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PIBID: UMA EXPERIÊNCIA DE REGISTRO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA E SUA
IMPORTÂNCIA PARA A UNIDADE ESCOLAR
Sônia Maria Benjamin Borges1
Orientadora: Dulcinéia de Oliveira Gomes2
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar a importância da implantação do Programa
Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) na EMEF Professora Selva Campos Monteiro. As
atividades tiveram início no mês de agosto de 2012,quandoem reuniões com coordenadoras do
PIBID os supervisores e licenciandos bolsistas foram orientados sobre o trabalho a ser realizado. A
equipe é formada por um grupo de cinco acadêmicas do curso de Pedagogia da Universidade de Rio
Verde –UniRV. As pibidianas foram apresentadas por mim, professora supervisora Sônia,que
passaram a conhecer as dependências e funcionários da Unidade Escolar. As primeiras atividades
desenvolvidas foram as seguintes: análise de documentos oficiais (regimento escolar, livros de atas,
ficha de matrícula, proposta pedagógica, PPP e outros). O estudo dos mesmos se fez necessário para
o conhecimento da estrutura funcional de uma instituição pública escolar. Com a conclusão dessa
etapa veio o trabalho bem gratificante que foi a pesquisa com funcionários, alunos e pais. O
trabalho do PIBID no ano de 2012 foi com alunos do 1º, 2º e 3º ano, totalizandoalunos. Já no ano de
2013 o subprojeto teve continuidade, atendendo a cinquenta e sete (57) alunos do2º e 3º ano, isto
porque a escola deixou de atender as crianças do primeiro ano. Os resultados da primeira etapa dos
trabalhos foram apresentados aos professores eà equipe pedagógica por meio de reuniões e, a toda
comunidade escolar, inclusive aos responsáveis pelas crianças,foi através da exposição dos gráficos
no mural da escola, originados das análises dos dados coletados junto à comunidade escolar. Os
educandos notaram a presença das pibianas, ainda mais, nos eventos realizados, no auxílio dentro
da sala de aula, juntamente com o professor regente, nas atividades diagnósticas, nas leituras
produção e reescrita de textos, bem como no reforço escolar, efetuado no contra turno e com
atividades diversificadas. As pibidianas participaram das reuniões de pais, alunos,funcionários e
administrativas-pedagógicas, com relato das experiência ali vividas. Por fim, com a exposição de
toda essa experiência vivida por nós, relatos positivos das professoras regentes, de uma parceria e
nas trocas de experiências, faz-se necessário que outras unidades escolares possam conhecer e ser
agraciados com a presença do Pibid, pois projetos dessa natureza possibilitam a elevação da
qualidade do ensino, enriquecem a formação inicial de professores para atuarem nos anos iniciais
do ensino fundamental, além de mostrarem alternativas de ensino-aprendizagem de maneira atrativa
na busca de inovar a maneira de ensinar para se obter um ensino ainda de melhor qualidade com
resultados mais satisfatórios.
Palavras-chave: Formação de Professores, Prática Pedagógica, Escola, Letramento,
Alfabetização, Experimentação, Resultados.
1INTRODUÇÃO
1Professora Supervisora da EMEF Professora Selva Campos Monteiro
2Professora Coordenadora do subprojeto da Pedagogia, Universidade de Rio Verde/PIBID
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O trabalho realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Selva Campos
Monteiro, localizada na cidade de Rio Verde Goiás, teve início quando a coordenadora Pedagógica
recebeu um coordenador do PIBID que apresentou as vantagens de acontecer essa parceria entre a
escola e a UniRV. A escola firmou essa parceria nas áreas de Pedagogia, Ciências Biológicas e
Educação Física. Na área de Pedagogia eu Sônia Maria Benjamim Borges atuo como professora
supervisora.
Iniciei recebendo as bolsistas na escola, apresentado seus espaços físicos, as pessoas que lá
trabalhame as turmas que irão trabalhar. A partir daí, começamos a planejar a aplicabilidade de seus
projetos, os horários individuaisdisponíveis pelas licenciandas relacionados ao atendimento da
escola bem como a interação e o auxílio nas atividades escolares.
As bolsistas conheceram as dependências da escola, sendo o trajeto iniciado pela sala dos
professores, secretaria, pátio da escola, cantina, biblioteca, quadra de esportes e por fim foram
apresentadas as professoras e alunos do 1º, 2º e 3º anos.
