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29-Sep-17 1 PLACENTA E TERATOGÊNESE Placenta: interface materno-fetal estabelecida após a implantação embrionária Teratogênese: alterações no desenvolvimento embrionário que resultam em malformações. Função: Troca de gases, nutrientes • Excreção • Proteção Produção de hormônios A PLACENTA Composição : Contribuição MATERNA Endométrio (células deciduais) Contribuição FETAL Córion (Trofoblastos)+ Anexos extraembrionários Ao final do período de clivagem, o embrião é constituído de MASSA CELULAR INTERNA e TROFOECTODERME

PLACENTA E TERATOGÊNESE - vetusp.files.wordpress.com · Endométrio decidual Roedores (Dia 4-6) Primatas (Dia 7-9) Dia 12-21 Adesão Processo gradual e não invasivo Adecidua l ruminantes,

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29-Sep-17

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PLACENTA E

TERATOGÊNESE

Placenta: interface materno-fetal estabelecida após a implantação embrionária

Teratogênese: alterações no desenvolvimento embrionário que resultam em malformações.

Função:• Troca de gases,

nutrientes• Excreção• Proteção• Produção de hormônios

A PLACENTA

Composição :

Contribuição MATERNAEndométrio (células deciduais)

Contribuição FETALCórion (Trofoblastos)+Anexos extraembrionários

Ao final do período de clivagem, o embrião é constituído de

MASSA CELULAR INTERNA e TROFOECTODERME

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Massa

Celular

Interna

Blastocele

Trofoectoderme

Zona

Pelúcida

Ao final de várias mitoses, distinguem-se duas populações de células:

•Massa Celular Interna•Trofoectoderme

Embrião Propriamente Dito

Porção Embrionária da Placenta

Porção Embrionária da Placenta

Massa

Celular

Interna

Blastocele

Trofoectoderme

Zona

Pelúcida

Ao final de várias mitoses, distinguem-se duas populações de células:

•Massa Celular Interna•Trofoectoderme

Embrião Propriamente Dito

Porção Embrionária da Placenta

Porção Embrionária da Placenta

Massa Celular Interna

Trofoectoderme

Epiblasto

Hipoblasto

Córion (porção embrionáriada placenta)

Saco vitelino

EctodermaEndodermaMesoderma

•Citotrofoblasto•Sincítiotrofoblasto

Âmnion eMesoderma extraembrionário

Embrião propriamente ditoAnexos Extraembrionários

A Massa Celular Interna se diferencia em EPIBLASTO E HIPOBLASTOEPIBLASTO: Fica mais distante da BlastoceleHIPOBLASTO: Mais próximo da Blastocele

Blastocele

Blastocele

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Na região da massa celular interna, os trofoblastos são gradualmente perdidos

A PLACENTA

Composição :

Contribuição MATERNAEndométrio (células deciduais)

Contribuição FETALCórion (Trofoblastos)+Anexos extraembrionários

O QUE SÃO ANEXOS EXTRAEMBRIONÁRIOS?

http://www.cabrillo.edu/~jcarothers/lab/notes/reptiles/FRAMES/MainFrame.html

Proteção mecânica Excretas Trocas de gases Nutrição

Saco Vitelinico

Em aves

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Em mamíferos

AMNION ALANTÓIDE CÓRION

SACO VITELINO

QUAL SERIA A FUNÇÃO DOS ANEXOS

EXTRAEMBRIONÁRIOS?

•Proteção mecânica e bioquímica

•Fixação

•Troca de gases

•Hidratação (vertebrados terrestres)

•Nutrição

•Armazenagem de excretas•Endócrino

Como são formados os anexos ?

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Em mamíferos

AMNION ALANTÓIDE CÓRION

SACO VITELINO

Na gastrulação, o mesoderma embrionário LATERAL é contínuo com o mesoderma extraembrionário, que formará duas lâminas:

SOMÁTICO recobrindo o ECTODERMA extraembrionário (DORSAL) eESPLÂNCNICO recobrindo o ENDODERMA extraembrionário (VENTRAL)

Trofoectoderme

Mesoderma Extraemb

SOMÄTICO(dorsal)

CAVIDADE

CORIÔNICAÂMNION

Vesícula vitelínica

MESODERMA LATERAL

ESPLÂNCNICO(ventral)

O ectoderma extraembriónário recoberto de mesoderma

somático curva-se para cima e se funde, formando o âmnion.

