Pierre Bourdieu e Uma Teoria Crítica Da Sociedade

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Pierre Bourdieu e uma teoria crtica da sociedadeSocilogia construtivista, assim como a maioria da dcada de 80. H quem fale diretamente de estruturalismo gentico referindo-se a empreitada terico-prtica de Bourdieu. Falam tambem em teoria neo-objetivista da reproduo do mundo social.- Pesegue alienaes, reificaes e naturalizaes. Denncia hipostase do Estado e reduo do sujeito. Procura desvelar, por consequencia tende a denncia,,,Comment by usuario:

Problema da dominao simblica, das estruturas imateriais de poder e dominao.Preocupou o esvaziamento da esfera pblica, da diminuio do Estado, da difuso de um tipo de cidadania ancorada no consumo.- construo de habitus, sentidos comuns, condies de possibilidades condicionadasPensou as estruturas e os agentes.Como quebrar sentidos comuns para quebrar mquinas de reproduo.- Estudas as estratgias de reproduo social dos grupos e classes sociais, a exemplo do matrimnio.- Capital cultura e seus fatores decisivos de diferenciao social. A natureza sobretudo natureza social.- A filosofia do dom uma filosofia aristocrtica, com pressupostos biologizantes.- Os sistemas sociais no tem inteno, so os agentes que operam seus mecanismos. Existem mecanismos, no voluntrios. Existe uma dimenso no consciente dos mecanismos. No se trata de achar culpados, mas de apreender as responsabilidades diferenciadas inscrita nas estruturas.- Um dos motores do mundo social a vontade de se distinguir. Existem condies econmicas e sociais que resulta em certas possibilidades de gostar, que condicionam juzos de gosto.Principio de diviso do mundo, mecanismos de orientao..Habitus -Sistema de categorias, percepes, de pensamentos, de aes e apreciaes..produtos da incorporao, da somatizao das estruturas objetivas.- Os dominantes so igualmente dominados pela estrutura de dominao.- violncia simblica um fundamento poderoso da ordem social. PRINCIPAIS CONCEITOS: HABITUS, CAMPO, CAPITAL ( ATUALIZA).. Estruturas sociais obejtivas construdas em dinmicas histricas- Os campos ( no lugar do objetivismo ) e Estruturas sociais incorporadas ou interiorizadas pelos indivduos como percepo, valorao, ao habitus ( no lugar do objetivismo ) principios gerador de prticas sociais e representaes....que condiciona liberdades de classe, igualdades de classe, distines, preferncias, oportunidades, necessidades, posies de classe,..percebidas como natural..- Cumplicidade ontolgica entre campo e habitus ( onde reside dominao cultural )Habitus, enquanto operador terico se explica pelos conceitos de disposio e esquema. A primeira designa uma maneira de ser, uma propenso ou inclinao. A segunda diz respeito a concordncia de prticas que formam o habitus. ETHOS Disposies moraisHexys- registro de posturas e gestosAisthesis- , gosto, disposio esttica O habitus no destino com se interpreta as vezes. Sendo produto da histria, um sistema aberto de disposies que se confronta permanentemente com novas experincias, e por isso mesmo, afetado permanentemente por elas. duradoura, mas no imutvel.Campo; Espaos de poder, redes histricas de funcionamento configuraes de relaes objetivas entre posies, que existe independentemente da conscincia e vontade indvididuais ..onde se realiza lutas e estrategias de manuteno ou subverso do campo...possuem em comum interesses ligados a existencia do campo...capacidades de apropriao especfica segundo se lugar no campo enquanto sujeuto, grupo ou classe distinto e em oposio... Possuem suas leis e insituies especficas historicamente constituidas....O capital social conjunto de recursos atuais ou potenciais que esto relacionados com a posio de uma rede de relaes mais ou menos institucionalizadas de mtuo conhecimento e reconhecimento.Capital simblico a forma que tomam os tipos de capitais quando sua posio percebida como legtima, dessa maneira o capital simblico se encontra na forma de prestgio, renome, reputao e autoridade pessoal, entregues aos sujeitos com o poder de consagrar.

