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Plano da Maia - Campo Aberto · com quem tivemos o maior prazer em colaborar, era também contribuir para a discussão do modelo de desenvolvimento territorial do concelho da Maia,

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FEUPLaboratório de Planeamento do Território e Ambiente2001.09.30 m

aia

Prof. Paulo Pinho Coordenador Geral

Brandão Alves Doutor Arquitecto

Filipa Malafaya Engenheira Civil

Ana Catarina Antunes Arquitecta Paisagista

Fernanda Neto Engenheira Civil

Alexandre Bahia Arquitecto Paisagista

Manuel Guimarães Técnico de SIG

EQUPA TÉCNICA

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O Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Concelho da Maia aqui apresentado

encontra enquadramento num âmbito alargado das legítimas aspirações das Gentes Maiatas e

na procura permanente, levada a cabo por esta edilidade, de estruturas de apoio ao processo

evolutivo e de desenvolvimento concelhios.

A estruturação do plano começou a delinear-se no ano de 2001, sendo Presidente da Câmara o

saudoso Dr. José Vieira de Carvalho, que a este projecto concedeu todo o apoio e empenho que lhe

era característico, deixando, mais uma vez, uma marca indelével no historial deste município.

A Maia tem História. História que nos mostra um passado rico de cultura e tradições, mas também

uma força anímica que se traduziu e encontrou reflexo na sua característica ruralidade. Não

podemos pois, enquanto maiatos e herdeiros de legados ancestrais, ignorar o caminho até aqui

traçado pelas sucessivas gerações que ao longo do tempo foram construindo as Terras da Maia.

Ora, a matéria essencial da História é o Tempo. E a boa utilização do Tempo reside na capacidade

de praticar a noção de continuidade. Assim, compete-nos justamente tomar entre mãos essa

tarefa de cumprir a continuidade temporal da História, apontando, tão longe quanto possível, o

caminho às gerações que, depois de nós, assumirão o protagonismo, tornando-se obreiros de um

devir intemporal e permanente.

Daí advém a necessidade de criar estratégias e planear de forma sustentável, num universo

temporal que permita um alargamento de horizontes onde tenha cabimento a criação de

estruturas sólidas de sustentação de um processo evolutivo que se deseja, acima de tudo, coerente

e equilibrado.

Continuaremos pois, de acordo com a vontade das gentes da Maia, a envidar esforços para reforçar

o processo de crescimento e evolução do Concelho da Maia, para que a sua grandeza continue

como referência, no espaço metropolitano e nacional, sendo aquilo que desejamos – um território

cujo crescimento saudável se traduz num concelho de todos e para todos.

Pensar a longo termo e para o futuro, mas tendo em conta o passado, é hoje um imperativo da

própria existência, um posicionamento de cultura, esclarecimento e coragem que deverá contar

com o envolvimento de toda a comunidade.

O Presidente da Câmara Municipal da Maia

Eng.º António Bragança Fernandes

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Para além de uma posição geográfica privilegiada no seio da AMP, a Maia sempre assumiu uma

postura de pioneirismo, procurando sempre estar na vanguarda, nomeadamente no que diz

respeito às questões ligadas ao ordenamento do território.

Pioneirismo esse cultivado e incentivado pelo saudoso ex-Presidente Dr. José Vieira de Carvalho

que, com o amor que tinha por esta Terra e pondo em prática a sua visão estratégica, acarinhou

desde o início o evoluir deste projecto.

Com o advento do séc. XXI, e dadas as dinâmicas evolutivas observadas nas últimas décadas no

concelho da Maia, afigurava-se como premente a estruturação de instrumentos que permitissem

consolidar estratégias e considerar opções de planeamento que conduzissem a um desenvolvimento

sustentável.

A elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Concelho da Maia traduz

exactamente esse desejo de encontrar linhas orientadoras para o crescimento do concelho, que

se almeja harmonioso e com um ordenamento capaz de legar às gerações vindouras, mais do que

o equilíbrio entre o progresso económico e social e a preservação e sustentabilidade do meio

ambiente, um conjunto de directivas e objectivos que permitam encarar um futuro que se deseja

de crescimento e prosperidade, aliado à preservação da memória colectiva e do património físico

e cultural das Gentes da Maia.

Cientes de que estamos perante uma parte integrante de um processo evolutivo, assumimos essa

mesma evolução com a naturalidade que ela própria encerra, capaz de proceder a uma moldagem

contínua e efectiva dos modelos e propostas aqui apresentados.

Temos, contudo, presente a ideia de que o caminho a seguir terá que assentar numa visão

estratégica e num planeamento global que, longe de se afirmar como uma estrutura inflexível,

encerre em si mesmo as características próprias de um traçado genérico e orientador que não pode

nem deve compadecer-se com imediatismos.

A cultura contemporânea obriga-nos a fazer bem o que fazemos e a minorar a prática do erro.

Para tal é inexorável a necessidade de pensar e planear o que faremos. Preparamos hoje o futuro,

antecipando-o de forma a que a sua inevitabilidade seja assumida de forma natural e reverta a

favor de um crescimento que, personificando a grandeza do concelho da Maia, sirva, acima de

tudo, os anseios e desejos daqueles que chamam a esta Terra a sua casa.

O Vice-Presidente da Câmara Municipal da Maia

Eng.º António Silva Tiago

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Nota Introdutória

A elaboração de uma estratégia de desenvolvimento sustentável para o concelho da Maiarepresentou um desafio particularmente interessante e estimulante para uma equipa técnica,maioritariamente jovem, que tive o prazer de orientar e coordenar ao longo de um ano de trabalho.Tratava-se, à data, 2000-2001, de preparar um plano que, por força das circunstâncias, teria deincorporar alguma investigação aplicada e originalidade metodológica e, neste duplo sentido, seenquadrava na natureza e âmbito das competências do Laboratório de Planeamento da FEUP.

Não existia, nem actualmente ainda existe como é sabido, qualquer suporte legislativo ouregulamentar que permitisse enquadrar a elaboração de um plano-programa com tais objectivos.É bem certo que a figura de plano estratégico já tinha sido introduzida anteriormente no nossosistema nacional de planeamento do território. No entanto, a legislação subsequente não lheconferiu estatuto próprio, nem a versão original incorporava o conceito de sustentabilidadeenquanto objectivo / qualidade-chave para o desenvolvimento. Neste trabalho, vamos encontrara dimensão da sustentabilidade claramente inspirada nas Agendas 21 Local, tal como emergiramna literatura da especialidade na sequência da Conferência do Rio de 1992, segundo a máximade pensar globalmente para agir localmente. Mas, ao contrário das Agendas 21 Local, este plano-programa de projectos e acções não podia ter apenas como objecto as diversas frentes da gestãomunicipal corrente.

Desenhava-se já no horizonte a necessidade e oportunidade da revisão do Plano Director Municipal(PDM). O desafio que nos tinha sido colocado pelo Dr. Vieira de Carvalho e pelo Engº Silva Tiago,com quem tivemos o maior prazer em colaborar, era também contribuir para a discussão domodelo de desenvolvimento territorial do concelho da Maia, que estaria subjacente ao novo PDM,cujos trabalhos entretanto arrancariam sob a orientação do Engº António Lameiras. Importavaassim desenvolver a estratégia de intervenção segundo três grandes vertentes: o referido modeloterritorial, o ambiente urbano, e o ordenamento paisagístico peri-urbano e rural. Estabeleceram-se as necessárias pontes com diversos departamentos da Câmara, em particular com os ligadosao planeamento urbano, às infraestruturas e equipamentos colectivos, aos espaços verdes eao planeamento estratégico. Recolheram-se críticas, sugestões e propostas. Esta participaçãoalargou-se, também, a entidades externas à Câmara, representando legitimamente os maisvariados interesses locais, ao longo de várias sessões e apresentações públicas, organizadas peloEngº Álvaro Santos, que também acompanhou as diversas fases de elaboração do plano.

Para além dos agradecimentos que são devidos às pessoas acima mencionadas por toda acolaboração prestada, gostaria de agradecer ao Dr. Nuno Gusmão do Gabinete de Estudos ePlaneamento Estratégico a actualização do plano com os resultados definitivos do Censo de 2001e a revisão final do texto, para efeitos desta publicação. Por último, um agradecimento muitoparticular à actual Presidência da Câmara pela decisão de fazer publicar este trabalho, tanto maisrelevante quanto a publicação de estudos desta natureza é ainda muito escassa entre nós.

FEUP, 2004-06-16Paulo Pinho

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Sumário Executivo

DiagnósticoCrescimento populacional, estrutura etária e níveis de instrução

Dinâmicas de crescimento das freguesias

Movimentos da população ∙ migrações

Povoamento e densidades populacionais

Parque habitacional e mercado imobiliário

Emprego, acessibilidades e equipamentos

Caracterização biofísica

Caracterização paisagística

O papel da REN, da RAN e dos Espaços verdes públicos

Qualidade do ambiente

EstratégiaObjectivos estratégicos, linhas e medidas de actuação

PropostasProjectos de intervenção

P1. Serviços de apoio à produção

P2. Criação de zonas mistas residência/serviços

P3. Relocalização - reconversão industrial

P4. Sistema de interfaces

P5. Transporte por eléctrico

P6. Linhas de transporte colectivo periféricas

P7. Criação de parques urbanos

P8. Enquadramento paisagístico do Aeroporto Francisco Sá Carneiro

P9. Conservação e reabilitação do património edificado

P10. Alteração de níveis e tipologias de utilização definidos no PDM

P11. Requalificação das margens e leitos das linhas de água

P12. Preservação de matas e elementos arbóreos

P13. Espaços de agricultura biológica

P14. Programas de valorização de quintas e unidades agrícolas

P15. Integração viária

P16. Reconversão da rede viária

P17. Reabilitação de áreas de exploração de inertes

P18. Recondução de áreas florestais

P19. Requalificação de pontos de vista panorâmica

P20. Definição de uma rede de percursos de fim de semana

P21. Integração urbana e paisagística nas zonas de fronteira – indústria / residência e

indústria / rodovias

P22. Integração urbana e paisagística nas zonas de fronteira – indústria / áreas verdes

Medidas genéricas

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Gráficos2.1. Evolução da população residente nos concelhos da Maia, Porto e AMP

2.2. Evolução da população residente no concelho da Maia

2.3. Variação das famílias residentes no concelho da Maia

2.4. Habilitações literárias da população residente em 1991 e 2001

2.5. População residente da Maia, Porto e AMP, em estratos etários (%)

6.1. Idade construtiva dos edifícios, 2001

6.2. Alojamentos Clássicos, segundo a forma de ocupação, vagos, em 2001

6.3. Escalões de rendas mensais em alojamentos arrendados (euros)

6.4. Mercado imobiliário – moradias

6.5. Mercado imobiliário – apartamentos T1

6.6. Mercado imobiliário – apartamentos T2

6.7. Mercado imobiliário – apartamentos T3

6.8. Mercado imobiliário – apartamentos T4

11.1 Evolução estimada da produção de resíduos sólidos (toneladas/ano)

Quadros2.1. Variação da população residente no concelho da Maia

3.1. Evolução da população residente por freguesias

3.2. Variação do número e da dimensão das famílias

4.1. Movimentos de atracção e repulsão

4.2. Projecções da população residente para o ano 2001

4.3. Estimativa das migrações internas na década de 80

5.1. Peso específico da população residente, em cada freguesia, 2001

5.2. População residente na Maia por dimensão de lugares, 2001

6.1. Enquadramento na AMP: fogos resultantes de edifícios construídos (1991 - 1998)

6.2. Famílias e alojamentos clássicos, ocupados como residência habitual segundo o

número de famílias clássicas, na Maia, 1991∙2001

6.3. Transformações na estrutura do parque habitacional no concelho

6.4. Evolução do número de alojamentos nas freguesias da Maia

6.5. Famílias clássicas segundo instalações existentes (electricidade, retrete e água) nos

alojamentos na Maia, 1991∙2001

6.6. Caracterização sumária do parque habitacional por freguesias

6.7. Produção e licenciamento de alojamentos (médias anuais)

6.8. Elementos do licenciamento da habitação (1995-1996 e 1997-1998)

6.9. Fogos licenciados (1994 - 1998) em % do stock de fogos em 1991 (INE,2000)

7.1. Caracterização funcional das freguesias da Maia

10.1. Ocupação do solo nas áreas REN

10.2. Ocupação do solo nas áreas RAN

11.1. Quantidade de resíduos indiferenciados recolhidos no concelho da Maia entre 2000

e 2003

11.2. Materiais recolhidos selectivamente entre 2000 e 2003

Figuras2.1. Temperaturas urbanas em 1991

2.2. Variação das temperaturas urbanas

3.1. Evolução da população residente por freguesias (1970, 1981, 1991, 2001)

3.2. Variação populacional nas freguesias da AMP 1991/2001

3.3. Variação da população residente (%)

3.4. Variação do n.º de famílias (%)

4.1. Movimentos migratórios na década de 80

5.1. Densidade populacional em 2001 (hab. / km2)

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5.2. Densidade Populacional nas freguesias da AMP em 2001

6.1. Variação do n.º de alojamentos (%) por freguesia e valor da variação absoluta média anual

na década de 90

6.2. Variação do n.º de alojamentos por edifício em cada freguesia (%)

6.3. Variação da habitação unifamiliar 1981/1991

7.1. Deslocações casa - trabalho entre a Maia e os concelhos de Matosinhos e Porto (2001)

7.2. Deslocações casa - trabalho na AMP, ao nível dos concelhos (2001)

7.3. Deslocações casa - trabalho na AMP, ao nível dos concelhos (1991), para o sector secundário

7.4. Deslocações casa - trabalho na AMP, ao nível dos concelhos (1991), para o sector terciário

8.1. Carta de Solos

8.2. Carta de Aptidão da Terra

10.1. REN + Aptidão da Terra

10.2. RAN + Aptidão da Terra

10.3. Espaços verdes públicos

11.1. Alojamentos com água canalizada proveniente da rede pública (%) em 1991

11.2. Alojamentos com retrete ligada à rede pública de esgotos (%) em 1991

11.3. Localização das estações de monitorização da qualidade do ar, na Maia

14.1. Enquadramento paisagístico de cortinas verdes

14.2. Vegetação como filtro ao vento e ao ruído

14.3. Polígonos de implantação/estrutura dos espaços exteriores

14.4. Qualificação do espaço urbano em áreas de transição

14.5. Representação esquemática de hipótese de modelação do terreno

14.6. Articulação entre componentes estruturantes do tecido urbano

14.7. Morfologia de espaços propostos/condições climáticas

14.8. Adaptação funcional de um espaço público a diferentes gradientes funcionais

14.9. Alcance visual de um espaço livre e sua parte pública utilizável

14.10. Conjugação da percepção do domínio publico c/ a dimensão psicológica dos padrões

espaciais da rede de espaços públicos

Fotografias8.1. Coberto Vegetal

9.1. Ocupação urbana

9.2. Ocupação urbana

9.3. Agressões visuais na paisagem rural

9.4. Paisagem rural em transformação

9.5. Ocupação industrial dispersa

9.6. Paisagem agrícola

9.7. Compartimentação dos campos agrícolas

9.8. Paisagem agrícola

9.9. Povoamento esparso de manchas florestais

9.10. Mancha florestal dispersa

9.11. Ocupação urbana das margens ribeirinhas do Rio Leça

Cartas7.1. Infraestruturas rodoviárias

8.1. Hidro - geologia

8.2. Hipsometria, festos e talvegues

8.3. Declives

8.4. Orientação das encostas

9.1. Uso do solo

10.1. REN e RAN

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

SUMÁRIO EXECUTIVO

A Maia é dos concelhos mais dinâmicos da AMP, com uma notável capacidade de crescimento

ao nível da sua população residente, da criação de novos postos de trabalho e do seu parque

habitacional.

Com uma população residente de 120.111 habitantes em 2001, crescendo a uma taxa anual, ao

longo dos anos 90, sem precedentes na AMP, de 2,9%, correspondentes a 2.696 novos habitantes

por ano, estima-se, no entanto, para o curto/médio prazo um ligeiro abaixamento daquela taxa,

que se traduzirá ainda assim num crescimento anual sustentado, em valores absolutos, superior a

2.000 novos habitantes/ano.

A progressiva diminuição da dimensão média dos núcleos familiares traduziu-se – num quadro

global de crescimento populacional – num impressionante crescimento do número de famílias ao

longo da década de 90, com cerca de 5,2% de média anual e 1.387 novas famílias/ano. A título

de curiosidade registe-se que o número de famílias residentes na Maia ultrapassou o dobro,

relativamente a 1970.

Escusado será dizer que, embora seja de prever um arrefecimento global do mercado

imobiliário, por razões estruturais e conjunturais de âmbito nacional, aquele contingente anual

de novas famílias continuará a assegurar, na Maia e de modo sustentado, uma fatia importante da

procura final de habitação.

Uma das consequências interessantes da continuada capacidade de atracção de novos

residentes exibida pela Maia ao longo das últimas décadas, é o alargamento da pirâmide etária

mário executivo

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

pela base, isto é, pelos estratos mais jovens. Este fenómeno ocorre num quadro simultâneo de

envelhecimento global da população. Como demonstramos, não se trata de nenhum fenómeno

local de aumento de fertilidade da população residente, mas apenas do facto dos seus estratos

intermédios terem engrossado por via de fortes movimentos imigratórios, tipificados nos casais

jovens, recém entrados no mercado de trabalho.

Se o nível de instrução média da população da Maia ainda se compara desfavoravelmente com

o que se passa na vizinha cidade do Porto, a referência natural na AMP, em particular ao nível dos

estratos com formação média e superior, o progressivo rejuvenescimento da população Maiata

poderá constituir o empurrão decisivo para a desejada elevação geral dos níveis de instrução

actuais.

Considerando o crescimento diferenciado do conjunto das freguesias da Maia é notável

a progressiva afirmação da cidade da Maia ao longo das últimas duas décadas, assente no

crescimento das freguesias centrais da Maia, Vermoim e Gueifães. Na década de 80, estas

freguesias concentraram quase 70% do crescimento total do concelho, permitindo a emergência

da cidade da Maia como contraponto à antiga maior aglomeração de Pedrouços / Águas Santas,

paredes meias com a cidade do Porto.

Ao longo da década de 90, e sobretudo em anos mais recentes, detectam-se novos dinamismos,

tendencialmente dispersivos ou centrados sobre antigas (e.g. Castêlo da Maia ou Pedras Rubras)

e emergentes polarizações (e.g. resultantes de novos nós do sistema viário principal) que, em

conjunto e separadamente, representam novos desafios para o ordenamento, desenvolvimento

urbano e afirmação global do concelho da Maia.

Com um parque habitacional particularmente jovem, não admira que possamos estimar a

percentagem de alojamentos devidamente equipados em quase 90%. O número de alojamentos

por edifício tem vindo a aumentar resultado das tipologias dominantes assentes na produção de

edifícios multifamiliares, com um número médio de pavimentos por edifício relativamente elevado

no contexto da AMP.

A produção de habitação por empresas privadas, na forma de promotores - construtores, é

a mais elevada da AMP (72%). Estimamos que a produção anual, no curto/médio prazos, venha

a descer dos valores particularmente elevados registados mais recentemente, mas continue a

crescer a um ritmo significativo de 1000 alojamentos/ano. Trata-se de um valor ainda assim

elevado se comparado com o crescimento previsível do número de famílias, trocas de habitação

previsíveis, alojamentos vazios, folgas do mercado imobiliário, etc.

No que respeita à valorização imobiliária, a análise feita com base em dados referentes

ao período 1996-99, permite concluir que em média as valorizações das diversas tipologias de

apartamentos e moradias se encontram claramente abaixo dos valores do Porto e da cidade de

Espinho, ligeiramente abaixo das praticadas em Matosinhos e sensivelmente ao nível das verificadas

no centro e praias de Gaia, e superiores às restantes zonas limítrofes do Porto.

A base económica diversificada da Maia, em particular ao nível da indústria transformadora,

tem permitido manter um importante equilíbrio entre o número total de postos de trabalho

oferecidos no concelho e o volume da sua população activa residente. Os últimos números

disponíveis apontavam para uma relação de 1.01, a mais alta de todos os restantes concelhos

limítrofes do Porto que, como se sabe, é o único concelho da AMP com um balanço de emprego

confortavelmente excedentário de 1.91.

Face às previsões de crescimento populacional, da ordem dos 1600 habitantes/ano, a Maia

deverá continuar a aumentar a sua oferta de postos de trabalho a um ritmo nunca inferior aos

700/ano, por forma a manter-se o equilíbrio referido no ponto anterior entre emprego e população

activa.

A capacidade de geração local de postos de trabalho, cerca de 800 / ano em anos recentes

para um total que se estima em cerca de 58.000, é dos factores mais importantes para a obtenção

de um desenvolvimento ambientalmente sustentável. Permitirá, a médio prazo, reduzir as

desnecessárias distâncias das deslocações casa / trabalho, aliviando o sistema de transportes que,

como se sabe, quando assenta no transporte individual, constitui a principal causa das mais graves

IV | sumário exe

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

disfunções ambientais em meio urbano.

No entanto, com os dados que dispomos, as deslocações com a cidade do Porto ainda pendem

claramente para esta em detrimento da Maia. É verdade que se as deslocações casa / trabalho

para o sector secundário são favoráveis à Maia, já as deslocações casa / trabalho para o sector

dos serviços, se apresentam claramente desfavoráveis, conduzindo a um desequilíbrio global ainda

significativo.

Este desequilíbrio é reflectido directamente pelos dados respeitantes à dotação de equipamentos

e serviços. Estejamos a falar de serviços públicos ou privados, de apoio à produção ou às famílias,

os dados coligidos e comparados no seio da AMP não são globalmente muito favoráveis, não

obstante o assinalável esforço de investimento municipal que, porém, dificilmente poderá atingir

a provisão de serviços de iniciativa privada.

Esta observação é não só válida para o conjunto das freguesias da Maia, com destaque natural e

compreensível para as mais rurais a nascente do concelho, como para as freguesias que constituem

a própria cidade da Maia, em que os níveis de dotação nunca chegam a atingir a classificação de

bom, oscilando entre o regular e o suficiente.

As condições hidro - geológicas locais, permitindo captações de superfície e subterrâneas,

estão na base da aptidão natural de manchas significativas de solos do concelho da Maia para a

exploração agrícola e silvo - pastoril. O relevo beneficia exposições favoráveis a Sul e a Poente.

Grande parte do concelho desenvolve-se com baixos declives, sobretudo a Poente, enquanto a

Nascente ocorrem as zonas mais declivosas, particularmente interessantes de um ponto de vista

paisagístico.

A actividade agrícola, com tradição e expressão neste concelho, é actualmente protegida

e fomentada através da integração de faixas significativas do território na Reserva Agrícola

Nacional.

A rede hidrológica do concelho é dominada pelo Leça, que o intersecta a Sul e corre no sentido

Este - Oeste, e pelas ribeiras do Arquinho e do Leandro, com sentido dominante de escoamento

Norte - Sul. Qualquer estratégia de conservação da natureza e de protecção dos recursos hídricos

passará, necessariamente, pela consideração explícita destes cursos de água e, em particular, dos

respectivos centros de acumulação - encontro de linhas de talvegues - e dos centros de distribuição

- encontro de linhas de festo.

O coberto vegetal do concelho assenta no diálogo e contraponto entre três unidades, a

saber: i) os espaços de mata/floresta, com dominância dos povoamentos de pinheiro e eucalipto

e a ocorrência pontual de choupos e outras folhosas; ii) as galerias ripícolas dos principais

cursos de água; e iii) os campos agrícolas

maioritariamente compartimentados por

estruturas de suporte à vinha.

Face à natureza das características

biofísicas e paisagísticas do concelho,

considera-se particularmente importante

(re)criar e fomentar uma estrutura verde

abrangendo todo o concelho da Maia que

assegure a perenidade dos sistemas naturais e

o aumento da capacidade de suporte de vida

do território.

A estrutura verde deverá integrar o seguinte

conjunto de ecossistemas indispensáveis

à conservação da natureza, à estabilidade

ecológica e à utilização sustentável dos

recursos naturais: i) as actuais REN e RAN

(sem prejuízo da sua redefinição em sede de

revisão do PDM); ii) as áreas de salvaguarda

da estabilidade ecológica, linhas de cumeada

mário executivo

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

e centros de encontro e distribuição, espaços associados às explorações agrícolas e quintas de

recreio; iii) as matas e os espaços de exploração florestal; iv) a rede de espaços verdes públicos

actuais e propostos; v) as paisagens com significativo valor estético e visual, incluindo pontos de

vista com particular interesse; e, finalmente, vi) as faixas de protecção e enquadramento das

redes de circulação viária e pedonal.

No capítulo do saneamento básico, incluindo o abastecimento de água, as águas residuais

urbanas e os RSUs, importará destacar a posição da Câmara da Maia em algumas experiências

pioneiras entre nós, nomeadamente na gestão dos RSUs, sua reciclagem e reutilização, e nas

instalações de tratamento de efluentes.

O esforço em curso de investimento nas redes públicas deverá no entanto prosseguir para a

obtenção da desejada cobertura total do concelho, esforço este que se vê agravado, nos seus

custos de instalação e exploração, pelo padrão dominante de povoamento disperso do concelho e

pelo aparecimento regular de novas frentes de urbanização.

Para além dos conhecidos problemas de poluição das águas do Rio Leça, haverá que destacar

os problemas de poluição do ar e, sobretudo, os problemas de poluição sonora que afectam o

concelho da Maia. Embora se tenham identificado fontes pontuais de poluição, de que o aeroporto

é o expoente máximo, as mais preocupantes são lineares e têm a ver com o complexo de vias

estruturantes (IPs e ICs) que atravessam o concelho nas várias direcções e que afectam de modo

particularmente negativo algumas manchas urbanas com funções residenciais.

O Plano desenvolve-se segundo três vertentes:

• modelo territorial (em articulação com os trabalhos de revisão do PDM)

• ambiente urbano

• ordenamento paisagístico peri - urbano e dos espaços rurais

Propõem-se, numa óptica de desenvolvimento sustentável (ambiental, social e económico), as

seguintes linhas de força para o modelo territorial.

Prioridade ao crescimento e consolidação da cidade da Maia (ainda é demasiado pequena em

termos metropolitanos e, sobretudo, europeus). Uma cidade maior, coesa, densa e fortalecida

é o contraforte mais eficaz às tendências polarizadoras e tendencialmente desestruturantes das

dinâmicas metropolitanas da AMP.

Do ponto de vista ambiental o modelo de concentração descentralizada subjacente, é o mais

favorável em termos energéticos e de metabolismo urbano, diminuindo a dependência do sistema

de transportes, aumentando a eficiência dos transportes públicos locais, viabilizando novos

sistemas de transportes ambientalmente mais eficientes, permitindo a tão necessária recuperação

dos percursos a pé, aspecto decisivo para o enriquecimento da vivência urbana, etc.

Do ponto de vista social e económico, fortalece-se a autonomia, a identidade e, por essa via,

a competitividade. Os ganhos de massa crítica proporcionados pela cidade de maiores dimensões

viabilizarão novos serviços, a melhoria dos actuais e, em termos de qualidade de vida, o acesso

mais eficaz das populações urbanas aos mesmos.

Contenção firme de novas frentes urbanas desarticuladas das existentes e sem ligações

de contiguidade, excepto nos aglomerados (vilas) já existentes que, numa óptica de coesão

concelhia, devem estruturar-se internamente enquanto satélites crescentemente polarizados pela

cidade da Maia, combatendo assim as forças dispersivas metropolitanas, num processo crescente

de afirmação concelhia. Estas forças dispersivas metropolitanas têm encontrado na rede de IPs

Directrizes do plano estratégico de desenvolvimento sustentável do

concelho da Maia

Modelo Territorial

VI | sumário exe

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

e ICs (e sobretudo nos seus novos nós de ligação) o seu aliado preferencial, cobrando com altos

juros, e enquanto verdadeiro reverso da medalha, os custos do incremento das acessibilidades.

Fortalecimento do parque industrial existente, dando continuidade à política de relocalização

das unidades industriais dispersas pelo concelho, embora com um carácter assumidamente

selectivo. A concentração industrial também levanta os seus problemas e nem todas as unidades

localizadas em espaços peri - urbanos ou rurais estão forçosamente desenquadradas ou geram

conflitos ambientais ou paisagísticos.

O Plano proporciona, através de um conjunto de projectos concretos, nomeadamente no

domínio da mobilidade e dos equipamentos urbanos, uma efectiva melhoria da qualidade do

ambiente urbano, no que toca aos elementos naturais, ar, água e solo, contribuindo, por esta via,

para a emergência de um concelho mais saudável, aprazível, qualificado e seguro.

Um segundo conjunto de propostas permitirá reduzir os actuais níveis de ruído em espaços

residenciais, para um número significativo de residentes, respondendo a metas pré - estabelecidas

(no Regulamento Geral do Ruído) e que, certamente, têm um carácter inovador no quadro da

gestão urbana em Portugal.

O espaço verde público é objecto de um conjunto de propostas de intervenção, com particular

incidência na criação de um grande parque urbano na cidade da Maia, cujo valor e impacte é tanto

maior quanto mais incrustado estiver no tecido consolidado da cidade, estruturando a sua própria

expansão que se advoga fundamental.

A qualificação do ambiente urbano passa também, e de um modo muito particular, pela

qualidade do desenho urbano. É apresentada uma proposta de princípios de desenho urbano,

para atender, em particular, i) à integração das diversas tipologias de espaços verdes na cidade

da Maia e nos aglomerados de menor dimensão, ii) às combinações de gradientes de tipologias e

morfologias dos espaços edificados na aproximação aos remates urbanos e sua articulação com os

espaços rurais envolventes.

Em contraponto ao preconizado crescimento urbano da cidade da Maia e consolidação das

vilas - satélite envolventes, pondo cobro às tendências dispersivas do povoamento concelhio,

propõe-se, em simultâneo, uma forte aposta nos valores da ruralidade do concelho, expressos

no seu património natural e construído que importa preservar, combinando, através do desenho,

objectivos de conservação da natureza, valorização paisagística, exploração agrícola e silvícola,

residência, recreio e lazer.

O mercado destes valores, em grande parte orientado para a reconversão de quintas e

restauro de propriedades rústicas, é particularmente exigente no que toca à consistência do

enquadramento paisagístico, dirige-se aos segmentos superiores e já apresenta evidentes sinais de

expansão, à semelhança aliás, com o que se passa na envolvente das grandes áreas metropolitanas

europeias.

Por último, o plano apresenta uma proposta detalhada de constituição de um conjunto de

corredores verdes, tirando partido e articulando os diversos elementos já identificados da estrutura

verde do concelho (ver ponto 24), ou seja, todos os ecossistemas indispensáveis à conservação da

natureza, à estabilidade ecológica e à utilização sustentável dos recursos naturais.

A elaboração do plano de desenvolvimento sustentável, tal como foi apresentado anteriormente,

assenta num conjunto de directrizes organizadas segundo três vertentes distintas mas interligadas,

o modelo territorial (a articular com os trabalhos de revisão do PDM), o ambiente urbano e o

ordenamento paisagístico peri - urbano e dos espaços rurais.Dentro de cada uma das três vertentes apresentadas, definiram-se grandes sectores de

Ambiente Urbano

Ordenamento paisagístico peri-urba-no e dos espaços rurais

Síntese das recomendações

mário executivo

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

intervenção, cada um com um conjunto de objectivos estruturantes, a partir dos quais se

definiram, por sua vez, linhas de actuação - as estratégias - e, de forma mais pormenorizada,

medidas de actuação - as tácticas. É nesta organização em árvore que assenta a nossa proposta de

desenvolvimento sustentável do concelho. Numa fase posterior são apresentados os projectos, de

maior ou menor envergadura, e as acções de carácter genérico a aplicar em todo o concelho, ou em

áreas pré - definidas, de acordo com especificidades locais e / ou critérios de homogeneidade.

Apresenta-se, de seguida, uma matriz síntese que relaciona, quer os projectos de intervençãoquer as medidas genéricas propostas, com as três vertentes acima indicadas: modelo territorial,

ambiente urbano e ordenamento paisagístico. Para uma mais fácil visualização espacial de cada

uma das vertentes, incluem-se três cartogramas representativos, que resultam da compilação dos

vinte e dois projectos apresentados separadamente no ponto 13. deste plano.

