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Perigo na ponta da agulha Com benefícios comprovados no tratamento e na cura de várias doenças e sintomas, acupuntura pode causar problemas se aplicações forem malfeitas No longo caminho percorrido entre seu uso na terapia tra- dicional chinesa e sua incorporação pela medicina ocidental, a acupuntura foi posta à prova diversas vezes. Muitas agulhadas e pesquisas científicas depois, hoje pouca gente ainda duvida de seus benefícios para tratar e curar doenças e sintomas diversos. Uma década após seu reconhecimento como especialidade médica no Brasil (primeiro país, depois da China, a dar-lhe esse crédito), o que preocupa muitos acupunturistas não é mais provar que a técnica funciona, mas desmistificar a aura de procedimento “natural”, “não-invasivo” e “inofensivo” que a recobre. Com o aumento da demanda e do número de profissionais que oferecem o serviço, eles alertam para as complicações que a prática, quando malfeita, pode causar. “A idéia de que a acu- puntura não traz riscos é um mito. Ela não deixa de ser um pro- cedimento invasivo, em que se insere uma agulha no corpo em locais onde há terminações nervosas, vasos sangüíneos e órgãos”, afirma Jerusa Alecrim, médica responsável pelo Ambulatório de Acupuntura Aplicada ao Tratamento das Cefaléias, do Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Isso não significa, esclarecem os especialistas, que as pessoas devam abrir mão dos benefícios que o método terapêutico com- provadamente traz. A questão é ficar atento na hora de se subme- ter ao procedimento para poder usufruir de suas vantagens sem sofrer efeitos indesejáveis. “A acupuntura pode ser uma terapia segura, desde que executada por profissionais qualificados que tenham boa formação não só na aplicação das agulhas mas em questões prévias, como o diagnóstico segundo os parâmetros da medicina ocidental e o conhecimento da anatomia humana”, diz Alecrim. A gravidade dos efeitos adversos da acupuntura varia. Apesar de raros, os mais sérios podem levar à morte ou deixar seqüelas. O executivo Ricardo França de Araujo, 29, por exemplo, per- deu 30% da capacidade de um dos pulmões porque teve o órgão perfurado em uma sessão de acupuntura. O acidente lhe rendeu um pneumotórax (acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a membrana que reveste internamente a parede do tórax). Ricardo optou pela técnica para aliviar uma dor crônica nas costas. Após passar 40 minutos com seis agulhas no corpo, vol- tou para casa aliviado. Algumas horas depois, no entanto, uma repentina e aguda dor no peito o fez ligar para um amigo médico, que o aconselhou a procurar um hospital com urgência. Do outro lado da linha, estava o clínico-geral Euclides Ca- valcanti, do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo). “É preciso ter uma noção de anatomia para não perfurar o pulmão. Foi um erro de técnica. Mas é preciso ficar bem claro que isso que aconteceu é muito raro. A acupuntura é uma técnica muito segura”, afirma o médico. Depois de uma radiografia do pulmão, a perfuração foi con- firmada e Ricardo teve que fazer uma drenagem do ar que havia escapado e ficou internado por cinco dias. AGULHAS NA ORELHA Segundo