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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA
ALIMENTAR E CIDADANIA
SUBSECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
2018-2021
Belo Horizonte
Julho de 2018
PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
2018-2021
EXPEDIENTE
Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania
Secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania | Maíra da
Cunha Pinto Colares
Subsecretário de Assistência Social | José Ferreira da Crus
Subsecretário de Direito e Cidadania | Thiago Alves da Silva Costa
Subsecretária de Segurança Alimentar | Darklane Rodrigues
Subsecretaria de Assistência Social
Diretora de Gestão do SUAS | Isabela de Vasconcelos Teixeira
Diretora de Proteção Social Básica | Eliete Cristina Rezende Costa
Diretora de Proteção Social Especial | Kátia Rochael Rodrigues
Diretor de Relação com o Sistema de Garantia de Diretos | Ricardo Manoel de Oliveira
Morais
Diretores Regionais de Assistência Social
Diretoria Regional de Assistência Social Barreiro | Ângela Maria de Souza Oliveira
Diretoria Regional de Assistência Social Centro-Sul | Célio Augusto Raydan
Diretoria Regional de Assistência Social Leste | Ricardo Marcelo Fait Gorchacov
Diretoria Regional de Assistência Social Nordeste | Sandra Silar Lopes dos Santos
Diretoria Regional de Assistência Social Noroeste | Alessandra de Souza Figueiredo
Diretoria Regional de Assistência Social Norte | Soraia Pereira de Souza
Diretoria Regional de Assistência Social Oeste | Maria Angélica Barros Menezes
Diretoria Regional de Assistência Social Pampulha | Claudia de Melo Machado de Melo
Diretoria Regional de Assistência Social Venda Nova | Valéria Andrade Martins
FICHA TÉCNICA
Coordenação Geral
Domingos Sávio de Araújo
Isabela de Vasconcelos Teixeira
Organização do Documento:
Adriana de Oliveira Lanza Moreira Orsine
Denise Amaral Soares
Isabela de Vasconcelos Teixeira
Mirlene de Souza Silva
Colaboração:
GABSUASS DPSO
Maria Thereza Nunes Martins Fonseca Eliete Cristina Rezende Costa
Haydée Magda Gonçalves
DGAS Mara Rúbia de Souza Albano Félix
Carlos Eduardo Firmino Simone de Souza Pegoreti
Claudia Chaves Rodrigues
Eliane Rodrigues Silva DPES
Érika Brandão Vianna Camilla Wanderley Oliveira
Gustavo Adolfo Rocha Caldeira Kátia Rochael Rodrigues
Jackson Jessé Nonato Pires Sandra Regina Ferreira
Lúcia de Fátima Alves Rocha Valéria Cardoso
Luciana Aparecida Teixeira Ana Paula Dias Guimarães
Lúcio Luiz Tolentino
Maria Aline Gomes Barboza DRGD
Maria de Fátima Queiroz Ribeiro Ricardo Manoel de Oliveira Morais
Marlúcia Oliveira de Assis
Paula Dias Moreira Penna Conselho Municipal de Assistência Social
Renata Silva Daniel Caldeira Ewerton Herald Pinto Silva
Vanessa Cambraia Esteves Maria Cristina Silva
Verônica de Araújo Nunes
DPGF-ASAC DIAD-ASAC
Afonso Nunes da Cruz Neto Igor Oliveira
Roberto César de Assis Fonseca Leandro Sifuentes Paulino
3ª Versão – 13/08/2018
Período de elaboração: janeiro a julho de 2018
1
LISTA DE SIGLAS
AMAS Associação Municipal de Assistência Social
BPC Benefício de Prestação Continuada
APAE
ACESSUAS
ADRA
AEIS
AEPETI
APABB
APP
CECAD
Associação de Pais e Alunos Excepcionais
Programa de Integração ao Mundo do Trabalho
Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais Sudeste
Brasileiro
Áreas de Especial Interesse social
Ações Estratégicas de Erradicação do Trabalho Infantil
Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do
Banco do Brasil e da Comunidade
Analista de Políticas Públicas
Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico
CENTRO-POP
Centro de Referência Especializado da Assistência Social para população
de rua
CLAS
CMAS
CMDCA
CMDM
CMDPD
CMHAB
CMI
CMPD
Comissões Locais de Assistência Social
Conselho Municipal de Assistência social
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher
Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência
Conselho Municipal de Habitação
Conselho Municipal do Idoso
Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas
CNAS
CNEAS
COMUSAN
CONANDA
CORAS
Conselho Nacional de Assistência Social
Cadastro Nacional de Entidades de Assistência Social
Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
Conselhos Regionais de Assistência Social
CRAS Centro de Referência de Assistência Social
CREAS
DATASUS
Centro de Referência Especializado de Assistência Social
Departamento de Informática do SUS
DGAS Diretoria de Gestão do SUAS
2
LISTA DE SIGLAS
DIAD-ASAC
DNIT
DNV
DOM
Diretoria Administrativa
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
Declaração de Nascidos Vivos
Diário Oficial do Município
DPES Diretoria de Proteção Social Especial
DPGF-ASAC
DPIR
Diretoria de Gestão e Finanças
Diretoria de Políticas para a Igualdade Racial
DPSO Diretoria de Proteção Social Básica
DRAS Diretoria Regional de Assistência Social
DRGD Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos
ECA
EJA
EPSBR
FJP
Estatuto da Criança e do Adolescente
Educação de Jovens e Adultos
Equipe de Proteção Social Básica Regional
Fundação João Pinheiro
FMAS Fundo Municipal de Assistência Social
FMTSUAS
FMUSUAS
FNAS
FORT-SUAS
FUMP
GAREP
GGBPP
GDECOM
GERHU
GGPSB
GGSAC
GGSMC
GGTEP
GRSAS
GTREC
Fórum Municipal dos Trabalhadores do SUAS
Fórum Municipal dos Usuários do SUAS
Fundo Nacional de Assistência Social
Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS
Fundação Universitária Mendes Pimentel
Gerência de Apoio Técnico e Assessoramento à Rede Socioassistencial
Privada
Gerência de Gestão de Benefícios, Programas e Projetos Socioassistenciais
Grupo de Desenvolvimento Comunitário
Gerência de Recursos Humanos
Gerência de Gestão dos Serviços da Proteção Social Básica
Gerência de Gestão dos Serviços de Alta Complexidade
Gerência de Gestão dos Serviços de Média complexidade
Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente
Gerência de Regulação do Sistema Único de Assistência Social
Gerência de Gestão de Transferência de Renda e Cadastro Único
3
LISTA DE SIGLAS
GVISO Gerência de Vigilância Socioassistencial
IBGE
IGD
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Índice de Gestão Descentralizada
ILPI
INSS
IPEA
Instituição de Longa Permanência para Idosos
Instituto Nacional do Seguro Social
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IVJ Índice de Vulnerabilidade Juvenil
LA
LGBT
LOA
Liberdade Assistida
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros
Lei Orçamentária Anual
LOAS
MDS
MGS
MPMG
NAMPA
NAMSEP
Lei Orgânica de Assistência Social
Ministério do Desenvolvimento Social
Minas Gerais Administração e Serviços S.A.
Ministério Público de Minas Gerais
Núcleo de Atendimento às Medidas de Proteção em Acolhimento
Núcleo de Atendimento às Medidas Socioeducativas e Protetivas
NOB-SUAS Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
NUMEP
ODS
OIT
OSCs
Núcleo Municipal de Educação Permanente do SUAS BH
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
Organização Internacional do Trabalho
Organizações da Sociedade Civil
PAEFI Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
PAIF Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família
PBF Programa Bolsa Família
PBH
PCCS
PCD
Prefeitura de Belo Horizonte
Plano de Cargos, Carreiras e Salários
Pessoa com Deficiência
PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
PIB
PMQER
PNAD
Produto Interno Bruto
Programa Municipal de Qualificação Emprego e Renda
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
4
LISTA DE SIGLAS
PNAS
PNUD
POP RUA
PPAG
PPAT
PRODABEL
PROFEG
Política Nacional de Assistência Social
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
População de Rua
Plano Plurianual de Ação Governamental
Programa de Promoção do Adolescente Trabalhador
Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte
Programa Família Extensa Guardiã
PROMETI Projeto de mercado de trabalho inclusivo
PSB
PSBR
Proteção Social Básica
Proteção Social Básica Regional
PSC
PSE
RENEP
RMBH
Prestação de Serviço à Comunidade
Proteção Social Especial
Rede Nacional de Educação Permanente
Região Metropolitana de Belo Horizonte
ROT Recursos Oriundos do Tesouro
SCFV
SEAS
SEDS
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
Serviço Especializado em Abordagem Social
Secretaria de Estado de Defesa Social
SGD
SIGCON
Sistema de Garantia de Direitos
Sistema de Gestão de Convênios, Portarias e Contratos
SIGPS
SIM
SINAN
SINASC
SMAAS
SMASAC
SMPOG
SMSA
Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais
Sistema de Informação sobre Mortalidade
Sistema de Informação de Agravos de Notificação
Sistema de Informações de Nascidos Vivos
Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social
Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão
Secretaria Municipal de Saúde
SOF
SPSPD
SPSPDI
Sistema Orçamentário e Financeiro
Serviço de Proteção Social a Pessoa com Deficiência
Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com
Deficiência e Idosas
5
LISTA DE SIGLAS
SUAS Sistema Único de Assistência Social
SUAS/BH Sistema Único de Assistência Social de Belo Horizonte
SUASS
SUDC
SUGESP
SUSAN
TGC
TR
Subsecretaria de Assistência Social
Subsecretaria de Direito e Cidadania
Subsecretaria de Gestão de Pessoas
Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional
Território de Gestão Compartilhada
Transferência de Renda
URBEL
VIVA
Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte
Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - População total por gênero, rural/urbana – município de BH/MG
Tabela 2 - População total por gênero, rural e urbana – região metropolitana de BH/MG
Tabela 3 - Distribuição da população pelas 9 regionais administrativas de BH, por faixa
etária – 2010
Tabela 4 - Ocupações urbanas segundo regional administrativa - BH – 2017
Tabela 5 - Renda, pobreza e desigualdade no município de Belo Horizonte/MG
Tabela 6 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais - Belo Horizonte -
2012-2016 (%)
Tabela 7 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais por sexo e por
cor em Belo Horizonte - 2012-2016 (%)
Tabela 8 - Rendimento médio do trabalho principal das pessoas de 16 anos ou mais
ocupadas na semana de referência por grupo de idade - Belo Horizonte - 2012-2016
(R$)
Tabela 9 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais por sexo - Belo Horizonte
- 2012-2016 (R$)
Tabela 10 - Rendimento das pessoas de 16 anos ou mais por cor ou raça - Belo
Horizonte - 2012-2016 (R$)
Tabela 11 - Vulnerabilidade social em famílias
Tabela 12 - Número de famílias cadastradas no CadÚnico e diferença percentual (%)
por ano (2012-2017) - Belo Horizonte
Tabela 13 - Número de famílias beneficiárias do PBF e diferença percentual (%) ano-a-
ano (2012-2017) - Belo Horizonte
Tabela 14 - Efeitos do descumprimento de condicionalidades sobre o Benefício do PBF
- ano 2017
Tabela 15 - Famílias cadastradas no CadÚnico por Regional – Belo Horizonte - 2017
Tabela 16 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar per capita -
Belo Horizonte - 2017
Tabela 17 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar total - Belo
Horizonte - 2017
Tabela 18 - Pessoas cadastradas no CadÚnico por faixa etária e sexo e diferença
percentual (%) por sexo e faixa etária
7
Tabela 19 - Pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por tipo de deficiência -
Belo Horizonte – 2017
Tabela 20 - Quantidade de pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por faixa
de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abr/2018
Tabela 21 - Percentual de pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por faixa
de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abril/2018
Tabela 22 - Quantidade e % de beneficiários do BPC (idosos e pessoas com deficiência)
residentes em Belo Horizonte – out/2017
Tabela 23 - Número de pessoas idosas beneficiárias do BPC residentes em Belo
Horizonte por faixa etária 2017
Tabela 24 - Número de beneficiários do BPC (pessoas com deficiência) por faixa etária
residentes em Belo Horizonte – 2017
Tabela 25 - Distribuição da população de cor/raça indígena por regionais/BH (2017)
Tabela 26 - Famílias indígenas cadastradas no CADÚNICO que recebem PBF (2017)
Tabela 27 - Distribuição da população indígena por faixa etária (2017)
Tabela 28 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da
comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo escolaridade
Tabela 29 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da
comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo renda familiar
Tabela 30 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da
comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo escolaridade
Tabela 31 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da
comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo renda familiar
Tabela 32 - Quantidade de famílias e indivíduos que vivem em comunidades ciganas em
Belo Horizonte - 2015
Tabela 33 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por sexo em Belo Horizonte –
abril de 2018
Tabela 34 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que sabem ler e escrever em
Belo Horizonte – abril de 2018
Tabela 35 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por último ano de escolaridade
em Belo Horizonte – abril de 2018
Tabela 36 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por faixa de renda per capita
em Belo Horizonte – abril de 2018
8
Tabela 37 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que recebem Bolsa Família em
Belo Horizonte – abril de 2018
Tabela 38 - Distribuição das pessoas em situação de vida nas ruas cadastradas por
regional administrativa
Tabela 39 - Número de casos notificados de violência interpessoal/autoprovocada em
residentes em Belo Horizonte por tipo de violência de 2012 a 2017
Tabela 40 - Número de casos notificados de violência interpessoal /autoprovocada em
residentes em Belo Horizonte por sexo - 2012-2017
Tabela 41 - Crianças e Adolescentes em acolhimento institucional por idade
Tabela 42 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo Disque
Direitos Humanos por público – BH/ 2017
Tabela 43 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo Disque
Direitos Humanos por faixa etária – BH/ 2017
