chegada do inverno, temperaturas baixas

fazem com que as pessoas permaneçam constantemente em lugares fechados.

Nestes locais, a concentração de ácaros, poeira, mofo e demais substâncias

alérgicas é maior, desencadeando crises de asma e outras alergias respiratórias

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sendo mais comuns entre as crianças e se relacionando a mais de 250 mil mortes

por ano. No Brasil, estima-se que 11,4% das pessoas tenham asma (COSTA et al.,

2012).

Há duas classes de medicamentos utilizados no tratamento da asma, os

broncodilatadores de duração curta e prolongada que relaxam a musculatura das

vias aéreas e inibem a liberação de mediadores mastócitos e basófilos, como por

exemplo, o salmeterol, formoterol e tiotrópio, e os antiinflamatórios que previnem ou

resolvem uma inflamação brônquica existente, melhorando a qualidade de vida dos

pacientes como budesonida e fluticasona (PESSOA, 2001).

Esta pesquisa mostra um levantamento feito com 60 pacientes, por faixa

etária no município de Palmeira D’Oeste – SP, tendo como objetivo verificar o perfil

de utilização de medicamentos no tratamento da asma analisando a eficácia dos

medicamentos isolados e associados.

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14

1 ASMA

A asma é caracterizada como uma doença pulmonar, uma inflamação crônica

das vias aéreas inferiores, resultando em uma sufocação, onde o paciente tem uma

dificuldade na respiração, devido a uma broncoconstrição, conforme mostra a figura

1 (RAFFA et al., 2007).

O estreitamento das vias respiratórias é definido como hiper-reatividade, onde

a broncodilatação é variável e reversível, dependo do grau da obstrução dos

brônquios, que pode voltar ao normal com ou sem a introdução de medicamentos

específicos para cada tipo de asma (TARANTINO, 2002).

A asma causa no paciente dispneia, sibilos, opressão torácica e tosse

contínuas ou intermediárias, no entanto só a apresentação desses sintomas não é

suficiente para diagnosticar a asma, é preciso também conhecer o histórico familiar

de atopia (alergia) e se houve exposição de alérgenos irritantes respiratórios,

exercícios, uso de medicamentos, ingestão de alimentos ou até infecções virais

presentes na rotina do paciente (PESSOA, 2000).

Os sintomas de asma podem apresentar periodicamente, ou de vez em

quando, conforme o tipo de asma. Deve ser avaliada por anamnese ou por um

questionário que contribui para o conhecimento da intensidade das crises,

transtornos e eficácia da terapia no paciente. A anamnese é necessária, pois avalia

a gravidade e a duração dos sintomas, apontando a melhor terapia e procedimentos

a serem executados para tratar a asma (RAFFA et al., 2007; SILVEIRA, 2005).

O fator inflamatório é de suma importância na asma, pois o estado de

broncoespasmo difuso, com inflamação, modifica-se em curtos espaços de tempo,

espontâneo ou com a introdução de medicamentos, embora doenças

cardiovasculares apresentem sintomas parecidos (BETHLEM, 2000).

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Figura 1 - Bronquíolo normal e bronquíolo asmático Fonte: A.D.A.M. Inc. Disponível em: www.minhavida.com.br/saúde/temas/asma

A asma embora seja uma doença reversível, onde o tratamento com

medicamentos seja eficaz, a doença pode causar muito sofrimento tanto nos

pacientes quanto em seus familiares. Esta doença também pode ser fatal e o

atendimento de urgência e hospitalizações se faz necessário, onde a assistência da

doença deve se fundamentar em três itens indissociáveis que são o controle

ambiental, os medicamentos e a educação (SILVEIRA, 2005).

Tanto o médico como o paciente deve ter consciência de que o controle da

asma significa não apenas a ausência das crises, mas a expansividade normal das

vias aéreas (BETHLEM, 2000).

