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PEDCD 2018 2027 Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027 Governo da Província de Cabo Delgado República de Moçambique Governo da Província de Cabo Delgado PLANO ESTRATÉGICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PROVÍNCIA DE CABO DELGADO 20182027

PLANO ESTRATÉGICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ......Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027 Governo da Província de Cabo Delgado PEDCD 2018 –

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  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado

    República de Moçambique Governo da Província de Cabo Delgado

    PLANO ESTRATÉGICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA

    PROVÍNCIA DE CABO DELGADO 2018– 2027

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado ii

    FICHA TÉCNICA

    Título

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018 – 2027

    Coordenação Geral

    Governo da Província de Cabo Delgado

    Coordenação Técnica

    Direcção Provincial de Economia e Finanças de Cabo Delgado

    Equipa Técnica

    Secretaria Provincial;

    Direcções Provinciais;

    Delegações Provinciais; e

    Governos Distritais;

    Assistência Técnica

    Governo da Província de Cabo Delgado

    Financiamento

    Agência Andaluza de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado iii

    PREFÁCIO

    Em nome da população da Província de Cabo Delgado e em meu

    nome pessoal começo por saudá-lo pela demonstração do interesse

    por esta Província ao folhear este documento que sintetiza as

    ideias, sentimentos, experiências e sonhos da população da

    Província de Cabo Delgado, que de forma directa ou representativa,

    expressou ao longo do processo da sua elaboração.

    A todos que tornaram possível a elaboração do Plano Estratégico

    de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado para o período

    de 2018 a 2027, contribuindo quer em forma de conhecimento ou materialmente, quero aqui

    também saudar e expressar a nossa gratidão.

    Através do Plano Estratégico da Província de Cabo Delgado, expresso neste documento, é

    possível tomar conhecimento do caracter trabalhador e generoso do seu povo, do potencial

    económico e social, quer dos recursos naturais, quer do mosaico cultural ou do seu

    património edificado.

    É fundamentalmente neste potencial existente, que constitui o orgulho e factor motivador

    para encarar com esperança o ambicioso desafio patente neste Plano Estratégico: gerar

    oportunidades e riqueza, para um desenvolvimento participativo, inclusivo e sustentável.

    Neste sentido, o Governo da Província ciente do valores da paz, da unidade nacional,

    inclusão, coesão, integridade, profissionalismo e da responsabilidade, está comprometido em

    continuar a caminhar com o indispensável e estimável envolvimento de todos os segmentos

    da sociedade: do sector privado, dos parceiros de cooperação, organizações não

    governamentais, da classe política e religiosa e da população em geral.

    Quero agradecer a todos que têm contribuído para o desenvolvimento da nossa Província de

    Cabo Delgado esperando que outros se juntem a nós, pois aqui encontrarão, com certeza,

    oportunidades para valorizar as suas poupanças.

    Esperamos por si.

    Muito obrigado

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado iv

    SUMÁRIO EXECUTIVO

    Cabo Delgado é uma das onze províncias de Moçambique, compreende 10,34% de todo o

    território nacional onde vivem cerca de 1.893.156 habitantes. Estima-se que a província de

    Cabo Delgado possua cerca de 200 triliões de pés cúbicos de gás natural recuperável, espera-

    se que sua exploração inicie em 2022, tornado o país dentro de alguns anos, no terceiro maior

    produtor de gás natural do mundo, logo atrás do Qatar e da Austrália, Price Water House

    Coopers (PwC), 2015. Para além do gás natural, a província possui uma imensurável

    potencialidade turística, recursos faunísticos e florísticos que abrangem umas das maiores

    áreas de conservação do País, o Parque Nacional das Quirimbas assim como uma parte da

    Reserva do Niassa, bem como outra gama de recursos minerais com destaque para mármore,

    grafite, calcário, argila, pedras preciosas e semipreciosas.

    O Diagnóstico da Província, mostra desenvolvido nos últimos anos. No entanto, a análise

    também elucida um cenário desafiante, nomeadamente: (i)pobreza (44.8%); (ii)altas taxas de

    analfabetismo – a maior do país60,7%; (iii) Insuficiência e fraca qualidade de infra-estruturas

    sociais e económicas; (iv) Incidência de doenças endémicas: malária (30,6%), HIV (13,8%),

    desnutrição (52%), doenças crónicas não transmissíveis; (v)insegurança alimentar e

    desnutrição crónica (19%); (vi) baixa produtividade e pouca diversificação de produtos e

    serviços; e (vii) insuficiência de mão-de-obra qualificada. (IOF14/15)

    A Província tem estado a envidar esforços para dinamizar o desenvolvimento económico e

    social, tendo já aprovado e implementado dois planos estratégicos, o primeiro elaborado para

    o período de 2001-2005 e o segundo para 2010 -2014. O mais recente plano estratégico tinha

    como objectivo “Combater a pobreza, com incidência no desenvolvimento rural.......”.

    É neste contexto e com o objectivo de desenvolver uma planificação integrada e participativa,

    de maneira a harmonizar e alinhar os interesses dos diversos sectores intervenientes no

    processo de desenvolvimento da Província, foi elaborado o PEDCD 2018-2027 para os

    próximos 10 anos, que emerge do levantamento do diagnóstico e das contribuições sectoriais.

    O PEDCD 2018-2027 visa igualmente assegurar a integração regional da província na

    dinâmica de desenvolvimento em curso no país, com destaque para a exploração do Gás e

    desenvolvimento do Turismo.

    O PEDCD 2018-2027 gravita a volta de seis (06) prioridades, a saber: (i) Desenvolvimento

    do Capital Humano; (ii) Agricultura; (iii) Recursos Minerais e Energia; (iv) Turismo; (v)

    Pesca e Aquacultura; e (vi) Industrialização. As acções que configuram este plano servem de

    base orientadora para definição de projectos âncoras para a “Carteira de Projectos” e

    “Plano de Acção”, que são documentos complementares ao O PEDCD 2018-2027. Assuntos

    ligados a provisão de: (i) infra-estrutura básicas (estradas, pontes, portos, barragem, diques,

    represas, saneamento, silos, e electrificação), (ii) educação (analfabetismo); (iii) saúde

    (saúde pública crítica); (iv) segurança alimentar (desnutrição); (v) ordem e segurança

    pública (criminalidade); (vi) governação (concentração e corrupção); (viii) gestão ambiental

    (queimadas, erosão), são tratados como constrangimentos à implementação de programas de

    desenvolvimento e não como metas ou resultados finais do PEDCD. Igualmente, definem-se

    acções estratégicas para minimizar estes constrangimentos.

    Neste sentido o presente plano tem como VISÃO “Tornar a província de Cabo Delgado

    numa referência mundial de desenvolvimento socioeconómico participativo, inclusivo e

    sustentável, com epicentro na promoção de Cadeias de Valor dos recursos naturais”.

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado v

    ÍNDICE

    FICHA TÉCNICA ................................................................................................................................ ii

    PREFÁCIO ...........................................................................................................................................iii

    SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................................................... iv

    LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................................... vii

    LISTA DE QUADROS ........................................................................................................................ ix

    LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................................... xi

    LISTA DE GRÁFICOS ...................................................................................................................... xii

    I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1

    1.1 Contextualização ...................................................................................................................... 1

    1.2 Intervenientes no processo ....................................................................................................... 2

    1.3 Abordagem metodológica ........................................................................................................ 2

    II. CARACTERÍSTICAS FÍSICO, GEOGRÁFICA E ADMINISTRATIVA ............................ 3

    2.1. Localização geográfica ............................................................................................................. 3

    2.2. Divisão administrativa e população ......................................................................................... 3

    2.3. Caracterização geológica e dos solos ....................................................................................... 5

    2.4. Clima e hidrografia................................................................................................................... 6

    III. ANÁLISE DOS CONSTRANGIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO .............................. 8

    3.1. Constrangimentos de natureza económica ............................................................................... 8

    3.2. Constrangimentos de natureza social ..................................................................................... 10

    3.3. Constrangimentos de natureza institucionais ......................................................................... 11

    3.4. Constrangimentos de natureza ambiental ............................................................................... 11

    IV. ANÁLISE DA MATRIZ FOFA ................................................................................................ 12

    4.1. Análise dos pontos fortes ....................................................................................................... 12

    4.2. Análise das oportunidades ...................................................................................................... 13

    4.3. Análise das fraquezas ............................................................................................................. 13

    4.4. Análise das ameaças ............................................................................................................... 14

    V. PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO DO CONTEXTO .......................................................... 15

    5.1. Político ................................................................................................................................... 15

    5.2. Económico .............................................................................................................................. 15

