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7/21/2019 Pitaia Uma Revisão Para o Brasil http://slidepdf.com/reader/full/pitaia-uma-revisao-para-o-brasil 1/9 Gaia Scientia (2014) 8 (1) Gaia Scientia (2014) Volume 8 (1): 90-98 Versão On line ISSN 1981-1268 http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/gaia/index Pitaia (  Hylocereus sp. ): Uma revisão para o Brasil Ernane Nogueira Nunes 1* , Alex Sandro Bezerra de Sousa 2 , Camilla Marques de Lucena 3 , Silvanda de Melo Silva 4 , Reinaldo Farias Paiva de Lucena 5 , Carlos Antônio Belarmino Alves 6  e Ricardo Elesbão Alves 7 . 1 Aluno de Pós Graduação (Mestrado) do Programa de Pós Graduação em Agronomia. Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Areia, Paraíba, Brasil. CEP: 58.397-000. 2 Aluno de Graduação em Agronomia. Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Areia, Paraíba, Brasil. CEP: 58.397-000. e-mail: [email protected] 3 Aluna de Pós Graduação (Doutorado) do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Universidade Federal da Paraíba. Campus I. João Pessoa, Paraíba, Brasil. CEP: 5801-970. e-mail: [email protected]  4 Professora da Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais. Areia. Paraíba. Brasil. CEP: 58.397-000. e-mail: [email protected] 5 Professor da Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais. Setor de Ecologia e Biodiversidade. Laboratório de Etnoecologia. Areia. Paraíba. Brasil. CEP: 58.397-000. e-mail: [email protected]  6 Professor da Universidade Estadual da Paraíba. Centro de Humanidades. Guarabira, Paraíba, Brasil. CEP: 58.200-000. e-mail: [email protected] 7 Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. EMBRAPA Agroindústria Tropical. Fortaleza. Ceará, Brasil. CEP: 60511-110. e-mail: [email protected][email protected]   Artigo recebido em 17 janeiro 2013; aceito para publicação em 8 março 2014; publicado 12 março 2014 Resumo As espécies da família Cactaceae, possivelmente tiveram sua origem na América do Norte, Central e do Sul. Na subfamília  Hylocereus, a espécie trepadeira com maior distribuição mundial,  são encontradas espécies frutíferas conhecidas como pitaia ou como são chamadas na Ásia, Fruta do Dragão. Estas espécies são originárias da América Tropical e Subtropical e  pertencem ao grupo de frutíferas tropicais consideradas promissoras para o cultivo em grande escala comercial. Há algumas décadas, essas plantas eram desconhecidas do mercado mundial, mas atualmente ocupam um crescente nicho no mercado de frutos exóticos na Europa e Estados Unidos, sendo cultivadas em diversas partes do mundo. Atualmente, a região Sudeste do Brasil é a principal produtora do país, mas existem diversos plantios distribuídos no Brasil, sendo alguns desses na região da Chapada do Apodí, nos municípios de Limoeiro do Norte e Quixeré, estado do Ceará. O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento bibliográfico sobre a pitaia no mundo e no brasil, com foco no manejo realizado na Chapada do Apodí, a fim de aprofundar debates sobre a possibilidade de ser uma nova cultura a ser explorada na região dos perímetros irrigados cearenses, principalmente o Distrito de Irrigação Jaguaribe-Apodí, onde predomina a bananicultura. Palavras chave: Cactaceae. Fruticultura irrigada. Chapada do Apodí. Abstract Pitaya (Hylocereus sp.): A Review for Brazil.  The species of the Cactaceae family possibly had its origin in North America, America Central and America of South. In subfamily  Hylocereus, the vine species with worldwide distribution, largest known fruit species found as pitaya or as it called in Asia, the Dragon Fruit. These species originate from tropical America and Subtropical and belong to the group of tropical fruit considered promising for cultivation on a large commercial scale. A few decades ago , these plants were unknown to the world market, but currently occupy a growing niche in the exotic fruit market in Europe and the United States, being cultivated in various parts of the world. Currently, the Southeast region of Brazil is the main producer in the country, but there are many plantations distributed in Brazil, some of which are in the Chapada do Apodí region, the municipalities of Limoeiro do Norte and Quixeré, state of Ceará. The objective of this  paper is to review the literature on the pitaya worldwide and in Brazil, focusing on the management at Chapada do Apodí, to deepen discussions on the possibility of a new culture to explore in the region of Ceará, in the irrigated perimeters, mainly the Irrigation District Jaguaribe-Apodi, dominated by banana plantations. Keywords: Cactaceae. Irrigated fruticulture. Chapada do Apodí.  __________________________ 1  *Autor para correspondência: [email protected] 

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Descrição de dados sobre a fruta pitaia no Brasil.

