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Sanidade 16 Suínos & Cia Ano VII - nº 43/2012 tas a seguir. Considerando a gravidade da infecção pelo vírus da PRRS (PRRSv), há uma vasta literatura sobre experimentos científicos a campo realizados na Améri- ca do Norte e Europa nos últimos 20 anos com este agente, e, portanto, usaremos muitos exemplos baseados no controle/ eliminação de PRRSv. Vale ressaltar que os princípios adotados com PRRSv (co- nhecimentos acumulados) podem ser ex- trapolados a outras doenças infecciosas de suínos: Aclimatização de marrãs antes da introdução no rebanho para o desen- volvimento de imunidade protetora contra patógenos, como descrito para PRRSv (Dee et al., 1995; Dee, 2003). Como exemplo, fêmeas por volta de 12 semanas de idade ou 2 a 3 meses antes da introdu- ção no rebanho são expostas deliberada- mente ao vírus da PRRS via inoculação de soro de animais virêmicos ou via vaci- nação, utilizando vacina viva atenuada (FitzSimmons and Daniels, 2003). Despovoamento parcial com o objetivo de eliminar o ciclo de transmis- são do vírus da PRRS. Esta estratégia é baseada no despovoamento da creche. No entanto, algumas limitações envolvem a logística para transferir os animais des- mamados para outro local e a necessida- de de repetir este procedimento a cada 1 ou 2 anos (Dee and Joo, 1994; Dee et al., 1997b). Práticas de manejo para minimi- zar transmissão horizontal de PRRSv, in- cluindo (a) fluxo de animais todos dentro- todos fora, o que consiste na prevenção Tabela 1 – Pilares básicos para início de um programa de eliminação de agentes infecciosos de sistemas de produção de suínos. Conhecimento Justificativa Agentes infecciosos que não atendem Origem de infecções Precisa-se ter conhecimento sobre as potenciais fontes de infecção de animais Lawsonia intracellularis a Mecanismos de transmissão entre animais e entre granjas Transmissão vertical e/ou horizontal? De porca para leitão? Via sêmen? Aerossóis? Zoonose? Aves e/ou roedores são susceptíveis? Insetos atuam como vetores? Vírus da Influenza Disponibilidade de técnicas de diagnóstico precisas Técnicas precisas para determinação sobre infecção (ex. sorologia) ou excreção (ex. diagnóstico molecular) são essenciais para definição do estágio do programa de eliminação e, posteriormente, para confirmação do sucesso da operação Mycoplasma hyopneumoniae b , Haemophilus parasuis Disponibilidade de animais de reposição SPF A disponibilidade de animais de reposição livres para determinado patógeno (SPF) é pré-requisito para um programa de eliminação sustentável a longo prazo Alguns patógenos são endêmicos na maioria das granjas, mesmo de alto nível em pirâmides genéticas, como exemplo, Erisipelas, Parvovírus, Leptospiras, Haemophilus parasuis, A. suis. Bordetella bronchiseptica, E.coli, Pasteurella multocida. Correlação entre parâmetros imunológicos e imunidade protetora Conhecimento sobre imunidade protetora deve existir: um animal infectado elimina o patógeno eventualmente, ou pelo menos para de excretar o agente em algum ponto? Imunidade protetora pode ser correlacionada com medição de anticorpos neutralizantes? H. parasuis, Lawsonia intracelullaris a. Embora haja teorias e especulações, não se sabe como este microrganismo sobrevive no meio ambiente, bem como a existência de vetores biológicos ou mecânicos e/ou reservatórios. b. Uma das limitações em programas de controle/eliminação deste patógeno é a incerteza sobre a negatividade de animais devido ao possível longo período de incubação de Mh. Além disso, os diagnósticos sorológicos são frequentemente inconclusivos. De qualquer forma, programas de eliminação de Mh sem depopulação existem e têm uma taxa de sucesso razoável. Um dos pilares básicos para o início do programa de eliminação de agentes infecciosos é conhecer os mecanismos de transmissão entre os animais e granjas

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com este agente, e, portanto, usaremos muitos exemplos baseados no controle/ eliminação de PRRSv. Vale ressaltar que os princípios adotados com PRRSv (co- nhecimentos acumulados) podem ser ex- Transmissão vertical e/ou horizontal? De porca para leitão? Via sêmen? Aerossóis? Zoonose? Aves e/ou roedores são susceptíveis? Insetos atuam como vetores? Mecanismos de transmissão entre animais e entre granjas Disponibilidade de técnicas de diagnóstico precisas Vírus da Influenza 16

