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Projeto cedaspy - Livro
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Perseguição x Liberdade Religiosa
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Índice.
Perseguição X Liberdade Religiosa _________________________________ 3
Países Mais Perseguidos: ________________________________________ 5
Coreia do Norte ________________________________________________ 7
Afeganistão __________________________________________________ 11
Arábia Saudita ________________________________________________ 14
Somália _____________________________________________________ 17
Irã __________________________________________________________ 20
Maldivas _____________________________________________________ 25
Uzbequistão __________________________________________________ 28
Iêmen _______________________________________________________ 31
Iraque _______________________________________________________ 35
Paquistão ____________________________________________________ 39
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Perseguição X Liberdade Religiosa
Duas fontes atuais nos ajudam a definir o que é a perseguição – As
Convenções da ONU (Organização das Nações Unidas), e a própria Bíblia
Sagrada.
De acordo com o Artigo 18 da Declaração Universal de Direitos Humanos,
de 1948: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo
culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em
particular”.
O Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, de 1966,
expandiu esse Artigo:
1. Toda pessoa terá direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
religião. Esse direito implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou
crença de sua escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença,
individual ou coletivamente, tanto pública como privadamente, por meio do
culto, da celebração de ritos, de práticas e do ensino.
2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coercitivas que possam restringir
sua liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha.
3. A liberdade de manifestar a própria religião ou crença estará sujeita apenas
às limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a
segurança, a ordem, a saúde ou a moral pública ou os direitos e as liberdades
das demais pessoas.
4. Os estados-partes no presente Pacto comprometem-se a respeitar a
liberdade dos pais - e, quando for o caso, dos tutores legais - de assegurar aos
filhos a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias
convicções.
Pode-se dizer então, que o individuo é perseguido se for privado de
qualquer dos elementos fundamentais da liberdade religiosa.
Segundo o fundador da Portas Abertas, Irmão André, “perseguição não se
refere a casos individuais, mas sim, quando um sistema, político ou religioso,
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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tira a liberdade de um cristão ou o acesso à Bíblia, restringe ou proíbe o
evangelismo de jovens e crianças, atividades da igreja e de missões.
Para o Irmão André, não é legítimo usar o termo perseguição para descrever
uma tragédia individual que ocorre numa sociedade que concede liberdade
religiosa. É um termo que deve ser reservado para comunidades inteiras que
enfrentam campanhas organizadas de repressão e discriminação, como
ocorreu no estado de Orissa, na Índia, em 2008.
Perseguição segundo a Bíblia
Além do apóstolo Paulo, os cristãos do Novo Testamento enfrentaram cinco
fontes de perseguição:
Governantes (Atos 12.2)
Sacerdotes (Mateus 26.3,4; Atos 2.36; João 18.31; Atos 7.54-59)
Mercadores (Atos 16 e 19)
Agitadores (Atos 17)
Família (Mateus 10.35,36)
Enfim, a Bíblia afirma: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em
Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3.12).
Para grande parte dos cidadãos do mundo ocidental, cristãos ou não, o tema
“perseguição religiosa” pode soar estranho. Uma das explicações talvez seja o
fato de que a maioria dos países deste lado do globo vive em plena democracia
e por isso, em geral, as pessoas estão acostumadas a ter seus direitos
garantidos por lei. No entanto, essa ideia de que a liberdade e o acesso a
direitos fundamentais estão consolidados para a maior parte da população
mundial neste século 21 tem se mostrado uma ilusão.
Os países que apresentam elevados índices de restrições à religião não são
maioria – 64, no total –, porém abrigam a maior parte da população mundial.
Países como China, Índia, Irã, Iraque, Afeganistão, entre outros, costumam
ocupar as manchetes por diferentes motivos, mas raramente são vinculados
pela mídia secular à perseguição, muitas vezes implacável, que impõem aos
adeptos da fé cristã. Admitir e conhecer a realidade da perseguição é o
primeiro passo para que a Igreja se posicione ao lado daqueles membros do
Corpo que sofrem por seguir a Cristo e para que passe a agir em favor deles.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Se quiser saber mais detalhes sobre a perseguição nos dias de hoje, leia o
livro A fé que persevera – Guia essencial sobre a perseguição à Igreja, de
Ronald Boyd-MacMillan, publicado pela Portas Abertas.
No livro, Ronald Boyd-MacMillan afirma: “[Há] dois elementos centrais que nos
levam além do Artigo 18. Primeiro, nas palavras de um pregador palestino ‘Isso
não diz respeito a nós’. A perseguição diz respeito a Cristo, e a trindade do mal
(carne, mundo e diabo) está tentando chegar até Cristo por meio de nós. Não
somos nós, estritamente falando, o objeto da perseguição. Nós somos as
vítimas dela. Segundo, a perseguição é universal. Essa trindade do mal está
perseguindo Cristo, o nosso novo Senhor, estejamos definhando num campo
de trabalhos forçados ou deitados no convés de um iate. Bastante simples: se
levamos conosco a nossa nova identidade de Cristo, seremos perseguidos”.
Países Mais Perseguidos:
Coréia do Norte Afeganistão
Arábia Saudita
Somália Irã Maldivas
Uzbequistão Iêmen Iraque
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Paquistão Eritreia Laos
Nigéria Mauritânia Egito
Sudão Butão Turcomenistão
Vietnã Chechênia China
Catar Argélia Comores
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Coreia do Norte
Local no planeta onde ser cristão é mais difícil. Os cristãos são presos, torturados e mortos. No entanto, a Igreja está crescendo: há cerca de 400.000 cristãos no país.
A Igreja
O cristianismo chegou à península coreana, no final do século XVII, através de
católicos coreanos feitos prisioneiros de guerra e enviados ao Japão pelos
algozes japoneses que invadiram o país com o propósito de dominar a China.
Em terras nipônicas, os coreanos tiveram contato com o evangelho (muitos dos
quais se tornaram mártires) e, quando puderam retornar a seu país, levaram
consigo a nova fé. O início do cristianismo no país se deu no século XVIII
(1793), quando a igreja passou por perseguições isoladas, mas suas raízes já
estavam suficientemente fortes e fincadas na Coreia. Antes da guerra que
dividiu a península coreana, a capital do país, Pyongyang, abrigava quase meio
milhão de cristãos, constituindo na época 13% da população. Após a guerra,
muitos cristãos fugiram em direção ao sul ou foram assassinados.
A perseguição
A Constituição prevê a "liberdade religiosa", no entanto, na prática, o governo
restringe severamente qualquer atividade religiosa, exceto o que possa ser
supervisionado rigorosamente por grupos reconhecidos oficialmente, ligados ao
governo. Uma autêntica liberdade religiosa não existe apenas igrejas
rigorosamente controladas pelo governo. As igrejas que existem na cidade hoje
são basicamente "igrejas de fachada", servindo à propaganda política sobre a
liberdade religiosa no país. Quase todos os cristãos na Coreia do Norte
pertencem a igrejas não registradas e clandestinas. O culto deles se constitui
de um encontro "casual" de dois ou três deles, em algum lugar público. Lá eles
oram discretamente e trocam algumas palavras de encorajamento.
A perseguição aos cristãos foi intensa durante o período de dominação
japonesa, especialmente devido à pressão exercida pelos dominadores para a
adoção do xintoísmo como religião nacional. Desde a instalação do regime
comunista, a perseguição tem assumido várias formas. Inicialmente os cristãos
que lutavam por liberdade política foram reprimidos. Depois, o governo tentou
obter o apoio cristão ao regime, mas como não teve êxito em sua tentativa,
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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acabou por iniciar um esforço sistemático para exterminar o cristianismo do
país. Edifícios onde funcionavam igrejas foram confiscados e líderes cristãos
receberam voz de prisão. Ao serem derrotados na Guerra da Coreia, soldados
norte-coreanos em retirada frequentemente massacravam cristãos com a
finalidade de impedir sua libertação.
O Estado não hesita em torturar e matar qualquer um que possua uma Bíblia
quer esteja envolvido no ministério cristão, organize reuniões ilegais, quer
tenha contato com outros cristãos (na China, por exemplo). Os cristãos que
sobrevivem às torturas são enviados aos campos de concentração. Lá, as
pessoas recebem diariamente alguns gramas de comida de má qualidade para
sustentar o corpo, que deve trabalhar 18 horas por dia. A menos que aconteça
um milagre, ninguém sai desses gigantes campos com vida.
Desde o final do século XIX, cerca de cem mil norte-coreanos mantêm a fé
cristã clandestinamente, segundo cálculos da Newsweek. Até mesmo Kim Il-
Sung, o primeiro ditador da Coreia do Norte, falecido recentemente, veio de
uma família cristã devota.
De acordo com missionários, os cristãos norte-coreanos mantêm suas Bíblias
enterradas nos quintais, embrulhadas em plásticos. Alguns pastores na China
oram por doentes e pregam através de interurbanos feitos por telefone celular,
segundo a reportagem. Tudo isso num intervalo de tempo que vai de cinco a
dez minutos. Os "cultos telefônicos" têm de ser rápidos e muitas vezes são
interrompidos bruscamente, porque a Coreia do Norte usa rastreadores para
localizar os telefones. Após a morte de Kim Jong-Il em dezembro de 2011 a
pressão do governo sobre os cristãos tem aumentado cada vez mais.
História e Política
Localizada na metade setentrional da Península da Coreia, no leste asiático, a
Coreia do Norte é caracterizada por altas montanhas separadas por vales
estreitos e profundos. Densas florestas cobrem cerca de dois terços do país. O
topônimo Coreia deriva-se de Koryo, "alto e belo", nome da dinastia que
governou o país de 918 a.C. até 1392 d.C. Os habitantes da península coreana
imigraram da Sibéria entre os séculos X e XIII a.C. No ano 108 a.C., os
chineses dominaram a península e a dividiram em 4 colônias chinesas. No
século XIII, Koryo foi invadida por mongóis, que passaram a ter grande
influência na corte. E em 1392, Yi Song-gye fundou a dinastia Choson (Yi), que
durou até 1910.
