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Planejamento e Organização do
Turismo
Prof. Danilo Duarte Ramalho
Objetivos do Planejamento Turístico• Detectar e analisar o potencial
turístico de um núcleo;• Despertar a mentalidade
turística de uma região;• Aprimorar a oferta existente e
desenvolver o potencial de um núcleo, a fim de conquistar a continuidade, regularidade e estabilidade da demanda;
Objetivos do Planejamento Turístico• Incrementar e complementar os
serviços básicos;• Desenvolver os serviços
auxiliares da atividade turística;• Incentivar medidas que visem o
bem estar socioeconômico e cultural do núcleo, a fim de elevar o nível de vida da população.
Objetivos do Planejamento Turístico• Equilíbrio entre:
DEMANDA
X
OFERTA
Oferta
Oferta Turística(conceitos/comparação)
• Soma de todos os produtos e serviços adquiridos ou consumidos pelo turista durante a sua estada em uma destinação (RUSCHMANN:1997)
• Conjunto dos recursos naturais e culturais que, em sua essência, constituem a matéria-prima da atividade turística (provocam a afluência de turistas) + serviços produzidos para dar consistência ao seu consumo (BENI:1998)
OFERTA TURÍSTICA ORIGINAL(OU RECURSOS TURÍSTICOS PRIMÁRIOS)
• Hidromo (do grego hýdor: água)• Fitomo (do grego phytón:
vegetal, árvore)• Litomo (do grego líthos: pedra)• Antropomo (do grego
ánthropos: homem)(DEFERT: 1956 apud BENI:1998)
O ferta T urística
A trativ o s N aturais A trativ o s H istó rico -C u lturais
O ferta D iferencial(A traçõ es o u A trativ o s)
U rbana D e A cesso
In fra-E stru tura B ásica In fra-E stru tura T urística
O ferta T écn ica(E qu ipam ento s e Serv iço s o u
F acilidades)
O ferta T urística
SU P E R E ST R U T U R AT U R ÍST IC A
OFERTA TURÍSTICA TÉCNICA OU DERIVADA
• Conjunto das prestações de serviços das empresas de turismo
• Composta pelos transportes, pelas diversas formas de alojamento, lazer e recreação, pelos organizadores de viagens e pelas agências de viagens
• Não pode satisfazer a demanda a não ser que haja uma combinação entre os diversos fatores da oferta derivada e da oferta original
OFERTA DIFERENCIAL OU ORIGINAL (ATRAÇÕES OU ATRATIVOS)
• Recursos naturais, socioculturais e tecnológicos
• De sua diversidade depende o seu grau de atratividade responsáveis pela escolha do turista por uma destinação em detrimento de outra
ATRATIVOS TURÍSTICOS
• Todo elemento material que tem capacidade própria, ou em combinação com outros, para atrair visitantes de uma determinada localidade ou zona (CERRO:1992)
• Base sobre a qual se fundamenta qualquer plano de desenvolvimento turístico o processo de planejamento não pode dispensar o inventário desses elementos e sua avaliação
• O conhecimento prévio e a avaliação das atrações são fundamentais para a determinação das medidas a serem implantadas (adequação dos equipamentos, das atividades e dimensões da demanda às características do local)
• GUNN (1988) atrações turísticas básicas (suporte da atividade, responsáveis pelo afluxo de turistas ao local) e complementares (força de atratividade menor, complementam e proporcionam a diversificação das atividades)
ATRATIVOS TURÍSTICOS
INVENTÁRIO DA OFERTA TURÍSTICA
• Processo pelo qual se registram, ordenadamente, o conjunto dos atrativos turísticos, dos equipamentos e serviços turísticos e da infra-estrutura de apoio turístico, postos efetivamente no mercado (EMBRATUR: 1984)
• Instrumento para o planejamento turístico, tanto setorial como territorial deve ter duas características essenciais: credibilidade e flexibilidade e expansão
FASES PARA A ELABORAÇÃO DO INVENTÁRIO DA OFERTA TURÍSTICA
• Consulta às fontes secundárias (estudos, trabalhos e projetos de várias instituições)
• Consulta a publicações eminentemente turísticas que fazem referência ao local
• Trabalho de campo• Seleção de material recolhido• Redação do relatório
AVALIAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS
• Determina seu potencial turístico• Constitui elemento fundamental
para a tomada de decisões estratégicas para uma localidade
AVALIAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS
• Fornece subsídios para determinar a abrangência dos projetos e a quantidade e qualidade dos equipamentos e da infra-estrutura por instalar
• O valor real do potencial turístico de uma localidade não se mede somente pelo número de seus atrativos, mas também pela sua qualidade
HIERARQUIA DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS
• Hierarquia IV: atração excepcional, altamente significativa para o mercado turístico internacional e capaz de, por si só, motivar uma importante corrente de turistas
• Hierarquia III: atração com aspectos excepcionais em um país, capaz de motivar uma corrente de turistas nacionais ou estrangeiros, por si só ou em conjunto com outras atrações
HIERARQUIA DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS• Hierarquia II: atração com alguns
aspectos chamativos, capaz de interessar os turistas que vieram de longe para a região por outras motivações turísticas, ou capaz de motivar correntes turísticas locais
• Hierarquia I: atração sem méritos suficientes para ser incluída nas hierarquias anteriores, que, porém, faz parte do patrimônio turístico
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS(FACILIDADES OU OFERTA TÉCNICA)
• Serviços oferecidos e equipamentos instalados para o atendimento dos desejos e necessidades dos turistas
• Responsáveis pelo maior ou menor tempo de permanência do turista, de acordo com sua qualidade e preço
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS(FACILIDADES OU OFERTA TÉCNICA)
• Divide-se em oferta técnica específica (serviços eminentemente turísticos) e oferta técnica geral (equipamentos da infra-estrutura que atendem à população como um todo)
• Sua quantidade, variedade e qualidade variam de acordo com o tipo de turismo da localidade
INFRA-ESTRUTURA GERAL OU BÁSICA
• Base do funcionamento adequado de uma destinação para atender às necessidades dos turistas e da população receptora
• Abrange os serviços de abastecimento de água, energia, combustíveis, coleta de lixo, tratamento de esgoto, serviços médicos etc.