VIII | sumário exe

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTOS DE INTERVENÇÃO

MEDIDAS

GENÉRICAS

MODELO TERRITORIAL

Actividade económica Estrutura territorial Acessibilidades

Serviços de apoio à produção P1 Zonas mistas - residência / serviços P2 Relocalização industrial P3 Sistema de interfaces P4 Traçado do eléctrico P5 Transporte colectivo - periferia P6 Parques urbanos P7 Enquad. paisagístico - aeroporto P8 Conserv. / reab. património edificado P9 Níveis / tipologias de utilização - PDM P10 Margens e leitos de linhas de água P11 Matas e elementos arbóreos P12 Espaços de agricultura biológica P13 Quintas e unidades agrícolas P14 R.viária e linhas de caminho ferro P15 Reconversão da rede viária P16 Áreas de exploração de inertes P17 Recondução de áreas florestais P18 Pontos de vista panorâmica P19 Percursos de fim-de-semana P20 Integração urbana/paisag. na fronteira P21 inds. - res. e inds. - rodovias Integração urbana/paisag. na fronteira P22 indústrias - áreas verdes Drenag. de águas pluviais/bacias de MG1 retenção Dim. dos níveis de impermeabilização MG2 ETAR’s comuns a várias unid. Inds MG3 Monitorização ambiental do concelho MG4 Carta do ruído e zonamento concelhio MG5 Arranjo do espaço público MG6 Gestão dos espaços verdes urbanos MG7 Integração paisagística das linhas de MG8 alta tensão Parques de estacionamento articulados MG9 com transportes públicos Passeios e percursos pedonais MG10 Reconversão de espaços expectantes MG11Aumento da estrutura verde do concelho MG12 Corredores de ar fresco MG13 Incentivar o multiuso de parques MG14 habitacionais Cortinas verdes de protecção visual MG15 e poluição sonora e do ar Acções de requalificação na transição MG16 indústria - residência Operações de composição de paisagem MG17 Operações de modelação do terreno MG18 Realçar valores estruturantes do tecido MG19 urbano Percepção do domínio público/atractivI- MG20 dade da imagem urbana

Desenvolvi-mento do sec-tor terciário no concelho

Desenvolvimen-to do sector

secundário no concelho e

fortalecimento do parque industrial existente

Desenvolvimen-to do sector primário e

preservação da actividade agrícola tradi-

cional

Reforço e consolidação

do concelho da Maia no âmbito da AMP. Contri-buição para a

consolidação da área metropo-

litana

Crescimento e consolidação da cidade da

Maia.Reforço do con-celho através

da consolidação da cidade da

Maia

Estrutura e consolidação interna dos restantes

aglomerados urbanos do

concelho. Re-forço da cidade

da Maia pela consolidação da estrutura urba-na concelhia

Desenvolvi-mento de um sistema de transportes eficiente

Beneficiação da rede viária,

tendo em vista a cober-tura total do concelho e a melhoria da

qualidade das infraestruturas

mário executivo

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTOS DE INTERVENÇÃO

MEDIDAS

GENÉRICAS

P1 Serviços de apoio à produção P2 Zonas mistas - residência / serviços P3 Relocalização industrial P4 Sistema de interfaces P5 Traçado do eléctrico P6 Transporte colectivo - periferia P7 Parques urbanos P8 Enquad. paisagístico - aeroporto P9 Conserv. / reab. património edificado P10 Níveis / tipologias de utilização - PDM P11 Margens e leitos de linhas de água P12 Matas e elementos arbóreos P13 Espaços de agricultura biológica P14 Quintas e unidades agrícolas P15 R.viária e linhas de caminho ferro P16 Reconversão da rede viária P17 Áreas de exploração de inertes P18 Recondução de áreas florestais P19 Pontos de vista panorâmica P20 Percursos de fim-de-semana P21 Integração urbana/paisag. na fronteira inds. - res. e inds. - rodovias P22 Integração urbana/paisag. na fronteira indústrias - áreas verdes MG1 Drenag. de águas pluviais/bacias de retençãoMG2 Dim. dos níveis de impermeabilização MG3 ETAR’s comuns a várias unid. inds. MG4 Monitorização ambiental do concelho MG5 Carta do ruído e zonamento concelhio MG6 Arranjo do espaço público MG7 Gestão dos espaços verdes urbanos MG8 Integração paisagística das linhas de alta tensãoMG9 Parques de estacionamento articulados com transportes públicosMG10 Passeios e percursos pedonais MG11 Reconversão de espaços expectantes MG12 Aumento da estrutura verde do concelho MG13 Corredores de ar fresco MG14 Incentivar o multiuso de parques habitacionaisMG15 Cortinas verdes de protecção visual e poluição sonora e do arMG16 Acções de requalificação na transição indúsria - residência MG17 Operações de composição de paisagem MG18 Operações de modelação do terreno MG19 Realçar valores estruturantes do tecido urbanoMG20 Percepção do domínio público/atractivI- dade da imagem urbana

AMBIENTE URBANO

Qualidade do ambiente Estr. verde urb. Desenho urbano

a.Abasteci-mento de

água

b.Recolha e

tratamento de águas residuais

Controlo dos níveis de ruído

nos espaços urbanos

Definição de uma rede de espaços verdes

públicos e melhoria

do conforto ambiental do espaço

urbano

Melhoria da qualidade do espaço público

Preser-vação,

reabilitação e recupe-ração do parque

edificado

Trat. das interfaces urbana/

peri-urbana/rural e

integração urbana e arquitec-tónica das div. tipolo-gias de oc.

urbanas

Identidade urbana: fortale-cimento da id.,

autonomia e competi-tividade do concelho

e melhoria da quali-dade de

vida

Promoção da biodiver-sidade e do equilibrio ecológico do espaço

urbano

Controlo da qualidade

do arc.Recolha,

tratamento e deposição

final dos resíduos sólidos

Cobertura e qualidade do sistema de saneamento básico, ao nível de:

X | sumário exec

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTOS DE INTERVENÇÃO

MEDIDAS

GENÉRICAS

ORDENAMENTO PAISAGÍSTICO

Recursos naturais Act. agro-florestal Valores Patr./Paisagem

Serviços de apoio à produção P1 Zonas mistas - residência / serviços P2 Relocalização industrial P3 Sistema de interfaces P4 Traçado do eléctrico P5 Transporte colectivo - periferia P6 Parques urbanos P7 Enquad. paisagístico - aeroporto P8 Conserv. / reab. património edificado P9 Níveis / tipologias de utilização - PDM P10 Margens e leitos de linhas de água P11 Matas e elementos arbóreos P12 Espaços de agricultura biológica P13 Quintas e unidades agrícolas P14 R.viária e linhas de caminho ferro P15 Reconversão da rede viária P16 Áreas de exploração de inertes P17 Recondução de áreas florestais P18 Pontos de vista panorâmica P19 Percursos de fim-de-semana P20 Integração urbana/paisag. na fronteira P21 inds. - res. e inds. - rodovias Integração urbana/paisag. na fronteira P22 indústrias - áreas verdes Drenag. de águas pluviais/bacias de MG1 retenção Dim. dos níveis de impermeabilização MG2 ETAR’s comuns a várias unid. Inds MG3 Monitorização ambiental do concelho MG4 Carta do ruído e zonamento concelhio MG5 Arranjo do espaço público MG6 Gestão dos espaços verdes urbanos MG7 Integração paisagística das linhas de MG8 alta tensão Parques de estacionamento articulados MG9 com transportes públicos Passeios e percursos pedonais MG10 Reconversão de espaços expectantes MG11Aumento da estrutura verde do concelho MG12 Corredores de ar fresco MG13 Incentivar o multiuso de parques MG14 habitacionais Cortinas verdes de protecção visual MG15 e poluição sonora e do ar Acções de requalificação na transição MG16 indúsria - residência Operações de composição de paisagem MG17 Operações de modelação do terreno MG18 Realçar valores estruturantes do tecido MG19 urbano Percepção do domínio público/atractivI- MG20 dade da imagem urbana

Protecção e salvaguarda dos recursos

hídricos

Política de conservação

do solo

Reforço e valorização da

vegetação

Valorização das potencialidades

agrícolas do concelho da

Maia e preser-vação da me-mória agrícola da paisagem

natural

Recondução das matas e área de produção florestal e

mitigação dos riscos de in-

cêndio e fogos florestais

Salvaguarda e consolidação dos núcleos peri-urbanos

e de ambiente rural

Integração paisagística do edificado e das vias de circula-ção rodoviárias e ferroviárias

Valorização dos cenários da paisagem

cultural

mário executivo

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIAXII | sumário exe

moinhos

unidades industriais a relocalizar

1-4 numeração das áreas a afectar

paragens de apoio ao Parque Urbano da

Maia

sistemas de interface

1-5 numeração das áreas a afectar

franja de fronteira indústria/rodovias

linha eléctrico ∙ proposta

zona mista residência/serviços ∙ proposta

1-4 numeração das áreas a afectar

integração paisagística do aeroporto

franja de fronteira indústria/residência

linhas de transporte colectivo periféricos

1-7 numeração das áreas a afectar

área de serviços ∙ proposta1-6 numeração das áreas a afectar

espaços de agricultura biológica

espaços verdes propostos1-13 numeração das áreas a afectar

conservação e reabilitação do património

edificado

proposta de zona de paisagem protegida

- Vilar de Luz

reabilitação de quintas e unidades

agrícolas

pontos de vista panorâmicos

reconversão da rede viária

proposta alternativa para circulação de

pesados

franja de fronteira indústria/áreas verdes

descida do coeficiente de utilização ∙

proposta

1-3 numeração das áreas a afectar

subida do coeficiente de utilização ∙

proposta

4-9 numeração das áreas a afectar

Modelo Territorial

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIAumário executivo

reconversão da rede viária

proposta alternativa para circulação de

pesados

integração paisagística do aeroporto

franja de fronteira indústria/áreas verdes

espaços verdes propostos1-13 numeração das áreas a afectar

proposta de zona de paisagem protegida

- Vilar de Luz

franja de fronteira indústria/residência

franja de fronteira indústria/rodovias

pontos de vista panorâmicos

reforço e valorização da vegetação

conservação e reabilitação do património

edificado

descida do coeficiente de utilização ∙

proposta1-3 numeração das áreas a afectar

subida do coeficiente de utilização ∙

proposta4-9 numeração das áreas a afectar

reabilitação de quintas e unidades

agrícolas

rede de percursos de fim de semana

moinhos

integração paisagísticavias rodoviárias estruturantes do concelho:

principais

secundárias

linhas de caminho de ferro

Ambiente Urbano

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIAXIV | sumário ex

rede de percursos de fim de semana

moinhos

integração paisagísticavias rodoviárias estruturantes do concelho:

principais

secundárias

linhas de caminho de ferro

espaços de agricultura biológica

espaços verdes propostos

1-13 numeração das áreas a afectar

conservação e reabilitação do património

edificado

proposta de zona de paisagem protegida

- Vilar de Luz

linhas de água

franja de fronteira indústria/residência

franja de fronteira indústria/rodovias

reabilitação de quintas e unidades

agrícolas

faixa de protecção às linhas de água

reforço e valorização da vegetação

reabilitação de áreas de exploração de

inertes

A. Pedreira do monte do Xisto

B. Saibreira de Vilar da Luz

recondução de áreas florestais

pontos de vista panorâmicos

Ordenamento Paisagístico

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Crescimento populacional, estrutura etária ede instrução

Dinâmicas de crescimento das freguesias

Movimentos da população · Migrações

Povoamento e densidades populacionais

Parque habitacional e mercado imobiliário

Emprego, acessibilidades e equipamentos

Caracterização biofísica

Caracterização paisagística

O papel da REN, da RAN e dos espaços verde

Qualidade do ambiente

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

003diagnóstico

CRESCIMENTO POPULACIONAL, ESTRUTURA ETÁRIA E NÍVEIS DE INSTRUÇÃO

Área total ∙ 83 Km2; Número de Freguesias ∙ 17.

1991 ∙ População residente ∙ 93.151; Densidade populacional ∙ 1.122 hab/Km2; Famílias ∙ 26.704;

Edifícios ∙ 19.681; (Censos 2001 – INE).

2001 ∙ População residente ∙ 120.111; Densidade populacional ∙ 1.447 hab/Km2; Famílias ∙

40.569; Edifícios ∙ 24.500; (Censos 2001 – INE).

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (Censos 2001 – XIV

Recenseamento Geral da População), a população residente no concelho da Maia atingia já, em

2001, os 120.111 habitantes, cerca de metade (45,6%) da população do concelho do Porto.

Dentro do conjunto de concelhos que compõem a Área Metropolitana do Porto (AMP), a Maia

representava, em 1991, 8,0% da população metropolitana, tendo aumentado o seu peso relativo

para 9,5%, em 2001. Considerando que, no mesmo ano, a população residente no concelho

do Porto correspondia a 20,9% da população da AMP, verifica-se que estes dois concelhos

representam mais de 30% da população da AMP, valor que sobe para 43,6% se incluirmos também

a população residente no concelho de Matosinhos, ou seja, agrupando o Porto e os dois concelhos

imediatamente a Norte.

Ao longo dos anos 80 o crescimento da Maia cifrou-se numa taxa média anual de 1,4%, tendo

aumentado para 1,7% no período entre 1991 e 1998. Os crescimentos na década de 70 foram

Dinâmica do crescimento populacional

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Gráfico 2.1.

Evolução da população residente nos concelhos da Maia, Porto e AMP

Com base na taxa de crescimento entre 1991

e 1998

Maia

Porto

AMP

Quadro 2.1

Variação da população residente no concelho da Maia

Gráfico 2.2.

Evolução da população residente no concelho da Maia

substancialmente maiores, quer na Maia quer um pouco por todo o país, por razões históricas

conhecidas que não serão relevantes para justificar as perspectivas evolutivas no curto e médio

prazos. Note-se que a taxa anual de crescimento para a AMP ao longo dos anos 90 não ia além dos

0,8%, enquanto o concelho da Maia atingia já os referidos 2,9%, valor representativo de uma forte

dinâmica de crescimento demográfico.

Através da análise das designadas temperaturas urbanas e, em particular, através da variação

das mesmas em períodos intercensitários (fig. 2.2.), identifica-se toda uma dinâmica radial de

transformação da AMP que se contrapõe à sua estrutura urbana, assente em sedes de concelho

que funcionam como contrafortes nucleares às tendências generalizadas de descentralização do

crescimento, a partir da cidade do Porto.

Na Maia localizam-se algumas das manchas de elevado “aquecimento” da AMP, nomeadamente na

Maia / Vermoim e em Águas Santas / Pedrouços, representando este aquecimento demográfico uma

variação elevada das temperaturas urbanas entre 81 e 91. Esta situação, a par do “arrefecimento”

em zonas centrais do Porto, revela uma tendência descentralizadora em termos de localização

da população, consolidando-se progressivamente espaços intersticiais nas periferias, e na coroa

adjacente ao núcleo central. A tendência de arrefecimento do núcleo central não se manifesta na

interface com o concelho da Maia.

Ano Pop. residente Variação # (%)

Taxa média anual de cresci-mento (%)

1970 63 980

1981 81 679 17 699 27,7 2,5

1991 93 151 11 472 14,0 1,4

2001 120 111 26 960 28,9 2,9

1400000

1200000

1000000

800000

600000

400000

200000

01940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011

1400000

1200000

1000000

800000

600000

400000

200000

01940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011

3702

6

4390

6

5364

3

6398

0 8167

9

9315

1 1201

11

1275

61

004diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 2.1

Temperaturas urbanas População residente ∙ 1991SPTA-FEUP

Laboratório de Sistemas de Informação Geográfi ca

Legenda

5 ∙ 55

55 ∙ 67

67 ∙ 84

84 ∙ 110

110 ∙ 145

145 ∙ 190

190 ∙ 802

1 ∙ Aldoar

2 ∙ Bonfi m

3 ∙ Campanhã

4 ∙ Cedofeita

5 ∙ Foz do Douro

6 ∙ Lordelo do Ouro

7 ∙ Massarelos

8 ∙ Miragaia

9 ∙ Nevogilde

10 ∙ Paranhos

11 ∙ Ramalde

12 ∙ Stº Ildefonso

13 ∙ S. Nicolau

14 ∙ Sé

15 ∙ Vitória

005diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 2.2

Temperaturas urbanas Variação 1991 ∙ 2001

SPTA-FEUP

Laboratório de Sistemas de Informação Geográfi ca

Legenda

Negativas

0 ∙ 2

2 ∙ 4

4 ∙ 6

6 ∙ 10

10 ∙ 12

12 ∙ 14

14 ∙ 18

1 ∙ Aldoar

2 ∙ Bonfi m

3 ∙ Campanhã

4 ∙ Cedofeita

5 ∙ Foz do Douro

6 ∙ Lordelo do Ouro

7 ∙ Massarelos

8 ∙ Miragaia

9 ∙ Nevogilde

10 ∙ Paranhos

11 ∙ Ramalde

12 ∙ Stº Ildefonso

13 ∙ S. Nicolau

14 ∙ Sé

15 ∙ Vitória

006diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

A análise da evolução previsível das pirâmides etárias permite observar uma tendência para o

envelhecimento da população, em linha com o que se verifica à escala nacional (gráfico 2.5.).

No entanto, o aumento dos estratos em idade fértil associado à atracção de casais novos para a

Maia faz com que, mesmo mantendo-se as actuais baixas taxas de fecundidade, se esteja a verificar

um progressivo alargamento da pirâmide pela base, com o crescente aumento da população com

idades compreendidas entre os 0 e 4, e os 5 e 9 anos de idade.

A evolução das famílias residentes tem verificado um ritmo de crescimento elevado, da ordem

dos 2,5% ao ano durante a década de 80, fenómeno este que tem naturalmente a ver com a

progressiva, mas acentuada, diminuição da dimensão média da família (ver quadro 3.2. – pág.13).

Dado que em termos de contabilização das carências habitacionais é o número de famílias que

mais interessa e não apenas a evolução populacional, daremos particular atenção a esta variável.

De acordo com os dados dos últimos Censos (2001), o número de famílias residentes no concelho

da Maia ultrapassou o dobro, relativamente a 1970.

Em síntese, e em termos absolutos, o crescimento populacional da Maia, no curto-médio prazos

deverá rondar as 1600 pessoas por ano, enquanto o crescimento do número de famílias deverá

atingir, em média, as 540 por ano (cerca de 1/3). Mais uma vez, se se olhar para os resultados dos

Censos 2001, verificamos um crescimento bastante superior, atingindo os 5,2% ao ano, a par de

uma diminuição da dimensão média dessas famílias.

Com uma estrutura etária claramente mais jovem que o concelho vizinho do Porto, e mesmo

que a AMP no seu conjunto, o concelho da Maia apresenta-se, assim, com uma dinâmica de

crescimento populacional potencial superior (ver gráfico 2.5.).

Relativamente aos níveis de instrução da sua população, o concelho da Maia apresentava,

em 2001, uma clara melhoria, relativamente a 1991 e, principalmente, em relação aos valores

registados em 1981. Segundo os últimos dados, a população do concelho sem qualquer grau de

instrução atingia, em 2001, os 4,8%, tendo os estratos com formação média e superior atingido os

valores relativos de 0,9% e 13,7%, respectivamente.

Em 1991, 12,4% da população total não tinha qualquer grau de instrução; o estrato com

formação média observava valores próximos de 1,5%, enquanto que o estrato com formação

superior registava 5,3%.

A aproximação aos valores observados no concelho do Porto é notória, nomeadamente nos níveis

40000

35000

30000

25000

20000

15000

10000

5000

01960 1970 1981 1991 2001

Estrutura etária e dimensão das famílias

Gráfico 2.3

Variação das famílias residentes no concelho da Maia

Dinâmica do crescimento populacional

007diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Gráfico 2.4

Habilitações literárias da População Residente (%) em 1991 e 2001

População segundo o nível de instrução, 1991

Porto

Maia

População segundo o nível de instrução, 2001

Porto

Maia

Gráfico 2.5

População residente da Maia, Porto e AMP, em estratos etários (%)

População residente por grupos etários, 2001

9000

8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

000-04 10-14 20-24 30-34 40-44 50-54 60-64 70-74 80-84

60.0%

50.0%

40.0%

30.0%

20.0%

10.0%

0.0%S/ Grau Inst. EB Prim. EB Prep. ES Unif. ES Comp. E Médio E Superior

35.0%

30.0%

25.0%

20.0%

15.0%

10.0%

5.0%

0.0%S/ Grau Inst. EB Prim. EB Prep. ES Unif. ES Comp. E Médio E Superior

9.3 13

.721

.8

0.91.8

18.4

17.1

11.1

10.3

11.7

9.8

32.5

28.9

11.7

básico e superior de instrução. Recorde-se que o concelho do Porto registava, em 1991, valores de

2,7% de população com formação média e 12,4% com formação superior. Estes valores evoluíram,

em 2001, para 1,8%, no estrato com formação média e 21,8% no estrato com formação superior.

A importância da adopção de estratégias municipais de atracção e de fixação de uma

população de elevado nível de qualificação profissional e académica dispensa comentários. É a

qualificação global do concelho, o fortalecimento do seu papel social, económico e cultural, e a

sustentabilidade do seu desenvolvimento que estão em questão.

008diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Divisão da população do Concelho da Maia por

grupos quinquenais e por sexo ∙ 2001

Homens

Mulheres

Homens + Mulheres

Estrutura etária da população residente da AMP

∙2001

AMP

Porto

Maia

Relação de masculinidade ∙ Maia 2001

12000

11000

10000

9000

8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0

00-04 10-14 20-24 30-34 40-44 50-54 60-64 70-74 80-84 90∙94 100+

800.000

700.000

600.000

500.000

400.000

300.000

200.000

100.000

000-14 15-24 25-64 65+

120

100

80

60

40

20

000-04 10-14 20-24 30-34 40-44 50-54 60-64 70-74 80-84 90∙94 100+

009diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

DINÂMICAS DE CRESCIMENTO DAS FREGUESIAS

Em termos de evolução, o crescimento mais importante regista-se em freguesias de carácter

mais urbano. Com efeito, se atendermos aos dados demográficos da década de 90, observamos,

num claro lugar de destaque, a freguesia de Vermoim, com um aumento populacional de 54,7%.

Outras freguesias de características marcadamente urbanas registaram, no mesmo período, uma

evolução considerável, com Águas Santas e Maia a observarem um aumento relativo de 44,8%

e 40,8%, respectivamente. Por outro lado, convém destacar o comportamento demográfico

observado nas freguesias de Gondim e Folgosa, pouco superior a 10%; na freguesia de Silva Escura

(5,7%) e, principalmente, na freguesia de Barca, a única a registar um crescimento demográfico

negativo durante este período, com uns expressivos –12,6%. De salientar o crescimento

populacional verificado na freguesia de Stª Maria de Avioso (46,7%) durante a década de 90 (1991 a

2001), certamente associado a uma forte dinâmica de desenvolvimento urbano, nomeadamente na

área ocupada pela vila do Castêlo da Maia. A este forte crescimento estará também associado um

elevado número de novos residentes que de alguma forma se encontram ligados ao funcionamento

do Instituto Superior da Maia, sito na freguesia vizinha, S. Pedro de Avioso, que durante o mesmo

período de tempo registou um acentuado crescimento de população estudantil, que vai para além

de um mero conjunto populacional de características flutuantes.

Como seria de esperar, ao nível das 17 freguesias do concelho da Maia, as dinâmicas demográficas

diferenciam-se consideravelmente (ver figs. 3.1 e 3.3.).

Na década de 60, a dinâmica mais forte identificava-se, em termos absolutos (quase 50% do

aumento total do concelho), com a freguesia de Águas Santas (hoje dividida em Águas Santas e

010diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Pedrouços).

Na década de 70, esta dinâmica mantém-se mas verificou-se um crescimento populacional

muito significativo nas freguesias localizadas no centro urbano do concelho (nomeadamente em

Gueifães, Maia e Vermoim).

Na década de 80, os maiores aumentos populacionais verificados mantêm-se nestas freguesias.

Na Maia e em Vermoim, ao crescimento relativo elevado corresponde também o maior crescimento

absoluto. Vila Nova da Telha e Gondim tiveram também um crescimento relativo elevado embora

sem significado especial em termos absolutos.

Águas Santas e Pedrouços (30,9%) em conjunto com Gueifães, Maia e Vermoim representam

mais de 60% da população concelhia. Vermoim é claramente a freguesia com maior dinamismo

no conjunto do concelho. Ao longo da última década esta freguesia reforçou claramente a sua

posição, como se pode constatar pela observação da fig. 3.1.

1960 1970 1981 1991 2001 Var70-81%

Var81-91%

Var91-01%

Águas Santas/Pedrouços 18079 22940 26523 27740 37117 15.6 4.6 33.8

Avioso (S. Pedro) 1743 1720 2242 2532 2629 30.3 12.9 3.8

Avioso (Sta. Maria) 1926 1905 2341 2290 3360 22.9 -2.2 46.7

Barca 2188 2480 2824 3168 2769 13.9 12.2 -12.6

Folgosa 2242 2465 2989 3249 3603 21.3 8.7 10.9

Gemunde 2422 2930 3504 3597 4765 19.6 2.7 32.5

Gondim 966 1040 1436 1745 1929 38.1 21.5 10.5

Gueifães 3805 4720 7178 9681 11532 52.1 34.9 19.1

Maia 2803 3135 4583 6974 9816 46.2 52.2 40.8

Milheirós 2632 3175 3671 3768 4237 15.6 2.6 12.4

Moreira 5175 5990 7659 7836 10280 27.9 2.3 31.2

Nogueira 2450 2925 3665 3663 4478 25.3 -0.1 22.2

São Pedro Fins 1245 1225 1771 1630 1838 44.6 -8.0 12.8

Silva Escura 1472 1310 1862 2000 2113 42.1 7.4 5.7

Vermoim 2782 3785 6353 9230 14277 67.8 45.3 54.7

Vila Nova da Telha 1713 2235 3078 4048 5368 37.7 31.5 32.6

Maia 53643 63980 81679 93151 120111 27.7 14.0 28.9

Quadro 3.1

Evolução da população residente por freguesias

Figura 3.1

Evolução da população residente por freguesias, 1970, 1981, 1991, 2001

População residente em 2001

População residente em 1991

População residente em 1981

População residente em 1970

nº de habitantes em 2001

2629

4765 3360

5368

10280

981614277 4478

2769

1929

2113

3603

1838

11532

4237

17440

10300

N

0 1 2 Km

011diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Procedendo a uma análise por Unidades de Planeamento, tal como são definidas no PDM,

confirmam-se as realidades atrás referidas, no entanto, desaparecem os casos de freguesias com

diminuição da população em consequência deste agrupamento juntar freguesias em crescimento

com freguesias em regressão.

Embora algumas das freguesias da Maia apresentem crescimentos negativos ou próximos de

zero, a fig. 3.4 ilustra como tal facto não obsta a que o crescimento do número de famílias seja

generalizado. Na verdade mesmo em freguesias em perda demográfica, a variação do número de

famílias não deixou de ser positiva, com excepção da freguesia de São Pedro Fins.

O crescimento do número de famílias (550 famílias por ano na Maia, na década de 80), tem

várias causas, podendo estar associado à dissolução de uniões, a uma saída precoce dos jovens

do agregado familiar paterno ou ainda à maior longevidade da população. Ideia reforçada pela

diminuição da dimensão média das famílias, com os valores mais baixos a registarem-se nas

freguesias urbanas e de maiores densidades.

Esta realidade foi confirmada, para valores ainda superiores, pelos resultados dos Censos 2001,

com o número de famílias na Maia a atingir as 40 569.

Figura 3.2

Variação populacional nas freguesias da AMP 1991∙2001

Variação populacional/(%)

<0

0

0-7

7-15

15-30

>30

Extraído de: Vázquez et al (1997), “A Qualificação

Urbanística da Área Metropolitana do Porto”,

SPTA/FEUP/DGOTDU. Fonte: INE.

0 1 2 Km

N

012diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 3.3

Evolução da população residente (%)

-12 ∙ 0

0 ∙ 10

10 ∙ 25

25 ∙ 40

40 ∙ 55

55 ∙ 70

Variação % (91-01)

Quadro 3.2

Variação do número e da dimensão das famílias

1981 · 1991 1991 · 2001

População residente Famílias Dimensão da família Número de famílias

Var %81-91 1991 Var

81-91Var %81-91 1981 1991 2001 1991 2001 Var %

91-01

Águas Santas/Pedrouços

4.6 27740 1227 5.8 3.7 3.3 2.8 8393 13051 55.5

Avioso (S. Pedro) 12.9 2532 66 0.3 3.8 3.9 2.7 654 867 32.6

Avioso (Sta. Maria) -2.2 2290 36 0.2 3.9 3.6 2.9 632 1176 86.1

Barca 12.2 3168 104 0.5 3.7 3.7 3.2 860 876 1.9

Folgosa 8.7 3249 117 0.6 4.1 3.8 3.2 849 1122 32.2

Gemunde 2.7 3597 87 0.4 4.1 3.8 3.1 944 1531 62.2

Gondim 21.5 1745 127 0.6 4.2 3.7 3.1 468 614 31.2

Gueifães 34.9 9681 935 4.4 3.8 3.4 3.0 2815 3819 35.7

Maia 52.2 6974 842 4.0 3.8 3.4 2.9 2045 3352 63.9

Milheirós 2.6 3768 176 0.8 4.1 3.5 3.1 1077 1376 27.8

Moreira 2.3 7836 344 1.6 3.8 3.3 2.9 2362 3579 51.5

Nogueira -0.1 3663 126 0.6 4.0 3.5 3.1 1044 1459 39.8

São Pedro Fins -8.0 1630 -62 -0.3 3.7 3.9 3.2 418 569 36.1

Silva Escura 7.4 2000 105 0.5 4.3 3.7 3.1 540 677 25.4

Vermoim 45.3 9230 890 4.2 4.1 3.8 3.0 2457 4771 94.2

Vila Nova da Telha 31.5 4048 414 2.0 4.2 3.5 3.1 1146 1730 51.0

Maia 14.0 93151 5534 26.1 3.9 3.5 3.0 26704 40569 51.9

013diagnóstico

N

0 1 2 Km

33.8

12.419.1

54.740.8 22.2

12.8

10.9

5.7-12.6

31.232.6

10.532.5

46.7

3.8

15.6

2.634.9

45.352.2 -0.1

-8.0

8.7

7.412.2

2.331.5

21.52.7

-2.2

12.9

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 3.4

Variação do nº de famílias (%)

-15 ∙ 0

0 ∙ 20

20 ∙ 40

40 ∙ 60

60 ∙ 80

80 ∙ 101

1981 · 1991 1991 · 2001

N

0 1 2 K

014diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

MOVIMENTOS DA POPULAÇÃO ∙ MIGRAÇÕES

A análise do crescimento natural face ao crescimento migratório permite constatar que

o crescimento demográfico do concelho é substancialmente influenciado pelos movimentos

migratórios. As migrações no concelho da Maia corresponderam a cerca de 60% do crescimento

registado ao longo da década de 80. Estimando - se em 1.600 pessoas o total do aumento médio

anual da população do concelho na década de 90, podemos concluir que foram atraídos para o

concelho, em média, cerca de 1.100 novos habitantes por ano, nesta década.

Trata-se de um valor, a todos os títulos extraordinário, elucidativo da elevada capacidade de

atracção do concelho da Maia. Ao longo da década de 80, e ao nível das freguesias, particular

destaque deverá ser dado ao conjunto das freguesias centrais da Maia, Vermoim e Gueifães. Estas

freguesias apresentaram individualmente saldos migratórios superiores aos 2000 habitantes, ou

seja, uma capacidade de atracção sustentada de mais de 200 novos habitantes / ano.

De novo numa análise por Unidades de Planeamento, o agrupamento de freguesias esconde

situações de fraca atractividade, embora confirme a atracção dos núcleos correspondentes, por

um lado à cidade da Maia, e por outro às freguesias próximas do Porto.

Quadro 4.1

Movimentos de atracção e repulsão

População real no ano de 1981 81.679 habitantes

População real no ano de 1991

93.151 habitantes

Variação efectiva entre 1981 e 1991

11.472 (100%)

Variação estimada 4.775 (42%)

Crescimento populacional resultante do saldo migratório

na década de 806.697 (58%)

015diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Quadro 4.2

Projecções da população residente para o ano 2001

População total estimada (INE) para 1998

109.007 habitantes

População estimada com base no saldo natural

(1998)97.450 habitantes

Saldo migratório na década de 90 (91∙98)

11.557 habitantes

Saldo migratório ao ano na década de 90 (91∙98)

1.160 habitantes

Quadro 4.3

Estimativa das migrações internas na década de 80

Figura 4.1

Movimentos migratórios na década de 80

Movimentos de atracção/repulsão

efectivos por freguesias

-334 ∙ -200

-200 ∙ 0

0 ∙ 500

500 ∙ 1000

1000 ∙ 2506

Pop 1981 Pop 1991 Var81-91 Pop Est 91 Var Est

81∙91Saldo

migratório

Águas Santas/Pedrouços 26523 27740 1217 28074 1551 -334

Avioso (S. Pedro) 2242 2532 290 2373 131 159

Avioso (Sta. Maria) 2341 2290 -51 2478 137 -188

Barca 2824 3168 344 2989 165 179

Folgosa 2989 3249 260 3164 175 85

Gemunde 3504 3597 93 3709 205 -112

Gondim 1436 1745 309 1520 84 225

Gueifães 7178 9681 2503 7598 420 2083

Maia 4583 6974 2391 4851 268 2123

Milheirós 3671 3768 97 3886 215 -118

Moreira 7659 7836 177 8107 448 -271

Nogueira 3665 3663 -2 3879 214 -216

São Pedro Fins 1771 1630 -141 1875 104 -245

Silva Escura 1862 2000 138 1971 109 29

Vermoim 6353 9230 2877 6724 371 2506

Vila Nova da Telha 3078 4048 970 3258 180 790

Maia 81679 93151 11472 86454 4775 6697

016diagnóstico

N

0 1 2 Km

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

POVOAMENTO E DENSIDADE POPULACIONAIS

O padrão de povoamento na Maia passa, ao longo dos últimos 40 anos,

∙ de um núcleo dominante, constituído pelas freguesias de Águas Santas e Pedrouços, e um

outro correspondente ao centro urbano da Maia, de menor importância em termos demográficos,

rodeado de um território tendencialmente disperso, de desenvolvimento linear segundo as

principais vias de comunicação, para o território que conhecemos actualmente, em que

∙ este núcleo se consolidou, e onde o centro, constituído pelas freguesias de Gueifães, Maia

e Vermoim, apresenta dinâmicas demográficas bastante significativas, concentrando já no

seu conjunto, 29.7% da população. Persiste alguma linearidade do povoamento nas freguesias

periféricas.

