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Pesquisa Acidentes do Trabalho
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ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE ESTADO DA SADE DIRETORIA DE VIGILNCIA SANITRIA
GERNCIA DE SADE DO TRABALHADOR CENTRO DE REFERNCIA ESTADUAL EM SADE DO TRABALHADOR
Rua Esteves Jnior Centro Florianpolis - SC CEP 88015-200 Fone: (48) 3212 1680 Fax: (48) 3212 1681 - e-mail: [email protected]
Acidentes de Trabalho em Servidores Pblicos do Estado de Santa Catarina
Relatrio de Pesquisa
Florianpolis, 21 de dezembro de 2006.
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Acidentes de Trabalho em Servidores Pblicos Estaduais em Santa Catarina
Autoria e redao
Karine de Lima Srio Boclin (Ms). Pesquisadora associada CEREST/SC
Participao
Roberto Carlos Ruiz (Ms). Gerncia de Sade do Trabalhador Diretoria de Vigilncia Sanitria
Victor Luiz Crespi (Esp).
Gerncia de Sade Ocupacional do Servidor Secretaria de Estado da Administrao
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APRESENTAO Este relatrio apresenta estudo epidemiolgico sobre acidentes de
trabalho (AT) em servidores pblicos do Estado de Santa Catarina - em especial da Secretaria do Estado da Sade - notificados atravs da Comunicao Estadual de Acidentes de Trabalho (CEAT). O estudo partiu de demanda da Secretaria de Administrao do Estado (SEA) e Sindicato dos Servidores da Sade (Sindsade). Para a sua realizao teve cooperao entre o Centro de Referencia Estadual em Sade do Trabalhador (CEREST/SES) e a Gerncia de Sade Ocupacional do Servidor (GESAO/SEA).
Este relatrio contm parte terica (introduo, objetivos e metodologia), resultados, discusso, limitaes do estudo e consideraes finais. Em anexo encontra-se o formulrio CEAT.
Pretende-se apresentar informaes que possam suprir a ausncia de
dados quantitativos sobre acidentes de trabalho no Estado, possibilitando reflexes baseadas na anlise das mesmas.
Espera-se, dessa forma, no s incentivar debates sobre o tema, mas tambm fornecer subsdios para aes que propiciem a valorizao desses trabalhadores.
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SUMRIO
LISTA DE GRFICOS E QUADROS..................................................................6 LISTA DE TABELAS...........................................................................................7 1.INTRODUO..................................................................................................8 2.OBJETIVOS...................................................................................................13
2.1 Geral.................................................................................................13 2.2 Especfico........................................................................................13
3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS......................................................14 3.1. Populao e delineamento do estudo..........................................14 3.2.Descrio geral da CEAT................................................................15 3.3. Variveis do estudo.......................................................................15 3.3.1. Caractersticas gerais.................................................................15 3.3.2. Variveis relacionadas ao servidor.............................................15 3.3.3. Variveis relacionadas atividade e ao local de ocorrncia do acidente..............................................................16 3.3.4. Variveis relacionadas ao acidente............................................17
3.4. Anlise estatstica .........................................................................18
4. RESULTADOS..............................................................................................19 4.1. Caractersticas gerais....................................................................19 4.2. Caractersticas dos acidentados..................................................21 4.2.1. Nmero de notificaes de AT por servidor...............................22
4.3. Caractersticas das atividades e dos locais de ocorrncia dos acidentes...................................................................................22
4.3.1. Instituies de ocorrncia do AT................................................23 4.3.2. Municpio e regio de ocorrncia do AT.....................................24 4.3.3. Setores de ocorrncia do AT......................................................25 4.3.4. Ocupaes dos servidores acidentados.....................................26 4.3.5. Turnos de ocorrncia do AT.......................................................33 4.3.6. Nmero de horas trabalhadas antes da ocorrncia do AT.........34
4.4. Caractersticas do acidente...........................................................34 4.4.1 Tarefa executada.........................................................................34 4.4.2. Agente causador........................................................................35 4.4.3. Objeto ou fonte causadora de leses.........................................36 4.4.4. Tipo ou forma de contato entre os servidores e o
objeto ou fontes causadora da leso.........................................37 4.4.5. Natureza das leses decorrentes do AT....................................38 4.4.6. Parte do corpo atingida..............................................................39 4.4.7. Tratamento.................................................................................39 4.4.8. Afastamento...............................................................................40
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5. DISCUSSO..................................................................................................41 6. LIMITAES DO ESTUDO..........................................................................47 7. CONSIDERAES FINAIS..........................................................................49 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.................................................................51 ANEXO - CEAT.................................................................................................53
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LISTA DE GRFICOS E QUADROS Grfico 1 - Distribuio dos AT no perodo entre 1997 e 2005.......................19 Quadro 1 - Quantitativo de servidores pblicos do Estado de
Santa Catarina em 2005.................................................................14 Quadro 2 - Distribuio dos AT por regio de Santa Catarina..........................25
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Distribuio dos AT quanto a sua classificao..................................20 Tabela 2. Proporo de registro policial para cada tipo de AT...........................20 Tabela 3. Distribuio das variveis escolaridade e estado civil por
sexo nos acidentados com notificao na CEAT...............................21 Tabela 4. Nmero de notificaes de AT por servidor........................................22 Tabela 5. Distribuio dos AT entre as Secretarias do Estado...........................22 Tabela 6. Distribuio dos AT entre as instituies da SES...............................23 Tabela 7. Distribuio dos AT por municpio......................................................24 Tabela 8. Distribuio dos AT entre os setores das instituies da SES...........25 Tabela 9. Distribuio dos AT entre as ocupaes estudadas...........................27 Tabela 10. Distribuio dos AAS ll acidentados por setor....................................27 Tabela 11. Distribuio dos AGS acidentados por setor......................................28 Tabela 12. Distribuio dos servidores acidentados classificados
na categoria Atividade de Sade por setor......................................30 Tabela 13. Distribuio dos TAS acidentados por setor.......................................30 Tabela 14. Distribuio dos ART ll acidentados por setor....................................31 Tabela 15. Distribuio de enfermeiros acidentados por setor.............................31 Tabela 16. Distribuio dos servidores acidentados classificados
na categoria Atividade Administrativa por setor..............................32 Tabela 17. Distribuio de mdicos acidentados por setor..................................32 Tabela 18. Distribuio dos AT em turnos de trabalho.........................................33 Tabela 19. Distribuio dos AT por nmero de horas trabalhadas
antes das ocorrncias........................................................................33 Tabela 20. Distribuio das tarefas executadas no momento do AT...................35 Tabela 21. Distribuio dos agentes causadores dos AT....................................35 Tabela 22. Distribuio dos objetos ou fontes causadoras das leses................36 Tabela 23. Distribuio dos tipos ou formas de contato dos objetos
ou fontes causadoras de leses e os servidores...............................38 Tabela 24. Distribuio da natureza das leses decorrentes dos AT...................38 Tabela 25. Distribuio das partes do corpo atingidas.........................................38 Tabela 26. Distribuio dos tempos de tratamentos decorrentes dos AT............40 Tabela 27. Distribuio dos tempos de afastamentos decorrentes dos AT.................................................................................................40
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1. INTRODUO
A sade do trabalhador como prtica social, busca a compreenso das influncias do trabalho no processo sade doena de grupos humanos os trabalhadores - e por extenso, da populao em geral, abordando de forma articulada o conjunto de valores, crenas, idias e representaes sociais (Mendes e Dias, 1999).
Entretanto, o entendimento do impacto do trabalho sobre a sade dos indivduos complexo, o que faz que o foco da sade do trabalhador se direcione tanto a eventos especficos do trabalho, como a eventos complexos de interao dinmica entre fatores de risco inerentes s realidades em que os trabalhadores esto inseridos (Mendes e Dias, 1999).
Nessa perspectiva, os acidentes de trabalho (AT) vm tendo interesse
crescente nas pesquisas em sade do trabalhador, pois so considerados potencialmente fatais e incapacitantes, acometendo, em especial, pessoas jovens e em idade produtiva, o que acarreta grandes conseqncias sociais e econmicas (Santana, 2003). Assim, embora preveniveis e previsveis, os AT so fenmenos complexos e exigem abordagens e intervenes, tambm, complexas (Wnsch Filho,2000).
Pelas leis brasileiras, acidente de trabalho pode ser considerado como
aquele que ocorre pelo exerccio do trabalho, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte, a perda ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho. A partir de 1967, a legislao passou a considerar tambm como tal os acidentes de trajeto ocorridos entre a residncia e o local de trabalho, ou no intervalo das refeies (Waldvogel, 2002).
Segundo o art. 2 do decreto 1.456/96 so considerados AT para o servio
pblico estadual, alm do considerado no pargrafo acima: I - a doena profissional, assim entendida a inerente ou peculiar a
determinado ramo de atividade e constante de legislao especfica de qualquer esfera;
II - as doenas do trabalho que, mesmo no constando de legislao especfica, guarde perfeita relao de nexo causal com as atividades efetivamente desempenhadas ou com as condies ambientais ergonmicas inerentes ao exerccio dessas atividades;
III - a doena do trabalho proveniente de contaminao acidental, no exerccio de atividade ligada a agente biolgico, com perfeita relao de nexo causal;
IV - o acidente sofrido pelo servidor, ainda que fora do local e do horrio de trabalho, nas seguintes condies:
a) na execuo de ordem ou realizao de servio por determinao de autoridade superior;
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b) na prestao espontnea de qualquer servio entidade, para lhe evitar prejuzo ou proporcionar proveito; c) no percurso da residncia para o trabalho ou deste para aquela. V - o acidente sofrido pelo servidor no local de trabalho em conseqncia de: a) ato de sabotagem, de ofensa fsica, inclusive de terceiro, por qualquer motivo; b) ato de imprudncia, de negligncia ou de impercia de terceiro, inclusive de companheiro de trabalho; c) desabamento, inundao, incndio ou outra eventualidade fortuita ou decorrente de fora maior; d) ato de pessoa privada do uso da razo. Considera-se ainda acidente em servio o ocorrido no perodo legalmente
definido como descanso ou de refeio no prprio local de trabalho.
