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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA FELIPE COLARES SOUTO ENSINO DE ENGENHARIA ELÉTRICA NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FORTALEZA 2010 i

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

FELIPE COLARES SOUTO

ENSINO DE ENGENHARIA ELÉTRICA NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

FORTALEZA 2010

i

FELIPE COLARES SOUTO

ENSINO DE ENGENHARIA ELÉTRICA NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Monografia submetida à Coordenação do Curso

de Engenharia Elétrica da Universidade Federal

do Ceará, como requisito parcial para obtenção

do grau de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Henrique Cunha Júnior

FORTALEZA 2010

ii

AGRADECIMENTOS

Ao final desse trabalho não posso deixar de agradecer a minha namorada

Stella Dayse que esteve presente em todos os momentos da minha graduação.

Seja nos momentos felizes e também nos difíceis. Sempre me motivando, sempre

não me permitindo desistir e me fazendo acreditar que tudo iria dar certo. Ao

professor Cunha que aceitou me orientar tendo uma enorme paciência e, ainda,

contribuindo com importantes considerações de modo a engrandecer este trabalho.

A minha família e a Deus por me ajudarem a estar aqui.

iii

RESUMO

O trabalho analisa questões referentes aos problemas dos cursos de

Engenharia Elétrica quanto à motivação e adequação das necessidades dos

alunos. Existe forte evasão e desmotivação.

Num primeiro momento de ingresso no curso nós podemos observar que os

alunos de Engenharia Elétrica se debatem com as metodologias de ensino que os

professores utilizam. Eles alegam que os métodos utilizados não são voltados para

um curso de Engenharia Elétrica e, sim, com as diferentes áreas que cabem a

cada um dos professores. Os conteúdos das aulas são feitos em cima do que os

professores conhecem da sua própria área e não para os alunos de Engenharia

Elétrica.

A didática utilizada para passar os conhecimentos durante as aulas é

reduzida, ou não existe, problema que já vem desde a formação do docente. Os

engenheiros tiveram aula sem didática e reproduziram.

As reformulações dos currículos existiram com o intuito de permitir ao aluno

de Engenharia Elétrica, não só uma melhor preparação para o mercado de

trabalho; dando objetividade ao que mais se exige no mundo moderno, mas

também de permitir, dar mais flexibilidade a um plano de carreira com

especialização que ele prefira seguir, não limitando sua formação a disciplinas

pelas quais ele menos se interessa e que não tem a pretensão de se dedicar às

mesmas.

Reformando as linhas de carreira com especialização dentro do próprio

currículo de Engenharia Elétrica, atraindo-os para o conhecimento, abrindo

diversas portas para profissionais Engenheiros Eletricistas cada vez mais

capacitados e inseridos nas diversas necessidades da sociedade moderna.

A preocupação de reformar a grade curricular do curso de Engenharia

Elétrica vem do fato de que os alunos quando o terminam, dependem da

Universidade onde cursaram, das estruturas locais, condições de vida, ainda

guardam dúvidas quanto ao caminho a seguir. Hesitam entre o mestrado e o

emprego, por exemplo. Falta confiança sobre a aplicação do que se aprendeu no

curso.

Os problemas têm solução em torno das opções e da informação oferecida

no início do curso de Engenharia Elétrica. As conclusões do trabalho mostram uma

necessidade didática para os cursos de Engenharia Elétrica. Também uma

iv

necessidade de maior inserção em atividades de projeto e prática profissional

durante o curso de graduação em Engenharia Elétrica.

v

ABSTRACT

The paper discusses issues related to the problems of electrical engineering

courses on the motivation and fitness needs of students. There is strong and

avoidance motivation.

At first entrance on the course we can observe that the students of Electrical

Engineering struggle with the teaching methods that teachers use. They claim that

the methods used are not facing a course of Electrical Engineering and, yes, with

different areas that fit each of the teachers. The contents of the classes are made

up of teachers know their own area and not for students of Electrical Engineering.

The didactic used to pass the knowledge during classes is reduced, or there

is a problem that comes from training of teachers. The engineers had no classroom

teaching and reproduced.

The reformulation of curricula existed in order to enable the student of

Electrical Engineering, not just a better preparation for the labor market, giving more

precision to what is required in the modern world, but also allow to give more

flexibility to plan specialized career that he prefers to live, limiting their training

courses for which he cares less and does not intend to devote to them.

Reforming the lines of career specialization within the curriculum of Electrical

Engineering, attracting them to the knowledge, opening many doors for

professionals Electrical Engineers increasingly trained and inserted into the diverse

needs of modern society.

The desire to reform the curriculum of the Electrical Engineering course

comes from the fact that when the students finish, depend on where the University

attended, local facilities, living conditions, still have doubts as to how to proceed.

They hesitate between the Masters and employment, for example. Lack confidence

about the implementation of what has been learned in the course.

Problems have solutions around the options and information offered at the

beginning of the Electrical Engineering course. The conclusions of the study show a

need for teaching courses in Electrical Engineering. Also a need for greater

inclusion in project activities and work experience during their undergraduate

courses in Electrical Engineering.

vi

SUMÁRIO

Introdução--------------------------------------------------------------------------------- 1

Capítulo 01 – Revisão Bibliográfica------------------------------------------------ 3

Capítulo 02 – Sobre a Engenharia Elétrica-------------------------------------- 6

Capítulo 03 – O Ensino da Engenharia Elétrica------------------------------- 8

Capítulo 04 – Alguns pontos sobre a Engenharia Elétrica no exterior-- 17

Capítulo 05 – A Reforma dos Currículos----------------------------------------- 24

Capítulo 06 – A Engenharia Elétrica e a Indústria---------------------------- 28

Capítulo 07 – A Engenharia Elétrica na Modernidade----------------------- 33

Capítulo 08 – Conclusão------------------------------------------------------------- 41

Bibliografia------------------------------------------------------------------------------- 44

Anexa – Lista das melhores Universidades do País------------------------- 47

Apêndice – Cronograma------------------------------------------------------------ 51

vii

INTRODUÇÃO

Da observação do mundo industrializado e moderno, onde nascem muitas

expectativas cada vez mais complexas quanto à forma de viver e de produzir, os

profissionais de Engenharia Elétrica têm de estar cientes do mundo ao seu redor.

As pessoas medem seu modo de pensar e de agir e com isso mudam seu modo de

viver, a engenharia necessita compreender o sentido dessas mudanças.

Com a mudança das pessoas muda, também, o mercado de trabalho. O

mundo cada vez mais globalizado e competitivo exige profissionais qualificados e

competentes, aptos a lidar com as mais diversas situações.

Nesse contexto mundial está inserido o Engenheiro Eletricista. Esse

profissional possui conhecimentos de impacto profissional inestimável por ser uma

área motora da modernidade e com conhecimentos aplicáveis no cotidiano.

Este trabalho tem o objetivo de apresentar alguns dos principais problemas

e soluções pertencentes ao ensino da Engenharia Elétrica, quais as causas e

conseqüências desses problemas, bem como propor medidas que visam melhorar

esse sistema.

Dentre os problemas mais comuns que o ensino da Engenharia Elétrica

apresenta nós temos a necessidades acadêmicas dos alunos, a falta de didática

por parte dos professores no momento em que vão transmitir o conteúdo das aulas

para os alunos, necessidade de reformular as grades curriculares do curso,

estrutura da universidade condizente com o ensino da engenharia e déficit na

motivação dos alunos.

O Capítulo 01 – Revisão Bibliográfica – traz a opinião de alguns autores

sobre o tema ambientando o trabalho e demonstrando a vivacidade que o assunto

causa no âmbito literário. Esse capítulo destaca sobre a complexidade de se

formar um Engenheiro Eletricista por ser uma área da Engenharia que traz muitos

desafios.

O Capítulo 02 – Sobre a Engenharia Elétrica – explica, por meio de uma

abordagem resumida e natural, o conceito sobre Engenharia Elétrica. Ele tem por

objetivo dar os primeiros passos para a familiarização com a profissão e o contexto

no qual ela se encontra inserida, explicando onde é feita a regulamentação da

1

profissão no Brasil, bem como as responsabilidades que são atribuídas ao

profissional na sociedade.

O Capítulo 03 – O Ensino da Engenharia Elétrica – apresenta em detalhes

os principais problemas pertinentes ao processo de ensino-aprendizagem do curso

de Engenharia Elétrica e algumas soluções que poderiam ser aplicadas para

minimizar os inconvenientes. Esse capítulo aborda sobre a importância do

profissional destacando alguns pontos sobre os quais a sociedade evoluiu, por

motivo da aplicabilidade do trabalho de Engenheiros Eletricistas.

O Capítulo 04 – Alguns pontos sobre a Engenharia Elétrica no Exterior –

aborda as opiniões de três integrantes da área acerca das Universidades que eles

consideram como sendo as melhores a nível internacional. Apresenta idéias acerca

de boas estruturas físicas universitárias e a influência destas sobre os alunos.

O Capítulo 05 – A Reforma dos Currículos – indicam alguns dos

parâmetros utilizados para flexibilizar as grades curriculares de algumas

universidades brasileiras. Mostra uma lista de conhecimentos que estão anexadas

ao curso de Engenharia e alguns dos motivos de se fazer alterações em disciplinas

do primeiro ano do curso.

O Capítulo 06 – A Engenharia Elétrica e a Indústria – fala sobre as várias

possibilidades de atuação do profissional na indústria, abordando sobre

Telecomunicações, Eletrônica e Automação Industrial. A importância do petróleo é

observada e, também, a aplicabilidade da eletrônica dada sua inter-relação com a

indústria trazendo inúmeros benefícios ao cotidiano.

O Capítulo 07 – A Engenharia Elétrica na Modernidade – aborda sobre o

contexto social que envolve o curso e sua ação sobre a formação do profissional,

as exigências do mercado, da importância do profissional para a sociedade e a

influência deste sobre questões como a Ética e do Meio Ambiente.

O Capítulo 08 – Conclusão – apresenta as conclusões obtidas pelo estudo

do trabalho, dando apoio a aspectos relacionados ao texto. Essa parte faz uma

alusão à importância do aprimoramento do profissional, discernindo sobre as

questões mais relevantes acerca do assunto.

2

CAPÍTULO 1– REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A extensa área de conhecimento da Engenharia Elétrica possui muitas abas

de aplicabilidade e de impacto social, e depende de insumos conceituais

igualmente variados. É uma área de conhecimento em que, freqüentemente,

modelos para soluções de problemas exigidos pela sociedade tornam-se

velozmente arcaicos.

Formar profissionais para esta área é muito complexo e adverso. As

instituições de Ensino Superior, principalmente as de países da América Latina,

costumam apresentar uma considerável inércia quanto à reconstrução da estrutura

curricular nas áreas do conhecimento com grande complexidade e dinâmicas

quanto à velocidade de mudanças.

No Brasil esse fator é agravado por fatores tais como a forma burocrática na

qual as instituições são regidas, pelo corporativismo interno das instituições, pela

falta de recursos humanos e financeiros, pela baixa visibilidade perante a opinião

pública dos desenvolvimentos tecnológicos locais, e pela cultura popular. O fator

cultural é, certamente, o causador de maior dificuldade para implementação de

mudanças, uma vez que o hábito de inovar ou reconstruir não faz parte do

cotidiano da sociedade brasileira.

A formação de um Engenheiro Eletricista traz vários desafios. Dentre as

provocações existentes na elaboração de um currículo, PASSINO (1998) aponta o

de estabelecer uma linha divisória entre o que o estudante deve aprender no curso

de Engenharia Elétrica e o que ele deve aprender durante a sua vida profissional,

existindo, porém um senso comum mínimo entre os diversos agentes que discutem

tal aspecto. KRASNIEWSKI e WOZNICKI (1998) apontam desafios estruturais tais

como falta de suporte financeiro para atualização dos programas de curso. Além do

que, tanto KRASNIEWSKI e WOZNICKI (1998), quanto BLAABJERG et al

(2000) apontam a falta de atratividade de cursos de engenharia perante a atual

juventude, decorrente de alguns fatores tais como as crises em algumas grandes

empresas de tecnologia, que provocaram um desemprego elevado na engenharia,

da “dureza” de algumas disciplinas, e ao sucesso muitas vezes meteórico de

pessoas ligadas ao mundo das artes, dos esportes e das finanças. Este último, no

Brasil é de grande impacto, visto que casos de sucesso na engenharia são pouco

divulgados nos veículos de comunicação.

