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Ex-Presidentes da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes Período Republicano 1890-2014 Biografias Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes 2016

Período Republicano 1890-2014 Biografias · Campos dos Goytacazes -RJ 2016. ... Província do Rio de Janeiro explicava-se, na verdade, pela força do conservadorismo, e esta era

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Ex-Presidentes da Câmara

Municipal deCampos dos Goytacazes

Período Republicano1890-2014

Biografias

Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes

2016

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AVELINO FERREIRAMARIA WALESKA ALMADA

Ex-Presidentes da Câmara Municipal deCampos dos Goytacazes

Período Republicano1890-2014

Campos dos Goytacazes -RJ

2016

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Copyright by 2016 Câmara Municipal de Campos dos [email protected] desta edição reservados

(Permitido reprodução do todo ou de partes, desde que citada a fonte)

FICHA TÉCNICAPesquisa

Avelino FerreiraMaria Waleska Almada

Paula Claudino de Oliveira (estagiária IFF)Pesquisa e reprodução das atas de 1890 a 2014

Carlos Lacerda BezerraRevisão

Eliana GarciaEditora Chefe

Dilcéa de Araújo Vieira Smiderle Capa

Milena PereiraProjeto gráfico e Diagramação

Milena PereiraImpressão

Zax Empreendimentos

FICHA CATALOGRÁFICA

Ex-presidentes da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes: período republicano 1890-2014

FERREIRA, Avelino. ALMADA, Maria Waleska. Presidentes da Câmara de Campos no período republicano. Câmara Campos Editora. Campos dos Goytacazes/RJ. 2016

P.: 132ISBN 978-85-92812-03-41.História Regional. 2. República 3. Biografias. 4. Câmara de Vereadores de

Campos dos Goytacazes 981

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MESA DIRETORAPresidente: Edson Batista

Vice-Presidente: Thiago Virgílio Teixeira de Souza2ª Vice-Presidente: Maria Auxiliadora Freitas de Souza

1º Secretário: Abdu Neme Jorge Makhluf Neto2º Secretário: Miguel Ribeiro Machado

VEREADORES

Abdu Neme Jorge Makhluf NetoAlexandre Tadeu Barros Esteves de Araújo

Álvaro César Gomes FariaCarlos Alberto Marques Nogueira

Carlos Frederico Machado dos SantosDayvison da Silva Miranda

Edson BatistaFábio Augusto Viana Ribeiro

Gil Manhães Vianna JúniorJorge Ribeiro Rangel

Jorge Santana de Azeredo - MagalJosé Carlos Gonçalves Monteiro

Luiz Alberto Oliveira de Menezes – NenémMarcus Welber Gomes da Silva

Maria Auxiliadora Freitas de SouzaMaria Cecilia Lysandro de Albernaz Gomes

Maria da Penha de Oliveira MartinsMauro José da Silva

Miguel Ribeiro MachadoNildo Nunes Cardoso

Ozéias Azeredo MartinsPaulo Cesar Genásio de Souza

Paulo Roberto HiranoRafael Paes Barbosa Diniz Nogueira

Thiago Virgílio Teixeira de Souza

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FALA INSTITUCIONAL

Esta obra é uma das muitas ações desenvolvidas pela atual gestão da Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes, que objetiva proporcionar o resgate da história do município de Campos e deixar como legado para historiadores, pesquisadores e para todos que se interessam pela rica história de nossa cidade.

A Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes deixa para as próximas gerações, em dezenas de publicações e documentários da TV Câmara Campos, digitalização das atas, a Biblioteca Campistana (com centenas de autores e suas obras disponibilizadas ao grande público) e o Corredor Histórico Cultural com monumentos dos heróis e heroínas que ajudaram a forjar nossa identidade.

Fruto de um trabalho de pesquisa minucioso coordenado pela educadora Maria Waleska Almada, auxiliada por Carlos Lacerda que garimpou e transcreveu centenas de páginas das atas, e da acadêmica, estagiária do Instituto Federal Fluminense – Campus Centro, Paula Claudino de Oliveira, este livro, escrito pelo jornalista e Assessor de Relações Institucionais desta Casa, Avelino Ferreira, contém um histórico de todos os presidentes e uma tabela com os membros das mesas diretoras do Legislativo de 1890 a 2014, que a Editora da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes disponibiliza para o grande público.

As lacunas que certamente existem, em qualquer obra histórica, deverão ser preenchidas por aqueles que se debruçarem sobre o nosso passado, para cuja compreensão esta obra se tornará imprescindível.

Edson BatistaPresidente

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A CRISE DO IMPÉRIO E A ORIGEM DA REPÚBLICA

Não apenas questões políticas, mas também as econômicas contribuíram para o ocaso da monarquia. Após a Guerra do Paraguai, o Império fragilizou-se e não acompanhou o desenvolvimento industrial ocorrido, principalmente, no sul do país. Com a abolição da escravatura, a já decadente aristocracia rural nordestina, calcada na mão de obra negra, entrou em colapso. Para o desenvolvimento da nação, era premente o incentivo á industrialização.

Na análise da historiadora Emília Viotti da Costa, os meios industriais pleiteavam uma política protecionista, nem sempre aprovada pela lavoura mais tradicional. Fazendeiros paulistas eram favoráveis à imigração da mão de obra, contrariando os interesses dos donos dos canaviais ou fazendeiros tradicionais que ainda dispunham de escravos nas suas lavouras. Já nos centros urbanos, grupos lutavam pela abolição e pleiteavam maior representação na vida política do país, exigindo a substituição do sistema de eleições indiretas, que propiciava a preponderância dos grupos tradicionais, pela eleição direta.

Ao lado das categorias ligadas à indústria, surge a pequena e média burguesia: mercadores, profissionais liberais, funcionários públicos, bancários, cujo número crescia consideravelmente, dando origem a uma crescente população urbana.

O aporte do capital internacional, em alguns setores da economia brasileira, tem como consequência problemas para a acumulação do capital interno, pois ao monopolizarem setores da nossa economia como: redes ferroviárias, gás, iluminação pública, instalação de engenhos centrais, criação de bancos, comércio de exportação e importação, entre outras atividades lucrativas: o lucro era enviado para suas matrizes fora do país.

Portanto, é notório que a crise do império e a consequente proclamação da República foram consequências diretas das transformações econômicas e sociais da segunda metade do século XIX.

Maria Waleska Almada

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O IDEAL REPUBLICANO

Data de 1876 o início da propaganda republicana em Campos, organizada pelo Dr. Miguel Herédia de Sá, no seu jornal “Gazeta de Campos”. Em 1º de janeiro de 1877, teve lugar a 1ª reunião republicana no município. Porém, a despeito dos esforços de Miguel Herédia, poucos foram os adeptos das novas ideias.

Segundo Marieta de Moraes Ferreira, (FERREIRA, 1989) “a lentidão com que se expandia no movimento republicano na Província do Rio de Janeiro explicava-se, na verdade, pela força do conservadorismo, e esta era garantida, em grande parte, pela coesão em torno da escravidão”. Com efeito, a questão do trabalho escravo foi, sem dúvida, um divisor de águas no movimento republicano nacional, pois enquanto a corrente liderada por Silva Jardim a via como indissociável do projeto político republicano, a corrente paulista, liderada por proprietários rurais, evitava essa associação.

Citando trabalho sobre o tema escrito por Renato Luis do Couto Neto Lemos, Marieta de Moraes Ferreira diz que a Província do Rio de Janeiro era o mais poderoso reduto do escravismo e a questão “era naturalmente tratada com extrema moderação”.

“Entre os republicanos fluminenses muitos se opunham ao fim de imediato da escravidão por entenderem que a medida resultaria na libertação em massa dos escravos, em profundas transformações na ordem econômico-social e em graves ameaças à ordem pública. Na Assembleia Provincial, Francisco Portela, médico residente em Campos, destacava-se como única exceção, responsabilizando a escravidão pela crise geral que assolava não apenas a agricultura, mas também o comércio e a indústria”.1

Pelos motivos acima citados, houve um arrefecimento do movimento republicano que durou oito anos, após o qual a campanha pela República é novamente agitada pelos campistas, havendo uma grande reunião, a 20 de setembro de 1885, para a fundação de um clube republicano, que teve como sede o prédio

1 FERREIRA, Marieta de Moraes. A República na Velha Província. CPDOC-FGV. Rio Fundo Editora, Rio de Janeiro, 1989, p. 35.

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nº 223, da Rua Beira- Rio (atual XV de Novembro). A reunião foi presidida por Augusto de Castro Lafayette e secretariada por Thomaz de Sá Freire, redator de a “Gazeta do Povo”, jornal fundado em 1886 por João Barreto. Álvaro de Lacerda e José Elmino Drummond Esmeraldo foram nomeados respectivamente, orador e tesoureiro do recém-fundado Clube Republicano. Mas o clube teve uma vida efêmera, devido à pouca participação dos membros e o desinteresse da população.

Após bacharelar-se em Direito na Faculdade Nacional de Recife, Pernambuco, o campista de Morro do Coco, Nilo Procópio Peçanha, retorna a Campos, em 1887, estreando no Tribunal do Júri em 19 de março de 1888, defendendo Fernando Rodrigues da Silva, acusado de assassinato. Ganhou notoriedade ao conseguir absolver o réu. Em seguida, se junta a um grupo de amigos e integra a campanha republicana, participando da fundação de um clube. Com efeito, no dia 05 de abril de 1888, foi publicado no jornal “Gazeta do Povo” o seguinte:

“Os cidadãos abaixo-assinados, republicanos, convencidos como estão de que convém aos interesses da democracia e é uma obra patriótica organizar quanto antes o partido republicano, convidam aos eleitores seus correligionários e aqueles outros que nesta data queiram aderir às suas crenças políticas, a reunirem-se a 21 do corrente, ao meio-dia, no salão do Grande Hotel Gaspar, a fim de tratar-se da instalação e organização de um Clube, que constitua no regime monárquico. - Campos, 04 de abril de 1888 – Dr. Francisco Portella, - Dr. Tavares Junior – Nilo Peçanha.” 2

No dia 21 de abril foi realizado, no Hotel Gaspar, a reunião convocada, da qual tomaram parte 34 cidadãos, a fim de organizar um partido. O manifesto foi redigido por Pedro Tavares, Galvão Pereira Batista, Hemetério Martins, Augusto Castro, Nilo Peçanha e Francisco Portella. Os estatutos ficaram a cargo de Galvão Pereira Batista, Hemetério Martins e Augusto Castro Lafayette. Os primeiros republicanos campistas foram: Antonio Silveira de Mesquita, Antonio Simplício de Salles, Antonio Pinheiro da Cunha, Antonio Martins de Menezes, Antonio da Silva Xavier, Antonio Rodrigues de Mello, Alcebíades Peçanha,

2 Gazeta do Povo, 05 de abril de 1888.

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Arthur Rockert, Benedicto Galvão Pereira Batista, Cristiano Justo Antonio, Domingos Antonio Tavares, Domingos Moreira Roque, Francisco R. Arêas, Francisco Portella, Hemetério Martins, Henrique Dias Junior, João Olympio Pimentel, João Judice, João Guedes de Oliveira Machado, José Henrique Santiago, José da Silva, Mariano de Britto, Nilo Peçanha, Pedro Tavares, Romualdo José de Carvalho, Salvador Pires Junior, Thomaz de Sá Freire e Targino da Silva Abreu Campista.

Como era um exímio orador, Nilo Peçanha foi escalado pelo Clube para proferir uma série de conferências em Campos e na região: Mineiros, São Sebastião, São Benedito da Lagoa de Cima, Morro do Coco, São João da Barra, Natividade, Santo Antonio do Carangola, Laje do Muriaé, Miracema, Santo Antonio de Pádua, Bom Jesus do Itabapoana. Em Laje, foi apedrejado e teve que fugir. Em Bom Jesus de Itabapoana, a polícia foi acusada de cometer violência contra o povo e de planejar o assassinato de Nilo.

Em seu livro Na Taba dos Goytacazes, Rodrigues (1988), diz: “(...) a verdade é que, afora alguns pioneiros e vozes isoladas

como a de Miguel Herédia e de João Barreto em sua “Gazeta do Povo”, surgida em 1886, foi Nilo Peçanha quem agitou as ideias republicanas em Campos e na região, dando-lhe corpo e organização. E sofreu atentados nos municípios do Norte do Estado. Em Laje de Muriaé foi apedrejado por monarquistas e teve que fugir a cavalo disfarçado de padre.”.

Em junho de 1888, mais uma reunião foi realizada na residência de Galvão Batista, sob a presidência de Targino Campista, para resolver sobre a organização dos membros do partido com os clubes paroquiais. Criou-se um Diretório sob a direção de Pedro Tavares, Francisco Portella e Galvão Batista.

Em 14 de julho, Álvaro de Lacerda fez uma conferência no “Empyreo”, com Alcebíades Peçanha e Domingos Moreira Roque, e o jornal “Diário de Notícias”, do Rio, publicou: “Filiado hoje ao partido republicano, é de esperar que ao lado de Nilo Peçanha, Alcebíades Peçanha, e outros, tenha Carlos de Lacerda, em Campos, triunfante, a bandeira da democracia pura”.

Em 31 de julho de 1888, veio a Campos o deputado Antonio

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Silva Jardim, propagandista da República que abraçou a causa republicana naquele ano e logo “tornou-se líder de uma corrente influenciada pelo positivismo e defensora de métodos radicais para a derrubada da Monarquia” (FERREIRA, 1989). Silva Jardim proferiu, à noite, no Teatro Empyreo, a primeira conferência em Campos e, no dia seguinte, 1º de agosto, a segunda. Em dezembro daquele ano, Nilo Peçanha também promoveu duas conferencias, em 02 e 30 de dezembro. Alcebíades Peçanha fez uma no dia 23 daquele mês.

Segundo Horácio Souza, (1985):“(...)Os republicanos pretenderam fazer um grande “Meeting”

no dia 1º de janeiro de 1889, na Praça do Rosário, para protestar contra as violências de que foram vítimas os cidadãos que assistiram à conferência de Silva Jardim, no Rio. A reunião foi vetada pelo delegado da polícia, João Gonçalves Pereira. Em 19 de janeiro, reuniram-se os republicanos no escritório do Dr. Hemetério Martins para elegerem o novo diretório. Naquele mesmo dia 19, Nilo Peçanha, publicou uma nota no jornal Correio do povo, convocando para uma palestra: “Domingo, 27; no Theatro Empyreo, devo fazer uma conferência, não obstante propalar-se, sem fundamento, que nós, os republicanos temos medo das correrias da polícia”.

Em 1º de novembro, quinze dias antes de ser proclamada a República, veio a Campos Quintino Bocayuva, redator de “O País”, em visita à casa da sua filha, casada com Godofredo Xavier da Cunha, Juiz Municipal. Bocayuva permaneceu na cidade por quatro dias.

Finalmente, a 15 de novembro, a República é proclamada. Primeiro, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro por José do Patrocínio. Horas depois, pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Mais tarde, por volta das 18 horas, chegou a Campos a notícia, pelo telégrafo: - “Povo, Exército, Armada vão instalar um governo provisório, que consultará a Nação. Convocação constituinte. Aclamações gerais. República. – Vinhaes.”.

Às 21 horas, o povo dirigiu-se ao Paço Municipal onde houve uma reunião presidida por Antonio Francisco Ribeiro e secretariada por Cândido de Lacerda, irmão do abolicionista

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Luiz Carlos de Lacerda. Às 21h 30min foram destituídas as autoridades imperiais e formado um Conselho Administrativo, sendo aclamados Antonio Francisco Ribeiro, Pedro Tavares e Nilo Peçanha, que pronunciaram o seguinte discurso:

“Cidadãos!Perante a justiça eterna dos Povos, e condenada pelos seus desatinos

e pelos seus crimes durante tanto tempo cometidos contra o direito e a liberdade da Nação, acaba de ruir por terra a monarquia, origem de nossos males, causa do nosso atraso e pobreza, opróbrio da América livre!

Está proclamada a republica no Brasil!Uma nova era de paz, de ordem, de justiça e de progresso começa para

a nossa Pátria, já agora segura de seus gloriosos destinos!Não valem contra o bendito advento da Democracia as manobras,

ora violentas, ora pérfidas, do Governa Imperial, cujos planos funestos dirigiram-se claramente nestes últimos tempos, para a criminosa inauguração do terceiro reinado e o despotismo franco e audacioso de um aventureiro estrangeiro, proscrito da própria pátria e instintivamente na nossa.

Cidadãos! Vós constituintes, na vossa soberania, o Governo Provisório desta cidade e município, e ele conta com a vossa autoridade e a vossa força para a manutenção da paz e tranquilidade geral.

Viva a Nação Brasileira!Viva a America livre!Viva o povo Campista!Cidadãos! A manutenção da ordem publica é a primeira necessidade

social e o primeiro dever de um governo regularmente constituído.O governo Provisório, no intuito de tornar efetiva essa obrigação,

que lhe assiste, e não querendo lançar mão dos dinheiros públicos sob a guarda dos empregados responsáveis, convida a todos os habitantes a concorrer com donativos pecuniários para a organização de uma guarda cívica destinada a manter inalterável a paz e a tranquilidade nesta heroica cidade.

A subscrição fica aberta na Coletoria Provincial.

Campos, 15 de novembro de 1889.”3

3 FEYDIT, Julio. Subsídios para a História dos Campos dos Goytacases. Editora Esquilo Ltda., Rio de Janeiro, 1979, pp. 490 e 491.

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Os recém-eleitos conselheiros dirigiram ao povo campista uma proclamação (do Governo Provisório): O Dr. Francisco Portella, redator do jornal “Monitor Campista” foi nomeado Governador do Estado do Rio de Janeiro. Pedro Tavares foi nomeado Governador do Estado do Maranhão e Godofredo Xavier da Cunha foi chamado para ocupar a chefia da polícia.

No dia 17, a “Lyra Conspiradora” e o “Grêmio Musical Carlos Gomes” percorreram as ruas da cidade, saudando o advento da República. Em vários pontos da cidade, houve concentração e discursos. A República, como a queriam os monarquistas que a ela aderiram, após o 13 de Maio ou a Abolição da Escravatura, estava implantada. Pelo menos, na nomenclatura.

A passagem da Monarquia para a República foi um período confuso, principalmente, na esfera administrativa, pois as leis que vigoravam eram do Império e o sistema republicano não poderia anulá-las simplesmente, sob pena de causar danos à ordem pública. Todavia, sem ordenamento jurídico, as lideranças nos estados e municípios tomaram decisões intempestivas que geraram protestos.

As Câmaras de Vereadores foram destituídas, dando lugar às Intendências. Na verdade, as Intendências eram Conselhos eleitos por aclamação pela comunidade para substituir as Câmaras. Em Campos, a 10 de janeiro de 1890, foram empossados como Intendentes Mariano Pinto Rodrigues de Brito (presidente), Francisco Antonio Pereira de Lima, Joaquim Ribeiro de Castro, Hemetério Martins e Antonio Alberto da Silva Ultra; Procurador: Pedro Gonçalves da Silva e Secretário: Francisco Luiz Minucci.

Na sessão de posse dos Intendentes, Nilo Peçanha foi convidado para hastear a Bandeira Nacional. A “Lyra de Apollo” tocou o Hino do Estado do Rio de Janeiro. Falaram, na ocasião, Nilo Peçanha e Jeronymo Motta.

E assim teve início, em Campos, o novo regime.

Avelino Ferreira

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CÔRTE, Andréa de Telo, organizadora. Nilo Peçanha e o Rio de Janeiro no Centenário da Federação. FUNARJ/Imprensa Oficial. Niterói, 2010.

COSTA, Emília Viotti da. Anais do Museu Paulista, Século XVIII, pp. 266-320, São Paulo, 1964.

FERREIRA, Avelino. Câmara de Campos, 360 Anos, 1652-2012. Marka Editora, Campos dos Goytacazes, 2012.

FERREIRA, Marieta de Moraes. A República na Velha Província. CPDOC-FGV. Rio Fundo Editora, Rio de Janeiro, 1989;

FEYDIT, Julio. Subsídios para a História dos Campos dos Goytacases. Editora Esquilo Ltda. Rio de Janeiro, 1979;

PAES, Wellington. 30 Notáveis da Medicina Campista. Associação Fluminense de Medicina e Cirurgia, Gráfica e Editora GSA, Campos dos Goytacazes/RJ, 2014;

RODRIGUES, Hervé Salgado. Campos na Taba dos Goytacazes. Biblioteca de Estudos Fluminenses, Série Municípios. pp.140/142. Imprensa Oficial, Niterói/RJ, 1988;

SOUSA, Horacio. Cyclo Aureo: História do Primeiro Centenário de Campos, 1835-1935. 2ª edição: Damadá, Itaperuna, RJ, 1985.

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BIOGRAFIAS

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MARIANNO PINTO RODRIGUES DE BRITOPresidente da Intendência

10 de janeiro de 1890 a 05 de março de 1891

Com o advento da República, as Câmaras de Vereadores foram extintas e substituídas por Intendências, sendo seus titulares nomeados pelos governadores dos Estados. Em Campos dos Goytacazes, o presidente do Legislativo, Affonso Peixoto de Abreu Lima, recusou-se a participar da primeira sessão do Conselho de Intendência, presidido por Marianno de Brito, nomeado pelo governador Francisco Portella.

Em seu livro sobre a história da Câmara, Avelino Ferreira destaca que “o Governo Republicano cria as Intendências, subordinadas aos braços executivos das Câmaras das sedes das Províncias. Essas Intendências eram as Secretarias de Estado de hoje, subordinadas ao governador do Estado”. .

Por se tratar de fato histórico importante para a compreensão daquele momento, da ruptura definitiva com o regime monárquico, transcrevemos a ata de posse da primeira sessão dos novos mandatários:

“Ao meio dia, reunidos na sala das sessões do Paço Municipal, os cidadãos Dr. Mariano de Brito, Dr. Feliciano Manhães Pimenta Barreto, João de Alvarenga, Dr. Hemetério José Ferreira Martins, Dr. Joaquim Ribeiro de Castro, Tenente-Coronel Francisco Antonio Pereira de Lima e Antonio Alberto da Silva Ultra, o cidadão Dr. Mariano de Brito, como presidente, declarou aberta a sessão e empossado o Conselho de Intendência”.4

Em seguida, usando da palavra, o presidente proferiu um discurso agradecendo os serviços prestados a este município pela Câmara dissolvida, e agradecendo, também, ao Governador Dr. Francisco Portella a sua nomeação para presidente da Intendência da qual esperava todo o apoio para que se fizesse uma administração profícua. Lembrou ainda, os importantes serviços prestados pelos

4 FERREIRA, Avelino. Câmara de Campos – 360 anos – 1652-2012. Marka Editora, Campos dos Goytacazes, 2012, p. 59.

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Drs. Francisco Portella e Nilo Peçanha à causa da República pedia aos seus colegas que fosse nomeada uma comissão para convidar o cidadão Nilo Peçanha, que se achava presente, para hastear pavilhão da República no Paço Municipal.

Nomeados os cidadãos Drs. Ribeiro de Castro, Hemetério Martins e João de Alvarenga, convidaram o Dr. Nilo Peçanha que accedendo ao convite hasteou o pavilhão, executando nessa ocasião a banda de música ‘Lyra de Apollo’ o hymno do Estado do Rio de Janeiro.

Usaram depois da palavra os cidadãos Drs. Nilo Peçanha e Jeronymo Motta.

Terminada a solenidade da posse, o cidadão Presidente, depois de várias considerações sobre diferentes ramos de serviço municipal, convidou os membros do Conselho a proporem as medidas que deviam ser tomadas desde logo.5

Segundo o historiador Horácio Souza,“(...) em 10 de janeiro de 1890, tomou posse da presidência

da Intendência de Campos o Dr. Marianno de Brito, estimado clínico campista. Tinha sido presidente da última Câmara do tempo monárquico, o Dr. Affonso Peixoto de Abreu Lima, o qual sendo convidado a comparecer no Paço Municipal, para a transmissão do Governo, não aceitou o convite”.6

Na 19º sessão extraordinária de 28 de fevereiro de 1891, consta que a Câmara recebeu o seguinte telegrama:

“Do Governador do Estado, de 26 do corrente, recebido às 2,45 horas da tarde, comunicando que o generalíssimo Deodoro da Fonseca foi eleito Presidente da Republica por 129 votos contra 92 em 234. Parabéns. Inteirada por ter o Sr. Presidente comunicado haver dirigido ao presidente e vice-presidente da Republica, e Governador do Estado telegramas de felicitações.” 7

5 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1889-1891, p. 36.

6 SOUZA, Horácio. Cyclo Aureo – História do 1º Centenário de Campos. 2ª edição, Ed. Damadá, Rio de Janeiro, 1985

7 Câmara Municipal, op. Cit. 196.

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Importante registrar, também, que foi, no período da Intendência, que a Câmara de Vereadores, com a denominação de Conselho de Intendência, passou a funcionar no prédio do Barão da Lagoa Dourada, que a ela pertencia e que foi cedido para abrigar o Liceu de Humanidades de Campos. Os vereadores (intendentes) ocuparam o Salão Nobre do edifício e a escola passou a funcionar no prédio da Câmara, na Praça São Salvador.

Na página 198 (verso) do livro de atas de 1889 a 1891, consta a votação da mudança do prédio da Câmara para o prédio do Liceu. A Câmara passou a funcionar no Liceu e o Liceu, no prédio da Câmara.

Reproduzimos, aqui, ata dessa sessão dada sua importância e por ser um fato desconhecido até mesmo por aqueles que têm pesquisado e escrito sobre a história do Liceu de Humanidades:

“Havendo acordo entre a diretoria do Liceu de Humanidades e a Intendência Municipal para a troca dos edifícios em que funcionam aquele estabelecimento e esta corporação, proponho que se oficie com urgência ao Sr. Dr. Governador do Estado pedindo-lhe autorização para essa troca e que se solicite do mesmo Sr. Governador o auxílio pecuniário de dois contos de réis para as despesas imprescindíveis da instalação da Intendência no edifício que pertenceu ao finado Barão da Lagoa Dourada e que é hoje próprio municipal.

Para o Lyceu de Humanidades são óbvias as razões que estão aconselhando essa mudança há tanto tempo reclamada pela opinião, pelas Diretorias do Lyceu e pelo interesse direto da instrução secundária.

