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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”
PLANEJAMENTO DE ENSINO NO PROCESSO
AVALIATIVO COMO PRÁTICA EDUCATIVA
LUÍS CARLOS ALVES E SILVA
ORIENTADOR: ANTONIO FERNANDO VIEIRA NEY
VÁRZEA GRANDE – PI
MARÇO/ 2009
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”
PLANEJAMENTO DE ENSINO NO PROCESSO
AVALIATIVO COMO PRÁTICA EDUCATIVA
LUIS CARLOS ALVES E SILVA
Trabalho monográfico apresentado como requisito
parcial para obtenção do grau de Especialista em
Supervisão Escolar.
VÁRZEA GRANDE – PI
MARÇO/ 2009
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter sempre me dado forças para continuar
lutando por um futuro melhor. Ao professor e
orientador Antonio Ney, pela disponibilidade e carinho
que sempre teve ao me orientar nesta difícil jornada.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha esposa Jarlany
Campelo, companheira fiel e responsável por minha
força em buscar o aprimoramento contínuo como
pessoa e profissional. Em especial, à minha filha
Lunna, um presente de Deus.
5
RESUMO
No intuito de contribuir para uma educação mais eficiente e eficaz, foi realizado esse projeto que visa a reflexão e conscientização da importância de um planejamento voltado para o processo de ensino-aprendizagem integrado no contexto social, proporcionando assim o norteamento sistematizado na realização das atividades propostas, mobilizando sujeitos vinculados a processos de socialização entre escola e comunidade. De acordo com o estudo feito sobre esse tema, o planejamento de ensino que ainda se encontra fora da realidade e necessidade dos alunos, não proporciona uma visão avaliativa no sentido de diagnosticar o que está bem e o que precisa melhorar no processo educativo. Tal pesquisa traz como principal objetivo reconhecer o planejamento de ensino, quando voltado para o processo avaliativo, como um ato que proporciona a melhoria do ensino e, consequentemente da aprendizagem, bem como identificar o planejamento de ensino como uma atividade intencional que subsidia uma maior coerência das ações avaliativas. O procedimento metodológico utilizado no decorrer do trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica, bem como análise de artigos de revistas e periódicos, livros, consulta na internet, entre outros.
Palavras-chave: planejamento e processo avaliativo.
6
METODOLOGIA
Este trabalho tem como metodologia a pesquisa bibliográfica, através
de dados coletados a respeito da problemática em questão, encontrada em
livros, artigos, periódicos, entre outros, onde foram realizadas leituras
analíticas de vários teóricos que postulam o objeto de estudo contribuindo,
dessa forma, para o enriquecimento e conclusão da monografia.
Após a análise dos dados coletados iniciou-se um processo reflexivo,
onde o mesmo aconteceu de forma interativa através da observação do
universo educacional, como também dos profissionais que são um dos
principais focos da temática em questão, e por meio de diálogos com os
diversos integrantes da instituição, até mesmo os alunos. Assim foi possível
compreender em que nível se encontra o processo de ensino-aprendizagem
dentro da sala de aula.
Dessa forma, a pesquisa que se segue delimita-se à análise e
reflexão do tema abordado, onde há a necessidade de conscientizar os
educadores sobre o verdadeiro sentido do planejamento de ensino, não mais
o considerando como um simples ato burocrático, proporcionando um
melhor preparo dos educadores quanto às necessidades e dificuldades dos
alunos.
O estudo teve início no período de março de 2005 se estendendo
até a conclusão do trabalho monográfico, onde foi possível observar a falta
de interesse dos educadores em desenvolver com eficiência a prática do
planejamento de ensino voltado para o processo avaliativo.
7
PROPOSTA DE SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................09
CAPÍTULO I
Níveis de planejamento...........................................................................12
1.1. Planejamento, administração e recursos escassos............................14
1.2. Planejamento na prática escolar........................................................ 16
1.3. Planejamento escolar.........................................................................18
1.3.1. Atividades de planejar.........................................................................19
1.3.2. Avaliação: instrumento da construção do projeto de ação.................20
1.3.3. Planejamento de avaliação.................................................................21
CAPÍTULO II
Planejamento: execução e avaliação......................................................23
2.1. Planejamento geral do ensino................................................................23
2.1.1. Avaliação: processo de construção satisfatória...................................25
2.2. Planejamento educacional e dinâmico...................................................27
2.2.1. Planejamento de ensino numa perspectiva crítica..............................28
2.2.2. Planejamento e ação pedagógica.......................................................29
2.2.3. Planejamento: processo integrado no contexto social........................30
CAPÍTULO III
Planejamento didático..............................................................................32
3.1. Planejamento X plano.............................................................................32
3.1.1. Ensino renovado..................................................................................33
3.2. Característica da renovação pedagógica...............................................34
3.3. Tipos de planejamento da educação......................................................35
3.4. Planejamento curricular..........................................................................36
3.5. Planejamento didático............................................................................37
8
CAPÍTULO IV
Dimensões da avaliação educacional......................................................38
4.1. Avaliação de sala de aula.......................................................................38
4.2. Avaliação institucional............................................................................40
4.3. Avaliação de currículo............................................................................41
4.4. Avaliação educacional............................................................................41
4.4.1. Avaliação de sistema..........................................................................42
4.4.2. Avaliação com eficiência.....................................................................43
4.4.3. Avaliação na visão dos PCNs.............................................................43
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................46
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................48
9
INTRODUÇÃO
As idéias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas
nos dias atuais, em que se torna complicado para o exercício da prática de
planejar, como compreensão de conceitos e o uso adequado dos mesmos.
O planejamento é o processo de busca do equilíbrio entre os meios e os fins,
entre recursos e objetivos para visar o melhor funcionamento das empresas,
instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades
humanas.
O ato de planejar tornou-se sempre um processo de reflexão, e
tomada de decisão sobre a ação; processo de necessidades e
racionalização de emprego de meios e recursos disponíveis que visam a
concretização de objetivos em prazos determinados e etapas definidas, a
partir dos resultados das avaliações.
Portanto planejar é um processo amplo que visa dar respostas a
problemas, que estabeleçam meios e fins apontando para a superação de
modo a atingir objetivos previstos pensando necessariamente no futuro, a
que os aspectos contextuais e os pressupostos filosóficos, culturais,
econômicos e políticos de quem planeja e com quem se planejar, em que
atividade está dentro da educação, visto que esta tem como característica
básica: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que
possam nortear propriamente a execução da ação educativa, prevendo o
acompanhamento e a avaliação da própria ação.
Sendo notório o fato de o planejamento ser uma necessidade
constante em todas as áreas das atividades humanas, em que a atitude de
planejar ganha importância e torna-se necessária principalmente nas
sociedades complexas do ponto de vista organizacional, em que o
planejamento e avaliação caminham de mãos dadas, fez-se necessário um
estudo aprofundado sobre o mesmo e sua influência no processo avaliativo
como prática educativa, levando-se em consideração o problema que
10
despertou o interesse neste assunto, ou seja, a preocupação em saber como
tornar o planejamento de ensino uma prática coletiva de sucesso educativo,
deixando de ser um mero ato individualizado e burocrático.
O objetivo principal deste trabalho é, portanto, reconhecer que o
planejamento de ensino voltado para o processo avaliativo é um ato que
proporciona a melhoria do ensino e, consequentemente, da aprendizagem,
bem como identificar o planejamento de ensino como uma atividade
intencional que subsidia uma maior coerência das ações avaliativas.
Sendo assim, a avaliação educacional foi definida como um casaco
de várias cores, que se utiliza conforme o local e a ocasião. Significa que a
avaliação tem muitas dimensões e que melhor possam atender ao tipo de
decisão que tem que ser tomada.