3

Para superar estes e outros desafios, dentre as soluções que estão no

alcance das instituições de ensino, muitos estudiosos da situação apontam, o uso

de criatividade na aplicação dos recursos humanos e financeiros disponíveis, a

exploração dos aspectos interdisciplinares e multidisciplinares existentes e

possíveis de serem explorados, o uso massivo de laboratórios pelos estudantes, a

interação com problemas reais e desafiadores demandados pela sociedade e a

inovação nas metodologias de ensino como o uso de abordagens orientadas a

projetos e orientadas a problemas (IVINS 97, ROPPEL 2000, SHOMO 2000,

DAEMS 2003).

Acerca de abordagens metodológicas DEMO (2005) faz uma análise

reflexiva e minuciosa sobre o tema. Usando uma definição de cidadão competente

aliada às expectativas de vida dos estudantes e às expectativas sobre estes e

sobre as instituições de ensino e os diversos elementos constituintes da sociedade,

DEMO (2005) sugere uma ruptura com o atual modelo pedagógico conduzido pela

maioria dos agentes do processo de formação profissional: as instituições, no

tocante ao modelo organizacional; os docentes em sua forma de atuação como

formadores; os discentes em sua atuação como aprendizes; e a sociedade como

cliente e mantenedora do processo.

Observei que a falta de modéstia e o interesse pessoal das classes

(empresários, cientistas, professores e alunos, dentre outros) dos vários agentes

que discutem o tema acaba sendo o maior impedimento para se chegar a um

acordo viável de ser executado e que atenda às necessidades atuais e futuras da

sociedade, muitas das quais ainda não estão no nosso cotidiano e nem

imaginamos que exista.

Mais do que cogitar soluções acredito que um currículo deve refletir uma

viabilidade de execução e de utilidade para a sociedade cliente e mantenedora do

processo de formação, e mesmo que no final este aparente ser difícil de

administrar, ainda assim, compete aos agentes responsáveis pelo processo

transformá-lo em algo de utilidade para a sociedade.

Sobre currículos há três abordagens básicas para a estrutura de cursos de

Engenharia Elétrica, cada qual com seus aspectos favoráveis e desfavoráveis, a

depender de onde esteja sendo aplicado ROOPEL (2000). A primeira é a

generalista, onde o curso é construído sob uma base curricular única e engessada,

e o aluno não é capaz de construir sua própria ênfase profissional. A segunda é

específica e profunda em determinada vertente da Engenharia Elétrica,

engessando o potencial interdisciplinar do futuro profissional. A terceira mescla as

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duas opções anteriores, fornecendo ao aluno uma base generalista e sólida, mas

com a opção de formar o seu próprio perfil profissional.

Uma outra ação que está em estudo é a especificação de uma metodologia

de ensino padrão para ser aplicada nas disciplinas profissionalizantes. O modelo

atual é a metodologia de ensino que é focada na transmissão de informações

determinada por cada professor de cada disciplina, dentro de uma ementa pré-

estabelecida, inclusive com o docente possuindo a liberdade de determinar as

formas de avaliações. Observa-se que este modelo, apesar de prático, provoca

muitas distorções no sistema educacional, como por exemplo, os alunos estudarem

apenas para obtenção de notas, desestímulo com notas baixas, avaliações com

enfoques puramente na medição da quantidade de informação acumulada e em

mecanismos procedimentais, etc. Estudos têm demonstrado que para realidade

atual este modelo, também chamado de modelo cópia, está esgotado DEMO

(2005).

A engenharia está associada à habilidade de combinar conhecimentos

teóricos e práticos para atender às necessidades humanas colocadas geralmente

como problemas reais a serem resolvidos. RIBAS et al (1998) mostram que o

processo de ensino e aprendizagem no ensino da engenharia deve se dar através

da apresentação da teoria vinculada a aspectos práticos. Caso contrário não se

estará preparando o aluno adequadamente para o exercício da profissão. Por outro

lado, concentrar o processo de ensino apenas no ensino de técnicas faz com que

os alunos não retenham o que foi ensinado. Assim a educação deve ser ao mesmo

tempo conceitual e experimental.

Existem conteúdos que apresentam graus de dificuldades de assimilação

diferentes. SILVEIRA e ESMIN (2003) mostram que determinadas disciplinas

apresentam conteúdo de difícil assimilação, por serem constituídas de assuntos

abstratos, complexos ou até mesmo “cansativos”.

A realidade atual requer alternativas metodológicas que tornem os alunos

elementos ativos no processo de formação profissional.

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CAPÍTULO 2 – SOBRE A ENGENHARIA ELÉTRICA

A definição de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais

[Disponível no site www.elétrica.eng.ufmg.br/.../oque_engeletrica.htm,

acessado dia 20.04.2010] é:

A Engenharia Elétrica está associada com todos os ramos que

envolvem a energia elétrica. Desde sua geração e transporte

até o seu uso nas residências, no controle e automação de

processos, nas telecomunicações, em medicina, em redes de

computadores, etc. A Engenharia Elétrica está presente em,

praticamente, todas as atividades da vida humana.”

A indústria utiliza a energia elétrica no controle e na automação de suas

máquinas, nas máquinas elétricas, nos motores elétricos.

A Engenharia Elétrica compreende um ramo de atividades, subconjunto da

Engenharia, cujo foco de interesse se relaciona aos sistemas elétricos em geral,

fluindo por sistemas caracterizados desde a baixa até a alta potência, passando

por outras ênfases tais como: eletrotécnica, eletrônica, comunicação, controle e

computação. [Projeto Pedagógico - Engenharia Elétrica – Universidade de São

Paulo, Campus de São Carlos – Junho 2008] Na área das telecomunicações,

essa energia é usada em telefonia fixa e celular, por exemplo, rádio, televisão e

também é aplicada à Informática. Ela abrange desde os eletrônicos mais utilizados

no cotidiano, nos lares e casas comerciais, aos mais avançados, como o GPS e os

satélites.

É nesse contexto que se proporciona o controle da energia elétrica utilizada

na indústria de uma maneira geral, no trabalho, em residências, na programação

de computadores, circuitos eletrônicos, monitoramento de grandes áreas,

localização a grandes distâncias.

Hoje, a Engenharia Elétrica está presente, praticamente, na fabricação de

todo produto manufaturado e dos que envolvem altas tecnologias como satélites,

aeronaves e produtos utilizados na automação industrial. Na verdade esta

engenharia se subdivide em várias áreas, a saber, a Eletro técnica (Sistemas de

Potência), Controle e Automação, Eletrônica, Microeletrônica, Telecomunicações e

Sistemas de Computação, entre outros.

A regulamentação da profissão no Brasil indica que quem for formado em

Engenharia Elétrica é considerado Engenheiro Eletricista, sendo necessário para

poder exercer a profissão, um registro no Conselho Regional de Engenharia,

6

Arquitetura e Agronomia (CREA) do estado onde almeja atuar.

A Engenharia Elétrica é uma profissão multidisciplinar, pois ela está

presente em todos os aspectos que envolvem a energia, desde a geração, a

transmissão, o transporte e a distribuição até o uso nas residências e no comércio.

De início o Engenheiro Eletricista é o responsável pela geração, pela

transmissão e pela distribuição de energia nos setores de hidrelétrica, subestações

e também, termoelétrica. A formação de um profissional de energia elétrica atinge

ainda a área da Eletrônica e embora as duas habilitações tenham bases comuns,

esses profissionais trabalham de forma paralela. O Engenheiro Eletricista faz

projetos de máquinas elétricas, de equipamentos elétricos e eletrônicos, e de

instalações elétricas. Na indústria esse profissional orienta a fabricação de

produtos elétricos e colabora na manutenção e na análise de equipamentos

usados.

A área eletrônica é bem mais ampla e a que gera um maior número de

empregos atualmente. Um dos principais responsáveis por esse aumento de

demanda é o setor de telecomunicações, que se expande em grande velocidade e

que contrata engenheiros eletricistas para trabalhar com sistemas de telefonia sem

fio e outras formas de propagação de sinais.

Profissionais dessa área em destaque podem cuidar, também, do

planejamento e da prática de processos de automação industrial, executando

tarefas que vão desde a criação de peças de um equipamento simples, como um

telefone fixo ou um forno microondas, até a elaboração e o desenvolvimento de

uma complexa estrutura para automatizar a produção de uma fábrica. Participa

desse processo a regulação de máquinas computadorizada para a execução das

mais diversas tarefas.

Paralelamente interessantes são as perspectivas de trabalho em prospecção

de petróleo. O Brasil trata de ser o único país do mundo com tecnologia para

realizar esse trabalho em águas que apresentem uma profundidade maior que

4000m. Certamente que apenas máquinas automatizadas, projetadas e operadas a

distância por engenheiros eletricistas, entre outros profissionais relacionados,

podem regularizar esses equipamentos submersos numa profundidade como essa.

[Disponível em:

http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_revistas/revista_profissoes/agosto00/enge

nharias/eletrica/index.htm, Acessado dia 20.04.2010]

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CAPÍTULO 3- O ENSINO DA ENGENHARIA ELÉTRICA

Inicia-se o trabalho que segue com o intuito de apontar possíveis soluções

para os problemas encontrados nos processos de ensino e de aprendizagem nos

cursos de Engenharia Elétrica das mais diversas universidades. Observar,

também, as principais discussões acerca do assunto de grandes profissionais de

todo o mundo em busca de melhores condições para o aproveitamento

universitário. E por que é tão importante que haja um rendimento satisfatório tanto

dos alunos, quanto dos professores dentro e fora de sala? Essas e outras

discussões serão vistas logo mais.

Sendo a energia elétrica uma das fontes de energia mais importantes do

mundo, torna-se indispensável ao personagem do Engenheiro Eletricista, o qual é

treinado para manusear todos os componentes que tornam possível o uso dessa

energia no nosso cotidiano. Para tal deve-se observar alguns pontos que

correspondem à Engenharia Elétrica no mundo.

Segundo Merja Tarvainen, da União de Estudantes da Universidade de

Tecnologia de Tampere, Finlândia, ”Sistemas de Informação e tecnologias têm um

papel evidente na vida cotidiana”. Existe desde 1966 o Programa de Engenharia

Elétrica (PEE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro que tem buscado o seu

aprimoramento nas diversas áreas dessa engenharia, contando com a contribuição

de docentes vindos da Inglaterra, França, Alemanha e Estados Unidos da América.

Então, eu entendo que existe uma preocupação com o ensino da Engenharia

Elétrica.

Remota a criação do curso desconfortos encontrados na abordagem dos

assuntos e é isso que professores de todo o mundo vêm tentando resolver. São

realizadas muitas reuniões em busca de propostas cada vez mais convenientes,

mais adequadas a cada modelo utilizado pelas diferentes universidades. Grades

curriculares vêm sendo reformuladas para dar maiores amplitudes ao profissional

recém formado e aumentar as chances de contrato dos mesmos pelas empresas.

Um quadro de referência que eu acredito que pode ser usado para estudar

uma organização é a “teoria dos sistemas”. Estudos de Gestão fizeram uso da

abordagem da teoria de sistemas para melhorar a dinâmica das empresas. Existem

teorias que representam modelos de uma organização como uma entidade

autônoma, como se fosse uma criatura viva. Isso permite que a pessoa perceba a

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funcionalidade da organização em um nível mais profundo e, por conseguinte,

melhorar processos internos e atividades com o meio ambiente.

Os avanços tecnológicos dos últimos séculos se mostraram de extrema

importância para a sociedade moderna. Equipamentos eletrônicos como

computador, televisão, aparelhos de som, condicionadores de ar, aquecedores e

diversos outros equipamentos só existem graças à energia elétrica.

