73

PÁGINA ASSUNTO - Gazeta Valeparaibana · 2018. 5. 8. · Tabela de Drenagens e Enchentes 59-1 - Como degradar um ecossistema ... além de insetos, flores, árvores, etc... A Ecologia

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • PÁGINA ASSUNTO

    03 04 05 06 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 22 23 24 25 45 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 66 67 68 69 70 71 72

    Plantar, cuidar e educar A música na formação do caráter e na educação Beabá da ecologia Projeto “Educação Ambiental” Planta Brasil Águas urbanas Reflexos sobre nossas águas Introdução Alterações Hidrológicas e Ecossistema Aquático 13-1 - Mananciais Águas subterrâneas Aqüífero Guarani Doenças causadas pela falta de saneamento Impactos sobre as águas A importância do DBO Poluição Orgânica 19-14 - Poluição Física Poluição Química Administração das Águas 22-1 - Eutrofização 22-2 - Assoreamento Legislação Brasileira sobre Poluição Hídrica Extração de Areia de Rios, Lagos e Alagadiços Pragas Urbanas Prevenção e combate a “Roedores” Uso de Defensivos Naturais Defensivos Naturais Calda de Fumo Faça sua horta caseira Como plantar uma árvore Espécies certas para cada local 54-1 - As fases da planta no viveiro Como implantar um viveiro Semeando e cuidando da mudinha Usando “Estacas” em vez de “Sementes” Sobre Matas Ciliares Tabela de Drenagens e Enchentes 59-1 - Como degradar um ecossistema Técnicas de recuperação de Matas Ciliares Tabelas de árvores nativas do Brasil Espécies indicadas para plantio Regeneração Natural 66-1 - Banco de Sementes Produção de Serapilheira e Chuva de Sementes 67-1 - Abertura do Dossel Reflorestando e Repovoando nossa Fauna Para atrair Beija-Flores e Cambacicas Fornecendo frutos de polpa comestível Oferecendo sementes que as aves gostam Referências, créditos e normas de uso do compên-

  • Plantar, cuidar e educar.

    O viveiro de mudas de espécies nativas do Projeto PLANTA BRASIL, lo-calizado no município de São José dos Campos, no Cone Leste Paulis-ta, no Estado de São Paulo, Brasil, pretende repassar mudas de plan-tas de nativas e frutíferas para reflorestamento de áreas degradadas em matas ciliares e remanescentes de mata atlântica. Numa área de 4,5 mil metros quadrados, o Projeto Planta Brasil está multiplicando mais de 66 espécies diferentes de árvores de grande porte e arbustivas nati-vas.

    O coordenador do viveiro, Filipe de Sousa, lembra que os patrocinado-res podem retirar até 500 mudas, desde que comprovada a necessida-de da área a ser reflorestadas. Para que isso ocorra, o produtor solicita do Projeto as mudas e um técnico irá ao local verificar o número de es-pécies, tipos adequados e variedade, necessárias para o plantio.

    O coordenador afirma ainda que os patrocinadores; indústrias e comu-nidades de todo o Cone Leste Paulista receberão informações sobre o plantio de mudas e as variedades que estão sendo utilizadas para reflo-restamento, bem como orientações de acompanhamento e cuidados.

    Hoje, as espécies mais produzidas no viveiro são: jatobá, cumbaru, ipê (roxo, amarelo, rosa e branco), angico, tarumã entre outras.

    De acordo com o responsável pela multiplicação das mudas, Filipe de Sousa, além de atender às necessidades de reflorestamento, o projeto, pretende, também, formar alunos das escolas da rede municipal e esta-dual, que são orientados sobre as variedades existentes, forma correta de plantio e os cuidados com o meio ambiente.

    "A aula prática mostra desde a qualificação da semente até a evolução da planta, dando uma noção básica aos alunos sobre o crescimento das variedades, sua evolução de crescimento, necessidades básicas, preparação dos insumos, técnicas de plantio no local definitivo, cuida-dos e acompanhamento de sua evolução nas áreas reflorestada.

    Pretende-se também formar Monitores Ambiententalistas que terão co-mo função fazer a multiplicação dos conhecimentos adquiridos, em su-as Escolas de origem e Comunidades.

    REFLORESTANDO E REPLANTANDO PRESERVAREMOS OS ECOSSISTEMAS COMO UM TODO

  • O poder da música e o papel que ela pode desempenhar na vida dos seres humanos são conhecidos, desde a antiguidade, onde há registros em papiros médicos egípcios do século 1500 a.C., sobre a influência da música na fertilidade das mulheres; ao seu uso na atualidade, em aplicações lúdicas, terapêuticas e educacionais. O tema música e educação tem sido alvo de pesquisas de profissionais de diversos ramos de atividade, tais como psicólogos, neurologistas, educadores e músicos. Como resultado de uma longa experiência de trabalho como musico, educador e pesquisa-dor, Paulo Roberto da Silva (CLUBECA), considera necessário o uso da música como ferramenta auxiliar do processo educacio-nal escolar, compreendido de forma ampla, para além da sala de aula. Na educação não-formal, a música também tem sido freqüentemente empregada como recurso de aprendizagem, recreação ou simples reflexão. Com este propósito, O Clubeca tem elaborado dinâmicas utilizando este recurso como ferramenta para a sensi-bilização sobre questões ambientais aplicando-as em atividades de educação ambiental, utilizando músicas de artistas da região Leste da cidade de São José dos Campos - SP - Brasil.. A reflexão a partir de canções de temática regional é uma atividade que aproxima as áreas de comunicação e educação e leva em consideração o contexto no qual estão inseridos os participantes do ato educativo. As canções com, forte temática tradicional, desde os clássicos de raiz caipira, às toadas de bois, moçambiques, fandangos, etc., retratam a região de forma simples e direta, embora sempre impregnadas de poesia. Mas não fica nisso a contribuição dos artistas da região, embora alguns recusem o rótulo de "música regional", canções de vários artistas nacionais e internacionais têm possibilitado seu uso para a prática educativa. Em evento envolvendo alunos assistidos pelo CLUBECA ), será promovido a audição de canções, cuja temática não se restringe ao espaço regional da Zona Leste desta cidade , mas à dimensão planetária das questões ambientais. A atividade proposta decorre das ações do projeto Planta Brasil, popularização da necessidade da preservação ambiental, por meio da elaboração de mensagens lúdicas que levem ao entendimento do público leigo do projeto e a aplicabilidade das ações no dia-a-dia das comunidades abrangidas. Nessa ocasião serão tiradas fotos e feitos vídeos de algumas das atividades dos alunos assistidos pelo CLUBECA e pelo Projeto Planta Brasil, onde será levado a efeito o envolvimento das Escolas Locais na elaboração e produção coletiva de recursos didáti-cos e audiovisuais. Esta é uma das estratégias adotadas para que os videoclipes sejam produzidos numa linguagem adequada ao público a que se dirige. Depois de finalizados, os videoclipes serão inseridos em um DVD multimídia e distribuídos para bibliotecas de escolas visando sua utilização em atividades educativas que contribuam para a sensibilização quanto às questões ambientais e a importância da pesquisa florestal.

  • PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL “planta brasil”

    Beabá da Ecologia (Pedagógico)

    Ecologia não é uma palavra complicada. Vem do dicionário Grego e significa “estudo da casa”. No entanto, ela não trata somente ou propriamente da nossa casa, de nosso quintal. O sentido dado à palavra é muito mais abrangente; “cuidar do planeta” cuidar da casa de todos. E quando se fala em todos se fala em todos os seres vivos, do reino animal, vegetal, da água, da atmosfera, etc... Assim, vamos ter como “Ecologia”, o ESTUDO DO MUNDO. Porque Estudo do Mundo? Porque tudo o que fazemos ou aquilo com que mexemos tem de ser estudado, pesquisado, e por fim respeitado. Pes-quisar ou estudar é a mesma coisa que investigar. Assim, o estudo do mundo compreende a investigação, ou seja, a verificação de como anda o mundo, como ele se formou e como está se comportando, nos dias atuais. O que entendemos como mundo? É a nossa casa, a casa dos vizinhos, a casa de nossos parentes, perto ou distante. É também a casa dos amigos, ou-tros países e continente; Estados Unidos, Europa, África, Japão, etc... O mundo conhecido por nós é o planeta Terra, onde vivem homens, mulheres e animais de todas as raças, além de insetos, flores, árvores, etc... A Ecologia se preo-cupa com o mundo todo, não só com a nossa casa e a casa de nossos amigos e vizinhos. Por que? Porque todos vivemos dependendo uns dos outros. O patrão é importante, pois dá emprego aos operários, mas os operários são também muito importantes porque sem eles não há produção. O respeito e a maneira de viver, dentro da sociedade, são estudados pela ecologia também. Ecologia estuda, ainda, tudo o que acontece com o clima dos países, produção, trabalho, moradia, qualidade de vida, etc. Porque Ecologia estuda tudo isto? Porque Ecologia é uma ciência, ou seja, uma forma de investigar tudo. O papel da ciência é investigar, achar os erros e apontar o caminho para consertar tudo. Ecologia quer que o mundo seja consertado, para que não se derrubem as flo-restas, não se acabem os animais, os pássaros, as baleias, etc... Para que não se estraguem os rios e os mares... Para que todos os seres, inclusive os homens, sejam respeitados, juntamente com a natureza. O homem ( todos nós ), desde pequenos, seja menino ou menina, precisa aprender a respeitar a natureza e os seres que estão nela, mas precisa aprender também que outros homens e mulheres são nossos irmãos e não podem viver sem emprego, sem casa, sem educação, sem a possibilidade de chegar a um ponto de progresso. A Terra não pode ser utilizada de qualquer maneira, mesmo que seja para plantar; é preciso, é necessário bastante es-tudo e pesquisa sobre o que fazer e como conservar a terra. Nós dependemos dela para viver ! Isto quer dizer que podemos plantar, tirar algumas árvores para essa prática, mas temos que ter muito cuidado com o que fazemos, pois se tiramos muitas árvores dos campos vamos deixar a terra sem vida e sem proteção contra as pra-gas (bichinhos que atacam as plantações). Não se deve tirar árvores das margens dos rios, pois isso é prejudicial aos próprios rios... Não se pode plantar de qualquer maneira, sem verificar o estado do terreno. Existe estudo para cuidar do solo (terreno), assim devemos tomar cuidado para não plantar algo que vá desnutrir a terra. Desnutrir é o mesmo que enfra-quecer a terra, deixá-la fraca, sem vida. Isso exigiria, depois, a aplicação de adubo concentrado. O adubo concentrado devolve a nutrição à terra, mas pode também prejudicá-la, especialmente se for adubo químico. Todo o produto químico (adubo ou inseticida) acaba indo para os rios, por força das chuvas, especialmente das enxur-radas, e acaba envenenando os rios, matando o peixes e estragando a água, que é bebida por homens e animais. Os inseticidas (produtos químicos utilizados para matar insetos) podem ajudar a humanidade a controlar as pragas das lavouras, mas podem também envenenar o ambiente, ou seja, o ar que nós respiramos. Por isso é necessário mui-to cuidado, ao utilizá-los, porque podem matar os pássaros, os agricultores (quem planta) e, por fim, entrar em nossa alimentação, causando muitas doenças. Se os pássaros morrem, por causa dos inseticidas, quem cuidará de “limpar” as lavouras? Os pássaros são amigos dos homens. Eles comem os bichinhos que atacam as plantações, e ajudam, ainda, a plantar. Você sabia que a gralha azul planta os pinheiros ? Ela transporta o pinhão no bico e o deixa em qualquer lugar, fazen-do assim o plantio. Outro dano que os inseticidas fazem é com relação ás abelhas. Quando as abelhas procuram flores de cereais plantadas, para fazer a polinização, acabam ingerindo inseticida e mor-rem. Ai a polinização fica prejudicada, isto é, não há o “casamento” das flores, o que impede que o cereal produza sa-tisfatoriamente. Então, você já sabe: é preciso cuidar da terra, das matas, das plantações, dos rios... Todos os rios vão acabar nos oceanos e se esses rios estiverem poluídos vão, seguramente sujar os mares. Nos ma-res é que existe uma plantinha que fabrica o oxigênio, que é o ar que respiramos.