- Pesquisa como momento de reconverso de olhar, de ruptura epistemolgica que buscar compreender o mais objetivamente possvel o que no supe nao considerar o elemento subjetivo um rede ou conjunto de relaes que criam e recriam uma dinamica ou configurao particular de reproduo material e simblica da existncia. No interior desse conjunto de relaes operam interesses, valores e diposies atravs dos sujeitos socialmente posicionados que do vida e sentido a rede, colocam-na em movimento; sempre tenso, conflituoso, contraditrio, com seus elementos estruturantes e classificatrios de dominao poltica e apropriao econmica. E assim um campo de interas mais ou menos objetivas se atualiza; Seja mantendo as condies e relaes pretritas ou modificando-as segundo a correlao de foras materiais e polticas dos sujeitos, grupos e instituies que se deslocam nesse espao ou campo de relaes ( com sua lgica, seus sentidos, suas regras, sua institucionalidade )- Construo do objeto como sistema de relaes objetivas ( Bourdieu ). A vida social no deveria ser explicada apenas pela conscincia dos indivduos mas deveria se ancorar em causas que tambem fogem a conscincia e conferem sentido, lgica, inteligibilidade a dimenso emprica observada. Todos temos um sentido prtico do mundo social, um conhecimento prtico de suas regularidades, regras..possuem suas categorias de pensamento, percepo,classificao, valorao que funcionam como estruturas estruturantes.. Existe normas e valores por meio dos quais os sujeitos julgam e intepretam os eventos em sua comunidade. Se guia pois por uma gramtica de aes ou repertrio de atividades mais ou menos sedimentadas que se forjaram ao longo do tempo-espao onde se movimentaram suas vidas..Coordenadas, metiatizadas, condicionadas- O direito no contratual tradicional e o direito no contratual emergente, que floresce e se articular atravs de processos de cooperao, lutas e resistncias. O direito em ato, sendo forjado na correlao de fors, na afirmao de discursos, no combate ideolgico,

TEORIA CRTICA DO MUNDO PRESENTEF.VANDERBERGHModelo desconstrutivo de inspirao Foucoultiana e Deleuziana atacam p6. todos os modelos precedentes sob o pretexto de que toda viso normativa da sociedade repressiva e s poder, cedo ou tarde, se tornar justificadora da excluso e da dominao....

Certo..ocorre que j existem dominaes e excluses legitimadas, e no se posicionar contribui para reproduzi-las;; eu..

P11. Enfim, se o socilogo escreve para expor os determinismos sociais que pesam sobre a ao e para, com isso, contribuir, para a formao de um sujeito autnomo, ele deve supor a interpenetrabilidade hemenutica entre cincia e senso comum, aceitar a reflexo terica eficaz e que as ideias podem mudar o habitus, se no o mundoPara os tericas da justificao a centralidade das anlises a situao, renunciam a histria de longa durao. O que lhes interessa no o sistema, a estrutura,mas as aes e as prticas; no os atores nem os agentes, mas a situao; no os homens e as mulheres, mas seus momentos

Bourdieu, Giddens e outros sustentam a tese ontolgica segundo a qual a realidade social , em ltima instncia, composta por prticas situadas e distribudas, incorporadas ou reflexivas, interligadas oiu coordenadas por entendimentos tcitos ou implcitos que esto no cadinho do mundo social e o constituem como mundo comum. Enquanto princpios motores do mundo, as prticas so formadoras e constitutivas: elas subentendem e constituem os indivduos, as aes, as interaes, o mundo vivido, a linguagem, a cultura, as instituies, as organizaes, as estruturas e os sistemas sociais.A sociologia pragmtica ou microsociologia da ao ( que v o indivduo como ser livre ) ataca o paradigma do desvelamento assim como a dimenso do inconsciente que condicionaria o ator e suas aes. No se detem em estruturas profundas ou iluses a dissipar . Articula aspectos da fenomenologia, hermenutica e sociologia compreensiva para forjar a sociologia pragmtica.- Fala das provas de grandeza que no seriam elemento de distino de classe, mas instrumentos de grandeza que os atores acionam para se atribuir valor.

