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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO TÉCNICO 1 Planejamento e a Gestão de Pessoas no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro através do Quadro de Organização (QO). Leandro Gomes Ernesto da Silva [email protected] UFF/ICHS Resumo Este trabalho intenta a elaboração e a implementação de um Quadro de Organização (QO) para o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), haja vista ser a única Força Militar a não dispor de tal ferramenta administrativa, a qual, já estando configurada com leis vigentes, pode fornecer benefícios à sua gestão de pessoal. O QO constitui-se pela junção das bases doutrinárias do CBMERJ, da definição das estruturas organizacionais através de organogramas, da previsão dos quadros de cargos previstos (QCP) e de dotação de materiais (QDM), incluindo neste as viaturas e os equipamentos especializados às Organizações de Bombeiro Militar. Neste estudo, serão efetivadas apenas as análises das estruturas organizacionais internas e sistêmicas, e da definição de cargos, por serem intimamente relacionadas, com o fito de melhorar a gestão de pessoas no CBMERJ. Palavras-chave: Corpo de Bombeiros Militar, definição de cargo, estrutura organizacional, organização básica, pessoal, QO, Quadro de Organização. 1 - Introdução A sociedade atual reveste-se de distintas necessidades, as quais, no intuito de serem contempladas e resolutas, servem de base direta para o surgimento de organizações predispostas ao fornecimento do serviço adequado. Segundo Mintzberg (1995, p. 272) Para o seu surgimento, as organizações devem definir de forma antecipada prioritariamente: (I) todos os seus propósitos e objetivos distintos a serem atingidos; (II) e as suas composições internas, vendo os seus funcionários como colaboradores; e, por último, (III) a sua sistêmica estrutura organizacional, definindo a formalização de seus grupos de trabalho e o comportamento esperado de seus colaboradores. De maneira análoga a tais organizações, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), desde a sua criação, atendeu ao chamamento do item (I) acima descrito, definindo claramente o seu propósito de "Vida alheia e riquezas salvar”. Entrementes, quanto aos outros dois itens, a Corporação ainda não os contemplou devidamente, mesmo com os seus já 159 (cento e cinquenta e nove) anos de existência. Logo, a Corporação carece de um planejamento adequado e uma efetiva gestão de pessoal, podendo ser suprimidos com a confecção e implantação do Quadro de Organização (QO). O referido Quadro pode ser entendido como uma ferramenta que, devidamente previsto na legislação militar em vigor, concebe positivamente a definição dos cargos necessários à

Planejamento e a Gestão de Pessoas no Corpo de Bombeiros ... Gomes Ernesto... · análises das estruturas organizacionais internas e sistêmicas, e da definição de cargos, por

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

1

Planejamento e a Gestão de Pessoas no Corpo de Bombeiros Militar do

Estado do Rio de Janeiro através do Quadro de Organização (QO).

Leandro Gomes Ernesto da Silva – [email protected] – UFF/ICHS

Resumo

Este trabalho intenta a elaboração e a implementação de um Quadro de Organização (QO)

para o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), haja vista ser a

única Força Militar a não dispor de tal ferramenta administrativa, a qual, já estando

configurada com leis vigentes, pode fornecer benefícios à sua gestão de pessoal. O QO

constitui-se pela junção das bases doutrinárias do CBMERJ, da definição das estruturas

organizacionais através de organogramas, da previsão dos quadros de cargos previstos (QCP)

e de dotação de materiais (QDM), incluindo neste as viaturas e os equipamentos

especializados às Organizações de Bombeiro Militar. Neste estudo, serão efetivadas apenas as

análises das estruturas organizacionais internas e sistêmicas, e da definição de cargos, por

serem intimamente relacionadas, com o fito de melhorar a gestão de pessoas no CBMERJ.

Palavras-chave: Corpo de Bombeiros Militar, definição de cargo, estrutura organizacional,

organização básica, pessoal, QO, Quadro de Organização.

1 - Introdução

A sociedade atual reveste-se de distintas necessidades, as quais, no intuito de serem

contempladas e resolutas, servem de base direta para o surgimento de organizações

predispostas ao fornecimento do serviço adequado.

Segundo Mintzberg (1995, p. 272)

Para o seu surgimento, as organizações devem definir de forma antecipada

prioritariamente: (I) todos os seus propósitos e objetivos distintos a serem atingidos;

(II) e as suas composições internas, vendo os seus funcionários como colaboradores;

e, por último, (III) a sua sistêmica estrutura organizacional, definindo a formalização

de seus grupos de trabalho e o comportamento esperado de seus colaboradores.

De maneira análoga a tais organizações, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do

Rio de Janeiro (CBMERJ), desde a sua criação, atendeu ao chamamento do item (I) acima

descrito, definindo claramente o seu propósito de "Vida alheia e riquezas salvar”.

Entrementes, quanto aos outros dois itens, a Corporação ainda não os contemplou

devidamente, mesmo com os seus já 159 (cento e cinquenta e nove) anos de existência.