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Gaia Scientia (2014) Volume 8 (1): 90-98Versão On line ISSN 1981-1268http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/gaia/index

Pitaia ( Hylocereus sp.): Uma revisão para o Brasil

Ernane Nogueira Nunes1*, Alex Sandro Bezerra de Sousa2, Camilla Marques de Lucena3,

Silvanda de Melo Silva4, Reinaldo Farias Paiva de Lucena5,

Carlos Antônio Belarmino Alves6 e Ricardo Elesbão Alves7.

1Aluno de Pós Graduação (Mestrado) do Programa de Pós Graduação em Agronomia. Universidade Federalda Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Areia, Paraíba, Brasil. CEP: 58.397-000.

2Aluno de Graduação em Agronomia. Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de CiênciasAgrárias. Areia, Paraíba, Brasil. CEP: 58.397-000. e-mail: [email protected]

3Aluna de Pós Graduação (Doutorado) do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento e MeioAmbiente. Universidade Federal da Paraíba. Campus I. João Pessoa, Paraíba, Brasil. CEP: 5801-970.

e-mail: [email protected] 

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Professora da Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Departamento deCiências Fundamentais e Sociais. Areia. Paraíba. Brasil. CEP: 58.397-000. e-mail: [email protected] da Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Departamento deFitotecnia e Ciências Ambientais. Setor de Ecologia e Biodiversidade. Laboratório de Etnoecologia. Areia.

Paraíba. Brasil. CEP: 58.397-000. e-mail: [email protected]  6Professor da Universidade Estadual da Paraíba. Centro de Humanidades. Guarabira, Paraíba, Brasil. CEP:

58.200-000. e-mail: [email protected] da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. EMBRAPA Agroindústria Tropical.

Fortaleza. Ceará, Brasil. CEP: 60511-110. e-mail: [email protected][email protected] 

 Artigo recebido em 17 janeiro 2013; aceito para publicação em 8 março 2014; publicado 12 março 2014

Resumo

As espécies da família Cactaceae, possivelmente tiveram sua origem na América do Norte, Central e do Sul. Na subfamília Hylocereus, a espécie trepadeira com maior distribuição mundial, são encontradas espécies frutíferas conhecidas como pitaiaou como são chamadas na Ásia, Fruta do Dragão. Estas espécies são originárias da América Tropical e Subtropical e pertencem ao grupo de frutíferas tropicais consideradas promissoras para o cultivo em grande escala comercial. Há algumasdécadas, essas plantas eram desconhecidas do mercado mundial, mas atualmente ocupam um crescente nicho no mercado defrutos exóticos na Europa e Estados Unidos, sendo cultivadas em diversas partes do mundo. Atualmente, a região Sudeste doBrasil é a principal produtora do país, mas existem diversos plantios distribuídos no Brasil, sendo alguns desses na região daChapada do Apodí, nos municípios de Limoeiro do Norte e Quixeré, estado do Ceará. O objetivo deste trabalho é fazer umlevantamento bibliográfico sobre a pitaia no mundo e no brasil, com foco no manejo realizado na Chapada do Apodí, a fimde aprofundar debates sobre a possibilidade de ser uma nova cultura a ser explorada na região dos perímetros irrigadoscearenses, principalmente o Distrito de Irrigação Jaguaribe-Apodí, onde predomina a bananicultura.Palavras chave: Cactaceae. Fruticultura irrigada. Chapada do Apodí.