Sociologia das redes sciotcnicaCallon e Latour prope uma reformulao da sociologia como cincia no da sociedade mas das associaes, cunhando-a como associologia , ...associao heterogne de sujeitos e objetos sem alma, separados do esprito objetivo...objetos no seriam apenas meios, mas mediadores, Mobiliando ou emoldurando nossas relaes cotidianas...seriam atuantes, ligam os indivduos.. percam ao anular o simbolismo e intersujetividade em proveito das relaes interobjetivas..descentram os sujeitos em benefcio dos objetos..no levam em conta as convenes normativas da microsociologia pragmtica.. Com est concorda que a sociologia no tem mais que construir o objeto como um sistema invisvel de relaes que sobredetermina e explica a ao. Contra eles, acrescente imediatamente, no se h de explicitar e interpretar como atores no mais constituem a situao na Esteira de Deleuze afirma experimentai,no interpreteis jamais, traduzi, no expliqueis jamais Latour afirma que nada se reduz a nada, nada se reduz a nada do outro, tudo pode se aliar a tudo ..pois tudo complexo,complicado, composto, ambivalente, diferente. Suplemento. Nada se deduz de nada, pois no h totalidade, nem verdade, nem essncias, nem substncias, sobre as quais poderamos erigir um sistema. Nada dado, pois tudo pode ser desconstrudo;- Latour contra Durkheim afirmar que A sociedade no o que nos reune, mas o que reunido. As cincias sociais tomaram o efeito pela causa, o passivo pelo ativo, o colado pela coisa.............. a cincia a poltica continuada por outros meios fazer poltica forjar coalizes e fazer co-existir seres, redesenhar o coletivo e mudar o mundo, se necessrio, indo ao encontro do senso comum e revolucionando a ontologia- precavendo-se de que novas associaes e mltiplas conexes sejam criadas - a sociologia da traduo torna-se um sociologia da redes de porta-vozes- Como a razo de outrora, o mundo no um dado, uma tarefa. necessrio constru-lo, produzi-lo, fabric-lo, mobilizando as coisas, os fatos e as palavras para faz-lo pronunciar-se..mundo no pressuposto continuamente performado e transformado, reificado e relazado pelas associaes e conexes..- Coletivo em expanso , uma rede rizomtica para nova misso da ecologia poltica cientfica..- F.VANDENBERGH DEFENDE UMA TEORIA HERMENUTICA-DIALTICA DA SOCIEDADE.

Trata-se de organizar seus relatos em um trama compreensivel, onde suas aes ganham luz, so explicitadas;;

RAZO PRTICA

P;9 fala da filosofia relacional, filosofia da ao ou disposicional que atualiza as potencialidades inscritas nos corpos dos agente e na estrutura de relaes nas quais eles atuam ou, precisamente, em sua relao ( filosofia que funcionja atravs das noes de habitus, campo e capital )Abate verdades ilusrias

No se trata de opor justificao dominao;;;;efeitos de poder pesam sobre situaes de disputa...em que medida a justificao afetada pela dominao.

ESBOO DE UMA TEORIA DA PRTICA1Comment by usuario: Reproduzido de BOURDIEU, P. Esquisse d'une thorie de Ia pratique. Traduo daspartes: "Les trois modes de connaissance" e "Structures, habitus et pratiques". In: -.Esquisse d'une thorie de Ia pratique. Geneve, Lib. Droz, 1972. p. 162-89. Traduzidopor Paula Montero.Pierre BourdieuTrs modos de conhecimento tericoFenomenolgicoObjetivistaPraxiolgicoP;.em como objeto no somente o sistema das relaes objetivasque o modo de conhecimento objetivista constri, mas tambm as relaesdialticas entre essas estruturas e as disposies estruturadas nas quais elasse atualizam e que tendem a reproduzi-las, isto , o duplo processo deinteriorizao da exterioridade e de exteriorizao da interioridade: este conhecimento supe uma ruptura com o modo de conhecimento objetivista,quer dizer, um questionamento das condies de possibilidade e, por a, doslimites do ponto de vista objetivo e objetivante que apreende as prticas defora, enquanto fato acabado, em lugar de construir seu princpio geradorsituando-se no prprio movimento de sua efetivao.(...) Oconhecimento praxiolgico no anula as aquisies do conhecimentoobjetivista, mas conserva-as e as ultrapassa, integrando o que esseconhecimento teve que excluir para obt-las.XQuando deixamos o terreno da histria individual ou coletiva,como fato hermenutico objetivista, para nos interrogarmos sobre ascondies lgicas da decifragem, a relao se inverte: a lngua condio deinteligibilidade da palavra enquanto mediao que, assegurando a identidadedas associaes de sons e de conceitos operados pelos locutores, garante acompreenso mtua. dizer que, na ordem lgica da inteligibilidade, a palavra o produto da lngua4. Da resulta que, pelo fato de construir-se do ponto devista estritamente intelectualista que o da decifragem, a lingsticasaussuriana privilegia a estrutura dos signos, isto , as relaes que elesmantm entre si, em detrimento de suas funes prticas que no se reduzemjamais, como o supe tacitamente o estruturalismo, s funes decomunicao ou de conhecimento.Em poucas palavras, logo que se passa da estrutura da lngua para asfunes que ela preenche, isto , os usos que dela fazem realmente osagentes, percebe-se que o simples conhecimento do cdigo no permiteseno imperfeitamente dominar as interaes lingsticas realmente efetuadas.

