36
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS Curso de Especialização em Saúde da Família VALDENIR ALVES SOARES PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES NA COMUNIDADE SÃO JOSÉ SANTARÉM, PARÁ SANTARÉM - PA 2019

PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

Curso de Especialização em Saúde da Família

VALDENIR ALVES SOARES

PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES DO TRATO

URINÁRIO EM GESTANTES NA COMUNIDADE SÃO JOSÉ –

SANTARÉM, PARÁ

SANTARÉM - PA 2019

Page 2: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

VALDENIR ALVES SOARES

PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES DO TRATO

URINÁRIO EM GESTANTES NA COMUNIDADE SÃO JOSÉ –

SANTARÉM, PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Modalidade à distância, Universidade Federal do Pará, Universidade Aberta do SUS, para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientador (a): Prof. Dr. José Guilherme Wady Santos

SANTARÉM - PA 2019

Page 3: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

FOLHA DE APROVAÇÃO

VALDENIR ALVES SOARES

PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES DO TRATO

URINÁRIO EM GESTANTES NA COMUNIDADE SÃO JOSÉ –

SANTARÉM, PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial à obtenção do

título de Especialista, Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade

Aberta do SUS, Universidade Federal do Pará, pela seguinte banca examinadora:

Conceito: __________________ Aprovado em: ____/ ____/ ____

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________ Prof. Dr. José Guilherme Wady Santos. Orientador

__________________________________________________ Prof. titulação (Dr./Me/Esp.), nome. Instituição

Page 4: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

Dedico este trabalho à minha família, que

esteve sempre ao meu lado,

compartilhando das minhas angústias e

incertezas, me incentivando com palavras

cheias de amor e esperança.

Page 5: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelas incontáveis bênçãos e proteção sempre

presentes em minha vida.

À minha mãe Teresina Araújo Soares pelo amor incondicional.

Ao meu saudoso pai João Alves de Macêdo, in memorian.

Aos meus amados irmãos, em especial à minha irmã Ivanete Alves Soares

cujo apoio me motivou a continuar nesta jornada.

Aos primos, tios e sobrinhos, e toda minha família que tem sido meu suporte

nos bons e maus momentos.

À equipe da Unidade de Saúde São José, pelo apoio e incentivo diários.

Aos meus amigos, pelo carinho sempre constante.

Às participantes deste estudo que acolheram este projeto e aceitaram dividir

suas experiências.

A todos os professores do curso de Especialização em Saúde da Família

oferecido pela Universidade Aberta do SUS, pelos conhecimentos compartilhados.

Ao meu orientador Prof. Dr. José Guilherme Wady Santos, pela paciência e

inúmeras contribuições na construção deste estudo.

Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram com a realização deste

trabalho.

Muito obrigada!

Page 6: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

“O médico que traz amor e caridade aos

doentes, se for bom, gentil, instruído e

hábil, ninguém poderá ser melhor do que

ele."

Girolamo Savonarola

Page 7: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

RESUMO A Infecção do Trato Urinário (ITU) é definida como invasão e propagação de bactérias, desde a uretra até os rins, que levam a lesões teciduais e atinge principalmente as mulheres. É a terceira intercorrência clínica mais comum na gestação, acometendo de 10% a 12% das gestantes, além de causar complicações em cerca de 20% das gestações, responsáveis ainda por 10% dos internamentos durante a gravidez. Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do trato urinário (ITU) em gestantes da comunidade São José, município de Santarém, Pará. Fez-se pesquisa bibliográfica, com busca de artigos nas bases de dados da LILACS e do SciELO com os descritores Gestantes, Doenças da via Urinária e Infecção do Trato Urinário. Profilaxia para maior fundamentação do plano de ação que se baseou no Planejamento Estratégico Situacional (PES). Todas as participantes foram informadas das finalidades do projeto e o processo de coleta de dados foi efetuado mediante concordância e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados através das entrevistas individuais e pela análise de prontuários. Foram enfatizadas ações educativas entendendo a gestante como indivíduo ativo no processo de aprendizagem. Das gestantes participantes 61% estão na faixa etária de 26 a 30 anos, 50% são pardas, 46% concluíram o Ensino Fundamental, 50% são donas de casa, 80% com renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos, 92% com companheiro fixo 65% com número de gestações entre 1 e 2. Após a realização das atividades educativas 100% das gestantes compreenderam os conceitos da ITU, os riscos da doença durante a gravidez para a mãe e o bebê, e as formas de prevenção e cuidados profiláticos. O processo educativo desenvolvido em atividades em grupos proporcionou às gestantes a possibilidade do autoconhecimento, onde a troca de experiências vividas no seu cotidiano oportunizou seu aprendizado e desenvolvimento pessoal.

Palavras-chave: Gestantes; Doenças da Bexiga Urinária; Infecção do Trato Urinário.

Page 8: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

ABSTRACT

Urinary Tract Infection (UTI) is defined as invasion and spread of bacteria, from the urethra to the kidneys, which leads to tissue damage and mainly affects women. It is the third most common clinical complication in pregnancy, affecting 10% to 12% of pregnant women, besides causing complications in about 20% of pregnancies, responsible for 10% of hospitalizations during pregnancy. In the community, 18 of the 26 pregnant women registered Urinary Tract Infection, so the objective of this project was to prevent urinary tract infections (UTIs) in pregnant women from the São José community, in the city of Santarém, Pará. LILACS and SciELO databases with the descriptors: Pregnant Women; Urinary Bladder Diseases; Urinary Tract Infection. Prophylaxis for further grounding of the action plan that was based on Situational Strategic Planning. All participants were informed of the project's objectives and the data collection process was done through agreement and signing of the Informed Consent Term. Data were collected through individual interviews and medical records analysis. Educational actions were emphasized, understanding the pregnant woman as an active individual in the learning process. Among the pregnant women, 61% are between the ages of 26 and 30, 50% are brown, 46% complete primary school, 50% are housewives, 80% have family income between 1 and 2 times the minimum wage, 92% 65% with a number of pregnancies between 1 and 2. After the educational activities, 100% of the pregnant women understood the concepts of UTI, the risks of illness during pregnancy for the mother and the baby, and the forms of prevention and prophylactic care . The educational process developed in activities in groups gave to the pregnant women the possibility of self-knowledge, where the exchange of experiences lived in their daily life, facilitated their learning and personal development. Key words: Pregnant Women; Urinary Bladder Diseases; Urinary Tract Infection.

