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Plano Municipal de Ambiente (Caraterização) PLANO MUNICIPAL DE AMBIENTE (CARATERIZAÇÃO) Câmara Municipal de Ponte da Barca, Setembro 2015 1

PLANO MUNICIPAL DE AMBIENTE - cmpb.pt · PDM de 1995, representa cerca de 89,5%. Deste valor, cerca de 23,5% representa a superfície agrícola utilizada (3830ha em 2009, ... para

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Plano Municipal de Ambiente (Caraterização)

PLANO MUNICIPAL DEAMBIENTE

(CARATERIZAÇÃO)

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Plano Municipal de Ambiente (Caraterização)

1. Caraterização Ambiental

1. Recursos Hídricos

1.1 Recursos Hídricos Superficiais

Ponte da Barca desenvolve-se na margem esquerda do Rio Lima, sendo abrangida por duas albufeiras de barragens

neste rio: a Albufeira da Barragem do Touvedo, mais a jusante e a Albufeira da Barragem do Alto Lindoso, situada no limite nordeste

da área do concelho. A rede hidrográfica possui um carácter dendrítrica, assumindo a direção de drenagem de sul para

norte,drenando para o Rio Lima. De montante para jusante destacam-se ainda as seguintes linhas de água, afluentes principais do

Rio Lima: Rio Cabril, Rio de Mulas, Rio de Froufe, Rio Tamente, e RioVade

.

Para analisar a qualidade das águas superficiais recorreu-se aos dados existentes no Sistema Nacional de Informação

dos Recursos Hídricos (SNIRH), nomeadamente para as estações qualidade existentes no concelho. A qualificação foi efectuada

segundo a Classificação dos Cursos de Água Superficiais de Acordo com as suas Características de Qualidade para Uso Múltiplo,

do INAG.

Figura 1: Hidrografia do concelho de Ponte da Barca

Em termos gerais a qualidade das águas superficiais é boa, como se pode ver nos gráficos seguintes, obtidos a partir da

página do SNIRH (Sistema Nacional de Informação sobre os Recursos Hídricos). De realçar, que os dados referem-se aos valores

mais atuais existentes para cada uma das estações analisadas. A classificação é efetuada segundo o seguinte código de cores:

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Em 2009, apenas existem dados em 3 estações, classificando-se a água como “Excelente” na albufeira do Alto Lindoso e

Foz do Vade e como “Razoável” na Estação da Fonte Velha. Nesta estação, os parâmetros responsáveis por esta classificação são

os Coliformes Totais, o AzotoKjeldahl, o Mercúrio e os Coliformes Fecais, indiciando possível contaminação de origem doméstica

e industrial.

Os dados referentes às estações de Ponte da Barca e Touvedo são bastante desatualizados(1999), classificando-se a

água nessa data como “Boa”. No concelho há ainda a referir a existência de uma praia fluvial, na Vila de Ponte da Barca. De acordo

com os dados disponíveis no SNIRH, a qualidade da água balnear dessa praia é, regra geral, “Aceitável”.

Na água balnear de Ponte da Barca a degradação da sua qualidade já se faz sentir desde o anode 2006. Cabe as

entidades responsáveis pela gestão e execução dos sistemas em alta e em baixa relativos às águas residuais, com a orientação da

ARH-Norte, desenvolver e implementar os programas de medidas necessários para melhorar a qualidade desta água balnear. 1

2.2 Recursos Hídricos Subterrâneos

No que respeita aos recursos hídricos subterrâneos, Ponte da Barca enquadra-se na Unidade Hidrogeológica do Maciço

Antigo. Esta unidade geológica é constituída essencialmente por rochas eruptivas e metas sedimentares. Estes materiais são

considerados em geral como tendo fracas aptidões hidrogeológicas, pobres em recursos hídricos subterrâneos. No entanto, apesar

da escassez em recursos hídricos subterrâneos, eles representam um papel importante, tanto nos abastecimentos à população

como na agricultura. De facto, além de milhares de pequenas captações particulares, a maioria dos concelhos dispõe de grande

número de captações de águas subterrâneas para abastecimento2.