A principal fonte de dados sobre AT no Brasil fornecida pela Comunicao de Acidente do Trabalho (CAT), utilizada no processo de acidentes de trabalho do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). Contudo, a utilizao desses dados gera inmeras incertezas devido aos problemas que envolvem a populao exposta ao risco de AT, e subnotificao.
Pode-se dizer que a populao exposta aos riscos de AT a parcela ocupada da populao economicamente ativa (PEA). Entretanto, sabe-se que desde a dcada de 70 o pas vem sofrendo processo de reestruturao produtiva, que se acentuou no inicio da dcada de 90. Essa reestruturao, gerada por nova lgica produtiva, culminou em padres de terceirizao, subcontrataes, informalizao, precarizao do trabalho e desemprego (Minayio-Gomez e Thedim-Costa, 1997; Antunes, 1999). Como conseqncia, observou-se aumento no nmero de trabalhadores autnomos e subempregados no mercado informal.
Dessa forma, como os AT notificados e disponveis para anlise so os que ocorrem no mercado de trabalho formal (contrato de trabalho registrado), o nmero de trabalhadores expostos constantemente influenciado pelas oscilaes no mercado formal e informal, o que acaba gerando subnotificaes. E mais ainda, so excludos das informaes do INSS os funcionrios pblicos, os autnomos e os pequenos comerciantes.
Neste quadro de incertezas, no se consegue afirmar se o mercado informal produz mais ou menos AT que o formal. Por um lado, o mercado informal poderia possuir incidncias menores de AT, j que esses (AT) aparecem mais freqentemente no setor secundrio (setor caracterstico do mercado formal da economia). Por outro lado, os trabalhadores do mercado informal possuem desamparo poltico-jurdico-assistencial, menor poder aquisitivo, menor acesso a servios de promoo e assistncia sade, e quase total inexistncia de representao poltica (Wnsch Filho, 1999).
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Cordeiro et. al (2006), em pesquisa realizada em Botucatu, e Santana et al (2003), em Salvador, destacaram incidncias semelhantes entre os grupos de trabalhadores dos mercados formal e informal. Apesar das limitaes, desde 1970, quando comeou o registro sistemtico em mbito nacional, mais de 30 milhes de AT foram registrados (Cordeiro et al, 2006).
Contudo, dados epidemiolgicos mostram declnio significativo da incidncia no Brasil nas ltimas dcadas: em 1970 a incidncia de AT era estimada em 167 para cada 1000 trabalhadores segurados pela previdncia social; em 1980 o indicador caiu para 78/1000, em 1990 para 36/1000 e em 1994 para 16/1000 (Wnsch Filho, 1999).
Posteriormente, Wnsch Filho (2000) destaca algumas caractersticas do
panorama dos AT no Brasil: - as regies sul e sudestes so responsveis por 90% dos AT notificados
no pas; - a maior parte dos acidentes (60%) atinge trabalhadores jovens de 18 a
35 anos; - a proporo de AT trs vezes maior entre os homens do que entre as
mulheres; - cerca de 50% dos AT notificados ocorre entre os trabalhadores do setor
secundrio, sendo a construo civil a principal fonte de AT.
Na esfera pblica, os servidores que desenvolvem suas atividades tanto em nvel federal, estadual e municipal diferem quanto ao regime jurdico que os rege. No entanto, esto sujeitos mesma obrigatoriedade na emisso e preenchimento do registro dos AT. A diferena principal se encontra no tipo e nome do documento de registro, nos prazos para o registro e apresentao aos locais e setores de controle (Simoni, 2001).
Em Santa Catarina, para os servidores pertencentes ao quadro permanente do Estado, a fundamentao legal dos AT est amparada nos artigos 116 e 117 da Lei 6.745/85 do Estatuto do Servidor Pblico Estadual e no Decreto 1.456/96, que regulamenta e apresenta o formulrio de Comunicao Estadual de Acidentes de Trabalho (CEAT):
Na ocorrncia de AT, o setor de Recursos Humanos dever preencher o
formulrio "Comunicao Estadual de Acidente de Trabalho" e anexar laudos mdicos ou qualquer outro documento que comprove o ocorrido, observadas as orientaes contidas no Manual de Procedimentos de Acidente em Servio. Deve-se encaminhar, posteriormente, a Gerncia de Sade Ocupacional do Servidor da Secretaria de Estado da Administrao, onde dever ser concludo o processo em prazo mximo de 8 dias, a contar da data do acidente. Atualmente, aps a reforma administrativa, estas avaliaes devero ocorrer junto as Coordenadorias Tcnicas das Mesorregies de Sade do Servidor (CTM), da
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Diretoria de Percia Mdica e Sade Ocupacional do Servidor, coordenadas pela Gerncia de Sade Ocupacional do Servidor.
O acidente poder ser relatado pela chefia imediata do servidor
acidentado, pelo prprio servidor, pela famlia, pelo mdico assistente ou por qualquer pessoa que o tenha presenciado.
Desta forma, atualmente, caber as CTM emitir parecer conclusivo acerca
da caracterizao, ou no, do acidente em servio, estabelecendo o indispensvel nexo causal entre as leses verificadas e o exerccio da atividade laborativa do servidor.
Nos casos de acidentes em servio ou doena profissional, as despesas
com transportes, estadia, tratamento hospitalar, prteses, rteses, aquisio de medicamentos e de equipamentos, ou outros complementos necessrios, correro por conta do Estado, conforme regulamentao prpria da Secretaria de Estado da Administrao.
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral Estudar o perfil epidemiolgico dos acidentes de trabalho (AT) dos servidores pblicos do Estado de Santa Catarina, notificados atravs da Comunicao Estadual de Acidentes de Trabalho (CEAT). 2.2. Objetivos especficos
Descrever o perfil, atravs de freqncia e distribuio, dos: 1. Servidores acidentados; 2. rgos e localidades dos acidentes; 3. Acidentes.
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3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
3.1. Populao e delineamento do estudo Este relatrio aborda estudo epidemiolgico descritivo em que se analisou
o universo das notificaes (CEATs) de AT dos servidores pblicos do Estado de Santa Catarina.
A populao alvo deste estudo foi composta pelos servidores pblicos estaduais ativos, efetivos e integrantes dos quadros de pessoal das Secretarias de Estado do Poder Executivo do Estado de Santa Catarina. De acordo com Campos (2006), em novembro de 2005 o quantitativo de servidores correspondia a 80.576 e estava assim configurado: Quadro 1. Quantitativo de servidores pblicos do Estado de Santa Catarina em 2005. a. Polcia Militar 11. 461 b. Corpo de Bombeiros 2.034 c. Secretarias, Autarquias e Fundaes 67.081 Total 80.576
Fonte: Campos (2006).
O Governo do Estado, em sua estrutura organizacional, dispe da
Gerncia de Sade Ocupacional do Servidor (GESAO), vinculada Secretaria de Estado da Administrao (SEA), para atender os servidores estaduais em processos de acidentes. Entre as atribuies da Gerncia est a de caracterizar, ou no, os acidentes em servio, sendo essa, direcionada aos servidores ativos do Poder Executivo Estadual, dos servidores do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina. (Campos, 2006).
Os AT so notificados atravs do formulrio CEAT, sendo relatados pela
chefia imediata do servidor acidentado, pelo prprio servidor, pela famlia, pelo mdico assistente ou por qualquer pessoa testemunha do mesmo. Essa notificao encaminhada ao GESAO/SEA, onde ser emitido parecer conclusivo sobre a caracterizao, ou no, do acidente em servio (Decreto 1.456/96). As CEATs ficam arquivadas na GESAO e tambm alimentam banco de dados do Sistema Informatizado de Recursos Humanos (SIRH).
As informaes que embasam este estudo foram, portanto, fornecidas pelo
SIRH e englobam a totalidade dos AT notificados desde a introduo da CEAT (1926 casos). Parte significativa dessas notificaes (1743 - 90%) ocorreu com servidores da Secretaria Estadual da Sade (SES) e, por esse motivo, foi analisada de forma aprofundada. 3.2. Descrio geral da CEAT A CEAT o formulrio utilizado desde o segundo semestre de 1996 pela SEA para caracterizao dos AT entre os servidores do Estado. Pode-se dividi-la basicamente em trs subreas, que fornecem informaes sobre: os servidores
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acidentados, as instituies ou locais de ocorrncia do AT e as caractersticas do AT. 3.3. Variveis do estudo As variveis utilizadas foram agrupadas em quatro categorias, descritas a seguir: 3.3.1. Caractersticas gerais Data: anos de ocorrncia (1997 a 2005); Classificao: tpico, trajeto e doena; Registro policial: sim, no; 3.3.2. Variveis relacionadas ao servidor Sexo: masculino, feminino; Escolaridade: agrupada em 1 grau incompleto, 1 grau completo, 2 grau incompleto, 2 grau completo, superior incompleto, superior completo e Ps-graduao; Estado civil: solteiro, casado, separado/divorciado e vivo; Acidentes por servidor: nmero de AT para cada servidor; 3.3.3. Variveis relacionadas atividade e ao local de ocorrncia do acidente Local: Secretarias, autarquias e fundaes do Estado de ocorrncia do AT; Instituio/rgo: rgo da SES de ocorrncia do AT; Setor: setor onde ocorreu o AT. Alguns setores com atividades afins foram agrupados, como cozinhas, lactrios, copas e dispensas, reunidos em Setor de Nutrio e Diettica (SND); setores que envolvem atividades administrativas em Setor Administrativo e setores que envolvem exames de maneira geral em Setores de Exames; Ocupao: atividade ou ocupao do servidor que sofreu o AT. Da mesma forma que para a varivel setores, algumas ocupaes com atividades afins foram agrupadas, como:
o Agente de Atividade de Sade II (AAS ll): o auxiliar de servios hospitalares e assistenciais, auxiliar de laboratrio, atendente de sade pblica, auxiliar de nutrio, agente auxiliar de sade pblica, auxiliar de enfermagem, auxiliar de servio de obstetrcia, agente operacional de equipamento de sade e auxiliar de servios assistenciais.;
o Agente de Servios Gerais (ASG): desenvolve servios braais de zeladoria (higienizao e limpeza), copa, protocolo e vigilncia. Em sua maioria, executa atividades da funo de agente de portaria, vigia, auxiliar de cozinha, auxiliar de servios diversos, auxiliar de servios gerais, copeiro, servente, lavadeira e vigilante;
o Tcnico de Atividades de Sade (TAS): desenvolve servios referentes citotecnia, epidemiologia, saneamento, vigilncia sanitria, servios auxiliares de obstetrcia, servios de enfermagem em geral, servios auxiliares de operao e manuteno de raio X, revelao de radiografias, execuo de servios de laboratrio, servios auxiliares de fisioterapia, servios de massagem e prtese ortopdica. Em sua maioria, exerce atividades de tcnico de enfermagem, tcnico em laboratrio, tcnico em
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radiologia, tcnico em prtese ortopdica, tcnico auxiliar de reabilitao, fisioterapia e massagem, operador em raio X e agente de sade pblica;
o Servidor em Atividade de Sade: categoria criada com a finalidade de diminuir o nmero de informaes perdidas, j que em muitas notificaes (CEATs) no aparece especificada a ocupao, mas a atividade que o servidor realiza. Essa varivel engloba os servidores acidentados que descreveram atividades exercidas pelo AAS ll e o TAS, sem especificar de qual delas faz parte;
o Artfice II (ART II): desenvolve servios especializados de natureza profissional nas reas de manuteno, confeco, produo e operao de ferramentas e maquinrio em geral. Em sua maioria, exerce funes de cozinheiro, padeiro, costureiro, caldeireiro, costureiro e telefonista;
o Servidor em Atividade Administrativa: categoria criada com a finalidade de diminuir o nmero de informaes perdidas, j que em muitas notificaes (CEATs) no especificam a ocupao, mas a atividade que o servidor realiza. Engloba atividades realizadas pelos Auxiliares em Atividades Administrativos (AAA) e Tcnicos em Atividades Administrativos (TAA).