Logo, a Corporação carece de um planejamento adequado e uma efetiva gestão de

pessoal, podendo ser suprimidos com a confecção e implantação do Quadro de Organização

(QO). O referido Quadro pode ser entendido como uma ferramenta que, devidamente previsto

na legislação militar em vigor, concebe positivamente a definição dos cargos necessários à

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execução das atividades operacionais e administrativas do CBMERJ, além da caracterização

imediata e obrigatória de sua estrutura orgânica sistematizada, entre outros.

Assim, a implantação do Quadro de Organização no CBMERJ, necessita ainda de

propostas de novas legislações, atualizando a Organização com seus objetivos.

Os conceitos atuais de Administração utilizados aqui, colaboram diretamente com as

definições intrínsecas ao QO, atentando para as nuances administrativas de sua elaboração,

abrangendo ainda os temas acerca de estruturas organizacionais, e de definição de cargos, à

luz da atual Gestão de Pessoas em prática hoje nas organizações em geral.

Logo, para o desenvolvimento do trabalho, buscou-se tratar basicamente a modalidade

de pesquisa bibliográfica, além de informações colhidas no órgão que trata do planejamento

estratégico de pessoal na Corporação.

2 – Apresentação do Caso

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro é uma organização militar,

subordinado a Secretaria de Estado de Defesa Civil (SEDEC), considerado como Força

Auxiliar e reserva do Exército Brasileiro, tendo como pilares basilares a hierarquia e a

disciplina, tendo a sua missão devidamente constante em sua Lei de Organização Básica

(LOB).

Assim, por constituir-se de Organizações de Bombeiro Militar, o CBMERJ tem que

primar para que as mesmas tenham, em uso e regulamentado individualmente, o seu Quadro

de Organização. Muito embora, não haja o atendimento a este preceito desde a sua criação.

Devido ao fato de haver dispositivos legais em vigor, que esbocem a autorização legal

da existência e a atribuição do QO, tanto pela Lei de Organização Básica quanto pelo Estatuto

de Bombeiro Militar (EBM), como também, pelo fato de que este último concede a

autorização de emprego de dispositivos normatizados pelo Exército Brasileiro, quando

comprovada a inexistência de dispositivos estaduais, o Quadro de Organização deverá ser

composto por: (I) base doutrinária; (II) estruturas organizacionais; (III) quadro de cargos

previstos (QCP); e, (IV) quadro de dotação de material.

Assim, para uma aceitação da elaboração e implantação do QO no âmbito do

CBMERJ, o trabalho ater-se-á no que concerne ao planejamento e gestão de pessoal do

CBMERJ; portanto, ao item à (III) acima aludido.

É bem verdade que este estudo não teria tamanha seriedade, caso não fosse

interpretada a real e devida interdependência do planejamento de pessoal com as estruturas

organizacionais ora vigentes. Ou seja, há de se considerar a vinculação direta e imediata entre

cargos e estruturas organizacionais.

Devido a esta vinculação, para que haja uma proposição de cargos efetivos no

CBMERJ, a sua estrutura organizacional deverá estar plenamente concatenada com os

mesmos, sem excessos, extravagâncias ou superfluidade. Ou seja, a proposição do

planejamento de pessoal, através de cargos, deverá ser real e concreta, atendendo a uma

estrutura organizacional também regular e perfeita através de organogramas.

Souza e Ferreira (2004, p. 128) mencionam que organograma pode ser entendido

como a representação gráfica da divisão da organização em setores, e das relações de

subordinação entre os mesmos, dispostos de forma ordenada, revelando o nível hierárquico de

cada um.

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Sabendo-se que a estrutura organizacional vigente no CBMERJ fora definida há

aproximadamente três décadas, através da Lei Estadual nº 250, de 02 de julho de 1979 (Lei de

Organização Básica), há de se considerar sua defasagem. Atualmente, reconhece-se que, em

quaisquer organizações no mundo competitivo, as suas estruturas organizacionais necessitam

estar constantemente evoluindo, pois os seus conceitos são renovados, o que desencadeia

obrigatoriamente a necessidade de mudança.

É bem verdade que, através da Portaria CBMERJ nº 047, de 11 de setembro de 1996,

que define, provisoriamente, a nova estrutura organizacional do CBMERJ, foi vislumbrada a

necessidade de se modernizar a estrutura organizacional ditada pela Lei de Organização

Básica então vigente. Contudo, sabe-se que tal Portaria não tem a faculdade ou influência para

alterar um dispositivo em nível de lei ordinária, conforme se preconiza a Pirâmide de Kelsen.

A pirâmide de Kelsen é uma simbologia do ordenamento hierárquico das leis, começando no

grau máximo com a Constituição Federal, indo até o mais baixo escalão, geralmente uma

portaria, ou similares.(KELSEN, 1976). Disto posto, percebe-se então que a Lei de

Organização Básica, promulgada em 1979, é o ditame legal ainda vigente no CBMERJ acerca

de estrutura organizacional.

