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PLANO DE AÇÃO
2012
março de 2012
Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Centro, IP:
José Manuel Azenha Tereso (Presidente)
Fernando José Ramos Lopes de Almeida (Vogal)
Luís Manuel Militão Mendes Cabral (Vogal)
Coordenação da edição:
António Morais
Lúcio Meneses de Almeida
Sandra Lourenço
Lígia Carvalho
José Coimbra
Com a prestimosa colaboração dos diretores de departamento
e responsáveis regionais pelos programas de saúde
1
ÍNDICE
Índice .............................................................................................................................................. 1
Chave de siglas e abreviaturas ........................................................................................................ 3
Preâmbulo ....................................................................................................................................... 5
I. Administração Regional de Saúde do Centro, IP ................................................................... 7
1.Missão e valores ........................................................................................................................ 8
2. Objetivos Estratégicos ............................................................................................................... 9
3. Estrutura Organizacional...........................................................................................................11
3.1 Departamento de Saúde Pública e Planeamento ..........................................................12
3.2 Departamento de Contratualização ...............................................................................14
3.3 Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral ........................16
3.4 Departamento de Instalações e Equipamentos .............................................................17
3.5 Departamento de Gestão Financeira ............................................................................18
II. Perfil de Saúde ........................................................................................................................20
1. Indicadores de Saúde ...............................................................................................................21
2. Cuidados de Saúde Primários ...................................................................................................22
2.1 Rede de cuidados de saúde .........................................................................................22
2.2 Utentes inscritos e utilizadores .....................................................................................23
2.3 Indicadores de desempenho .........................................................................................25
III. Áreas de Intervenção em Saúde ............................................................................................38
1. Doenças de Evolução Prolongada ............................................................................................39
1.1 Doenças Cardiovasculares ...........................................................................................39
1.2 Programa de Prevenção e Controlo da Diabetes ..........................................................41
1.3 Doenças Oncológicas ...................................................................................................46
1.3.1 Programa de Prevenção Primária da Doença Oncológica .....................................46
1.3.2 Programa de rastreio do Cancro da Mama ............................................................46
1.3.3 Programa de rastreio do Cancro do Colo do útero ................................................47
1.3.4 Programa de rastreio do Cancro do Cólon e Recto ...............................................49
1.3.5 Rede de Referenciação Oncológica Regional .......................................................50
1.4 Doenças Respiratórias .................................................................................................51
2. Necessidades Específicas em Saúde .......................................................................................52
2.1 Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) .....................................52
2.2 Saúde da Mulher, Criança e Adolescente .....................................................................53
2.3 Saúde Mental ...............................................................................................................54
2
3. Intervenção Sobre os Determinantes de Saúde ........................................................................ 57
3.1 Capacitação e Literacia em Saúde ............................................................................... 57
3.2 Promoção da Saúde em Meio Escolar .......................................................................... 59
3.3 Saúde Oral ................................................................................................................... 61
3.4 Saúde Ocupacional ...................................................................................................... 63
3.5 Saúde Ambiental .......................................................................................................... 65
3.6 Comportamentos Aditivos: Problemas Ligados ao Álcool (PLA) .................................... 67
3.7 Tabagismo ................................................................................................................... 71
3.7.1 Projeto Escolas Livres de Fumo............................................................................ 72
3.8 Programa de Alimentação Saudável ............................................................................. 74
4. Vigilância Epidemiológica ......................................................................................................... 79
4.1 Programa de Prevenção e Luta Contra a Tuberculose .................................................. 79
4.2 Plano Regional de Prevenção e Controlo da Infeção VIH/SIDA .................................... 82
4.3 Infeção Associada aos Cuidados de Saúde .................................................................. 86
4.3.1 Rede de Notificação de Microorganismos Multirresistentes ................................... 87
4.3.2 Recomendações/orientações de boas práticas para a uniformização da utilização
de antissético e desinfetantes nas Unidades de CSP e de CCI ...................................... 88
4.3.3 Formação Contínua .............................................................................................. 89
4.4 Programa Nacional de Vacinação ................................................................................. 90
IV. Processos e Instrumentos de Governação ........................................................................... 95
1. Ordenamento Organizacional ................................................................................................... 96
2. Tecnologias de Informação e Comunicação............................................................................ 100
3. Política do Medicamento......................................................................................................... 101
4. Reforma dos Cuidados de Saúde Primários............................................................................ 102
5. Reforma dos Cuidados de Saúde Hospitalares ....................................................................... 104
6. Reforma dos Cuidados Continuados Integrados ..................................................................... 104
ANEXOS ...................................................................................................................................... 105
A. Quadro de Avaliação e Responsabilização ............................................................................. 106
3
CHAVE DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ACeS Agrupamentos de Centros de Saúde
ACS Alto Comissariado da Saúde
ACSS Administração Central do Sistema de Saúde IP
ARSC Administração Regional de Saúde do Centro IP
ARS LVT Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo IP
ARSN Administração Regional de Saúde do Norte IP
AVC Acidente vascular cerebral
CDP Centro de Diagnóstico Pneumológico
CH Centro Hospitalar
CHPC Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra
CMR Centro de Medicina e Reabilitação
CRI Centros de Resposta Integrada do IDT
CSP Cuidados de Saúde Primários
DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
DDO Doenças de declaração obrigatória
DERHAG Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral
DIE Departamento de Instalações e Equipamentos
DGF Departamento de Gestão Financeira
DGS Direcção-Geral da Saúde
DSPP Departamento de Saúde Pública e Planeamento
EPE Entidades Públicas Empresariais
ET Equipas de tratamento
GDH Grupos de diagnóstico homogéneo
hab Habitantes
HTA Hipertensão arterial
IDT Instituto da Droga e da Toxicodependência, IP
IMC Índice de Massa Corporal
INE Instituto Nacional de Estatística
INEM Instituto Nacional de Emergência Médica IP
INS Inquérito Nacional de Saúde
IPO Instituto Português de Oncologia
LIC Lista de Espera Cirúrgica
LINCE Lista de Espera para Consultas Externas
MCDT Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica
MGF Medicina Geral e Familiar
NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais
OMS Organização Mundial de Saúde
PF Planeamento Familiar
PHEPA Primary Health Care European Project on Alcohol
PIDDAC Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central
PLA Problemas ligados ao álcool
PNS Plano Nacional de Saúde
PNSE Programa Nacional de Saúde Escolar
PNSO Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral
PNV Plano Nacional de Vacinação
QUAR Quadro de Avaliação e Responsabilização
RCCR Programa de rastreio do cancro do cólon e reto
RCCU Programa de rastreio do cancro do colo do útero
RCM Programa de rastreio do cancro da mama
RNCCI Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
4
SAP Serviço de Atendimento Permanente
SIGIC Sistema Integrado de Gestão de Inscrito para Cirurgia
SM Saúde Materna
SNS Sistema Nacional de Saúde
SPA Sector Público Administrativo
TM Tumores malignos
UAG Unidade de Apoio à Gestão
UCC Unidade de Cuidados na Comunidade
UCCI Unidades de Cuidados Continuados Integrados
UCSP Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados
ULS Unidade Local de Saúde
URAP Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados
USF Unidade de Saúde Familiar
USP Unidade de Saúde Pública
5
PREÂMBULO
O presente documento pretende definir as principais linhas orientadoras da atividade dos serviços
dependentes e desconcentrados da Administração Regional de Saúde do Centro IP. Tais linhas
orientadoras (ou “eixos estratégicos”) assentam nas prioridades nacionais, ajustadas às
necessidades regionais.
O Plano Nacional de Saúde 2011-2016 (PNS) definiu os seguintes eixos estratégicos:
Cidadania em saúde
Equidade e acesso a cuidados de saúde
Qualidade e saúde
Políticas saudáveis
A finalidade do PNS consiste em maximizar os ganhos em saúde, através do alinhamento e
integração de esforços de todos os setores da sociedade, de acordo com os seguintes “objetivos
estratégicos”, consistentes com o programa do XIX Governo Constitucional: promover a saúde no
ciclo de vida; prevenir a doença e assegurar o tratamento e a reabilitação e integração dos cuidados;
reforçar o suporte social na saúde e na doença; reforçar o papel de Portugal na Saúde Global.
Foram considerados os seguintes programas nacionais (i.e., comuns a todas as regiões de Saúde):
• Doenças cardiovasculares
• Doenças oncológicas
• Saúde mental
• Prevenção e controlo da diabetes
• VIH/SIDA
• Doenças respiratórias
• Alimentação
• Acidentes
A execução, destes programas, nas diversas regiões de saúde pressupõe a sua operacionalização
loco-regional e o desenho de indicadores fiáveis, facilmente mensuráveis e ajustados aos objetivos
operacionais (metas) previamente determinados.
O programa do XIX Governo Constitucional identifica os seguintes objetivos estratégicos nacionais
(política de saúde):
Continuar a melhorar a qualidade e o acesso efetivo dos cidadãos aos cuidados de saúde,
quer ao nível da organização dos serviços, quer ao nível da prestação dos cuidados;
Garantir a sustentabilidade económica e financeira do SNS;
Fomentar um maior protagonismo dos cidadãos na utilização (procura de cuidados) e na
gestão ativa do sistema – cidadão como protagonista ativo no exercício do seu direito a
cuidados de saúde de qualidade;
Aprofundar a cooperação no domínio da saúde, no âmbito do espaço lusófono.
Dentre as prioridades do sistema de saúde nacional, decorrentes dos compromissos
internacionalmente assumidos, incluem-se a criação de mais unidades de saúde familiar, bem como o
reforço da articulação cuidados primários-cuidados hospitalares mediante a integração de serviços.
Relativamente às prioridades regionais em saúde, necessariamente alinhadas com as nacionais, são
as seguintes:
6
Reorganização da rede de cuidados primários de saúde (ACeS), tendo em vista a
otimização dos recursos disponíveis e da capacidade instalada (sustentabilidade do sistema);
Contenção de custos no âmbito prescricional (política do medicamento) e organizacional
(rede de serviços de saúde);
Acompanhamento e apoio aos centros hospitalares criados ao abrigo do Decreto-Lei
nº 30/2011 de 2 de março (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar
Tondela-Viseu, Centro Hospitalar Leiria-Pombal e Centro Hospitalar do Baixo Vouga);
Reforço do modelo USF, mediante a criação de novas unidades funcionais e assegurando a
viabilidade, eficiência e efetividade das já existentes;
Redirecionamento dos cuidados de saúde “a montante” (proteção da saúde) e gestão
integrada dos programas regionais de saúde pelo Departamento de Saúde Pública.
Cabe aos grupos de trabalho sectoriais, constituídos e a constituir, dotar o Conselho Diretivo da
evidência necessária à tomada fundamentada de decisão – sem prejuízo do seu caráter supletivo e
circunstancial em relação aos departamentos e serviços centrais da ARSC e outras estruturas
centrais de apoio à decisão.
A monitorização e avaliação dos programas regionais de saúde competem aos serviços operativos de
saúde pública da Região (Departamento de Saúde Pública e Unidades de Saúde Pública), nos
respetivos níveis de intervenção. Cabe aos diretores executivos dos ACeS e aos presidentes dos
conselhos de administração das ULS assegurar os meios indispensáveis à implementação local dos
programas regionais de saúde.
O contexto económico-financeiro nacional exige uma alocação particularmente rigorosa dos recursos
disponíveis, nos termos do acordo internacional firmado pelo nosso País. Tal não implica, bem pelo
contrário, uma menor qualidade dos cuidados prestados, mas antes uma prática, porventura mais
criteriosa, porque baseada não só em critérios de evidência clínica (eficácia) mas também de
“evidência de eficiência” (sustentabilidade).
O desafio consiste em fazer mais e melhor com menos recursos. Todos – dirigentes e profissionais de
saúde, mas também utentes – somos imprescindíveis para o sucesso de um desafio que, mais do
que garantir a sustentabilidade do SNS irá assegurar, às gerações vindouras, a satisfação das suas
reais necessidades em saúde e em serviços de saúde.
Termino com uma palavra de apreço e reconhecimento a todos os profissionais deste instituto público
(serviços centrais, serviços desconcentrados e serviços dependentes), mas também aos restantes
profissionais de saúde da Região (unidades locais de saúde e hospitais) que, através da sua
dedicação, competência e empenho permitiram que a Região Centro exiba dos melhores indicadores
de saúde a nível nacional.
A todos, muito obrigado e “mãos à obra”!
O Presidente do Conselho Diretivo
José Manuel Azenha Tereso
I. ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO CENTRO, IP
8
1.MISSÃO E VALORES
Conforme o disposto no Decreto-Lei nº 22/2012 de 30 de janeiro, a missão da Administração
Regional de Saúde do Centro IP (ARSC) consiste em “garantir à população da respectiva
área geográfica de intervenção o acesso à prestação de cuidados de saúde, adequando os
recursos disponíveis às necessidades e cumprir e fazer cumprir políticas e programas de
saúde na sua área de intervenção”.
Nesse âmbito, a ARSC pretende ser reconhecida como uma organização que adota a
seguinte Missão, Visão e Valores:
Missão
•Garantir o acesso à prestação de cuidados de saúde de qualidade às populações do seu âmbito jurisdicional territorial
Visão
•Uma administração regional de saúde centrada nas reais necessidades de saúde dos cidadãos e concorrendo para a sustentabilidade do SNS
Valores
•Sustentabilidade do sistema regional de saúde (dupla evidência de efetividade e de eficiência dos cuidados)
•Integração dos cuidados (geradora de eficiência e de qualidade)
•Qualidade (incluindo na perspetiva do utente – qualidade percecionada ou satisfação do utente)
•Prestação de contas (accountability)
•Equidade (no acesso à prestação de cuidados de saúde: maiores necessidades mais cuidados)
•Participação do utente (nas decisões que afetam a sua saúde – literacia em saúde – e nas decisões que afetam a saúde de todos – cidadania em saúde)
9
2. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
Os eixos estratégicos da ARSC decorrem das prioridades em saúde do Programa do XIX
Governo Constitucional e do PNS e do seu Quadro de Avaliação e Responsabilização para
2012, tendo em consideração o contexto económico-financeiro nacional de redução de
custos associados à prestação de cuidados de saúde (memorando de entendimento).
A extinção do Instituto da Droga e da Toxicodependência IP e a sua integração - nos termos
do disposto na alínea c)do artigo 23º do Decreto-Lei nº 124/2011 de 29 de dezembro - nas
respetivas ARS implica um desafio organizacional e no âmbito do sistema de saúde
regional.
Assim, definem-se os seguintes objetivos “macro” ou organizacionais, em alinhamento com
os objetivos da política de saúde nacional:
1. Otimizar os recursos disponíveis e a capacidade instalada, mediante a reorganização
da rede de cuidados de saúde primários (serviços desconcentrados/ACeS e
unidades integrantes dos ACeS);
2. Reduzir os custos associados à prestação de cuidados, mediante a integração
efetiva dos diversos níveis de cuidados de saúde e a implementação regional da
política do medicamento;
3. Assegurar o acompanhamento e apoio técnico aos centros hospitalares criados ao
abrigo do Decreto-Lei nº 30/2011 de 2 de março;
4. Redirecionar os cuidados “a montante”, reforçando as intervenções e atividades de
proteção da saúde e dotando o cidadão-utente dos instrumentos para uma
participação efetiva no sistema de serviços de saúde;
5. Enfocar as intervenções em saúde (de âmbito individual e populacional) nos ganhos
em saúde, mediante a sua monitorização e avaliação sistemática;
6. Promover a criação de unidades de saúde familiar, garantindo a viabilidade das já
constituídas e assegurando a eficiência e efetividade deste modelo gestionário;
7. Reforçar a contratualização enquanto instrumento de satisfação de necessidades
reais em cuidados médicos e de saúde;
8. Promover a prestação de cuidados hospitalares no âmbito da rede de cuidados de
saúde primários, mediante a elaboração de protocolos e a agilização de circuitos de
gestão de doentes;
9. Ajustar os departamentos e serviços centrais da ARSC à nova estrutura orgânica,
garantindo os recursos humanos e materiais necessários à prossecução das suas
atividades;
10
10. Assegurar a efetiva integração dos serviços do extinto IDT na ARSC, garantindo a
prossecução das suas atribuições no seio deste instituto público;
11. Desenvolver os canais de comunicação interna e externa, tendo em vista a
criação/consolidação identitária da ARSC perante os parceiros externos e a
promoção do “espírito de corpo” entre os seus profissionais.
A ARSC define como vetores estratégicos o capital humano, a criação de valor e a
centralidade no cidadão.
• Responsabilização dos dirigentes
• Equipas setoriais multidisciplinares para auxílio à tomada de decisão
• Política de comunicação interna e externa
Capital humano
• Sustentabilidade
• Efetividade
• Redirecionamento dos cuidados a montante (proteção da saúde)
Criação de valor
• Avaliação das necessidades em saúde
• Garantia do acesso à prestação de cuidados
• Participação do cidadão (literacia e cidadania em saúde) Centralidade no
cidadão
11
3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
A estrutura organizacional interna da ARSC, conforme estabelecido nos seus estatutos
(aprovados pela Portaria nº 650/2007 de 30 de maio), contempla 5 departamentos (Saúde
Pública e Planeamento; Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral;
Contratualização; Gestão Financeira; Instalações e Equipamentos) e 1 gabinete (Gabinete
Jurídico e do Cidadão). A organização interna compreende ainda 2 unidades orgânicas
(Unidade de Planeamento, integrada no Departamento de Saúde Pública e Planeamento;
Unidade de Administração Geral, integrada no Departamento de Estudos, Recursos
Humanos e Administração Geral), 4 assessorias especializadas e 1 gabinete de apoio
(Figura 1).
Figura 1 – Organograma da ARSC
12
3.1 DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA E PLANEAMENTO
Enquadramento
O Departamento de Saúde Pública e Planeamento (DSPP), serviço operativo de saúde
pública de âmbito regional, tem como missão dotar o Conselho Diretivo da ARSC da
evidência em Saúde Pública e em Planeamento em Saúde necessária à tomada de decisão.
Dentre as atribuições do DSPP, destacam-se a caraterização e monitorização do estado de
saúde da população e identificação de necessidades em saúde, a avaliação do impacte das
intervenções em saúde e a elaboração da proposta do Plano Regional de Saúde.
Acresce assegurar o funcionamento da rede de laboratórios de saúde pública da ARSC
(Aveiro, Coimbra, Leiria e Viseu), nos termos dos Estatutos deste instituto público.
Do ponto de vista funcional, o DSPP é constituído organicamente pela Unidade de
Planeamento, encontrando-se organizado nas seguintes áreas funcionais:
Planeamento em saúde (correspondente à Unidade de Planeamento);
Vigilância em saúde pública e investigação epidemiológica;
Saúde ambiental;
Promoção da saúde;
Programas e projetos específicos;
Autoridade de saúde (apoio à rede de autoridades de saúde da ARSC);
Laboratórios de saúde pública.
Nos termos da legislação em vigor, o Diretor do DSPP exerce, por inerência, o cargo de
Delegado de Saúde Regional sendo coadjuvado, nessas funções, por um Delegado de
Saúde Regional Adjunto.
O DSPP dispõe de regulamento próprio, homologado pelo Conselho Diretivo da ARSC em
31/12/2009.
13
Objetivos específicos
Os objetivos para 2012 dividem-se em objectivos genéricos (decorrentes da sua missão
estatutária) e em objetivos específicos (decorrentes de necessidades identificadas para o
presente ano).
Relativamente aos objectivos genéricos, temos:
Dotar o Conselho Diretivo da evidência em saúde pública e em planeamento em
saúde necessária à tomada de decisão;
Apoiar tecnicamente as autoridades de saúde de âmbito municipal e as unidades de
saúde pública;
Apoiar os restantes departamentos e unidades da ARSC em matérias relacionadas
com a saúde pública e com o planeamento em saúde.
No que diz respeito aos objetivos específicos para 2012, destacam-se os seguintes:
Consolidação da rede de serviços operativos de saúde pública de âmbito regional,
constituída ao abrigo da reorganização dos cuidados de saúde primários (unidades de
saúde pública);
Reorganização funcional da rede de laboratórios de saúde pública da ARSC
(acreditação).
14
3.2 DEPARTAMENTO DE CONTRATUALIZAÇÃO
Enquadramento
O Departamento de Contratualização (DC) é um departamento da ARSC organizado nas
áreas funcionais dos cuidados primários, cuidados diferenciados (hospitalares) e cuidados
continuados. São atribuições específicas deste departamento central da ARSC:
Estabelecer e acompanhar as relações contratuais com entidades prestadoras de
cuidados de saúde do sector público, social e privado, adequando os recursos
disponíveis às necessidades da população;
Propor a afetação de recursos financeiros às instituições e serviços prestadores de
cuidados de saúde integrados ou financiados pelo SNS;
Propor a afetação de recursos financeiros mediante a celebração,
acompanhamento e revisão de contratos, no âmbito dos cuidados continuados
integrados;
Propor e participar na realização de auditorias.
À área funcional dos Cuidados Primários compete:
Acompanhar o processo de negociação dos contratos-programa com os
agrupamentos de centros de saúde;
Proceder ao acompanhamento e monitorização da atividade contratada, recolhendo
a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios.
À área funcional dos Cuidados Hospitalares compete:
Acompanhar o processo de negociação dos contratos-programa com instituições
hospitalares;
Proceder ao acompanhamento e monitorização da atividade contratada, recolhendo
a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios;
Gerir o programa relativo ao Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para
Cirurgia;
Gerir o programa relativo à Consulta a Tempo e Horas.
À área funcional dos Cuidados Continuados compete:
Elaborar os contratos para implementação e funcionamento das unidades e equipas
que integram a rede de cuidados continuados;
Proceder à referenciação dos utentes para as unidades de cuidados continuados;
Proceder ao acompanhamento e monitorização da atividade contratada, recolhendo
a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios.