Energia elétrica é amplamente empregada em lares, fazendas e indústrias.

No Brasil, no lar a eletricidade fornece luz e produz calor para o funcionamento de

refrigeradores, rádios, televisores, aspiradores de pó e inúmeras outras

peculiaridades. Nas fazendas é usada em máquinas elétricas, bombear água,

secar o feno, além de ser útil na ordenha de vacas. Os edifícios comerciais

dependem de eletricidade, por exemplo, para o funcionamento de elevadores e de

escadas rolantes. Praticamente todos os equipamentos industriais são movidos por

energia elétrica, como grandes tornos mecânicos e imensas fornalhas.

A eletricidade por si mesma não é uma fonte de energia. As centrais

termoelétricas queimam carvão ou outro combustível para produzir vapor. O vapor

fornece a energia para acionar os geradores que produzem eletricidade. As

centrais hidrelétricas utilizam a energia de queda de água.

Quase toda nossa energia elétrica é produzida por enormes geradores em

centrais elétricas. Uma típica usina de eletricidade pode ter uma capacidade de

mais de um milhão de quilowatts. Um gerador de mil quilowatts pode fornecer

eletricidade suficiente para 10 mil lâmpadas de 100W em determinado momento.

Nesse contexto de grandes expectativas é que se insere o profissional

Engenheiro Eletricista onde o campo de trabalho é bem amplo, incluindo empresas

de energia elétrica e telecomunicações, escritórios de projeto e consultoria, firmas

de montagem, bem como a manutenção de instalações elétricas e também de

telecomunicações, indústrias diversas e empresas comerciais de médio e grande

porte. Juntamente ele pode fazer manutenção de equipamentos e componentes

eletro-eletrônicos, atuar em hospitais, em empresas de radiodifusão e de

informática.

Têm-se boas perspectivas quanto ao processo de progresso do ensino do

curso de Engenharia Elétrica tendendo a uma melhoria das oportunidades de

trabalho, dada a grande demanda por serviços nessa área (visto que a população

está em constante crescimento, o que propõe mais necessidade desse tipo de

serviço), gerando grandes investimentos públicos e privados que se espera ser

feitos nos próximos anos nessa área.

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A maioria dos estudantes ao ingressarem na universidade para cursar

Engenharia Elétrica, fica de frente com uma nova realidade, dinâmica e moderna.

Dependendo das condições e da forma como os conhecimentos do escolar básico

foram adquiridos, muitos alegam dificuldades nas disciplinas cursadas. Sendo que

essas deficiências se constituem num dos mais sérios obstáculos ao aprendizado e

isso piora o seu estado à medida que os professores, que têm toda uma

organização para cumprirem seus cronogramas de ensino, continuam tentando

erigir mais patamares sobre essa base inconsistente, antes concebida, onde

poucos conseguem destacar-se.

Um dos assuntos mais abordados no que toca a condição do alunato é o

fato do primeiro contato com o ensino do cálculo não ser dos mais agradáveis, pois

devido a essa deficiência do escolar básico, muitos alunos da disciplina não

acompanham as aulas com dedicação, devido à falta de motivação por não

estarem compreendendo a matéria, e passam a questionar a importância da

disciplina tanto para o curso (para o quê eles vão usá-la), quanto para suas vidas.

É importante que se perceba que isso causa uma evasão do curso de forma

exorbitante e inoportuna privando professores e alunos de um contato ainda maior

com seus conhecimentos, retrocedendo o processo de aprendizagem, que deve

ser contínuo, e diminuindo as possibilidades de ampliar os horizontes de ambas as

partes, assim privando de se construir um futuro onde realmente a engenharia é

praticada na íntegra de acordo com o pensamento de que tudo o que é aprendido é

importante, aproveitável e irá servir em breve.

Contudo, revela-se a necessidade de um trabalho de conscientizar os alunos

de que precisam buscar os conhecimentos anteriores necessários para cursar a

disciplina com o melhor aproveitamento possível. Neste sentido pode-se incluir

uma reflexão de como se poderia fazer um trabalho na perspectiva de um pré-

cálculo para minimizar os desníveis de conhecimentos a serem mobilizados. Outro

trabalho útil poderia ser uma série de discussões e de reflexões com os alunos no

sentido de eles mesmos formarem grupos de discussões sobre o tema.

Finalmente, mais uma sugestão poderia ser uma revisão dos processos de

métodos que o professor utiliza no andamento de suas aulas, na tentativa de

melhorar os níveis de compreensão dos alunos. O processo educacional, enquanto

inserido num processo vigente no contexto social evolui paralelamente à evolução

nesse próprio contexto. Sendo assim, um acompanhamento das tendências

ocorridas neste último influi decisivamente nos rumos do primeiro. Portanto, o

redirecionamento constante do processo educativo está condicionado fortemente

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ao acompanhamento da evolução social o que inclui os avanços pedagógicos e

tecnológicos.

As dificuldades apresentadas pelos alunos são atribuídas ao não

entendimento e aprendizagem das disciplinas básicas do curso de Engenharia

Elétrica. Estes se referem à falta de conhecimento dos pré-requisitos e da

metodologia utilizada pelo professor nas aulas. Alunos e professores poderiam

iniciar fazendo um esforço conjunto no sentido de melhorar a relação dos primeiros

com a disciplina, estes na direção da busca dos pré-requisitos e aqueles na direção

de diversificar sua metodologia de trabalho em sala de aula.

Críticas feitas em respostas livres apontam para o ensino desconectado da

realidade onde a universidade está inserida. Há uma necessidade de se mostrar

aplicações da disciplina ao curso que os alunos fazem e também dinamizar as

aulas. O professor pode contribuir com uma abordagem histórica antes da

resolução de problemas, aplicar vários exercícios, fazer com que a aula seja

interativa. É interessante uma compreensão por parte do aluno acerca da

importância das disciplinas iniciais do curso de Engenharia Elétrica, sendo que este

dá todo um subsídio para que isso seja feito revelando de todos os recursos

ditados anteriormente, além de aulas em laboratórios específicos.

Engenheiros eletricistas estão cada vez mais envolvidos com uma

diversidade de campos de atividades profissionais e sendo convocados a interagir

com outras profissões, dando sentido a necessidade de repensar a composição

básica do currículo, com a finalidade de assegurar que engenheiros eletricistas

estejam devidamente preparados para suas carreiras.

Deve-se traçar uma linha divisória pelo que se espera de alguém que

aprende na faculdade e alguém que aprende no local de trabalho. Onde essa linha

deve ser desenhada para determinar uma fase e outra é difícil de fazer. O corrente

currículo de engenharia elétrica é o resultado de um século longo de debates sobre

a composição e a duração do programa.

Devido ao fato de muitos setores estarem envolvidos, tais como docentes,

indústrias, laboratórios do governo, empresários e outros, o processo de

aprimoramento do currículo de engenharia elétrica é o resultado de um acordo que

não é sempre completo e compreensível acerca da composição do currículo. Como

a engenharia se diversificou o problema de o que colocar ou tirar do currículo se

tornou mais agudo.

Diversas áreas parecem não estar em consenso sobre o que é necessário

no currículo. Foram criadas iniciativas para melhorar a técnica e habilidades de

11

comunicação de engenheiros, para treiná-los sobre como integrar o que

aprenderam em uma variedade de aulas teóricas, com a realidade do cotidiano e

produzir produtos úteis. Tais iniciativas sobre os currículos parecem ser de

fundamental importância para se estabelecer o “designer” de produtos tecnológicos

e para melhorar a maneira pela qual os engenheiros conduzem suas

comunicações profissionais.

Outra área que tem sido motivo de atenção nos estudos sobre o ensino de

Engenharia Elétrica é a área da ética em engenharia. O tema aparece de forma

natural, quando se considera o vasto aspecto de questões em “design” de produtos

a serem utilizados pelo público, isso especialmente quando houver questões de

segurança nas considerações. Além de ser de fundamental importância para o

desenvolvimento do profissionalismo em engenharia. Profissões como Medicina e

Direito exigem cursos de ética. É de forma natural que como a profissão de

Engenharia se expande e se diversifica, e como os nossos produtos e serviços

tornam-se mais estreitamente vinculados a outras profissões, bem como o público,

torna-se cada vez mais importante estudar esses temas com antecedência para

estabelecer determinados padrões a serem seguidos. Atualmente as pesquisas

mostram que os engenheiros são muito respeitados como profissionais, visto isso,

é nossa responsabilidade mantermos os mais elevados padrões de conduta.

Portanto faz-se lógico tornar nossos jovens engenheiros conscientes da ética e do

profissionalismo na engenharia.

O aumento de vagas nos cursos de Engenharia têm sido utilizados como

soluções aos efeitos decorrentes em parte dos altos índices de evasão contribuiu

para que alunos ainda menos preparados ingressassem na Universidade, com o

conseqüente aumento dos índices de falta de aprovação nas diversas disciplinas.

Com mais alunos e com menos aprovações, houve um grande aumento no número

de turmas, chegando-se a ponto de haver mais turmas de repetentes do que de

novos alunos.

Engenheiros, Físicos, Arquitetos, Meteorologistas, Matemáticos e

Astrônomos conversaram sobre a forma de ensinar e o enfoque a ser dado ao

curso de Engenharia Elétrica. Mas a discussão se centrava em se deveria

demonstrar os resultados ou simplesmente resolver os problemas matemáticos.

Obviamente a aprendizagem ficou prejudicada.

Dos preâmbulos da vida escolar até a concretização da formação

profissional dos indivíduos, com raras exceções, a matemática emerge como vilã,

provocando certo temor, justificado mais na superficialidade do conhecimento

12

acerca da importância de tal disciplina do que pela dificuldade de se apreender os

dados.

Condições que quase sempre têm propiciado um comportamento polarizado

no quadro docente e discente, um almejando a propagação do conhecimento em

si, e o outro desejando travar contato com aplicações concretas, intimamente

relacionadas com a sua área de estudo ou em qualquer outra atividade humana.

Este fenômeno é observado com maior freqüência no ensino superior, onde a

matemática possui uma importância capital na fundamentação de inúmeras teorias

dos distintos campos de conhecimento tanto humana, como tecnológicos.

O planejamento de ensino constitui-se num instrumento pedagógico pouco

valorizado na didática no meio acadêmico. A realidade, no entanto, é a elaboração

de um plano de trabalho, na intenção de atender, antes do início do período letivo,

mais por parecer uma exigência burocrática do que pelo seu valor pedagógico.

O “plano de ensino”, da forma como é concebido, geralmente, se restringe

ao estabelecimento da ordenação dos conteúdos programáticos a serem

abordados em sala de aula, ao número de aulas necessário ao desenvolvimento

desses conteúdos e a fixar datas para avaliações. Muitos professores, por conta da

formação, jamais tiveram a chance de conhecer o real sentido do planejamento

didático. Como conseqüência, poucos têm demonstrado interesse preferindo

encontrar opções que têm por base na própria prática profissional. Deste modo, o

trabalho docente, frente a qualquer nova realidade, se realiza a base de uma

suposta experiência adquirida e de uma improvisação sob a égide da incerteza.

Por razão da excessiva abrangência de conteúdos programáticos, é de

praxe tratar o aluno iniciante como se ele se apresentasse em condições ideais a

acomodar novos conhecimentos num grau bem superior de abstração, sem antes

passar por aqueles mais sensíveis que digam respeito à sua realidade prática. No

primeiro contato do corpo discente com esses conteúdos, selecionados

criteriosamente segundo um julgamento de sua utilização, talvez fosse mais

sensato optar pela apresentação de conceitos tidos como indispensáveis à

compreensão e solução dos problemas, de modo que o mesmo pudesse perceber

suas relações com outras questões e conceitos já existentes na sua estrutura

mental. O ponto é manter sempre presente a interligação entre os novos dados e

aqueles disponíveis na memória. Acredito que os alunos considerados por mim

mesmo, mais “entendidos”, não apresentam suas dúvidas aos professores por

serem inibidos por si, ou por possíveis comentários dos colegas de sala.