Page 9: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – UBS São José – Planalto. Pag. 21

Figura 2 – Imagem de satélite da Comunidade São José, Pará. Pag. 22

Figura 3 – Representação gráfica do tempo de gravidez das

gestantes cadastradas na UBS São José. Pag. 26

Page 10: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – População segundo faixa etária e sexo na área de

abrangência da UBS. Pag. 22

Tabela 2 – Distribuição das gestantes segundo variáveis

sociodemográficas selecionadas. Pag. 25

Tabela 3 – Distribuição das gestantes segundo variáveis obstétrico-

ginecológicas selecionadas. Pag. 27

Tabela 4 – Distribuição das gestantes segundo conhecimento sobre

Infecção Urinária na gravidez. Pag. 28

Tabela 5 – Ocorrência de Infecção Urinária nas gestantes

participantes. Pag. 29

Tabela 6 – Avaliação do conhecimento sobre Infecção Urinária na

gravidez após realização de atividades educativas. Pag. 31

Page 11: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS Atenção Primária à Saúde

BA Bacteriúria assintomática

eAB Equipe de Atenção Básica

EACS Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde.

eSF Equipe de Saúde da Família

IBGE Instituto de Geografia e Estatística

IR Infecção renal

ITU Infecção do trato urinário

ITUS Infecção do trato urinário sintomática

UBS Unidade Básica de Saúde

MS Ministério da Saúde

PAISM Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher

SUS Sistema Único de Saúde

Page 12: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

1.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 16

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 18

2.1. OBJETIVOS GERAIS ......................................................................................... 18

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 18

3. METODOLOGIA ................................................................................................... 19

3.1. IMPLICAÇÕES ÉTICAS ..................................................................................... 19

3.2. DELINEAMENTO DO ESTUDO ......................................................................... 19

3.3. POPULAÇÃO DE ESTUDO ............................................................................... 20

3.4. VARIÁVEIS ....................................................................................................... 23

3.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................................... 23

4. RESULTADOS ...................................................................................................... 25

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 32

6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 33

APENDICE

Page 13: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

13

1. INTRODUÇÃO

A Infecção do Trato Urinário (ITU) é definida como invasão e propagação de

bactérias, desde a uretra até os rins, que levam a lesões teciduais (POLETTO; REIS,

2005; DUARTE et al., 2008; MULLER et al., 2008; SALCEDO et al., 2010). Constitui

uma das principais causas de consulta na prática médica, perdendo apenas para as

infecções respiratórias, representam a infecção bacteriana mais comum na

gestação. Na maioria das pacientes a infecção parece estar confinada ao trato

urinário baixo. É a terceira intercorrência clínica mais comum na gestação (SCOTT,

2000).

Nos Estados Unidos, essas infecções são responsáveis por 8,3 milhões de

visitas médicas anualmente e correspondem ao segundo sítio mais comum de

infecção na população em geral (FERREIRA, 2017).

No Brasil, aproximadamente 50% a 70% das mulheres apresentam ao menos

um episódio de ITU durante a vida e, em 20% a 30% delas ocorrem episódios

recorrentes (GUPTA et al., 2001; LEVY, 2004).

Na vida adulta, há um aumento da incidência de ITU no gênero feminino

decorrente da atividade sexual, do período gestacional ou da menopausa

(HEILBERG; SCHOR, 2003; JACOCIUNAS; PICOLI, 2007; NISHIURA; DEMILIE et

al., 2008; HEILBERG, 2009).

O desenvolvimento de infecções urinárias se dá por meio das transformações

anatômicas e fisiológicas que ocorrem no trato urinário durante a gravidez. A

compressão extrínseca dos ureteres e a redução da atividade peristáltica provocada

pela progesterona provocam dilatação progressiva das pelves renais e dos ureteres.

Estas mudanças, junto com o aumento do débito urinário, levam à estase urinária

que, juntamente com outros fatores, predispõe à infecção (CAMARGO, 2005).

A infecção do trato genital se associa à do trato urinário, tanto pelas

modificações anatômicas e funcionais dessa região, decorrentes da gestação,

quanto pelas modificações no pH e na flora vaginais. Muitas vezes, esse tipo de

infecção é assintomática, o que pode resultar em problemas maternos e fetais,

especialmente a ruptura prematura de membranas amnióticas, o parto pré-termo e a

consequente prematuridade (NARCHI; JANICAS; FERNANDES, 2007). Além desses

fatores, durante a gestação ocorre redução da capacidade renal de concentrar a

urina, diminuindo sua atividade antibacteriana e há também mudança para um pH

Page 14: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

14

mais alcalino que favorece o crescimento bacteriano, principalmente da Escherichia

coli que figura como responsável pela grande maioria dos casos (BAUMGARTEN et

al., 2011).

Um dos fatores de contribuem para a ocorrência de ITU é a baixa adesão à

medicação e medidas profiláticas, devido à indisponibilidade de remédios da UBS;

renda familiar baixa ou ausência de informação quanto aos riscos da doença.

Para evitar os casos graves de ITU, o Ministério da Saúde (MS) recomenda a

realização de dois exames de urina durante o pré-natal: o primeiro exame deve ser

solicitado na primeira consulta e o outro exame por volta da trigésima semana de

gestação (BRASIL, 2012). O conjunto do atendimento habilitado, diagnóstico

precoce, seguido de terapêutica adequada e imediata, é imprescindível durante a

assistência pré-natal para evitar o comprometimento do prognóstico materno e

gestacional (FIGUEIREDO; GOMES, CAMPOS, 2012).

Outro fator de ocorrência da doença é a dificuldade na realização do exame

diagnóstico e de controle. A análise mais utilizada para o diagnóstico de infecção

urinária é o exame simples de urina, também conhecido como sumário de urina e

urinálise (FEITOSA; SILVA; PARADA, 2009).