Em casos mais graves da doença, faz-se um afastamento de irritantes

específicos e inespecíficos, incluindo aspectos psicológicos, refluxos

gastroesofágico, melhorando assim a qualidade de vida do paciente (TARANTINO,

2002).

Page 17: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

16

1.1 Classificação

A asma pode ser classificada em intermitente, persistente leve, persistente

moderada e persistente grave (PESSOA, 2000).

A diferença entre os tipos de asma é a gravidade da doença. A intermitente

não atrapalha a função pulmonar, o paciente continua realizando seu trabalho e

atividade física normalmente, não necessitando de bombinhas de alívio contendo

broncodilatador (TARANTINO, 2002).

A asma persistente leve também não é agravante, pois a função pulmonar do

paciente é normal. As atividades físicas e o sono em geral são normais, embora os

sintomas possam aparecer mais de duas vezes por semana, porém menos de uma

vez por dia. Quanto aos sintomas noturnos eles ocorrem mais que duas vezes por

mês (SILVEIRA, 2005).

Na asma persistente moderada a função pulmonar é anormal e sua clínica

pode apresentar sintomas diários, que consequentemente afeta a qualidade de vida

do paciente. Seu sono é interrompido mais de duas vezes por semana (RAFFA et

al., 2007).

E finalmente a persistente grave apresenta sintomas diários e contínuos com

risco de vida. Tem as atividades habituais limitadas, sintomas noturnos frequentes e

o sono são interrompidos duas ou mais vezes na semana (PESSOA, 2000).

1.2 Etiologia

Asma é uma doença complexa e multifatorial, caracterizada por diversos

sintomas, sendo as manifestações mais comuns em crianças e idosos (SILVEIRA,

2005)

Pode determinar um comprometimento funcional de repetição irregular que

manifesta através de uma hiper-reatividade das vias aéreas a diferentes estímulos

levando as crises de broncoespasmo (BETHLEM, 2000).

As alterações funcionais características da asma são devido ao espasmo da

musculatura lisa dos brônquios, edema da mucosa e hipersecreção brônquica,

provocando aumento da resistência das vias aéreas, distribuição irregular do ar

inspirado, distúrbios na relação ventilação perfusão e maior consumo energético do

trabalho respiratório (PESSOA, 2001).

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A resposta imunológica age de várias formas. Quando o antígeno se liga nos

receptores chamado anticorpo anti-IgE, que ao contato com algum alérgeno (poeira,

pólen, pelos, etc), provoca a desgranulação do mastócito, liberando mediadores

farmacológicos como a histamina, prostaglandinas, leucotrienos, etc, tendo ação

direta em órgãos alvos (glândulas, músculo liso, vasos sanguíneos) (SILVEIRA,

2005).

Pode ter sua ação nas quimiotaxias que recruta as células tipo Th2 que faz a

ativação de células inflamatórias como, por exemplo, os eosinófilos. Provocando

uma inflamação das vias aéreas, uma hiper-reatividade ou uma lesão epitelial que

acontece já na fase tardia, os agentes antiinflamatórios (corticosteróides) agem na

intervenção fazendo o bloqueio (TARANTINO, 2002).

O bloqueio β-adrenérgico é causado por infecção, metabólitos, deficiência de

adenilciclase e fármacos que atacam os nervos simpáticos, tendo ação nos órgãos

alvos, no entanto quem realiza o bloqueio são as agonista β2-adrenégico

(broncodilatadores) (PESSOA, 2000).

A dominância colinérgica faz com que o cérebro mande informações para o

nervo vago que tem ação direta nos órgãos alvo para a inflamação dos brônquios

(RAFFA et al., 2007).

Outra forma é a deficiência de amina β-adrenérgica, onde o pâncreas age

também diretamente nos órgãos alvos fazendo com que haja inflamação dos

brônquios, porém o bloqueio se dá devido à adrenalina (BETHLEM, 2000).