AbstractPitaya (Hylocereus sp.): A Review for Brazil.  The species of the Cactaceae family possibly had its origin in NorthAmerica, America Central and America of South. In subfamily  Hylocereus, the vine species with worldwide distribution,largest known fruit species found as pitaya or as it called in Asia, the Dragon Fruit. These species originate from tropicalAmerica and Subtropical and belong to the group of tropical fruit considered promising for cultivation on a large commercialscale. A few decades ago , these plants were unknown to the world market, but currently occupy a growing niche in theexotic fruit market in Europe and the United States, being cultivated in various parts of the world. Currently, the Southeastregion of Brazil is the main producer in the country, but there are many plantations distributed in Brazil, some of which are inthe Chapada do Apodí region, the municipalities of Limoeiro do Norte and Quixeré, state of Ceará. The objective of this paper is to review the literature on the pitaya worldwide and in Brazil, focusing on the management at Chapada do Apodí, todeepen discussions on the possibility of a new culture to explore in the region of Ceará, in the irrigated perimeters, mainly theIrrigation District Jaguaribe-Apodi, dominated by banana plantations.Keywords: Cactaceae. Irrigated fruticulture. Chapada do Apodí.

 __________________________1 *Autor para correspondência: [email protected] 

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Introdução

O objetivo central desse artigo éapresentar uma revisão sobre a pitaia( Hylocereus  sp.), uma espécie de Cactaceaeexótica ao Brasil, que apresenta grande

 potencial alimentício e comercial, e que vemganhando espaço no setor agrícola em nossoPaís, com destaque para a região da Chapadado Apodí, no Ceará. O texto aborda diversasquestões sobre a pitaia, indo desde a suaorigem até o sistema de produção.

As espécies da família Cactaceae, possivelmente tiveram sua origem na Américado Norte, Central e do Sul, sendo amplamentedistribuídas desde as zonas costeiras, passando pelas montanhas e florestas tropicais, sendototalmente adaptáveis a novos ambientes

(Luders e Mc Mahon 2006). As plantas destafamília são capazes de tolerar calor e frioextremos, períodos de estiagem e solos pobresem nutrientes. Estas plantas apresentam em suaestrutura, modificação do caule paraarmazenamento de água, redução ou ausênciade folhas, superfícies recobertas com cerasnaturais e abertura noturna dos estômatos paraa absorção de dióxido de carbono(metabolismo CAM), que permite que asmesmas tolerem as mais diferentes condições(Marenco e Lopes 2011). As cactáceas

encontram-se subdivididas em três subfamílias:Opuntioideae, Cactoideae e  Pereskioideae(Nyffeler 2002).

Dentro da família Cactaceae  existemcerca de 35 espécies que apresentam potencial para serem cultivadas com a finalidade dealimentação humana e animal, principalmenteas pertencentes aos gêneros  Hylocereus,Selenicereus, Cereus, Leptocereus, Escontria,

 Myrtilloactos, Stenocereus e Opuntia (Mizrahiet al. 1997). Na subfamília  Hylocereus  sãoconhecidas 16 espécies, sendo as espécies comhábito “trepadeira”  com maior distribuiçãomundial (Nerd et al. 2002; Legaria et al. 2005). Nesta subfamília, são encontradas espéciesfrutíferas conhecidas popularmente como“ pitaia” ou como é chamada na Ásia, “Fruta doDragão”. Estas espécies são originárias daAmérica Tropical e Subtropical e pertencem aogrupo de frutíferas tropicais consideradas promissoras para o cultivo em grande escalacomercial (Ortiz-Hernandez 2000).

As espécies  Hylocereus undatus (Haw.)

Britton & Rose,  Hylocereus polyrhizus(Weber) Britton & Rose,  Hylocereus

costaricensis (Weber) Britton & Rose , Hylocereus triangularis (L.) Britton & Rose e Hylocereus purpusii (Weing.) Britton & Rose são cultivadas na América Central (Guatemala,

Costa Rica, Nicarágua e RepúblicaDominicana) na América do Norte (México) eem Israel (Esquivel 2004). Entretanto, a pitaiaamarela do gênero Selenicereus, com 20espécies (Tel-Zur et al. 2004), se encontradistribuída geograficamente na Bolívia, Peru,Equador, Colômbia e Venezuela (Weiss et al.1995).

