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1 PLANO DE AÇÃO 2012 março de 2012

PLANO ACAO 2012

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PLANO DE AÇÃO

2012

março de 2012

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Page 3: PLANO ACAO 2012

Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Centro, IP:

José Manuel Azenha Tereso (Presidente)

Fernando José Ramos Lopes de Almeida (Vogal)

Luís Manuel Militão Mendes Cabral (Vogal)

Coordenação da edição:

António Morais

Lúcio Meneses de Almeida

Sandra Lourenço

Lígia Carvalho

José Coimbra

Com a prestimosa colaboração dos diretores de departamento

e responsáveis regionais pelos programas de saúde

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Page 5: PLANO ACAO 2012

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ÍNDICE

Índice .............................................................................................................................................. 1

Chave de siglas e abreviaturas ........................................................................................................ 3

Preâmbulo ....................................................................................................................................... 5

I. Administração Regional de Saúde do Centro, IP ................................................................... 7

1.Missão e valores ........................................................................................................................ 8

2. Objetivos Estratégicos ............................................................................................................... 9

3. Estrutura Organizacional...........................................................................................................11

3.1 Departamento de Saúde Pública e Planeamento ..........................................................12

3.2 Departamento de Contratualização ...............................................................................14

3.3 Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral ........................16

3.4 Departamento de Instalações e Equipamentos .............................................................17

3.5 Departamento de Gestão Financeira ............................................................................18

II. Perfil de Saúde ........................................................................................................................20

1. Indicadores de Saúde ...............................................................................................................21

2. Cuidados de Saúde Primários ...................................................................................................22

2.1 Rede de cuidados de saúde .........................................................................................22

2.2 Utentes inscritos e utilizadores .....................................................................................23

2.3 Indicadores de desempenho .........................................................................................25

III. Áreas de Intervenção em Saúde ............................................................................................38

1. Doenças de Evolução Prolongada ............................................................................................39

1.1 Doenças Cardiovasculares ...........................................................................................39

1.2 Programa de Prevenção e Controlo da Diabetes ..........................................................41

1.3 Doenças Oncológicas ...................................................................................................46

1.3.1 Programa de Prevenção Primária da Doença Oncológica .....................................46

1.3.2 Programa de rastreio do Cancro da Mama ............................................................46

1.3.3 Programa de rastreio do Cancro do Colo do útero ................................................47

1.3.4 Programa de rastreio do Cancro do Cólon e Recto ...............................................49

1.3.5 Rede de Referenciação Oncológica Regional .......................................................50

1.4 Doenças Respiratórias .................................................................................................51

2. Necessidades Específicas em Saúde .......................................................................................52

2.1 Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) .....................................52

2.2 Saúde da Mulher, Criança e Adolescente .....................................................................53

2.3 Saúde Mental ...............................................................................................................54

Page 6: PLANO ACAO 2012

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3. Intervenção Sobre os Determinantes de Saúde ........................................................................ 57

3.1 Capacitação e Literacia em Saúde ............................................................................... 57

3.2 Promoção da Saúde em Meio Escolar .......................................................................... 59

3.3 Saúde Oral ................................................................................................................... 61

3.4 Saúde Ocupacional ...................................................................................................... 63

3.5 Saúde Ambiental .......................................................................................................... 65

3.6 Comportamentos Aditivos: Problemas Ligados ao Álcool (PLA) .................................... 67

3.7 Tabagismo ................................................................................................................... 71

3.7.1 Projeto Escolas Livres de Fumo............................................................................ 72

3.8 Programa de Alimentação Saudável ............................................................................. 74

4. Vigilância Epidemiológica ......................................................................................................... 79

4.1 Programa de Prevenção e Luta Contra a Tuberculose .................................................. 79

4.2 Plano Regional de Prevenção e Controlo da Infeção VIH/SIDA .................................... 82

4.3 Infeção Associada aos Cuidados de Saúde .................................................................. 86

4.3.1 Rede de Notificação de Microorganismos Multirresistentes ................................... 87

4.3.2 Recomendações/orientações de boas práticas para a uniformização da utilização

de antissético e desinfetantes nas Unidades de CSP e de CCI ...................................... 88

4.3.3 Formação Contínua .............................................................................................. 89

4.4 Programa Nacional de Vacinação ................................................................................. 90

IV. Processos e Instrumentos de Governação ........................................................................... 95

1. Ordenamento Organizacional ................................................................................................... 96

2. Tecnologias de Informação e Comunicação............................................................................ 100

3. Política do Medicamento......................................................................................................... 101

4. Reforma dos Cuidados de Saúde Primários............................................................................ 102

5. Reforma dos Cuidados de Saúde Hospitalares ....................................................................... 104

6. Reforma dos Cuidados Continuados Integrados ..................................................................... 104

ANEXOS ...................................................................................................................................... 105

A. Quadro de Avaliação e Responsabilização ............................................................................. 106

Page 7: PLANO ACAO 2012

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CHAVE DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ACeS Agrupamentos de Centros de Saúde

ACS Alto Comissariado da Saúde

ACSS Administração Central do Sistema de Saúde IP

ARSC Administração Regional de Saúde do Centro IP

ARS LVT Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo IP

ARSN Administração Regional de Saúde do Norte IP

AVC Acidente vascular cerebral

CDP Centro de Diagnóstico Pneumológico

CH Centro Hospitalar

CHPC Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra

CMR Centro de Medicina e Reabilitação

CRI Centros de Resposta Integrada do IDT

CSP Cuidados de Saúde Primários

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

DDO Doenças de declaração obrigatória

DERHAG Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral

DIE Departamento de Instalações e Equipamentos

DGF Departamento de Gestão Financeira

DGS Direcção-Geral da Saúde

DSPP Departamento de Saúde Pública e Planeamento

EPE Entidades Públicas Empresariais

ET Equipas de tratamento

GDH Grupos de diagnóstico homogéneo

hab Habitantes

HTA Hipertensão arterial

IDT Instituto da Droga e da Toxicodependência, IP

IMC Índice de Massa Corporal

INE Instituto Nacional de Estatística

INEM Instituto Nacional de Emergência Médica IP

INS Inquérito Nacional de Saúde

IPO Instituto Português de Oncologia

LIC Lista de Espera Cirúrgica

LINCE Lista de Espera para Consultas Externas

MCDT Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica

MGF Medicina Geral e Familiar

NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais

OMS Organização Mundial de Saúde

PF Planeamento Familiar

PHEPA Primary Health Care European Project on Alcohol

PIDDAC Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central

PLA Problemas ligados ao álcool

PNS Plano Nacional de Saúde

PNSE Programa Nacional de Saúde Escolar

PNSO Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral

PNV Plano Nacional de Vacinação

QUAR Quadro de Avaliação e Responsabilização

RCCR Programa de rastreio do cancro do cólon e reto

RCCU Programa de rastreio do cancro do colo do útero

RCM Programa de rastreio do cancro da mama

RNCCI Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

Page 8: PLANO ACAO 2012

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SAP Serviço de Atendimento Permanente

SIGIC Sistema Integrado de Gestão de Inscrito para Cirurgia

SM Saúde Materna

SNS Sistema Nacional de Saúde

SPA Sector Público Administrativo

TM Tumores malignos

UAG Unidade de Apoio à Gestão

UCC Unidade de Cuidados na Comunidade

UCCI Unidades de Cuidados Continuados Integrados

UCSP Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados

ULS Unidade Local de Saúde

URAP Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados

USF Unidade de Saúde Familiar

USP Unidade de Saúde Pública

Page 9: PLANO ACAO 2012

5

PREÂMBULO

O presente documento pretende definir as principais linhas orientadoras da atividade dos serviços

dependentes e desconcentrados da Administração Regional de Saúde do Centro IP. Tais linhas

orientadoras (ou “eixos estratégicos”) assentam nas prioridades nacionais, ajustadas às

necessidades regionais.

O Plano Nacional de Saúde 2011-2016 (PNS) definiu os seguintes eixos estratégicos:

Cidadania em saúde

Equidade e acesso a cuidados de saúde

Qualidade e saúde

Políticas saudáveis

A finalidade do PNS consiste em maximizar os ganhos em saúde, através do alinhamento e

integração de esforços de todos os setores da sociedade, de acordo com os seguintes “objetivos

estratégicos”, consistentes com o programa do XIX Governo Constitucional: promover a saúde no

ciclo de vida; prevenir a doença e assegurar o tratamento e a reabilitação e integração dos cuidados;

reforçar o suporte social na saúde e na doença; reforçar o papel de Portugal na Saúde Global.

Foram considerados os seguintes programas nacionais (i.e., comuns a todas as regiões de Saúde):

• Doenças cardiovasculares

• Doenças oncológicas

• Saúde mental

• Prevenção e controlo da diabetes

• VIH/SIDA

• Doenças respiratórias

• Alimentação

• Acidentes

A execução, destes programas, nas diversas regiões de saúde pressupõe a sua operacionalização

loco-regional e o desenho de indicadores fiáveis, facilmente mensuráveis e ajustados aos objetivos

operacionais (metas) previamente determinados.

O programa do XIX Governo Constitucional identifica os seguintes objetivos estratégicos nacionais

(política de saúde):

Continuar a melhorar a qualidade e o acesso efetivo dos cidadãos aos cuidados de saúde,

quer ao nível da organização dos serviços, quer ao nível da prestação dos cuidados;

Garantir a sustentabilidade económica e financeira do SNS;

Fomentar um maior protagonismo dos cidadãos na utilização (procura de cuidados) e na

gestão ativa do sistema – cidadão como protagonista ativo no exercício do seu direito a

cuidados de saúde de qualidade;

Aprofundar a cooperação no domínio da saúde, no âmbito do espaço lusófono.

Dentre as prioridades do sistema de saúde nacional, decorrentes dos compromissos

internacionalmente assumidos, incluem-se a criação de mais unidades de saúde familiar, bem como o

reforço da articulação cuidados primários-cuidados hospitalares mediante a integração de serviços.

Relativamente às prioridades regionais em saúde, necessariamente alinhadas com as nacionais, são

as seguintes:

Page 10: PLANO ACAO 2012

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Reorganização da rede de cuidados primários de saúde (ACeS), tendo em vista a

otimização dos recursos disponíveis e da capacidade instalada (sustentabilidade do sistema);

Contenção de custos no âmbito prescricional (política do medicamento) e organizacional

(rede de serviços de saúde);

Acompanhamento e apoio aos centros hospitalares criados ao abrigo do Decreto-Lei

nº 30/2011 de 2 de março (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar

Tondela-Viseu, Centro Hospitalar Leiria-Pombal e Centro Hospitalar do Baixo Vouga);

Reforço do modelo USF, mediante a criação de novas unidades funcionais e assegurando a

viabilidade, eficiência e efetividade das já existentes;

Redirecionamento dos cuidados de saúde “a montante” (proteção da saúde) e gestão

integrada dos programas regionais de saúde pelo Departamento de Saúde Pública.

Cabe aos grupos de trabalho sectoriais, constituídos e a constituir, dotar o Conselho Diretivo da

evidência necessária à tomada fundamentada de decisão – sem prejuízo do seu caráter supletivo e

circunstancial em relação aos departamentos e serviços centrais da ARSC e outras estruturas

centrais de apoio à decisão.

A monitorização e avaliação dos programas regionais de saúde competem aos serviços operativos de

saúde pública da Região (Departamento de Saúde Pública e Unidades de Saúde Pública), nos

respetivos níveis de intervenção. Cabe aos diretores executivos dos ACeS e aos presidentes dos

conselhos de administração das ULS assegurar os meios indispensáveis à implementação local dos

programas regionais de saúde.

O contexto económico-financeiro nacional exige uma alocação particularmente rigorosa dos recursos

disponíveis, nos termos do acordo internacional firmado pelo nosso País. Tal não implica, bem pelo

contrário, uma menor qualidade dos cuidados prestados, mas antes uma prática, porventura mais

criteriosa, porque baseada não só em critérios de evidência clínica (eficácia) mas também de

“evidência de eficiência” (sustentabilidade).

O desafio consiste em fazer mais e melhor com menos recursos. Todos – dirigentes e profissionais de

saúde, mas também utentes – somos imprescindíveis para o sucesso de um desafio que, mais do

que garantir a sustentabilidade do SNS irá assegurar, às gerações vindouras, a satisfação das suas

reais necessidades em saúde e em serviços de saúde.

Termino com uma palavra de apreço e reconhecimento a todos os profissionais deste instituto público

(serviços centrais, serviços desconcentrados e serviços dependentes), mas também aos restantes

profissionais de saúde da Região (unidades locais de saúde e hospitais) que, através da sua

dedicação, competência e empenho permitiram que a Região Centro exiba dos melhores indicadores

de saúde a nível nacional.

A todos, muito obrigado e “mãos à obra”!

O Presidente do Conselho Diretivo

José Manuel Azenha Tereso

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I. ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO CENTRO, IP

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1.MISSÃO E VALORES

Conforme o disposto no Decreto-Lei nº 22/2012 de 30 de janeiro, a missão da Administração

Regional de Saúde do Centro IP (ARSC) consiste em “garantir à população da respectiva

área geográfica de intervenção o acesso à prestação de cuidados de saúde, adequando os

recursos disponíveis às necessidades e cumprir e fazer cumprir políticas e programas de

saúde na sua área de intervenção”.

Nesse âmbito, a ARSC pretende ser reconhecida como uma organização que adota a

seguinte Missão, Visão e Valores:

Missão

•Garantir o acesso à prestação de cuidados de saúde de qualidade às populações do seu âmbito jurisdicional territorial

Visão

•Uma administração regional de saúde centrada nas reais necessidades de saúde dos cidadãos e concorrendo para a sustentabilidade do SNS

Valores

•Sustentabilidade do sistema regional de saúde (dupla evidência de efetividade e de eficiência dos cuidados)

•Integração dos cuidados (geradora de eficiência e de qualidade)

•Qualidade (incluindo na perspetiva do utente – qualidade percecionada ou satisfação do utente)

•Prestação de contas (accountability)

•Equidade (no acesso à prestação de cuidados de saúde: maiores necessidades mais cuidados)

•Participação do utente (nas decisões que afetam a sua saúde – literacia em saúde – e nas decisões que afetam a saúde de todos – cidadania em saúde)

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2. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Os eixos estratégicos da ARSC decorrem das prioridades em saúde do Programa do XIX

Governo Constitucional e do PNS e do seu Quadro de Avaliação e Responsabilização para

2012, tendo em consideração o contexto económico-financeiro nacional de redução de

custos associados à prestação de cuidados de saúde (memorando de entendimento).

A extinção do Instituto da Droga e da Toxicodependência IP e a sua integração - nos termos

do disposto na alínea c)do artigo 23º do Decreto-Lei nº 124/2011 de 29 de dezembro - nas

respetivas ARS implica um desafio organizacional e no âmbito do sistema de saúde

regional.

Assim, definem-se os seguintes objetivos “macro” ou organizacionais, em alinhamento com

os objetivos da política de saúde nacional:

1. Otimizar os recursos disponíveis e a capacidade instalada, mediante a reorganização

da rede de cuidados de saúde primários (serviços desconcentrados/ACeS e

unidades integrantes dos ACeS);

2. Reduzir os custos associados à prestação de cuidados, mediante a integração

efetiva dos diversos níveis de cuidados de saúde e a implementação regional da

política do medicamento;

3. Assegurar o acompanhamento e apoio técnico aos centros hospitalares criados ao

abrigo do Decreto-Lei nº 30/2011 de 2 de março;

4. Redirecionar os cuidados “a montante”, reforçando as intervenções e atividades de

proteção da saúde e dotando o cidadão-utente dos instrumentos para uma

participação efetiva no sistema de serviços de saúde;

5. Enfocar as intervenções em saúde (de âmbito individual e populacional) nos ganhos

em saúde, mediante a sua monitorização e avaliação sistemática;

6. Promover a criação de unidades de saúde familiar, garantindo a viabilidade das já

constituídas e assegurando a eficiência e efetividade deste modelo gestionário;

7. Reforçar a contratualização enquanto instrumento de satisfação de necessidades

reais em cuidados médicos e de saúde;

8. Promover a prestação de cuidados hospitalares no âmbito da rede de cuidados de

saúde primários, mediante a elaboração de protocolos e a agilização de circuitos de

gestão de doentes;

9. Ajustar os departamentos e serviços centrais da ARSC à nova estrutura orgânica,

garantindo os recursos humanos e materiais necessários à prossecução das suas

atividades;

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10

10. Assegurar a efetiva integração dos serviços do extinto IDT na ARSC, garantindo a

prossecução das suas atribuições no seio deste instituto público;

11. Desenvolver os canais de comunicação interna e externa, tendo em vista a

criação/consolidação identitária da ARSC perante os parceiros externos e a

promoção do “espírito de corpo” entre os seus profissionais.

A ARSC define como vetores estratégicos o capital humano, a criação de valor e a

centralidade no cidadão.

• Responsabilização dos dirigentes

• Equipas setoriais multidisciplinares para auxílio à tomada de decisão

• Política de comunicação interna e externa

Capital humano

• Sustentabilidade

• Efetividade

• Redirecionamento dos cuidados a montante (proteção da saúde)

Criação de valor

• Avaliação das necessidades em saúde

• Garantia do acesso à prestação de cuidados

• Participação do cidadão (literacia e cidadania em saúde) Centralidade no

cidadão

Page 15: PLANO ACAO 2012

11

3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A estrutura organizacional interna da ARSC, conforme estabelecido nos seus estatutos

(aprovados pela Portaria nº 650/2007 de 30 de maio), contempla 5 departamentos (Saúde

Pública e Planeamento; Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral;

Contratualização; Gestão Financeira; Instalações e Equipamentos) e 1 gabinete (Gabinete

Jurídico e do Cidadão). A organização interna compreende ainda 2 unidades orgânicas

(Unidade de Planeamento, integrada no Departamento de Saúde Pública e Planeamento;

Unidade de Administração Geral, integrada no Departamento de Estudos, Recursos

Humanos e Administração Geral), 4 assessorias especializadas e 1 gabinete de apoio

(Figura 1).

Figura 1 – Organograma da ARSC

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3.1 DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA E PLANEAMENTO

Enquadramento

O Departamento de Saúde Pública e Planeamento (DSPP), serviço operativo de saúde

pública de âmbito regional, tem como missão dotar o Conselho Diretivo da ARSC da

evidência em Saúde Pública e em Planeamento em Saúde necessária à tomada de decisão.

Dentre as atribuições do DSPP, destacam-se a caraterização e monitorização do estado de

saúde da população e identificação de necessidades em saúde, a avaliação do impacte das

intervenções em saúde e a elaboração da proposta do Plano Regional de Saúde.

Acresce assegurar o funcionamento da rede de laboratórios de saúde pública da ARSC

(Aveiro, Coimbra, Leiria e Viseu), nos termos dos Estatutos deste instituto público.

Do ponto de vista funcional, o DSPP é constituído organicamente pela Unidade de

Planeamento, encontrando-se organizado nas seguintes áreas funcionais:

Planeamento em saúde (correspondente à Unidade de Planeamento);

Vigilância em saúde pública e investigação epidemiológica;

Saúde ambiental;

Promoção da saúde;

Programas e projetos específicos;

Autoridade de saúde (apoio à rede de autoridades de saúde da ARSC);

Laboratórios de saúde pública.

Nos termos da legislação em vigor, o Diretor do DSPP exerce, por inerência, o cargo de

Delegado de Saúde Regional sendo coadjuvado, nessas funções, por um Delegado de

Saúde Regional Adjunto.

O DSPP dispõe de regulamento próprio, homologado pelo Conselho Diretivo da ARSC em

31/12/2009.

Page 17: PLANO ACAO 2012

13

Objetivos específicos

Os objetivos para 2012 dividem-se em objectivos genéricos (decorrentes da sua missão

estatutária) e em objetivos específicos (decorrentes de necessidades identificadas para o

presente ano).

Relativamente aos objectivos genéricos, temos:

Dotar o Conselho Diretivo da evidência em saúde pública e em planeamento em

saúde necessária à tomada de decisão;

Apoiar tecnicamente as autoridades de saúde de âmbito municipal e as unidades de

saúde pública;

Apoiar os restantes departamentos e unidades da ARSC em matérias relacionadas

com a saúde pública e com o planeamento em saúde.

No que diz respeito aos objetivos específicos para 2012, destacam-se os seguintes:

Consolidação da rede de serviços operativos de saúde pública de âmbito regional,

constituída ao abrigo da reorganização dos cuidados de saúde primários (unidades de

saúde pública);

Reorganização funcional da rede de laboratórios de saúde pública da ARSC

(acreditação).

Page 18: PLANO ACAO 2012

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3.2 DEPARTAMENTO DE CONTRATUALIZAÇÃO

Enquadramento

O Departamento de Contratualização (DC) é um departamento da ARSC organizado nas

áreas funcionais dos cuidados primários, cuidados diferenciados (hospitalares) e cuidados

continuados. São atribuições específicas deste departamento central da ARSC:

Estabelecer e acompanhar as relações contratuais com entidades prestadoras de

cuidados de saúde do sector público, social e privado, adequando os recursos

disponíveis às necessidades da população;

Propor a afetação de recursos financeiros às instituições e serviços prestadores de

cuidados de saúde integrados ou financiados pelo SNS;

Propor a afetação de recursos financeiros mediante a celebração,

acompanhamento e revisão de contratos, no âmbito dos cuidados continuados

integrados;

Propor e participar na realização de auditorias.

À área funcional dos Cuidados Primários compete:

Acompanhar o processo de negociação dos contratos-programa com os

agrupamentos de centros de saúde;

Proceder ao acompanhamento e monitorização da atividade contratada, recolhendo

a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios.

À área funcional dos Cuidados Hospitalares compete:

Acompanhar o processo de negociação dos contratos-programa com instituições

hospitalares;

Proceder ao acompanhamento e monitorização da atividade contratada, recolhendo

a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios;

Gerir o programa relativo ao Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para

Cirurgia;

Gerir o programa relativo à Consulta a Tempo e Horas.

À área funcional dos Cuidados Continuados compete:

Elaborar os contratos para implementação e funcionamento das unidades e equipas

que integram a rede de cuidados continuados;

Proceder à referenciação dos utentes para as unidades de cuidados continuados;

Proceder ao acompanhamento e monitorização da atividade contratada, recolhendo

a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios.