Assim, a avaliação em sala de aula tem como foco o processo de
ensino-aprendizagem e visa a subsidiar o aperfeiçoamento da prática
docente a partir de um planejamento bem elaborado. Pois com este
pensamento fez-se necessário realizar um trabalho de pesquisa cujo objetivo
foi obter maiores informações e conhecimento sobre o tema proposto:
“Planejamento de ensino no processo avaliativo como prática educativa”,
cuja metodologia utilizou-se de pesquisa bibliográfica.
O referido trabalho foi dividido em quatro capítulos contando de
subcapítulos, ambos abordando os mais diferenciados temas sem fugir de
sua proposta.
O primeiro capítulo destina-se a descrever os níveis de planejamento,
ressaltando os mais importantes e que estão diretamente relacionados à
prática da supervisão escolar, visto que este trabalho está voltado para esta
área de ensino. Este capítulo também se preocupa em fazer relações
importantes entre a prática de planejar e suas funções dentro do universo do
supervisor escolar, do professor e da escola em si.
11
O segundo capítulo trata do planejamento e a sua execução
ressaltando também a avaliação no ensino, abordando os seguintes temas:
planejamento geral e de ensino, tendo este como subtópico a avaliação
como processo de construção satisfatória, planejamento educacional e
dinâmico, planejamento de ensino numa perspectiva crítica, planejamento e
ação pedagógica e, por fim, planejamento como processo integrado no
contexto social.
O terceiro capítulo aponta o planejamento didático apontando alguns
temas como a diferença entre plano e planejamento, o ensino renovado,
características da renovação pedagógica, tipos de planejamento da
educação, planejamentos educacional e didática.
O quarto e último capítulo faz uma narrativa minuciosa sobre as
dimensões da avaliação educacional destacando os seguintes tipos de
avaliação: na sala de aula, institucional, de currículo, educacional, que tem
como subtópicos a sistemática, a de eficiência e faz uma referência na visão
dos PCNs.
12
CAPÍTULO I
Níveis de planejamento
Seguindo uma seqüência lógica deve-se, inicialmente, tentar
compreender o sentido do ato de se planejar, visto que:
Podemos dizer que planejar é estudar. Planejar é, portanto, ‘assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema’. Diante de um problema eu procuro refletir para decidir quais as melhores alternativas de ação possíveis para alcançar determinados objetivos a parir de certa realidade. (Piletti, 1987 p. 61)
Assim, procura-se compreender também os seus diversos níveis,
tipos e dimensões, para um entendimento completo e relevante para o nosso
estudo.
O processo de planejamento educacional é desenvolvido em vários e
determinados níveis. O mesmo apresenta-se em nível nacional, estadual ou
de um sistema determinado através do qual se definem e estabelecem
finalidades, metas e objetivos da educação, onde se encontra implícita a
filosofia da educação, em que o plano nacional de educação reflete a política
de um povo inserido num contexto histórico.
Abrangentemente encontram-se os planos das escolas, com seus
respectivos cursos dos quais decorrem os planos curriculares, que definem a
filosofia de ação e toda dinâmica escolar, os quais se fundamentam
naturalmente na filosofia da educação expressa nos planos nacionais e
educacionais.
A partir dos planos curriculares é que se planeja, de maneira
sistemática e global, a ação escolar. Os planos escolares operacionalizam-
se através dos planos setoriais de ensino e plano nacional de educação,
sendo de suma importância, onde “os professores ao elaborarem seus
planejamentos de ensino, analisem o plano global de educação para
13
poderem imprimir, nos planos de ensino, a filosofia da educação, adaptada
pela própria escola” (Santana, 1999 p. 48).
Como decorrência dos planos curriculares, os planos de ensino são
de disciplinas, de unidade, e experiências propostas pela escola,
professores, alunos e comunidade. Os planos de ensino devem ser
trabalhados nos componentes fundamentais do plano curricular, bem como a
filosofia educacional da escola. Por sua vez, os planos de ensino
especificam os objetivos, os conteúdos, os recursos humanos e materiais, os
procedimentos e o processo avaliativo, que compreendem os planos de
disciplina, unidade, de aula e de outras atividades.
O ato de planejar é a atividade intencional pelo qual se projetam e se
estabelecem meios para atingi-los. Por isso não é neutro, mas
ideologicamente, tornando-se claro que não há atividade humana neutra.
O ser humano não age sem fins independentes quaisquer que sejam
e em que níveis de consciência estejam. Não importando o fato é que, na
origem de toda conduta humana, há uma escolha; em que implicam
finalidades e valores.
Dessa forma, o ser humano está condenado a escolher, onde:
A natureza, a sociedade em que vivemos o futuro a ser vivido, as relações com pessoas, às vivências. Não somos, pois indiferentes ao mundo no qual vivemos. Assumimos posição. Aceitamos e lutamos por alguma coisa quando a avaliamos positivamente, assim como rejeitamos outra, quando atribuímos a ela um valor negativo. O ser humano é um ser que avalia, em todos os instantes de sua vida. (Luckesi, 2002 p. 106)
Por isso, o ato de planejar, como todos os atos humanos implicam
escolha e, por isso, apresenta-se numa opção axiológica, que subsidia o ser
humano num encaminhamento de suas ações e obtenção de resultados.
14
Apesar de ser um fato constitutivo o ato de planejar, a prática do
planejamento especialmente na educação tem sido conduzida como se
fosse uma atividade neutra.
O planejamento não é e nem será exclusivamente um ato político-
filosófico, nem exclusivamente um ato técnico; será sim um ato ao mesmo
tempo político-social, científico e técnico: político-social na medida em que
está comprometido com as finalidades sociais e políticas; científico, na
medida em que não se pode planejar sem o conhecimento da realidade.
1.1. Planejamento, administração e recursos escassos.
Ao se analisar o tema planejamento, afirma-se que “é importante que
todos compreendam que o planejamento é uma simples técnica de
administrar recursos e que, em si é neutro” (Neto, 1966 p. 14).
Assumindo-se a perspectiva dessa definição, o planejamento se
reduz a uma técnica sofisticada que estabelece previsões operacionais,
materiais, financeiras e humanas, onde:
Podemos definir o planejamento como a aplicação sistemática do conhecimento humano para prever e avaliar cursos de ação alternativos com vista à tomada de decisões adequadas e racionais, que sirvam de base para a ação futura, planejar é decidir antecipadamente o que deve ser feito, ou seja, um plano é uma linha de ação pré-estabelecida. (Holanda, 1966 p. 19)
Em síntese, o que se observa, nas publicações, no ensino ou na
prática, é que o planejamento tem sido visto como técnica neutra de prever a
administração de recursos disponíveis da forma mais eficiente possível. Seja
no nível teórico ou prático.
15
Portanto, no âmbito da prática educativa escolar, o planejamento tem
sido praticado nos ensinamentos dos livros de didática e a prática de
planejamento do ensino na escola. Dessa forma, o professor torna-se um ser
limitado e incapaz de criar e ousar no seu planejamento, deixando de lado o
principal interessado que é o aluno e suas necessidades.
A administração da escola deve incentivar o professor a tomar
decisões e iniciativas mais produtivas, buscando sempre manter uma boa
relação com o corpo docente, investindo nestes como seres humanos
dotados de experiências que lhes serão muito proveitosas se as mesmas
forem despertadas e trabalhadas em conjunto.
Não há porque deixar que a escola se torne uma prisão para todos,
onde a administração só enxergue o lado difícil da sua missão, o professor
se sinta obrigado a cumprir os planos de aula e nada mais, e os alunos
vejam a escola como a parte mais dolorosa de seu dia e o professor como o
carrasco que irá tornar este dia mais difícil ainda.