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O século XX foi decisivo para a configuração política atual do país. Com
interesses políticos e econômicos sobre a península coreana e sobre outros
países da Ásia, o Japão anexou a Coreia ao seu território, transformando o
país em seu protetorado. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial,
a Coreia se viu livre para se consolidar como nação independente no cenário
mundial. Foi a partir de 1945 que o cenário político atual da Coreia começou a
se formar: nesse ano, com o apoio da União Soviética, o norte se proclamou
independente do sul, recusando-se a cooperar com as Nações Unidas e
passando a se chamar República Democrática Popular da Coreia, chefiada
pelo primeiro ministro Kim Il Sung.
No ano de 1950, o norte invadiu o sul da península, na tentativa de unificar a
península sob o regime comunista, desencadeando a “Guerra da Coreia”
(1950-1953), que culminou com a divisão definitiva da Coreia e a criação de
dois novos países: Coreia do Norte e Coreia do Sul, o primeiro comunista e o
último capitalista. O armistício assinado em 1953 definiu o paralelo 38 como a
zona desmilitarizada da Coreia. A zona desmilitarizada entre os dois países
continua sendo uma das áreas mais fortificadas e impenetráveis do mundo. A
guerra quase irrompeu novamente no fim da década de 90, mas foi evitada
graças a esforços diplomáticos. Não obstante, ainda há grande tensão entre as
duas Coreias.
Desde a divisão, a Coreia do Norte teve apenas dois presidentes: Kim II Sung,
que governou o país até 1994 e seu filho Kim Jong-il, que está no poder desde
então. O governo exerce uma política unipartidária e é considerado como uma
autocracia, ou ditadura comunista totalitária. O país tem sido profundamente
marcado por um "culto à personalidade" que elevou o falecido ditador King Il-
Sung, pai de Kim Jong-Il, à posição de deus. No dia 17 de dezembro de 2011 o
ditador Kim Jong-il faleceu de ataque cardíaco aos 69 anos de idade, seu filho,
Kim Jong-Un foi nomeado como o novo líder do país em 31 de dezembro do
mesmo ano.
População
A população norte-coreana é de pouco mais de 24 milhões de pessoas, sendo
60% urbana. Etnicamente, ela é constituída quase que totalmente por coreanos
(99%). Há um pequeno número de chineses e japoneses residindo no país.
Segundo estimativas do governo, 70% da população não professa nenhuma
religião. O restante segue crenças asiáticas, como xamanismo, confucionismo
ou budismo. Há grupos cristãos de protestantes, católicos e ortodoxos.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Quase 100% da população é alfabetizada e tem acesso à educação. A
população sofre com a fome, já que normalmente os alimentos do país são
primordialmente direcionados ao exército. Há abertura para organizações
humanitárias atuarem, a fim de aliviar a fome da população, mas os esforços
não são suficientes. Isso acontece parcialmente por causa da corrupta
liderança das forças militares. Eles interceptam muitas cargas de alimento e
desviam-nas para os seus soldados. O próprio presidente Kim Jong-Il disse,
certa vez, que só precisa que 30% da população sobrevivam.
Economia
A economia da Coreia do Norte é totalmente centralizada no Estado,
totalmente planejada pelo governo; a indústria pesada e a agricultura (arroz,
milho, batata, soja) são as principais atividades econômicas do país.
Pyongyang é o centro comercial do país; as relações econômicas da Coreia do
Norte com outros países são poucas, sendo a China o principal parceiro
comercial do país. O turismo é também uma importante fonte de renda para a
Coreia do Norte: todo turista ou grupo de viajantes deve conhecer o país
sempre acompanhado de um guarda ou representante do Estado.
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Afeganistão
Os cristãos no Afeganistão que falam sobre sua fé enfrentam violência e ameaças de morte. Mas apesar de todos os perigos, o cristianismo continua a crescer.
A Igreja
O Cristianismo chegou ao Afeganistão nos primeiros séculos da era cristã. Por
volta de 400 d.C., já havia um bispo instalado na cidade de Herat. A partir do
século XIV, através do conquistador Emir Timur, deu-se inicio à erradicação do
cristianismo. A Igreja afegã sofreria também sob outros governos, como o
soviético (que comandou o país de 1978 a 1992) e o Talibã (1996-2001). Após
assumir o governo do país em 1996, o Talibã impôs duras restrições a outras
religiões, proibindo conversões, liberdade de culto e evangelismo. Outro grupo
que sofreu sob o governo teocrático do Talibã foi o das mulheres, que foram
impedidas de frequentar as mesquitas e de ir à escola, acentuando ainda mais
o alto nível de analfabetismo no país.
A perseguição
A Constituição afirma que o Islamismo é a religião oficial do país e que os
seguidores de outras religiões têm o direito de professar sua fé e praticar seus
ritos e cultos abertamente, desde que dentro dos limites impostos pela lei
islâmica (Sharia). Como na maior parte dos países islâmicos, os sunitas são
maioria também no Afeganistão, onde os xiitas compõem a segunda maior
seita islâmica e o restante da população é dividido entre cristãos, hindus,
Bahá’ís e outras seitas oriundas do islamismo.
A conversão de um muçulmano a outra religião é considerada apostasia, sendo
punível com a morte em algumas interpretações da lei islâmica no país. O
código penal não define apostasia como crime e a Constituição proíbe a
punição por crime não definido no código penal, que, no entanto, afirma que os
crimes graves, incluindo a apostasia, seriam punidos de acordo com a Hanafi,
jurisprudência religiosa, e manipulados por um procurador-geral do escritório.
Cidadãos do sexo masculino com idade acima de 18 e do sexo feminino acima
de 16 anos, de mente sã, que se converteram a outra religião que não o islã,
tem até três dias para se retratar de sua conversão, ou serão sujeitos a morte
por apedrejamento, à privação de todos os bens e posses e à anulação de seu
casamento. O mesmo acontece quando o individuo é acusado do crime de
blasfêmia.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Sobre a conversão de muçulmanos a outras religiões, especialmente ao
cristianismo, o embaixador afegão nos EUA disse que a Constituição do país
garante a liberdade religiosa e a lei Sharia não entra em conflito com as leis do
país. Ele disse também que é preciso levar em conta que a sociedade afegã é
muito conservadora. “O governo só não deseja que os princípios de outras
religiões dominem o país”.
História e Política - Talibã
Localizado no sul da Ásia, entre a Ásia Central e o Oriente Médio, o
Afeganistão foi ao longo de sua história uma rota percorrida por muitos
conquistadores, como Alexandre, o Grande, e Gengis Khan, devido à sua
posição estratégica na região. Seu conjunto cultural e linguístico é formado
pela língua, cultura e religião de povos vizinhos (Paquistão, Índia, Irã, China,
Uzbequistão, Turcomenistão, Tadjiquistão), sendo, dessa forma, influenciado
pelas culturas grega, persa e hindu. Após sua independência da Grã-Bretanha,
em 1919, o Afeganistão passou por pelo menos três tipos de governo:
autocracia monárquica (1929-1973), regime comunista (1978-1992) e estado
teocrático (1996-2001).
Quando chegou ao poder, em 1996, o Talibã estabeleceu o Emirado Islâmico
do Afeganistão, que tinha como principal objetivo político-religioso a
implementação da lei islâmica, Sharia. Dessa forma acreditavam conseguir
uma unidade nacional e um estado de paz permanente, após anos de guerra
civil. Atualmente o sistema de governo adotado pelo Afeganistão é o de
República Presidencialista.
População
A população do Afeganistão é de aproximadamente 30 milhões de habitantes.
O país é composto por alguns grupos étnicos (turcomanos, uzbeques, tadjiques
e hazaras) com práticas linguísticas e culturais diferentes, sendo o principal
deles o pashtun, um grupo sunita que representa hoje 42% da população e se
localiza ao sul e leste do país. O grupo radical nacionalista islâmico Talibã se
origina dessa etnia. A maioria dos xiitas são membros do grupo étnico hazaras,
que compõem 1/5 da população do país, tradicionalmente segregada do resto
da sociedade por uma combinação de fatores políticos, étnicos e religiosos,
alguns dos quais resultaram em conflitos.
Os hazaras acusaram o governo de dar tratamento preferencial aos pashtuns e
a outras minorias, ignorando, sobretudo a etnia hazara. O governo fez esforços
significativos para enfrentar tensões históricas que afetam a comunidade
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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hazara. Xiitas geralmente são livres para participar plenamente da vida pública.
Com as reformas do governo, os hazaras ganharam acesso às universidades,
aos empregos públicos e a outras atividades e direitos, sendo que, antes, lhes
era negado até o direito de ser alfabetizados.
Economia
A economia do país é baseada na agricultura. O governo afegão tem tentado
mudar a cultura de plantio e comércio da papoula (entorpecente que tem
tornado milhares de cidadãos dependentes químicos e, ao longo dos anos,
financiado as ações do Talibã) para o de outras culturas, como feijão e milho,
além de receber doações em grãos e dinheiro de outros países e de ter como
principais parceiros comerciais os países vizinhos. Devido à destruição gerada
pelas seguidas guerras civis, o país é um dos mais pobres do mundo, com um
alto nível de analfabetismo, sendo extremamente dependente de doações
externas.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Arábia Saudita
A liberdade religiosa não existe nesse reino islâmico. Todos os envolvidos em reuniões religiosas não muçulmanas podem ser presos, deportados ou torturados.