Entretanto, o que encontra-se redigido na LOB não mais representa a atualidade desta

Corporação. Já existem Unidades criadas e em funcionamento que atendem satisfatoriamente

à sociedade deste Estado, estando a esta vinculadas, como por exemplo, a Diretoria de

Diversões Públicas, em nível de Órgão de Direção Setorial, e o Grupamento de Socorro

Florestal e Meio Ambiente, em nível de Órgão de Execução. Como há também aquelas que,

estando hoje em funcionamento, não atendem diretamente à missão institucional da

Corporação, como por exemplo, as Diretorias Gerais de Saúde e de Odontologia, separadas

quando possivelmente deveriam estar reunidas em um Órgão de Direção Setorial único,

atendendo exclusivamente a área de saúde do bombeiro militar como um todo.

Logo, ao interpretar os efeitos da ausência de um QO pré-definido, percebe-se que o

aumento do efetivo no CBMERJ se dá através de uma forma desordenada, e com falta de

nexo entre os postos e graduações, gerando excessos de pessoas em determinadas funções e

demanda em outras.

Graduação Situação Total

Previsto 310

Sub Ten Existente 2368

Diferença 2058

Previsto 699

1º SGT Existente 2369

Diferença 1670

Previsto 1659

2º SGT Existente 2751

Diferença 1092

Previsto 1679

3º SGT Existente 1831

Diferença 152

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Previsto 6664

CABO Existente 2311

Diferença -4353

Previsto 7024

SOLDADO Existente 750

Diferença -6274

TOTAL Previsto 18035

TOTAL Existente 12380

TOTAL Diferença -5655 Tabela 1. Comparativo entre efetivo de praça existente e previsto, em 25/08/2015. (Fonte: CBMERJ)

Assim, ao fazer uma observância entre o efetivo existente e previsto com a Pirâmide

Hierárquica Militar, vemos uma discrepância na distribuição de cargos, conforme figura 1.

Figura 2. Comparativo entre efetivo de praça existente e previsto com a Pirâmide Hierárquica Militar

(Fonte: CBMERJ)

Ao analisar tais observações, faz-se necessário segregar tais assuntos através das

implicações acarretadas com a possível implementação do Quadro de Organizações.

2.1 Antecedentes factuais

Sabe-se que não é concebível que uma organização no meio civil, por exemplo, se

estabeleça e logre êxito, sem ao menos se preocupar em definir anteriormente suas metas

(resultados desejados) e o seu negócio (contexto de seus interesses). Assim, torna-se

necessário que toda organização defina claramente a sua missão (a razão de sua existência) e a

sua visão (imagem de si mesma e do seu futuro).

Juntamente com estes propósitos, devemos buscar também o delineamento explicito

dos cargos necessários à consecução de seus objetivos. Afinal, todas as organizações visam

atender as necessidades originárias de seus clientes e sociedade. Necessidades estas que

confundem-se à condição dos objetivos de tais organizações. Ou seja, o que são necessidades

para uns, são objetivos para outros.

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Figura 1. Demonstração das relações de necessidades entre distintos entes. (Fonte: Mintzberg, 1995)

Com tudo isso, observou-se então a urgência em se tentar minimizar a ausência

daqueles parâmetros organizacionais, citados anteriormente. Ao efetuar as devidas e

necessárias observações, verifica-se que, seguindo os exemplos praticados pelo Exército

Brasileiro (EB), como também, da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), a

resposta à tão apropriada questão e às necessidades do CBMERJ pode provir da

implementação do Quadro de Organização (QO).

Assim, atentando-se por analogia ao que consta na Portaria EB nº 041, de 18 de

fevereiro de 2002, que dispõe sobre as instruções gerais para a correspondência, as

publicações e os atos administrativos no âmbito do Exército (IG-10-42)

O Quadro de Organização dever-se-á ser constituído de: (i) estruturas

organizacionais, apresentadas sob a forma de organogramas que representem, de

forma sumária, o comando, chefia ou direção; (ii) base doutrinária, que define, de

forma sintética, a missão, a designação, as bases para planejamento, a mobilidade, as

possibilidades da estrutura e outros dados fundamentais referentes ao tipo da

organização considerada; (iii) quadro de cargos previstos (QCP), estes definidos por

discriminação; posto/graduação do militar; número de cargos; referenciação e

habilitações exigidas aos ocupantes; e, por último, (iv) quadro de dotação de

material (QDM), definido para especificar a distribuição pormenorizada do material

atribuído ao pessoal e às atividades diuturnas das organizações militares.

Logo, atendendo ao tema proposto para este trabalho, e considerando que os assuntos

de estrutura organizacional e de definição de cargos estão intimamente ligados, o presente

estudo versará, sobre a implantação do Quadro de Organização na organização CBMERJ,

através das pesquisas bibliográficas, e das pesquisas de campo efetivadas in locus na Seção de

Planejamento de Pessoal da Corporação.

