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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA REQUERIMENTO Número / ( .ª) PERGUNTA Número / ( .ª) Publique - se Expeça - se O Secretário da Mesa Assunto: Destinatário: Ex. ma Sr.ª Presidente da Assembleia da República O Consulado-Geral do Rio de Janeiro desde há bastante tempo que era objeto de queixas da Comunidade Portuguesa devido a problemas e dificuldades relacionados com o atendimento consular, suscitando até no passado recente algumas inspeções diplomáticas. Entre as queixas e críticas mais frequentes feitas pela Comunidade Portuguesa estavam os problemas e dificuldades no atendimento, a demora para a obtenção de documentos e o favorecimento de algumas pessoas exteriores ao consulado para a resolução de alguns problemas. Os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Fora da Europa, inclusivamente, chegaram até a classificar de “inadequada e pouco digna” a forma como eram atendidos os utentes e pediram em diversas ocasiões que fossem resolvidos os problemas que se verificavam na organização interna dos serviços consulares. Na sequência de uma visita que efetuei ao Consulado-Geral do Rio de Janeiro, no passado dia 17 de Junho, e tendo manifestado preocupação relativamente às dificuldades sentidas pela comunidade no acesso ao consulado e rapidez na resolução dos problemas, fiquei a saber que uma nova inspeção diplomática acompanhada de agentes da Polícia Judiciária esteve no consulado no passado mês de Maio, muito pouco tempo depois do novo Cônsul-Geral assumir funções. Na medida em que todos os serviços do Estado Português se devem reger por princípios éticos à prova de qualquer suspeita e não albergar nenhum tipo de atividade alheia à idoneidade e integridade dos serviços públicos, para que todos os cidadãos possam ser tratados em termos de igualdade, como sempre deve ocorrer na Administração Pública, a presença de uma nova inspeção diplomática acompanhada de agentes da Polícia Judiciária suscita a maior apreensão. E evidencia certamente suspeitas graves de irregularidades ou situações anómalas. Importa, por isso, esclarecer que situações motivaram uma intervenção da Polícia Judiciária no Consulado-Geral do Rio de Janeiro, até para prevenir que situações idênticas possam voltar a surgir naquele ou em qualquer outro consulado, de forma a preservar a imagem do Estado português e salvaguardar a imagem dos funcionários que atuam no cumprimento das orientações do Regulamento Consular. Assim, ao abrigo das disposições legais e regimentais, e sem prejuízo do eventual segredo de

Pergunta paulo pisco

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Page 1: Pergunta paulo pisco

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

REQUERIMENTO Número / ( .ª)

PERGUNTA Número / ( .ª)

Publique - se

Expeça - se

O Secretário da Mesa

Assinatura da Mesa

Assunto:

Destinatário:

Ex. ma Sr.ª Presidente da Assembleia da República

 O Consulado-Geral do Rio de Janeiro desde há bastante tempo que era objeto de queixas da

Comunidade Portuguesa devido a problemas e dificuldades relacionados com o atendimento

consular, suscitando até no passado recente algumas inspeções diplomáticas.

Entre as queixas e críticas mais frequentes feitas pela Comunidade Portuguesa estavam os

problemas e dificuldades no atendimento, a demora para a obtenção de documentos e o

favorecimento de algumas pessoas exteriores ao consulado para a resolução de alguns

problemas.

Os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Fora da Europa, inclusivamente, chegaram até a

classificar de “inadequada e pouco digna” a forma como eram atendidos os utentes e pediram

em diversas ocasiões que fossem resolvidos os problemas que se verificavam na organização

interna dos serviços consulares.

Na sequência de uma visita que efetuei ao Consulado-Geral do Rio de Janeiro, no passado dia

17 de Junho, e tendo manifestado preocupação relativamente às dificuldades sentidas pela

comunidade no acesso ao consulado e rapidez na resolução dos problemas, fiquei a saber que

uma nova inspeção diplomática acompanhada de agentes da Polícia Judiciária esteve no

consulado no passado mês de Maio, muito pouco tempo depois do novo Cônsul-Geral assumir

funções.

Na medida em que todos os serviços do Estado Português se devem reger por princípios éticos

à prova de qualquer suspeita e não albergar nenhum tipo de atividade alheia à idoneidade e

integridade dos serviços públicos, para que todos os cidadãos possam ser tratados em termos

de igualdade, como sempre deve ocorrer na Administração Pública, a presença de uma nova

inspeção diplomática acompanhada de agentes da Polícia Judiciária suscita a maior apreensão.

E evidencia certamente suspeitas graves de irregularidades ou situações anómalas.

Importa, por isso, esclarecer que situações motivaram uma intervenção da Polícia Judiciária no

Consulado-Geral do Rio de Janeiro, até para prevenir que situações idênticas possam voltar a

surgir naquele ou em qualquer outro consulado, de forma a preservar a imagem do Estado

português e salvaguardar a imagem dos funcionários que atuam no cumprimento das

orientações do Regulamento Consular.

Assim, ao abrigo das disposições legais e regimentais, e sem prejuízo do eventual segredo de

Page 2: Pergunta paulo pisco

justiça, solicito ao Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros os seguintes

esclarecimentos:

- Que tipo de suspeitas de irregularidades ou situações anómalas motivou a ida da Polícia

Judiciária ao Consulado-Geral do Rio de Janeiro?

- Quais as conclusões da investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária?

- Que consequências terão as conclusões da investigação na organização e funcionamento do

Consulado-Geral do rio de Janeiro?

Palácio de São Bento, quinta-feira, 21 de Junho de 2012

Deputado(a)s

PAULO PISCO(PS)

____________________________________________________________________________________________________________________________Nos termos do Despacho nº 2/XII, de 1 de Julho de 2011, da Presidente da Assembleia da República, publicado no DAR, II S-E, nº 2, de 6 de Julho de 2011,a competência para dar seguimento aos requerimentos e perguntas dos Deputados, ao abrigo do artigo 4.º do RAR, está delegada nos Vice-Presidentes daAssembleia da República.