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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA
PRODUÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DE
UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS NA
INDUSTRIALIZAÇÃO DE
FERTILIZANTES
JOAO PAULO DA FONSECA CAETANO (FEPAM )
Jordana Verissimo Silva (FEPAM )
Vivianny Alves da Silva (FEPAM )
Carlos Alves de Araujo Junior (FEPAM )
A pesquisa tem por objetivo o estudo para verificar a utilização da
ferramenta de planejamento e controle de produção em uma fábrica e
fertilizantes, prestadora de serviços para a detentora da marca.
Atualmente a empresa produz conforme demmanda do seu cliente.
Palavras-chave: Planejamento e controle da produção, serviços,
fertilizantes
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1 Introdução
A cadeia de distribuição de fertilizantes é muito dinâmica, pois as vendas ocorrem quase
sempre diante da necessidade imediata do produtor, que para não aumentar seus custos,
preferem não manter estoques em suas fazendas, ou também, por revendas que querem manter
seu o controle de seu estoque mínimo/máximo, para não perderem vendas. Quando toda esta
linha de distribuição é feita pela própria produtora, a gestão e o controle são de fácil acesso,
permitindo a visualização e compreensão dos indicadores, mas quando se terceiriza alguma(s)
da(s) etapas de distribuição, há conflitos de interesses de planejamento.
Para manter o planejamento de controle de produção (PCP), Tubino (2007) afirma que preciso
ter o máximo de informações, que são coletadas através do setor de vendas, produção,
manutenção, transportes, enfim, de todas as áreas envolvidas no processo. Desta maneira se
consegue observar de forma holística e atender da forma produtiva, observando a estratégia da
organização. Segundo o mesmo autor, a complexidade destes controles depende do sistema de
produção e quais são as suas particularidades, sendo que esta ferramenta deve ser adequada
em cada situação a que se aplica.
Tendo os conceitos do PCP sólidos, objetiva-se identificar como e em quais circunstancias
esta ferramenta é utilizada nesta empresa terceirizada, visando otimizar o processo produtivo,
uma vez que existe uma fábrica de fertilizantes, prestadora de serviços (mão de obra e
indústria) para a detentora da marca.
2 Metodologia
Essa pesquisa, inicialmente, descreveu e analisou os processos de industrialização de
fertilizantes, com o objetivo de identificar como a ferramenta PCP é utilizada, para que
possibilite contribuir para a gestão atual.
Para consecução desses objetivos, com vistas a fornecer o referencial teórico, foi realizada
uma pesquisa bibliográfica. Nesse sentido, Cervo e Bervian (1996, p. 48) defendem que
a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências
teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente
ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos,
busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado
existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.
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Em consonância com os autores supracitados, Oliveira (2002, p. 119) afirma que “a pesquisa
bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que
se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno”.
A pesquisa bibliográfica foi utilizada para realizar o levantamento sobre o tema de
Planejamento e Controle de Produção, trazendo informações científicas necessárias para que
seja elaborado o projeto.
Nessa etapa, foram levantados dados e estudos relevantes para a consecução do referencial
teórico. Posteriormente, serão analisadas as responsabilidades e as funções dos profissionais
envolvidos, e estas serão feitas com uma pesquisa de campo.
A pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir
informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para a qual se
procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou
ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles (LAKATOS;
MARCONI, 1996, p.75).
Também a pesquisa de observação foi realizada, observando como são realizados os
processos que envolvem o processo produtivo, e como estes são gerenciados. Essas
informações foram necessárias para a análise de todos os procedimentos e posteriormente o
planejamento para a implantação do novo sistema. Essa observação será direta e sistemática.
Segundo Lakatos e Marconi (1982) na observação sistemática o observador sabe exatamente
o que quer no local onde será feita a observação, sendo objetivo, reconhecendo possíveis erros
e eliminando influências sobre o que esta vendo ou recolhendo.
Optou-se, do mesmo modo, em aplicar a entrevista como instrumento de pesquisa de campo.
