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Planejamento Estratégico de Estruturação do PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO do Rio Grande do Norte Natal, Maio/2019

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Planejamento Estratégico de Estruturação do

PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

do Rio Grande do Norte

Natal,

Maio/2019

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Coordenação

Anderson Paiva Cruz (UFRN)

Colaboração

Algéria Varela da Silva (SEBRAE)

André Morais Gurgel (UFRN)

Daniel de Lima Pontes (UFRN)

Edgard Morya (ISD)

Francisco Dantas de Medeiros Neto (UERN)

Ivanilson de Souza Maia (UFERSA)

João Bosco Cabral Freire (SEBRAE)

Jovan Gadioli dos Santos (ISD)

Júlio Francisco Dantas de Rezende (FAPERN)

Pedro Augusto Filgueira Albuquerque (FIERN)

Rafael Hernandez Damascena dos Passos (IFRN)

Reginaldo Freitas Júnior (ISD)

Susie Alves Silva de Macedo (FIERN)

Thiago de Oliveira (UFRN)

Revisão

Rosana Curvelo (UFRN)

Projeto Gráfico

Priscila Krüger (UERN)

Apoio Institucional

FIERN, Governo do Estado do Rio Grande do Norte,

IFRN, ISD, SEBRAE/RN, UERN, UFERSA, UFRN.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

SIGLAS

Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica

ALI - Agentes Locais de Inovação

ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores

APL-TIRN - Arranjo Produtivo Local em TI do RN

BioInova - Biociências e Saúde

BioME - Bioinformatics Multidisciplinary Environment

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CCET - Centro de Ciências Exatas e da Terra

CENPES/Petrobrás - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello

CEPS - Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi

CER - Centro de Educação em Saúde Anita Garibald

CERNE - Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos

CITECS - Centro de Incubação Tecnológica do Semiárido

CITED - Centro Integrado de Inovação Tecnológica do Semiárido

CONECIT - Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia

CT - Centro de Tecnologia

CT&I - Ciência, Tecnologia e Inovação

CTGAS-ER - Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis

EAJ - Escola Agrícola de Jundiaí

e-Guia - Sistema de Acessibilidade aos Deficientes Visuais nos Serviços de Transportes Urbanos

FAPERN - Fundação de Apoio à Pesquisa do RN

FGV - Fundação Getúlio Vargas

FIOCRUZ- Fundação Oswaldo Cruz

FUNDET - Fundo Estadual de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

GovRN - Governo do Estado do Rio Grande do Norte

HUOL - Hospital Universitário Onofre Lopes

I9agrotec - Ciências Agrárias e pesqueira

IASP - Associação Internacional de Parques Tecnológicos

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ICe-UFRN - Instituto do Cérebro ICT - Instituição Científica e Tecnológica IEL/FIERN - Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte IES - Instituições de Ensino Superior

IFES - Institutos da Rede de Educação Profissional e Tecnológica

IFRN - Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

IIN-ELS - Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra

IMD - Instituto Metrópole Digital

Impacta - incubadora de projetos multisetorial

ISD - Instituto Santos Dumont

ISI-ER - Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis

ITNC - Incubadora Tecnológica Natal-Central

LAIS - Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde

MEC - Ministério da Educação

MPE – Microempresas e empresas de pequeno porte

NAGI/RN - Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação

NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica

NOC - Network Operate Center

nPITI - Núcleo de Pesquisa e Inovação em Bioinformática

NTCPP - Núcleo Tecnológico em Cimentação de Poços de Petróleo

ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

ONU - Organização das Nações Unidas

OTOLEITOR - Projeto de um equipamento médico-hospitalar para testes auditivos de emissão otoacústicas

PCTRN - Parque Científico e Tecnológico do Rio Grande do Norte

PD&I - Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

PGNeuro - Programa de Pós-Graduação em Neurociências

REPIN - Rede Potiguar de Incubadoras

RNP - Rede Nacional de Pesquisa

S2DIA - sistema de diagnóstico de diabetes usando a Plataforma Sana Mobile

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa

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SembloT - Sistemas Embarcados para Internet das Coisas SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SETIRN - Sindicato das Empresas de Tecnologia da Informação do Rio Grande do Norte SOS Dashboard - Sistema de Gestão de Atendimento de Ocorrências de Socorro SOS Móvel - Sistema Automotivo para Auxiliar Pessoas na Solicitação de Socorro SOS Móvel Socorrista - Sistema de Auxílio no Atendimento Pré-

Hospitalar SUS - Sistema Único de Saúde

Tecnatus - Tecnologia, Arquitetura e Ciências Exatas

TI - Tecnologia da Informação

UERN - Universidade Estadual do Rio Grande do Norte

UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ZPE - Zona de Processamento de Exportação

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Vista do espaço físico destinado ao PCTRN com 15.000m2 de área construída

06

Figura 2. Vista em perspectiva do espaço físico destinado ao PCTRN

07

Figura 3. Modelo de Governança do PCTRN 09

Figura 4. Instituições parceiras do PCTRN 21

Figura 5. Arquitetura do PCTRN 22

Figura 6. Resumo ilustrativo do IMD 36

Figura 7. Delimitação Geográfica do PARQUE METRÓPOLE 38

Figura 8. Cronologia da inovação baseada na TI na UFRN 39

Figura 9. (a) Datacenter; (b) NOC - Network Operate Center; (c) Supercomputador

39

Figura 10. Visão geral do Projeto da Infovia Potiguar 40

Figura 11. Posicionamento atual do PCTRN 49

Figura 12: Estrategigrama relacionando o Posicionamento Atual do PCTRN com suas viões de curto, médio e longo prazo

50

Figura 13: Modelo de Negócio do PCTRN 52

Figura 14. Mapa estratégico do PCTRN 53

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

LISTA DE TABELAS

Tabela I. Recursos Naturais que contribuem com o potencial econômico do RN

14

Tabela II. Potenciais Econômicos do RN

19

Tabela III. Matriz SWOT do PCTRN

47

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 3

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

Histórico de criação do Parque Tecnológico do RN .............................. 6 Proposta do PCTRN .................................................................................. 8 Localização do PCTRN ............................................................................ 10

CONTEXTUALIZAÇÃO DO RN: ÁREAS DE VOCAÇÃO ECONÔMICA E TECNOLÓGICA ........................................................................................ 12

Principais Setores Econômicos e Oportunidades ................................ 14 Energia .................................................................................................... 15 Reabilitação em Saúde ........................................................................... 17

Tecnologia da Informação ....................................................................... 18 Demais Potencialidades do RN .............................................................. 18

Experiência em Empreendedorismo, Ciência e Tecnologia no RN ..... 20

Empreendedorismo e Inovação ............................................................. 22 SEBRAE/RN ........................................................................................... 22 FIERN ..................................................................................................... 23

Incubadoras ............................................................................................ 24 Tríade do PCTRN: Energia, Reabilitação e Saúde e Tecnologia da Informação ............................................................................................... 28

Energia .................................................................................................... 28

Saúde e Reabilitação .............................................................................. 31 Tecnologia da Informação ....................................................................... 35

ASPECTOS ESTRATÉGICOS .................................................................. 41 Cenários ................................................................................................... 42 Fatores críticos de sucesso para Parques Tecnológicos .................... 43 Análise SWOT .......................................................................................... 44

Missão, Visão e Valores .......................................................................... 45 Estrategigrama ........................................................................................ 46 Modelo de Negócio do PCTRN ............................................................... 51 Mapa Estratégico ..................................................................................... 52

Projetos Estratégicos .............................................................................. 54 Cronograma de Execução ...................................................................... 57

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 57

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 59

ANEXO A ................................................................................................... 62

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

APRESENTAÇÃO

Este documento trata do planejamento estratégico para estruturação

do Parque Científico e Tecnológico do Rio Grande do Norte (PCTRN) e

congrega contextos relacionados ao histórico de desenvolvimento da Ciência,

Tecnologia e Inovação (CT&I) no RN e aspectos estratégicos para a

implantação e operação desse parque. Portanto, o presente documento

pretende orientar a concepção, o planejamento, a implantação e o início da

operação do PCTRN a partir dos produtos Matriz SWOT, Missão, Visão,

Valores, Estrategigrama, Canvas do Modelo de Negócio e Mapa Estratégico

de curto e médio prazo. É complementar a este documento, o detalhamento

do planejamento estratégico em direção à definição dos objetivos estratégicos

de longo prazo e o detalhamento dos projetos com metas e indicadores.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

4

INTRODUÇÃO

Parque tecnológico é um complexo planejado de desenvolvimento

empresarial e tecnológico, promotor da cultura de inovação, da

competitividade industrial, da capacitação empresarial e da promoção de

sinergias em atividades de pesquisa científica, de desenvolvimento

tecnológico e de inovação, entre empresas e uma ou mais Instituições

Científicas e Tecnológicas (ICTs), com ou sem vínculo entre si (BRASIL,

2016).

O parque tecnológico também é um instrumento valioso de promoção

de objetivos sociais, econômicos e políticos, tendo em vista que presta

suporte à integração entre vários agentes e gera riquezas na sociedade do

conhecimento (SPOLIDORO; AUDY, 2008), contribuindo consideravelmente

para a ascensão de um ecossistema de inovação. Os autores citados

salientam que os parques tecnológicos devem proporcionar os seguintes

resultados:

(I) Desenvolver a cultura da inovação e competitividade das

empresas e instituições intensivas em conhecimento associadas

ao parque;

(II) Facilitar a transferência de tecnologia e habilidades

empresariais entre academia e setor empresarial;

(III) Estimular a criação e o desenvolvimento de empresas de base

tecnológica por meio de incubadoras e spin-offs;

(IV) Promover o desenvolvimento de pesquisas científicas e

tecnológicas; e

(V) Promover o desenvolvimento sustentável da comunidade e

região em que está inserido.

A fim de alcançar especialmente o resultado (III), um ambiente de

inovação como um parque tecnológico tem em sua estrutura organizacional

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

5

um mecanismo de inovação. No ecossistema brasileiro de inovação, o

mecanismo mais frequentemente encontrado são as incubadoras de

empresas. De acordo com o Estudo de Impacto Econômico Segmento de

Incubadoras de Empresas do Brasil, realizado pela Associação Nacional de

Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), em

parceria com o SEBRAE e executado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV),

há 369 incubadoras de empresas no Brasil, as quais apoiam 2.310 empresas

e foram responsáveis pela graduação de 2.815 empresas. O processo de

incubação é reconhecidamente eficaz, uma vez que reduz a taxa de

mortalidade de empresas nascentes, tendo sua importância ampliada pelo

crescente número de startups - instituições humanas que desenvolvem um

novo produto ou serviço em um ambiente de extrema incerteza tecnológica e

mercadológica.

Estima-se um impacto econômico direto das atividades das empresas

desse segmento no Brasil de R$ 15,2 bilhões. Desse valor, R$ 8,87 bilhões

são transformados em renda na economia, gerando um total de 53.280

empregos diretos, sendo 15.477 oriundos das empresas incubadas e 37.803

das empresas graduadas. O impacto positivo promovido por essas empresas

é expressivamente de responsabilidade das empresas graduadas (MCTIC,

2019).

Esse fato induz a necessidade de ambientes de inovação, como os

parques tecnológicos, para a manutenção de ambiente propício para a

retenção e atração de empresas de base tecnológica e capital humano

qualificado. O estímulo à criação de parques tecnológicos no Brasil decorre

da década de 80 e, atualmente, segundo a base do InovadataBR

(InovadataBR, 2019), há 60 iniciativas de parques tecnológicos em operação.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

6

Histórico de criação do Parque Tecnológico do RN

O histórico da criação de um parque tecnológico por iniciativa do

Governo do Estado do Rio Grande do Norte remonta o final de 2014, quando

o então governo solicita apoio da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN) para instalação do parque na Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ).

Posteriormente, uma proposta de projeto de parque, desconsiderando o

espaço inicialmente solicitado, foi trabalhada nos últimos anos, mas não teve

sua implementação aprovada com usufruto de recursos financeiros do Banco

Mundial. O Projeto foi reavaliado e, ao final de 2018, o Governo do Estado do

RN retoma as negociações para a implantação do parque em uma

infraestrutura na qual já foram investidos R$ 23.345.498,46, que está em

processo de recebimento pela UFRN (vide Figuras 1 e 2), próximo ao espaço

destinado em 2014.

