24
ESTUDO Câmara dos Deputados Praça 3 Poderes Consultoria Legislativa Anexo III - Térreo Brasília - DF PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO.

PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

  • Upload
    others

  • View
    6

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

ESTUDO

PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOSCONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS:

MARCO NORMATIVO E CONCEITUALPARA ELABORAÇÃO EOPERACIONALIZAÇÃO.

Câmara dos DeputadosPraça 3 PoderesConsultoria LegislativaAnexo III - TérreoBrasília - DF

Page 2: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

2

SUMÁRIO

Parte I - Os Fundamentos Normativos das Ações de Capacitação no âmbito da Câmara dos Deputados................4Parte II - Nível de formação e perfil técnico-profissional dos Consultores Legislativos..........................................8Perfil técnico-profissional.......................................................................................................................................17Aproveitamento das oportunidade de capacitação..................................................................................................18Parte III – Diretrizes, recomendações e propostas.................................................................................................20Princípios................................................................................................................................................................21Conceito – definição de capacitação.......................................................................................................................22Estratégias ..............................................................................................................................................................22Propostas para exame .............................................................................................................................................23

Iniciativas estruturantes ......................................................................................................................................23Vinculadas à possibilidade de aprendizagem mútua ..........................................................................................23Vinculadas à necessidade de reforço motivacional ............................................................................................24Vinculadas a instrumentação conceitual da Comissão .......................................................................................24Vinculadas à realização de estágios, intercâmbios, pesquisas, especializações, mestrados e doutorado............24

Page 3: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

3

PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL

DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS:

MARCO NORMATIVO E CONCEITUALPARA ELABORAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO.

O Sr. Diretor da Consultoria Legislativa instituiu, por meio da Ordem deServiço No. 1, de 14 de abril de 2005, Grupo de Trabalho destinado a elaborar o Plano deCapacitação e Reciclagem da Consultoria Legislativa.

Desde o início, compartilhou o GT mencionado da compreensão de queum Plano de Capacitação para a Consultoria Legislativa deverá considerar as necessidades detodos os setores da CONLE.

Como tarefa mais imediata, contudo, o Grupo de Trabalho concentrou-se na necessidade, já de muito sentida, de oferecer aos consultores um leque de alternativas deformação continuada que fossem mais adequadas à especificidade do trabalho do ConsultorLegislativo1 em suas respectivas áreas temáticas.

Para tanto, além de reuniões em que o GT trabalhou no sentido de umalinhamento conceitual em torno do tema, realizou-se um levantamento do perfil acadêmico etécnico-profissional do grupo de consultores, bem como do seu nível de motivação em relação aoportunidades de capacitação. 1 De maneira paralela e anterior às atividades deste Grupo de Trabalho, desenvolviam-se no âmbito destaConsultoria, as atividades do Núcleo Base, responsável pela sistematização e validação do Plano de Ação resultantedos trabalhos realizados no âmbito do Programa “Consultoria Legislativa – uma agenda de mudanças”. Um dos eixos doPlano de Ação elaborado pelo Núcleo Base e validado pelos servidores da Consultoria Legislativa, consisteexatamente das ações de Treinamento e Capacitação. Relativamente a este eixo, assim se expressa o Plano de Ação:“O Plano de Treinamento e Capacitação é uma demanda bem definida na hierarquização das ações propostas nasoficinas e que mereceu elevado grau de prioridade por parte de consultores e demais servidores. Como já existe GTencarregado de sua elaboração, propõe-se que as demandas de treinamento identificadas nas oficinas sejamincorporadas em suas discussões, assim como aquelas que surgirão em função da implementação das outras trêslinhas de ação. Será necessário que o grupo de trabalho já existente amplie o escopo de sua proposta, para incluir asnecessidades de treinamento e capacitação de todos servidores da Consultoria, e não apenas dos consultores. “

Page 4: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

4

O presente documento é a expressão do trabalho realizado até aqui peloGT no cumprimento de sua primeira tarefa.

O documento está organizado em três partes. A primeira parte apresenta,de maneira sintética, os fundamentos normativos das ações de capacitação da Câmara dosDeputados. A segunda apresenta um perfil técnico-profissional e acadêmico do corpo deConsultores Legislativos de modo a fornecer indicações a respeito da demanda por capacitaçãonos próximos anos. A terceira parte remete às propostas e recomendações deste Grupo deTrabalho.

PARTE I - OS FUNDAMENTOS NORMATIVOS DAS AÇÕES DE CAPACITAÇÃO

NO ÂMBITO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Referências Constitucionais, Legais e Administrativas

Constituição Federal – Capítulo VII, art. 37 e art.39

• Lei n.º 8.112/90 – Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, dasautarquias e das fundações públicas federais.

• Lei n.º 9.527/97 – Altera a Lei n.º 8.112/90

• Decreto n.º 2.794/98 institui a Política Nacional de Capacitação dos Servidores para aAdministração Publica Federal direta, autárquica e fundacional.

