PESQUISA E LEVANTAMENTOS DE CAMPO PARA SUBSIDIAR INSTRUÇÃO DE PROCESSO DE TOMBAMENTO DE BENS CULTURAIS NO ESTADO DO PARÁ Quilombos de Cacau e Ovos - Colares; Quilombos de Oriximiná;

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Relatório parcial no processo de tombamento de bens culturais no Estado do Pará:Quilombos de Cacau e Ovos - Colares; Quilombos de Oriximiná; Instituto Carlos Gomes - Belém; Igreja de São Francisco- Barcarena; Conjunto Paisagístico de Alter-do-Chão - SantarémFazenda Sant´Ana - Ponta de Pedra e Fazenda Taperinha- Santarém

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PESQUISA E LEVANTAMENTOS DE CAMPO PARA SUBSIDIAR INSTRUO DE PROCESSO DE TOMBAMENTO DE BENS CULTURAIS NO ESTADO DO PAR

Quilombos de Cacau e Ovos - Colares; Quilombos de Oriximin; Instituto Carlos Gomes - Belm; Igreja de So Francisco- Barcarena; Conjunto Paisagstico de Alter-do-Cho - SantarmFazenda SantAna - Ponta de Pedra e Fazenda Taperinha- Santarm.

Agosto/ 2010

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Presidente da Repblica

Luiz Incio Lula da Silva

Ministro da Cultura

Juca Ferreira

Presidente do IPHAN

Luiz Fernando de Almeida

Diretora do Departamento de Planejamento e Administrao

Maria Emlia Nascimento Santos

Diretor do Departamento de Patrimnio Material

Dalmo Vieira Filho

Diretora do Departamento de Patrimnio Imaterial

Mrcia Gensia de SantAnna

Diretora do Departamento de Articulao e Fomento

Mrcia Helena Gonalves Rollemberg

Superintendente do IPHAN /PA

Maria Dorota de Lima

Coordenadora Tcnica IPHAN/PA

Carmen Silvia Viana Trindade

Coordenador Administrativo IPHAN/PA

Raimundo Nonato dos Santos Cardoso

EQUIPE TCNICA CONTRATADA - FIDESA/PA

Coordenadora do ProjetoFlvia de Sousa ArajoArquiteta e Urbanista

Apoio Tcnico Anna Picano PujalsArquiteta e Urbanista

HistoriadoraCssia Santos da Rosa

Apoio Tcnico Ana Carolina Mesquita da LuzHistoriadora

FotgrafoMarcelo Barroso

AGRADECIMENTOS

LISTA DE FIGURAS

SUMRIO

INTRODUOCAPTULO 1: OS QUILOMBOS1.1 Breve Contextualizao Histrica dos Quilombos no Par1.2 Situao Atual dos Quilombos no Par1.3 Oriximin e seus quilombos1.4 Colares: breve contextualizao do municpio1.5 Os Quilombos de Cacau e Ovos

CAPTULO 2: EXEMPLARES ARQUITETNICOS2.1 Instituto Carlos Gomes Belm/PA 2.2 Igreja de So Francisco - BarcarenaPA

CAPTULO 3: CONJUNTO PAISAGSTICO3.1 Conjunto Paisagstico de Alter-do-Cho Santarm/PA

CAPTULO 4: FAZENDAS4.1 Fazenda SantAna - Ponta de Pedras/PA4.1.1 Ponta de Pedras 4.2 Fazenda Taperinha, Santarm.

INTRODUO

CAPTULO 1: OS QUILOMBOS

Partindo do pressuposto de que a elaborao e aplicao de instrumentos de salvaguarda dos bens culturais objetos desta pesquisa resultante de culturas afrodescendentes, culminar em avaliaes positivas a medida que as relaes scio-espaciais, poltico e econmicas do territrio (seja ele espacial ou simblico) a ser interferido forem investigadas e entendidas previamente, este levantamento evidencia, entre outros aspectos, a necessidade de se conhecer as dinmicas das comunidades negras no Par, suas formas de organizao social, trabalho, religiosidade, riqueza do imaginrio social, etc. Portanto, com base nas informaes fornecidas a partir de estudos realizados por pesquisadores da Universidade Federal do Par, ao longo de dez anos e no Diagnstico do Plano Estadual de Habitao de Interesse Social (PEHIS) realizado em 2009, ser abordada aqui uma breve contextualizao a respeito dos quilombos e comunidades negras no territrio paraense, a fim de apresentar um panorama geral da situao atual vivida por grande parte dos povoados negros, particularmente destacaremos os casos dos quilombos do municpio de Oriximin, situado na Regio do Baixo-Amazonas e dos quilombos de Cacau e Ovos, no municpio de Colares, localizado na Regio de Integrao Rio Guam, reas estas objetos de estudo do presente trabalho.

