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SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA Comissão Temática de Biodiversidade e Áreas Protegidas RELATÓRIO FINAL PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MARINHA DO LITORAL SUL 10 de junho de 2019

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SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA

Comissão Temática de Biodiversidade e Áreas Protegidas

RELATÓRIO FINAL

PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO

AMBIENTAL MARINHA DO LITORAL SUL

10 de junho de 2019

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1. APRESENTAÇÃO

O presente Relatório sintetiza as informações e as discussões ocorridas no âmbito da

CTBio/CONSEMA referente ao Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral

Sul (APAMLS), criada em 2008 pelo Decreto Estadual 53.527 de 08 de outubro de 2008. Além da

APAMLS, o Decreto instituiu também a Área de Relevante Interesse Ecológico do Guará. Em 2013, a

Lei Estadual nº 14.982/2013 ampliou a área da APAMLS, incorporando partes do território marinho

que não haviam sido incluídas quando da sua criação1.

Com 368.742 ha, a APAMLS compreende os municípios de Cananeia, Ilha Comprida e Iguape

e se estende desde a divisa dos estados de São Paulo e Paraná, até a divisa de Iguape e Peruíbe,

abrangendo as praias, costões rochosos e ilhas existentes entre a faixa da preamar máxima (maré

mais alta), até os 25 metros de profundidade. O Decreto estabelece, ainda, AMEs – Áreas de Manejo

Especial para a Proteção da Biodiversidade, conforme indicado na Figura 1. Assim, abrange um

contínuo de ecossistemas marinhos e costeiros, com alta riqueza de espécies tanto de fauna como de

flora, resultando em altos índices de biodiversidade e em fartos estoques pesqueiros, o que a torna

uma das áreas mais importantes em termos de produção pesqueira no Estado de São Paulo.

O Decreto de criação estabelece os seguintes objetivos da APAMLS: proteger, ordenar,

garantir e disciplinar o uso racional dos recursos ambientais da região, inclusive suas águas, bem

como ordenar o turismo recreativo, as atividades de pesquisa e pesca e promover o

desenvolvimento sustentável da região.

Figura 1: APA Marinha Litoral Sul. Fonte: FF (2018)

1 Em 2008 quando foi criada a APAMLS, parte do território marinho estava protegida por outras UC do Mosaico da Jureia

(Lei 12.406/2006), portanto, para evitar sobreposições, o limite da APA Marinha não incluiu estas áreas. Entretanto, com a declaração de inconstitucionalidade da Lei 12.406/2006, tais áreas ficaram sem proteção especial, o que levou o governo do Estado de São Paulo a ampliar a APA Marinha em 2013, com a Lei Estadual nº 14.982/2013, preenchendo assim o território marinho que havia ficado desprotegido.

AMES – Ilha do Bom Abrigo e Ilha da Figueira

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1.1 APAS MARINHAS: CONTEXTO E SINGULARIDADES

As Áreas de Proteção Ambiental Marinhas de São Paulo (APAs Marinhas) foram criadas pela

sequência de três Decretos estaduais no mesmo ano de 2018 (APA Marinha Litoral Norte nº

53.525/2008; APA Marinha Litoral Centro nº 53.526/2008 e APA Marinha Litoral Sul nº 53.527/2008).

Naquele momento, São Paulo não dispunha em vigência, de um regramento que, com foco na

preservação das espécies marinhas, ilhas, lajes e parcéis, pudesse também garantir as importantes

atividades socioeconômicas que nesses ambientes ocorrem e irão o ocorrer. Importa ressaltar que as

APAs foram criadas sob algumas premissas básicas, das quais destaco ao menos quatro. A saber:

1. A importância dos ecossistemas marinhos;

2. A importância dos usos múltiplos do espaço marinho;

3. A importância da manutenção, renovação e, se possível, ampliação dos estoques

pesqueiros para a garantia da atividade da pesca;

4. As singularidades existentes ao longo da costa paulista (com aproximadamente mais

de 600 km de extensão).

O item 3, aparece como relevante, uma vez que os dados do Instituto de Pesca - IPesca

(instituição de pesquisa para o aprimoramento e fomento da atividade de aquicultura e pesca ligado

à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo) demonstravam que

os estoques pesqueiros do litoral paulista estavam em franco declínio e ameaçavam não só a biota

alvo da atividade, como a atividade socioeconômica em si (Figura 2). Segundo o IPesca, este declínio

ocorrido após a segunda metade da década de 1980, originou-se após um período de políticas e

incentivos públicos à atividade (algo desejável), porém seguido de sobrepesca que tensionaram os

principais estoques pesqueiros do estado (algo a ser evitado).

Figura 2: Evolução da captura total descarregada em SP com destaque para o período 1970 – 2010

(Fonte: Instituto de Pesca ( http://www.propesq.pesca.sp.gov.br/16/conteudo. Sitio visitado em

20/05/2019)

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O item 4 trata de algo importante para a adequada gestão dos espaços costeiros paulista. A

citada singularidade já havia sido reconhecida pelo Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro

(GERCO, Lei Estadual nº 10.019/1998) que, do ponto de vista dos municípios que estão defrontantes

com o mar ou em ambientes estuarinos, já haviam sido compartimentados em 3 setores de gestão:

Litoral Norte, Baixada Santista e Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia.

Esta divisão do GERCO foi incorporada na criação das APAs, ao passo que, na somatória

delas, temos quase todo o mar paulista coberto pelo instrumento de proteção ambiental, porém

com o reconhecimento que as particularidades de cada setor demandam gestão específica. Desta

forma, tivemos a criação de três APAs de forma individualizada, cada qual com seu Decreto de

criação, conforme mencionado acima (visão geral, ilustrada na Figura 3)

Figura 3: Mapa com as três Áreas de Proteção Ambiental Marinhas (Sul, Centro e Norte)

Além das APAs Marinhas, em 2008 foi instituído pelo Decreto 53.528 o Mosaico das Ilhas e

Áreas Marinhas Protegidas do Litoral Paulista, importante instrumento de integração das Unidades

de Conservação daquela região. Entretanto, cabe destacar que, apesar de instituído pelo Decreto, o

Conselho deste Mosaico nunca foi formalizado. A CTBio recomendou que a Secretaria de

Infraestrutura e Meio Ambiente empreenda esforços para a efetiva implantação deste Mosaico.

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2. FICHA TÉCNICA

Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul

Gestora – Letícia Quito Endereço: Av. Prof. Wladmir Besnard, s/nº, Morro São João, Cananeia-SP, CEP 11990-000. E-mail: [email protected]

Legislação Específica de Proteção Decreto Estadual 53.527/2008,

que Cria a APA Marinha do Litoral Sul e ARIE do Guará e dá Providências correlatas.

Lei Estadual nº 14.982/2013, que cria o Mosaico da Juréia e amplia a área da APAMLS.

Área da UC: 368.742,53 ha (357.605,53 ha do Decreto de criação e 11.137 ha da Lei que ampliou a UC). Municípios Abrangidos Cananeia, Iguape e Ilha Comprida.

Criação do Conselho Consultivo Resolução SMA nº 69/2018

Objetivo

Proteger, ordenar, garantir e disciplinar o uso racional dos recursos ambientais da região, inclusive suas águas, bem como ordenar o turismo recreativo, as atividades de pesquisa e pesca e promover o desenvolvimento sustentável da região.

Atributos

Biodiversidade costeiro-marinha, incluindo algumas espécies ameaçadas de extinção, paisagem, recursos naturais, bem como garantir a manutenção das funções sociais e culturais no território.

Atrativos

Ilha do Bom Abrigo, Ilha da Figueira, Praia do Boqueirão Sul, Praia da Trincheira, Balneário Pedrinhas, Balneário Juruvaúva, Praia do Boqueirão Norte, Ponta da Praia, Barra do Ribeira, Praia da Jureia, Parcel do Una e Parcel do Sobral.

Infraestrutura

Edificações Sede Administrativa – Núcleo Integrado da Fundação Florestal em Cananeia Meio de transporte 1 automóvel e 1 embarcação

Equipe do Parque – 3 pessoas

Função Principal 1 chefe de Unidade de Conservação (funcionário Fundação Florestal); 2 monitores ambientais (terceirizados);

Unidades de Conservação Sobrepostas

Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual do Prelado Estação Ecológica de Jureia-Itatins Estação Ecológica dos Tupiniquins APA Cananeia-Iguape-Peruíbe

Quadro 1: Ficha técnica da APA Marinha do Litoral Sul.

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A Área de Proteção Ambiental (APA) é uma categoria de Unidade de Conservação de Uso

Sustentável, assim disciplinado pela Lei Federal que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação (SNUC, Lei Federal nº 9.985/2000). Esta categoria, conforme legislação, é criada para

“compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos

naturais” (SNUC, Art. 7º).

Conforme o SNUC, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) não dispõem de Zonas de

Amortecimento, devendo circunscrever seus estudos e propostas de zoneamento e ações ao

território interno ao seu perímetro.

3. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APAMLS tiveram início em 2013, por meio

de contratação de consultoria externa, a qual produziu o Diagnóstico Participativo, porém teve os

demais produtos reprovados e, consequentemente, o contrato cancelado. Em 2016 foi contratada

nova consultoria que produziu o Diagnóstico Técnico e elaborou a integração dos diagnósticos, além

da matriz de avaliação estratégica e de banco de dados georreferenciado. Todos os materiais

produzidos à época encontram-se disponíveis nos processos FF nº 1.443/2015 e FF nº 188/2018 (que

tratam dos contratos com as empresas) e a versão final dos relatórios encontra-se no site da FF.

Com a instituição do Comitê de Integração dos Planos de Manejo (Resolução SMA nº 95/2016,

alterado pela Resolução SMA nº 93/2017), foi retomado o processo de elaboração deste Plano de

Manejo pelos técnicos da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, sem a necessidade de

contratação de consultoria externa. O Comitê de Integração, composto por funcionários de todos os

órgãos da Secretaria, compõem uma equipe multidisciplinar, que desenvolveu roteiro metodológico

para orientar a elaboração dos Planos de Manejo de Unidades de Conservação. Como o Plano de

Manejo da APAMLS já estava bastante avançado, foi necessário uma adaptação para a aplicação do

roteiro de modo a evitar retrabalho, tampouco perda dos materiais já produzidos.

Assim, o processo de finalização do Plano de Manejo da APAMLS teve início em março de 2018 e

encerrou em dezembro de 2018, contando com a participação de diversos profissionais da Secretaria

de Infraestrutura e Meio Ambiente, e ainda de técnicos, gestores, pesquisadores, poder público

(Estadual e Municipal) e sociedade civil durante a etapa de consulta pública.

Em 28/02/2019, o Plano de Manejo foi encaminhado ao CONSEMA, sendo pauta na 80ª Reunião

da Comissão de Biodiversidade, Florestas e Áreas Protegidas (CTBio) do CONSEMA em 14/05/2019,

ocasião em que a Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA) foi designada como relatora dos

Planos. A linha do tempo (Figura 4) ilustra o histórico.

O processo FF 782/2018 (NIS 21000455) contém o encaminhamento dos Planos de Manejo ao

CONSEMA, sua tramitação interna e no Comitê de Integração dos Planos de Manejo (incluindo as

convocatórias e as atas das reuniões) e a cópia do presente relatório, com registro dos principais

pontos discutidos pela CTBio.

No intuito de comprovar o atendimento à legislação, este processo também apresenta tabela

demonstrativa de checagem quanto aos artigos da Resolução SMA nº 33/2013 e do Decreto Estadual

nº 60.302/2014.

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Figura 4: Linha do Tempo do processo de elaboração do Plano de Manejo da APAMLS

4. RELATO DOS TRABALHOS DA CTBio

Na 80ª Reunião a Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA), considerando a nova

composição desta Comissão, fez a apresentação do Roteiro Metodológico destacando as adaptações

feitas para as APAs Marinhas, considerando as especificidades da categoria. Em seguida, a Fundação

Florestal (FF) fez a apresentação do Plano de Manejo da APA Marinha do Litoral Sul, destacando todo

o processo de elaboração do mesmo, as características e regramentos das zonas e como se deu o

intenso processo participativo. Em 31/05/2019 foi disponibilizada aos membros da Comissão em

Plataforma virtual, a versão preliminar do relatório da CTBio para o recebimento de contribuições e

sugestões.