13

A reversão do quadro problemático por certo exigirá, no começo, que se

refaçam as concepções sobre esse conhecimento e sobre a ação de ensiná-lo e de

aprendê-lo, juntamente com uma reformulação total da prática pedagógica ora

estabelecida, em que seja possível adotar uma metodologia de ensino

diversificada, de conformidade com as características dos alunos e dos conteúdos

abordados em sala.

Tais mudanças devem implicar alterações mais profundas a engenharia e

seu ensino, no enfoque comumente dado aos conteúdos, na relação interpessoal e

na compreensão do papel do professor como um todo no âmbito acadêmico e

social. Visto isso, é deveras desgastante continuar aceitando a idéia de que o

conteúdo programático de uma disciplina deva ser cumprido na sua totalidade para

todo o grupo, tão extensamente quanto possível, sem se importar com o que se

constitui em elemento mais importante aos alunos.

A experiência tem mostrado que, quando os alunos percebem que os

conteúdos correspondem às suas expectativas, ou seja, conseguem relacioná-los a

prováveis situações reais a serem vivenciadas no futuro, procuram assimilar os

conhecimentos transmitidos e também desenvolver habilidades com maior rapidez.

O aluno, então, se sente motivado e essa motivação tende a se estender ao

professor na medida em que este percebe a beleza da utilidade do conteúdo

repassado ao alunato.

Um fator que poderia melhorar o desempenho na disciplina seria o professor

levar em consideração a “teoria do conhecimento” das matérias a serem

abordadas, como se deu o desenvolvimento da mesma, quais as motivações que

levaram a formação de seus conteúdos. Devido aos tempos modernos, faz-se

necessário que se tenha uma visão crítica e segura da relevância dos conteúdos

ensinados, sua localização histórica, de tal modo que bravamente sejam

concebidos e valorizados como produção social e científica.

Questões como as levantadas acima, levam a outras como, por exemplo, o

que está sendo ensinado, como está sendo ensinado, o significado de cada

conteúdo, sua formação e interação com o meio, sua estrutura e as leis de

crescimento e de produção desse conhecimento. Se cada conteúdo a ser abordado

em sala de aula pudesse ser analisado minuciosamente sobre cada um desses

aspectos, é provável que além de uma mera transmissão de dados prontos e

acabados, se consiga chegar com maior proximidade ao processo de construção

desse conhecimento e assim, formar profissionais cada vez mais capacitados para

o mercado de trabalho.

14

O plano de ensino representa um instrumento que consolida todas as

tomadas de decisões estabelecidas no cronograma de ensino, alicerçado,

desenvolvido e adaptado, a partir de uma perscrutação pelo docente, da realidade

a qual se destina, visando a um direcionamento metódico e sistemático das

atividades a serem realizadas na sala de aula.

Atualmente o plano de ensino está deixando muito a desejar, não se

ajustando às necessidades, capacidades e interesses dos alunos, não deixando

margem à observância de que uma disciplina é apenas um componente, porém

muito importante, de um todo mais complexo, seja no âmbito dos currículos ou das

especialidades para as quais é destinado.

Concordando com a tradição, as formas de trabalho mais utilizadas em aula

continuam sendo o uso do livro-texto, a exposição oral e o resumo de matérias em

exposições visuais, acompanhados por exercícios passados no quadro. A

tendência natural é manter uma unidade de conhecimento básico para todos os

estudantes, de modo a proporcionar uma formação única e sólida aos engenheiros

eletricistas.

As questões aqui visualizadas provocam um questionamento acerca das

variáveis intervenientes do processo de ensino e aprendizagem, geradoras da

queda de rendimento do corpo discente após o contato com as disciplinas básicas

do curso, fazendo emergir duas principais vertentes de pensamento acerca do

problema: uma diz sobre a simplicidade de conhecimentos adquiridos na

escolaridade básica e a outra diz sobre os alunos não terem o devido acesso ao

esclarecimento acerca da importância do conteúdo da disciplina para sua formação

acadêmica.

Conforme o exposto ocorre um considerável número de fatores que

influenciam as realidades verificadas na problemática do ensino. Essa é uma

questão complexa. Tornar em menor proporção os efeitos negativos destas

variáveis intervenientes na ambiência da educação constitui-se em tarefa de

operacionalização difícil. Contudo, existe a possibilidade de vir a ser viabilizada,

observando-se as formas de abordagem dos conteúdos disseminados em sala de

aula, visto que o professor não se limita a uma mera transmissão como que

“mecânica” dos conhecimentos, mas ao mister de criar condições para que estes

sejam apreendidos pelos alunos de forma objetiva e fecunda, vindo a convidar os

mesmos a quererem sempre que lhes for solicitado a interagir com a disciplina de

engenharia.

15

A sociedade atual é marcada por informação e pela rapidez de

transformação. O contexto mundial muda a uma velocidade incrível, exigindo que

os métodos educacionais também mudem para poderem acompanhar as situações

emergentes a cada instante.

Para a Engenharia Elétrica a metodologia de ensino compreende todo um

importante ciclo de docência, envolvendo a elaboração de um plano, sua

execução, e a avaliação de que, como, quando, onde e a quem tudo foi ministrado.

Assim como a sociedade vive em uma constante turbulência ambiental perenizada

pelo incessante trabalho que a ciência em todo o seu conteúdo está

desenvolvendo, descobrindo novidades e assim modificando o meio em que

vivemos o composto a formar a metodologia de ensino também, obrigatoriamente,

deve sofrer constantes reformulações, principalmente no que cabe à Engenharia

Elétrica com seus modelos de facilitar a vida das pessoas, modelos estes bastante

atuais e que tendem sempre a acompanhar a velocidade que a humanidade

necessita para evoluir, para ampliar cada vez mais seus próprios horizontes e com

tudo isso dar uma chance ao mundo de se defender da própria natureza e assim

sobreviver das mais promissoras intempéries.

Os conteúdos disseminados devem ser adequados à realidade mutante.

Desta maneira, as estratégias aqui citadas funcionam como coadjuvantes à

efetivação de uma característica dinâmica ao processo de transmitir e de receber o

conhecimento, exigindo atualização constante dos conteúdos programáticos das

disciplinas, da adaptação destes às diversas realidades e utilização da tecnologia

para a constante melhoria da vida cotidiana, utilização mais correta dos meios e

visualização de um futuro cada vez mais acessível a um maior número de pessoas

com a formação de pessoas competentes.

16

CAPÍTULO 4 – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A

ENGENHARIA ELÉTRICA NO EXTERIOR

No mundo globalizado de hoje é imprescindível ao Engenheiro Eletricista o

conhecimento tanto dos nossos, quanto de outros valores e as outras culturas,

adotado o relacionamento contínuo dos diversos mercados entre si. Para obter

esse entendimento, torna-se interessante fazer um curso/especialização, também,

no exterior (seja de graduação, mestrado, doutorado ou pós-doutorado), tendo em

vista as crescentes exigências dos mercados nacionais e internacionais.

Três profissionais, abaixo nomeados que compõem a área da Engenharia

Elétrica indicaram universidades e também cursos de especialização nos Estados

Unidos, Europa e Austrália para quem pretender fazer Engenharia Elétrica no

exterior, para quem desejar incrementar ainda mais o currículo profissional,

atendendo às exigências de algumas empresas. Estes profissionais são:

João Antonio Martino é coordenador do curso de Engenharia Elétrica da

Universidade Federal de Itajubá (UniFEI), Bernardo Severo da Silva Filho é o

coordenador do curso de pós-graduação em Mecatrônica da Universidade Estadual

do Rio de Janeiro (UFRJ) e Marco Aurélio Gonçalvez de Oliveira é professor da

Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília(UnB).

João Antonio Martino disse que:

“Há uma na Bélgica chamada Universidade Católica de Leuven

que é uma cidade perto de Bruxelas. Essa instituição foi criada

em 1492 é a universidade católica mais antiga do mundo.

Conheço pessoalmente, tive a oportunidade de estar lá na pós-

graduação, e, de fato, o trabalho que eles fazem lá é muito bom

na parte de Engenharia Elétrica. Nos Estados Unidos, temos a

Universidade de Stanford e a Universidade de Berkeley, ambas

na Califórnia. Tem também a Cornell University, que fica ao

norte de Nova York, na costa leste dos Estados Unidos”.

(UNIVERSIA BRASIL, publicado em 06.09.2004).

Bernardo Severo da Silva Filho afirma que:

17

“Praticamente em todos os países há cursos de pós-

graduação e graduação em Engenharia Elétrica. As

universidades que são famosas, dependendo do enfoque, são

o Rensselaer Institute, nos Estados Unidos cujo,enfoque é a

parte de Engenharia de Potência, eles são fortes na formação

de engenheiros eletricistas voltados para a produção de

energia; você tem também uma outra que é muito conhecida,

é a Universidade do Texas, essa é voltada para a parte de

eletrônica. Obviamente você tem o Massachussets Institute of

Technology, que é conhecido internacionalmente e também

tem cursos de Engenharia Elétrica. Na Europa, temos,

principalmente na área de controle e automação, que é a área

que o pessoal da área elétrica trabalha também, a

Universidade de Grenoble, na França que é uma área de

excelência em controle e automação. Em Stuttgart, na

Alemanha, tem a Universidade de Stutgard eles são fortes,

particularmente, na formação de engenheiros interagindo com

a indústria. Não podemos esquecer de uma universidade que

é famosíssima, que é o CalTech Califórnia Technology

Institute, que é um centro de referência mundial na área de

eletricidade. Tem a Universidade de Auckland, na Austrália. A

Itália também tem um centro importante que é na cidade de

Turin, Instituto Tecnológico de Turin”.(UNIVERSIA BRASIL,

publicado em 06.04.2004).

Marco Aurélio Gonçalvez de Oliveira, afirma:

“Na França, eu diria a Universidade de Paris, que foi onde eu

estudei. E existem mais duas na França, uma que conheci um

pouco mais porque tive um contato mais estreito, que é a

Universidade de Grenoble, e tem uma outra escola que é

muito conhecida que é a Universidade

de Toulouse” (UNIVERSIA BRASIL, publicado em

06.04.2004).

18

É de suma importância lembrar que o brasileiro que estiver interessado em

se formar ou em se especializar no exterior, deve se manter informado sobre o

caso de os diplomas emitidos pelos institutos de ensino superiores localizados fora

do país são aceitos e podem ser revalidados no Brasil.

Até que ponto a boa estrutura pode dar vantagem aos estudantes

universitários e de que forma um bom aluno pode ficar para trás se não tiver a sua

disposição boas instalações? De fato é somente o aluno quem faz a faculdade ou

as instalações fazem toda a diferença no processo de aprendizado?

Segundo minhas pesquisas, percebi que a estrutura física da universidade

estrangeira é melhor se comparada com a do Brasil. A estrutura física de uma

universidade é um suprimento importante para a economia de um país nos campos

sociais, econômicos e culturais e, principalmente nos países que se encontram em

processos de desenvolvimento. Promover o alcance de padrões mínimos do bom

funcionamento das universidades amplia as oportunidades da boa aprendizagem e

uma importante formação profissional.

Essa abordagem é interessante porque algumas universidades públicas não

apresentam infra-estruturas e instalações adequadas ao bom aprendizado dos

alunos. É inegável que o acesso a equipamentos em bom estado vai proporcionar

ao aluno um estímulo à sua criatividade, porque ele vai poder utilizar o máximo dos

recursos que estão disponíveis ao seu desenvolvimento universitário. E ele ainda

poderá fazer o uso das ferramentas a seu dispor de diferentes maneiras

influenciando o desenvolvimento tecnológico e estreitando a cada dia que passa os

seus conhecimentos científicos com o crescimento da economia e resultante

desenvolvimento do país em que estiver inserido.