Trata-se, com efeito, de um externato, frequentado principalmente, por crianças menores de 12 anos e, na sua maioria, pobres. O longo percurso que esses meninos têm a fazer diariamente, quase todos a pé, sob os raios ardentes do sol do verão, ou sob aguaceiros e patinhando nos lamaçais, é um dos mais poderosos fatores que tem até hoje concorrido para escassa frequência daquele estabelecimento. Acresce que a lei orgânica dessa casa de instrução secundária permite aos dois sexos o acesso

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às suas aulas e algumas senhoras que pretendem frequentá-las recuam diante da distância e do isolamento em que se acha o prédio em que funciona o Liceu.

Nem se diga que essa mudança acarreta sacrifícios para a Intendência e para o público.

Todos os sacrifícios são exigidos, são necessários desde que se trata da educação da mocidade sobre a qual há de pesar amanhã o sério encargo dos destinos da nação, quando se sabe que, se na instrução moral e na educação moral e cívica podem os moços haurir os sãos princípios que os tornarão dignos do país em que nasceram e da forma republicana que os rege.

(...) E já que a Intendência, pela lei fundamental e provisória que a rege, não pode cuidar diretamente da instrução popular e da educação publica, faça ao menos esse grande serviço à causa geral do ensino secundário no município: ceda o edifício em que está, ao ingresso franco da mocidade. (...)

Sala das sessões, 28 de fevereiro de 1891 – Dr. Homero Moretzsohn – Aprovada depois de vencida a urgência, contra o voto do Sr. Doutor Marianno de Brito que declarou que opinava pela mudança do Lyceu para o centro da cidade e não pela mudança da Intendência.”.8

RODRIGUES (1988) escreve sobre a primeira gestão da Intendência:

“Dr. Mariano de Brito não permaneceu muito tempo no cargo, tendo logo sido substituído pelo Dr. Antonio Carneiro Nunes, (na verdade, quem substituiu Marianno de Brito foi o intendente João Alvarenga, segundo livro de atas) que resigna logo depois, sob a alegação de que só aceitaria o cargo para “servir amigos, mas que o mesmo era incompatível com sua profissão de advogado”. A verdade é que pelo que parece o cargo não tinha vencimentos devidamente fixados em lei e ninguém ficava muito tempo nas funções, sucedendo-se uma porção de nomes, até Benedito Gonçalves Pereira Nunes, já no início do século

8 Câmara Municipal, op. Cit. p. 198.

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XX, mas que também não esquentou lugar, pois seria nomeado prefeito de Niterói em 1905. O sistema de governo ainda era o Parlamentarismo do Império e a Câmara Municipal era quem governava.”.

Na ata da sessão de posse em 14 de abril de 1891, foi lida a portaria do Governador do Estado do Rio de Janeiro:

“Governo do Estado do Rio de Janeiro, Niterói, 06 de abril de 1891. Recebi o pedido que me dirigiu esse Conselho de Intendência e pesa-me ter de conceder a sua exoneração. Reconhecendo o valor dos serviços que prestou ao município de Campos e ao Estado, na época mais difícil de sua transformação política, cumpro um dever louvando o Conselho e cada um de seus membros pelo saber, zelo, alto critério e nobre patriotismo com que dirigiram os negócios públicos, tornando a Intendência de Campos um modelo de administração, digno de ser imitado pelos governos locais. Saúde e Fraternidade. Dr. Francisco Portela”.9

MARIANNO PINTO RODRIGUES DE BRITOBIOGRAFIA

Marianno Pinto Rodrigues de Brito, filho de Francisco José Rodrigues Fernandes e Anna de Brito Fernandes, nasceu em Campos no ano de 1835.

Formou-se em Medicina em 1859, recebendo seu diploma no dia 30 de novembro daquele ano.10 Atuou como médico na Santa Casa de Misericórdia de Campos e foi admitido, como irmão dessa instituição, em 02 de julho de 1897.11 Marianno de Brito não permaneceu muito tempo no cargo, tendo sido substituído por Antonio Carneiro Nunes.

A sua atuação como médico e a ajuda que prestava aos mais necessitados tornaram-no um estimado clínico. Indicado pelo Conselho de Intendência, que substituiu a Câmara de Vereadores,

9 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes 1891-1895, p. 05.

10 Jornal A Épocha, 22 de dezembro de 1859

11 Arquivo da Santa Casa de Misericórdia de Campos; Termo de Posse de Irmãos.

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foi nomeado e assumiu como primeiro presidente intendente do Período Republicano. Sua posse ocorreu em 10 de janeiro de 1890. 12

Na sua administração foram feitas pontes sobre o canal Campos/Macaé nas ruas Saldanha Marinho e Gil de Góes e também foram estendidas as ruas Dr. Miguel Herédia (até a Sete de Setembro) e Sacramento (até o Passeio Municipal).

Em 1890, a Câmara concede a João José de Carvalho e Carlos Duarte da Cruz, permissão para instalar em Campos uma empresa de energia elétrica, a Empresa Luz e Força, segundo Horácio Souza.13

No período de seu mandato, além dos fatos narrados acima, houve a adoção de códigos de posturas relativos à livre circulação na cidade, povoações, segurança dos habitantes, assim como sobre o fechamento das portas das casas de comércio e construção e reconstrução do calçamento do curral do Matadouro.

Não encontramos a data do falecimento de Marianno Pinto Rodrigues de Brito. Porém seu corpo foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Monte Carmelo, no Caju, ao lado do túmulo do Barão de São João da Barra. As datas forma retiradas do túmulo.

AFFONSO PEIXOTO DE ABREU LIMA

Presidente da Intendência14 de abril de 1891 a 26 de dezembro de 1891

Presidente da Câmara1º de janeiro de 1898 a 04 de março de 1899

Affonso Peixoto de Abreu Lima nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1847. Era filho do desembargador Joaquim Teixeira Peixoto de Abreu Lima e de Luiza Justiniana de Freitas Abreu Lima. Casou com Laura Augusta de Mello Pinto. Da união matrimonial nasceram os filhos Affonso e Carlos.

12 Câmara Municipal, op. Cit. p. 196.

13 SOUZA, Horácio. Op. Cit.

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Formou-se em Ciências Sociais e Jurídicas. Foi deputado Provincial do Rio de Janeiro e residia em Campos, tendo sido juiz municipal e admitido como irmão da Santa Casa de Misericórdia de Campos, em 20 de julho de 1876.14

Exerceu a presidência da Província do Espírito Santo, nomeado por Carta Imperial de 04 de julho de 1877, permanecendo no cargo de 23 de julho de 1877 a 19 de fevereiro de 1878.

Em 1880, Affonso Lima escreveu uma série de artigos para vários jornais, inclusive o artigo intitulado “Eleições para Vereadores e Juízes de Paz no Município de Campos,” para o jornal “A Província”.

Para o jornal “Diário de Campos” escreveu o artigo “Órgão dos interesses do comércio e da lavoura”. Campos, 1875 a 1877. 15

Affonso Lima tomou posse pela primeira vez como presidente do Conselho de Intendência em 14 de abril de 1891.16 Na ata da sessão de posse, foi lida sua portaria de nomeação, assinada pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Portella. Sua primeira gestão foi curta, terminando em 26 de dezembro de 1891, porque o presidente Deodoro da Fonseca renunciou, assumindo o vice, Floriano Peixoto, que destituiu os governadores. Com a destituição de Francisco Portella, Affonso perdeu apoio político e foi deposto do cargo de presidente da Intendência.

Affonso Lima voltou a exercer a presidência da Câmara, em 1898 e 1899 e também, ocupou o cargo de prefeito de Campos em 1910.

Affonso Peixoto de Abreu Lima faleceu em 16 de novembro de 1935, na cidade de Niterói. (RJ).17

14 Arquivo da Santa Casa de Misericórdia de Campos dos Goytacazes, op. Cit.

15 BLAKE, Augusto Victoriano Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro. Typographia Nacional, 1883, pp.14 e 15. Acessado em 15/05/2015.

16 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1891-1895, p. 14.

17 Correio da Manhã, 17 de novembro de 1935, Niterói, RJ.

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MANOEL GESTEIRA PASSOSPresidente da Intendência

26 de dezembro de 1891 a 07 de junho de 1892Presidente da Câmara

08 de janeiro de 1895 a 04 de setembro de 189717 de março de 1899 a 24 de outubro de 1900

Manoel Gesteira Passos nasceu em São João da Barra. Era filho de José Gesteira Passos e Josefina Martins Pereira Passos. Casou-se com Teodora Maria Rodrigues de Brito no dia 1º de junho de 1868, na fazenda Sant’Anna.

Médico com clínica em Campos atendia, também, na Santa Casa de Misericórdia, onde foi admitido como irmão em 10 de setembro de 1863.18

Assumiu o cargo de Presidente da Intendência no dia 26 de dezembro de 1891 em substituição a Affonso Peixoto de Abreu Lima.19

Exerceu a função executiva como homem público e, segundo SOUZA, (1935) em seu livro “O Ciclo Áureo”, o Dr. Gesteira Passos granjeou o “nome de um capitalista mui respeitável, magistrado e com expressão política de muita preponderância.”.20

Manoel Gesteira Passos realizou muitas obras na cidade, destacando-se o calçamento das ruas do Ouvidor, Barão de Amazonas e Sacramento, além da abertura da Rua 24 de Maio.21

Gesteira Passos, meses depois, ainda em 1892, passou a presidência da Intendência para o vice–presidente, Antonio Ribeiro Cardoso. Após o fim das Intendências e o restabelecimento das Câmaras, Gesteira Passos, em 1895, é novamente eleito presidente. Mas renuncia para assumir o mandato na Assembleia Provincial. Em 1998, elege-se vereador mais uma vez e, em 1999, volta a ocupar

18 Arquivo da Santa Casa de Misericórdia de Campos dos Goytacazes, op. Cit.

19 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, op. cit. p. 56.

20 SOUZA, Horacio. Op. Cit. p. 58.

21 CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é nome de rua, 1985. Vol. 1, p. 54.

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a presidência da Câmara. Em 1900, elege-se deputado provincial, exercendo o mandato de 1901 a 1903.

Importante ressaltar que no seu segundo mandato e primeiro como presidente eleito (1895/1897), Gesteira Passos mandou demolir o prédio que existia ao lado da Câmara, “mandando-se orçar a construção de uma casa assobradada destinada à Biblioteca”. Na mesma sessão (18 de junho de 1896), Gesteira Passos mandou “levantar a planta e o orçamento do sobrado ao lado da Câmara, de propriedade da mesma, com o fim de nele estabelecer-se a Biblioteca Municipal”.22

Curioso é que, ausência de Gesteira Passos, em sessão presidida pelo comendador João Gonçalves Pereira, a Câmara aprova requerimento seu “exprimindo seu pesar pelo doloroso acontecimento de Canudos, nos sertões da Bahia”, propondo que “se lance na ata um voto de profundo pesar pelo revés das Armas Republicanas nos sertões da Bahia, e onde sucumbiram Moreira Cezar, Tamarindo e outros bravos”. 23 (Sob a liderança de Antonio Conselheiro, a comunidade de Canudos, como se sabe, rechaçou as forças enviadas pelo governo para exterminar o arraial).

Também na mesma sessão, o presidente em exercício propôs retirar o nome do Dr. Porciúncula ( José Tomaz da Porciúncula, médico, primeiro presidente eleito em 14 de abril de 1892 para governar o Estado do Rio) da Rua do Sacramento, “denominando-a Rua Moreira Cézar, em homenagem ao chefe militar morto na Campanha de Canudos”.24 (A rua citada recebeu o nome de Lacerda Sobrinho, anos depois, em homenagem ao médico João Batista Lacerda Sobrinho, filho de Luiz Carlos de Lacerda).

Já em 05 de agosto de 1897, estando no exercício da presidência o vereador capitão Henrique Martins de Oliveira, a Câmara dá o nome de Carlos Lacerda à Rua do Rosário, conforme consta no texto abaixo:

“Em virtude da resolução desta Câmara, acolhendo o pedido

22 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1895-1898, p. 94.

23 Ibidem, pp. 183-184.

24 Idem

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justíssimo dos abolicionistas da nossa terra, que transfere o nome da Rua do Rosário para o do valoroso e inolvidável redentor da raça escrava no nosso país, “Carlos de Lacerda”, ato este que nos elevará aos olhos da nação, dando-nos o valor merecido da nossa educação cívica, e, atendendo a ansiedade natural que deve morar nos peitos amigos d’aquele paladino de gloriosa memória, proponho que seja determinado o dia 15 do corrente mêz para a colocação das placas n’aquela rua, com o nome designado, ficando o Sr. Presidente desta Câmara autorizado a dar as precisas providências para esse fim”. 25

Na sua terceira gestão à frente da Câmara (1899/1900), Gesteira Passos sanciona e publica a lei que instituiu o Ensino Primário Municipal, especificando todas as normas e regulamentos e as disciplinas que deveriam ser ensinadas: “Leitura e Caligrafia, as quatro operações da Aritmética, rudimentos de Gramática e trabalhos de agulhas para as meninas”.26

Preocupada com o aparecimento da peste bubônica, que havia se intensificado no final do século, a Câmara elenca uma série de medidas que deveriam ser tomadas urgentemente:

“(...) dessecamento das baixadas de Santa Ephigênia, Praça Azeredo Coutinho e da rua da Baronesa. Limpeza completa do canal de Campos a Macaé até as comportas do Queimado, tudo quanto daí fosse retirado. Limpeza criteriosa das ruas e praças duas vezes por dia, como também das praças das verduras e da Azeredo Coutinho e do Mercado Municipal. Esta limpeza deverá estar encerrada até às oito e trinta da manhã, e lavagem diária e abundante das ruas e praças da cidade, sobre tudo as centrais (...)”.27

Manoel Gesteira Passos faleceu em 18 de fevereiro de 1917 e foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Monte Carmelo, no Caju.

25 Ibidem, p. 246.

26 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1898-1901, pp. 86 e 87.

27 Ibidem, pp 136 e 137.

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MANOEL JOAQUIM DA SILVA PINTOPresidente

30 de junho de 1892 a 24 de dezembro de 1894

Em 30 de maio, de 1892 ocorreu a última sessão do Conselho de Intendência. O Conselho foi extinto, retornando o sistema anterior, de eleição dos representantes do povo (as pessoas já não mais precisavam possuir bens para ter o direito de votar, como no Império, mas as mulheres e os analfabetos continuavam sem poder escolher quem desejasse). A Câmara Municipal retornou, ainda com o poder executivo, que só perderia com a indicação do prefeito, em 1904.

Nesse retorno, foi eleito para presidir o Legislativo Manoel Joaquim da Silva Pinto. Manoel Joaquim da Silva Pinto nasceu em Campos em meados do século XIX. Era filho de Antônio José da Silva Pinto, Barão de São Fidélis. Casou-se com Branca Saturnino Braga, com a qual teve um filho, Godofredo Saturnino da Silva Pinto.28

Cursou a Faculdade de Direito em São Paulo. Em Campos, exerceu o cargo de Juiz Municipal. A Justiça, nesse período, era de competência da municipalidade. A Câmara possuía, inclusive, um Tribunal do Júri.

Manoel Joaquim da Silva Pinto foi eleito vereador em várias legislaturas e ocupou a presidência da Câmara no ano em que esta foi restaurada, com a extinção das Intendências, em 1892.

Ao assumir o cargo, juntamente com seu vice, Antonio Ribeiro Cardoso e o vereador José Elmino Drumond Esmeraldo, felicitou o presidente do Estado: “(...) Indicamos que sendo esta a primeira Câmara Municipal que se constitui no regime republicano, pelo voto livre do povo, no Estado do Rio de Janeiro, seja o seu primeiro ato felicitar ao Excelentíssimo Sr.Presidente do Estado, Doutor José Thomaz

28 CARVALHO, Waldir Pinto de. Op. Cit. p. 84

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da Porciúncula pela patriótica administração que há feito, protestando-lhe o seu inteiro apoio, assim como ao governo da União que tem a sua frente o distinto Marechal Floriano Peixoto, e que se felicite também a Relação como o primeiro Tribunal de Justiça do Estado. Paço da Câmara Municipal de Campos, 30 de Junho de 1892. – Antonio Ribeiro Cardoso, M. J. da Silva Pinto, José Elmino Drumond Esmeraldo.”29

Com a Constituição de 1891, as leis do Império foram substituídas e foi determinado pela Lei Fluminense nº 17, de 20 de outubro de 1892, artigos 32, 36 e 37, que a Câmara formulasse seu Regimento Interno. Para tanto, seria constituída uma Assembleia Municipal, convocada ordinariamente duas vezes por ano e, extraordinariamente, quantas vezes julgasse necessário, pelo presidente da Câmara, que a dissolveria ao término dos trabalhos. O Regimento foi aprovado pela Assembleia Municipal reunida nos dias 22 e 23 de janeiro de 1893.

Um fato digno de registro e que seria repudiado pouco tempo depois pelo vereador Julio Feydit, após uma análise histórica sobre o que considerou “a sanha dos beneditinos,” em seu livro, lançado em 1900, Subsídios para a História dos Campos dos Goytacazes, foi discutido na sessão de 20 de novembro de 1893. Trata-se da cobrança feita ao presidente da Câmara pelos beneditinos que desejavam cobrar impostos aos moradores e comerciantes da cidade, alegando (o que faziam há décadas) que as terras a eles pertenciam.

Contra a pretensão do Mosteiro de São Bento, o advogado da Câmara, Manoel Camillo Ferreira Landim, provou, com farta documentação, os direitos da municipalidade sobre as terras da cidade. Manoel Landim examinou os livros de tombos do Mosteiro, nos quais o procurador dos religiosos tentava provar os direitos dos beneditinos sobre as terras dentro dos limites da cidade. Nada encontrou que justificasse poder algum da Ordem de São Benedito sobre:

29 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, op. Cit. pp. 102 e 103.

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“(...) os territórios de meia légua em quadra dada para o ócio e comodidade dos habitantes e, também, as de que são de uso comum dos moradores. Ficou plenamente provado que o Mosteiro de São Bento não tem direito a cobrar foros e laudêmio de terrenos situados dentro dos limites da cidade”.30

Em sua gestão, a Câmara propôs “mandar tirar as fotografias dos principais e mais importantes estabelecimentos do município e edifícios desta cidade para serem remetidas à exposição de Chicago, despendendo, para isso, a quantia de 350$000”. 31

No período de sua presidência, a Câmara retornou ao “Paço municipal” ou à sua sede na Praça São Salvador e o Liceu voltou a funcionar no solar do Barão da Lagoa Dourada.

Importante industrial da Baixada, Manoel Joaquim da Silva Pinto foi ainda deputado no Império e na República.

Ligado à terra e à agricultura, deixou a vida pública e dedicou-se à sua Usina de Açúcar Floresta, à plantação de cana e à indústria açucareira. Foi um dos homens mais esclarecidos neste ramo de negócio.

Manoel Joaquim da Silva Pinto faleceu no dia 13 de novembro de 1904 e foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Monte Carmelo, no Caju.

BENEDITO GONÇALVES PEREIRA NUNESPresidente

23 de janeiro de 1901 a 31 de janeiro de 190410 de janeiro de 1907 a 29 de dezembro de 1909

Benedito Gonçalves Pereira Nunes nasceu em Campos, no dia 06 de dezembro de 1864. Era filho de Manoel Gonçalves Pereira Nunes e Carlota Matilde Pereira Nunes. Foi casado pela primeira vez com Maria Francisca Matos. Desse enlace matrimonial

30 Ibidem, p. 197.

31 Ibidem, p. 128.

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nasceram cinco filhos. Ficou viúvo e se casou com Elisa Delgado Costa.

Cursou o primário e o preparatório, nesta cidade, depois seguindo para o Rio de Janeiro onde se formou em Medicina, em 1887. Sua colação de grau teve a presença de S. M. o Imperador D. Pedro II. Nesta turma colou grau, pela primeira vez, uma mulher, a doutora em Medicina no Brasil, Ermelinda Lopes Vasconcelos, natural do Rio Grande do Sul.32

Destacou-se como médico, literato, professor de física e química do Liceu de Humanidades de Campos e jornalista. Em 1931 escreveu o livro “A Velhice: seus aspectos médico-social”.

Na sua carreira política, foi eleito vereador e presidente da Câmara Legislativa para os mandatos de 1901-1903 e 1907-1909.33 (a partir de 1901, a Câmara estabeleceu mandato de 03 anos para a Mesa Diretora). No primeiro mandato como prefeito, reabriu o Mercado Municipal que, à época, funcionava no quadrilátero formado pelas ruas dos Andradas, Ouvidor (depois Marechal Floriano), Oliveira Botelho e Formosa (depois, Tenente Coronel Cardoso); colocou gradil na Praça São Salvador e inaugurou a Biblioteca Municipal (depois, Nilo Peçanha), no edifício que fora construído para abrigar o Corpo de Bombeiros. 34

Em 1904, foi eleito deputado estadual e, na Assembleia, eleito líder da bancada de seu partido. A convite de Nilo Peçanha, eleito governador, assumiu o cargo de prefeito de Niterói, naquele mesmo ano. Depois, elegeu-se deputado federal.

Em 1926, novamente foi nomeado prefeito de Campos,

32 CARVALHO, Waldir Pinto de. Op cit. p. 161.

33 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1898-1901, pp. 223 e 224; 1904-1913, pp. 85 e 86. 34 CONTE, Francisco Almeida. Et. Al. Sociedade Fluminense de Medicina - 80 anos de história 1921-2001, pp. 38 e 39.

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exercendo o mandato até 1929, quando parcela da população foi acometida, mais uma vez, pela epidemia da “peste bubônica”. Remodelou, saneou e urbanizou a cidade. Trouxe para a Companhia Telefônica Brasileira a Policlínica Maternidade, hoje sede da Faculdade de Medicina de Campos, integrada à Fundação Benedito Pereira Nunes.

Benedito Gonçalves Pereira Nunes também foi secretário de Educação do Governo do Interventor Lucio Meira, nomeado Diretor-Presidente da Caixa Econômica Federal do Estado do Rio de Janeiro e membro-fundador da Academia Campista de Letras, sendo patrono da cadeira nº 6.

Em 24 de janeiro de 1938, foi inaugurada a Galeria da Saudade com a foto de Pereira Nunes, que presidiu a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia nos anos de 1922 a 1927 e de 1932 a 1933.

Benedito Gonçalves Pereira Nunes faleceu em 16 de dezembro de 1934, aos 70 anos de idade.

PATRIMÔNIO MATERIAL

Em 1964, foi inaugurado um monumento com um busto em homenagem a Benedito Pereira Nunes. Originalmente, o monumento localizava-se no encontro das Ruas Barão de Miracema com Rodrigues Peixoto (continuação da Saldanha Marinho). Em 1982, ele foi transferido para um trecho da Avenida 28 de Março, próximo à Rua dos Goitacazes.

Desejando mais visibilidade ao busto do benfeitor de Campos, engajado em causas sociais, médico e político idealista, o Lions Club de Campos fez um pedido à Fundação Benedito Pereira Nunes para que o busto fosse colocado junto ao prédio da Faculdade de Medicina, na Avenida Alberto Torres. A mudança ocorreu em 23 de agosto de 2012, onde até o momento se encontra.

Dr. Wellington Paes e Vilmar Rangel.35

35 Disponível em: www.fmanha.com.br/geral/busto-de-benedito-pereira-nunes-tran-ferido-para-a-fmc. Acessado em 20/08/2016.

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TENENTE-CORONEL MANOEL LEOPOLDINO ALMIRANTE PORTO

Presidente05 de janeiro de 1904 a 13 de janeiro de 1906

Manoel Leopoldino Almirante Porto nasceu em Campos, em 1858. Filho de Antonio Leopoldino Pereira Porto e Rosa Amélia Almirante Porto.

O tenente-coronel Leopoldino Almirante Porto atuou como

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tabelião público. No Diário Oficial do Rio de janeiro, consta que exerceu o cargo de escrivão do 2º ofício.36

Foi admitido como irmão da Santa Casa de Misericórdia de Campos, em 06 de junho de 1890,37 exercendo o cargo de escrivão, tendo assumido o cargo de Provedor da citada instituição em 15 de janeiro de 1893. A provedoria era exercida por José Julião Ribeiro de Castro, que renunciou, ao mudar-se para o Rio de Janeiro.

A gestão do tenente-coronel Manoel Leopoldino Almirante Porto como Provedor da Santa Casa foi de 15 de janeiro de 1893 a 01 de julho de 1893, quando saiu, dando lugar ao novo provedor, Julio de Miranda e Silva, o Barão de Miranda.

Eleito vereador, Almirante Porto assumiu a presidência da Câmara em 05 de janeiro de 1904, proferindo o seguinte discurso, de acordo com a ata daquele dia:

“(...) Nenhum outro ponto do Brasil, disse SS., sofreu tanto com a campanha abolicionista como o município de Campos, e a sua decadência data desde a mudança da forma da época, com a desorganização do trabalho e uma série de dificuldade após essas importantes reformas social e política – abolição e a mudança na forma de governar. Apesar das dificuldades trazidas por essas transformações é lisonjeira a situação do município que, não obstante haver lutado com mortíferas epidemias, Dr. Benedito Pereira Nunes fez uma excelente administração e deixou um patrimônio no valor de 270 contos”. 38

Em sua gestão, o Regimento interno da Câmara foi alterado substancialmente, para adequar-se “aos novos moldes da Lei Orgânica das Municipalidades, aprovada em 18 de novembro de 1903, sob o nº 624 – A, com a promulgação das Leis nº 647, de 19 de setembro e 651 de 03 de outubro do corrente ano”.

Em 1º de Junho de 1904 o Almirante Porto renuncia à presidência da Câmara e ao mandato para assumir a Assembleia Legislativa do Estado. Assume a presidência o coronel João Maciel.39 Todavia,

36 Diário Oficial do Rio de Janeiro, 1908.

37 Santa Casa de Misericórdia, op. Cit.

38 Câmara Municipal, op. Cit. p. 138.

39 Câmara Municipal, op. Cit. p. 184.

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em 05 de novembro de 1904, consta que o tenente- coronel Almirante Porto estava mais uma vez na presidência e não há registro de uma nova eleição, o que causa estranheza, já que ele havia renunciado. Ou então houve um erro na redação da ata e ele apenas licenciou-se. O fato é que ele retorna à presidência da câmara. 40

A cidade de Campos havia recebido, em 1904, seu primeiro prefeito, Manoel Rodrigues Peixoto. Neste ano ocorre o primeiro embate político entre Executivo e Legislativo no município e, pela importância do fato, Hervé Salgado Rodrigues registra:

“Aconteceu, então, incidente sério entre a Câmara e o prefeito Rodrigues Peixoto. É que o prefeito vetou o projeto de Orçamento da Câmara para 1905, considerando-o totalmente distanciado das realidades da época. O projeto voltou à Câmara, que rejeitou o veto do prefeito. Entre os vereadores mais conhecidos estavam os vereadores Thiers Cardoso, Pedro Maciel, Capitão Agostinho de Assis e outros. A Câmara rejeitou o veto do prefeito e Rodrigues Peixoto comunicava a Nilo Peçanha (presidente do Estado) que iria recorrer da decisão. O prefeito esperava o apoio do presidente do Estado. Mas Nilo Peçanha escorregou como um quiabo e não assumiu nenhuma atitude. Em vista disso, o prefeito Manoel Rodrigues Peixoto, homem de brio, renunciava ao cargo. E enviou ofício nesse sentido. Nilo aceitou a renúncia e agradeceu a colaboração dada”. 41

Com a renúncia de Manoel Rodrigues Peixoto, Nilo Peçanha nomeia Manoel Camillo Ferreira Landim, pernambucano aqui radicado, prefeito de Campos. O tenente- coronel Manoel Leopoldino Almirante Porto preside a sessão de posse do novo prefeito.