    5.3. Legal ....................................................................................................................................... 15

    5.4. Cooperação externa ................................................................................................................ 15

    VI. POTENCIALIDADES DA PROVÍNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO ...................... 16

    6.1. Potencial agro-ecológico ........................................................................................................ 16

    6.2. Potencial mineiro.................................................................................................................... 17

    6.3. Potencial turístico ................................................................................................................... 17

    6.4. Potencial pesqueiro ................................................................................................................ 18

    VII. LINHAS ESTRATÉGIAS DO PEDCD 2018-2027 ................................................................. 19

    7.1. Visão, Missão e Valores ......................................................................................................... 19

    7.2. Objectivo estratégico geral ..................................................................................................... 20

    7.3. Objectivos específicos ............................................................................................................ 20

    7.4. Alinhamento entre medidas prioritárias nacionais e provinciais ............................................ 21

    VIII. PRIORIDADES ESTRATÉGICAS E CADEIAS DE VALOR ............................................. 22

    8.1. Principais polos e produtos de desenvolvimento estratégico ................................................. 22

    8.2. Prioridades estratégicas .......................................................................................................... 27

    8.3. Objectivos específicos por prioridade .................................................................................... 34

    8.4. Estratégias por prioridade ....................................................................................................... 38

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado vi

    IX. LOGISTICA DE DESENVOLVIMENTO .............................................................................. 62

    9.1. Estradas e Pontes .................................................................................................................... 62

    9.2. Portos ...................................................................................................................................... 63

    9.3. Aeroportos .............................................................................................................................. 64

    9.4. Energia ................................................................................................................................... 64

    9.5. Recursos Hídricos .................................................................................................................. 65

    9.6. Infra-estruturas Sociais ........................................................................................................... 66

    9.7. Novas Centralidades Urbanas ................................................................................................ 66

    X. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO ................................................................................ 68

    XI. MODELO DE OPERACIONALIZAÇÃO E MONITORIA DO PEDCD2018-2027 .......... 70

    11.1. Estrutura executiva do PEDCD .............................................................................................. 70

    11.2. Papel dos principais intervenientes ........................................................................................ 72

    11.3. Estrutura de financiamento ..................................................................................................... 76

    11.4. Processo de monitoria e avaliação ......................................................................................... 76

    XII. FACTORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DO PEDCD2018-2027 ................................. 78

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado vii

    LISTA DE ABREVIATURAS

    °C Graus Centigrados

    AACID Agência Andaluza de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento AECID Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento

    AMETRAMO Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique

    AR Assembleia da República

    BAD Banco Africano de Desenvolvimento

    BdPES Balanço do Plano Económico e Social

    CCD Conselho Consultivo Distrital

    CCL Conselho Consultivo Local

    CDC Comités de Desenvolvimento Comunitário

    CIT Zona de Convergência Intertropical

    CTA Confederação das Associações Económicas de Moçambique

    DICIPE Desenvolvimento Integrado da Criança em Idade Pré-Escolar

    DPASA Direcção Provincial da Agricultura e Segurança Alimentar

    DPCTESTP Direcção Provincial da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional

    DPCULT Direcção Provincial de Cultura e Turismo

    DPEDH Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano

    DPEF Direcção Provincial de Economia e Finanças

    DPIC Direcção Provincial de Indústria e Comércio

    DPMAIP Direcção Provincial de Mar Águas Interiores e Pesca

    DPOPHRH Direcção provincial de Obras Públicas Habitação e Recursos Hídricos

    DPREME Direcção Provincial de Recursos Minerais e Energia

    DPS Direcção Provincial da Saúde

    DPTADER Direcção Provincial da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural

    DPTC Direcção Provincial de Transportes e Comunicação

    DPTESS Direcção Provincial de Trabalho, Emprego e Segurança Social

    DUAT Direito de Uso e Aproveitamento da Terra

    ECA Estratégia de Comercialização Agrícola

    EDR Estratégia de Desenvolvimento Rural

    ENDE Estratégia Nacional de Desenvolvimento

    ENH Empresa Nacional de Hidrocarbonetos

    ESAN Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional

    EY Ernst & Young

    FACIM Feira internacional de Moçambique

    FAIJ Fundo de Apoio a Iniciativas Juvenis

    FDD Fundo de Desenvolvimento Distrital

    FL Fóruns Locais

    FMB The First Microbank

    FMI Fundo Monetário Internacional

    FOFA Fortes, Oportunidades, Fraca e Ameaças

    FRELIMO Frente de Libertação de Moçambique

    GNL Gás Natural Liquefeito

    Ha Hectares

    Hab Habitantes

    HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

    IDE Investimento Directo Estrangeiro

    INE Instituto Nacional de Estatística

    IPEME Instituto para Promoção de Pequenas e Medias Empresas

    Kms Quilómetros

    MISAU Ministério da Saúde

    Mm Mililitro

    MT Metical

    MW Mega Watts ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

    OE Orçamento do Estado

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado viii

    OMS Organização Mundial da Saúde

    ONG Organização Não Governamental

    PD Planos Distritais de Uso da Terra

    PDP Plano Director das Pescas

    PEDCD Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado

    PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital

    PEDTM Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo de Moçambique

    PEE Plano Estratégico de Estradas

    PEOT Planos Especiais de Ordenamento do Território

    PES Plano Económico e Social

    PESOD Plano Económico Social e Orçamental Distrital

    PESOP Plano Económico Social e Orçamental Provincial

    PEU Plano de Estrutura Urbana

    PIB Produto Interno Bruto

    PIDT Âmbito Provincial e Interprovincial

    PME´s Pequenas e Médias Empresas

    PNDT Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial

    PNPFD Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas

    PNQ Parque Nacional das Quirimbas

    PPDT Planos Provinciais de Desenvolvimento Territorial

    PPP Parceria Publico Privado

    PQG Programa Quinquenal do Governo

    PRONASAR Programa de Nacional de Água e Saneamento Rural

    RENAMO Resistência Nacional de Moçambique

    SADC Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral

    SD Sem dados

    SEMOC Sementes de Moçambique

    SEN Sistema Nacional Estatístico

    SGQ Sistema de Gestão de Qualidade

    SIDA Síndrome da Imune deficiência Adquirida

    SISTAFE Sistema de Administração Financeira do Estado

    SWOT Strengths, Weakness, Opportunities and Threats

    TCF Trilhões de Pés Cúbicos

    TDM Telecomunicações de Moçambique

    TIC’s Tecnologias da Informação e Comunicação

    Ton Tonelada

    UNDP Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

    USAID Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional

    ZEE Zona Económica Especial

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado ix

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1.Indicadores demográficos 2011-2015 .............................................................................. 4

    Quadro 2. Constrangimentos de natureza económica ...................................................................... 8

    Quadro 3. Constrangimentos de natureza social ............................................................................ 10

    Quadro 4. Constrangimentos de natureza institucionais ................................................................ 11

    Quadro 5. Constrangimentos de natureza ambiental ..................................................................... 11

    Quadro 6. Avaliação dos pontos fortes .......................................................................................... 12

    Quadro 7. Avaliação das oportunidades ........................................................................................ 13

    Quadro 8. Avaliação das fraquezas ................................................................................................ 13

    Quadro 9. Avaliação das ameaças.................................................................................................. 14

    Quadro 10. Área de intervenção prioritária e objectivos estratégicos ........................................... 21

    Quadro 11. Potencialidade de Cadeias de Valor por Distrito ........................................................ 23

    Quadro 12. Variação da produção agrícola .................................................................................... 28

    Quadro 13. Objectivos específicos para o capital humano ............................................................ 34

    Quadro 14. Objectivos específicos para a área da agricultura ....................................................... 35

    Quadro 15. Objectivos específicos para a área de recursos minerais e energia ............................. 36

    Quadro 16. Objectivos específicos para a área do turismo ............................................................ 36

    Quadro 17. Objectivos específicos para o desenvolvimento da pesca ........................................... 37

    Quadro 18. Objectivos específicos para a industrialização ............................................................ 37

    Quadro 19. Descrição da estratégia para reduzir o analfabetismo ................................................. 38

    Quadro 20. Descrição da estratégia para a qualidade de ensino e formação profissional ............. 38

    Quadro 21. Descrição da estratégia para redimensionar o capital humano ................................... 39

    Quadro 22. Descrição da estratégia para a inclusão social ............................................................ 39

    Quadro 23. Descrição da estratégia para reduzir casamentos prematuros e gravides precoce ...... 40

    Quadro 24. Descrição da estratégia para melhorar e expandir serviços de saúde .......................... 40

    Quadro 25. Descrição da estratégia para o empoderamento da mulher ......................................... 40