Tal infecção atinge principalmente as mulheres, devido ao curto comprimento

da uretra, ausência de secreção prostática, gravidez e fácil contaminação do trato

urinário com flora fecal, pela maior proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal,

favorecendo a proliferação de bactérias neste sítio anatômico. Assim, durante a

gestação, especificamente, as mulheres passam por uma série de alterações, tanto

por causa emocional quanto física e fisiológica, que as tornam mais vulneráveis às

ITU. Esta é a terceira intercorrência clínica mais comum na gestação, acometendo

de 10% a 12% das gestantes, também complicam cerca de 20% das gestações e

são responsáveis por 10% dos internamentos durante a gravidez. (NOGUEIRA;

MOREIRA, 2006).

Esta infecção pode contribuir para a mortalidade materno-infantil. O espectro

clínico de ITU é muito amplo reunindo diferentes condições: Cistite onde a aderência

da bactéria à bexiga leva ao quadro de cistite bacteriana, ou infecção do trato

urinário “baixo”. A contagem de bactérias deveria permitir uma clara distinção entre

contaminação e infecção. Entretanto, a utilidade e consistência do critério de

bacteriúria significante como 105 unidades formadoras de colônias por mililitro

Page 15: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

15

(UFC/mL) para o diagnóstico de ITU tem sido frequentemente questionadas

(DUARTE, 2008).

Gestantes com acompanhamento e atenção pré-natal apresentam menos

doenças e o feto têm um melhor crescimento intrauterino, fatores que contribuem

para a redução da morbimortalidade materna e perinatal. Além disso, o número e a

qualidade das consultas realizadas pela gestante também estão diretamente

relacionados com melhores indicadores de saúde materno-infantil, ou seja, há um

resultado ação-efeito na atenção pré-natal (TAKEDA, 1993).

Dentre as várias atividades da assistência pré-natal, encontra-se a prevenção,

detecção precoce e tratamento adequado da infecção geniturinária, intercorrência

frequente durante a gestação, que acomete aproximadamente 10% das mulheres e

traz consequências tanto à gestante quanto ao feto (DUARTE, 2002).

As formas de apresentação da ITU na gestação podem ser divididas em duas

categorias: as ITUS assintomáticas, caracterizada pela bacteriúria assintomática

(BA), e as ITUs sintomáticas (ITUS), caracterizada pela cistite e pielonefrite, a última

também chamada de infecção renal (IR). Para diagnóstico de BA, é necessária a

presença de crescimento de bactérias na urocultura (MACLEAN, 2001). Sua

prevalência na gestação situa-se entre 2 e 10% e pode levar ao quadro de

pielonefrite em 25 a 35% dos casos (BRASIL, 2012).

O exame mais utilizado para o diagnóstico de bacteriúria e infecção urinária é

o exame simples de urina, também conhecido como sumário de urina e urinálise.

Este analisa a urina quanto à cor, densidade, aspecto, presença de leucócitos,

bactérias, sangue, glicose, urobilinogênio, bilirrubina, nitrito e sedimentos urinários.

Para esse diagnóstico provável, a literatura sugere que a presença de leucócitos,

hemácias e nitrito são bons indicativos de bacteriúria ou infecção urinária.

Entretanto, esses elementos são apenas sinais indiretos de inflamação, não sendo

precisos para o diagnóstico definitivo de bacteriúria significativa. Para a confirmação

de infecção urinária exige-se a cultura de urina, na qual o patógeno em crescimento

é isolado e quantificado (FEITOSA; SILVA; PARADA, 2009). Porém, a urocultura

não é disponibilizada de rotina na grande maioria dos serviços de pré-natal públicos.

A preocupação adicional para os profissionais responsáveis pela atenção pré-

natal é que, além da incidência aumentada de infecções sintomáticas entre grávidas,

justamente neste período, o arsenal terapêutico antimicrobiano e as possibilidades

profiláticas são restritas, considerando-se a toxicidade de alguns fármacos para o

Page 16: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

16

produto conceptual (embrião/feto e placenta). Por estes motivos, o diagnóstico

precoce, seguido de terapêutica adequada e imediata, é imprescindível durante a

assistência pré-natal (FIGUEIREDO; GOMES; CAMPOS, 2012).

A gestação acarreta diversas alterações anatômicas, fisiológicas e

bioquímicas na mulher. O profissional que acompanha a gestação deve ser apto a

reconhecer essas adaptações e mudanças normais e diferenciá-las de quaisquer

anormalidades. Esses cuidados destacam a identificação da gestante, a

implementação das medidas que assegurem um prognóstico materno fetal favorável

a prevenção e o diagnóstico dos problemas associados à gravidez (MELSON et al.,

2002).

Cabe aos profissionais de saúde que atuam na área de obstetrícia, bem como

toda a equipe da UBS estarem habilitados a reconhecer os riscos da ITU à gestante

e feto, priorizando medidas preventivas, mesmo quando considerados de baixo

risco.

1.1 JUSTIFICATIVA

A gestação deve ser encarada como uma experiência de vida saudável, com

mudanças no desenvolvimento fetal. É fenômeno fisiológico e, por isso, na maioria

dos casos, evolui sem maiores complicações. Essas mudanças envolvem a mulher

grávida e as pessoas envolvidas com ela, ou seja, os familiares e profissionais de

saúde (BRASIL, 2011).

Nesse período de vida feminina, uma patologia considerada de simples

tratamento, como a ITU, pode levar a complicações maternas, como celulite e

abcesso perinefrético, obstrução urinária, trabalho de parto pré-termo,

corioamniorrexe prematura, corioamnionite, endometrite, anemia, pré-eclâmpsia,

choque séptico, falência múltipla de órgãos e óbito. Também podem ser observadas

complicações perinatais, como prematuridade, infecção, leucomalácia

periventricular, falência múltipla de órgãos e óbitos (DUARTE et al., 2002;

FIGUEIRÓ-FILHO, 2009; GOIS; CRAVO; MENDES, 2010).

Nesse sentido, observa-se que o eixo prevenção de agravos tem um

importante papel na redução da ocorrência desse tipo de infecção na atenção

primária à saúde. Uma das estratégias que vem possibilitando essa prevenção,

Page 17: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

17

portanto, é a educação em saúde, que é incentivada por ações governamentais há

alguns anos, notadamente, a partir de 1984, com a criação do Programa de

Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) (BRASIL, 2011).