No dia 02 de janeiro de 1905, há uma nova eleição para a Mesa Executiva e o tenente coronel Manoel Leopoldino Almirante Porto é eleito, tendo na vice-presidência o coronel João Antonio Tavares.

40 Ibidem, pp. 185 e 186.

41 RODRIGUES, Hervé Salgado. Na Taba dos Goytacazes. Biblioteca de Estudos Fluminense, Niterói, 1988, p. 159.

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Na sessão de 1º de fevereiro de 1905, o vereador Thiers Cardoso, emocionado, pronuncia um discurso a respeito de José do Patrocínio que o livro de Atas faz constar:

“Nosso conterrâneo que acaba de falecer e relembrando as diversas fases da sua vida em prol da abolição e da raça escrava e do progresso das letras pátrias, tornando conhecido e festejado o seu nome no Brasil como no estrangeiro”. Lamentou tão irreparável perda dizendo que se ele tivesse traçado com sua pena diamantina um ideal a seguir-se à risca, a sua trajetória teria na República Brasileira (...)”.42

Manoel Leopoldino Almirante Porto foi reeleito em 13 de janeiro de 1906 para presidir a Câmara, com João Antonio Travares na vice-presidência. Mas Almirante Porto não assume, porque estava muito doente.

A sessão de 20 de março de 1906 menciona o falecimento do Almirante Porto, ocorrido no dia 8 de março daquele mês.43 O sepultamento foi no Cemitério Nossa Senhora do Monte Carmelo, no Caju.

CORONEL JOÃO ANTONIO TAVARESPresidente

20 de março de 1906 a 28 de novembro de 1906

João Antonio Tavares, filho de Luiz José da Silva Tavares e Maria Clara do Espírito Santo, nasceu em Campos em 1858. Foi casado com Júlia Batista Tavares, com quem teve quinze filhos.

Foi proprietário da Fazenda

42 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1904-1913, pp. 31 e 32.

43 Câmara Municipal, op. Cit. p. 62.

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Conceição, situada em Itereré. Enriqueceu e atuou como negociante durante muitos anos. Devido às suas ações em benefício dos mais necessitados foi admitido como irmão da Santa Casa de Misericórdia de Campos, em 02 de julho de 1883. 44

João Antonio Tavares ganhou notoriedade e foi nomeado coronel da Guarda Nacional, título que adotou, como era costume na época do Império, pois era uma honraria concedida por S. Majestade, o Imperador.

Eleito vereador, chegou à presidência do Legislativo devido ao falecimento do tenente-coronel Manoel Leopoldino Almirante Porto, do qual era vice-presidente. Assumiu o como titular em 20 de março de 1906. 45

João Antonio Tavares assume a presidência da Câmara em meio a uma das mais graves crises já registradas na cidade: a enchente de 1906, que provocou muitas mortes, centenas de desabrigados, desabamento de prédios e dezenas de casas, além do pavor do retorno de doenças causadas pelo tifo, febre amarela, cólera e a peste bubônica, que ceifou a vida de 103 pessoas em 1901, 115 pessoas em 1903. Essas enfermidades causariam a morte de dezenas de pessoas no mês de agosto daquele ano de 1906, entre as quais os membros da família do dentista Ubaldo Abreu, na Rua Sacramento (Lacerda Sobrinho), dos médicos Lacerda Sobrinho, que foi acometido da doença no dia 14 de agosto e morreu no dia 16, aos 26 anos de idade, Silva Tavares e Luis Cardoso de Melo. Foi um ano atípico, de mortes e prejuízos incalculáveis e a Prefeitura e a Câmara atuaram unidas para minorar e sanar os problemas.

Eleito para governar o Estado do Rio, em substituição a Nilo Peçanha, Alfredo Backer nomeia o Coronel João Antonio Tavares prefeito de Campos, assumindo o cargo em 11 de janeiro de 1907, governando até 1908. Uma de suas preocupações era a ampliação da cidade, que crescia sem planejamento, com ruas curvas, estreitas e pouco extensas. Na sua gestão prolongou a Rua Formosa, hoje

44 Arquivo da Santa Casa de Misericórdia de Campos dos Goytacazes, op. Cit.

45 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1904-1913, p. 62.

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Tenente Coronel Cardoso, até a Rua Riachuelo, antiga Estrada do Rumo.46

Foi um partidário intransigente de Feliciano Sodré, que disputou o governo fluminense, em 1914, perdendo para Nilo Peçanha, que retornou para mais um mandato como presidente do Estado.

O coronel João Antonio Tavares faleceu, em 07 de setembro de 1922 e seu corpo foi sepultado no Cemitério do Caju.

JOÃO MARIA DA COSTAPresidente

15 de fevereiro de 1910 a 31 de dezembro de 1910

João Maria da Costa nasceu, em Campos, no dia 24 de janeiro de 1871. Era filho de Anastácio Leão da Costa e de Maria Martins de Araújo. Seu irmão, Artur Emiliano Costa, foi advogado e Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Campos.47

Formou-se em Direito atuando como advogado e exerceu o cargo de Juiz Municipal da 1ª Vara de Campos. João Maria da Costa teve dois filhos: Ademar Costa, que se formou em Medicina, e Alcides Costa, advogado. Foi admitido como irmão da Santa Casa de Misericórdia de Campos em 30 de junho de 1897.

Iniciou sua carreira política como vereador da Câmara Municipal de Campos. Eleito presidente da Câmara em 15 de fevereiro de 1910, licenciou-se para assumir, em janeiro de 1911, temporariamente, a Prefeitura de Campos, indicado pelo Partido

46 CARVALHO, Waldir Pinto de. Op. Cit. p. 72

47 Arquivo da Santa Casa de Misericórdia de Campos dos Goytacazes, op. Cit.

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Republicano de Campos. 48

Neste período, o Governo do Município era responsável pelo abastecimento de água, serviços de gás encanado, serviços de força e luz e de telefones, entre outros. No executivo, fez o recuo da Igreja Boa Morte, colocando a sua frente para a Rua da Constituição, hoje Alberto Torres. Antes, a frente da igreja era na Rua da Boa Morte. Também cooperou muito para a urbanização da cidade.

João Maria da Costa faleceu no dia 04 de julho de 1915.

MAJOR JOÃO THOMAZ PACHE DE FARIAPresidente

07 de fevereiro de 1911 a 31 de dezembro de 191222 de agosto de 1921 a 17 de março de 1923

João Thomaz Pache de Faria nasceu em São Fidélis, em 06

de abril de 1857. Estudou no Colégio Reis, na Corte do Rio de Janeiro e, posteriormente, cursou o Seminário de Mariana, em Minas Gerais. Era proprietário de várias fazendas, entre as quais as do Sapateiro, Venturosa e Jundiá.

Eleito vereador em 1911, o Major João Thomaz Pache de Faria chegou à presidência da Câmara devido ao anterior presidente, o Vereador João Maria da Costa, ter renunciado à vereança para assumir o cargo de prefeito. Na sessão de 29 de julho de 1911, aprovou projeto que criava prêmios em dinheiro que seria dado aos alunos da Escola de Aprendizes Artífices que apresentassem o melhor trabalho na exposição anual do educandário, que funcionava no prédio que havia sido uma estação de trem e onde hoje está instalada a Faculdade de Direito.

Em 1921, foi eleito novamente presidente da Câmara, após a saída de César Nascentes Tinoco (que foi nomeado prefeito de Campos) para um mandato que terminaria em 1923. Em 1922, durante o período eleitoral (no qual o prefeito elegeu-se deputado),

48 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, op. Cit. p. 205

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João Pache de Faria assumiu interinamente a Prefeitura. Assumiu a Administração Municipal por várias vezes quando

do impedimento de diversos prefeitos, mas nunca deixou de comparecer às reuniões do Legislativo, apesar de ter sempre de fazer uma viagem a cavalo por mais de quatro horas.

Foi companheiro de Antonio Cardoso, Almirante Porto, Barão de Miracema e Nilo Peçanha.

O Major João Thomaz Pache de Faria faleceu no dia 03 de abril de 1939, aos 82 anos, com o título de Coronel auferido pela Guarda Nacional.49

LUIZ CAETANO GUIMARÃES SOBRALPresidente

02 de janeiro de 1913 a 30 de novembro de 1915

Luiz Caetano Guimarães Sobral nasceu em Campos, em 03 de fevereiro de 1872. Formou-se pela Faculdade Nacional de Medicina em 1891 e defendeu a tese sobre malária. Foi cirurgião, médico de consultório e médico de família. Casou-se em 1903 com Maria José Barcelos e foi pai de nove filhos.

Segundo Décio Lobo de Azevedo, que escreveu sua biografia para a Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Sobral, que era patrono da Academia, exerceu papel preponderante nas epidemias de varíola, peste bubônica e gripe espanhola, entre 1899 a 1903, 1906 e 1918.

Segundo o Diário Oficial do Rio de janeiro de 1908, Luiz

49 Jornal Correio da Manhã, 09 de abril de 1939.

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Caetano Guimarães Sobral foi Delegado de Higiene da Prefeitura no mandato do prefeito João Antonio Tavares. 50

Foi eleito vereador em 1912 e presidente do legislativo na sessão de 02 de janeiro de 1913, devido à renúncia do presidente recém-eleito, João Thomaz Pache de Faria. Na sua gestão, a Câmara decreta que em cada um dos distritos rurais haveria duas escolas mistas municipais, sujeita à fiscalização da Prefeitura. Como justificativa, segundo o livro de atas 1904/19013, a Câmara diz que “devido às escolas públicas, mantidas pelos cofres do Estado, não corresponderem à necessidade da difusão do ensino primário no município”.

Luiz Caetano Guimarães Sobral ocupou a cadeira do executivo campista por quatro períodos: 1915/1918, 1920/1924 e 1930, quando foi afastado pela Revolução daquele ano. Em 1934 foi eleito deputado estadual, exercendo o mandato até 1937 quando Getúlio Vargas aprova uma Constituição autoritária e fecha as casas legislativas. Luiz Sobral, naquele ano, foi nomeado mais uma vez para a Prefeitura de Campos, mas pediu a sua exoneração no dia 04 de abril de 1939. É digno de nota que durante o ano de 1915, o Sr. Sobral acumulou as funções de chefe do Executivo e do Legislativo, como consta em ata na sessão de 02 de janeiro de 1915, quando seu nome foi confirmado para a presidência, sendo que o seu vice, Enéas de Castro, responderia por ele no exercício do cargo.

Benedito Pereira Nunes, quando foi prefeito de Campos (1928-1930), solicitou ao engenheiro Saturnino Rodrigues de Brito um projeto de saneamento da cidade que, no seu trabalho, sugeriu, segundo artigo da doutora Teresa Peixoto Faria, hoje vice-reitora da UENF, “a educação das populações nos bons princípios de higiene”. Porém, escreve Teresa Peixoto em seu artigo, intitulado: “O papel dos médicos e engenheiros na modernização da área central da cidade de Campos dos Goytacazes, no início do século XX”:

50 Diário Oficial do Rio de Janeiro, 1908.

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“(...) na gestão de Luiz Sobral é que foram implementadas as principais obras indicadas no Plano de Saturnino de Brito, tais como: o Novo Mercado Municipal; o Matadouro-Modelo; o Triturador de Lixo, o fechamento com os muros do Cemitério do Caju, o alargamento e calçamento de ruas na área central, construção de diques e muralhas ao longo do rio Paraíba do Sul. Além disso, retirou cortiços da área central, desapropriando prédios insalubres e terrenos da zona urbana para utilidade pública, conforme demonstra o Relatório da Prefeitura de Campos dos Goytacazes apresentado ao Conselho de Vereadores, em novembro de 1915”.51

Em sua análise, Teresa Peixoto Faria atesta:“(...) as ações políticas do médico Luiz Sobral tiveram uma

grande repercussão no cenário nacional, trazendo a Campos para as inaugurações das obras de modernização da área central, o então presidente do Estado do Rio de Janeiro, o campista Nilo Peçanha e o Presidente da República, Wenceslau Braz”. 52

Neste evento, ocorrido em 05 de novembro de 1916, segundo Teresa Peixoto, também esteve presente um jornalista argentino correspondente do jornal El Diario e da revista Caras y Caretas, Manuel Láinez, que divulgou através de uma publicação intitulada “Notas Del Brasil – Crónicas e Impressiones” (publicadas em El Diario de Buenos Aires, em 1917) suas impressões sobre Campos:

“Campos, ciudad que trabaja y rie – Lo que revelan nuestros diarios – El doctor Nilo Pençanha es el estadista mais notable. – Lo que el periodista argentino piensa del Dr. Luis Sobral y del coronel Sebastián Brandão.(...) Ellos me han revelado no solamente la cultura y el progressio moral e material de Campos, sino también supotencialidad financera y comercial: los avisos de los diários son los mejores termómetros de la vida económica de

51 FARIA, Teresa Peixoto. O papel dos médicos e engenheiros na modernização da área central da cidade de Campos dos Goytacazes, no início do século XX. Disponível em:http://anais.anpuh.org/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S23.0990.pdf, pp. 06 e 07. Acessado em 20/08/2016.

52 FARIA, Teresa Peixoto. Op. Cit. p. 07.

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los pueblos. Y cuántos avisos tienen vuestros diarios! Campos me dió la sensación inmediata de una ciudad que vive, que prospera, que trabaja; he visto su movimiento de noche y lo he visto de día: vi una población alegre, bien vestida, que se divertía, que reía; vi una población sana, pueslarisa es síntoma de salud, y vi luego la población que trabaja”. 53

Em 1934, Luiz Sobral foi eleito deputado estadual, exercendo o mandato até 1937, quando Getúlio Vargas aprovou uma Constituição autoritária e fecha as casas legislativas. Luiz Sobral, naquele ano, foi nomeado mais uma vez prefeito de Campos para o período 1937/1938. À época, os prefeitos eram nomeados pelos governadores.

Foi sócio fundador e benemérito da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia e atuou como seu terceiro presidente de 1928 a 1929. Na sua gestão à frente da Prefeitura entre 1920 e 1924, Luiz Sobral cedeu o terreno para a construção da Policlínica.54

Eleito o 55º Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Campos, exercendo o cargo de 30 de junho de 1937 a 30 de junho de 193855 e reeleito para mais dois mandatos. De acordo com Alberto Lamego, citado por Décio Lobo de Azevedo, foi dele “a glória de ordenar a mudança da velha Santa Casa de Misericórdia de Campos da Praça das Quatro Jornadas para as novas dependências da Praça da Bandeira”, transferência concluída em 11 de junho de 1948.

Sua administração foi profícua, pois aumentou os leitos e o quantitativo de atendimento aos pacientes, as especializações médicas e reformou vários prédios daquela instituição, entre eles, o Asilo da Lapa, na época, para meninas sem famílias deixadas na “Roda dos Expostos” que ficava na Santa Casa de Misericórdia.

Em 11 de junho de 1948, foi concluída a mudança da Santa Casa do prédio da Praça das Quatro Jornadas para o prédio da Praça da Bandeira, que foi construído com arrecadação de fundos

53 FARIA, Teresa Peixoto. Op. Cit. p. 07.

54 CONTE, Francisco Almeida. Et. Al. Op. Cit. p. 41

55 LAMEGO, Alberto. História da Santa Casa de Misericórdia. Rio de Janeiro, 1951, p. 89.

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junto à população, mas, principalmente, pelo esforço e doação do industrial e senador José Carlos Pereira Pinto. Luiz Sobral renunciou ao cargo de Provedor da Santa Casa em 14 de setembro de 1948, por motivos de saúde.

Segundo o professor Leonardo Vasconcelos, “Luiz Sobral foi o grande responsável pela reforma urbana de Campos no início do século XX. Fez um trabalho semelhante ao que o prefeito Pereira Passos realizou no Rio de Janeiro, no tempo que esteve à frente da prefeitura da capital, entre 1903 e 1906”.56

Luiz Caetano Guimarães Sobral faleceu no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1952, aos 80 anos de idade. Seu corpo foi trasladado para Campos e sepultado no Cemitério do Caju, na Irmandade São Benedito.

LUIZ ANTONIO FERREIRA TINOCOPresidente

03 de janeiro de 1916 a 08 de fevereiro de 1919

Luiz Antonio Ferreira Tinoco nasceu em Campos, em 14 de outubro de 1872. Era filho do Major João Ferreira Tinoco e de Maria Elisa Baptista Pereira, a Baronesa de Miranda. Seus irmãos eram Manoel Bernardino, (abolicionista), Ana Carolina, Maria Carolina e Maria Antonia.

Nos últimos anos do século XIX, estudou no Curso de Engenharia do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA. Retornou ao Brasil e casou-se com Conceição Guiomar Almeida Baptista. De seu matrimônio nasceram as filhas Maria Elisa, Celina e Cyrene Baptista Tinoco.

Luiz Antonio Tinoco, muito ligado à agricultura e à criação de gado, se destacou como rico fazendeiro e usineiro em Campos. Ingressou na política em 1910, quando foi eleito vereador e secretário da Mesa Diretora na gestão do presidente do Legislativo, João Thomaz Pache de Faria, em 1911.

56 CONTE, Francisco Almeida. Et. Al. op. Cit. p. 41.

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Em 05 de outubro de 1911, integrou a diretoria Executiva da 4ª Comissão Açucareira que solicitou ao então Presidente do Estado, Oliveira Botelho, um aumento do imposto da exportação do açúcar visando às obras de saneamento na cidade.

Continuou no cargo de secretário sob a presidência de Luiz Caetano Guimarães Sobral, no período de 1913 a 1915.

Reeleito vereador, assumiu a presidência da Câmara para o triênio de 1916 a 1918. Na sua gestão, sessão de 20 de julho de 1918, foi apresentado pela Comissão de Fazenda parecer no sentido de se realizar concurso para a criação de um busto de Benta Pereira e uma obra com sua história:

“(...) A Comissão de Fazenda sorri a ideia de realizar um quadro em que figure gravada uma lição de história sobre Benta Pereira. Julga mesmo uma necessidade imperiosa a realização de uma obra que traduza perenemente o heroísmo da nossa ancestral.

Há, porém, duas ponderações a fazer: a feitura de um quadro a esse respeito deve preceder um estudo sólido, que não exprima apenas uma fantasia e que traduza a lição histórica.

Deve ser posto em concorrência para que melhor se aproveitem os méritos de nossos grandes artistas e mais se aperfeiçoem os estudos, além de se ter em mira o salutar preceito de competição (...).57

Concorreu a um novo mandato em 1918 e assumiu como vereador em 26 de janeiro de 1919.

Entre 1918 e 1919, Luiz Antonio Tinoco assumiu interinamente a Prefeitura num período conturbado, quando os estrangeiros, principalmente alemães e austríacos aqui radicados, estavam sofrendo perseguições e admoestações dos campistas que os acusavam de serem partidários dos deflagradores da I Guerra Mundial, que, iniciada em 1914, terminaria naquele ano de 1918. Nesse período (1918/1919), além de Luiz Antonio, assumiu a chefia do Executivo outros vereadores que presidiram a Câmara: Coronel João Pache de Faria e César Nascentes Tinoco.

Luiz Antonio Ferreira Tinoco faleceu em 31 de dezembro de 1934, aos 62 anos.

57 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1913-1919, p. 165.

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CÉSAR NASCENTES TINOCOPresidente

27 de fevereiro de 1919 a 13 de julho de 1921

César Nascentes Tinoco nasceu no dia 02 de dezembro de 1884 em Macaé, Estado do Rio de Janeiro. Eram seus pais Benedito César Tinoco e Maria Nascentes Tinoco. Casou-se com Hilda Cunha Tinoco em 21 de fevereiro de 1914 e teve quatro filhos: Cehil, Ivo, Ilce e César.

Estudou no Liceu de Humanidades de Campos. Foi ferroviário, jornalista e formou-se na Faculdade Nacional de Direito, em 1912. Ingressou na política sendo eleito vereador à Câmara Municipal de Campos, ocupando a presidência devido à renúncia, na sessão de 27 de fevereiro de 1919, de Luiz Antonio Ferreira Tinoco.58 Na sua gestão, que findou em 13 de julho de 1921, foi aprovado o novo Regimento Interno da Câmara, contendo 204 artigos.

O Monitor Campista registra a visita do presidente do Estado, Raul Veiga e a renúncia do prefeito Luis Sobral. No dia 31 de maio de 1921, o jornal publica:

“(...) A nossa reportagem conseguiu saber que o Sr. Raul Veiga, diante da situação, resolveu deixar a Prefeitura em mãos do Sr. César Tinoco, substituto do prefeito, como presidente da Câmara que é, até que chegue da Europa o Sr. Nilo Peçanha. O senador fluminense indicará então o novo prefeito”.59

Em 14 de julho de 1921, o jornal Monitor Campista publicou:

58 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, op. Cit.

59 O Monitor Campista, 31 de maio de 1921.

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“(...) uma cena de pugilato entre o Dr. César Tinoco e Bruno de Azevedo, pois o vereador José Bruno de Azevedo teria usado de linguagem imprópria contra colega da Casa Legislativa, pois César Tinoco tirou-lhe a palavra e Bruno avançou contra ele e foi recebido com um murro”.60

Em 22 de agosto de 1921, foi nomeado prefeito de Campos, cargo que já estava ocupando. Assumiu a presidência da Câmara, interinamente, João Pache de Faria. César Tinoco foi prefeito de Campos nos anos de 1921 e 1922. Continuou a sua carreira política como deputado estadual, federal, vice-presidente do Estado do Rio de Janeiro e presidente da Assembleia Legislativa Estadual. Assumiu os cargos de Secretário do Interior e Justiça, promotor Público no Rio de Janeiro e Curador de Acidentes do Trabalho, também, no Rio de Janeiro.

Atuou como professor da primeira Escola de Direito de Campos, fundada em 1914. Foi Sócio fundador da Associação de Imprensa Campista e, também, benemérito da Sociedade Musical “Operários Campistas” e da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia.61

Como educador e jornalista fundou, em 03 de maio de 1905, a revista estudantil “O Ideal” e em setembro do mesmo ano, a revista “O Álbum”. Como jornalista, fundou os jornais: “O Rio de Janeiro”, em 15 de maio de 1914 e, dez anos mais tarde, “O Dia”.

No executivo campista, fez doação do terreno do cemitério do Quimbira para a edificação da Policlínica, da Maternidade e do Hospital Infantil, bloco que, atualmente, compõe a Faculdade de Medicina de Campos.

Exerceu o cargo de Venerável na Loja Maçônica Fraternidade Campista, nos anos de 1922 e 1923. Nos movimentos revolucionários de 1922, 1924 e 1930, foi figura de destaque em Campos. Era vereador da Câmara Municipal de Campos quando eclodiu a Revolução de 1930.

Em 1950, o governador Edmundo de Macedo Soares e Silva

60 Ibidem, 14 de julho de 1921.

61 CARVALHO, Waldir Pinto de. Op. Cit. p. 269.

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inaugurou o “Grupo Escolar César Tinoco”, localizado no distrito de Santa Cruz. Após seu falecimento, foi inaugurado, em 31 de agosto de 1960, seu retrato na “Galeria da Saudade” da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia de Campos.

César Nascentes Tinoco faleceu no dia 13 de junho de 1960, aos 76 anos.

MANOEL FERREIRA MACHADOPresidente

22 de agosto de 1924 a 21 de abril de 1927

Manoel Ferreira Machado nasceu em São João da Barra em 16 de abril de 1867. Filho de José Ferreira Real e Maria Francisca da Conceição. Contraiu núpcias com Ana Januária Seixas. Não tiveram filhos, mas adotaram as meninas Eulina e Eurídice.

Ligado às atividades comerciais e industriais inicialmente fundou a firma FERREIRA MACHADO & CIA. LTDA e depois se interessou pela indústria canavieira. Era considerado, na sua época, como um dos maiores usineiros e decano dos comerciantes campistas.62

Pelos seus préstimos aos mais necessitados recebeu o título de Benemérito da Santa Casa de Misericórdia de Campos. Na gestão do Provedor da Santa Casa, Arthur Emiliano da Costa, Manoel Machado exerceu o cargo de Mordomo de Obras.

Manoel Ferreira Machado foi vereador, assumindo a presidência do Legislativo em 28 de agosto de 1924.63 Durante sua gestão, a

62 CARVALHO, Waldir Pinto de. Campos depois do Centenário, 2000. Vol. 3, pp. 79 e 80.

63 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1923-1927, pp. 44 e 46.

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Câmara, atuou com a Prefeitura, na resolução do problema de limites com o município de Santa Maria Madalena.

Em seu testamento, deixou a quarta parte de sua imensa fortuna para as Casas de Caridade de São João da Barra e de Campos.

O prefeito de Campos, Salo Brand, solicitou à provedoria da Santa Casa que fosse cedida ao município a chácara da Rua XV de Novembro, que foi doada a esta instituição de caridade pelos senhores Manoel Ferreira Machado e Olavo Cardoso para a construção do Hospital do Tuberculoso, que, em 29 de janeiro de 1951, recebeu o nome de Ferreira Machado.

Desativado por longo período, o hospital foi reformado pelo governador Leonel Brizola e cedido à Prefeitura, que, na gestão de Anthony Garotinho, teve instalado o primeiro Pronto Socorro público em Campos, tornando-se hospital de referência regional.

Manoel Ferreira Machado faleceu em Campos, no dia 15 de setembro de 1945, aos 78 anos de idade. Foi sepultado no Cemitério do Caju.

JAYME FERREIRA LANDIMPresidente

22 de maio de 1927 a 04 de agosto de 1928

Jayme Ferreira Landim nasceu em Campos, em 12 de novembro de 1896. Era filho de Manuel Ferreira Landim e Ana Jorge Rodrigues de Brito e casou-se com Amélia Clemente.