Tabela 44 - Incidência dos tipos de violação de direitos contra a pessoa idosa nos casos
acompanhados pelo PAEFI – BH/ 2017
Tabela 45 - Idosos atendidos pelo Projeto Cuidador/Programa Maior Cuidado - Belo
Horizonte – 2017
Tabela 46 - Número de pessoas idosas acolhidas em Instituições de Longa Permanência
por recorte etário – BH/ 2017
Tabela 47 - Nº de crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 17 anos, em situação de
trabalho infantil, no município de Belo Horizonte – Ano: 2010
Tabela 48 - Famílias cadastradas no CadÚnico por regional – Belo Horizonte – 2017
Tabela 49 - Famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família por Regional - BH- 2017
Tabela 50 - Famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família em relação às famílias
cadastradas por Regional - BH- 2017
Tabela 51 - Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) por regional e
tipo de beneficiário de Belo Horizonte
Tabela 52 - Total de beneficiários do BPC residentes em área CRAS e fora de área
CRAS por Regional - BH – 2017
Tabela 53 - Execução orçamentária (por fonte) – PPAG 2014-2017
Tabela 54 - Execução orçamentária (por proteção) – PPAG 2014-2017
Tabela 55 - Comparativo (por fonte) – PPAG/LOA 2018-2021
Tabela 56 - Comparativo (por proteção) – PPAG/LOA 2018-2021
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Quadro 2 – Órgão Gestor da Política de Assistência Social
Quadro 3 - Fundo Municipal de Assistência Social
Figura 1 – Organograma SUASS
Gráfico 1 - Trabalhadores efetivos de nível superior por formação/função – CRAS
Gráfico 2 - Trabalhadores efetivos de nível superior por formação/função – CREAS
Gráfico 3 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme
dimensionamento da seleção de movimentação – edital 2017 – CRAS
Gráfico 4 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme
dimensionamento da seleção de movimentação – edital 2017 – CREAS
Gráfico 5 - Técnicos efetivos de nível superior por formação – PSB Regional
Gráfico 6 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme
dimensionamento da movimentação – edital 2017 – PSBR
Gráfico 7 - Trabalhadores efetivos de nível médio por unidade de lotação (nas
Regionais)
Gráfico 8 - Trabalhadores efetivos de nível fundamental por unidade de lotação (nas
Regionais)
Gráfico 9 - Técnicos efetivos de nível superior por formação do NAMSEP
Gráfico 10 - Técnicos efetivos de nível superior por formação – Serviço de
Atendimento ao Migrante
Gráfico 11 - Técnicos efetivos de nível superior por formação lotados no Órgão Gestor
Central
Gráfico 12 - Trabalhadores efetivos de nível médio lotados no Órgão Gestor Central
Gráfico 13 - Trabalhadores efetivos de nível superior do Provimento de Serviços e das
funções essenciais de gestão
Gráfico 14 - Estagiários remunerados da PBH lotados nas unidades da SUASS
Gráfico 15 - Servidores da rede governamental por escolaridade
Gráfico 16 - Equipe Secretaria Executiva-CMAS
Gráfico 17 - Trabalhadores da rede socioassistencial privada por escolaridade
Gráfico 18 - Quantitativo de trabalhadores da rede socioassistencial privada por
formação
Gráfico 19 - Proporção de trabalhadores da rede governamental e rede socioassistencial
privada do SUAS-BH
10
Gráfico 20 - Trabalhadores da Rede Socioassistencial Privada por gênero
Gráfico 21 - Trabalhadores da Rede Governamental por gênero
Gráfico 22 - Trabalhadores da Rede SUAS-BH
Gráfico 23 - Trabalhadores terceirizados (nível médio, fundamental) (MGS) lotados em
CRAS, CREAS e TR por local de trabalho
Gráfico 24 - Trabalhadores terceirizados (nível médio, fundamental) (MGS) lotados em
CRAS, CREAS e TR por local de trabalho
Quadro 4 - Composição do CMAS: Presidência e Coordenação de Comissões
Quadro 5 - Secretaria Executiva
Quadro 6 - Composição do CMAS: Conselheiros
Quadro 7 - Organização do CMAS-BH
Figura 2 - Organograma CMAS-BH
Quadro 8 - Temas das Conferências Municipais de Assistência Social
Quadro 9 - Deliberações da 12º Conferência Municipal de Assistência Social
Quadro 10 - Deliberações das Conferências Setoriais de Juventude, Igualdade Racial e
População em Situação de Rua
Figura 3 - Evolução da pirâmide etária de Belo Horizonte – 1991, 2000 e 2010
Gráfico 25 - População do município de Belo Horizonte por sexo, cor/raça – 2010
Quadro 11 - Identificação das Ocupações Urbanas de Belo Horizonte segundo
Regionais Administrativas
Mapa 1 - Distribuição das ocupações no município de Belo Horizonte, por regional
Gráfico 26- Participação dos setores econômicos no Produto Interno Bruto – BH – 2015
Figura 4 - Evolução da distribuição de renda da população por quintos – Belo
Horizonte, 1991, 2000 e 2010
Quadro 12 - Distribuição percentual da renda da população – Belo Horizonte/MG
Gráfico 27 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais - Belo Horizonte -
2012-2016 (R$)
Gráfico 28 - Percentual de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza -2010
Gráfico 29 - Percentual dos extremamente pobres por grupo etário – 2010
Gráfico 30 - Percentual dos extremamente pobres por raça – 2010
Gráfico 31 - Percentual de pessoas com pelo menos uma deficiência residentes em BH
com renda per capita de até ¼ do SM – 2010
Mapa 2 - Localização de povos quilombolas e ciganos no município de Belo Horizonte
11
Gráfico 32 - Distribuição da população de 15 a 29 anos por cor/raça e por regional de
residência – Belo Horizonte, 2010
Gráfico 33 - Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ-BH) por território de gestão
compartilhada e por regional – Belo Horizonte, 2015
Gráfico 34 - Regional de residência de adolescentes autores de ato infracional
Gráfico 35 - Distribuição de pessoas em situação de rua por raça/cor
Gráfico 36 - Distribuição de pessoas em situação de rua por raça/cor
Gráfico 37 - Evolução do número de notificações – 2012 a 2017
Gráfico 38 - Número de casos notificados de violência interpessoal/autoprovocada em
residentes em Belo Horizonte por faixa etária – 2012/2017*
Gráfico 39 - Violação de direitos contra criança e adolescentes inseridas no PAEFI por
idade
Gráfico 40 - Tipos de Violação de Direitos acompanhadas pelo PAEFI (%)
Gráfico 41 - Órgão encaminhador das famílias atendidas no PAEFI
Gráfico 42 - Percentual de trabalho infantil por grupo etário /Regional administrativa
2010
Mapa 3 - Localização dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS e
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)
Mapa 4 - Distribuição famílias cadastradas no Cadastro Único no município de Belo
Horizonte por regionais administrativas
Mapa 5 - Distribuição das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família
Mapa 6 - Distribuição dos beneficiários do BPC
Mapa 7 - Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Média
Complexidade – 2017
Mapa 8 - Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Alta
Complexidade – 2017
Quadro 13 - Metas para o quadriênio 2018/2021
Gráfico 43 - Execução orçamentária – PPAG 2014-2017
Gráfico 44 - Execução orçamentária X Proteção/ Gestão – PPAG 2014-2017
Gráfico 45 - Comparativo – PPAG/LOA 2014-2017
Gráfico 46 - Recursos Vinculados oriundos FEAS – 2014-2017
Gráfico 47 - Recursos Vinculados oriundos (FNAS) – 2014-2017
Gráfico 48 - Comparativo – PPAG/LOA 2018-2021
Gráfico 49 - Comparativo – PPAG/LOA 2018-2021
12
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 15
1 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM
BELO HORIZONTE .............................................................................................. 18
1.1 Identificação do órgão gestor: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte/
Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania/ Subsecretaria
de Assistência Social ............................................................................................... 18
1.2 Organização administrativa da Subsecretaria de Assistência Social ........... 21
1.2.1 Diretoria de Gestão do Sistema Único de Assistência Social – DGAS.... 21
1.2.2 Diretoria de Proteção Social Básica – DPSO ........................................... 23
1.2.3 Diretoria de Proteção Social Especial – DPES ......................................... 24
1.2.4 Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos – DRGD ... 25
1.2.5 Diretorias Regionais de Assistência Social - DRAS ................................ 25
1.3 Recursos Humanos da política de assistência social no município .............. 28
1.3.1. Gestão do trabalho do SUAS-BH ............................................................. 28
1.3.2. Dados sobre o perfil dos recursos humanos do SUAS-BH ...................... 34
2. CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .......... 53
2.1. Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) ................................... 53
2.2. Estrutura de funcionamento do CMAS-BH ................................................. 57
2.3. Organização do CMAS -BH ........................................................................ 59
2.4. Organograma do CMAS-BH ........................................................................ 60
2.5. Competências do CMAS-BH ....................................................................... 60
2.6. Articulação com outros conselhos setoriais ................................................. 62
2.7. Conferência Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte................ 63
2.8. Fórum Municipal dos Usuários do SUAS de Belo Horizonte –
FMUSUAS/BH ....................................................................................................... 71
3. UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DA PROTEÇÃO
SOCIOASSISTENCIAL NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE .................. 74
13
3.1. Aspectos demográficos e territoriais ............................................................ 74
3.2. Aspectos econômicos: distribuição de renda e integração ao mundo do
trabalho.................................................................................................................... 84
3.3. Aspectos de vulnerabilidades e riscos sociais e violações de direitos do
público prioritário da Assistência Social ................................................................ 90
3.3.1. Famílias em situação de vulnerabilidade social ....................................... 91
3.3.2. Pessoas com deficiência no município ................................................... 101
3.3.3. Vulnerabilidade de Renda entre Idosos e Pessoas com Deficiência: os
dados do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ............................................ 104
3.3.4. Povos e comunidades tradicionais .......................................................... 106
3.3.5. Juventude e vulnerabilidade ................................................................... 119
3.3.6. População em trajetória de vida nas ruas ............................................... 124
3.3.7. Violência e violações de direitos ............................................................ 127
3.3.8. Violação de direitos de crianças e adolescentes ..................................... 131
3.3.9. Violação de direitos de idosos ................................................................ 134
3.3.10. Exploração do trabalho infanto-juvenil no município ........................ 138
4. MAPEAMENTO E COBERTURA DA REDE SOCIOASSISTENCIAL ... 143
4.1. Mapeamento e cobertura da rede socioassistencial de Proteção Social Básica
– PSB 143
4.1.1. Serviços de Proteção Social Básica ........................................................ 143
4.1.2. Programas e Projetos de Proteção Social Básica .................................... 145
4.1.3. Mapa da rede socioassistencial de Proteção Social Básica .................... 146
4.1.4. Transferência de Renda e Cadastro Único ............................................. 148
4.2. Mapeamento e cobertura da rede socioassistencial de Proteção Social
Especial – PSE ...................................................................................................... 157
4.2.1. Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade ............. 157
4.2.2. Ações estratégicas de Proteção Social Especial de Média Complexidade159
4.2.3. Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade ................ 160
4.2.4 Ações estratégicas de Proteção Social Especial de Alta Complexidade 162
14
5. INTEGRALIDADE E INTERSETORIALIDADE DA POLÍTICA DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL ...................................................................................... 164
6. DIRETRIZES E PRIORIDADES PARA O QUADRIÊNIO 2018/2021 ...... 168
7. OBJETIVO GERAL E METAS .................................................................... 168
7.1. Objetivo Geral ............................................................................................ 169
7.2. Metas para o quadriênio 2018/2021 ........................................................... 170
8. FINANCIAMENTO ...................................................................................... 180
8.1. O financiamento do SUAS-BH .................................................................. 180
9. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL ...................................................................................... 189
15
APRESENTAÇÃO
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 204, estabelece que as ações
governamentais na área da Assistência Social serão organizadas com base nas diretrizes
de:
I. descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as
normas gerais à esfera federal, e a coordenação e a execução dos respectivos programas
às esferas estaduais e municipais, bem como a entidades beneficentes e de assistência
social;
II. participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
A Lei Orgânica da assistência Social – LOAS regulamenta a Política de
Assistência Social como política pública, iniciando um percurso que a levaria de velhas
práticas clientelistas e assistencialistas para um novo patamar: do campo da garantia e
defesa de direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal.