    CONTINUA

  • CONTINUAÇÃO

    As árvores ajudam a limpar o ar, tirando gases que estão circulando devido a veículos (automóveis, caminhões, trato-res, motos, aviões) e ás chaminés das indústrias. Mas, as árvores também precisam de ar e se consomem gases, sol-tam oxigênio. Num determinado tempo elas fazem o contrário, de sorte que o trabalho delas fica balanceado. Existem plantas que consomem mais oxigênio do que fabricam , resultando em processo negativo para a gente. Não se deve desmatar (cortar árvores), a torto e direito, pois isso implica em mexer no clima e no solo (terra). As cida-des com poucas árvores ficam muito quentes e as chuvas caem de forma desorganizada, causando inundações, que destroem casas e matam pessoas. Árvores são muito importantes para os pássaros, que fazem nelas os seus ninhos. Além de melhorarem o clima, as árvores ajudam a fixar a terra, dão sombra, enfeitam nossas ruas e suavizam a paisagem. São nossas amigas portanto. Os animais vivem, geralmente, dentro da mata, onde se acham quantidades apreciáveis de árvores de todos os tipos, além de vegetação rasteira, flores, gramas, capins. Qualquer animal deve ser preservado, deve viver em seu próprio lar, que é a floresta. Na floresta, o animal sabe como comer, beber e como sobreviver. Apanhar animais ou pássaros, para mantê-los em jaulas e gaiolas é um grande ato de maldade, tanto que isso é proibi-do por Lei. Ninguém pode dizer que é necessário caçar animais para comer, em nosso século, porque já temos cria-ções apropriadas de espécies destinadas aos frigoríficos, onde são abatidos e vendidos para os açougues e merca-dos. Existem pássaros criados em cativeiro ( gaiolas ou viveiros ), que já não podem viver sem liberdade. Se fossem todos libertados, morreriam de fome, pois já não sabem procurar comida. São pássaros em extinção, isto é, pássaros que estão desaparecendo e, dessa forma, os criadores estão ajudando a defender essas espécies. Mas mesmo assim, pre-cisam de uma licença especial da policia ambiental. A “vida natural” é a vida no campo, longe ou perto das cidades, mas distante da poluição. Isto está ficando difícil, tam-bém, pois no campo existem outras espécies de poluição, como venenos químicos, além do perigo que o homem en-frenta em contato com a natureza. O “paraíso” que todos sonham encontrar nos sítios e fazendas, ficou no passado ! A vida mudou, tem gente demais por toda a parte e os métodos de trabalho também mudaram. Máquinas trabalham nas cidades e nos campos, as dores de cabeça da civilização são as mesmas em qualquer lugar. Atualmente, vivemos um tempo diferente daquele que nossos avós viveram. Aumentou a população, nasceu gente de-mais e as cidades foram crescendo, crescendo... A humanidade mudou de tempo ! ... Com o aumento da população, novos inventos foram aparecendo. A pequena produção teve de sofrer modificações, para atender ao consumo. De agricultores, grande massa humana virou operária, passando a trabalhar nas indústrias, geralmente nas cidades. Assim surgiu a chamada “era industrial”. A “era industrial” transformou os costumes e fez com que as cidades crescessem demasiadamente. Começaram a a-parecer máquinas, motores, veículos, telefone, eletricidade, avião, computadores... Todo esse avanço permitiu o aparecimento de grande número de aparelhos para utilização: rádio, geladeira, televisão, toca-discos, telefone, fax, brinquedos eletrônicos, computadores, filmadoras, máquinas fotográficas, fornos micro-ondas... Tudo isso é produto da tecnologia, sem o que, nada seria possível apresentar. Todo esse avanço foi possível porque o homem fez surgir novas tecnologias, ou seja, inventos que surgiram para au-mentar a produção e também o consumo. Esse mesmo consumo ao qual nos obrigamos, diariamente, cada vez que colocamos combustível nos automóveis, ou trocamos o botijão de gás em nossos fogões. Enquanto se fabricam artigos para uso nas residências, que servem para minorar (facilitar) o trabalho caseiro como, por exemplo as máquinas de lavar roupas, essa mesma tecnologia está operando máquinas e utilizando operários para fabricar revólveres, produtos químicos perigosos, canhões, tanques de guerra, latas para embalagem de alimentos e tantas e tantas coisas que cansaria repetir... A geladeira também é um desses inventos atrapalhados, pois os gases utilizados em seu equipamento (clorofluorcarbono) é que está destruindo a camada de ozônio do planeta... Muitas pessoas preferem viajar de trem, por se tratar de um meio de transporte mais econômico (mais barato) e menos barulhento que o avião. É outro processo tecnológico que exige leito para colocar os trilhos, estações, serviços em toda a parte, combinando horários com outras linhas, ônibus... O trem serve também para transportar matérias primas, mercadorias e produtos de consumo, mas tem sido despreza-do, em função de outro aperfeiçoamento, o caminhão, que apanha e entrega as mercadorias de porta em porta, embora cobre mais caro pelo transporte e exija estradas asfaltadas, manutenção, policiamento, gasto com combustível... Entre as invenções mais discutidas está o automóvel de passageiros, encontrado, hoje, em todas as ruas, avenidas e estradas. O automóvel modificou completamente o hábito dos povos, encurtando distâncias e reduzindo o tempo de viagem. Em compensação, causa enorme poluição e morte, pois os desastres acontecem diariamente. Quando esses inventos apareceram, costumava-se dizer que isso é “!progresso”, uma coisa que chegou para melho-rar a vida de todo o mundo, mas esse pensamento precisa ser esclarecido.

    CONTINUA

  • CONTINUAÇÃO

    Progresso é uma medida que dá vantagem (traz benefícios) a muita gente, mas o que estamos assistindo, no momen-to, é um tipo de progresso que só dá vantagem para pouca gente, especialmente para quem vende e obtém lucros. A maioria do povo vive enganada, pensando e sonhando com o tal “progresso” ! O mesmo acontece com a palavra “desenvolvimento”, falada e comentada por todos, que se encantam com ela ... Quando se fala em “desenvolvimento” dá até pra sonhar com um mundo perfeito, equilibrado, justo, harmônico, com paz total. Desenvolvimento é uma forma de fazer as coisas acontecerem, dando mais tranqüilidade e comodidade a todos ! Infelizmente esse “desenvolvimento” só tem servido para pouca gente, que está no comando dos países ou detêm postos de comando. Para os pobres e miseráveis, o desenvolvimento ainda não chegou e poderá demorar muito tem-po para chegar... A vida, nas cidades, é completamente diferente da vida no campo. As casas, nas cidades, especialmente para os po-bres, são bem pequenas, quase não têm quintal, as pessoas vivem apertadas e espremidas como galinhas em gaiolas de granja. Existe gente morando em casas muito grandes, bonitas, com piscina e espaço à vontade, mas, é pequena minoria, muito rica, que foi sorteada na vida pelo “desenvolvimento” ou pelo “progresso”... As ruas, nas cidades, são, na maioria das vezes, estreitas, esburacadas, sujas, poluídas, barulhentas - em razão do tráfego de automóveis, caminhões e ônibus - verdadeiros caminhos para carroças. Entretanto, elas suportam automóveis, ônibus e caminhões pesados, por onde passam todos os tipos de veículos, levando mercadorias, desde alimentos a produtos químicos perigosos. Esses veículos, em geral, poluem as cidades, soltando fumaça e gases que acabam com a nossa saúde, deixando o ar cheio de sujeira, além do cheiro horrível. Entre os gases mais perigosos está o chumbo, que causa doenças terríveis. Cidades grandes são difíceis de administrar (governar) e causam muita atrapalhação, porque não há correta distribui-ção de benefícios para todo o mundo, ao mesmo tempo. Enquanto parte da população tem água, luz, escolas, trans-porte, hospitais, outra parte precisa de tudo isso e luta muito para conseguir...