Em 1991, 72,5% da população do concelho da Maia vivia em lugares com menos de 5 000

habitantes, residindo o restante em aglomerados com mais de 20 000 habitantes. Estes números

evidenciam a coexistência de ocupação densa de tipo urbano, a par de uma ocupação de

características rurais. A evolução verificada durante a década de 90 mostra uma clara tendência

de alteração desta forma de ocupação do território e distribuição demográfica. Em 2001, a

percentagem da população a residir em aglomerados com menos de 5 000 desceu para uns

significativos 13,5%, aumentando, simultaneamente, a percentagem de habitantes em lugares com

mais de 20 000 residentes: 50,7%. Em 2001 verificou-se também o aparecimento de dois outros

grupos, que poderemos designar de intermédios, inexistentes em 2001 - população residente em

lugares entre 5 000 e 9 999 habitantes: 4,5%; e população residente em lugares entre 10 000 e 19

999 habitantes: 31,3%.

017diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Relativamente às densidades populacionais de todas as freguesias integrantes da AMP em 1991

(ver fig. 5.2.), verifica-se que os valores mais significativos no concelho da Maia se referem às

freguesias mais próximas do Porto, Águas Santas e Pedrouços, seguidas do seu núcleo urbano

tradicional. Estas freguesias, apesar de diminuírem o seu peso relativo, mantêm-se com valores

elevados em termos de população residente.

1960 1970 1981 1991 2001

Pop. % Pop. % Pop. % Pop. % Pop. %

Águas Santas/Pedrouços 18079 34 22940 36 26523 32 27740 30 37117 30.9

Avioso (S. Pedro) 1743 3 1720 3 2242 3 2532 3 2629 2.2

Avioso (Sta. Maria) 1926 4 1905 3 2341 3 2290 2 3360 2.8

Barca 2188 4 2480 4 2824 3 3168 3 2769 2.3

Folgosa 2242 4 2465 4 2989 4 3249 3 3603 3.0

Gemunde 2422 5 2930 5 3504 4 3597 4 4765 4.0

Gondim 966 2 1040 2 1436 2 1745 2 1929 1.6

Gueifães 3805 7 4720 7 7178 9 9681 10 11532 9.6

Maia 2803 5 3135 5 4583 6 6974 7 9816 8.2

Milheirós 2632 5 3175 5 3671 4 3768 4 4237 3.5

Moreira 5175 10 5990 9 7659 9 7836 8 10280 8.6

Nogueira 2450 5 2925 5 3665 4 3663 4 4478 3.7

São Pedro Fins 1245 2 1225 2 1771 2 1630 2 1838 1.5

Silva Escura 1472 3 1310 2 1862 2 2000 2 2113 1.8

Vermoim 2782 5 3785 6 6353 8 9230 10 14227 11.9

Vila Nova da Telha 1713 3 2235 3 3078 4 4048 4 5368 4.5

Maia 53643 100 63980 100 81679 100 93151 100 120111 100

Em lugares até 1999 Habitantes

Em lugares de 2000 a 4999 Habitantes

Em lugares de 5000 a 9999 Habitantes

Em lugares de 10000 a 19999

Habitantes

Em lugares de 20000 a 49999

Habitantes

Pop. 1838 14431 5368 37600 60874

% 1.53 12.01 4,47 31.30 50.68

Quadro 5.1

Peso específico da população residente, em cada freguesia, 2001

Quadro 5.2

População residente na Maia, por dimensão de lugares, 2001

Figura 5.1

Densidade populacional em 2001 (hab/Km2)

300 ∙ 700

700 ∙ 1500

1500 ∙ 2500

2500 ∙ 3500

3500 ∙ 4500

>4500

N

0 1 2 Km

018diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 5.2

Densidade populacional nas freguesias da AMP em 2001

Densidade populacional (hab/ha)

0 ∙ 5

5 ∙ 10

10 ∙ 20

20 ∙ 35

35 ∙ 55

55 ∙ 100

0 1 2 Km

N

019diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PARQUE HABITACIONAL E MERCADO IMOBILIÁRIO

Um dos primeiros aspectos que se deve realçar é o crescimento do parque habitacional da AMP,

com forte incremento dos alojamentos clássicos na década de 80, em níveis semelhantes aliás aos

verificados na década de 70. Neste contexto, o Concelho da Maia apresenta de grosso modo uma

evolução paralela àquela que se observa para a AMP.

O número de alojamentos clássicos aumentou, entre 1991 e 2001, em cerca de 61%. O número

de famílias aumentou, no mesmo período, 51,9%. Em termos relativos verificou-se um aumento

superior no número de alojamentos clássicos existentes. À partida seria de esperar que a Maia não

apresentasse carências habitacionais em 2001. No entanto, tal não se verificava dado que, quando

comparávamos o número de famílias com as residências habituais encontrávamos ainda um défice

de 860 fogos, o que desde logo apontava para a existência de fenómenos de sobreocupação e

partilha de fogos (ver Quadro 6.2).

Este aumento das situações de sobreocupação dos alojamentos, contrastava com as dinâmicas

de investimento e com as transformações na estrutura das famílias. Note-se que neste mesmo

período se verificou uma drástica diminuição do número de alojamentos não clássicos (e.g.

barracas e outras construções precárias).

Na verdade o Quadro 6.3 evidencia que o crescimento do parque habitacional foi acompanhado

de um peso crescente de alojamentos vagos e de uso sazonal. O número de alojamentos vagos,

Caracterização geral do parque habitacional

020diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

entre 1991 e 2001 teve um aumento de 151,4% (na década anterior o mesmo aumento foi de cerca

de 150%). No mesmo período(1991-2001) o número de alojamentos de uso sazonal observou uma

evolução positiva de uns significativos 423,6%, passando de uns meros 590, em 1991, para uns

expressivos 3 089, em 2001. Neste ano, a categoria de alojamentos de uso sazonal representava

6,4% do total de alojamentos clássicos, sendo que a categoria de alojamentos vagos totalizava um

valor percentual de 11,7%.

Alojamentos clássicos existentes

1981 1991 Var 81 · 91 % 2001 Var 91 ∙ 01 %

Porto 98416 112405 14,2 124494 10.8

Maia 22306 30103 35,0 48475 61.0

AMP 318508 411094 29,1 537001 30.6

Alojamentos construídos

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998Méd. anual

91 · 98

Var 91 · 98

1339 834 1693 2065 1191 1320 671 944 1257 8,9

358 887 1102 1047 1931 1834 1614 2332 1582 42,0

7643 6628 7709 9607 8588 8852 9874 12418 9936 11,9

AnoFamílias Alojamentos

clássicosResidência ha-

bitual Uso sazonal Vagos

Total Var. % Total Var. % Total Var. % Total Var. % Total Var. %

1981 21303 25,4 22306 35,0 20543 27,6 124 375,8 922 144,91991 26704 30103 26220 590 2258

51.9 61.0 51.4 423.6 151.42001 40569 48475 39709 3089 5677

Ao nível das freguesias, e de acordo com o Quadro 6.4, verificou-se um forte aumento do parque

habitacional na década de 70, com principal incidência nas freguesias de Águas Santas / Pedrouços

(na altura constituíam apenas uma freguesia – Águas Santas) e também Gueifães, Maia e Vermoim.

Esta tendência acentua-se na década de 90, de uma forma mais ou menos generalizada por todo

o concelho e proporcionalmente ao parque habitacional existente. Analisando as Unidades de

Planeamento, confirma-se o maior crescimento e consolidação do parque habitacional na cidade

da Maia e da área adjacente ao Porto.

Quadro 6.1

Enquadramento na AMP: fogos resultantes de edifícios construídos (1991 ∙ 1998)

Quadro 6.2

Famílias e alojamentos clássicos, ocupados como residência habitual segundo o número de famílias clássicas, na Maia, 1991 ∙ 2001

Alojamento segundo o nº de famílias

total famílias com 1 com 2 com 3

ou mais

1991 26704 25896 282 42

2001 40569 39206 449 54

Quadro 6.3

Transformação na estrutura do parque habitacional no concelho

021diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

A consideração do crescimento médio anual, em termos absolutos por freguesia é, no entanto,

mais importante e revelador das dinâmicas de transformação do concelho (a Fig. 6.1 ilustra bem

este aspecto). As grandes áreas de crescimento da habitação na Maia situam-se junto ao concelho

do Porto e no centro urbano da Maia. Paralelamente a esta dinâmica pode observar-se um outro

movimento de considerável intensidade, nomeadamente nas freguesias de Stª. Maria de Avioso e

Gemunde, ambas localizadas na parte Norte do concelho.

1960 1970 1981 1991 2001 Var91 ∙ 01

%91 ∙ 01

Acres. anual

Águas Santas/Pedrouços 4994 6185 7486 9445 15729 6284 66.5 628

Barca 516 530 605 928 958 30 3.2 3

Folgosa 579 620 799 944 1297 353 37.4 35

Gemunde 572 650 906 982 1729 747 76.1 75

Gondim 227 195 349 503 731 228 45.3 23

Gueifães 931 1240 2006 3399 4386 987 29.0 99

Maia 785 740 1260 2338 4219 1881 80.5 188

Milheirós 672 820 903 1144 1636 492 43.0 49

Moreira 1361 1550 2106 2585 4369 1784 69.0 178

Nogueira 610 675 957 1149 1756 607 52.8 61

S. Pedro Avioso 426 460 601 715 1109 394 55.1 39

S. Pedro Fins 431 345 462 482 642 160 33.2 16

Silva Escura 309 310 451 575 820 245 42.6 25

Sta. Maria Avioso 440 480 629 759 1488 729 96.0 73

Vermoim 681 815 1938 2804 5787 2983 106.4 298

Vila Nova da Telha 443 575 848 1351 2122 771 57.1 77

TOTAL 13977 16190 22306 30103 48778 18675 61.0 1868

Figura 6.1

Variação do nº de alojamentos (%) por fre-guesia e valor de variação absoluta média

anual na década de 90

0 ∙ 5

5 ∙ 10

10 ∙ 15

15 ∙ 20

20 ∙ 25

25 ∙ 30

Quadro 6.4

Evolução do número de alojamentos nas freguesias da Maia

N

0 1 2 Km

3,9

7,37,4

7,717,8

3

2,3

2,2

3,5

1,6

629,818,7

9,8 4,9

29,6

16,3

022diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

No que respeita à idade, o parque habitacional da Maia é relativamente novo face à expansão

das últimas décadas. De facto, a quase totalidade das obras licenciadas entre 94 e 98 referem-

se a construções novas, sendo que ao nível dos fogos licenciados, as construções novas atingem

quase os 100%. Ainda assim cerca de 23% dos edifícios que compõem este parque têm uma idade

de construção anterior a 1945 e cerca de 38% dos alojamentos têm mais de 30 anos. Por padrões

médios europeus, estes valores revelam, ainda assim, um parque habitacional particularmente

jovem.

A análise dos alojamentos equipados, isto é, com electricidade, água e esgotos reflecte, de

alguma forma, a idade do parque habitacional e também as condições de infraestruturação do

concelho. Em 1991, a percentagem de alojamentos devidamente equipados era pouco superior

a 77%. Os últimos dados (2001) apontam para valores próximos de 95%, o que traduz bem toda a

dinâmica construtiva do concelho da Maia.

1991 2001

# % # %

Com electricidade, retrete e água · com banho 20674 77.44 28831 94.53

Com electricidade, retrete e água · sem banho 2065 7.73 395 1.30

Só retrete e água · com banho 5 0.02 3 0.01

Só retrete e água · sem banho 2 0.01 0 0.00

Só electricidade e água 232 0.87 795 2.61

Só electricidade e retrete 3324 12.45 145 0.48

Só electricidade 308 1.15 283 0.93

Só retrete 50 0.19 6 0.02

Só água 2 0.01 1 0.00

Sem instalações 36 0.13 39 0.13

Total 26698 100.00 30498 100.00

Da análise das figuras 6.2. e 6.3. resulta que efectivamente as tipologias dominantes dos

edifícios têm vindo a sofrer alterações profundas, diminuindo a habitação unifamiliar, com

excepção de algumas freguesias periféricas. Verifica-se uma forte tendência para o aumento

dos edifícios multifamiliares. De facto, o número de alojamentos em edifícios multifamiliares

aumentou na última década, em termos médios, mas comparando freguesia a freguesia, verifica-se

Gráfico 6.1

Idade construtiva dos edifícios, 2001

Alojamentos familiares ocupados com residên-

cia habitual, segundo a época de construção

dos edifícios

NOTA: Os dados relativos aos períodos de 1919 ∙ 45,

1946 ∙ 65, 1966 ∙ 76 foram distribuidos uniformemente,

por períodos de 5 anos.

Quadro 6.5

Famílias clássicas segundo instalações exis-tentes (electricidade, retrete e água) nos alojamentos na Maia, 1991 ∙ 2001

800075007000650060005500500045004000350030002500200015001000500

0

antes de 1926 1936 1946 1956 1966 1976 1986 1996 1919 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2001

023diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

que esta transformação de tipologia se manifestou especialmente nas freguesias de Águas Santas,

Maia e Vermoim. Esta realidade é confirmada pelo número de pisos por edifício, no período de 94

a 98, que atinge os 6 pisos na freguesia da Maia e os 4,5 em Águas Santas, valores estes superiores

aos restantes do concelho (cerca de 3,5).

Famílias Alojamentos Clássicos

1991 2001 Var 91-01 % 91-01 1991 2001 Var

91-01 % 91-01 Acres. Anual

Águas Santas 5133 8783 3650 71.1 5848 10441 4593 78.5 459

Barca 860 1176 316 36.7 930 958 28 3.0 3

Folgosa 849 867 18 2.1 947 1297 350 37.0 35

Gemunde 944 876 -68 -7.2 987 1729 742 75.2 74

Gondim 468 1122 654 139.7 503 731 228 45.3 23

Gueifães 2815 1531 -1284 -45.6 3404 4386 982 28.8 98

Maia 2045 614 -1431 -70.0 2345 4219 1874 79.9 187

Milheirós 1077 3819 2742 254.6 1145 1636 491 42.9 49

Moreira 2362 3352 990 41.9 2591 4369 1778 68.6 178

Nogueira 1044 1376 332 31.8 1156 1756 600 51.9 60

Pedrouços 3260 3579 319 9.8 3656 5288 1632 44.6 163

S. Pedro Avioso 654 1459 805 123.1 715 1109 394 55.1 39

São Pedro Fins 418 4268 3850 921.1 482 642 160 33.2 16

Silva Escura 540 569 29 5.4 596 820 224 37.6 22

Sta. Maria Avioso 632 677 45 7.1 760 1488 728 95.8 73

Vermoim 2457 4771 2314 94.2 2810 5787 2977 105.9 298

Vila Nova da Telha 1146 1730 584 51.0 1354 2122 768 56.7 77

Total Concelho 26704 40569 13865 51.9 30229 48778 18549 61.0 1855

Quadro 6.6

Caracterização sumária do parque habitacio-nal por freguesias

Figura 6.2

Variação do nº de alojamentos por edifício em cada freguesia (%)

Extraído de: Vázquez et al (1997), “A Qualificação

Urbanística da Área Metropolitana do Porto”, SPTA/

FEUP/DGOTDU

quebra ou manutenção

aumento relativo

aumento acentuado

aumento forte

0 1 2 Km

N

024diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

A informação apresentada nos quadros seguintes corresponde à informação proveniente das

estatísticas anuais do INE sobre construção de edifícios, relativamente a alojamentos concluídos e

suas características, aos promotores de habitação e às licenças de construção emitidas.

Nos anos 70, os promotores de habitação eram essencialmente particulares. Nos anos 80, inicia-

se uma transformação do sistema de provisão da habitação com o aparecimento de um número

crescente de promotores - construtores. A estrutura do licenciamento, em termos das entidades

investidoras, é semelhante à do conjunto da AMP, atingindo no entanto o valor mais elevado de

toda a AMP (72%), no que diz respeito à promoção por empresas privadas. Na Maia é ainda de

referir o papel das cooperativas na promoção da habitação, atingindo os 7% (valor idêntico a

Gondomar), apenas ultrapassado por Matosinhos e Porto.

Comparando, ao longo dos anos 90, o número médio anual de alojamentos concluídos e o

número médio anual de licenças emitidas verifica-se que este último número é sistematicamente

superior ao primeiro. A análise deste aspecto extravasa o âmbito deste trabalho. Devemos no

entanto referir que, não sendo específico da Maia, nem assumindo valores tão perigosos como

os registados em outros concelhos da AMP, poderá, não obstante, revestir-se de consequências

negativas para a orientação do processo de desenvolvimento urbano do concelho.

Considerando em simultâneo o ritmo de construção e de expansão demográfica, poderemos

concluir que se tinha estimado um crescimento anual do número de famílias na Maia da ordem das

540, os valores do crescimento do número de fogos apontam, no presente e para o curto - médio

prazos, para os 1000 alojamentos por ano, independentemente do número de licenças ser mais

elevado.

Figura 6.3

Variação da habitação unifamiliar 1981∙1991Extraído de: Vázquez et al (1997), “A Qualificação

Urbanística da Área Metropolitana do Porto”, SPTA/

FEUP/DGOTDU

-45 ∙ -8

-8 ∙ 10

10 ∙ 31

31 ∙ 61

61 ∙ 119

Modos de produção da habitação e mercado imobiliário

0 1 2 Km

N

025diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

ConcelhoVariação do parque Fogos concluídos Licenças

1981·1991 1988·1990 1991·1993 1994·1996 1997·1998 1995·1996 1997·1998

Porto 1399 1050 1289 1525 808 1369 1167

Maia 780 692 886 1614 1973 2496 2803

AMP 9259 6426 7327 9016 11146 13566 17624

ConcelhoFogos (novos) Edifícios Fogos ∙ Edifício

Interven-ções no

existente (% no total)

1995·1996 1997·1998 1995·1996 1997·1998 1995·1996 1997·1998 1995·1996

Porto 2737 2334 259 214 10,57 10,91 33,9

Maia 4992 5606 793 749 6,30 7,48 4,0

AMP 27132 35254 5271 5301 5,15 6,65 9,8

No que diz respeito ao tipo de ocupante do alojamento, 72,9% dos alojamentos eram

ocupados, em 2001, pelo proprietário, valor superior aos 52% e 38% registados em 1991 e 1981,

respectivamente. De referir que, em 2001, 21,5% dos alojamentos clássicos ocupados como

residência habitual eram arrendados.

De acordo com o escalão de renda predominante verificava-se que a maioria dos alojamentos

arrendados correspondiam tendencialmente aos alojamentos mais antigos. Segundo dados do

Instituto Nacional de Estatística, em 2001 48,9% dos alojamentos arrendados no concelho da

Maia tinham um valor de renda mensal inferior a 60 euros. Relativamente ao escalão mais

baixo de renda, menos de 15 euros, registou-se um valor relativo de 14,9%. Atendendo a valores

mais recentes, julgamos que esta tendência se encontra progressivamente a inverter com o

ressurgimento do mercado de arrendamento em edifícios recém construídos.

Quadro 6.7

Produção e licenciamento de alojamentos (médias anuais)

Quadro 6.8

Elementos de licenciamento da habitação (1995∙1996 e 1997∙1998)

Quadro 6.9

Fogos licenciados (1994∙1998) em % do stock de fogos em 1991 (INE, 2000)

Freguesias mais dinâmicas

1ª Vermoim 75,3

2ª Avioso Santa Maria 66,7

3ª Maia 55,2

4ª Águas Santas 52,0

5ª Gemunde 44,9

Freguesias menos dinâmicas

1ª Barca 7,1

2ª Folgosa 11,7

3ª Gueifães 18,9

4ª Pedrouços 21,2

5ª Silva Escura 21,7

Maia 39,5

026diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

De qualquer modo, a tendência existente a nível nacional, que se prende com o aumento do

acesso das famílias à propriedade da sua habitação, por recurso ao crédito, é também visível no

concelho.

Também na Maia se assiste a uma mudança na forma de propriedade, em particular em

estratos intermédios, isto é, à passagem do arrendamento à compra com encargos. O valor dos

alojamentos ocupados pelo proprietário era, em 2001, de 28 935, dos quais 44,4% representavam

situações de compra com encargos. Em 1991 o mesmo valor era de apenas 13 559, onde as compras

com encargos representavam 33,3%. Em 1981 o total de alojamentos clássicos ocupados pelo

proprietário era de 7 842, estando 17% deles a ser objecto de compra com encargos.

A dinâmica de transformação da Maia está também fortemente condicionada pelo

comportamento do mercado pelo que de seguida se analisa a valorização imobiliária tomando

como indicador o preço por metro quadrado obtido em média anual para diversas tipologias de

habitação (ver figuras 6.6. a 6.10., obs.: os dados de 1999 referem-se apenas ao 1º semestre do

ano).

A primeira constatação é que, considerando as diversas tipologias, ao nível das moradias

nos últimos dois anos, tem havido um comportamento irregular do valor por metro quadrado,

com valores médios próximos de Matosinhos, e claramente superiores a Gondomar e Valongo.

Relativamente ao Porto e à orla costeira de Gaia, os valores são significativamente mais baixos,

sobretudo nos últimos anos.

3000

2000

1000

0<14,96 14,96∙24,93 24,94∙34,91 34,92∙59,85 59,86∙99,75 99,76∙149,63 149,64∙199,51 199,52∙249,39 249,40∙299,27 299,28∙399,03 399,04∙498,79 498,80>

1372

852 96

6

1302

855

804

707

Gráfico 6.2

Alojamentos clássicos, segundo a forma de ocupação, vagos, em 2001

Gráfico 6.3

Escalões de rendas mensais em alojamentos arrendados (euros)

3000

2500

2000

1500

1000

500

0p/ venda p/ aluguer p/ demolir outros

2063

649

271

2694

645

88

252

841

506

027diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Gráfico 6.4

Mercado Imobiliário ∙ Moradias

1996

1997

1998

1999

Gráfico 6.5

Mercado Imobiliário ∙ Apartamentos T1

1996

1997

1998

1999

Esta desvalorização relativa pode reflectir o fenómeno de densificação das envolventes,

recorrendo às tipologias multifamiliares, próprias de zonas urbanas consolidadas, mas que teimam

em aparecer cada vez mais, nas áreas peri - urbanas.

No que diz respeito aos apartamentos, o processo identificado corresponde a uma valorização

sustentada do preço por metro quadrado em todas as tipologias (T1, T2, T3 e T4), com valores

ligeiramente inferiores aos de Matosinhos e próximos do Centro de Gaia, ou seja, valores idênticos

para as áreas mais próximas do concelho do Porto, e com melhores acessibilidades.

Os valores de uma forma geral são sempre inferiores aos do Porto, e da cidade de Espinho.

Este último caso é paradigmático da importância da existência de um centro urbano estruturado,

compacto, e dotado de um razoável nível de serviços, para a valorização imobiliária final.

250

200

150

100

50

0Porto Gaia Gaia Gaia Matosinhos Maia Gondomar Valongo Feira Espinho Centro Praias Interior

Valo

r m

édio

por

m2

250

200

150

100

50

0Porto Gaia Gaia Gaia Matosinhos Maia Gondomar Valongo Feira Espinho Centro Praias Interior

Valo

r m

édio

por

m2

028diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

250

200

150

100

50

0Porto Gaia Gaia Gaia Matosinhos Maia Gondomar Valongo Feira Espinho Centro Praias Interior

Valo

r m

édio

por

m2

250

200

150

100

50

0Porto Gaia Gaia Gaia Matosinhos Maia Gondomar Valongo Feira Espinho Centro Praias Interior

Valo

r m

édio

por

m2

250

200

150

100

50

0Porto Gaia Gaia Gaia Matosinhos Maia Gondomar Valongo Feira Espinho Centro Praias Interior

Valo

r m

édio

por

m2

Gráfico 6.6

Mercado Imobiliário ∙ Apartamentos T2

1996

1997

1998

1999

Gráfico 6.7

Mercado Imobiliário ∙ Apartamentos T3

1996

1997

1998

1999

Gráfico 6.8

Mercado Imobiliário ∙ Apartamentos T4

1996

1997

1998

1999

029diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

EMPREGO, ACESSIBILIDADES E EQUIPAMENTOS

A mobilidade na Maia é fundamentalmente determinada pelo padrão de deslocação casa

– trabalho, embora as deslocações casa – escola detenham já algum peso nos movimentos

pendulares, representando, em 2001, 7,3 % dos movimentos de entrada e 14,3% dos movimentos

de saída do Concelho. Os dados disponíveis de 2001 apontavam para um desequilíbrio nas

deslocações entre a cidade do Porto e a Maia, com os fluxos da Maia para o Porto a ultrapassarem

em mais de 3 vezes os fluxos inversos (Maia - Porto 15.209; Porto - Maia 4.399). Este padrão era

aliás replicado para os restantes concelhos limítrofes do Porto, dado que esta cidade é o grande

núcleo empregador da AMP. De facto, a relação emprego concelhio / população activa empregada

(índice de polarização) é para o Porto de 1.9. Com excepção da Maia, cujo índice de polarização

é de 1.01, todos os restantes concelhos da AMP têm valores inferiores a 1.00. Já no que concerne

à população estudantil o Porto apresenta um índice de polarização de 2,4 enquanto a Maia se fica

pelos 0.77.

As deslocações com origem na Maia e destino na AMP, atingiam as 60.508, das quais 34.038 (56%)

correspondiam a movimentos internos do concelho. Para além do concelho do Porto já referido,

as deslocações eram também significativas com o concelho de Matosinhos (6.037 movimentos, ou

seja, 61% dos movimentos que tinham por destino a AMP Norte). O mesmo se verificava no sentido

inverso com cerca de 6.187 movimentos com origem em Matosinhos e destino Maia (balanço

Emprego/acessibilidades: deslocação casa-trabalho

030diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 7.1

Deslocações casa-trabalho entre a Maia e os concelhos de Matosinhos e Porto (2001)

Figura 7.2

Deslocações casa-trabalho na AMP, ao nível dos concelhos (2001)

positivo para a Maia).

Também existiam movimentos importantes com outros concelhos exteriores à AMP, situados

a Norte, em particular com a Trofa (dos 4108 movimentos identificados para o total de

concelhos exteriores à AMP, 47,6% referiam-se à Trofa). Com a AMP Sul, os movimentos não eram

significativos.

No entanto, tão ou mais importante que a consideração do padrão global de deslocações com

origem / destino na Maia, é a análise das referidas deslocações casa trabalho quando se separam

os sectores de actividade envolvidos, isto é, o secundário e o terciário*.

* - Para 2001, os dados disponíveis apenas contemplam a desagregação por sectores de actividade para os movimentos de entrada no Concelho da Maia, pelo que a análise apresentada apenas considera estes movimentos, apresentando-se, no entanto, os quadros relativos a 1991 para os movimentos de entradas e saídas, sendo que os valores relativos ao sector terciário sofreram uma variação bastante significativa e favorável para o Concelho da Maia

MATOSINHOS MAIA34038

PORTO

6073

6187

4399 15209

110025

118728978

4420 31917 86188025

96858

7834914847

260622

6134 35443

1796819213

Outros norteAMP norte

Porto

AMP sul Outros sul

031diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

No que concerne ao sector secundário, e atendendo às deslocações internas da AMP com

destino na Maia, verificava-se um movimento de 27.109 indivíduos, 50,3% dos quais referentes

aos movimentos internos do concelho, 10,3% com origem em Matosinhos, 6,0% no Porto, 8,1% em

Valongo, 5,4% em Gondomar e 3,8% em Vila do Conde, ou seja, cerca de 67% dos movimentos com

destino à Maia referiam-se à AMP Norte e Porto. O balanço era claramente positivo para a Maia

neste sector.

Para o sector terciário, a análise revela uma situação mais favorável ao Concelho da Maia,

se tivermos como referência as deslocações afectas ao sector secundário. Verificaram-se 30.237

movimentos de entrada para o sector terciário, 54,4% dos quais correspondiam a movimentos

internos, 10,3% com origem em Matosinhos, 8,3% no Porto, 6,0% em Valongo, 6,5% em Gondomar e

5,4% em Vila Nova de Gaia, ou seja, cerca de 75% dos movimentos com destino à Maia referiam-se

à AMP Norte e Porto. O balanço era claramente positivo em termos de deslocações no terciário.

Em síntese, globalmente as deslocações casa - trabalho são favoráveis à Maia, o que muito

se deve ao acréscimo verificado na última década para o sector terciário, já que ao nível do

secundário, pelo contrário, houve uma ligeira diminuição do número de movimentos. Por último

valerá ainda sublinhar o notável balanço atingido pela Maia na geração de empregos versus a sua

população activa. As estratégias de atracção populacional não deverão pôr em risco a manutenção

deste objectivo.

Figura 7.3

Deslocações casa-trabalho na AMP, ao nível dos concelhos (1991), para o sector secun-

dário.Extraído de: Vázquez et al (1997), “A Qualificação

Urbanística da Área Metropolitana do Porto”, SPTA/

FEUP/DGOTDU

5023928662324

1827 7303 20972549

27977

699018933

105134

531 688

35087199

Outros norteAMP norte

Porto

AMP sul Outros sul

1081326

871161

9625 876

032diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 7.4

Deslocações casa-trabalho na AMP, ao nível dos concelhos (1991), para o sector terciá-rio.Extraído de: Vázquez et al (1997), “A Qualificação

Urbanística da Área Metropolitana do Porto”, SPTA/

FEUP/DGOTDU

Sistema de TransporteAs linhas dos STCP asseguram a ligação do concelho da Maia essencialmente ao Porto, (embora

com ligações boas a Matosinhos e Valongo), em particular a pontos centrais da cidade, compondo

uma rede predominantemente radial, que assenta na estrutura viária municipal, embora com

partes do percurso na rede rodoviária principal. Os tempos de espera são intermédios, com uma

frequência em hora de ponta de 15 a 24 minutos. Em particular, nas freguesias de Pedrouços e

Águas Santas, a frequência contínua é de 15 minutos.

Ainda na Maia, são 12 as transportadoras privadas a operar no transporte rodoviário, dispondo-

se de informação relativa a 4 delas. As empresas analisadas asseguram 78 carreiras das quais 27

correspondem a percursos que abrangem o concelho da Maia, cobrindo-o na sua totalidade, e

garantindo algumas das ligações internas ou aos concelhos vizinhos, materializando uma rede

perpendicular à rede STCP. No caso dos operadores privados não se pode falar em frequência de

serviço, existindo normalmente horários de funcionamento com maior cobertura nos períodos de

ponta da semana útil.

Considerando em simultâneo os operadores públicos e privados, todo o concelho se encontra

coberto em termos de transporte colectivo rodoviário, embora com frequências e níveis de

qualidade bastante distintos.

Relativamente ao transporte ferroviário, existiam três linhas a operar com transportes de

passageiros no concelho da Maia, sendo que duas delas, a da Póvoa e de Guimarães, foram

desactivadas para darem lugar ao metro. A Linha do Minho tem estação em Águas Santas com 44

ligações diárias em cada sentido, com viagens até ao Porto de 10 minutos. No entanto, e dada

a proximidade física, a população pode ser servida pela estação de Ermesinde, com 74 ligações

diárias, com uma duração até ao Porto de 12 minutos.

A rede de Metro Ligeiro corresponde a um projecto da AMP e assenta em três linhas, das quais

duas atravessam o concelho da Maia, aproveitando o traçado das linhas da Póvoa e de Guimarães,

em via dupla.

O troço correspondente à Linha P, Extensão Sr.ª da Hora - Póvoa de Varzim, terá 6 estações no

concelho da Maia, servindo a área Oeste e articulando-a quer com o Aeroporto de Pedras Rubras

Outros norteAMP norte

Porto

AMP sul Outros sul

621

523

79494

38691

74160

2256

1770

1529

1708707

2626 20440 2479

676

19144062

7656

8732 1594

30033022

033diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

– através de uma extensão da Linha P -, quer com Matosinhos e o Porto. O troço correspondente à

Extensão Sr.ª da Hora – Trofa terá 7 estações no Concelho da Maia, 3 das quais num troço novo em

via única, novamente articulada com os concelhos do Porto e de Matosinhos, mas servindo o eixo

central sul-norte do concelho.

Em termos de transporte aéreo, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro constitui-se como um

elemento cuja lógica se insere no sistema de transportes da AMP e da região Norte do país, mais

do que uma infraestrutura concelhia. No entanto, pelo crescimento registado ao nível do tráfego

comercial no número de passageiros, e em particular na carga desembarcada (com uma taxa de

crescimento anual de 10,3% - mais do dobro da média nacional - no ano de 1998), é um vector a ter

em linha de conta no sub-sistema de transportes da Maia, quer em termos de articulação modal,

quer em termos do potencial em matéria de desenvolvimento económico.

A análise da dotação de equipamentos e serviços foi feita com base nos critérios de classificação

funcional apresentados em Vázquez, et al (1997) para toda a AMP, aplicados sobre os dados obtidos

pelo Inventário Municipal do INE / CCRN (1992).

Consideraram-se seis grupos de intensidade funcional que representam 59 funções diferentes de

serviços e equipamentos (A1 – Serviços Públicos, A2 – Outros Serviços; A3 – Mecânica e Construção

Civil, A4 - Comércio Alimentar a Retalho; A5 – Serviços e Comércio não Alimentar a Retalho; A6

– Outros Comércios), considerando a soma da globalidade dos equipamentos e serviços que cada

freguesia possui relativamente a cada um dos grupos.