Utilizaremos esta, para traçar um breve histórico da evolução da fabricação e serão feitas
entrevistas, com os profissionais envolvidos.
Entrevista consiste no diálogo com o objetivo de colher, de determinada
fonte, de determinada pessoa ou informante, dados relevantes para a
pesquisa em andamento. Portanto, não só os quesitos da pesquisa devem ser
muito bem elaborados, mas também o informante deve ser criteriosamente
selecionado (RUIZ, 1992, p.51).
Para a execução do trabalho foi a pesquisa qualitativa, que segundo Silva e Menezes (2001, p.
20),
Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto
é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
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sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos
fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa
qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente
natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-
chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de
abordagem.
A pesquisa qualitativa possibilitou uma compreensão particular de cada processo,
demonstrado de forma bem clara o como e porquê cada processo acontece. Proporcionando
uma maior profundidade de respostas e, portanto, maior compreensão, criando um vínculo
direto com as pessoas envolvidas no processo.
3 Referencial Teórico
3.1 Previsão de demanda
Segundo Idalberto Chiavenato (1990) previsão da demanda é a representação da quantidade
de produto ou serviço que uma empresa pretende ou espera vender durante um determinado
período de tempo. Para o processo de construção da previsão da demanda é utilizado, na
maioria dos casos, o histórico de vendas, que possibilita uma visão dos próximos períodos. O
histórico de vendas deve ser revisto, evitando vendas atípicas, o que afeta na demanda efetiva
dos produtos.
Nigel Slack, Stuart Chambers e Robert Johnston (2009) afirmam que, para o planejamento e
controle de capacidade, há três requisitos para a previsão da demanda.
Expressada em termos úteis: As previsões devem ter expectativas realistas de
demanda, sendo expressas nas mesmas unidades que a capacidade, como pessoal
operacional necessário, espaço, horas máquina, etc.
Mais exata possível: A exatidão de uma previsão é importantíssima. Para tentar
atender uma determinada demanda é preciso estabelecer o volume de produção
antecipado, baseando-se nessa previsão que pode mudar antes que a demanda ocorra.
Indicação da incerteza relativa: Em alguns ramos de atividade existem certos
momentos em que a demanda aumenta e diminui rapidamente, fazendo com que seja
mais difícil as decisões dos gerentes de produção com relação a recrutamento de pessoas
extra para determinado trabalho ou se haverá necessidade de hora extra. Tentando
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facilitar essas decisões é necessário dar as indicações das incertezas da demanda, quais os
horários de maior movimento e os de menor movimento, podendo fazer escala de horário
de funcionários para atender todos os tipos de demanda.
Na figura 1 apresenta, as previsões de demanda são utilizadas no planejamento da capacidade,
planejamento agregado da produção e na programação e controle da produção, segundo
Lustosa, Mesquita, Quelhas e Oliveira (2008).
Figura 1- Previsão de demanda do planejamento da produção.
Fonte – Elaborado pelo autor.
Os erros da previsão da demanda é a diferença entre o valor real da demanda e o valor
previsto, nessa situação se essa diferença for positiva, isso significa que a demanda superou a
previsão e se for negativa o contrário.
Segundo Idalberto Chiavenato (1990), a previsão de demanda é como um bússola, sendo o
elemento orientador para a produção. Os resultados utilizados na previsão da demanda serão
utilizados para alimentar os modelos de estoques e de planejamento agregado para a gestão da
produção.
3.2 Gestão de estoques
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Os estoques são importantíssimos para as empresas e devem ser bem gerenciados para não
comprometerem seus resultados, mantendo equilíbrio entre custos de pedido, armazenagem e
falta.
Os estoques geralmente são organizados de acordo com o tipo de material que os compõe.
