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fevereiro 2019
Câmara Municipal de Pinhel
Lugar do Plano, Gestão do Território e Cultura, Lda.
Plano Diretor Municipal Pinhel
Relatório de Avaliação da Execução do PDM em Vigor
-2-
Município de Pinhel | Lugar do Plano, Gestão do Território e Cultura, Lda.
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
ÍNDICE
A. Introdução ......................................................................................................................................................... 5
B. Execução do Plano ..................................................................................................................................... 10
B.1. Níveis de Execução .......................................................................................................................... 11
B.1.1. Estrutura de Ordenamento Regulamentar .................................................................................. 11
B.1.1.1. .. Área Urbana e Urbanizável 14
B.1.1.2. .. Área Rural 30
B.1.1.3. .. Área de Salvaguarda Estrita 31
B.1.2. Outras Classes de Espaço ......................................................................................................... 31
B.1.2.1. .. Unidades Operativas de Planeamento e Gestão – UOPG’S 31
B.1.3. Indústria Transformadora ........................................................................................................... 34
B.1.4. Indústria Extrativa ....................................................................................................................... 34
B.1.5. Equipamentos ............................................................................................................................ 35
B.2. Infraestruturas................................................................................................................................... 35
B.2.1. Abastecimento de Água ............................................................................................................. 35
B.2.2. Saneamento Básico ................................................................................................................... 44
B.2.3. Recolha e Tratamento de Resíduos Sólidos .............................................................................. 52
B.3. Equipamentos ................................................................................................................................... 54
B.4. Acessibilidades ................................................................................................................................. 56
B.5. Turismo .............................................................................................................................................. 58
B.6. Património ......................................................................................................................................... 59
C. Condições Socioeconómicas ................................................................................................................ 61
C.1. Evolução Demográfica ..................................................................................................................... 61
C.2. Habitação ........................................................................................................................................... 61
C.3. Socioeconómica ............................................................................................................................... 65
C.4. Educação ........................................................................................................................................... 67
D. Gestão Urbanística .................................................................................................................................... 67
D.1. Dados Gerais ..................................................................................................................................... 68
D.2. Uso do Solo ....................................................................................................................................... 68
D.2.1. Reserva Agrícola Nacional - RAN .............................................................................................. 69
D.2.2. Reserva Ecológica Nacional - REN ............................................................................................ 69
D.3. Outras Condicionantes .................................................................................................................... 70
D.4. Ocupação Atual do Solo .................................................................................................................. 71
D.5. Infraestruturas................................................................................................................................... 75
E. Apreciação Global ...................................................................................................................................... 75
E.1. Níveis de Execução .......................................................................................................................... 76
E.1.1. Ordenamento / Zonamento ........................................................................................................ 76
E.1.2. Infraestruturas ............................................................................................................................ 76
E.1.3. Equipamentos ............................................................................................................................ 77
E.1.4. Património .................................................................................................................................. 78
E.1.5. Acessibilidades ........................................................................................................................... 78
E.1.6. Turismo ...................................................................................................................................... 79
E.2. Evolução dos Indicadores de Caracterização ................................................................................ 79
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Plano Diretor
Municipal Pinhel
Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
E.2.1. Demografia ................................................................................................................................. 79
E.2.2. Habitação ................................................................................................................................... 79
E.2.3. Socioeconómica ......................................................................................................................... 80
E.2.4. Educação ................................................................................................................................... 80
E.2.5. Apreciação ................................................................................................................................. 80
E.3. Gestão Urbanística ........................................................................................................................... 81
E.4. Apreciação Final ............................................................................................................................... 83
Índice de Figuras
Figura 1. Representação esquemática dos perímetros urbanos do PDM’95 no concelho de Pinhel .................................... 11
Figura 2. Fotografia aérea do Centro Histórico de Pinhel .................................................................................................... 12
Figura 3. Hierarquia dos aglomerados no concelho de Pinhel ............................................................................................. 16
Figura 4. Carta de Ordenamento na cidade de Pinhel (1995) .............................................................................................. 18
Figura 5. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM na cidade de Pinhel ........................................................... 19
Figura 6. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) na cidade de Pinhel ......................................................................................................................................... 19
Figura 7. Carta de Ordenamento em Alverca da Beira (1995) ............................................................................................. 20
Figura 8. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Alverca da Beira .......................................................... 21
Figura 9. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Alverca da Beira ........................................................................................................................................ 21
Figura 10. Carta de Ordenamento em Freixedas (1995) ..................................................................................................... 22
Figura 11. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Freixedas .................................................................. 23
Figura 12. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Freixedas .................................................................................................................................................. 23
Figura 13. Carta de Ordenamento em Pala (1995) .............................................................................................................. 24
Figura 14. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Pala ........................................................................... 25
Figura 15. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Pala ........................................................................................................................................................... 25
Figura 16. Carta de Ordenamento em Souro Pires (1995) .................................................................................................. 26
Figura 17. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Souro Pires ................................................................ 27
Figura 18. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Souro Pires ............................................................................................................................................... 27
Figura 19. Carta de Ordenamento em Malta (1995) ............................................................................................................ 28
Figura 20. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Malta ......................................................................... 29
Figura 21. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Malta ......................................................................................................................................................... 29
Figura 22. Sítio da Faia do Parque Arqueológico do Vale do Côa – Cidadelhe ................................................................... 34
Figura 23. Sistema de abastecimento de água no concelho de Pinhel ................................................................................ 40
Figura 24. Saneamento básico no concelho de Pinhel ............................................................ Erro! Marcador não definido.
Figura 25. Estação de Transferência de Pinhel ................................................................................................................... 53
Figura 26. Estação de Transferência de Pinhel ................................................................................................................... 53
Figura 27. Representação esquemática da rede viária no concelho de Pinhel (abril 2011) ................................................. 58
Figura 28. Núcleo de Arte Rupestre Faia – Cidadelhe e Castelo de Pinhel ......................................................................... 59
Figura 29. Representação esquemática da Rede Natura 2000 ZPE do Vale do Côa .......................................................... 71
Figura 30. Extratos da planta de ordenamento dos aglomerados de Pala e de Malta no concelho de Pinhel ...................... 82
Figura 31. Aglomerados de Pínzio e de St.ª Eufémia no concelho de Pinhel ...................................................................... 82
Figura 32. Aglomerado de Gouveias no concelho de Pinhel ............................................................................................... 83
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Índice de Quadros
Quadro 1. Estrutura Regulamentar – Classes e Categorias de Espaço do PDM’95 ............................................................ 13
Quadro 2. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito de UOPG’s / Estudos ..................................................... 31
Quadro 3. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do abastecimento de água ............................................. 35
Quadro 4. Alojamentos, segundo a ligação à rede de abastecimento de água, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e
2011) .................................................................................................................................................................................. 36
Quadro 5. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do saneamento básico ................................................... 44
Quadro 6. Alojamentos, segundo a ligação à rede de drenagem de águas residuais, por freguesia, no concelho de Pinhel
(2001 e 2011) ..................................................................................................................................................................... 45
Quadro 7. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito dos equipamentos ......................................................... 54
Quadro 8. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito da rede viária ................................................................. 57
Quadro 9. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do património arqueológico e edificado .......................... 60
Quadro 10. População, famílias, alojamentos e edifícios, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ................... 61
Quadro 11. Condições de equipamentos (eletricidade, água, retrete, banho ou duche) nos alojamentos familiares de
residência habitual, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ............................................................................ 63
Quadro 12. Regime de ocupação dos alojamentos, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ........................... 64
Quadro 13. População residente, segundo a condição perante a atividade económica, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)
........................................................................................................................................................................................... 65
Quadro 14. População residente, segundo o nível de instrução (completo), no município de Pinhel (2001 e 2011) ............ 67
Quadro 15. Áreas delimitadas como espaço urbano no PDM em vigor do concelho de Pinhel ........................................... 69
Quadro 16. Concelhos envolvidos na Zona de Proteção Especial do Vale do Côa da Rede Natura 2000 ........................... 70
Quadro 17. Número de edifícios licenciados (construções novas) no concelho de Pinhel (1995-2009) ............................... 71
Quadro 18. Níveis de Execução dos Planos / Estudos ........................................................................................................ 76
Quadro 19. Níveis de Execução das Infraestruturas ........................................................................................................... 76
Quadro 20. Níveis de Execução dos Equipamentos ............................................................................................................ 77
Quadro 21. Níveis de Execução do Património ................................................................................................................... 78
Quadro 22. Níveis de Execução das Acessibilidades .......................................................................................................... 78
Índice de Gráf icos Gráfico 1. Edifícios e alojamentos no concelho de Pinhel (2001 e 2017) ............................................................................. 63
Gráfico 2. Evolução da representatividade da população ativa, por sectores da atividade, no concelho de Pinhel (2001 e
2011) .................................................................................................................................................................................. 66
Gráfico 3. Obras de edificação (N.º) de construções novas, por destino de obra, no concelho de Pinhel (1995 e 2017) ..... 72
Gráfico 4. Edifícios concluídos (N.º) construções novas, por destino de obra, no concelho de Pinhel (1995 e 2017) .......... 73
Gráfico 5. Edifícios licenciados (N.º) e superfície habitável média das divisões licenciadas e concluídas (m2) no concelho de
Pinhel (1995-2017) ............................................................................................................................................................. 74
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
A. Introdução
O atual Plano Diretor Municipal (PDM) de Pinhel encontra-se em vigor desde a data da sua
publicação em Diário da República, ocorrida a 1 de setembro de 1995. Estão hoje decorridos mais
de 20 anos da sua vigência, prazo sobre o qual se deveria proceder à sua revisão.
Considerando, a Câmara Municipal de Pinhel (CMP), inadequadas as disposições consagradas no
PDM, deliberou, por unanimidade, em reunião ordinária tida no dia 5 de março de 2002, proceder
à sua revisão.
A tramitação da abertura do processo de revisão ocorreu já conforme a nova legislação na
matéria, possibilitada com a publicação da Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território
e de Urbanismo1 (LBPOTU) e consequente regulamentação, através do Regime Jurídico dos
Instrumentos de Gestão Territorial2 (RJIGT), onde relativamente à dinâmica de alteração, revisão
e suspensão dos instrumentos de gestão territorial 3 refere que:
A alteração dos instrumentos de gestão territorial pode decorrer:
- Da evolução das condições económicas, sociais, culturais e ambientais que lhes estão
subjacentes e que fundamentem as opções definidas no plano, desde que revista carácter
parcial, designadamente se restrinja a uma parte delimitada da respetiva área de
intervenção;
- Da ratificação ou da aprovação de planos de planos municipais ou da aprovação de planos
especiais de ordenamento do território que com eles não se compatibilizem ou conformem;
- Da entrada em vigor de leis ou regulamentos que colidam com as respetivas disposições ou
que estabeleçam servidões administrativas ou restrições de utilidade pública que afetem as
mesmas.
A revisão dos planos municipais e especiais de ordenamento do território decorre da
necessidade de atualização das disposições vinculativas dos particulares contidas nos
regulamentos e nas plantas que os representem.
A suspensão dos instrumentos de gestão territorial pode decorrer da verificação de
circunstâncias excecionais que se repercutam no ordenamento do território pondo em causa a
prossecução de interesses públicos relevantes.
Refere ainda, mais adiante, que a revisão dos planos especiais e dos planos municipais de
1 Lei n.º 31/2014 de 30 de maio
2 Decreto-Lei n.º 80/2015 de 14 de maio
3 Artigo 115.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio
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ordenamento do território pode decorrer 4:
Da necessidade de adequação à evolução, a médio e longo prazo, das condições económicas,
sociais, culturais e ambientais que determinaram a respetiva elaboração, tendo em conta os
relatórios de avaliação da execução dos mesmos;
De situações de suspensão do plano e da necessidade da sua adequação à prossecução dos
interesses públicos que a determinaram.
Ao caso específico do concelho de Pinhel e ao seu PDM, a necessidade de revisão deste
instrumento de gestão territorial decorre da evolução das perspetivas de desenvolvimento
económico e social e da necessidade de adequação a essa evolução, das condições económicas,
sociais, culturais e ambientais, da necessidade de atualização das disposições vinculativas dos
particulares e ainda do estabelecimento de servidões administrativas e restrições de utilidade
pública.
Ao longo do presente documento pretende estabelecer-se um quadro referencial de avaliação
evolutiva no período de vigência de plano atualmente em vigor, e simultaneamente elaborar um
estado situacional preparando pontes para o processo de revisão do plano que se encontra a
decorrer, concretizando e identificando os dados e elementos que permitem sustentar o que se
afirma no parágrafo anterior, da necessidade de revisão do plano, e da confirmação da alteração
das perspetivas de desenvolvimento e das condições genéricas nas suas variadas valências.
Além disso, importa referir que a CMP apresentou um conjunto de razões contundentes à
necessidade de revisão e publicado no Apêndice n.º 100 da II Série do Diário da República, n.º
181 de 3 de agosto de 2004 através do Edital n.º 520/2004:
a) A gestão das infraestruturas de saneamento e abastecimento de água em alta passou
para a responsabilidade da empresa Águas do Zêzere e Côa tendo sido realizadas obras
de construção da barragem de Vascoveiro e da nova ETA;
b) Discrepância entre as plantas de condicionantes e plantas de ordenamento, tendo sido
também descortinadas algumas incorreções, sendo necessário proceder a acertos de
cartografia;
c) A cartografia que serviu de base à elaboração do PDM encontra-se bastante
desatualizada e sem o rigor desejado visto resultar da ampliação das cartas militares à
escala 1:25 000;
d) Necessidade de introduzir correções ao Regulamento do Plano, de forma a dotá-lo de
mais coerência em determinados pontos;
4 Artigo 98.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro com as demais alterações introduzidas ao RJIGT
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e) Existência de áreas de salvaguarda estrita, nomeadamente no que diz respeito à RAN e à
REN, no interior dos aglomerados e em zonas servidas por infraestruturas, mesmo já
anteriores a essa definição;
f) Adequar os instrumentos de planeamento ao novo quadro legal, entretanto produzido a
partir da LBPOTU.
Tendo em consideração os fundamentos a partir das quais decorre a oportunidade de se proceder
à revisão do PDM e não esquecendo a oportunidade que o momento de revisão constitui para a
discussão do município e das estratégias, dos modelos e das formas que este quer implementar,
preservar ou transformar, pretende-se com a revisão conferir ao PDM uma maior
operacionalidade, capaz de resolver os conflitos de ordenamento, enquadrar as dinâmicas dos
agentes em presença e de contribuir para a harmonia e sustentabilidade da ocupação do solo.
Nesse contexto, constituem-se como objetivos principais5 da revisão do PDM os a seguir
discriminados:
Identificação e definição dos elementos estruturantes do território;
Elaboração de um Regulamento coerente e objetivo, de forma a permitir o ordenamento do
território e uma correta gestão urbanística municipal;
Atualização do conteúdo do Plano e correção de deficiências e omissões detetadas;
Redefinição das áreas urbanas e urbanizáveis e delimitação de perímetros urbanos, através da
definição de cartas de ordenamento para todos os aglomerados rurais, cuja existência em
alguns casos, tem condicionado a construção nessas áreas, originando uma maior tendência
para a desertificação;
Avaliação e redefinição das áreas afetas à RAN e à REN, uma vez que desde a entrada em
vigor do PDM, têm sido efetuadas algumas desafetações;
Compatibilização do Plano com outros instrumentos de planeamento que se encontram em
elaboração, nomeadamente os Planos de Salvaguarda do Centro Histórico de Pinhel e de
Cidadelhe, que pese embora estejam ainda em elaboração, ocorreram intervenções de
valorização e dinamização do património, estando esta freguesia integrada no Parque
Arqueológico do Vale do Côa;
Atualização da carta de condicionantes tendo em conta novas servidões criadas com a
classificação de alguns imóveis;
Definição de parâmetros de ocupação e de utilização do solo adequados à salvaguarda e
valorização dos recursos e valores naturais nomeadamente Albufeiras de Águas Públicas das
5 Edital n.º 520/2004, Apêndice n.º 100 – II Série Diário da República - n.º 181 – 3 de agosto de 2004
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quais se destacam a Albufeira da Barragem de Vascoveiro e a Albufeira de Bouça Cova, tendo
em vista o adequado ordenamento do espaço rural envolvente;
Classificação de zonas sensíveis e mistas de ruído e elaboração de mapas de ruído, conforme
o estabelecido no n.º 2 do art.º 4.º do Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de novembro
Reestruturação espacial do território concelhio, no sentido de contornar a tendência atualmente
verificada para a dispersão do povoamento, definindo-se os diferentes usos do solo de acordo
com as potencialidades e as necessidades locais;
Garantir a disponibilidade de terrenos devidamente inseridos na estrutura urbana, de modo a
permitir a concretização de uma estratégica de localização de equipamentos e a criação de
zonas de lazer e recreio;
Conclusão, estruturação e hierarquização da rede viária do concelho, numa perspetiva de
melhoria da acessibilidade interna e externa;
Compatibilização do sistema de abastecimento de água e saneamento, face à integração do
município de Pinhel na empresa de Águas do Vale do Tejo, assim como, no que se refere à
recolha de resíduos sólidos urbanos, atendendo à adesão à Associação de Municípios da Cova
da Beira;
Construção de uma central de camionagem;
Construção de uma casa da cultura, que se encontra parcialmente executada;
Construção de um edifício para arquivo municipal;
Construção de um edifício para biblioteca;
Reabilitação do parque ambiental e cultural da cidade de Pinhel (Trincheira), que está
atualmente em fase de execução;
Requalificação do antigo campo de futebol para zona verde de utilização coletiva, que se
encontra em fase de execução;
Parque de caravanismo e lazer.