Consideraram-se três grupos de Funcionalidade Global (A7 – Especialização Funcional Global; A8

– Intensidade Funcional Global; A9 – Diversidade Funcional Global). A7 corresponde ao somatório

das Ai, serviços identificados em cada freguesia. A8 uniformiza os resultados obtidos em A7, através

da estandardização e aglutinação considerando a AMP como base de referência. A9 é a medida da

diversidade funcional expressa no número de diferentes serviços e equipamentos.

A classificação funcional considera as categorias Mau (inferior à média); Regular (na média);

Suficiente (ligeiramente acima da média) e Bom (notoriamente superior à média). Note-se que

esta classificação é pouco exigente já que toma como padrão os valores médios metropolitanos

que, como se sabe, são generalizadamente baixos em relação aos padrões europeus.

Os resultados encontram-se sintetizados no quadro 7.1. A freguesia da Maia destaca-se apesar

de não apresentar nenhuma classificação de Bom, nomeadamente porque apresenta classificações

entre o Regular e o Suficiente, em particular no que se refere à concentração de Serviços Públicos

e outros serviços, o que não é de estranhar para uma sede de concelho. Para além deste aspecto,

as classificações são idênticas ao nível da especialização, da intensidade funcional e da diversidade

funcional.

Os resultados são idênticos para Águas Santas, sem nenhuma classificação de Bom mas com

indicadores de intensidade, especialização e diversidade funcional regulares e suficientes.

No pólo oposto temos algumas freguesias como Folgosa, Gemunde, Gondim e Silva Escura,

onde abundam as classificações de Mau, em particular nesta última, onde todos os parâmetros

analisados revelavam uma situação precária.

No cômputo global é possível concluir que, retirando o núcleo urbano central da Maia,

correspondente à cidade, e a freguesia de Águas Santas, apenas emergia com algum significado

em termos de localização de serviços, a freguesia de Pedrouços, sendo certo que a classificação

desta freguesia se deve ao comércio e serviços, e à proximidade da cidade do Porto.

Numa análise por unidades de planeamento das freguesias que correspondem à cidade da

Maia, bem como Águas Santas e Pedrouços assumem melhores classificações, que poderão ser

consideradas satisfatórias, se se admitir uma utilização sustentada e partilhada dos equipamentos

pelas freguesias que compõem cada agrupamento.

Dotação de equipamentos e serviços

Sistema de Transporte

034diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Quadro 7.1

Caracterização funcional das freguesias da Maia

M ∙ Mau

R ∙ Regular

S ∙ Suficiente

B ∙ Bom

Sistema de Transporte

Freguesia

Ser-viços públi-

cos

Outros servi-ços

Mecâ-nica e Cons-trução Civil

Co-mércio alimen-

tar a retalho

Servi-ços e

comér-cio não alimen-

tar a retalho

Outros comér-

cios

A7Espe-ciali-zação fun-

cional global

A8Inten-sidade fun-

cional global

A9Diver-sidade fun-

cional global

Águas Santas R R S R R S R S R

Avioso (S. Pedro) M R R M M R M M M

Avioso (Sta. Maria) M R R R M S R R R

Barca M M R R M R M R M

Folgosa M M M M M R M M M

Gemunde M M M M M R M M R

Gondim M M R M M M M M M

Gueifães M M R R M M M M M

Maia S S R R R S R S S

Milheirós M M R R M R M M M

Moreira M R R R R B R S R

Nogueira M M R R R R R R R

Pedrouços M M M S S B R R R

São Pedro Fins M M M R M R M M M

Silva Escura M M M M M M M M M

Vermoim M R M R R M R M R

Vila Nova da Telha M R M M M R M M M

035diagnóstico

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036diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA

Neste capítulo de caracterização biofísica pretende-se chegar a um conhecimento dos aspectos

biológicos e físicos do território em questão, dos recursos paisagísticos e da utilização que deles

fazem as comunidades humanas.

O critério adoptado na transformação dos dados de base foi o conjunto de usos e funções do

território, aliado às necessidades e vivências das comunidades humanas aqui presentes.

A Geologia constitui um factor – chave para a compreensão global de qualquer território, pois

corresponde ao que ele tem de mais permanente e determina outros importantes atributos do

território, como o relevo e o solo.

A Hidrologia compreende os recursos aquíferos subterrâneos e o sistema de águas superficiais,

sendo que a água é já reconhecida como o bem mais valioso das sociedades vindouras.

A carta da página seguinte, elaborada a partir de dados do PDM, esclarece àcerca das

unidades geológicas existentes no concelho, bem como da quantidade e densidade de nascentes

e captações. Optou-se por associar nesta carta a informação geológica aos recursos subterrâneos

(o ideal seria uma Carta Hidro - geológica), para na Carta Hipsométrica figurarem o relevo e as

águas superficiais.

O concelho da Maia compreende as seguintes unidades geológicas por ordem de dominância:

granitos, gneisses, xistos e areias.

Estão cartografadas três nascentes naturais que importa valorizar. As captações são desde logo

Hidro-geologia

Sistema de Transporte

037diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

um indicador da profundidade do sistema freático.

Da sobreposição da Carta de Recursos Hídricos com a Carta Geológica depreende-se que

a densidade é maior no substrato de Areias (fácil de penetrar), do que nos xistos, granitos e

gneisses.

Muitos destes furos artesianos, poços e azenhas, foram efectuados com objectivos agrícolas,

aliás patente na sua distribuição ao longo da bacia da ribeira de Arquinho.

É ainda de notar a concentração máxima de captações em duas manchas: a Nordeste (em

Folgosa, junto à passagem de xistos para granitos), associada a aglomerados rurais a meia encosta

que regariam até à Ribeira do Leandro; e outra mancha que atravessa a Freguesia de Moreira da

Maia, em encostas que drenam até ao Rio Leça (expostas a Oeste).

038diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Com vista à caracterização das unidades pedológicas do concelho da Maia e da aptidão de usos

que lhe está associada, utilizaram-se a Carta de Solos e a Carta de Aptidão da Terra (esc. 1/100

000), da Direcção Regional de Agricultura de Entre o Douro e Minho.

No âmbito de estudos de ordenamento do território, o solo deve ser caracterizado na sua dupla

condição de recurso essencial à vida (produção de alimentos indispensáveis à sobrevivência do

homem e dos animais) e de suporte a estruturas e infraestruturas.

No entanto o que interessará é conhecer o comportamento global, capacidades, modos e

técnicas de utilização das diversas unidades presentes num dado território. Sendo assim, é

igualmente fundamental uma análise atenta à Carta de Aptidão da Terra. (Fig. 8.2.)

Solos · Pedologia e aptidão da terra

Figura 8.1

Carta de solos Fonte: Direcção Regional de Agricultura da Região de Entre o Douro e Minho

Antrossolos Cumúlicos

Leptossolos Úmbricos

Fluvissolos Dístricos

Cambissolos Dístricos

Cambissolos Húmicos

Regossolos Úmbricos

Áreas Sociais

Limite Concelho

Rede Hidrográfica

039diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

As unidades da Carta da Aptidão da Terra correspondem às unidades fisiográficas (zonas

homogéneas) e às sub-unidades da Carta de Solos, sendo por isso coincidentes os limites das duas

cartas. No concelho da Maia estão definidas as seguintes Classes de Aptidão da Terra:

A3: Agricultura de espécies perenes (arbóreas e arbustivas).

A2: Vinha (até 400m, exposição Sul), cerejeira, macieira, nogueira e castanheiro (até 400m,

exposição Norte).

A1: Com elevada aptidão para a agricultura.

A0F0: Sem aptidão para a agricultura, bem como para a floresta de exploração e / ou silvo

- pastorícia.

Da consulta das duas cartas referidas identificaram-se as seguintes classes de solos, associadas

à sua aptidão da terra:

Antrossolos CumúlicosOs Antrossolos são “solos que, pela actividade humana, sofreram uma modificação profunda

por soterramento dos horizontes originais do solo ou através de remoção ou perturbação dos

horizontes superficiais, cortes ou escavações, adições seculares de materiais orgânicos, rega

contínua e duradoura, etc.” (Memória Descritiva da Carta de Solos de entre o Douro e Minho).

Especificamente, os Antrossolos Cumúlicos apresentam uma acumulação de sedimentos com

textura franco arenosa ou mais fina, em espessura superior a 50 cm, resultante de rega contínua

de longa duração ou elevação da superfície do solo por acção do homem. Correspondem à

Figura 8.2

Carta de Aptidão da TerraFonte: Direcção Regional de Agricultura da Região de

Entre o Douro e Minho

Com Aptidão para a Agricultura:

A1 - Elevada

A2 - Moderada

A3 - Marginal

Com Aptidão para Floresta de Exploração

A0 F2 - Moderada

A0 F3 - Marginal

Áreas Sociais

Limite Concelho

Rede Hidrográfica

040diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

generalidade dos solos dos terraços ou socalcos, embora se encontrem também em áreas não

terraceadas.

A este tipo de solos corresponde maioritariamente a classe de Aptidão da Terra A1 (elevada),

com uma pequena mancha de classe A2 (moderada).

Regossolos DístricosTratam-se de “solos de materiais não consolidados, com exclusão de materiais com textura

grosseira ou com propriedades flúvicas, não tendo outro horizonte de diagnóstico além de um A

úmbrico ou ócrico; sem propriedades gleicas em 50 cm a partir da superfície; sem características

de diagnóstico para vertissolos ou andossolos; sem propriedades sálicas.”

Os Regossolos Dístricos, presentes no território e correspondentes aos leitos de cheia dos cursos

de água (de acordo com a Carta de Uso do Solo), são solos que apresentam um horizonte A ócrico

e um grau de saturação em bases (pelo acetato de amónio) menor que 50% pelo menos entre 20 e

50 cm; sem congelação permanente até 200 cm a partir da superfície.

A este tipo de solos correspondem as classes de Aptidão Agrícola A3 e A0F0.

Cambissolos “São solos com um horizonte câmbico e sem outros horizontes de diagnóstico além de um A

ócrico ou úmbrico, ou um A mólico assentando sobre um B câmbico com grau de saturação em

bases (pelo acetato de amónio) menor que 50%; sem propriedades sálicas; sem as características

de diagnóstico dos vertissolos ou andossolos; sem propriedades gleicas até 50 cm a partir da

superfície.”

Os Cambissolos Dístricos são mais representativos no território do que os Húmicos. Os

primeiros encontram-se nos limites Este e Oeste do Concelho, enquanto os segundos se encontram

representados apenas numa pequena mancha a Noroeste do Concelho.

Esta unidade pedológica caracteriza-se essencialmente por ter um horizonte A ócrico e grau de

saturação em bases (pelo acetato de amónio) menor que 50%, pelo menos entre os 20 e 50 cm a

partir da superfície; sem propriedades vérticas; sem propriedades ferrálicas.

Aos solos Cambissolos Dístricos correspondem as classes de Aptidão Agrícola A0F0 (já

descrita).

No que respeita aos Cambissolos Húmicos estes correspondem às classes de Aptidão Agrícola A3 (já descrita).

De entre estes 3 tipos de solos interessa salientar a presença dominante dos Antrossolos Cumúlicos, seguida dos Regossolos Dístricos e dos Cambissolos Dístricos. Os Cambissolos

Húmicos apresentam uma expressão muito reduzida no Concelho.

Os dois primeiros definem zonas com características de uso intensivo bem vincadas,

nomeadamente exploração agrícola e silvo - pastoril.

Salienta-se uma mancha que limita o concelho a Este com apenas aptidão moderada para

floresta de exploração e / ou silvo - pastorícia, coincidindo as zonas mais altas do concelho e uma

outra, de reduzida dimensão e que praticamente divide o território em dois, sem aptidão para a

agricultura e para a floresta de exploração e / ou silvo - pastoril.

De um modo geral o território do concelho da Maia apresenta boa aptidão para a agricultura e

para a floresta de exploração e / ou silvo - pastorícia.

As águas superficiais intimamente associadas ao relevo, foram incorporadas na carta de festos

e talvegues que dará indicações acerca da direcção do escorrimento superficial, bem como da

acumulação de sedimentos. Esta informação é base essencial para aferir a quantidade de água que

escoa para o Leça (inputs e outputs), e também para a percepção dos riscos de contaminação e

controlo dos efluentes.

A carta que se apresenta diz respeito à caracterização dos recursos hídricos do concelho e foi

Recursos hídricos

041diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

elaborada a partir da altimetria à escala 1 / 25 000. Construiu-se um modelo digital de terreno

sobre o qual se destacaram as linhas de água, os festos, centros de encontro e de distribuição.

Nela se representam as bacias hidrográficas das linhas de água mais importantes do território,

nomeadamente o Rio Leça, da Ribeira do Arquinho e da Ribeira de Leandro. A Bacia hidrográfica do

Rio Douro apanha ainda uma pequena área do concelho.

Ficou claro que as linhas de água constituem uma estrutura ecológica da maior importância e de

grande sensibilidade. O concelho recebe um Rio Leça já afectado a montante com consequências

negativas ao nível ecológico do leito e margens ribeirinhas da linha de água. Interessa, por isso,

minorar esta situação bem como controlar a qualidade da água das sub - bacias das Ribeiras

do Arquinho e Leandro, assim como controlar a expansão urbana e industrial de modo a não

estrangular a rede hidrológica existente no concelho.

HipsometriaEntende-se por Classes Hipsométricas as zonas compreendidas entre duas curvas de nível

consideradas importantes para a definição de aspectos morfológicos e de zonamento.

Com a Carta Hipsométrica pretende-se uma melhor percepção do relevo, colocando em

evidência os aspectos mais importantes da morfologia da paisagem entre outros, nomeadamente

aspectos relativos ao uso do solo ou características climáticas.

A área em estudo tem as suas cotas máximas no extremo Este (Gonçalão – 220 m em S. Miguel

– 225m de altitude), tendo-se elaborado as várias classes hipsométricas de acordo com o uso do

solo do território em questão e escala de trabalho (1/25 000). Assim, as classes foram elaboradas

de 25 em 25 metros, sendo a última superior a 200 metros.

Situado na zona central do Distrito do Porto, o Concelho da Maia, ocupa uma posição de

charneira entre o litoral e os concelhos interiores (Gondomar, Valongo e Santo Tirso).

Festos, Talvegues, Pontos de Encontro e Pontos de DistribuiçãoA marcação das linhas fundamentais do relevo permite uma interpretação do sistema

de drenagem natural, da distribuição de fluxos (para além da circulação hídrica, as massas

atmosféricas, entre outros), vistas e ocupação humana.

Esta análise consiste em marcar as linhas de cumeada (de cotas mais altas ou de separação de

águas) – Festos e drenagem natural (de cotas mais baixas) – Talvegues.

Os centros de acumulação (encontro de linhas de talvegue) e distribuição (encontro de linhas

de festo) de fluidos são pontos notáveis da Paisagem, importantes para o equilíbrio do sistema

hídrico do território e de percursos humanos. Tratam-se de factores importantes na Estruturação

do Território.

As linhas de água do Concelho encontram-se a drenar para o Rio Leça, que atravessa o Concelho a

Sul. O Concelho abrange a hemi-bacia do Rio Leça, no seu curso inferior.

As linhas de festo que separam as ribeiras mais importantes desta região desenvolvem-se de Norte

para Sul, aproximadamente a meio do Concelho e nos seus limites Este.

Relevo

042diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

043diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

DeclivesEsta carta indica os declives da região em estudo segundo classes representativas das situações

presentes referentes à ocupação do solo ou actividade do território.

Deste modo as classes consideradas foram as seguintes:

0 a 8%

8 a 12%

12 a 16%

16 a 30%

Superiores a 36% (existentes na Maia até 37%)

Com base nos seguintes critérios:

• Amplitudes ideais para a Agricultura e Silvicultura;

• Custos da Edificação e implantação de estradas;

• Riscos de erosão.

A ocorrência de declives acentuados na zona Nascente do Concelho, precisamente onde os

vales são mais encaixados (os declives superiores a 16%) ocorrem fundamentalmente nas encostas

sobre o Leandro e a Ribeira da Junqueira, nas freguesias de Folgosa e S. Pedro de Fins e nos limites

de Silva Escura e Nogueira. Para Poente todo o Concelho se apresenta plano ou com inclinações

inferiores a 10%.

044diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Orientação das encostasFornece-nos elementos para a aproximação macro e/ou micro climática como sejam a

exposição das encostas à radiação solar e aos ventos, condições de iluminação da paisagem e

conforto bio-climático.

Esta carta foi elaborada a partir da Carta Fisiográfica, tendo-se definido seis classes de

exposição predominante. Na legenda encontram-se as correspondências com os principais pontos

cardeais.

“A orientação genérica da Bacia é exposta a oeste-sudoeste, e deixa-se assim penetrar

facilmente pelas massas de ar marítimo produtor das maiores chuvadas. Porém, a sua disposição

transversal em relação aos ventos dominantes norte-noreste protege-a de intensas evaporações

concentrando portanto forte humidade, condição mais favorável ao melhor desenvolvimento da

vegetação. Uma vez que a encosta da margem esquerda do Leça é, como provável consequência

desses efeitos, de pequena superfície, a margem direita beneficia por outro lado, de uma larga

área com exposição a Sul e Sudoeste e de melhores solos, de onde lhe provém uma grande

actividade agrícola.” In PDM, Análise Física 2.2.

A carta resultante permite inferir as manchas com aptidões e potencialidades para a Agricultura,

Silvicultura e Pastorícia, mas também as manchas de Ocupação Urbana com qualidade ao nível do

conforto bio-climático.

045diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

O estudo do coberto vegetal de um dado território contribui significativamente para a definição

e compreensão global dos seus ecossistemas presentes. O coberto vegetal informa da presença de

unidades de paisagem de grande dimensão e resulta da acção humana com interesse económico,

cultural ou estético, de ambientes com características singulares, de aptidões produtivas e de

combate à erosão do solo, entre outras.

É na perspectiva que esta caracterização se torna num elemento identificador e/ou

“denunciador” da presença ou da ausência de uma unidade paisagística importante ao nível da

Estrutura Verde Primária, resultando daí um “tecido” consolidado, capaz de promover, desenvolver

e / ou manter unidades ecológicas.

Pretende-se com esta análise, a identificação e caracterização das principais unidades

paisagísticas - mata, orla, clareira, presentes no território, no sentido de dar a conhecer a actual

estrutura verde do concelho.

Espaço mata / florestaCaracteriza-se essencialmente por povoamentos de Pinheiro e Eucalipto, distribuídos

praticamente por todo o território, vincadamente de produção, acompanhada por uma função

estruturante de relevo em muitas situações.

Encontram-se igualmente no terreno alguns povoamentos dispersos de choupos (ocupando

essencialmente as zonas mais baixas das freguesias de Gueifães e Milheirós) e outras folhosas

diversas, sem grande expressão ao nível do concelho.

Vegetação ribeirinhaAs galerias ripícolas dos principais cursos de água (Rio Leça e Ribeira do Arquinho) representam

importantes espaços canais para o equilíbrio do ecossistema. Têm funções de regularização do

regime hídrico (com particular acção na quebra da violência das cheias), defesa das várzeas,

interesse económico na produção de madeiras, barreiras contra - fogo, dada a sua difícil combustão

– importante nos espaços agroflorestais.

Servem de nicho à fauna silvestre contribuindo para o aumento da biodiversidade e fornecem

indicações acerca da poluição, da diminuição ou excesso de velocidade de escoamento, entre

outros.

Apesar da baixa qualidade biológica da água e das margens degradadas, constituem um suporte

importante da estrutura ecológica e apresentam um elevado potencial conferido pela diversidade

da vida animal.

As espécies vegetais que constituem os principais corredores ripícolas, ao nível do estrato

arbóreo são os Choupos (Populus sp.), os Freixos (Fraxinus sp.) e os Amieiros (Alnus glutinosa),

encontrando-se, por vezes Carvalhos (Quercus sp). Ao nível do estrato sub - arbóreo encontram-se

os Salgueiros, os Vimeiros e as Borrazeiras (Salix sp).

Campos agrícolas“Seguem-se os campos, bordados de vinhas de enforcado, que se debruçam dos carvalhos,

dos choupos ou das cerdeiras bravas.... a terra, magra e pouco profunda, é fertilizada à custa de

grandes adubações....A lavoura faz-se ainda como talvez a ensinaram os colonizadores romanos, a

quem acaso se deve a introdução da vinha” (s.d. Guia de Portugal)

A principal produção existente no território é o milho (Zea mays), cultura altamente produtiva,

que preenche quase todas as áreas disponíveis para a pratica da agricultura. Ocupa as encostas em

socalcos, o fundo dos vales ou a borda dos cursos de água.

Os campos agrícolas encontram-se compartimentados por estruturas de suporte ao cultivo da

vinha, funcionando complementarmente como estruturas de protecção e cortinas de abrigo.

Nalguns casos assiste-se à ocupação dos campos agrícolas para a produção de frescos, através

Coberto vegetal

046diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Foto 8.1 ∙Coberto vegetal

da construção de estufas sem qualquer tipo de enquadramento.

Estes espaços de produção existentes no concelho, sem importância económica concelhia, mas

com interesse para a subsistência familiar, são dotados de elevado valor patrimonial pois estão

associados a um saber empírico de séculos (sist. de irrigação, técnicas e práticas culturais, tanques

de pedra, espigueiros, celeiros, levadas de pedra, esteios de granito de suporte de ramadas, muros

de compartimentação), fazem parte de uma herança que deixou marcas no território. Associadas a

estas unidades ainda se encontram, essencialmente nas freguesias de Silva Escura e Folgosa, casas

rurais – património construído a preservar, ligado à actividade agrícola.

O coberto vegetal do concelho da Maia apresenta uma alteração profunda relativamente à

estrutura presumivelmente potencial anteriormente existente. De facto, a acção continuada do

homem, eliminando por corte a floresta primitiva substituindo - a por florestações extremes à base

de um número reduzido de espécies, zonas de agricultura e ocupação urbana industrial dos cursos

de água e consequentemente destruição das galerias ripícolas alterou, de modo significativo, a

composição florística e estrutural do coberto vegetal.

Os núcleos de vegetação referentes ao espaço mata / floresta e aos corredores ripícolas são

da maior importância no equilíbrio do ecossistema da região, sendo necessária a sua protecção

efectiva e o fomento da sua expansão, quer pelas suas espécies constituintes (vegetação

autóctone – salgueiros, amieiros, bordo, carvalhos e castanheiros), quer pelo seu papel ecológico

e paisagístico incalculável.

047diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

CARACTERIZAÇÃO PAISAGÍSTICA

Neste capítulo pretende-se fazer uma caracterização da paisagem do concelho da Maia,

seguida da identificação das potencialidades e recursos biofísicos e paisagísticos a preservar e a

fomentar.

Para tal, utilizou-se a Carta de Uso do Solo, que se apresenta em anexo, e que constitui a

base desta análise. Foi elaborada através dos ortofotomapas (1995) e da planta da situação

existente - PDM da Maia (1991), ambos à escala 1/25 000. A informação resultante desta análise

foi posteriormente aferida através de um trabalho de reconhecimento no campo.

A análise dos usos e funções do território passa pela definição da sua distribuição no espaço

e no tempo e das características que apresenta. Assim procurou-se, quando necessário, para a

compreensão de determinada ocupação actual do solo fazer uma comparação do território em

1988/91 (carta construída através do ortofotomapa datado de 1988 e da carta do PDM da Maia de

1991) com o que se passa actualmente (ortofotomapa datado de 1995 e visitas ao terreno).

A paisagem, tal como a encontramos, resulta da acção do Homem, na transformação,

preservação e/ou conservação das características biofísicas de determinado território (morfologia,

fisiografia, condições bioclimáticas).

Introdução

Tipologias de paisagem

048diagnóstico

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Dependendo do nível de intervenção no território, estas acções podem ter reflexos irreversíveis

ao nível dos principais ecossistemas.

Para a análise da paisagem, de acordo com as características e fisionomia desta região,

definiram-se então diferentes tipologias da paisagem tendo como base o uso actual do solo.

Tratam-se, portanto, de unidades com características homogéneas relativamente ao uso e

ocupação do solo do concelho em questão. São elas:

A ∙Ocupação Urbana;

B ∙Áreas Industriais;

C ∙Aeroporto e Aeródromo;

D ∙Pedreiras, Minas a céu aberto;

E ∙Áreas Agrícolas;

F ∙Áreas Florestais;

G ∙Áreas de água doce – margens ribeirinhas.

049diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

O concelho da Maia revelou-se sempre eminentemente rural, de povoamento disperso. Esta é

a herança deixada e que se traduz actualmente numa grande dispersão de lugares, os quais vão

ganhando alguma estruturação conduzida pelas principais vias que os interligam.

De um modo geral os centros urbanos tendem para a consolidação, constituindo uma teia que

se estende por todo o concelho, suportada pelas vias de comunicação.

Na maior parte do concelho os aglomerados ganham características urbanas. Mesmo os lugares

mais isolados do concelho, estão a sofrer alterações profundas, em particular dos seus traços rurais

e, consequentemente, modificações profundas na paisagem e no seu genius loci (foto 9.1.).

O avanço e crescimento dos aglomerados urbanos faz-se naturalmente para áreas mais baixas

(no sopé ou a meia - encosta). O que hoje se verifica neste território da Maia é o avanço sobre

as encostas, desbravando áreas florestais, proporcionando paisagens em que a mata nos aparece

como que a abraçar os aglomerados, formando vazios e áreas de clareira. As “orlas” das matas

transformaram-se aqui e ali em volumes compactos de betão, dispersos no território (foto 9.2.).

É ainda de referir a deturpação consciente e com fins publicitários do conceito de quintas,

anteriormente existentes como verdadeiras estruturas urbano / rurais do concelho, e agora a dar

simplesmente nome a diferentes urbanizações mais ou menos densas.

Nas freguesias de Gondim, Nogueira e Silva Escura ainda se encontram propriedades rurais

cercadas por muros de pedra altos que caracterizavam a malha rural. De facto, actualmente, com

a alienação da propriedade e a restruturação urbana, só alguns núcleos é que conservam esta traça

que importa preservar.

Mesmo nestas zonas mais ruralizadas do concelho, as gruas já fazem parte da paisagem global,

como se pode verificar pelas fotografias tiradas na freguesia de Gondim (foto 9.3.) e na freguesia

de S. Pedro de Avioso (foto 9.4.). Estes elementos com forte agressão visual são exemplificativos

da paisagem em transformação.

As principais concentrações populacionais são, no centro e a poente, a Cidade da Maia, a Vila

de Águas Santas, Moreira, Vila Nova de Telha (integrando Pedras Rubras), Santa Maria de Avioso

e Vila do Castêlo da Maia; a Norte da sede do Município e a Nascente, a zona do concelho menos

urbanizada, temos a vila de Nogueira.

A actividade económica do concelho da Maia manteve-se até ao séc. XX predominantemente

agrícola, sem qualquer indústria significativa. Funcionava como uma actividade económica

complementar da agricultura (fabrico de pão, trabalho do linho e da lã, etc.) sem importância

para além de um insuficiente auto - abastecimento da população.

Actualmente é visível a enorme dispersão por todo o concelho de instalações fabris, sem critério

aparente na selecção dos locais onde se inseriam ao longo deste século (foto 9.5.). O tecido urbano

actual do concelho é assim caracterizado por uma difusão deste tipo de instalações por todo o

Foto 9.1 ∙Ocupação urbana

A ∙Ocupação Urbana

B ∙Áreas Industriais

Foto 9.2 ∙Ocupação urbana

Foto 9.3 ∙Agressões visuais na paisagem rural

050diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

concelho, à excepção da Zona industrial da Maia I e envolvência da siderurgia, onde se verificou,

mais recentemente, um esforço de concentração de unidades fabris e de armazenagem.

Estas infraestruturas encontram-se relacionadas com o estabelecimento de comunicações e

fluxos.

O Aeroporto de Pedras Rubras (iniciado em 1943) servido pela Via Norte e Porto de Leixões

veio concluir o sistema de comunicações do concelho e contribuir para que, a partir de 1950 se

fomentasse o desenvolvimento industrial da Área Metropolitana do Porto, nomeadamente neste

concelho.

Apresenta-se na paisagem sem qualquer tipo de integração paisagística, constituindo, deste

modo, um elemento com forte presença visual. A par deste equipamento há ainda que referir o

aeródromo localizado no extremo nascente do concelho. Este equipamento, apesar de ocupar uma

área com relativa dimensão, não tem um grande impacte visual para quem circula na rede viária.

As pedreiras e saibreiras existentes num território, quando não integradas correctamente na

paisagem, constituem sempre elementos de forte agressão visual. Dependendo da sua localização,

o seu impacto torna-se mais ou menos significativo.

Relativamente a este uso do solo há que destacar a saibreira localizada no ponto mais alto do

concelho, constituindo uma forte agressão visual principalmente para quem ali chega vindo de Sul,

depois de atravessar a pacata povoação de Vilar de Luz e a grande mancha florestal que se estende

com alguma expressão pelo limite Nascente da freguesia da Folgosa.

Em termos de pontos de vista com interesse, este local apresenta qualidades excepcionais.

É sem dúvida uma das áreas de mais elevada qualidade paisagística do concelho. Deste local a

vista alcança situações de encosta florestada, com algumas aberturas para os campos agrícolas,

seguidas dos aglomerados urbanos, duma luminosidade extraordinária.

Ao contrário do impacte imediato que esta saibreira tem para quem circula na rede viária,

outras situações existem no território, igualmente agressivas visualmente, mas que, devido à sua

localização no entrelaçado dos aglomerados e às baixas cotas do terreno em que se encontram,

não têm um impacte tão forte. É o caso da pedreira do Monte Xisto, na freguesia da Barca.

Outros casos há ainda a referir relativamente à exploração de inertes. É o caso da falta de

integração paisagística aquando da cessação da exploração, em que as pedreiras são deixadas ao

abandono, constituindo graves feridas na paisagem.

Foto 9.4 ∙Paisagem rural em transformação

C ∙Infraestruturas ∙ aeroporto e aeródromo

D ∙Pedreiras

Foto 9.5 ∙Ocupação industrial dispersa

051diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Com a paisagem rural pretende-se garantir o equilíbrio dinâmico dos ecossistemas ecológicos

fundamentais e a produção da maior parte da alimentação para o Homem.

Esta ocupação do solo é caracterizada essencialmente pela cultura do milho, onde se encontram

ainda alguns vestígios de vinhas (que têm a função de sebes de compartimentação) (foto 9.7.) e

algumas culturas hortícolas.

Nalguns casos, essencialmente na zona Nascente do concelho, freguesias de São Pedro Fins

/ Silva Escura, alguns dos campos agrícolas encontram-se associados a quintas de exploração

agrícola.

As áreas agrícolas ocupam as zonas mais baixas e de menor inclinação do território, onde os

solos são mais ricos e com maior abundância de água. A sua área de ocupação, a par das áreas

florestais, tem vindo a ser reduzida significativamente em prol do crescimento urbano do concelho,

pelo que facilmente se consegue verificar após comparação das cartas de uso do solo de 1988 e

1995. Sobrepondo à carta de uso do solo as manchas de RAN, consideradas no PDM da Câmara

Municipal da Maia, percebe-se que as manchas agrícolas que vão sobrevivendo ao crescimento

urbano do concelho correspondem a solos dessa classe.

Esta tipologia de paisagem apresenta uma grande diversidade e valor cénico ao longo do ano

(alternância de culturas e dos trabalhos agrícolas sazonais) e valores de qualidade cultural e

natural elevados. Constituem importantes unidades referenciais da paisagem, elevada diversidade

sazonal.

Este uso por se encontrar nas zonas mais planas, e nos casos em que ocupam áreas significativas

do território, conferem uma certa homogeneidade e amplitude visual à paisagem.

E ∙Áreas Agrícolas

Foto 9.6 ∙Paisagem agrícola

Foto 9.8 ∙Paisagem agrícola

Foto 9.7 ∙Compartimentação dos campos agrícolas

052diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Foto 9.9 ∙Povoamento esparso de manchas florestais

Os povoamentos florestais contínuos de maiores dimensões encontram-se com maior expressão

nas freguesias a Norte e Nascente do Concelho, por apresentarem um relevo mais acentuado e

solos de aptidão marcadamente florestal. São elas as freguesias de S. Pedro Fins, Nogueira, Silva

Escura, Folgosa e Sta. Maria de Avioso.

Este uso encontra-se maioritariamente em terrenos de carácter privado e em regime de

monocultura intensiva. Constituem a matéria prima para as indústrias de papel, madeira e seus

derivados, de acordo com a política actual de florestação.

Nas freguesias a Poente do concelho as áreas florestais encontram-se dispersas na paisagem,

resultam dos sobrantes das ocupações urbanas, não apresentando a continuidade desejável a uma

eficaz exploração e quase que se resumindo a pequenas áreas localizadas no tecido urbano. São

portanto o sobrante da ocupação do território pelas instalações industriais e ocupação urbana

(foto 9.9.).

Pela sua diversidade baixa, resultado do baixo dinamismo sazonal, constância cromática ao

longo do ano e baixa biodiversidade associada, as áreas florestais apresentam valores baixos de

qualidade de paisagem.

Quanto aos valores de qualidade cultural e natural, eles são igualmente baixos por se tratar de

situações florestais em regime de monocultura (pinhal/eucaliptal), com povoamento esparso na

maioria dos casos (foto 9.10.), reduzida diversidade ao nível das espécies do sub - coberto, alheia

às características da paisagem tradicional.

