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SEGURANÇA SEGURANÇA ALVALADE DO SADO Solidariedade entre bombeiros BRAGANÇA Compromisso com o futuro PRAIAS Segurança garantida Páginas 20 e 21 Página 27 Página 13 Página 40 Página 9 PREVENÇÃO NO PARQUE NATURAL CEDIDA PELA CML CEDIDA PELA CML BOMBEIROS PORTUGUESES COM NOVA CASA BOMBEIROS PORTUGUESES COM NOVA CASA Bombeiros garantem 68% SINTRA INEM INEM A GOSTO DE 2014 EDIÇÃO: 335 ANO: XXXII 1,25€ DIRECTOR: RUI RAMA DA SILVA PUB REPORTAGENS REPORTAGENS ALBUFEIRA OLHÃO FERREIRA DO ALENTEJO ALCANEDE MIRANDELA GUARDA Página 10 Página16 Páginas 18 e 19 Página 34 Página 35 Página 36 e 37 Bombeiros garantem 68% PREVENÇÃO NO PARQUE NATURAL Página 11

Página 34 COM NOVA CASA A - Página Inicial · da paz. Em memória de Pedro Rodrigues, António Ferreira, Ana Rita Pereira, Cátia Pereira, Bernardo Cardoso, Bernardo Figueiredo,

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Page 1: Página 34 COM NOVA CASA A - Página Inicial · da paz. Em memória de Pedro Rodrigues, António Ferreira, Ana Rita Pereira, Cátia Pereira, Bernardo Cardoso, Bernardo Figueiredo,

SEGURANÇASEGURANÇA

ALVALADE DO SADO

Solidariedadeentre bombeiros

BRAGANÇA

Compromissocom o futuro

PRAIAS

Segurança garantida

Páginas 20 e 21 Página 27 Página 13

Página 40

Página 9

PREVENÇÃO NO PARQUE NATURAL

CEDIDA PELA CMLCEDIDA PELA CML

BOMBEIROS PORTUGUESESCOM NOVA CASABOMBEIROS PORTUGUESESCOM NOVA CASA

Bombeiros garantem 68%

SINTRA

INEMINEMA g o s t o d e 2 0 1 4 edição: 335 Ano: XXXii 1,25€ director: rui rAmA dA silvA

PUB

REPORTAGENSREPORTAGENSALBUFEIRAOLHÃOFERREIRA DO ALENTEJOALCANEDEMIRANDELAGUARDA

Página 10

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Páginas 18 e 19

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Página 35

Página 36 e 37

Bombeiros garantem 68%

PREVENÇÃO NO PARQUE NATURALPágina 11

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2 AGOSTO 2014

O valor da missãoDiz-se com alguma frequência que os portu-

gueses estão a perder a capacidade de so-nhar. Mas, entre eles, há um grupo, os bombei-ros, que teimam em manter-se disponíveis para sonhar e para concretizar, ainda por cima, para bem de todos.

Só assim se percebe que, apesar da crise e das vicissitudes que ela tem provocado nos ci-dadãos e nas instituições, mesmo assim, haja quem queira contornar esses obstáculos e lute por sonhos e pela sua concretização.

Trata-se de um verdadeiro sinal de contradi-ção que, sem dúvida, constitui também um ver-dadeiro catalisador numa sociedade descrente das suas capacidades de pensar e agir.

O carácter voluntário do desempenho da es-magadora maioria dos bombeiros acresce a tudo isso. E tem suscitado na sociedade portu-guesa atitudes, posturas e decisões, também por vezes de pólos diferentes, que atestam, ora um respeito e admiração dignas de nota, ora alguma indiferença e afastamento assente na lógica de que, se não for assim, alguém, sabe--se lá quem, cuidará de arranjar alternativa.

No primeiro caso, cumpre-se o dever de reco-nhecer o papel importante que os bombeiros vo-luntários têm desempenhado na comunidade, na sua função social imprescindível, não só na prestação do socorro mas também, sublinhe-se, no cuidar de colmatar, ou até substituir, outras entidades, nomeadamente o próprio Estado, na satisfação de outras funções, junto da população escolar, dos idosos ou dos cidadãos em geral.

Todas as associações e corpos de bombeiros, sem excepção, nasceram da vontade das res-pectivas populações, seja através da decisão das suas instituições autárquicas, no caso de sapadores e municipais, seja na organização e

congregação espontânea de vontades e recur-sos locais. Essa é a legitimidade e valia que nin-guém pode por em causa.

A história de muitas destas instituições, qua-se maioritariamente centenárias ou perto disso, continua patente na memória de muitos dos seus elementos mais velhos, alguns felizmente ainda vivos, ou vertida em registos e testemu-nhos escritos e fotográficos que atestam o pas-sado, todas as vicissitudes, dificuldades e, tam-bém, momentos de alegria e satisfação pelo dever cumprido.

Só uma atitude egoísta e também o desco-nhecimento por esse historial pode explicar a indiferença com que alguns, particularmente em meio urbano, encaram a acção dos bombei-ros e o seu carácter eminentemente voluntário.

É certo que, quando o cidadão, que pensa as-sim, quando um dia precisa deles naturalmente muda de opinião.

Os bombeiros voluntários têm um valor in-trínseco que se traduz numa componente eco-nómica e numa componente social. A segunda está mais que explicada, demonstrada e reco-nhecida. A primeira componente assenta num conjunto de questões traduzidas na necessida-de de garantir sustentabilidade económica dos bombeiros e da sua missão. É neste domínio que ao longo dos tempos, infelizmente, as coi-sas nem sempre têm corrido bem. Trata-se de uma responsabilidade a que as comunidades, as autarquias e o próprio Estado nem sempre corresponderam como seria justo e legítimo es-perar.

Podemos dizer que, de certa forma, o volun-tariado e a gratuitidade de muito o que os bom-beiros fazem, tem servido de justificativo muito utilitário para a desresponsabilização das várias entidades.

Daí que, agora, mais uma vez, se fale numa nova lei de financiamento que, para além de to-dos elogios e reconhecimentos acessórios, de facto, responda com efectividade e rigor às ne-cessidades dos bombeiros.

A acção dos bombeiros é quantificável, é des-dobrável nas diferentes componentes e esses custos têm que ser garantidos. Há estudos fei-tos nesse sentido. A Liga dos Bombeiros Portu-gueses tem-se desdobrado na demonstração disso, ciente de que o esforço desenvolvido pe-las próprias associações e corpos de bombeiros tem que ser compensado devidamente pelas respectivas comunidades, autarquias e Estado.

De uma vez por todas, a complexidade do so-corro e os custos acrescidos para a sua efectiva-ção não podem continuar a onerar os orçamen-tos dos próprios bombeiros. Tudo isso deve ser financiado do exterior, precisamente pelos be-neficiários, sejam seguradoras, cidadãos, socie-dade em geral.

No passado, misturou-se sempre o carácter voluntário dos bombeiros com o custo efectivo da sua acção. Hoje, temos a oportunidade de mudar essa perspectiva. De um lado, está a dis-ponibilidade das mulheres e homens para a missão. Do outro, está o custo que incontorna-velmente a missão implica e que será impensá-vel, nem em parte, continuar a imputá-lo aos mesmos, ou seja, aos bombeiros. O valor da missão exige que assim seja.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

Os incêndios do verão 2013 ficam inscritos na his-tória dos bombeiros de Portugal, como uns dos

mais negros episódios de uma longa e profícua exis-tência.

Há cerca de um ano, Portugal chorava com os seus bombeiros a trágica morte de oito valorosos soldados da paz.

Em memória de Pedro Rodrigues, António Ferreira, Ana Rita Pereira, Cátia Pereira, Bernardo Cardoso, Bernardo Figueiredo, Daniel Falcão e Fernando Reis, importa lembrar que pereceram no combate às cha-mas, sucumbiram no campo de batalha, quando cumpriram a nobre missão de socorrer e proteger pessoas que não conheciam, bens que não eram seus.

De forma abnegada, voluntária, estes homens e mulheres, ainda que conscientes do perigo e de to-dos os riscos que corriam, não hesitaram, foram, mesmo sabendo que podiam não voltar… e infeliz-mente não voltaram!

Ações de solidariedade, campanhas várias, home-nagens, mas também análises, inquéritos, debates mais as trocas de argumentos e de acusações permi-tiram, pelo menos, alertar a sociedade para a reali-dade dos bombeiros e despertar a tutela, entidades públicas e privadas para investimentos na segurança dos operacionais.

Nunca tanto se falou de proteção individual, uma questão que sendo fundamental nem sempre foi prioritária. Esta é sem dúvida uma conquista de cada um daqueles soldados da paz, o legado que deixaram aos milhares de homens e mulheres que todos os dias cumprem o lema “Vida por Vida”.

Importa, um ano depois da tragédia, prestar tam-bém tributo aos muitos feridos que, em vários pon-tos do País, foram, igualmente colhidos pela ira das chamas, nomeadamente Nuno Pereira, dos Voluntá-rios de Carregal do Sal, que durante meses travou uma violenta batalha pela vida, sempre amparado pelo sonho de poder regressar ao quartel.

Estes voluntários, mesmo confrontados com a fa-talidade e o sofrimento, recusam arrepiar caminho, insistem antes em fazer mais e melhor em prol do seu semelhante… Afinal, de que matéria serão feitos estes bravos soldados do bem?

Ainda que recusem o estatuto de heróis, a verdade é que não é bombeiro quem quer, mas sim quem pode!

Sofia Ribeiro

[email protected]

In Memoriam

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O blogue “vidadebom-beiro49.blogspot.com”

atingiu em pouco mais de ano e meio um milhão de visitantes. A informação chegou-nos recentemente, motivo para endereçarmos um forte abraço ao seu administrador José Filipe Jesus por esse “feito”.

Os blogues e portais existentes têm sido um instrumento fundamental de contacto entre bombeiros, constituindo uma opor-tunidade muito especial de, aproveitando as novas tecnologias de informação, in-

cluindo as redes sociais, assegurar canais privilegiados de informação e troca de opi-niões.

José Filipe Jesus, entretanto, colocou nas redes sociais uma nova página, “face-book.com/vidadebombeiro49”, que já con-seguiu congregar 25 mil “likes”.

VIDADEBOMBEIRO49.BLOGSPOT.PT

Blogue atinge milhão de visitantes

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O Corpo de Bombeiros Voluntários de Cruz de Malta, Lisboa, foi extinto

por decisão da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), após um período conturbado de vários anos.

Assim, foi determinada a “cessação imediata e definitiva de toda a ativida-de daquele corpo de bombeiros, desig-nadamente o transporte de doentes, incluindo o encerramento das respeti-vas instalações operacionais e a proibi-ção de circulação dos veículos opera-cionais que detém”.

Segundo o parecer que sustentou a decisão “o CB não efetua atividade ope-racional no âmbito do socorro e salva-mento”. Por outro lado, a AHBV de Cruz de Malta não tem regulamento interno nem quadro de pessoal em vigor”. Acres-ce que, “não existindo planos de instru-ção aprovados, torna-se inútil qualquer instrução que, porventura, fosse minis-trada aos bombeiros que o CB hipotetica-mente tivesse, uma vez que se torna im-possível garantir que esta corresponde, sequer, aos mínimos exigidos”.

CRUZ DE MALTA

Extinto o corpo de bombeiros

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3AGOSTO 2014

Os bombeiros portugueses são um bom exemplo de proativi-dade. Ao longo do tempo, ra-

pidamente, têm vindo a correspon-der a todas as situações que a vida em sociedade vai criando e que im-plicam novas respostas e novas fer-ramentas.

Ainda outro dia, numa associação onde estive, encontrei uma maca ro-dada, equipamento hoje com certeza impensável e há muito obsoleto mas que, na altura, constituiu um recurso importante, e até inovador, no socor-ro às populações. Hoje, olhar para ela suscita-nos um sorriso mas, tam-bém, a memória e o respeito pelo es-forço e o engenho das gerações que

nos antecederam e que marcaram o arranque e o desenvolvimento su-cessivo de novas técnicas de socorro.

Cada geração de bombeiros tem fi-cado marcada pela boa gente que a constitui e, também, tem sido marca-da por novos meios, novas práticas e, com elas, têm partido para novos de-safios, novas especialidades e novas dinâmicas. E as marcas de tudo isso ficam como registo e testemunho.

Dentro de anos, quem cá estiver, ao olhar para as viaturas que hoje utilizamos mas que nessa altura já estarão no museu vai poder ter a no-ção de tudo isso.

A história dos bombeiros é, sem dúvida, o repositório dos desafios e

das etapas de inovação e desenvolvi-mento por que lutaram e que alcan-çaram. Tantas vezes, feita com mui-tos obstáculos de vária ordem pela frente, mas também animados e de-terminados pelas vantagens e resul-tados obtidos com novas ferramen-tas.

Mas, para além dos próprios meios, os bombeiros tem sabido também acolher e despertar por ini-ciativa própria para novos domínios de ação.

Este ano, mais do que nunca, a par do combate aos incêndios florestais e da resposta às disciplinas de socorro que desempenham ao longo de todo o ano, os bombeiros estão a corres-

ponder à necessidade de garantir a segurança diária dos milhares de ba-nhistas das praias do litoral e das praias fluviais.

Há praias neste país onde neste momento a segurança dos banhistas é assegurada apenas pelos bombei-ros. Para garantir essa missão, inclu-sive, os bombeiros ainda têm procu-rado os apoios necessários, seja mu-nicipais, de juntas de freguesia ou de mecenas privados locais. É um domí-nio em que os bombeiros, tradicio-nalmente, sempre se empenharam nalgumas zonas balneares do país. Domínio que, agora, tem vindo a ser reforçado com mais bombeiros, com novos meios de socorro empregues e

mais zonas vigiadas, seja no litoral ou nas muitas praias fluviais que têm sido criadas no interior do país.

Os bombeiros, mais uma vez, fa-zendo jus aos seus pergaminhos e às suas capacidades, a corresponderem a novos desafios, identificados em função das necessidades que vão de-tetando, também aqui por antecipa-ção. Prevenir, prevenir sempre, a bem de todos. E, por isso cabe elo-giar as mulheres e homens que este ano, mais uma vez, tudo fazem para garantir a segurança dos nossos con-cidadãos, muitos deles em gozo de merecidas férias mas, seja onde esti-verem, sempre protegidos pelos bombeiros.

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Corresponder a novos desafiosCorresponder a novos desafios

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4 AGOSTO 2014

O Centro Lusitano de Zurique, Suíça, enviou à Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) um donativo de 4.430,12 euros, desti-

nado a apoiar a ação social da confederação.A entrega foi feita pelo vice-presidente da instituição, Jorge Ro-

drigues, ao presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, em singela cerimónia realizada na sede da confederação, em Lis-boa.

A verba em causa foi obtida pelo Centro Lusitano de Zurique no âmbito das suas atividades solidárias que incluem, também, o tra-dicional “Cantar das Janeiras”.

CENTRO LUSITANO DE ZURIQUE

Apoio entregue

Os Concursos Nacionais de Manobras da Liga dos Bom-

beiros Portugueses (LBP) po-dem vir a realizar-se nos Açores em 2015, na sequência do desa-fio lançado pelo presidente da confederação, comandante Jai-me Marta Soares, durante as comemorações do 135.º aniver-sário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, S. Miguel.

O presidente do conselho executivo da LBP falava durante a sessão solene perante o se-cretário Regional da Saúde do Governo dos Açores, Luís Ca-bral, e do presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, na se-quência de contactos já realiza-dos, quer com o presidente do Serviço Regional de Proteção Ci-vil, capitão José Dias, quer com as Associações de Ponta Delga-da e Ribeira Grande, participan-tes nos concursos de manobras anteriores.

Jaime Soares lançou o desafio ao Governo Regional dos Açores e à Câmara Municipal de Ponta Delgada, para apoiarem a reali-zação dos concursos de mano-bras, defendendo a iniciativa como “mais uma oportunidade para estreitar as relações entre os bombeiros portugueses.

Durante a sessão solene, 4 cadetes ascenderam a estagiá-rios e 18 destes foram promo-vidos a bombeiros de 3ª, sendo 6 mulheres.

Decorreu ainda a entrega de medalhas de assiduidade e ou-tras distinções, nomeadamen-te, a 3 elementos do Quadro de Honra e aos membros da equi-pa de manobras, pelo excelen-te trabalho feito em apenas 3 anos.

As personalidades já referi-das e outras, autarcas, milita-

res, dirigentes associativos e fa-miliares de bombeiros, tiveram como anfitriões, o presidente da direção, professor Vasco Garcia, o presidente da assembleia-ge-ral, Miguel Arruda, o comandan-te Emanuel de Sousa, bem como os restantes elementos do comando e dos órgãos sociais da instituição.

No dia anterior à sessão so-lene, e integrado no programa comemorativo do 135º ani-versário, os Bombeiros de Ponta Delgada organizaram

um concorrido seminário que contou também com a pre-sença do comandante opera-cional dos Açores, vice-almi-rante Augusto Ezequiel, e do presidente do Serviço Regio-nal de Proteção Civil, capitão José Dias. O seminário, desig-nado por “Bombeiros XXI”, in-clui quatro exposições. As duas primeiras, do foro jurídi-co, foram realizadas pelos ad-vogados Manuel Coelho da Silva e Sofia Mateus sobre, respetivamente, “Bombeiros:

voluntariado e contratação” e “Organização do tempo de trabalho nas AHBV”.

A terceira intervenção cou-be ao diretor deste jornal, Rui Rama da Silva, sobre “Os Bombeiros e a Comunicação Social”. E, a fechar o encontro, interveio o presidente da LBP, comandante Jaime Soares, so-

bre “Bombeiros de Portugal: Um projeto com futuro”.

A presença do presidente da LBP na Ilha de S. Miguel, Aço-res, incluiu também uma visita aos Bombeiros de Ribeira Grande onde, ainda, pode con-tactar com dirigentes dos Vo-luntários de Vila Franca do Campo e da Povoação.

PONTA DELGADA

Açores pode acolher campeonato de manobras

Na próxima edição, em Setem-bro, contamos inserir uma en-

trevista a cada um dos cabeças de lista das candidaturas à Liga dos Bombeiros Portugueses.

Em 19 de Agosto enviámos às

duas candidaturas a proposta para que cada entrevista possa corres-ponder a uma bateria de perguntas comuns a enviar-lhes até 1 de se-tembro próximo.

As duas entrevistas terão cha-

mada de 1.ª página e incluirão duas páginas, uma ímpar e outra par, com duas fotos, totalizando 8 mil carateres, incluindo espaços.

Foi solicitado que as respostas sejam enviadas ao [email protected]

até 15 de setembro próximo. Foi também solicitada indicação de data em que poderá ser feita a captação das fotos que acompa-nharão cada uma das entrevis-tas.

Reiteramos a disposição para que a inserção das referidas entre-vistas, pese embora o carácter jor-nalístico das mesmas, garanta a igualdade de tratamento aos dois candidatos.

ELEIÇÕES NA LBP

Entrevista aos dois candidatos

O Ministério da Administração Inter-na decidiu alargar aos bombeiros

voluntários das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira o programa de vigilância médica já em curso no conti-nente desde o ano transato.

Aos 30 mil bombeiros do continente abrangidos passam a somar-se mais 789 dos Açores e 610 da Madeira.

No ano transato, no último trimestre e ainda numa fase inicial de arranque do programa foi possível fazer exames a 1806 bombeiros. Este ano está pre-visto abranger 8000 bombeiros. Até à data foram já examinados 4349 destes.

O ministro Miguel Macedo acolheu, assim, a proposta que a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vinha fazendo há muito no sentido de alargar o programa de vigilância aos bombeiros da Madeira e dos Açores.

“Entendemos sempre que ser bombeiro tanto vale para o continente como para as regiões au-

tónomas, razão pela qual há muito que vínha-mos alertando para a necessidade de tratar to-dos por igual”, sublinha o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares.

O programa de vigilância médica dos bombei-ros está a ser acompanhada pela LBP com o suporte financeiro do Ministério da Administra-ção Interna.

APÓS INSISTÊNCIA DA LBP

Vigilância médicaalargada às regiões autónomas

A Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP) assinou

com a Petrogal no passado dia 1 de agosto a atualiza-ção do protocolo anterior com novos descontos.

Assim, o desconto para Portugal Continental passa de 0,06 para 0,07 euro/li-tro, IVA incluído, de com-bustível sobre o preço de referência GALP em territó-rio nacional à data do abas-tecimento.

No caso dos Açores e Ma-deira, o desconto é de 0,0075 euros/litro sobre o preço de referência GALP nas duas regiões autónomas à data do abastecimento.

PETROGAL

Maior descontogarantido

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5AGOSTO 2014

As federações distritais de bombei-ros de Viana do Castelo, Vila Real

e Viseu, continuam a exigir explica-ções por parte da Autoridade Nacio-nal de Proteção Civil (ANPC) sobre a veracidade das declarações produzi-das pelo jornalista do Correio da Ma-nhã, Manuel Catarino. Segundo reda-tor principal daquele diário, “diz-se nos corredores da ANPC que à regra dos 30, junta-se a regra dos 3V”, por-que os bombeiros de Viseu, Viana do Castelo e Vila Real, estarão, refere o jornalista, “mal organizadas”.

Logo após o comentário feito na te-levisão, no dia 30 de junho, as três federações de bombeiros pediram explicações à Autoridade sobre a ve-racidade desta situação. Também a Liga dos Bombeiros Portugueses tor-nou pública a sua indignação perante

tal situação, tendo o seu presidente, Jaime Marta Soares, demonstrado publicamente a total solidariedade com os bombeiros dos três distritos e sublinhando que tem “total confian-ça” nos bombeiros portugueses. Numa nota posterior, tornada pública no final de julho, as três federações” congratularam-se” com a posição as-sumida pela Liga mas exigem saber se as estruturas portuguesas de bombeiros ao nível local e nacional, estão “claramente do mesmo lado” e “repudiam com veemência” as decla-rações do jornalista Manuel Catarino.

Em reação a esta nota, que foi também enviada para o presidente da ANPC, o General Grave Pereira es-creveu a Joaquim Marinho, o presi-dente da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu, lamentando desde

logo o facto de ter tido conhecimento deste descontentamento através de um comunicado enviado à comunica-ção social. “Começo por manifestar a minha gratidão pelo gesto tido. Mas também o meu forte desapontamen-to por tê-lo feito quando era já do co-nhecimento público, e portante tam-bém do meu”, lê-se na carta enviada por Grave Pereira. Já sobre a alegada referência aos 3V, e sem nunca fazer referência diretamente a esta desig-nação, Grave Pereira diz que a decla-ração do jornalista além de merecer o “absoluto desacordo” da autoridade, “ não merece a mínima considera-ção”. O presidente da ANPC vai mais longe, e diz que “abusando do seu estatuto de jornalista e usando o ecrã como tribuna, se permite sem qual-quer escrutínio, e a coberto de supos-

tas fontes credíveis veicular informa-ção (…) que não tem aderência à rea-lidade institucional” que se vive na ANPC. A terminar, Grave Pereira diz fazer votos que as relações “que sempre se pautaram pela clareza e frontalidade” possam evitar a repeti-ção destas situações que denomina de “desagradáveis.

Na resposta, as federações de Via-na do Castelo, Vila Real e Viseu dizem que continua em aberto a “parte substantiva da questão”. Na nota to-nada pública no final do mês passa-do, e enviada à nossa redação, os presidentes das três federações su-blinham que a posição tomada não questiona a LBP mas sim a ANPC. “Sobre isto, o “silêncio da Autoridade Nacional de Proteção Civil só vem avolumar a convicção de que esta es-

trutura não se adequa à realidade do tempo que vivemos nos Bombeiros Voluntários, em Portugal”, lê-se na nota. “A ser verdade a história dos 3V, a ANPC demonstra ilusão de co-nhecimento e excesso de familiarida-de, o que redunda em desrespeito pelos que no terreno são o garante de um sistema de proteção e socorro de elevada qualidade e baixo custo, assente no altruísmo do voluntaria-do”, acrescenta. Para que tudo fique claro, as três federações dizem que aguardam que a ANPC se pronuncie”, sublinhando que não têm dúvidas de que a LBP se irá empenhar em “cata-lisar essa pronúncia”. A nota é assi-nada pelos três presentes: Luís Bran-dão Coelho, Fernando Queiroga e Joaquim Rebelo Marinho

Patrícia Cerdeira

DECLARAÇÕES POLÉMICAS NA CMTV

Federações querem resposta clara da ANPC

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), reuniu este mês com o se-

cretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, para definir a metodologia a seguir para a elabora-ção do documento base que irá servir de base legislativa ao futuro modelo de financiamento das associações hu-manitárias e corpos de bombeiros. Nesta reunião ficaram definidos os pi-lares em que assentará a futura legis-lação, assim como, a calendarização das várias reuniões para dar continui-dade ao trabalho e aprofundamento destas matérias. Estima-se que estes trabalhos estejam concluídos até De-zembro do corrente ano. Já em julho, o secretário de Estado da Administra-

ção Interna, tinha afirmado que a re-visão da Lei de Bases da Proteção Ci-vil e a futura Lei de Financiamento dos bombeiros das associações e cor-pos de bombeiros são as prioridades para o segundo semestre deste ano. “As duas prioridades para o segundo semestre do ano são a revisão da Lei de Bases da Proteção Civil e a Lei de Financiamento dos bombeiros, algo muito importante para a sustentabili-dade dos bombeiros”, afirmou. O se-cretário de Estado considerou tam-bém que a situação do transporte de doentes é “muito preocupante”, refe-rindo que deve ser resolvida o mais rapidamente possível.

PC

LEI DE FINANCIAMENTO

Liga e Governo já negoceiam

O Grupo “Os Mosqueteiros”, em parceria com a Liga dos

Bombeiros Portugueses, e com o apoio da TVI, termina na pró-xima semana a campanha de angariação de apoios destina-dos à aquisição de equipamen-tos de proteção individual (EPI) para o combate a incêndios flo-restais destinados aos bombei-ros.

Não obstante, ainda falta-rem alguns dias para o final da campanha, segundo uma fon-te da organização, já é possí-vel fazer um balanço muito positivo da adesão dos portu-gueses à iniciativa.

Dentro de dias serão divulga-das as 45 associações de bom-beiros contempladas com o produto da campanha.

A campanha baseou-se na venda de um íman, por cin-quenta cêntimos, nas diferen-tes lojas “Intermarché”, Brico-marché” e “Roady”, espalhadas pelo país. Este grupo de distri-buição conta com 297 pontos de venda sediados em 183 con-celhos. O grupo baseia-se numa estrutura de 243 empresários independentes que são donos e

responsáveis pela gestão inte-gral de cada um desses pontos.

Para assinalar o início da ini-ciativa em 1 de agosto, e que termina no próximo dia 31, “Os Mosqueteiros” ofereceram já 25

equipamentos desse tipo, cinco por cada, às Associações de Bombeiros Voluntários da Covi-lhã, Alcabideche, Estoril, Miran-da do Douro e Valença, face aos danos humanos e económicos

sofridos no ano passado no combate aos fogos.

A oferta decorreu na sessão de apresentação da campanha, realizada nas instalações dos Bombeiros de Alcabideche, na presença do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soa-res, dos embaixadores da cam-panha e apresentadores da TVI, Manuel Luís Goucha e Isabel Silva, e dos dirigentes e coman-dos das associações contempla-das.

OS MOSQUETEIROS

Campanha com balanço positivoFo

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6 AGOSTO 2014

São cada vez mais os res-ponsáveis por associações e corpos de bombeiros

que procuram a Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP) para o apoio em assuntos do foro his-tórico e/ou museológico.