NAO Podemos fazer da regularidade, da frequencia um produto do regulamento conscientemente editado e respeitado...

Estruturas, habitus e prticasAssim, o objetivismo metdico que constitui um momento necessrio detoda pesquisa, a ttulo de instrumento de ruptura com a experincia primeira eda construo das relaes objetivas, exige sua prpria superao. Paraescapar ao realismo da estrutura, que hipostasia os sistemas de relaesobjetivas convertendo-os em totalidades j constitudas fora da histria doindivduo e da histria do grupo, necessrio e suficiente ir do opus operatumao modus operandi, da regularidade estatstica ou da estrutura algbrica aoprincpio de produo dessa ordem observada e construir a teoria da prticaou, mais exatamente, do modo de engendramento das prticas, condio daconstruo de uma cincia experimental da dialtica da interioridade e daexterioridade, isto , da interiorizao da exterioridade e da exteriorizao dainterioridade.(..).No mesmo momento em que elas aparecem como determinadas pelofuturo, isto , pelos fins explcitos e explicitamente colocados de um projeto ouplano, as prticas que o habitus produz (enquanto princpio gerador deestratgias que permitem fazer face a situaes imprevisveis e sem cessarrenovadas) so determinadas pela antecipao implcita de suasconseqncias, isto , pelas condies passadas da produo de seuprincpio de produo de modo que elas tendem a reproduzir as estruturasobjetivas das quais elas so, em ltima anlise, o produto.(..) O habitus est no princpio de encadeamentodas "aes" que so objetivamente organizadas como estratgias sem ser demodo algum o produto de uma verdadeira inteno estratgica (o que suporia,por exemplo, que elas fossem apreendidas como uma estratgia entre outraspossveis).Comment by usuario: Seobservamos regularmente uma estreita correlao entre as probabilidadesobjetivas cientificamente construdas (por exemplo, as chances de acesso aoensino superior ou ao museu etc.) e as aspiraes subjetivas (as"motivaes"), no porque os agentes ajustam conscientemente suasaspiraes a uma avaliao exata de suas chances de sucesso, maneira deum jogador que arrumaria seu jogo em funo de uma informao perfeitasobre suas chances de ganho, como supomos implicitamente quando,esquecendo que "tudo se passa como se", fazemos como se a teoria dosjogos ou o clculo das probabilidades, uma e outro construdos contra asdisposies espontneas, constitussem descries antropolgicas da prtica.Invertendo completamente a tendncia do objetivismo, podemos, ao contrrio,procurar nas regras da construo cientfica das probabilidades ou dasestratgias no um modelo antropolgico da prtica, mas a descrio negativadas regras implcitas da estatstica espontnea que elas encerram necessariamente,porque elas se constroem explicitamente contra essas regrasimplcitas (por exemplo, a propenso a privilegiar as primeiras experincias).a avaliao subjetiva das chances de sucesso de uma ao determinada numa situao determinada faz intervir 16 todo um corpo de sabedoria semiformal, ditados, lugares-comuns, preceitos ticos ("no para n6s") e, mais profundamente, princpios inconscientes doethos, disposio geral e transponvel que, sendo o produto de umaprendizado dominado por um tipo determinado de regularidades objetivas, determina as condutas "razoveis" ou "absurdas" (as loucuras) para qualquer agente submetido a essas regularidades