Quando nos voltamos para a realidade por nós vivenciada (Unidade Básica

de Saúde – UBS - São José, em Santarém-PA), observou-se que na UBS não há

sistematização do atendimento às gestantes e às pessoas com elas envolvidas. As

mesmas não recebem informações claras sobre as intercorrências que as ITUs

podem acarretar a elas e ao bebê. Ao verificar a incidência de ITU nesta UBS,

observamos que, de acordo com os registros, 18 das 26 gestantes cadastradas,

apresentaram infecção urinária, um número considerado relevante e, portanto, que

requer uma atenção especial e urgente.

Portanto, pelos aspectos até aqui apontados, este projeto de intervenção se

justifica não apenas pelo índice significativo de gestantes com ITU na comunidade,

mas também, e como consequência, pela necessidade de promover a informação

para as gestantes e suas respectivas famílias, a fim de sensibilizá-las sobre os

riscos da infecção urinária durante a gestação, oferecer cursos e capacitação aos

profissionais da saúde da UBS e buscar junto aos gestores públicos alternativos

para garantir o acompanhamento das pacientes bem como a realização de exames

complementares.

Page 18: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

18

2. OBJETIVOS

2.1- GERAL

Prevenir ITU em gestantes na área de abrangência da Unidade Básica de

Saúde – UBS - São José, em Santarém-PA

2.1- ESPECÍFICOS

Identificar e analisar o perfil das usuárias participantes do estudo, através das

variáveis sóciodemográficas.

Sensibilizar as gestantes sobre as complicações da ITU para a mãe e o bebê.

Proporcionar troca de experiências entre equipe e usuárias sobre o tema.

Habilitar os profissionais de saúde no manejo adequado da ITU em gestantes.

Page 19: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

19

3. METODOLOGIA

3.1 IMPLICAÇÕES ÉTICAS

Esta pesquisa está baseada na responsabilidade ética com o

desenvolvimento científico e social desde a escolha do tema, e também está

pautada no compromisso com a verdade e no profundo respeito às participantes

envolvidos. Com esta mesma eticidade, foi conduzido todo o processo de coleta,

análise das informações, produção das conclusões e publicação do relato da

pesquisa, visto que seus resultados têm implicações sociais, tanto no que diz

respeito à omissão quanto à divulgação dos mesmos.

Com o objetivo de proteger as participantes em seus direitos e assegurar que

os estudos fossem realizados de forma ética, esta pesquisa pressupôs,

necessariamente: respeitar as participantes em sua dignidade e autonomia;

ponderar riscos e benefícios; evitar ou reduzir ao máximo possíveis danos; ter

relevância social; ser justa e equitativa; não ser fútil e respeitar os direitos dos

participantes.

Dessa forma, as envolvidas receberam as informações do estudo de forma

clara, bem como a oportunidade de esclarecer dúvidas a qualquer momento.

Tiveram o tempo necessário para a tomada de decisão autônoma e liberdade de

recusa em participar do estudo, inclusive podendo se retirar do mesmo, a qualquer

momento, antes, durante e/ou ao seu final. Terão privacidade assegurada em todas

as fases do projeto. Todas as participantes foram informadas das finalidades do

projeto e o processo de coleta de dados será efetuado mediante concordância e

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os passos realizados

neste projeto seguiram a rotina de assistência e protocolos estabelecidos na atenção

primária a saúde.

3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Trata-se de estudo com abordagem qualiquantitativo. A elaboração do Projeto

de Intervenção utilizou o método do Planejamento Estratégico Situacional (PES)

Page 20: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

20

simplificado (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010), o qual permitiu a identificação dos

problemas.

Após a discussão dos mesmos, selecionou-se aquele enfocado no projeto de

intervenção, qual seja: o elevado número de gestantes com infecção do trato

urinário (ITU).

A partir desse detalhamento, iniciou-se o planejamento para operacionalização

das estratégias de enfrentamento. Foram analisados também os recursos

financeiros, organizacionais, cognitivos e políticos para realização das ações

propostas. A viabilidade do projeto foi analisada e os prazos e responsáveis

escolhidos.

Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases de dados da Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e do Scientific Electronic

Library Online (SciELO). Foram selecionados os artigos para produção da revisão

bibliográfica, a partir dos seguintes descritores: Gestantes; Doenças da Bexiga

Urinária; Infecção do Trato Urinário.

3.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO

Santarém está localizada na Mesorregião do Baixo Amazonas, Oeste do

Pará. Em 2018, sua população foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) em 302.667 habitantes, sendo então o terceiro município

paraense mais populoso, o sétimo mais populoso da Região Norte e o 83º mais

populoso município do Brasil. Ocupa uma área de 22 887,080 km², sendo que 97

km² estão em perímetro urbano (IBGE, 2018).

A UBS São José – Planalto (Figura 1) atende a Comunidade São José, que

está situada na região do planalto santareno da Rodovia Santarém-Cuiabá BR-163,

zona rural de Santarém.

É configurada como Unidade Básica de Saúde com Estratégia de Agentes

Comunitários de Saúde (EACS), composta por uma Equipe de Atenção Básica

(eAB), sendo uma médica, uma enfermeira, quatro agentes de saúde, duas técnicas

em enfermagem, uma administradora e uma auxiliar de serviços gerais. O horário de

funcionamento da Unidade é de segunda a sexta, das 07:00 às 16:00 horas com

acolhimento e atendimento diário da enfermagem diário. O atendimento médico é

Page 21: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

21

realizado de segunda à quarta e às sextas feiras. São agendadas consultas de

rotina, pré-natal, puericultura, retorno com resultado de exames, reavaliação de

pacientes com doenças crônicas, além do atendimento dos pacientes que vem de

livre demanda.

A instalação possui uma recepção e sala de espera, uma sala de arquivo e

registros, um consultório médico, uma sala de procedimento, uma sala de vacinas,

sala de esterilização, um depósito, um banheiro e uma cozinha.

Figura 1 – UBS São José – Planalto.

Fonte: SOARES (2019).

Após passarem pela recepção, os usuários são encaminhados à triagem da

equipe de enfermagem que realizam escuta qualificada e visão universal do mesmo.

Os casos são discutidos entre a enfermeira e a médica da unidade e aqueles que

não têm indicação de atendimento imediato são agendados para data mais próxima.

O tempo de espera médio para agendamento é de quatro dias.