Tal facto fica a dever-se à di-namização, desde 2012, do Nú-cleo de História e Património Museológico da Confederação, mas também ao acervo exis-tente, sem o qual seria difícil darmos a devida resposta àqueles que nos procuram.

Na verdade, a LBP orgulha-se de dispor, entre o seu patrimó-nio, de uma colecção museoló-gica bastante versátil, criada e sucessivamente aumentada du-rante mais de 50 anos, resul-tante, na sua esmagadora maioria, de doações feitas por insignes bombeiros de Portugal e suas famílias, uma vez que muitos deles manifestaram, em vida, a vontade de lhe legar os respectivos pertences, teste-munhos de época que poten-ciam o conhecimento histórico e a compreensão do passado.

Por outro lado, muitas foram as direcções e comandos que ao longo do mesmo período to-maram a iniciativa de proceder a significativas ofertas.

Estamos, portanto, na pre-sença de duas situações com-portamentais que traduzem o respeito e a confiança deposita-da na Liga dos Bombeiros Por-tugueses, além do interesse de todos e de cada um em ver o nome da sua associação e do seu corpo de bombeiros expos-to para a posteridade, por inter-médio de uma ou mais peças museológicas.

Logo, a Confederação tem to-das as razões para se sentir, também, honrada e duplamen-te responsabilizada, pela guar-

da do património que lhe foi destinado, obrigando-se a pre-servá-lo em adequadas condi-ções físicas, bem como a res-peitar a memória e, de modo especial, o sentir dos seus doa-dores.

Os bons exemplos, porque válidos no plano dos objectivos e da estratégia, não devem ser colocados de parte, mas antes divulgados e incentivados. É nesta perspectiva que vimos sensibilizando, e fazemo-lo mais uma vez nesta oportuni-dade, para que as associações e corpos de bombeiros do país, à semelhança da acção das anti-gas gerações, concorram com ofertas de material tendentes a engrandecerem e valorizarem, nomeadamente do ponto de vista pedagógico, todo o espa-ço-museu em que se vê con-substanciada a actividade per-manente do NHPM.

Nesta edição do “BP”, damos a conhecer duas das mais re-centes peças que deram entra-da no nosso Núcleo, que embo-ra já expostas, depois de inter-vencionadas, estão ainda a ser objecto de estudo no que res-peita à sua origem. Referimo--nos a uma moto-bomba portá-til, da segunda metade do sécu-lo XX, marca Balcke, sucessora das primeiras centrifugas de alta pressão que substituíram as velhas bombas manuais co-locadas sobre veículos de trac-ção humana, e a um capacete de couro, cujo interesse reside exactamente no emblema aposto na parte frontal. Ambas estiveram ao serviço de um cor-po de bombeiros de natureza privativa, já extinto, ex-federa-do da LBP.

Enquadradas numa área para a qual se perspectiva futura-mente outros atractivos, as pe-

ças mencionadas representam desde já, inclusive pela disposi-ção como se encontram expos-tas, uma ponte de significação entre duas realidades distintas de outrora: a época em que o abastecimento das bombas era assegurado pelos aguadeiros, com recurso ao transporte de água proveniente dos chafari-zes; e outra bastante posterior, marcada pela influência do avanço da ciência e tecnologia, em que o precioso agente ex-tintor poderia ser obtido direc-tamente a partir de diferentes mananciais e lançado sobre as chamas mediante condições de maior rendimento, ao nível do débito, da pressão e das saídas.

Quanto à primeira realidade, permitimo-nos destacar, em termos expositivos, uma antiga estatueta representativa do Aguadeiro e três fichas metáli-cas, de meados do século XIX, com o cunho do Serviço de In-cêndios de Guimarães e da Ins-pecção Geral dos Incêndios do Porto, utilizadas por aqueles

que exerciam a actividade de abastecer as bombas.

Refira-se que as fichas metá-licas fornecidas aos capatazes dos aguadeiros, durante os in-cêndios, pelas entidades que superentendiam os serviços, eram depois trocadas por moe-da corrente, satisfazendo assim o pagamento pela assistência prestada. Na sua maioria de ori-gem galega, os aguadeiros ti-nham de acudir aos incêndios com os seus barris de água, sendo avisados pelo número de toques dos sinos das igrejas que, por sua vez, identificavam os locais onde ocorriam os sinis-tros.

É, pois, de pequenas/grandes histórias, sem esquecer um im-portante acervo documental em suporte de papel, que se com-põe a colecção museológica da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, com a qual se pretende ir mais longe, à luz de dois objecti-vos primordiais: “divulgar e pro-mover a História dos Bombeiros Portugueses, subordinada ao

conceito de herança cultural com repercussão em Portugal e no Mundo” e “promover o lança-mento das bases para a criação do Museu dos Bombeiros Portu-gueses, elevado ao estatuto de infra-estrutura cultural, bem como de recurso educacional, turístico e de inclusão social”.

Para o efeito, esperamos po-der contar com o apoio e com-preensão de todos, a favor de um projecto que se pretende moralmente robusto, assente nas potencialidades intrínsecas dos bombeiros e das suas estru-turas.

Queremos, afinal, desse modo, em observância ao senti-do da própria história das asso-ciações e corpos de bombeiros, deixar a marca de que toda e qualquer boa iniciativa resulta sempre do querer e da afirma-ção colectiva!

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Honrar a História, apoiando a museologiaPesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista

Os Bombeiros Voluntários de Baião procuram promover uma verdadeira resiliência comuni-

tária em torno da prevenção dos incêndios flores-tais.

Nesse sentido, teve lugar em Baião o “I Preve-nir para Proteger - Fórum Local Sobre Incêndios Florestais”, promovido precisamente por aqueles associação de bombeiros, onde investigadores, especialistas e bombeiros apresentaram em perspetiva a relação da população e a sua vulne-rabilidade relativamente aos incêndios. Este evento contou com a presença de cerca de 70 participantes oriundos de Baião e da região.

Com esta iniciativa em formato de fórum, “pre-tendeu-se dar a conhecer à população medidas de auto proteção relativas a incêndios na interfa-ce urbano-florestal com o intuito de tornar a co-munidade mais resiliente, permitindo a participa-ção do auditório e a interpelação aos oradores”,

como nos sublinhou o adjunto de comando dos Voluntários de Baião e da comissão organizadora do evento, Emanuel Sardo Fidalgo.

O encontro foi moderado pelo segundo coman-dante de Baião, Orlando Rodrigues. Os oradores convidados integram núcleos de investigação e instituições relacionadas com a temática do Fó-

rum, nomeadamente a ADAI/Laboratório Espe-cializado em Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, CEGOT (Universidade do Porto), As-sociação de Produtores Florestais de Entre Douro e Tâmega e o Centro de Formação Especializada em Incêndios Florestais da Escola Nacional de Bombeiros.

Com esta iniciativa os Bombeiros Voluntários de Baião pretendem dar início a um ciclo de en-contros com periodicidade anual destinados à po-pulação onde a problemática dos riscos e a espe-cificidade regional sejam o mote. Uma vez que a fraca cultura de segurança e a relação da popula-ção com os riscos naturais e tecnológicos são uma fragilidade da nossa sociedade é pertinente a realização de ações deste género, bem como o reforço da sua participação cívica.

A sessão de abertura do fórum contou com a presença do presidente da edilidade, José Luís Carneiro, do presidente da Federação Distrital de Bombeiros do Porto, professor José Miranda, do segundo comandante distrital da ANPC, Sérgio Barros, bem como do comandante do corpo de bombeiros, José Costa, do presidente da direção, Augusto Freixo, e do presidente da assembleia--geral, João Paulo.

BAIÃO

Prevenir para proteger dos incêndios florestais

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7AGOSTO 2014

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses foi convidada pelo

Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) a fazer parte de um grupo de trabalho intitulado “Portugal Porta-a-Porta”, o qual integra outras organizações de cariz solidário e sem fins lucrativo. O “Portugal Porta-a-Porta” é um projeto que visa assegurar a “mobilidade” dos cidadãos em zonas menos povoadas que não dispõem de uma rede re-gular de transportes. Para

identificar os meios existentes nos corpos de bombeiros que possam vir a associar-se ao projeto, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) está a en-viar aos seus associados um formulário elaborado pelo IMTT que visa fazer um levantamen-to rigoroso dos meios disponí-veis e capazes de vir a servir este projeto de transporte fle-xível. Este projeto tem enqua-dramento legal no Regime Jurí-dico do Serviço Público de Transporte de Passageiros”,

que atualmente se encontra em consulta pública.

Segundo Jaime Marta Soa-res, presidente do Conselho Executivo da LBP, algumas as-sociações e corpos de bombei-ros dispõem de um parque de viaturas de transporte de pas-sageiros, o qual se encontra “subaproveitado” e que pode ser “rentabilizado” através da adesão a este projeto com “vantagens” para os corpos de bombeiros e suas populações.

Patrícia Cerdeira

BOMBEIROS NO PORTUGAL PORTA A PORTA

Liga faz levantamento dos meios existentes

São demolidoras para o Estado português as conclusões do relatório do Tribunal de Conta à

gestão da Empresa de Meios Aéreos do Estado (EMA) que está em fase de extinção. Diz o Tribu-nal de Contas que apesar de as aeronaves repre-sentarem cerca de 99 por cento do valor total do ativo fixo da EMA “não estão cobertas pelo seguro desde janeiro de 2011 (como não estavam antes de 2007), por razões de contenção de custos”.

No documento, que cita o INAC (Instituto Na-cional de Aviação Civil), e segundo o qual o segu-ro não é “obrigatório”, o tribunal liderado por Gui-lherme de Oliveira Martins, recorda que a 3 de setembro de 2012 houve um acidente com um helicóptero Kamov, não segurado, e que em 2007 já se tinha perdido outra aeronave (B3, helicóp-tero), também não segurada.

“O Conselho de Administração assumiu a ne-cessidade de ter um seguro que custava cerca de um milhão de euros por ano, contudo, perante a determinação da tutela política o Conselho de Ad-ministração viu-se confrontado com a alternativa de cortar nos combustíveis ou nos seguros”, lê-se na resposta enviada pela EMA a esta questão.

Na auditoria o Tribunal de Contas chama ainda a atenção para o facto de estar registado o valor individual da aquisição de cada aeronave, sem decomposição das partes, que têm diferente vida útil, pelo que as depreciações têm vindo a ser efetuadas de uma forma global, ou seja a desva-lorização é igual para todas as aeronaves. O do-cumento critica ainda a forma como decorreu o processo de contrato de fornecimento de aerona-ves com a empresa Heliportugal, que se atrasou em parte das entregas, o que penalizou o Estado, tendo as penalidades por esse atraso sido aligei-radas. Depois, e ainda segundo o documento, os contratos de manutenção dos helicópteros pre-viam um limiar de horas que se revelou exagera-

do - “em média quase o dobro das horas voadas” - e nem por isso a empresa renegociou os contra-tos.

O Tribunal de Contas recomenda por tudo isto ao Governo “que determine a revisão do sistema de disponibilização de aeronaves por forma a in-cluir na contratualização desses serviços a flexi-bilidade adequada à incerteza das ocorrências dos fogos florestais”.

Na reação, em comunicado, o Ministério da Ad-ministração Interna esclareceu que o atual Go-verno estabeleceu o seguro como uma das obri-gações no concurso lançado em 2012 para opera-ção e manutenção das aeronaves próprias do Es-tado.

E diz que por isso os B3 já estão cobertos pelo seguro para o casco.

“Quanto às aeronaves Kamov está neste mo-mento a decorrer novo concurso, que mantém no caderno de encargos a obrigação do adjudicatário de contratar o seguro de casco das aeronaves”, diz o comunicado.

De referir que a EMA, criada em 2007para gerir os meios aéreos do Estado, deverá estar extinta em outubro por decisão do atual Governo. Até ao final do mês deverão ser conhecidos os resulta-dos do concurso público internacional com vista à privatização da operação e manutenção dos pe-sados kamov. O governo já tinha lançado um concurso, mas o lote referente aos helicópteros pesados acabou por ficar deserto por falta de in-teressados. O ‘BP’ sabe que o ministério da Admi-nistração Interna aposta tudo no concurso que decorre nesta altura, e cujos resultados deverão ser conhecidos em breve, porque se não houver interessados mais uma vez em operar estas aero-naves o governo vê-se obrigado a mudar de es-tratégia.

Patrícia Cerdeira

TRIBUNAL DE CONTAS DETETA FALHAS

Tutela garante que já acautelou erros do passado

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11O Banco de Investimento Global (BIG) mantém a intenção de dobrar os apoios que

tem estado a receber, até meio milhão de euros, no âmbito da parceria estabele-cida com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) para aquisição de equipamentos de proteção individual para bombeiros (EPI).

Os apoios têm vindo a ser recebidos através da conta NIB 006100500057299750021. A eles o BIG acrescenta 20 euros por cada conta aberta por novos clientes. As duas modalidades vigoram até 30 de setembro próximo.

Falta apenas um mês para a conclusão da campanha. Não são ainda conhecidos valores mas os responsáveis pela campanha manifestam-se otimistas sobre os resul-tados já obtidos.

Recorde-se que esta campanha teve início na sequência da decisão do BIG em apoiar os Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal na obtenção de EPI para todos os seus elementos. Esta oferta encontra-se já concluída.

CAMPANHA BIG/LBP

Banco mantém intenção de dobrar apoios

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8 AGOSTO 2014

O elevado grau de exigência das situações a que os bombeiros respondem impõe a ado-

ção de medidas que assegurem a melhor con-dição física e psicológica, de cada combatente, para que mantenha um nível de operacionali-dade máximo.

Durante o combate a um incêndio florestal, todos os bombeiros sofrem o desgaste provo-cado quer pelo esforço excessivo, quer pela ex-posição às condições ambientais adversas. Neste cenário, a ausência de um processo de reabilitação adequado afeta a futura capacida-de operacional e a própria saúde dos bombei-ros, tanto no imediato como a médio prazo. No caso específico dos incêndios florestais, é fun-damental que o bombeiro descanse por um pe-ríodo de tempo apropriado, permitindo a recu-peração do esforço físico intenso a que a maio-ria está sujeita, unicamente, no período do ve-rão.

Assim, perante estes factos, o bombeiro deve ser o primeiro a garantir a sua reabilitação após as operações de socorro, implementado um conjunto de possíveis medidas:

• NÃO SE RECUPERA EM MINUTOS. O tempo de recuperação, tanto física como psicológica, após o combate a um incêndio florestal, é algo que varia de indivíduo para indivíduo, e que de-pende de vários fatores. Não há nenhum bom-beiro que consiga regressar ao pleno da sua

operacionalidade sem repousar o tempo míni-mo necessário à sua total recuperação física.

• DORMIR PROMOVE A REABILITAÇÃO. Te-nha em atenção que dormir é mais benéfico que apenas descansar para a reabilitação física e psicológica. Descansar a ver televisão, usar computador e redes sociais em alternativa a dormir, principalmente no período noturno, au-menta ainda mais o desgaste;

• INIMIGOS DO SONO REPARADOR. O ál-cool, o tabaco e a cafeína são inimigos de um sono reabilitador, pelo que devem ser evitados;

• ALIMENTAÇÃO ADEQUADA PROMOVE A REABILITAÇÃO. Existem alimentos que promo-vem uma melhor recuperação muscular após esforço físico intenso tais como: líquidos (água, leite ou sumos naturais), vegetais e fruta (por exemplo laranja, ananás, banana, etc.), hidra-tos de carbono (pão, massas, etc.) e alimentos ricos em proteína como frango, ovos e peixe

(estes alimentos, visto serem de digestão mais difícil, não devem ser consumidos em excesso imediatamente após o combate).

• A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES DE LA-ZER. Para muitos bombeiros, o convívio social (estar com amigos, família e colegas) contribui para a reabilitação após um combate prolonga-do. Outros bombeiros preferem realizar ativida-des individuais no seu período de reabilitação, como praticar desportos individuais, ler, etc.

A tua reabilitação é importante não apenas para garantir que amanhã voltas ao serviço operacional, mas para garantir que, no futuro, tenhas saúde para continuar no ativo durante muitos anos. Porque por ti e pelos teus “A pri-meira vida a proteger é a tua...!”

[email protected] de Apoio Psicossocial – Núcleo de

Segurança e Saúde da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC)

Depois do serviço operacional… reabilitamos o bombeiro

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

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A propósito da declaração pela Organização Mundial de Saúde (OMS) do estado de

emergência de saúde pública de âmbito in-ternacional, devido ao surto causado pelo Ví-rus Ébola, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em articulação com a Direção Geral de Saúde (DGS), e à semelhança do que já tinha acontecido em 2009 com a Gripe A, dirigiu-se às associações e corpos de bom-beiros dando indicações de como proceder perante a doença por vírus Ébola. De uma forma muito sucinta, e depois da Liga dos Bombeiros Portugueses se ter mostrado preocupada com os bombeiros como “agen-tes de proteção e socorro”, a ANPC recomen-da os seguintes procedimentos a adotar pelos bombeiros perante situações suspeitas, se-guindo as orientações da Direção Geral de Saúde:

Introdução

Decorre há algum tempo um surto de Doença por Vírus Ébola, afetando vários paí-ses de África a que está associado uma eleva-da taxa de letalidade. Em seres humanos, a principal via de transmissão é por contacto direto com sangue ou líquidos orgânicos dou-tros doentes e eventual manipulação de obje-tos contaminados. Não há evidência epide-miológica de transmissão por via aérea. O risco de infeção é considerado baixo em visi-tantes e residentes nos países afetados, des-de que não se verifique exposição direta a pessoas ou animais doentes.

Em Portugal, até ao momento, não foi identificado nenhum caso desta doença.

A ANPC, através do Comando Nacional de Operações de Socorro e em estreita ligação com a Direção Geral de Saúde, através do seu Oficial de Ligação, acompanha em per-manência todo o processo.

Em termos Europeus o CNOS participou numa audioconferência, tendo convidado para o efeito a Direção Geral de Saúde, enti-dade com a competência legal para liderar todo este processo, cujos Planos, aos mais diferentes níveis estão disponíveis em www.dgs.pt.

Tendo em atenção o princípio da precaução, recomenda-se para o pessoal dos Corpos de Bombeiros, os seguintes procedimentos:

Caso Suspeito

É considerado caso suspeito de doença por vírus Ébola um doente que apresente os se-guintes critérios clínicos e epidemiológicos:

Critérios clínicos: Febre de início súbito e pelo menos, mais um dos seguintes sinto-mas/sinais: Dores musculares, Vómitos, Diarreia, Dor abdominal; Cefaleias, Hemorra-gias.

Critério epidemiológico: Viagem, escala ou residência, nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas na Guiné-Conacry, Libéria, Ser-ra Leoa, Nigéria, ou contacto com doente in-fetado por vírus Ébola.

Atuação Perante um Caso Suspeito

Não transportar, de imediato, o “doente” suspeito que apresente os dois critérios, (clí-nico e epidemiológico), sem contactar previa-mente e por telefone:

• A linha Saúde 24 (Telefone: 808 24 24 24) ou o INEM/CODU (Telefone: 800 203 264) e proceder conforme as instruções.

• Reportar ao CDOS.A Autoridade Nacional de Proteção Civil

emitirá novos critérios de orientação, em fun-ção da evolução da situação, em consonância com as diretivas da DGS.

Patrícia Cerdeira

LIGA ACOMPANHA SITUAÇÃO

ANPC e INEMjá estabeleceram

procedimentos

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) realizou recentemente um exercí-

cio para testar a sua capacidade de resposta no âmbito do plano de contingência de atuação face à infeção por vírus ébola.

O exercício constou da receção de doente transportado em aeronave medicalizada, no aeródromo municipal de Cascais, em Tires, e o seu transporte para a unidade hospitalar de re-ferência, o Hospital Curry Cabral, em Lisboa.

O transporte na aeronave e a evacuação

para o hospital, apesar de simulado, decorreu no respeito de todas as regras a adotar em caso idêntico, nomeadamente, a necessidade do transporte do doente numa câmara de pres-são negativa e dos técnicos de socorro envolvi-dos, incluindo um médico, de envergarem fa-tos de proteção.

O exercício foi observado no local pelo minis-tro da Saúde, Paulo Macedo, pelo diretor-geral de Saúde, Francisco George, e pelo presidente do INEM, Paulo Campos.

ÉBOLA

INEM realiza exercício

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9AGOSTO 2014

O Instituto Nacional de Emer-gência Médica (INEM) dis-

põe de nove motas de emer-gência médica e 4 delas estão sediados em quartéis de bom-beiros.

Recentemente, perfizeram um ano de atividade duas de-las, localizadas nos Bombeiros Voluntários de Cascais e nos Bombeiros Voluntários de Lei-xões. As restantes encontram--se sediadas, em Lisboa, no Re-gimento de Sapadores Bombei-ros, em Coimbra, nas instala-ções do INEM e, entre julho e setembro nos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, no Porto, nas instalações do INEM, em Braga e Setúbal, nos hospitais locais, e em Faro, nas instalações da GNR.

As unidades de Cascais e Matosinhos são as mais recentes. No primeiro caso, o balanço é francamente positivo dado que permitiu estreitar ainda mais a relação operacional entre os técni-cos de cada uma das entidades, INEM e Voluntá-rios de Cascais, “permitindo até a criação de mais

massa crítica que qualifica e valoriza a prestação do socorro” defende uma fonte da instituição.

As motas, tripuladas por técnicos de ambulân-cia de emergência do INEM, são meios ágeis para operação com trânsito citadino e estão equipadas com disfibrilhação automática externa, oxigénio, adjuvantes da via aérea e ventilação, equipa-mento para avaliação de sinais vitais e glicemia capilar e outros recursos de suporte básico de vida.

MOTAS INEM

Quatro estão em quartéis

O INEM acionou, no primeiro semestre do ano, 558.282

meios de socorro de emergên-cia médica, mais 6,1 por cento do que em igual período de 2013.

Feitas as contas, e segundo o Instituto Nacional de Emer-gência Médica (INEM), no pri-meiro semestre deste ano fo-ram acionados mais 31.557 meios de socorro do que no mesmo período de 2013. Do total apurado, a maior parte dos meios acionados foram ambulâncias de socorro dos bombeiros voluntários, num total de 382.491, ou seja, 68 por centos dos serviços reali-zados.

A Cruz vermelha Portuguesa realizou 17.200 serviços a pe-dido do INEM.

As ambulâncias de emer-gência médica realizaram 86.201 serviços, as viaturas médicas de emergência e rea-nimação 49.186 e, por fim, as SIV, as Ambulâncias de Supor-te Imediato de Vida, 17.140 serviços. As motos de emer-gência médica foram ativadas 5.012 vezes durante os primei-ros meses do ano, as ambulân-cias de transporte inter-hospi-talar pediátrico 629 e os heli-cópteros 423.

Ainda segundo o INEM, fo-ram atendidas uma média de

3.400 chamadas de emergên-cia por dia no primeiro semes-tre deste ano, num total de mais de 618 mil contactos. Em relação ao mesmo período do ano passado, foram atendidas mais 34.789 chamadas, o que representa um aumento de seis por cento dos contactos recebidos pelos Centros de Orientação de Doentes Urgen-tes (CODU) do Instituto Nacio-nal de Emergência Médica (INEM).

Janeiro e março foram m 2014 os meses com maior nú-mero de chamadas de emer-gência, enquanto em fevereiro e abril se registou o menor nú-mero.

O INEM salienta em comuni-cado tornado público que os meios de emergência desti-nam-se a ser utilizados “em si-tuações de risco de vida imi-nente ou quando está em cau-sa uma função vital da vítima”, devendo, por isso, ser ativados “com critérios rigorosos”. O INEM aconselha os cidadãos a ligarem para o 112 em caso de acidente ou doença súbita e a informarem, “de forma simples e clara”, o número de telefone do qual estão a ligar, a localiza-ção exata e, sempre que possí-vel, com indicação de pontos de referência, o tipo de situa-ção, o número, sexo e idade

aparente das pessoas a neces-sitar de socorro, bem como das queixas principais e as altera-ções que observam.

Patrícia Cerdeira

INEM ACIONOU QUASE 559 MIL MEIOS DE SOCORRO

Bombeiros fizeram 68 por cento dos serviços

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10 AGOSTO 2014

Na presidência da direção dos Bombeiros Voluntá-rios de Albufeira há pouco

mais de um ano, José Rolo, já se rendeu à causa. Confidencia que ainda “tropeça” nas siglas, que se está a familiarizar com conceitos e preceitos, nada que, no entanto, obstaculize a concretização do projeto da sua equipa determinada em dar condições de trabalho aos bom-beiros, garantir os mais de 40 postos emprego e, assim, conti-nuar a dar uma resposta de qualidade em matéria de socor-ro a uma população fixa de cer-ca de cerca de 31 mil habitan-tes, a que se juntam durante todo o ano milhares de turistas.

“Nos períodos mais calmos Albufeira acolhe 120 mil pes-soas, número que ascende aos

400 mil em agosto. Para além dos turistas estrangeiros, há cada vez mais portugueses que se deslocam de automóvel, transformando as vias que ser-vem a cidade em focos de sinis-tralidade”, refere o dirigente dando conta da exigente e abrangente missão cumprida pelos operacionais que se des-dobram no socorro pré-hospita-lar e não descuram o apoio aos bombeiros dos concelhos vizi-nhos.

Semanas antes de entregar o comando a Carlos Coelho, Luís Zeferino falou ao jornal Bom-beiros de Portugal, dos desafios que todos os dias são colocados aos cerca de 80 homens e mu-lheres que integram o contin-gente, que tem como preocupa-ção maior a “floresta de betão”.

De facto neste território os incêndios florestais não têm ex-pressão, ao contrário dos urba-nos, tendo em conta o elevado número de unidades hoteleiras e complexos turísticos quase sempre lotados.

“Um incêndio numa unidade hoteleira tem que ser debelado na hora, sem erros os hesita-ções e para isso temos que dis-por de equipas bem treinadas”, diz-nos Luís Zeferino, adiantan-do que Albufeira conta “com um corpo de bombeiros operacio-nal, com muita formação, devi-damente preparado e equipado

ALBUFEIRA

Novo quartel (ainda) é um sonhoA construção de um novo quartel une

direção, comando e corpo ativo dos Bombeiros de Albufeira, contudo, ainda que

a realidade obrigue a adiar essa justa ambição. Por agora, o empenho e a

dedicação de todos têm permitido assegurar alguns melhoramentos no complexo situado

no coração desta cidade algarvia.Enquanto o sonho não se concretiza, estes homens e mulheres dão o seu melhor nos

vários teatros de operações e arregaçam as mangas na dinamização de inúmeras

iniciativas, numa bem-sucedida política de proximidade com as populações, que tem

assegurado ganhos para a instituição.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

para dar resposta às solicita-ções”.

Esta aposta na qualidade do socorro prestado tem custos elevados que obrigam o elenco diretivo a investir numa “gestão rigorosa”, algo de complexo, quando os recursos são poucos.

“Continuamos a aguardar por um novo modelo de financia-mento destas associações” de-fende José Rolo, até porque por maiores que sejam as dificulda-des, estas casas “não podem fechar portas”.

“Ninguém imagina uma cida-de sem bombeiros. Podemos encerrar um clube desportivo, uma associação cultural, mas não um quartel de bombeiros”, considera o dirigente associati-vo, alertando para as dificulda-des sentidas, no dia-a-dia, por muitos dirigentes de norte a sul do país.