Durante os meses de agosto a dezembro foi analisada toda documentação escolar, a saber:
PPP (Projeto Político Pedagógico), Regimento Escolar, Planos de Curso, de Unidade e de Aula,
Atas do Conselho Escolar, Conselho de Classe Pedagógica, Calendário Escolar, Avaliaçõesdo 1º, 2º
e 3º anos do ensino fundamental, Análise de fichas de matrícula, estrutura física da escola e usos
dos espaços, recursos didáticos pedagógicos, inclusive softwares, quantidade de alunos e IDEB
(Índice de Desenvolvimentoda Educação Básica) da escola, em conformidade com o cronograma
estabelecido pela equipe de pibidianos e coordenadora do subprojeto. Para a formação das
pibidianas e um melhor contato com os responsáveis pelo PIBID no mês de setembro de 2012 foi
realizado o 1º Encontro de Licenciatura do Sudoeste Goiano e 1º Encontro do PIBID do Sudoeste
Goiano, que teve como tema Docência: Desafios e possibilidades. Esse encontro veio somar, pois
foram vários temas levantados e sem contar com a troca de experiências entre as instituições que
vinham, há mais tempo, desenvolvendo o programa.
O PIBID / Pedagogia é uma nova experiência de formação inicial de professores para
atuarem nos anos iniciais do ensino fundamental. Ele objetiva estimular a docência por meio de
implementação de práticas pedagógicas que visem os processos de letramento e alfabetização.
Com base nos estudos e pesquisas realizadas por Soares (1998, 2004) e Mortatti (2004),
compreendemos alfabetização como processo de aprendizagem de habilidades necessárias aos atos
de ler e escrever e, letramento como o estado ou a condição do sujeito que incorpora práticas sociais
de leitura e escrita. Reconhecemos que apesar de distintos, há uma relação de interdependência e de
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indissociabilidade entre os dois processos. De acordo com essa forma de conceber os dois
processos, é possível alfabetizar letrando e letrar alfabetizando. Contudo, isto requer revestir de
intencionalidade e sistematicidade a prática pedagógica que envolve os processos de alfabetização e
letramento.
2Pesquisa e análise de dados
Concluída a etapa de análise de documentos foi elaborado um relatório que posteriormente
foi apresentado a direção, coordenação e professores da unidade earquivado na escola para que
todos pudessem ter acesso ao documento e obter melhor compreensão jcompreender sobre a
realidade da mesma.
O cenário estava reconhecido, chegava o momento de conhecer os atores da escola. Nessa
etapa dos trabalhos as quatro equipes que compõem o subprojeto da Pedagogia, composta pelos
licenciandos bolsistas, professores supervisores e coordenadora elaboraram os questionários a
serem aplicados a todos os segmentos da comunidade escolar. Istopromoveu um retrato inicial do
fazer escolar.
A pesquisa de campo com a aplicação de questionários, o corpo a corpo com pais, alunos e
comunidade escolar só foi possível devido ao comprometimento da equipe das pidianas que não
mediu esforços para que isso acontecesse de maneira adequada e segundo o cronograma planejado.
Aanálise e interpretação dos dados e divulgação dos resultados propiciou uma maior
interação entre os componentes da escola e pibianase da Universidade com a escola.
A divulgação para toda comunidade escolar dos resultados da pesquisa foi através da
montagem de um painel ilustrado com gráficos como mostra a figura abaixo.
FIGURA 1. Painel de dados EMEF Profª Selva Campos Monteiro
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Foto: Regiane de Haro Ferreira Balestrini, jan.2013
A figura acima mostra, também, três componentes da equipe licenciandasbolsistas,
identificadas pelas camisetas brancas do Pibid e aprofessora supervisora.
Nos meses de novembro e dezembro o trabalho desenvolvido foi de um pré diagnóstico dos
alunos, especialmente dos alunos com dificuldades de aprendizagem. O objetivo foi de preparar
aulas diferenciadas para serem sugeridas às professoras regentes, bem como o trabalho do reforço
escolar no contra turno.
As pibianas participaram do momento de planejamento das professoras regentes, expondo os
resultados do trabalho desenvolvido até o momento. Também, se colocando a disposição a parceria
para a realização dos trabalhos a serem desenvolvido pela unidade escolar, como contribuição para
a melhoria do processo ensino aprendizagem.