Figura 1. Vista do espaço físico destinado ao PCTRN com 15.000m2 de área

construída.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Figura 2. Vista em perspectiva do espaço físico destinado ao PCTRN.

Enquanto isso, de 2015 a 2017, a UFRN, com o apoio do Serviço

Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas do RN (SEBRAE/RN) e a

Prefeitura do Natal, coloca exitosamente em operação um parque tecnológico

na cidade de Natal (capital do RN) na área de Tecnologia da Informação (TI):

o Parque Tecnológico Metrópole Digital (Parque Metrópole).

Avalia-se que iniciar o processo de desenvolvimento científico e

mercadológico em TI será fundamental para o sucesso do desenvolvimento

da inovação em outras áreas fins, em função da transversalidade da TI na

geração de transparência e eficiência do setor produtivo público e privado,

bem como da sua difícil dissociabilidade no emprego de inovações nos

diversos setores da economia.

Neste diapasão, uma segunda fase para alavancar o desenvolvimento

econômico e social do RN é a promoção de uma sinergia entre governo,

academia e empresas em outras áreas em que as Instituições de Ciência e

Tecnologia (ICTs) e o setor produtivo do RN já possuam competência,

sobretudo alinhado a uma estratégia de desenvolvimento nacional.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

8

Proposta do PCTRN

Diante das premissas e das experiências desenvolvidas, apresentadas

nesta seção, a proposta de Parque Científico e Tecnológico do Rio Grande do

Norte (PCTRN), descrita neste documento, tem como objetivos fomentar,

apoiar e desenvolver atividades relacionadas à ciência, à tecnologia, ao

empreendedorismo e à inovação, por meio da promoção da sinergia entre

academia, governo e empresas em todo o RN.

Adicionalmente, com o intuito de fomentar as vocações econômicas,

científicas e tecnológicas do RN, o PCTRN congrega esforços de todas as

entidades que desenvolvem ações de inovação no RN para a consecução da

sua missão. Neste contexto, o presente documento foi construído a partir de

uma comissão formada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte, a

Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), o

SEBRAE/RN, Instituto de Ensino e Pesquisa Santos Dumont (ISD) e pelas

universidades públicas do RN, a citar: Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Além do reiterado

apoio da Prefeitura Municipal de Macaíba, desde a primeira proposta do

PCTRN na Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ).

O PCTRN será desenvolvido a partir de um equipamento da UFRN em

Macaíba/RN ilustrado nas Figuras 1 e 2, inicialmente com vocação em Energia

e Reabilitação em Saúde. Nesse equipamento foram ofertados espaços para

todas as entidades supracitadas e, neste contexto, reserva-se espaços para

a instalação de uma incubadora multissetorial de empresas, uma aceleradora,

a ser gerenciada pelo ISD, a futura agência de inovação da UFRN e um

grande laboratório em Tecnologia em Saúde do LAIS/UFRN.

Adicionalmente, as cooperações, em áreas complementares, que

forem estrategicamente desenvolvidas em outras regiões do RN, serão

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

9

pioneiramente associadas ao PCTRN como células de inovação

descentralizadas, de acordo com as vocações econômicas e tecnológicas de

cada uma dessas células. Desta forma, o PCTRN pode potencializar o alcance

de fomentar as vocações econômicas, científicas e tecnológicas em todo o

Estado do RN. Considerando que o Parque Metrópole é um distrito de

inovação em operação no entorno do campus universitário da UFRN, esse

parque já se configura como a célula digital do PCTRN. Portanto, prevê-se,

inicialmente, a estrutura de governança do PCTRN ilustrada na Figura 3.

Figura 3. Modelo de Governança do PCTRN.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

10

Localização do PCTRN

A localização geográfica para instalação do PCTRN apresenta

importância estratégica e logística favorável para criação de um ambiente de

inovação tecnológica de excepcional qualidade para geração de um polo de

desenvolvimento social e econômico. Dentre as vantagens do PCTRN estar

localizado dentro da UFRN, no município de Macaíba/RN, podemos citar:

• Área disponibilizada pela UFRN com 100 hectares e um

equipamento com 15.000m2 de área construída com design

horizontal e interligado para melhor eficiência do uso do espaço;

• Existência de investimento público e produtividade científica no

Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-

ELS) do Indtituto Santos Dumont (ISD), vizinho ao PCTRN, com

pessoal capacitado e formação em nível de pós-graduação em

neuroengenharia, único curso no Brasil;

• Existência de investimento público e produtividade científica e

tecnológica na Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) da UFRN, próxima

ao PCTRN, com pessoal capacitado e formação em nível técnico,

superior e pós-graduação em: Técnico em Agroindústria (EAJ),

Técnico em Agropecuária (EAJ), Técnico em Aquicultura (EAJ),

Técnico em Informática (EAJ), Engenharia Agronômica (EAJ),

Engenharia Florestal (EAJ), Zootecnia (EAJ), Tecnologia em

Análise e Desenvolvimento De Sistemas (EAJ) e Pós-graduação em

Produção Animal (EAJ).

• Existência de investimento público e produção científica no Centro

Especializado em Reabilitação (CER III) e Centro de Educação em

Saúde Anita Garibaldi (CEPS) do ISD, próximo ao PCTRN, com

pessoal capacitado e formação em nível superior e pós-graduação

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

11

com Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa

com Deficiência;

• Existência de investimento municipal em uma Unidade de Pronto

Atendimento de Saúde Aluízio Alves próximo ao PCTRN;

• Existência de investimento privado no Aeroporto Internacional de

São Gonçalo do Amarante, localizado a 26 minutos (22,1km) do

PCTRN, a 28 minutos (24,2km) do Pórtico dos Reis Magos, na

entrada do Município de Natal, e a 38 minutos (30,6km) da sua

célula digital, o Parque Metrópole. É o primeiro terminal aéreo

brasileiro a ser concedido à iniciativa privada, foi construído para

ser o maior exportador de cargas do Nordeste, e apresenta a maior

capacidade de pista do Nordeste.

• Existência de investimento municipal na Vila Olímpica de

Macaíba/RN, um dos maiores complexos esportivos públicos do

Nordeste, localizado a 18 min do PCTRN (13,4km); e

• Existência de um Distrito Industrial de Macaíba beneficiado pela Lei

Municipal 1.105, de 19 de novembro de 2003, que prevê isenção de

impostos condicionada a contratação de funcionários residentes em

Macaíba. As principais oportunidades de emprego são nos eixos

tecnológicos de controle e processos industriais (processos

mecânicos, eletroeletrônicos e físico-químicos), infraestrutura

(construção civil e transporte) e produção industrial (transformação

de matéria-prima).

Além das vantagens citadas, a Prefeitura Municipal de Macaíba se

disponibilizou em contribuir com os seguintes aspectos:

• Instalação do centro administrativo de Macaíba nas proximidades

da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ);

• Integração sociocultural entre o PCTRN e a Vila Olímpica;

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

12

• Apoiar a instalação de uma Zona de Processamento de Exportação

– ZPE em área vizinha ao PCTRN (a 3 km de distância);

• Promover a instalação do Comando da Polícia Militar com estrutura

de batalhão, cavalaria, Corpo de Bombeiros (futuramente) em uma

área de 5 hectares vizinha à EAJ;

• Estimular a instalação de um distrito industrial, na fronteira do

PCTRN, em área já adquirida pela iniciativa privada para funcionar

em sinergia com o PCTRN;

• Viabilizar modais de transportes públicos para acesso ao PCTRN;

• Prover melhorias de iluminação da RN-160 e da vicinal que chega

ao PCTRN;

• Sanção de um regime especial de benefícios fiscais para as

empresas do PCTRN;

• Instalar dois conjuntos habitacionais: um com 150 moradias e outro

com 350 moradias, próximos à Vila Olímpica;

Tais medidas demonstram o papel do governo como facilitador do

desenvolvimento do PCTRN e a boa relação já alcançada entre tal prefeitura

e esta proposta de parque tecnológico, formalizada através de uma carta de

interesse endereçada à UFRN.

CONTEXTUALIZAÇÃO DO RN: ÁREAS DE

VOCAÇÃO ECONÔMICA E TECNOLÓGICA

No ano de 2016, o PIB a preço de mercado do Rio Grande do Norte

ocupava o 5º lugar, por ordem decrescente de classificação, no contexto da

região Nordeste, atrás da Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão. O PIB per

capita ocupava a 2ª posição, atrás de Pernambuco.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

13

Pelo parâmetro das Contas Regionais, dentre os três grandes setores

da atividade econômica, o maior peso do VAB estadual em 2016 encontra-se

no setor de Serviços (incluindo comércio), que concentra 77,5% do total da

riqueza produzida, tendo como principais destaques os agrupamentos de

Administração Pública (administração, educação, saúde, pesquisa e

desenvolvimento, defesa e seguridade social) (29,7%); Comércio (Comércio

e reparação de veículos automotores e motocicletas) (13,4%) e Atividades

imobiliárias (10,5%).

O VAB total potiguar também ocupava a 5ª posição regional, por ordem

decrescente, mas sua Indústria Extrativa Mineral era a 2ª maior, com 25,4%

do total regional (abaixo da Bahia, com 39,0%). A produção de petróleo e gás

natural é o principal fator que explica esse destaque, apesar da tendência

declinante da curva de produção em ambos. É importante ressaltar que, em

comparação com o Brasil, o VAB das Indústrias Extrativas do RN participa

com 1,5%, sendo este o principal destaque estadual no plano nacional,

tomando-se por referência as Contas Regionais (6ª posição no ranking do

país).

Apesar desses valores, importa ainda ressaltar sobre o Rio Grande do

Norte quanto ao seu capital humano de alto nível. O estado ocupava a quinta

colocação em número de pesquisadores no Nordeste, embora tenha

quintuplicado esse número entre 2000 e 2010, chegando a 2.860

pesquisadores. Em relação à concentração de pesquisadores, o estado tem

a segunda maior densidade da região, com 903 pesquisadores por milhão de

habitantes em 2010. Neste contexto, o RN ocupa a 5ª posição do Brasil no

item de inserção de mestres e doutores na indústria (Sistema FIEC, 2019).

Apesar disso, há ainda muito espaço para a integração entre o mercado e os

centros de pesquisa e universidades, com potencial em setores que

demandam incorporação e desenvolvimento tecnológico para agregação de

valor.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

14

O Estado do Rio Grande do Norte é rico em recursos naturais como

petróleo e gás, luz solar, terras aráveis, vento e belas paisagens costeiras.

Sendo possível alavancar ainda mais essas potencialidades em

desenvolvimento econômico sustentável, utilizando-se recursos, tecnologia e

investimentos públicos e privados.

Tabela I. Recursos Naturais que contribuem com o potencial econômico do RN

RECURSOS NATURAIS INVESTIMENTOS, RECURSOS E CAPACIDADES

NECESSÁRIAS

Ventos Linhas de transmissão, torres, tecnologia, conhecimento e tecnologia ambiental, exploração continental e marítima. Segurança regulatória.

Sol Tecnologia de produção de energia (fotovoltaica, termosolar), infraestrutura, exploração continental e marítima. Segurança regulatória.

Recursos minerais, incluindo óleo e gás

Infraestrutura logística de alta capacidade integrada nacional e internacionalmente. Boa capacidade em engenharia.

Paisagens costeiras Infraestrutura logística, hoteleira, serviços, empreendedores e profissionais qualificados e segurança pública.

Terras férteis Infraestrutura de irrigação, armazenamento e escoamento da produção. Tecnologia em agronomia e genética.

Recursos hídricos Tecnologia, equipamentos para pesca extrativa e aquicultura. Infraestrutura de armazenamento e escoamento da produção.