os acupunturistas, uma região do corpo que exige cautela na hora da aplicação das agulhas é a orelha. Por se tratar de uma área com muita cartilagem e poucos vasos sangüíneos, é maior o risco de que ocorra uma inflamação que pode até levar à necrose. Alguns profissionais chegam a desaconselhar o uso de agulhas permanentes no local - aquelas que ficam presas por es- paradrapos por alguns dias. “Nesse caso, a infecção ocorre pelo trauma, já que a agulha vai mexendo e machucando a região”, explica Norton Moritz Carneiro, diretor do Centro de Estudos Avançados de Acupuntura Médica. Ele diz que a colocação de se- mentes de mostarda, muito usadas, diminui a chance de que isso ocorra. Para Carneiro, a acupuntura é um procedimento cirúrgi- co. “Você usa um instrumento invasivo, perfura a pele e entra no território corporal”. Apesar de rara, a transmissão de doenças como hepatite e Aids também pode ocorrer pelas agulhas. Por esse motivo, os especialistas recomendam usar agulhas descartáveis. Mesmo as individuais, reservadas para o uso de cada paciente, não são consideradas totalmente seguras, já que bactérias podem crescer entre uma sessão e outra e contaminar a própria pessoa na vez seguinte. “A prática disseminada no Brasil de guardar agulhas em tubos de ensaio com algodão protege o paciente contra HIV e hepatite. Mas não o livra de ter uma infecção, já que as agulhas ficam com secreções que viram meio de cultura para bactérias e fungos”, alerta Jerusa Alecrim. Hong Jin Pai, médico acupunturista do HC (Hospital das Clí- nicas) da USP e diretor do Colégio Médico de Acupuntura, cita um teste feito por sua equipe no qual agulhas usadas em 32 pa- cientes foram colocadas em um caldo especial para o crescimento de bactérias. “Entre elas, 47% se mostraram contaminadas.” Se- gundo ele, o aparelho de autoclave (um tipo de esterilizador) é o único capaz de esterilizar uma agulha não-descartável. “O álcool, nesses casos, não serve para coisa nenhuma”, afirma. Descartáveis ou não, alguns acupunturistas acabam esquecen- do as agulhas no corpo do paciente. “Não é incomum. Como o profissional pode usar 20, 25 agulhas, alguma pode ser esqueci- da, por exemplo, no couro cabeludo. Nesse caso, o cuidado é que, dependendo do local, ela pode acabar perfurando um órgão”, diz o médico Ysao Yamamura, chefe do setor de medicina chinesa e acupuntura da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A recomendação é que os acupunturistas contem as agulhas ao colocá-las e ao retirá-las. Rui Tanigawa, conselheiro da diretoria do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e vice-presidente da Amba (Associação Médica Brasileira de Acupuntura), lembra também que há pessoas com hipersensibilidade às agulhas: “Podem acon- tecer um mal-estar, reações desfavoráveis e desmaios. Nem todos reagem da mesma forma”. Foi o que aconteceu com o professor de epidemiologia Hele- no Rodrigues Corrêa Filho, 55, que procurou uma acupunturista para aliviar as dores ocasionadas por um problema no menisco do joelho esquerdo. “Em vez de deixar de sentir dor, passei muito mal e tive uma crise de hipoglicemia, com pressão arterial baixa, taquicardia e desmaio. Dependendo do nível da dor, agora prefiro 1