A Comissão também analisou a minuta de Decreto Estadual do Zoneamento da APA (anexo a

este relatório), que contém, basicamente, os seguintes artigos: (i) aprovação do Plano; (ii)

disponibilização dos dados referentes ao zoneamento no portal Datageo; (iii) objetivos da Unidade;

(iv) caracterizações, normas e diretrizes para as zonas; (v) características, normas e recomendações

para as áreas; (v) descrição dos Programas de Gestão; e os anexos: (i) glossário; (ii) tabela

exemplificativa do enquadramento de atividades turísticas conforme grau de intensidade; (iii) mapa

do zoneamento;

Na 81ª reunião da CTBio os membros da comissão discutiram sobre o conteúdo do relatório e

da minuta de decreto. A Fundação Florestal prestou esclarecimentos sobre questionamentos feitos

pelos membros da CTBio e alguns artigos da minuta de Decreto foram ajustados após consenso

durante a reunião. A Fundação Florestal fez os ajustes no texto da minuta, que segue em anexo a

este relatório, já incorporando as alterações consensuadas durante a reunião. A compatibilização

desses ajustes no texto final do Plano de Manejo será feita pela Fundação Florestal após a apreciação

deste relatório pela plenária para a publicação da versão final do Plano.

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4.1. PRINCIPAIS PONTOS DISCUTIDOS

Uma das principais discussões da CTBio refere-se aos artigos que tratam dos

empreendimentos de aqüicultura e piscicultura e a necessidade de anuência do órgão gestor.

Segundo Cristina Murgel, o entendimento da FIESP é que, apesar do glossário reproduzir as linhas de

corte trazidas pelo Decreto da aqüicultura (Dec. 62.243/2016), essa exigência altera a lógica da

discussão daquele decreto e conflita com a resolução SMA 85 e com a CONAMA 428. Isso porque, ao

remeter a ciência ao órgão gestor, o licenciamento fica condicionado a essa ciência e portanto já não

seria configurado como licenciamento simplificado. O Diretor Executivo da Fundação Florestal

defendeu que por se tratar de ambientes protegidos seria legitimo que o órgão gestor possa se

manifestar ou ter ciência principalmente em razão da necessidade de monitorar os efeitos

cumulativos e sinérgicos advindos da implementação das atividades. Claudia Keber (ambientalista) se

apresentou como produtora em Ubatuba e se manifestou em acordo com a FIESP.

Os representantes do Ministério Público e da FIESP também questionaram sobre a não

delimitação de algumas Áreas de Interesse (como a Interesse para Conservação de Avifauna, por

exemplo) e também sobre algumas regras que ainda estão pendentes de detalhamento (como a

delimitação das áreas de ninhais e algumas especificações relacionadas à pesca, por exemplo). A

Fundação Florestal explicou que o Decreto prevê que sejam regulamentados posteriormente os

procedimentos para aquelas atividades que preveem cientificação anuência e autorização especial,

prevendo prazo para essa regulamentação por Resolução. Além disso, alguns detalhamentos

necessitam ainda de mais estudos e debates no território, o que será feito durante a implementação

do Plano. No caso das Áreas de Interesse, o Plano aponta as condições fáticas para a existência

dessas Áreas, mas delimita apenas aquelas que já apresentam essas condições.

Vale lembrar também que a metodologia do zoneamento prevê flexibilidade, ou seja, não é

preciso esgotar todos os regramentos de imediato, mas sim melhorar esses regramentos com o

amadurecimento do plano.

5. ESTRUTURA E METODOLOGIA DO PLANO DE MANEJO

O Plano de Manejo seguiu as novas diretrizes estabelecidas pela Secretaria de Infraestrutura e

Meio Ambiente, a partir do Roteiro Metodológico elaborado, atendendo a legislação ambiental

vigente, em especial a Resolução SMA nº 33/2013 e o Decreto Estadual nº 60.302/2014.

O Roteiro Metodológico foi publicado em 2018 e está disponível no site da Secretaria de

Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA/SP, o mesmo deverá receber aprimoramentos decorrentes

da prática acumulada com a elaboração de novos planos. Sob a coordenação do Comitê de

Integração dos Planos de Manejo, a metodologia possibilitou um melhor aproveitamento do corpo

técnico e elaboração do Plano de forma sinérgica entre todo o Sistema Ambiental Paulista.

A CTBio, em 2018, pôde registrar parte dos esforços da equipe da Secretaria de Infraestrutura e

Meio Ambiente com relação à elaboração e aprovação célere dos Planos. Este esforço parte de

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algumas premissas: Planos elaborados de forma integrada na Secretaria, com conteúdo direcionado

à gestão e exposto de modo mais simples e assimilável aos demais envolvidos com a gestão e rotina

da Unidade. Tais premissas também orientaram a elaboração do Plano da APAMLS, entretanto, o

desafio consistiu em ser o primeiro plano de uma Área de Proteção Ambiental Marinha, o que exigiu

mudanças e ajustes metodológicos, os quais servirão também para aprimorar os próximos planos.

No caso específico dos planos de manejo das APAs Marinhas, que já estavam bastante

adiantados, foram feitas adaptações à aplicação do Roteiro tanto com relação à dinâmica de

trabalho, quanto com relação ao zoneamento, as quais serão detalhadas neste relatório nos itens a

seguir.

A estrutura adotada está voltada à gestão e à compreensão facilitada pelos agentes públicos e

sociais. Com base nessa reorientação metodológica, o Plano contém as informações necessárias à

gestão da UC. Em seus anexos estão contidos o detalhamento na forma de mapas e tabelas. O Plano

de Manejo está estruturado em três partes: Diagnóstico Socioambiental, Zoneamento e Programas

de Gestão, contendo os seguintes capítulos:

INFORMAÇÕES GERAIS DA UC – metodologia, caracterização da integridade ambiental,

contatos institucionais, atos normativos, gestão e infraestrutura e alvos da conservação.

DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO (terrestre e marinho) – Hidrografia, geologia, geomorfologia,

climatologia, vulnerabilidade, risco e erosão, oceanografia, geomorfologia marinha.

DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO – Biota Silvestre e ecossistemas costeiros.

DIAGNÓSTICO DO MEIO SOCIOECONÔMICO - Uso e ocupação do solo, organização social e

institucional, turismo e comunidades tradicionais.

MARCOS LEGAIS – Políticas Públicas e Legislação Aplicada.

ANÁLISE INTEGRADA – resultados das oficinas de diagnóstico, conflitos de uso,

vulnerabilidade, riscos e ameaças à biodiversidade.

ZONEAMENTO – Descrição, normas e anexos.

PROGRAMAS DE GESTÃO – Apresentação e Conteúdo dos programas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ANEXOS

5.1 PROCESSO PARTICIPATIVO

A participação na elaboração do Plano ocorreu nos níveis interno e externo em diferentes

momentos, tendo como espaços: (i) o Conselho Gestor da UC, (ii) as reuniões do grupo de trabalho,

(iii) as reuniões setoriais e (iv) o ambiente de consulta pública virtual.

No âmbito da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, o Comitê de Integração e as equipes

técnicas das instituições envolvidas reuniram-se diversas vezes, até obtenção de consenso com

relação à proposta a ser disponibilizada ao público e apresentada aos Conselhos Gestores durante as

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oficinas realizadas. Participaram da finalização do Plano diversos profissionais, entre gestores,

gerentes, assessores e técnicos da Fundação Florestal, pesquisadores e técnicos dos Institutos de

Botânica, Geológico e Florestal, técnicos da CETESB, assessores e técnicos das Coordenadorias e

Gabinete da SIMA/SSMA e ainda do Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

No ambiente externo, o Conselho Consultivo da UC foi formalmente instituído pelo Decreto de

Criação da APAMLS e acompanha os trabalhos de elaboração do Plano desde o início do processo,

em 2013. Os representantes do atual biênio do Conselho Consultivo foram designados pela

Resolução SMA n° 69 de 08 de junho de 2018. Entretanto, de forma a assegurar a legitimidade do

processo e garantir que os diferentes agentes que atuam direta ou indiretamente no território da

APAMLS fossem ouvidos em todas as etapas, todas as oficinas foram realizadas de forma temática e

com o Conselho Gestor ampliado, agrupado em 3 Segmentos:

● Segmento 1 – Pesca artesanal

● Segmento 2 – Demais setores produtivos e usuários (ex.: pesca industrial, pesca amadora,

aquicultura, atividades industriais e turísticas);

● Segmento 3 – Interesses difusos (ex.: órgãos públicos; institutos de ensino e pesquisa e ONGs).

No total, foram realizados 28 encontros com o Conselho Ampliado ao longo de todo o processo

participativo, desde 2013. Além das oficinas, ocorreram 12 encontros setoriais realizados em parceria

com o Instituto Linha d’água para aumentar ainda mais a mobilização social, garantindo a

participação das comunidades (Quadro 2). A mobilização e participação social foram organizadas

pelas empresas contratadas (2013 a 2016) e pelo órgão gestor da UC e pelo Grupo de Trabalho de

Participação Social (2018).

Tema Número de

oficinas Data

Presenças (obs. Alguns

participantes estiveram presentes em mais de

um encontro)

Apresentação do Plano de Manejo 8 2013 375

Diagnóstico 6 2013-2014 189

Devolutiva do Diagnóstico Participativo 8 2016 179

Retomada do Plano de Manejo 1 2018 62

Zoneamento 2 2018 104

Programas de Gestão 1 2018 48

Devolutiva do Plano de Manejo 2 2018 81

Obs. Além desses eventos, foram realizadas ainda 12 reuniões setoriais preparatórias para a etapa de zoneamento.

Quadro 2: Encontros presenciais do Processo Participativo do Plano de Manejo da APAMLS.

A partir de 2018, durante todo o processo, a Secretaria manteve uma plataforma aberta, em seu

sitio eletrônico (https://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Default.aspx?idPagina=15389),

contendo todos os relatórios e propostas, de modo a permitir a consulta e manifestação por meio

virtual. A imagem (Figura 5) mostra o ambiente virtual de disponibilização e coleta de contribuições.

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Figura 5: Ambiente virtual do processo de elaboração do Plano de Manejo, para disponibilização de arquivos e

coleta de contribuições.

Várias contribuições foram recebidas, tanto no portal eletrônico como durante as oficinas

presenciais, e todas foram avaliadas, quantificadas no Quadro 3. Algumas foram incorporadas e

outras não, sempre com justificativa técnica.

Tema Total de

contribuições Indeferido Deferido

Parcialmente

Deferido

Zoneamento 214 29 86 99

Programas de Gestão 280 15 191 72

Total 492 44 277 171

Quadro 3: Contribuições deferidas e indeferidas.

As principais sugestões que surgiram no processo participativo foram:

Ouvir as comunidades em caso de realização de pesquisa, eventos, torneios, instalação

de estruturas náuticas em território tradicional.

Proibir as traineiras.

Regulamentar o uso de veículos motorizados na praia onde não há via alternativa de

acesso, incluindo transporte de embarcação pesqueira.

Diminuir para 7 AB ou 12 metros o porte dos barcos que podem pescar na ZUBE.

Associar tamanho da embarcação e outras medidas como potência do motor à

Arqueação Bruta (AB) para as normas do Zoneamento.

Revisar as distâncias para pesca de emalhe em costões e ilhas para comunidades

tradicionais, em especial na safra da Sororoca (abril a agosto).

Permitir o uso da rede boiada e revisar as malhas permitidas para a pesca de emalhe de

superfície e de fundo.

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Permitir a pesca de emalhe motorizado na 1ª milha náutica (Art. 6º da INI 12/2012).

A manifestação favorável do Conselho Consultivo referente à proposta de Plano de Manejo,

cumprindo a exigência do artigo 27 da Lei 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades

de Conservação e do artigo 17 do Decreto Estadual 60.302/2014, foi realizada em sua 55ª reunião

ordinária, em 19/12/2018.