Fonte: MACROPLAN, 2014

Principais Setores Econômicos e Oportunidades

Neste subcapítulo serão apresentadas em destaque as três áreas

focais do Parque Tecnológico, a saber: Energias (renováveis, petróleo e gás);

Reabilitação em Saúde; e Tecnologia da Informação. Demonstrando serem

vocações próprias do estado do Rio Grande do Norte e objeto de pesquisas e

projetos nas diversas ICTs do RN.

Além dessas três áreas consideradas destaque regional (e por isso

mesmo foco inicial do Parque Tecnológico), o estado possui inúmeras outras

oportunidades econômicas que poderão vir a integrar o PCTRN que serão

apresentadas sucintamente na sequência.

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Energia

Este tema subdivide-se nas energias renováveis, especialmente

energia eólica e solar; mas também estão considerados petróleo e gás.

O Rio Grande do Norte tem um enorme potencial de energia eólica: 4

GW de capacidade atualmente instalada operando em 151 parques eólicos e

1.500 turbinas eólicas, tornando-se o maior produtor de energia eólica no

Brasil. 35 parques eólicos adicionais já foram contratados (2019) e entrarão

em operação nos próximos 5 anos. É o principal parque instalado de geração

de energia eólica do Brasil, com mais de 3.600 MW de capacidade instalada,

50% mais que o segundo colocado no Brasil (Bahia, com 2.400 MW) (Sistema

FIERN, 2018).

Mesmo com a liderança nas instalações já existentes, ainda existe

grande potencial de expansão, devido às condições climáticas e de vento

favoráveis e à necessidade crescente de geração de energias limpas e

sustentáveis (Sistema FIERN, 2018). O potencial total estimado para a

geração de energia eólica no estado é de 27 GW em contando ainda com

grandes áreas de terra com ventos fortes e constantes (produção onshore),

bem como com águas rasas da plataforma continental que apresentam um

potencial ainda maior para a energia eólica offshore.

Já em seus estágios iniciais de desenvolvimento, o RN possui áreas

potenciais para o investimento em energia solar: altos índices de irradiação

solar, tornando-se um local viável para projetos de geração de energia solar

de pequeno e grande porte. Atualmente, o estado ocupa no país a 13ª posição

em micro e minigeração distribuída fotovoltaica - até 5 MW - com capacidade

de 14,3 MW, segundo dados de 2019 da Associação Brasileira de Energia

Solar Fotovoltaica (Absolar).

Assim como no caso da energia eólica, o Rio Grande do Norte possui

um grande potencial de geração de energia solar, figurando entre os estados

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com maior potencial gerador de energia do Brasil (Sistema FIERN, 2018).

Esses abundantes recursos eólicos e solares trazem grandes oportunidades

de investimentos em construção, instalação, produção, fornecimento de

equipamentos e serviços de apoio. A Chint Electrics Co., grupo chinês e uma

das maiores produtoras mundiais de painéis solares, está em vias de instalar

uma planta de painéis solares no Rio Grande do Norte, a primeira do grupo

na América Latina, projetada para fornecer para o mercado nacional e

internacional.

A existência desse potencial de energia eólica pode se desdobrar em

oportunidades de produção de torres metálicas, como alternativa às de

concreto e pás metálicas. Além disto, há oportunidades mais ambiciosas de

agregação de valor local tais como a produção de aerogeradores, painéis

solares e de componentes para as subestações de energia elétrica, bem como

pesquisas em geral para otimização e novas aplicações. O desenvolvimento

do segmento de geração de energia tem grande potencial multiplicador e

gerador de riqueza. Contudo, o estado vem perdendo atratividade para a

instalação de fábricas de equipamentos e partes para outros estados do

Nordeste. O Parque Tecnológico pode se tornar o maior atrativo (para além

dos ventos e das taxas de irradiação solar) na movimentação desta cadeia.

O Rio Grande do Norte, no que tange o petróleo e o gás, já tem vasta

experiência e vocação. É o maior produtor do país de petróleo em terra, com

uma produção que varia de 40 a 70 mil barris por dia. A produção offshore,

apesar de pequena, ainda hoje tem grandes promessas com a descoberta de

novas reservas que já foram alvo da empresa alemã Wintershall Holding,

subsidiária da BASF, que ganhou licitação pública em 2018 para três lotes de

alto potencial da Bacia Potiguar. Uma consequência da importância desse

setor para o RN é a presença da refinaria de petróleo de médio porte Clara

Camarão, que produz gasolina e querosene de aviação para o mercado

regional.

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Reabilitação em Saúde

O RN é um dos Estados brasileiros com maior índice de pessoas com

algum tipo de deficiência (motora, auditiva, visual e/ou intelectual). De acordo

com o IBGE (2010), são cerca de 27% da população, que correspondem a

mais de 800 mil pessoas, com pelo menos uma dessas deficiências. Por outro

lado, o desenvolvimento de tecnologias assistivas possibilita às pessoas com

deficiências e mobilidade reduzida uma melhor qualidade de vida e

independência. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 1

bilhão de pessoas atualmente precisam de uma ou mais tecnologias

assistivas, e esse número vai dobrar até 2030 com o crescente

envelhecimento populacional e incidência de doenças neurodegenerativas.

Há uma estimativa que o mercado atual de tecnologia assistiva seja

aproximadamente de US$ 18 bilhões e na próxima década ultrapasse US$ 30

bilhões.

A reabilitação envolve um conjunto de ações que auxiliam as pessoas

com deficiência, previnem deficiências, promovem a funcionalidade e a

independência. As tecnologias assistivas têm um potencial extraordinário de

inovação de dispositivos e de serviços qualificados com impacto direto no

SUS.

No Brasil, a indústria de tecnologia assistiva e reabilitação ainda está

dependente da estrangeira. Por outro lado, essa lacuna possibilita uma

grande oportunidade de desenvolvimento de recursos humanos e inovação.

O PCTRN, de forma inédita, tem a possibilidade de promover interações entre

a academia, órgãos reguladores e o setor produtivo para a viabilização de

desenvolvimento e transferência de tecnologias assistiva e de inovação em

reabilitação para gerar conhecimento e solução para demandas da saúde no

Brasil. Desta forma, a formação de recursos humanos com desenvolvimento

tecnológico pode catalisar a implementação de um parque tecnológico com

impacto internacional.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Tecnologia da Informação

O RN possui uma forte vocação para a área de software e inicia um

tímido crescimento na quantidade de empresas que desenvolvem hardware

e/ou projetos de automação industrial. Em pesquisa realizada pelo Sindicato

das Empresas de Tecnologia da Informação do Rio Grande do Norte

(SETIRN), em 2015, descobriu-se um universo de 3.787 empresas

relacionadas à TI em Natal e sua região metropolitana. O crescimento

econômico provocado por essas empresas do segmento de TI, bem como a

crescente articulação, iniciada em 2018, por meio do Parque Tecnológico

Metrópole Digital e do SETIRN, em conjunto com as empresas de TI, IFRN,

UFRN, SEBRAE-RN, IEL/FIERN e Governo tornaram possível a formalização

de um Arranjo Produtivo Local em TI do RN (APL-TIRN).

Um estudo mais específico, realizado pelo Plano de Desenvolvimento

Preliminar do APL-TIRN, aponta a existência de 291 empresas de

desenvolvimento e licenciamento de softwares e 1.958 empresas

relacionadas à consultoria e manutenção em TI. O segmento de TI no estado

tende a uma contínua ampliação e consolidação, em função da existência de

equipamentos específicos que apoiam a criação, o desenvolvimento, a

retenção e a atração de empreendimentos de TI, tais como a maior incubadora

de empresas do RN e o parque tecnológico em operação.

Demais Potencialidades do RN

Conforme salientado anteriormente, o RN apresenta inúmeros outros

potenciais econômicos capazes de futuramente integrarem direta e

indiretamente o Parque Tecnológico.

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Tabela II. Potenciais Econômicos do RN

POTENCIAL DESCRIÇÃO

Têxtil e Confecção

O setor têxtil e de confecção é muito tradicional e importante na economia do estado. Com faturamento de R$ 4,7 bilhões ao ano (2017), esse setor emprega 46 mil pessoas em 574 fábricas espalhadas por diversas regiões do Estado. As maiores empresas do setor importam equipamentos e peças, tecidos sintéticos, fios e outros insumos de diversos países. O RN conta com grandes indústrias âncoras neste setor (têxtil e confecção) como Guararapes, Hering, Vicunha, Coteminas e Coats. O estado é um dos maiores produtores de bonés do Brasil (30% da produção nacional).

Mineração

O estado conta com as maiores reservas de minério de ferro do nordeste, com uma produção potencial de 8,4 milhões de toneladas por ano. Conta também com a maior reserva de tungstênio do país, representando 55% da produção nacional. Além desses minérios, o RN também possui Rochas ornamentais, Granito e Mármore, Quartzito, grandes reservas de Feldspato (a segunda no Nordeste), Calcário, Mica e Caulim (têm sido fundamentais para a instalação de cerâmicas e indústrias de cimento no Estado).

Turismo

Dada à extensão da área costeira o RN se destaca por ser um dos maiores destinos nacionais do turismo sol e mar, a praia de Pipa, São Miguel do Gostoso, além da própria capital são destinos de extrema competitividade. Estendem-se a este mercado os circuitos gastronômicos e de aventura. No interior do estado começam a se estruturar o circuito do turismo religioso e o ecológico (com foco na caatinga). Em 2018 foram 14.837 turistas estrangeiros, na escala de preferência estão argentinos, portugueses, italianos, Reino Unido e Noruega (INFRAMÉRICA)

Fruticultura

Devido ao clima e a disponibilidade de água nos aquíferos o estado se configura como um dos maiores produtores de frutas (fruticultura irrigada) para exportação (Holanda, Alemanha, Reino Unido, EUA). Em 2018 foram US$ 108 milhões, de um total de 164 mil toneladas (destacam-se os melões, melancias mamões, mangas e bananas).

Pesca e aquicultura

O RN possui um dos maiores e melhores cardumes de atum (peixe de alto valor e grande mercado consumidor) do Brasil, colocando o RN como maior exportador nacional. Além disso, o RN possui grande faixa costeira o que permite inúmeras atividades de pesa em água salgada. Verifica-se também a possibilidade da carcinicultura com alto valor agregado e potencial exportador.

Aeroporto

A posição geográfica do RN o torna estratégico em matéria de exportação. O atual aeroporto é o maior exportador de cargas do Nordeste e possui a maior capacidade de pista do Nordeste com capacidade de movimentação de até 20 mil toneladas por ano. Por tudo isso é possível se pensar em pesquisas na área da aviação, dada a possibilidade do RN tornar-se um HUB no tema da exportação.

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Fonte: Sistema FIERN, 2018

Experiência em Empreendedorismo, Ciência e Tecnologia no RN

O desenvolvimento econômico de uma região está cada vez

relacionado a sua capacidade de empreender e a existência de uma sinergia

governo-academia-empresas, ambas construídas sobre o tripé: ciência,

tecnologia e inovação. Tal parceria foi extremamente facilitada pela Lei de

Inovação (Lei no 10.973/2004), que garante maior segurança jurídica para

universidades possam evoluir sua dimensão de inovação e ter amparo jurídico

para interagir com empresas de forma mais ágil.

Partindo da premissa de que o empreendedorismo deve se consolidar

com base no desenvolvimento científico, tecnológico e inovação, o PCTRN

nasce com o importante apoio de várias renomadas instituições, que

cristalizam a relação governo-academia-empresas. A Figura 4 ilustra as

instituições envolvidas no projeto e parceiras do PCTRN. São elas: a

Fundação de Apoio à Pesquisa do RN (FAPERN), a Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade do Estado do Rio Grande do

Norte (UERN), a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), o

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

(IFRN), o Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Santos Dumont (ISD), a

Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) e o

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Figura 4. Instituições parceiras do PCTRN.

A FAPERN e a UERN, por serem instituições estaduais, representam

o Governo do RN. As universidades UFRN, UERN e UFERSA, representam,

junto com o IFRN e o ISD, a Academia, enquanto que, a FIERN e o SEBRAE,

se somam, representando as Empresas, completando a parceria governo-

academia-empresas em prol do PCTRN.