Inaugura-se, assim, uma nova matriz para a Política de Assistência Social, no campo de
Seguridade Social juntamente com a Saúde e a Previdência Social, ressaltando-se seu
caráter de Proteção Social.
Entretanto, o atual contexto político do País tem se caracterizado por retrocessos
na forma de elaboração e condução das Políticas Públicas Sociais. Concepções antes
secundárias, como a de Estado Mínimo e de filantropia social e empresarial, voltam a
ganhar força e gerar decisões centralizadas e sem lastro na interlocução democrática
com a sociedade através do reconhecimento dos dispositivos legais de controle social.
Em um País com um passivo secular de desigualdade social e concentração de
renda, o Estado, no cumprimento de suas atribuições constitucionais, deve
necessariamente ser agente indutor e implementador de uma Política de Assistência
Social que assegure proteção a indivíduos e famílias que vivenciam situações diversas
de desproteção social.
Merece destaque que a Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004 e
suas regulamentações posteriores se contrapõem à perspectiva de Estado Mínimo,
desobrigado de se responsabilizar pela expansão e qualificação de um Sistema de
Segurança Social no País. Tanto a PNAS quanto suas regulamentações posteriores, em
particular a NOB/SUAS, organizam concepções e diretrizes que concretizam as bases
de uma política de assistência social descentralizada e participativa, primando por se
16
garantir a participação efetiva da sociedade na formulação e na condução das ações do
campo socioassistencial, bem como do monitoramento e avaliação de seus resultados e
impactos.
Neste cenário de retrocessos, este Plano Municipal de Assistência Social 20018-
2021 representa a possibilidade de pactuação de propostas e prioridades fundamentais
para o aprimoramento do Sistema Único de Assistência Social de Belo Horizonte -
SUAS/BH, com expansão e qualificação, dos serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais.
O Plano Municipal é um dos instrumentos de gestão necessários à
operacionalização da Política de Assistência Social, caracterizando-se como ferramenta
de regulação e de planejamento técnico e financeiro do SUAS/BH. Neste instrumento,
as ações de proteção no campo da assistência social são materializadas através de
estabelecimento de prioridades, de diretrizes, de objetivos e do planejamento da oferta
do conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, bem como
das ações de gestão e de controle social para o período de 2018-2021.
Na contramão do contexto nacional de retrocessos, o presente Plano se propõe a
ampliar e qualificar a Política de Assistência Social no Município. Essa aposta é
traduzida, neste, através do planejamento de ações de manutenção, reordenamentos,
ampliação e qualificação do provimento dos serviços e benefícios; de aprimoramento da
gestão do SUAS; e de ampliação e potencialização das instâncias de participação e
controle social.
A reforma, ocorrida em 2017, reorganizou a estrutura administrativa da PBH,
permitindo ao órgão gestor da Assistência Social, implantar áreas essenciais de gestão
do SUAS: Gestão do Trabalho e Educação Permanente, Vigilância Socioassistencial,
Apoio e Assessoramento a Entidades socioassistenciais; Relação com o Sistema de
Garantia de Direitos; bem como potencializou áreas pré-existentes, como a Regulação,
Proteção Social Especial e Proteção Social Básica.
A previsão neste Plano de novos dispositivos de participação, devidamente
institucionalizados, visa fortalecer o caráter descentralizado, participativo e democrático
da Política de Assistência Social no Município. Procura-se, assim, ressaltar a
necessidade de ampliar a reflexão e a interlocução entre gestores, da rede estatal e não
governamentais, trabalhadores, usuários, conselheiros e demais atores envolvidos direta
ou indiretamente com a Assistência Social e com o SUAS, sobre o contexto social,
econômico e político no município, no estado e no País, e sobre as tensões e os conflitos
17
que podem comprometer o constante aperfeiçoamento do SUAS/BH. Tais ações são
fundamentais, pois abrem a possibilidade de formação de consensos e de inovações na
oferta, fomentando e pactuando acordos institucionais, permanentes ou transitórios, que
através destes dispositivos institucionalizados permitem a avaliação e a redefinição
sistemática de ações e concepções no campo socioassistencial.
Por sua vez, a ampliação e a qualificação da oferta de serviços, programas,
projetos e benefícios socioassistenciais apontam para o reconhecimento e da valorização
da Política de Assistência Social no município como indutora do bem-estar e
potencializadora da autonomia e dos direitos sociais. Considerando a
corresponsabilidade dos três entes federados de cofinanciarem, por meio de
transferências automática, regular e fundo a fundo, o aprimoramento da gestão, os
serviços, os programas, os projetos de assistência social e benefícios continuados, o
atual contexto de retrocessos não repercutem, ainda, neste Plano na sustentação de
ampliação e qualificação do SUAS/BH. Contudo, ações de reordenamento na oferta e na
gestão da Política de Assistência Social integram este Plano, visando a atualização, a
inovação e a qualificação do atendimento aos indivíduos e famílias que compõem o
público prioritário da Assistência Social no Município.
Por fim, é necessário ressaltar que este Plano é um instrumento público, que
afirma compromissos e instrumentaliza a sociedade para o controle e o fortalecimento
da Política de Assistência Social no Município. Embora o arcabouço normativo do
SUAS seja avançado e apesar do município apresentar avanços históricos na formulação
e implantação da Política de Assistência Social, o caminho a ser percorrido é repleto de
desafios, em especial decorrentes do atual contexto de retrocessos político-institucionais
no campo socioassistencial. Contudo, as oportunidades de avanços nunca se esgotam e
dependem, em grande parte, da capacidade da própria sociedade se valer dos recursos e
instrumentos que conta para se posicionar e atuar em situações políticas desfavoráveis.
Este Plano é um destes instrumentos e as ações planejadas que nele constam devem ser
monitoradas e avaliadas técnica e politicamente para que seus objetivos sejam de fato
atingidos.
18
1 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM
BELO HORIZONTE
1.1 Identificação do órgão gestor: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte/
Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania/
Subsecretaria de Assistência Social
A Subsecretaria de Assistência Social – SUASS, vinculada à Secretaria
Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC, tem
como missão contribuir na garantia e defesa de direitos na superação de situações de
violação, risco e vulnerabilidades pessoais e sociais, respeitando os princípios da
Política Nacional de Assistência Social. São princípios dessa política: a supremacia do
atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; a
universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial
alcançável pelas demais políticas públicas; o respeito à dignidade do cidadão, à sua
autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à
convivência familiar e comunitária; a igualdade de direitos no acesso ao atendimento,
sem discriminação de qualquer natureza.
Destaca-se que em 2017 a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte passou por
um processo de Reforma Administrativa, publicada no Diário Oficial do Município em
01 de setembro de 2017, por meio do Decreto nº 16.684, de 31 de agosto de 2017. Este
Decreto dispõe sobre a estrutura orgânica dos órgãos e entidades do Poder Executivo.
Nessa nova organização, a antiga Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social
(SMAAS) passou a ser nomeada Subsecretaria de Assistência Social (SUASS),
compondo a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e
Cidadania (SMASAC). Essa reforma modernizou a estrutura da SMASAC, assim como
da SUASS, com o objetivo de torná-las mais eficientes, transparentes e próximas do
cidadão.
É importante destacar algumas mudanças significativas na SUASS, resultantes
da Reforma Administrativa, que impactam na qualificação e fortalecimento da gestão do
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no município:
a) A instituição das Diretorias Regionais de Assistência Social, substituindo as
antigas Gerências Regionais de Assistência Social, elevando em nível
19
estratégico a condução do Comando Único do SUAS/BH e fortalecendo as
articulações interinstitucionais e intersetoriais da Política de Assistência
Social;
b) A implantação da Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de
Direitos - SGD, com o objetivo de garantir a interlocução e pactuação de
fluxos e protocolos com os diferentes atores do Sistema de Garantia de
Direitos;
c) A implantação da Gerência de Apoio Técnico e Assessoramento à Rede
Socioassistencial Privada (GAREP), visando garantir a aproximação do
órgão gestor do SUAS com as Organizações da Sociedade Civil – OSCs por
meio do vínculo SUAS e qualificar as ofertas socioassistenciais;
d) A incorporação da Gerência de Gestão de Transferência de Renda e Cadastro
Único à Diretoria de Proteção Social Básica, potencializando as ações
integradas de assistência social como direito social, por meio do Cadastro
Único e da gestão de benefícios socioassistenciais e de transferência de
renda, como o Programa Bolsa Família;
e) A implantação da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente
(GGTEP) na Diretoria de Gestão do SUAS, possibilitando ao SUAS/BH
trabalhar em ações de fortalecimento e valorização do trabalhador do SUAS,
de qualificação da oferta dos serviços, programas, projetos, benefícios,
transferência de renda e Cadastro Único e de garantir a implementação da
Política Municipal de Educação Permanente do SUAS/BH.
f) A implantação da Gerência de Benefícios, Programas e Projetos na Diretoria
de Proteção Social Básica, objetivando a gestão e coordenação dos
programas, projetos e benefícios socioassistenciais na perspectiva da
qualificação e oferta integrada aos serviços socioassistenciais.
Neste contexto, a atual configuração da estrutura organizacional da SUASS veio
se adequar de forma mais condizente às normativas e diretrizes da Política de
20
Assistência Social, potencializando o comando único, a territorialidade e a
matricialidade sociofamiliar para a consolidação da proteção socioassistencial de
maneira integralizada. Deste modo, o novo desenho aprimorou e inaugurou novas
institucionalidades na gestão do SUAS no município mediante a criação de diretorias e
gerências estratégicas.
