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16 M I N A S G E R A I S BELO HORIZONTE, MG - BRASIL, 15 de março a 15 de abril de 2013 Fale-nos sobre o cidadão e o dirigente de turismo, Ba- ques Sanna. Sou graduado em engenha- ria pela PUC-Minas (na época IPUC-Instituto Politécnico da Universidade Católica), e pós- graduado em Comércio Exte- rior pela UNA. Como engenheiro, atuei por vários anos no setor side- rúrgico (Usiminas e Açominas, atual Gerdau) e estou há mais de cinco anos na direção geral do Instituto Estrada Real. Sou membro do CET-Con- selho Estadual de Turismo, coordenador da Câmara de Grandes Eventos do COMTUR- Conselho Municipal de Tu- rismo de Belo Horizonte, conselheiro do Centro Cultu- ral Yves Alves e cidadão hono- rário de Tiradentes, Vitória/ES e Hóspede Ilustre da Municipalidad Distrital de Los Baños del Inca, em Caja- marca/Peru. Apoiado por uma equipe jovem, talentosa e supercom- petente, formada em sua maioria por turismólogos, mas também por administradores e economistas, e também pela Fiemg, principalmente pelo presidente Olavo Ma- chado Jr., colega de turma no IPUC, amigo particular e com uma atenção especial ao tu- rismo e à cultura do nosso es- tado, tenho que creditar a todos os citados o sucesso do IER neste período de minha gestão. Juntos, conseguimos levar o IER ao Brasil e ao mundo, tendo como um dos principais responsáveis o projeto de Tu- rismo de Lazer com a parceria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com o governo do estado. Este projeto permitiu que todos os países da área de atuação do banco – América Latina e Ca- ribe - tenham conhecimento e demonstrado interesse no nosso projeto. Recentemente recebemos uma missão oficial do governo do Haiti, que veio conhecer de perto o projeto e que, por intermédio do BID, manifestou desejo de que o projeto Estrada Real seja re- plicado naquele país. Outros países como o Peru, o Equa- dor, a Argentina, a República Dominicana e o Chile, têm tido contatos e reuniões com o IER no sentido de melhor conhecer o projeto e também de ter apoio do Instituto para desenvolvimento de projetos que são similares ao nosso. No Brasil, estados como o Espí- rito Santo (ao qual já estamos prestando serviços de apoio na implantação de projeto tu- rístico bastante similar ao nosso, também apoiado pela Federação das Indústrias e pelo governo daquele es- tado), Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Amazonas também já demonstraram interesse no desenvolvimento de ações conjuntas. A Estrada Real é um dos maiores complexos turísti- cos do Brasil, destino reco- nhecido no exterior. Como estão os indicadores de ocu- pação da Estrada Real? R - No que se refere à taxa de ocupação dos meios de hospedagem, estamos recu- perando quedas anteriores. Embora a oferta de meios de hospedagem tenha crescido bastante nos últimos dois anos (mais de 100 novos ho- téis e ampliações/moderniza- ções em todo o estado) em função dos eventos esportivos (Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíadas), do evento religioso Jornada Mundial da Juventude e de vários eventos do setor de tu- rismo de negócios que estão sendo captados por Minas, as taxas de ocupação vêm su- bindo lenta, mas constante- mente. A Estrada Real possui quatro caminhos. Quais as características de cada um e como devem ser explorados pelos turistas? R - O Caminho Velho, o pri- meiro a ser construído, no iní- cio do século 18, liga Paraty (RJ) a Ouro Preto (MG). Passa por 22 municípios de São Paulo e entra em Minas Gerais pelo sul do estado. Segue pelo Circuito das Águas e chega a algumas das mais tradicionais cidades históricas mineiras: São João del-Rey, Tiradentes e Ouro Preto. O trecho Entre Rios de Minas e Cruzília é co- nhecido como o berço do ca- valo Mangalarga Marchador. E Maria da Fé, antes conhecida por ser a cidade mais fria de Minas, agora tem um projeto de produção de azeite extra- virgem de qualidade igual ou mesmo superior aos seus pares da Europa. O Caminho dos Diamantes liga Ouro Preto à Diamantina. Além de ter início e fim em duas das mais importantes ci- dades históricas do estado, passa pelo Serro, onde é pro- duzido o queijo famoso, con- siderado patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco. Está em sua área de abran- gência a Cachoeira do Tabu- leiro, com 279 metros de queda d’agua, a 3ª mais alta do país. A região possui vários filhos ilustres, entre eles o ex-presidente Juscelino Ku- bistschek e o poeta Carlos- Drummond de Andrade. O Caminho de Saburabuçu (serra que brilha, na lingua- gem indígena) é na verdade um anel que se inicia e ter- mina em Ouro Preto – com seus 13 distritos, e que iclui outros sete municípios. O Caminho Novo, ligando Ouro Preto ao Rio de Janeiro, passa por cidades importantes do estado como Barbacena e Juiz de Fora, e chega ao Rio de Janeiro passando por Pe- trópolis, Itaipava e Magé. Em Santana dos Montes, estão localizadas várias pou- sadas conhecidas pelo charme, beleza da região e qualidade dos serviços ofere- cidos. Quais são os principais roteiros planificados e o que oferecem ? R - Cada um dos caminhos possui suas características, atrativos e atrações. Dentro deles, temos projetos especí- ficos de atração de turistas. Podemos salientar o Caminho Religioso da Estrada Real (Crer), que tem como subtí- tulo “De Padroeira a Pa- droeira”, pois liga o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, em Caeté, até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, pa- droeira do Brasil, em Apare- cida (SP). Sua área de influência conta com 86 mu- nicípios dos dois estados. Existe ainda o projeto VER – Vivendo a Estrada Real, de- senvolvido em parceria com o Sesi-MG. Nele, atuamos nas cidades de Barão de Cocais, Caeté, Catas Altas e Santa Bárbara, desenvolvendo o tu- rismo da região e capacitando o pessoal envolvido direta e indiretamente com o turismo. Existem ainda, para todos os turistas, centenas de rotei- ros e pacotes de viagens ofe- recidos pelas melhores agências de turismo. A Estrada Real faz parte do leque de opções nas empresas do ramo, com atrativos espa- lhados por todos os caminhos e que atendem aos diferentes estilos de viajantes, desde os mais aventureiros até os que preferem o turismo român- tico. No site, www.estrada- real.org.br, oferecemos ainda roteiros planilhados para tu- ristas que gostam de viajar por conta própria. Com infor- mações precisas sobre os ca- minhos da rota histórica, buscamos subsidiar o viajante com detalhes sobre o trajeto da Estrada Real. Quais são os principais parceiros da Estrada Real? O Instituto Estrada Real, organização sem fins lucrati- vos, foi criado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em 1999. No setor privado, o Sesi- MG, entidade do Sistema Fiemg, é parceiro do IER em praticamente todas as ações. Também o Sebrae-MG e o trade turístico de Minas são nossos parceiros constantes. No setor público, princi- palmente as secretarias de Estado de Turismo e Cultura, o Ministério do Turismo e a Embratur. O IER tem equipe jovem, talentosa e supercompetente, formada por turismólogos, administradores e economistas O presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr., tem atenção para com o turismo e a cultura Diretor-Geral do Instituto Estrada Real Baques Sanna ANTÔNIO CLARET GUERRA REPÓRTER ENTREVISTA