A pitaia ( Hylocereus  sp.) é uma planta perene, com hábitos de liana, pouco exigenteem relação a qualidade do solo, necessitandomais de matéria orgânica e macronutrientes,

 podendo crescer em copas de árvores e rochas(Alvarado et al. 2003). A etimologia do termo pitaia, segundo a enciclopédia britânica(Merriam-Webster 2014), originou-se da palavra pitahaya, o que reporta uma civilização pré-colombiana que habitava algumas ilhas daAmérica Central, os Tainos, e tem porsignificado fruta escamosa. São xerófilas,rupícolas e/ou terrestres, ramificadas,apresentando cladódios de coloração verdequando jovem, e pálidas quando envelhecem.Geralmente possuem espinhos de 1 mm a 4

mm de comprimento (Madgwich 1991).Apesar de ser uma fruta rústica, que se

aclimata com facilidade, requer uma adubaçãorica em matéria orgânica e nutrientes, taiscomo nitrogênio, potássio e fósforo (Ortiz-Hernandez 2000). O nitrogênio é requeridodurante o crescimento vegetativo até o pré-florescimento por estimular a emissão deraízes e brotações (Luders 2004), o potássioestá relacionado à translocação de carboidratose regulação da abertura e fechamento dosestômatos (Marenco e Lopes 2011; Duarte2013) e o fósforo é necessário para aformação do fruto (Marenco e Lopes 2011).

O fruto da pitaia é uma baga, tamanhomédio, formato globuloso e subglobuloso,apresentando coloração externa verde quandoimatura e amarela ou vermelha quandomadura. O fruto é coberto por brácteas ealgumas espécies apresentam espinhos em suacasca (Nerd e Mizrahi 1999). A polpaapresenta cores que variam do vermelho- púrpura brilhante ao branco, com inúmeras

sementes escuras comestíveis que seencontram distribuídas por toda a polpa. A

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colheita do fruto, geralmente, ocorre quandoatinge a maturação completa em torno de 30 a35 dias após a antese (abertura da flor) (Canto1993).

Do ponto de vista nutricional (Tabela 1)a pitaia ( Hylocereus sp.) não apresenta um

conteúdo diferenciado se compararmos comoutras frutas, principalmente com frutastropicais, mas se destaca com sabor e texturade polpa com sua grande quantidade desementes, lembrando um pouco o kiwi( Actinidia deliciosa  [A. Chev.] C.F. Liang etA.R. Ferguson) e as especulações sobre seuconteúdo de compostos bioativos.

Contém muita umidade, poucos lipídios,e juntamente com outros alimentos, podemauxiliar para uma dieta equilibradanutricionalmente, mas o que chama a atenção

 para inúmeros estudos é a quantidade decompostos bioativos, principalmente pigmentos e compostos fenólicos, geralmenterelacionado com a defesa do vegetal.

Esses compostos bioativos, tais comovitaminas, compostos fenólicos e pigmentos,são em sua maioria metabólitos secundários,que geralmente, estão relacionados com ossistemas de defesa das plantas contra aradiação ultravioleta ou as agressões de insetosou patógenos, mas que nos seres humanos, em baixas concentrações, desempenham um

importante papel de proteção como agentesantioxidantes, capazes de retardar ou inibir aoxidação de diversos substratos (Halliwell eGutteridge 2000; Manach et al. 2004).

Os compostos fenólicos estão entre as

mais difundidas classes de metabólitossecundários, sendo conhecidos pela sua grandeimportância no sistema de defesa das plantas,onde a maioria dos estudos relaciona essescompostos com estresse metabólico, paredecelular e exsudatos de raízes e sementes