Cidade/regio: ocorrncia por municpio e por regio de Santa Catarina; Turno: turno da ocorrncia do AT, classificado em: matutino (7:00 s 12:59hs), vespertino (13:00 s 18:59hs), noturno 1 (19:00 s 0:59hs) e noturno 2 (1:00 s 6:59hs); Nmero de horas trabalhadas: Nmero de horas trabalhadas antes do AT. Essa varivel foi agrupada em: at 01:59hs, entre 02:00hs e 3:59hs, entre 4:00hs e 5:59hs, entre 6:00hs e 7:59hs, entre 8:00hs e 9:59hs, entre 10:00hs e 11:59hs e mais de 12:00hs; 3.3.4. Variveis relacionadas ao acidente Tarefa: tarefa que estava sendo executada no momento do AT (Anexo); Agente: agente causador do AT (ANEXO); Contato: tipo ou forma de contato do servidor com o agente durante o AT (ANEXO); Parte do corpo: parte do corpo atingida durante o AT (ANEXO); Objeto/fonte: objeto ou fonte causadora da leso (ANEXO); Leso: natureza da leso decorrente do AT (ANEXO); Tratamento: tempo provvel (em dias) de tratamento registrado pelo mdico que atendeu o servidor. A varivel foi agrupada em: sem tratamento, 1 a 7 dias, 8 a 15 dias, 16 a 30 dias, 31 a 60 dias, 61 a 91 dias e mais de 90 dias; Afastamento: tempo provvel (em dias) de afastamento registrado pelo mdico que atendeu o servidor, sendo a varivel agrupada da mesma forma que a relativa a tratamento.
Alm das variveis apresentadas neste relatrio, foram solicitadas ao SIRH outras, no fornecidas. Dessa forma, variveis importantes na anlise de AT, como: idade do servidor, tempo de servio, turno de trabalho, carga de trabalho diria e semanal, gravidade do acidente e CID, no puderam ser consideradas no estudo.
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3.4. Anlise estatstica Inicialmente foram realizadas reviso, reestruturao e categorizao das
informaes fornecidas. Aps, foram realizadas anlises univariadas com a apresentao dos AT em freqncias absolutas e relativas. Para as diferenas entre propores foi utilizado o teste do quiquadrado, sendo considerados estatisticamente significantes os resultados com valores de p 0,05. Para a anlise dos dados, utilizou-se o aplicativo Epi-Info verso 6.0.
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4. RESULTADOS
So mostrados nos resultados os aspectos gerais da distribuio dos AT, os dados referentes aos servidores acidentados, s atividades realizadas pelos servidores (instituies, setores, ocupaes etc.) e s ocorrncias dos AT.
necessrio destacar que para cada varivel analisada os valores referentes categoria no informado (NI) foram excludos das anlises estatsticas. Entretanto, permanecem nas tabelas para ilustrar a proporo de informaes perdidas. 4.1. Caractersticas gerais O total de notificaes includo no estudo foi de 1926 AT, fornecido pela SIRH. Embora a CEAT tenha sido introduzida em 1996, foram encontradas 7 notificaes de AT ocorridos anteriormente quela data, que tambm fizeram parte das anlises: 1 em 1980, 1 em 1985, 1 em 1990, 1 em 1991, 2 em 1992 e 1 em 1994.
No grfico 1 mostrada a distribuio dos casos notificados no perodo entre 1997 e 2005. Porm, cabe ressaltar que, alm desses, tambm foram analisados 12 AT do segundo semestre de 1996 e 150 do primeiro semestre de 2006.
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Os dados apresentados no grfico 1 no representam a incidncia1 das notificaes. Entretanto, acredita-se que o nmero de servidores sofreu pouca modificao ao longo do perodo estudado, mostrando-se esses achados condizentes com tendncia ascendente de AT em Santa Catarina.
Do total de AT notificados no perodo estudado, grande parte (85,27%) foi classificada como tpico, seguida dos acidentes de trajeto (12,37%) e das doenas profissionais (2,05%).
A tabela 1 mostra a distribuio dos AT quanto a sua classificao.
Tabela 1. Distribuio dos AT quanto a sua classificao. Tipo de AT n %
Tpico 1581 85,27 Trajeto 235 12,67 Doena 38 2,05 NI* 72 3,74
*Valores de NI excludos da anlise.
Desses AT, 114 (35 tpico e 79 de trajeto) tiveram registro policial. Dos 35 registros referentes a AT tpicos, 10 foram decorrentes de agresso fsica, 15 de batidas em objetos (o indivduo bate em objeto ou o objeto bate no indivduo), 5 de quedas e 5 no especificados (NI); desses 5 resultaram em bitos. A Tabela 2 mostra a distribuio descrita.
1 Coeficiente de Incidncia a razo entre o nmero de casos novos de uma doena que ocorre em uma
coletividade, em um intervalo de tempo determinado, e a populao exposta ao risco de adquirir referida
doena no mesmo perodo (Rouquayrol e Almeida Filho, 1999).
Grfico 1. Distribuio dos ATs no perodo entre 1997 e 2005.
15,6515,31
10,13 9,96
11,7813,1513,2
6,43
4,38
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
%
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Tabela 2. Proporo de registro policial para cada tipo de AT. Com registro
policial Sem registro
policial NI*
n % n % n % Tpico 35 2,23 1534 97,77 12 0,76 Trajeto 79 34,05 153 65,95 3 1,28 Doena 0 0 36 100 2 2,78
*Valores de NI excludos da anlise.
4.2. Caractersticas dos acidentados A populao total estudada foi composta por 1510 servidores, sendo 365 (24,17%) do sexo masculino e 1144 (75,76%) do sexo feminino. A maior proporo de acidentados possui 2 grau completo (47,02%) e casada (56,95%). A Tabela 3 mostra a distribuio das variveis escolaridade e estado civil, estratificadas por sexo.
Tabela 3. Distribuio das variveis escolaridade e estado civil por sexo nos acidentados com notificao na CEAT. Homens Mulheres n % n % p Escolaridade 1 grau incompleto 79 22,70 116 10,56
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casados (73,39%) significativamente maior que a de mulheres. Em anlise separada, observa-se diferena significativa nos valores de NI entre os sexos (Tabela 3).
4.2.1. Nmero de notificaes de AT por servidor A Tabela 4 mostra o nmero de AT notificados por servidor. A grande maioria sofreu (1) um acidente. Entretanto, esse nmero chegou a 7 (sete) em dois casos.
Tabela 4. Nmero de notificaes de AT por servidor. Nmero de notificaes
n %
1 1223 80,99 2 207 13,71 3 56 3,71 4 8 0,53 5 11 0,73 6 3 0,20 7 2 0,13
4.3. Caractersticas das atividades e dos locais de ocorrncia dos acidentes Para caracterizar o local de ocorrncia do AT foi realizada inicialmente a distribuio dos acidentes entre as Secretarias e outros rgos do Estado (tabela 5). Essa distribuio mostra concentrao significativa das notificaes na Secretaria do Estado da Sade (SES), seguida pela Secretaria de Segurana Pblica (SSP) e pela Secretaria Estadual da Educao (SEE).
Tabela 5. Distribuio dos AT entre as Secretarias do Estado. n %
Secretaria da Sade 1743 90,50 Secretaria de Segurana Pblica 63 3,29 Secretaria da Educao 50 2,60 DER 21 1,09 Deinfra 9 0,47 Secretaria de Administrao 8 0,41 Secretaria do Estado da Fazenda 6 0,31 Fundao Catarinense de Educao Especial 5 0,26 Administrao do Porto de So Francisco 3 0,16 Secretaria da Justia 3 0,16 Secretaria do Desenvolvimento Social Trabalho e Renda 2 0,10 Procuradoria Geral do Estado 2 0,10 FATMA 2 0,10
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UDESC 2 0,10 Secretaria de Agricultura 2 0,10 IPESC 2 0,10 DTER 1 0,05 DEOH 1 0,05 Secretaria de Desenvolvimento Social da Famlia 1 0,05
Em funo desses achados os resultados seguintes sero referentes
Secretaria de Estado de Sade (SES), comparando, por vezes, aos encontrados para as demais Secretarias.