“Importava melhorar a saúde financeira da instituição, esta-mos empenhados nisso e sabe-mos que podemos contar o apoio de todos, nomeadamente da Câmara Municipal de Albu-feira, das juntas da freguesia, das empresas da região e da comunidade geral. As pessoas estão sempre dispostas a cola-borar”, refere José Rolo.

Os Voluntários de Albufeira muito têm investido em parce-rias, numa política de proximi-dade com a comunidade, com

ganhos para a instituição, que desta forma vai conseguido re-novar o parque de viaturas, ad-quirir equipamentos e até asse-gurar algumas obras no quar-tel.

Neste âmbito a associação promove desde 2003, a iniciati-va “Quartel Aberto”, com o ob-jetivo de dar a conhecer à po-pulação e em especial aos jo-vens albufeirenses, a estrutura humana e logística de um Cor-po de Bombeiros nas áreas da saúde, incêndios urbanos e flo-restais, acidentes viação e náu-ticos, salvamento em grande ângulo ou no transporte de doentes.

“Recebemos, recentemente, um apoio grande do BPI, que no âmbito do projeto de responsa-

bilidade social da empresa, co-locou aqui algumas centenas de voluntários, durante um fim de semana que pintaram, substi-tuíram o pavimento e ainda co-locaram algum mobiliário novo no quartel”, diz o dirigente, su-blinhando a “generosidade do gesto”

Na verdade as instalações inauguradas em 1985 já deixa-ram de reunir condições para albergar o corpo de bombeiros, o sonho maior traduz-se na construção de um novo quartel, fora do centro da cidade, mas a realidade económica do país não permite sequer pensar nes-ses “luxos”.

“Como também não temos hipótese de avançar com gran-des obras, vamos requalifican-

do como e o que podemos, com algumas ajudas externas, mas sobretudo com a prata da casa”, adianta João Rolo, enfatizando o “empenho, abnegação organi-zação, sentido de responsabili-dade e profissionalismo destes homens e mulheres sempre dis-postos e disponíveis a colaborar com os projetos da direção”.

Quando a atividade operacio-nal o permite o pessoal “despe” a farda de bombeiro, e assume as funções de operário da cons-trução civil:

“O pessoal pinta, impermea-biliza… Faz de tudo usando os materiais que nos vão sendo oferecidos. E assim tem sido possível requalificar muitas das áreas do quartel”, revela o pre-sidente, anunciando a intenção de avançar com uma candida-tura ao novo QREN, para que seja possível concretizar obras de maior envergadura, “traba-lhos estruturais que não podem ser adiados”.

Este é um corpo de bombei-ros jovem e estável, que dá ga-rantias à direção e comando, ainda que a prioridade seja cap-tar mais voluntários, nomeada-mente na fanfarra da associa-ção, mas também nas escolas do concelho para que seja pos-sível começar no presente a as-segurar o futuro e a continuida-de do trabalho encetado há mais de 37 anos.

A história desta instituição fundada a 25 de março de 1977, começa a ser es-crita anos antes por Carlos Duque, Ma-nuel dos Santos Serra, José Manuel Ba-tista dos Santos, Saúl do Carmo Coelho, Abelino dos Santos Jesus e Gui Simões Grade, os rostos de uma comissão insta-ladora, para a criação de uma associação humanitária de bombeiros.

Provisoriamente instalados num velho edifício da Avenida 25 de abril, o novel

contingente, comandado por Carlos Fer-nando Duque Alves iniciou a sua ativida-de com apenas uma viatura, cedida pelo então Serviço Nacional de Ambulâncias.

Dos registos históricos sobressaem o dia 25 de março de 1985 quando foi inau-gurado o quartel da Quinta da Palmeira e para o dia 25 de março 1986 com a apre-sentação pública da fanfarra, hoje símbo-lo maior dos Bombeiros de Albufeira.

A associação que conta atualmente

oito dezenas operacionais, é posto INEM e dispõe de cerca de 30 viaturas entre as quais ambulâncias de socorro, veículos de combate a incêndios florestais e urba-nos, de operações específicas e de reco-nhecimento e salvamento aquático e ain-da viaturas escada e tanque de grande capacidade.

A Associação dos Bombeiros Voluntá-rios de Albufeira, conta atualmente com mais de 3100 associados.

Ontem como hoje

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11AGOSTO 2014

O Parque Natural situa-se no distrito de Lisboa e está distribuído pelos

concelhos de Sintra e Cascais. Estende-se do limite norte do concelho de Sintra, junto à foz do rio Falcão, para sul até à Ci-dadela de Cascais.

Numa destas tardes de ve-rão, uma equipa do jornal Bom-beiros de Portugal acompanhou os operacionais que no conce-lho de Sintra asseguram ações de vigilância, numa área exten-sa que compreende as fregue-sias de São Pedro de Penafer-rim, Santa Maria e São Miguel, São Martinho, São João das Lampas e Colares, que, registe--se, tem a totalidade do territó-rio inserida em área de parque natural.

Mais de 14 580 hectares al-bergam cerca de 900 espécies de flora autóctone e ainda grande diversidade de fauna, nomeadamente mais de 200 as espécies de vertebrados entre as quais 33 de mamíferos, mais de 160 de aves, 12 de anfíbios, 20 de répteis e nove de peixes de água doce.

Perante tão vasto e rico pa-trimónio natural, as palavras de ordem são preservação e pre-venção. No campo da preven-ção sobressai o trabalho dos

bombeiros que a par com o dos sapadores florestais e os milita-res têm permitido travar a força destruidora das chamas, catás-trofes como o incêndio de 1966 que provocou danos gigantes-cos neste ecossistema único.

A par do trabalho desenvol-vido pelo município de Cas-cais, também na área de Sin-tra, aliás mais vasta, desde 1997, que os bombeiros do concelho asseguram piquetes diários na serra, que começa-ram por ser garantidos por operacionais de bicicleta, uma missão penosa tendo em conta a orologia do terreno, atual-mente mais facilitada pela uti-lização de veículos preparados para vencer tortuosos cami-nhos e trilhos.

O jornal Bombeiros de Por-tugal acompanhou uma dessas ações na companhia do Co-mandante Operacional Munici-pal (COM) Pedro Ernesto, tam-bém responsável operacional dos Voluntários de São Pedro de Sintra, que a par com os

corpos de bombeiros de Almo-çageme, Colares, Sintra ga-rantem o patrulhamento desta área.

“Todos os anos, de 1 de ju-lho a finais de setembro, das 13 às 21 horas uma viatura tri-pulada por dois bombeiros, percorre o parque”, refere Pe-dro Ernesto sublinhando, con-tudo, que “em caso de neces-sidade e por indicação do Co-mando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Lisboa esta intervenção pode ser alargada e a força reforçada, nomeadamente pelas Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) instaladas nos quar-téis”.

Esta intervenção é comple-mentada à noite, das 21 às 7 horas, por militares do Regi-

mento Artilharia Antiaérea de Queluz e do Centro de Tropas Comandos e ainda pelos meios próprios do Monte da Lua que garantem ações similares nas sua propriedades, para além dos postos de vigia que zelam pela segurança dos parques 24 horas por dia.

Registe-se que esta ação desenvolve-se ao abrigo de um protocolo com a Câmara Municipal de Sintra e que mo-biliza muitas dezenas de ope-racionais, durante cerca de três meses, prazo que pode ser alargado, consoante as exigências climáticas.

Segundo o COM sintrense este trabalho permite detetar atempadamente muitas situa-ções e atalha-las numa primei-ra intervenção.

Muito mudou neste territó-rio nos últimos anos e o Par-que Natural Sintra Cascais, criado oficialmente em 1994, em substituição da até então designada Área de Paisagem Protegida, é agora um paraíso mais vivido, e talvez por isso mais guardado. A presença de muitos grupos de caminhan-tes, desportistas e amantes da natureza e da vida ao ar li-vre é um fator positivo que acaba por facilitar o trabalho dissuasor dos bombeiros.

Nesta como noutras situa-ções, comunidade e bombei-ros dão as mãos na proteção de um bem que é de todos, neste caso de um paraíso que é talvez o maior tesouro natu-ral da Área Metropolitana de Lisboa.

SINTRA

Bombeiros em defesa do parque naturalHá quase duas décadas que os bombeiros

do concelho de Sintra garantem, no verão, ações de vigilância e prevenção no Parque Natural Sintra-Cascais, em mais uma bem-

sucedida missão que tem permitido a salvaguarda e a preservação de um dos

mais importantes pulmões verdes da Área Metropolitana de Lisboa.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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12 AGOSTO 2014

A Câmara Municipal de Cascais acaba de renovar com as cinco associações de

bombeiros voluntários do concelho o proto-colo para o transporte adaptado de muníci-pes existente desde 2003.

O novo protocolo vai implicar um finan-ciamento de 250 mil euros aos bombeiros para continuarem a garantir o transporte diário de mais de uma centena de muníci-pes com mobilidade reduzida.

As marcações para os cidadãos usufruí-rem deste serviço porta a porta é feito

através da Autarquia e canalizadas para a respetiva associação de bombeiros da zona.

Este serviço de transporte foi criado pela Câmara de Cascais em 1991 e, fruto do au-mento da procura, alargado aos bombeiros do concelho conforme o protocolo então estabelecido e renovado até à atualidade.

A assinatura do novo protocolo contou com a presença do presidente da edilidade, Carlos Carreiras, do vereador Frederico Al-meida, responsável pelo pelouro da ação

social, da vereadora Paula Gomes da Silva, dos presidentes das juntas de freguesia de Cascais - Estoril, Pedro Morais, e da Parede – Carcavelos, Zilda Costa Silva, e dos diri-gentes das cinco associações de bombeiros subscritoras.

Esta parceria com a Câmara de Cascais, no âmbito do protocolo, garantiu também às 5 associações a atribuição de 3 ambu-lâncias de transporte múltiplo a cada desde 2003, num municipal investimento próximo dos 600 mil euros.

CASCAIS

Renovado protocolo para transporte adaptado

Os Bombeiros Voluntários de Ovar deram início a um

programa de remoção de pla-cas de fibrocimento, contendo amianto, existentes no seu quartel e que cobria um espa-ço contíguo ao edifício princi-pal.

A operação, a custos da pró-pria instituição, está a ser exe-

cutada por uma empresa es-pecializada, cumprindo todas as diretivas europeias, asses-sorada por uma empresa es-pecialista em segurança e hi-giene no trabalho.

“A saúde e o bem-estar dos nossos voluntários é uma preocupação constante da di-reção desta associação”, apon-

ta uma fonte da instituição su-blinhando que “a remoção que estamos a promover é prova cabal disso”.

Perante o esforço financeiro que a operação implica, a mes-ma fonte adianta que ”tendo em conta o objetivo final é considerada como um bom e necessário investimento”.

OVAR

Remoção de coberturas com amianto

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A Junta de Freguesia de Fanhões inviabilizou a realização de um dos dois simulacros, promo-

vidos no âmbito das comemorações do 86.º ani-versário da Associação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Fanhões.

Segundo direção e comando da instituição, o exercício de acidente rodoviário previsto primeiro para as imediações da junta de freguesia e, de-pois para Casainhos, não se realizou porque o presidente da Junta de Freguesia de Fanhões re-cusou-se acolher a iniciativa com a alegação de que “estes eventos”, devem ser realizados em “lugares próprios”, que “não coloquem em causa pessoas e bens”.

Esta ação/treino foi assim deslocalizada para

território da União de Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, onde os bombeiros conta-ram com “total apoio” do executivo.

FANHÕES

Junta inviabiliza simulacro

A Capela de S. Marcos, no Monte de S. Marcos, Tonde-

la, vai receber no próximo do-mingo, 31, a cerimónia religiosa em que vão ser homenageados os quatro bombeiros falecidos há um ano no combate às cha-mas bem perto desse templo, no Caramulo.

A iniciativa de homenagear os bombeiros, Ana Rita (Bom-beiros Alcabideche), Bernardo (Bombeiros Estoril), Cátia e Bernardo (Bombeiros Carregal do Sal), partiu da Zona Pastoral de Besteiros, Freguesia de San-

tiago de Besteiros, e do seu pá-roco, padre Manuel António Ro-

cha, com o apoio do Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro.

CARAMULO

Homenagem aos bombeiros falecidos

Lisboa assinalou pela primeira vez o Dia Municipal do Bombeiro, no dia 25 de agos-

to, data em que se assinala o incêndio do Chiado.

Esta é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, em parceria com o Regimento Sa-padores Bombeiros (RSB) e as seis corpora-ções de bombeiros voluntários: Ajuda, Bea-to, Cabo Ruivo, Campo de Ourique, Lisboa e Lisbonenses.

No período das alocuções o vice-presiden-te autarquia, o vereador da proteção civil e comandante do RSB deixaram palavras de apreço reconhecimento todos os homens e mulheres que se empenham, diariamente, na proteção das populações.

No final da cerimónia pública foi deposita-da uma coroa de flores na lápide evocativa do incêndio do Chiado ocorrido há 26 anos.

Sérgio Santos

LISBOA

Dia municipal assinaladopela primeira vez

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13AGOSTO 2014

Elementos dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, dos Voluntários de Sul e

Sueste do Barreiro e do Corpo de Salvação Pública do Barreiro es-tão a apoiar operacionalmente os seus companheiros de Alvalade, Santiago do Cacém, até final de setembro.

Fomos lá fazer um primeiro balanço desta operação, iniciada em julho, registando as impres-sões dos visitantes e dos visita-dos, para concluir que a iniciativa é já um sucesso e um bom exemplo de solidariedade de bombeiros para bombeiros e para as suas populações.

Após a realização da reporta-gem sobre esta solução solidária entre bombeiros, o Corpo de Bombeiros da Amora aderiu tam-bém à iniciativa, passando a in-tegrar a escala dos restantes corpos de bombeiros.

A iniciativa partiu da Federa-ção de Bombeiros do Distrito de Setúbal e contou, desde logo, com o apoio da comandante dis-trital de socorro (CODIS) da ANPC, Patrícia Gaspar, e sucessi-vamente, do CADIS, Elísio Olivei-ra, e do próprio CONAC, José Ma-nuel Moura.

Tratava-se de reforçar durante a semana os Voluntários de Alva-lade, carecidos de elementos dis-poníveis nesse período, para ga-rantir o funcionamento de uma equipa de combate a incêndios (ECIN) e uma equipa com auto-tanque (ELAC).

A ideia nasceu e facilmente to-mou corpo, fruto da boa articula-ção entre as associações e os respetivos corpos de bombeiros envolvidos.

Aos fins de semana, os ele-

mentos do Barreiro e Pinhal Novo regressam às suas associações ficando a atividade operacional integralmente a cabo dos ele-mentos de Alvalade.

A CP, chamada a colaborar pela Federação, oferece os bilhe-tes necessários à rendição sema-nal dos bombeiros envolvidos na operação, poupando assim às suas associações o custo das deslocações.

A Câmara Municipal de Santia-go do Cacém não correspondeu ao pedido de apoio extraordiná-rio que lhe foi dirigido para ga-rantir a logística da mesma ope-ração, razão pela qual, a alimen-tação tem sido assegurada com o esforço dos próprios bombeiros envolvidos e os apoios que têm conseguido reunir, quer local-mente, quer a partir das próprias associações envolvidas.

Os Bombeiros Voluntários de Alvalade cumprem o 12º ano de vida autónoma. Antes foram destacamento dos Voluntários de Santiago do Cacém.

Estão situados no limite sul do distrito de Setúbal, às portas do Algarve. Dispõem de 1200 asso-ciados, facto que constitui à par-tida uma enorme mais-valia, se

tivermos em conta que na Fre-guesia de Alvalade há apenas 2 mil habitantes e que na zona de intervenção daquele corpo de bombeiros, composta pelas fre-guesias de Alvalade, Ermidas e S. Domingos, apenas totalizam 7 mil. Estão a 40 quilómetros do hospital mais próximo, precisa-mente em Santiago. Qualquer intervenção pré-hospitalar dura no mínimo 2 horas. Agrava-se quando é necessário evacuar os doentes para Beja ou Setúbal.

Os Voluntários de Alvalade abrangem boa parte do IC1, via de ligação ao Algarve que tem vindo a constituir, cada vez mais, alternativa à A2, onde também intervêm em segunda linha. O número de acidentes rodoviá-rios, apesar de tudo, tem dimi-nuído mas a gravidade tem au-mentado.

São uma pequena associação com a maior fatia de área do concelho de Santiago de Cacém, 364 quilómetros quadrados. “Quilómetros é connosco”, ouvi dizer a vários bombeiros de Alva-lade.

O presidente da Associação, João Lança, sublinha que “a po-pulação vai ajudando como

pode, não é disso que nos quei-xamos, mas sim da falta de meios humanos, não consegui-mos contratar ninguém, temos uma vaga em aberto sem res-posta, saíram-nos dois motoris-tas com carta de pesados e não conseguimos substitui-los”. O corpo de bombeiros da Associa-ção de Alvalade tem 20 operacio-nais. “ “Como saíram 2 perde-mos 10 por cento do corpo de bombeiros”, adianta João Lança.

“Temos uma ambulância de socorro e uma ambulância de transporte múltiplo, cada uma, com 8oo mil quilómetros percor-ridos a precisar de ser substituí-das”, refere o mesmo dirigente salientando que “não fazemos mais transporte de doentes por que não temos pessoal para isso, razão pela qual em menos de um ano recusámos serviços de transporte que nos dariam cerca de 30 mil euros de receita”.

A solução defendida por todos os participantes nesta operação de apoio passará sem dúvida pela existência de uma equipa de intervenção permanente (EIP) e apontam o exemplo bem sucedi-do pelos Voluntários do Torrão pela Câmara de Alcácer do Sal

com a criação dessa equipa no corpo de bombeiros.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Alvalade, José Candeias, não tem dúvida em considerar a operação solidária em curso como “desafio para to-dos, para quem vem e para quem está”.

João Neutel é bombeiro de 3ª dos Voluntários de Pinhal Novo e o rosto da participação da sua Associação neste operação. Identifica a experiência como muito positiva e desafiante pe-rante “cenários e estilos diferen-tes, acessos difíceis, pessoas di-ferentes, outras mentalidades e meios, apesar de tudo, suficien-tes”.

João Costa, bombeiro de 1ª no Corpo de Salvação Pública do Barreiro, “viemos com o receio de estarmos a invadir espaço alheio e afinal foi o contrário, fo-mos recebidos de braços aber-tos, com muita vontade de tra-balhar e de aprender com a nos-sa experiência”.

“Aqui encontrámos menor vo-lume de serviços do que estamos habituados, mais duração na sua prestação e numa triangulação mais difícil de fazer”, sublinha João Costa.

Pedro Ferreira é chefe nos Vo-luntários de Sul e Sueste. É o mais graduado do grupo de bom-beiros. Faz um “balanço sempre positivo e, como graduado, esta experiência é positiva e diferente em tudo”.

Esta experiência permitiu também abater tabus e eliminar preconceitos antigos. “Habitual-mente ninguém quer que se mexa nos carros, que se conduza mas aqui houve total abertura,

sem preconceitos, sem reservas nem pruridos o que constitui um exemplo e uma lição para nós e para todo o país”, sublinham unanimemente os bombeiros vi-sitantes.

O segundo comandante de Al-valade, Miguel Romão, também não esconde a vantagem em contar com os seus colegas do Barreiro e Pinhal Novo. “Só te-mos bombeiros de 3ª, o contacto com pessoal mais graduado e mais conhecedor de outras reali-dades é muito bom para nós”.

Nas primeiras semanas, “a sala de formação do quartel foi espontaneamente aberta e os momentos de formação têm-se sucedido, estreitando laços e competências entre nós, o que é muito bom”, refere o mesmo ele-mento de comando.

Eduardo Correia, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, assume o su-cesso da iniciativa no coletivo.“ É uma experiência montada e agi-lizada por um coletivo para a busca de uma solução concreta para um problema concreto vivi-do com uma das nossas associa-ções e, desde logo, com as popu-lações por ela servidas.”

“Fomos sempre contra as quintas e deste modo estamos a prová-lo, sublinhe-se, com o enorme esforço e determinação das direções, dos comandos e, em especial, dos bombeiros que voluntariamente quiseram parti-cipar nesta operação”, defende o mesmo dirigente sublinhando que “esta experiência inédita é suportada no que pensamos que devem ser os apoios cruzados entre uns e outros desde haja vontade para isso”.

ALVALADE

Solidariedade de bombeiros para bombeiros

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14 AGOSTO 2014

As condições meteorológicas registadas até ao momento

têm sido decisivas para os valo-res da área ardida e número de incêndios até ao momento. “Se é verdade que São Pedro tem dado uma ‘ajudazinha’”, refere Jaime Marta Soares, a realidade também mostra que os bombei-ros portugueses estão muito melhor em termos de “forma-ção”, “integração com outros agentes, têm “melhores equi-pamentos” e ”mais recursos hu-manos”.

Segundo o relatório provisó-rio divulgado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), de 1 de janei-ro até 15 de agosto, houve 5161 incêndios, dos quais re-sultaram 8645 hectares de área ardida, cerca de um quinto da que ardeu em igual período do ano passado.

Feitas as contas, até meados de agosto ardeu menos 87 por cento do que o valor médio de área ardida entre 2004 e 2013. Isto faz com que 2014 seja até à data o terceiro melhor ano desde 2004 em termos de área ardida, só ultrapassado por 2007 (com 5976 hectares) e 2008 (com 8476 hectares).

O número de ocorrências, 5161, está também muito abai-xo das 8997 registadas em 2013 e da média dos últimos dez anos, que é de 13.370. O documento refere ainda que houve até agora 142 reacendi-mentos, menos 760 do que a média do período entre 2004-2013.

Os distritos do Porto (com 993 ocorrências), de Lisboa (com 571) e de Braga (com 452) foram os mais atingidos pelas chamas desde o início do ano. “Em qualquer um dos ca-sos as ocorrências são maiori-tariamente fogachos”, que não ultrapassam um hectare de área ardida, lê-se no relatório. No caso do distrito do Porto, 95 por cento da área ardida até à

data corresponde apenas a um incêndio que deflagrou em Aboadela, a 15 de junho.

Questionado sobre o que es-tará a contribuir para um verão muito mais calmo - para além da variante meteorológica, o presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) afirmou em declarações ao ‘BP’ que existem mais e melhores meios, melhor formação e uma “estra-tégia musculada”, fatores que explicam o “menor impacto” dos incêndios”.

O dirigente disse acreditar que, se se voltassem a registar as condições climatéricas de 2013, os bombeiros teriam “uma intervenção hoje mais forte, mais musculada”, e que, garantidamente, não deixariam que “as coisas acontecessem à dimensão do que aconteceu no ano passado”.

Ainda assim, Jaime Marta Soares ressalvou que “são cir-cunstâncias completamente di-ferentes”, rejeitando que em 2013, ano em que morreram vários bombeiros, houvesse

“problemas de incapacidade ou de incompetência”. “Os mes-mos do ano passado são os que estão no terreno e são aqueles que estão a dar mostras como é possível fazer-se melhor do que já se fez bem e corrigir, por ventura, o que esteve menos bem”, observou, reconhecendo que, este verão, “tem havido vários dias em que há taxas de humidade muito mais altas”, si-tuação que permite “algum de-safogo e torna menos forte o fogo quando está a eclodir”. “Estamos felizes pelo que está a acontecer”, declarou, notando, contudo, que “já houve este ano cerca de seis mil ocorrên-cias” e que os bombeiros têm “sido capazes de conseguir ter êxito”. O presidente da alerta, no entanto, que “a procissão só agora vai no adro”. Questionado sobre se este é um verão atípi-co para os bombeiros, Jaime Marta Soares declarou que “atí-pico é quando há mais fogos” e o que se está a viver é um “ve-rão normal”.

O ministério da Administra-

ção Interna tem vindo a mos-trar-se cauteloso na análise aos números. No final do mês de ju-lho, o secretário de Estado da Administração Interna, João Al-meida, sublinhou hoje que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios tem capacidade para uma “resposta adequada” às solicitações, independente-mente das condições climáticas.

Bombeiro ferido sem gravidade

Um bombeiro dos voluntários de Castro D’Aire, distrito de Vi-seu, ficou ferido quando com-batia o incêndio, em floresta, que atingiu o concelho no pas-sado dia 29 de julho. O jovem bombeiro sofreu queimaduras num dos braços, mas sem gra-vidade, tendo sido transportado para o hospital de Viseu.

Entretanto, O estado de saú-de do bombeiro de 32 anos de Miranda do Douro que sofreu queimaduras graves no comba-te às chamas “evolui favoravel-mente”. Segundo Luís Pedro

Martins, do Gabinete de Comu-nicação do Hospital da Prelada, no Porto, “o bombeiro encon-tra-se já em respiração espon-tânea, tendo sido já retirado o apoio mecânico de respiração”. “No que respeita às queimadu-ras, os ferimentos estão e evo-luir favoravelmente “, acrescen-tou.

Quando deu entrada no Hos-pital da Prelada, no passado dia 16 de julho, o bombeiro apre-sentava queimaduras de segun-do e terceiro graus em cerca de 50 por cento do corpo.

No combate a este incêndio, uma viatura dos bombeiros de Miranda do Douro foi consumi-da pelas chamas.

Julho foi o mais chuvoso do século

O mês de julho deste ano foi o mais chuvoso deste século e o terceiro com a temperatura mais baixa, de acordo com o Boletim Climatológico publicado na página da Internet do Insti-tuto Português do Mar e da At-

mosfera. O Boletim Climatológi-co indica que o mês de julho se caracterizou por valores médios de temperatura média do ar in-feriores ao normal e por valores precipitação superiores.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfe-ra (IPMA), o valor médio da temperatura média do ar no mês passado, 21,4 graus Cel-sius, foi 0,63 (graus) inferior aos valores normais.

O valor da temperatura máxi-ma em julho de 2014 foi tam-bém o terceiro mais baixo deste século (depois de 2008 e de 2011).

No que diz respeito à tempe-ratura mínima, julho foi o 6 mais baixo deste século (depois de 2009, 2012, 2011, 2008 e 2007, por ordem dos mais frios). O IPMA classificou tam-bém o mês de julho como muito chuvoso, com o valor médio da quantidade de precipitação a registar 22,8 milímetros tendo sido superior ao normal (9,0 milímetros).

Os dados indicam também que julho deste ano foi o oitavo mais chuvoso desde 1931 e o mais chuvoso deste século.

Ainda de acordo com o bole-tim, o menor valor da tempera-tura mínima (4,7 graus Celsius) foi registado em Lamas de Mou-ro, Melgaço, no Parque Natural da Peneda-Gerês no dia 18 de julho e a temperatura mais alta (41,6 graus) em Elvas a 17.

No que diz respeito à chuva, a maior quantidade de precipi-tação em 24 horas (72,1 milí-metros) foi registada em Cabril, Lousã, a 6 de julho. A situação meteorológica em Portugal con-tinental durante grande parte do mês de julho foi, segundo o IPMA, caracterizada “pelo anti-ciclone dos Açores se ter locali-zado a oeste ou sudoeste do ar-quipélago, e por uma depressão térmica ibérica na região cen-tral de Espanha”.

Patrícia Cerdeira

TERCEIRO MELHOR ANO DA DÉCADA

São Pedro tem dado uma ‘ajudazinha’

A Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP), através do seu presi-

dente, comandante Jaime Marta Soares, lamenta a inexistência em Portugal de espumíferos e retar-dantes disponíveis para o combate a incêndios florestais.