(Manach et al. 2004). Os compostos fenólicosfazem parte da composição de pigmentos dasflores, agindo na proteção constitutiva contra pragas, funcionam como moléculas sinais eatuam como compostos alelopáticos, sendocomponentes estruturais e funcionais damatéria orgânica do solo (Siqueira et al. 1991)e que nos organismos vivos atuam comoquelantes de metais de transição. Nestes pigmentos naturais encontram-se os do grupodos flavonoides, carotenoides e antocianinasque proporcionam uma alta capacidade

antioxidante (Rice-Evans 1996.)Dentre os pigmentos presentes nas pitaias encontram-se as betalainas, que sãocompostos N-heterocíclicos solúveis em água,localizados principalmente nos vacúolos das plantas. As betalaínas se dividem em doisgrupos distintos, as betacianinas e betaxantinas(Wybraniec et al. 2007; Cai et al. 2005). As betacianinas apresentam geralmente corvermelho-púrpura e as betaxantinas coramarelo-alaranjado, e compõem diferentescores em flores e frutos. Dentre suas

 propriedades funcionais, as betalainas sãoidentificadas como um forte antioxidantenatural (Strack et al. 2003; Tesoriere et al.2004; Netzel et al. 2005).

Tabela 1  –   Componentes nutricionais encontrados em 100g de polpa de pitaia vermelha ( H. polyrhizus).

Umidade 85,521 gProteína 1,06 g

Carboidratos 12,34  gLipídios 0,21 g - 0,61 g

Fibra Bruta 0,34 gCinzas 0,361 g

Ácido Ascórbico (Vitamina C) 0,0092 g1 Oliveira et al., (2010); 2 Jaafar et al., (2009).

Mercado e potencialidades 

Há algumas décadas, essas plantas eramdesconhecidas do mercado mundial, masatualmente ocupam um crescente nicho nomercado de frutos exóticos na Europa e

Estados Unidos, onde vêm atraindo cada vezmais a atenção de comerciantes e

consumidores, não só por sua exóticaaparência, como também por suascaracterísticas sensoriais, nutracêuticas e altovalor comercial (Esquivel e Ayara-Quesada2012). Segundo Le Bellec et al., (2006) alguns povos sul-americanos utilizavam a pitaia como

remédio para algumas doenças, comoinfecções intestinais e deficiências alimentares.

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Estudos etnobotânicos reportaram que hátempos atrás, os índios americanos, principalmente do México, faziam uso dessesfrutos, tanto para alimentação humana eanimal, como para fins fitoterápicos. Comoeles eram considerados pobres, existia um

enorme preconceito com estes frutos pelasclasses com maior poder aquisitivo, de modoque durante muito tempo as espécies do gêneroforam marginalizadas, ficando assim restritacomercialmente (Vallado 2003).

O consumo de frutos frescos  vemaumentando na dieta dos consumidores que buscam maior valor nutritivo, efeitosterapêuticos e diferentes compostos químicosque são encontrados nas plantas, os chamadosfitoquímicos, que possuem atividadeantioxidante e podem estar relacionados com o

retardo do envelhecimento e a prevenção demuitas doenças (Severo et al. 2007). Essescompostos são chamados de compostos bioativos e podem desempenhar diversos papéis em benefício da saúde humana, sendo provenientes de vitaminas e metabólitosespeciais como fenólicos e pigmentos (Carratue Sanzini 2005; Ruiz 2006; Pereira 2011).

Por sua aparência exótica, facilidade deocorrência e diversidade, a pitaia acaboudespertando a atenção para diversos estudosque vêm comprovando a importância

fitoterápica da planta, cujo consumo do frutoestá diretamente associado à prevenção decomplicações cardiovasculares, circulatórias erespiratórias (Ness e Powles 1997; Herbach etal. 2006), úlceras e acidez estomacal (Molinaet al. 2009), câncer (Wu et al. 2006) e nocombate ao diabetes e Mal de Alzheimer(Abdille et al. 2005; Herbach et al. 2006). Emgrande parte, os efeitos fitoterápicos exercidos pelos frutos têm sido atribuídos principalmentea presença de substâncias com propriedadesantioxidantes, destacando as vitaminas,compostos fenólicos e os pigmentos naturais,sendo este grupo denominado de compostos bioativos, pois exercem um papel importantena atividade biológica (Ruiz 2006, Pereira2011).