2.2 Antecedentes Histórico-Bibliográficos e Legais

Com o advento da fusão do antigo Estado da Guanabara com o antigo Estado do Rio

de Janeiro, nos idos de 1976, o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBERJ), à

época, também fora adunado com um efetivo proveniente, através de opção e livre escolha

individual, do efetivo da Polícia Militar do antigo Estado do Rio de Janeiro. Tal composição

atendeu e corroborou com o que preceitua o Decreto-Lei n° 307, de 27 de maio de 1976.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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Como resultado da grande relevância dessa união, percebe-se que as citadas Forças

Militares gozavam, à época, de um grande prestígio e estima nos relacionamentos para com o

Chefe do Poder Executivo Estadual, porquanto é possível perceber que inúmeras legislações

foram promulgadas no período de 1976-1979, graças talvez àquele Governador, o Exmo. Sr.

Almirante Floriano Faria Lima. Foi em seu mandato, que foram concebidas as Leis Estaduais,

ainda hoje vigentes, como as que se referem aos distintos Estatutos Militares e Organizações

Básicas de cada uma das Forças Militares deste Estado do Rio de Janeiro.

Por conseguinte, foi também naquele período, que a Polícia Militar do Estado do Rio

de Janeiro obteve a promulgação do Decreto Estadual nº 1.072, de 18 de janeiro de 1977. Tal

dispositivo legal, de competência única e exclusivamente de Governadores de Estado,

oficializava o Quadro de Organização (QO), para aquela Força Militar, em Diário Oficial

Estadual; porém, teve o seu teor específico publicado apenas em Documento Reservado da

Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro, naquele ano.

Há de se considerar então que, para o Corpo de Bombeiros Militar daquele período,

não fora promulgado nenhum Quadro de Organização, a princípio.

Já naquele tempo, sabia-se que, para se ter um planejamento de pessoal eficiente e

publicar a real necessidade de militares, legalizada através da Lei de Fixação de Efetivos

(LFE), era necessário a elaboração do Quadro de Organização, pois este acarreta a previsão

real de estrutura organizacional sistêmica, e de cargos a serem ocupados pelos militares do

CBMERJ, fazendo com que não ocorra nem excessos nem espaços a serem ocupados.

Desta forma, ao contrario do que há nos dias atuais, a Lei de Fixação de Efetivos deve

ser concebida apenas após uma implantação ou atualização do QO, a ser adotado por esta

Corporação, para que possamos garantir o principio da veracidade.

No entanto, os legisladores de todas as LFE anteriores não atentaram à necessidade de

se confeccionar os respectivos QO. Pode-se citar, a título de LFE anteriores, os seguintes

dispositivos legais, a saber: (i) Decreto-Lei nº391, de 27 de junho de 1978; (ii) Lei Estadual

n° 947, de 26 de outubro de 1985; (iii) Lei Estadual nº 1.723, de 25 de outubro de 1990; (iv)

Lei Estadual n° 3.804, de 04 de abril de 2002.

Assim, para a devida consecução do Quadro de Organização, é preciso concatenar

adequadamente todos os conceitos existentes hoje, empregados na área de Administração,

desenvolvendo então multidisciplinaridades atuais para a devida resolução proposta do QO.

3 – Referencial Teórico

As Organizações são unidades sociais deliberadamente construídas para perseguir

objetivos específicos, inclusive as de caráter militar. E segundo Chiavenato (1999), a

organização é a coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais com a

finalidade de efetuar transações planejadas com o ambiente. A organização atua em meio

ambiente e a sua existência e sobrevivência dependem da maneira como ela se relaciona com

esse meio. Para tanto ele deve ser estruturada e dinamizada em função das condições e

circunstâncias que caracterizam o meio em que ela opera. Dentro de uma abordagem mais

ampla, as organizações são unidades sociais (ou agrupamentos humanos), intencionalmente

construídas e reconstruídas, fim de atingir objetivos específicos. Isto significa que as

organizações são propositada e planejadamente construídas e elaboradas, isto é, reestruturadas

e redefinidas, na medida em que os objetivos são atingidos ou na medida em que se

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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descobrem meios melhores para atingi-los com menor custo e menor esforço. Uma

organização nunca constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e

sujeito às mudanças. Toda organização atua em determinado meio ambiente e sua existência e

sobrevivência dependem da maneira como ela se relaciona com esse meio. Assim ela deve ser

estruturada e dinamizada em função das condições e circunstâncias que caracterizam o meio

em que ela opera.

Ainda, de acordo com Falco e Silva (2012), as organizações devem criar sua própria

estrutura, definir órgãos e cargos, além de estabelecer regras e requisitos necessários para

executar ações e papéis dentro da empresa. Possuem áreas de atuação que precisam de

qualificações adequadas para buscar profissionais que atendam a essa demanda. Esse é

basicamente o processo de Aplicar Pessoas, que pode ser trabalhado nas organizações de

diferentes maneiras.