    Quadro 26. Descrição da estratégia para garantir saneamento básico ........................................... 41

    Quadro 27. Descrição da estratégia para reduzir a desnutrição crónica ........................................ 41

    Quadro 28. Descrição da estratégia para massificar o uso de insumos melhorados ...................... 42

    Quadro 29. Descrição da estratégia para melhorar técnicas de produção ...................................... 42

    Quadro 30. Descrição da estratégia para fomentar a pesquisa e assistência a produção ............... 43

    Quadro 31. Descrição da estratégia para financiar o agricultor ..................................................... 43

    Quadro 32. Descrição da estratégia para facilitar o investimento agrário ..................................... 44

    Quadro 33. Descrição da estratégia para processar localmente parte da produção ....................... 44

    Quadro 34. Descrição da estratégia para diminuir as perdas pós colheita ..................................... 45

    Quadro 35. Descrição da estratégia para garantir segurança alimentar ......................................... 45

    Quadro 36. Descrição da estratégia para gerir eficientemente os recursos naturais ...................... 46

    Quadro 37. Descrição da estratégia para aumentar a produção de culturas ................................... 46

    Quadro 38. Descrição da estratégia para melhorar a contribuição socioeconómica ...................... 47

    Quadro 39. Descrição da estratégia para a criação de Cadeias de Valor na agricultura ................ 47

    Quadro 40. Descrição da estratégia para uso sustentável de recursos ........................................... 48

    Quadro 41. Descrição da estratégia para legalização da mineração artesanal ............................... 49

    Quadro 42. Descrição da estratégia para cumprimento das normas ambientais ............................ 49

    Quadro 43. Descrição da estratégia para incremento de recursos para o Estado ........................... 50

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado x

    Quadro 44. Descrição da estratégia para utilização local de recursos extraídos ............................ 50

    Quadro 45. Descrição da estratégia para benefícios as comunidades ............................................ 51

    Quadro 46. Descrição da estratégia para criação de Cadeias de Valor de recursos minerais ........ 51

    Quadro 47. Descrição da estratégia para expandir e melhorar a qualidade de energia .................. 52

    Quadro 48. Descrição da estratégia para rápido desenvolvimento do turismo .............................. 52

    Quadro 49. Descrição da estratégia para melhoramento do atendimento turístico ........................ 53

    Quadro 50. Descrição da estratégia para investimentos directo no sector do turismo ................... 54

    Quadro 51. Descrição da estratégia para tornar o turismo de classe mundial ................................ 54

    Quadro 52. Descrição da estratégia para potenciar o turismo nacional em Cabo Delgado ........... 55

    Quadro 53. Descrição da estratégia para elevar o impacto socioeconómico do turismo ............... 55

    Quadro 54. Descrição da estratégia para a criação de Cadeias de Valor do turismo ..................... 56

    Quadro 55. Descrição da estratégia para aumento da rentabilidade .............................................. 57

    Quadro 56. Descrição da estratégia para desenvolvimento de infra-estruturas de apoio ............... 57

    Quadro 57. Descrição da estratégia para elevar o impacto socioeconómico da pesca .................. 58

    Quadro 58. Descrição da estratégia para criar Cadeias de Valor das pescas ................................. 58

    Quadro 59. Descrição da estratégia para mecanização do sistema produtivos .............................. 59

    Quadro 60. Descrição da estratégia para expandir e modernizar a agro-indústria ......................... 60

    Quadro 61. Descrição da estratégia para criar Cadeias de Valor associada aos megaprojectos .... 60

    Quadro 62. Descrição da estratégia para criar zonas industriais .................................................... 60

    Quadro 63. Estradas estratégicas necessitadas de intervenção ...................................................... 63

    Quadro 63. Sistemas de Abastecimento de Agua (SAA’s) ............................................................ 65

    Quadro 63. Cenários de desenvolvimento ..................................................................................... 68

    Quadro 64. Impactos por cenário ................................................................................................... 69

    Quadro 65.Factores críticos de sucesso ......................................................................................... 78

    Quadro 66.Principais riscos e medidas de mitigação ..................................................................... 79

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado xi

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.Divisão administrativa ....................................................................................................... 3

    Figura 2.Densidade populacional, 2014 ........................................................................................... 4

    Figura 3.Tipologias de solos ............................................................................................................ 6

    Figura 4.Bacias hidrográficas .......................................................................................................... 7

    Figura 5. Principais rios e lagos da província .................................................................................. 7

    Figura 6. Potencial para o desenvolvimento agrário ...................................................................... 16

    Figura 7. Indicadores do potencial agro-ecológico ........................................................................ 16

    Figura 8. Potencial para o desenvolvimento da actividade mineira ............................................... 17

    Figura 9. Potencial para o desenvolvimento do turismo ................................................................ 17

    Figura 10. Potencial para desenvolvimento pesqueiro ao nível nacional ...................................... 18

    Figura 11. Potencial para desenvolvimento pesqueiro Cabo Delgado ........................................... 18

    Figura 12. Estruturação das linhas de orientação estratégica ......................................................... 20

    Figura 13.Alinhamento entre as medidas prioritárias nacionais e provinciais............................... 21

    Figura 14. Pólos de desenvolvimento ............................................................................................ 22

    Figura 15.Modelo de operacionalização do PEDCD ..................................................................... 70

  • PEDCD 2018 – 2027

    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado xii

    LISTA DE GRÁFICOS

    Gráfico 1. Peso da agricultura na produção global ........................................................................ 29

    Gráfico 2. Peso de recursos minerais na produção global, Moçambique ...................................... 30

    Gráfico 3. Peso de energia na produção global, Moçambique ....................................................... 31

    Gráfico 4. Peso de turismo na produção global, Moçambique ...................................................... 32

    Gráfico 5. Peso da pesca na produção global, Moçambique ......................................................... 33

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    I. INTRODUÇÃO

    1.1 Contextualização

    O PEDCD 2018-2027foi elaborado num contexto em que as estimativas do Fundo Monetário

    Internacional (FMI) apontam para um crescimento moderado para a economia mundial. A

    nível nacional a conjuntura macroeconómica continua adversa, marcada pela redução dos

    fluxos do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), redução do volume de importações e

    exportações e a suspensão do Apoio Directo ao Orçamento pelos parceiros de cooperação

    internacional. A nível provincial, a retomada das actividades com vista a exploração dos

    hidrocarbonetos na bacia do Rovuma tem sido bastante lenta.

    Nos últimos anos registaram-se desenvolvimentos ao nível do país e da Província de Cabo

    Delgado em particular que influenciaram em grande medida as opções estratégicas plasmadas

    no presente documento. Isto prende-se ao advento da descoberta de gás na bacia do rio

    Rovuma, assim como a necessidade de se adequar o respectivo plano estratégico, ao

    desenvolvimento de uma série de Cadeias de Valor que poderão mudar a face da Província,

    aliada ao novo ciclo de governação iniciado em 2015, atendendo que, cada ciclo governativo

    apresenta desafios e orientações peculiares, nos quais os territórios são a base da sua

    implementação.

    O Programa Quinquenal do Governo 2015 – 2019 (PQG 2015 – 2019), aprovado em 2015, e

    outros subsequentes instrumentos de planificação do desenvolvimento nacional, afiguraram-

    se importantes para o enquadramento no PEDCD 2018-2027, nomeadamente, a Estratégia

    Nacional de Desenvolvimento (ENDE), o Plano Integrado de Investimento (PII) e o Plano

    Estratégico de Desenvolvimento do Corredor de Nacala (PEDEC – Nacala), que projectam

    acções importantes para a Província de Cabo Delgado.

    Concomitantemente, em Dezembro de 2015, realizou-se a 1ª Conferência Internacional sobre

    o tema: Cadeias de Valor das Indústrias de Gás Natural, Grafite e Agrária, subordinada ao

    Lema Cabo Delgado, pela Melhoria da Produção e Industrialização.

    Durante o ano 2016, dois eventos marcaram o curso dos acontecimentos na Província,

    nomeadamente, o Plano Operacional para Produção de Alimentos (POPA), lançado por Sua

    Excelência o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, que colocou desafios adicionais à

    Província, mormente a definição de produtos estratégicos cuja produção e processamento são

    essenciais para a garantia da segurança alimentar, processamento e exportação.

    Adicionalmente, e ainda no decorrer de 2016 realizou-se a 2ª Conferência Internacional sobre

    o Tema: Cadeias de Valor Completas de Algodão, Têxteis e Caju subordinada ao Lema

    Desenvolver as Cadeias de Valor Completas do Algodão e Têxteis, e Caju para Gerar mais

    Emprego e Riqueza, trazendo à reflexão, vários segmentos da sociedade para juntar ideias e

    nortear as linhas de acção visando alavancar ainda mais o desenvolvimento económico da

    Província.