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O endoderma extraembriónário recoberto de mesoderma

esplâncnico curva-se para baixo e forma o alantóide e saco

vitelino

Córion = Trofoblastos + Mesoderma extraembrionário

Âmnion=Epiblasto/Ectoderma Extraembrionário + Mesoderma extraembrionário

Saco vitelino=Hipoblasto/Endoderma extraembrionário+ Mesoderma extraembrionário

Alantóide = Hipoblasto/Endoderma extraembrionário + mesoderma extraembrionário

M.

So

tico

M.

Esp

lân

cn

ico

DO

RS

AL

VE

NT

RA

L

Trofoectoderma+Ectoderma Extraemb.

Mesoderma Extraemb.

Somatopleura

ÂMNION Proteção contra impacto

ÂMNION

Vesícula vitelínica

CAVIDADE

CORIÔNICA

Endoderma Extraemb.

Mesoderma Extraemb.

Esplâncnopleura

SACO VITELINOnutrição (por pouco tempo). O teto formará o sistema digestivo

ÂMNION

Vesícula vitelínica

CAVIDADE

CORIÔNICA

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A placenta varia muito entre as espécies

• Contribuição dos anexos extraembrionários

• Distribuição da interface materno-fetal

• Camadas de tecido entre a circulação materna e fetal

• Período de implantação

A placenta varia muito entre as espécies

• Contribuição dos anexos extraembrionários

• Distribuição da interface materno-fetal

• Camadas de tecido entre a circulação materna e fetal

• Período de implantação

Amnion

Córion

Cório-alantóide

A Placenta Cório-alantóidica principal entre os

mamíferos

Alantóide

Artérias placentárias Veias Placentárias

Amnion

Córion Cório-âmniótica

A Placenta Cório-amniótica

Alantóide

Humanos, primatas

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Primatas

A placenta varia muito entre as espécies

• Contribuição dos anexos extraembrionários

• Distribuição da interface materno-fetal

• Camadas de tecido entre a circulaçãomaterna e fetal

• Período de implantação

A placenta varia muito entre as espécies

• Contribuição dos anexos extraembrionários

• Distribuição da interface materno-fetal

• Camadas de tecido entre a circulação materna e fetal

• Período de implantação

Gynecologic and obstetric investigation, v. 64, n. 3, p. 166–174, 2007.

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Trompa de Falópio

Útero

Em Humanos, o blastocisto com a Massa Celular Interna e o disco germinativo implanta no colo do útero.

Em humanos, o embrião se desenvolve inserido na parede uterina. Com o crescimento fetal, a cavidade uterina é obliterada.

http://beyondthedish.files.wordpress.com/2012/12/trophoblast.gif?w=652

A manutenção do endométrio receptivo depende de altos níveis de PROGESTERONA, que é secretado pelo CORPO LÚTEO

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Gynecologic and obstetric investigation, v. 64, n. 3, p. 166–174, 2007.

COMO QUE O ÚTERO “SABE” QUE EXISTE UM EMBRIÃO?ou seja, como que os níveis altos de progesterona são mantidos?

Antes da implantação E DEPOIS de eclodir da zona pelúcida, os embriões de ungulatos sofrem ALONGAMENTO e não se implantam de imediato.

Disco bilaminar

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ESPÉCIE ALONGAMENTO (DIAS)

Ovinos 11 – 16 dias

Bovinos 12 – 18 dias

Suínos 10- 16 dias

Equinos, gatos e cachorros

Não ocorre

Humanos Não! NÃO E NÃO!

O alongamento depende de secreções uterinas conhecidas como HISTOTROFOSE tem como objetivo MANTER o CORPO LÚTEO

ESPÉCIE ALONGAMENTO (DIAS)

Ovinos 11 – 16 dias

Bovinos 12 – 18 dias

Suínos 10- 16 dias

Equinos, gatos e cachorros

Não ocorre

Humanos Não! NÃO E NÃO!

E quando não há alongamento?