As Agentes de Saúde são as principais fontes de solicitação de visita

domiciliar. A partir de seus encontros mensais com as famílias, estas funcionárias se

reportam à equipe, que agenda consulta da equipe de enfermagem às quintas a

tarde. A partir da consulta da Enfermeira esta indica a consulta médica domiciliar

que é realizada às sextas feiras pela manhã. As visitas são destinadas não apenas

Page 22: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

22

aos pacientes acamados, mas àqueles que apresentem alguma limitação física ou

mental que dificulte o acesso à unidade.

É responsabilidade da equipe a organização de grupos operativos; a

avaliação e troca de curativos; a coleta de sangue domiciliar e a aplicação de

medicação de urgência de acordo com o protocolo do município.

Especificamente, a Comunidade São José tem uma população de 2.275

habitantes, sendo 1.263 do sexo masculino e 1012 do sexo feminino (Tabela 1),

divididas em 592 famílias, com uma média de 3,8 pessoas por família.

Tabela 1 – População, segundo faixa etária e sexo, na área de abrangência da UBS. Faixa etária Masculino Feminino

Menos de 1 ano 25 14

1 a 4 anos 63 46

5 a 9 anos 187 173

10 a 14 anos 112 97

15 a 19 anos 127 114

20 a 49 anos 451 392

50 a 59 anos 197 65

60 anos + 101 111

Subtotal 1263 1012

Total 2275

Fonte: eSUSAB, Comunidade São José (2019).

Na comunidade (Figura 2) há uma escola, quatro igrejas católicas, uma igreja

evangélica e um convento. Não há banco, hospital, agência dos Correios nem clínica

privada. A telefonia celular tem boa cobertura, mas a telefonia fixa é limitada.

Figura 2 – Imagem de satélite da Comunidade São José.

Fonte: Google Maps (2019).

Page 23: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

23

A escolha da Infecção Urinaria nas grávidas como primeira prioridade foi

baseada ainda no seu alto grau de importância, já que ela interfere negativamente

nas principais morbidades que atingem as gestantes.

3.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO

Variáveis sociodemográficas:

Idade;

Cor;

Escolaridade;

Ocupação – referindo a atividade remunerada ou não;

Renda familiar.

Situação marital – referindo-se a companheiro fixo ou não. Variáveis obstétrico-ginecológicas:

Número de gestações anteriores;

Paridade;

Abortamentos;

Exames ginecológicos periódicos. Infecção Urinária na gravidez:

Conhecimento sobre infecção urinária;

Conhecimento sobre os riscos da infecção urinária na gravidez;

Exame de urina anterior à gestação atual;

Recebeu orientação sobre a coleta de urina;

Conhecimento sobre resultado do exame;

Realização de tratamento. 3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Os dados foram coletados através das entrevistas individuais e pela análise

de prontuários. Na entrevista individual, utilizou-se um questionário semiestruturado

com perguntas abertas e fechadas acerca da situação socioeconômica e obstétrica

da gestante participante (Apêndice I). Para a criação do banco de dados foi utilizada

a planilha eletrônica do programa Excel da Microsoft® – o que possibilitou a

organização dos dados em tabelas.

Page 24: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

24

Foram enfatizadas ações educativas entendendo a gestante como indivíduo

ativo no processo de aprendizagem. Nesse processo de educação é de fundamental

importância que se construa a autonomia dos educandos (gestantes), valorizando e

respeitando sua cultura e individualidade.

Page 25: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

25

4. RESULTADOS

Ao estudo das variáveis socioeconômicas foi possível observar que a maioria

da população estudada está na faixa etária de 26 a 30 anos, tendo concluído Ensino

Fundamental ou em curso, com uma renda familiar mensal de até dois salários

mínimos, provavelmente oriunda do marido ou companheiro, uma vez que a metade

das entrevistadas são donas de casa, ou seja, não possuem trabalho remunerado,

conforme (Tabela 2).

Tabela 2 – Distribuição das gestantes segundo variáveis sociodemográficas selecionadas.

IDADE N %

17 – 25 8 30,7 26 – 30 16 61,5

31 1 3,8 35 1 3,8

Total 26 100

COR N %

Branca 6 23 Parda 13 50 Preta 7 26,9 Total 26 100

ESCOLARIDADE N %

Ensino Fundamental Incompleto 6 23 Ensino Fundamental Completo 12 46,1

Ensino Médio Incompleto 3 11,5 Ensino Médio Completo 5 19,2

Total 26 100

OCUPAÇÃO N %

No lar 13 50 Estudante 2 7,6 Autônoma 7 26,9

Comerciária 3 11,5 Recepcionista 1 3,8

Total 26 100

RENDA FAMILIAR N %

≤ 1 salário 2 11,5 1 – 2 salários 21 80,7 ≥ 3 salários 2 11,5

Total 26 100

SITUAÇÃO MARITAL N %

Com companheiro fixo 24 92,3 Sem companheiro fixo 2 7,6

Total 26 100

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Os dados da Tabela 2 demonstraram, ainda, que 50% das gestantes se

autodeclaram da cor parda. A escolaridade variou entre ensino fundamental e

médio, onde algumas entrevistadas relataram que desistiram da escola após terem

Page 26: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

26

gravidez confirmada, outras duas, no entanto, continuam frequentando a escola e

pretendem concluir os estudos. Menos da metade das mulheres grávidas (46,1%)

concluiu o ensino fundamental e apenas 11% concluiu o ensino médio. A freqüência

de gestantes que moram com o companheiro foi de 92,3%. A renda familiar da

maioria das gestantes foi de 1 a 2 salários mínimos (80%).

Vale ressaltar, que o perfil socioedemográfico das gestantes atendidas na

rede de Atenção Primária à Saúde (APS) é em sua maioria caracterizado por menor

nível econômico e escolaridade baixa, e tais características são tidas como fatores

de risco para a ocorrência da infecção urinária na gravidez. (FONSECA; KALE,

SILVA, 2015).

A maioria das gestantes participantes (67%) encontrava-se no 2º trimestre de

gravidez (Figura 3).

Figura 3 – Representação gráfica do tempo de gravidez das gestantes cadastradas na UBS São José.

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Na Tabela 3 é possível observar que 53% das participantes apresentou de 1 e

2 gestações e 46% delas estava na primeira gestação. Em relação ao aborto, das 26

gestantes, duas tiveram 1 aborto. Somente 46% das gestantes cadastradas na UBS

declararam realizar acompanhamento ginecológico anual (consulta médica, exame

preventivo e exames complementares), as demais disseram que procuravam

atendimento médico somente em eventuais ocorrências consideradas por elas como

importantes, como dor forte no baixo ventre e sangramento vaginal abundante.