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16M I N A S G E R A I SBELO HORIZONTE, MG - BRASIL, 15 de março a 15 de abril de 2013

Fale-nos sobre o cidadãoe o dirigente de turismo, Ba-ques Sanna.

Sou graduado em engenha-ria pela PUC-Minas (na épocaIPUC-Instituto Politécnico daUniversidade Católica), e pós-graduado em Comércio Exte-rior pela UNA.

Como engenheiro, atueipor vários anos no setor side-rúrgico (Usiminas e Açominas,atual Gerdau) e estou há maisde cinco anos na direção geraldo Instituto Estrada Real.

Sou membro do CET-Con-selho Estadual de Turismo,coordenador da Câmara deGrandes Eventos do COMTUR-Conselho Municipal de Tu-rismo de Belo Horizonte,conselheiro do Centro Cultu-ral Yves Alves e cidadão hono-rário de Tiradentes,Vitória/ES e Hóspede Ilustreda Municipalidad Distrital deLos Baños del Inca, em Caja-marca/Peru.

Apoiado por uma equipejovem, talentosa e supercom-petente, formada em suamaioria por turismólogos, mastambém por administradorese economistas, e tambémpela Fiemg, principalmentepelo presidente Olavo Ma-chado Jr., colega de turma noIPUC, amigo particular e comuma atenção especial ao tu-rismo e à cultura do nosso es-tado, tenho que creditar atodos os citados o sucesso doIER neste período de minhagestão.

Juntos, conseguimos levaro IER ao Brasil e ao mundo,tendo como um dos principaisresponsáveis o projeto de Tu-rismo de Lazer com a parceriado Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID) e como governo do estado. Esteprojeto permitiu que todos ospaíses da área de atuação dobanco – América Latina e Ca-ribe - tenham conhecimento edemonstrado interesse nonosso projeto. Recentementerecebemos uma missão oficialdo governo do Haiti, que veioconhecer de perto o projeto eque, por intermédio do BID,manifestou desejo de que oprojeto Estrada Real seja re-

plicado naquele país. Outrospaíses como o Peru, o Equa-dor, a Argentina, a RepúblicaDominicana e o Chile, têmtido contatos e reuniões como IER no sentido de melhorconhecer o projeto e tambémde ter apoio do Instituto paradesenvolvimento de projetosque são similares ao nosso. NoBrasil, estados como o Espí-rito Santo (ao qual já estamosprestando serviços de apoiona implantação de projeto tu-rístico bastante similar aonosso, também apoiado pelaFederação das Indústrias epelo governo daquele es-tado), Bahia, Goiás, RioGrande do Sul, Mato Grossodo Sul e Amazonas também jádemonstraram interesse nodesenvolvimento de açõesconjuntas.

A Estrada Real é um dosmaiores complexos turísti-cos do Brasil, destino reco-nhecido no exterior. Comoestão os indicadores de ocu-pação da Estrada Real?