E ainda:
Projeção e melhoramento das acessibilidades ao centro da cidade;
Requalificação do parque escolar, estando já em execução parcial;
Conclusão das redes de abastecimento de água e drenagem de esgotos em todas as
freguesias, em como respetivos tratamentos de esgoto;
Requalificação de obras de arte no concelho;
Ordenamento das feiras e mercados da cidade;
Requalificação de espaço para centro de bem-estar animal;
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Construção de Falcoaria;
Valorização da Estação arqueológica do Prado Galego;
Requalificação de edifício para museu do vinho;
Construção de autódromo internacional;
Ampliação da zona Industrial;
Construção de uma ecopista;
Requalificação de espaço para festas e arraiais;
Centro de apoio ao sector económico do concelho;
Construção dos passadiços do Rio Côa- valorização da arte rupestre e património natura;
Ligação Pinhel /Meda;
Valorização do centro histórico de Pinhel;
Praias Fluviais (Vale de Madeira e Lameiras).
De referir que a constatação de uma série de fatores exógenos ao quadro de referência local que
têm vindo a alterar significativamente as perspetivas de desenvolvimento concelhio e,
consequentemente, os objetivos e estratégias do ordenamento do território municipal, conduzem a
uma redefinição das opções urbanísticas fundamentais, revendo conceitos e reformulando as
estratégias urbanísticas delineadas no PDM em vigor.
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B. Execução do Plano
O RJIGT estabelece que as Câmaras Municipais elaboram, de quatro em quatro anos, um
relatório sobre o estado do ordenamento do território, que devem submeter à apreciação da
Assembleia Municipal.
Tal relatório incide sobre o balanço da execução dos instrumentos de gestão territorial objeto de
avaliação, bem como dos níveis de coordenação interna e externa obtidos, fundamentando uma
eventual necessidade de revisão.
Este procedimento, apesar da referência legal, não faz ainda parte da cultura de planeamento e
ordenamento dos agentes e atores neste domínio, donde os municípios de forma generalizada
não respondem ainda positivamente a esta solicitação, não sendo o município de Pinhel exceção
a esta prática.
Entendendo esta realidade, o Governo veio clarificar a obrigação de a alteração ou revisão do
PDM assentar em avaliação que fundamente a necessidade do processo modificativo 6, isto é,
deve ser “acompanhada por um relatório fundamentado de avaliação da execução do plano diretor
municipal e de identificação dos principais fatores de evolução do município, o qual incide sobre os
seguintes aspetos:
a) Níveis de execução do plano, nomeadamente em termos de ocupação do solo,
compromissos urbanísticos, reservas disponíveis de solo urbano, níveis de
infraestruturação, equipamentos, acessibilidades, condicionantes e outros critérios de
avaliação relevantes para o município;
b) Identificação dos fatores de mudança da estrutura do território;
c) Definição de novos objetivos de desenvolvimento para o município e identificação dos
critérios de sustentabilidade a adotar.”
O presente documento pretende responder aos três primeiros pontos atrás enunciados. A resposta
ao quarto ponto cabe ao processo de revisão do PDM no âmbito da definição da estratégia
municipal de desenvolvimento.
6 Artigo 3º. da Portaria n.º 1474/2007, de 16 de novembro
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
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B.1. Níveis de Execução
B.1.1. Estrutura de Ordenamento Regulamentar
Como já foi referido, o PDM de Pinhel encontra-se em vigor desde a data da sua publicação em
Diário da República, ocorrida a 1 de setembro de 1995.
Um dos principais aspetos a apontar à anterior versão do PDM, relaciona-se com a pouca
tradução gráfica, particularmente na definição e desenho de perímetros urbanos, dado que apenas
seis aglomerados urbanos - Alverca da Beira, Freixedas, Malta, Pala, Pinhel e Souropires –
possuíam perímetros urbanos delimitados, tal como se pode observar na figura seguinte.
Figura 1. Representação esquemática dos perímetros urbanos do PDM’95 no concelho de Pinhel
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
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Na proposta de revisão em curso será efetuada uma delimitação clara de perímetros urbanos. de
modo facilitar e apoiar a gestão urbanística. Procurar-se-á evitar situações ambíguas suscetíveis
de gerarem interpretações diferentes por parte de quem tem responsabilidades na Gestão
Urbanística Municipal (interpretação e análise do PDM e emissão de pareceres).
Todos os restantes aglomerados urbanos do concelho (a grande maioria) eram remetidos para a
classe de espaço – Área rural – e designados de Aglomerados em área rural, art.º 25.º, ficando
sujeitos a regulamentação própria – “Para os pequenos aglomerados com decréscimo
populacional, manifesta falta de dinâmica de crescimento do número de alojamentos e onde não
tenham sido delimitados perímetros urbanos, não é definida a área urbana e urbanizável, pelo que
se integram em área rural” (n.º 1 do art. 25.º).
Esta situação não pode deixar de levantar uma série de interrogações, particularmente a inclusão
de localidades como Atalaia e Pínzio (mencionadas apenas como exemplo) em área rural, e a falta
de definição de perímetro urbano, que por um lado pode conduzir a avaliações arbitrárias na
emissão de pareceres técnicos e por outro pode não ser suficiente para acautelar uma correta
organização e estruturação dos aglomerados populacionais.
O atual PDM dispõe de um regulamento específico para o centro histórico de Pinhel, delimitado na
Carta de Ordenamento da cidade de Pinhel, e para os núcleos antigos dos aglomerados, sem
delimitação em Carta de Ordenamento.
Figura 2. Fotografia aérea do Centro Histórico de Pinhel
Fonte: http://www.portugalnotavel.com
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Plano Diretor
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Apresenta-se, de seguida, a Estrutura Regulamentar e de Ordenamento do PDM’95.
Quadro 1. Estrutura Regulamentar – Classes e Categorias de Espaço do PDM’95
Fonte: PDM de Pinhel (1995)
Segundo o n.º 2 do artigo 1.º do regulamento do PDM’95, para efeitos de licenciamento de
construção, reconstrução, destaque de parcela ou de loteamento, alterações de uso do solo e
demais ações transformadoras do território, bem como de parcelamento da propriedade, o
Concelho de Pinhel é delimitado em três classes de espaços:
a) Área urbana e urbanizável;
b) Área rural;
c) Área de salvaguarda estrita.
Estrutura Regulamentar - Classes e Categorias de Espaços do PDM’95:
ÁREA URBANA E URBANIZÁVEL
- Área urbana e urbanizável e construção condicionada
- Equipamentos (existentes e previstos)
- Indústria (existente e previsto)
ÁREA RURAL
- Área de uso agrícola e/ou florestal a manter
- Área para indústria extrativa
- Indústria isolada
- Pedreiras
- Vestígios arqueológicos
ÁREA DE SALVAGUARDA ESTRITA
- Reserva Agrícola Nacional
- Reserva Ecológica Nacional
UNIDADES OPERATIVAS DE PLANEAMENTO
- Plano de pormenor de salvaguarda da área do Centro Histórico de Pinhel
- Plano de pormenor de salvaguarda de Cidadelhe
- Plano de pormenor de salvaguarda de Aldeia
- Carta de Ordenamento específico (definição de perímetro urbano) para o aglomerado de Pínzio
- Projetos de requalificação urbana nas áreas de expansão recente da cidade de Pinhel (diversas)
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Plano Diretor
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B.1.1.1. Área Urbana e Urbanizável
A área urbana e urbanizável inclui os espaços urbanos, os espaços urbanizáveis e os espaços
industriais que lhe sejam contíguos, bem como os espaços de construção condicionada e define o
perímetro urbano dos aglomerados para efeitos do disposto na legislação aplicável (art. 6 do
Regulamento do PDM de Pinhel).
De uma forma geral, estes espaços destinam-se essencialmente à localização de atividades
residenciais e de serviços, embora sejam permitidas outras utilizações, como é o caso da
industrial.
Nos espaços urbanos e urbanizáveis, o preenchimento de falhas na malha urbana, a dimensão de
lotes, tipologias construtivas, alinhamentos e cérceas permitidos serão os predominantes na
testada de 100 m para cada lado do lote a edificar no arruamento que o serve, não sendo
invocável a eventual existência de edifício(s) que excedam a altura predominante do conjunto
assim determinado (ponto 1, art. 8.º).
Além disso, nas áreas em que não existam precedentes edificados ou que impliquem a construção
de novas infraestruturas, a edificação, enquadrada por plano de pormenor, plano de urbanização
ou projeto de loteamento, ficará subordinada, cumulativamente, aos seguintes parâmetros (ponto
2, art. 8.º) apresentados de forma sumária:
a) Características urbanísticas predominantes;
b) Densidade construtiva máxima de 65 fogos/ha nos locais de maior densificação na Cidade
de Pinhel, com utilização do bloco multifamiliar e áreas de comércio e serviços, não
podendo estas exceder 15% da área total de construção e 20 fogos/ha nos locais
periféricos de maior rarefação da construção e nos aglomerados rurais;
c) Cércea máxima de 5 pisos.
Os espaços de construção condicionada destinavam-se a fazer a transição entre o solo urbano e o
solo rural (art. 17.º) e era aplicado todo o articulado anterior, mas com as seguintes restrições:
a) Área mínima de parcela para edificação de 1400m2, lote com uma frente mínima de 30 m
e admitia-se uma tolerância de 10% para a completar mais 1 lote;
b) O destino da edificação será apenas a moradia unifamiliar isolada, podendo, contudo,
admitir-se a construção de equipamentos ou de unidades industriais compatíveis com a
legislação específica para a localização de indústria, nas condições previstas para a área
rural;
c) Obrigatoriedade de soluções individuais de infraestruturas.
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Foi também regulamentada a construção de anexos, os afastamentos das construções e
profundidade dos lotes, os parâmetros para os estacionamentos, a dotação de vias e
infraestruturas e a necessidade de arborizações.
Nesta classe de espaço também se delimitaram e regulamentaram as áreas existentes e previstas
para a instalação de equipamentos (art. 12.º) e de indústrias (art. 14.º), as quais serão alvo de
análise num ponto próprio.
Relativamente ao património edificado (art. 16.º - Área do Centro Histórico e núcleos antigos dos
aglomerados), estas subzonas foram sujeitas a um regulamento específico, estando prevista a
elaboração posterior de regulamentos mais detalhados em sede de Plano de Pormenor de
Salvaguarda. Enquanto a Área do Centro Histórico de Pinhel encontra tradução gráfica na Carta
de Ordenamento de Pinhel, a delimitação dos núcleos antigos dos aglomerados deverá ser feita
em sede de PP, vigorando até lá uma apreciação caso a caso em função da leitura da malha
urbana e dos imóveis tradicionais existentes, conforme consta no ponto 2 do art. 1.º do
Regulamento para a Área do Centro Histórico de Pinhel e Núcleos Antigos dos Aglomerados.
PERÍMETROS URBANOS
O concelho de Pinhel é descrito pelo PDM’95 como um concelho rural de povoamento
concentrado. Foi elaborada uma hierarquia de todos os aglomerados, a qual se apresenta na
figura seguinte, por forma a melhor conhecer a sua importância relativa, bem como a forma da sua
distribuição pelo território concelhio. Nesse sentido foram convencionadas 5 categorias: A, B, C, D
e E, por ordem decrescente de importância.
No que diz respeito aos aglomerados para os quais foram definidos perímetros urbanos, a
classificação é a seguinte:
Pinhel – Aglomerado tipo A
Freixedas – Aglomerado do tipo B
Alverca da Beira – Aglomerado do tipo B
Souro Pires – Aglomerado do tipo B
Pala – Aglomerado do tipo B
Malta – Aglomerado do tipo C
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Figura 3. Hierarquia dos aglomerados no concelho de Pinhel
Fonte: PDM de Pinhel (1995)
É realizada de seguida uma análise relativa à evolução do espaço urbano para os 6 perímetros
urbanos definidos pelo PDM’95, elencados segundo a hierarquia definida pelo atual Plano. A
análise estrutura-se do seguinte modo:
a) Caracterização – enquadramento do aglomerado para o qual se realiza uma breve
caracterização focando alguns aspetos diferenciadores;
b) Identificação da categoria do aglomerado e das tendências de expansão verificadas pelo
PDM’95;
c) Análise da dinâmica construtiva – com a qual se pretende aferir a evolução do espaço
edificado do aglomerado;
Para cumprimento deste objetivo, recorreu-se à base cartográfica do PDM em vigor,
particularmente na digitalização da Carta de Ordenamento dos aglomerados disponibilizada pela
DGOTDU; nas bases cartográficas utilizadas no processo de revisão do PDM de Pinhel, uma que
foi adquirida ao IGEOE em 2003, mas produzida por esta entidade entre 1994 e 1998, e outra
Pinhel
Freixedas
Maltaaa
Pala
Souro Pires
Alverca da Beira
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mais recente com voo datado de 2014; e ainda na observação dos ortofotomapas produzidos no
ano de 2014.
De referir que a nova base cartográfica foi elaborada através de cartografia 1/2 000 e 1/10 000,
informando-se que a mesma foi homologada por despachos datados dos dias 27 de julho e a 1 de
agosto de 2016, respetivamente, conforme ofícios da DGT. Neste sentido, logrará ser premente a
necessidade de suprimir as divergências entre a realidade e as plantas de ordenamento em vigor.
A utilização dos ortofotomapas constitui uma ferramenta valiosa na aferição da evolução do
desenvolvimento urbano, em virtude da sua atualidade e legibilidade. Desta forma, as possíveis
tendências de expansão detetadas são assinaladas, acautelando-se eventuais desatualizações da
mesma.
As legendas das Cartas de Ordenamento dos aglomerados do PDM em vigor serão apresentadas
de forma parcial, designadamente as tramas referentes às classes de espaço: Área urbana e
urbanizável, Área rural e Área de salvaguarda estrita, com vista a uma melhor leitura da
informação útil, para os devidos efeitos.
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AGLOMERADO DO TIPO A
PINHEL
A cidade de Pinhel, sede de concelho, localiza-se na parte centro-leste do território concelhio, num
planalto entre os vales das ribeiras das Cabras e da Pêga, no ponto de encontro das estradas que
ligam Figueira de Castelo Rodrigo, à Guarda e a Almeida.
Trata-se do único aglomerado de categoria A. O atual PDM justificava a atribuição desta categoria,
dado que “apresenta uma cobertura razoável de equipamentos, comércio e serviços, destacando-
se nitidamente da rede urbana concelhia, caracterizando-se ainda pelo acentuado dinamismo
demográfico e socioeconómico.” Está-se, portanto, perante uma estrutura claramente urbana
consistente e coesa, composta por edifícios, ruas, largos e avenidas.
Base Cartográfica do PDM em vigor (1995)
Figura 4. Carta de Ordenamento na cidade de Pinhel (1995)
Com recurso às duas bases cartográficas seguintes é possível verificar, que Pinhel possui um tipo
de povoamento concentrado e que, embora apresente sinais de uma estrutura de origem irregular,
denota uma expansão mais recente que introduziu alguma regularidade ao nível dos traçados.
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Plano Diretor
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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)
Figura 5. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM na cidade de Pinhel
Verifica-se, por um lado, a existência de um núcleo primitivo mais denso onde são percetíveis os
quarteirões irregulares e, por outro, as áreas de expansão, correspondentes a várias fases, que
denotam uma maior dispersão embora apresentem algumas áreas morfologicamente
caracterizadas pela presença do quarteirão, agora com formas bastante mais regulares.
Perímetros urbanos em vigor
Urbano/Urbanizável Indústria Indústria proposta
Principais áreas de expansão urbana
Figura 6. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) na cidade de Pinhel
Áreas de Expansão
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Plano Diretor
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Na figura 6, em termos da evolução da expansão urbana, é notória uma consolidação e contenção
do desenvolvimento urbano dentro dos atuais perímetros urbanos, o que tem promovido a
nucleação e a definição de uma estrutura urbana coesa. A consolidação do espaço urbano
ocorreu de forma radial para toda a área a Poente da cidade de Pinhel, ao longo dos principais
eixos de urbanização. É ainda de referir que a zonas industriais propostas também registaram
uma forte ocupação.
AGLOMERADOS DO TIPO B
ALVERCA DA BEIRA
O aglomerado de Alverca da Beira localiza-se na parte Sudoeste do concelho de Pinhel, entre a
Ribeira de Massueime e o ramal da linha da beira alta. A nível de acessibilidades, tem como
principal acesso a EM 340.
De acordo com o atual PDM, Alverca da Beira é classificado em termos de importância relativa
face ao concelho, como um aglomerado de categoria B. Era descrito como detendo pouca
expansão, mas com uma dimensão que justificava um estudo mais pormenorizado.