Nos equinos, a CÁPSULA impede a implantação inicial e favorece a translocação uterinaEste processo é importante para manter o corpo lúteo=progesterona

http://www.equine-embryo-transfer.com/image017.html

Cápsula

Zona Pelúcida

Eclosão daZona Pelúcida

A CÁPSULA é uma capa rígida que fica entre a zona pelúcida e o ovo

Animal Reproduction Science 87 (2005) 269–281

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(

DIAPAUSA

Desenvolvimento embrionário suspenso, em geral no blastocistoNÃO CONFUNDA COM ALONGAMENTO EMBRIONÁRIO

Vantagens:

• Evita sobreposição de ninhadas para amamentação• Aguarda condições climáticas favoráveis• Ocorrência documentada em animais de clima

temperado e... camudongos

Renfree, M. B. and Fenelon, J. C. (2017). The

enigma of embryonic diapause. Development

144, 3199–3210.

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)

A placenta varia muito entre as espécies

• Contribuição dos anexos extraembrionários

• Distribuição da interface materno-fetal

• Camadas de tecido entre a circulação materna e fetal

• Período de implantação

A placenta varia muito entre as espécies

• Contribuição dos anexos extraembrionários

• Distribuição da interface materno-fetal

• Camadas de tecido entre a circulação materna e fetal

• Período de implantação

implantação

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OBJETIVO DA IMPLANTAÇÃO:

Favorecer o contato da corrente sanguínea materna com a fetal

(nutrição hemotrófica).

http://beyondthedish.files.wordpress.com/2012/12/trophoblast.gif?w=652

Implantação invasiva e Adesão

não-invasiva

Oviducto Útero

ImplantaçãoProcesso Agudo

Endométrio decidual

Roedores (Dia 4-6)

Primatas (Dia 7-9)

Dia 12-21

AdesãoProcesso gradual e não invasivo

Adecidual

ruminantes,

cavalo e suínos

Dependendo da espécie, a implantação pode ser mais ou menos invasiva

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A placenta varia muito entre as espécies

• Contribuição dos anexos extraembrionários

• Distribuição da interface materno-fetal

• Camadas de tecido entre a circulação materna e fetal

• Período de implantação

DICA 1:

O NÚMERO DE TECIDOS entre o sangue fetal e materno

depende da INVASIVIDADE DA IMPLANTAÇÃO

DICA 1:

O NÚMERO DE TECIDOS= BARREIRA PLACENTÁRIA

entre o sangue fetal e maternodepende da INVASIVIDADE

DA IMPLANTAÇÃO

http://beyondthedish.files.wordpress.com/2012/12/trophoblast.gif?w=652

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Tipos de placentaQuanto a barreira materno-fetal

1. Endotélio de capilar Coriônico

2. Tecido Conjuntivo Coriônico3. Epitélio Coriônico

4.Epitélio Endometrial

5.Tecido Conjuntivo Uterino6.Endotélio Capilar Uterino

FE

TA

L

MA

TE

RN

O

DICA 2:

NUNCA há perda de tecidofetal

EPITELIO CORIAL SINDESMO CORIAL

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ENDOTELIO CORIAL HEMO CORIAL

Epitelio-Corial

Sindesmo-Corial

Endotelio-Corial

Hemo-Corial

Endotélio

Epitélio

Epitélio

Conjuntivo

Endotélio

Ma

tern

al

Fe

tal

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Barreira

Cavalo, VacaEpitelio Corial

Ovelha Sindesmo-Corial

Cães e Gatos Endotélio-Corial

Homem Hemo-Corial

Barreira

Cavalo, VacaEpitelio Corial

Adecídua

OvelhaSindesmo-

Corial

Cães e Gatos Endotélio-Corial

Decídua

Homem Hemo-Corial

A placenta varia muito entre as espécies

• Contribuição dos anexos extraembrionários

• Distribuição da interface materno-fetal

• Camadas de tecido entre a circulação materna e fetal

• Período de implantação

Barreira

Cavalo, VacaEpitelio Corial

Adecídua

OvelhaSindesmo-

Corial

Cães e Gatos Endotélio-Corial

Decídua

Homem Hemo-Corial

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Tipos de placentaQuanto a área de interação materno-fetal

Difusa

Cotiledonária

Discoidal

ADECÍDUA DECÍDUA

Zonal

Tipos de placentaQuanto a área de interação materno-fetal

Difusa

Cotiledonária

Discoidal

ADECÍDUA DECÍDUA

Zonal

Tipos de placenta

DifusaCavalo, porco

Cotiledonária

Discoidal

ADECÍDUA DECÍDUA

Zonal

Placenta Difusa

Interface Materno-Fetal distribuído por toda a

superfície da Placenta

endometrial cups in the mare

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Implantação SuínaFormação de MICROCOTILÉDONES