Os recursos tornam-se escassos a partir do momento em que a
escola deixa de investir em novas técnicas de ensino e passam a ficar
atrasadas em âmbito educacional, onde a mesma deve procurar
acompanhar o desenvolvimento das novas práticas e ideais pedagógicos,
levando sempre em consideração as idéias inovadoras trazidas pelos
profissionais da escola ou mesmo pelos meios de comunicação voltados
para o cenário educacional, como por exemplo, revistas, periódicos, canais
de TV (ex. TV Futura), entre outros, investindo em novos recursos, como
salas de vídeo e laboratórios de informática e internet, dando uma maior
contribuição para outra proposta interessante e inovadora que é a inclusão
digital.
A escola é o ambiente onde a criança vai passar boa parte do seu
tempo e por isso deve ser antenada com o mundo, buscando adaptar-se às
diversas transformações no tempo e no espaço, acompanhando a linguagem
16
que as crianças e os jovens aprendem com o passar dos anos, pois à
medida que estes avançam mudam não só o comportamento, mas também
a forma de pensar e de agir, o que identifica a nova geração e a torna mais
ameaçadora e crítica, derrubando de vez o tabu do aluno robô que só
memoriza e está programado para nunca indagar o professor ou questionar
a sua visão em relação a diversos assuntos.
1.2. Planejamento na prática escolar
Dentro do cotidiano da escola, como nos livros de didática, a questão
do planejamento escolar, em geral possui características desejadas, em que
alguns autores discutem essa temática; ou seja, as atividades de planejar
são tomadas como neutras.
Planejar nas escolas, geralmente, tem sido um modo de
operacionalizar o uso de recursos, como o material financeiro, humano e
didático, onde denominadas semanas de planejamento escolar ocorrem no
início de cada ano letivo. Assim, “Nada mais tem sido do que um momento
de preencher formulários para serem arquivados na gaveta do diretor ou de
intermediários do processo pedagógico, como coordenador ou supervisor”
(Turra, 1978 p. 11-12).
Normalmente com exceção no cotidiano escolar, é claro, a semana de
planejamento redunda no preenchimento de formulários em coluna, no qual
o professor deve registrar o que vai fazer no ano letivo, na disciplina ou área
de estudo que trabalha, onde cada coluna dos formulários implica em:
objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos, métodos de ensino,
avaliação e cronograma. Dando só o preenchimento a partir da segunda
coluna (conteúdos).
No entanto, essa é uma forma de se fazer do ato de planejar um ato
neutro. Porém, os livros de didática quando tratam do tema planejamento,
17
não apresentam uma postura diferente, havendo uma exceção, mas, no
geral, o planejamento é apresentado como uma técnica neutra de
eficientização ação, em que se define em diversos níveis.
A definição geral de planejamento que traz como conceitos: um
conjunto de ações coordenadas entre si que ocorrem para a obtenção de um
resultado desejado; é um processo que consiste em preparar um conjunto
de decisões tendo em vista agir, posteriormente, para atingir determinados
objetivos; é uma tomada de decisão, dentre possíveis alternativas, visando
atingir os resultados previstos de forma eficiente e econômica.
Além de delimitar ações eficientes, o planejamento cuida das
finalidades político-sociais da ação.
Planejamento educacional é o processo de abordagem racional e
científica dos problemas de educação. Pode ser também denominado como:
(...) o que se desenvolve em nível mais amplo, prevendo a reestruturação e o funcionamento do sistema educacional com um todo, a cargo das autoridades educacionais, no âmbito do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, que, em relação ao ensino superior, identifica as necessidade de aperfeiçoamento do sistema educacional e a realização de estudos para a formulação de diretrizes, do CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, a que cabe fixar o currículo mínimo e carga horária dos cursos superiores, definir critérios para a formação e aceitação de docentes para o ensino superior, e dos CONSELHOS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO, com competência em relação aos estabelecimentos isolados de ensino vinculados ao poder estadual ou MUNICIPAL que têm atribuições nesta área. (Gil, 1997 p. 33-41)
Planejamento curricular consiste numa tarefa multidisciplinar que
tem por objeto a organização de um sistema de relações lógicas e
psicológicas dentro de vários campos do conhecimento. É também a
previsão de todas as atividades que o educando realiza sob a orientação da
escola para atingir fins da educação. Estes tipos de planejamento podem
ser:
18
(...) também designados PLANOS DE CURSOS, desenvolvidos na escola esclarecem acerca dos objetivos dos cursos que a escola oferece de sua estrutura curricular, da clientela a que são oferecidas das condições para inscrição, dos procedimentos de avaliação. (Gil, 1997 p. 33-41)
Planejamento de ensino é a revisão inteligente bem articulada de
todas as etapas do trabalho escolar; é a previsão das situações específicas
do professor com a classe; é o processo de tomada de decisões que visam à
racionalização das atividades do professor e do aluno na situação ensino-
aprendizagem. De uma forma mais sucinta e clara é:
(...) é o que se desenvolve basicamente a partir da AÇÃO DO PROFESSOR, como condição essencial visando direcionamento metódico e sistemático das atividades a serem desempenhadas pelo professor junto a seus alunos para alcançar os objetivos pretendidos. (Gil, 1997 p. 33-41)
Assim, podemos dizer que o planejamento segue uma “hierarquia”,
onde o professor é um dos últimos degraus que antecede o alvo principal
que é o aluno, pois o planejamento é uma prática tão importante que tem o
seu início no ministério da educação e chega até a sala de aula, como se
tivesse passado por uma grande peneira até o seu refinamento que deve
acontecer nas mãos do educador.
1.3. Planejamento escolar
As atividades de uma escola consistem num processo de tomada de
decisão quanto aos objetivos a serem atingidos e a previsão das ações
pedagógicas e administrativas devem ser executadas por toda equipe
escolar, para o bom funcionamento da escola, onde afirma-se que “o
planejamento deve ser participativo, isto é, todos os segmentos que fazem
parte da escola, professores, funcionários, pais e alunos devem participar do
processo de tomada de decisão” (Haidt, 2000 p. 96).
19
O resultado desse tipo de planejamento é o plano escolar, que deve
ser elaborado e executado por toda a equipe da escola, pois ao realizar o
processo de planejamento cada escola deverá seguir um esquema de ação
tendo como base as seguintes etapas:
1. Sondagem e diagnóstico da realidade da escola;
2. Definição dos objetivos e prioridades da escola;
3. Proposição da originalização geral da escola;
4. Elaboração de plano de curso contendo as programações das
atividades curriculares;
5. Elaboração do sistema disciplinar da escola, com a participação de
todos os membros da escola, inclusive do corpo discente;
6. Atribuição de funções a todos os participantes da equipe escolar.
1.3.1. Atividades de planejar
De modo a dimensionar política, científica e tecnicamente as
atividades escolares, devem ser resultados da contribuição daqueles que
compõem o corpo profissional da escola, sendo os mesmos a contribuírem
com o planejamento das atividades tornando-se um ato coletivo.
Crê-se que o papel do diretor de uma instituição de ensino é
coordenar a construção de diretrizes da instituição como um todo e atuar
para prover as condições básicas para que tais diretrizes possam
efetivamente sair do papel e transformar-se em realidade e para que o
projeto se transforme em construção. Porém, não será o diretor que
planejará e imporá seu planejamento sobre os outros; ele será o
coordenador das decisões coletivas para a escola que também será
gerenciada coletivamente.
É nesse momento que deve haver uma participação efetiva de todos
para que a escola possa ter um maior rendimento, onde as opiniões devem
20
ser respeitadas e discutidas em busca de uma melhoria na qualidade do
ensino, visando a construção de uma instituição transformadora. E esta
transformação deve começar dentro do próprio universo educacional, dando
mais voz ativa aos educadores e à comunidade que sempre tem
experiências novas para compartilhar, o que só vem a somar cada vez mais
neste processo de mudança da escola.