Para Laeda Machado [Disponível no site www.universia.com.br, acessado

dia 20.05.2010] coordenadora do curso de pedagogia da UFPE (Universidade

Federal de Pernambuco), a infra-estrutura de aprendizado é um conjunto entre

espaço físico e capacidade do professor com seu envolvimento no tripé

educacional universitário de ensino, extensão e pesquisa.

"O professor deve criar mecanismos que incentivem o

aprendizado dos alunos", diz ela.

Segundo a coordenadora, além das atividades fora dos horários de aula, é

preciso aproveitar da melhor maneira possível a sala de aula, lugar onde alunos e

19

professores passam boa parte de seu tempo. Por esse ponto de vista, Leda afirma

que deficiências estruturais podem afetar o rendimento dos alunos e dificultar o

trabalho dos professores.

"Por exemplo, passamos por uma onda de calor que atrapalha

a permanência dentro das salas", explica a coordenadora

sobre a dificuldade de lidar com um grupo de alunos das 8h às

12h numa sala sem ar-condicionado.

De acordo com o pró-reitor de ações afirmativas e assistência estudantil da

UFBA (Universidade Federal da Bahia) Álamo Pimentel [Disponível no site

www.universia.com.br, acessado dia 20.05.2010] um dos principais desafios das

universidades depois do ingresso dos alunos é mantê-los na instituição. E é aí que

a infra-estrutura tem papel importante, já que Pimentel destaca a importância das

atividades extraclasse.

"A universidade deve transcender a sala de aula. É preciso

organizar festivais de música, teatro e amostras de cinema,

por exemplo,", explica ele, que chama atenção para que haja

constante comunicação entre alunos, professores e reitoria

para manutenção do ambiente em ordem e melhora das

possíveis falhas de estrutura.

"Público ou privado, o espaço é sempre de todos, por isso é

preciso respeitar e manter a reitoria informada sobre o que se

deve fazer para melhorar o ambiente" acrescenta Pimentel.

Helena Côrtes, professora da faculdade de educação e pró-reitora de

ensino de graduação da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande

do Sul), [Disponível no site www.universia.com.br, acessado em 20.05.2010] usa

como exemplo os cursos de Comunicação Social, Química e

Engenharia, em que, segundo ela, o aprendizado prático é de extrema

importância para os conteúdos procedimentais.

20

"Não é possível aprender a nadar sem entrar numa piscina,

por isso esse tipo de laboratório é tão necessário", exemplifica

Helena.

De acordo com ela, a necessidade de uma boa infra-estrutura não termina

apenas nos objetos específicos de cada área, ela cerca toda a universidade, desde

a entrada até a saída e passa por áreas de lazer, alimentação e até

sustentabilidade. É esse conjunto de fatores que Helena acredita serem capazes

de potencializar o maior objetivo de uma instituição de ensino, o compartilhamento

de conhecimento.

Existem consideráveis divergências entre países em desenvolvimento, tanto

sociais, como econômicas. Muitos dos motivos destas divergências estão no

aprimoramento da longa história das nações, culturas e economias de variáveis

sociais, campos/fatores geográficos, relações internacionais e as diferentes e

inerentes formas de se conduzir a política.

Para que haja o progresso tecnológico de um país, faz-se necessário o

reconhecimento precoce de um bom sistema educacional. Nas universidades há

uma relação entre a ciência e o técnico, fomentada pela curiosidade. E pode-se

dizer que essa é uma relação entre o crescimento econômico e a educação.

A globalização da economia e da entrada na era da informação exige novas

idéias fortes na educação dos ramos da engenharia elétrica. Um dos principais

problemas enfrentados pelas escolas de engenharia elétrica é como preparar um

engenheiro de acordo com uma rápida mudança do mercado. Para transformar os

alunos em versáteis e em profissionais qualificados e competitivos, a distância

entre a escola e a empresa deve ser reduzido, e a parceria com a indústria de uma

maneira bem-sucedida pode ser usado para isso. As faculdades estrangeiras

minimizam o impacto do profissional recém-formado com mercado de trabalho

estreitando os laços entre as empresas e a indústria.

Devido a um processo de monitoração, pelo qual passa a Universidade de

Ostrava da República Tcheca, por exemplo, essa metodologia verifica a

qualidade e a eficácia do processo de educação no que diz respeito à aplicação

dos conhecimentos adquiridos à prática, é dada uma base para que os recém-

formados apreciem todos os aspectos da educação, com o aspecto mais

significativo e que eles sintam-se munidos com uma ampla base de conhecimentos

e boas possibilidades de especialização profissional. À boa educação para o

21

trabalho na indústria da Engenharia Elétrica é o patamar que faz com que as

exigências das indústrias sobre os formados sejam continuamente crescente.

Podemos citar alguns pontos que diferenciam boas universidades tanto

estrangeiras, como nacionais, e pontos que indicam falhas no sistema de ensino

universitário, tais como:

*Boas estruturas universitárias apresentam, entre outros:

- Professores qualificados;

- Salas de aula e edifícios com boa estrutura física;

- Grade curricular flexível;

- Está sempre atenta às exigências do mercado.

*Más estruturas universitárias apresentam, entre outros:

- Os critérios de entrada em vigor e de ensino leva a uma alta taxa de

desistência do alunato no primeiro ano;

- Salas de aula e edifícios não apresentam uma boa estrutura física;

- Os alunos não interagem com as metodologias utilizadas pelos professores

em sala de aula;

- É pouca a interação entre universitários e exigências empresariais.

O Índice Geral de Cursos (IGC) é um indicante de qualidade de instituições

de educação superior. O IGC resume, para cada instituição, a qualidade de todos

os seus cursos de graduação, mestrado e doutorado, distribuídos na totalidade de

campi e municípios onde a instituição opera. O resultado final está em valores

contínuos (que vão de 0 a 500) e em faixas (de 1 a 5).

De acordo [Dados divulgados ainda em 2009, disponíveis no site

www.universia.com.br, acessado dia 21.05.2010] com o indicador estão entre as

melhores universidades do país a Universidade Federal do Ceará, Universidade

Federal de Minas Gerais, Universidade de Brasília, Universidade do Estado do Rio

de Janeiro e Universidade Federal da Bahia.

Também foi feito pesquisa quanto às melhores universidades do exterior. O

site “BRASILEIROS NO EXTERIOR” publicou uma lista que segue

22

abaixo[Disponível em brasileirosnoexterior.wordpress.com/.../as-10-melhores-

universidades-do-mundo/, acessado dia 21.05.2010]:

As 10 melhores Universidades do mundo:

Publicado por: brasileirosnoexterior em: setembro 1, 2007

As 10 melhores Universidades, (segundo pesquisa oficial):

01 – Universidade de Harvard – EUA

02 – Universidade de Stanford – EUA

03 – Universidade da Califórnia – Berkeley – EUA

04 – Universidade de Cambridge – Reino Unido

05 – Massachusetts Institute of Technology – EUA

06 – California Institute of Technology – EUA

07 – Universidade de Columbia – EUA

08 – Universidade de Princeton – EUA

09 – Universidade de Chicago – EUA

10–UniversidadedeOxford–ReinoUnido

23

CAPÍTULO 5 – A REFORMA DOS CURRÍCULOS

A Secretaria de Ensino Superior do MEC – Ministério da Educação –

submeteu ao Conselho Nacional de Educação novas Diretrizes Curriculares para

diversos cursos de graduação, incluindo as Engenharias. Estas diretrizes contêm

diversas inovações que deverão ser incorporadas aos currículos.

Essa inovação veio com o objetivo de além de redistribuir os conteúdos

necessários à elaboração de um esqueleto sobre o qual possa ser montada a

estrutura de assuntos eletivos que complete a formação de engenheiros

eletricistas, também se adequar à busca de soluções para situações já examinadas

e que refletem negativamente no desenvolvimento da formação de Engenheiros

Eletricistas tanto no Brasil como no resto do mundo. Entre estas podem ser

incluídas a evasão e a reprovação nos semestres iniciais(terceiro ano) dos cursos

de engenharia em geral.

O ensino de Engenharia, de maneira especial o de Engenharia Elétrica vem

sendo discutido por múltiplos grupos de interesse já há algum tempo. Empresários

insatisfeitos com o perfil dos profissionais formados pela maior parte das

Universidades, administradores preocupados com o alto custo dos cursos e com as

taxas de saída e repetência, notadamente nas séries iniciais, docentes e entidades

acreditadoras e fiscalizadoras que não se conformam com a dificuldade de alterar a

forma e o conteúdo do ensino às tendências mais modernas e alunos

desmotivados pelas dificuldades dos cursos e seu descompasso com a

remuneração oferecida pelo mercado e pela baixa auto-estima verificada neles

próprios.

Nos Estados Unidos diversos programas foram lançados incluindo auxílios

para inovação no ensino de engenharia dados pela National Science Foundation e

os Engineering Criteria 2000 da Accreditation Board of Engineering and

Technology. As alterações curriculares efetuadas pelas universidades americanas

em resposta já antes da edição dos Engineering Criteria 2000 refletiram também a

tentativa de solução de problemas encontrados em pontos específicos dos cursos

de Engenharia Elétrica. Um número inteiro da revista IEEE Transactions on

Education foi dedicado à estas alterações e inovações(ver página 55 da

Bibliografia).

24

Dentre os pontos em destaque está a introdução de disciplinas no primeiro

ano do curso que proporcionassem aos alunos iniciantes experiência em

engenharia.

As Diretrizes Curriculares propostas pelo MEC/SESU ao CNE incluem no

perfil do engenheiro a ser formado pelas universidades brasileiras as seguintes

competências e habilidades:

a) aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e

instrumentais à engenharia;

b) projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados;

c) conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;

d) planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de

engenharia;

e) identificar, formular e resolver problemas de engenharia;

f) desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas;

g) supervisionar a operação e a manutenção de sistemas;

h) avaliar criticamente ordens de grandeza e significância de resultados

numéricos;

i) comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica;

j) atuar em equipes multidisciplinares;

k) compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais;

l) avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e

ambiental.

m) avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia.

Esta lista inclui habilidades que permitam a inserção do engenheiro formado

no modelo globalizado previsto para o início do século XXI, tais como a capacidade

de comunicação e de trabalho em equipe. Também reflete a preocupação com a

ética e a responsabilidade social e ambiental do egresso.

A partir das habilidades acima relacionadas as Diretrizes Curriculares

selecionam um elenco de conhecimentos comuns necessários a todas as áreas da

Engenharia. Estes conhecimentos estão englobados nas ementas das seguintes

matérias:

*Informática:utilização de ferramentas computacionais comerciais. Técnicas

e linguagens de programação. Projeto de engenharia assistido por computador.

*Expressão Gráfica

Interpretação e elaboração de esboços e desenhos técnicos por meio

manual e computacional.

25

*Matemática

Introdução à teoria básica e aplicações à engenharia de: cálculo integral e

diferencial; vetores; geometria analítica; álgebra linear; cálculo numérico;

probabilidades e estatística; matemática discreta.

*Física

Introdução à teoria básica, experimentação e aplicações à engenharia de:

mecânica clássica; ótica; termodinâmica; eletricidade e magnetismo; ondas.

Noções de Física Moderna.

*Fenômenos de Transporte

Introdução à teoria básica, experimentação e aplicações à engenharia dos

fenômenos de transferência de quantidade de movimento, calor e massa.

*Mecânica dos Sólidos

Estática e dinâmica do ponto material e dos corpos rígidos e deformáveis.

Tensões, deformações,reologia e segurança. Estabilidade.

*Eletricidade

Circuitos. Medidas elétricas e magnéticas. Componentes elétricos e

eletrônicos.

*Química

Introdução à teoria básica, experimentação e aplicações à engenharia de:

química geral; química inorgânica; físico-química.

*Ciência e Tecnologia dos Materiais

Da lista acima foram excluídas as matérias que não estão diretamente

ligados à engenharia. Observa-se que esses assuntos estão muito próximos

daqueles da chamada Formação Básica da Resolução 48/76, demonstrando, no

mínimo, que os fundamentos da engenharia não se alteraram muito nos últimos 25

anos. Também demonstra que alterações curriculares na parte fundamental dos

cursos de Engenharia Elétrica devem ser concentradas mais na metodologia e na

ordenação do que nos conteúdos propriamente ditos.

