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1 Pesquisa com Seguradoras sobre Divulgação do Risco Climático: RESULTADOS & RECOMENDAÇÕES 2012 Março/2013 Autores da Pesquisa: Sharlene Leurig, Ceres Dr. Andrew Dlugolecki Para mais informações sobre o programa de seguros da CERES, acesse: www.ceres.org/industryinitiatives/insurance

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Pesquisa com Seguradoras sobre Divulgação do Risco Climático:

RESULTADOS & RECOMENDAÇÕES 2012

Março/2013

Autores da Pesquisa: Sharlene Leurig, Ceres Dr. Andrew Dlugolecki

Para mais informações sobre o 

programa de seguros da CERES, acesse: 

www.ceres.org/industry‐initiatives/insurance 

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SOBRE O CERES Ceres é uma organização sem fins lucrativos que defende liderança em sustentabilidade. O Ceres mobiliza uma poderosa rede de investidores, companhias e grupos de interesse público para acelerar e expandir a adoção de práticas e soluções em negócios sustentáveis para construir uma economia global saudável. O Ceres também dirige a Investor Network on Climage Risk (INCR), uma rede de 100 investidores institucionais com ativos coletivos que totalizam mais de $11 trilhões. AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de agradecer aos membros da equipe do Ceres que ofereceram valiosas informações e contribuções para a elaboração deste relatório, incluindo Rebecca Davidson, Peyton Fleming, Andrew Logan, Cynthia McHale e Rowan Spivey. Gostaríamos de agradecer também às seguintes instituições: The Blue Moon Fund, The Kresge Foundation, The Skoll Foundation, The Bullitt Foundation, e The William B. Wiener Jr. Foundation, pelo apoio contínuo a este trabalho. Design gráfico: Patricia Robinson Design. © Copyright 2013: Ceres.

PARA MAIS INFORMAÇÕES, CONTATAR: Sharlene Leurig Gerente Executiva Programa de Seguros Ceres 99 Chauncy Street Boston, MA 02111 [email protected] www.ceres.org

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Índice PREFÁCIO

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SUMÁRIO EXECUTIVO

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CAPÍTULO 1: CONTEXTO 141.1 Um Ambiente de Negócios em Mudança 141.2 Desempenho dos Investimentos 161.3 Incerteza Regulatória e Potencial Aumento de Responsabilidade 171.4 Histórico da Divulgação sobre Seguro Climático 18

CAPÍTULO 2: VISÃO GERAL DA AVALIAÇÃO 21

2.1 Metodologia do Relatório 212.2 Perfil do Segurador 222.3 Desempenho Geral da Seguradora 23

CAPÍTULO 3: GERENCIAMENTO DO RISCO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

26

CAPÍTULO 4: VETORES DE AÇÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS 304.1 Visão Geral 334.2 Análise dos Vetores Internos 374.3 Análise dos Vetores Externos 43

CAPÍTULO 5: FUNÇÕES BÁSICAS 51

5.1 Funções Básicas do Segurador de Seguros Gerais 515.2 Funções Básicas do Segurador de Vida & Previdência 605.3 Funções Básicas do Segurador de Saúde 64

CAPÍTULO 6: PARTICIPAÇÃO 67

6.1 Partes Interessadas 696.2 Política Pública 72

CAPÍTULO 7: DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES

74

CAPÍTULO 8: RECOMENDAÇÕES 768.1 Principais Recomendações para Seguradoras 768.2 Principais Recomendações para Reguladores de Seguro 77

APÊNDICES A1 A Pesquisa com Seguradoras sobre Divulgação do Risco Climático 79A2 Metodologia de Pontuação 81A3 Seguradoras que Responderam à Pesquisa sobre Clima 89

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A Indústria de Seguros está Preparada? Por Mindy Lubber Presidente do Ceres e diretor da Investor Network on Climate Risk

2012 foi o ano mais quente já registrado nos 48 estados e o segundo em condições meteorológicas mais extremas na história dos EUA. Não se trata de uma coincidência. Condições meteorológicas extremas – tempestades mais violentas, que causam mais prejuízos, seca e calor sem precedentes em algumas regiões e, em outras, chuva e inundação como jamais se viu – são as consequências previsíveis do aumento das temperaturas globais. Onze eventos meteorológicos extremos, cada um tendo causado pelo menos 1 bilhão de dólares em perdas ano passado nos Estados Unidos. Um único evento, o furacão Sandy, causou mais de $50 bilhões em prejuízos econômicos. As companhias de seguros estimam arcar com dezenas de bilhões de dólares em sinistros, em consequência do Sandy e de outros eventos meteorológicos extremos. E os contribuintes americanos estimam pagar dezenas de bilhões de dólares em face das perdas sofridas pelo Programa Nacional de Seguro contra Inundação, assim como gastos com auxílio em catástrofes. O impacto do Sandy foi especialmente grave devido ao aumento recorde das grandes ondas de tempestade. Com a elevação do nível dos oceanos e tempestades cada vez mais violentas, haverá mais Sandys em nosso futuro. Somente nos Estados Unidos, mais de 2,6 milhões de lares estão a menos 1,3 metros acima da média de maré alta. Centenas de bilhões, quiçá trilhões, em bens imóveis sujeitos à tributação estão a menos de um metro acima da média de maré alta. Na costa, usinas nucleares, sistemas de transporte de massa, estações de tratamento de águas residuais e aeroportos estão no nível do mar ou próximo a este. Em suma, a responsabilidade potencial das seguradoras é astronômica.

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À primeira vista pode parecer que apenas seguradoras de ramos elementares têm motivos para estarem preocupadas com sinistros relacionados com mudanças climáticas. Na verdade, todos os segmentos da indústria de seguros estão expostos a riscos climáticos. Seguradoras de vida, por exemplo, possuem o equivalente a centenas de bilhões de dólares em imóveis situados em áreas costeiras. Isto levanta uma questão fundamental: A indústria de seguros está preparada? As seguradoras analisaram e mediram seus riscos relacionados com o clima? Estao preparadas para viver em um mundo mais quente? Estas são perguntas básicas para os reguladores de seguro em todos os 50 estados fazerem, e alguns estão fazendo. Em 2012, os reguladores de seguro na Califórnia, em Nova Iorque e Washington solicitaram que seguradoras que excederam $300 milhões em prêmios diretos recebidos relativos a negócios em seus estados divulgassem seus riscos relacionados com o clima. Pelo fato de praticamente todo segurador americano de grande porte operar em pelo menos um destes estados, as respostas da pesquisa nos traçam um bom retrato do quão bem preparada a indústria está, como um todo, em relação aos novos riscos associados à mudanças climáticas. A resposta, infelizmente, não mudou desde que nosso primeiro relatório que analisou o preparo da indústria de seguros em setembro de 2011 concluiu: "não muito." As implicações são profundas, uma vez que o mercado de seguros é um importante vetor das economias nacional e global. Caso a mudanças climáticas comprometa a viabilidade financeira da indústria de seguros, o impacto na economia será devastador. Em meu prefácio no relatório de setembro 2011 relatei que aquele estava se configurando como um dos anos mais caros da história em termos de catástrofes naturais. E então a comparação com 2012 fez 2011 parecer tranquilo. Isto deve servir como um alerta para um mercado que tem muito a perder com as mudanças climáticas. A frase é um clichê, mas é verdadeira: informação é poder. É por isto que a divulgação das informações sobre clima é obrigatória, anual, publicamente disponível – informações como as contidas nas pesquisas analisadas neste relatório – é tão vital para reguladores, acionistas, consumidores e corretores. Com a exigência para que seguradoras divulguem informações sobre se e como estão integrando o risco climático em suas operações, eles devem considerar as novas forças importantes que golpeiam duramente a indústria, e se tornar mais fortes e mais resilientes no processo.

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Sumário Executivo

O OBJETIVO Este relatório resume as respostas de companhias de seguros a uma pesquisa sobre risco climático, desenvolvida pela Associação Nacional dos Comissários de Seguros (NAIC). Em 2012 reguladores de seguro na Califórnia, em Nova Iorque e Washington solicitaram as seguradoras com mais de $300 milhões em prêmios diretos emitidos, e que são licenciados para operar em qualquer um dos três estados, que divulgassem seus riscos relacionados com o clima, utilizando esta pesquisa. O objetivo da pesquisa e da análise das respostas pelo Ceres é fornecer aos reguladores informações relevantes sobre os riscos impostos às seguradoras pelas mudanças climáticas, bem como as medidas que as seguradoras estão tomando a partir de seu entendimento sobre os riscos de mudanças climáticas. Pelo fato de praticamente todas as Seguradoras americanos de grande porte operarem em pelo menos um destes estados, esta iniciativa efetivamente abre caminho em todo o mercado. Embora as respostas da pesquisa sejam públicas e possam ser consultadas por qualquer pessoa*, o Ceres entende que todas as partes interessadas se beneficiariam de uma análise que extraísse as principais conclusões e tendências do grande volume de dados, e as medidas recomendadas que seguradoras e reguladores podem tomar para gerenciar riscos climáticos.

A ANÁLISE A pesquisa gerou 184 respostas distintas (ver lista completa de respondentes no Apêndice 3), depois que as respostas duplicadas foram removidas. O Ceres desenvolveu uma estrutura para avaliar as respostas, analisando quatro domínios: 1) como as empresas gerenciam as questões sobre mudanças climáticas; 2) que vetores definem suas estratégias; 3) que ações estas empresas empreendem em suas funções básicas ou operações e; 4) como elas interagem com as partes interessadas externas. Estes quatro domínios gerais foram subdivididos em um total de 37 indicadores, descritos no Apêndice 2. A título de ajudar em nossa avaliação, o Ceres desenvolveu uma metodologia de pontuação (descrita no Anexo 2) que permitiu a comparação entre segmentos da indústria, porte da companhia e outras características. As pontuações da companhia não serão reveladas, entretanto, mediante solicitação, serão fornecidas aos reguladores e às companhias. * As respostas da pesquisa estão disponíveis em: http://www.insurance.ca.gov/0250-insurers/0300-insurers/0100-

applications/financial-filing-notices-forms/annualnotices/ClimateSurvey.cfm

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PRINCIPAIS CONCLUSÕES Em geral, quase todas as empresas que responderam a pesquisa mostram muitos pontos fracos em seu preparo para lidar com os efeitos que a mudanças climáticas pode ter sobre seus negócios. No entanto, um pequeno subconjunto de líderes do mercado estão amadurecendo suas estratégias de negócios para permanecerem competitivos à medida que os impactos das mudanças climáticas se desenvolvem. Tendo em vista o firme consenso científico sobre mudanças climáticas, o restante da indústria deveria ser fotemente recomendado a seguir o exemplo destas empreasas invodoras. Embora haja uma variabilidade significativa entre as empresas quanto a sua abordagem para identificar e gerenciar riscos climáticos, tendências claras surgiram a partir dos resultados da pesquisa:

Companhias de menor porte tendem a estarem muito menos preparadas do que companhias de maior porte.

Seguradoras de Seguros Gerais (SG), incluindo multi-ramos, demonstram ter conhecimento muito mais avançado dos riscos teóricos que a mudanças climáticas representa para seus negócios. Seguradoras de SG também tendem estar em um novo estágio de desenvolvimento na implementação de ferramentas necessárias para gerenciar riscos de mudanças climáticas, quando comparados àqueles dos segmentos do mercado de Vida e Previdência (L&A, na sigla em inglês) e de Saúde, independentemente do porte da empresa.

Apenas 23 companhias, principalmente as de grande porte e as de propriedade estrangeira, dispõem de uma estratégia específica, abrangente, para lidar com mudanças climáticas. Na melhor das hipóteses, a maioria das seguradoras considera mudanças climáticas um risco que será, intrinsicamente, assimilado em suas estratégias de Gerenciamento de Riscos Corporativos (ERM, na sigla em inglês) e na pior, uma questão ambiental irrelevante para seus negócios.

PRINCIPAIS CONCLUSÕES POR CAPÍTULO

Gerenciamento do Risco de Mudanças climáticas

Apenas 23 das 184 companhias contam com estratégias abrangentes em mudanças climáticas1: Destas, 13 são de propriedade estrangeira, e 8 são companhias de Seguros Gerais. No entanto, mesmo entre estas companhias com estratégias climáticas amplas, a visão da ciência climática é extremamente diversificada. Por exemplo, companhias como a ACE financiam pesquisas sobre mudanças climáticas primárias, a Swiss Re e outras emprestam sua marca ativamente aos esforços do Painel Intergovernamental sobre Mudanças climáticas (IPPC, sigla em inglês, é uma cooperação global para sintetizar os recentes avanços científicos em mudanças climáticas), enquanto companhias como Allstate e Travelers demonstram forte ambivalência sobre os recentes avanços científicos – especificamente, a existência de mudanças climáticas e o que a está causando.

1 Outras dispõem de estratégias para lidar com a variabilidade climática, mas não com a tendência climática, nem com as questões sociais afins (ex.: regulação, responsabilidade civil, reputação, comportamento do cliente).

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Embora a maioria das seguradoras no segmento de Seguros Gerais disponha de políticas para gerenciar a variabilidade climática, a variação anual e em décadas inerente ao sistema climático global, poucos dispõem de políticas explícitas para identificar ou gerenciar as tendências das mudanças climáticas global. Alggumas seguradoras parecem não saber a diferença entre variabilidade climática e mudanças climáticas.

Especialmente nos segmentos de Saúde e de Vida e Previdência, e mesmo entre algumas seguradoras de Seguros Gerais, muitas companhias consideram mudanças climáticas como uma questão ambiental irrelevante para seus negócios. A maioria das outras empresas considera mudanças climáticas como um risco que será, basicamente, assimilado em suas estratégias de Gerenciamento de Riscos Corporativos.

Vetores de Ação sobre Mudanças climáticas A pesquisa revela cinco principais motivadores de ação sobre mudanças climáticas, incluindo:

Eficiência administrativa, principalmente economia de energia. O vetor mais comum (116 de 184 empresas) foi redução do consumo de energia da companhia a fim de cortar custos. Muito poucas empresas (39 de 184) citaram as metas de redução de carbono como um motivador.

Segurança, a exposição de operações, receita e rentabilidade da companhia é um motivador para 110 das 184 companhias, embora isto ocorra, principalmente, devido à preocupação com os eventos climáticos extremos atuais, e não com as mudanças climáticas propriamente ditas. A continuidade dos negócios e o processamento dos sinistros decorrentes de eventos extremos que afetam as próprias operações das seguradoras são os pontos de exposição mais citados (72 de 184). As empresas citam resseguro, modelagem de sinistro e planejamento da continuidade dos negócios como abordagens para gerir seu próprio desempenho, enquanto ter capital excedente é raramente mencionado. No entanto, abordagens em gerenciamento de risco são muitas vezes descritas em termos de gerenciamento do risco de catástrofe, em geral, e não como abordagens para tratar, especificamente, de mudanças climáticas. Há pouca discussão sobre o potencial de correlação entre risco de cliente e risco de ativos.

Riscos emergentes decorrentes de tendências climáticas futuras – 88 das 184 companhias consideraram mudanças climáticas um potencial gerador de sinistro no futuro, apesar das avaliações científicas, como o recente relatório Eventos Extremos do IPCC e o texto da National Climate Assessment, os quais ressaltam que a mudanças climáticas já está ampliando eventos extremos que levam a perdas seguradas. Como fator de risco remoto, mudanças climáticas foram consideradas um risco potencial tanto para subscrição como para retornos sobre o investimento das companhias, mesmo para seguradoras de segmentos como de seguro odontológico.

Sustentabilidade e benefícios associados à imagem. Este vetor é relevante para todos os segmentos, porém, em especial para as seguradoras de saúde. Enquanto apenas 9 empresas incluem os benefícios associados à imagem como influenciando a mudanças climáticas, um número bem maior ressalta correlações entre programas de sustentabilidade e benefícios associados à imagem (77 empresas, mais de 40% da pesquisa).

Exposição do cliente à mudanças climáticas foi citada por 72 das 184 companhias, com preocupações incluindo exposição dos clientes à regulação do carbono, danos a operações

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físicas ou bens dos consumidores provoados por eventos metereologicos extremos e prejuizos a investimentos do consumidores.

Os motivadores para ação de prevenção aos efeitos climáticos diferem dependendo do segmento da indústria. As principais preocupações das seguradoras de Seguros Gerais são segurança, seguida de pertopor custos administrativos. Eles consideram mudanças climáticas como mais um risco emergente futuro, porém, incerto, e não um que já afeta os clientes por pergis com furacões mais violentos e eventos de calor extremo. Seguradoras de Vida & Previdência são especialmente motivados por custos administrativos, seguido imediatamente de segurança. Há menos preocupação com as potenciais ou atuais mudanças no clima e há preocupação mínima com furacões ou outros eventos meteorológicos extremos. O principal vetor das seguradoras de saúde é sustentabilidade, que eles associam à preocupação com o bem-estar de seus clientes.

Funções Básicas De longe, o segmento da indústria que já realiza a maioria das atividades de gerenciamento de risco climático é o de Seguros Gerais – o que não surpreende, uma vez que eventos meteorológicos são um importante vetor de sinistros para estas empresas. Em geral, a visão atual das empresas de Vida & Previdência é a falta de exposição ao risco por mudanças climáticas na subscrição, entretanto quase um quarto cita algum controle efetivo de ativos investidos para gerenciar riscos de mudanças climáticas. Apesar das previsões de ondas de calor mais acentuadas, do aumento de doenças transmitidas por insetos e da qualidade pior do ar e da água, poucas empresas de saúde descrevem a mudanças climáticas como um fator relevante para a avaliação de seu risco. Como seria de se esperar, muitos seguradoras discutem mudanças climáticas em termos de riscos específicos ou tipos de eventos meteorológicos extremos. O mais comum destes riscos, conforme refletido nos resultados da análise da divulgação da seguradora feita pelo Ceres em 2010, é furacão (32 de 184 companhias, todas de Seguros Gerais). No que diz respeito à comunidade científica, ainda não há consenso ainda sobre como o risco de ocorrências de furacões evoluirá em um clima mais quente – embora os principais especialistas discordem sobre se o aumento das temperaturas atmosférica e oceânica levará a um número maior ou menor de furacões, há um consenso generalizado de que aqueles que se formarão serão mais intensos e destrutivos, em parte devido aos níveis dos oceanos mais elevados e resultantes de ondas gigantes. Outros riscos, incluindo incêndios florestais (15 de 184) e tempestades convectivas que produzem tornados, tempestades de raios e tempestades de granizo também foram ressaltados pelas seguradoras. Os avanços científicos em eventos meteorológicos desta natureza são bastante inconsistentes: os incêndios florestais que causam mais danos são, comprovadamente, uma tendência crescente, conforme previsto por avaliações climatológicas, e ainda as seguradoras descrevem a experiência de sinistro como baseada, substancialmente, em sua própria experiência histórica de subscrição. Estratégias comuns de gerenciamento de risco incluem modelagem de catástrofe, resseguro, franquias dedutíveis mais altas ou exclusões mais amplas em áreas propensas a risco (em

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particular, zonas costeiras), e um controle cuidadoso da exposição agregada, incluindo o reequilíbrio do ramo de propriedade com outras linhas de negócios. O desafio mais frequente em gerenciamento de risco citado pelas seguradoras é o controle regulatório de preços, em que não é permitido aumentar os preços quando os níveis de risco aumentam em mercados regulamentados. Esta constatação, ou seja, que as seguradoras consideram seus investimentos como minimamente propensos a riscos climáticos, também foi relatada na análise da divulgação da seguradora feita pelo Ceres em 2010. No entanto, quase um quarto das seguradoras de vida e vários de Seguros Gerais citam estratégias para reduzir a exposição de seus investimentos em negócios ou regiões que são considerados mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. De grande interesse é a tendência das seguradoras de todos os segmentos de negócios – do mesmo modo os de vida e de propriedade – de priorizarem o gerenciamento do risco físico sobre o gerenciamento do risco de regulação do carbono em seus investimentos. Embora as companhias reconheçam o potencial de prejuízos nos investimentos em indústrias com utilização intensiva de carbono sob futuros regimes regulatórios do carbono, nenhum das seguradoras menciona investigar negócios com utilização intensiva de carbono. No entanto, várias seguradoras mencionam investigar garantias ou ativos reais oriundos de regiões costeiras (em especial, da Flórida) e regiões áridas com comprovada escassez de água, como o Sudoeste. Especialmente após a onda de tempestades e secas destrutivas em 2012, estas iniciativas investigativas para investimentos devem ser observadas pelos detentores de ativos reais e emissores de garantias.

Envolvimento Poucass seguradoras citam esforços para envolver as partes interessadas, por exemplo, reguladores, formuladores de políticas, clientes, funcionários, gestores ou vendedores de ativos, em questões sobre mudanças climáticas. A falta de envolvimento externa limita a influência potencial de seguradoras na formação de uma opinião pública sobre riscos de mudanças climáticas e ações políticas que são necessárias para aumentar a resiliência e de atenuação do clima. Pelo fato das seguradoras disporem de recursos desiguais na avaliação de seu próprio risco climático, a abordagem voltada para si próprio adotada por grande parte da indústria sugere também que as empresas de menor porte podem estar, de uma forma desproporcional, despreparadas para as mudanças climáticas.

Seguradoras de pequeno porte dependem de partes externas para serviços importantes, como modelagem de catástrofe, estratégias de resseguro e gestão de ativos, mesmo assim os resultados da pesquisa sugerem que estes seguradoras, muitas vezes, não sabem se seus consultores e prestadores de serviços levam em consideração a mudanças climáticas em suas decisões.

Muitas seguradoras adotam produtos destinados a apoiar atividades de baixa emissão de carbono. Mais ou menos a metade das seguradoras de grande e médio porte que operam em propriedade oferecem produtos de seguros destinados a atividades de baixa emissão de carbono, por exemplo, construções verdes ou projetos de energia renovável. Algumas das seguradoras de grande porte que operam em Vida & Previdência oferecem produtos de investimentos destinados a tecnologias de baixa emissão de carbono. Todavia, considerando que a maioria dos produtos foi desenvolvida por empresas multinacionais sediadas fora dos

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EUA, muitos dos produtos tendem a ser desenvolvidos para um mercado internacional e são de pouca relevância no mercado dos Estados Unidos.

PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES PARA SEGURADORAS

Tratar a mudanças climáticas como uma questão estratégica de toda a empresa, que afeta todas as funções, em todos os níveis, e formalizar esta postura em uma declaração pública de política corporativa. As mudanças climáticas tem o potencial de afetar o valor da empresa de seguro – administrá-la requer uma ação comparada à coordenação.

Avaliar o potencial das mudanças na exposição futura de risco devido à mudanças climáticas. As seguradoras precisam avaliar como uma mudança no clima pode alterar eventos climáticos extremos, vetores de doenças, risco político e resiliência de infraestrutura, e se adaptar de forma apropriada.

Apoiar pesquisa sobre a influência do aquecimento do clima em sistemas humanos, incluindo previsão de tendências futuras de catástrofe, vias de transmissão de doença, migração populacional, falta de infraestrutura e reações adaptáveis. Embora haja forte consenso científico sobre mudanças climáticas, há uma necessidade especial de melhorar nosso conhecimento sobre os prováveis impactos de temperaturas mais elevadas sobre os fenômenos, incluindo a frequência e severidade de furacões e tempestades convectivas; os efeitos na saúde humana de ondas de calor mais intensas e aumento de doenças transmitidas por insetos; e as repercussões econômicas e políticas da falta de infraestrutura e inundação de áreas urbanizadas ou cultivadas.

Desenvolver modelos de catástrofe que antecipem os efeitos prováveis das mudanças climáticas sobre eventos meteorológicos extremos. Seguradoras com grandes recursos científicos devem se associar diretamente a cientistas do clima, a fim de desenvolver novas, e de modo mais coparticipativo, capacidades de modelagem. Para muitas seguradoras, com menos experiência científica, é igualmente importante que o impacto das mudanças climáticas sobre eventos metereológicos extremos no interior e no litoral faça parte da rotina de troca de experiências sobre modelo de catástrofe com corretores e resseguradoras

Comprometer-se com reguladores sobre como garantir que taxas e reservas de sinistro reflitam adequadamente as mudanças nas tendências de sinistro devido à mudanças climáticas. Seguradoras também devem aumentar seus esforços para oferecer preços preferenciais que reflitam um comportamento resiliente ao clima.

Certificar-se de que assessores de investimento e gestores de ativos adquiriram experiência sobre avaliação e gerenciamento do risco de mudanças climáticas. As mudanças climáticas já estão alterando tendências em eventos extremos, com implicações para investidores em ações, títulos, infraestrutura, imóveis e commodities. Seguradoras que investem nestas classes de ativos não estão menos sujeitos a sinistros relacionados com o clima do que outros investidores institucionais e, consequentemente, é imperativo que os seguradoras, ao selecionarem profissionais de investimentos, levem em consideração sua experiência em mudanças climáticas.

Garantir a divulgação pública transparente e útil. A divulgação deve refletir os melhores esforços da companhia empreendidos para avaliar e administrar a mudanças climáticas – deve, portanto, fornecer detalhes suficientes para auxiliar reguladores e investidores a entenderem

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porque a companhia adota uma determinada visão sobre mudanças climáticas, incluindo as avaliações feitas para chegar a este ponto de vista. Para as empresas globais,a divulgação deve

distinguir claramente as atividades que estão sendo realizadas no mercado dos Estados Unidos daquelas que estão sendo realizadas na Europa ou em outros mercados importantes.

Informar Políticas Públicas: Promover a necessidade de ações para impedir a mudanças climáticas e trabalhar com formuladores de políticas em termos federal, estadual e municipal para ajudá-los a construir e manter uma economia que seja resiliente ao risco climático.

PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES PARA REGULADORES DE SEGURO

Continuar exigindo a divulgação anual e pública, a fim de promover comprometimento mais ativa das seguradoras sobre a questão das mudanças climáticas. Tendo em vista os impactos potencialmente significativos das mudanças climáticas sobre a disponibilidade e viabilidade financeira do seguro, bem como a saúde financeira do segurador, a importância da divulgação obrigatória para os reguladores que buscam entender as atividades climáticas no mercado não pode ser subestimada. As informações fornecidas na divulgação obrigatória e pública podem ajudar outros atores do mercado a identificar falhas na indústria como um todo no que diz respeito a gerenciamento de risco e exigir do mercado ações corretivas. Neste aspecto, os resultados da divulgação devem ser usados não apenas por reguladores, mas também por resseguradoras, seguradoras e corretores, para se conhecer a posição do mercado em relação a um fator de risco que modelará, completamente, o desempenho da indústria nos próximos anos.

Esclarecer as expectativas da divulgação. Reguladores podem fazer sua parte para melhorar a divulgação do segurador, desenvolvendo um manual que defina os conceitos importantes e descreva o conteúdo esperado das respostas do segurador à pesquisa de divulgação do risco climático. Além disto, os reguladores devem ajustar o formulário de pesquisa para obter respostas mais úteis. Um esforço especial deve ser empreendido para limitar a possibilidade de para várias perguntas serem dadas respostas iguais, e concentrar as perguntas em riscos relativos às principais operações das seguradoras – subscrição, sinistros e investimentos.

- Incentivar a investigação efetiva do risco climático durante o processo de supervisão financeira. Em 2012, a NAIC acrescentou várias perguntas relacionadas com o clima no Manual de Analistas de Condição Financeira, um documento importante utilizado a cada três a cinco anos para avaliar a situação financeira de um segurado. Os reguladores devem capacitar seus analistas sobre os riscos financeiros potenciais impostos pelas mudanças climáticas, e incentivá-los a fazer perguntas relacionadas com o clima durante o processo de análise.

Criar recursos mais compartilhados a fim de ajudar as seguradoras a analisar e reagir a riscos e oportunidades relacionadas com o clima, incluindo riscos e oportunidades de investimentos, riscos correlatos e modelagem de sinistro. Relativamente poucas seguradoras têm capacidade para realizar uma pesquisa profunda sobre como seus negócios podem ser afetados pelas mudanças climáticas. Os reguladores devem ajudar a melhorar o conhecimento de todo o mercado sobre como diferentes áreas da companhia de seguros podem ser afetadas pelo clima, e incorporar estas tendências nas análises da companhia a fim de proteger a capacidade de mercado. Seguradoras e reguladores seriam beneficiados com pesquisa mais

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profunda nas seguintes áreas, que surgiram como áreas que apresentam pontos fracos nas respostas da divulgação de 2012:

Riscos e Oportunidades de Investimentos. A exposição da carteira do segurador e suas

estratégias de alocação de ativos sensíveis ao clima são uma necessidade particular.

Riscos Correlatos. Uma avaliação do potencial de riscos correlatos emergentes comuns às carteiras de investimentos e subscrição pode informar procedimentos futuros de análise.

Modelagem de Sinistro. Reguladores e seguradoras serão mutuamente beneficiados pelos esclarecimentos sobre como modelos de sinistros atuais integram os parâmetros climáticos.

Potencial de Sinistro de Saúde e Vida. Uma pesquisa consciente sobre as estatísticas de morbidade/mortalidade correlacionadas à temperatura seria, provavelmente, benéfica para seguradoras, reguladores e profissionais de saúde pública.

Resiliência do cliente. Reguladores e seguradoras têm interesse mútuo em reforçar a resiliência dos clientes a eventos extremos, e identificar os métodos mais bem sucedidos de estimular a resiliência.

Comprometer-se com seguradoras, consumidores e demais formuladores de políticas, a fim de melhor compreender a natureza dos riscos de mudanças climáticas, incluindo a forma como as taxas devem ser alinhadas as métricas dos indicadores para refletir os riscos da mudança, e as medidas que seguradoras e reguladores precisam tomar para melhor incentivar os consumidores a reduzirem sua vulnerabilidade a tais riscos.

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Contexto

1.1 UM AMBIENTE DE NEGÓCIOS EM MUDANÇA

A indústria de seguros é um poderoso motor da economia global. Sem seguro, a atividade comercial praticamente cessaria: a carga permaneceria nos portos, os aviões não levantariam voo, as linhas de montagem ficariam ociosas e a atividade de construção ficaria paralizada. Todos os setores da economia dependem do seguro e, da mesma forma, as seguradoras estão expostas ao risco em cada setor da economia.

As companhias de seguros também exercem influência considerável tanto sobre a política pública quanto sobre o comportamento privado. Por meio de normas e prêmios de subscrição, as seguradoras exercem grande poder sobre tudo, desde onde e como as construções são erguidas até normas de segurança e saúde no trabalho, e a forma como dirigimos nossos carros.

No entanto, a capacidade das seguradoras de precificar o risco com precisão para atender as necessidades de seus clientes é desafiada pelas mudanças climáticas.2

Nas últimas décadas, os sinistros segurados nos Estados Unidos elevaram em muitos dígitos a taxa do crescimento econômico, em parte, impulsionada pelo aumento da migração populacional e de bens econômicos em áreas de risco.3 Tanto em zonas costeiras como não costeiras, os sinistros segurados nos EUA desencadeados por eventos climáticos voláteis, muitos dos quais influenciados pela mudanças climáticas, vêm aumentando constantemente.4 Imediatamente após os eventos meteorológicos extremos que custaram aos seguradoras de riscos elementares dos EUA mais de $32 bilhões em sinistros no de 20115, veio a histórica seca de 2012, que levou a perdas altas o suficiente para chegarem ao mercado de resseguro privado6, e o Furacão Sandy, que causou cerca de $100 bilhões no total de danos econômicos7 e de $20 a $25 bilhões em sinistros segurados.8 No mínimo, os últimos dois anos de eventos meteorológicos extremos mais frequentes e intensos demonstraram os imensos desafios que os modelos de companhias de seguros já enfrentam em consequência da mudanças climáticas. Sem controle de gestão, a intensificação das tendências relacionadas com o clima aumentarão estas pressões sobre os modelos de negócios da seguradora e a segurabilidade em geral. 2 Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change,

Solomon, S., D. Qin, M. Manning, Z. Chen, M. Marquis, K.B. Averyt, M. Tignor e H.L. Miller (editores). 2007. "Climate Change 2007: The Physical Science Basis". Cambridge University Press, Cambridge, Reino Unido e Nova Iorque, NY, EUA.

3 Mills, Evan. 2005. “Availability and Affordability of Insurance Under Climate Change: A Growing Challenge for the U.S.” Dezembro, http://216.235.201.250/netcommunity/Document.Doc?id=944.

4 Munich Re, "2011 Natural Catastrophe Year in Review,” 4 de janeiro de 2012. http://www.ctnow.com/media/acrobat/2012-01/67158951.pdf.

5 ISO Property "2011: A Year to Remember.” Em http://www.isopropertyresources.com/Feature-Story/Articles/2011-A-Year-to-Remember.html.

6 Artemis, “U.S. drought crop insurance losses to reach into billions, hit reinsurers.” 10 de agosto de 2012. http://www.artemis.bm/blog/2012/08/10/u-sdrought-crop-insurance-losses-to-reach-into-billions-hit-reinsurers//.

7 Andrew Freedman, “NOAA: 2012 to rank as second costliest US year since 1980” The Guardian, 21 de dezembro de 2012. http://www.guardian.co.uk/environment/2012/dec/21/climate-change-natural-disasters.

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8 Ulrike Dauer, “Sandy’s Insurance Bill Estimated at $25 Billion for Industry,” The Wall Street Journal, 3 de janeiro de 2013. http://online.wsj.com/article/SB10001424127887323374504578219293555274084.html.

Os impactos mundiais das mudanças climáticas são claramente perceptíveis. A temperatura média global subiu, assim como as temperaturas dos oceanos.9 No mundo inteiro, os dias mais quentes agora estão mais quentes,10 e verões extremamente quentes hoje são 40 vezes mais frequentes.11 Também houve aumentos regionais em ondas de calor mais acentuadas e eventos de precipitação intensa, todos os quais acima dos níveis esperados da variabilidade climática normal.12 Nos Estados Unidos, as temperaturas médias subiram na metade do século passado, enquanto eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor, secas e inundações, se tornaram mais frequentes e intensos. O ano 2012 foi o ano mais quente de que se tem registro na parte continental dos Estados Unidos, com mais de 30.000 novos recordes em temperaturas altas sendo registrados no país. 13 Estas mudanças já estão intensificando mais os danos econômicos na forma de sinistros de quebras de safra, sinistros de incêndios florestais, interrupções na cadeia de abastecimento e paralizações em infraestrutura essencial. Estas mudanças climáticas altera profundamente o cenário de negócios das seguradoras, afetando a capacidade da indústria de precificar riscos físicos, gerando novas responsabilidades potencialmente maiores e ameaçando o desempenho das carteiras de investimentos de grande projeção das seguradoras. Alguns das maiores seguradoras do mundo concluíram que a mudanças climáticas já esão induzindo eventos extremos que se desviam ,de forma significativa, das tendências históricas. Entre eles está a Munich Re, que inclui mudanças climáticas no conjunto de fatores que ampliam sinistros decadais relacionados com o clima em décadas na América do Norte, particularmente por ondas de calor, secas e tormentas.14 A crescente imprevisibilidade de eventos extremos, e o potencial da mudanças climáticas de minar os modelos de diversificação do mercado, ameaçam a viabilidade financeira de longo prazo da indústria, juntamente com o próprio conceito de segurabilidade em algumas partes do mundo.15 Provavelmente, o clima mais extremo imporá desafios na precificação dos segmentos de seguro de vida e saúde. O aumento de concentrações de carbono na atmosfera tem demonstrado elevar a polinização e produção de alérgenos, o que contribui para reações alérgicas e asma.16

Temperaturas mais altas facilitam a propagação de vetores de doenças, como carrapatos e mosquitos, e também contribuem para ondas de calor mais longas e frequentes, com o potencial de provocar mais distúrbios de estresse térmico.17 Isto pode ser um problema especialmente nocivo

9 NOAA Satellite and Information Services, maio/2012. Em http://www.ncdc.noaa.gov/sotc/global/. 10 America’s Climate Choices: Panel on Advancing the Science of Climate Change; Conselho Nacional de Pesquisa,

“Advancing the Science of Climate Change,” 2010. Em http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=12782. 11 J. Hansen, M. Sato, e R. Ruedy, “Public perception of climate change and the new climate dice,” Aceito para

publicação em julho/2012. Proceedings of the National Academies of Science. 12 IPCC, “2012: Summary for Policymakers,” Managing the Risks of Extreme Events and Disasters to Advance Climate

Change Adaptation. A Special Report of Working Groups I and II of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge University Press, Cambridge, Reino Unido, e Nova Iorque, NY, EUA

13 NOAA National Climatic Data Center. Em http://www.ncdc.noaa.gov/extremes/records. 14 Munich Re, “Severe weather in North America,” 2012.

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15 Trevor Maynard. 2008. “Climate Change: Impacts on Insurers and How They Can Help with Adaptation and Mitigation.” The International Association for the Study of Insurance Economics 1018-5895.

16 United States Environmental Protection Agency. 2008. “Review of the Impacts of Climate Variability and Change on Aeroallergens and Their Associated Effects.”

17 Paul Epstein e Dan Ferber. 2011. “Changing Planet, Changing Health: How the Climate Crisis Threatens Our Health and What We Can Do about It.” University of California Press.

em áreas urbanas. Chicago, por exemplo, poderá ver dobrar a morbidade anual média em decorrência de ondas de calor antes do fim do século.18

1.2 DESEMPENHO DOS INVESTIMENTOS Seguradoras americanos controlam cerca de $5 trilhões em capital investido, o que os torna um dos maiores investidores do mundo.19 Uma parcela substancial das receitas geradas pelos seguradoras é derivada de retornos sobre o investimento. Assim como a mudanças climáticas pode aumentar substancialmente as perdas seguradas, também pode afetar negativamente o desempenho dos investimentos nos quais os seguradoras confiam para cumprir suas obrigações. A Mercer, empresa consultora de investimentos, classifica mudanças climáticas como um risco sistêmico, estimando que isto poderia colocar até 10 por cento do risco da carteira em investidores institucionais, incluindo aqueles com ativos diversificados em renda fixa soberana, ações, ativos de crédito e agrícolas.20 A Mercer sugere que as estratégias tradicionais de alocação de ativos não serão suficientes para os investidores gerenciarem o risco climático, e recomenda que os investidores desenvolvam uma abordagem dedicada para alocação de ativos que reflita a sensibilidade de diferentes ativos juntamente com a adoção de um "sistema de alerta precoce" em seu processo de gerenciamento de riscos. A análise de 2011 da Mercer exclui possíveis contribuições de risco dos efeitos físicos das mudanças climáticas, mencionando desacordo entre projeções de curto prazo de modelos climáticos. No entanto, também observa que a experiência recente com eventos extremos deve advertir os investidores para que não subestimem o potencial de risco significativo das mudanças climáticas física. Temperaturas mais quentes já estão desempenhando um papel expressivo no aumento do número de eventos meteorológicos extremos que contribuem significativamente para a volatilidade da economia global e do mercado. De 2010 a 2012, secas e inundações devastaram terras agrícolas na Ásia, Europa, Austrália e América do Norte, abalando os preços de commodities agrícolas e provocando conflitos civis que ajudaram a desencadear a Primavera Árabe. Grandes inundações na Tailândia, um polo importante de fabricação de semicondutores e automóveis, também acarretaram perdas vultosas nestes setores. Estima-se que inundações e secas extremas responsáveis pela destruição de culturas básicas de alimentos podem ocorrer com mais regularidade à medida que as temperaturas sobem. Estima-se que o aumento da volatilidade das mudanças climáticas agrave as tensões normais entre a demanda crescente por commodities de países em desenvolvimento e reduza os ganhos em produtividade nas commodities essenciais.21 18 Katharine Hayhoe, Scott Sheridan, Laurence Kalkstein e Scott Greene. 2010. “Climate change, heat waves, and

mortality projections for Chicago.” Journal of Great Lakes Research 36, páginas 65–73.

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19 Insurance Information Institute. Em http://www.iii.org/facts_statistics/investments.html. 20 Mercer. 2011. “Climate Change Scenarios—Implications for Strategic Asset Allocation”. 21 Jeremy Grantham. 2011. “Time to Wake Up: Days of Abundant Resources and Falling Prices Are Over Forever.” GMO

Quarterly Letter, abril.

Um número crescente de investidores institucionais fora da indústria de seguros já está tomando medidas positivas para gerenciar riscos relacionados com o clima em suas carteiras. Por exemplo, o Programa de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia (CalPERS), o maior fundo público de pensão nos Estados Unidos, agora exige que estes riscos sejam incluídos nas decisões de formação de carteira em todas as classes de ativos. Outros, como o Programa de Aposentadoria dos Professores do Estado da Califórnia (CalSTRS), estão tomando medidas semelhantes para envolver seus gestores de ativos externos no que diz respeito a estas tendências.22

Como um crescente número de investidores institucionais inclui mudanças climáticas em suas estrategias de investimento, seguradoras com signficativos negocios em gestão de ativos tambem terão que desenvolver estas competencias para se materem competitivas. É particularmente importante que seguradoras, em sua função nos rumos da economia global, integre os riscos climáticos em suas decisões sobre investimentos. Se não o fizerem, poderá haver grandes consequências caso a mudanças climáticas tenha um impacto adverso maior sobre sua estabilidade financeira. A indústria também é um importante determinante da capacidade que os mercados mundiais têm para se proteger dos riscos climáticos. Se a indústria não precificar o risco ou ajustar suas próprias decisões de capital adequadamente para refletir o risco climático em sua subscrição, os riscos físicos das mudanças climáticas poderão ter um efeito mais abrupto sobre a economia global, aos quais investidores institucionais, incluindo seguradoras, estão expostos. No entanto, a mudanças climáticas também apresenta enormes oportunidades de investimentos, com estimativas de investimentos em tecnologia de baixa emissão de carbono de mais de $5 trilhões até 2030.23

1.3 INCERTEZA REGULATÓRIA E POTENCIAL AUMENTO DE RESPONSABILIDADE

Os últimos anos testemunharam investimentos sem precedentes em tecnologias de baixa emissão de carbono nos Estados Unidos, em parte impulsionados pela Lei Americana de Recuperação e Reinvestimento.24 Mas a incerteza regulatória a respeito das questões climáticas assola o mercado de energia renovável. Como resultado, os estados continuam a ter o ritmo ditado pela ação regulatória das questões climáticas, com o limite da emissão e comércio de créditos de carabono da Califórnia lançado em 1º. de janeiro de 2013.25 Diante do cenário preocupante de falta de negociações internacionais relativas ao tratado do clima no Catar, a ausência de uma política federal coerente dos EUA e a sucessão de perdas por eventos climátios extremos de costa a costa, o mercado de seguros americano continua, em grande parte, em silêncio quanto à necessidade de uma ação federal sobre mudanças climáticas.

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A ausência de uma estrutura política coerente e os crescentes prejuízos causados à infraestrutura essencial e aos ativos valiosos podem estar gerando um completo tumulto para os contratos de responsabilidade civil corporativa. Diversos processos de responsabilidade civil tramitam nos tribunais com lentidão.26 São processos que vão desde custos de recuperação na realocação de comunidades longe da área inundada pela elevação dos oceanos27 até restituição por danos decorrentes de eventos extremos intensificados por emissões de gases de efeito estufa (GEE).28

A ausência de uma estrutura política coerente e os crescentes prejuízos causados à infraestrutura essencial e a ativos valiosos criam a possibilidade de sinistros de responsabilidade civil corporativa que ultrapassam os níveis de perda em que se basearam os preços destes contratos, uma situação não muito diferente dos sinistros de asbesto ou tabaco em décadas passadas. As custas de defesa destes processos são tão significativas (junto com a responsabilidade civil potencial) que a Steadfast Insurance, uma subsidiária da gigante mundial Zurich, ingressou com uma ação contra um de seus clientes, a concessionária de energia elétrica AES, buscando atenuar obrigações em relação à cobertura a partir de uma ação judicial contra as principais concessionárias de energia.29 Esta atenuação foi concedida pela Suprema Corte da Virginia em Steadfast Insurance versus AES Corporation, embora permaneça a dúvida quanto à obrigação dos seguradoras de indenizar os clientes contra sinistros relativos à mudanças climáticas.30

22 Robert Kropp. 2011. “CalSTRS to Include ESG in Discussions with Asset Managers.” Social Funds, 21 de maio. Em http://www.socialfunds.com/news/article.cgi?sfArticleId=3223.

23 Mercer. 2011. “Climate Change Scenarios—Implications for Strategic Asset Allocation”. 24 Joseph E. Aldy. 2012. Resources for the Future. “A Preliminary Review of the American Recovery and Reinvestment

Act’s Clean Energy Package.” Em http://www.rff.org/RFF/Documents/RFF-DP-12-03.pdf. 25 California Department of Environmental Protection Air Resources Board. 15 de janeiro. Em http://www.arb.ca.gov/cc/capandtrade/capandtrade.htm.

1.4 HISTÓRIA DA DIVULGAÇÃO SOBRE RISCO CLIMÁTICO EM SEGUROS

Apesar das crescentes preocupações sobre os riscos financeiros enfrentados pela indústria de seguros em decorrência das mudanças climáticas, os esforços para divulgação do risco climático pela Associação Nacional dos Comissários de Seguros (NAIC, na sigla em inglês), têm sido quase tão instáveis quanto o clima atual. Por muitos anos, os mecanismos voluntários de comunicação eram a única fonte de informação para reguladores e investidores conhecerem e avaliarem as práticas de gerenciamento de risco climático das seguradoras. Uma importante fonte de divulgação voluntária é o Projeto de Divulgação sobre Carbono (CDP, na sigla em inglês), um levantamento anual das maiores empresas do mundo, solicitado em nome de 655 investidores institucionais detentores de $78 trilhões em ativos sob gestão.31 Embora o CDP trace um retrato importante sobre como os maiores seguradoras mundiais enxergam e gerenciam o risco climático, a maioria do mercado norte-americano não está incluído

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na pesquisa. Além disto, alguns dos maiores seguradoras americanas pesquisadas pelo CDP optampor não responder. Por exemplo, a Berkshire Hathaway, dona do terceiro maior ressegurador do mundo, e que dita, de forma significativa, preço e capacidade no mercado norte-americano, tem se recusado, sistematicamente a responder a pesquisa do CDP. 26 Michael B. Gerrard e J. Cullen Howe. Dezembro/2012. “Climate Change Litigation in the US.” Em http://www.climatecasechart.com/. 27 Ver Village of Kivalina v. ExxonMobil Corp., 08CV1138 (Norte da Califórnia. Fevereiro/2008). 28 Ver Comer v. Murphy Oil USA, Inc., No. 1:05CV436 (Sul do Mississipi 2006), indeferido e cancelado, 607 F.3d 1049

(5ª. Circunscrição 2010). 29 Lawrence Hurley. 2011. “Va. Supreme Court to rule on insurance coverage of warming claims.” 19 de maio.

Em http://www.nytimes.com/cwire/2011/05/19/19climatewire-va-supreme-courtto-rule-on-insurance-covera-90214.html. 30 McGuireWoods. “Is Negligence Still Insurable in Virginia? AES Corp. v. Steadfast Insurance Co.” 30 de april de 2012

Em http://www.mcguirewoods.com/Client- Resources/Alerts/2012/4/IsNegligenceStillInsurableinVirginia.aspx. 31 https://www.cdproject.net/en-US/WhatWeDo/Pages/overview.aspx.

Reconhecendo a diferença entre potencial de risco e divulgação, os reguladores estaduaus de seguro do Estado publicaram em 2008, por intermédio da NAIC, um “relatório branco” identificando a divulgação obrigatória como o principal mecanismo primário para conduzir a um melhor gerenciamento do risco climático dentro do mercado de seguros americano. A NAIC foi considerada um excelente fórum para implementação da divulgação do risco climático e, de fato, oreferível em relação A Comissão de Valores Mobiliários (SEC,nasgila em inglês), que foi tida como “ o melhor instrumento ineficaz para divulgação do risco climático”, visto que a relação contínua regulador-segurador poderá traduzir divulgação em melhores práticas de forma mais efetiva32

Conforme articulado neste seu “relatório branco”, a NAIC considera como ferramenta de divulgação eficaz, aquela em que pode abordar as seguintes questões:

As seguradoras incluem, de forma adequada, risco climático e mudanças no risco climático em seu processo interno de avaliação de risco? Neste conjunto de perguntas devem constar informações sobre coleta de dados, uso de modelos computacionais à medida que ocorrem avanços relacionados com modelagem de mudanças climáticas, e estrutura da apólice pelo segurador.

As seguradoras informam e incentivam os segurados, de forma adequada, a respeito de seus riscos? Neste conjunto de perguntas devem constar questões relativas à cobertura da apólice (incluindo inundação, vento/água, etc.), métodos de atenuação (em termos de resiliência à catástrofe e redução em emissões de GEE), e precificação. Um segurado informado pode ser um grande trunfo para o segurador.

As estruturas de governança das seguradoras são suficientes para manter seus conselheiros informados sobre riscos climáticos? Neste conjunto de perguntas devem constar questões relacionadas ao conhecimento do membro do conselho, transparência interna e, em última análise, cobertura de responsabilidade civil de diretores e administradores (D&O).

As seguradoras tomam medidas adequadas para atenuar seus próprios riscos e promover a atenuação do risco do segurado? Neste conjunto de perguntas devem constar questões sobre relações do segurado, comportamento de mercado e conhecimento do segurado.33

Após extensas negociações, em março de 2009 a NAIC aprovou, por unanimidade, uma norma de divulgação obrigatória. A Pesquisa com Seguradoras sobre Divulgação do Risco Climático realizada pela NAIC era para ser implementada anualmente por todos os comissários de

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seguros estaduais nas empresas domiciliadas em seus estados com mais de $500 milhões em prêmios emitidos, com um aumento gradativo para incluir todas as companhias com mais de $300 milhões em prêmios emitidos. Os resultados da pesquisa deveriam ser disponibilizados publicamente para utilização pelos consumidores e demais partes interessadas. No entanto, apesar de sua aprovação unânime, a norma de divulgação obrigatória da NAIC foi posta em uma nova votação sem precedentes, o que enfraqueceu, significativamente, a exigência de divulgação histórica, tornando o levantamento voluntário e os resultados confidenciais. Esta reviravolta, e uma inércia constante por parte da própria NAIC, levaram os reguladores de três estados – Califórnia, Washington e Nova Iorque – a anunciarem que no relatório do ano de 2011 todas as seguradoras com mais de $300 milhões em prêmios emitidos em seus estados seriam obrigados a apresentar as respostas à Pesquisa sobre Divulgação do Risco Climático. Esta exigência de divulgação mais ampliada alcançou, efetivamente, a maior parte do mercado de seguros norte-americano, fornecendo informações importantes em práticas de gerenciamento de risco climático no maior mercado de seguros do mundo.

32 A SEC lançou seu próprio manual interpretativo sobre o dever das sociedades de capital aberto de divulgarem riscos climáticos relevantes em 2010. Para uma análise do risco climático nos registros 10-K do segurador, ver Jim Coburn et al. 2011. “Disclosing Climate Risks: A Guide for Corporate Executives, Attorneys & Directors.” Ceres, fevereiro.

Em http://www.ceres.org/resources/reports/disclosingclimate-risks-2011/at_download/file. 33 Associação Nacional dos Comissários de Seguros, 2008, “The Potential Impact of Climate Change on Insurance

Regulation,” Papel Branco.