Mesmo depois de instalada e em pleno funcionamento as organizações devem sempre

buscar adaptações. Lobos (1975), entende que desenvolvimento organizacional como um

processo planejado para mudar a forma em que organizações funcionam, tentando

descongelar padrões de comportamento, implantar as mudanças e voltar a congelar os novos

padrões. Em segundo lugar, o conceito de mudança organizacional já tem sido definido por

outros autores como um conjunto de alterações no ambiente de trabalho de uma organização,

que podem ser de dois tipos: estruturais e comportamentais. Apesar de que ambos os tipos de

mudança podem ser facilmente reconhecidos como interdependentes, neste artigo estima-se

que o processo de desenvolvimento organizacional está fundamentalmente orientado a atuar

sobre o comportamento mais que sobre a estrutura - acontecendo assim as mudanças nesta

segunda variável somente em decorrência das mudanças já decididas no caso da primeira.

As discussões acerca dos objetivos a serem alcançados pelas organizações podem dar-

se em duas instâncias. Em primeiro lugar, pode-se pensar em metas ou resultados que devem

ser perseguidos e obtidos, de forma que se garanta a continuidade dos negócios. Esse é o nível

de análise comumente encontrada nos estudos organizacionais. Em segundo lugar, pode-se

pensar em como estes resultados são distribuídos, quais são os objetivos dos constituintes

organizacionais, seus interesses e legitimidade (CAMPOS, 2006).

Ainda, para garantirem sua sobrevivência, as organizações precisam passar por uma

profunda mudança cultural. Logo, Pimenta e Rocha (2011), sugerem que as empresas buscam

condições de enfrentar as constantes mudanças realizando ajustes nas estruturas internas, em

seus sistemas de gestão, na formação de equipes fortes, sinérgicas e focadas em resultados. As

atividades seguem o alinhamento estratégico da empresa, visando desenvolver e sustentar

uma posição vantajosa no mercado. Trata-se, na verdade, de um processo contínuo, onde

métricas direcionam e norteiam as ações a serem desenvolvidas.

Para Lacombe e Chu (2008), as forças do mercado e os ambientes social, cultural e

legal devem ser elementos importantes na elaboração e implementação das políticas e práticas

de Gestão de Pessoas.

Com tudo isso, e conforme pôde ser verificado, o Quadro de Organização é uma

ferramenta muito útil e relevante para o planejamento e a gestão de pessoal no CBMERJ, pois

o QO baseia-se na definição de doutrinas; de estrutura organizacional geral, como também,

específicas às organizações presentes no organograma do CBMERJ; de cargos previstos; e, de

dotações de viaturas e equipamentos especializados.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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Portanto, faz-se necessário, com o objetivo de ofertar o devido embasamento dos

ensinamentos adquiridos e das pesquisas bibliográficas realizadas, o confronto dos conceitos

basilares do QO com os conceitos existentes hoje em Administração. Os referidos conceitos

aprendidos se reproduzem com o que há de mais moderno e empregado pelas organizações

existentes do mundo competitivo.

Ainda, conforme Robbins (2002, p. 171), “uma estrutura organizacional define como

são formalmente divididas, agrupadas e coordenadas as tarefas dos cargos, e que nenhum

assunto em Administração sofreu mais mudanças, nos últimos tempos, que estruturas

organizacionais”.

No caso específico do CBMERJ, a sua estrutura organizacional, embora definida por

um dispositivo legal provisório, atende às exigências da divisão e coordenação de cargos,

conforme fora mencionado anteriormente, pois as suas organizações existentes, respeitando as

suas próprias atribuições específicas e particulares, reúnem-se através de cargos conexos.

Pois, por exemplo, não há cargos de guarda-vidas de praia na estrutura organizacional do

grupamento de socorro de incêndio florestais.

Chiavenato (1999, p. 160) comenta que, graças à estrutura organizacional, há ainda

uma distinção entre os cargos existentes em uma organização, especificando a existência de

uma especialização vertical, através dos diferentes níveis hierárquicos; e, de uma

especialização horizontal, através da departamentalização da organização. A primeira

especialização é de fácil entendimento, não necessitando deveras de explicações; enquanto

que a segunda, trata-se do relacionamento e da igual autoridade de gerentes de departamentos

distintos.

O cargo é definido como sendo “uma composição de todas as atividades

desempenhadas por uma pessoa — o ocupante — que podem ser englobadas em um todo

unificado e que figura em certa posição formal do organograma da empresa" (CHIAVENATO

2010, p. 160).

Por conseguinte, definição semelhante à descrita acima também é encontrada na Lei

Estadual n° 880, de 25 de julho de 1985 (Estatuto de Bombeiro Militar — EBM), mais

precisamente em seu artigo 17. No referido dispositivo legal, o legislador definiu cargo, no

CBMERJ, como sendo um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidos a

um bombeiro militar em serviço ativo, e que se encontra especificado nos Quadros de

Organização, ou, como também, previsto, caracterizado ou definido como tal em outras

disposições legais.

Desta forma, em geral, os cargos são vistos por todas as organizações como sendo a

possibilidade das mesmas em dispor devidamente do seu capital humano, no intuito de

alcançar todos os seus objetivos organizacionais. Há uma tendência também na área de

Administração, de se crer que, em contrapartida, as próprias pessoas utilizam o fato de terem

os seus cargos para alcançar os seus objetivos individuais, que podem ser interpretadas pelo

desejo de sua auto-realização.