Formou-se em Direito tendo sido um grande advogado criminalista, um dos melhores do Estado do Rio, numa época em que Campos possuía bons profissionais na área do Direito. Formou junto com Godofredo Saturnino da Silva Pinto, a dupla mais alta das letras jurídicas fluminenses.

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Era sempre “ex-adversus” de Godofredo Pinto. Dele, o diplomata Jaime de Barros dizia, em seu livro de

memórias “Chão da Vida”, ter ouvido do Ministro Orozimbo Nonato, presidente do Supremo Tribunal Federal, que o maior advogado que tivera pela frente ter sido precisamente ele, Jaime Landim.”64

Escrevia para a “Revista Espelho: Revista da Vida Moderna”.Sua incursão pela política foi curta. Foi eleito vereador em 1926

e presidiu a Câmara no biênio 1927/1928, sendo eleito por seus pares na sessão de 21 de abril de 1927. Em sua gestão, a Câmara autorizou o então prefeito Bruno de Azevedo a subvencionar, mensalmente e de maneira permanente, o Orfanato São José (hoje, Fundação Municipal da Infância e Juventude). Em 1928 elege-se deputado e é substituído por seu vice, José Castro Pache de Faria. Elegeu-se deputado e assumiu a cadeira na Assembleia Legislativa. Mas logo depois abandonou a carreira política.

Na inauguração festiva do Fórum Nilo Peçanha, em 11 de março de 1935, Jayme Ferreira Landim foi orador, juntamente com Alberto Frederico de Moraes Lamego.

Cita Waldir de Carvalho que “Jayme Landim foi o escudo em que se ampararam diversos homens públicos de nossa cidade, quando das tentativas iniciais de desagregação do Município ou quando alguns políticos se viram ameaçados em seus direitos.”65

“Faleceu o Dr. Jayme Ferreira Landim, no dia 27 de agosto de 1983, na cidade do Rio de Janeiro, sendo sepultado no Cemitério São João Batista.”

O desembargador Paulo Pinto, filho de Godofredo Pinto, falou sobre sua morte, emocionado: “Campos teve em Jayme Landim uma das suas maiores inteligências e culturas. Suas lutas jurídicas com o meu saudoso pai foram momentos muito altos na seara do Direito”.

64 RODRIGUES, Hervé Salgado. Op. Cit. p. 334.

65 CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é Nome de Rua, vol. 2, Campos dos Goytacazes, pp. 185, 186.

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AMÉRICO VIANNAPresidente

07 de dezembro de 1928 a 30 de maio de 1929

Carece de informações a biografia de Américo Vianna. Foi professor, jornalista, advogado e político. Aluno da primeira Escola de Direito de Campos, formou-se advogado em 1919.

Escrevendo em jornal, por vezes, usou os pseudônimos Gil Rosa e Venâncio Ayres, quando criava polêmica em assuntos referentes ao desenvolvimento do município, sempre em defesa de Campos.

Eleito vereador, ocupou a presidência da Câmara, após a renúncia de Jayme Landim, em 1928. Seguidor político do então prefeito Benedito Gonçalves Pereira Nunes, assumiu interinamente duas vezes a Prefeitura de Campos. Posteriormente, o substituiria, no governo, quando Pereira Nunes se licenciou.

Na sua gestão como presidente do Legislativo, a Câmara autorizou a Prefeitura a subvencionar, mensalmente, o serviço de profilaxia da lepra e doenças venéreas de Campos.

Professor de Direito da Academia de Comércio de Campos, bem como da segunda Escola de Direito de Campos. Como jornalista, escreveu no jornal Monitor Campista e suas opiniões sempre foram respeitadas.

OSWALDO LUIZ CARDOSO DE MELLOPresidente

19 de setembro de 1929 a 03 de outubro de 1930

Oswaldo Luiz Cardoso de Melo nasceu no dia 12 de março de 1897 em Campos. Era filho do médico Luís Cardoso de Mello e Francisca Batista Cardoso de Mello. Casou-se no Rio de Janeiro, em 16 de janeiro de 1922, com Aída da Costa Cardoso de Melo e teve cinco filhos: Judith, Luís, José Geraldo, Maria Carlota

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e Oswaldo. Cardoso de Mello era sobrinho do Capitão Manoel Theodoro, um dos heróis campistas da Guerra do Paraguai.

Cursou o primário no “Colégio Paraíso”, que pertencia à professora Maria Ribeiro Paraíso. No Liceu de Humanidades de Campos, concluiu o primário e o secundário.

Começou a trabalhar como correspondente do jornal Monitor Campista, na cidade do Rio de Janeiro, pois foi residir nesta cidade para cursar a Faculdade de Medicina. Trabalhou como interno, de 1915 a 1919, no Hospital Central do Exército. Recebeu seu diploma de médico em 1920.

Médico notável, recebeu vários títulos honoríficos, entre eles o de Membro da Academia Brasileira de Medicina Militar”.66

Cardoso de Mello, como ficou conhecido, teve várias atividades paralelas à sua profissão de médico: as da política, da arte musical e do esporte.

Saiu vitorioso nas urnas em 1924 e 1928 para o cargo de vereador e, na sessão de 19 de setembro de 1929, foi eleito para a presidência do Legislativo.

Exerceu o mandato até 1930 quando eclodiu a Revolução de Outubro e o Governo Provisório, tendo à frente Getúlio Vargas, determinou o fechamento das Câmaras e a consequente extinção dos mandatos dos vereadores.67 Partidário da revolução, Oswaldo Luiz Cardoso de Mello foi preso.

“Quando, em 1930, após ter sido preso como revolucionário em 03 de outubro, o Dr. Oswaldo, ao chegar a Campos, em 06 de dezembro, para ser empossado como Prefeito, durante o

66 CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é Nome de Rua, vol. 1, Campos dos Goytacazes, p. 299.

67 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 62.

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transcurso feito a pé (...) fez questão de parar na Sociedade de Medicina e Cirurgia (...) para agradecer aos colegas presentes e a Sociedade Fluminense a solidariedade recebida durante a sua recente prisão e prestar a essa casa, homenagem, no momento em que estava para ser empossado Prefeito de Campos”. 68

Nomeado prefeito de Campos, Oswaldo Cardoso de Melo tomou posse em 06 de dezembro de 1930.

Em 09 de novembro de 1931, assumiu a Secretaria do Interior e Justiça, nomeado pelo Interventor Pantaleão Pessoa. Em 1933, foi eleito deputado para à Assembleia Nacional Constituinte, quando teve a oportunidade de apresentar uma emenda ao anteprojeto de Constituição que instituía o Seguro Social Coletivo contra o desemprego temporário e de proteção à maternidade. Em 17 de agosto de 1966, tomou posse no cargo de Secretário de Saúde e Assistência do Estado do Rio de Janeiro.” 69

Em seu livro, Na Taba dos Goytacazes, Hervé Salgado Rodrigues escreve:

“O Dr. Cardoso de Melo foi um dos fundadores da Sociedade Fluminense de Medicina de Campos e o primeiro diretor da Faculdade de Medicina de Campos, inaugurada em 14 de outubro de 1967. Fundou o Orfeão Santa Cecília – Centro de Cultura Artística, em 1949. Junto a amigos fundou a Rádio Cultura de Campos. Era membro da Academia Campista de Letras e da Academia Fluminense de Letras”. 70

Em 1939, aliado a um grupo de pessoas dedicadas à proteção da infância, fundou a Associação de Proteção à Infância de Campos (APIC) e exerceu a presidência daquela instituição entre 1942 e 1943.

Waldir Pinto de Carvalho, sobre ele, diz: “Homem culto, era amante da boa música e das letras. Foi um dos biógrafos de Nilo Peçanha”. 71

Como médico, em 1935, trabalhou na Sociedade Portuguesa

68 CONTE, Francisco Almeida. Et. Al. Op. Cit. p. 144.

69 CARVALHO, Waldir Pinto de. Op. Cit. p. 300.

70 RODRIGUES, Hervé Salgado. Op. cit. p. 323.

71 CARVALHO, Waldir Pinto de. Idem.

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de Beneficência e instalou o Serviço de Oftalmologia e Otorrinolaringologia, exercendo a chefia até 1963, quando se licenciou.

Fez parte do Conselho Brasileiro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, membro correspondente da Academia Brasileira de Medicina Militar e sócio efetivo da Associação Médica Fluminense, da qual foi o segundo vice-presidente no período de 1962/1963.

Oswaldo Luiz Cardoso de Melo foi o primeiro diretor e professor da Clínica Otorrinolaringológica da Faculdade de Medicina de Campos, quando da sua fundação em 14 de outubro de 1967, exercendo as funções até 1968.

Oswaldo Luiz Cardoso de Melo faleceu em 12 de setembro de 1968 e foi sepultado no Cemitério da Ordem da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos, no Caju.

A REVOLUÇÃO DE 30 E O FECHAMENTO DAS CÂMARAS

Até 1930, o país vivia sob a égide do sistema monárquico, embora a República estivesse em vigor desde sua proclamação em 1889. Uma nova Constituição havia sido promulgada em 1891 e, no ano seguinte, as Câmaras de Vereadores, que foram extintas, tendo o Governo de Deodoro criado as Intendências, voltaram a funcionar normalmente. Porém, a maioria do Parlamento, que promulgou a Constituição Republicana, era constituída de monarquistas, fato que favoreceu a manutenção de um sistema político similar ao do Império.

A República, portanto, foi um movimento de circulação de elites, com as novas leis mantendo os privilégios dos proprietários rurais e um sistema eleitoral que favorecia, sobremaneira, a situação, comandada pela união de São Paulo e Minas Gerais que ficou conhecida como República café (São Paulo) com leite (Minas Gerais).

Na eleição de 1930, um paulista, Washington Luis, ocupava a Presidência da República e, pelo acordo, deveria indicar para

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sucedê-lo, um mineiro, Antonio Carlos de Andrada. Mas os paulistas indicaram outro paulista, Julio Prestes, causando o rompimento do acordo por parte de Minas Gerais, que se uniu ao candidato indicado pelo Rio Grande do Sul, Getúlio Dornelles Vargas. O vice seria do Estado da Paraíba, João Pessoa. Como ocorreu durante toda a primeira República, o candidato da situação venceu. As denúncias de fraude eleitoral foram motivo de pronunciamentos no Congresso e manchetes de jornais. Getúlio, mesmo a contragosto, aceitou a derrota.

Um fato (que se provou mais tarde nada teve a ver com a política) comoveu o país: foi o assassinato de João Pessoa, na Paraíba. Posto como fato político, a população daquele estado revoltou-se contra as autoridades e foi o estopim para a revolução, tendo à frente os tenentes do Exército e os políticos contrários ao Governo. Getúlio Vargas assume, então, a liderança da revolução com a anuência de todos os envolvidos. Era 03 de outubro de 1930.

No dia 24 de outubro, o comando revolucionário chega à capital, Rio de Janeiro, depõe Washington Luis e uma junta provisória assume o Governo, com Getúlio à frente. Os primeiros decretos são publicados, entre os quais, o Decreto nº 19.398, de 11 de novembro, que suspende a Constituição Federal, dissolve o Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais, as Câmaras Municipais e transfere as atribuições legislativas para o Poder Executivo até 1935, quando passa a vigorar a Constituição de 1934, restabelecendo o sistema republicano e a democracia.

RENATO NUNES MACHADO

Presidente03 de agosto de 1936 a 10 de novembro de 1937

Renato Nunes Machado nasceu no dia 26 de maio de 1899. Era filho de Cândido Álvaro Machado e de Maria da Conceição Barros Nunes Machado, que na época, era proprietária do Solar do Colégio (hoje, Arquivo Público Municipal) localizado no distrito de Tocos. Seus irmãos chamavam-se Plínio, Mário, Idelfonso,

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Corinto, Jorge, Edgard, Décio, Maria e Glória.

Iniciou seus estudos em Campos e cursou Medicina na Universidade do Rio de Janeiro. Colou grau em 1925, com 26 anos de idade. Clinicou, como residente, na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, especializando-se em Obstetrícia e Clínica Geral. Retornou a Campos e atuou como clínico geral, atendendo também os funcionários da Usina Sapucaia.

Iniciou a vida política como vereador, sendo eleito após a reabertura dos legislativos, dissolvidos em 1930 pela revolução liderada por Getúlio Vargas. Presidiu a Câmara de Vereadores de 1936 a 1937, eleito por seus pares na sessão do dia 03 de agosto de 1936.

Observa-se que Renato Machado assumiu a Câmara após sua dissolução, em 1930 e o período de exceção, que durou até 1936 (nos municípios, pois nos demais entes da Federação, o restabelecimento das instituições democráticas ocorreu após a promulgação da Constituição de 1934) e foi afastado no início de mais um período de exceção, desta feita, pela Constituição de 1937, que extinguia o Legislativo e dava todos os poderes ao Executivo. Era o início da ditadura Vargas, que só terminaria em 1945, com a deposição do Presidente.

Como presidente do Legislativo, Renato Machado recebeu a notificação do Ministério da Justiça, na qual informava que o presidente da República, Getúlio Dorneles Vargas, havia promulgado uma nova Constituição e que, a partir de então, as Câmaras municipais, assim como as Assembleias, a Câmara dos Deputados e o Senado da República, estavam dissolvidos. Renato Nunes Machado, após ler a nota do Ministério da Justiça, deu por encerrada a sessão e dissolvida a Câmara. Eram 10 de novembro de 1937.

Casou-se em 1939 com Renée Sence, que era filha do usineiro francês Victor René Sence. Do matrimônio nasceram três filhos, Maria Elisa, Renée e Victor Renato.

Em 1945, assumiu a presidência da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), tendo como vice João de Souza Vale e 1º secretário Dióscoro Vilela. Na sua posse prometeu não medir

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esforços para que a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia continuasse a desenvolver suas atividades científico-sociais. 72

Com o fim da ditadura Vargas e o retorno do país à democracia, após a Constituição de 1946, Renato Nunes Machado candidatou-se aos cargos de vice-governador e governador do Estado do Rio de Janeiro, não obtendo êxito. Ao aposentar-se da Medicina e deixar a política, dedicou o seu tempo às atividades agropecuárias, sendo um dos fundadores da Fundação Rural de Campos.

Renato Nunes Machado faleceu aos 63 anos de idade, em 10 de outubro de 1962, em Campos dos Goytacazes, sendo sepultado no Cemitério da Ordem da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos, no Caju.

O ESTADO NOVO E A DISSOLUÇÃO DAS CÂMARAS

Valendo-se do momento de instabilidade política no país, após a tentativa da tomada do poder pelos comunistas em 1935, episódio conhecido como “Intentona Comunista” (pelo qual foi preso, entre outros, Luis Carlos Prestes e sua mulher, a judia alemã Olga Benário - deportada para a Alemanha nazista, mesmo grávida e que foi morta num campo de concentração nazista) e o crescente movimento da direita nazifascista liderado por Plínio Salgado, sob a alegação de ameaça ao Estado brasileiro, Getúlio Vargas desfechou um golpe de Estado.

Com efeito, na manhã de 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas, apoiado pelos militares e por parte da população, desfechou um golpe de Estado, promulgando uma nova Constituição que, na prática, instaurava a ditadura, que ficou conhecida como “A Polaca”, numa referência à Constituição ditatorial da Polônia. Estava instaurado o Estado Novo, que iria perdurar por oito anos.

Dentre as medidas impostas, nesse período por Getúlio Vargas constavam: a dissolução da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Assembleias Legislativas dos estados e das Câmaras

72 CONTE, Francisco Almeida. Et. Al. Op. Cit. pp. 48 e 49.

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Municipais; a extinção dos partidos políticos; e a instituição das eleições indiretas para Presidente da República, para a Câmara dos Deputados e para o Conselho Federal (Senado).

Em 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto. Assume o governo o poder Judiciário, que revoga a Constituição de 1937, promove a reforma partidária (quando surgem os novos partidos – PTB, PSD, UDN, PCB e PSB) e marca eleições imediatamente, as quais ocorrem em 02 de dezembro daquele ano.

O general Eurico Gaspar Dutra foi eleito Presidente da República e assume o mandato, juntamente com os parlamentares do Congresso Nacional e os vereadores da capital federal (Rio de Janeiro) em 31 de janeiro de 1946.

Uma nova Constituição é elaborada e aprovada e as eleições municipais ocorrem em 03 outubro de 1947 (em alguns municípios, as eleições ocorreram em novembro). O fato novo é que, a partir daquela Constituição, os prefeitos não seriam mais nomeados, mas sim, eleitos, juntamente com os vereadores. O primeiro prefeito eleito em Campos foi Manuel Ferreira Paes, do PSD, com 11.745 votos.73

NELSON MARTINS

Presidente16 de outubro de 1947 (renunciou no mesmo dia)

09 de julho de 1950 a 26 de janeiro de 1951

Nelson Martins, filho de Manoel Luís Martins e Maria da Penha Martins, nasceu no dia 30 de maio de 1912. O casal teve quatro filhos: Nelson, José Carlos, Wilson e Reinaldo.

Desde criança gostava de jogar bola, e as “peladas” com os colegas eram diárias. Muito disciplinado, buscava sempre aperfeiçoar suas jogadas e o mesmo fazia com seus colegas. Sempre em busca de melhores resultados, repetia a jogada até ficar perfeita. Foi jogador

73 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 63.

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do infantil do Americano Futebol Clube e atingiu os mais altos postos da diretoria daquele clube.74

Cursou o primário em Campos. O ginásio (6º ao 9º ano) e o científico (secundário) no Colégio Brasil, em Niterói. Retornando a Campos, dá continuidade aos estudos no Liceu de Humanidades de Campos.

Cursou a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e colou grau em 1937. Volta a Campos e monta um consultório médico para atendimentos particulares e, em 1939, passou a atender, também, no IAPETEC. Em maio de 1943, casou-se com Sônia Pereira.

Mesmo exercendo a profissão de médico, nunca deixou de lado o seu amor pelo futebol. Foi presidente do Americano Futebol Clube e membro da Liga Campista de Desportos. Acompanhava as delegações esportivas em outras cidades e chegou a atuar como árbitro de futebol.

Durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil se dispôs a lutar contra o Eixo (Alemanha, Itália e Japão), houve em Campos uma grande agitação ocasionando uma desordem popular com violência e “quebra-quebra” pelas ruas e ataque a lojas comerciais de estrangeiros causando muitos prejuízos, como já ocorrera em 1917/1918, durante a I Guerra. Nelson Martins, interferiu, pedindo às pessoas que parassem e refletissem, pois os comerciantes estrangeiros já estavam residindo há muito tempo em Campos e mereciam todo o respeito.

Após o término da guerra (1945), a queda de Vargas e o retorno das Câmaras, Nelson Martins foi eleito vereador pelo PSB, em 1947, obtendo 547 votos. A eleição foi realizada em setembro e a posse em 16 de outubro, com os mandatos sendo exercidos até 31 de janeiro de 1951. Foi eleito presidente da Câmara Municipal de Campos por

74 CARVALHO, Waldir Pereira de. Op. Cit. p. 323.

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unanimidade em 1947, mas renunciou após o ato de posse. 75

Na eleição para a presidência da Câmara em 1947, de acordo com o livro de atas do Legislativo,

“(...) O Dr. Nelson Martins pediu a palavra e declarou que muito agradecia a sua eleição para presidente da Câmara, mas por motivos imperiosos, declinava da eleição e depunha o cargo nas mãos do M. M. Juiz Presidente. Foi procedida nova eleição.”

Junto com o Dr. Nelson Martins, renunciaram também aos cargos, Hélvio Bacelar 1º secretário e José Barreto Gomes, 2º secretário.

Houve uma nova eleição para os cargos de presidente, 1º e 2º secretários. A Mesa Diretora foi composta pelo presidente Ênio Elizio Mazzini, Dr. Alcindor de Morais Bessa para vice-presidente, primeiro secretário o senhor Hélvio Salles e o senhor Antonio Pinto, segundo secretário. Foi então encerrada a sessão.”76

Nelson Martins antes de renunciar, após a eleição de 1947, assinou o termo de posse, conforme atesta o Livro de Atas 1937-1948, página 10. Juridicamente isso o qualifica como presidente da Câmara, embora não tenha, naquela oportunidade, exercido efetivamente o cargo.

Depois, retornou à presidência para o biênio 1948/1950, passando o cargo para o eleito em 26 de janeiro de 1951, ano em que assumiu como deputado na Assembleia Legislativa.

Nelson Martins foi eleito deputado estadual pelo Partido Social Progressista (PSP) por duas vezes, em 1950 e 1954. Assumiu a presidência da Assembleia Legislativa do Estado em 1957, tendo conseguido, juntamente com seu colega Paranhos de Oliveira, o Curso Completo de Corte e Costura, que diplomou 72 alunas.

Nelson Martins ficou muito doente, não concluindo o mandato. Foi aconselhado a ir para os Estados Unidos pelo seu colega cardiologista Ronaldo Pereira, que o acompanhou na viagem. Internado em uma clínica na cidade de Minneapolis, Estado de Minnesota, fez vários exames e foi indicada uma cirurgia no

75 Ferreira, Avelino. Op. Cit. p. 64.

76 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1937-1948, p.11.

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coração. Não resistiu à operação e veio a óbito no dia 17 de agosto de 1958.

Trasladado para Campos, foi velado na Igreja Mãe dos Homens. O cortejo fúnebre passou pela Catedral, foi saudado pela Câmara Municipal (que, desde 1870 funcionava onde hoje está instalado o Museu de Campos) e, após, passou pela sede da Lyra de Apolo. Foi enterrado no Cemitério do Caju.

ENNIO ELÍZIO MAZZINIPresidente

16 de outubro de 1947 a 20 de janeiro de 1948

Ennio Elízio Mazzini nasceu no dia 28 de novembro de 1906, na localidade de Ponte do Itabapoana, Estado do Espírito Santo, sendo seus pais Henrique Mazzini e Hermínia Mazzini. Casou-se com Antonietta de Oliveira Mazzini com quem teve três filhos, Maria, José e Hermínia.

Concluiu o curso de Farmácia e radicou-se no distrito de Santo Eduardo em 1936, onde estabeleceu uma farmácia. Ennio Mazzini gostava muito de música e era bandolinista. Nas horas vagas, principalmente nos finais de semana, pescava e lia muito.

Ingressou na política na década de 1940, no Partido Social Democrático (PSD). Apoiado pelo senador José Carlos Pereira Pinto e Manuel Ferreira Paes, que seria eleito prefeito naquele pleito, elegeu-se vereador em 1947. Sua eleição para a presidência da Câmara ocorreu de maneira inusitada, inédita. Após a eleição da Mesa Diretora, os eleitos (Nelson Martins na presidência, Alcindor Bessa, na vice-presidência, Hélvio Bacelar, na primeira

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secretaria e José Barreto Gomes, na segunda secretaria) assinam o livro de posse e, ato contínuo, renunciam.

Nova eleição é realizada e Mazzini foi aclamado presidente. Durante seu mandato e sendo amigo do então prefeito Ferreira Paes, conseguiu água encanada para Santo Eduardo, assim como a ponte sobre a rua principal daquele distrito.

Presidiu a última sessão como presidente do legislativo em 20 de janeiro de 1948. Na gestão de Ênio Mazzini, através da Deliberação nº 12, de 15 de dezembro de 1948, a Federação dos Estudantes de Campos foi declarada de utilidade pública.

Ennio Mazzini faleceu em 11 de fevereiro de 1979 e foi sepultado no cemitério do distrito de Santo Eduardo.

ALCINDOR DE MORAES BESSAPresidente

03 de março de 1948 a 22 de junho de 195004 de julho de 1956 a 03 de março de 1957

Alcindor de Moraes Bessa nasceu em Campos, no dia 1º de outubro de 1886. Filho de Augusto Octaviano Bessa (juiz de Órfãos) e Francisca Izabel de Moraes Bessa. Casou-se com Celeste Lacerda de Athaíde Bessa e desse matrimônio nasceram quatro filhos: José, Dirceu, Augusto e Leda.

Iniciou seus estudos no colégio Baltazar Carneiro e fez o secundário no Colégio São Salvador, concluindo o curso no Liceu de Humanidades de Campos. Formou-se médico na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, terminando o curso em 1914. Foi auxiliar do professor Miguel Couto e defendeu a tese

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“Pneumotórax”. Montou seu consultório médico em 1915 e, ao lado, uma farmácia.

Também exerceu o jornalismo, sendo redator de “A Tribuna”, jornal de Lacerda Sobrinho, médico e jornalista, filho do grande abolicionista, Luiz Carlos de Lacerda.77 No jornal “A Notícia”, foi redator de 1918 a 1920.

Alcindor Bessa assumiu a direção do jornal A Tribuna na sua terceira e última fases. Juntamente com Lacerda Sobrinho, promoveu memoráveis campanhas pelo jornal, de 1927 a 1930. Também colaborou com o jornal “A Cidade”, usando o pseudônimo “Leão de Sá”. Por mais de uma vez foi eleito diretor e presidente da Associação de Imprensa Campista.

Era também ligado ao esporte tendo sido diretor do “Lacerda Sobrinho Futebol Clube”, fundado em 1913 e desaparecido em 1923. Foi também presidente do Itatiaia Atlético Clube e do clube carnavalesco Tenentes de Plutão. Prestou serviços à antiga Liga Campista de Futebol.

Médico atuante, foi membro da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia e diretor de Higiene da Prefeitura de Campos. Por sua atuação como médico, farmacêutico, jornalista e liderança de importantes entidades, ganhou prestígio e ingressou na política, sendo eleito para a Câmara de Vereadores por vários mandatos.

Em setembro de 1947, Alcindor de Moraes Bessa foi eleito vereador pela UDN, com 679 votos. Tomou posse na presidência da Câmara em 16 de outubro, mandato exercido até 22 de junho de 1950.78 Na sua primeira gestão como presidente, em 20 de maio de 1949, a Câmara aprovou a Deliberação nº 102, criando o feriado de 28 de março, “por ser a data da elevação de Campos à categoria de Cidade”.79

Na presidência da Câmara em 1949, Alcindor Bessa exigiu do então governador Macedo Soares a libertação imediata do

77 CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é Nome de Rua, vol. 2, p. 142.

78 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 64

79 O Monitor Campista, 1949.

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vereador Adão Voloch, do Partido Comunista. Adão foi preso quando retornava de Macaé e levado para Niterói, então capital do Estado do Rio.