15
Objetivos específicos
As atividades a desenvolver em 2012 incluem, na área hospitalar:
Analisar a produção proposta para o contrato do ano seguinte;
Preparar os outputs para as reuniões de contratualização;
Definir e negociar os objectivos;
Definir os critérios para atribuição das verbas dos incentivos;
Avaliar o cumprimento dos objetivos de qualidade e eficiência;
Analisar a produção contida nas bases de dados dos Grupos de Diagnóstico
Homogéneos Hospitalares (GDH) e remeter às unidades hospitalares o
correspondente relatório;
Assegurar a resposta, temporalmente oportuna, às questões colocadas pelos
hospitais e pela Tutela.
No que diz respeito à área dos cuidados de saúde primários, pretende-se apoiar a ARSC no
processo de contratualização interna com os ACeS, sendo certo que na área dos cuidados
continuados o objetivo fundamental consiste em consolidar a rede, mediante a
contratualização externa.
16
3.3 DEPARTAMENTO DE ESTUDOS, RECURSOS HUMANOS E ADMINISTRAÇÃO GERAL
Enquadramento
O Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral (DERHAG) é um
departamento central da ARSC que integra, no seu seio, a Unidade de Administração Geral.
Do ponto de vista funcional, este departamento encontra-se organizado nas seguintes
áreas:
Planeamento e gestão de recursos;
Formação/Documentação;
Licenciamentos;
Expediente e arquivo.
É estratégia fundamental deste instituto público – através do seu DERHAG - adequar os
recursos humanos disponíveis às necessidades de saúde e de serviços identificadas, tendo
por objetivo a sua satisfação e os consequentes ganhos em saúde.
Objetivos específicos
Os objetivos do DERHAG são “instrumentais” em relação aos objetivos gerais da ARSC.
Incluem a qualificação dos recursos humanos, através da execução de planos anuais de
formação e o apoio e articulação com relevantes entidades como as coordenações dos
internatos médicos e afins.
17
3.4 DEPARTAMENTO DE INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
Enquadramento
O Departamento de Instalações e Equipamentos (DIE) é um departamento central da ARSC
ao qual compete, especificamente, o seguinte:
Emitir pareceres necessários à escolha, aprovação, aquisição e expropriação de
terrenos e edifícios para a instalação de serviços de saúde;
Elaborar programas funcionais e planos diretores;
Elaborar projetos para a construção e readaptação de unidades prestadoras de
cuidados de saúde primários;
Elaborar cadernos de encargos para a adjudicação de empreitadas e fornecimento
de bens e serviços no âmbito das instalações e equipamentos;
Acompanhar e fiscalizar a execução de empreitadas;
Elaborar cadernos de encargos para adjudicação de assistência técnica e/ou de
manutenção das instalações e equipamentos das unidades de cuidados de saúde
primários;
Participar em vistorias às unidades privadas de saúde com internamento, para
efeitos de licenciamento;
Participar em vistorias às unidades prestadoras de cuidados de saúde primários
candidatas à integração na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
para verificação da sua conformidade aos requisitos técnicos exigidos;
Assegurar a atualização de uma base de dados relativa às instalações e
equipamentos dos serviços e instituições prestadoras de cuidados de saúde da
Região, monitorizando o respectivo estado de conservação.
Objetivos específicos
Regularização matricial e registral dos imóveis que são propriedade da instituição;
Promover o levantamento topográfico e a realização das plantas do parque
imobiliário (terrenos e edifícios) da ARSC;
Modernização da rede de centros de saúde, em parceria com as câmaras
municipais e juntas de freguesia, utilizando verbas provenientes de candidaturas ao
QREN, ao PIDDAC e recorrendo, sempre que possível e sustentável a médio
prazo, a auto financiamento.
18
3.5 DEPARTAMENTO DE GESTÃO FINANCEIRA
Enquadramento e objetivos
As competências do Departamento de Gestão Financeira (DGF) são as constantes do artigo
6º dos Estatutos da ARSC, anexos à Portaria nº 650/2007 de 30 de maio. Ao DGF compete,
designadamente:
Elaborar o orçamento de funcionamento da ARSC, acompanhar e controlar a
execução orçamental;
Elaborar o orçamento de investimento da região e acompanhar a sua execução;
Promover a constituição de fundos de maneio, bem como assegurar o controlo da
sua gestão;
Conferir os elementos relativos à faturação das prestações indiretas, farmácias
convenções e transportes;
Efetuar estudos e relatórios económico-financeiros que lhe forem solicitados;
Arrecadar as receitas, efetuar o pagamento das despesas e controlar a tesouraria;
Preparar os processos de atribuição de apoios financeiros;
Participar na elaboração do relatório de atividades;
Analisar a viabilidade económica e o impacto financeiro de acordos com entidades
privadas, com ou sem fins lucrativos, que se revelem necessários a nível regional;
Desenvolver todas as ações de gestão económico-financeira que se mostrem
necessárias ou que lhe forem determinadas pelo conselho diretivo.
Não obstante a reestruturação orgânica na ARSC a decorrer no ano de 2012, na área
financeira dar-se-á continuidade ao trabalho até aqui realizado no âmbito da centralização
da despesa e do desenvolvimento do processo de contabilidade analítica. Paralelamente,
tendo por objetivo o controlo da execução orçamental e a diminuição da despesa pública,
vão ser definidos orçamentos por unidades com a respectiva responsabilidade pela sua
execução.
19
O mapa que se apresenta corresponde ao projeto de orçamento da ARSC para o ano 2012
DESPESA RECEITA
Rubrica económica Orçamento 2012 % Rubrica económica Orçamento 2012 %
01.00.00 € 177.004.943,00 29,94 04.00.00 € 7.452.552,00 1,26
02.00.00 € 389.085.352,00 65,82 06.00.00 € 575.247.589,00 97,31
03.00.00 € 931.325,00 0,16 07.00.00 € 7.024.698,00 1,19
04.00.00 € 167.825,00 0,032 10.00.00 € 1.440.422,00 0,24
06.00.00 € 14.951.543,00 2,53
07.00.00 € 7.215.662,00 1,22
08.00.00 € 1808.611,00 0,31
TOTAL € 591.165.261,00 100 TOTAL € 591.165.261,00 100
O peso muito significativo da rubrica 02.00.00 justifica-se com a despesa prevista com
medicamentos e serviços de saúde, designadamente MCDT. Tratando-se de um orçamento
com um decréscimo muito significativo de financiamentos comparativamente com o do ano
anterior, irá obrigar esta ARS à tomada de decisões que permitam uma execução eficaz e
enquadrada nas atividades previstas neste documento.
II. PERFIL DE SAÚDE
21
1. INDICADORES DE SAÚDE
Os indicadores de saúde refletem o nível de desenvolvimento de um país e demonstram os
ganhos em saúde verificados ao longo do tempo. Em Portugal, e também na Região Centro,
estes indicadores têm revelado melhorias muito importantes, quer ao nível da esperança de
vida, quer ao nível da mortalidade infantil.
A análise do Quadro 1 compara a evolução da esperança de vida à nascença e aos 65 anos
no Continente e na Região Centro. Observa-se um aumento gradual ao longo dos últimos
anos, sendo certo que na Região Centro os valores têm sido sempre superiores aos do
Continente. A mesma tendência de aumento é constatada na esperança de vida aos 65
anos.
Quadro 1 - Evolução da esperança de vida
Período de referência
dos dados
Esperança de vida à nascença Esperança de vida aos 65 anos
Continente Centro (NUTS
2002) Continente
Centro (NUTS 2002)
2005 – 2007 78,65 78,93 18,09 18,21
2006 – 2008 78,90 79,11 18,59 18,33
2007 – 2009 79,17 79,35 18,43 18,43
2008 - 2010 79,38 79,59 18,59 18,63
Fonte: INE
Relativamente a outros indicadores importantes do nível de saúde das populações,
apresentam-se a seguir, a taxa bruta de mortalidade e natalidade, a taxa de mortalidade
infantil e a taxa de mortalidade neonatal (Quadro 2).
Ao nível dos melhores resultados no mundo, a mortalidade infantil apresentava em 2010 o
valor mais baixo até agora verificado para o Continente – 2,5 óbitos por mil nascimentos –,
apresentando a Região Centro um valor ainda mais baixo – 1,9 óbitos por mil nascimentos.
A mortalidade neonatal acompanha esta tendência e a Região Centro afirma-se também
com um valor inferior ao verificado no Continente.
Quanto à mortalidade geral e tendo em conta a taxa bruta de mortalidade verificada nos
últimos cinco anos, observa-se um aumento ligeiro, de 9,6 para 9,9 óbitos por mil habitantes
no Continente, registando-se neste indicador uma supremacia da Região Centro com mais
0,5‰ no ano de 2010.
Mantendo a tendência de descida ano após ano, a taxa bruta de natalidade, que é mais
baixa na Região Centro comparativamente com o Continente, confirma o crescente
envelhecimento da população portuguesa (Quadro 2).
22
Quadro 2 – Evolução dos indicadores de saúde na Região Centro e no Continente
ANO
Taxa bruta mortalidade Taxa bruta natalidade * Taxa mortalidade infantil
* Taxa mortalidade
neonatal *
Continente Reg. Centro (NUTS 2002)
Continente Reg. Centro (NUTS 1999)
Continente Reg. Centro (NUTS 1999)
Continente Reg. Centro (NUTS 1999)
2006 9,6 11,0 9,9 8,6 3,3 3,0 2,1 2,1
2007 9,8 11,3 9,6 8,1 3,4 3,2 2,0 1,8
2008 9,8 11,4 9,8 8,2 3,3 3,7 2,1 2,0
2009 9,8 11,2 9,3 7,8 3,6 2,6 2,4 2,0
2010 9,9 11,4 9,5 8,2 2,5 1,9 1,6 1,3
Fonte: INE; *DGS
2. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
2.1 REDE DE CUIDADOS DE SAÚDE
A rede de cuidados de saúde primários tem sido alvo de reorganização ao abrigo do
Decreto-Lei nº 28/2008 de 22 de fevereiro, através da criação das unidades funcionais dos
ACeS, visando a prestação de cuidados de saúde de âmbito individual e populacional de
forma efetiva, equitativa e eficiente.
As unidades de saúde familiar (USF), que visam a prestação de cuidados de saúde
personalizados, garantindo a acessibilidade, a continuidade e a globalidade dos mesmos,
sofreram um incremento ao logo do ano de 2011, iniciando atividade mais 4 unidades.
Quanto às unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP), constituídas através da
assinatura de uma carta de compromisso com o diretor executivo do ACeS, estão
formalizadas na área territorial da ARSC um total de 70 unidades funcionais (dados
reportados a dezembro de 2011).
Nos termos da legislação em vigor, cada ACeS dispõe de uma unidade de saúde pública
(USP), com a missão de observatório local de saúde. Em dezembro de 2011 existiam 17
USP constituídas – correspondentes aos 14 ACeS da ARSC e às USP das ULS de Castelo
Branco (2) e da Guarda (1).
As UCC (unidades de cuidados na comunidade), que têm como missão assegurar respostas
integradas, articuladas, diferenciadas e de proximidade às necessidades em cuidados de
saúde e sociais da população, aumentaram no ano de 2011 a sua cobertura, com o início de
atividade de mais 5 unidades – totalizando à data presente 9 UCC na Região.
23
As unidades de apoio à gestão (UAG) exercem funções de assessoria ao diretor executivo
do ACeS e, em dezembro de 2011, a ARSC dispunha de 16 UAG em funcionamento.
Por último, as unidades de recursos assistenciais partilhados (URAP) prestam serviços de
consultoria e assistenciais às outras unidades funcionais, organizando ainda as ligações
funcionais aos serviços hospitalares (Quadro 3).
Quadro 3 - Unidades funcionais dos ACeS e ULS (dezembro 2011)
ACeS e ULS USF UCSP USP UCC UAG URAP
Baixo Vouga I 0 10 1 1 1 1
Baixo Vouga II 5 7 1 1 1 1
Baixo Vouga III 4 0 1 0 1 1
Baixo Mondego I 5 2 1 0 1 1
Baixo Mondego II 4 5 1 1 1 1
Baixo Mondego III 3 4 1 0 1 1
Cova da Beira 0 0 1 1 1 1
Pinhal Litoral I 0 3 1 0 1 n.d.
Pinhal Litoral II 3 0 1 0 1 1
Pinhal Interior Norte I 2 5 1 3 1 1
Pinhal Interior Norte II 0 0 1 0 1 1
Dão Lafões I 5 2 1 0 1 1
Dão Lafões II 2 0 1 0 1 1
Dão Lafões III 1 8 1 1 1 1
ULS C. Branco, EPE 0 12 2 0 1 2
ULS Guarda, EPE 1 12 1 1 1 nd
Região Saúde Centro 35 70 17 9 16 15
Fonte: ARSC n.d. – não disponível
2.2 UTENTES INSCRITOS E UTILIZADORES
Em dezembro de 2011, a Região de Saúde do Centro tinha um total de 1 919 439 utentes
inscritos, 85% dos quais inscritos nos serviços desconcentrados da ARSC
(ACeS).Comparativamente com o ano anterior (dezembro de 2010), verificou-se uma
diminuição dos utentes inscritos.
A maior parte dos utentes inscritos nos CSP dispõe de médico de família atribuído (91%); no
entanto, os utentes sem médico de família ainda representam 8,8% do total de inscritos na
Região de Saúde do Centro – correspondendo a um aumento de cerca de 30%
relativamente a 2010 (Quadro 4).
24
Quadro 4 - Utentes inscritos com e sem médico de família atribuído, por ACeS e ULS (2011)
ACES/ ULS
Inscritos SEM médico de família
Inscritos COM médico de família
Total Inscritos
Nº Var. 10/11
(%) Nº
Var. 10/11 (%)
Nº Var. 10/11
(%)
Baixo Vouga I 18.697 -3,4 105.747 -0,5 124.444 -1,0
Baixo Vouga II 10.830 33,1 169.546 -2,5 180.376 -0,9
Baixo Vouga III 3.928 290,8 98.333 -3,4 102.261 -0,5
Cova da Beira 9.084 -2,2 89.475 -0,7 98.559 -0,8
Baixo Mondego I 24.194 36,5 177.561 -4,5 201.755 -0,9
Baixo Mondego II 7.711 -12,3 108.468 -0,3 116.179 -1,2
Baixo Mondego III 4.993 255,1 85.503 -4,9 90.496 -0,9
Pinhal Interior Norte I 5.717 20,7 91.335 -2,4 97.052 -1,3
Pinhal Interior Norte II 2.745 -59,0 41.195 8,3 43.940 -1,8
Pinhal Litoral I 3.810 117,7 56.897 -4,5 60.707 -1,0
Pinhal Litoral II 28.616 55,5 197.108 -5,0 225.724 0,0
Dão/Lafões I 13.456 239,6 96.704 -8,9 110.160 0,1
Dão/Lafões II 4.867 144,0 79.272 -5,3 84.139 -1,8
Dão/Lafões III 22.241 91,8 80.805 -12,6 103.046 -0,9
Total ACeS 160.889 40,1 1.477.949 -3,9 1.638.838 -0,8
ULS C. Branco, EPE 1.113 -22,3 115.600 -7,7 116.713 -7,8
ULS Guarda, EPE 5.997 -54,2 157.891 3,5 163.888 -1,1
Total ULS 7.110 -51,0 273.491 -1,6 280.601 -4,0
Região Saúde Centro 167.999 29,9 1.751.440 -3,5 1.919.439 -1,3
Fonte: SIARS
A proporção de utentes sem médico de família é notoriamente mais elevada no ACeS Dão-
Lafões III, em oposição à ULS Castelo Branco EPE que regista a menor proporção de
utentes sem médico de família. No entanto, foi também esta ULS que apresentou a maior
diminuição do total de inscritos, o que poderá ser consequência da transição do centro de
saúde de Mação para o âmbito jurisdicional da ARS Lisboa e Vale do Tejo IP em agosto de
2010.
Em dezembro de 2011, o número de utentes utilizadores no âmbito jurisdicional territorial da
ARSC (incluindo ULS) foi de 1 322 614. A contrariar esta tendência decrescente no que diz
respeito à proporção de utentes utilizadores, está o ACeS Baixo Mondego II; no entanto, é
no ACeS Pinhal Interior Norte I que a proporção de utilizadores é maior (Quadro 5).
25
Quadro 5 - Número de utilizadores em CSP na Região de Saúde do Centro, por ACeS e ULS (2011)
2.3 INDICADORES DE DESEMPENHO
Em 2011 realizaram-se 7 575 643 consultas de cuidados de saúde primários na Região de
Saúde do Centro (ULS da Guarda e de Castelo Branco incluídas), traduzindo uma
diminuição de 5,8% relativamente ao ano anterior. A maior diminuição (-18,8%) ocorreu nos
atendimentos em SAP e afins. Verificou-se um aumento de 4,1% de atos de enfermagem
relativamente ao ano anterior (Quadro 6).
Quadro 6- Produção dos CSP na Região de Saúde do Centro (2010-2011)
ACeS e ULS 2010 2011 % var. 10/11
Consultas Totais (Ambulatório + SAP) 8.045.744 7.575.643 -5,8
Consultas Programadas e Não Programadas 6.968.373 6.700.781 -3,8
Atendimentos em SAP e Afins (período horário) 1.077.371 874.862 -18,8
Primeiras consultas do ano 1.485.315 1.479.544 -0,4
Atos de Enfermagem 3.648.029 3.796.025 4,1
Fonte: SIARS Dados de 2011 não incluem Mação.
ACES/ ULS
Utentes utilizadores
Nº % Var. 10/11
(%)
Baixo Vouga I 87.766 70,5 -2,7
Baixo Vouga II 122.361 67,8 -2,5
Baixo Vouga III 74.630 73,0 -1,3
Cova da Beira 59.772 60,6 -1,0
Baixo Mondego I 133.103 66,0 -0,8
Baixo Mondego II 81.197 69,9 9,2
Baixo Mondego III 67.805 74,9 -0,6
Pinhal Interior Norte I 74.834 77,1 -2,4
Pinhal Interior Norte II 33.388 76,0 -2,3
Pinhal Litoral I 40.052 66,0 0,1
Pinhal Litoral II 147.547 65,4 -1,0
Dão/Lafões I 71.132 64,6 -0,6
Dão/Lafões II 63.946 76,0 -2,4
Dão/Lafões III 71.075 69,0 -4,5
Total ACeS 1.128.608 68,9 -1,0
ULS C. Branco, EPE 80.593 69,1 -7,2
ULS Guarda, EPE 113.413 69,2 -0,5
Total ULS 194.006 69,1 -3,4
Região Saúde Centro 1.322.614 68,9 -1,3
Fonte: SIARS
26
Em 2011 realizaram-se um total de 5 762 726 consultas de medicina geral e familiar na
Região de Saúde do Centro, sendo 25,7% de primeiras consultas (aumento de 1,3% em
relação ao ano anterior). Em termos de variação percentual, no período de 2010/2011
verificou-se uma redução do total de consultas de MGF – respetivamente de 3,2% e de
1,6%.
No que diz especificamente respeito aos serviços desconcentrados da ARSC (ACeS), estes
apresentam uma diminuição de 1,4% do total de consultas em relação ao ano anterior.
Taxa de utilização global de consultas médicas
A taxa de utilização global de consultas médicas em 2011 na Região de Saúde do Centro foi
de 66,9%, correspondendo a uma diminuição inferior a 1%, comparativamente com o ano
anterior – sendo idêntica, no que respeita aos serviços desconcentrados da ARSC (ACeS),
em idêntico período (Gráfico 1).
Gráfico 1- Taxa de utilização global de consultas médicas (2010-2011)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS
27
Taxa de utilização de consultas de planeamento familiar
Em 2011, o número de mulheres em idade fértil (15-49 anos) inscritas nas unidades
funcionais da Região de Saúde do Centro era de 450 690, correspondendo a uma
diminuição de 2% em relação ao ano de 2010. O número de mulheres com pelo menos uma
consulta médica de planeamento familiar tem vindo a aumentar, verificou-se uma taxa de
crescimento positiva de 2,3% em 2011 (Gráfico 2).
Gráfico 2 - Taxa de utilização de consultas de planeamento familiar, 15-49 anos (2010-2011)
Percentagem de consultas ao utente pelo seu médico de família
Em 2011 realizaram-se 5 027 200 consultas médicas na Região de Saúde do Centro,
correspondendo a uma diminuição de 5,5% relativamente ao período homólogo do ano
anterior. Verificou-se que 74,1% destas consultas são com o médico de família, observando
um aumento em relação ao ano anterior (Gráfico 3).
Gráfico 3 - Percentagem de consultas ao utente pelo seu médico de família (2010-2011)
0 5 10 15 20 25 30 35
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS
28
Taxa de visitas domiciliárias médicas
No ano de 2011 realizaram-se na Região Centro, 23 096 consultas médicas no domicílio, o
que correspondeu a uma taxa de 11,7 visitas por 1 000 inscritos. Contrariamente à Região,
verificou-se um aumento da taxa nos serviços desconcentrados (ACeS) em relação ao ano
de 2010 (Gráfico 4).
Gráfico 4 - Taxa de visitas domiciliárias médicas por 1000 inscritos (2010-2011)
Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem
Realizaram-se em 2011 na Região de Saúde do Centro um total de 236 522 consultas
domiciliárias de enfermagem, a que corresponde uma taxa de 119,58 visitas por 1 000
inscritos. Comparativamente com o ano anterior, verifica-se uma variação positiva e
mantém-se a tendência crescente (Gráfico 5).
Gráfico 5 - Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem por 1000 inscritos (2010-2011)
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS
29
Recém-nascidos de termo com baixo peso
A taxa de recém-nascidos de termo com baixo peso na Região de Saúde do Centro foi de
1,2 por 1 000 recém-nascidos de termo em 2009. Na generalidade dos ACeS e nas ULS, e
no que diz respeito ao período de 2007-2009, observou-se uma diminuição relativamente a
2008 (Quadro 7).