Estoques de materiais indiretos utilizados na operação dos processos (Maintenance, Repair
and Operating – MRO), que deve ser controlado para evitar custos excessivos. Estoque de
materiais em processo de transformação ou semi-acabados (Work in Process – WIP), estoque
de matérias-primas e componentes (MP) e estoque de produtos acabados (PA) que deve ser
balanceado associando nível de atendimento ao cliente, custo de produção e estoques
equilibrados.
Segundo Lustosa, Mesquita, Quelhas e Oliveira (2008), é necessário monitorar o nível de
atendimento da demanda atendida com produtos diretamente do estoque e sem atraso na
entrega juntamente com os indicadores de cobertura e giro de estoque.
A gestão de estoques necessita de muitas informações sempre bem atualizadas, a utilização de
sistemas para o controle de estoques é fundamental e utilizado no planejamento agregado.
Independente de qual o sistema adotado, o controle eficiente precisa de extrema
compatibilidade entre os dados registrados e os níveis físicos disponíveis no estoque.
3.3 Planejamento agregado
Planejar significa antecipar decisões a fim de obter um resultado futuro desejado. Para isso
devemos estabelecer de onde começar e o que fazer para alcançar esses objetivos. O
planejamento agregado é típico do nível tático, ele busca dimensionar recursos como mão de
obra, contratos de fornecimento e materiais básicos que exigem menor antecedência para
serem obtidos quando comparados com os recursos de planejamento estratégicos (LUSTOSA
2008).
Esse planejamento consiste em um plano de produção de longo prazo, associando a previsão
da demanda com a capacidade de produção e os recursos disponíveis em estoque, mensurando
com que capacidade a produção deve acontecer para atender seus clientes, afirma Vollman
(2006).
Em empresas com grande variedade de produtos é difícil a programação extada da produção
levando em conta uma demanda esperada de clientes. Na prática essas grandes empresas
convertem todos os produtos para uma medida comum entre eles (volume, peso, etc), nesse
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caso o planejamento agregado vem da necessidade de unificar os produtos (MOREIRA, D.A,
1993).
Para executar o planejamento mestre da produção é necessário verificar se a capacidade
disponibilizada através do planejamento agregado é suficiente para atender suas necessidades
de cada produto em cada período de tempo.
3.4 Planejamento mestre da produção
MPS (Master Production Shedule), programação mestre da produção, é a base para a
programação detalhada dos materiais, capacidade e das ordens diárias da produção, sendo
detalhado os volumes a serem fabricados para cada tipo de produto.
Segundo Corrêa e Gianesi (1995) e Vollman (1988), MPS pode acompanhar a demanda ou
permanecer constante ao longo do tempo havendo apenas variações nos níveis de estoque.
Para a elaboração do programa mestre de produção é considerado a previsão de vendas, a
capacidade de produção, níveis de estoque tanto de insumos quanto de produtos acabados,
disponibilidade dos recursos, assim conseguimos determinar quais produtos devem ser
produzidos antes da venda e os que não serão fabricados mesmo se houver demanda
representados na figura 2.
Figura 2 – Dados de entrada para o programa mestre de produção
Fonte – Slack et al .(2009)
Outro passo do planejamento da produção é o chamado planejamento operacional, ou
planejamento das necessidades de matérias, o MRP.
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3.5 O Sistema MRP
O MRP (do Inglês Material Requirements Planning, ou Planejamento das Necessidades de
Material) é uma tática que se usa para mudar a previsão de demanda de um item
independente. Moreira (2012) afirma que o MRP é também um sistema de controle de
estoques de itens de demanda dependente. Ele evita a manutenção de estoques, exceto aqueles
destinados a eventualidades.
Figura 3 – Integração do MRP com os demais sistemas de produção.
Fonte – Nahmias (1989)
Nahmias (1989) Relata o uso da técnica na General Motors, na década de 1920, que calculava
a quantidade ideal de itens para se fabricar uma certa quantia de carros. O início dessa técnica
foi feita nos Estados Unidos na década de 1970, pelos trabalhos de Wight (1971), New (1974)
e Orlick (1975).