A auto-realização encontra-se inserida, no contexto da hierarquia das necessidades, ou

pirâmide de Maslow, proposta e categorizada por Abraham Harold Maslow, em 1943, como a

mais importante e representando e ápice da existência do ser humano, no campo da motivação

comportamental, dentre outras cinco categorias de necessidades (de estima, sacieis, de

segurança, fisiológicas; nesta ordem, da maior para a de menor relevância).

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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Portanto, pode-se deduzir que a relação entre a organização, as pessoas e os cargos

estão diretamente ligados aos interesses de cada um destes.

Entretanto, é necessário mencionar que, através dos conceitos apresentados de cargos,

estes se diferem completamente dos conceitos de tarefas ou de funções, ou melhor, os cargos

representam-se como o somatório das tarefas e funções a eles atribuídas.

Desta maneira, o conceito de função, existente no Estatuto de Bombeiros Militar

anteriormente citado, consiste no exercício das obrigações inerentes ao cargo de bombeiro

militar. Tal distinção se deve ao fato de que há muitos equívocos, por parte dos militares do

CBMERJ, quando da utilização dos termos cargo e função para designarem os seus

posicionamentos dentro da estrutura organizacional de sua OBM. Pode-se exemplificar tal

situação da seguinte forma: há um determinado oficial que afirma que o seu cargo é o seu

posto de 2º tenente e, que a sua função é ser o chefe de uma determinada seção. Na verdade, o

cargo deste oficial é ser chefe de uma seção, tome-se por exemplo, a seção administrativa de

sua organização; enquanto uma de suas muitas funções é manter atualizado e em dia a parte

administrativa de seu quartel.

Segundo Chiavenato (1999 apud Milkovich; Boudreau, 994, p. 129), o desenho de

cargos (job design) envolve o conteúdo do cargo, as qualificações do ocupante e as

recompensas para cada cargo, no sentido de atender às necessidades dos empregados e da

organização, e que faz envolver também a especificação dos métodos de trabalho e das

relações com os demais cargos.

Para se poder desenhar um cargo, é necessário ter em mente três situações, a saber:

- o conteúdo real do cargo, discriminando as funções ou tarefas que o seu

ocupante deverá exercer;

- os métodos e processos do trabalho, tipificando claramente a forma como as

tarefas serão desempenhadas;

- o principio da unidade de comando, permeando claramente a quem está

subordinado e sobre quem exerce a sua autoridade.

Por conseguinte, no intuito de atender a estas três situações necessárias para se efetivar

o devido desenho de cargos, o Quadro de Organização a ser proposto, através do seu Quadro

de Cargos Previstos (QCP), deverá vislumbrar a discriminação real e sintética de todos os

cargos nele constantes, com a aplicação imediata do princípio da unidade de comando;

cabendo ressaltar que este, mesmo sem haver um QO e guardadas as devidas proporções, já

ocorre no presente.

Sabe-se que, desde os idos de 1996, vêm ocorrendo no âmbito das Forças Militares

deste Estado a promoção dos militares por tempo de serviço, onde tais promoções vêm se

revestindo com insatisfações desconfortantes entre os próprios militares. Talvez, caso

houvesse a existência de um Quadro de Organização, ter-se-ia um contra-argumento, além do

fato de que tal promoção não encontra embasamento em lei ordinária, sobre a impossibilidade

de se promover, por exemplo, um determinado cabo à graduação de sargento por não haver

cargo de sargento disponível.

Doravante terem sido apresentados conceitos atuais na área de Administração, acerca

prioritariamente da estrutura organizacional e da definição de cargos, conceitos que serão, por

certo, necessários na consecução da possível confecção do Quadro de Organização. Como

estes poderão ser úteis quando da elaboração do QO, e quais são as implicações em sua

implantação?

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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4 – Plano de Ação

Conforme mencionado, a devida definição de cargos está intimamente ligada à

estrutura organizacional de qualquer organização.

De igual maneira, utilizando os conceitos necessários, tem-se ciência de que a

estrutura organizacional do CBMERJ exprime-se como tendo uma departamentalização

funcional e geográfica; uma estrutura centralizada; cadeia de comando rígida; com uma

margem de controle larga; e, altamente formalizada.

Portanto, intenta-se agora que seja possível reformular uma nova estrutura

organizacional para o CBMERJ para quando o QO for considerado, através do projeto de lei

de uma nova LOB aqui principiado, mudando alguns textos; e, do organograma da estrutura

organizacional geral do CBMERJ.

Há de se distinguir dois pontos relevantes, a titulo de proposição, para a devida

estruturação desta Corporação, a saber: (I) a visão atual dos integrantes da alta direção sobre o

CBMERJ, frente à Secretaria de Estado de Defesa Civil (SEDEC); e, (II) a criação ou

supressão de determinadas unidades, no contexto atual da estrutura organizacional do

CBMERJ, sem aumento de despesas.