Quadro 7 - Recém-nascidos de termo com baixo peso/1000 recém-nascidos de termo (2007 a 2009)
ACES/ ULS 2007 2008 2009 % Var. 07/09
% Var. 08/09
Baixo Vouga I 0,5 1,6 0,4 -0,2 -0,8
Baixo Vouga II 1,9 2,1 2,2 0,2 0,0
Baixo Vouga III 1,4 1 1,9 0,4 0,9
Cova da Beira 0 0,9 0,2 -0,8
Baixo Mondego I 1,1 1,7 0,7 -0,4 -0,6
Baixo Mondego II 1,5 0,9 1,5 0,0 0,7
Baixo Mondego III 1,4 0,3 0,2 -0,9 -0,3
Pinhal Interior Norte I 0,6 0,2 0,5 -0,2 1,5
Pinhal Interior Norte II 3,8 2,7 2,3 -0,4 -0,1
Pinhal Litoral I 1,8 2,5 0,5 -0,7 -0,8
Pinhal Litoral II 3,5 2 2,5 -0,3 0,3
Dão/Lafões I 1,2 2,1 1,4 0,2 -0,3
Dão/Lafões II 2 2 1 -0,5 -0,5
Dão/Lafões III 1,4 1,9 1,4 0,0 -0,3
Pinhal Int. Sul (ULS C. Branco, EPE) 2,8 2,7 2 -0,3 -0,3
Beira Int. Sul (ULS C. Branco, EPE) 2,4 1,2 1 -0,6 -0,2
ULS Guarda, EPE 0,5 2,2 0,9 0,8 -0,6
Fonte: WebSIG ACS
Percentagem de primeiras consultas na vida realizadas até ao 28º dia de vida
Em 2011 realizaram-se 10 932 primeiras consultas médicas neonatais (até aos 28 dias de
vida) na Região de Saúde do Centro. Nesta taxa observou-se um aumento de 73,3% em
2010 para 78,7% em 2011 (Gráfico 6).
Gráfico 6 - Percentagem de primeiras consultas na vida realizadas até ao 28º dia de vida (2010-2011)
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS
30
Taxa cobertura de primeira consulta na vida realizada até aos 28 dias de vida
A cobertura de saúde infantil até aos 28 dias de vida aumentou consideravelmente na
Região de Saúde do Centro, tendo passado de 75% em 2010 para 78,6% em 2011,
considerando a dimensão dos nados-vivos de 2010 (a).
Gráfico 7 - Taxa cobertura de primeira consulta na vida realizada até aos 28 dias de vida (2010-2011)
ACeS/ ULS Nados -vivos
2010
Taxa cobertura da 1ª consulta
até aos 28 dias
2010 2011 (a)
Baixo Vouga I 953 72,4 71,9
Baixo Vouga II 1.600 74,0 79,7
Baixo Vouga III 826 79,9 74,0
Cova da Beira 629 71,1 66,8
Baixo Mondego I 1.463 83,4 88,0
Baixo Mondego II 873 59,0 70,8
Baixo Mondego III 603 90,9 89,1
Pinhal Interior Norte I 690 73,2 63,3
Pinhal Interior Norte II 239 86,2 74,9
Pinhal Litoral I 437 72,3 73,9
Pinhal Litoral II 1.902 66,1 73,3
Dão/Lafões I 962 81,7 88,8
Dão/Lafões II 525 86,5 90,9
Dão/Lafões III 603 76,0 88,1
ULS C. Branco, EPE 734 72,2 81,5
ULS Guarda, EPE 867 76,1 81,3
Total ACeS 12.305 75,1 78,3
Região Saúde Centro 13.906 75,0 78,6
Fonte: SIARS; INE (a) Estimativa aproximada tendo em consideração a indisponibilidade dos nados vivos de 2011, à presente data.
31
Consultas de saúde materna
No ano de 2011 realizaram-se 10 986 primeiras consultas de saúde materna na Região de
Saúde do Centro (gravidez e período pós-parto respetivo), traduzindo uma diminuição de
1,8% em relação ao ano anterior (Gráfico 8).
Quadro 8 - Consultas de saúde materna (2011)
ACES/ ULS
Primeiras consultas de
saúde materna
Total de consultas saúde
materna
2011 % var. 10/11 2011 % var. 10/11
Baixo Vouga I 906 7,9 5.702 -5,9
Baixo Vouga II 1.399 10,0 8.222 -9,3
Baixo Vouga III 776 8,1 5.023 -15,1
Cova da Beira 363 -25,2 1.555 -27,5
Baixo Mondego I 1.164 4,1 7.532 -0,6
Baixo Mondego II 442 -15,2 3.173 4,1
Baixo Mondego III 550 -26,6 4.153 3,1
Pinhal Interior Norte I 528 0,4 3.991 1,8
Pinhal Interior Norte II 185 -11,1 1.036 -25,6
Pinhal Litoral I 396 18,9 1.912 -2,7
Pinhal Litoral II 1.022 -1,2 5.206 -12,6
Dão/Lafões I 665 10,1 4.803 -2,0
Dão/Lafões II 480 -14,9 3.477 -11,3
Dão/Lafões III 605 -2,9 4.179 -0,8
ULS C. Branco, EPE 663 -10,9 4.049 -5,8
ULS Guarda, EPE 842 -0,5 5.655 -1,1
Total ACES 9.481 -1,2 59.964 -6,5
Total Região Centro 10.986 -1,8 69.668 -6,0
Fonte: SIARS
Em 2011, a taxa de cobertura de saúde materna na Região de Saúde do Centro foi de
78,7%, variando entre 50,3% no ACeS Baixo Mondego II e 100% no ACeS Dão-Lafões III
(Gráfico 8).
Gráfico 8 - Taxa de cobertura de saúde materna (2011)
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
Fonte: SIARS; INE
32
Percentagem de primeiras consultas de gravidez no primeiro trimestre
Em 2011 realizou-se um total de 7 487 primeiras consultas de gravidez, tendo havido um
ligeiro decréscimo destas consultas em relação ao ano anterior. A percentagem de primeiras
consultas no primeiro trimestre de gravidez na Região de Saúde do Centro foi de 81,3%,
sendo semelhante à do ano anterior, com uma amplitude local de valores entre 76,7% no
ACeS Cova da Beira e 88,5% no ACeS Pinhal Interior Norte II.
Em 2011 existiam 9 212 grávidas inscritas (primeiro trimestre de gravidez), correspondendo
a diminuição de 2,5% em relação ao ano anterior. (Gráfico 9).
Gráfico 9 - Percentagem de primeiras consultas de gravidez no primeiro trimestre (2010-2011)
Percentagem de grávidas com revisão puerpério efetuado.
Em 2011 foi realizado um total de 1 793 consultas de revisão de puerpério na Região de
Saúde do Centro. Comparando com o ano anterior, neste indicador verificou-se um desvio
positivo de 4,7% para a região centro e de 5,6% para os serviços desconcentrados (ACeS).
De entre as mulheres com compromisso de vigilância em saúde materna que completaram o
puerpério, 41,2% efetuou a consulta de revisão de puerpério, variando entre o mínimo de
22% no ACeS Baixo Mondego III e o máximo de 65,8% no ACeS Dão Lafões I (Gráfico 10).
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS; INE
33
Gráfico 10 - Percentagem de grávidas com revisão puerpério efetuado (2010-2011)
Percentagem de diabéticos com pelo menos 3HbA1C registada nos últimos 12 meses
Em 2011 existia um total de 24 563 utentes diabéticos que apresentavam pelo menos 3
registos de HbA1C na Região de Saúde do Centro. A variação deste indicador apresenta um
ligeiro aumento de 0,2% relativamente ao ano anterior.
Verificou-se também um aumento de 19,9% de utentes com compromisso de vigilância no
programa de diabetes, comparativamente com o ano anterior (Gráfico 11).
Gráfico 11 - Percentagem de diabéticos com pelo menos 3HBA1C registada nos últimos 12 meses (2010-2011)
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS
34
Percentagem de hipertensos com registo de tensão arterial nos últimos 6 meses
Em 2011 existia um total de 143 854 hipertensos que tiveram 1 registo de tensão arterial nos
últimos 6 meses na Região de Saúde do Centro, correspondendo a um aumento de 33% em
relação ao ano anterior. Em termos de número de utentes com compromisso de vigilância
no programa de Hipertensão, observou-se também um aumento de 29,1%.
Analisando a variação deste indicador para os anos de 2010 e 2011, verificou-se um
aumento de 1,9% (Gráfico 12).
Gráfico 12 - Percentagem de hipertensos com registo de tensão arterial nos últimos 6 meses (2010-2011)
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS Nota: Os dados do ano 2010 foram atualizados, passando a ser considerados resultados definitivos. Os resultados referentes ao ano de 2011 são provisórios (input 15/03/2012).
35
Percentagem do consumo de medicamentos genéricos em embalagens
No ano de 2011 a proporção de embalagens de medicamentos genéricos, no total de
medicamentos faturados na Região de Saúde do Centro, foi de 30,8%, variando entre o
mínimo de 25,6% no ACeS Cova da Beira e o máximo de 33,8% no ACeS Pinhal Interior
Norte I. Tal representa um desvio positivo de 4,5 em relação ao ano anterior, podendo
traduzir uma tendência crescente de prescrição deste tipo de medicamento (Gráfico 13).
Gráfico 13 - Percentagem do consumo de medicamentos genéricos em embalagens (2010-2011)
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS Nota: Os dados do ano 2010 foram atualizados, passando a ser considerados resultados definitivos. Os resultados referentes ao ano de 2011 são provisórios (input 15/03/2012).
36
Custo médio de MCDT faturados por utilizador
Em 2011 o custo médio de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT)
faturados por utilizador foi de 46,6 euros na Região de Saúde do Centro, variando entre o
mínimo 33,8 euros na ULS de Castelo Branco e o máximo de 58 euros no ACeS Baixo
Vouga I, correspondendo a um decréscimo de 14,9 euros em relação ao ano anterior
(Gráfico 14).
Gráfico 14 - Custo médio de MCDT faturados por utilizador (2010-2011)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total Região Saúde Centro
2011
2010
Fonte: SIARS Nota: Os dados do ano 2010 foram atualizados, passando a ser considerados resultados definitivos. Os resultados referentes ao ano de 2011 são provisórios (input 15/03/2012).
37
Custo médio de medicamentos faturados por utilizador
O custo médio de medicamentos faturados por utilizador, em 2011, foi de 210 euros na
Região de Saúde do Centro, variando entre o mínimo de 168 euros no ACeS Dão Lafões I e
o máximo de 265 euros no ACeS Pinhal Interior Norte II, correspondendo a um desvio
negativo de 37,4 euros em relação ao ano anterior (Gráfico 15).
Gráfico 15 - Custo médio de medicamentos faturados por utilizador (2010-2011)
0 50 100 150 200 250 300 350
Baixo Vouga I
Baixo Vouga II
Baixo Vouga III
Cova da Beira
Baixo Mondego I
Baixo Mondego II
Baixo Mondego III
Pinhal Interior Norte I
Pinhal Interior Norte II
Pinhal Litoral I
Pinhal Litoral II
Dão/Lafões I
Dão/Lafões II
Dão/Lafões III
ULS C. Branco, EPE
ULS Guarda, EPE
Total da Região de Saúde do Centro
2011
2010
Fonte: SIARS Nota: Os dados do ano 2010 foram atualizados, passando a ser considerados resultados definitivos. Os resultados referentes ao ano de 2011 são provisórios (input 15/03/2012).
III. ÁREAS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE
39
1. DOENÇAS DE EVOLUÇÃO PROLONGADA
1.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES
As doenças do aparelho circulatório são uma das principais causas de morte e de
incapacidade nas sociedades ocidentais (incluindo Portugal). A Região Centro não é
exceção neste aspeto, sendo de prever que o impacte destas doenças na nossa Região se
venha a agravar com o envelhecimento crescente da população e com o aumento da
prevalência dos vários factores de risco a elas associadas, particularmente na população
mais jovem.
É da maior relevância a assistência precoce aos doentes vítimas de AVC ou EAM, tendo em
vista a optimização dos outcomes clínicos.
Desta forma, considera-se da maior relevância a informação e formação em saúde não só
dos profissionais de saúde, mas também (e sobretudo) do público em geral relativamente à
prevenção primordial das doenças cardiocerebrovasculares (associada a estilos de vida) e à
identificação e gestão precoce de sinais de doença aguda.
Objetivos gerais
Reduzir a mortalidade e a morbilidade por doenças isquémicas do coração, através
da redução da mortalidade intra-hospitalar do enfarte agudo do miocárdio com
supradesnivelamento de ST abaixo dos 7%;
Reduzir a mortalidade e a morbilidade por AVC, aumentando para 25% os doentes
com AVC enviados pela Via Verde com pelo menos 5% sujeitos a fibrinólise;
Aumento da percentagem de doentes com HTA controlada na Região Centro do
País para níveis superiores a 14% da população com HTA;
Sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a prevenção dos factores
de risco;
Potenciar condições logísticas para o diagnóstico e controlo das doenças
cardiovasculares nas unidades de saúde mais periféricas.
Atividades a desenvolver
Vias Verdes Coronária e AVC
Dinamização das unidades de AVC implementadas no terreno (em colaboração
com o INEM) e acompanhamento das atividades no âmbito das Vias Verdes e
UAVC (agendamento e realização de visitas);
40
Alargamento, de forma progressiva e financeiramente sustentável, do âmbito de
aplicação do Programa PRECOCE aos diversos serviços de urgência – em especial
serviços de urgência básica (SUB) – e, eventualmente, aos centros de saúde com
consulta aberta e que disponham já de equipamentos de telemedicina.
Intervenção na comunidade
Divulgação de informação junto do público em geral, relativa à prevenção primordial das
doenças cardiovasculares (promoção de estilos de vida saudáveis) e à procura apropriada
de cuidados e serviços de saúde (detecção precoce de sinais e sintomas) – em articulação
com os parceiros internos (designadamente, Programa Regional de Capacitação e Literacia
em Saúde e Equipa Gestora de Conteúdos da página web da ARSC) e parceiros externos.
Cartão de risco cardiovascular
Alargamento da implementação do cartão de risco cardiovascular às unidades prestadoras
de cuidados diretos e personalizados da ARSC (USF e UCSP).
Programas locais de Suporte Básico de Vida (SBV)
Alargamento e consolidação das ações de formação em SBV e promoção da aquisição de
DEA. Em articulação com o INEM, deverá ser incentivada junto das diversas instituições a
aquisição de material para SBV, nomeadamente desfibrilhadores automáticos externos e
material de treino e prática, competindo à ARS e INEM uma função de apoio e consultadoria
neste particular.
Generalização do programa de hipocoagulação
A generalização deste programa prevê a divulgação dos protocolos e guidelines para
hipocoagulação junto dos médicos da rede de cuidados primários de saúde, promovendo
ações de formação específicas quando necessário.
41
1.2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLO DA DIABETES
A diabetes é uma doença crónica que tem graves implicações a nível cardiovascular, sendo
a principal causa de insuficiência renal, de amputações e de cegueira. Esta doença é já a
quarta principal causa de morte na maior parte dos países desenvolvidos.
Segundo os números da Federação Internacional da Diabetes (IDF), existiam em 2007
cerca de 246 milhões de pessoas com diabetes, prevendo a mesma fonte cerca de 438
milhões para 2030, um aumento global de 55%.
Em Portugal estima-se que um terço da população, entre os 20 e os 79 anos, tenha diabetes
e destes cerca de 43% desconhecem que têm a doença. Segundo o Relatório Anual do
Observatório Nacional da Diabetes 2011, a prevalência da diabetes verificada na população
portuguesa é de 12,4%, destas tinham diagnóstico prévio 7,0% das pessoas e 5,4% das
pessoas não sabiam que tinham diabetes.
A hiperglicemia intermédia atinge 26% da população portuguesa com idades compreendidas
entre os 20 e os 79 anos.
Desde a década de 70 que existe no nosso País um Programa Nacional para a Diabetes
que tem sido alvo de atualizações, a última das quais em 2008. A finalidade deste programa
consiste em inverter a tendência de crescimento da doença e das suas complicações.
Na Região Centro, apesar dos esforços feitos, quer a nível de estratégias, de planos de
ação e do empenho de muitos profissionais, quer a nível da promoção, prevenção e
tratamento, há ainda trabalho a fazer.
No âmbito do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, os serviços de
saúde deverão cumprir um conjunto de objetivos considerados prioritários.
Existe evidência de uma relação inversa entre o nível de educação e a prevalência da
diabetes na população portuguesa, sendo que, para um nível educacional mais elevado,
menor é a prevalência da diabetes. Também a prevalência da diabetes entre os homens e
as mulheres é diferente, sendo superior nos homens, bem como se constata a correlação
direta entre o aumento da prevalência da diabetes e o envelhecimento.
Na Região Centro a prevalência de diabéticos inscritos e com o diagnóstico aumentou de
5,62% em 2010 para 6,19% em 2011, ficando este valor ligeiramente abaixo da prevalência
de 6,4% ajustada para a região (a prevalência ajustada da diabetes é 10,7%, sendo 6,4%
diabéticos já diagnosticados e 4,3% diabéticos não diagnosticados).
42
Quadro 9 - Utentes inscritos com diagnóstico de diabetes por ACeS (2010 e 2011)
ACES
2011 2010
Nº diabéticos
Nº inscritos
Prevalência Nº
diabéticos Nº
inscritos Prevalência
Baixo Vouga I 6.064 94.814 6,40 % 5.688 95.306 5,97%
Baixo Vouga II 8.725 138.562 6,30 % 8.178 138.485 5,91%
Baixo Vouga III 4.968 77.156 6,44 % 4.684 77.308 6,06%
Cova da Beira 3.351 73.548 4,56 % 2.734 73.897 3,70%
Baixo Mondego I 9.552 156.197 6,12 % 8.857 157.145 5,64%
Baixo Mondego II 5.395 87.801 6,14 % 4.893 89.416 5,47%
Baixo Mondego III 4.977 68.929 7,22 % 4.846 69.232 7,00%
Pinhal Interior Norte I 5.121 71.817 7,13 % 4.685 72.382 6,47%
Pinhal Interior Norte II 2.478 32.135 7,71 % 2.261 32.476 6,96%
Pinhal Litoral I 2.665 45.407 5,87 % 2.354 45.478 5,18%
Pinhal Litoral II 8.548 170.199 5,02 % 7.399 170.697 4,33%
Dão/Lafões I 4.344 83.479 5,20 % 4.099 83.980 4,88%
Dão/Lafões II 3.824 62.492 6,12 % 3.532 64.187 5,50%
Dão/Lafões III 4.959 76.757 6,46 % 4.372 77.318 5,65%
Total ACeS 74.971 1.239.293 6,19% 68.582 1.247.307 5,62%
Os objetivos gerais e metas a alcançar do Programa Regional de Prevenção e Controlo da
Diabetes coincidem genericamente com os definidos na Declaração de St. Vincent (1989):
obtenção de ganhos em saúde, através da promoção da saúde e do aumento da sua
qualidade, da esperança de vida do doente diabético e da redução das complicações
crónicas da doença - isto é, aumentar o número de anos médio de vida livres de
incapacidades por complicações da diabetes.
As complicações resultantes desta doença, tais como a cegueira, amputações não
traumáticas dos membros inferiores, insuficiência renal terminal e doenças cardiovasculares,
cujo aparecimento poderá ser evitado ou retardado, desencadeiam um impacto negativo na
qualidade de vida do diabético.
Sendo a equidade um dos objetivos a atingir na promoção da saúde pode-se afirmar que as
estratégias de saúde no que se refere à diabetes mellitus, assentam em orientações de
atuação de carácter equitativo, na medida em que pretendem proporcionar a todos os
diabéticos o acesso a todas as vertentes do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da
Diabetes, promovendo a auto-eficácia das pessoas – crianças, adolescentes, adultos e
idosos.
43
Objetivos gerais
Gerir de forma integrada a diabetes;
Reduzir a prevalência da diabetes;
Atrasar o início das complicações major da diabetes e reduzir a sua incidência;
Reduzir a morbilidade e mortalidade por diabetes.
Objetivos específicos
Conhecer a prevalência da diabetes e das suas complicações;
Reduzir a incidência da diabetes tipo 2 nos grupos de risco por grupos etários;
Diagnosticar precocemente as pessoas com diabetes;
Reduzir o número de episódios de internamento hospitalar por complicações da
diabetes;
Reduzir o número de dias de incapacidade temporária para o trabalho resultante
das complicações major da diabetes;
Uniformizar as práticas profissionais em prol de uma efetiva qualidade clínica,
organizacional e satisfação das pessoas com diabetes;
Melhorar o acesso da pessoa com diabetes aos cuidados de saúde.
Estratégia
Criar equipas multidisciplinares básicas prestadoras de cuidados ao diabético
(médico/enfermeiro) em cada unidade prestadora de cuidados de saúde de Medicina
Familiar, com apoio de equipas alargadas de nutricionistas/dietistas, psicólogos, podólogos
e professores de educação física em cada ACeS.
As estratégias de intervenção visam o reforço da capacidade organizativa, a introdução de
modelos de boas práticas na gestão da diabetes, a redução da incidência da diabetes e
suas complicações, estando delineadas de acordo com os seguintes princípios orientadores:
Prevenção primária, através do combate aos fatores de risco conhecidos, incidindo
sobretudo nos fatores de risco modificáveis da etiologia da diabetes;
Prevenção secundária, através do diagnóstico precoce e tratamento adequado, de
acordo com o princípio da equidade;
Prevenção terciária, através da reabilitação e reinserção social das pessoas com
diabetes;
Promoção da qualidade dos cuidados de saúde a prestar à pessoa com diabetes;
Proporcionar aos profissionais de saúde a formação necessária para responderem
às exigências da qualidade dos cuidados a prestar.
44
O Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes é dirigido à população em geral,
no entanto assume-se como população-alvo:
Pessoas com diabetes (com ou sem complicações da doença);
Mulheres grávidas;
População com risco acrescido de desenvolvimento de diabetes.