A produtividade média dos aquíferos existentes nesta região é muito baixa, sendo da ordem de 50 m3/ (dia.km2).A análise

dos dados do SNIRH permitiu concluir que não existem pontos de monitorização das águas subterrâneas no concelho de Ponte da

Barca. A análise focou-se nos pontos existentes na envolvente próxima que são as estações 17/N1 (em Arcos de Valdevez) e 41/N1

(em Ponte de Lima), apresentando-se de seguida segundo o código de cores, sendo a classificação A1 a de melhor qualidade e a

>A3 a de pior qualidade. A classificação foi efetuada de acordo com o Anexo I do Decreto-Lei n.º236/98 de 1 de Agosto. Segundo os

dados do Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Lima, as características hidrogeológicas dos solos desta região tornam os sistemas

aquíferos pouco vulneráveis à poluição.

1 SALVADO, JOSÉ (2006, 2007, 2008, 2009 e 2010) Qualidade das Águas Balneares – Relatórios anuais. INAG2 ALMEIDA, C.; MENDONÇA,J.J.L.;JESUS, M.R. e GOMES, A.J. 2000. Sistemas Aquíferos de Portugal Continental - Sistema

Aquífero: Maciço Antigo. INAG

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Ao nível dos recursos hídricos subterrâneos há ainda a referir a existência de uma nascente de água utilizada com fins

medicinais, para problemas dermatológicos e hepáticos. Esta nascente,designada por Fonte Santa, situa-se na freguesia de

Bravães e a sua utilização consiste em banhos parciais e ingestão. A água tem natureza hipossalina, sulfúrea sódica e hipotermal

(Almeida,1988).1

1.3 Principais fontes de poluição

Sendo este um concelho de cariz rural, com um tecido industrial não muito desenvolvido e sem indústria pesada, os

principais focos de poluição tem origem nas águas residuais domésticas, uma vez que apenas 47% da população se encontra

servida por rede de drenagem e tratamento das águas residuais. Assim as soluções individuais existentes, se não forem

adequadas, poderão constituir focos de poluição por todo o concelho.

2. Solo

Ponte da Barca é um concelho de cariz fortemente rural onde o solo rural, assim entendido no Relatório de Execução

PDM de 1995, representa cerca de 89,5%. Deste valor, cerca de 23,5% representa a superfície agrícola utilizada (3830ha em 2009,

segundo o INE).

De acordo com o Relatório de Execução do PDM de 1995, cerca de 25% das áreas edificadas situam-se fora dos

perímetros urbanos, incluindo 9,4 % da área da RAN. Esta situação não contribui para a utilização sustentável dos solos,

principalmente dos solos com maior capacidade. No PDM de 1995 estavam identificados cerca de 2080 ha de solos integrantes da

Reserva Agrícola Nacional, possuindo por isso elevada qualidade e aptidão para o uso agrícola. Estes solos predominam ao longo

dos vales das principais linhas de água, Rios Lima e Vade, prevalecendo a cultura da vinha e pastagens permanentes, pontuados

pela edificação dispersa. Ao nível da proteção dos solos, atualmente existem cerca de 3496,1ha de espaços de salvaguarda estrita,

onde a edificação é interdita.

3. Biodiversidade

Ponte da Barca é um concelho que apresenta elevada riqueza natural. Esta característica fez com que parte significativa

do concelho esteja integrada na Rede Fundamental de Conservação da Natureza traduzida no conjunto de áreas nucleares de

conservação da natureza e biodiversidade,integradas no Sistema Nacional de Áreas Classificadas em áreas protegidas e

classificadas, e nas áreas de reserva ecológica nacional, áreas de reserva agrícola nacional e do domínio público hídrico.

1 Inventário de Fontes e nascentes com fins terapêuticos (http://www.aguas.ics.ul.pt/viana_fs_bravaes.html#alvara)

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Com efeito, o concelho de Ponte da Barca tem parte do seu território integrado no único Parque Nacional do país, Parque

Nacional da Peneda/Gerês (PNPG), representando cerca de 52% do concelho. Adicionalmente existem mais três áreas integradas

na Rede Natura 2000: Sítio Peneda/Gerês (PTCON0001), Sítio Rio Lima (PTCON0020) e Zona de Proteção Especial da Serra

do Gerês (PTZPE0002), conforme se pode ver no cartograma seguinte (Figura V.11). O Sítio Peneda /Gerês (PTCON0001) e a ZPE

da Serra do Gerês (PTZPE0002) sobrepõem-se em grande parte à área do PNPG. O PNPG possui Plano de Ordenamento

aprovado (publicado pela RCM n.º 11-A/2011, de 4 de Fevereiro), pelo que as disposições constantes nesse IGT foram transportas

para o PDM em vigor. Dentro da área do POPNPG, este IGT procedeu à identificação dos valores naturais presentes,

nomeadamente os listados nos anexos do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril, na sua atual redação.