Estas manchas do território conferem diversidade à paisagem, devido aos diferentes cenários

que estes espaços conseguem oferecer ao longo do ano (cor, luz e volume). Funcionam também

como pontos de referência do concelho. Têm igualmente valores elevados de qualidade cultural

e natural, devido à elevada riqueza genética e diversidade sazonal, por constituírem importantes

unidades referenciais da paisagem e elevado dinamismo ecológico.

No concelho da Maia há a destacar os núcleos e faixas de vegetação arbórea nas margens dos

cursos de água mais importantes, como o Rio Leça. Constituem um importante recurso potencial à

sustentabilidade ambiental do território

F ∙Áreas Florestais

G ∙Áreas de água doce ∙ margens ribeirinhas

Foto 9.10 ∙Mancha florestal dispersa

Foto 9.11 ∙Ocupação urbana das margens ribeirinhas do Rio Leça

053diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

O PAPEL DA REN, RAN E DA REDE DE ESPAÇOS VERDES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

A REN, a RAN, bem como os espaços verdes públicos, contribuirão para a estruturação das

condicionantes e oportunidades dos espaços produtivos ou urbanos vocacionados para recreio e

para a elaboração de estratégias referentes à mobilização dos atributos do território (recursos,

riscos e aptidões).

Segundo a Lei de Bases do Ambiente, a REN é um “…instrumento da política de ambiente e

do ordenamento do território, integra todas as áreas indispensáveis à estabilidade ecológica do

meio e à utilização racional dos recursos naturais, tendo em vista o correcto ordenamento do

território.”

A REN, através do condicionamento à utilização de áreas com características ecológicas

específicas e áreas de maior fragilidade, ajuda à representação de propostas de restrições à

ocupação urbano - industrial, propostas e correcções aos usos agroflorestais e propostas de áreas

de protecção natural.

Vem, portanto, salvaguardar a estrutura biofísica necessária para que se possa realizar a

exploração dos recursos e a utilização do território sem que sejam degradados os recursos e

valores de que dependem a estabilidade e fertilidade das regiões.

REN e RAN

A ∙Introdução

055diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

É bem sabido, no entanto, que a regulamentação da REN tem sido alvo de fortes e justificadas

críticas, baseadas fundamentalmente na inflexibilidade do seu regimento que, em vez de promover

estratégias de conservação activa, acaba, na prática, por as inibir, em prejuízo de todos. Esta

controvérsia, sendo particularmente interessante, está, no entanto, claramente para além dos

propósitos deste trabalho, pelo que este e outros conceitos serão abordados tal qual configurados

pela actual legislação.

As áreas de REN no concelho da Maia ocupam apenas 1,61% da área total do concelho,

correspondendo a 1,36 km2. Comparando com os concelhos da Área Metropolitana do Porto, a Maia

apresenta o valor mais baixo de toda a região.

Com a demarcação de áreas de REN, no actual PDM da Câmara Municipal da Maia, pretendeu-se

proteger as seguintes ocorrências verificadas no território:

• linhas de água – leitos normais dos cursos de água, zonas de galeria e faixas amortecedoras

de modo a manter o bom funcionamento do regime hidrológico da bacia, assegurar a

valorização dos biótipos e biocenoses que lhes estão associadas e, de modo geral, velar pelo

equilíbrio global do território;

• protecção das áreas de infiltração máxima, definidas pela sua natureza geológica e

promoção da infiltração das precipitações em quantidade e com qualidade;

• cabeceiras de linhas de água, definidas a partir da linha de cumeada até à rede

hidrográfica;

• zonas ameaçadas pelas cheias;

• áreas com riscos de erosão (declives superiores a 30%).

Com a marcação das áreas REN pretende-se fornecer uma visão alargada da estrutura biofísica

fundamental de protecção e valorização ambiental.

A RAN, por sua vez, integra o conjunto das áreas que, em virtude das suas características

morfológicas, climatéricas e sociais, maiores potencialidades apresentam para a produção de bens

agrícolas.

As áreas da RAN são constituídas por solos de baixas aluvionares e coluviais e ainda por outros

tipos cuja integração nas mesmas se mostre conveniente para os fins previstos no Decreto - Lei.

Abarcam neste território a totalidade dos terrenos afectos à actividade agrícola, com 15,57% da

área total do concelho.

Os solos da RAN devem ser exclusivamente afectos à agricultura, sendo proibídas todas as

acções que diminuam ou destruam as suas potencialidades agrícolas, como construção de edifícios,

aterros e escavações, lançamento ou depósito de resíduos sólidos urbanos, industriais ou outros.

A utilização de solos da RAN só poderá ser autorizada em situações muito particulares, como

por exemplo:

• obras com finalidade exclusivamente agrícola;

• habitações para fixação em regime de residência habitual dos agricultores em explorações

agrícolas viáveis;

• vias de comunicação, seus acessos e outros empreendimentos ou construções de interesse

público, desde que não haja alternativa técnica economicamente aceitável para o seu

traçado ou localização;

• exploração de minas, pedreiras, barreiras e saibreiras, ficando os responsáveis obrigados a

executar o plano de recuperação dos solos que seja aprovado;

• obras indispensáveis à defesa do património cultural, designadamente de natureza arqueo-

lógica.

Estas situações terão que ser obviamente ajustadas a usos compatíveis com a utilização actual

deste território, com as áreas de vivência urbana, vocacionadas para utilização pública.

056diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

B ∙Análise e diagnóstico ∙ REN e aptidão da terra

Linhas de água / zonas ameaçadas pelas cheiasDe um modo geral, as linhas de água presentes no terreno, bem como as linhas de drenagem

natural, numa faixa de 10 m de margem, assim como as zonas ameaçadas pelas cheias, localizam-

se em áreas com elevada aptidão para a agricultura e exploração florestal com base em espécies

de crescimento rápido (pinheiro bravo e / ou eucalipto). Esta aptidão da terra é, de acordo com a

Carta apresentada, a que tem maior expressão no território. Por esta razão, é importante tirar o

maior partido desta aptidão natural do concelho e dos recursos biofísicos presentes, por forma a

fomentar uma estrutura ecológica consistente.

057diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Cabeceiras de linhas de água e áreas com riscos de erosãoEstas duas tipologias da REN que se sobrepõem no território, constituem zonas de elevada

fragilidade.

De acordo com a carta apresentada, estas zonas encontram-se em áreas sem aptidão para a

agricultura e com aptidão moderada para a floresta de exploração e / ou silvo - pastorícia.

Por esta razão os usos mais adequados a fomentar nestas áreas devem promover a infiltração das

águas e evitar o escoamento superficial condicionando ao máximo todas as acções que promovam

a impermeabilização do solo (construção) ou ponham em causa a sua estabilidade e equilíbrio

biofísico (relativamente à exploração de pedreiras a céu aberto, é importante a elaboração de

estudos de integração paisagística após a cessação da sua actividade ou para condicionar a sua

exploração).

De um modo geral, as zonas de RAN consideradas para este território localizam-se em áreas de

elevada aptidão para a agricultura. Com menor expressão no território, reconhecem-se algumas

manchas de RAN coincidentes com áreas de aptidão marginal para a agricultura e aptidão para

floresta de exploração e / ou silvo - pastorícia. Existem outras manchas localizadas na planície a

Poente do concelho, numa área considerada na Carta de Aptidão como área social, onde se verifica

Figura 10.1

REN e aptidão da terraFonte: Direcção Regional de Agricultura da Região de

Entre o Douro e Minho

Com Aptidão para a Agricultura:

A1 - Elevada

A2 - Moderada

A3 - Marginal

Com Aptidão para Floresta de Exploração

A0 F2 - Moderada

A0 F3 - Marginal

REN

Áreas Sociais

Limite Concelho

Rede Hidrográfica

C ∙Análise e Diagnóstico ∙ RAN e aptidão da terra

058diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

uma forte expansão urbana.

Face ao uso actual das manchas de REN e RAN do território, bem como à sua aptidão, julga-se

urgente a criação de políticas de preservação que visem a conservação e fomento de usos mais

apropriados ao equilíbrio destes ecossistemas. Deve-se por isso fomentar a prática da agricultura,

nas zonas mais apropriadas, a criação de uma estrutura verde principal ao nível do concelho e

impedir que o crescimento urbano / industrial se estenda para estas áreas de grande fragilidade

que constituem os recursos biofísicos da região.

O Quadro 10.1. resulta da análise das áreas da Reserva Ecológica Nacional presentes no

concelho, em função do seu uso actual. As principais observações a retirar da sua leitura são as

seguintes:

• as áreas de REN encontram-se ocupadas essencialmente por áreas florestais, áreas

agrícolas, pastagens e matos, situação esta bastante desejada para a preservação do

equilíbrio ecológico dos ecossistemas aqui presentes;

• a ocupação urbana / industrial e de equipamentos tem, de uma maneira geral, fraca

expressão nestes valores biofísicos. Indica sim, a tendência do concelho relativamente à

expansão urbana / industrial. Esta utilização do território abrange parcialmente as linhas

de água e suas galerias ripícolas (com maior incidência no Rio Leça), as zonas de máxima

Figura 10.2

RAN e aptidão da terraFonte: Direcção Regional de Agricultura da Região de Entre o Douro e Minho

Com Aptidão para a Agricultura:

A1 - Elevada

A2 - Moderada

A3 - Marginal

Com Aptidão para Floresta de Exploração

A0 F2 - Moderada

A0 F3 - Marginal

RAN

Áreas Sociais

Limite Concelho

Rede Hidrográfica

C ∙Análise e Diagnóstico ∙ REN e uso do solo

059diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Quadro 10.1

Ocupação do solo nas áreas REN

E ∙Análise e Diagnóstico ∙ RAN e uso do solo

infiltração, bem como, pontualmente nas freguesias de Milheirós e Barca, áreas com risco de

erosão (com declives superiores a 30%);

• as áreas com riscos de erosão (na sua maioria com declives superiores a 30%), apresentam-

se no território com maior expressão nas freguesias de Folgosa e S. Pedro Fins. Nestes casos

a ocupação do solo faz-se através da exploração agrícola e de pastagens e matos.

Objectivos da REN,

com vista à protecção de áreas

específicas e áreas de maior fra-gilidade do Concelho

Ocupação so solo

Concelho da MaiaOcupação urbana / industrial

Equipa-mentos

Áreas florestais

Áreas agrícolas

Pastagens e matos

Terrenos improdu-

tivos

Linhas de água (leitos e zonas de

galeria)

Rio Leça

Ribeiro do Arquinho

Zonas amea-çadas pelas

cheiasRio Leça

Cabeceiras de linhas de

água

Nas freguesias de Folgosa, S. Pedro Fins

Áreas de infiltração máxima

Manchas dispersas em Vila Nova da Telha e

Moreira da Maia

Pontualmente, ao longo do Rio Leça

Áreas com risco de ero-são (declives superiores a

30%)

Freguesia de Mi-lheirós

Freguesia de Folgosa e S. Pedro Fins

Freguesia de Sta. Maria de Avioso

Freguesia da Barca

Apesar desta figura de ordenamento do território se encontrar, de um modo geral (com excepção

nas áreas de reserva ao longo do Rio Leça), protegida de usos indevidos ao seu bom funcionamento

e preservação, propõe-se a realização de uma nova classificação das áreas de REN que melhor se

ajuste aos valores biofísicos reais existentes no território

Da análise do Quadro 10.2, resultado do cruzamento da Carta de Uso do Solo com as áreas de RAN,

verifica-se o seguinte:

• todas as freguesias do concelho (à excepção da freguesia de Pedrouços) possuem áreas de

Reserva Agrícola Nacional (RAN);

060diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Quadro 10.2

Ocupação do solo nas áreas RAN

• a exploração agrícola é o uso dominante nestas áreas. A ocupação urbana / industrial, bem

como as áreas florestais que, de acordo com o Quadro 10.2. se verifica em quase todas as

manchas presentes, manifestam-se no território de um modo disperso, pontual e com pouca

expressão;

• os equipamentos, as zonas de pastagens e matos, bem como os terrenos improdutivos têm

uma expressão reduzida nas áreas de RAN;

• relativamente às infraestruturas, de um modo geral ou fazem fronteira com as áreas RAN

ou as atravessam, promovendo a sua impermeabilização.

Da análise descritiva aqui referida, verifica-se que no território em questão não se cumpre, na

totalidade, todos os requisitos impostos para a conservação dos ecossistemas equacionados nas

áreas de REN, bem como nas de RAN. Embora a ocupação urbana / industrial nestas áreas de

reserva seja diminuta, indica desde já uma tendência natural de um território que se encontra

em expansão. Esta situação deverá ser travada em prol da defesa destes recursos biofísicos de

extrema importância para a qualidade ambiental do concelho.

Objec-tivos da

RAN

Conjunto das áreas que, em virtude das suas caracte-rísticas morfo-lógicas, climaté-ricas e sociais maiores

potencia-lidades apre-

sentam para a

produção de bens

agrícolas.

Ocupação so solo

Concelho da MaiaOcupação urbana / industrial

Equipa-mentos

Áreas florestais

Áreas agrícolas

Pasta-gens e matos

Terrenos improdu-

tivos

Infraes-truturas

Águas Santas

Avioso (S. Pedro)

Avioso (Sta. Maria)

Barca

Folgosa

Gemunde

Gondim

Gueifães

Maia

Milheirós

Moreira

Nogueira

S. Pedro de Fins

Silva Escura

Vermoim

Vila Nova da Telha

Pedrouços

061diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Os espaços verdes públicos do concelho da Maia resumem-se a pequenas manchas dispersas e

sem expressão no concelho. É exemplo o Parque dos Moutidos, na freguesia de Águas Santas.

No entanto, percebe-se já uma tendência por parte da autarquia, para a promoção deuma estrutura verde concelhia e requalificação do tecido urbano dos vários aglomerados do

concelho, através da tomada de consciência para a importância dos espaços exteriores públicos

ao nível da qualidade da paisagem urbana e ambiental. Está em fase de estudo uma proposta de

implementação de espaços verdes públicos para o concelho, os quais funcionarão como pontos

promotores de uma estrutura verde concelhia que interessa desenvolver e fomentar.

Esses espaços irão ocupar zonas com potencial paisagístico inerente e / ou zonas degradadas

que interessa requalificar. É o caso das áreas florestais que se encontram actualmente degradadas,

zonas limites de aglomerados dispersos (Parque da Caverneira), quintas e espaços verdes já

consolidados (Quinta do Mosteiro). Outros há já implementados no concelho, embora ainda com

pouca expressão. É o caso do Parque dos Moutidos, localizado na freguesia de Águas Santas.

Os espaços verdes públicos sustentam e organizam a malha urbana. São promotores de uma

rede organizadora / distribuidora de um continum naturale (ecológico e cultural) essencial para

a sustentabilidade ambiental do concelho. Mas para tal, é necessário a presença de estruturas

de paisagem prioritárias para a definição de corredores ecológicos (linhas de água, sebes de

compartimentação, manchas florestais, entre outros), que se relacionem de forma congruente,

bem como uma intensificação da salvaguarda dos recursos biofísicos (REN e RAN) indispensáveis ao

enquadramento equilibrado das actividades humanas.

Conclui-se, portanto, que estas três unidades aqui referidas (REN, RAN e espaços verdes

públicos), constituem a Estrutura Verde Primária que interessa fomentar, numa perspectiva de

sustentabilidade ecológica e ambiental ao nível do concelho.

Espaços verdes públicos

Figura 10.3

Espaços verdes públicos

existentes

propostos

062diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

QUALIDADE DO AMBIENTE

No sector do saneamento básico, numa análise alargada do concelho, verificam-se ainda

algumas insuficiências ao nível das redes de colecta e transporte de águas que, no entanto, têm

vindo a sofrer uma evolução positiva, no sentido de uma total cobertura do território. Em termos

de cobertura, para o conjunto dos alojamentos clássicos de residência habitual na Maia, em 1991,

o saneamento total atingia os 90,7%, dos quais 32% se referiam à rede pública, enquanto para a

distribuição de água correspondia a uma cobertura de 85,6%, sendo cerca de 50,1% a partir da rede

pública. Já em 2001, estes valores evoluíram para 92,5% no que diz respeito ao saneamento total,

estando 68,2% destes ligados à rede pública. A cobertura na distribuição de água atingia, no mesmo

ano, valores de 99,2%, sendo que 80,4% dos alojamentos se encontravam ligados à rede pública.

Fazendo uma análise ao nível da freguesia verificava-se, em 1991, que os valores mais elevados

em termos de alojamentos com água canalizada da rede pública se referiam às freguesias de

Pedrouços, Maia, Moreira, Folgosa, Gondim e Avioso São Pedro, situados no entanto abaixo dos

90%. Existiam 6 freguesias onde estes valores se situavam, em 1991, abaixo dos 30%.

Procedendo da mesma forma para os alojamentos com retrete ligada à rede pública, eram as

freguesias de Gueifães, Maia e Vermoim, que apresentavam melhores características, situando-se

a cobertura entre os 50 e os 75%. Existiam no entanto 6 freguesias onde estes valores se situavam,

em 1991, abaixo dos 5%. As coberturas eram baixas, e referiam-se, inclusivé, a algumas zonas

urbanas.

Saneamento básico

063diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Relativamente à qualidade da água, os fenómenos de contaminação referem-se essencialmente

à poluição da água, pelo facto de o Rio Leça constituir o destino final de um elevado número de

efluentes não tratados. De facto, o Rio Leça é um dos mais poluídos de Portugal, o que se traduz

num importante factor condicionante dos seus usos.

Os valores identificados para a qualidade das águas do Rio Leça (resultados das análises

efectuadas pela Direcção Regional do Ambiente – Norte, no ano hidrológico de 1/10/98 a 30/9/99

no Rio Leça, na estação de amostragem de Ponte Moreira; informação não publicada), apresentam-

se inapropriadas quer para consumo humano, quer para fins aquícolas, quer para usos balneares

ou para rega. Registam contaminação de raiz bacteriológica, orgânica e inorgânica em níveis

superiores aos admissíveis para qualquer um destes usos, nomeadamente no que diz respeito ao

CBO5, ao azoto amoniacal, ao oxigénio dissolvido, aos coliformes fecais e aos sólidos suspensos

totais.

Em consequência desta situação, têm sido desenvolvidos esforços no sentido de implantar

processos adequados de recolha e tratamento de águas residuais, através de Estações de

Tratamento de Águas Residuais (no concelho da Maia localizam-se duas das estações do sistema

intermunicipal de saneamento, uma em Parada e outra em Ponte de Moreira) e do emissário

submarino de Matosinhos, resolvendo-se desta forma os problemas de poluição ocasionados pelas

descargas indiscriminadas de efluentes não tratados.

Em ambientes urbanos ou industriais densos, a impermeabilização dos solos implica uma

redução significativa das infiltrações de água com origem pluviométrica, dificultando a recarga

natural das águas subterrâneas e aumentando os valores dos escoamentos superficiais.

Figura 11.1

Alojamentos com água canalizada prove-niente da rede pública, (%) em 1991

0 ∙ 30

30 ∙ 50

50 ∙ 70

70 ∙ 90

90 ∙ 100

0 1 2 Km

N

064diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Uma outra vertente do saneamento básico tem a ver com os Resíduos Sólidos Urbanos

(RSU). No caso do concelho da Maia, o município integra-se na LIPOR, constituindo um sistema

intermunicipal que agrupa ainda Gondomar, Espinho, Matosinhos, Porto, Valongo, Vila do Conde e

Póvoa de Varzim.

No âmbito deste sistema funcionou, até 2000, ano em que foi encerrado o aterro, um Centro

de Triagem, Central de Compostagem e Aterro de Apoio (LIPOR I) em Ermesinde (Valongo).

Actualmente encontra-se em funcionamento a Central de Valorização Energética, localizada

em Crestins (Maia), complementada por um aterro sanitário – o único que se encontra em

funcionamento, no enquadramento territorial definido pela LIPOR.

Relativamente à recolha de RSU, é feita 3 dias por semana, porta a porta, sem normalização de

recipientes ou sacos. Em zonas de maior densidade populacional existem contentores tipo Molok.

Para os resíduos industriais existe um circuito separado para remoção dos resíduos equiparados a

domésticos. A recolha de amostras efectua-se uma vez por semana, mediante pedido prévio.

Nas freguesias da Maia, Vermoim e Gueifães decorre um projecto piloto de recolha selectiva

porta a porta iniciado em 1998, em cestos distribuídos pela câmara, recolha esta que se realiza

em dias alternados (três grupos de recolha, cesto azul para papel e cartão, cesto amarelo para

plástico, vidro, metal e cartão, e cesto verde para os restantes resíduos).

Existe ainda equipamento para recolha selectiva na Maia, designadamente: 212 Ecopontos

(131 na via pública e 81 em estabelecimentos de ensino), 5 Ecopontos (n.º mais elevado na AMP)

localizados em Moreira (junto à Zona Industrial), Folgosa, Nogueira e Santa Maria de Avioso. Este

conjunto é complementado com um total de 70 Vidrões.

De um modo geral, a evolução da produção total de RSU e as respectivas capitações tem vindo

a estabilizar no concelho da Maia, à semelhança do que se verifica na AMP (assim como ao nível

dos resíduos industriais), conforme se pode constatar pelos valores expressos nos quadros 11.1 e

11.2.

Figura 11.2

Alojamentos com retrete ligada à rede pública de esgotos, (%) em 1991

0 ∙ 5

5 ∙ 20

20 ∙ 50

50 ∙ 75

75 ∙ 100

0 1 2 Km

N

065diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

ResíduosQuantidades recolhidas (ton)

2000 2001 2002 2003

Indiferenciados de origem doméstica 36951 40195 42104 40683

Indiferenciados de origem comercial / industrial 6501 7097 7072 6686

Entulhos 6594 6951 7535 6494

Verdes 1029 1207 1782 1272

Outros 4074 4791 7223 7871

TOTAL 55149 60241 64796 63006

MateriaisQuantidades entregues

2000 2001 2002 2003

Papel / cartão (ton) 1283 1665 1706 1714

Vidro (ton) 939 1063 1081 1303

Plástico (ton) 358 353 362 330

Embalagens (ton) 842 816 845 690

Metais (ton) 566 751 655 614

Madeira (ton) 893 1043 947 834

Óleo usado (litros) 9400 19880 6400 -

No quadro da AMP e com base nos poucos dados existentes, identificam-se problemas de

qualidade do ar essencialmente na área urbana do Porto, em particular nos níveis de monóxido de

carbono, associado ao tráfego automóvel.

No concelho da Maia, e no âmbito do projecto Rede de Medida da Qualidade do Ar da Área

Metropolitana do Porto, encontram-se instaladas ou em fase de instalação um conjunto de

estações de monitorização da qualidade do ar (conjunto final de 18 estações na AMP).

Os poluentes monitorizados são o monóxido de azoto, o dióxido de azoto, o monóxido de

carbono, dióxido de enxofre, ozono, chumbo e partículas.

Na ausência de dados anteriores apresentamos, a título ilustrativo, os dados referentes a um

600 000

400 000

200 000

0 1995 2000 2005 2010

428

399

497

087

540

279 58

8 26

8

Quadro 11.1

Quantidade de resíduaos indiferenciados, recolhidos no concelho da Maia entre 2000

e 2003Fonte: Maiambiente, E.M.

Qualidade do ar

Quadro 11.2

Materiais recolhidos selectivamente entre 2000 e 2003

Fonte: Maiambiente, E.M.

Gráfico 11.1

Evolução estimada de produção de Resíduos Sólidos toneladas/ano

Fonte: LIPOR

Espinho

Gondomar

Maia

Matosinhos

Porto

Valongo

Vila do Conde

LIPOR (total)

Qualidade do ar

066diagnóstico

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

dia do passado mês de Julho, para as duas estações localizadas na Maia.

Resultados no dia 18 de Julho de 2000:

Poluentes NO2 CO SO2 O3 PM10 Classificação

Vila Nova da Telha 39 MB 400 MB 13 MB 93 B 35 MB Bom

Vermoim 46 MB 400 MB 14 MB 81 MB 53 MB Bom

Escala: Mau, Fraco, Médio, Bom e Muito BomFonte: Direcção Regional do Ambiente – NorteObs.: A classificação final é resultante do pior dos qualificativos entre os poluentes considerados.

O tráfego rodoviário é cada vez mais o maior responsável pela exposição de uma crescente

percentagem da população a níveis de ruído superiores a 55 dB. O aumento do número de veículos

em circulação, reflecte-se no aumento do ruído (cerca de 1 dB por cada aumento de 25% no

número de veículos).

Relativamente ao tráfego aéreo na Maia, o número de pessoas afectadas é bastante inferior.

Uma vez que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro se localiza próximo de Matosinhos e Vila de Conde,

importa referir que se estima que a população afectada na AMP por esta infraestrutura,

corresponde a cerca de 15 000 habitantes (considerando uma distância de 4 Km das pistas),

localizada nas freguesias de Aveleda, Vilar do Pinheiro e Mosteiró (Vila do Conde), Vila Nova

da Telha (Maia), Lavra e Perafita (Matosinhos). Destes, cerca de 1 000 estarão sujeitos a níveis

superiores a 65 dB. Naturalmente que o aglomerado de Pedras Rubras é particularmente afectado,

embora não se situe nas rotas de aproximação e descolagem.

Em termos de tráfego ferroviário o ruído tem de um modo geral menor importância.

Relativamente à actividade industrial o ruído deve-se tanto às pequenas como às médias ou

grandes indústrias. A grande maioria das queixas recebidas na DRA Norte, relativas ao ruído na

Maia, refere-se, aliás, a situações provenientes da indústria (44,4%).

O concelho da Maia em termos acústicos é considerado como periferia urbana. Nestas zonas a

grande mobilidade da população e elevada densidade de ocupação geram situações particulares,

abrangendo locais onde predominam os ruídos naturais, até zonas muito ruidosas perto dos eixos

de circulação dentro da AMP. Estima-se que 24% da população do Porto e da periferia urbana

(Maia, Gondomar, Matosinhos, Valongo e Vila Nova de Gaia) resida em zonas com um nível sonoro

contínuo equivalente superior a 65 dB, o que representa uma situação desadequada face aos

padrões exigidos.

A Câmara Municipal da Maia dispõe de um serviço de atendimento aos munícipes e de

fiscalização. As situações potencialmente mais graves situam-se nas proximidades das IPs e ICs que

atravessam o concelho. De notar que significativas manchas residenciais ao longo destas vias não

possuam, ainda, quaisquer infraestruturas de protecção dos níveis de ruído automóvel (barreiras

acústicas).

N

0 1 2 Km

Vila Nova da Tellha

Av. Manuel II

Águas Santas

Figura 11.3

Localização das estações de monitorização da qualidade do ar, no concelho da MaiaFonte: Direcção Regional do Ambiente ∙ Norte

Ruído

067diagnóstico

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estratég

Objectivos estratégicos, linhas e medidas de actuação

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

A elaboração de um plano de desenvolvimento sustentável, tal como foi apresentado na fase

anterior, assenta num conjunto de directrizes organizadas segundo três vertentes distintas mas

interligadas, o (1.) modelo territorial (a articular com os trabalhos de revisão do PDM), o (2.)

ambiente urbano e o (3.) ordenamento paisagístico peri - urbano e dos espaços rurais.

Dentro de cada uma das três vertentes apresentadas, definiram-se grandes sectores de intervenção, cada um com um conjunto de objectivos estruturantes, a partir dos quais se

definiram, por sua vez, linhas de actuação - as estratégias - e, de forma mais pormenorizada,

medidas de actuação - as tácticas. É nesta organização em árvore que assenta a nossa proposta de

desenvolvimento sustentável do concelho. Numa fase posterior serão apresentados os projectos,

de maior ou menor envergadura, e acções de carácter genérico a aplicar em todo o concelho, ou

em áreas pré-definidas, de acordo com especificidades locais e/ou critérios de homogeneidade.

Os diferentes espaços em que se decompõe o concelho da Maia, reflectem relações de diferente

natureza entre as populações e os territórios onde estas se fixam e interagem. A título de exemplo,

o ambiente urbano nas suas diversas componentes residencial, comercial, industrial, social,

cultural, recreativa ou lúdica, comporta ritmos e dinâmicas que são o resultado de tendências

espontâneas, mas também de princípios e políticas de gestão urbana. Estas deverão reflectir os

diferentes usos do território e vivências das populações.

Na verdade, a obtenção de níveis satisfatórios de desenvolvimento social e económico, e de

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS, LINHAS E MEDIDAS DE ACTUAÇÃO

Objectivos estratégicos gerais

071estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

um ambiente saudável e sustentável, pressupõe o entendimento do território não só como um

conjunto de espaços habitacionais e produtivos, mas também como um espaço de convivialidade e

sociabilidade, dotado de áreas de fruição recreativa, lúdica e cultural, utilização e contemplação

dos recursos existentes, naturais e patrimoniais, e de promoção de equilíbrios, em particular, nas

difíceis interfaces entre os meios urbano, peri - urbano e rural.

O modelo territorial proposto para o concelho assenta em três sectores principais, a partir

dos quais se apresenta um conjunto de objectivos estruturantes, a atingir em matéria de

desenvolvimento sustentável económico e social, e de ocupação harmoniosa do território.

O primeiro sector apresentado tem a ver com o desenvolvimento da (1.1.) actividadeeconómica, fortalecendo a autonomia, a identidade e, por arrastamento, a competitividade do

concelho. O desenvolvimento nesta área tem também fortes repercussões a nível social e cultural,

e na ocupação do território. Começando pelo (1.1.1.) desenvolvimento do sector terciário, este

passa objectivamente pelos ganhos de massa crítica proporcionados pelo crescimento da cidade

da Maia, e pela melhoria da acessibilidade da população aos serviços, residente dentro ou fora

do concelho, nos aglomerados urbanos ou nas periferias. Dever-se-á promover a diversificação

e qualificação deste sector terciário, qualificação esta que deve ser particularmente exigente

ao nível dos serviços sociais, de apoio à produção, do turismo, e do aumento da atractividade

comercial nos espaços urbanos.

Apostar neste tipo de linha de actuação passa por medidas como o reforço do papel da formação

e investigação, e sua ligação ao tecido empresarial, nomeadamente investindo na inovação ao

nível dos serviços de apoio à produção nos diferentes sub - sectores da actividade económica.

De facto, revela-se essen-

cial, num concelho com

uma estrutura produtiva

razoavelmente especiali-

zada, a aposta na for-

mação profissional, em

particular ao nível dos

quadros médios das

empresas.

Uma outra medida que

urge implementar, tem

a ver com a promoção

de usos mistos do solo,

favorecendo a diminuição

dos movimentos pendula-

res correspondentes às

deslocações casa-trabalho

e contrariando o fenómeno

do esvaziamento diurno de

alguns pontos do concelho

(actualmente o balanço de

deslocações pendulares é

desfavorável ao concelho

da Maia neste sector). Do

mesmo modo, a fixação de

serviços, equipamentos

e comércio de apoio ao

quotidiano e a promoção

Linhas de força para o

Modelo territorial

072estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

de zonas comerciais no interior dos aglomerados urbanos e nas zonas de transição, através de

programas de incentivos à fixação de serviços e de comércio de qualidade, em particular no centro

cívico da cidade da Maia, são vectores importantes para atingir os objectivos propostos. Deverá

ser dada prioridade ao processo de requalificação do comércio existente nas zonas de transição

urbana / industrial, por exemplo, através da renovação das suas fachadas e criação de condições

para o estabelecimento de comércio em zonas carenciadas.

O desenvolvimento neste sector passa também pelos serviços e equipamentos de apoio à

infância e aos jovens, em resposta à estrutura actual da população concelhia, comportando

porém a possibilidade de reconversão, face às tendências generalizadas de envelhecimento da

população. Passa ainda pelo apoio às famílias jovens e aos seus filhos, em particular no que diz

respeito à rede pré - escolar e aos serviços de saúde.

Por último, uma palavra para o turismo rural, enquadrado numa verdadeira estratégia de

ordenamento paisagístico, tirando partido das características do concelho e das suas bolsas de

genuína ruralidade, cada vez mais escassas em áreas metropolitanas como a AMP.

Passando ao (1.1.2.) desenvolvimento do sector secundário do concelho e fortalecimento do parque industrial existente, elementos de grande força na estrutura produtiva do município, as

linhas de actuação propostas implicam, por um lado, a qualificação e a diversificação da estrutura

industrial actual, bem como do perfil de especialização funcional e, por outro, pelo aumento

da atractividade do espaço industrial, melhorando a sua qualidade ao nível do espaço exterior

e edificado, e pela implementação de uma política generalizada e efectiva de tratamento de

efluentes, líquidos e gasosos, e dos resíduos industriais, com destaque para os resíduos tóxicos.

Assim, a criação de uma política de fixação das chamadas indústrias amigas do ambiente,

o incentivo ao funcionamento das indústrias em “círculo”, com aproveitamentos recíprocos de

produtos sobrantes, e a implementação de uma política de relocalização de algumas unidades

industriais com o carácter selectivo referido na fase anterior, em particular as localizadas em tecido

urbano e de características físicas e tecnológicas incompatíveis com essa localização, serão sempre

elementos chave a considerar no conjunto da intervenção neste sector. Paralelamente, o reforço

da diversidade ao nível da indústria transformadora constitui um outro pilar do desenvolvimento

industrial, nomeadamente no sub - sector das indústrias ligadas ao sector agrícola e alimentar,

quer ao nível da embalagem e distribuição, quer do processamento e transformação.