As prprias condies de produo do ethos, necessidade feita virtude, fazem com que as antecipaes que ele engendra tendam a ignorar a restrio qual est subordinada a validade de todo clculo das probabilidades, a saber, que as condies da experincia no foram modificadas. Diferentemente das avaliaes eruditas que se corrigem depois de cada experincia segundo rigorosas regras de clculo, as avaliaes prticas conferem um peso desmesurado s primeiras experincias, na medida em que so as estruturas caractersticas de um tipo determinado de condies de existncia que, atravs da necessidade econmica e social que elas fazem pesar sobre o universo relativamente autnomo das relaes familiares, ou melhor, no interior das manifestaes propriamente familiares dessa necessidade externa (por exemplo, interditos, preocupaes, lies de moral, conflitos, gostos etc.), produzem as estruturas do habitus que esto, por sua vez, no princpio da percepo e da apreciao de toda experincia ulterior.(..)Compreendemos, na mesma lgica, que osconflitos de gerao opem no classes de idades separadas porpropriedades de natureza, mas habitus que so produtos de diferentes modos de engendramento, isto , de condies de existncia que, impondo definies diferentes do impossvel, do possvel, do provvel ou do certo, fazem alguns sentirem como naturais ou razoveis prticas ou aspiraes que outros sentem como impensveis ou escandalosas, e inversamente.

preciso abandonar todas as teorias que tomam explcita ouimplicitamente a prtica como uma reao mecnica, diretamente determinadapelas condies antecedentes e inteiramente redutvel ao funcionamentomecnico de esquemas preestabelecidos, "modelos", "normas" ou "papis",que deveramos, alis, supor que so em nmero infinito, como o so asconfiguraes fortuitas dos estmulos capazes de desencade-Ios.

A prtica , ao mesmo tempo, necessria erelativamente autnoma em relao situao considerada em suaimediatidade pontual, porque ela o produto da relao dialtica entre uma situao e um habitus entendido como um sistema de disposies durveis e transponveis que, integrando todas as experincias passadas, funciona a cada momento como uma matriz de percepes, de apreciaes e de aes e torna possvel a realizao de tarefas infinitamente diferenciadas, graas s transferncias analgicas de esquemas, que permitem resolver os problemas da mesma forma, e s correes incessantes dos resultados obtidos, dialeticamente produzidas por esses resultados. P18.Comment by usuario: Princpio geradorduravelmente armado de improvisaes regradas (principium importansordinem ad actum, como diz a escolstica), o habitus produz prticas que, namedida em que elas tendem a reproduzir as regularidades imanentes scondies objetivas da produo de seu princpio gerador, mas, ajustando-ses exigncias inscritas a ttulo de potencialidades objetivas na situaodiretamente afrontada, no se deixam deduzir diretamente nem das condiesobjetivas, pontualmente definidas como soma de estmulos que podemaparecer como tendo-as desencadeado diretamente, nem das condies queproduziram o princpio durvel de sua produo: s podemos, portanto,explicar essas prticas se colocarmos em relao a estrutura objetiva quedefine as condies sociais de produo do habitus (que engendrou essasprticas ) com as condies do exerccio desse habitus, isto , com aconjuntura que, salvo transformao radical, representa um estado particulardessa estrutura

Se o habitus pode funcionar enquanto operador que efetuapraticamente a ao de colocar em relao esses dois sistemas de relao nae pela produo da prtica, porque ele histria feita natureza, isto ,negada enquanto tal porque realizada numa segunda natureza. Com efeito, o"inconsciente" no mais que o esquecimento da histria que a prpriahistria produz ao incorporar as estruturas objetivas que ela produz nessasquase naturezas que so os habitus:p19.Pelo fato de que a identidade das condies de existncia tende aproduzir sistemas de disposies semelhantes (pelo menos parcialmente), ahomogeneidade (relativa) dos habitus que delas resulta est no princpio deuma harmonizao objetiva das prticas e das obras, harmonizao estaprpria a lhes conferir a regularidade e a objetividade que definem sua"racionalidade" especfica e que as fazem ser vividas como evidentes ounecessrias, isto , como imediatamente inteligveis e previsveis, por todos os agentes dotados do domnio prtico do sistema de esquemas de ao e de INTERPRETA~]AO...... Enquanto ignorarmos o verdadeiro princpio dessaorquestrao sem maestro que confere regularidade, unidade esistematicidade s prticas de um grupo ou de uma classe, e isto na ausnciade qualquer organizao espontnea ou imposta dos projetos individuais, noscondenamos ao artificialismo ingnuo que no reconhece outro princpiounificador da ao ordinria ou extraordinria de um grupo ou de uma classe ano ser o da concertao consciente e meditada do complComment by usuario: O habitusnada mais do que essa lei imanente, lex insita, depositada em cada agentepela educao primeira, condio no somente da concertao das prticas,mas tambm das prticas de concertao, posto que as correes e os ajustamentosconscientemente operados pelos prprios agentes supem o domniode um cdigo comum e que os empreendimentos de mobilizao coletiva nopodem ter sucesso sem um mnimo de concordncia entre os habitus dosagentes mobilizadores (por exemplo, profetas, chefes de partido etc.) e asdisposies daqueles cujas aspiraes eles se esforam em exprimir... funo.Automticas e impessoais, significantes sem inteno de significar, ascondutas ordinrias da vida se prestam a uma decifragem no menosautomtica e impessoal, a retomada da inteno objetiva que elas exprimemno exigindo de modo algum a "reativao" da inteno "vivida" daquele queas realiza29.