FATORES QUE INFLUENCIAM A OFERTA TURÍSTICA
• Preço do produto turístico• Preços de outros bens e
serviços• Preço dos fatores de produção• Nível de avanço tecnológico
ELASTICIDADE-PREÇO DAOFERTA TURÍSTICA
• Variação percentual da quantidade ofertada de produtos turísticos devido à variação percentual nos preços dos produtos turísticos
• Quanto mais alto for o preço de mercado do produto turístico, maior será o incentivo aos produtores em aumentar sua oferta
ADAPTAÇÕES DA OFERTA ÀS FLUTUAÇÕES DA DEMANDA TURÍSTICA
• Oferta turística - prejudicada pela existência de flutuações na demanda de curto prazo por temporada
• “Indústria turística” deve fazer um esforço para reduzir as flutuações de temporada (devido ao elevado custo econômico, as empresas de produtos turísticos devem tentar fazer com que a distribuição da demanda turística ocorra de homogênea e regular durante o ano)
• Para elevar a satisfação dos turistas e para melhorar o aproveitamento das instalações durante todo o ano, deve-se reduzir ao mínimo o nível de variação da demanda, através de:
ADAPTAÇÕES DA OFERTA ÀS FLUTUAÇÕES DA DEMANDA TURÍSTICA
• Uso múltiplo - complementar os atrativos da alta estação de um lugar com outras atrações que criariam demanda para os viajantes durante a baixa temporada
• Política de preços - criar mercados para os períodos fora de temporada utilizando preços diferenciados para transferir demanda da lata para a baixa estação
PLANEJAMENTO DA OFERTA TURÍSTICA
• Deve considerar o desempenho isolado de cada fornecedor ou produtor de serviços turísticos, integrado a um objetivo geral, e cooperado (voltado para a qualidade)
• Interesses nem sempre homogêneos dos fornecedores turísticos (atuação mercadológica individualista, imediatista, poucas vezes preocupada com o futuro da destinação)
PARA SABER MAIS
BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 1998. 427p.
EMPRESA BRASILEIRA DE TURISMO - EMBRATUR. Diretoria de Planejamento - DIPLAN. Centro Brasileiro de Informação Turística - CEBITUR. Metodologia do inventário da oferta turística. Rio de Janeiro, maio 1984. 168p.
RUSCHMANN, Dóris van de Meene. Turismo e planejamento sustentável. Campinas: Papirus Ed., 1997. 199p. (Coleção Turismo).