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Sanidade

16Suínos & Cia Ano VII - nº 43/2012

tas a seguir. Considerando a gravidade da infecção pelo vírus da PRRS (PRRSv), há uma vasta literatura sobre experimentos científicos a campo realizados na Améri-ca do Norte e Europa nos últimos 20 anos

com este agente, e, portanto, usaremos muitos exemplos baseados no controle/eliminação de PRRSv. Vale ressaltar que os princípios adotados com PRRSv (co-nhecimentos acumulados) podem ser ex-

trapolados a outras doenças infecciosas de suínos:

Aclimatização de marrãs antes •da introdução no rebanho para o desen-volvimento de imunidade protetora contra patógenos, como descrito para PRRSv (Dee et al., 1995; Dee, 2003). Como exemplo, fêmeas por volta de 12 semanas de idade ou 2 a 3 meses antes da introdu-ção no rebanho são expostas deliberada-mente ao vírus da PRRS via inoculação de soro de animais virêmicos ou via vaci-nação, utilizando vacina viva atenuada (FitzSimmons and Daniels, 2003).

Despovoamento parcial com o •objetivo de eliminar o ciclo de transmis-são do vírus da PRRS. Esta estratégia é baseada no despovoamento da creche. No entanto, algumas limitações envolvem a logística para transferir os animais des-mamados para outro local e a necessida-de de repetir este procedimento a cada 1 ou 2 anos (Dee and Joo, 1994; Dee et al., 1997b).

Práticas de manejo para minimi-•zar transmissão horizontal de PRRSv, in-cluindo (a) fluxo de animais todos dentro-todos fora, o que consiste na prevenção

Tabela 1 – Pilares básicos para início de um programa de eliminação de agentes infecciosos de sistemas de produção de suínos.

Conhecimento Justificativa Agentes infecciosos que não atendem

Origem de infecçõesPrecisa-se ter conhecimento sobre as potenciais fontes de infecção de animais

Lawsonia intracellularis a

Mecanismos de transmissão entre animais e entre granjas

Transmissão vertical e/ou horizontal? De porca para leitão? Via sêmen? Aerossóis? Zoonose? Aves e/ou roedores são susceptíveis? Insetos atuam como vetores?

Vírus da Influenza

Disponibilidade de técnicas de diagnóstico precisas

Técnicas precisas para determinação sobre infecção (ex. sorologia) ou excreção (ex. diagnóstico molecular) são essenciais para definição do estágio do programa de eliminação e, posteriormente, para confirmação do sucesso da operação

Mycoplasma hyopneumoniae b, Haemophilus parasuis

Disponibilidade de animais de reposição SPF

A disponibilidade de animais de reposição livres para determinado patógeno (SPF) é pré-requisito para um programa de eliminação sustentável a longo prazo

Alguns patógenos são endêmicos na maioria das granjas, mesmo de alto nível em pirâmides genéticas, como exemplo, Erisipelas, Parvovírus, Leptospiras, Haemophilus parasuis, A. suis. Bordetella bronchiseptica, E.coli, Pasteurella multocida.

Correlação entre parâmetros imunológicos e imunidade protetora

Conhecimento sobre imunidade protetora deve existir: um animal infectado elimina o patógeno eventualmente, ou pelo menos para de excretar o agente em algum ponto? Imunidade protetora pode ser correlacionada com medição de anticorpos neutralizantes?

H. parasuis, Lawsonia intracelullaris

a. Embora haja teorias e especulações, não se sabe como este microrganismo sobrevive no meio ambiente, bem como a existência de vetores biológicos ou mecânicos e/ou reservatórios.b. Uma das limitações em programas de controle/eliminação deste patógeno é a incerteza sobre a negatividade de animais devido ao possível longo período de incubação de Mh. Além disso, os diagnósticos sorológicos são frequentemente inconclusivos. De qualquer forma, programas de eliminação de Mh sem depopulação existem e têm uma taxa de sucesso razoável.

Um dos pilares básicos para o início do programa de eliminação de agentes infecciosos é conhecer os mecanismos de transmissão entre os animais e granjas