Com a presença das pibidianas e supervisora várias reuniões aconteceram para planejar
ereplanejar as ações da equipe. Salienta-se que várias sequências didáticas foram elaboradas como
forma de sugestão para que tornem mais atrativas as aulas, particularmente, no que se referem à
leitura e a escrita e na matemática, que para os alunos às vezes é algo assustador, apresentando um
alto grau de dificuldade. As sugestões envolveram a questão lúdica, pois é através dela que o
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processo ensino aprendizagem se torne mais atrativo e o raciocínio lógico possa ser melhor
trabalhado.
FIGURA 2. Reunião com supervisora e pibidianas para reestruturação do projeto
Foto: Regiane de Haro Ferreira Balestrini, Jan.2013
O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que as
criançasgostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do
aluno envolvido.
A aprendizagem através de jogos permite que o aluno faça da aprendizagem um processo
interessante e até divertido. (...). Neste sentido, verificamos que há três aspectos que por si
só justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais ea formação de relações sociais.
(GROENWALD&TIMM, 2007 p. 01).
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Assim, necessita-se expor que a utilização dos jogos na prática educativa pode contribuir
para que os alunos interagissem entre si, proporcionando a estes mais do que conhecimentos
específicos, mas também um convívio social harmonioso. Com isso ajudando os professores no
objetivo de educar e transformar os educandos em cidadãos críticos, preparados para seu futuro
social e profissional.
Mediantetodo trabalho realizado, incluindo as reuniões extraordinárias, algumas pibidianas
não se adaptaram ao programa tendo que acontecer uma substituição, pois na verdade as pessoas
que não puderam mais estar inseridas ao programa pensavam que não passavam de uma simples
visita na escola ou a contribuição que recebe a cada mês.
O grupo atuante é bastante comprometido e faz com que as coisas acontecem, pois sabem
que além das experiências vividas, a prática pedagógica é importante por envolver os processos de
alfabetização e letramento. E para que os objetivos sejam melhores alcançados é necessário registrar
as ações e as experiências docentes uma vez que tais registros poderão confirmar caminhos e
apontar desvios na condução de práticas pedagógicas que almejem promover os processos de
alfabetização e letramento, sobretudo quando tratamos da formação inicial de professores.
O ato de registrar, por escrito ou por meio de outra tecnologia, é uma forma de materializar
fatos, sentimentos e reflexões, possibilitando a eles recorrer quando nos esquecemos de algo,
queremos ou precisamos relembrar fatos ou acontecimentos, ou precisamos reviver determinada
situação para melhor compreendê-la. Assim, o registro permite,
(...) ter presente o já acontecido para transformar as ações presentes e futuras. (...)A prática
do registro é importante por nos permitir construir a “memória compreensiva”, aquela
memória que não é só simples recordação, lembranças vãs, mas é base para a reflexão do
educador, para análise do cotidiano educativo e do trabalho desenvolvido com o grupo. O
ato de escrever o vivido desencadeia um processo reflexivo no qual a vivência restrita e
singular torna-se pensamento sistematizado, apropriação do conhecimento
(WARSCHAUER, 1993,p. 62-65).
Para tanto, existem várias formas de registrar experiências docentes: planejamentos de aula,
relatórios, diários, livros de vida, portfólios. Apesar destas formas de registro muitas vezes não
terem o mesmo objetivo e de não recorrem às mesmas técnicas, elas podem ser compreendidas
como instrumentos que permitem documentar a prática pedagógica e sistematizar conhecimentos,
pois registram a vivência do contexto escolar, descrevem pontos relevantes do processo educativo e
permitem sobre ele refletir.
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Por reconhecer que o registro da ação docente é um instrumento necessário à reflexão e
condução da prática pedagógica, o PIBID/Pedagogia optou por registrar as atividades docentes sob
a forma de relatos diários a cada atividade de desenvolvida, conforme asseveraOstetto, 2001. No
espaço educacional o registro é para o educador uma espécie de diário, que pode bem lembrar os
diários de bordo ou os diários dos adolescentes, nos quais são anotados fatos vividos, sentimentos,
impressões, confissões. Quanto ao diário do professor, num âmbito da prática pedagógica, vai muito
além disso: constitui-se em lugar de reflexões sistemáticas constantes, um espaço onde o professor
conserva consigo mesmo, anota leituras, revê encaminhamentos, avalia atividades realizadas,
documenta o percurso de sua classe. Um documento com a história do grupo e dos avanços do
próprio professor.