Page 19: PLANO ACAO 2012

15

Objetivos específicos

As atividades a desenvolver em 2012 incluem, na área hospitalar:

Analisar a produção proposta para o contrato do ano seguinte;

Preparar os outputs para as reuniões de contratualização;

Definir e negociar os objectivos;

Definir os critérios para atribuição das verbas dos incentivos;

Avaliar o cumprimento dos objetivos de qualidade e eficiência;

Analisar a produção contida nas bases de dados dos Grupos de Diagnóstico

Homogéneos Hospitalares (GDH) e remeter às unidades hospitalares o

correspondente relatório;

Assegurar a resposta, temporalmente oportuna, às questões colocadas pelos

hospitais e pela Tutela.

No que diz respeito à área dos cuidados de saúde primários, pretende-se apoiar a ARSC no

processo de contratualização interna com os ACeS, sendo certo que na área dos cuidados

continuados o objetivo fundamental consiste em consolidar a rede, mediante a

contratualização externa.

Page 20: PLANO ACAO 2012

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3.3 DEPARTAMENTO DE ESTUDOS, RECURSOS HUMANOS E ADMINISTRAÇÃO GERAL

Enquadramento

O Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral (DERHAG) é um

departamento central da ARSC que integra, no seu seio, a Unidade de Administração Geral.

Do ponto de vista funcional, este departamento encontra-se organizado nas seguintes

áreas:

Planeamento e gestão de recursos;

Formação/Documentação;

Licenciamentos;

Expediente e arquivo.

É estratégia fundamental deste instituto público – através do seu DERHAG - adequar os

recursos humanos disponíveis às necessidades de saúde e de serviços identificadas, tendo

por objetivo a sua satisfação e os consequentes ganhos em saúde.

Objetivos específicos

Os objetivos do DERHAG são “instrumentais” em relação aos objetivos gerais da ARSC.

Incluem a qualificação dos recursos humanos, através da execução de planos anuais de

formação e o apoio e articulação com relevantes entidades como as coordenações dos

internatos médicos e afins.

Page 21: PLANO ACAO 2012

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3.4 DEPARTAMENTO DE INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

Enquadramento

O Departamento de Instalações e Equipamentos (DIE) é um departamento central da ARSC

ao qual compete, especificamente, o seguinte:

Emitir pareceres necessários à escolha, aprovação, aquisição e expropriação de

terrenos e edifícios para a instalação de serviços de saúde;

Elaborar programas funcionais e planos diretores;

Elaborar projetos para a construção e readaptação de unidades prestadoras de

cuidados de saúde primários;

Elaborar cadernos de encargos para a adjudicação de empreitadas e fornecimento

de bens e serviços no âmbito das instalações e equipamentos;

Acompanhar e fiscalizar a execução de empreitadas;

Elaborar cadernos de encargos para adjudicação de assistência técnica e/ou de

manutenção das instalações e equipamentos das unidades de cuidados de saúde

primários;

Participar em vistorias às unidades privadas de saúde com internamento, para

efeitos de licenciamento;

Participar em vistorias às unidades prestadoras de cuidados de saúde primários

candidatas à integração na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

para verificação da sua conformidade aos requisitos técnicos exigidos;

Assegurar a atualização de uma base de dados relativa às instalações e

equipamentos dos serviços e instituições prestadoras de cuidados de saúde da

Região, monitorizando o respectivo estado de conservação.

Objetivos específicos

Regularização matricial e registral dos imóveis que são propriedade da instituição;

Promover o levantamento topográfico e a realização das plantas do parque

imobiliário (terrenos e edifícios) da ARSC;

Modernização da rede de centros de saúde, em parceria com as câmaras

municipais e juntas de freguesia, utilizando verbas provenientes de candidaturas ao

QREN, ao PIDDAC e recorrendo, sempre que possível e sustentável a médio

prazo, a auto financiamento.

Page 22: PLANO ACAO 2012

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3.5 DEPARTAMENTO DE GESTÃO FINANCEIRA

Enquadramento e objetivos

As competências do Departamento de Gestão Financeira (DGF) são as constantes do artigo

6º dos Estatutos da ARSC, anexos à Portaria nº 650/2007 de 30 de maio. Ao DGF compete,

designadamente:

Elaborar o orçamento de funcionamento da ARSC, acompanhar e controlar a

execução orçamental;

Elaborar o orçamento de investimento da região e acompanhar a sua execução;

Promover a constituição de fundos de maneio, bem como assegurar o controlo da

sua gestão;

Conferir os elementos relativos à faturação das prestações indiretas, farmácias

convenções e transportes;

Efetuar estudos e relatórios económico-financeiros que lhe forem solicitados;

Arrecadar as receitas, efetuar o pagamento das despesas e controlar a tesouraria;

Preparar os processos de atribuição de apoios financeiros;

Participar na elaboração do relatório de atividades;

Analisar a viabilidade económica e o impacto financeiro de acordos com entidades

privadas, com ou sem fins lucrativos, que se revelem necessários a nível regional;

Desenvolver todas as ações de gestão económico-financeira que se mostrem

necessárias ou que lhe forem determinadas pelo conselho diretivo.

Não obstante a reestruturação orgânica na ARSC a decorrer no ano de 2012, na área

financeira dar-se-á continuidade ao trabalho até aqui realizado no âmbito da centralização

da despesa e do desenvolvimento do processo de contabilidade analítica. Paralelamente,

tendo por objetivo o controlo da execução orçamental e a diminuição da despesa pública,

vão ser definidos orçamentos por unidades com a respectiva responsabilidade pela sua

execução.

Page 23: PLANO ACAO 2012

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O mapa que se apresenta corresponde ao projeto de orçamento da ARSC para o ano 2012

DESPESA RECEITA

Rubrica económica Orçamento 2012 % Rubrica económica Orçamento 2012 %

01.00.00 € 177.004.943,00 29,94 04.00.00 € 7.452.552,00 1,26

02.00.00 € 389.085.352,00 65,82 06.00.00 € 575.247.589,00 97,31

03.00.00 € 931.325,00 0,16 07.00.00 € 7.024.698,00 1,19

04.00.00 € 167.825,00 0,032 10.00.00 € 1.440.422,00 0,24

06.00.00 € 14.951.543,00 2,53

07.00.00 € 7.215.662,00 1,22

08.00.00 € 1808.611,00 0,31

TOTAL € 591.165.261,00 100 TOTAL € 591.165.261,00 100

O peso muito significativo da rubrica 02.00.00 justifica-se com a despesa prevista com

medicamentos e serviços de saúde, designadamente MCDT. Tratando-se de um orçamento

com um decréscimo muito significativo de financiamentos comparativamente com o do ano

anterior, irá obrigar esta ARS à tomada de decisões que permitam uma execução eficaz e

enquadrada nas atividades previstas neste documento.

Page 24: PLANO ACAO 2012

II. PERFIL DE SAÚDE

Page 25: PLANO ACAO 2012

21

1. INDICADORES DE SAÚDE

Os indicadores de saúde refletem o nível de desenvolvimento de um país e demonstram os

ganhos em saúde verificados ao longo do tempo. Em Portugal, e também na Região Centro,

estes indicadores têm revelado melhorias muito importantes, quer ao nível da esperança de

vida, quer ao nível da mortalidade infantil.

A análise do Quadro 1 compara a evolução da esperança de vida à nascença e aos 65 anos

no Continente e na Região Centro. Observa-se um aumento gradual ao longo dos últimos

anos, sendo certo que na Região Centro os valores têm sido sempre superiores aos do

Continente. A mesma tendência de aumento é constatada na esperança de vida aos 65

anos.

Quadro 1 - Evolução da esperança de vida

Período de referência

dos dados

Esperança de vida à nascença Esperança de vida aos 65 anos

Continente Centro (NUTS

2002) Continente

Centro (NUTS 2002)

2005 – 2007 78,65 78,93 18,09 18,21

2006 – 2008 78,90 79,11 18,59 18,33

2007 – 2009 79,17 79,35 18,43 18,43

2008 - 2010 79,38 79,59 18,59 18,63

Fonte: INE

Relativamente a outros indicadores importantes do nível de saúde das populações,

apresentam-se a seguir, a taxa bruta de mortalidade e natalidade, a taxa de mortalidade

infantil e a taxa de mortalidade neonatal (Quadro 2).

Ao nível dos melhores resultados no mundo, a mortalidade infantil apresentava em 2010 o

valor mais baixo até agora verificado para o Continente – 2,5 óbitos por mil nascimentos –,

apresentando a Região Centro um valor ainda mais baixo – 1,9 óbitos por mil nascimentos.

A mortalidade neonatal acompanha esta tendência e a Região Centro afirma-se também

com um valor inferior ao verificado no Continente.

Quanto à mortalidade geral e tendo em conta a taxa bruta de mortalidade verificada nos

últimos cinco anos, observa-se um aumento ligeiro, de 9,6 para 9,9 óbitos por mil habitantes

no Continente, registando-se neste indicador uma supremacia da Região Centro com mais

0,5‰ no ano de 2010.

Mantendo a tendência de descida ano após ano, a taxa bruta de natalidade, que é mais

baixa na Região Centro comparativamente com o Continente, confirma o crescente

envelhecimento da população portuguesa (Quadro 2).

Page 26: PLANO ACAO 2012

22

Quadro 2 – Evolução dos indicadores de saúde na Região Centro e no Continente

ANO

Taxa bruta mortalidade Taxa bruta natalidade * Taxa mortalidade infantil

* Taxa mortalidade

neonatal *

Continente Reg. Centro (NUTS 2002)

Continente Reg. Centro (NUTS 1999)

Continente Reg. Centro (NUTS 1999)

Continente Reg. Centro (NUTS 1999)

2006 9,6 11,0 9,9 8,6 3,3 3,0 2,1 2,1

2007 9,8 11,3 9,6 8,1 3,4 3,2 2,0 1,8

2008 9,8 11,4 9,8 8,2 3,3 3,7 2,1 2,0

2009 9,8 11,2 9,3 7,8 3,6 2,6 2,4 2,0

2010 9,9 11,4 9,5 8,2 2,5 1,9 1,6 1,3

Fonte: INE; *DGS

2. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

2.1 REDE DE CUIDADOS DE SAÚDE

A rede de cuidados de saúde primários tem sido alvo de reorganização ao abrigo do

Decreto-Lei nº 28/2008 de 22 de fevereiro, através da criação das unidades funcionais dos

ACeS, visando a prestação de cuidados de saúde de âmbito individual e populacional de

forma efetiva, equitativa e eficiente.

As unidades de saúde familiar (USF), que visam a prestação de cuidados de saúde

personalizados, garantindo a acessibilidade, a continuidade e a globalidade dos mesmos,

sofreram um incremento ao logo do ano de 2011, iniciando atividade mais 4 unidades.

Quanto às unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP), constituídas através da

assinatura de uma carta de compromisso com o diretor executivo do ACeS, estão

formalizadas na área territorial da ARSC um total de 70 unidades funcionais (dados

reportados a dezembro de 2011).

Nos termos da legislação em vigor, cada ACeS dispõe de uma unidade de saúde pública

(USP), com a missão de observatório local de saúde. Em dezembro de 2011 existiam 17

USP constituídas – correspondentes aos 14 ACeS da ARSC e às USP das ULS de Castelo

Branco (2) e da Guarda (1).

As UCC (unidades de cuidados na comunidade), que têm como missão assegurar respostas

integradas, articuladas, diferenciadas e de proximidade às necessidades em cuidados de

saúde e sociais da população, aumentaram no ano de 2011 a sua cobertura, com o início de

atividade de mais 5 unidades – totalizando à data presente 9 UCC na Região.

Page 27: PLANO ACAO 2012

23

As unidades de apoio à gestão (UAG) exercem funções de assessoria ao diretor executivo

do ACeS e, em dezembro de 2011, a ARSC dispunha de 16 UAG em funcionamento.

Por último, as unidades de recursos assistenciais partilhados (URAP) prestam serviços de

consultoria e assistenciais às outras unidades funcionais, organizando ainda as ligações

funcionais aos serviços hospitalares (Quadro 3).

Quadro 3 - Unidades funcionais dos ACeS e ULS (dezembro 2011)

ACeS e ULS USF UCSP USP UCC UAG URAP

Baixo Vouga I 0 10 1 1 1 1

Baixo Vouga II 5 7 1 1 1 1

Baixo Vouga III 4 0 1 0 1 1

Baixo Mondego I 5 2 1 0 1 1

Baixo Mondego II 4 5 1 1 1 1

Baixo Mondego III 3 4 1 0 1 1

Cova da Beira 0 0 1 1 1 1

Pinhal Litoral I 0 3 1 0 1 n.d.

Pinhal Litoral II 3 0 1 0 1 1

Pinhal Interior Norte I 2 5 1 3 1 1

Pinhal Interior Norte II 0 0 1 0 1 1

Dão Lafões I 5 2 1 0 1 1

Dão Lafões II 2 0 1 0 1 1

Dão Lafões III 1 8 1 1 1 1

ULS C. Branco, EPE 0 12 2 0 1 2

ULS Guarda, EPE 1 12 1 1 1 nd

Região Saúde Centro 35 70 17 9 16 15

Fonte: ARSC n.d. – não disponível

2.2 UTENTES INSCRITOS E UTILIZADORES

Em dezembro de 2011, a Região de Saúde do Centro tinha um total de 1 919 439 utentes

inscritos, 85% dos quais inscritos nos serviços desconcentrados da ARSC

(ACeS).Comparativamente com o ano anterior (dezembro de 2010), verificou-se uma

diminuição dos utentes inscritos.

A maior parte dos utentes inscritos nos CSP dispõe de médico de família atribuído (91%); no

entanto, os utentes sem médico de família ainda representam 8,8% do total de inscritos na

Região de Saúde do Centro – correspondendo a um aumento de cerca de 30%

relativamente a 2010 (Quadro 4).

Page 28: PLANO ACAO 2012

24

Quadro 4 - Utentes inscritos com e sem médico de família atribuído, por ACeS e ULS (2011)

ACES/ ULS

Inscritos SEM médico de família

Inscritos COM médico de família

Total Inscritos

Nº Var. 10/11

(%) Nº

Var. 10/11 (%)

Nº Var. 10/11

(%)

Baixo Vouga I 18.697 -3,4 105.747 -0,5 124.444 -1,0

Baixo Vouga II 10.830 33,1 169.546 -2,5 180.376 -0,9

Baixo Vouga III 3.928 290,8 98.333 -3,4 102.261 -0,5

Cova da Beira 9.084 -2,2 89.475 -0,7 98.559 -0,8

Baixo Mondego I 24.194 36,5 177.561 -4,5 201.755 -0,9

Baixo Mondego II 7.711 -12,3 108.468 -0,3 116.179 -1,2

Baixo Mondego III 4.993 255,1 85.503 -4,9 90.496 -0,9

Pinhal Interior Norte I 5.717 20,7 91.335 -2,4 97.052 -1,3

Pinhal Interior Norte II 2.745 -59,0 41.195 8,3 43.940 -1,8

Pinhal Litoral I 3.810 117,7 56.897 -4,5 60.707 -1,0

Pinhal Litoral II 28.616 55,5 197.108 -5,0 225.724 0,0

Dão/Lafões I 13.456 239,6 96.704 -8,9 110.160 0,1

Dão/Lafões II 4.867 144,0 79.272 -5,3 84.139 -1,8

Dão/Lafões III 22.241 91,8 80.805 -12,6 103.046 -0,9

Total ACeS 160.889 40,1 1.477.949 -3,9 1.638.838 -0,8

ULS C. Branco, EPE 1.113 -22,3 115.600 -7,7 116.713 -7,8

ULS Guarda, EPE 5.997 -54,2 157.891 3,5 163.888 -1,1

Total ULS 7.110 -51,0 273.491 -1,6 280.601 -4,0

Região Saúde Centro 167.999 29,9 1.751.440 -3,5 1.919.439 -1,3

Fonte: SIARS

A proporção de utentes sem médico de família é notoriamente mais elevada no ACeS Dão-

Lafões III, em oposição à ULS Castelo Branco EPE que regista a menor proporção de

utentes sem médico de família. No entanto, foi também esta ULS que apresentou a maior

diminuição do total de inscritos, o que poderá ser consequência da transição do centro de

saúde de Mação para o âmbito jurisdicional da ARS Lisboa e Vale do Tejo IP em agosto de

2010.

Em dezembro de 2011, o número de utentes utilizadores no âmbito jurisdicional territorial da

ARSC (incluindo ULS) foi de 1 322 614. A contrariar esta tendência decrescente no que diz

respeito à proporção de utentes utilizadores, está o ACeS Baixo Mondego II; no entanto, é

no ACeS Pinhal Interior Norte I que a proporção de utilizadores é maior (Quadro 5).

Page 29: PLANO ACAO 2012

25

Quadro 5 - Número de utilizadores em CSP na Região de Saúde do Centro, por ACeS e ULS (2011)

2.3 INDICADORES DE DESEMPENHO

Em 2011 realizaram-se 7 575 643 consultas de cuidados de saúde primários na Região de

Saúde do Centro (ULS da Guarda e de Castelo Branco incluídas), traduzindo uma

diminuição de 5,8% relativamente ao ano anterior. A maior diminuição (-18,8%) ocorreu nos

atendimentos em SAP e afins. Verificou-se um aumento de 4,1% de atos de enfermagem

relativamente ao ano anterior (Quadro 6).

Quadro 6- Produção dos CSP na Região de Saúde do Centro (2010-2011)

ACeS e ULS 2010 2011 % var. 10/11

Consultas Totais (Ambulatório + SAP) 8.045.744 7.575.643 -5,8

Consultas Programadas e Não Programadas 6.968.373 6.700.781 -3,8

Atendimentos em SAP e Afins (período horário) 1.077.371 874.862 -18,8

Primeiras consultas do ano 1.485.315 1.479.544 -0,4

Atos de Enfermagem 3.648.029 3.796.025 4,1

Fonte: SIARS Dados de 2011 não incluem Mação.

ACES/ ULS

Utentes utilizadores

Nº % Var. 10/11

(%)

Baixo Vouga I 87.766 70,5 -2,7

Baixo Vouga II 122.361 67,8 -2,5

Baixo Vouga III 74.630 73,0 -1,3

Cova da Beira 59.772 60,6 -1,0

Baixo Mondego I 133.103 66,0 -0,8

Baixo Mondego II 81.197 69,9 9,2

Baixo Mondego III 67.805 74,9 -0,6

Pinhal Interior Norte I 74.834 77,1 -2,4

Pinhal Interior Norte II 33.388 76,0 -2,3

Pinhal Litoral I 40.052 66,0 0,1

Pinhal Litoral II 147.547 65,4 -1,0

Dão/Lafões I 71.132 64,6 -0,6

Dão/Lafões II 63.946 76,0 -2,4

Dão/Lafões III 71.075 69,0 -4,5

Total ACeS 1.128.608 68,9 -1,0

ULS C. Branco, EPE 80.593 69,1 -7,2

ULS Guarda, EPE 113.413 69,2 -0,5

Total ULS 194.006 69,1 -3,4

Região Saúde Centro 1.322.614 68,9 -1,3

Fonte: SIARS

Page 30: PLANO ACAO 2012

26

Em 2011 realizaram-se um total de 5 762 726 consultas de medicina geral e familiar na

Região de Saúde do Centro, sendo 25,7% de primeiras consultas (aumento de 1,3% em

relação ao ano anterior). Em termos de variação percentual, no período de 2010/2011

verificou-se uma redução do total de consultas de MGF – respetivamente de 3,2% e de

1,6%.

No que diz especificamente respeito aos serviços desconcentrados da ARSC (ACeS), estes

apresentam uma diminuição de 1,4% do total de consultas em relação ao ano anterior.

Taxa de utilização global de consultas médicas

A taxa de utilização global de consultas médicas em 2011 na Região de Saúde do Centro foi

de 66,9%, correspondendo a uma diminuição inferior a 1%, comparativamente com o ano

anterior – sendo idêntica, no que respeita aos serviços desconcentrados da ARSC (ACeS),

em idêntico período (Gráfico 1).

Gráfico 1- Taxa de utilização global de consultas médicas (2010-2011)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS

Page 31: PLANO ACAO 2012

27

Taxa de utilização de consultas de planeamento familiar

Em 2011, o número de mulheres em idade fértil (15-49 anos) inscritas nas unidades

funcionais da Região de Saúde do Centro era de 450 690, correspondendo a uma

diminuição de 2% em relação ao ano de 2010. O número de mulheres com pelo menos uma

consulta médica de planeamento familiar tem vindo a aumentar, verificou-se uma taxa de

crescimento positiva de 2,3% em 2011 (Gráfico 2).

Gráfico 2 - Taxa de utilização de consultas de planeamento familiar, 15-49 anos (2010-2011)

Percentagem de consultas ao utente pelo seu médico de família

Em 2011 realizaram-se 5 027 200 consultas médicas na Região de Saúde do Centro,

correspondendo a uma diminuição de 5,5% relativamente ao período homólogo do ano

anterior. Verificou-se que 74,1% destas consultas são com o médico de família, observando

um aumento em relação ao ano anterior (Gráfico 3).

Gráfico 3 - Percentagem de consultas ao utente pelo seu médico de família (2010-2011)

0 5 10 15 20 25 30 35

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS

Page 32: PLANO ACAO 2012

28

Taxa de visitas domiciliárias médicas

No ano de 2011 realizaram-se na Região Centro, 23 096 consultas médicas no domicílio, o

que correspondeu a uma taxa de 11,7 visitas por 1 000 inscritos. Contrariamente à Região,

verificou-se um aumento da taxa nos serviços desconcentrados (ACeS) em relação ao ano

de 2010 (Gráfico 4).

Gráfico 4 - Taxa de visitas domiciliárias médicas por 1000 inscritos (2010-2011)

Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem

Realizaram-se em 2011 na Região de Saúde do Centro um total de 236 522 consultas

domiciliárias de enfermagem, a que corresponde uma taxa de 119,58 visitas por 1 000

inscritos. Comparativamente com o ano anterior, verifica-se uma variação positiva e

mantém-se a tendência crescente (Gráfico 5).

Gráfico 5 - Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem por 1000 inscritos (2010-2011)

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS

Page 33: PLANO ACAO 2012

29

Recém-nascidos de termo com baixo peso

A taxa de recém-nascidos de termo com baixo peso na Região de Saúde do Centro foi de

1,2 por 1 000 recém-nascidos de termo em 2009. Na generalidade dos ACeS e nas ULS, e

no que diz respeito ao período de 2007-2009, observou-se uma diminuição relativamente a

2008 (Quadro 7).