    Tudo isso é estudado pela Ecologia

    Nas cidades, obrigatoriamente, tem que existir casas para todos morarem. Em volta ou próximo das casas deve existir padarias, farmácias, armazéns, postos médicos, dentistas e todos os serviços importantes para a população, pois to-dos têm que trabalhar, produzir, consumir, estudar, namorar, casar e dar continuidade á vida. O trabalho é algo que se faz com o fim de produzir alguma coisa útil. Quem trabalha na lavoura, planta, colhe, vai ven-der para poder comprar o que precisa. Quem trabalha em fábricas, faz o mesmo, produzindo peças, máquinas, materi-al de construção, remédios, roupas, sapatos, óculos, ventiladores, móveis, televisores, computadores, carros, aviões, etc.. Há de tudo, em nossa sociedade, gente que trabalha e gente que estuda e se prepara para o futuro. Tem gente trabalhando em fábricas de produtos químicos, em laboratórios, hospitais, minas de carvão, frigoríficos. Tem gente pescando em alto mar, outros arrastando as redes com peixe, outros transportando-o para o mercado. Tem mil formas de trabalhar, de ser útil à família, à comunidade, ao país, ao mundo... O que precisamos é pensar seriamente nas coisas que estamos fazendo; se elas estão de fato sendo úteis para a hu-manidade, ou estamos apenas juntando mais lixo sobre a terra, perturbando a cabeça dos povos, ou destruindo as bases de nossa civilização. Precisamos pensar e discutir isso em família, com nossos irmãos e nossos pais; depois, com nossos amigos. Preci-samos fortalecer a união de nossa gente e investigar o que anda sendo consumido por aí. Se é bom ou mau. Se dura bastante ou se estraga depressa. Se oi alimento é benéfico para nossa saúde ou se estamos apenas enchendo nossas barrigas, com produtos químicos altamente perigosos. Precisamos conhecer-nos melhor e conhecer melhor os que governam nossas cidades e nosso país. Precisamos a-char a diferença entre o que é bom e o que é imprestável, e não nos ajudará em quase nada ! Precisamos trabalhar pelo estabelecimento de um modelo social (político) que cuida, ao mesmo tempo, da proteção às espécies, rios, oceanos, natureza, sem se esquecer que a principal espécie, a humana, está sendo atacada por to-dos os lados, feitos e formas, por grupos de pessoas que só pensam no tal “progresso” e no dinheiro... Assim, sofre a natureza, sofrem as espécies, aumenta a poluição, diminui nossa saúde, enquanto os que se juntam, normalmente, em partidos políticos, só pensam neles, seus parentes e nos grupos que os ajudaram a elegê-los, dei-xando depois, o povo de lado ! Precisamos de um modelo que poça nos oferecer justiça social, participação comunitária, oportunidades para todos (sem esmolas), com dignidade; educação, cultura, liberdade, moradia, trabalho, saúde. Isto tudo tem um nome:

    “Desenvolvimento local sustentável”

    CONTINUA

  • CONTINUAÇÃO

    Mas afinal o que é isso de desenvolvimento local sustentável? Desenvolvimento local sustentável é um modelo social com um tipo de avanço tecnológico que permite que se cons-trua um “progresso” para todos, sem comprometer a natureza e as espécies, protegendo as famílias, nossas vidas, dando mesmo um sentido mais promissor em tudo quanto pensamos em relação ao mundo; pois o que fazemos em um determinado lugar vai atingir também outros lugares !

    Precisamos de um humanismo completo, com Deus e a natureza sem o que será muito difícil encarar e preservar

    nosso mundo.

    DECÁLOGO DA ECOLOGIA

    1 - Ame a natureza, fonte da vida, honrando-a com dignidade, em todas as suas ma-nifestações. 2 - Defende o solo onde vives, mas também aquele das demais criaturas. 3 - Protege a vida dos animais, consentindo em seu abate somente para suprir as necessidades alimentares. 4 - Condena a produção que favorece unicamente o produtor, em detrimento da sa-tisfação das necessidades e da saúde do consumidor. 5 - Condena a agricultura irracional, predatória, contaminante, que tanto “sustenta” como elimina vidas. 6 - Não consumas alimentos suspeitos de incluírem componentes nocivos. 7 - Não compartilhes do modismo vulgar de que “desenvolvimento e Progresso” do atual modelo sócio-econômico justificam tecnologias alienantes e destrutivas. 8 - Denúncia todos os crimes contra a Ecologia. 9 - Analisa racionalmente o comportamento humano com relação ao avanço da tec-nologia, bem como os referentes aos atuais clichês políticos; indaga, pesquisa, re-flete, contesta, procura esclarecer-te à luz da ciência e da ética sobre todos os atos da existência, sem escravizar-te a modismos, conceitos ou convenções. 10– Liberta tua mente e não aumentes as fileiras de acomodados mentais ou de ser-vos da hipocrisia, pois outros podem, tom,ar proveito do teu ideal. Fonte: AME - Fundação Mundial de Ecologia World’s Ecology Foundation Adaptação: Filipe de Sousa

  • 1 - Boas Vidas & Introdução 2 - As águas urbanas e o crescimento das cidades 3 - Alterações hidrológicas e Ecossistema Aquático 4 - Mananciais 5 - Doenças causadas pela falta de saneamento 6 - Os impactos sobre as águas 7 - Águas Subterrâneas 8 - O aumento da poluição das águas

  • Bem vindo á reflexão sobre nossas águas.

    O sistema de colonização do Brasil, com a implantação da maioria de suas cidades à beira de ri-os, córregos e nascentes, de forma desordenada, levou á eliminação de agentes protetores, im-portantes para a proteção de nossas nascentes, riachos, rios, lagos e córregos. O desenvolvimento desses iniciais povoamentos, hoje cidades, sem um correto planejamento (urbanização) ambiental resulta em significativos prejuízos para a biodiversidade e para o ho-mem. Uma das conseqüências do crescimento urbano foi e é o acréscimo da poluição doméstica e in-dustrial, que sem uma adequada rede de tratamento de esgotos e resíduos, trouxe para suas po-pulações o desenvolvimento de muitas novas e antigas doenças, poluição do ar, poluição sono-ra, aumento da temperatura (aquecimento global), contaminação das águas subterrâneas (nossa maior reserva e riqueza), entre outros problemas correlacionados. O desenvolvimento humano brasileiro concentra-se em regiões metropolitanas, nas capitais do Estado e nas cidades consideradas pólos urbanos e industriais. O efeito destas realidades e ações humanas fazem-se sentir sobre todo o sistema urbano de re-cursos hídricos, ao abastecimento de água urbano e rural (poços contaminados), ao transporte e tratamento de esgotos, cloacal (fossas, rede de esgotos) ou pluvial. No entanto, atualmente muitos fatores interferem nesse ciclo, comprometendo a qualidade de nossa águas urbanas. O desenvolvimento industrial e tecnológico, aliados ao conseqüente au-mento populacional, com o característico inchaço das cidades, geralmente sobre a forma de a-grupamentos urbanos clandestinos, motivados pela baixa renda dessas populações, que se vêm desprovidas de recursos para uma residência digna e bem planejada, vem propiciando o aumen-to de sedimentos e material sólido, bem como a contaminação de mananciais e das águas subter-râneas. Este artigo pode contribuir para a Educação de nossas crianças, seus familiares e de cada comu-nidade abrangida, com o conhecimento, formando assim uma ampliação da luta, na busca de u-ma qualidade de vida humana mais salutar nos dias de hoje e um futuro bem mais limpo, para as novas gerações. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

    CONTINUAÇÃO

  • Introdução

    O sistema urbano típico do uso da água, apresenta hoje um ciclo imper-feito. A água é bombeada de uma fonte local, é tratada, utilizada e, depois retorna para os rios ou lagos, para ser bombeada novamente. Mas, a água que é devolvida raramente apresenta as mesmas qualidades que a água recebida (ou a água original, como foi extraída da natureza). Sais, matéria orgânica, calor e outros resíduos que caracterizam a polui-ção da água, são agora encontrados. O desenvolvimento das cidades sem um correto planejamento ambiental resulta em prejuízos significativos para as comunidades e para a socieda-de como um todo. Uma das conseqüências do crescimento urbano foi o acréscimo da polui-ção doméstica e industrial, criando condições ambientais inadequadas e propiciando com isso o aparecimento de velhas e novas moléstias no ser humano e na vida animal como um todo. Além deste fator já demais preo-cupante, acrescem-se fatores como, a poluição sonora, aumento da tem-peratura regional e global, contaminação das águas subterrâneas e de nossos mananciais, entre outros problemas, que se não forem corrigidos, certamente nos levarão a um caos ambiental. O desenvolvimento urbano brasileiro encontra-se em regiões metropolita-nas, nas capitais de Estado e nas cidades caracterizadas como pólos de desenvolvimento regional. Os efeitos desta preocupante realidade, fazem-se sentir sobre todo o apa-relhamento urbano relativo a recursos hídricos, ao abastecimento de á-gua, ao tratamento e transporte de esgotos cloacal (fossas e encanamen-tos de esgotos) e pluvial. Á medida que a cidade se urbaniza, de uma forma geral vão aparecendo e ocorrendo os seguintes impactos: · Aumento das vazões máximas. · Aumento da produção de sedimentos devido à desproteção das superfícies e à produção de resíduos sólidos (lixo). · Deterioração da qualidade da água, devido à lavagem das ruas, ao transporte de material sólido e a ligações clandestinas de esgoto cloacal e pluvial. Além destes impactos, ainda existem os problemas causados pela forma desorganizada da implantação da infra-estrutura urbana; pontes e taludes de estradas que obstruem os escoamentos, deposição e obstrução de rios, canais e condutos de lixos e sedimentos e, projetos e obras de dre-nagem inadequados. As enchentes em áreas urbanas são causadas por dois processos (isolados ou de forma integrada): · Enchentes causadas pela urbanização ( o solo é ocupado com su-perfícies impermeáveis (concreto e asfalto) interligado à rede de condu-tos de escamento (bueiros); · Enchentes em áreas ribeirinhas (naturais) (o Rio ocupa seu leito maior, de acordo com eventos extremos ‘tempestades e grandes precipi-tações pluviométricas’ com tempo de retorno, em média, de 2 anos. As medidas de controle de inundações podem ser consideradas em es-truturais, quando o homem modifica o Rio; obras hidráulicas, como barra-gens, diques e canalização; e em não estruturais; quando o homem con-vive com o Rio; zoneamento de áreas de inundação, sistema de alerta ligado à Defesa Civil e seguros. No Brasil, não existe nenhum programa sistemático de controle de en-chentes que envolva seus diferentes aspectos. O que se observa são ações isoladas por parte de alguns Municípios. As figuras ao lado, nos dão uma noção de como a interferência humana pode prejudicar, nossas águas e nossos recursos hídricos. Com a interfe-rência errada ou abusiva do homem nos diferentes ecossistemas, a polui-ção se faz presente no ambiente e, com a precipitação das chuvas, arras-ta esses resíduos sólidos ou, gases presentes na atmosfera, para nossos riachos, rios e águas subterrâneas (através da infiltração natural ou não) interferindo assim na estrutura química natural das águas. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

  • Alterações hidrológicas e Ecossistema aquático

    O desenvolvimento urbano altera a cobertura vegetal, provocando vários efeitos que modificam os componentes do ciclo hidrológico natural. Com a urbanização, a cobertura da bacia hidrográfica é alterada para pavimentos impermeáveis e são introduzidos condutos para escoamento pluvial, gerando as seguintes alterações no referido ciclo: · Redução da infiltração do solo; · Aumento do escoamento superficial; · Redução do escoamento subterrâneo; · Redução da evapotranspiração. O impacto da urbanização é mais significativo, para precipitações de maior freqüência, onde o efeito da infiltração é mais importan-te. Para precipitações de baixa freqüência, a relação entre as condições naturais e a urbanização é relativamente menor. Existem vários elementos antrópicos que são introduzidos na bacia hidrográfica: Aumento da temperatura: As superfícies impermeáveis absorvem parte da energia solar, aumentando a temperatura ambiente e produzindo ilhas de calor na parte central das cidades, onde predomina o concreto e, o asfalto, que, devido à sua cor, absorvem

    mais energia solar do que as superfícies naturais (terra) e o concreto, que, á medida que sua superfície envelhe-ce, tende a escurecer e assim aumentar a absorção da radiação solar; Aumento de sedimentos e material sólido: É extremamente significativo devido aos fatores; limpeza de terrenos para novos lotea-mentos, construção de ruas, avenidas e rodovias, entre outras causas; Contaminação dos aqüíferos: Os aterros sanitários contaminam as águas subterrâneas pelo processo natural de precipitação pluvial e infiltração no solo. Grande parte das cidades brasileiras utiliza fossa sépticas como destino

    final do esgoto. Este conjunto tende a contaminar uma parte superior do aqüífero (águas subterrâneas). A rede de condutos pluviais pode contaminar o solo através de perdas de volume da rede, que pressionam a água contaminada para fora do sistemas de condutos.