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Visão Geral da Avaliação

2.1 METODOLOGIA DO RELATÓRIO A análise neste relatório se baseou em 184 registros apresentados pelas companhias de seguros da Califórnia, de Nova Iorque e Washington, que responderam a Pesquisa sobre Divulgação do Risco Climático (Apêndice 1), em maio de 2012, realizada com todas as empresas que operam em seus estados e que emitiram mais de $300 milhões em prêmios no ano de referência 2011.34 Na avaliação destas respostas, o Ceres criou uma estrutura para analisar as considerações em quatro áreas:

como as companhias gerenciam as questões sobre mudanças climáticas;

quais são os vetores que norteiam suas estratégias;

que medidas elas tomam em suas funções ou operações principais; e

como elas interagem com as partes interessadas, incluindo sua participação na política pública.

Por sua vez, estas quatro áreas foram divididas em critérios, e em seguida, indicadores35 para dar o detalhamento necessário para esta análise. A fim de auxiliar reguladores, companhias e demais partes interessadas que querem avaliar a qualidade da divulgação na indústria e de que formas o segmento e o porte do mercado podem influenciar o entendimento e o gerenciamento do risco climático das seguradoras, o Ceres decidiu atribuir pontos às respostas das seguradoras. Um total de 50 pontos foi distribuído pelos indicadores, e a resposta de cada segurador à pesquisa sobre risco climático foi pontuada em um total possível de 50 pontos. Todos os detalhes da metodologia de pontuação estão descritos no Apêndice 2. Embora tenhamos optado por manter as pontuações individuais da companhia em sigilo, o Ceres disponibilizará todas as pontuações para os reguladores, e as seguradoras individuais podem solicitar sua pontuação. A decisão de manter os pontos em sigilo foi motivada pela conscientização de que o importante para reguladores e outras partes interessadas do mercado é conhecer as tendências gerais, e não o desempenho de uma companhia em particular. 34 Muitas respostas repetidas foram registradas a partir de subsidiárias de um grupo. O número total de registros foi

superior a 400. 35 São 37 indicadores na maioria dos casos; o número exato depende das linhas de negócios.

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2.2 PERFIL DAS SEGURADORAS

Segmento de Mercado Dos 184 registros únicos, quase a metade (47%) das seguradoras eram de Seguros Gerais (SG), um terço (31%) eram de Vida & Previdência (L&A), um em cada oito (12%) eram de Saúde, e 10% eram grandes grupos de multi-ramos, incluindo resseguradoras (ver Figura 1).

Porte da Companhia Para efeitos do presente relatório, as companhias foram classificadas por tamanho: pequeno porte – entre $300 milhões e $1 bilhão em prêmios anuais36; médio porte – entre $1 e $5 bilhões em prêmios anuais; e grande porte – acima de $5 bilhões. Este critério produziu três importantes subamostras: pequeno porte 45%, médio porte 34% e grande porte 21%.

Propriedade da Companhia A maioria das seguradoras (cerca de 75%) analisadas eram companhias de capital aberto, com a segunda maior categoria (26%) companhias sem fins lucrativos, por exemplo, seguradoras mútuas e provedores de saúde. Muito poucos respondentes eram de propriedade privada. 36 Observe que muitas companhias de pequeno porte (com menos de US$300 milhões em prêmios anuais) não

participaram da pesquisa da NAIC.

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2.3 DESEMPENHO GERAL DA SEGURADORA Em geral, o padrão do desempenho apresentado pelas seguradoras na pesquisa é baixo de acordo com a distribuição da pontuação: a pontuação média é 7,3 de 50. A Figura 2 mostra a distribuição da pontuação, que varia de um mínimo de zero para dezessete companhias até um máximo de 33 para uma companhia.

A divulgação das informações é extremamente influenciada pelo porte e segmento de mercado, como revela a Figura 3. Por segmento de mercado, as estatísticas são divididas em Seguros Gerais, Vida e Previdência, Saúde, Multi-ramos que subscreve SG, e Outros Multi-ramos.

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A Influência do Porte da Companhia Há uma clara correlação positiva entre o porte da companhia e a qualidade da divulgação de informações pelo segurador. As pontuações superiores das companias de grande porte podem ser atribuídas a mais recursos disponíveis para elas realizarem a análise de risco, participação das partes interessadas e reporte. A diversificação da carteira de negócios, que acompanha o porte da empresa, também pode ser um fator que explica a qualidade superior da divulgação de informações de companhias de grande porte, considerando que a exposição a uma geografia mais ampla dos riscos em si pode levar a uma maior atenção para novas tendências, que podem ser menos visíveis em geografias ou linhas de negócios mais concentradas. O porte das companhias não parece ser um fator determinante na qualidade da divulgação em saúde, embora as razões para isto não estejam claras.

A Influência do Segmento de Mercado

Em média, as seguradoras de multi-ramos que subscrevem riscos de SG apresentaram pontuações mais altas do que qualquer outro segmento, entretanto, isto é porque não há empresas de pequeno porte deste segmento na pesquisa. Uma vez analisado o porte, fica claro que as empresas que subscrevem riscos de SG (seja SG puro ou multi-ramos) pontuam mais alto do que outras empresas do mesmo porte. Este resultado não é muito surpreendente, uma vez que grande parte

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da pesquisa e do diálogo com a indústria sobre mudanças climáticas se concentra nos impactos potenciais de eventos meteorológicos extremos sobre sinistros. Apesar do foco histórico do segmento de SG em eventos climáticos extremos, seguradoras de Vida e Saúde, em hipótese alguma estão imunes a outros impactos das mudanças climáticas. As mudanças no clima podem afetar a morbidade e mortalidade por meio de fatores, por exemplo, uma maior probabilidade de ondas de calor ou doenças transmitidas por insetos, e também podem alterar retornos sobre os investimentos, devido a impactos, como rebaixamentos na classificação de crédito em títulos soberanos, estaduais ou municipais, desvalorização imobiliária em regiões afetadas pelas mudanças climáticas.

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Gerenciamento do Risco de Mudanças climáticas

37 Outras dispõem de estratégias para lidar com variabilidade climática, porém, não com tendências no clima, nem com

questões sociais afins (ex.: regulação, responsabilidade civil, reputação, comportamento do cliente).

Principais conclusões: Apenas 23 das 184 companhias contam com estratégias abrangentes em mudança

climática37: Destas, 13 são estrangeira, e 8 companhias de Seguros Gerais. No entanto, mesmo entre aquelas companhias com estratégias abrangentes, a visão científica sobre clima é extremamente diversificada: companhias como a ACE estão financiando pesquisas primárias sobre mudanças climáticas, a Swiss Re e outras participam ativamente em esforços empreendidos no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (uma cooperativa global para sintetizar os recentes avanços científicos em mudanças climáticas), enquanto companhias, Allstate e Travelers demonstram forte ambivalência sobre os recentes avanços científicos.

Embora a maioria das seguradoras no segmento de SG dispõem de políticas para gerenciar a variabilidade do clima (definida como a variação anual e decadal inerente ao sistema climático global), poucos contam com políticas explícitas para identificar ou gerenciar as tendências nas mudanças climáticas global. Algumas seguradoras parecem não entender (ou se recusam a aceitar) a diferença entre variabilidade climática e mudança climática.

Especialmente em Saúde e L&A, e mesmo entre algumas seguradoras de SG, muitas companhias encaram mudanças climáticas como uma questão ambiental irrelevante para seus negócios. Apenas um segurador de saúde, Kaiser Permanente, tem uma posição forte sobre questões relacionadas com o clima. Exceto a Prudential Financial, praticamente todas as companhias de L&A têm pouco ou nenhum foco em mudanças climáticas.

A maioria das seguradoras, independentemente do segmento, consideram mudanças climáticas como um risco que será inerentemente considerado em sua estratégia de Gerenciamento de Risco Corporativo (ERM), e muitas respostas parecem indicar que ter uma estrutura de ERM é suficiente para identificar e gerenciar os riscos de mudanças climáticas. Embora a integração da mudança climática a uma estrutura ERM represente muitos benefícios, ela deve estar incorporada em tal estrutura de forma explícita.

 

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A Pesquisa com Seguradoras sobre Riscos Climáticos da NAIC pede que as companhias descrevam como elas levam em conta as mudanças climáticas no gerenciamento de seus riscos – em particular, se elas dispõem de uma política de mudanças climáticas para orientar como as mudanças climáticas são integradas ao gerenciamento de riscos e ao gerenciamento de investimentos. O fato de haver uma política de mudanças climáticas é uma indicação de o quanto as unidades de negócios, a administração e a diretoria da companhia estão bem alinhadas sobre o tema. Outra medida de resiliência de uma companhia a riscos climáticos emergentes é a presença de uma estrutura definida para gerenciar riscos climáticos. Dispor de uma estrutura ampla e dedicada ao risco climático possibilita a empresa a incorporar os melhores conceitos científicos na precificação, gestão de exposição, desenvolvimento de produtos e investimentos, de uma forma coerente e eficaz. Das 184 companhias que responderam a pesquisa, apenas 23 revelaram ter uma estratégia corporativa abrangente para lidar com mudanças climáticas.38 Quase metade eram estrangeiras (13 de 23), o que mostra coerência com a postura corporativa sobre mudanças climáticas em economias desenvolvidas, especialmente na Europa. Mais da metade eram companhias de grande porte (15 de 23), em comparação a 5 de médio porte, e somente 3 de pequeno porte. Apenas 8 das 23 companhias de SG tinham uma política climática diferenciada, que é menos do que poderia esperar, uma vez que quase metade dos seguradoras na pesquisa da NAIC são de SG. Isto pode refletir o fato de que muitos seguradoras de SG tratam de mudanças climáticas como se fossem uma simples progressão da variabilidade climática habitual, e não um fenômeno com potencial para mudanças rápidas e não lineares e que dependem de políticas públicas para ser revertido. Um exemplo de abordagem bem coordenada vem do QBE Group: “De seis em seis meses, cada divisão faz uma análise das iniciativas sobre mudanças climáticas empreendidas na área e o gerente executivo fornece um relatório para o Diretor de Atuária do Grupo, como dados para um documento apresentado ao conselho do QBE Group. Os relatórios das divisões abordam uma série de iniciativas empreendidas durante o ano específico relativo aos países daquela área, incluindo:

Iniciativas operacionais para reduzir as emissões de carbono.

Projetos de gerenciamento do risco de subscrição para atenuar riscos futuros para o seguro decorrentes de mudanças climáticas, assim como oportunidades para inovação em produtos.

Resposta às pesquisas sobre mudanças climáticas e engajamento com órgãos de mercado.

Participação em fóruns e pesquisas de redução de riscos na área de modelagem e gerenciamento de riscos naturais.

38 Outras dispõem de estratégias para lidar com variabilidade climática, porém, não com questões sociais afins (por

exemplo, regulação, responsabilidade civil, reputação, comportamento do cliente).

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Apenas uma companhia de Saúde, Kaiser Permanente, apresentou uma posição muito boa. Em 2008, ela declarou que "Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, as mudanças climáticas acarretarão efeitos na saúde que influenciarão diretamente a capacidade da Kaiser Permanente de cumprir a promessa de assistência médica de qualidade e financeiramente viável. A instabilidade climática global aumentará a demanda por assistência médica. Os custos de energia e água tendem a aumentar, enquanto o abastecimento diminuirá. Ameaças à biodiversidade também poderão ameaçar a disponibilidade para possíveis curas de doenças." Em resposta, a Kaiser adotou uma estratégia em mudanças climáticas, com cinco princípios: entender as mudanças climáticas, avaliar e evitar impactos relacionados com o clima, se comprometer em relação à melhoria constante; apoiar normas da indústria; e informar sobre políticas públicas. O conselho de administração da companhia de seguros, cuja responsabilidade é supervisionar a direção estratégica da mesma, tem um papel bem definido para desempenhar nessa questão. Um bom exemplo é oferecido pelo segurador de L&A, Prudential Financial: "O Compromisso Ambiental da Prudential, assumido em 2009, reconhece os riscos emergentes das mudanças climáticas global, e a influência que isto pode ter sobre nossa indústria e nossos clientes no mundo inteiro.Em 2012, uma comissão do Conselho de Administração da Prudential – a Comissão de Governança e Ética Comercial – incluiu meio ambiente e sustentabilidade em sua estrutura. Os membros do conselho agora são avaliados por sua experiência nestas áreas, como parte das habilidades, da experiência e das qualificações gerais que são avaliadas no processo de nomeação." Enquanto vários seguradoras divulgaram planos sólidos em gerenciamento do risco climático, a atitude mais comum foi que a mudanças climáticas não era importante, ou que era uma questão ambiental, e não um interesse de seguro. Por exemplo, a Athene Life declarou: “Neste momento, não acreditamos que a mudanças climáticas represente um risco significativo o suficiente para justificar considerações especiais sobre gerenciametno de risco”. “Esta posição não foi incomum para companhias de L&A; na verdade, 12 dos 17 seguradoras que pontuaram zero na pesquisa eram deste segmento da indústria”. Outra razão apontada para a falta de ação foi a insuficiência de evidências. Por exemplo, a Kemper Independence Insurance Company, disse:"Estamos aguardando mais pesquisas sobre os impactos das mudanças climáticas antes de estabelecermos políticas formais sobre o assunto. A Companhia não dispõe de um plano formal para avaliar, reduzir ou atenuar suas emissões.” Mesmo companhias de grande porte de P&C com estratégias relativamente sólidas foram contrárias ao reconhecimento da realidade científica sobre mudanças climáticas”. Por exemplo, o Travelers qualificou sua resposta, dizendo: "Esta pesquisa, e as respostas nela contidas, não endossam, rejeitam ou expressam uma opinião sobre existência ou ausência de mudanças climáticas, ou suas causas." A Allstate se posicionou de forma semelhante, declarando: "A Allstate não aprova, rechaça ou expressa qualquer opinião a respeito de qualquer pronunciamento científico especial sobre mudanças climáticas/aquecimento global". Muitas vezes as seguradoras alegam que emitem apólices anuais, e como resultado, estão protegidas dos riscos climáticos porque entendem as mudanças climáticas como uma tendência que evoluirá gradativamente, permitindo que eles tenham tempo para se adaptar. Este é um argumento problemático, por várias razões. Em primeiro lugar, são os eventos climáticos extremos que mais importam para a indústria, e embora os dados sugiram que sua probabilidade está

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mudando devido às mudanças climáticas, a raridade na ocorrência destes eventos significa que este fenômeno se torna, em grande parte, invisível aos seguradoras, que se preocupam apenas uma vez por ano. Em segundo lugar, pode não haver liberdade de ação na subscrição, devido as restrições regulatórias. Em terceiro lugar, os fatores sociais que criam o risco de seguro podem se modificar com mais rapidez do que o próprio clima, então, por exemplo, litígios que tenham relação com o clima podem impor custos significativos às seguradoras, indenizando os emissores históricos de carbono. Muitas seguradoras descrevem mudanças climáticas como um dos muitos riscos que devem ser considerados no processo de gerenciamento de risco da empresa. A Nationwide Mutual expõe uma destas abordagens: "Apesar da Nationwide não contar com uma política oficial de mudanças climáticas em relação a gerenciamento de risco e gestão de investimentos, levamos em conta a mudanças climáticas em nossos processos de gerenciamento de risco e gestão de investimentos.” Incorporar mudanças climáticas em uma estratégia de gerenciamento de risco da empresa significa benefícios de compartilhar informações envolvidas nas funções, e identificar as correlações entre riscos climáticos, por exemplo, risco regulatório e risco meteorológico para os clientes no setor de energia, ou a possibilidade de que um evento possa afetar ativos investidos, por exemplo imóveis, assim como clientes, ou de que um cliente corporativo possa estar envolvido em um sinistro de responsabilidade civil relacionado com o clima e que, ao mesmo tempo, o segurador possa deter títulos ou ações naquela companhia. Convém ressaltar, que muitas respostas parecem implicar que simplesmente ter uma estrutura de ERM é suficiente para identificar e gerenciar riscos de mudanças climáticas. Embora a integração das mudanças climáticas em uma estrutura de ERM represente muitos benefícios, ela deve ser incorporada nesta estrutura, de forma explícita.

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Vetores de Ação sobre Mudanças Climáticas

Principais Conclusões:

A pesquisa revela cinco principais vetores de ação sobre mudanças climáticas, incluindo:

Custo-Benefício, principalmente em economia de energia. O vetor de ação mais comum (116 de 184 companhias) foi redução de consumo de energia da companhia com a finalidade de cortar custos. Muito poucas companhias (39 de 184) citaram metas em redução de carbono como um condutor.

Segurança, a exposição de operações, receita e lucratividade da companhia, é um vetor para 110 de 184 empresas, embora seja principalmente devido à preocupação com os eventos extremos atuais, e não com mudanças climáticas propriamente ditas. Continuidade dos negócios e processamento dos sinistros decorrentes de eventos extremos que afetam as próprias operações das seguradoras são os nós de exposição mais citados (72 de 184). As companhias citam resseguro, modelagem de sinistro e planejamento da continuidade dos negócios como abordagens para gerir seu próprio desempenho, enquanto contabilização de capital excedente é raramente mencionado. No entanto, as abordagens sobre gerenciamento de risco são citadas com frequência, geralmente em termos de gerenciamento do risco de catástrofe, e não como abordagens especificamente sobre mudanças climáticas. Há pouca discussão sobre a possível correlação entre risco do cliente e risco de ativos.

Riscos emergentes decorrentes de tendências climáticas futuras – 88 de 184 companhias consideraram mudanças climáticas como um possível motor de sinistro futuro, apesar das avaliações científicas, como por exemplo, o relatório Eventos Extremos do IPCC e o projeto do governo sobre Avaliação Nacional do Clima, ressaltarem que as mudanças climáticas já estão aumentando os eventos extremos que levam a sinistros segurados. Como um fator de risco remoto, as mudanças climáticas foram consideradas um risco potencial para subscrição e retorno sobre o investimento das companhias, mesmo das seguradoras e segmentos, por exemplo, de seguro odontológico.

Sustentabilidade e benefícios reputacionais afins. Este vetor é relevante para todos os segmentos, especialmente para seguradoras de saúde. Apesar de apenas 9 companhias incluírem os benefícios reputacionais de agir sobre mudanças climáticas, um número muito superior destaca correlações entre programas de sustentabilidade e benefícios reputacionais (77 empresas, ou mais de 40% da pesquisa).

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Este capítulo analisa os principais motores por trás das ações positivas da seguradora sobre mudanças climáticas. Identificamos 12 fatores, ou indicadores, a este respeito. Estes se enquadraram naturalmente em seis preocupações internas, com foco na empresa, e seis preocupações externas, com foco no cliente, conforme apresentado na Tabela 1.

TABELA 1: VETORES DE AÇÃO POSITIVA PELAS SEGURADORAS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Interno (efeito direto)

Risco Emergente Mudanças climáticas representam uma questão futura potencial

Reputação Uma postura positiva sobre mudanças climáticas é importante

Sustentabilidade Ecoeficiência requer lidar com questões climáticas

Segurança Assegurar continuidade dos negócios

Custo-Benefício Reduzir consumo de energia para economizar dinheiro

Pegada de Carbono Atenção às emissões internas

Externo (efeito indireto via clientes ou ativos de clientes

Furacão Exposição do cliente a este risco em particular

Outros Extremos Exposição do cliente a riscos específicos

Outros Impactos Mudanças climáticas consideradas um risco comum para clientes

Responsabilidade Civil Possibilidade de demandas de responsabilidade civil contra clientes

Regulações para GEE Regulações para GEE podem afetar clientes/ativos

Mudança de Comportamento Intensidade das atividades de carbono pode reduzir ou aumentar riscos

Exposição do Consumidor às mudanças climáticas foi citada por 72 de 184 companhias, com

preocupações, incluindo exposição dos consumidores em relação à regulação para emissões de carbono, danos meteorológicos extremos às operações ou ativos físicos dos clientes e dano aos investimentos dos consumidores.

Os motivadores da ação climática diferem dependendo do segmento da indústria. As principais preocupações das seguradoras gerais (Seguros Gerais) são segurança, e imediatamente após, custo-benefício. Eles consideram mudanças climáticas como um risco emergente futuro, porém incerto, e não um risco que já afeta os clientes por intermédio de riscos, como por exemplo, furacões. Os motivadores das Seguradoras de Vida & Previdência são, em especial, custo-benefício, imediatamente seguido de segurança. A preocupação é menor com mudanças potenciais ou atuais no clima e mínima com furacões ou extremos meteorológicos. O principal vetor das seguradoras de saúde é sustentabilidade, que eles associam à preocupação com o bem-estar de seus clientes.

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Vetores Internos

Risco Emergente. A companhia acredita que há uma ameaça relevante potencial em alguma data futura, porém, ainda não foi capaz de quantificar o efeito sobre ela mesma ou seus clientes, por exemplo, produtos atuais podem resultar em sinistros mais altos do que o previsto, como aconteceu no caso do asbesto.

Reputação. A seguradora considera que aceitar publicamente a existência das mudanças climáticas e ter uma estratégia proativa para ela é importante para sua posição de mercado.

Sustentabilidade. A empresa adotou o princípio de conservação dos recursos naturais, tais como água e energia, o que está de acordo com a estratégia proativa sobre mudanças climáticas.

Segurança. A companhia conta com estratégias de continuidade de negócios para enfrentar eventos climáticos, por exemplo, planos de recuperação de catástrofe, diversificação de risco, e (res)seguro de seus próprios riscos e ativos.

Custo-Benefício. O entrevistado tomou medidas sobre principais consumos de energia – instalações próprias, transporte e processos de trabalho administrativo – para economizar custos.

Pegada de Carbono. A seguradora administra suas emissões de gases de efeito estufa, e procura não ser simplesmente eficiente em termos de energia.

Vetores Externos

Risco de Furacão. O impacto deste risco sobre os clientes é analisado de forma mais consciente.

Outros extremos climáticos. Pelo menos um risco sem ser furacão é analisado de forma mais consciente.

Outros impactos. A seguradora está ciente de que o novo clima pode afetar os consumidores de alguma forma.

Responsabilidade Civil. A seguradora considera a questão da responsabilidade em acarretar mudanças climáticas.

Regulações para GEE. A análise consciente de como as regulações relacionadas com as emissões de GEE podem afetar clientes e ativos.

Mudança de Comportamento. A companhia pensa que haverá importantes mudanças comportamentais e econômicas envolvendo clientes, reguladores, etc, em decorrência das mudanças climáticas.

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4.1 VISÃO GERAL Exploramos as tendências gerais nos motivadores que conduzem os pontos de vista e as ações das seguradoras sobre mudanças climáticas, e como estes motivadores diferem entre os segmentos da indústria. A Figura 4 apresenta uma visão geral da motivação das seguradoras. As Figuras 5, 6 e 7 apresentam uma análise completa por linha de negócios.

A Influência do Porte da Companhia As respostas tendem a variar proporcionalmente ao porte da companhia. São doze motores no total. Seguradoras de pequeno porte normalmente citaram um único motor para associar ao risco de mudanças climáticas (muitas não mencionaram nenhum); companhias de médio porte entre 1 e 2 motores, e empresas de grande porte normalmente mencionam 3 ou mais motores. As seguradoras de grande porte foram mais propensas a definir metas de emissões e estarem motivadas pela preocupação com sustentabilidade. Quase metade das seguradoras de grande porte têm metas em emissões e mais de dois terços estão preocupadas com sustentabilidade. Por outro lado, menos de 1 em cada 10 seguradoras de pequeno porte têm metas em emissões, e apenas 22% (18 de 82) mencionam sustentabilidade. Manter a reputação foi citado por aproximadamente 40% das seguradoras de grande porte (15 de 39), mas dificilmente por seguradoras de pequeno e médio porte. Finalmente, os efeitos indiretos das mudanças climáticas (responsabilidade civil, regulações para emissões e mudança de comportamento) foram mencionados 25 vezes pelas 39 seguradoras de grande porte, mas por apenas 1 em cada 9 das seguradoras de pequeno porte (9 de 82).

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A Influência da Propriedade O tipo de propriedade não teve uma grande influência sobre motivação. As diferenças mais acentuadas são que mais de metade das seguradoras sem fins lucrativos estão preocupados com sustentabilidade, em comparação a pouco mais de um terço das sociedades anônimas.

A Influência do Segmento de Mercado Existem diferenças marcantes na motivação entre os diferentes setores da indústria de seguros, conforme mostrado nas Figuras 5, 6 e 7.

A Figura 5 revela que a preocupação das seguradoras gerais (Property and Casualty) com fatores internos é relativamente alta, especialmente com custo-benefício e segurança (ou seja, continuidade dos negócios). Elas consideram a mudanças climáticas como um risco emergente, que se materializará de uma forma incerta no futuro, e não um fator que já afeta os clientes por meio de ameaças, como por exemplo, furacões e outros riscos meteorológicos extremos. A Frankenmuth Mutual deu uma resposta abrangente sobre segurança: “A Frankenmuth Insurance compra resseguro para minimizar o impacto de sinistros catastróficos que podem ser potencialmente atribuídos à mudanças climáticas. Modelagem computacional é utilizada por nossa companhia por meio de trabalho feito em conjunto com nossos parceiros de resseguro de catástrofe, além de diretrizes de subscrição que foram aperfeiçoadas para garantir que os riscos das possíveis exposições de catástrofe sejam avaliados e atenuados de forma correta. A Frankenmuth Insurance continua a atenuar o risco por intermédio de diversificação geográfica, seleção de risco e diretrizes de subscrição bem definidas.