Anderson et al. (1985) revela que o sistema MRP é muito usado nos Estados Unidos. Um
questionário enviado a 1.700 usuários, obtiveram 679 respostas e 64% dos respondentes
afirmam que usam o MRP para programações detalhadas da produção.
3.6 Programação detalhada da produção
A programação de produção é uma atividade de chão de fábrica. Onde se vai programar as
tarefas, onde e quando será realizada com o menor tempo possível e reduzir estoques.
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A programação de tarefas tem fatores relevantes como: Ambiente de produção, instalações,
processo produtivo, padrão de chegada dos pedidos, e a existência de roteiros alternativos de
produção.
Existem na programação quatro ambientes básicos: uma máquina, máquinas em paralelo,
máquinas em série e oficina de máquinas. A palavra “máquina” se refere aos recursos em
geral (máquinas, empregados, estações de trabalho, etc.)
● Máquina única: Ordens Processadas em uma única maquina, como: tempo de
produção, data de entrega, data de liberação, etc.
● Máquinas em Paralelo: Qual ordens serão alocadas a cada máquina e, para cada uma,
qual a sequência de processamento. Pode haver problemas, pois as máquinas não são
idênticas.
● Roteiros idênticos: Todas as ordens passam por todas as etapas.
Os objetivos da programação de produção classificam-se em três classes: cumprimento de
prazos, velocidade de fluxo e utilização. Cumprimento de prazos está relacionado ao
atendimento ao cliente. Velocidade de fluxo é o tempo que a ordem irá atravessar pela fábrica.
Ou seja, quanto mais ordens, maior o número de espera. A utilização é o que o gerente de
produção usa para diluir os custos da produção.
3.7 Sistema de Controle da produção
Para saber se os objetivos planejados foram atingidos ou não, deve ser feito o controle de
processo de execução no mínimo uma única vez no final da execução para manter os
resultados ou melhorá-los.
É formado por quatro funções fundamentais:
1- Planejamento – determina os objetivos e recursos de ação a seguir.
2- Organização: distribui o trabalho entre os membros do grupo e estabelece e reconhece
as relações necessárias.
3- Execução: realiza as tarefas pré-escritas pelos membros do grupo.
4- Controle: controle das atividades e dos resultados planejados em logistica.
3.8 Logística
A logística foi inicialmente criada para facilitar as artes da guerra. Jomini (1779-1869)
classificou como a arte pratica de movimentar os exércitos, compreendendo não apenas os
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problemas de transporte, como também o trabalho de estado maior, as medidas
administrativas e as atividades de reconhecimento e de informação necessárias para o
deslocamento e a manutenção de forças militares organizadas.
O maior desafio da logística é oferecer um nível de serviço adequado por um custo que o
cliente esteja disposto a pagar, ou seja, avaliar os trade-offs de custo/serviço, equilibrar as
expectativas de serviço e os gastos de modo a alcançar os objetivos da empresa.
Um dos possíveis papel mais importante para a logística é a informação, é o alicerce sobre o
qual as decisões lógicas de todas as áreas funcionais são tomada, devendo ser segundo
Rodrigo Jorge (2006):
O estoque físico deve corresponder ao estoque indicado pelo sistema de informação;
De fácil acesso, com atualização em tempo hábil;
Útil para os responsáveis pelas decisões;
Flexível para se adaptar as necessidades especificas de usuários e clientes.
O estoque é apontado como um grande vilão da logística. Ele é considerado responsável por
um a dois terços dos custos logísticos, sua presença pode esconder vários problemas e
deficiências como quebra de equipamento. Para ter o estoque tem que ser feito uma
armazenagem adequada para ter um bom uso.
3.9 Sistemas de Informação
O sistema é uma combinação de partes que operam em conjunto através de um processo
organizado para atingir um objetivo. Segundo O’Brien (2006), os sistema sistemas de
informações tem um padrão compostos por um conjunto de pessoas, hardware, software
dados de coleta.
