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TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO CORRETIVA, PREVENTIVA E PREDITIVA EDILBERTO GERALDO TOMAZ JUNIO DO CARMO TRINDADE MARCO PINTO DE SOUZA MILCILEY CRISTIANO ANDRADE SILVA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Programa Interdisciplinar – PI

PI MANUTENÇÃO

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TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO CORRETIVA,

PREVENTIVA E PREDITIVA

EDILBERTO GERALDO TOMAZ

JUNIO DO CARMO TRINDADE

MARCO PINTO DE SOUZA

MILCILEY CRISTIANO ANDRADE SILVA

Coronel Fabriciano

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Programa Interdisciplinar – PI

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2012

Edilberto Geraldo Tomaz

Junio do Carmo Trindade

Marco Pinto de Souza

Milciley Cristiano Andrade Silva

TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO CORRETIVA,

PREVENTIVA E PREDITIVA

Relatório apresentado ao Curso de Graduação em

Engenharia Mecânica do Centro Universitário do Leste

de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção

da nota final no Programa Interdisciplinar do Curso de

Engenharia Mecânica.

Professor orientador: Ronaldo Rodrigues Vieira

Coronel Fabriciano

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2012

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela oportunidade concedida. Aos familiares, pelo apoio irrestrito nesta

caminhada e aos colegas de trabalho pela troca de experiências, contribuindo com o

conhecimento global adquirido junto ao Curso de Engenharia Mecânica.

Nossos sinceros agradecimentos.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Curvas da banheira esperadas e estratégias de manutenção .............................................................

11

FIGURA 2 - Alteração nas propriedades mecânicas de um metal com a presença de conformação plástica a frio

(encruamento) ........................................................................................................................................................ 15

FIGURA 3 - Gráfico Tensão X Deformação no encruamento .............................................................................. 16

FIGURA 4 - Vista Frontal Laminador de Encruamento ....................................................................................... 17

FIGURA 5 – Vista em ângulo do mandril da bobinadeira .................................................................................... 18

FIGURA 6 – Eixo do mandril desmontado ........................................................................................................... 19

FIGURA 7 – Molas prato e copos das molas prato ............................................................................................... 19

FIGURA 08 - Rampas de expansão quebradas ..................................................................................................... 20

FIGURA 09 - Rampas de expansão do mandril recuperadas ................................................................................ 21

FIGURA 10 – Válvula redutora de pressão .......................................................................................................... 21

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RESUMO

O presente trabalho apresenta uma explanação sobre técnicas de manutenção corretiva,

preventiva e preditiva e um estudo de caso de técnicas de manutenção aplicáveis a um redutor

de uma linha de recozimento e decapagem a frio de aços inoxidáveis. As técnicas utilizadas

complementam-se e têm como objetivo garantir a confiabilidade operacional total da linha de

recozimento e decapagem.

Palavras-chave: Manutenção corretiva, preventiva, preditiva, confiabilidade.

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ABSTRACT

This presents work is a technical explanation of corrective maintenance, preventive and

predictive and a case study of maintenance techniques applicable to reductor of a Annealing

and Pickling Line of Stainless Steel. The techniques used are complementary and aim to

ensure the operational reliability of Annealing and Pickling Line.

Key-Words: Corrective maintenance, preventive, predictive, reliability

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO.....................................................................................................................8

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................9

2.1 - MANUTENÇÃO CORRETIVA.....................................................................................9

2.2 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA.................................................................................10

2.3 - MANUTENÇÃO PREDITIVA.....................................................................................12

2.4 - ESTUDO DE CASO REAL: TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO NAS

BOBINADEIRAS DE UM LAMINADOR DE ENCRUAMENTO...................................15

2.4.1 - Definição de encruamento...........................................................................................15

2.4.2 - Bobinadeiras.................................................................................................................16

2.4.3 - Técnicas de manutenção aplicáveis as bobinadeiras................................................17