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Para a própria companhia, no caso de uma catástrofe natural atribuída à mudanças climáticas, existe um risco potencial de interrupção de negócios. Para reduzir este risco, desenvolvemos um plano de retomada de negócios para acelerar o retorno ao ritmo normal das operações comerciais.” Várias outras seguradoras forneceram informações úteis sobre a questão de segurança. Por exemplo, "Usando... modelos de simulação de exposição, bem como dados históricos de tendência de sinistro, a Liberty Mutual é capaz de estimar sinistros por eventos catastróficos naturais de diversas magnitudes e probabilidades. Esta informação é incorporada ao planejamento estratégico, à precificação e às decisões de se comprar resseguro.” Outro bom exemplo é a Progressive Insurance, que considera explicitamente o risco climático em seu planejamento de continuidade de negócios, resseguro e capital financeiro. Na outra extremidade do espectro está a GMAC Insurance, que respondeu simplesmente "Não aplicável" ou "Não" a todas as perguntas.

A Figura 6 demonstra que seguradoras de Vida & Previdência estão especialmente motivadas por custo-benefício, imediatamente seguido de segurança e sustentabilidade. Há pouca preocupação com potenciais ou atuais mudanças no clima e preocupação mínima com furacões e outros eventos meteorológicos extremos. Embora as seguradoras de vida e previdência privada considerem que há pouco ou nenhum risco para seus segurados, muitas acreditam que a redução do consumo de energia é uma estratégia óbvia por razões de custo-benefício e segurança. Por exemplo, a Guardian Life Insurance Company declara: “O número de dias por ano com temperaturas mais altas do que o normal está aumentando e estima-se que continue”. Isto pode significar maior demanda de energia para refrigerar edifícios e, portanto, aumento nos custos. “A companhia também considera abastecimento de água como um risco de segurança: “Sem uma ação para aumentar os recursos hídricos, poderá haver grande escassez no abastecimento em algumas partes do país. A Guardian melhorou nossas instalações para ser mais resiliente a estes desafios (ex.: como refrigeramos nossos centros de dados e locais de trabalho para reduzir nossa dependência de água).”

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A John Hancock (parte do Manulife Group) tipifica a abordagem convencional que a maioria das seguradoras de vida e de previdência privada acredita ser apropriada: “A empresa procura meios para atenuar os riscos, mantendo sua diversificação e dispersão geográfica. Os riscos financeiros de impactos ambientais são também minimizados por meio de seguro e resseguro." No entanto, uma minoria significativa desprezou bastante as mudanças climáticas, e deu pouca atenção para a pesquisa da NAIC, por exemplo, a Athene Annuity & Life Assurance afirma: “Não acreditamos que as mudanças climáticas representem um risco para a nossa companhia", ignorando, aparentemente, muitas questões relacionadas com gestão de ativos que outras empresas de L&A identificaram (ver Capítulo 5).

As seguradoras de saúde são um pouco diferentes de outras seguradoras, conforme demonstra a Figura 7. Seu principal motor é sustentabilidade, que elas associam à preocupação com o bem-estar de seus clientes. Continuidade dos negócios e risco climático potencial futuro também são importantes, porém, a preocupação com custo-benefício ocupa o segundo lugar nas seguradoras de saúde. Dois exemplos demonstram a motivação principal das seguradoras de saúde. Primeiro da Aetna: "A Aetna é dedicada a ajudar as pessoas a alcançar saúde e segurança financeira, e acreditamos que promover um ambiente saudável seja uma parte importante desta missão.” Em segundo lugar, o Cambia Group: "O Cambia conta com um programa formal de sustentabilidade que busca incorporar a estrutura de base tripla (crescimento econômico, responsabilidade ambiental e equidade social) em seu planejamento, tomada de decisões e operações. O programa de sustentabilidade inclui esforços para incorporar maior responsabilidade ambiental às operações da empresa.” A resposta da Anthem Blue Cross é um caminho típico para economia de energia: "Identificamos oportunidades para melhorar nosso desempenho nos negócios e reduzir nossa pegada de carbono.

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Por exemplo, estamos implementando uma política de energia computacional que economizará $1 milhão por ano e reduzirá nossa pegada de carbono associada à energia utilizada por nossos computadores em até 47 por cento". O único exemplo em toda a pesquisa de preocupação com a saúde dos funcionários (independente dos eventos extremos) é dado pelo Unum Health Group: “A mudança na temperatura média. Este risco pode causar um aumento na despesa com consumo de serviços de utilidade pública necessários para o conforto dos funcionários em qualquer um dos edifícios comerciais do Unum. “Por exemplo, no Sudeste, os aumentos nas temperaturas causados por emissões exigirão refrigeração adicional, resultando em maior consumo de energia para garantir o conforto dos funcionários durante o trabalho”.

4.2 ANÁLISE DOS MOTORES INTERNOS Esta seção abrange os seis fatores com foco interno – questões relacionadas com a seguradora como um todo, não com os próprios riscos dos clientes: riscos emergentes, reputação, sustentabilidade, segurança, custo-benefício e pegada de carbono.

Principais Conclusões:

A ação motora mais comum – citada por 116 de 184 companhias – foi redução do consumo de energia da companhia para cortar custos (eficiência energética). Um número bem menor (39 de 184) foi um pouco mais além, estabelecendo metas para reduzir sua pegada de carbono.

Cento e dez empresas ressaltaram segurança empresarial como um fator, embora isto seja principalmente devido à preocupação com os eventos extremos atuais, e não com as mudanças climáticas propriamente ditas. As principais técnicas utilizadas foram planejamento de continuidade dos negócios, resseguro, e modelagem de risco. Houve pouca menção explícita para diversificação do risco, ou seleção de risco neste contexto, nem para a possibilidade de correlação entre risco do cliente e risco de ativos. Contabilização de capital excedente é um fator raramente mencionado.

Oitenta e oito das 184 empresas (48%) identificaram mudanças climáticas como um risco emergente.

Enquanto apenas 9 companhias incluíram os benefícios reputacionais de ações sobre mudanças climáticas, um número muito maior ressaltaram correlações entre programas de sustentabilidade e benefícios reputacionais (77 empresas, ou mais de 40% da pesquisa).

 

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Riscos Emergentes Riscos emergentes são riscos que ainda não foram validados, mas são reconhecidos como riscos potenciais de longo prazo. Oitenta e oito dos 184 seguradoras (48%) enxergam mudanças climáticas desta forma. Algumas empresas (principalmente as de grande porte e resseguradoras) descrevem os esforços para financiar ou realizar pesquisa ativa, por exemplo, o XL Group: "Os relatórios sobre o risco emergente de aquecimento global / mudanças climáticas foram elaborados após interação significativa com a gestão de todas as operações (subscrição, sinistros, jurídica, engenharia de risco, gerenciamento de risco e gestão de produtos) a fim de identificar e avaliar os riscos relativos às mudanças climáticas em termos mundiais. Estes riscos também foram avaliados com base na exposição potencial ao XL tomando por base os produtos de seguro que oferecemos a nossos clientes, e também se estes riscos representavam exposições operacionais ao próprio XL." A motivação para desenvolver ações relacionadas ao risco emergente é descrita resumidamente pela Axis Reinsurance: "Não podemos nos dar ao luxo de esperar até que os impactos sejam certos para aí sim agirmos." Mesmo as empresas fora do segmento de ramos elementares expressaram preocupações sobre os impactos do risco emergente sobre receitas e investimentos, por exemplo, a Delta Dental Insurance Company: "Se as mudanças climáticas reais causam um impacto adverso significativo sobre a economia em geral, sobre regiões específicas onde temos uma grande quantidade de grupos / associados, ou sobre empresas nas quais investimos, isto pode, definitivamente, resultar em prejuízos nas receitas dos planos odontológicos e nos retornos sobre o investimento." A Mutual of Omaha Insurance Company tem uma visão semelhante sobre riscos emergentes: “Os riscos potenciais de mudanças climáticas que têm a possibilidade de afetar nossos negócios são aumento em mortes e custos de morbidade provenientes do surgimento de doenças transmitidas por insetos em novas áreas geográficas, impacto de níveis mais elevados de calor sobre os segurados, e outros riscos de condições meteorológicas extremas. Partindo da perspectiva de um ativo, os riscos potenciais incluem o impacto da elevação dos níveis dos oceanos causado sobre imóveis situados na costa, e o impacto sobre a saúde financeira das companhias que estão mais expostas a responsabilidades patrimoniais." No entanto, a maioria das seguradoras adota uma abordagem de "esperar para ver" para gerenciar riscos emergentes, acreditando que terão tempo para reagir mais tarde e, portanto, direcionam seus recursos para questões mais urgentes. Uma destas companhias é a Auto Owners Insurance: "Há muitas incógnitas para justificar uma ação sobre um risco percebido, porém, não comprovado." Algumas seguradoras acreditam que as mudanças climáticas podem afetar a disponibilidade e o custo das opções de transferência de risco (por exemplo, resseguro, títulos de catástrofe, e swaps de catástrofe). Por exemplo, o Progressive Insurance Group diz: "A volatilidade climática global extrema pode aumentar os custos de financiamento do risco. Financiamento de risco é o processo pelo qual uma companhia garante recursos adequados para cobrir perdas financeiras inesperadas oriundas de um risco que a companhia reteve deliberadamente. Tanto a capacidade no mercado de

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resseguro como a disponibilidade de capital do mercado de título de catástrofe podem, teoricamente, ficar limitadas após a ocorrência de eventos climáticos extremos." No entanto, algumas seguradoras acreditam que seus mercados de transferência de risco não seriam afetados pelas mudanças climáticas, entre elas a Chicago Title Insurance Company: "As mudanças climáticas não terão efeito significativo (sic) sobre limites, custos e prazos do resseguro de catástrofe, incluindo provisões de reintegração. "

Reputação Apenas vinte e uma das 184 seguradoras afirmam que aceitar as mudanças climáticas e agir a respeito é importante para a marca. 39 Os exemplos abaixo indicam que algumas das principais seguradoras consideram a política sobre mudanças climáticas como vital para sua posição no mercado, seja para contratação, vendas no varejo, atividade entre empresas, ou aumento de capital. Uma dessas seguradoras é a The Hartford Insurance Group: "Acreditamos que companhias com uma abordagem sólida, abrangente e sustentável em relação à administração ambiental, e que oferecem produtos adequados a preço adequado, podem construir um marca de seguro verde. Além disto, na guerra por talentos, as empresas que podem demonstrar para seus funcionários que estão seriamente comprometidas com gestão ambiental, estão mais bem posicionadas para atrair e contratar funcionários talentosos." Outro é a Sun Life Assurance Companies: "A reputação e a capacidade da Companhia de construir seus negócios e sua marca podem ser afetadas adversamente se grandes clientes multinacionais, grupos de acionistas, ou demais partes interessadas julgarem que o risco de mudanças climáticas é gerenciado de forma inadequada pela Companhia... Nossa participação em licitações sobre oportunidades de negócios pode ser impugnada em consequência do não cumprimento das exigências de gerenciamento em emissões de GEE ou em mudanças climáticas na cadeia de suprimentos de um consumidor potencial. Podemos ainda experimentar uma provável redução no acesso aos mercados de capitais, caso vários índices de sustentabilidade revelem que nossas práticas estão aquém de seus critérios, nos eliminando como um componente do índice."

Sustentabilidade Setenta e seis das 184 companhias destacaram sustentabilidade – uma preocupação geral por eficiência em recursos e qualidade ambiental – como um motivador para responder às mudanças climáticas, devido ao fator comum de cuidar do meio ambiente. Muitas seguradoras destacaram este fator ao descreverem suas ações em eficiência energética e redução da poluição. Os exemplos que se seguem são típicos de referências frequentes a programas, por exemplo, Green Teams, Go Green, eventos do Earth Day, viagens subsidiadas, escritórios sem papel, carona solidária, reuniões virtuais e reciclagem.

39 Entretanto, há uma resposta mais firme em relação a ações de sustentabilidade e associações à “reputação.”

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A Allstate descreve sua “Equipe Interdisciplinar em Liderança Ambiental, composta de diretores e altos funcionários de todas as áreas da empresa. Esta equipe ajuda a guiar esforços ambientais a partir de uma perspectiva ampla da empresa, construir cooperação e criar uma dinâmica para intensificar os esforços em sustentabilidade da Allstate e identificar as oportunidades associadas à responsabilidade ambiental e clima." A Aflac oferece um exemplo mais moderado: "A partir dos materiais que usamos em nossas operações diárias para construção e reforma de instalações, consideramos cuidadosamente o impacto ambiental que nossas ações causarão." A Fidelity Investments Life Insurance Company é outra empresa que associa programas de ecoeficiência à energia (e por implicação, esforços climáticos): "Comparado a 2007, o uso de papel em todas as nossas operações diminuiu em 38%. Comparado a 2010, o uso de papel diminuiu 7%. A opção de comunicação eletrônica pelo cliente subiu de 25% em 2008 para 40% em 2011. Nosso objetivo é aumentar esta taxa de eliminação de papel para 50% até 2015. “A comunicação eletrônica economiza papel, energia e tinta usados na impressão, e a energia utilizada para enviar o material para os clientes.”

Segurança Este motor leva em consideração que medidas a companhia adota para se proteger contra o risco climático. Dos 184 entrevistados, 110 seguradoras mencionaram este fator. A necessidade disto está bem expressa pelo Travelers: "Sinistros de catástrofe podem afetar significativa e adversamente os resultados de nossas operações, nossa posição financeira e/ou liquidez, e pode afetar negativamente nossos ratings, nossa capacidade de aumento de capital e a disponibilidade e o custo do resseguro." Alguns seguradoras de Vida e Saúde também observam a ameaça de condições meteorológicas extremas aos ativos imobiliários, e de ondas de calor ao fornecimento de energia para o trabalho administrativo. Houve uma grande variedade nas respostas à pesquisa para este motor, mas muitas vezes se referiram a gerenciamento do risco de catástrofe, em vez de diretamente às mudanças climáticas. Como seria de se esperar, existem muitas estratégias básicas, não específicas para mudanças climáticas, que uma seguradora pode adotar para gerenciar o risco de catástrofe e de adequação de capital – entre elas, seu plano de continuidade de negócios, seu programa de resseguro e seguro de seus bens. Setenta e duas seguradoras mencionaram seus planos de continuidade de negócios, para lidar com o risco físico a suas próprias instalações, ou comprometimento no atendimento aos consumidores. Normalmente as referências incluem infraestrutura de apoio, sistemas alternativos de trabalho e equipes de administração de sinistros, especialmente em relação a determinados riscos, como por exemplo, furacões, inundações, tornados ou ondas de calor. Todo tipo de seguradora mencionou esta questão. Por exemplo, a Aviva (um segurador de vida de Iowa) declarou: "Iowa está localizada na Tornado Alley (Alameda dos Tornados). Em 2011, a companhia realizou uma manobra

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considerando um cenário de Tornado". O Unum Health Group informou que "em Columbia, na Carolina do Sul, que é vulnerável a furacões, reforçou seu centro de dados e seus dispositivos de impressão e distribuição” para aguentar os impactos de tais tempestades”. Resseguro foi mencionado em 43 respostas. É comum os programas de resseguro serem bastante complexos, mas apenas algumas seguradoras forneceram algumas informações detalhadas: vários mencionaram o uso de títulos de catástrofe e instrumentos do mercado de capitais para complementar o resseguro convencional; um garantiu que tinha provisão para reintegração do programa após uma catástrofe; um mencionou complementar a cobertura da carteira com resseguro ‘facultativo’ ou individualizado para grandes exposições isoladas; e um mencionou analisar a saúde financeira de suas resseguradoras para pagar sinistros.40

Apenas um se referiu à prática de cobertura de ‘sinistro agregado’, através da qual a seguradora se protege contra um acúmulo de pequenos sinistros, e não simplesmente se protegendo contra catástrofes. Modelagem de risco foi especificada por 40 seguradoras como uma técnica importante, a fim de explorar sua adequação de capital, utilizando cenários de desastres reais e modelos de catástrofe no caso de seguradoras de P&C, ou ‘testes de estresse’ para seguradoras de L&A. Uma resposta típica é dada pela Mutual of Omaha Insurance Company: "Avaliamos uma enorme variedade de cenários de estresse no contexto destas declarações de apetite. Mortalidade, morbidade e eventos de risco de crédito graves são capturados nestes testes de estresse, e embora não especificamente associados às mudanças climáticas, acredita-se representarem um teste adequadamente rígido comparado ao impacto das mudanças climáticas, ou mais severo que este, para nossa vida e as empresas de seguro saúde." Seguradoras gerais (Property & Casualty) tendem a usar mais do que um modelo de catástrofe para uma maior segurança. Vinte subscritores (principalmente de ramos elementares – P&C) mencionaram controle de acumulação, em que a seguradora limita a quantidade de risco que aceitará em regiões de alto risco. Por exemplo, a Mercury Casualty declarou: “Por causa do aumento previsto na frequência de furacões, a Mercury está tomando várias medidas para monitorar, controlar ou mesmo reduzir a exposição a sinistros catastróficos causados por furacões. A Mercury também está deixando o mercado de seguro residencial na Flórida." Um segundo segurador, Great American, foi mais longe: "A companhia no passado optou por reduzir a exposição a riscos catastróficos de propriedade, incluindo os efeitos das mudanças climáticas." De forma surpreendente, apenas onze seguradoras mencionaram o valor da diversificação de risco (por exemplo, ter uma margem de risco em todas as linhas de negócios e geografias) para reduzir a vulnerabilidade aos riscos climáticos. Muitas seguradoras disseram que praticam diversificação rotineiramente em sua gestão de ativos, mas apenas três, especificamente, disseram que eram diversificadas no que diz respeito a riscos climáticos, e os outras simplesmente presumiram que fossem.

40 Muitas vezes as seguradoras entendem ser suficiente considerar os ratings de crédito das resseguradoras, entretanto, as agências de classificação de crédito têm cometido alguns erros nos prognósticos de risco em um cenário financeiro mais amplo.

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Ter um patrimônio líquido saudável, ou seja, capital, foi mencionado por apenas onze seguradoras. Isto pode refletir a pressão sobre as empresas públicas para que elas não tenham "capital ocioso", mas sim usem resseguro e administrem com menos capital. Por exemplo, a Cambia Health declarou: "Na verdade, os custos futuros, os impactos e as necessidades que não se conhece, juntamente com o efeito do risco de mudanças climáticas, sejam relativos à subscrição ou a outros fatores, representam mais um motivo para manter o patrimônio líquido sólido para garantir capacidade de continuar atendendo as necessidades de nossos membros." Apenas sete seguradoras gerais (Property & Casualty) mencionaram, explicitamente, seleção de risco ("subscrição prudente") como uma técnica, embora muitas diversifiquem seus termos e condições de acordo com o risco individual (Ver Capítulo 5). A possibilidade de correlação de risco entre passivos (produtos emitidos para os clientes) e ativos (investimentos) não foi discutida por nenhuma seguradora – apesar de ser possível este tipo de avaliação de risco correlato acontecer na prática, como parte de seu processo de Gestão do Risco Corporativo, não podemos pressupor que ela aconteça.

Custo-Benefício Este motor abrange ações de seguradoras em grandes consumos de energia interna em suas próprias instalações, seu transporte e trabalho administrativo, e é mencionado por 118 de 184 seguradoras. Esta é a maior atividade de qualquer indicador, e pode refletir o fato de que a primeira pergunta da pesquisa diz respeito a consumo de energia. Um tema comum neste estudo é que a eficiência energética significa emissões mais baixas, e também melhor serviço ao cliente. Os três casos a seguir demonstram melhores práticas:

California State Auto Group: “Em reconhecimento as nossas próprias responsabilidades corporativas, convertemos toda nossa frota de veículos em híbridos. De acordo com a Automotive Fleet, este é o maior percentual de híbridos em qualquer grande frota comercial privada dos EUA.” MVP Health Care: "A MVP Health Care tem uma extensa lista de 30 Iniciativas em Seja Verde desenvolvidas para alcançar as medidas de conservação de energia...as mudanças climáticas podem resultar em escassez de energia ou recursos, o que pode gerar custos de energia mais elevados." Munich Re: A companhia forneceu uma longa lista de ações no âmbito deste motor, junto com a citação de vários prêmios recebidos por tais ações, incluindo o sistema solar de 2,5 MW, prêmio concedido pelo Projeto do Ano em Energia, no Congresso Mundial de Energia.

Pegada de Carbono Trinta e nove seguradoras de 184 relataram uma meta definida em redução de emissões de gases de efeito estufa, frequentemente como resultado de normas potenciais ou participação do público-

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alvo. Há grande discrepância nas metas de redução em emissões de gases de efeito estufa estabelecidas pelas companhias, à medida que as metas de redução são perseguidas via esforços internos, compra de créditos de compensação ou por meio de ativos investidos, conforme mostram os exemplos a seguir:

ING: "Desde 2007, a ING vem apresentando uma melhora significativa em nossas operações nos EUA, reduzindo o consumo de energia dos EUA em 23 por cento". United Health Group: "O UHG tem se reportado ao Projeto de Divulgação sobre Carbono (CDP) desde 2007. Até 2011, o UHG reduziu suas emissões de carbono em 19,2% a partir dos parâmetros de 2008." FM Global: A companhia definiu uma meta bem mais modesta. "A FM Global analisou sua pegada de carbono e definiu formas de reduzí-la em até sete por cento ao longo dos próximos anos." Travelers Group: "Entre o início de 2006 e o final de 2011, alcançamos 7,5% de redução em emissões, superando nossa meta original. A reduções foram alcançadas, principalmente, por meio de reduções dos níveis de carbono gerados por nossas operações e pela compra de um bloco de Créditos de Energia Renovável."

Aetna: "Tendo em vista o ambiente regulatório em evolução, a variabilidade nos custos de energia, a evolução de nossos negócios e os países em que operamos, nossa empresa não articulou metas numéricas específicas em emissões."

4.3 ANÁLISE DOS VETORES EXTERNOS

Principais Conclusões:

Trinta e duas seguradoras, todos de ramo de Seguros Gerais (SG), identificaram risco de furacão como um problema. No entanto, há um debate ostensivo sobre a forma como este risco evoluirá diante das mudanças climáticas. Para a comunidade científica, ainda não há consenso sobre como o risco de furacão evoluirá em um clima mais quente – embora os principais especialistas discordem sobre se a atmosfera e os oceanos mais quentes levarão a um número maior ou menor de furacões, há um acordo generalizado de que os furacões serão mais intensos e destrutivos. A diferença entre os recentes avanços da ciência e a visão das seguradoras sobre o risco de furacão está criando tensão entre seguradoras e agências de classificação, que querem adotar uma postura cautelosa na precificação do risco maior em potencial, e alguns reguladores que estão focados na manutenção da viabilidade financeira da cobertura de vendaval.

Estratégias comuns em gerenciamento do risco de furacão incluem modelagem de catástrofe,resseguro, franquias dedutíveis mais altas em áreas costeiras, e controle cauteloso de exposição agregada, incluindo equilíbrio do ramo de propriedade com outras linhas de seguro.

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Esta seção considera os seis motores externos de ação das seguradoras sobre aquecimento global no risco de novos padrões meteorológicos e mudanças sociais que podem afetar seus clientes e ativos investidos.

Risco de Furacão Não é de surpreender, dado o registro no histórico de sinistros, que o risco de furacão foi o risco físico relacionado à mudanças climáticas mais intensamente explorado. Trinta e duas seguradoras de 184 discutiram furacões, todos eles seguradoras de Seguros Gerais. A Amica Mutual apresenta um ponto de vista comum: "A ameaça mais imediata representada pelo impacto climático é um aumento em sinistros relacionados com o clima. A Amica tem concentrações de negócios no Nordeste, no Atlântico e na Costa do Golfo que estão expostos ao risco de furacão." As avaliações de risco se baseiam em modelos de catástrofe. São altamente complexas e muitas seguradoras de pequeno porte confiam plenamente em de seus corretores ou resseguradoras para aconselhamento. As complicações são ilustradas pelos exemplos a seguir:

Amica Mutual Group: "A base do nosso programa de gestão de CAT é nossa atenção aos detalhes nos dados que coletamos em cada risco de propriedade que aceitamos. Dados de altíssima qualidade são utilizados em vários programas para identificar o local da exposição, que por sua vez permitem modelagem computacional para analisar perdas médias anuais e Perdas Máximas Prováveis."

Estratégias semelhantes são adotadas para outros extremos climáticos, que foram mencionados

por 40 seguradoras. Há preocupação sobre exposição a tempestades convectivas, por exemplo, tornados, mas, novamente, não há consenso sobre como este risco evoluirá. Risco de incêndio florestal foi ressaltado por 15 seguradoras, e aqui o risco é visto como tendência crescente.

Trinta e nove por cento das seguradoras (72 de 184) expressaram preocupação geral sobre o efeito das mudanças climáticas sobre clientes ou ativos investidos. Um grande número de seguradoras mencionaram reguladores em seus registros na Comissão de Valores Mobiliários para mais detalhes, embora tais registros geralmente tendam a descrever os desastres naturais sem qualquer menção específica à mudanças climáticas. A maioria das seguradoras que citam mudanças climáticas como possivelmente influenciando seus clientes ou bens investidos tendem a descrever mudanças climáticas como um processo gradual que permitirá adaptação com o tempo.

Exposição à responsabilidade civil em sinistros contra clientes ou companhias em carteiras de ativos das seguradoras que alegam responsabilidade civil pelas mudanças climáticas foi mencionada por 18 dos 184 seguradoras. 17 de 184 seguradoras discutiram o efeito das regulações para GEE sobre seus clientes. A maioria das empresas considerou que estas regulações representam um risco, devido aos custos adicionais a serem incorridos pelo setor empresarial e imobiliário, e devido à criação de incerteza regulatória.

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Alfa Mutual: "Em primeiro lugar, medir e analisar dados históricos (tendências mundiais e específicas de mercado e das companhias). Fazemos a atualização para os modelos atuais de catástrofe na forma que eles estão atualizados, em geral anualmente. O resultado destas atualizações, nos últimos anos, têm sido modelar significativamente perdas máximas prováveis mais altas relativas às mudanças subjacentes em exposição. Ademais, utilizamos as atividades internas de modelagem para ajustar os modelos nacionais a fim de refletirem melhor a experiência regional em nossas carteiras de propriedade. Por fim, aplicamos um modelo DFA41 a 200.000 simulações distintas de cenários de riscos potenciais de coeficientes de sinistros mais altos, gerados a partir de tempestades relacionadas a eventos que estão tendo um efeito negativo sobre o desempenho operacional em toda a entidade."