Quadro 1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Gestor municipal Alexandre Kalil
Endereço Avenida Afonso Pena, 1212 - 2º Andar - Centro. CEP: 30.130-
908. Belo Horizonte – MG
Telefone 3277-4141
E-mail [email protected] Fonte: SUASS (2018)
Quadro 2 – Órgão Gestor da Política de Assistência Social
SMASAC – Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania
Gestor responsável Maíra da Cunha Pinto Colares
Endereço Rua Tupis, 149 - 11º Andar - Centro. CEP: 30.190-060. Belo
Horizonte – MG
Telefone 3277-9996/9997
E-mail [email protected]
SUASS - Subsecretaria de Assistência Social
Gestor responsável José Ferreira da Crus
Endereço Rua Tupis, 149 - 15º Andar - Centro. CEP: 30.190-060. Belo
Horizonte – MG
Telefone 3277-4562/4568
E-mail [email protected]
Nível de gestão Plena
Porte do Município Metrópole Fonte: SUASS (2018)
Quadro 3 - Fundo Municipal de Assistência Social
Gestor do FMAS Maíra da Cunha Pinto Colares – Secretária
José Ferreira da Crus – Secretário Adjunto
Lei de Criação do FMAS Lei Municipal Nº 7.099, de 27 de maio de 1996
Decreto de Regulamentação
do FMAS
Decreto Municipal Nº 9.073, de 30 de dezembro de 1996
CNPJ 13.921.433/0001.21
Fonte dos recursos Fundo Nacional de Assistência Social, Fundo Estadual de
Assistência Social, Recursos Oriundos do Tesouro Municipal e
outras fontes
Fonte: SUASS (2018)
21
1.2 Organização administrativa da Subsecretaria de Assistência Social
A Subsecretaria de Assistência Social – SUASS, apresenta em sua estrutura
organizacional quatro Diretorias no nível central: Diretoria de Gestão do Sistema Único
de Assistência Social, Diretoria de Proteção Social Básica, Diretoria de Proteção Social
Especial e Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos. Vinculadas
também à SUASS estão as Diretorias Regionais da Assistência Social – DRAS
localizadas nas nove regionais administrativas do município. A cada diretoria estão
vinculadas gerências, com atribuições táticas e operacionais relacionadas à gestão e ao
provimento dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social e, ou,
relacionadas às funções de gestão previstas no Sistema Único de Assistência Social –
SUAS. Será apresentada a seguir uma breve descrição das funções desempenhadas por
essas áreas.
1.2.1 Diretoria de Gestão do Sistema Único de Assistência Social – DGAS
A DGAS tem a função precípua de coordenar, acompanhar e avaliar a implantação
do SUAS em Belo Horizonte através dos processos de planejamento, monitoramento e
avaliação da política, implantação e fomento da vigilância socioassistencial, regulação e
regulamentação do SUAS, por meio da elaboração de normas, instruções, parâmetros,
protocolos, acompanhamento das matérias afetas à área no Legislativo, dentre outros,
implementação e fomento da gestão do trabalho e educação permanente do SUAS e, do
acompanhamento e apoio ao controle social e, também, do apoio técnico e
assessoramento à rede socioassistencial não governamental. Organiza-se em quatro
gerências:
a) Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente – GGTEP: tem
como competência implementar ações de gestão do trabalho e educação
permanente do SUAS, compreendendo a valorização do trabalhador e a
estruturação do processo de trabalho institucional. Responsável por instituir,
coordenar e secretariar a Mesa Municipal de Gestão do Trabalho, o Núcleo
22
Municipal de Educação Permanente do SUAS – NUMEP/SUAS e a Escola de
Educação Permanente do SUAS.
b) Gerência de Vigilância Socioassistencial – GVISO: tem como atribuição
efetivar a vigilância socioassistencial como função estratégica da Política de
Assistência Social, subsidiando processos de produção de conhecimentos,
planejamento, monitoramento, avaliação e de gestão em Belo Horizonte. A
esta gerência compete produzir, sistematizar e analisar informações
territorializadas sobre as situações de vulnerabilidade e risco que incidem
sobre famílias e indivíduos e dos eventos de violação de direitos nos
territórios do município, assim como disponibilizar as informações
produzidas. Ela possui em sua estrutura interna duas coordenações, a
Coordenação de Monitoramento e Avaliação do SUAS e a Coordenação de
Informações do SUAS.
c) Gerência de Regulação do Sistema Único de Assistência Social – GRSAS:
tem como principal atribuição propiciar unidade às ações de regulamentação e
regulação de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais,
considerando suas especificidades e particularidades da gestão e dos
territórios, em conformidade com as normativas estabelecidas na Política
Nacional de Assistência Social e demais normativas. Executa essa função por
meio de proposições nas ações operacionais e de gestão, fazendo a vigilância
administrativa das normativas do SUAS, unificando conceitos, revisando
processos de trabalho e participando do processo de elaboração de
metodologias dos serviços e benefícios.
d) Gerência de Apoio Técnico e Assessoramento à Rede Socioassistencial
Privada – GAREP: sua principal função é assessorar e apoiar as entidades e
organizações de assistência social do município, inscritas no CMAS, bem
como orientar a execução de serviços, programas, projetos e benefícios por
elas ofertados, visando ao fortalecimento do vínculo SUAS. Para tal, essa
gerência tem como atribuições: construir estratégias de fortalecimento da
relação entre as entidades e organizações de assistência social e o órgão
gestor; produzir e disseminar informações e orientações para a rede
23
socioassistencial não governamental; gerir e manter atualizado o Cadastro
Nacional de Entidades de Assistência Social – CNEAS no âmbito municipal;
orientar e acompanhar a inscrição das entidades de assistência social junto ao
Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS; acompanhar e apoiar as
entidades quanto à adesão a programas, projetos, incentivos e isenções
financeiras municipais, estaduais e federais, dentre outras.
1.2.2 Diretoria de Proteção Social Básica – DPSO
Compete a esta Diretoria, coordenar o planejamento, a formulação e a
implementação das ações e Proteção Social Básica do SUAS destinadas à população que
vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação ou
fragilização de vínculos afetivos, discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por
deficiências, dentre outras.
Organiza-se em três gerências:
a) Gerência de Gestão de Benefícios, Programas e Projetos Socioassistenciais –
GGBPP: tem por objetivo gerir os programas, projetos e benefícios
socioassistenciais visando à oferta integrada aos serviços socioassistenciais.
Nesta gerência estão a Coordenação do Benefício de Prestação Continuada
(BPC) e Benefícios Eventuais e a Coordenação de Programas e Projetos
Socioassistenciais;
b) Gerência de Gestão dos Serviços da Proteção Social Básica – GGPSB: tem a
competência de gerir, implementar, integrar e qualificar os serviços da
Proteção Social Básica (PSB) do SUAS, visando promover a prevenção de
situações de vulnerabilidades e risco sociais e pessoais, a socialização e a
convivência familiar e comunitária. Para tal, ela deve, dentre outras
atribuições, elaborar e aplicar os instrumentos de orientação metodológica dos
serviços e apoiar as unidades socioassistenciais no exercício de suas funções.
Nela estão incluídas a Coordenação de Serviços da PSB territorializados e a
Coordenação de Serviços da PSB Regional;
24
c) Gerência de Gestão de Transferência de Renda e Cadastro Único – GTREC:
objetiva gerir as ações dos programas de transferência de renda e do Cadastro
Único, desenvolvendo estratégias proativas de inclusão e atualização
cadastral, acompanhamento do público prioritário, assim como o
acompanhamento das condicionalidades, dentre outras ações. É composta pela
Coordenação de Gestão do Cadastro Único e a Coordenação de Gestão de
Benefícios. Cabe salientar que esta gerência, antes vinculada à Secretaria
Municipal de Políticas Sociais, com a reforma administrativa foi integrada à
SUASS, consolidando a gestão integrada de serviços, programas, projetos e
benefícios socioassistenciais e qualificando a oferta de proteção social no
município.
1.2.3 Diretoria de Proteção Social Especial – DPES
É a diretoria responsável pelo planejamento, coordenação e organização da oferta
de Proteção Social Especial do SUAS a indivíduos e famílias em situação de
vulnerabilidades e riscos pessoais e sociais em decorrência da fragilização e/ou
rompimentos de vínculos familiares e comunitários. Estrutura-se em duas gerências:
a) Gerência de Gestão dos Serviços de Média complexidade - GGSMC: tem a
atribuição de gerir e implementar ações de Proteção Social Especial de Média
Complexidade do SUAS, voltados para a promoção da proteção social de
famílias e indivíduos com direitos violados, cujos vínculos familiares e
comunitários ainda não foram rompidos. Integra esta Gerência o Núcleo de
Atendimento às Medidas Socioeducativas e Protetivas da PBH; a
Coordenação de Atendimento Técnico-Metodológico das medidas
Socioeducativas em Meio Aberto; a Coordenação do Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a famílias e Indivíduos; a Coordenação do
Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua e; a Coordenação do
Serviço de Proteção Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas
Famílias.
b) Gerência de Gestão dos Serviços de Alta Complexidade - GGSAC: deve gerir
e implementar as ações de Proteção Social de Alta Complexidade do SUAS,
25
com serviços voltados para a garantia de proteção integral a indivíduos e
famílias em situação de risco pessoal e social, com vínculos familiares
rompidos ou extremamente fragilizados. Nesta gerência estão a Coordenação
de Acolhimento Institucional – para idosos, pessoas com deficiência e
crianças e adolescentes; a Coordenação de Acolhimento Familiar; e, a
Coordenação da Central de Vagas do SUAS.
A esta diretoria está também vinculada a Coordenação das Ações Estratégicas do
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI.
1.2.4 Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos – DRGD
À Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos compete qualificar
as articulações institucionais e interinstitucionais em face do aperfeiçoamento da relação
entre o SUAS e o Sistema de Garantia de Direitos1, em especial com os órgãos de defesa
dos direitos humanos. Para tal, deve atuar nas relações entre os gestores do SUAS e os
profissionais dos órgãos de defesa do Sistema de Garantia de Direitos e estabelecer um
canal de comunicação direto e dialógico com os profissionais dos referidos órgãos.
Além disso, deve desenvolver atribuições de planejamento e acompanhamento
dos processos de implantação e reordenamento dos serviços de assistência social
decorrentes de processos administrativos e judiciais, em conjunto com as demais áreas do
SUAS, da promoção de ações de gestão das relações e a articulação interinstitucional
com os Órgãos de Defesa e Garantia de Direitos e da proposição e participação na
elaboração de fluxos de rede com os Órgãos de Defesa e de Garantia de Direitos.
Igualmente, deve formalizar respostas oficiais aos órgãos de defesa do Sistema de
Garantia de Direitos, com o subsídio previamente fornecido pela equipe técnica dos
serviços e benefícios socioassistenciais, bem como participar de reuniões oficiais e
estudos de casos.
1.2.5 Diretorias Regionais de Assistência Social - DRAS
1 Consiste na articulação e integração de instituições e instâncias do poder público na aplicação de
mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos, nos três níveis federativos.
26
De acordo com a organização administrativa da Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte, o município está subdividido em nove regionais administrativas: Barreiro,
Centro-Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova. Em cada
uma dessas regionais foi criada uma diretoria regional, com o objetivo de desenvolver e
qualificar a gestão do SUAS regional, respeitando as especificidades regionais e
garantindo unidade em seu processo de gestão. Estas têm como principal atribuição a
gestão da política de assistência social em sua abrangência territorial/regional, articulada
e integrada com o órgão gestor no município, na perspectiva de consolidar o Comando
Único da Política. A consolidação das DRAS é um avanço significativo para a política de
assistência social que historicamente se apresentava como uma instância inferior no
âmbito das políticas sociais regionais.
Às DRAS, além da gestão do SUAS no território da regional de acordo com as
diretrizes estabelecidas pela SUASS; compete planejar, de forma articulada e integrada
com a SUASS, a oferta de serviços, programas, projetos, benefícios, transferência de
renda e o cadastro único no território da regional, assim como desenvolvimento das ações
de busca ativa; promover a integralidade da proteção socioassistencial considerando as
ações de Proteção Social Básica e de Proteção Social Especial do SUAS, coordenando-as
em sua área de abrangência e fomentando a função de vigilância socioassistencial;
coordenar e promover a articulação intersetorial e com movimentos sociais, entidades da
sociedade civil e fóruns temáticos que atendam públicos relacionados ao SUAS, no
território da regional administrativa; promover a intersetorialidade necessária para acesso
e inclusão nas políticas sociais; organizar e apoiar as ações de gestão referentes aos
processos de apoio técnico e assessoramento às entidades socioassistenciais, regulação,
vigilância socioassistencial, gestão do trabalho e educação permanente no SUAS.
.
27
Figura 1 - Organograma SUASS
28
1.3 Recursos Humanos da política de assistência social no município
1.3.1. Gestão do trabalho do SUAS-BH
De acordo com a Norma Operacional Básica do SUAS de 2012 (NOB
SUAS/2012, aprovada pela Resolução CNAS nº 33 de 12 de dezembro de 2012), a
gestão do trabalho no SUAS compreende o planejamento, a organização e a execução
das ações relativas à valorização do trabalhador e à estruturação do processo de trabalho
institucional, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. As
ações de gestão do trabalho estão intrinsecamente relacionadas com a gestão dos
recursos humanos da política de assistência social, assim como com as ações de
educação permanente dos trabalhadores e trabalhadoras dos SUAS.