3.1 Parque Nacional Peneda Gerês

O Parque Nacional Peneda/Gerês viu o seu Plano de Ordenamento publicado recentemente através da Resolução de

Conselho de Ministros n.º 11-A/2011, de 4 de Fevereiro. Sendo este um Plano Especial de Ordenamento do Território o PDM terá de

integrar as suas disposições. A elaboração deste IGT compreendeu já a consideração dos valores naturais identificados no âmbito

da Rede Natura 2000. Na revisão do PDM apenas se transpuseram os valores naturais já identificados para a área do PNPG.

3.2 Sítio Peneda Gerês

O Sítio Peneda/Gerês (PTCON0001) possui em Ponte da Barca uma abrangência maior que a Área Protegida do PNPG,

representando cerca de 59,1% do Concelho. No entanto, os habitats identificados no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

enquadram-se apenas na área do PNPG e são os que se apresentam na Figura V.12 com a denominação seguinte:

3130 – Águas estagnadas, oligotróficas a mesotróficas, com vegetação da Littorelletea uniflorae e/ouda Isoeto-Nanojuncetea;

• 3260 – Cursos de água dos pisos basal a montano com vegetação da Ranunculion fluitantis e daCallitricho-Batrachion;

• 4030 - Charnecas secas europeias;

• 4090 – Charnecas oromediterrânicas endémicas com giestas espinhosas;

• 6160 - Prados oro-ibéricos de Festuca indigesta;

• 6410 - Pradarias com Molinia em solos calcários, turfosos e argilolimosos (Molinion caeruleae);

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• 6430 – Comunidades de ervas altas higrófilas das orlas basais e dos pisos montano a alpino;

• 6510 – Prados de feno pobres de baixa altitude (Alopecurus pratensis, Sanguisorba officinalis);

• 8220 - Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica;

• 8230 - Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo--Scleranthion ou da Sedo albi -Veroniciondillenii;

• 91E0* - Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno -Padion, Alnionincanae, Salicion albae);

• 9230 – Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica;

* - habitats prioritários

No âmbito dos trabalhos da revisão foram ainda assinaladas duas áreas expressivas de azevinho (Ilex Aquifolium)

3.3 Sítio Rio Lima (PTCON0020)

O Sítio Rio Lima, constitui um corredor ecológico que acompanha o Rio Lima e estabelece a ligação entre as montanhas

de Noroeste e o Oceano Atlântico, estendendo-se também ao longo do vale do Rio Vade, afluente da margem esquerda do Lima,

dentro do concelho de Ponte da Barca. Apesar de não estar identificado nenhum habitat natural ou semi-natural no âmbito do Plano

sectorial da Rede Natura 2000, foi identificado, em toda a área do concelho fora do PNPG, dois tipos de habitats, que pela sua

importância e expressão no território em análise considerou acautelar a suas salvaguarda e proteção.

Dentro da área do Sítio do Rio Lima assinalaram-se as galerias ripícolas91E0* - Florestas aluviais de Alnus glutinosa e

Fraxinus excelsior (Alno -Padion, Alnion incanae, Salicion albae), que apesar de identificadas na ficha do sítio não haviam sido

cartografadas. Adicionalmente, identificaram ainda áreas de carvalhal 9230 – Carvalhais galaico-portugueses deQuercus robur e

Quercus pyrenaica;

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4. Qualidade do Ar e Ruído Ambiente

4.1 Qualidade do Ar

A qualidade do ar é o termo que se usa, normalmente, para traduzir o grau de poluição no arque respiramos. A poluição

do ar é provocada por uma mistura de substâncias químicas, lançadas no ar ou resultantes de reações químicas, que alteram o que

seria a constituição natural da atmosfera. Estas substâncias poluentes podem ter maior ou menor impacte na qualidade do

ar,consoante a sua composição química, concentração na massa de ar em causa e condições meteorológicas. Assim, por exemplo,

a existência de ventos fortes ou chuvas poderão dispersar os poluentes, ao passo que a presença de luz solar poderá acentuar os

seus efeitos negativos1.

As fontes emissoras dos poluentes atmosféricos são numerosas e variáveis, podendo ser antropogénicas ou naturais. As

fontes antropogénicas são as que resultam das atividades humanas, como a atividade industrial ou o tráfego automóvel, enquanto

as fontes naturais englobam fenómenos da Natureza tais como emissões provenientes de erupções vulcânicas ou fogos florestais

de origem natural.