Page 27: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

27

Tabela 3 – Distribuição das gestantes segundo variáveis obstétrico-ginecológicas selecionadas.

GESTAÇÕES ANTERIORES N %

0 9 34,6 1 13 50 2 4 15,3

Total 26 100

PARIDADE N %

0 12 46,1 1 10 38,4 2 4 15,3

Total 26 100

ABORTAMENTOS N %

0 24 92,3 1 2 7,6

Total 26 100

EXAMES GINECOLÓGICOS N %

Nunca 3 42,3 Frequentemente 12 46,1

Raramente 11 11,5

Total 26 100

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Em relação ao conhecimento das gestantes sobre ITU na gravidez (Tabela 4),

no momento da entrevista, foi perceptível à falta de informação pois surgiram muitas

dúvidas sobre o que era a infecção urinária, formas de evitá-la, importância do

tratamento e suas complicações. Uma participante disse: “Eu tô com essa infecção,

mas eu não sei dizer [...] Só a urina que tá muita amarela e com cheiro ruim.” (S).

E mesmo aquelas que responderam “sim” quando perguntadas se sabiam o

que era Infecção Urinária, não souberam caracterizar completamente a doença,

como no exemplo do relato: “Infecção Urinária é quando a gente vai fazer xixi e ficar

ardendo, né? Só sei que não pode ficar prendendo quando tiver vontade de fazer

xixi. Mas o que causa isso eu não sei o que é”.

Todas as gestantes (100%) responderam “não” quando questionadas se

tinham conhecimento sobre os riscos que a ITU pode causar à mãe e ao feto

durante a gestação, o que fica evidente na seguinte fala: “Meu Deus, eu não sabia

que podia fazer mal para o meu bebê. Achava que não tinha nada a ver” (T).

Na Tabela 4 é possível observar que 92% das participantes já haviam

realizado algum exame de urina antes da gravidez, contudo, apenas 61% tiveram

acesso ao resultado e, somente 50% realizaram algum tratamento medicamentoso.

Page 28: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

28

Tabela 4 – Distribuição das gestantes segundo conhecimento sobre Infecção Urinária na gravidez.

CONHECIMENTO SOBRE

INFECÇÃO URINÁRIA N %

Sim 9 34,6 Não 6 23

Mais ou menos 11 42,3 Total 26 100

RISCOS DA INFECÇÃO URINÁRIA

NA GRAVIDEZ N %

Sim 0 0

Não 26 100

Mais ou menos 0 0

Total 26 100

EXAME DE URINA ANTERIOR N %

Sim 24 92,3 Não 2 7,6 Total 26 100

ORIENTAÇÃO SOBRE A COLETA

DE URINA N %

Sim 14 53,8 Não 5 19,2

Mais ou menos 7 26,9 Total 26 100

ACESSO AO RESULTADO DO

EXAME N %

Sim 16 61,5 Não 10 38,5 Total 26 100

TRATAMENTO N %

Sim 13 50 Não 13 50 Total 26 100

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Foi observado também que algumas participantes tinham um pensamento

resistente quanto ao uso do antibiótico na gravidez por ocasião da ocorrência da

ITU, de acordo com os seguintes relatos: “Quando eu tive problema na urina foi

receitado um remédio, só que eu não tomei ele todo, fiquei com medo de prejudicar

o bebê” (F) e “Eu acho que o remédio é muito forte para o bebê” (W).

Ao estudar os prontuários, foi observado que 18 das 26 gestantes

cadastradas, apresentaram infecção urinária, o que revela que a freqüência das

infecções urinárias na população deste estudo registrou índices bastante relevantes

(Tabela 5).

Page 29: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

29

Tabela 5 – Ocorrência de Infecção Urinária nas gestantes participantes.

GESTANTES N

Cadastradas 26

Em acompanhamento 26

Portadoras de ITU 18

Total 26

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Baseando-se na perspectiva de que a saúde está relacionada à capacidade

da população exercer o seu autocuidado, percebe-se que a escolaridade é um

importante fator de influência nessa capacidade, já que o nível de instrução do

indivíduo atua diretamente nos cuidados dele com a sua saúde (SABÓIA; VALENTE;

CAVALCANTI, 2010).

Nesse sentido, o indivíduo quanto mais conhecimento tem sobre as questões

que envolvem a saúde, mais crítico e reflexivo ele se torna. Isso justifica a

importância da educação em saúde, na perspectiva da construção de sujeitos livres

capazes de gerar mudanças e melhorar a sua condição de vida e de saúde.

A respeito das palestras e rodas de conversa sobre Infecção Urinária, as

entrevistadas identificaram pontos positivos que estimularam a sua participação nas

atividades educativas, conforme os seguintes relatos:

“Eu entendi tudo direitinho, elas falaram de um jeito que deu pra entender.” (B).

“Foi bastante clara, bastante aberta assim pra gente perguntar as dúvidas. Foi explicado com as cartilhas também.” (L).

A divulgação das atividades teve como principais mediadores os profissionais

da saúde da UBS, dada a importância dessa divulgação contínua para a adesão das

mulheres às ações educativas, segundo o relato:

“Eu quase não vinha aí a agente de saúde passou lá em casa pra mim chamar de novo, aí eu resolvi vim e foi muito bom.” (Y).

Foi observado que o êxito das ações não depende não unicamente dos

profissionais, mas também da cooperação ativa das próprias gestantes durante o

processo. A participação ativa e a troca de informações foram valorizadas pelas

gestantes que relataram ter muito interesse por este tipo de atividade devido à

oportunidade de esclarecimento de suas dúvidas.

Page 30: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

30

Pode-se considerar um fator desestimulante para a participação a falta de

apoio para as grávidas, principalmente quando elas não conseguem uma companhia

para frequentar os encontros, visto que, o aumento do peso, entre outras alterações

fisiológicas que ocorrem com a evolução da gestação e podem acarretar algum grau

de dificuldade de locomoção, diminuindo a segurança para se deslocarem.