Disto posto, com o transcorrer dos anos, percebe-se que a alta direção passou a

enxergar a SEDEC como sendo de suma e vital importância para os seus propósitos. Não

obstante, não se pode consentir que, para que aquilo ocorra, o CBMERJ tenha que ser lesado

em seu avanço e progresso. É essencial que a estrutura da SEDEC esteja confeccionada tendo

o CBMERJ como seu subordinado, porém isolada da estrutura geral deste, o qual sinalizaria

apenas como sendo uma peça chave de sua força operacional.

Cabe salientar que a SEDEC é de enorme relevância para a convivência e

proximidades do CBMERJ junto à Chefia do Poder Executivo. Entretanto, para se tornar rija e

forte, aquela Secretaria de Estado deve ter coesão em seus próprios organogramas internos, e

desvinculação dos organogramas do CBMERJ, sendo dotada de funcionários próprios,

preferencialmente por civis concursados, possibilitando um vinculo empregatício, difícil de

ser suprimido ou eliminado por qualquer governante. E, logicamente, tendo à frente de seu

maior cargo de confiança, o de Secretário da Pasta, um Coronel Bombeiro Militar. Resolvido

o primeiro ponto desta celeuma, passa-se agora a analisar a estrutura interna do CBMERJ a

ser proposta, a qual fora, preponderantemente, obtida através das análises realizadas acerca do

atual organograma do CBMERJ.

Atentando-se ainda, que fora explanado, o cargo, no CBMERJ, define-se como sendo

um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidos a um bombeiro militar em

serviço ativo, e deverá estar especificado nos Quadros de Organização, das Organizações

desta Corporação.

Desta forma, tendo o Quadro de Organização o dever de apresentar especificações e

quantitativos de cargos, o mesmo deverá servir como fonte de consulta para a elaboração e a

promulgação da Lei de Fixação de Efetivo (LFE), a qual sempre sobreveio sem um QO para

que pudesse apresentar quantitativos de efetivo fidedignos, distribuídos entre os postos e

graduações existentes nesta Corporação.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

11

Por consta disto, percebe-se então a relevância de se ter uma LFE com dados precisos

e reais acerca do efetivo de colaboradores, que por certo atuarão devidamente em nome do

CBMERJ, nos serviços prestados á sociedade deste Estado. Para tanto, de faz necessário

também apresentar uma proposta de projeto de lei para a fixação de efetivo no CBMERJ.

Obviamente, os dados compor-se-ão realmente, quando da implantação do QO, pela vontade e

visão atual da alta direção sobre este assunto.

Após realizar as devidas pesquisas bibliográficas, foram encontrados três dispositivos

legais que mencionam e definem a fixação do efetivo no CBMERJ. Obviamente, cabe

ressaltar que um dispositivo legal suplantou e revogou o seu antecedente, de modo que,

atualmente, há apenas uma LFE em vigor. Porém, é interessante apontar que há certa

constância no lapso temporal entre cada uma delas, ou seja, constata-se que, entre cada uma

das LFE promulgadas, há o espaço temporal de vinte anos.

Entretanto, ao se analisar a última LFE promulgada, a Lei Estadual n° 5175, de 28 de

dezembro de 2007, que está em vigor, com as LFE antecedentes, verifica-se que há muitas

alterações que, talvez pela ausência do QO, não resguardam quaisquer motivos aparentes que

sustentem as suas bases de existência.

A referida lei contemplou a inserção, para a área de saúde do CBMERJ, de uma

previsão quantitativa de oficiais com as especialidades de: (I) psicologia; (II) fonoaudiologia;

(III) serviço social; (IV) nutrição; e, (V) fisioterapia, as quais antes não existiam. Não

existiam, pois a LOB, em seu artigo 53, § 2º, não prevê a existência de tais profissionais

dentro da estrutura organizacional da área de saúde do CBMERJ, contemplando apenas os

profissionais de medicina e de odontologia.

Portanto, a existência atual de tais profissionais na estrutura organizacional desta

Corporação encontra-se irregular e improcedente, e que tal afirmativa justifica-se no conflito

legal criado por ordenamentos jurídicos de mesma hierarquia (LOB e LFE), porém, haverem

idéias concomitantes e de nexos diretos.

A total ausência de nexo pode também ser explicitada através da observância aos § 4º,

5º e 6º, do artigo da LFE, os quais claramente apresentam um teor legal de mudança na

organização básica do CBMERI, que por certo deveriam estar inseridos dentro do da LOB em

vigor. Do mesmo modo, a referida LFE, em seu artigo 2º, § 7, também menciona um teor

legal atinente ao EBM, não devendo aquele estar ali inserido.

Em seguida, há de se avaliar também que o legislador, ao confeccionar a LFE em

vigor, em muito elevou o quantitativo total do efetivo de oficiais médicos e dentistas, sem ao

menos ser calcado em alguma fonte de consulta que justificasse tal incremento.