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    1.2 Intervenientes no processo

    Para a elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado

    Harmonizado (PEDCD 2018-2027), colaboraram as instituições de Governo ao nível

    provincial e distrital, instituições do sector privado e Organizações não Governamentais

    (ONGs) que operam ao nível da província de Cabo Delgado.

    1.3 Abordagem metodológica

    O principal elemento da estratégia de execução foi a interacção com os sectores e parceiros

    ao nível central, provincial e distrital, para garantir harmonização de acções e de estratégias

    dos programas, parceiros estratégicos e equipa técnica provincial. A metodologia foi guiada

    pelos objectivos e abrangência do trabalho.

    1.4 Estrutura do PEDCD 2018-2027

    O PEDCD 2018-2027 está estruturado em 11 capítulos sendo, o primeiro a Introdução. O

    segundo capítulo, caracteriza a província em termos físicos, geográficos e administrativo. O

    terceiro capítulo, faz um levantamento dos principais constrangimentos por natureza

    económica, social, institucional e ambiental. O quarto capítulo, apresenta o diagnóstico,

    usando a análise FOFA. O quinto capítulo, apresenta perspectivas de evolução do contexto

    nacional no âmbito político, económico, legal e de cooperação externa. O sexto capitulo,

    apresenta as principais potencialidades para o desenvolvimento da província. O sétimo

    capítulo, descreve a estratégia do PEDCD 2018-2027, apresentando a Visão, Missão e

    Valores; as prioridades estratégicas; os objectivos específicos por prioridades e por fim as

    principais estratégias de actuação, por prioridades. O oitavo capítulo, apresenta as prioridades

    estratégicas e as Cadeias de Valor. O nono capítulo, apresenta os possíveis cenários de

    desenvolvimento da província, ilustrando os principais indicadores macroeconómicos. O

    Décimo, apresenta o modelo de operacionalização e monitoria. O décimo primeiro e último

    capítulo, arrola os principais factores chaves e críticos para o sucesso do PEDC. O plano de

    acção para o PEDCD 2018-2027, será harmonizado à posterior, mediante a aprovação desta

    estratégia.

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    II. CARACTERÍSTICAS FÍSICO, GEOGRÁFICA E ADMINISTRATIVA

    2.1. Localização geográfica

    A Província de Cabo Delgado situa-se na região norte do país, localizada nas coordenadas

    limítrofes 10º 29'12"N e 14º01'00"S de Latitude e 40º35'50"E 35º58'00"O de Longitude,

    possuindo uma superfície de 82.625 Km², correspondendo a 10,34% da superfície nacional e

    com cerca de 4,760 Km² de águas interiores.

    Os seus limites são, a norte, o rio Rovuma que serve de fronteira natural com a República

    Unida da Tanzânia, numa extensão de cerca de 250 Km, a sul o rio Lúrio, a Oeste os rios

    Lugenda, Luambeze, Ruaca e Mewo, separam-na da Província do Niassa e a Este o oceano

    Índico, que banha toda a costa oriental numa extensão de 430 Km.

    2.2. Divisão administrativa e população

    2.2.1. Divisão administrativa

    A Província de Cabo Delgado divide-se em dezassete distritos (17) – Ancuabe, Balama,

    Chiúre, Ibo, Macomia, Mecúfi, Meluco, Metuge, Mocímboa da Praia, Montepuez, Mueda,

    Muidumbe, Namuno, Nangade, Palma, Pemba, Quissanga –56 Postos Administrativos, 134

    localidades, e 1.044 povoações, a capital provincial Pemba e cinco Municípios: Chiúre,

    Mocímboa da Praia, Montepuez, Mueda e Pemba.

    Figura 1.Divisão administrativa

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    2.2.2. Densidade populacional

    Segundo INE, a população estimada da província de Cabo Delgado em 2015,era de 1.893.156

    habitantes, sendo 52% da população do género feminino. A população é maioritariamente

    jovem, onde cerca 54% possui menos de 19 anos de idade. As principais actividades

    económicas são a agricultura familiar, a pecuária, a pesca artesanal, o comércio e a

    exploração florestal. A população economicamente activa corresponde, aproximadamente, a

    44,1% do total.

    Quadro 1.Indicadores demográficos 2011-2015

    Indicadores Demográficos

    Indicador 2011 2012 2013 2014 2015

    Estimativa do Total da

    População 1.764.194 1.797.335 1.830.124 1.862.085 1.893.156

    Esperança média de vida ao

    nascer 48,6 48,6 48,7 48,7 48,7

    Idade Mediana 18,0 18,0 17,9 17,9 17,9

    Taxa de Crescimento Natural

    da População 2,4 2,4 2,3 2,3 2,2

    População Urbana 22% 23% 23% 24% 24%

    População rural 78% 77% 77% 76% 76%

    Relação de dependência (%) 89,7 90,2 90,6 91,0 91,2

    Fonte: INE

    Figura 2.Densidade populacional, 2014

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    Os distritos de Chiúre, Montepuez, Namuno, Pemba e Balama são os mais populosos,

    albergando aproximadamente 55% da população, a mesma está concentrada nestes cinco

    distritos que cobrem cerca de 42% da superfície total da Província e correspondem a 29% do

    total dos distritos existentes.

    No que concerne às línguas, o último censo realizado em 2007 indicoua existência de grupos

    populacionais de diferentes etnias com línguas diferenciadas, sendo de destacar os grupos

    “Emakhuwa”, o maior de todos; “Shimakonde” mais falada no planalto;“Kimwani” mais

    falada no litoral; Português e outras, incluindo “Swahili” mais falada na fronteira com

    Tanzânia e “Ajaua”. Apesar dos vários idiomas existentes, dois deles apresentam a maior

    proporção de falantes sendo: “Emakhuwa”, com cerca de 67,1%, seguida de “Shimakonde”,

    com cerca de 20%.

    A religião predominante é a muçulmana, seguida da católica, e outras, como prática a

    religiões animistas, ou seja, culto aos antepassados. Em termos de distribuição territorial, as

    pessoas que professam a religião católica e muçulmana se concentram mais nas zonas do

    litoral.

    2.3. Caracterização geológica e dos solos

    2.3.1. Geologia

    A Província de Cabo Delgado apresenta uma diversidade de classes geológicas resultantes de

    diversas formações, nomeadamente: os sistemas quaternário, cenozóico, mesozóico e

    karro/meso-cenozoico, caracterizado por afloramentos de rochas sedimentares

    correspondentes a rochas carbonatadas, destacando-se os aluviões, que se localizam ao longo

    das margens do Rio Messalo, os arenitos, argilas e rochas afins, que cobrem as faixas de

    média dimensão dispersas ao longo da região.

    2.3.2. Solos

    A província é constituída por uma variedade de solos. Na região costeira, há predominância

    de mananga com cobertura arenosa, líticos profundos sobre rocha calcária, arenosos de dunas

    costeiras amarelados a castanho – acinzentados. Grande parte da costa é caracterizada por

    solos franco - argilosos de boa drenagem e os de aluviões estratificados de textura grossa.

    No interior da província, predominam os solos vermelhos de textura média, argilosos

    vermelhos, arenosos castanhos- acinzentados. Em geral, os solos da província apresentam

    uma textura média argilosa a arenosa, sendo boa a moderada, geralmente bem drenados. Ao

    longo dos vales dos rios, predominamos aluvionares (aluvisols), escuros, profundos, de

    textura pesada a média, moderadamente a mal drenados, sujeitos a inundação regular.

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    Figura 3.Tipologias de solos

    2.4. Clima e hidrografia

    2.4.1. Clima

    O clima da Província de Cabo Delgado é predominantemente tropical húmido, com duas

    estações do ano, designadamente: a estação quente entre os meses de Outubro a Abril e na

    estação seca e fresca entre os meses de Maio a Setembro. O clima da Província e do País é

    influenciado pela Zona de Convergência Inter-tropical (CIT) e pelos ventos alísios do oceano

    Índico que afectam principalmente o norte do País contribuindo para a existência de uma

    estação chuvosa bem definida. Em relação a temperatura, dados do INE apontam que a

    temperatura média anual se estabelece em 25.9ºC variando em média entre os 21°C de

    mínima 28°Cde máxima.