• Resolução n.º 30, de 1990 – Plano de Carreira dos Servidores da Câmara dos Deputados

• Resolução n.º 48, de 1993 – Dispõe sobre a Assessoria Legislativa

• Ato da Mesa n.º 41, de 2000 – Aprova o Regulamento do Centro de Formação, Treinamentoe Aperfeiçoamento dos Servidores da Câmara dos Deputados

• Ato da Mesa n.º 144, de 2003 – Regulamenta, no âmbito da Camara dos Deputados, oprocesso de concessão de licença para capacitação...

O contínuo aperfeiçoamento pessoal e profissional dos indivíduos eequipes integrantes de uma organização constitui-se princípio basilar da gestão de pessoas emcontexto organizacional.

Este imperativo tem assumido cada vez mais importância na agenda dosgestores públicos brasileiros, empenhados em proporcionar aos cidadãos mais e melhoresserviços, pautados no senso de uso inteligente e responsável dos recursos públicos, com vistas aobem comum.

Page 5: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

5

As bases jurídicas para as ações e programas de formação continuada eaperfeiçoamento dos quadros de funcionários públicos brasileiros estão assentadas naConstituição Federal de 1988.

Com efeito, em seu Capítulo VII – Da Administração Pública, art. 37, aCarta Magna lista entre os princípios a que deve obedecer “a administração pública direta e indireta dequalquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”, aquele da eficiência.

Consoante o dispositivo anteriormente citado prevê ainda, em seu art. 39,§ 7º que “ lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursosorçamentários (...) para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento edesenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público...”.

A Lei n.º 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidorespúblicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, ao prever, em seu art.81, os motivos para concessão de licença a servidor, inclui, a capacitação (Inciso V), e dispõe, emseu art. 87, que a “cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse daAdministração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por atétrês meses, para participar de curso de capacitação profissional”

A mesma lei prevê ainda a possibilidade de “afastamento para estudo”por um período de até quatro anos, ficando o servidor, após os estudos, obrigado a prestar tempode serviço pelo menos igual ao período em que esteve afastado.

No âmbito do Poder Executivo federal, a principal referência para acapacitação, atualmente vigente, é o Decreto n.º 2.794/98, que instituiu a Política Nacional deCapacitação dos Servidores, abrangendo a administração pública direta e indireta.

Muito embora não tenha o citado Decreto qualquer efeito vinculantepara os servidores do Poder Legislativo, alguns dos seus dispositivos merecem ser mencionados,de modo a se ilustrar as linhas que vêm orientando os atuais esforços de melhoria do serviçopúblico e que têm seu eixo estratégico na capacitação e aperfeiçoamento de suas equipes.

Assim, destacamos do Decreto n.º 2.794/98, o art. 1º, que lista comofinalidades da Política Nacional de Capacitação dos Servidores,

“I - melhoria da eficiência do serviço público e da qualidade dos serviçosprestados ao cidadão;

II - valorização do servidor público, por meio de sua capacitação permanente;III - adequação do quadro de servidores aos novos perfis profissionais

requeridos no setor público;IV - divulgação e controle de resultados das ações de capacitação;V - racionalização e efetividade dos gastos com capacitação.”

Page 6: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

6

O art. 2º, que define como modalidades possíveis de ações de capacitação“cursos presenciais e à distância, treinamentos em serviço, grupos formais de estudos,intercâmbios ou estágios, seminários, congressos, desde que contribuam para a atualizaçãoprofissional e o desenvolvimento do servidor e que se coadunem com as necessidadesinstitucionais dos órgãos e das entidades.”

Do art. 3ª , que estabelece as diretrizes, achamos oportuno destacar, porsua relevância e caráter inovador, as que seguem:

“I - tornar o servidor público agente de sua própria capacitação, nas áreas deinteresse do respectivo órgão ou entidade;

II - possibilitar o acesso dos servidores a ações de capacitação, oferecendo,anualmente, pelo menos uma oportunidade de capacitação a cada servidor, otimizandoos recursos orçamentários disponíveis;

III - priorizar as ações internas de capacitação, que aproveitem habilidades econhecimentos de servidores da própria instituição, e programas de educação continuadaque contemplem eventos de curta duração;

IV - incluir, entre os requisitos para a promoção nas carreiras daAdministração Pública Federal, atividades de capacitação do servidor;

V - utilizar a avaliação de desempenho e a capacitação como ações entre sicomplementares;

(...)VII - avaliar permanentemente os resultados advindos das ações de

capacitação;VIII - implantar o controle gerencial dos gastos com capacitação.

Entre os instrumentos mencionados no art. 4ª, destacam-se os incisos II eV, referentes, a “valores de referência de custo por hora, por treinando” e a “sistema de acompanhamento einformações gerenciais”. Seu § 2o dispõe ainda que

“os valores de referência de custo serão os balizadores dos gastos comcapacitação por hora, por treinando, de acordo com a natureza das açõesimplementadas, e serão calculados a partir de levantamento dos preços praticados emações de capacitação por entidades públicas ou privadas.

No âmbito do Poder Legislativo Federal, a capacitação dos servidores ématéria tratada em diversas Resoluções e Atos da Mesa.

