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Companhia Melhoramentos da Capital COMCAP Gesto dos Resduos Slidos Urbanos do Municpio de Florianpolis - Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos PGRS
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Plano de Gerenciamento de
Resduos Slidos PGRS
Municpio de Florianpolis / SC
Companhia Melhoramentos da Capital COMCAP Gesto dos Resduos Slidos Urbanos do Municpio de Florianpolis - Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos PGRS
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Florianpolis, fevereiro de 2011.
Plano de Gerenciamento de
Resduos Slidos PGRS
Municpio de Florianpolis / SC
Proponente:
Companhia de Melhoramentos da Capital COMCAP
Wilson Roberto Cancian Lopes Diretor Presidente
Tertuliano Xavier de Brito - Diretor Administrativo Financeiro
Jos Vilson de Souza - Diretor de Operaes
Equipe de Trabalho:
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Departamento Tcnico DPTE
Eng Sanitarista Flvia V. Guimares Orofino Gerente
Eng Sanitarista e Ambiental Karina da Silva de Souza - Tcnica
Camila Maria Oliveira Estagiria Administrao Pblica - UDESC
Mark Rae Estagirio Eng Sanitria e Ambiental - UFSC
IDENTIFICAO DO EMPREENDEDOR E CONSULTOR
Companhia de Melhoramentos da Capital COMCAP
CNPJ: 82.511.825/0001-35
Endereo: Rua 14 de Julho, n 357 Estreito, Florianpolis-SC. CEP: 88.075-010
Fone: (48) 3271-6800
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TCNICOS RESPONSVEIS PELO PLANO DE GERENCIAMENTO DE
RESDUOS SLIDOS URBANOS DO MUNICPIO
Responsvel Tcnico 1
Nome: Flvia Vieira Guimares Orofino
CPF: 521130789-53
Qualificao profissional: Engenheira Sanitarista, Mestre em Engenharia de Produo.
Nmero no conselho de classe e regio: CREA-SC n 031.559-6
Endereo: Rua 14 de Julho, n 357 Estreito Florianpolis SC CEP 88063-440
Nmero da(s) ART(s): 3957330-7
Responsvel Tcnico 2
Nome: Karina da Silva de Souza
CPF: 003758899-0653
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Qualificao profissional: Engenheira Sanitarista e Ambiental.
Nmero no conselho de classe e regio: CREA-SC n 093.644-7
Endereo: Rua 14 de Julho, n 357 Estreito Florianpolis SC CEP 88063-440
Nmero da(s) ART(s): 3957979-4
APRESENTAO
O presente trabalho tem por objetivo a elaborao do Plano de Gerenciamento
de Resduos Slidos PGRS para o municpio de Florianpolis / SC, baseado no
Decreto N 3.272, de 19 de maio de 2010, que fixa os critrios bsicos sobre os quais
devem ser elaborados os Planos de Gerenciamento de Resduos Slidos referentes a
resduos slidos urbanos municipais, previstos nos artigos 265 e 266 da Lei n 14.675,
de 13 de abril de 2009, que institui o Cdigo Estadual do Meio Ambiente.
O PGRS um mecanismo criado com o objetivo de promover a sustentabilidade
das operaes de gesto de resduos slidos, bem como preservar o meio ambiente e a
qualidade de vida da populao, contribuindo com solues para os aspectos sociais,
econmicos e ambientais envolvidos na questo.
O PGRS, segundo o Decreto Estadual N 3.272, composto das seguintes
etapas: informaes institucionais da empresa que gerencia os resduos no municpio,
diagnstico da situao atual dos mesmos, apresentando sua classificao e
caracterizao, uma perspectiva de aes futuras e corretivas para soluo de problemas
existentes no atual sistema de gerenciamento, um programa de educao ambiental com
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suas aes e, por fim, apresentar um cronograma de implantao destas aes corretivas
propostas.
Considerando:
O atual momento, em que o Plano Municipal Integrado de Saneamento
Bsico PMISB encontra-se em fase final de elaborao, e que o mesmo
trar novas diretrizes para a gesto dos resduos slidos no municpio.
Que uma das metas de curto prazo (2015) estabelecidas pelo PMIS a
elaborao do Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos Urbanos
para o municpio de Florianpolis, conforme a Lei Federal N
12.305/2010, contemplando os planos especficos de Gerenciamento dos
Resduos Industriais, dos Servios de Sade, da Construo Civil, dos
Resduos dos Servios de Transporte, dos Resduos Perigosos e dos no
perigosos, alm de definir e propor metas e aes de Controle,
orientao e fiscalizao da conformidade da execuo dos processos de
gerenciamento de cada Plano.
Apresentaremos no presente documento, apenas, as informaes referentes aos
itens 2, 3 e 5 do Termo de Referncia do Decreto N 3.272, que apresentam a situao
do sistema atual de gerenciamento de resduos slidos no municpio de Florianpolis.
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SUMRIO
IDENTIFICAO DO EMPREENDEDOR E CONSULTOR ....................................... 3
TCNICOS RESPONSVEIS PELO PLANO DE GERENCIAMENTO DE
RESDUOS SLIDOS URBANOS DO MUNICPIO .................................................... 4
APRESENTAO ........................................................................................................... 5
1. INFORMAES INSTITUCIONAIS ................................................................... 19
1.1. Histrico da COMCAP .................................................................................... 20
1.2. Cronologia das Aes relacionadas ao Gerenciamento de Resduos Slidos no
Municpio.................................................................................................................... 26
1.3. Remunerao do Sistema Atual de Gerenciamento de Resduos Slidos
Municipais .................................................................................................................. 31
1.3.1. Sistema de Cobrana do Servio...................................................................... 31
1.3.2. Sistema Oramentrio da Prefeitura Municipal de Florianpolis .................... 31
1.3.3. Sistema Oramentrio da COMCAP ............................................................... 32
2. DIAGNSTICO ..................................................................................................... 33
2.1. Perfil Topogrfico e Sistema Virio Urbano ................................................... 33
2.2. Zonas de Ocupao da Cidade ......................................................................... 35
2.3. Dados Populacionais ........................................................................................ 37
2.4. Hbitos e Costumes da Populao ................................................................... 40
2.5. Diviso Municipal dos Roteiros de Coleta e Servios de Limpeza Urbana .... 42
2.5.1. Regio Norte .................................................................................................... 42
2.5.2. Regio Sul ........................................................................................................ 43
2.5.3. Regio Leste .................................................................................................... 44
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2.5.4. Regio Central ................................................................................................. 44
2.5.5. Regio Continental .......................................................................................... 45
2.6. Sistemas de Coleta de Resduos Slidos .......................................................... 45
2.6.1. Coleta Convencional ........................................................................................ 46
Infra-Estrutura .................................................................................................................... 48 Coleta Mecanizada ............................................................................................................. 50 Operao da Coleta Convencional ..................................................................................... 52 Dificuldades Encontradas ................................................................................................... 55
2.6.2. Coleta Seletiva ................................................................................................... 59
Insero dos Catadores na Coleta Seletiva ......................................................................... 64 Infra-Estrutura da Coleta Seletiva ...................................................................................... 65 Operao da Coleta Seletiva............................................................................................... 66 Dificuldades Encontradas ................................................................................................... 68
2.6.3. Coleta de Resduos Orgnicos.............................................................................. 69
Infra-Estrutura da Coleta de Orgnicos .............................................................................. 74 Operao da Coleta de Orgnicos ...................................................................................... 74 Dificuldades Encontradas ................................................................................................... 75
2.6.4. Coleta dos Resduos de Servios de Sade............................................................ 75
Infra-Estrutura .................................................................................................................... 80
2.6.5. Lixo Pesado ........................................................................................................ 81
Infra-Estrutura .................................................................................................................... 81 Operao da Coleta de Lixo Pesado ................................................................................... 82 Dificuldades Encontradas ................................................................................................... 83
2.7. Servios de Limpeza Pblica ................................................................................ 83
Gerenciamento dos Servios .............................................................................................. 83
2.7.1. Capina e Roagem Mecnica ............................................................................... 87
Infra-Estrutura da Capina e Roagem Mecnica ................................................................ 88 Operao dos Servios de Capina e Roagem .................................................................... 90
2.7.2. Varrio ............................................................................................................. 91
2.7.3. Limpeza de Valas e Canais Abertos ................................................................ 93
Infra-Estrutura dos Servios de Limpeza de Valas e Canais Abertos ........................ 95
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Operao dos Servios de Limpeza de Valas e Canais Abertos ................................. 96
2.7.4. Desratizao ..................................................................................................... 96
Infra-Estrutura do Servio de Desratizao ................................................................ 97
Operao dos Servios de Desratizao ..................................................................... 97
2.7.5. Varrio de Eventos ......................................................................................... 98
Infra-Estrutura do Servio de Varrio de Eventos .................................................... 98
Operao dos Servios de Varrio de Eventos ......................................................... 98
2.7.6. Limpeza de Praias ............................................................................................ 99