Intervir traduzir-se-á em medidas como a promoção de normas e directrizes com vista a uma

maior qualidade arquitectónica dos edifícios industriais e de armazenagem e dos seus arranjos

exteriores, constituindo maiores exigências de desenho e de enquadramento paisagístico,

incidindo em particular nas normas de ocupação do lote e no tratamento do espaço exterior.

Outras medidas serão desenvolvidas no sentido de combater a dispersão industrial, a par da

implementação de usos mistos quando compatíveis, numa estratégia de diminuição das distâncias

casa-trabalho. A promoção de sistemas de tratamento conjunto para as unidades localizadas

nos parques industriais, permitirá rentabilizar os investimentos e infraestruturas a criar e / ou

renovar.

Finalmente, no que diz respeito ao objectivo de (1.1.3.) desenvolvimento do sector primário e preservação da actividade agrícola tradicional, a acção a desenvolver implicará articular

espaços para a agricultura de carácter familiar com o tecido urbano, característica de hortas e

logradouros, a par da agricultura de abastecimento regional e local, nos sectores dos lacticínios,

hortícolas e pomares, e da agricultura de âmbito nacional e para exportação, por exemplo na área

da floricultura. As áreas de agricultura incultas e dos sistemas extensivos podem ser reabilitados

para Parques Temáticos Municipais, o que em caso de regressão económica poderá voltar a

constituir uma base de sustento agrícola.

O fomento e a valorização da agricultura tradicional aproximando-se das técnicas biológicas,

terão uma procura crescente, pelo que importa estimular a aproximação do produtor ao

consumidor, com a criação de pontos de venda nas próprias quintas e unidades de lavoura, o que

073estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

poderá ser complementado com actividades de educação ambiental e de turismo rural.

A produção de frescos e de frutas a nível local e regional tem potencialidades na qualidade do

solo e facilidade de cobertura dos sistemas de regadio, como não se encontram em outro concelho

da área metropolitana. Importa ainda reconverter os sistemas de exploração pecuária para pastos

melhorados ao ar livre, e proceder à certificação de produtos restabelecendo assim a confiança

do público.

O segundo destes sectores diz respeito à (1.2.) estrutura territorial que se pretende para o

concelho da Maia. Assim, a proposta consiste na prioridade ao (1.2.1.) reforço e consolidação doconcelho da Maia no âmbito da AMP, objectivo que corresponde ao primeiro nível do modelo de

concentração descentralizada, e que, através do conjunto de objectivos estruturantes, permitirá

o reposicionamento do concelho da Maia, diminuindo a sua dependência face ao concelho do Porto

e reforçando o processo de sustentabilidade metropolitana. Medidas concretas passarão pelo já

referido fortalecimento do tecido industrial, por uma aposta numa imagem diferenciada e na

qualificação da rede de serviços e equipamentos concelhia, contribuindo para o incremento da sua

competitividade.

Segue-se o (1.2.2.) crescimento e consolidação da cidade da Maia, correspondente ao

segundo nível do modelo de concentração descentralizada proposto, através de uma estratégia

de reforço da sede de concelho como centro urbano. Um processo de consolidação desta natureza

passa, entre outras, pela manutenção das dinâmicas demográficas registadas, melhorando a

capacidade de atracção residencial, e pela implementação de uma política de licenciamento que

se traduza numa maior coesão do território e numa efectiva consolidação dos espaços intersticiais

detectados na cidade. Desta forma, será possível reforçar o papel do centro urbano, numa óptica

de desenvolvimento conjunto das freguesias de Maia / Vermoim / Gueifães, conseguindo

constituir uma dimensão de espaço urbano com massa crítica para viabilizar importantes

investimentos, públicos e privados. Esta opção permitirá, a prazo, a obtenção de uma cidade mais

compacta, com um metabolismo urbano mais eficaz.

Linhas de actuação como as referidas passam então pelo desenvolvimento de uma política

de habitação qualificada, em particular pela definição de adequados padrões de localização

residencial, nas diferentes áreas urbanas, e pela qualificação das respectivas envolventes.

Implicarão, nalguns casos, o aumento dos coeficientes de ocupação do solo previstos no PDM para

as zonas centrais, e o estabelecimento de gradientes direccionais destes coeficientes, com a sua

progressiva diminuição do centro para a periferia, capazes de assegurar uma transição equilibrada

para os espaços rurais envolventes.

A estrutura territorial proposta para a Maia, passa também pela (1.2.3.) estruturação econsolidação interna dos restantes aglomerados urbanos do concelho, o terceiro nível do

modelo de concentração descentralizada, constituindo-se como reforço dos pilares da estrutura

concelhia. Um objectivo deste tipo passa obrigatoriamente pela contenção de novas frentes

urbanas, que teimam em aparecer em diferentes pontos do concelho, e pela consolidação da

nucleação e estruturação dos núcleos já existentes mais significativos, nomeadamente no Castêlo

da Maia, em Pedras Rubras e em Ponte de Moreira, e sua articulação com o núcleo urbano da Maia.

Do mesmo modo será de promover a articulação, consolidação e qualificação das freguesias de

Pedrouços e Águas Santas, potenciando as suas relações quer com a cidade da Maia, quer com

Ermesinde e com a cidade do Porto.

Novamente se revela essencial uma intervenção ao nível das políticas de licenciamento e

gestão urbanística, capazes de contrariar a tendência generalizada para a mudança da tipologia

dominante de lote de ocupação unifamiliar, mantendo coeficientes de ocupação baixos nestes

aglomerados satélite, assegurando uma transição gradual para os espaços de natureza rural, e uma

política de habitação qualificada.

Esta política deverá assentar na definição de adequados padrões de localização residencial e

na qualificação das envolventes, desincentivando, nomeadamente, a emergência de novos focos

residenciais nos recém construídos nós viários da rede supra - municipal. Paralelamente, será

essencial intervir ao nível do sistema de transportes colectivos reforçando a centralidade da cidade

074estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

da Maia, rentabilizando de forma mais eficaz os investimentos e promovendo o desenvolvimento

harmonioso das periferias, e a acessibilidade aos serviços e equipamentos do concelho.

Por último, e ainda dentro da estrutura territorial há que referir o sector das (1.3.) acessibilidades e o padrão de mobilidade no concelho. A criação de soluções no sentido de resolver os principais

conflitos no que respeita à intensificação progressiva da circulação viária e do estacionamento

crescente, torna-se imprescindível à conquista da sustentabilidade do desenvolvimento. Por outro

lado, o incremento das acessibilidades a locais de passeio, de animação recreativa, lúdica, cultural

e comercial, a espaços verdes e desportivos e a interligação dos aglomerados urbanos às principais

centralidades territoriais, é parte integrante da própria viabilidade e sucesso destes espaços e das

respectivas interligações e complementaridades.

O primeiro objectivo nesta área tem a ver com o (1.3.1.) desenvolvimento de um sistema de transportes eficiente e reflecte-se em linhas de actuação que passam pelo reforço do papel

dos transportes colectivos, dentro do sistema, com destaque para o transporte público, com a

promoção das ligações em anel, em carreiras percorrendo vias perpendiculares aos percursos

radiais predominantes da rede pública. Esta intervenção é particularmente importante na ligação

das freguesias mais periféricas e dos aglomerados de natureza rural, por forma a satisfazer

e melhorar as relações de acessibilidade e mobilidade aos centros urbanos e aos núcleos

populacionais de maior dimensão, às redes de equipamentos, espaços verdes e serviços existentes

no concelho, de uma forma fácil, simples e económica. Passam também pela articulação modal,

que pressupõe a melhoria dos interfaces de transportes e o estabelecimento de corredores BUS,

sempre que tal se justifique.

Também importa actuar no sentido de promover a utilização de modos de transporte mais

amigos do ambiente, assegurando uma redução dos consumos energéticos e uma diminuição

generalizada da designada sombra ecológica (ecological footprint), bem como melhorar a

articulação do sistema de transportes na rede viária disponível.

As medidas de concretização passam pelo reforço do serviço da STCP e Operadores semi -

públicos ou privados de transportes colectivos, nomeadamente melhorando as ligações ao núcleo

de Castêlo da Maia (confluência das freguesias da Barca, Gemunde e Santa Maria de Avioso), e

reforçando o transporte público de ligação de Pedras Rubras

ao centro urbano da Maia, favorecendo a consolidação da sede

do concelho e a estruturação interna dos aglomerados urbanos

envolventes.

O segundo objectivo refere-se à (1.3.2.) beneficiação da rede viária, tendo em vista a cobertura total do concelho e a melhoria da qualidade das infraestruturas, e aposta na

hierarquização da rede viária intra - concelhia, na construção de

um conjunto de ligações perpendiculares às vias principais, e na

requalificação da rede municipal de estradas e implementação

de uma política de estacionamento para o concelho.

Para se obterem estes resultados, terá que ser feita

a separação do tipo de utilização das vias principais e

secundárias, insistindo em particular na segregação do

tráfego pesado da circulação urbana de ligeiros. Por outro

lado, dever-se-á promover uma intervenção generalizada a

todo o concelho, de construção e qualificação de passeios e

arruamentos, em particular naquelas zonas onde se pretende

incentivar a circulação pedonal. O reordenamento viário, bem

como a criação de espaços de estacionamento nos centros dos

aglomerados e na sua periferia, associados a equipamentos de

recreio e lazer, constituem acções importantes a promover nos

principais centros urbanos do concelho.

Assim, outras medidas, incluirão o aumento e qualificação

075estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

dos meios de circulação, de modo a encurtar distâncias no que respeita à relação dos aglomerados

populacionais com os equipamentos e espaços verdes municipais, ou a organização e criação de

parques de estacionamento nos aglomerados urbanos: descongestionamento dos centros urbanos

através da criação de parques de estacionamento associados aos locais de encontro social (igrejas,

capelas), ou parques de estacionamento periféricos associados a equipamentos e espaços verdes.

No que diz respeito ao ambiente urbano são também três os sectores de abordagem em

termos de plano de desenvolvimento que, por sua vez, se desdobram num conjunto de objectivos

estruturantes e respectivas linhas de actuação. Para atender a estes objectivos, a requalificação

do ambiente urbano afirma-se como uma estratégia que pretende desenvolver e pormenorizar

regulamentos e directrizes que sirvam de enquadramento à elaboração de planos de actividade

do município, permitindo, em simultâneo, a criação

de uma estrutura de gestão ambiental. Esta estrutura

deverá estar ao serviço da melhoria da qualidade de

vida das populações, nas suas múltiplas componentes

ambientais, ecológicas, funcionais, formais e

estéticas.

Esta estratégia assenta num modo de fazer cidade

em que os espaços abertos públicos, locais privilegiados

de encontro, recreio e cultura e com elevada

importância na qualificação ecológica e ambiental do

espaço urbano, são encarados como instrumentos de

planeamento territorial. Estes poderão funcionar como

catalisadores da recuperação do tecido edificado, da

reestruturação do esquema de circulação, promotores

das estruturas socio - culturais, com consequências

ao nível da qualidade ambiental e vivência urbana,

tornando os espaços atraentes, apelativos e mais

competitivos.

A reestruturação, valorização e promoção do

ambiente urbano contempla uma diversidade de

operações de intervenção coerentes e programadas,

de readaptação e beneficiação do espaço público, que

abordam os aspectos de desenho urbano, espaços verdes urbanos e as questões relacionadas com

o ruído e poluição atmosférica e hídrica.

Ao nível (2.1.) da qualidade do ambiente, e numa perspectiva de engenharia urbana,

os objectivos estruturantes prendem-se em primeiro lugar com (2.1.1.) garantir a efectivacobertura e a qualidade do sistema de saneamento básico nas suas diferentes vertentes. No

que diz respeito ao abastecimento de água, a eficiência do sistema passa pela promoção de uma

política de consumos mais equilibrada e pelo controlo e monitorização da qualidade da água, o

que implica o desenvolvimento de uma campanha de sensibilização para o consumo e poupança

do recurso água, com a informação ao consumidor dos custos reais de funcionamento do sistema,

e a continuação do controlo sistemático da qualidade da água e do serviço prestado, quer no que

respeita à pressão instalada quer à fiabilidade do abastecimento.

Relativamente à recolha e tratamento de águas residuais, o município deverá desenvolver

uma rede separativa para todo o concelho, reforçando as redes de águas pluviais, alargando a

sua cobertura, exigindo o projecto dos perfis transversais das ruas e estradas capazes de garantir

o adequado escoamento em superfície livre, bem como a definição de uma rede de bacias

de retenção, capazes de assegurar uma maior segurança em situações de cheia, bacias estas

Linhas de força para o

Ambiente urbano

076estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

enquadradas quer nos equipamentos urbanos quer nos espaços verdes e espaços canal.

Outra linha de acção consiste na redução da impermeabilização generalizada dos solos, que

resultará numa redução do volume de águas de escorrência e do seu grau de poluição, uma vez que

a impermeabilização dos solos impede a filtragem natural das águas resultantes da precipitação.

Finalmente, importa apostar na redução da poluição hídrica verificada ao longo das principais

ribeiras do concelho e numa requalificação global das linhas de água presentes no território

que visem a sua limpeza e despoluição, e a protecção da vegetação ribeirinha ao longo das

suas margens, apostando em particular na despoluição e recuperação do Rio Leça, integrada

com o seu ordenamento paisagístico. A protecção e incremento da vegetação ribeirinha ao

longo das margens, revelam-se fundamentais no estabelecimento de um ambiente qualificado e

ecologicamente equilibrado.

No que diz respeito à eficiência do sistema de recolha e tratamento dos resíduos sólidos, a intervenção proposta refere-se na sua essência à promoção da recolha selectiva de resíduos

sólidos já existente e ao seu efectivo alargamento à totalidade do território do concelho, com

informação à população dos resultados obtidos, enquadrado numa verdadeira política dos três

R’s, recuperação, reciclagem e reutilização. Será assim de apostar também no desenvolvimento

de novos produtos resultantes do processamento dos resíduos e na generalização dos processos

associados à reciclagem, com uma informação sistemática ao consumidor dos resultados e custos

reais de funcionamento dos sistemas.

O segundo objectivo diz respeito ao (2.1.2.) controlo dos níveis de ruído nos espaços urbanos capaz de assegurar uma melhoria do conforto acústico dentro do concelho, actuando em termos

de redução do ruído em zonas residenciais, em particular nas zonas envolventes ao aeroporto

e aeródromo, das vias rodoviárias e ferroviárias. Tal implica o desenvolvimento de projectos

específicos de intervenção no tratamento acústico na área do aeroporto, ao longo das vias de

circulação e nas unidades industriais.

Este tratamento deverá ter uma componente importante sobre o espaço público, enquadrado

na estrutura verde do concelho, através da implementação de cortinas vegetais de protecção

e/ou barreiras acústicas, em particular em vias de circulação rápida que fazem o atravessamento

de zonas urbanizadas. A sistematização do projecto de acústica nos processos de loteamento e

urbanização será outro objectivo a atingir.

Em terceiro lugar aposta-se no (2.1.3.) controlo da qualidade do ar, passando esta aposta

por uma intervenção no sistema de transportes, ao longo das vias de circulação e nas unidades

industriais. As medidas a implementar procurarão generalizar e vulgarizar a utilização de modos

de transporte ambientalmente menos nocivos,

a criação de barreiras e cortinas verdes de

protecção, em particular no atravessamento de

áreas urbanizadas, e criar condições para impor

e fiscalizar as restrições aos níveis de poluição

dos efluentes gasosos, que tenham em conta

a capacidade de carga do meio envolvente, a

natureza das unidades instaladas e o volume

de efluentes produzido no conjunto das fontes

poluidoras. Naturalmente que estas medidas

terão que ser tomadas em estreita articulação

com a intervenção da Direcção Regional

do Ambiente e Ordenamento do Território,

entidade com competências específicas nesta

matéria.

O segundo sector tem a ver com a

implementação de uma (2.2.) estrutura verde urbana, através da criação de um conjunto de

espaços exteriores e corredores verdes que

077estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

sustentem e organizem o tecido edificado, desempenhando um papel determinante na organização

do espaço urbano, no estabelecimento de ligações funcionais e espaciais, bem como na criação

de locais privilegiados de encontro, recreio e cultura, com elevada importância na qualificação

ecológica e ambiental dos espaços urbano, peri - urbano e rural.

Deverão por isso, ser encarados como instrumentos de planeamento territorial, com

consequências ao nível da qualidade ambiental e da vivência urbana, tornando o território

apetecível e atraente, dando conteúdo ao objectivo apresentado, ou seja, à (2.2.1.) definição deuma rede de espaços verdes públicos e melhoria do conforto ambiental do espaço urbano.

Os espaços verdes participam na qualidade de vida da cidade, não sendo apenas um regulador

ambiental mas também social. A presença da vegetação nos espaços públicos e privados actua sobre

a retenção de gases e poeiras, protege dos ventos, do ruído e da poluição atmosférica, produz

sombra e abaixamento da temperatura, contribuindo para a melhoria do conforto humano.

Tem igualmente um papel preponderante no alcance de um verdadeiro equilíbrio ecológico, no

fomento da biodiversidade, e na qualificação estética da paisagem urbana (2.2.2.).

É necessária a sua protecção efectiva e incentivo à sua expansão, nomeadamente através

da criação de espaços verdes e da arborização pública, da introdução de uma estrutura verde

consistente nos espaços colectivos e sociais, da integração paisagística de equipamentos,

constituindo uma rede contínua e coerente no território. A reestruturação, valorização e

promoção dos espaços verdes públicos acrescenta aos núcleos urbanos, interfaces urbano / rurais

e nos espaços de transição uma mais - valia de elevada importância estrutural, funcionando como

catalisadores da reabilitação e qualificação ecológica do ambiente urbano.

No sentido da preservação da identidade das áreas urbanas e dos recursos biofísicos e

paisagísticos do concelho, e também com vista a relacionar de um modo equilibrado e coerente

as características da estrutura verde com a morfologia do território, as linhas estratégicas de

intervenção ao nível dos espaços verdes públicos do concelho contemplam uma diversidade de

operações coerentes e programadas de readaptação.

No que respeita aos espaços verdes públicos existentes, estes constituem essencialmente

espaços de enquadramento a edifícios, capelas e igrejas, de apoio a áreas residenciais, canteiros

plantados e cortinas verdes, protecção a vias, placas separadoras, rotundas e taludes de auto

- estrada, apresentando uma fraca expressão na estrutura verde urbana. Com vista à promoção

ambiental, estética e funcional da rede de espaços verdes, propõe-se a sua requalificação e

expansão, ajustada às vivências e conceitos contemporâneos.

Pela acção sobre a saúde física e mental das populações urbanas, os espaços verdes constituem

um equipamento social tanto mais indispensável quanto mais densas forem as áreas em que se

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

inserem. A proximidade da residência é também um critério privilegiado pelas populações no

usufruto dos espaços verdes, pelo que se justifica, por razões que se prendem com a mobilidade

e pela necessidade por parte da população em habitar próximo de zonas equipadas com espaços

verdes, a criação de tais espaços, com especial relevância para a criação de um parque verde

junto à cidade da Maia. Esta opção prende-se igualmente com o modelo territorial proposto para

o concelho que visa a estruturação da sua própria expansão e dignificação da sede do concelho.

Propõe-se que o referido parque urbano integre a Ribeira do Arquinho, possibilitando a sua ligação,

através de um sistema contínuo, a outras áreas verdes constituintes da estrutura verde principal

do concelho.

O terceiro vector corresponde à qualidade do (2.3.) desenho urbano no concelho, qualidade

esta que deverá reflectir uma articulação harmoniosa dos diferentes espaços em presença.

O principal objectivo estratégico no discurso do espaço urbano prende-se com a construção

de um ambiente qualificado, integrado e sustentável. Pretende-se definir uma política de gestão

urbana orientada para a qualificação estrutural, morfológica, funcional e estética do espaço

público e património construído.

O desenho do espaço urbano, com vista à sua requalificação comporta diversos aspectos que se

relacionam entre si, sendo nalguns casos indissociáveis, e traduzem-se nos seguintes objectivos

estratégicos. Em primeiro lugar, assegurar uma (2.3.1.) melhoria da qualidade do espaço público ao nível dos espaços exteriores de sociabilidade, de fruição recreativa, lúdica, cultural e de enquadramento. Tal atitude implica aumentar a atractividade

dos centros urbanos através da reanimação e promoção de

espaços exteriores abertos, a reabilitação e criação de espaços

exteriores de enquadramento ao património edificado com vista

à dignificação e reforço da sua importância no contexto urbano

e peri - urbano, por exemplo junto às Juntas de Freguesia, e a

melhoria das condições de conforto e segurança do peão, ao

nível do espaço - rua.

A requalificação do espaço exterior público da malha urbana

consolidada dos diferentes aglomerados do concelho afirma-se

como uma estratégia fundamental no âmbito da valorização do

ambiente urbano. Por isso, as propostas de expansão urbana

deverão ter em linha de conta a articulação do edificado com

espaços abertos com forte presença na representação das

estruturas urbanas, promotores de um leque diversificado de

actividades.

A legibilidade dos espaços é crucial na estrutura urbana no

sentido da promoção da qualidade estética do ambiente visual e

criação de espaços urbanos mais significativos e com uma forte

identificação com o lugar e vivências associadas. Deste modo,

dever-se-á promover um desenho urbano claro e coerente e que

integre os diferentes espaços abertos urbanos.

O conjunto de intervenções estruturantes e promotoras

do processo de requalificação funcional, estética e ambiental

do espaço exterior deverão incidir nas principais áreas de

referência urbana, como largos, praças, na estruturação e

dignificação dos espaços envolventes aos edifícios municipais

(Juntas de Freguesia), largos de igrejas e capelas e em zonas

habitacionais, comerciais e também industriais e na promoção

eficaz de políticas de gestão e manutenção urbana, no que diz

respeito aos espaços expectantes dos aglomerados urbanos e

peri - urbanos e ainda na qualificação do espaço - rua no que

respeita à reformulação dos seus perfis e equipamentos.

079estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Nestes espaços, prolongamento da habitação e comércio deve-se privilegiar o peão,

proporcionando condições de conforto e segurança através da utilização de materiais de

revestimento, iluminação e equipamento urbano adequado, bem como repensar o ordenamento

do estacionamento existente e promover uma estrutura arbórea adaptada aos locais, constituindo

corredores verdes consistentes em especial junto de zonas residenciais, escolas e equipamentos

desportivos.

Directamente relacionado com as referências anteriores aparece o objectivo de (2.3.2.)

intervenção ao nível do edificado, promovendo a preservação, reabilitação e recuperação doedificado dos aglomerados urbanos, que obrigará a definir um quadro de intervenções no sentido

de conseguir a dignificação do património construído de referência, ou seja dos edifícios com

valor patrimonial, arquitectónico e histórico, conferindo-lhes maior protagonismo e visibilidade

no contexto urbano, numa perspectiva de salvaguarda e protecção dos registos patrimoniais de

interesse arquitectónico ou paisagístico do concelho.

A dignificação dos espaços públicos de referência associados a igrejas, capelas, Juntas de

Freguesias, edifícios com valor arquitectónico, histórico e / ou social é de extrema importância

na conquista de um ambiente urbano qualificado. Estas acções passam pela reestruturação e

beneficiação das suas fachadas e interiores, quando se justificar, e pela promoção de políticas

de gestão e manutenção urbana no que diz respeito aos edifícios devolutos que contribuem para

a degradação estética e social do espaço urbano, edifícios habitacionais, comerciais ou unidades

fabris.

A recuperação de edifícios e antigas unidades fabris e de armazenagem que se encontrem

abandonadas e / ou degradadas deverão ser objecto de linhas estratégicas de reconversão dos seus

usos, através da promoção de políticas de gestão e manutenção urbana que deverão ser exigidas

e/ ou negociadas pelo Município com os seus proprietários, no caso do edificado privado.

Do mesmo modo se procederá relativamente à reabilitação de frentes comerciais com vista à

promoção de serviços mais qualificados e competitivos no contexto regional e da área.

O terceiro objectivo estruturante prende-se com o (2.3.3.) tratamento das interfaces naocupação e uso do solo e integração das diversas tipologias urbanas, através da combinação

de gradientes de tipologias e morfologias dos espaços edificados, na aproximação aos remates

urbanos e sua articulação com os espaços rurais envolventes, da requalificação urbana e

paisagística das zonas de transição residencial / industrial, urbano / rural, e da reorganização do

parque habitacional que se encontra disperso, desenvolvendo uma gestão urbana e uma integração

paisagística adequadas.

Esta requalificação urbana deverá incidir na combinação dos gradientes e morfologias do

edificado nas zonas peri - urbanas, ao nível residencial, comercial e também industrial e na

combinação dos espaços urbanos / residenciais com áreas vocacionadas para usos industriais,

sempre acompanhada de estudos de integração paisagística, e da requalificação de espaços

comerciais, das acessibilidades, dos circuitos pedonais e do estacionamento nas zonas de

interface. Estes estudos de integração paisagística deverão surgir logo nas fases de licenciamento

e de loteamento, nos planos de urbanização e nos de pormenor, combinando gradientes e

morfologias dos espaços edificados, na aproximação aos remates urbanos e sua articulação com os

espaços rurais envolventes.

Por ultimo, há que criar uma (2.3.4.) identidade urbana para o concelho da Maia, objectivo

ambicioso e que de alguma forma depende estreitamente de todos os outros que têm vindo a

ser referidos. Esta identidade passa concretamente pelo fortalecimento da autonomia e da

competitividade do concelho e pela melhoria da qualidade de vida da sua população. A estratégia a

adoptar assenta no enriquecimento da vivência urbana, no desenvolvimento de um serviço social,

em parceria com o sector privado, bem como de um serviço de saúde, especializado ou não,

em parceria com o sector privado e articulado com a preservação das áreas rurais do concelho,

traduzindo - se ainda numa vida cultural mais rica e no uso dos equipamentos e espaços públicos

do concelho.

A questão das periferias urbanas prende-se essencialmente com a ausência de qualidade

080estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

urbana, funcional e estética destes espaços. Nota-se uma falta de integração entre os núcleos

populacionais do concelho e o forte crescimento urbano que se tem vindo a desenhar de uma

forma desorganizada e desintegrada do contexto territorial. Surge então uma necessidade de

estabelecer critérios de integração urbana e requalificação das relações do urbano / rural nos

novos programas de gestão, quer ao nível da cércea dos edifícios em espaços peri - urbanos e

rurais, quer ao nível da integração paisagística adequada.

O ordenamento da paisagem, uma vez assente a aposta na defesa das ruralidades intersticiais

do concelho e na definição de corredores verdes, terá de integrar objectivos de produção com

objectivos de protecção dos recursos naturais. A estratégia basear – se - á na promoção da

biodiversidade e na revitalização ecológica do território concelhio, que dependerá, entre outros

factores, da definição de um continum naturale e da salvaguarda e fomento dos valores biofísicos,

ambientais e patrimoniais, nos contextos urbano e peri - urbano.

Esta estratégia pretende valorizar os ciclos naturais, protegendo as áreas de elevada

sensibilidade, e valorizar a paisagem cultural de forma a salvaguardar os aglomerados rurais de

tradição agrícola, pelo que não faria sentido a salvaguarda do património edificado sem proteger

a base de sustento tradicional das populações.

As ameaças ao sistema biofísico provocaram já alguns danos irreparáveis, no que respeita

à redução do número de espécies animais, vegetais e culturas tradicionais, devido à expansão

de monoculturas florestais (pinhal bravo e eucalipto), à proliferação das infestantes (acácias),

à destruição parcial da compartimentação dos campos, à eliminação de sebes vivas, matas e

arvoredo disperso. Os danos resultam também do fenómeno de “modernização” da agricultura,

que embora de reduzida escala de produção, se tem baseado no fomento da agro-química e em

técnicas de mobilização desadequadas, que acarretam a degradação do solo a médio prazo; do

desvio e entubamento das linhas de água como estruturas contínuas e independentes, ignorando

as relações entre as funções biológica, mecânica e depuradora das margens elásticas e vegetação

ripícola; ou ainda da falta de tratamento dos efluentes líquidos e gasosos, e de algumas deposições

incontroladas de resíduos sólidos, poluindo as águas superficiais e subterrâneas, destinadas a usos

vitais como o abastecimento das populações ou dos regadios.

As políticas de ordenamento deverão partir da macro para a micro compartimentação,

protegendo os leitos dos cursos de água, as zonas planas de veiga e as matas de produção e

protecção, constituindo um contínuo natural que deverá ser protegido por uma estrutura verde

concelhia da qual fará parte a estrutura verde urbana.

Dentro desta estratégia, o primeiro sector diz respeito aos (3.1.) recursos naturais, entendidos

como bens procedentes da natureza indispensáveis à satisfação das necessidades humanas com

especial relevo para a água, o solo e a vegetação.

O primeiro objectivo estruturante pretende a (3.1.1.) protecção e salvaguarda dos recursos hídricos, e procura desenvolver o processo da recuperação e salvaguarda da rede hidrológica

do concelho, a par do ordenamento biofísico das margens dos cursos de água. Neste contexto,

é essencial desmotivar a expansão urbana em áreas de máxima infiltração e avançar com a

reabilitação de linhas de água sujeitas a entubamentos e descargas da rede de saneamento para

conseguir minorar os efeitos de cheias e melhorar a qualidade da água.

Outros aspectos a referir são, a impermeabilização dos solos em áreas urbanas que impossibilitam

a infiltração das águas, e a recarga do sistema de aquíferos e os traçados de novas vias gerando

Linhas de força para o

Ordenamento paisagístico peri-urbano e dos espaços rurais

081estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

taludes que impossibilitam o revestimento vegetal e complicam a drenagem das águas.

O segundo objectivo estruturante, interdependente, defende uma (3.1.2.) política deconservação do solo entendido como recurso natural, não renovável à escala da humanidade

e que serve de base às actividades primárias como a agricultura e a exploração florestal, e de

substracto à flora e à fauna. É um factor a considerar para evitar as consequências mais negativas

das cheias, agravadas pela crescente impermeabilização dos solos. Trata-se de defender os solos

delgados nas zonas declivosas ou sujeitas a processos de erosão acelerada, e valorizá-los nas áreas

de máxima infiltração, evitando que o solo de partículas mais finas se escape nas enxurradas.

O terceiro objectivo estruturante prende-se com (3.1.3.) o reforço e valorização da vegetaçãopela definição de um contínuo natural e do fomento da biodiversidade e pelo incremento do uso

de material vegetal, promovendo a imagem de uma Maia amena e verdejante. A necessidade de

vegetação exige-se como valor estético, mas também do ponto de vista social e de regularização

climática.

A presença de maciços arbóreo - arbustivos serve de referência à orientação no espaço

concelhio quando surgem bosquetes de pinheiros e eucaliptos, ou se vislumbra a vegetação que

acompanha as linhas de água.

Segue-se o sector respeitante às (3.2.) actividades agrícola e florestal para a compatibilização

das potencialidades históricas do concelho com as sua novas vocações industriais e residenciais.

Como linhas de actuação define-se (3.2.1.) a preservação da memória da paisagem culturale a valorização das potencialidades agrícolas da Maia. Como foi já dito no capítulo do modelo

territorial em relação ao sector primário, a aposta agrícola deverá assentar em três níveis distintos:

a salvaguarda da agricultura de carácter familiar, o incremento da produção horto - frutícola

e pecuária a nível local e regional, e a produção de âmbito nacional e para exportação das

culturas intensivas como é exemplo a floricultura, podendo tirar partido da proximidade do

aeroporto e das vias de comunicação.

As medidas correspondentes deverão assentar na consolidação das manchas concelhias da REN

e da RAN para a protecção das áreas de solos de aluvião, recorrendo a diferentes estratégias,

desde a criação de programas de incentivos à agricultura biológica, promovendo a reabilitação por

patamares de integração e recorrendo a medidas de compensação de custos, à recuperação da

pecuária em regime extensivo

com pastos ao ar livre e

certificação de produtos,

reconquistando a confiança da

opinião pública.

Um outro aspecto

importante e que se articula

com medidas anteriormente

referidas, diz respeito à

manutenção e valorização das

sebes de compartimentação

dos campos agrícolas e orlas

das matas, características

do concelho, ao apoio a

programas de reconversão de

quintas e unidades agrícolas

para complemento de

actividades de turismo rural,

turismo de negócios, e espaços

festivos, (à semelhança da

Quinta da Gruta e do Museu da

Lavoura), e ao intercâmbio

com escolas e centros de 3ª

082estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

idade no domínio da educação ambiental, ou ainda ao fomento dos sectores paralelos de apoio

à agricultura, de divulgação e marketing, de que são exemplo as indústrias de embalagens e os

serviços de distribuição dos produtos agrícolas.

Este sector compreende também as linhas de actuação em relação à (3.2.2.) actividade florestal que passarão pela recondução das matas de produção e protecção e pela prevenção de riscos de incêndio e fogos florestais.

Como medidas apontam-se a consolidação e regeneração das matas climácica e paraclimácica,

o aproveitamento das potencialidades florestais de mais valia a médio e longo prazo, e o

estabelecimento de corredores verdes contínuos que compreendam em simultâneo objectivos

de produção e de protecção para a manutenção da biodiversidade genética e da memória das

paisagens e controlo dos processos de erosão acelerada.

As linhas de actuação que cumprem os objectivos propostos defendem as políticas silvícolas

de povoamento misto e cortes selectivos, através de medidas e regulamentos que impeçam as

práticas de corte raso e promovam o corte selectivo e de programas de incentivos à plantação de

espécies associadas às linhas de água promovendo a defesa contra inundações e erosão acelerada.