Aos assuntos básicos listados acima, as Diretrizes Curriculares somam uma

longa lista de outras matérias dentre as quais as instituições podem escolher um

subconjunto coerente e que devem constituir pelo menos 15% da carga horária

total do curso. É interessante observar a inclusão na proposta da SESU da área de

Telecomunicações e a exclusão das áreas de Eletrotécnica, Eletrônica de Potência

e Sistemas de Energia.

Desta lista podemos citar o julgado ser um conjunto mínimo para compor um

currículo atualizado de Engenharia Elétrica: Circuitos Elétricos, Circuitos Lógicos,

26

Controle de Sistemas Dinâmicos, Conversão de Energia, Eletromagnetismo,

Eletrônica Analógica e Digital, Materiais Elétricos, Modelagem, Análise, Síntese e

Simulação de Sistemas e Telecomunicações. A essa listagem cada instituição

pode acrescentar assuntos que melhor se adéqüem à situação regional ou a sua

tradição de ensino e de pesquisa.

A publicação da proposta de Diretrizes Curriculares para os Cursos de

Graduação pela SESU/MEC propiciou muitas discussões entre professores

envolvidos na organização e gerência dos cursos de Engenharia no país. O que

nos motiva a propor soluções para os problemas encontrados nos já referidos

cursos.

27

CAPÍTULO 6 - A ENGENHARIA ELÉTRICA E A INDÚSTRIA

O Engenheiro Eletricista pode ter a possibilidade de trabalho em qualquer

indústria que empregue ou construa componentes eletroeletrônicos, fábricas de

celulares e aparelhos de infra-estrutura de telecomunicações, em indústrias de

equipamentos eletrônicos, operadoras de sistemas de comunicação ou de

sistemas de energia elétrica. Sendo que pode atuar em fábricas de equipamentos

elétricos pesados, como motores e geradores, e em fabricantes e prestadores de

serviços em computação.

A curiosidade pela eletricidade impulsionou o “desenvolvimento de motores,

geradores, telefone, rádio, TV, computador e até da energia nuclear” DAHER

(2007, pág.54). A indústria da Engenharia elétrica dá ênfase à inúmeras atividades

relacionadas com o nosso cotidiano. Dentre essas atividades podemos citar as

telecomunicações. Nessa área as novas dimensões do comportamento humano

colocam a mobilidade e a conexão com o mundo virtual como fatores de grande

importância em nosso dia a dia. Conexão em banda larga, comunicação móvel e

TV Digital são algumas das tecnologias que estão disponíveis para toda população

e de forma generalizada. O profissional de Engenharia Elétrica que se especializa

em telecomunicações está inserido num mercado de grande dinamismo e com

inúmeras oportunidades. Além de trabalhar em operadoras de telecomunicação,

bem como em várias outras empresas que utilizam os serviços de

telecomunicação, para viabilizar sua operação, também são possíveis ações nas

áreas de transmissão de dados, redes de comunicações, comunicações ópticas,

comunicações via satélite, empresas de TV, comunicação móvel (celular), entre

outras. Alguns profissionais optam por desenvolver suas próprias empresas que

atuam nas áreas de consultoria, indústria, projeto e serviços, atendendo as

oportunidades e carências de um mercado crescente no uso de tecnologia.

Todos os ministérios, agências reguladoras e até mesmo o Poder Legislativo

precisam de alguém pronto para atuar com equipamentos e projetos. O foco está

nas Telecomunicações, principalmente na Agência Nacional de Energia Elétrica

(Aneel) e na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Apesar de a área

pública ser dominante, há espaço para os engenheiros eletricistas em empresas

privadas. O trabalho se concentra em indústrias, prestação de serviços e

elaboração de projetos de vendas.

28

O Sistema de Telecomunicações Brasileiro, controlado pelo Sistema

Telebrás, sob o monopólio estatal, foi privatizado em maio de 1995 e rapidamente

desnacionalizado. O Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT), de 1962,

documento legal que ditava as regras de funcionamento do setor, regulado pelo

Ministério das Comunicações (Minicom), órgão do Poder Executivo, foi substituído

pela Lei Geral de Telecomunicações (LGT), em 1997, legislação aplicada e

regulada pelo Órgão regulador, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Com a grande demanda de tecnologias da informação – TI, o setor de

telecomunicações tem se revelado extremamente dinâmico, tanto na oferta de

novos serviços quanto na sua qualidade. Até o final dos anos 70, telecomunicações

era sinônimo de monopólio da telefonia fixa. A evolução do setor era regida pelo

conjunto fornecedor de equipamentos e estatal, geralmente empresas

multinacionais. Por um curto período, esta estrutura de funcionamento se mostrou

eficiente e de uma forma geral inovadora, alcançando de certa forma a redução

dos custos, difundindo e universalizando os serviços, é claro que isso pode ajudar

de certa maneira nas inovações incrementais.

Um vigoroso e amplamente disseminado movimento de reorganização

caracteriza o cenário atual das telecomunicações no mundo. Este processo teve

início já nos primeiros anos da década de 80, notadamente nos EUA e Inglaterra,

sendo progressivamente acompanhado por outros países da Europa Central, Ásia

e América Latina.

A privatização das empresas pertencentes ao grupo Telebrás no final da

década de 1990 redefiniu completamente o setor de telecomunicações no Brasil.

Esta redefinição possibilitou uma incomparável expansão da abrangência dos

serviços de comunicações no país. Neste novo contexto, as empresas se

reestruturaram com a adoção de estratégias de redução de custos, de aumento da

produtividade e do lucro.

De acordo com o Anuário Telecom de 2001, as maiores companhias de

tele-equipamentos presentes no país são a Alcatel, Ericsson, Lucent, Motorola,

NEC, Nokia, Nortel, Siemens e Trópico(brasileira).

O Engenheiro Eletricista está inserido num contexto em que o

desenvolvimento tecnológico, que sempre foi fundamental no setor de

telecomunicações, é hoje um dos principais sustentáculos da indústria. Dessa

forma, as empresas estão alterando seus comportamentos e estratégias para

tornarem-se cada vez mais competitivas, e isso, evidentemente, leva ao

aprimoramento das atividades na área de pesquisa e desenvolvimento.

29

O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos (moléculas de carbono e

hidrogênio) que tem origem na decomposição de matéria orgânica, principalmente

o plâncton (plantas e animais microscópicos em suspensão nas águas), causada

pela ação de bactérias em meios com baixo teor de oxigênio. Ao longo de milhões

de anos, essa decomposição foi-se acumulando no fundo dos oceanos, mares e

lagos e, pressionada pelos movimentos da crosta terrestre, transformou-se na

substância oleosa denominada petróleo. Essa substância é encontrada em bacias

sedimentares específicas, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia,

arenitos ou calcários.

Além de predominante no setor de transportes, o petróleo ainda é o principal

responsável pela geração de energia elétrica em diversos países do mundo.

Apesar da expansão recente da hidreletricidade e da diversificação das fontes de

geração de energia elétrica verificadas nas últimas décadas, o petróleo ainda é

responsável por aproximadamente 7,9% de toda a eletricidade gerada no mundo

(PAFFENBARGER, 1997; AIE, 2003).

Durante muitos séculos, o homem procurou abrigo e instalação de suas

atividades cotidianas em locais próximos de recursos naturais, particularmente os

energéticos. Com a descoberta dos combustíveis fósseis e da eletricidade, isso

deixou de ser uma preocupação, de modo que, atualmente, os grandes centros

consumidores podem estar distantes das grandes reservas e dos potenciais

energéticos. O caso do petróleo ilustra bem essa tendência do mundo moderno.

A geração de energia elétrica a partir de derivados de petróleo ocorre por

meio da queima desses combustíveis em caldeiras, turbinas e motores de

combustão interna. A utilização de caldeiras e turbinas é similar aos demais

processos térmicos de geração e se aplica ao atendimento de cargas de ponta

e/ou aproveitamento de resíduos do refino de petróleo. Os grupos geradores a

diesel são mais adequados ao suprimento de comunidades e de sistemas isolados

da rede elétrica convencional.

Automação é um sistema de equipamentos eletrônicos e/ou mecânicos que

controlam seu próprio funcionamento, quase sem a intervenção do homem.

Automação é diferente de mecanização. A mecanização consiste simplesmente no

uso de máquinas para realizar um trabalho, substituindo assim o esforço físico do

homem. Já a automação possibilita fazer um trabalho por meio de máquinas

controladas automaticamente, capazes de se regularem sozinhas ou através da

ação do homem.

30

Automação industrial é o uso de qualquer dispositivo mecânico ou eletro-

eletrônico para controlar máquinas e processos. Entre os dispositivos eletro-

eletrônicos pode-se utilizar computadores ou outros dispositivos lógicos (como

controladores lógicos programáveis ou CNC's), substituindo algumas tarefas da

mão-de-obra humana e realizando outras que o humano não consegue realizar. É

um passo além da mecanização, onde operadores humanos são providos de

maquinaria para auxiliá-los em seus trabalhos. É largamente aplicada nas mais

variadas áreas de produção industrial.

Em linhas gerais,automação tem a importância de ser a controladora de um

sistema qualquer que se deseja automatizar,bem como máquinas que são

reguladas para a realização de diversas tarefas de produção.Podemos citar o

exemplo de fábricas de produção de chocolates fazendo uso desse recurso que

garante a produção em larga escala e de boa qualidade. A automação de

processos passou a fazer parte de nossas vidas. No cotidiano do cidadão comum,

nos ambientes de chão de fábrica ou em grandes sistemas de transmissão de

energia, o advento do microprocessador deu um impulso inimaginável às

inovações tecnológicas em diversas áreas do conhecimento.

O bom emprego da microeletrônica para automação de processos industriais

adquiriu enorme importância, resultado do progresso dessas novas tecnologias.

Seja qual for o processo industrial, é extensa a utilização de esteiras e pórticos

rolantes, motores, elevadores e demais equipamentos. A automação e o controle

desses aparelhos, por meio das tecnologias atualmente disponíveis, proporcionam

um expressivo aumento da habilidade de produção.

O processo de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, pode

ser analisado como um processo industrial. Na produção e no transporte de

energia, não se utilizam esteiras ou elevadores, mas se faz uso de equipamentos

tais como transformadores e disjuntores, que também precisam ser monitorados e

controlados. Analogamente, a logística de distribuição e de entrega dessa

mercadoria também não está baseada em caminhões, trens,aviões ou navios,

estando sob a responsabilidade das empresas transmissoras e distribuidoras de

energia, por meio de linhas de alta e extra-alta tensão, e de redes de distribuição

que entregam o produto energia elétrica ao usuário final.

Os avanços da aplicação da eletrônica analógica na área de automação e

controle em sistemas produtivos industriais, no início dos anos 80, tornaram clara a

possibilidade de seu uso ser estendido ao setor de energia elétrica. Pouco a pouco,

as empresas deram seus primeiros passos e começaram a utilizar equipamentos

31

eletrônicos nas salas de controle para aquisição de dados da subestação e envio

remoto a Centros de Operação Regional (COR). Dessa forma, foi possível

estabelecer o controle de todo um conjunto de subestações de uma região,

permitindo a operação de unidades localizadas a grandes distâncias a partir de um

mesmo computador central. Sem dúvida, a desenvolvimento da aplicação da

automação na área industrial influenciou as empresas de energia elétrica, que

possuem uma tradição mais conservadora no uso de equipamentos de tecnologia

microeletrônica em suas instalações.

O processo de automação em diversos setores da atividade humana trouxe

uma série de benefícios à sociedade. A automação geralmente reduz custos e

aumenta a produtividade do trabalho. Este aumento possibilita mais tempo livre e

melhor salário para a maioria dos trabalhadores. Além disso, a automação pode

livrar os trabalhadores de atividades monótonas, repetitivas ou mesmo perigosas.