Base Cartográfica do PDM (1995)
Figura 7. Carta de Ordenamento em Alverca da Beira (1995)
Em termos da evolução do espaço urbano, é possível verificar através das duas bases
cartográficas seguintes, que o aglomerado urbano se manteve praticamente inalterado. Apurou-se
apenas uma ténue tendência de expansão ao longo da EM340 em direção a Freixedas. Mesmo
assim, pode afirmar-se que a malha urbana se sustentou, globalmente, organizada dentro do
perímetro urbano definido.
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Plano Diretor
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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)
Figura 8. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Alverca da Beira
Perímetros urbanos em vigor
Urbano/Urbanizável Construção condicionada
Principais áreas de expansão urbana
Figura 9. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Alverca da Beira
Áreas de Expansão
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
A visualização do ortofotomapa na figura 9 reforça o argumento anteriormente explanado, uma vez
que, de facto, o aglomerado urbano se manteve, de uma forma geral, inalterado, registando o
surgimento de um número reduzido de novas edificações.
FREIXEDAS
Freixedas é um aglomerado localizado na parte Sudoeste do concelho, tendo como principal eixo
estruturante a EN221, a partir do qual se desenvolve o povoamento.
Foi considerado pelo atual PDM como um aglomerado de categoria B no contexto do município,
possuindo, portanto, uma dimensão média e dinâmica face ao panorama global concelhio. Era
descrito ainda como um aglomerado com grandes expansões centrípetas e periféricas,
nomeadamente com uma zona nova à margem do núcleo consolidado.
Base Cartográfica do PDM em vigor (1995)
Figura 10. Carta de Ordenamento em Freixedas (1995)
A observação das bases cartográficas seguintes permitem inferir da evolução urbana do
aglomerado, constatando-se que permaneceu, de uma forma geral, inalterado no que respeita à
expansão.
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Plano Diretor
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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)
Figura 11. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Freixedas
Perímetros urbanos em vigor
Urbano/Urbanizável Indústria Construção condicionada
Figura 12. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Freixedas
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Plano Diretor
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Na figura 12, o ortofotomapa, tal como referido anteriormente, demonstra ter havido o surgimento
de um ligeiro número de novas edificações, circunscrevendo-se esta aos perímetros urbanos em
vigor.
PALA
Pala localiza-se na parte Centro / Oeste do concelho, nas imediações da ribeira de Pala. O
aglomerado desenvolve-se, maioritariamente, ao longo da EM595-3, a partir da qual se estrutura o
restante povoamento.
Quanto à sua importância relativamente ao contexto do município, Pala foi considerado pelo PDM
em vigor, como um aglomerado de categoria B, pelo que possui, uma importância média no
contexto municipal. Era ainda caracterizado como possuidor de um crescimento significativo,
embora desordenado.
Base Cartográfica do PDM (1995)
Figura 13. Carta de Ordenamento em Pala (1995)
No que concerne à evolução do aglomerado de Pala verificou-se a consolidação notória do atual
perímetro urbano em vigor, que ocorreu tendencialmente ao longo dos principais eixos de
urbanização na sua área mais a Sul, como se verifica na figura seguinte.
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Plano Diretor
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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)
Figura 14. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Pala
Perímetros urbanos em vigor
Urbano/Urbanizável Construção condicionada
Principais áreas de expansão urbana
Figura 15. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Pala
Áreas de Expansão
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Plano Diretor
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No ortofotomapa apresenta-se a tendência de expansão urbana nas áreas mais a sul de Pala, tal
como referido anteriormente.
SOUROPIRES
O aglomerado de Souropires localiza-se no centro do território concelhio a Sudoeste da cidade de
Pinhel e na margem Poente do Ribeiro do Porquinho. O povoamento estrutura-se ao longo de dois
eixos principais: a ER226 e a EM576 que se intersectam.
Segundo o atual PDM, Souropires é classificado em termos de importância relativa face ao
concelho, como um aglomerado de categoria B, tendo, portanto, uma dimensão e dinâmica
médias. Em termos de expansão do espaço urbano, Souro Pires era descrito como possuidor de
um crescimento linear acentuado, quer em direção a Malta, quer em direção à Guarda.
Base Cartográfica do PDM em vigor (1995)
Figura 16. Carta de Ordenamento em Souro Pires (1995)
A observação das bases cartográficas seguintes permite inferir da evolução urbana do
aglomerado, constatando-se que o espaço urbano de Souropires, permaneceu praticamente
inalterado.
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Plano Diretor
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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)
Figura 17. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Souropires
Perímetros urbanos em vigor
Construção condicionada
Principais áreas de expansão urbana Pré-existências construtivas não inseridas no perímetro urbano
Figura 18. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Souropires
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Através da análise da figura 18 é possível verificar que, por um lado, a existência de expansão
urbana diminuta no aglomerado e, por outro lado, a presença de “bolsas” de espaço edificado não
inseridas no atual perímetro urbano.
AGLOMERADO DO TIPO C
MALTA
Malta é um aglomerado localizado no centro do território concelhio a Sudoeste da cidade de
Pinhel, desenvolvendo-se principalmente ao longo da EN221, pelo que se constitui como o seu
principal eixo estruturante.
O PDM em vigor classifica Malta como um aglomerado de categoria C, de dimensão média e com
um peso no contexto concelhio relativamente diminuto. No que respeita à expansão do espaço
urbano, Malta era descrito como possuidor de um alargamento linear acentuada em direção a
Pinhel.
Base Cartográfica do PDM em vigor (1995)
Figura 19. Carta de Ordenamento em Malta (1995)
Em termos das tendências de expansão do aglomerado, observando a figura seguinte, verifica-se
a consolidação urbana dos atuais perímetros, nomeadamente do principal eixo estruturante (EN
221).
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Municipal Pinhel
Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)
Figura 20. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Malta
Perímetros urbanos em vigor
Construção condicionada Indústria
Pré-existências construtivas não inseridas no perímetro urbano
Figura 21. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em
vigor (1995) em Malta
Áreas de Expansão
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Plano Diretor
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A observação da Figura 21 permite-nos constatar o surgimento de um número restrito de novas
edificações e ainda a existência de várias pré-existências construtivas não inseridas no atual
perímetro urbano.
B.1.1.2. Área Rural
A classe de espaço – Área Rural - corresponde à maior área existente no território concelhio. De
acordo com o art. 19.º do regulamento as classes de espaço englobadas nesta área destinam-se
essencialmente a matas ou a uso agrícola e florestal, não podendo ser utilizadas para urbanização
ou construção. Havia, no entanto, algumas exceções previstas nos artigos 20.º e 22.º e nas
condições de compatibilidade referidas no artigo 23.º.
O artigo 20.º refere que embora não sejam permitidos loteamentos, é permitido o destaque
de parcelas desde que os lotes resultantes tenham uma área superior a 5000 m2 e,
cumulativamente, assegurem a manutenção das áreas mínimas das unidades cultura.
O artigo 22.º regula as condições de construção. Em parcelas de terreno constituídas é
permitida a construção desde que a parcela em causa possua uma área igual ou superior
a 5000 m2, tenha acesso a caminho público e a construção se destine a:
a) Habitação unifamiliar do respetivo proprietário ou agricultor;
b) Equipamentos especiais de interesse municipal não enquadráveis na área urbana e
urbanizável, nomeadamente equipamento hoteleiro e turístico;
c) Unidades industriais isoladas não enquadráveis no parque industrial ou na área urbana e
urbanizável
Este artigo também regula as condições de construção de instalações de apoio agrícola e
florestal, de estabelecimentos industriais da classe A, de indústrias extrativas, de anexos a
casas de habitação, entre outros.
Quanto ao artigo 23.º, estabelece que as pretensões de construção só serão licenciadas
caso não afetem negativamente a área envolvente, quer do ponto de vista paisagístico, de
utilização ou dos efeitos de insalubridade.
No art. 25.º no seu ponto 1 é referido que para os pequenos aglomerados com decréscimo
populacional, manifesta falta de dinâmica de crescimento do número de alojamentos e onde não
tenham sido delimitados perímetros urbanos, não é definida área urbana e urbanizável, pelo que
se integram em área rural.
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A edificabilidade nestes aglomerados era viável desde que:
a) As pretensões não representem um acréscimo do número de fogos superior a 10% do
parque habitacional existente;
b) Sejam servidas por redes de infraestruturas urbanas;
c) Área mínima de parcela para edificação de 1400m2, lote com uma frente mínima de 30 m
e admitia-se uma tolerância de 10% para a completar mais 1 lote (igual ao art. 17.º, alínea
a), referente aos espaços de construção condicionada).
Se porventura, fossem lotes constituídos e ladeados por construção, não era exigida área mínima,
ficando as características das edificações a licenciar limitadas pela referência aos edifícios
vizinhos, nos termos do ponto 1 e 2 do art. 8.º (expressos anteriormente).
B.1.1.3. Área de Salvaguarda Estrita
Encontram-se incluídos nesta classe de espaço (delimitados em Planta de Ordenamento e Planta
de Condicionantes) as áreas afetas à Reserva Agrícola Nacional e à Reserva Ecológica Nacional.
B.1.2. Outras Classes de Espaço
Em Planta de Ordenamento e Regulamento do PDM’95 encontram-se identificadas as Unidades
Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG’s). E ainda, assinaladas outras classes de espaço,
designadamente a Indústria Transformadora e Indústria Extrativa.
B.1.2.1. Unidades Operativas de Planeamento e Gestão – UOPG’S
Planos Propostos
Em termos de planos municipais de ordenamento do território e/ou unidades operativas de
planeamento e gestão o PDM’95 estabelecia na perspetiva de prosseguimento dos objetivos do
plano a elaboração dos seguintes planos / projetos / estudos:
Quadro 2. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito de UOPG’s / Estudos
Proposta Execução Observações
Plano de Pormenor da cidade de Pinhel Não executado -
Plano de qualificação do Parque Municipal da Trincheira Não executado Em execução.
Estudo de localização e projeto para o complexo desportivo Executado
parcialmente
Construção do Pavilhão Multiusos, a Piscina Municipal Coberta e o
Estádio Municipal. Requalificação da Piscina Municipal Descoberta.
Projeto de ampliação do loteamento industrial Executado Executada a 2.ª Fase da Zona
Industrial.
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Proposta Execução Observações
Plano de Salvaguarda da Área do Centro Histórico de Pinhel Não executado -
Plano de Salvaguarda para Cidadelhe
Não executado -
Plano de Salvaguarda para Aldeia Não executado -
Estudos de valorização e salvaguarda do património concelhio
Não executado -
Arranjo do Largo da Feira (Freixedas) Não executado Existe um projeto, mas ainda não foi
executada a obra.
Estudo de zona Verde em Alverca da Beira Não executado -
Estudo de ordenamento para o aglomerado de Pínzio Não executado Cartas de Ordenamento do novo
PDM
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)
Como se pode verificar no quadro anterior, apenas o projeto de ampliação do loteamento industrial
foi executado. O estudo de ordenamento para o aglomerado de Pínzio não será necessário uma
vez que o novo PDM acautelará essa situação, definindo um perímetro com categorias de espaço
regulamentadas, conferindo legibilidade e otimizando desta forma a gestão municipal do território.
Todas as restantes propostas mantêm a sua validade na atual proposta de revisão do PDM.
Outros Planos
Para além dos planos referidos, incidem sobre o território concelhio outros planos de hierarquia
superior que tendo surgido no período de vigência do PDM, constituem-se como elementos a ter
em conta no processo de revisão, em termos de compatibilização entre instrumentos, e da própria
redefinição das estratégias de desenvolvimento do concelho, enquadradas por esse conjunto
diversificado de referências:
Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Douro (RH3) – Decreto de Retificação n.º 22-
B/2016, de 18 de novembro;
Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF CI) do Centro Litoral – Portaria n.º 55/2019 -
Diário da República n.º 29/2019, Série I de 11 de fevereiro;
Plano Setorial da Rede Natura 2000 (PSRN 2000) – Resolução do Conselho de Ministros n.º
115-A/2008, de 21 de julho.
Faz-se também referência ao Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Centro que
terminou o período de discussão pública no dia 30 de novembro de 2010, aguardando-se a sua
publicação. O PROT para a Região Centro encontra-se a aguardar aprovação, neste momento,
após a “Proposta de PROT Centro”, versão de maio de 2011, resultante da ponderação da
discussão pública, incorporando um vasto e diversificado conjunto de comentários e apreciações
produzidos por múltiplos intervenientes.
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Plano Diretor
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De referir ainda, que o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) foi
criado pela Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e de Urbanismo de 1998, a fim
de dotar o país de um instrumento detentor de uma visão prospetiva, completa e integrada da
organização e desenvolvimento do território, capaz de coordenar e articular políticas públicas.
O primeiro PNPOT foi aprovado pela Lei n.º 58/2007 de 4 de setembro, retificada pelas
Declarações de Retificação n.º 80-A/2007 de 7 de setembro, e n.º 103-A/2007 de 23 de novembro,
aplicando-se a todo o território nacional, no continente e arquipélagos dos Açores e da Madeira,
sem prejuízo das competências próprias das Regiões Autónomas.
A visão estratégica e o modelo territorial do PNPOT constituem os elementos de referência para a
elaboração, alteração ou revisão dos instrumentos de gestão territorial, uma vez que são
estabelecidas as orientações específicas.
Assim, considerando o intuito do presente estudo, importa salientar que há uma forte incidência,
por parte do PNPOT, no planeamento de âmbito municipal, dado que é destacada a necessidade
de uma visão integrada do território no que respeita ao PDM, enquanto que os planos de gestão
urbanística, ou seja, os PU e PP, devem constituir um planeamento mais detalhado, com
localizações exatas.
Relativamente às gravuras rupestres do Vale do Côa (bens inscritos na lista de património mundial
da UNESCO e classificadas como Monumento Nacional), foi constituído o Parque Arqueológico do
Vale do Côa para a sua gestão e proteção.
A necessidade de enquadramento legal para o Vale do Côa, levou a que a Lei de Bases do
Regime de Proteção e Valorização do Património Cultural7 estabelece-se duas novas figuras
legais com impacto territorial: os Parques Arqueológicos (PAs) e os seus respetivos instrumentos
de ordenamento, os Planos de Ordenamento de Parques Arqueológicos (POPAs). Com a
publicação do Decreto-Lei n.º 131/2002, de 11 de maio foi estabelecida a forma de criação e
gestão dos PAs e definido os objetivos, o conteúdo material e o conteúdo documental dos POPAs
(Pau-Preto, 2008). Até à data estes instrumentos de ordenamento não se encontram publicados.
O concelho de Pinhel possui um dos 49 sítios do Parque, o sítio do Faial em Cidadelhe (ver figura
seguinte).
7 Lei 107/2001, de 8 de setembro
-34-
Município de Pinhel | Lugar do Plano, Gestão do Território e Cultura, Lda.
Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Figura 22. Sítio da Faia do Parque Arqueológico do Vale do Côa – Cidadelhe
Fonte: www.arte-coa.pt
B.1.3. Indústria Transformadora
Encontravam-se assinaladas na Planta de Ordenamento as áreas indústrias existentes e previstas
para o concelho, localizadas sobretudo, na área de influência da cidade de Pinhel e na freguesia
de Pereiro.
A nível regulamentar, nas Áreas urbanas e urbanizáveis e de acordo com o articulado do art. 14.º -
Áreas preferenciais para indústria – a regulamentação foi no sentido da sua legalização /
compatibilização com a legislação vigente, não definindo parâmetros urbanísticos para a
edificação de novas indústrias.
Por outro lado, nas Áreas rurais era permitida a instalação de unidades industriais isoladas não
enquadráveis no parque industrial ou na área urbana e urbanizável (alínea c), art. 22.º) em
parcelas com área superior a 5000m2.
B.1.4. Indústria Extrativa
Os espaços para indústrias extrativas encontravam-se assinalados na Planta de Ordenamento e
localizavam-se na Área rural.
O regulamento fazia menção a estas indústrias no ponto 4 do art. 22.º admitindo a instalação
destas atividades em parcela com o mínimo de 5 000 m2, remetendo para a lei geral a instalação
da atividade, referindo ainda que os espaços assinalados na planta de ordenamento como
indústria extrativa não podiam sofrer alteração do uso e ocupação do solo sem autorização da
Direção Geral de Geologia e Minas.
-35-
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
B.1.5. Equipamentos
O art. 12.º - Equipamentos – assegurava, de certa forma a existência desses espaços ao referir no
ponto 1 que as áreas destinadas a equipamentos públicos ou privados e a espaços livres públicos
encontram-se delimitadas nas cartas de ordenamento. Esses espaços livres públicos não eram,
porém, sujeitos a nenhuma regulamentação específica.
B.2. Infraestruturas
B.2.1. Abastecimento de Água
O sistema de abastecimento de água no município de Pinhel aquando da elaboração do PDM’95
era feito através de uma série de captações disseminadas um pouco por todos os aglomerados do
concelho. Estas captações tinham origem em poços e/ou minas e eram complementadas com
reservatórios. Foram contabilizados 41 captações por poço, 4 captações por minas, 1 captação
por poço e mina e 46 reservatórios.
Refira-se também a existência de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) nas imediações da
cidade de Pinhel.