    Mananciais

    Mananciais, são fontes disponíveis de água, determinadas pelas condições locais, com as quais a população pode ser abastecida. Dever possuir quantidade e qualidade de água ade-quada ao uso e consumo humanos. A tendência do desenvolvimento urbano é de contaminar a rede de escoamento superficial do aqüífero com despejos de esgotos cloacais e pluviais, inviabilizando o manancial e exigindo novos projetos de captação de áreas disponíveis, mais distantes, não con-taminadas. Característica dos mananciais: Os principais mananciais de suprimento de água de uma população são: · Águas superficiais são encontradas nos rios de determinada bacia hidrográfica, onde a população se desenvolve; · Águas subterrâneas (aqüíferos); são a maior reserva de água doce do mundo. Os aqüíferos, onde ficam os reservatórios na-

    turais, podem (com pressão superior á atmosférica) e têm vindo a ser contaminados, ou não (a água não está sob pressão). Poluição dos mananciais: Das águas subterrâneas; · O uso de fossa séptica contamina o lençol freático. · O lixo contamina o aqüífero pela lixiviação dos períodos chuvosos. · O vazamento da rede de esgotos cloacais e pluviais contamina o aqüífero com o despejo dos poluentes. · O uso de pesticidas e fertilizantes na agricultura convencional. · Despejo de resíduos de cargas industriais sobre áreas de recarga, para depuração de efluentes desse tipo, tende a contami-

    nar as águas subterrâneas. Poluição das águas superficiais: · Despejo de poluentes dos esgotos cloacais domésticos ou industriais. · Despejo de esgotos pluviais agregados com lixo urbano. · Escoamento superficial que drena áreas agrícolas tratadas com pesticidas ou outros compostos. · Frenagem da água subterrânea contaminada que chega ao rio. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

  • Controle dos mananciais

    Para o controle dos mananciais existem estudos a serem considerados: · Seleção de mananciais potenciais: bacias ou aqüíferos, inseridos em bacias hidrográficas, considerando-se os custos dos

    aproveitamentos, a ocupação das bacias e a viabilidade de preservação. · Avaliação da disponibilidade dos mananciais, quantificados quanto ao atendimento da demanda atual e quanto a cenários

    futuros do desenvolvimento da comunidade. · Ocupação da bacia e potenciais poluentes: Identificação dos usos atuais e os propostos para as bacias dos mananciais,

    identificando-se fontes potenciais de poluentes com as cargas atuais e com os projetos para os cenários futuros. · Identificação dos usos atuais e os propostos para as bacias dos mananciais, identificando fontes potenciais de poluentes,

    com as cargas atuais e as projetadas para os cenários. · Quantificação atual e potencial da qualidade de água dos mananciais, no desenvolvimento urbano previsto, nos custos e

    na capacidade de controle da ocupação da bacia. · Controle do uso do espaço e preservação da bacia, visando preservar as condições da qualidade e quantidade da água,

    como fonte de manancial. · Aproveitamento da água de acordo com o desenvolvimento e uso da comunidade. · Programa sistemático de monitoramento da qualidade da água nos mananciais selecionados. · Mecanismos de controle institucionais de preservação das bacias mananciais. · Controle do espaço, quanto a invasões e loteamentos clandestinos que ocorrem com freqüência na maioria das cidades

    brasileiras. Legislação pertinente: Resolução nº.20 de 18 de junho de 1986 (COPNAMA), Lei nº. 8935, de 07 de Março de 1989 (Legislação e Planejamento para pre-servação dos Mananciais). Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

  • Heraldo Campos* A água que circula no Planeta Terra seja ela superficial ou subterrânea, faz parte do chamado Ciclo Hidrológico que se iniciou nos primórdios do resfriamento do magma e da con-solidação das rochas da crosta terrestre há 3,5 bilhões de anos atrás. O escape destes gases e a captura de cometas (cheios de gases e água congelada) pela órbita da Terra é que deram o início a esse Ciclo e aos recursos hídricos hoje sabidamente finitos. A quantidade de água que circula é a mesma. Nós, seres humanos, interferimos é na sua qualida-de, poluindo os rios e os mananciais subterrâneos. A maior parte da água que abastece os reservatórios subter-râneos provém das águas de chuva. Se tivermos uma tem-porada de seca geologicamente prolongada, os reservató-rios não serão alimentados. O Aqüífero Guarani possui bas-tante água potável. Cálculos para dimensões globais apon-tam que daria para abastecer a população mundial por 10 anos e suas reservas giram em torno de 7,5 milhões de Es-tádios do Maracanã de volume armazenado. Contudo, preci-samos ter o cuidado com esses números para não tê-los co-mo o salvador da pátria, ou melhor, da humanidade. O reservatório tem muita água e dá para todos. É uma ques-tão de gerenciamento e se existe uma diferença na capacita-ção tecnológica entre os quatro países de sua ocorrência (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) essa diferença torna-se menor, em função da troca de experiências entre os téc-nicos e os usuários envolvidos ao longo de todo o processo

    de gestão conjunta em curso. Neste cenário, muitas vezes alguma confusão se dá com a terminologia empregada. O termo lençol freático é aplicado para dizer que a água está muito próximo da superfície do solo, um ou dois metros. Quando nos refe-rimos a uma cisterna ou cacimba nada mais é que um poço escavado, de boca larga e revestido com alvenari-a, que capta as águas subterrâneas mais próximas da superfície (lençol freático). Já um poço tubular (perfurado por máquina), que extrai a água em profundidades maiores e em zonas totalmente saturadas, é a-quele que realmente atinge os aqüíferos. Porém, de um jeito ou de outro, a água subterrânea é invisível aos nossos olhos. Só conseguimos medi-la a-través de métodos indiretos, descendo, por exemplo, um medidor de nível pela boca do poço para sabermos a profundidade do nível d'água em relação à superfície do solo ou coletando a água na saída do poço para uma análise química ou bacteriológica. É por isso que quando as águas subterrâneas são contaminadas seu trata-mento é mais complexo e mais caro dos que as águas dos rios comprometidos. Uma das principais ameaças aos aqüíferos é a referente à contaminação por agroquímicos nas áreas de recar-ga direta do reservatório, onde as rochas aflorantes recebem as águas de chuva para seu abastecimento. Há poucos anos a EMBRAPA detectou algumas áreas contaminadas (solos), entre elas as da região de Ribeirão Preto. O uso indiscriminado de agroquímicos na lavoura deve ser controlado nessas áreas para se evitar o arraste de elementos nocivos à saúde humana para as partes mais profundas do Aqüífero Guarani. Um dos instrumentos para proteção destas áreas é um mapa de risco à contaminação. Ele é resultado do cru-zamento das informações sobre a vulnerabilidade do reservatório, ou seja, suas características naturais, co-mo a profundidade do nível d'água, o tipo de solo etc., e a carga potencial de contaminantes, seu grau de toxi-dade, quantidade, mobilidade e assim por diante. Desse mapa saem os zoneamentos de áreas mais críticas que devem ser controladas ou mesmo receber restrições quanto ao seu uso. Se considerarmos que a área do Aqüífero Guarani tem 1,2 milhões de quilômetros quadrados de extensão em toda a Bacia do Paraná, 10% dessa área é área de recarga direta do reservatório, isto é, 120.000 quilômetros quadrados devem merecer es-pecial atenção. O abastecimento público é sem dúvida um dos usos mais importantes das águas do Aqüífero Guarani. Algu-mas indústrias cervejeiras, por exemplo, utilizam essas águas no Estado de São Paulo na elaboração de seus produtos. No Uruguai muitos balneários para recreação são servidos nos seus complexos aquáticos pelas águas do reservatório.