A Igreja
De acordo com a tradição, o apóstolo Barnabé foi o primeiro a levar o
evangelho à Arábia Saudita. Quando o islamismo chegou à região já havia uma
grande população de cristãos. Após o islamismo assumir o controle no século
VII, todos os cristãos foram expulsos do país. Desde então, nenhuma missão
foi autorizada a entrar na Arábia Saudita. Atualmente, a maioria dos cristãos no
território saudita é constituída de estrangeiros que vivem e trabalham nas
bases militares ou para as companhias de petróleo. Há um pequeno grupo de
cristãos sauditas não declarados, vivendo sob constante temor de ser
descobertos, presos e executados. Eles encaram os novos convertidos não
com júbilo, mas com medo e suspeita, e esta atitude impede o crescimento da
Igreja. Há convertidos sauditas, mas é extremamente difícil se chegar a um
número exato, pois não estão organizados em igrejas, nem em grupos
domésticos.
A perseguição
O governo não reconhece legalmente a liberdade religiosa e nem dá proteção a
grupos que se reúnam ilegalmente. A prática pública de religiões não
muçulmanas é proibida. A Arábia Saudita é uma monarquia islâmica sem
proteção legal à liberdade de religião. O islamismo é a religião oficial e a lei
exige que todos os cidadãos sejam muçulmanos. De acordo com a Sharia, a
apostasia (abandono do islamismo) é considerada um crime punível com a
morte, se o acusado não se retratar. O governo reconhece o direito de cristãos
estrangeiros cultuarem em particular.
Os cristãos que exercem sua fé de modo particular e discreto quase nunca são
incomodados. Entretanto, há problemas quando cidadãos se queixam dos
cultos realizados pelos vizinhos. Alguns alegam que informantes pagos pelas
autoridades se infiltram em seus grupos cristãos particulares. O governo
oferece uma recompensa equivalente a um ano de salário – um prêmio
tentador para muitos – a qualquer pessoa que denunciar uma reunião cristã. O
proselitismo e a distribuição de materiais não muçulmanos, como Bíblias, são
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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ilegais. Tais materiais estão sujeitos ao confisco, apesar de as normas
parecerem aplicar-se arbitrariamente. O governo restringe a liberdade de
expressão e de associação; a imprensa exerce a autocensura com relação a
assuntos delicados, como a liberdade de religião.
História e Política
Circundada pelo Mar Vermelho e pelo Golfo Pérsico, a Arábia Saudita está
localizada no coração do Oriente Médio e possui fronteiras com sete países.
Grande parte de seu território é desértico, com a presença de alguns poucos
oásis. A maioria dos sauditas vive em grandes cidades, tais como Riad (sede
do reinado), Jidá (onde se localiza o mais importante porto do país), Ad
Damman (produtora de petróleo), Meca (o coração do islã, aonde todos os
muçulmanos do mundo devem ir pelo menos uma vez na vida) e Medina
(cidade sagrada e centro cultural). Medina é a cidade para a qual Maomé fugiu,
[Hégira] em 622 d.C., quando foi perseguido em Meca por divulgar o Islã.
Acredita-se que a Arábia Saudita era o lar original de alguns povos bíblicos,
como os cananeus e os amorreus. Muitos impérios antigos dominaram o
território saudita nos períodos anteriores ao nascimento de Cristo. Alexandre, o
Grande, tinha planos de conquistar a região, mas morreu antes de realizá-los.
O primeiro grande acontecimento que marcou a Arábia Saudita foi o
nascimento de Maomé, em 570. Por seu intermédio, o islã foi fundado no
século VII e, desde então, as batalhas políticas e históricas ocorridas no país
ficaram restritas às várias vertentes islâmicas lutando pelo poder. O nome
saudita deriva de uma disputa política entre duas famílias tradicionais da
Arábia, os Al Saud e os Al Rashid, em que os primeiros saíram vitoriosos. Após
reconquistar e unificar (1932) os reinos dominados pela família Al Rashid, o rei
Ibn Saud deu à Arábia seu sobrenome, permanecendo até hoje como Reino
Arábia Saudita.
Desde então, este reino tem procurado caminhar em uma frágil linha entre o
relacionamento com o mundo exterior e o isolamento, para preservar a pureza
da fé islâmica. Atualmente, o país continua sendo governado por uma
monarquia baseada na Sharia, a lei islâmica. Em março de 1992, uma série de
decretos reais criou o primeiro Código de Direitos do país. Não há poder
legislativo e as leis são estabelecidas pelo rei e por seus ministros. Em sua
bandeira há uma frase que define o tipo de política adotada pelo Reino Saudita
- o país é um Estado islâmico governado por uma monarquia, o rei é o chefe de
estado e governo. O texto em árabe diz: “Não há nenhum Deus além de Alá e
Maomé é seu profeta”. Esse texto é a Shahada, que significa “testemunho” e é
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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a declaração de fé islâmica, a profissão de fé dos muçulmanos e o primeiro dos
cinco pilares do Islã.
Na Arábia Saudita, é o Islã que legitima o governo do rei, que é responsável
pela manutenção do estado teocrático.
População
Há cerca de 42 grupos étnicos na Arábia Saudita, todos unidos por um forte
nacionalismo religioso. A população é adepta do Islamismo Sunita.
Economia
A Arábia Saudita tem uma economia baseada no petróleo, com forte controle
governamental sobre as principais atividades econômicas. Possui cerca de
20% das reservas mundiais de petróleo comprovadas, classificando-se como o
maior exportador de petróleo do mundo e desempenhando um papel de
liderança na OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). O
setor petrolífero representa cerca de 80% das receitas orçamentais, 45% do
PIB e 90% das receitas de exportação. A Arábia Saudita incentiva o
crescimento do setor privado, a fim de diversificar a sua economia e empregar
mais cidadãos sauditas.
O país tem aumentado os esforços nas áreas de geração de energia,
telecomunicações, exploração de gás natural e petroquímica. Quase 6 milhões
de trabalhadores estrangeiros desempenham um papel importante na
economia do país, especialmente nos setores de petróleo e de serviços,
enquanto Riad luta para reduzir o desemprego entre os seus nacionais. As
autoridades estão particularmente concentradas em empregar sua grande
população jovem, que geralmente não tem a educação e as competências
técnicas para atender às necessidades do setor privado. Riad
substancialmente impulsionou as despesas relativas à formação profissional e
educação, mais recentemente com a abertura da Universidade de Ciência e
Tecnologia – a primeira universidade da Arábia Saudita, coeducacional. Como
parte de seu esforço para atrair investimentos estrangeiros, a Arábia Saudita
aderiu à OMC (Ordem Mundial do Comércio) em dezembro de 2005, depois de
muitos anos de negociações. O governo começou a criação de seis "cidades
econômicas" em diferentes regiões para atrair investimento estrangeiro,
planejando gastar 373 bilhões de dólares entre 2010 e 2014 no
desenvolvimento social e nos projetos de infraestrutura, para promover o
desenvolvimento econômico do país.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Somália
Os poucos cristãos são fortemente perseguidos, e devem praticar sua fé em segredo. Alguns foram forçados a fugir para viver em outros países
A Igreja
Os primeiros missionários cristãos chegaram à Somália em 1881. Em quase
um século de trabalho, eles conseguiram algumas centenas de convertidos, até
que foram obrigados a se retirar do país em 1974.
O Cristianismo é uma religião minoritária na Somália: aproximadamente mil
praticantes em uma população de mais de 9 milhões de pessoas.
A maioria dos cristãos somalis pertence à etnia minoritária bantu. Não há
perspectiva de crescimento da igreja na Somália para os próximos anos,
devido à constante instabilidade política e econômica em que vive o país e aos
constantes ataques de grupos radicais islâmicos.
A Perseguição
A falta de lei no país (não há Constituição, por exemplo) abre espaço para o
crescimento do extremismo religioso, que é o grande responsável pela
perseguição aos cristãos somalis.
Há uma Carta de Direitos do governo de transição, mas não possui restrições
ou proteções à liberdade religiosa. Duas regiões no país - Somalilândia e
Puntlândia - adotaram o islamismo como a religião oficial. Em ambas as
regiões, os muçulmanos não podem abandonar o islamismo, sob pena de
morte. Ou seja, para os somalis, o ex-muçulmano é um infiel, que merece a
morte.
Extremistas têm acusado organizações cristãs de ajuda humanitária de
aproveitarem o caos no país para divulgar o evangelho. Tais acusações
acabam atraindo a atenção da mídia e levando a ataques públicos contra os
cristãos por parte dos jornais locais. Além disso, os partidos políticos
muçulmanos têm publicado relatórios que detalham os programas
evangelísticos e advertem severamente o povo somali a manter distância de
tais atividades. Desde que se tornou independente, em 1960, a Somália sofre
com grupos radicais, como o Movimento Nacional Somali (SNM), o Movimento
Patriótico Somali (SPM), o Congresso Somali Unido (USC) e o mais conhecido
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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deles, o Al Shabaab, grupo radical islâmico criado em 2004, que domina
algumas áreas ao sul do país e tem como objetivo principal derrubar o governo
de transição da Somália e instalar um governo teocrático baseado na Sharia
(lei islâmica). O Al Shabaab é financiado pela Al Qaeda: além de causar
instabilidade política no país, esses grupos coíbem e reprimem qualquer
possibilidade de trabalho missionário ou de evangelismo no país.
História e Política
A Somália está localizada no extremo leste do continente africano, na região
semiárida conhecida como Chifre da África. O território somali apresenta
paisagens variadas, com regiões montanhosas ao norte, desertos e savanas
na área central e uma região subtropical ao sul. A origem do nome do país é
incerta, mas Somália significa “terra dos somalis”.
Há na Somália artes rupestres que datam do período paleolítico, de
aproximadamente 9.000 anos antes de Cristo. As evidências mais antigas de
cerimônias funerárias no Chifre da África foram encontradas em cemitério da
Somália, datadas do ano 4000 a.C. Na antiguidade, os estados-cidades que
formavam a Somália desenvolveram um comércio muito lucrativo com os
principais impérios da época (Egito, Grécia, Pérsia, Roma), aos quais fornecia
especiarias como mirra e incenso.