Alcindor Bessa retornou à Câmara em 1955 pela UDN, com 816 votos. Na sessão da Câmara de 04 de julho de 195680, o vereador Alcindor de Moraes Bessa foi eleito presidente. Na sua gestão foi instituída a gratificação de 5% sobre os salários dos servidores, “por quinquênio completo de serviço”, benefício aprovado em 20 de março de 1957, através da Deliberação nº 611, que modificou a redação do artigo 1º da Deliberação nº 33, de 1948. Alcindor Bessa foi reeleito em 1958 pelo PR, com 541 votos. Foi presidente de honra do Diretório Municipal do Partido Republicano.

Vítima de um derrame cerebral, Alcindor de Moraes Bessa faleceu no dia 17 de outubro de 1961. Foi decretado luto oficial nos dias 17 e 18 de outubro pelo prefeito José Alves de Azevedo, através do Decreto nº 29 de 17 de outubro de 1961. Assumiu a sua cadeira o suplente René Ribeiro Gomes.

O presidente da Câmara Municipal, Bento Faria da Paz, incumbiu-se do funeral e decretou luto por três dias. Segundo o jornal “A Noticia” de 04 de agosto de 1981, Alcindor de Moraes Bessa, foi homenageado pela Câmara com nome de rua próximo à Igreja São Benedito.

ANTONIO PINTOPresidente

29 de junho de 1950 a 07 de julho de 195003 de março de 1956 a 03 de julho de 1956

Antonio Pinto, escrivão do Registro Civil, foi eleito vereador

pelo PSP, com 717 votos, em setembro de 1947, para o período legislativo de 16 de outubro de 1947 a 31 de janeiro de 1951,

80 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1955-1958, pp. 45 e 46.

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representando o então Distrito de Cardoso Moreira.81

Assumiu a presidência da Câmara em junho 1950, após um conturbado escrutínio, que foi motivo de processo no Judiciário. O motivo, segundo o livro de atas, devido a diferença entre ele e Alcindor de Moraes Bessa ter sido de apenas um voto, uma parte dos vereadores tentou anular a eleição, por entender que teria de haver a maioria do total de vereadores eleitos e não de vereadores presentes. Como vários edis não compareceram, conforme o regimento, ficaria valendo a maioria dos presentes. Houve um racha entre os edis.

Na sessão de 29 de junho do mesmo ano, com a Câmara ainda sendo presidida por Alcindor Bessa, segundo a ata daquele dia:

“(...) o vereador Ênio Mazzini deu entrada em um requerimento pedindo que o Sr. Antonio Pinto tomasse posse na presidência da Câmara, de acordo com o decreto legislativo nº 24 da Assembleia Municipal. O edil Mazzini o justificou, dizendo que a situação da Câmara era ilegal. Fez uso da palavra o Senhor Ernesto Lima Ribeiro e declarou que, mediante a aludida lei da Assembleia Legislativa, a Câmara deveria reconhecer o Sr. Antonio Pinto como seu presidente e que, posteriormente, se a Justiça der ganho de causa ao senhor Alcindor Bessa pelo mandado de segurança apresentado pelo mesmo contra a referida Lei da Assembleia, a Câmara passaria a reconhecer, então, o Sr. Alcindor Bessa como seu presidente (...). Estava presente o Sr. Antonio Pinto que pediu que o Sr. Presidente nomeasse uma comissão para introduzi-lo no recinto afim de que ele pudesse tomar posse da presidência”. 82

Prevaleceu o escrutínio e a vitória foi confirmada para Antonio Pinto, que, no entanto, só presidiu as sessões de 29 de junho, 04 e

81 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 64.

82 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1949-1950, p. 38.

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07 de julho de 1950. Antonio Pinto renunciou nessa sua primeira gestão e nova eleição foi realizada, quando Nelson Martins foi eleito para completar o mandato, que findou no início de 1951.

Na eleição municipal de 1954, Antonio Pinto retornou ao Legislativo para o mandato de 1º de fevereiro de 1955 a 31 de janeiro de 1959, pelo PSD, obtendo, nesse pleito, 620 votos. A sua segunda eleição para a Mesa Diretora da Câmara ocorreu na Sessão de 03 de março de 1956, porém, renunciaria em 03 de junho do mesmo ano.83 A justificativa para essa segunda renúncia foi dita por ele, naquela data, e que o redator de atas registrou:

“(...) O vereador Antonio Pinto veio a plenário para dizer de seus propósitos de renunciar, em caráter irrevogável, à presidência da Casa, ocasião em que, justificando sua atitude, informou que o Distrito de Cardoso Moreira, cujo povo representa na Câmara, estava sendo preterido em seus legítimos direitos e sumamente prejudicados, com as últimas providências ali levadas a efeito por influência de correligionários do Exmo. Sr. Prefeito. Acrescentou que não era seu propósito oferecer oposição sistemática ao Governo, mas em virtude daquelas ocorrências e dos compromissos que assumira com seus amigos e eleitores, não poderia continuar na presidência da Casa, impassível e alheio aos desmandos apontados, inclusive no que respeita ao estrito cumprimento da lei”.84

MAXIMINO FERREIRA RAMALHOPresidente

30 de janeiro de 1951 a 21 de março de 195121 de novembro de 1951 a 15 de outubro de 1952

Maximino Ferreira Ramalho nasceu em 03 de setembro de

1899, na cidade de Mimoso do Sul, Estado do Espírito Santo.

83 BELIDO, Vivaldo. Política, Políticos & Eleições. Ed. Alvorada, 1988.

84 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1955-1958, pp. 45 e 46.

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Foi registrado em Campos dos Goytacazes por motivo de seus pais, Miguel Martins Ramalho (português) e Carolina Ferreira Ramalho, terem se transferidos para o Estado do Rio de Janeiro.

Iniciou os estudos primários em casa, com sua mãe. Depois, foi matriculado no Colégio Anglo-Americano, em São Paulo, onde estudou até o científico (secundário). Retornou ao Rio de Janeiro, terminando o ensino secundário no Colégio D. Pedro II. Ingressa na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro e forma-se em Medicina com 22 anos de idade.

Em 1923, casou-se com Jerônima Odette Monteiro. Dessa união nasceram: Carmem, Heraldo e Heitor. Retornando a Campos, montou seu consultório e serviu profissionalmente ao IAPI, IAPFESP e na Estrada de Ferro Leopoldina.

Homem dado à procura constante dos altos conhecimentos, fatalmente foi seduzido pela política e a ela, em parte, se integrou, ao sentir que era a forma de representar os cidadãos na gerência total da coisa pública.85

Ingressou na política e elegeu-se vereador em 1950, pelo PSD, obtendo 938 votos. Assumiu uma cadeira na Câmara dos Vereadores para o mandato de 01 de fevereiro de 1951 a 31 de janeiro de 1955. Assumiu a presidência da Câmara pelo período de 1951/52. 86 Todavia, por motivo de doença, renunciou no dia 21 de março de 1951. Retorna à Câmara em novembro e os vereadores decidem realizar uma nova eleição. Maximino Ramalho é eleito pela segunda vez presidente da Câmara, exercendo a presidência até outubro de 1952.

85 CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é Nome de Rua, vol. 3, Campos dos Goytacazes, 2001, p. 66.

86 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 65.

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Exerceu o cargo de Secretário de Saúde do Município de Campos. (Não foi encontrado nada a respeito nas atas, nem em outros arquivos).

Maximino Ramalho destacou-se como membro da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia.87 Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 11 de maio de 1961, aos 62 anos de idade e sepultado no Cemitério do Caju em Campos dos Goytacazes.

EDGARDO NUNES MACHADOPresidente

26 de março de 1951 a 13 de novembro de 1951

Edgardo Nunes Machado nasceu no dia 05 de agosto de 1912, em Campos. Filho de Cândido Álvaro Machado e Maria Conceição Barroso Nunes Machado. Casou-se em 15 de dezembro de 1939 com a professora Dilce Pereira Machado. Tiveram dois filhos: Marilene e Cândido Álvaro.

Cursou o ginasial no Liceu de Humanidades de Campos e, no início da década de 30, foi para o Rio de Janeiro terminar seus estudos na Faculdade Nacional de Medicina, onde colou grau em 1934. Ainda estudante foi interno na Santa Casa do Rio de Janeiro, onde recebeu seu primeiro salário trabalhando com o renomado médico e professor Irineu Malagueta. Depois de formado, voltou para sua terra natal.

Além do seu consultório médico instalou, também, o seu próprio Laboratório de Análises Clínicas, graças à especialização feita no Rio de Janeiro. Trabalhou também no posto de saúde da Usina Sapucaia.

87 CARVALHO, Waldir Pinto de. Op. Cit. p. 67.

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Como político, foi eleito pela primeira vez vereador pela UDN, em 1947, com 1.117 votos. Em 1949, segundo a ficha de proposição da Câmara, Edgardo Nunes Machado pedem a construção de um novo edifício para abrigar a Escola Técnica Federal de Campos.

Retornou ao Legislativo, pela UDN, com 891 votos, para o mandato de 1º de fevereiro de 1951 a 31 de janeiro de 1955.88 Assumiu a presidência da Câmara em 26 de março de 1951, quando o presidente, Maximino Ramalho renunciou, por motivo de doença. Edgardo Machado exerceu o mandato até 13 de novembro daquele ano, quando retorna à Câmara Maximino Ramalho, que volta a presidir o Legislativo, após uma nova eleição para a Mesa Diretora.

Posteriormente, Edgardo Nunes Machado (UDN) foi eleito vice-prefeito e, mais tarde, assumiu o cargo de prefeito, devido à licença do então chefe do Executivo, José Alves de Azevedo. Assume novo prefeito em 1963.

Foi também secretário de Transportes do Estado e diretor das Centrais Elétricas Fluminenses, tendo conseguido a liberação de verbas para a conclusão da termelétrica de Guarus e a interligação do sistema Tombos-Macabu, que resolveu em parte o problema energético em Campos.89

Edgardo Nunes Machado faleceu no dia 25 de julho de 1973.

EUDÓXIO DA SILVA FALCÃO

Presidente22 de outubro de 1952 a 03 de março de 195303 de março de 1953 a 26 de janeiro de 1955

A biografia de Eudóxio Falcão está com lacunas que não conseguimos preencher por falta de dados nos arquivos. Ele foi

88 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 66.

89 CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é Nome de Rua, vol. 1, Campos dos Goytacazes, 1985, p. 328.

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farmacêutico e diretor-comercial do Instituto Vital Brasil. Muito benquisto pela população e com grande apoio do seu partido, o PTB, iniciou a sua carreira política.

Foi eleito vereador em 1950 para a legislatura de 01 de fevereiro de 1951 a 31 de janeiro de 1955, tendo obtido 1.198 votos.90 Eudóxio Falcão assumiu como presidente da Câmara no dia 22 de março de 1951, após ser eleito.

Em 15 de outubro de 1952, Maximino Ferreira Ramalho renunciou ao cargo de presidente da Câmara. Os vereadores elegem Eudóxio Falcão.91 Eleição que foi realizada em três escrutínios, sendo seu concorrente o vereador Agostinho Peçanha. Em 03 de março de 1953, em nova eleição para a Mesa Diretora, Eudóxio Falcão sagrou-se vencedor, presidindo o Legislativo até janeiro de 1955.92

Em sua gestão, enviou telegrama ao Presidente da República Getúlio Vargas com o seguinte teor:

“Tenho a honra de levar ao conhecimento de Vª.Exma. que a Câmara Municipal aprovou requerimento do vereador Manoel Gonçalves, solicitando urgentes providências sentido de impedir represamento grande massa líquida do rio Paraíba, fato que vem acarretando sérios prejuízos aos municípios servidos pelo curso d’água ora com nível reduzido a uma quota nunca anteriormente registrada. Respeitosas saudações. Eudóxio Falcão – presidente.” Arquivo: Getúlio Vargas – 21/07/1954.

A resposta veio em seguida, com o seguinte teor:

90 BELIDO, Vivaldo. Op. Cit., p. 247.

91 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1952-1953, pp. 76 e 77.

92 Ibidem, p. 110.

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“O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA informa que estão sendo tomadas as providências no sentido de diminuir os prejuízos causados com o represamento do Rio Paraíba. Acrescenta, entretanto, que estes foram motivados pela vazante do Paraíba, decorrente, por sua vez, da grande cheia que assolou aquela zona.” Arquivo: Getúlio Vargas – 21/07/1954.

O jornal “A Reportagem”, na coluna Câmara em Revista de 09 de agosto de 1954, cita que “Eudóxio Falcão ficou por pouco tempo no PTB, pois logo foi para o Partido Social Progressista (PSP) e, depois, fundou em Campos o Partido Social Trabalhista (PST)”, pelo qual foi candidato a deputado estadual.

VIRGÍLIO FARIAPresidente

1º de fevereiro de 1955 a 18 de janeiro de 1956

Virgílio Antonio Faria nasceu na localidade de Flecheiras, 5º Distrito do município de Bom Jesus de Monte Verde (hoje Cambuci), em 27 de julho de 1888.

Bacharelou-se em Direito e casou-se com Rosa Faria. Desse casamento nasceram oito filhos: três filhas, que se tornaram professoras do Estado: Olinda, Olga e Olindina. Os filhos, Olímpio, representante comercial, Olavo, bancário e Oswaldo, funcionário público.

Virgílio Faria também estudou Teologia e tornou-se pastor da Igreja Batista, sendo ordenado no dia 16 de novembro de 1922.93

93 Revista de Cultura Teológica. Programa de Estudos pós-graduados em Teologia, PUC/SP.

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Elegeu-se vereador, com 840 votos, representando o então distrito de Italva. Tomou posse em 1º de fevereiro de 1955, quando foi eleito para a presidência do Legislativo, sendo substituído em 1956 por Antonio Pinto, que renunciou ao cargo meses depois, quando foi eleito o vereador Alcindor Bessa até nova gestão, eleita em 1957.94

Na gestão de Virgílio Faria foi aprovada a lei que tornou de utilidade pública a Sociedade Musical Lira Conspiradora. Também ocorreu um fato inédito, narrado por Waldir de Carvalho:

“No dia 1º de setembro, fato inédito ocorreu na câmara Municipal. Tendo sido aprovada moção de desconfiança ao 1º secretário, vereador Ary Bueno, porque o mesmo discordou de uma votação; esquecendo-se das regras relativas ao decoro parlamentar, em um gesto de afronta, rasgou o regimento interno, instrumento que regula os trabalhos da Câmara, atirando os papéis sobre as cabeças dos que se achavam no plenário. Destaca-se que durante 300 anos de existência da Casa Legislativa, nunca o Conselho de Vereadores presenciou episódio semelhante”. 95

Virgílio Faria faleceu no dia 13 de dezembro de 1981 e foi sepultado no Cemitério do Caju.

JOSÉ PEREIRA DE ABREUPresidente

03 de março de 1957 a 27 de janeiro de 1959

José Pereira de Abreu nasceu em 13 de julho de 1918. Exerceu a profissão de oficial de farmácia. Elegeu-se vereador pelo PTB em 1954, obtendo 671 votos, exercendo o mandato de 1º de fevereiro de 1955 a 31 de janeiro de 1959. Em 1957, foi eleito presidente da

94 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1953-1955, p. 112.

95 CARVALHO, Waldir Pinto de. Campos depois do Centenário, vol. 2, Campos dos Goytacazes, 1995, p. 150.

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Câmara para o biênio 1957/1958.96 Na sua gestão, em sessão

extraordinária, foi aprovada lei do Executivo equiparando as professoras municipais efetivas em direito, vantagens e deveres a todas as professoras contratadas que obtenham cinco anos de serviço contados o tempo de contratadas anexados aos que tivessem trabalhado como subvencionadas e prestado concurso.97

Foi autor do projeto que criou o 17º Distrito de Tocos e, posteriormente, tornou-se oficial do Registro Civil daquele distrito. Era um profundo conhecedor das leis, apesar de leigo.

Na sessão de 03 de abril de 1979, a Câmara aprovou projeto homenageando-o com nome de rua (Rua Vereador José Pereira de Abreu), que foi sancionado pelo Prefeito Raul Linhares, através da lei nº 3.600, de 09 de julho de 1979. 98

BENTO FARIA DA PAZPresidente

27 de janeiro de 1959 a 03 de março de 196103 de março de 1961 a 07 de março de 1962

Bento Faria da Paz nasceu no dia 21 de julho de 1919, em Campos. Estudou no Colégio Nossa Senhora do Socorro. Cursou o secundário no Liceu de Humanidades de Campos e, depois, foi para o Rio de Janeiro, onde cursou a Faculdade Nacional de Direito. Retornou à sua terra natal onde, além de advogar, exerceu, durante anos, o magistério.

96 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1958-1960, p. 105.

97 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, Ficha de Proposição de Vereadores.

98 O Monitor Campista, 13/07/1979.

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Ligado ao esporte, presidiu a Liga Campista de Desportos. Elegeu-se vereador em 1954 pelo PSP, com 737 votos. Exerceu o mandato de 1º de fevereiro de 1955 a 31 de janeiro de 1959.99 Bento Faria da Paz foi reeleito em 1958 pelo mesmo partido, obtendo 769 votos. Assumiu a presidência da Câmara para o biênio 1959/1960 e 1961/1962.100 Em sua gestão, a Câmara aprovou lei enviada pelo prefeito José Alves de Azevedo para fornecimento de material escolar aos alunos das escolas municipais. (Ficha de Proposição do Vereador).

Foi também tabelião titular do cartório do 11º Ofício de Notas da Comarca de Campos, tendo exercido, por mais de uma vez, as funções de Escrivão da 98ª (antiga 8ª) Zona Eleitoral tendo merecido, inclusive, elogios oficiais do Tribunal Eleitoral do Estado.

Bento Faria da Paz foi agraciado pela Câmara com a comenda Benta Pereira, por meio da Lei nº 3.289 de 11 de julho de 1977, pelos “relevantes serviços prestados a Campos”. 101

Na sessão de 24 de maio de 1983, a Câmara aprovou projeto do vereador Ederval Azeredo Venâncio dando nome de Rua ao Vereador Bento Faria da Paz.102 (Monitor Campista, 06 de julho de 1983).

Registre-se que na legislatura 1959/1962 ocorreu a vacância do cargo de vereador por quatro vezes devido a problemas particulares dos edis.

99 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 67.

100 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1958-1960, pp. 96 e 97; 1960-1962, pp. 66 e 67.

101 Ficha de Proposição de Vereadores da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes.

102 O Monitor Campista, 06/07/1983.

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O vereador Latour Neves Silva Arueira, do PTB, solicitou licença para ser Chefe de Gabinete do prefeito José Alves de Azevedo. Assumiu em seu lugar o suplente Sebastião Morgan de Azevedo. Este também deixou o cargo para ocupar a função de Coletor no Estado. Eudóxio Falcão, como segundo suplente, seria o próximo edil a assumir a cadeira vaga, em 03 de julho de 1959, porém solicitou licença de três meses e, em seu lugar, assumiu o terceiro suplente, Antonio João de Faria, em 07 de julho de 1959.103 Em 05 de outubro de 1959, todavia, Sebastião Morgan de Azevedo retorna à Câmara. O jornal Monitor Campista publica, no dia seguinte:

“O ruralista Antonio João de Faria (terceiro suplente do PTB), que ontem fora à Câmara a fim de participar das reuniões, foi surpreendido com o fato de haver reassumido a vereança o Sr. Sebastião Morgan de Azevedo. Na oportunidade, o vereador Ageu Macabu atribuiu essa circunstância à atitude do João de Faria de não assinar a convocação do legislativo, contrariando a orientação do prefeito” (José Alves de Azevedo, do PTB).

Bento Faria da Paz faleceu em 30 de setembro de 1982 e foi sepultado no Cemitério Campo da Paz.

ROCKFELLER FELISBERTO DE LIMAPresidente

07 de março de 1962 a 02 de janeiro de 1963

Rockefeller Felisberto de Lima nasceu no dia 31 de janeiro de 1935, em Travessão, distrito de Campos. Filho de Antônio Faria e Florianita Felisberto de Lima.

A sua formação escolar foi em Campos, no Colégio São Salvador, onde presidiu o Grêmio Literário Machado de Assis. O secundário, cursou no Colégio Bittencourt onde presidiu o

103 O Monitor Campista, 04/07/1959.

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Grêmio Azevedo Cruz e começou sua trajetória política, como diretor e, depois, presidente da Federação dos Estudantes de Campos.

Terminado o Ensino Médio, foi cursar a Faculdade de Direito de Vitória (ES), tendo sido diretor do Centro Acadêmico Clóvis Bevilácqua, daquela instituição. Destacou-se como orador e ingressou na política.

Elegeu-se vereador pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 1958, com 23 anos de idade, obtendo 1.184. Exerceu a presidência da Câmara em 1962, ano em que sua notoriedade como orador e articulador político rendeu-lhe a vaga de vice-prefeito (à época, os vices eram eleitos separadamente), elegendo-se juntamente com o prefeito João Barcelos Martins do Partido Social Progressista (PSP), que exerceria seu segundo mandato.104

Com a morte de Barcelos Martins, em 11 de abril de 1964, Rockefeller de Lima assumiu o cargo como titular. A ditadura militar cassou a maioria dos políticos filiados ao PTB e Rockefeller ficou na “corda bamba”, mas continuou no cargo após muita articulação política. Como prefeito, notabilizou-se ao conseguir implantar o SANDU - Posto de Saúde de Urgência - na Rua Saldanha Marinho (o único que existia então era o da Rua Marechal Floriano com a Sete de Setembro). Criou, ainda, as escolas ginasiais (hoje, do 6º ao 9º ano), em Guarus e, em vários outros distritos.

Em 1966, os partidos políticos já haviam sido dissolvidos pela ditadura, que permitiu apenas a formação de duas agremiações: Arena, da situação e o MDB, da oposição. Rockefeller de Lima ingressou na Arena. Renunciou ao cargo de prefeito e se candidatou a deputado federal. Teve sua candidatura impugnada pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), por meio da

104 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 68.

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Procuradoria da República. O Tribunal Regional Eleitoral aceitou a sua impugnação. Rockefeller recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral e foi absolvido por unanimidade, a quinze dias do dia da eleição. Foi eleito, juntamente com outros dois campistas – Antonio Carlos Pereira Pinto e Sadi Coube Bogado, ambos do MDB, cassados pela ditadura em 1969.

Na Câmara dos Deputados, Rockefeller de Lima foi membro da Comissão de Justiça e Economia. Em 1970, a ditadura mudou a lei, tendo como objetivo a não coincidência dos mandatos. Assim foi criado o que foi denominado “mandato tampão”, de apenas dois anos, para as Prefeituras. Rockefeller de Lima candidatou-se a prefeito e venceu a eleição. Nesse mandato de dois anos, construiu o Palácio da Cultura.

Em 1974, candidatou-se a deputado estadual e se elegeu. Concorreu novamente a prefeito em 1976 e perdeu a eleição para Raul David Linhares Corrêa, também da Arena. Reelegeu-se deputado estadual em 1978. Em 1982, após a abertura política e a criação de novos partidos, com o fim da Arena e MDB, candidatou-se pelo PDS e se elegeu mais uma vez deputado estadual. Naquela oportunidade, presidiu a Comissão de Agricultura e foi eleito primeiro vice-presidente da Comissão Executiva da ALERJ.

Em 1986, foi senador suplente (a chapa para o Senado constava o titular e o suplente), pelo PFL, para o mandato 1987/2005. Em 1988 tentou mais uma vez chegar à Prefeitura pelo PFL, mas perdeu novamente, desta vez, para Anthony Garotinho, do PDT.

Rockefeller de Lima ainda exerceria o cargo de Secretário de Planejamento do INSS, tendo, em sua gestão, duplicado o número de agências no Brasil. Nas décadas de 1970 e 1980 foi Procurador Geral do INSS, aposentando-se no cargo.

A Câmara de Vereadores de Campos, em 1995, concedeu-lhe a Ordem do Mérito Benta Pereira, proposta do vereador Edson Coelho dos Santos.105 Em 2006, exerceu o cargo de Secretário Municipal de Indústria, Comércio, Turismo, Ciência e Tecnologia.

Atualmente, Rockefeller Felisberto de Lima encontra-se afastado da política e voltado para seus interesses particulares.

105 O Monitor Campista, 1995.

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SEVERINO VELOSO DE CARVALHO NETTOPresidente

29 de janeiro de 1963 a 31 de março de 196611 de agosto de 1966 a 21 de janeiro de 196721 de janeiro de 1967 a 1º de março de 1969

24 de maio de 1972 a 27 de dezembro de 19721º de março de 1975 a 05 de janeiro de 1977

04 de março de 1981 a 02 de dezembro de 198205 de março de 1987 a 19 de dezembro de 1988

Severino Veloso de Carvalho Netto nasceu no dia 10 de março de 1925. Filho de Mário Veloso e Catarina Azevedo Carvalho. Foi lavrador, produtor rural, bancário, comerciante e político.

Assumiu a vereança do Legislativo campista por 33 anos consecutivos como Legislador e a Presidência da Câmara por 14 anos, em uma época em que a cidade dependia basicamente da produção de cana, açúcar e álcool.

Severino Veloso de Carvalho Neto foi eleito vereador em 03 de outubro de 1958, pelo PTB, com 935 votos, e tomou posse para o período legislativo de 1º de fevereiro de 1959 a 31 de janeiro de 1963.

Em 1962, foi reeleito, pelo PSD, com 807 votos, assumindo o mandato em 1º de fevereiro de 1963 até 31 de janeiro de 1967. Na sessão da Câmara de 29 de janeiro de 1963, foi eleito para a presidência do Legislativo.106 Nessa gestão, curiosamente, Severino

106 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1962-1965, pp. 21 e 22.

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requereu obstrução dos canais da Baixada que em épocas de chuva, inundavam as plantações.

Em março de 1966, Carlos Ferreira Peçanha é eleito para presidir o legislativo, tendo na vice Severino Veloso. Em 11 de agosto, Carlos Peçanha renuncia para assumir o lugar de Rockfeller de Lima na Prefeitura, que havia renunciado para concorrer a uma vaga na Câmara Federal. Severino assume a presidência. Foi novamente eleito vereador no pleito de 15 de novembro de 1966 com 1.783 votos. Assumiu como vereador em 1º de fevereiro de 1967 e mais uma vez eleito presidente da Câmara, em 21 de janeiro de 1967. Nesse terceiro mandato como presidente, Severino Veloso solicita a instalação de um contingente do Exército em Campos.

Nessa gestão, a Câmara aprovou projeto do vereador Amaro Martins de Oliveira, em 18 de dezembro de 1967, que instituiu como Hino Municipal de Campos a canção “Campos Formosa”, com letra extraída do poema de Azevedo Cruz e música de Newton Perissé Duarte, com a obrigatoriedade de execução em todas as solenidades oficiais.