Conforme mencionado anteriormente, a reforma administrativa realizada pela
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte possibilitou a implantação da Gerência de
Gestão do Trabalho e Educação Permanente do SUAS (GGTEP), que institucionalizou
uma instância administrativa para operacionalizar essa função de gestão do SUAS. Esse
esforço se deu em resposta à luta histórica dos trabalhadores e usuários da Política de
Assistência Social em prol da oferta qualificada dos serviços e benefícios do SUAS e da
valorização daqueles que executam o trabalho social. Destacamos, ainda, que a
instituição de uma unidade administrativa específica de gestão do trabalho na SUASS
no ano de 2017 cumpriu meta de estruturação da Secretaria com a formalização de áreas
essenciais2, determinada pelo Pacto de Aprimoramento de Gestão do SUAS (2014-
2017).
Assim, tornou-se possível estabelecer ações que garantam o registro e
acompanhamento dos dados referentes aos profissionais vinculados ao SUAS/BH, da
rede pública e privada; que permitam contribuir com a saúde, segurança e qualidade de
vida destes, além de possibilitar recursos para o fomento da gestão participativa e
democrática do Sistema. No que se refere à educação permanente, a GGTEP traz para a
realidade do SUAS o fomento da produção de conhecimento, disseminação e
publicação de estudos e pesquisas acerca da política pública de Assistência Social; a
2 Áreas essenciais: os municípios de Grande Porte e Metrópole devem instituir na estrutura formal as
áreas de Proteção Social Básica, Proteção Social Especial, Gestão Financeira e Orçamentária, Gestão de
Benefícios Assistenciais e Transferência de Renda, área de Gestão do SUAS com competência de: Gestão
do Trabalho, Regulação do SUAS e Vigilância Socioassistencial.
29
promoção da articulação com Instituições de Ensino, escolas de governo, entidades
sindicais e de fiscalização do exercício profissional, movimentos sociais e entidades
representativas da educação profissional, com vistas à formação, desenvolvimento e
trabalho no âmbito da assistência social; o planejamento, coordenação e
desenvolvimento de ações visando à integração e ao aperfeiçoamento dos planos de
formação, qualificação e distribuição das ofertas de educação e trabalho na área da
assistência social.
Estratégias importantes de valorização dos trabalhadores e de qualificação das
ofertas socioassistenciais foram iniciadas no ano de 2017, gerando transformações
importantes no quadro de recursos humanos do provimento dos serviços, programas,
projetos e benefícios socioassistenciais. Dentre essas estratégias destaca-se um conjunto
de ações realizadas com o objetivo de adequar e recompor o quadro de equipes técnicas
que atuam nas unidades de prestação de serviços e atenções continuadas para a
população: o processo de seleção para movimentação interna de servidores da carreira
da Administração Geral, ocupantes do cargo de Analista de Políticas Públicas (APP),
especialidades Psicologia e Serviço Social; a implantação da jornada de 30 horas para
APP com habilitação profissional em Psicologia e Serviço Social nas unidades de
atendimento aos usuários da política de assistência social; a convocação para posse de
63 candidatos aprovados no concurso realizado por meio do Edital nº 03/2015, da
carreira de Analista de Políticas Públicas - APP, especialidade Psicologia; e a realização
de processo seletivo simplificado para seleção interna para provimento de cargos em
comissão de coordenação de CRAS e CREAS. Ademais, para o fomento da gestão
participativa e para o fortalecimento da educação permanente no município, dois
dispositivos foram criados, a saber: Mesa Municipal de Gestão do Trabalho e Núcleo
Municipal de Educação Permanente do SUAS.
A compreensão sobre a atual composição dos recursos humanos do SUAS-BH
está relacionada a esses processos em curso. Assim, antes da apresentação do quadro
geral de trabalhadores da rede socioassistencial, serão descritas as estratégias
supracitadas realizadas no âmbito da Gestão do Trabalho.
a) Implantação da jornada de trabalho de 30h
Em 30 de novembro de 2017 foi publicada a Lei nº 11.080/2017 que, dentre
outras providências, alterou o artigo 2º da Lei nº 9.469/07 (§ 10-A). Em seu artigo 31, a
referida lei dispõe que os servidores ocupantes do cargo de Analista de Políticas
30
Públicas com habilitação profissional em Serviço Social e Psicologia, cuja jornada de
trabalho semanal seja de 40 (quarenta) horas, cumprirão a carga horária semanal de
trabalho de 30 (trinta) horas, em um único turno, mantendo-se a remuneração da jornada
de 40 (quarenta) horas semanais, desde que estejam em efetivo exercício, executando
diretamente serviços socioassistenciais no âmbito do Sistema Único da Assistência
Social - SUAS, e em atendimento direto aos usuários nos equipamentos de Direitos e
Cidadania. A redução da jornada de trabalho para Assistentes Sociais e Psicólogos que
atuam no provimento de serviços e benefícios socioassistenciais do SUAS/BH se
justifica a partir da necessidade de adequação da composição das equipes que realizam
o trabalho social com famílias de acordo com o disposto na Norma Operacional Básica
de Recursos Humanos do SUAS (NOB SUAS-RH/2005) e da expectativa de que haja a
na melhoria da qualidade de vida do trabalhador, a melhoria da saúde das equipes,
implicando na qualificação da atenção dispensada ao público usuário.
O trabalho no provimento de serviços e benefícios envolve a exposição dos
profissionais das equipes às múltiplas manifestações das desproteções sociais. As
medidas de valorização do trabalhador, o que inclui a redução das jornadas de trabalho,
buscam, além da melhoria da qualidade de vida, um impacto positivo na qualificação e
na produtividade, tendo em vista que um tempo maior disponível para o trabalhador é
revertido no aprimoramento profissional e numa vida mais saudável física e
psicologicamente.
Destaca-se, ainda, que a implantação da jornada de 30 horas e o consequente
redimensionamento das equipes de trabalho de provimento de serviços, programas,
projetos e benefícios possibilitou a ampliação do horário de funcionamento das
unidades de atendimento aos usuários de assistência social, institucionalizada por meio
da Portaria SMASAC nº 004/2018.
b) Seleção de Movimentação
Tendo em vista a implantação da jornada de trinta horas semanais e a
consequente necessidade de recompor as equipes de referência do provimento de
serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, foi realizada, pela
Subsecretaria de Gestão de Pessoas (SUGESP), pela Subsecretaria de Assistência Social
e pela Subsecretaria de Direito e Cidadania, entre setembro e dezembro de 2017 a
Seleção de Movimentação interna.
31
A seleção em questão, utilizando como referência um dimensionamento inicial
das equipes do provimento feito pelo órgão gestor no segundo semestre de 2017, visou
contribuir, junto com outras iniciativas, para preencher vagas para Analistas de Políticas
Públicas, com formação em Psicologia e Serviço Social, nas equipes de referência dos
serviços; possibilitar o acesso à escala especial da jornada de 30 horas pelos psicólogos
e assistentes sociais lotados em unidades do órgão gestor; e possibilitar a movimentação
interna de psicólogos e assistentes sociais da SUASS e SUDC. Neste sentido, no âmbito
do SUAS/BH, as vagas foram direcionadas aos seguintes equipamentos e ações
estratégicas na SUASS: CRAS, CREAS, Equipes da Proteção Social Básica Regional,
Transferência de Renda, Serviço de Atendimento ao Migrante e Núcleo de Atendimento
às Medidas Socioeducativas e Protetivas/NAMSEP. Este dimensionamento foi
elaborado tendo como referência a NOB RH (2006) e a Resolução do CNAS nº17 de 20
de junho de 2011. Destaca-se que ele está sujeito a alterações, baseadas em estudos
técnicos em desenvolvimento pela SUASS.
Participou da seleção o total de 470 (quatrocentos e setenta) servidores. Destes,
377 (trezentos e setenta e sete) fizeram opção por permanecer no atual local de trabalho,
43 (quarenta e três) optaram por movimentar do órgão gestor para o provimento de
serviços nas regionais administrativas e equipamentos, 11 (onze) optaram pela
movimentação do provimento de serviços para o órgão gestor, e 39 (trinta e nove)
optaram pela movimentação entre os equipamentos.
Cabe ressaltar que as vagas dos serviços foram organizadas em turnos de
trabalho (matutino e vespertino), tendo em vista a redução da jornada de trabalho para
30 horas semanais dos psicólogos e assistentes sociais que atuam na oferta dos serviços
socioassistenciais.
c) Convocação para posse de Analistas de Políticas Públicas/Psicólogos
efetivos
Além do processo de movimentação, outra estratégia utilizada para a
recomposição das equipes das unidades de provimento de serviços e atenções aos
usuários da política foi a convocação para posse de 63 (sessenta e três) psicólogos
aprovados em concurso público realizado por meio do Edital nº 03/2015. Destaca-se
que a convocação desses profissionais contribuiu significativamente para a ampliação
do quadro de trabalhadores do SUAS-BH, porém ainda não é suficiente para garantir a
recomposição de todas as equipes, tendo em vista fragilidades e insuficiências históricas
32
identificadas no setor. São necessárias ainda outras estratégias, tais como a realização de
concurso público para outras categorias profissionais que compõem o SUAS, com
destaque Serviço Social e Direito.
d) Seleção Interna para provimento de cargos em comissão de coordenação de
CRAS e CREAS
Em março de 2018 foi publicado o Edital SMASAC nº 001/2018, destinado à
Seleção Interna para provimento de cargos em comissão de coordenação do Centro de
Referência de Assistência Social - CRAS e Centro de Referência Especializado de
Assistência Social – CREAS. Esse edital vai de em encontro à demanda antiga dos
trabalhadores do SUAS/BH de composição dos quadros de gestão dessas unidades por
meio da identificação e da seleção pública e transparente de servidores efetivos com o
perfil técnico adequado. Além disso, essa medida cumpre, em grande parte, com a
deliberação da Conferência Municipal de Assistência Social de 2015:
Imediata implantação de processo de seleção (avaliativo, transparente e
coletivo) dos Gerentes de A. S. (G2, G3 e Coordenadores de equipamentos).
Os candidatos devem ser concursados da Adm. Geral com atuação na política
de A.S., com formação superior sendo precedida de critérios técnicos e éticos,
com experiência reconhecida de atendimentos aos usuários da A.S. e com
conhecimento comprovado sobre os serviços, programas e benefícios
integrantes do SUAS em consonância com as diretrizes das NOB-RH
(Deliberação 11, Dimensão 4).
A seleção foi organizada a partir de 03 (três) etapas: a) prova objetiva de
múltipla escolha; b) prova discursiva; c) análise de títulos e entrevista individual. Para
sua realização, foi feita a contratação de empresa com domínio e experiência nesse tipo
de atividade. Esse processo seletivo valoriza o servidor público, ocupante de cargo
efetivo de Analista de Políticas Públicas, lotado na Subsecretaria de Assistência Social
(SUASS) ou lotado no Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS).
e) Mesa Municipal de Gestão do Trabalho do SUAS
A Mesa de Gestão do Trabalho do SUAS foi instituída em 22 de julho de 2017,
por meio da Portaria SMAAS n° 16/2017, alterada pela Portaria SMAAS nº 24/2017, de
29 de novembro de 2017, como um espaço permanente de diálogo e de negociação entre
33
gestores, trabalhadores e usuários do SUAS/BH, no que concerne à Gestão do Trabalho,
na perspectiva da qualificação dos serviços, programas, projetos, benefícios
socioassistenciais e transferência de renda, da valorização dos trabalhadores e da
organização institucional do trabalho no SUAS-BH. Sua composição é colegiada, com
representantes da gestão do SUAS – órgão gestor e direção das Organizações da
Sociedade Civil com atuação no SUAS –, representantes dos trabalhadores do setor
público e privado, e dos usuários.