Quadro 7 - Recém-nascidos de termo com baixo peso/1000 recém-nascidos de termo (2007 a 2009)

ACES/ ULS 2007 2008 2009 % Var. 07/09

% Var. 08/09

Baixo Vouga I 0,5 1,6 0,4 -0,2 -0,8

Baixo Vouga II 1,9 2,1 2,2 0,2 0,0

Baixo Vouga III 1,4 1 1,9 0,4 0,9

Cova da Beira 0 0,9 0,2 -0,8

Baixo Mondego I 1,1 1,7 0,7 -0,4 -0,6

Baixo Mondego II 1,5 0,9 1,5 0,0 0,7

Baixo Mondego III 1,4 0,3 0,2 -0,9 -0,3

Pinhal Interior Norte I 0,6 0,2 0,5 -0,2 1,5

Pinhal Interior Norte II 3,8 2,7 2,3 -0,4 -0,1

Pinhal Litoral I 1,8 2,5 0,5 -0,7 -0,8

Pinhal Litoral II 3,5 2 2,5 -0,3 0,3

Dão/Lafões I 1,2 2,1 1,4 0,2 -0,3

Dão/Lafões II 2 2 1 -0,5 -0,5

Dão/Lafões III 1,4 1,9 1,4 0,0 -0,3

Pinhal Int. Sul (ULS C. Branco, EPE) 2,8 2,7 2 -0,3 -0,3

Beira Int. Sul (ULS C. Branco, EPE) 2,4 1,2 1 -0,6 -0,2

ULS Guarda, EPE 0,5 2,2 0,9 0,8 -0,6

Fonte: WebSIG ACS

Percentagem de primeiras consultas na vida realizadas até ao 28º dia de vida

Em 2011 realizaram-se 10 932 primeiras consultas médicas neonatais (até aos 28 dias de

vida) na Região de Saúde do Centro. Nesta taxa observou-se um aumento de 73,3% em

2010 para 78,7% em 2011 (Gráfico 6).

Gráfico 6 - Percentagem de primeiras consultas na vida realizadas até ao 28º dia de vida (2010-2011)

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS

Page 34: PLANO ACAO 2012

30

Taxa cobertura de primeira consulta na vida realizada até aos 28 dias de vida

A cobertura de saúde infantil até aos 28 dias de vida aumentou consideravelmente na

Região de Saúde do Centro, tendo passado de 75% em 2010 para 78,6% em 2011,

considerando a dimensão dos nados-vivos de 2010 (a).

Gráfico 7 - Taxa cobertura de primeira consulta na vida realizada até aos 28 dias de vida (2010-2011)

ACeS/ ULS Nados -vivos

2010

Taxa cobertura da 1ª consulta

até aos 28 dias

2010 2011 (a)

Baixo Vouga I 953 72,4 71,9

Baixo Vouga II 1.600 74,0 79,7

Baixo Vouga III 826 79,9 74,0

Cova da Beira 629 71,1 66,8

Baixo Mondego I 1.463 83,4 88,0

Baixo Mondego II 873 59,0 70,8

Baixo Mondego III 603 90,9 89,1

Pinhal Interior Norte I 690 73,2 63,3

Pinhal Interior Norte II 239 86,2 74,9

Pinhal Litoral I 437 72,3 73,9

Pinhal Litoral II 1.902 66,1 73,3

Dão/Lafões I 962 81,7 88,8

Dão/Lafões II 525 86,5 90,9

Dão/Lafões III 603 76,0 88,1

ULS C. Branco, EPE 734 72,2 81,5

ULS Guarda, EPE 867 76,1 81,3

Total ACeS 12.305 75,1 78,3

Região Saúde Centro 13.906 75,0 78,6

Fonte: SIARS; INE (a) Estimativa aproximada tendo em consideração a indisponibilidade dos nados vivos de 2011, à presente data.

Page 35: PLANO ACAO 2012

31

Consultas de saúde materna

No ano de 2011 realizaram-se 10 986 primeiras consultas de saúde materna na Região de

Saúde do Centro (gravidez e período pós-parto respetivo), traduzindo uma diminuição de

1,8% em relação ao ano anterior (Gráfico 8).

Quadro 8 - Consultas de saúde materna (2011)

ACES/ ULS

Primeiras consultas de

saúde materna

Total de consultas saúde

materna

2011 % var. 10/11 2011 % var. 10/11

Baixo Vouga I 906 7,9 5.702 -5,9

Baixo Vouga II 1.399 10,0 8.222 -9,3

Baixo Vouga III 776 8,1 5.023 -15,1

Cova da Beira 363 -25,2 1.555 -27,5

Baixo Mondego I 1.164 4,1 7.532 -0,6

Baixo Mondego II 442 -15,2 3.173 4,1

Baixo Mondego III 550 -26,6 4.153 3,1

Pinhal Interior Norte I 528 0,4 3.991 1,8

Pinhal Interior Norte II 185 -11,1 1.036 -25,6

Pinhal Litoral I 396 18,9 1.912 -2,7

Pinhal Litoral II 1.022 -1,2 5.206 -12,6

Dão/Lafões I 665 10,1 4.803 -2,0

Dão/Lafões II 480 -14,9 3.477 -11,3

Dão/Lafões III 605 -2,9 4.179 -0,8

ULS C. Branco, EPE 663 -10,9 4.049 -5,8

ULS Guarda, EPE 842 -0,5 5.655 -1,1

Total ACES 9.481 -1,2 59.964 -6,5

Total Região Centro 10.986 -1,8 69.668 -6,0

Fonte: SIARS

Em 2011, a taxa de cobertura de saúde materna na Região de Saúde do Centro foi de

78,7%, variando entre 50,3% no ACeS Baixo Mondego II e 100% no ACeS Dão-Lafões III

(Gráfico 8).

Gráfico 8 - Taxa de cobertura de saúde materna (2011)

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

Fonte: SIARS; INE

Page 36: PLANO ACAO 2012

32

Percentagem de primeiras consultas de gravidez no primeiro trimestre

Em 2011 realizou-se um total de 7 487 primeiras consultas de gravidez, tendo havido um

ligeiro decréscimo destas consultas em relação ao ano anterior. A percentagem de primeiras

consultas no primeiro trimestre de gravidez na Região de Saúde do Centro foi de 81,3%,

sendo semelhante à do ano anterior, com uma amplitude local de valores entre 76,7% no

ACeS Cova da Beira e 88,5% no ACeS Pinhal Interior Norte II.

Em 2011 existiam 9 212 grávidas inscritas (primeiro trimestre de gravidez), correspondendo

a diminuição de 2,5% em relação ao ano anterior. (Gráfico 9).

Gráfico 9 - Percentagem de primeiras consultas de gravidez no primeiro trimestre (2010-2011)

Percentagem de grávidas com revisão puerpério efetuado.

Em 2011 foi realizado um total de 1 793 consultas de revisão de puerpério na Região de

Saúde do Centro. Comparando com o ano anterior, neste indicador verificou-se um desvio

positivo de 4,7% para a região centro e de 5,6% para os serviços desconcentrados (ACeS).

De entre as mulheres com compromisso de vigilância em saúde materna que completaram o

puerpério, 41,2% efetuou a consulta de revisão de puerpério, variando entre o mínimo de

22% no ACeS Baixo Mondego III e o máximo de 65,8% no ACeS Dão Lafões I (Gráfico 10).

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS; INE

Page 37: PLANO ACAO 2012

33

Gráfico 10 - Percentagem de grávidas com revisão puerpério efetuado (2010-2011)

Percentagem de diabéticos com pelo menos 3HbA1C registada nos últimos 12 meses

Em 2011 existia um total de 24 563 utentes diabéticos que apresentavam pelo menos 3

registos de HbA1C na Região de Saúde do Centro. A variação deste indicador apresenta um

ligeiro aumento de 0,2% relativamente ao ano anterior.

Verificou-se também um aumento de 19,9% de utentes com compromisso de vigilância no

programa de diabetes, comparativamente com o ano anterior (Gráfico 11).

Gráfico 11 - Percentagem de diabéticos com pelo menos 3HBA1C registada nos últimos 12 meses (2010-2011)

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS

Page 38: PLANO ACAO 2012

34

Percentagem de hipertensos com registo de tensão arterial nos últimos 6 meses

Em 2011 existia um total de 143 854 hipertensos que tiveram 1 registo de tensão arterial nos

últimos 6 meses na Região de Saúde do Centro, correspondendo a um aumento de 33% em

relação ao ano anterior. Em termos de número de utentes com compromisso de vigilância

no programa de Hipertensão, observou-se também um aumento de 29,1%.

Analisando a variação deste indicador para os anos de 2010 e 2011, verificou-se um

aumento de 1,9% (Gráfico 12).

Gráfico 12 - Percentagem de hipertensos com registo de tensão arterial nos últimos 6 meses (2010-2011)

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS Nota: Os dados do ano 2010 foram atualizados, passando a ser considerados resultados definitivos. Os resultados referentes ao ano de 2011 são provisórios (input 15/03/2012).

Page 39: PLANO ACAO 2012

35

Percentagem do consumo de medicamentos genéricos em embalagens

No ano de 2011 a proporção de embalagens de medicamentos genéricos, no total de

medicamentos faturados na Região de Saúde do Centro, foi de 30,8%, variando entre o

mínimo de 25,6% no ACeS Cova da Beira e o máximo de 33,8% no ACeS Pinhal Interior

Norte I. Tal representa um desvio positivo de 4,5 em relação ao ano anterior, podendo

traduzir uma tendência crescente de prescrição deste tipo de medicamento (Gráfico 13).

Gráfico 13 - Percentagem do consumo de medicamentos genéricos em embalagens (2010-2011)

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS Nota: Os dados do ano 2010 foram atualizados, passando a ser considerados resultados definitivos. Os resultados referentes ao ano de 2011 são provisórios (input 15/03/2012).

Page 40: PLANO ACAO 2012

36

Custo médio de MCDT faturados por utilizador

Em 2011 o custo médio de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT)

faturados por utilizador foi de 46,6 euros na Região de Saúde do Centro, variando entre o

mínimo 33,8 euros na ULS de Castelo Branco e o máximo de 58 euros no ACeS Baixo

Vouga I, correspondendo a um decréscimo de 14,9 euros em relação ao ano anterior

(Gráfico 14).

Gráfico 14 - Custo médio de MCDT faturados por utilizador (2010-2011)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total Região Saúde Centro

2011

2010

Fonte: SIARS Nota: Os dados do ano 2010 foram atualizados, passando a ser considerados resultados definitivos. Os resultados referentes ao ano de 2011 são provisórios (input 15/03/2012).

Page 41: PLANO ACAO 2012

37

Custo médio de medicamentos faturados por utilizador

O custo médio de medicamentos faturados por utilizador, em 2011, foi de 210 euros na

Região de Saúde do Centro, variando entre o mínimo de 168 euros no ACeS Dão Lafões I e

o máximo de 265 euros no ACeS Pinhal Interior Norte II, correspondendo a um desvio

negativo de 37,4 euros em relação ao ano anterior (Gráfico 15).

Gráfico 15 - Custo médio de medicamentos faturados por utilizador (2010-2011)

0 50 100 150 200 250 300 350

Baixo Vouga I

Baixo Vouga II

Baixo Vouga III

Cova da Beira

Baixo Mondego I

Baixo Mondego II

Baixo Mondego III

Pinhal Interior Norte I

Pinhal Interior Norte II

Pinhal Litoral I

Pinhal Litoral II

Dão/Lafões I

Dão/Lafões II

Dão/Lafões III

ULS C. Branco, EPE

ULS Guarda, EPE

Total da Região de Saúde do Centro

2011

2010

Fonte: SIARS Nota: Os dados do ano 2010 foram atualizados, passando a ser considerados resultados definitivos. Os resultados referentes ao ano de 2011 são provisórios (input 15/03/2012).

Page 42: PLANO ACAO 2012

III. ÁREAS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE

Page 43: PLANO ACAO 2012

39

1. DOENÇAS DE EVOLUÇÃO PROLONGADA

1.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES

As doenças do aparelho circulatório são uma das principais causas de morte e de

incapacidade nas sociedades ocidentais (incluindo Portugal). A Região Centro não é

exceção neste aspeto, sendo de prever que o impacte destas doenças na nossa Região se

venha a agravar com o envelhecimento crescente da população e com o aumento da

prevalência dos vários factores de risco a elas associadas, particularmente na população

mais jovem.

É da maior relevância a assistência precoce aos doentes vítimas de AVC ou EAM, tendo em

vista a optimização dos outcomes clínicos.

Desta forma, considera-se da maior relevância a informação e formação em saúde não só

dos profissionais de saúde, mas também (e sobretudo) do público em geral relativamente à

prevenção primordial das doenças cardiocerebrovasculares (associada a estilos de vida) e à

identificação e gestão precoce de sinais de doença aguda.

Objetivos gerais

Reduzir a mortalidade e a morbilidade por doenças isquémicas do coração, através

da redução da mortalidade intra-hospitalar do enfarte agudo do miocárdio com

supradesnivelamento de ST abaixo dos 7%;

Reduzir a mortalidade e a morbilidade por AVC, aumentando para 25% os doentes

com AVC enviados pela Via Verde com pelo menos 5% sujeitos a fibrinólise;

Aumento da percentagem de doentes com HTA controlada na Região Centro do

País para níveis superiores a 14% da população com HTA;

Sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a prevenção dos factores

de risco;

Potenciar condições logísticas para o diagnóstico e controlo das doenças

cardiovasculares nas unidades de saúde mais periféricas.

Atividades a desenvolver

Vias Verdes Coronária e AVC

Dinamização das unidades de AVC implementadas no terreno (em colaboração

com o INEM) e acompanhamento das atividades no âmbito das Vias Verdes e

UAVC (agendamento e realização de visitas);

Page 44: PLANO ACAO 2012

40

Alargamento, de forma progressiva e financeiramente sustentável, do âmbito de

aplicação do Programa PRECOCE aos diversos serviços de urgência – em especial

serviços de urgência básica (SUB) – e, eventualmente, aos centros de saúde com

consulta aberta e que disponham já de equipamentos de telemedicina.

Intervenção na comunidade

Divulgação de informação junto do público em geral, relativa à prevenção primordial das

doenças cardiovasculares (promoção de estilos de vida saudáveis) e à procura apropriada

de cuidados e serviços de saúde (detecção precoce de sinais e sintomas) – em articulação

com os parceiros internos (designadamente, Programa Regional de Capacitação e Literacia

em Saúde e Equipa Gestora de Conteúdos da página web da ARSC) e parceiros externos.

Cartão de risco cardiovascular

Alargamento da implementação do cartão de risco cardiovascular às unidades prestadoras

de cuidados diretos e personalizados da ARSC (USF e UCSP).

Programas locais de Suporte Básico de Vida (SBV)

Alargamento e consolidação das ações de formação em SBV e promoção da aquisição de

DEA. Em articulação com o INEM, deverá ser incentivada junto das diversas instituições a

aquisição de material para SBV, nomeadamente desfibrilhadores automáticos externos e

material de treino e prática, competindo à ARS e INEM uma função de apoio e consultadoria

neste particular.

Generalização do programa de hipocoagulação

A generalização deste programa prevê a divulgação dos protocolos e guidelines para

hipocoagulação junto dos médicos da rede de cuidados primários de saúde, promovendo

ações de formação específicas quando necessário.

Page 45: PLANO ACAO 2012

41

1.2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLO DA DIABETES

A diabetes é uma doença crónica que tem graves implicações a nível cardiovascular, sendo

a principal causa de insuficiência renal, de amputações e de cegueira. Esta doença é já a

quarta principal causa de morte na maior parte dos países desenvolvidos.

Segundo os números da Federação Internacional da Diabetes (IDF), existiam em 2007

cerca de 246 milhões de pessoas com diabetes, prevendo a mesma fonte cerca de 438

milhões para 2030, um aumento global de 55%.

Em Portugal estima-se que um terço da população, entre os 20 e os 79 anos, tenha diabetes

e destes cerca de 43% desconhecem que têm a doença. Segundo o Relatório Anual do

Observatório Nacional da Diabetes 2011, a prevalência da diabetes verificada na população

portuguesa é de 12,4%, destas tinham diagnóstico prévio 7,0% das pessoas e 5,4% das

pessoas não sabiam que tinham diabetes.

A hiperglicemia intermédia atinge 26% da população portuguesa com idades compreendidas

entre os 20 e os 79 anos.

Desde a década de 70 que existe no nosso País um Programa Nacional para a Diabetes

que tem sido alvo de atualizações, a última das quais em 2008. A finalidade deste programa

consiste em inverter a tendência de crescimento da doença e das suas complicações.

Na Região Centro, apesar dos esforços feitos, quer a nível de estratégias, de planos de

ação e do empenho de muitos profissionais, quer a nível da promoção, prevenção e

tratamento, há ainda trabalho a fazer.

No âmbito do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, os serviços de

saúde deverão cumprir um conjunto de objetivos considerados prioritários.

Existe evidência de uma relação inversa entre o nível de educação e a prevalência da

diabetes na população portuguesa, sendo que, para um nível educacional mais elevado,

menor é a prevalência da diabetes. Também a prevalência da diabetes entre os homens e

as mulheres é diferente, sendo superior nos homens, bem como se constata a correlação

direta entre o aumento da prevalência da diabetes e o envelhecimento.

Na Região Centro a prevalência de diabéticos inscritos e com o diagnóstico aumentou de

5,62% em 2010 para 6,19% em 2011, ficando este valor ligeiramente abaixo da prevalência

de 6,4% ajustada para a região (a prevalência ajustada da diabetes é 10,7%, sendo 6,4%

diabéticos já diagnosticados e 4,3% diabéticos não diagnosticados).

Page 46: PLANO ACAO 2012

42

Quadro 9 - Utentes inscritos com diagnóstico de diabetes por ACeS (2010 e 2011)

ACES

2011 2010

Nº diabéticos

Nº inscritos

Prevalência Nº

diabéticos Nº

inscritos Prevalência

Baixo Vouga I 6.064 94.814 6,40 % 5.688 95.306 5,97%

Baixo Vouga II 8.725 138.562 6,30 % 8.178 138.485 5,91%

Baixo Vouga III 4.968 77.156 6,44 % 4.684 77.308 6,06%

Cova da Beira 3.351 73.548 4,56 % 2.734 73.897 3,70%

Baixo Mondego I 9.552 156.197 6,12 % 8.857 157.145 5,64%

Baixo Mondego II 5.395 87.801 6,14 % 4.893 89.416 5,47%

Baixo Mondego III 4.977 68.929 7,22 % 4.846 69.232 7,00%

Pinhal Interior Norte I 5.121 71.817 7,13 % 4.685 72.382 6,47%

Pinhal Interior Norte II 2.478 32.135 7,71 % 2.261 32.476 6,96%

Pinhal Litoral I 2.665 45.407 5,87 % 2.354 45.478 5,18%

Pinhal Litoral II 8.548 170.199 5,02 % 7.399 170.697 4,33%

Dão/Lafões I 4.344 83.479 5,20 % 4.099 83.980 4,88%

Dão/Lafões II 3.824 62.492 6,12 % 3.532 64.187 5,50%

Dão/Lafões III 4.959 76.757 6,46 % 4.372 77.318 5,65%

Total ACeS 74.971 1.239.293 6,19% 68.582 1.247.307 5,62%

Os objetivos gerais e metas a alcançar do Programa Regional de Prevenção e Controlo da

Diabetes coincidem genericamente com os definidos na Declaração de St. Vincent (1989):

obtenção de ganhos em saúde, através da promoção da saúde e do aumento da sua

qualidade, da esperança de vida do doente diabético e da redução das complicações

crónicas da doença - isto é, aumentar o número de anos médio de vida livres de

incapacidades por complicações da diabetes.

As complicações resultantes desta doença, tais como a cegueira, amputações não

traumáticas dos membros inferiores, insuficiência renal terminal e doenças cardiovasculares,

cujo aparecimento poderá ser evitado ou retardado, desencadeiam um impacto negativo na

qualidade de vida do diabético.

Sendo a equidade um dos objetivos a atingir na promoção da saúde pode-se afirmar que as

estratégias de saúde no que se refere à diabetes mellitus, assentam em orientações de

atuação de carácter equitativo, na medida em que pretendem proporcionar a todos os

diabéticos o acesso a todas as vertentes do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da

Diabetes, promovendo a auto-eficácia das pessoas – crianças, adolescentes, adultos e

idosos.

Page 47: PLANO ACAO 2012

43

Objetivos gerais

Gerir de forma integrada a diabetes;

Reduzir a prevalência da diabetes;

Atrasar o início das complicações major da diabetes e reduzir a sua incidência;

Reduzir a morbilidade e mortalidade por diabetes.

Objetivos específicos

Conhecer a prevalência da diabetes e das suas complicações;

Reduzir a incidência da diabetes tipo 2 nos grupos de risco por grupos etários;

Diagnosticar precocemente as pessoas com diabetes;

Reduzir o número de episódios de internamento hospitalar por complicações da

diabetes;

Reduzir o número de dias de incapacidade temporária para o trabalho resultante

das complicações major da diabetes;

Uniformizar as práticas profissionais em prol de uma efetiva qualidade clínica,

organizacional e satisfação das pessoas com diabetes;

Melhorar o acesso da pessoa com diabetes aos cuidados de saúde.

Estratégia

Criar equipas multidisciplinares básicas prestadoras de cuidados ao diabético

(médico/enfermeiro) em cada unidade prestadora de cuidados de saúde de Medicina

Familiar, com apoio de equipas alargadas de nutricionistas/dietistas, psicólogos, podólogos

e professores de educação física em cada ACeS.

As estratégias de intervenção visam o reforço da capacidade organizativa, a introdução de

modelos de boas práticas na gestão da diabetes, a redução da incidência da diabetes e

suas complicações, estando delineadas de acordo com os seguintes princípios orientadores:

Prevenção primária, através do combate aos fatores de risco conhecidos, incidindo

sobretudo nos fatores de risco modificáveis da etiologia da diabetes;

Prevenção secundária, através do diagnóstico precoce e tratamento adequado, de

acordo com o princípio da equidade;

Prevenção terciária, através da reabilitação e reinserção social das pessoas com

diabetes;

Promoção da qualidade dos cuidados de saúde a prestar à pessoa com diabetes;

Proporcionar aos profissionais de saúde a formação necessária para responderem

às exigências da qualidade dos cuidados a prestar.

Page 48: PLANO ACAO 2012

44

O Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes é dirigido à população em geral,

no entanto assume-se como população-alvo:

Pessoas com diabetes (com ou sem complicações da doença);

Mulheres grávidas;

População com risco acrescido de desenvolvimento de diabetes.