Severino Veloso é, mais uma vez, eleito em 1970 pela ARENA com 2.030 votos. Em 24 de maio de 1972, Severino Veloso foi, novamente, eleito presidente do Legislativo.

Severino retornou como candidato a vereador pela ARENA em 15 de novembro de 1972, obtendo 2.643 votos. O período legislativo foi de 1º de fevereiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977. Nessa época, Severino Veloso criou a lei que regulamentava o horário das 09 às 16 horas o atendimento nos bancos.

Em 1976, Severino reelege-se vereador pela ARENA, com 2.084 votos. Nova reforma política ocorreu e o mandato passaria a ser de seis anos para coincidir a data das eleições com o pleito para deputados, senadores e governadores. Os vereadores eleitos em 1976 assumiram em 1º de fevereiro de 1977 e terminariam o mandato em 31 de janeiro de 1983. Em 04 de março de 1981, na eleição para a Comissão Executiva da Câmara, Severino mais uma vez saiu vitorioso.

Em 15 de novembro, de 1982 ocorreu a primeira eleição após a abertura política, com novos partidos políticos, após a extinção da ARENA e MDB. Severino Veloso candidata-se pelo PMDB e obtém 1.848 votos para vereador. Os eleitos assumiram para um período

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legislativo de 1º de fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988.107 Na eleição para a Mesa Diretora do Legislativo, na sessão de 05

de março de 1987, Severino Veloso foi eleito para mais uma gestão. Nessa gestão, Severino teve aprovada lei que alterou a anterior, de 1977, estabelecendo um novo horário para o atendimento bancário, desta feita, das 10h às 16h e 30min.

Era apaixonado pelo Automóvel Clube Fluminense, amava a natação e foi um grande atleta desse esporte, ganhando muitos prêmios.

Praticou várias modalidades esportivas, tendo se destacado no remo, hipismo e, principalmente, na natação, na qual venceu muitas provas e campeonatos na infância, na juventude (venceu quatro campeonatos brasileiros). Depois de quase 50 anos afastado das competições, voltou a praticar natação representando o Brasil e ganhando vários prêmios na categoria master, em níveis nacional e internacional.

Depois que deixou a política, dedicou-se ao cultivo da cana-de-açúcar, pecuária de corte e de leite e criação de equinos.

Severino Veloso de Carvalho Neto faleceu no dia 23 de agosto de 2011.

CARLOS FERREIRA PEÇANHAPresidente

03 de março de 1966 a 11 de agosto de 1966 Carlos Ferreira Peçanha nasceu no dia 02 de dezembro de 1930,

no distrito de Santa Maria de Campos (à época, Chave de Santa Maria), filho de Cleveland Peçanha e de Carlota Ferreira Peçanha. Casou-se com Latife Haddad, com quem teve três filhos.

Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense e, em meados de 1950, tornou-se Fiscal de Rendas da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro.

107 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 83.

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Elegeu-se vereador pelo PSP, com 720 votos, em 03 de outubro de 1962. Assumiu em 1º de fevereiro de 1963 para a legislatura de 1º de fevereiro de 1963 a 31 de janeiro de 1967. 108 Em 1966 foi eleito para o cargo de 1º secretário da mesa diretora da Câmara, tendo na presidência Severino Veloso de Carvalho Neto, cujo mandato expirou em março.

Carlos Ferreira Peçanha foi eleito presidente da Câmara em 03 de março 1966.109 Rockefeller de Lima, então prefeito, renunciou para se candidatar à Câmara Federal e Carlos Peçanha desvinculou-se da Câmara, em agosto, assumindo a cadeira de prefeito até a posse do novo prefeito eleito. Importante observar que, durante sua gestão na presidência do Legislativo, Carlos Peçanha não presidiu nenhuma sessão, restando claro que ele só foi eleito para assumir o cargo de prefeito, em acordo que previa a renúncia de Rockfeller, que concorreria a uma cadeira na Câmara Federal.

Segundo o Livro de Ofícios Expedidos da Câmara (01 a 500) de 1966, vol. 1, consta que a partir de março de 1966, Carlos Peçanha assumiu a presidência da Câmara e o ex-presidente, Severino Veloso foi eleito vice-presidente até meados de agosto, quando Peçanha saiu para assumir o executivo.110 Severino Veloso voltou a assumir a presidência da Câmara, tendo como vice o vereador Obiratan Índio Brasileiro.

Como José Carlos Vieira Barbosa venceu a eleição para a Prefeitura em 1966, Carlos Peçanha ficou sem mandato. O período de 1967 a 1982 foi uma época de recesso eleitoral para ele que, todavia, ocupou, nesse tempo, cargos de confiança no Estado. Foi Oficial de Gabinete do secretário de segurança pública do Estado

108 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 71.

109 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1965-1967, p.75

110 Livro de Ofícios Expedidos da Câmara (01 a 500) de 1966, vol. 1.

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do Rio de Janeiro; subdiretor da Fazenda Estadual do município de São João da Barra e do distrito de Santo Eduardo; Inspetor Regional da 10ª Recebedoria de Renda da Fazenda Estadual de Campos; Conselheiro da CELF (Centrais Elétricas Fluminense) e vice-presidente da CERJ (substituta da CELF).

De agosto de 1966 a janeiro de 1967, foi vice-governador do Estado do Rio de Janeiro, substituindo Paulo Torres. Na época, governadores e vices eram nomeados.

No pleito realizado em 15 de novembro de 1970, o ex-prefeito Carlos Ferreira Peçanha perdeu a eleição para a Assembleia Legislativa. Em 1982, elegeu-se deputado federal pelo PMDB, integrando a Comissão de Transporte em 1983.

Em 25 de abril de 1984, votou a favor da emenda Dante de Oliveira que previa eleições diretas para Presidente da República. A proposição foi derrotada, pois faltaram 22 votos para que fosse levada à apreciação do Senado.

Saiu da Câmara dos deputados em janeiro de 1987 e não concorreu à reeleição. Em 1989, no governo de Wellington Moreira Franco (eleito governador em 1986), ocupou a vice-presidência da Companhia de Eletricidade do Rio de janeiro (CERJ).

Afastado da vida pública, manteve uma discreta atuação no Sindicato dos Fiscais de Renda do Estado do Rio de Janeiro e hoje está aposentado.

FRANCISCO PAES FILHOPresidente

1º de janeiro de 1969 a 08 de janeiro de 197104 de março de 1973 a 1º de março de 1975

Francisco Paes Filho, filho de Francisco Pinheiro Paes e Guiomar Ramos Paes, nasceu em Campos, no dia 05 de março de 1921. Trabalhou como contador e agricultor.

Religioso, atuante na comunidade, construiu, em sua pequena propriedade, uma escola e também uma capela, para que as famílias

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da região tivessem um local para suas orações. Além disso, forneceu-lhes energia elétrica.

Entrou para a vida pública e elegeu-se vereador em três legislaturas. Na sua primeira candidatura, em 1962, elegeu-se com 715 votos, pelo PL. No ano de 1964, os militares tomaram o poder. Na Câmara, os debates foram acirrados, pois havia edis a favor e contra o golpe. A partir de 1965, passam a existir apenas dois partidos políticos: ARENA e MDB, que ficaram conhecidos como o partido do sim (Movimento Democrático Brasileiro) e o partido do sim, senhor, a Aliança Renovadora Nacional.

Francisco Paes Filho optou pela Arena, como a maioria dos vereadores. Em 15 de novembro de 1966, concorreu novamente para uma cadeira no legislativo e foi eleito com 1.552 votos para o período de 1º de fevereiro de 1967 a 31 de janeiro de 1971. Registre-se que, nesse período, o governo ditatorial reduziu o tempo dos mandatos de prefeitos e vereadores para dois anos, evitando a coincidência com o pleito para as Assembleias e Câmara Federal e Senado. A Câmara de Campos ganhou mais duas cadeiras, passando de 19 para 21.111

Na sessão de 1º de março de 1969, Francisco Paes Filho foi eleito para a presidência da Câmara.112 No pleito de 1970, não retornou à Câmara. Nas eleições de 1972, no entanto, voltou a eleger-se pela ARENA, com 2.493 votos e foi eleito presidente da Mesa Diretora para o mandato 1973/1974.

Como Presidente do legislativo participou da implantação do MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) levando escolas aos mais longínquos recantos do município tendo, inclusive, doado à Prefeitura dois terrenos para a construção de duas escolas no interior.

111 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 75.

112 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1968-1969, p.71.

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Foi membro fundador do S.O.S. (Serviço de Obra Social) e, durante vários anos, exerceu cargo na diretoria da Obra do Salvador. Francisco Paes Filho entrou para o Rotary Internacional em 1968, sendo presidente do Rotary Club de Campos e governador do Distrito 475. Participou de todas as Conferências e Assembleias de seu Distrito no Brasil e no exterior, recebendo, em 1998, do Rotary Internacional, o prêmio “DAR DE SI SEM PENSAR EM SI”, conferido somente a cinquenta rotarianos no mundo, naquele ano.

Francisco Paes Filho faleceu em Campos, no dia 02 de abril de 1998, com 77 anos de idade.

PADRE ANTONIO RIBEIRO DO ROSÁRIOPresidente

31 de janeiro de 1971 a 24 de abril de 1972

Antonio Ribeiro do Rosário nasceu em 24 de agosto de 1909 em Conceição de Macabu. Filho do médico Antonio Ribeiro do Rosário e de Euphenia Souto Rosário.

Iniciou seus estudos em sua terra natal, transferindo-se para Campos a fim de concluí-los. No Liceu de Humanidades de Campos, encerrou o preparatório que dava acesso ao ensino superior. No Liceu, concluiu o curso de Geografia, Corografia (descrição geográfica de um país ou de suas regiões) do Brasil e Cosmografia (descrição geral do Universo).

Sua vocação para o sacerdócio apareceu aos sete anos de idade. Aos 19, ingressou no Seminário, seguindo para São Paulo em 1929 e, em seguida, para o Seminário de Mariana, em Minas Gerais. Ali concluiria seus estudos eclesiásticos e

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retornaria a Campos, tendo recebido a ordenação sacerdotal no dia 18 de dezembro de 1932. Em seu ministério, percorreu várias paróquias da cidade, tendo uma passagem pelo então distrito de Varre-Sai (município de Natividade) onde construiu um colégio e a Igreja de Santa Terezinha.

Foi vigário da igreja de Santo Antônio, em Guarus, e depois, na igreja de Morro do Coco, distrito de Campos. Em 1941 foi designado para assumir a Igreja Nossa Senhora do Rosário do Saco, no Parque Leopoldina. Fundou o Instituto Santa Terezinha em 29 de agosto de 1965.

Em 1947, já como Monsenhor, Antonio Ribeiro do Rosário foi eleito vereador pelo PSD, pela primeira vez, obtendo 691 votos. A eleição ocorreu em setembro de 1947 e o mandato seria de 16 de outubro desse ano a 31 de janeiro de 1951.

Nas eleições de 03 de outubro de 1950, foi reeleito com 705 votos pelo PSD com mandato de 1º de fevereiro de 1951 a 31 de janeiro de 1955. Retornou à Casa Legislativa no pleito de 03 de outubro de 1954, pelo PSD, com 1.032 votos, desta feita para o período legislativo de 1º de fevereiro de 1955 até 31 de janeiro de 1959.

Padre Antonio do Rosário concorreu às eleições de 03 de outubro de 1958, para o período de 1º de fevereiro de 1959 a 31 de janeiro de 1963. Venceu com 1.114 votos, novamente pelo PSD. Em 1962, se reelege pelo mesmo PSD, com 1.345 votos, para a legislatura de 1º de fevereiro de 1963 a 31 de janeiro de 1967.

No período em que o regime militar impôs o bipartidarismo, com a ARENA e o MDB, Padre Antonio Ribeiro do Rosário candidatou-se pela ARENA e foi eleito com 1.693 votos, em 15 de novembro de 1966, para o mandato 1º de fevereiro de 1967 a 31 de janeiro de 1971. Em 1970, o Padre Antonio Ribeiro do Rosário é novamente eleito pela ARENA, com 1.295 votos. O mandato seria de dois anos. Na sessão de 31 de janeiro de 1971 houve eleição para a Mesa da Câmara e Antonio Ribeiro do Rosário foi eleito presidente.113

Nas eleições de 1972, o padre (embora Monsenhor, era conhecido

113 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1969-1971, p.90.

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como padre) Antonio Ribeiro do Rosário foi mais uma vez eleito pela ARENA, com 2.047 votos, para o período legislativo de 1º de fevereiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977.

Nova mudança elaborada pelo governo militar faria com que o mandato passasse a ser de seis anos para retornar à coincidência de legislaturas. Assim, o mandato dos eleitos, em 1976, seria de seis anos. Padre Antônio Ribeiro do Rosário foi eleito com 2.037 votos pela ARENA para o período de 1º de fevereiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983. Nessa época, foi notícia nacional como o padre vereador com mais mandatos consecutivos em todo o país.

Ao terminar seu mandato, em janeiro de 1983, padre Antonio Ribeiro do Rosário decidiu não mais concorrer à eleição. A Igreja Católica é contra a participação de padres em disputa de cargos eletivos na política. A partir da década de 1970, a CNBB distribui nota em vésperas dos pleitos, condenando a participação de padres e bispos nas eleições. Não se sabe se por isso ou por desejo pessoal, padre Antonio Ribeiro do Rosário não mais concorreu ao cargo.

Em seu livro de memórias, padre Antonio Ribeiro do Rosário confidenciou:

“Nunca pensei em concorrer a cargos eletivos, mas sem saber, o Senador José Carlos Pereira Pinto e o Dr. Manoel Ferreira Paes foram a Dom Otaviano Pereira de Albuquerque pedir autorização para me convidarem a concorrer a uma cadeira de vereador”.114

Sacerdote católico, poeta, dramaturgo e professor. Embora sendo monsenhor, nunca permitiu que fosse usada essa posição honorífica no seu ministério sacerdotal. Teve grande atuação assistencial. Produziu extensa obra literária e teatral. Foi vereador durante 35 anos. Em sua homenagem, o Palácio de Mármore, que foi sede da Prefeitura e, depois, sede da Câmara Municipal, recebeu o seu nome.

Padre Antonio Ribeiro Rosário faleceu em 07 de março de 2004 e foi sepultado no Cemitério do Caju.

114 GOMES, Ricardo. Memória Biográfica do Monsenhor Antônio Ribeiro do Rosário, Campos dos Goytacazes, 2014, p. 05

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HÉLIO DE FREITAS COELHOPresidente

1º de fevereiro de 1977 a 1º de março de 1979

Hélio de Freitas Coelho dos Santos nasceu em Mussurepe, distrito de Campos, em 15 de dezembro de 1947. Filho de Edgar Coelho dos Santos e Eurice Maria de Freitas Coelho dos Santos. Com poucos meses de idade, foi morar na localidade de São Martinho com sua família, onde seu pai, assim como seu avô, foi um respeitado farmacêutico e liderança política local.

Iniciou seus estudos na Escola Pública de São Martinho e concluiu o primeiro grau no Colégio São Salvador, em 1963. Cursou o Científico no Colégio Batista Fluminense e o Clássico no Liceu de Humanidades de Campos, em 1966. Hélio Coelho licenciou-se em História pela Faculdade de Filosofia de Campos, com Pós-Graduação em História do Brasil, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Concluiu o curso de metodologia do Ensino Superior pela Universidade Federal Fluminense e bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Campos.

Atuou como professor adjunto do curso de Serviço Social da UFF e da Faculdade de Direito de Campos (UNIFLU – FDC – CAMPUS I). Possui dezenas de Certificados de Cursos e Seminários de aperfeiçoamento de curta e média duração no âmbito educacional.

No campo artístico, participou do Curso de Apreciação Musical e Literatura Pianística e, também, do Curso Música Popular Brasileira. Sua preocupação com o universo cultural da região levou-o a compor poesias e canções premiadas em festivas regionais.

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Sua atuação na área política iniciou-se em 1972, quando foi eleito vereador pela ARENA, com 3.455 votos. Em 1976, foi novamente eleito vereador pela ARENA, com 2.700 votos, para o mandato de seis anos, de 1977 a janeiro de 1982. Em 1977, foi eleito presidente da Câmara para o biênio 1977/1978. Nesse período, iniciou-se a abertura no Brasil que, de acordo com o general presidente da época, Ernesto Geisel, deveria ser “lenta e gradual”. Sobre esse momento da política brasileira e sua atuação na Câmara, declara Hélio Coelho:

“Foi um período de inserção da Câmara nas lutas populares pela redemocratização. Consegui colocar a Câmara como espaço privilegiado de ressonância dos Professores, Pescadores, Associações de Moradores, Servidores Municipais, Política Ideológica, lideranças grevistas de várias categorias, Comitê pela Anistia. Convidava insistentemente a imprensa para dar cobertura ao vivo das sessões para que a população tivesse acesso ao que era debatido pelos representantes da ARENA e do MDB”.

Em 1982, não concorreu ao cargo de vereador. Em 1988, participou do movimento Muda Campos, liderado pelo então deputado Anthony Garotinho, candidato a prefeito pelo PDT. Eleito naquele ano, Garotinho assume em 1989 e Hélio Coelho é nomeado secretário de Governo, exercendo o cargo de 1989 a 1992. Assumiu de 1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996 a chefia do gabinete do prefeito Sergio Mendes, sucessor de Garotinho.

Foi agraciado Câmara Municipal com as Comendas: “Ordem do Mérito Municipal”, e “Ordem do Mérito Benta Pereira” e, pela Prefeitura, com o Troféu “Ouro da Terra”.

Eleito pelos acadêmicos campistas, tomou posse na Cadeira n° 12, da Academia Campista de Letras, entidade que preside desde 2013, estando no segundo mandato. Atuante na política, publicou vários artigos na imprensa local, sempre versando sobre questões de natureza histórica, política, econômica, social, educacional e cultural da região e do país.115 Atualmente, é professor na Universidade Federal Fluminense e Faculdade de Direito de Campos.

115 Depoimento do ex-vereador e Presidente do Legislativo Hélio de Freitas Coelho em 25/02/2015.

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EDMUNDO VAZ DE ARAÚJOPresidente

1º de março de 1979 a 04 de março de 1981

Edmundo Vaz de Araújo, filho de Reinaldo Baptista de Araújo e de Violeta Vaz de Araújo, nasceu no dia 08 de fevereiro de 1924. Atuou como tabelião e escrivão do Cartório do 8º Ofício, aposentando-se após 47 anos de trabalho.

Ingressou na política e foi candidato a vereador, elegendo-se pela ARENA, com 2004 votos, no pleito de 1970. Como era mandato tampão, de apenas dois anos, assumiu em 1º de fevereiro de 1971 para o período que terminaria em 31 de janeiro de 1973.

Nas eleições de 15 de novembro de 1972, tendo obtido 2.201 votos, retornou à Câmara para um mandato que começou em 1º de fevereiro de 1973 e terminou em 31 de janeiro de 1977.

Novamente eleito em 1976, pela mesma ARENA, com 2.036 votos, Edmundo Vaz de Araújo exerceria seu terceiro e último mandato. Assumiu em 1º de fevereiro de 1977, para um mandato que terminou em 31 de janeiro de 1983.116 Na sessão da Câmara Municipal de Campos de 1º de março de 1979, foi eleito para presidir o Legislativo no biênio 1979/1980.117

Em novembro de 1980, a Mesa Diretora da Câmara baixa a Resolução 3856 cujo artigo primeiro cria uma “comissão especial, formada por cinco vereadores para tratar, junto às autoridades

116 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 80.

117 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1979-1981, pp.110 e 111.

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competentes, de assuntos relativos à restauração de acervo histórico da Câmara Municipal de Campos”.

Edmundo Vaz de Araújo foi homenageado pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro com o Diploma de Honra ao Mérito. Desportista, presidiu a Liga campista de esportes pelo período de 10 anos, de1959 a 1969, conseguindo realizar o sonho dos membros da entidade, com uma sede própria.

Na sessão da Câmara de 14 de junho de 1995, o vereador Edson Coelho dos Santos apresentou Justificativa para conceder a Edmundo Vaz de Araújo a comenda “Ordem do Mérito Benta Pereira”.118

Em 24 de agosto de 1995, Edson Coelho dos Santos apresentou projeto, aprovado por unanimidade, homenageando Edmundo Vaz de Araújo com nome de rua no bairro do IPS”.119

Edmundo Vaz de Araújo faleceu no dia 22 de julho de 1995 e foi sepultado no Cemitério do Caju.

ALTAMIR BÁRBARAPresidente

1º de fevereiro de 1983 a 17 de dezembro de 1984

Altamir Bárbara nasceu em Campos no dia 06 de setembro de 1930. Estudou no Colégio Estadual Dr. Félix Miranda completando o Ensino Médio. Aos oito anos, começou a trabalhar no escritório da Usina São João. Serviu ao exército, tendo sido reformado como militar.

Exerceu a função de Diretor da Companhia de Transporte Coletivo (CTC) de Campos e também, diretor de operações da empresa no Estado do

118 O Monitor Campista, 28/06/1995.

119 Idem. 14/09/1995.

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Rio de Janeiro. Altamir Bárbara era desportista e presidiu o Esporte Clube São João. Também é maçom, da Loja Progresso de Campos.

Entrou para a vida política no início dos anos 1960 e candidatou-se a vereador na eleição de 1962 pelo PTB, ficando na suplência, assumindo a cadeira em 1966, no lugar de Amaro Gomes de Almeida, do PTB, que licenciou-se. Em 1966, Altamir Bárbara se reelege, desta vez pela ARENA, com 1.973 votos. No biênio 1975/1976, sob a presidência de Severino Veloso de Carvalho Neto, Altamir Bárbara foi 1º secretário da Mesa Executiva.

Na eleição de 1970, Altamir concorre como deputado estadual e se elege, exercendo o mandato na Assembleia de 1971 a janeiro de 1975. Candidata-se no pleito de 1974, mas fica na suplência. Na Assembleia, foi vice-líder do Governo e do seu partido e presidente da Comissão de Redação e Comissão de Serviços Públicos.

Na primeira eleição após a anistia e a extinção do bipartidarismo e criação de vários partidos, realizada em 15 de novembro de 1982, Altamir Bárbara elege-se mais uma vez vereador, desta feita pelo PMDB, obtendo 3.944 votos, o mais votado entre todos os candidatos. Dessa vez, o mandato seria de seis anos, de 01 de fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988. Eleito para presidir a Câmara, exerceu o mandato na Mesa Diretora no biênio 1983/1984.120 No ano seguinte, foi eleito secretário da Mesa Executiva, na gestão de George Dias Farah (biênio 1985/1986).

Ocupou, também, o cargo de primeiro Secretário da Mesa da Câmara na presidência de Severino Veloso na legislatura de 1963/1965 e de George Dias Farah, na gestão de 1985/1986.

Foi secretário de Governo e de Administração da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, no governo de Alexandre Mocaiber (2006/2008)

Na eleição de 2012, Altamir Bárbara candidata-se a vereador pelo PSB, ficando na suplência. Como o titular, Jorge Rangel, assumiu a Secretaria Municipal de Limpeza Pública, Praças e Serviços Públicos da Prefeitura de Campos, Altamir ocupou a cadeira de vereador entre 2015 e 2016.

Em abril de 2016 Jorge Rangel retorna à Câmara, após desincompatibilizar-se para ser candidato ao pleito deste ano. 121

120 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1981-1983, pp.143 e 144.

121 O Diário, 1º/04/2016.

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GEORGE DIAS FARAHPresidente

05 de março de 1985 a 05 de março de 1987 George Dias Farah, filho de

Dahronge Farah e Zalina Dias Farah, nasceu em 19 de março de 1931, em Itaperuna ,no Estado do Rio de Janeiro.

Começou a trabalhar, aos 14 anos, na Companhia Industrial e Comercial de Campos, onde ficaria até 1962, galgando vários postos. Era técnico em contabilidade. Bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Campos. Em seguida, entrou no IPASE como de técnico em contabilidade. Ficou com esta ocupação até 1979, quando, por meio de concurso, passou a ser Procurador Federal do IAPAS.

Em 1962, candidatou-se a vereador pelo PTB, quando ficou na primeira suplência, assumindo a cadeira de titular pelo período de um mês. Na época, foi autor de um requerimento junto do então Ministro do Trabalho e Previdência Social, sugerindo que o pagamento dos pensionistas e aposentados fosse feito através da rede bancária, evitando assim, filas enormes frente às repartições públicas.

Na eleição seguinte, 1966, já com o bipartidarismo imposto pela ditadura militar, George Farah ingressou no MDB e elegeu-se no pleito realizado em 15 de novembro daquele ano, obtendo 1.370 votos. Atuou de 1º de fevereiro de 1967 até 31 de janeiro de 1971.122

Na eleição de 1970 foi reeleito, pela ARENA, quando obteve 1.387 votos para o mandato de 1º de fevereiro a 31 de janeiro de

122 Ferreira Avelino, op. Cit. pp. 75 e 76.

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1973. Registre-se que, à época, havia a fidelidade partidária, cuja lei era aplicada com rigidez e ninguém com mandato se atrevia a trocar de legenda. George Farah mudou de partido e orgulhava-se de ter sido o único candidato que, tendo mudado de partido, conseguiu reeleger-se. Em 1972, reelege-se mais uma vez, pela ARENA, com 2.179 votos.

Em 1976, não se candidata. No ano de 1982, acontece a primeira eleição após a abertura política, com a criação de cinco novos partidos e o mandato seria de seis anos para não coincidir o municipal com o estadual e federal. Nas eleições de 15 de novembro daquele ano, foi eleito, dessa vez pelo PMDB, com 2.399 votos, para o período de 1º de janeiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988.

Sua última eleição foi em 1988, quando, novamente pelo PMDB, obteve 2.342 votos. George Dias Farah concorreu no pleito de 15 de novembro de 1988 para o período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992, pelo PMDB, obtendo 2.342 votos.

George Dias Farah foi 2º secretário do presidente Francisco Paes Filho, em 1969, 1º Secretário do vereador Antonio Ribeiro do Rosário, em 1971 e, em 1983, 1º secretário de Altamir Bárbara e presidente da Câmara no biênio 1985/1986 (passou o cargo ao sucessor, Severino Veloso, em 03 de março de 1987).

Atualmente George Dias Farah está aposentado e afastado da política eleitoral.