Como objetivos, cabe ao referido dispositivo: I. Propor parâmetros e diretrizes
para a Gestão do Trabalho, em consonância com as normativas vigentes da política
pública de Assistência Social; II. Acompanhar, monitorar e avaliar a execução das ações
voltadas para a Gestão do Trabalho no SUAS; III. Propor diretrizes de condições
técnicas e éticas para o trabalho no SUAS; IV. Propor ações de adequação de perfis
profissionais para o trabalho no SUAS; V. Propor diretrizes para a movimentação dos
profissionais no SUAS, visando à adequada composição interdisciplinar das equipes de
referência no SUAS; VI. Propor ações para a desprecarização das relações e condições
de trabalho no SUAS; VII. Estabelecer diálogo e agenda conjunta com o Núcleo
Municipal de Educação Permanente do SUAS; VIII. Estabelecer diálogo e agenda
conjunta com os usuários do SUAS-BH; IX. Propor diretrizes para a implementação das
ações de Educação Permanente em consonância com as normativas vigentes da política
pública de Assistência Social; X. Propor a criação de comissões temáticas temporárias,
com o objetivo de esclarecer e aprofundar temas específicos, mediante a participação de
convidados e assessorias técnicas; XI. Propor parâmetros e diretrizes para o atendimento
no SUAS em respeito à diversidade de gênero e sexual, à igualdade racial e aos direitos
humanos de povos e comunidades tradicionais, população residente em ocupações,
população em situação de rua, migrantes, população carcerária, dentre outros; XII.
Propor parâmetros e diretrizes para a atuação proativa, protetiva e preventiva no SUAS;
XIII. Propor ações para a formulação de uma Política Municipal de Saúde do
Trabalhador do SUAS; XIV. Propor diretrizes para a formulação de Plano de Cargos,
Carreiras e Salários – PCCS do SUAS, com base nas diretrizes da Mesa Nacional de
Gestão do Trabalho do SUAS; XV. Propor normativas referentes à Gestão do Trabalho
e Educação Permanente do SUAS.
34
f) Núcleo Municipal de Educação Permanente do SUAS
O Núcleo Municipal de Educação Permanente (NUMEP) foi instituído por meio
da Portaria SMAAS n° 17/2017, de 22 de julho de 2017, como uma instância colegiada
consultiva e de assessoramento à então Secretaria Municipal Adjunta de Assistência
Social, atual SUASS, para implementação das ações de Educação Permanente no
SUAS-BH, com os seguintes objetivos: I. Contribuir no planejamento das ações de
capacitação e formação, de forma a garantir seu caráter continuado e permanente e seu
alinhamento com as reais necessidades dos trabalhadores, gestores e conselheiros, em
consonância com as responsabilidades e prioridades pactuadas para o município; II.
Propor meios, instrumentos e procedimentos de operacionalização das diretrizes da
Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, e de produção, sistematização e
disseminação de conhecimentos; III. Promover interlocução e troca constante de
conhecimentos com instituições de ensino, pesquisa e extensão, com foco no
aperfeiçoamento das ações de Educação Permanente; IV. Promover a interlocução, o
diálogo e a cooperação entre os diferentes atores implicados na implementação da
Educação Permanente no SUAS/BH.
Trata-se também de uma instância colegiada, compostas por representações dos
usuários, dos trabalhadores, do órgão gestor, das Organizações da Sociedade Civil com
atuação no SUAS, do Conselho Municipal de Assistência Social, das Instituições de
Ensino Superior, Escolas de Governo e Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia, integrantes da Rede Nacional de Educação Permanente do SUAS –
RENEP/SUAS e dos conselhos das categorias profissionais, conforme normativas do
SUAS.
1.3.2. Dados sobre o perfil dos recursos humanos do SUAS-BH
O município de Belo Horizonte conta atualmente com 34 Centros de Referência
de Assistência Social - CRAS que prestam serviços e executam ações no âmbito da
Proteção Social Básica. Com base na NOB RH de dezembro de 2006 e na Resolução
CNAS nº 17, de 20 de junho de 2011, foi estabelecido um parâmetro de composição das
equipes de referência dos CRAS, considerando a jornada de 30 horas, por 5
profissionais de nível superior (formação de psicologia e serviço social), além de um
35
coordenador de nível superior3. O município conta também, em cada uma das 09
Regionais Administrativas, com uma equipe de Proteção Social Básica Regional, com o
Serviço de Proteção Social à Pessoa com Deficiência e uma equipe de Transferência de
Renda que compõem a Proteção Social Básica Regional, e estão localizadas nas 09
Diretorias Regionais de Assistência Social, para atender territórios que não são
abrangidos pelos CRAS.
Belo Horizonte possui ainda 09 Centros de Referência Especializados de
Assistência Social – CREAS – que prestam serviços e executam ações no âmbito da
Proteção Social Especial de média complexidade. No dimensionamento estabelecido
para o processo de seleção de movimentação interna, com base na
NOB/RH, estabeleceu-se a previsão de 213 vagas para profissionais do Serviço Social e
da Psicologia para compor as equipes de referência do CREAS, além de 1 coordenador
também com formação de nível superior em cada equipamento. Destaca-se ainda, que
cada CREAS possui 1 profissional com formação em Direito, contratado como cargo de
Orientador Jurídico, através de parceria com Organização da Sociedade Civil.
Vale ressaltar que esse dimensionamento das equipes de provimento da Proteção
Social Básica e Especial está em processo de revisão e ajustes, com base em estudos
técnicos em desenvolvimento pela SUASS. A composição das equipes está sujeita a
alterações.
O município executa, de forma indireta, serviços, programas, projetos e
benefícios socioassistenciais por meio de parceria com Organizações da Sociedade
Civil. Atualmente4, 71 (setenta e uma) Organizações da Sociedade Civil executam
serviços socioassistenciais e ações de assessoramento de forma indireta, totalizando 122
parcerias. Destas, 29 parcerias se referem a execução de serviços de Proteção Social
Básica, 5 parcerias se referem à execução de Serviços de Proteção Social Especial de
média complexidade e 88 parcerias se referem à execução de Serviços de Proteção
Social Especial de alta complexidade.
Compõem ainda o quadro de recursos humanos, os profissionais lotados no
órgão gestor da política de assistência social, compreendendo as quatro diretorias do
órgão central e as nove diretorias regionais. A Diretoria de Relação com o Sistema de
Garantia de Direitos (Órgão Gestor) conta com 02 Advogados, também contratados por
3 De acordo com a Resolução CNAS nº 17, de 20 de junho de 2011, compõem obrigatoriamente as
equipes de referência profissionais com formação em psicologia e serviço social. 4 Dados fornecidos pela Gerência de Gestão de Parceiras/DIAD/SMASAC, em abril de 2018.
36
Organização da Sociedade Civil parceira. Acrescenta-se, por fim, os trabalhadores que
atuam na gestão do Fundo Municipal de Assistência Social, lotados nas Diretorias
Administrativa e de Planejamento, Gestão e Finanças, que atuam de modo
compartilhado com a SMASAC. Os profissionais lotados no órgão gestor central e
regional desempenham funções técnicas de apoio à gestão e apoio ao provimento de
serviços, programas, projetos e benefícios socioassistencial. Importante destacar o papel
exercido pelos profissionais de nível superior que possuem outras formações ratificadas
pela Resolução CNAS nº 17, de 20 de junho de 2011, além dos trabalhadores de ensino
fundamental e médio, cujas ocupações e as áreas de ocupações foram reconhecidas pela
Resolução CNAS nº 9, de 15 de abril de 2014, em consonância com a NOB-RH/SUAS.
Seguem abaixo os dados de composição das equipes do SUAS-BH referentes a
abril de 2018 e ao Censo SUAS 2016 (no caso da rede socioassistencial não
governamental).
Legenda dos Gráficos
AS: Assistentes sociais
PSI: Psicólogos
B: regional Barreiro
C-Sul: regional Centro-Sul
L: regional Leste
NE: regional Nordeste
NO: regional Noroeste
N: regional Norte
O: regional Oeste
P: regional Pampulha
VN: regional Venda Nova
EPSBR: Equipe de Proteção
Social Básica Regional
PSBR: Proteção Social Básica
Regional
SPSPD: Serviço de Proteção
Social a Pessoa com
Deficiência
TR: equipe de Transferência de
Renda/CadÚnico
NAMSEP: Núcleo de
Atendimento às Medidas
Socioeducativas e Protetivas da
Prefeitura de Belo Horizonte
37
REDE GOVERNAMENTAL SUAS-BH
Gráfico 1 - Trabalhadores efetivos de nível superior por formação e
formação/função – CRAS
47%
53%
PSICOLOGIA SERVIÇO SOCIAL
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
Há no CRAS o total de 141 trabalhadores de nível superior, assim distribuidos:
Psicologia (66) e; Serviço Social (75). Dentre os técnicos de nivel superior, 33 (trinta e
três) ocupam de forma interina as coordenações dos CRAS, assim distribuidos: 27
(vinte e sete) com formação em Serviço Social e 6 (seis) em Psicologia.
Gráfico 2 - Trabalhadores efetivos de nível superior por formação e
formação/função - CREAS
50%
48%
2% 0% 0%
PSICOLOGIA SERVIÇO SOCIAL
PEDAGOGIA CIÊNCIAS SOCIAIS
FILOSOFIA
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
38
Há nos CREAS o total de 199 trabalhadores de nível superior, assim
distribuidos: a) Psicologia (98); Serviço Social (96); Pedagogia (3); Ciências Sociais (1)
e Filosofia (1). Deste montante, 9 técnicos ocupam de forma interina as coordenações
dos equipamentos, sendo 7 (sete) com formação em Serviço Social e 2 (dois) em
Psicologia. Cada CREAS possui ainda 01 (um) profissional com formação em Direito,
que não consta neste gráfico, sendo contabilizados no gráfico da Rede Socioassistencial
privada.
Gráfico 3 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme
dimensionamento da seleção de movimentação – edital 2017 - CRAS
0
50
100
150
200
102
48 5468 60
8
170
10862
SERVIÇO SOCIAL PSICOLOGIA TOTAL
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018 e Edital 2017. Elaborado por
GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
No delineamento para os CRAS foram previstas inicialmente para o processo de
movimentação 102 vagas para Serviço Social. A atual equipe é composta por 48
técnicos, de modo que 54 postos previstos para esta formação não foram preenchidos
nos CRAS. Quanto à Psicologia foram previstas 68 vagas, há 60 profissionais atuando,
com 8 postos não preenchidos. Cabe frisar que não foram computados aqui os técnicos
que atualmente ocupam as coordenações interinas do equipamento (33, sendo 27 do
Serviço Social e 6 da Psicologia).
39
Gráfico 4 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme
dimensionamento da seleção de movimentação – edital 2017 - CREAS
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018 e Edital 2017. Elaborado por
GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
No delineamento para os CREAS foram previstas no processo de movimentação
111 vagas para Serviço Social. A atual equipe é composta por 89 técnicos, de modo
que 22 postos não foram preenchidos para esta formação nos CREAS. Quanto à
Psicologia foram previstas 102 vagas. Há 96 profissionais atuando, com 6 postos não
preenchidos. Cabe frisar que não foram computados aqui os técnicos que atualmente
ocupam as coordenações interinas do equipamento (9, sendo 7 do Serviço Social e 2 da
Psicologia).
Gráfico 5 - Técnicos efetivos de nível superior por formação – PSB Regional
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
PSI16%
AS84%
40
Do total de 128 técnicos da Proteção Social Básica Regional (Equipe de
Proteção Social Básica Regional, Transferência de Renda e Serviço de Proteção Social
Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosos), 84% (106) são formados
em Serviço Social e 16% (22) têm formação em Psicologia.
Gráfico 6 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme
dimensionamento da movimentação – edital 2017 – PSBR
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018 e Edital 2017. Elaborado por
GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
No delineamento para a Proteção Social Básica Regional (EPSBR, TR e SPSPD)
foram previstas 132 vagas para Serviço Social. A atual equipe é composta por 106
técnicos. Neste sentido, 26 postos não foram preenchidos no processo de movimentação
para esta formação na Proteção Social Básica Regional. Quanto à Psicologia: foram
previstas 23 vagas; no entanto, há 22 profissionais atuando, o que denota a existência de
1 posto não preenchido.
41
Gráfico 7 - Trabalhadores efetivos de nível médio por unidade de lotação
(nas Regionais)
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
Dos 32 (trinta e dois) servidores de nível médio que integram o quadro das
Regionais (educadores sociais, assistentes administrativos, técnico serviço público,
oficial de serviço público) , 25 estão lotados nas DRAS, 2 nos CRAS e 5 nos CREAS.