4.3.1. Instituies de ocorrncia do AT
Em se tratando das instituies da SES, observa-se maior proporo de acidentes no Hospital Regional Homero de Miranda Gomes (22,71%), localizado em So Jos, seguido do Hospital Geral e Maternidade Tereza Ramos (13,56%), localizado em Lages e da Maternidade Carmela Dutra (9,04%), localizada em Florianpolis (Tabela 6).
Tabela 6. Distribuio dos AT entre as instituies da SES. n %
Hospital Regional Homero de Miranda Gomes 382 22,71 Hospital Geral e Maternidade Tereza Ramos 228 13,56 Maternidade Carmela Dutra 152 9,04 Hospital Governador Celso Ramos 119 7,07 Hospital Nereu Ramos 117 6,96 Hospital Regional Hans Dieter Schmidt 114 6,78 Hospital Colnia Santana 96 5,71 Hospital Miguel Couto 90 5,35 Hospital Infantil Joana de Gusmo 86 5,11 Instituto de Cardiologia 70 4,16 Maternidade Dona Catarina Kuss 64 3,80 HEMOSC 52 3,09 Maternidade Darcy Vargas 31 1,84 CEPON 25 1,49 Hospital Florianpolis 22 1,31 Associao Santa Catarina de Reabilitao 12 0,71 Hospital Santa Tereza de Dermatologia Sanitria 12 0,71 Laboratrio Central de Sade Pblica 10 0,60 NI* 61 3,50
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis.
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4.3.2. Municpio e regio de ocorrncia do AT Do total de acidentes ocorridos na SES (1743), 85,83% podem ser
classificados como tpicos, 178 (10,21%) como de trajeto e 19 (1,09%) como doenas profissionais. Dessa forma, ao se agrupar os acidentes tpicos e as doenas pode-se indicar a localizao da ocorrncia desses AT. Do total de 1515 acidentes (tpicos e doenas profissionais) foram excludos 42 NI e os ocorridos no Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC) (48 casos), j que o Centro possui instalaes em Florianpolis, Joinville, Lages e Chapec.
A tabela a seguir mostra a distribuio dos AT por municpio de Santa
Catarina. Observam-se maiores propores de AT nas cidades de So Jos e Florianpolis (Tabela 7).
Tabela7. Distribuio dos AT por municpio.
Cidades n % So Jos 491 34,46 Florianpolis 462 32,42 Lages 208 14,60 Joinville 131 9,19 Ibirama 78 5,47 Mafra 55 3,86
Agrupando-se os AT por regio do Estado temos maior proporo na
grande Florianpolis, com 66,88% do total de AT seguido do planalto serrano, com 14,60%, Norte do Estado, com 13,05% e vale do Itaja, com 5,47% (Quadro 2). Quadro2. Distribuio dos AT por regio de Santa Catarina
Norte (13,05%, n=186) Oeste (0) Vale do Itaja (5,47%, n= 78) Planalto Serrano (14,60%, n= 208) Gr. Florianpolis (66,88%, n=953) Sul (0)
4.3.3. Setores de ocorrncia dos AT
A Tabela 8 apresenta a distribuio das AT entre os setores das instituies da SES. Alguns desses tiveram propores pequenas quando comparados aos demais. Entretanto, fazem parte das anlises devido relevncia de cada acidente.
186
78
208 953
0
0
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Tabela 8. Distribuio dos AT entre os setores das instituies da SES.
n % Enfermaria 447 25,94 Servio de Nutrio e Diettica
151 8,76
Centro cirrgico 150 8,71 Emergncia 129 7,49 Higienizao e limpeza 129 7,49 Unidade de terapia intensiva
100 5,80
Berrio 92 5,34 Centro obsttrico 65 3,77 Ambulatrio 60 3,48 Setor administrativo 54 3,13 Centro de esterilizao 46 2,67 Manuteno 37 2,15 Lavanderia 36 2,09 Portaria/Recepo 29 1,68 Radiologia 29 1,68 Laboratrio 29 1,68 Banco de sangue 22 1,28 Costura/Rouparia 21 1,21 Farmcia 18 1,04 Sala de coleta de sangue 16 0,93 Setor de exames 16 0,93 Transporte 11 0,65 Banco de leite 9 0,52 Caldeira 6 0,35 Servio social 6 0,35 Isolamento 4 0,23 Setor de hemodilise 4 0,23 Quimioterapia 2 0,12 Massoterapia 1 0,06 Medicina nuclear 1 0,06 Padaria 1 0,06 Seg. e medicina do trab. 1 0,06 Triagem 1 0,06 NI* 20 1,15
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis.
Observa-se atravs da tabela 8 maior proporo de AT no setor de
Enfermaria (25,94%). Em seguida, setores voltados para a ateno e cuidado de pacientes como Centro cirrgico (8,71%), Emergncia (7,49%) e setores de apoio, como Servio de Nutrio e Diettica (SND) (8,76%) e Higienizao e limpeza (7,49%) aparecem com distribuio semelhante.
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4.3.4. Ocupaes dos servidores acidentados A Tabela 9 mostra a distribuio dos AT por ocupao do servidor. Nela observa-se maior proporo de acidentes envolvendo AAS ll (29,67%), seguidos de ASG (20,85%) e de Servidores em atividades de sade (17,86%). As menores propores de AT esto entre as ocupaes de nvel superior (Tabela 9).
Tabela 9. Distribuio dos AT entre as ocupaes estudadas. n %
AAS ll 515 29,67 ASG 362 20,85 Servidores em atividade de sade
310 17,86
TAS 218 12,56 ART ll 89 5,13 Enfermeiro 82 4,72 Servidores em atividade administrativa
75 4,32
Mdico 57 3,28 Motorista 9 0,52 Bioqumico 6 0,35 Fisioterapeuta 3 0,17 Assistente social 3 0,17 Odontlogo 2 0,11 Pedagogo 1 0,06 Nutricionista 1 0,06 Farmacutico 1 0,06 Administrador 1 0,06 Terapeuta ocupacional 1 0,06 NI* 7 0,04
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis.
Para melhor visualizao da distribuio dos AT entre os setores e
ocupaes sero apresentadas a seguir as ocorrncias de AT entre os setores para as ocupaes mais notificadas:
- Agente de atividade de sade II: a Tabela 10 mostra a distribuio dos AAS II acidentados entre os setores das instituies da SES. Como as principais atividades do AAS ll envolvem cuidados diretos com os pacientes os setores de maiores propores so aqueles responsveis por essas atividades. Entretanto, so observados alguns casos de AT em outros locais, como setor de transporte e costura/rouparia.
Tabela 10. Distribuio dos AAS ll acidentados por setor. n % Enfermaria 220 43,22 Centro cirrgico 62 12,18
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Emergncia 48 9,43 UTI 33 6,48 Berrio 28 5,50 Ambulatrio 24 4,71 Centro de esterilizao 20 3,93 Centro obsttrico 18 3,54 Laboratrio 12 2,36 Setor de exames 8 1,56 Radiologia 7 1,37 Setor administrativo 6 1,18 Banco de sangue 5 0,98 Banco de leite 4 0,79 Isolamento 4 0,79 Portaria/recepo 3 0,59 Sala de coleta de sangue
2 0,39
Costura/Rouparia 1 0,20 Seg. e medicina do trab. 1 0,20 Setor de hemodilise 1 0,20 Transporte 1 0,20 Triagem 1 0,20 NI* 6 1,16
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis.
-Agente de servios gerais: a Tabela 11 apresenta a distribuio dos ASG acidentados entre os setores notificados. Observa-se maior proporo nos setores de Higienizao e limpeza (35,45%), seguido do SND (27,90%) e Lavanderia (9,94%).
Tabela 11. Distribuio dos ASG acidentados por setor. n % Higienizao e limpeza
128 35,45
SND 101 27,98 Lavanderia 36 9,97 Portaria/Recepo 20 5,54 Costura/Rouparia 15 4,16 Manuteno 12 3,33 Ambulatrio 7 1,94 Enfermaria 7 1,94 Centro de esterilizao
5 1,38
Emergncia 5 1,38 Farmcia 5 1,38 Centro cirrgico 4 1,11 UTI 4 1,11 Centro obsttrico 3 0,83
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Laboratrio 3 0,83 Radiologia 2 0,55 Setor administrativo 1 0,28 Berrio 1 0,28 Banco de sangue 1 0,28 Banco de leite 1 0,28 NI* 1 0,28
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis - Servidor em atividade de sade: a Tabela 12 destaca a distribuio dos
servidores da categoria Servidores em atividade de sade entre os setores das instituies da SES. Enfermagem (34,97%), Centro cirrgico (15,03%) e Berrio (13,07%) aparecem como setores de maiores propores de AT entre essa categoria de servidores.
Tabela 12. Distribuio dos servidores acidentados classificados na categoria Servidores em atividade de Sade por setor. n % Enfermaria 107 34,97 Centro cirrgico 46 15,03 Berrio 40 13,07 UTI 23 7,52 Centro obsttrico 22 7,19 Emergncia 16 5,23 Centro de esterilizao
14 4,57
Banco de sangue 8 2,61 Sala de coleta de sangue
6 1,96
Ambulatrio 5 1,63 Laboratrio 4 1,30 Radiologia 4 1,30 Setor de exames 3 0,98 Banco de leite 2 0,66 Portaria/recepo 2 0,66 Setor de hemodilise 1 0,33 Setor administrativo 1 0,33 Quimioterapia 1 0,33 Farmcia 1 0,33 NI* 4 1,29
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis.
- Tcnico de atividades de sade: a Tabela 13 mostra a distribuio dos TAS acidentados entre os setores das instituies da SES. Destaque para o setor de enfermaria (32,26%).