1.1 Breve Contextualizao Histrica dos Quilombos no ParDe acordo com as investigaes das pesquisadoras da UFPA (2005) Rosa Acevedo Marin e Edna Castro, o povoamento do territrio amaznico por afrodescendentes tornou-se mais intenso nos sculo XVIII e XIX; no primeiro perodo, foi resultado do aumento das demandas por mo-de-obra escrava (no somente indgenas) que pudessem desenvolver nas sesmarias atividades agrcolas voltadas para o mercado, inclusive atividades de extrao de madeira e criao de gado; posteriormente, em 1809, com no perodo de crescimento do comrcio da borracha, onde cresce significativamente o nmero de estabelecimentos rurais (engenhos de cana-de-acar, arroz, olarias, e pequenas unidades de extrao de cal, serrarias e curtumes), nos quais tambm havia necessidade de mo-de-obra para se desenvolverem, sobretudo economicamente. Nesta conjuntura, medida que as atividades da cana-de-acar nas sesmarias (fim do sculo XVIII), e posteriormente de extrao de ltex (fim do sculo XIX) no Estado do Par, foram estagnando-se e decaindo de valor econmico, perdendo investimentos do Imprio, cresciam os refgios clandestinos de escravos fugidos (no somente negros, mas tambm ndios destribalizados, cafuzos e alguns sitiantes), denominados quilombos ou mocambos. A falta de incentivo econmico nas fazendas e lavouras paraenses muitas vezes culminava na fuga de escravos e tal situao incidiu diretamente no insucesso das atividades extrativistas locais, acentuado ainda mais com as enchentes dos rios que dizimavam as plantaes. A fuga, como estratgia de resistncia ao regime escravista existente nas cidades e fazendas aos poucos foi ficando cada vez mais organizada a ponto de existirem negros responsveis por conduzir grupos de fugitivos para os quilombos. Desta forma, os quilombos se multiplicaram rapidamente e se consolidaram ainda mais a partir da desestabilizao poltico-econmica dos engenhos de cana-de-acar (PAR, 2009).Fator fundamental para a perpetuao e crescimento dos aldeamentos negros se deve aos hbitos de seus prprios moradores: ex-escravos habituados a trabalhar nas lavouras canavieiras, passaram tambm a desenvolver suas prprias atividades agrcolas, inclusive a agro-manufatura aucareira, construindo uma vida de autogesto comercial para os quilombos. Atualmente o termo quilombolas usado no Brasil para designar a situao de quem habita terras remanescentes de quilombos, nas quais se busca garantir a reproduo fsica, social, econmica e cultural de parte dos segmentos negros do pas. A formao dos quilombos geralmente se dava em terras adquiridas por herana (filhos de brancos com escravas), fazendas abandonadas ou localidades isoladas de difcil acesso em meio floresta (ibidem apud PAR, 2009). Segundo as pesquisadoras Rosa Acevedo e Edna Castro (2005), para os quilombolas a terra tida como o lugar onde se retira o sustentos e as histrias, as quais caracterizam a ocupao singular do territrio, ou seja, a aquisio de uma terra configura um universo de significados e, entre eles, representa um patamar de liberdade. Na conjuntura de um quilombo a insero de membros por filiao s aceita na medida em que estes se ajustam ao sistema de regras consensuais sobre os direitos ao territrio - conhecimento acerca de terras, objetos e as posies familiares e do grupo ampliados. Este direito advm de um reconhecimento tnico, ausente das formas legais e que tem funcionado como defesa diante do perigo de expropriao (ibidem).

1.2 Situao Atual dos Quilombos no ParEm grande parte das comunidades remanescentes de quilombos, as habitaes so construdas em adobe/ taipa ou em madeira, os espaos comunitrios so considerados tambm como extenses das casas, os usos entre espaos privados e pblicos se mesclam: sales de reunio tornam-se tambm sala de estar e jantar, casas de farinha so consideradas como local de trabalho, cozinha e quintal; por outro lado, o que se poderia considerar como casas unifamiliares numa concepo branco-ocidental - so tidas para os quilombolas como ambientes privados, equivalentes a quartos. Atualmente, segundo dados oficiais (PAR, 2009), estima-se que a populao remanescente de quilombos no Estado do Par some cerca de 54.000 habitantes em mais de 320 comunidades identificadas. Em nmeros absolutos, existem cerca de 4.786 famlias quilombolas fixadas em 49 terras tituladas em 19 municpios paraenses.De acordo com levantamento realizado pela UFPA (2005) as comunidades quilombolas esto distribudas entre 7 das 12 Regies de Integrao do Par (Metropolitana, Baixo Amazonas, Maraj, Guam, Caet, Tocantins e Capim) e, a partir de informaes divulgadas pelo Governo do Par (ITERPA, 2009), a Regio de Integrao do Rio Tocantins possui maior concentrao de comunidades quilombolas com 2.919 famlias, em 26 terras tituladas e presente em 07(sete) municpios da regio. Em segundo lugar apresenta-se a Regio de Integrao Baixo Amazonas, com 1161 famlias, em 08(oito) terras quilombolas e presente em 03(trs) municpios, entre eles Oriximin, um dos municpios onde se concentram os objetos de estudo do presente trabalho.

Fig. Xx Estado do Par. Terras quilombolas tituladas por municpio.Fonte: ACEVEDO; CASTRO, 2005.

Fig. Xx - Estado do Par. Terras quilombolas por municpio.Fonte: ACEVEDO; CASTRO, 2005.

PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DA ORGANIZAO SOCIAL QUILOMBOLA NO ESTADO DO PAR

A base econmica das comunidades quilombolas se d principalmente na atividade agrcola, sendo que a maioria do que produzido destina-se ao consumo da prpria comunidade. Neste sentido, em grande parte das comunidades desenvolvem atividades como: a criao de gado e animais de pequeno porte (galinhas e porcos) alm das plantaes de arroz, milho, mandioca, feijo, pimenta-do-reino e frutas (em muitos casos, essas atividades so realizadas nos prprios quintais das casas), as quais garantem a subsistncia da comunidade. O excedente da produo vendido nas cidades prximas s comunidades.

A mandioca o principal alimento das famlias quilombolas; base para a fabricao da farinha tambm um dos produtos agrcolas mais cultivados em quilombos, nos quais as casas de farinha so elementos essenciais na formao de seus territrios.

Os espaos fsicos das comunidades so divididos, de maneira subjetiva, em coletivos e de uso restrito. As roas e habitaes podem ser consideradas de uso restrito s famlias, enquanto que elementos naturais (rios, rvores, etc.), as casas de farinha, assim como os sales de reunio, so espaos coletivos e usados como extenses das prprias habitaes.

Entre as principais reivindicaes quilombolas esto: a construo de equipamentos comunitrios (escolas, postos de sade e reas de lazer apropriadas), titularidade da terra e reconhecimento de algumas comunidades.

Grande parte das localidades quilombolas, principalmente na regio do Tocantins, encontra-se em estado de: difcil acesso, sem energia eltrica e esgotamento sanitrio adequados, com casas dispersas umas das outras construdas em taipa com telhado de palha ou madeira, as guas de rios e/ou igaraps so usadas para banhos e uso domstico, e h cultivo de produtos agrcolas para consumo interno e para venda externa.

Entre os principais problemas encontrados nos quilombos, encontram-se: a ausncia de polticas para demarcao e reconhecimento das terras, falta de assistncia sade, ausncia de instituies de ensino mdio e superior e transporte pblico regular, dificuldade de competir e participar do comrcio,e dificuldades de comunicao (correspondncias e telefones).

Fig. Xx - Quadro-resumo das principais caractersticas da organizao social quilombola no Estado do Par.Fonte: PAR, 2009.