A asma também pode ser induzida por fatores extrínsecos e intrínsecos, onde

a asma alérgica extrínseca é afetada em pacientes jovens (crianças e adolescentes),

que tem histórico familiar normalmente positivo (casos na família), histórico de

eczema na infância, teste cutâneo normalmente positivo, crises relacionadas com

alérgenos específicos (pólen, alimentos, fármacos) e resposta favorável à

hipossensibilização associada ao IgE (pessoas que tem alergia). No entanto, os

linfócitos B sintetizam os anticorpos IgE logo após o contato com o antígeno (RAFFA

et al., 2007).

A asma intrínseca é ocasionada em adultos a partir de 35 anos de idade,

onde o histórico familiar do paciente é normalmente negativo, sem histórico de

eczema na infância, crises relacionadas com infecções, exercícios físicos e outros

estímulos e teste cutâneo normalmente negativo. A asma intrínseca se desenvolve

no organismo geralmente mais tardiamente e os aspectos comuns entre os dois

Page 19: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

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tipos de asma são agonia respiratória, dispneia, sudoração, rubor nas narinas,

apreensão, roncos, eosinofilia, entre outros (RAFFA et al., 2007).

1.3 Diagnóstico

A investigação do paciente com asma deve ser feita para a confirmação do

diagnóstico, identificando fatores que provocam as crises, saber o quadro clínico do

paciente, avaliar criticamente os tratamentos utilizados anteriormente e planejar uma

estratégia terapêutica imediata e em longo prazo (TARANTINO, 2002).

A história clínica do paciente é um dos fatores mais importantes para o

diagnóstico da doença e deve sempre que necessário ser avaliada e revista para

não deixar passar despercebidas informações importantes para o esclarecimento do

caso, onde vai ser introduzido um planejamento terapêutico adequado para o

paciente (SILVEIRA, 2005).

No exame físico, os principais fatores são os que demonstram a presença e o

grau de obstrução brônquica. O paciente vai fazer uma avaliação funcional pulmonar

através da espirometria, que confirma a presença da obstrução dos brônquios, o seu

grau e a resposta do broncodilatador (BETHLEM, 2000).

O uso do pico do fluxo expiratório pela sua simplicidade, disponibilidade para

uso doméstico e baixo custo é uma forma não só de diagnóstico como uma forma de

automanejo, conforme mostra a Figura 2 (RAFFA et al., 2007).

A gasometria arterial é indicada para diagnósticos das crises graves e

tratamento da insuficiência respiratória; e testes de broncoprovocação são utilizados

para o diagnóstico diferencial de asma atípica (PESSOA, 2000).

A radiologia é feita para detectar complicações como a pneumonia,

atelectasia pulmonar, pneumotórax e pneumomediastino. Os testes cutâneos são

feitos para verificar a dosagem de imunoglobulina IgE no sangue, onde pode ser

feito o RAST (radioallergosornents test) que possibilita um diagnóstico mais

específico dos alérgenos que provoca o desencadeamento de alergias respiratórias

(TARANTINO, 2002).

O exame de escarro vai estar bastante alterado na asma brônquica, que pode

ser de muita importância para o diagnóstico, pois sua consistência, viscosidade e

tensão superficial aumentam fazendo com que formem pelotas depois de

expectorado, pois nesta fase o escarro expelido tem propriedades eosinofílicas, que

Page 20: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

19

é o acúmulo de proteínas ligadas ao processo inflamatório alérgico, fazendo com

que tenha uma alteração na função ciliar (SILVEIRA, 2005).

No exame microscópico do escarro em um paciente com asma, há um

aumento de números de eosinófilos, embora aconteçam outros processos

inflamatórios. No entanto, pacientes asmáticos que não costumar utilizar

medicamentos como corticóides, o percentual seria de 15%, onde para o diagnóstico

da doença tem já uma alta significância clínica (BETHELEM, 2000).