2.4.4 - Técnica de Manutenção Preditiva: Líquido Penetrante.........................................18

2.4.5 - Técnica de Manutenção Preventiva: Lubrificação e substituição de componentes

por fadiga.................................................................................................................................19

2.4.6 - Técnica de Manutenção Corretiva: Substituição ou reparo de componentes

danificados fora do intervalo do período de falha...............................................................20

3 - CONCLUSÃO....................................................................................................................22

4 - REFERENCIAS..................................................................................................................23

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1 - INTRODUÇÃO

Na Linha de Recozimento e Decapagem de Aços Inoxidáveis, possui-se vários

tipos de redutores que são responsáveis pelo acionamento de diversos rolos e cilindros de

laminação. Para a garantia da confiabilidade operacional destes redutores, têm-se aplicado

técnicas de manutenção preventiva, preditiva e corretiva. O mau funcionamento destes

redutores, impacta diretamente não só na produção, mas também na geração de sucatas, por

queima na região dos fornos, e super decapagem nos tanques de decapagem química, devido a

linha ser de funcionamento contínuo.

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2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - MANUTENÇÃO CORRETIVA

A lógica da gerência em manutenção corretiva é simples e direta: quando uma

máquina quebra, conserte-a. Este método tem representado uma grande parte das operações

de manutenção de uma planta industrial, desde que a primeira fábrica foi construída e, por

cima, parece razoável. Uma planta industrial usando gerência por manutenção corretiva não

gasta qualquer dinheiro com manutenção, até que uma máquina ou sistema falhe em operar.

A manutenção corretiva é uma técnica de gerência reativa que espera pela falha da

máquina ou equipamento, antes que seja tomada qualquer ação de manutenção. Também é o

método mais caro de gerência de manutenção.

Poucas plantas industriais usam uma filosofia verdadeira de gerência por manutenção

corretiva. Em quase todos os casos, as plantas industriais realizam tarefas preventivas básicas,

como lubrificação e ajustes da máquina, mesmo em um ambiente de manutenção corretiva.

Entretanto, neste tipo de gerência, as máquinas e outros equipamentos da planta industrial não

são revisados e não são feitos grandes reparos até que o equipamento falhe em sua operação.

Os maiores custos associados com este tipo de gerência de manutenção são: altos custos de

estoques de peças sobressalentes, altos custos de trabalho extra, elevado tempo de paralisação

da máquina, e baixa disponibilidade de produção.

Já que não há nenhuma tentativa de se antecipar os requisitos de manutenção, uma

planta industrial que utilize gerência por manutenção corretiva absoluta deve ser capaz de

reagir a todas as possíveis falhas dentro da fábrica. Este método reativo de gerência força o

departamento de manutenção a manter caros estoques de peças sobressalentes que incluem

máquinas reservas ou, pelo menos, todos os principais componentes para todos os

equipamentos críticos da fábrica. A alternativa é fundar-se em vendedores de equipamentos

que possam oferecer entrega imediata de todas as peças sobressalentes requisitadas.

Mesmo que o último seja possível, as recompensas para entrega expedita aumenta

substancialmente os custos de reparo de peças e de tempo paralisado necessário para corrigir

as falhas das máquinas. Para minimizar o impacto sobre a produção criada por falhas

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inesperadas das máquinas, o pessoal da manutenção também deve estar apto a reagir

imediatamente a todas as falhas da máquina. O resultado líquido deste tipo reativo de gerência

de manutenção é maior custo de manutenção e menor disponibilidade de maquinaria de

processo. A análise dos custos da manutenção indica que um reparo realizado no modo

corretivo- reativo terá em média um custo cerca de 3 vezes maior que quando o mesmo reparo

for feito dentro de um modo programado ou preventivo. A programação do reparo garante a

capacidade de minimizar o tempo de reparo e os custos associados de mão de obra. Ela

também garante os meios de reduzir o impacto negativo de remessas expeditas e produção

perdida.