    *Geólogo. Facilitador Local do Projeto Piloto Ribeirão Preto pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

  • Doenças causadas por falta de saneamento

    Amebíase ou disenteria amebiana - Ingestão de água ou alimentos contaminados por cistos. Ascaridíase ou lombriga - Ingestão de água ou alimentos contaminados por ovos. Ancilostomose - A larva penetra na pele (pés descalços) ou ovos pelas mãos sujas em contato com a boca. Cólera - Ingestão de água contaminada. Disenteria bacilar - Ingestão de água, leite e alimentos contaminados. Esquistossomose - Ingestão de água contaminada ou através da pele (imersão em águas contaminadas). Febre amarela - Picada do mosquito aedes Aegypti. Febre paratifóide - Ingestão de água e ou alimentos contaminados e, através de “moscas”. Febre tifóide - Ingestão de água ou alimentos contaminados. Hepatite A - Ingestão de alimentos contaminados ou contato fecal-oral. Malária - Picada da fêmea do mosquito anopheles sp. Peste bubônica - Picada de pulgas contaminadas. Poliomielite - Contato fecal-oral, falta de higiene. Salmonelose - Através de mordidas ou fezes de animais domésticos ou silvestres infectados. Teníase ou solitária - Ingestão de carne de porco ou de qualquer outro animal contaminado. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

  • Impactos sobre as águas

    Os processos de poluição dos rios deve-se à quantidade de “alimentos” lançados nas águas. Os esgotos domésticos, muitos tipos de resíduos industriais, os dejetos agrícolas e especialmente os pecuários que são constituídos preponderantemente de matéria orgânica, elemento que serve de alimento aos seres aquáticos, sejam peixes, sejam bentos, plâncton, bactérias, etc... O meio aquático precisa de alimento, mas em excesso gera poluição. O mesmo alimento que vai fazer proliferar todos os segmen-tos da vida aquática, resultará em uma enorme taxa de consumo de oxigênio. O consumo de oxigênio no meio ambiente será mai-or que seu fornecimento, que nas águas vem através da superfície (ventos e principalmente chuvas), e pela produção fotossintéti-ca das plantas aquáticas. Muitas vezes, a quantidade de matéria orgânica lançada, turva a água, a ponto de impedir, pelo sombre-amento, a atividade fotossintética. Quando a taxa de oxigênio do meio, chega a níveis mínimos, a vida que dele depende, desaparece. Assim, quanto maior o volume de matéria orgânica - esgotos - for lançado em um corpo d’água, maior será o consumo (demanda) de oxigênio usado na respiração dos seres aquáticos (em especial, das bactérias decompositoras). Como esta demanda (consumo) é resultado de uma atividade biológica ou bioquímica, diz-se que houve uma Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO, cujo valor é medido a partir do volume ou concentração assimilável da matéria orgânica, pelas bactérias aeróbicas, ou seja, das que necessitam de oxigênio em seu metabolismo. A ação destas bactérias na degradação da matéria orgânica produz gás carbônico resultante da oxigenação (perda de elétrons) e água, resultante na redução do oxigênio (ganho de elétrons). Quando todo o oxigênio se extingue, as bactérias e outros seres que dependem do oxigênio para a respiração (peixes, bentos, plâncton, etc.) também são extintos e em seu lugar surgem outros seres microscópicos capazes de se alimentar e “respirar” na ausência do oxigênio. Estas bactérias são chamadas de “anaeróbicas”. No processo “anaeróbico”, os sub-produtos dependem do tipo de composto orgânico e da bactéria que está atuando. Quando são bactérias sulfatorredutoras - em ambientes ricos em sulfatos - ocorre o cheiro desagradável, típico de ambientes sépticos (tipo Rio Tietê nas marginais de São Paulo - SP). A este processo com mau odor chama-se também de putrefação. Mas a decomposição anaeróbica também ocorre sem odores, por exemplo, com a produção de metano (gás dos pântanos), os alcoóis, como os de decomposição por fungos de cevada, cana-de-açúcar e uva, produzindo a cerveja, a cachaça e o vinho. A estes processos chama-se fermentação. Tanto a atividade aeróbica quanto a anaeróbica são chamadas de decomposição. Estes processos são realizados por microorga-nismos em seus processos naturais de nutrição e respiração, usando a matéria orgânica como fonte de energia e matéria prima para formação de suas células. Para que ocorra a decomposição duas condições são essenciais: · Que ocorram condições favoráveis à vida dos microorganismos, já que sua presença é indispensável; · Que a matéria a ser decomposta seja assimilável. Assim, para evitar que um produto entre em decomposição, cria-se condições desfavoráveis à proliferação dos microorganismos decompositores. Os meios para isto são conhecidos: · Aquecimento, resfriamento, dessecamento e uso de substâncias tóxicas. Há ambientes na Terra desfavoráveis à atividade

    bacteriana: - Nas zonas glaciares (animais pré-históricos congelados se mantêm intactos); - Nas regiões extremamente áridas, os animais mortos, desidratam sem apodrecer. Fonte: Ambiente Brasil Formatação: Filipe de Sousa

  • A Importância do DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)

    A DBO representa o potencial ou a capacidade de uma massa orgânica “roubar” o oxigênio dissolvido nas águas. Mas, este roubo não é praticado diretamente pelo composto orgânico, mas sim é resultado da atividade de microor-ganismos que se alimentam da matéria orgânica. Assim, constituem condições básicas para o DBO: · A existência de microorganismos: se for colocada certa quantidade de calda de esgotos em um frasco com um

    tanto de água e em seguida esterilizar-se a solução, não haverá consumo de oxigênio no frasco. Isto é, a quan-tidade de oxigênio dissolvido, inicialmente existente permanecerá a mesma nos dias seguintes.

    · A existência de condições aeróbicas: Não havendo oxigênio dissolvido não pode haver seu consumo. Além disso, os microorganismos presentes devem ser aeróbicos (não é possível a respiração anaeróbica em presen-ça de oxigênio). Mas há condições que merecem ser compreendidas;

    - Se o esgoto lançado em um rio tiver uma parte solúvel e outra sólida, insolúvel ( e em geral o tem ), esta últi-ma irá precipitar-se no fundo do rio ou do frasco (nosso experimento anterior), formando lodo orgânico (ou de esgo-to). Assim, embora haja oxigênio na água superficial, o oxigênio não penetrará no interior do lodo, a não ser que se induza uma mistura constante. Mesmo se induzindo essa mistura, será difícil a penetração do oxigênio no interior das partículas sólidas. O lodo será então, decomposto anaerobicamente, enquanto que a parte dissolvida, superior, gerará demanda bioquímica de oxigênio e não o lodo depositado. Por isso, em todo o corpo d’água com pequena velocidade de escoamento, por melhor oxigenado que seja, há sempre um ambiente anaeróbico no seu leito. Então, para que não ocorra atividade anaeróbica, com suas conseqüências nocivas e desprendimento de maus odores, de-ve-se adicionar oxigênio suficiente ao meio para fomentar a atividade aeróbica. · A existência de compostos assimiláveis: se os elementos orgânicos do esgoto não forem biodegradáveis, não

    haverá decomposição biológica aeróbica ou anaeróbica. Por conseguinte, não haverá condições para o desen-volvimento do DBO, uma vez que não existirão microrganismos consumindo oxigênio...

    A decomposição biológica tem um papel vital na natureza, degradar a matéria orgânica, restituindo seus elementos ao meio. A decomposição aeróbica é mais vantajosa que a anaeróbica; é mais rápida e não forma subprodutos orgâ-nicos, ainda que feita à custa do oxigênio do meio, originando a DBO. A DBO, assim, é um fator positivo dos ciclos vitais, ainda que seja necessário haver um equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio no meio. Para que essa relação não seja prejudicada, não pode haver consumo excessivo, ou seja, excesso de alimento em relação ao volume de água, uma vez que as reservas disponíveis de oxigênio na água são limitadas. A manutenção desse equilíbrio repousa, pois, em dois princípios ou providências: · A quantidade de alimento (esgoto e outros despejos orgânicos assimiláveis) lançada no corpo d’água deve ser

    proporcional à vazão ou ao volume de água, isto é, à disponibilidade de oxigênio dissolvido. Assim sendo, a quantidade de esgotos que produz uma grave poluição se lançada num pequeno rio, extinguindo seu oxigênio, poderá não causar nenhum dano num grande rio. O conceito de poluição, é, pois, relativo (ao volume de oxigê-nio do corpo receptor) e nunca absoluto.

    · Caso a proporcionalidade acima referida não seja possível, é necessário prover o meio aquático de fatores adi-cionais de oxigênio. Isto se faz:

    - Intensificando sua aeração: a turbulência de um rio que possui cachoeiras ou quedas d’água renova muito mais rapidamente seu oxigênio, a partir do ar atmosférico. Isto pode ser provocado artificialmente, seja no rio ou no próprio esgoto, antes de ser lançado, mediante borbulhamento de ar comprimido ou forte agitação feita por rotores ou escovas rotativas; - desenvolvendo condições favoráveis à proliferação e atividade de microorganismos fotossintetizantes tais como as algas microscópicas. Os vegetais clorofilados são fontes primárias de oxigênio na natureza. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

  • Poluição orgânica

    A poluição orgânica concentra-se nas regiões onde há grande demografia (elevado número de habitantes por km2), especialmen-te em cidades situadas nas margens de rios ou outros cursos d’água proporcionalmente pequenos em seu volume d’água. Com a concentração humana, normalmente ocorre também as influências do desenvolvimento industrial. Certamente há interesse práti-co em distinguir os tipos de poluição, se natural ou artificial de sua origem. Toda a poluição orgânica, seja ela originada por produtos fisiológicos, ou de origem industrial bioassimilável (biodegradáveis), apresenta o mesmo tipo de conseqüências ecológicas. Entretanto, a primeira situação (fisiológica), em geral, apresenta reações microbiológicas, enquanto que a segunda (biodegradável industrial) possui componentes bioquímicos, tais como detergentes e produtos tóxicos. Do ponto de vista puramente ecológico, porém, pode-se considerar a poluição orgânica como um fenômeno único e uniforme em seus efeitos bióticos aquáticos, distinta de outros tipos de poluição. Um rio que passa por uma região urbana média, com uma variedade de indústrias já implantadas (exemplo: Rio Paraíba do Sul), pode apresentar uma variada carga de contaminantes orgânicos e inorgânicos. Os orgânicos podem ser vivos, como os bacilos coliformes, entre os quais se destacam os coliformes fecais, bactérias transmissoras de endemias, como o tétano, tifo e muitas outras, e organismos em forma de vírus, alguns constituindo próprio ambiente. Outros contaminantes têm origem organo-química, tais como os cianuretos, os fenóis, os agrotóxicos. Tais como os resíduos de mercuriais, fosforados, entre outros, inclusive de uso já proibido por legislação específica.

    Poluição física

    São vários os fatores físicos que causam ou concorrem para o agravamento da poluição. Partículas em suspensão causam turbidez e, substâncias pigmentadas em solução que dão cor às águas, limitam a penetração dos raios sola-res na água, restringindo o desenvolvimento de algas e a fotossíntese. Esse fenômeno ocorre em rios que carreiam a erosão agrícola - carregada de adubos e matéria orgânica - e nos rios fortemente poluídos por esgotes, que contém partículas em suspensão. Nessas condições, há um agravamento da qualidade das águas; junto com o intenso e a-celerado consumo de oxigênio, há inibição do processo fotossintético.