1.3 Oriximin e seus quilombosO municpio de Oriximin, assim como a regio Baixo Amazonas, a qual pertence, marcado pela presena de diversas comunidades quilombolas. Em nmeros absolutos, a regio conta com 1.161 famlias em 8 terras tituladas, entre estas, somente o territrio de Oriximin abarca aproximadamente 32 quilombos, so eles: Abu, Paran do Abu, Tapagem, Sagrado Corao de Jesus, Me Cu, Juquirizinho, Juquiri Grande, Jamari, Palhal, Erepecu, Moura, Boa Vista, Mussur, Bacabal, Arancuan de Cima, Arancuan do Meio, Arancuan de Baixo, Serrinha, Terra Preta II, Jarauac, gua Fria, Poo Fundo, Acapu, Varre Vento, Boa Vista do Cumin, Santa Rita, Jauari, Araa, Esprito Santo, So Joaquim, Pancada e Ariramba.As terras quilombolas em Oriximin, semelhante ao que ocorre em outras comunidades remanescentes de quilombos, no so repartidas em lotes individuais ou mesmo comercializadas como mercadoria; na verdade, elas so percebidas como um bem coletivo, e este um dos motivos que deve ser levados em considerao no que tange ao processo de regularizao, evidenciando a importncia da titulao coletiva das terras. Segundo a organizao no-governamental Comisso Pr-ndio de So Paulo (CPISP), os quilombolas da regio do Baixo Amazonas foram pioneiros na luta para fazer valer os direitos assegurados na Constituio de 1988. Foi nesta regio que ocorreu a primeira titulao de terra de quilombo no pas. E, neste contexto, destaca-se que no ano de 1995, a comunidade de Boa Vista, localizada em Oriximin, recebeu do INCRA o ttulo de suas terras. De acordo com a ONG, entre 1995 e 2005, tambm outras 28 comunidades desta regio foram beneficiadas com titulao de suas terras, totalizando aproximadamente 1.161 famlias; contabilizando uma extenso de 386.488,05 hectares, o que equivale a 43% da dimenso total de terras de quilombo tituladas no Brasil. Desta forma, Oriximin concentra 62,5% das terras de quilombos tituladas no Baixo Amazonas, compreendendo 361.795,48 hectares e abrangendo 71,87% das comunidades quilombolas 23 das 32 existentes -, estabelecendo um total de 601 famlias com posse de ttulo de suas terras, conforme tabela fornecida pela CPISP (2005). Vale ressaltar que estes dados so conquistas resultantes do empenho das comunidades locais que, no caso do municpio, constituram a Associao das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Municpio de Oriximin (ARQMO), entidade esta bastante ativa na regio.Terra Quilombola Comunidade(s) Famliasrea (ha) Municpiorgo ExpedidorAno

Boa Vista Boa Vista 1121.125,03OriximinINCRA1995

gua Fria gua Fria 15557,14OriximinINCRA1996

TrombetasBacabal, Arancuan de Cima, Arancuan do Meio, Arancuan de Baixo, Serrinha, Terra Preta II e Jarauac 13880.887,09OriximinITERPA

INCRA1997

1997

ErepecuruPancada, Ara, Esprito Santo, Jauari, Boa Vista do Cumin, Varre Vento, Jarauac e Acapu 154218.044,26OriximinINCRA

ITERPA 1998

2000

Alto Trombetas Abu, Paran do Abu, Tapagem, Sagrado Corao e Me Cu 18261.211,96OriximinITERPA2003

5 Territrios 23 comunidades 601361.795,48

Tabela X Expedio de Ttulos de Terras para Quilombos no Municpio de Oriximin (1995 -2003).Fonte: http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/pa/pa_comunidades_amazonas.html

Figure 1 Localizao dos quilombos de Oriximin inseridos no Projeto Manejo dos Territrios Quilombolas em parceria com a CPISP.Fonte: http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/i_brasil_pa.htmlOs territrios coletivos que constituem grande parte dos quilombos de Oriximin datam do sculo XIX, perodo este em que se iniciou nessas reas o cultivo da castanha-do-par (os castanhais nestas terras so bastante comuns), uma das principais atividades de subsistncia entre seus habitantes, a qual at os dias atuais continua a ser realizada. Esta atividade extrativista constitui um forte elemento de identidade tnica entre os remanescentes de quilombos locais, concebida como fronteira delimitadora entre estes e os demais setores da populao rural da regio que se dedicam preferencialmente agricultura e pecuria. Assim, os quilombolas de Oriximin muito comumente se autodefinem como "castanheiros" (CPISP, 2005) e tratam os castanhais, bem como as demais reas de extrativismo, as zonas de caa e ainda os rios e os lagos onde se pratica a pesca, tal como suas prprias terras: bens de uso comum, instaurando uma lgica diversa do senso-comum capitalista permitindo portanto, que os recursos naturais dessas reas sejam usufrudos por todos os seus habitantes.

Figure 2 Atividade de Extrao da Castanha-do-Par nos quilombos de Oriximin.Fonte: www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/pa/pa_comunidades_amazonas_cast.htmlSegundo a ARQMO, a atividade de extrao da castanha-do-par apresentava-se como uma rdua tarefa para os quilombolas de Oriximin, os quais enfrentavam uma srie de dificuldades (havia uma carncia de meios de transporte e de condies para armazenar a produo, dependiam de intermedirios que compravam a castanha por preos irrisrios e vendiam produtos a preos abusivos). Neste sentido, pode-se afirmar que, recentemente, a comunidade local, juntamente com a associao, firmou parcerias com a CPISP e estruturaram um projeto de manejo das terras quilombolas, o qual viabilizou a comercializao da castanha diretamente para a usina de beneficiamento em Oriximin, bidos e Belm, a partir de uma estrutura de transporte, comunicao e armazenamento.

1.4 Colares: breve contextualizao do municpio

Resultante do desmembramento de Vigia, um dos mais antigos municpios paraenses fundado no sculo XVII por volta de 1693, o povoado e posteriormente Vila - da ilha de Colares elevou-se definitivamente categoria de municpio somente 1961, atravs da Lei Estadual n 2.460, aps vrias tentativas desde 1883. Atualmente, com a distncia de 93,9 Km da capital do Estado do Par, o acesso ao municpio localizado na Regio de Integrao Rio Guam, margem da Baa do Maraj, pode ser feito via rodovias BR-316, PA-140 e PA-238, atravessando-se o continente por meio de uma balsa. Colares apresenta diversos tursticos: exuberante beleza natural, praias exticas que movimentam o turismo ecolgico; e um importante conjunto arquitetnico que atrai turistas interessados em desfrutar das vistas do passado e do presente, tendo a oportunidade de observar as Olarias e os lugares das primeiras Misses Jesuticas na Amaznia, entre outros exemplares tais como as terras de engenhos e os quilombos, entre estes os de: Terra Amarela, Tauapar, Cacau e Ovos, sendo os dois ltimos objetos de investigao desta pesquisa.