A Figura 5 ilustra a arquitetura do PCTRN, relacionando

empreendedorismo, ciência, tecnologia e inovação. A proposta é promover o

empreendedorismo, apoiado pela ciência, pela tecnologia e pela inovação,

tendo como apoio a sinergia existente entre governo, academia e empresas.

Neste contexto, cada uma das instituições vem acumulando experiências com

o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação, que são a base do

empreendedorismo dentro do contexto do PCT-RN.

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Figura 5. Arquitetura do PCTRN.

Empreendedorismo e Inovação

Empreendedorismo e Inovação caminham lado a lado de forma

complementar e colaborativa, sempre sendo aprimorados por meio de uma

gama de conhecimentos, estudos e pesquisas. No contexto do PCTRN, as

experiências acadêmicas em empreendedorismo e inovação, são permeadas

pelas atuações do SEBRAE/RN e da FIERN.

SEBRAE/RN

O SEBRAE/RN tem forte presença em todo Estado e possui duas

frentes de atuação principais de atuação: (1) consultorias tecnológicas a

empresas nascentes e (2) projeto de Incubadoras de empresas, que há mais

de quinze anos fomenta a criação e a continuidade das incubadoras, através

de disponibilização de recursos via editais, capacitações e consultorias de

gestão.

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O Programa Incubadoras de Empresas atua no fomento a criação e

implantação de ambiente inovativos junto as cinco maiores instituições de

ensino superior do Estado, atualmente apoiamos vinte incubadoras de

empresas sediadas nas cidades de: Natal, Mossoró, Caicó, Pau dos Ferros,

Angicos, João Câmara e Macau. O projeto está em execução há vinte anos,

atendendo aproximadamente 181 empresas nas fases de pré-incubação e

incubação e, mais de 60 empreendimentos já graduados, com excelente

atuação no ambiente do empreendedorismo inovador, gerando negócios que

proporcionam sustentabilidade e inovações para o mercado local e nacional.

Além do SEBRAELAB, que consiste em um espaço físico multiuso, com

foco na criatividade e cultura maker, através de atividades que instigam a

curiosidade, ideação, operação e tração de negócios nascentes, o SEBRAE

possui também o Programa Agentes Locais de Inovação (ALI). O ALI tem

cunho extensionista e atua de forma presencial e de forma customizada ao

atendimento in loco nas empresas.

Em outra frente, o SEBRAEtec surge como um fundo que subsidia em

até 70% o valor das consultorias de serviços tecnológicos, englobando as

seguintes temáticas: inovação, produção e qualidade, design,

sustentabilidade e serviços digitais. Este apoio é de suma importância para

melhorias contínuas nos pequenos negócios, desenvolvidos através de uma

rede de empresas credenciadas por meio de Edital e que atuam nas referidas

temáticas.

FIERN

De forma complementar ao apoio e ações do SEBRAE/RN, a FIERN

contribui com o fortalecimento da indústria e no desenvolvimento tecnológico

e empresarial do RN. Em sua estrutura, possui o NAGI/RN (Núcleo de Apoio

à Gestão da Inovação), que tem por objetivo incentivar a participação das

indústrias do Estado nos editais de estímulo à inovação.

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O NAGI-RN contribui com o PCTRN corrigindo deficiências das

empresas/indústrias, por meio de mobilização e capacitação da direção

estratégica das empresas para inovação, realização de diagnóstico da

situação de inovação das empresas e assessoria empresarial para elaboração

de planos/projetos de gestão da inovação visando a sua implementação. Por

meio do NAGI e em parceria com o SEBRAE/RN, a FIERN tem meios para

prover suporte ao PCTRN, viabilizando consultorias customizadas de acordo

com a necessidade da indústria, sendo o foco a gestão da inovação.

Ademais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que

integra a rede FIERN, está consolidado como maior complexo de educação

profissional da América Latina, cujos resultados são expressos por meio de

números e de sua capacidade de adequar-se às demandas técnicas e

tecnológicas do mundo moderno. A sua expressiva infraestrutura na área

tecnológica, constitui-se o diferencial competitivo para realizar serviços

educacionais, técnicos e tecnológicos.

Em sua estrutura, a rede FIERN conta ainda com o Centro de

Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) e também o IE, que

se encarrega de desenvolver a integração indústria-universidade, responsável

pela articulação entre o setor produtivo e as instituições de ensino/pesquisa.

Incubadoras

Além do apoio do SEBRAE às incubadoras, a academia tem atuado de

forma significativa e eficiente nesta direção. Em 2013, a UFRN reestruturou

seu programa de incubadoras de empresa e transformou um projeto

embrionário de incubação de empresas na sua primeira incubadora - a Inova

Metrópole - com capacidade para apoiar até 50 empreendimentos

concomitantes em um espaço de 2.000 m2 no Instituto Metrópole Digital (IMD).

Nos anos seguintes, outras 4 incubadoras surgiram nas áreas de Tecnologia,

Arquitetura e Ciências Exatas (Tecnatus), Ciências Agrárias e pesqueira

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(I9agrotec), Biociências e Saúde (BioInova) e uma incubadora de projetos

multisetorial (Impacta). Além disso, em 2017 um novo marco foi alcançado

com a criação do primeiro parque tecnológico do RN, também na área de TI.

Dentro dos programas estratégicos do Plano de Desenvolvimento

Institucional da UFRN (PDI UFRN, 2009) estava o fomento da pesquisa e

inovação, bem como o fomento a criação e desenvolvimento de parque

tecnológico. Neste contexto, e devido as boas experiências das práticas de

inovação no âmbito da TI, em 2011 foi criado o IMD com a missão de fomentar

um polo de TI no RN. Para a consecução dessa missão, é imprescindível uma

boa formação, em nível técnico, superior e de pós-graduação, na área, uma

vez que o principal capital da TI é o humano.

Além disso, o Instituto abriga a incubadora de empresas Inova

Metrópole, órgão voltado para promover o empreendedorismo e a inovação

por meio da assistência na criação e desenvolvimento de startups. Isso é feito

através do acolhimento de empreendedores e empresas dentro de um de

seus programas: o de pré-incubação, o de incubação e o de formação

empreendedora. Nos últimos 5 anos, a Inova Metrópole já apoiou mais de 130

empreendimentos. O sucesso da operação desta incubadora tornou possível

a implantação e operação de um parque tecnológico: o Parque Metrópole.

De forma complementar, o IFRN abrange as atividades das

incubadoras tecnológicas, empreendedorismo e transferências de tecnologias

desenvolvidas no âmbito do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Pró-

Reitoria de Pesquisa e Inovação, responsável pela gestão da propriedade

intelectual e transferência de tecnologias, além da interface com o setor

produtivo. O NIT tem como objetivos apoiar e zelar pela manutenção da

política de inovação do IFRN; dar apoio técnico na preparação de projetos

cooperativos e em acordo entre o IFRN e seus parceiros; atuar na divulgação

e difusão do conhecimento gerado no IFRN; gerir, organizar e fortalecer as

ações de parceria do IFRN com os setores público e privado.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Atualmente, o IFRN conta com nove incubadoras tecnológicas, que

seguem modelo de gestão proposto pelo CERNE (Centro de Referência para

Apoio a Novos Empreendimentos), visando garantir mais profissionalismo nos

processos e maior qualidade dos empreendimentos gerados. A principal

incubadora do IFRN, a Incubadora Tecnológica Natal-Central (ITNC), funciona

nas dependências do Campus Natal-Central. Ao longo do seu período de

operação, há cerca de 20 anos, ela vem disseminando a cultura

empreendedora na comunidade acadêmica, favorecendo a consolidação de

empresas e incentivando a transformação de ideias inovadoras em negócios

viáveis, o que permite a transferência de tecnologias para o setor produtivo. A

ITNC atua em áreas compatíveis com as atividades de ensino, pesquisa e

extensão oferecidas pelo Campus Natal-Central, tais como tecnologia da

informação e comunicação, construção civil, eletromecânica e automação,

conservação e energias renováveis, tecnologia e controle ambiental, entre

outras que podem estar enquadradas à área do PCTRN, favorecendo uma

maior conectividade de parcerias com pequenas empresas e startups. O IFRN

conta com as seguintes incubadoras: (1) Incubadora Tecnológica Natal-

Central - IFRN Campus Natal-Central, (2) Incubadora Tecnológica de

Mossoró- IFRN Campus Mossoró, (3) Incubadora Tecnológica Natal-Zona

Norte - IFRN Campus Natal-Zona Norte, (4) Incubadora Tecnológica de

Cultura e Artes - IFRN Campus Natal-Cidade Alta, (5) Incubadora Tecnológica

de Beneficiamento de Alimentos e Serviços - IFRN Campus Pau dos Ferros,

(6) Incubadora Tecnológica de Macau - IFRN Campus Macau, (7) Incubadora

Tecnológica Trevo - IFRN Campus São Gonçalo do Amarante, (8) Incubadora

Tecnológica do Seridó - IFRN Campus Caicó e (9) Incubadora Tecnológica de

Energias e Negócios - IFRN Campus João Câmara.

Somando-se à UFRN e ao IFRN, a UERN possui em funcionamento

três incubadoras: (1) Centro de Incubação Tecnológica do Semiárido -

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CITECS (Campus Mossoró), (2) Incubadora Juazeiro (Campus de Pau dos

Ferros) e (3) Incubadora Catavento (Campus Natal)

O objetivo do CITECS é estimular a criação e o fortalecimento de micro

e pequenas empresas proporcionando as condições necessárias para que

estas possam se preparar e se fortalecer no mercado através da transferência

de conhecimento e de tecnologias durante os primeiros anos de sua atuação.

A incubadora Juazeiro tem por objetivo apoiar empreendimentos

sociais da agropecuária, turismo e artesanato do Alto Oeste Potiguar.

Enquanto isso, a Catavento se estabelece como núcleo para inovação em

empreendimentos sociais sustentáveis, que tem como objetivo fortalecer o

papel da universidade no desenvolvimento de negócios que almejam impacto

social positivo.

No que diz respeito ao registro de patentes, a UFRN apresenta

números de destaque nacional em relação ao desenvolvimento e proteção de

novas tecnologias. Com os seus 226 pedidos de patentes, a UFRN figura

entre as ICTs do país com maior número de patentes depositadas, ocupando

a décima primeira colocação em 2017 entre os maiores depositantes

nacionais. Atualmente é a ICT do Nordeste com maior número de cartas-

patentes já concedidas pelo INPI, sendo 15 no total. Soma-se a estes números

os 47 pedidos de registros de marcas e os 151 registros de softwares. Estes

números refletem a elevada capacidade de geração de tecnologia e inovação

na instituição.

Atualmente há 7 depósitos de patentes efetuados pela UFERSA (3 em

parceria com a UFRN), sendo que 2 pedidos de privilégio foram depositados

em 2014; 2 em 2015 e 3 em 2018. Adicionalmente, são14 registros de

programas de computador.

Como resultado das ações desses departamentos, foram depositados

35 pedidos de propriedade intelectual, sendo: 15 programas de computador

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(10 UERN titular e 5 UERN co-titular) e 25 patentes (16 UERN titular e 9 UERN

co-titular)

Tríade do PCTRN: Energia, Reabilitação e Saúde e Tecnologia da

Informação

O projeto do PCTRN nasce contemplando três áreas principais:

Energia, Saúde e TI. O desenvolvimento das pesquisas nessas três linhas

ocorre por meio da experiência e expertise das universidades e institutos.

Energia

A UFRN conta com vários grupos de pesquisa com relevantes

contribuições em tecnologias referentes à área de energias, notadamente

petróleo, gás e combustíveis, assim como fontes de energias renováveis,

como, por exemplo, produção de biocombustíveis. Atualmente, grupos de

pesquisa da UFRN atuam no desenvolvimento de novas tecnologias

aplicáveis a diferentes etapas da cadeia produtiva da indústria do petróleo e

gás, desde as etapas upstream e downstream.