No século VII os árabes se instalaram na costa da Somália, com o intuito de
desenvolver o seu comércio na região e pregar a religião islâmica. A rápida
adesão ao Islã por parte da população somali influenciou para que a religião se
expandisse com sucesso por todo o seu território. No século XIX, as cidades
litorâneas da Somália foram incorporadas ao Império Turco-Otomano. No
século XX, tornou-se colônia italiana juntamente com a Etiópia, denominada
Somalilândia Italiana; durante a Segunda Guerra Mundial, parte do seu
território foi ocupada pelos britânicos.
A Somália tornou-se independente em 1960, quando italianos e britânicos se
retiraram e o território foi unificado. Desde sua independência, o país tem tido
conflitos com a Etiópia pela posse da região de Ogaden (Estado da Etiópia).
A Guerra Fria acabou por beneficiar a Somália economicamente, pois o país
recebia subsídios da União Soviética em um primeiro momento; mais tarde,
passou a recebê-los dos Estados Unidos. Apesar disso, os conflitos internos e
externos acabaram por devastar a nação e sua população.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
19
Em 1991, uma sangrenta guerra civil derrubou a ditadura governante e lançou
o país em total desgoverno, com mais de 20 clãs armados lutando entre si pelo
poder. Em 1992, as Nações Unidas intervieram no conflito, a fim de fornecer
ajuda humanitária aos necessitados.
Embora o caos e a luta entre os diversos clãs ainda persistam em quase todo o
território somali, um governo de transição foi estabelecido em 2004 para
promover o processo de paz, após a iniciativa do presidente de Djibuti, Ismael
Omar Guelleh, de reunir mais de dois mil representantes somalis em seu país.
O Governo Federal de Transição está situado na capital, Mogadíscio. A cada
cinco anos escolhe-se um novo presidente para o governo de transição. No
entanto, seu inimigo, a União de Cortes Islâmicas, embora tecnicamente
derrotado, continua lutando, com a ideia de instaurar o caos e impor a lei
islâmica à sociedade.
População
A maioria da população pertence à etnia somali, que se divide em inúmeros
clãs. No entanto, os quatro maiores clãs - dir, daarwood, hawiye e isxaaq -
respondem por aproximadamente três quartos da população do país. Os outros
clãs, considerados inferiores, agrupam 20% dos somalis localizados no sul e
uma minoria pertencente à etnia banta.
O islamismo é a religião oficial da Somália e, com raras exceções, a maioria
dos somalis segue a tradição sunita. Há alguns hindus entre os indianos que
trabalham no país.
A Somália é uma das nações mais pobres do mundo. Após anos de guerra
civil, a economia entrou em colapso e é controlada por uma minoria que
explora o narcotráfico, a venda de armas e o comércio de alimentos. A maioria
dos somalis vive da pecuária e da agricultura de subsistência, dependendo dos
programas de ajuda humanitária.
Economia
A economia do país foi praticamente devastada devido aos vários anos de
guerra civil. A agricultura e a pecuária são os setores mais importantes da
economia e correspondem a cerca de 40% do PIB do país. Devido às guerras e
à fome, a Somália tem uma das mais altas taxas de mortalidade infantil do
mundo; o país está entre os oito mais pobres do mundo.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
20
Irã
Os cristãos relatam violência física, ameaças e discriminação por causa de sua fé. Muitos cultos têm sido monitorados pela polícia secreta
A Igreja
Segundo o relato de Atos 2:9, havia cristãos medos/persas entre os primeiros
cristãos, na ocasião do pentecostes. A presença de cristãos na Pérsia data,
então, desse período e já no século IV d.C. havia ali uma igreja cristã persa
bem organizada. Ali se desenvolveu um cristianismo sírio, cuja língua era o
aramaico. Ainda no século IV, a Armênia e a Mesopotâmia foram devolvidas
aos domínios persas. Com isso, os cristãos dessas cidades, após fugirem da
perseguição Sassânida, viram-se novamente sob o jugo dos persas, razão pela
qual hoje a Igreja iraniana é composta em sua maioria por armênios.
No século V, por não concordar com alguns dogmas do cristianismo ocidental
(católico) e devido às constantes guerras entre os persas e os bizantinos, a
igreja persa rompeu com o restante da igreja cristã. Além disso, os cristãos
persas eram adeptos do Nestorianismo*, e os nestorianos foram expulsos e
perseguidos pela Roma Cristã por sua concepção acerca de Jesus.
Após a chegada do Islamismo no país através dos árabes, no século VII d.C., a
situação dos cristãos no Irã piorou bastante. Nos últimos cinco séculos, o
Cristianismo no Irã tem sido uma religião tolerada: os primeiros missionários
católicos chegaram ao país no século XVII e os primeiros protestantes, no
XVIII.
Depois da Revolução Islâmica, em 1979, a situação da Igreja mudou
drasticamente, resultando na queda do número de cristãos nas igrejas oficiais,
principalmente por causa da emigração para outros países.
As igrejas oficiais (registradas no governo) têm juntado cerca de 150 mil
membros. A maior parte deles é de origem armênia ortodoxa, mas há também
alguns milhares de protestantes e católicos romanos. Quase todos vieram de
famílias cristãs.
A Perseguição
Perseguição x Liberdade Religiosa.
21
A primeira perseguição aos cristãos na Pérsia talvez tenha acontecido no
século IV d.C., quando os persas sassânidas, governantes na época,
resolveram aumentar seus impostos e persegui-los, por considera-los um grupo
subversivo e desleal ao governo estabelecido. Além disso, o fato de
Constantino ter declarado o cristianismo a religião do Império Romano também
contribuiu para a rejeição dos sassânidas aos cristãos, já que os romanos eram
os grandes inimigos dos persas. Devido à perseguição, muitos cristãos persas
emigraram para outras regiões controladas pelo Império Romano.
Embora os direitos de cristãos, judeus e zoroastras sejam assegurados pela
Constituição, na prática, todos são vítimas de retaliação e perseguição. As
restrições e a perseguição ao cristianismo têm se multiplicado rapidamente nos
últimos anos. O governo do Irã está consciente do desdobramento da Igreja
nas últimas décadas. Ele tem procurado impedir e tornar impossível o
crescimento dos cristãos.
É permitido que igrejas ligadas à minorias étnicas ensinem a Bíblia ao seu
próprio povo e em sua língua. No entanto, essas igrejas são proibidas de
pregar em persa, a língua oficial do país. Muitas igrejas recebem visitantes
durante seus cultos, porém alguns deles são da polícia secreta e monitoram as
reuniões.
Cristãos ativos sofrem pressão: são interrogados, detidos e, às vezes, presos e
agredidos. Casos mais críticos envolvem até a execução. Os muçulmanos que
se convertem ao cristianismo são rotineiramente interrogados e espancados.
Além disso, acredita-se que muitos homicídios não esclarecidos são praticados
por radicais que frequentemente ameaçam os cristãos de morte.
Além da violência exercida pelas autoridades, os ex-muçulmanos são também
oprimidos pela sociedade. Eles têm dificuldade em encontrar e manter um
emprego, pois são demitidos quando se descobre que são convertidos.
Aqueles que começam um negócio próprio têm problemas em fazer clientela.
Para esses cristãos, é difícil ganhar dinheiro.
Em 2008, aconteceu um grande número de ataques a igrejas domésticas e
muitos cristãos foram presos, fazendo desse um dos anos mais difíceis para a
Igreja desde a Revolução Islâmica em 1979. No natal de 2011 dezenas de
cristãos foram presos pela policia iraniana. O crescimento das igrejas
domésticas tem deixado as autoridades políticas e religiosas com receio, o que
leva a uma repressão maior.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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História e Política
Irã é o nome atual da antiga Pérsia, que foi cenário de muitas histórias bíblicas.
Entre elas encontram-se a história de Daniel na cova dos leões, a luta de Ester
e Mordecai para salvar o povo judeu, e o serviço de Neemias ao rei.
O país está estrategicamente localizado no Oriente Médio. Seu território é
formado por platôs desérticos cercados de montanhas, banhado pelo Mar
Cáspio e pelo Oceano Índico. Seu nome atual (Irã) deriva da palavra “airyana”,
em referência às populações arianas que habitavam a Pérsia. Seu antigo nome
(Pérsia) fazia referência a Perses, filho de Perseu, personagem da mitologia
grega e antepassada dos antigos reis persas.
A história do Irã iniciou-se em tempos bastante remotos, quando povos indo-
europeus se estabeleceram na região, por volta de 2000 a.C. No planalto
iraniano formaram-se dois grandes povos divididos em dois grandes reinos: os
Medos e os Persas. O reino dos persas era comandado pela família
Aquemênida, que deu nome à dinastia que reinou na Pérsia até ser
conquistada pelos Macedônios. No século VI a.C., Ciro, o Grande, unificou os
exércitos dos medos e dos persas para formar o Império Persa, um dos
maiores impérios que o mundo conheceu. O rei Dario continuou a expansão do
império e alcançou a cordilheira do Hindu Kush, na atual fronteira entre o
Afeganistão e o Paquistão.
Mais tarde, Alexandre, o Grande, sobrepujou o Império Persa e o anexou a seu
próprio império. O Império Alexandrino foi sucedido pelo Império Sassânida,
que restaurou a cultura persa e governou até 640, quando foi derrotado pelos
árabes.
Durante as dissidências e divisões ocorridas nos anos posteriores a Maomé, o
Irã tornou-se intimamente associado ao islamismo xiita.
Em 1200, uma esmagadora invasão dos exércitos mongóis devastou o país. O
Irã mal havia se recuperado deste golpe quando os exércitos de Tamerlão (o
último grande conquistador da Ásia Central) avançaram sobre o território persa,
conquistando cidades como Shiraz e Esfahan, ainda que mais lentamente do
que a primeira invasão mongol.