5.2. ANÁLISE INTEGRADA

No caso das APAs Marinhas, dado o grande volume de produtos decorrentes das etapas

anteriores de elaboração do Plano de Manejo, a análise integrada se dividiu em duas fases:

FASE I - Realizada pela consultoria contratada em 2016, envolvendo a análise dos principais

resultados das oficinas de diagnóstico que refletiram as percepções e informações fornecidas pelo

público participante das oficinas, detalhando as interações e conflitos de uso sobre o território,

conforme demonstrado no diagrama de interação (Figura 6).

Figura 6: Rede de interações. Fonte: Consórcio IDOM-Geotec, 2013.

FASE II – Realizada por técnicos da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, a

metodologia incluiu a análise integrada dos aspectos físicos, bióticos e antrópicos da UC, além de

aspectos jurídico-institucionais, de forma a subsidiar a elaboração dos mapas e redação dos

instrumentos de gestão previstos no Plano de Manejo. A equipe técnica da Secretaria se reuniu

Atividades náuticas

Extrativismo

Atividades industriais Turismo

Pesca profissional

Pesca amadora

Pesca industrial

Pesca subaquática

Esportes náuticos

Segmento 1

Segmento 2

Pesca profissional

Positiva

Neutra

Negativa

Interação

Pesca artesanal

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diversas vezes e analisou as vulnerabilidades, riscos e ameaças à biodiversidade, aos serviços

ecossistêmicos e à população, residente e usuária, da APAMLS, bem como o estado de conservação

dos ecossistemas, identificando as áreas críticas e prioritárias.

A análise integrada constatou que o Litoral Sul exibe um grau de conservação mais elevado do

que o restante do litoral paulista, apresentando o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica,

incluindo uma das áreas mais extensas de manguezal, do Brasil sobretudo por conta de a ocupação

humana não ser tão intensa, possuindo alto potencial para o turismo sustentável.

6. ZONEAMENTO

6.1. CONCEPÇÃO METODOLÓGICA DO ZONEAMENTO

A nomenclatura, descrição, diretrizes e objetivos das zonas foram definidos no âmbito dos

trabalhos do Comitê de Integração dos Planos de Manejo, para cada categoria de Unidade de

Conservação.

As regras gerais compõem o Roteiro Metodológico e as regras específicas são construídas no

processo de elaboração do Plano de cada UC. Nessa concepção metodológica para o zoneamento são

estabelecidas duas unidades de planejamento distintas, Zonas e Áreas (Figura 7), que compõem a

principal estrutura do Zoneamento. As Zonas contêm objetivos, diretrizes e normas próprias e são

permanentes, ou seja, só podem ser alteradas quando da revisão dos do Plano de Manejo da UC. As

Áreas visam a implantação de programas e projetos prioritários e podem ter suas delimitações

remarcadas em revisões parciais do plano e devem dar mais agilidade à gestão.

Figura 7: Desenho esquematizando a relação “Zona e Área”, no zoneamento interno das UCs.

No caso das APAs Marinhas, dadas as especificidades do território, foram estabelecidos

procedimentos específicos para a criação, modificação dos limites e exclusão de Áreas, além de

apresentarem restrições complementares às normas estabelecidas nas zonas. Essa especificidade foi

considerada possível de ser adotada, desde que fosse deixada clara a condição fática de existência

determinada Área.

ZONA ÁREA

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Além dessa adaptação, a nomenclatura das zonas e das áreas também foi adaptada ao contexto

dessa tipologia de UCs. Optou-se por adotar algumas nomenclaturas do roteiro de UC de Proteção

Integral, como Zona de Uso Extensivo e Zona de Uso Intensivo, considerando que o território é

domínio público e as definições e objetivos das zonas são compatíveis. A Zona sob Proteção Especial,

que também ocorre nas APAs terrestres, foi utilizada e criou-se outras duas zonas: a Zona de

Proteção da Geobiodiversidade e a Zona para Usos de Baixa Escala, considerando as especificidades

do ambiente marinho, das atividades ali exercidas e dos atributos a serem protegidos.

No caso das áreas, não foi utilizada nenhuma tipologia do roteiro de UC de Proteção Integral e

foram criadas 03 novas tipologias de áreas visando atender as especificidades identificadas.

O Quadro 4 apresenta uma comparação entre as tipologias de zonas e áreas das UC de Proteção

Integral, das APAs Marinhas e das APAs Terrestres. Além dessas tipologias de Zonas e Áreas, o roteiro

metodológico apresenta ainda outras tipologias para as UC da categoria Floresta Estadual.

Zona UC de

Proteção Integral

APAs Terrestres

APAs Marinhas

Zona de Preservação Sim

Zona de Conservação Sim

Zona de Recuperação Sim

Zona de Uso Extensivo Sim Sim

Zona de Uso Intensivo Sim Sim

Zona de Ocupação Humana Sim

Zona sob Proteção Especial Sim Sim

Zona de Proteção dos Atributos Sim

Zona de Uso Sustentável Sim

Zona de Proteção da Geobiodiversidade Sim

Zona para Usos de Baixa Escala Sim

Área UC de

Proteção Integral

APAs Terrestres

APAs Marinhas

Área de Interesse para Conservação (AIC); Sim Sim

Área de Interesse para Recuperação (AIR); Sim Sim

Área de Interesse Histórico-Cultural (AIHC); Sim Sim

Área de Interesse para o Turismo (AIT); Sim

Área de Interesse para Renovação do Estoque Pesqueiro (AIREP);

Sim

Área de Interesse para a Pesca de Baixa Mobilidade (AIPBM).

Sim

Área de Uso Público Sim

Área de Administração Sim

Área de Ocupação Humana Sim

Área de Interferência Experimental Sim

Quadro 4: Comparação entre Zonas e Áreas incidentes nas APAs Terrestres, APAs Marinhas e Unidades de

Conservação de Proteção Integral

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6.2. ZONEAMENTO DA APA MARINHA DO LITORAL SUL

A proposta preliminar de zoneamento, desenvolvida com base na análise integrada, foi

apresentada e discutida nas oficinas participativas, sofrendo ajustes até obtenção de consenso. O

Zoneamento apresenta, ainda, uma tabela exemplificativa dos usos e atividades turísticas que

ocorrem no território, considerando a intensidade do impacto.

Para a construção da proposta preliminar, a gestão da APA fez um levantamento prévio

sobre os instrumentos de gestão dos espaços marinhos e entremarés já incidentes no território da

APA. Vale destacar que o Litoral Sul é o único compartimento marítimo em GERCO ainda sem o

Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro (ZEEC), tornando desnecessária a análise entre o

zoneamento da APA com o mesmo, porém o planejamento da APA deverá ser a base dos trabalhos

do GERCO quando este for proposto no território.

O Zoneamento da APAMLS está dividido em 05 (cinco) Zonas cuja dimensão e proporção de

cada uma estão apresentadas no Quadro 5.

ZONA OBJETIVO

DIMENSÕES

Ambiente Marinho Ambiente Terrestre

Área insular Faixa de praia / Costão Rochoso

Área (ha) % Área (ha) (%) Extensão

Km) %

PROTEÇÃO ESPECIAL (ZPE)

Reconhecer e fortalecer os ambientes protegidos,

observando os regramentos específicos.

793,71 0,22 20,74 15,36 68,39 46,55

PROTEÇÃO DA GEOBIODIVERSIDADE (ZPGBio)

Proteger os ambientes de alta relevância para conservação dos

atributos da UC. 233,90 0,06 114,25 84,64 - -

USOS DE BAIXA ESCALA (ZUBE)

Garantir o ambiente necessário para a pesca artesanal e extrativismo sustentável,

compatibilizando as atividades socioeconômicas à conservação

dos recursos naturais.

40.835,77 11,08 - - 45,87 31,22

USO EXTENSIVO

(ZUEX)

Compatibilizar os diferentes usos existentes nestes ambientes,

minimizando impactos negativos sobre os recursos naturais.

93.745,63 25,43 - - 21,88 14,89

USO INTENSIVO

(ZUI)

Possibilitar o uso intensivo dos recursos naturais, em

consonância com a conservação dos atributos da UC.

232.977,93 63,21 - - 10,78 7,34

TOTAL 368.586,94 100 134,99 100 146,92 100

Obs. As dimensões e percentuais são aproximadas. Entende-se como ambiente terrestre: (1) na faixa de Praia - o espaço arenoso entre a zona de surfe e (i) o início do campo de dunas frontais ou (ii) início de vegetação de restinga permanente ou (iii) estruturas construídas pelo homem permanentes e já existentes; (2) na área insular – a porção emersa das ilhas, ilhotas e lajes, exceto seus costões rochosos e praias; (3) no Costão Rochoso - área formada por rochas situado na transição entre os meios terrestre e aquático. Entende-se como ambiente marinho: Todo espaço não contemplado nos ambientes terrestres até os limites da APA.

Quadro 5: Zonas da APA Marinha do Litoral Sul.

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A Figura 8 apresenta a localização das Zonas incidentes na APA Marinha do Litoral Sul.

Figura 8: Zoneamento proposto para APA Marinha do Litoral Sul – Zonas e Áreas (Plano de Manejo, 2018)

A Zona sob Proteção Especial (ZPE) abrange os territórios já instituídos como Estação Ecológica

dos Tupiniquins, o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, a Estação Ecológica de Juréia-Itatins e o

Parque Estadual do Prelado.

A Zona de Proteção da Geobiodiversidade (ZPGBio) abrange o território emerso da Ilha da

Figueira e o território emerso da Ilha do Bom Abrigo e uma faixa marítima de 300 m ao redor

dessa Ilha.

A Zona para Usos de Baixa Escala (ZUBE) foi delimitada considerando a legislação pesqueira

vigente e a fragilidade dos ambientes. Dessa forma, encontra-se na área da 1,5 milhas náuticas

e ao redor de ilhas, costões e parcéis, como o parcel do Una, a Laje dos Moleques e Laje e o

Parcel do Sobral. Vale destacar que esta zona permite a atividade de pesca profissional

artesanal por embarcações de pequeno porte.

A Zona de Uso Extensivo (ZUEx) considerou também a legislação pesqueira vigente e foi

delimitada entre a 1,5 e 5 milhas náuticas, permitindo a pesca profissional por embarcações

acima de 7 até 35 AB. No caso da faixa terrestre, a delimitação dessa zona acompanhou o grau

de ocupação da área terrestre contígua, de forma que as áreas mais ocupadas foram

enquadradas como Zona de Uso Extensivo e as áreas sem ocupação foram enquadradas como

Zona para Usos de Baixa Escala.

A Zona de Uso Intensivo (ZUI) foi delimitada nas praias com urbanização consolidada e nas

áreas mais profundas e distantes da costa, onde ocorre a atividade de pesca industrial.

Dentre as áreas de interesse, nesta fase do Plano de manejo foi delimitada apenas a Área de

Interesse para o Turismo, sobreposta à Zona de Proteção da Geobiodiversidade, entretanto, a minuta

de Decreto prevê outras 5 Áreas de Interesse e estabelece as condições fáticas para a existência

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dessas áreas, a fim de subsidiar a delimitação futura dessas áreas durante a implantação do Plano

(Quadro 6).

Durante as discussões da CTBio foi solicitado esclarecer no Plano quais são os possíveis tipos

de Áreas de Interesse e quais são as já delimitadas e instituídas. Além disso, solicitou-se que a FF

melhore a descrição da Área de Interesse já delimitada e indique a(s) comunidade(s) atendida(s),

quando for o caso, o que resultou em ajuste na minuta de decreto, com a inserção de um novo

artigo.

Relação das áreas da APA Marinha Litoral Sul

Área Descrição Objetivos Condições Fáticas de Existência

da Área

Área de Interesse para a

Conservação

Caracterizada por ecossistemas frágeis e

ambientes relevantes para deslocamento, reprodução e

alimentação de espécies.

Conservar ecossistemas frágeis e ambientes relevantes

para deslocamento, reprodução e alimentação de

espécies.

Presença de ambientes frágeis ou de alta biodiversidade e/ou de especial importância para

deslocamento, reprodução de espécies endêmicas, migratórias

e/ou ameaçadas de extinção.

Área de Interesse para Recuperação

Caracterizada por ambientes naturais alterados ou

degradados, prioritária às ações de recuperação

ambiental e mitigação dos impactos negativos.