A execução do Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes é avaliada através

dos seguintes indicadores de processo e de resultados, em relação ao universo nacional de

doentes diabéticos identificados:

Taxa de prevalência de pessoas com diabetes;

Taxa de incidência da diabetes tipo 2;

Taxa de incidência da diabetes tipo 1;

Número de internamentos por descompensação diabética (cetoacidose,

hipoglicemia, hiperglicemia, com hiperosmolaridade);

Total de dias de incapacidade temporária para o trabalho;

Nº de amputações dos membros inferiores por motivo de diabetes;

Nº de doentes em diálise por motivo de diabetes;

Nº de cegos e amblíopes por motivo de diabetes;

Nº de pessoas com diabetes com AVC;

Nº de pessoas com diabetes com EAM;

Mortalidade por diabetes;

Doseamento de HbA1c durante o último ano (média anual);

Doseamento de Colesterol LDL durante o último ano (média anual);

Rastreio de nefropatia durante o último ano;

Rastreio oftalmológico durante o último ano;

Controlo glicémico (HbA1c), percentagem de pessoas com diabetes com

HbA1c ≤ 6,5%;

Controlo de LDL (doseamento direto), percentagem de pessoas com diabetes com

colesterol LDL ≤ 70mg/dl (1,8mmol/L);

Percentagem de pessoas com diabetes com microalbuminúria anual;

Percentagem de pessoas com diabetes com retinografia anual.

Page 49: PLANO ACAO 2012

45

Metas

Controlo glicémico em pelo menos 50% das pessoas com diabetes: HbA1c ≤ 6,5%

(média anual);

Rastreio sistemático da retinopatia diabética a 50% das pessoas com diabetes;

70% diabéticos com referenciação para oftalmologia;

Reduzir em 50% as complicações relacionadas com a diabetes de acordo com a

Declaração de St. Vincent;

Rastreio da nefropatia diabética a 70% das pessoas com diabetes;

Aumentar a percentagem das pessoas com diabetes com factores de risco

cardiovascular controlados;

Rastreio do pé diabético a 70% das pessoas com diabetes;

Consulta do pé diabético em 90% dos hospitais;

Diagnóstico sistemático da nefropatia diabética a 70% das pessoas com diabetes;

50% de diabéticos corretamente vigiados;

40% de diabéticos controlados;

Nº de novos casos de diabetes em programa no ano;

Proporção de utentes em programa de diabetes.

Page 50: PLANO ACAO 2012

46

1.3 DOENÇAS ONCOLÓGICAS

1.3.1 PROGRAMA DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA DA DOENÇA ONCOLÓGICA

A nível dos cuidados de saúde primários têm sido desenvolvidos programas e projetos de

prevenção primária e de promoção da saúde, de uma forma transversal, sobre fatores de

risco e fatores condicionantes da doença oncológica. Destacam-se os projetos de

intervenção comunitária pão.come e sopa.come, prevenção do tabagismo, prevenção e

controlo da obesidade, promoção da saúde em meio escolar, prevenção do cancro da pele,

programa de vacinação contra o HPV, entre outros. Estes programas assentam no âmbito

comunitário e intersectorial de intervenção em parceria com diversos organismos de outros

ministérios e entidades da sociedade civil.

1.3.2 PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DA MAMA

O cancro da mama em Portugal contabiliza cerca de 4 900 novos casos/ano (mais de 12

novos casos por dia, e mais de 3 na Região Centro) (Rastreio Oncológico Nacional 2005).

Morrem no nosso país aproximadamente 1 400 mulheres por ano devido a esta doença

(INE, 2007). A incidência aumenta ao longo da vida, com 75% dos casos a aparecerem

depois dos 50 anos.

Desde 1990 que decorre na Região Centro o Programa de Rastreio de Cancro da Mama

(RCM).

Para a eficiência e efetividade do rastreio, com elevados níveis de qualidade, é necessária a

manutenção e desenvolvimento de uma forte articulação entre as entidades envolvidas

neste processo (LPCC/ARSC-ACeS/ACSS).

Objetivos

Reduzir a mortalidade por cancro da mama feminina na Região;

Atingir uma cobertura superior a 65% da população rastreável;

Incrementar o diagnóstico precoce de cancro da mama (estádios 0 e I);

Garantir o tratamento atempado e de qualidade das situações detectadas;

Submeter o programa às normas e procedimentos de controlo e garantia de

qualidade.

Page 51: PLANO ACAO 2012

47

Estratégias

Realização do rastreio de cancro da mama, de base populacional, através de

convite bienal às mulheres de 45-69 anos, inscritas nos ficheiros clínicos do SNS;

Responsabilidade de coordenação e execução do Núcleo Regional Centro da Liga

Portuguesa Contra o Cancro (NRC/LPCC), em estreita colaboração com a ARSC;

Monitorização, controlo e garantia de qualidade do programa aos vários níveis:

ACeS, LPCC (execução, leitura, aferição e coordenação), hospitais de referência.

Metas

Taxa de cobertura geográfica do RCM nos ACeS da Região Centro de 100%;

Taxa de participação da população elegível de 65%;

Tempo médio entre mamografia de rastreio e aferição nos casos suspeitos de 21

dias;

Tempo médio entre aferição positiva e 1ª consulta no hospital de referência de 28

dias;

Aumentar a taxa de participação no rastreio em 1.as fases para 32%;

Aumentar a taxa de detecção de lesões Estádio 0 e I para 75%;

Aumentar a taxa de detecção de casos sem metastização ganglionar para 80%;

Atingir taxas de Mortalidade por cancro da mama feminina de 18%000.

1.3.3 PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Na Região Centro, os últimos dados publicados no Registo Oncológico Regional (ROR)

apontam para uma incidência de cancro invasivo de 8,9 por 100 mil mulheres (2008).

Portugal continua a ser dos países europeus com uma das mortalidades mais elevadas por

cancro do colo (3,2 por 100 mil, contra 2,6 por 100 mil na U.E.). A Região Centro apresenta

mortalidade mais baixa que o país: em 2008 era de 2,4 por 100 mil.

Em 1990 e de acordo com o Plano Oncológico Nacional (PON), teve início o primeiro

Programa de Rastreio na Região Centro.

Relativamente à incidência de cancro do colo, Portugal manteve na última década valores

mais elevados que a média europeia (aproximadamente 15 por 100 mil contra 12 por 100

mil na Europa). Na Região Centro, tem havido consistência na redução do nº de casos, que

Page 52: PLANO ACAO 2012

48

permitem à Região resultados melhores que os da média europeia (8,9 por 100 mil em

2008).

Objetivos

Diminuir a mortalidade por cancro do colo do útero;

Diminuir a incidência de cancro invasivo;

Incrementar o diagnóstico precoce de cancro do colo do útero (estadio 0 e I) para

valores superior a 90% dos casos no programa de rastreio organizado;

Garantir uma taxa de participação da população-alvo superior a 57%;

Submeter o programa às normas e procedimentos de controlo e garantia de

qualidade.

Estratégias

Informatização do programa de rastreio em todos os centros de saúde da Região;

Autonomia metodológica dos ACeS, na prossecução das metas e objetivos do

rastreio;

Gestão técnica, científica e organizacional centralizada no grupo de trabalho da

COR – ARSC com interlocutores nos ACeS;

Monitorização e controlo de qualidade do programa, aos vários níveis: CSP,

Laboratório, Unidades de Patologia Cervical (UPC).

Metas

Unidades Funcionais que utilizam o sistema de informação do programa (66%);

Laboratórios e UPC que utilizam o sistema de informação do programa (100%);

Taxas de cobertura da população elegível (57%);

Percentagem de citologias “insatisfatórias” (<1%);

Taxas de referenciação às UPC (5%);

Tempo médio entre recepção de citologia e disponibilização do resultado (30 dias);

Tempo médio entre resultado de citologia e consulta na UPC - cancro (15 dias);

Percentagem de cancros detectados no estadio 0 e I (>90%);

Percentagem de cancros detectados no estadio III e IV (<6%);

Taxa de detecção de Cancro do Colo do Útero invasivo (3%000);

Taxa de mortalidade por Cancro do Colo do Útero (2,2%000).

Page 53: PLANO ACAO 2012

49

1.3.4 PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DO CÓLON E RECTO

O cancro do cólon e recto representa a primeira causa de mortalidade por doença

oncológica, quer nos homens (superou o cancro da próstata), quer nas mulheres

(ligeiramente superior ao cancro da mama), sendo o tumor que maior número de mortes

causa (3 656 óbitos em Portugal em 2009). A mortalidade por esta causa aumentou na

última década a uma taxa superior a 2% ao ano.

O grupo de trabalho do rastreio do cancro colo rectal da COR Centro introduziu o rastreio na

Região em 2009, envolvendo os serviços de saúde pública e medicina familiar regionais,

bem como serviços hospitalares da área de patologia clínica, gastrenterologia e anatomia

patológica hospitalares.

Objetivos

Diminuir a mortalidade por cancro do cólon e recto;

Diminuir a incidência do cancro invasivo;

Garantir diagnóstico e tratamento precoce das situações detectadas;

Proceder ao controlo de qualidade e divulgação bienal de resultados;

Alargar o programa de rastreio às unidades de saúde de 10 ACeS da região;

Alargar progressivamente o programa de rastreio do CCR a toda a Região até final

de 2013;

Atingir a população dos grupos etários de 50 a 70 anos em 2012;

Aumentar significativamente a taxa de diagnóstico do cancro colo-rectal nos

estádios precoces da doença (estadiamento 0-I) na Região Centro.

Estratégia

Execução de rastreio de base populacional, centrado nos médicos de família/ centros de

saúde, de acordo com os procedimentos metodológicos técnica e cientificamente aceites,

possuindo uma relação custo-efetividade comportável, com um sistema de informação

dedicado, universal, facilitador do desempenho dos intervenientes e que permita a

monitorização do processo e avaliação de resultados.

Page 54: PLANO ACAO 2012

50

Metas

Disponibilizar um sistema de informação fiável de gestão do rastreio;

Garantir o circuito integral do rastreio, desde o CS até aos serviços de cirurgia;

Monitorizar os critérios de sucesso do programa;

Alargar o rastreio a unidades de saúde selecionadas com critérios de excelência;

Alargar a população alvo ao grupo etário dos 50 aos 70 anos em 2012.

1.3.5 REDE DE REFERENCIAÇÃO ONCOLÓGICA REGIONAL

Colaborar com o Ministério da Saúde, através da Coordenação Nacional para as Doenças

Oncológicas, na definição de uma rede de referenciação hospitalar para as doenças

oncológicas, atendendo às especificidades geodemográficas, à capacidade instalada e à

garantia de qualidade no tratamento dos cidadãos.

Page 55: PLANO ACAO 2012

51

1.4 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

As doenças respiratórias são doenças das vias respiratórias e pulmão que incluem a asma

brônquica, a DPOC e as doenças respiratórias ocupacionais. A nível mundial, 235 milhões

de pessoas sofrem de asma e ocorrem mais de 3 milhões de mortes anuais por DPOC.

As doenças respiratórias são uma das prioridades do PNS 2011-2016 (programa nacional).

Face à prevalência crescente deste grupo de patologias (designadamente as DPOC), bem

como ao seu impacte assistencial e financeiro ao nível do SNS e do sistema de saúde

regional, considera o Conselho Diretivo que é da maior relevância assegurar a viabilidade e

sustentabilidade do Programa Regional de Prevenção e Controlo das Doenças

Respiratórias.

Trata-se duma área de intervenção que intersecta, ao nível técnico-científico, áreas de

intervenção como a saúde ambiental, a saúde escolar, a saúde ocupacional, as doenças

cardiovasculares e a promoção da saúde e, no que diz respeito ao sistema de serviços de

saúde, todos os níveis de cuidados (com destaque para os cuidados primários e cuidados

diferenciados e sua interface funcional).

A finalidade deste programa regional consiste em reduzir a carga de morbilidade, bem

como a incapacidade e a morte prematura relacionada com a DPOC e a asma.

A estratégia assenta em três eixos fundamentais: prevenção da doença (redução da

incidência), mediante a promoção de estilos de vida saudáveis (prevenção e controlo do

tabagismo), a detecção de casos em fase precoce, passível duma gestão clínica mais custo-

efetiva e, finalmente, o tratamento dos casos e a prevenção da morte prematura e

incapacidade associada.

Em relação a este último, importa garantir uma articulação efetiva entre o nível primário e

hospitalar de cuidados de saúde, bem como o adequado tratamento domiciliário dos

doentes (eg. oxigenoterapia e ventiloterapia) – em conformidade com as orientações e

normas clínicas emanadas e a emanar pela Direção-Geral da Saúde.

Ao responsável regional incumbe assegurar a articulação com os serviços e responsáveis

centrais (Direção-Geral da Saúde e programa nacional) e promover a implementação do

programa regional, mediante o envolvimento dos diversos atores do sector da saúde

(incluindo público em geral) e parceiros relevantes.

Page 56: PLANO ACAO 2012

52

2. NECESSIDADES ESPECÍFICAS EM SAÚDE

2.1 REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS (RNCCI)

A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) foi criada através do

Decreto-Lei nº 101/2006 de 6 de junho. A sua implementação, desde 2006, tem vindo a ser

realizada de uma forma sustentada e baseada na integralidade, e intersectorialidade

(comunidade, sectores social e da saúde), garantindo o princípio da autonomia e

desenvolvendo a participação da família.

Objetivos

A ECR continuará a ter por base uma estratégia de proximidade traduzida pelo aumento,

progressivo e ajustado às necessidades e sustentado, da capacidade da rede regional.

Assim, enunciam-se as seguintes metas para 2012:

Número de camas de convalescença, média duração e longa duração a 31/12/2012

- 1 420;

Número de camas de cuidados paliativos até 31/12/2012 - 68;

Implementação do funcionamento efetivo de pelo menos uma equipa intra-

hospitalar de suporte em cuidados paliativos.

Page 57: PLANO ACAO 2012

53

2.2 SAÚDE DA MULHER, CRIANÇA E ADOLESCENTE

A ARSC considera a promoção da saúde dos grupos vulneráveis e de risco como uma

prioridade regional, a assegurar mediante a promoção da gestão apropriada dos

determinantes de saúde (capacitação em saúde), identificação de necessidades específicas

de saúde e sua satisfação (baseada em critérios de equidade, efetividade e eficiência).

A Comissão Regional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente tem como missão

assegurar a coordenação das unidades coordenadoras funcionais (UCF) da área de

jurisdição territorial da ARSC e, desta forma, maximizar os ganhos em saúde destes grupos

vulneráveis.

Objetivos

Promoção da articulação efetiva entre os diversos níveis de cuidados de saúde

(âmbito inter-institucional e inter-profissional), no que diz respeito à saúde da

grávida, recém-nascido e criança;

Implementação/consolidação dos circuitos assistenciais que têm garantido a

assistência à grávida, ao recém-nascido e à criança de forma universal e equitativa;

Implementação/consolidação do circuito dos adolescentes tendo em conta as

necessidades assistenciais não satisfeitas neste escalão etário;

Avaliação/monitorização do programa;

Promoção da informatização da carta de nascimento/alta;

Desenho de ações de formação em Saúde dos Adolescentes – em articulação com

o Gabinete de Formação da ARSC;

Criação da rede de assistência regional ao RN/criança com risco biológico (em

conformidade com as orientações/normativos nacionais);

Assegurar o refrescamento e atualização dos conteúdos da CRSMCA, disponíveis

na página web da ARSC, IP em articulação com a Equipa de Gestão de Conteúdos

da página web da ARSC.

Page 58: PLANO ACAO 2012

54

2.3 SAÚDE MENTAL

A saúde mental é uma das áreas de maior transcendência em Saúde Pública. Além da

transcendência social e económica, a saúde mental é uma das principais dimensões da

saúde e bem-estar, conforme a já clássica definição da OMS.

O envelhecimento da população, bem como o stress psicossocial, são alguns dos factores

que poderão contribuir para a elevada prevalência destas doenças e custos relacionados

com o seu tratamento.

Entre 2001 e 2008 verificou-se um aumento de 31% no consumo de ansiolíticos, hipnóticos,

sedativos e antidepressivos no âmbito do SNS (INFARMED). Além dos custos diretos

relacionados com o tratamento, estas doenças cursam com custos indiretos muito elevados,

relacionados com o absentismo laboral e a perda de produtividade.

De acordo com o Estudo Saúde Centro 2005, a prevalência de “depressão continuada” na

Região Centro (correspondente aos 101 concelhos da então área de influência) foi estimada

em 14,4%, sendo a prevalência do consumo regular de psicofármacos de 16,1%.Desta

forma, a ARSC considera a saúde mental uma prioridade regional e o Programa Regional de

Saúde Mental como um dos programas do seu Plano de Ação para 2012.

Com a decisão ministerial da fusão dos hospitais na cidade de Coimbra (HUC, CHC e

CHPC), e a consequente criação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra EPE

(CHUC), urge reenquadrar os objetivos do Plano Nacional de Saúde Mental no que se refere

ao desenvolvimento da rede de serviços locais nos próximos anos.

Depois de se ter dado passos importantes na reorganização prévia dos hospitais

psiquiátricos existentes anteriormente (Sobral Cid, Lorvão e Arnes), com reorganização

interna e redução dos doentes nas duas últimas instituições, urge agora promover a

transferência progressiva dos cuidados dos utentes ainda internados nas unidades de

Lorvão (HL) e Arnes, para unidades que possam prestar cuidados continuados de psiquiatria

(Decreto-Lei nº 8/2010) e dadas as características dos utentes que ainda aí se encontram

numa larga maioria terão de se encontrar residências de apoio máximo (trata-se de uma

estrutura residencial, localizada na comunidade, destinada a pessoas clinicamente

estabilizadas com elevado grau de incapacidade psicossocial, impossibilitadas de serem

tratadas no domicílio por ausência de suporte familiar ou social adequado).

Não podemos deixar de referir que neste momento um dos objetivos da criação do CHUC é

a breve prazo poder existir uma urgência central, facto que a psiquiatria já há uns anos o

tinha realizado com a reorganização do atendimento das urgências psiquiátricas, mas

Page 59: PLANO ACAO 2012

55

mesmo esse facto deverá agora ser traduzido por uma avaliação retrospetiva dos resultados

alcançados e desenvolver iniciativas para a melhoria desse atendimento.

Objetivos

Promoção da saúde mental na área de jurisdição territorial da ARSC;

Assegurar o acesso equitativo a cuidados de saúde de qualidade aos indivíduos

com problemas de saúde mental.

Estratégias

Descentralização dos serviços de saúde mental, de modo a garantir a sua

acessibilidade geográfica, mediante a criação de uma rede de unidades de saúde

mental comunitárias e aprofundamento das Unidades de Saúde Mental

Comunitárias (SMC) já criadas.

Depois de se ter instalado a Unidade de SMC de Leiria Norte, que engloba os

concelhos de Ansião, Figueiró dos Vinhos, Castanheira da Pêra, Pedrogão Grande,

Alvaiázere, e Pombal (norte), é importante reforçar a sua atuação de forma a

cumprir os pressupostos da sua criação.

Dado também se ter iniciado no final de 2011 a instalação de uma Unidade de

Saúde Mental do Litoral Norte (englobando os concelhos de Cantanhede, Mira,

Anadia, Mealhada e Mortágua) é importante reforçar o seu desenvolvimento.

Também foram dados passos de desenvolvimento de uma Unidade de Saúde

Mental de características comunitárias na cidade de Coimbra que, embora não se

encontrasse prevista no Plano de Saúde Mental, é vista como um exemplo de

resposta integrada para a população vulnerável existente na cidade de Coimbra e

que será objeto de acompanhamento, tendo em vista promover o seu

desenvolvimento.

É intenção da ARSC promover, junto do CHUC, o estudo e futura instalação ao

longo do presente ano de mais uma unidade de saúde comunitária numa das

localidades dessa zona: Unidade de Saúde Mental Comunitária (USMC) do Pinhal

Interior (Penacova, Poiares, Lousã, Góis, Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital,

Pampilhosa da Serra) e/ou Unidade de SMC do Litoral Sul (Figueira da Foz,

Montemor-o-Velho, Soure - parcial).

Reforço da cooperação na área da psiquiatria de ligação entre o CHUC e os ACeS

(reforço dos projetos de psiquiatria de ligação, enquanto “articulação” dos cuidados

de saúde mental nos cuidados de saúde primários).

Page 60: PLANO ACAO 2012

56

Dado que até ao momento não foi possível instalar uma Unidade de Internamento

no Departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência de Coimbra no novo

Hospital Pediátrico de Coimbra do CHUC, considera-se que este é um dos objetivos

da ARSC e espera-se que esta situação seja resolvida no decorrer deste ano de

2012.

Articulação com o CHUC visando o desenvolvimento do Plano Nacional de Saúde

Mental nos diversos pressupostos, nomeadamente na criação das unidades de

distúrbios alimentares e de psiquiatria para as pessoas mais velhas, de forma que a

Região Centro possa responder às necessidades específicas desses grupos - quer

pela solicitação individual, quer pelas solicitações dos cuidados de saúde primários

e de outras unidades hospitalares (psiquiatria) desta Região.

Promoção da participação das comunidades, utentes e suas famílias nos cuidados

de saúde mental – estabelecimento de parcerias intersectoriais.

Desenvolvimento de iniciativas promotoras de respostas dos cuidados continuados

de psiquiatria.

Outras atividades a desenvolver

Integração das atividades do antigo IDT nos serviços da ARSC (segundo avaliação

a decorrer);

Cativação de novos especialistas para zonas mais carenciadas (caso de Castelo

Branco e Guarda), tendo em vista uma distribuição equitativa dos recursos

humanos em psiquiatria;

Desenho e implementação de projetos de Psiquiatria de Ligação nos diferentes

ACeS (concelhos dos distritos de Aveiro, Viseu, Leiria, Guarda e Castelo Branco da

área de jurisdição territorial da ARSC) visando promover a “integração” dos

cuidados de saúde mental nos cuidados de saúde primários.

Page 61: PLANO ACAO 2012

57

3. INTERVENÇÃO SOBRE OS DETERMINANTES DE SAÚDE

3.1 CAPACITAÇÃO E LITERACIA EM SAÚDE

O programa regional de capacitação e literacia em saúde tem como objetivo geral a

capacitação em saúde das populações da área de influência da ARSC, mediante a

divulgação de informação em saúde cientificamente válida e ajustada aos diversos públicos-

alvo.

Tem como objetivos específicos promover comportamentos e atitudes conducentes à saúde

pelo público em geral e públicos sectoriais, bem como assegurar, a um âmbito regional

(ARSC), a gestão comunicacional de situações de crise e emergência em saúde pública. O

mote deste programa regional é “Informação para uma correta decisão”.