Um dos principais problemas apontados pelo PDM era o deficiente abastecimento de água,
principalmente nos meses de setembro e outubro. No entanto o abastecimento de água chegava à
maioria das povoações. Para debelar esta situação e garantir um adequado abastecimento de
água, em termos de disponibilidade e fiabilidade do sistema, a edilidade programou uma série de
medidas, como se pode observar no quadro seguinte. Ao longo da vigência do Plano foram
diversas as medidas implementadas nas infraestruturas de abastecimento de água realizadas pelo
município, demonstrando a preocupação de minimizar os problemas detetados aquando da
elaboração do PDM’95.
Quadro 3. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do abastecimento de água
Proposta Execução Observações
Construção de 1 reservatório de 50 m3 em
Penhaforte e Roque Executado -
Construção de 1 reservatório com a capacidade de 110 m
3 em Alverca da Beira
Executado -
Reforço da captação na Ribeira de Espedrada e a construção de 1 reservatório de 110 m
3 Executado
parcialmente
Foi construída uma Estação Elevatória e um Reservatório de 50 m
3. As captações próprias
deixaram de funcionar, sendo a Espedrada abastecida a partir da Barragem de Vascoveiro.
Remodelação da rede de distribuição do Lamegal e a construção de 1 paredão na Ribeira de Pega junto à captação para armazenamento de caudais
Não executado
A remodelação da rede e o paredão foram executados. No entanto, a captação deixou de
funcionar, sendo o Lamegal abastecido a partir da Barragem do Caldeirão.
-36-
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Construção de 1 reservatório em Pínzio com a capacidade de 160 m
3 Não executado
Foi construído um reservatório com 50 m3 e
instalado um hidropressor.
Beneficiação de algumas captações com a construção de albufeiras localizadas nas ribeiras de Massueime, das Cabras e da Pega
Não executado
Foram construídas as Barragens de Vascoveiro (na Ribeira da Pêga) e de Bouça Cova (na Ribeira
de Cerejo, afluente da Ribeira de Massueime). Estas, em conjunto com a Barragem do Caldeirão, abastecem todas as localidades do concelho de
Pinhel, com excepção de Argomil, que ainda mantém uma captação subterrânea.
Instalação de contadores nos domicílios e reservatórios principais e verificação do estado de conservação dos existentes
Executado
Foram instalados contadores em todos os domicílios. Existem, neste momento, 59 reservatórios distribuídos pelas diversas
localidades do concelho.
Ligação da rede de abastecimento de água em Ervedosa
Executado -
Substituição da rede de distribuição do Bogalhal Executado -
Reparação da rede de distribuição de água existente em Pinhel
Executado parcialmente
Foram substituídos troços pontuais da rede e a manutenção é feita em contínuo.
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)
O município mantém a necessidade da construção de 1 reservatório em Pínzio com a capacidade
de 160 m3, bem como de executar as medidas executadas parcialmente.
Pelos dados obtidos através dos Recenseamentos Gerais da População e da Habitação de 2011,
o abastecimento de água ao município de Pinhel apresentava, uma percentagem de 98% quanto à
proporção de alojamentos servidos por abastecimento de água, tendo vindo a manter esse
assinalável progresso. Atualmente a percentagem de alojamentos familiares de residência habitual
servidos por abastecimento de água canalizada, encontra-se em níveis de praticamente pleno
abastecimento, situada em 94,6% (2001), tal como consta do Quadro seguinte.
Quadro 4. Alojamentos, segundo a ligação à rede de abastecimento de água, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)
Unidade Geográfica Anos Não tem água
canalizada
Tem água canalizada
Ligada à Rede Pública
Ligada à Rede Privada
Total
Alverca da Beira
2001 3 215 4 219
2011 0 201 2 203
01-11 (%) -100,0 -6,5 -50 -7,3
Atalaia
2001 2 76 2 78
2011 1 50 1 51
01-11 (%) -50,0 -34,2 -50 -34,6
Azêvo
2001 15 115 1 116
2011 5
96 0 96
01-11 (%) -66,7 -16,5 -100 -17,2
Bogalhal
2001 1 31 2 33
2011 0
19 0 19
01-11 (%) -100,0 -38,7 -100 -42,4
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Unidade Geográfica Anos Não tem água
canalizada
Tem água canalizada
Ligada à Rede Pública
Ligada à Rede Privada
Total
2001 34 5 31 36
Bouça Cova 2011 0
40 6 46
01-11 (%) -100,0 700,0 -80,6 27,8
2001 10 66 20 86
Cerejo 2011 3
52 16 68
01-11 (%) -70,0 -21,2 -20,0 -20,9
2001 7 35 18 18
Cidadelhe 2011 1
18 1 19
01-11 (%) -85,7 - -94,4 5,6
2001 7 90 11 46
Ervas Tenras 2011 1
45 7 52
01-11 (%) -85,7 28,6 -36,4 13,0
2001 8 90 0 90
Ervedosa 2011 4
79 0 79
01-11 (%) -50,0 -12,2 - -12,2
2001 21 327 65 392
Freixedas 2011 7
325 33 358
01-11 (%) -66,7 -0,6 -49,2 -8,7
2001 26 74 30 104
Gouveias 2011 4
96 34 130
01-11 (%) -84,6 29,7 13,3 25,0
2001 7 142 4 146
Lamegal 2011 4
111 3 114
01-11 (%) -42,9 -21,8 -25,0 -21,9
2001 10 53 83 136
Lameiras 2011 3
87 32 119
01-11 (%) -70,0 64,2 -61,4 -12,5
2001 1 81 0 81
Manigoto 2011 0
72 10 82
01-11 (%) -100,0 -11,1 - 1,2
2001 0 201 32 233
Pala 2011 2
187 32 219
01-11 (%) - -7,0 0,0 -6,0
2001 0 75 2 77
Pereiro 2011 0
67 1 68
01-11 (%) - -10,7 -50,0 -11,7
2001 3 1177 20 1197
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Municipal Pinhel
Unidade Geográfica Anos Não tem água
canalizada
Tem água canalizada
Ligada à Rede Pública
Ligada à Rede Privada
Total
Pinhel 2011 2
1229 51 1280
01-11 (%) -33,3 4,4 155,0 6,9
2001 8 183 20 203
Pínzio 2011 2
187 1 188
01-11 (%) -75,0 2,2 -95,0 -7,4
2001 1 77 0 77
Pomares 2011 0
49 9 58
01-11 (%) -100,0 -36,4 - -24,7
Póvoa d ‘ÉL-Rei
2001 7 23 2 25
2011 0
22 1 23
01-11 (%) -100,0 -4,3 -50,0 -8,0
Safurdão
2001 1 57 2 59
2011 0
49 0 49
01-11 (%) 0,0 -14,0 -100,0 -16,9
Santa Eufémia
2001 2 86 0 86
2011 1
78 0 78
01-11 (%) -50,0 -9,3 - -9,3
Sorval
2001 12 19 14 33
2011 5
28 7 35
01-11 (%) -58,3 47,4 -50,0 6,1
2001 0 225 2 227
Souropires 2011 0
211 12 223
01-11 (%) - -6,2 500,0 -1,8
2001 5 86 28 114
Valbom 2011 2
67 23 90
01-11 (%) -60,0 -22,1 -17,9 -21,1
2001 1 53 - 53
Vale de Madeira 2011 0
40 2 42
01-11 (%) -100,0 -24,5 - -20,8
2001 0 78 7 85
Vascoveiro 2011 1
75 2 77
01-11 (%) - -3,8 -71,4 -9,4
2001 192 3650 400 4050
Total 2011 49 3 580 286 3866
01-11 (%) -74,5 -1,9 -28,5 -4,5
Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)
-39-
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Importa referir que, no decorrer da vigência do PDM’95, a concessão para a construção,
exploração e gestão do sistema foi atribuída às Águas do Zêzere e Côa8, do qual faziam parte os
municípios de Aguiar da Beira, Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo,
Fundão, Guarda, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pinhel, Sabugal, Fornos de Algodres, Gouveia,
Oliveira do Hospital e Seia.
Contudo, o abastecimento de água em Pinhel está atualmente a cargo da empresa Águas do Vale
do Tejo, S.A., que surge na sequência da cisão da Águas de Lisboa e Vale do Tejo que foi criada
pelo Decreto-Lei nº 94/2015, de 29 de maio, e redenominada pelo Decreto-Lei nº 34/2017, de 24
de março, no âmbito do processo de reorganização do setor de abastecimento de água e
saneamento de águas residuais.
Apesar de o sistema ter sido concessionado em Alta, por um período de 30 anos, a referida
empresa pública não executou todas as infraestruturas necessárias. O Município de Pinhel tem
tido a seu cargo a realização de inúmeros investimentos neste âmbito. O sistema de
abastecimento através da Barragem de Bouça Cova, que serve as localidades de Alverca da
Beira, Bouça Cova e Estação de Pinhel está a cargo exclusivo do Município, bem como o
abastecimento à localidade de Argomil que é feito por captação própria local.
O sistema de abastecimento de Pinhel, subsistema de Vascoveiro (ver figura seguinte), incide
essencialmente no norte do Município abrangendo um total de 7 400 habitantes com um caudal de
dimensionamento de água tratada de 3 600m3/dia.
Conta com uma captação, uma Estação de Tratamento de Águas, vinte e um reservatórios, sete
Estações Elevatórias e 63 km de condutas adutoras.
Além disso, a Barragem de Bouça Cova fornece também água potável à União de Freguesias de
Alverca e Bouça Cova.
O sistema é ainda complementado por um pequeno sistemas de abastecimento, feito por captação
própria local, de forma independente, para uma população abastecida de cerca de
100 habitantes.
A parte Sul do concelho é abastecida pelo subsistema do Caldeirão (o que abastece o município
da Guarda). Este abrange no total, cerca de 39 600 habitantes com um caudal de
dimensionamento de água tratada de 24 000 m3/dia.
8 Constituída pelo Decreto-Lei n.º121/2000, de 4 de Maio.
-40-
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Figura 23. Sistema de abastecimento de água no concelho de Pinhel
Fonte: Município de Pinhel
-41-
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Figura 24. Infraestruturas de abastecimento de água no concelho de Pinhel
Fonte: Município de Pinhel
Quadro 5. População, segundo a ligação à rede de abastecimento de água, por lugar, no concelho de Pinhel
Zona de abastecimento População
Localidade
Freguesia ZA Pinhel ZA Caldeirão ZA Bouça
Cova ZA Argomil
Abadia
Pínzio
x
11
Aldeia
Vale do Côa x
0
Alverca da Beira Alverca da
Beira/Bouça Cova
x
447
Arco Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x
Argomil
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x 66
Atalaia União de
Freguesias de Atalaia e Safurdão
x
75
-42-
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Zona de abastecimento População
Localidade
Freguesia ZA Pinhel ZA Caldeirão ZA Bouça
Cova ZA Argomil
Azêvo Vale do Côa x
80
Barregão Lameiras x
18
Bogalhal Valbom/ Bogalhal
x
37
Bouça Cova
Alverca da
Beira/Bouça Cova
x 63
Carvalhal da Atalaia
União de
Freguesias de Atalaia e Safurdão
x
22
Carvalhal das Gouveias
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x
62
Cerejo
Terras de Massueime
x
127
Cheiras Pínzio x
50
Cidadelhe
Vale do Côa x
33
Ervas Tenras
Terras de
Massueime
x
140
Ervedosa
Ervedosa
x
156
Espedrada Freixedas x
33
Estação de
Pinhel
Alverca da
Beira/Bouça Cova
x
24
Freixedas
Freixedas x
595
Freixinho
Lamegal
x
48
Gabriel
Vale do Côa
x
12
Gamelas Alto do Palurdo x
45
Gouveias
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x
124
João Durão
Freixedas x
31
Juízo Vale do Côa x
28
Lamegal
Lamegal x
122
Lameiras
Lameiras
x
233
-43-
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Municipal Pinhel
Zona de abastecimento População
Localidade
Freguesia ZA Pinhel ZA Caldeirão ZA Bouça
Cova ZA Argomil
Madalena
Vale do Côa
x
75
Malta Pinhel x
375
Mangide
Alto do Palurdo
x
19
Manigoto
Manigoto
x
186
Miragaia
Pínzio x
15
Moinhos de Aveia
Alverca da Beira/Bouça Cova
x
8
Pala
Pala
x
437
Penhaforte Lamegal x
47
Pereiro
Alto do Palurdo
x
83
Pinhel
Pinhel
x
2861
Pínzio
Pínzio
x
337
Pomares
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x
54
Póvoa del Rei
Vale do
Massueime
x
46
Prados
Feixedas x
178
Quinta dos Bernardos
Pinhel x
112
Quinta dos Ferreiros
(1)
Freixedas
15
Quinta Nova Pinhel x
135
Reigadinha Pala x
90
Roque
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x
79
Safurdão
União das
Freguesias de Atalaia e Safurdão
x
108
Salgueiral
Lamegal x
35
Santa Eufémia
Vale do Massueime
x
172
-44-
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Zona de abastecimento População
Localidade
Freguesia ZA Pinhel ZA Caldeirão ZA Bouça
Cova ZA Argomil
Sorval Vale do
Massueime x
80
Souropires Souropires x
568
Trocheiros
Pínzio x
29
Valbom
Valbom/Bogalhal
x
193
Vale de Madeira Alto do Palurdo x
92
Vascoveiro
Vascoveiro
x
92
Vendada
Lameiras
x
34
Vendinha
Pala
x
9
Vieiro
Ervedosa x
34
Total
9396
(1) Captação própria
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2018)
B.2.2. Saneamento Básico
O sistema de saneamento básico, sob o aspeto da drenagem e tratamento das águas residuais
domésticas, evidenciava, à data da elaboração do PDM’95, poucas infraestruturas de apoio. À
época, somente se identificava uma ETAR em Alverca da Beira e a existência de fossas sépticas
nas povoações de Quinta Nova (2), Pala (3), Quinta dos Bernardos (1), Malta (2) e Pereiro (2).
O sistema de saneamento básico, sob o aspeto da drenagem e tratamento de águas residuais
domésticas, evidenciou uma evolução bastante positiva relativamente ao panorama genérico
referenciado no início da década de ’90. Como medidas a levar a cabo para a melhoria da
cobertura e condições de funcionamento da rede de saneamento básico através da colmatação de
constrangimentos que a rede revelava, o plano propunha as seguintes medidas:
Quadro 6. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do saneamento básico
Proposta Execução Observações
Construção de fossas sépticas em Pinhel para tratamento de efluentes e ETAR no loteamento industrial
Não executado
Foi construída a ETAR de Pinhel e diversas Estações Elevatórias de Águas Residuais. Na Zona
Industrial foram executados emissários e interceptores que ligam à ETAR de Pinhel.
-45-
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Plano Diretor
Municipal Pinhel
Construção de redes de drenagem de esgotos e tratamento de efluentes nos lugares de manifesto crescimento populacional
Executado parcialmente
Foram executadas redes de drenagem, ETARS, Estações Elevatórias e Fossas Sépticas na maior parte dos aglomerados, nomeadamente nos de
maior dimensão.
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)
A construção de redes de drenagem de esgotos e tratamento de efluentes nos lugares de
manifesto crescimento populacional continua atualmente a ser uma medida a implementar por
parte da autarquia.
Durante a vigência do PDM o concelho evidenciou uma evolução bastante positiva relativamente
ao panorama genérico referenciado para meados da década de ‘90. Conforme se pode verificar da
leitura do quadro que seguidamente se apresenta, entre os períodos censitários de 1991 e 2001
houve um acréscimo do número de alojamentos familiares de residência habitual que não se
encontrava servido por sistema de esgotos. Se, no início da década de ‘90 a percentagem de
cobertura dos alojamentos familiares clássicos por sistema de esgotos era de cerca de 65,4%, em
2001 verificou-se um acréscimo, passando para os 94,8%, crescendo assim vinte e nove pontos
percentuais.
Quadro 7. Alojamentos, segundo a ligação à rede de drenagem de águas residuais, por freguesia, no concelho de Pinhel
(2001 e 2011)
Não tem sistema de esgotos
Tem sistema de esgotos
Total Unidade
Geográfica
Anos Particular (f. séptica, etc.)
Outras Situações
Rede Pública
Alverca da Beira
2001 3,0 15,0 1,0 203,0 219,0
2011 0,0 17,0 2,0 184,0 203,0
01-11 (%) -100,0 13,3 100,0 -9,4 -7,3
Atalaia
2001 2,0 70,0 8,0 - 78,0
2011 -50,0 13,0 0,0 37,0 50,0
01-11 (%) -2600,0 -81,4 -100,0 - -35,9
Azêvo
2001 16,0 16,0 21,0 79,0 116,0
2011 -90,0 1,0 0,0 89,0 90,0
01-11 (%) -662,5 -93,8 -100,0 12,7 -22,4
Bogalhal 2001 1,0 22,0 10,0 1,0 33,0
2011 -18,0 0,0 0,0 18,0 18,0
-46-
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Não tem sistema de esgotos
Tem sistema de esgotos
Total Unidade
Geográfica
Anos Particular (f. séptica, etc.)