1.3.2. Avaliação: instrumento da construção do projeto de ação
A avaliação poderia ser compreendida como uma crítica do percurso
de uma ação seja ela curta, seja prolongada. Enquanto o planejamento
dimensiona o que se vai construir, a avaliação subsidia essa construção,
pois fundamenta novas decisões. Como crítica de ação, a avaliação se
forma no que se pode tomar como genericamente falando, dois tipos de
decisão.
Uma tem a ver com a dimensão do projeto de ação. A avaliação
subsidia a própria produção do projeto ou seu redimensionamento. A
avaliação em si será, então, o sistema de crítica do próprio projeto.
O outro tipo de decisão que a avaliação subsidiará refere-se à
construção do próprio projeto. Nesse nível, a avaliação é um constante olhar
crítico sobre o que se está fazendo, pois a avaliação encontrará impasses e
contribuirá com caminhos para superá-los; ela fornecerá recursos para o
acréscimo de soluções alternativas, se necessário, para um determinado
percurso de ação.
Usualmente, entende-se a avaliação crítica como um modo de
desenvolver entre os educadores uma rivalidade produzida pelo
desentendimento coletivo derivado das críticas e especulações feitas a partir
de possíveis falhas comportamentais dos mesmos, criando um clima de
guerra e uma atmosfera insuportável no ambiente de trabalho. Sendo assim:
21
O diretor de uma instituição escolar, como líder de um grupo de trabalho, tem responsabilidades de, sadiamente, coordenar a construção do projeto escolar. Para isso, terá de saber ouvir, dialogar, trabalhar, para que se chegue a um consenso do que vai construindo coletivamente, e então, a partir daí, terá de ser pólo de coordenação dessa atividade. (Piletti, 1987)
Assim, deve-se discutir também a questão do supervisor escolar que
tem a função de supervisionar as atitudes do educador e o seu trabalho para
que os objetivos e metas traçadas pela escola, como um todo, sejam
atingidas e efetivadas. Isso torna o supervisor, praticamente, uma ameaça
para o educador que se sente vigiado e pode dar início a um dos grandes
conflitos existentes em âmbito educacional. A partir daí é que a direção da
escola deve ter o discernimento para distinguir o certo do errado e tentar
promover uma relação harmoniosa entre ambos.
A avaliação, como crítica de um percurso de ação, será então, um ato
amoroso, um ato de cuidado, pelo qual todos trabalham, pois sem o uso
constante desta como será possível descobrir onde se está errando ou
acertando?
1.3.3. Planejamento e avaliação
Enquanto o planejamento é o ato crítico pelo qual decidimos
coordenar e construir, a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na
verificação de como se construir o projeto.
Portanto:
O planejamento é, hoje, uma necessidade em todos os campos da atividade humana. (...) Aliás, sempre foi. Só que hoje adquiriu uma maior importância por causa da complexidade dos problemas. Quanto mais complexos forma os problemas, maior é a necessidade de planejamento. (Piletti, 1987 p. 61)
A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar, por isso
contribui em todo o percurso da ação planificada. A avaliação se faz
22
presente não só na identificação da perspectiva político-social, como
também na seleção de meios alternativos e na execução do projeto, tendo-
se em vista a sua construção. A avaliação é uma ferramenta da qual o ser
humano não se livra. Ela faz parte de seu modelo de agir e, por isso, é
necessário que seja usada da melhor forma possível.
No entanto, afirma-se que:
Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola como um todo. (Piletti, 1987 p. 190)
23
CAPÍTULO II
Planejamento, execução e avaliação no ensino.
O planejamento ao ser executado deve ter como principal meta
realizar todas as suas etapas com eficiência, visto que cada uma traz
consigo um sentido bem particular que desperta no educando um resultado
esperado ou não pelo educador. Sendo assim, a avaliação é vista como
sendo o bicho-papão do planejamento de ensino, onde os alunos
desenvolvem uma verdadeira aversão por essa prática. Torná-la mais
agradável e menos penosa é, talvez, o maior desafio encontrado pelo
educador.
Dessa forma o “Ser humano age em função de algum resultado, seja
econômico, material, político, amoroso, ou até mesmo o simples prazer de
viver o momento, ou seja, age para suprir uma carência” (Luckesi, 2002 p.
152). A finalidade que preside o agir não será, no geral, necessariamente
consciente; poderá ser explícita ou implícita, consciente ou inconsciente.
Uma ação precedida por desejos inconscientes pode chegar a termos
satisfatórios, mas por caminhos que ainda são claros.
2.1. Planejamento em geral e do ensino
O planejamento em geral, implica no estabelecimento de metas,
ações e recursos necessários à produção de resultados que sejam
satisfatórios à vida pessoal e social, ou seja, à consecução dos nossos
desejos.
A obtenção da satisfação da necessidade que se encontra na origem
da ação do indivíduo exige um planejamento, ou seja, o estabelecimento do
que de fato desejamos, assim como a definição dos meios a atingi-los.
24
Contudo, somente o planejamento é insuficiente. Ele necessita de execução.
A ação e o meio pelo qual construímos os resultados satisfatórios. Não em
uma ação qualquer, mas numa ação planejada.
Para tanto, importa a atenção plena aos sentimentos que perpassem
a carência de nossos atos de planejar e de construir resultados esperados.
No caso do ensino-aprendizagem, o ato de planejar exige de nós um
conhecimento seguro sobre o que se deseja fazer com a educação, quais
são seus valores e seus significados; um conhecimento seguro sobre o
educando que implica a compreensão de sua inserção na sociedade e na
história, assim como uma compreensão dos processos de formação de seu
caráter.
O planejamento é um modo de ordenar a ação tendo em vista os fins
desejados, baseado em conhecimentos que dêem suporte objetivo à ação.
Sem isso, o planejamento será um faz-de-conta de decisão. Portanto,
planejar implica conhecer para ordenar e entregar-se a um desejo para dar-
lhe vida. O planejamento sem conhecimento será uma fantasia; uma peça
morta, útil para rechear arquivos.
O planejamento pedagógico é uma atividade coletiva, uma vez que o
ato de ensinar na escola, hoje é um ato coletivo, não só devido a nossa
constituição social como seres humanos, mas, mais que isso, ao fato de que
o ato escolar de ensinar e aprender são coletivos. Os alunos não trabalham
isolados, atuam em conjunto. Os professores não trabalham sozinhos, mas
articulados com outros educadores e especialistas em educação. “Aquilo
que foi planejado necessita ser executado com as mesmas habilidades:
conhecimentos entregam ato coletivo” (Veiga, 1991 p. 164)
Os conhecimentos utilizados no planejamento são os mesmos que
devem no cotidiano traduzir-se em prática, caso contrário, serão letras
25
mortas, em que não basta utilizar a filosofia, a história, a sociologia, a
psicologia e a ciência específica somente no planejar.
Por isso, o planejamento coletivo só poderá ser executado pela
conjugação das forças de todos; portanto, a execução deve ser coletiva. Os
profissionais que atuam numa prática escolar precisam de parceria entre si,
onde a multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade são necessárias, visto
que esta proposta de tornar o conhecimento uma cadeia lógica, interligando
as diversas vertentes e disciplinas, faz com que o aluno torne-se um ser
humano mais completo e acessível ao conhecimento, pois sua aceitação
será maior e bem melhor.
Além disso, a ação necessita ser avaliada e revista coletivamente, a
fim de que seu tônus possa ser mantido ao longo do tempo que durar a
ação, consolidando os resultados e atingindo o objetivo esperado que é a
aprendizagem.
2.1.1. Avaliação: processo de construção satisfatória
Avaliar caracteriza-se como meio subsidiário do crescimento; da
construção do resultado satisfatório.