A dinastia Safávida chegou ao poder em 1501, após a desintegração do
Império de Tamerlão, governando até 1722, quando foi derrubada por uma
efêmera invasão afegã. Em 1796, a dinastia Kajar chegou ao poder e governou
até o início do século XX.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
23
Na história mais recente, o xá Reza Pahlevi assumiu o poder em 1962 e iniciou
uma série de reformas, visando à modernização do país. Suas mudanças
levaram as alas conservadoras a tomar o poder. O aiatolá Khomeini assumiu o
governo em 1979, derrubando, através da "revolução islâmica", a monarquia e
obrigando o xá ao exílio. Foi estabelecido um sistema teocrático de governo.
Após a morte de Khomeini, em 1989, o novo governo procurou manter-se
teocrático, ao mesmo tempo em que procurava uma postura mais moderada.
Esse sistema deu o poder religioso à autoridade, que passou a ser conhecida
como "líder supremo'". De 1980 a 1988 o país entrou em guerra com o vizinho
Iraque, causada por uma disputa territorial que teve início na década de 1970.
O Irã é uma República Teocrática: tem um presidente, mas quem dita as regras
é a elite religiosa dos aiatolás. O país desempenha papel fundamental na
estabilidade politica e militar da região do Golfo Pérsico.
População
Os persas, principal etnia do Irã, compõem apenas metade da população do
país. O restante da população se divide entre os grupos: árabe, azeri, baluche,
curdo, gilaki, lur, mazandarani e turcomano. São faladas 77 línguas no país.
A religião oficial do país é o islamismo, sendo os xiitas a maioria. Existem
pequenas minorias de zoroastras, bahaístas, judeus e cristãos. Em fevereiro de
2011, milhares de pessoas tomaram as ruas da capital, Teerã, para protestar
contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Essa revolta foi impulsionada
pelas manifestações que aconteceram em outros países do mundo
muçulmano.
Economia
A economia iraniana é baseada na exportação de petróleo e gás natural. Além
desse combustível e seus derivados, o país é conhecido pela tapeçaria, que
também é exportada. O Irã se desenvolveu de forma significativa, mas grande
parte do progresso foi perdida nas décadas seguintes à revolução de 1979, e o
crescimento da economia tem sido moderado.
Em anos recentes, o Irã adotou uma postura mais moderada e menos
oposicionista ao Ocidente.
*O Nestorianismo é uma doutrina de estudos cristológicos que analisa,
sobretudo, a natureza divina de Cristo, fazendo separação entre o Cristo
homem e o Cristo Deus, sem, contudo, negar ambas. O criador dessa doutrina
foi o monge Nestório de Alexandria (380-451 d.C.), que se tornara Patriarca de
Perseguição x Liberdade Religiosa.
24
Constantinopla em 428 d.C. Nestório foi considerado herege pelo Concílio de
Éfeso (431 d.C.) por afirmar que Maria não era a mãe de Deus, mas apenas de
Jesus.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
25
Maldivas
Todos os cidadãos devem ser muçulmanos, e qualquer outra religião é proibida. Os cristãos são discriminados pelo governo e sociedade. Não é permitido construir igrejas ou importar materiais religiosos
A Igreja
O cristianismo teria chegado às Ilhas Maldivas através dos portugueses, na
segunda metade do século XVI, que tinham interesses comerciais nas ilhas. Os
portugueses permaneceram ali por apenas 15 anos. As tentativas de
cristianizar as Maldivas por parte de portugueses, holandeses e britânicos
foram sem sucesso.
Acredita-se que o cristianismo seja praticado apenas por turistas e
trabalhadores estrangeiros. Basicamente, os cultos são realizados por
pequenos grupos que se reúnem em casas para leituras bíblicas informais. Os
cristãos maldívios têm ligações históricas com as igrejas do Sri Lanka,
especialmente com os católicos.
A Perseguição
De acordo com a constituição de 2008, o islamismo é a religião oficial das
Maldivas, seu sistema legal baseando-se na legislação islâmica (sharia). Os
direitos individuais são reconhecidos, mas não podem contrariar o islã: é
estritamente proibido aos cidadãos maldívios praticar outras religiões que não a
muçulmana. Consequentemente, a evangelização é totalmente proibida. Os
estrangeiros podem praticar sua fé, mas somente na esfera privada. Além
disso, a constituição proíbe os não muçulmanos de votar e de ocupar cargos
públicos.
De acordo com o artigo 36 da constituição, é imperativo que os pais e o estado
forneçam educação primária e secundária às crianças e que tal educação seja
baseada na religião islâmica, mesmo que os pais não sejam adeptos do
islamismo.
Até 1985, não havia cristãos conhecidos entre o povo maldívio, porém, nos
últimos anos, pequenos grupos de novos convertidos têm se reunido para
cultuar a Deus e estudar a Bíblia.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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De acordo com a organização inglesa Christian Solidarity Worldwide, 50
cristãos maldívios foram presos devido à sua fé. As autoridades muçulmanas
decidiram buscá-los e prendê-los após a transmissão de um programa cristão
de rádio, na língua local. Na cadeia, o grupo foi pressionado a renunciar à fé
cristã e a retornar ao islamismo. Segundo informações, esses cristãos ainda
foram forçados a participar de orações islâmicas e a ler o Alcorão.
Os cristãos maldívios não ficaram surpresos com as prisões. Eles haviam lido
sobre a perseguição na Bíblia, mas sabiam que o poder, o amor e a presença
de Deus estariam com eles, auxiliando-os a superar aquela situação. A fé
daquele grupo provocou forte impacto sobre os demais maldívios. Pela primeira
vez, viram seus compatriotas persistirem voluntariamente na fé cristã, apesar
dos sacrifícios, sofrimentos e hostilidades. Além da perseguição oficial, os
cristãos também costumam ser marginalizados por suas famílias e muitos
perdem seus empregos.
As Maldivas podem ser um paraíso turístico, mas há padrões culturais muito
sombrios debaixo da aparência idílica e o perdão é algo raro. Além disso, as
pessoas acreditam e se desesperam com o inferno, pois no islamismo há
pouca esperança de se alcançar o céu. Na fé muçulmana, não há cruz,
ressurreição ou salvação, e são poucos os sinais que indicam interesse ou
amor de Deus pelo indivíduo.
Atualmente, os maldívios estão começando a reconhecer que o poder de
decidir qual é a suprema verdade para todos os cidadãos não deveria estar nas
mãos de alguns poucos indivíduos.
História e Política
A República das Maldivas é um grande arquipélago de 1.190 ilhas, localizado a
1.600 km a sudoeste da Índia. Essas ilhas de coral agruparam-se em 26 atóis;
200 ilhas são habitadas e 80 são resorts para turistas. O nome Maldivas deriva
da palavra árabe Mahal, que significa “palácio” – também conhecido como
Dhibat-al-Mahal, ou “palácio de ilhas”. Mas alguns estudiosos acreditam que o
nome deriva do sânscrito maladvipa, que significa “guirlanda de ilhas”.
As Maldivas foram habitadas a partir do século V a.C. por povos do
subcontinente indiano, mais especificamente por drávidas e cingaleses, que
introduziram nas ilhas suas práticas e costumes, de acordo com a religião
budista. As riquezas naturais (pérolas, especiarias, coco, peixe e búzios) das
Perseguição x Liberdade Religiosa.
27
ilhas fomentaram o comércio dos nativos com outros povos, como chineses e
árabes.
O islamismo chegou ao país através de comerciantes persas e árabes por volta
do ano 1153. O país, que era de maioria budista até então, foi rapidamente
islamizado e se tornou um sultanato. Nos séculos seguintes a região foi
invadida pelos europeus, que estavam de olho nas riquezas do país e em sua
posição geográfica estratégica. Os ingleses foram os europeus que por mais
tempo conseguiram exercer influência política sobre as ilhas, transformando-as
em protetorado britânico (1887-1965).
Em 1965 as Maldivas se tornaram independentes do domínio britânico, após
um acordo assinado com o Reino Unido. Três anos depois foi abolido o
sultanato nas ilhas e estabelecida a república presidencialista, forma de
governo atual. O presidente do país é eleito a cada 5 anos, através do voto
secreto do parlamento.
População
A população das Maldivas conta com diversos grupos étnico-linguísticos, como
cingaleses, dravidianos, árabes, australianos e africanos. Sua população é
considerada 100% muçulmana sunita.
Economia
As indústrias de turismo (contribuem com cerca de 20% do PIB) e transportes
são o carro-chefe da economia das Maldivas: mais de 700 mil turistas visitam o
país anualmente, devido às suas belezas naturais. A pesca representa o
segundo maior setor de sua economia, seguida pela agricultura e manufaturas
industriais. A pesca é a principal ocupação dos maldívios: este setor emprega
cerca de 11% da população do país.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
28
Uzbequistão
Cristãos têm suas casas invadidas, materiais cristãos são confiscados. Muitos líderes foram interrogados e agredidos pela polícia. Ainda assim, a Igreja continua a crescer.
A Igreja
O cristianismo foi difundido na Ásia Central pela Igreja Apostólica do Oriente,
mas foi drasticamente afetado pelas campanhas militares de Tamerlão (o
último conquistador da Ásia Central), nos séculos XIV e XV. Nos séculos
seguintes, o islamismo passou a dominar as áreas conquistadas. Por isso o
cristianismo é praticado hoje por menos de 10% da população uzbeque.
Antes de 1991, quando o Uzbequistão se tornou um Estado independente,
havia poucos cristãos. A Igreja Russa tinha de funcionar em segredo e a
maioria de seus membros não tinha visão de evangelizar e compartilhar o
evangelho com os uzbeques. Entretanto, no começo daquela década, os
uzbeques começaram a buscar o Senhor. Gradualmente, uma Igreja começou
a se formar, com um estilo de culto e evangelismo baseado em sua própria
cultura.
Geralmente a Igreja cresce na família. Os parentes percebem a mudança que o
evangelho causa em um dos familiares e acabam abraçando a fé cristã.