Gráfico 8 - Trabalhadores efetivos de nível fundamental por unidade de
lotação (nas Regionais)
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
42
Dos 16 (dezesseis) servidores de nível fundamental que integram o quadro das
Regionais (ajudante de serviço operacional, auxiliar de serviço administrativo e auxiliar
administrativo), 15 (quinze) estão lotados na DRAS e 1 em CRAS.
Gráfico 9 - Técnicos efetivos de nível superior por formação do NAMSEP
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
O NAMSEP conta com o total de 6 (seis) trabalhadores, sendo 3 psicólogos e 3
assistentes Sociais. Uma das psicólogas da equipe atualmente exerce função gratificada
de coordenação da unidade. O NAMSEP está vinculado à DPES/SUASS.
Gráfico 10 - Técnicos efetivos de nível superior por formação – Serviço de
Atendimento ao Migrante
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
43
O Serviço de Atendimento ao Migrante possui 6 (seis) trabalhadores, todos com
formação em Serviço Social e lotados na DRAS-CS.
Gráfico 11 - Técnicos efetivos de nível superior por formação lotados no
Órgão Gestor Central
FILOSOFIA
1%ADMINISTRA
ÇÃO 2%
BIBLIOTECO
NOMIA1%
CIÊNCIAS
SOCIAIS
5%
HISTÓRIA3%
LETRAS 2%
PEDAGOGIA2%
PSICOLOGIA38%
SERVIÇO
SOCIAL 45%
GEOGRAFIA
1%
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
O órgão gestor conta atualmente com 109 trabalhadores de nível superior, com
as seguintes formações: Filosofia (1); Administração (2); Biblioteconomia (1); Ciências
Sociais (5); História (3); Letras (2); Pedagogia (2); Psicologia (41); Serviço Social (48)
e Geografia (1).
Dentre os servidores de nível superior, 28 (vinte e oito) ocupam atualmente
cargos em comissão ou funções gratificadas. Além dos servidores citados acima, há 3
(três) profissionais da área de Tecnologia de Informação atuando na Gerência de
Vigilância Socioassistencial (GVISO). Estes foram admitidos via Processo Seletivo
Simplificado.
44
Gráfico 12 - Trabalhadores efetivos de nível médio lotados no Órgão Gestor
Central
ASS. ADMIN
84%
ED. SOCIAL
16%
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
O Órgão Gestor conta atualmente com 37 trabalhadores de Nível Médio, sendo
31 (84%) Assistentes Administrativos e 06 (16%) Educadores Sociais.
Gráfico 13 - Trabalhadores efetivos de nível superior do Provimento de
Serviços e das funções essenciais de gestão
24%
33%21%
1%
1%
20%
CRAS
CREAS
PSB REGIONAL
NAMSEP
PLANTÃO MIGRANTE
Gestão( DRAS e órgão gestor)
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
45
Atuam na gestão e no Provimento de Serviços do SUAS-BH 602 (seiscentos e
dois) servidores de nível superior. Como apontado acima, 199 (33%) atuam nos
CREAS; 142 (24%) nos CRAS; 128 (21%) na PSBR, 6 (1%) no NAMSEP, 6 (1%) no
Plantão Migrante e 121 (20%) nas Funções de Apoio Técnico de Gestão. Dentre os 121
trabalhadores das Funções de Apoio Técnico de Gestão – lotados no órgão gestor ou nas
Diretorias Regionais – 39 (trinta e nove) atualmente ocupam funções gratificadas ou
cargos em comissão. Cabe frisar que os servidores que ocupam as coordenações
interinas de CRAS e CREAS foram considerados trabalhadores do Provimento de
Serviços.
Como se percebe, o número de servidores lotados nos CREAS é maior do que
aqueles que trabalham nos CRAS. Ambas as unidades ocupam um lugar estratégico, e
central, nas ações da proteção social no âmbito do SUAS, mas se organizam de formas
distintas. Essa organização e conformação das equipes de referência está relacionada ao
histórico desses serviços no município e às orientações e normativas do SUAS.
46
Gráfico 14 - Estagiários remunerados da PBH lotados nas unidades da
SUASS
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
Dentre os 71 estagiários distribuídos entre Órgão Gestor e Provimento de
Serviços e Benefícios, o gráfico destaca equiparação entre estagiários de Nível Superior
(36) e de Nível Médio (35).
Gráfico 15 - Servidores da rede governamental por escolaridade
Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
O gráfico mostra o quadro de pessoal da Rede Governamental com um
quantitativo de 688 trabalhadores, distribuídos em três níveis de escolaridade: superior,
médio e fundamental. Destes, 602 (88%) correspondem ao nível superior, configurando
a maioria. No nível médio são 69 (10%) e no nível fundamental 17 (2%).
47
Gráfico 16 - Equipe Secretaria Executiva-CMAS
Fonte: CMAS – junho/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
A atual equipe da Secretaria Executiva do CMAS (com o total de 10
trabalhadores) conta com 6 (seis) profissionais de nível superior, com formação em
Serviço Social (5) e Direito (1). Dentre os seis trabalhadores de nível superior, um
ocupa a função de Secretário Executivo. Além dos trabalhadores citados, há na equipe 2
(dois) estagiários de nível superior e 2 (dois) auxiliares administrativos de nível médio
contratados via MGS.
Conforme proposto na Resolução nº 237, de 14 de dezembro de 2006, a
secretaria executiva deve apoiar o funcionamento dos CMAS tanto no que diz respeito à
assessoria técnica às reuniões/Plenário quanto em relação à organização administrativa
do órgão, tais como o registro das reuniões, a divulgação das deliberações, a informação
sobre as datas das Comissões, dentre outros aspectos.
48
REDE SOCIOASSISTENCIAL NÃO GOVERNAMENTAL
Gráfico 17 - Trabalhadores da rede socioassistencial privada por escolaridade
Fonte: Censo SUAS/2016. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
O gráfico mostra o quadro de pessoal da Rede Socioassistencial Privada com um
quantitativo de 3.161 trabalhadores, distribuídos em três níveis de escolaridade:
superior, médio e fundamental. Destes, 1.461(46%) correspondem ao nível médio de
escolaridade, configurando a maioria. No nível superior são 877 (28%) e no nível
fundamental 818 (26%). No Censo SUAS 2016, constavam 5 trabalhadores sem
escolaridade.
Os dados acima são referentes ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos (SCFV), aos Centros Pop, assessores jurídicos5, Centro-Dia e Unidades de
Acolhimento Institucional.
Cabe destacar que os dados referentes ao Censo SUAS 2017 ainda não foram
publicizados pelo MDS. A utilização de tal base se justifica pelo fato de que, além da
rede parceira, os dados do Censo SUAS permitem o acesso às informações de recursos
humanos de toda a rede socioassistencial não governamental.
5 Os assessores jurídicos atuam nos CREAS.
49
Gráfico 18 - Quantitativo de trabalhadores da rede socioassistencial privada por
formação
Fonte: Censo SUAS/2016. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
Dentre os 877 profissionais com ensino superior, destaca-se o número de
assistentes sociais (226). Chama a atenção a presença de médicos e enfermeiros,
profissionais que não compõem profissões dos serviços socioassistenciais, conforme a
Resolução CNAS nº17/2011. É importante frisar que tais profissionais prestam serviços
em modalidades de serviços de acolhimento, cujos cuidados de saúde, em razão da
condição do público, exigem um acompanhamento mais próximo, ainda que não de
natureza hospitalar.
Gráfico 19 - Proporção de trabalhadores da rede governamental e rede
socioassistencial privada do SUAS-BH
Fonte: Censo SUAS/2016 e GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por
GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
50
O gráfico apresenta o total de 4.017 trabalhadores do SUAS-BH, sendo que 79%
(3.161) atuam na rede socioassistencial privada e 21% (856) na rede governamental.
Foram computados na soma da rede governamental (856): 688 trabalhadores efetivos ou
de recrutamento amplo; 81 trabalhadores contratados via processo seletivo simplificado
e 87 trabalhadores terceirizados, via MGS, lotados nos CRAS, CREAS e Transferência
de renda nas regionais.
Rede Socioassistencial SUAS/BH – GÊNERO
Gráfico 20 - Trabalhadores da Rede Socioassistencial Privada por gênero
80%
20%
Feminino
Masculino
Fonte: Censo SUAS/2016. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
O gráfico mostra o quadro de pessoal da Rede Socioassistencial Privada
distribuído por gênero. Dos 3.161 trabalhadores, 80% (2.528) são mulheres e 20% (633)
são homens.
51
Gráfico 21 - Trabalhadores da Rede Governamental por gênero
Fonte: Censo SUAS/2016. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
O gráfico mostra o quadro de pessoal da rede governamental distribuído por
gênero. Dos 853 trabalhadores, 81% (695) são mulheres e 19% (158) são homens.
Gráfico 22 - Trabalhadores da Rede SUAS-BH
Fonte: Censo SUAS/2016 e GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por
GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
52
Gráfico 23 - Trabalhadores terceirizados (nível médio, fundamental) (MGS)
lotados em CRAS, CREAS e TR por local de trabalho
Fonte: GLOGI/SMASAC - dezembro de 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
O gráfico mostra o quantitativo de trabalhadores terceirizados (87) de nível
médio e fundamental que prestam serviço nos CRAS, CREAS e DRAS/Transferência
de Renda. Destaca-se que o maior número destes se concentra nos CRAS em funções
administrativas e de recepção.
Gráfico 24 - Trabalhadores terceirizados (nível médio, fundamental) (MGS) TR –
Transferência de Renda
Fonte: GTREC/DPSO/SUASS - março de 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
Compõem as equipes da Transferência de Renda 78 (setenta e oito)
trabalhadores. Destes, 73 (94%) são entrevistadores sociais, cuja escolaridade exigida é
53
o nível médio. As formações dos trabalhadores de ensino superior – 5 (6%) – são as
seguintes: Psicologia (2); Ciências Sociais (2) e Sistemas de Informação (1).
O gráfico mostra o quadro de pessoal da Rede SUAS-BH (governamental e
privada). Do total de 4.014, 80% (3.223) são mulheres e 20% (791) são homens. Tanto
na rede privada quanto na rede governamental, a porcentagem de mulheres atuando no
SUAS-BH é maior que a dos homens.
Fontes dos dados:
Gerencia de Recursos Humanos/GERHU – SMASAC – (abril de 2018)
Gerência de Logística – GLOGI - ASAC (dezembro de 2017)
Gerência de Gestão de Transferência de Renda e Cadastro Único – GTREC (março de 2018)
Censo SUAS 2016. Disponível em: https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/vigilancia/index2.php Acesso em:
24 de abril de 2018.
Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
2. CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
2.1. Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS)
Quadro 4 - Composição do CMAS: Presidência e Coordenação de Comissões
Presidente Maria Cristina Silva, representante dos usuários da Regional
Leste.
Vice-presidente Domingos Sávio de Araújo, representante da Subsecretaria de
Assistência Social.
1º Secretário
Francielly Ferreira Caetano, representante do Fórum Municipal
dos Trabalhadores/as do Sistema Único de Assistência Social de
Belo Horizonte – FMTSUA S-BH.
2º Secretário Isabela Vasconcelos Teixeira, representante da Subsecretaria de
Assistência Social.
Coordenador da
Comissão de
Inscrição,
Acompanhamento e
Fiscalização da Rede
Socioassistencial
Lúcio Luiz Tolentino, representante da Subsecretaria de
Assistência Social.
Coordenadora da
Comissão de
Financiamento
Ralise Cássia Macedo, representante da Subsecretaria de
Assistência Social.
Coordenadora da
Comissão de Gestão
do Trabalho
Maria Aline Gomes Barboza (Suplente), representante da
Subsecretaria de Assistência Social.
54
Coordenador da
Comissão de
Acompanhamento dos
Conselhos Regionais
de Assistência Social -
Coras e Comissões
Locais de Assistência
Social – CLAS
William Santos Franca, representante do Fórum Regional dos
Trabalhadores do SUAS Oeste – FORT-SUAS/O
Coordenador da
Comissão de Política
de Assistência Social
Fabiano da Silva Siqueira, representante do Fórum Regional dos
Trabalhadores do SUAS Leste – FORT-SUAS/L
Coordenadora da
Comissão de
Acompanhamento dos
Programas de
Transferência de
Renda e dos
Benefícios
Socioassistenciais
Iara da Costa Nogueira, representante do Instituto Educacional São
João Batista - Congregação de São João Batista.