O trabalho de registro das pibidianas acontece da seguinte maneira:a pibidianaElenir, ao
auxiliar a professora Maria Aparecida no trabalho de leitura, escrita e reescrita, fica com cópia das
atividades realizadas e faz o relatório do trabalho desenvolvido. Em seguida,reune-se com a
supervisora e com a professora regente para juntas traçarem metas para que os alunos possam
desenvolver, ainda mais, no trabalho que é complementado no contraturno com o reforço escolar.
A pibidiana Valéria, juntamente com a professora Adriene, do 3º ano, trabalha no auxílio
com alunos que apresentam maior dificuldade de aprendizagem. Esse acompanhamento já vem
acontecendo há meses e,o relato da professora regente é que o avanço dos alunos, após a parceria
com o trabalho do PIBID na escola, tem sido satisfatório. A professora ainda deixa bem claro o
quanto essa experiência, através do compromisso que a mesma tem com o que faz, que isso só vem
a somar para o crescimento profissional. As pibidianas Maria Aparecida, Daniela e Regiane com
atividades diversificadas e significativas atendem os alunos no contraturno com o reforço escolar e
que já é notório o progresso, tanto das licenciandas bolsistas como das crianças atendidas através
das atividades realizadas na sala de aula.
A figura 3 e a figura 4 registram os momentos do trabalho desenvolvido pelas pibidianas
acima citadas.
FIGURA 3. Reforço escolar no contraturno
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Foto: Sônia Maria Benjamin Borges, maio,2013
FIGURA 4. Reforço escolar no contraturno
Foto: Sônia Maria Benjamin Borges, maio,2013
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A gestão e coordenação sentem-se orgulhosas por terem firmado essa parceria pois,
consideram que o desenvolvimento das atividades propostas pela equipe das pibidianas, juntamente
com a da escola,têm contribuído para a melhoria do rendimento dos alunos a cada dia, tanto no
desenvolvimento dos projetos e atividades culturais da escola, como nas interferências da sala de
aula.
As figuras 4 e 5 mostram a participação das pibianas no desenvolvimento do projeto páscoa.
FIGURA 5. Projeto Páscoa
Foto: Sônia Maria Benjamin Borges, abr,2013
As pibianas trabalhando na organização do projeto sobre a páscoa.
FIGURA 6. Projeto Páscoa
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Foto: Sônia Maria Benjamin Borges, abr,2013
Outro projeto desenvolvido pela EMEF Selva Campos Monteiro foi festa junina, onde as
pibidianas tiveram um papel de maior interação com toda comunidade local.
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FIGURA 7. Atividade cultural (Festa
Junina)
Foto: Sônia Maria Benjamin Borges, jun.2013
Desde a preparação das crianças ....
FIGURA 8. Atividade cultural (Festa Junina)
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Foto: Sônia Maria Benjamin Borges, jun.2013
Considerações finais
Considerando a pareceria desta Unidade Escolar com PIBID (Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação à Docência)/Universidade de Rio Verde, propiciou aos integrantes da mesma
conhecer o trabalho oferecido pelas bolsistas partindo do conhecimento da realidade escolar, desde
o estudo da documentação até a prática, seja no auxílio das professoras regentes, bem como nos
projetos e atividades desenvolvidas pela escola.
Esta parceria auxilia as bolsistas a conhecer o campo ao qual pretendem atuar, sendo mais
preparadas para a prática docente e considerando que os conhecimentos adquiridos na escola
servem de base para conciliar com a teoria e formar acadêmicos mais preparados para ingressar na
futura profissão, em particular nasala de aula com mais experiência.
Por fim, esse convívio confirma que além de fortalecer teórica e metodologicamente a
formação inicial de professores para atuar nos anos iniciais do ensino fundamental, possibilita rever
práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas com vistas à elevação da qualidade de ensino.
O PIBID veio para somar com o que está sendo trabalhado na escola, os funcionários não
precisaram mudar sua rotina diária para que as pibidianas pudessem desenvolver seu trabalho,
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porque o grupo atuante age com responsabilidade ao que é proposto e também sugerem e
participam para que o trabalho possa ser ainda melhor desenvolvido.
Referências
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:CEALE/Autêntica,
1998.
______. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação. São
Paulo, n.25, p.5-17, jan./abr. 2004.
SOARES, Magda; MACIEL, Francisca (Org.). Alfabetização. Brasília, MEC/Inep/Comped, 2000.
OSTETTO, Luciana Esmeralda; OLIVEIRA, Eloísa Raquel de, MESSINA, Virgínia da Silva.
Deixando Marcas: a prática do registro do cotidiano da educação infantil. Florianópolis: Cidade
Futura, 2001.