A Resolução n.º 30/1990 que dispõe sobre o Plano de Carreira dosServidores da Câmara dos Deputados, estabelece entre seus princípios fundamentais do mesmo a“adoção de sistema permanente de capacitação” (art. 2º, II). Como forma de incentivo ao permanente

Page 7: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

7

esforço de desenvolvimento pelos funcionários, esta prevê também, entre as vantagens denatureza especial, o Adicional de especialização (art.25,I) e o Adicional de qualificação (art. 25, II).

A Resolução n.º 30/1990 reserva ainda, ao tema, capítulo específico: oCapítulo V – Da capacitação continuada (arts. 46 a 51). Neste, estão previstas a existência de programapermanente de treinamento e desenvolvimento (art. 47), e de órgão central responsável pala administraçãodo mesmo (art.49) bem como a possibilidade de afastamento para estudo no Pais ou no estrangeiro, aparticipação em congressos e outros eventos (art. 50, VIII).

Já a Resolução n.º 48, de 1993, que dispõe sobre a Assessoria Legislativa,lista entre suas competências a de “participar do planejamento das atividades de aprimoramento técnico-profissional e científico do corpo de Consultores e Assessores Legislativos” (Art.2º, X).

Em seu art. 10, dispõe ainda que

“o planejamento das atividades que visem ao aperfeiçoamento técnico-científico eprofissional do corpo de Consultores e Assessores Legislativos, em instituiçõesnacionais ou estrangeiras, será elaborado pela Coordenação de Seleção e Treinamento,com a colaboração do Diretor da Assessoria Legislativa.”

O Ato da Mesa nº 41, de 2000, que aprova o Regulamento do Centro deFormação, Treinamento e Aperfeiçoamento dos Servidores da Câmara dos Deputados - CEFOR.Conforme este, ao CEFOR compete, entre outras atribuições, a de “promover a realização de cursos deformação, profissionalização, atualização, aperfeiçoamento e especialização para o desenvolvimento do servidor nacarreira” (art. 4º, II), “cursos de outra natureza, a nível técnico ou superior”( art. 4º, III), “programas deintercâmbio formativo com instituições de ensino superior, científicos, tecnológicos e de pesquisa” (art.4º,IV),“convênios com entidades ou instituições públicas ou particulares” (art. 4º, IX).

O Regulamento do CEFOR traz título específico sobre capacitação, oTítulo IV – Da Capacitação Técnico-Profissional, com seis Capítulos, que abrangem do art. 52 ao art.79.

O art. 55 do Regulamento define os domínios abrangidos pelas ações deformação a cargo do CEFOR, os quais podem ser de caráter institucional, gerencial, técnico-geral, técnicoespecífico e comportamental.

O art. 69, que integra o Capítulo III - Do Afastamento para Treinamento, aodispor sobre afastamento para mestrado, doutorado e pos- doutorado, define o prazo mínimo decinco anos como interstício a ser observado pelo servidor entre dois períodos de afastamentopara estes fins.

A licença para capacitação é objeto do Capítulo IV do mesmo Título.Este regulamenta, no âmbito da Câmara dos Deputados, o disposto no art. 87 da Lei 8.112/90,sobre o direito que assiste ao funcionário de até três meses de licença para capacitação a cada

Page 8: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

8

quinquênio de efetivo exercício. Este capítulo acolheu modificações por ocasião do Ato da Mesanº 144, de 2003.

O § 1º do art. 77, com a redação dada pelo Ato da Mesa n.º 144, de 2003,define “capacitação profissional” como “o aprendizado a ser auferido em cursos ou atividades detreinamento cujo conteúdo relacione-se coma as atribuições da unidade em que o servidor esteja lotado ou com asatribuições do cargo ou função que desempenhe ou lhe seja inerente.”

Ainda conforme a regulamentação vigente, a licença pode durar até trêsmeses, fracionáveis em três períodos (AM 41/2000, § 1º), os quais não poderão ser inferiores aquinze dias (AM 144/2003, art. 9º). A concessão da licença está condicionada a “razões deconveniência, oportunidade e utilidade para a Administração”, e a “manifestação fundamentada da chefiaimediata”.

Os períodos de licença para capacitação são considerados como deefetivo exercício, não são acumuláveis, e devem ser aproveitados no quinquênio subsequente aode sua aquisição (AM 144/2003, art. 5º).

As atividades referentes à licença devem ser integralmente realizadas noperíodo solicitado, salvo quando se destinar à elaboração de monografias, dissertações e teses.

O Ato da Mesa n.º 144/2003, de 2003, limita ainda à proporção de 1/3da lotação de cada unidade do órgão, o número de servidores em gozo simultâneo de licença paracapacitação.

PARTE II - NÍVEL DE FORMAÇÃO E PERFIL TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS

CONSULTORES LEGISLATIVOS

No âmbito das atividades do Grupo de Trabalho responsável porelaborar o Plano de Capacitação e Reciclagem da Consultoria Legislativa, sentimos a necessidadede traçar um perfil dos consultores, que levantou formação acadêmica, experiência profissional,nível de aproveitamento das oportunidades de formação adquiridas na CONLE (nomeadamenteda licença capacitação) e de motivação para novas oportunidades.