Promover a recuperação ambiental.

Presença de ambientes com ecossistemas degradados ou em processo de invasão biológica,

bem como praias e demais áreas terrestres em risco (médio, alto e

muito alto) de erosão.

Área de Interesse Histórico-Cultural

Caracterizada por ambientes com presença de atributos físicos, históricos, culturais (materiais e/ou imateriais) e/ou cênicos relevantes.

Reconhecer o patrimônio histórico-cultural e/ou

arqueológico, bem como os territórios tradicionais,

fortalecendo a cultura das comunidades locais.

Presença de ambientes com sítios arqueológicos, geossítios,

patrimônio histórico-cultural e/ou ocorrência de

manifestações culturais tradicionais.

Área de Interesse para a

renovação do estoque

pesqueiro

Caracterizada por ambientes relevantes para renovação de

estoques pesqueiros.

Promover a renovação dos estoques pesqueiros buscando garantir a

continuidade da pesca.

Presença de ambientes de especial importância para a

conservação e reprodução de espécies alvo da pesca.

Área de Interesse para o

Turismo

Caracterizada por ambientes onde são realizadas atividades de turismo, com necessidade

de ordenamento, em razão da presença de atributos naturais e/ou paisagísticos, relevantes

para o desenvolvimento socioeconômico local.

Ordenar atividades de turismo de modo a compatibilizar a

conservação de ecossistemas com o uso público,

considerando aspectos econômicos, sociais e

culturais.

Presença de ambientes com características paisagísticas

relevantes e ecossistemas que necessitam de ordenamento do

turismo para promover sua sustentabilidade.

Área de Interesse para a Pesca de Baixa

Mobilidade

Caracterizada por ambientes destinados para pesca

artesanal de baixa mobilidade.

Proteger a pesca artesanal de baixa mobilidade, de modo a

promover a segurança alimentar, a manutenção da cultura caiçara e o território

pesqueiro.

Presença de ambientes próximos a comunidades locais, por elas

indicados e utilizados historicamente, onde praticam a

pesca artesanal de baixa mobilidade com disponibilidade

restrita ao recurso pesqueiro.

Quadro 6: Áreas do zoneamento da APA Marinha do Litoral Sul.

Apesar de delimitar apenas uma área de interesse, os programas de gestão apontam para a

necessidade de delimitação de outras áreas, especificamente as Áreas de Interesse Histórico-Cultural

e as áreas de Interesse para a Pesca de baixa mobilidade. A Figura 9 apresenta a Área de Interesse

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para o Turismo localizada na Ilha do Bom Abrigo. Atualmente a visitação na área não é

regulamentada, por isso, o Plano de Manejo propõe diversas ações para essa, como por exemplo a

atividade 3.6, do Programa de Uso Público “Formalizar junto à Marinha do Brasil, Prefeitura de

Cananéia e ICMBio a permissão para o desenvolvimento de atividades turísticas na parte terrestre da

Ilha do Bom Abrigo.“

Figura 9: Área de Interesse para o Turismo, localizada na Ilha do Bom Abrigo.

Todos os shapefiles referentes ao zoneamento serão incorporados ao portal datageo,

permitindo assim a visualização em diferentes escalas.

6.3. RELAÇÃO ENTRE O ZONEAMENTO DA APA MARINHA DO LITORAL SUL E DA APA

MARINHA LITORAL CENTRO

A plataforma continental de cada APA tem sua especificidade quanto a sua profundidade, de

forma que o litoral Centro apresenta maiores profundidades quando comparado ao litoral Sul

(considerando a mesma distância da costa). Dessa forma, é natural que existam diferenças, tanto

relacionadas ao uso do território, quanto às regras para a proteção de seus atributos.

Além disso, um dos principais critérios utilizados para a delimitação das zonas foi a legislação

vigente. Assim, existe diferença no que tange ao Gerenciamento Costeiro (GERCO), já que este não

foi regulamentado no Complexo Estuarino-lagunar, onde situa-se a APA Marinha Litoral Sul e foi

regulamentado na baixada Santista pelo Decreto 58.996/2013, que institui o Zoneamento Ecológico-

Econômico da Baixa Santista. Assim, a APA Litoral Centro já apresentava outras restrições de uso

incidentes no território, as quais foram incorporadas no seu zoneamento.

Assim, no caso da APA Marinha Litoral Sul, por não ter ainda o Decreto regulamentando o ZEE,

definiu-se como principais critérios a legislação atual e a distância da costa (que atinge o máximo de

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25 metros de profundidade), de forma que a ZUBE vai da linha de costa até 1,5 mn, a ZUEx abrange

de 1,5 mn até as 5 mn e a ZUI das 5 mn até a isóbata 25m.

A Figura 10 apresenta o zoneamento das duas APAs Marinhas na sua área limítrofe, entre os

municípios de Iguape (na APAM Litoral Sul) e Peruíbe (na APAM Litoral Centro).

Figura 10: Zoneamento na área limítrofe entre as duas APAs Marinhas.

Ressalta-se que os critérios foram chancelados pelas comunidades e todos os Programas foram

elaborados a partir da leitura do território, resultantes das etapas de Diagnóstico e Zoneamento,

ambos discutidos e trabalhados coletivamente, nas oficinas participativas realizadas junto aos

Conselhos Consultivos e diversos atores da região.

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7. PROGRAMAS DE GESTÃO

Todos os Programas foram elaborados a partir da leitura do território, resultantes das etapas

de Diagnóstico e Zoneamento, ambos discutidos e trabalhados coletivamente, nas oficinas

participativas realizadas junto aos Conselhos Consultivos e diversos atores da região.

Para o delineamento das ações e estratégias definidas nos respectivos programas de gestão

foram considerados os problemas centrais da UC, as características do território, as normas e

diretrizes estabelecidas no zoneamento (zonas e respectivas áreas).

Diferente das APAs Terrestres que não contém o Programa de Uso Público, com vistas a

potencializar a visitação das áreas públicas, as APAs Marinhas, por suas características, incluíram

também este programa, presente nos Planos de manejo dos Parques Estaduais. Além disso, com a

intenção de potencializar o uso adequado e compatível dos recursos naturais, também abrange o

Programa de Desenvolvimento Sustentável. Os programas de gestão incidentes na APA Marinha

Litoral Sul são:

Programa de Manejo e Recuperação, com o objetivo de assegurar a conservação da

diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres, por meio de

ações de gestão e manejo dos recursos naturais; possui 2 diretrizes e 18 ações.

Programa de Proteção e Fiscalização, com o objetivo de garantir a integridade física,

biológica e cultural da Unidade; possui 4 diretrizes e 20 ações.

Programa de Uso Público, com o objetivo de articular, promover e ordenar o turismo em

conjunto com os diferentes atores sociais, buscando sua sustentabilidade; possui 5 diretrizes

e 23 ações.

Programa de Interação Socioambiental, com o objetivo de estabelecer, por meio das relações

entre diversos atores do território, os pactos sociais necessários para garantir o objetivo da

UC; possui 5 diretrizes e 20 ações.

Programa de Pesquisa e Monitoramento, com o objetivo de produzir e difundir

conhecimentos que auxiliem a gestão da UC em suas diversas ações; possui 4 diretrizes e 25

ações.

Programa de Desenvolvimento Sustentável: Incentivar a adoção de alternativas sustentáveis

de produção compatíveis com o atributo e com as demandas socioeconômicas da população;

possui 7 diretrizes e 31 ações.

Os Programas de Gestão serão executados no prazo de até cinco anos e a fim de facilitar o

entendimento da sequência lógica estabelecida, foram estruturados em uma matriz lógica, composta

por: (i) Objetivo Geral e (ii) Objetivo Estratégico, (iii) Diretrizes, (iv) Ações, (v) Classificação das Ações,

(vi) Responsabilidades e Parcerias, e (vii) Cronograma.

Além do acompanhamento anual feito pelo SIGAP, o Roteiro Metodológico dos Planos

de Manejo prevê o monitoramento, também anual, da implementação dos planos, prevendo

a possibilidade de que cada gestor possa acionar o Comitê de Integração no caso da

necessidade de eventuais ajustes decorrentes de problemas na implementação de tais

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planos. Esses procedimentos foram estabelecidos na nova metodologia para evitar

problemas identificados pelo Comitê com relação à efetividade dos planos aprovados.

8. MINUTA DO DECRETO

A minuta de decreto foi discutida na 81ª reunião da CTBio. A Fundação Florestal esclareceu e

justificou alguns regramentos e a CTBio recomendou alteração em alguns artigos, após consenso.

Assim, foram feitas alterações na minuta de Decreto, as quais já foram incorporadas na minuta que

segue em anexo a este relatório e, após aprovação pela Plenária do CONSEMA, serão incorporadas

no Plano de Manejo.

A ata da 81ª reunião da CTBio apresenta em anexo a minuta de Decreto com o registro das

discussões da Comissão destacadas em modo revisão.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. O Plano de Manejo seguiu as novas diretrizes estabelecidas pela Secretaria de

Infraestrutura e Meio Ambiente, a partir do Roteiro Metodológico elaborado,

atendendo a legislação ambiental vigente, em especial a Resolução SMA nº 33/2013 e

o Decreto Estadual nº 60.302/2014;

2. O conteúdo do Plano de Manejo é sintético, mas suficiente e qualificado para a

elaboração do zoneamento e dos programas, oferecendo um instrumento pragmático

à gestão de cada UC;

3. O Plano de Manejo foi discutido e elaborado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio

Ambiente, com a participação dos atores locais. Os trabalhos foram iniciados em 2013,

inicialmente com a contratação de consultoria externa e foram concluídos com a

manifestação do Conselho Consultivo em dezembro de 2018. Os ritos exigidos pela

legislação vigente foram cumpridos, em especial, em relação ao conteúdo e

participação social;

4. A participação da sociedade possibilitou o esclarecimento aos atores envolvidos e

permitiu o aprimoramento do Plano de Manejo. A participação se deu por meio de

oficinas, em reuniões com o Conselho Consultivo ampliado, em reuniões setoriais e por

meio de portal eletrônico;

5. A CTBio recomenda que a Secretaria do Meio Ambiente empreenda esforços para a

gestão integrada entre as UC, como a implementação do Mosaico das Ilhas e Áreas

Marinhas Protegidas do Litoral Paulista, instituído pelo Decreto 53.528 de 2008;

6. A CTBio discutiu e propôs adequações à minuta de Decreto, já aplicadas na versão da

minuta que segue em anexo a este relatório;

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7. Diante do exposto, a Comissão Temática de Biodiversidade e Áreas Protegidas

manifesta-se favoravelmente à aprovação da minuta de Decreto e Plano de Manejo da

APA Marinha do Litoral Sul, propondo encaminhamento à Plenária do CONSEMA para

a manifestação final.

São Paulo, 10 de junho de 2019

ORIGINAL ASSINADO

Relator: Gil Scatena Coordenador de Planejamento Ambiental

Subsecretaria do Meio Ambiente

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MINUTA DE DECRETO ESTADUAL n° xxx de xx de xxx de 2019

Aprova o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental

Marinha do Litoral Sul, Unidade de Conservação da Natureza de

Uso Sustentável, assim declarada pelo Decreto nº 53.527, de 08

de outubro de 2008, e dispõe sobre o seu regulamento.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO:

A Lei federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza – SNUC, estabelecendo critérios e normas para a criação, implantação e

gestão das unidades de conservação;

O Decreto nº 60.302, de 27 de março de 2014, que institui o Sistema de Informação e Gestão de Áreas

Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo – SIGAP, que, em seu artigo 17, §3º, define

que a aprovação de Plano de Manejo de Área de Proteção Ambiental será efetuada por meio de decreto;

O Decreto nº 53.527, de 08 de outubro de 2008, que cria a Área de Proteção Ambiental Marinha do

Litoral Sul;

A importância da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul para proteger, ordenar, garantir e

disciplinar o uso racional dos recursos ambientais da região, inclusive suas águas, bem como ordenar o

turismo recreativo, as atividades de pesquisa e pesca e promover o desenvolvimento sustentável na

região.