Infraestrutura da Limpeza de Praias ..................................................................... 102 Operao da Limpeza de Praias............................................................................ 104 Dificuldades Encontradas ..................................................................................... 104
2.7.7. Operao Vero ............................................................................................. 106
2.7.8. Outros Servios na rea de Limpeza Pblica................................................ 107
2.8. Programa de Educao Ambiental E.A ...................................................... 108
2.9. Disposio Final dos Resduos ...................................................................... 110
2.9.1. Centro de Transferncia de Resduos Slidos CTReS ................................ 110
2.9.2. Resduos Slidos coletados pela Coleta Convencional ................................. 116
Localizao do Aterro .......................................................................................... 117 Tratamento dos Resduos ..................................................................................... 119 Estao de Tratamento de Efluentes/Chorume (ETE) .......................................... 120 Laboratrio de Monitoramento Ambiental ........................................................... 122
2.9.3. Resduos Classe I (Perigosos) ........................................................................ 122
2.9.4. Resduos de Servios de Sade (RSS) ........................................................... 124
2.9.5. Materiais Reciclveis Secos Recolhidos pela Coleta Seletiva ....................... 126
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2.9.6. Materiais Reciclveis Orgnicos recolhidos pela Coleta Seletiva de Orgnicos
129
2.9.7. Resduos Classe II B / Inertes ..................................................................... 131
2.10. Aes Visando o Desvio de Resduos Slidos do Aterro Sanitrio .............. 135
2.11. Garagem da Frota ........................................................................................... 144
2.12. Distncias Operacionais ................................................................................. 146
3. CLASSIFICAO QUANTO ORIGEM, CLASSIFICAO QUANTO AO
RISCO, CARACTERIZAO E QUANTIDADE DE RESDUOS SLIDOS
GERADOS ................................................................................................................... 147
3.1. Estudo dos Resduos Slidos Domiciliares ................................................... 147
3.1.1. Coleta Convencional ...................................................................................... 147
3.1.2. Coleta Seletiva ............................................................................................... 152
3.2. Estimativa de Gerao de Resduos Slidos Domiciliares ............................ 155
4. AES FUTURAS .............................................................................................. 158
4.1. Descentralizao dos Roteiros da Coleta Convencional ................................ 158
4.2. Aterro de Inertes ............................................................................................ 160
4.3. Programa de Melhorias na Infraestrutura da Coleta Seletiva ........................ 163
4.4. Rede de Pontos de Entrega para Pequenos Volumes (PEPVs) no municpio de
Florianpolis ............................................................................................................. 164
4.4.1. PEPV Sul da Ilha ................................................................................. 167 4.4.2. PEPV Motor Home .............................................................................. 168 4.4.3. PEPV CTReS .......................................................................................... 170 4.4.4. PEPV Continente .................................................................................... 171
4.5. Construo de um Centro de Transferncia de Resduos Slidos - CTReS
Norte Sapiens Parque............................................................................................. 173
4.6. Consrcio Pblico para Gerenciamento de Resduos Slidos ....................... 176
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4.7. Projeto para Manuteno Preventiva do Sistema de drenagem de guas
Pluviais ..................................................................................................................... 177
4.8. Destinao Adequada de Equipamentos Eletrnicos ..................................... 178
4.9. Metas Previstas no Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico
PMISB de Florianpolis ........................................................................................... 179
5. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................... 194
6. FONTES DE CONSULTA .................................................................................. 195
7. ANEXOS .............................................................................................................. 198
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FIGURAS
Figura 1 - Distritos Administrativos de Florianpolis .................................................................. 36
Figura 2 - Macrozoneamento de Florianpolis (anos de 1977, 1985, 1997 e 2003) .................. 37
Figura 3 - Diviso Regional dos Roteiros de Coleta ..................................................................... 42
Figura 4 Lixeira Comunitria para disposio dos resduos slidos coleta, instaladas em
locais de difcil acesso. ................................................................................................................ 46
Figura 5 - Fluxograma dos resduos slidos urbanos coletados pela coleta convencional. ........ 47
Figura 6 Ginstica Laboral para preveno de acidentes de trabalho. .................................... 49
Figura 7 Caminho Compactador utilizado para coleta convencional de resduos slidos. .... 50
Figura 8 Utilizao de Contentores para disposio dos resduos slidos coleta. ................ 51
Figura 9 - Caminho Compactador com Elevador Mecnico ...................................................... 52
Figura 10 Sede da COMCAP Estreito: Local de sada dos caminhes coletores .................... 53
Figura 11 Alguns dos EPIs utilizados pelos garis da coleta convencional. ............................... 53
Figura 12 Acidente com veculo coletor devido a falta de planejamento urbano. .................. 56
Figura 13 Falta atendimento ao planejamento urbano com ocupaes irregulares, expondo a
guarnio riscos ocupacionais. ................................................................................................. 57
Figura 14 Coleta de Resduos Slidos em reas crticas, onde o caminho no tem acesso,
realizada atravs de puxamento por tapetes. ....................................................................... 58
Figura 15 Coleta de Resduos Slidos na Costa da Lagoa. ........................................................ 58
Figura 16 - Fluxograma dos materiais reciclveis coletados pela coleta seletiva. ...................... 60
Figura 17 Ecocentro - Ponto de Entrega de Pneus. .................................................................. 61
Figura 18 Ecocentro - Ponto de Entrega de leo. .................................................................... 62
Figura 19 Caminho ba utilizado na coleta seletiva de materiais reciclveis secos. ............. 66
Figura 20 Fluxograma da Coleta seletiva realizada no Centro da cidade................................. 68
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Figura 21 Caminho Poliguindaste utilizado para coleta de resduos orgnicos. .................... 74
Figura 22 Fluxograma Especificando as Principais Etapas do Servio de Coleta de RSS. ......... 79
Figura 23 Coleta de Lixo Pesado ............................................................................................... 82
Figura 24 Execuo do Servio de Capina e Roagem ............................................................. 89
Figura 25 Capina Mecnica executada em ruas com pavimentao em paraleleppedo ........ 89
Figura 26 Servio de varrio no Calado de Florianpolis .................................................... 92
Figura 27 Retroescavadeira da COMCAP realizando a remoo dos entulhos. ....................... 94
Figura 28 Funcionrios da COMCAP realizando a retirada de vegetao de forma manual e
com auxlio de retroescavadeira. ................................................................................................ 94
Figura 29 Mquina realizando a retirada vegetao e excesso de areia de canal, em trabalho
de limpeza hidrogrfica. .............................................................................................................. 95
Figura 30 Esvaziamento de tubos e reposio de sacos verdes. .............................................. 99
Figura 31 Limpeza da areia com rastelo. ................................................................................ 100
Figura 32 Limpeza de restinga com espetinho. ...................................................................... 100
Figura 33 Varrio de ruas. ..................................................................................................... 101
Figura 34 Materiais e equipamentos utilizados pelos auxiliares operacionais para limpeza de
praias ......................................................................................................................................... 103
Figura 35 Lavao de Logradouro no Centro da Cidade de Florianpolis. ............................. 107
Figura 36 Museu do Lixo, localizado no CTReS ...................................................................... 109
Figura 37 Circuito do Lixo no CTReS ....................................................................................... 109
Figura 38 Atendimento de crianas no CTReS em aes de educao ambienta .................. 110
Figura 39 Localizao do CTReS do Itacorubi. ........................................................................ 111
Figura 40 Vista Geral do CTReS do Itacorubi. .......................................................................... 111
Figura 41 Balana do CTReS do Itacorubi. ................................................................................. 113
Figura 42 Estao de Transbordo CTReS do Itacorubi. ........................................................ 114
Figura 43 Estao de Transbordo CTReS do Itacorubi. ........................................................ 114
Figura 44 - Localizao do Aterro Sanitrio de Biguau ............................................................ 118
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Figura 45 - Destino Final dos Resduos ...................................................................................... 120
Figura 46 - Lagoa Aerada para Tratamento dos Efluentes Lquidos ......................................... 121
Figura 47 - Tratamento Fsico / Qumico dos Efluentes Lquidos .............................................. 121
Figura 48 - Laboratrio de Anlises Ambientais ....................................................................... 122
Figura 49 - Disposio dos Resduos Perigosos ......................................................................... 124
Figura 50 - Centro de Tratamento dos RSS ............................................................................... 125
Figura 51 Centro de Triagem da Associao de Recicladores Esperana (AREsp). ................ 126
Figura 52 Centro de Triagem da Associao de Coletores de Materiais Reciclveis ACMR.