“É uma situação preocupante que desconhecíamos razão pela qual va-mos pedir explicações à Autoridade Nacional de Proteção Civil sobre isso”, adianta aquele dirigente subli-nhando “não desvalorizar o facto de ser uma solução particularmente cara, que poderá não ser aplicada em todas as situações mas que não pode deixar de estar disponível para

as intervenções em que se venha a considerar ser indispensável.

O presidente da LBP considera como “prioritária a avaliação imedia-ta dessa questão, que não pode es-perar por Outubro e que, em abono da verdade, devia era ter sido colo-cada em Janeiro ou Fevereiro desta ano”.

O comandante Jaime Marta Soa-res lamenta que os espumíferos e os retardantes tenham deixado de ser adquiridos em 1998 e que “até à data nada tenha sido debatido e que só agora, e por acaso, esteja a ser confrontado com a situação na qua-lidade de dirigente da Liga”.

FALTA DE RETARDANTES

Liga considera situação preocupante

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15AGOSTO 2014

Carlos Manuel Castro, ve-reador com o pelouro da proteção civil na Câmara

Municipal de Lisboa assegurou ao ‘BP’ que as instalações alter-nativas ao fecho do quartel dos Sapadores, junto ao centro co-mercial Colombo, ficarão situa-das na mesma zona da cidade.

“O quartel vai ficar naquela área porque tem de dar resposta à zona norte ocidental da cidade”, afirmou Carlos Manuel Castro, referindo-se às instalações al-ternativas, ainda não conheci-das, que alojarão o quartel da terceira companhia do Regi-mento de Sapadores Bombeiros

(RSB). Porque naquela zona da cidade vivem muitas pessoas, o autarca assegurou que “haverá sempre resposta do RSB refe-rente à área de Benfica e de São Domingos de Benfica”, e por isso as futuras instalações vão manter-se próximas do atual quartel, que também alberga o Museu do Regimento. “Não co-locaremos em causa o tempo de resposta que o RSB tem de cumprir, na ordem dos seis mi-nutos e meio, entre o alerta e a chegada dos primeiros meios ao local”, garantiu ao nosso jornal. Nas mesmas instalações está a Sala de Operações Conjunta (SALOC), que agrega todas as

entidades que fazem a seguran-ça na cidade de Lisboa, como a PSP, a Polícia Municipal e a Pro-teção Civil, e na qual foram gas-tos cerca de 500 mil euros. “A SALOC teve a sua importância inicial, mas neste momento pre-cisa de uma evolução do traba-lho que desenvolve”, acrescen-tou Carlos Manuel Castro indi-cando que o objetivo é que esta central se torne “mais abran-gente”.

Segundo o responsável da Proteção Civil, “não haverá pro-blemas” na transferência da central para outro local, que não terá de ser instalado no mesmo espaço físico do futuro quartel.

De forma independente fun-cionará também o museu do RSB. “É uma pretensão antiga que temos na câmara, que o próprio museu dos bombeiros tenha uma projeção diferente daquela que tinha até agora. O museu tem peças únicas no mundo e temos consciência disso”, sublinhou.

Ainda segundo Carlos Ma-nuel Castro, a re-estruturação dos quartéis em Lisboa remon-ta a julho do ano passado, al-tura em que a proposta de re--estruturação dos quartéis dos Sapadores Bombeiros foi apro-vada pelo executivo municipal. “Há uma necessidade de dar condições de trabalho aos pró-prios elementos do RSB que a maior parte dos quartéis não tem”, esclareceu. Os quartéis do Rossio e da Avenida Defen-sores de Chaves também vão

ser reorganizados, sendo que as instalações alternativas fi-carão no Martim Moniz e no Arco do Cego, respetivamente. A câmara prevê que ambos es-tejam prontos no início de 2016.

Ao que o ‘BP’ apurou, estas alterações não foram recebidas de forma pacífica pelos bom-beiros e pelos próprios respon-sáveis operacionais do RSB.

“A câmara antes de vender tem de dizer aos bombeiros e à cidade de Lisboa, qual é a al-ternativa a este quartel”, refe-riu Fernando Curto. Segundo o presidente da Associação Na-cional de Bombeiros Profissio-nais, não se pode “interromper o socorro para fazer um quar-tel durante um ano. E Até lá? Vamos ficar onde, num barra-cão?”, questionou. Num docu-mento a que a agência Lusa teve acesso, a área registada é atualmente de 9 mil metros quadrados, sendo que a área bruta de construção máxima é de 29 mil. O terreno que fica ao lado do Colombo está a ava-liado em 15 milhões de euros.

Patrícia Cerdeira

SALOC VAI FICAR NO MONSANTO

Câmara garante total operacionalidadeA Sala de Operações Conjunta (SALOC) do Regimento de Sapadores de Lisboa (RSB)

será transferida a longo prazo para o Monsanto, onde se situa nesta altura o

Restaurante Panorâmico. Até que o projeto esteja concluído, e porque os terrenos do

quartel dos sapadores na Avenida Lusíada já foram vendidos à Espírito Santo Saúde -

empresa do Grupo Espírito Santo que detém o Hospital da Luz, contíguo ao edifício, a câmara de Lisboa está à procura de um

local que sirva de instalação transitória. Esta é apenas uma das alterações no

dispositivo de quartéis e estações avançados dos profissionais da capital.

Texto: Patrícia Cerdeira

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16 AGOSTO 2014

“Os Municipais de Olhão têm um papel preponderante no

socorro às populações, não apenas no concelho, mas na re-gião do Algarve, sendo frequen-temente chamados a colaborar com outros corpos de bombei-ros”, desta forma o comandante Luís Gomes faz as “honras à casa” e dá a conhecer um efeti-vo que conta com 52 dois pro-fissionais, mais 30 voluntários, a que o responsável operacional faz questão de adicionar “40 jo-vens e crianças que integram a fanfarra”, que acredita, no futu-ro, possam assegurar a impres-cindível renovação de recursos humanos.

Fala com clareza das dificul-dades de gestão de uma casa que congrega duas “situações distintas”, considera que seria bem mais “fácil” abdicar da componente voluntária, mas essa não é, na sua ótica, a es-tratégia acertada.

Confia no trabalho dos seus operacionais, não os distingue, todos são fundamentais para garantir a proteção e o socorro dos 45 mil habitantes do conce-lho e dos muitos que visitam a região durante todo o ano.

“Olhão tem que apostar no voluntário, que é sempre uma mais-valia”, refere o comandan-

te, lembrando que este corpo de bombeiros, à semelhança dos voluntários de todo o país, também nasceu da vontade do povo, e que, verdadeiramente, só pode arrogar o estatuto de municipal há pouco mais de uma dezena de anos, quando a Câmara assumiu, de facto, res-ponsabilidades em matéria de proteção civil

Na verdade todos não são muitos para fazer face a tama-nha atividade, num concelho onde só “os incêndios florestais dão pouco que fazer”.

“No verão, torna-se compli-cada a gestão de recursos ten-do em conta o número de ocor-rências do litoral ao barrocal… muitas solicitações dentro e fora do concelho, sem esquecer que também integramos o Dis-positivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF)”, missões que Luís Gomes diz certificarem “a operacionalida-de e a qualidade dos meios, tanto no aspeto técnico como operacional”.

O Corpo de Bombeiros Muni-cipais de Olhão nunca deixou de embarcar no comboio do pro-gresso, investiu sempre na mo-dernização de meios, “acompa-nhou a evolução” e preparou os operacionais para os novos de-safios.

“Os quartéis nunca estão bem equipados, pelo menos aos olhos de um bombeiro, contu-do, devo reconhecer que o quartel de Olhão está, razoavel-mente, apetrechado. Na verda-de, dispõe do equipamento adequado à realidade da sua área de intervenção”, diz-nos o comandante, destacando o pa-pel da autarquia “sempre dis-posta e disponível para investir nos bombeiros”.

“A Câmara Municipal de Olhão não se demite de respon-sabilidades e, está sempre atenta às necessidades deste corpo de bombeiros, quer apro-

veitando fundos comunitários, quer com verbas próprias”, des-taca Luís Gomes.

A adega no centro da cidade adaptada a quartel há mais de 20 anos, não dispõem de condi-ções para albergar o corpo de bombeiros, ainda assim a boa vontade e o espírito abnegado dos homens e mulheres que nele servem, permitem contor-nar o problema que só será re-solvido com a construção de um novo complexo operacional. O comandante, bombeiro há 26 anos, diz já ter perdido a conta ao número de colocações de primeiras pedras de quartéis

que nunca foi construído, no entanto não perde a “esperan-ça”, ainda que considere que esta não é sequer a ocasião para voltar a abordar a ques-tão, tendo em conta a situação económica do país e a austeri-dade que condiciona em muito, também, a atividade das autar-quias.

Congratula-se por “finalmen-te a formação ter chegado ao Algarve” e salienta o trabalho da Escola Nacional de Bombei-ros, que permitiu criar uma nova dinâmica:

“A formação, a instrução e o treino são basilares, são pilares fundamentais de sustentação de qualquer corpo de bombei-ros”, e adianta abordando a im-portância da descentralização das ações de formação e da mais-valia das Unidades Locais de Formação (ULF) de Vila Real de Santo António e de Monchi-que. Garante que a política dos novos responsáveis da escola já está a ter repercussões “até nos níveis motivação dos operacio-nais”.

Estas ações ajudam a mitigar outras questões, nomeadamen-

te, as decorrentes de uma le-gislação que trata o bombeiro municipal como qualquer outro funcionário público, ignorando as especificidades, a missão que cumpre ou os riscos que corre. Luís Gomes lamenta ser o único comandante de bom-beiros com um efetivo apenas com bombeiros de 3.ª, “sem perspetivas de progressão na carreira, a auferir pouco mais de 500 euros por mês”.

Os corpos municipais lutam com estas dificuldades, “injusti-ças” que tornam complexa a missão de um comandante, ainda que Luís Gomes garanta poder contar com um punhado de homens e mulheres de fibra, que recusam render-se ou abdi-car da missão de salvar vidas.

As contrariedades não põem em causa as exigências do pre-sente de um efetivo que investe em elevados padrões de quali-dade no socorro prestado, fa-zendo jus ao projeto encetado em 1931 pelo Capitão João Car-los Mendonça, o autarca que municipalizou os bombeiros de Olhão, e pelo comandante An-tónio do Carmo Bentes.

OLHÃO

Dificuldades não comprometem o socorroSão bem conhecidas as contrariedades que

marcam a atividade das associações de bombeiros voluntários, que afinal são

semelhantes às que atormentam os corpos profissionais, segundo defende o

comandante dos Municipais de Olhão.Sobram dificuldades e obstáculos, mas Luís

Gomes não esmorece até porque, afiança, pode contar com um bem preparado e

motivado efetivo, que inclui uma importante componente voluntária, que o

responsável operacional garante ser fundamental para dar resposta às

exigências deste concelho algarvio.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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17AGOSTO 2014

Foram vários os apelos à unanimidade em torno da proposta apresentada pelo

Conselho Executivo da LBP. Em causa está a troca do terreno situado em Campolide, adquiri-do há cerca de 20 anos para a construção da futura sede, pelo Palácio de São Cristóvão situa-do junto ao Lumiar, local para onde a atual direção da Liga pretende transferir a sede da Confederação, atualmente si-tuada na zona de Alvalade. A proposta acabou por ser votada por maioria já que José Alberto Sousa, da federação de Bom-beiros do Distrito do Porto, abs-teve-se, uma posição que de resto causou algum mal-estar. O conselheiro questionou por vária vezes a opção da Liga e apesar das explicações técnicas e administrativas dadas em vá-rios momentos pelo presidente do Conselho Executivo, José Al-berto Sousa preferiu abster-se. Lídio Lopes, membro do Conse-lho Fiscal da LBP, chegou mes-

mo a afirmar que se os bombei-ros não vivessem um “momen-to eleitoral”, esta proposta da Liga não causaria tanta “resis-tência”..

“Não devemos misturar as coisas pois este poderia ser um dia histórico para os bombeiros e assim sê-lo-á pelas piores ra-zões”, disse Também Inácio Es-perança, presidente da Federa-ção dos Bombeiros de Évora se mostrou indignado com tanta “relutância”, sublinhado que este lhe parece um “bom negó-cio” o qual não deve ser afetado por “querelas eleitoralistas”.

Depois de responder às vá-rias dúvidas levantados por al-guns conselheiros, que queriam saber mais contornos deste ne-gócio, Jaime Marta Soares, ad-mitiu a sua surpresa face à “re-sistência” de alguns dos pre-sentes perante uma negociação “bastante favorável”, “realizado de boa-fé e diretamente” com o presidente da autarquia Antó-nio Costa, negócio que conside-

ra irá marcar o futuro da “histó-ria dos bombeiros”. Para con-substanciar a opção que exigirá um investimento estimado pela Liga entre os “100 a 150 mil eu-ros” para obras de “requalifica-ção” e “adaptação”, o presiden-te do Conselho Executivo refe-riu que o terreno de Campolide, negociado em 1994, custou à Liga nos últimos 20 anos cerca de “70 mil euros”, um “valor exorbitante para um terreno que nunca foi utilizado”, subli-nhou. Ainda segundo Marta Soares que considerou “respei-táveis” as opções do passado, a aquisição do Palácio de São Cristóvão servirá para melhorar as “condições de trabalho dos funcionários da Liga, que refe-riu guardam arquivos nas casa de banho”, para poder receber os bombeiros e dirigentes com mais “dignidade” e, em última instância, e porque o terreno o permite, poder transferir para a futura sede o armazém de far-damentos e, quem sabe, apos-tar a “longo prazo na constru-ção do museu do bombeiro”. Segundo estimativas da Liga, e numa altura em que só falta as-sinar a escritura, a obra poderá ter início dentro de dois a três meses e levará no máximos dois anos a estar concluída.

José Albuquerque, conselhei-ro da Federação de Viseu, colo-cou várias questões sobre o tema, nomeadamente, onde “vai a Liga arranjar os 100 a 150 mil euros” previstos para as obras de requalificação. Na resposta Jaime Marta Soares afirmou que apesar do projeto poder ser financiado pelo QREN, esta opção faria arrastar no tempo a conclusão do processo, razão pela qual não está muito “inclinado” a recorrer aos fun-dos comunitários. Informou en-tão o presidente do Conselho Executivo que já tinha mantido contactos com o ministro da Administração Interna com vis-ta ao financiamento da obra por parte do poder central, situação que terá sido bem acolhida.

CONSELHO NACIONAL APROVOU FUTURA SEDE DA LBP

Porto nega unanimidade

“Farei tudo o que for preciso para arranjar apoios e uma coi-sa garanto: não recorreremos às verbas do Fundo de Proteção Social do Bombeiro, solução que já foi utilizada no passado,

e com a qual estou totalmente contra”.

Da ordem de trabalhos da reunião de Pombal contou ain-da a aprovação da atribuição de três Fénix.Por proposta das

respetivas associações huma-nitárias, foi aprovada a atri-buição da Fénix de Honra às associações humanitárias de Arcos de Valdevez, Lixa e Fla-vienses.

Reunido extraordinariamente no passado dia 23 de agosto, na cidade de Pombal, o Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros

Portugueses (LBP) aprovou, como exigem os estatutos, o Regulamento de Funcionamento e do Ato Eleitoral do 42 Congresso

da LBP, que se realiza em Coimbra no último fim de semana de outubro. O tema não gerou grande controvérsia, tendo os

documentos iniciais sofrido duas pequenas alterações, mas o Conselho Nacional acabou por ficar marcado pela discussão em

torno da permuta do terreno de Campolide, cedido à LBP em direito de superfície pela Câmara de Lisboa, pelo Palácio de São

Cristóvão, onde a instituição pretende instalar a sua futura sede. O negócio foi votado por maioria porque um dos conselheiros da Federação do Porto absteve-se para indignação da maioria dos

presentes.

Texto: Patrícia Cerdeira

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18 AGOSTO 2014

O comandante António Gal-vão Gomes e o presiden-te Joaquim Camacho re-

ceberam, recentemente o jor-nal Bombeiros de Portugal no “novo” quartel de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, que alberga mais de 40 opera-cionais, que asseguram a pro-teção e o socorro a uma popula-ção de cerca de oito mil pes-soas, num território de mais de 640 km2.

Comando e direção acen-tuam as qualidades humanas e técnicas dos seus bombeiros, que na verdade se desdobram para responder a todas as soli-

citações, dentro fora da sua área de atuação, “operacionais que, nos mais distintos teatros, marcam pela diferença”, con-forme faz questão de salientar o presidente.

A entrega deste grupo de ho-mens e mulheres não tem pre-ço, mas tem um valor incomen-surável, que só pode ser ressar-cido com mais e melhores meios.

Por isso, não obstante todas as contingências, tem sido possível colmatar lacunas, pro-

vando que “afinal com pouco é possível fazer muito”, como nos diz Joaquim Camacho dan-do conta do avultado investi-mento de cerca de 500 mil eu-ros na ampliação e requalifica-ção do quartel que permitiram transformar as desadequadas instalações dos anos 70, num moderno e complexo operacio-nal.

Esta empreitada, concretiza-da com fundos comunitários, algum apoio da câmara munici-pal, e verbas da instituição per-

mitiram entre outras melhorias, novos balneários e camaratas, a criação de uma ala adminis-trativa e de salas de formação e a instalação de uma central de comunicações.

“Passamos de uma área de 952 m2 para 1523 m2, o que permitiu resolver alguns pro-blemas e garantir operacionali-dade e conforto aos nosso bom-beiros”, frisa o comandante An-tónio Gomes.

Agora a prioridade centra-se na aquisição de uma ambulân-

cia de socorro, bem como de equipamentos certificados de combate a incêndios florestais, que dentro de dias já devem começar a chegar ao quartel.

Para além das candidaturas promovidas pela comunidade intermunicipal e pela Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, visando a disponibilização de novo equipamento, a asso-ciação decidiu avançar com uma campanha de angariação de fundos que mobilizou e sen-sibilizou a população.

“O investimento em calças, dólmen, luvas, botas e t-shirt, ascende aos 12500 euros, um enorme esforço financeiro, a que não podemos fugir”, refere Joaquim Camacho, alegando que “quem socorre tem que o fazer em segurança”.

Os recursos são cada vez menores, os apoios residuais, mas esta direção orgulha-se de conseguir levar esta embarca-ção a bom porto:

“Resta-nos empenho, dedica-ção e esforço, porque cada vez

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pretende saber qual a extensão e o custo previsível da substituição das coberturas de

quartéis de bombeiros feitas de material com amianto na sua com-posição para reivindicar uma solução urgente para esse problema.

Nos próximos dias, a LBP vai solicitar às associações e corpos de bombeiros que indiquem, se possuem, ou não, coberturas desse tipo, qual a extensão, estado de conservação, custo previsível para a sua remoção e substituição por outra cobertura e informação so-bre eventuais operações que já tenham sido realizadas nesse sen-tido e respetivos custos.

A LBP, após conclusão do levantamento, pretende fazer uma análise rápida da situação e esquematizar forma de obviar a subs-tituição desse tipo de coberturas e de acautelar os apoios necessá-rios à sua concretização.

AMIANTO

LBP quer solução urgenteFo

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FERREIRA

Com pouco éNorteada pelo lema

“Mais Bombeiros” os Voluntários de

Ferreira do Alentejo, têm nos

operacionais o seu maior património e,

nesse sentido, o projeto da direção e

do comando determina garantir

as condições de trabalho e de

segurança, que permitam aos

soldados da paz cumprir a nobre

missão de prestar socorro, de salvar

vidas…

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Sérgio Santos

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19AGOSTO 2014

temos menos de tudo, vale-nos a máxima “mais bombeiros”, que norteia este projeto que tem como porta-estandarte es-tes soldados da paz, até porque sem bombeiros não há associa-ções”, acrescenta Joaquim Ca-macho.

Direção e comando olham agora para o exterior onde é necessário recrutar mais volun-tários, uma missão complexa tendo em conta que os mais jo-vens parecem não estar sensi-blizados para a causa.

“É diminuta a adesão dos jo-vens aos bombeiros, estamos a ter dificuldades no recrutamen-to. Tentamos, por todos os meios, aliciar novos elementos, mas sem êxito. Na verdade pre-

cisávamos de muito mais vo-luntários. Esta é uma lacuna sentida nos piquetes noturnos e no verão quando as solicitações são maiores”, revela o coman-dante.

Aliás a associação em parce-ria com os Voluntários de Aljus-trel de Cuba e da Vidigueira apostaram na dinamização de uma escola conjunta, mas sem grande resultado.

“Neste momento, o maior de-sejo é termos mais bombeiros”, acentua o presidente apostado em levar os bombeiros às esco-las, mas também na dinamiza-ção de iniciativas várias que ga-rantem a proximidade com a comunidade, acreditando que esse possa ser uma forma de

despertar o voluntariado em Ferreira do Alentejo.

Reativada em 2013, a Fanfar-ra dos Bombeiros de Ferreira do Alentejo é também encarada como uma espécie de alfobre de novos bombeiros, mas pare-ce ainda ser prematuro fazer qualquer tipo de avaliação.

“Está a dar os primeiros pas-sos, mas já teve umas quantas apresentações que em muito dignificaram a imagem desta instituição”, afiança o presiden-te sublinhando a qualidade dos cerca de 30 jovens músicos que integram o agrupamento,

O comandante faz questão de destacar o valioso contributo do núcleo local da Juvebombei-ro junto das populações, com a

DO ALENTEJO

possível fazer muito

Aos 22 de novembro de 1960, a vila de Ferreira do Alentejo festeja a intenção de dotar o concelho de um corpo bombeiros e aplaude a iniciativa de um punhado de homens bons que para história ficam como os fundadores da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo, nomeadamente Fernando de Vilhena Vasconcelos, José Trindade Si-mões, José Nunes de Oliveira, Arnaldo dos Santos Moreira, Alberto de Meneses Feio, Eugénio Francisco do Rosário, José da Rocha Moreira e José de Vilhena Pires de Lima Nunes

A 15 de julho de 1961, foi oficialmente criado o Corpo de Bombeiros tendo como comandan-te José Maurício Lucas Pereira, coadjuvado pelo ajudante Manuel António Batista.

A fundação

promoção de rastreios nas mui-tas aldeias e lugares do conce-lho, bem como a dinamização de muitas outras iniciativas que tem permitido angariar fundos que os operacionais mais jo-

vens aplicam no equipamento de viaturas.

“Este e muitos outros gestos e atitudes provam que de facto esta é uma grande e unida fa-mília, que nos enche de orgu-

lho” e que obriga direção e co-mando a seguir em frente e a enfrentar os inúmeros obstácu-los que se colocam às associa-ções humanitárias de bombei-ros.

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20 AGOSTO 2014

A falta das respostas da tu-tela associada a forte de-terminação em servir

mais e melhor as populações, levaram dezenas de corpos de bombeiros de muitos pontos do país, não só do litoral, mas também do interior, a assumir ações de vigilância, patrulha-mento e de socorro no mar, nos rios ou nas piscinas.

No Guincho, em Carcavelos, na Figueira de Foz, Vagos ou Cantanhede, entre muitas ou-tras zonas de Portugal, os ope-racionais voluntários são uma presença obrigatória nas zonas balneares.

Em Carcavelos, uma embar-cação, um posto de socorro e patrulhas constantes de dois operacionais de bicicleta consti-tuem um dispositivo importante na assistência à praia.

Embora os números de agos-to – mês propício a todas as en-chentes – ainda não estejam disponíveis, os registos já dão conta de cerca de 200 ocorrên-cias, das quais 14 motivaram evacuações para as unidades hospitalares, uma das quais com intervenção da Viatura Mé-dica de Emergência (VMER).

A presença dos operacionais é, sem dúvida, sinónimo de se-gurança, fator que os banhistas têm em linha de conta na esco-lha deste extenso e sempre lo-tado areal.

Aos fins de semana e feria-dos, o Guincho, recebe, há já duas décadas, a operação “Praia Segura”, iniciativa dos Bombeiros Voluntários de Cas-cais que conta com os apoios da câmara municipal de Cascais e do hoteleiro António Muchaxo.

Uma ambulância de socorro, com uma tripulação constituída por dois bombeiros e um médi-co, já assistiram milhares de banhistas e, em apenas dois ca-sos, e “por mera precaução”, houve necessidade de transpor-tar as vítimas ao hospital, se-gundo dados do comando deste corpo de bombeiros.

Outro caso de sucesso, é o “Programa de Assistência às Praias” promovido pelos Volun-tários da Figueira da Foz, há já 11 anos, e que visa “contribuir para a segurança de visitantes e residentes nas áreas adjacen-tes às praias, mas também nas artérias mais concorridas da ci-dade.

Para além de 25 operacionais locais, e à semelhança de anos anteriores, voltam a participar nesta ação 16 elementos dos

Bombeiros de Gouveia a que este ano se juntam, outros tan-tos dos Voluntários de Penaco-va.

A iniciativa assenta no patru-lhamento em bicicleta de duas equipas de dois bombeiros cre-denciados em socorrismo e mu-nidos de material de emergên-cia médica e de equipamento para testes de glicemia e moni-torização de tensão arterial, ha-bilitados para prestar cuidados primários de saúde. Comple-mentarmente, as bicicletas es-tão, ainda, equipadas com meios portáteis de extinção de incêndios. Cada equipa dispõe também de um rádio emissor--recetor que permite a ativação de meios complementares, no-meadamente ambulâncias, via-tura de desencarceramento ou pronto-socorro de incêndio.

PRAIAS

Segurança dos banhistas mobiliza muitos operacionaisDe norte a sul do País, os bombeiros, para além de

muitas outras missões, garantem, ainda, a

segurança dos banhistas na orla costeira, nas piscinas e nas praias

fluviais.Mergulhadores,

condutores de embarcações, nadadores salvadores e socorristas,

devidamente preparados, treinados e equipados são

cada vez mais um contributo indispensável

para a redução do número de acidente e de vítimas

associados à época estivalTexto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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21AGOSTO 2014

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) apela aos banhistas para que cumpram as regras de segurança relativamente à

proximidade das arribas do litoral.“Não há sombra que pague uma vida” sublinha o presidente

da LBP, comandante Jaime Marta Soares, apelando “ para que os portugueses e os estrangeiros que nos visitam não transfor-mem um período de férias numa tragédia”. Apela ainda, “ para que as autoridades, pese embora o esforço e a visibilidade que têm dado aos avisos, mesmo assim, como puderem, reforcem--nos e sensibilizem ainda mais as pessoas para os perigos que correm”.

Os bombeiros admitem que a questão, não sendo nova con-

tudo, ganha agora nova atualidade ao saber-se que, por exem-plo, só no litoral do Algarve há 75 praias em risco de derrocada sem que da parte dos banhistas, apesar dos avisos existentes nos locais, isso implique um comportamento defensivo.

Os bombeiros estão naturalmente preocupados com a even-tual repetição da tragédia ocorrida há cinco anos na Praia Maria Luísa, no Algarve e tudo farão para que tal não se repita. Po-rém, para isso é necessário que os próprios banhistas se previ-nam e não se exponham ao perigo da forma como têm feito.

O concelho de Albufeira é o que têm mais praias com arribas em risco (24), seguindo-se os concelhos de Lagoa (17), Vila do Bispo (11), Portimão (9), Aljezur (7), Lagos (5) e Silves).

BOMBEIROS ALERTAM PARA OS PERIGOS DAS ARRIBAS

“Não há uma sombra que pague uma vida”

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PRAIAS

Segurança dos banhistas mobiliza muitos operacionaisEstas brigadas estão na rua

todos os sábados e domingos, das 9 às 18 horas, desde o iní-cio do mês de agosto e até ao próximo dia 7 setembro.