A execução do Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes é avaliada através
dos seguintes indicadores de processo e de resultados, em relação ao universo nacional de
doentes diabéticos identificados:
Taxa de prevalência de pessoas com diabetes;
Taxa de incidência da diabetes tipo 2;
Taxa de incidência da diabetes tipo 1;
Número de internamentos por descompensação diabética (cetoacidose,
hipoglicemia, hiperglicemia, com hiperosmolaridade);
Total de dias de incapacidade temporária para o trabalho;
Nº de amputações dos membros inferiores por motivo de diabetes;
Nº de doentes em diálise por motivo de diabetes;
Nº de cegos e amblíopes por motivo de diabetes;
Nº de pessoas com diabetes com AVC;
Nº de pessoas com diabetes com EAM;
Mortalidade por diabetes;
Doseamento de HbA1c durante o último ano (média anual);
Doseamento de Colesterol LDL durante o último ano (média anual);
Rastreio de nefropatia durante o último ano;
Rastreio oftalmológico durante o último ano;
Controlo glicémico (HbA1c), percentagem de pessoas com diabetes com
HbA1c ≤ 6,5%;
Controlo de LDL (doseamento direto), percentagem de pessoas com diabetes com
colesterol LDL ≤ 70mg/dl (1,8mmol/L);
Percentagem de pessoas com diabetes com microalbuminúria anual;
Percentagem de pessoas com diabetes com retinografia anual.
45
Metas
Controlo glicémico em pelo menos 50% das pessoas com diabetes: HbA1c ≤ 6,5%
(média anual);
Rastreio sistemático da retinopatia diabética a 50% das pessoas com diabetes;
70% diabéticos com referenciação para oftalmologia;
Reduzir em 50% as complicações relacionadas com a diabetes de acordo com a
Declaração de St. Vincent;
Rastreio da nefropatia diabética a 70% das pessoas com diabetes;
Aumentar a percentagem das pessoas com diabetes com factores de risco
cardiovascular controlados;
Rastreio do pé diabético a 70% das pessoas com diabetes;
Consulta do pé diabético em 90% dos hospitais;
Diagnóstico sistemático da nefropatia diabética a 70% das pessoas com diabetes;
50% de diabéticos corretamente vigiados;
40% de diabéticos controlados;
Nº de novos casos de diabetes em programa no ano;
Proporção de utentes em programa de diabetes.
46
1.3 DOENÇAS ONCOLÓGICAS
1.3.1 PROGRAMA DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA DA DOENÇA ONCOLÓGICA
A nível dos cuidados de saúde primários têm sido desenvolvidos programas e projetos de
prevenção primária e de promoção da saúde, de uma forma transversal, sobre fatores de
risco e fatores condicionantes da doença oncológica. Destacam-se os projetos de
intervenção comunitária pão.come e sopa.come, prevenção do tabagismo, prevenção e
controlo da obesidade, promoção da saúde em meio escolar, prevenção do cancro da pele,
programa de vacinação contra o HPV, entre outros. Estes programas assentam no âmbito
comunitário e intersectorial de intervenção em parceria com diversos organismos de outros
ministérios e entidades da sociedade civil.
1.3.2 PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DA MAMA
O cancro da mama em Portugal contabiliza cerca de 4 900 novos casos/ano (mais de 12
novos casos por dia, e mais de 3 na Região Centro) (Rastreio Oncológico Nacional 2005).
Morrem no nosso país aproximadamente 1 400 mulheres por ano devido a esta doença
(INE, 2007). A incidência aumenta ao longo da vida, com 75% dos casos a aparecerem
depois dos 50 anos.
Desde 1990 que decorre na Região Centro o Programa de Rastreio de Cancro da Mama
(RCM).
Para a eficiência e efetividade do rastreio, com elevados níveis de qualidade, é necessária a
manutenção e desenvolvimento de uma forte articulação entre as entidades envolvidas
neste processo (LPCC/ARSC-ACeS/ACSS).
Objetivos
Reduzir a mortalidade por cancro da mama feminina na Região;
Atingir uma cobertura superior a 65% da população rastreável;
Incrementar o diagnóstico precoce de cancro da mama (estádios 0 e I);
Garantir o tratamento atempado e de qualidade das situações detectadas;
Submeter o programa às normas e procedimentos de controlo e garantia de
qualidade.
47
Estratégias
Realização do rastreio de cancro da mama, de base populacional, através de
convite bienal às mulheres de 45-69 anos, inscritas nos ficheiros clínicos do SNS;
Responsabilidade de coordenação e execução do Núcleo Regional Centro da Liga
Portuguesa Contra o Cancro (NRC/LPCC), em estreita colaboração com a ARSC;
Monitorização, controlo e garantia de qualidade do programa aos vários níveis:
ACeS, LPCC (execução, leitura, aferição e coordenação), hospitais de referência.
Metas
Taxa de cobertura geográfica do RCM nos ACeS da Região Centro de 100%;
Taxa de participação da população elegível de 65%;
Tempo médio entre mamografia de rastreio e aferição nos casos suspeitos de 21
dias;
Tempo médio entre aferição positiva e 1ª consulta no hospital de referência de 28
dias;
Aumentar a taxa de participação no rastreio em 1.as fases para 32%;
Aumentar a taxa de detecção de lesões Estádio 0 e I para 75%;
Aumentar a taxa de detecção de casos sem metastização ganglionar para 80%;
Atingir taxas de Mortalidade por cancro da mama feminina de 18%000.
1.3.3 PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Na Região Centro, os últimos dados publicados no Registo Oncológico Regional (ROR)
apontam para uma incidência de cancro invasivo de 8,9 por 100 mil mulheres (2008).
Portugal continua a ser dos países europeus com uma das mortalidades mais elevadas por
cancro do colo (3,2 por 100 mil, contra 2,6 por 100 mil na U.E.). A Região Centro apresenta
mortalidade mais baixa que o país: em 2008 era de 2,4 por 100 mil.
Em 1990 e de acordo com o Plano Oncológico Nacional (PON), teve início o primeiro
Programa de Rastreio na Região Centro.
Relativamente à incidência de cancro do colo, Portugal manteve na última década valores
mais elevados que a média europeia (aproximadamente 15 por 100 mil contra 12 por 100
mil na Europa). Na Região Centro, tem havido consistência na redução do nº de casos, que
48
permitem à Região resultados melhores que os da média europeia (8,9 por 100 mil em
2008).
Objetivos
Diminuir a mortalidade por cancro do colo do útero;
Diminuir a incidência de cancro invasivo;
Incrementar o diagnóstico precoce de cancro do colo do útero (estadio 0 e I) para
valores superior a 90% dos casos no programa de rastreio organizado;
Garantir uma taxa de participação da população-alvo superior a 57%;
Submeter o programa às normas e procedimentos de controlo e garantia de
qualidade.
Estratégias
Informatização do programa de rastreio em todos os centros de saúde da Região;
Autonomia metodológica dos ACeS, na prossecução das metas e objetivos do
rastreio;
Gestão técnica, científica e organizacional centralizada no grupo de trabalho da
COR – ARSC com interlocutores nos ACeS;
Monitorização e controlo de qualidade do programa, aos vários níveis: CSP,
Laboratório, Unidades de Patologia Cervical (UPC).
Metas
Unidades Funcionais que utilizam o sistema de informação do programa (66%);
Laboratórios e UPC que utilizam o sistema de informação do programa (100%);
Taxas de cobertura da população elegível (57%);
Percentagem de citologias “insatisfatórias” (<1%);
Taxas de referenciação às UPC (5%);
Tempo médio entre recepção de citologia e disponibilização do resultado (30 dias);
Tempo médio entre resultado de citologia e consulta na UPC - cancro (15 dias);
Percentagem de cancros detectados no estadio 0 e I (>90%);
Percentagem de cancros detectados no estadio III e IV (<6%);
Taxa de detecção de Cancro do Colo do Útero invasivo (3%000);
Taxa de mortalidade por Cancro do Colo do Útero (2,2%000).
49
1.3.4 PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DO CÓLON E RECTO
O cancro do cólon e recto representa a primeira causa de mortalidade por doença
oncológica, quer nos homens (superou o cancro da próstata), quer nas mulheres
(ligeiramente superior ao cancro da mama), sendo o tumor que maior número de mortes
causa (3 656 óbitos em Portugal em 2009). A mortalidade por esta causa aumentou na
última década a uma taxa superior a 2% ao ano.
O grupo de trabalho do rastreio do cancro colo rectal da COR Centro introduziu o rastreio na
Região em 2009, envolvendo os serviços de saúde pública e medicina familiar regionais,
bem como serviços hospitalares da área de patologia clínica, gastrenterologia e anatomia
patológica hospitalares.
Objetivos
Diminuir a mortalidade por cancro do cólon e recto;
Diminuir a incidência do cancro invasivo;
Garantir diagnóstico e tratamento precoce das situações detectadas;
Proceder ao controlo de qualidade e divulgação bienal de resultados;
Alargar o programa de rastreio às unidades de saúde de 10 ACeS da região;
Alargar progressivamente o programa de rastreio do CCR a toda a Região até final
de 2013;
Atingir a população dos grupos etários de 50 a 70 anos em 2012;
Aumentar significativamente a taxa de diagnóstico do cancro colo-rectal nos
estádios precoces da doença (estadiamento 0-I) na Região Centro.
Estratégia
Execução de rastreio de base populacional, centrado nos médicos de família/ centros de
saúde, de acordo com os procedimentos metodológicos técnica e cientificamente aceites,
possuindo uma relação custo-efetividade comportável, com um sistema de informação
dedicado, universal, facilitador do desempenho dos intervenientes e que permita a
monitorização do processo e avaliação de resultados.
50
Metas
Disponibilizar um sistema de informação fiável de gestão do rastreio;
Garantir o circuito integral do rastreio, desde o CS até aos serviços de cirurgia;
Monitorizar os critérios de sucesso do programa;
Alargar o rastreio a unidades de saúde selecionadas com critérios de excelência;
Alargar a população alvo ao grupo etário dos 50 aos 70 anos em 2012.
1.3.5 REDE DE REFERENCIAÇÃO ONCOLÓGICA REGIONAL
Colaborar com o Ministério da Saúde, através da Coordenação Nacional para as Doenças
Oncológicas, na definição de uma rede de referenciação hospitalar para as doenças
oncológicas, atendendo às especificidades geodemográficas, à capacidade instalada e à
garantia de qualidade no tratamento dos cidadãos.
51
1.4 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
As doenças respiratórias são doenças das vias respiratórias e pulmão que incluem a asma
brônquica, a DPOC e as doenças respiratórias ocupacionais. A nível mundial, 235 milhões
de pessoas sofrem de asma e ocorrem mais de 3 milhões de mortes anuais por DPOC.
As doenças respiratórias são uma das prioridades do PNS 2011-2016 (programa nacional).
Face à prevalência crescente deste grupo de patologias (designadamente as DPOC), bem
como ao seu impacte assistencial e financeiro ao nível do SNS e do sistema de saúde
regional, considera o Conselho Diretivo que é da maior relevância assegurar a viabilidade e
sustentabilidade do Programa Regional de Prevenção e Controlo das Doenças
Respiratórias.
Trata-se duma área de intervenção que intersecta, ao nível técnico-científico, áreas de
intervenção como a saúde ambiental, a saúde escolar, a saúde ocupacional, as doenças
cardiovasculares e a promoção da saúde e, no que diz respeito ao sistema de serviços de
saúde, todos os níveis de cuidados (com destaque para os cuidados primários e cuidados
diferenciados e sua interface funcional).
A finalidade deste programa regional consiste em reduzir a carga de morbilidade, bem
como a incapacidade e a morte prematura relacionada com a DPOC e a asma.
A estratégia assenta em três eixos fundamentais: prevenção da doença (redução da
incidência), mediante a promoção de estilos de vida saudáveis (prevenção e controlo do
tabagismo), a detecção de casos em fase precoce, passível duma gestão clínica mais custo-
efetiva e, finalmente, o tratamento dos casos e a prevenção da morte prematura e
incapacidade associada.
Em relação a este último, importa garantir uma articulação efetiva entre o nível primário e
hospitalar de cuidados de saúde, bem como o adequado tratamento domiciliário dos
doentes (eg. oxigenoterapia e ventiloterapia) – em conformidade com as orientações e
normas clínicas emanadas e a emanar pela Direção-Geral da Saúde.
Ao responsável regional incumbe assegurar a articulação com os serviços e responsáveis
centrais (Direção-Geral da Saúde e programa nacional) e promover a implementação do
programa regional, mediante o envolvimento dos diversos atores do sector da saúde
(incluindo público em geral) e parceiros relevantes.
52
2. NECESSIDADES ESPECÍFICAS EM SAÚDE
2.1 REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS (RNCCI)
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) foi criada através do
Decreto-Lei nº 101/2006 de 6 de junho. A sua implementação, desde 2006, tem vindo a ser
realizada de uma forma sustentada e baseada na integralidade, e intersectorialidade
(comunidade, sectores social e da saúde), garantindo o princípio da autonomia e
desenvolvendo a participação da família.
Objetivos
A ECR continuará a ter por base uma estratégia de proximidade traduzida pelo aumento,
progressivo e ajustado às necessidades e sustentado, da capacidade da rede regional.
Assim, enunciam-se as seguintes metas para 2012:
Número de camas de convalescença, média duração e longa duração a 31/12/2012
- 1 420;
Número de camas de cuidados paliativos até 31/12/2012 - 68;
Implementação do funcionamento efetivo de pelo menos uma equipa intra-
hospitalar de suporte em cuidados paliativos.
53
2.2 SAÚDE DA MULHER, CRIANÇA E ADOLESCENTE
A ARSC considera a promoção da saúde dos grupos vulneráveis e de risco como uma
prioridade regional, a assegurar mediante a promoção da gestão apropriada dos
determinantes de saúde (capacitação em saúde), identificação de necessidades específicas
de saúde e sua satisfação (baseada em critérios de equidade, efetividade e eficiência).
A Comissão Regional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente tem como missão
assegurar a coordenação das unidades coordenadoras funcionais (UCF) da área de
jurisdição territorial da ARSC e, desta forma, maximizar os ganhos em saúde destes grupos
vulneráveis.
Objetivos
Promoção da articulação efetiva entre os diversos níveis de cuidados de saúde
(âmbito inter-institucional e inter-profissional), no que diz respeito à saúde da
grávida, recém-nascido e criança;
Implementação/consolidação dos circuitos assistenciais que têm garantido a
assistência à grávida, ao recém-nascido e à criança de forma universal e equitativa;
Implementação/consolidação do circuito dos adolescentes tendo em conta as
necessidades assistenciais não satisfeitas neste escalão etário;
Avaliação/monitorização do programa;
Promoção da informatização da carta de nascimento/alta;
Desenho de ações de formação em Saúde dos Adolescentes – em articulação com
o Gabinete de Formação da ARSC;
Criação da rede de assistência regional ao RN/criança com risco biológico (em
conformidade com as orientações/normativos nacionais);
Assegurar o refrescamento e atualização dos conteúdos da CRSMCA, disponíveis
na página web da ARSC, IP em articulação com a Equipa de Gestão de Conteúdos
da página web da ARSC.
54
2.3 SAÚDE MENTAL
A saúde mental é uma das áreas de maior transcendência em Saúde Pública. Além da
transcendência social e económica, a saúde mental é uma das principais dimensões da
saúde e bem-estar, conforme a já clássica definição da OMS.
O envelhecimento da população, bem como o stress psicossocial, são alguns dos factores
que poderão contribuir para a elevada prevalência destas doenças e custos relacionados
com o seu tratamento.
Entre 2001 e 2008 verificou-se um aumento de 31% no consumo de ansiolíticos, hipnóticos,
sedativos e antidepressivos no âmbito do SNS (INFARMED). Além dos custos diretos
relacionados com o tratamento, estas doenças cursam com custos indiretos muito elevados,
relacionados com o absentismo laboral e a perda de produtividade.
De acordo com o Estudo Saúde Centro 2005, a prevalência de “depressão continuada” na
Região Centro (correspondente aos 101 concelhos da então área de influência) foi estimada
em 14,4%, sendo a prevalência do consumo regular de psicofármacos de 16,1%.Desta
forma, a ARSC considera a saúde mental uma prioridade regional e o Programa Regional de
Saúde Mental como um dos programas do seu Plano de Ação para 2012.
Com a decisão ministerial da fusão dos hospitais na cidade de Coimbra (HUC, CHC e
CHPC), e a consequente criação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra EPE
(CHUC), urge reenquadrar os objetivos do Plano Nacional de Saúde Mental no que se refere
ao desenvolvimento da rede de serviços locais nos próximos anos.
Depois de se ter dado passos importantes na reorganização prévia dos hospitais
psiquiátricos existentes anteriormente (Sobral Cid, Lorvão e Arnes), com reorganização
interna e redução dos doentes nas duas últimas instituições, urge agora promover a
transferência progressiva dos cuidados dos utentes ainda internados nas unidades de
Lorvão (HL) e Arnes, para unidades que possam prestar cuidados continuados de psiquiatria
(Decreto-Lei nº 8/2010) e dadas as características dos utentes que ainda aí se encontram
numa larga maioria terão de se encontrar residências de apoio máximo (trata-se de uma
estrutura residencial, localizada na comunidade, destinada a pessoas clinicamente
estabilizadas com elevado grau de incapacidade psicossocial, impossibilitadas de serem
tratadas no domicílio por ausência de suporte familiar ou social adequado).
Não podemos deixar de referir que neste momento um dos objetivos da criação do CHUC é
a breve prazo poder existir uma urgência central, facto que a psiquiatria já há uns anos o
tinha realizado com a reorganização do atendimento das urgências psiquiátricas, mas
55
mesmo esse facto deverá agora ser traduzido por uma avaliação retrospetiva dos resultados
alcançados e desenvolver iniciativas para a melhoria desse atendimento.
Objetivos
Promoção da saúde mental na área de jurisdição territorial da ARSC;
Assegurar o acesso equitativo a cuidados de saúde de qualidade aos indivíduos
com problemas de saúde mental.
Estratégias
Descentralização dos serviços de saúde mental, de modo a garantir a sua
acessibilidade geográfica, mediante a criação de uma rede de unidades de saúde
mental comunitárias e aprofundamento das Unidades de Saúde Mental
Comunitárias (SMC) já criadas.
Depois de se ter instalado a Unidade de SMC de Leiria Norte, que engloba os
concelhos de Ansião, Figueiró dos Vinhos, Castanheira da Pêra, Pedrogão Grande,
Alvaiázere, e Pombal (norte), é importante reforçar a sua atuação de forma a
cumprir os pressupostos da sua criação.
Dado também se ter iniciado no final de 2011 a instalação de uma Unidade de
Saúde Mental do Litoral Norte (englobando os concelhos de Cantanhede, Mira,
Anadia, Mealhada e Mortágua) é importante reforçar o seu desenvolvimento.
Também foram dados passos de desenvolvimento de uma Unidade de Saúde
Mental de características comunitárias na cidade de Coimbra que, embora não se
encontrasse prevista no Plano de Saúde Mental, é vista como um exemplo de
resposta integrada para a população vulnerável existente na cidade de Coimbra e
que será objeto de acompanhamento, tendo em vista promover o seu
desenvolvimento.
É intenção da ARSC promover, junto do CHUC, o estudo e futura instalação ao
longo do presente ano de mais uma unidade de saúde comunitária numa das
localidades dessa zona: Unidade de Saúde Mental Comunitária (USMC) do Pinhal
Interior (Penacova, Poiares, Lousã, Góis, Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital,
Pampilhosa da Serra) e/ou Unidade de SMC do Litoral Sul (Figueira da Foz,
Montemor-o-Velho, Soure - parcial).
Reforço da cooperação na área da psiquiatria de ligação entre o CHUC e os ACeS
(reforço dos projetos de psiquiatria de ligação, enquanto “articulação” dos cuidados
de saúde mental nos cuidados de saúde primários).
56
Dado que até ao momento não foi possível instalar uma Unidade de Internamento
no Departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência de Coimbra no novo
Hospital Pediátrico de Coimbra do CHUC, considera-se que este é um dos objetivos
da ARSC e espera-se que esta situação seja resolvida no decorrer deste ano de
2012.
Articulação com o CHUC visando o desenvolvimento do Plano Nacional de Saúde
Mental nos diversos pressupostos, nomeadamente na criação das unidades de
distúrbios alimentares e de psiquiatria para as pessoas mais velhas, de forma que a
Região Centro possa responder às necessidades específicas desses grupos - quer
pela solicitação individual, quer pelas solicitações dos cuidados de saúde primários
e de outras unidades hospitalares (psiquiatria) desta Região.
Promoção da participação das comunidades, utentes e suas famílias nos cuidados
de saúde mental – estabelecimento de parcerias intersectoriais.
Desenvolvimento de iniciativas promotoras de respostas dos cuidados continuados
de psiquiatria.
Outras atividades a desenvolver
Integração das atividades do antigo IDT nos serviços da ARSC (segundo avaliação
a decorrer);
Cativação de novos especialistas para zonas mais carenciadas (caso de Castelo
Branco e Guarda), tendo em vista uma distribuição equitativa dos recursos
humanos em psiquiatria;
Desenho e implementação de projetos de Psiquiatria de Ligação nos diferentes
ACeS (concelhos dos distritos de Aveiro, Viseu, Leiria, Guarda e Castelo Branco da
área de jurisdição territorial da ARSC) visando promover a “integração” dos
cuidados de saúde mental nos cuidados de saúde primários.
57
3. INTERVENÇÃO SOBRE OS DETERMINANTES DE SAÚDE
3.1 CAPACITAÇÃO E LITERACIA EM SAÚDE
O programa regional de capacitação e literacia em saúde tem como objetivo geral a
capacitação em saúde das populações da área de influência da ARSC, mediante a
divulgação de informação em saúde cientificamente válida e ajustada aos diversos públicos-
alvo.
Tem como objetivos específicos promover comportamentos e atitudes conducentes à saúde
pelo público em geral e públicos sectoriais, bem como assegurar, a um âmbito regional
(ARSC), a gestão comunicacional de situações de crise e emergência em saúde pública. O
mote deste programa regional é “Informação para uma correta decisão”.