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Tabela 13. Distribuio dos TAS acidentados por setor. n % Enfermaria 70 32,26 UTI 23 10,60 Emergncia 21 9,68 Berrio 18 8,29 Centro cirrgico 17 7,83 Ambulatrio 11 5,07 Radiologia 10 4,61 Banco de sangue 8 3,69 Setor administrativo 7 3,22 Setor de coleta de sangue
7 3,22
Laboratrio 5 2,30 Centro obsttrico 4 1,84 Farmcia 4 1,84 Setor de exames 4 1,84 Setor de hemodilise 2 0,91 Portaria/recepo 1 0,45 Medicina nuclear 1 0,45 Massoterapia 1 0,45 Manuteno 1 0,45 Centro de esterilizao
1 0,45
Banco de leite 1 0,45 NI* 1 0,46
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis. - Artfice ll: a Tabela 14 demonstra a distribuio dos ART ll entre os setores estudados. Destaque para o SND, com 50% das notificaes, o que demonstra grande proporo de cozinheiros entre esses servidores.
Tabela 14. Distribuio dos ART ll acidentados por setor. n % SND 44 50 Manuteno 24 27,27 Caldeira 6 6,82 Costura/rouparia 4 4,54 Centro cirrgico 2 2,27 Enfermaria 2 2,27 Radiologia 2 2,27 Ambulatrio 1 1,14 Centro de esterilizao
1 1,14
Higiene e limpeza 1 1,14 Padaria 1 1,14 NI* 1 1,12
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis.
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- Enfermeiros: a Tabela 15 mostra a distribuio dos Enfermeiros acidentados entre os setores estudados. Nota-se grande proporo no setor de Enfermaria (32,50%), seguido do setor de emergncia (18,75%) e da UTI (12,50%).
Tabela 15. Distribuio de enfermeiros acidentados por setor. n % Enfermaria 26 32,50 Emergncia 15 18,75 UTI 10 12,50 Centro obsttrico 6 7,50 Centro cirrgico 5 6,25 Centro de esterilizao
5 6,25
Ambulatrio 4 5,00 Berrio 4 5,00 Setor administrativo 3 3,75 Quimioterapia 1 1,25 Sala de coleta de sangue
1 1,25
N I* 2 2,50 *Os valores NI foram excludos da anlise das variveis.
- Servidor em atividade administrativa: na Tabela 16 apresentada a
distribuio das ocupaes agrupadas na varivel Servidor em atividade administrativa por setor estudado. Destaque para o Setor administrativo (41,33%).
Tabela 16. Distribuio de servidores acidentados classificados na categoria Atividade Administrativa por setor. n % Setor administrativo 31 41,33 Emergncia 8 10,67 Enfermaria 8 10,67 Farmcia 6 8,00 SND 5 6,67 Radiologia 4 5,33 UTI 3 4,00 Portaria/recepo 3 4,00 Servio social 2 2,67 Centro obsttrico 2 2,67 Ambulatrio 1 1,33 Banco de leite 1 1,33 Centro cirrgico 1 1,33
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- Mdicos: a Tabela 17 descreve a distribuio dos mdicos acidentados entre os setores estudados. Destaque para os setores de Emergncia (25,45%), Centro cirrgico (23,64%) e Centro obsttrico (18,18%).
Tabela 17. Distribuio de mdicos acidentados por setor. n % Emergncia 14 25,45 Centro cirrgico 13 23,64 Centro obsttrico 10 18,18 Ambulatrio 6 10,91 Enfermaria 5 9,09 UTI 3 5,45 Setor administrativo 2 3,64 Berrio 1 1,82 Setor de exames 1 1,82 NI* 2 3,51
*Os valores NI foram excludos da anlise das variveis. 4.3.5. Turno de ocorrncia do AT
Comparando-se a SES com outras instituies do Estado nota-se distribuio semelhante dos AT entre os turnos de trabalho, sendo a maior concentrao no turno matutino (49,20%). Entretanto, observa-se diferena significativa entre a ocorrncia de AT no turno noturno 2 da SES (8,80%) e das outras Secretarias (1,93%). O fato pode ser explicado pelas caractersticas da organizao do trabalho nessas instituies. Na SES comum o trabalho em turnos, incluindo o noturno, em grande parte das instituies, fato que geralmente no ocorre nas demais Secretarias, como se v na Tabela 18.
Tabela 18. Distribuio dos AT em turnos de trabalho.
SES Outras Secretarias n % n % p
Matutino 833 49,20 73 47,10 0,67 Vespertino 524 30,95 57 36,78 0,16 Noturno 1 187 11,05 22 14,19 0,28 Noturno 2 149 8,80 3 1,93
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Tabela 19. Distribuio dos AT por nmero de horas trabalhadas antes da ocorrncia.
SES Outras Secretarias n % n % p
01:59 176 11,96 23 23,71
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Transitar fora do horrio de trabalho
4 0,22 9 5,00 --
Executar servio de manuteno predial
3 0,16 1 0,56 --
Trabalhar no escritrio 3 0,16 0 0 -- NI* 11 0,63 3 1,64 -- *Os valores NI foram excludos da anlise das variveis.
4.4.2. Agente causador
A maioria dos acidentes causada por objetos mdicos hospitalares prfuro cortantes e outros (56,32%) na SES, enquanto nas outras Secretarias o veculo (39,20%) aparece como o maior agente causador de AT, como se nota na Tabela 21.
Tabela 21. Distribuio do agente causador do AT.
SES Outras Secretarias
n % n % P Instrumento mdico hospitalar-seringa/agulha
492 32,37 0 0 --
Instrumento mdico hospitalar - outro
364 23,95 0 0 --
Pessoa 106 6,97 14 11,2 0,08 Piso 105 6,91 20 16,00 0,07 Mquina/equipamento 90 5,92 10 8,00 0,35 Veculo 73 4,80 49 39,20
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4.4.3. Objeto ou fonte causadora da leso A parte pontiaguda ou afiada de objeto aparece como principal fonte causadora de leso no momento do AT entre os servidores da SES. Sobressai maior proporo de instrumentos prfuro-cortantes. J para as demais Secretarias painel, parte externa de veculos e piso so os objetos de maior destaque, como se observa na Tabela 22. Tabela 22. Distribuio do objeto ou fonte causadora da leso.
SES Outras Secretarias
n % n % p Parte pontiaguda ou afiada do objeto
851 56,96 2 1,98
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significativamente mais vezes entre os servidores de outras instituies quando comparada encontrada na SES, como se v na Tabela 23.
Tabela 23. Distribuio do tipo ou forma de contato do objeto ou fonte causadora da leso e o servidor. SES Outras Secretarias n % n % p Batida contra objeto 1028 63,49 47 32,87
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Queimadura 38 2,33 2 1,50 0,76 Distenso 22 1,35 2 1,50 0,81 Leso por agente ergonmico 18 1,10 1 0,75 0,95 Leso/contato por agente qumico
17 1,04 0 0 0
Leso/contato/intoxicao por fungo e bactria
14 0,86 0 0 0
Luxao 14 0,86 2 1,50 0,78 Esmagamento 8 0,49 2 1,50 -- Leso por agente fsico (frio/calor)
7 0,43 0 0 0
Choque eltrico 5 0,31 1 0,75 -- Hrnia de esforo 4 0,24 1 0,75 -- Ruptura 4 0,24 3 2,28 -- NI* 110 6,31 50 27,32
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Tabela 26. Distribuio do tempo de tratamento decorrente do AT. SES Outras Secretarias
n % n % p 0 1506 86,40 167 91,26 0,06 1 7 109 6,25 1 0,55 90 6 0,35 5 2,73
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5. DISCUSSO
O objetivo deste estudo foi apresentar dados que auxiliem na produo de conhecimentos sobre os acidentes de trabalho entre os servidores pblicos do Estado de Santa Catarina, em especial os lotados na SES. Para as anlises foram utilizadas informaes contidas na CEAT - formulrio introduzido pela GESAS no segundo semestre do ano de 1996 - totalizando 1926 notificaes de AT. Caractersticas gerais
- Foi encontrada tendncia ascendente de AT no perodo analisado (entre 1997 e 2005) entre os servidores pblicos estaduais de Santa Catarina. Esse achado vai de encontro tendncia levantada por outros pesquisadores: Wnsch Filho (1999) e Cordeiro et. al (2006) destacam declnio significativo da incidncia de AT nas ltimas dcadas no Brasil, sendo que a incidncia evoluiu de 16,7% em 1970 para 1,7% em 2000, entre os trabalhadores segurados pela Previdncia Social. Santana, Nobre e Valdvogel (2005) tambm apontam para reduo discreta da incidncia de AT no pas no perodo entre 1994 e 2004. J Cordeiro et. al (2006) encontraram diminuio no nmero de AT entre 1997 e 2002 em trabalhadores formais e informais no municpio de Botucatu, So Paulo.
- Quanto classificao dos AT, o acidente tpico foi o mais encontrado (85,27%). Caracterstica tambm destacada em outros estudos (Santana, Nobre e Valdvogel, 2005). Entretanto, segundo Wnsch Filho (1999) entre 1970 e 1995, os acidentes de trajeto aumentaram proporcionalmente de 1,3% para 7,3%, enquanto os acidentes tpicos tiveram participao reduzida de 98,7% para 92,7%, no Brasil. J em relao s doenas ocupacionais notificadas, destaca-se a baixa proporo encontrada em momento de tendncia ascendente entre os trabalhadores de modo geral, no pas. Esse fato pode estar retratando a falta de conhecimento sobre as relaes de nexo epidemiolgico ou causal entre trabalhadores e gestores, no Estado de Santa Catarina. Caractersticas dos acidentados - A maioria dos acidentados do sexo feminino, possui 2 grau completo e casada. Outras pesquisas divergem quanto a esse aspecto. Cordeiro et. al (2006) e igualmente Wnsch Filho (1999) encontraram incidncias de AT trs vezes maiores entre trabalhadores do sexo masculino. Por outro lado, grande proporo dos acidentados do presente estudo ento lotados na SES e entre 1997 e 1999 a mdia de servidores efetivos situava-se em 87.665 trabalhadores, sendo que 63,40% desses eram do sexo feminino, fato que poderia justificar esses resultados (Simoni, 2004). Neves e Souza (1998) e Souza (2000) afirmam, tambm, que a maioria significativa dos AT na rea da sade ocorrem entre trabalhadores do sexo feminino (Simoni, 2004).