Os números deste ano estão ainda por apurar, contudo, em 2013 estas equipas prestaram 16 assistências, entre quedas, queimaduras, atropelamentos e doenças súbitas. Para além dis-to, ainda assumiram o papel de cicerones da cidade prestando esclarecimentos e indicações a turistas estrangeiros.

Também em Cantanhede, os operacionais desdobram-se em muitas ações em época estival, nomeadamente, nas praias ma-rítima da Tocha e fluviais de Olhos de Fervença e Sete Fon-tes e ainda na piscina do parque de campismo.

Esta vertente da atividade

dos bombeiros envolve no total 12 elementos, que asseguram não só a vigilância e o patrulha-mento dos areais, como man-tém em funcionamento um pos-to de socorro na Tocha, sendo que ainda assumem a promo-ção de campanhas de sensibili-zação, junto dos veraneantes.

O esforço é grande e exigen-te, mas o comandante Jorge Je-sus faz um balanço “muito posi-tivo” desta ampla e abrangente intervenção dos bombeiros que tem permitido “reduzir o núme-ro de ocorrências”.

Em Vagos, a ação dos bom-beiros centra-se na ria. No âm-bito de um protocolo estabele-cido com a autarquia, todos fins de semana e feriados, os volun-tários zelam pela segurança dos veraneantes.

A operação estival é assegu-

rada pelo Grupo de intervenção Especial do quartel de Vagos, que integra timoneiros nadado-res salvadores e vigilantes.

O comandante Miguel Sá, ex-plica que piquetes de quatro elementos assume esta missão apoiados por uma ambulância de socorro, uma embarcação e uma moto de água.

Há uns tempos a associação alugou, ao Património do Esta-do, um antigo posto da Guarda Nacional Republicana, devoluto e em avançado estado de de-gradação, que os voluntários do quartel estão a recuperar, mas que já dispõe das condições mí-nimas para albergar este dispo-sitivo. Este polo da Vagueira que se destina à formação dos operacionais na vertente marí-tima, no verão assume o esta-tuto de secção avançada, evi-

tando a sempre onerosa deslo-cação de meios.

“Esta é mais uma despesa para a associação, mas que se justifica pois os nossos opera-cionais necessitavam de uma área de formação com condi-ções tanto para as sessões teó-ricas, como para as práticas e na Vagueira, dispomos dessas condições”, refere o comandan-

te adiantando a mais-valia des-te complexo no apoio aos ba-nhistas, que trocam o agitação da praia pela quietude da ria.

“São raras as ocorrências, essas surgem mais na orla cos-teira, a que acorremos sempre que acionados pelos meios do Instituto de Socorros a Náufra-gos”, revela o Miguel Sá.

De facto, esta é uma missão

assumida com o empenho e o profissionalismo, que afinal são a imagem de marca dos bom-beiros de Portugal, nas mais distintas operações de socorro e de proteção, no transporte de doentes, no combate aos incên-dios, no abastecimento de água às populações na desobstrução de vias ou cortes de árvores.

Prontidão, sempre!

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22 AGOSTO 2014

Um grande incêndio deflagrou no dia 15 de agosto em Marinhais, no concelho de Salva-

terra de Magos tendo chegado a atingir duas frentes.

O forte vento que se fazia sentir no local levou a rápida propagação das chamas para a localida-de vizinha de Glória do Ribatejo, conforme pode testemunhar a equipa “BP” no local. A autoestra-

da A13 e a linha ferroviária de Vendas Novas fo-ram cortadas.

Estiveram neste teatro de operações cerca de 180 operacionais apoiados por 51 veículos dos

corpos de bombeiros de Santarém e grupos de reforço de Lisboa, Leiria e Portalegre. três meios aéreos e equipas locais da GNR.

Sérgio Santos

SALVATERRA DE MAGOS

Vento forte dificulta operações

No passado dia 5 de agosto, às 10.58h., os Bombeiros de

Cantanhede receberam do Cen-tro Orientação Doentes Urgen-tes (CODU) o alerta para assis-tência a um parto. Chegados ao local, o Tripulante de Ambulân-cia de Socorro (TAS), Luís Filipe Silva e a motorista da viatura INEM, Leonor Torres, depara-ram-se com uma criança já nascida, do sexo masculino, com apenas 24 semanas de gestação, um bebé prematuro, com cerca de 30 centímetros e não mais que 700 gramas.

Os Bombeiros de Cantanhe-

de, apesar da surpresa, come-çaram a efetuar os devidos pro-cedimentos, tais como o corte do cordão umbilical, a estimula-ção do pequeno feto, que se en-contrava pouco reativo, aspira-ção de secreções, administra-

ção de oxigénio e aquecimento corporal.

Uma vez que a criança era prematura, exigindo cuidados especiais, foi solicitado o apoio da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), que rapidamente se dirigiu ao local e acompanhou o transpor-te para o Hospital Pediátrico de Coimbra, onde uma equipa mé-dica especializada recebeu o pequeno bebé.

Os Bombeiros de Cantanhede aguardam, agora, ansiosamen-te pela visita do menino ao quartel.

CANTANHEDE

Nascimento inesperado

Um incêndio em mato deflagrou no dia 12 de agosto na localidade de Albogas, concelho de

Sintra tendo atingido duas frentes devido ao forte vento que se fazia sentir.

A rápida mobilização e ataque musculado dos

cerca de 100 operacionais apoiados por trinta veículos dos corpos de bombeiros do concelho de Sintra, Loures e Odivelas facilitaram a extinção das chamas.

Sérgio Santos

BELAS

Intervenção musculada

Um incêndio eclodiu no dia 14 de agosto numa zona de mato em Linda-a-Velha provocando

algumas preocupações devido a proximidade de habitações.

O forte vento que se fazia sentir no local difi-

cultou a intervenção dos 62 operacionais apoia-dos por 16 veículos dos corpos de bombeiros do Dafundo, Algés, Carnaxide, Linda-a-Pastora e Barcarena.

Sérgio Santos

DAFUNDO

Incêndio junto a habitações

Na madrugada do dia 4 de agosto, três elementos dos

Bombeiros de Fátima fizeram o parto de uma linda menina, de 2480 quilogramas, a caminho do Hospital de Leiria, dentro da ambulância INEM.

As bombeiras de 2.ª Cláudia e Salomé Frazão e o bombeiro de 1.ª Rui Costa Pereira respon-deram á ocorrência com “muita calma e concentração, mos-trando conhecimento, respon-sabilidade e temperança”, as-sente na formação investida no corpo de bombei-ros, como sublinham comando e direção.

“Foi antes de entrar na A1 e tudo se desenrolou muito de-pressa. Trabalhámos com cal-ma, em conferência com o CODU e tudo correu bem. Quando a VMER chegou ao local a menina já estava nos braços da mãe”, conta Rui Costa Perei-ra, chefe da equipa que ainda afirma emocionado:

“Foi um momento único!”.Por seu turno, Salomé Frazão

faz questão de desejar à família “as maiores felicidades”, agra-

decendo à pequena Jéssica “a alegria de ver a vida aparecer!”

FÁTIMA

Mais um parto em ambulância

Mantém-se internado em estado crítico que, há pouco mais de

uma semana, Cinco operacionais dos Bombeiros de Bragança resga-taram, com vida, da barragem de Castanheira um jovem de 18 anos, natural de Vinhais.

Isaque Baptista, Paulo Ferro, António Leal, Marcolino Cepeda e José Rodrigues foram os bombei-ros que se lançaram à água, de-pois de um alerta inicial dado por um jovem cadete, presente no lo-cal.

Paulo Ferro, um dos primeiros operacionais a chegar ao local. não hesitou em atirar-se à água, mas António Leal, Marcolino Cepeda e José Rodrigues chegaram logo depois, e, com equipamento apropriado, foi possível localizar o jovem, submerso já há vários minutos. Paulo Ferro mergulhou a mais cinco me-tros e conseguiu puxar a vítima, já inconsciente.

Transportado até à margem, a equipa do INEM,

ajudada pelos bombeiros, conseguiu, após mais alguns minutos, retomar a pulsação do jovem.

Os bombeiros acreditam que as temperaturas frias e o estado de hipotermia em que ficou aju-daram o corpo a “abrandar” o seu ritmo, consu-mindo menos oxigénio, o que permitiu recuperar os sinais vitais.

BRAGANÇA

Jovem resgatado da barragem

Os Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, foram chamados nos últimos dias, de madru-

gada, para um incêndio urbano em Sermanhã, freguesia de Sedielos. Foram deslocados para a ocorrência 4 veículos e 14 Operacionais, que de-pararam com uma habitação totalmente tomada pelas chamas e muitas dificuldades no combate,”devido aos estrondos dos cabos elétri-cos que constantemente atrasavam o combate e a segurança de todos os Bombeiros” conforme nos referiu o comandante António Fonseca. Até às sete da madrugada o combate às chamas foi efetuado sem a presença do piquete de urgência da fornecedora de energia elétrica.

“A habitação de grandes dimensões não era a residência oficial dos moradores, que por motivos

de trabalho apenas pernoitavam de vez em quan-do naquela quinta”, explicou António Fonseca.

A ação dos bombeiros, cujos trabalhos de res-caldo foram dados por concluídos já de manhã, teve o apoio da GNR do Peso da Régua e poste-riormente da Policia Judiciária de Vila Real.

RÉGUA

Combate a incêndio urbano

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23AGOSTO 2014

No passado dia 12 de agosto o Batalhão de Sapadores Bombei-ros do Porto (BSB) participou num simulacro envolvendo ma-

térias perigosas no centro comercial “Dolce Vita”, no Porto. O simulacro teve como cenário um veículo com transporte de

matérias perigosas a granel, com um depósito de 200 litros de substancia gasosa, tóxica, corrosiva e com propriedades combu-rentes. O veículo sinistrado sofreu uma rutura no deposito, liber-tando para atmosfera o gás e provocando uma vitima inconsciente (motorista).

Perante esta situação o centro comercial acionou o seu plano emergência interno, ativando os meios necessários para fazer face à ocorrência. Foram solicitados, através do 112, o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB), a PSP e o INEM.

O BSB atuou com o seu Veiculo de Proteção Multirriscos Especial no salvamento da vítima e no controlo da fuga.

No entender do BSB, estes exercícios são importantes porque conferem rotinas aos elementos das equipas de segurança das entidades e permitem uma melhor coordenação entre os vários agentes de proteção civil.

Texto e fotografias Subchefe António Oliveira

PORTO

Simulacro de matérias perigosas

Os Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga têm vindo a realizar di-

versos exercícios de salvamento em grande ângulo na sequência da obten-ção de formação e de equipamentos específicos para aquela missão.

Um desses exercícios decorreu na Barragem da Ermida. E, mal sabiam os bombeiros que poucos dias depois se-riam chamados para intervir numa ação real naquele preciso local.

O simulacro permitiu aos bombeiros por à prova e demonstrar todos os co-nhecimentos adquiridos, fazendo fren-te a um cenário particularmente com-plexo como é o do interior da central de

uma barragem. Conforme nos referiu o comandante dos Voluntários de Sever do Vouga, Sebastião Lourenço, “a ope-ração serviu para treinar, não só os bombeiros, mas também os elementos da segurança da própria barragem”.

Entre outros aspetos, conforme nos adiantou aquele responsável, “este si-mulacro revestiu-se de um grau de exi-gência bastante elevado, quer pela profundidade de 12 metros a que foi feito, quer pela falta de pontos de amarração, neste caso feita com recur-so a uma máquina pesada, e ainda ao facto de ter-se realizado durante a noi-te”.

SEVER DO VOUGA

Treino seguido de ação real

O Corpo de Bombeiros de Cerva resgatou este mês dois praticantes de “canyo-

ning” no Rio Poio, Cerva, Ribeira de Pena.No primeiro regaste o alerta foi dado por

um dos elementos do grupo, cerca das 22 horas.

A equipa de resgate conseguiu chegar ao local, de escarpas e difícil acesso, perto das 24 horas. Ao chegarem ao local os bombei-ros deparam-se com um jovem de 24 anos que terá caído, tendo alegadamente apenas torcido um pé. Após o resgate, que termi-nou por volta das 4 horas da madrugada, o jovem foi transportado ao Hospital de Vila Real.

Neste caso, a equipa de resgate integrou bombeiros de Cerva, concelho de Ribeira de Pena, da Cruz Branca de Vila Real, da GNR, o comandante municipal de Ribeira de Pena

e a viatura médica de emergência e reani-mação (VMER) de Vila Real.

No segundo caso, o Corpo de Bombeiros de Cerva resgatou um turista espanhol, também no Rio Poio. O resgate ocorreu desta vez durante a tarde. Um jovem de 28 anos feriu-se ao saltar para o rio, tendo so-frido um traumatismo no braço esquerdo.

O alerta foi dado aos bombeiros através da central CODU por volta das 18 horas, tendo sido um dos elementos do grupo a pedir ajuda. A equipa de pré-hospitalar conseguiu chegar ao local 45 minutos de-pois de vencer as escarpas existentes no local. Após o resgate, a vítima foi transpor-tada para o Hospital de Vila Real. No local estiveram três viaturas dos Bombeiros de Cerva.

O “canyoning” é um desporto de aventu-ra que consiste na descida de cursos de água com fortes declives, utilizando cordas e recorrendo a saltos para transpor obstá-culos, proporcionando uma sensação de descoberta e aventura. O Rio Poio é o local indicado para a atividade de “canyoning”, sendo, aliás, considerado um dos “ex-líbris” para essa prática em Portugal.

CERVA

Praticantes de “canyoning” resgatados

Um simulacro realizado no Parque Urbano do Rio Diz, na Guarda,

permitiu aos bombeiros locais, Vo-luntários Egitanienses, demonstrar capacidades e competências e ade-quá-las a novos meios e ferramentas obtidas recentemente.

O exercício, integrado no programa do 138.º aniversário da instituição, centrou-se particularmente no domí-nio do salvamento e desencarcera-mento com recurso a uma viatura es-pecial de intervenção com caracterís-ticas “roll-off”. Com base num chassi único torna-se possível operar com a viatura, equipada com contentores específicos e suscetíveis de troca num espaço de tempo reduzido, em função das diferentes missões a que seja chamada.

Referimo-nos a este tipo de viatura noutra local da presente edição. Pu-blicámos, também, uma foto da mes-ma no “Bloco de Notas” da edição de julho.

GUARDA

Exercício mostra novas ferramentas

Filipe Silva e Carlos Araújo, bombeiros de

Barcelinhos, foram no-vamente parteiros de uma menina que não quis esperar nem pelo fim de gestação nem pelo Hospital de Braga para nascer. “Foi mesmo ali na ambulância, no acesso à entrada da A11”, no lugar de Lama-çães, Alvelos.

O relógio marcava 11.44h. quando caiu nos Bombeiros de Bar-celinhos o alerta para uma mulher, de 31 anos, em trabalho de parto. Coube a Filipe Silva e Carlos Araújo o trabalho que viria a ser de parto.

“Estávamos já na estrada nacional, perto da entrada da auto--estrada, quando a mãe disse que ia nascer”, conta Filipe Silva, o “parteiro” de serviço, cabendo a Carlos Araújo a tarefa de cortar o cordão umbilical. Segundo dados obtidos junto do CODU, que acio-nou para o local a VMER de Braga, “o parto correu bem e a VMER não teve que intervir”, pois os bombeiros já tinham feito “tudo e bem”.

“É sempre uma alegria”, diz Carlos, que, pela segunda vez, as-sim como Filipe, foi interveniente num nascimento numa ambulân-cia.

Após o parto, mãe e filha foram transportadas para o Hospital de Braga encontrando-se de plena saúde.

A menina, cujo nascimento estava previsto para 30 de setembro, chama-se Vitória e é a primeira filha do casal, Liliana Gomes e Victor Simões.

Nuno Cerqueira

BARCELINHOS

Bombeiros bisam

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24 AGOSTO 2014

A colisão de uma carrinha com uma viatura li-geira de passageiros junto de um parque in-

fantil em São João das Lampas, foi o cenário pe-los Bombeiros de Sintra criado para testar as equipas de socorro e os novos equipamentos de intervenção em acidentes com várias vítimas.

Esta ação de treino envolveu vários meios dos

Voluntários de Sintra, Montelavar e São Pedro de Sintra que em conjunto desenvolveram ações de desencarceramento, extração de vítimas, estabi-lização e já no posto de triagem foram avaliadas, triadas e priorizadas e evacuadas para as unida-des hospitalares.

Sérgio Santos

SINTRA

Acidente multivítimas em exercício

A equipa de salvamento em grande ângulo dos Voluntários da Batalha, em colaboração com

a direção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória realizou um exercício de resgate denominado por “Mosteiro 14”.

A queda de um visitante nos terraços superio-res do mosteiro, levou a intervenção desta equipa especializada que sem pontos de fixação na es-trutura efetuou o resgate entre as cópulas, esca-das e outros espaços conseguiu retirar a vítima com o apoio de uma maca de do veículo escada dos municipais de Leiria.

Este exercício envolveu 24 operacionais e sete veículos dos Bombeiros da Batalha e Municipais de Leiria, e teve como finalidade o teste da equi-

pa de resgate e respetivos procedimentos de tra-balho numa edificação histórica, conforme real-çou o comandante Fernando Oliveira.

Sérgio Santos

BATALHA

“Mosteiro14” mobiliza 24

Os Bombeiros Voluntários da Aguda participaram na se-

mana cultural que decorreu en-tre 25 de Julho e 2 de Agosto na freguesia de Serzedo, concelho de Vila Nova de Gaia.

A Freguesia levou a efeito a sua semana cultural, convidan-do como habitualmente todas as associações e coletividades a realizarem no decurso da mes-ma, uma demonstração ou atuação relacionada com a es-sência de cada uma delas.

Os Bombeiros Voluntários da Aguda, mais uma vez disseram presente, realizando no

dia da abertura um exercício / simulacro de acidente rodo-viário (atropelamento).

O principal objetivo do simu-lacro foi, em tempo real, expli-car o desenrolar de toda a ação, sensibilizando a população pre-sente para os cuidados a ter quando é confrontada com um acidente de viação, desde a im-portância de um correto alerta até á preciosa colaboração que os populares podem ter num lo-cal de acidente, como apoio ás equipas de emergência.

Para o encerramento, nada melhor que uma demonstração por parte da equipa de salvamento e desencarceramento do CB Aguda, que partici-pou no campeonato nacional em Leiria, onde mais uma vez de uma forma pedagógica foi expli-cado á população em que consiste o desencarce-ramento. Antes de mais explicar o porquê dos

bombeiros necessitarem de efetuar manobras es-pecificas para extração da vitima, o que aos olhos dos leigos pode ser entendido como uma perda de tempo. No final, após a explicação dada, os presentes verificaram tratar-se de enorme gan-ho, quer em tempo como em qualidade de vida para a vitima.

AGUDA

Demonstração de capacidades

A Câmara Municipal de Loulé, a Autoridade Nacional de Prote-

ção Civil (ANPC) e os bombeiros al-garvios assinalaram recentemente no Barranco do Velho, em plena Serra do Caldeirão, o arranque do pré-posicionamento de meios para combate a incêndios no interior do concelho durante o período estival.

Assim, durante os meses de agosto e setembro, períodos mais críticos e de maior esforço na res-posta, aquela zona contará com a presença dos bombeiros, integra-dos na brigada de combate do sota--vento criada no âmbito do disposi-tivo coordenado pela ANPC, num total de 12 operacionais e três veí-culos.

A partir do Centro Comunitário do Barranco do Velho, passa a posi-cionar-se a força de bombeiros para o combate a incêndios florestais no concelho de Loulé em particular, mas também suscetível de intervir em todo o interior da serra algarvia e cujos custos são cobertos pela Câmara Municipal de Loulé.

LOULÉ

Bombeiros investem na prevenção

Foto

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25AGOSTO 2014

A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) vai investir cerca de 200

mil euros na reabilitação do seu polo de formação da Lousã, devendo as obras estarem concluídas antes do fim do ano. Segundo o presidente da ENB, José Ferreira, a Câmara Munici-pal da Lousã vai custear a interven-ção em cerca de 30 mil euros, corres-pondentes à contrapartida de 15 por cento de financiamento nacional do projeto, que será candidatado aos fundos comunitários.

Para que esta intervenção seja possível, foi assinado um protocolo, no passado dia 30 de julho, entre a ENB e a autarquia da Lousã com vista à requalificação do Centro de Forma-ção Especializado em Incêndios Flo-restais (CFEIF). As obras passam pela criação de mais salas de aula, imper-meabilizações no edifício principal, ampliação do hangar para acolher mais viaturas e equipamentos e subs-tituição da sua cobertura, e adapta-ção de dois pavilhões em dormitórios com capacidade para albergar 60 for-mandos.

O CFEIF funciona há vários anos junto ao aeródromo da Chã do Freixo, em terrenos e instalações cedidas pela autarquia local, ao abrigo de “uma parceria de sucesso” entre a ENB e a autarquia, como salientou João Almeida, o secretário de Estado da Administração Interna, presente na cerimónia.

As obras de modernização irão de-correr entre agosto e dezembro, sem implicar alterações da atividade for-mativa, esclareceu o presidente da ENB. Manteremos o plano de forma-ção até final do ano”, garantiu o res-ponsável.

Por seu turno, o presidente da Câ-mara da Lousã, Luís Antunes, salien-

tou que as obras permitirão “dar mais dignidade e qualidade” ao funciona-mento deste polo da Escola Nacional de Bombeiros. Aproveitando a oca-sião, Luís Antunes, autarca do PS, cri-ticou “a falta de apoio do Estado” aos corpos de bombeiros municipais, ten-do pedido o empenho de João Almei-da na busca de uma solução. “A bola

está agora do lado da Associação Na-cional de Municípios Portugueses (ANMP)”, respondeu o governante, aludindo aos trabalhos de uma co-missão, que integra a ANMP, criada para “encontrar a solução” que vise a sustentabilidade financeira dos cor-pos de bombeiros.

Patrícia Cerdeira

CARA NOVA ATÉ AO FINAL DO ANO

Polo da Lousã da ENB vai para obras

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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Carcavelos e S. Domingos de Rana decidiu equipar cada um dos elementos da ECIN integra-da no DECIF-2014 com um alarme pessoal de segurança (APS), normalmente utilizado no equipamento de proteção in-dividual para combate a incên-dios urbanos.

Para o comandante Paulo Santos, este sensor de movi-mento eletrónico que deteta a paragem dos movimentos do corpo de um bombeiro, “ativa um alarme sonoro automatica-mente, o que possibilita a rápi-da deteção do bombeiro em caso de acidente no combate a incêndios, neste caso flores-tais”.

CARCAVELOS

ECIN com alarme pessoal

Os Bombeiros Voluntários de Penela equiparam os seus

homens com equipamento de proteção individual (EPI) usado, mas de qualidade e a um custo, praticamente, nulo.

Os 64 fatos “Nomex” foram obtidos junto de uma corpora-ção de bombeiros da Suíça e já foram distribuídos a cada bom-beiro de Penela. Este equipa-mento destina-se à proteção individual dos bombeiros no combate a incêndios urbanos ou industriais, no desenvolvi-mento de operações de desen-carceramento (acidentes de viação), em sinistros relaciona-dos com intempéries, entre ou-tros.

Como se trata de equipamen-to imprescindível mas muito dispendioso, o comando dos Voluntários de Penela partiu em busca desses equipamentos junto de bombeiros de vários países onde a substituição des-se equipamento em prazo certo é um imperativo. Foi assim que surgiu a oportunidade.

“Penela, devido às suas ca-racterísticas demográficas, tem uma baixa incidência de incên-dios urbanos, assim, com o re-forço de material novo e usado, vamos ficar perfeitamente equi-pados nesta matéria”, refere o segundo comandante António Simões Lima.

“Como tem vindo a ser hábi-

to, o comando entende que, quando a corporação “abraça” uma nova área de intervenção, deve, necessariamente, dispo-nibilizar os veículos, o respetivo EPI e formação específica aos

bombeiros, como foram exem-plos passados com a criação das equipas SGA (Salvamento em Grande Angulo) e BREC (Busca e Salvamento em Estru-turas Colapsadas) e, mais re-

centemente, a atualização do EPI para Incêndios Florestais”, explicou o segundo comandan-te António Lima.

Segundo o mesmo responsá-vel, “a chegada do novo veículo para combate a incêndios urba-nos (VUCI) exigiu também a procura de equipamento ade-quado e formação própria dos bombeiros para este tipo de viatura, o que acontece, no caso da formação, há um ano, e o equipamento também já foi obtido”.

A aquisição do equipamento e o seu transporte, em circuns-tâncias normais implicaria um investimento de 40 mil euros. Contudo, nada disso aconteceu.

Por isso, “o comando, direção, corpo ativo e penelenses em geral, deixam um honroso agradecimento à boa vontade e perseverança de todos os que idealizaram e concretizaram este projecto, em especial à só-cia da corporação de Penela, Carla Cristina Janota, emigran-te na Suíça, que foi intermediá-ria audaz entre bombeiros por-tugueses e suíços e à transpor-tadora TIR: Viagens e Transpor-tes Aljuriça Lda, empresa sediada em Olho-Cadima-Can-tanhede, que muito gentilmen-te garantiu o transporte desta desejada mercadoria”

PENELA

Operacionais ganham equipamentos

Os Bombeiros de Belmonte receberam, recentemente,

50 pares de botas de combate a incêndios em espaços naturais, oferecidos pela Câmara Munici-pal de Belmonte, conforme aprovado em reunião do execu-tivo.

Com esta medida, está dado mais um passo na proteção in-dividual dos bombeiros do mu-nicípio, processo esse, iniciado em junho com a entrega de 50 fatos de combate a incêndios florestais oferecidos pelas fre-guesias do concelho e pelas empresas Intermaché, Mini Preço e Construções – Fortuna-to Canhoto & Filhos Lda.

Também com o apoio da campanha “Vamos Entregar 1€ aos Bombeiros Portugueses” realizada em agosto do ano passado, os Bombeiros de Bel-

monte adquiriram meia cente-na de máscaras filtrantes para incêndios florestais.

Findo processo, os Voluntá-rios do Concelho de Belmonte não esquecem os agradecimen-tos às entidades que investiram na segurança dos operacionais, aliás essencial para um bom de-sempenho da missão dos bom-beiros.

BELMONTE

Autarquia investe em segurança

Os Voluntários de Santarém receberam no final de julho

90 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) florestais, ao abrigo do protocolo de coopera-ção entre as federações de bombeiros dos distritos de San-tarém, Portalegre e Évora.

O corpo de bombeiros apre-sentou os novos equipamentos

em formatura geral, numa ceri-mónia que serviu também para oficializar a promoção ao posto máximo da carreira de bombei-ro do subchefe José Saragaço e da promoção a bombeiros de 3.ª dos elementos Paulo Nunes, Cristiano Rijo, Mariana Beja, Maria Silva e Ricardo Domin-gues.

SANTARÉM

Voluntários têm novos EPI

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26 AGOSTO 2014

Texto e foto: Eunice Francisco(Jornal Badaladas)

Ao contrário da grande maioria dos corpos de bombeiros do país, os com-batentes de Torres Vedras partem este ano para a frente de fogo com equipa-mentos individuais de proteção mais apropriados para os incêndios flores-tais.

Acabaram de receber um total de 120 pares de botas, 140 máscaras para proteção das vias aéreas e luvas para combate específico a incêndios florestais e todo o equipamento de proteção individual para o fogo urba-no, no valor de 70 mil euros.

Uma doação feita pela organização internacional Pró Vida, que em Torres Vedras escolheu apoiar também a APE-CI, no âmbito do seu projeto de res-ponsabilidade social.