Além das perdas por produção, tem-se também a perda de material por sucateamento,

como por exemplo em linhas continuas de recozimento e decapagem: qualquer parada no

processo independente do tempo, irá causar sucatemaneto do material por queima do material

que fica parado dentro dos fornos e superdecapagem do material que fica parado dentro dos

tanques de decapagem.

Contrapondo a definição de “manutenção mais cara”, pode-se afirmar que em muitas

situações a manutenção corretiva é a mais indicada, como forma de reduzir os custos

despendidos com técnicas de manutenção e substituição de peças sobressalentes antes da

utilização plena de sua vida útil. Aplica-se nestes casos, manutenções em equipamentos que

possuem um segundo equipamento reserva montado pronto para operar de imediato no caso

de falha do primeiro em em situações nas quais a paralisação de determinado equipamento

não impacte diretamente na produção da empresa.

2.2 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Existem muitas definições de manutenção preventiva. Entretanto, todos os programas

de gerência de manutenção preventiva são acionados por tempo. Em outras palavras, as

tarefas de manutenção se baseiam em tempo gasto ou horas operacionais. A conhecida curva

do tempo médio para falha (CTMF) ou da “banheira”, indica que uma máquina nova tem uma

alta probabilidade de falha , devido a problemas de instalação, durante as primeiras semanas

de operação. Após este período inicial, a probabilidade de falha é relativamente baixa por um

período prolongado de tempo. Após este período normal de vida da máquina, a probabilidade

de falha aumenta abruptamente com o tempo transcorrido. Na gerência de manutenção

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preventiva, os reparos ou recondicionamentos da máquina são programados baseados na

estatística CTMF.

FIGURA 1 - Curvas da banheira esperadas e estratégias de manutenção

FONTE - www.scielo.br, 2010

A implementação da manutenção preventiva real varia bastante. Alguns programas são

extremamente limitados e consistem de lubrificação e ajustes menores. Os programas mais

abrangentes de manutenção preventiva programam reparos, lubrificação, ajustes, e

recondicionamentos de máquinas para toda a maquinaria crítica na planta industrial. O

denominador comum para todos estes programas de manutenção preventiva é o planejamento

da manutenção x tempo.

Todos os programas de gerência de manutenção preventiva assumem que as máquinas

degradarão com um quadro de tempo típico de sua classificação em particular. Por exemplo,

uma bomba centrífuga, horizontal, de estágio simples normalmente rodará 18 meses antes que

tenha que ser revisada. Usando técnicas de gerência preventiva, a bomba seria removida de

serviço e revisada após 17 meses de operação. O problema com esta abordagem é que o modo

de operação e variáveis específicas da planta industrial ou do sistema afetam diretamente a

vida operacional normal da maquinaria. O tempo médio entre as falhas (TMF) não será o

mesmo para uma bomba que esteja trabalhando com água e uma bombeando polpas abrasivas

de minério. O resultado normal do uso da estatística TMF para programar a manutenção ou é

um reparo desnecessário ou uma falha catastrófica. No exemplo, a bomba pode não precisar

ser recondicionada após 17 meses. Portanto, a mão de obra e o material usado para fazer o

reparo foram desperdiçados. O segundo cenário da manutenção preventiva é ainda mais caro.

Se a bomba falhar antes dos 17 meses, somos forçados a consertar usando técnicas corretivas.

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Como já citado, a análise dos custos de manutenção tem mostrado que um reparo feito de uma

forma reativa (isto é, após a falha) normalmente será três vezes mais caro do que o mesmo

reparo feito numa base programada.