O diagnóstico diferencial da asma é, portanto, a bronquite infecciosa aguda,

DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), síndrome da disfunção reativa das vias

aéreas, patologias intersticiais, tromboembolismo pulmonar, insuficiência ventricular

esquerda, tumores de traqueia ou brônquio, etc. O grau de intensidade da asma,

associado com a resposta do uso do broncodilatador são um dos fatores mais

importantes para a diferenciação da insuficiência cardíaca com a DPOC (PESSOA,

2001).

Figura 2 - Medidor de fluxo de pico Fonte: A.D.A.M. Inc. Disponível em: www.minhavida.com.br/saúde/temas/asma

Segundo estimativas da OMS, 300 milhões de pessoas são afetadas com a

asma, na chegada do inverno, temperaturas baixas fazem com que as pessoas

permaneçam constantemente em lugares fechados. Nestes locais, a concentração

de ácaros, poeira, mofo e demais substâncias alérgicas é maior, desencadeando

crises de asma e outras alergias respiratórias, sendo mais comum entre as crianças

e se relacionando a mais de 250 mil mortes por ano. No Brasil, estima-se que 11,4%

das pessoas tenham asma. Em 2007, ocorreram 273.000 internações por essa

Page 21: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

20

doença. Asma constitui-se a quarta causa de hospitalização pelo Sistema Único de

Saúde (SUS) (2,3% do total) e a terceira causa entre crianças e adultos jovens,

gerando um custo aproximado de 361 reais por internação (COSTA et al., 2012).

Page 22: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

21

2 MEDICAMENTOS

Classificação Grupo Representantes

SIMPATICOMIMÉTICOS

Duração Intermediária salbutamol, fenoterol, terbutalina

Duração Prolongada salmeterol, formoterol

Broncodilatadores Outros Epinefrina

XANTINAS teofilina, aminofilina

PARASSIMPATICOLÍTICOS

brometo de ipratrópio, brometo de

oxitrópio,

brometo de tiotrópio, atropina

CORTICÓIDES beclometasona, budesonida, fluticasona,

flunisolida, mometasona

Anti-Inflamatórios

CORTICOSTERÓIDES DE

USO

SISTÊMICOS

prednisona, metilprednisolona,

hidrocortisona

CROMOGLICATO DISSÓDICO E NEDOCROMILA

ANTAGONISTAS DE

LEUCOTRIENOS

zileutona, zafirlucaste, motelucaste,

pranlucaste

Imunomoduladore

s

ANTI IgE Omalizumabe

Tabela 1: Classificação dos fármacos usados na asma e principais representantes Fonte: Ministério da Saúde, Uso Racional de Medicamentos, Brasília, 2012.

Os medicamentos administrados aos asmáticos têm o objetivo de melhorar a

qualidade de vida do indivíduo (SILVA, 2002).

2.1 Broncodilatadores

Os broncodilatadores são drogas que relaxam a musculatura das pequenas

vias aéreas e inibem a liberação de mediadores dos mastócitos e basófilos, bem

como melhoram o batimento mucociliar. Podem ser usados por via oral, injetável ou

inalatória, porém, a via preferencial de utilização é a inalatória (RANG et al., 2003).

Page 23: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

22

2.1.1 Metilxantinas

São usadas desde o século XX, após as observações que o café forte, era

capaz de aliviar os sintomas da asma. Alimentos como café, chá e bebidas contendo

chocolate normalmente possuem xantinas naturais como a cafeína e teobromina

(PAGE et al., 2004).

O mecanismo de ação das metilxantinas ainda não está completamente

entendido, mas sabe-se que ocorre inibição da fosfodiesterase, com consequente

aumento do AMPc intracecular e relaxamento da musculatura lisa dos brônquios;

Inibição dos receptores de adenosina, com posterior redução da liberação de

mediadores inflamatórios por mastócitos sensibilizados; aumento da produção de IL-

10, que é uma citosina com ação antiinflamatória (ex: teofina e aminofilina) (SILVA,

2002).