Perigo da acupuntura

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Perigo na ponta da agulhaCom benefícios comprovados no tratamento e na cura de várias doenças e sintomas,

acupuntura pode causar problemas se aplicações forem malfeitas

No longo caminho percorrido entre seu uso na terapia tra-dicional chinesa e sua incorporação pela medicina ocidental, a acupuntura foi posta à prova diversas vezes. Muitas agulhadas e pesquisas científicas depois, hoje pouca gente ainda duvida de seus benefícios para tratar e curar doenças e sintomas diversos.

Uma década após seu reconhecimento como especialidade médica no Brasil (primeiro país, depois da China, a dar-lhe esse crédito), o que preocupa muitos acupunturistas não é mais provar que a técnica funciona, mas desmistificar a aura de procedimento “natural”, “não-invasivo” e “inofensivo” que a recobre.

Com o aumento da demanda e do número de profissionais que oferecem o serviço, eles alertam para as complicações que a prática, quando malfeita, pode causar. “A idéia de que a acu-puntura não traz riscos é um mito. Ela não deixa de ser um pro-cedimento invasivo, em que se insere uma agulha no corpo em locais onde há terminações nervosas, vasos sangüíneos e órgãos”, afirma Jerusa Alecrim, médica responsável pelo Ambulatório de Acupuntura Aplicada ao Tratamento das Cefaléias, do Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Isso não significa, esclarecem os especialistas, que as pessoas devam abrir mão dos benefícios que o método terapêutico com-provadamente traz. A questão é ficar atento na hora de se subme-ter ao procedimento para poder usufruir de suas vantagens sem sofrer efeitos indesejáveis. “A acupuntura pode ser uma terapia segura, desde que executada por profissionais qualificados que tenham boa formação não só na aplicação das agulhas mas em questões prévias, como o diagnóstico segundo os parâmetros da medicina ocidental e o conhecimento da anatomia humana”, diz Alecrim.

A gravidade dos efeitos adversos da acupuntura varia.

Apesar de raros, os mais sérios podem levar à morte ou deixar seqüelas.

O executivo Ricardo França de Araujo, 29, por exemplo, per-deu 30% da capacidade de um dos pulmões porque teve o órgão perfurado em uma sessão de acupuntura. O acidente lhe rendeu um pneumotórax (acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a membrana que reveste internamente a parede do tórax).

Ricardo optou pela técnica para aliviar uma dor crônica nas costas. Após passar 40 minutos com seis agulhas no corpo, vol-tou para casa aliviado. Algumas horas depois, no entanto, uma repentina e aguda dor no peito o fez ligar para um amigo médico, que o aconselhou a procurar um hospital com urgência.

Do outro lado da linha, estava o clínico-geral Euclides Ca-valcanti, do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo). “É preciso ter uma noção de anatomia para não perfurar o pulmão. Foi um erro de técnica. Mas é preciso ficar bem claro que isso que aconteceu é muito raro. A acupuntura é uma técnica muito segura”, afirma o médico.

Depois de uma radiografia do pulmão, a perfuração foi con-firmada e Ricardo teve que fazer uma drenagem do ar que havia escapado e ficou internado por cinco dias.

AGULHAS NA ORELHA

Segundo os acupunturistas, uma região do corpo que exige cautela na hora da aplicação das agulhas é a orelha. Por se tratar de uma área com muita cartilagem e poucos vasos sangüíneos, é maior o risco de que ocorra uma inflamação que pode até levar à necrose. Alguns profissionais chegam a desaconselhar o uso de agulhas permanentes no local - aquelas que ficam presas por es-paradrapos por alguns dias. “Nesse caso, a infecção ocorre pelo trauma, já que a agulha vai mexendo e machucando a região”, explica Norton Moritz Carneiro, diretor do Centro de Estudos Avançados de Acupuntura Médica. Ele diz que a colocação de se-mentes de mostarda, muito usadas, diminui a chance de que isso ocorra. Para Carneiro, a acupuntura é um procedimento cirúrgi-co. “Você usa um instrumento invasivo, perfura a pele e entra no território corporal”.

Apesar de rara, a transmissão de doenças como hepatite e Aids também pode ocorrer pelas agulhas. Por esse motivo, os especialistas recomendam usar agulhas descartáveis. Mesmo as individuais, reservadas para o uso de cada paciente, não são consideradas totalmente seguras, já que bactérias podem crescer entre uma sessão e outra e contaminar a própria pessoa na vez seguinte. “A prática disseminada no Brasil de guardar agulhas em tubos de ensaio com algodão protege o paciente contra HIV e hepatite. Mas não o livra de ter uma infecção, já que as agulhas ficam com secreções que viram meio de cultura para bactérias e fungos”, alerta Jerusa Alecrim.

Hong Jin Pai, médico acupunturista do HC (Hospital das Clí-nicas) da USP e diretor do Colégio Médico de Acupuntura, cita um teste feito por sua equipe no qual agulhas usadas em 32 pa-cientes foram colocadas em um caldo especial para o crescimento de bactérias. “Entre elas, 47% se mostraram contaminadas.” Se-gundo ele, o aparelho de autoclave (um tipo de esterilizador) é o único capaz de esterilizar uma agulha não-descartável. “O álcool, nesses casos, não serve para coisa nenhuma”, afirma.