Em geral se considera prudente incluir o uso de cenários de temperatura quente da superfície do mar, e aumento em perdas42 ao projetar o sinistro potencial, conforme relatado pela Employers’ Mutual Casual Company: "No risco de furacão, a EMC tem modelado o aumento da frequência com a perspectiva da frequência de curto prazo de cinco anos com aumento do total em perdas e da maré de tempestade, a fim de revisar a análise da subscrição e do resseguro da EMC.” Duas seguradoras (Harleysville e Travelers Group) comentaram que haviam testemunhado sinistros maiores em águas interiores decorrentes de furacões nos últimos anos”. No entanto, conforme observado por diversas seguradoras (por exemplo, Allianz e Continental Western), ainda não há consenso sobre a climatologia futura de furacão e estas abordagens podem não ser permitidas pelos reguladores, o que significa que as seguradoras não podem fazer os ajustes correspondentes nos produtos. Por exemplo, a Farmers relata: “As atualizações no modelo recente por RMS e AIR aumentaram a gravidade e frequência dos sinistros de furacão. No entanto, a maioria dos departamentos de seguro está relutante em nos permitir incorporar estas perdas adicionais estimadas em nossa taxa.” O Hartford Insurance Group apontou as tensões que isto gera devido aos interesses divergentes de agências de classificação versus reguladores de seguro: "Alguns novos modelos de catástrofe pressupõem um aumento em frequência e severidade de determinados eventos meteorológicos, seja como resultado do aquecimento global potencial ou não, e as agências de classificação de saúde financeira estão colocando mais ênfase na adequação de capital e de resseguro para seguradoras com certas concentrações geográficas de risco. Estes fatores podem resultar em seguradoras que buscam diversificar sua exposição geográfica, o que pode resultar em um aumento das restrições regulatórias nestes mercados. "A companhia também expressou preocupação quanto aos mecanismos de mercado residual em uma referência cruzada com seu registro 10K: "Aumentos significativos recentes e demais aumentos estimados no número de participantes ou segurados em pools de resseguro patrocinados pelo Estado, Planos FAIR ou outros mecanismos de mercado residual, especialmente nos estados da Louisiana, de Massachusetts e da Flórida, combinados com restrições regulatórias sobre a capacidade de precificar e subscrever adequadamente, ou a não renovação do risco, assim como nova legislação, ou mudanças em litígio existente, podem nos expor a exposições significativas e riscos de aumento 41 DFA, ou Análise Financeira Dinâmica, estuda a eficácia das decisões ao longo de um período prolongado usando

modelos computacionais para simular muitos anos de atividade. 42 Por exemplo, o fato de que grandes tempestades resultam em danos desproporcionados devido a fatores como

aumento nos custos de construção, dano de natureza penal e pilhagem de imóveis vagos, e poluição oriunda da liberação de substâncias químicas e esgoto.

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das avaliações destes mecanismos de mercado residual. Também pode ocorrer um impacto negativo relevante como consequência das perdas incorridas naqueles estados em face da exposição a furacão, bem como redução no número de seguradoras que garantem cobertura nestas regiões." Estratégias comuns de gerenciamento de risco incluem resseguro, franquias dedutíveis mais altas para ventos de furacão nas apólices de seguro residencial em áreas costeiras, e controle rígido da exposição agregada, incluindo o equilíbrio do ramo de propriedade com outras linhas do seguro. Por exemplo, a Automobile Club Insurance Association relatou: "Os riscos de propriedade e automóvel na Flórida são vendidos com a intenção de minimizar o risco de sinistro à propriedade costeira, diversificando a carteira de negócios nas partes centrais do estado. Além disto, as apólices subscritas diretamente pelas empresas do Auto Club Group Insurance na Flórida são apenas de automóvel ou são um pacote que inclui seguro automóvel e residencial. Nenhuma apólice exclusivamente de seguro residencial é subscrita diretamente na Flórida." Embora o principal interesse seja de seguradoras de Seguros Gerais, um segurador de crédito também mostrou preocupação. A Assured Guaranty disse: "Como parte de seu processo de subscrição, a AGC e a AGM levam em consideração uma exposição potencial do devedor a vários riscos, incluindo catástrofes naturais, como por exemplo, vendaval ou inundação, e como estes riscos podem afetar a capacidade do devedor de quitar a dívida segurada."

Outros Extremos Muitos outros riscos meteorológicos extremos são citados nas divulgações do segurador, embora com muito menos especificidade e detalhes técnicos do que o risco de furacão. Quarenta seguradoras de 184 mencionaram eventos meteorológicos extremos, 39 dos quais em riscos de Seguros Gerais ou multi-ramos. Os temas comuns na gestão desta questão incluem acompanhamento das tendências na evolução do risco, uso de produtos do modelo de catástrofe e controle de agregações de risco. Vinte e um das seguradoras mencionaram especificamente tempestades convectivas (tornados ou tempestades de granizo). As opiniões parecem divididas sobre se o risco será pior. Por um lado, a Continental Western cita: “A National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dispõe de dados sobre a frequência de tornado violento de 1950 em diante, e isto revela que não há evidências de qualquer tendência na incidência destes tornados prejudiciais ao longo deste período de 60 anos.” No entanto, o Travelers observa: “As condições das mudanças climáticas criaram uma incerteza a mais quanto a tendências e exposições futuras. Tanto a frequência quanto a severidade dos tornados e tempestades de granizo aumentaram, especialmente em 2011.” A Munich Re observou o aumento acentuado em sinistros de tempestade nos EUA, e posteriormente atribuiu este aumento em parte à mudanças climáticas”. Outros riscos comuns mencionados foram incêndios florestais (15 seguradoras) e inundações (8 seguradoras).

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Outros Impactos Este motor representa declarações mais gerais das seguradoras sobre a relação entre mudanças climáticas e riscos. Trinta e nove por cento dos entrevistados (72 seguradoras de 184) adotaram esta abordagem, em todo o espectro de tamanho e ramo de seguro. Por exemplo, a Berkshire Hathaway declara: "A General Reinsurance Company acredita que seus ramos de propriedade comercial, residencial e marítima podem estar em risco por causa das mudanças climáticas. Mudanças inesperadas e adversas na frequência ou severidade de catástrofes naturais costumam significar que as perdas reais ultrapassarão as estimativas de preço.” Em muitos casos, as seguradoras basearam sua resposta em seu registro 10K na Comissão de Valores Mobiliários, em que a tendência é descrever as catástrofes naturais e pandemias sem qualquer menção específica de mudanças climáticas e sua relação com estes cenários. As seguradoras com esta atitude ‘genérica’ tendem a enxergar a mudanças climáticas como um processo gradativo, que permitirá a eles se adaptarem à nova situação. Todavia, conforme discutiremos mais adiante no motor ‘Mudança de Comportamento’, outras seguradoras não compartilham desta visão gradualista. Uma visão típica vem de uma seguradora de médio porte de Seguros Gerais, Liberty Mutual: "Os aumentos no risco de catástrofe de propriedade associados à mudanças climáticas se manifestarão gradativamente ao longo de um período de muitos anos (décadas), embora as apólices tenham vigência de um ano. Isto permite à Liberty Mutual a oportunidade de ajustar taxas, coberturas e diretrizes de subscrição quando necessário, em resposta às tendências que demonstram um aumento da frequência e/ou severidade de eventos catastróficos naturais. A Companhia continuará a acompanhar mais de perto as tendências na frequência e severidade do sinistro de catástrofe, e a empregar a última geração de ferramentas de modelagem computacional para estimar exposições a eventos de catástrofes naturais, adaptar diretrizes de preços e subscrição, quando necessário.” Esta perspectiva é comparada por uma seguradora de pequeno porte de saúde, Delta Dental Insurance: "Se a mudanças climáticas estivesse infuenciando a morbidade e a saúde bucal geral dos associados da Companhia, este impacto provavelmente seria de longo prazo, como um dos vários fatores que influenciam a inflação nos custos da saúde. Como tal, qualquer impacto da mudanças climáticas sobre morbidade e saúde bucal dos associados seria implicitamente considerado na classificação normal & no processo de subscrição da Companhia, sem que houvesse qualquer necessidade de identificar explicitamente a mudanças climáticas como principal causa de tais mudanças. Acreditamos que a mudanças climáticas é tratada implicitamente em nosso processo normal de gerenciamento de risco." Seguradoras de vida e previdência estavam mais preocupadas com o efeito sobre os ativos. O que se extraiu da resposta do TIAA Group dá uma perspectiva ampla representativa, por considerar o setor agrícola, assim como de propriedade imobiliária: "Eventos meteorológicos extremos podem influenciar diretamente a carteira florestal (ex.: dano físico causado pela tempestade, ou aumentando da propensão a patógenos após um período de seca). Com o tempo, as mudanças nos padrões meteorológicos podem afetar a capacidade de certas espécies de árvores a serem cultivadas em um determinado intervalo e, desta forma, afetar a receita potencial.43 O impacto sobre

43 O TIAA estimou como muito alta a probabilidade de condições meteorológicas extremas afetarem a silvicultura.

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as carteiras imobiliárias depende da localização. Por exemplo, uma propriedade costeira pode ser afetada pela elevação dos níveis dos oceanos; zonas propensas à seca podem experimentar uma redução no crescimento econômico ou populacional e, portanto, na demanda e aluguel de imóveis. Condições meteorológicas extremas podem afetar a saúde da terra e da floresta, diminuindo a produtividade da terra e o valor do ativo. As mudanças climáticas pode reduzir a produtividade agrícola global. A floresta e a terra para cultivo que são geridas de forma sustentável para proporcionar rendimentos eficientes de longo prazo podem, consequentemente, ser mais valiosas. Nossa abordagem de longo prazo em relação à gestão agrícola pode nos ajudar a assegurar que estamos bem posicionados para gerenciar estas oportunidades."

Responsabilidade Civil A Berkshire Hathaway explica este risco: "Classes de responsabilidade civil podem estar em risco devido ao 'parâmetro' de risco, por exemplo, mudanças inesperadas em tendências de litígio ou exposições, como por exemplo, sinistros de responsabilidade civil oriunda de pessoas ou grupos supostamente prejudicados pelas mudanças climáticas e partes responsáveis potencialmente, causadoras desta mudança." Além da exposição do consumidor à responsabilidade climática, as seguradoras também citaram a exposição potencial do ativo a sinistros de responsabilidade civil corporativa contra emissores de títulos e ações processados por suposto dano oriundo de emissões históricas de gases de efeito estufa. Entretanto, apesar da exposição exclusiva de seguradoras a este litígio via seus contratos de seguro e ativos investidos, a exposição do passivo foi mencionada por apenas 18 dos 184 seguradoras, principalmente envolvidos em Seguros Gerais.

Há sinais de que o estado fluido do clima legal está causando desconforto considerável entre as seguradoras que estão atentas. Por exemplo, a AIG observou: “Apólices de seguro de propriedade e responsabilidade normalmente excluem ou limitam, de forma significativa, a cobertura de poluição e danos ambientais. Embora estas exclusões de poluição tenham sofrido análise judicial e não foram derrubadas por sentenças judiciais, pode não haver garantia de que sentenças judiciais futuras sustentarão precedentes jurisprudenciais.” Esta preocupação é compartilhada por outras seguradoras, e resseguradoras, como Swiss Re e XL Group, que acompanham de perto os desdobramentos nesta área de jurisprudência que se desenvolve.

Regulações para Gases de Efeito Estufa As repercussões de iniciativas regulatórias para limitar as emissões dos consumidores ou as emissões embutidas em carteiras de investimentos são mencionadas por 17 dos 184 seguradoras, principalmente de L&A ou Saúde44. Geralmente a percepção é de risco impulsionado por custos adicionais para o setor corporativo e imobiliário e pela incerteza regulatória, o que pode limitar o crescimento de determinados setores. No entanto, duas seguadoras (TIAA Group e The Hartford)

44 Os seguradoras geralmente acreditam que suas próprias emissões internas são relativamente pequenas em comparação a outros setores industriais, e não enxergam estas regulações como uma preocupação importante para eles.

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também mencionaram o lado positivo, da possibilidade de as seguradoras obterem uma vantagem competitiva devido à inovação ou a conhecimento especializado. Uma companhia, Lincoln Financial, observou que: "a divulgação limitada dificulta o escopo da análise" que eles podem fazer sobre o cliente e os impactos sobre os investimentos. Os dois primeiros casos demonstram a perspectiva negativa, os outros dois se concentram na perspectiva positiva.

Northwestern Mutual Group diz: "A empresa percebe os maiores riscos de mudanças climáticas para a indústria de seguro de vida decorrentes das mudanças econômicas e financeiras que costumam ocorrer antes da regulação para emissões de gases de efeito estufa, ou em reação a esta." Assured Guaranty considera este um risco atual: "No seu processo de crédito e subscrição, a AGC e a AGM levam em consideração o impacto potencial das mudanças regulatórias ou de outras mudanças que podem afetar a capacidade do devedor de pagar a obrigação segurada. Por exemplo, a AGC e a AGM levam em conta o impacto potencial das mudanças regulatórias determinando que as concessionárias de energia elétrica reduzam as emissões de carbono ou aumentem o consumo de fontes alternativas de energia ao avaliarem a rentabilidade e viabilidade de concessionárias de energia elétrica de propriedade de investidores e municipais". The TIAA Family of Companies especula: "talvez a política climática nos ofereça uma oportunidade – devido a nossa experiência em buscar oportunidades rentáveis de eficiência energética, e os tributos sobre combustível podem aumentar a demanda por biocombustíveis, elevando o valor da terra e gerando oportunidades para nossas carteiras de florestas."

Da mesma forma, o Hartford Group cita o desenvolvimento de uma gama de produtos de seguros verdes “para atender ao interesse de consumidores na redução em suas emissões de gases de efeito estufa, ao oferecer produtos que atendam a esta necessidade” (ver Capítulo 5.1 para mais detalhes)”.

Mudança de Comportamento O motor final diz respeito à forma como a sociedade pode reagir às medidas destinadas a lidar com mudanças climáticas. Por exemplo, os reguladores podem intervir quando as seguradoras tentam reagir a novos padrões climáticos, ou os consumidores venham a alterar seus padrões de consumo ou reduzir seus orçamentos para seguro devido aos custos de energia. Por exemplo, a Munich Re diz: "A menos que medidas preventivas sejam tomadas, a Mudanças climáticas pode limitar nossos negócios em longo prazo. Embora os prêmios proporcionais ao risco sejam essenciais para o seguro, a demanda por seguro começa a diminuir quando os preços ultrapassam um determinado limite. "No entanto, The Hartford Group observa que a regulação também pode ser uma força positiva: "A regulação pode, por outro lado incentivar mercados de seguros verdes e melhorar a resiliência aos danos/reduzir a exposição, o que melhora a segurabilidade.” O efeito comportamental potencial da ação climática é um motor para apenas algumas seguradoras, 13 de 184, principalmente seguradoras de grande ou médio porte.

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O ACE Group chama a atenção sobre a intervenção regulatória de forma sucinta: "para continuar a oferecer cobertura sob condições de mudanças climáticas, o preço deve ser sempre fixado com base em taxas atuariais corretas que cubram custos de sinistros, despesas e margens de risco sobre o capital exposto. Assim, os preços devem ser flexíveis ao longo do tempo e por geografia. Infelizmente, muitos regimes regulatórios impõem o equivalente funcional de controles de preço, que não são desenvolvidos para responder aos desdobramentos na avaliação do risco e sinalizam os incentivos errados para os consumidores, que são estimulados a aumentar as exposições. "Isto é ecoado por outros grupos importantes, como Farmers, Chubb e Liberty Mutual. O Travelers acrescenta: "...depois de catástrofes, há, por vezes, iniciativas legislativas e administrativas e sentenças judiciais que buscam expandir a cobertura de seguro para sinistros de catástrofe além da intenção original das apólices ou tentam impedir a aplicação de franquias dedutíveis." As seguradoras que mencionaram o efeito econômico em cadeia do aumento de custos sobre os consumidores variaram do Washington Dental Service: "Grupos de empregadores que reduzem benefícios odontológicos para economizar custos como resultado dos efeitos negativos das mudanças climáticas podem ser um risco", ao Progressive Group, que cita a preocupação com as mudanças nos hábitos de condução, ao Travelers Group, que diz: "Segurados que se depararam com exigências regulatórias na gestão do carbono podem ter menos capital disponível para investimento em prevenção de sinistros e aspectos de segurança que podem, com o tempo, aumentar as exposições de sinistros. Além disto, maior regulação pode resultar em redução da atividade econômica, o que diminui a quantidade de ativos e negócios seguráveis."

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Funções Básicas Neste Capítulo, consideramos as medidas que as seguradoras tomam para lidar com mudanças climáticas em suas funções básicas ou operações:

Produtos. São três os elementos fundamentais: avaliação do risco de produtos que aceitam risco climático; atividades de redução de sinistro associadas a eles; e, por seguradoras de seguros gerais (P&C), fornecimento de produtos ‘verdes’ para ajudar os clientes a reduzirem as emissões.

Administração de Sinistros. Identificamos dois indicadores: garantir um bom serviço e reduzir a intensidade de carbono de todo o processo de sinistros.

Investimento. São dois os aspectos a considerar: primeiro, gerir os ativos para lidar com os impactos do clima, e segundo, levar em consideração as regulações para emissões.

Inovação. Nosso reconhecimento especial às seguradoras que estão abrindo caminho com ideias criativas nas três áreas acima.

Levando em consideração as diferenças entre os ramos de seguro, há 8 indicadores para Operações de Seguros Gerais, 5 para Vida & Previdência e 6 para Saúde.

5.1 FUNÇÕES BÁSICAS DO SEGURADOR DE SEGUROS GERAIS

Principais Conclusões:

Para avaliar o risco climático, seguradoras de Seguros Gerais fazem uso intensivo de modelos de catástrofe, especialmente para avaliar risco de furacão. Muitas seguradoras hoje modelam usando estimativas de temperatura quente da superfície dos oceanos, de acordo com os atuais ciclos de aquecimento decadais e com a maior média de temperaturas atmosféricas e dos oceanos conduzidas por imposição do carbono.

Seguradoras usam amplamente a subscrição defensiva, uma prática que varia de contratos de reprecificação ou aplicação de franquias dedutíveis mais altas, até aumento de exclusões e inclusive retirada de áreas de alto risco (o estado da Flórida sendo o mais comumente citado). Muitas vezes os subscritores mencionam o problema do risco regulatório, em que não é permitido aumentar os preços quando os níveis de risco aumentam em mercados regulamentados.

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De longe, o segmento da indústria com o maior número de atividades em andamento no gerenciamento do risco climático é propriedade e responsabilidade – o que não surpreende, uma vez que eventos meteorológicos são um dos principais motores de perdas para estas companhias. Como era de se esperar, muitos seguradoras discutem mudanças climáticas em termos de riscos específicos ou tipos de eventos climáticos extremos (ver Capítulo 4 para mais detalhes). No espectro de risco e oportunidade empresarial que a mudanças climáticas representa para as seguradoras de propriedade e responsabilidade, poucas companhias enxergam além da exposição da subscrição. Isto é claramente ilustrado na Figura 8, um instantâneo de ações climáticas empreendidas pelas 101 seguradoras de Seguros Gerais pesquisadas. As barras no gráfico mostram o número total de pontos atribuídos às seguradoras na avaliação de cada aspecto de suas operações básicas. As pontuações são divididas em pontos atribuídos às seguradoras de pequeno porte (prêmio abaixo de $1 bilhão por ano) versus de médio e grande porte. Quarenta e oito por cento das seguradoras de Seguros Gerais são de pequeno porte. Muitos deles tomam medidas ativas para avaliar o risco climático, entretanto, conforme demonstrado na Figura 8, os seguradoras de pequeno porte não estavam atentos ao risco de carbono em produtos ou investimentos, nem são fonte de inovação no risco de mudanças climáticas.

Cerca da metade das seguradoras pesquisadas mencionaram redução de sinistro, e apoio a

esta estratégia por meio de pesquisa e proteção, tais como folhetos informativos aos clientes, características do produto, como descontos para obturadores de tempestade, e serviços como extinção de incêndio florestal e inspeções de risco no local.

Cerca de metade das seguradoras de grande e médio porte apoiam a redução em emissões de GEE por meio de produtos de seguro inovadores ou modificados, como alterações pós-sinistro para construção verde e descontos para veículos de baixa emissão de carbono, mas companhias de pequeno porte raramente apoiam. Não está claro qual foi a absorção dos produtos introduzidos.

Seguradoras falam muito pouco sobre serviço de sinistros, e nenhuma das companhias menciona o potencial para reduzir a intensidade de carbono do processo de sinistros.

Seguradoras de Seguros Gerais consideram rotineiramente a exposição de ativos investidos ao risco catastrófico (embora não necessariamente risco climático). Embora os reguladores possam ser capazes de influenciar os mercados de transferência de risco em seus estados, eles não podem obrigar as seguradoras a investir capital em suas comunidades. Já o desinvestimento em regiões e municípios da costa é uma realidade, de acordo com as divulgações do segurador. No entanto, muitas seguradoras de Seguros Gerais parecem ignorar o fato de que o aquecimento global pode afetar os investimentos por intermédio de mudanças nas regulações para emissões.

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Produtos Antes de aceitarem o risco climático, as seguradoras de Seguros Gerais fazem uso intensivo de modelos de catástrofe para avaliar o risco, particularmente de furacões. Dependendo do porte da companhia, elas podem contratar exclusivamente provedores de softwares patenteados ou acompanhar os resultados com análise ou modelagem feita por especialistas internos. Muitas seguradoras hoje modelam usando estimativas de temperatura quente da superfície dos oceanos (WSST, na sigla em inglês), coerentes com o aquecimento global, o que é visto como uma abordagem cautelosa em avaliação de risco, tendo em vista a possibilidade das temperaturas mais quentes dos oceanos alimentarem uma quantidade maior de tempestades destrutivas. A Factory Mutual ressalta o benefício de obter dados específicos do risco a partir de inspeções de risco no local. A Harleysville Mutual relata que ampliou o conjunto de modelos para dar aos subscritores individuais mais poder analítico.

Amica Mutual: "Modelos computadorizados de catástrofe estão incluídos em nossa análise de risco. Tomamos bastante cuidado para entender os modelos, especialmente considerando suas limitações. Os modelos são utilizados como uma ferramenta para ajudar a entender a agregação de exposições e para nos dar uma gama de resultados com base em cenários potenciais. Modelos de catástrofe são usados na precificação de produtos para garantir que os preços correspondam ao risco." Continental Western Insurance Company: "Dependemos de uma série de fontes de informações que incluem: nosso próprio histórico de sinistros, dados de sinistros do mercado coletados pela empresa Property Claims Services (PCS); modelagem de catástrofe com base em dois modelos computacionais de provedores diferentes. Modelagem de catástrofe é utilizada para furacão e para a tempestade convectiva violenta (incluindo tornados e tempestades de granizo). No entanto, não utilizamos os modelos de catástrofe 'fora dos parâmetros convencionais', sem um profundo processo de análise. Além da nossa própria análise, pedimos

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a opinião de especialista dos departamentos de modelagem de catástrofe de dois principais corretores de resseguro." Factory Mutual Group (FM): "A modelagem do risco natural é substancialmente melhor porque engenheiros da FM Global obtêm geocódigos precisos, bem como informações específicas do risco (por exemplo: detalhes da construção do telhado em zonas de vento e elevação do solo em zonas de inundações), enquanto visita os locais do segurado.” Harleysville Mutual Insurance: "Duas outras ferramentas de apoio importantes adicionadas recentemente utilizadas na subscrição são uma que classifica cada risco de linhas comerciais no momento da subscrição por sua exposição relativa a eventos relacionados com o clima, e outra que ajuda a medir a distância até a costa e a precificação adequada relativa aos eventos naturais catastróficos. Todas estas ferramentas refletem o que há de mais recente em tecnologia baseada em condições meteorológicas, em termos das mudanças climáticas que se desenvolve.”

As seguradoras fazem amplo uso da subscrição defensiva, uma prática que varia de contratos de reprecificação, até aplicação de franquias dedutíveis mais altas, ou aumento de exclusões, ou saída de áreas de alto risco, como o estado da Flórida, conforme exemplificado por esta resposta do Travelers:

"Acreditamos que as taxas de seguro e as condições da apólice que refletem precisamente o risco podem servir para incentivar a implementação de práticas de atenuação de risco por parte dos segurados e também podem influenciar as decisões com relação ao desdobramento em locais vulneráveis a eventos climáticos violentos. Para este fim, quando permitido pelos reguladores, implementamos as estratégias de subscrição, cobertura e preços a seguir, que podem contribuir para os segurados na redução de sinistros relacionados com o clima.

• Aplicação contínua de taxas baseadas no risco que contemplem tendências do clima, sinistros catastróficos e custos de resseguro.

• Aprimoramento permanente das exigências de subscrição para tratar da correlação de riscos relacionados à construção, ocupação e proteção em áreas geográficas propensas a sinistros vultosos relacionados com o clima.

• Composição de estrutura adequada de termos e condições da apólice de modo a refletir adequadamente os riscos subjacentes associados ao impacto de tendências climáticas.

• Incentivo aos esforços para melhorar o desenvolvimento de resiliência, fornecendo incentivos em preços para propriedades identificadas como tendo características de risco favoráveis em relação à redução de sinsitros relacionados com o clima, por exemplo, normas rígidas do Institute for Business and Home Safety (IBHS)."