................................................................................................................................................... 127
Figura 53 Leiras de compostagem localizada no CTReS. ........................................................ 130
Figura 54 Alimentao das leiras de compostagem localizada no CTReS. ............................. 130
Figura 55 Descarregamento de resduos no atual aterro de inertes. .................................... 133
Figura 56 Triturador de Coco verde. ...................................................................................... 140
Figura 57 Picador Florestal Mvel. ......................................................................................... 140
Figura 58 Picador Florestal Mvel. ......................................................................................... 141
Figura 59 Trator com capo aberto. ......................................................................................... 142
Figura 60 Mesa de Afiao de Lminas do Picador. ............................................................... 142
Figura 61 Localizao da Sede da COMCAP no Estreito. ........................................................ 144
Figura 62 - Localizao do Empreendimento em relao ao Municpio de Florianpolis ........ 161
Figura 63 - Localizao do Aterro de Inertes Canto do Lamim .............................................. 162
Figura 64 - Localizao do Aterro de Inertes Canto do Lamim .............................................. 162
Figura 65 Configurao bsica do PEPV. ................................................................................ 164
Figura 66 - Imagem do municpio de Florianpolis, com a localizao dos PEPVs e aterros de
inertes ....................................................................................................................................... 165
Figura 67 - Localizao de PEPV Sul da Ilha ............................................................................... 167
Figura 68 - Localizao de PEPV Sul da Ilha ............................................................................... 168
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Figura 69 - Localizao de PEPV Motor Home .......................................................................... 169
Figura 70 - Localizao PEPV Motor Home ............................................................................... 169
Figura 71 - Localizao de PEPV CTReS ..................................................................................... 170
Figura 72 - Localizao de PEPV CTReS ..................................................................................... 171
Figura 73 - Localizao de PEPV Continente ............................................................................. 172
Figura 74 - Localizao de PEPV Continente ............................................................................. 172
Figura 75 Planta de Localizao do CTReS Norte ................................................................... 175
Figura 76 - Mapa do Ncleo Metropolitano da Regio Metropolitana da Grande Florianpolis.
................................................................................................................................................... 177
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TABELAS
Tabela 1 - Comparativo entre crescimento populacional e crescimento na gerao de resduos
slidos doe Florianpolis ............................................................................................................. 38
Tabela 2 - Dados Populacionais por Distrito ............................................................................... 39
Tabela 3 Programas de Reciclagem de orgnicos operados em Florianpolis. ....................... 70
Tabela 4 - Materiais para compostagem com respectiva nomenclatura do roteiro de coleta .. 71
Tabela 5- Dados do Sistema de Compostagem ........................................................................... 72
Tabela 6- Estabelecimentos de Coleta de RSS da COMCAP ........................................................ 76
Tabela 7 - Estabelecimentos de Sade Atendidos pela Coleta de RSS da COMCAP de Acordo
com a Freqncia do Servio. ..................................................................................................... 78
Tabela 8 Servios realizados em cada praia. .......................................................................... 102
Tabela 9 - Funcionrios para Limpeza de Praias na temporada de vero 2009/2010. ............. 105
Tabela 10 Quadro Resumo descrevendo a destinao final dos resduos coletados no
municpio de Florianpolis. ....................................................................................................... 138
Tabela 11 - Caracterizao dos Resduos da Coleta Convencional por Regio ......................... 150
Tabela 12 - Produo Per Capita de RSU ................................................................................... 151
Tabela 13 - Densidade Aparente dos RSU por regio do municpio (kg/m) ........................... 151
Tabela 14 - Umidade dos RSU por regio do municpio (%) ..................................................... 152
Tabela 15 Valores de Comercializao dos Metariais da Coleta Seletiva. ............................. 155
Tabela 16 Taxa mdia de crescimento na gerao de RESUD no perodo de 1985 a 2008. .. 156
Tabela 17 Estimativa da Gerao Futura de RESUD no perodo de 2009 a 2028. ................. 157
Tabela 18 Quantidade de resduos slidos encaminhadas ao aterro sanitrio que devem ser
reduzidas a curto, mdio e longo porazo. ................................................................................. 185
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GRFICOS
Grfico 1 Evoluo da quantidade de resduos slidos gerados no municpio de Florianpolis.
..................................................................................................................................................... 26
Grfico 2 Evoluo da coleta convencional. ............................................................................. 48
Grfico 3 Evoluo da Coleta Seletiva em Florianpolis .......................................................... 63
Grfico 4- Evoluo da Compostagem ........................................................................................ 73
Grfico 5- Desempenho Capina .................................................................................................. 87
Grfico 6 - Desempenho Roagem .............................................................................................. 88
Grfico 7 - Desempenho Desratizao ........................................................................................ 97
Grfico 8 - Contratao de Pessoal por Ano ............................................................................. 106
Grfico 9 - Srie Histrica de Recebimento de Material pela COMCAP ................................... 134
Grfico 10 Destinao Final dos Resduos Slidos gerados no municpio de Florianpolis no
ano de 2009. .............................................................................................................................. 136
Grfico 11 Destinao Final dos Resduos Slidos gerados no municpio de Florianpolis no
ano de 2010. .............................................................................................................................. 137
Grfico 12 - Caracterizao dos Resduos da Coleta Convencional .......................................... 148
Grfico 13 - Caracterizao dos Resduos da Coleta Convencional .......................................... 149
Grfico 14 - Caracterizao dos Materiais Plsticos ................................................................. 149
Grfico 15 - Caracterizao dos Resduos da Coleta Seletiva em Florianpolis ........................ 154
Grfico 16 - Caracterizao dos Resduos da Coleta Seletiva no Brasil ..................................... 154
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ANEXOS
ANEXO I ..................................................................................................................................... 200
ANEXO II .................................................................................................................................... 204
ANEXO III ................................................................................................................................... 207
ANEXO V .................................................................................................................................... 211
ANEXO VI ................................................................................................................................... 213
ANEXO VII .................................................................................................................................. 216
ANEXO VIII ................................................................................................................................. 219
ANEXO IX ................................................................................................................................... 220
ANEXO X .................................................................................................................................... 224
ANEXO XI ................................................................................................................................... 226
ANEXO XII .................................................................................................................................. 229
ANEXO XIII ................................................................................................................................. 235
ANEXO XIV ................................................................................................................................. 238
ANEXO XV .................................................................................................................................. 245
ANEXO XVI ................................................................................................................................. 249
ANEXO XVII ................................................................................................................................ 254
ANEXO XVIII ............................................................................................................................... 256
ANEXO XIX ................................................................................................................................. 259
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1. INFORMAES INSTITUCIONAIS
A Prefeitura Municipal de Florianpolis - PMF, composta por 15 secretarias
municipais, 7 secretarias executivas, e 17 rgos. Dentre as secretarias municipais est a
Secretaria Municipal de Habitao e Saneamento, rgo da Administrao Municipal
Direta, criada em fevereiro de 2005 atravs da Lei Complementar 158. Em abril de
2008, foi promovida uma nova reforma administrativa, atravs da Lei Complementar
320, ocorrendo alteraes na estrutura administrativa e gerencial da SMHSA, que
passou a ter as seguintes atribuies bsicas:
Definir, coordenar e gerir as polticas de Habitao de Interesse Social e de
Saneamento Ambiental do Municpio de Florianpolis;
Atuar junto s operadoras dos servios de saneamento bsico, fazendo cumprir
as metas estabelecidas no Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico;
Elaborar e/ou coordenar os planos municipais de habitao de interesse social e
de saneamento bsico;
Gerir o Fundo Municipal de Integrao Social FMIS e o Fundo Municipal de
Saneamento Bsico - FMSB;
Elaborar e/ou coordenar os projetos para as reas de interesse social, saneamento
ambiental e institucional do Municpio;
Coordenar e/ou intermediar a participao dos rgos governamentais federais,
estaduais, municipais, da iniciativa privada, de instituies financeiras e da
comunidade, na elaborao e execuo de projetos e programas de saneamento
bsico e de habitao de interesse social;
Garantir a prestao de servios municipais relativos sua rea de competncia
de acordo com as diretrizes do programa de governo;
Sendo assim, o gerenciamento do Manejo de Resduos Slidos Urbanos e
Limpeza Urbana no municpio de Florianpolis de competncia da Secretaria
Municipal de Habitao e Saneamento Ambiental.
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Dentre os rgo da PMF est a Companhia Melhoramentos da Capital
COMCAP, que detm a concesso dos servios de limpeza pblica em Florianpolis, h
35 anos, sendo uma empresa de economia mista cuja acionista majoritria a Prefeitura
Municipal de Florianpolis. Criada atravs da Lei Municipal n 1.022 de 22 de julho de
1971, hoje tem a misso de prestar servios pblicos de saneamento ambiental com
eficincia, qualidade e responsabilidade social, operando sob a viso de conquistar
liderana regional e de se tornar referncia nacional na gesto integrada de resduos
slidos.