No que se refere à exploração do petróleo (upstream), merece especial

destaque o Núcleo Tecnológico em Cimentação de Poços de Petróleo

(NTCPP). O NTCPP é um núcleo de excelência regional, concebido através

da união de esforços entre o Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET) e

o Centro de Tecnologia (CT) da UFRN e o CENPES/Petrobrás. Este núcleo

foi criado por um grupo de pesquisadores da UFRN e do CENPES/Petrobras

para atender a demanda científica e tecnológica e de recursos humanos do

setor produtivo de óleo e gás do país e, sobretudo da região norte e nordeste.

Particularmente, o NTCPP atua no desenvolvimento científico e

tecnológico, propondo tecnologias que venham a solucionar os desafios

enfrentados pelo setor produtivo. Os projetos relacionados ao setor produtivo

de óleo e gás, geralmente vão do laboratório ao campo na busca de soluções

ambientalmente sustentáveis.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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De forma complementar, a UFRN também se destaca na produção de

biocombustíveis, que é normalmente associada a fontes vegetais

oleaginosos, tais como a mamona e o girassol. Há em desenvolvimento o

projeto em parceria com a Petrobrás, mostrando o elevado potencial do uso

de microalgas para a produção de biocombustíveis, representando, portanto,

uma alternativa para a geração de energia limpa para o Brasil, principalmente

para o RN.

Ademais, o Laboratório de Informática Industrial abrigado pelo IMD tem

desenvolvido, durante os últimos 12 anos, soluções de alarme, bem como

coleta, armazenamento, processamento e visualização de dados industriais

com a Petrobras, a partir das mais novas tecnologias e técnicas de

desenvolvimento de software e armazenamento não convencional de dados.

Tais soluções, hoje são produtos utilizados pela Petrobras nas suas diversas

plataformas de produção de óleo e gás e já está sendo também customizado

e utilizado em Parques Eólicos do RN.

Outra universidade com experiência comprovada no estudo de

energias é a UFERSA. A UFERSA tem obtido experiência científica e

tecnológica em produção de energia através do emprego de placas

fotovoltaicas. A primeira Usina Solar conectada à rede da UFERSA, entrou

em operação em 2015. Com potência de 3,43 kWp, a usina está instalada ao

lado do Centro Integrado de Inovação Tecnológica do Semiárido (CITED) e

tem o objetivo principal de dar suporte a pesquisas em energia fotovoltaica.

Em outubro de 2016 foi instalada a primeira Usina Solar, com potência

de 150,8KWp, para fins de produção. A UFERSA possui ainda quatro

estações meteorológicas automáticas, compostas pelos seguintes itens: a)

Datalogger com capacidade para armazenamento de, pelo menos, 2 milhões

de dados das variáveis monitoradas; b) Sensor de radiação solar com

medicao na faixa de 0 a 1250 W/m2,; Acurácia de ± 10W/m2, resolucao ≤ 2

W/m2; Faixa espectral de 300 a 1100 nm, fornecido com suporte para fixação

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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em tripé; c) Sensor de umidade relativa e temperatura do ar; d) Sensor de

velocidade e direção do vento com leitura de velocidade na faixa de 0 a 76

m/s; e) Pluviômetro, com leitura de até 102 mm/hora.

As estações apoiam às atividades científicas e de extensão vinculadas

às usinas solares fotovoltaicas da UFERSA e os dados são disponibilizados

na página www.usinasolar.ufersa.edu.br. Nesta página também são

disponibilizadas informações sobre histórico de aquisição e instalação,

funcionamento e geração de energia elétrica das Usinas Solares Fotovoltaicas

em tempo real, além de um formulário de solicitação de visita técnica

disponível para toda a comunidade interna e externa à UFERSA e um

calendário com as visitas já previstas.

O IFRN também possui experiência na geração de energia de forma

sustentável, por meio da redução de despesas com energia elétrica e

viabilização de um ambiente propício para pesquisa na área de energia solar

fotovoltaica. O IFRN iniciou em 2012 a construção de usinas fotovoltaicas nos

seus campi e na reitoria. Atualmente o IFRN possui 21 usinas fotovoltaicas

em operação em todos os seus campi e na reitoria, totalizando uma geração

de mais de 2,1 MWp. As usinas, ainda em fase de ampliação, foram adquiridas

com recursos do MEC através de licitação pública na modalidade de Pregão

Eletrônico, do tipo menor preço. Estima-se que até o final deste ano, o IFRN

consiga gerar energia fotovoltaica e economizar pelo menos 30% de sua

demanda energética.

Na esfera da pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), o IFRN

tem criado espaços dedicados a esse fim que possibilitem a geração de

conhecimento técnico-científico e de novos produtos e processos voltados ao

setor energético, como por exemplo, criou o Observatório da Energia e o

Centro de Pesquisa Fotovoltaica no campus Natal-Central.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Saúde e Reabilitação

A UFRN também possui unidades com relevante impacto em

Tecnologias em Saúde. Merece especial destaque o Instituto do Cérebro (ICe-

UFRN), o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) e o

Bioinformatics Multidisciplinary Environment (BioME). Cada um deles será

apresentado a seguir.

O ICe-UFRN, sediado em Natal (RN), é uma unidade da UFRN

inaugurada oficialmente no dia 13 de maio de 2011, a partir de um esforço de

recrutamento de pesquisadores de reconhecimento internacional na área de

Neurociências. O Instituto sedia o Programa de Pós-Graduação em

Neurociências (PGNeuro), oferecendo formação em níveis de mestrado,

doutorado e pós-doutorado. Conta com uma equipe de 43 servidores,

incluindo 17 professores-pesquisadores. O corpo discente tem atualmente 63

estudantes de várias partes do Brasil e do mundo. Sendo 20 alunos na

iniciação científica e 43 em níveis de mestrado, doutorado e pós-doutorado,

vinculados ao PGNeuro e a outros programas da UFRN, como

PGPsicobiologia e PGBioinformática. Em nível de graduação em

Neurociências, o ICe-UFRN atua na formação de cerca de 250 alunos de

graduação por ano. Os pesquisadores e alunos do ICe-UFRN tem mais de

300 publicações científicas de alto impacto (sendo 12 artigos científicos já

publicados em 2019), além de 4 ferramentas livres

O BioME (Bioinformatics Multidisciplinary Environment) é uma iniciativa

criada em 2016 pela UFRN, mais especificamente pelo IMD e o ICe-UFRN,

com o objetivo de promover a bioinformática no cenário nacional e

internacional em 4 diferentes níveis: ensino de graduação (no bacharelado em

TI do IMD), Mestrado e Doutorado em Bioinformática com conceito 5 pela

CAPES; pesquisa nas linhas de modelagem de sistemas, biologia do câncer,

genômica, proteômica, evolução molecular, etc.; oferta de serviços para ICTs

e empresas; e busca de alianças. Além disso, o BioME desenvolveu 6

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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ferramentas focadas em modelagem proteica, genômica, proteômica e

modelagem de sistemas biológicos, entre outros. Maiores detalhes das

ferramentas podem ser vistos em (BioME Tools, 2019).

O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) funciona desde março

de 2011 no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e é o primeiro

laboratório instalado em um hospital brasileiro com a proposta de promover a

inovação tecnológica em saúde. O LAIS vem se destacando no

desenvolvimento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no tocante a

Sistemas de Gestão e Informática em Saúde, Formação Continuada em

Saúde e Tecnologias Assistivas. Entre suas atividades estão as realizações

de projetos de Bioengenharia, Tecnologias Assistivas, Informática para a

Saúde e Educação Permanente em Saúde, além de publicações de artigos

científicos em livros e periódicos, frutos das pesquisas de dissertações e teses

realizadas pelos seus pesquisadores. Atualmente, o LAIS possui o registro de

4 patentes, 66 softwares, mais de 400 artigos e 40 livros publicados, além de

mais de 200 projetos de pesquisa.

O trabalho realizado no LAIS não se restringe ao RN. Hoje o laboratório

mantém cooperações nacionais e internacionais com a FIOCRUZ,

Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde, Escola de Saúde

Pública de Harvard, Massachusetts Institute of Technology, Universidade

Aberta de Portugal, Universidade de Coimbra, Universidade de Lorraine,

Universidade de Athabasca, Universidade Complutense de Madrid, ABIMO –

Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos,

Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, entre outros, tomando como

base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) contidos na

Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

De forma complementar, os pesquisadores da área de saúde do IFRN

já desenvolveram 40 softwares voltados à área de Saúde em um total de 77

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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registrados no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Atualmente

(em maio de 2019) o IFRN ocupa a 1ª posição no ranking de registros de

software entre os Institutos da Rede de Educação Profissional e Tecnológica

(IFES).

No tocante ao desenvolvimento de tecnologias na área de saúde, o

IFRN desenvolveu o projeto Crab, Veículo Adaptado à Mobilidade de

Cadeirantes em Praias. O projeto consiste de um veículo movido à energia

solar fotovoltaica que permite a mobilidade de cadeirantes em terrenos

arenosos como praias visto que as cadeiras de rodas convencionais atolam

neste tipo de terreno.

No contexto da saúde, a UERN possui uma gama de projetos bem-

sucedidos. Entre eles, podemos citar: (1) SOS Dashboard: Sistema de Gestão

de Atendimento de Ocorrências de Socorro, (2) Equipamento Médico

Assistencial para Auxiliar o Processo de Ingestão e Deglutição de Alimentos,

(3) SOS Móvel Socorrista: Sistema para Auxiliar Equipe Médica de

Emergência no Atendimento Pré-Hospitalar, (4) Sistema Inteligente para a

identificação de obstruções nas vias aéreas durante o processo de

mastigação e ingestão de alimentos, (5) Desenvolvimento de uma aplicação

móvel inteligente para auxiliar o paciente com cuidados no pé diabético, (6)

SOS Movel: Sistema Automotivo para Auxiliar Pessoas na Solicitacao de

Socorro, (7) Desenvolvimento de um Vocalizador Digital para Auxílio a

Pessoas com Dificuldades de Comunicação baseado na Computação

Sensível ao Contexto, (8) Desenvolvimento de Um Sistema Inteligente de

Auxílio à Tomada de Decisão Aplicada ao Monitoramento e Processamento

de Sinais Vitais de Pacientes Internados em Ambiente Hospitalar, (9)

Desenvolvimento de um Instrumento Médico Portátil para Diagnóstico de

Hanseníase, (10), Um Modelo de Descoberta de Conhecimento para Base de

Dados de Pacientes internados em UTI, (11) S2DIA: Um sistema de

diagnóstico de diabetes usando a Plataforma Sana Mobile, (12) e-Guia:

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Sistema para Prover Autonomia e Acessibilidade aos Deficientes Visuais nos

Serviços de Transportes Urbanos e (13) OTOLEITOR - Projeto de um

equipamento Médico-hospitalar para testes auditivos de emissão

otoacústicas.

Com expressivo destaque, o ISD possui reconhecimento internacional

como polo de ação transformadora nas áreas de educação, saúde materno-

infantil e da pessoa com deficiência, neurociências e neuroengenharia.

A primeira unidade do ISD a entrar em operação foi o Instituto

Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS) em 2006. O IIN-

ELS apresenta uma avançada estrutura de pesquisa em neurociências e

neuroengenharia no Brasil, com corpo de pesquisadores permanentes e

associados, que atuam nas linhas de pesquisa de interface cérebro-máquina,

neuromodulação e neurorreabilitação. O IIN-ELS desenvolve estudos e

pesquisas translacionais, partindo de estudos eletrofisiológicos com matrizes

de microeletrodos implantados no cérebro de modelos animais até tecnologias

para neurorreabilitação em humanos.

Um dos principais objetivos do IIN-ELS é consolidar sua atuação como

polo de produção de conhecimento científico, inovação, tecnologia e formação

de profissionais altamente qualificados nas áreas de Neurociências e

Neuroengenharia.

Um grande diferencial do ISD para contribuição com inovação em

saúde no PCTRN é a integração do seu programa de pós-graduação em

Neuroengenharia com o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita

Garibaldi do ISD. Isto possibilita o desenvolvimento de pesquisas

translacionais, da bancada da ciência básica à aplicação clínica em humanos,

em um ambiente de PDI.