Placenta Difusa

Eqüino Suíno

A parte fetal da placenta de suínos forma LAMELAS

distribuídas de forma difusa por toda a superfície do Córion

http://placentation.ucsd.edu/pigbg/pig02.html

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A parte fetal da placenta de equinos forma VILOSIDADESdistribuídas de forma difusa

por toda a superfície do Córion

http://placentation.ucsd.edu/horsefs.htm

Tipos de placenta

Difusa

CotiledonáriaVaca, cabra, ovelha

Discoidal

ADECÍDUA DECÍDUA

Zonal

As VILOSIDADES do corioalantóide de

ruminantes seguem a forma de carúnculos

presentes no endométrio:

CÔNCAVASou

CONVEXAS

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Epitélio Uterino

Ectoderma Coriônico

Mesoderma extraembrionário

Endoderma do Alantóide

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Cotiledonária Tipos de placenta

Difusa

Cotiledonária

Discoidal

ADECÍDUA DECÍDUA

ZonalCães, gatos, furão

Cório-alantóide

V. Vitelinica

Tecido uterino

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e… cachorros http://placentation.ucsd.edu/cat06.html

Tipos de placenta

Difusa

Cotiledonária

DiscoidalHumanos, primatas

ADECÍDUA DECÍDUA

Zonal

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Discoidal

Interface numa região circular

concentrada

Córion LISO

Córion VILOSO

Barreira Distribuição Endométrio

CavaloEpitelio Corial Difusa

AdecíduaVaca

Epitelio CorialCotiledonária

OvelhaSindesmo-

CorialCotiledonária

Cães e Gatos Endotélio-Corial Zonal

Decídua

Homem Hemo-Corial Discoidal

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Barreira Tipo de Placenta

Cavalo,Epitelio Corial Adecídua

Difusa

Vaca Epitelio CorialAdecídua

Cotiledonária

Ovelha Sindesmo-CorialAdecídua ou

parcialm.decídua

Cotiledonária

Cães e Gatos Endotélio-CorialDecídua

Zonal

Homem Hemo-CorialDecídua

Discoidal

Pe

rda

do

Ep

itélio

Ma

tern

o

Site com placentas diversas

placentation.ucsd.edu/placenfs.html

DICA:

O NÚMERO DE TECIDOS= BARREIRA PLACENTÁRIA

entre o sangue fetal e materno depende da INVASIVIDADE

DA IMPLANTAÇÃO

Teratogênese:

Interferência nos mecanimos normais de embriogênese que resultam em desenvolvimento anormal ou abortivo

Esta interferência pode ser a nível SOMÁTICO e/ou GERMINATIVO

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Teratogênese:Interferência nos mecanismos normais de embriogênese

que resultam em desenvolvimento

anormal ou abortivo

Fatores Intrínsicos : Mutação genética

Fatores Extrínsicos: Agentes teratogênicos

Genético ou Ambiental?

Difícil diferenciar com apenas uma gestação

Genético: mais provável em casos de endogamia e/ou se limitada a uma linhagem apenas.

Ambiental: mais provável se afeta várias linhagens simultâneamente e se for sazonal.

1. O genótipo do embrião determina a suscetibilidade aos agentes teratogênicos.

2. O agente teratogênico tem que ser capaz de alcançar o embrião durante a gestação.

3. O efeito teratogênico age de forma dose-dependente.

4. PARA CAUSAR EFEITO, O AGENTE TERATOGÊNICO DEVE ESTAR PRESENTE DURANTE O PERÍODO SUSCETÍVEL.

Fatores Extrínsicos: Agentes teratogênicos-agentes químicos-agentes infecciosos-agentes físicos

Subnutrição

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Exemplos de Agentes Teratogênicos de origem química

•Ácido retinóico

•Talidomida•Cortisona•Álcool

•Mercúrio•Chumbo

•DDT•PCB

•Cocaína•Heroína

Alterações no sistema nervoso

Veratrum californicum

ciclopia

Astragalus lentiginosus

Lupinus sp.

Flexura excessiva das articulações ou tendões

Nicotiana sp (Tabaco)

Outras deformidades esqueléticas

Brassica sp

(couve galega)

Alterações no desenvolvimento glandular

Tireóide (gota)

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