Metade desses cristãos mantém sua identidade religiosa em sigilo. Os demais
são ortodoxos russos que se mudaram para o país durante o domínio soviético.
Muitos ortodoxos estão regressando para a Rússia, o que tem feito a Igreja no
Uzbequistão diminuir. Em 2011 a Igreja Ortodoxa completa 140 anos de
existência no Uzbequistão.
O crescimento da Igreja nativa (formada por convertidos uzbeques) é rápido. O
número de pequenos grupos cresce a largos passos.
A Perseguição
As primeiras perseguições sofridas pela Igreja Cristã no Uzbequistão partiram
de Tarmelão e principalmente de seu regente, Ulugh Beg, que foi um feroz
perseguidor dos cristãos nas regiões em que governou. Outro período de
grande dificuldade enfrentado pela Igreja foi a época em que o país viveu sob o
domínio político da antiga União Soviética (URSS), em que muitos cristãos
fugiram do país e outros mantiveram sua identidade em sigilo.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Atualmente o controle que o governo exerce sobre a Igreja é forte. Todas as
comunidades religiosas têm de se registrar. Porém, para a Igreja protestante,
esse é um processo longo, cansativo e quase impossível. Geralmente o
registro é negado; às vezes, ele é concedido só para ser retirado novamente.
Não há igrejas nativas uzbeques com registro (só as estrangeiras o possuem).
As igrejas registradas do país são: a Igreja Católica, Igreja Ortodoxa Russa,
Presbiteriana, Adventista e a Batista. O governo não permite nenhum tipo de
culto ou religião independente. Além disso, todas as formas de evangelização
são proibidas.
Líderes cristãos são constantemente vigiados e sofrem frequentes hostilidades
no país.
A importação e a impressão de livros no país são estritamente monitoradas e
censuradas. As autoridades nacionais e locais confiscam livros cristãos no
idioma uzbeque com frequência. Há altíssimas multas para aqueles envolvidos
em distribuição de livros cristãos.
A televisão nacional transmite programas negativos sobre as igrejas. Como
resultado, muitas pessoas sofrem pressões físicas e psicológicas na
comunidade em que vivem.
História e Política
O Uzbequistão está localizado na Ásia central, entre o Cazaquistão e o
Turcomenistão. O território uzbeque é caracterizado pela presença de desertos
arenosos e pontilhados por dunas, que circundam vales intensamente
irrigados, ao longo dos rios Amu Dária, Sir Dária e Zarafshon. A pecuária ocupa
quase metade do território do país, que apresenta um clima árido e não possui
saída para o mar. O nome Uzbequistão significa “lugar de liberdade”, ou “terra
de liberdade”.
Acredita-se que os primeiros povos a habitar a região onde se localiza o atual
Uzbequistão foram os indo-arianos, por volta do segundo milênio a.C. O
território foi dominado pelos Persas Aquemênida no século IV.a.C.; até hoje
parte da cultura persa é preservada no país. As campanhas militares feitas por
Alexandre, o Grande, no século IV a.C., trouxeram para a região um
significativo aumento do comércio na Rota da Seda , transformando-a em um
importante centro comercial e intensificando o contato cultural e religioso de
diversos povos.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Após as campanhas árabes nos séculos VII e VIII, o islamismo substituiu o
budismo como religião dominante na região. No século XIII, seus territórios
foram dominados por Genghis Khan: durante esse período, houve um aumento
significativo de migrações dos turcos para essa região. No século XIV, a região
foi dominada por Tamerlão e, através dele, a religião islâmica passou a ser
dominante nas terras por ele conquistadas. Na segunda metade do século XIX,
os russos invadiram as terras uzbeques e as transformou em protetorado do
Império Russo.
De 1924 a 1991, o Uzbequistão ficou sob o domínio político, militar e
econômico da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Hoje oficialmente o país é uma República, mas na prática é governada por um
regime presidencial autoritário, cujas leis são baseadas no sistema de governo
comunista da antiga URSS. Desde 1991, tem como presidente Islom Karimov.
População
A população do Uzbequistão é composta por diversos grupos étnicos, dentre
os quais estão: uzbeques, karakalpaks, russos, tadjiques, cazaques, tártaros
etc. Os uzbeques são conhecidos por sua característica amigável e gentil. A
expectativa de vida da população uzbeque é de cerca de 70 anos. 99% da
população do país é alfabetizada.
Economia
O Uzbequistão é caracterizado por uma das rendas per capita mais baixas da
Ásia Central, embora conte com ricas reservas de ouro, petróleo, gás natural,
carvão, prata e cobre. Sua economia é basicamente agrícola e é considerado o
terceiro maior produtor de algodão do mundo.
O planejamento e a estrutura econômica do país são centralizados no poder
estatal: todos os serviços utilizados pela população, como saúde, educação e
segurança, são fornecidos pelo Estado.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Iêmen
Em um dos países menos evangelizados no mundo, os cidadãos não podem mudar de religião. Os que se convertem ao cristianismo enfrentam oposição e possível pena de morte
A Igreja
O cristianismo se estabeleceu na região enquanto o Iêmen estava sob o
domínio do Império Romano, por volta do século IV.
O principal centro do cristianismo na Arábia foi o Iêmen. Há uma tradição que
diz que, durante o reinado de Yazdegerd I (399-420) na Pérsia, um mercador
chamado Hayyan, do Iêmen do reino Himyarites, foi para Constantinopla. Em
seu retorno, ele parou no reino árabe afluente do Hirta, na fronteira leste do
Eufrates persa. Lá, ele frequentou a companhia dos cristãos nestorianos* e foi
convertido à fé cristã. Em seu retorno ao Iêmen, anunciou o Evangelho no
Iêmen, assim como nas localidades vizinhas.
Na cidade de Aden, num porto ao sul do país, existem três igrejas católicas
romanas e uma anglicana. Há pouquíssimos iemenitas convertidos, que ainda
não estão organizados em uma igreja regular. Muitos deles chegaram ao
conhecimento de Jesus Cristo por meio de transmissões radiofônicas e
mantêm suas identidades religiosas em sigilo, pois temem o que pode lhes
acontecer, se forem descobertos.
Missionários e ONGs cristãs afiliadas a grupos de ajuda operam no país, mas a
maioria restringe suas atividades às áreas médica, social e educacional.
*Adeptos do Nestorianismo. O Nestorianismo é uma doutrina de estudos
cristológicos que analisa, sobretudo, a natureza divina de Cristo, fazendo
separação entre o Cristo homem e o Cristo Deus, sem, contudo, negar ambas.
O criador dessa doutrina foi o monge Nestório de Alexandria (380-451 d.C.),
que se tornara Patriarca de Constantinopla em 428 d.C. Nestório foi
considerado herege pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.) por afirmar que Maria
não era a mãe de Deus, mas apenas de Jesus.
A Perseguição
As primeiras perseguições aos cristãos do Iêmen teriam partido dos judeus que
já estavam no país, quando o cristianismo chegou lá. O rei Yazdegerd I a
princípio apoiava o cristianismo, mas devido a uma revolta religiosa na região,
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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quando um bispo católico tentou incendiar um templo zoroastra, viu-se forçado
pelos magos zoroastras a perseguir e matar os cristãos. Muitos cristãos foram
mortos e expulsos do reino.
Os cristãos sofreriam mais tarde, no século VII, com o advento do islamismo,
que expulsou muitos do país. No final da década de 1960, os cristãos sofreram
com o comunismo, que dominou a região sul (Iêmen do Sul), destruindo e
confiscando igrejas.
Em 1994 estourou uma guerra civil no país, principalmente na região sul, onde
igrejas foram queimadas ou seriamente danificadas. Após esse conflito, um
grupo radical islâmico, Al Islah, pressionou o governo para a aprovação de uma
constituição baseada na sharia.
A Constituição declara que o islamismo é a religião do Estado e que a Sharia
(lei islâmica) é a fonte de toda a legislação. Muçulmanos e seguidores de
outros grupos religiosos que não sejam o Islã são livres para adorar de acordo
com suas crenças, no entanto o governo proíbe o proselitismo e a conversão
de muçulmanos a outras religiões.
O emprego da sharia é mais comum na região norte do país, onde os
muçulmanos são mais conservadores. A perseguição contra os muçulmanos
que abandonam o islamismo é perpetrada principalmente pela família e pela
sociedade.
História e Política
O Iêmen localiza-se na Península Arábica e faz fronteira com a Arábia Saudita
ao norte e com Omã ao oeste. O país situa-se sobre uma importante cadeia de
montanhas, que separa uma pequena faixa litorânea dos desertos ao norte e
no interior da Península Arábica. O relevo é caracterizado pela presença de
inúmeros vales, onde se pode cultivar uma grande variedade de produtos
agrícolas. Seu nome vem do árabe, al-Yaman, que significa lugar ao sul,
indicando sua posição geográfica em relação à Arábia Saudita. Na antiguidade
foi chamada por gregos e romanos de “Arábia Feliz”, em referência às suas
vastas riquezas naturais.
Entre o século VIII a.C. e o VI d.C., o Iêmen foi dominado por seis
estados rivais entre si; podiam também se aliar, para controlar o lucrativo
comércio de especiarias. Esses impérios eram: Saba, Ma'in, Qataban,
Hadhramaut, Awsan e Himyar. No século VI d.C. foi dominado pelos persas
sassânidas e, no século VII, pelos árabes muçulmanos: eles chegaram ao país
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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em 630 d.C., islamizaram-no e fizeram do Iêmen parte do reino muçulmano da
Arábia.
No século XIX o país foi dominado e dividido entre britânicos e turco-otomanos,
após a abertura do Canal de Suez em 1870. Devido à sua posição estratégica,
o Iêmen passou a ter ainda mais importância para o Império Britânico, que,
através do porto do Aden, pôde fiscalizar com mais assiduidade seu comércio
marítimo e a movimentação turca na região. Em 1967 o Iêmen se tornou
independente do jugo imperialista britânico, quando a Frente de Libertação
Nacional dominou o porto de Aden, criando a República Popular do Iêmen
(Iêmen do Sul), de cunho socialista.