Foram processadas as respostas de 168 dos 196 Consultores Legislativosda Câmara dos Deputados, o que corresponde a 86% do total, incluídos aqueles afastados dosrespectivos cargos por diversos motivos.

Page 9: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

9

Nível de Formação (Perfil acadêmico)Questionários respondidos: 168

Títulos de graduação: 230 (113 com 01 graduação, 48 com 02 graduações e 07 com 03graduações)

Títulos de especialização: 120 (62 com uma, 13 com duas, 9 com três, 3 com quatro e 1 comcinco)

Títulos de mestrado: 80 (70 tem um mestrado, 5 tem dois mestrados)

Títulos de doutorado: 26

Títulos de pós-doutorado: 05

Conhecimento de línguas estrangeiras – Inglês (108) espanhol (90), francês (69), italiano (38)alemão(19)

Em relação ao perfil acadêmico dos Consultores Legislativos, a primeiraobservação importante é de que o levantamento confirma plenamente a percepção deste grupoprofissional como altamente qualificado e multidisciplinar. No agregado dos 168 questionáriosrespondidos há 230 ocorrências de graduação, o que significa uma média de 1,37 graduações porconsultor. Um considerável número de Consultores possui um segundo (48) ou mesmo terceiro(7) título de graduação. Estas cobrem uma vasta área de conhecimentos, perfazendo um conjuntode 46 categorias profissionais distintas. Direito (73), Economia (23) e Engenharia Civil (12) são oscursos com maior incidência de graduados (Quadro 1).

Quadro 1 – Número de consultores graduados nos diferentes cursos(cada consultor pode ter mais que uma graduação)

Graduação Número de consultoresDireito 73Economia 23Engenharia Civil 12Administração 8Agronomia 8Engenharia Elétrica 8Ciências Biológicas 7Medicina 7Sociologia 7Arquitetura e Urbanismo 6Comunicação e Jornalismo 6Letras 6Ciências Contábeis 5

Page 10: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

10

Filosofia 5Comunicação Social 4Administração Pública 3Geologia 3História 3Ciência da Computação 2Ciências Contábeis 2Ciências Jurídicas e Sociais 2Ciências Sociais 2Engenharia Mecânica 2Farmácia 2Língua Inglesa 2Pedagogia 2Relações Internacionais 2Adm. Pública, Pol. Públicas e Gestão Governamental 1Arquitetura 1Ciência Política 1Ciências Econômicas 1Ciências Militares 1Ciências Políticas e Sociais 1Curso de Oficiais Aviadores da FAB 1Desenho Industrial 1Direito Civil 1Engenharia Aeronáutica 1Engenharia Florestal 1Geografia e Estudos Urbanos 1Habilitação em Bioquímica - Análises Clínicas 1Oficial da Arma da Artilharia 1Oficial de Comunicações 1Professorado de Desenho 1Psicologia 1Publicidade e Propaganda 1Supervisão Escolar 1

As especializações somam 120 ocorrências. Aqui também é grande onúmero de profissionais com mais de um título. Mais de 50% dos consultores detém, pelo menos,um título de especialista. 26 Consultores possuem de duas até cinco especializações (Quadro 2).2

2 Estaria o elevado número de pessoas com mais de uma especialização a indicar que esta modalidade, por seu ciclode menor duração, figura como uma das modalidades de maior potencial na formação continuada dos consultores?

Page 11: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

11

Quadro 2 – Número de consultores com especialização em diferentes cursos (cadaconsultor pode ter mais que uma especialização)

Especialização Número de consultores

Políticas Públicas e Gestão Governamental 6Análise de Sistemas 5Direito Público 5Administração 3Saúde Publica 3Administração de Empresas 2Administração Pública 2Direito do Trabalho 2Planejamento 2Política e Administração Tributária 2Políticas Públicas e Governo 2Relações Internacionais 2Administração de Unidades Básicas de Saúde 1Administração Econômica e Financeira 1Administração Escolar 1Administração Financeira 1Administração Geral 1Administração Municipal 1Agricultura Tropical 1Análise Ambiental para o Gerenciamento de Recursos Naturais 1Análise e Elaboração de Projetos 1Analista de Orçamento 1Analista de Sistemas 1Aspectos Jurídicos das Perícias 1Assessoramento Legislativo 1Assessoria Parlamentar e Processo Legislativo 1Auditoria e Controle Interno 1Ciência Política 1Comércio Exterior 1Contabilidade e Auditoria do Banco Central 1Corretor de Seguros 1Curso Avançado de Geologia do Petróleo 1Desenvolvimento Científico e Tecnológico 1