    CONTINUA

  • CONTINUAÇÃO

    A precipitação dessas partículas, sobre os organismos aquáticos causa perturbações ecológicas. Os organismos ficam cobertos de uma camada de partículas que impedem sua respiração e os intercâmbios com o meio. Nos casos extremos, peixes morrem asfixiados por obstrução das brânquias. Outra grave interferência física é a relacionada com a elevação da temperatura. Não é o efeito direto do calor sobre os organismos aquáticos que deve ser considerado, mas sim, o efeito ecológico indireto, resultante da perda de oxi-gênio pela água sempre que a temperatura é ligeiramente elevada. A solubilidade dos gases na água é inversamente proporcional à sua temperatura. Este fenômeno pode ser observa-do ao abrir uma garrafa de refrigerante gasoso, que contém gás carbônico dissolvido em alta concentração. Quando o refrigerante está gelado, ao abrir à poco desprendimento de gás ( e ele não joga o refrigerante para fora com tanta facilidade ), ao contrário, do que acontece se estiver à temperatura ambiente, quando forma muita espuma e joga o refrigerante com força para fora. Fato similar ocorre com o oxigênio dissolvido na água. Ao nível do mar, a água de um rio, à temperatura de 10° centí-grados pode conter até 11,3 miligramas por litro de oxigênio dissolvido; a 35° centígrados a concentração se reduz a menos que 7,0 miligramas de oxigênio, por litro de água. Muitas espécies de insetos com larvas aquáticas somente são encontradas em águas frias de montanhas, por causa do maior teor de oxigênio destas. Uma pequena elevação dessa temperatura causaria um verdadeiro desastre ecoló-gico. Esses fatos são conseqüências da poluição térmica. Várias industrias utilizam águas correntes para refrigera-ção e outras, como as usinas termoelétricas, produzem vapor para acionar turbinas geradoras. A produção do gradi-ente térmico usa grandes quantidades de água que são lançadas, ainda quentes, nos rios e no mar. Na área de agroindústrias, vale ressaltar as usinas canavieiras. A água quente que circula em serpentinas para aque-cimento e evaporação do caldo de cana, é lançada nos rios, causando mortalidade de peixes, mesmo mantendo bai-xo DBO e aparentemente sem aquecerem significativamente a água dos rios. O efeito ecológico desse processo não é devido à demanda bioquímica, mas à demanda térmica de oxigênio, suficiente para causar a asfixia dos peixes..

    Poluição química

    A poluição química abrange uma grande variedade de alterações ecológicas. É a poluição mais comum, incluíndo tanto efeitos químicos causados por esgotos domésticos até os resíduos industriais. O efeito químico causado pelos esgotos vem da própria decomposição biológica. A elevação do teor de amônia, por exemplo, é causa de perturba-ções ecológico-sanitárias.

    Casos semelhantes ocorrem também com compostos com altas concentrações de fósforo, enxofre, etc..., dando origem a substâncias que podem alterar significativa-mente o meio. Os químicos inorgânicos - na maioria contaminantes - dos rios urbanos podem apre-sentar complexos químicos de boro, bário, cádmio, cloro, cobre, cromo, flúor, fósfo-ro, ferro, manganês, magnésia, nitritos e nitratos, chumbo, selênio, sulfatos e zinco, além de outros, com menor freqüência. Vários desses produtos são resíduos das ati-vidades agropecuárias e da agroindústria.

    CONTINUA

  • CONTINUAÇÃO

    Três exemplos caracterizam bem a diversidade de aspectos ecológicos resultantes da poluição química: · os agentes redutores, · os agentes eutrofizantes, · os tóxicos seletivos recalcitrantes. Agentes redutores são compostos químicos ávidos de oxigênio, como os sais ferrosos, por exemplo. Quando lan-çados na água combinam-se rapidamente ao oxigênio dissolvido, provocando a diminuição do oxigênio indepen-dentemente da atividade microbiana. É a Demanda Química de Oxigênio (DQO), cuja combinação é espontânea. Muitos despejos industriais geram reduções de concentração de oxigênio dos rios por causa dessa demanda. Agentes eutrofizantes são os que fertilizam a água, podendo levar à excessiva proliferação de microorganismos - como as algas microscópicas que realizam a síntese de compostos orgânicos, utilizando-se do gás carbônico (como fonte de carbono) e da luz solar (como fonte de energia). Os elementos que os vegetais verdes necessitam para seu crescimento e proliferação, são o nitrogênio, o fósforo e o potássio, assimilados em forma de sais. Por conseguinte, a elevação intencional ou acidental da concentração destes elementos, produz aumento da concentração de algas, a não ser que falte luz no ambiente. Esses elementos são adicionados diretamente na forma de nitratos e fosfatos, ou indiretamente, na forma de compostos orgânicos - matéria fecal - que é também um adubo orgânico. Por decomposição biológica formam amônia ou nitratos e fosfatos (pequenas lagoas de sítios, onde existem patos ou onde se lançam as fezes de suí-nos, apresentam forte coloração verde: os excrementos animais fertilizam as águas causando a proliferação de algas microscópicas). Os agentes eutrofizantes enriquecem a vida aquática porque a atividade fotossintética - os fitoplâncton - as fontes primárias de matéria orgânica e o oxigênio disponível, levam à proliferação do zooplanton, e dos peixes que dele se nutrem. Assim, o processo é de grande interesse para o piscicultor, que obtém alimento rico e barato para seus peixes, apenas adubando as águas com fosfatos e nitratos de uso agrícola. Porém, o excessivo desenvolvi-mento de algas, constituindo um desequilíbrio ecológico, pode ser prejudicial a outros usos de água. Os tóxicos seletivos recalcitrantes formam um grupo químico especializado, onde se incluem os detergentes sin-téticos não biodegradáveis, os inseticidas e os herbicidas sintéticos. Estes produtos têm a capacidade de interferir no pH (potencial hidrogeniônico) da água, criando situações de aci-dez (abaixo do índice pH7) ou alcalinidade (acima de pH7), na graduação de 1 a 14. Em condições naturais, os rios equilibram a acidez causada pelas atividades respiratórias dos seres aquáticos, que produzem ácido carbônico, com a alcalinidade dos carbonatos obtidos das rochas calcarias. Quando uma emanação industrial ácida ou alcalina altera o ph das águas - caso das usinas açucareiras - provoca a mortandade da vida aquática. Os tóxicos recalcitrantes também afetam a salinidade das águas, e com elas o valor osmótico, que tem a ver com a permeabilidade das membranas às pequenas moléculas dos sais. É o efeito osmótico que faz com que uma cé-lula de um animal marinho se arrebente se colocada em água doce, e a célula de um animal de água doce se mur-che em ambiente marinho. O terceiro fenômeno importante neste tóxicos é o da tensão superficial, que é profundamente afetada pelos deter-gentes. A coesão molecular da camada superficial das águas é essencial para uma infinidade de seres aquáticos, inclusive de grande porte, como é o caso dos patos. Os detergentes reduzem muito a força de coesão entre as moléculas da água, permitindo maior poder de difusão e penetração. Com isto, produzem danos profundos na fauna microbiana aquática que vive à superfície das á-guas, e afetam todos os seres aquáticos (atingindo as brânquias e sistemas respiratórios).

    CONTINUA

  • CONTINUAÇÃO

    Vários inseticidas e herbicidas, mesmo os não aplicados diretamente nas águas, por exemplo, para controle de insetos como os borrachudos, ou no controle químico das plantas aquáticas, mais usados nas lavouras e lixiviados até aos cursos d’água pela superfície, absorvidos em partícu-las erodidas ou pelas águas freáticas, têm mostrado capacidade de per-sistência e difusão surpreendentes, nos tecidos de seres vivos e em de-posições orgânicas, cujos efeitos freqüentemente não perceptíveis nas condições normais, se mostram nas situações ambientais mais críticas: estiagem, cheias, inversões térmicas dos corpos d’água, atuando de for-ma sinérgica ou cumulativa, podendo apresentar resultados ecologica-mente devastadores.

    A administração das águas Os rios revelam, na qualidade de suas águas, a qualidade dos usos que são feitos nas terras que drenam. Quem estuda o estado da qualidade das águas de qualquer rio, descobre os tratamentos que os habitantes situados nas cabeceiras daquele rio fazem de suas terras. Assim, quando uma instituição se propõe a cuidar do meio ambiente, suas atenções devem começar pelo estudo das águas, já que estas indicam detalhes que, nas visitas às propriedades, cidades e industrias, podem se mos-trar disfarçados aos pesquisadores.

    EUTROFIZAÇÃO

    A quantidade de nutrientes define se asa águas são oligotróficas (pobres em nutrientes) ou eutróficas (ricas em nutrientes). Na medida em que, por lançamentos de produtos orgânicos, um rio, riacho ou lago, se torna eutrófi-co, os aumentos dos seres aquáticos eleva o DBO e coloca em risco o ecossistema aquático. O aumento da matéria orgânica promove o aumento da produtividade, mas este processo tem limites; se ocorrer a eutrofização, que é a superação dos limites de capacidade de metabolismo dos seres aquáticos à oferta de nu-trientes, ocorrerão quedas fortes e indesejáveis na produção biótica. O processo da eutrofização pode ser interrompido justamente pela interrupção de injeção de produtos ricos em nutrientes, dos quais se destaca o fósforo, principal agente eutrofizador.

    ASSOREAMENTO

    Produto direto da erosão dos solos, o assoreamento revela os cuidados que a população situada na bacia de dre-nagem de um rio tem com os solos agrícolas. Quando chegam a um curso d’água, os sedimentos são transportados por duas formas: · em suspensão e por arraste de fundo. O transporte em suspensão é feito quando o tamanho das partículas

    é tão pequeno que a velocidade das águas consegue transportá-lo em forma que parece ser dissolvida. No entanto, quando as águas cessam sua velocidade, em meandros ou lagoas situadas ao longo do curso, no-ta-se a deposição deste material no fundo.