Atualmente, a Comcap atende a populao de Florianpolis com os seguintes
servios : coleta de lixo domiciliar; remoo de lixo pesado; coleta Seletiva de Lixo;
remoo de entulho e de varrio com caixas brooks e caminho caamba; programa De
Olho na Sujeira - remoo de resduos/entulhos em qualquer parte da cidade; capina
mecanizada; capina manual; roagem; limpeza de canais e valas a cu aberto; varrio;
administrao de estacionamentos e sanitrios pblicos; limpeza em eventos, como
festas populares, religiosas e promovidos pela Prefeitura Municipal; programas de
mutires desenvolvidos pela Prefeitura Municipal.
Para atender a crescente demanda por servios de limpeza pblica, a empresa
conta com aproximadamente, 1,4 mil empregados, com estrutura administrativa
organizada em trs diretorias (Diretoria da Presidncia, Diretoria Operacional e
Diretoria Administrativa Financeira), seis assessorias, oito departamentos e 25 divises,
incluindo as gerncias operacionais descentralizadas por regio do municpio. A
hierarquia e a organizao da COMCAP podem ser vistas nos organogramas
apresentados no Anexo I.
1.1. Histrico da COMCAP
A destinao final dos resduos slidos em Florianpolis um problema antigo e
complexo. Em 1830, foi aprovada uma lei determinando que o lixo urbano fosse
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lanado nos rios e no mar, para evitar que os detritos jogados pelos prprios moradores
se acumulassem nas ruas e terrenos baldios.
Mais tarde, em 1914, para acabar com o acmulo de lixo nas praias foi
construdo prximo Ponte Herclio Luz, o forno do lixo, que funcionou durante quase
meio sculo, queimando os resduos da Capital. A fumaa produzida pela chamin da
usina passou a molestar os moradores que se instalavam nas redondezas.
Com o aumento da populao e da produo de resduos, em 1956, surgiu o
"lixo" da cidade. Os resduos slidos passaram a ser dispostos no manguezal do
Itacorubi, em uma rea de aproximadamente 12 hectares, durante mais de 30 anos,
acarretando srios problemas de sade pblica e de degradao do mangue. Somente em
1989, o lixo do Itacorubi foi desativado, graas presso popular.
A origem da COMCAP relaciona-se criao do Plano de Desenvolvimento
Municipal - PLADEM, pela Lei 654, de 23 de dezembro de 1964. Esta lei permitiu a
criao da Fbrica de Artefatos de Cimento e regulamentou o funcionamento da fbrica
municipal de tubos, que operava desde a dcada de 40. As duas fbricas passaram a
atuar no bairro do Itacorubi, onde a COMCAP executa parte de suas atividades at hoje.
O PLADEM estava previsto para acabar em 1966, porm estendeu-se at 1969,
por meio da Lei Municipal n 135 de 20 de novembro de 1969, que autorizou a criao
de uma empresa pblica, a Empresa Municipal de Artefatos de Cimento EMACIM,
para fabricar lajotas, tubos e meio-fios e fornec-los Secretaria Municipal de Obras,
responsvel pela pavimentao da cidade.
Atravs da Lei Municipal n 1022 de 22 de julho de 1971, foi criada a
COMCAP, com o objetivo de diminuir o custo das obras pblicas e gerir com maior
eficincia os servios de competncia municipal.
Originalmente, a COMCAP contava com uma estrutura administrativa composta
por dois diretores e cinco empregados. No segmento operacional, incorporou a estrutura
fsica e funcional da EMACIM: cerca de 100 empregados e a fbrica de artefatos de
cimento.
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Em 1973, a sede da companhia foi transferida do Itacorubi para a Rua Anita
Garibaldi, no Centro, e , posteriormente, para a Rua 14 de Julho, onde funciona at hoje.
Na metade da dcada de 70, a Comcap participou intensamente das obras de
pavimentao na cidade, quando foram caladas ruas centrais como Felipe Schmidt,
Tenente Silveira e Osmar Cunha.
No ano de 1976, foi criado o Departamento de Limpeza Pblica LIMPU, e
assim a COMCAP assumiu o servio de coleta de lixo da cidade, j que a empresa
carioca Sanenge, contratada no ano enterior para recolher os resduos, havia sido
dispensada por deficincia de estrutura. Alm disso, a COMCAP tambm passou a
executar os servios de varrio, capinao remoo e limpeza de valas. Foi a ocasio
em que a COMCAP ampliou seu quadro operacional em cerca de 200 empregados,
recebendo como misso, prover a cidade com um sistema de limpeza que atendesse a
todos os habitantes do municpio e queles que de suas belezas naturais vierem a fazer
uso.
A partir desta data a COMCAP iniciou uma srie de melhorias nos servios de
limpeza que eram prestados aos muncipes, expandindo o atendimento s reas de
varrio de calamento e capinao nos bairros da cidade, servios de coleta atravs de
contineres e coleta de lixo hospitalar.
A partir do ano de 1979 iniciaram-se estudos com relao desativao do
Lixo do Itacorubi, sendo constitudos grupos trs grupos tcnicos (comisses), em
pocas diferentes, para estudar como efetivar a desativao deste. Sendo assim, em
1980, um grupo de estudos, composto por tcnicos da Companhia de Tecnologia e
Saneamento Ambiental do Estado de So Paulo - CETESB e tcnicos da COMCAP,
apresentaram uma soluo conjunta para o gerenciamento de resduos slidos nos
municpios de Florianpolis, So Jos, Palhoa e Bigua (Aglomerado Urbano de
Florianpolis - AUF).
Em 1986, a Comisso Interdisciplinar para Estudos dos Resduos Slidos,
formada por integrantes de vrias entidades (Universidades, Associaes de Moradores,
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rgos municipais, entidades ambientalistas), foi dividida em sub-comisses com
tarefas especficas de estudos:
Sub-comisso para anlise das propostas apresentadas por empresas
concorrentes - Processo de licitao do Executivo Municipal;
Sub-comisso para estudo de solues alternativas s convencionais para
tratamento de lixo;
Sub-comisso para estudo das solues para o lixo hospitalar;
Sub-comisso para seleo dos locais para possvel instalao da(s) usina(s) para
reciclagem do lixo, ptio para compostagem, aterro sanitrio e incinerador.
Com resultado destes estudos a Prefeitura apresentou um conjunto de solues
populao quanto ao tratamento dos resduos domiciliares, onde deliberou-se sobre:
Construo de duas usinas de triagem e compostagem;
Valorizao dos resduos nas comunidades que os geram, recuperando-os a
partir da triagem domiciliar e coleta seletiva;
Coleta dos Resduos de Servio de Sade e tratamento em Incineradores de
resduos no bairro de Santa Tereza, So Jos.
Em setembro de 1987 o Tribunal de Justia proibiu a instalao da usina, sendo
iniciados contatos com as demais prefeituras da Grande Florianpolis. Nenhum dos
prefeitos procurados aceitou receber o lixo de Florianpolis, com exceo de So Jos.
Algumas pessoas tentaram embargar a obra, porm a Justia de So Jos no acatou o
pedido e permitiu Prefeitura de Florianpolis a instalao da Usina em 1988, em
parceria com a prefeitura local.
Na dcada de 80, Florianpolis foi a primeira cidade no Brasil a implantar a
coleta seletiva, e o Programa Beija-flor serviu como fonte de inspirao para outros
projetos no Pas. O objetivo era tratar o lixo domiciliar dentro das comunidades que o
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produziam, incentivando a coleta seletiva e o seguinte destino ao lixo: o material
reciclvel seco era comercializado, o material orgnico era tratado atravs da
compostagem (para que o adubo resultante fosse utilizado em hortas comunitrias) e os
rejeitos eram encaminhados ao ponto de coleta convencional mais prximo.
Em 1988, o Programa Beija-Flor recebeu financiamento de U$ 200 mil do
BNDES-FINSOCIAL a fundo perdido e em 1990 j eram beneficiadas 25 mil pessoas
em dez bairros, nove destes populares, com sistema descentralizado de coleta e destino
final e um de classe mdia, com sistema centralizado.
Em 1989 foi desativado o Lixo do Itacorubi e iniciaram-se os contratos para
terceirizao dos servios de destino final dos resduos slidos, com envio dos resduos
para aterros sanitrios localizados em municpios vizinhos primeiramente em Paulo
Lopes e depois em Biguau.
Em 1991 a coleta seletiva foi ampliada para toda a cidade atravs do sistema de
Postos de Entrega Voluntria (PEV's) - quatorze em praas, supermercados e ruas e
vinte em escolas pblicas - e em dez praias com lixeiras especiais na orla martima.
Em l994 a coleta seletiva ampliada para o permetro urbano do municpio de
Florianpolis, sendo realizada pelo sistema porta a porta. Este sistema atendia em torno
de 60% da populao do municpio e pretendia recolher em torno de 60 ton/semana de
resduos reciclveis. A misso deste novo sistema era estabelecer na cidade de
Florianpolis uma nova viso no tratamento do lixo domiciliar, retirando dele todos os
materiais reciclveis e retornveis, e dando ao mesmo um tratamento, que pudesse gerar
para a populao da regio, uma fonte de renda e ao mesmo tempo contribuir para a
educao ambiental da populao. Este programa se deu atravs de trs grandes
processos como:
Propaganda incentivando a separao nas residncias;
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Implantao dos roteiros de coleta1;
Construo e adequao da Estao de Triagem.