As sementes da pitaia contêm um óleoque é um suave laxante (Crane e Balerdi2005) e que reduz os níveis de colesteroltotal e o colesterol de baixa densidade (LDL)em humanos (Phebe et al. 2009). Este óleoapresenta nível elevado de lipídeos funcionais

e pode ser utilizado com uma nova fonte deóleo essencial (Lim et al. 2010), sendo

comparativamente superior aos óleos delinhaça ( Linum usitatissimum  L.) e canola( Brassica napus L. var. oleífera) (Ariffin et al.2009), além de já serem fortemente utilizadascomo corante natural na indústria dealimentos (Jamilah et al. 2011; Esquivel e

Ayara-Quesada 2012).Todos estes fatores despertaram aatenção sobre a pitaia ( Hylocereus spp.), pelos principais mercados, tais como Estados Unidose Europa, que hoje consomem grande parte da produção mundial (Le Bellec et al. 2006). Asinformações sobre a pitaia e suas propriedadesestão ganhando ampla repercussão regional emundial, através dos meios de comunicação.

Pitaia no Brasil

 No Brasil, ainda são poucas as áreas de pitaia cultivadas, o que resulta na necessidadede importação da maior parte dos frutoscomercializados fazendo com que os preçossejam elevados e não acessíveis às camadasmais populares da população. No Brasil aespécie  H. undatus  passou a ser cultivada nadécada de 1990, no estado de São Paulo,sendo a região de Catanduva a principal produtora, mas na década de 2000 outrasespécies do mesmo gênero foram introduzidas,como  H. polyrhizus, e também foi reportada

uma pitaia nativa do Brasil, denominada pitaiado Cerrado (Selenicereus setaceus) (Junqueiraet al. 2002), sendo registrada também emregiões de brejo de altitude no estado daParaíba (Torres et al. 2009).

Atualmente, a região Sudeste do Brasil éa principal produtora do país, onde a cultura da pitaia se aclimatou muito bem, com produçãode frutos nos meses de dezembro a maio, e produtividade média anual de 14 toneladas defrutos por hectare (Bastos et al. 2006). Existemdiversos plantios distribuídos no Brasil, sendoalguns desses na região da Chapada do Apodí,nos municípios de Limoeiro do Norte eQuixeré, estado do Ceará, totalizandoaproximadamente 15 hectares da cultura, ondeas plantas produzem frutos o ano inteiro, com pequeno decréscimo nos meses mais chuvosos,que geralmente vão de janeiro a abril, e a produção é comercializada nas principais redesde supermercados de Fortaleza, capital doEstado, a preços elevados.

 No Brasil, as variedades disponíveis

comercialmente são  H. undatus (Figura 1A) ,fruto externamente apresentando cor vermelha-

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rosa, com polpa branca e sementes escuras,muito similar ao fruto do Cereus jamacaru P.DC. (mandacarú). A espécie  H. costaricensis ou H. polyrhizus (Figura 1B) , são as chamadas pitaias vermelhas, que além de coravermelhada-rosa na casca, apresentam polpa

vermelha-púrpura brilhante, similar ao fruto do

 Pilosocereus pachycladus F. Ritter (facheiro),e a pitaia de casca amarela com espinhos e polpa branca, da espécie Selenicereusmegalanthus (K. Schumann ex Vaupel) Moran(Figura 1C), muito difundida na Colômbia(Dueñas et al. 2009) e ainda pouco divulgada

no Brasil.

Figura 1 - Fruto de Hylocereus undatus (A) Moreira et al, 2011; fruto de Hylocereus polyrhizus (B) efruto de Selenicereus megalanthus, (C) Moreira et al, 2011.

Cultivo e manejo

O cultivo da pitaia depende muito dascondições climáticas e manejo adequado do produtor. Normalmente utiliza-se o sistema detutoramento, onde se coloca um tutor demadeira e se faz a fixação da planta. Na partesuperior das estacas, fixam-se arames para quea planta cresça verticalmente até eles, e seespalhe horizontalmente, em decorrência doseu comportamento de liana. Este sistema édenominado de “espaldeira”, muito semelhanteao que é utilizado na produção de maracujá( Passiflora sp.), na viticultura, dentre outras. Acolheita ainda é realizada de forma empírica,tendo principalmente os atributos de coloraçãoda casca, principal fator determinante damaturidade do fruto (Sagarpa 2000).