Outras Situações
Rede Pública
01-11 (%) -1900,0 -100,0 -100,0 1700,0 -45,5
2001 34,0 36,0 - - 36,0
Bouça Cova 2011 -43,0 8,0 0,0 35,0 43,0
01-11 (%) -226,5 -77,8 - - 19,4
2001 9,0 41,0 8,0 38,0 87,0
Cerejo 2011 -68,0 27,0 0,0 41,0 68,0
01-11 (%) -855,6 -34,1 -100,0 7,9 -21,8
2001 7,0 18,0 - - 18,0
Cidadelhe 2011 -19,0 2,0 0,0 17,0 19,0
01-11 (%) -371,4 -88,9 - - 5,6
2001 9,0 38,0 6,0 2,0 46,0
Ervas Tenras 2011 -46,0 29,0 1,0 16,0 46,0
01-11 (%) -611,1 -23,7 -83,3 700,0 0,0
2001 10,0 0,0 12,0 78,0 90,0
Ervedosa 2011 -76,0 9,0 0,0 67,0 76,0
01-11 (%) -860,0 - -100,0 -14,1 -15,6
2001 29,0 178,0 17,0 197,0 392,0
Freixedas 2011 -352,0 120,0 0,0 232,0 352,0
01-11 (%) -1313,8 -32,6 -100,0 17,8 -10,2
2001 35,0 86,0 12,0 7,0 105,0
Gouveias 2011 -122,0 75,0 0,0 47,0 122,0
01-11 (%) -448,6 -12,8 -100,0 571,4 16,2
2001 7,0 125,0 21,0 2,0 148,0
Lamegal 2011 -108,0 52,0 0,0 56,0 108,0
01-11 (%) -1642,9 -58,4 -100,0 2700,0 -27,0
2001 12,0 24,0 2,0 110,0 136,0
Lameiras 2011 -119,0 27,0 0,0 92,0 119,0
01-11 (%) -1091,7 12,5 -100,0 -16,4 -12,5
2001 3,0 7,0 7,0 68,0 82,0
Manigoto 2011 -82,0 6,0 0,0 76,0 82,0
01-11 (%) -2833,3 -14,3 -100,0 11,8 0,0
2001 1,0 32,0 5,0 197,0 234,0
Pala 2011 -215,0 19,0 1,0 195,0 215,0
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Não tem sistema de esgotos
Tem sistema de esgotos
Total Unidade
Geográfica
Anos Particular (f. séptica, etc.)
Outras Situações
Rede Pública
01-11 (%) -21600,0 -40,6 -80,0 -1,0 -8,1
2001 0,0 21,0 2,0 54,0 77,0
Pereiro 2011 -68,0 3,0 9,0 56,0 68,0
01-11 (%) - -85,7 350,0 3,7 -11,7
2001 3,0 93,0 19,0 1086,0 1198,0
Pinhel 2011 -1277,0 82,0 0,0 1195,0 1277,0
01-11 (%) -42666,7 -11,8 -100,0 10,0 6,6
2001 7,0 91,0 4,0 109,0 204,0
Pínzio 2011 -187,0 7,0 0,0 180,0 187,0
01-11 (%) -2771,4 -92,3 -100,0 65,1 -8,3
2001 1,0 64,0 6,0 7,0 77,0
Pomares 2011 -55,0 30,0 0,0 25,0 55,0
01-11 (%) -5600,0 -53,1 -100,0 257,1 -28,6
Póvoa d ‘ÉL-Rei
2001 7,0 22,0 3,0 - 25,0
2011 -22,0 19,0 0,0 3,0 22,0
01-11 (%) -414,3 -13,6 -100,0 - -12,0
Safurdão
2001 2,0 10,0 4,0 46,0 60,0
2011 -49,0 0,0 0,0 49,0 49,0
01-11 (%) -2550,0 -100,0 -100,0 6,5 -18,3
Santa Eufémia
2001 2,0 8,0 9,0 69,0 86,0
2011 -76,0 2,0 0,0 74,0 76,0
01-11 (%) -3900,0 -75,0 -100,0 7,2 -11,6
Sorval
2001 13,0 27,0 5,0 1,0 33,0
2011 -34,0 33,0 0,0 1,0 34,0
01-11 (%) -361,5 22,2 -100,0 0,0 3,0
2001 0,0 6,0 8,0 213,0 227,0
Souropires 2011 -222,0 10,0 3,0 209,0 222,0
01-11 (%) - 66,7 -62,5 -1,9 -2,2
2001 8,0 15,0 2,0 98,0 115,0
Valbom 2011 -88,0 6,0 0,0 82,0 88,0
01-11 (%) -1200,0 -60,0 -100,0 -16,3 -23,5
2001 1,0 6,0 3,0 44,0 53,0
Vale de Madeira 2011 -41,0 0,0 1,0 40,0 41,0
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Não tem sistema de esgotos
Tem sistema de esgotos
Total Unidade
Geográfica
Anos Particular (f. séptica, etc.)
Outras Situações
Rede Pública
01-11 (%) -4200,0 -100,0 -66,7 -9,1 -22,6
2001 0,0 24,0 9,0 52,0 85,0
Vascoveiro 2011 -77,0 4,0 0,0 73,0 77,0
01-11 (%) - -83,3 -100,0 40,4 -9,4
2001 222,0 1095,0 204,0 2761,0 4060,0
Total 2011 -3807,0 601,0 17,0 3189,0 3807,0
01-11 (%) -1814,9 -45,1 -91,7 15,5 -6,2
Fonte: INE (Censos 1991 e 2001)
Também neste âmbito a empresa Águas do Zêzere e Côa, passou a ser a detentora da gestão e
exploração do sistema de saneamento e águas residuais.
No tempo decorrido, tem vindo a verificar-se um grande investimento no sentido de permitir
índices de cobertura próximos do nível pleno. Mas, também neste capítulo, tem sido o Município
de Pinhel a assumir a resolução das lacunas ainda existentes.
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Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Figura 25. Infraestruturas de saneamento no concelho de Pinhel
Fonte: Município de Pinhel (2019)
Quadro 8. População, segundo a ligação à rede de drenagem de águas residuais, por lugar, no concelho de Pinhel
Sem rede de saneamento ou
sistema de tratamento em funcionamento
Com rede de saneamento e sistema de tratamento
População
Localidade
Freguesia
Em ETAR da empresa
Aguas do Vale do Tejo, S.A
Em ETAR da CMP
Em fossas séticas
Abadia
(1) Pínzio x 11
Aldeia (2)
Vale do Côa x 0
Alverca da Beira Alverca da
Beira/Bouça Cova x 447
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Plano Diretor
Municipal Pinhel
Sem rede de saneamento ou
sistema de tratamento em funcionamento
Com rede de saneamento e sistema de tratamento
População
Localidade
Freguesia
Em ETAR da empresa
Aguas do Vale do Tejo, S.A
Em ETAR da CMP
Em fossas séticas
Arco
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x 25
Argomil
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x 66
Atalaia União de
Freguesias de Atalaia e Safurdão
x 75
Azêvo Vale do Côa x 80
Barregão Lameiras x 18
Bogalhal Valbom/ Bogalhal
x 37
Bouça Cova
Alverca da
Beira/Bouça Cova
x 63
Carvalhal da Atalaia
União de
Freguesias de Atalaia e Safurdão
x 22
Carvalhal das Gouveias
(3)
Agregação das
Freguesias Sul de
Pinhel
x 62
Cerejo
Terras de Massueime
x 127
Cheiras (1)
Pínzio x 50
Cidadelhe
Vale do Côa x 33
Ervas Tenras
Terras de
Massueime
x 140
Ervedosa
Ervedosa
x 156
Espedrada Freixedas x 33
Estação de Pinhel
(3)
Alverca da
Beira/Bouça Cova
x 24
Freixedas
Freixedas x 595
Freixinho
(1)
Lamegal
x 48
Gabriel
Vale do Côa
x 12
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Plano Diretor
Municipal Pinhel
Sem rede de saneamento ou
sistema de tratamento em funcionamento
Com rede de saneamento e sistema de tratamento
População
Localidade
Freguesia
Em ETAR da empresa
Aguas do Vale do Tejo, S.A
Em ETAR da CMP
Em fossas séticas
Gamelas Alto do Palurdo x 45
Gouveias
(1)
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x 124
João Durão
(1) Freixedas x 31
Juízo Vale do Côa x 28
Lamegal
Lamegal x 122
Lameiras
Lameiras
x 233
Madalena
Vale do Côa
x 75
Malta Pinhel x 375
Mangide
Alto do Palurdo
x 19
Manigoto
Manigoto
x 186
Miragaia
(1) Pínzio x 15
Moinhos de
Aveia (2)
Alverca da Beira/Bouça Cova
x 8
Pala
Pala
x 437
Penhaforte Lamegal x 47
Pereiro
Alto do Palurdo
x 83
Pinhel
Pinhel
x 2861
Pínzio
Pínzio
x 337
Pomares
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x 54
Póvoa del Rei
Vale do
Massueime
x 46
Prados (1)
Feixedas x 178
Quinta dos Bernardos
Pinhel x 112
Quinta dos Ferreiros
(2) Freixedas X 15
Quinta Nova Pinhel x 135
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Municipal Pinhel
Sem rede de saneamento ou
sistema de tratamento em funcionamento
Com rede de saneamento e sistema de tratamento
População
Localidade
Freguesia
Em ETAR da empresa
Aguas do Vale do Tejo, S.A
Em ETAR da CMP
Em fossas séticas
Reigadinha Pala x 90
Roque
Agregação das
Freguesias Sul de Pinhel
x 79
Safurdão
União das
Freguesias de Atalaia e Safurdão
x 108
Salgueiral (1)
Lamegal x 35
Santa Eufémia
Vale do
Massueime
x 172
Sorval Vale do
Massueime x 80
Souropires Souropires x 568
Trocheiros
(1) Pínzio x 29
Valbom
Valbom/Bogalhal
x 193
Vale de Madeira Alto do Palurdo x 92
Vascoveiro
Vascoveiro
x 92
Vendada
Lameiras
x 34
Vendinha
Pala
x 9
Vieiro
Ervedosa x 34
Total 9396
(1) Com rede de saneamento executada mas não em funcionamento, falta sistema de tratamento
(2) Sem rede de saneamento executada
(3) Com rede de saneamento executada mas não na totalidade, falta sistema de tratamento
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2018)
B.2.3. Recolha e Tratamento de Resíduos Sólidos
O panorama descrito no que concerne à recolha e tratamento de resíduos sólidos aquando da
elaboração do PDM’95 era de que de um modo geral, todo o município se encontrava abrangido
pelo sistema municipal de recolhas de lixo. Os resíduos eram transportados para uma única lixeira
-53-
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Plano Diretor
Municipal Pinhel
localizada entre Pinhel e Pereiro, sendo posteriormente aterrados. Era referido que o sistema
implantado não trazia de momento problemas ao concelho.
Por conseguinte, o PDM’95 era omisso no que diz respeito às medidas a implementar nesta área.
No que respeita à recolha esta passou a ser feita por uma empresa contratada pelo Município de
Pinhel para o efeito, e no tocante ao tratamento de resíduos sólidos urbanos, a exploração e
gestão do sistema de triagem, recolha selectiva, valorização e tratamento dos resíduos sólidos
urbanos passou a pertencer à RESIESTRELA9, a partir do ano de 2009, através da concretização
do projeto da a qual engloba, para além do município de Pinhel, outros treze municípios (Almeida,
Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão,
Guarda, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pinhel, Sabugal e Trancoso).
O município de Pinhel dispõe de uma Estação de Transferência que recebe os resíduos recolhidos
no Concelho e um Ecocentro (ETECO de Pinhel) que se localizam no Alto do Palouro (Estrada
Nacional 324), conforme se pode visualizar pelas imagens seguintes.
Figura 24. Estação de Transferência de Pinhel
Fonte:www.efs.pt
Figura 257. Estação de Transferência de Pinhel
Fonte: www.cm-pinhel.pt
9
Constituído pelo Decreto Lei n.º 128/2008 de 21 de julho
-54-
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Municipal Pinhel
Para efeitos de comparação, refira-se que no ano de 2008, através da recolha selectiva, feita a
partir dos ecopontos, conseguiu-se encaminhar para reciclagem 30 toneladas de papel/cartão, 10
toneladas de plástico e metal e 46 toneladas de Vidro, no ano de 2018, os resultados foram
respectivamente, 70, 37 e 61 toneladas, o que mostra efectivamente o trabalho de sensibilização
que tem vindo a ser feito por parte do município.
B.3. Equipamentos
Já foi realizado na anterior versão do PDM um trabalho de caracterização e programação de
equipamentos de utilização coletiva. Estava previsto em regulamento a possibilidade de surgirem
áreas para equipamentos nas diferentes classes de espaços. As áreas existentes e previstas para
equipamentos públicos ou privados e espaços livres públicos encontram-se delimitadas na carta
de ordenamento.
Segundo o art. 12.º - Equipamentos - na classe correspondente à Área urbana e urbanizável, as
áreas de equipamentos ou de reserva de equipamentos públicos ou privados e os espaços livres
públicos referidos nas cartas de ordenamento não podiam ter destino diverso do definido no Plano.
No entanto o anterior Regulamento do PDM não indicava quaisquer tipos de parâmetros
urbanísticos para a construção dos equipamentos.
Na Área Rural, eram salvaguardados a construção de equipamentos especiais de interesse
municipal não enquadráveis na área urbana e urbanizável, nomeadamente equipamento hoteleiro
e turístico, em parcelas com área igual ou superior a 5 000m2 (adaptado do art. 22.º).
Foram igualmente propostos no PDM’95 uma série de medidas para a beneficiação do parque de
equipamentos do município, particularmente no campo escolar, administrativo e da saúde. O
quadro seguinte explicita essas medidas e o nível da sua execução.
A nível de equipamentos, as apostas centraram-se na criação infraestruturas para o
funcionamento das freguesias.
Quadro 9. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito dos equipamentos
Sector Proposta Execução Observações
Escolares
Proposta de 5 centros escolares: Pinhel, Souro Pires, Freixedas e Lamegal que alterna com Manigoto, assim como Pala com Valbom
Não executado
A proposta para o Centro Escolar de Pinhel não avançou.
Construção de uma residência de estudantes Executado
Foi construída, nas instalações do antigo Paço Episcopal de Pinhel, mas entretanto foi desativada e
deu lugar à Casa da Cultura, desde 2014.
Criação de uma escola de formação técnico-profissional
Não executado
-
-55-
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Municipal Pinhel
Sector Proposta Execução Observações
Criação de 5 creches Não
executado
Existe 1 creche em Pinhel, da Santa Casa da Misericórdia. Existem, neste momento, 3
Jardins de Infância em funcionamento (2 em Pinhel + 1
em Pínzio).
Administrativos
Construção ou adaptação de edifícios existentes à instalação de sedes de juntas de freguesias de: Azêvo, Bogalhal, Bouça Cova, Cerejo, Cidadelhe, Ervas Tenras, Ervedosa, Lamegal, Pereiro, Pomares, Safurdão, Valbom e Vascoveiro
Executado parcialmente
Todas as Juntas de Freguesias possuem edifício sede.
Entretanto, algumas das Freguesias listadas foram
agregadas.
Saúde
Instalação de uma extensão do centro de saúde em Lamegal
Não executado
-
Alargamento da área de influência da extensão de Azêvo
Não executado
-
Outros
Criação de uma infraestrutura de apoio aos transportes públicos rodoviários, funcionando como possível elemento de ligação entre as carreiras locais e as carreiras expresso.
Não executado
-
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)
A não execução das medidas resulta, em grande medida, da alteração da estratégia para o
concelho de Pinhel, em consonância com o restante território nacional, por parte da Administração
Central, tendo por consequência a alteração por parte da autarquia, designadamente nos sectores
da Saúde e Educação.
Com a publicação da Carta Educativa de Pinhel em junho de 2007, as medidas propostas no
âmbito do PDM’95, não encontram suporte técnico para a sua manutenção. Ainda assim, refira-se
a construção da residência de estudantes e o desejo por parte da autarquia da criação de uma
escola de formação técnico-profissional.
Atualmente, existe publicado o Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas de Pinhel10
(2018-
2021), o projeto educativo é “o documento que consagra a orientação educativa do agrupamento
de escolas ou da escola não agrupada, elaborado e aprovado pelos seus órgãos de administração
e gestão para um horizonte de três anos, no qual se explicitam os princípios, os valores, as metas
e as estratégias segundo os quais o agrupamento de escolas ou escola não agrupada se propõe
cumprir a sua função educativa.”
Com este projeto educativo concebido para um horizonte temporal de três anos, o município de
Pinhel, pretende que se constitua como “um documento objetivo, conciso e rigoroso, tendo em
vista a clarificação e comunicação da missão e das metas da escola no quadro da sua autonomia
pedagógica, curricular, cultural, administrativa e patrimonial, assim como a sua apropriação
individual e coletiva”11
.
10
Decreto-lei nº 137/2012, de 2 de julho 11
Artigo 9.º do Decreto-lei nº 75/2008, de 22 de abril
-56-
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Plano Diretor
Municipal Pinhel
B.4. Acessibilidades
As acessibilidades concelhias efetuam-se através da rede viária e da rede ferroviária. Esta última
tem uma incidência territorial praticamente residual.