2.1.2 Agonista beta 2-adrenérgico

São agentes de inalação de ação curta e constituem a primeira opção para

alívio de crises instaladas em todos os estágios da asma. Esses fármacos relaxam a

musculatura lisa bronquial, inibem a liberação do mediador e aumentam o transporte

de muco por estímulo de adrenorreceptores beta 2 que estão localizados nas células

musculares lisas das vias aéreas (SILVEIRA, 2005).

2.1.3 Antagonistas colinérgicos

Causam broncodilatação através da ligação aos receptores muscarínicos na

musculatura lisa aérea antagonizando os efeitos da acelticolina liberada pelos

nervos parassimpáticos nos nervos vago. Há três tipos de receptores muscarínicos

nos seres humanos: M1 (localizado nos gânglios parassimpáticos), M2 (localizado

no coração) e M3 (localizado nas vias aéreas) (FUCHS et al., 2004).

O tiotrópio é um broncodilatador que tem ação prolongada antimuscarínica

seletiva para receptores M1 e M3 e tem eficácia comprovada no tratamento de

pacientes com DPOC. Os efeitos adversos são raros, os mais frequentes são secura

na boca, rubor, tontura e leve taquicardia (FUCHS et al., 2006).

Page 24: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

23

2.2 Antiinflamatórios

Podem resolver uma inflamação brônquica existente ou prevenir a inflamação

subsequente da asma (RANG et al., 2003).

2.2.1 Corticosteróides

Os corticosteróides inibem a fase tardia da reação alérgica (incluindo a

resposta asmática tardia ao desafio com antígeno) por vários mecanismos:

reduzindo o número de mastócitos habitantes da superfície das células da mucosa

das vias aéreas; reduzindo a quimiotaxia e a ativação de eosinófilos e; a produção

de citocinas por eosinófilos, monócitos, mastócitos e linfócitos. Usados regularmente

reduzem a reatividade bronquial, melhoram a qualidade das vias aéreas e diminuem

a gravidade e a frequência das crises de asma (SILVEIRA, 2005).

Estes medicamentos (corticosteróides) podem ser usados com segurança em

gestação e amamentação, mas o uso prolongado tem efeitos adversos sistêmicos

evidentes, exemplo: diabete mellitus, osteoporose, predisposição a infecções

oportunistas, insuficiência supra-renal, síndrome de cushing, fragilidade capilar com

formação de hematomas, cataratas e distúrbios psiquiátricos (RAFFA et al., 2007).

Os corticóides inalados diminuem a intensidade da inflamação crônica das

vias respiratórias em asmáticos, obtendo bons resultados no controle da asma leve

e moderada (ex: fluticasona, flunisolida, budesonida, beclometasona, mometasona),

(RANG et al, 2003).

2.2.2 Cromoglicato dissódico e nedocromila

Embora considerado um antiinflamatório com menor eficiência que os

corticóides, bloqueiam os canais de cloro da membrana celular dos mastócitos,

eosinófilos, nervos e células epiteliais. Ambas as drogas são seguras, tem raros

efeitos colaterais e não é conhecida interação medicamentosa com os mesmos,

porém são utilizados mais para tratamento de asma moderada (SILVEIRA, 2005).

Page 25: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

24

2.2.3 Antagonista de leucotrienos

Os leucotrienos se originam da enzima 5-lipoxigenase do metabolismo do

ácido araquidônico causando broncoconstrição, aumentando a hipereatividade dos

brônquios, edema, hipersecreção do muco e infiltração eosinofílica nas vias

respiratórias (SILVA, 2002).

Quando usado regularmente esses fármacos funcionam tão bem quanto os

corticosteróides inalados na redução da frequência de crise da asma, porém, os

antagonistas de leucotrienos têm menor capacidade de aliviar os sintomas, reduzir a

reatividade bronquial e melhorar a qualidade das vias aéreas. Esses medicamentos

são indicados para asma leve e moderada (ex: zileutona, zafirlucaste, montelucaste,

pranlucaste) (RAFFA et al., 2007).