O programa integra, na sua estrutura funcional, a Equipa de Gestão de Conteúdos da

página web deste instituto público, sendo o responsável pelo programa, simultaneamente, o

coordenador operacional da referida equipa.

Este responsável responde, diretamente, perante o Conselho Diretivo da ARSC, tendo em

vista o cumprimento das atribuições da Equipa de Gestão de Conteúdos (constantes da

deliberação do Conselho Diretivo de 02/02/2012), nomeadamente:

Edição de conteúdos para publicação na página web (após aprovação superior pelo

Conselho Diretivo);

Assessoria ao Conselho Diretivo no que diz respeito à publicação de conteúdos na

intranet;

Assegurar o alojamento dos microsites dos serviços desconcentrados na ARSC na

página web, garantindo a qualidade e pertinência de todos os conteúdos

publicados.

Objetivos

Assegurar a assessoria ao Conselho Diretivo e ao Delegado de Saúde Regional na

área da comunicação em saúde;

Promover a prossecução das atribuições da Equipa de Gestão de Conteúdos da

página web da ARSC (www.arscentro.min-saude.pt), no que diz respeito à

disponibilização de conteúdos na página web e na intranet – conforme a

deliberação constituinte da referida equipa (deliberação CD nº 2 de 02/02/2012);

Page 62: PLANO ACAO 2012

58

Garantir o refrescamento e atualização de conteúdos publicados no microsite do

Delegado de Saúde Regional (em www.dgs.pt) – edição e publicação online de

conteúdos (todos os níveis de privilégio);

Garantir a articulação com as estruturas centrais do Ministério no âmbito da

informação em saúde e edição e submissão de conteúdos para o Portal da Saúde

do Ministério da Saúde (www.portaldasaude.pt).

Page 63: PLANO ACAO 2012

59

3.2 PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MEIO ESCOLAR

A Organização Mundial da Saúde (OMS) no documento “Health for All” estabeleceu metas

de saúde para os próximos anos, em que os estilos de vida saudáveis e a promoção da

saúde têm uma abordagem privilegiada no ambiente escolar, e em que os serviços de

saúde têm um importante papel na promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento, no que

se refere à saúde das crianças e à escolarização.

Tal como o Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE) refere, "o trabalho de saúde

escolar desenvolve-se prioritariamente na escola, em equipa, respeita sempre a relação

pedagógica existente com os docentes, envolvendo a família e restante comunidade

educativa”. Visa promover e proteger a saúde, bem-estar e sucesso educativo das crianças

e jovens escolarizados apoiando a inclusão escolar das crianças com NSE, promovendo um

ambiente escolar seguro e saudável, reforçando os factores de proteção relacionados com

os estilos de vida saudáveis e contribuindo para o desenvolvimento dos princípios das

escolas promotoras da saúde.

Objetivo

Melhorar as taxas de cobertura e a qualidade das intervenções realizadas nas

atividades de saúde escolar, na comunidade educativa da Região Centro.

Estratégias/atividades a desenvolver

Apoiar a implementação do PNSE em todos os ACeS da Região Centro;

Promover uma articulação efetiva com os parceiros relevantes (sector educativo e

outros);

Promover uma articulação efetiva com outros programas/projetos dirigidos à

população escolar;

Apoiar no desenvolvimento, monitorização e avaliação de projetos regionais/locais

no âmbito da saúde escolar, nomeadamente como o projeto “+ Contigo”;

Avaliar no final de cada ano lectivo o cumprimento do PNSE;

Formação dos profissionais de saúde que integram as equipas de saúde escolar

nas áreas consideradas prioritárias.

Page 64: PLANO ACAO 2012

60

Metas

Ano 2012

ACeS a implementar o PNPSE 100%

Escolas abrangidas por SE 90%

Alunos do pré-escolar abrangido por SE 85%

Alunos do 1º ciclo do EB abrangidos por SE 88%

Alunos do 2º ciclo abrangidos por SE 67%

Alunos do 3º ciclo abrangidos por SE 65%

Alunos do Secundário abrangidos por SE 55%

Escolas avaliadas e introduzidas no formulário da DGS (segurança, higiene e saúde) 10%

Alunos do Jardim-de-infância abrangidos pelo PBSO 55%

Alunos do 1º ciclo abrangidos pelo PBSO 70%

Alunos de 6 anos com EGS 73%

Alunos de 13 anos com EGS 57%

Alunos de 6 anos com PNV atualizado 95%

Alunos de 13 anos com PNV atualizado 92%

Nº de ACES a implementar o projeto Regional “+ Contigo” 6%

Page 65: PLANO ACAO 2012

61

3.3 SAÚDE ORAL

O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO)assenta numa estratégia global

de promoção da saúde, prevenção e tratamento das doenças orais, desenvolvendo-se ao

longo do ciclo de vida e nos ambientes onde as crianças e jovens vivem e estudam.

A sua finalidade consiste em assegurar a prestação equitativa de cuidados de saúde oral, ao

longo do ciclo de vida, com base em procedimentos simplificados e orientados para a

satisfação de necessidades de saúde oral nas idades de maior vulnerabilidade, garantido

um melhor acesso aos serviços e um alargamento progressivo das populações abrangidas.

Assim, a partir de 2009, e após reformulação médico-dentária, o programa passa a

abranger, de acordo com o mesmo modelo contratual de utilização (cheque-dentista), três

segmentos populacionais prioritários dos utentes do SNS:

Crianças e jovens que frequentam escolas públicas e instituições privadas de

solidariedade social – SOCJ;

Mulheres grávidas – SOG;

Pessoas idosas beneficiárias do Complemento Solidário – SOPI;

Crianças com idade menor ou igual a 6 anos – SOSI.

A partir de 2010, ano lectivo 2009/2010, passaram a ter acesso a tratamento dentário as

crianças de 8, 11 e 14 anos, com situações de cárie em dentes permanentes, que tiveram

acesso ao programa através da saúde escolar, no ano anterior e que terminaram os

respetivos planos de tratamento.

Deu-se, assim, lugar ao alargamento do programa a crianças e jovens de 8, 11 e 14 anos

(Saúde Oral Crianças e Jovens Idades Intermédias – Circular Normativa da Direção-geral da

Saúde nº 08/DSPP/DCVAE de 20/04/2010).

Mais recentemente através da Norma da DGS nº 002/2010 de 27 de outubro, o programa

passou a abranger os doentes infectados pelo VIH/SIDA.

A OMS aponta, para 2020, metas para a saúde oral que exigem um reforço das ações de

promoção da saúde e prevenção das doenças orais, e um maior envolvimento dos

profissionais de saúde e de educação, dos serviços públicos e privados.

Assim, a intervenção de promoção da saúde oral, que se inicia durante a gravidez e se

desenvolve ao longo da infância, em Saúde Infantil e Juvenil, consolida-se no jardim-de-

infância e na escola, através da Saúde Escolar.

Page 66: PLANO ACAO 2012

62

Também o Programa Envelhecimento Ativo da OMS recomenda a promoção da saúde oral

neste grupo populacional, sendo que a ausência parcial ou total de dentes traz graves

consequências a nível da saúde física e emocional, dificultando a comunicação interpessoal

e promovendo o isolamento.

Os cuidados dentários, não satisfeitos no SNS, serão prestados através de contratualização.

Objetivo geral

Implementar o PNPSO como programa prioritário em todos os ACeS e ULS da

Região Centro.

Objetivos específicos

Dotar os ACeS com material e equipamento médico-dentário;

Promover estágios de higienistas orais nos ACeS e dotar estes serviços

desconcentrados com, pelo menos, um higienista oral;

Garantir o acesso das grávidas da Região Centro, utentes do SNS, aos cuidados

médico-dentários;

Garantir o acesso dos idosos beneficiários do Complemento Solidário da Região

Centro, utentes do SNS, aos cuidados médico-dentários;

Garantir o acesso das crianças e jovens das coortes definidas em circular normativa

(CN) da DGS, da Região Centro, aos cuidados médico-dentários;

Garantir o acesso dos doentes infectados pelo VIH/SIDA da Região Centro, aos

cuidados médicos dentários.

Atividades a desenvolver

Participar nas reuniões da DGS/Saúde Oral e reunir com os responsáveis dos

ACeS/ULS;

Articulação com outras entidades/instituições/profissionais;

Articulação com outros programas/projetos;

Fazer avaliação e monitorização do programa de saúde oral;

Reuniões regulares com a DGS e ACeS/ULS, para implementação do processo de

auditoria ao programa.

Page 67: PLANO ACAO 2012

63

3.4 SAÚDE OCUPACIONAL

A Saúde Ocupacional (SO) é uma área de intervenção multidisciplinar que tem como

finalidades, segundo a OMS/OIT, a prevenção dos riscos profissionais e a vigilância e

promoção da saúde dos trabalhadores. A qualidade de vida no trabalho, conducente à

realização pessoal e profissional, tem de se inserir numa matriz de desenvolvimento que

integra como pilar fundamental as adequadas condições de segurança e saúde nos locais

de trabalho.

A Lei-quadro de segurança, higiene e saúde no trabalho (Decreto-Lei nº 441/91 de 14 de

novembro) contém os princípios que visam promover a segurança, higiene e saúde no

trabalho, consagrados nos artigos 59º e 64º da Constituição da República Portuguesa.

Os princípios normativos desse diploma e demais legislação complementar, exigem que se

adaptem conceitos e se explicitem algumas das obrigações e inerentes responsabilidades

dos empregadores e trabalhadores no âmbito da Administração Pública.

A ARSC, de acordo com a legislação em vigor (número 2 do artigo 221º da Lei nº 59/2008

de 11 de setembro), é responsável pela política de promoção e proteção da saúde dos seus

trabalhadores, bem como pela organização das atividades de segurança, higiene e saúde

do trabalho, que visem a prevenção de riscos profissionais e a promoção da saúde dos

trabalhadores.

Nos estabelecimentos de saúde, face à existência de áreas de risco elevado e ao número

de trabalhadores tanto dos ACeS como dos serviços centrais da ARSC, justifica-se, de

acordo com a legislação vigente, a organização de serviços internos, próprios ou comuns a

vários ACeS/serviços da sede da ARSC, independentemente do modelo organizacional –

centralizado, descentralizado ou misto – que venha a ser considerado oportuno

implementar.

Face à previsão nos normativos aplicáveis de que, por um lado, haja responsabilização da

entidade empregadora pelo não cumprimento das normas legais sobre segurança, higiene e

saúde no trabalho, e de que, por outro haja fiscalização do cumprimento dessas regras por

parte da Inspeção-geral do Trabalho e da Direção-Geral da Saúde, no âmbito das

respectivas atribuições, torna-se imperiosa e urgente o desencadear dos procedimentos

tendentes à criação e organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho da ARSC

(SSSTARSC).

Estrategicamente, do ponto de vista organizacional, estes serviços deverão funcionar como

uma assessoria técnica dos órgãos dirigentes.

Page 68: PLANO ACAO 2012

64

As atividades deste programa englobam uma dupla vertente:

Interna, de prestação de cuidados com o objetivo de proteção e promoção da saúde

dos trabalhadores que desempenham funções nos estabelecimentos da área de

influência da ARSC, independentemente do vínculo e contrato laboral; bem como,

de apoio técnico em conformidade às Unidades de Saúde Pública;

Externa, de representação da Direção-Geral da Saúde no processo de

licenciamento e auditoria de Serviços Externos de Segurança, e Saúde no

Trabalho, de acordo com a legislação aplicável.

Objetivos gerais

Proteção e promoção da saúde dos trabalhadores da área geográfica de influência

da ARSC;

Proteção e promoção da saúde dos trabalhadores que desempenham funções nos

estabelecimentos ARSC, independentemente do vínculo e contrato laboral.

Objetivos específicos

Promoção da vigilância do funcionamento dos serviços de segurança e saúde no

trabalho da área geográfica de influência da ARSC;

Promoção do licenciamento de Serviços Externos de Segurança, e Saúde no

Trabalho, bem como das auditorias em conformidade;

Promoção da implementação de serviços de segurança e saúde no trabalho nos

serviços centrais, nos ACeS e nas ULS da ARSC;

Promoção da monitorização e vigilância dos riscos profissionais e das condições

ambientais dos locais de trabalho;

Promoção da vigilância da saúde dos trabalhadores;

Prevenção da ocorrência de acidentes de trabalho e de doenças profissionais;

Promoção da sensibilização, informação e formação sobre riscos profissionais e

medidas preventivas face à saúde;

Promoção da investigação em segurança, higiene e saúde no trabalho.

Page 69: PLANO ACAO 2012

65

3.5 SAÚDE AMBIENTAL

A prossecução do programa de gestão ambiental decorre da necessidade de ser garantida a

sustentabilidade das atividades desenvolvidas, tendo como princípio a salvaguarda da

saúde humana e da qualidade ambiental, bem como o cumprimento das imposições legais e

obtenção de ganhos nas condições de sustentabilidade e funcionamento das unidades de

prestação de cuidados de saúde no âmbito dos projetos de qualidade do ar, resíduos

hospitalares, prevenção da doença dos legionários, e inventariação de materiais contendo

amianto.

A atividade desenvolvida nas instalações é garantia da saúde das populações, indissociável

da qualidade de vida e desenvolvimento das comunidades, potenciadora de impactes

ambientais negativos, sendo necessária a adequação de metodologias para prevenção da

poluição nos vários domínios das fontes de emissão.

A gestão sustentável de instalações e serviços constitui uma preocupação crescente de

acordo com as guidelines internacionais para a melhoria contínua da prestação de cuidados

de saúde, quer para a população quer para o ambiente, assegurando a qualidade e a

eficiência do seu funcionamento.

A análise e avaliação das condições existentes constituem a implementação e

desenvolvimento do programa, dando continuidade aos projetos anteriormente iniciados nas

áreas fundamentais de aplicação, abrangendo unidades de prestação de cuidados de saúde

da Região Centro.

Objetivos

Dar cumprimento à legislação ambiental aplicável referente às fontes de emissão

nos vários domínios, existentes nas instalações da ARSC, com particular incidência

para a monitorização trienal das emissões gasosas com a monitorização de todas

as fontes fixas de emissão, de acordo com o Decreto-Lei nº 78/2004 de 3 de abril, e

redução das emissões de CO2, fomentando a eficiência energética;

Renovação do parecer de validação da monitorização e cumprimento dos limites de

emissão, e definição de periodicidade, da Comissão de Coordenação da Região

Centro;

Proceder à avaliação das condições de funcionamento e estabelecimento de

critérios de ecoeficiência e sustentabilidade;

Page 70: PLANO ACAO 2012

66

Implementar novas estratégias de gestão como medida para a progressiva

aproximação ao Plano Estratégico do Baixo Carbono;

Efetivar a monitorização da qualidade do ar interior;

Melhorar a eficácia das políticas de prevenção, controlo e redução de riscos para a

saúde com origem em fatores ambientais, promovendo a integração do

conhecimento e a inovação, contribuindo também, desta forma, para o

desenvolvimento económico e social da Região e do País;

Assegurar a implementação e avaliação dos projetos regionais na área da saúde

ambiental em curso;

Prosseguir a implementação da gestão de resíduos em todos os serviços

dependentes da ARSC, bem como a formação e divulgação do Programa de

Gestão de Resíduos na Administração Pública;

Dar continuidade às sessões de trabalho descentralizadas, abrangendo várias

entidades para além dos serviços operativos de Saúde Pública e serviços técnicos,

(ambiente, trabalho, autarquias e serviços da área de educação e segurança

social), para divulgação e prevenção de riscos, caraterísticas técnicas de materiais

contendo amianto, e avaliação de procedimentos.

Page 71: PLANO ACAO 2012

67

3.6 COMPORTAMENTOS ADITIVOS: PROBLEMAS LIGADOS AO ÁLCOOL (PLA)

Os Problemas Ligados ao Álcool (PLA) assumem um carácter eminentemente transversal

com consequências na saúde, na sociedade e na economia dos países a nível da Europa.

Os padrões de consumo são cada vez mais preocupantes com consequências f ísicas,

psicológicas e sociais.

Portugal é um dos países que tem mantido um consumo elevado per capita de bebidas

alcoólicas, com importantes repercussões em saúde pública.

O Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool surge na sequência do

Plano de Ação contra o Alcoolismo proposto em 2000, pretendendo responder aos desafios

que se colocam, nomeadamente os relacionados com o aumento de determinados padrões

de consumo de álcool nas camadas mais jovens da população. Pretende-se, igualmente,

uma intervenção mais abrangente sobre a sociedade em geral.

O consumo nocivo do álcool não só tem consequências para os bebedores, como–

fundamentalmente – para a sociedade em geral. Os padrões inapropriados –porque

relacionados com consumos excessivos, em termos absolutos ou relativos – de consumo de

álcool têm consequências significativas em Saúde Pública, com impacte em termos sociais

e económicos.

Nos Inquéritos Nacionais ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na População Geral

(2001-2007) observa-se um aumento da prevalência do consumo para todos os grupos

etários. Apenas 20,7% dos portugueses entre os 15-64 anos, refere nunca ter bebido.

Por outro lado, 41,6% referiu ter bebido 6 ou mais bebidas numa ocasião (8,1% fê-lo duas

ou mais vezes por mês, 1,8 % fê-lo quatro ou mais vezes por semana e 1,3 % fê-lo

diariamente) e 20,7% dos portugueses embriagou-se no último ano (1,8% referiu tê-lo feito

dez ou mais vezes).De acordo com estes inquéritos, 7,8% dos portugueses embriagou-se

no último mês.

No que diz especificamente respeito à população jovem (15-25 anos), 38,5% dos jovens dos

20-24 anos e 34,6% dos jovens dos 15-19 anos embriagou-se no último ano, sendo que

2,8% dos jovens dos 20-24 anos e 1,2% dos jovens dos 15-19 anos, fê-lo dez ou mais

vezes.

Quando inquiridos relativamente ao último mês, 15,4% dos jovens dos 20-24 anos e 11,2%

dos jovens dos 15-19 anos relatou ter-se embriagado nesse período.

Numerosos estudos demonstram que existe uma relação dose-resposta entre o consumo de

álcool e a frequência e gravidade de várias doenças. Deste modo, a maiores níveis de

Page 72: PLANO ACAO 2012

68

consumo correspondem taxas de mortalidade e morbilidade mais elevadas, designadamente

por cirrose hepática, neoplasias, acidentes nos locais de trabalho e sinistralidade rodoviária.

Influenciam ainda outras situações, como absentismo laboral, comportamentos sexuais de

risco, gravidez na adolescência, agressividade e violência.

Perante este problema, justifica-se que a política atual em relação aos PLA deva apontar

para a necessidade de uma sensibilização ao nível da população, no sentido da redução do

consumo global e dos consumos de risco, assim como a intervenção junto dos utentes com

consumos de risco, consumos nocivos e dos dependentes alcoólicos.

Neste contexto, torna-se relevante uma Rede de Referenciação Alcoológica Nacional, com

uma arquitetura claramente definida. Esta rede deverá ser enquadrada pelo Plano Nacional

de Saúde, devendo ser desenvolvida em conformidade com o Plano Nacional para a

Redução dos Problemas Ligados ao Álcool 2009-2012.

Esta rede deverá incluir, não só, os serviços de saúde, mas também parceiros relevantes

(institucionais e comunitários), envolvendo múltiplos agentes e diferentes sectores como

sejam o da educação, da segurança social, do trabalho, da justiça.

A finalidade do programa consiste em reduzir, a um nível regional, a prevalência e incidência

dos PLA na comunidade.

A estratégia de intervenção assenta em sensibilizar os profissionais dos cuidados de saúde

primários para os PLA e desenvolver estratégias de detecção precoce de bebedores

excessivos.

A detecção destes indivíduos deverá ser seguida de intervenções breves (com evidência de

eficácia) nos casos com consequências físicas, psicológicas e sociais mas ainda sem

critérios e dependência.

Será interessante referir que foi estimado que a intervenção a nível dos cuidados de saúde

primários para consumidores de risco ou nocivos constitui das intervenções mais baratas

com ganhos a nível de saúde, correspondendo cerca de 1 900 euros por ano de doença e

morte prematura evitada.

Por outras palavras, as estratégias de intervenção breve com utentes com consumo de risco

e nocivo têm uma relação custo-benefício altamente favorável quando comparada com

qualquer outro tipo de intervenção.

O estabelecimento de critérios de referenciação/articulação claramente definidos, no que diz

respeito aos restantes níveis de resposta assistencial, permitirá responder, de forma

atempada e adequadamente, aos principais problemas e necessidades de saúde

identificados.

Page 73: PLANO ACAO 2012

69

Objetivos / metas

Diagnóstico da situação regional no âmbito dos PLA, identificando as equipas de

alcoologia a funcionar nos ACeS da área de influência da ARSC (coordenadores,

consultas e respectiva carga horária);

Nomear responsáveis/interlocutores na área da Alcoologia em cada um dos ACeS

da área de influência da ARSC;

Programar ações de formação para todos profissionais (priorizando os que nunca

tiveram formação nesta área), de modo a aumentar as suas competências para a

detecção e intervenção precoce dos consumos risco/nocivos, a nível dos cuidados

de saúde primários;

Uniformizar indicadores de avaliação, participando ativamente com os parceiros

envolvidos;

Organizar, a nível regional, uma Rede de Referenciação de Alcoologia, baseada

nas orientações e normativos nacionais.

Atividades a desenvolver

A nível regional

Agendar reuniões com todos os interlocutores/coordenadores dos ACeS

responsáveis pelos PLA, tendo em vista:

o Divulgação do projeto PHEPHA (Primary Health Care European Project on

Alcohol) a todos os médicos de família pertencentes à área de influência da

ARSC (este projeto tem como objetivo definir e uniformizar

recomendações/guidelines europeias e orientações clínicas ao nível europeu

sobre o álcool);

o Formação de profissionais de saúde, facultando materiais de suporte

pedagógico e um programa de treino relacionado com o consumo de álcool e

com formas de intervenção;

o Distribuir o Manual de Boas Práticas em Cuidados de Saúde

Primários/PLA/Rede de Referenciação a todos os ACeS – em elaboração e a

ser sujeito a apreciação do IDT/ parceiros envolvidos;

Reuniões ao longo do ano com os interlocutores dos ACeS/responsáveis pelos

PLA, para avaliação do programa, identificação das dificuldades detectadas e

reajuste se necessário;

Avaliação no final do ano.

Page 74: PLANO ACAO 2012

70

A nível institucional

Reuniões com os parceiros envolvidos, sempre que julgado necessário, para

otimização das estratégias de abordagem nesta área, tentando promover e

uniformizar circuitos de articulação interinstitucionais.