O norte do país ficou conhecido como República Árabe do Iêmen ou Iêmen do
Norte. Após sucessivas guerras civis entre o norte e o sul do país, e depois da
queda do comunismo no início da década de 1990, promulgou-se uma nova
constituição, agora para a unificação, que ocorreu em 22 de maio de 1990. O
país passou, então, a se chamar República do Iêmen e é chefiado pelo
presidente Ali Abdullah Saleh.
No início de 2011, houve revoltas e manifestações populares pró e contra Ali
Abdullah Saleh, que governava o país há 32 anos, considerando-se o período
em que foi presidente do Iêmen do Norte e pós-unificação. Em 23 de novembro
de 2011 Saleh assinou um acordo mediado por países árabes do Golfo Pérsico
no qual renuncia a presidência passando o poder temporariamente a seu vice
Abd-Rabbu Mansour Hadi. As eleições para a escolha do novo presidente do
país estão marcadas para acontecer em fevereiro de 2012.
População
Os iemenitas, na maioria, são agricultores, pescadores ou artesãos que
fornecem produtos aos varejistas das áreas urbanas. Os setores de serviços,
construção civil, indústria e comércio ocupam menos de um quarto da força de
trabalho. O desemprego é alto no país: 35% da população está desempregada.
No Iêmen, é comum o cultivo do khat** . Quando suas folhas são mastigadas
ou utilizadas em chás, produzem um efeito alucinógeno. Diz-se que é o vício
em khat que paralisa a população iemenita, mergulhada em miséria e pobreza.
O Iêmen é o mais pobre dos países árabes: 45% da população vive abaixo da
linha nacional de pobreza. Há, porém, uma pequena elite, formada por pessoas
extremamente ricas. O governo, dominado pela elite econômica, é repleto de
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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heróis de guerra. O serviço militar é obrigatório no país e as bases militares
estão espalhadas pelo campo.
**A planta chamada de khat recebeu inúmeros nomes, como qat e ghat no
Iêmen, qaat e jaad na Somália, chat na Etiópia e miraa no Quênia e na
Tanzânia. O khat vem sendo cultivado para o uso como estimulante por
séculos no Chifre da África e na península Arábica. Lá, o hábito de mascar o
khat é mais antigo que o hábito do café, sendo utilizado num contexto social
similar. Suas folhas frescas são mascadas ou, mais raramente, secas e
consumidas na forma de um chá, para atingir um estado de euforia e estímulo;
Economia
O Iêmen é muito dependente das suas reservas de petróleo, que
correspondem a cerca de 25% do PIB do país. A agricultura é muito favorecida
pelas constantes chuvas. Devido ao declínio das jazidas de petróleo, o governo
tem procurado diversificar a economia através de um programa de
reformas, iniciado em 2006, para os setores não petrolíferos.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Iraque
A Igreja
O cristianismo chegou ao Iraque (antiga Mesopotâmia) aproximadamente no
ano 33 d.C., através de São Tomé. A origem da Igreja iraquiana se deu entre
os caldeus. Hoje a Igreja Católica Caldeia forma a maior comunidade cristã do
Iraque. A Mesopotâmia era uma região vital para a sobrevivência dos cristãos
do primeiro século, principalmente para aqueles que foram perseguidos pelo
Império Romano, já que era dominada pelos inimigos de Roma, os persas. Do
século IV ao XIV, o Iraque teve muitas igrejas e mosteiros cristãos em cidades
como Bagdá, Basra, Kirkuk, Mosul e Erbil.
Antes dos exércitos norte-americanos invadirem o Iraque, em 2003, a Igreja
tinha um número aproximado de 800 mil cristãos; hoje esse número caiu para
cerca de 500 mil: muitos saíram do país fugindo da perseguição, da guerra e
das dificuldades causadas por ambas.
O Iraque é, portanto, um dos primeiros lugares do mundo aonde o evangelho
chegou e a Igreja sobrevive lá até hoje. Atualmente, todos os grandes grupos
cristãos encontram-se no país: católicos caldeus, ortodoxos assírios e
evangélicos.
A Perseguição
A perseguição mais cruel que a igreja iraquiana enfrentou na antiguidade se
deu entre os anos 339 e 379 d.C. sob o reinado do sassânida Shah Shapur II,
que a considerava uma ameaça ao Império Sassânida por suas ligações com o
cristianismo do seu principal rival, o Império Romano do Oriente (Império
Bizantino).
Mesmo após a chegada do Islamismo ao Iraque, nos séculos VII e VIII, as
igrejas e mosteiros continuaram estabelecidos e crescendo ali, principalmente
nos séculos XII e XIII. As invasões mongóis no século XVIII trouxeram mais
tolerância religiosa para os cristãos, de modo que inconvenientes legais e
impostos que os muçulmanos haviam colocado sobre os cristãos foram
abolidos. No século XVI, o Iraque foi novamente dominado pelos muçulmanos
do Império Turco-Otomano, voltando a pagar pesados impostos e a obedecer
às regras impostas pelos otomanos. Durante o governo do rei Faysal I (1920-
30), os cristãos foram tolerados e respeitados, pois este monarca, além de
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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considerá-los povo semita (assim como muçulmanos e judeus), não os via
como adeptos de uma religião contrária à sua, mas como cidadãos iraquianos.
Ao longo de sua história, comunidades cristãs inteiras foram expulsas ou
eliminadas em todo o Oriente Médio e Ásia Central: igrejas foram fechadas ou
destruídas, bispos e clérigos foram presos e torturados. Nos anos 2000, a
situação tem piorado para a comunidade cristã. Muitos se mudaram para o
Curdistão, região autônoma no norte do país, onde há relativa segurança. O
governo tem se mostrado incapaz de proteger os cidadãos, especialmente as
minorias. Assim, há uma espécie de anarquia, em que a minoria cristã é a que
mais sofre. Grupos criminosos de fundamentalistas islâmicos lutam uma guerra
não-oficial contra os cristãos, tentando acabar com a herança cristã no país.
Templos e mosteiros foram destruídos; cristãos foram raptados e mortos.
A perseguição não se dá de forma sistemática. No entanto, quase todos os
grupos independentes (alheios ao governo) se posicionam contra a minoria
cristã. Sabe-se que nas cidades de Bagdá e Mosul cobram-se taxas de não
muçulmanos, há conversão forçada ao islã, sequestros e vandalismo nas
igrejas. Esses casos são muito numerosos, mas é quase impossível encontrar
alguém que testemunhe tais fatos.
História e Política
A Mesopotâmia, região onde o Iraque está localizado hoje, já foi o centro do
Oriente Médio e da civilização mundial na Idade Antiga. O nome Iraque deriva
da cidade suméria Uruk, considerada a primeira grande cidade do Império
Sumério. Outra teoria é a de que deriva do termo árabe al-Irak, que significa
“terras baixas”.
Os sumérios, considerados a primeira civilização do mundo, utilizaram as terras
férteis e o abundante suprimento de água da região, desenvolvendo uma
sociedade complexa. Seus sucessores, os acádios, criaram o famoso Código
de Hamurabi, que era o mais completo sistema de leis da época.
Posicionada numa região estratégica, no coração do antigo Oriente Médio, a
região foi objeto de cobiça de inúmeros conquistadores, entre os quais estão os
assírios e os caldeus, criadores dos Jardins Suspensos da Babilônia,
posteriormente dominados por Ciro, o Grande, em 539 a.C. Em 331 a.C., o rei
persa Dario III foi derrotado pelo Macedônio Alexandre, o Grande. Esse
episódio marcou o inicio da colonização grega na região. Mais tarde a
Mesopotâmia foi dominada pelo Império Romano e pelos Persas Sassânidas.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Essa disputa pela região, entre os dois impérios, durou até a chegada dos
árabes, no século VII. Esses novos dominadores introduziram uma nova
cultura, baseada na religião islâmica, transformando Bagdá na capital do
Império Abássida e no centro cultural e educacional islâmico por cerca de 5
séculos.
O Iraque viveu sob o comando de vários conquistadores, entre eles os
mongóis, os turcos-otomanos e os ingleses, logo após a I Guerra Mundial. Os
britânicos colocaram um rei no trono iraquiano, mas uma revolução militar em
1958 resultou na derrubada da monarquia, na instalação do Partido Socialista
Árabe (quando se iniciou a era Saddam Hussein) e na Constituição Provisória
de 1970. O país passou por uma guerra contra o vizinho Irã na década de
1980, por questões de delimitação territorial. Em 1990-91, o Iraque invadiu o
Kuwait, com a intenção de controlar os poços de petróleo do país. Algumas
nações do ocidente e do Oriente Médio interferiram no conflito, conseguindo
impedir a vitória do então presidente Saddam Hussein – no episódio conhecido
como Guerra do Golfo.
Em abril de 2003, os EUA invadiram o Iraque com o intuito de tirar Saddam
Hussein do poder, sob a alegação de que ele estava desenvolvendo armas
(químicas) de destruição em massa. Esse conflito culminou com a queda do
regime de Saddam Hussein e sua morte, em 2006. Hoje o Iraque é uma
democracia parlamentar, com eleições presidenciais a cada 4 anos. O ano de
2011 foi decisivo para o fim do conflito, após mais de 8 anos de presença
militar no país os últimos soldados norte americanos deixaram o Iraque em
dezembro.
População
Quase 40% da população é formada por pessoas abaixo dos 15 anos de idade.
A maioria é constituída de árabes e a segunda maior, de curdos, que habitam o
norte do país, na região que ficou conhecida como Curdistão. Além dessas
etnias, há turcomanos e assírios.