Risco regulatório é mencionado com frequência pelas seguradoras, no que se refere às circunstâncias nas quais em mercados regulamentados não é permitido aumentar os preços quando os níveis de risco aumentam. Quando as seguradoras são incapazes de adotar taxas baseadas no risco devido a controles em preços ou defasagens regulatórias, e não podem contar com um retorno adequado sobre o capital próprio, eles poderão se retirar do mercado.

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Uma abordagem típica é citada pela Alfa Mutual: "No que diz respeito às decisões de subscrição, tomamos medidas agressivas para limitar nossa exposição ao risco de propriedade, incluindo: expansão para outros Estados e outras linhas de produtos a fim de aumentar a diversificação; redução da exposição ao risco de propriedade em áreas costeiras; alteração para franquias baseadas em percentual; e renovação do risco da propriedade costeira sem vento."

Cerca de metade das seguradoras mencionaram redução de sinistros, e apoiam esta iniciativa por meio de pesquisa, proteção, tais como folhetos informativos, características do produto, como descontos para obturadores de tempestade, e serviços como a extinção de incêndio florestal e inspeções de risco no local.

Por exemplo, conforme descrito pelo California State Auto Group: "Por intermédio da revista de associados AAA, proprietários de residências seguradas recebem regularmente informações e dicas sobre prevenção de sinistros no que diz respeito a:

• Como ajudar a reduzir o risco de sinistro de incêndios florestais, que muitos acreditam poder ser afetados pelas mudanças climáticas em termos de aumento da frequência e severidade.

• A disponibilidade de cobertura de inundação por intermédio do Programa Nacional de Seguro contra Inundação. Este programa não impede o sinistro, mas ajuda a evitar sinistros não segurados.

"Algumas de nossas apólices de seguro residencial garantem cobertura para alterações no código de construção, o que significa que, após um sinistro, uma propriedade pode ser reparada ou reconstruída de acordo com os padrões mais exigentes e resistentes a sinistro. "Inspeções na residência sobre atividades comerciais do novo proprietário podem identificar riscos na propriedade que podem causar ou aumentar a magnitude do sinistro. Em muitos casos, os proponentes podem ser comunicados das benfeitorias que tornam a propriedade tanto segurável como menos propensa a sinistros futuros decorrentes de eventos relacionados com o clima."

A Chubb oferece diversos produtos e serviços. Por exemplo, a Chubb Personal Insurance oferece Serviços de Proteção contra Incêndio Florestal a clientes em 14 estados da região oeste, propensos a incêndio florestal. Estes serviços incluem instruções sobre a dinâmica e os riscos de incêndio, avaliações individuais da propriedade em que ações específicas para reduzir a exposição a incêndios são recomendadas, e indicações de especialistas em redução de incêndio florestal que podem completar as ações recomendadas. Se necessário, quando um incêndio florestal ameaça uma residência segurada, a Corporação destaca bombeiros florestais, operando equipamentos de combate a incêndio com certificado federal, para prestar serviços antes da extinção do incêndio aos clientes que se inscreverem nesta oferta. A Chubb também oferece créditos em prêmio em várias jurisdições propensas à catástrofe para os proprietários que instalarem dispositivos de atenuação ou utilizarem técnicas de construções resistentes à tempestade, por exemplo, obturadores de janela na Flórida. Cerca de metade das seguradoras de grande e médio porte apoiam a redução em emissões de GEE por meio de produtos de seguros verdes inovadores ou modificados, tais como atualizações

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para construção verde e descontos para veículos de baixa emissão de carbono, mas os de pequeno porte raramente apoiam. Por exemplo, a The Erie oferece ‘Cobertura de Modernização Verde’, que "reembolsa os custos de reposição dos equipamentos danificados com mais alternativas verdes, como por exemplo, iluminação ativada por sensores de movimento, torneiras automáticas, e materiais de construção não tóxicos ou do tipo ENERGY STAR." No que diz respeito ao seguro automóvel, o California State Auto diz: “Estimular os motoristas de automóveis a reduzirem suas emissões é uma forma de ajudar a reduzir a acumulação de gases de efeito estufa, o que pode contribuir para o clima mudar. Nossos segurados do ramo automóveis podem utilizar:

• Dicas e vídeos sobre como tornar todos os veículos mais eficientes em termos de combustível.

• Economia no seguro de automóvel destinada a incentivar a compra e utilização de veículos híbridos e de combustível alternativo.

• Novos programas de seguro que são baseados na utilização, o que incentiva as pessoas a dirigirem menos.

• Descontos nas compras de compensação de carbono por intermédio do TerraPass e do Green Show Your Card and Save Partners."

Sinistros De forma surpreendente, os seguradoras dizem muito pouco a respeito do tema serviço de sinistros, e nenhuma das companhias menciona o potencial para reduzir as emissões de carbono no processo de sinistros, um assunto de grande interesse das seguradoras em duas outras iniciativas do mercado de seguros, ClimateWise e Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP FI). Os três exemplos a seguir demonstram como os seguradoras ajudam, de forma proativa, seus clientes antes, durante e depois de eventos extremos.

Cincinnati Insurance Co: "Os modelos são utilizados para identificar as áreas que podem ter sido afetadas pelo mau tempo, de modo que possamos atender nossos segurados mais rápido e melhor.”

Progressive Insurance Group: "Podemos usar qualquer uma ou todas as opções a seguir para incentivar nossos clientes a se protegerem contra perdas:

• Criar Anúncios de Serviços de Utilidade Pública sobre como apresentar reclamações de sinistros para veicular nas estações de rádio locais

• Enviar e-mails para clientes e agentes com informações sobre avisos de sinistros e dicas sobre segurança

• Usar ferramentas de mídia social (ou seja, Facebook, Twitter, etc.) para alcançar um público mais amplo com informações sobre avisos de sinistros e dicas sobre segurança

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• Ser leniente em relação a pagamento em algumas situações graves para clientes que necessitam

• Destacar equipes de resposta à catástrofe para áreas afetadas a fim de ajudar nos sinistros

• Informar aos funcionários sobre como eles podem ajudar em esforços de socorro." Travelers Group: "No site do Travelers, o nosso grupo de Serviços de Sinistros dá dicas de atenuação após o evento para clientes, tais como medidas de atenuação de risco para garantir sua segurança pessoal e reduzir o dano à propriedade. Além disto, a comunicação é permanente com agentes e clientes durante grandes eventos influenciados pelo clima para lembrá-los dos procedimentos de aviso de sinistro, da presença de socorro em catástrofe e a localização de escritórios de sinistros ou veículos de serviços móveis."

Investimento É uma ação comum para as seguradoras considerarem se as condições climáticas extremas podem afetar seus investimentos, assim como seus segurados. Na verdade, é prática comum já considerar a exposição ao risco catastrófico, conforme ilustrado pelo Travelers: "Desde que assumimos riscos de catástrofe em nossa capacidade como uma seguradora, também buscamos gerenciar o risco de crédito de nossa carteira em relação a tais eventos avaliando nossas exposições a investimentos em áreas geográficas afetadas." No entanto, muitos não dão o próximo passo para considerar como isto pode evoluir com as mudanças climáticas. A resposta da Assured Guaranty é típica: "[Nossa] filosofia de investimentos é manter uma carteira de investimentos de renda fixa em ativos líquidos de alta qualidade. As carteiras de investimentos são diversificadas por setor, emissor e geografia. A duração média de cada carteira é menos de 6 anos. Continuaremos a acompanhar os desdobramentos relacionados com mudanças climáticas, mas não acreditamos que algumas mudanças em nossa estratégia de investimentos são necessárias neste momento.” Embora os reguladores possam ser capazes de influenciar os mercados de transferência de risco, eles não podem obrigar as seguradoras a investirem capital em suas comunidades. Já o desenvestimento em regiões e municípios costeiros é uma realidade. Isto varia de embargos simples, como aquele adotado pela Hudson Insurance Company ("Determinamos não comprar títulos do Estado da Flórida,") até muitas apólices de ramos elementares.

Travelers Group: "As condições das mudanças climáticas também podem afetar a capacidade de obter crédito dos emissores de títulos nos quais a Companhia investe. Por exemplo, a adequação do fornecimento de água pode afetar a capacidade creditícia dos emissores de títulos no Sudoeste dos Estados Unidos, e furacões mais frequentes e/ou graves podem afetar a capacidade creditícia dos emissores no Sudeste dos Estados Unidos. Na avaliação de oportunidades de investimento imobiliário, os riscos ambientais representados pelo uso atual ou estimado da propriedade são uma consideração importante."

Nationwide Mutual Insurance Company: “Para investimentos em títulos municipais, a capacidade do emissor do título (ou seja, o município) de pagar a dívida é, em grande parte,

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influenciada pela saúde de sua economia e estabilidade local da base fiscal (imposto) de sua população. Questões de mudanças climáticas que variam de escassez de água no Sudoeste até migração costeira na Flórida são consideradas ao se avaliar investimentos potenciais."

A segunda maneira pela qual as mudanças climáticas podem afetar os investimentos é por meio do risco regulatório, principalmente em relação às emissões de gases de efeito estufa. Esta questão é abordada por uma minoria significativa de seguradoras de SG, mas com algumas companhias de pequeno porte entre elas. Um ponto de vista é que o mercado onisciente precificará os prós e contras das mudanças climáticas em valores de ativo – no entanto, visto que as correções de mercado tendem a causar prejuízos para os investidores passivos, isto parece apenas indicar uma necessidade de gerenciamento ativo de riscos climáticos na carteira de ativos do seguro. Algumas seguradoras de SG como Allianz, AIG e Employers’ Mutual já levam em consideração questões de sustentabilidade, como a mudanças climáticas, na gestão de seus ativos. Para estas companhias, a mudanças climáticas é descrita como enquadrada em uma abordagem mais ampla de investimentos que incorpora fatores Ambientais, Sociais & de Governança (ASG) na tomada de decisão sobre investimentos. Por exemplo, a Employers’ Mutual Casualty Company descreve sua visão: "As companhias com práticas não sustentáveis, incluindo aquelas que ignoram os impactos das mudanças climáticas, normalmente fazem poucos investimentos de longo prazo." Companhias europeias em particular tendem a descrever suas decisões sobre investimentos como sendo de alguma forma guiadas por fatores ASG, porém, como a empresa faz uso da análise ASG – e como a mudanças climáticas se enquadra nesta estrutura de análise – não é, em hipótese alguma, padronizada. Registros da Zurique comprovam o processo de aprendizado da integração ASG: "a Zurich criou recentemente uma estratégia de alto nível de investimento responsável e participa atualmente de um processo para determinar qual a melhor forma de prestar conta mais explicitamente dos fatores ambientais, sociais e de governança corporativa nas decisões sobre investimentos." O Hanover Group é um exemplo de companhia que investiga de perto o risco de carbono:

"Mudanças climáticas e as consequências da pressão regulatória sobre as empresas que prestam serviços de utilidade pública continuam a ser um fator importante em nossa análise deste setor por, pelo menos, nos últimos 18 meses. Como investidor em títulos de energia elétrica e gás, estamos preocupados com o potencial de custos mais altos decorrentes dos esforços regulatórios para combater o aquecimento global (ou seja, tributo sobre carbono, normas sobre ar limpo, etc) e os efeitos que eles terão sobre a rentabilidade do mercado de serviços de utilidade pública. Nossa resposta foi aumentar nossa avaliação destes efeitos potenciais sobre os créditos de utilidade pública que possuimos ou considerar a compra, com especial atenção ao mix de usinas (ou seja, carvão/nuclear/hidrelétrica)."45

A citação a seguir do Selective Insurance Group é um exemplo de boas práticas por uma companhia que terceiriza sua gestão de ativos: "O Selective monitora suas apólices de mudanças climáticas de três empresas de investimento terceirizadas. Em uma empresa, os analistas da pesquisa de crédito levam em conta questões tais como práticas comerciais prejudiciais ao meio ambiente, risco de litígio, ou perda de posição competitiva ao longo do tempo. Outra empresa conta com uma estrutura de risco muito controlada que posiciona bem suas carteiras em um ambiente de mercado de capitais instável que resultaria caso as mudanças climáticas afetassem o planeta.

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Por exemplo, eles evitam títulos emitidos por créditos costeiros à medida em que eles podem ser afetados por padrões meteorológicos instáveis durante a mudanças climáticas. Finalmente, nossa outra empresa externa de investimentos está na vanguarda da realocação global de capital em indústrias que atenuam ou se adaptam às mudanças climáticas. Elas criaram um fundo mútuo de mudanças climáticas e foram o primeiro gestor de ativos a fazê-lo nos EUA. Incorporam aspectos de governança ambiental e social em sua pesquisa de compras e processo de investimentos."

Inovação Considerando a intensa concorrência entre os produtos de seguro padrão, a mudanças climáticas oferece uma oportunidade para o crescimento do mercado em um campo que é menos limitado pela concorrência em preços. São muitos os exemplos interessantes, conforme revelam as cinco empresas a seguir, incluindo títulos de catástrofe e produtos de seguros 'verdes', cobrindo uma ampla gama de garantias de propriedade e responsabilidade. No entanto, há muito pouca informação oferecida na demanda de mercado por tais produtos.

Chubb Group: "Cobertura de melhoria verde para residências. Um cliente pode escolher a opção de reconstruir sua casa depois de um sinistro coberto com materiais ecológicos e sistemas eficientes de energia, em conformidade com os programas de classificação ambiental como a Liderança em Energia e Projeto Ambiental (LEED, na sigla em inglês) para residências, até um adicional de 100% do seu valor declarado.

Câmera infravermelha para inspeção nas casas dos clientes. A Corporação identifica áreas para melhorar a eficiência energética, como por exemplo, falta de isolamento ou janelas mal vedadas. Os clientes podem ser encaminhados para especialistas que possam ajudá-los a melhorar a eficiência energética de sua casa.

Evitar Vazamento de Água. Em 20 estados, a Corporação oferece uma cobertura que pode reembolsar clientes pelo custo razoável de mão de obra (até $5,000) para instalar um sistema de detecção de vazamento de água e fechamento de água durante o reparo decorrente de determinados tipos de sinistros cobertos".

Progressive Insurance Group: "Nosso mais recente produto baseado em uso, Snapshot®, oferece aos motoristas um incentivo financeiro para dirigir menos e com mais segurança, uma vez que os motoristas podem ganhar descontos com base nos seus hábitos de direção. Os próprios dados da Progressive, com base em uma análise de quase 3 bilhões de milhas rodadas, sugerem que não apenas os motoristas seguros economizam dinheiro com o Snapshot, mas ainda apresentam 30 por cento menos de probabilidade de receber uma multa por infração de velocidade e 10 por cento menos de probabilidade de se envolver em um acidente."

The Hartford: "The Hartford reconhece as oportunidades de crescimento das seguradoras que oferecem produtos e serviços que ajudam nossos segurados a mudar para energia renovável e reduzir suas próprias emissões de gases de efeito estufa, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. O lançamento em 2010 do The Hartford’s Renewable Energy Practice para garantir energia eólica, solar e indústrias de biomassa é o reconhecimento de que esta é uma oportunidade de crescimento. Desde 2009, The Hartford introduziu 10 produtos de seguro distintos

45 No entanto, a empresa é menos específica em seus registros na Comissão de Valores Mobiliários (SEC).

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que ajudam nossos clientes a reduzir o impacto ambiental, incluindo redução de GEE. Regulações para GEE mais rigidas estimularão o mercado de produtos de seguros verdes."

Zurich US Insurance Pool: "(1) O seguro de responsabilidade civil de Diretores & Administradores estendido para sinistros relacionados com o clima;, (2) cobertura de risco político e de crédito comercial para projetos de crédito de carbono; (3) seguro de reconstrução verde, eficiente e resiliente, permitindo a reconstrução do imóvel danificado com melhorias para padrões verdes, eficientes ou resilientes ao clima; e (4) seguro de responsabilidade civil e produtos de garantia financeira para instalações de Captura de Isolamento de Carbono (CCS, na sigla em inglês)."

Allianz: "A Allianz é líder em desenvolvimento de modelos alternativos para nossos negócios e clientes na transferência de risco para os mercados de capitais. Os mercados de capitais podem desempenhar um papel importante na divulgação dos riscos de desastres naturais, entre um grande grupo de provedores de capital. Desde 2007, a Allianz acessa os mercados de capitais repetidamente, buscando proteção contra os riscos de pico na forma de seis operações de Títulos de Catástrofe com um volume total de cerca de $900 milhões de dólares, incluindo risco de furacão nos EUA. Títulos de Catástrofe são hoje um elemento regular de nossa abordagem de gerenciamento de risco."

5.2 FUNÇÕES BÁSICAS DO SEGURADOR DE VIDA E PREVIDÊNCIA

Principais Conclusões:

Em geral, a perspectiva atual das companhias de Vida & Previdência é uma ausência de exposição de risco atual em relação à mudança climática em sua subscrição, mas quase um quarto descreve alguma gestão ativa de ativos investidos para gerenciar os riscos de mudança climática.

Cerca de metade das seguradoras de L&A acreditam que as práticas padrão relacionadas com diversificação de ativos são suficientes para lidar com riscos de investimentos na mudança climática. Embora isto possa aumentar os sinistros relacionados com mudança climática, esta abordagem passiva aceita sinistros que poderiam ter sido evitados. Muitas vezes, seguradoras de L&A dependem de gestores externos de ativos, e não está claro como os gestores lidam com mudança climática. Poucas seguradoras de L&A mencionam os riscos meteorológicos extremos para ativos investidos, sejam eles imóveis ou títulos municipais. Quanto ao risco regulatório de carbono, apenas alguns seguradoras de L&A citam o risco regulatório potencial, ou o risco econômico geral.

Há alguma inovação entre as seguradoras de L&A na área de investimentos. Em particular, as seguradoras estão percebendo as vantagens dos imóveis sustentáveis. Algumas estão considerando os aspectos do ‘sumidouro de carbono’ de ativos agroflorestais. Algumas estão investindo em títulos de catástrofe.

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A Figura 9 resume as medidas tomadas pelas 75 seguradoras de L&A na pesquisa. As barras exibem sua pontuação acumulada, separada de acordo com o porte da empresa. Cerca de metade delas está tomando medidas sobre seus ativos investidos para enfrentar as mudanças climáticas. O tipo de medidas descritas se enquadram em duas categorias: gerenciamento dos impactos diretos de um clima alterado sobre ativos investidos, e gerenciamento do risco indireto representado por controles das emissões de carbono. Seguradoras de grande porte de Vida e Previdência – L&A – (mais de $5 bilhões de prêmio anual) são mais propensas a se preocupar com o risco regulatório (impactos indiretos), enquanto seguradoras de pequeno e médio porte de L&A estão mais preocupados com os riscos diretos, por exemplo, dano ao imóvel. No entanto, muito poucas seguradoras de L&A acreditam que o risco de vida e previdência é afetado pelas mudanças climáticas, portanto, há muito pouca referência a produtos de seguro neste setor do mercado de seguros.

Produtos Os trechos acima mencionados revelam que a visão geral entre seguradoras de L&A é que no presente não há risco de seguro, e os riscos que surgirem serão identificados com o tempo nas estatísticas de mortalidade alteradas. As companhias não parecem achar que devem cobrar mais para o risco orientado pelo clima até que ele esteja bem estabelecido estatisticamente, acima do "ruído" de outros fatores que afetam a morbidade e a mortalidade. Também é interessante que, com base nos resultados da pesquisa da NAIC, o consenso implícito entre as seguradoras nos Estados Unidos é que a mortalidade será reduzida pelas mudanças climáticas, ao passo que no Norte da Europa os cientistas acreditam que a mortalidade pode aumentar, no mínimo, nas próximas duas décadas,46 o que seria um risco para os provedores de previdência, caso eles não consigam, de forma adequada, ajustar preços ou investimentos de modo que estes correspondam à responsabilidade. 46 Future Impacts of Climate Change Across Europe. Documento de Trabalho do CEPS no. 324/Fevereiro/2010.

A.Behrens, A. Georgiev e M. Carraro. Centro de Estudos de Política Europeia (CEPS), Bruxelas

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Seguradoras de vida e previdência oferecem uma gama de detalhes sobre como as mudanças climáticas pode afetar seu ambiente operacional e suas funções básicas.

Massachusetts Mutual Life (em resposta à pergunta: Resuma os riscos atuais ou estimados que as mudanças climáticas representa para sua empresa): "Não aplicável." National Integrity Life: “Qualquer tentativa de medir a influência das mudanças climáticas sobre mortalidade seria altamente especulativa e improvável de ser digna de crédito neste momento. À luz desta dinâmica, a Companhia não adotou medidas para ‘estimular’ os segurados a reduzirem os sinistros causados por eventos influenciados pela mudanças climáticas.” Homesteaders Life: "Não vemos um impacto significativo sobre nossas operações por causa da mudanças climáticas até que os aumentos em mortalidade devido à mudanças climáticas tenham disparado em termos globais ou regionais, ao ponto de afetar as práticas normais de subscrição de vida e precificação de produtos."

Investimento do Cliente Cerca de metade das seguradoras de L&A relatam que as práticas padrão de diversificação de ativos são suficientes para gerenciar o risco de investimento nas mudanças climáticas. Embora isto possa aumentar os sinistros relacionados com mudanças climáticas, uma abordagem passiva aceita intrinsicamente sinistros que poderiam ter sido evitados com uma abordagem de gerenciamento ativa. Muitas vezes, as seguradoras de L&A dependem de gestores externos de ativos, e não está claro como estes profissionais lidam com mudanças climáticas. Poucas seguradoras de L&A mencionam riscos meteorológicos extremos para ativos investidos, sejam estes bens imóveis ou títulos municipais. Quanto ao risco regulatório do carbono, algumas seguradoras de L&A citam risco regulatório potencial, ou risco econômico geral. Entre os poucos seguradoras que não tentam analisar o risco de mudanças climáticas, a falta de divulgação é um obstáculo. Apresentamos abaixo alguns exemplos de boas práticas.

Torchmark Group: "Em resposta ao potencial para grandes sinistros de catástrofe, as companhias não estão investindo, como por exemplo, títulos Florida Windstorm, títulos Oil Casualty, etc. Monitoramos continuamente as condições em todos os setores que são, ou podem ser, afetados por desdobramentos climáticos futuros."

CNO Group: "As políticas do governo para conter a mudanças climáticas (ex.: estabelecendo limites sobre emissões de carbono) podem causar um impacto em mercados como de eletricidade, transporte e manufatureiro. A análise dos investimentos nestes setores inclui a possibilidade de regulação adicional."

MetLife: "A MetLife tem atualmente mais de $2,5 bilhões investidos em projetos de energia renovável e estuda oportunidades de investir, uma vez que os avanços em tecnologia tornam estas fontes de energia alternativa investimentos atraentes."

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A Família de Companhias do The TIAA: "Para nossos investimentos em ações públicas, nosso grupo de governança corporativa avalia o risco de mudanças climáticas de determinadas companhias da carteira caso a caso. Temos um compromisso permanente com a implementação de melhorias no custo-benefício em eficiência energética de nossa carteira imobiliária global, incluindo a definição quantitativa de metas para eficiência energética." Torchmark Group: "A subscrição para indústrias, por exemplo, de carvão para geração de energia elétrica, tem mudado substancialmente. Hoje é necessário muito mais tempo para se analisar totalmente o impacto de um investimento resultante do cumprimento de normas, regulamentos e leis de clima, os existentes e os novos em potencial...A empresa recentemente passou vários meses pesquisando a possível compra de um fundo de infraestrutura que detesse, principalmente, ativos de geração de energia eólica e solar."

Sentry Insurance Group: "Em face dos investimentos consideráveis do Sentry em companhias de 'Tecnologia Verde’, a empresa tem acesso aos recursos de informações adicionais oferecidos por vários grupos dentro da indústria de 'Tecnologia Verde'."

Principal Life Insurance: "Achamos que existem três importantes benefícios de propriedades verdes que compensam qualquer custo adicional: 1. Benefícios para as pessoas, que incluem maior produtividade, menor índice de absenteísmo, aumento da satisfação no trabalho, e maior manutenção do emprego. 2. Benefícios financeiros, que incluem despesas operacionais menores, aumento da atividade de leasing e aumento do valor de ativos. 3. Nosso ambiente natural também se beneficia devido a um impacto ambiental menor e uma maior responsabilidade ambiental. "

Lincoln Financial: "Levamos em consideração a mudanças climáticas quando necessário, por exemplo, empresas de serviços de utilidade pública, indústrias, no que diz respeito ao risco operacional, risco regulatório, de mercado, de responsabilidade civi, riscos políticos. A divulgação limitada dificulta o âmbito da análise."

Inovação Há alguma inovação entre seguradoras de L&A na área de inovação em investimentos, como mostram os exemplos abaixo, em particular investimentos imobiliários 'verdes'. Um segurador está considerando os aspectos de ‘sumidouro de carbono’ de ativos agroflorestais. Alguns estão investindo em títulos de catástrofe.

Allianz Real Estate realizou uma pesquisa que revelou que Edifícios Sustentáveis podem render uma economia de até 23 por cento no consumo de energia e emissões de carbono com investimentos relativamente pequenos, e já "deu início a um programa compreensivo de sustentabilidade para todos os investimentos imobiliários da Allianz."

Genworth Life Insurance: "A Genworth investe em ‘títulos de catástrofe’. A Genworth tem limites restritos sobre seus investimentos globais em títulos de catástrofe. A Genworth atualmente usa modelos de risco conservadores que supõem um clima mais quente do que outros modelos que usam o histórico meteorológico médio durante longos períodos de tempo. Finalmente, a Genworth tem limites de risco sobre tipo de exposição (geografia e tipo de catástrofe natural)."

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John Hancock Group: "Como resultado do aquecimento global e dos objetivos nacionais e do mercado para redução dos GEE em algumas jurisdições, existem oportunidades potenciais para o comércio de créditos de carbono utilizando madeira e investimentos agrícolas para denunciar sumidouros de emissões a partir de CO2e sequestrado."