    2.4.2. Bacia hidrográfica

    Em termos de recursos hídricos, a Província de Cabo Delgado é caracterizada por uma densa

    rede hídrica constituída por 26 bacias hidrográficas, entre rios de regime periódico, sazonais e

    lagoas permanentes. Contudo, destacam-se cinco bacias consideradas mais importantes

    designadamente: Lúrio, Megaruma, Montepuez, Messalo e Rovuma, conforme ilustrado no

    mapa nº 4. A província partilha três das cinco bacias principais com as províncias de

    Nampula e Niassa.

    Neste contexto, os rios constituem o maior potencial em termos de disponibilidade de água na

    província. Os rios Lúrio, Megaruma, Montepuez, Messalo, Rovuma e Muera(afluente do

    Messalo) são os únicos cursos de água permanentes em Cabo Delgado, sendo os outros, de

    carácter sazonal, dos quais os mais importantes são o Messalo, Montepuez e Megaruma. A

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    segunda fonte hídrica importante é constituída por lagoas de água permanente com destaque

    para Bilibiza (Quissanga), N’guri (Muidumbe), Chai, Ntapwala, Nambawa, Chidyadya,

    Iguilia, Lyengamalala, Lukaledy e Tibamawe (Macomia), Nangade e Lidede.

    Figura 4.Bacias hidrográficas

    Figura 5. Principais rios e lagos da província

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    III. ANÁLISE DOS CONSTRANGIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO

    3.1. Constrangimentos de natureza económica

    Quadro 2. Constrangimentos de natureza económica

    Área Constrangimento Implicação nas Cadeias de Valor

    Económica

    Infra-estruturas degradadas,

    destacando-se as estradas

    (Negomano/Mueda) e pontes

    Dispersão dos produtores;

    Dificuldade no escoamento de matéria-prima e produtos acabados; e

    Elevado custo de transporte de produtos e como consequência aumento do custo de vida nas zonas de

    consumo (por exemplo: Cidade de Pemba).

    Armazéns, Lojas e cantinas

    rurais em elevado estado de

    degradação, algumas sendo já

    ruinas

    Dificuldade de armazenamento de produtos agrícolas;

    Reduzido número de provedores de insumos agrários nas zonas rurais; e

    Fragilidade nas trocas comerciais.

    Degradação das infra-estruturas

    para retenção de água nos

    distritos de Balama (regadio de

    Chipembe), Muidumbe (regadio

    de Nguri e Chipembe) diques,

    represa, etc)

    Dificuldade de retenção de água para irrigação e abeberamento do gado;

    Baixos índices de produção e de produtividade;

    Dependência da agricultura de sequeiro;

    Insuficiência de água de qualidade para a abastecer a indústria; e

    Dificuldades de implantação projectos de investimento na área de produção agrícola.

    Mau estado e/ou falta de ponte-

    cais nos distritos costeiros da

    província Metuge, Mecufi,

    Macomia, Palma para o

    manuseamento de matéria-prima

    que existem apenas nos distritos

    de Quissanga e Ibo;

    Dificuldade no escoamento de matéria-prima e produtos acabados;

    Fraca actividade de cabotagem;

    Entrave para o desenvolvimento do turismo nas ilhas;

    Elevado custo de ligação entre os distritos costeiros (pelo facto do uso da via terrestre quando podia ser

    encurtado pela via marítima); e

    Estímulo ao transporte intermodal.

    Fraca capacidade do

    manuseamento portuário aliada a

    dimensão da infraestrutura e

    equipamentos

    Elevado tempo de espera para atracagem de navios que contribui em altos custos operacionais relacionados

    com longos períodos mortos.

    O uso de tecnologias

    rudimentares na agricultura

    (contínua utilização de grão

    como semente e da enxada de

    cabo curto)

    Baixos índices de produção e de produtividade;

    Fraca disponibilidade de matéria-prima “produto” em quantidade e qualidade para a industria transformadora

    de grande dimensão; e

    Fornecimento de produtos de forma irregular.

    Deficiente abastecimento em

    insumos agrícolas aos

    camponeses

    Encarecimento dos factores de produção;

    Uso de semente reciclada, vulnerável a pragas e doenças e com baixo poder germinativo;

    Baixos índices de produtividade (produção/ha);

    Dificuldades na preparação dos solos; e

    Dificuldades na abertura de campos de cultivo em bloco.

    Fraca rede de extensão agrária

    Baixa produtividade agrária;

    Fraco conhecimento de técnicas de produção competitivas por parte dos produtores;

    Deficiente assistência aos produtores; e

    Dificuldades no uso de tecnologias de produção melhoradas e resiliente às alterações climáticas.

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    Área Constrangimento Implicação nas Cadeias de Valor

    Ausência de uma carteira de

    projectos âncoras

    Falta de uma visão clara de longo prazo que permita a interligação dos diferentes actores nas Cadeias de

    Valor orientadas para o desenvolvimento da província.

    Dificuldade de construir uma cadeia integrada e holística de projectos; e

    Dificuldade na atracção de investidores.

    Elevado custo de

    disponibilização de terra para

    projectos de investimento

    Fragilidade nas Cadeias de Valor; e

    Dificuldades de implantação de projectos de investimentos.

    Ausência de um plano operativo

    (Plano de Ordenamento

    Territorial) para no curto prazo

    disponibilizar terra aos

    investidores livre de grandes

    embaraços burocráticos.

    Impedimento e/ou demora na implantação de projectos de investimentos no curto prazo e médio prazo; e

    Dispersão dos projectos de investimentos no curto e longo prazo.

    Zonas Económicas não

    operacionais

    Dispersão de infra-estruturas de apoio à zona industrial; e

    Elevado custo para instituições (EDM, FIPAG, ANE) pelo facto de estarem a prover infra-estrutura para cada

    projecto em territórios dispersos.

    Fraco desenvolvimento de infra-

    estruturas de apoio ao

    desenvolvimento do turismo

    Dificuldades de desenvolvimento da actividade turística com todas facilidades; e

    Ausência de investimentos para o desenvolvimento do turismo.

    Fraca qualidade e alto custo de

    energia eléctrica ao serviço da

    produção agrícola e industrial

    Enfraquecimento da industrialização e processamento de produtos agrários nas unidades existentes; e

    Dificuldades de implantação de mega projectos no ramo da produção agrária e industrial e Processamento

    do pescado.

    Baixa disponibilização e

    dificuldades no acesso a recursos

    para o estimulo ao

    empreendedorismo

    Dificuldades na expansão de médios e pequenos empreendedores.

    Inexistência de cadeia produtiva

    florestal

    Dificuldades no uso e aproveitamento dos derivados dos produtos florestais para alimentar a indústria local;

    Dificuldades de produtos florestais para área medicinal; e

    Dificuldades de estabelecer Cadeias de Valor integrada de produtos florestais.

    Abate desenfreado de produtos

    florestais

    Ineficácia das políticas de reflorestamento para a gestão sustentável e transparente dos recursos florestais

    e do ambiente;

    Vulnerabilidade para ocorrência de eventos extremos, tais como a seca, infertilidade de solos; e

    Redução de produtos florestais para o abastecimento da indústria.

    A incipiente resposta do sector

    bancário/financeiro em relação às

    crescentes necessidades de

    capitalização de empresas

    existentes

    Dificuldades de obtenção de créditos adequados às e para iniciativas empreendedoras para o crescimento

    das empresas e geração de postos de empregos;

    Fraca capacidade de endividamento aliado às altas taxas de juros praticadas pela banca;

    Redução da capacidade de poupança; e

    Insuficiência de cobertura de serviços bancários em

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    Área Constrangimento Implicação nas Cadeias de Valor

    relação a capitalização de empresas existentes.

    Fraco interesse empresarial na

    actividade agrícola

    Dificuldades na mecanização da actividade agrícola para o abastecimento de Cadeias de Valor;

    Dificuldades de expansão e impulsionamento da actividade agrícola; e

    Reduzida intervenção na agricultura em moldes comerciais.

    Fraco interesse empresarial na

    actividade de agro-

    processamento

    Dificuldades de expansão e impulsionamento de agro-processamento; e

    Dificuldade nos operadores turísticos em potenciar a sua actividade.

    Limitada capacidade humana

    aliada à fraca preparação

    profissional e/ou académica da

    força de trabalho

    Limitações no uso de tecnologias disponíveis para o aumento da produtividade, principalmente nas

    mulheres;

    Dificuldades de uso da capacidade humana com preparação profissional e académica; e

    Dificuldade em capitalizar os estabelecimentos hoteleiros com recursos humanos com preparação

    profissional adequada.

    3.2. Constrangimentos de natureza social

    Quadro 3. Constrangimentos de natureza social

    Área Constrangimento Implicação nas Cadeias de Valor

    Social

    Elevados índices de

    analfabetismo nas unidades

    produtivas, em particular das

    mulheres rurais

    Dificuldades de execução de actividades;

    Dificuldades de maximização de produção nas unidades produtivas;

    Desperdício no uso e utilização da matéria-prima; e

    Fraca contribuição das mulheres rurais no desenvolvimento económico, político, e social.