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Caractersticas das atividades e dos locais de ocorrncia dos acidentes As maiores propores de AT concentraram-se na SES (90,5%). Embora pequenas, as propores da SSP (3,27%) e da SEE (2,6%) aparecem em 2 e 3 lugar.
Campos (2006) destaca algumas especificidades do trabalho relacionadas carga e sobrecarga de tarefas nessas Secretarias:
- na Sade: o trabalho realizado em turnos; h presso do tempo, elevada responsabilidade em salvar vidas humanas, alm de riscos de contaminao bacteriolgica/vrus;
- na Segurana Pblica: a natureza da tarefa envolve violncia, riscos para
a prpria vida ou integridade fsica; - na Educao: exige permanente e intenso autocontrole emocional do
professor, desgaste na execuo da tarefa e jornadas prolongadas.
Quanto s caractersticas e condies de trabalho nas instituies de sade, Alam et al (2005) partiram da idia de que todo paciente representa risco em potencial e que, devido a isso, os trabalhadores da sade devem estar sempre preparados para agir com proteo e segurana no ambiente de trabalho. Entretanto, destaca que o conhecimento dos trabalhadores a respeito de situaes de risco, como o contato com materiais prfuro-cortantes e fluidos biolgicos, encontra-se enfraquecido.
J para Guimares et. al (2005), durante a assistncia ao paciente, os trabalhadores esto expostos a inmeros riscos ocupacionais causados por fatores qumicos, fsicos, mecnicos, biolgicos, ergonmicos e psicossociais, que podem ocasionar as doenas ocupacionais e os acidentes de trabalho. Dessa forma, agruparam variveis estudadas em fatores de risco e de proteo. Entre as variveis de risco esto: diviso insatisfatria de tarefas, especialmente entre a equipe de auxiliares, gerando mecanizao do trabalho e ocupao total da carga horria durante a jornada de trabalho. J as variveis de proteo compreendem: realizao de pausas durante o servio, disponibilidade de equipamento de proteo individual (EPI) e compatibilidade da atividade exercida com o nvel de formao (Guimares et. al, 2005). - Quanto distribuio dos AT em regies de Santa Catarina, observou-se grande concentrao em regies prximas aos rgos de notificao da SEA, o que pode estar evidenciando subnotificao devido a acesso dificultado ou ao desconhecimento do processo de notificao (CEAT). - Quanto aos setores e ocupaes, a maior proporo de AT ocorreram nas enfermarias e entre os Auxiliares de Atividades de Sade ll, no turno matutino e nas primeiras horas de trabalho.
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Oliveira e Murofuse (2001) apontam alguns riscos inseridos no ambiente e na organizao do trabalho em ocupaes da sade: - servio de enfermagem: contato com substncias, compostos ou produtos qumicos em geral, risco biolgico permanente, esforo fsico, levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, trabalho noturno, situaes causadoras de estresse psquico, na maioria das vezes arranjo fsico inadequado, materiais inadequados ou defeituosos, iluminao inadequada; - auxiliares de limpeza: contato com substncias nocivas, compostos ou produtos qumicos em geral, risco biolgico permanente, esforo fsico, levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, trabalho noturno, situaes causadoras de estresse psquico, na maioria das vezes arranjo fsico inadequado, materiais inadequados ou defeituosos, iluminao inadequada, contato com lixo hospitalar; - auxiliares de lavanderia: contato com substncias nocivas, compostos ou produtos qumicos em geral, risco biolgico permanente, esforo fsico, levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, trabalho noturno, situaes causadoras de estresse psquico, na maioria das vezes arranjo fsico inadequado, materiais inadequados ou defeituosos, iluminao inadequada; - pessoal de cozinha e copa: exposio ao calor, trabalho noturno, mquinas e equipamentos sem proteo, arranjo fsico inadequado, materiais inadequados ou defeituosos, probabilidade de incndio ou exploso; - auxiliares de costura: postura inadequada, monotonia e repetitividade, iluminao inadequada; - auxiliar de farmcia e almoxarifado: levantamento de peso, postura inadequada, arranjo fsico inadequado; -servios de escritrio (recepcionista, secretria, auxiliar de escritrio, digitador, office-boy, escriturrio, etc.): iluminao deficiente, postura inadequada, leses por esforos repetitivos - L.E.R., monotonia e repetitividade; - tcnicos de RX: exposio radiao.
Caractersticas dos acidentes O agrupamento das variveis relacionadas ao AT mostra maiores propores de acidentes ocorridos durante a execuo de tarefas inerentes ao cargo, ou seja, do cotidiano dos servidores. As maiores causas so as batidas em parte pontiaguda ou afiada de instrumentos prfuro-cortantes, causando leses como perfuraes nos membros superiores. J nas outras Secretarias os AT ocorrem em sua maioria durante a execuo de atividades inerentes ao cargo, sendo causados por batida em painel de veculos e acarretando fraturas em cabea e pescoo e membros inferiores e superiores.
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Para Marziale e Rodrigues (2002) o maior risco para os trabalhadores da rea da sade o acidente com material prfuro-cortante, no pelas leses, mas pelas exposies aos agentes biolgicos veiculados pelo sangue e secrees corporais, principalmente o HIV e HBV, que esto presentes nos objetos causadores.
J a prpria caracterstica da rotina dos trabalhadores da sade, expe os
membros superiores e principalmente as mos a eventuais acidentes, sejam eles com materiais prfuro-cortantes ou luxaes, quebra, tendinites ou doenas ocupacionais (Marziale e Rodrigues, 2002).
Em relao aos fatores predisponentes dos AT com materiais prfuro
cortantes, o reencape de agulhas, a inadequao dos dispositivos utilizados para descarte e o manuseio de agulhas foram os principais fatores identificados por Marziale e Rodrigues (2002). Uma srie de outros fatores, no entanto, so atribudos como predisponentes ocorrncia de acidentes de trabalho dessa natureza tais como: situaes de urgncia, a falta de capacitao dos profissionais, sobrecarga de trabalho, fadiga, transporte de material prfuro cortante, m qualidade dos materiais, desconhecimento dos profissionais sobre os riscos de infeco, e a desconsiderao das precaues padro recomendadas (Marziale e Rodrigues, 2002).
- Observaram-se ainda, entre os servidores da SES, tratamentos e
afastamentos em perodos curtos. O fato poderia justificar grande percentual de AT leves. Entretanto, a categoria sem afastamento e sem tratamento poderia estar superestimada, j que a falta de preenchimento poderia gerar o 0 (zero) na digitao dos dados, assim como no sistema gerado.
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6. LIMITAES DO ESTUDO
Este estudo, gerado por demanda da Secretaria de Administrao do
Estado e do sindicato dos servidores da sade (Sindsade), representa proposta inicial de anlise de dados arquivados na Secretaria da Administrao. Entretanto, encontrou diversas limitaes em sua trajetria. Entre elas, a maneira como a CEAT foi construda e divulgada entre os servidores, o que gerou falhas em seu preenchimento, na digitao dos dados e na elaborao do banco de dados, por parte da rea de Recursos Humanos (RH). Dessa forma, muitas informaes foram perdidas ou excludas das anlises das variveis.
Outra limitao diz respeito ao indicador e interpretao dos resultados
do estudo. Em epidemiologia, a anlise de dados realizada com base em comparaes; dessa forma, nmeros absolutos no traduzem a magnitude de eventos, sendo necessrio o conhecimento do tamanho das populaes ou dos grupos estudados. Fato que no ocorreu neste estudo, pois no foi fornecido o nmero de servidores do Estado, assim como o de servidores por varivel estudada, o que impossibilitou o levantamento da incidncia dos acidentes e de medidas de efeito (Risco relativo). Portanto, os dados no refletem o risco de ocorrncia de AT entre as variveis, mas a graduao da distribuio dos acidentes entre elas.
A trajetria desta pesquisa contou ainda com a falta da possibilidade de
comunicao entre a pesquisadora e os analistas de sistemas, o que gerou perda significativa de informaes. Alm desse fato, o tempo para a anlise dos dados foi prejudicado, devido ao atraso das informaes fornecidas (foi feito o pedido dos dados no incio do ms de setembro e foram entregues somente no final de outubro).
Quanto ao formulrio CEAT, suas maiores limitaes encontram-se na
caracterizao dos AT, onde se acredita que a diviso realizada para retrat-lo pode causar distores e falta de preenchimento durante a notificao. Assim, os digitadores da GESAO que acabam classificando o AT, com base em algumas informaes presentes.
Sugere-se, portanto, a reformulao da CEAT no que tange s
informaes sobre as caractersticas do AT (codificao), incluindo-se cdigos referentes s doenas ocupacionais (praticamente inexistentes no formulrio).
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7. CONSIDERAES FINAIS
Os resultados obtidos atravs desta pesquisa permitem as seguintes concluses: A quase totalidade dos AT notificados junto a Secretaria de Estado da administrao referem-se aos servidores da Secretaria de Estado da Sade.
Esse achado pode estar retratando atividades e ocupaes de risco, mas, por outro lado, salientando tambm um grupo de trabalhadores mais informados sobre a possibilidade de notificao de AT, quando comparados aos demais servidores do Estado.
Apesar das grandes propores encontradas, pode-se levantar a hiptese de subnotificaes tambm entre os servidores da sade, sendo essas, determinadas entre outros aspectos, pela localizao da instituio onde ocorre o AT.
Quanto s caractersticas dos AT, observou-se a quase predominncia de AT com material prfuro-cortante, entre servidores de nvel escolar secundrio (2 grau completo) e que desenvolvem atividades de ateno e cuidado aos pacientes.
Observou-se que um grande nmero de campos no foram preenchidos ou foram preenchidos de maneira incorreta. Sugere-se que seja revisto todo o banco de dados de tal forma a codificar todas as CEATs. Sugere-se tambm que os setoriais de RH sejam capacitados para codificar os acidentes, cabendo ento a GESAO/SEA apenas a reviso da informao, quando da caracterizao ou no do acidente relacionado ao trabalho. Outra importante sugesto a completa informatizao do procedimento, de tal forma que relatrios gerenciais e estatsticos sejam disponibilizados para consulta em tempo real. Apesar das limitaes encontradas no decorrer do estudo, h um quantitativo interessante de informaes, que a luz de uma leitura prevencionista, possibilita a proposio de farta lista de recomendaes para melhoria nos ambientes de trabalho.