5.3 FUNÇÕES BÁSICAS DO SEGURADOR DE SAÚDE São 27 seguradoras operando em seguro saúde como uma classe principal de negócios entre os respondentes. A Figura 10 mostra seus pontos cumulativos por suas principais operações de subscrição e investimentos. Apenas uma minoria de seguradoras de saúde empreende açãos sobre mudanças climáticas.

Produtos Apesar das previsões de ondas de calor e má qualidade do ar e da água, alguns seguradoras de saúde descrevem mudanças climáticas como um fator relevante para sua avaliação de risco.

Excellus declara: "a empresa não tem conhecimento de quaisquer dados conclusivos de que há efeitos diretamente (ou indiretamente) na saúde relacionada com mudanças climáticas." Mesmo quando as empresas reconhecem que eventos extremos são significativos, elas parecem não estar cientes dos rumos que podem ser mudados pelos eventos extremos. Tal como acontece com seguradoras de vida, seguradoras de saúde acreditam que será suficiente reagir aos efeitos das mudanças climáticas à medida que ela se desenvolva e não existem práticas em vigor para identificar ou antecipar as mudanças. Apenas algumas poucas seguradoras de saúde discutem como podem reduzir os efeitos das mudanças climáticas sobre seus clientes. Por exemplo, o Group Health Cooperative afirma: "Nosso atendimento médico está relacionado com uma abordagem de bem-estar para

Principais Conclusões:

Apesar das previsões de ondas de calor, aumento de doenças transmitidas por insetos e má qualidade do ar e da água, alguns seguradoras de saúde descrevem a mudança climática como um fator relevante para sua avaliação de risco.

Apenas poucas seguradoras de saúde discutem como podem reduzir o efeito da mudança climática sobre seus clientes.

No que se refere à gestão de ativos, os seguradoras de saúde geralmente deixam esta questão para gestores profissionais externos. Eles acreditam que a abordagem padrão de diversificação é suficiente, e não citam qualquer maneira específica pela qual as carteiras foram alteradas à luz da mudança climática.

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todos os associados, funcionários e prestadores de serviços. Estas medidas apoiam os segurados mais saudáveis e mais resistentes que podem reduzir riscos de eventos futuros influenciados pelas mudanças climáticas, por exemplo, a deterioração da qualidade do ar."

Investimento No que se refere à gestão de ativos, seguradoras de Saúde geralmente deixam esta questão para gestores profissionais externos e, em geral, acreditam que precificação de mercado e diversificação de ativos gerenciarão de forma adequada os riscos impostos pela mudanças climáticas as suas carteiras de investimentos. Os três exemplos abaixo ilustram atitudes usuais:

Cambia Group: "Acreditamos que riscos e oportunidades associados à mudanças climáticas, como por exemplo, restrições de carbono e água, são geralmente precificados no custo dos investimentos por intermédio do mercado; quaisquer oportunidades de arbitragem potencial teriam incluído o risco de investimentos, o que nós acreditamos ser inapropriado fazer." United Health Group: "Os impactos das mudanças climáticas têm sido levados em consideração em nossa política de investimento por meio de métodos tradicionais de análise de crédito e carteira de investimentos. Estes métodos enfatizam a diversificação da carteira nas indústrias e nos emissores, e cada título é avaliado caso a caso." Independent Blue Cross: "Considerando que aproximadamente de 75 a 80% da carteira da Companhia é administrada por gestores externos de investimentos e eles (os gestores) geralmente não tomaram decisões macro para incorporar este risco específico na gestão das carteiras de investimentos, a Companhia não entende que seja necessário reagir neste momento.”

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Inovação Apenas um único exemplo de inovação foi encontrado: "O Programa de Pesquisa Permanente da Kaiser Permanente sobre Genes, Meio Ambiente e Saúde (RPGEH, na sigla em inglês) foi lançado em 2005, com o objetivo de construir o maior e mais abrangente recurso nos Estados Unidos em pesquisa sobre a influência tanto herdada como de fatores ambientais sobre a saúde das pessoas.”

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Participação Neste capítulo analisaremos como as companhias estão se relacionando com cinco importantes stakeholders: funcionários, distribuidores, prestadores de serviços, clientes e grupos de ação da indústria. Poucas seguradoras descrevem os esforços para se engajar com partes interessadas, como: reguladores, formuladores de políticas, clientes, funcionários, gestores ou vendedores de ativos sobre mudanças climáticas. A falta de envolvimento externo limita a influência das seguradoras na formação de opinião pública sobre o risco de mudanças climáticas. Pelo fato das seguradoras contarem com recursos desiguais para avaliar seus próprios riscos climáticos, a abordagem interna

Principais Conclusões:

A maioria das seguradoras de Saúde,Vida e Acidentes Pessoais, além de várias seguradoras de Seguros Gerais não acreditam que devem se envolver com a questão da mudanças climáticas, uma vez que não acreditam haver evidências suficientes de suas causas, efeitos ou relação com seus negócios.

47 de 102 seguradoras de SG atuam junto com consumidores na prevenção de sinistros, principalmente enviando folhetos e disponibilizando informações no site, embora isto esteja, em grande parte, relacionado com os riscos do dia a dia e não explicitamente com mudanças climáticas. Companhias de pequeno porte são geralmente muito menos ativas do que empresas de médio ou grande porte.

As seguradoras muitas vezes se comprometem com os empregados sobre sustentabilidade em geral, mas raramente sobre mudanças climáticas, em particular. Dificilmente as seguradoras mencionam seus agentes ou corretores, ainda que eles sejam elos importantes com o cliente. A principal interação com prestadores no segmento de SG é na utilização de modelos de catástrofes. Um segundo nó de comprometimento muito menos ativo é entre as seguradoras de todos os segmentos e seus gestores de ativos. Em ambos os casos, as seguradoras tendem a aceitar as decisões do prestador, como sendo o especialista técnico, e muitas vezes nem sequer sabem como seus provedores estão combatendo os riscos de mudanças climáticas.

Muito poucas seguradoras intervem na área de elaboração de políticas. 17 companhias dãouma contribuição importante para a formulação de políticas sobre redução de riscos de desastres via iniciativas coletiva, projetos de seguradoras isoladas, ou de proteção. Apenas 11 as seguradoras partcipam de iniciativas em conservação de energia de forma significativa, e apenas 10 seguradoras participam intensamente de iniciativas sobre mudanças climáticas.

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de muitas na indústria também sugere que as empresas menores podem estar depsoropocinalmente despreparadas para as mudanças climáticas. Dentro de muitas das indústrias sugere também que as companhias de pequeno porte podem estar desproporcionalmente despreparadas para as mudanças climáticas. Seguradoras de pequeno porte dependem de áreas externas para serviços importantes, tais como modelagem de catástrofe, estratégias de resseguro e gestão de ativos, entretanto, os resultados da pesquisa sugerem que estas seguradoras, muitas vezes, não entendem se seus assessores e provedores estão levando em consideração a mudanças climáticas em suas decisões. Muitas seguradoras adotaram produtos desenvolvidos para permitir atividades de baixo carbono. Cerca de metade das seguradoras de grande e médio porte de propriedade oferecem produtos de seguro desenvolvidos para atividades de baixo carbono, como por exemplo, projetos de construções verdes ou de energia renovável. Algumas das companhias de grande porte de Vida & Previdência oferecem produtos de investimentos destinados a tecnologias de baixo carbono. No entanto, considerando que a maior parte das atividades em desenvolvimento de produto tem sido de responsabilidade de empresas multinacionais com sede no exterior, a maioria dos produtos tende a ser desenvolvido para um mercado internacional de pouca relevância no mercado dos Estados Unidos. A Figura 11 revela que das 184 companhias, muitas não são atuantes no envolvimento dos stakeholders ou não relatam suas atividades. O que não está revelado no gráfico, é que as companhias de pequeno porte são geralmente muito menos ativas do que as empresas de médio ou grande porte.

Os dados são compartilhados entre empresas que operam em Seguros Gerais, e aquelas que operam apenas em Vida ou Saúde, uma vez que vimos no Capítulo Operações, que os seguros de

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Vida e Saúde são percebidos como muito menos sensível aos efeitos das mudanças climáticas ou variabilidade do clima. Isto é confirmado pelos dados das partes interessadas, onde as companhias de SG dominam as respostas em prevenção de sinistros. Por outro lado, as companhias de Vida e Saúde estão na frente em ações de políticas públicas sobre conservação de energia, e também sobre tornar a cadeia de suprimento mais ecológica.

6.1 PARTES INTERESSADAS As seguradoras mencionam quatro grupos de partes interessadas em suas respostas: com mais frequência clientes, seguidos de equipe, e, raramente, distribuidores e prestadores de serviços. Acionistas são dificilemente mencionados (embora, é claro, no caso de seguradoras mutuas os segurados são os proprietários.)

Clientes Tendo em vista a associação estreita entre apólices de propriedade e danos meteorológicos, não é de surpreender que muitas seguradoras de SG participem com seus segurados na questão da prevenção de sinistros. Na verdade isto ocorre com 47 de 102 seguradoras que operam em SG e este também é o problema das partes interessadas quando as seguradoras de pequeno porte são ativas. Geralmente, a ação se limita a enviar panfletos e disponibilizar informações no site. Clientes industriais recebem conselhos personalizados sobre risco em alguns casos. Três exemplos mostram o tipo de apoio que as seguradoras estão oferecendo:

A Cincinnati Insurance utiliza seus representantes de controle de sinistros, representantes de sinistros e subscritores para fornecer informações, fazer inspeções e prestar assistência aos segurados no que diz respeito a melhorias que podem fazer com que suas propriedades reduzam os sinistros causados por eventos influenciados pelas mudanças climáticas.

A Tokio Fire & Marine (PHLY) usa seu Departamento de Controle de Sinistros para oferecer seminários em todo o país a fim de fornecer aos segurados informações sobre como prevenir e atenuar sinistros no caso de um evento catastrófico. Os tópicos abordados incluem riscos naturais, proteção contra raios, congelamentos, e dano por vento e chuva.

Durante tempestade, a Alfa usa sites de redes sociais, como o Facebook e o Twitter, a fim de informar aos clientes sobre eventos climáticos significativos. A companhia também publicou vários vídeos no YouTube para demonstrar as ações da Alfa na administração dos sinistros depois de um evento catastrófico, como por exemplo, um tornado.

Algumas seguradoras citam que o uso da comunicação eletrônica com os segurados ajuda a reduzir as emissões, o que é normalmente descrito como uma melhoria na eficiência dos negócios, com redução em emissões na forma de um co-benefício. Algumas seguradoras de Seguros Gerais (7 de 102) também dão conselhos para os segurados sobre conservação de energia.

AAA: "A revista de assinantes de alto nivel, VIA, enviada pelo Motor Club para milhões de associadosde alto nivel, informa regularmente como os motoristas podem reduzir o consumo de

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gasolina para reduzir sua própria pegada de carbono. Recursos online para associados AAA e segurados da Companhia também destacam esforços ‘verdes’. Eles ajudam os assinantes/segurados a entender as diferenças, e os benefícios, de comprar veículos híbridos, a melhor forma de direcioná-los para eficiência em combustível, e o seguro de automóvel que disponibilizamos para os proprietários de tais veículos híbridos."

Quase todas as seguradoras de Vida e Saúde, assim como várias seguradoras de Seguros Gerais, não acreditam que devam se comunicar com os clientes sobre mudanças climáticas, uma vez que acreditam haver informações confiaveis ou relevantes. Uma resposta típica é da Old Republic:

"Ate o momento, considerando que a Old Republic acredita que há mais evidências específicas (1) dos efeitos dad mudanças climáticas sobre os negócios da Old Republic e (2) respostas apropriadas para limitar essaa exposiçãoforam desenvolvidas, a Old Republic não considera um propósito construtivo envolver seus segurados neste diálogo."

Pessoal Há uma grande quantidade de exemplos de seguradoras participando com os funcionários em questões sobre a sustentabilidade, por exemplo, a Green Days, apoiando carros comunitários e carona solidária, mas especificamente pouco sobre mudanças climáticas. Em geral, os incentivos estão associados ao cumprimento das metas em eficiência energética. Muitas seguradoras parecem não fornecer informações para os funcionários sobre mudanças climáticas que tenham relação como os negócios. Estes quatro examplos mostram boas praticas:

Allianz (incluindo Fireman’s Fund): "Uma campanha corporativa de conscientização sobre mudanças climáticas foi desenvolvida em 2010 e lançada para todo o Grupo em 2011."

Axa: "As Companhias exigem que cada funcionário complete uma pesquisa anual sobre transporte para medir sua pegada de carbono individual."

Group Health Cooperative: "Nosso programa Soluções Comunitárias foi escolhido por seus esforços inovadores e bem sucedidos para reduzir as viagens de ida e volta para o trabalho em veículos com um único ocupante, juntamente com suas informações da intranet, e serviços personalizados para os funcionários do Group Health."

The Hartford Insurance Group: "A criação e as vendas de produtos de "baixo carbono" podem ser recompensadas monetariamente. O Hartford introduziu uma gama maior de tais produtos."

Distribuidores Raramente as seguradoras mencionam seus agentes ou corretores, entretanto, eles são elos importantes para o cliente. Três exemplos de participação ativa são:

The Hartford: "The Hartford também está buscando novos parceiros de afinidade para participar nas vendas de nossas coberturas de ramos de pessoas para seus consumidores. Um

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componente padrão de nossa discussão com estes parceiros de afinidade potenciais é uma explicação sobre o compromisso público da Hartford a respeito das mudanças climáticas, e

de nossos esforços atuais. O feedback sugere que estas informações são consideradas valiosas por nossos parceiros comerciais potenciais."

Mutual of Enumclaw: "A Mutual of Enumclaw oferece educação para nossos agentes sobre como os segurados podem reduzir o potencial de riscos decorrentes de eventos de sinistros relacionados com o clima. Os exemplos são as exigências de zonas ‘tampão’ ou ‘espaço defensável’ em áreas propensas a incêndios florestais."

Central Mutual: "Nossa direção [em subscrição] é compartilhada abertamente com nossos parceiros da agência para que eles compreendam e participem conosco da necessidade de proteger os patrimônios, embora ainda sendo competitivo no mercado com coberturas e preços."

Prestadores de Serviços A principal interação com prestadores de serviços relacionada com mudanças climáticas está no uso de modelos de catástrofe por seguradoras de Seguros Gerais, o que foi discutido com mais detalhes no Capítulo 5. Uma segunda interface, menos ativa, entre seguradoras e seus gestores de ativos, é também coberta no Capítulo 5. Em ambos os casos, as seguradoras tendem a aceitar os pontos de vista do pestador como o especialista técnico, e geralmente não procuram influenciá-los. Em muitos casos, eles não sabem quais são suas opiniões, conforme estes dois trechos mostram:

Mutual of Enumclaw: "Não temos conhecimento se nosso gestor de ativos dispõe de políticas sobre mudanças climáticas. Não determinamos quaisquer regras, simplesmente fornecemos benchmarks de retorno e rendimento que desejamos que sejam alcançados por nosso gestor."

XL: "A XL implementa sua estratégia usando uma variedade de prestadores de serviços de gestão de investimentos. Eles consideram uma variedade de fatores e riscos na tomada de decisões sobre as carteiras da XL, que costuma incluir alguma consideração sobre riscos relacionados com o clima."

Há frequentes referências à introdução ou utilização de comunicação eletrônica com prestadores de serviços, mas pouca participação real sobre mudanças climáticas em si. Uma empresa se refere à verificação das emissões até a cadeia de suprimento. O Kaiser Foundation Health Plan, diz: "Os prestadores de serviços devem divulgar se suas companhias têm um plano de ação sobre clima disponível publicamente, incluindo uma meta de redução em emissões de gases de efeito estufa, e o percentual de seu consumo de energia gerado a partir de fontes renováveis."

6.2 POLÍTICA PÚBLICA Os esforços em políticas públicas se concentram em iniciativas da indústria compreendendo três áreas: redução de sinistros de catástrofe, conservação de energia e, especificamente, mudanças climáticas.

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Redução de Sinistros de Catástrofe Muitas companhias de Seguros Gerais mencionaram que apoiam o Institute for Business e Home Safety (IBHS, na sigla em inglês), um instituto de pesquisa e política de redução de catástrofes, apoiado principamente pelo mercado segurador. Estimamos que há apenas 17 companhias que dão uma grande contribuição para formulação de políticas em iniciativas coletivas, projetos de seguradoras isolados ou proteção, conforme apresentado nestes três casos abaixo.

Allstate: "Desde 2005, a ProtectingAmerica.org vem trabalhando para promover uma solução abrangente e integrada para lidar de forma mais eficaz e eficiente com megacatastrofes. Um alto funcionário do departamento de Lei e Regulação da Allstate atua como diretor nacional da ProtectingAmerica.org. Estamos trabalhando também para mudanças no ambiente regulatório, inclusive reconhecendo a necessidade de melhor preparação diante de uma catástrofe, aprimorando a precificação baseada no risco e promovendo a criação de soluções patrocinadas pelo governo, com financiamento privado, para megacatástrofes, o que tornará o seguro mais disponível e acessível."

Travelers: "Uma importante iniciativa em curso do Travelers Institute é o Travelers Coastal Wind Zone Plan, nossa proposta para melhorar a disponibilidade e viabilidade financeira de cobertura contra furacões e tornados em comunidades ao longo da costa do Golfo e do Atlântico. Esta iniciativa promove estratégias de mitigação de riscos, como por exemplo, melhores códigos de construção m e planejamento de uso racional do solo, e defende transparência em classificação e um ambiente regulatório coerente para enfrentar a crise de disponibilidade de seguro em áreas costeiras vulneráveis."

Mutual of Enumclaw: "A Mutual of Enumclaw se reúne anualmente com senadores e deputados de Washington a fim de promover leis que melhorarão nossa capacidade de suportar os sinsitros relacionados a mudanças climáticas e reduzir os custos globais de nossos segurados. Já informamos a eles sobre vários tópicos, tais como códigos de melhores construções, análise de longo prazo do programa federal contra inundação, menos subsídio para riscos localizados em áreas propensas a furacões."

Conservação de Energia Muitas seguradoras buscam certificação para construções sustentáveis, e procuram outros caminhos no sentido de obter maior eficiência energética, conforme pode ser observado no Capítulo 2, em que os motores de eficiência energética e pegada de carbono são analisados. No entanto, apenas 11 seguradoras participam das iniciativas de conservação de forma significativa. O trecho a seguir destaca o compromisso.

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AAA: "...ao longo dos anos tem apoiado ativamente a Lei do Ar Limpo, as políticas sobre veículos limpos e combustíveis limpos, e o desenvolvimento de sistemas de transporte público. A AAA mantém uma antiga parceria com o Institute of Transportation Studies na Universidade da Califórnia, em Davis, e trabalha em conjunto com eles em pesquisas permanentes para melhorar a eficiencia do motorista em termos de consumo de combustível, bem como os maiores estudos, jamais realizados, sobre o consumidor de veículos híbridos elétricos."

Mudanças climáticas Apenas 10 seguradoras participam intensamente de iniciativas em mudanças climáticas, variando as formas de envolvimento em nível nacional desde depoimentos no Congresso ou coletivas de imprensa pela Allianz, Munich Re e Swiss Re, até participação de grupos de trabalho patrocinados pelos governos estaduais – por exemplo, a Hanover participou do Grupo de Trabalho sobre Política de Mudanças climáticas patrocinado pelo Governo de New Hampshire.

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Divulgação de Informações Divulgação é uma oportunidade para as companhias compartilharem com reguladores e outras partes interessadas as ações empreendidas pela companhia para administrar a mudanças climáticas. A menos que uma companhia declare explicitamente que realiza atividades específicas, as partes interessadas, incluindo investidores e clientes, não podem pressupor que ela está realizando tais atividades. Por esta razão, a qualidade da divulgação é um indicador importante das ações que estão sendo empreendidas pelas companhias e da sua intenção de compartilhar os benefícios de tais ações com as partes interessadas externas à companhia. De 184 companhias, apenas onze divulgaram informações de qualidade suficiente e com detalhes para computar mais da metade dos pontos elegíveis em dois dos quatro domínios: Gestão, Drivers, Funções Básicas, e Engajamento. São onze as companhias: ACE, Allianz Group (incluindo Fireman’s Fund), Farmers, Genworth Life Insurance, Hartford Insurance, Liberty Mutual, Munich Re, Prudential Group, Swiss Re, Travelers Group, e Zurich. São quase todas de grande porte, e muitas operam em propriedade/responsabilidade. Várias respostas não parecem estar em consonância com o espírito de divulgação colaborativa que se poderia esperar: State Farm: "No que diz respeito a gerenciamento de risco, a State Farm não tem conhecimento de um padrão da indústria que defina 'risco climático', 'mudanças climáticas' ou 'risco relacionado com mudanças climáticas’. Deste modo, a State Farm não tem base para garantir um único risco classificado como ‘risco de mudanças climáticas’ ou ‘risco relacionado com mudanças climáticas’ ou para levar em consideração a mudanças climáticas no gerenciamento de risco." No entanto, deve ser observado que, no mesmo registro de divulgação a empresa declara: "A State Farm está preocupada com a perspectiva de mudanças climáticas global, seu impacto potencial sobre padrões meteorológicos rígidos, e como este impacto potencial pode afetar os negócios de seguro." A USAA simplesmente reenviou a mesma resposta dada no ano anterior, afirmando que nada mudou. A Everest National se recusou a responder, dizendo: “a publicação pode resultar em recusas de privilégio que tenha relação com questões de sinistros, uma vez que a pesquisa exige a divulgação de protocolos relativos a sinistros. Ademais, a Pesquisa exige a divulgação de informações sobre concorrência relativas a produtos, taxas, exposições geográficas, práticas de controle de sinistros e sinistros relacionados com ‘mudanças climáticas’ da Everest. Estas informações são confidenciais e

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se vierem a público podem causar danos irreparáveis aos negócios da Everest. Muitas das perguntas da Pesquisa são vagas e ambíguas. Declinamos responder à pesquisa." Conforme observado no Capítulo 3, em torno de 10% das seguradoras, principalmente companhias de pequeno porte de vida, argumentaram que a pesquisa não era relevante e, portanto, não deram quaisquer informações a considerar. A divulgação pode ser significativamente melhorada caso seguradoras e reguladores tomem as seguintes medidas.

Seguradoras

Fornecer respostas completas relativas a cada segmento de negócios importante. Por exemplo, seguradoras que atuam em multi-ramos devem divulgar como seu segmento de Vida & Previdência pode ser afetado além de seu segmento de Seguros Gerais; e as respostas do Grupo devem fornecer detalhes suficientes sobre como as políticas do Grupo são implementadas nas subsidiárias nos Estados Unidos.

Registros de divulgação devem limitar a quantidade de informações incluídas por referência a documentos externos. Em alguns arquivos de divulgação há dificuldade de navegação: por exemplo, a apresentação da Hartford consistiu, simplesmente, de sua resposta extensa ao Carbon Disclosure Project (CDP), uma referência cruzada com suas respostas ao formulário 10-K, sem associar as informações relativas às perguntas da pesquisa da NAIC.

Registros não devem consistir de respostas monossilábicas que não ofereçam qualquer informação real sobre a abordagem da companhia quanto à avaliação do risco climático.

Reguladores

Os reguladores devem esclarecer como planejam usar as informações disponibilizadas nas respostas da pesquisa, o que pode melhorar a qualidade do material apresentado.

A falta de qualidade nas respostas pode ser atribuída, em parte, às próprias perguntas da pesquisa, que não são elaboradas para solicitar respostas específicas, e, como consequência, tendem a resultar em referências cruzadas entre várias perguntas.

Respostas melhores podem ser dadas caso os reguladores ofereçam um manual de divulgação explicando o conteúdo esperado das respostas, por exemplo, definindo o que se entende por "eventos influenciados pelas mudanças climáticas" e "grupos de interesse importantes”. Houve vários casos em que estas frases foram mal interpretadas, ou usadas como motivo para não responder.

A pesquisa deve se concentrar em riscos relativos às funções básicas das seguradoras – subscrição, sinistros e investimentos. O formulário atual começa com uma pergunta sobre emissões, o que é uma área de preocupação menos importante, visto que o próprio setor segurador é uma indústria de baixo carbono.

Tendo em vista o número de registros monossilábicos, sem conteúdo e até mesmo antagônicos, os reguladores devem considerar um mecanismo para lidar com respostas insatisfatórias.

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Recomendações Ainda há grande espaço para melhoria em termos de divulgação e gerenciamento do rico climático no setor. Seguradoras e reguladores podem cada qual desempenhar um papel na condução desta melhoria.

8.1 PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES PARA SEGURADORAS

Tratar a mudanças climáticas como uma questão estratégica de toda a empresa, que afeta todas as funções, em todos os níveis, e formalizar esta postura em uma declaração pública de política corporativa. As mudanças climáticas tem o potencial de afetar o valor da empresa de seguro – administrá-la exige um mesmo nível de atenção e esforço.

Avaliar o potencial das mudanças na exposição futura de risco devido à mudanças climáticas. As seguradoras precisam avaliar como uma mudança no clima pode alterar eventos climáticos extremos, vetores de doenças, risco político e resiliência de infraestrutura, e se adaptar de forma apropriada.

Apoiar pesquisa sobre a influência de um clima mais quente em sistemas humanos, incluindo previsão de tendências futuras de catástrofe, vias de transmissão de doença, migração populacional, falta de infraestrutura e mudanças nesta. Embora haja forte consenso científico sobre mudanças climáticas, há uma necessidade especial de melhorar nosso conhecimento dos prováveis impactos de temperaturas mais quentes sobre os fenômenos, incluindo a frequência e severidade de furacões e tempestades convectivas; os efeitos na saúde humana de ondas de calor mais intensas e aumento de doenças transmitidas por insetos; e as repercussões econômicas e políticas da falta de infraestrutura e inundação de terras cultivadas.