Em operação no RN desde 2008, o Centro de Educação e Pesquisa

em Saúde Anita Garibaldi (CEPS), como serviço de referência ambulatorial

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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multidisciplinar para a Saúde Materno-infantil e da Pessoa com Deficiência.

No CEPS são desenvolvidas as atividades de educação e atenção

multidisciplinar à saúde materno-infantil e à saúde da pessoa com deficiência,

por meio da oferta de consultas clínicas, avaliações e acompanhamentos em

diversas especialidades. Anualmente são realizados mais de 45 mil

atendimentos.

No contexto do PCTRN, o CEPS Anita Garibaldi representa a interface,

já em atividade e em expansão, da dimensão vocacional da reabilitação em

saúde com o SUS, bem como o cenário da aplicabilidade prática de muitas

das tecnologias assistivas a serem fomentadas neste ecossistema de

pesquisa, desenvolvimento e inovação para os usuários finais aos quais se

destinam tais estratégias. Ressalte-se ainda a importância do ambiente de

formação para as diferentes profissões da saúde do CEPS, integrando ensino,

pesquisa e extensão, como elemento catalisador das potencialidades do

PCTRN para a melhoria da Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência.

Trata-se de um exemplo concreto de como o PCTRN pode atuar, de forma

socialmente responsável, para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.

Tecnologia da Informação

As universidades (UFRN, UERN e UFERSA) e os institutos de ensino

e pesquisa (IFRN e ISD) que apoiam o PCTRN possuem infraestrutura física

e de pessoal consolidadas para apoiar de forma segura o funcionamento do

PCTRN.

Dentro dos programas estratégicos do Plano de Desenvolvimento

Institucional da UFRN (PDI UFRN, 2009) estava o fomento da pesquisa e

inovação, bem como o fomento a criação e desenvolvimento de parque

tecnológico. Neste contexto, e devido as boas experiências das práticas de

inovação no âmbito da TI, em 2011 foi criado o IMD com a missão de fomentar

um polo de TI no Rio Grande do Norte. Para a consecução dessa missão, é

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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imprescindível uma boa formação, em nível técnico, superior e de pós-

graduação, na área, uma vez que o principal capital da TI é o humano. A figura

a seguir apresenta um resumo ilustrativo das ações do IMD que serão

detalhadas na sequência.

Figura 6. Resumo ilustrativo do IMD.

Na área acadêmica, o IMD oferece cursos que vão do nível técnico -

no formato de Educação a Distância, com modalidade semipresencial -

passando pela graduação - com cinco ênfases diferentes: Engenharia de

Software; Ciência da Computação; Sistemas de Informação de Gestão;

Informática Educacional e Sistemas Embarcados - especializações - em

Desenvolvimento para Dispositivos Móveis; Big Data; e Sistemas Embarcados

para Internet das Coisas (SembloT); além de mestrados (lato e stricto sensu)

e um doutorado acadêmico em Bioinformática. Toda essa estrutura abriga

3.500 estudantes, para os quais são criadas condições para caminhos

profissionais diversos, quer seja o ingresso no mercado de trabalho, o

empreendedorismo ou a pesquisa.

O IMD possui um projeto estruturante em Cidades Inteligentes e um

programa de formação de estudantes com altas habilidades que têm se

destacado: o Smart Metropolis - que, em apoio com a Prefeitura de Natal e o

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Parque Metrópole, tem promovido soluções inteligentes para a sociedade a

partir de demandas da prefeitura e dela própria; e o Talento Metrópole - em

que estudantes do ensino básico desenvolvem projetos e recebem formação

de graduação e pós-graduação, acompanhados por um tutor e uma equipe

psicopedagógica.

Além disso, o Instituto abriga a incubadora de empresas Inova

Metrópole, órgão voltado para promover o empreendedorismo e a inovação

por meio da assistência na criação e desenvolvimento de startups. Isso é feito

através do acolhimento de empreendedores e empresas dentro de um de

seus programas: o de pré-incubação, o de incubação e o de formação

empreendedora. Nos últimos 5 anos a Inova Metrópole já apoiou mais de 130

empreendimentos. Muitas delas foram associadas ao Parque.

Esse trabalho a fez ser reconhecida como Centro de Referência para

Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne), certificação concedida pela

Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

Inovadores (Anprotec).

Por fim, com um ecossistema de inovação que envolve a incubadora

de empresas, um Arranjo Produtivo Local, parceiros como SEBRAE/RN,

FIERN, Governo e Prefeitura de Natal, o IMD/UFRN é o protagonista na

operacionalização do Parque Metrópole. Este parque tem criado um distrito

de inovação na centralidade da capital do RN, em meio aos bairros que ficam

no entorno do Campus Universitário (vide Figura 7), com 40 empresas

credenciadas em pouco mais de um ano.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Figura 7. Delimitação Geográfica do PARQUE METRÓPOLE.

O Parque oferece várias condições favoráveis para as empresas que

desejam se credenciar à sua estrutura, que vão desde vantagens fiscais – em

impostos como ISS e IPTU –, passando por ampla oferta de serviços na área

de TI, até um portfólio de Pesquisa & Desenvolvimento, que leva em conta a

expertise acadêmica do IMD e da UFRN como um todo.

Os incentivos oferecidos pelo Parque ainda abrangem a

disponibilização de infraestrutura física, que pode ser utilizada pelas

empresas credenciadas para encontros, eventos e cursos. Além dos

benefícios inerentes a um “cluster de inovacao” (Engel, 2015) representa fator

de importância determinante para o desenvolvimento de negócios e

empresas. O fato de o parque ser urbano e em uma área central da capital do

RN, possibilita uma maior comunicação entre as empresas, criando

oportunidades de aprendizado coletivo e de realização de parcerias. A Figura

8 ilustra a retrospectiva da área de inovação em TI na UFRN.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Figura 8. Cronologia da inovação baseada na TI na UFRN

Todas essas ações de ensino, pesquisa e extensão têm como

finalidade obter processos, bens e serviços inovadores em TI. Para dar apoio

a essas ações, a UFRN, por meio do IMD, mantém uma estrutura física de

mais de 10.000m2, dividido em 3 unidades, um datacenter - com 428 núcleos,

5.4 terabytes de RAM e 323 terabytes de storage - e o segundo maior

supercomputador do Norte/Nordeste (maior dentro de Universidades) - com

2.312 núcleos, 8 terabytes de RAM e 60 terabytes de storage, ambos

representados na Figura 9. Além de uma rede de fibra ótica de 540km ligando

toda a região metropolitana de Natal, especialmente equipamentos ligados a

educação básica e superior, via Rede Nacional de Pesquisa (RNP). Esta

rede está sendo estendida para todo o RN, pelo projeto Infovia Potiguar

já em execução, ilustrado na Figura 10.

Figura 9. (a) Datacenter; (b) NOC - Network Operate Center; (c) Supercomputador.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Fonte: Apresentação do Prof. Sérgio Fialho do POP/RN.

Figura 10. Visão geral da 1ª etapa do Projeto da Infovia Potiguar.

A UFRN também possui unidades com relevante impacto em

Tecnologias em Saúde. Merece especial destaque o Instituto do Cérebro (ICe-

UFRN), o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) e o

Bioinformatics Multidisciplinary Environment (BioME).

Para prover apoio tecnológico ao desenvolvimento das atividades de

inovação e empreendedorismo a UERN possui ainda os cursos de Ciência da

Computação e Ciência e Tecnologia (no Campus de Natal) e o Programa de

Pós-graduação em computação (no Campus Central, em Mossoró), em

parceria com a UFERSA. Em particular, o Centro de Síntese e Análise de

Materiais Avançados (CSAMA) da UERN é referência na região Nordeste. Os

laboratórios multiusuários, instalados no prédio do Programa de

Desenvolvimento da Pesquisa (PRODEP), atendem a diversos grupos de

pesquisa, nas mais variadas áreas do conhecimento.

Resultados em pesquisa e desenvolvimento dependem de

profissionais com formação de alto nível, capazes de conduzir estudos com

potencial para geração de produtos. A UERN, dentro das áreas do PCTRN,

possui um número considerável de projetos em andamentos, o que demonstra

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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a capacidade de seu corpo docente e o seu alinhamento com a proposta do

parque tecnológico do Estado.

Em outra frente, pesquisas investigam o uso de minerais do RN para

produção de material de aplicação tecnológico. O objetivo principal é estudar

técnicas e procedimentos para um melhor aproveitamento dessa riqueza

natural em benefício da região. Uma das pesquisas em andamento avalia o

uso de minerais do Estado para produzir material de aplicação tecnológico.

Vale lembrar que o Rio Grande do Norte é referência no setor mineral do

Brasil. O estado é o quarto maior produtor de recursos minerais do país. São

cerca de duas mil jazidas com mais de 30 substâncias minerais no território

potiguar, segundo diagnóstico realizado pelos técnicos do Companhia de

Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). A produção no setor representa 20%

do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, gerando emprego e renda,

principalmente na região do semiárido.

ASPECTOS ESTRATÉGICOS

Neste documento serão definidas as escolhas estratégicas para o

PCTRN e os projetos para implantação deste parque relativas ao período de

2019-2024. Diversos segmentos envolvidos colaboraram visando à sua

elaboração, realizada durante o período de março-maio de 2019 e

considerando projetos e estudos anteriores. O primeiro ciclo do planejamento

estratégico, contemplado aqui, inicia em janeiro de 2019 e finaliza em 2021.

Dentro desse período, é possível visualizar duas fases para o PCTRN:

Adaptação da infraestrutura e Instalação dos setores administrativos,

laboratórios, incubadoras de empresas e empresas associadas ao PCTRN.

Em paralelo, em meio a esse período, será iniciada a criação da imagem do

futuro parque para atração de investimentos e empresas.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Portanto, a fim de avaliar estrategicamente e embasar a proposição dos

objetivos estratégicos de curto e médio prazo do PCTRN, foram evidenciados

os fatores críticos de sucesso para parques tecnológicos e os cenários

econômicos do Brasil e do RN, bem como foi realizada a Análise SWOT do

PCTRN. A partir desta base, são produzidos Missão, Visão e Valores,

Estrategigrama e Modelo de Negócio do PCTRN. Por fim, os objetivos

estratégicos de curto e médio prazo são estabelecidos a fim de orientar a

implantação e o início da operação do PCTRN.

Esta seção é baseada em levantamentos bibliográficos, experiência

relativa ao Parque Metrópole e entrevistas com os gestores das ICTs,

Governo e Prefeitura de Macaíba, bem como a orientação dos representantes

das ICTs, FAPERN, FIERN e SEBRAE/RN que compuseram a comissão

destinada a elaboração deste documento.

Cenários

O estudo dos cenários está dentro de uma análise das condições atuais

sobre uma abordagem prospectiva do futuro.

A partir de estudo recente do Parque Metrópole (Parque, 2017), o qual

teve como base o estudo dos cenários para Parques Tecnológicos realizado

pela UFRJ, citado no documento do Planejamento Estratégico do Parque

Tecnológico da UFRJ 2016-2045, define-se quatro cenários, de acordo com a

intensidade de cada eixo socioeconômico e com o ambiente de inovação:

1. Contexto Socioeconômico Favorável com Ambiente Restritivo à

Inovação;

2. Contexto Socioeconômico Favorável com Ambiente Favorável à

Inovação;

3. Contexto Socioeconômico Desfavorável com Ambiente Restritivo à

Inovação; e

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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4. Contexto Socioeconômico Desfavorável com Ambiente Favorável à

Inovação.

Dentre os cenários citados, o cenário 3 representa melhor a situação

do país, pois o Brasil vivencia a estagnação econômica e baixa inserção

internacional, além de variáveis internacionais prejudicarem o crescimento de

países emergentes. Com isso, o ecossistema brasileiro de inovação regride

por ainda depender fortemente do Estado. Observa-se também uma retração

nos investimentos em PD&I por parte das empresas brasileiras (MCTIC,

2017). Contudo, há um ambiente favorável à promoção da inovação por parte

do Governo, que tem direcionado esforços para contribuir com o Parque

Metrópole e para a implantação do PCTRN, bem como pela comunidade de

startups e as empresas de serviços tradicionais potiguares que têm investido

de forma crescente em soluções inovadoras para atender dores suas e dos

seus clientes.