O programa integra, na sua estrutura funcional, a Equipa de Gestão de Conteúdos da
página web deste instituto público, sendo o responsável pelo programa, simultaneamente, o
coordenador operacional da referida equipa.
Este responsável responde, diretamente, perante o Conselho Diretivo da ARSC, tendo em
vista o cumprimento das atribuições da Equipa de Gestão de Conteúdos (constantes da
deliberação do Conselho Diretivo de 02/02/2012), nomeadamente:
Edição de conteúdos para publicação na página web (após aprovação superior pelo
Conselho Diretivo);
Assessoria ao Conselho Diretivo no que diz respeito à publicação de conteúdos na
intranet;
Assegurar o alojamento dos microsites dos serviços desconcentrados na ARSC na
página web, garantindo a qualidade e pertinência de todos os conteúdos
publicados.
Objetivos
Assegurar a assessoria ao Conselho Diretivo e ao Delegado de Saúde Regional na
área da comunicação em saúde;
Promover a prossecução das atribuições da Equipa de Gestão de Conteúdos da
página web da ARSC (www.arscentro.min-saude.pt), no que diz respeito à
disponibilização de conteúdos na página web e na intranet – conforme a
deliberação constituinte da referida equipa (deliberação CD nº 2 de 02/02/2012);
58
Garantir o refrescamento e atualização de conteúdos publicados no microsite do
Delegado de Saúde Regional (em www.dgs.pt) – edição e publicação online de
conteúdos (todos os níveis de privilégio);
Garantir a articulação com as estruturas centrais do Ministério no âmbito da
informação em saúde e edição e submissão de conteúdos para o Portal da Saúde
do Ministério da Saúde (www.portaldasaude.pt).
59
3.2 PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MEIO ESCOLAR
A Organização Mundial da Saúde (OMS) no documento “Health for All” estabeleceu metas
de saúde para os próximos anos, em que os estilos de vida saudáveis e a promoção da
saúde têm uma abordagem privilegiada no ambiente escolar, e em que os serviços de
saúde têm um importante papel na promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento, no que
se refere à saúde das crianças e à escolarização.
Tal como o Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE) refere, "o trabalho de saúde
escolar desenvolve-se prioritariamente na escola, em equipa, respeita sempre a relação
pedagógica existente com os docentes, envolvendo a família e restante comunidade
educativa”. Visa promover e proteger a saúde, bem-estar e sucesso educativo das crianças
e jovens escolarizados apoiando a inclusão escolar das crianças com NSE, promovendo um
ambiente escolar seguro e saudável, reforçando os factores de proteção relacionados com
os estilos de vida saudáveis e contribuindo para o desenvolvimento dos princípios das
escolas promotoras da saúde.
Objetivo
Melhorar as taxas de cobertura e a qualidade das intervenções realizadas nas
atividades de saúde escolar, na comunidade educativa da Região Centro.
Estratégias/atividades a desenvolver
Apoiar a implementação do PNSE em todos os ACeS da Região Centro;
Promover uma articulação efetiva com os parceiros relevantes (sector educativo e
outros);
Promover uma articulação efetiva com outros programas/projetos dirigidos à
população escolar;
Apoiar no desenvolvimento, monitorização e avaliação de projetos regionais/locais
no âmbito da saúde escolar, nomeadamente como o projeto “+ Contigo”;
Avaliar no final de cada ano lectivo o cumprimento do PNSE;
Formação dos profissionais de saúde que integram as equipas de saúde escolar
nas áreas consideradas prioritárias.
60
Metas
Ano 2012
ACeS a implementar o PNPSE 100%
Escolas abrangidas por SE 90%
Alunos do pré-escolar abrangido por SE 85%
Alunos do 1º ciclo do EB abrangidos por SE 88%
Alunos do 2º ciclo abrangidos por SE 67%
Alunos do 3º ciclo abrangidos por SE 65%
Alunos do Secundário abrangidos por SE 55%
Escolas avaliadas e introduzidas no formulário da DGS (segurança, higiene e saúde) 10%
Alunos do Jardim-de-infância abrangidos pelo PBSO 55%
Alunos do 1º ciclo abrangidos pelo PBSO 70%
Alunos de 6 anos com EGS 73%
Alunos de 13 anos com EGS 57%
Alunos de 6 anos com PNV atualizado 95%
Alunos de 13 anos com PNV atualizado 92%
Nº de ACES a implementar o projeto Regional “+ Contigo” 6%
61
3.3 SAÚDE ORAL
O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO)assenta numa estratégia global
de promoção da saúde, prevenção e tratamento das doenças orais, desenvolvendo-se ao
longo do ciclo de vida e nos ambientes onde as crianças e jovens vivem e estudam.
A sua finalidade consiste em assegurar a prestação equitativa de cuidados de saúde oral, ao
longo do ciclo de vida, com base em procedimentos simplificados e orientados para a
satisfação de necessidades de saúde oral nas idades de maior vulnerabilidade, garantido
um melhor acesso aos serviços e um alargamento progressivo das populações abrangidas.
Assim, a partir de 2009, e após reformulação médico-dentária, o programa passa a
abranger, de acordo com o mesmo modelo contratual de utilização (cheque-dentista), três
segmentos populacionais prioritários dos utentes do SNS:
Crianças e jovens que frequentam escolas públicas e instituições privadas de
solidariedade social – SOCJ;
Mulheres grávidas – SOG;
Pessoas idosas beneficiárias do Complemento Solidário – SOPI;
Crianças com idade menor ou igual a 6 anos – SOSI.
A partir de 2010, ano lectivo 2009/2010, passaram a ter acesso a tratamento dentário as
crianças de 8, 11 e 14 anos, com situações de cárie em dentes permanentes, que tiveram
acesso ao programa através da saúde escolar, no ano anterior e que terminaram os
respetivos planos de tratamento.
Deu-se, assim, lugar ao alargamento do programa a crianças e jovens de 8, 11 e 14 anos
(Saúde Oral Crianças e Jovens Idades Intermédias – Circular Normativa da Direção-geral da
Saúde nº 08/DSPP/DCVAE de 20/04/2010).
Mais recentemente através da Norma da DGS nº 002/2010 de 27 de outubro, o programa
passou a abranger os doentes infectados pelo VIH/SIDA.
A OMS aponta, para 2020, metas para a saúde oral que exigem um reforço das ações de
promoção da saúde e prevenção das doenças orais, e um maior envolvimento dos
profissionais de saúde e de educação, dos serviços públicos e privados.
Assim, a intervenção de promoção da saúde oral, que se inicia durante a gravidez e se
desenvolve ao longo da infância, em Saúde Infantil e Juvenil, consolida-se no jardim-de-
infância e na escola, através da Saúde Escolar.
62
Também o Programa Envelhecimento Ativo da OMS recomenda a promoção da saúde oral
neste grupo populacional, sendo que a ausência parcial ou total de dentes traz graves
consequências a nível da saúde física e emocional, dificultando a comunicação interpessoal
e promovendo o isolamento.
Os cuidados dentários, não satisfeitos no SNS, serão prestados através de contratualização.
Objetivo geral
Implementar o PNPSO como programa prioritário em todos os ACeS e ULS da
Região Centro.
Objetivos específicos
Dotar os ACeS com material e equipamento médico-dentário;
Promover estágios de higienistas orais nos ACeS e dotar estes serviços
desconcentrados com, pelo menos, um higienista oral;
Garantir o acesso das grávidas da Região Centro, utentes do SNS, aos cuidados
médico-dentários;
Garantir o acesso dos idosos beneficiários do Complemento Solidário da Região
Centro, utentes do SNS, aos cuidados médico-dentários;
Garantir o acesso das crianças e jovens das coortes definidas em circular normativa
(CN) da DGS, da Região Centro, aos cuidados médico-dentários;
Garantir o acesso dos doentes infectados pelo VIH/SIDA da Região Centro, aos
cuidados médicos dentários.
Atividades a desenvolver
Participar nas reuniões da DGS/Saúde Oral e reunir com os responsáveis dos
ACeS/ULS;
Articulação com outras entidades/instituições/profissionais;
Articulação com outros programas/projetos;
Fazer avaliação e monitorização do programa de saúde oral;
Reuniões regulares com a DGS e ACeS/ULS, para implementação do processo de
auditoria ao programa.
63
3.4 SAÚDE OCUPACIONAL
A Saúde Ocupacional (SO) é uma área de intervenção multidisciplinar que tem como
finalidades, segundo a OMS/OIT, a prevenção dos riscos profissionais e a vigilância e
promoção da saúde dos trabalhadores. A qualidade de vida no trabalho, conducente à
realização pessoal e profissional, tem de se inserir numa matriz de desenvolvimento que
integra como pilar fundamental as adequadas condições de segurança e saúde nos locais
de trabalho.
A Lei-quadro de segurança, higiene e saúde no trabalho (Decreto-Lei nº 441/91 de 14 de
novembro) contém os princípios que visam promover a segurança, higiene e saúde no
trabalho, consagrados nos artigos 59º e 64º da Constituição da República Portuguesa.
Os princípios normativos desse diploma e demais legislação complementar, exigem que se
adaptem conceitos e se explicitem algumas das obrigações e inerentes responsabilidades
dos empregadores e trabalhadores no âmbito da Administração Pública.
A ARSC, de acordo com a legislação em vigor (número 2 do artigo 221º da Lei nº 59/2008
de 11 de setembro), é responsável pela política de promoção e proteção da saúde dos seus
trabalhadores, bem como pela organização das atividades de segurança, higiene e saúde
do trabalho, que visem a prevenção de riscos profissionais e a promoção da saúde dos
trabalhadores.
Nos estabelecimentos de saúde, face à existência de áreas de risco elevado e ao número
de trabalhadores tanto dos ACeS como dos serviços centrais da ARSC, justifica-se, de
acordo com a legislação vigente, a organização de serviços internos, próprios ou comuns a
vários ACeS/serviços da sede da ARSC, independentemente do modelo organizacional –
centralizado, descentralizado ou misto – que venha a ser considerado oportuno
implementar.
Face à previsão nos normativos aplicáveis de que, por um lado, haja responsabilização da
entidade empregadora pelo não cumprimento das normas legais sobre segurança, higiene e
saúde no trabalho, e de que, por outro haja fiscalização do cumprimento dessas regras por
parte da Inspeção-geral do Trabalho e da Direção-Geral da Saúde, no âmbito das
respectivas atribuições, torna-se imperiosa e urgente o desencadear dos procedimentos
tendentes à criação e organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho da ARSC
(SSSTARSC).
Estrategicamente, do ponto de vista organizacional, estes serviços deverão funcionar como
uma assessoria técnica dos órgãos dirigentes.
64
As atividades deste programa englobam uma dupla vertente:
Interna, de prestação de cuidados com o objetivo de proteção e promoção da saúde
dos trabalhadores que desempenham funções nos estabelecimentos da área de
influência da ARSC, independentemente do vínculo e contrato laboral; bem como,
de apoio técnico em conformidade às Unidades de Saúde Pública;
Externa, de representação da Direção-Geral da Saúde no processo de
licenciamento e auditoria de Serviços Externos de Segurança, e Saúde no
Trabalho, de acordo com a legislação aplicável.
Objetivos gerais
Proteção e promoção da saúde dos trabalhadores da área geográfica de influência
da ARSC;
Proteção e promoção da saúde dos trabalhadores que desempenham funções nos
estabelecimentos ARSC, independentemente do vínculo e contrato laboral.
Objetivos específicos
Promoção da vigilância do funcionamento dos serviços de segurança e saúde no
trabalho da área geográfica de influência da ARSC;
Promoção do licenciamento de Serviços Externos de Segurança, e Saúde no
Trabalho, bem como das auditorias em conformidade;
Promoção da implementação de serviços de segurança e saúde no trabalho nos
serviços centrais, nos ACeS e nas ULS da ARSC;
Promoção da monitorização e vigilância dos riscos profissionais e das condições
ambientais dos locais de trabalho;
Promoção da vigilância da saúde dos trabalhadores;
Prevenção da ocorrência de acidentes de trabalho e de doenças profissionais;
Promoção da sensibilização, informação e formação sobre riscos profissionais e
medidas preventivas face à saúde;
Promoção da investigação em segurança, higiene e saúde no trabalho.
65
3.5 SAÚDE AMBIENTAL
A prossecução do programa de gestão ambiental decorre da necessidade de ser garantida a
sustentabilidade das atividades desenvolvidas, tendo como princípio a salvaguarda da
saúde humana e da qualidade ambiental, bem como o cumprimento das imposições legais e
obtenção de ganhos nas condições de sustentabilidade e funcionamento das unidades de
prestação de cuidados de saúde no âmbito dos projetos de qualidade do ar, resíduos
hospitalares, prevenção da doença dos legionários, e inventariação de materiais contendo
amianto.
A atividade desenvolvida nas instalações é garantia da saúde das populações, indissociável
da qualidade de vida e desenvolvimento das comunidades, potenciadora de impactes
ambientais negativos, sendo necessária a adequação de metodologias para prevenção da
poluição nos vários domínios das fontes de emissão.
A gestão sustentável de instalações e serviços constitui uma preocupação crescente de
acordo com as guidelines internacionais para a melhoria contínua da prestação de cuidados
de saúde, quer para a população quer para o ambiente, assegurando a qualidade e a
eficiência do seu funcionamento.
A análise e avaliação das condições existentes constituem a implementação e
desenvolvimento do programa, dando continuidade aos projetos anteriormente iniciados nas
áreas fundamentais de aplicação, abrangendo unidades de prestação de cuidados de saúde
da Região Centro.
Objetivos
Dar cumprimento à legislação ambiental aplicável referente às fontes de emissão
nos vários domínios, existentes nas instalações da ARSC, com particular incidência
para a monitorização trienal das emissões gasosas com a monitorização de todas
as fontes fixas de emissão, de acordo com o Decreto-Lei nº 78/2004 de 3 de abril, e
redução das emissões de CO2, fomentando a eficiência energética;
Renovação do parecer de validação da monitorização e cumprimento dos limites de
emissão, e definição de periodicidade, da Comissão de Coordenação da Região
Centro;
Proceder à avaliação das condições de funcionamento e estabelecimento de
critérios de ecoeficiência e sustentabilidade;
66
Implementar novas estratégias de gestão como medida para a progressiva
aproximação ao Plano Estratégico do Baixo Carbono;
Efetivar a monitorização da qualidade do ar interior;
Melhorar a eficácia das políticas de prevenção, controlo e redução de riscos para a
saúde com origem em fatores ambientais, promovendo a integração do
conhecimento e a inovação, contribuindo também, desta forma, para o
desenvolvimento económico e social da Região e do País;
Assegurar a implementação e avaliação dos projetos regionais na área da saúde
ambiental em curso;
Prosseguir a implementação da gestão de resíduos em todos os serviços
dependentes da ARSC, bem como a formação e divulgação do Programa de
Gestão de Resíduos na Administração Pública;
Dar continuidade às sessões de trabalho descentralizadas, abrangendo várias
entidades para além dos serviços operativos de Saúde Pública e serviços técnicos,
(ambiente, trabalho, autarquias e serviços da área de educação e segurança
social), para divulgação e prevenção de riscos, caraterísticas técnicas de materiais
contendo amianto, e avaliação de procedimentos.
67
3.6 COMPORTAMENTOS ADITIVOS: PROBLEMAS LIGADOS AO ÁLCOOL (PLA)
Os Problemas Ligados ao Álcool (PLA) assumem um carácter eminentemente transversal
com consequências na saúde, na sociedade e na economia dos países a nível da Europa.
Os padrões de consumo são cada vez mais preocupantes com consequências f ísicas,
psicológicas e sociais.
Portugal é um dos países que tem mantido um consumo elevado per capita de bebidas
alcoólicas, com importantes repercussões em saúde pública.
O Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool surge na sequência do
Plano de Ação contra o Alcoolismo proposto em 2000, pretendendo responder aos desafios
que se colocam, nomeadamente os relacionados com o aumento de determinados padrões
de consumo de álcool nas camadas mais jovens da população. Pretende-se, igualmente,
uma intervenção mais abrangente sobre a sociedade em geral.
O consumo nocivo do álcool não só tem consequências para os bebedores, como–
fundamentalmente – para a sociedade em geral. Os padrões inapropriados –porque
relacionados com consumos excessivos, em termos absolutos ou relativos – de consumo de
álcool têm consequências significativas em Saúde Pública, com impacte em termos sociais
e económicos.
Nos Inquéritos Nacionais ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na População Geral
(2001-2007) observa-se um aumento da prevalência do consumo para todos os grupos
etários. Apenas 20,7% dos portugueses entre os 15-64 anos, refere nunca ter bebido.
Por outro lado, 41,6% referiu ter bebido 6 ou mais bebidas numa ocasião (8,1% fê-lo duas
ou mais vezes por mês, 1,8 % fê-lo quatro ou mais vezes por semana e 1,3 % fê-lo
diariamente) e 20,7% dos portugueses embriagou-se no último ano (1,8% referiu tê-lo feito
dez ou mais vezes).De acordo com estes inquéritos, 7,8% dos portugueses embriagou-se
no último mês.
No que diz especificamente respeito à população jovem (15-25 anos), 38,5% dos jovens dos
20-24 anos e 34,6% dos jovens dos 15-19 anos embriagou-se no último ano, sendo que
2,8% dos jovens dos 20-24 anos e 1,2% dos jovens dos 15-19 anos, fê-lo dez ou mais
vezes.
Quando inquiridos relativamente ao último mês, 15,4% dos jovens dos 20-24 anos e 11,2%
dos jovens dos 15-19 anos relatou ter-se embriagado nesse período.
Numerosos estudos demonstram que existe uma relação dose-resposta entre o consumo de
álcool e a frequência e gravidade de várias doenças. Deste modo, a maiores níveis de
68
consumo correspondem taxas de mortalidade e morbilidade mais elevadas, designadamente
por cirrose hepática, neoplasias, acidentes nos locais de trabalho e sinistralidade rodoviária.
Influenciam ainda outras situações, como absentismo laboral, comportamentos sexuais de
risco, gravidez na adolescência, agressividade e violência.
Perante este problema, justifica-se que a política atual em relação aos PLA deva apontar
para a necessidade de uma sensibilização ao nível da população, no sentido da redução do
consumo global e dos consumos de risco, assim como a intervenção junto dos utentes com
consumos de risco, consumos nocivos e dos dependentes alcoólicos.
Neste contexto, torna-se relevante uma Rede de Referenciação Alcoológica Nacional, com
uma arquitetura claramente definida. Esta rede deverá ser enquadrada pelo Plano Nacional
de Saúde, devendo ser desenvolvida em conformidade com o Plano Nacional para a
Redução dos Problemas Ligados ao Álcool 2009-2012.
Esta rede deverá incluir, não só, os serviços de saúde, mas também parceiros relevantes
(institucionais e comunitários), envolvendo múltiplos agentes e diferentes sectores como
sejam o da educação, da segurança social, do trabalho, da justiça.
A finalidade do programa consiste em reduzir, a um nível regional, a prevalência e incidência
dos PLA na comunidade.
A estratégia de intervenção assenta em sensibilizar os profissionais dos cuidados de saúde
primários para os PLA e desenvolver estratégias de detecção precoce de bebedores
excessivos.
A detecção destes indivíduos deverá ser seguida de intervenções breves (com evidência de
eficácia) nos casos com consequências físicas, psicológicas e sociais mas ainda sem
critérios e dependência.
Será interessante referir que foi estimado que a intervenção a nível dos cuidados de saúde
primários para consumidores de risco ou nocivos constitui das intervenções mais baratas
com ganhos a nível de saúde, correspondendo cerca de 1 900 euros por ano de doença e
morte prematura evitada.
Por outras palavras, as estratégias de intervenção breve com utentes com consumo de risco
e nocivo têm uma relação custo-benefício altamente favorável quando comparada com
qualquer outro tipo de intervenção.
O estabelecimento de critérios de referenciação/articulação claramente definidos, no que diz
respeito aos restantes níveis de resposta assistencial, permitirá responder, de forma
atempada e adequadamente, aos principais problemas e necessidades de saúde
identificados.
69
Objetivos / metas
Diagnóstico da situação regional no âmbito dos PLA, identificando as equipas de
alcoologia a funcionar nos ACeS da área de influência da ARSC (coordenadores,
consultas e respectiva carga horária);
Nomear responsáveis/interlocutores na área da Alcoologia em cada um dos ACeS
da área de influência da ARSC;
Programar ações de formação para todos profissionais (priorizando os que nunca
tiveram formação nesta área), de modo a aumentar as suas competências para a
detecção e intervenção precoce dos consumos risco/nocivos, a nível dos cuidados
de saúde primários;
Uniformizar indicadores de avaliação, participando ativamente com os parceiros
envolvidos;
Organizar, a nível regional, uma Rede de Referenciação de Alcoologia, baseada
nas orientações e normativos nacionais.
Atividades a desenvolver
A nível regional
Agendar reuniões com todos os interlocutores/coordenadores dos ACeS
responsáveis pelos PLA, tendo em vista:
o Divulgação do projeto PHEPHA (Primary Health Care European Project on
Alcohol) a todos os médicos de família pertencentes à área de influência da
ARSC (este projeto tem como objetivo definir e uniformizar
recomendações/guidelines europeias e orientações clínicas ao nível europeu
sobre o álcool);
o Formação de profissionais de saúde, facultando materiais de suporte
pedagógico e um programa de treino relacionado com o consumo de álcool e
com formas de intervenção;
o Distribuir o Manual de Boas Práticas em Cuidados de Saúde
Primários/PLA/Rede de Referenciação a todos os ACeS – em elaboração e a
ser sujeito a apreciação do IDT/ parceiros envolvidos;
Reuniões ao longo do ano com os interlocutores dos ACeS/responsáveis pelos
PLA, para avaliação do programa, identificação das dificuldades detectadas e
reajuste se necessário;
Avaliação no final do ano.
70
A nível institucional
Reuniões com os parceiros envolvidos, sempre que julgado necessário, para
otimização das estratégias de abordagem nesta área, tentando promover e
uniformizar circuitos de articulação interinstitucionais.