Na década de 1950 até meados de 1970 houve várias modificações no sistema de informação
utilizados nas empresas. Surgia em 1970 o MRP (Material Requirements Planning), com o
papel fundamental para o Planejamento e Controle da Produção. O sistema ainda não estavam
integrados com outras áreas da empresa e apenas calculavam as necessidades de matérias-
primas e intermediários, sem analisar a capacidade disponível existente.
Com o surgimento dos sistemas da integradores de gestão empresarial (ERP), o MRP evoluiu
para o planejamento dos recursos de manufatura (MRP II – Manufacturing Resources
Planning), ele era utilizado para projetar valores futuros de recebimento, de custo de produto,
de alocação de mão-de-obra, de pedidos em carteira e de lucro, entre outros. As informações
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era utilizados pelas áreas de produção, compras, marketing, finanças e de engenharia para
desenvolver e monitorar o planejamento estratégico e da capacidade para determinar os
objetivos de vendas.
3.10 Planejamento da capacidade
Um dos fatores críticos para o sucesso de um mercado é a capacidade de um processo.
Definidos os produtos a serem produzidos e suas quantidades, deve-se planejar a capacidade
de planta de produção, para ajustes futuros da capacidade.
Domenighetti (1986) fala que a capacidade de uma instalação é o número máximo de
unidades que a instalação pode produzir em um período ou um número máximo de horas de
trabalho. Ele afirma que o planejamento agregado da produção possa realizar o planejamento
da capacidade no médio prazo.
Segundo Elsevier (2007) a capacidade de um processo é expressa em razões de uma medida
da quantidade que pode ser produzida. Por exemplo toneladas/semana; litros/hora.
Domenighett (1986) afirma que o planejamento agregado da produção possa realizar o
planejamento da capacidade no médio prazo.
Uma das formas usadas por Elsevier (2006) é utilizar mecanismos de previsão de demanda.
Para isso, basta efetuar os seguintes passos:
1. Calcular a previsão de demanda;
2. Assume a capacidade operacional como sendo a demanda prevista no passo anterior;
3. Estimar a eficiência e utilização da planta;
4. Calcular a capacidade projetada, utilizando a seguinte formula:
Análise do Ponto de Equilíbrio (Breack even analysis) é utilizada para calcular o nível de
produção a partir do qual a receita supera os custos de produção e fixos.
Onde:
Qv= quantidade vendida
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P= preço de venda
R= receita
O Ponto de equilíbrio seria:
Ou seja: q é a quantidade de produtos que deve ser produzidos e vendidos para que a receita
se iguale ao custo.
4 Resultados e Discussões
Para analisar como a empresa utiliza a ferramenta PCP, foi elaborado e analisado o mapa de
contexto, que foi explicado pelos profissionais atuantes na produção e pela gestão, e também,
para facilitar o entendimento de forma holística, uma visita técnica.
Figura 4 – Mapa de contexto
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Fonte – Elaborado pelo autor
Tendo todas estas informações, observaram-se pontos importantes de acordo com o
referencial teórico: previsão de demanda, gestão de estoques, planejamento agregado e
planejamento mestre de produção, planejamento das necessidades de materiais, programação
detalhada da produção, sistemas de controle de produção, logística, sistemas de informação e
planejamento e controle da capacidade. Sendo que veremos a aplicação destas a seguir, de
acordo com a prestadora de serviços industriais:
Previsão de Demanda: a organização é informada anualmente pelo seu cliente o
volume a ser produzido. Não tendo em vista o planejamento a longo prazo, pois como
é uma prestadora de serviços, não tem acesso a informações do planejamento
estratégico do seu cliente. Sendo que é passado inicialmente o volume anual, este
imutável, e posteriormente, os gestores de cada empresa se reúnem para discutirem
como será a distribuição mensal. É importante ressaltar que todos estes procedimentos
estão previstos em contrato, sendo importante para o cliente x planejamento de vendas
e também para a indústria x planejamento custos.