Podendo-se verificar que, o cotidiano, como em atos simples e
complexos, a avaliação subsidia os resultados satisfatórios. A avaliação
encontra-se presente nas empresas, pois a mesma noção sobreviverá sem
avaliação com conseqüente tomada de decisão, tendo em vista o melhor
funcionamento e produtividade.
Assim, planejamento e avaliação estão a serviço da construção de
resultados satisfatórios. Enquanto o planejamento traça caminhos, a
avaliação subsidiará a ação. Tal prática investiga a qualidade dos resultados
intermediários de uma ação, possibilitando a sua melhora. Sendo assim,
26
“Avaliação da aprendizagem decorre de padrões histórico-sociais que se
tornam crônicos e suas práticas pedagógicas escolares, a avaliação no
ensino assumiu a prática de provas e exames: o que gerou um desvio no
uso da avaliação” (Darsie, 1995 p. 165).
Em vez de ela ter-se utilizado para a construção de resultados
satisfatórios, tornou-se um meio para classificar os educandos e decidir
sobre seus destinos no memento subseqüente de suas vidas escolares.
A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir seu significado,
assumir a função de proporcionar a construção da aprendizagem. Para que
isso aconteça precisa deixar de ser utilizada como recurso de autoridade
decidindo o destino dos educandos e passar a ser um meio de promoção
global do aluno.
Assim sendo, a avaliação deixa de ser um monstro temido pelos
alunos e ganha uma identidade mais suave, onde o educando aprenderá
com suas falhas e passará a tomar decisões mais acertadas. O ato de
avaliar deve ser trabalhado de forma ativa dentro da sala de aula, onde o
professor deve propor ao aluno que o mesmo se auto-avalie e faça uma
avaliação honesta do educador e de seu método de ensino. Dessa forma, o
aluno passa a confiar mais no professor e a entender o seu lado como
educador, visto que este processo deve ser realizado sempre que o aluno
achar que está sendo injustiçado ou que estiver temendo exageradamente a
avaliação.
O adaptar-se é necessário para que o aluno entenda que a avaliação
serve para ajudá-lo a trabalhar em cima de suas dificuldades, neutralizando-
as e resolvendo-as de vez.
27
2.2. Planejamento educacional e dinâmico
É preciso conceber o conhecimento em sua totalidade, cabendo ao
professor, o ato de planejar, a sua ação, garantindo a articulação necessária
para a compreensão dos vários fatores que constituem a sua realidade,
viabilizando também a interdisciplinaridade do conhecimento na relação
teórico-prática. No entanto, a fragmentação do ensino significa superar a
concepção de avaliação numa prática dissociada do processo de
aprendizagem, como reflexão essencial ao planejamento e,
consequentemente, à prática pedagógica.
Assim, o planejamento educacional “Consiste na tomada de decisões
sobre a educação no conjunto do desenvolvimento geral do país. A
elaboração desse tipo de planejamento requer a proposição de objetivos a
longo prazo que definam uma política de educação” (Piletti, 1987 p. 62)
Tendo-se em vista tal definição, compreende-se que o planejamento
educacional é extremamente importante, visto que o mesmo colabora para
que o sistema educacional do país trabalhe em harmonia, seguindo os
mesmos parâmetros, desenvolvendo uma política pedagógica segura e
eficaz, voltada para a qualificação do ensino, em âmbito geral.
Dessa forma as inúmeras Secretarias de Educação, tanto estaduais
quanto municipais, podem realizar um projeto político-pedagógico conjunto,
buscando o avanço educacional coletivo, preocupado com as necessidades
básicas e fundamentais do sistema educacional do país.
E é através deste tipo de planejamento que a escola deve tentar
seguir os modelos de sistema educacional que mais se destacam no cenário
pedagógico, procurando manter uma relação mais próxima com outras
escolas a nível nacional, buscando atualizar-se e trocar experiências com
estas visando resultados satisfatórios e efetivos para a sua instituição.
28
É de suma importância que a escola procure sempre reciclar-se e
esteja sempre aberta às inovações que são inevitáveis. Assim poderá se
tornar uma escola moderna e atualizada.
Além disso, a escola também deve sempre buscar obter novos
recursos que são necessariamente fundamentais para o bom
desenvolvimento da escola e incentivar os seus educadores a se utilizar de
forma ampla e criativa destes para tornar o processo educativo mais
agradável e eficaz.
2.2.1. Planejamento de ensino numa perspectiva crítica
Na prática pedagógica, atualmente, o processo de planejamento de
ensino tornou-se objeto de indagação de validade como instrumento de
melhoria qualitativa do trabalho do professor. Sendo assim, “Podemos dizer
que o planejamento de ensino é a especificação do planejamento de
currículo” (Piletti, 1987 p. 62).
Dentro do contexto vê-se que o planejamento de ensino tem se
apresentado como desvinculado da realidade social, caracterizando-se como
uma mecânica e burocrática do professor, pouco contribuindo para elevar a
qualidade da ação pedagógica desenvolvida no âmbito escolar.
No meio escolar, quando se faz referência ao planejamento de
ensino, a idéia que se passa é aquela que identifica o processo através do
qual são definidos os objetivos, o conteúdo programático, os procedimentos
de ensino, os recursos didáticos, a sistemática de avaliação da
aprendizagem, bem como a biografia a ser consultada. Este é o padrão de
planejamento adotado pela maioria dos professores. Ao que parece essa é a
definição dos componentes do plano de ensino de maneira fragmentária e
desarticulada da concepção do planejamento incapaz de dinamizar o
trabalho didático.
29
No entanto, essa definição de planejamento de ensino é confirmada,
bem como complementada, onde se afirma que o mesmo:
(...) Consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor fará na sala de aula, para conduzir os alunos a alcançar os objetivos educacionais propostos. Um planejamento de ensino deverá prever:
• Objetivos específicos (ou instrucionais) estabelecidos a partir dos objetivos educacionais.
• Conhecimentos a serem adquiridos pelos alunos no sentido determinado pelos objetivos.
• Procedimentos e recursos de ensino que estimulam as atividades de aprendizagem.
• Procedimentos de avaliação que possibilitem verificar, de alguma forma, até que ponto os objetivos foram alcançados.
Sendo assim, deve-se ter a consciência de que conhecer a fundo as
etapas do planejamento de ensino é fundamental para que se possa
conduzi-lo de uma maneira mais coerente, sendo que a fragmentação de tal
processo inspira cuidados, para que o mesmo não perca o sentido
produzindo, assim, uma falha na sua aplicabilidade.
O planejamento de ensino deve ser encarado como um processo
facilitador da aprendizagem, pois o mesmo serve como uma bússola para
indicar rumos que o educador deve tomar para desenvolver bem o seu
trabalho e obter resultados satisfatórios.
2.2.2. Planejamento e ação pedagógica
Em meio aos desacertos na atual prática pedagógica dentro das
escolas, o processo de planejamento de ensino precisa ser repensado, pois
a visão negativa deste processo demonstra que a maioria dos professores
não podem ser considerados como uma situação irreversível. “Um
planejamento dirigido para uma ação pedagógica crítica e transformadora
possibilitará ao professor maior segurança para lidar com a relação
30
educativa que ocorre na sala de aula e na escola como um todo” (Silveira e
Celistre, 1999 p. 90).
Nesse sentido, o planejamento adequado, bem como o seu resultado,
o bom plano de ensino se traduzirá na ação pedagógica, sendo esta uma
atitude que deve ser refletida e cuidadosa a fim de alcançar os objetivos
respeitando a individualidade do aluno e toda a sua bagagem como ser
humano dotado de sentimentos e habilidades.
Em uma perspectiva crítica de educação, as instituições escolares
tem significado de local de acesso ao saber sistematizado, visto que “a
escola existe para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o
acesso ao saber elaborado, bem como o próprio acesso aos rudimentos
desse saber” (Saviane, 1984 p.09).