Page 12: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

12

Desenvolvimento Econômico 1Desenvolvimento Gerencial 1Desenvolvimento Socioeconômico Urbano 1Desenvolvimento Urbano 1Desenvolvimento Urbano e Regional 1Direito Administrativo 1Direito Agrário 1Direito Ambiental 1Direito Civil 1Direito Civil-Penal 1Direito Comparado 1Direito Comparado do Trabalho 1Direito Constitucional 1Direito da Cidade 1Direito da Concorrência 1Direito do Trabalho e Legislação Trabalhista 1Direito e Administração Pública 1Direito e Economia das Organizações Internacionais 1Direito e Estado 1Direito e Política Tributária 1Direito e Processo do Trabalho 1Direito Processual 1Direito Processual Civil 1Direito Romano 1Direito Tributário 1Direitos Humanos 1Ecologia Humana 1Economia 1Elaboração, análise e avaliação de programas e projetos governamentais 1Elaboração, Análise e Avaliação de Projetos 1Engenharia de Irrigação 1Engenharia de Petróleo 1Engenharia de Sistemas Elétricos 1Engenharia de Transportes 1Engenharia Sanitária 1Epidemiologia 1

Page 13: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

13

Especialização em Correios 1Extensão Rural 1Filosofia Moderna e Contemporânea 1Finanças Públicas 1Fontes Alternativas de Energia para a Agricultura 1Formação de Executivos 1Formação de Inspetores 1Formação em Mercado Financeiro 1Gemologia 1Genética 1Geoprocessamento 1Gerência de Carteira de Valores Imobiliários 1Gestão Ambiental e Ordenamento Territorial 1Homeopatia 1Interpretação das Normas Jurídicas Tributárias 1Legislação e Técnicas Aduaneiras 1Língua Portuguesa 1MBA - Engenharia de Computação 1MBA Administração Financeira 1MBA em Administração 1MBA em Energia 1MBA em Tecnologia da Informação 1Medicina do Trabalho 1Mercado de Capitais 1Metodologia de Avaliação de Impactos Ambientais 1Métodos e Técnicas de Ensino 1Métodos e Técnicas de Pesquisa Histórica 1Minerva Program "Theory and Operation of a Modern NationalEconomy 1Orçamento Público 1Organização, Sistemas e Métodos 1Planejamento do Desenvolvimento Regional 1Planejamento Econômico Social 1Planejamento Educacional 1Planejamento Urbano e Regional 1Política Científica e Tecnológica 1

Page 14: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

14

Política e Administração Aduaneira 1Política Fiscal 1Preparação para Ingresso na Magistratura do Distrito Federal 1Processo Civil 1Profissional de Investimentos 1Prospecção, Exploração e Mineração 1Redação e Revisão de Textos 1Relações dos Poderes Executivo e Legislativo 1Residência em Clínica Médica 1Residência em Medicina Social e Saúde Pública 1Saúde Coletiva 1Savings and Loans 1Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informação Geográfica 1Sistemática e Biodiversidade Animal 1Socio-Legal Studies 1Sociologia 1Sociologia Urbana 1Teleinformática 1Teoria da Constituição 1Teoria Econômica 1Tributação Internacional 1

É também bastante significativa a proporção de Consultores que jápossui titulação de mestre, são 75 titulados, havendo 5 com dois títulos. Há quatro titulações demestrado profissional (Quadro 3) e 76 de mestrado acadêmico (Quadro 4). Os doutores perfazem15% (26) dos consultores que responderam ao questionário (Quadro 5). Há cinco pós-doutores(Quadro 6).

Quadro 3 – Número de consultores com mestradoprofissionalizante em diferentes cursos

Mestrado Profissionalizante Número de consultoresCurso de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica 1Desenvolvimento Sustentável 1Direito 1Regulação Econômica e Defesa da Concorrência 1

Page 15: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

15

Quadro 4 – Número de consultores com mestrado acadêmico em diferentes cursos(cada consultor pode ter mais que um mestrado)

Mestrado Acadêmico Número de consultoresEconomia 12Direito 7Administração 4Ciência Política 4Ecologia 4Educação 3Agronomia 2Antropologia Social 2Relações Internacionais 2Saúde Publica 2Sociologia 2Administração - Planejamento Governamental 1Agronegócio 1Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica 1Aplicações Militares 1Biologia Geral 1Desenvolvimento Econômico 1Desenvolvimento Urbano 1Direito Comercial 1Direito das Relações Internacionais 1Direito e Estado 1Direito Internacional do Trabalho 1Direito Processual Civil 1Direito Público 1Ecologia Educacional 1Economia do Trabalho 1Educação Internacional e Comparada 1Engenharia Biomédica 1Engenharia Elétrica 1Estatística e Métodos Quantitativos 1Fitotecnia de Plantas Forrageiras 1História 1História Social 1Lingüística 1Medicina Preventiva 1

Page 16: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

16

Oceanografia Biológica 1Política Econômica 1Políticas Públicas e Comerciais 1Tecnologias de Controle de Poluição das Águas 1Teoria da Literatura 1

Quadro 5 – Número de consultores graduados nos diferentes cursos(cada consultor pode ter mais que um doutorado)