Cada agente, quer ele saiba ou no, quer ele queira ou no, produtore reprodutor de sentido objetivo: porque suas aes e suas obras so oproduto de um modus operandi do qual ele no o produtor e do qual no tem o domnio consciente, encerram uma "inteno objetiva", como diz a escolstica, que ultrapassa sempre suas intenes conscientes.(...)O habitus a mediao universalizante quefaz com que as prticas sem razo explcita e sem inteno significante de umagente singular sejam, no entanto, "sensatas", "razoveis" e objetivamenteorquestradas.Comment by usuario: sua posio presente e passada naestrutura social que os indivduos, entendidos como pessoas fsicas,transportam com eles, em todo tempo e lugar, sob a forma de habitus. Osindivduos "vestem" os habitus como hbitos, assim como o hbito faz omonge, isto , faz a pessoa social, com todas as disposies que so, aomesmo tempo, marcas da posio social e, portanto, da distncia social entreas posies objetivas, entre as pessoas sociais conjunturalmente aproximadas(no espao fsico, que no o espao social) e a reafirmao dessa distnciae das condutas exigidas para "guardar suas distncias" ou para manipul-Iasestratgica, simblica ou realmente, reduzi-las (coisa mais fcil para odominante do que para o dominado), aument-Ias ou simplesmente mant-Ias(evitando "deixar-se levar", "familiarizar-se", em poucas palavras, "guardandoseu lugar" ou, ao contrrio, "evitando permitir-se...", "tomar liberdade de...",enfim, "ficando no seu lugar").

P25. Em poucas palavras, enquanto produto da histria, o habitus produz prticas, individuais e coletivas, produz histria, portanto, em conformidade com os esquemas engendrados pela histria. O princpio da continuidade e daregularidade que o objetivismo concede ao mundo social sem poder explic-Io o sistema de disposies passado que sobrevive no atuar e que tende aperpetuar-se no futuro, atualizando-se nas prticas estruturadas segundo seusprincpios lei interior atravs da qual se exerce continuamente a lei dasnecessidades externas irredutveis s presses imediatas da conjuntura. Aomesmo tempo, o sistema de disposies o princpio das transformaes edas revolues regradas que nem os determinismos extrnsecos einstantneos de um sociologismo mecanicista, nem a determinao puramenteinterior mas puramente pontual do subjetivismo voluntarista ou espontanestaconseguem explicar. to verdadeiro quanto falso dizer que as aes coletivas produzem oacontecimento ou que elas so seu produto. Na verdade, elas so o produtode uma conjuntura, isto , conjuno necessria das disposies e de umacontecimento objetivo.Comment by usuario: A conjuntura poltica (por exemplo, revolucionria) spode exercer sua ao de estmulo condicional atraindo ou exigindo umaresposta determinada dos que a apreendem enquanto tal, sobre aqueles queesto dispostos a constitu-Ia enquanto tal porque so dotados de umdeterminado tipo de disposies passveis de serem redobradas e reforadaspela "tomada de conscincia", quer dizer, pela posse, direta ou mediata, de umdiscurso capaz de assegurar o domnio simblico dos princpios praticamentedominados do habitus de classe33. na relao dialtica entre as disposiese o acontecimento que se constitui a conjuntura capaz de transformar em aocoletiva as prticas objetivamente coordenadas, porque ordenadas anecessidades objetivas parcial ou totalmente idnticas. Sem jamais seremtotalmente coordenadas, posto que so o produto de "sries causais"caracterizadas por duraes estruturais diferentes, as disposies e a situaoque se conjugam na sincronia para constituir uma conjuntura determinadanunca so totalmente independentes, posto que so engendradas pelas estruturas objetivas, isto , em ltima anlise, pelas bases econmicas daformao social consideradaX. A histerese dos habitus, que inerente scondies sociais da reproduo das estruturas nos habitus, sem dvida umdos fundamentos do desacordo estrutural entre as ocasies e as disposiespara aproveit-Ias que gera as ocasies perdidas e, em particular, aimpotncia, freqentemente observada, para pensar as crises histricassegundo categorias de percepo e de pensamento que no sejam as dopassado, ainda que ele tenha sido revolucionr