Desenvolver modelos de catástrofe que antecipem os efeitos prováveis das mudanças climáticas sobre eventos meteorológicos extremos. Seguradoras com grandes recursos científicos devem se associar diretamente a cientistas do clima, a fim de desenvolver aptidões novas em modelagem. Para muitos seguradoras, com menos experiência científica, é igualmente importante que o impacto das mudanças climáticas sobre eventos extremos em águas interiores e na costa faça parte da rotina de troca de experiências com os prestadores de serviços e corretores de resseguro de modelo de catástrofe.

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Se engajar com reguladores sobre como garantir que taxas e reservas de sinistro reflitam adequadamente as mudanças nas tendências de sinistro devido às mudanças climáticas. Seguradoras também devem intensificar seus esforços para oferecer preços diferenciados que reflitam um comportamento resiliente ao clima.

Se certificar de que os assessores de investimento e gestores de ativos adquiriram experiência sobre avaliação e gerenciamento do risco de mudanças climáticas. As mudanças climáticas já estão alterando tendências em eventos extremos, com implicações para investidores em ações, títulos, infraestrutura, imóveis e commodities. Seguradoras que investem nestas classes de ativos não estão menos sujeitas a sinistros relacionados com o clima do que outros investidores institucionais e, consequentemente, é imperativo que as seguradoras, ao selecionarem profissionais de investimentos, levem em consideração sua experiência em mudanças climáticas.

Garantir divulgação pública transparente e útil. A divulgação deve refletir os melhores esforços da companhia empreendidos para avaliar e administrar a mudanças climáticas – deve, portanto, fornecer detalhes suficientes para auxiliar reguladores e investidores a entenderem o motivo de a companhia adotar uma determinada visão sobre mudanças climáticas, incluindo as avaliações feitas para chegar a este ponto de vista. Para as empresas globais, divulgação deve distinguir claramente as atividades que estão sendo realizadas no mercado dos Estados Unidos daquelas que estão sendo realizadas na Europa ou em outros mercados importantes.

Informar Políticas Públicas: Promover a necessidade de ações para impedir a mudanças climáticas e trabalhar com formuladores de políticas em termos federal, estadual e municipal para ajudá-los a construir e manter uma economia que seja resiliente ao risco climático.

8.2 PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES PARA REGULADORES DE SEGURO

Continuar exigindo a divulgação anual e pública, a fim de promover a participação mais ativa das seguradoras na questão das mudanças climáticas. Tendo em vista os impactos potencialmente significativos das mudanças climáticas sobre a disponibilidade e viabilidade financeira do seguro, bem como a saúde financeira da seguradora, a importância da divulgação obrigatória para os reguladores que buscam entender as atividades climáticas no mercado não pode ser subestimada. As informações fornecidas na divulgação obrigatória e pública podem ajudar outros atores do mercado a identificar falhas no mercado como um todo no que diz respeito a gerenciamento de risco e exigir do mercado ações corretivas. Neste aspecto, os resultados da divulgação devem ser usados não apenas pelos reguladores, mas também por resseguradoras, seguradoras e corretores, para se conhecer a posição do mercado em relação a um fator de risco que modelará, totalmente, o desempenho da indústria nos próximos anos.

Esclarecer as expectativas da divulgação. Reguladores podem fazer sua parte para melhorar a divulgação da seguradora, desenvolvendo um manual que defina os conceitos importantes e descreva o conteúdo esperado das respostas da seguradora à pesquisa de divulgação sobre risco climático. Além disto, os reguladores devem ajustar o formulário de pesquisa para obter respostas mais úteis. Um esforço especial deve ser empreendido para limitar a possibilidade de

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várias perguntas receberem respostas iguais, e concentrar as perguntas em riscos relativos às principais operações das seguradoras – subscrição, sinistros e investimentos.

Tecer considerações sobre risco climático no processo de supervisão financeira acrescentando perguntas relacionadas com mudanças climáticas ao Manual de Analistas em Condição Financeira. Novas tendências em sinistros revelam a necessidade de análise

financeira que considere ajustes na cobertura de resseguro e outras práticas de gerenciamento de risco que influenciem os testes de solvência.

Criar recursos mais compartilhados a fim de ajudar as seguradoras a analisar e responder a riscos e oportunidades relacionados com clima, incluindo riscos e oportunidades de investimentos, riscos correlatos e modelagem de sinistro. Relativamente poucas seguradoras têm capacidade para realizar uma pesquisa essencial sobre como seus negócios podem ser afetados pelas mudanças climáticas. Os reguladores devem ajudar a melhorar o conhecimento de todo o mercado sobre como diferentes áreas da companhia de seguros podem ser afetadas pelo clima, e incorporar estas tendências nas análises da empresa a fim de proteger a capacidade de mercado. Seguradoras e reguladores seriam beneficiados com pesquisa mais essencial nas seguintes áreas, que surgiram como áreas que apresentam pontos fracos nas respostas da divulgação deste ano:

Riscos e Oportunidades de Investimentos. A exposição da carteira da seguradora e suas estratégias de alocação de ativos sensíveis ao clima são uma necessidade específica.

Riscos Correlatos. Uma avaliação do potencial de riscos correlatos emergentes comuns às carteiras de investimentos e subscrição podem informar procedimentos futuros de análise.

Modelagem de Sinistro. Reguladores e seguradoras serão mutuamente beneficiados pelos esclarecimentos sobre como modelos de sinistros atuais integram os parâmetros climáticos.

Potencial de Sinistro de Saúde e Vida. Uma pesquisa básica sobre as estatísticas de morbidade/mortalidade relacionadas à temperatura seria, provavelmente, benéfica para seguradoras, reguladores e profissionais de saúde pública.

Resiliência do cliente. Reguladores e seguradoras têm interesse mútuo em reforçar a resiliência dos clientes a eventos extremos, e identificar os métodos mais bem sucedidos para estimular a resiliência.

Se comprometer com seguradoras, consumidores e demais formuladores de políticas, a fim de melhor compreender a natureza dos riscos de mudanças climáticas, incluindo a forma como as taxas devem ser ajustadas para refletir os riscos da mudança, e as medidas que seguradoras e reguladores precisam tomar para melhor incentivar os consumidores a reduzirem sua vulnerabilidade a tais riscos.

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Perguntas da Pesquisa com Seguradoras sobre Divulgação do Risco Climático do Segurador

INSTRUÇÕES

Respondentes de Grupo: Se seu registro diz respeito ao grupo, complete a Seção A, e em seguida na Seção B forneça as informações solicitadas para cada companhia incluída neste relatório. Acrescente quantas linhas adicionais forem nessessárias para incluir todas as companhias.

Respondentes de Companhias Individuais: Forneça as informações para sua companhia na Seção B.

Seção A Nome do Grupo: N°. do Grupo:

Seção B Nº. da NAIC: Nome da Companhia: Prêmios Diretos Emitidos em Âmbito Nacional

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OBSERVAÇÕES: • Havendo Perguntas Semelhantes sobre CDP, estas serão listadas após cada pergunta como

uma referência.

• Caso você disponha de informações adicionais para apresentar, favor incluir como anexo, juntamente com a pesquisa concluída, ao e-mail para o Departamento Estadual de Serviços Financeiros de Nova Iorque.

• A pesquisa tem início a seguir. 1. A companhia dispõe de um plano para avaliar, reduzir ou atenuar suas emissões em suas

operações ou organizações? Em caso positivo, favor resumir.

CDP: Pergunta 21 (Desempenho)

2. A companhia dispõe de uma política de mudanças climáticas no que diz respeito a gerenciamento de risco e gestão de investimentos? Em caso positivo, favor resumir. Em caso negativo, como você responde à mudanças climáticas em seu gerenciamento de risco?

3. Descreva o processo de sua companhia para identificar riscos relacionados com mudanças climáticas e avaliar o grau que eles podem afetar seus negócios, incluindo suas implicações financeiras.

CDP: Perguntas 1-3 (Riscos e Oportunidades)

4. Resuma os riscos atuais ou estimados que ad mudanças climáticas representam para sua companhia.

Explique como estes riscos podem afetar seus negócios. Inclua a identificação das áreas geográficas afetadas por estes riscos.

CDP: Perguntas 1-3 (Riscos e Oportunidades)

5. A companhia considerou o impacto das mudanças climáticas sobre sua carteira de investimentos? A companhia alterou sua estratégia de investimentos em resposta a estas considerações? Em caso positivo, favor resumir as medidas adotadas.

CDP: Pergunta 3: "Demais Riscos", Pergunta 6: "Demais Oportunidades" (Riscos e Oportunidades)

6. Resuma as medidas tomadas pela companhia para incentivar os segurados a reduzirem os sinistros causados por eventos influenciados pelas mudanças climáticas.

CDP: Perguntas 4-6 (Riscos e Oportunidades)

7. Discuta as medidas, se houver, tomadas pela companhia para participar de grupos de interesse sobre o tema de mudanças climáticas.

CDP: Perguntas 24, 26, 27 (Governança)

8. Descreva as ações que sua companhia está empreendendo para gerenciar os riscos que a mudanças climáticas representa para seus negócios, incluindo, em termos gerais, o uso de modelos de computacionais.

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CDP: Perguntas 1-3 sobre Riscos e Oportunidades

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Metodologia de Pontuação

A estrutura para avaliar as respostas das seguradoras é elaborada para cobrir as principais questões sobre mudanças climáticas sobre as quais os seguradoras no mercado americano devem estar cientes e as medidas que um segurador prudente deve tomar para resolvê-las. A estrutura deriva de uma combinação de três fontes:

Trabalho anterior realizado pelo Ceres sobre seguradoras e mudanças climáticas,

Trabalho anterior realizado pelo Dr. Dlugoleck sobre seguradoras e mudanças climáticas, e

Uma análise de outras estruturas de avaliação, particularmente, ClimateWise, Projeto de Divulgação sobre Carbono, e Estrutura Global dos Investidores para Divulgação do Risco Climático.

Isto resultou em uma estrutura que analisa as considerações em quatro domínios de interesse:

Gestão: como as companhias gerenciam as questões de mudanças climáticas,

Vetores: quais as preocupações que definem suas estratégias,

Ações: quais as medidas tomadas pelas companhias em suas funções ou operações básicas48, e

Partes Interessadas: como elas interagem com as partes principais49, incluindo sua participação na política pública e qualidade do relatório.

Um total de 50 pontos foi alocado: 9 para Gestão, 12 para Vetores, 15 para Ações, e 14 de Partes Interessadas. Por sua vez, estes quatro domínios foram divididos em indicadores, conforme descrito abaixo e na Tabela A1, a fim de dar a precisão necessária à análise. Cada resposta tinha um limite de 50 pontos. Em apoio à proposta de aprendizado e evolução deste exercício, as pontuações individuais não serão publicadas.

GESTÃO. A pontuação máxima é 9 pontos.

Este domínio diz respeito à abordagem global da empresa em relação às mudanças climáticas: quão avançado é o nível em que a política de mudanças climáticas é determinada; que funções da campanhia estão cobertas pela política; e que aspectos das mudanças climáticas são abordados.

48 As funções básicas das seguradoras estão definidas em desenvolvimento de produto, avaliação de risco,

administração de sinistros e investimentos.

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Pontuação

Nível: A questão da MC é aceita explicitamente como uma questão de negócios importante e supervisionada?

3 pontos

Funções: A política inclui funções focadas nos clientes, bem como funções administrativas?

3 pontos

Aspectos: ‘Mudanças climáticas’ siginifica impactos sobre cliente, regulação e trabalho na companhia?

3 pontos

Estes são os pontos máximos para cada indicador. Pontuações mais baixas são atribuídas por cobertura parcial do domínio.

VETORES. A pontuação máxima é 12 pontos. São 12 vetores valendo um ponto cada, e que se dividem em dois grandes grupos; seis motivadores internos ou reflexivos, preocupados com a própria companhia, sem considerar especificamente o risco de seguro, e seis vetores externos, concentrados no risco do cliente (ou ativos do cliente).

Pontuação – Vetores Internos Risco Emergente: Nenhum risco identificado ainda, mas se reconhece que há

potencial

1 ponto

Reputação: Convicção de que uma posição sobre mudanças climáticas é importante para a marca

1 ponto

Segurança: Plano de continuidade de negócios / autorresseguro / custo de capital

1 ponto

Sustentabilidade: Preocupação geral com sustentabilidade

1 ponto

Eficiência Energética: Principais consumos de energia identificados

1 ponto

Emissões de GEE: Metas e relatórios corporativos 1 ponto

Pontuação – Vetores Externos (efeitos de condições meteorológicas extremas sobre clientes da empresa) Furacões: Risco de furacão analisado de forma inteligente 1 ponto

Demais condições meteorológicas extremas:

Pelo menos um risco sem ser furacão analisado de forma inteligente

1 ponto

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Clima em Geral:

Consciência de que a mudanças climáticas pode afetar riscos relevantes

1 ponto

Responsabilidade Civil:

Clientes podem ser processados 1 ponto

Controles de Emissões de GEE:

Consciência sobre como os clientes podem ser afetados 1 ponto

Mudança social: Pontos de vista sobre mudança de comportamento (clientes, reguladores de seguro)

1 ponto

AÇÕES. A pontuação máxima é 15 pontos. Este domínio aborda as medidas que o segurador está tomando para enfrentar a mudanças climáticas em suas atividades básicas em desenvolvimento de produto (aceitação de risco físico para o cliente, estímulo à redução de sinistros pelo cliente, e apoio à redução em emissões pelo cliente); administração de sinistros; e gestão de ativos. A estrutura varia de acordo com as linhas de negócios: Seguros Gerais, Vida & Previdência ou Saúde. Isto se dá devido à diferença que há em importância das funções, com mais atenção a desenvolvimento de produto em SG, e mais foco nos investimentos em L&A. A intenção é ter uma pontuação máxima de 15 pontos para ações de qualquer segurador. Desta forma, para seguradoras ou grupos que relatam em uma resposta por exemplo multi-ramos (normalmente SG com L&A; SG com Saúde, ou L&A com Saúde), as pontuações são reduzidas proporcionalmente nas várias carteiras. Por exemplo, para um segurador de SG e L&A, a pontuação é dividida em dois, e é atribuído a SG 7,5 pontos e a L&A é 7,5 pontos. Esta é a razão de algumas pontuações incluírem meios-pontos.

Propriedade & Responsabilidade Aceitação de Risco: 1 por característica significativa do produto que aborde

aceitação de risco climático

(máximo 3 pontos)

Redução de Sinistros:

1 por característica significativa do produto que aborde redução de sinistros climáticos

(máximo 3 pontos)

Redução em Emissões:

1 por característica significativa do produto que aborde redução em emissões de GEE

(máximo 3 pontos)

Administração de Sinistros:

Ação significativa além da redução normal de sinistros Ação significativa para reduzir emissões de GEE além da eficiência normal

1 ponto 1 ponto

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Investimentos: Ação significativa para evitar risco relacionado com o clima além do gerenciamento de risco normal do fundos Ação significativa para promover redução em emissões de GEE além do gerenciamento de risco normal dos fundos

1 ponto 1 ponto

Inovação: 1 ponto por inovação importante em produto com o objetivo de gerenciar a mudanças climáticas de melhor foma

(máximo 2 pontos)

Vida e Previdência Aceitação de Risco: 2 por qualquer característica significativa do produto que

aborde aceitação de risco climático

(máximo 2 pontos)

Redução de Sinistros:

2 por qualquer característica significativa do produto que aborde redução de sinistros climáticos

(máximo 2 pontos)

Investimentos: 2 por cada ação significativa para evitar risco relacionado com o clima além do gerenciamento de risco normal dos fundos 1 por cada ação significativa para promover redução em emissões de GEE além do gerenciamento de risco normal dos fundos

(máximo 4 pontos) (máximo 4 pontos)

Inovação: 3 pontos por qualquer inovação importante em produto com o objetivo de gerenciar a mudanças climáticas de melhor forma

(máximo 3 pontos)

Saúde Aceitação de Risco: 2 por qualquer característica significativa do produto que

aborde aceitação de risco climático

(máximo 4 pontos)

Redução de Sinistros:

2 por qualquer característica significativa do produto que aborde redução de sinistros climáticos

(máximo 4 pontos)

Administração de Sinistros:

Ação significativa além da redução normal de sinistros

3 pontos

Investimentos: Ação significativa para evitar risco relacionado com o clima além do gerenciamento de risco normal do fundos Ação significativa para promover redução em emissões de GEE além do gerenciamento de risco normal dos fundos

1 ponto 1 ponto

Inovação: 2 pontos por qualquer inovação importante em produto com o objetivo de gerenciar melhor a mudanças climáticas

(máximo 2 pontos)

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PARTES INTERESSADAS. A pontuação máxima é 14 pontos. Este domínio diz respeito a interações sobre mudanças climáticas com as principais partes envolvidas com a empresa: (pessoal; parceiros comerciais, clientes, políticos e reguladores [por intermédio da pesquisa]).

Pessoal (participação de funcionários e associados nas questões sobre mudanças climáticas)

Treinamento: Informações prestadas sobre mudanças climáticas relevantes para o trabalho (não apenas eficiência de recursos)

1 ponto

Incentivos:

Pessoal recebe benefícios associados a ações sobre mudanças climáticas

1 ponto

Atividades Comunitárias:

Pessoal é estimulado e apoiado para participar de projetos externos sobre mudanças climáticas

1 ponto

Parceiros Comerciais (participação nas questões sobre mudanças climáticas na cadeia de suprimentos)

Distribuidores: Ações sobre impactos climáticos em relação aos distribuidores Ações sobre redução em emissões de GEE com relação aos distribuidores

1 ponto 1 ponto

Prestadores de Serviços*:

Ações sobre impactos das mudanças climáticas com relação a prestadores de serviços Ações sobre redução em emissões de GEE com relação a prestadores de serviços

1 ponto 1 ponto

Clientes:

Ações sobre impactos das mudanças climáticas para clientes Ações sobre redução em emissões de GEE para clientes

1 ponto 1 ponto

Iniciativas de Várias Partes Interessadas Pertinentes às Mudanças climáticas

Redução de Catástrofe:

Papel relevante em iniciativas para gerenciar riscos climáticos

1 ponto

Conservação de Energia:

Papel relevante em iniciativas para reduzir consumo de energia

1 ponto

Mudanças climáticas:

Papel relevante em iniciativas explicitamente sobre mudanças climáticas

1 ponto

* Prestadores de serviços inclui gestores externos de ativos utilizados para investimentos.

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Resposta à Pesquisa da NAIC

Significativa: Resposta significativa sobre dois dos quatro domínios 1 ponto

Compreensiva:

Resposta significativa sobre três e/ou quatro domínios 1 ponto

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TABELA A1 ESTRUTURA DE PONTUAÇÃO DA COMPANHIA

Domínio Critério Ponto Máximo

Indicador Pontos Definição

Gestão de Questões sobre Mudanças climáticas Ponto Máximo: 9 Abordagem geral da empresa relativa à mudanças climáticas

Nível 3

mudanças climáticas explicitamente aceita como uma questão comercial importante e supervisionada.

Funções 3

com ações que incluem cliente, bem como funções administrativas

Aspectos da MC 3 nos impactos sobre cliente, aspectos regulatórios, operações internas

Vetores Ponto Máximo: 9 Razões para abordagem relativas à mudanças climáticas

Risco Genérico da Empresa mudanças climáticas como uma questão comercial geral (não de seguro)

3

Risco Emergente 1 nenhum risco identificado ainda, mas se reconhece que há potencial

Reputação 1 convicção de que uma posição sobre mudanças climáticas é importante para a marca

Segurança 1 plano de continuidade de negócios & autorresseguro/custo de proteção

Sustentabilidade

1 Ecoeficiência 1 preocupação geral com sustentabilidade

Preocupações com Energia atenção para as emissões de GEE da própria empresa

2

Custo-Benefício ações sobre grandes consumos de energia, instalações próprias, transporte e processos administrativos

Pegada de Carbono

preocupação regulatória potencial/empresa fixa objetivos em emissões de GEE e informa progresso

Impacto Climático sobre Clientes & Bens de Clilentes efeitos indiretos de condições meteorológicas extremas sobre os clientes da empresa

3

Furacões 1 risco de furacão analisado de forma inteligente Demais Condições Meteorológicas

1 pelo meno um risco sem ser furacão analisado de forma inteligente

Demais Impactos 1 conscientização de que mudanças climáticas pode afetar riscos relevantes de alguma forma

Impacto na Sociedade sobre Clientes & Bens de Clientes efeitos indiretos de ações de outras partes sobre os clientes da empresa

3

Responsabilidade Civil de Terceiros

1 conscientização do problema

Regulações para GEE

1 análise inteligente do problema

Mudança de Comportamento

1 mudança de comportamento (clientes, reguladores, etc.)/impacto sobre condições econômicas

Operações* Ponto Máximo: 15 Ações que tratam de questões sobre mudanças climáticas em atividades básicas (A) Seguros Gerais/ Ramos Especiais Com relação a estas linhas de seguro

Produtos no que diz respeito a produtos de seguro

9

Aceitação de risco 3 1 por característica significativa do produto que aborde aceietação do risco climático (máximo 3)

Redução de Sinistros

3 1 por característica significativa do produto que aborde redução dos sinistros climáticos (máximo 3)

Redução em Emissões de GEE

3 1 por característica significativa do produto que aborde redução em emissões de GEE (máximo 3)

Sinistros no que diz respeito a processos de administração de sinistros

2

Redução de Sinistros

1 ação significativa além da redução normal dos sinistros

Redução em Emissões de GEE

1 ação significativa além da eficiência normal

Investimentos no que diz respeito a gerenciamento de recursos

2

Impactos sobre MC

1 ação significativa além do gerenciamento de risco normal dos fundos

Redução em emissões de GEE

1 ação significativa além do gerenciamento de risco normal dos fundos

Inovação Quanto a Critério 2 1 ponto por inovação relevante em produto com o objetivo de gerenciar a MC de melhor forma (máximo 2)

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Operações* Ponto Máximo: 15 (B) Vida & Previdência Com relação a estas linhas de negócios

Produtos com relação a produtos de seguro

4 Aceitação de risco 2

qualquer ação significativa com o objetivo de melhorar a aceitação do risco de MC em produtos

Redução de Sinistros

2 qualquer ação significativa com o objetivo de reduzir os sinistros oriundos de MC sobre produtos

Investimentos com relação a investimentos dos recursos de clientes

8

Impactos sobre MC

4 2 por ação significativa além do gerenciamento de risco normal dos fundos (máximo 4)

Redução em emissões de GEE

4 2 por ação significativa além do gerenciamento de risco normal dos fundos (máximo 4)

Inovação 3 Quanto a Critério 3

qualquer ação significativa de inovação em produto com o objetivo de gerenciar MC de melhor forma

Operações* Ponto Máximo: 15 (C) Saúde Com relação a estas linhas de negócios

Produtos com relação a produtos de seguro

8 Aceitação de risco 4

2 por caráter significativo do produto que aborde a aceitação do risco climático (máximo 4)

Redução de Sinistros

4 2 por caráter significativo do produto que aborde a redução do sinistro climático (máximo 4)

Sinistros com relação a processos de administração de sinistros

3

Redução de Sinistros

3 ação significativa além da redução normal dos sinistros

Investimentos com relação a gerenciamento de recursos

2

Impactos sobre MC

1 ação significativa além do gerenciamento de risco normal dos fundos

Redução em emissões de GEE

1 ação significativa além do gerenciamento de risco normal dos fundos

Inovação 2 Quanto a Critério 2

qualquer ação significativa de inovação em produto com o objetivo de gerenciar MC de melhor forma

Partes Interessadas Ponto Máximo: 14 Principais partes comprometidas com a empresa

Pessoal Participação de funcionários e associados em questões de MC

3

Treinamento 1 informações relevantes para o emprego (não simplesmente eficiência em recursos)

Incentivos 1 pessoal recebe benefícios associados à mudanças climáticas

Atividades Comunitárias

1 pessoal é estimulado e apoiado para participar de projetos externos sobre MC

Parceiros Comerciais Participação em questões de MC na cadeia de suprimentos

4

Distribuidores: Impactos sobre MC

1 informações e ações sobre impactos da MC em cooperação com distribuidores

Distribuidores: Redução em Emissões de GEE

1 informações e ações sobre redução em emissões de GEE em cooperação com distribuidores

Prestadores de

serviços † : Impactos sobre MC

1 informações e ações sobre impactos da MC em cooperação com prestadores de serviços

Prestadores de

serviços † : Redução em Emissões de GEE

1 informações e ações sobre redução em emissões de GEE em cooperação com prestadores de serviços

Clientes compradores de bens e serviços da empresa

2

Impactos sobre MC

1 informações sobre impactos da MC/redução do risco de catástrofe para os clientes

Redução em emissões de GEE

1 informações sobre redução em emissões de GEE para os clientes

Política Pública Uma posição importante (de gestão) em iniciativas de diversas partes interessadas relevantes para MC

3

Redução de Catástrofe

1 iniciativas para gerenciar riscos de catástrofes climáticas

Conservação de Energia

1 iniciativas para reduzir consumo de energia

Especificamente MC

1 iniciativas voltadas explicitamente para MC

Informação Qualidade da resposta à pesquisa da NAIC

2

Significativo 1 resposta significativa sobre dois dos 4 domínios

Compreensivo 1 resposta significativa sobre três e/ou 4 domínios

Total de Pontos Possíveis

50

* (Em geral um de A, B ou C): Se ambos (A) e (B) são incluídos em um relatório, meio ponto é atribuído a (A) e meio ponto é atribuído a (B), para manter o total de 15 pontos em operações. Da mesma forma para (B) e (C).

† Prestadores de serviços inclui gestores externos de ativos utilizados em investimentos.

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Seguradoras que Responderam à Pesquisa sobre Clima

Relação de Companhias

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Relação de Companhias

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