    CONTINUA

  • CONTINUAÇÃO

    O arraste de fundo é o “rolamento” das partículas de solo, em especial de areia, no leito do curso d’água. É que seu peso não permite ser deslocado “dissolvido”, mas a velocidade da água é suficientemente forte para impulsi-oná-lo ao longo do leito. Nas áreas de águas calmas, esses sólidos formam bancos de areia. Quanto mais pesada (maior) for a partícula, mais cedo parará de mover-se, e será a primeira a depositar nos remansos dos rios. A for-ça cinética das águas levará as partículas menores ais longe e as depositará nos locais mais diferentes dos re-mansos. O transporte de sólidos em suspensão e o assoreamento são uma contaminação que causa efeitos ecológicos pelo soterramento da vegetação subaquática, pelas dificuldades que impõe à ovulação dos peixes e outros seres aquáticos que põem seus ovos nos substratos, e até nos problemas relacionados à respiração da fauna aquática, obstruindo as brânquias. A contenção do assoreamento se faz através da conservação dos solos, nas terras agrícolas. Não somente lá, mas também na implantação de matas ciliares. Em locais onde os solos são muito arenosos, e o processo erosi-vo é muito forte, outros cuidados adicionais devem ser tomados, tais como barragens de contenção, tratamento de voçorocas e uso de técnicas especiais de cultivos, tais como plantios na palha e rotação da cultura, para evi-tar, por todas as formas, a perda do patrimônio agrícola mais precioso, a terra fértil. Os bancos de assoreamento podem ser removidos mecanicamente e as terras (areias) ali depositadas podem apresentar uma fertilidade aproveitável - salvo se forem constituídas somente de areias - mas não podem servir para a recuperação de todas as áreas agrícolas erodidas, tanto pelo elevado custo da operação quanto pela rela-tivamente pequena q2uantidade de material que é recuperado nesta operação. Portanto, o melhor sempre será prevenir. Fonte: Ambiente Brasil Formatação: Filipe de Sousa

    LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA

    Muitas LEIS brasileiras tratam sobre os recursos hídricos. Existem preceitos na Constituição Federal e nas Cons-tituições Estaduais, nas leis federais, estaduais e municipais, que definem os usos e a proteção dos recursos hí-dricos de cada região brasileira. Não é , portanto, pela falta de leis, que nossos recursos hídricos apresentam tan-tos problemas, mas, pelos mecanismos de fiscalização e controle, pela falta de conhecimento da população so-bre a importância de sua proteção, e da gravidade que os maus usos trazem para as disponibilidades deste bem precioso às gerações futuras. Da Constituição Federal vale destacar os art. 20, 21 e 22, que estabelecem que são bens da União os rios, lagos e quaisquer correntes de águas situados nos seus domínios; que compete á União instituir um sistema nacional de gerenciamento dos recursos hídricos; e que é de sua competência legislar sobre eles. Estes direitos Constitucionais são repartidos com os Estados e Municípios onde os cursos d’água se encontram. Na Legislação Federal, há que se citar o Código de Águas (Lei 24.643 de 10 de julho de 1934), alterado por Leis posteriores, na maioria dos casos para ampliar a força de seus preceitos. O Código Florestal (Lei 4771 de 15 de Setembro de 1965) tem preceitos especiais para a proteção das Matas Cilia-res ou protetoras das águas. Outra Lei Importante é a “Lei da Natureza” ou dos “Crimes Ambientais” (Lei 9.605 de fevereiro de 1998), que de-clarou como crime “causar poluição hídrica” em cursos de água de abastecimento público. A classificação das águas é feita através da Resolução nº. 20/86 do Conselho Nacional do meio Ambiente (CONAMA). Esta Resolução define a qualidade das águas doces, salobras e salinas. Bibliografia: MULLER. A.C. Introdução á Ciência Ambiental; Curitiba - PUC-PR; uso didático. Pags.67 a 73.

  • IMPACTOS AMBIENTAIS NA EXTRAÇÃO DE AREIA DOS RIOS, LAGOS OU RIACHOS ALAGADIÇOS. Qualquer que seja o tipo de atividade ou empreendimento sempre acarreta modificações ambientais. Podendo ser de caráter irreversível ou temporário. A extração de areia nos rios provoca graves danos, como a turbidez da água, assoreamento e em alguns casos, até mesmo o desvio do leito. A exploração de areia nas margens dos rios passa, a médio prazo, a provocar inundações, águas paradas e to-das as suas conseqüências, como proliferação de insetos e doenças. Dentre os impactos causados pela extração de areia enumera-se os seguintes: • Alteração na paisagem - A simples operação dos equipamentos de extração, transporte e veículos das pessoas afetas ao empreendimento, afeta de maneira significativa a paisagem local, soma-se a esse fato o destruição da paisagem no local de estocagem do material até o mesmo ser removido em definitivo. Um outro fator digno de nota é a construção de vias de acesso, uma vez que a grande maioria dos depósitos se encontra na zona rural. • Supressão de vegetação - Provocada, também, pela operação dos equipamentos, pelo disposição do material extraído e dos rejeitos e pela circulação de veículos. É porem, reversível se houver manejo adequado da vegeta-ção existente no local. • Modificações na estrutura do solo - A atividade extrativa acarreta mudanças nas características do solo, au-mentando o seu grau de compactação, de exposição ao sol e mudanças de ordem microbiológica. • Interferência sobre a fauna. - A remoção de vegetação, a modificação na estrutura do solo, o aumento ou a in-trodução de ruídos, a circulação de caminhões, entre outros fatores, provocam a evasão ou alteração no hábitos da fauna no entorno do local. Um fato observável, quando a extração ocorre em zonas pouco povoadas é a mor-te de pequenos animais pôr atropelamento pelos caminhões responsáveis pelo transporte do material extraído. • Alterações nas calhas dos cursos d’água. - São provocadas pelo uso de equipamentos de desagregação sobre os leito dos rios, o que acarreta eliminação de barramentos naturais ou a produção de bancos de sedimentos, que podem interferir na velocidade e na direção do cursos d’água. • Trepidação. - Acarretada principalmente pela circulação de equipamento de desmonte, carregamento e trans-porte. A presença de trepidação provoca perturbações nas estrutura de pontes, estradas, construções, etc. exis-tentes próximas ao local. • Poluição sonora. - Produzida pelo motor da draga de sucção, dos caminhões, do trator, da carregadeira de pneus, ou seja dos equipamentos que fazem parte do empreendimento. • Poluição atmosférica. - O processo extrativo contribui para esse tipo de poluição pela emissão de partículas minerais na atmosfera. E o funcionamento dos equipamentos de extração, carregamento, estocagem e transpor-te, com a emissão de partículas gasosas e sólidas provenientes da queima de combustíveis. • Contaminação pôr óleos e graxas. - Acontece quando o equipamento é manuseado de maneira inadequada, ainda por falta de manutenção do equipamento, a existência de vazamentos e a falta de medidas preventivas a-fim que não haja lançamentos de resíduos nos leitos dos cursos d’água. Esse tipo de contaminação traz sérios danos ambientais ao ecossistema, como exemplo mais claro tem-se a mortandade de peixes. • Turbidez das águas. Turbidez é definida como sendo a resistência que a água oferece à passagem de luz, que é causada por sólidos em suspensão finamente divididos na água. O processo de extração de areia produz aumento de turbilhonamento, e como conseqüência , a turbidez, que é apontada como sendo um dos mais graves danos, que além de entupir a guelra dos peixes escurece a água, não permitindo a passagem de luz solar debilitando a vida aquática e acarretar custos adicionais no tratamento de águas de abastecimento. • Resíduos sólidos. - A retirada de terra para a ocorrência da extração da areia gera a formação de montes de solo orgânico e estéril, os quais devem ser tratados para que não venham a favorecer sedimento. A utilização desses solos na reabilitação da área de extração deve ser prevista desde o início do projeto. • Alterações no tráfego. - Indubitavelmente haverá um acréscimo no fluxo de caminhões, provocando assim, um aumento no nível de ruídos, dos riscos de acidentes de trânsito e poluição atmosférica. • Geração de conflitos de uso dos recursos minerais. - O solo, a água e o ar têm seus diversos usos definidos de acordo com os hábitos locais. Deve haver uma busca constante de compatibilização dos usos dos mesmos com as atividades extrativas de areia. • Alterações no nível do lençol freático. - Os processo de extração de areia que atingem o nível do lençol freático podem acarretar a “subsidência do terreno” - acomodação de terra - colocando em risco, construções próximas ao local. Podendo provocar, também a inativação de poços de captação de água no entrono do local de extração.

    Fonte: Grupo Escolar Formatação: Filipe de Sousa

  • Não podemos esquecer que as vidas que chamamos de “pragas urbanas” são componentes vivos de todo o ecossistema;

    Assim, devem e podem ser controladas mas, nunca eliminadas,

    Pois os prejuízos para o equilíbrio do ecossistema, em caso de sua total eliminação,

    seriam catastróficos.

    Elas, as que chamamos de “pragas urbanas”, também são importantes e necessárias para o equilíbrio

    Biológico da vida sobre a Terra.

    Outro ponto a considerar são os inseticidas químicos, que em sua grande maioria, afetam

    de forma devastadora os ambientes hídricos e residenciais, com elevada mortandade

    de peixes em nossos rios e lagos, e graves problemas de saúde ao ser humano.

    Não deixe de ver também, neste compêndio,

    “Defensivos Naturais”

  • Pragas Urbanas - Animais Sinantrópicos

    Define-se animais Sinantrópicos aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito da vontade deste. Difere dos animais domésticos, os quais o homem cria e cuida com as finalidades de companhia (cães, gatos, pássaros, etc.), produção de alimentos ou transporte (galinha, boi, cavalo, porcos, etc.). As pragas causam danos ao homem desde os tempos mais remotos seja através das doenças transmitidas ou pelos danos causados na estocagem , contaminando os produtos, as em-balagens e o meio ambiente.

    Todo ser vivo necessita de três fatores: água, alimento e abrigo para sua sobrevivência. Água não é fator limitante no nosso meio, mas podemos interferir nos outros dois fatores - alimento e abrigo - de modo que espécies indesejáveis não se instalem ao nosso redor. As pragas são produtos do pró-prio homem.

    Com a chegada do verão as pragas urbanas começam a se proliferar, pois é na alta temperatura que elas aparecem. Por isso, segundo especialistas, a melhor forma é se prevenir no inverno, época que os filhotes são gerados. Limpeza, armazenamento dos alimentos são itens importantes levados em consideração para a definição de uma estratégia para o combate dos cupins, baratas, formigas, ra-tos, pombos, abelhas, pernilongos, moscas e até escorpiões.

    Para tanto, é necessário conhecer o que serve de alimento e abrigo para cada espécie que se preten-de controlar, e adotarmos as medidas preventivas de forma a interferir nesse controle, mantendo os ambientes mais saudáveis, evitando o uso de produtos químicos (os quais poderão estar eliminando não somente as espécies indesejáveis, como também outras espécies benéficas, contaminando a água e o solo), que por si só não evitarão novas infestações.

    Assim, pretende-se oferecer alguns conhecimentos básicos sobre a vida desses animais, de modo que o leitor compreenda a importância de se adotar medidas preventivas no seu lar, no seu local de trabalho, ou mesmo transmitir a outras pessoas essas informações.

    Destacamos dentre os animais Sinantrópicos, aqueles que podem transmitir doenças ou causar a-gravos à saúde do homem ou outros animais e que estão presentes na nossa cidade, como:

    Abelhas Aracnídeos

    Baratas Cigarras Cupins

    Formigas Gafanhotos e Grilos

    Lesmas Morcegos Moscas

    Mosquitos Piolhos Pombos Pulgas

    Roedores Traças

  • Abelhas

    Existem cerca de 20.000 espécies de abelhas. As mais conhecidas são as comu-mente denominadas de abelha europa ou africanizada (mistura da abelha africana com a européia), porém existem também as chamadas abelhas indígenas as quais não tem ferrão (irapuá, jataí, mandaçaia, etc.) e normalmente enroscam no cabelo quando importunadas, bem como as mamangabas, abelhas grandes que em geral fazem seus ninhos no solo. Neste manual nos deteremos a comentar alguns as-pectos da Apis mellifera (abelha europa ou africanizada).