P27. . A histerese dos habitus, que inerente scondies sociais da reproduo das estruturas nos habitus, sem dvida umdos fundamentos do desacordo estrutural entre as ocasies e as disposiespara aproveit-Ias que gera as ocasies perdidas e, em particular, aimpotncia, freqentemente observada, para pensar as crises histricassegundo categorias de percepo e de pensamento que no sejam as dopassado, ainda que ele tenha sido revolucionr

Ser que se reduz a um ter, a um ter sido, ter feito ser, o habitus o produto do trabalho de inculcao e de apropriao necessrio para queesses produtos da histria coletiva, que so as estruturas objetivas (porexemplo, da lngua, da economia etc.), consigam reproduzir-se, sob a forma dedisposies durveis, em todos os organismos (que podemos, se quisermos,chamar indivduos) duravelmente submetidos aos mesmos condicionamentos,colocados, portanto, nas mesmas condies materiais de existncia. dizerque a sociologia trata como idnticos todos os indivduos biolgicos que,sendo o produto das mesmas condies objetivas, so suporte dos mesmoshabitus: a classe social, enquanto sistema de relaes objetivas, deve serposta em relao no com o indivduo ou "classe" enquanto populao, isto ,enquanto soma de indivduos biolgicos quantificveis e mensurveis, mascom o habitus de classe enquanto sistema de disposies (parcialmente)comum a todos os produtos das mesmas estruturas. Se est excludo quetodos os membros da mesma classe (ou mesmo dois dentre eles) tenham tidoas mesmas experincias e na mesma ordem, certo que todo membro damesma classe tem maiores chances do que qualquer membro de uma outraclasse de ter-se defrontado, enquanto ator ou enquanto testemunha, com assituaes mais freqentes para os membros dessa classe.

P27.habitus como sistema subjetivo mas no individual deestruturas interiorizadas, esquemas de percepo, de concepo e de ao,que so comuns a todos os membros do mesmo grupo ou da mesma classe econstituem a condio de toda objetivao e de toda a percepo, fundamosento a concertao objetiva das prticas e a unicidade da viso do mundosobre a impessoalidade e a substituibilidade perfeita das prticas e das visessingulares.Comment by usuario: Desde que ahistria do indivduo nunca mais do que uma certa especificao da histriacoletiva de seu grupo ou de sua classe, podemos ver nos sistemas dedisposies individuais variantes estruturais do habitus de grupo ou de classe,sistematicamente organizadas nas prprias diferenas que as separam e ondese exprimem as diferenas entre as trajetrias e as posies dentro ou fora daclasse. O estilo "pessoal", isto , essa marca particular que carregam todos osprodutos de um mesmo habitus, prticas ou obras, no seno um desvio, eleprprio regulado e s vezes mesmo codificado, em relao ao estilo prprio auma poca ou a uma classe, se bem que ele remete ao estilo comum nosomente pela conformidade, maneira de Fdias que, a crer em Hegel, notinha "modos", mas tambm pela diferena que constitui todo "modo.

PEDAGOGIA DA TERRA

Elmar Altvater, hoje a questo socialpode ser elaborada adequadamente apenas como questo ecolgica (1992: 18)

