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ESCOLA BÁSICA DA VENDA DO PINHEIRO PORTUGUÊS – 7.º ANO
PROVA GERAL DE ESCOLA 2013/2014
GRUPO I – COMPREENSÃO DE TEXTO INFORMATIVO
Lê o texto de Teresa Violante (Gingko, 7 de outubro de 2008) e realiza as atividades propostas.
1. Para cada um dos itens que se seguem (1.1 a 1.5), escolhe a letra correspondente à alternativa que completa
cada afirmação de acordo com o sentido do texto.
1.1 A afirmação que melhor resume o espírito do Bookcrossing é
(A) se um livro é caro, não o devemos perder de vista.
(B) se gostamos de livros, não os devemos estragar.
(C) se um livro nos cativa, não o devemos guardar só para nós.
(D) se queremos uma biblioteca, não devemos emprestar livros.
1.2 Na expressão «por outros» (linha 8), a palavra «outros» deve ser entendida como
(A) outros espaços.
(B) outros livros.
(C) outros percursos.
(D) outros leitores.
1.3 Teresa Laranjeiro é apresentada como «leitora compulsiva» (linha 13), o que significa que se trata
de alguém que
(A) obriga as outras pessoas a lerem.
(B) lê apenas em certas ocasiões.
(C) sente sempre necessidade de ler.
(D) lê somente por obrigação.
1.4 A expressão «a ambição de tornar o mundo numa biblioteca gigante» (linhas 17 e 18) contém uma
(A) personificação.
(B) hipérbole.
(C) antítese.
(D) enumeração.
1.5 Na expressão «estão registados 47» (linha 22), o número representa a quantidade de
(A) lugares destinados a deixar e a recolher livros.
(B) adeptos portugueses do Bookcrossing.
(C) livros encontrados pelos adeptos do movimento.
(D) países onde se pratica o Bookcrossing.
GRUPO II – COMPREENSÃO DO TEXTO E EXPRESSÃO ESCRITA
Lê atentamente os excertos da obra O Cavaleiro da Dinamarca, de Sophia de Mello Breyner. Depois responde, de forma clara e completa, às questões que te são colocadas. Há muitos anos, há dezenas e centenas de anos, havia em certo lugar da Dinamarca, no extremo Norte do país, perto do mar, uma grande floresta de pinheiros, tílias, abetos e carvalhos. Nessa floresta morava com a sua família um Cavaleiro. Viviam numa casa construída numa clareira rodeada de bétulas. E em frente da porta de casa havia um grande pinheiro que era a árvore mais alta da floresta. A maior festa do ano, a maior alegria, era no inverno, no centro do inverno, na noite comprida e fria do Natal. Então havia sempre grande azáfama em casa do Cavaleiro. Juntava-se a família e vinham amigos e parentes, criados da casa e servos da floresta. A noite de Natal era igual todos os anos. Sempre a mesma festa, sempre a mesma ceia, sempre as mesmas coroas de azevinho penduradas nas portas, sempre as mesmas histórias. Mas as coisas tantas vezes repetidas e as histórias tantas vezes ouvidas pareciam cada ano mais belas e mais misteriosas. Até que certo Natal aconteceu naquela casa uma coisa que ninguém esperava. Pois terminada a ceia o Cavaleiro voltou-se para a sua família, para os seus amigos e para os seus criados e disse: - Temos sempre festejado e celebrado juntos a noite de Natal. E esta festa tem sido para nós cheia de paz e alegria. Mas de hoje a um ano não estarei aqui. - Porquê? – perguntaram os outros todos com grande espanto. - Vou partir – respondeu ele. – Vou em peregrinação à Terra Santa e quero passar o próximo Natal na gruta onde Cristo nasceu e onde rezaram os pastores, os Reis Magos e os Anjos. Também eu quero rezar ali. Partirei na próxima primavera. De hoje a um ano estarei em Belém e, de hoje a dois anos estaremos, se Deus quiser, reunidos de novo. A mulher do Cavaleiro ficou aflita e inquieta com a notícia. Mas não tentou convencer o marido a ficar, pois ninguém deve impedir um peregrino de partir.