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Gestão de Estoques: toda e qualquer matéria prima que existem na unidade industrial
não pertence à prestadora de serviços, mas é de sua responsabilidade a estocagem e
bom uso. Portanto, é feito o controle de estoques, mas é mais simples, sendo
comparado apenas físico x contábil, que para esta apuração é feita contagem física,
pesagens e cálculos geométricos, sendo cada método utilizado especificamente para
cada tipo de produto. Quando há divergências, inicia-se junto à controladoria e
produção uma análise de entradas/saídas, para verificar um possível carregamento
errado ou utilização trocada de matéria prima.
Observou-se a necessidade de implantar a Classificação ABC, para estudar volumes e
períodos de utilização de matéria prima, utilizando estas informações para elaborar
plano do arranjo físico de estocagem.
Planejamento Agregado e Planejamento Mestre da Produção: este tipo de
planejamento é feito de acordo com a previsão de demanda do cliente, onde são feitos
cálculos de capacidade de produção e a partir deste, são feitos os planejamentos de
pessoas, recursos e materiais. É importante ressaltar que não há informações além de
volumes na empresa e que qualquer mudança feita pelo cliente é informada por este
com antecedência para análise de viabilidade no novo formato.
Planejamento de Necessidades de Materiais: toda e qualquer necessidade de materiais
é administrada pelo cliente, a organização em estudo não tem qualquer influência
neste planejamento.
Sistemas de Controle de Produção: o planejamento e controle é feito a partir demanda
informada pelo cliente, onde é dividida mensalmente e a partir deste volume
determinado no mês estabelece indicadores de volume diário/produtividade por hora,
que em seus cálculos, permite visualizar horas efetivamente trabalhadas, horas paradas
(manutenção, falta de produto, sistema inoperante, etc). Estes indicadores de
desempenho são importantes na tomada decisão, pois projetam um resultado
operacional para verificar se a meta será atingida.
Logística: todo e qualquer plano de distribuição é administrada pelo cliente, a
organização em estudo não tem qualquer influência neste planejamento.
Sistemas de Informação: o controle de informações é feito pelo um sistema integrado,
que controla a produção e estoques, onde todo o sistema de estradas e saídas de
matérias primas é feita por este.
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Há um rico controle de produção, mas verificou-se que alguns controles são feitos via
planilha do Microsoft Office Excel, e que podem ser inclusas no sistema.
Planejamento da Capacidade: este plano, é realizado de acordo com a demanda, pois
dependem muito da necessidade do cliente. O mercado de fertilizantes é sazonal, e por
este motivo sofre com baixas e altas demandas em diferentes períodos do ano. Por este
motivo, são administrados os volumes mensais em comum acordo entre gestores de
cada empresa, pois no período de baixa a indústria fica ociosa e em alta pode não
conseguir atender. São feitos controles de produtividade hora, controles de
manutenção preventiva, absenteísmo e outros para que não se tenha surpresa.
5 Conclusão
É importante ressaltar que toda e qualquer ação feita pela prestadora de serviços depende
única e exclusivamente de sua única cliente, pois o seu objetivo final é produzir o volume
solicitado e que a ferramenta Planejamento e Controle da Produção é utilizado de forma
parcial. Isso não significa que a empresa seja omissa com este tipo de gestão, apenas traduz o
seu modelo de negócio, que ao longo dos anos sofreu grandes reestruturações administrativas
e operacionais, baseado no posicionamento do planejamento estratégico implantado pela nova
gestão.
Portanto, a ferramenta é de fundamental importância para o sucesso do negócio, por isso é
importante para o bom andamento dos objetivos de desempenho. Desta forma, supera-se
perspectiva de gerenciamento mecânico, trazendo resultados a atingindo o planejamento
realizado. Diante dos resultados, pode-se concluir que os fatores dentro o PCP, que são de
total importância para a empresa, pois imprimem indicações do gerenciamento e possibilitam
visualizar possíveis desvios operacionais.
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