Ao notar que o referido acréscimo de efetivo deu-se, em sua maior parte, no posto de

2° tenente, crê-se que o legislador anteviu a necessidade de se alcear tais oficiais em

programas comunitários de saúde, em escolas públicas, projetados pela SEDEC, em parceria

com a Secretaria de Estadual de Saúde (SES), e com a Secretaria de Estado da Educação.

Todavia, cabe ressaltar que esta atitude do legislador acarretou mais uma nova

situação conflitante, em decorrência do incremento do quantitativo destes oficiais na estrutura

do CBMERJ, sem que este esteja necessitando realmente deste efetivo para a realização de

seus indispensáveis serviços à sociedade fluminense.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

12

4.1 Vantagens do Quadro de Organização

Pode-se contemplar as vantagens do QO, no tocante à estrutura organizacional interna

como sendo o planejamento tático de controle das subordinações das Organizações de

Bombeiros Militar (OBMs) existentes no CBMERJ, atendendo às necessárias e devidas

departamentalizações e margens de controle atuais, com o fito de que não hajam OBMs

criadas sem ter a noção de autoridade ou do grau de subordinação entre elas, caracterizando

assim secundariamente a sua cadeia de comando.

Destarte, com o auxilio da tecnologia da informação, ficar-se-á facilitado o controle

dos dados atinentes às OBM, majorando assim o valor intangível do QO para a atual

administração. Dados estes que serão utilizados em programa especifico e de rápido retorno

de organogramas específicos, todos os cargos existentes na Corporação, estatísticas por

existência de OBM, demonstrando ainda todo uni resumo estatístico de quantitativo de efetivo

pelos quartéis, demonstrando ainda todo um resumo estatístico de quantitativo de efetivo

pelos quartéis, de forma individualizada.

Pode-se citar, por exemplo, a possibilidade de um determinado Comandante de OBM

solicitar movimentações de militares para a sua Unidade, caso conste no QO a previsão de tais

militares em seu efetivo. Trata-se da informação hoje existente, nos Cadernos de Visita de

Inspeção, muito utilizados nesta Corporação, nos quais consta uma tabela com as informações

confrontadas de efetivo previsto e de efetivo existente.

Outra vantagem diz respeito à benesse proveniente pelo QO, de forma singular a seus

militares, refletindo como possível forma de aumento de salário. Trata-se de uma simples

interpretação da lei ora vigente, e que condiciona o ingresso destes militares, não em cargos,

mas sim em postos e graduações, e nada mais justo perceber vencimentos pela atividade

desenvolvida ou pela responsabilidade assumida.

5 – Conclusão

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, embora sendo uma

instituição secular, apresenta ainda hoje alguns parâmetros administrativos a serem

resolvidos, no âmbito de sua estrutura interna.

Conforme pôde ser verificado, a referida Corporação possui uma alternativa,

concebida já há um pretérito distante, em alguns de seus dispositivos legais. Trata-se do

Quadro de Organização (QO), o qual é capaz de levar a termo os problemas atuais no campo

de sua administração, como a indefinida estrutura organizacional do CBMERJ; a falta de

definição de cargos para a prestação diuturna de seus serviços.

Uma vez sendo possível concretizar a sua implantação e elaboração, através da devida

tecnologia da informação, utilizando-se para isto computadores, bancos de dados, redes. etc.,

o QO por certo regulará os problemas acima citados.

Neste trabalho, foram abordados, mediante pesquisas bibliográficas extensas e

abrangentes, antecedentes, conceitos, implicações, custos, todos estes necessários quando

possível aceitação do QO, o qual, conforme fora visto, serve como fonte de consulta para a

formulação do quantitativo de pessoal a toda Lei de Fixação de Efetivos.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

13

Observou-se que, sem esta ferramenta, toma-se permissível que haja descontrole na

real quantificação de cargos, fazendo com que sejam atribuídos em números maiores,

desnecessários e diferenciados entre os quadros e as qualificações de BM.

Destarte, foram apresentadas singelas proposições para a promulgação de novos

dispositivos legais, que embasem e sirvam para o emprego assertivo inicial do QO. Dentre as

quais, cita-se: (I) uma nova Lei de Organização Básica; (II) uma nova Lei de Fixação de

Efetivos; (III) um Decreto Estadual, que aprove a implantação do QO para todas as OBM: e,

(IV) uma estrutura organizacional sistêmica para o CBMERJ, através de organograma geral.

Para tanto, também foram mostradas as vantagens e as desvantagens de sua aplicação

no âmbito do CBMERJ, no tocante à estrutura organizacional e à definição de cargos, dos

quais fora demonstrado a necessidade de existirem justificadamente. Dentre as vantagens do

QO, pode-se exemplificar e fundamentar o possível aumento dos ganhos de um militar, com

postos ou graduações superiores, possíveis de acordo com as suas próprias habilitações, em

relação ao seu atual posto ou graduação nesta Corporação. Esta situação encontra-se já em

prática na sua co-irmã, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Em suma, foram mostradas as benesses que porventura virão a ser alcançadas quando

da implementação inicial de um Quadro de Organização, no âmbito do Corpo de Bombeiros

Militar do Estado do Rio de Janeiro.

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