2.3 Anticorpos anti-IgE

Esse é um dos tratamentos mais recentes, onde os fármacos que atuam

como anticorpos anti-IgE evitam a ligação de IgE à superfície dos mastócitos e essa

ação reduz a formação de complexos antígeno-IgE ativados e suprime a liberação

de mediadores que induzem a broncoconstrição imediata na fase precoce.

Omalizumabe ou Rhumab-E25 (anticorpo monoclonal humanizado recombinante

anti-IgE) é o primeiro de uma nova classe de agentes que objetivam especificamente

atuar na IgE humana. Ele se conjuga com IgE livre circulante, qualquer que seja sua

especificidade com o alérgeno e impede respostas subseqüentes mediadas por IgE

(RAFFA et al., 2007).

Page 26: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

25

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Realizar um levantamento do perfil medicamentoso no tratamento da asma

em pacientes da rede pública do município de Palmeira D`Oeste – SP.

3.2 Objetivos Específicos

Verificar a eficácia do tratamento da asma nos pacientes da rede pública de

Palmeira D`Oeste;

Verificar os tipos de medicamentos utilizados no tratamento da asma nos

pacientes estudados;

Utilização por faixa etária dos tipos de medicamentos para asma;

Avaliar os esquemas terapêuticos empregados na farmacoterapia da asma;

Page 27: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

26

4 METODOLOGIA

Pesquisa em rol de pacientes fornecidos pela rede pública de Palmeira

D’Oeste, constando dados como: idade, medicamentos, CID da doença de cada

paciente.

Tabulação dos dados e verificação por faixa etária da utilização de

medicamentos para asma.

Dentre os 60 pacientes pesquisados, 36 são do sexo feminino e 24 do sexo

masculino, numa faixa etária entre 11 a 83 anos.

Page 28: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

QuantidadeQuantidade Quantidade Total de Usuário por

Tratamento jovens adulto de idoso por tipo de

Jovens Adulto Idoso Medicamento

Salmeterol 50mcg 2 5 7

Salmeterol 50 mcg + Fluticasona 250 mcg 1 4 3 8

Salmeterol 50 mcg + Fluticasona 100 mcg 3 3

Salmeterol 50 mcg + Budesonida 200 mcg 2 2 4

Budesonida 200 mcg 4 3 7

Formoterol 12 mcg 3 3

Formoterol 12 mcg + Budesonida 400 mcg 9 6 15

Formoterol 12 mcg + Fluticasona250 mcg 1 1 2

Formoterol 6 mcg + Budesonida 200 mcg 2 2 4

Formoterol 12 mcg + Budesonida 400 + Tiotropio 2,5 mcg 6 6

Formoterol 12 mcg + Fluticasona 250 mcg + Tiotropio 2,5 mcg 1 1

Total 3 24 33 60

Quadro 1: Tabulação da pesquisa de medicamentos para Asma

Figura 3: Terapia medicamentosa da pesquisa em geral Fonte: elaboração própria

Page 29: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

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Segundo os dados obtidos nesta pesquisa, entre os jovens só foram utilizados

associações de salmeterol/fluticasona e formoterol/ budesonida. Entre os pacientes

adultos, não foram utilizados os medicamentos com combinações com tiotrópio, a

não ser os idosos, porém nestes foram utilizados também os medicamentos

formoterol combinado com a budesonida em concentrações diferentes no tratamento

da asma.

Em todas as faixas etárias descritas na pesquisa, os medicamentos mais

utilizados no tratamento da asma foram a combinação de formoterol/budesonida e

salmeterol/fluticasona, enquanto nos pacientes idosos além de ultilizar esses

também houve a introdução do tiotrópio.

A eficácia desses medicamentos é devido a utilização dos antiinflamatórios

associados, pois tem ação direta nos órgãos alvos. Segundo Oddera, et al.(1995), a

budesonida é tão eficaz quanto a dexametasona, pois induz a inibição da inflamação

das vias respiratórias.