A criação do Serviço de Intervenção e Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD),
nos termos da nova Lei Orgânica do Ministério, implica que a parte operacional das
respostas oferecidas à população, nas diversas áreas de intervenção, passará para as ARS.
Tal pressupõe ajustamentos ao presente programa, tendo em vista potenciar recursos
instalados e evitar redundâncias organizacionais e técnicas.
71
3.7 TABAGISMO
O tabagismo é um importante problema de Saúde Pública, não só pela magnitude, mas
também pelas consequências na saúde e nos elevados custos económicos e sociais. É o
único produto de venda legal que mata metade dos seus consumidores regulares. Morrem
cerca de 6 milhões de pessoas em cada ano, das quais 600 000 por exposição ao fumo
passivo, sendo já a terceira maior causa de morte evitável no mundo.
O consumo de tabaco é dos fatores de risco mais importantes, estando associado a várias
doenças crónicas, como a DPOC, doença cardiovascular e cancro. É o agente responsável
pela primeira causa evitável de doença, invalidez e morte no mundo atual; é também a
principal causa prevenível de perda de saúde e morte prematura nos países desenvolvidos,
como tal é um fator de risco modificável conhecido.
O comportamento de fumar tem início na experimentação, começa na infância e na
adolescência que são as etapas de maior vulnerabilidade psicossocial, ou seja, está
associado ao desenvolvimento da personalidade. Nessa medida, as estratégias primordiais
para prevenir e controlar a epidemia tabágica são fundamentais, para evitar o hábito de
fumar nos jovens e a cessação tabágica.
A cessação tabágica melhora não só a qualidade de vida dos fumadores, mas também os
indicadores de saúde e o consumo de recursos e serviços do sistema de saúde, ao reduzir a
mortalidade e morbilidade associadas ao consumo de tabaco.
Finalidade
Reduzir a mortalidade e morbilidade causadas pelo consumo de tabaco;
Diminuir a prevalência do tabagismo.
Objetivos
Atrasar a idade média de início do consumo de tabaco;
Promover estilos de vida saudáveis;
Prevenir o consumo de tabaco entre os adolescentes e jovens;
Sensibilizar os profissionais para a abertura de consultas de Cessação Tabágica;
Promover a cessação;
Prevenir o consumo de tabaco nos grupos vulneráveis.
72
Atividades a desenvolver
Assinalar, a nível regional e local (ACeS), o Dia Mundial Sem Tabaco e o Dia
Nacional do Não Fumador;
Promover a formação adequada dos profissionais de saúde;
Elaboração de material de apoio às consultas de cessação tabágica;
Elaboração de material informativo para a comunidade;
Realização do 3º colóquio da ARSC;
Desenvolvimento das atividades programadas do Grupo Regional do Tabagismo da
ARSC (incluindo a elaboração da newsletter);
Divulgar e aplicar o Projeto Escolas Livres de Fumo;
Dinamizar ações no âmbito do tabagismo.
3.7.1 PROJETO ESCOLAS LIVRES DE FUMO
O tabagismo é um grave problema social com repercussões preocupantes a nível da saúde
pública. O tabaco, embora seja um produto de consumo legal, é tóxico e aditivo, o qual tem
consequências na saúde do indivíduo e na comunidade.
O consumo de tabaco é responsável direta ou indiretamente por várias doenças
(cardiovasculares, cancro, bronquite ou enfisema, impotência, entre outras).
As morbilidades ocasionadas pela exposição prolongada do tabaco, assim como a
mortalidade nos fumadores ativos e passivos, são determinantes para a intervenção dos
profissionais de saúde, de modo a reduzir o número de fumadores e aumentar o número de
ex-fumadores.
Nas crianças e adolescentes deve evitar-se o início do consumo ao promover estilos de vida
saudáveis. Por outro lado, estas crianças e jovens podem influenciar positivamente a
mudança de comportamentos tabágicos na família.
A educação e a promoção da saúde são determinantes para fazer escolhas adequadas e
adquirir comportamentos responsáveis.
Objetivo geral
Promover a saúde criando, nas escolas, ambientes livres de fumo.
73
Objetivos específicos
Sensibilizar a comunidade escolar para estilos de vida saudáveis;
Diminuir o consumo do tabaco na comunidade escolar;
Promover nos alunos opções saudáveis - “O que está na moda é não fumar!”.
População-alvo:
Alunos do 2º, 3º ciclos e ensino secundário;
Professores;
Funcionários;
Pais e encarregados de educação.
Atividades desenvolvidas e a desenvolver:
Diagnóstico da situação sobre hábitos tabágicos na comunidade escolar:
divulgação dos questionários, para auto-preenchimento por alunos, pessoal
docente e não docente.
Elaboração de projeto: com base no diagnóstico de situação, as escolas/equipas
pluridisciplinares (alunos, pessoal docente e não docente, pais, médicos,
enfermeiros e outros) definem estratégias/atividades dirigidas à comunidade
escolar.
Concurso do logótipo e slogan: dirigido aos alunos das escolas com projeto, com
atribuição de prémios na comemoração do Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio).
Formação em meio escolar, pelos ACeS, das equipas multidisciplinares
responsáveis pelos projetos.
Avaliação contínua do projeto pela equipa pluridisciplinar da escola.
Avaliação da escola no final do ano letivo, de acordo com a Carta das Escolas
Livres de Tabaco:
o Bandeira vermelha: concretização dos pontos 1 e 2 da Carta das Escolas
Livres de Fumo;
o Bandeira amarela: concretização dos pontos 1,2,3 e 4 da Carta das Escolas
Livres de Fumo;
o Bandeira verde: concretização dos pontos 1,2,3, 4 e 5 da Carta das Escolas
Livres de Fumo.
74
3.8 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Segundo dados da OMS, a taxa de mortalidade específica por doenças crónicas tem vindo a
aumentar nos últimos anos, não se restringindo este aumento apenas aos países
desenvolvidos mas também aos países em desenvolvimento. Todas as estratégias
aplicadas a nível internacional para combater este flagelo passam por estabelecimento de
medidas que visam uma dieta equilibrada do ponto de vista nutricional, e atividade física.
O Programa de Qualidade Alimentar e Vigilância Alimentar, agora designado de
Alimentação Saudável, tem baseado a sua ação num conjunto de estratégias que visam
minorar a prevalência de algumas doenças crónicas, nomeadamente a obesidade, as cardio
e cerebrovasculares, a diabetes, a osteoporose e algumas neoplasias.
A promoção de consumo de produtos horto frutícolas, aliada a uma atividade física regular e
à restrição de consumo de gorduras saturadas, de açúcares e de sal, são a base das linhas
de ação comunitárias, desenhadas pelo Departamento de Saúde Pública e Planeamento da
ARSC (DSPP) para serem implementadas pelos serviços operativos de saúde pública locais
(unidades de saúde pública dos ACeS e ULS).
Já com uma vasta experiência em projetos de intervenção comunitária, as unidades de
saúde pública dos ACeS e das ULS do âmbito territorial da ARSC têm vindo, ao longo dos
anos, a aplicar medidas que têm como objetivo capacitar a população da sua área de
influência para as boas práticas em saúde, incluindo a alimentação saudável.
Para aumentar a eficácia do trabalho desenvolvido pelas unidades atrás referenciadas foram
estruturadas pela ARSC estratégias enfocadas nos vários problemas de saúde, onde a
alimentação foi considerada um dos fatores determinantes.
As estratégias atrás referidas apresentam várias vertentes:
Organização interna dos serviços e reforço da capacitação dos seus profissionais
em áreas consideradas de interesse fundamental para a atuação no âmbito deste e
doutros programas regionais de saúde;
Criação e estreitar de relações com o exterior, através de protocolos de articulação
com instituições académicas e científicas, ou associações corporativistas;
Intervenção direta nos fatores determinantes alimentares através da articulação
com a indústria alimentar.
Sensibilização para estes problemas de saúde da sociedade civil através dos media
e das empresas de marketing.
75
Todas as estratégias se encontram consubstanciadas em projetos de intervenção
organizacional ou comunitária.
Além do que foi realizado até à presente data pela ARSC nestas matérias, e que tem sido
alvo de apreciação em relatórios dedicados ou nos relatórios anuais, pretendem-se
desenvolver, no próximo ano, as seguintes ações incluídas nos projetos em curso:
Projeto Aguarela Alimentar
Objetivo
Contribuir para a prevenção e diminuição da prevalência da obesidade, diabetes,
neoplasias e dislipidémias, através da capacitação dos profissionais dos CSP
(médicos e enfermeiros) na área da nutrição humana.
Meta para 2012
Realizar dois cursos aprovados pelo POPH (um curso Aguarela Alimentar e outro
Três Pontos em Movimento).
Tendo consciência das limitações de conhecimento dos profissionais de saúde sobre o tema
atividade física, e sendo esta uma das áreas consideradas prioritárias para a consecução
dos objetivos propostos no que se refere à diminuição das doenças crónicas mais
prevalentes da nossa sociedade, o DSPP considerou importante incluir este tema na
formação dos médicos e enfermeiros que fazem parte dos quadros do seu serviço.
Projeto minorsal.saude
Mais que um projeto, minorsal.saude é uma estratégia de intervenção que visa a redução do
sal na alimentação da população da Região Centro. Composto por todas as vertentes acima
elencadas em estratégias, visa essencialmente a redução das doenças cardio e
cerebrovasculares e de algumas neoplasias.
É constituído pelos projetos pão.come e pelo sopa.come, minorsal.saude, tendo como
alimentos intervencionados o pão e a sopa e como áreas a intervencionar a indústria da
panificação e a restauração coletiva e não coletiva.
76
Metas para 2012
Reforçar os contactos com o sector alimentar, estabelecendo protocolos de
cooperação;
Publicar artigos em jornais ou revistas;
Fazer uma apresentação do projeto em congresso, jornada ou encontro científico.
Projeto pão.come
Objetivo operacional
Reduzir o sal de adição ao pão na Região Centro, para valores de 0,8g/100g de
pão.
Metas para 2012
Inclusão de mais 5 concelhos no projeto;
Avaliação de satisfação dos industriais da panificação envolvidos no projeto;
Inquérito à população em geral, para avaliação do grau de conhecimento sobre o
projeto pão.come.
Projeto sopa.come
Objetivo operacional
Reduzir o sal de adição à sopa na Região Centro, para valores de 0,2g/100g de
sopa.
Metas para 2012
Iniciar o projeto em 20% dos concelhos do distrito de Aveiro integrados na ARSC;
Desenvolver a segunda fase do projeto nos 29 concelhos que já realizaram a
primeira fase do projeto;
Dotar todos os concelhos envolvidos com material pedagógico de divulgação;
Realizar uma reunião com os responsáveis do projeto a nível dos ACeS e ULS.
77
Projeto Oleovitae
Objetivos
Contribuir para a diminuição de algumas neoplasias que têm como um dos fatores
determinantes a ingestão de gorduras com altos teores de compostos polares;
Contribuir para a diminuição da obesidade e das doenças cardio e
cerebrovasculares;
Capacitar os manipuladores para a adequação das ementas a uma alimentação
saudável, nomeadamente no que concerne à utilização das gorduras;
Diminuir a presença de compostos polares nos óleos de fritura da restauração
coletiva e não coletiva.
Metas para 2012
Iniciar a segunda fase do projeto nos 9 ACeS e ULS da Guarda que foram munidos
com a sonda de detecção de compostos polares (DCP);
Dotação de três sondas DCP.
Projecto SIG-SA (Sistema Integrado de Gestão em Segurança Alimentar)
Objetivo
Apoiar a organização interna dos serviços de saúde pública/área da qualidade
alimentar, tendo em vista a melhoria da eficiência dos mesmos.
Metas para 2012
Até final do ano de 2012, aplicação do SIG-SA em 30% dos concelhos da área
geográfica de influência da ARSC;
Realizar uma formação em SIG-SA para os ACeS Baixo Vouga I, Baixo Vouga II, e
Baixo Vouga III.
Além do proposto nos programas em curso, tem a ARSC, através do seu Departamento de
Saúde Pública e Planeamento, perspetivado a conceptualização de mais dois projetos de
intervenção comunitária designados tãodoce.não e trans.fora, que apresentam como
objetivos de saúde, a diminuição da obesidade e da diabetes mellitus, assim como as
doenças cardio e cerebrovasculares.
78
Os referidos projetos têm como finalidade, a diminuição de ingestão por parte da população
da Região Centro, dos açúcares de absorção rápida e das gorduras trans.
Perspetiva-se que os projetos atrás referenciados passem por uma sensibilização e
intervenção direta na indústria de pastelaria e panificação, seguindo o modelo utilizado para
o projeto pão.come, contando para a sua aplicabilidade no terreno - e à semelhança dos
projetos em curso - com a rede de serviços operativos de saúde pública da ARSC, e seus
profissionais (incluindo os nutricionistas).
79
4. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
4.1 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E LUTA CONTRA A TUBERCULOSE
Apesar dos progressos recentes, a tuberculose (TB) continua a ser um importante problema
de Saúde Pública em todos os países do mundo e, embora seja uma doença evitável e
curável, constitui uma ameaça grave na medida em que está fortemente associada à
pobreza e à infeção VIH/SIDA.
A co-infeção com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) aumenta significativamente o
risco de vir a desenvolver TB, duplicando o número de casos e de mortes. Por outro lado, a
tuberculose multirresistente é uma ameaça global, estimando-se 440 mil novos casos em
cada ano, dos quais menos de 10% são diagnosticados, e muito menos são tratados
adequadamente.
A nível nacional, de acordo com a avaliação da Direção-Geral de Saúde, a tuberculose,
“como fenómeno de cariz social”, está a diminuir, apresentando níveis de baixa incidência
na maior parte do território nacional.
Na Região Centro foram notificados, em 2011, 215 casos (dados preliminares) dos quais
208 foram casos novos, 7 foram recidivas. O distrito de Aveiro continua a ter a maior
incidência de tuberculose da Região Centro, com 66 casos novos (31,73%), seguido pelo de
Coimbra com 40 casos (19,23%).
A incidência de TB na Região Centro em 2011 foi de 11,97%0000 (dados preliminares)
decrescendo ligeiramente relativamente a 2010 (12,28%0000) e mantendo assim a tendência
decrescente que se tem verificado ao longo dos últimos 3 anos.
A incidência da tuberculose multirresistente tem vindo a diminuir havendo, em 2011,
notificação de um único caso no distrito de Viseu.
Eliminar a tuberculose deverá ser considerado um objetivo primordial e a estratégia de
combate continuará a ser a prioridade no controlo da doença, com investimento na
expansão da DOT/TOD (toma de observação direta), uma estratégia de baixos custos que
não só salva vidas como ajuda a reduzir a propagação implacável desta doença.
Impõe-se, implicitamente, um esforço constante na avaliação cuidadosa das medidas
tomadas, uma atenção permanente aos avanços científicos no diagnóstico e tratamento,
assim como o desenvolvimento e utilização de sistemas de vigilância eficazes na
identificação das cadeias de transmissão.
80
Objetivo geral
Melhorar e consolidar o Programa Nacional de Luta contra a Tuberculose (PNT), a
nível da Região Centro, de forma a permitir a linha decrescente de incidência da TB
na Região.
Objetivos específicos
Aumentar o diagnóstico precoce da TB;
Aumentar a taxa de sucesso terapêutico;
Diminuir a taxa de resistência aos fármacos antituberculosos;
Diminuir a taxa de incidência da tuberculose na Região.
Estratégias e atividades a desenvolver
Reforçar atividades de vigilância epidemiológica;
Assegurar o bom funcionamento do Centro de Referência para a TB
Multirresistente;
Investir na estratégia DOT, com co-responsabilidade dos serviços de saúde locais;
Assegurar os recursos humanos e físicos para a implementação da DOT;
Intervir nos grupos de maior risco, quer no contexto comunitário, quer no contexto
institucional, complementando a estratégia DOTS;
Adequar os meios de diagnóstico e terapêutica;
Assegurar o stock de antibacilíferos;
Promover o diagnóstico da tuberculose lactente;
Assegurar a reserva estratégica de capacidade de internamento em condições
adequadas;
Assegurar as medidas administrativas e de isolamento para o controlo da
transmissão hospitalar;
Promover a articulação entre as unidades funcionais e as unidades de saúde
pública e reforçar a responsabilidade de monitorização da TOD a nível local;
Fortalecer os mecanismos de colaboração entre a rede de serviços dos cuidados
de saúde primários e a rede de serviços hospitalares;
Articulação entre as diferentes instituições e programas intervenientes na luta
contra a tuberculose;
Desenvolver atividades de formação multidisciplinar a nível local;
Divulgação de informação à população sobre riscos e possibilidade de prevenção
(tratamento incompleto, cuidados a ter…);
81
Reuniões periódicas de avaliação da implementação do PNT Regional, com todas
as unidades funcionais;
Reuniões, sempre que se justifique, com todas as unidades funcionais, incluindo as
unidades de saúde pública, com a finalidade de adequar procedimentos que
conduzam à concretização dos objetivos do programa;
Avaliação anual do impacto do programa com posterior divulgação pelas unidades
funcionais.
82
4.2 PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLO DA INFEÇÃO VIH/SIDA
A infeção VIH/sida continua a ser um dos maiores problemas de Saúde Pública à escala
mundial, sendo considerada uma prioridade no Plano Nacional de Saúde. Está intimamente
associada a outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), nomeadamente hepatites
virais e à tuberculose (principal doença definidora de sida).
Portugal tem acompanhado a tendência global de diminuição da epidemia, devido à descida
dos novos casos e mortes por sida, embora a diminuição verificada nos óbitos esteja ainda
aquém do esperado e assume uma visão coincidente com a ONUSIDA para o fim da
epidemia – zero novas infeções, zero mortes relacionadas com a sida e zero casos de
discriminação.
A área geográfica de influência da ARSC apresenta uma taxa de casos acumulada de
infeção VIH/sida inferior à média registada a nível nacional, tendo o distrito de Leiria a maior
taxa acumulada em todos os estádios da infeção, verificando-se a menor no distrito da
Guarda.
Embora a infeção VIH na Região Centro pareça começar a estabilizar, relativamente aos
novos casos notificados, que diminuíram nos últimos anos (2008=166; 2009=135;
2010=116), até setembro de 2011, verificaram-se mais casos (80) do que no período
homólogo do ano anterior (73).
A taxa de novos casos declarados, durante o ano de 2011, na área geográfica da ARSC foi
de 4 por 100 mil habitantes, tendo Aveiro a maior (6,4 por 100 mil habitantes) e Guarda a
menor (0).
As intervenções nesta área irão continuar a ser dirigidas à população em geral, através de
medidas de prevenção primária, rastreio do VIH e referenciação hospitalar adequada,
privilegiando os grupos mais vulneráveis a comportamentos de risco, nomeadamente,
toxicodependentes (Projeto Klotho das equipas de tratamento do ex-IDT, atualmente na
dependência da ARSC), trabalhadores/utilizadores de sexo pago, homens que têm sexo
com homens (HSH) e migrantes, através dos centros de aconselhamento e detecção do VIH
(CAD) e colaboração das instituições da sociedade civil (nomeadamente através de projetos
ADIS/sida).
O Plano Regional para a Infeção VIH/sida para 2012 da ARSC irá dar continuidade ao Plano
Regional de 2011, tendo por base as orientações do Programa Nacional de Prevenção e
Controlo da Infeção VIH/sida 2011-2015, que ainda está em fase provisória – aguardando-
se a definição da versão final pela DGS, através do novo Diretor Nacional para a Infeção
83
VIH/sida, com as devidas adequações às realidades e necessidades locais identificadas na
Região Centro.
Portugal tem uma das mais elevadas taxas de infeção no contexto europeu (terceira maior
taxa de incidência), apresentando um padrão epidemiológico de “epidemia concentrada” em
grupos com comportamentos mais vulneráveis, nomeadamente trabalhadores do sexo,
homens que têm sexo com homens (HSH), utilizadores de drogas, migrantes e reclusos
(prevalência superior a 5% em reclusos e toxicodependentes).
É um dos países da Europa com diagnóstico da infeção VIH mais tardio, na maioria dos
casos em pessoas que nunca efetuaram previamente qualquer teste de rastreio.
Há ainda que destacar o facto de possuir vários imigrantes oriundos de países com
prevalência superior à nossa ou até com epidemia generalizada, nomeadamente, Cabo
Verde, Brasil, S. Tomé e Príncipe, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Os infetados na Região Centro são predominantemente do sexo masculino, heterossexuais,
em idade sexualmente ativa, portadores assintomáticos e com infeção provocada pelo VIH1.
Finalidade
Prevenir, detetar precocemente e tratar adequadamente a infeção VIH/sida.
Objetivos
Reduzir o número de novas infeções por VIH e de mortes por Sida na Região Centro;
Diminuir os diagnósticos tardios de infeção pelo VIH;
Realizar o teste para a infeção VIH em 90% dos utilizadores de drogas;
Eliminar a transmissão da infeção pelo VIH de mãe para filho;
Promover a melhoria dos cuidados e apoio aos infetados.
Atividades a desenvolver
Vigilância e caraterização epidemiológica da infeção VIH/sida;
Prevenção primária, secundária e terciária na população em geral;
Intervenção especificamente direcionada a grupos vulneráveis: toxicodependentes,
HSH, trabalhadores/utilizadores de sexo pago e migrantes, em articulação com a
sociedade civil;
Acessibilidade ao aconselhamento, rastreio precoce da infeção VIH e
referenciação, evitando perder oportunidades;
Acesso a tratamento, apoio e cuidados adequados;
84
Combate ao estigma e discriminação dos infetados;
Monitorização e avaliação da infeção VIH/sida, tuberculose, hepatites virais e outras
IST.