Até agora os bombeiros ainda só ti-nham recebido parte do equipamento prometido pelo Governo, nomeada-mente alguns capacetes, faltando a maior fatia do equipamento necessário ao combate florestal: fatos (calça e dólmen), botas, capuzes de proteção

(cógulas), luvas e demais capacetes, que já não vão chegar a tempo da épo-ca crítica dos incêndios, devido a um atraso nos concursos de adjudicação.

Pelo que esta doação caiu do céu a uma direção “desgostosa” por ter uma “deficiência” no que diz respeito ao equipamento de proteção individual, e que não esquece “o pandemónio que foi o ano passado com as histórias de bombeiros que morreram, de botas derretidas e de vias aéreas queima-das”, referiu Gonçalo Patrocínio, presi-dente da direção, no passado dia 17, data em que os equipamentos foram entregues aos bombeiros.

“Sempre foi nosso objetivo tentar colmatar esta falha e iríamos com cer-teza aplicar algum valor, mas nunca conseguiríamos chegar a isto”, referiu o presidente, mostrando-se orgulhoso “porque se os nossos bombeiros já são reconhecidos por serem competentes, altamente profissionais e bem prepa-rados ao nível de equipamentos, era importante que também estivessem ao nível de equipamentos de proteção in-dividual”, concluiu aquele responsável.

Grande parte dos bombeiros usa apenas uma farda, de algodão, e botas que não são resistentes às chamas. “Os bombeiros sempre usaram esse material, era o que havia. Infelizmente foi preciso morrerem bombeiros na frente de fogo para finalmente os res-ponsáveis deste país repararem que os bombeiros não tinham os equipamen-tos adequados e darem a devida aten-ção a esta questão”, abrindo concursos para dotar os corpos de bombeiros com os equipamentos necessários, re-fere Fernando Barão, comandante da corporação.

O comandante regista com agrado o iniciar do processo, mas lembra que “isto não pode parar por aqui, é preci-so pensar na substituição do material,

porque ele desgasta-se rapidamente e as associações por si só não têm con-dições financeiras para o repor. Além disso, cada bombeiro só tem um equi-pamento e como é quando ele estiver a lavar?”, questiona o comandante, lembrando que está em cima da mesa a discussão sobre o financiamento dos corpos de bombeiros. “Que se arranje uma nova forma das associações te-rem dinheiro para equipar os seus bombeiros”, é o que defende.

Entretanto, o restante material para o combate às chamas a entregar pelo Estado só deverá chegar no pró-ximo ano. Até lá, os homens e mulhe-res daquela casa vão continuar a en-frentar as chamas florestais com a mesma determinação, coragem e em-penho de sempre, mas Fernando Ba-rão alerta: “sem nunca quebrar a bar-reira de segurança, porque não há pinhal algum que valha a vida de um bombeiro”.

TORRES VEDRAS

Organização doa equipamentos aos bombeiros

O Corpo de Bombeiros Municipais de Tavira foi reforçado com um

novo veículo florestal de Combate a Incêndios.

O novo equipamento, chegado recentemente à corporação de bombeiros, já está em fase de ins-trução para melhor conhecimento de todos os operacionais sobre suas as características e potencia-lidades.

A nova viatura vem reforçar a capacidade do corpo de bombeiros para o combate a incêndios flores-tais, fundamental para responder ao enorme número de situações desse tipo a que os Municipais de Tavira são chamados durante o ve-rão, quer na sua zona de interven-ção, quer no apoio às associações e corpos de bombeiros vizinhos.

TAVIRA

Quartel recebe novo veículo florestal

Foto

: Joã

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Os Bombeiros Voluntários de Ovar já dispõem de instalações na Praia do Furadouro através

da cedência das antigas instalações da capitania local ali existentes.

A cerimónia de entrega e hastear da bandeira da associação naquele local contou com as pre-senças, do presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, do presidente da as-sembleia-geral da associação, João Natária, do presidente da direção, Dinocrato Formigal e do comandante do corpo de bombeiros, Carlos Bor-ges.

A utilização das antigas instalações da capita-nia será uma mais-valia para dar continuidade ao apoio assegurado há muito pelos bombeiros aos banhistas que demandam aquela zona balnear. O quartel sede dos bombeiros situa-se a cerca de 6 quilómetros do areal mas a enorme procura a que está sujeito durante o verão, com muitas pessoas e veículos em circulação, aconselha claramente a que os bombeiros devam estar mais próximos para prestar melhor e mais rápido socorro.

A reabilitação do edifício, entretanto, deverá ser assegurada pela própria associação.

OVAR

Novo posto no Furadouro

Os Bombeiros de Cantanhede receberam, da Associação

para o Desenvolvimento de Ae-rodinâmica Industrial (ADAI), da Universidade de Coimbra, dois pares de “botas protótipo”, um masculino e um feminino, com “elevada resistência” ao fogo, para serem testadas no terreno.

A ADAI em colaboração com a Lavoro, produtora nacional cal-çado profissional há mais de 30 anos, tem vindo a estudar o aperfeiçoamento do novo mode-

lo de botas e assim contribuir para a segurança dos operacio-nais

O “teste operacional”, que conta com a colaboração de 10 corpos de bombeiros, entre os quais o de Cantanhede, visa ob-ter indicações “que permitam

avaliar e melhorar o desempe-nho desta importante peça de equipamento”.

CANTANHEDE

Botas com “elevada resistência ao fogo”

No dia 8 de agosto, a Associação Humanitária dos Bombeiros Torrejanos esteve em festa

com a promoção de nove operacionais a bombei-ros de 2.ª. Na ocasião, o comandante José Carlos Pereira felicitou os bombeiros promovidos e re-lembrou as responsabilidades acrescidas destas promoções agradecendo a todos o empenho e dedicação às causas humanitárias desempenha-das por esta associação.

Associaram-se à cerimónia vários elementos da direção da associação, nomeadamente o pre-sidente Arnaldo Santos que enalteceu a disponi-bilidade e prontidão de todos os operacionais.

Neste mesmo dia foi colocado ao serviço do quartel dos voluntários de Torres Novas um Vei-culo Florestal de Combate a Incêndios, que ape-sar de ter uma cabine e chassi de 1990, foi remo-delado, e equipado com um sistema de combate (bomba e tanque) completamente novo. Esta nova viatura passa a reforçar o Dispositivo Espe-cial de Combate a Incêndios Florestais deste cor-po de bombeiros que conta com três ECIN e uma ELAC.

TORRES NOVAS

Promoções e um novo veículo florestal

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27AGOSTO 2014

A Associação Humanitária Bombeiros Voluntários Por-

tuenses conta com novos cor-pos sociais, eleitos em assem-bleia-geral em 15 de julho últi-mo, e cuja posse decorreu em 28 do mesmo mês.

A assembleia-geral é presidi-da por José Pinto Ferreira, ten-do como vice, António José Al-meida Praça e, como secretário, Manuel Orlando Ferreira de Sousa.

A direção é presidida pelo co-mandante do Quadro Honra (QH) José Policarpo Rocha Car-valho, tendo como vices, Ma-nuel Filipe Serralva Alves e Ma-

nuel António Silva Vaz, como tesoureiro, João Manuel Neiva Antunes, como secretário, Car-los Manuel Amorim Mouta e como primeiro e segundo se-cretários, respetivamente, Nel-son Gabriel Gomes Coimbra e Daniel Portela da Cunha.

No conselho fiscal, a presi-dência é de Ana Maria Couto Guimarães, a vice-presidência, de Fernando Pereira Oliveira e o lugar de secretário, de Rui Pe-dro Ribeiro Teixeira.

Deste conjunto de dirigentes fazem parte, entre outros, três médicos, três enfermeiros, um advogado e um autarca.

PORTUENSES

Eleitos órgãos sociais

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Lagos re-cebeu recentemente mais 18 bombeiros em cerimónia de jura-

mento realizada no quartel e presidida pela presidente da Câmara Municipal de Lagos, Maria Joaquina Quintans de Matos.

Dos 18 novos elementos do corpo de bombeiros, 7 são mulheres, facto que corresponde à média nacional de elementos femininos que neste momento estão a ingressar nas associações de bombeiros.

Conforme foi sublinhado durante a cerimónia, o ingresso de no-

vos elementos é o corolário da conjugação de esforços, quer do comando, dos formadores, quer dos próprios.

Na cerimónia procedeu-se ainda à entrega de equipamentos de proteção individual adquiridos pela Associação. Conclui-se com o tradicional “batismo” dos novos elementos e com um lanche que reuniu todos os presentes.

LAGOS

Mais 18 bombeiros

As nove horas de distância que, segundo um tema da banda Xutos e Pontapés, separava a

capital Lisboa de Bragança, fazem parte do passado. Se por um lado, a moderna rede viária, e até uma ponte aérea encurtaram distâncias, por ou-tro a luta das gentes contra as assi-metrias garantiu a chegada, célere, do progresso pelo menos ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Bra-gança, desde sempre aberto à rece-ção de novas ideias, conceitos e téc-nicas.

O pioneirismo é assumido pelo co-mandante major José Fernandes que anuncia agora a aquisição de um dro-ne, um pequeno veículo aéreo não tripulado, comandado remotamente e munido de uma câmara que não só capta, mas que também emite ima-gens em tempo real. Trata-se de um investimento de cerca de cinco mil euros e que permitirá apoiar o traba-lho dos bombeiros em distintos tea-tros de operações, conforme faz

questão de salientar o porta-voz des-te quartel transmontano.

O responsável operacional dos vo-luntários bragantinos adianta que este ”zangão” poderá ser uma apoio importante nas mais distintas mis-sões de reconhecimento, “não ape-nas nos incêndios florestais”, desta-cando a mais-valia desta ferramenta tecnológica na localização de pessoas desaparecidas, um fenómeno cada vez mais recorrente entre a popula-ção idosa residente nos lugares mais isolados do território. Refira-se que os Voluntários de Bragança servem mais de 35 mil habitantes, 25 mil concentradas na cidade e os restan-tes dispersos por mais de uma cente-na de aldeias.

Já este mês, o jornal Bombeiros de Portugal esteve no quartel dos Bom-beiros de Bragança e confirmou a ex-pectativa com que os cerca de cem operacionais aguardam a chega do novo equipamento, por agora ainda em fase de teste.

Na verdade, esta será apenas mais uma inovação do quartel onde o com-promisso com o futuro há muito foi fir-mado, nomeadamente com investi-mentos num sistema de sistema de georreferenciação e num telefone sa-télite.

O progresso chega, assim, à Bragan-ça, mas à laia de complemento, num bem apetrechado complexo operacio-nal, que responde às necessidades e às exigências de segurança de um grupo de preparados bombeiros, prontos in-tervir nos mais distintos cenários.

BRAGANÇA

Bombeiros firmam compromisso com o futuroOs Bombeiros Voluntários de Bragança preparam-

se para adquirir um drone, equipamento que segundo comando e direção assegura um passo em

frente na qualificação da resposta já garantida às populações do concelho.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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28 AGOSTO 2014

Na cerimónia de realização de promoções de novos

bombeiros, que decorreu no Jardim do Fosso durante as Festas de Verão dos Bombeiros Voluntários de Arronches, Nuno Costa foi também em-possado pelo comandante ope-racional distrital de operações de socorro da ANPC, Belo Cos-ta, como novo comandante,

sucedendo assim a Marco Viei-ra no cargo.

Na tribuna de honra estavam presentes a presidente da Câ-mara Municipal de Arronches, o presidente da assembleia-geral dos Bombeiros Voluntários de Arronches, o comandante dis-trital, e o representante da Fe-deração de Bombeiros do Dis-trito de Portalegre.

A mãe do novo comandante, Maria Emília Costa, foi chamada para lhe colocar as divisas, pe-rante uma parada de bombeiros que depositam toda a confiança e saber no seu novo líder.

Nuno Costa, na sua interven-ção, agradeceu à família todo o apoio prestado no desempenho da sua missão, e garantiu que mesmo com as dificuldades que esta como outras associações de bombeiros atravessam, vão dar o melhor pelo seu concelho e pelo país quando necessário.

O novo comandante afiançou à população que pode estar tranquila com os bombeiros da sua terra, porque, ainda que voluntários, estes operacionais exercem com grande sentido de profissionalismo a missão que lhes está entregue.

Texto e fotos:Notícias de Arronches Online

ARRONCHES

Novo comandante toma posse

Na nossa última edi-ção, de julho transa-

to, na página 32, na ru-brica “Louvor/Repreen-são” é dado um louvor pela ajuda aos bombeiros de Alvalade-Sado no pe-ríodo do DECIF 2014.

“Nesse louvor a nossa denominação está in-completa, podendo indu-zir os leitores em erro”, refere a direção da Asso-ciação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Barreiro - Corpo de Salvação Pública.

Assim, “agradecíamos a retificação do lou-

vor para: Aos Voluntário do Barreiro CSP, Sul e Sueste e Pinhal Novo”. Fica, então, feita a retificação proposta.

BARREIRO

Retificação do CSP

Portugal acolheu no início do ano as duas primeiras edi-

ções do Seminário Internacio-nal de “Técnicas Avançadas de Elevação” numa parceria entre os Bombeiros Voluntários de Odivelas e a “Heavy Rescue Sweden” uma instituição da Suécia certificada na formação nas ações de desencarcera-mento em veículos pesados.

“Heavy Rescue” é um concei-to aplicado a acidentes que en-volvem viaturas pesadas de mercadorias ou passageiros, nomeadamente os camiões, au-tocarros, comboios e todo o tipo de maquina-ria pesada, cuja “necessidade de criação de espaço para salvamento ou resgate de vidas humanas requer a utilização de técnicas avan-çadas de criação de espaço e de estabiliza-ção”, adiantou ao “BP” um dos responsáveis pelas ações já ministradas.

Este tipo de formação está de volta a Portu-gal, numa visão descentralizada para que este tipo de formação possa ser recebida pelos ope-racionais de vários pontos do país, pelo que

nesse sentido serão realizadas, no mês de ou-tubro, sessões nos corpos de bombeiros de Portimão, Évora, Moimenta da Beira e Esmoriz.

Sérgio Santos

“HEAVY RESCUE”

Técnicas Avançadas de Elevaçãoem seminário

A atividade é uma constante nos Bombeiros Vo-luntários dos Carvalhos. E, mesmo que em

período com menos ação no combate aos incên-dios florestais como é o caso deste mês de agos-to, ao contrário do que tem sido normal em anos anteriores, contudo, não deixaram de desenvol-ver outras missões.

Apesar da paragem no funcionamento das es-colas locais, mesmo assim, receberam as visitas da Grilinguas e do ATL João Sabichão, mais uma oportunidade para sensibilizar os mais jovens para os bons princípios de prevenir os acidentes e também para mostrar os meios de que dis-põem, motivo sempre para despertar a atenção das crianças.

Os Voluntários dos Carvalhos estiveram tam-bém na TVI, no domingo, dia 3, para apoiar a campanha do “Intermarché” em prol da aquisição de equipamentos de proteção individual para os bombeiros.

No espaço comercial “Intermarché” da sua zona de intervenção, e durante uma semana, de-senvolveram a campanha “ajude a equipar o novo quartel”, e não só. No stan ali montado, além da venda de diversos artigos, aproveitaram também para a avaliação da tensão arterial e gli-cemia do público presente e ainda a angariação de novos bombeiros, dos 10 aos 44 anos.

CARVALHOS

Corpo de bombeiros com atividade

Foto

: Filip

e Ad

ão

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29AGOSTO 2014

Os Bombeiros Voluntários da Mealhada assina-laram no dia 26 de julho, o seu 87.º aniver-

sário. A cerimónia, bastante participada, culmi-nou com a entrega formal da carta de missão ao novo comandante, Nuno João, com a condecora-ção de catorze bombeiros, a inauguração de duas galerias fotográficas e a bênção de duas viaturas. A intervenção de Jacinto Oliveira, vice-presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Avei-ro, havia, no entanto, de marcar a sessão solene: “E se de repente o país deixasse de ter bombeiros voluntários, e o Estado ou as Câmaras tivessem que pagar o custo da proteção civil no país?”.

As cerimónias começaram com a homenagem aos bombeiros falecidos, junto do monumento colocado, há 10 anos, pela Junta de Freguesia da Mealhada, em frente ao quartel. Seguiu-se a inauguração de uma galeria com as fotografias

dos três fundadores da associação – Bernardino Felgueiras, João Saraiva e Augusto Ramalheira – identificada pelo presidente Nuno Castela Canilho como “o mais digno e bonito espaço de todo o quartel”. A seguir, quando era inaugurada a gale-ria dos presidentes da mesa da assembleia geral, Nuno Canilho lembrou que “se trata de um gesto de elementar justiça”, salientando a figura de Ma-nuel Oliveira Andrade, que desempenhou aquele cargo durante cinco décadas.

Antes da sessão solene foi feita a bênção das duas viaturas. Uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM), que veio substituir a viatura destruída num acidente em Fevereiro passado, e uma viatura de apoio logístico especial, reconver-tida nesta função.

Na sessão solene foram entregues medalhas de Dedicação e Assiduidade a 14 bombeiros da

corporação por 20, 10 e 5 anos de serviço. Nuno Castela Canilho, presidente da direção, procedeu à entrega formal da Carta de Missão ao coman-dante, Nuno Antunes João, que fora empossado em 19 de abril deste ano.

Na intervenção inicial, e em nome dos sócios, João Fernandes Pega, vice-presidente da mesa da Assembleia-geral, elogiou o trabalho da dire-ção e o caráter do comandante, declarando augu-rar um futuro brilhante para a corporação nos próximos anos.

Depois do comandante, falou o presidente da direção, que fez um balanço do último ano e de todos os momentos particularmente difíceis vivi-dos pelos bombeiros. José Gomes da Costa, em

nome da Liga dos Bombeiros Portugueses, José Bismarck, Comandante Operacional Distrital de Aveiro e o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, também usaram da pa-lavra.

MEALHADA

Comandante recebe carta de missão

Cerimónias de aniversário dos Bombeiros Voluntários

Celoricenses marcadas por “exigências” do presidente da Associação

Os Bombeiros Voluntários de Celorico de Basto festejaram no dia 15 de agosto, o 88.º aniver-sário ao serviço de pessoas e bens, numa cerimónia simples mas cheia de significado, que teve como programa, a forma-tura geral com hastear das ban-deiras no quartel, a participa-ção na eucaristia, que, seguin-do-se uma romagem ao cemité-rio de Britelo onde foram homenageados todos os bom-

beiros, dirigentes e associados falecidos.

As cerimónias ficaram mar-cadas pelas solicitações feitas pelo presidente da associação, Fernando Freitas:

“Nos últimos anos muito tem sido feito em prol dos Bombei-ros Celoricenses mas tenho a pretensão de criar todas as condições para ter uma Equipa Intervenção Permanente. Preci-samos de ter capacidade de resposta no momento em que é feito o pedido de ajuda sem ter-mos que tocar a sirene”, disse.

O dirigente mostrou-se satis-feito pelo trabalho desenvolvido

pela sua equipa em benefício do coropor de bombeiros, recor-dando a inauguração, em de-zembro do ano passado, “de uma obra necessária para o con-forto dos bombeiros”, referindo--se aos trabalhos de ampliação e requalificação do quartel-sede. O presidente deu ainda conta da intervenção na secção da Mota e a aquisição de uma ambulância nova no valor de 60 mil euros, tudo investimentos que resultam “ de um grande esforço financei-ro”, reforçou.

Fernando Freitas agradeceu o empenho do autarca local, Joa-quim Mota e Silva, presente nas cerimónias, pelo apoio constan-te, #fundamental para que os múltiplos projetos fossem avan-te”. Ao mesmo tempo, recordou os bombeiros falecidos no com-bate aos incêndios no ano tran-sato.

Durante as cerimónias foi dado maior destaque à bênção da nova viatura de socorro (ABSC), a cargo do Padre Carlos Macedo, capelão do Corpo de

Bombeiros, e apadrinhada pelo Vice-presidente da Associação Humanitária, Casimiro Maga-lhães Costa.

Na ocasião foi ainda entregue um crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, ao sub-chefe Albano Mesquita, que con-ta com mais de 35 anos de bons e efetivos serviços.

O comandante dos Celoricen-ses, António Marinho Gomes, realçou a importância do reforço de meios, sublinhado contudo que os seus bombeiros “mos-

tram-se, cada vez mais, capazes de dar resposta às múltiplas so-licitações, quer a nível de recur-sos humanos quer materiais”.

O responsável defendeu ainda que “uma equipa de intervenção permanente seria, de facto, im-portante para dar resposta aos pedidos de urgência ainda com maior celeridade”

A terminar disse ainda ter “várias projetos que gostaria de ver realizadas”, antes de termi-nar a passagem pelo comando do corpo de bombeiros.

CELORICO DE BASTO

Bombeiros pedem equipa de primeira intervenção

A apresentação de três novas viaturas foi um dos momentos importantes das comemora-

ções do 123.º aniversário da Associação Humani-tária de Bombeiros Voluntários de Bucelas, que se realizaram no dia 27 de julho.

O programa festivo que teve como cenário o centro da vila foi acompanhado por muitos os po-pulares que se juntaram à família dos soldados da paz para assistirem a bênção e inauguração

de uma nova ambulância de transporte múltiplo (ABTM), um veículo de comando (VCOT) e um veículo tanque tático florestal (VTTF), apadrinha-dos pelas “festas anuais Custódio da Nação”, “corpos sociais 2011/2012” e o “Monte Serves” respetivamente.

Nas breves alocuções do presidente da direção José Ribeiro Falcão e do comandante Rui Máximo Santos sobraram palavras reconhecimento ao

corpo ativo, pelo trabalho desenvolvido nas vá-rias missões de socorro e ainda agradecimentos Câmara Municipal de Loures e juntas de fregue-sia.

A requalificação das instalações e a reorgani-zação do parque de viaturas são apostas da dire-ção e comando, determinados também na valori-zação às camadas.

No decorrer da cerimónia foi empossado como

ajunto de comando, Salvador Cancela de Abreu que recebeu os respetivos galões pelos seus fa-miliares, numa cerimónia testemunhada pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Ber-nardino Soares; o comandante Adelino Gomes (LBP); o comandante distrital Carlos Mata e Rui Ferreira da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa.

Sérgio Santos

BUCELAS

Comemorações e novas viaturas

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30 AGOSTO 2014

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do

Sul e Sueste (Barreiro), cele-brou no passado dia 23 de julho o seu 120.º aniversário, tendo as comemorações decorrido no dia 27 de julho.

Na sua intervenção, o co-mandante do corpo de bombei-ros, Acácio Coelho, sublinhou a sintonia existente entre a dire-ção e o comando, em especial no que concerne à política de investimentos, manutenção de equipamentos e gestão de re-cursos materiais, humanos e fi-nanceiros, com reflexos visíveis no crescimento e na consolida-ção da capacidade operacional, colocada ao serviço do Barreiro e dos barreirenses, do distrito de Setúbal e do país.

Dirigindo-se ao Corpo de Bombeiros, apontou um cami-nho de ainda maior exigência para o futuro próximo: “agora que o processo de qualificação e a aquisição de competências diferenciadas é dado adquirido, vamos apostar na manutenção da forma física dos nossos bombeiros; de ora em diante, os candidatos a estagiários se-rão submetidos a provas físicas prévias e os bombeiros serão submetidos a vigilância médico--sanitária regular”.

O presidente da direção, Eduardo Correia, sublinhou que a “Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste e o seu Corpo de Bom-beiros são entes vivos e dinâmi-cos, constituídos por homens e mulheres, com e sem farda, que com espírito voluntário e a

máxima abnegação vão contor-nando as dificuldades do dia-a--dia e ultrapassando os obstá-culos mais complexos”.

Na sua alocução, o dirigente referiu ainda que há dois anos se iniciou uma nova etapa na vida do corpo de bombeiros. Neste tão curto período, o co-mando, quer em fase interina, quer após final de dezembro de 2012, já devidamente empos-sado, encetou os passos e as ações conducentes ao cumpri-mento da carta de missão que lhe havia sido endereçada: “o Corpo de Bombeiros correspon-deu de tal forma que a larga maioria das metas definidas para um horizonte de 5 anos acabaram por ser atingidas em muito menos tempo, permitin-do adaptar o projeto, os objeti-vos e as estratégias, no sentido do crescimento e da consolida-ção que todos sentimos ser ne-cessária e fundamental”, disse Eduardo Correia, sublinhando que “para isso contribuiu a nova forma de gerir, o empenho, a dedicação, a visão, a astúcia e o profundo conhecimento da rea-lidade “bombeiros””.

Coube ainda ao presidente da direção anunciar que, fruto do trabalho de grande eficácia do comando do Corpo de Bombei-ros do Sul e Sueste, e do enor-me empenho e dedicação do corpo ativo, ultrapassando to-das e quaisquer expectativas mais otimistas, contudo supor-tado na base sólida do presente e em perspetivas muito consis-tentes para o futuro, por Des-pacho do Diretor Nacional de

Bombeiros, de 2 julho de 2014, foi de novo autorizado o alarga-mento do Quadro de Pessoal do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, passando para CB Tipo 1. Desta forma a estrutura ope-racional ora homologada com-preende o seguinte modelo: 2 Companhias/5 Secções/10 Bri-gadas/20 Equipas, num total de 120 elementos.

Durante a sessão solene fo-ram, também, entregues diplo-mas de reconhecimento – Ser-viço Operacional, aos bombei-ros com o maior número de ho-ras de formação/instrução chefe Pedro Ferreira (grau ouro), bombeira de 3ª Vanessa Costa (grau prata) e à bombeira de 2.ª Filipa Ferreira (grau bronze. Da mesma forma tam-bém foram distinguidos pelo número de horas de Piquete/Prevenção o bombeiro de 1.ª Vítor Santos, e os bombeiro de 3.ª Ângelo Santos e Mário Pól-vora. Na sessão, foi ainda atri-buído um louvor do comandan-te ao bombeiro de 2ª Pedro Martins Mexia pela forma como orientou e acompanhou a Equi-pa de Manobras de Cadetes, e

como integrou a Equipa de Sal-vamento e Desencarceramento do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, contribuindo, com a sua ação, para o engrandeci-mento do Corpo de Bombeiros e almejando, com o seu esforço e dedicação, constituir-se em exemplo para os demais ele-mentos.

No decurso da cerimónia, fo-ram ainda condecorados 25 bombeiros com as Medalhas de Assiduidade da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Volun-tários do Sul e Sueste e da Liga dos Bombeiros Portugueses, nas diversas categorias, bem como promovidos cinco bom-beiros de 2.ª. O oficial bombei-ro superior supranumerário do Quadro de Honra António Ma-nuel dos Reis, que exerceu o cargo de comandante deste corpo de bombeiros de julho de 2007 a julho de 2012, foi agra-ciado pela Liga dos Bombeiros Portugueses com o crachá de ouro, pelos seus 35 anos de de-dicação à causa.

O dia foi igualmente marcado pela bênção, batismo e inaugu-ração de uma Ambulância de

Transporte Múltiplo (ABTM), à qual foram atribuídos os nomes de dois ex-diretores, João Mar-ques Baltasar e António Joa-quim Franco Gomes; e ainda de uma Ambulância de Socorro (ABSC), à qual foi atribuído o nome do chefe Fernando Moita.