A sade do trabalhador e a epidemiologia ocupacional necessitam dessas informaes para retratar a realidade dos trabalhadores de maneira geral. Assim, espera-se que os dados estatsticos que a SEA dispem possam ser melhor sistematizados, bem como, seu acesso ampliado aos pesquisadores, instituies e servios que tiverem como objetivo a melhora das condies de trabalho em geral.
Espera-se que os resultados deste estudo forneam subsdios para aes voltadas promoo da sade entre os servidores do Estado, principalmente entre os da Secretaria da Sade e para a manuteno dos dados e utilizao dos mesmos pela SEA, sindicatos, comunidade cientfica e trabalhadores em geral.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Alan MM, Cezar-Vaz MR, Almeida T. Educao ambiental e o conhecimento do trabalhador em sade sobre situaes de risco. Cinc. sade coletiva. 2005: 10 (supl.0). Antunes R. Os sentidos do trabalho: Ensaio sobre a afirmao e a negao do trabalho. So Paulo: Boitempo Editorial; 1999. 14p. Campos ICM. Transtornos mentais e comportamentais e caractersticas do trabalho de servidores pblicos estaduais [dissertao]. Florianpolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2006. Cordeiro R, Prestes SCC, Clemente APG, Diniz CS, Sakate M, Donalisto MR. Incidncia de acidentes do trabalho no-fatais em localidades do sudeste do Brasil. Cadernos de Sade Pblica. 2006; 22 (2): 387 393. Guimares BRG, Mauro MYC, Mendes R, Melo AD, Costa TF. Fatores ergonmicos de risco e de proteo contra acidentes de trabalho: um estudo caso-controle. Rev. bras. epidemiol. 2005; 8 (3). Marziale MHP, Rodrigues CM. A produo cientfica sobre os acidentes de trabalho com material perfurocortante entre trabalhadores de enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2002: 10 (4). Mendes R, Dias EC. Sade do trabalhador In: Rouquayrol MZ, Filho NA. Epidemiologia e sade. Rio de Janeiro: Editora Medsi; 1999. p. 431-456. Minayo-Gomez C, Thedim-Costa SMF. Precarizao do trabalho e desproteo social: desafios para a sade coletiva. Cinc. sade coletiva. 1999; 4 (2): 411-421. Oliveira BRG, Murofuse NT. Acidentes de trabalho e doena profissional: estudo sobre o conhecimento do trabalhador hospitalar dos riscos sade de seu trabalho..Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2001; 9 (1). Rouquayrol MZ, Almeida Filho N de. Epidemiologia e Sade. Rio de Janeiro: Editora Medsi; 1999. 570 p. Santa Catarina. Decreto n. 1.456, de 23 de dezembro de 1996. Dispe sobre a assistncia aos servidores pblicos estaduais, em decorrncia de acidentes em servio e doena profissional, nos rgos da administrao direta, autarquias e fundaes do poder Executivo. Dirio Oficial do Estado, Florianpolis, n. 15.581, 23 de dezembro de 1996. Santana V, Nobre L, Waldvogel BC. Acidentes de trabalho no Brasil entre 1994 e 2004: uma reviso. Cinc. sade coletiva, 2005: 10 (4).
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Santana V, Maia AP, Carvalho C, Luz G. Acidentes de trabalho no fatais: diferenas de gnero e tipo de contrato de trabalho. Cad. De Sade Pblica. 2003; 19 (2). Simoni MC. Leses decorrentes de acidente de trabalho em servidores pblicos do Estado de Santa Catarina atuantes na rea da sade, no perodo de jan. de 1997 a dez. de 1999 [dissertao]. Florianpolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2004. Waldvogel BC. Acidentes do trabalho: os casos fatais a questo da identificao e da mensurao. Belo Horizonte: Segrac; 2002. 192 p. Wnsch Filho V. Reestruturao produtiva e acidentes de trabalho no Brasil: estrutura e tendncias. Cad. Sade Pblica. 1999; 19 (1): 41 51. Wnsch Filho V. Variaes e tendncias na morbimortalidade dos trabalhadores. In: Monteiro CA, organizador. Velhos e novos males da sade no Brasil: A evoluo do pas e de suas doenas. 2.ed. So Paulo: Editora Hucitec/ Ncleo de Pesquisas Epidemiolgicas em Nutrio e Sade Nupens. Universidade de So Paulo; 2000. p. 289 348.
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ANEXO - CEAT
45 ESTADO DE SANTA CATARINA
COMUNICAO ESTADUAL DE ACIDENTE DE TRABALHO
CDIGO
RGO
MUNICPIO
LOTAO (SIGLA)
SERVIDOR MATRCULA -
VNCULO
NOME
ENDEREO (RUA E NMERO)
TELEFONE
( )
CARGO
COMPETNCIA / FUNO (*) LOTAO
DATA DE NASCIMENTO / /
ESTADO CIVIL
SEXO
DEPENDENTES
GRAU DE INSTRUO
HORRIO DE TRABALHO DATA DE ADMISSO
/ / MATUTINO
VESPERTINO
HORAS DE TRABALHO SEMANAL
ATIVIDADE QUE EXECUTA
SETOR
DATA
/
ASSINATURA DO SERVIDOR OU RESPONSVEL
ACIDENTE DESCRIO
ENDEREO (RUA E NMERO)
CEP -
BAIRRO
MUNICPIO
UF
HOUVE REGISTRO POLICIAL
[ ] S SIM OU N - NO
TIPO
[ ] 1 - TPICO 2 - TRAJETO 3 - DOENA
DATA
/ /
HORA
OCORREU APS QUANTAS HORAS DE TRABALHO
TAREFA QUE ESTAVA EXECUTANDO
CDIGO
AGENTE CAUSADOR DO AT
CDIGO
TIPO E FORMA DE CONTATO
CDIGO
PARTE DO CORPO ATINGIDA
CDIGO
CDIGO
CDIGO
CDIGO
OBJETO OU FONTE CAUSADORA DAS LESES
CDIGO
NATUREZA DAS LESES
CDIGO
SETORIAL/SECCIONAL DE RECURSOS HUMANOS DATA
/ /
CARIMBO E ASSINATURA
OBSERVAO
(*) A SER UTILIZAD PELOS OCUPANTES DO CARGO DE ANALISTA TCNICO EM GESTO E PROMOO DE SADE DO QUADRO LOTACIONAL DA SES.
MCP-037
46
LAUDO MDICO DIAGNSTICO PROVVEL
DESCRIO DAS LESES CONDIES PATOLGICAS PREEXISTENTES
DURAO PROVVEL DO TRATAMENTO
DIAS
DURAO PROVVEL DO AFASTAMENTO
DIAS
CID
AVALIAO INICIAL DA GRAVIDADE DO ACIDENTE 1 - ACIDENTE LEVE: COM LESO SEM PERDA FUNCIONAL DA PARTE DO CORPO ATINGIDA. 2 - ACIDENTE MODERADO: COM LESO ONDE H PERDA FUNCIONAL DA PARTE DO CORPO ATINGIDA DE FORMA
TEMPORARIA.
[ ] 3 - ACIDENTE GRAVE: COM LESO ONDE H PERDA FUNCIONAL DA PARTE DO CORPO ATINGIDA, PODER PASSAR
DE TEMPORRIO PARA PERMANENTE. 4 - BITO.