Doutorado Número de consultores

Economia 6Ciência Política 2Direito 2Antropologia 1Ciências Militares 1Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais 1Desenvolvimento Sustentável 1Direito Comercial 1Direito Público 1Ecologia e Recursos Naturais 1Ecologia Educacional/Ecologia Humana 1Economia Agrícola e Teoria Econômica 1Educação Internacional e Comparada 1História 1História das Relações Exteriores 1Oceanografia Biológica 1Saúde Coletiva 1Saúde Publica 1Urbanismo 1

Quadro 6 – Número de consultores com pós-doutorado

Pós-Doutorado Número de consultoresAntropologia 1Contencioso Administrativo 1Direito Administrativo 1Direito Ambiental 1Economia 1

Page 17: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

17

Os cursos de especialização, mestrado, doutorado e pós-doutoradocobrem uma vastíssimo campo do saber, e estão relacionados a áreas muito diversificadas dodireito, da economia, da administração, das engenharias e ciências exatas, das ciências sociais(sociologia, antropologia, ciência política, educação), do meio ambiente, da saúde e dainformática, entre outras.

É marcante o direcionamento da aplicação desse corpo deconhecimentos ao setor público.

Um aspecto cultural de relevância acadêmica é o domínio de idiomasestrangeiros. A grande maioria dos Consultores é poliglota, com domínio de mais duas línguas,havendo 28 que dominam três, 35 que dominam quatro e 8 que dominam cinco outros idiomasalém do Português (Quadro 7).

Quadro 7 – Conhecimento de línguas estrangeiras

Idioma Número de consultores

Inglês 108Espanhol 90Francês 69Italiano 38Alemão 19

PERFIL TÉCNICO-PROFISSIONAL

Um outro aspecto relevante do perfil técnico profissional do grupo deconsultores é a diversidade e solidez das experiência profissionais anteriores ao ingresso naConsultoria Legislativa.

Apenas um consultor tem seu primeiro emprego na ConsultoriaLegislativa. Pela iniciativa privada, passaram 30% dos Consultores. Em termos gerais, semconsiderar as diferentes esferas do setor público (federal, estadual e municipal dos três poderes),77% dos Consultores, antes de ingressar na Consultoria Legislativa, trabalharam no Executivo,18% no Legislativo e 15% no Judiciário (Quadro 8).3

3 Esses percentuais foram calculados considerando que cada consultor pode ter trabalhado em mais de um órgão emcada Poder e em mais de um dos Poderes..

Page 18: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

18

Quadro 8 – Experiência profissional pregressa

Setor Número de consultores PercentualIniciativa privada 51 30,4Executivo 130 77,4Legislativo 31 18,5Judiciário 25 14,9

O ingresso na Consultoria Legislativa apresenta três modas, ou seja, amaior parte das nomeações ocorreu em 1991 (33%), 1994 (32%) e 2003 (18%) (Quadro 9).

Quadro 9 – Ingresso na Consultoria Legislativa

Ano de ingresso na CONLE Número de consultores Percentual

1978 1 0,61%1979 2 1,22%1983 1 0,61%1985 1 0,61%1991 54 32,93%1992 3 1,83%1993 5 3,05%1994 52 31,71%1995 1 0,61%1997 1 0,61%2003 29 17,68%2004 5 3,05%2005 9 5,49%

APROVEITAMENTO DAS OPORTUNIDADE DE CAPACITAÇÃO

Afigura-se-nos também de alta relevância examinarmos como tem sido oaproveitamento, pelos Consultores, das oportunidades de formação a que fizeram jus e qual o seunível atual de motivação para aproveitamento de oportunidades futuras.

Ao cotejar o ano de aquisição do título com o ano de ingresso naConsultoria Legislativa, observa-se que a grande maioria dos consultores já ingressou no cargocom seus títulos acadêmicos. Do total de títulos detidos pelos Consultores, foram obtidos após oingresso nesta atividade profissional apenas 10 títulos de especialização, 15 de mestrado e 6 dedoutorado.

Page 19: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

19

Em relação ao aproveitamento das licenças para capacitação éconsiderável o número de Consultores que já perdeu esta oportunidade (27) (Quadro 10). Apenasdezenove consultores informaram ter aproveitado suas licenças para capacitação entre 1999 e2005, com concentração em 2002 e 2003. Destes, nove a utilizaram para aperfeiçoar seu domíniode um idioma e cinco para desenvolver atividades de elaboração de tese ou dissertação.

Quadro 10 – Gozo de licença-capacitação

Licença-Capacitação Número de consultores

Gozou uma licença 18Gozou duas licenças 2Já perdeu licença por não gozá-la no prazo 27Tem atualmente direito à licença 69

Tais dados estariam a indicar baixo nível de aproveitamento da licençacapacitação.

Quanto aos cursos de menor duração, foram informadas 27 ocorrências,das quais 20 entre 2005 e 2001. A carga horária variou entre 417 e 360 no extremo superior e 8 e6 no extremo inferior. A moda foi de 40 horas e a media de horas por cursos ficou próxima de80.

Com relação à participação em eventos, foram informadas 74 ocorrênciasde participação em congressos, seminários, simpósios e similares. Estas ocorrências seconcentram em 2002 (5) , 2003 (8), 2004 (22) e 2005 (28) (Quadro 11).