DECRETA:

Artigo 1º - Fica aprovado o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul,

Unidade de Conservação de Uso Sustentável com 368.742,53 hectares situados nos municípios de

Cananeia, Ilha Comprida e Iguape.

Artigo 2º - O zoneamento está delimitado conforme o Anexo III deste Decreto e cujos arquivos digitais

estão disponibilizados na Infraestrutura de Dados Espaciais Ambientais do Estado de São Paulo – Portal

Datageo.

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DOS OBJETIVOS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO – UC

Artigo 3º - São objetivos Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul:

I) Proteger, ordenar, garantir e disciplinar o uso racional dos recursos ambientais da região,

inclusive suas águas;

II) Ordenar o turismo recreativo, as atividades de pesquisa e pesca;

III) Promover o desenvolvimento sustentável na região.

DO ZONEAMENTO

Artigo 4º - Para efeitos deste decreto, entende-se como ambiente terrestre:

I) na faixa de praia - o espaço arenoso entre a zona de surfe e (a) o início do campo de dunas frontais ou

(b) início de vegetação de restinga permanente ou (c) estruturas construídas pelo homem permanentes e

já existentes;

II) na área insular - a porção emersa das ilhas, ilhotas e lajes, exceto seus costões rochosos e praias;

III) no Costão Rochoso - área formada por rochas situado na transição entre os meios terrestre e aquático.

Artigo 5º - Para efeitos deste decreto, entende-se como ambiente marinho todo espaço não contemplado

nos ambientes terrestres, descritos no artigo anterior, até os limites da APA.

Artigo 6º - O zoneamento da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul é composto por cinco

zonas, conforme o Mapa de Zoneamento que constitui o Anexo III deste Decreto.

• Parágrafo único - A delimitação das zonas da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral

Sul atende a critérios técnicos, tais como ocorrência de áreas reprodutivas de espécies

endêmicas, migratórias e/ou ameaçadas de extinção, ambientes frágeis, espaços naturais

que se destacam por seu alto grau de representatividade dos ecossistemas e dos recursos

genéticos, ambientes de especial importância para a renovação dos estoques pesqueiros,

ocorrência de desembocaduras estuarino-lagunares, ocorrência de costões rochosos, ilhas e

embaiamentos costeiros, áreas de ocorrência de territórios tradicionais, áreas de ocorrência

de pesca artesanal de pequeno porte, áreas de ocorrência de pesca profissional de maior

porte e ocorrência de praias não urbanizadas, em processo de urbanização ou urbanizadas.

Artigo 7º - O zoneamento da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul é composto por cinco

zonas, cujas respectivas caracterizações e normativas compõem o Plano de Manejo:

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I - ZONA DE PROTEÇÃO ESPECIAL (ZPE): corresponde às Unidades de Conservação do grupo de

Proteção Integral. Na porção terrestre, abrange aproximadamente 20,74 hectares da UC (15,36% da

área insular total), correspondente à porção emersa das Ilhas do Castilho e do Cambriú, pertencentes

à Estação Ecológica dos Tupiniquins e abrange 68,39 quilômetros da UC (46,55% da extensão total)

correspondente às faixas de praias e costões rochosos da Estação Ecológica de Jureia-Itatins, do

Parque Estadual do Prelado e do Parque Estadual da Ilha do Cardoso. Na porção marinha, abrange

aproximadamente 793,71 hectares da UC (0,22% da área marinha total) e corresponde ao raio de 01

(um) quilômetro ao redor da Ilha do Castilho e da Ilha do Cambriú.

II - ZONA DE PROTEÇÃO DA GEOBIODIVERSIDADE (ZPGBio): Aquela que concentra ecossistemas

frágeis, ambientes relevantes para a proteção de espécies endêmicas, migratórias e/ou ameaçadas

de extinção e de especial importância para a renovação de estoques pesqueiros; possui beleza cênica

de destaque e alto grau de representatividade de ecossistemas. Na porção terrestre, abrange

aproximadamente 114,25 hectares da UC (84,64% da área insular total) e na porção marinha abrange

aproximadamente 233,90 hectares da UC (0,06% da área marinha total). Corresponde à porção

emersa da Ilha da Figueira e ao raio de 300 metros ao redor da Ilha do Bom Abrigo e Ilhota, incluindo

sua porção emersa. Em comparação com as demais zonas da UC, esta é a de menor extensão,

abrigando espécies de flora e fauna de grande valor científico, como a vegetação de Floresta

Ombrófila Densa, espécies bentônicas de fundo consolidado e inconsolidado, espécies ameaçadas

como o mero Epinephelus itajara (Lichtenstein, 1822), a garoupa-verdadeira Epinephelus marginatus

(Lowe, 1834) e a caranha Lutjanus cyanopterus (Cuvier, 1828), além de abrigar áreas reprodutivas de

peixes recifais e de aves marinhas como o tesourão ou fragata Fregata magnificens (Mathews, 1914)

e o atobá Sula leucogaster (Boddaert, 1783). Além disso, apresenta atrativos passíveis de visitação

pública de contemplação, devido à relevante beleza cênica local.

III - ZONA PARA USOS DE BAIXA ESCALA (ZUBE): Concentra ambientes de importância para a

conservação dos recursos naturais onde ocorrem atividades de baixa escala. Na porção

marinha, abrange aproximadamente 40.835,77 hectares da UC (11,08% da área marinha total)

e corresponde às regiões onde ocorrem atividades e usos de baixa escala como a pesca

artesanal de menor mobilidade e porte, e territórios pesqueiros tradicionais. Compreende a

faixa entre a linha de costa até 1,5 (uma e meia) milhas náuticas; o raio de 500 metros ao redor

da Ilha da Figueira, 500 metros ao redor do Parcel da Una e 500 metros ao redor do Parcel do

Sobral; as desembocaduras estuarino-lagunares e os costões rochosos. Na porção terrestre,

abrange aproximadamente 45,87 quilômetros da UC (31,22% da extensão total) e corresponde

às praias de menor intervenção antrópica, com baixa ocupação humana e paisagens com alto

grau de originalidade natural. Compreende os seguintes trechos: Boqueirão Sul – Trincheira,

Ilha Comprida: trecho entre a Praia da Trincheira e o Rio do Boqueirão Sul; Boqueirão Sul – Vila

Nova, Ilha Comprida: trecho entre o limite norte do Balneário Céu Azul até o final da estrada de

Pedrinhas, na Rua Guanabara - Balneário Vila Nova; Araçá – Ponta da Praia, Ilha Comprida:

trecho entre o Balneário Praia do Araçá (na Rua Machado de Oliveira) e a Ponta da Praia, no

extremo norte da Ilha Comprida (Ponta Norte); Barra do Ribeira – Barra do Icapara, Iguape:

trecho não urbanizado ao sul da Praia da Jureia (Barra do Ribeira: -24.657899; -47.389679) até

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a Barra do Icapara; Praia da Jureia – Prelado, Iguape: trecho entre o Balneário Costa Real da

Jureia (Alameda Maracatins) até o limite do PE Prelado.

IV - ZONA DE USO EXTENSIVO (ZUEx): É aquela que concentra ambientes com média intensidade

de usos e/ou intervenções humanas. Na porção marinha abrange aproximadamente 93.745,63

hectares da UC (25,43% da área marinha total) e corresponde às regiões onde ocorrem

atividades e usos média escala como a pesca artesanal e industrial de médio porte e o turismo

de média intensidade, compreendendo a faixa de 1,5 (uma e meia) até 05 (cinco) milhas

náuticas. Na porção terrestre, abrange aproximadamente 21,88 quilômetros da UC (14,89% da

extensão total) e corresponde às praias em processo de urbanização. Compreende os seguintes

trechos: Boqueirão Sul de Ilha Comprida: trecho entre o Rio do Boqueirão Sul até a última rua

ao norte do Balneário Céu Azul; Pedrinhas - Boqueirão Norte, Ilha Comprida: trecho entre o

final da estrada de Pedrinhas (Rua Guanabara) até o canal do Balneário Cláudia Mara, no

Boqueirão Norte (Rua Paulista); Barra do Ribeira, Iguape: trecho entre área em processo de

urbanização, na Barra do Ribeira até o Balneário Costa Real, na Alameda dos Maracatins.

V - ZONA DE USO INTENSIVO (ZUI): É aquela que concentra ambientes com alta intensidade de

usos e/ou intervenções humanas. Na área marinha, abrange aproximadamente 232.977,93

hectares da UC (63,21% da área marinha total) e corresponde às regiões onde ocorrem

atividades e usos maior escala como a pesca industrial de grande porte e cruzeiros marítimos.

Compreende a faixa de 05 (cinco) milhas náuticas até o limite externo da UC (25 metros de

profundidade), excluindo-se os parcéis, que estão inseridos em ZUBE. Na porção terrestre,

abrange aproximadamente 10,78 quilômetros (7,34% da extensão total), correspondendo às

praias de alta intervenção antrópica, com urbanização consolidada, com um turismo de alta

intensidade associado a locais com maior infraestrutura e serviços. Compreende o trecho entre

o canal do Balneário Cláudia Mara, no Boqueirão Norte (Rua Paulista) e o Balneário Praia do

Araçá (Rua Machado de Oliveira), na Ilha Comprida.

Artigo 8º - Ficam estabelecidas seis tipologias de áreas de interesse, assim consideradas porções

territoriais destinadas à implementação dos programas e projetos prioritários à gestão da Área de

Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul e que apresentam caráter flexível, instituindo regramentos

específicos em conformidade com o objetivo e as características das zonas e cujas caracterizações e

normativas compõem o Plano de Manejo:

I - ÁREA DE INTERESSE PARA CONSERVAÇÃO (AIC): É aquela caracterizada por ecossistemas

frágeis e ambientes relevantes para deslocamento, reprodução e alimentação de espécies;

II - ÁREA DE INTERESSE PARA RECUPERAÇÃO (AIR): É aquela caracterizada por ambientes

naturais alterados ou degradados, prioritária às ações de recuperação ambiental e mitigação dos

impactos negativos;

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III - ÁREA DE INTERESSE HISTÓRICO-CULTURAL (AIHC): É aquela caracterizada por ambientes com

presença de atributos físicos, históricos, culturais (materiais e/ou imateriais) e/ou cênicos relevantes;

IV - ÁREA DE INTERESSE PARA RENOVAÇÃO DO ESTOQUE PESQUEIRO (AIREP): É aquela

caracterizada por ambientes relevantes para renovação de estoques pesqueiros;

V - ÁREA DE INTERESSE PARA TURISMO (AIT): É aquela caracterizada por ambientes onde são

realizadas atividades de turismo, com necessidade de ordenamento, em razão da presença de

atributos naturais e/ou paisagísticos, relevantes para o desenvolvimento socioeconômico local;

VI - ÁREA DE INTERESSE PARA A PESCA DE BAIXA MOBILIDADE (AIPBM): É aquela caracterizada

por ambientes destinados para pesca artesanal de baixa mobilidade.

Artigo 9º - A instituição das áreas de interesse deverá atender os seguintes procedimentos:

I) As condições fáticas deverão ser atestadas por laudo técnico; II) As áreas deverão ser aprovadas pelo Órgão Gestor após manifestação do Conselho Gestor; III) Deverá ser dada publicidade em meios oficiais; IV) Deverá ser garantida a manifestação do contraditório; V) As áreas poderão ser instituídas no ato de aprovação dos planos de manejo ou ao longo da implementação do mesmo; VI) No âmbito da implementação dos planos de manejo, as áreas com regras específicas poderão ser criadas, excluídas, ampliadas e/ou reduzidas, por Resolução do Secretário de Meio Ambiente, mediante manifestação do Conselho Gestor da Unidade e Comitê de Integração dos Planos e divulgada para conhecimento público; VII) Os regramentos das atividades, previstos no Plano de Manejo, poderão ser detalhados, por meio de Resolução do Secretário de Estado do Meio Ambiente, com base no Artigo 12 do Decreto Estadual n° 53.527/2008. Artigo 10 - As condições fáticas de existência das áreas de interesse são:

I - ÁREA DE INTERESSE PARA CONSERVAÇÃO (AIC): Presença de ambientes frágeis ou de alta

biodiversidade e/ou de especial importância para deslocamento, reprodução de espécies

endêmicas, migratórias e/ou ameaçadas de extinção;

II - ÁREA DE INTERESSE PARA RECUPERAÇÃO (AIR): Presença de ambientes com ecossistemas

degradados ou em processo de invasão biológica, bem como praias e demais áreas terrestres

em risco (médio, alto e muito alto) de erosão;

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III - ÁREA DE INTERESSE HISTÓRICO-CULTURAL (AIHC): Presença de ambientes com sítios

arqueológicos, geossítios, patrimônio histórico-cultural e/ou ocorrência de manifestações

culturais tradicionais;

IV - ÁREA DE INTERESSE PARA RENOVAÇÃO DO ESTOQUE PESQUEIRO (AIREP): Presença de

ambientes de especial importância para a conservação e reprodução de espécies alvo da

pesca;

V - ÁREA DE INTERESSE PARA TURISMO (AIT): Presença de ambientes com características

paisagísticas relevantes e ecossistemas que necessitam de ordenamento do turismo para

promover sua sustentabilidade;

VI - ÁREA DE INTERESSE PARA A PESCA DE BAIXA MOBILIDADE (AIPBM): Presença de ambientes

próximos a comunidades locais, por elas indicados e utilizados historicamente, onde

praticam a pesca artesanal de baixa mobilidade com disponibilidade restrita ao recurso

pesqueiro.