Neste momento a empresa estava incorporando aos seus processos a varivel
ambiental, pois passou a ter como um dos principais objetivos a ampliao do
percentual da coleta seletiva em relao a coleta convencional, a cada ms. Com isto a
empresa ajudaria na conservao dos Recursos Naturais renovveis e no renovveis,
alm de colaborar com a reduo dos impactos ambientais que os resduos slidos
provocam quando colocados nos lixes e/ou aterros sanitrios.
No ano 2000, inaugurado o Centro de Transferncia de Resduos Slidos
(CTReS), rea voltada ao manejo dos resduos no Itacorubi, que inclui Centro de
Educao Ambiental.
Em 2010, a coleta seletiva atinge mais de 90% da populao, entre os sistemas
de coleta porta a porta e de lixeiras comunitrias.
O grfico 1, a seguir, apresenta a evoluo da quantidade de resduos slidos
gerados no municpio de Florianpolis, desde o ano de 1985 at 2010.
1 Roteiros de Coleta: Tambm chamado de itinerrio de coleta, o trajeto que o veculo coletor deve percorrer dentro de um mesmo setor, no mesmo perodo, transportando o mximo de resduos slidos num mnimo de percurso improdutivo, com o menor desgaste possvel para a guarnio e o caminho.
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Grfico 1 Evoluo da quantidade de resduos slidos gerados no municpio de Florianpolis.
Fonte: COMCAP
1.2. Cronologia das Aes relacionadas ao Gerenciamento de Resduos Slidos no Municpio
1830:
Lei 246 de 15 de novembro de 1955 determina que o lixo urbano seja lanado nos rios e
no mar, para evitar que se acumulem nas ruas e terrenos baldios.
1877:
Inicia servio de remoo do lixo feito por particulares com carroes puxados por
burros. Despejo ocorria nas praias da Baa Norte.
1914:
Construo do forno do lixo prximo Ponte Herclio Luz. A fumaa produzida pela
chamin da usina passou a molestar os moradores que se instalavam nas redondezas.
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1958:
Incio do lixo do Itacorubi. A disposio dos resduos slidos neste local sempre foi
feita de maneira inadequada, ou seja, no houve impermeabilizao do solo; no existia
drenagem de chorume, nem do gs, acarretando problemas srios de sade pblica e de
degradao do mangue.
1964:
Criao do Pladem (Plano de Desenvolvimento Municipal).
1966:
As duas fbricas passam a operar no Itacorubi.
22 de julho de 1971:
Criao da Companhia Melhoramento da Capital (COMCAP), pela Lei Municipal
N 1.022, para pavimentao comunitria.
1976:
Criao do Departamento de Limpeza Pblica (Limpu) na COMCAP. A companhia
assume os servios de coleta de resduos slidos, de varrio, capinao remoo e
limpeza de valas.
1978:
Incio das atividade denominadas da Operao Vero, onde a limpeza de praias passa a
ser realizada considerando a sazonalidade, com aes temporrias.
1979:
Iniciaram-se os estudos com relao desativao do Lixo do Itacorubi, sendo
constitudas trs comisses para estudar os problemas da desativao deste.
1980:
Um grupo de estudos, composto por tcnicos da Companhia de Tecnologia e
Saneamento Ambiental do Estado de So Paulo - CETESB e tcnicos da COMCAP,
apresentaram uma soluo conjunta para o gerenciamento de resduos slidos nos
municpios de Florianpolis, So Jos, Palhoa e Bigua (Aglomerado Urbano de
Florianpolis - AUF).
1986:
Companhia Melhoramentos da Capital COMCAP Gesto dos Resduos Slidos Urbanos do Municpio de Florianpolis - Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos PGRS
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A Comisso Interdisciplinar para Estudos dos Resduos Slidos foi dividida em sub-
comisses com tarefas especficas de estudos.
Implantao do Projeto Beija-flor, que estabeleceu de forma pioneira no Brasil a coleta
seletiva no sistema de tratamento descentralizado nas comunidades.
Criao do Departamento de Manuteno e Transportes.
Publicao do Edital de Concorrncia Pblica para compra de duas Usinas de
Compostagem com capacidade de 150 T/dia de processamento de lixo cada uma.
1987:
o Tribunal de Justia proibiu a instalao da usina, sendo iniciados contatos com as
demais prefeituras da Grande Florianpolis. Nenhum dos prefeitos procurados aceitou
receber o lixo de Florianpolis, com exceo do prefeito Germano Vieira, de So Jos.
Algumas pessoas tentaram embargar a obra, porm a Justia de So Jos no acatou o
pedido e permitiu Prefeitura de Florianpolis a instalao da Usina.(1988)
1988:
Instalao da Usina de Compostagem em So Jos.
O lixo hospitalar no mais aterrado no Lixo do Itacorubi. enterrado em valas
spticas em Santa Tereza, bairro que pertencia ao municpio de So Jos.
1989:
Desativao do lixo do Itacorubi.
Incio dos contratos para terceirizao dos servios de destino final dos resduos
slidos, com envio dos resduos para aterros sanitrios localizados em municpios
vizinhos primeiramente em Paulo Lopes e depois em Biguau.
Paralelamente, no interior da Comisso, algumas propostas continuavam a ser
defendidas, como o Projeto Viva Melhor, que posteriormente com o financiamento do
BNDS, transformou-se no Programa Beija-Flor.
1991:
Novos projetos foram incorporados proposta inicial do Programa Beija-Flor, como o
Projeto de Coleta Seletiva nas Praias, o Projeto de Postos de Entrega Voluntria - PEVs
e o Projeto de Reciclagem nas Escolas Pblicas e Particulares do Municpio.
1994:
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Expanso da coleta seletiva atravs do sistema porta a porta para toda a cidade.Este
sistema atendia em torno de 60% da populao do municpio e pretendia recolher em
torno de 60 ton/semana de resduos reciclveis.
1997:
Inicia-se o programa Lixo Zero, nas praias de Jurer, Forte e Daniela, tendo como
proposta a substituio gradual do atual sistema de coleta para a coleta seletiva, com
tratamento dos materiais orgnicos e inorgnicos na prpria regio geradora, incorporar
nas comunidades a viso do tratamento descentralizado do lixo produzido em sua
regio.
1998:
Implantao da coleta de Lixo Pesado e do Aterro de Inertes do Saco Grande.
Repasse do Governo Federal PASS Resduos Slidos CAIXA, para as obras de
construo do CTReS.
1999:
Projeto de Recuperao Ambiental da rea do antigo lixo, atravs da contratao de
empresa de consultoria para elaborao do Diagnstico Ambiental do Antigo Lixo do
Itacorubi.
2000:
Inaugurao do Centro de Transferncia de Resduos Slidos (CTReS), rea voltada ao
manejo dos resduos no Itacorubi, que inclui Centro de Educao Ambiental.
Ampliao de galpo para associaes de triadores de materiais reciclveis.
2002:
Pesquisa de Caracterizao Fsica dos Resduos Slidos Urbanos de Florianpolis
(COMCAP/UFSC/CEFET).
2003:
Implantao do Museu do Lixo.
Formalizao do sistema de coleta mecanizada com a Lei N 113 que d prazo de cinco
anos para a adaptao de condomnios e estabelecimentos de comrcio e servio.
Frum Estadual Lixo & Cidadania - colocou em discusso os limites e desafios das
experincias scio-ambientais relacionadas gesto dos resduos slidos.
2005:
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Criao da Secretaria Municipal de Habitao e Saneamento
2006:
Criao do circuito de visitas ao Museu do Lixo e CTReS, que hoje atende 5 mil
pessoas ao ano.
2007:
Remoo dos catadores da Associao de Materiais Reciclveis ACMR, do Centro
para o CTReS, no Itacorubi.
2008:
Celebrao de Convnio entre UFSC e COMCAP para implantao de ptio de
compostagem e coleta de resduos orgnicos.
Criao das Gerencias Operacionais Regionais.
Reforma Administrativa da Secretaria Municipal de Habitao e Saneamento
Resduos slidos recolhidos pela coleta seletiva atinge a mdia mensal de 156 toneladas.
2009:
Coleta seletiva atinge recorde histrico de produo mensal, em torno de 400 toneladas.
Com a incluso de 102 ruas nos roteiros de porta em porta.
2010:
Coleta seletiva atinge mais de 90% da populao, entre os sistemas de coleta de porta
em porta e de lixeiras comunitrias. Produo de materiais reciclveis no Centro da
Cidade, onde a coleta tornou-se diria, corresponde a 30% daquela registrada na cidade.
Elaborao do Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico.