A criação do Serviço de Intervenção e Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD),

nos termos da nova Lei Orgânica do Ministério, implica que a parte operacional das

respostas oferecidas à população, nas diversas áreas de intervenção, passará para as ARS.

Tal pressupõe ajustamentos ao presente programa, tendo em vista potenciar recursos

instalados e evitar redundâncias organizacionais e técnicas.

Page 75: PLANO ACAO 2012

71

3.7 TABAGISMO

O tabagismo é um importante problema de Saúde Pública, não só pela magnitude, mas

também pelas consequências na saúde e nos elevados custos económicos e sociais. É o

único produto de venda legal que mata metade dos seus consumidores regulares. Morrem

cerca de 6 milhões de pessoas em cada ano, das quais 600 000 por exposição ao fumo

passivo, sendo já a terceira maior causa de morte evitável no mundo.

O consumo de tabaco é dos fatores de risco mais importantes, estando associado a várias

doenças crónicas, como a DPOC, doença cardiovascular e cancro. É o agente responsável

pela primeira causa evitável de doença, invalidez e morte no mundo atual; é também a

principal causa prevenível de perda de saúde e morte prematura nos países desenvolvidos,

como tal é um fator de risco modificável conhecido.

O comportamento de fumar tem início na experimentação, começa na infância e na

adolescência que são as etapas de maior vulnerabilidade psicossocial, ou seja, está

associado ao desenvolvimento da personalidade. Nessa medida, as estratégias primordiais

para prevenir e controlar a epidemia tabágica são fundamentais, para evitar o hábito de

fumar nos jovens e a cessação tabágica.

A cessação tabágica melhora não só a qualidade de vida dos fumadores, mas também os

indicadores de saúde e o consumo de recursos e serviços do sistema de saúde, ao reduzir a

mortalidade e morbilidade associadas ao consumo de tabaco.

Finalidade

Reduzir a mortalidade e morbilidade causadas pelo consumo de tabaco;

Diminuir a prevalência do tabagismo.

Objetivos

Atrasar a idade média de início do consumo de tabaco;

Promover estilos de vida saudáveis;

Prevenir o consumo de tabaco entre os adolescentes e jovens;

Sensibilizar os profissionais para a abertura de consultas de Cessação Tabágica;

Promover a cessação;

Prevenir o consumo de tabaco nos grupos vulneráveis.

Page 76: PLANO ACAO 2012

72

Atividades a desenvolver

Assinalar, a nível regional e local (ACeS), o Dia Mundial Sem Tabaco e o Dia

Nacional do Não Fumador;

Promover a formação adequada dos profissionais de saúde;

Elaboração de material de apoio às consultas de cessação tabágica;

Elaboração de material informativo para a comunidade;

Realização do 3º colóquio da ARSC;

Desenvolvimento das atividades programadas do Grupo Regional do Tabagismo da

ARSC (incluindo a elaboração da newsletter);

Divulgar e aplicar o Projeto Escolas Livres de Fumo;

Dinamizar ações no âmbito do tabagismo.

3.7.1 PROJETO ESCOLAS LIVRES DE FUMO

O tabagismo é um grave problema social com repercussões preocupantes a nível da saúde

pública. O tabaco, embora seja um produto de consumo legal, é tóxico e aditivo, o qual tem

consequências na saúde do indivíduo e na comunidade.

O consumo de tabaco é responsável direta ou indiretamente por várias doenças

(cardiovasculares, cancro, bronquite ou enfisema, impotência, entre outras).

As morbilidades ocasionadas pela exposição prolongada do tabaco, assim como a

mortalidade nos fumadores ativos e passivos, são determinantes para a intervenção dos

profissionais de saúde, de modo a reduzir o número de fumadores e aumentar o número de

ex-fumadores.

Nas crianças e adolescentes deve evitar-se o início do consumo ao promover estilos de vida

saudáveis. Por outro lado, estas crianças e jovens podem influenciar positivamente a

mudança de comportamentos tabágicos na família.

A educação e a promoção da saúde são determinantes para fazer escolhas adequadas e

adquirir comportamentos responsáveis.

Objetivo geral

Promover a saúde criando, nas escolas, ambientes livres de fumo.

Page 77: PLANO ACAO 2012

73

Objetivos específicos

Sensibilizar a comunidade escolar para estilos de vida saudáveis;

Diminuir o consumo do tabaco na comunidade escolar;

Promover nos alunos opções saudáveis - “O que está na moda é não fumar!”.

População-alvo:

Alunos do 2º, 3º ciclos e ensino secundário;

Professores;

Funcionários;

Pais e encarregados de educação.

Atividades desenvolvidas e a desenvolver:

Diagnóstico da situação sobre hábitos tabágicos na comunidade escolar:

divulgação dos questionários, para auto-preenchimento por alunos, pessoal

docente e não docente.

Elaboração de projeto: com base no diagnóstico de situação, as escolas/equipas

pluridisciplinares (alunos, pessoal docente e não docente, pais, médicos,

enfermeiros e outros) definem estratégias/atividades dirigidas à comunidade

escolar.

Concurso do logótipo e slogan: dirigido aos alunos das escolas com projeto, com

atribuição de prémios na comemoração do Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio).

Formação em meio escolar, pelos ACeS, das equipas multidisciplinares

responsáveis pelos projetos.

Avaliação contínua do projeto pela equipa pluridisciplinar da escola.

Avaliação da escola no final do ano letivo, de acordo com a Carta das Escolas

Livres de Tabaco:

o Bandeira vermelha: concretização dos pontos 1 e 2 da Carta das Escolas

Livres de Fumo;

o Bandeira amarela: concretização dos pontos 1,2,3 e 4 da Carta das Escolas

Livres de Fumo;

o Bandeira verde: concretização dos pontos 1,2,3, 4 e 5 da Carta das Escolas

Livres de Fumo.

Page 78: PLANO ACAO 2012

74

3.8 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Segundo dados da OMS, a taxa de mortalidade específica por doenças crónicas tem vindo a

aumentar nos últimos anos, não se restringindo este aumento apenas aos países

desenvolvidos mas também aos países em desenvolvimento. Todas as estratégias

aplicadas a nível internacional para combater este flagelo passam por estabelecimento de

medidas que visam uma dieta equilibrada do ponto de vista nutricional, e atividade física.

O Programa de Qualidade Alimentar e Vigilância Alimentar, agora designado de

Alimentação Saudável, tem baseado a sua ação num conjunto de estratégias que visam

minorar a prevalência de algumas doenças crónicas, nomeadamente a obesidade, as cardio

e cerebrovasculares, a diabetes, a osteoporose e algumas neoplasias.

A promoção de consumo de produtos horto frutícolas, aliada a uma atividade física regular e

à restrição de consumo de gorduras saturadas, de açúcares e de sal, são a base das linhas

de ação comunitárias, desenhadas pelo Departamento de Saúde Pública e Planeamento da

ARSC (DSPP) para serem implementadas pelos serviços operativos de saúde pública locais

(unidades de saúde pública dos ACeS e ULS).

Já com uma vasta experiência em projetos de intervenção comunitária, as unidades de

saúde pública dos ACeS e das ULS do âmbito territorial da ARSC têm vindo, ao longo dos

anos, a aplicar medidas que têm como objetivo capacitar a população da sua área de

influência para as boas práticas em saúde, incluindo a alimentação saudável.

Para aumentar a eficácia do trabalho desenvolvido pelas unidades atrás referenciadas foram

estruturadas pela ARSC estratégias enfocadas nos vários problemas de saúde, onde a

alimentação foi considerada um dos fatores determinantes.

As estratégias atrás referidas apresentam várias vertentes:

Organização interna dos serviços e reforço da capacitação dos seus profissionais

em áreas consideradas de interesse fundamental para a atuação no âmbito deste e

doutros programas regionais de saúde;

Criação e estreitar de relações com o exterior, através de protocolos de articulação

com instituições académicas e científicas, ou associações corporativistas;

Intervenção direta nos fatores determinantes alimentares através da articulação

com a indústria alimentar.

Sensibilização para estes problemas de saúde da sociedade civil através dos media

e das empresas de marketing.

Page 79: PLANO ACAO 2012

75

Todas as estratégias se encontram consubstanciadas em projetos de intervenção

organizacional ou comunitária.

Além do que foi realizado até à presente data pela ARSC nestas matérias, e que tem sido

alvo de apreciação em relatórios dedicados ou nos relatórios anuais, pretendem-se

desenvolver, no próximo ano, as seguintes ações incluídas nos projetos em curso:

Projeto Aguarela Alimentar

Objetivo

Contribuir para a prevenção e diminuição da prevalência da obesidade, diabetes,

neoplasias e dislipidémias, através da capacitação dos profissionais dos CSP

(médicos e enfermeiros) na área da nutrição humana.

Meta para 2012

Realizar dois cursos aprovados pelo POPH (um curso Aguarela Alimentar e outro

Três Pontos em Movimento).

Tendo consciência das limitações de conhecimento dos profissionais de saúde sobre o tema

atividade física, e sendo esta uma das áreas consideradas prioritárias para a consecução

dos objetivos propostos no que se refere à diminuição das doenças crónicas mais

prevalentes da nossa sociedade, o DSPP considerou importante incluir este tema na

formação dos médicos e enfermeiros que fazem parte dos quadros do seu serviço.

Projeto minorsal.saude

Mais que um projeto, minorsal.saude é uma estratégia de intervenção que visa a redução do

sal na alimentação da população da Região Centro. Composto por todas as vertentes acima

elencadas em estratégias, visa essencialmente a redução das doenças cardio e

cerebrovasculares e de algumas neoplasias.

É constituído pelos projetos pão.come e pelo sopa.come, minorsal.saude, tendo como

alimentos intervencionados o pão e a sopa e como áreas a intervencionar a indústria da

panificação e a restauração coletiva e não coletiva.

Page 80: PLANO ACAO 2012

76

Metas para 2012

Reforçar os contactos com o sector alimentar, estabelecendo protocolos de

cooperação;

Publicar artigos em jornais ou revistas;

Fazer uma apresentação do projeto em congresso, jornada ou encontro científico.

Projeto pão.come

Objetivo operacional

Reduzir o sal de adição ao pão na Região Centro, para valores de 0,8g/100g de

pão.

Metas para 2012

Inclusão de mais 5 concelhos no projeto;

Avaliação de satisfação dos industriais da panificação envolvidos no projeto;

Inquérito à população em geral, para avaliação do grau de conhecimento sobre o

projeto pão.come.

Projeto sopa.come

Objetivo operacional

Reduzir o sal de adição à sopa na Região Centro, para valores de 0,2g/100g de

sopa.

Metas para 2012

Iniciar o projeto em 20% dos concelhos do distrito de Aveiro integrados na ARSC;

Desenvolver a segunda fase do projeto nos 29 concelhos que já realizaram a

primeira fase do projeto;

Dotar todos os concelhos envolvidos com material pedagógico de divulgação;

Realizar uma reunião com os responsáveis do projeto a nível dos ACeS e ULS.

Page 81: PLANO ACAO 2012

77

Projeto Oleovitae

Objetivos

Contribuir para a diminuição de algumas neoplasias que têm como um dos fatores

determinantes a ingestão de gorduras com altos teores de compostos polares;

Contribuir para a diminuição da obesidade e das doenças cardio e

cerebrovasculares;

Capacitar os manipuladores para a adequação das ementas a uma alimentação

saudável, nomeadamente no que concerne à utilização das gorduras;

Diminuir a presença de compostos polares nos óleos de fritura da restauração

coletiva e não coletiva.

Metas para 2012

Iniciar a segunda fase do projeto nos 9 ACeS e ULS da Guarda que foram munidos

com a sonda de detecção de compostos polares (DCP);

Dotação de três sondas DCP.

Projecto SIG-SA (Sistema Integrado de Gestão em Segurança Alimentar)

Objetivo

Apoiar a organização interna dos serviços de saúde pública/área da qualidade

alimentar, tendo em vista a melhoria da eficiência dos mesmos.

Metas para 2012

Até final do ano de 2012, aplicação do SIG-SA em 30% dos concelhos da área

geográfica de influência da ARSC;

Realizar uma formação em SIG-SA para os ACeS Baixo Vouga I, Baixo Vouga II, e

Baixo Vouga III.

Além do proposto nos programas em curso, tem a ARSC, através do seu Departamento de

Saúde Pública e Planeamento, perspetivado a conceptualização de mais dois projetos de

intervenção comunitária designados tãodoce.não e trans.fora, que apresentam como

objetivos de saúde, a diminuição da obesidade e da diabetes mellitus, assim como as

doenças cardio e cerebrovasculares.

Page 82: PLANO ACAO 2012

78

Os referidos projetos têm como finalidade, a diminuição de ingestão por parte da população

da Região Centro, dos açúcares de absorção rápida e das gorduras trans.

Perspetiva-se que os projetos atrás referenciados passem por uma sensibilização e

intervenção direta na indústria de pastelaria e panificação, seguindo o modelo utilizado para

o projeto pão.come, contando para a sua aplicabilidade no terreno - e à semelhança dos

projetos em curso - com a rede de serviços operativos de saúde pública da ARSC, e seus

profissionais (incluindo os nutricionistas).

Page 83: PLANO ACAO 2012

79

4. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

4.1 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E LUTA CONTRA A TUBERCULOSE

Apesar dos progressos recentes, a tuberculose (TB) continua a ser um importante problema

de Saúde Pública em todos os países do mundo e, embora seja uma doença evitável e

curável, constitui uma ameaça grave na medida em que está fortemente associada à

pobreza e à infeção VIH/SIDA.

A co-infeção com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) aumenta significativamente o

risco de vir a desenvolver TB, duplicando o número de casos e de mortes. Por outro lado, a

tuberculose multirresistente é uma ameaça global, estimando-se 440 mil novos casos em

cada ano, dos quais menos de 10% são diagnosticados, e muito menos são tratados

adequadamente.

A nível nacional, de acordo com a avaliação da Direção-Geral de Saúde, a tuberculose,

“como fenómeno de cariz social”, está a diminuir, apresentando níveis de baixa incidência

na maior parte do território nacional.

Na Região Centro foram notificados, em 2011, 215 casos (dados preliminares) dos quais

208 foram casos novos, 7 foram recidivas. O distrito de Aveiro continua a ter a maior

incidência de tuberculose da Região Centro, com 66 casos novos (31,73%), seguido pelo de

Coimbra com 40 casos (19,23%).

A incidência de TB na Região Centro em 2011 foi de 11,97%0000 (dados preliminares)

decrescendo ligeiramente relativamente a 2010 (12,28%0000) e mantendo assim a tendência

decrescente que se tem verificado ao longo dos últimos 3 anos.

A incidência da tuberculose multirresistente tem vindo a diminuir havendo, em 2011,

notificação de um único caso no distrito de Viseu.

Eliminar a tuberculose deverá ser considerado um objetivo primordial e a estratégia de

combate continuará a ser a prioridade no controlo da doença, com investimento na

expansão da DOT/TOD (toma de observação direta), uma estratégia de baixos custos que

não só salva vidas como ajuda a reduzir a propagação implacável desta doença.

Impõe-se, implicitamente, um esforço constante na avaliação cuidadosa das medidas

tomadas, uma atenção permanente aos avanços científicos no diagnóstico e tratamento,

assim como o desenvolvimento e utilização de sistemas de vigilância eficazes na

identificação das cadeias de transmissão.

Page 84: PLANO ACAO 2012

80

Objetivo geral

Melhorar e consolidar o Programa Nacional de Luta contra a Tuberculose (PNT), a

nível da Região Centro, de forma a permitir a linha decrescente de incidência da TB

na Região.

Objetivos específicos

Aumentar o diagnóstico precoce da TB;

Aumentar a taxa de sucesso terapêutico;

Diminuir a taxa de resistência aos fármacos antituberculosos;

Diminuir a taxa de incidência da tuberculose na Região.

Estratégias e atividades a desenvolver

Reforçar atividades de vigilância epidemiológica;

Assegurar o bom funcionamento do Centro de Referência para a TB

Multirresistente;

Investir na estratégia DOT, com co-responsabilidade dos serviços de saúde locais;

Assegurar os recursos humanos e físicos para a implementação da DOT;

Intervir nos grupos de maior risco, quer no contexto comunitário, quer no contexto

institucional, complementando a estratégia DOTS;

Adequar os meios de diagnóstico e terapêutica;

Assegurar o stock de antibacilíferos;

Promover o diagnóstico da tuberculose lactente;

Assegurar a reserva estratégica de capacidade de internamento em condições

adequadas;

Assegurar as medidas administrativas e de isolamento para o controlo da

transmissão hospitalar;

Promover a articulação entre as unidades funcionais e as unidades de saúde

pública e reforçar a responsabilidade de monitorização da TOD a nível local;

Fortalecer os mecanismos de colaboração entre a rede de serviços dos cuidados

de saúde primários e a rede de serviços hospitalares;

Articulação entre as diferentes instituições e programas intervenientes na luta

contra a tuberculose;

Desenvolver atividades de formação multidisciplinar a nível local;

Divulgação de informação à população sobre riscos e possibilidade de prevenção

(tratamento incompleto, cuidados a ter…);

Page 85: PLANO ACAO 2012

81

Reuniões periódicas de avaliação da implementação do PNT Regional, com todas

as unidades funcionais;

Reuniões, sempre que se justifique, com todas as unidades funcionais, incluindo as

unidades de saúde pública, com a finalidade de adequar procedimentos que

conduzam à concretização dos objetivos do programa;

Avaliação anual do impacto do programa com posterior divulgação pelas unidades

funcionais.

Page 86: PLANO ACAO 2012

82

4.2 PLANO REGIONAL DE PREVENÇÃO E CONTROLO DA INFEÇÃO VIH/SIDA

A infeção VIH/sida continua a ser um dos maiores problemas de Saúde Pública à escala

mundial, sendo considerada uma prioridade no Plano Nacional de Saúde. Está intimamente

associada a outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), nomeadamente hepatites

virais e à tuberculose (principal doença definidora de sida).

Portugal tem acompanhado a tendência global de diminuição da epidemia, devido à descida

dos novos casos e mortes por sida, embora a diminuição verificada nos óbitos esteja ainda

aquém do esperado e assume uma visão coincidente com a ONUSIDA para o fim da

epidemia – zero novas infeções, zero mortes relacionadas com a sida e zero casos de

discriminação.

A área geográfica de influência da ARSC apresenta uma taxa de casos acumulada de

infeção VIH/sida inferior à média registada a nível nacional, tendo o distrito de Leiria a maior

taxa acumulada em todos os estádios da infeção, verificando-se a menor no distrito da

Guarda.

Embora a infeção VIH na Região Centro pareça começar a estabilizar, relativamente aos

novos casos notificados, que diminuíram nos últimos anos (2008=166; 2009=135;

2010=116), até setembro de 2011, verificaram-se mais casos (80) do que no período

homólogo do ano anterior (73).

A taxa de novos casos declarados, durante o ano de 2011, na área geográfica da ARSC foi

de 4 por 100 mil habitantes, tendo Aveiro a maior (6,4 por 100 mil habitantes) e Guarda a

menor (0).

As intervenções nesta área irão continuar a ser dirigidas à população em geral, através de

medidas de prevenção primária, rastreio do VIH e referenciação hospitalar adequada,

privilegiando os grupos mais vulneráveis a comportamentos de risco, nomeadamente,

toxicodependentes (Projeto Klotho das equipas de tratamento do ex-IDT, atualmente na

dependência da ARSC), trabalhadores/utilizadores de sexo pago, homens que têm sexo

com homens (HSH) e migrantes, através dos centros de aconselhamento e detecção do VIH

(CAD) e colaboração das instituições da sociedade civil (nomeadamente através de projetos

ADIS/sida).

O Plano Regional para a Infeção VIH/sida para 2012 da ARSC irá dar continuidade ao Plano

Regional de 2011, tendo por base as orientações do Programa Nacional de Prevenção e

Controlo da Infeção VIH/sida 2011-2015, que ainda está em fase provisória – aguardando-

se a definição da versão final pela DGS, através do novo Diretor Nacional para a Infeção

Page 87: PLANO ACAO 2012

83

VIH/sida, com as devidas adequações às realidades e necessidades locais identificadas na

Região Centro.

Portugal tem uma das mais elevadas taxas de infeção no contexto europeu (terceira maior

taxa de incidência), apresentando um padrão epidemiológico de “epidemia concentrada” em

grupos com comportamentos mais vulneráveis, nomeadamente trabalhadores do sexo,

homens que têm sexo com homens (HSH), utilizadores de drogas, migrantes e reclusos

(prevalência superior a 5% em reclusos e toxicodependentes).

É um dos países da Europa com diagnóstico da infeção VIH mais tardio, na maioria dos

casos em pessoas que nunca efetuaram previamente qualquer teste de rastreio.

Há ainda que destacar o facto de possuir vários imigrantes oriundos de países com

prevalência superior à nossa ou até com epidemia generalizada, nomeadamente, Cabo

Verde, Brasil, S. Tomé e Príncipe, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Os infetados na Região Centro são predominantemente do sexo masculino, heterossexuais,

em idade sexualmente ativa, portadores assintomáticos e com infeção provocada pelo VIH1.

Finalidade

Prevenir, detetar precocemente e tratar adequadamente a infeção VIH/sida.

Objetivos

Reduzir o número de novas infeções por VIH e de mortes por Sida na Região Centro;

Diminuir os diagnósticos tardios de infeção pelo VIH;

Realizar o teste para a infeção VIH em 90% dos utilizadores de drogas;

Eliminar a transmissão da infeção pelo VIH de mãe para filho;

Promover a melhoria dos cuidados e apoio aos infetados.

Atividades a desenvolver

Vigilância e caraterização epidemiológica da infeção VIH/sida;

Prevenção primária, secundária e terciária na população em geral;

Intervenção especificamente direcionada a grupos vulneráveis: toxicodependentes,

HSH, trabalhadores/utilizadores de sexo pago e migrantes, em articulação com a

sociedade civil;

Acessibilidade ao aconselhamento, rastreio precoce da infeção VIH e

referenciação, evitando perder oportunidades;

Acesso a tratamento, apoio e cuidados adequados;

Page 88: PLANO ACAO 2012

84

Combate ao estigma e discriminação dos infetados;

Monitorização e avaliação da infeção VIH/sida, tuberculose, hepatites virais e outras

IST.