P5/85 Para Francisco Gutirrez, parece impossvel construir um desenvolvimentosustentvel sem uma educao para o desenvolvimento sustentvel. Para ele, odesenvolvimento sustentvel requer quatro condies bsicas. Ele deve ser:1. economicamente factvel2. ecologicamente apropriado3. socialmente justo4. culturalmente eqitativo, respeitoso e sem discriminao de gnero.Em seu livro Pedagogia para el Desarrollo Sostenible (1994), FranciscoGutirrez denomina desenvolvimento sustentvel como aquele que apresentaalgumas caractersticas (ou chaves pedaggicas) que se completam entre elasnuma dimenso maior (holstica) e que apontam para novas formas de vida docidado ambiental:1 - Promoo da vida para desenvolver o sentido da existncia. Devemospartir de uma cosmoviso que v a Terra como um nico organismo vivo.Entender com profundidade o planeta nessa perspectiva implica uma reviso denossa prpria cultura ocidental, fragmentria e reducionista, que considera aTerra um ser inanimado a ser conquistado pelo homem.Ao invs de agredir a Terra para conquist-la, os maias, antes de ar-la paracultiv-la (= cultu-la), eles fazem uma cerimnia religiosa na qual pedemperdo Me Terra por ter que agredi-la com o arado para dela tirarem o seusustento.2 - Equilbrio dinmico para desenvolver a sensibilidade social. Porequilbrio dinmico Gutirrez entende a necessidade de o desenvolvimentoeconmico preservar os ecossistemas.3 - Congruncia harmnica que desenvolve a ternura e o estranhamento(assombro, capacidade de deslumbramento) e que significa sentir-nos comomais um ser -embora privilegiado- do planeta, convivendo com outros seresanimados e inanimados. Segundo Gutirrez, ... na busca desta harmonia serpreciso uma maior vibrao e vinculao emocional com a Terra... (1994: 19).... Na construo de nossas vidas, como cidados ambientais, no podemosseguir, como at agora, excluindo toda retroalimentao ao sentir -a emoo- e aintuio como fundamento da relao entre os seres humanos e a natureza...(Gutirrez, 1996: 17).4 - tica integral, isto , um conjunto de valores -conscincia ecolgica- qued sentido ao equilbrio dinmico e congruncia harmnica e que desenvolve acapacidade de auto-realizao.5 - Racionalidade intuitiva que desenvolve a capacidade de atuar como umser humano integral. A racionalidade tcnica e instrumental que fundamenta odesenvolvimento desequilibrado e irracional da economia clssica precisa sersubstituda por uma racionalidade emancipadora, intuitiva, que conhece oslimites da lgica e no ignora a afetividade, a vida, a subjetividade.Comment by usuario: Ou, como dizMorin, por uma lgica do vivente: Ns tivemos que abandonar um universoordenado, perfeito, eterno, por um universo em devir dispersivo, nascido nocenrio onde entram em jogo, dialeticamente -isto , de maneira ao mesmo tempocomplementar, concorrente e antagnica- ordem, desordem e organizao. (...) por isso que todo conhecimento da realidade que no animado e controlado peloparadigma da complexidade est condenado a ser mutilado e, neste sentido, falta de realismo (1993: 69; 148). O paradigma da racionalidade tcnica,concebendo o mundo como um universo ordenado, perfeito, admitindo que preciso apenas conhec-lo e no transform-lo, acaba conduzindo naturalizaodas desigualdades sociais. Elas deveriam ser aceitas porque o mundo assimmesmo e natural que seja assim. A racionalidade tcnica acaba justificandoa injustia e a iniqidade.

P6/526 - Conscincia planetria que desenvolve a solidariedade planetria. Umplaneta vivo requer de ns uma conscincia e uma cidadania planetrias, isto ,reconhecermos que somos parte da Terra e que podemos viver com ela emharmonia -participando do seu devir- ou podemos perecer com a sua destruio.PAREI P7

Paisagem coletiva atravs de estatsticas

Sobre as jornadas de junho...Um furor subjetivo e subjetivante que no corresponde as condies pretritas de cultura poltica dos ltimos anos, mas se ancora em novas condicoes de exercicio da cultura poltica, que se reinventa em uma conjuntura especfica.... houve nesse sentido uma mudana nas condies de exercicio do poder e legitimao no campo poltico mediante um deslocamento inovador no mbito da cultura poltica expressa em novas formas de manifestao, resistncia, reinvindicao etc..

Reunir, colaborar e extrair o que h de grandioso no patrimnio intelectual acumulado..O que sucede um possvel, mas no um necessrio..Negao implica a recusa da afirmao, mas est no implica necessariamente negao. O ser precede o nada. Metafsica pitagrica-platnicaAristoteles sobe a escada, pitgoras e plato descem da escada. Mas sobem e descem os mesmos degraus. Um racionaliza a empiria, plato parte das formas e ideias para chegar a realidade, esta repetiria aquela.-