2.3 - MANUTENÇÃO PREDITIVA

Em programas de manutenção preditiva, o modo específico de falha (isto é, o

problema) pode ser identificado antes da falha. Portanto, as peças corretas para reparo,

ferramentas, e habilidades da mão de obra podem estar disponíveis para corrigir o problema

da máquina antes da ocorrência de falha catastrófica. Talvez a diferença mais importante entre

manutenção reativa e preditiva seja a capacidade de se programar o reparo quando ele terá o

menor impacto sobre a produção. O tempo de produção perdido como resultado de

manutenção reativa é substancial e raramente pode ser recuperado. A maioria das planta

industriais, durante períodos de produção de pico, operam 24 horas por dia. Portanto, o tempo

perdido de produção não pode ser recuperado.

A premissa comum da manutenção preditiva é que o monitoramento regular da

condição mecânica real, o rendimento operacional, e outros indicadores da condição operativa

das máquinas e sistemas de processo fornecerão os dados necessários para assegurar o

intervalo máximo entre os reparos. Ela também minimizaria o número e os custos de paradas

não-programadas criadas por falhas da máquina.

A manutenção preditiva é muito mais assertiva. Trata-se de um meio de se melhorar a

produtividade, a qualidade do produto, o lucro, e a efetividade global de nossas plantas

industriais de manufatura e de produção. A manutenção preditiva não é meramente

monitoramento de vibração ou análise de óleo lubrificante ou de imagens térmicas ou

qualquer das outras técnicas de teste não destrutivo que tem sido marcadas como ferramentas

de manutenção preditiva. A manutenção preditiva é uma filosofia ou atitude que usa a

condição operacional real do equipamento e sistemas da planta industrial para otimizar a

operação total da planta industrial. Um programa abrangente de gerência de manutenção

preditiva utiliza uma combinação das ferramentas mais efetivas em custo para obter a

condição operativa real de sistemas críticos da planta industrial e, baseado-se nestes dados

reais, todas as atividades de manutenção são programadas numa certa base “conforme

necessário”.

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A manutenção preditiva é um programa de manutenção preventiva acionado por

condições. Ao invés de se fundar em estatística de vida média na planta industrial ou

industrial (p.ex., Tempo Médio entre Falhas) para programar atividades de manutenção, a

manutenção preditiva usa monitoramento direto das condições mecânicas, rendimento do

sistema, e outros indicadores para determinar o tempo médio para falha real ou perda de

rendimento para cada máquina e sistema na planta industrial. Na melhor das hipóteses, os

métodos tradicionais acionados por tempo garantem uma guia para intervalos “normais” de

vida da máquina.

Em programas preventivos ou corretivos, a decisão final sobre os programas de reparo

ou de recondicionamento se baseia na intuição e experiência pessoal do gerente de

manutenção. A adição de um programa de gerência preditiva abrangente pode fornecer dados

sobre a condição mecânica real de cada máquina e o rendimento operacional de cada sistema

de processo. Estes dados habilitarão o gerente de manutenção a programar atividades de

manutenção muito mais efetivamente em termos de custo.

Um programa de manutenção preditiva pode minimizar o número de quebras de todos

os equipamentos mecânicos da planta industrial e assegurar que o equipamento reparado

esteja em condições mecânicas aceitáveis. Ele pode identificar problemas da máquina antes

que se tornem sérios já que a maioria dos problemas mecânicos podem ser minimizados se

forem detectados e reparados com antecedência. Os modos normais de falha mecânica

degradam-se em uma velocidade diretamente proporcional a sua severidade; portanto, quando

um problema é detectado logo, normalmente pode-se evitar maiores reparos.

Existem cinco técnicas não-destrutivas que são usadas normalmente para gerência de

manutenção preditiva: monitoramento de vibração (com espectros de corrente elétrica) ,

monitoramento de parâmetro de processo, termografia, tribologia, e inspeção visual. Cada

técnica tem um conjunto único de dados que assistirá o gerente de manutenção na

determinação da necessidade real de manutenção.

A manutenção preditiva que utiliza análise da assinatura de vibração é predicada em

dois fatos básicos: (1) todos os modos de falha comuns possuem componentes distintos de

freqüência de vibração que podem ser isolados e identificados, e (2) a amplitude de cada

componente distinto de vibração permanecerá constante a menos que haja uma mudança na

dinâmica operacional da máquina.