32

CAPÍTULO 7 – A ENGENHARIA ELÉTRICA NA MODERNIDADE

A Engenharia Elétrica é um dos ramos tradicionais das engenharias e está

unida ao cotidiano do cidadão. Os temas comentados diariamente na mídia como

geração, transmissão e distribuição de energia, telecomunicações, telefonia digital,

transmissão de dados, computadores, automação de indústrias, conservação de

energia, racionamento e corte no fornecimento de energia elétrica, são parte do

trabalho do Engenheiro Eletricista. O mundo moderno depende muito dessa

profissão, que está em alta no mercado de trabalho.

Devido às constantes mudanças de tendências tecnológicas do mundo

moderno, preocupações vêm sendo discutidas no mundo inteiro quanto às

necessidades de mudanças no ensino dessa profissão. Um dos assuntos mais

discutidos é a mudança de grades curriculares. Essa mudança é realizada em

resposta a uma tendência natural de adaptação aos atuais avanços tecnológicos

feitos na área e, também às exigências feitas pelo mercado de forma constante.

Uma proposta de flexibilização o acompanhamento do curso, com opções de

cursos notunos, cursos que pense o aluno trabalhador, que permita que ao aluno

sua formação para uma especialidade que mais prefira, da forma que facilite o

acompanhamento. Ele pode vir a optar por combinar elementos de várias áreas a

seu gosto. E a flexibilização da grade curricular tem que ter como meta formar um

engenheiro eletricista com uma alta qualificação no técnico e que o mesmo tenha a

possibilidade de ter vários outros conhecimentos também importantes e que, com

isso haja uma larga atuação desse profissional na indústria e nas

telecomunicações, por exemplo. Essas idéias são com o intuito de se facilitar o

acompanhamento do curso pelo aluno.

O processo de mundialização do capital determinou mudanças nas relações

de produção e de trabalho que não podem ser ignoradas pelas universidades, que

devem estar atentas às demandas da sociedade para os profissionais de modo

geral. Através da flexibilização, o currículo formal deixa de ter preponderância

sobre um currículo estruturado por meio de um projeto pedagógico do curso bem

delineado e constantemente reavaliado, cujo objetivo principal será orientar a vida

acadêmica do futuro engenheiro, levando em conta a diversidade do público a que

se destina, seja na academia, seja no mundo do trabalho. Baseados nesses

pressupostos, os projetos pedagógicos do curso das engenharias devem

33

considerar as diferenças de valores, conhecimentos, interesses, crenças e outras

características importantes de seus autores, pois suas marcas estarão presentes

na elaboração de seu texto, ao apresentar a realidade do curso, da instituição em

que se insere e de seus representantes – os docentes, os discentes, a

coordenação dos cursos, a administração da instituição como um todo, e até

mesmo o seu entorno (um exemplo é o projeto pedagógico da Universidade

Federal do Maranhão).

A primeira ação essencial para direcionar o trabalho escolar é a construção

de um projeto pedagógico do curso que considere na sua estruturação o processo

de conhecimento, a comunidade acadêmica e a sociedade visando à emancipação

humana. Assim, ao ser pensado, discutido e aceito pela comunidade acadêmica, o

projeto pedagógico vai definindo as ações para coordenar as atividades do curso

de modo a atingir os objetivos traçados para seus egressos. O processo de

flexibilização curricular não pode ser entendido como uma mera modificação ou

acréscimo de atividades complementares na estrutura curricular. Ele exige que as

mudanças na estrutura do currículo e na prática pedagógica estejam em

consonância com os princípios e com as diretrizes do projeto político-pedagógico,

na perspectiva de um ensino de graduação de qualidade SANTOS(2003).

Quando se vai prestar uma entrevista para um estágio profissional ou

mesmo um emprego, o mercado de trabalho exige, mais comumente, que o aluno

ou engenheiro eletricista possua um profundo conhecimento dos conceitos e das

práticas de engenharia, uma fluência em outras línguas, a facilidade de

relacionamento para o trabalho em equipe, bem como disponibilidade para viagens

e formação continuada, além de participações em atividades extracurriculares para

adquirir experiência durante o curso de engenharia. Isso faz com que o profissional

conviva com o aprendizado contínuo.

Comumente, outro caso que se observa são indagações feitas pelos alunos

e as mais diversas instituições brasileiras quanto às metodologias de aulas,

trabalhos de cursos e avaliações que os docentes utilizam e que devido a essas

exigências que o mercado atual faz são necessárias reformas também nesse

contexto. Existem alguns casos em que a maioria dos alunos tem dificuldades para

entender o conteúdo transmitido pelo professor, o que ele está querendo dizer ou o

que está sendo cobrado (Universidade Federal do Maranhão). Nas mudanças que

vinham ocorrendo nos cursos de engenharia (UFMA), as questões relacionadas

aos aspectos didáticos e pedagógicos não foram devidamente considerados. Tais

reformulações raramente destacavam aspectos que pudessem ser considerados

34

como atinentes às metodologias e às práticas pedagógicas direcionadas para o

ensino/aprendizagem na engenharia. Ressalte-se, também, que os professores da

engenharia, em sua grande maioria, têm visto as questões relacionadas à didática

e à pedagogia como uma área afeta apenas aos pedagogos a estes cabendo o

trato desta questão, quando não vêem relação ou necessidade de uma

incorporação estruturada de elementos didáticos e pedagógicos devidamente

adequados e compatíveis com as especificidades dos cursos de engenharia.

Na minha turma de Engenharia, durante os cinco anos que fiz faculdade

ocorreram questionamentos referentes a provas que não são condizentes com o

conteúdo abordado em aula e, acredito que possa vir a ocorrer situação

semelhante a essa em outras turmas. O que se sugere é a possibilidade de os

exercícios cobrados em aula apresentarem o mesmo nível de dificuldade das

avaliações formuladas pelos professores para que haja um “feedback” positivo

entre professores e alunos. Sendo que com esta possível forma de avaliação, os

próprios alunos poderão até estimar os seus rendimentos e já irem se preparando

mais, de forma gradual. Com as mudanças que vêm ocorrendo nos últimos anos

no mundo, pode-se observar que os aspectos didáticos e pedagógicos vêm

adquirindo uma importância na engenharia de que antes não dispunham.

Atualmente, percebe-se que o docente do curso de engenharia vem, aos poucos,

entendendo a questão pedagógica como algo intrínseco à sua atuação profissional

docente.

Percebi com a minha experiência acadêmica sinais de que está se

processando uma mudança, no sentido de que a didática e a pedagogia, com

pertinentes adequações ao universo da engenharia, vêm ocupando o seu devido

espaço na bagagem de conhecimento e de formação do professor. Ao professor de

engenharia não basta mais dominar o conhecimento científico e técnico dos

conteúdos, ou o funcionamento dos meios disponíveis para “ministrar” esses

conteúdos. Faz-se necessário que o docente conheça e aplique métodos e

técnicas de ensino/aprendizagem estruturados e consistentes, sem o que não

conseguirá contribuir para a formação de profissionais em condições de atualizar-

se continuamente e de atender às demandas da sociedade.

Os alunos de Engenharia Elétrica, assim como dos demais cursos, precisam

entender o que lhes motiva a fazer o curso bem como as exigências profissionais.

Deste ponto nós vamos poder questionar outros, como por exemplo, o material

didático utilizado que deve ser constantemente atualizado acompanhando as

tendências mundiais do ensino, o acompanhamento de cursos na área, a clareza

35

do que se quer enfatizar para que os alunos compreendam a dimensão do contexto

em que estão inseridos. É importante o estímulo à interdisciplinaridade para que se

compreenda que existe uma inter-elação entre os diversos assuntos, além de que

um trabalho feito desse modo estimula a criatividade no que toca a idéia de

encontrar as mais diversas soluções e dentre elas escolher a que melhor se

adequar à situação-problema proposta.

Hoje, a Engenharia Elétrica está presente, praticamente, na fabricação de

todo produto manufaturado e dos que envolvem alta tecnologia, como satélites,

aeronaves e produtos utilizados na automação industrial. É incontestável a

dependência cada vez maior da sociedade moderna em relação aos frutos da

engenharia. Sistemas de transporte e de comunicação, sistemas de produção,

processamento e estocagem de alimentos, sistemas de distribuição de água e

energia; todos são exemplos de que os engenheiros estão presentes em

praticamente todos os momentos da história, sempre criando instrumentos,

informações, dispositivos ou processos, contribuindo para que se garanta ao

homem um trabalho menos árduo e uma vida mais digna.

O engenheiro se destaca pela sua capacidade de resolução de problemas,

pelo seu raciocínio analítico e sintético nas questões sociais, e pela sua visão

sistêmica, que lhe confere um bom domínio da realidade física, social e econômica.

É importante também o engenheiro ter certa dose de ousadia, podendo empregar

novas técnicas de trabalho, contribuindo para a sociedade.

No momento do racionamento nacional de energia elétrica denominado

“Apagão” houve a publicação da matéria abaixo sobre a importância da Engenharia

Elétrica no mundo atual [Disponível no site: www.maua.br/infomaua/texto/id/68,

acessado dia 11.05.2010] :Deste texto retiramos a observação abaixo:

“ O avanço nas áreas de telecomunicação e geração de energia

garante um cenário de múltiplas opções ao profissional com

formação em Engenharia Elétrica, em relação

O apagão energético que atingiu 18 estados do Brasil em 10 de

novembro é um bom exemplo do quanto o profissional com

formação em Engenharia Elétrica é versátil e de grande

importância no cenário atual. O acompanhamento dos sistemas

de geração de energia, bem como toda a dinâmica exigida para

reativar um sistema dessa complexidade passam pelas mãos de

engenheiros eletricistas. "Estamos importando engenheiros

nessa especialidade, devido à expansão da economia no País e

36

a demanda ser maior do que a oferta de profissionais” adverte o

professor José Carlos de Souza Junior, coordenador do curso

de Engenharia Elétrica da Mauá”.

Na Mauá, o curso de Engenharia Elétrica possui duas opções de

especialização: eletrônica e eletrotécnica (sistemas de energia). As

duas áreas têm forte demanda por profissionais bem formados e a

tendência é que essa busca acentue-se ainda mais. O avanço nos

sistemas de telecomunicações, a conscientização ambiental que

impulsiona as construções inteligentes e os modernos processos

adotados na área Química, tudo isso implica a utilização de

equipamentos e sistemas eletrônicos que o engenheiro eletricista

domina.

O mesmo aquecimento2 de mercado acontece na área de Sistemas de

Geração de Energia. As discussões sobre infra-estrutura do País e a

implementação do pré-sal são exemplos de setores que estão

provocando o surgimento de novas vagas no mercado de trabalho,

para profissionais com formação em sistemas de alimentação de

energia, redes de geração, distribuição e recepção de energia elétrica,

sistemas de acionamento e controle de máquinas elétricas,

desenvolvimento de circuitos elétricos e para atuarem junto das áreas

de pesquisa de fontes alternativas de energia.

Em geral, a Elétrica é a área mais abstrata1 da Engenharia para

o aluno que ingressa na faculdade. A globalização, o avanço

tecnológico e as novas demandas do mercado são instrumentos de

estímulo, um ponto de referência que torna a aplicabilidade da

profissão mais visível para os futuros engenheiros. Quando dizemos

que esse profissional pode atuar de forma decisiva nos processos de

melhoria para evitar novos apagões energéticos no País é algo que

todo mundo consegue entender e percebe a real importância dessa

especialidade no mercado”, esclarece o professor José Carlos.”

1Abstrato: no texto se refere ao termo difícil compreensão. 2Aquecimento refere-se ao aumento da demanda de energia elétrica.

Entre os assuntos que estão no perfil da discussão deste capitulo se influi o

tema da ética. A ética é muito importante na atuação de qualquer profissional e

isso está dentro das exigências do mercado mundial. Segundo a definição de

37

Marcos Portinoi, da Universidade de Salvador(UNIFACS) ( fonte), ética significa um

conjunto de princípios ou padrões nos quais se pautam a conduta humana.