1.5 Os Quilombos de Cacau e OvosO acesso sede das Comunidades Quilombolas de Cacau e Ovos feito a partir da travessia de barco pelos rios Guajar-Miri e Tauapar, partindo-se de Guajar ou do porto de Vigia - at a entrada do igarap Cacau. Compartilhando do mesmo territrio geogrfico, as comunidades quilombolas de Cacau e Ovos so resultado da permanncia dos antigos escravos negros provenientes de Benguela - do engenho da propriedade rural de Santo Antonio da Capina, ali eram utilizados principalmente como mo-de-obra nas lavouras de cana de acar, cacau e outros produtos que eram comercializados e exportados para a Europa. Tal propriedade, que em 1736 teve como primeiro dono Francisco da Rocha responsvel pela construo do engenho, quase um sculo e meio depois, por volta de 1874, foi vendida ao Baro do Guajar, o senhor Domingos Antonio Raiol. Neste perodo, o Engenho do Baro do Guajar produzia cachaa e rapadura da cana-de-acar. Segundo ACEVEDO MARIN (2004), entre o conjunto de edificaes ali construdos havia a Casa-Grande, uma represa feita com pedras e diversos poos, alm de um forno para olaria , destinado para a produo de telhas e utenslios. Ainda hoje, h, runas que retratam e rememoram aquela poca.

Fig XX - Runas do Engenho do Baro do Guajar, construda pelos escravos no Quilombo do Cacau em Colares-PA. Fonte: www.amigosdecolares.blogspot.com

Segundo a Associao dos Amigos da Ilha de Colares (AAICO), fundada em 2000 e atualmente estruturada como uma organizao no-governamental, os quilombos de Cacau e Ovos contam com uma escola de ensino fundamental, com classe multisseriada e suas atividades de subsistncia que sustentam que agrupam cerca de 33 famlias - concentram-se no cultivo de mandioca, milho, maxixe, melancia banana, coco, caf, aa, cupuau, laranja e pupunha. Alm destas atividades, a comunidade tambm realiza extrai madeira, fabrica carvo, pesca nos igaraps e rios e cata caranguejos no mangue situado nas proximidades da comunidade. Alguns destes produtos so comercializados no municpio de Vigia, tais como: a farinha de mandioca, o carvo, os caranguejos e as fruta, incluindo o aa. O territrio de Cacau e Ovos teve vrios proprietrios formais que conviveram pacificamente com os remanescentes dos quilombos, at a dcada de 70, quando as terras foram vendidas para uma empresa paulista de extrao de palmito de aa e esta, na dcada de 80, foi comprada pela EMPASA (Empreendimentos Agroindustriais do Par Sociedade Annima) que passou a entrar em conflito com os quilombolas devido s ameaas predatrias que a empresa incide sobre os aaizais, cortando e destruindo as palmeiras e prejudicando, desta forma, suas atividades de subsistncia na coleta do aa. Alm disso, recentemente a EMPASA iniciou um processo de desmatamento da regio (segundo os moradores locais j ocorreu derrubada de pelo menos 450 rvores, entre elas samama, marup e atam) com o objetivo de formao de pastos para criao de gado na propriedade, cercando-a e contratando capatazes de tal forma a proibir, desta maneira, o plantio de roas, a coleta de aa e o trnsito dos quilombolas pela rea que considera como sua ( somatrio de 14.446 hectares). Neste nterim, a EMPASA disponibiliza apenas 100 hectares para os quilombolas, rea esta considerada insuficiente para a sobrevivncia das famlias. Segundo a AAICO, a Procuradoria Geral do Estado do Par ajuizou ao contra a EMPASA para que a mesma respeite os stios arqueolgicos existentes na rea, tal ao recebeu liminar favorvel Procuradoria e o processo de titulao das comunidades Cacau e Ovos tramita no INCRA, o qual em 2005, o INCRA realizou levantamento cartorial das terras. Ainda segundo a AAICO, a titulao das terras e a instalao de energia eltrica so as grandes reivindicaes de garantia dos direitos das comunidades. A AAICO, fundada em 2000 e atualmente estruturada como uma organizao no-governamental, ressalta que a Constituio Federal de 1988, nos artigos 215 e 216, os Direitos Culturais e Histricos s Comunidades Remanescentes de Quilombos, elevando as terras dos remanescentes de quilombos condio de Territrio Cultural Nacional. O Pargrafo 5 do Art. 216 prev que Ficam tombados todos os documentos e os stios detentores de reminiscncia histricas dos antigos quilombos. Neste sentido, a Fundao Cultural Palmares, com sede em Braslia desenvolve suas atividades voltadas para o reconhecimento e valorizao da raa negra no pas. At o primeiro ano do sculo XXI foram identificadas, no Brasil, mais de 740 Comunidades Remanescentes de Quilombos. O caso da titulao das terras dos quilombos de Cacau e Ovos ainda tramita e os conflitos com a EMPASA persistem.