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A manutenção preditiva que utiliza rendimento de processo, perda de calor, ou outras

técnicas não-destrutivas, pode quantificar o rendimento operacional de equipamentos ou

sistemas não-mecânicos da planta industrial. Estas técnicas, usadas em conjunto com a análise

de vibração podem fornecer ao gerente de manutenção ou engenheiro da planta industrial

informações fatuais que os habilitarão a obter confiabilidade ótima e disponibilidade a partir

de sua planta .

Os programas de manutenção preditiva mais abrangentes usarão análise de vibração

como ferramenta primária associada com espectros de corrente, que geralmente vem

associadas num mesmo instrumento coletor de dados. Já que a maioria dos equipamentos

normais da planta industrial são mecânicos (acionados por motores elétricos), o

monitoramento da vibração fornecerá a melhor ferramenta para coleta de rotina e

identificação de problemas incipientes. Entretanto, somente a análise de vibração não

fornecerá com alta confiabilidade os dados requeridos sobre equipamentos elétricos (deve-se

usar também os espectros da corrente elétrica que alimenta o motor), áreas de perda de calor,

condição do óleo lubrificante, ou outros parâmetros que devem ser incluídos em seu

programa. Portanto, um programa de manutenção preditiva total da planta industrial deve

incluir várias técnicas, cada uma projetada para oferecer informações específicas sobre

equipamentos da planta industrial, para obter os benefícios que este tipo de gerência de

manutenção pode oferecer.

As técnicas específicas dependerão do tipo de equipamento da planta , seu impacto

sobre a produção e outros parâmetros chaves da operação da planta industrial, e dos objetivos

que se deseja que o programa de manutenção preditiva atinja.

2.4 - Estudo de caso real: Técnicas de manutenção aplicadas em um redutor de uma

linha de recozimento e decapagem contínua

Tomou-se como estudo de caso, as técnicas de manutenção aplicáveis em redutor de

uma linha de recozimento e decapagem de uma laminação a frio de aços inoxidáveis.

2.4.1 - Definição de redutor

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O redutor de velocidade como o próprio nome diz tem como finalidade reduzir

velocidade de rotação em eixos. Os redutores são utilizados em diversas áreas da industria,

onde são acoplados em diversos tipos de equipamentos, exemplo disso são as caixas de

cambio pois o cambio de um carro não deixa de ser um redutor de velocidade.

2.4.2 Tipos de redutores

Os redutores mais utilizados no mercado são os de engrenagens cilíndrica com dentes

retos e eixos paralelos, engrenagem cilíndricas com dentes helicoidais e eixos paralelos e tipo

coroa e rosca sem fim. Também existem os redutores chamados epicicloidais. Este tipo de

redutor utiliza em sua configuração, engrenagens comuns de dentes retos e uma ou mais

engrenagens de dentes internos. Os redutores epicicloidais são normalmente indicados quando

se procura um sistema mais compacto e com capacidade para trabalhar com altas taxas de

redução.

Redutores coaxiais são mais compactos e de construção sólida, são disponíveis com

reduções duplas, triplas, quádruplas, e sêxtuplas, e contém engrenagens cilíndricas de dentes

helicoidais esses pares de engrenagem são acondicionados em carcaças de ferro fundido com

parede interna que serve de reforço e ao mesmo tempo de mancal.

2.4.3 - Técnicas de manutenção aplicáveis aos redutores

Por se tratar de um equipamento complexo, tem-se a aplicação das três principais

técnicas de manutenção: a preditiva, a preventiva e a corretiva.

A manutenção preditiva, é utilizada nos componentes que possuem um grau de

complexidade de manutenção mais elevado, seja pelo valor de reposição, tempo para

aquisição de material sobressalente ou tempo para reparo. Já a manutenção preventiva, aplica-

se nos componentes que possuem um intervalo de período de falha já conhecido. E por

último, a manutenção corretiva, origina-se das inspeções visuais realizadas periodicamente

com a desmontagem de toda a desbobinadeira.