Nessas situações, é necessário a gestante estar com uma pessoa que possa

acompanhá-la para dar lhe apoio, conforme relatado por algumas gestantes, a

exemplo da gestante “P” que afirmou depender da sua mãe ou esposo para

acompanhá-la nas reuniões. As reuniões aconteceram em horário comercial, o que

devido ao trabalho, tornou desfavorável a presença do companheiro/cônjuge.

Foram desenvolvidas atividades de capacitação com a equipe de saúde da

UBS com foco no manejo das gestantes com ITU. Essas atividades incluíram

palestra e debate onde foram tratados conceitos e práticas na forma de receber e

tratar este grupo específico. Discutiram-se as ações preconizadas pelo Ministério da

Saúde no acompanhamento do pré-natal, onde é essencial a realização do

acolhimento humanizado da mulher, ouvir sobre os seus medos, ideias e

expectativas, passar todas as orientações sobre ITU na gravidez, e principalmente

realizar o encaminhamento da gestante para que faça os exames necessários.

As considerações finais feitas pela equipe após cada atividade foram em sua

maioria positivas, onde se observou que a práticas de ações educativas com

gestantes são, segundo uma enfermeira:

“[...] uma via de mão dupla onde não somente as gestantes adquirem conhecimentos, mas nós também, quando nos conectamos a elas e aprendemos com a história de vida de cada uma.” (enfermeira).

Foi apontado também pela equipe como condição limitante para o

aprendizado o baixo nível cultural das gestantes, contudo, a forma de contornar este

problema foi utilizar linguagem acessível de maneira que todas pudessem

compreender os conceitos e práticas, abordando exemplos do dia-a-dia das

participantes. A clareza da abordagem dos temas associada à participação de uma

equipe de saúde qualificada favoreceu o envolvimento das mulheres nas atividades

propostas.

Após o encerramento das atividades propostas foram aplicados novamente os

questionários com novas entrevistas, onde foi observado que entre 92% e 100% das

Page 31: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

31

gestantes compreenderam os conceitos da ITU, os riscos da doença durante a

gravidez para a mãe e o bebê, e as formas de prevenção e cuidados profiláticos, de

acordo com a Tabela 6 abaixo:

Tabela 6 – Avaliação do conhecimento sobre Infecção Urinária na gravidez após realização de atividades educativas.

CONHECIMENTO SOBRE

INFECÇÃO URINÁRIA N %

Sim 24 92,3 Não 0 0

Mais ou menos 2 7,6 Total 26 100

RISCOS DA INFECÇÃO URINÁRIA

NA GRAVIDEZ N %

Sim 26 100

Não 0 0

Mais ou menos 0 0

Total 26 100

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

No momento das entrevistas de avaliação, as gestantes se sentiram mais

seguras para falar sobre a Infecção Urinária, conforme relatos:

“Infecção Urinária é como se fosse uma inflamação da bexiga, que é causada pelas bactérias e dá ardência e a urina fica escura.” (D). “[...] se a gente não cuidar pode até causar aborto, ou o bebê nascer prematuro. Por isso não pode ter medo de tomar o remédio porque o remédio vai fazer o bem pra nós.” (E).

“Tem que fazer o pré-natal tudo certinho, tem que fazer os exames que a médica passar, tomar banho, limpar as partes íntimas, essas coisas.” (G).

“Uma coisa que eu fazia muito antes de ficar grávida era prender o xixi, mas fazer isso ajuda a causar a infecção urinária.” (M).

Page 32: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

32

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo educativo desenvolvido das atividades em grupos proporcionou

às gestantes a possibilidade do autoconhecimento, onde a troca de experiências

vividas no seu cotidiano oportunizou seu aprendizado e desenvolvimento pessoal.

É importante, ainda, considerar o impacto na qualidade de vida das grávidas

visto que, para consegui-lo, é necessária a adoção de medidas individuais como as

mudanças nos hábitos de vida; medidas coletivas como apoio da família e

agregados para a manutenção do regime terapêutico e enfim, um conjunto de

condições convergentes para a promoção de saúde da gestante.

Conclui-se que a influência do profissional de saúde e sua equipe durante a

etapa gestacional no seguimento e controle da gravidez é essencial, pois visa à

melhoria da qualidade de vida dessas gestantes, ao mesmo tempo em que

proporciona o crescimento profissional e pessoal ao transmitir segurança na saúde

da população feminina.

Page 33: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

33

6. REFERÊNCIAS

BAUMGARTEN, M. C. S. et al. Infecção Urinária na Gestação: uma Revisão da Literatura. UNOPAR. Cient Ciênc Biol Saúde, v.13, p. 333-342, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. 5a ed. Brasília (DF): Editora do Ministério da Saúde, Brasília – DF, 2012. Infecção urinária, p. 111. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde. Brasília – DF, 2011. CAMARGO, R.P.S., et al. Impact of treatment for bacterial vaginosis on prematurity among Brazilian pregnant women: a retrospective cohort study. São Paulo Med J v. 123, n.3, p. 108-112, 2005. CAMPOS; F.C.C.; FARIA, H.P.; SANTOS, M.A. Planejamento e avaliação das ações em saúde. 2ª ed. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, Coopmed, 2010. 114p. de 2018. DEMILIE, T. et al. Perfil bacteriana urinária e padrão de suscetibilidade a antibióticos entre as mulheres grávidas no Noroeste Etiópia. Etíope J Saúde Sci., Etiopia, v. 22, n. 2, 2012. DUARTE, G. et al. Infecção Urinária na Gravidez. Rev Bras Ginecol Obstet, v.30, n.2, p.93-100, 2008. DUARTE, G., et al. Urinary infection in pregnancy: analysis of diagnostic methods and treatment. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. v.24, n.7, p. 471-477, 2002. FEITOSA, D.C.A; SILVA, M.G.; PARADA, C.M.G.L. Acurácia do exame de urina simples para diagnóstico de infecções do trato urinário em gestantes de baixo risco. Rev Latino-Am Enf. v.17, n.4, p.507-513, 2009. FERREIRA, V.M., et al. Infecções comunitárias do trato urinário em Divinópolis, MG: avaliação do perfil de resistência bacteriana e do manejo clínico. Ver. Bras. Med. de Família e Comunidade, v. 12, n. 39, p. 1-13, 2017. FIGUEIREDO, A; GOMES, G; CAMPOS, A. Infecções urinárias e gravidez - diagnóstico terapêutico e prevenção. Acta Obstet Ginecol Port. v.6, n.3, p 124-133. 2012. FIGUEIRÓ-FILHO, E.A. Infecção do trato urinário na gravidez: aspectos atuais. Femina, v.37, n.3, p.165-171, 2009. FONSECA, S.C, KALE, P.L, SILVA, K.S. Pré-natal em mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde em duas maternidades no Estado do Rio de Janeiro, Brasil: a cor importa?. Rev. Bras. Saude. Mater. Infant. v.15, n.2, p 209-217, 2015.