Quadro 11 – Participação em eventos (congressos, seminários, etc.)

Ano do último evento Número de consultores Percentual

1994 1 1,351995 1 1,351997 1 1,351998 1 1,351999 3 4,052000 2 2,702001 2 2,702002 5 6,762003 8 10,812004 22 29,732005 28 37,84

Page 20: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

20

Finalmente, havemos de considerar as perspectivas de demanda para umfuturo próximo, tomando em consideração o número de consultores que já adquiriram ou estãoem vias de adquirir o direito a licença capacitação e afastamento para estudos, bem como o níveldeclarado de motivação para aproveitamento destas oportunidades.

Atualmente há 69 Consultores com direito a licença para capacitação. Em2006, serão mais 29 que terão completado o período de estágio probatório, tornando-se aptos àlicença capacitação ou a afastamento para mestrado e doutorado, uma vez que trazem, em suamaioria, tempo de serviço em outros órgãos.

As respostas aos quesitos referentes à motivação para realizar cursos decurta duração, de atualização ou de pós-graduação revelou grande interesse da quase totalidadedos consultores. Em uma escala de motivação de 1 – desmotivado – a 5 – muito motivado –, asmédias ficaram entre 3,7 e 3,9 (Quadro 12). Além disso, 34% responderam que estão muitomotivados para os três tipos de cursos (marcaram a opção 5 na escala de motivação para as trêsperguntas).

Quadro 12 – Motivação para cursos

Quesito Média¹ Curso de curta duração 3,95Curso de aperfeiçoamento 3,76Pós-graduação stricto sensu 3,66

¹ 1 = desmotivado, 5 = muito motivado

PARTE III – DIRETRIZES, RECOMENDAÇÕES E PROPOSTAS

• Princípios – isonomia, transparência, autonomia e protagonismo, mutualidade, diversidade,flexibilidade, relevância, eficiência, contextualização.

• Conceito – tipos e modalidades de capacitação

• Estratégias –previsão e organização da demanda, planejamento de fluxo, levantamento deinteresses por área/tema e modalidades, reforço motivacional, atuação institucional daCONLE/CEFOR: interna (no aperfeiçoamento da norma e das estratégias) e externa (naarticulação de parcerias).

• Propostas

Page 21: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

21

PRINCÍPIOS

Na organização de uma agenda ou plano de capacitação para osConsultores Legislativos, faz-se necessária a consideração de aspectos relativos aos princípios quefundamentam as escolhas, à definição de que tipos e modalidades de ação poderão ser incluídasno conceito de capacitação com que se opera e aos instrumentos, procedimentos e estratégias quese utilizará com vistas à consecução dos resultados esperados.

Toda ação é fundada e orientada por princípios. Alguns dos princípiosque norteiam as ações de capacitação dos servidores públicos, como relevância (interesse daadministração) e eficiência (custo menor para resultado idêntico) já foram enunciados na Parte I desterelatório, que aborda os aspectos normativos referentes ao tema. Isonomia (igualdade de direitos edeveres dos sujeitos iguais) é um princípio basilar da ordem e do estado republicano e está implícitaem toda norma do direito público.

Flexibilidade (normas orientadas pela essência), diversidade (de modos emeios de operacionalizar a ação), autonomia (dos sujeitos da ação formativa), mutualidade (ouaprendizagem com os pares), e manutenção do vínculo com o contexto de trabalho são princípiosdo novo paradigma organizacional que emergiu das transformações tecnológicas e culturaisocorridas nas últimas décadas.

Num grupo “nivelado por alto”, onde uma grande número de pessoasem condições hierárquicas especialmente horizontais e com elevado perfil técnico-profissionalinteragem freqüente e duradouramente, como é o caso dos Consultores Legislativos, torna-seainda mais necessário o zelo diferenciado por alguns destes princípios.

Não apenas necessário, este zelo pode revelar-se elemento desencadeadordo elevado potencial de otimização dos propósitos estabelecidos.

Exemplificando o argumento: quanto mais a CONLE assumeinstitucionalmente uma atitude proativa em relação às ações de capacitação, mais cresce anecessidade de transparência em relação à isonomia dos critérios para definição dos beneficiários.

Da mesma forma, a horizontalidade da estrutura hierárquica e o elevadonível dos profissionais envolvidos aumenta a exigência de equacionamento entre o que é relevantepara a instituição e o que é relevante para o indivíduo.

Nas condições acima descritas ganha ainda mais sentido o princípio daautonomia e protagonismo dos sujeitos beneficiários da formação. Isto eleva a exigência porflexibilidade, de modo a permitir que o plano de capacitação da Consultoria Legislativa possacomportar a diversidade de propostas que podem emergir da consulta e estimulação a um grupotão multidisciplinar e com tão elevado nível de autonomia intelectual.

Page 22: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

22

Neste sentido, também, não se pode desperdiçar o enorme potencial deformação altamente qualificada que existe nas possibilidades de aprendizagem entre os pares, ouseja, de que os próprios Consultores, alternativamente, sejam os provedores de formação para oscolegas.