Descartáveis ou não, alguns acupunturistas acabam esquecen-do as agulhas no corpo do paciente. “Não é incomum. Como o profissional pode usar 20, 25 agulhas, alguma pode ser esqueci-da, por exemplo, no couro cabeludo. Nesse caso, o cuidado é que, dependendo do local, ela pode acabar perfurando um órgão”, diz o médico Ysao Yamamura, chefe do setor de medicina chinesa e acupuntura da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A recomendação é que os acupunturistas contem as agulhas ao colocá-las e ao retirá-las.

Rui Tanigawa, conselheiro da diretoria do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e vice-presidente da Amba (Associação Médica Brasileira de Acupuntura), lembra também que há pessoas com hipersensibilidade às agulhas: “Podem acon-tecer um mal-estar, reações desfavoráveis e desmaios. Nem todos reagem da mesma forma”.

Foi o que aconteceu com o professor de epidemiologia Hele-no Rodrigues Corrêa Filho, 55, que procurou uma acupunturista para aliviar as dores ocasionadas por um problema no menisco do joelho esquerdo. “Em vez de deixar de sentir dor, passei muito mal e tive uma crise de hipoglicemia, com pressão arterial baixa, taquicardia e desmaio. Dependendo do nível da dor, agora prefiro

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a própria dor”, diz.

EFEITOS CORRIQUEIROS

Entre os efeitos decorrentes da acupuntura, alguns mais ino-fensivos, como leve dor, gotinhas de sangue ou manchas roxas no local de aplicação das agulhas, são esperados e não devem assustar quem os apresenta. Isso porque elas passam por locais muito irrigados. “Em média, uma em cada dez agulhas acerta um vaso”, diz o médico acupunturista Wu Tu Hsing, coordenador do curso de especialização em acupuntura do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP.

Para evitar uma pequena hemorragia, quem toma anticoagu-lantes ou tem problema de coagulação não deve se submeter às agulhas, diz o morfologista Serafim Cricenti, da Universidade Cidade de São Paulo.

A designer Patrícia de Ross, 33, conta que ficava com peque-nas manchas roxas nos pulsos e no antebraço em algumas das sessões de acupuntura que fazia para tratar dores de cabeça. “Fa-lei com a médica, mas ela disse para eu não me preocupar porque era algo normal. As manchas não me incomodavam e sumiam em quatro dias”, relata, acrescentando ter sentido melhora na dor de cabeça.

Uma leve coceira no local onde vão as agulhas também pode ocorrer, já que há a liberação de uma substância chamada hista-mina, que provoca esse sintoma.

Da mesma forma, sentir um pequeno choque quando a agulha penetra na pele é considerado normal. Conhecida pelos chineses como sensação de Qi, para muitos acupunturistas isso indica que o ponto certo foi atingido. Mesmo aqueles que não o consideram um indicador dizem que ele não faz mal ao organismo.

Outra sensação conhecida por muita gente que faz acupun-tura é uma certa sonolência que começa durante a sessão e pode se prolongar por algumas horas. De acordo com Jerusa Alecrim, isso também pode ser considerado um efeito adverso. “Como o nível de estresse e de tensão das pessoas é alto, na maior parte das vezes o relaxamento é visto como algo desejável. Mas, se você vem tratar uma dor no pé e não uma insônia, esse não era o objetivo, por isso podemos considerar um efeito adverso que é inerente à prática”, diz.