CAPTULO 2: EXEMPLARES ARQUITETNICOS

2.1 Instituto Estadual Carlos Gomes Belm/PA

O Instituto Estadual Carlos Gomes de Belm foi fundado em 24 de fevereiro de 1895, sob a denominao de Conservatrio de Msica do Par. Atualmente, terceira escola de msica mais antiga do Brasil, antes dele foram criados o Imperial Conservatrio de Msica (1841)- Escola de Msica da UFRJ e o Instituto Musical da Bahia (1895)- Universidade da Bahia. Este ltimo apenas um ms antes.A instalao do Conservatrio de Msica do Par deve-se ao empenho da Associao Paraense Propagadora das Belas Artes sob a presidncia do Dr. Pedro Leite Chermont, o qual participou do ato solene de instituio que aconteceu no Salo de Honra do Teatro da Paz, onde na mesma sesso foi tambm instituda a Escola de Pintura, na ocasio, a Associao desde os preparativos para a criao do conservatrio lanou o nome do renomado maestro brasileiro, Carlos Gomes para a sua direo. Desta forma, o conservatrio passou a funcionar no prdio da antiga Escola Prtica, construda em 1874, situada na Rua Joo Diogo, hoje sede da academia Paraense de Letras.A fim de assumir o cargo de futuro diretor do Conservatrio, o maestro Carlos Gomes desembarcou do vapor ingls Obidense que atracou em Belm oriundo diretamente de Lisboa. Era a terceira vez o msico vinha ao Par, onde permaneceu at sua morte em setembro de 1896. Carlos Gomes sofria de cncer na lngua e faringe. A doena o fez aceitar o convite do ento governador do Estado do Par, Lauro Sodr, para a direo do Conservatrio de Msica do Par, seu nome fora sugerido pelo senador Antnio Lemos. Desta forma, na chegada capital paraense o maestro, popularmente chamado de Testa di Lione, foi recebido como heri nacional pela populao, tomou posse do cargo no dia 5 de junho de 1896. No Conservatrio, faziam parte do corpo docente o prprio Carlos Gomes, responsvel pelo ensino de contraponto e composio; a disciplina de piano para o sexo feminino era ministrada por Antnio Faciola; a Clemente Ferreira Jnior coube ensinar piano, elementos, diviso e solfejo para ambos os sexos; os instrumentos de metal ficou sob responsabilidade de Aureliano Guedes; e, por fim, a Literatura Potica e dramtica, Histria e Esttica Musical ao Dr. Paulino de Brito.Com a morte do Maestro Carlos Gomes, a direo do Conservatrio de Msica do Par passou a ser de responsabilidade do maestro italiano Henrique Bernardi, cuja permanncia no cargo perdurou at 1898. Logo depois, assumiu interinamente, o maestro Jos Cndido da Gama Malcher.Em 1 de julho de 1897, o governador Paes de Carvalho autorizava o decreto n 528-A de 22 de Janeiro de 1898, que modificava a denominao do Conservatrio de Msica para Instituto Carlos Gomes e dava nova estrutura organizacional para a escola.Em 1902, o ento governador, Augusto Montenegro reestruturou o Instituto, dando-lhe forma definitiva. Mas seis anos depois, o extinguiu sob alegao de medidas de conteno econmica.Porm, em 1929, durante o mandato de Eurico Valle com o apoio do intendente Antnio de Almeida Faciola, o Instituto Carlos Gomes foi reativado em solenidade, novamente, no Teatro da Paz, no dia 11 de julho. No ano seguinte, o interventor, Magalhes Barata, transformou o Instituto em Escola Pblica de ensino do Estado, sob a direo do maestro Ettore Bsio.A sede do Instituto Carlos Gomes acompanhou as mudanas pelas quais passaram a escola. Sua primeira sede Rua Joo Diogo, depois de alguns anos foi deixada para trs, mudou-se para Rua Arcipreste Manuel Teodoro n 142, provisoriamente, no prdio das Escolas Noturnas Cipriano Santos [footnoteRef:0], e depois para Avenida Nazar s proximidades da Av. Generalssimo Deodoro. E por volta da dcada de 1940 passou a funcionar no atual endereo, sito na Avenida Gentil Bittencourt, residncia comprada ao Sr. Eldio Lima pelo governo estadual. [0: REGO, Clvis Morais. Msica e Msicos do Par. Obras Reunidas, 1987. Conferncia feita pelo Dr. Clovis de Morais Rgo na sesso solene do lanamento do Livro Msica e Msicos do Par de Vicente Salles.]

No que se refere ao prdio atual do Instituto, as informaes no so inteiramente precisas: h duvidas sobre a veracidade sobre a edificao ter pertencido ao Sr. Eldio Lima. Sob tal questo, destaca-se a informao contida em relatrio do governo estadual daquela poca, a qual relata sobre a obra de vulto projetada para o edifcio do Conservatrio Carlos Gomes, e mencionam ainda, as plantas desenhadas pelo arquiteto, Davi Lopes[footnoteRef:1]. [1: CRUZ, Ernesto. As Obras Pblicas do Par, 1967; DEPARTAMENTO DE PATRIMNIO HISTRICO ARTSTICO E CULTURAL DPHAC. Parecer de Tombamento: Instituto Carlos Gomes, 2001.]

Figure 2 Visada frontal do Instituto Carlos Gomes.Fonte: www.skyscrapercity.com

Figure 3 e 4 Detalhe da portada frontal do Instituto Carlos Gomes com destaque para o adorno superior ( direita). Fonte: www.skyscrapercity.com

Em 1986, o governo estadual instituiu a Fundao Carlos Gomes com finalidade de coordenar o ensino e as atividades de msica, com autonomia e manuteno de corpos estveis, o que veio contribuir de forma decisiva na atualizao e prestgio do Instituto. A partir de 1988 iniciou-se o Festival de Msica Internacional de Cmara do Par, possibilitando o dilogo com instituies europias e norte-americanas, promovendo o intercmbio de professores e alunos. A primeira superintendente da fundao foi a pianista Glria Caputo[footnoteRef:2]. [2: SALLES, Vicente. Msica e Msicos do Par. Belm: Conselho Estadual de Cultura do Par, 1970. ]

Conforme o Departamento de Patrimnio Histrico, Artstico e Cultural (DPHAC), o prdio atual do Instituto Carlos Gomes um exemplar arquitetnico de estilo neocolonial, com provvel data de construo estimada em 1940. Perodo no qual a produo arquitetnica de Belm passou por uma ruptura definitiva com os padres estilsticos eclticos, to em voga na capital paraense durante o apogeu econmico da produo da borracha na Amaznia (final do sculo XIX e incio do sculo XX). Desta forma, a arquitetura da cidade passou a ser produzida a partir de uma nova tendncia difundida nos grandes centros do pas, Rio de Janeiro e So Paulo, desde os anos de 1920, na qual se exaltava a valorizao e firmao de uma identidade cultural nacional, onde as referncias de concepo arquitetnica, numa escala nacional, foram extradas da produo artstica e cultural e do perodo neocolonial. Ainda de acordo com o DPHAC, Esta nova corrente arquitetnica possua as seguintes caractersticas estilsticas: geralmente de dois pavimentos, macias arcadas, ptios superiores, e trreo com presena de colunas toscanas, telhados planos de vrias guas, possuindo telhas em forma de pluma nos vrtices dos beirais; balces nas janelas superiores; pedra bruta em parte do revestimento de fachada; reboco grosso trabalhado em relevo na parede da fachada principal; frontes de desenhos caprichosos com volutas arrematando a fachada e geralmente definindo a entrada principal e possuindo elementos decorativos como pinhas, vasos, presena de jardim frontal com fontes, chafariz, anes, grutas e um peculiar prtico, de entrada ora em arcada ora com frontes artisticamente trabalhados, dentro outros. (DPHAC, 2008).