Fatores críticos de sucesso para Parques Tecnológicos

A literatura relaciona diversos fatores críticos em relação ao

desenvolvimento de Incubadoras e Parques Tecnológicos. Dornelas (2002)

resumiu os principais aspectos relacionados ao sucesso de incubadoras:

expertise local; necessidade de informação e acesso a financiamentos e

investimentos para as empresas; necessidade de o empreendedor procurar

suporte e assessoria da incubadora; suporte de atores locais, rede

estabelecida de empreendedorismo, existência de ensino inovador e

empreendedorismo; criação da percepção de sucesso; processo seletivo de

empresas e vínculos com universidades e centros de pesquisa.

O trabalho de Pardo et al publicado em 2013 relaciona fatores

considerados fundamentais para o sucesso dos parques tecnológicos. As

categorias elencadas são: (1) Infraestrutura, (2) Serviços especializados e

serviços técnicos, (3) Governança e Gestão, (4) Econômicos e Financeiros e

(5) Mercadológicos.

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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Dentre estes fatores, observa-se no PCTRN:

1. Infraestrutura de excelência para as empresas de base tecnológica;

proximidade de rodovias, aeroportos e centros urbanos,

infraestrutura de comunicação; oferta de serviços com valor

agregado; e existência de empresas de base tecnológica.

2. Presença de núcleos especializados em tecnologia e inovação;

treinamento e qualificação de mão de obra; treinamento empresarial

e gerencial disponibilizado por SEBRAE/RN e incubadoras;

disponibilidade de acesso a novas tecnologias; serviço e suporte

técnico de apoio à indústria ofertado pela FIERN.

3. A experiência do Parque Metrópole e do ISD (uma O.S. Federal)

ajudará na melhor definição do Modelo de governança e gestão do

PCTRN.

4. O Modelo de Governança e de Sustentabilidade do PCTRN deverá

prever preços competitivos cobrados pela infraestrutura do parque

e a viabilidade econômica e financeira do parque, gerando retorno

aos investidores. Atualmente, já há atração de investimentos para o

RN com fontes da FINEP, SEBRAE e IEL, bem como via agência

de fomento estadual. Uma discussão para ativação do FUNDET se

inicia no reativado CONECIT. Mão de obra de baixo custo, em

relação aos grandes centros nacionais. Interação universidade-

empresa presença de internacionalização nos aspectos de Ciência

e Tecnologia do PCTRN com acesso aos pesquisadores,

professores e mão de obra provenientes da universidade.

5. Estímulo aos negócios com a incubadora e aceleradora.

Análise SWOT

O termo SWOT é uma sigla inglesa para forças (Strengths), fraquezas

(Weakness), oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats). Assim,

refletir sobre a matriz SWOT, registrando tais aspectos sobre o PCTRN,

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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permitirá a análise de cenário da inserção do parque no contexto regional,

nacional e internacional, bem como verificar a posição estratégica dessa

organização.

A análise do cenário se divide em ambiente interno (forças e fraquezas)

e ambiente externo (oportunidades e ameaças). As forças e fraquezas são

determinadas pela posição atual do PCTRN (já adicionado pela sua célula

digital na capital potiguar). As oportunidades e ameaças são antecipações do

futuro do PCTRN e devem ser monitoradas a fim de aproveitar as

oportunidades e evitar as ameaças. A Tabela III ilustra a matriz SWOT para o

PCTRN Metrópole. O destaque em Pesquisa das entidades constituintes do

PCTRN e a experiência exitosa com incubadoras e Parque são apresentados

como forças principais. Já a oportunidade principal aumenta o número de

empreendedores de TI e, consequentemente, a geração de impostos e renda.

A principal fraqueza está relacionada à dificuldade para atração de empresas

âncoras e, como ameaça principal, o ambiente restritivo à inovação.

Missão, Visão e Valores

A missão do PCTRN é fomentar, apoiar e desenvolver o

empreendedorismo tendo por base ciência, tecnologia e inovação, por meio

da promoção da sinergia entre academia, governo e empresas em todo o RN.

A fim de projetar o PCTRN a um cenário futuro desejável e direcionar

suas ações, a visão do PCTRN é ser reconhecido nacionalmente como um

grande centro de atração e retenção de talentos e de empresas com relevante

impacto econômico, social e humano.

Com o intuito de nortear as crenças e os princípios de conduta dos

colaboradores do PCTRN, ele preza pelos seguintes valores:

• Desenvolvimento sustentável.

• Relação humanizada.

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• Integração com a sociedade.

• Empreendedorismo inovador.

• Trabalho em rede.

• Ética e transparência.

Estrategigrama

O estrategigrama é uma ferramenta de análise do perfil estratégico de

Parques Tecnológicos criada pelo espanhol Luis Sanz Irles, diretor da

Associação Internacional de Parques Tecnológico (IASP). Esta ferramenta foi

escolhida uma vez que ela permite aos parques tecnológicos construírem

estratégias e planejarem mudanças a médio e longo prazo, até mesmo

reposicionando fortemente as suas maneiras de atuação (Mazarollo, 2010)

O estrategigrama é baseado em sete eixos fundamentais, a saber:

1. Localização (urbana ou não urbana);

2. Uso da tecnologia (criadora ou utilizadora de tecnologia);

3. Estímulo para criação de empresas ou desenvolvimento de

empresas existentes;

4. Foco num ramo empresarial específico ou na diversidade de áreas;

5. Escolha de empresas locais ou aproximação de empresas de outras

regiões/países;

6. Modo como avaliar a utilização do trabalho em rede e networking

nos parques;

7. Modo como escolher o melhor modelo de gestão e governança

desses centros tecnológicos.

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Tabela III. Matriz SWOT do PCTRN

FORÇAS

Experiência exitosa em parque e incubadoras, bem como expertise no tocante ao Empreendedorismo Inovador ⚫ Ecossistema de startups em processo de consolidação ⚫ Pesquisas consolidadas e patentes (inovação) ⚫ Amplo espaço físico e ótima localização próxima ao aeroporto (15 min e uma vila olímpica) ⚫ Mão de obra local altamente qualificada ⚫Concentração de entidades de excelência em Pesquisa e Inovação UFRN, UERN, UFERSA, IFRN, ISD) para apoiar o parque, incluindo experiência com P&D em HealTech, Óleo&Gás, indústria 4.0 e Smart Cities ⚫ Próximo ao ISD e EAJ/UFRN ⚫ Presença de

um Parque Tec. Em TI em operação.

FRAQUEZAS

Alto custo de manutenção inicial sem definição de empresas âncoras ⚫ Infraestrutura de acesso precária ⚫ Logística de sustentabilidade financeira do complexo do parque em um momento de crise fiscal ⚫ Dificuldade em levar empresas para a região por falta de atrativos ⚫ Insegurança no que diz respeito a materiais de alto valor ⚫Falta de acesso ao transporte público na região ⚫ Distância (4km) do perímetro urbano existente.

AMEAÇAS

Ausência de investimentos do poder público direcionados para o parque tecnológico por conta do cenário econômico atual ⚫ Concentração de projetos na capital por dificuldades de se identificar as potencialidades do interior (UERN, UFERSA, IFRN) ⚫ Falta de capacidade do estado em atrair empresas e indústrias para a região ⚫ Ameaça do governo Federal em cortes e contingenciamentos ⚫ Não cumprimento da LC118 do RN artigo 4º que define o percentual de recursos a serem destinados ao FUNDET ⚫ Baixo número de empresas medias e grandes no Estado.

OPORTUNIDADES

Aproximação da sociedade com a universidade para o desenvolvimento econômico, social e humano, usufruto da disseminação do conhecimento tecnológico do Estado do Rio Grande do Norte ⚫ Potencialidades energéticas da região em desenvolver o estado de forma igualitária, diminuindo a diferença de desenvolvimento entre o interior e a capital ⚫ Forte presença da indústria de energia eólica e petróleo, bem como indústria salineira, agronegócio e agricultura familiar ⚫ Indústria 4.0, energias renováveis, HealthTech e Smart Cities são estratégicos para o MCTIC ⚫ Parceria com governo do estado e município para criar na região um pacote de incentivos e atrativos ⚫ Publicação de Editais de fomento à P&DI ⚫ Ampliação das atividades e setores econômicos através da implementação do parque tecnológico ⚫ Apoio às incubadoras através de Editais do: SEBRAE/ FINEP e demais instituições de apoio.

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Para cada eixo supracitado é determinado índice que varia entre 10 e

-10 para indicar o posicionamento atual e futuro do parque. Portanto, a

aplicação do estrategigrama para estabelecer o perfil do PCTRN possibilita a

compreensão do posicionamento estratégico do PCTRN no cenário atual e a

comparação das principais escolhas de posicionamento a fim de determinar o

direcionamento do parque para daqui a 2, 5 e 10 anos.

No diagrama ilustrado na Figura 11, no qual se observa a situação atual

do PCTRN. A justificativa de cada um dos eixos se deve, respectivamente, a:

1. O PCTRN está dentro da região metropolitana de Natal e próximo

(7km) do centro de Macaíba e a 25min do aeroporto, onde há

serviços gerais sendo oferecidos.

2. O PCTRN promoverá o empreendedorismo a partir do emprego de

ciência e tecnologia. A intenção é atrair grandes empresas

interessadas em P&D, bem como promover a criação de empresas

inovadoras a partir de uma Incubadora e uma aceleradora.

3. A fim de dar sustentabilidade em áreas fins, a intenção inicial é atrair

empresas de grande porte. Contudo o PCTRN já inicia com

capacidade de atender 14 empresas incubadas e até 19 startups na

Incubadora e na Aceleradora.

4. Apesar da escolha inicial de duas áreas fins de vocação para o

PCRTRN, a reabilitação em saúde tem aplicações transversais e é

interdisciplinar; além disso, a vocação em Energia envolve várias

áreas entre renováveis, óleo e gás.

5. Em função das relações das ICTs e o porte de empresas que será

atraído, o mercado alvo para gerar a sustentabilidade do PCTRN é

inicialmente internacional.

6. O PCTRN já se insere dentro de uma Rede de núcleos de inovação

em todo o RN, vide a célula Parque Metrópole, o ISI-ER e o CT de

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Minerais. Adicionalmente o PCTRN trabalhará estrategicamente

com as redes das ICTs que o envolve, bem como integrado às

Redes de Inovação estaduais e potiguar e à rede de Parques

integrados à Smart Cities da ANPROTEC. Dentre os mecanismos

utilizados desde o início de operação, haverá a organização de

eventos e capacitações nas áreas de vocação do Parque.

7. Considerando a sustentabilidade do PCTRN, o modelo terá a

liderança das IES públicas, ISD, governo e empresas que vierem a

se instalar. Futuramente avaliará uma entidade jurídica própria para

sua gestão.

Figura 11. Posicionamento atual do PCTRN.

Quanto ao direcionamento do PCTRN, descreve-se as seguintes

prospecções:

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Figura 12: Estrategigrama relacionando o Posicionamento Atual do PCTRN com suas viões de curto, médio e longo prazo.

Tais prospecções têm como base os seguintes aspectos:

1. Com os benefícios e investimentos previstos, o entorno do PCTRN

se tornará cada vez mais urbano.

2. A aproximação com as empresas crescerá gradualmente conforme

o estímulo da criação e desenvolvimento de novas empresas e a

atração de empresas maduras.

3. Visando o bom trabalho dos mecanismos de inovação e o sucesso

na captura de empresas maduras, empresas inovadoras e startups

tendem a aumentar.

4. Permite-se ao PCTRN abranger novas áreas correlatas ou não,

visando a oportunidade e a possibilidade de amparo científico-

tecnológico.

5. A presença das empresas maduras no PCTRN funcionará como um

polo atrator para as empresas regionais.

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6. A partir do fortalecimento da REPIN, do reconhecimento do PCTRN

e a gestão da marca deste parque - incluindo ações de participação

em eventos e associações - o PCTRN estará trabalhando cada vez

mais em rede.