Na anterior versão do PDM encontram-se delimitados os espaços canais definidos pela rede viária
nacional e municipal, bem como pela rede ferroviária. Desses corredores fazia já parte um projeto
de traçado viário que estabelecia a ligação entre Pinhel e Mêda.
Em relação ao sistema viário caracterizado no PDM’95 os principais aspetos a anotar prendiam-se
com a construção do IP2, beneficiando assim o concelho com um itinerário principal no sentido
longitudinal, o que permitiria melhores ligações à rede fundamental já existente ou a executar.
Neste sentido, apontava-se para a necessidade da beneficiação e retificação da rede viária
nacional com ligação ao IP2, ou para a construção do troço Mêda Variantes a Pinhel, e a
consequente ligação ao nó de Mêda.
Quanto à rede viária municipal era descrito um esforço concelhio no sentido de dotar o concelho
com vias que permitissem o fecho da rede existente, a sua ligação aos concelhos vizinhos e
melhores acessos a alguns aglomerados.
O grau de cobertura do concelho pelos transportes públicos rodoviários era considerado razoável,
embora alguns lugares fossem servidos apenas pelos transportes escolares.
Relativamente à estação de caminho de ferro era descrita como tendo pouco interesse concelhio,
e apresentava um volume de passageiros muito reduzido, e, que poderia vir a ser desativada.
Atualmente a estação encontra-se desativada, existindo como alternativas a estação de Vila
Franca das Naves e da própria Guarda.
Como já se constatou, no que diz respeito às acessibilidades viárias, o PDM’95 contemplava
diversas propostas que visam tanto a dotação de novas, como a intervenção em vias existentes de
forma a melhorar as condições de circulação inter-concelhia e com os municípios vizinhos.
Ao longo do período de vigência do PDM, a rede viária concelhia tem vindo a ser alvo de
sucessivos melhoramentos, assegurando a manutenção da rede viária. Algumas das propostas
que o PDM preconizava não foram realizadas, enquanto que algumas foram executadas
parcialmente. O quadro seguinte sintetiza o nível de execução das propostas do PDM’95.
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Quadro 10. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito da rede viária
Proposta Execução Observações
Beneficiação e retificação da EN 221 em Pinhel entre Figueira de Castelo Rodrigo e o nó do IP5 no concelho da Guarda
Executado parcialmente
Por executar variante Carvalhal das Gouveias. Estrada Nacional da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal, SA.
Beneficiação e retificação da EM 574 entre Pinhel e o nó de Pínzio
Executado -
Conclusão dos trabalhos de beneficiação da EM 595 de St.ª Eufémia ao limite do concelho
Não executado -
Conclusão da construção da EM do Barregão ao Manigoto e da EM 607 de Cidadelhe ao limite do concelho
Executado parcialmente
O CM 1069 (Barregão - Manigoto) foi requalificado recentemente. A EM 607-2 (Cidadelhe - Ponte da União) ainda não.
Construção dos caminhos municipais: Pereiro – Carvalhal e Carvalhal – Atalaia
Executado -
Construção da EM de ligação entre Salgueiral e Lamegal Executado O caminho existente foi beneficiado,
passando a estradão.
Beneficiação e retificação da EN 324 na ligação à estação ferroviária
Executado Estrada Nacional da responsabilidade
da Infraestruturas de Portugal, SA.
Construção do troço “Variantes a Pinhel – Meda” facilitando a ligação da sede de concelho ao IP2, caso seja construído o nó previsto. Se o nó se vier a situar nas proximidades da EM 595 ou da EN 226 seria a beneficiação e retificação de uma destas vias com ligação às variantes a Pinhel ou à EN 221
Não executado O prolongamento da EN 324 para
ligação ao IP 2 nunca foi executado pela Infraestruturas de Portugal, SA.
Requalificação da Estrada Penhaforte - Lamegal Executado -
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)
No que diz respeito às propostas executadas parcialmente, o município pretende concluir a sua
execução. Quanto às propostas não executadas o município propõe-se a executar todas elas.
A figura seguinte ilustra a principal rede viária de Pinhel.
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Plano Diretor
Municipal Pinhel
Figura 26. Representação esquemática da rede viária no concelho de Pinhel
B.5. Turismo
O anterior PDM não apontava áreas especificas para a instalação de atividades lúdicas e
turísticas, permitindo contudo (a nível regulamentar) que estas surgissem na Classe Área rural em
parcelas de terreno com área igual ou superior a 5 000m2, uma vez que era permitida a edificação
de: equipamentos especiais de interesse municipal não enquadráveis na área urbana e
urbanizável, nomeadamente equipamento hoteleiro e turístico (alínea c), ponto 1, art. 22.º).
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B.6. Património
Na atual versão do PDM encontram-se identificados na Planta de Ordenamento vestígios
arqueológicos e assinalados na Planta de Condicionantes o Património Arquitetónico classificado:
Monumentos Nacionais:
Castelo de Pinhel e uma Moradia Anexa
Pelourinho de Pinhel
Imóveis de Interesse Público:
Antigos Paços do Concelho
Igreja da Misericórdia de Pinhel
Ruínas da Igreja da Trindade
Pelourinho de Alverca da Beira
Pelourinho de Lamegal
Solar dos Távoras de Souropires
Solar dos Metelos
Igreja de Santa Maria do Castelo
Valores Concelhios:
Casa do Dr. David – Pinhel
Casa Grande – Pinhel
Figura 29. Núcleo de Arte Rupestre Faia – Cidadelhe e Castelo de Pinhel
Apesar do PDM integrar um inventário de valores patrimoniais não classificados, não integrava
disposições regulamentares no sentido da sua salvaguarda e valorização. O PDM apontava uma
série de medidas respeitantes à vertente do património expostas no quadro seguinte.
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Quadro 11. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do património arqueológico e edificado
Sector Proposta Execução Observações
Arqueológico
Levantamento das pontes, calçadas e caminhos medievais Não
executado Não existe um
levantamento sistemático.
Levantamento e investigação do património arqueológico Executado
parcialmente
Não existe um levantamento e estudo sistemáticos de todo o
património arqueológico.
Edificado
Levantamento dos Solares Não
executado
Não existe um levantamento e estudo
sistemáticos.
Valorização do Castelo, Atalaia Não
executado -
Processos de classificação: Solar Menas Falcões, Solar Cunha e Vasconcelos, Solar Mendes Pereira, Solar Abranches de Figueiredo, Solar dos Fodalgos de St.ª Eufémia, Solar do Barão de Mogadouro, Edifício com varanda alpendrada, 1842, Lameiras, Solar de St.ª Eufémia, Ermida N.ª S.ª das Fontes, Igreja do Bogalhal
Executado parcialmente
-
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)
No que diz respeito aos processos de classificação não foram executados os processos de
classificação do:
Solar Cunha e Vasconcelos
Solar Abranches de Figueiredo
Solar dos Fidalgos de St.ª Eufémia
Solar do Barão de Mogadouro
Edifício com varanda Alpendrada, 1842, Lameiras
Solar de St.ª Eufémia
Ermida N.ª S.ª das Fontes
Igreja do Bogalhal
Solar dos Mena Falcão
Paço Episcopal de Pinhel
Capela de São Sebastião
O município mantém a estratégia de executar a totalidade das medidas não executadas durante a
vigência do PDM, no que respeita ao património.
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C. Condições Socioeconómicas
C.1. Evolução Demográfica
A população no concelho de Pinhel era, segundo os Censos, em 2001 de 10 954 habitantes em
2011 de 9 503 habitantes. Os últimos dados disponíveis, dados estatísticos do INE, referem 8 727
habitantes no ano de 2017.
O PDM apresentava, na ausência de significativas mutações nas características demográficas
concelhias, uma hipótese de evolução demográfica para a década subsequente (2000) que
estimava uma população residente 13 768 (modelo I - modelo natural baseado nos movimentos
naturais da população) ou 13 345 (modelo II – modelo real baseado nos movimentos naturais e
migratórios). Contudo, o nível populacional que se veio a verificar, através dos dados
disponibilizados pelo INE, em 2000, foi de 10 880 habitantes. O valor estimado pelo PDM’95 veio
a verificar-se muito acima do indicado pelos dados do INE.
Por sua vez, através dos anuários estatísticos, sabe-se que a variação populacional entre 1995
(ano em que o PDM entrou em vigor) e 2016 foi de -2 337 habitantes. À semelhança do que
acontece no País, assiste-se a um decréscimo dos nascimentos face ao número de óbitos, o que
se tem vindo a traduzir em consecutivos saldos naturais negativos.
C.2. Habitação
Analisando a evolução do parque habitacional entre 2001 e 2011 verifica-se que, quando
analisado o concelho globalmente, o número de alojamentos registou um crescimento de 9,9%,
em contrapartida, o número de edifícios tem vindo a registar um crescimento de 10,7%. Estes
valores podem ser considerados residuais, preconizando uma estagnação da dinâmica construtiva
para Pinhel. Relativamente ao comportamento registado quer na população quer no número de
famílias, registaram-se decréscimos de 11,4% e 8,4%, respetivamente.
Assim, é possível concluir que não haverá à partida problemas de alojamento, como evidencia o
quadro seguinte.
Quadro 5. População, famílias, alojamentos e edifícios, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)
Unidade Geográfica
População Famílias Alojamentos Edifícios
2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011
Alverca da Beira 495 463 -6,5 222 203 -8,6 372 446 19,9 369 445 20,6
Atalaia 160 99 -38,1 80 52 -35,0 177 187 5,6 177 187 5,6
Azevo 263 195 -25,9 132 105 -20,5 256 277 8,2 256 277 8,2
Bogalhal 68 37 -45,6 34 19 -44,1 65 65 0,0 65 65 0,0
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Unidade Geográfica
População Famílias Alojamentos Edifícios
2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011
Bouça Cova 155 104 -32,9 70 46 -34,3 122 93 -23,8 122 93 -23,8
Cerejo 205 132 -35,6 96 71 -26,0 192 186 -3,1 188 186 -1,1
Cidadelhe 52 40 -23,1 25 23 -8,0 64 62 -3,1 64 61 -4,7
Ervas Tenras 157 142 -9,6 55 53 -3,6 84 93 10,7 84 92 9,5
Ervedosa 260 190 -26,9 100 84 -16,0 151 126 -16,6 151 125 -17,2
Freixedas 1066 905 -15,1 421 366 -13,1 717 915 27,6 706 909 28,8
Gouveia 358 314 -12,3 140 135 -3,6 310 265 -14,5 310 264 -14,8
Lamegal 360 253 -29,7 156 118 -24,4 319 253 -20,7 318 252 -20,8
Lameiras 396 290 -26,8 148 122 -17,6 223 240 7,6 223 240 7,6
Manigoto 195 186 -4,6 85 83 -2,4 170 167 -1,8 169 166 -1,8
Pala 629 543 -13,7 235 222 -5,5 370 431 16,5 360 426 18,3
Pereiro 190 150 -21,1 77 69 -10,4 140 180 28,6 140 180 28,6
Pinhel 3462 3518 1,6 1206 1291 7,0 1829 2121 16,0 1418 1691 19,3
Pínzio 527 453 -14,0 213 193 -9,4 430 472 9,8 416 465 11,8
Pomares 184 120 -34,8 78 58 -25,6 181 144 -20,4 181 144 -20,4
Póvoa d ‘ÉL-Rei 74 53 -28,4 32 23 -28,1 54 49 -9,3 54 49 -9,3
Safurdão 154 108 -29,9 62 50 -19,4 128 121 -5,5 127 121 -4,7
Santa Eufémia 194 172 -11,3 88 79 -10,2 197 229 16,2 197 229 16,2
Sorval 88 80 -9,1 46 41 -10,9 80 93 16,3 80 93 16,3
Souro Pires 594 588 -1,0 231 224 -3,0 324 465 43,5 319 457 43,3
Valbom 298 214 -28,2 125 92 -26,4 198 174 -12,1 196 174 -11,2
Vale de Madeira 146 92 -37,0 57 42 -26,3 88 109 23,9 87 109 25,3
Vascoveiro 224 186 -17,0 85 78 -8,2 165 179 8,5 161 179 11,2
Total 10954 9627 -12,1 4299 3942 -8,3 7406 8142 9,9 6938 7679 10,7
Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)
Analisados dados mais recentes, presentes no quadro abaixo, tem-se que entre os anos de 2001 e
de 2011 o Concelho registou uma dinâmica de crescimento dos edifícios de habitação familiar
clássicos e dos alojamentos familiares clássicos, tendo verificado aumentos consecutivos no
período mencionado da ordem dos 10,7%, quanto aos edifícios de habitação familiar e de 9,9%,
referente aos alojamentos familiares clássicos.
Perante estes dados é possível extrapolar uma recente dinâmica de crescimento urbanística dos
edifícios e dos alojamentos de habitação familiar clássica.
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Gráfico 1. Edifícios e alojamentos no concelho de Pinhel (2001 e 2017)
Fonte: INE (Censos 2001 e Anuários Estatísticos 2001 – 2017)
A par da tendência atrás referida, assiste-se também, de forma geral, a uma evolução positiva em
termos qualitativos referentes às infraestruturas e ao nível de equipamento dos alojamentos, sendo
que esta evolução foi particularmente notória em relação à existência banho ou duche e de retrete,
com crescimentos de 1,9% e 1,2% respetivamente, como se pode verificar pelo quadro seguinte.
Quadro 6. Condições de equipamentos (eletricidade, água, retrete, banho ou duche) nos alojamentos familiares de
residência habitual, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)
Unidade Geográfica
Eletricidade Água Retrete Banho ou Duche
2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011
Alverca da Beira 221 - - 219 203 -7,3 215 203 -5,6 208 201 -3,4
Atalaia 79 - - 78 51 -34,6 71 50 -29,6 68 49 -27,9
Azevo 128 - - 116 96 -17,2 91 90 -1,1 86 87 1,2
Bogalhal 33 - - 33 19 -42,4 23 18 -21,7 23 18 -21,7
Bouça Cova 68 - - 36 46 27,8 39 46 17,9 32 46 43,8
Cerejo 95 - - 86 68 -20,9 83 70 -15,7 75 65 -13,3
Cidadelhe 24 - - 18 19 5,6 18 19 5,6 18 19 5,6
Ervas Tenras 55 - - 46 52 13,0 40 47 17,5 39 46 17,9
Ervedosa 99 - - 90 79 -12,2 79 76 -3,8 79 75 -5,1
Freixedas 417 - - 392 358 -8,7 372 354 -4,8 340 343 0,9
Gouveia 139 - - 104 130 25,0 94 123 30,9 93 120 29,0
Lamegal 153 - - 146 114 -21,9 127 108 -15,0 123 107 -13,0
Lameiras 147 - - 136 119 -12,5 134 119 -11,2 130 117 -10,0
Manigoto 84 - - 81 82 1,2 78 82 5,1 73 82 12,3
Pala 234 - - 233 219 -6,0 228 216 -5,3 216 214 -0,9
Pereiro 77 - - 77 68 -11,7 76 68 -10,5 72 66 -8,3
Pinhel 1201 - - 1197 1280 6,9 1097 1277 16,4 1160 1273 9,7
Pínzio 207 - - 203 188 -7,4 199 187 -6,0 193 186 -3,6
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Unidade Geográfica
Eletricidade Água Retrete Banho ou Duche
2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011
Pomares 77 - - 77 58 -24,7 70 55 -21,4 63 54 -14,3
Póvoa d ‘ÉL-Rei 32 - - 25 23 -8,0 25 22 -12,0 22 21 -4,5
Safurdão 60 - - 59 49 -16,9 53 49 -7,5 52 49 -5,8
Santa Eufémia 88 - - 86 78 -9,3 79 76 -3,8 72 74 2,8
Sorval 45 - - 33 35 6,1 28 34 21,4 16 34 112,5
Souro Pires 227 - - 227 223 -1,8 220 222 0,9 213 214 0,5
Valbom 121 - - 114 90 -21,1 108 88 -18,5 106 86 -18,9
Vale de Madeira 53 - - 53 42 -20,8 49 41 -16,3 46 40 -13,0
Vascoveiro 85 - - 85 77 -9,4 74 77 4,1 74 76 2,7
Total 4249 - - 4050 3866 -4,5 3770 3817 1,2 3692 3762 1,9
Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)
Quadro 7. Regime de ocupação dos alojamentos, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)
Unidade Geográfica
2001 2011
Ocupados
Vago
Ocupados
Vago
Habitual Sazonal Habitual Sazonal
Alverca da Beira 222 141 9 202 157 86
Atalaia 80 95 2 52 134 1
Azevo 132 97 27 104 105 67
Bogalhal 34 24 7 19 38 8
Bouça Cova 70 48 4 46 47 0
Cerejo 96 50 46 71 55 60
Cidadelhe 25 36 3 19 27 15
Ervas Tenras 55 23 6 53 33 7
Ervedosa 100 46 5 84 37 5
Freixedas 421 203 93 365 292 257
Gouveia 140 122 48 135 103 27
Lamegal 155 131 33 118 134 1
Lameiras 148 70 5 122 83 35
Manigoto 85 58 27 82 58 26
Pala 234 115 20 221 138 71
Pereiro 77 63 0 69 104 7
Pinhel 1198 349 274 1281 528 307
Pínzio 211 192 25 191 3 277
Pomares 78 77 26 58 86 0
Póvoa d ‘ÉL-Rei 32 16 6 23 26 0
Safurdão 62 48 18 50 71 0
Santa Eufémia 88 105 4 79 101 49
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Unidade Geográfica
2001 2011
Ocupados
Vago
Ocupados
Vago
Habitual Sazonal Habitual Sazonal
Sorval 46 34 0 41 50 2
Souro Pires 226 82 15 224 182 59
Valbom 123 58 17 92 46 36
Vale de Madeira 54 32 2 42 46 21
Vascoveiro 85 79 1 78 70 31
Total 4277 2394 723 3921 2754 1455
Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)
Através do quadro anterior verifica-se que, tendo como referência o ano 2011, os alojamentos
destinam-se maioritariamente a residência habitual, correspondendo a este tipo de ocupação cerca
de 48,2% do total dos alojamentos. Importa focar que os alojamentos utilizados em regime de
ocupação sazonal têm um peso considerável, constituindo 33,9% do total dos alojamentos
existentes e tendo sido a par dos alojamentos vagos, o tipo de regime de ocupação que registou
acréscimo do ano de 2001 para o de 2011, registando-se um aumento de 1,5% e 8,1%,
respetivamente. Sendo ainda de referir o significativo decréscimo 9,6% verificado nos alojamentos
de residência habitual que, no ano de 2001, representavam 57,8% dos alojamentos do concelho de
Pinhel.