A qualidade do ar é aferida recorrendo ao Índice de Qualidade do Ar (IQar). Os poluentes que compõem o índice de

qualidade do ar são: o monóxido de carbono (CO), o dióxido de azoto (NO2),o dióxido de enxofre (SO2), o ozono (O3) e as

partículas finas medidas como PM10.

Em termos legislativos, a Diretiva-Quadro da Qualidade do Ar, Diretiva 96/62/CE de 27 deSetembro, transposta para a

ordem jurídica nacional através do Decreto-Lei n.º 276/99 de 23 de Julho, com as alterações introduzidas pelo Decreto-lei

n.º279/2007 de 6 de Agosto, define as linhas de orientação da política de gestão da qualidade do ar:

1 Fonte: http://www.iambiente.pt/apa

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• Definindo objetivos para a qualidade do ar ambiente a fim de evitar, prevenir ou limitar os efeitos nocivos sobre a saúde

humana e sobre o ambiente na sua globalidade;

• Avaliando a qualidade do ar com base em métodos e critérios comuns;

• Disponibilizando ao público informação adequada acerca da qualidade do ar ambiente (como, por exemplo, através de

limiares de alerta);

• Revelando a necessidade de preservação da qualidade do ar quando esta é boa e, nos outros casos, o seu

melhoramento, através da implementação de planos de melhoria.

No concelho de Ponte da Barca não existe nenhuma estação de medição da qualidade do ar,sendo que a mais próxima

situa-se em Lamas de Olo, concelho de Vila Real, representando a qualidade do ar da zona Norte Interior. Na ausência de outros

dados2 consideraram-se os valores registados para a zona do Norte Interior, onde o concelho se insere. De referir que os dados

referentes a esta região se baseiam apenas na estação de monitorização referida.

A estação de monitorização de qualidade do ar de Lamas de Olo está em funcionamento desde Fevereiro de 2004 e são

efetuadas medições dos seguintes poluentes: monóxido de azoto (NO),dióxido de azoto (NO2), óxidos de azoto (NOx), Ozono (O3),

dióxido de enxofre (SO2), partículas<10 µm (PM10) e partículas <2,5 µm (PM2,5).

Analisaram-se os dados da estação de medição nos anos 2007, 2008 e 2009, relativamente ao Índice de Qualidade do Ar

(IQAr) da zona Norte Interior.

No quadro seguinte apresenta-se a classificação do IQar, proposta para o ano 2009.Independentemente de quaisquer

fatores de sinergia entre os diferentes poluentes, o grau de degradação da qualidade do ar estará mais dependente da pior

classificação verificada entre os poluentes considerados, pelo que o IQar será definido a partir daquele que apresentar pior

classificação3.

De acordo, com os índices disponibilizados pela Agência Portuguesa do Ambiente a partir de dados fornecidos pela

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Qualidade do Ar nesta zona considera-se e geral boa (Figura

V.14).

No concelho, as principais fontes emissoras de poluentes atmosféricos são as rodovias,devido ao tráfego, responsável

pela emissão de monóxido de carbono, dióxido de azoto partículas e uma pedreira, responsável pela emissão de partículas finas.

2 Foram solicitados dados recolhidos no âmbito da Semana da Mobilidade, mas estes não foram disponibilizados3 ii APA, 2009 (http://www.qualar.org/INDEX.PHP?page=1 page=11&zona=3)⊂

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4.2 Ruído

Um dos aspetos da qualidade ambiental que importa analisar quando falamos em planos de ordenamento do território é o

ruído ambiente. O ruído é um dos componentes que contribui para a qualidade de vida urbana, sendo que em planeamento deverá

sempre ser considerado quando se ponderam os usos do solo existentes e previstos.

Para a análise deste ponto utilizaram-se os elementos que constituem o Mapa de Ruído do Concelho de Ponte da Barca

(Relatório Final e Plantas) elaborado pela dBLAb – Laboratório de Acústica e Vibrações, Lda.

No âmbito da elaboração dos Mapas de Ruído do concelho de Ponte da Barca foram identificadas as principais fontes de

ruído existentes no concelho: as principais vias de tráfego rodoviário existentes e as principais indústrias.