O estilo neocolonial estabelecido foi bastante utilizado na construo de prdios pblicos, em particular, escolas. No caso da capital paraense, existem poucos exemplares, entre eles o prdio do Instituto Carlos Gomes, o qual apresenta elementos decorativos e construtivos internos e externos tais como: cobertura plana em quatro guas, beirais longos com presena de telha em forma de pluma nos vrtices, pinculos, balco nos vos superiores, fronto demarcando o acesso principal e a presena de um amplo jardim frontal com chafariz, fontes e prtico de entrada, encimado por seguimentos de fronto. Em seus espaos internos o prdio guarda alguns elementos construtivos e decorativos peculiares ao estilo, como: painis e paredes revestidas de azulejos decorados, provavelmente, importados da Europa; portais com molduras e encimados por seguimento de fronto; uso de madeira de lei no tratamento de piso, forro e na construo de escada; dentre outros elementos que acabam por nos remeter s construes tradicionais, seja do perodo colonial ou de outros perodos polticos (DPHAC,2008).

2.2 Igreja de So Francisco Xavier Barcarena/PA

A Igreja de So Francisco Xavier pertenceu aos padres jesutas que se estabeleceram o aldeamento de Barcarena, onde catequizavam os ndios Aru, no local estava fazenda Gibiri, Gibir ou Gibri, localizada na margem direita do rio de mesmo nome com sada para o Furo do Carnapij, divisor entre o municpio de Barcarena e a Ilha das Onas pertencente a Belm[footnoteRef:3]. [3: BAENA, Antnio Ladislau Monteiro. Ensaio Corogrfico sobre a Provncia do Par. Braslia: Senado Federal, 2004.]

A Companhia recebera a fazenda por doao de Francisco Rodrigues Pimenta, sob a condio de nunca vende l, a doao foi feita anterior ao ano de 1709[footnoteRef:4]. O local havia a povoao de Mojuquara, bem prximo a igreja de Gibiri, na qual existia ainda uma olaria. [4: LEITE, Serafim. Histria da Companhia de Jesus.]

Em 1730, a misso era composta por cerca de 87 ndios, seu territrio era de trs lguas, possua duas roas e dois cocoais, casa de canoas, teares e uma serralheira, mais a casa de residncia missionria.Inicialmente, a igreja de Gibiri teve como santo padroeiro So Miguel na poca dos inacianos, E que pode ter mudado para So Francisco Xavier posteriormente a expulso da Companhia em 1758. Suas dimenses de cerca 60 palmos de comprimento e 25 de largura, porm, o templo que corresponderia fase jesuta apenas a construo central da atual igreja[footnoteRef:5]. Posteriormente a 1944, o piso de tijolos foi substitudo por de mosaicos. [5: BORROMEU, Carlos. Contribuio a Histria das Parquias da Amaznia. Durante a Visita Tcnica realizada no ltimo ms, obtemos a informao que a poro central da igreja fora demolida nos anos de 1950, por estar bastante deteriorada.]

Durante a permanncia do PE. Carlos Barromeu na diocese de Abaetetuba foi feitas vistas correntes nas igrejas da regio, incluindo a de So Francisco, ele registrou a existncia de trs antigas imagens de santos pertencentes fase missionria: So Francisco Xavier, Santo Igncio de Loiola e So Estanislau e, um antigo crucifixo portugus. Em 1758, com a expulso dos padres jesutas do Gro- Par, a misso de Gibiri recebeu nova denominao, Vila de Barcarena por ordem do governador Francisco Xavier Mendona Furtado, e a igreja dos padres da companhia foi transformada em Parquia de so Francisco Xavier, por Dom Miguel de Bulhes e Sousa. Mas no sculo XIX, que Barcarena vai ser palco um dos cenrios da sangrenta Revolta da Cabanagem, durante dois anos (1835-1834) a regio sofreu com a violncia do movimento, fazendas e engenhos foram saqueados, muitos moradores tambm foram mortos. Inclusive, um dos incentivadores do movimento, Cnego Batista Campos foi enterrado na Igreja de so Francisco Xavier, e seus restos mortais podem ser vistos ainda hoje na capela.Nessa poca, a vila contava com 445 moradores, sendo destes 130 escravos, compunham o distrito o igarap Murucupi, o Furo do Atituba, a Ilha Sirituba ou Trambioca, Canal do Carnapij e igarap Acara[footnoteRef:6]. A regio no sculo XIX pertencia a comarca da capital, Belm. Em 1851, a igreja foi reformada por completo. [6: BAENA, Antnio Ladislau Monteiro. Ensaio Corogrfico sobre a Provncia do Par. Braslia: Senado Federal, 2004. ]

Em 1897, O distrito de Barcarena foi elevado a categoria de Vila atravs da lei estadual n 494, de 10 de maio de 1897.No sculo XX, a matriz de So Francisco Xavier foi interditada pelo arcebispo do Par, D. Santino Coutinho, a interdio aconteceu em 1911 perdurando at 1923. O ato partiu dos conflitos que havia entre o vigrio da igreja e com alguns cidados locais. O que acabou ocasionando a priso do padre por acusao de roubo da Coroa do Esprito Santo, e sendo levado para Belm. Atualmente, a igreja de So Francisco Xavier de Barcarena se encontra em bom estado de conservao, varias reformas foram realizadas nos ltimos anos e que certamnet veio interferir no seu traado original: a troca do piso, reforma do telhado, a incluso de colunas no interior da capela. O templo ainda conta com um centro paroquial, construdo ao lado, o financiamento e construo da obra couberam a empresa prestadora de servios do distrito industrial do municpio, ENESA, no ano de 2006. O centro composto de salo, secretaria e trs salas para classes catecismo. A igreja pertence hoje a parquia de Nazar.