Este crescimento da importância relativa do uso sazonal, apesar da baixa absoluta da residência
habitual, não é feito à custa de transferências de residência habitual para sazonal, porquanto se
verifica um crescimento absoluto no número de alojamentos, o que significa que de facto há uma
vontade exógena pela residência sazonal proveniente de indivíduos exteriores ao concelho e que
se instalam, ainda que em determinadas épocas do ano, no concelho.
C.3. Socioeconómica
Sobre a população e a sua condição perante o trabalho, verifica-se que do total dos 9 627
residentes no Concelho, em 2011, cerca de 3 666 inseriam-se no grupo da população ativa, o que
corresponde a uma taxa de atividade de 38,1%, isto é, aproximadamente 38% da população
participa ativamente no processo produtivo ou encontra-se em condições de o fazer, como se
comprova nos dados do quadro seguinte.
Quadro 8. População residente, segundo a condição perante a atividade económica, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)
População 2001 2011 Variação
População Ativa – Total 4 518 3 666 -18,9
População Inativa - Doméstico 735 - -
População Inativa - Estudante 783 1 402 79,1
População Inativa - Incapacitado 347 - -
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População 2001 2011 Variação
População Inativa - Menos de 15 anos 1 323 1 000 -24,4
População Inativa - Outros casos 193 186 -3,6
População Inativa - Reformado 3 055 3 615 18,3
População Inativa - Total 6 436 5 961 -7,4
Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)
Sobre os sectores de atividade, como se pode visualizar no gráfico seguinte, constata-se que
entre 2001 e 2011 se confirmou o processo de alteração da composição dos sectores de
atividade. O Sector Primário era, em 1991 o mais representativo na estrutura socioeconómica do
município ocupando cerca de 40% da sua população ativa. Passada uma década o paradigma
económico inverteu-se, passando o sector primário a ser o menos representativo da estrutura
socioeconómica.
O grande destaque é concedido ao sector secundário, que por sua vez, em comparação, era
aquele que na década de ’90 tinha menor expressão (22%). No entanto, no ano de 2011, verifica-
se que este tem vindo a absorver um quantitativo maior de mão-de-obra (38,5%) o que se traduziu
num acréscimo de 12,6% na população ativa afeta ao secundário.
O sector terciário, que acompanhando a tendência generalizada viu o seu quantitativo aumentar
expressivamente no período em análise, afirmando-se como o mais representativo na estrutura
socioeconómica com 62,5% em 2011.
Gráfico 2. Evolução da representatividade da população ativa, por sectores da atividade, no concelho de Pinhel (2001 e
2011)
Fonte: INE (Censos, 2001 e 2011)
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C.4. Educação
Em termos da qualificação académica, a população concelhia apresentava, em 2001, ainda um
baixo nível de instrução sendo predominante no concelho a população detentora de apenas o 1.º
Ciclo do Ensino Básico (ensino primário), representando mais que o conjunto da população que
concluiu os estudos nos outros níveis de ensino. Muito significativa é ainda a população que não
possui qualquer nível de ensino, representando cerca de 17% da população residente.
Da análise comparativa entre os dois períodos censitários, pode concluir-se que, apesar da
diminuição da natalidade que se tem verificado nas últimas décadas, é mais significativa a parcela
da população que frequentou e concluiu os vários níveis de ensino, registando-se um aumento da
população com maiores índices de instrução.
Quadro 9. População residente, segundo o nível de instrução (completo), no município de Pinhel (2001 e 2011)
Nível de Escolaridade 2001 2011 Percentagem
N.º N.º (%)
População Residente 10 954 9 627 -
População – Nenhum Nível de Ensino 1 898 2 272 23,6
População – 1.º Ciclo Ensino Básico (completo) 3 392 3 417 35,5
População – 2.º Ciclo Ensino Básico (completo) 872 1 023 10,6
População – 3.º Ciclo Ensino Básico (completo) 381 1 352 14
População – Ensino Secundário (completo) 311 941 9,8
População – Ensino Médio (completo) 37 51 0,5
População – Ensino Superior (completo) 285 571 5,9
População a frequentar o ensino 1 915 1 402 14,6
Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)
D. Gestão Urbanística
Os dados e a informação constante nesta secção dizem respeito à análise de elementos no âmbito
da gestão urbanística da CMP, no período decorrido de vigência do PDM, tendo como base os
dados compilados pelo município, complementado com outros dados oficiais publicados e
disponíveis no Instituto Nacional de Estatística.
Grosso modo, a organização desta secção segue a organização do inquérito da DGOTDU (Inquérito
‘Avaliação do PDM em Vigor’, da responsabilidade da DGOTDU, lançado aos municípios),
contemplando os dados gerais em termos de população, famílias, alojamentos e edifícios, ao uso do
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solo referente às áreas das classificações e categorias de espaços do PDM’95, às áreas de regime
especial presentes no território municipal, à ocupação atual do solo consubstanciada na
consideração das áreas urbanizáveis e previstas ocupadas no tempo decorrido e à dinâmica
construtiva / edificatória em termos do número de licenças / autorizações concedidas, e por fim à
verificação da evolução do grau de cobertura das infraestruturas.
Na impossibilidade de aceder ao referido inquérito, os dados do presente ponto foram compilados
de forma a conferir uma leitura, ainda que reduzida, das áreas afetas aos perímetros urbanos.
D.1. Dados Gerais
Como se demonstrou nos pontos anteriores, assistiu-se a um decréscimo no número de população
absoluta entre 2001 e 2011, tendência que se manteve de acordo com os dados mais recentes,
nomeadamente os expressos nos Anuários Estatísticos, referentes a 2016. Relativamente às
famílias, de acordo com os dados disponíveis até 2011 o número de famílias tem experimentado
uma diminuição, embora menos significativa do que a população.
Os restantes dados, nomeadamente a dinâmica edificatória e construtiva, registaram valores
positivos mantendo-se deste modo as necessidades de habitação e de manutenção e qualificação
das infraestruturas. De facto, o número de alojamentos e de edifícios, como já se apurou, depois de
um período de estagnação (’91 a ’01), evidenciam uma dinâmica urbanística positiva na ordem dos
5%.
A população estimada no PDM para o horizonte do plano, que para efeitos da projeção demográfica
foi fixado no ano 2000, apontava para dois cenários: o modelo natural com 13 768 habitantes e o
modelo real com 13 345 habitantes. Tendo-se como referência o ano de 2001 com um valor de 10
954 habitantes, verifica-se que as estimativas, embora com a ressalva de corresponderem ao
horizonte de 2000, ficaram algo acima da realidade.
D.2. Uso do Solo
No que se refere à ocupação atual, verifica-se, através do quadro seguinte, que as área
delimitadas para ocupação de espaço urbano no PDM’95 contabilizam 396,8 ha sendo que o
Espaço Urbano e Urbanizável contabiliza 313,6 ha, construção condicionada 40,8 ha e Indústria
42,4 ha que se encontram delimitados somente nos aglomerados de Alverca da Beira, Freixedas,
Malta, Souropires e Pinhel.
De referir que dos 42,4 ha associados à classe de espaço Indústria 35,8 ha se refere a Indústria
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proposta. E que apesar de identificado nas Plantas de Ordenamento Equipamentos Desportivos e
Recreativos, estes não foram contabilizados, pelo motivo de não se encontrarem em formato
vectorial.
Quadro 10. Áreas delimitadas como espaço urbano no PDM em vigor do concelho de Pinhel
Área Urbana ou Urbanizável Município (ha)
Área urbana e urbanizável 313,6
Construção condicionada 40,8
Indústria 42,4
TOTAL 396,8
Fonte: Câmara Municipal de Pinhel
D.2.1. Reserva Agrícola Nacional - RAN
A RAN não ocupa grandes áreas do Concelho, estando restrita aos terrenos férteis adjacentes às
linhas de água – veigas -, podendo haver a necessidade de corrigir erros pontuais na delimitação
da Reserva provocados pela falta de rigor das técnicas usadas as quais poderão ter provocado
desfasamentos.
Um dos exemplos mais flagrantes desses erros diz respeito ao aglomerado urbano do Carvalhal
(freguesia da Atalaia) uma vez que se delimitou a mancha da RAN sobre o aglomerado urbano.
D.2.2. Reserva Ecológica Nacional - REN
Existência de uma mancha apreciável de área classificada como REN, não se denotando
situações flagrantes de manchas urbanas inseridas na Reserva. Esta constatação não invalida a
desatualização e eventuais erros na delimitação da REN, por exemplo terrenos urbanizados já
ocupados e infraestruturados que se encontram em REN, tanto mais que, como se refere no ponto
da Base Cartográfica, a cartografia utilizada não é recente. Dá-se como exemplo desta situação os
aglomerados urbanos de St. Eufémia e de Cerejo.
Outro exemplo distinto é o caso do aglomerado urbano de Valbom, que para além de coincidir com
a mancha da REN também é coincidente com a mancha da RAN.
Esses erros pontuais na delimitação da Reserva provocados pela falta de rigor das técnicas
usados na altura poderão ter originando desfasamentos, - exemplo ‘deslizamento de tramas’ levou
a que a delimitação da Reserva por exemplo num determinado leito de cheia não coincidir com a
linha de água que gera a condicionante nem com o seu leito de cheia.
Os ecossistemas da REN constantes no território de Pinhel são os seguintes:
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Leitos dos cursos de água e Zonas ameaçadas pelas cheias
Cabeceiras das linhas de água
Áreas de máxima infiltração
Albufeiras
Áreas em risco de erosão
Escarpas
D.3. Outras Condicionantes
Temos à partida identificadas uma série de Condicionantes/Servidões e Restrições de Utilidade
Pública, expressas em sede de regulamento e transcritas na Planta de Condicionantes:
RAN
Os vários ecossistemas da REN (referidos no ponto da REN)
Vizinhança de vias rodoviárias
Proteção às vias férreas
Proteção às linhas de alta e média tensão
Domínio público hídrico
Vizinhança dos cursos de água
Vizinhança dos marcos geodésicos
Proteção às barragens e albufeiras
Vizinhança de pedreiras
Concessão mineira da Ladeira das Vinhas
Vizinhança dos edifícios escolares
Proteção a imóveis classificados
Regime florestal – áreas de risco de incêndio
Áreas ardidas
Merece desde já especial referência a Zona de Proteção Especial – ZPE - (diretiva Aves) do Vale
do Côa da Rede Natura 2000, a qual abrange, globalmente, o topo Norte de Pinhel e o leito do Rio
Côa (conforme o esboço apresentado a seguir). Esta mancha será alvo de regulamentação própria
por parte da entidade competente – ICNF.
Quadro 11. Concelhos envolvidos na Zona de Proteção Especial do Vale do Côa da Rede Natura 2000
Concelho Área (ha) Percentagem do concelho
Classificado
Percentagem da ZPE no concelho
Figueira de Castelo Rodrigo 7 595,912 15 % 37 %
Meda 458,328 2 % 2 %
Pinhel 5 520,792 11 % 27 %
Vila Nova de Voz Côa 7 053,425 18 % 34 %
Fonte: ICNF (2018)
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Figura 30. Representação esquemática da Rede Natura 2000 ZPE do Vale do Côa
Fonte: ICN
D.4. Ocupação Atual do Solo
Entre 1995 e 2009, segundo os dados fornecidos pelo INE apresentados no quadro seguinte,
foram licenciados um total de 1 853 edifícios, em que maioritariamente são destinados para fins
habitacionais, com 1 248 licenciamentos, e os restantes disseminam-se por outros usos.
Quadro 12. Número de edifícios licenciados (construções novas) no concelho de Pinhel (1995-2009)
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Agricultura 11 15 6 1 6 1 3 11 4 11 13 10 4 7 9
Habitação familiar 46 58 62 72 62 46 37 52 58 77 66 67 39 17 19
Indústria Extrativa 1 - 1 - - - 1 - - - - - - 1 2
Indústria Transformadora
2 1 - 2 2 1 - 1 - - - 2 1 2 1
Escritórios 2 - 1 2 - - 1 - - 1 1 - 1 - -
Convivências - - - - 1 - - - 1 - - - 1 - -
Unidades comerciais de
dimensão relevante
- - - - - - - - 1 - 1 - - - -
Estabelecimento hoteleiro e de
turismo no espaço rural
- - - - - - - - - 1 - - - 1 -
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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Atividades recreativas e
culturais - - 1 - - - - - - - - - - - 1
Estabelecimento de restauração e
de bebidas - - - - - - - - - - - - 1 - 1
Comércio tradicional
- - - - - - - - - - 1 1 1 1 1
Uso Geral 2 5 6 15 15 11 6 21 23 35 15 18 18 14 10
TOTAL 64 79 77 92 86 59 48 85 87 125 97 98 66 43 44
Fonte: INE, Inquérito aos Projetos de Obras de Edificação e de Demolição de Edifícios (1995 – 2009)
Assim, verifica-se uma variação de tendência positiva na edificação, quer no período 1995 - 1998
quer no período 2001-2004.
Gráfico 3. Obras de edificação (N.º) de construções novas, por destino de obra, no concelho de Pinhel (1995 e 2017)
Fonte: INE (2018)
Importa referir que dados mais recentes exibidos no gráfico 3, relativamente ao destino de obra
das construções novas, confirmam o domínio da habitação familiar como destino de obra. De notar
que entre 1995 e 2017 se registou uma média de 84 processos por ano.
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Gráfico 4. Edifícios concluídos (N.º) construções novas, por destino de obra, no concelho de Pinhel (1995 e 2017)
Fonte: INE (2018)
Relativamente à evolução dos edifícios concluídos, a tendência indica ser semelhante à
demonstrada anteriormente, havendo uma perda de fulgor a partir de 2004.
Importa ainda considerar uma transformação essencial na intervenção e apropriação do território
que se verifica na evolução da melhoria das condições de habitabilidade, e das novas
necessidades contemporâneas de qualidade de vida, traduzidas em intervenções que são
tipologicamente mais variadas e apetrechadas quer em termos de divisões, quer em termos de
áreas adstritas à superfície habitacional.
A partir dos dados constantes no gráfico seguinte é possível verificar uma evolução variável nas
últimas décadas. De notar que as estimativas para 2016 e 2017 apresentam um cenário de maior
superfície média habitável das divisões em construções novas.
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Gráfico 5. Edifícios licenciados (N.º) e superfície habitável média das divisões licenciadas e concluídas (m2) no concelho de
Pinhel (1995-2017)
*Informação com base nas Estimativas de Obras Concluídas para os anos de 2016 e 2017.
Dados definitivos até 2010 e preliminares de 2011 em diante.
Fonte: INE, Inquérito aos Projetos de Obras de Edificação e de Demolição de Edifícios (2018)
Estas transformações e formas de construção e apropriação do espaço não se revelam apenas ao
nível da dimensão do edificado e da área habitável, mas também ao nível da área adjacente,
constatando-se que se verifica também um aumento na área adjacente aos edifícios, referentes
quer a espaço público, quer a espaço de logradouro privado.
Estes fatores alteram substancialmente as formas de apropriação dos aglomerados existentes,
bem como alteram dramaticamente as formas de construção dos espaços urbanos, e as relações
construído / não construído, espaço público / espaço privado, espaço edificado / espaço natural.
Revelam de igual modo ruturas com as formas tradicionais que muitos dos aglomerados revelam,
acontecendo sobretudo nas suas franjas, com tipologias diferenciadas. Estas novas intervenções
são assim mais extensas em termos de ocupação física do território, ainda que em termos de
impermeabilização sejam reduzidas em virtude dos seus baixos índices de impermeabilização.
Necessitam assim de uma maior extensão territorial para acomodar o mesmo número de
habitantes que outrora.
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D.5. Infraestruturas
Como se referiu anteriormente foi produzido um grande esforço na infraestruturação do território
concelhio, nos últimos anos, mais concretamente desde o ano base, reportado ao ano do Censos
de 1991, e a “data atual” reportada ao ano de 2019, perfazendo um intervalo de cerca de 28 anos.