R - No que se refere à taxade ocupação dos meios dehospedagem, estamos recu-perando quedas anteriores.Embora a oferta de meios dehospedagem tenha crescidobastante nos últimos doisanos (mais de 100 novos ho-téis e ampliações/moderniza-ções em todo o estado) emfunção dos eventos esportivos(Copa das Confederações,Copa do Mundo, Olimpíadas),do evento religioso JornadaMundial da Juventude e devários eventos do setor de tu-rismo de negócios que estãosendo captados por Minas, astaxas de ocupação vêm su-bindo lenta, mas constante-mente.

A Estrada Real possuiquatro caminhos. Quais ascaracterísticas de cada um ecomo devem ser exploradospelos turistas?

R - O Caminho Velho, o pri-meiro a ser construído, no iní-cio do século 18, liga Paraty(RJ) a Ouro Preto (MG). Passapor 22 municípios de SãoPaulo e entra em Minas Geraispelo sul do estado. Segue peloCircuito das Águas e chega aalgumas das mais tradicionais

cidades históricas mineiras:São João del-Rey, Tiradentese Ouro Preto. O trecho EntreRios de Minas e Cruzília é co-nhecido como o berço do ca-valo Mangalarga Marchador. EMaria da Fé, antes conhecidapor ser a cidade mais fria deMinas, agora tem um projetode produção de azeite extra-virgem de qualidade igual oumesmo superior aos seuspares da Europa.

O Caminho dos Diamantesliga Ouro Preto à Diamantina.Além de ter início e fim emduas das mais importantes ci-dades históricas do estado,passa pelo Serro, onde é pro-duzido o queijo famoso, con-siderado patrimônio imaterialda humanidade pela Unesco.Está em sua área de abran-gência a Cachoeira do Tabu-leiro, com 279 metros dequeda d’agua, a 3ª mais altado país. A região possui váriosfilhos ilustres, entre eles oex-presidente Juscelino Ku-bistschek e o poeta Carlos-Drummond de Andrade.

O Caminho de Saburabuçu(serra que brilha, na lingua-gem indígena) é na verdadeum anel que se inicia e ter-mina em Ouro Preto – comseus 13 distritos, e que icluioutros sete municípios.

O Caminho Novo, ligandoOuro Preto ao Rio de Janeiro,passa por cidades importantesdo estado como Barbacena eJuiz de Fora, e chega ao Riode Janeiro passando por Pe-trópolis, Itaipava e Magé.

Em Santana dos Montes,estão localizadas várias pou-sadas conhecidas pelocharme, beleza da região equalidade dos serviços ofere-cidos.

Quais são os principaisroteiros planificados e o queoferecem ?

R - Cada um dos caminhospossui suas características,atrativos e atrações. Dentrodeles, temos projetos especí-ficos de atração de turistas.Podemos salientar o CaminhoReligioso da Estrada Real

(Crer), que tem como subtí-tulo “De Padroeira a Pa-droeira”, pois liga o Santuáriode Nossa Senhora da Piedade,padroeira de Minas Gerais,em Caeté, até o Santuário deNossa Senhora Aparecida, pa-droeira do Brasil, em Apare-cida (SP). Sua área deinfluência conta com 86 mu-nicípios dos dois estados.

Existe ainda o projeto VER– Vivendo a Estrada Real, de-senvolvido em parceria com oSesi-MG. Nele, atuamos nascidades de Barão de Cocais,Caeté, Catas Altas e SantaBárbara, desenvolvendo o tu-rismo da região e capacitandoo pessoal envolvido direta eindiretamente com o turismo.

Existem ainda, para todosos turistas, centenas de rotei-ros e pacotes de viagens ofe-recidos pelas melhoresagências de turismo.

A Estrada Real faz parte doleque de opções nas empresasdo ramo, com atrativos espa-lhados por todos os caminhose que atendem aos diferentesestilos de viajantes, desde osmais aventureiros até os quepreferem o turismo român-tico.

No site, www.estrada-real.org.br, oferecemos aindaroteiros planilhados para tu-ristas que gostam de viajarpor conta própria. Com infor-mações precisas sobre os ca-minhos da rota histórica,buscamos subsidiar o viajantecom detalhes sobre o trajetoda Estrada Real.

Quais são os principaisparceiros da Estrada Real?

O Instituto Estrada Real,organização sem fins lucrati-vos, foi criado pela Federaçãodas Indústrias do Estado deMinas Gerais (Fiemg) em1999.

No setor privado, o Sesi-MG, entidade do SistemaFiemg, é parceiro do IER empraticamente todas as ações.Também o Sebrae-MG e otrade turístico de Minas sãonossos parceiros constantes.

No setor público, princi-palmente as secretarias deEstado de Turismo e Cultura,o Ministério do Turismo e aEmbratur.

O IER tem equipe jovem, talentosa e supercompetente,formada por turismólogos,

administradores e economistas

O presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr., tem atenção para com o turismo e a cultura

Diretor-Geral do Instituto Estrada Real

Baques Sanna

ANTÔNIO CLARET GUERRAREPÓRTER“

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