CARLOS ALBERTO TAVARES CAMPISTAPresidente

1º de janeiro de 1989 a 27 de março de 1990

Carlos Alberto Tavares Campista nasceu em 06 de abril de 1946, em São Sebastião, distrito de Campos. Filho de José Campista Sobrinho e de Cênia Tavares Campista. Carlos Alberto casou com Elisabeth Ducan Tavares Campista, com quem teve três filhos: Marcos, Laura e Carla.

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Cursou advocacia na Faculdade de Direito de Campos, prestando serviços a diversos sindicatos. Foi eleito Presidente da OAB/Campos para o biênio 1981/1982. Fundou e presidiu a FAMAC (Federação das Associações de Moradores de Campos).

No pleito de 15 de novembro de 1988, Carlos Alberto concorreu para vereador e venceu, obtendo 2.893 votos, pelo PDT, para a legislatura de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992. Na Sessão de 1° de janeiro de 1989, foi eleito presidente da Câmara para o biênio 1989/1990.123

“ Em 1990, Carlos Alberto Campista candidata-se à Câmara Federal e elege-se deputado, assumindo seu lugar o primeiro suplente, o médico Guilherme Abreu, do PSB, que passou a ocupar a cadeira de 1991 a 1992”. 124

Em 2004 Carlos Alberto Campista elegeu-se prefeito de Campos pelo PDT. Encerrou sua administração em maio de 2005 devido a questões judiciais. Em 2007, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT). Desde então Carlos Alberto Campista está afastado da vida pública, exercendo atividades particulares.

PAULO CÉSAR DE FREITAS MARTINSPresidente

29 de março de 1990 a 12 de dezembro de 1990

Paulo César de Freitas Martins nasceu no dia 20 de novembro de 1956, no município de Campos.

Iniciou seus estudos no Colégio Batista Fluminense, em Campos

123 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1987-1989, p.103.

124 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 85.

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e concluiu o Secundário aos 17 anos de idade, na Associação Cristã de Moços do Rio de Janeiro.

Começou a trabalhar aos 15 anos ajudando seu pai, no comércio de hortifrutigranjeiros, como comprador e viajante, deslocando-se continuamente para São Paulo. Ainda não havia completado 18 anos, quando passou a gerenciar uma casa de frios e lanchonete de propriedade de seus irmãos, por três anos.

Posteriormente, tornou-se sócio da Agência Líder de Automóveis. Retirando-se daquela ocupação, gerenciou, por dois anos, uma firma de móveis. Casando-se, mudou para o Rio de Janeiro, onde ficou por três anos, trabalhando como representante comercial de diversas firmas, no ramo de móveis. Voltando para Campos, passou a dedicar-se novamente ao comércio de hortifrutigranjeiros.

Nas eleições de 15 de novembro de 1982, Paulo César Martins concorreu ao legislativo pelo PMDB, quando obteve 1.730 votos, conquistando uma cadeira na Câmara para o período de 1º de fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988.125

No pleito de 15 de novembro de 1988, Paulo César Martins foi reeleito para a legislatura de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992. Concorreu pelo PDT e obteve 855 votos. O presidente da Câmara era Carlos Alberto Campista, que concorreu à Câmara Federal e, na sessão de 29 de março de 1990, Paulo César Martins foi eleito presidente do Legislativo, concluindo o mandato na Mesa Diretora em 31 de dezembro daquele ano. 126

Em 1991, a vereadora Ivete Guerra Marins, do PSB, assumiu a cadeira que era ocupada por Paulo César Martins que se elegeu,

125 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 83.

126 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1990-1991, pp.141 e 142.

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em 1990, deputado estadual, ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa.

Membro da Comissão de Finanças e Orçamento, além de Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Campos, Paulo César Martins elaborou o Projeto para a criação das Comissões de Defesa do Consumidor e de Defesa dos Direitos Humanos. Também foi ele quem presidiu os trabalhos para a elaboração e aprovação da primeira Lei Orgânica Municipal, em 1990.

Desportista, foi diretor de Esportes e de Relações Públicas do Clube Monte Líbano. Há anos dedica-se à atividade empresarial no ramo de publicidade visual.

CARLITO BARBOSAPresidente

1º de janeiro de 1991 a 30 de dezembro de 1992

Carlito Barbosa, filho de Mário Barbosa e Ana Barbosa, nasceu em 21 de abril de 1937 em Vila Velha, Estado do Espírito Santo. Veio para Campos em pau-de-arara, tendo estudado apenas até a 3º série primária e trabalhado na enxada. Após a morte de seu pai, iniciou sua luta pela sobrevivência.

Casou com Maria José Lima Barbosa. Após seu falecimento, desposou a professora Lúcia Helena Henrique Santiago Barbosa.

Atuando na área educacional, foi diretor da Escola Maria José Lima Barbosa, em Guarus. Edificou e organizou a Escola Frederico Paes Barbosa no bairro Novo Mundo, que mais tarde, por sua indicação, foi construído um novo prédio pela Prefeitura Municipal, que assumiu o educandário.

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Trabalhou como peão na Companhia Estadual de Água e Esgoto (CEDAE), da qual se aposentou como mestre geral. Foi diretor chefe da Divisão de Abastecimento de Água; diretor tesoureiro do Sindicato da CEDAE de Campos dos Goytacazes; açougueiro no Mercado Municipal e diretor da Guarda Noturna de Campos dos Goytacazes.

Na área esportiva, foi zagueiro central no futebol amador do Madureira Futebol Clube de Guarus e tetracampeão pela Liga Campista de Esporte; campeão fluminense de futebol amador pela Seleção Campista da Liga Campista de Desportos; jogador profissional do Campos Atlético Associação; presidente e fundador da Taça Guarus; presidente do Acadêmico e do Madureira Futebol Clube; presidente do Conselho Deliberativo da União da Esperança (G.R.E.S); presidente do Bloco de Samba Caprichosos de Guarus; criador, fundador e mantenedor da Comunidade Educativa Pequeno Carente.

A sua atuação, no campo político iniciou em 1972, quando foi o mais votado para vereador pela ARENA com 3.554 votos, para o período de 1º de fevereiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977. Foi o líder da bancada até 1976.

Nas eleições de 15 de novembro de 1988, Carlito Barbosa, retorna à Câmara pelo PTB, com 1.085 votos para um período legislativo de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992. 127

Na sessão de 14 de dezembro de 1990, consta, na ata, a eleição de Carlito Barbosa para presidente da Casa Legislativa. Tomou posse em 1º de janeiro de 1991 para uma gestão que terminou em 31 de dezembro de 1992.128 Foi seu último mandato como vereador, quando iniciou as obras de ampliação do edifício do Palácio de Mármore, concluídas depois, na gestão do presidente Paulo Albernaz.

Carlito Barbosa faleceu no dia 30 de agosto de 2015, aos 73 anos de idade, devido a complicações renais e seu corpo foi sepultado no Cemitério do Caju. 129

127 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 85.

128 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1990-1991, p.42.

129 Folha da Manhã online 1º/09/2015.

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PAULO FERNANDO FEIJÓ TORRESPresidente

1º de janeiro de 1993 a 18 de outubro de 1994

Paulo Fernando Feijó Torres nasceu no dia 23 de março de 1956, em Santa Maria Madalena, Estado do Rio de Janeiro. Filho de Antônio Dias Torres Júnior e Anésia Feijó Torres.

Formou-se em engenheiro mecânico pela Universidade Católica de Petrópolis, RJ, em 1978. Casou-se com Rosane Feijó Torres com quem tem dois filhos. Trabalhou como engenheiro da Rede Ferroviária Nacional de Campos dos Goytacazes de 1978 até 1995.

Recebeu o título de Cidadão Campista da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes no ano de 1987.

Candidatou-se a vereador em 1988 pelo PMDB e foi eleito com 1.415 votos.130 Para um mandato que terminaria em dezembro de 1992. No pleito de 1992, foi reeleito, desta feita pelo PTB, obtendo 1.506 votos. Na sessão de 1º de janeiro de 1993, ocorreu eleição para a Mesa Diretora do Legislativo quando, mesmo sendo oposição ao governo e à bancada majoritária, foi eleito para presidir o Legislativo no biênio 1993/1994. 131

Em sua gestão, foi aprovada a Lei 5.427 na qual, segundo seu artigo 1º, “fica proibida qualquer demolição de prédios antigos em nosso município, ou realização de qualquer obra que descaracterize o estilo e a concepção arquitetônica dos mesmos, até que seja concluída a revisão geral do Plano Diretor”. (Memórias 1997/1998).

Em 1994, Paulo Feijó candidata-se à Câmara Federal pelo

130 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 84.

131 de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1991-1993, p.134

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PSDB e se elege. Reelege-se, pelo PSDB, deputado nas eleições de 1998 e 2002. Renuncia ao mandato e filia-se, posteriormente, ao PR, retornando à Câmara Federal na eleição de 2010 e mais uma vez, em 2014.

Assumiu o cargo de Secretário Municipal de Meio Ambiente de Campos dos Goytacazes de 2008 a 2009. Foi convidado para ocupar o cargo de Presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo de Campos dos Goytacazes em 2009. Atuou ainda como diretor-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul, Campos dos Goytacazes no ano de 2009.

Paulo Feijó tentou ser prefeito de Campos, sem sucesso, nas eleições de 2000, quando obteve 54.761 votos, de 2004, obtendo 61.319 votos e na eleição de 2008, quando, segundo ele, candidatou-se “apenas para denunciar as mazelas da administração de então”, obtendo apenas 3.686 votos.

Atualmente Paulo Feijó exerce o seu quinto mandato na Câmara Federal.

EDSON COELHO DOS SANTOSPresidente

13 de dezembro de 1994 a 14 de agosto de 1996

Filho do farmacêutico Antonio Coelho dos Santos e Conceição Maria Dias dos Santos, Edson Coelho dos Santos nasceu em Santo Amaro, distrito de Campos dos Goytacazes, em 27 de junho de 1931.

Estudou em Campos nos colégios Bittencourt e Batista Fluminense até completar o segundo grau de escolaridade. Cursou medicina na Faculdade de Medicina Fluminense, atual UFF, concluindo o curso em

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1956. Ainda acadêmico de Medicina, prestou concurso e foi aprovado para atuar no Hospital Antonio Pedro, em Niterói, então capital do Estado do Rio.

Fez especialização em cirurgia, ginecologia, obstetrícia e doenças do aparelho digestivo. Casou-se com Guilhermina Barcelos Coelho dos Santos com quem teve três filhos: Ana Elizabeth, Antonio José e Sandra Helena.

Desde a vida estudantil demonstrou vocação para a política. Foi diretor do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Medicina de 1952 a 1956. Assumiu, também, a diretoria da União Fluminense dos Estudantes e da União Nacional dos Estudantes.

Foi Presidente da Federação Universitária Fluminense de Esportes, secretário de relações internacionais da Confederação Brasileira de Desportos Universitários, presidente da Associação Batistense de Cultura, do Grêmio Lítero Esportivo Azevedo e da Escola de Samba União da Esperança, do bairro Custodópolis.

Foi aprovado no concurso para a Marinha, exercendo suas atividades no Hospital Lourenço de Freitas, em Niterói. Devido ao seu destaque profissional ganhou uma bolsa de estudo de pós-graduação, em pediatria, indo trabalhar na Clínica Mayo, nos EUA.

Seu primeiro consultório, em Campos, era situado na Rua 13 de Maio e, mais tarde, mudou para a Rua Ipiranga. Na Avenida Sete de setembro instalou uma clínica moderna com 130 leitos. Foi também chefe da Divisão de Saúde Municipal de Campos dos Goytacazes.

Seu primeiro mandato como vereador ocorreu nas eleições de 15 de novembro de 1982, quando foi eleito pelo PDS, com 3.115 votos, para o período legislativo de 01 de fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988. Foi o segundo candidato mais votado de todo o município e o mais votado da sua agremiação política.132

Em 1983, foi agraciado como “Vereador do Ano”. Em 1988, Edson Coelho dos Santos foi reeleito no pleito de 15 de novembro para o período de 01 de janeiro de 1989 até 31 de dezembro de 1992, obtendo 3.015 votos, desta vez pelo PMDB.

Em 1992, foi mais uma vez eleito, na oportunidade, pelo

132 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 83.

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PDT, obtendo 2.465 votos. Na sessão de 13 de dezembro de 1994 ocorreu eleição por aclamação para a nova Mesa Diretora Executiva e Edson Coelho dos Santos foi eleito presidente para o biênio 1995/1996. 133

Presidiu a Associação das Câmaras de Vereadores do Norte e Noroeste Fluminense. Em 1993 recebeu da Câmara Municipal a Comenda Ordem do Mérito Benta Pereira. Amante das artes e da cultura, participou ativamente das manifestações culturais no município de Campos e no estado do Rio de Janeiro. Edson Coelho dos Santos também foi maçom, da Loja Atalaia do Sul.

Ainda no exercício do mandato e da presidência da Câmara, Edson Coelho dos Santos faleceu em 21 de agosto de 1996, em Campos e seu corpo foi sepultado no Cemitério do Caju. Assumiu a vaga a primeira suplente, Elisabeth Braga Couto, em 27 de agosto de 1996.134

SIVALDO ABÍLIO DE OLIVEIRA

Presidente28 de agosto de 1996 a 23 de dezembro de 1996

Sivaldo Abílio de Oliveira nasceu em 10 de junho de 1941 em Praça João Pessoa, 4º Distrito do Município de São João da Barra (hoje, São Francisco de Itabapoana) RJ. Filho de Manoel de Oliveira Júnior e de Nair das Neves Abílio.

Formou-se professor em Eletrotécnica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Trabalhou em FURNAS S/A e na Escola Técnica Federal de

133 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1994-1995, p.127.

134 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 1996-1997, p.117.

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Campos. Foi redator de atas e assistente de comunicação na Câmara Municipal de São Francisco de Itabapoana. Em São João da Barra, foi assessor de gabinete da Prefeitura. Presidente Municipal e Delegado Regional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e também, da empresa municipal Campos Luz no governo Alexandre Mocaiber.

Eleito vereador, em 1992 pelo PDC, com 731 votos, ocupou, em 1993/1994, o cargo de 1º secretário da Mesa Diretora, presidida por Paulo Feijó. No biênio seguinte, ocupou a vice-presidência, na gestão de Edson Coelho dos Santos (biênio 1995/1996). 135Assumiu a Presidência da Câmara, em 1996, devido à morte de Edson Coelho dos Santos.136

Em 19 de junho de 1998, recebeu o título de Cidadão Campista proposto pelos vereadores José Carlos Fontes e Luiz Carlos Cabral Morgade. Atualmente, Sivaldo Abílio reside na cidade do Rio de Janeiro.

PAULO DE SOUZA ALBERNAZPresidente

1º de janeiro de 1997 a 04 de janeiro de 1999

Paulo de Souza Albernaz nasceu no dia 5 de outubro de 1933, na cidade de Campos dos Goytacazes. Filho de Fernando Albernaz e Edith Albernaz e irmão de Nely, Antonio Carlos, Edno, Fernando, Magaly e João Batista.

Cursou o antigo primário no Instituto Castro Faria e o ginásio e o 2º grau no Colégio Bittencourt. O terceiro grau, na Faculdade de Direito de Campos.

Dos 12 aos 18 anos trabalhou no comércio como atendente de loja e, depois, como representante comercial de uma empresa do Rio de Janeiro, onde pôde realizar seus sonhos de ter uma vida melhor, tanto material como em realização pessoal.

135 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 87.

136 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, op. Cit. p. 117.

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Junto com seu irmão Fernando, abriu uma loja de produtos veterinários, a Drogaria Veterinária, localizada na antiga Rua Barão de Cotegipe (atual Theotônio Ferreira de Araújo). Anos depois, inaugurou a Casa Albernaz, especializada em louça, tinta e ferragem. Nesse período, também advogava como criminalista, tendo participado de vários julgamentos.

Paulo Albernaz foi presidente da Federação de Estudantes de Campos e, devido à sua atuação considerada dinâmica, foi convidado pelos seus colegas, após o fim da sua gestão, para vir candidato a vereador pelo MDB, em 1970. Candidata-se e se elege, obtendo 1.876 votos, sendo o mais votado do seu partido.137

Em 1972, mantém seu mandato reelegendo-se pelo MDB, com 2.229 votos. Seu nome foi escolhido para vice-presidente da Câmara na gestão de Severino Veloso e presidente da Comissão de Justiça do Legislativo por quatro anos.

Em 1976, Paulo Albernaz candidatou-se a prefeito de Campos, pelo MDB, conseguindo 8.054 votos. O eleito, naquele ano, foi Raul David Linhares Corrêa pela ARENA.

Em 1978, Paulo Albernaz concorre a Assembleia Legislativa e foi eleito, tendo sido o mais votado de Campos. Foi reeleito no pleito de 1982.

Em 1988, candidata-se a vice-prefeito na chapa liderada por Barbosa Lemos, pelo PTB. Mas vence a eleição o deputado estadual Anthony Garotinho, pelo PDT.

Em 1992, candidata-se novamente a vereador e se elege pelo PMDB, com 2.290 votos. Em 1996 candidata-se mais uma vez, desta feita, pelo PDT, quando obtém 3.029 votos. Foi eleito presidente da Mesa Diretora para o biênio 1997/1998.138

No início de seu mandato, em 1997, a cidade de Campos foi

137 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 78.

138 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, op. Cit. p. 251.

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abalada com o assassinato do vereador Sérgio Luís Paes da Silva, o popular Lilico, em março daquele ano. O 1º suplente, José de Almeida Rangel, o Zezinho de Travessão, assumiu, que dias depois foi preso, acusado do assassinato. Assumiu então, o segundo suplente, Carlos Roberto dos Santos Faria, que permaneceu até o fim do mandato.

Na sua gestão como presidente, concluiu o anexo do Palácio de Mármore, onde foi instalado o plenário, que recebeu o nome do primeiro presidente do Legislativo campista, em 1652, Álvaro Lopes Vidal. Também foi aprovada a lei, oriunda do gabinete do prefeito (Anthony Garotinho) dispondo sobre a criação do Museu de Campos.

Em 1998, Paulo Albernaz candidata-se pelo PDT a deputado estadual e vence a eleição, para um mandato que terminou em 2002. Pela sua atuação em várias cidades do Estado, recebeu títulos de cidadania de 13 municípios.

Entre as leis municipais mais relevantes como edil, foram o passe livre para estudantes e idosos e a isenção do pagamento de IPTU para todos que possuíam um imóvel residencial e que ganhavam até dois salários mínimos mensais.

Atualmente Paulo Albernaz está aposentado e afastado da vida pública.

NELSON NAHIM MATHEUS DE OLIVEIRA

Presidente12 de janeiro de 1999 a 28 de dezembro de 20001º de janeiro de 2001 a 03 de dezembro de 2002

1º de janeiro de 2009 a 05 de julho de 20101º de janeiro de 2011 a 13 de dezembro de 2012

Nelson Nahim Matheus de Oliveira nasceu em 29 de agosto de 1957 em Campos. Filho de Hélio Montezano de Oliveira e Samira Matheus de Oliveira. Formou-se em Advogado pela Faculdade de Direito de Campos, em 1983. Trabalhou como

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radialista nas emissoras Continental, Difusora e Cultura.Iniciou sua vida pública em 1990, quando foi nomeado por

seu irmão, o então prefeito Anthony Garotinho, para o cargo de Consultor Fazendário e, depois, subsecretário municipal da Secretaria de Fazenda de Campos. De 1993 a 1996, atuou no Município de São João da Barra como Secretário da Fazenda e Procurador Geral.

Em 1996, elegeu-se vereador pelo PDT, com 2.541 votos. Reelegeu-se no pleito de 2000, com 4.828 votos. 139 Recebeu o prêmio “Destaque de Excelência Administrativa e Política”, em 2001, no 14º Encontro Nacional de Presidente de Câmaras Municipais.

Nelson Nahim concorre novamente para vereador, em 2004, pelo PMDB, obtendo 4.767 votos. Em 2008, concorrendo pelo PMDB, foi eleito com 3.932 votos.

Em 2010, o Congresso aprovou lei que permitiu que o número de vereadores fosse estipulado pelo quantitativo de habitantes dos municípios. Na presidência de Nelson Nahim, depois de discutido em plenária com os edis, estes optaram pela representação de 25 vereadores, já para o pleito de 2012.

No ano de 2010, foi convocado pelo Tribunal Regional Eleitoral para assumir a Prefeitura de Campos, como interino durante seis meses. Exerceu o mandato de prefeito no período de afastamento, pela Justiça Eleitoral, da prefeita Rosinha Garotinho. A prefeita retorna ao final de 2010 e Nelson Nahim reassume seu mandato de vereador. Em 2011, foi reeleito presidente, por unanimidade, para o biênio 2011/2012. Em 2012, candidata-se novamente a vereador, mas não obtém êxito.

Nelson Nahim foi fundador da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em Campos, em 1996. Foi presidente

139 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 88.

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da Fundação Estadual do Norte Fluminense (FENORTE/TECNORTE), em 2005/2006, quando implantou vários projetos na área de Ciência e Tecnologia. Em junho de 2013, foi reconduzido à Presidência da Fundação Estadual do Norte Fluminense.

No último pleito eleitoral de 2014 concorreu à Câmara Federal, mas ficou na suplência.

EDERVAL AZEREDO VENÂNCIOPresidente

03 de dezembro de 2002 a 1º de janeiro de 2005

Ederval Azeredo Venâncio nasceu no dia 02 de janeiro de 1946, em Casimiro de Abreu, RJ. Filho de Antônio Venâncio e de Albertina Azeredo Venâncio. Sua família é tradicional no distrito de Travessão (Campos dos Goytacazes), que foi também a sua principal base política. Foi o primeiro da sua família a dedicar-se à política. Estudou até o ensino médio e foi funcionário público.

Elegeu-se vereador em 15 de novembro de 1976, pela ARENA, obtendo 2.032 votos, tendo assumido em 1º de fevereiro de 1977, para um mandato que findou em janeiro de 1983.

Em 1982, concorreu a um novo mandato, desta vez pelo PDS obtendo 2.538 votos. Assumiu no dia 02 de fevereiro de 1983 com mandato que terminaria em 31 de dezembro de 1988.140

Em 1988, Ederval Venâncio vence mais uma eleição, mas desta vez, pelo PMDB, quando conquista 1.324 votos. A posse ocorreu em 1º de janeiro de 1989 para um mandato que findaria

140 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 83.

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em 31 de dezembro de 1992. No ano de 1992, Ederval Venâncio concorre pelo PTB e obtém

1.467 votos. Tomou posse em 1º de janeiro de 1993, para um mandato que findaria em 31 de dezembro de 1996.

Novamente eleito em 1996, retornou à Câmara pelo PSDB, obtendo 1.799 votos. Em 2000, já consolidado como liderança política em Travessão, concorre novamente, dessa vez pelo PSB, conquistando 2.678 votos.

Em dezembro de 2002, ocorreu a eleição para a nova Mesa Diretora da Câmara e Ederval Venâncio foi eleito pela primeira vez para presidir o Legislativo no biênio 2003/2004.

Em 2004, o número de cadeiras na Câmara foi reduzido de 21 para 17, aumentando o quociente eleitoral. Ederval Azeredo Venâncio, então no PDT, foi mais uma vez eleito, obtendo 9.233 votos. Já então era considerado o vereador com mais mandatos consecutivos em todo o país.

Em 2008, Ederval Venâncio, pelo mesmo PDT, obteve 3.300 votos. Foi motivo de uma intensa polêmica, pois, depois de ser proclamado eleito e assumir o mandato, perdeu sua vaga para Ilsan Maria Vianna, que concorreu pelo mesmo PDT, mas não teve seus votos validados pela Justiça Eleitoral. Após uma batalha judicial, que durou dois anos, ela assumiu a cadeira de Ederval.

Ederval Azeredo Venâncio faleceu aos 65 anos de idade em 09 de fevereiro de 2012. Avelino Ferreira, em seu blog, escreveu sobre a sua morte: “morre um dos vereadores mais habilidosos da Câmara de Campos”.

ALEXANDRE MARCOS MOCAIBER CARDOSOPresidente

1º de janeiro de 2005 a 16 de maio de 2005

Alexandre Marcos Mocaiber Cardoso, filho de Antônio Cidineio Cruz Cardoso e de Regina Mocaiber Cardoso, nasceu em 26 de janeiro de 1953, em Campos dos Goytacazes.

Formou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina de Campos,

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no ano de 1975. Especializou-se em Reumatologia, Fisiatria, Saúde Pública e Administração Hospitalar. Foi Conselheiro Regional de Medicina (CREMERJ) de 1990 a 1995. De 1996 a 1997, exerceu o cargo de Diretor Clínico do Hospital Ferreira Machado e de 1999 a 2004, foi Secretário Municipal de Saúde. 141

Em 2004, candidatou-se a vereador pelo PDT, obtendo 5.919 votos. Eleito presidente do Legislativo para o biênio 2005/2006, Alexandre Mocaiber renunciou para assumir o cargo de prefeito, após a cassação do eleito, Carlos Alberto Campista, em maio de 2005.142 Assume a presidência da Câmara o vice, Alciones Cordeiro Borges, o Alcione de Rio Preto.

Em 2006, ocorreu a eleição extemporânea para prefeito de Campos e Alexandre Mocaiber, já ocupando o cargo, é eleito, no segundo turno, para um mandato que terminaria em dezembro de 2008.

Atualmente Alexandre Mocaiber está afastado da política e dedica-se à medicina.

ALCIONES CORDEIRO BORGESPresidente

17 de maio de 2005 a 02 de janeiro de 2007

Alciones Cordeiro Borges nasceu em Campos dos Goytacazes, no dia 28 de janeiro de 1959. Estudou até completar o Ensino Fundamental.

Iniciou a sua carreira política como vereador pelo PSL, nas eleições de 2004, quando obteve 6.118 votos. Foi empossado em 1º

141 Entrevista Concedida por Alexandre Marcos Mocaiber Cardoso em 25/05/2015.142 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 2004-2005, p.117

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de janeiro de 2005, para um mandato que findou em 31 de dezembro de 2008.143

Na sessão de 16 de maio de 2005, o presidente da Câmara, Alexandre Marcos Mocaiber Cardoso, anunciou o seu afastamento do cargo em virtude de decisão judicial que afastou o prefeito e o vice-prefeito de seus cargos, o que o obrigou, como Presidente do Legislativo, a assumir o executivo. Alciones Cordeiro Borges, eleito pelo PSL com 6.118 votos e que era vice-presidente, assumiu a presidência, terminando o biênio 2005/2006. 144

Atualmente, Alciones Cordeiro Borges exerce suas atividades como agricultor, criador de gado e administrador da empresa Águas de Rio Preto.