DAS ÁREAS INSTITUÍDAS

Artigo 11 – Fica instituída a seguinte Área de Interesse:

I – Área de Interesse Turístico do Bom Abrigo, conforme anexo III;

Parágrafo Único – As demais Áreas de Interesse poderão ser instituídas durante a implementação

deste plano, conforme artigo 9º.

DAS NORMATIVAS DAS ZONAS

Artigo 12 - Aplicam-se às zonas referidas no artigo 7º, com exceção da Zona de Proteção Especial, as

seguintes normas e diretrizes gerais:

I - As normas estabelecidas neste plano se aplicam sem prejuízo da legislação vigente incidente

sobre o território, incluindo as normas específicas da Marinha do Brasil;

II - As normas gerais se aplicam a todas as zonas, com exceção da Zona de Proteção Especial, sem

prejuízo das normas específicas de cada zona;

III - Os critérios e procedimentos para cientificação, obtenção de anuência e autorizações especiais

para exercício de atividades não licenciáveis descritos neste Plano de Manejo serão

regulamentados pelo órgão gestor no prazo de até 180 dias;

IV - No ambiente marinho:

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a) A navegação, incluindo a prática de esportes náuticos motorizados, deverá seguir as regras

de segurança e normas de navegação específicas da Marinha do Brasil;

b) Fica permitido o fundeio de embarcações em casos que comprometam a segurança da

navegação e/ou a salvaguarda da vida humana no mar;

c) Fica condicionada à anuência do órgão gestor a instalação de recifes artificiais, ouvido o

conselho gestor;

d) Ficam proibidos (as):

i. A troca de água de lastro de navios, exceto nos casos previstos em norma específica

da Marinha do Brasil;

ii. A pesca de arrasto com utilização de sistema de parelhas, independente da

Arqueação Bruta (AB);

iii. A atividade de pesca com compressor de ar ou qualquer outro equipamento para

respiração artificial, em qualquer modalidade;

iv. A pesca na modalidade de Traineira, independente da Arqueação Bruta (AB);

V - No ambiente terrestre:

a) As atividades realizadas na faixa de praia devem ser regulamentadas, pelos órgãos

competentes, observando:

i. Os objetivos de criação da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul;

ii. Os objetivos das zonas em que se inserem;

iii. Os atributos que suscitaram a criação da unidade;

iv. Garantia da qualidade ambiental para uso público e demais atividades

compatíveis com os objetivos da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral

Sul;

v. A manutenção das condições para reprodução das espécies identificadas no

território, ameaçadas de extinção e/ou espécies migratórias;

b) Os pontos de deságue das águas pluviais ou demais cursos d’água nas faixas de praias

deverão ser controlados e monitorados pelos órgãos competentes, garantindo a qualidade

das águas e evitando a poluição das praias e do ambiente marinho;

c) Os órgãos públicos, no âmbito de suas atribuições, deverão proteger os atributos da Área de

Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul, especialmente no que se refere aos impactos

relacionados à alteração significativa da radiação solar e do fotoperíodo na faixa de praia,

visando garantir o uso público e os processos ecológicos;

d) Fica proibida a introdução de espécies exóticas nos ambientes insulares;

VI - No ambiente marinho e terrestre:

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a) Serão admitidas ações emergenciais visando a segurança dos usuários, a integridade dos

atributos da UC e o alcance dos seus objetivos em quaisquer zonas, comunicando ao órgão

gestor;

b) Priorizar a não geração e dar destinação adequada aos resíduos, observando-se a Política

Nacional de Resíduos Sólidos, com especial atenção aos Petrechos de Pesca Perdidos,

Abandonados ou Descartados (PP-PAD);

c) O despejo de efluentes sanitários deverá atender aos padrões adequados ao tratamento

secundário;

d) A instalação de estruturas náuticas ou ampliação das mesmas deverá garantir a

hidrodinâmica do local, salvo em caso de obras de utilidade pública para adaptação as

mudanças climáticas;

e) O enquadramento de estruturas náuticas instaladas no ambiente marinho deverá atender a

classificação do zoneamento do ambiente terrestre adjacente;

f) Fica condicionado à ciência do órgão gestor, o monitoramento ambiental;

g) Ficam condicionados à anuência do órgão gestor:

i. A pesquisa científica mediante submissão do projeto à Comissão Técnico Científica

do Instituto Florestal (COTEC) e seguir as diretrizes dos Programas de Gestão; em

caso de pesquisa realizada em território de comunidades tradicionais, o órgão gestor

deverá dar ciência à comunidade local;

ii. A instalação ou ampliação de empreendimentos que promovam alteração da

hidrodinâmica costeira e da dinâmica de sedimentação costeira.

h) Qualquer procedimento relacionado a atividade de dragagem e disposição de material

dragado, deverá ser objeto de licenciamento ambiental, conforme normas vigentes.

Artigo 13 - Aplicam-se à Zona sob Proteção Especial – ZPE, no ambiente marinho e terrestre, a

legislação incidente no território, especialmente as seguintes normas:

I - Aquelas previstas na Lei Federal nº 9.985/2000, conforme a categoria de UC sobreposta;

II - Aquelas previstas no diploma de criação da ESEC dos Tupiniquins (Decreto Federal nº

92.964/1986), no respectivo Plano de Manejo e nos demais dispositivos legais da UC;

III - Aquelas previstas no diploma de criação do PE Ilha do Cardoso (Decreto nº 40.319/1962), no

respectivo Plano de Manejo e demais dispositivos legais da UC;

IV - Aquelas previstas no diploma de criação do PE Prelado (Lei nº 14.982/2013), no respectivo Plano

de Manejo e demais dispositivos legais da UC;

V - Aquelas previstas no diploma de criação da EE Juréia-Itatins (Lei nº 14.982/2013), no respectivo

Plano de Manejo e demais dispositivos legais da UC.

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Artigo 14 - Aplicam-se à Zona de Proteção da Geobiodiversidade – ZPGBio as seguintes normas:

I - No ambiente marinho:

a) O tráfego de embarcações em manobra de aproximação deverá ser realizado com

velocidade não superior a 03 (três) nós, conforme norma específica da Marinha do

Brasil;

b) Ficam proibidos (as):

i. Todas as modalidades de pesca;

ii. A aquicultura;

II - No ambiente terrestre:

a) O turismo de sol e praia controlado (Anexo II) ficará restrito à Área de Interesse Turístico

(AIT) conforme normas específicas;

b) Acampamentos e pernoites ficam restritos às seguintes atividades:

i. Abrigo de pescadores;

ii. Abrigo de emergência;

iii. Pesquisas científicas;

iv. Manutenção de estruturas de sinalização náuticas da Marinha do Brasil;

v. Atividade de operação de radioamador;

vi. Atividades de gestão da Unidade;

c) Nos casos do item acima, o acampamento fica restrito à Praia do Bom Abrigo, de acordo

com as diretrizes do Programa de Uso Público, devendo ser recolhido todo e qualquer

resíduo gerado pela atividade;

d) Ficam condicionados (as) à anuência do órgão gestor:

i. A instalação de novas edificações, impermeabilização de solo e as respectivas

ampliações, as quais somente poderão ocorrer em casos de utilidade pública e

ausência de alternativa locacional;

ii. A implantação de infraestrutura para atividade de Radioamador, respeitadas as

exigências legais dos órgãos regulamentadores;

e) Ficam proibidos (as):

i. A presença humana em ninhais, exceto em caso de pesquisa científica e

monitoramento;

ii. A utilização de fogueiras e/ou churrasqueiras, exceto em caso de necessidade de

abrigo por pescadores durante exercício profissional, devendo ser recolhido todo

e qualquer resíduo gerado pela atividade;

iii. A supressão de vegetação nativa em qualquer estágio sucessional;

III - No ambiente marinho e terrestre:

a) Fica condicionada à ciência do órgão gestor a realização de atividades de Educação

Ambiental;

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b) Ficam condicionados (as) à anuência do órgão gestor:

i. A realização de torneios de modalidades esportivas;

ii. O sobrevoo por veículos aéreos não tripulados (VANTS) quando em áreas de

concentração de aves;

iii. A instalação de estruturas náuticas;

i. Em caso de instalação em território de comunidades tradicionais, o órgão

gestor deverá ouvir as mesmas;

c) Ficam proibidos (as):

i. A introdução de espécies exóticas;

ii. A emissão de ruídos excessivos;

iii. O extrativismo.

Artigo 15 - Aplicam-se à Zona de Baixa Escala – ZUBE as seguintes normas:

I - No ambiente marinho:

a) Exclusivamente para a pesca amadora, os tamanhos mínimo e máximo de captura da

espécie robalo-flecha Centropomus undecimalis (Bloch, 1796) passam a ser de 60 cm e

70 cm; e da espécie robalo-peva Centropomus parallelus (Poey, 1860), passam a ser de

40 cm e 50 cm;

b) Fica permitida a pesca com rede de emalhe até o limite de 01 (uma) milha náutica da

costa, por embarcações motorizadas com até 10 (dez) metros de comprimento, salvo

disposição em contrário na legislação vigente;

c) O órgão gestor deverá ser previamente cientificado da implantação de

empreendimentos de aquicultura sujeitos ao licenciamento simplificado, exceto a

piscicultura;

d) No processo de licenciamento de empreendimentos de piscicultura, seja simplificado ou

ordinário, o órgão gestor deverá, após demandado pelo órgão licenciador, se manifestar

em 60 dias, ouvido o conselho gestor e considerando a existência de comunidades

tradicionais;

e) Ficam proibidos (as):

i. A pesca profissional de qualquer modalidade por embarcações:

i. Com Arqueação Bruta (AB) acima de 07 (sete) AB;

ii. Com comprimento acima de 10 (dez) metros;

ii. A pesca de emalhe a distâncias menores que 500 metros de costões rochosos,

ilhas marinhas, lajes, parcéis e formações coralíneas, salvo em território

pesqueiro de comunidades tradicionais, mediante autorização do órgão gestor

com base em critérios técnicos definidos no âmbito do Programa de

Desenvolvimento Sustentável;

iii. O fundeio de navios e embarcações de grande porte;

iv. A aquicultura com espécies exóticas com potencial de bioinvasão, exceto o

mexilhão Perna perna (Linnaeus, 1758);

II - No ambiente terrestre:

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a) O uso de veículos motorizados na praia fica restrito às seguintes finalidades:

i. Atividades de gestão pelo poder público;

ii. Atividade de pesquisa e monitoramento, devidamente autorizados pelo órgão

gestor da UC;

iii. Transporte e manobra de embarcações para exercício da atividade pesqueira

artesanal;

iv. Deslocamento nos trechos onde não há via de acesso;

b) Fica condicionada a ciência do órgão gestor a realização de eventos de baixa escala;

i. Em caso de realização em território de comunidades tradicionais o Órgão Gestor

deverá dar ciência às mesmas;

c) Ficam condicionados à anuência do órgão gestor a retirada e o transporte de madeira

morta da praia para fins artesanais e demais finalidades, conforme procedimentos

específicos;

III - No ambiente marinho e terrestre:

a) Fica permitido o exercício de atividades pesqueiras profissionais artesanais realizadas

com o uso de redes nas praias, desde que atendendo ao disposto na legislação vigente;

b) Ficam condicionados (as) à ciência do órgão gestor:

i. A Instalação de estruturas náuticas ou a ampliação das mesmas;

i. Em caso de instalação em território de comunidades tradicionais, o órgão

gestor deverá dar ciência às mesmas;

c) A realização de torneios de modalidades esportivas;

i. Em caso de realização em território de comunidades tradicionais, o órgão gestor

deverá dar ciência às mesmas.