    As abelhas são consideradas insetos úteis porque: - contribuem para a fecundação das flores propiciando aumento da produção de frutos e grãos; - produzem o mel e a geléia real, importantes fontes energética e nutritiva; - produzem o própolis à partir de substâncias resinosas dos brotos e cascas de vegetais, o qual atua como antibiótico natural. Na sociedade das abelhas (Apis mellifera), distinguem-se 3 tipos de indivíduos: rainhas (possuem ferrão utilizado somente para postura), zangões (sem ferrão) e operárias (que possuem ferrão). Alimentam-se do néctar e pólen que retiram das flores levando-os para a colméia e armazenando-os em favos, sendo que todo trabalho da colméia (coleta de pólen, néctar e própolis; limpeza; defesa; construção de favos e alimentação das larvas) é realizado pelas operárias. As abelhas somente atacam quando se sentem perturbadas ou agredidas, sendo este um fato raro. Em épocas de escassez de néctar, algumas vezes, invadem residências, confeitarias, panificadoras e ou-tros locais à procura de açúcar; mas são inofensivas, não aplicam ferroadas à menos que alguém as apal-pe, esmague ou tente afugentá-las com movimentos bruscos. Nestes casos é comum avistarmos uma abe-lha e depois várias delas. Este fato ocorre porque quando uma abelha descobre uma fonte de alimento, avi-sa as outras na colméia. Nesta situação recomenda-se retirar o alimento do local ou impedir o acesso das abelhas ao mesmo. A presença de algumas abelhas sobrevoando o local não representa um fator de risco para as pessoas, e nem indica presença de colméia próxima deste local, já que as abelhas podem percorrer uma distância média de 2 Km à procura de alimento. Ciclo de vida Uma colméia de Apis mellifera contém em média 50 a 60 mil indivíduos, sendo a maioria composta por ope-rárias, alguns zangões e apenas uma rainha. O tempo de vida varia: a rainha vive em média de 2 a 5 anos, o zangão cerca de 80 dias e as operárias de 32 a 45 dias. Todos estes indivíduos sofrem metamorfose com-pleta, isto é, passam pelas seguintes fases: Ovo -> Larva -> Pupa -> Adulto A rainha é a única fêmea fértil, e, depois de fecundada por vários zangões, armazena os espermatozóides por toda a vida, podendo botar até 2 mil ovos por dia na época das floradas. Dos ovos podem nascer ope-rárias (fêmeas estéreis) e novas rainhas, o que vai depender do tipo de alimentação que a larva recebe. Já os zangões (machos da colméia), nascem de óvulos não fecundados. Uma parte das abelhas de uma colméia, em determinadas condições (colméia muito populosa por exem-plo), pode abandonar sua morada à procura de novo abrigo e constituem o que se denomina de enxame viajante. O enxame é a família migrante composta, via de regra, por uma rainha-mãe acompanhada de uma boa parte das abelhas operárias e zangões. Os enxames em geral são mansos, porque estão com as atenções voltadas para a sobrevivência da família e a guarda da sua rainha. A agressividade é esporádica e ocorre em situações em que as abelhas se sen-tem agredidas ou em situação de risco. As abelhas quando estão enxameando levam uma reserva de mel nos papos e não conseguem dobrar o abdômen para aplicar o veneno. De vez em quando elas pousam para descansar, é quando se amontoam em um canto formando um "cacho" em torno de sua rainha e se abrigam em locais como cobertura de garagem, árvores e outros lo-cais. Algumas operárias ficam voando à procura de abrigo definitivo, que lhes ofereça proteção total, como forros de telhado, porões, cascas, muros ocos, móveis vazios e abandonados entre outros. Quando encon-tra, todas imigram para este local e começam a construção dos favos. Importância para a saúde A abelha é considerada um animal peçonhento por possuir um ferrão na região posterior do corpo que ser-ve para inocular veneno. Sua picada pode causar reações alérgicas, cuja gravidade depende da sensibili-dade do indivíduo, local e número de picadas, sendo aconselhável procurar atendimento médico. Curiosidades - A comunicação entre os membros de uma colméia é altamente desenvolvida, existe a "dança do reque-brado" executada quando uma abelha retorna de uma coleta bem sucedida, comunica as outras operárias a natureza, direção e distância da fonte de alimento, oscila seu abdome e entre pulsações audíveis, movi-mentos circulares, mostram a direção, a freqüência do requebrado da cauda indica a distância, quanto mais próximo da colméia está o alimento, maior a freqüência de pulsações. Utilizam a posição do sol, se o requebrado da cauda é dirigido para cima, o alimento está localizado em direção do sol, com a inclinação indicam o ângulo do sol. Um relógio interno compensa a passagem do tempo entre a descoberta do ali-mento e o início da dança de forma que a informação permaneça correta, mesmo com a movimentação do sol neste intervalo. Em dias nublados a polarização dos raios luminosos e a luz ultravioleta agem como referência indireta na ausência do sol. Fontes: Prefeitura de São Paulo (www2.prefeitura.sp.gov.br) e Astral Saúde Ambiental (www.astral.ind.br)

  • Aracnídeos Aranhas As aranhas são animais carnívoros, de vida livre, geralmente solitárias e predadoras, alimentando-se principalmente de insetos. São principalmente terrestres existindo aproximadamente 30.000 es-pécies conhecidas, sendo que apenas 20 a 30 são consideradas como tendo veneno tóxico para o homem. Têm como inimigos naturais os pássaros, lagartixas, sapos, rãs, outras aranhas, etc. As aranhas de maior importância médica são a Loxosceles (aranha marrom), a Phoneutria sp.

    (armadeira) e a Lycosa sp. (aranha de grama ou tarântula). As aranhas marrons não são agressivas, vivem sob cascas de árvores, folhas secas de palmeiras e residências, onde abrigam-se em pilhas de tijolos, telhas e entulhos em geral, adaptando-se facilmente ao ambiente domiciliar alojando-se atrás de móveis, quadros, rodapés soltos, cantos de parede e outros locais que não são limpos com freqüência. As armadeiras são aranhas agressivas, tendo esse nome porque armam bote quando se sentem ameaçadas, vivem em bananeiras, terrenos baldios, em zonas rurais junto às residências. As aranhas de grama vivem em jardins, gramados, pastos e campos, e fogem quando molestadas. As caranguejeiras vivem sob troncos caídos e pedras, em cupinzeiros, junto a raízes de grandes árvores e nos pastos, vivendo em geral, em locais afastados do homem. Raramente causam acidentes por causa da posição dos seus fer-rões, embora assustem devido à sua aparência e tamanho. Utilizam como mecanismo de defesa mais comum, o bom-bardeamento, que consiste em atritar vigorosamente as patas traseiras no abdômen, espalhando uma nuvem de pêlos com ação irritante em direção ao inimigo. A aranha marrom, a armadeira e caranguejeira tem hábitos noturnos; já as aranhas de grama são ativas durante o dia e a noite. As aranhas peçonhentas para o homem, em geral, não vivem em teias, e quando as fazem, são irregulares e não tem forma geométrica. Ciclo de vida Há acasalamento entre macho e fêmea, e, a aranha põe ovos, muitas vezes em grandes quantidades, mais de 1.000 em uma única postura, que ficam protegidos numa bolsa de fios de seda chamada ovisaco. Em geral, as aranhas cuidam da ovisaco e algumas como a Lycosa sp, carregam os filhotes recém-eclodidos nas costas até a primeira muda de pe-le, sendo o crescimento feito através de sucessivas trocas de pele. Há muita variação quanto ao tempo de vida, de alguns meses à vários anos. Importância para a saúde As aranhas são animais peçonhentos, injetando veneno por meio de um par de glândulas que se encontra em suas peças bucais. A gravidade do envenenamento, varia de acordo com o local da picada, a sensibilidade individual, entre outros, sendo indicado procurar assistência médica em caso de acidente. Os acidentes com a aranha marrom geralmente ocorrem no verão em ambiente domiciliar, quando a aranha escondida em uma vestimenta ou toalha é inadvertidamente prensada contra a pele da vítima ou enquanto esta dorme. Já os aci-dentes com aranhas armadeiras ocorrem em geral quando manipula-se frutas, ou no ato de calçar os sapatos, local onde estas aranhas costumam se abrigar. As aranhas de grama picam ao serem pisadas ou quando impossibilitadas de fugir. Medidas Preventivas - Manter limpos quintais, jardins, sótãos, garagens e depósitos, evitando acúmulo de folhas secas, lixo e demais mate-riais como entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenha; - Ao manusear materiais de construção, usar luvas de raspa de couro e calçados, pois nestes materiais elas podem estar abrigadas; - Rebocar paredes e muros para que não apresentem vãos e frestas; - Vedar soleiras de portas com rolos de areia; - Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques; - Acondicionar o lixo em recipientes fechados para evitar baratas e outros insetos, que servem de alimento à aranhas; - Realizar roçagem de terrenos; - Manter berços e camas afastados das paredes; - Examinar calçados, roupas e toalhas antes de usá-los. Escorpiões Atualmente são conhecidas cerca de 1.400 espécies de escorpiões distribuídas pelo mundo com exceção da Antártida. Estes aracnídeos não são exclusivos das regiões de clima tropical e subtropical podendo ser encontrados nos Alpes suíços, planícies canadenses, floresta amazônica, Europa, Ásia, Oceania e demais regiões. No Brasil as espécies mais importantes em Saúde Pública pertencem ao gênero Tityus, destacando-se as espécies Tityus serrulatus (escorpião amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião preto). Encontramos também outras espécies com distribuição geográfica des-crita no esquema abaixo. O homem é o grande responsável pela dispersão de muitas espécies destes aracnídeos através do transporte de car-gas em caminhões e ferrovias, distribuindo-os em diversas regiões do território nacional. Nas áreas urbanas podemos encontrar estes escorpiões em locais com infestação de baratas, em terrenos baldios, onde haja acúmulo de entulhos e materiais de construção em jardins sem a devida conservação. Ocasionalmente encontramos escorpiões em residên-cias que não apresentam estas condições, podendo a infestação ser oriunda de terrenos baldios e casas abandonadas na vizinhança. Na verdade a presença destes aracníd