Estratégias

Diminuir o risco de infeção através de ações de informação dirigidas à comunidade

em geral e especialmente às populações particularmente vulneráveis ao VIH,

aumentando a consciência do risco, promovendo o uso do preservativo feminino e

masculino (especialmente em relações sexuais ocasionais), a tomada de decisões

e a realização do teste de rastreio;

Diminuir a vulnerabilidade à infeção, decorrente de fatores socioeconómicos,

pobreza e marginalização, reforçando a literacia e apoio dos serviços de saúde e

social;

Diminuir o impacto da epidemia nos indivíduos, famílias e comunidade (dado afetar

essencialmente a população ativa), através do acesso ao tratamento, apoio social e

denunciando situações de estigma das pessoas que vivem com VIH;

Privilegiar e monitorizar os cuidados de saúde prestados pelos CAD aos seus

utentes (população sentinela);

Atribuir aos conselhos clínicos dos ACeS e às direções clínicas dos hospitais, a

responsabilidade pela implementação dos indicadores previstos na Norma da DGS

nº 058/2011, 28/11/2011, através da emissão de diretivas e instruções para o seu

cumprimento;

Sensibilizar os clínicos para a notificação sistemática de todos os casos de infeção

VIH/sida (novos casos; mudanças de estádio e óbitos), hepatites virais e outras IST;

Desenvolver ações de prevenção da infeção VIH e outras IST nas consultas de

Saúde Infantil e Juvenil, Planeamento Familiar, Saúde Materna, Atendimento de

Jovens e em projetos específicos de Saúde Escolar;

Facilitar o acesso a meios preventivos de transmissão sexual, nomeadamente

preservativos femininos, masculinos e gel lubrificante à base de água;

Garantir aos utilizadores de drogas o acesso a programas de tratamento da sua

adição, bem como a programas de redução de riscos e minimização de danos;

Incluir nos exames complementares de diagnóstico pedidos pelos clínicos, o teste

de rastreio do VIH, após consentimento informado, aos utentes com vida sexual

ativa (sobretudo os que nunca foram rastreados), com diagnóstico de tuberculose,

grávidas, ou utentes que se enquadram na Norma da DGS nº 058/2011, de

28/11/2011;

Page 89: PLANO ACAO 2012

85

Promover, anónima e gratuitamente, o aconselhamento, rastreio do VIH com testes

rápidos e referenciação hospitalar dos casos positivos, pelos CAD, na população

em geral e grupos mais vulneráveis, em especial (migrantes,

trabalhadores/utilizadores de sexo pago e HSH);

Assegurar o aconselhamento, diagnóstico precoce da infecção VIH e

encaminhamento atempado para consulta hospitalar de referência, por todos os

ACeS/ULS, CDP e equipas de tratamento (ET) de toxicodependentes;

Promover a articulação entre os vários programas de saúde da ARSC com

intervenção ou relevância nesta problemática;

Dinamizar parcerias entre os vários níveis de prestação de cuidados de saúde e

organizações não-governamentais (ONG) que se dedicam a esta temática;

Acompanhar e monitorizar os projetos ADIS/sida da área da ARSC.

Metas

Ano 2012

Nº Casos e óbitos por infeção VIH/sida, notificados em 2012 A identificar

% Doentes com tuberculose sujeitos a rastreio de VIH pelos CDP 80%

Nº Casos VIH positivos detetados pelos CDP A identificar

% ACeS/ULS que desenvolvem projetos de Saúde Escolar em parceria com escolas do Ensino Básico e Secundário nesta área

60%

Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos hospitais A identificar

Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos ACeS/ULS A identificar

Nº Casos VIH positivos detetados pelos ACeS/ULS A identificar

% Testes confirmatórios para o VIH 1 no total de testes de rastreio do VIH 1 e 2, efetuados pelos hospitais e ACeS/ULS

A identificar

% Testes confirmatórios para o VIH 2 no total de testes de rastreio do VIH 1 e 2, efetuados pelos hospitais e ACES/ULS

A identificar

% ET de Toxicodependentes com projeto Klotho* implementado 100%

% Inscritos nos ACES/ULS com abuso de drogas, com resultado positivo para VIH, após rastreio efectuado em 2012

90%

Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos CAD A identificar

Nº Casos VIH positivos detetados pelos CAD A identificar

% Testes confirmatórios (Western-Blot) efetuados pelos CAD 100%

% Atendimentos/rastreios efetuados pelos CAD a trabalhadores, utilizadores de sexo pago,

migrantes e/ou HSH 25%

% Maternidades públicas que possuem testem rápidos de rastreio do VIH 90%

* Projeto de ADR (Aconselhamento, Detecção precoce do VIH com testes rápidos e Referenciação).

Page 90: PLANO ACAO 2012

86

4.3 INFEÇÃO ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAÚDE

As infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) são, no contexto assistencial atual,

um entre muitos eventos adversos multifatoriais, que resultam da complexidade dos

cuidados de saúde.

O objetivo principal do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção Associada

aos cuidados de Saúde (PNCI) é identificar e reduzir os riscos de transmissão de infeções

entre doentes, profissionais de saúde e visitantes, para reduzir as taxas de infeção,

mantendo-as a níveis aceitáveis.

O Grupo Coordenador Regional (GCR) tem por objetivo promover, de forma

descentralizada, as atividades de prevenção e controlo das IACS, facilitando a sua

promoção e implementação aos vários níveis de cuidados: hospitais, cuidados de saúde

primários (CSP) e cuidados continuados integrados (UCCI), contribuindo assim, para uma

maior colaboração e comunicação interinstitucional.

A articulação entre as unidades de saúde e o GCR tem que ser permanente, de forma a

garantir respostas, em tempo útil, aos problemas e necessidades manifestadas pelas

comissões de controlo de infeção (CCI) ou outros profissionais de saúde.

Tendo em vista a diminuição da incidência e controlo das IACS, em prol de uma efetiva

melhoria da qualidade dos cuidados e da segurança dos doentes e dos profissionais, na

área de jurisdição territorial da ARSC, pretendem-se desenvolver os projetos a seguir

descritos.

Page 91: PLANO ACAO 2012

87

4.3.1 REDE DE NOTIFICAÇÃO DE MICROORGANISMOS MULTIRRESISTENTES

A vigilância epidemiológica (VE) é uma componente fundamental da prevenção e controlo

de infeção. A criação de uma rede regional de alerta microbiológica, permitirá comparar

resultados de forma estratificada e identificar fatores de risco para as infeções associadas

aos cuidados de saúde, avaliando a dimensão microbiológica e os desvios às boas práticas.

Objetivos

Cumprir, no que diz respeito ao âmbito jurisdicional da ARSC, o Programa Nacional

de Prevenção e Controlo da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde;

Implementar um sistema de alerta de infeção por agentes multirresistentes

adequado à realidade de cada unidade de saúde;

Fornecer informação de retorno, em tempo útil, a todos profissionais de saúde e

aos órgãos de gestão, relativamente aos principais resultados com impacto nas

IACS, suscetíveis de requererem cuidados, de forma a reduzir o risco de

transmissão cruzada entre unidades de saúde;

Garantir as boas práticas nos cuidados de saúde na Região Centro, contribuindo

para uma cultura de segurança nos profissionais envolvidos na prestação dos

cuidados de saúde.

Metas

Divulgar e acompanhar o Inquérito de Prevalência de Infeção (IPI) de 2012 a

realizar em hospitais de agudos na Região Centro em maio/junho;

Implementar, acompanhar e monitorizar a Campanha de Higiene das Mãos (CHM)

em todos os ACeS da Região Centro, tendo como base as orientações do PNCI e

OMS.

Page 92: PLANO ACAO 2012

88

4.3.2 RECOMENDAÇÕES/ORIENTAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS PARA A UNIFORMIZAÇÃO DA

UTILIZAÇÃO DE ANTISSÉTICO E DESINFETANTES NAS UNIDADES DE CSP E DE CCI

Os produtos antimicrobianos, como antisséticos e desinfetantes, são no contexto

assistencial atual, fundamentais na prevenção da transmissão da infecção cruzada e

manutenção das condições de assepsia, higiene e segurança dos utentes/doentes e

profissionais.

A uniformização da sua utilização obedece a critérios e regras de boas práticas, implicando

a elaboração de recomendações/orientações para as unidades prestadoras de cuidados de

saúde.

Objetivos

Proceder à seleção, em colaboração com o Gabinete da Farmácia e Medicamento

da ARSC e com a Unidade de Administração Geral do Departamento de Estudos,

Recursos Humanos e Administração Geral, dos produtos a utilizar a nível regional;

Uniformizar conceitos relacionados com as IACS na região Centro;

Elaborar recomendações/orientações destinadas às unidades de saúde da região

para padronização de procedimentos na utilização de antisséticos e desinfetantes.

Metas

Identificar e selecionar produtos de utilização livre e de utilização restrita nas

unidades de saúde da região Centro;

Divulgar recomendações/orientações sobre a utilização uniforme de antisséticos e

desinfetantes nas unidades de CSP e de CCI.

Page 93: PLANO ACAO 2012

89

4.3.3 FORMAÇÃO CONTÍNUA

A formação, enquanto estratégia de acompanhamento das novas evidências científicas,

deve contemplar as políticas, procedimentos e práticas que orientem a prevenção e controlo

das IACS nas unidades de saúde. Deverá ser orientada pelas evidências emergentes da

prática clínica, colhidas através de instrumentos da sua monitorização e dirigidas às

necessidades identificadas

Para a sua prossecução serão envolvidos os peritos das diferentes disciplinas do Núcleo

Consultivo e Núcleo de Apoio Pontual ao Grupo Coordenador Regional, além do apoio do

Gabinete de Formação da ARSC.

Objetivos

Atualizar conhecimentos de acordo com as novas evidências na prevenção e

controlo das Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde;

Desenvolver competências para a mudança positiva de comportamentos na prática

clínica.

Metas

Realizar uma ação de formação para profissionais das CCI das diferentes unidades

de saúde;

Colaborar nas formações realizadas pelas CCI nos ACeS.

Page 94: PLANO ACAO 2012

90

4.4 PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO

As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer

tratamento médico. O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa universal,

gratuito e acessível a todas as pessoas presentes em Portugal. Apresenta um esquema de

vacinação recomendado que constitui uma “receita universal”.

A aplicação do PNV permitiu controlar as doenças-alvo de vacinação (à exceção da

tuberculose, devido a limitações qualitativas – eficácia – inerentes às vacinas disponíveis até

à data).

A incidência de algumas doenças transmissíveis e o seu impacto em termos de saúde

pública está a diminuir, graças às elevadas taxas de cobertura resultantes da aplicação do

PNV.

Em função da evolução tecnológica e da correspondente disponibilidade de vacinas, bem

como da situação epidemiológica nacional, o PNV 2012 (Norma 40/2011 da DGS, publicada

em 21/12/2011 e atualizada em 26/01/2012) entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2012, e

veio substituir o PNV de 2006. Inclui atualmente as vacinas contra a tuberculose, a hepatite

B, a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a poliomielite, a doença invasiva causada por

Haemophilus influenzae do serotipob, o sarampo, a parotidite epidémica (papeira), a

rubéola, a doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do serogrupo C e as

infecções por vírus do papiloma humano.

No âmbito do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARSC, foi constituído um

grupo que integra os responsáveis dos ACeS e das ULS pelo programa –inicialmente

formado em 2001, no âmbito do Centro Regional de Saúde Pública do Centro–, afim de

operacionalizar o PNV, no âmbito regional, através da implementação do projeto “Excelência

na Vacinação”.

Nos anos seguintes à entrada em vigor do PNV, em 1965, verificou-se uma notável redução

da morbilidade e da mortalidade pelas doenças infecciosas alvo de vacinação, com os

consequentes ganhos de saúde. Os resultados obtidos através do PNV estão consolidados,

conforme comprova a “Avaliação do Programa Nacional de Vacinação – 2º Inquérito

Serológico Nacional – Portugal Continental 2001-2002”, tendo então ficado demonstrado o

elevado grau de imunização da população portuguesa.

Para que o PNV continue a ser um êxito, é necessário manter as elevadas coberturas

vacinais atingidas para todas as vacinas do Programa, salientando-se três aspectos

Page 95: PLANO ACAO 2012

91

particularmente importantes: a manutenção da eliminação da poliomielite, a eliminação do

sarampo e da rubéola e a vacinação de adultos contra o tétano e a difteria.

Simultaneamente deve ser desenvolvido um processo de identificação das assimetrias

geográficas, resultantes da existência de bolsas populacionais com características que

determinam níveis mais baixos de proteção, sendo a ação das estruturas locais de saúde

com intervenção junto das comunidades fundamental para a correção dessas assimetrias.

Aos profissionais de saúde compete divulgar o programa, motivar as famílias e aproveitar

todas as oportunidades para vacinar as pessoas suscetíveis, nomeadamente através da

identificação e aproximação a grupos de imigrantes ou outros, com menor acesso aos

serviços de saúde.

Decorrentes de situações de emergência em saúde pública, também aos profissionais de

saúde compete a operacionalização de campanhas de vacinação, como foi o caso da

“Campanha de vacinação contra a infeção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1)2009”, bem

como operacionalizar outras campanhas de vacinação (como foi o caso da campanha contra

as infecções por vírus do papiloma humano e dirigida às raparigas de 17 anos de idade e

dar cumprimento a normas e orientações da Direcção-Geral da Saúde - como é o caso da

vacinação contra infecções por Streptococcus pneumoniae de crianças/adolescentes de

risco para doença invasiva pneumocócica (DIP), da vacinação contra a gripe sazonal e da

vacinação complementar contra o sarampo.

Todas as vacinas do PNV e respetivos solventes, devem ser devidamente conservados e

mantidas essas condições ao longo de toda a rede de frio (armazenamento, transporte e

sessão de vacinação).

A formação e permanente atualização de todos os que trabalham na área da vacinação são

fundamentais, devendo ser uma preocupação constante dos serviços de saúde.

Finalidade

Proporcionar à população da Região Centro serviços de melhor qualidade na área

da vacinação, utilizando normas de procedimento, materiais e de avaliação

comuns, por forma a permitir adotar, introduzir ou alterar medidas corretoras (em

conformidade com as orientações da DGS), contribuindo assim para o controlo,

eliminação e eventual erradicação de doenças-alvo do PNV.

Page 96: PLANO ACAO 2012

92

Atividades a desenvolver

Promover em todas as unidades de saúde dos ACeS e ULS a implementação de

uma rede de frio adequada ao armazenamento e transporte de vacinas (frigoríficos,

termómetros de frio, malas isotérmicas, acumuladores de frio, registo diário de

temperaturas);

Disponibilizar e manter atualizado em todos os serviços de vacinação dos ACeS e

ULS, material de apoio com Fichas de Produto e Fichas de Segurança de todas as

vacinas utilizadas no PNV e outras de prescrição mais frequente (Dossier

Excelência na Vacinação);

Disponibilizar nos serviços das unidades de saúde dos ACeS, imunoglobulina

humana antitetânica (profilaxia do tétano);

Determinar as taxas de cobertura vacinal da Região Centro, através dos

indicadores definidos pelo Departamento de Saúde Pública e Planeamento (projeto

“Excelência na Vacinação”), em articulação com os definidos pela DGS (nível

nacional);

Determinar o número de inoculações de vacinas administradas na Região Centro;

Desenvolver o processo de logística para abastecimento, registo e conservação de

vacinas – em articulação com o Gabinete da Farmácia e do Medicamento;

Monitorizar e avaliar o processo de vacinação em função da taxa de cobertura

vacinal e dos resultados de monitorização da doença;

Promover a formação dos profissionais com responsabilidade na implementação do

programa de vacinação;

Contribuir para que em todos os serviços de vacinação dos ACeS e ULS, exista

equipamento mínimo necessário (material e medicamentos), para tratamento da

anafilaxia;

Planeamento de necessidade das vacinas que integram o PNV, das destinadas aos

Centros de Vacinação Internacional e a Campanhas de Vacinação (conforme

Normas da DGS);

Monitorizar os procedimentos relacionados com a conservação de vacinas nos

diversos contextos: distribuição, armazenamento e administração;

Informar e vigiar potenciais reações adversas relacionadas com a administração de

vacinas;

Sensibilização para a notificação de reações adversas;

Promover a qualidade do registo vacinal;

Monitorizar a rede de frio;

Manutenção da eficácia dos sistemas de informação (SINUS, SIARS);

Page 97: PLANO ACAO 2012

93

Identificação dos potenciais fatores condicionantes dos desvios encontrados e

proposta de medidas corretoras dos mesmos;

Identificar as bolsas populacionais com características de níveis mais baixos de

proteção;

Promoção da oferta ativa de vacinas nos diferentes serviços das unidades de

saúde;

Divulgar o programa de vacinação e motivar a população à sua adesão;

Desenvolver o conhecimento e as capacidades dos indivíduos, grupos e

comunidades no sentido de melhorar a sua saúde e bem-estar, e desenvolver

comportamentos de proteção;

Articulação com as unidades de saúde onde se proceda à vacinação;

Disponibilização de informação atualizada aos profissionais de saúde;

Manutenção de dossiê atualizado com fichas de produto e segurança das vacinas

do PNV e outras de prescrição frequente, bem como de outros produtos utilizados

nas atividades em vacinação;

Promover a realização de Encontro sobre Vacinação;

Análise de dados, divulgação dos resultados e proposta de medidas corretoras em

casos de desvios.

Objetivos

Monitorizar e avaliar as taxas de cobertura vacinal na Região Centro;

Manter e/ou aumentar as taxas de cobertura vacinal na Região Centro;

Reduzir a prevalência das doenças evitáveis pela vacinação na Região Centro;

Uniformizar em todos os ACeS e ULS o mesmo sistema de informação e os

mesmos indicadores;

Promover a realização de ações de formação, em função de necessidades

identificadas.

Page 98: PLANO ACAO 2012

94

Metas

Cobertura vacinal 2012

Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 2 anos de idade ≥ 98%

Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 7 anos de idade ≥ 98%

Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 14 anos de idade ≥ 97%

Vacina HPV (Vacina contra as infecções por vírus do papiloma humano) – na coorte das raparigas de 13 anos de idade

≥ 70%

Vacina Td (Vacina anti-tétano e difteria) – na coorte dos 25 anos de idade ≥ 82%

Vacina Td (Vacina anti-tétano e difteria) – na coorte dos 65 anos de idade ≥ 81%

Vacinas que previnem doenças em processo de eliminação (sarampo), ou já eliminadas (poliomielite) – coortes alvo de avaliação

≥ 98%

Page 99: PLANO ACAO 2012

95

IV. PROCESSOS E INSTRUMENTOS DE GOVERNAÇÃO

Page 100: PLANO ACAO 2012

96

1. ORDENAMENTO ORGANIZACIONAL

AARSC é um instituto público integrado na administração indireta do Estado, dotado de

autonomia administrativa, financeira e património próprio. A ARSC é dirigida por um

conselho diretivo, possuindo no âmbito da sua área geográfica de atuação as seguintes

atribuições (nos termos do Decreto-Lei nº 22/2012 de 30 de janeiro):

a) Executar a política nacional de saúde, de acordo com as políticas globais e

sectoriais, visando o seu ordenamento racional e a otimização dos recursos;

b) Participar na definição das medidas de coordenação intersectorial de

planeamento, tendo como objetivo a melhoria da prestação de cuidados de

saúde;

c) Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva

execução a nível regional;

d) Desenvolver e fomentar atividades no âmbito da saúde pública, de modo a

garantir a proteção e promoção da saúde das populações;

e) Assegurar a execução dos programas de intervenção local com vista à redução

do consumo de substâncias psicoativas, a prevenção dos comportamentos

aditivos e a diminuição das dependências;

f) Desenvolver, consolidar e participar na gestão da Rede Nacional de Cuidados

Continuados Integrados de acordo com as orientações definidas;

g) Assegurar o planeamento regional dos recursos humanos, financeiros e

materiais, incluindo a execução dos necessários projetos de investimento, das

instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, supervisionando a sua

afetação;

h) Elaborar, em consonância com as orientações definidas a nível nacional, a carta

de instalações e equipamentos;

i) Afetar, de acordo com as orientações definidas pela ACSS, recursos financeiros

às instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde integrados ou

financiados pelo Serviço Nacional de Saúde e a entidades de natureza privada

com ou sem fins lucrativos, que prestem cuidados de saúde ou atuem no âmbito

das áreas referidas nas alíneas e) e f);

j) Celebrar, acompanhar e proceder à revisão de contratos no âmbito das parcerias

público-privadas, de acordo com as orientações definidas pela ACSS, e afetar os

respetivos recursos financeiros;

Page 101: PLANO ACAO 2012

97

k) Negociar, celebrar e acompanhar, de acordo com as orientações definidas a nível

nacional, os contratos, protocolos e convenções de âmbito regional, bem como

efetuar a respectiva avaliação e revisão, no âmbito da prestação de cuidados de

saúde bem como nas áreas referidas nas alíneas e) e f);

l) Orientar, prestar apoio técnico e avaliar o desempenho das instituições e serviços

prestadores de cuidados de saúde, de acordo com as políticas definidas e com

as orientações e normativos emitidos pelos serviços e organismos centrais

competentes nos diversos domínios de intervenção;

m) Assegurar a adequada articulação entre os serviços prestadores de cuidados de

saúde de modo a garantir o cumprimento da rede de referenciação;

n) Afetar recursos financeiros, mediante a celebração, acompanhamento e revisão

de contratos no âmbito dos cuidados continuados integrados;

o) Elaborar programas funcionais de estabelecimentos de saúde;

p) Licenciar as unidades privadas prestadoras de cuidados de saúde e as unidades

da área das dependências e comportamentos aditivos do sector social e privado;

q) Emitir pareceres sobre planos diretores de unidades de saúde, bem como sobre

a criação, modificação e fusão de serviços;

r) Emitir pareceres sobre a aquisição e expropriação de terrenos e edifícios para a

instalação de serviços de saúde, bem como sobre projetos das instalações de

prestadores de cuidados de saúde.

A área geográfica de influência da ARSC (nível II da Nomenclatura de Unidades Territoriais

para Fins Estatísticos/NUTS, nos termos do Decreto-Lei nº 317/99 de 11 de agosto – âmbito

territorial transitório) abrange dez NUTS de nível III que correspondem a 77 concelhos, em

virtude da migração, em agosto de 2010, do concelho de Mação para o âmbito jurisdicional

da ARS de Lisboa e Vale do Tejo IP.

Page 102: PLANO ACAO 2012

98

Co-divisão territorial (NUTS III e ACeS) do âmbito jurisdicional da ARSC a 1 de janeiro de 2012

A estrutura interna da ARSC é atualmente (janeiro de 2012) constituída por quatro

assessorias especializadas, um Gabinete Jurídico e do Cidadão e cinco departamentos,

sendo que dois deles – Departamento de Saúde Pública e Planeamento e Departamento de

Estudos e Recursos Humano – desagregam-se em mais uma unidade, respetivamente,

Unidade de Planeamento e Unidade de Administração Geral.