Artigo 16 - Aplicam-se à Zona de Uso Extensivo - ZUEx as seguintes normas:

I - No ambiente marinho:

a) Exclusivamente para a pesca amadora, os tamanhos mínimo e máximo de captura da

espécie robalo-flecha Centropomus undecimalis (Bloch, 1796) passam a ser de 60 cm e

70 cm; e da espécie robalo-peva Centropomus parallelus (Poey, 1860), passam a ser de

40 cm e 50 cm;

b) O órgão gestor deverá ser previamente cientificado na implantação de

empreendimentos de aquicultura sujeitos ao licenciamento simplificado, exceto a

piscicultura;

c) No processo de licenciamento de empreendimentos de piscicultura, seja simplificado ou

ordinário, o órgão gestor deverá, após demandado pelo órgão licenciador, se manifestar

em 60 dias, ouvido o conselho gestor e considerando a existência de comunidades

tradicionais;

d) Ficam proibidas:

i. A pesca de emalhe por embarcações acima de 20 AB até 03 (três) milhas náuticas

da linha de costa;

ii. A pesca profissional de qualquer modalidade por embarcações acima de 35 AB;

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iii. A aquicultura com espécies com potencial de bioinvasão, exceto mexilhão Perna

perna (Linnaeus, 1758);

II - No ambiente terrestre:

a) Fica permitido o exercício de atividades pesqueiras profissionais artesanais realizadas

com o uso de redes nas praias, desde que atendendo ao disposto na legislação vigente;

b) O uso de veículos motorizados na praia fica restrito às seguintes finalidades:

i. Atividades de gestão pelo poder público;

ii. Atividade de pesquisa e monitoramento, devidamente autorizados pelo órgão

gestor da UC;

iii. Transporte e manobra de embarcações para exercício da atividade pesqueira

artesanal;

iv. Deslocamento nos trechos onde não há via de acesso;

III - No ambiente marinho e terrestre:

a) Ficam condicionados (as) à ciência do órgão gestor:

i. A Instalação de estruturas náuticas;

i. Em caso de instalação em território de comunidades tradicionais, o órgão

gestor deverá dar ciência às mesmas;

b) A realização de eventos e torneios de modalidades esportivas;

i. Em caso de realização em território de comunidades tradicionais, o órgão gestor

deverá dar ciência às mesmas.

Artigo 17 - Aplicam-se à Zona de Uso Intensivo - ZUI as seguintes normas:

I - No ambiente marinho:

a) Exclusivamente para a pesca amadora, os tamanhos mínimo e máximo de captura da

espécie robalo-flecha Centropomus undecimalis (Bloch, 1796) passam a ser de 60 cm e

70 cm; e da espécie robalo-peva Centropomus parallelus (Poey, 1860), passam a ser de

40 cm e 50 cm;

b) O órgão gestor deverá ser previamente cientificado na implantação de

empreendimentos de aquicultura sujeitos ao licenciamento simplificado, exceto a

piscicultura;

c) No processo de licenciamento de empreendimentos de piscicultura, seja simplificado ou

ordinário, o órgão gestor deverá, após demandado pelo órgão licenciador, se manifestar

em 60 dias, ouvido o conselho gestor e considerando a existência de comunidades

tradicionais;

d) Ficam proibidos a aquicultura com espécies exóticas com potencial de bioinvasão,

exceto mexilhão Perna perna (Linnaeus, 1758).

II - No ambiente terrestre:

a) Fica permitido o exercício de atividades pesqueiras profissionais artesanais realizadas

com o uso de redes nas praias, desde que atendendo ao disposto na legislação vigente;

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b) O uso de veículos motorizados na praia fica restrito às seguintes finalidades:

i. Atividades de gestão pelo poder público;

ii. Atividade de pesquisa e monitoramento, devidamente autorizados pelo órgão

gestor da UC;

iii. Transporte e manobra de embarcações para exercício da atividade pesqueira

artesanal.

III - No ambiente marinho e terrestre:

a) Ficam condicionados (as) à ciência do órgão gestor:

i. A instalação de estruturas náuticas ou ampliação das mesmas;

ii. A realização de eventos e torneios de modalidades esportivas;

i. Em caso de realização em território de comunidades tradicionais, o

Órgão Gestor deverá dar ciência às mesmas.

DAS NORMATIVAS DAS ÁREAS DE INTERESSE

Artigo 18 - Aplicam-se à Área de Interesse para a Conservação (AIC) as seguintes normas:

I - O ordenamento das atividades deverá ser feito no âmbito dos Programas de Gestão,

considerando as seguintes medidas:

a) Prever o monitoramento do atributo que motivou a criação da Área;

b) Adotar medidas de compatibilização de atividades desenvolvidas na Área com a

conservação, tais como:

i. Controle de acesso e velocidade;

ii. Sinalização das Áreas;

iii. Prever limite aceitável de uso.

Artigo 19 - Aplicam-se à Área de Interesse para Recuperação (AIR) as seguintes normas:

I - As atividades de recuperação deverão seguir as diretrizes do Programa de Manejo e Recuperação

que estabelecerá um Plano de Recuperação Ambiental (PRA) considerando as seguintes

diretrizes:

a) Definir ações de recuperação e respectivos métodos e procedimentos para sua

realização;

b) Adotar medidas de compatibilização de atividades desenvolvidas às necessidades

decorrentes dos processos de recuperação, tais como:

i. Controle de velocidade;

ii. Monitoramento e controle de pontos de poluição;

iii. Sinalização das Áreas;

iv. Suspensão temporária de acesso às Áreas.

Artigo 20 - Aplicam-se à Área de Interesse Histórico-Cultural (AIHC) as seguintes normas:

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I - O ordenamento das atividades de turismo deverá se dar no âmbito do Programa de Uso Público

que estabelecerá um Plano de Ordenamento Turístico (POT) considerando as seguintes

diretrizes:

a) Adotar medidas de compatibilização de atividades desenvolvidas nesta Área com seus

objetivos, tais como:

i. Controle de acesso e velocidade;

ii. Sinalização das Áreas;

iii. Definição das atividades compatíveis e respectivos procedimentos para sua

realização;

iv. Avaliar a pertinência de implantar estruturas náuticas;

b) Prever Sistema de Gestão de Risco e Contingência e o limite aceitável de uso;

c) Estimular preferencialmente o turismo de base comunitária;

II - Fica proibida a degradação ou descaracterização dos atributos protegidos pela AIHC.

Artigo 21 - Aplicam-se à Área de Interesse para Renovação do Estoque Pesqueiro (AIREP) as

seguintes normas:

I - O ordenamento das atividades de pesca deverá se dar no âmbito dos Programas de Gestão,

considerando as seguintes diretrizes:

a) Suspender a pesca de acordo com o recurso pesqueiro ou modalidade;

b) Definir frequência e duração da suspensão;

c) Prever o monitoramento dos recursos que motivaram a criação da Área.

Artigo 22 - Aplicam-se à Área de Interesse para o Turismo (AIT) as seguintes normas:

I - O ordenamento das atividades de turismo deverá se dar no âmbito do Programa de Uso Público

que estabelecerá um Plano de Ordenamento Turístico (POT) considerando as seguintes

diretrizes:

a) Definir atividades compatíveis e respectivos procedimentos para sua realização;

b) Prever Sistema de Gestão de Risco e Contingência e o limite aceitável de uso;

c) Avaliar a pertinência de implantar estruturas náuticas;

d) Estimular preferencialmente o turismo de base comunitária.

Artigo 23 - Aplicam-se à Área de Interesse para a Pesca de Baixa Mobilidade (AIPBM) as seguintes

normas:

I - O ordenamento das atividades de pesca deverá ser feito no âmbito do Programa de

Desenvolvimento Sustentável em conjunto com as comunidades locais que indicaram as

respectivas Áreas, considerando as seguintes medidas:

a) Prever o auto monitoramento da captura incidental da fauna não alvo da pesca;

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b) Adotar medidas de compatibilização de atividades desenvolvidas com a pesca de baixa

mobilidade, tais como:

i. Compatibilização dos métodos de pesca com a pesca de baixa mobilidade;

ii. Compatibilização dos demais usos com a pesca de baixa mobilidade;

iii. Sinalização das Áreas;

iv. Em casos de incompatibilidade com outras atividades, privilegiar sempre a pesca

de baixa mobilidade;

c) As atividades de pesca desenvolvidas na AIPBM ficam condicionadas ao cadastramento

e obtenção de autorização especial emitida pelo órgão gestor, conforme instrumento

normativo específico;

II - As comunidades beneficiárias desta Área deverão participar dos programas de monitoramento

pesqueiro.

DOS PROGRAMAS DE GESTÃO

Artigo 24 - São Programas de Gestão da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul, cujo

objetivo é a implementação das ações de gestão e manejo dos recursos naturais:

I - Manejo e Recuperação, com o objetivo de assegurar a conservação da diversidade biológica e as

funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres, por meio de ações de recuperação ambiental

e manejo sustentável dos recursos;

II - Uso Público, com o objetivo de articular, promover e ordenar o turismo em conjunto com os

diferentes atores sociais, buscando a sustentabilidade;

III - Interação Socioambiental, com o objetivo de estabelecer, por meio das relações entre os

diversos atores do território, os pactos sociais necessários para garantir os objetivos da UC;

IV - Proteção e Fiscalização, com o objetivo de garantir a integridade física, biológica e cultural da

Unidade;

V - Pesquisa e Monitoramento, com o objetivo de produzir e difundir conhecimentos que auxiliem a

gestão da UC em suas diversas ações.

VI - Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de ordenar as atividades econômicas

desenvolvidas na UC e incentivar a adoção de boas práticas visando o desenvolvimento

sustentável do território.

§ 1º - As metas e indicadores de avaliação e monitoramento dos Programas de Gestão estão

estabelecidos no Plano de Manejo.

§ 2º - As ações necessárias para a implementação dos Programas de Gestão da Área de Proteção

Ambiental Marinha do Litoral Sul deverão ser planejadas, executadas e monitoradas, de forma

integrada entre as Áreas de Proteção Ambiental Marinhas, com as instituições que compõem o

Sistema Ambiental Paulista e demais instituições que atuam no território.

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DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 25 - Os casos omissos serão analisados pelos órgãos competentes, para consulta sobre a

adequabilidade da atividade com relação aos objetivos da Área de Proteção Ambiental Marinha do

Litoral Sul e da zona na qual se enquadra.

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ANEXO I - GLOSSÁRIO

Aquicultura (cf. Decreto Estadual nº 62.243, de 01 de novembro de 2016 e Resolução CONAMA nº 413

de 26 de julho 2009): cultivo ou a criação de organismos cujo ciclo de vida, em condições naturais,

ocorre total ou parcialmente em meio aquático.

Aquicultura de Pequeno Porte (cf. Decreto Estadual nº 62.243/2016 e Resolução

CONAMA nº 413 de 26 de julho 2009): Piscicultura e carcinicultura em tanques-rede:

menor que 1.000 metros cúbicos (m³), Malacocultura: menor que 05 hectares (ha);

Algicultura: menor que 10 hectares (ha).

Aquicultura de Médio Porte (cf. Decreto Estadual nº 62.243/2016 e Resolução

CONAMA nº 413 de 26 de julho 2009): Piscicultura e carcinicultura em tanques-rede:

de 1.000 a 5.000 metros cúbicos (m³), Malacocultura: entre 05 e 30 hectares (ha);

Algicultura: entre 10 e 40 hectares (ha).