Do mesmo modo, se incentivará a generalização da implementação e fiscalização de medidas

de prevenção de incêndios florestais e a

reciclagem e utilização energética dos

sub - produtos florestais.

A intervenção consistirá no

aproveitamento das potencialidades

florestais, apostando na consolidação e

regeneração das matas existentes e na

recuperação das galerias ripícolas, nas

matas mistas de condução ajardinada e

em programas de apoio à reconversão de

povoamentos de espécies de crescimento

rápido para espécies indígenas e de

proveniência local e à consolidação das

manchas florestais e das orlas das matas.

As unidades paisagísticas que

comportam os espaço mata / floresta,

linhas de água e vegetação ribeirinha e

campos agrícolas são da maior importância

no equilíbrio dos ecossistemas locais

e deverão ser preservadas, tendo

sempre em conta a salvaguarda das suas

potencialidades e aptidões inerentes

aquando da atribuição de usos de

natureza pública.

O sector respeitante ao (3.3.) património edificado e valores da paisagem tem como objectivos (3.3.1.) a salvaguarda e consolidação dos núcleos peri-urbanos e de ambiente rural, (3.3.2.) a integração paisagística das linhas de alta tensão e o estabelecimento de cortinas de enquadramento às vias de circulação rodoviárias e ferroviárias e finalmente (3.3.3.) a valorização dos cenários da paisagem cultural.

As linhas de actuação que dão força a estes objectivos passam pela dotação de serviços básicos,

pela salvaguarda da leitura das centralidades e fronteiras dos aglomerados rurais, promovendo

o efeito silhueta e garantindo a gradação do edificado, medidas que promovem o objectivo de

reforço do sentido de orientação nos espaços rurais. A definição de perímetros de contenção

para áreas urbanas, peri-urbanas e rurais e a integração das novas edificações na paisagem são

pontos que asseguram a identidade da paisagem do concelho da Maia. Assim, importa valorizar

083estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

os cenários agro-florestais que envolvem o tecido edificado e salvaguardar os pontos de vista

panorâmicos, com cuidados ao nível das novas edificações e da colocação de painéis publicitários.

A promoção dos planos de recuperação de áreas degradadas devido à explorações de inertes deve

ser conduzida antes do fim da exploração, de modo a preparar a modelação do terreno para uma

forma desejável às novas funções.

As acções a desenvolver incidem no fortalecimento da imagem de um município com qualidade

de vida, pelo contraste entre oferta de habitação e serviços, e pela herança da imagem rural, o

que implica a conservação e recuperação de quintas históricas, dos adros das igrejas, dos caminhos

tradicionais, das sebes de compartimentação, das valas dos campos agrícolas.

Igualmente será assegurada a preservação do efeito silhueta dos aglomerados satélite,

conservando pontos de referência nas torres de igreja, assegurando a gradação do edificado

em termos de cérceas, e reforçando o sentido de orientação nos espaços rurais, e o desvio do

tráfego de pesados. Outros projectos importantes têm a ver com a preservação dos pavimentos

tradicionais, dos muros em pedra natural e dos sistemas de rega tradicionais (levadas, caleiras,

poços e tanques), com a recuperação da rede de percursos pedonais e equestres para circuitos

de fim – de - semana.

Para concluir defende-se uma articulação e ligação da estrutura verde do concelho ao território

adjacente, nos concelhos de Matosinhos, Gondomar, Valongo, Sto. Tirso, Vila do Conde e Trofa

através de uma rede de protecção e valorização ambiental dando a pedra de toque à constituição

de uma estrutura verde à escala metropolitana. Não será de menos salientar a importância da

articulação das áreas de reserva e de sensibilidade ecológica para além do concelho, garantindo

a permanência e a continuidade dos valores e ciclos naturais numa verdadeira perspectiva de

sustentabilidade do desenvolvimento.

084estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

1. MODELO TERRITORIAL

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

1.1Activida-de Econó-mica

1.1.1Desenvolvimento do sector terciário no concelho.

a. Fortalecimento de pólos de concentração de Empresas do terciário superior - serviços de apoio às Empresas.

b. Qualificação e expansão dos serviços públicos numa perspectiva de cobertura integral do concelho.

c. Atracção, diversificação e consolidação do comércio não básico.

d. Cobertura integral do concelho pelo comércio básico.

e. Aposta em nichos de actividade turística.

f. Incremento e diversificação das actividades associadas ao recreio, lazer e desporto.

1. Atracção e promoção de espaços de escritórios na sede do concelho e nas grandes zonas industriais infraestruturadas do concelho.

2. Reforço das actividades de formação e investigação, com vista à consolidação e inovação dos serviços de apoio à produção.

3. Fixação de serviços, equipamentos e comércio de apoio ao quotidiano.

4. Programa de incentivos à fixação de serviços de apoio às famílias e pessoas e de comércio de qualidade, em particular no centro cívico da Maia.

5. Desenvolvimento de serviços públicos e equipamentos de apoio à infância e aos jovens e de apoio às famílias jovens e aos seus filhos (rede pré - escolar), nomeadamente serviços de saúde:•localização preferencial dos serviços públicos na cidade da Maia, com vista ao reforço da sede de concelho;•localização de serviços públicos nos aglomerados secundários, com vista ao reforço dos centros já existentes.

6. Promoção de zonas comerciais:•no interior dos aglomerados urbanos;•no que respeita ao comércio não básico, privilegiar a sede de concelho. Relativamente ao comércio básico privilegiar as pequenas centralidades, numa lógica de unidades de vizinhança;•nas zonas de transição residencial/industrial (comércio por grosso – unidades comerciais que necessitem de grandes dimensões, congruentes com os lotes industriais e cuja actividade seja compatível com a zona industrial).

7. Desenvolvimento do turismo rural, enquadrado numa estratégia de ordenamento paisagístico.

P1P2P3

MG11MG14

1.1.2Desenvolvimento do sector secundário no concelho e fortalecimento do parque industrial existente.

a. Qualificação e diversificação da estrutura industrial e do perfil de especialização funcional.

b. Concentração nos espaços industriais das unidades industriais potencialmente poluentes e / ou geradoras de tráfego pesado.

c. Aumento da atractividade do espaço industrial, melhorando os serviços e a qualidade do espaço exterior e edificado das zonas industriais.

d. Incremento dos níveis de tratamento e reciclagem de efluentes, líquidos ou gasosos,

1. Reestruturação dos parques industriais no sentido de acomodar maior diversidade de unidades produtivas.

2. Implementação de um programa faseado de relocalização de algumas unidades industriais dispersas.

3. Avaliação das condições dos serviços de utilização comum nas zonas industriais.

4. Melhoria da gestão dos sistemas de tratamento dos efluentes industriais, incentivando a adopção crescente de soluções conjuntas

P1P2P3P21P22

MG3MG15MG16MG17

085estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

1. MODELO TERRITORIAL

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

1.1Activida-de Econó-mica

bem como dos resíduos industriais, com particular destaque para os resíduos tóxicos.

e. Atracção de indústrias pouco poluentes e “amigas do ambiente”.

f. Incentivo ao funcionamento das indústrias em “círculo”, promovendo a reutilização e reciclagem de produtos e matérias primas.

1.1.3Desenvolvimento do sector primário e preservação da actividade agrícola tradicional.

a. Valorização do mosaico diversificado de ocupações do território e salvaguarda de uma agricultura de enquadramento das áreas urbanas, compatibilizando usos tradicionais com novas vocações habitacionais e industriais.

b. Aposta na agricultura de abastecimento local e regional (lacticínios, hortícolas e pomares).

c. Promoção da agricultura a nível nacional e para exportação (floricultura).

1. Programa de incentivos à agricultura biológica, promovendo a reabilitação por patamares de integração, recorrendo a medidas de compensação de custos e de divulgação e marketing.

2. Promoção e certificação da actividade pecuária em regime extensivo com pastos ao ar livre.

3. Incentivo à vocação horto - frutícola nas áreas de elevada aptidão.

4. Apoio a programas de reconversão de quintas e unidades agrícolas para complemento de actividades de turismo rural, turismo de negócios, espaços festivos, (à semelhança da Quinta da Gruta e do Museu da Lavoura).

5. Fomento dos sectores paralelos de apoio à agricultura.

P7P9P13P14

MG12

1.2Estrutura territorial

1.2.1Reforço e consolidação do concelho da Maia no âmbito da AMP (nível 1 do modelo de concentração descen -tralizada).

Contribuição para a consolidação da área metropolitana.

a. Diminuição da dependência face ao concelho do Porto.

b. Promoção da sustentabilidade metropolitana.

c. Qualificação do quadro de vida dos cidadãos.

1. Fortalecimento do tecido industrial.

2. Aposta numa imagem diferenciada do espaço metropolitano.

3. Aposta na qualificação da rede de serviços e equipamentos.

4. Promoção da competitividade territorial.

P1P2P3P4

MG3MG15MG16

1.2.2Crescimento e consolidação da cidade da Maia (nível 2 do modelo de concentração descentralizada)

Reforço do

a. Sustentação das dinâmicas demográficas através da manutenção da capacidade de atracção residencial, ao nível dos novos residentes.

b. Fomento da coesão e consolidação de espaços intersticiais com base numa gestão urbanística consistente.

1. Qualificação da habitação, em particular pela definição de adequados padrões de localização residencial, e pela qualificação das envolventes.

2. Aumento das densidades de ocupação nas zonas centrais, e estabelecimento de gradientes nos coeficientes de ocupação do solo (transição equilibrada para o espaço rural).

P5P6P10P14

MG11MG19

086estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

1. MODELO TERRITORIAL

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

1.2Estrutura territorial

concelho através consolidação da cidade da Maia.

c. Articulação do conjunto das freguesias da Maia/Vermoim//Gueifães, no sentido do reforço da cidade da Maia.

d. Promoção da eficiência do metabolismo urbano, com base no conceito de cidade compacta.

3. Intervenção ao nível do sistema de transportes colectivos que viabilize o reforço da cidade da Maia e permita o desenvolvimento harmonioso das periferias, e a acessibilidade aos serviços e equipamentos do concelho.

1.2.3Estruturação e consolidação interna dos restantes aglomerados urbanos do concelho (nível 3 do modelo de concentração descentra-lizada).

Reforço da cidade da Maia pela consolidação da estrutura urbana concelhia.

a. Contenção de novas frentes urbanas.

b. Consolidação da nucleação e estruturação de núcleos existentes, nomeadamente Castêlo da Maia e Pedras Rubras – Ponte Moreira (V.N.Telha) e sua articulação com o núcleo urbano da Maia.

c. Consolidação das freguesias de Pedrouços e Águas Santas duplamente polarizadas (Porto e Maia).

1. Gestão urbanística orientada para a valorização da tipologia dominante do lote de ocupação unifamiliar, mantendo coeficientes de ocupação baixos nos aglomerados secundários e assegurando uma transição adequada para espaços de natureza rural.

2. Qualificação da habitação promovendo espaços envolventes e contrariando a emergência de focos residenciais nos novos nós viários da rede supra - municipal.

3. Intervenção ao nível do sistema de transportes colectivos que viabilize o reforço da cidade e permita o desenvolvimento harmonioso das periferias, e a acessibilidade aos serviços e equipamentos do concelho.

P5P9P10

MG19

1.3Acessibi-lidades

1.3.1Desenvolvimento de um sistema de transportes eficiente.

a. Reforço do papel dos transportes colectivos, com destaque para o transporte público.

b. Promoção de ligações em anel, vias perpendiculares aos percursos radiais predominantes na rede pública, particularmente na ligação das freguesias mais periféricas como S. Pedro de Fins.

c. Promoção da utilização de modos de transporte mais amigos do ambiente, assegurando uma melhoria nos consumos energéticos.

d. Melhoria da articulação do sistema de transportes na rede viária.

e. Melhoria das relações de acessibilidades versus mobilidade dos centros urbanos às redes de equipamentos e espaços verdes.

1. Articulação do serviço dos STCP e Operadores privados.

2. Promoção de um sistema de transporte público do núcleo de Castêlo da Maia (confluência das freguesias da Barca, Gemunde e Santa Maria de Avioso), reforçando a consolidação do núcleo urbano da Maia e contribuindo para a estruturação interna dos aglomerados secundários.

3. Reforço do transporte público de ligação de Pedras Rubras ao centro urbano da Maia.

4. Incremento da articulação modal, desenvolvimento das interfaces de transportes e de uma política de estacionamento, criação de corredores BUS e de circuitos para bicicletas e peões.

P4P5P6P8P9P19

MG9

1.3.2Beneficiação da rede viária, tendo em vista a cobertura total do concelho e a melhoria da

a. Hierarquização da rede viária localizada no concelho.

b. Promoção da construção de malhas viárias assentes sobre as vias principais.

1. Separação do tipo de utilização das vias principais e secundárias, insistindo em particular na segregação do tráfego pesado da circulação urbana de ligeiros.

2. Intervenção generalizada na

P4P16

MG1MG2

087estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

1. MODELO TERRITORIAL

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

1.3Acessibi-lidades

qualidade das infraestruturas.

c. Requalificação da rede municipal de estradas. d. Desenvolvimento de uma política de estacionamento automóvel para o concelho.

e. Promoção da segurança da circulação.

construção e qualificação de passeios e arruamentos, em particular naqueles onde se pretende incentivar a circulação pedonal.

3. Aumento e qualificação dos meios de circulação, com especial incidência nos percursos pedonais (“percursos natureza”), de modo a encurtar distâncias no que respeita à relação dos aglomerados populacionais com os equipamentos e espaços verdes municipais.

4. Organização e criação de parques de estacionamento nos aglomerados urbanos, especialmente nos centros de encontro social (igrejas, capelas, juntas de freguesias) e nas suas periferias, associados a equipamentos e espaços verdes.

088estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

2. AMBIENTE URBANO

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

2.1Qualidade do ambiente

2.1.1Garantia da efectiva cobertura e a qualidade do sistema de saneamento básico, ao nível de:

a. Abastecimento de água.

a. Promoção de uma política de consumos mais equilibrada.

b. Promoção do controlo e monitorização da qualidade do sistema.

1. Controlo da qualidade da água e do serviço prestado numa óptica de gestão.

2. Constituição de uma base de dados com indicadores de gestão e da qualidade do serviço prestado.

3. Desenvolvimento de um sistema de informação do consumo de água e sensibilização para a sua poupança.

MG4

b. Recolha e tratamento de águas residuais.

a. Desenvolvimento de uma rede separativa e alargamento da cobertura da rede de águas pluviais. b. Despoluição e recuperação do Rio Leça e seu ordenamento paisagístico.

c. Controlo da poluição hídrica verificada ao longo das principais ribeiras do concelho.

1. Definição de uma rede de bacias de retenção, capazes de assegurar uma maior segurança em situações de cheia.

2. Detecção e eliminação de todas as descargas poluentes ilegais de grande e pequena dimensão existentes ao longo do Rio Leça e principais ribeiras do concelho, nomeadamente as Ribeiras do Arquinho e do Leandro.

P11

MG1MG2MG3MG4

c. Recolha, tratamento e deposição final dos resíduos sólidos.

a. Promoção da recolha selectiva de resíduos sólidos e alargamento do sistema existente.

b. Implementação de uma verdadeira política dos três Rs: Recuperar, Reciclar e Reutilizar.

1. Alargamento dos programas em curso à totalidade do território do concelho.

2. Desenvolvimento de novos produtos resultantes do processamento dos resíduos.

3. Promoção de processos e actividades de reciclagem.

4. Informação ao consumidor dos resultados e custos reais de funcionamento do sistema – sensibilização.

MG4

2.1.2Controlo dos níveis de ruído nos espaços urbanos.

a. Controlo do ruído na zona envolvente ao aeroporto (e aeródromo).

b. Controlo do ruído ao longo das principais vias rodoviárias e ferroviárias.

c. Controlo do ruído no espaço urbano.

1. Redefinição das frentes de expansão urbana e das correspondentes ocupações e funções - restrições nos processos de loteamento e urbanização.

2. Introdução de medidas de redução dos níveis de ruído, nomeadamente através da instalação de barreiras acústicas.

3. Introdução de medidas de gestão de tráfego com repercussões nos níveis de ruído.

P8P10P16

MG4MG5

2.1.3Controlo da qualidade do ar.

a. Controlo da qualidade do ar na zona envolvente ao aeroporto.

b. Controlo da qualidade do ar ao longo das vias de circulação.

1. Promoção da utilização de modos de transporte ambientalmente menos nocivos e incremento da atractividade dos diferentes modos de transporte público.

2. Criação de barreiras e

P8P10P15P16

MG4MG13

089estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

2. AMBIENTE URBANO

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

2.1Qualidade do ambiente

c. Controlo da qualidade do ar nas unidades industriais.

d. Controlo da qualidade do ar no espaço urbano.

cortinas verdes, em particular no atravessamento de áreas urbanizadas.

3. Imposição de restrições aos níveis de poluição dos efluentes gasosos, que tenham em conta a capacidade de carga do meio envolvente, a natureza das unidades instaladas e o volume de efluentes produzido no conjunto.

4. Redefinição das frentes de expansão urbana na sua articulação espacial com os geradores de poluição atmosférica.

5. Proposta de relocalização de unidades industriais com elevados níveis de poluição atmosférica.

2.2Estrutura Verde Urbana

2.2.1Definição de uma rede de espaços verdes públicos e melhoria do conforto ambiental do espaço urbano.

a. Promoção da continuidade da estrutura verde concelhia no interior do tecido urbano.

b. Promoção, beneficiação e requalificação de espaços verdes públicos em todos os aglomerados do concelho.

c. Criação de um grande parque urbano para o concelho.

1. Criação de espaços verdes associados a sistemas de utilização mistos (ligação da produção e protecção à função recreativa - terrenos agrícolas inseridos no parque verde público).

2. Criação de espaços verdes de recreio e de fruição social nos centros urbanos com particular atenção às zonas sociais e residenciais.

3. Criação de espaços verdes nas futuras zonas de expansão urbana, especialmente nas zonas residenciais.

4. Criação de espaços verdes de enquadramento e integração paisagística de edifícios e equipamentos (desportivos, industriais, aeroporto, aeródromo).

5. Defesa dos espaços verdes privados, através do estabelecimento de regulamentos apropriados, no sentido de salvaguardar a sua presença na estrutura verde contínua.

6. Reformulação da estrutura verde arbórea de áreas e/ou arruamentos e arborização de zonas carenciadas.

7. Melhoria dos serviços municipais de apoio ao planeamento e gestão dos espaços verdes do concelho.

P7P8P12

MG7MG12

2.2.2Promoção da biodiversidade e do equilíbrio ecológico do espaço urbano

a. Salvaguarda e reabilitação dos valores biofísicos, ambientais e patrimoniais no contexto urbano e peri - urbano.

1. Promoção das funções de protecção a recursos naturais em espaço urbano e peri - urbano, englobando linhas de água e outras zonas de fragilidade ecológica e ambiental a preservar.

P7P11P12

MG12

090estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

2. AMBIENTE URBANO

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

2.3Desenho Urbano

2.3.1Melhoria da qualidade do espaço público.

a. Recuperação da dinâmica das unidades morfológicas urbanas existentes (praças, ruas, largos, recintos, etc.) na sua dimensão funcional e na sua legibilidade (valorização do seu papel na rede de espaços públicos).

b. Dignificação dos espaços públicos de transição e de articulação no tecido urbano.

c. Aumento da atractividade dos centros urbanos através da reanimação, promoção e pluralidade de espaços exteriores de sociabilidade, de fruição recreativa, lúdica, cultural e de enquadramento.

d. Reabilitação e criação de espaços exteriores de enquadramento ao edificado com vista à dignificação e reforço da sua importância no contexto urbano e peri - urbano (ex. Juntas de Freguesias, igrejas, capelas).

e. (Re)definição bidimensional e tridimensional da envolvente edificada dos espaços públicos (equilíbrio da configuração volumétrica dos espaços públicos).

f. Melhoria das condições de conforto e de segurança do peão, ao nível do espaço da rua.

g. Subordinação às unidades morfológicas urbanas, hierárquica e gradualmente, das actividades e dos modos de tráfego.

1. Promoção da liberdade de uso do espaço público e da diversidade de actividades (culturais, comerciais, recreio, encontro, etc.).

2. Reformulação e reabilitação funcional, estética e ambiental dos espaços exteriores de referência urbana (ex. largos de igrejas, praças, ruas, alamedas).

3. Promoção de políticas de gestão e manutenção urbana no que diz respeito à ocupação (temporária ou não) dos espaços expectantes dos aglomerados urbanos e peri - urbanos.

4. Qualificação do espaço - rua no que respeita à reformulação de perfis de rua, aos pavimentos, iluminação, equipamento urbano, ordenamento do estacionamento existente e aumento de superfícies arborizadas (ao longo do espaço urbano e em especial em redor de escolas e equipamentos desportivos).

5. Criação de espaços exteriores nos interiores de quarteirão e zonas residenciais.

6. Valorização dos movimentos pedonais através da promoção:• dos interfaces (criação e ligação estratégica);• dos modos de transporte adequados;• das acessibilidades às áreas pedonais favorecendo o acesso dos transportes públicos e a localização adequada das paragens.

7. Criação de estacionamento necessário nas imediações das áreas pedonais.

P9P10P16

MG1MG6MG10MG11MG20

2.3.2Preservação, reabilitação e recuperação do parque edificado

a. Dignificação do edificado de referência (edifícios com valor patrimonial, arquitectónico e histórico, igrejas, edifícios de Juntas de Freguesia, entre outros) conferindo-lhe maior protagonismo e visibilidade no contexto urbano.

b. Ampliação do contributo da Arquitectura Paisagista na articulação do edificado.

c. Salvaguarda e protecção dos registos patrimoniais de interesse arquitectónico ou paisagístico.

d. Promoção da qualidade do edificado do parque industrial e respectivos espaços exteriores.

1. Variação da imagem compositiva nos espaços envolventes aos edifícios por forma a corrigir dissonâncias e a assegurar uma correcta integração urbana.

2. Aumento da dinâmica de grupo de edifícios / combate ao carácter residual, amorfo e monótono das áreas edificadas.

3. Correcção de descontinuidades do edificado.

4. Congruência do desenho dos polígonos de implantação dos edifícios e da geometria das parcelas.

5. Valorização da imagem do edificado em consonância com as especificidades culturais dos espaços ou lugares.

6. Reabilitação das fachadas e interiores de edifícios e do espaço

P9P14

MG19MG20

091estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

2. AMBIENTE URBANO

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

2.3Desenho Urbano

exterior adjacente.

7. Promoção de políticas de gestão e manutenção urbana no que diz respeito aos edifícios devolutos que contribuem para a degradação estética e social do espaço urbano (edifícios habitacionais, comerciais, unidades fabris).

8. Promoção de normas e directrizes com vista à qualidade arquitectónica dos edifícios industriais e espaços exteriores.

2.3.3Tratamento das interfaces urbana / peri - urbana / rural e integração urbana e arquitectónica das diversas tipologias de ocupação urbanas.

a. Promoção da coesão urbana (formal, funcional, social e visual).

b. Valorização do sentido de composição unitária do edificado.

c. Combinação de gradientes e morfologias dos espaços edificados na aproximação aos remates urbanos e sua articulação com os espaços rurais envolventes.

d. Requalificação urbana e paisagística das zonas de transição: residencial/industrial, urbano/rural.

e. Reorganização do parque habitacional que se encontra disperso através de uma política de gestão urbana e integração paisagística adequada.

1. Estruturação da rede viária à escala e hierarquia bem detalhada.

2. Atribuição de centralidade aos antigos aglomerados/lugares no uso da (nova) rede.

3. Controlo da segmentação funcional e espacial, tipos de nós e de ligações viárias. Desbloqueio de estrangulamentos viários.

4. (Re)equipamento das diferentes áreas com mobiliário urbano adequado.

5. Requalificação urbana na combinação de gradientes e morfologias do edificado nas zonas peri-urbanas, ao nível residencial, comercial e também industrial.

6. Recuperação dos eixos perspécticos urbanos como elementos de coesão visual nas áreas de transição (aumento da capacidade da rede de suporte ao tecido urbano).

7. Combinação dos espaços residenciais com áreas vocacionadas para usos industriais.

8. Intervenção ao nível da integração paisagística e da requalificação de espaços comerciais, acessibilidades, circuitos pedonais e estacionamento nas zonas de interface.

9. Promoção de projectos de integração paisagística adequados nos processos de licenciamento e de loteamento, planos de urbanização e pormenor (p.e. utilização de espécies de porte adequado no sentido de promover um equilíbrio de escalas no espaço urbano e rural).

P8P9P10P16P21P22

MG6MG15MG17MG18

092estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

2. AMBIENTE URBANO

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

2.3Desenho Urbano

2.3.4.

Identidade Urbana: fortalecimento da identidade, da autonomia e da competitividade do concelho e melhoria da qualidade de vida.

a. (Re)definição dos padrões de organização espacial do concelho, especialmente na sua relação com os arquétipos arquitectónicos.

b. Reforço da paisagem cultural pela atribuição de significados aos lugares.

c. Promoção da escala mental dos lugares.

d. Reforço da identificação dos indivíduos com o meio.

e. Enriquecimento da vivência urbana.

f. Desenvolvimento de um serviço social, em parceria com o sector privado.

g. Desenvolvimento de um serviço de saúde, especializado ou não, em parceria com o sector privado e articulado com a preservação das áreas rurais do concelho.

1. Exploração dos conceitos de escala e de dimensão como potenciais instrumentos para a garantia da identidade dos espaços (efeito superlativo).

2. Aumento do valor vocativo (e histórico) do desenho das componentes urbanas (aplicação nas diferentes componentes de materiais com forte identidade local - mobiliário urbano, remates visuais, etc.) por forma a definir uma paisagem cultural identificável: desenho do espaço público que crie ou revitalize lugares com profundo significado.

3. Reforço da ligação dos lugares mais carismáticos com a sua envolvente (“projectar” de fora para dentro as qualidades intrínsecas dos elementos e qualidades envolventes – significado, representatividade, legibilidade, relevância, eloquência, memória, etc.). 4. Estímulo à participação das comunidades ou grupos na gestão e manutenção dos espaços onde vivem.

5. Atribuição ao espaço, através do desenho, da capacidade de abrigar diferentes experiências, memoráveis e significantes.

6. Promoção da vida cultural ao ar livre e do uso dos equipamentos e espaços públicos do concelho.

7. Promoção de programas de educação ambiental.

P7P11P19P20

MG11MG20

093estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

3. ORDENAMENTO PAISAGÍSTICO

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

3.1Recursos Naturais

3.1.1.Protecção e Salvaguarda dos Recursos Hídricos.

a. Recuperação e salvaguarda da rede hidrológica do concelho.

b. Ordenamento biofísico das margens dos cursos de água.

1. Protecção dos leitos dos cursos de água, galerias ripícolas e faixas amortecedoras: demarcação dos leitos de cheia máxima e respectivas faixas de protecção.

2. Contenção da expansão urbana em áreas de máxima infiltração.

3. Promoção da infiltração das águas no subsolo assegurando a permeabilidade da camada superficial.

P11

MG1MG2

3.1.2.Política de conservação do solo.

a. Controlo da impermeabilização generalizada dos solos.

b. Controlo dos processos de erosão acelerada.

1. Controlo efectivo da pressão urbanística em áreas de aptidão agrícola.

2. Execução da decapagem e acondicionamento prévios do solo vegetal em todas as obras que impliquem escavações.

3. Fomento do uso de pavimentos permeáveis ou semi - permeáveis com condições de conforto e segurança.

P7

MG15

3.1.3.

Reforço e valorização da vegetação.

a. Definição de um contínuo natural.

b. Fomento da biodiversidade.

c. Promoção da identidade do concelho pelo incremento do uso de material vegetal.

1. Diferenciação do uso da vegetação em ambientes urbano e rural.

2. Salvaguarda dos maciços arbóreos e fomento e consolidação de orlas arbóreo - arbustivas.

3. Promoção do revestimento vivo de manutenção fácil e reduzida.

4. Reforço dos percursos do Leça, do Arquinho e Leandro com vegetação ripícola e marginal e da presença dos corredores verdes propostos.

P7P12

MG2MG12

3.2Activida-de agro--florestal

3.2.1.Valorização das potencialidades agrícolas do concelho da Maia e preservação da memória agrícola da paisagem cultural.

a. Articulação da agricultura em áreas urbanas (de carácter familiar), com o incremento da agricultura de abastecimento local e regional (lacticínios, hortícolas e pomares) e promoção da agricultura de âmbito nacional e para exportação (floricultura).

b. Consolidação das manchas REN e RAN para protecção das áreas de aptidão elevada.

c. Reabilitação de espaços incultos ou abandonados.

d. Manutenção da biodiversidade genética e da memória das paisagens.

1. Valorização do mosaico diversificado e salvaguarda da agricultura em áreas urbanas (logradouros, hortas sociais).

2. Promoção da agricultura biológica: reabilitação por patamares de integração e medidas de compensação de custos.

3. Manutenção e valorização das sebes de compartimentação dos campos agrícolas características do concelho.

4. Recuperação da pecuária em regime extensivo com pastos ao ar livre e certificação dos produtos.

5. Intercâmbio com escolas e centros de 3ª idade no domínio da Educação Ambiental.

6. Reconversão das áreas agrícolas incultas e de sequeiro em Parques Temáticos Municipais.

P7P13

MG12

094estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

3.2Activida-de agro--florestal

3.2.2.Recondução das matas e áreas de produção florestal e mitigação dos riscos de incêndios e fogos florestais.

a. Consolidação e regeneração das matas climácica e paraclimácica.

b. Aproveitamento das potencialidades florestais de mais valia a médio e longo prazo.

c. Estabelecimento de corredores verdes contínuos que compreendam em simultâneo objectivos de produção e de protecção.

d. Controlo dos processos de erosão acelerada.

1. Restabelecimento das galerias ripícolas e incentivo à plantação de espécies associadas às linhas de água.

2. Aposta nas matas mistas de condução ajardinada e fomento do uso múltiplo.

3. Apoio à reconversão de povoamentos de espécies de crescimento rápido para espécies indígenas e de proveniência local.

4. Medidas e regulamentos de promoção das técnicas silvícolas de povoamentos mistos e cortes selectivos.

5. Consolidação das manchas florestais e de orlas das matas.

6. Protecção dos maciços arbóreo - arbustivos, em zonas declivosas.

7. Medidas de prevenção a incêndios.

8. Defesa contra inundações e erosão acelerada.

9. Incentivo à reciclagem e utilização energética dos sub - produtos florestais (desperdícios).

P7P11P18

MG12MG18

3.3Patrimó- nio edificado e Valores da Paisagem

3.3.1.Salvaguarda e consolidação dos núcleos peri - urbanos e de ambiente rural.

a. Salvaguarda da leitura das centralidades e fronteiras dos aglomerados rurais.

b. Reforço do sentido de orientação nos espaços rurais.

c. Dotação de serviços a nível local.

d. Definição de perímetros urbanos de contenção para áreas urbanas, peri - urbanas e rurais.

1. Promoção do efeito silhueta: pontos de referência nas torres de igreja e núcleos tradicionais, e a gradação das densidades e volumetrias do tecido edificado.

P9

MG6MG17

3.3.2.Integração paisagística do edificado e das vias de circulação rodoviárias e ferroviárias.

a. Integração das novas edificações na paisagem.

b. Integração paisagística das linhas de alta tensão.

c. Integração paisagística das vias de circulação rodoviária e ferroviária.

1. Desvio do tráfego de pesados dos núcleos rurais.

2. Redefinição da sinalética e do atravessamento de pessoas.

3. Estabelecimento de corredores verdes e cortinas arbóreas de enquadramento às vias de circulação e às novas urbanizações para minorar efeitos de ruído, ventos e poluição visual.

P9P15P21

MG13

3. ORDENAMENTO PAISAGÍSTICO

095estratégia

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

3. ORDENAMENTO PAISAGÍSTICO

Sectores Objectivos estruturantes Linhas de actuação Medidas de actuação Pro-

jectos

3.3Patrimó- nio edificado e Valores da Paisagem

3.3.3.

Valorização dos cenários da paisagem cultural.

a. Valorização do património cultural.

b. Salvaguarda da estrutura fundiária e do mosaico diversificado de agricultura e tecido urbano com matas envolventes.

c. Valorização dos cenários florestais que envolvem a Maia.

d. Salvaguarda dos pontos de vista panorâmica.

e. Manutenção da rede de circuitos tradicionais para o recreio e lazer.

f. Recuperação de áreas degradadas pelo abandono ou exploração de inertes.

1. Preservação dos pavimentos, dos muros em pedra natural e dos sistemas de rega tradicionais: levadas, caleiras, poços e tanques, e das sebes de compartimentação dos campos agrícolas.

2. Valorização e manutenção das matas que envolvem o tecido urbano.

3. Salvaguarda e reabilitação dos pontos de vista panorâmica com cuidados ao nível das novas edificações e dos painéis publicitários e integração paisagística de linhas de alta tensão.

4. Recuperação e definição de percursos: pedonais, equestres e de bicicleta na linha do que é proposto pela (CMM) circuito dos moinhos, caminhos do romano.

5. Promoção dos planos de recuperação de pedreiras para parques urbanos e espaços desportivos.

P7P9P14P17P18P19P20

MG12MG19

096estratégia

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proposta

Projectos de intervençãoMedidas genéricas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº1

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Serviços de apoio à produção.

1. Crestins - especialização na área de

transportes, logística e distribuição.

2. Castêlo da Maia - especialização no sector

têxtil e estamparia.