Durante as cerimónias foi, ainda, assinado um protocolo de cooperação entre o Municí-pio do Barreiro, a Baía do Tejo, S.A., a Escola Nacional de Bom-beiros e a Associação Humani-tária dos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste, com vista à instalação no Parque Empresa-rial do Barreiro de duas Unida-des Locais de Formação, nos domínios do Salvamento e De-sencarceramento Ferroviário (SDF), e da Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (BREC). Este protocolo permite prosse-guir o objetivo estratégico de descentralização física das in-fraestruturas de formação, com especial enfoque em domínios especializados, facto que foi sa-lientado pelo Secretário de Es-tado da Administração Interna.

Coube ao presidente da mesa da assembleia geral, coman-

dante do Quadro de Honra Aní-bal Luís, Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros Portugueses, abrir a sessão que foi presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, João Pi-nho de Almeida e contou com a presença, entre outras indivi-dualidades, do presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho; do presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Ma-jor-general Francisco Grave Pe-reira; do Comandante Opera-cional do Agrupamento Distrital Sul, comandante Elísio Oliveira; do vice-presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombei-ros Portugueses, António Ro-deia Machado; da comandante Operacional Distrital de Setú-bal, Patrícia Gaspar; do Secre-tário Técnico da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setú-bal, comandante Rui Laranjei-ra; do presidente da Escola Na-cional de Bombeiros, José Fer-reira, e do comandante do Cor-po de Bombeiros do Barreiro (Corpo de Salvação Pública), comandante José Figueiredo.

BARREIRO

Voluntários do Sul e Sueste celebram 120.º aniversário

A apresentação de uma viatura específica para intervenção em catástrofe, batizada em me-

mória de “Joaquim Nunes Lopes”, constituiu mo-mento importante das comemorações do 124.º aniversário da Associação Humanitária de Bom-beiros Voluntários de Sintra, marcadas ainda pela distinção de elementos os órgãos sociais da insti-tuição com o galardão de mérito da Câmara Mu-nicipal de Sintra e medalhas de serviços distintos grau ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), nomeadamente, os presidentes da dire-ção, Bento Marques e da assembleia geral, Miguel Martins. Associaram-se às comemorações, entre outras individualidades

Marcaram presença na sessão, entre outras in-dividualidades, Domingos Quintas da Câmara Municipal de Sintra; José Abrantes, da Liga dos Bombeiros Portugueses; o 2.º comandante distri-tal André Fernandes; o comandante António

Gualdino, da Federação dos Bombeiros Distrito de Lisboa, bem como representantes da Guarda Nacional Republicana e associações do concelho.

Sérgio Santos

SINTRA

Homenagens e condecorações

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31AGOSTO 2014

O segundo comandante do corpo de bombeiros da As-

sociação Humanitária de Bom-beiros de Parede “Amadeu Duarte”, José Osório, foi galar-doado pela Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) com o crachá de ouro por proposta do conselho de administração e do comando da instituição. A distinção foi entregue, a convi-te do representante da LBP presente, durante a sessão so-lene comemorativa do 88.º aniversário da Associação pelo co-mandante operacional municipal, Pe-dro Mendonça, pelo presidente da instituição, Manuel João Almeida, e pelo comandante Pedro Araújo.

A atribuição do crachá de ouro da LBP a José Osório, conforme foi refe-rido na sessão, fica a dever-se, não só aos seus 33 anos de bombeiros, mas especialmente ao seu desempe-nho dessa missão e às diferentes

missões que foi cumprindo sempre com dedicação e entrega. Em espe-cial, deve referir-se a formação inicial conjunta dos bombeiros do concelho de Cascais, cumprida ininterrupta-mente há mais de década e meia, e sempre com a participação ativa do comandante Osório.

Na sessão solene comemorativa procedeu-se também à promoção de três estagiários a novos bombeiros,

Mariana Campilho, Luís Tristão e Pe-dro Pereira, e à entrega de diversas medalhas de assiduidade.

Na oportunidade, foram apresenta-das duas macas e duas mochilas para ações de prevenção oferecidas pela coletividade “1.º maio”, de Tires.

A necessidade de uma ambulância de socorro e a reivindicação da insta-lação de um posto de emergência do INEM (PEM) na instituição foram te-

mas centrais de muitas das interven-ções, face ao número e crescimento de pedidos de intervenção pré-hospi-talar dirigidos aos Voluntários da Pa-rede todos os dias.

A sessão, presidida pelo presiden-te da assembleia-geral, António Vila-rigues, e pelo comandante munici-pal, em representação do presidente da Câmara Municipal de Cascais, contou também com as presenças,

do vice-presidente da LBP, Rama da Silva, do vice-presidente da Federa-ção de Bombeiros do Distrito de Lis-boa, comandante Manuel Varela, do comandante distrital de socorro da ANPC, Carlos Mata, da presidente da União das Freguesias de Parede e Carcavelos, Zilda Silva e da repre-sentante da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, Gabriela Capde-ville.

PAREDE

Segundo comandante distinguido

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A passagem do 39.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Cercal do Alentejo pautou-se pelo reconhecimen-to aos soldados da paz.

A habitual romagem ao cemitério seguida de um imponente desfile apeado e motorizado do corpo ativo acompanhado pelos aplausos da po-pulação. Já no parque de viaturas, no decorrer da sessão solene o presidente da direção e o co-

mandante falaram dos projetos que visam ga-rantir a sustentabilidade da associação, nomea-damente as parcerias com entidades locais. As obras no quartel e os investimentos em equipa-mentos sofram apostas que visam dar melhores condições aos homens e mulheres que prestam serviço voluntário nesta instituição e que mere-cem dos responsáveis da instituição os maiores elogios.

Na sessão foram distinguidos com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses, diplomas e cer-tificados de formações alguns operacionais. Três novos elementos foram formalmente integrados nas fileiras dos Voluntários de Cercal do Alentejo, depois de solenemente juraram o lema “Vida por Vida”.

A inauguração de um jipe para operações es-pecíficas (VOPE) e a entrega do Crachá de Ouro

da confederação dos bombeiros portugueses, ao bombeiro de 1.º Francisco Lage Contreiras foi um dos pontos altos da efeméride a que se associa-ram o presidente da Câmara Municipal de Santia-go do Cacém, Álvaro Beijinha; o vice presidente da LBP, Rodeia Machado; o presidente da federa-ção bombeiros de Setúbal, Eduardo Correia e a comandante distrital Patrícia Gaspar.

Sérgio Santos

CERCAL DO ALENTEJO

Crachá de ouro em aniversário

O dia de aniversário é sempre um momento especial para os Bombeiros de Lamego que este ano comemoraram 137 anos

de vida.A atividade e intervenção junto da comunidade ao longo de to-

dos estes anos, constitui, sem dúvida, um extraordinário exemplo de abnegação e entrega desinteressada ao bem comum, de todos aqueles que têm passado pelas fileiras da corporação.

“Os Bombeiros não soçobram perante as dificuldades e estarão sempre disponíveis para lutar, adquirir novos conhecimentos, mais e melhor formação, porque eles sabem que do seu trabalho depen-de a vida dos portugueses”, referiu o comandante Jaime Soares, presidente da liga dos Bombeiros Portugueses.

Este ano a associação humanitária decidiu atribuir ao corpo de bombeiros uma nova ambulância para reforçar o parque automó-vel.

“Orgulhamo-nos de ter uma corporação bem formada e equipa-da, por isso apostamos num programa regular de renovação dos equipamentos, uma vez que o desgaste das viaturas é enorme de-vido ao elevado número de serviços que temos atualmente”, sa-lientou o presidente da associação, Hélder Santos.

Esta nova viatura, que foi batizada com o nome do sócio e ex--diretor Jorge Rodrigues, vem reforçar um equipamento cada vez mais necessário à comunidade, devido ao elevado número de transporte de doentes para o Hospital de Vila Real. “São cerca de 20 transferências diárias, o que poderá originar a indisponibilidade de ambulâncias no socorro a qualquer acidente que possa surgir.

Essa tem sido a minha grande preocupação e, por isso, esta ambu-lância veio reforçar uma necessidade premente da nossa corpora-ção”, enfatizou o comandante João Nuno Carvalho.

A Câmara Municipal de Lamego, no âmbito do quadro das suas competências e responsabilidades, tem assegurado condições de operacionalidade e de trabalho adequadas aos bombeiros.

“Temos feito esse percurso num processo de colaboração com os órgãos diretivos da Associação, mas também com amigos, patroci-nadores, apoio de fundos comunitários, no sentido de proporcionar todas as condições de trabalho a estes homens que dedicam o seu dia-a-dia a ajudar os outros”, salientou Francisco Lopes, presidente da autarquia.

Estes 137 anos de vida são recheados de registos gloriosos e de extraordinário valor para toda a comunidade lamecense, os quais constituem a memória viva de uma intervenção humanitária sem-pre disponível e de permanente entrega à causa pública, que os Bombeiros de Lamego sempre souberam, e continuam a saber, afirmar bem alto, na missão de serviço comunitário que assumem sem hesitações.

Humberto Costa

LAMEGO

Entrega e abnegação ao bem comum

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32 AGOSTO 2014

Os cadetes e infantes dos Bombeiros Voluntários de

Oeiras participaram, recente-mente, num workshop de salva-mento em mar numa das praias do concelho, que permitiu passar aos mais novos importantes mensagens e conceitos, bem como medidas de segurança e técnicas a adotar no resgate de vítimas de afogamento.

Esta ação de sensibilização não descurou a vertente lúdica e bombeiros de palmo e meio de lição bem estudada puderam usufruir de retemperadores ba-nhos de mar.

Os responsáveis por esta es-

cola, acompanhados nesta ação pelo 2.º comandante Ricardo Sil-va e pelo presidente da direção

Jóia da Silva, fizeram uma balan-ço muito positivo da iniciativa.

Sérgio Santos

OEIRAS

Jovens aprendem socorro no mar

A Banda da Associação Huma-nitária dos Bombeiros Vo-

luntários de Torres Vedras con-quistou recentemente em Za-mora, Espanha, um honroso primeiro lugar no encontro ibé-rico ali realizado.

Mais de 650 músicos e 8 ban-das dos dois países, três de Por-tugal e cinco de Espanha, ani-maram, em 26 e 27 de julho último, o “Primer Certamen In-ternacional de Bandas de Músi-ca Armónica Zamora 2014”.

A formação dos Voluntários de Torres Vedras alcançou o pri-meiro lugar da segunda secção do certame.

Estão de parabéns os músi-cos e bombeiros, o seu regente Rui Silva, e a Associação.

TORRES VEDRAS

Banda premiada em Espanha

A Liga dos Bombeiros Portugueses, por propos-ta da Real Associação Humanitária de Bom-

beiros Voluntários de Sesimbra agraciou com o crachá de ouro Manuel e Joaquim Chagas e Antó-nio Póvoa, numa cerimónia que constituiu um dos pontos altos das f comemorações do 111.º ani-versário da instituição.

O programa festivo contemplou ainda a entre-ga de outras distinções e promoções na carreira de chefes, subchefes e bombeiros de 1.ª.

No decorrer das intervenções o comandante Ricardo Cruz realçou a capacidade interventiva

do corpo de bombeiros, salientando as estatísti-cas das missões em que os operacionais estive-ram envolvidos, deixando mensagens de agrade-cimento ao corpo ativo e a escola de cadetes e infantes. Por sua vez, o presidente da direção fa-lou sobre o trabalho desenvolvido em prol da es-tabilidade da instituição e, por fim,, agradeceu o apoio da autarquia sesimbrense.

“Não somos como os outros, somos diferentes!” foi o lema que acompanhou a formatura do corpo

ativo que acolheu os convi-dados, nomeadamente o presidente da Câmara Muni-cipal de Sesimbra, Augusto Pólvora; o presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, comandante Jaime Marta Soares; a comandan-te distrital Patrícia Gastar; o comandante Rui Laranjeira da Federação dos Bombei-ros do Distrito de Setúbal e representantes da Marinha Portuguesa e GNR.

Sérgio Santos

SESIMBRA

Três crachás de ouro em aniversário

O presidente da Câmara Mu-nicipal de Oeiras, Paulo Vis-

ta, e o diretor do departamento da polícia municipal e coman-dante operacional municipal de Oeiras, intendente Filipe Pa-lhau, foram homenageados pela Associação Humanitária de Bombeiros de Linda-a-Pastora. A homenagem foi prestada na sessão solene comemorativa do 123.º aniversário daquela insti-tuição com a atribuição da me-dalha de serviços distintos, grau ouro, da mesma.

Antes da sessão procedeu-se à inauguração de duas viaturas, uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM) e um veículo de apoio (VALE). A ABTM foi custeada integralmente pela associação enquanto o VALE foi adquirido com o apoio munici-pal para substituir outro perdi-

do quando se dirigia, há um ano, para o fogo do Caramulo. Neste caso, foi lamentado que até à data o Estado não tenha ainda garantido qualquer apoio para a reposição da viatura. Tal só foi possível com o apoio da Autarquia e o esforço da própria instituição, conforme foi ex-presso durante a sessão solene, quer pelo comandante, Jorge Vicente, quer pela presidente da direção, Cristiana Alves, es-treante naquela função.

A reabilitação realizada nas camaratas feminina e masculi-na, com o apoio da Câmara e o empenho dos próprios bombei-ros mereceu também uma visi-ta de todos os presentes àque-las instalações.

Durante a cerimónia foram atribuídas diversas condecora-ções, nomeadamente de assi-duidade. Neste caso, destaque para a entrega da medalha de

assiduidade grau ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses ao antigo dirigente Manuel Dias Cardoso e à chefe Mafalda Ne-ves, por 25 anos, ao adjunto de comando, José Carlos Miranda, e ao bombeiro de 2.ª, Nuno Pi-res, por 20 anos, e ao bombeiro de 1.ª, Pedro Silva, por 15 anos de atividade.

As cerimónias contaram com a presença, além dos já referi-dos, do presidente da assem-bleia-geral da associação e an-tigo comandante e presidente da direção, Miguel Antunes, do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rama da Silva, do vice-presidente da Federação de Bombeiros de Lis-boa, comandante Pedro Ernes-to, do segundo comandante distrital da ANPC, André Fer-nandes, e do presidente da União de Freguesias de Carna-xide e Queijas, Jorge Vilhena.

LINDA-A-PASTORA

Homenagem a autarca e dirigente

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33AGOSTO 2014

Os Bombeiros Voluntários da Aguda, em parceria com a clí-nica Diaverum Hemo-Atlântico, levaram a efeito no seu

quartel um rastreio à doença renal crónica no mês julho, numa ação inserida nas comemorações do Dia Mundial do Rim.

A iniciativa mereceu uma significativa adesão por parte da população, que superou todas as expectativas da própria or-ganização, ao atingir em apenas 3 horas o rastreio a quase 200 pessoas.

Aproveitando o evento, os profissionais de saúde da clínica Hemo-Atlântico efetuaram também uma breve sessão forma-tiva junto dos operacionais do corpo de bombeiros da Aguda, dos Bombeiros dos Carvalhos e dos Bombeiros de Avintes, tendo como principal objetivo o esclarecimento de dúvidas e apoio ao serviço diário de transporte do doente hemodialisa-do. abordando todas as suas especificidades.

Segundo o segundo-comandante dos Voluntários da Aguda, César Lourenço, “são estas sinergias e espírito de partilha, que permitem a constante evolução no serviço prestado e como tal o aumento da qualidade do mesmo junto do utente”.

AGUDA

Bombeiros assinalamDia Mundial do Rim

A escola de infantes e cadetes dos Bom-beiros Voluntários de Sever do Vouga

visitaram recentemente a Base Aérea de Ovar, em Maceda, acompanhada das esco-las congéneres dos Voluntários de Oliveira de Azeméis e Aveiro Velhos. Nesta visita os jovens bombeiros tiveram a oportuni-dade de conhecer realidades diferentes associadas à Força Aérea Portuguesa (FAP) e outras, ao invés, bem próximas,

como seja a visita aos bombeiros da base. Caso curioso dado tratar-se da última uni-dade onde o comandante dos Voluntários de Sever do Vouga, Sebastião Lourenço, desempenhou funções até assumir aquele comando.

A visita à Base de Ovar incluiu também uma passagem pela sua secção cinotécni-ca, onde tiveram o prazer de assistir a uma demonstração de exercícios com

cães. Por fim, foi a visita à zona de ativida-de do exercício HOT BALDE ali em curso, no qual estiveram envolvidos helicópteros de vários países europeus.

No final, antes do regresso em casa, os infantes confraternizaram num almoço e ainda tiveram a oportunidade de passar pela reserva natural de São Jacinto, com a beleza natural da Ria de Aveiro e das praias da Costa Azul em primeiro plano.

SEVER DO VOUGA

Infantes e cadetes na Base de Ovar

No dia, 19 de junho de 2014, o Batalhão de Sapadores Bom-

beiros do Porto (BSB), comemo-rou o seu 286º aniversário e rea-lizou a cerimónia de compromis-so de honra de 20 novos bombei-ros sapadores.

O evento ocorreu na Praça da Ribeira do Porto e constou de uma cerimónia com formatura e de um simulacro histórico.

O Porto oitocentista possuía uma das grandes companhias de bombeiros municipais da europa - Corpo de Salvação Pública – li-derada por Guilherme Gomes Fernandes, Inspetor-geral dos Incêndios.

Sob a sua égide, esta corpora-ção de bombeiros torna-se uma força hierarquizada, fortemente disciplinada e com índices de de-sempenho muito elevados, al-cançando até ao ano de 1900 di-versos prémios em competições internacionais de bombeiros.

Assim o que se presenciou, no simulacro, foi a reconstituição da forma como estas forças atua-vam aquando da ocorrência de fogos nas cidades do século XIX, num tempo onde a eletricidade era ainda uma miragem; a rede de águas municipais precária e a capacidade de resposta ao sinis-tro dependia da força dos ho-mens e, quando disponíveis, dos cavalos.

Aquando de um incêndio, o 1.º procedimento a efetuar por parte da população, era a re-corrência à caixa de sinais mais próxima, a qual tinha um sinei-ro responsável que dava o alar-me com o números de toques de sino identificadores da loca-lização do sinistro. Foquemo--nos então no que está prestes acontecer neste dia 7 setembro de 1894. Na praça da ribeira, ocorre um incêndio num quios-que de jornais. Neste local e face ao imenso comércio, à quantidade de população ali concentrada e ao tipo de cons-trução, qualquer ocorrência de incêndio é de risco elevado.

A “caixa de sinais” mais pró-xima situava-se na igreja de S. Nicolau, freguesia de Santo Il-defonso, (que ainda hoje lá se encontra) e o número badala-das correspondente eram cin-co.

Imediatamente acorreu ao local um piquete. Neste dia, e face à situação de risco eleva-do, o mesmo era constituído por: três bombas braçais do século XIX - tração humana – que eram transportadas por uma guarnição de 5 a 9 ho-mens, desde o quartel situado na praça D. Pedro (atualmente praça da Liberdade); O Carro de material n.º 7, puxado a ca-

valo, (que foi utilizado no Con-gresso de Lyon), para transpor-te de pessoal, mangueiras e material diverso, nomeada-mente escadas, croques, pás e gadanhos.

Ao seu comando vem o ins-petor-geral dos incêndios, o ca-rismático líder Guilherme Go-mes Fernandes. Atrás deste carro vêm bombeiros com ma-terial sapador diverso.

Para além destes, a habitual presença dos aguadeiros, que eram obrigados a prestar apoio aos bombeiros, com o abaste-cimento de água às bombas, sendo pagos em função do nú-mero de barris.

O controlo da água transpor-tada e o seu pagamento é feito pelo capataz que certifica com o seu bastão o atesto dos bar-ris.

Chegados ao sinistro, dá-se início à montagem das bombas de picota e socorro das vítimas.

O inspetor Guilherme Gomes Fernandes dá a ordem para so-correr o dono do quiosque, que se encontra desmaiado.

Dois bombeiros socorrem a vítima com uma caixa de medi-camentos e uma maca e o ins-petor-geral manda avançar com o ferido para o hospital Santo António, que será trans-portado a pé.

A população ajudava os bombeiros transportando água para alimentar as bombas no combate às chamas e disponi-bilizando vinho - com o objeti-vo de os ajudar a recuperar for-ças e matar a sede - pensa-mento comum na época.

Guilherme Gomes Fernandes não permitia que os seus ho-

PORTO

Exercício histórico no Dia da Unidade

mens em serviço ingerissem bebidas alcoólicas por motivos de segurança, alterando hábi-tos à muito enraizada entre os bombeiros.

O Incêndio é extinto com ajuda de quatro agulhetas de jato contínuo. Sendo também utilizada a preciosa agulheta tipo chuveiro, equipamento es-pecialmente adaptado para o combate a incêndios em chami-nés.

Não fosse a brava e rápida intervenção do Corpo de Salva-

ção Pública – recém-chegado do torneio internacional de Lyon, em França e no qual ob-teve a medalha de ouro – o pe-queno incêndio de hoje poderia tornar-se catastrófico devido à proximidade das habitações e dos variados produtos à venda altamente inflamáveis.

Depois de concluídos os tra-balhos e recolhido o material, os intervenientes regressam ao quartel.

Sofia Toscano e subchefe António Oliveira

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34 AGOSTO 2014

O comandante Filipe Re-gueira recebe a equipa do jornal Bombeiros de

Portugal fazendo questão de a conduzir numa visita ao opera-cional quartel dos Voluntários de Alcanede, onde nos últimos anos, muitas mudanças ocorre-ram.

O atual elenco diretivo, ago-ra no início do segundo manda-to, herdou uma situação finan-ceira “complicada”, obras por concluir e dívidas. Uma “gestão rigorosa” permitiu, em pouco mais de três anos, inverter o rumo. Empenho, entrega e al-guns apoios possibilitaram ter-minar as obras no quartel, sus-pensas desde 2009.

“Era prioritário dar condições aos operacionais”, refere o pre-sidente António Batista referin-do, no entanto, que continua por concluir a empreitada nas áreas sociais.

“Optámos por investir em equipamentos, viaturas e for-mação dos nossos bombeiros, naquilo que fazia realmente fal-ta para garantir o socorro às populações”, adianta.

Comando e a direção falam a uma só voz, a bem do desen-volvimento e estabilidade da instituição criada como a 4.º seção destacada dos Voluntá-

rios de Santarém, em 1986, mas que em, apenas, uma dé-cada conquistou a autonomia.

Filipe Regueira não esconde entusiasmo pelo desafio assu-mido ainda há poucos meses, sustentado na experiência de mais de 20 anos de bombeiro, adquirida nos Voluntários de Rio Maior, Pernes e nos Munici-pais de Santarém.

“Segundo Aristóteles, a pri-meira coisa que deve aprender aquele que comanda é que não é possível bem comandar se antes não se tiver obedecido. Só se aprende começando por obedecer, desse modo, para se comandar bem, é necessário que obedeça para aprender e tendo aprendido bem, saberá ter um bom comando”, defen-de, salientando, no entanto o apoio e a confiança que a dire-ção tem concedido à estrutura de comando.

“Une-nos a firme determina-ção de trabalhar e a responsa-bilidade com que o fazemos. Temos, contudo temos missão facilitada pois contamos com uma equipa de confiança, disci-plinada, com homens e mulhe-res com qualidades humanas, técnicas, humanitárias e so-ciais”,

Também o presidente da di-

ALCANEDE

Depois da tempestade… a bonançaO Corpo de Bombeiros de Alcanede nasceu como seção destacada dos Voluntários de

Santarém mas em 1995 ganhou autonomia.Mais de 19 anos volvidos, a ainda jovem

associação pode, já, orgulhar-se do trabalho desenvolvido e da tarimba dos

seus operacionais.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

reção, António Baptista, faz questão de sublinhar esta par-ceria, bem como a mais-valia dos recursos humanos, nomea-damente dos 54 voluntários, mas também dos 11 funcioná-rios e até dos mais de 40 cade-tes e infantes, a garantia de re-novação do corpo de bombei-ros.

As lacunas que no passado comprometeram a atividade da instituição foram colmatadas, segundo revela o responsável operacional

“Falta-nos apenas aquilo que falta à generalidade dos corpos de bombeiros: equipamentos para incêndios florestais certifi-cados. Em termos de viaturas não temos necessidades pre-mentes, com a chegada de um novo tanque ficámos descansa-dos”.

Também em matéria de for-

mação e instrução há um plano que é cumprido com o máximo rigor.

“Para além das ações de for-mação, faço quesão de manter um programa rigoroso de ins-trução, que é fundamental para a troca de impressões, o escla-recimento de dúvidas, o diálo-go entre todos os elementos, em suma um ponto de encon-tro, importante tanto para o comando, como para o corpo ativo”.

Também neste vertente Fili-pe Regueira dá conta das re-crutas e formações conjuntas com os Voluntários de Pernes, Santarém e Rio Maior, uma es-tratégia que permite ganhos para os operacionais e a redu-ção dos custos para as associa-ções, onde os recursos são sempre escassos.

Uma das apostas do novo co-

mandante assenta na “altera-ção do paradigma em matéria de recrutamento”, com a dina-mização de ações junto do Agrupamento de Escolas de Al-canede e das associações lo-cais.

“Não podemos estar á espe-ra que o voluntariado nos bata à porta”, defende o responsável operacional denotando preocu-pações com a renovação do corpo ativo, que não pode ficar dependente apenas da escola de infantes e cadetes.

Num concelho com quatro corpos de bombeiros, um deles um efetivo municipal a consu-mir a maior fatia do orçamento da proteção civil sobram pou-cos apoios da autarquia para as associações humanitárias. Ain-da assim, o comandante salien-ta a proximidade e o subsídio mensal garantidos pela Câmara

Municipal de Santarém aos vo-luntários.

A junta de freguesia de Alca-nede está “sempre disponível” para apoiar e até patrocinar os projetos da associação, ainda que com enormes limitações orçamentais.

“A população de Alcanede gosta muitos dos seus bombei-ros e, em períodos críticos, sempre se uniu em peditórios e outras iniciativas que garantis-sem proventos para a institui-ção”, diz o presidente da dire-ção.

“Na nossa área de interven-ção contamos com cinco mil pessoas sempre disponíveis e solidárias”, acrescenta o co-mandante.

Da mesma forma, também as empresas da região valori-zam o trabalho dos operacio-nais, garantindo apoios vários. Ainda recentemente várias pe-dreiras da região ofereceram à instituição uma quantidade sig-nificativa de pedra que foi pos-teriormente, rendendo “uma verba muito interessante”.

Depois da tempestade, a bo-nança parece ter chegado ao quartel de Alcanede, onde de-pois da “casa arrumada”, já é possível encarar o futuro com otimismo, até porque ideias, projetos e vontade de os con-cretizar não faltam a esta equi-pa.

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35AGOSTO 2014

Fundada 15 de abril de 1883, a Associação Huma-nitária dos Bombeiros Vo-

luntários de Mirandela é, atual-mente, exemplo de uma insti-tuição bem-sucedida, mercê do trabalho da direção, presidida por Marcelo Lago e do comando encabeçado por Edgar Trigo.

Recusando “o estender a mão à caridade” os Voluntários de Mirandela têm procurado, sobretudo, nos últimos 14 anos, assegurar as receitas que lhes permitam libertar-se da dependência de subsídios mu-nicipais ou estatais, criando re-cursos próprios, como é o caso da gestão de um Posto de Abastecimento de Combustí-veis, uma “aventura” recente, mas que, segundo o presiden-te, poderá assegurar “um en-caixe financeiro importante”.

A necessidade de garantir mais e melhor ao corpo de bombeiros, obriga a procurar complementos aos vários ser-viços prestados à comunidade, até porque os apoios da autar-quia que se traduzem na ma-nutenção de uma Equipa de In-tervenção Permanente (EIP) e de um pequeno subsídio men-sal. “Nunca pedi um subsídio à Câmara para a compra de via-turas, mas nada falta neste

complexo operacional”, salienta Marcelo Lago.