Nessa concepção, a questão do planejamento do ensino não poderá
ser compreendida de maneira mecânica, desvinculada das relações entre
escola e realidade histórica. Em vista disso, os conteúdos curriculares
precisarão estar estreitamente relacionados com a experiência de vida dos
alunos, pois ao conhecer a realidade do mesmo, o professor terá mais um
subsídio, talvez o mais importante, para se basear e direcionar o seu
trabalho.
2.2.3. Planejamento: processo integrado no contexto social
Uma das alternativas para um planejamento de ensino globalizante,
que supere suas dimensões técnicas, seria a ação efetivada de forma crítica
e transformadora. Significa que as atividades educativas seriam planejadas
tendo como ponto de referência a problemática sócio-cultural, econômica e
política do contexto onde se encontram inseridas nas escolas. Nesta
perspectiva, o planejamento de ensino estará voltado para a transformação
da sociedade. Dentro do contexto escolar, o planejamento participativo
31
caracteriza-se pela busca da integração efetiva entre a escola e a realidade
social, em que haja a participação de professores, especialistas, pais e
demais pessoas envolvidas no processo educativo.
O educador deve ter em mente que o aluno deve ter seu espaço para
que o mesmo possa desenvolver o seu lado crítico, sendo tudo isso
controlado pelo professor com cautela, pois:
Durante um dia escolar, o professor tem oportunidades numerosas para sentir, através do que as crianças dizem e fazem, os problemas que trazem de casa. É preciso não coibir essa fonte espontânea de informações, reprimindo as crianças sob exigências de ordem silêncio e atenção. Ao contrário, o professor deve aceitar os comentários e as contribuições, criar oportunidades em que as crianças possam se revelar com maturidade. (Piletti, 1987 p. 250)
A avaliação nessa concepção, não poderá ter o sentido de processo
classificatório dos resultados de ensino. Dentro do processo educativo, onde
a metodologia de ensino privilegia a criatividade dos alunos, a avaliação terá
o caráter de acompanhamento desse processo num julgamento conjunto de
professores e alunos. Dessa forma, professores e especialistas não terão
que agir de modo compartimentado. O trabalho pedagógico deverá estar
voltado para o engajamento permanente de todos os elementos envolvidos
no processo.
32
CAPÍTULO III
Planejamento Didático
É uma necessidade constante em todas as áreas da atividade
humana, pois a atitude de planejar ganha importância, principalmente nas
sociedades complexas do ponto de vista organizacional.
Planejar é analisar uma dada realidade, e reflete as condições
existentes que prevê a ação que supera as dificuldades ou alcança os
objetivos desejados. Portanto o planejamento é um processo mental que
envolve análise, reflexão e previsão. Nesse sentido planejar é uma atividade
tipicamente humana, e estar presente na vida de todos os indivíduos, nos
mais variados momentos. Planejar consiste em:
• O que se pretende realizar? • O que se vai fazer? • Como se vai fazer? • O que e côo devemos analisar a situação, a fim de verificar o que pretende atingir. (Parra, 1972 p. 06)
O plano é resultado e a culminância do processo mental de
planejamento.
3.1. Planejamento X Plano
Para que haja um maior entendimento sobre a essência do
planejamento é necessário que se faça uma distinção entre o mesmo e o
plano. Para tanto, entende-se que:
O planejamento na escola é um processo voltado pára a organização de ações que permitam a consecução de objetivos educacionais, o plano é um documento escrito que materializa um determinado momento de um planejamento. É a
33
apresentação, de forma organizada, de um conjunto de decisões. (Masseto, 1997 s/p.)
O planejamento é um processo continuo de reflexão, tomada de
decisão; plano é o produto desta reflexão e tomada de decisão. Poderá tão
somente ser assumido como uma decisão e permanecer como guia da ação.
O planejamento enquanto processo, é permanente. O plano enquanto
produto é provisório, pois o planejamento escolar pode ser concebido como
processo que envolve a prática docente no cotidiano escolar; durante todo
ano letivo, onde o trabalho de formação do aluno, através do currículo
escolar, será priorizado.
O plano corresponde a um memento de amadurecimento e clareza no
processo de planejamento.
3.1.1 Ensino Renovado
Dentro dessa concepção em que se coloca a pedagogia investigativa
o ensino por projetos na escola é destinado a levar os alunos não só a
buscar informações, mas adquirir habilidades, mudar comportamentos,
construir seu conhecimento de forma prazerosa e transformadora, pelas
constantes integrações, cooperações e criatividade, tendo em vista a
construção do cidadão.
A pedagogia investigativa deve substituir a pedagogia tradicional em
que o papel do professor será orientar os alunos a buscar os caminhos e a
produzir o conhecimento dentro do seu contexto próprio partindo do que
sabem do senso comum. Trata de atitude e de uma concepção inovadora
que levam o professor a escolher e organizar situações de ensino baseados
nas descobertas significativas dos alunos. Segundo FREIRE (1992; p.26) “A
pedagogia da pergunta deve substituir a pedagogia das certezas dos
saberes pré-pensados, das verdades infinitas”. Essa metodologia permite
34
superar as práticas habituais superadas, em, que torna o ensino mais
dinâmico, e diversificadas pelo relacionamento indisciplinar, assumindo a
postura do aprender e do pensar.
Os alunos aprendem a fazer fazendo, colocando em prática, de
maneira bem elementar, princípios do método cientifico vantajoso para
aprendizagem.
3.2. Características da Renovação Pedagógica
Segundo os PCNS (1997, p.73), “definem que devem ser ensinados
são os conteúdos pragmáticos, sintetizados e os conteúdos da
aprendizagem”: baseados na classificação feita ¹COLL (1996), que
considerava os conteúdos tudo o que é possível de ser aprendido e dividiu
os conteúdos em:
• Conteúdos conceituais: relacionados ao saber alguma coisa,
sobre fatos e princípios expressos por palavras significativas que produzem
imagens mentais e cognitivas.
• Conteúdos procedimentais: refere-se ao saber fazer, isto é, às
técnicas de estudo, aos métodos investigativos, às estratégias, habilidades e
ações relacionadas à aprendizagem.
• Conteúdos atitudinais: relacionam à maneira de ser e de se
comportar com referência ao aprendizado dos conteúdos dos conceitos e
dos procedimentos, referentes aos sentimentos, emoções, valores e normas.
A aprendizagem desses conteúdos depende do trabalho
pedagógico e da maneira de agir do professor, de como ele assume a
atitude em relação às atitudes didáticas para motivar seus alunos.
Para que os alunos possam aprender, o professor precisa conhecer
e utilizar métodos e estratégias para o desenvolvimento do ensino e
35
aprendizagem, aderindo aos métodos científicos do ensino por descobertas
e investigação, ou da pedagogia renovada.
A aplicação da pedagogia renovada na escola traz vantagens, pois
a escola renovada ou progressista caracteriza-se pelo comprometimento
com os propósitos modernos de preparar o aluno como cidadão, não
somente para integrar-se na sociedade, mas também para capacitá-lo a
enfrentar a competição no campo de trabalho.
3.3. Tipos de Planejamento da Educação
Na esfera educacional e do ensino há vários níveis de planejamento,
que variam em abrangência, como:
• Planejamento de sistema educacional, tendo este um
caráter mais amplo com dimensões significativas, envolvendo
todo o sistema educacional brasileiro;
Feito a nível sistemático, isto é, a nível nacional estadual e municipal.
Fundamenta-se no processo de análise e reflexão das várias facetas de um
sistema educacional.
• Planejamento escolar, que envolve somente o universo
escolar, sendo este mais restrito, envolvendo as
particularidades da comunidade onde a escola se situa;
Geralmente em uma escola o planejamento das atividades é o
processo de tomada de decisão, quando se têm objetivos a serem atingidos
e as ações pedagógicas e administrativas a serem executadas pela equipe
escolar, para que haja um bom funcionamento.