Aprovao da Lei Complementar n. 398/2010 que institui a Poltica Municipal de
Coleta Seletiva de Resduos Slidos no municpio de Florianpolis.
Resduos slidos recolhidos pela coleta seletiva atinge a mdia mensal de 565 toneladas.
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1.3. Remunerao do Sistema Atual de Gerenciamento de Resduos Slidos Municipais
1.3.1. Sistema de Cobrana do Servio
A Coleta de Resduos Slidos de Florianpolis cobrada atravs da Taxa de
Coleta de Resduos Slidos includa no carn de IPTU. O valor varivel conforme a
freqncia de coleta, alternada 03 (trs) vezes por semana e diria 06 (seis) vezes por
semana. A legislao que rege tal cobrana est disponvel no endereo eletrnico da
Prefeitura, na opo Prefeitura Leis Municipais Leis Complementares N 132, de
23 de dezembro de 2003 e N 136, de 26 de maro de 2004, a qual prev a forma de
cobrana, alm dos Decretos N 2215 e N 2250, de 2004, que dispem tambm sobre a
referida Taxa.
Segundo o Sistema Nacional de Informaes Sobre Saneamento, 2007, a receita
arrecadada pelo municpio para custear os servios de limpeza urbana, foi de R$
23.328.849,42, enquanto que o somatrio das despesas foi de R$ 69.823.246,20. Sendo
assim, o percentual de cobertura das despesas foi de 33,4%, refletindo na
insustentabilidade econmica do sistema de gerenciamento dos servios de limpeza
urbana do municpio, que interferem diretamente na capacidade de investimentos em
novas tecnologias e equipamentos.
1.3.2. Sistema Oramentrio da Prefeitura Municipal de Florianpolis
O processo oramentrio da PMF inicia-se com a elaborao do PPA Plano
Pluri Anual, a cada 4 (quatro) anos, que um instrumento de planejamento onde ento
elencados todos os programas e aes que o poder pblico se compromete a executar
durante aquele perodo.
http://www.snis.gov.br/
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Anualmente as metas estabelecidas so revisadas culminando na elaborao da
LDO Lei das Diretrizes Oramentrias e da LOA Lei oramentria Anual,
instrumentos de execuo oramentria que aps aprovados pela Cmara dos
Vereadores tornam-se Decreto-Lei.
1.3.3. Sistema Oramentrio da COMCAP
A Companhia Melhoramentos da Capital COMCAP uma empresa de
Economia Mista Municipal, criada pela lei 1022/71, com a finalidade de executar
servios pblicos, outorgados ou delegados pelo Poder Pblico Municipal. Em
dezembro de 1999, atravs da lei n 5.635/99, a Comcap, teve seus objetivos alterados,
especificamente na sua forma de subsistncia financeira, passando a fazer jus a
subvenes econmicas para custeio, alocadas no oramento do municpio, tornando-se
uma estatal dependente, nos termos do art. 1, pargrafo 3 da referida lei.
Para desenvolver as atividades da Companhia so destinados anualmente
recursos oramentrios que variam de acordo com a demanda da entidade e a
disponibilidade do municpio.
Sendo os repasses financeiros efetuados atravs de transferncias financeiras
(subveno para custeio). O montante recebido destinado para suprir despesas com
pessoal e encargos (76,72%), manuteno e custeio (6,44%), outras despesas (8,77%) e
para investimentos (8,08%).
O gerenciamento oramentrio efetuado atravs de sistema informatizado
interno contratado pela companhia, ocorrendo simultaneamente transferncia dessas
informaes para o sistema de contabilidade pblica Betha utilizado pela Prefeitura
Municipal de Florianpolis.
A COMCAP possui um sistema de custo que apurado mensalmente atravs
das informaes enviadas pelos Departamentos ao Departamento de Contabilidade da
CIA.. O sistema foi construdo sobre uma plataforma da planilha eletrnica Excel e
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baseado em centros de custos, item de controle, forma de rateios, produo de cada
servio, custo total e custo unitrio. O Sistema de Centros de Custos foi adotado por ser
ele que, devido forma organizacional da COMCAP, tem condies de fornecer
resultados mais rpidos dos custos de suas atividades, proporcionando aes mais
dinmicas para solucionar possveis aumentos inesperados. A filosofia a do Custo
Total, isto , todos os custos incidiro sobre as atividades, de forma direta ou atravs de
rateios.
2. DIAGNSTICO
2.1. Perfil Topogrfico e Sistema Virio Urbano
Florianpolis dividida em duas pores de terra, uma refere-se ilha de Santa
Catarina, que possui uma rea de 426,6 km, e a outra regio continental, com rea de
11,9 km. A ilha de Santa Catarina possui uma forma alongada e estreita, com
comprimento mdio de 54 km e largura mdia de 18 km. A ilha est situada de forma
paralela ao continente, separada deste por um estreito canal, tendo sua morfologia
descontnua, formada por cristais montanhosos que servem como divisor de guas da
ilha, possuindo altitude mxima de 532 metros no morro do Ribeiro da Ilha.
Paralelamente s montanhas, surgem esparsas plancies na direo leste e
noroeste da ilha. O perfil topogrfico da ilha pode ser visto no Anexo II. No Municpio
de Florianpolis existem algumas reas onde a coleta de resduos slidos crtica
devido alta declividade, exemplificando a Costeira do Pirajuba e o Macio do Morro
da Cruz, as quais podem ser vistas neste anexo, que contm o mapa com as declividades
crticas da ilha.
O sistema virio bsico do Municpio (Anexo III) apresenta uma srie de vias
urbanas principais e coletoras que formam uma estrutura hierarquizada e funcional,
definida em Lei pelos Planos Diretores, como especificado abaixo:
Vias Arteriais, aquelas constitudas pelas rodovias que tm a funo de
interligar o Centro Urbano com os Balnerios e outros Municpios, estruturando
seus respectivos sistemas virios;
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Vias Principais, aquelas que tm a funo de conciliar o trfego de passagem
com o trfego local e propiciar facilidades ao transporte coletivo;
Vias Coletoras, aquelas que tm a funo de coletar o trfego das Vias Locais
e encaminh-lo s Vias Principais, podendo constituir-se nos corredores de
comrcio/servios dos bairros;
Vias Locais, as demais vias de circulao de veculos, tendo a funo de
possibilitar o acesso direto aos lotes e edificaes;
Vias Preferenciais de Pedestres, aquelas que tm a funo de conciliar um
elevado fluxo de pedestres com o acesso direto de veculos aos lotes e
edificaes;
Vias Panormicas, aquelas que tm a funo de turismo e lazer, devido a
visibilidade que propiciam ao mar, s lagoas, aos mangues, s dunas ou a outros
elementos marcantes da paisagem natural ou construda da regio;
Ciclovias, aquelas destinadas circulao exclusiva de bicicletas.
Quanto s faixas de domnio, o sistema rodovirio obedece aos seguintes
gabaritos:
38 (trinta e oito) metros nas Vias Arteriais;
33 (trinta e trs) metros nas Vias Principais;
27 (vinte e sete) metros nas Vias Coletoras;
12 (doze) metros nas Vias Locais;
2,80 (dois vrgula oitenta) metros nas Ciclovias.
A malha viria bsica do Municpio est dividida entre a parte insular e a parte
continental. A parte insular composta pelas rodovias que fazem a ligao da rea
central com o norte (Via Expressa Norte, SC-401), leste (SC-404) e sul (Via Expressa
Sul, SC-405) da Ilha. A Via Expressa Norte tem duas faixas por sentido e s est
implantada at o trevo de Jurer; a Via Expressa Sul tem trs faixas por sentido e s est
aberta ao trfego at o centro da Costeira do Pirajuba, ligando-se ao centro da cidade
por dois tneis.
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A malha viria bsica da rea central formada por dois anis virios, composto
por trechos de rodovias e vias principais: um anel mais central composto pelas avenidas
Paulo Fontes, Oswaldo Cabral e Mauro Ramos; e outro mais externo que contorna o
Morro da Cruz, formado pelas vias de Contorno Norte (avenidas Rubens de Arruda
Ramos, Irineu Bornhausen e Henrique Fontes, Rua Antnio Edu Vieira, Via Expressa
Sul e seus tneis, e avenida Gustavo Richard). No interior do anel interno predominam
vias com mais de 30 anos e de pouca capacidade. Na parte continental a malha viria
constituda por eixos radiais que partem das cabeceiras das pontes em direo ao
Municpio de So Jos e atravs deste at a BR-101, interconectadas por duas
perimetrais. As principais radiais so a Via Expressa BR-282, as avenidas Ivo Silveira e
Max de Souza, a via projetada PC-3 e o binrio formado pelas ruas Flvia Aducci /
Pedro Demoro e Gaspar Dutra / Liberato Bittencourt, que se unem na avenida Max
Schram. As perimetrais so a CC-1 (ruas Almirante Tamandar, Bruno Schlemper Jr e
Santos Saraiva) e a CC-2 (rua Patrcio Caldeira e avenida Atlntica). A Via Expressa,
BR-282, possui duas faixas por sentido, mas tem marginais incompletas.