    Fraca cobertura da rede escolar;

    Insuficiência de professores e de

    internatos para o acolhimento de

    estudantes

    Insuficiência de recursos humanos com qualidade, capazes de dinamizar a Cadeia de Valor;

    Fragilidade no desenvolvimento das etapas de Cadeias de Valor; e

    Elevado índice do rácio aluno/professor que pode contribuir para a fraca qualidade do processo de

    ensino-aprendizagem e consequentemente fraca

    qualidade do capital humano formado.

    Insuficiente cobertura da rede

    sanitária e de equipamentos

    hospitalares sobretudo para os

    exames médicos e cirúrgico

    Longas distâncias percorrida pela população para encontrarem uma Unidade Sanitária; e

    Deficiente atendimento nos hospitais devido a falta de equipamento hospitalar.

    Falta de recursos humanos

    especializados entre técnicos de

    radiologia, de anestesia, de

    instrumentos, de oftalmologia, de

    laboratório e de nutrição

    Baixa capacidade de resposta à demanda para atendimento aos pacientes nas unidades sanitárias; e

    Longo tempo de espera para atendimento especializado dos pacientes nas Unidades Sanitárias.

    Prevalência de endemias e

    pandemias limitadoras (malária,

    cólera, meningite, HIV/SIDA e

    tuberculose)

    Aumento da taxa de mortalidade geral nas comunidades que podem perigar o desenvolvimento

    da província.

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2016-2025, Ernest & Young, Limitada

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    3.3. Constrangimentos de natureza institucionais

    Quadro 4. Constrangimentos de natureza institucionais

    Área Constrangimento Implicação nas Cadeias de Valor

    Institucional

    Baixa efectividade na

    prestação de serviços públicos Redução da produtividade laboral;

    Fraca rede de serviços

    públicos, principalmente ao

    nível local

    Dificuldades de satisfação das necessidades públicas colectivas;

    Insuficiente resposta em caso de vulnerabilidade; e

    Deficiência na capacidade de resposta à demanda pública em caso de desastres.

    Excessivas etapas para o

    estabelecimento de negócios

    Dificuldades de estabelecimento de negócios; e

    Morosidade na tramitação de expediente para estabelecimento de negócio.

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2018-2027, Ernest & Young, Limitada

    3.4. Constrangimentos de natureza ambiental

    Quadro 5. Constrangimentos de natureza ambiental

    Área Constrangimento Implicação nas Cadeias de Valor

    Ambiental

    Ocorrência cíclica de desastres

    naturais como os ciclones,

    cheias, erosão

    Redução de infra-estruturas socioeconómicas de apoio e suporte ao mercado;

    Fraca afluência de turistas na província;

    Queimadas descontroladas

    Redução de fontes de obtenção da matéria-prima da agricultura, pecuária e pesca, que possam garantir os

    níveis adequados de segurança alimentar e nutrição

    com a degradação do meio ambiente;

    Redução da resiliência e destruição da biodiversidade e escassez dos recursos (agricultura,

    florestas e pecuária) para complementar o

    desenvolvimento de Cadeias de Valor; e

    Redução da produtividade dos solos, vulnerabilidade às secas e desertificação.

    Abate descontrolado de

    árvores para extração de

    madeira

    Redução da fonte de extracção da matéria-prima para alimentar as industria madeireiras e derivados em

    todas Cadeias de Valor;

    Escassez de produtos florestais e degradação dos solos, vulnerabilidade às secas e desertificação; e

    Redução da sustentabilidade de Cadeias de Valor de produtos florestais e derivados.

    Erosão que assola a maior

    parte dos distritos costeiros da

    província

    Vulnerabilidade das infra-estruturas socioeconómicas de produção e apoio a

    comercialização;

    Degradação das vias de acesso das zonas de produção para as semi-industriais; e

    Vulnerabilidade dos distritos costeiros à ocorrência de eventos extremos.

    Problemas relacionados com o

    saneamento do meio

    Vulnerabilidade na saúde pública que por sua vez afecta o desempenho na produtividade na cadeia de

    valo;

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2018-2027, Ernest & Young, Limitada

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    IV. ANÁLISE DA MATRIZ FOFA

    4.1. Análise dos pontos fortes

    Quadro 6. Avaliação dos pontos fortes

    Pontos fortes Acções para maximizar os pontos fortes

    Consenso social sobre a necessidade de desenvolver

    Cadeias de Valor baseada nos recursos naturais

    A visão da província para 2027 é de tornar-se numa

    referência mundial de governação participativa e de

    geração de riqueza para o povo, com epicentro na

    promoção de Cadeias de Valor dos recursos naturais

    Recursos naturais abundantes e de propriedade

    pública (terra fértil, água, florestas, fauna, mar e

    minérios)

    Identificados vectores de desenvolvimento com

    potencialidade para desenvolver Cadeias de Valor: (i)

    agro-ecológico; (ii) minérios; (iii) turísticos e (iv)

    pesqueiro

    Grande proactividade das instituições quer do

    governo, quer das comunidades no processo de

    governação participativa

    (i) Fortificados os fóruns de consulta do Governo

    (fórum das ONG’s e fórum empresarial); (ii)

    Formação periódica dos quadros do Governo

    provincial e distrital nas metodologias de

    planificação e orçamentação; (iii) Formação e

    treinamento contínuo dos Membros dos CCL's; (iv)

    PESOD's Elaborados e aprovados pelos respectivos

    CCD's; e (v) Estabelecimento do Sistema de

    monitora conjunta entre o Governo e Sociedade Civil

    as Instituições de Participação e Consultas

    Comunitárias (IPCC's)

    Tradição empresarial mais dinâmica

    Existência de uma CTA mais activa e fortificando-se

    cada vez mais para engrenar nas Cadeias de Valor

    dos megaprojetos

    Qualidade da legislação para o desenvolvimento de

    negócio

    Aprovado pelo Governo Central o regulamento das

    PPP; Lei 16/2011 de Agosto.

    Cultura de paz, segurança e tranquilidade pública -

    propiciam a confiança nas pessoas e nos investidores;

    Cultura de paz, unidade nacional e combate a

    corrupção, definidos com pilares de governação

    Capital humano (população com uma profunda cultura

    de trabalho)

    Disponibilidade de mão-de-obra nacional com

    capacidade técnica.

    Existência de uma vasta costa ao longo da província,

    propícia para prática de cabotagem Oportunidade para massificação do turismo de praia.

    Existência de portos com capacidade para manusear

    64.000 ton de carga por ano

    Condições existente para transacções comerciais via

    marítima.

    Rede Nacional de energia eléctrica implantada em

    todos os distritos

    Existência de plano operativo da EDM, para o

    melhoramento da qualidade no fornecimento da

    energia eléctrica.

    Existência de um aeroporto internacional na cidade Aeroporto recentemente reabilitado e com ligações

    para África do sul, Tanzânia e Nairobi

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2018-2027, Ernest & Young, Limitada

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    4.2. Análise das oportunidades

    Quadro 7. Avaliação das oportunidades

    Oportunidades Acções para aproveitar as oportunidades

    A integração regional de Moçambique na zona de

    SADC, trás consigo vantagens comparativas à

    província, dada a sua posição estratégica e recursos

    energéticos existentes. (i) Construção das plataformas de gás na bacia do

    Rovuma; (ii)Criação da ZEE de Turismo; e

    (iii)Criação de Pólos de Desenvolvimento Grandes janelas de investimentos perspectivados que

    poderão alavancar o crescimento económico nacional

    e da província em particular.

    Rede de infra-estruturas razoavelmente equilibrada no

    território (portos, estradas nacionais e regionais,

    energia, telecomunicações e outras).

    Estas infra-estruturas, estão a contribuir para o

    alastramento de sector privado nacional e estrangeiro

    Enraizamento das instituições do ensino superior com

    potencial de produção de massa critica para

    actividades de desenvolvimento.

    O aproveitamento desta oportunidade é ainda muito

    insípida

    Perspectivas de aceleração do crescimento económico

    da economia e crescimento das receitas do Estado,

    resultantes da exploração de recursos energéticos.

    Possibilidade de incremento do orçamento local

    População muito jovem, empreendedora e com peso

    crescente de quadros qualificados.

    Aumento gradual de quadros nacionais com

    capacidade técnica exigida para colaborar nas

    empresas de Investimento Directo Estrangeiro

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2018-2027, Ernest & Young, Limitada

    4.3. Análise das fraquezas

    Quadro 8. Avaliação das fraquezas

    Pontos fracos Acções para minimizar os pontos fracos

    A não implementação com rigor das políticas

    estratégicas de desenvolvimento local.