___________________________
1. COLL. C. Palácios. Desenvolvimento psicológico e educação. V.01, 02, 03 Porto Alegre.
Artes Médica 1996.
36
Ambos os planejamentos são efetivamente importantes para o
estabelecimento de uma aprendizagem voltada para a transformação, como
já foi explanado, onde é papel do sistema educacional, na sua
complexidade, cumprir a difícil tarefa de tornar todo o plano traçado em
realidade, visando um ganho em extensão educacional muito satisfatório.
Assim, a educação passará a ter mais credibilidade na sua totalidade,
como um processo viabilizador do conhecimento, na sua essência, sem uma
aprendizagem de faz-de-conta.
3.4. Planejamento Curricular
É a previsão dos diversos componentes curriculares desenvolvidos ao
longo do curso, com a definição dos objetivos gerais dos conteúdos
programáticos. O primeiro passo para o planejamento curricular é a
definição, de forma clara e precisa, da concepção filosófica que norteia os
fins e objetivos da ação educativa.
No entanto, é possível afirmar também que:
Planejamento Curricular é o ‘processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É a previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno’. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares. (Vasconcellos apud Baffi, 2002 s/p.)
Na elaboração geral do plano curricular devem ser seguidas as
diretrizes fixadas pelo Conselho Federal de Educação para a organização
curricular a nível nacional, no que se refere ao estabelecimento dos
componentes obrigatórios (núcleo comum).
37
3.5. Planejamento Didático
É a previsão das ações e procedimento que o professor vai realizar
junto a seus alunos. Nesse sentido, o planejamento de ensino ou didático é
a especificação e operacionalização do plano curricular em que o professor
ao planejar o ensino antecipa, de forma organizada, todas as etapas do
trabalho escolar.
No aspecto didático, planejar é:
• Analisar as características da clientela;
• Refletir sobre os recursos disponíveis;
• Definir os objetivos educacionais considerados adequados
para a clientela;
• Selecionar e estruturar os conteúdos a serem assimilados;
• Prever e organizar os procedimentos do professor;
• Prever e escolher os recursos de ensino adequados à
aprendizagem;
• Prever os procedimentos de avaliação condizentes com os
objetivos propostos.
O planejamento didático é um processo que envolve operações
mentais como: analisar, refletir, definir, selecionar, estruturar, distribuir ao
longo do tempo, prever formas de agir e organizar.
38
CAPÍTULO III
Dimensões da Avaliação Educacional
Define-se como um casaco de várias cores, que se utiliza conforme o
local e a ocasião. Significa dizer que a avaliação tem muitas dimensões que
dependendo dos seus propósitos, cada escolha define os métodos que
melhor possam atender.
As dimensões da avaliação educacional classificam-se segundo o
espaço pedagógico, como foco do processo de ensino-aprendizagem,
visando o aperfeiçoamento da prática docente em que a avaliação
institucional permite a análise da instituição educativa e indica a efetividade
da instituição educativa no comprimento de suas funções sociais.
A avaliação de programa e projetos educativos focaliza sua atenção
no propósito e estratégias previstos para aperfeiçoar um sistema de ensino;
avaliação de currículo, tendo seu centro de atenção voltado para análise do
valor psicossocial dos objetivos e conteúdos propostos de um curso
organizado para formação do aluno.
No entanto, esta função de avaliar cabe também ao supervisor
escolar que, dessa forma, contribui positivamente para o rápido
desenvolvimento do sistema educacional.
4.1. Avaliação de Sala de Aula
Desenvolvida com o objetivo de permitir o acompanhamento escolar
do aluno, possibilitando assim que se tomem decisões de reajustes e de
revisão durante o processo de ensino.
39
Sua importância no processo educativo tem sido, no entanto,
historicamente superdimensionada no cotidiano escolar, em que tem
desempenhado o papel principal, na medida em que é o veículo de
legitimação da autoridade do professor e o único a subsidiar decisão que
afetam a vida do aluno. Conforme a afirmação:
Refletir, no interior da escola, um processo discriminativo, que exclui aqueles que já são socialmente discriminados na medida em que acaba sendo um instrumento de legitimação da seletividade da educação, conferindo ao ensino um papel subsidiário do fracasso do aluno. (Franco, 1997 p.102).
Partindo dos pressupostos políticos baseados na meritocracia, o
cotidiano escolar concebeu um processo avaliativo perverso, sem
compromisso com a equidade da educação, e o desenvolvimento do ensino
diferenciado. Assim, a decisão pedagógica que a avaliação poderia subsidiar
quanto ao que a escola poderia e deveria fazer para garantir ensino de
qualidade, foi decapitada no processo escolar.
Portanto o processo avaliativo desenvolvido na escola tem requerido
que se estabeleça maior controle no ensino por meio de procedimentos
legais mais rigorosos de organização da vida acadêmica dos alunos, porém
“Um dos erros didáticos mais freqüentes é o da não-integração dos critérios
e processos de avaliação na dinâmica geral do ensino” (PILETTI, 1987 p.
194). Assim, fica difícil uma maior integridade no ensino, onde essa
dissociação de aprendizagem na qual o professor não tem o costume de
avaliar o rendimento do aluno com freqüência faz com que o mesmo acabe
ensinando o aluno a decorar o assunto e não aprender de fato.
Agindo assim, o professor limita a capacidade criadora e imaginativa
do aluno, tornando mais um cidadão comum e incapaz de transformar o
mundo, haja vista aqueles que finalmente vão para as faculdades,
consideradas celeiros de grandes pensadores e passa a encarar o mundo
por uma perspectiva diferente.
40
4.2. Avaliação Institucional
Tem como foco principal uma instituição educativa e questiona
fundamentalmente como as instituições estão efetivamente cumprindo sua
função social.
A análise desse processo pedagógico pode ser compreendida em três
contextos diferentes que se constituem na interpelação dos autores de uma
instituição educativa. Nesse sentido, a avaliação poderá estar voltada para
análise do contexto psicopedagógico da instituição, do contexto da formação
profissional ou do contexto do cidadão.
Dessa forma, “O contexto psicopedagógico é aquele que interagem
professores, alunos e pais. Em que se articulam as atividades de ensino do
professor, as aprendizagens dos alunos e as esperanças dos pais”
MACDONALD (1982, p.107), em que os resultados da avaliação, nesse
contexto, devem subsidiar o aperfeiçoamento de decisões sobre a trajetória
escolar, conteúdos e aprendizagens fundamentais, da formação escolar e
estratégias de ensino.
No contexto da formação profissional dos alunos no processo
educativo (professores e alunos) compreende-se a vivência dos papéis de
formadores e formandos. O contexto do cidadão compreende os professores
como trabalhadores sociais, os alunos como cidadãos, que devem se
relacionar com aqueles que têm condições de interferir sobre as
possibilidades e a qualidade política da educação oferecida e recebida na
instituição educativa.
Enfim, é através da avaliação institucional que será traçado um raio-X
da mesma e finalmente se encontrarão respostas para a solução de
possíveis problemas de ordem educacional e administrativa, levando a
escola para um caminho seguro em busca da melhoria de sua qualidade.
41
4.3. Avaliação de Currículo
Compreende-se como um conjunto organizado de conhecimentos e
atividades estruturadas com a finalidade de formar cidadãos, profissional e a
promover o desenvolvimento do ser humano em determinada direção. Em
que se devem comportar três dimensões:
• Avaliação de contexto: diz respeito às variáveis que se
colocam de antemão, tais como a infra-estrutura e a qualificação dos
professores.