Caminhava ao acaso, levado por pura esperança, pois nada via e nada ouvia. As ramagens roçavam-lhe a cara e caminhava sem norte e sem oriente. O cavalo enterrava-se na neve e avançava muito devagar. Até que de repente parou. O homem tocou-o com as esporas mas ele continuou imóvel e hirto. - Vou morrer esta noite – pensou o Cavaleiro. Então lembrou-se da grande noite azul de Jerusalém toda bordada de constelações. E lembrou-se de Baltazar, Gaspar e Melchior que tinham lido no céu o seu caminho. O céu aqui era escuro, velado, pesado de silêncio. Nele não se ouvia nenhuma voz nem se via nenhum sinal. Mas foi em frente desse céu fechado e mudo que o Cavaleiro rezou. Rezou a oração dos Anjos, o grande grito de alegria, de confiança e de aliança que numa noite antiquíssima tinha atravessado o céu transparente da Judeia. As palavras ergueram-se uma por uma no puro silêncio da neve: - Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade. Então, na massa escura dos arvoredos começou ao longe a crescer uma pequena claridade. - Deus seja bendito! – murmurou o Cavaleiro. – Deve ser uma fogueira. Deve ser algum lenhador perdido como eu que acendeu uma fogueira. A minha reza foi ouvida. Junto dum lume e ao lado de outro homem poderei esperar pelo nascer do dia. O cavalo relinchou. Também ele tinha visto a luz. E reunindo as suas forças o homem e o animal recomeçaram a avançar. A luz continuava a crescer e à medida que crescia, subindo do chão para o céu, ia tomando a forma dum cone.
Era um grande triângulo radioso cujo cimo subia mais alto do que todas as árvores. Agora toda a floresta se iluminava. Os gelos brilhavam, a neve mostrava a sua brancura, o ar estava cheio de reflexos multicolores, grandes raios de luz passavam entre os troncos e as ramagens. - Que maravilhosa fogueira – pensou o Cavaleiro. – Nunca vi fogueira tão bela! Mas quando chegou em frente da claridade viu que não era uma fogueira, pois era ali a clareira de bétulas onde ficava a sua casa.
(texto com supressões)
Os excertos que acabaste de ler correspondem a dois momentos completamente diferentes. 1. Descreve, por palavras tuas, o Natal em casa da personagem principal. 2. Qual foi a decisão tomada por essa personagem naquele Natal? O que a motivou? 3. Como reagiu a mulher do Cavaleiro a essa decisão? Justifica. 4. Durante a sua viagem, o Cavaleiro visitou vários lugares e ouviu muitas histórias. 4.1 Refere o nome de uma dessas histórias, identificando também a localidade onde a ouviu. 4.1.1 Indica o processo narrativo utilizado para inserir essa narrativa secundária na ação principal. 5. A segunda parte do texto refere-se a um momento de grande dificuldade que o Cavaleiro teve que enfrentar. 5.1 Retira do texto dois exemplos que comprovem a afirmação anterior. 6. Indica duas características psicológicas do Cavaleiro que deduzas do seu comportamento ou atitudes. 7. Como conseguiu o Cavaleiro encontrar o caminho para casa? 8. Classifica o narrador desta história quanto à presença. Justifica a tua resposta e retira um exemplo do texto. 9. Identifica os recursos expressivos presentes nas frases: 9.1 “Juntava-se a família e vinham amigos e parentes, criados da casa e servos da floresta.“; 9.2 “O céu aqui era escuro, velado, pesado de silêncio.“.
GRUPO III – GRAMÁTICA
1. Considera as sete palavras sublinhadas no conto transcrito. Indica apenas as suas classes e subclasses
(sempre que possível).
2. “Também ele tinha visto a luz. “
2.1 Indica o tempo e o modo em que se encontra a forma verbal presente na frase acima transcrita.
2.1.1 Coloca-a nos tempos e modos pedidos:
a) Pretérito imperfeito simples do Conjuntivo;
b) Pretérito mais-que-perfeito simples do Indicativo.
3. Substitui as expressões sublinhadas por pronomes e reescreve novamente a frase.
3.1 Ele vai contar a história de Vanina.
3.2 O Cavaleiro empurrará o cavalo.
3.3 Os amigos convenceram o Cavaleiro a ficar.
3.4 O Cavaleiro não esqueceu a família.
3.5 Ele fez o caminho sem saber bem onde estava.
3.6 O Cavaleiro abraçou a mulher e deu um beijo aos filhos.
4. Faz a análise sintática das frases seguintes.
4.1 A sua família ofereceu-lhe várias prendas, naquele Natal.
4.2 Felizmente, tudo correu bem.
GRUPO III – PRODUÇÃO ESCRITA
O segundo momento do texto apresentado corresponde ao desenlace da obra em estudo. Transforma-o a
partir do primeiro parágrafo (“Caminhava ao acaso, (…) sem norte e sem oriente.”), redigindo um final diferente.
Deves incluir um excerto descritivo e outro de diálogo.
O texto deverá ter entre 140 e 180 palavras.
Não te esqueças de obedecer à estrutura deste tipo
de texto e de utilizares uma linguagem correta.
Planifica, com cuidado, o teu texto, fazendo primeiro
um rascunho. Depois, relê o que escreveste e verifica o que
podes melhorar ou corrigir. Só no fim, deverás passá-lo a
limpo para a folha de teste.
Não te esqueças que o aspeto gráfico do teu
trabalho é muito importante, por isso cumpre todas as
regras que já te foram ensinadas na aula de Português.