Aquicultura de Grande Porte (cf. Decreto Estadual nº 62.243/2016 e Resolução

CONAMA nº 413 de 26 de julho 2009): Piscicultura e carcinicultura em tanques-rede:

maior que 5.000 metros cúbicos (m³), Malacocultura: maior que 30 hectares (ha);

Algicultura: maior que 40 hectares (ha).

Comunidades Locais (com base no Decreto Federal nº 6.040/2007): grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.

Espécies com potencial de bioinvasão: ocupação potencial ou efetiva de ambiente natural por espécie exótica, provocando impactos ambientais negativos, como alteração no meio abiótico, competição, hibridação, deslocamento de espécies nativas, entre outros. São reconhecidas três etapas no processo de bioinvasão: introdução, estabelecimento e dispersão. O impacto ambiental é mais evidente na terceira etapa, porém a prevenção e o controle são medidas mais eficazes e eficientes nas duas primeiras etapas.

Espécie Exótica (proposta com base no Decreto Estadual Decreto Estadual nº 62.243/2016): Aquela que não ocorre ou não ocorreu naturalmente no ambiente da APA Marinha do Litoral Sul.

Estruturas Náuticas (cf. Art. 3º da Resolução SMA nº 102, de 17 de outubro de 2013): conjunto de um

ou mais equipamentos, edificações e acessórios organizadamente distribuídos por uma área

determinada, podendo incluir o corpo d'água a esta adjacente, em parte ou em seu todo, bem como

seus acessos por terra ou por água, e estruturas flutuantes planejadas para prestar apoio às

embarcações e à navegação. São diferenciadas em:

Classe A: estrutura de apoio que compreende píeres flutuantes ou não, com rampas

de acesso às embarcações, cuja implantação não implique aterro do corpo d’água,

nem construção de quebra-ondas ou enrocamento, podendo possuir edificações

destinadas exclusivamente à guarda de embarcações, não admitidas as demais

atividades compreendidas nas Classes B e C.

Classe B: estrutura de apoio que compreende instalações de galpões em terra para

guarda de embarcações, rampas e píeres sobre a água, apoiados em pilares ou

flutuantes, serviços de manutenção e pintura de casco e reparos de motor, serviços

de troca de óleo em área seca, podendo necessitar, para sua implantação, aterro do

corpo d’água, dragagem do leito do corpo d’água, construções de galpões sobre a

água, construção de quebra-ondas ou enrocamento destinado à proteção da própria

estrutura contra as ondas e correntezas.

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Classe C: todas as estruturas, instalações e intervenções compreendidas na Classe B

e estaleiros para barcos de esporte, lazer, recreio e turismo náutico e pesca

artesanal, serviços de troca de óleo na água e que necessitem de abertura de canais

para implantação de dársenas (espaço na água com profundidade adequada à

acostagem de embarcações onde se instalam desde atracadores até uma marina

com seus equipamentos operacionais).

Geossítio: Um ou mais elementos aflorantes da geodiversidade, resultante da ação de processos

naturais ou antrópicos, delimitados geograficamente e que apresentam valor do ponto de vista

científico, educacional, cultural, turístico ou outro.

Limite aceitável de uso: referência numérica a ser adotada considerando o número máximo de

pessoas que podem visitar uma área sem degradar as qualidades essenciais dos recursos naturais, e a

adoção de conduta responsável para a visitação.

Pesca amadora e/ou esportiva (cf. Seção I, Art. 8º, Lei nº 11.959/2009 e Art. 2º da Instrução

Normativa Interministerial MPA/MMA nº 10/2011): aquela praticada por pessoa física, licenciada pela

autoridade competente, tendo como finalidade o lazer ou o esporte, sendo vedada a comercialização

do recurso pesqueiro capturado.

Pesca Profissional Artesanal (cf. Seção I, Art. 8º, Lei nº 11.959/2009 e Art. 2º da Instrução Normativa

Interministerial MPA/MMA nº 10/2011): aquela praticada diretamente por pescador profissional, de

forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante

contrato de parceria, desembarcado ou podendo utilizar embarcações com Arqueação Bruta (AB)

menor ou igual a 20.

Pesca Profissional Artesanal de Pequeno Porte: pesca artesanal desembarcada ou

praticada por embarcações até 07 (sete) AB ou até 10 (dez) metros de comprimento;

Pesca Artesanal de Baixa Mobilidade: pesca artesanal praticada por embarcações

limitadas ao pequeno porte, cujos parâmetros específicos serão estabelecidos no

âmbito do Programa de Desenvolvimento Sustentável, para garantia das atividades

das comunidades em coexistência com as demais atividades pesqueiras;

Pesca Profissional de Médio Porte: pesca profissional praticada por embarcações acima de 07 (sete)

até 35 (trinta e cinco) AB.

Pesca Profissional Industrial (cf. Seção I, Art. 8º, Lei nº 11.959/2009 e Art. 2º da Instrução Normativa

Interministerial MPA/MMA nº 10/2011): aquela praticada por pessoa física ou jurídica, envolvendo

pescadores profissionais, empregados ou em regime de parceria por cotas-partes, utilizando

embarcações com qualquer Arqueação Bruta (AB), com finalidade comercial.

Praia não urbanizada (com base no Art. 26 do Decreto nº 5.300 de 07 de dezembro de 2004): aquela

em que o ambiente terrestre adjacente à faixa de praia apresenta baixíssima ocupação humana,

paisagens com alto grau de originalidade natural e baixo potencial de poluição.

Praia em processo de urbanização (com base no Art. 26 do Decreto nº 5.300 de 7 de dezembro de

2004): aquela em que o ambiente terrestre adjacente à faixa de praia apresenta baixo a médio

adensamento de construções e população residente, com indícios de ocupação recente, paisagens

parcialmente modificadas pela atividade humana e médio potencial de poluição.

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Praia com urbanização consolidada (com base no Art. 26 do Decreto nº 5.300 de 7 de dezembro de

2004): aquela em que o ambiente terrestre adjacente à faixa de praia apresenta médio a alto

adensamento de construções e população residente, paisagens modificadas pela atividade humana,

multiplicidade de usos e alto potencial de poluição sanitária, estética e visual.

Ruído excessivo (com base na Resolução CONAMA nº 01, de 08 de março de 1990 e adaptado da

Norma NBR-10.151 da ABNT para área mista com vocação recreacional): Emissão de ruídos em

decorrência de qualquer atividade (comercial, industrial, social ou recreativa, inclusive de propaganda

política) prejudiciais à saúde e ao sossego público, por terem níveis superiores aos considerados

aceitáveis, atingindo mais de 55 dB (noturno) e 65 dB (diurno).

Território de comunidades tradicionais (com base no Decreto Federal nº 6.040/2007): Espaços

necessários à reprodução cultural, social e econômica dos povos e comunidades tradicionais, sejam

eles utilizados de forma permanente ou temporária.

Turismo (definição da Organização Mundial de Turismo/Nações Unidas): Conjunto de atividades que

as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um

período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros. Podem compor

as seguintes práticas (proposta com base nas Diretrizes para a Política Nacional de Ecoturismo -

EMBRATUR, 1994):

Ecoturismo: atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e

cultural, sensibilizando os turistas quanto às questões ambientais e incentivando a

conservação.

Esporte e recreio: compreende as atividades turísticas decorrentes da prática, envolvimento

ou observação de modalidades esportivas.

Eventos de baixa escala: compreende o conjunto de atividades decorrentes dos encontros de

interesse social de menor escala, que não demandem significativa instalação de

infraestrutura e atendam a um número reduzido de pessoas, tais como manifestações

culturais e religiosas, eventos educativos, celebrações e festejos em geral.

Eventos de massa: compreende o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos

encontros de interesse comercial, promocional ou social, que demandam instalação de

infraestrutura e atendam a um número elevado de pessoas, tais como shows, festas, feiras e

torneios não esportivos.

Lazer: Conjunto de ocupações às quais o indivíduo desenvolve de livre vontade e que

correspondem ao tempo de ócio, tais como repouso, diversão, recreação e entretenimento,

após livrar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais (Dumazedier, 1976, apud

Oleias).

Torneios de modalidades esportivas não motorizadas: refere-se às atividades esportivas

praticadas sob regras e normas, sem a utilização de veículos motorizados.

Torneios de modalidades esportivas motorizadas: refere-se às atividades esportivas

praticadas sob regras e normas, com a utilização de veículos motorizados.

Turismo de Estudo e/ou Acadêmico/Científico: constitui-se da movimentação turística

gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação,

ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional. O turismo

Acadêmico/científico se refere às experiências acerca de alguma atividade específica,

abrangendo tanto a área técnica como acadêmica.

Turismo de aventura: atividade associada ao Ecoturismo e que compreende os movimentos

turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo, não

competitivo. Consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais

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recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos que podem

proporcionar sensações diversas: liberdade; prazer; superação, etc.

Turismo de Base Comunitária: atividade cuja distribuição dos benefícios resultantes das

atividades ecoturísticas contemplam, principalmente, as comunidades receptivas, de modo a

torná-las protagonistas do processo de desenvolvimento da região.

Turismo de sol e praia: atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou

descanso em praias. Neste caso, a recreação, o entretenimento e o descanso estão relacionados

ao divertimento, à distração ou ao usufruto e contemplação da paisagem.

Turismo de sol e praia controlado atividade turística controlada, respeitando o

limite aceitável de uso (capacidade suporte) do meio natural.

Turismo de sol e praia intermediário: atividade turística sem estabelecimento de

capacidade suporte.

Turismo de sol e praia de massa: atividade de alta intensidade, com grande número

de pessoas em um mesmo atrativo turístico.

Turismo histórico-cultural: atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de

elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais,

valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

Turismo náutico: caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas como finalidade da

movimentação turística, podendo ter como enfoque a embarcação em si ou o deslocamento

para consumo de outros produtos ou segmentos turísticos.

Turismo náutico contemplativo: caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas

como plataforma para contemplação da paisagem.

Radioamadorismo (com base no Art. 3º da Resolução ANATEL nº 449/2006): atividade sem fins

lucrativos, com caráter de hobby, regulamentada pela ANATEL, que exige dos seus praticantes

autorização prévia através de exames de ingresso na atividade.

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ANEXO II – TABELA EXEMPLIFICATIVA DO ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADES TURÍSTICAS CONFORME GRAU DE INTENSIDADE.

ATIVIDADES E PRÁTICAS

Zona de Proteção Especial (ZPE)

Zona de Proteção da Geobiodiversidade

(ZPGBio)

Zona para Usos de Baixa Escala (ZUBE)

Zona de Uso Extensivo (ZUE)

Zona de Uso Intensivo (ZUI)

Conforme regra da UC de PI

Turismo de Mínima Intensidade

Turismo de Baixa Intensidade

Turismo de Média Intensidade

Turismo de Alta Intensidade

Turismo de sol e praia controlado - Sim Sim Sim Sim

Turismo náutico contemplativo - Sim Sim Sim Sim

Turismo de Estudo e/ou Acadêmico/Científico - Sim Sim Sim Sim

Turismo histórico-cultural - Sim Sim Sim Sim

Ecoturismo / Turismo de Aventura Sim Sim Sim Sim

Esporte e recreio - Sim Sim Sim Sim

Lazer - Sim Sim Sim Sim

Turismo náutico - Sim Sim Sim Sim

Radioamadorismo Sim Sim Sim Sim

Torneios de modalidades esportivas não motorizadas - Sim Sim Sim Sim

Torneios de modalidades esportivas motorizadas - Não Sim Sim Sim

Pesca amadora e/ou esportiva - Não Sim Sim Sim

Turismo de base comunitária - Não Sim Sim Sim

Turismo de sol e praia intermediário - Não Sim Sim Sim

Eventos de baixa escala Não Sim Sim Sim

Eventos de massa - Não Não Sim Sim

Cruzeiros marítimos - Não Não Não Sim

Turismo de sol e praia de massa - Não Não Não Sim

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ANEXO III – MAPA DO ZONEAMENTO (ZONAS E ÁREAS) DA ÁREA DE PROTEÇÃO

AMBIENTAL MARINHA DO LITORAL SUL