CONCEITO – DEFINIÇÃO DE CAPACITAÇÃO

Como podemos constatar pela leitura da norma, ampliou-seenormemente o escopo das atividades que abrangidas pelo conceito de capacitação.

Se até recentemente, por ações de capacitação, se imaginava quase queexclusivamente a ministração de cursos, não importando a variedade de duração, metodologias,propósitos e local de realização, hoje este escopo comporta modalidades diversas como, oficinas,treinamentos em serviço, estágios, grupos de estudos, intercâmbios, projetos, pesquisas.

Longe de significar o abandono das formas convencionais e odesconhecimento da importância de uma política de qualificação que impacte positivamente onível de titulação acadêmica dos Consultores, a ampliação deste escopo, tem no entanto, especialrelevância para que se possa re-significar e re-dinamizar as ações de formação continuada emserviço.

ESTRATÉGIAS

Na continuação do esforço para traduzir este marco conceitual numdocumento de plano propriamente dito e, sobretudo, em medidas concretas para suaoperacionalização, uma série de tarefas estratégicas se colocam à nossa frente.

Em primeiro lugar, faz-se necessário um levantamento gerencial quepermita o exato dimensionamento da demanda potencial e real por licenças capacitação,afastamentos para mestrado e para doutorado.

Com base neste primeiro instrumento, há que se passar ao planejamentodo fluxo de saída. Este deve constituir-se num instrumento de transparência em relação critérios,que seja capaz de balizar, igualmente, as decisões da instituição e as expectativas e planosindividuais. Isto requererá definições institucionais em relação às prioridades e critérios depreferência. Deve ser ainda profundamente sensível às especificidades das equipes que integramas diversas áreas temáticas.

O levantamento quantitativo da demanda e sua distribuição no tempo,longe está, contudo, de esgotar as possibilidades de uma política de desenvolvimento profissionalproativa e empenhada em agregar qualidade humana aos processos institucionais.

Page 23: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

23

Neste sentido, cresce a relevância de iniciativas como a realização decuidadoso e sensível levantamento dos interesses pessoais por área/tema e modalidades deaprendizagem, o desenvolvimento de ações de reforço motivacional, bem como a definição deuma agenda que paute a atuação institucional da CONLE/CEFOR, tanto internamente, nosentido do aperfeiçoamento da norma e das estratégias, como externamente no sentido daarticulação de parcerias relevantes para a qualidade e eficiência das ações desenvolvidas.

Finalmente, uma estratégia imprescindível ao melhor andamento dasações consiste no permanente cuidado de validação e aperfeiçoamento dos conceitos, diretrizes eações pelo coletivo de consultores.

PROPOSTAS PARA EXAME

Iniciativas estruturantes

• Criação, na CONLE, de comissão permanente de capacitação e desenvolvimento técnico-

profissional – esta assumiria a responsabilidade pela continuação do trabalho iniciado por este

GT, encaminhando as propostas aqui apresentadas ou outras;

• Definição de instâncias de consulta e deliberação – uma vez que esta comissão seria órgão de

apoio técnico operacional à direção e não deliberativo, parece conveniente que se defina com

mais clareza as instâncias deliberativas e consultivas que podem balizar o trabalho desta

comissão ;

• Destinação de recursos específicos para as ações aqui tratadas

• Revisão e aperfeiçoamento das normas

Vinculadas à possibilidade de aprendizagem mútua

• Comitês técnico-cientìficos – formado por colegas com experiência e titulação, que

procederiam orientações de projeto de monografia, dissertações e teses, a pareceres de artigos

e projetos, por exemplo;

• Tutoria acadêmica – orientação acadêmica desempenhada por consultor legislativo

• Grupos de estudo – com atividades contabilizadas na carga de trabalho

Page 24: PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ... · 3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS CONSULTORES LEGISLATIVOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS: MARCO NORMATIVO E

24

Vinculadas à necessidade de reforço motivacional

• Elaboração de planos individuais de capacitação e desenvolvimento profissional (Coaching);

• Visibilidade para os resultados do esforço pessoal por capacitação – apoio para publicações,

realização de palestras, seminários.

• Compensação de perdas financeiras; estratégia que permita ressarcir total ou parcialmente as

perdas financeiras decorrentes do afastamento temporário

• Reconhecimento por atuação como formador;

• Créditos de capacitação;

Vinculadas a instrumentação conceitual da Comissão

• Definição de um valor de referência de custo capacitação

• Levantamento quantitativo da demanda

• Levantamento qualitativo da demanda

Vinculadas à realização de estágios, intercâmbios, pesquisas, especializações,mestrados e doutorado

• Firmar parcerias institucionais com Casas Legislativas de outros países e das unidades

federadas, universidades, centros de pesquisa nacionais e internacionais, governamentais, não

governamentais, do sistema ONU e das agencias nacionais de coorperação técnica (p.ex.

JICA, GTZ, DFID).

• Firmar parcerias institucionais com Fundações nacionais e internacionais para concessão de

bolsas de estudo