7. O Modelo de Governança do PCTRN será formalizado permitindo a

participação de empresas ao seu conselho administrativo.

Modelo de Negócio do PCTRN

Um CANVAS de modelo de negócio, segundo Osterwalder(2010), foi

proposto para o PCTRN e explicitado na Figura 14. O canvas de modelo de

negócio é baseado em 9 componentes principais que definem um negócio e

que descrevem a lógica de criação desse negócio. Adicionalmente, ele

permite análise e reflexão sobre o modelo de negócio, bem como sua

validade.

Um exercício posterior é o estudo de viabilidade econômico-financeira,

a partir do modelo de negócio, a fim de trabalhar a sustentabilidade do

PCTRN.

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Figura 13: Modelo de Negócio do PCTRN

Mapa Estratégico

Neste contexto, é possível resumir a atuação estratégica necessária do

parque para sua viabilização a partir de uma metodologia desenvolvida por

Kaplan e Norton denominada de Balanced Scorecard, em que na sua primeira

fase pressupõe a construção de um mapa estratégico baseado em quatro

dimensões: financeira (sustentabilidade financeira do negócio), processos

internos (pontos que devem ser trabalhados relacionados às operações da

organização), aprendizado e crescimento (construção do alicerce dos

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recursos informacionais e de pessoas para a consecução dos objetivos) e

cliente (proposta de valor aderente ao cliente).

A partir da escuta dos dirigentes das ICTs, FIERN, SEBRAE, Governo

e Prefeitura de Macaíba, bem como sua compilação no formato de modelo de

negócios e da matriz SWOT é possível desdobrar os objetivos em um mapa

estratégico de implementação do parque tecnológico (2019-2023), conforme

exposto na Figura 14.

Como forma de adaptar estas dimensões, seguindo padrão similar ao

já adotado na construção do planejamento estratégico do Parque Tecnológico

Metrópole Digital, adaptou-se a dimensão clientes para a sociedade; manteve-

se a visão dos processos, mas sem distinção entre os internos e externos;

definiu-se a dimensão de recursos, em que se trouxe a ideia da

sustentabilidade operacional (baseada nas pessoas, informações e

infraestrutura física) e financeira.

Figura 14. Mapa estratégico do PCTRN.

A partir deste mapa estratégico pode-se desdobrar seis projetos base

(representados na figura pelo código "P_0X", em que o X representa o número

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do projeto em questão. É importante ressaltar que estes projetos permitirão a

elaboração de formalizações, a implantação de projetos arquitetônicos e

execução de obras faltantes, bem como o início da operacionalização do

PCTRN, conforme detalhado no tópico seguinte.

Projetos Estratégicos

P_01 – Imagem: A imagem do parque começará a ser desenvolvida

desde a sua fase de implantação a fim de atrair empresas, startups,

investimentos e talentos para o PCTRN. Um plano de marketing e uma

comunicação nacional já está sendo implementada para a célula digital do

PCTRN. A visibilidade nacional será projetada na direção que de que o RN é

um estado também com muitas riquezas econômicas e científico-tecnológico.

Este trabalho, em específico está sendo implementado junto ao Governo.

No PCTRN, a sua imagem será projetada para mostrar o parque

tecnológico que está sendo implantado. Será definido a partir de um Plano de

Marketing cujo público alvo inicial são empresas maduras, ICTs, prestadoras

de serviços (para tais empresas), Associações e Sindicatos de empresas.

Além de autoridades governamentais e pesquisadores.

P_02 – Integração com a comunidade e engajamento dos

stakeholders: Inicialmente o PCTRN trabalhará junto à prefeitura de Macaíba

em prol da urbanização do entorno deste parque, em conformidade ao

explicitado na seção 2.3. A partir de 2021, o PCTRN deve passar a

implementar projetos que despertem o interesse e capacitem os jovens

estudantes nas áreas científicas que dão suporte ao parque. Bem como visitas

técnicas e uso dos espaços pela sociedade.

Este engajamento com a comunidade traz concomitantemente os

stakeholders, já que há uma forte ligação entre o desenvolvimento local e os

entes envolvidos no projeto (prefeituras, universidades, institutos, governo

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estadual, SEBRAE e FIERN) sendo necessário um trabalho paralelo entre

estes dois entes.

P_03 – Capturar empresas de grande porte e estabelecer

mecanismos para criar, desenvolver e reter empresas: Prevê-se a

ocupação inicial do PCTRN (Blocos C e D2, conforme Anexo A), em que será

constituída pela Agência de Inovação da UFRN, uma incubadora, com um

coworking e salas individualizadas para as incubadas, uma aceleradora gerida

pelo ISD e um grande laboratório do LAIS. Para tanto, mecanismos formais

para gestão da incubadora, bem como para apoio e monitoramento do seus

incubados devem ser elaborados e executados.

Adicionalmente, é fundamental a criação de mecanismos para atração

de empresas de grande porte. Para isso, deverá ser elaborado e executado

uma estratégia de funil de vendas para qualificação, prospecção e instalação

dessas empresas no PCTRN. A implementação de benefícios fiscais

municipais e estaduais para empresas do PCTRN é parte dessa estratégia de

atração, bem como de retenção de empresas no PCTRN.

P_04 – Estabelecer e implementar os mecanismos de governança,

estruturar os processos de trabalho e atrair recursos humanos:

Formalizar e implementar o modelo de governança e de gestão com foco na

operacionalização do parque do ponto de vista administrativo. Conforme

explicitado na seção 2.2, a governança básica prevista inicialmente é

composta pelo conselho administrativo e a diretoria executiva do PCTRN que

tem células descentralizadas anexas a este parque. Nota-se que a atração de

recursos humanos e a verificação de arcabouços legais estaduais e federais

que apoiem o bom funcionamento do parque devem ser tratados como ações

prioritárias para a consecução dos objetivos do P_04.

P_05 – Garantir Custeio: A fim do custeio do PCTRN, prevê-se o uso

racional e particionado das suas estruturas, bem como da implementação da

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subestação de energia elétrica e da estrutura de infraestrutura lógica. A

sustentabilidade do parque é prevista a partir do uso de seus espaços e da

oferta de serviços tecnológicos e de P, D&I. Uma lei de incentivos para

subsidiar o início do PCTRN, provenientes de arrecadação estadual e

municipal, e pagamentos pela ocupação da estrutura inicial devem ser

considerados como estratégia de custeio inicial deste parque.

P_06 – Implementar a infraestrutura básica para bom

funcionamento do PCTRN: A infraestrutura básica para ocupação do prédio

é:

1. Água: Um reservatório e uma Estação de Tratamento de Efluentes

já estão prontas. Contudo precisa-se realizar a interligação entre a

adutora e esse reservatório, bem como entre o reservatório e os

blocos do PCTRN. Além da revisão da ligação do sistema de

incêndio.

2. Energia: Uma estação aérea de 225kVA já está instalada. Prevê-se

a necessidade de uma subestação abrigada para atender o prédio

inteiro.

3. Lógico: A rede giga-metrópole já passa em frente ao PCTRN. A

articulação com o POP/RN já foi feita para acessar essa rede.

Portanto, a conexão da rede giga-metrópole aos blocos, bem como

os equipamentos e serviços necessários para a instalação da

infraestrutura lógica nos blocos C e D2 devem ser implementados.

4. Adaptação e manutenção do prédio: obras de reparação para

manutenção, que está sem uso, e adaptação do prédio para as

novas estruturas incluindo a compra e instalação de equipamentos

de condicionadores de ar estão previstos.

5. Mobiliário: Compra de mobiliário para o funcionamento. Como é

impossível prever a estrutura que as empresas necessitarão, foi

previsto a ocupação dos blocos que serão usados inicialmente (Vide

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planta baixa nos Anexo A), conforme ocupação usual de centros

empresariais.

6. Melhorar os acessos ao prédio: A RN-160 e uma estrada vicinal são

os acessos mais rápidos ao parque a partir do centro urbano de

Macaíba e da BR101. Tanto a RN-160 quanto a vicinal necessitam

de manutenção do asfalto e obra de drenagem em alguns pontos.

Cronograma de Execução

A partir desta definição de projetos estratégicos é necessária a

construção de um cronograma de desenvolvimento. É importante destacar

que o projeto P_06 possui como marco de início o ano de 2019 e a finalização

em 2021 sendo este um ponto importante e crucial na viabilidade operacional

do PCTRN.

Projeto 2019 2020 2021 2023 2023

P_01 ⚫ ⚫ ⚫ ⚫ ⚫

P_02 ⚫ ⚫ ⚫ ⚫

P_03 ⚫ ⚫ ⚫ ⚫

P_04 ⚫ ⚫

P_05 ⚫ ⚫ ⚫

P_06 ⚫ ⚫ ⚫

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este documento é uma forte evidência da viabilidade e cooperação das

ICTs do RN, bem como entidades representativas do setor produtivo privado,

em prol da concretização desse parque, uma vez que houve a participação

direta na elaboração deste documento por todos esses atores, em parceria

com o Governo.

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Este documento apresentou uma contextualização histórica da criação

de um parque tecnológico do RN e introduziu uma contextualização

econômica, científica e tecnológica que embasa a proposta do Parque

Científico e Tecnológico do Rio Grande do Norte (PCTRN). A partir desta

fundamentação, detalha-se a proposta desse parque científico e tecnológico

nas áreas de Energia (Energias Renováveis e Petróleo e Gás), Reabilitação

em Saúde e TI (através da sua célula digital). Permitindo ainda a associação

de outras células em áreas complementares, possibilitando a cobertura das

competências do RN e que sejam de interesse de desenvolvimento

econômico desse estado.

É importante destacar que Tecnologias assistivas, Health Tech,

Indústria 4.0 e Energias Renováveis são áreas constituintes das linhas

estratégicas do Governo Federal para o desenvolvimento econômico e social

do Brasil, segundo apresentação do Ministro Marcos Pontes (MCTIC) em

audiência pública realizada no dia 24/04/2019, na Comissão de Ciência e

Tecnologia do Senado Federal. Demonstrando também, que o PCTRN, assim

como sua célula digital, apresenta total alinhamento com a estratégia nacional

de desenvolvimento de MCTI.

Nas áreas de TI, Energias Renováveis e Petróleo, grupos da UFRN,

IFRN, UFERSA e UERN mostram resultados relevantes para o devido amparo

técnico a fim da atração de empresas e promoção de valor agregado para o

setor produtivo nesta área. Quanto à Reabilitação em Saúde, a UFRN, através

do LAIS, BIOME/IMD e ICe-UFRN, e o ISD demonstram capacidade de

inovação para promoção de valor agregado ao setor produtivo e para gerar

novos negócios.

Nesse ecossistema, a FIERN se apresenta como articulador entre as

entidades e a Indústria e o SEBRAE/RN se destaca como agente fomentador

da Inovação para startups e MPE para o fortalecimento. Um outro importante

ator desse ecossistema é a Rede Potiguar de Incubadoras e Parques

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Tecnológicos (REPIN) e a comunidade de startups Jerimum Valley que têm

articulado ações de cooperação e agregação entre os mecanismos e

ambientes de inovação do RN.

Por fim, este documento detalha uma proposta de parque a partir dos

produtos da seção 4, chegando à apresentação de objetivos estratégicos de

curto e médio prazo, bem como os projetos que envolvem a implantação e a

operação do PCTRN. Assim, a partir deste documento, elaborar-se-á os

Termos de Referência necessários a execução do Projeto P06, bem como

dar-se-á início aos demais projetos elencados na seção 4.8.

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BRASIL. Lei de Inovação Tecnológica (Lei n.º 10.973/2004). Brasília, DF:

Congresso Nacional. Atos do Poder Legislativo, DOU, n.º 232 de 03.12.2004.

BRASIL. Lei Federal nº 13.243/2016. Dispõe sobre estímulos ao

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e à inovação. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder

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BRESCHI S.; MALERBA. F.The Geography of Innovation and Economic

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MAZAROLLO, C. Estratégias de apoio à inovação em tecnologia da

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PROJETO PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO RN |

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ANEXO A

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