A rede viria de Florianpolis tem recebido nos ltimos anos um incremento
significativo de obras (viadutos, tneis, intersees, novas vias) que buscam melhorar o
desempenho da mobilidade urbana. Mesmo com todas as obras realizadas, as alteraes
na malha viria principal e original da cidade no foram suficientes para o atendimento
da demanda crescente existente, resultante da densidade de uso e atividades,
especialmente no centro da cidade, e da circulao num nmero reduzido de corredores
virios.
2.2. Zonas de Ocupao da Cidade
Na dcada de 1940, a paisagem urbana de Florianpolis foi marcada pela
crescente urbanizao. O primeiro Plano Diretor, aprovado em 1955, influenciou o
adensamento e a verticalizao das reas centrais urbanizadas da cidade, com a
substituio de residncias unifamiliares pelas multifamiliares. Em decorrncia desta
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valorizao da rea central, a populao de baixa renda se deslocou para encostas de
morros, juntamente com os imigrantes oriundos de zonas rurais do Estado.
A instalao de empresas estatais como o Escritrio Regional da
Superintendncia de Desenvolvimento da Regio Sul (Sudesul) e a criao das Centrais
Eltricas do Sul do Brasil (Eletrosul), marcaram a dcada de 1970, trazendo um
contingente populacional que influenciou o mercado imobilirio, elevando o preo dos
respectivos servios. Este conjunto de fatores ocasionou uma expanso urbana em
direo aos balnerios, ao interior da Ilha e ao continente, fato que veio a provocar a
conurbao com os municpios vizinhos.
Em Florianpolis, alm de atravessar os limites municipais, a populao vem se
distribuindo pelo municpio de forma polinucleada atravs dos subcentros de seus doze
distritos, os quais esto especificados na Figura 1.
Figura 1 - Distritos Administrativos de Florianpolis
Fonte: Atlas do Municpio de Florianpolis (2004)
Existem permetros urbanos em todos os distritos. Os permetros urbanos, pela
legislao vigente, apresentam ainda a peculiaridade de incluir regies no urbanizveis,
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como as reas de Preservao Permanente (APP) e as reas de Preservao com Uso
Limitado (APL), como pode ser visto na Figura 2.
O Municpio de Florianpolis, com rea de 438,5 km e populao, segundo o
censo IBGE de 2010, na ordem 421.203 habitantes, possui um arcabouo jurdico por
meio do qual praticamente 42% de seu territrio est definido como rea de preservao
permanente (APP) e 20% como rea de preservao limitada (APL).
Figura 2 - Macrozoneamento de Florianpolis (anos de 1977, 1985, 1997 e 2003)
Legenda:
PP
APL
Parques
Dunas
reas de Expanso Urbana
2003
Fonte: Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico, 2010.
2.3. Dados Populacionais
Segundo dados do Censo 2010 do IBGE, a populao total do municpio de
Florianpolis passou de 342.315, em 2000, para 421.203 habitantes, em 2010, o que
representa um crescimento de 23%. Por Sua vez, a gerao de resduos slidos tambm
aumentou no mesmo perodo, passando de 106.162 toneladas, no ano de 2000, para
155.771 toneladas, no ano de 2010. Estes valores representam um crescimento de 47%
na gerao de resduos slidos e demonstra que a taxa de gerao per capita anual de
resduos slidos tambm teve aumento no mesmo perodo, passando de 0,31
ton/hab.ano para 0,37 ton/hab.ano (crescimento de 19%).
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Tabela 1 - Comparativo entre crescimento populacional e crescimento na gerao de resduos slidos
doe Florianpolis
CRESCIMENTO POPULACIONAL E SEU REFLEXO NA GERAO DE RESDUOS SLIDOS
ANO POPULAO (habitantes) GERAO ANUAL DE RESDUOS SLIDOS
(toneladas)
GERAO PER CAPITA
(ton/hab.ano)
2000 342.315 106.162 0,310 2010 421.203 155.771 0,370
CRESCIMENTO 23% 47% 19%
Fonte: COMCAP 2010.
A intensa atividade migratria em direo a Florianpolis se d em razo de seus
servios de sade, instituies de ensino superior e pela presena do aparelho estatal. Na
ltima dcada, a migrao foi responsvel por mais de 60% do incremento populacional
de Florianpolis, tendo origem principalmente do interior de Santa Catarina e Rio
Grande do Sul, seguido do Paran e So Paulo.
Alm do processo de migrao, importante salientar a existncia da populao
pendular, que composta pelo contingente que se desloca diariamente de outro
municpio para trabalhar ou estudar em Florianpolis, fruto da integrao econmica na
regio metropolitana. Porm, ainda h poucos dados referentes a este deslocamento
dirio, sendo introduzido no prprio Censo Demogrfico do IBGE a partir no ano de
2000, com a pesquisa de origem/destino realizada nas aglomeraes urbanas brasileiras.
A densidade demogrfica de 78,4 hab/ha, segundo dados publicados no ano
2000 pelo IBGE, considerada baixa em relao pesquisa da ONU, que recomenda
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450 hab/ha. A baixa densidade demogrfica pode ser explicada pelo fato de a cidade ter
42% de sua rea caracterizada como rea de Preservao Permanente e 20% como rea
de Preservao Limitada (APL).
A Tabela 2 foi elaborada com base em um estudo publicado em 2007 pelo
Instituto de Planejamento IPUF/PMF, atravs da contratao do consultor
demogrfico, Paulo Campanrio, j que a atualizao dos dados por distrito ainda no
foi publicada por rgos confiveis. O referido estudo estimava a populao de
Florianpolis em 525.719 habitantes em 2010, estando, assim, acima do total
quantificado pelo censo IBGE 2010.
Tabela 2 - Dados Populacionais por Distrito
Distrito Populao
% da Populao
do Municpio
N Pessoas/domiclio
Densidade Demogrfica
Populao Flutuante
Sede 306.046 58,2 2,97 60,43 26415
Barra da Lagoa 7.360 1,4 3 35,85 9230
Cachoeira B. Jesus 26.416 5,0 3,24 13,14 55545
Campeche 34.738 6,6 2,95 12,92 10093
Canasvieiras 31.348 6,0 2,91 13,37 96578
Ingleses 39.759 7,6 3,05 35,37 65068
Lagoa Conceio 17.523 3,3 2,88 16,88 17495
Pntano do Sul 9.300 1,8 2,89 7,6 2664
Ratones 4.829 0,9 3,31 2,16 997
Ribeiro da Ilha 27.064 5,1 3,23 8,73 7752
Rio Vermelho 13.958 2,7 3,02 10,68 5974
Sto. Ant.Lisboa 7.378 1,4 3,01 4,93 1732
TOTAL 525.719 100,0 2,98 22,06 299543
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Fonte: Adaptado do estudo elaborado pelo IPUF/PMF (2010).
2.4. Hbitos e Costumes da Populao
Florianpolis foi colonizada pelo povo aoriano no sculo XVIII e tem seus
hbitos e costumes influenciados ainda hoje por essa cultura.
A tradio do artesanato aoriano se faz apreciar nos tranados de rede, rendas de bilro
e tramias, tapearias de tear e na confeco de esteiras, balaios e gaiolas. Os pratos
feitos base de peixes, moluscos e crustceos enriquecem a culinria da ilha e do
continente. Nas danas e folguedos, os exemplos mais vivos dessa tradio esto
presentes na dana de pau de fita e no folguedo do boi mamo. A religiosidade
acompanhou a populao de Florianpolis, por isso as festas religiosas continuam sendo
um dos valores mais expressivos de sua cultura. Dentre estas festas vale ressaltar a festa
de Nossa Senhora dos Navegantes, a procisso do Senhor Jesus dos Passos, a festa do
Divino Esprito Santo e o Terno de Reis. A literatura se enriqueceu com as quadrinhas,
o po-por-Deus, os provrbios, as cantigas e lendas. O linguajar oral, marca registrada
do florianopolitano, caracterizado por um som cantado e por uma alta velocidade de
flexo de voz.
J no que diz respeito aos hbitos e costumes da populao florianopolitana em
relao ao destino dos resduos slidos, pode-se afirmar que aqueles sempre foram
impactados por polticas pblicas relacionadas ao tema, como descrito a seguir.
At 1830, os resduos eram depositados nas ruas da capital, sem o menor
controle. Na rea residencial, era comum que as pessoas colocassem podas e resduos
provenientes da limpeza do jardim nas caladas. No comrcio, se via muitas caixas nas
caladas, pois os varejistas recebiam os produtos e no se preocupavam em dar o
destino correto para as caixas que os embalavam. Nesse momento, ainda jogava-se o
lixo no mar.