Dentro das vias existentes foram consideradas as que possuíam maior contribuição para aos níveis sonoros, sendo elas a

EN101, EN203, vias que atravessam o concelho, e o conjunto de vias que servem a Vila de Ponte da Barca, como a Av. Fernão de

Magalhães, Rua Conselheiro Rocha Peixoto, Rua Diogo Bernardes, Rua do Brasil, Rua Dr. Carlos Araújo, Rua Dr. Francisco Sá

Carneiro,Rua Dr. Joaquim Moreira de Barros e Rua Heróis da Índia.

Foi ainda efetuado o levantamento das principais indústrias do Município passíveis de terem algum impacte sonoro.

Foram identificadas três zonas: o parque empresarial, uma serralharia e uma pedreira, tendo-se verificado que apenas a pedreira,

situada na Freguesia de Vila Chã (S. João Batista) seria representativa.

Os mapas de ruído resultantes demonstram que as zonas mais críticas em termos acústicos correspondem às zonas

adjacentes às principais vias (EN101 e EN203), bem como algumas vias da vila de Ponte da Barca (R. Dr. Joaquim Moreira de

Barros, R. Conselheiro Rocha Peixoto e R. Diogo Bernardes). As últimas vias referidas constituem fontes de ruído expressivas,

devido ao seu carácter estruturante da sede de concelho, mas também pelo facto do pavimento existente ser considerado ruidoso

(calçada portuguesa).

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5. Resíduos

O concelho de Ponte da Barca integra o Sistema Multimunicipal do Vale do Lima e Baixo Cávado– Resulima, ao qual

também pertencem os concelhos de Arcos de Valdevez, Barcelos, Esposende,Ponte de Lima e Viana do Castelo. Este Sistema é

responsável pela gestão dos resíduos sólidos urbanos dos concelhos que o integram através das várias estruturas existentes

(dados de 2009):um aterro sanitário, uma estação de transferência, uma estação de triagem e 2 ecocentros. Nenhuma destas

estruturas se situa em Ponte da Barca. O sistema possui ainda 832ecopontos, 44dos quais em Ponte da Barca perfazendo um rácio

de 294 habitantes por ecoponto,valor bastante inferior à média da região Norte (396 hab/ecoponto), mas ligeiramente superior à

média nacional(288 hab/ecoponto)1.

A capitação da produção de resíduos sólidos urbanos total do concelho de ponte da Barca é de0,84 kg/habitante/dia

(valores de 2010). Este valor revela o carácter mais rural deste concelho,sendo a capitação bastante inferior à média nacional (1,25

kg/hab/dia). Considerando apenas a capitação da recolha separativa, esta é de 0.07kg/habitante/dia, o que denuncia que apenas

uma fracção reduzida dos resíduos produzidos são encaminhados para reciclagem.

1 APA, 2009. Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos - Dados gerais, Valorização e Destino Final - Infra-estruturas eequipamentos. Informação disponível on-line (www.apa.pt)

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De acordo com as metas previstas no PERSU II, a quantidade de resíduos de embalagens encaminhados para

reciclagem deverá aumentar 25% no período entre 2011 e 2016.

De destacar que neste concelho, à semelhança do que se verifica no resto do país há um pico e produção de resíduos no

mês de Agosto, coincidindo com a maior afluência de visitantes ao concelho, quer sejam turistas quer sejam barquenses emigrados

ou a residir num outro concelho.

6. Infraestruturas de água e saneamento

De acordo com os dados disponibilizados pelo Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento e Águas Residuais

(INSAAR), referentes a 2007, em Ponte da Barca toda a população se encontra servida por sistemas de abastecimento público de

água. Apesar disto, dados do Município (2010) revelam algumas deficiências ao nível do estado de conservação das infraestruturas

de abastecimento. Os dados referentes à qualidade das águas de abastecimento público de Ponte da Barca, relativas ao primeiro

trimestre de 2011 revelam ultrapassagem dos valores limite da legislação para os parâmetros E. coli e Bactérias em 4 e 44%,

respetivamente, da totalidade das análises efetuadas.

No que respeita aos sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais os dados do INSAAR (para 2007) apontam

para valores da ordem dos 47% da população servida. De referir que este concelho possui aglomerados rurais de pequena

dimensão e edificação de carácter disperso tornando pouco viável o desenvolvimento de soluções públicas de drenagem e

tratamento de águas residuais, pelo que nestes locais prevalecem as soluções individuais, maioritariamente fossas sépticas.