Page 34: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

34

GOIS, A.L.C.; CRAVO, E.O.; MENDES, R.B. Infecção do Trato Urinário e Trabalho de Parto Prematuro: a realidade em uma maternidade referência para alto risco em Aracaju (SE). Cad. de Grad. Ciênc. Biológ. Saúd. v. 11, n.11, p. 65-80, 2010. GUPTA, K. et al. Patient-initiated treatment of uncomplicated recurrent urinary tract infections in young women. Annals. Intern. Med, v. 135, p.9-16, 2001. HEILBERG, I.P.; SCHOR, N. Abordagem diagnóstica e terapêutica na infecção do trato urinário – ITU. Rev. Assoc. Med. Bras., v.49, n.1, p. 109-116, 2003. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estados. Pará. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=pa>. Acesso em: 07 de novembro JACOCIUNAS, L.V.; PICOLI, S.U. Avaliação de infecção urinária em gestantes no primeiro trimestre de gravidez. Rev. Bras. Anal. Clin., v. 39, n. 1, p. 55-57, 2007. LEVY, C.E. Principais síndromes infecciosas: Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. 2004. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Acesso em 8 abr 2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pdf MACLEAN, A.B. Urinary tract infection in pregnancy. Int J Antimicrob Agents, v.17, p. 273-276, 2001.

MELSON, K.A., et al. Enfermagem Materno Infantil: Planos e Cuidados. Editora

Reichmann e Afonso; Rio de Janeiro, 2012. ISBN: 9788587148605. 388 p.

MULLER, E.V. et al. Prevalência de microrganismos em infecções do trato urinário de pacientes atendidos no laboratório de análises clínicas da Universidade Paranaense – Umuarama – PR. Rev. Bras. Anal. Clin., v. 40, n.1, p. 35-37, 2008. NARCHI, N.Z.; JANICAS, R.C.S.V.; FERNANDES, R.A.Q. Prevenção e controle do câncer cérvico-uterino. In: FERNANDES, R.A.Q.; NARCHI, N.Z. (org). Enfermagem e saúde da mulher. São Paulo: Manole; 2007. p. 127-49. NISHIURA, J.L.; HEILBERG, I.P. Infecção urinária. Rev. Bras. Med., v. 66, n.12, p. 5-12, 2009. NOGUEIRA, N.A.P.; MOREIRA, M.A.A. Bacteriuria assintomática em gestantes do Centro de saúde ambulatorial Abdoral Machado, Crateús-CE. Rev Bras Anal Clin, v. 38, n.1, p. 19-21, 2006. POLETTO, K.Q.; REIS, C. Suscetibilidade antimicrobiana de uropatógenos em pacientes ambulatoriais na cidade de Goiânia, GO. Rev. Soc. Bras. Med Trop, Uberaba, v. 38, n. 5, p. 416- 420, 2005.

Page 35: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

35

ROCHA, R.L. Projeto de intervenção para sistematização do atendimento à gestante em acompanhamento Pré-natal na Unidade Básica de Saúde Dom Pedro I Unidade II, no município de São José da Lapa-MG. 2017. SALCEDO, M.M.B.P. et al. Infecção urinária na gestação. Rev. Bras. Med., v. 67, n.8, p.270-273, 2010. SCOTT, R. J.; DI SAIA, P.; HAMMOND, C. H. Tratado de Obstetrícia y Ginecologia. Danforth: 8ª Edición, 2000. TAKEDA, S.M.P. Avaliação de Unidade de Atenção Primária: Modificação dos Indicadores de Saúde e Qualidade da Atenção. (Dissertação de Mestrado) Pelotas: Universidade Federal de Pelotas; 1993.

Page 36: PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DE INFECÇÕES …...Na comunidade, 18 das 26 gestantes registraram Infecção urinária, assim, o objetivo deste projeto foi prevenir infecções do

36

APÊNDICE I

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Idade gestacional:_________ Data:_____/_____/_____

QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO E OBSTÉTRICO

1) Idade: _________ anos

2) Raça:

( ) Branca.

( ) Parda.

( ) Negra.

( ) Outra:_______

3) Escolaridade:

( ) Analfabeta.

( ) Assina o nome.

( ) Ensino Fundamental Completo.

( ) Ensino Fundamental Incompleto.

( ) Ensino Médio Completo.

( ) Ensino Médio Incompleto.

( ) Ensino Superior Completo.

( ) Ensino Superior Incompleto.

4) Qual a sua ocupação?

________________________________

5) Renda familiar:_________________

6) Situação conjugal:

( ) Com companheiro fixo.

( ) Sem companheiro fixo.

7) Número de gestações

anteriores?_______________________

8) Número de nascimentos:__________

9) Número de abortos:______________

10) Você realiza exames ginecológicos

regularmente?

( ) Nunca.

( ) Frequentemente.

( ) Raramente.

11) Você sabe o que é infecção urinária?

( ) Sim:_________________________

________________________________

( ) Não.

( ) Mais ou menos:________________

________________________________

12) Você sabe quais as complicações da

infecção urinária na gravidez?

( ) Sim:_________________________

________________________________

( ) Não.

( ) Mais ou menos:________________

________________________________

13) Você já realizou algum exame de urina

anterior à gestação?

( ) Sim.

( ) Não.

14) Você recebeu orientação de algum

profissional de saúde da UBS sobre a

forma de coletar a urina?

( ) Sim.

( ) Não.

( ) Mais ou menos.

15) Você teve acesso ao resultado do

resultado de exame de urina?

( ) Sim.

( ) Não.

16) Após receber o resultado confirmado

de Infecção Urinária, você realizou algum

tipo de tratamento?

( ) Sim.

( ) Não.

Muito obrigado pela sua contribuição!