Por outro lado, as empresas

MIRANDELA

Associação centenária investe no futuro

da região que noutros tempos satisfaziam muitas das necessi-dades da instituição, foram for-çadas, mercê da crise nacional, a racionar apoios. Assim sendo, houve necessidade de delinear novas estratégias que permi-tam assegurar os veículos, os equipamentos e a formação a mais de 60 operacionais, bem como os ordenados das cerca de três dezenas de funcioná-rios, a estrutura que assegura a qualidade do socorro presta-dos a mais de 25 mil pessoas

Marcelo Lago fala de uma “gestão apertada, rigorosíssi-ma”, a única forma de garantir a sustentabilidade desta casa.

Refira-se que o dirigente tem tido uma missão espinhosa, tendo em conta que desde 1983 já foi chamado a resolver várias crises, nomeadamente, em 2000, quando já afastado da vida da instituição se viu forçado a voltar para devolver a estabilidade ao quartel.

“Em 2000 foi confrontado com uma situação complicada… dividas e poucas viaturas”, res-tou a Marcelo Lago arregaçar as mangas e inverter o proces-so de declínio.

“O quartel acusava enorme

desgaste e pedia, obras de re-qualificação, no parque de via-turas existam apenas quatro ambulâncias, uma escada Ma-girus, um auto tanque e um carro antigo de combate a in-cêndios”, refere, falando com orgulho da frota que, atual-mente, apoia os operacionais, mas também da requalificação das instalações, na qual foram investidas, só no ano passado, mais de 170 mil euros, sendo que a associação se prepara para substituir as caixilharias de portas e janelas e para in-tervir no parque de viaturas.

“A nível da região norte não haverá outro quartel com tão grande disponibilidade de via-turas de equipamentos. Todo o tipo de respostas estão cober-tas”, afiança o adjunto Luís Soares, dando conta do enor-me esforço da direção para sa-tisfazer as necessidades do corpo de bombeiros.

Neste âmbito importa tam-bém destacar que, a associa-ção avançou com uma verba de 22 mil euros para a aquisição de equipamentos de proteção individual para combate a in-cêndios, para que ainda este ano pudesse ser garantida a

segurança da ECIN, pois a má gestão do processo pelas co-munidades intermunicipais in-viabilizou a disponibilização do fardamento certificado em tempo útil.

A formação é, obviamente, questão prioritária também em Mirandela. ainda que Luís Soa-res aponte o dedo à Escola Na-cional de Bombeiros pelo “defi-cit de ações na vertente de combate a incêndios florestais, que tardam em chegar ao dis-trito de Bragança”.

De resto a associação tem feito de tudo para que “nada falte aos bombeiros”, pois “há poucos incentivos para estas pessoas”, salienta o presidente defendendo a necessidade de

“a nível local encontrar meca-nismos para apoiar e motivar os bombeiros e que permitam atrair novos elementos”

O adjunto de comando dá conta de um amplo trabalho de captação, nomeadamente nas escolas, mas também na im-prensa e nas associações lo-cais.

Dinamismo é pois a imagem de marca desta instituição, que aos 131 anos respira vitalidade e juventude. O pioneirismo dos fundadores, nomeadamente, do presidente Augusto Pereira Guimarães e comandante Si-mão Marques Pinheiro conti-nuam a nortear a equipa que em 2014 continua a escrever a história da instituição.

Com mais de 130 anos de história, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mirandela é, hoje, não obstante alguns percalços, uma

instituição estável a todos os níveis.A qualidade dos recursos humanos, acompanhada pelo espírito empreendedor

da direção e do comando permitiram preparar a instituição para enfrentar, com sucesso, os desafios do presente.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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36 AGOSTO 2014

Construído há cerca de uma década, no âmbito do programa Polis, o

quartel do Bombeiros Egita-nienses, na Guarda, é um complexo amplo funcional que tem como mais-valia a opera-cionalidade à imagem e seme-lhança dos quartéis alemães nomeadamente de Fsigburg, com o qual os voluntários mantêm, há anos, uma impor-tante parceria.

“Este complexo continua a dar resposta plena à atividade do corpo de bombeiros”, ga-rante Luís Borges, o presiden-te da direção

Esta estrutura, que conta com 120 bombeiros e 24 funcio-nários, aposta na formação e na preparação dos operacionais, bem como num conjunto apre-

ciável de meios para garantir a proteção e socorro a cerca de 38 mil habitantes, em 30 fre-guesias dispersas um território de mais 600 km2.

“Temos na nossa área de in-tervenção uma série de desa-fios, nomeadamente as verten-tes urbana e industrial, grande área do Parque Natural de Serra da Estrela, mas também neve e o eminente risco de incêndios florestais”, refere o comandante Paulo Sequeira.

A crise do voluntariado pare-ce não ter chegado à Guarda, facto que o presidente da dire-ção, Luís Borges, atribui à esta-bilidade social e profissional que caracteriza um concelho com uma baixa taxa de desemprego.

Motivar o pessoal mais anti-go, fomentar as relações com

os mais novos e ao mesmo tempo assegurar, todos os anos, a entrada de novos ele-mentos, são na ótica do presi-dente pilares importantes para manter a coesão de um grupo sempre empenhado e determi-nado, quer nos mais distintos teatro de operações, quer no quartel, onde fazem questão de apoiar em todas as tarefas, nomeadamente no trabalhos de manutenção do complexo.

Os maiores investimentos desta instituição traduzem-se em formação, na aquisição de nos equipamentos e na segu-rança dos bombeiros.

Este é a todos os níveis um quartel muitíssimo bem equi-pado, ainda por estes dias ga-nhe destaque a viatura coque-luche do quartel: uma viatura especial de intervenção com características “roll-off” que dispõe de vários contentores

com distintas especificidades que podem usados em vários teatros de operações.

Para além dos equipamen-tos, a associação congratula-se ainda “com muita formação, a instrução muito mais exigente do que estabelecida pela legis-lação”, que é garantida ao efe-tivo, não só pelos formadores internos mas também fora de portas.

“A despesa é grande mas a direção está sempre disponível para investir nos seus opera-cionais” diz o comandante.

Esta uma instituição finan-ceiramente saudável, que tem como fontes de receita o servi-

ço de transporte de doentes, os subsídios estatais e um ou-tro apoio pontual.

Os Voluntários Egitanienses não recebem qualquer verba da autarquia da Guarda, para além da comparticipação para a Equipa Intervenção Perma-nente (EIP).

“Esta é uma situação que nos casa algum transtorno, até porque a autarquia ainda tem uma divida antiga para com a associação. Estamos a tentar avaliar esta situação com o presidente e acreditamos ser possível ultrapassar este im-passe, até porque não estamos a pedir qualquer subsídio, mas

GUARDA

Egitanienses são exemploBem instalados e equipados

os Voluntários Egitanienses podem ainda orgulhar-se de um corpo de operacionais

de elite, preparado para responderàs solicitações de um território

com muitos desafios.Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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37AGOSTO 2014

GUARDA

Egitanienses são exemplo

sim uma compensação para o serviço que prestamos ao mu-nicípio”, destaca Luís Borges.

Alguns beneméritos insis-tem, ainda, em colaborar com a associação, ao contrário das

empresas que nunca deram muita atenção aos bombeiros, como acontece em muitas ou-

tra zonas do país, dá conta o presidente salientando no en-tanto outras parcerias, nomea-

damente com a Land Rover que “permitiu recuperar um antigo veiculo, mas ainda ope-racional e que muita falta faz à associação”.

Tudo o resto é muito traba-lho dos próprios operacionais que se desdobram na organi-zação de eventos vários, que não só permitem aproximar a comunidade ao corpo de bom-beiros, como garantem verbas importantes para o quartel, que ainda recentemente foi be-

neficiado com um novo ginásio e com equipamento diverso, nomeadamente para equipar as ambulâncias.

Muito empenho e total abne-gação permitem, assim, enca-rar o futuro com otimismo, essa é pelo menos a postura de um punhado de homens de mulheres que da Guarda dão um exemplo ao País, honrando uma instituição que ainda há poucos dias assinalou 138 anos de existência.

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38 AGOSTO 2014

A equipa de Salvamento e Desencarceramento dos Bombeiros de Minde pelo segundo ano

consecutivo, participou no campeonato nacional promovido pela Associação Nacional de Salva-mento e Desencarceramento, que se realizou em Leiria.

Este foi, assim, um fim de semana marcado pela troca de conhecimentos e do agilizar das técnicas que visam melhorar o socorro das popu-lações.

Fonte dos Voluntários de Minde defende que “iniciativas desta natureza são importantes por-

que permitem aos operacionais treinar e praticar, em suma serem melhores”.

Sub Chefe- Mário SalcedasB.V. Minde

MINDE

Operacionais em campeonato

Pedro Brito, bombeiro de 3.ª do corpo de bom-beiros da Associação Humanitária de Bombei-

ros Voluntários de São Brás de Alportel, partici-pou mais uma vez, em representação da Associa-ção e do concelho de São Brás de Alportel, no Campeonato do Mundo de Bombeiros em BTT 2014, decorrido entre os dias 27 e 28 junho, em Saint- Croix, Suíça.

O bombeiro português obteve um honroso 5.º lugar da classificação geral, na categoria Vetera-nos 2, com o dorsal nº 103. Realizou para essa conquista, o tempo final de 01h53m27s em cir-cuito XCO Olímpico, com um total de 31.2 quiló-metros.

A esse propósito, a Associação dos Bombeiros de São Brás de Alportel expressa um agradeci-mento à Câmara Municipal e à Junta Freguesia

“pela atribuição de patrocínios financeiros, assim como à organização da prova pelo apoio prestado na estadia”. Ao atleta e bombeiro Pedro Brito, a Associação “apresenta um efusivo e reconhecido voto de parabéns pela sua dedicação”.

SÃO BRÁS DE ALPORTEL

Quinto lugar no BTT mundial

Os Bombeiros Voluntários de Leixões, associaram-se às

Festas dos Pescadores de Mato-sinhos, que se realizaram nos dias 18,19 e 20 de julho, mar-cando presença na Missa em honra do Mártir São Sebastião, e na majestosa procissão que per-correu as principais artéria da cidade. Para além dos homens e meios do corpo ativo, também a fanfarra dos voluntários leixo-nenses abrilhantou o préstito.

LEIXÕES

Bombeiros nas festas

Caminhamos para um futuro onde a política educacional de inclusão de crianças e jo-

vens “especiais” na sociedade, passará a ser uma prioridade básica, bem como, a necessi-dade do aumento de programas específicos que atenda às suas necessidades.

No sentido de conquistar a autonomia e consequente inclusão da criança deficiente na sociedade e, sendo a figura do bombeiro a personificação do esforço e luta constante pela vida, a interação com crianças portadoras de deficiência é enriquecedora.

Nesse sentido, o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB) recebeu no passa-do dia 6 de agosto uma visita especial da Uni-dade de Deficiência do Centro Social Paroquial de Alfena,

Durante a visita houve a oportunidade de levar ao conhecimento destes jovens um pou-co do histórico e da atividade desenvolvida diariamente pelo BSB, bem como, uma breve abordagem sobre as várias viaturas e do fim a que se destinam.

Foi-lhes dada ainda a oportunidade de as-sistirem a algumas demonstrações operacio-nais, tendo a possibilidade de experimentar algum material de proteção individual e de combate a incêndios usado pelos operacionais do Batalhão, momento alto da visita que de-certo ficará para sempre na lembrança, que se traduziu num misto de sensações especiais, traduzidas em “pequenos gestos que marcam uma vida”, bem patente no sorriso que aflorou o rosto de cada um dos visitantes.

São momentos como estes que se tornam aprazíveis, não só para estes jovens “espe-

ciais”, como para Batalhão de Sapadores Bombeiros pelo intercâmbio de sensações onde todos saímos mais enriquecido enquanto pessoas e profissionais.

Textos e fotografias GOP\BSB

PORTO

BSB recebe visitantes especiais

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Mesão Frio (AHBVMF) realizou no passado dia 27 de julho, o Cortejo de Oferendas, iniciativa que contou com o apoio da câ-mara municipal, das cinco Jun-tas de freguesia, das institui-ções e associações concelhias e da população em geral. Esta ação teve como objetivo envol-ver a comunidade com a oferta de géneros para serem leiloa-dos e conseguir desta forma, angariar fundos para a aquisição de uma ambulância de trans-porte múltiplo (ABTM) no valor de 35 mil euros.

O cortejo, que decorreu em simultâneo com a 4.ª edição da Feira do Petisco, Vinhos e Produtos Regionais, integrou o desfile do corpo ativo e de todas as viaturas de combate a incêndios, e vá-rios carros alegóricos que percorreram as princi-pais ruas de Mesão Frio com as ofertas que fo-ram desde dinheiro a produtos da terra e outros bens.

No final foram apurados cerca de 20 800 euros 32 cêntimos, importante verba que na ótica dos responsáveis da associação humanitária revela “o espírito forte e prestativo de toda a popula-ção, que nunca deixou de ajudar os bombeiros”, dando conta que este ano a iniciativa permitiu “angariar mais fundos do que na última edição”.

“Agora a prioridade é a aquisição de uma am-bulância que substitua uma mais antiga, com 16 anos de utilização e com mais de 530 mil quiló-metros feitos”, revela a mesma fonte.

MESÃO FRIO

Associação promove cortejo de oferendas

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39AGOSTO 2014

ANIVERSÁRIOS1 de setembroBombeiros Voluntários de Carnaxide. . . . 1024 de setembroBombeiros Voluntários da Ericeira . . . . . . 835 de setembroBombeiros Voluntários de Póvoa de Lanhoso . . . . . . . . . . . . . . 1107 de setembroBombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato. . . . . . . . . . . . . . . 798 de setembroBombeiros Voluntários de Folgosinho . . . . 7710 de setembroBombeiros Voluntários de Alter do Chão . . 66Bombeiros Voluntários de Castro Verde. . . 3212 de setembroBombeiros Voluntários da Lixa . . . . . . . . 125Bombeiros Voluntários de Areosa-Rio Tinto . . . . . . . . . . . . . . . . 92Bombeiros Voluntários de Vimioso . . . . . . 8214 de SetembroBombeiros Voluntários de Caldas da Rainha. . . . . . . . . . . . . . . 119Bombeiros Voluntários de Sacavém . . . . 117Bombeiros Voluntários de Góis. . . . . . . . . 5815 de setembroBombeiros Voluntários de Gondomar . . . 101Bombeiros Voluntários de Vagos . . . . . . . 86Bombeiros Voluntários de Vidago . . . . . . . 4716 de setembroBombeiros Voluntários de Tondela . . . . . . 90Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves . . . . . . . . . . . . 18

18 de setembroBombeiros Voluntários de Favaios . . . . . . 99Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande. . . . . . . . . . . . . . . . 6619 de setembroBombeiros Voluntários de Almoçageme. . 119Bombeiros Voluntários de Figueira de Castelo Rodrigo. . . . . . . . . 77Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo. . . . 37Bombeiros Voluntários de Penela . . . . . . . 3420 de setembroBombeiros Voluntários de Leça do Balio . . 8322 de setembroBombeiros Voluntários de Algés . . . . . . . 112Bombeiros Voluntários de São João da Pesqueira . . . . . . . . . . . 10723 de setembroBombeiros Voluntários de Carregal do Sal . . . . . . . . . . . . . . . . . 7524 de setembroBombeiros Municipais do Funchal . . . . . . 12625 de setembroBombeiros Voluntários de Ponte de Lima. 12726 de setembroBombeiros Voluntários de Cruz de Malta . . 9627 de setembroBombeiros Voluntários da Nazaré. . . . . . . 8730 de setembroBombeiros Voluntários da Malveira . . . . . . 70Bombeiros Voluntários da Trofa . . . . . . . . 38Bombeiros Voluntários de Santana . . . . . . 29

Fonte: Base de Dados LBP

em agosto de 1994

O verão começa, com ele chegam as férias escolares, felizmente a maioria dos jo-

vens ocupa o seu tempo em trabalhos sazo-nais - alguns muito enriquecedores do ponto de vista curricular, outros nem tanto mas que são importantes ajudas nestes tempos con-turbados - outros desfrutam das férias de-pois de um ano exigente a nível académico, a divertirem-se com amigos, em banhos de sol e a dar mergulhos nas nossas belas praias, a viajarem por esse mundo fora e a voltarem mais ricos culturalmente e com ex-periências para contar ou simplesmente a divertirem-se. Confesso que em muitos ve-rões me inclui nestes últimos grupos.

Porém quis escrever este texto, para dei-xar uma palavra de apreço aos nossos Bom-beiros, muitos deles privados de viver o que acima descrevi mas certamente com uma realização pessoal enorme, por estarem a

prestar um verdadeiro serviço cívico à comu-nidade, arriscando em muitas situações as suas vidas, em prol da segurança dos outros. Por ter vários amigos que lutam diariamente por esta causa, fui ganhando cada vez maior admiração por todos os Bombeiros, mulheres e homens que abdicam do seu tempo em fa-mília, de horas de sono e das merecidas fé-rias. Uma referência também para os diri-gentes destas Associações Humanitárias que tudo fazem, para que haja as melhores con-dições possíveis para as suas e os seus guer-reiros.

Não necessito de deixar palavras de força, coragem ou determinação pois todos tem es-ses atributos para dar e vender, deixo um sentido e profundo : OBRIGADO!

João RochaDeputado da Assembleia Municipal

de Cascais

Bombeiros

Porque estamos num período a que erradamente se cha-

ma da “época dos incêndios flo-restais” – como se os incêndios florestais não existissem du-rante todo o ano como tem sido o ano em curso em que na épo-ca baixa já aconteceram fogos onde foram destruídos milha-res de hectares de matos e flo-restas – penso, mesmo assim, ser este o momento apropriado para se falar da prevenção que normalmente não se faz.

De facto, os trabalhos de-senvolvidos pelos GIPS da GNR, aquartelados em Alcaria – Porto de Mós, têm tido resul-tados extraordinários nomea-damente no concelho de Alca-nena, que conheço melhor. A sua presença, o seu contacto pedagógico com as populações têm sido alvo de todos os elo-gios, aliás bem merecidos. É certo que nem todos os pro-prietários compreendem as ra-zões do interesse da limpeza dos matos que circundam as suas habitações e outras cons-truções. Mas quando vêem os

seus bens em perigos sabem gritar que os Bombeiros não chegam a todo o lado. Este tra-balho dos GIPS é primordial para que os meios dos Bombei-ros se possam concentrar no combate aos fogos, em vez de se dispersarem na defesa das habitações quando circunda-dos de mato, quantas vezes até ao telhado.

A lei existe – limpeza de 50

metros em redor das constru-ções – mas muitas vezes não é respeitada. Daí a razão de tan-tas aflições que as televisões exploram em termos mediáti-cos. E daí também as tragédias da perda de vidas humanas, especialmente de Bombeiros que juraram dar a Vida por Vida, mas não a Vida por uma árvore ou por uma casa, com infelizmente tem vindo a acon-

tecer frequentemente ao longo dos últimos anos. Por tudo isto é de louvar o trabalho sistemá-tico dos GIPS/GNR, que como

força da autoridade é mais res-peitada e com bons resultados.

Seria importante que este serviço pudesse ser alargado a todo o país, em sintonia com as autarquias e com os Sapadores Florestais Municipais e Associa-tivos na silvicultura preventiva, começando por limpar lotes municipais e caminhos rurais, para darem bons exemplos de cidadania e facilitar a vida aos Bombeiros que estão sempre disponíveis para defender as vi-das e bens do seu semelhante.

Mas também as grandes em-presas como as Estradas de Portugal, as concessionárias das auto-estradas, a REN nos canais por onde passam linhas de alta tensão e condutas de gás, as empresas de telecomu-nicações nas zonas por onde

passam as suas linhas, a CP e/ou a REFER junto às linhas fer-roviárias, especialmente as mais abandonadas e até o Esta-do Português, nas suas flores-tas, como o caso do Pinhal de Leiria, poderiam – deveriam – fazer uma prevenção mais efec-tiva sempre no sentido da defe-sa do ambiente, da natureza, do bem comum e ao mesmo tempo na defesa e na seguran-ça dos Bombeiros nos combates desiguais que são obrigados a travar com o inimigo comum – o fogo.

O ditado é antigo: Vale mais prevenir do que remediar, e se cada um de nós cumprisse a sua obrigação, tudo seria me-lhor para todos.

Carlos Pinheiro09.07.14

Incêndios florestais, prevenção e limpeza dos terrenos

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Page 40: Página 34 COM NOVA CASA A - Página Inicial · da paz. Em memória de Pedro Rodrigues, António Ferreira, Ana Rita Pereira, Cátia Pereira, Bernardo Cardoso, Bernardo Figueiredo,

40 AGOSTO 2014

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A Crónicado bombeiro Manel

De uma maneira ou de outra sem-pre andámos aí pelos montes a

apagar fogos. Umas vezes íamos atrás dele. Outras vezes vinha em nosso alcance. Como tantos outros, também apanhei os meus sustos mesmo nos montes e vales que dizia conhecer como as palmas da mãos.

Durante anos acho que não se cui-dou de dar aos bombeiros o material que lhes garantisse a segurança nos fogos na floresta. Nesses tempos, também, quando o material já exis-tia nem sempre o íamos utilizando como devido.

Mas os tempos foram mudando, o pessoal foi tendo mais consciência da necessidade de acautelar a sua segurança e a dos companheiros.

Mas a floresta também foi mudan-do, foi-se tornando mais traiçoeira, mais perigosa, com mais armadilhas, como muita manta morta de muitos anos, zonas completamente fecha-das em que o mato quase toca as copas das árvores. Antes muitas ve-zes não era assim, o mato servia para a cama dos animais e depois para estrumar a terra. Limpar os montes era aproveitar tudo o que

eles davam e depois ajudava a evitar também o fogo.

Sempre houve fogo e dificilmente vai alguma vez ser possível acabar com ele. Por isso, se temos que viver com ele é bom que saibamos saber viver com ele, e isso quer dizer que nos temos que equipar devidamente para o combater.

No ano passado por esta altura la-mentámos a morte de companheiros nossos, muitos no despertar da vida e já sacrificados no braseiro da floresta.

Pensar neles é desejar que a mais nenhum venha a acontecer o mesmo.

Para isso, é preciso os ditos equipa-mentos que tardam. Mas cheguem esses equipamentos mais cedo ou mais tarde o importante é que com eles ou sem eles cuidemos sempre da segurança dos bombeiros. Os equipa-mentos não resolvem tudo, são im-portantes mas só por si não garantem tudo.

Por isso, amigos, na certeza que sempre apagámos e vamos continuar a apagar fogos importa que ao dar o nosso melhor não ponhamos em cau-sa também o que é bom para nós, para os nossos companheiros do cor-

po de bombeiros e para as nossas fa-mílias, que é a nossa companhia. Uma árvore, por muito que valha, nunca vai valer uma vida.

[email protected]

Uma árvore nunca vai valer uma vida

À Associação de Bombeiros Voluntários Mistos de Amora por se ter juntado à “task--force” solidária de outras três associações do distrito de Setúbal para com os compa-nheiros de Alvalade.

A alguns processos de contratação de aquisição de EPI que, pelos vistos, correram mal, a acabar no relatório preliminar do con-curso da ANPC que, segundo os concorren-tes, também é difícil de perceber em alguns dos seus itens.

LOUVOR/REPREENSÃO

O bombeiro dos Voluntários de Miranda do Douro,

Nuno Magalhães, ferido com gravidade no combate a um incêndio em meados de julho está prestes a ter alta.

O Nuno encontra-se inter-nado no Hospital da Prelada, foi tratado na unidade de queimados daquele estabele-cimento, onde foi sujeito a um tratamento intensivo às queimaduras sofridas e a uma intervenção cirúrgica a uma perna, partida em consequência do sucedido quando procedia ao combate à chamas. Neste momento, está a ser sujeito a fisioterapia, podendo ter alta nos primeiros dias de setembro.

Deste incidente resultaram mais três bombeiros feridos e a perda total da viatura com que estavam a trabalhar.

Os três bombeiros feridos, António Machado, Frederic Mon-teiro e Ana Rita, foram sujeitos a vários tratamentos. Entre-tanto, tiveram alta e já retomaram o serviço no corpo de bombeiros.

A estes bombeiros, bem como a todos os outros que este ano já foram vítimas do combate às chamas endereçamos um forte abraço de solidariedade e de pronto restabelecimento.

MIRANDA DO DOURO

Nuno prestes a ter alta

A Quinta de S. Cristóvão, no Paço do Lumiar, em Lisboa, será, num futuro muito próximo, a sede da Liga dos

Bombeiros Portugueses (LBP), ou seja, a casa dos bombeiros portugueses. A Quinta foi cedida em regime de superfície pela Câ-mara Municipal de Lisboa, presidida por An-tónio Costa, pelo prazo de 50 anos, prorro-gável por sucessivos períodos de 25 anos.

A cedência foi aprovada por unanimidade na reunião de Câmara de 9 de julho último e aprovado pela Assembleia Municipal no dia 29 do mesmo mês.

A decisão da Câmara resulta de uma su-cessão de contactos coordenados pelo pre-sidente do conselho executivo da LBP, co-mandante Jaime Marta Soares, tendo em conta a conclusão sustentada sobre a invia-bilidade de poder vir a aproveitar o terreno situado na Rua de Campolide, cedido há anos pela Câmara de Lisboa à Liga e para o qual chegou a haver estudo prévio.

A imponência da fachada do edifício prin-cipal da Quinta de S. Cristóvão, no Largo de S. Sebastião, ao Paço do Lumiar, caracteri-za bem a memória passada de uma zona histórica da cidade de Lisboa marcada pela transição rural/urbana de outros tempos e cuja recuperação e reaproveitamento para outras funções parece ser agora a aposta da própria autarquia. Nesse sentido, está prevista para breve a instalação da Área Metropolitana de Lisboa num edifício contí-guo ao da nova sede da LBP.

A necessidade da adaptação dos espaços

interiores do edifício para as novas funções é definida pelo comandante Jaime Soares como “uma aposta importante para a qual estamos já a tentar obter apoios que nos permitam realizar as obras sem pratica-mente custos para a Liga”.

A atual sede da LBP, na Rua Eduardo No-ronha, segundo o comandante Jaime Soa-res, deverá permanecer na posse da confe-deração e o seu futuro “deverá implicar à sua volta uma profunda reflexão em que todos, em conjunto, todos mesmo, devere-mos participar e decidir”.

A nova sede da LBP é um sonho mantido desde 1988, na sequência da saída das ins-talações arrendadas de então, na Rua Bara-ta Salgueiro, em risco de ruína permanente.

A saída desse local implicou a transfe-

rência para as atuais instalações, entretan-to adquiridas, e praticamente coincidente com a obtenção do terreno municipal da Rua de Campolide. O aproveitamento des-te ficaria progressivamente condicionado, quer pelo estudo urbanístico imperativo traçado para o local, quer pelo elevado custo e pela inadequação do edifício a im-plantar ali ao funcionamento da própria Liga.

“Havia que encontrar uma solução e foi disso que fomos à procura, para a qual tra-balhámos e que encontrámos, também com o apoio inequívoco do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Cos-ta, do vereador Manuel Salgado e de mui-tos responsáveis e técnicos municipais”, sublinha o presidente da LBP.

CEDIDA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

Bombeiros portuguesesvão ter nova casa

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