CAPTULO 3: CONJUNTO PAISAGSTICO

3.1 Conjunto Paisagstico de Alter-do-Cho - Santarm/PA

CAPTULO 4: FAZENDAS

4.1 Fazenda Santana - Ponta de Pedras/PA

O distrito de Santana de Ponta de Pedras na Ilha do Maraj originou-se ainda no sculo XVIII, a partir da Fazenda para criao de gado, denominada Santana, pertencente ordem religiosa dos mercedrios, localizada na foz do Arari.A Fazenda Santana apresenta trs perodos distintos de ocupao histrica: missionria durante a colonizao da Coroa portuguesa, civil no perodo imperial e diocesano a partir da dcada de 1970. O primeiro perodo corresponde quando ilha de Maraj se estabeleceram as ordens missionrias: jesutas e franciscanos possuam tambm propriedades em Joanes. Os jesutas instalaram-se no aldeamento de Mangabeira, hoje distrito do municpio de Ponta de Pedras, para catequizao dos ndios Muanazes e Nheegabas. Alm dessas fazendas, na ilha se localizava o pesqueiro real, fazendo da ilha do Maraj posto de abastecimento de carnes e peixes para a cidade de Belm no perodo colonial.A Fazenda Santana era uma das maiores da regio, que juntamente com a fazenda de Val-de-Cans[footnoteRef:7] nos arredores de Belm, sustentavam os padres mercedrios. O Engenho Santana, esta a denominao que figura em fontes do perodo colonial, localiza-se em uma rea de vrzea, durante a preamar e a baixa-mar o local toma o aspecto de ilha, pois est na entrada do rio Arari. Suas atividades correspondiam criao de gado e produo de acar e, possivelmente aguardente, alm de outras. [7: A Fazenda Val-de-Cans que pertenceu aos padres mercedrios, atualmente conforma parte do Bairro de Val-de-Ces em Belm, as margens do rio Par, no local esto sediados o Terminal petroqumico, Companhia Docas do Par, Posto Avanado do Hospital Sara Kubstschek, Base Naval de Val-de-Ces e a Empresa de Navegao da Amaznia ENASA, esta ltima pertence ao governo estadual, dentro da propriedade h um armazm remanescente da fazenda mercedria, hoje o local vem passando por reformas para abrigar o terminal hidrovirio de Belm. ]

Alexandre Rodrigues Ferreira durante a sua expedio pela regio em 1783 registrou a propriedade dos religiosos das Mercs: Logo na boca do Arari, esquerda, est a Capela de Santa Ana, no Engenho dos religiosos das Mercs, que tambm tm olaria, e roas: aos mesmos padres pertence outra capela de Nossa Senhora das Mercs, perto j do Lago Arari, Fazenda de gado vacum, e cavalar, que ali possuem (...) [footnoteRef:8]. [8: FERRREIRA, Alexandre Rodrigues. Notcia histrica da Ilha de Joanes ou do Maraj, 1783.]

Os bens dos missionrios foram seqestrados em 1759, durante a expulso dos padres inacianos. A Fazenda Santana, fora seqestrada aos mercedrios em 1793, quando da sada destes do Gro-Par. Sendo leiloada em hasta pblica, em 1796[footnoteRef:9]. [9: BAENA, Antnio L. Compendio das Eras. Belm: Universidade Federal do Par, 1969; MEIRA, Augusto. Evoluo Histrica de Belm do Gro-Par, Belm: Grafisa, 1976.]

Inicialmente, a Junta da Fazenda Real demorou a realizar a sua venda, o preo pedido foi bastante elevado, O ento, Engenho Real de Santa Anna, pareceu ter uma avaliao no condizente com o seu acervo, e no teria sido arrematada pelo preo estabelecido de 15: 685$280[footnoteRef:10]. Pois, julgava-se na poca que o engenho da Fazenda de Santana estava decadente[footnoteRef:11]. [10: BARATA, Manuel. Formao Histrica do Par: obras reunidas. Belm: Universidade Federal do Par, 1973. ] [11: PAR. Catlogo de Documentos Avulsos da Capitania do Par contidos no Arquivo Histrico Ultramarino de Lisboa. Belm: Secretaria de Cultura do Estado do Par/ Arquivo Pblico do estado do Par, 2000. Documento 200007075.]

Outro perodo de Ocupao da Fazenda Santana relaciona-se com o sculo XIX, quando por volta de 1864, a fazenda pertencia a Raimundo Jos de Miranda, Capito da Guarda Nacional, e ajudante de ordens destacado no municpio de Cachoeira do Arari. A propriedade permaneceu quase cerca de cem anos com a famlia Miranda, at que em 1963, foi doada a Prelazia de Ponta de pedras. Naquela poca eram proprietrias Dulce Miranda do Vale Guimares e Eliana de Miranda Stegman[footnoteRef:12]. [12: Fundao Nacional PrMemria. Fazenda Santana (Histrico). Ministrio da Educao e Cultura/Secretaria da Cultura. S/D. ]

So imprecisos at agora os momentos de construes na Fazenda, tanto do perodo referente a administrao missionria setecentista, quanto da Famlia Miranda. Mas estima-se que entre as dcadas de 1850-1860 a construo da Casa-Grande, Capela e Senzala, bem como as outras benfeitorias do engenho de mar[footnoteRef:13] instalado no local. Na fachada da Capela pode se avistar a data, 1888, ano de provvel concluso da mesma. H a possibilidade da Capela e Casa-Grande terem sido construdas sobre as estruturas mercedrias, visto que no entorno da Capela visvel estruturas de pedras sobrepostas e cal e argamassa de sernambi, materiais caractersticos da fase colonial, distintamente do empregado no sculo XIX, pedra e argila que compem a capela e casa da Fazenda Santana[footnoteRef:14]. [13: Ver Marques, Fernando L. T. Um Modelo da Agroindstria canavieira Colonial no Esturio Amaznico: estudo Arqueolgico de Engenhos dos Sculos XVIII e XIX. Porto Alegre: PUCRS, 2004. Tese de Doutorado. ] [14: Magalhes, Marcos. Santana do Arari/Ponta de Pedras-Ilha do Maraj. Relatrio de excurso. Museu Paraense Emilio Goeldi, 2003. pp. 3-4. ]