• Avaliação dinâmica institucional: trata da análise do
processo das ações desenvolvidas, e tornando-se fundamental quando se
tem como propósito a realização da avaliação continua e sistemática.
• Avaliação de produto ou resultado: confere significado à
avaliação dos cursos, seja quanto a sua respeitabilidade, desempenho,
qualidade, ou mesmo, prestígio externo.
4.4. Avaliação Educacional
Um programa proposto para corrigir problemas, aperfeiçoar práticas
de acordo com prioridades de determinados governos.
A avaliação de programa é projeto governamental, podendo se
classificar em:
• Avaliação burocrática: constitui-se num serviço incondicional prestado às agências governamentais que tem maior controle e alocação de verbas educacionais. • Avaliação autocrática: é um serviço condicional prestado a agências governamentais com maior controle sobre a alocação de recursos educacionais.
42
• Avaliação democrática: é um serviço informativo, prestado à comunidade acerca das características de um programa educacional. (Donald,1982, p.16),
Assim, os conceitos-chaves da avaliação democrática são sigilos,
negociações e acessibilidade. O conceito fundamental é que a justiça é o
direito à informação.
A metodologia de avaliação a ser selecionada para análise de
programas ou projetos educacionais depende dos seus objetivos, das suas
estratégias, onde “Não existe um método único para avaliação de programas
educacionais que convenha a todas as situações”. STAKE (1982, p.30).
4.5. Avaliação de Sistema
As desigualdades de educação oferecida nas escolas dos diferentes
sistemas de ensino colocam no estado o dever de compreender as
dimensões de tais disparidades e tomar decisões no sentido de tentar
corrigir as injustiças.
Cabe ao Estado, em nível nacional, estadual ou municipal, controlar a
qualidade da educação oferecida em suas escolas e implantar medidas que
permitam garantir a equidade no processo educacional.
A avaliação de sistema apresenta claramente dois focos de análise: o
primeiro refere-se aos resultados do sistema, as habilidades e competências
adquiridas pelos alunos em determinadas séries escolares, o segundo trata
das condições oferecidas para alcançar tais resultados.
43
4.6. Avaliação com eficiência
Avaliar a aprendizagem tem sido um tema angustiante para
educadores e interessantes para alunos. Pois o sistema escolar gira em
torno do processo avaliativo, em que professores e alunos se organizam em
sua função. Por isso professores, pesquisadores precisam estudar mais,
debater com profundidade e conceituar com segurança o papel da avaliação
no processo da aprendizagem.
Para que a avaliação tenha sucesso e se torne indiscutivelmente
eficiente é necessário que os educadores sigam alguns princípios básicos:
estabelecer com maior clareza o objeto de sua avaliação, ou seja, a
habilidade que será avaliada (inteligência, aproveitamento, entre outras);
selecionar as técnicas mais adequadas para tal processo avaliativo; utilizar
vários tipos de técnicas a fim de se ter uma análise mais completa do aluno;
ser consciente quanto às limitações e possibilidades destas técnicas, pois
muitas apresentam falhas e estas devem ser consideradas; compreender
que a avaliação é um meio para alcançar fins e não um instrumento de
exclusão e seletividade do aluno.
Compreendendo todas estas questões e adotando-as como um
parâmetro no processo avaliativo, o educador será mais justo e promoverá o
bom desempenho e interesse do aprendiz, respeitando as suas limitações e
buscando saná-las da melhor forma possível. Assim, o processo avaliativo
passa a ser o promotor de cidadãos com um senso crítico mais apurado e
preparados para os obstáculos futuros.
4.7. Avaliação na visão dos PCNS
44
Não se restringe ao julgamento sobre o sucesso ou o fracasso dos
alunos, a ser compreendida com um conjunto de atuações que tem a função
de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica.
Portanto, as avaliações das aprendizagens só podem acontecer se
forem relacionadas com as oportunidades oferecidas, isto é, analisando a
adequação das situações didáticas propostas aos conhecimentos prévios
dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar.
A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão
continua sobre a prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho
e a retomada de aspectos que devem ser revistos ajustados ou
reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual
ou de grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de
suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu
investimento no papel de aprender.
Nessa perspectiva todas as dimensões requerem que ocorra
sistematicamente todo processo de ensino e aprendizagem e não após o
fechamento de etapas do trabalho, como é habitual. Possibilitando ajustes
constantes, em um mecanismo de regulação do processo de ensino e
aprendizagem, que contribui efetivamente para que tal tarefa educativa
tenha sucesso.
A avaliação investigativa instrumentalizará o professor para que
possa por em prática seu planejamento de forma adequada às
características de seus alunos. Nesse momento o professor deve se
informar sobre o que o aluno já sabe sobre determinado conteúdo, para
poder estruturar sua programação, definindo os conteúdos e o nível de
profundidade em que devem ser abordados. A avaliação inicial serve para o
professor obter informações para propor atividades e gerar novos
conhecimentos e o aluno conscientizar-se do que sabe do que precisa
aprender sobre um determinado conteúdo.
45
Em suma, a avaliação contemplada nos Parâmetros Curriculares
Nacionais é compreendida como: elemento integrador entre a aprendizagem
e o ensino, cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica
para que o aluno aprenda da melhor forma; buscando informações sobre o
que foi apreendido como elemento de reflexão continua para o professor
sobre sua prática educativa.
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O referido trabalho monográfico procurou através de seu conteúdo
demonstrar de forma descritiva, sintetizada, explicativa, objetivando o
“Planejamento de ensino no processo avaliativo como prática educativa”.
O mesmo preocupou-se em descrever, não só o que seja
planejamento e avaliação, mas, relatou cada capítulo e cada tópico,
definindo conceitualmente sobre a importância e a função de cada um dentro
do sistema educacional e do processo ensino-aprendizagem.
Por isso tem-se em vista que o ato de planejar, apesar de ser por
muitos profissionais considerados inútil e sem importância, ele não deixa de
ser essencial na vida do profissional da educação, e para o educando, pois o
mesmo para realizar um bom trabalho e saber se obteve sucesso precisa ter
em mãos o seu plano de trabalho, pois o ensino-aprendizagem, o ato de
planejar exige um conhecimento seguro em que a educação deve formar
valores significantes dentro do contexto social.
Além disso, a ação planejada necessita ser avaliada e revista
coletivamente, a fim de que o seu processo seja mantido durante a
execução e ação.
O planejamento e avaliação são recursos da busca de um desejo.
Para tanto, é preciso saber qual é o desejo e entregar-se a ele. Neste caso,
importa saber qual é o desejo com ação pedagógica que o professor pratica
junto a seus educandos. A questão entre eles para que possam construir
resultados satisfatórios com um auxílio do planejamento e avaliação,
auxiliando o desenvolvimento dos educando, ao mesmo tempo em que seu
processo de auto-crescimento.
A prática da avaliação da aprendizagem, para manifestar-se como tal,
deve apontar para a busca do melhor de todos os educandos. Por si, a
47
avaliação, é inclusiva e por isso democrática e amorosa. Pois, ela, por onde
quer que se passe, não há exclusão, mas sim diagnóstico e construção. Não
há medo, mas espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim
travessia permanente, em busca do melhor.
Por tanto se pode observar dentro de toda esta narrativa a
importância do planejamento educacional. Ele não traz benefícios só para o
educador e sim para educando.
Quanto à avaliação considerada como o terror no meio do educando,
ela se apresenta como a solução para o caso do aprendizado, e como forma
de somar conhecimentos.
48
BIBLIOGRAFIA
DARSIE, Maria Marta P. Avaliação da aprendizagem. INGT. Formação de
professores. ANPED. 1995.
FRANCO, M. L. B. Avaliação de curso de especialização em Avaliação à
distância. – UNB / Catedral UNESCO, V. 03. Avaliação de currículos e
programas. Brasília, 1997.
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