A budesonida, quando estudada em ratos, apresentou certa afinidade com os

pulmões destes, o que explicaria os efeitos terapêuticos positivos, com relação a

este fármaco (RYRFELDT et al.,1989).

Page 30: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

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Figura 4: Terapia medicamentosa de asma entre os Jovens. Fonte: elaboração própria

De acordo com a figura 4, é possível observar que 67% dos jovens estão

fazendo uso da associação formoterol e budesonida e os outros 33% fazem uso do

salmeterol e fluticasona. Dados relatam que estas associações mostraram

efetividade no tratamento da asma (PATEL et al., 2010).

Ainda segundo Molitor et al. (2005) a combinação do broncodilador e o

antiinflamatório se mostrou mais efetivo no controle da asma moderada ou grave

quando comparado com a utilização isolada destes fármacos.

Quando comparado a fluticasona isolada com os medicamentos associados

(broncodilatador e antiinflamatório), estes foram mais eficazes em crianças, pois

melhoram significativamente a broncoconstrição (MAKELÃ et al., 2012).

Hozawa et al. (2011) relata que o uso da associação budesonida/formoterol,

tem grande eficácia, melhorando a inflamação das vias aéreas e tendo uma redução

dos sintomas da asma.

Page 31: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

30

Figura 5: Terapia medicamentosa de asma entre os Adultos Fonte: elaboração própria

De acordo com a figura 5, entre os pacientes adultos, 71% utilizam a

budesonida isolada ou em associação. Ainda é possível constatar que 50% utilizam

formoterol como broncodilatador e que 8% utilizam somente broncodilatador de ação

prolongada como terapia.

Segundo Hodgson D, Mortimer K, Harrison T. (2010), a combinação de

formoterol e budesonida oferece vantagens terapêuticas no tratamento da asma,

pois mostra claramente que o medicamento utilizado é seguro e eficaz tanto na

terapia de manutenção quanto no alívio dos sintomas.

O uso de fluticasona/formoterol tem mais eficácia e segurança em

adolescentes e adultos com asma leve a moderada (NATHAM et al., 2012).

Page 32: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

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Figura 6:Terapia medicamentosa de asma entre os Idosos. Fonte: elaboração própria

Na figura 6, verifica-se que entre os pacientes idosos, 48% fazem uso da

budesonida isolada ou em associação, 22% do total utilizam tiotrópio também para

combater doenças como a DPOC e 26% dos pesquisados utilizam somente

broncodilatador de duração prolongada.

Segundo Szmidt et al. (2012), o tiotrópio é colocado em associação com os

antiinflamatorios/broncodilatador (budesonida e formoterol), pois melhora sintomas

característicos de DPOC.

O uso do tiotrópio, comparado com o salmeterol no tratamento da asma

persistente moderada mostrou maior eficácia na função pulmonar e tem um papel

importante no tratamento da asma nas fases graves, com ou sem enfisema

pulmonar (BATEMAN et al., 2011; PARQUE, 2012).

Page 33: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

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6 CONCLUSÃO

A terapia medicamentosa apresentou eficácia quando comparado com a

utilização destas mesmas substâncias para o controle da asma em outros locais do

mundo.

Broncodilatadores e antiinflamatórios foram os medicamentos mais usados no

tratamento da doença em questão, porém na maioria dos casos em associação,

dependendo do tipo e da gravidade da doença.

Contudo, a faixa etária que apresentou o maior número de asmáticos foi a

idosa, e também a que mais fez uso dos medicamentos em associação, pois dentre

os 60 pacientes pesquisados apenas 3 jovens apresentaram a doença.

O tiotrópio, no entanto, é utilizado nos casos de asma com DPOC como

coenfermidade.

Page 34: Perfil medicamentoso da asma na rede pública de palmeira d’oeste

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REFERÊNCIAS

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