Demanda
DEMANDA TURÍSTICA
• Indivíduos e grupos de formação social heterogênea, que praticam turismo induzidos por causas múltiplas e diferenciadas quase impossibilidade de formação da idéia correta da demanda estratificada
• Comercialização turística exige conceituação própria de demanda
DEMANDA TURÍSTICA
• Diversificada• Merece um estudo psicológico
capaz de responder o que as pesquisas socioeconômicas não conseguem
• Indicativo mais seguro oferta turística
• Avaliação da demanda tem sido apenas quantitativa
DEMANDA X MARKETING• Aplicação sistemática das
técnicas de marketing não apenas pelas preocupações relativas à demanda como tal, mas também no que se refere à oferta turística
CARACTERÍSTICAS DA DEMANDA
• Elasticidade• Sensibilidade• Sazonalidade
ELASTICIDADE
• Turismo contínuos movimentos de crescimento e diminuição em sua demanda, em fluxos irregulares diferentes graus de sensibilidade às mudanças provocadas pela oscilação das condições financeiras e econômicas do mercado
ELASTICIDADE
• Demandas sempre estarão na dependência direta das diversas circunstâncias que cercam o comportamento social
SENSIBILIDADE
• Épocas das temporadas ou as estações altas fatores importantes de influência no volume e na qualidade da demanda
• Alterações ou mutações nos diversos campos da atividade humana tornam instáveis as realidades e relacionamentos turísticos
SAZONALIDADE
DEMANDA TURÍSTICA
“Total de pessoas que visita uma região, país ou atrativo, e os recursos financeiros que gera” (Boullón)
A DEMANDA TURÍSTICA• Demanda por turismo e lazer,
especificamente na natureza uma das tendências mais significativas dos movimentos turísticos da atualidade
• Avaliação quantitativa e qualitativa da demanda para destinos turísticos dificuldades
A DEMANDA TURÍSTICA• Conhecimento da demanda
fundamental para o dimensionamento atual e as projeções para o futuro, a fim de realizar os ajustes necessários ao bom desempenho do Turismo nas localidades
• Pesquisas de demanda processo contínuo devem considerar as características dos turistas atuais (ou efetivos) e dos potenciais
A DEMANDA TURÍSTICA• Pesquisa com turistas reais
entrevistados durante a visita à localidade receptora finalidade: conhecimento do perfil biossocioeconômico e do nível de satisfação com os serviços e equipamentos utilizados direcionarão a adequação das ofertas atual e futura
A DEMANDA TURÍSTICAFatores que
influenciam as opções dos turistas:
• concorrência intensa entre as destinações (produtos turísticos similares e diferenciados)
• quantidade de tempo e dinheiro disponíveis
• idade• situação familiar• nível de
escolaridade• informações
recebidas• divulgação da
destinação
A DEMANDA TURÍSTICA
• Com base nos dados da demanda real, projetam-se as tendências, o “perfil” e a origem da demanda potencial
• Demanda potencial pessoas que possuem todas as condições para viajar para a destinação (tempo, dinheiro e vontade), mas não o fazem, geralmente por desconhecimento do local e dos seus atrativos
A DEMANDA TURÍSTICADemanda real das localidades
turísticas:• fornece dados sobre a situação
atual do mercado• proporciona as condições para a
determinação das medidas futuras (tanto no aspecto espacial como mercadológico)
A DEMANDA TURÍSTICA
• Medida da demanda turística real (segundo Pearce) em termos numéricos de pessoas que chegam ou partem de um país ou região, os passageiros que utilizam determinado tipo de transporte, os pernoites nos diversos tipos de alojamento, a utilização dos equipamentos de entretenimento ou a quantidade de participantes em eventos
A DEMANDA TURÍSTICA
Avaliação dos impactos econômicos do turismo nos núcleos receptores pode ser medido pelas despesas realizadas pelos turistas problemas e fatores complicantes:
• falta de dados confiáveis• grande diversidade e quantidade de
empresas envolvidas• variação do fenômeno turístico nas
diferentes regiões e a diversidade nas formas de analisá-lo
A DEMANDA TURÍSTICA• organização turística fraca e
fragmentada nos núcleos receptores• futuro dinâmico e incerto para a
atividade• diversidade de definições para o sujeito
do Turismo falta de uma terminologia universalmente aceita e de uma definição consistente do turista têm contribuído para a falta de credibilidade dos dados estatísticos do setor
A DEMANDA TURÍSTICA• Características
biossocioeconômicas dos visitantes variam de acordo com os diferentes da demanda são determinantes para o tipo de transporte e equipamentos utilizados na viagem e em outros serviços requeridos no meio receptor
A DEMANDA TURÍSTICA
Variáveis que devem orientar a caracterização da demanda
turística em núcleos receptores:• local de origem• idade• sexo• educação• ocupação
A DEMANDA TURÍSTICA• renda• composição familiar• composição do
grupo• época da viagem• época da realização
do plano de viagem• duração da viagem• distância percorrida
• motivação da viagem
• tipo de transporte• despesas de viagem• tipo de alojamento• fator que
influenciou a visita• nível de satisfação
com os equipamentos/ serviços
A DEMANDA TURÍSTICA• Pesquisas podem ser de âmbito
local, estadual, regional e internacional (de acordo com os objetivos que se pretende alcançar)
• Local de abordagem depende do que se está pesquisando: saída da localidade, hotéis, centros de convenções, pontos turísticos, meios de transportes, nos pontos de venda de pacotes ou passagens
PARA SABER MAIS
ANDRADE, José Vicente de. Turismo; fundamentos e dimensões. São Paulo: Ed. Ática, 1992. p.115-121.
RUSCHMANN, Dóris van de Meene. Turismo e planejamento sustentável. Campinas: Papirus Ed., 1997. p.145-155. (Coleção Turismo)
Níveis de Planejamento Turístico• Primeiro Nível
– Eventos, excursões, viagens, etc.• Segundo Nível
– Transformação de cidades em núcleos turísticos, ativação de núcleos preexistentes, criação de complexos ou cidades turísticas.
• Terceiro Nível– Políticas nacionais para incentivar a
atividade turística no país e organizá-la.
Dimensão temporal do Planejamento
• Curto prazo – 5 a 7 anos, normalmente
• Médio prazo – 5 ou 7 anos a 15 ou 20 anos
• Longo prazo – acima de 15 ou 20 anos
O Planejamento segundo
o seu objeto• Planejamento global• Planejamento econômico• Planejamento social• Planejamento intersetorial• Planejamento setorial• Planejamento institucional• Planejamento físico