Estratégias
Diminuir o risco de infeção através de ações de informação dirigidas à comunidade
em geral e especialmente às populações particularmente vulneráveis ao VIH,
aumentando a consciência do risco, promovendo o uso do preservativo feminino e
masculino (especialmente em relações sexuais ocasionais), a tomada de decisões
e a realização do teste de rastreio;
Diminuir a vulnerabilidade à infeção, decorrente de fatores socioeconómicos,
pobreza e marginalização, reforçando a literacia e apoio dos serviços de saúde e
social;
Diminuir o impacto da epidemia nos indivíduos, famílias e comunidade (dado afetar
essencialmente a população ativa), através do acesso ao tratamento, apoio social e
denunciando situações de estigma das pessoas que vivem com VIH;
Privilegiar e monitorizar os cuidados de saúde prestados pelos CAD aos seus
utentes (população sentinela);
Atribuir aos conselhos clínicos dos ACeS e às direções clínicas dos hospitais, a
responsabilidade pela implementação dos indicadores previstos na Norma da DGS
nº 058/2011, 28/11/2011, através da emissão de diretivas e instruções para o seu
cumprimento;
Sensibilizar os clínicos para a notificação sistemática de todos os casos de infeção
VIH/sida (novos casos; mudanças de estádio e óbitos), hepatites virais e outras IST;
Desenvolver ações de prevenção da infeção VIH e outras IST nas consultas de
Saúde Infantil e Juvenil, Planeamento Familiar, Saúde Materna, Atendimento de
Jovens e em projetos específicos de Saúde Escolar;
Facilitar o acesso a meios preventivos de transmissão sexual, nomeadamente
preservativos femininos, masculinos e gel lubrificante à base de água;
Garantir aos utilizadores de drogas o acesso a programas de tratamento da sua
adição, bem como a programas de redução de riscos e minimização de danos;
Incluir nos exames complementares de diagnóstico pedidos pelos clínicos, o teste
de rastreio do VIH, após consentimento informado, aos utentes com vida sexual
ativa (sobretudo os que nunca foram rastreados), com diagnóstico de tuberculose,
grávidas, ou utentes que se enquadram na Norma da DGS nº 058/2011, de
28/11/2011;
85
Promover, anónima e gratuitamente, o aconselhamento, rastreio do VIH com testes
rápidos e referenciação hospitalar dos casos positivos, pelos CAD, na população
em geral e grupos mais vulneráveis, em especial (migrantes,
trabalhadores/utilizadores de sexo pago e HSH);
Assegurar o aconselhamento, diagnóstico precoce da infecção VIH e
encaminhamento atempado para consulta hospitalar de referência, por todos os
ACeS/ULS, CDP e equipas de tratamento (ET) de toxicodependentes;
Promover a articulação entre os vários programas de saúde da ARSC com
intervenção ou relevância nesta problemática;
Dinamizar parcerias entre os vários níveis de prestação de cuidados de saúde e
organizações não-governamentais (ONG) que se dedicam a esta temática;
Acompanhar e monitorizar os projetos ADIS/sida da área da ARSC.
Metas
Ano 2012
Nº Casos e óbitos por infeção VIH/sida, notificados em 2012 A identificar
% Doentes com tuberculose sujeitos a rastreio de VIH pelos CDP 80%
Nº Casos VIH positivos detetados pelos CDP A identificar
% ACeS/ULS que desenvolvem projetos de Saúde Escolar em parceria com escolas do Ensino Básico e Secundário nesta área
60%
Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos hospitais A identificar
Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos ACeS/ULS A identificar
Nº Casos VIH positivos detetados pelos ACeS/ULS A identificar
% Testes confirmatórios para o VIH 1 no total de testes de rastreio do VIH 1 e 2, efetuados pelos hospitais e ACeS/ULS
A identificar
% Testes confirmatórios para o VIH 2 no total de testes de rastreio do VIH 1 e 2, efetuados pelos hospitais e ACES/ULS
A identificar
% ET de Toxicodependentes com projeto Klotho* implementado 100%
% Inscritos nos ACES/ULS com abuso de drogas, com resultado positivo para VIH, após rastreio efectuado em 2012
90%
Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos CAD A identificar
Nº Casos VIH positivos detetados pelos CAD A identificar
% Testes confirmatórios (Western-Blot) efetuados pelos CAD 100%
% Atendimentos/rastreios efetuados pelos CAD a trabalhadores, utilizadores de sexo pago,
migrantes e/ou HSH 25%
% Maternidades públicas que possuem testem rápidos de rastreio do VIH 90%
* Projeto de ADR (Aconselhamento, Detecção precoce do VIH com testes rápidos e Referenciação).
86
4.3 INFEÇÃO ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAÚDE
As infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) são, no contexto assistencial atual,
um entre muitos eventos adversos multifatoriais, que resultam da complexidade dos
cuidados de saúde.
O objetivo principal do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção Associada
aos cuidados de Saúde (PNCI) é identificar e reduzir os riscos de transmissão de infeções
entre doentes, profissionais de saúde e visitantes, para reduzir as taxas de infeção,
mantendo-as a níveis aceitáveis.
O Grupo Coordenador Regional (GCR) tem por objetivo promover, de forma
descentralizada, as atividades de prevenção e controlo das IACS, facilitando a sua
promoção e implementação aos vários níveis de cuidados: hospitais, cuidados de saúde
primários (CSP) e cuidados continuados integrados (UCCI), contribuindo assim, para uma
maior colaboração e comunicação interinstitucional.
A articulação entre as unidades de saúde e o GCR tem que ser permanente, de forma a
garantir respostas, em tempo útil, aos problemas e necessidades manifestadas pelas
comissões de controlo de infeção (CCI) ou outros profissionais de saúde.
Tendo em vista a diminuição da incidência e controlo das IACS, em prol de uma efetiva
melhoria da qualidade dos cuidados e da segurança dos doentes e dos profissionais, na
área de jurisdição territorial da ARSC, pretendem-se desenvolver os projetos a seguir
descritos.
87
4.3.1 REDE DE NOTIFICAÇÃO DE MICROORGANISMOS MULTIRRESISTENTES
A vigilância epidemiológica (VE) é uma componente fundamental da prevenção e controlo
de infeção. A criação de uma rede regional de alerta microbiológica, permitirá comparar
resultados de forma estratificada e identificar fatores de risco para as infeções associadas
aos cuidados de saúde, avaliando a dimensão microbiológica e os desvios às boas práticas.
Objetivos
Cumprir, no que diz respeito ao âmbito jurisdicional da ARSC, o Programa Nacional
de Prevenção e Controlo da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde;
Implementar um sistema de alerta de infeção por agentes multirresistentes
adequado à realidade de cada unidade de saúde;
Fornecer informação de retorno, em tempo útil, a todos profissionais de saúde e
aos órgãos de gestão, relativamente aos principais resultados com impacto nas
IACS, suscetíveis de requererem cuidados, de forma a reduzir o risco de
transmissão cruzada entre unidades de saúde;
Garantir as boas práticas nos cuidados de saúde na Região Centro, contribuindo
para uma cultura de segurança nos profissionais envolvidos na prestação dos
cuidados de saúde.
Metas
Divulgar e acompanhar o Inquérito de Prevalência de Infeção (IPI) de 2012 a
realizar em hospitais de agudos na Região Centro em maio/junho;
Implementar, acompanhar e monitorizar a Campanha de Higiene das Mãos (CHM)
em todos os ACeS da Região Centro, tendo como base as orientações do PNCI e
OMS.
88
4.3.2 RECOMENDAÇÕES/ORIENTAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS PARA A UNIFORMIZAÇÃO DA
UTILIZAÇÃO DE ANTISSÉTICO E DESINFETANTES NAS UNIDADES DE CSP E DE CCI
Os produtos antimicrobianos, como antisséticos e desinfetantes, são no contexto
assistencial atual, fundamentais na prevenção da transmissão da infecção cruzada e
manutenção das condições de assepsia, higiene e segurança dos utentes/doentes e
profissionais.
A uniformização da sua utilização obedece a critérios e regras de boas práticas, implicando
a elaboração de recomendações/orientações para as unidades prestadoras de cuidados de
saúde.
Objetivos
Proceder à seleção, em colaboração com o Gabinete da Farmácia e Medicamento
da ARSC e com a Unidade de Administração Geral do Departamento de Estudos,
Recursos Humanos e Administração Geral, dos produtos a utilizar a nível regional;
Uniformizar conceitos relacionados com as IACS na região Centro;
Elaborar recomendações/orientações destinadas às unidades de saúde da região
para padronização de procedimentos na utilização de antisséticos e desinfetantes.
Metas
Identificar e selecionar produtos de utilização livre e de utilização restrita nas
unidades de saúde da região Centro;
Divulgar recomendações/orientações sobre a utilização uniforme de antisséticos e
desinfetantes nas unidades de CSP e de CCI.
89
4.3.3 FORMAÇÃO CONTÍNUA
A formação, enquanto estratégia de acompanhamento das novas evidências científicas,
deve contemplar as políticas, procedimentos e práticas que orientem a prevenção e controlo
das IACS nas unidades de saúde. Deverá ser orientada pelas evidências emergentes da
prática clínica, colhidas através de instrumentos da sua monitorização e dirigidas às
necessidades identificadas
Para a sua prossecução serão envolvidos os peritos das diferentes disciplinas do Núcleo
Consultivo e Núcleo de Apoio Pontual ao Grupo Coordenador Regional, além do apoio do
Gabinete de Formação da ARSC.
Objetivos
Atualizar conhecimentos de acordo com as novas evidências na prevenção e
controlo das Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde;
Desenvolver competências para a mudança positiva de comportamentos na prática
clínica.
Metas
Realizar uma ação de formação para profissionais das CCI das diferentes unidades
de saúde;
Colaborar nas formações realizadas pelas CCI nos ACeS.
90
4.4 PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO
As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer
tratamento médico. O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa universal,
gratuito e acessível a todas as pessoas presentes em Portugal. Apresenta um esquema de
vacinação recomendado que constitui uma “receita universal”.
A aplicação do PNV permitiu controlar as doenças-alvo de vacinação (à exceção da
tuberculose, devido a limitações qualitativas – eficácia – inerentes às vacinas disponíveis até
à data).
A incidência de algumas doenças transmissíveis e o seu impacto em termos de saúde
pública está a diminuir, graças às elevadas taxas de cobertura resultantes da aplicação do
PNV.
Em função da evolução tecnológica e da correspondente disponibilidade de vacinas, bem
como da situação epidemiológica nacional, o PNV 2012 (Norma 40/2011 da DGS, publicada
em 21/12/2011 e atualizada em 26/01/2012) entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2012, e
veio substituir o PNV de 2006. Inclui atualmente as vacinas contra a tuberculose, a hepatite
B, a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a poliomielite, a doença invasiva causada por
Haemophilus influenzae do serotipob, o sarampo, a parotidite epidémica (papeira), a
rubéola, a doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do serogrupo C e as
infecções por vírus do papiloma humano.
No âmbito do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARSC, foi constituído um
grupo que integra os responsáveis dos ACeS e das ULS pelo programa –inicialmente
formado em 2001, no âmbito do Centro Regional de Saúde Pública do Centro–, afim de
operacionalizar o PNV, no âmbito regional, através da implementação do projeto “Excelência
na Vacinação”.
Nos anos seguintes à entrada em vigor do PNV, em 1965, verificou-se uma notável redução
da morbilidade e da mortalidade pelas doenças infecciosas alvo de vacinação, com os
consequentes ganhos de saúde. Os resultados obtidos através do PNV estão consolidados,
conforme comprova a “Avaliação do Programa Nacional de Vacinação – 2º Inquérito
Serológico Nacional – Portugal Continental 2001-2002”, tendo então ficado demonstrado o
elevado grau de imunização da população portuguesa.
Para que o PNV continue a ser um êxito, é necessário manter as elevadas coberturas
vacinais atingidas para todas as vacinas do Programa, salientando-se três aspectos
91
particularmente importantes: a manutenção da eliminação da poliomielite, a eliminação do
sarampo e da rubéola e a vacinação de adultos contra o tétano e a difteria.
Simultaneamente deve ser desenvolvido um processo de identificação das assimetrias
geográficas, resultantes da existência de bolsas populacionais com características que
determinam níveis mais baixos de proteção, sendo a ação das estruturas locais de saúde
com intervenção junto das comunidades fundamental para a correção dessas assimetrias.
Aos profissionais de saúde compete divulgar o programa, motivar as famílias e aproveitar
todas as oportunidades para vacinar as pessoas suscetíveis, nomeadamente através da
identificação e aproximação a grupos de imigrantes ou outros, com menor acesso aos
serviços de saúde.
Decorrentes de situações de emergência em saúde pública, também aos profissionais de
saúde compete a operacionalização de campanhas de vacinação, como foi o caso da
“Campanha de vacinação contra a infeção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1)2009”, bem
como operacionalizar outras campanhas de vacinação (como foi o caso da campanha contra
as infecções por vírus do papiloma humano e dirigida às raparigas de 17 anos de idade e
dar cumprimento a normas e orientações da Direcção-Geral da Saúde - como é o caso da
vacinação contra infecções por Streptococcus pneumoniae de crianças/adolescentes de
risco para doença invasiva pneumocócica (DIP), da vacinação contra a gripe sazonal e da
vacinação complementar contra o sarampo.
Todas as vacinas do PNV e respetivos solventes, devem ser devidamente conservados e
mantidas essas condições ao longo de toda a rede de frio (armazenamento, transporte e
sessão de vacinação).
A formação e permanente atualização de todos os que trabalham na área da vacinação são
fundamentais, devendo ser uma preocupação constante dos serviços de saúde.
Finalidade
Proporcionar à população da Região Centro serviços de melhor qualidade na área
da vacinação, utilizando normas de procedimento, materiais e de avaliação
comuns, por forma a permitir adotar, introduzir ou alterar medidas corretoras (em
conformidade com as orientações da DGS), contribuindo assim para o controlo,
eliminação e eventual erradicação de doenças-alvo do PNV.
92
Atividades a desenvolver
Promover em todas as unidades de saúde dos ACeS e ULS a implementação de
uma rede de frio adequada ao armazenamento e transporte de vacinas (frigoríficos,
termómetros de frio, malas isotérmicas, acumuladores de frio, registo diário de
temperaturas);
Disponibilizar e manter atualizado em todos os serviços de vacinação dos ACeS e
ULS, material de apoio com Fichas de Produto e Fichas de Segurança de todas as
vacinas utilizadas no PNV e outras de prescrição mais frequente (Dossier
Excelência na Vacinação);
Disponibilizar nos serviços das unidades de saúde dos ACeS, imunoglobulina
humana antitetânica (profilaxia do tétano);
Determinar as taxas de cobertura vacinal da Região Centro, através dos
indicadores definidos pelo Departamento de Saúde Pública e Planeamento (projeto
“Excelência na Vacinação”), em articulação com os definidos pela DGS (nível
nacional);
Determinar o número de inoculações de vacinas administradas na Região Centro;
Desenvolver o processo de logística para abastecimento, registo e conservação de
vacinas – em articulação com o Gabinete da Farmácia e do Medicamento;
Monitorizar e avaliar o processo de vacinação em função da taxa de cobertura
vacinal e dos resultados de monitorização da doença;
Promover a formação dos profissionais com responsabilidade na implementação do
programa de vacinação;
Contribuir para que em todos os serviços de vacinação dos ACeS e ULS, exista
equipamento mínimo necessário (material e medicamentos), para tratamento da
anafilaxia;
Planeamento de necessidade das vacinas que integram o PNV, das destinadas aos
Centros de Vacinação Internacional e a Campanhas de Vacinação (conforme
Normas da DGS);
Monitorizar os procedimentos relacionados com a conservação de vacinas nos
diversos contextos: distribuição, armazenamento e administração;
Informar e vigiar potenciais reações adversas relacionadas com a administração de
vacinas;
Sensibilização para a notificação de reações adversas;
Promover a qualidade do registo vacinal;
Monitorizar a rede de frio;
Manutenção da eficácia dos sistemas de informação (SINUS, SIARS);
93
Identificação dos potenciais fatores condicionantes dos desvios encontrados e
proposta de medidas corretoras dos mesmos;
Identificar as bolsas populacionais com características de níveis mais baixos de
proteção;
Promoção da oferta ativa de vacinas nos diferentes serviços das unidades de
saúde;
Divulgar o programa de vacinação e motivar a população à sua adesão;
Desenvolver o conhecimento e as capacidades dos indivíduos, grupos e
comunidades no sentido de melhorar a sua saúde e bem-estar, e desenvolver
comportamentos de proteção;
Articulação com as unidades de saúde onde se proceda à vacinação;
Disponibilização de informação atualizada aos profissionais de saúde;
Manutenção de dossiê atualizado com fichas de produto e segurança das vacinas
do PNV e outras de prescrição frequente, bem como de outros produtos utilizados
nas atividades em vacinação;
Promover a realização de Encontro sobre Vacinação;
Análise de dados, divulgação dos resultados e proposta de medidas corretoras em
casos de desvios.
Objetivos
Monitorizar e avaliar as taxas de cobertura vacinal na Região Centro;
Manter e/ou aumentar as taxas de cobertura vacinal na Região Centro;
Reduzir a prevalência das doenças evitáveis pela vacinação na Região Centro;
Uniformizar em todos os ACeS e ULS o mesmo sistema de informação e os
mesmos indicadores;
Promover a realização de ações de formação, em função de necessidades
identificadas.
94
Metas
Cobertura vacinal 2012
Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 2 anos de idade ≥ 98%
Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 7 anos de idade ≥ 98%
Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 14 anos de idade ≥ 97%
Vacina HPV (Vacina contra as infecções por vírus do papiloma humano) – na coorte das raparigas de 13 anos de idade
≥ 70%
Vacina Td (Vacina anti-tétano e difteria) – na coorte dos 25 anos de idade ≥ 82%
Vacina Td (Vacina anti-tétano e difteria) – na coorte dos 65 anos de idade ≥ 81%
Vacinas que previnem doenças em processo de eliminação (sarampo), ou já eliminadas (poliomielite) – coortes alvo de avaliação
≥ 98%
95
IV. PROCESSOS E INSTRUMENTOS DE GOVERNAÇÃO
96
1. ORDENAMENTO ORGANIZACIONAL
AARSC é um instituto público integrado na administração indireta do Estado, dotado de
autonomia administrativa, financeira e património próprio. A ARSC é dirigida por um
conselho diretivo, possuindo no âmbito da sua área geográfica de atuação as seguintes
atribuições (nos termos do Decreto-Lei nº 22/2012 de 30 de janeiro):
a) Executar a política nacional de saúde, de acordo com as políticas globais e
sectoriais, visando o seu ordenamento racional e a otimização dos recursos;
b) Participar na definição das medidas de coordenação intersectorial de
planeamento, tendo como objetivo a melhoria da prestação de cuidados de
saúde;
c) Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva
execução a nível regional;
d) Desenvolver e fomentar atividades no âmbito da saúde pública, de modo a
garantir a proteção e promoção da saúde das populações;
e) Assegurar a execução dos programas de intervenção local com vista à redução
do consumo de substâncias psicoativas, a prevenção dos comportamentos
aditivos e a diminuição das dependências;
f) Desenvolver, consolidar e participar na gestão da Rede Nacional de Cuidados
Continuados Integrados de acordo com as orientações definidas;
g) Assegurar o planeamento regional dos recursos humanos, financeiros e
materiais, incluindo a execução dos necessários projetos de investimento, das
instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, supervisionando a sua
afetação;
h) Elaborar, em consonância com as orientações definidas a nível nacional, a carta
de instalações e equipamentos;
i) Afetar, de acordo com as orientações definidas pela ACSS, recursos financeiros
às instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde integrados ou
financiados pelo Serviço Nacional de Saúde e a entidades de natureza privada
com ou sem fins lucrativos, que prestem cuidados de saúde ou atuem no âmbito
das áreas referidas nas alíneas e) e f);
j) Celebrar, acompanhar e proceder à revisão de contratos no âmbito das parcerias
público-privadas, de acordo com as orientações definidas pela ACSS, e afetar os
respetivos recursos financeiros;
97
k) Negociar, celebrar e acompanhar, de acordo com as orientações definidas a nível
nacional, os contratos, protocolos e convenções de âmbito regional, bem como
efetuar a respectiva avaliação e revisão, no âmbito da prestação de cuidados de
saúde bem como nas áreas referidas nas alíneas e) e f);
l) Orientar, prestar apoio técnico e avaliar o desempenho das instituições e serviços
prestadores de cuidados de saúde, de acordo com as políticas definidas e com
as orientações e normativos emitidos pelos serviços e organismos centrais
competentes nos diversos domínios de intervenção;
m) Assegurar a adequada articulação entre os serviços prestadores de cuidados de
saúde de modo a garantir o cumprimento da rede de referenciação;
n) Afetar recursos financeiros, mediante a celebração, acompanhamento e revisão
de contratos no âmbito dos cuidados continuados integrados;
o) Elaborar programas funcionais de estabelecimentos de saúde;
p) Licenciar as unidades privadas prestadoras de cuidados de saúde e as unidades
da área das dependências e comportamentos aditivos do sector social e privado;
q) Emitir pareceres sobre planos diretores de unidades de saúde, bem como sobre
a criação, modificação e fusão de serviços;
r) Emitir pareceres sobre a aquisição e expropriação de terrenos e edifícios para a
instalação de serviços de saúde, bem como sobre projetos das instalações de
prestadores de cuidados de saúde.
A área geográfica de influência da ARSC (nível II da Nomenclatura de Unidades Territoriais
para Fins Estatísticos/NUTS, nos termos do Decreto-Lei nº 317/99 de 11 de agosto – âmbito
territorial transitório) abrange dez NUTS de nível III que correspondem a 77 concelhos, em
virtude da migração, em agosto de 2010, do concelho de Mação para o âmbito jurisdicional
da ARS de Lisboa e Vale do Tejo IP.
98
Co-divisão territorial (NUTS III e ACeS) do âmbito jurisdicional da ARSC a 1 de janeiro de 2012
A estrutura interna da ARSC é atualmente (janeiro de 2012) constituída por quatro
assessorias especializadas, um Gabinete Jurídico e do Cidadão e cinco departamentos,
sendo que dois deles – Departamento de Saúde Pública e Planeamento e Departamento de
Estudos e Recursos Humano – desagregam-se em mais uma unidade, respetivamente,
Unidade de Planeamento e Unidade de Administração Geral.