Citam-se as seguintes manutenções por técnicas aplicáveis:

Preditiva: Líquido Penetrante, Ferrografia e Análise Físico Química do óleo

Preventiva: Lubrificação e substituição de componentes por fadiga

Corretiva: Substituição ou reparo de componentes danificados fora do intervalo do

período de falha.

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2.4.4 - Técnica de Manutenção Preditiva: Líquido Penetrante, Ferrografia e Análise

Físico Química do óleo.

Tem-se como técnica preditiva aplicada, os ensaios não destrutivos: Líquido

Penetrante, Ferrografia e Análise Físico Química do óleo de refrigeração do redutor.

O ensaio não destrutivo Liquido Penetrante, aplica-se a componentes submetidos a

esforços de tração, como as engrenagens dos redutores, e tem como objetivo a identificação

de possíveis trincas no componente. É realizado a cada dois anos, sendo necessário para tal a

desmontagem do redutor.

FIGURA 4 – Ensaio de líquido penetrante em uma solda

FONTE - ENE10, 2012

Já os ensaios não destrutivos Ferrografia e Análise Físico Química do Óleo, são

empregados para detecção de presença de particulados ferrosos e alteração das propriedades

físico-químicas do óleo. A presença de particulados ferrosos no óleo, pode caracterizar um

possível desgaste das engrenagens e conseqüente geração de novos resíduos e conseqüente

desgaste progressivo, devido ao aumento do atrito entre os dentes das engrenagens. A

alteração físico-química do óleo, poderá impactar diretamente nas propriedades da formação

do filme lubrificante entre os dentes de engrenagem. Uma vez alterado estas propriedades,

aumenta-se a pressão de contato entre os dentes propiciando também um maior desgaste dos

mesmos.

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17

FIGURA 5 – Particulado metálico no fundo do redutor.

FONTE - Souza, 2011

A análise de óleo é uma técnica de manutenção que permite monitorar as condições do

óleo lubrificante, e identificar a necessidade de troca, ou apenas reposição parcial.

A análise de óleo é aplicada como técnica de manutenção para os sistemas de

lubrificação, sistemas hidráulicos e equipamentos elétricos. A análise do óleo lubrificante é

utilizada com dois objetivos principais: identificar as condições do óleo e identificar possíveis

falhas do equipamento.

O lubrificante pode apresentar dois processos básicos de falha. O primeiro ocorre

devido à contaminação por partículas de desgaste do equipamento ou por agentes externos,

sendo a água um dos contaminantes mais comum nas instalações industriais. O segundo

processo de falha está relacionado com a degradação das propriedades, devido às alterações

das características do lubrificante, prejudicando o desempenho de suas funções.

Os objetivos da análise do lubrificante são: escolher o lubrificante correto; manter o

lubrificante limpo (filtragem); manter a temperatura correta; manter o lubrificante seco;

garantir o bom desempenho da lubrificação.

Os benefícios da análise do lubrificante são: reduz ou elimina falhas por deficiências na

lubrificação; protege o equipamento do desgaste excessivo ou prematuro; reduz os custos de

manutenção; aumenta a disponibilidade do equipamento; reduz os gastos com o lubrificante.

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2.4.5 - Técnica de Manutenção Preventiva: Inspeção visual no campo, lubrificação e

substituição de componentes por fadiga

Tem-se como técnicas de manutenção preventiva aplicadas ao redutor:

Inspeção visual no campo, através da janela de visita, a cada seis meses;

Verificação do nível de óleo, a cada sete dias;

Substituição da carga de óleo anualmente;

Desmontagem do redutor a cada dois anos. Esta desmontagem tem como

objetivo a visual dos componentes para detecção de possíveis desgastes dos

mesmos e substituição dos elementos de vedação. Estes componentes

apresentam fadiga elevada devido aos esforços aplicados sobre os mesmos

durante sua utilização. Componentes passíveis de substituição: retentores e

rolamentos.