Segundo ela, os profissionais têm a obrigação de avisar o pa-ciente de que isso pode ocorrer para que ele redobre sua atenção ao atravessar a rua ou dirigir depois de sair da clínica e, assim, evitar acidentes. “Fiquei super-relaxado e calmo. Dei até uma co-chilada”, conta o investigador de polícia Klaus Paninka, 33, logo depois de sair da primeira sessão de acupuntura que fez com o ob-jetivo de aliviar os sintomas de uma rinite. Ele também teve um pequeno sangramento num dos pontos da mão esquerda. “Ficou um pouco vermelho, mas não dói nada. Optei pela acupuntura porque uso os remédios uma vez e depois eles perdem o efeito.”

Segundo Hong Jin Pai, sintomas como esses são mais mar-cantes nas primeiras sessões. “Eles variam de acordo com a tole-rância de cada paciente. Ao longo do tempo, ficam mais estáveis. Sentir uma certa flutuação é uma reação normal, não um efeito adverso”, diz.

Segundo o inglês Adrian White, pesquisador da Peninsula Medical School e editor da revista “Acupuncture in Medicine”, cerca de 20% dos pacientes se sentem ao menos “sonolentos” após submeter-se à acupuntura.

Em sua tese de doutorado, White pesquisou as notificações de efeitos adversos significativos na literatura. Encontrou 715 casos, mas afirma que o número está subestimado. “Muitas complica-ções não são notificadas”, diz.

O médico Fernando Genschow, vice-presidente da SMBA (Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura), também fez um levantamento sobre efeitos adversos e lembra que o fato de ter de ir à polícia e esperar uma ação judicial desencoraja muitas denúncias.

“Apenas um percentual mínimo das vítimas formaliza denún-cia. Elas não acreditam na Justiça, dizem que o pior já passou ou que o “doutor” foi indicado por um amigo. Já visitei pacientes internados com pneumotórax e outras complicações que se ne-garam a prestar queixa”, diz Dirceu de Lavôr Sales, membro da diretoria da SMBA e diretor do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco. Segundo Sales, a SMBA está iniciando um movimento na-cional voltado para instituições como o Ministério Público e as secretarias de saúde cujo objetivo é prestar esclarecimentos sobre a acupuntura e sua má prática. Eles defendem que só os médicos, os dentistas e os veterinários estariam habilitados para usar a téc-nica, cada um em sua área de atuação.

DIAGNÓSTICO

Geralmente não computado nos dados estatísticos, o diag-nóstico equivocado é uma das questões mais preocupantes em relação à acupuntura. Esses erros acabam levando muita gente a tratar com o procedimento problemas que exigiriam outra inter-venção como câncer ou apendicite.

Assim, em 1999, em Florianópolis, um homem foi levado às pressas ao hospital por conta de uma infecção intestinal aguda após ter se tratado com acupuntura de um “problema de fundo psicossomático”, segundo lhe foi dito em um centro de terapias alternativas. Dois anos antes, em Maceió, uma mulher asmática morreu de insuficiência respiratória no consultório do acupuntu-rista que a havia mandado parar com os remédios alopáticos.

Muitos defendem que apenas o médico deve cuidar do diag-nóstico. “O tal diagnóstico energético, feito por leigos, não existe nem aqui nem na China”, diz Fernando Genschow.

Kiyossi Iwai, diretor de Colégio Brasileiro de Acupuntura, diz que o que o acupunturista não-médico faz não é um diagnóstico, mas uma “avaliação”. “É totalmente diferente da alopatia. Não adianta dizer que a pessoa tem dor de cabeça, tem que avaliar a origem disso, que tem a ver com a energia interna e a externa”, afirma. Iwai diz que, quando vê necessidade, encaminha o pa-ciente para um médico.

O caminho, segundo os especialistas, parece ser integrar o conhecimento antigo ao conhecimento médico atual. “A acupun-tura, que congrega os dois saberes, é um método terapêutico. Já o diagnóstico deve ser feito pela medicina convencional”, diz Hong Jin Pai.

Da Folha Equilíbrio - 01/09/2005*Saúde

<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0109200506.htm>*

Flávia Mantovani - da Reportagem Local(Colaborou Marcos Dávila, da Reportagem Local)

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