 Na Chapada do Apodí, no estado doCeará, alguns produtores estão optando poroutros métodos de manejo, como por exemplo,um tutor por planta, onde as plantas sãofixadas por barbantes e quando elas atingem aaltura do tutor, são colocados anéis de

 borrachas, elaborados a partir de pneus, para os

cladódios se apoiarem e “esgalharem-se” 

(Figura 2).

Chapado do Apodí  

A Chapada do Apodí é uma formaçãorochosa que fica entre os Estados do Ceará edo Rio Grande do Norte. Segundo aclassificação de Köppen, a região écaracterizada como „As‟, onde o clima é

tropical quente semiárido, com temperaturamédia anual de 26°C a 28°C, com mínima de22°C e máxima de 35°C (Peel et al. 2007). Aaltitude média em cima da Chapada é em tornode 140m e a precipitação média anual é720,5mm, registrando-se uma distribuição dechuvas muito irregulares, espacial etemporalmente, sendo os meses chuvosos de janeiro a abril (FUNCEME/IPECE 2011).

 Na região existem projetos agrícolas de pequeno, médio e grande porte, sendo algunsde particulares e outros do Governo, muitos

deles, dentro do projeto DIJA  –   Distrito deIrrigação Jaguaribe Apodí, que foi construído

AB

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 pelo DNOCS  –   Departamento Nacional deObras Contra a Seca e mantido pela FAPIJA  –  Federação das Associações do PerímetroIrrigado Jaguaribe Apodí, onde os produtoresmantém diversas culturas de frutíferas e grãos.

Para a cultura da pitaia, os produtores

estão utilizando um sistema adaptado dacultura da banana ( Musa  sp.), através dautilização de fitas coloridas para marcação dosfrutos. Quando a flor abre e,consequentemente, é fecundada (logo após aabertura da flor), uma fita é colocada, comdeterminada cor, e com um arame prendendo-aao cladódio mais próximo. A partir desta açãocontam-se quatro semanas para aquele fruto dacor da fita específica, ser colhida, o que permite criar um inventário de colheita, planejar sua comercialização, e evitar as perdas

 por falta de colheita.A fase adequada de maturidade, ou seja,o momento ideal da colheita é um fatorfundamental no armazenamento e qualidade

da maioria dos frutos, com a pitaia não édiferente (Wanitchang et al. 2010). Algunsfrutos precisam ser colhidos para consumo noestádio de maturação, para manter o saborótimo após colheita, são os frutosdenominados de não climatéricos, como as

frutas cítricas. Diferentemente destes, existemfrutos que mesmo depois de colhidos, sãocapazes de evoluir na maturação, são osfrutos climatéricos, como a banana (Chitarra eChitarra 2005).

Embora a colheita da pitaia sejarealizada quando o fruto atinge estádiocompleto de maturação, não há um consensosobre o comportamento climatérico destesfrutos (Duarte 2013). Alguns estudosrealizados incluem a pitaia dentro do grupo dosfrutos climatéricos (Camargo e Moya 1995),

enquanto outros autores, com base na baixa produção de caracterizam a pitaia comoapresentando comportamento não climatérico(Nerd et al. 1999).

Figura 2 - Manejo de pitaia por produtores na Chapada do Apodí, Ceará, Brasil.

Considerações finais A cultura da pitaia ( Hylocereus sp.) é bastante importante a nível mundial, pois

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mercados como Estados Unidos e Europaconsomem quase toda a produção mundial, precisando ser mais estudada do ponto de vistada qualidade dos frutos e seus potenciaisnutricionais, para a indústria farmacêutica e dealimentos.

Produtores brasileiros estão ampliandoáreas e novos produtores estão se tornandoadeptos da cultura. Muitos estudos ainda sãonecessários a fim de produzir frutos comqualidade no Brasil, para atender as demandasdos mercados, inclusive o nacional, que vemcrescendo gradativamente, em virtude dasinformações disponibilizadas pelos meios decomunicação em massa.

 Na Chapada do Apodí foramimplantadas algumas áreas que estão emobservação pelos produtores, principalmente

do ponto de vista do manejo de adubação eirrigação, e até agora vêm se mostrandosatisfatório.

Será que estamos diante de uma novacultura com grande potencial comercial, paratrazer mais opções aos produtores da região daChapada do Apodí e outras áreas do Nordeste eBrasil?

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