MARCOS VIEIRA BACELLARPresidente

02 de janeiro de 2007 a 16 de dezembro de 2008 Marcos Vieira Bacellar nasceu em Campos no dia 17 de junho

de 1950. Filho de Nelson Bacellar de Mello e de Imperalina Vieira Bacellar. Formou-se em Física e Matemática pela UNIFLU.

Presidiu o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Energia Elétrica do Norte e Noroeste Fluminense, por 24 anos. Atuou como o primeiro presidente da União Sindicalista, que reunia 24 entidades sindicais representantes dos trabalhadores.

Elegeu-se vereador em 2004 com 4.452 votos, representando o

143 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 92.

144 Livro de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 2004-2005, p.180.

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PT do B.145 Na sessão de 02 de janeiro de 2007, ocorreu eleição para a Mesa Diretora do Legislativo e Marcos Bacellar foi eleito presidente para o período de 2007/2008. 146

Na sua gestão como presidente da Câmara, negociou a mudança do Legislativo para o Palácio Nilo Peçanha, onde havia funcionado, desde 1935, o Fórum. Por meio de permuta, o Palácio de Mármore, prédio da Câmara, passou para a Justiça Eleitoral. Desde então, após as obras de adaptação, a Câmara Municipal tem, como sede própria, o Palácio Nilo Peçanha.

Marcos Vieira Bacellar aposentou-se e atualmente encontra-se afastado da vida pública. 147

ROGÉRIO FERNANDES RIBEIRO GOMESPresidente

05 de julho de 2010 a 15 de dezembro de 2010

Rogério Fernandes Ribeiro Gomes nasceu em Campos dos Goytacazes, em 1º de março de 1980. Filho de Renato Matoso e Ana Regina Fernandes.

Formou-se em Comunicação Social pela UNIFLU, Campos. Antes da política, gerenciava uma empresa própria no ramo de prestação de serviços. Anteriormente, atuou no comércio local em diversos segmentos.

Em 2008, adotando o nome de Rogério Matoso, candidata-se a vereador pelo PPS e se elege, obtendo 3.525 votos. No dia da

145 FERREIRA, Avelino. Op. Cit. p. 92.

146 Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, op. Cit. p. 118.

147 Entrevista concedida por Marcos Vieira Bacellar em 05/02/2015.

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posse, assumiu não só uma das 17 cadeiras da Câmara Municipal, como também a função de vice-presidente do Legislativo.

Nelson Nahim havia sido eleito presidente da Câmara pela quarta vez, mas, em virtude do afastamento da prefeita, assumiu, em julho, a chefia do Executivo, mesmo sem renunciar ao cargo. Em 30 de setembro de 2010, Rogério Matoso foi empossado como presidente da Câmara Municipal.

Em 2010, Nelson Nahim retorna à Câmara, após o retorno de Rosinha Garotinho à Prefeitura. Em 2011, Nelson Nahim foi reeleito presidente para o biênio 2011/2012 e Rogério Matoso continuou como vice-presidente.

Em 2012, não concorreu à reeleição, preferindo estar na chapa de Arnaldo Vianna, como seu vice, nas eleições para prefeito, quando, mais uma vez, Rosinha Garotinho foi eleita para o Executivo.

Atualmente, Rogério Matoso exerce a atividade de empresário e foi candidato a prefeito pelo Partido da Mulher para o pleito de 2016.

EDSON BATISTA

Presidente1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2014

Edson Batista nasceu na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), em 10 de dezembro de 1946. Filho de Vilson Batista de Azevedo e de Doralice Batista de Azevedo que tiveram quatro filhos: Edson, Ana Maria, Elbo e Dilma.

Cursou o primário no Externato França e o ginásio e o científico no Liceu de Humanidades de Campos. Completou seus estudos no Rio de Janeiro, na Faculdade Nacional de Medicina, obtendo sua graduação.

Edson Batista é Mestre em Cirurgia pela Universidade Federal

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do Rio de Janeiro (UFRJ), membro emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, professor da Faculdade de Medicina de Campos e chefe da Cirurgia do Hospital Álvaro Alvim.148 Em 1983, foi coordenador Regional de Saúde no 1º Governo Leonel Brizola (1983/1986). Em 1991, foi subsecretário Estadual de Saúde, no segundo governo de Leonel Brizola.

Assumiu diversos cargos na administração municipal, dentre os quais, Secretário de Saúde (implantou as bases do SUS no município) no Governo do Prefeito Anthony Garotinho (1989-1992); diretor do Hospital Ferreira Machado; coordenador de Desenvolvimento Humano e Diretor do HGG na gestão da prefeita Rosinha Garotinho (2009/2012), tendo também, nesse governo, implantado o Programa Saúde na Escola (PSE).

Em 1996, foi convidado por um grupo de amigos para concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal. Candidatou-se e foi eleito, pelo PTB, com 2.813 votos. Assumiu em 1997, sendo eleito secretário da Mesa Diretora para o biênio 1997/1998. Dentre os diversos projetos apresentados e aprovados destaca-se o de Lei nº 6. 397, de 10 de setembro de 1997, que instituiu o Programa Saúde do Trabalhador (PST).

No pleito de 2000, foi reeleito, desta vez pelo PDT, com 2.854 votos. Entre os projetos apresentados e aprovados nessa gestão, destaca-se a Lei nº 7.060/2001, que permitiu a instalação do Arquivo Público Municipal no Solar do Colégio, como um “guardião” da preservação da história do município de Campos dos Goytacazes.

Em 2004, Edson Batista concorreu pelo PMDB e foi eleito mais uma vez, com 3.237 votos. Em 2008 concorreu pelo PTB, quando obteve 3.812 votos, mas ficou na primeira suplência da coligação

148 Entrevista concedida por Edson Batista em 08/03/2016.

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PMDB/PTB. A Prefeita Rosinha Garotinho foi afastada do cargo em julho de 2010 e o presidente da Câmara, Nelson Nahim, assume o Executivo e Edson Batista é empossado vereador. Em dezembro do mesmo ano, a prefeita retorna ao cargo.

Em 2012, Edson Batista foi eleito para exercer seu quinto mandato como vereador, pelo PTB, obtendo 2.421 votos. Eleito presidente da Mesa Diretora para o biênio 2013/2014, reestrutura o Legislativo, que passou a ter 25 gabinetes, em vez dos 17 das legislaturas de 2004 e 2008.

No cargo de presidente da Câmara, promulgou a Lei nº 8.573 de 17 de julho de 2014 que torna obrigatória a transparência das entidades do terceiro setor que recebam verba municipal. Além disso, aprovou, junto com o Conselho de Vereadores, a Lei nº 8.596/2014, de autoria da Mesa Diretora, que criou o Parlamento Mirim, incorporando atividades do Programa “Bonde da História – Estação Câmara” (também criado em sua gestão, abrindo a Câmara para visitação de estudantes e professores) com o objetivo de inserção dos alunos do 6º ao 9º ano, com idade não superior a 15 anos, na vivência parlamentar.

Pela primeira vez na sua história de 364 anos, a Câmara promove atividades culturais tais como: exposições de quadros, fotografias, lançamento de livros, documentários sobre expoentes da nossa história a partir da implantação da TV Câmara Campos e o Corredor Histórico Cultural, inauguração de estátuas e bustos de ilustres personalidades campistas. Implantou ainda, a Escola de Gestão do Legislativo com cursos de aperfeiçoamento para diversas categorias.

Edson Batista sugeriu a criação do Parlamento Regional, congregando as Câmaras de Vereadores da Região e do qual participou ativamente, como membro e presidente. Outra realização importante foi a promulgação da Nova Lei Orgânica Municipal, publicada no Diário Oficial de 29 de agosto de 2014. Sua gestão rendeu-lhe o prêmio da União dos Vereadores do Brasil. Em virtude de seu brilhante desempenho como presidente, Edson Batista foi reeleito para ocupar a presidência da Casa Legislativa para o biênio 2015/2016.

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PRESIDENTES DA CÂMARA

MUNICIPAL DECAMPOS DOS GOYTACAZES

PERÍODO REPUBLICANO

1890-2014

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente

Marianno Pinto Rodrigues de

Brito(Presidente Intendente)

Manoel Gesteira Passos

(Presidente Intendente)

Manoel Gesteira Passos

Manoel Joaquim da Silva Pinto

Affonso Peixoto de Abreu Lima

(Presidente Intendente)

João de Alvarenga

Cândido Martins

Comendador João Gonçalves Pereira

Major Manuel Antonio de Oliveira Seabra

Tenente-Coronel Antonio Ribeiro

10/01/1890(Após a

República as Câmaras passam

a se chamar Intendências)

26/12/1891

08 /01/1895(Renunciou para assumir na Assembleia Legislativa)

14/04/1891

30/06/1892(As Câmaras

voltam a ter a antiga designação)

05/03/1891(Substituído pelo vice até a eleição

seguinte)

07/06/1892(Entre o dia 7 e o dia 30 não houve atividades devido

à transição de Intendência para

Câmara)

04 /091897(Período inativo na Câmara até o

fim do ano)

26 /12/1891

24/12/1894

Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Manoel Gesteira Passos

Tenente-Coronel Manoel

Leopoldino Almirante Porto

Benedicto Gonçalves Pereira Nunes

Coronel João Antonio Tavares

Affonso Peixoto de Abreu Lima

Comendador João Gonçalves Pereira

Coronel João Antonio Tavares

João Bernardino Maciel

Secretário: João Sobral Bittencourt

Antonio Pereira Gavinho

José Nunes da Siqueira

17/03/1899

05 /02/1904

20 /03/1906

01/01/1898

23/01/1901(Inicia o mandato

de três anos)

24/10/1900(Substituído pelo vice até a eleição

seguinte)

01/02/1905(Retornou em novembro de 1905, mas

não concluiu o mandato devido

ao seu falecimento)

28/12/1906

04/03/1899

31/01/1904

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

João Thomaz Pache de Faria

Benedicto Gonçalves Pereira Nunes

João Antonio d’Oliveira Guimarães

Secretário: Arthur Fernandes Dias

Coronel Custódio Ferreira Vianna

Secretário: Luiz Antonio Ferreira Tinoco

10 /01/1907

07/02/1911

29/10/1909

31/12/1912

Major João Thomaz Pache de Faria

Secretário:Luiz Antonio Ferreira Tinoco

15/02/191031 /12/1910

(Deixou o cargo para assumir a

Prefeitura)

João Maria da Costa

Luiz Antonio Ferreira Tinoco

Coronel João Thomaz Pache de Faria

Secretário: Pedro Coelho Barroso

Enéas de Castro

Secretário: Luiz Antonio Ferreira Tinoco

03/01/1916

02/01/1913

08/02/1919

30/11/ 1915(Na sessão de 02 de janei-ro de 1915, foi comuni-cado à Câmara que o Sr. Sobral havia assumido a Prefeitura e deixado o seu vice, Enéas de Castro, em exercício. Entretanto, acumulou os cargos de prefeito e presidente da Câmara durante esse ano)

Dr. Luiz Caetano G. Sobral

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Benedicto Gonçalves Pereira Nunes

Affonso Peixoto de Abreu Lima

Coronel João Thomaz Pache

de Faria

Coronel Custódio Ferreira da Silva Vianna

Secretário: Antonio Pereira Amares

Coronel João Thomaz Pache de Faria

Secretário: Dr. Pedro Coelho Barroso

22/08/1921

24/01/1919

17/03/ 1923

13/07/1921

César NascentesTinoco

Jayme Ferreira Landim

Manoel Ferreira Machado

José de Castro Pache de Faria

Secretário: Américo Vianna

José Carlos Pereira Pinto

Secretário: Armando Ritter Vianna

Waldemar de Miranda Pinto

Secretário: Antonio Peçanha Júnior

22 /05/1927

28/08/1924

07/12/1928(Inicia o mandato

de três anos)

24/07/1928

21/04/1927

30/05/1929Américo Vianna

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Renato Nunes Machado

Oswaldo Cardoso de Mello

Américo Vianna

Secretário: Tarcísio de Almeida Miranda

Antonio Gonçalves Coutinho

1º Secretario: Bartholomeu Lyzandro

2º Secretário: Gervásio de Vasconcellos Cordeiro

19/09/1929

03/08/1936(A Constituição

de 1934 estabelece o processo

democrático e as Câmaras voltam

a funcionar)

03/10/1930(O Governo

Provisório, com a Revolução de

1930, determinou a dissolução das

Câmaras)

10/11/1937(A ditadura

Vargas – Estado Novo – dissolve

as Câmaras)

Alcindor de Moraes Bessa

1º Secretário: Hélvio Bacelar da Silva

2º Secretário: José Barreto Gomes

Enio Elízio Mazzini

1º Secretário:Hélvio Bacelar da Silva

2º Secretário:Ernesto Lima Sobrinho/Oswaldo Pereira Cunha

Alcindor de Moraes Bessa

1º Secretário: Hélvio Sales2º Secretário: Antonio Pinto

16 /10/1947(Com a

Constituição de 1946 e o retorno à democracia, as Câmaras voltam

a funcionar)

03/03/1948

16/10/1947

16/10/1947(Nelson Martins

e os demais componentes da Mesa Diretora renunciam após

eleitos)

22/06/1950

20/01/ 1948(Na sessão de 02 de janeiro de 1915, foi

comunicado à Câmara que o Sr. Sobral havia

assumido a Prefeitura e deixado o seu vice, Enéas de Castro, em exercício. Entretanto, acumulou os cargos de prefeito e presidente da Câmara

durante esse ano).

Nelson Martins

Alcindor de Moraes Bessa

Enio Elízio Mazzini

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Oswaldo Pereira da Cunha

1º Secretário: Hélvio Bacelar da Silva

2º Secretário: Hélvio Sales

Nelson Martins

1º Secretário: Armando Ritter Vianna

2º Secretário: Ernesto Lima

09/11/1950

29/06/1950

26/01/1951

07/07/1950(Antonio Pinto

renuncia e a Câmara realiza

nova eleição)

Dr. Nelson Martins

Antonio Pinto

Dr. Edgardo Nunes Machado

Maximino Ferreira Ramalho

Eudóxio da Silva Falcão

1º Secretário: Zoroastro Medrado

2º Secretário: Pedro Dias de Carvalho

Eudóxio da Silva Falcão

1º Secretário: Zoroastro Medrado

2º Secretário: Hélvio Sales

Olímpio Ataíde

1º Secretário: Celso Alves2º Secretário: Amaro Soares

26/03/1951

30/01/1951

21/11/1951

09/11/1951(Maximino retorna e os

vereadores o elegem mais uma vez)

21/03/1951(Maximino renuncia e os

vereadores elegem Edgardo Nunes

Machado)

15/10/1952(Novamente Maximino

renuncia e os vereadores elegem Eudóxio Falcão)Maximino Ferreira

Ramalho

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Eudóxio Falcão

Eudóxio Falcão

Edgard Coelho dos Santos

1º Secretário: Pedro Dias de Carvalho

2º Secretário: Dario Canela Tavares

Edgard Coelho dos Santos

1º Secretário: Pedro Dias de Carvalho

2º Secretário: Dario Canela Tavares

22/10/1952

03/03/1953

03/03/1953

26 /01/1955

Manuel Pereira Gonçalves

1º Secretário: Ary Bueno2º Secretário: Ageu Tavares

Macabu

Bento Faria Paz

1º Secretário: Pedro Dias de Carvalho

2º Secretário: Amaro Soares

Bento Faria Paz

Secretário: Pedro Dias de Carvalho

01/02/1955

04 /07/1956

03/03/1956

18/01/1956

03 /03/1957

03/07/1956(Alegando que o prefeito não atendia suas

reivindicações para Cardoso Moreira, renunciou mais

uma vez)

Virgílio Faria

Alcindor de Moraes Bessa

Antonio Pinto

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Padre Antonio Ribeiro do Rosário/ Lenício Viana da Cruz

1º Secretário: Rockefeller Felisberto de Lima/Nilton

Salvador da Silva2º Secretário: Chaquir Stefan/

Horibes Campos Paes

Horibes Campos Paes / Ageu Tavares Macabu/ Obiratan

Índio Brasileiro1º Secretário: Ageu Tavares

Macabu/ Horibes Campos Paes / Carlos Ferreira Peçanha

2º Secretário: Ariett Moreira de Moraes/Albecy Alexandre

Severino Veloso de Carvalho Neto

1º Secretário: Obiratan Índio Brasileiro

2º Secretário: Albecy Alexandre

Antonio Martins de Lima

1º Secretário: Ageu Tavares Macabu

2º Secretário: Augusto Longo Bráz

Rotchild Nogueira/Dermeval de Albernaz Crêspo

1º Secretário: Antonio Pinto/ Rotchild Nogueira

2º Secretário: Osvaldo Olivella Trota/Antonio Salgueiro Neto

27/01/1959

29/01/1963

03/03/1966

07/03/1962

03/03/1957

03/03/1961

03 /03/1966

11/08/1966(Deixou a

presidência para assumir o cargo de prefeito e assumiu o vice, Severino

Veloso)

02/01/1963

27/01/1959(Antonio Pinto

renuncia e a Câmara realiza

nova eleição)

Bento Faria da Paz

Severino Veloso de Carvalho Netto

Carlos Ferreira Peçanha

Rockfeller Felisberto de Lima

José Pereira de Abreu

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Francisco Paes Filho/Dermeval de Albernaz Crêspo

1º Secretário: Altamir Bárbara2º Secretário: Rossini

Quintanilha Chagas/Herval Pedro Maciel

José Maria de Oliveira

1º Secretário: George Dias Farah2º Secretário: Said Tanus José

Edmundo Vaz de Araújo/Hélio de Freitas Coelho

1º Secretário: Elias Lubanco Assad/Nilton Salvador Silva2º Secretário: José Maria de

Oliveira/Amaro Sales da Silva

George Dias Farah/Danilo Assad Knifis

1º Secretário: Altamir Bárbara2º Secretário: Heraldo

Monteiro da Mota/George Dias Farah

Paulo de Souza Albernaz

1º Secretário: Admardo Azevedo2º Secretário: Said Tanus José

21/01/1967(Nessa data ocorre nova

eleição e Severino é reconduzido à

presidência)

31/01/1971

04/03/1973

01/03/1969

24 /05/1972

01/03/1969

24/04/1972

01/03/1975

08/01/1971

27 /12/1972

Severino Veloso de Carvalho Neto

Pe. Antonio Ribeiro do Rosário

Francisco Paes Filho

Francisco Paes Filho

Severino Veloso de Carvalho Neto

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Altamir Bárbara

Severino Veloso de Carvalho Neto

Hélio de FreitasCoelho

Severino Veloso de Carvalho Neto

Edmundo Vaz de Araújo

José Renato Lima da Silva

1º Secretário: Admardo Azevedo Gama

2º Secretário: Saturnino Monteiro Neto

Adauto Gomes

1º Secretário: Waldebrando Carvalho da Silva

2º Secretário: Geraldo Cabral Magalhães

Hélio de Freitas Coelho

1º Secretário: Nilton Salvador Silva2º Secretário: Amaro Sales da Silva

Said Tanus José

1º Secretário: Carlos Cardoso Tinoco2º Secretário: José Ferreira Santana

Fábio Ferraz

1º Secretário: George Dias Farah2º Secretário: Ederval Azeredo

Venâncio

01/02/ 1977

04/03/1981

01/03/1975

01/03/1979

01/02/1983

01/03/1979

02/12/1982

05/01/1977

04/03/1981

17/12/1984

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

João da Cruz Lubanco

1º Secretário: Altamir Bárbara2º Secretário: Fábio Ferraz de

Oliveira

José Madruga Crespo

1º Secretário: Sérgio Bainha2º Secretário: Roberto Ribeiro

de Souza

José de Almeida Rangel

1º Secretário: Ederval Azeredo Venâncio

2º Secretário: Hélio Azevedo Gomes

Edson Coelho dos Santos

1º Secretário: George Dias Farah2º Secretário: Plínio Silveira

Duarte

Carlito Barbosa

1º Secretário: Romilton Viana Bárbara

2º Secretário: Ailton da Silva Tavares

05 /03/1985

01/01/1989

01/01/1991

05/03/1987

29 /03/1990

05 /03/1987

27/03/1990

30 /12/1992

19 /12/1988

12/12/1990

George Dias Farah

Carlos Alberto Tavares Campista

Carlito Barbosa

Severino Veloso de Carvalho Neto

Paulo César de Freitas Martins

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Presidente

Nelson Nahim Matheus de Oliveira

Paulo de Souza Albernaz

Edson Coelho dos Santos

Paulo Fernando Feijó Torres

Sivaldo Abílio de Oliveira

Sivaldo Abílio de Oliveira

1º Secretário: Luiz Carlos Cabral Morgade

2º Secretário: Ailton da Silva Tavares

Elizabeth Braga Cardoso Couto

1º Secretário: Edson Batista2º Secretário: Manoel Alves da Costa

Milton César Caldas Nunes

1º Secretário: Sivaldo Abílio Oliveira2º Secretário: João Alves Peixoto

1º Secretário: Luiz Carlos Cabral Morgade

2º Secretário: Ailton da Silva Tavares

Ederval Azeredo Venâncio

1º Secretário: Ailton da Silva Tavares2º Secretário: George Dias Farah

13/12/1994

01/01/1997

01/01/1993

28/08/1996

12 /01/1999

14 /08/1996

04/01/1999

18/10/1994

23 /12/1996

28/12/2000

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Dante Pinto Lucas

1º Secretário: Manoel Alves da Costa2º Secretário: Kellenson Ayres

Figueiredo de Souza

Alciones Cordeiro Borges

1º Secretário: Dante Pinto Lucas2º Secretário: Álvaro César

Gomes de Faria

Geraldo Augusto Pinto Venâncio

1º Secretário: Ailton da Silva Tavares

2º Secretário: Sadi Francisco da Silva

Jorge Santana de Azeredo

1º Secretário: Antonio José Pessanha Viana

2º Secretário: Dante Pinto Lucas

01/01/ 2001

01/01/2005

02/01/2007

03 /12/2002

16 /05/2005

03/12/2002

16/05/2005(Assumiu o cargo

de Prefeito)

16/12/2008

01/01/2005

02 /01/2007

Nelson Nahim Matheus de Oliveira

Dr. Alexandre Marcos Mocaiber Cardoso

Marcos Vieira Bacellar

Ederval Azeredo Venâncio

Alciones Cordeiro Borges

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CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZESEX-PRESIDENTES DA CÂMARA

REPÚBLICA 1890- 2014

Presidente Vice- Presidente(s)Secretário(s)

Início do Mandato

Fim do Mandato

Dr. Edson Batista

Rogério Fernandes Ribeiro Gomes

Dr. Nelson Nahim Matheus de Oliveira

Dr. Nelson Nahim Matheus de Oliveira

1º Vice-presidente:Jorge Santana de Azeredo2º Vice-presidente: Maria

Auxiliadora Freitas de Souza1º Secretário: Gil Manhães

Vianna Júnior2º Secretário: Thiago Virgílio

Teixeira de Souza

Rogério Fernandes Ribeiro Gomes

1º Secretário: Altamir Barbara2º Secretário: Antonio Marcos

da Silva

Rogerio Fernandes Ribeiro Gomes

1º Secretário: Altamir Bárbara2º Secretário: Odisseia Pinto de

Carvalho

05 /07/2010(Assume a

Presidência da Câmara)

01/01/2013

01/01/2009

01/01/2011

15/12/2010

31/12/2014(Reeleito

para mais um mandato da mesa

executiva)

05 /07/2010(Assumiu

interinamente o cargo de Prefeito)

13 /12/2012

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTES PRIMÁRIAS:Arquivo da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes - RJArquivo da Santa Casa de Misericórdia de Campos/ RJ. Termo de Posse de Irmãos.“Correio da Manh㔓Diário Oficial”Ficha de Proposições de Vereadores, Arquivo da Câmara Municipal de Campos.Folha da Manhã Online. “Jornal do Eterno” Livros de Atas da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes1889-1891; 1891-1895; 1898-1901; 1901-1904; 1904-1913; 1913-1919; 1922-1923; 1923-1927; 1927-1937; 1937-1948; 1948-1949; 1949-1950; 1950-1952; 1952-1953; 1953-1955; 1955-1958; 1958-1960; 1960-1962; 1962-1965; 1965-1967; 1967-1968; 1968-1969; 1969-1971; 1971-1973; 1973-1974; 1974-1976; 1976-1977; 1977-1979; 1979-1981; 1981-1983; 1983-1984; 1984-1986; 1986-1987; 1987-1989; 1989-1990; 1990-1991; 1991-1993; 1993-1994; 1994-1995; 1996-1997; 1997; 1997-1998; 1998-1999; 1999-2000; 2000-2001; 2001-2002; 2002-2003; 2003-2004; 2004-2005; 2005-2006; 2006-2007.Livro de Ofícios Expedidos da Câmara (01 a 500) de 1966, vol. 1.“O Diário”“O Monitor Campista”“O Globo”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:BELIDO, Vivaldo. Política, Políticos & Eleições. Campos dos Goytacazes. Editora Alvorada, 1988;CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é nome de rua I, II e III. Biografias. 1985, 1988, 2001;__________________Campos depois do Centenário, 2000, Vol. 3; CONTE, Francisco. Et. Al. Sociedade Fluminense de Medicina - 80 anos de História – 1921-2001; Campos dos Goytacazes, 2001;FERREIRA, Avelino. Câmara de Campos, 360 anos (1652–2012), Ed. Grafimar, Campos dos Goytacazes, 2012;GOMES, Ricardo. Memória Biográfica do Monsenhor Antônio Ribeiro do Rosário. Campos dos Goytacazes, 2014;GOMES, Delso. História do Partido Comunista em Campos. Jornal Dois Estados. Gráfica Editora, Miracema/RJ, 2000;LAMEGO, Alberto. História da Santa Casa de Misericórdia de Campos. Rio de Janeiro, 1951;RODRIGUES, Hervé Salgado. Campos na Taba dos Goytacazes – Biblioteca

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de Estudos Fluminenses, Imprensa Oficial, Niterói, 1988;SOUZA, Horácio. Cyclo Áureo. História do 1º Centenário de Campos, 1935. Ed. Damadá, RJ 2ª Edição, Itaperuna, 1985.

OUTRAS FONTES:BLAKE, Augusto Victoriano Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro, Typographia Nacional, 1883, pp.14 e 15. Acessado em 15/05/2015;Depoimento do ex- vereador Alexandre Marcos Mocaiber Cardoso;Depoimento do ex- vereador Hélio de Freitas Coelho;Depoimento do ex- vereador Marcos Vieira Bacellar;Depoimento do ex- vereador Paulo de Souza Albernaz;

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