DATA
/ /
CARIMBO E ASSINATURA DO MDICO ASSISTENTE
DSAS/SEA PARECER
CARACTERIZADO COMO AT
DATA
/ /
CARIMBO E ASSINATURA DO PERITO
MCP-037
47 INSTRUES PARA PREENCHIMENTO DO FORMULRIO COMUNICAO ESTADUAL DE ACIDENTE DE TRABALHO (MCP-037) CDIGO - registrar o cdigo do rgo de lotao do servidor, conforme a Tabela n 14 do Manual de Anexos. RGO - registrar o nome do rgo de lotao do servidor, conforme a Tabela n 14 do Manual de Anexos. MUNICPIO - registrar o cdigo do municpio de lotao do servidor, conforme a Tabela n 12 do Manual de Anexos. LOTAO (SIGLA) - registrar a sigla da lotao do servidor. SERVIDOR MATRCULA - registrar o nmero da matrcula do servidor, com o respectivo dgito verificador. VNCULO - registrar o nmero do cargo (vnculo) ocupado pelo servidor. NOME - registrar o nome completo do servidor. ENDEREO (RUA E NMERO) - registrar o nome da rua, avenida, praa ou servido e o nmero da residncia do servidor. TELEFONE - registrar o nmero do DDD e do telefone residencial ou mvel do requerente ou para contato. CARGO - registrar o cargo ocupado pelo servidor. LOTAO - registrar a lotao do servidor, conforme Tabela de Lotaes do rgo. DATA DE NASCIMENTO - registrar dia, ms e ano de nascimento do servidor. ESTADO CIVIL - registrar o cdigo que identifica o estado civil do servidor: 1 (solteiro), 2 (casado), 3 (vivo), 4 (separado judicialmente), 5 (divorciado) ou 6 (marital). SEXO - registrar o cdigo que identifica o sexo do servidor: 1 (masculino) ou 2 (feminino). DEPENDENTES - registrar o nmero de dependentes registrados no CRH/SIRH. GRAU DE INSTRUO - registrar o cdigo do grau de instruo do servidor, conforme a Tabela n 03 do Manual de Anexos. DATA DE ADMISSO - registrar dia, ms e ano de admisso do servidor no Estado, conforme a data de publicao do ato no DOE. HORRIO DE TRABALHO - registrar o horrio de incio e trmino do turno de trabalho. HORAS DE TRABALHO SEMANAL - registrar a carga horria semanal. ATIVIDADE QUE EXECUTA - registrar as atividades realmente executadas pelo servidor. SETOR - registrar o local onde o servidor realmente exerce suas atividades. ASSINATURA DO SERVIDOR OU PROCURADOR - o servidor ou procurador data e assina. ACIDENTE DESCRIO - descrever detalhadamente o acidente. ENDEREO (RUA E NMERO) - registrar o nome da rua, avenida, praa ou servido e o nmero do local onde ocorreu o acidente. CEP - registrar o cdigo de endereamento postal do local onde ocorreu o acidente. BAIRRO - registrar o bairro onde est localizado o local do acidente. MUNICPIO - registrar o municpio onde ocorreu o acidente. U.F. - registrar a sigla do Estado da Federao onde ocorreu o acidente. HOUVE REGISTRO POLICIAL - registrar o S (sim) se houve registro policial e N (no) se no houve registro policial. TIPO - registrar o cdigo 1 para tpico (acidente ocorrido no local de trabalho), 2 para trajeto e 3 para doena. DATA DA OCORRNCIA - registrar dia, ms e ano de ocorrncia do acidente. HORA - registrar a hora e os minutos em que ocorreu o acidente. OCORREU APS QUANTAS HORAS DE TRABALHO - registrar o nmero de horas aps o horrio de trabalho em que ocorreu o acidente, considerando, para tanto, a hora de incio do trabalho. TAREFAS QUE ESTAVA EXECUTANDO - registrar a descrio e o cdigo da tarefa que estava executando quando do acidente. 100 - Campo ilegvel ou em branco; 110 - Trabalhando no escritrio; 111 - Trabalhando fora da empresa; 112 - Limpando escritrio/banheiros; 113 - Transitando dentro da empresa; 114 - Transitando de casa para o trabalho; 115 - Transitando do trabalho para casa; 116 - Trabalhando em atividade inerente ao cargo; 117 - Trabalhando em atividade diversa cargo; 118 - Levantando peso manualmente; 119 - Transportando peso manualmente; 120 - Conduzindo veculo;
48 121 - Trabalhando em altura; 125 - Transitar fora do rgo no horrio de trabalho; 199 - Outras tarefas no especificadas. AGENTE CAUSADOR DO AT - registrar a descrio e o cdigo do agente causador do acidente de trabalho. 200 - Campo ilegvel ou em branco; 210 - Mquina ou equipamento; 211 - Ferramenta manual; 212 - Corredor; 213 - Escada/degrau; 214 - Ptio; 215 - Banheiro; 216 - Rua; 217 - nibus; 218 - Caminho; 219 - Automvel/veculo; 220 - Ser vivo; 221 - Instrumento mdico hospitalar, outro; 222 - Instrumento mdico hospitalar, seringa/agulha; 223 - Instrumento mdico hospitalar, bisturi; 224 - piso; 225 - Telhado; 226 - Vidro; 227 - Utenslio de cozinha; 228 - Vesturio/calado; 229 - Objeto colocado no caminho; 230 - Rampa; 231 - Elevador; 232 - Embalagem/recipiente; 233 - Andaime; 234 - Bancada; 235 - Moto; 236 - Combustvel; 237 - Iluminao; 240 - Animal; 241 - Mveis de escritrio; 242 - Planta/vegetal; 243 - Inseto; 299 - Outros agentes no especificado. TIPO E FORMA DE CONTATO - registrar a descrio e o cdigo do tipo e forma de contato. 300 - Campo ilegvel ou em branco; 310 - Impacto da pessoa contra/batida contra (eu bato no objeto); 311 - Impacto sofrido por pessoa/batida por (objeto bate em mim); 312 - Queda de objeto; 313 - Queda de pessoa em mesmo nvel; 314 - Queda de pessoa com diferena de nvel; 315 - Pisada em; 316 - Contato, respingo na mucosa do olho; 317 - Agresso fsica; 318 - Ingesto; 319 - Inalao; 320 - Prensagem entre; 321 - Esforo excessivo/mau jeito; 322 - Contato de pele com 323 - Ao de ser vivo; 324 - Exposio a; 325 - Mordedura; 326 - Picada; 328 - Contato com; 399 - Outros tipos no especificados.
49 PARTE DO CORPO ATINGIDA - registrar a descrio e o(s) cdigo(s) da parte do corpo atingido, conforme a Tabela n 109 do Manual de Anexos. 400 - Campo Ilegvel ou em branco; 410 - Crnio; 411 - Face; 412 - Olho; 413 - Nariz; 414 - Orelha; 415 - Ouvido; 416 - Boca, dentes, lngua; 417 - Pescoo; 418 - Mltiplas loc. cabea/pescoo; 419 - Outras partes cabea/ pescoo; 420 - Peitos; 421 - Costas; 422 - Abdome; 423 - Vsceras Torcicas; 424 - Vsceras Abdominais; 425 - Seio; 428 - Mltiplas Localizadas no tronco; 429 - Outras partes do tronco; 430 - Quadril; 431 - Regio pbica ou pubiana; 432 - rgos genitais; 438 - Mltiplas localizadas na bacia; 439 - Outras partes da bacia; 440 - Ombro; 441 - Brao; 442 - Cotovelo; 443 - Antebrao; 444 - Punho; 445 - Mo; 446 - Dedo do p; 447 - Tendo; 448 - Mltiplas localizadas no membro superior; 449 - Outras partes membro superior; 450 - Regio gltea; 451 - Coxa; 452 - Joelho; 453 - Perna; 454 - Tornozelo; 455 - P; 456 - Dedo do p; 458 - Mltiplas localizadas no membro inferior; 459 - Outras partes membro inferior; 460 - Vrtebra carvical; 461 - Vrtebra torcica ou dorsal; 462 - Vrtebra lombar; 463 - Vrtebra sacra; 464 - Vrtebra coccigea; 465 - Pele e anexos; 466 - pele e anexos; 467 - Sistema e aparelhos; 468 - Mltiplas localizadas na Coluna vertebral; 469 - Outras partes coluna vertebral; 498 - Mltiplas partes do corpo lesionadas; 499 - Outras partes do corpo no especificadas. OBJETO OU FONTE CAUSADORA DAS LESES registrar a descrio e o(s) cdigo(s) do objeto ou fonte causadora das leses, conforme a Tabela n 104 do Manual de Anexos. 500 - Campo ilegvel ou em branco; 510 - Parte da mquina/equipamento; 511 - Parte afiada da ferramenta; 512 - Piso;
50 513 - Degrau de escada; 514 - Depresso, buraco; 515 - Painel do veculo; 516 - Partcula; 517 - Parte pontiaguda ou afiada do objeto (agulha, gilete, etc.); 518 - Obstculo rgido; 519 - Parte externa de veculo; 520 - Telhado; 521 - Sangue humano; 522 - Punhos; 523 - Ps; 524 - Motores; 525 Dentes/boca; 526 - Hlice de ventilador; 527 - Veneno; 528 - Ferro; 530 - Vesturio/calado; 531 - Poeira no siliciosa; 532 - Poeira siliciosa; 533 - Objeto em movimento; 534 - Aerodisperside; 535 - Chama/fogo; 536 - Fumaa/fumo; 537 - Energia; 538 - Gs; 539 - Utenslio de cozinha; 540 - Presso; 541 - Vapor dgua; 542 - Vibrao; 543 - Prego; 544 - Embalagem/recipiente; 559 - Canto vivo, saliente de mvel de escritrio; 560 - Produto qumico; 561 - Agente biolgico; 562 - Rudo; 563 - Temperatura (gua quente ...); 564 - Umidade; 565 - Radiao no ionizante; 566 - Radiao ionizante; 567 - Eletricidade; 568 - Inflamveis; 569 - Explosivos; 599 - Outros objetos/fontes no especificados. NATUREZA DAS LESES - registrar a descrio e o cdigo da natureza das leses. 600 - Campo ilegvel ou em branco; 610 - Amputao, perda de rgo (viso, audio); 611 - Contuso/hematoma; 612 - Corpo estranho; 613 - Distenso; 614 - Entorse/toro; 615 - Escoriao (tira a pele); 616 - Esmagamento; 617 - Ferimento; 618 - Perfurao; 619 - Fratura; 620 - Hemorragia; 621 - Hrnia de esforo; 622 - Leso/contaminao/intoxicao por agente biolgico de origem (sangue ...); 623 - Leso por agente ergonmico; 624 - Leso por agente fsico (frio, calor, rudo); 625 - Leso por intoxicao por agente qumico/produto (cido ...); 626 - Luxao (osso sai fora do lugar); 627 - Queimadura;
51 628 - Traumatismo/trauma; 629 - Leso/contaminao/intoxicao por agente biolgico fungos/bactrias; 630 - Choque eltrico; 631 - Geladura; 632 - Corroso; 635 - Ruptura; 648 - bito; 649 - Incapacidade total ou permanente; 697 - Politraumatismo; 699 - Outra natureza no especificada. OBSERVAES Agulha = 116/221/310/446/517/618 e CID 18769. CID no identificado = 19289. SETORIAL/SECCIONAL DE RECURSOS HUMANOS - o responsvel pelo preenchimento data, carimba e assina. LAUDO MDICO DIAGNSTICO PROVVEL/DESCRIO DAS LESES - o mdico que atendeu o servidor registra detalhadamente as leses. CONDIES PATOLGICAS PREEXISTENTES - o mdico que atendeu o servidor registra, se houver, as condies patolgicas preexistentes. DURAO PROVVEL DO TRATAMENTO - o mdico que atendeu o servidor registra, em dias, a durao provvel do tratamento. DURAO PROVVEL DO AFASTAMENTO DO TRABALHO - o mdico que atendeu o servidor registra, em dias, a durao provvel do afastamento do trabalho. CID o mdico que atendeu o servidor registra o cdigo de acordo com a tabela do CID. AVALIAO INICIAL DA GRAVIDADE DO ACIDENTE - o mdico que atendeu o servidor registra 1 (leve), 2 (moderado), 3 (grave) e 4 (bito). MDICO ASSISTENTE - o mdico responsvel pelo preenchimento data, carimba e assina. DSAS/SEA PARECER - descrever o parecer conclusivo, se houver. CARACTERIZADO COMO AT - registra S para sim e N para no. PERITO RESPONSVEL - o perito responsvel pelo preenchimento data, carimba e assina.
2007