Aproximadamente dois milhões de iraquianos deixaram o país desde o começo
da guerra em 2003, fugindo para nações vizinhas, como a Jordânia e a Síria.
Aqueles que têm famílias no ocidente juntaram-se aos seus parentes. A religião
predominante é o islamismo, que corresponde a cerca de 97% da população,
sendo que 65% são xiitas e os demais, sunitas.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Na falta de ordem no país, radicais islâmicos continuam exercendo tremenda
pressão sobre a sociedade, para conformar-se às interpretações extremas da
lei islâmica. Além do mais, a frequente violência sectária, inclusive com
ataques a templos, tem impedido a livre prática da religião.
Economia
A economia do Iraque baseia-se na exportação de petróleo: o país possui
poços em abundância em Kirkuk, Rumayla e Mosul. Atualmente o Iraque
produz e comercializa seu próprio petróleo. A agricultura é outra importante
fonte de renda para os iraquianos, que produzem cevada, trigo, cana-de-açúcar
e arroz.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Paquistão
Grupos extremistas incitam o ódio contra os cristãos, o que resulta em prisões, agressões, sequestros, estupros e ataques a casas e igrejas.
A Igreja
O atual Estado do Paquistão fazia parte do território da Índia, portanto o
cristianismo está no país desde aproximadamente o ano 52 d.C. Segundo a
tradição, o discípulo Tomé foi à Índia durante essa época, conseguiu converter
alguns indianos e estabeleceu sete igrejas na região conhecida agora como
Kerala, e outras em Madras. Ele foi martirizado e sua sepultura ainda está em
São Tomé de Meliapor.
No século XVI, os jesuítas vindos de Portugal assumiram o trabalho
missionário e nos séculos XVII e XVIII, os ingleses e holandeses chegaram ao
país com o protestantismo, porém nenhum dos dois grupos teve êxito no
estabelecimento de um trabalho duradouro.
Atualmente, como resultado de uma grande variedade de esforços
missionários, o Paquistão conta com uma pequena parcela de cristãos, a
maioria de etnia punjabi. A maioria dos cristãos é membro de igrejas
independentes ou da católica romana.
A comunidade cristã é, de modo geral, fragmentada e temerosa. Devido ao
medo da perseguição, é possível que haja alguns milhares de cristãos que
mantêm sua identidade religiosa em sigilo e são poucos os convertidos entre
os muçulmanos que declaram sua nova fé abertamente.
A Perseguição
A Constituição estabelece o islamismo como a religião do Estado, declarando
também que as minorias religiosas devem ter condições para professar e
praticar sua religião em segurança. Apesar disso, o governo limita a liberdade
religiosa.
Uma forma de limitação é a lei de blasfêmia paquistanesa. Essa lei sentencia à
morte quem deprecia o islã ou seus profetas; à prisão perpétua quem deprecia,
danifica ou profana o Alcorão; e a dez anos de prisão quem insulta os
sentimentos religiosos de outra pessoa.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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A lei de blasfêmia tem sido bastante usada por indivíduos que querem resolver
questões pessoais, uma vez que, para acusar alguém de ter blasfemado, não é
necessário ter provas. Precisa-se apenas da acusação formal. No contexto
paquistanês, a palavra de um muçulmano vale pela palavra de dois cristãos, o
que dificulta o processo de defesa.
Embora nenhum cristão paquistanês até agora tenha sido executado após sua
condenação, mais de uma dezena de pessoas foram acusadas e forçadas a
viver em condições desumanas na prisão, em esconderijos ou no exílio. No fim
de 2008, um garoto encontrou uma sacola na rua contendo páginas rasgadas
de um Alcorão. Sem saber o que fazer com aquilo, o menino levou a sacola
para casa.
Sua irmã mais velha, Ashiyana Masih, levou a sacola e seu conteúdo a uma
vizinha muçulmana. Mas essa vizinha, que tinha uma briga antiga com a família
de Ashiyana, acusou a jovem e seu pai, Gulsher Masih, de terem blasfemado
contra o Alcorão.
Após a denúncia, mais de cem pessoas atacaram a casa da família cristã,
levando-a a fugir e se esconder. No entanto, Ashiyana e seu pai foram presos.
O pedido de fiança que os representantes legais de Ashiyana fizeram foi
negado. Ainda não foi marcada uma nova data para a audiência dela e de seu
pai.
Em junho de 2009, a cristã Asia Bibi foi presa e condenada a dois anos de
prisão seguida da pena de morte, sob a alegação de blasfêmia por parte de
suas companheiras de trabalho. Asia continua presa, aguardando o dia de sua
execução, mas órgãos de direitos humanos estão trabalhando para livrá-la
dessa sentença.
História e Política
Localizado entre o Afeganistão, o Irã, a China e a Índia, o Paquistão ocupa
uma região estratégica no sul da Ásia. O território pode ser dividido em três
áreas geográficas principais: a região montanhosa da Cordilheira do Himalaia,
ao norte, o vale do Rio Indo e o Planalto do Baluchistão. O clima é
predominantemente árido, com verões quentes e invernos rigorosos. O nome
do país foi construído em forma de acrônimo por um estudante muçulmano da
Universidade Cambridge, chamado Choudhary Rahmat Ali. O acrônimo faz
alusão às cidades, regiões e países que contribuíram na construção histórica
do povo e do país: P= Punjab, A= Afghania, K= Caxemira, I= Indus Valley (Rio
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Indus), S= Sindh, T= Turkharistan, A= Afeganistão e N= Baluchistan. Além
disso, Pak deriva do persa e significa “puro”, e Stan, “terra”, de forma que o
nome significa “terra dos puros”.
O território onde hoje se localiza o Paquistão foi habitado por povos das
margens do Rio Indo há cerca de 2500-1700 anos antes de Cristo. Suas terras
foram invadidas e habitadas por grandes povos e impérios, como arianos,
persas, gregos e árabes. No século VIII, o Islamismo chegou à região através
das expedições árabes.
Do século XVI ao XVIII, o Império Mongol dominou seus territórios e a maior
parte do subcontinente indiano. No final do século XIX, os britânicos tornaram-
se a potência dominante na região conhecida como Índia Britânica e a
dividiram em duas zonas administrativas, denominadas Paquistão Ocidental
(atual Paquistão) e Paquistão Oriental (atual Bangladesh). Devido aos
constantes conflitos religiosos entre muçulmanos e hindus, o lado muçulmano
da Índia se transformou na República Islâmica do Paquistão, em 1956.
Conflitos na Caxemira
Quando os britânicos deixaram a Índia em 1947, havia ali mais de 500 estados
principescos hereditários; entre eles estava o estado principesco de Jamu e
Caxemira. Os britânicos deram a esses estados a opção de aderir à Índia ou ao
Paquistão. Segundo os paquistaneses, o estado da Caxemira quis aderir ao
Paquistão, mas por pressão política e econômica da Índia acabou cedendo a
ela; os indianos, claro, negam. Atualmente a Índia controla 42% do território da
Caxemira e o Paquistão, 37%.
Os dois países já travaram três guerras pela disputa do território (1947, 1965,
1999), conhecidas como guerras indo-paquistanesas. Nos últimos anos, muitos
ataques terroristas ocorreram na Caxemira, em protesto contra o domínio
indiano.
Após 11/9
Devido à sua posição estratégica, o Paquistão ganhou lugar de destaque na
mídia internacional logo após os atentados terroristas contra as cidades de
Nova York e Washington, em 11 de setembro de 2001. Quando decidiram
retaliar o Afeganistão em outubro daquele ano, os EUA pediram e obtiveram
apoio logístico do Paquistão, assim como a liberação de seu espaço aéreo.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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O apoio do governo paquistanês ao norte-americano gerou grande tensão
política no país, pois grande parcela da população possuía afinidades étnicas e
ideológicas com a milícia Talibã que governava o Afeganistão na época.
Ao apoiar os ataques norte-americanos ao Afeganistão, em 2001, o Paquistão
obteve grande ajuda econômica dos EUA na forma de linhas de crédito e
reescalonamento de dívidas. Ainda assim, a economia do Paquistão é
caracterizada pela pobreza da população.
Com o crescimento do extremismo islâmico, o governo concordou, em fevereiro
de 2009, em implementar a sharia (lei islâmica) no vale de Swat, região
noroeste do país. O objetivo é levar os extremistas a concordar com um
cessar-fogo permanente.
População
A população paquistanesa constitui-se de vários grupos étnicos, dentre os
quais se destacam os punjabis, os sindis, os patanes e os baluchues. O povo é
bastante jovem: mais de um terço da população tem menos de 15 anos de
idade. O analfabetismo é um mal que atinge metade da população. O pior
índice está entre as mulheres: apenas 36% delas sabem ler e escrever.
Problemas como a precariedade habitacional e a infraestrutura inadequada de
saneamento básico contribuem para o surgimento de doenças e para a alta
taxa de mortalidade. Para se ter uma ideia, somente um terço da população
tem acesso à água potável.
Economia
A economia do Paquistão é semi-industrializada, englobando os setores
têxteis, químicos, alimentar e a agricultura. Essas áreas são as que mais
contribuem para o PIB do país. O alto índice de inflação é um dos fatores que
mais dificultam o crescimento econômico do país.
Perseguição x Liberdade Religiosa.
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Portas Abertas ou Open Doors é uma ONG
internacional que atua em cerca de 50 países
onde existe algum tipo de proibição,
condenação, execução ou ameaça à vida das
pessoas ou à sua liberdade de crer e cultuar
Jesus Cristo.
No Brasil, nossa missão é divulgar a dura
realidade dos cristãos ao redor do mundo, que
são perseguidos por causa de Jesus,
encorajando os brasileiros a orar, contribuir e
se mobilizar no serviço de socorro à Igreja
Perseguida. Como os cidadãos brasileiros tem
liberdade para praticar qualquer religião, não
existem projetos de campo da Portas Abertas
por aqui