7. Organização e Ocupação do Solo

Atualmente, o PDM em vigor, reflete no ordenamento do solo previsto a estratégia de intervenção na altura da elaboração,

bem como o uso do solo predominante e os compromissos urbanísticos existentes. Os principais usos do solo podem ser divididos

em solos urbano (Espaço Urbano Central, Residencial, De baixa Densidade) e solo rural (Aglomerados rurais, Aglomerados

Disperso, Espaços Agrícolas, Espaços Florestais, Espaços Naturais, Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal) e ainda os solos

incluídos em áreas de salvaguarda estrita (sujeitos os regime da RAN, REN, Rede Natura 2000 e Perímetros Florestal).Para além

assim como espaços/perímetros de salvaguarda de valores e recursos e ainda servidões/restrições de utilidade pública (Domínio

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público hídrico; Património cultural edificado; Património arqueológico; Área de proteção à barragem do Touvedo e Lindoso; Parque

Nacional da Peneda-Gerês e Linhas elétricas e postos de transformação)

8. Energia

A utilização racional de energia é atualmente um desígnio nacional, que deverá ser observado por todas as entidades

públicas e/ou privadas. Ao nível das políticas de ordenamento do território,as recomendações vão no sentido da concentração dos

aglomerados e na orientação adequada das construções, obtendo benefícios energéticos de forma passiva.

Um aspeto a analisar é o desempenho dos edifícios do concelho ao nível da eficiência energética, com base nos dados

relativos à certificação energética e de Qualidade do Ar Interior existentes on-line na página da ADENE – Agência para a Energia.

Assim, em Ponte da Barca verifica-se existem cerca de 297 edifícios certificados (até ao final de 2010), sendo a sua distribuição

pelas diferentes classes de eficiência energética a que se apresenta a seguir.

Cerca de 69% dos edifícios certificados enquadram-se nas classes mais elevadas (A+, A, B e B-)e os restantes 31% nas

classes mais baixas.

Relativamente aos padrões e consumo, os dados referentes a 2009 revelam que Ponte da Barca possui consumos mais

elevados ao nível doméstico, não doméstico e na iluminação das vias públicas relativamente Às médias nacionais regionais e da

sub-região do Minho-Lima, o que revela alguma falta de sensibilização da população e das instituições em geral relativamente à

utilização racional da energia. Ao nível agrícola e industrial, os consumos representam uma porção menor do consumo total, o que

revela o pouco desenvolvimento destes sectores no concelho.

De referir que o concelho de Ponte da Barca está bem localizado para a produção de energias renováveis possuindo no

seu território dois aproveitamentos hidroeléctricos no rio Lima, cujas características se apresentam no quadro seguinte. Estes

aproveitamentos representavam, em2008, cerca de 6,1% da energia total produzida em Portugal.

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As suas potencialidades energéticas levaram ao desenvolvimento, em 2008, de um protocolo entre o Município, o Instituto

de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC

Porto) e a empresa SmartWatt,especializada em ganhos energéticos, com vista à criação de um cluster energético no concelho.

A Câmara Municipal pretende promover a exploração das potencialidades energéticas do concelho, que passam pelos

recursos eólicos, solares, hídricos, biomassa e matérias primas para a produção de biocombustíveis.

9. Paisagem e Património

9.1 Paisagem

Em termos paisagísticos, Ponte da Barca possui uma qualidade assinalável possuindo enquadramentos de grande valor

como os plano de água das barragens e os vários miradouros existentes pelo concelho. Num concelho essencialmente rural, o

verde é muitas vezes pontuado por edificações dispersas, situação que predomina na metade poente do concelho.

As áreas mais interessantes do ponto de vista ambiental e paisagístico estão integradas em áreas protegidas e

classificadas, representando mais de metade do concelho (cerca de 58%).Nestas áreas as condições físicas associadas às práticas

agro-pecuárias de carácter tradicional permitiram desenvolvimento de valores naturais de elevado interesse do ponto de vista da

conservação das espécies da fauna e flora e da biodiversidade.

9.2 Património Cultural

Ponte da Barca é um concelho rico em termos patrimoniais. Atualmente, encontram-se classificados 9

imóveis/monumentos no concelho de Ponte da Barca, existindo mais 2 em vias de classificação.

• Ponte sobre o Rio Lima

• Ponte sobre o Rio Vade

• Pelourinho de Ponte da Barca

• Igreja de Ponte da Barca

• Igreja de Bravães

• Igreja e Torre de Vila Nova de Muía

• Igreja de Crasto

• Castelo de Lindoso

• Espigueiros de Lindoso

• Necrópole em Britelo

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• Casa de Paço Vedro

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