    Este facto será minimizado com a realização

    periódica da avaliação de progresso do PEDCD

    2018-2027

    Dependência de recursos financeiros externos, poderá

    retrair a celeridade na execução dos projectos de

    desenvolvimento.

    Infelizmente, este constrangimento é de âmbito

    nacional, e não poderá ser contornado ao nível

    provincial, contudo deverá ser minimizado com o

    incremento de receitas próprias locais

    A deficiente interligação entre os centros produtivos

    (área rural) e mercados principais (portos). Aposta na reabilitação de estradas e pontes

    Deficiente flexibilidade no mercado financeiro, tanto

    na cobertura geográfica e do leque de clientes, como

    no acesso ao crédito e outras facilidades financeiras.

    Ampliação dos serviços financeiros (Bancos

    comerciais) aos distritos. Porém prevalece as altas

    taxas de juros

    Limitada mão-de-obra qualificada em alguns sectores,

    em particular nas áreas técnico-profissional.

    Expansão das instituições do ensino superior e

    técnico profissional.

    Concentração de técnicos fora dos centros de

    produção de referência (distritos) induz

    descontinuidades na formação das Cadeias de Valor.

    Continuação de esforços para a criação de meios para

    retenção de técnicos nos distritos.

    Concentração de cursos superiores na área social e

    fraca complementaridade de cursos técnicos

    profissionais.

    Situação será minimizada com a aprovação do Plano

    Estratégico de Desenvolvimento de Recursos

    Humanos da província de Cabo Delgado

    Baixo nível de processamento de produtos agrários,

    pesqueiros e minerais.

    Criação e consolidação por etapas, das Cadeias de

    Valor como condição para alavancar o

    processamento local

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2018-2027, Ernest & Young, Limitada

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    4.4. Análise das ameaças

    Quadro 9. Avaliação das ameaças

    Ameaças Acções para contornar as ameaças

    Deficiente articulação e internalização das linhas

    estratégicas do PEDCD 2018-2027 pelos sectores,

    pode emperrar a execução do Plano de

    desenvolvimento da província;

    (i) Obrigatoriedade de alinhamento com PESOP; (ii)

    Pode prevalecer a tendência de desalinhamento no

    período de execução.

    Lentidão na conversão das actividades do sector

    informal ao formal, induz um ambiente de incerteza

    na sustentabilidade dos negócios;

    (i) Esta situação tornará lenta a ambição de aumentar

    as receitas próprias locais; contudo (ii) a expansão do

    BAU poderá ser um bom veiculo para contornar esta

    ameaça aliadas às medidas para simplificar ainda

    mais o processo de licenciamento comercial

    (licenciamento electrónico).

    Práticas desalinhadas com a boa governação

    (corrupção e burocratismo), com o perigo de

    influenciar na reversão das políticas e dinâmicas de

    desenvolvimento;

    Criado o Gabinete Anti-Corrupção e aprovada a Lei

    Anti-Corrupção. Esta ameaça tem sido contornada

    com as campanhas anticorrupção ao nível nacional.

    Prevalência de factores climatéricos adversos, podem

    influenciar negativamente o esforço das instituições e

    das comunidades;

    (i) Consolidação do sistema de aviso-prévio; (ii)

    adopção de práticas resilientes às mudanças

    climáticas; (iii) criar e equipar comités locais de

    gestão do risco de calamidades; e (iv) mapear zonas

    de riscos de calamidades (v) induzir a população a

    ocupar zonas menos propensas às calamidades.

    (i) Tensão político militar; (ii) Eclosão de conflitos

    armados e de criminalidade

    Situação a ser contornada pelo diálogo contínuo e

    estruturado com todas as forças políticas e actores de

    desenvolvimento para a consolidação e preservação

    da paz, da estabilidade política e coesão social entre

    os moçambicanos.

    A pandemia de HIV/SIDA, que representa um desafio

    particular ao desenvolvimento.

    Situação deverá ser contornada com as campanhas de

    sensibilização, prevenção e tratamento lideradas pela

    DPSAU.

    Prevalência do congelamento da ajuda externa ao país

    (Apoio Directo ao Orçamento)

    Esta ameaça poderá ser contornada com o incremento

    substancial das receitas internas e que pelas previsões

    do Ministério de Economia e Finanças (MEF) poderá

    acontecer a partir de 2018.

    Demora na tomada de decisão sobre os instrumentos

    propostos (Ex. Criação de Zonas Económicas);

    Atraso no cumprimentos das metas previstas no

    PEDCD 2018-2027.

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2018-2027, Ernest & Young, Limitada

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    V. PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO DO CONTEXTO

    5.1. Político

    A execução do PEDCD 2018-2027 deverá ter um suporte no contexto político em que

    a(i)consolidação da paz e a(ii)recuperação da confiança na relação com os Parceiros

    internacionais, através do reforço da transparência financeira, proporcionarão um ambiente

    favorável para a recuperação e incremento do fluxo do IDE e para melhoria da Balança de

    Transacções Correntes.

    A ausência de tensão militar, dá uma melhor perspectiva para a evolução da agricultura e

    uma expectativa segura do melhoramento do ambiente de negócios. A decisão final de

    investimento para o projecto da ENI de gás natural, assim como a entrada da Exxon Mobil,

    levam-nos a aumentar as perspectivas de crescimento do PIB nos próximos anos.

    5.2. Económico

    Espera-se que o PEDCD 2018-2027 seja implementado num contexto de tranquilidade

    económica ao nível mundial, em que as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI)

    apontam para um crescimento médio da economia mundial aos níveis de 3% ao ano e que os

    preços das principais matérias-primas (commodities) se estabilizem, beneficiando as

    exportações de Moçambique, sobretudo ao incremento das quantidades exportadas do carvão

    mineral, dado o início da operacionalização da linha logística de Nacala e as perspectivas da

    recuperação do preço do mineral no mercado internacional.

    A nível nacional a conjuntura macroeconómica continuará em 2018 adversa, marcada pela:

    (i) redução dos fluxos de IDE; (ii) redução do volume de importações e exportações e (iii) a

    suspensão do Apoio Directo ao Orçamento (ADO) pelos parceiros de cooperação

    internacional. Contudo, o Governo de Moçambique, continuará a envidar esforços para que

    esta adversidade seja ultrapassada nos próximos anos. No entanto, espera-se uma recuperação

    gradual da actividade económica fundamentada pela melhoria da actividade dos sectores da

    agricultura, pesca e construção, conjugada com medidas de política macroeconómica, que

    garantirão a estabilidade macroeconómica e estimularão a produtividade e competitividade.

    5.3. Legal

    Prioridade na consolidação dos princípios legais plasmados na constituição da República de

    Moçambique, pois este continuará a ser a lei fundamental do nosso Estado e serve como base

    de todas as leis que existem em Moçambique. Através da Assembleia da República (AR), o

    Governo continuará a trabalhar no sentido de melhorar aspectos legais que visam melhorar o

    ambiente de negócio e atracção de IDE para o país.

    5.4. Cooperação externa

    O governo primará pelo estabelecimento de relações de amizade e cooperação com outros

    Estados na base dos princípios de respeito mútuo pela soberania e integridade territorial, não

    interferência nos assuntos internos e reciprocidade de benefícios. O compromisso do

    Governo prende-se com: (i) a continuidade da promoção da imagem do País além fronteiras,

    e (ii) com a divulgação das potencialidades económicas e mecanismos de investimento com

    maior interesse estratégico.

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    VI. POTENCIALIDADES DA PROVÍNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO

    6.1. Potencial agro-ecológico

    Figura 6. Potencial para o desenvolvimento agrário

    Figura 7. Indicadores do potencial agro-ecológico

    R8 Precipitação – média/ano 800-1000 mm Temperatura – média/ano superior a 25ºc Aptidão – culturas de arroz, mapira, mexoeira, mandioca, amendoim, feijões, algodão e castanha de cajú.

    R7 Precipitação – média/ano 900-1.100 mm Temperatura – média/ano superior 20-25ºc Aptidão – culturas do milho, mapira, mexoeira, amendoim, feijões, soja e algodão.