A ARSC inclui, presentemente e nos termos da Portaria nº 274/2009 de 18 de março, 14

agrupamentos de centros de saúde (ACeS) – serviços desconcentrados, sujeitos ao seu

poder de direção. Integram o âmbito territorial deste instituto público duas unidades locais de

saúde (ULS): a ULS da Guarda EPE e a ULS de Castelo Branco EPE.

Page 103: PLANO ACAO 2012

99

Os agrupamentos de centros de saúde são dirigidos por um diretor executivo, designado

nos termos do artigo 19º do Decreto-Lei nº 28/2008 de 22 de fevereiro. As respetivas

unidades funcionais (unidade de saúde pública, unidade de recursos assistenciais

partilhados, unidades de cuidados de saúde personalizados, unidades de saúde familiar e

unidades de cuidados na comunidade) são encabeçadas por um coordenador, designado

nos termos do artigo 15º do referido diploma legal.

Os ACeS da ARSC são constituídos por um total de 65 centros de saúde – acrescendo, no

que diz respeito à rede de CSP deste âmbito territorial, 12 centros de saúde sediados na

ULS da Guarda EPE e 8 centros de saúde sediados na ULS de Castelo Branco EPE.

Desta forma, a rede de cuidados de saúde primários do âmbito jurisdicional territorial da

ARSC é constituída por um total de 85 centros de saúde.

No âmbito territorial da ARSC localizam-se 26 unidades hospitalares do SNS, organizadas

em 5 centros hospitalares, 2 hospitais centrais especializados, 1 hospital distrital, 3 hospitais

de nível 1 e 3 hospitais integrados em unidades locais de saúde (ULS).

Page 104: PLANO ACAO 2012

100

2. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

A reorganização da rede de cuidados de saúde primários implicou a adequação das

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) a uma nova realidade organizacional, de

forma a disponibilizar aos colaboradores da ARSC meios tecnológicos que permitam uma

melhor operação e adaptação aos novos fluxos de informação.

Neste contexto, a Assessoria Especializada de Informação e Comunicação (AEIC) propõe

um conjunto de atividades a seguir se destacam.

Atividades

Implementar uma infraestrutura tecnológica adaptada à nova realidade

organizacional da ARSC. Com a extinção das sub-regiões de saúde e a criação dos

ACeS, a AEIC necessita de responder e adaptar-se ao novo modelo organizacional,

o que implica uma nova reengenharia de processos e uniformização das TIC na

ARSC. Esta nova realidade implica a criação de uma infraestrutura capaz de

oferecer e uniformizar um conjunto de serviços, nomeadamente, a criação do

domínio único da ARSC, com a disponibilização de serviços de correio electrónico,

virtualização de servidores e postos de trabalho, acesso a internet, gestão

centralizada do parque de informática e helpdesk;

Normalização de procedimentos e circuitos internos de funcionamento nos ACeS;

Integração dos programas de rastreios a decorrer na ARSC com os sistemas

aplicacionais em exploração nos cuidados de saúde primários (CSP);

Utilização de ferramentas de Business Intelligence, nomeadamente SIARS e

SAMESTAT, tendo em vista a criação de indicadores que suportem o sistema de

apoio à decisão;

Implementar o sistema biométrico de controlo da assiduidade;

Alteração da largura de banda das unidades prestadoras de cuidados no acesso à

RIS, de modo a ultrapassar as dificuldades e constrangimentos de acesso aos

sistemas de informação.

Promover a melhoria de mecanismos de utilização das TIC com redução de custos

e potenciando a sua utilização para a mudança e modernização administrativa.

Page 105: PLANO ACAO 2012

101

3. POLÍTICA DO MEDICAMENTO

Uma correta e adequada política de prescrição do medicamento e de MCDT é hoje

absolutamente crítica para a consolidação e sustentabilidade do SNS.

Neste pressuposto, devemos realçar o papel que, em 2012, deverão ter os presidentes dos

conselhos clínicos dos ACeS. Incumbe-lhes, em particular, a organização de reuniões e

debates clínicos em cada unidade funcional (designadamente, USF e UCSP), com vista à

divulgação e cumprimento das normas da DGS e à discussão das guidelines.

A finalidade destas iniciativas consiste na adoção de procedimentos uniformes baseados na

evidência científica e promotores da racionalidade nas prescrições (“dupla evidência”:

clínica/efetividade e eficiência/sustentabilidade).

Os serviços desconcentrados e as unidades prestadoras de cuidados de saúde deverão

garantir a informação periódica e individualizada aos médicos prescritores (informação de

retorno), através da recolha e tratamento dos dados do SIARS.

O aumento da quota de genéricos assume-se como um objetivo essencial tendo em vista o

controlo de custos do sector da saúde e a sustentabilidade do SNS e a adesão (financeira)

dos doentes à terapêutica instituída (efetividade clínica).

Nessa medida, os clínicos têm um papel fundamental na racionalização dos meios

(diagnósticos e terapêuticos) colocados ao dispor do SNS, mediante uma prescrição

criteriosa.

Page 106: PLANO ACAO 2012

102

4. REFORMA DOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

A rede de cuidados de saúde primários dependentes da ARSC (ACeS) inclui,

presentemente, 14 ACeS para um total de 6 NUTS III correspondentes aos seus serviços

desconcentrados – conforme a Portaria nº 274/2009 de 18 de março. Verifica-se, pois, uma

“pulverização” das NUTS III, com a consequente “pulverização” de recursos humanos e

materiais – ao que acresce o presente contexto económico-financeiro.

A rede de serviços de saúde deverá ser encarada de uma forma sistémica, pelo que a

intervenção sobre a rede de cuidados de saúde primários, no que diz especificamente

respeito às unidades funcionais dos ACeS, não pode ser isolada dos restantes níveis de

cuidados – quer no que diz respeito à intervenção em si, quer no que diz respeito às suas

externalidades.

Só assim se pode maximizar a capacidade de resposta do sistema regional de serviços

como um todo. Tal pressupõe a assunção, inequívoca, pelo sistema de saúde regional do

papel dos cuidados primários de saúde enquanto pilar do sistema de saúde (cuidados

“primeiros” de saúde).

Os pressupostos que presidem à reforma dos cuidados de saúde primários são os

seguintes:

qualquer reforma do sistema público implica a mobilização de recursos do Estado

(i.e., dos contribuintes), pelo que a decisão deve ser fundamentada (baseada na

evidência);

o princípio da concentração de meios e de recursos como gerador de eficiência e

efetividade;

as orientações de organismos e instituições internacionais no sentido de ser

assegurada a eficiência do modelo de prestação de cuidados de saúde

protagonizado pelas USF;

a imprescindibilidade em otimizar o funcionamento do sistema de serviços de

saúde (“menos recursos, melhores resultados”), reduzindo os custos associados à

administração dos serviços e maximizando os recursos alocados à prestação de

cuidados de saúde.

Page 107: PLANO ACAO 2012

103

As prioridades regionais em saúde, necessariamente alinhadas com as nacionais, incluem

no que diz respeito a este nível de cuidados e primariamente, a reorganização da rede de

cuidados primários de saúde (ACeS), tendo em vista a otimização dos recursos disponíveis

e da capacidade instalada (sustentabilidade do sistema regional de saúde) e,

secundariamente, a contenção de custos – no âmbito prescricional (política do

medicamento) e organizacional (rede de serviços de saúde).

Consistentemente com as prioridades da política de saúde nacional, decorrentes do acordo

de assistência financeira internacional, pretende-se um reforço do modelo USF (avaliação

em função do desempenho profissional e do impacte em saúde), mediante a criação de

novas USF e assegurando a viabilidade, eficiência e efetividade (impacte em saúde) das já

existentes.

Visando garantir a centralidade do cidadão no sistema de saúde, a capacidade de resposta

(quantitativa e qualitativa) e sustentabilidade financeira, preconiza-se o redirecionamento

dos cuidados de saúde “a montante” (proteção da saúde).

A nível local, esse papel incumbe às unidades funcionais dos ACeS (USP, UCC e URAP,

além das unidades prestadoras de cuidados diretos e personalizados) que executarão a

estratégia regional (coordenada, operacionalmente, pelo Departamento de Saúde Pública e

Planeamento) de capacitação e literacia em saúde.

Page 108: PLANO ACAO 2012

104

5. REFORMA DOS CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

A reforma dos cuidados hospitalares inclui a criação dos centros hospitalares criados ao

abrigo do Decreto-Lei nº 30/2011 de 2 de março (Centro Hospitalar e Universitário de

Coimbra EPE, Centro Hospitalar Tondela-Viseu EPE, Centro Hospitalar Leiria-Pombal EPE

e Centro Hospitalar do Baixo Vouga EPE) e a reavaliação da rede nacional de urgência e

emergência.

Os pressupostos da concentração hospitalar incluem a otimização e racionalização de

meios (eficiência) e a “escala” (dimensão da produção), indispensável à qualidade dos

cuidados.

Relativamente à ARSC, considera-se prioritário o acompanhamento dos centros

hospitalares em apreço, bem como a promoção da redução de custos no âmbito

prescricional (nomeadamente, no que diz respeito ao medicamento).

Nessa medida, serão constituídos grupos de trabalho hospitalares que, em adição aos

departamentos centrais relevantes (caso da Contratualização e Gestão Financeira), visam

auxiliar a tomada de decisão e assegurar o acompanhamento e apoio do processo de

reorganização da rede hospitalar da Região.

6. REFORMA DOS CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

O alargamento da rede de cuidados continuados integrados levará em consideração a

sustentabilidade financeira e as necessidades nas várias tipologias de cuidados

continuados.

Nessa medida, os recursos existentes (capacidade instalada) e disponíveis serão ajustados

às reais necessidades em serviços (no âmbito dos cuidados continuados), tendo em vista a

perspetiva sistémica do continuum de cuidados e dos cuidados transicionais.

Page 109: PLANO ACAO 2012

ANEXOS

Page 110: PLANO ACAO 2012

106

A. QUADRO DE AVALIAÇÃO E RESPONSABILIZAÇÃO

O QUAR integra a definição de objetivos estratégicos, operacionais e respectivas metas de concretização, tais

como as fontes de verificação do grau de progresso dos objectivos operacionais, em conformidade com os

instrumentos previamente estabelecidos. Nessa medida, a ARSC compromete-se com os objetivos para o ano

de 2012 constantes dos quadros em anexo.

OE 5: Melhorar a qualidade de gestão da ARSC promovendo uma política de contenção de custos, otimização de recursos e

modernização administrativa

ANO: 2012

Ministério da Saúde

NOME DO ORGANISMO Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC)

MISSÃO DO ORGANISMO Garantir à população da sua área geográfica de intervenção o acesso à prestação de cuidados de

saúde de qualidade, adequando os recursos disponíveis às necessidades em saúde e cumprir e fazer cumprir o Plano Nacional de

Saúde (PNS) na Região de Saúde do Centro.

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

DESIGNAÇÃO

OE 1: Melhorar a acessibilidade das populações aos cuidados de saúde

OE 2: Implementar na região os programas prioritários do PNS 2011-2016

OE 3: Incrementar a prevenção e controlo da doença crónica

OE 4: Incrementar a saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

1 Nº de USF's e UCSP's em funcionamento na região 27 81 95 104 2 108 40%

2 ACES's com USF em funcionamento na região 7 11 12 13 0 14 30%

3Validação dos regulamentos internos dos ACES e sua

aprovação pelo Conselho Diretivo (meses)na na na 11 0 10 30%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

4 Nº de utentes sem médico de família na região 69.910 136.200 176.000 176.000 3.000 172.000 100%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

5Percentagem de USF's e UCSP's que aplicam o

programa de hipocoagulaçãona 80% 5% 90% 60%

6Percentagem de diabéticos vigiados em CSP com um

valor de Hb1c ≤ 6,5 na 50% 2% 55% 40%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

7Percentagem de cirurgias em ambulatório,

relativamente ao total de cirurgias programadas45% 49% 49% 49% 1% 51% 50%

8

Percentagem de primeiras consultas médicas

hospitalares, relativamente ao total de consultas

hospitalares

30% 31% 29% 30% 1% 32% 50%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

9Proporção de profissionais de saúde que obtiveram

formação na respetiva área profissionalnd nd 32% 33% 1% 35% 100%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

10Taxa de participação dos médicos na formação de

formadores na fase experimentalnd nd nd 90% 5% 100% 40%

11 Início da fase experimental do SICO (meses) nd nd nd 11 1 9 60%

OOp4: Manter a capacidade de oferta em resposta hospitalar programada (OE1)

OBJETIVOS OPERACIONAIS

INDICADORES

INDICADORES

INDICADOR

OOp2: Assegurar cobertura por Médico de Familia a pelo menos 91% dos utentes inscritos (OE 1)

OOp3: Promover a vigilância e controlo das doenças cardiovasculares na população da região (OE 2)

OOp1: Implementação da nova organização dos cuidados de saúde primários (DL 28/2008) através da entrada em funcionamento dos ACES e

suas Unidades Funcionais (OE 1)

OOp6: Preparar o Sistema de Informação do Certificado de Óbito (SICO) em modo de produção (OE 5)

INDICADORES

OOp5: Promover a formação profissional dos trabalhadores da ARSC (OE 5)

INDICADOR

INDICADORES

EFICÁCIA

Page 111: PLANO ACAO 2012

107

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

12Nº de camas disponíveis em RCCI a 31-12-2012

(convalescença, média e longa duração)1.120 1.290 1.562 1.653 20 1.675 50%

13 Taxa média de ocupação das camas em CCI 90% 91% 91% 91% 1% 93% 50%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

14Percentagem de mulheres em idade elegível que

realizam rastreio do cancro do colo do útero57% 54% 57% 57% 1% 59% 10%

15Percentagem de unidades de saúde da região com

programa de rastreio do cancro do colo do útero100% 100% 100% 100% 100% 40%

16Percentagem de mulheres em idade elegível que

realizam rastreio do cancro da mama66% 67% 67% 67% 1% 69% 10%

17Percentagem de unidades de saúde da região com

programa de rastreio do cancro da mama100% 100% 100% 100% 100% 40%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

18Percentagem da taxa de cobrança de taxas

moderadoras devidas nas unidades de saúdena 85% 5% 92% 40%

19Redução em 8% dos custos e perdas através da melhoria

da monitorização, controlo interno e riscos orçamentais 100% 92% 2% 89% 40%

20 Redução em 20% da despesa com horas extraordinárias 100% 80% 2% 77% 20%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

21Redução do custo de transportes com doentes em um

terço da faturação verificada em 2010na 100% 65% 57% 5% 66% 100%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

22Implementação de sistema biométrico de controlo de

assiduidade na na 7,5% 70% 5% 76% 25%

23Assegurar a revisão e atualização do cabaz das

unidades da ARSC na na na 85% 2% 88% 25%

24Promover a regularização material e registral dos

imóveis, propriedade desta instituição (meses)na na na 11 0 9 25%

25Implementação de sistema de monitorização das

necessidades em recursos humanos (meses)na na na 10 0 9 25%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

26

Percentagem de embalagens de medicamentos

genéricos vendidas relativamente ao total de

embalagens receitadas

17% 22% 26% 31% 2% 35% 100%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

27N.º de meios integrados, de novo, em Serviços de

Urgênciand nd nd 5 1 8 100%

OOp9: Promoção de política rigorosa de contabilidade e cobrança de receitas (OE 5)

INDICADORES

EFICIÊNCIA

OOp7: Otimização dos recursos humanos e materiais nos cuidados de saúde em RCCI, incrementando a utilização custo-efetiva (OE3)

INDICADORES

OOp8: Implementação de política de prevenção secundária da doença oncológica, incrementando a utilização custo-efetiva (OE 2)

INDICADORES

OOp11: Melhorar a política de gestão de recursos humanos e materiais na ARSC (OE 5)

INDICADOR

OOp13: Estabelecimento de novas parcerias com o INEM para gestão otimizada de recursos (OE 5)

INDICADORES

OOp12: Aumentar a utilização de medicamentos genéricos na região (OE 5)

INDICADOR

OOp10: Implementação do sistema de gestão de custo de transportes na ARSC (OE 5)

INDICADOR

Page 112: PLANO ACAO 2012

108

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

28Taxa de cobertura em saúde materna nos centros de

saúde da região61% 61% 61% 62% 1% 64% 60%

29Taxa de cobertura em saúde infantil (1º ano de vida) nos

centros de saúde da região78% 77% 77% 78% 1% 80% 25%

30Precocidade da primeira consulta de saúde infantil (<28

dias)68% 70% 71% 72% 1% 74% 15%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

31% de mulheres a quem é disponibilizada contraceção de

longa duração após IG, no SNSnd nd nd 20% 10% 35% 30%

32% de ACES que disponibilizam contraceção de

emergênciand 75% 77% 85% 10% 100% 30%

33% de Hospitais EPE que têm consulta específica de PF

para adolescentesnd 60% 60% 60% 5% 70% 40%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

34 Nº de ACES's em programa de rastreio CCR 6 6 8 9 10 100%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

35Realização de inquérito de satisfação aos utentes em

Cuidados de Saúde Primários (meses)na na 11 0 9 100%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

36Taxa de cobertura vacinal BCG, VHB, DTPa, VIP, Hib, e

MenC aos 2 anos de idade97% 97% 97% 96% 1% 98% 25%

37Taxa de cobertura vacinal de VASPR1 aos 2 anos de

idade97% 97% 97% 96% 1% 98% 25%

38Taxa de cobertura vacinal DTPa e VIP aos 7 anos de

idade97% 97% 97% 96% 1% 98% 25%

39Taxa de cobertura vacinal de VASPR2 aos 7 anos de

idade97% 97% 97% 96% 1% 98% 25%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

40 Taxa de cobertura vacinal em idosos institucionalizados 76% 81% 81% 82% 2% 86% 100%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

41 Nº de unidades de saúde mental comunitária na região 0 1 2 3 1 5 100%

2009 2010 2011(E) Meta 2012 Tolerância Valor crítico Peso

42 Nº de crianças observadas em pelo menos 5 ACES na na na 750 0 1.200 100%

OOp18: Promover a aplicação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) garantindo o controlo ou eliminação das doenças alvo da vacinação

(OE 4)

INDICADORES

OOp20: Implementação de Unidades de Saúde Mental Comunitária (OE 3)

INDICADOR

OOp14: Promoção de uma política de vigilância em saúde materno-infantil e de adolescentes (OE 4)

INDICADORES

OOp19: Promover a vacinação contra a gripe sazonal (OE 3)

INDICADOR

QUALIDADE

OOp15: Promoção de acesso a consultas de Planeamento Familiar (OE 4)

INDICADORES

OOp16: Implementar o rastreio do cancro do colon e reto (CCR) em 80% dos ACES's para cidadãos dos 50 aos 70 anos de idade (OE 3)

INDICADOR

OOp17: Avaliar o grau de satisfação dos utentes com os serviços de CSP (OE 5)

INDICADOR

OOp21:Auditar o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (OE 5)

INDICADOR

Page 113: PLANO ACAO 2012

109

TAXA DE REALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS

PLANEADO %

45,0

25

15

20

20

10

10

30,0

20

20

15

10

10

20

5

25,0

20

15

10

15

15

5

15

5

QUALIDADE

OOp4: Manter a capacidade de oferta em resposta hospitalar programada (OE1)

OOp3: Promover a vigilância e controlo das doenças cardiovasculares na população da região (OE 2)

OOp2: Assegurar cobertura por Médico de Familia a pelo menos 91% dos utentes inscritos (OE 1)

OOp1: Implementação da nova organização dos cuidados de saúde primários (DL 28/2008) através da entrada em funcionamento dos ACES e suas

Unidades Funcionais (OE 1)

OOp7: Otimização dos recursos humanos e materiais nos cuidados de saúde em RCCI, incrementando a utilização custo-efetiva (OE3)

OOp8: Implementação de política de prevenção secundária da doença oncológica, incrementando a utilização custo-efetiva (OE 2)

OOp9: Promoção de política rigorosa de contabilidade e cobrança de receitas (OE 5)

OOp12: Aumentar a utilização de medicamentos genéricos na região (OE 5)

EFICIÊNCIA

OOp15: Promoção de acesso a consultas de planeamento familiar (OE 4)

OOP20 Implementação de unidades de Saúde Mental comunitárias (OE3)

OOp21: Auditar o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral(OE 1)

EFICÁCIA

OOp6: Preparar o Sistema de Informação do Certificado de Óbito(SICO) em modo de produção (OE 5)

OOp11: Melhorar a política de gestão de recursos humanos e materiais na ARSC (OE 5)

OOp16: Implementar o rastreio do cancro do colon e reto (CCR) em 80% dos ACES's para cidadãos dos 50 aos 70 anos de idade (OE 3)

OOp17: Avaliar o grau de satisfação dos utentes com os serviços de CSP (OE 5)

OOp18: Promover a aplicação do PNV garantindo o controlo ou eliminação de doenças alvo da vacinação (OE 4)

OOp5 Promover a formação profissional dos trabalhadores da ARSC (OE5)

OOp 13 Estabelecimento de novas parcerias com o INEM para gestão otimizada de recursos

OOP10 Implementação de sistema de gestão de custos de transportes na ARSC(OE5)

OOP19 Promover a vacinação contra a gripe sazonal (OE1)

OOP14 Promoção de uma política de vigilância em saude materno-infantil e de adolescentes

PONTUAÇÃO PLANEADOS

20 360

16 128

12 13.692

12 13.716

12 1.440

12 2.448

8 8.504

5 3.585

43.873

31-12-2011 31-12-2012

4.414

ORÇAMENTO

586.475.806

177.004.943

389.085.352

20.385.511

4.689.455

0

591.165.261

TOTAL

Nº de efetivos a exercer funções

RECURSOS FINANCEIROS - 2012 (Euros)

DESIGNAÇÃO

Técnicos Superiores (inclui Especialistas de Informática)

Assistentes Técnicos

Dirigentes - Direção Superior

Dirigentes - Direção Intermédia (1ª e 2ª) e Chefes de Equipa

Médicos

Outros

TOTAL (OF+PIDDAC+Outros)

Orçamento de Funcionamento

Despesas com Pessoal

Técnicos Superiores de Saúde diagnóstico e terapeútica

Nº de Efetivos no Organismo

Assistentes Operacionais

Outros

Aquisições de Bens e Serviços

Outras Despesas Correntes

PIDDAC

Enfermeiros

RECURSOS HUMANOS - 2012

DESIGNAÇÃO