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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE
FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA/CE.
DISTRIBUIÇÃO POR URGÊNCIA
MOEMA, brasileira, solteira, desempregada,
natural de Fortaleza/CE, nascida em xx/xx/xx, portadora do R.G nº x, inscrita
no C.P.F sob nº x, residente e domiciliada em Fortaleza/CE, por seu advogado
in fine assinado, ut instrumento de procuração em anexo, vem,
respeitosamente, promover a presente
AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS
COM PEDIDO LIMINAR
com fulcro na Lei n. 11.804/2008 (Lei dos
Alimentos Gravídicos) e art. 1694 do Código Civil, contra
TOMÁS, brasileiro, solteiro, natural do Rio de
Janeiro, nascido em xx/xx/xx, portador do R.G nº x, inscrito no C.P.F sob nº,
residente e domiciliado no Rio de Janeiro, pelas razões de fato e direito
adiante articuladas:
I – DOS FATOS
A autora relata que conheceu Tomás em uma de suas
viagens a trabalho para Fortaleza, pois o mesmo era empresário e viajava com
frequência à cidade durante todo ano de 2010.
Logo iniciaram um namoro, frequentavam lugares juntos e o Réu
sempre a apresentava como sua namorada. Passado um tempo, Moema
deparou-se grávida de Tomás. Ao contar para o pai de seu filho sobre a
gravidez, ele recusou-se a reconhecer a paternidade, pois simplesmente não
queria ser pai naquela ocasião. Dessa forma, também não iria ajudar
financeiramente a mãe em sua gravidez e com o sustento da criança, que
ficaria ao encargo somente de Moema.
Ao descobrir sua gravidez, a autora estava desempregada e
impossibilitada de custear gastos como o do plano de saúde e das despesas
da gestação, que era de risco.
Através de fotos, declarações de amigos e diversos documentos
conferem indícios da paternidade de Tomás.
Tendo em vista que o pai se recusa a custear as despesas, a
presente demanda se faz necessária.
II – FUNDAMENTOS
Conforme o art. 1694 do Código Civil, é possível cônjuges ou
companheiros requererem alimentos uns aos outros, dos quais necessitem
para ter uma vida compatível com a sua condição social, como também a fim
de suprir a necessidade educacional. Sendo que o valor a ser fixado deve ser
proporcional às necessidades de quem os reclama e aos recursos da pessoa
obrigada a pagar.
A Lei de Alimentos Gravídicos em seu art. 2º prevê como
alimentos aqueles valores necessários para cobrir despesas durante o período
de gravidez, os referentes a alimentação, assistência médica, exames, parto,
medicamentos, outras prescrições a juízo do médico, etc. Importante destacar
no parágrafo único do mesmo artigo, que traz o dever do futuro pai de custear
as despesas da mulher grávida.
Com base na Lei supramencionada, em seu art. 6º prevê a
possibilidade do juiz fixar alimentos gravídicos, caso esteja convencido da
existência de indícios da paternidade, e aqueles perdurarão até o nascimento
da criança. Com o nascimento com vida, os alimentos gravídicos são
convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes
solicite a sua revisão.
O entendimento deste artigo é exposto em um julgado do Tribunal
de Justiça do Rio Grande do Sul:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
ALIMENTOS GRAVÍDICOS. POSSIBILIDADE, NO
CASO. O requisito exigido para a concessão dos
alimentos gravídicos, qual seja, "indícios de
paternidade", nos termos do art. 6º da Lei nº
11.804/08, deve ser examinado, em sede de cognição
sumária, sem muito rigorismo, tendo em vista a
dificuldade na comprovação do alegado vínculo de
parentesco já no momento do ajuizamento da ação,
sob pena de não se atender à finalidade da lei, que é
proporcionar ao nascituro seu sadio desenvolvimento.
E o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal:
ALIMENTOS GRAVÍDICOS - INDÍCIOS DE
PATERNIDADE - CORRETA FIXAÇÃO - GESTANTE -
NECESSIDADE PRESUMIDA - COMPROVAÇÃO
DAS POSSIBILIDADES - DECISÃO MANTIDA.
1)- NOS TERMOS DO ARTIGO 6º DA LEI Nº
11.804/2008, "CONVENCIDO DA EXISTÊNCIA DE
INDÍCIOS DA PATERNIDADE, O JUIZ FIXARÁ
ALIMENTOS GRAVÍDICOS QUE PERDURARÃO ATÉ
O NASCIMENTO DA CRIANÇA, SOPESANDO AS
NECESSIDADES DA PARTE AUTORA E AS
POSSIBILIDADES DA PARTE RÉ." 2)- POSSÍVEL A
FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS QUANDO,
EM AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO, TESTEMUNHA
TRAZ INDÍCIO DE PROVA DA PATERNIDADE DO
NASCITURO. 3)- OS ALIMENTOS GRAVÍDICOS
COMPREENDEM VALORES SUFICIENTES PARA
COBRIR AS DESPESAS REFERENTES AO
PERÍODO DE GRAVIDEZ E QUE SEJAM DELA
DECORRENTES, UMA VEZ QUE A NECESSIDADE
EM CASO DE GESTANTE É PRESUMIDA. 4) -
DEMONSTRADAS AS POSSIBILIDADES DO
AGRAVANTE EM ARCAR COM OS ALIMENTOS NO
IMPORTE FIXADO, NÃO HÁ MOTIVO PARA
REFORMA DA DECISÃO ATACADA. 5)- RECURSO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
De fato a autora da presente ação possui meios de provar o
relacionamento com o Réu, através de testemunhas e documentos que
demonstram indícios fortes da paternidade de Tomás.
Em conformidade com o art. 4º da Lei de Alimentos (Lei
5.478/68), a parte que não possuir meios para custear o processo, gozará do
benefício da gratuidade, através de afirmativa de suas condições perante o juiz.
Moema apresenta-se desempregada, portanto, necessita deste benefício.
Destarte, a autora requer a fixação dos alimentos desde o
despacho inicial (liminar).
A ação de alimentos gravídicos é o meio adequado para
satisfazer as necessidades da autora e do nascituro.
III – PEDIDO
Por todo o exposto, requer:
a) a fixação de alimentos desde o despacho inicial no valor
equivalente a x salários mínimos;
b) a procedência do pedido, para condenar o réu, dentro de suas
possibilidades, ao pagamento de prestação alimentícia no
valor suficiente para atender as necessidades do autor, valor
este, não inferior aos fixados liminarmente;
c) CITAÇÃO PESSOAL POR OFICIAL DE JUSTIÇA do réu, no
prazo de 5 dias, para querendo, contestar a presente ação,
sob pena de serem tidos como verdadeiros os fatos alegados
na inicial;
d) Intimação do membro do Ministério Público;
e) Pretende provar o alegado através de todos os meios de prova
em Direito admitidos, em especial a testemunhal e
documental.
f) Requer o deferimento dos Benefícios da Gratuidade da
Justiça, por não ter condições de arcar com as despesas
processuais e honorários sem prejuízo do próprio sustento.
Junta declaração de carência (doc. x).
g) Requer a prioridade na tramitação do presente feito, nos
termos do artigo 152, § único do ECA.
h) Ainda requer que o réu seja condenado ao pagamento de
custas e honorários advocatícios.
Dá-se à causa o valor de R$ 12.000,00 (doze mil)
reais, conforme art. 259 do CPC.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Fortaleza, .... de março de 2013.
_________________________
OAB