2.4.6 - Técnica de Manutenção Corretiva: Substituição ou reparo de componentes

danificados fora do intervalo do período de falha.

Na inspeção preventiva visual, pode-se detectar componentes em processo de falha,

objetivando assim a complementação das técnicas anteriores para conferir uma confiabilidade

operacional total do redutor nos próximos dois anos.

Em uma das inspeções visuais realizadas na área, através da janela de visita do

redutor, detectou-se o desgaste acentuado dos dentes de engrenagem e trincas/quebras de

outros.

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Para minimizar o risco de uma possível falha do redutor por quebra dos dentes das

engrenagens e conseqüente perda de produção e sucateamento de material, fez-se o

esmerilhamento do local fraturado, com o objetivo de eliminar as arestas e dificultar a

propagação da fratura.

FIGURA 5 – Pedaços de dentes quebrados das engrenagens

FONTE - Souza, 2011

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FIGURA 5 – Dentes das engrenagens com desgaste acentuado

FONTE - Souza, 2011

Pode-se detectar também o deslocamento do rolamento do pinhão de entrada do

redutor.

FIGURA 5 – Pista interna do anel externo do rolamento avariada, devido deslocamento do

pinhão de entrada

FONTE - Souza, 2011

Em análise de falha posterior, detectou-se as possíveis causas das avarias das

engrenagens:

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• Ruptura de canto de dente: conseqüência de distribuição desigual da carga sobre a largura do dente, por exemplo, desalinhamentos axiais, por erro na direção do dente ou por deformação elástica considerável do pinhão sujeito à carga (flexo-torção); deformação da caixa redutora.

• Formação de crateras: produzidas por uma sobrecarga local contínua, que ocasionam

desprendimentos progressivamente maiores e mais numerosos nos flancos.

Como eliminação do problema detectado, definiu-se pela desmontagem completa do

redutor para levantamento dimensional das engrenagens e fabricação/substituição posterior.

Quando da desmontagem posterior do redutor para levantamento dimensional,

observou-se que as engrenagens não apresentavam condições de continuar em funcionamento

devido ao elevado número de dentes quebrados. Após o levantamento dimensional das

engrenagens, fabricou-se novas engrenagens em aço 1045 (sem tratamento térmico) para

possibilitar o retorno do redutor em um menor tempo possível. Em paralelo, emitiu-se uma

requisição de compra de novas engrenagens no material xxxxxxxxx para substituição

posterior numa parada programada.

FIGURA 10 – Dentes das engrenagens quebrados

FONTE - Souza, 2011

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FIGURA 10 – Dentes das engrenagens com trincas e quebrados

FONTE - Souza, 2011

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3 - CONCLUSÃO

As técnicas de manutenção preventiva, preditiva e corretiva complementam-se entre

si. O plano de manutenção eficaz deverá trabalhar com estas três técnicas objetivando um

baixo custo de manutenção e um alto grau de confiabilidade operacional levando-se em

consideração o contexto operacional do equipamento dentro do fluxo produtivo da empresa.

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3 – REFERENCIAS

ALMEIDA, Márcio Tadeu de. Técnicas de Manutenção. Disponível em:

<http://www.mtaev.com.br/download>. Acesso em 01 jun. 2010.

CALLISTER JR, W. D. Materials Science and Engineering: An Introduction. John Wiley

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MONCHY, F. A função manutenção. São Paulo: Durban, 1989.

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1996

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<http://www.scielo.br/img/revistas/prod/v15n1>. Acesso em 28 mai. 2010.

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profissionalizantes-em-sao-luis/dimensional-cursos-em-sao-luis.htm>. Acesso em 15 mai.

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SUPREME LUBRIFICANTES. Disponível em www.supremelub.com.br, acesso em 01 de

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