A partir da dcada de 1970, a Prelazia de Ponta de Pedras destinou a fazenda para atividades religiosas desenvolvidas na comunidade local. Passando a funcionar ali, um ambulatrio mdico, instalou-se uma pequena vila e sede como residncia paroquial[footnoteRef:15]. Tais atividades implicaram em modificaes na estrutura da fazenda, principalmente, na casa e capela. A casa estava em mau estado de conservao, foram construdos no pavimento superior. Data desse perodo a substituio do telhado original, por um composto de fibrocimento. A capela foi a mais atingida, as modificaes podem ser observadas por todo templo, o telhado recebeu telhas de fibrocimento e tijolos utilizados na reconstruo da nave, restando de original a fachada da capela. [15: Fundao PrMemria. Fazenda Santana (Histrico). Ministrio da Cultura, Secretaria de Cultura, 1983. 3p. ]

4.1.1 Ponta de PedrasO municpio de Ponta de Pedras situado na ilha de Maraj era a antiga freguesia de Nossa Senhora da Conceio, criada em 1737, denominado de Mangabeira, hoje distrito. O local fora fundado pelos padres da Companhia de Jesus. Em 1833, seu territrio foi anexado ao de Cachoeira do Arar at 1877, quando teve sua elevao a categoria de Vila e o seu territrio ao de municpio no ano seguinte pela Lei n 886. Seu nome est ligado topografia do lugar. Em 1930, foram extintos os municpios de Ponta de Pedras e Cachoeira do Arar, da juno do territrio de ambos surgiu o municpio de Itaguary. Somente em 1938 restabeleceu o nome de Ponta de Pedras.O principal acidente geogrfico de Ponta de Pedras o rio Maraj-A, possui ainda as praias de Mangabeira, Campininha e Grande. O municpio pertence Mesorregio do Maraj e a microrregio do Arar. Limita-se ao Norte com Santa Cruz do Arar e Cachoeira do Arar, a Leste com a Baa de Maraj e Cachoeira do Arar, ao Sul rio Par e Muan, a Oeste Anajs e Muan. A economia gira entorno do extrativismo do Aa e palmito, alm da pesca, com destaque para o camaro. Na pecuria, h a criao extensiva de gado e na agricultura, o plantio de coco, milho, feijo e mandioca e abacaxi[footnoteRef:16]. [16: PAR. Estatstica Municipal: Ponta de Pedras. Secretaria de Estado de Planejamento, Oramento e Finanas, 2008. ]

4.2 Fazenda Taperinha Santarm/PAA Fazenda Taperinha localiza-se no municpio de Santarm no Baixo Rio Amazonas. Pertenceu ao Baro de Santarm no sculo XIX. O estabelecimento situa-se prximo do Lago Maic, no rio Paran- Ayay, cerca de 42 km distante da cidade de Santarm.O Baro de Santarm, Miguel Antnio Pinto Guimares firmou sociedade com o norte-americano Romulus J. Rhome, imigrante vindo para o Brasil aps a Guerra de Secesso dos Estados Unidos, era um dos poucos que dispunha de capital na poca. E foi sob sua administrao que a propriedade progrediu. Rhome passou a morar com a famlia no local.A fazenda era dotada de casa grande, engenho, moinhos a vapor, serraria, negros escravos. Produzia-se cachaa, vinhos de laranja, cacau, caju, possuam plantao de milho, arroz, feijo, mandioca, cacau e fumo, alm de pomar com vrios tipos de frutas da terra. Em Taperinha existiu uma oficina para a construo de barcos a vapor, e foi de l que saiu o primeiro vapor da Amaznia. A fazenda possua ainda uma casa de banho com piscina e chuveiro. Mas as atividades do engenho tomavam bastante tempo do Sr. Romulus Rhome, por ser variada a sua produo, o que necessitava de um dia intero de trabalho:

Negros musculosos alimentavam o dia todo o grande moinho de cana e carregavam o bagao. As plantaes ficavam na parte alta do terreno. A cana era cortada a mo e levada para cima de carro de boi. L era jogada na calha que levava at o moinho. Esta grande calha de madeira descia em forma de meia ferradura e terminava prximo casa do moinho. Tinha aproximadamente 400 ps de altura (FONTE, ANO, PGINA).

Afora, o farto trabalho da fazenda Taperinha, Rhome colecionava figuras de barro facilmente visveis no terreno ao longo da regio. Tratava-se de vestgios arqueolgicos, e segundo consta por anos empreendeu pesquisas na regio de Santarm. Sua coleo compunha-se de variados fragmentos: cabeas de urubu, galos de crista e barbela, machados de pedra, urnas ornamentadas, algumas possuam ossos humanos.Durante o sculo XIX, o pesquisador Charles Hartt fez estudos geolgicos na regio, e chegou a visitar Taperinha, e impressionou-se com a coleo do Sr. Rhome, esta mais tarde foi levada para o Museu Nacional do Rio de Janeiro, por interveno do pesquisador.Todavia, com a morte do Baro de Santarm em 1882, a fazenda foi desativada, pois os seus herdeiros se desinteressaram a sociedade que o pai mantinha com o norte-americano Romulus Rhome. Assim, dissolveu-se a firma Pinto & Rhome, A famlia Pinto comprou a parte de Rhome da Fazenda Taperinha. Este ltimo mudou-se para Santarm, aonde abriu um armazm para vendas de produtos em geral.Em 1909, um pesquisador do Museu Paraense Emlio Goeldi, Luis Gotfried Hagmann interessado nas terras de Taperinha para realizar busca por civilizaes antigas, comprou-a de Lcio Amaral Guimares. Em 1917, mudou-s e com a famlia para a fazenda.A importncia histrica e arqueolgica do local foi comprovado pela pesquisadora norte-americana, Anna Roosevelt que na dcada de 1990, empreendeu pesquisas sistemticas na Fazenda, no sambaqui existente l, os vestgios arqueolgicos escavados foram submetidos a anlise e datados com mais de 8.000 anos. A pesquisadora concluiu que com aquele resultado que a cermica arqueolgica da regio a mais antiga das Amricas.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICASQUILOMBOS DE CACAU E OVOS

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