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    6.2. Potencial mineiro

    Figura 8. Potencial para o desenvolvimento da actividade mineira

    6.3. Potencial turístico

    Figura 9. Potencial para o desenvolvimento do turismo

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    6.4. Potencial pesqueiro

    Figura 10. Potencial para desenvolvimento pesqueiro ao nível nacional

    Figura 11. Potencial para desenvolvimento pesqueiro Cabo Delgado

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    VII. LINHAS ESTRATÉGIAS DO PEDCD 2018-2027

    7.1. Visão, Missão e Valores

    7.1.1. Visão

    Tornar a província de Cabo Delgado numa referência mundial de governação participativa e de geração de riqueza para o povo, com epicentro na promoção de

    Cadeias de Valor dos recursos naturais.

    7.1.2. Missão

    Gerar oportunidade e riqueza para o desenvolvimento socioeconómico, participativo, inclusivo e sustentável centrado na promoção de Cadeias de Valor

    dos recursos naturais.

    7.1.3. Valores

    A abordagem estratégica do PEDCD 2018-2027assenta no actual lema da governação do

    presente quinquénio “Por uma Administração Publica Integrada, contra a Corrupção e

    orientada para Resultados”, na qual destacamos 07 grandes princípios de valores:

    1. Valorizar a integridade e a anticorrupção – em particular o COMBATE A CORRUPÇÃO, por este ser uma prática imoral, de pessoas egoístas e gananciosas e

    que tendem a levar vantagem sobre o Estado;

    2. Praticar a Governação transparente, participativa e inclusiva – a INCLUSÃO por ser a sustentabilidade de uma boa governação participativa e transparente;

    3. Incentivar a cultura de trabalho, produtividade e competitividade – neste contexto para garantir a prestação de SERVIÇOS PÚBLICOS DE QUALIDADE

    que respondam às prioridades das comunidades;

    4. Incentivar a inovação, empreendedorismo e proactividade – a INOVAÇÃO tem se mostrado o principal diferencial competitivo das empresas e instituições do estado;

    5. Pautar pela responsabilização e compromisso com bem estar socioeconómico – a RESPONSABILIZAÇÃO de empresas por ser mais uma arma no combate à

    corrupção;

    6. Valorizar a preservação do meio ambiente – a PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE deve fazer parte não só dos governantes, mas da vida de cada cidadão; e

    7. Pautar pelo respeito, solidariedade e hospitalidade – HOSPITALIDADE por constituir a estrutura e a rede de serviços que visa atender a demanda turística e a

    demanda de lazer e de eventos.

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    7.2. Objectivo estratégico geral

    A definição dos objectivos estratégicos resultou, numa primeira fase da necessidade de se dar

    resposta aos principais desafios da Província, identificados na fase do Diagnóstico, e do

    cruzamento das oportunidades que poderão ser capitalizadas através dos recursos naturais que

    a província dispõe para melhoria da qualidade de vida da população. Numa segunda fase,

    conhecidos os principais desafios e potencialidades da província, seguiu-se a definição das

    prioridades e dos eixos de intervenção, que resultaram, por sua vez, da sistematização dos

    diversos documentos, com destaque para os sectoriais, Estratégias Nacionais, Programa

    Quinquenal do Governo e estudos efectuados na Província, que deram corpo estruturado ao

    contributo de várias centenas de cidadãos, entidades, actores e instituições com papel

    determinante na condução dos destinos da província, e a partir do qual se identificaram os

    domínios de intervenção estratégica para cada prioridade, considerando os factores distintivos

    para definição da Visão da província, conforme ilustrado na figura que se segue:

    Figura 12. Estruturação das linhas de orientação estratégica

    Para materialização da Visão e Missão, cada objectivo definido foi enquadrado em áreas de

    intervenção, tendo sido estabelecidos os objectivos específicos a serem respondidos por

    prioridade estratégica, que por sua vez contém as linhas de acção. As metas, indicadores e

    acções específicos, serão enquadrados plano de acção de cada sector responsáveis pela sua

    execução.

    A Estratégia Provincial tem como objectivo geral: Combater a pobreza e melhoria da

    qualidade de vida da população, com base no potencial de recursos naturais existentes na

    província.

    7.3. Objectivos específicos

    Desenvolver acções de transformação social para mudança de atitude;

    Garantir a igualdade de direitos e empoderamento dos grupos vulneráveis;

    Desenvolver o capital humano que garanta a existência de cidadãos educados, formados e saudáveis;

    Desenvolver e expandir infra-estruturas de qualidade para satisfazer as demandas sociais e económicas;

    Aumentar, modernizar e diversificar a base económica produtiva;

    Melhorar o sistema de justiça, segurança e tranquilidade pública;

    Garantir uma Governação transparente, participativa e inclusiva;

    Ressaltar os valores simbólicos do país, com enfoque nos provinciais com o fim de garantir a paz e auto estima colectiva; e

    Assegurar a gestão sustentável dos recursos naturais.

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    Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província de Cabo Delgado 2018-2027

    Governo da Província de Cabo Delgado 21

    A Estratégia deverá ser devidamente articulada e implementada pelos responsáveis propostos

    no Modelo de Operacionalização apresentado no capítulo 10. Este documento será

    complementado com o plano de acção de implementação que consistirá numa sistematização

    das actividades de preparação da máquina organizativa que será responsável pela

    operacionalização da Estratégia.

    7.4. Alinhamento entre medidas prioritárias nacionais e provinciais

    Uma vez definidas a visão, a missão, os valores e os objectivos gerais, torna-se pertinente

    determinar o enfoque estratégico com base nos constrangimentos, potencialidades e o

    alinhamento entre a Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE), o PQG 2015 – 1019,

    assim como as estratégias sectoriais. Deste modo foram definidas as áreas prioritárias de

    intervenção estratégica ajustadas às prioridades nacionais, como se pode apreciar na figura e

    tabela que se segue:

    Figura 13.Alinhamento entre as medidas prioritárias nacionais e provinciais

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2018-2027, Ernest & Young, Limitada

    Quadro 10. Área de intervenção prioritária e objectivos estratégicos

    Área de intervenção

    prioritária provincial Objectivos estratégicos

    Desenvolvimento do Capital

    Humano e Social

    Desenvolver acções de transformação social para Mudança de Atitude;

    Garantir a igualdade de direitos e apoderamento dos grupos vulneráveis

    (órfãos, deficientes físicos crónicos, combatentes, jovens, crianças

    abandonadas)

    Desenvolver o capital humano que garanta a existência de cidadãos

    educados, formados e saudáveis;

    Infra-estruturas Desenvolver e expandir infra-estruturas de qualidade para satisfazer as

    demandas sociais e económicas;

    Desenvolvimento económico Aumentar, modernizar e diversificar a base económica produtiva;

    Governação

    Melhorar o sistema de justiça, segurança e tranquilidade pública;

    Garantir uma Governação transparente, participativa e inclusiva;

    Ressaltar os valores simbólicos do país, com enfoque nos provinciais com

    o fim de garantir a paz e auto estima colectiva;

    Gestão Ambiental Assegurar a gestão sustentável dos recursos naturais;

    Fonte: Elaborado com base no PEDCD 2018-2027, Ernest & Young, Limitada

    Transversalidade no PEDCD

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    Governo da Província de Cabo Delgado 22

    VIII. PRIORIDADES ESTRATÉGICAS E CADEIAS DE VALOR

    8.1. Principais polos e produtos de desenvolvimento estratégico

    O Província de Cabo Delgado possui uma grande diversidade de recursos naturais,

    destacando-se os agrários, minerais e pesqueiros suficientes para sustentar a promoção de um

    desenvolvimento socioeconómico abrangente através da maximização de Cadeias de valor e

    integração do conteúdo local nos produtos primários.

    Para Stevens apud Omta et al, (2001), Cadeias de Valor é um sistema cujas partes

    constituintes incluem os fornecedores de materiais, as fábricas, os serviços de distribuição e

    os clientes, alimentando “para frente” o fluxo de materiais e retornando “para trás” o fluxo de

    informações e recursos financeiros. Enquanto Christopher apud Omta et al, (2001),

    consideram Cadeias de Valor como uma rede de organizações que estão envolvidas

    directamente, “corrente abaixo” ou “corrente acima”, em diferentes processos ou actividades

    que agregam Valor na elaboração de produtos e servi os, até chegar ao consumidor final.

    Assim, as Cadeias de Valor, pode ser definida como um grupo de “actores” dentro de uma

    indústria ou entre indústrias relacionadas, que tem o potencial de trabalharem juntos visando

    adicionar valor para os consumidores finais.

    Nadel e Sachs (2009) definem Cadeias de Valor como sendo um sistema de actividades

    interdependentes conectadas por elos, os quais surgem quando a maneira pela qual uma

    actividade é desempenhada afecta outras actividades correlatas. Conforme Prochnik (2002, p.

    1) “Cadeias produtiva é um conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e v o sendo

    transformados e transferidos os diversos insumos”.

    Figura 14. P