Ser Ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os

outros. É ser altruísta, é estar tranqüilo com a consciência pessoal. A Ética

profissional se inicia com a reflexão. Quando escolhemos a nossa profissão,

passamos a ter deveres profissionais obrigatórios. Ser um profissional ético nada

mais é do que ser profissional mesmo nos momentos mais inoportunos.

Tanto para alguém que já trabalha, quanto para alguém que está

começando no mercado de trabalho agora existe regras profissionais. É de suma

importância que haja a combinação ideal entre o profissional e a empresa para

qual ele trabalha ou irá trabalhar. Ainda que pareça bastante claro muitas pessoas

esquecem este assunto. Uma postura profissional é nada mais que a parceria entre

a boa educação que temos, isto é, quando ouvimos que temos que respeitar os

demais ou ceder o assento, nem imaginamos o quanto essas afirmações são

importantes.

O Engenheiro Eletricista deve ser capaz de refletir sobre suas experiências

passadas, examiná-las criticamente e conectá-las com outras experiências,

gerando assim um novo saber contextualizado. A instituição universitária deve

conceder aos estudantes conveniências para terem vivências criativas, pois cada

experiência cogitada alimenta qualitativamente as suas ações posteriores,

tornando-os capazes de superarem o fazer automatizado e criar algo novo.

O ensino aos futuros engenheiros deve abordar uma postura construtivista,

primeiramente fazendo o aluno defrontar-se com os problemas reais e, em

seguida, incentivando-o a criar alternativas para solucioná-los, dando-lhe

oportunidade à descoberta da uma solução nova, fora do convencional. É

indiscutível o fato de que não devemos deixar a ciência ser desprezada em favor

de uma simples repetição de atividades mecânicas inseridas numa proposta

educacional rígida e passível de ser totalmente programada em detalhes.

Seria necessário um encaixe pedagógico de currículo à parte científica da

Engenharia Elétrica, dando enfoque a um pesquisador-engenheiro que transforme

o mundo, contribuindo para o bem-estar da humanidade e não só ter em mente a

formação de um profissional que somente sabe mexer com a técnica das

situações, deixando sempre um vão livre entre humanos e robôs.

Os intercâmbios entre universidades e institutos de pesquisa e empresas no

Brasil fortalecem a missão acadêmica em vários sentidos, com destaque para a

38

formação de pessoal e a geração de conhecimento, isso através de publicações e

projetos de pesquisa.

Existe uma nítida relação entre a energia elétrica e o meio ambiente. O

vocábulo energia, derivada de enérgeia, que em grego significa “em ação”, é a

propriedade de um sistema que lhe permite existir, ou do ponto de vista físico,

capacidade de realizar trabalho; BRANCO [2000] afirma que esse é um dos

conceitos mais cabíveis e simples. Quando a energia está realmente realizando

trabalho, ela é chamada de cinética, por exemplo, ação do vento ou ondas

luminosas do sol. Para citar outra forma de energia podemos dizer a potencial,

aquela que em repouso é capaz de realizar trabalho, como, por exemplo, a energia

nas ligações químicas da biomassa.

A energia elétrica adquiriu fundamental importância para o desenvolvimento

das nações e passou a ser utilizada de modo crescente pela humanidade. É

complexo falar em energia sem relacioná-la ao meio ambiente, já que qualquer

uma de suas formas de produção exige alterações substanciais no local de

instalação, praticamente proporcionais às quantidades de energia gerada. Para

GOLDEMBERG (2001) muitos dos problemas ambientais estão relacionados com

a energia como, por exemplo: poluição do ar, chuva ácida e aquecimento global

devido ao efeito estufa, distúrbios esses que se originam da queima de

combustíveis fósseis - ou da biomassa, seja para cozinhar, para gerar eletricidade

ou para o transporte.

O atual modelo de crescimento econômico é capaz de gerar enormes

desequilíbrios. Se por um lado nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por

outro, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia,

segundo (AMBIENTE BRASIL, 2007). Nesse ponto entram em jogo as

universidades, assim como todos os estabelecimentos de ensino superior, que

possuem a importante função de disseminar conhecimentos nas mais diversas

áreas, assumindo inclusive a responsabilidade de guiar a sociedade para o que

seria um modelo de desenvolvimento mais sustentável (FROTA JR., 2004).

Como apresenta pensadores, tais como os citados acima, as universidades

trazem consigo a responsabilidade de indicarem alternativas e soluções para os

problemas encontrados no meio social e ambiente,e quanto mais estudamos os

problemas ambientais, mais somos levados a perceber que eles não podem ser

entendidos isoladamente. O engenheiro eletricista recém-formado deve perceber a

importância da sua profissão no meio em que está inserido, procurando inter-

relacionar os seus conhecimentos com as dimensões dos aspectos da energia

39

elétrica, como geração, distribuição, consumo, conservação de fontes naturais e as

conseqüências políticas, econômicas e sociais envolvidas.

40

CAPÍTULO 8 – CONCLUSÃO

Com o intuito de aprimorar o talento desse profissional de engenharia

elétrica, estudiosos do tema trabalhado nesta monografia chegaram à conclusão

de que é preciso lapidá-lo como um diamante, de modo que o Engenheiro

Eletricista explorasse suas habilidades na solução de problemas de projetos,

criação de inovação tecnológica e de empreendedorismo.

Foi observado que no Brasil, na formação em engenharia elétrica existe um

aproveitamento reduzido dos investimentos feitos nos cursos dados a fatores

ocorridos na formação do engenheiro. O presente trabalho observou características

tais como, a evasão de alunos do âmbito universitário logo no primeiro ano. Como

motivo apresentou-se fatores como a falta de didática por parte dos docentes, visto

que é uma falha adquirida ainda durante a formação destes, não sendo um fator

intencional. Ainda resta o problema de como intervir na formação de engenheiros

eletricistas no Brasil.

O nosso estudo exploratório sobre os problemas da formação do engenheiro

eletricista ainda conclui que outro problema importante é relativo a metodologia

utilizada no ensino das disciplinas. As aulas são da formação livresca repetitiva de

conteúdo e sem experiências pedagógicas inovadoras. As aulas têm todas o

mesmo formato convencional, não examinado as linguagens em curso na

sociedade. As mídias produzem novas formas de comunicação, não treina os

usuários para novos hábitos e as aulas não fazem parte deste exercício social de

renovação. As aulas em geral não cativam o interesse dos alunos. Poderiam existir

experiências diferentes. Sim, no mercado internacional temos os cursos de

Engenharia Elétrica mais voltados para os laboratórios e os projetos para as aulas

e sendo também as avaliações baseadas em produtos e não apenas por provas

escritas de curta duração.

Descoberta a necessidade de haver mudanças no perfil formação do

profissional Engenheiro Eletricista, representantes da área apresentaram suas

sugestões acerca da modernização da grade curricular do curso de Engenharia

Elétrica e, também, da possível introdução de um projeto pedagógico que inove

quanto à prática docente. O objetivo disso é que se reformulem suas formas de

ensino, os modos de transmissão dos conteúdos e as formas de avaliações. O

problema não é apenas de exercício pedagógico, mas também de aproximar o

41

aluno da experiência profissional, dando na formação maior confiança quanto ao

trabalho que irá realizar na indústria e nos serviços de engenharia. Experiência

com projetos realistas e voltados para diferentes mercados é praticamente

inexistente nos cursos de engenharia elétrica.

Da forma que são os cursos de Engenharia Elétrica na atualidade tem-se

dúvida se eles realmente cumprem seu importante papel em contribuírem para que

saiam Engenheiros Eletricistas focados nas necessidades de mercado quanto à

realização de projetos e capacidade de criação de inovação. Ou seja, concluímos

que na maioria os cursos não atendem as necessidades de mercado, demorando

muito tempo para os engenheiros serem realmente produtivos e profissionais

competentes.

A pesquisa feita através da leitura de trabalhos publicados revelou que uma

flexibilização curricular vem para aumentar e para facilitar o discernimento do futuro

recém-formado, mas nem por isso tornar menos complexa o curso e nem tirando a

respeitabilidade dos profissionais perante a sociedade.

Com o intuito de adaptar o curso de Engenharia Elétrica aos próprios

horários do estudante e possibilitar mais horas de dedicação semanal do

mesmo( pois ele pode ser um aluno que também tenha um emprego) deveria haver

mais flexibilidade , o que já está sendo realizado em etapas de novas experiências.

Outro assunto abordado foi a questão da ética, devido ela ser relevante nas

diversas categorias profissionais. Como a Engenharia em si exerce um papel de

destaque na sociedade é interessante o conhecimento sobre como lidar com os

diversos públicos, como se portar diante deles. É desse ponto que se começa um

bom trabalho.

Entendo que a ética deve ser interna e externa. Tanto se deve seguir um

padrão de disciplina de conduta dentro de si, como com o mundo que se lida, pois

é necessário que nos respeitemos e que respeitemos as outras pessoas.

Há diversas maneiras de se seguir um padrão ético dentro e fora de si.

Alguns exemplos são: nunca se deve falar mal do ambiente de trabalho, ou nunca

nos perguntarmos o motivo de se cometer determinados erros sem em nenhum

momento buscar a solução. Deve-se, sim, escolher o ambiente de trabalho que

mais se adéqüe ao próprio perfil, procurando evitar futuras frustrações e sempre

procurarmos fazer o nosso melhor, buscando sempre a superação. Dados como

esses ajudam a nós mesmos e à empresa a crescer.

42

Devido a tecnologia do século passado terem avançado com a Engenharia

Elétrica observamos no trabalho que esta passou a ter em comum com a moderna

indústria. Ela está presente nos processos de automação, montagem de

equipamentos, inserção de tecnologia no mercado e movimentação e criação de

ideologias através de seus produtos.

O mercado cada vez mais consumidor por motivo do acesso às novidades

tecnológicas carrega consigo a gama por produtos mais desenvolvidos que os

anteriores, gerando curiosidades e libertando mentes através de suas inovações.

Devido à abrangência de empresas telefônicas no mercado brasileiro as

subcategorias da Engenharia Elétrica que mais se destacam atualmente são as

Telecomunicações e a Eletrônica, com aplicações práticas no cotidiano.

Mesmo o trabalho tendo dado ênfase as questões industriais existe uma

papel importante da formação com relação a pesquisa acadêmica. Uma instituição

de ensino superior que possua boa estrutura física, bons investimentos, que as

quantidades de bolsas estudantis atendam às necessidades da Universidade, irá

auxiliar o aluno nas suas deduções científicas, bem como motivar a sua vivência na

Universidade.

Em síntese, pode-se dizer que as conclusões tiradas do presente estudo

são:

1) Mudar métodos de ensino em união com os professores e inserção de

práticas pedagógicas;

2) Currículo flexibilizado quanto aos horários das disciplinas e os períodos

de realização.;

3) Melhorar instalações universitárias, existência de auditórios, áreas de

trabalho e reunião de estudo. Isso inclui construir laboratórios para aumentar as

aulas práticas e a possibilidade de realização de projetos;

4) Fatores anteriores reunidos (1,2,3) de forma a motivar os alunos a cursar

a Engenharia Elétrica;

5) E todas as soluções sugeridas vêm para tornar o profissional capacitado

que atenda às exigências do mercado de trabalho.

Portanto, acredito que os problemas abordados possuem fundamento e que

as soluções aqui apresentadas são possíveis de serem postas em prática, porém,

é claro, havendo força de vontade de todas as partes envolvidas.

43

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ANEXO

46

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49

APÊNDICE ( CRONOGRAMA)

50

ATIVIDADES SEMANAS1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Escolha do Tema x xColeta de Informações x x x x x x xAnálise de Informações x x x x x x x

Organização dos Conteúdos x x x x x x x x x xRedação do Trabalho x x x x x x x x

Reunião com o Orientador x x x x x x x x x x x xLevantamento Bibliográfico x x x x x

Reestruturação dos Conteúdos x x xArte Final x x x

Entrega do Trabalho xDefesa x

51