Em 1830, a Cmara Municipal aprovou uma lei que autorizava que o lixo urbano
fosse depositado nas praias, rios e mar, para evitar que os lixos se acumulassem nas
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ruas. As casas que tinham os fundos para o mar eram mais valorizadas. Nesse momento,
o lixo recolhido no centro da cidade era jogado no mar pelas pessoas que o recolhiam e
pelos prprios moradores, em caso de regies que no eram atendidas pela coleta.O lixo
coletado na regio continental era depositado em terrenos baldios e queimado.
Quando a COMCAP assumiu a responsabilidade pela execuo do servio de
limpeza pblica, uma empresa foi contratada para divulgar o sistema de coleta de
resduos slidos. Foram distribudos panfletos informativos para a populao com os
nomes das ruas, os dias de coleta e os horrios mdios de passagem dos caminhes. Aos
poucos esse servio foi incorporado rotina dos florianopolitanos.
Hoje, pode-se observar que os hbitos e costumes da populao no que se trata
desse tema evoluram, graas maior conscincia ambiental e s polticas pblicas
implementadas, especialmente a Lei 113/2003, que dispe sobre a forma de
apresentao dos resduos coleta, e institui a instalao de lixeiras bipartidas (uma
diviso para o reciclvel seco e outra para o orgnico e rejeito) para residncias
unifamiliares e a utilizao de contentores para edificaes de outros usos.
Ainda visvel que alguns desses costumes, no que diz respeito ao destino final
dos resduos, esto enraizados na populao. Entretanto, vem evoluindo, nos ltimos
anos, a participao da populao na separao dos resduos slidos. Segundo a
pesquisa Ciclosoft/CEMPRE 2010, Florianpolis separa 1,24 kg/hab/ms de materiais
reciclveis secos, estando atrs somente de Londrina (1 lugar com 3,57 kg/hab/ms),
Porto Alegre (2 lugar com 1,76 kg/hab/ms) e Curitiba (3 lugar com 1,33 kg/hab/ms).
Florianpolis considerada uma cidade limpa, no somente pela atuao da
empresa prestadora dos servios de limpeza urbana COMCAP, mas tambm pela
colaborao dos muncipes na limpeza da cidade.
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2.5. Diviso Municipal dos Roteiros de Coleta e Servios de Limpeza Urbana
O municpio de Florianpolis pode ser subdividido em cinco regies em funo
da logstica de coleta e prestao dos servios de limpeza pblica realizados pela
COMCAP, sendo uma regio na rea continental da cidade, e as outras quatro na Ilha de
Santa Catarina, dividida em Centro, Norte, Sul e Leste (Figura 3). Para esta subdiviso
do municpio, foi utilizado o mesmo critrio utilizado para a Pesquisa de Caracterizao
dos Resduos Slidos do Municpio de Florianpolis realizada em 1988, e
posteriormente em 2002, pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, sendo
que o principal fator de influncia foi a posio geogrfica.
Figura 3 - Diviso Regional dos Roteiros de Coleta
Fonte: COMCAP, 2000.
2.5.1. Regio Norte
A regio Norte caracterizada principalmente como sendo um plo turstico,
devido s suas belas praias, recebendo durante os meses de vero, um fluxo de turistas
superior populao do municpio, devido ao fcil acesso regio, ao clima e
qualidade das praias e temperatura da guas. A caracterstica scio-econmica desses
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turistas predominantemente de classe alta, que tem sua disposio um grande
nmero de hotis, restaurantes e clubes, aliados a inmeros centros de prestao de
servios e de lazer.
Nas demais pocas do ano, essa regio ocupada por um nmero bem reduzido
de pessoas, comparado aos meses de vero, com caractersticas scio-econmicas
variveis entre os bairros que a compe. A pesca, a agricultura, a pecuria e o artesanato
ainda so atividades presentes em algumas comunidades desta regio.
Distritos: Cachoeira do Bom Jesus, Canasvieiras, Ingleses, Ratones e Rio
Vermelho;
Populao: Projeo de 116.310 habitantes para o ano de 2010 (IPUF, 2007);
Valor mdio de Resduos Coletados: 2.475 t/ms (COMCAP, 2009).
2.5.2. Regio Sul
A regio Sul possui diversos atrativos naturais, possuindo uma grande
quantidade de reas de preservao permanente, formadas por manguezais, dunas, e
encostas de morros, alm de suas praias. Por isso, h comunidades em evoluo turstica
que refletem predominantemente uma ocupao populacional esparsa por ncleos de
pescadores e residncias de baixa e mdia renda. J em outras reas da regio, a
populao est inserida no contexto scio-econmico do setor tercirio, ou seja,
comrcio e servios em geral.
O fluxo turstico possui menor intensidade, comparado a regio norte, devido
principalmente ao acesso do centro da cidade at a regio sul. Porm h um fluxo de
turistas suficiente para alterar as atividades econmicas da regio nos meses de vero.
Essas caractersticas do maioria dos bairros do Sul da Ilha, um aspecto buclico.
Distritos: Campeche, Pntano do Sul e Ribeiro da Ilha;
Populao: Projeo de 71.102 habitantes para o ano de 2010 (IPUF, 2007);
Valor mdio estimado de Resduos Coletados: 1.609 t/ms (COMCAP, 2009).
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2.5.3. Regio Leste
A regio leste de Florianpolis devido as suas caractersticas naturais e culturais
promove as atividades de pesca e de artesanato, bem como as tursticas, que juntas
servem de base para a economia da regio. So suas belezas naturais, formadas por
praias, lagoas, dunas e morros, que atraem turistas e novos moradores. A regio possui
grande nmero de restaurantes, pousadas, bares, mercados, lojas, bancos e outros
servios, que do autonomia para seus moradores e turistas.
Na regio h um forte incremento populacional nos meses de vero, porm
constante a presena de turistas durante todo o ano, devido principalmente s paisagens,
restaurantes e bares da regio. Como a populao atual divide-se entre nativos,
compostos por pescadores, e os novos moradores, gerou-se aglomerados populacionais
com caractersticas scio-econmicas que variam de classe baixa a classe alta.
Distritos: Barra da Lagoa, Lagoa da Conceio;
Populao: Projeo de 24.883 habitantes para o ano de 2010 (IPUF, 2007);
Valor mdio estimado de Resduos Coletados: 990 t/ms (COMCAP, 2009).
2.5.4. Regio Central
A regio central abriga a maior densidade populacional do municpio, com a
maior concentrao de construes verticalizadas e ocupao das encostas.
significativo o fluxo constante de pessoas que vm de outras regies da cidade, bem
como das cidades vizinhas, principalmente para trabalhar, estudar, comprar e utilizar os
servios pblicos localizados nessa regio.
Nos meses de vero h um aumento considervel do nmero de turistas na
regio, devido aos diversos pontos tursticos, ao turismo de negcios, s convenes e
aos centros de compras. A situao scio-econmica da regio bem variada,
considerando-se as reas ocupadas por favelas e as reas ocupadas por edifcios
luxuosos.
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Distritos: Sede Ilha e Santo Antnio de Lisboa;
Populao: Projeo de 211.845 habitantes para o ano de 2010 (IPUF, 2007);
Valor mdio estimado de Resduos Coletados: 5.200 t/ms (COMCAP, 2009).
2.5.5. Regio Continental
Esta regio possui caractersticas urbanas predominantemente residenciais,
possuindo algumas zonas comerciais. A caracterstica scio-econmica
predominantemente de classe mdia, porm h bairros de classe muito baixa. A
densidade populacional alta e pouco varivel durante o ano, devido ao baixo fluxo de
turistas. Alm do comrcio local, as pessoas trabalham em algumas reparties pblicas
localizadas nessa regio, porm um grande nmero de pessoas desenvolve suas
atividades econmicas na Ilha de Santa Catarina, e em especial na regio central.
Distritos: Sede Continente;
Populao: Projeo de 101.579 habitantes para o ano de 2010 (IPUF, 2007);
Valor mdio estimado de Resduos Coletados: 2.104 t/ms (COMCAP, 2009).
2.6. Sistemas de Coleta de Resduos Slidos
Os resduos slidos domiciliares gerados no municpio de Florianpolis so
recolhidos, basicamente, atravs de dois sistemas de coleta: convencional e seletiva.
O gerenciamento operacional dos servios de Coleta de Resduos Slidos
Urbanos realizado atravs do Departamento de Coleta de Resduos DPCR e das
seguintes gerncias de diviso:
Diviso de Coleta Diurna
Diviso de Coleta Noturna
Diviso de Coleta Seletiva
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Diviso de Servios Especiais e Resduos
Alm disso, o gerenciamento do Centro de Transferncia de resduos Slidos
CTReS, suporte tcnico aos servios de coleta de resduos slidos domiciliares, bem
como projetos para captao de recursos para melhoria da prestao destes servios,
realizado pelo Departament