O quantitativo de população servida pelas redes de abastecimento de água e de drenagem de
esgotos revelou melhorias substanciais, encontrando-se atualmente praticamente servida toda a
população concelhia em termos de abastecimento e com mais de metade da população abrangida
pela rede pública de saneamento básico, apresentando números mais favoráveis se se considerar
todas as situações, nomeadamente as soluções privadas que fazem aumentar o quantitativo de
alojamentos com ligações a redes de drenagem de esgotos.
Também ao nível da recolha de resíduos sólidos urbanos, se evidenciou uma melhoria tendo-se
atingido a plena cobertura.
E. Apreciação Global
Tal como se referiu no ponto B., o presente documento pretende responder essencialmente a três
pontos conforme previsto na Portaria n.º 1474/2007, de 16 de novembro12
:
Níveis de execução do plano
Evolução dos principais indicadores de caracterização
Avaliação da qualidade ambiental
Após o conjunto de análises específicas demonstradas nos pontos anteriores, importa, pois,
constituir uma apreciação global sobre esses mesmos três pontos, que consubstanciam uma
apreciação crítica ao PDM’ 95, e sobretudo, ao que sucedeu no tempo decorrido desde a sua
aprovação e a sua vigência, conformando assim uma avaliação que fundamenta a necessidade do
processo modificativo, e que sustenta a necessidade da sua revisão.
A metodologia adotada com vista a aferir o nível de execução das medidas propostas no PDM’95,
tornando a informação mensurável consiste na atribuição de 1 ponto às propostas executadas, 0,5
pontos às propostas executadas parcialmente / em execução e, naturalmente às não executadas
atribui-se 0 pontos.
12
Artigo 3º. da Portaria n.º 1474/2007, de 16 de novembro.
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E.1. Níveis de Execução
Neste ponto consideraram-se as questões relativas à execução das medidas propostas no PDM
’95, em termos de ordenamento / zonamento, em termos de infraestruturas, de equipamentos e de
acessibilidades.
E.1.1. Ordenamento / Zonamento
Percorrendo isoladamente cada um destes itens, é possível constatar que, de uma forma geral, e
no que se refere às propostas no âmbito do ordenamento / zonamento, os níveis de execução são
relativamente baixos no que concerne à concretização dos instrumentos, figuras e possibilidades
que se afiguravam nas propostas.
Quadro 13. Níveis de Execução dos Planos / Estudos
Sector Proposta Execução Nível
Planos e Estudos Urbanísticos
Plano de Pormenor da cidade de Pinhel 0
18%
Plano de qualificação do Parque Municipal da Trincheira 0
Estudo de localização e projeto para o complexo desportivo 0,5
Projeto de ampliação do loteamento industrial 1
Plano de Salvaguarda da Área do Centro Histórico de Pinhel 0
Plano de Salvaguarda para Cidadelhe 0,5
Plano de Salvaguarda para Aldeia 0
Estudos de valorização e salvaguarda do património concelhio 0
Arranjo do Largo da Feira (Freixedas) 0
Estudo de zona Verde em Alverca da Beira 0
Estudo de ordenamento para o aglomerado de Pínzio 0
E.1.2. Infraestruturas
Relativamente às infraestruturas embora o nível de execução seja positivo, a mudança da
entidade gestora do abastecimento de água e do saneamento básico veio estabelecer um novo
cenário em relação ao que foi preconizado pelo atual PDM, com melhorias significativas.
Quadro 14. Níveis de Execução das Infraestruturas
Sector Proposta Execução Nível Nível Total
Abastecimento de Água
Construção de 1 reservatório de 50 m3 em Penhaforte e Roque 1
60% 61%
Construção de 1 reservatório com a capacidade de 110 m3 em
Alverca da Beira 1
Reforço da captação na Ribeira de Espedrada e a construção de 1 reservatório de 110 m
3
0,5
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Sector Proposta Execução Nível Nível Total
Remodelação da rede de distribuição do Lamegal e a construção de 1 paredão na Ribeira de Pega junto à captação para armazenamento de caudais
0
Construção de 1 reservatório em Pínzio com a capacidade de 160 m
3
0
Beneficiação de algumas captações com a construção de albufeiras localizadas nas ribeiras de Massueime, das Cabras e da Pega
0
Instalação de contadores nos domicílios e reservatórios principais e verificação do estado de conservação dos existentes
1
Ligação da rede de abastecimento de água em Ervedosa 1
Substituição da rede de distribuição do Bogalhal 1
Reparação da rede de distribuição de água existente em Pinhel 0,5
Saneamento Básico
Construção de fossas sépticas em Pinhel para tratamento de efluentes e ETAR no loteamento industrial
0
25% Construção de redes de drenagem de esgotos e tratamento de efluentes nos lugares de manifesto crescimento populacional
0,5
Elétrica Reforço e melhoria do serviço prestado 1 100%
Telecomunicações Reforço e melhoria do serviço prestado 1 100%
E.1.3. Equipamentos
Ao nível da dotação e programação de equipamentos o PDM apontava para a execução e
renovação de vários equipamentos e de diversos tipos, o que, conforme se pode verificar no
quadro seguinte, ficou aquém das expectativas, tendo-se atingido um nível de concretização na
ordem dos 19%
Quadro 15. Níveis de Execução dos Equipamentos
Sector Proposta Execução Nível Nível Total
Escolares
Proposta de 5 centros escolares: Pinhel, Souro Pires, Freixedas e Lamegal que alterna com Manigoto, assim como Pala com Valbom
0 25%
19%
Construção de uma residência de estudantes 1
Criação de uma escola de formação técnico-profissional 0
Criação de 5 creches 0
Administrativos
Construção ou adaptação de edifícios existentes à instalação de sedes de juntas de freguesias de: Azêvo, Bogalhal, Bouça Cova, Cerejo, Cidadelhe, Ervas Tenras, Ervedosa, Lamegal, Pereiro, Pomares, Safurdão, Valbom e Vascoveiro
0,5 50%
Saúde Instalação de uma extensão do centro de saúde em Lamegal 0 0%
Alargamento da área de influência da extensão de Azêvo 0
Outros Criação de uma infraestrutura de apoio aos transportes públicos rodoviários, funcionando como possível elemento de ligação entre as carreiras locais e as carreiras expresso.
0 0%
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E.1.4. Património
No que respeita ao Património o PDM’95 apontava para a classificação dos imóveis mencionados
no Quadro 22, assim como a recuperação / reabilitação de vários elementos patrimoniais. A
execução das propostas ficou apenas por 20%.
Quadro 16. Níveis de Execução do Património
Sector Proposta Execução Nível Nível Total
Arqueológico Levantamento das pontes, calçadas e caminhos medievais 0
25%
20%
Levantamento e investigação do património arqueológico 0,5
Edificado
Levantamento dos Solares 0
17%
Valorização do Castelo, Atalaia 0
Processos de classificação: Solar Menas Falcões, Solar Cunha e Vasconcelos, Solar Mendes Pereira, Solar Abranches de Figueiredo, Solar dos Fodalgos de St.ª Eufémia, Solar do Barão de Mogadouro, Edifício com varanda alpendrada, 1842, Lameiras, Solar de St.ª Eufémia, Ermida N.ª S.ª das Fontes, Igreja do Bogalhal
0,5
E.1.5. Acessibilidades
As intervenções ocorridas em matéria da rede de acessibilidades que percorrem ou atravessam o
município melhoraram os níveis de serviço, quer em termos no aumento da cobertura dos
aglomerados populacionais, quer em termos da correção de traçados e aumento das velocidades
de projeto e da comodidade e segurança das vias. Essas melhorias apenas tiveram tradução em
38% das propostas do PDM’95, sendo as restantes, outras intervenções não programadas.
Quadro 17. Níveis de Execução das Acessibilidades
Sector Proposta Execução Nível
Acessibilidades
Beneficiação e retificação da EN 221 em Pinhel entre Figueira de Castelo Rodrigo e o nó do IP5 no concelho da Guarda
0,5
38%
Beneficiação e retificação da EM 574 entre Pinhel e o nó de Pínzio 1
Conclusão dos trabalhos de beneficiação da EM 595 de St.ª Eufémia ao limite do concelho
0
Conclusão da construção da EM do Barregão ao Manigoto e da EM 607 de Cidadelhe ao limite do concelho
0,5
Construção dos caminhos municipais: Pereiro – Carvalhal e Carvalhal – Atalaia 0
Construção da EM de ligação entre Salgueiral e Lamegal 0
Beneficiação e retificação da EN 324 na ligação à estação ferroviária 1
Construção do troço “Variantes a Pinhel – Meda” facilitando a ligação da sede de concelho ao IP2, caso seja construído o nó previsto. Se o nó se vier a situar nas proximidades da EM 595 ou da EN 226 seria a beneficiação e retificação de uma destas vias com ligação às variantes a Pinhel ou à EN 221
0
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E.1.6. Turismo
Em relação ao sector do Turismo o PDM’95 não apontava nenhum empreendimento / projeto
turístico.
E.2. Evolução dos Indicadores de Caracterização
E.2.1. Demografia
A evolução demográfica verificada, no período intercensitário (2001-2011), revelou um decréscimo
na população residente (-1 358 habitantes). O município nos últimos anos (2001-2011), segundo
os dados disponíveis, tem vindo a manter a quebra populacional, embora com menor expressão.
O desafio do município deverá passar pelo incremento positivo do saldo natural que, apesar do
número de nascimentos, é grandemente afetado pelo número de óbitos, em virtude das taxas de
mortalidade que incidem na população mais idosa. Outro aspeto tem a ver com a capacidade de
retenção da população residente e com a capacidade de atração de população por parte do
município de Pinhel estabelecendo um saldo migratório que consiga atenuar a devolução
populacional.
Esta situação revela particular interesse, pois começa-se a definir em termos futuros, uma
tendência para uma certa diminuição da população do Concelho, essencialmente como
consequência do decréscimo do crescimento natural, ao qual está evidentemente associado o
envelhecimento da população.
E.2.2. Habitação
O parque habitacional após um período de uma certa estagnação (2001-2011) tem vindo a revelar
um crescimento continuado até 2011. No período intercensitário 2001-2011 o número de edifícios
de habitação familiar clássicos e o número de alojamentos de habitação familiar clássicos
aumentaram cerca de 5%, revelando uma dinâmica de intervenção no território.
No que respeita às condições de equipamento dos alojamentos familiares de residência habitual,
também se verificam de um modo global, avanços, nas condições de equipamentos,
demonstradas pelas taxas praticamente com níveis plenos na eletricidade e no abastecimento de
água, e com crescimentos substanciais no número de alojamentos com retrete e com banho ou
duche.
Salienta-se a apetência de localização de habitação de 2.ª residência e de residência sazonal.
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E.2.3. Socioeconómica
Neste ponto destaca-se essencialmente a redução verificada na proporção da população ativa em
relação ao total populacional entre 2001 e 2011, o que situa a participação da população no
processo produtivo em valores que atingem os 38%, ao invés dos anteriores 41%.
Nos sectores de atividade, verifica-se a transformação generalizada que acontece atualmente,
traduzida no decréscimo da população ativa no sector primário para o sector secundário. No
entanto o sector terciário constitui o grosso da atividade, com 62,5% da população ativa
enquadrada neste sector, em 2011.
E.2.4. Educação
Em termos de educação e formação, verifica-se que a população concelhia apresenta ainda um
baixo nível de instrução, sendo que 23,6% não possui qualquer nível de ensino e quase 1/3 da
população possui apenas como instrução o 1.º ciclo do ensino básico. No entanto, verifica-se um
aumento na proporção de população que detêm níveis de formação entre os períodos
intercensitários.
E.2.5. Apreciação
De um modo geral, o concelho de Pinhel apresenta alguns constrangimentos em alguns dos
indicadores considerados como seja a devolução populacional, o elevado índice de
envelhecimento, a fraca capacidade de retenção da população e a fraca capacidade de atracão de
ativos populacionais e económicos.
Por outro lado, o município denota um crescimento da dinâmica urbanística, a melhoria das
condições de habitabilidade, e melhoria das condições socioeconómicas e educacionais.
Na verdade, assiste-se a uma apetência real e potencial traduzida pela dinâmica de localização
habitacional, quer de 2.ª residência, quer de habitação puramente sazonal.
As outras formas de presença mais ou menos periódicas e/ou esporádicas, permitiram aumentar
as vivências e contrariar o recuo populacional, mantendo desta forma uma presença continuada
no território, e contribuindo decisivamente para a animação humana, social, cultural e económica
do município.
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E.3. Gestão Urbanística
De um modo genérico, no âmbito da gestão urbanística, é possível reconhecer que se
entrecruzam as dinâmicas de intervenção em termos do ordenamento e do zonamento, com as
dinâmicas socioeconómicas, cujas decisões de concretização passam pela gestão urbanística, e
cujas repercussões têm reflexo no território.
Os dados recolhidos e compilados na parte temática da gestão urbanística, tornam claras as
dinâmicas que o município tem experimentado nos últimos anos:
decréscimo da população residente;
fraca atratividade populacional;
recente dinâmica construtiva e apetência pela localização habitacional de 2.ª residência e
residência sazonal, traduzidos pelos dados do crescimento do número de edifícios e do número
de alojamentos e pelos dados do regime de ocupação dos alojamentos;
melhoria progressiva das condições de vida e de habitabilidade, verificável a partir das
condições de equipamento dos alojamentos, e maiores níveis de instrução formal.
Para além das situações imediatamente identificadas em reunião de Câmara, a 5 de março de
2002 e publicadas em Diário da República (transcrita na primeira parte deste documento), é
possível elencar um conjunto assinalável de dificuldades que vieram dificultar o relacionamento
das dinâmicas com o território.
De um modo geral, constata-se que em termos de ordenamento evidencia algumas lacunas tais
como:
Erros / indefinições de desenho – na anterior geração de PDM’s ainda não se utilizava desenho
assistido por computador nem se disponha de bases cartográficas rigorosas e completamente
atualizadas o que só por si dá origem a uma série de erros e imprecisões ao nível da
representação gráfica. A atualidade da cartografia e de desenho digital permitem agora um
maior rigor e melhor representação gráfica.
A própria leitura das Plantas de Ordenamento dos PDM de 1ª geração constituía um exercício
que requeria uma atenção redobrada, devido à sobreposição de tramas e à não utilização de
cores, o que as tornava uma peça complexa e pouco acessível ao comum dos munícipes,
conforme ilustrado na figura seguinte. Se no essencial as Plantas respondiam à função para
que se destinavam, já não respondiam suficientemente em termos de simplicidade e de
legibilidade, que constituem fatores importantes quer para a aceitação e “validação” por parte
da comunidade, quer para a gestão urbanística municipal.
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Figura 27. Extratos da planta de ordenamento dos aglomerados de Pala e de Malta no concelho de Pinhel
Inúmeros aglomerados do concelho de Pinhel nos quais existem bastantes edificações
presentes, arruamentos infraestruturados, definindo uma mancha urbana, não foram
delimitados na Planta de Ordenamento como Espaço Urbano. Aponta-se apenas a título
ilustrativo o aglomerado de Pínzio situado junto à EN 16 e o aglomerado de St.ªa Eufémia a
Norte do concelho (ver figura seguinte).
Figura 282. Aglomerados de Pínzio e de St.ª Eufémia no concelho de Pinhel
A delimitação da RAN e REN coincidente com aglomerados, em zonas edificadas e
infraestruturadas, como é o caso de Gouveias ilustrado na figura seguinte.
Pala
Malta
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Município de Pinhel | Lugar do Plano, Gestão do Território e Cultura, Lda.
Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor
Plano Diretor
Municipal Pinhel
Figura 29. Aglomerado de Gouveias no concelho de Pinhel
A não delimitação dos designados “núcleos antigos dos aglomerados” e a sua posterior
delimitação em sede de plano de pormenor, vigorando até lá uma apreciação caso a caso em
função da leitura da malha urbana e dos imóveis tradicionais existentes, como sucedeu na
maioria dos aglomerados do concelho de Pinhel.
Ausência em regulamento da temática de áreas de potencial turístico
Estas são as principais dificuldades do PDM’95 em matéria de gestão urbanística e que importa
avaliar devidamente no atual processo de revisão.
E.4. Apreciação Final
No cômputo geral, as conclusões imediatas sobre a vigência do PDM’ 95, referem níveis de
concretização satisfatórios no que se refere à execução das propostas ocorridas em matéria da
rede de acessibilidades e a realização/renovação de equipamentos então propostos, assim como
no que respeita às infraestruturas de abastecimento de água e saneamento.
No entanto, o Plano mostrou-se redutor naquilo que mais diretamente afeta a implantação e a
intervenção territorial, causando atritos e problemas à gestão urbanística que dificultam as
dinâmicas presenciadas.
Os fatores positivos evidenciados nos pontos anteriores, podem assim ter encontrado resistências
na parte do zonamento apresentado, que pode ter contribuído decisivamente para uma menor
dinâmica, gerando assim efeitos redutores e contraproducentes, não potenciando, ou até
minimizando, a evolução positiva verificada num conjunto assinalável de indicadores.