A ARSC inclui, presentemente e nos termos da Portaria nº 274/2009 de 18 de março, 14
agrupamentos de centros de saúde (ACeS) – serviços desconcentrados, sujeitos ao seu
poder de direção. Integram o âmbito territorial deste instituto público duas unidades locais de
saúde (ULS): a ULS da Guarda EPE e a ULS de Castelo Branco EPE.
99
Os agrupamentos de centros de saúde são dirigidos por um diretor executivo, designado
nos termos do artigo 19º do Decreto-Lei nº 28/2008 de 22 de fevereiro. As respetivas
unidades funcionais (unidade de saúde pública, unidade de recursos assistenciais
partilhados, unidades de cuidados de saúde personalizados, unidades de saúde familiar e
unidades de cuidados na comunidade) são encabeçadas por um coordenador, designado
nos termos do artigo 15º do referido diploma legal.
Os ACeS da ARSC são constituídos por um total de 65 centros de saúde – acrescendo, no
que diz respeito à rede de CSP deste âmbito territorial, 12 centros de saúde sediados na
ULS da Guarda EPE e 8 centros de saúde sediados na ULS de Castelo Branco EPE.
Desta forma, a rede de cuidados de saúde primários do âmbito jurisdicional territorial da
ARSC é constituída por um total de 85 centros de saúde.
No âmbito territorial da ARSC localizam-se 26 unidades hospitalares do SNS, organizadas
em 5 centros hospitalares, 2 hospitais centrais especializados, 1 hospital distrital, 3 hospitais
de nível 1 e 3 hospitais integrados em unidades locais de saúde (ULS).
100
2. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
A reorganização da rede de cuidados de saúde primários implicou a adequação das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) a uma nova realidade organizacional, de
forma a disponibilizar aos colaboradores da ARSC meios tecnológicos que permitam uma
melhor operação e adaptação aos novos fluxos de informação.
Neste contexto, a Assessoria Especializada de Informação e Comunicação (AEIC) propõe
um conjunto de atividades a seguir se destacam.
Atividades
Implementar uma infraestrutura tecnológica adaptada à nova realidade
organizacional da ARSC. Com a extinção das sub-regiões de saúde e a criação dos
ACeS, a AEIC necessita de responder e adaptar-se ao novo modelo organizacional,
o que implica uma nova reengenharia de processos e uniformização das TIC na
ARSC. Esta nova realidade implica a criação de uma infraestrutura capaz de
oferecer e uniformizar um conjunto de serviços, nomeadamente, a criação do
domínio único da ARSC, com a disponibilização de serviços de correio electrónico,
virtualização de servidores e postos de trabalho, acesso a internet, gestão
centralizada do parque de informática e helpdesk;
Normalização de procedimentos e circuitos internos de funcionamento nos ACeS;
Integração dos programas de rastreios a decorrer na ARSC com os sistemas
aplicacionais em exploração nos cuidados de saúde primários (CSP);
Utilização de ferramentas de Business Intelligence, nomeadamente SIARS e
SAMESTAT, tendo em vista a criação de indicadores que suportem o sistema de
apoio à decisão;
Implementar o sistema biométrico de controlo da assiduidade;
Alteração da largura de banda das unidades prestadoras de cuidados no acesso à
RIS, de modo a ultrapassar as dificuldades e constrangimentos de acesso aos
sistemas de informação.
Promover a melhoria de mecanismos de utilização das TIC com redução de custos
e potenciando a sua utilização para a mudança e modernização administrativa.
101
3. POLÍTICA DO MEDICAMENTO
Uma correta e adequada política de prescrição do medicamento e de MCDT é hoje
absolutamente crítica para a consolidação e sustentabilidade do SNS.
Neste pressuposto, devemos realçar o papel que, em 2012, deverão ter os presidentes dos
conselhos clínicos dos ACeS. Incumbe-lhes, em particular, a organização de reuniões e
debates clínicos em cada unidade funcional (designadamente, USF e UCSP), com vista à
divulgação e cumprimento das normas da DGS e à discussão das guidelines.
A finalidade destas iniciativas consiste na adoção de procedimentos uniformes baseados na
evidência científica e promotores da racionalidade nas prescrições (“dupla evidência”:
clínica/efetividade e eficiência/sustentabilidade).
Os serviços desconcentrados e as unidades prestadoras de cuidados de saúde deverão
garantir a informação periódica e individualizada aos médicos prescritores (informação de
retorno), através da recolha e tratamento dos dados do SIARS.
O aumento da quota de genéricos assume-se como um objetivo essencial tendo em vista o
controlo de custos do sector da saúde e a sustentabilidade do SNS e a adesão (financeira)
dos doentes à terapêutica instituída (efetividade clínica).
Nessa medida, os clínicos têm um papel fundamental na racionalização dos meios
(diagnósticos e terapêuticos) colocados ao dispor do SNS, mediante uma prescrição
criteriosa.
102
4. REFORMA DOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
A rede de cuidados de saúde primários dependentes da ARSC (ACeS) inclui,
presentemente, 14 ACeS para um total de 6 NUTS III correspondentes aos seus serviços
desconcentrados – conforme a Portaria nº 274/2009 de 18 de março. Verifica-se, pois, uma
“pulverização” das NUTS III, com a consequente “pulverização” de recursos humanos e
materiais – ao que acresce o presente contexto económico-financeiro.
A rede de serviços de saúde deverá ser encarada de uma forma sistémica, pelo que a
intervenção sobre a rede de cuidados de saúde primários, no que diz especificamente
respeito às unidades funcionais dos ACeS, não pode ser isolada dos restantes níveis de
cuidados – quer no que diz respeito à intervenção em si, quer no que diz respeito às suas
externalidades.
Só assim se pode maximizar a capacidade de resposta do sistema regional de serviços
como um todo. Tal pressupõe a assunção, inequívoca, pelo sistema de saúde regional do
papel dos cuidados primários de saúde enquanto pilar do sistema de saúde (cuidados
“primeiros” de saúde).
Os pressupostos que presidem à reforma dos cuidados de saúde primários são os
seguintes:
qualquer reforma do sistema público implica a mobilização de recursos do Estado
(i.e., dos contribuintes), pelo que a decisão deve ser fundamentada (baseada na
evidência);
o princípio da concentração de meios e de recursos como gerador de eficiência e
efetividade;
as orientações de organismos e instituições internacionais no sentido de ser
assegurada a eficiência do modelo de prestação de cuidados de saúde
protagonizado pelas USF;
a imprescindibilidade em otimizar o funcionamento do sistema de serviços de
saúde (“menos recursos, melhores resultados”), reduzindo os custos associados à
administração dos serviços e maximizando os recursos alocados à prestação de
cuidados de saúde.
103
As prioridades regionais em saúde, necessariamente alinhadas com as nacionais, incluem
no que diz respeito a este nível de cuidados e primariamente, a reorganização da rede de
cuidados primários de saúde (ACeS), tendo em vista a otimização dos recursos disponíveis
e da capacidade instalada (sustentabilidade do sistema regional de saúde) e,
secundariamente, a contenção de custos – no âmbito prescricional (política do
medicamento) e organizacional (rede de serviços de saúde).
Consistentemente com as prioridades da política de saúde nacional, decorrentes do acordo
de assistência financeira internacional, pretende-se um reforço do modelo USF (avaliação
em função do desempenho profissional e do impacte em saúde), mediante a criação de
novas USF e assegurando a viabilidade, eficiência e efetividade (impacte em saúde) das já
existentes.
Visando garantir a centralidade do cidadão no sistema de saúde, a capacidade de resposta
(quantitativa e qualitativa) e sustentabilidade financeira, preconiza-se o redirecionamento
dos cuidados de saúde “a montante” (proteção da saúde).
A nível local, esse papel incumbe às unidades funcionais dos ACeS (USP, UCC e URAP,
além das unidades prestadoras de cuidados diretos e personalizados) que executarão a
estratégia regional (coordenada, operacionalmente, pelo Departamento de Saúde Pública e
Planeamento) de capacitação e literacia em saúde.
104
5. REFORMA DOS CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES
A reforma dos cuidados hospitalares inclui a criação dos centros hospitalares criados ao
abrigo do Decreto-Lei nº 30/2011 de 2 de março (Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra EPE, Centro Hospitalar Tondela-Viseu EPE, Centro Hospitalar Leiria-Pombal EPE
e Centro Hospitalar do Baixo Vouga EPE) e a reavaliação da rede nacional de urgência e
emergência.
Os pressupostos da concentração hospitalar incluem a otimização e racionalização de
meios (eficiência) e a “escala” (dimensão da produção), indispensável à qualidade dos
cuidados.
Relativamente à ARSC, considera-se prioritário o acompanhamento dos centros
hospitalares em apreço, bem como a promoção da redução de custos no âmbito
prescricional (nomeadamente, no que diz respeito ao medicamento).
Nessa medida, serão constituídos grupos de trabalho hospitalares que, em adição aos
departamentos centrais relevantes (caso da Contratualização e Gestão Financeira), visam
auxiliar a tomada de decisão e assegurar o acompanhamento e apoio do processo de
reorganização da rede hospitalar da Região.
6. REFORMA DOS CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS
O alargamento da rede de cuidados continuados integrados levará em consideração a
sustentabilidade financeira e as necessidades nas várias tipologias de cuidados
continuados.
Nessa medida, os recursos existentes (capacidade instalada) e disponíveis serão ajustados
às reais necessidades em serviços (no âmbito dos cuidados continuados), tendo em vista a
perspetiva sistémica do continuum de cuidados e dos cuidados transicionais.
ANEXOS
106
A. QUADRO DE AVALIAÇÃO E RESPONSABILIZAÇÃO
O QUAR integra a definição de objetivos estratégicos, operacionais e respectivas metas de concretização, tais
como as fontes de verificação do grau de progresso dos objectivos operacionais, em conformidade com os
instrumentos previamente estabelecidos. Nessa medida, a ARSC compromete-se com os objetivos para o ano
de 2012 constantes dos quadros em anexo.
OE 5: Melhorar a qualidade de gestão da ARSC promovendo uma política de contenção de custos, otimização de recursos e
modernização administrativa
ANO: 2012
Ministério da Saúde
NOME DO ORGANISMO Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC)
MISSÃO DO ORGANISMO Garantir à população da sua área geográfica de intervenção o acesso à prestação de cuidados de
saúde de qualidade, adequando os recursos disponíveis às necessidades em saúde e cumprir e fazer cumprir o Plano Nacional de
Saúde (PNS) na Região de Saúde do Centro.
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
DESIGNAÇÃO
OE 1: Melhorar a acessibilidade das populações aos cuidados de saúde
OE 2: Implementar na região os programas prioritários do PNS 2011-2016
OE 3: Incrementar a prevenção e controlo da doença crónica
OE 4: Incrementar a saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
1 Nº de USF's e UCSP's em funcionamento na região 27 81 95 104 2 108 40%
2 ACES's com USF em funcionamento na região 7 11 12 13 0 14 30%
3Validação dos regulamentos internos dos ACES e sua
aprovação pelo Conselho Diretivo (meses)na na na 11 0 10 30%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
4 Nº de utentes sem médico de família na região 69.910 136.200 176.000 176.000 3.000 172.000 100%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
5Percentagem de USF's e UCSP's que aplicam o
programa de hipocoagulaçãona 80% 5% 90% 60%
6Percentagem de diabéticos vigiados em CSP com um
valor de Hb1c ≤ 6,5 na 50% 2% 55% 40%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
7Percentagem de cirurgias em ambulatório,
relativamente ao total de cirurgias programadas45% 49% 49% 49% 1% 51% 50%
8
Percentagem de primeiras consultas médicas
hospitalares, relativamente ao total de consultas
hospitalares
30% 31% 29% 30% 1% 32% 50%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
9Proporção de profissionais de saúde que obtiveram
formação na respetiva área profissionalnd nd 32% 33% 1% 35% 100%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
10Taxa de participação dos médicos na formação de
formadores na fase experimentalnd nd nd 90% 5% 100% 40%
11 Início da fase experimental do SICO (meses) nd nd nd 11 1 9 60%
OOp4: Manter a capacidade de oferta em resposta hospitalar programada (OE1)
OBJETIVOS OPERACIONAIS
INDICADORES
INDICADORES
INDICADOR
OOp2: Assegurar cobertura por Médico de Familia a pelo menos 91% dos utentes inscritos (OE 1)
OOp3: Promover a vigilância e controlo das doenças cardiovasculares na população da região (OE 2)
OOp1: Implementação da nova organização dos cuidados de saúde primários (DL 28/2008) através da entrada em funcionamento dos ACES e
suas Unidades Funcionais (OE 1)
OOp6: Preparar o Sistema de Informação do Certificado de Óbito (SICO) em modo de produção (OE 5)
INDICADORES
OOp5: Promover a formação profissional dos trabalhadores da ARSC (OE 5)
INDICADOR
INDICADORES
EFICÁCIA
107
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
12Nº de camas disponíveis em RCCI a 31-12-2012
(convalescença, média e longa duração)1.120 1.290 1.562 1.653 20 1.675 50%
13 Taxa média de ocupação das camas em CCI 90% 91% 91% 91% 1% 93% 50%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
14Percentagem de mulheres em idade elegível que
realizam rastreio do cancro do colo do útero57% 54% 57% 57% 1% 59% 10%
15Percentagem de unidades de saúde da região com
programa de rastreio do cancro do colo do útero100% 100% 100% 100% 100% 40%
16Percentagem de mulheres em idade elegível que
realizam rastreio do cancro da mama66% 67% 67% 67% 1% 69% 10%
17Percentagem de unidades de saúde da região com
programa de rastreio do cancro da mama100% 100% 100% 100% 100% 40%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
18Percentagem da taxa de cobrança de taxas
moderadoras devidas nas unidades de saúdena 85% 5% 92% 40%
19Redução em 8% dos custos e perdas através da melhoria
da monitorização, controlo interno e riscos orçamentais 100% 92% 2% 89% 40%
20 Redução em 20% da despesa com horas extraordinárias 100% 80% 2% 77% 20%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
21Redução do custo de transportes com doentes em um
terço da faturação verificada em 2010na 100% 65% 57% 5% 66% 100%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
22Implementação de sistema biométrico de controlo de
assiduidade na na 7,5% 70% 5% 76% 25%
23Assegurar a revisão e atualização do cabaz das
unidades da ARSC na na na 85% 2% 88% 25%
24Promover a regularização material e registral dos
imóveis, propriedade desta instituição (meses)na na na 11 0 9 25%
25Implementação de sistema de monitorização das
necessidades em recursos humanos (meses)na na na 10 0 9 25%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
26
Percentagem de embalagens de medicamentos
genéricos vendidas relativamente ao total de
embalagens receitadas
17% 22% 26% 31% 2% 35% 100%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
27N.º de meios integrados, de novo, em Serviços de
Urgênciand nd nd 5 1 8 100%
OOp9: Promoção de política rigorosa de contabilidade e cobrança de receitas (OE 5)
INDICADORES
EFICIÊNCIA
OOp7: Otimização dos recursos humanos e materiais nos cuidados de saúde em RCCI, incrementando a utilização custo-efetiva (OE3)
INDICADORES
OOp8: Implementação de política de prevenção secundária da doença oncológica, incrementando a utilização custo-efetiva (OE 2)
INDICADORES
OOp11: Melhorar a política de gestão de recursos humanos e materiais na ARSC (OE 5)
INDICADOR
OOp13: Estabelecimento de novas parcerias com o INEM para gestão otimizada de recursos (OE 5)
INDICADORES
OOp12: Aumentar a utilização de medicamentos genéricos na região (OE 5)
INDICADOR
OOp10: Implementação do sistema de gestão de custo de transportes na ARSC (OE 5)
INDICADOR
108
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
28Taxa de cobertura em saúde materna nos centros de
saúde da região61% 61% 61% 62% 1% 64% 60%
29Taxa de cobertura em saúde infantil (1º ano de vida) nos
centros de saúde da região78% 77% 77% 78% 1% 80% 25%
30Precocidade da primeira consulta de saúde infantil (<28
dias)68% 70% 71% 72% 1% 74% 15%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
31% de mulheres a quem é disponibilizada contraceção de
longa duração após IG, no SNSnd nd nd 20% 10% 35% 30%
32% de ACES que disponibilizam contraceção de
emergênciand 75% 77% 85% 10% 100% 30%
33% de Hospitais EPE que têm consulta específica de PF
para adolescentesnd 60% 60% 60% 5% 70% 40%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
34 Nº de ACES's em programa de rastreio CCR 6 6 8 9 10 100%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
35Realização de inquérito de satisfação aos utentes em
Cuidados de Saúde Primários (meses)na na 11 0 9 100%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
36Taxa de cobertura vacinal BCG, VHB, DTPa, VIP, Hib, e
MenC aos 2 anos de idade97% 97% 97% 96% 1% 98% 25%
37Taxa de cobertura vacinal de VASPR1 aos 2 anos de
idade97% 97% 97% 96% 1% 98% 25%
38Taxa de cobertura vacinal DTPa e VIP aos 7 anos de
idade97% 97% 97% 96% 1% 98% 25%
39Taxa de cobertura vacinal de VASPR2 aos 7 anos de
idade97% 97% 97% 96% 1% 98% 25%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
40 Taxa de cobertura vacinal em idosos institucionalizados 76% 81% 81% 82% 2% 86% 100%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
41 Nº de unidades de saúde mental comunitária na região 0 1 2 3 1 5 100%
2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso
42 Nº de crianças observadas em pelo menos 5 ACES na na na 750 0 1.200 100%
OOp18: Promover a aplicação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) garantindo o controlo ou eliminação das doenças alvo da vacinação
(OE 4)
INDICADORES
OOp20: Implementação de Unidades de Saúde Mental Comunitária (OE 3)
INDICADOR
OOp14: Promoção de uma política de vigilância em saúde materno-infantil e de adolescentes (OE 4)
INDICADORES
OOp19: Promover a vacinação contra a gripe sazonal (OE 3)
INDICADOR
QUALIDADE
OOp15: Promoção de acesso a consultas de Planeamento Familiar (OE 4)
INDICADORES
OOp16: Implementar o rastreio do cancro do colon e reto (CCR) em 80% dos ACES's para cidadãos dos 50 aos 70 anos de idade (OE 3)
INDICADOR
OOp17: Avaliar o grau de satisfação dos utentes com os serviços de CSP (OE 5)
INDICADOR
OOp21:Auditar o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (OE 5)
INDICADOR
109
TAXA DE REALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS
PLANEADO %
45,0
25
15
20
20
10
10
30,0
20
20
15
10
10
20
5
25,0
20
15
10
15
15
5
15
5
QUALIDADE
OOp4: Manter a capacidade de oferta em resposta hospitalar programada (OE1)
OOp3: Promover a vigilância e controlo das doenças cardiovasculares na população da região (OE 2)
OOp2: Assegurar cobertura por Médico de Familia a pelo menos 91% dos utentes inscritos (OE 1)
OOp1: Implementação da nova organização dos cuidados de saúde primários (DL 28/2008) através da entrada em funcionamento dos ACES e suas
Unidades Funcionais (OE 1)
OOp7: Otimização dos recursos humanos e materiais nos cuidados de saúde em RCCI, incrementando a utilização custo-efetiva (OE3)
OOp8: Implementação de política de prevenção secundária da doença oncológica, incrementando a utilização custo-efetiva (OE 2)
OOp9: Promoção de política rigorosa de contabilidade e cobrança de receitas (OE 5)
OOp12: Aumentar a utilização de medicamentos genéricos na região (OE 5)
EFICIÊNCIA
OOp15: Promoção de acesso a consultas de planeamento familiar (OE 4)
OOP20 Implementação de unidades de Saúde Mental comunitárias (OE3)
OOp21: Auditar o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral(OE 1)
EFICÁCIA
OOp6: Preparar o Sistema de Informação do Certificado de Óbito(SICO) em modo de produção (OE 5)
OOp11: Melhorar a política de gestão de recursos humanos e materiais na ARSC (OE 5)
OOp16: Implementar o rastreio do cancro do colon e reto (CCR) em 80% dos ACES's para cidadãos dos 50 aos 70 anos de idade (OE 3)
OOp17: Avaliar o grau de satisfação dos utentes com os serviços de CSP (OE 5)
OOp18: Promover a aplicação do PNV garantindo o controlo ou eliminação de doenças alvo da vacinação (OE 4)
OOp5 Promover a formação profissional dos trabalhadores da ARSC (OE5)
OOp 13 Estabelecimento de novas parcerias com o INEM para gestão otimizada de recursos
OOP10 Implementação de sistema de gestão de custos de transportes na ARSC(OE5)
OOP19 Promover a vacinação contra a gripe sazonal (OE1)
OOP14 Promoção de uma política de vigilância em saude materno-infantil e de adolescentes
PONTUAÇÃO PLANEADOS
20 360
16 128
12 13.692
12 13.716
12 1.440
12 2.448
8 8.504
5 3.585
43.873
31-12-2011 31-12-2012
4.414
ORÇAMENTO
586.475.806
177.004.943
389.085.352
20.385.511
4.689.455
0
591.165.261
TOTAL
Nº de efetivos a exercer funções
RECURSOS FINANCEIROS - 2012 (Euros)
DESIGNAÇÃO
Técnicos Superiores (inclui Especialistas de Informática)
Assistentes Técnicos
Dirigentes - Direção Superior
Dirigentes - Direção Intermédia (1ª e 2ª) e Chefes de Equipa
Médicos
Outros
TOTAL (OF+PIDDAC+Outros)
Orçamento de Funcionamento
Despesas com Pessoal
Técnicos Superiores de Saúde diagnóstico e terapeútica
Nº de Efetivos no Organismo
Assistentes Operacionais
Outros
Aquisições de Bens e Serviços
Outras Despesas Correntes
PIDDAC
Enfermeiros
RECURSOS HUMANOS - 2012
DESIGNAÇÃO