3. Norte da Cidade da Maia - especialização no

sector da gráfica / design / editorial.

4. Área mista de apoio à produção agrícola.

5. Maia II - serviços no sector agro - alimentar

e distribuição.

6. Cidade da Maia – Serviços Financeiros.

1.1.1.; 1.1.2.; 1.2.1.

1.1.1. – a; 1.1.2. – a; 1.2.1. – a, b.

1.1.1. – 1; 1.1.2. – 1; 1.2.1. – 1, 2, 3, 4.

Não existem espaços desta natureza no

concelho da Maia, apesar do modelo de

actividade económica existente.

Criação de áreas de serviços de apoio à

produção, especializadas em diferentes

sectores produtivos, criando incentivos

à fixação de determinadas tipologias de

serviços, e tirando partido de algumas das

estruturas empresariais já presentes no

terreno.

P2, P3, P4, P8, P13.

MG16.

1

CMM, Associações Empresariais, Instituições

Públicas associadas à actividade económica.

099propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

N

0 1000 2000

área industrial - pdm

área de armazenagem - pdm

área exclusivamente de serviços - pdm

área de serviços - proposta

1-6 numeração das áreas a afectar

100propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº2

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Criação de zonas mistas residência/serviços.

1. Pedras Rubras/Moreira - Ligação ao

Aeroporto (hotel executivo, centro

de informação/reuniões, centro de

telecomunicações).

2. Junto à Zona Industrial Maia I.

3. A Norte da cidade da Maia.

4. A Sul da cidade da Maia.

1.1.1.; 1.1.2.; 1.2.1.

1.1.1. – a, c; 1.1.2. – c; 1.2.1. – a, b.

1.1.1. – 1, 3, 5; 1.1.2. – 1,3; 1.2.1. – 1, 2, 3,

4.

Ausência de espaços deste tipo de concepção

de raiz.

Criação de zonas de ocupação funcional

mista, incentivando a fixação de residência e

de serviços qualificados, quer de serviços às

empresas quer de apoio aos residentes.

P1, P4, P5, P6, P10, P13.

MG14, MG15, MG16.

2

CMM, Associação Empresarial.

101propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

área industrial - pdm

área de armazenagem - pdm

área exclusivamente de serviços - pdm

área de serviços - proposta

1-4 numeração das áreas a afectar

N

0 1000 2000

102propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº3

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Relocalização - reconversão industrial.

1. Serração no Castêlo da Maia.

2. Unidades industriais no tecido urbano em

Pedrouços.

3. Indústria poluente na Maia II.

4. Matadouro.

1.1.2.; 1.2.1.

1.1.2. – b, c; 1.2.1. – b.

1.1.2. – 2; 1.2.1. – 1.

Encontram-se localizadas ao longo da Ribeira

do Arquinho, no leito de Cheia.

Relocalização e consequente reconversão

destas unidades de serviços e industriais para

locais próprios, existentes no concelho.

P1, P10, P21.

MG11, MG16, MG19.

1.

CMM, Empresas objecto da relocalização,

DRARN.

103propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

área industrial - pdm

área de armazenagem - pdm

área exclusivamente de serviços - pdm

unidades industriais a relocalizar

1-4 numeração das áreas a afectar

N

0 1000 2000

104propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº4

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Sistema de Interfaces.

1. Interface de Crestins (rodo - ferroviário,

ligação a Leixões e ao aeroporto,

estacionamento).

2. Parque de estacionamento do nó IC24 /

EN14 (Norte).

3. Parque de estacionamento do Parque

urbano da Maia.

4. Parque de estacionamento do nó IP1 / IP4

(Pedrouços).

5. Parque de estacionamento Nogueira /

Milheirós (área de armazenagem).

1.2.1.; 1.3.1.; 1.3.2.

1.2.1. – b, c; 1.3.1. – e; 1.3.2. – e.

1.2.1. – 2, 4; 1.3.1. – 4; 1.3.2. – 4.

Com excepção do parque de estacionamento

do Centro Cívico da cidade da Maia, verifica-se

uma carência generalizada de locais próprios

de estacionamento no Concelho.

Criação de um sistema de interfaces de

transporte no concelho, promovendo a

adequada articulação dos diferentes modos

em presença.

P1, P2, P5, P6, P8, P10, P15.

MG1, MG9.

2.

CMM, CP, APDL, ANA, IEP, Metro, STCP,

empresas de carris, de taxis e transportes.

105propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

área industrial - pdm

área de armazenagem - pdm

área exclusivamente de serviços - pdm

sistemas de interface

1-5 numeração das áreas a afectar

N

0 1000 2000

106propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº5

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Transporte por eléctrico – ligação aeroporto

/ Ermesinde (projecto já em estudo na CMM)

– alterações de traçado.

1. Ligação aeroporto / Ermesinde.

2. Aeroporto – Pedras Rubras – Moreira – centro

da Maia.

3. Extensão da rede ao Castêlo da Maia com

ligação ao centro da cidade da Maia.

4. Criação de paragens de apoio ao Parque

urbano da Maia.

5. Extensão da rede ao centro cívico de Águas

Santas, no Alto da Maia.

1.2.2.; 1.2.3.; 1.3.1.

1.2.3. – b; 1.3.1. – a, b, c, e.

1.2.2. – 3; 1.2.3. – 3; 1.3.1. – 2, 3.

Existe uma proposta na Câmara Municipal da

Maia, não existindo ainda uma data prevista

para a sua realização

Propõe-se uma linha idêntica à proposta pela

Câmara Municipal da Maia, alargando a sua

cobertura ao Castêlo da Maia e assegurando

boas ligações ao Parque Urbano.

P2, P4, P6, P7, P8, P10, P11, P15.

MG13.

1

CMM, STCP, Metro, Operadores privados.

107propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

linha eléctrico - CMM

linha caminho de ferro - existente

linha metro - prevista

linha eléctrico - proposta

paragens de apoio ao Parque Urbano da

Maia

N

0 1000 2000

108propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº6

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Linhas de transporte colectivo periféricas.

1. Ligação Crestins – Pedras Rubras

2. Ligação Vila Nova da Telha – Pedras Rubras.

3. Ligação Vilar do Senhor – Pedras Rubras.

4. Ligação “Avioso” – Pedras Rubras / Moreira.

5. Ligação dos núcleos a norte do IC24

(Arquinho - IP1) ao Castêlo da Maia.

6. Ligação Vilar de Luz – Águas Santas.

7. Ligação Maia II – Águas Santas

1.2.2.; 1.3.1.

1.2.2. – c, d; 1.3.1. – a, b, c, d, e.

1.2.2. – 3; 1.3.1. – 1, 2, 3.

Estão asseguradas algumas ligações radiais

assentes no Porto, sendo necessário

desenvolver carreiras que assegurem as

ligações internas do concelho.

Assegurar a ligação das freguesias periféricas,

em particular dos aglomerados rurais aos

centros hierarquicamente superiores e destes

à cidade da Maia, assegurando adequados

níveis de acessibilidade a toda a população

e evitando a duplicação de equipamentos e

serviços. Assegurar uma boa cobertura de

transportes melhorando o transporte escolar.

P2, P4, P5, P7, P10, P16.

MG9, MG10.

2.

CMM, STCP, Operadores privados.

109propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

linhas de transporte colectivo periféricas

1-7 numeração das áreas a afectar

N

0 1000 2000

110propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº7

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Criação de Parques urbanos.

1. Parque Urbano da Cidade da Maia.

2. Parque Urbano Moreira / Pedras Rubras

3. Parque Urbano Avioso / Castêlo da Maia

4. Parque Millenium

5. Country Club

6. Entrada da cidade da Maia (Nascente da

EN14)

7. Entrada da cidade da Maia (Poente da EN14)

8. Mte. da Caverneira

9. Mte. de Sto. António

10. Mte. de S. Miguel, o Anjo

11. Mte. Gonçalão

12. Mte. da Sra. da Hora

13. Mte. de Sta. Cruz

1.1.3; 2.2.1; 2.2.2; 2.3.4; 3.1.2; 3.1.3;

3.2.1; 3.2.2; 3.3.3.

1.1.3. – a; 2.2.1. – a, b, c; 2.2.2. – a; 2.3.4.

– e; 3.1.2. – a; 3.1.3. – a, b, c; 3.2.1. – a, b,

c, d; 3.2.2. – a, c, d; 3.3.3. – c, e.

1.1.3. – 4; 2.2.1. – 1, 2; 2.2.2. – 1; 2.3.4.

– 6; 3.1.2. – 1, 5; 3.1.3. – 1, 2, 4;

3.2.2. – 1, 2, 3; 3.3.3. – 2, 4.

Carência generalizada no que diz respeito à

existência de espaços verdes com carácter

de recreio e lazer. Parque dos Moutidos em

construção e Parque do Avioso em fase de

concurso.

Proposta de espaços verdes de utilização

colectiva, com carácter de recreio e lazer, na

linha do que tem vindo a ser desenvolvido pela

Câmara Municipal. Propõe-se a concretização

de alguns dos projectos para espaços verdes já

elaborados.

P5, P6, P10, P11, P12, P18, P19, P20, P21.

MG1, MG2, MG7, MG 12,MG18.

1.

CMM, DRARN.

111propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

linhas de água

espaços verdes propostos

1-13 numeração das áreas a afectar

moinhos

espaços verdes existentesN

0 1000 2000

112propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº8

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Enquadramento paisagístico do Aeroporto

Francisco Sá Carneiro.

Zona de interface ao longo dos limites

Nascente e Poente do aeroporto

1.3.1; 2.1.2; 2.1.3; 2.2.1; 2.3.1; 2.3.3.

1.3.1 – d; 2.1.2 – a; 2.1.3 – a; 2.2.1 – a, b;

2.3.1 – b, e, f, g; 2.3.3 – a, b, d.

1.3.1 – 4; 2.1.2 – 2, 3; 2.1.3 – 2; 2.2.1 – 4;

2.3.1 – 4; 2.3.3 – 3, 4;

Ausência de uma correcta integração urbana e

paisagística no espaço urbano e rural em que

se insere o aeroporto.

Criação de espaços verdes de enquadramento

e integração paisagística de edifícios e

equipamentos na envolvente ao aeroporto.

Criação de barreiras acústica e visual,

tratamento do edificado e do espaço exterior

público.

P1, P2, P4, P5, P15.

MG1, MG5, MG13, MG15, MG16, MG17.

2.

CMM, IPE, ANA.

113propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

integração paisagística do aeroporto

N

0 1000 2000

114propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº9

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Conservação e reabilitação do património

edificado.

Disperso pelo território concelhio

1.1.1.; 1.2.3.; 2.3.1.; 2.3.2.; 2.3.3.

1.1.1. – e; 1.2.3. – c; 2.3.1. – d; 2.3.2. – a,

e; 2.3.3. – d.

1.1.1. – 7; 1.2.3. – 1; 2.3.1. – 2, 7; 2.3.2.

– 1, 2, 5, 6; 2.3.3. – 2, 9.

O património edificado existente no concelho

encontra-se já identificado (informação

fornecida pela CMM), sendo necessário um

estudo pormenorizado do seu estado de

conservação, com vista à sua preservação e

qualificação.

Exigências de conservação de fachadas,

jardins, eiras e elementos característicos nas

casas de quintas e aglomerados, mesmo nos

casos onde existem já loteamentos em curso

nos espaços envolventes. Proposta de estudos

de enquadramento.

P10, P11, P13, P14, P20.

MG6, MG11.

1

CMM, Fórum, IPPAR, DRAOT.

115propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

conservação e reabilitação do património

edificado

proposta de zona de paisagem protegida

- Vilar de Luz

moinhos N

0 1000 2000

116propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº10

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Alteração de níveis e tipologia de utilização

definidos no PDM.

1. Vila Nova da Telha (2/3).

2. Nó IC24 / IC1(baixar para nível 3 ou

desafectar).

3. Desafectação da zona urbanizável a norte

do IC24, entre a Ribeira do Arquinho e o IP1.

4. Reforço do índice no Castêlo da Maia.

5. Pedras Rubras / Moreira / Guardeiras.

6. Subida dos níveis no centro urbano da

cidade da Maia. Criação de um nível superior e

generalizar o nível 1.

7. Desafectar zona de nível 2 no Parque

urbano da Maia proposto.

8. Subida dos níveis no Alto da Maia (centro

urbano de Águas Santas).

9. Subida dos níveis no centro urbano de

Pedrouços.

1.2.2.; 1.2.3.; 2.1.2.; 2.1.3.; 2.3.1.; 2.3.3.

1.2.2. – a, b, c, d; 1.2.3. – a, b, c; 2.1.2. – c;

2.1.3. – d; 2.3.1. – a, b; 2.3.3. – c, d, e.

1.2.2. – 1, 2; 1.2.3. – 1, 2; 2.1.2. – 1; 2.1.3.

– 4; 2.3.1. – 2, 3; 2.3.3. – 5, 7, 9.

Construção ao longo das vias estruturantes do

concelho.

Verifica-se a existência de espaços

intersticiais não ocupados nos aglomerados

urbanos.

Emergência de algumas tipologias de

construção em altura em situações não

desejáveis (ex. nós de vias estruturantes)

Processo de revisão do PDM.

P2, P3, P4, P5, P6, P7, P9, P15, P16.

MG7, MG10, MG11, MG12, MG14,MG20.

1.

CMM.

117propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

N

0 1000 2000

118propostas

área predominantemente residencial

(nível 1) - pdm

área predominantemente residencial

(nível 2) - pdm

área predominantemente residencial

(nível 3) - pdm

descida do coeficiente de utilização

- proposta

1-3 numeração das áreas a afectar

subida do coeficiente de utilização - pro-

posta

4-9 numeração das áreas a afectar

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº11

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Requalificação das margens e leitos das linhas

de água.

Rio Leça.

Castêlo da Maia.

Ribeira do Arquinho.

Ribeira do Leandro.

2.1.1.; 2.2.2.; 2.3.3.; 2.3.4.; 3.1.1.;

3.1.2.; 3.1.3.; 3.2.2.; 3.3.3.

2.1.1. – d, e; 2.2.2. – a; 2.3.3. – c, d, e;

2.3.4. – b; 3.1.1. – a, b; 3.1.2 .– a, b; 3.1.3.

– a, b, c; 3.2.2. – c, d; 3.3.3. – e.

2.1.1 – 4, 5; 2.2.2. – 1; 2.3.3 – 9; 2.3.4. – 3,

4, 7; 3.1.1. – 1, 2, 3; 3.1.2. – 1;

3.1.3.– 1, 2, 3, 4; 3.2.2. – 1, 2, 3; 3.3.3. – 4.

As linhas de água do concelho encontram-se

bastante descaracterizadas, evidenciando

construção nos seus leitos e margens,

descargas de poluentes e ausência de uma

integração paisagística.

Criação de faixas de protecção e intervenção

para requalificação da margens e leitos, sua

despoluição e ligação aos espaços agrícolas e

florestais do concelho.

P5, P7, P9.

MG1, M4, MG18.

1.

CMM, SMAS, INAG, DRARN.

119propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

linhas de água

faixa de protecção às linhas de água

N

0 1000 2000

120propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº12

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Preservação de matas e elementos arbóreos

com interesse conservacionista.

Disperso pelo território concelhio.

2.2.1.; 2.2.2.; 2.3.4.; 3.1.3.; 3.2.2.; 3.3.3.

2.2.1. – a; 2.2.2. – a; 2.3.4.– b; 3.1.3. – a, b,

c; 3.2.2. – a, b, c; 3.3.3. – a, c.

2.2.1. – 1, 3; 2.2.2. – 1; 2.3.4. – 4; 3.1.3.

– 2, 4; 3.2.2. – 4, 5, 6; 3.3.3. – 2.

Existência de matas e conjuntos arbóreos

dispersos pelos aglomerados urbanos do

território concelhio, ameaçados pela expansão

urbana verificada.

Preservação e requalificação de matas

e conjuntos arbóreos com interesse,

pela importância que desempenham na

consolidação da estrutura verde concelhia.

P7

MG1, MG2, MG12, MG16, MG15.

2.

CMM, DRARN, ICN.

121propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

reforço e valorização da vegetação

N

0 1000 2000

122propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº13

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Espaços de agricultura biológica.

Norte do IC24, entre a Ribeira do Arquinho e

o IP1.

1.1.3.; 3.2.1.

1.1.3. – b; 3.2.1. – a, b, c, d.

1.1.3. – 1, 5; 3.2.1. – 2, 3, 4.

Inexistência de uma actividade agrícola,

voltada para a produção de produtos

biológicos com expressão económica.

Criação de uma associação de produtores

numa zona demarcada, que aposte na

produção de produtos alimentares de grande

qualidade, com base num sistema de produção

da chamada agricultura biológica.

P1, P2, P9.

MG2, MG12.

2.

CMM, Produtores locais, DR Agricultura,

DRARN.

123propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

espaços de agricultura biológica

N

0 1000 2000

124propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº14

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Programas de valorização de quintas e

unidades agrícolas.

Freguesias rurais.

1.1.1.; 1.1.3.; 1.2.2.; 2.3.2.; 3.3.3.

1.1.1. – e, f; 1.1.3. – a, b, c; 1.2.2. – d;

2.3.2. – a, b, c; 3.3.3. – a

1.1.1. – 7; 1.1.3. – 4; 1.2.2. – 1; 2.3.2. – 7;

3.3.3. – 1.

As quintas e unidades agrícolas tendem

a desaparecer e a serem absorvidas pela

expansão urbana.

Conservar a unidade entre património agro -

florestal e edificado.

P7, P9.

MG11.

2.

CMM.

125propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

reabilitação de quintas e unidades

agrícolas

N

0 1000 2000

126propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº15

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Integração paisagística da rede viária e linhas

de caminho de ferro.

Vias estruturantes principais e secundárias e

linhas de caminho de ferro do concelho.

2.1.3.; 3.3.2.

2.1.3. – b; 3.3.3. – c.

2.1.3. – 2; 3.3.3. – 3.

Ausência de uma integração paisagística

consistente e contínua ao longo das principais

vias de comunicação concelhia e vias urbanas

dos aglomerados, com excepção da cidade da

Maia.

Criação de faixas de protecção e

enquadramento das vias estruturantes do

concelho e criação de corredores verdes,

constituídos por árvores de alinhamento, ao

longo das vias urbanas.

P4, P5, P10, P21.

MG1, MG2, MG10, MG13, MG17.

2.

CMM, IEP, BRISA.

127propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

integração paisagística

vias rodoviárias estruturantes do conce-

lho:

secundárias

principais

linhas de caminho de ferro

N

0 1000 2000

128propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº16

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Reconversão da rede viária.

1. Integração urbana da EN13 a Norte do IC24.

2. Integração urbana da EN14 até Castêlo da

Maia.

3. Alteração da rede viária em Milheirós /

Nogueira.

1.3.2.; 2.1.2.; 2.1.3.; 2.3.1.; 2.3.3.

1.3.2. – a, b, d, f; 2.1.2. – b, c; 2.1.3. – b, d;

2.3.1. – b, f; 2.3.3. – d.

1.3.2. – 1, 2; 2.1.2. – 2, 3; 2.1.3. – 2, 4;

2.3.1. – 4; 2.3.3. – 1, 8.

Vias muito congestionadas em espaços

urbanos. Justaposição de tráfego ligeiro e

pesado.

Volume significativo de tráfego de

atravessamento com destino essencialmente

ao Porto.

Reformulação do perfil de rua, com vista a

transformar vias com carácter estruturante no

concelho, em vias urbanas.

P6, P10.

MG3, MG13.

1.

CMM, IEP, BRISA.

129propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

área industrial - pdm

área de armazenagem - pdm

área exclusivamente de serviços - pdm

reconversão da rede viária

proposta alternativa para a circulação de

pesados

N

0 1000 2000

130propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº17

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Reabilitação de áreas de exploração de inertes

1. Pedreira de Monte do Xisto.

2. Saibreira de Vilar de Luz.

3.3.3.

3.3.3. – f.

3.3.3. – 3, 5.

Feridas a céu aberto, previsão do fim da

exploração.

Consertar um plano de recuperação antes do

fim da exploração.

P21.

MG18.

2.

DRA, CMM, CCRN, Empresas.

131propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

reabilitação de áreas de exploração de

inertes

1. Pedreira do monte do Xisto

2. Saibreira de Vilar da Luz

N

0 1000 2000

132propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº18

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Recondução de áreas florestais

Limite Norte e Nascente do território

concelhio.

3.2.2.; 3.3.3.

3.2.2. – a, b, c, d; 3.3.3. – a, b, c.

3.2.2. – 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9; 3.3.3. – 2.

Explorações em regime de monocultura,

práticas de corte raso, corta - fogos

desadequados.

Promoção de programas de apoio à

reconversão de povoamentos de espécies de

crescimento rápido para espécies autóctones

e à consolidação das manchas florestais e das

orlas das matas.

Promoção da implementação de políticas

silvícolas de povoamento misto e cortes

selectivos.

P11, P12.

MG3, MG12.

2.

CMM, DGF, DRA.

133propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

recondução de áreas florestais

N

0 1000 2000

134propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº19

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Requalificação de pontos de vista panorâmica.

Parque de Moreira da Maia, igreja em Gondim,

Vilar de Luz.

2.3.4.; 3.3.3.

2.3.4. – b; 3.3.3. – a, d.

2.3.4. – 3, 5; 3.3.3. – 3.

Não aproveitamento das potencialidades

do concelho, ao nível dos pontos de vista

panorâmicos sobre a paisagem maiata.

Valorização dos pontos de vista panorâmicos,

qualificação dos miradouros.

P7, P20, P21.

MG15, MG17, MG18.

2.

CMM, Associações de Defesa do Património.

135propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

pontos de vista panorâmicos

N

0 1000 2000

136propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº20

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Definição de uma rede de percursos de fim–de-

semana.

Bacia do Arquinho, pontos de vista panorâmicos,

espaços verdes urbanos, património edificado.

1.1.1.; 1.3.1.; 1.3.2.; 2.3.4.; 3.3.3.

1.1.1. – f; 1.3.1. – e; 1.3.2. – d, f; 2.3.4. – b,

d; 3.3.3. – a, e.

1.1.1. – 7; 1.3.1. – 4; 1.3.2. – 3; 2.3.4. – 6 ;

3.3.3. – 4.

Inexistência de uma rede de percursos pedonais,

com vista à valorização e recuperação dos

valores paisagísticos e biofísicos do concelho.

Criação de percursos pedonais temáticos de fim-

de-semana, numa perspectiva de valorização

dos recursos paisagísticos e biofísicos (Bacia

do Arquinho, pontos de vista panorâmicos,

parques verdes urbanos); do património

edificado (moinhos, engenhos de água, quintas

pedagógicas e agrícolas); do ambiente rural

(recuperação dos caminhos tradicionais).

Aproximação dos aglomerados urbanos ao

espaço rural do concelho.

P7.

MG3, MG12, MG13.

1.

CMM, Associações de Defesa do Património,

Associações Culturais e Recreativas; Escolas de

equitação.

137propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

linhas de água

parque verde

património edificado

moinhos

rede de percursos de fim de semana

N

0 1000 2000

138propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº21

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Integração urbana e paisagística nas zonas de

fronteira.

Franjas de fronteira indústria / residência e

indústria / rodovias.

1.1.2.; 2.3.3.; 3.3.2.

1.1.2. – 3; 2.3.3. – 8; 3.3.2. – 3.

Existência de descontinuidades, intrusões

visuais / dissonâncias, conflitos de ocupação

do solo nas transições indústria / residência e

indústria / vias.

Clarificação dos valores estruturantes do

tecido urbano, combinação de gradientes

e morfologias dos espaços edificados na

aproximação aos seus remates, e regeneração

urbana e paisagística das transições indústria /

residência e indústria / vias.

P3, P15, P19.

MG17.

1.

CMM.

139propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

franja de fronteira indústria/residência

franja de fronteira indústria/rodovias

área predominantemente residencial

(nível) 1 - pdm

área predominantemente residencial

(nível) 2 - pdm

área predominantemente residencial

(nível) 3 - pdm

área industrial - pdm

área de armazenagem - pdm

área exclusivamente de serviços - pdm

N

0 1000 2000

140propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

PROJECTO Nº22

Título:

Localização:

Objectivos estruturantes:

Linhas de actuação:

Medidas de Intervenção:

Situação actual:

Intervenção:

Projectos relacionados:

Prioridade:

Entidades envolvidas:

Integração urbana e paisagística nas zonas de

fronteira.

Franja de fronteira indústria / áreas verdes.

1.1.2.; 2.3.3.; 3.3.2.

1.1.2. – 3; 2.3.3. – 8; 3.3.2. – 3.

Existência de conflitos paisagísticos, ambientais

e funcionais nas áreas de transição entre a

indústria e os espaços verdes envolventes.

Articulação de gradientes e morfologias

dos espaços edificados, e requalificação

paisagística das franjas das áreas de fronteira

indústria / áreas verdes.

P17, P19.

MG18.

1.

CMM.

141propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

franja de fronteira indústria/áreas verdes

área predominantemente residencial

(nível) 1 - pdm

área predominantemente residencial

(nível) 2 - pdm

área predominantemente residencial

(nível) 3 - pdm

área industrial - pdm

área de armazenagem - pdm

área exclusivamente de serviços - pdm

N

0 1000 2000

142propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

1. Melhoria do sistema de drenagem de águas pluviais em articulação com uma rede de bacias

de retenção, capazes de assegurar uma maior segurança em situações de cheia, bacias estas

enquadradas quer nos equipamentos urbanos quer nos espaços verdes e espaços canal (lagos,

telhados, diques, zonas húmidas, parques de estacionamento).

2. Diminuição dos níveis de impermeabilização das vias urbanas e dos lotes, evitando problemas

de cheias e de águas de escorrência, através de um controlo mais eficaz dos materiais de

pavimentos e recobrimentos, e dos coeficientes de mobilização do solo.

3. Incentivo à construção de ETAR’s de utilização comum a várias unidades industriais, a

localizar nas respectivas áreas industriais.

4. Desenvolvimento de um programa de monitorização ambiental do concelho, através de uma

base de indicadores de controlo de qualidade do ambiente, em contínuo.

5. Conclusão da carta de ruído e promoção do respectivo zonamento concelhio, em articulação

com os instrumentos de planeamento territorial e, em particular, com a revisão do PDM.

6. Promover, de um modo generalizado, o arranjo do espaço público dos diferentes aglomerados

MEDIDAS GENÉRICAS

143propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

periféricos, de pequenas e médias dimensões.

7. Implementação de um programa de gestão dos diversos espaços verdes urbanos (praças,

largos, pequenos jardins), com vista à redução significativa dos seus elevados custos de

manutenção.

8. Integração paisagística das linhas de alta tensão, em particular em zonas de elevado valor

paisagístico identificadas no concelho, bem como em zonas de atravessamento de aglomerados

urbanos.

9. Criação de parques de estacionamento de apoio aos centros urbanos de pequena e média

dimensão, em articulação com a rede de transportes públicos.

10. Dotação de passeios e percursos pedonais junto a escolas e equipamentos desportivos, num

raio de pelo menos 500 metros, tendo em vista a segurança e o incentivo das deslocações a pé.

11. Desenvolvimento de uma política de gestão urbanística pró activa, orientada para a

reconversão dos espaços expectantes dos aglomerados. O que se pretende é colmatar e preencher

os vazios urbanos que muitas vezes se apresentam sob formas desqualificadas que em nada

contribuem para a segurança, a qualificação estética e social do espaço urbano.

12. Todas as áreas consideradas como verde urbano, para além das marcadas como parques

periféricos e espaços de usos colectivo associados aos aglomerados urbanos, deverão ser integrados

na estrutura verde do concelho como espaços de mata / floresta / agricultura.

13. Promoção de corredores de ar fresco, coincidentes com os corredores verdes, recorrendo a

vegetação que não obstrua a passagem do vento e o arejamento das áreas críticas.

14. Compatibilizar o comércio com o residencial, evitando horários vazios, logo de insegurança,

constitui outra linha de acção no âmbito da requalificação do ambiente urbano. Para tal, deverão

ser criadas políticas de gestão com vista ao estímulo ao comércio lojista de rua como forma de

manutenção do multiuso dos parques habitacionais.

15. Integração paisagística nas zonas de fronteira das áreas industriais, de armazenagem ou

mistas através do estabelecimento de cortinas verdes de protecção visual e de poluição sonora e

do ar. Estas cortinas deverão, tanto quanto possível, gozar da necessária diversidade de espécies

arbóreas e arbustivas por forma a estabelecer um gradiente métrico e cromático mais rico,

evitando a rigidez visual do efeito (geométrico) de barreira física (figura 14.1.) e contribuindo

para a redução dos efeitos nefastos do ruído e do vento (figura 14.2.).

Figura 14.1

Esquema do enquadramento paisagístico de cortinas verdes em zonas de fronteira das

áreas industriais

diversidade de espéciesarbóreas e arbustivas

lote industrialarmazenagem

2.202.20 7.00

144propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 14.2 Vegetação como filtro ao vento e ao ruído

espaço residencialespaço público

2.20 2.207.00 lote industrial / armazenagem

16. As acções de requalificação das zonas de transição industrial/residencial deverão

igualmente ser objecto de intervenção ao nível do desenho urbano e implementação de estruturas

verdes, nomeadamente desenvolver a estrutura de espaços exteriores públicos em simultâneo e

em concordância com os espaços destinados aos polígonos de implantação dos edifícios industriais

e dos edifícios residenciais (figura 14.3.).

17. Fomentar princípios e procedimentos interactivos de desenho urbano especialmente

eficazes para a requalificação das áreas de transição, através de operações de composição de

paisagem, como sejam, em particular, os princípios técnicos de projecto de arquitectura urbana

(enquadrar espaços, compartimentar a paisagem, conter vistas sobre os lotes industriais, entre

outros – figura 14.4.).

Figura 14.3 Relação esquemática entre os polígonos de implantação e a estruturados espaços exteriores

Edifícios de utilização singular ou mista

Indústria/armazenagem

Gradiente de espaços de transição

Estacionamento

Passeio

Poligno de implantação

vento

145propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 14.4

Aplicação de princípios técnicos de projecto de arquitectura urbana para a qualificação

do espaço urbano em áreas de transição

18. Desencadear operações de modelação do terreno especialmente vocacionadas para a

articulação das franjas de transição (regularização de pendentes, taludes e encostas, abertura

ou salvaguarda de espaços canais para a implantação de infraestruturas, devidamente articulados

com as espécies arbóreas das cortinas de protecção, criação de plataformas e resolução das suas

transições – figura 14.5.).

19. Pronunciar os valores estruturantes do tecido urbano, assegurando a continuidade das

componentes e dos espaços urbanos (composição de volumes v. s. espaços livres, criação de

sequências, ritmos e compartimentações, estabilização de fronteiras físicas / visuais, estimulação

de complementaridades físicas e de interdependências funcionais – figura 14. 6.).

Figura 14.5

Representação esquemática de hipótese de modelação do terreno especialmente

dirigida para as franjas de transição e aproveitando a topografia e fisiologia natural

do terreno

franja de transição cortina verde7.002.20 2.20

franja de transiçãoespaço residencial 7.002.20 2.20 lote industrial / armazenagem

espaço público

industrial / arm

azenagem industrial /

armazenagem

franja de transicçãofranja de transicção

passeiopasseio

estacionamento

estacionamento

hab

hab

hab

hab

acesso de camiões/outros

146propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

Figura 14.6 Articulação entre componentes estruturantes do tecido urbano – continuidade, ritmos vegetais, sequências, compartimentação v.s. abertura, etc.

A ∙Ritmos agrupados e alternados

B ∙Ritmos singulares

A+B ∙Dinâmica de ritmos na composição

urbana, pela selecção de espécies vegetais e a

sua geometria de implantação

20. Valorização da percepção do domínio público e da atractividade da imagem urbana,

conjugando a dimensão psicológica dos padrões espaciais com os gradientes funcionais da rede de

espaços públicos (criação de percursos inóspitos v. s. abertura de espaços, relações de proximidade

e de afastamento, construção do sentimento de passagem, introdução de graus de abertura e / ou

de encerramento dos espaços, ampliação dos valores didácticos e artísticos do espaço público e

indução de níveis de polivalência espacial, entre outros – figuras 14.7., 14.8., 14.9. e 14.10).

Figura 14.7 Gradação de opções para “estar” consoante as condições climáticas da morfologia de espaços propostos

espaço comercial espaçosemi-encerrado

espaço abertoplurifuncional

espaço de estadiacom criação de sombras

espaçosemi-privado

147propostas

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CONCELHO DA MAIA

utilização mistahab. / comércio

acesso /circulação

circulaçãoestadia

2.20 2.207.00

espaço público

espaço verde

Figura 14.8

Adaptação funcional de um espaço público a diferentes gradientes funcionais /

polivalência espacial

Figura 14.9

Esquema exemplificativo do alcance visual de um espaço livre e a sua parte pública

utilizável; realce das qualidades espaciais dos edifícios pela vegetação proposta

1 · Edifícios

2 ·Logradouros

Figura 14.10

Conjugação da percepção do domínio público com a dimensão psicológica dos

padrões espaciais da rede de espaços públicos (abertura, encerramento,

passagem, pluralidade de percursos e de canais perspécticos)

Percursos

Vista

Objectivo

Edifício

Espaços Verdes

Espaço livre percebido Espaço utilizável

148propostas

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