Fonte: CMAS-BH (2018)
Quadro 5 - Secretaria Executiva
Secretário Executivo Ewerton Herald Pinto Silva – Analista de Políticas Públicas/
Serviço Social
Equipe Técnica 4 Analistas de Políticas Públicas
Endereço Rua Estrela do Sul, 156, Santa Tereza, CEP: 31.010.240, Belo
Horizonte/MG.
Telefones (31) 3277-5686/ 5688
E-mail: [email protected]
Fonte: CMAS-BH (2018)
Quadro 6 - Composição do CMAS: Conselheiros em julho/20186
6 A nomenclatura dos órgãos do poder executivo municipal já foi atualizada conforme a Reforma
Administrativa. Ressalta-se que a alteração no regimento interno está em processo no CMAS.
Representantes do Poder Executivo
Municipal Representantes da Sociedade Civil
Mara Rúbia de Sousa Albano Felix (Titular)
Secretaria Municipal de Assistência Social,
Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC
Shirley Carvalho de Araújo (Titular)
Usuários da Regional Barreiro
Simone de Souza Pegoreti (Suplente)
Secretaria Municipal de Assistência Social,
Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC
Ruth Caldeira de Oliveira (Suplente)
Usuários da Regional Barreiro
Ralise Cássia Macedo (Titular)
Subsecretaria de Assistência Social – SUASS
Deyse Fernandes Serra (Titular)
Usuários da Regional Centro–Sul
Eliete Cristina Rezende Costa (Suplente)
Subsecretaria de Assistência Social – SUASS
Geraldo José de Souza (Suplente)
Usuários da Regional Centro–Sul
55
Isabela Vasconselos Teixeira (Titular)
Subsecretaria de Assistência Social – SUASS
Maria Cristina Silva (Titular)
Usuários da Regional Leste
Lucio Luiz Tolentino (Suplente)
Subsecretaria de Assistência Social – SUASS
Kênia Márcia Alves Ribeiro (Suplente)
Usuários da Regional Leste
Domingos Sávio de Araújo (Titular)
Subsecretaria de Assistência Social – SUASS
Rodrigo Pinheiro Fernandes (Titular)
Usuários da Regional Nordeste
Maria Aline Gomes Barboza (Suplente)
Subsecretaria de Assistência Social – SUASS
Lucas Marcos de Almeida Paulino (Suplente)
Usuários da Regional Nordeste
Kátia Rochael Rodrigues (Titular)
Subsecretaria de Assistência Social – SUASS
Vânia Maria Silva de Oliveira (Titular)
Usuários da Regional Noroeste
Douglas Alves (Suplente)
Subsecretaria de Assistência Social – SUASS
Maria José Diniz Costa Nunes (Suplente)
Usuários da Regional Noroeste
Izabel Cristina Correa Barcelos (Titular)
Secretaria Municipal Adjunta de Segurança
Alimentar Nutricional
Maurício Moreira dos Santos (Titular)
Usuários da Regional Norte
Aline Soleane Carmo Braga (Suplente)
Subsecretaria de Segurança Alimentar e
Nutricional – SUSAN
Nivaldo Pereira da Costa (Suplente)
Usuários da Regional Norte
Maria do Carmo de Freitas Costa (Titular)
Secretaria Municipal de Saúde – SMSA
Ivone Aparecida da Silva Malachias (Titular)
Usuários da Regional Oeste
Mirian Vanessa Costa Pacheco (Suplente)
Secretaria Municipal de Saúde – SMSA
Jocali José Pedro (Suplente)
Usuários da Regional Oeste
Marília de Dirceu Salles Dias (Titular)
Secretaria Municipal de Educação – SMED
Heomenegilda Lopes Sales (Titular)
Usuários da Regional Pampulha
Rosângela Elmira Veloso (Suplente)
Secretaria Municipal de Educação – SMED
Maria Aparecida da Cruz (Suplente)
Usuários da Regional Pampulha
Marcelo Antônio Derussi (Titular)
Secretaria Municipal de Governo – SMGO
Marlene de Fátima Teodoro Silva (Titular)
Usuários da Regional Venda Nova
Leandro Batista dos Santos e Silva (Suplente)
Secretaria Municipal de Governo – SMGO
Aristides Mendonça da Conceição (Suplente)
Usuários da Regional Venda Nova
Suely de Campos (Titular)
Secretaria Municipal de Planejamento,
Orçamento e Gestão – SMPOG
Marcelo Antônio Rodrigues (Titular)
Fórum de População de Rua
Darlene Dora dos Santos Suplente)
Secretaria Municipal de Planejamento,
Orçamento e Gestão – SMPOG
Edson de Andrade Franco (Suplente)
Movimento da População de Rua
Giane Natali de Almeida Alves São José
Magalhães (Titular)
Subsecretaria de Trabalho e Emprego – SUTE
Rosemary Aparecida dos Santos (Titular)
Creche Comunitária Dom Giussani
Guilherme Guimarães Alves do Valle (Suplente)
Subsecretaria de Trabalho e Emprego – SUTE
Mayra de Queiroz Camilo (Suplente)
Federação das APAES do Estado de Minas
Gerais
Ângela Maria de Souza de Oliveira (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional Barreiro
Jacqueline Wanderley Matias Silva (Titular)
Congregação das Irmãzinhas da Imaculada
Conceição – Centro de
Assistência Social Tecendo a Vida
56
Enelson Maia (Suplente)
Coordenadoria de Atendimento Regional Barreiro
Dayane Arantes Castro Alves (Suplente)
Agência Adventista de Desenvolvimento e
Recursos Assistenciais Sudeste Brasileiro –
Região Administrativa de Minas Gerais –
ADRA
Célio Augusto Raydan Rocha (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional Centro
Sul
Lírio Inácio Poersch (Titular)
Ação Social Técnica
Andréa Barreto do Couto Drager (Suplente)
Coordenadoria de Atendimento Regional Centro
Sul
Luis Carlos Quintino Cabral Flecha (Suplente)
Fundação Universitária Mendes Pimentel –
FUMP
Ricardo Marcelo Fait Gorchacov (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional Leste
Cristina de Lima Januário (Titular)
Associação Projeto Providência
Sônia Lopes Siqueira (Suplente)
Coordenadoria de Atendimento Regional Leste
Adriane Assis Fonseca (Suplente)
Grupo de Desenvolvimento Comunitário –
GDECOM
Sandra Silar Lopes dos Santos (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional Nordeste
Kely Cristina Figueiredo Linhares Souza
(Titular)
Associação de Pais, Amigos e Pessoas com
Deficiência, de Funcionários do Banco do
Brasil e da Comunidade – APABB
Viviane Amaral Andrade de Oliveira (Suplente)
Coordenadoria de Atendimento Regional Nordeste
Lucinete dos Santos (Suplente)
Instituto das Irmãs Oblatas do Santíssimo
Redentor
Alessandra de Souza Figueiredo Costa (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional Noroeste
Fabiana Nunes Silva Gonçalves Rios (Titular)
Inspetoria São João Bosco
Suplente (Vacância)
Coordenadoria de Atendimento Regional Noroeste
Iara da Costa Nogueira (Suplente)
Instituto Educacional São João Batista -
Congregação de São João Batista
Soraia Pereira de Souza (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional Norte
Franciely Ramos Veloso (Titular)
Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS
Pampulha - FORT-SUAS-P
Ademilton Aparecido de Araújo (Suplente)
Coordenadoria de Atendimento Regional Norte
Willam Santos Franca (Suplente)
Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS
Oeste – FORT-SUAS-O
Maria Angélica Barros Menezes (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional Oeste
Francielly Ferreira Caetano (Titular)
Fórum Municipal dos Trabalhadores/as do
Sistema Único de Assistência Social de Belo
Horizonte – FMTSUAS-BH
Leandro Faria Campos (Suplente)
Coordenadoria de Atendimento Regional Oeste
Paulo Pereira Machado (Suplente)
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais
de Belo Horizonte – Sindibel
Cláudia de Melo Machado de Melo (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional
Pampulha
Daniele Augusta da Silva (Titular)
Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS
Centro-Sul – FORT-SUAS-CS
57
Fonte: CMAS-BH (2018)
2.2. Estrutura de funcionamento do CMAS-BH
Criado pela Lei Municipal nº 7.099, de 27 de março de 1996, atualizada pela Lei
Municipal nº 10.836, de 29 de julho de 2015, o Conselho Municipal de Assistência
Social - CMAS/BH é instância de deliberação da Política Pública de Assistência Social,,
vinculado à estrutura administrativa da Secretaria Municipal de Assistência Social,
Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC, com caráter permanente e composição
paritária entre governo e sociedade civil, que, no exercício de suas atribuições,
normatiza, disciplina, acompanha, avalia, delibera e fiscaliza a gestão e a execução dos
serviços, programas, projetos e benefícios, prestados pela rede socioassistencial.
O CMAS/BH é composto de 40 (quarenta) membros titulares, e respectivos
suplentes, respeitada a paridade entre governo e sociedade civil, sendo 20 (vinte)
representantes do Poder Executivo Municipal e 20 (vinte) representantes da sociedade
civil, incluindo representantes de usuários, de entidades e organizações de assistência
social e entidades representativas dos trabalhadores do SUAS/BH.
De acordo com o Regimento Interno do CMAS/BH (Resolução nº 066/2016,
atualizada pela nº 014/2018), os representantes do Executivo são indicados pelo Prefeito
para um mandato de 2 (dois) anos. Já os representantes da sociedade civil são eleitos
para um mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reeleitos para um único período
subsequente, em assembleias especificamente convocadas para esse fim. Esse processo
é coordenado pelo CMAS/BH, baseado em Regimento Eleitoral deliberado pelo
Plenário do Conselho.
Os conselheiros governamentais são representantes do poder executivo
municipal da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e
Cidadania, das subsecretarias que a compõem, além de representantes de outras
Leonardo Félix Teixeira (Suplente)
Coordenadoria de Atendimento Regional
Pampulha
Fabiano da Silva Siqueira (Suplente)
Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS
Leste – FORT-SUAS-L
Valéria Andrades Martins (Titular)
Coordenadoria de Atendimento Regional Venda
Nova
Marcos Vinicius de Souza (Titular)
Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS
Venda Nova – FORT-SUAS-VN
Rejane Mara Gomes Silva de Souza (Suplente)
Coordenadoria de Atendimento Regional Venda
Nova
Enildo Calixto Louback (Suplente)
Conselho Regional de Psicologia – 4ª região
(MG)
58
políticas públicas, tais como saúde, educação, planejamento, trabalho e emprego e
governo.
Os representantes da Sociedade Civil são assim discriminados:
I) 09 (nove) representantes dos usuários, sendo 01 (um) de cada Conselho
Regional de Assistência Social – Coras;
II) 01 (um) representante de entidade ou organização de usuários do Sistema
Único de Assistência Social – Suas, de base municipal;
III) 06 (seis) representantes de entidades socioassistenciais;
IV) 04 (quatro) representantes de organizações de trabalhadores do Sistema
Único de Assistência Social – SUAS.
O representante dos usuários é a pessoa atendida nos serviços, programas,
projetos e benefícios socioassistenciais, que componha um dos nove Conselhos
Regionais de Assistência Social - CORAS, em fóruns regionais;
As entidades e organizações de assistência social são aquelas definidas nos
termos do inciso III do art. 12 da Lei Municipal nº 10.836/2015 e regularmente inscritas
no CMAS-BH;
A representação de organizações de trabalhadores do Sistema Único de
Assistência Social – Suas é reconhecida como todas as formas de organização de
trabalhadores do setor como associações de trabalhadores, sindicatos, federações,
confederações, centrais sindicais, conselhos federais de profissões regulamentadas,
fórum nacional, e fóruns regionais, estaduais e municipais de trabalhadores, que
organizam, defendem e representam os interesses dos trabalhadores que atuam
institucionalmente na política de assistência social, conforme preconizado na Lei
Orgânica da Assistência Social-LOAS, na Política Nacional de Assistência Social -
PNAS e no Sistema Único da Assistência Social - SUAS. (Resolução CNAS nº
06/2015).
O Presidente, o Vice-Presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários do
CMAS/BH são eleitos anualmente, na primeira sessão plenária de cada gestão, podendo
as vagas serem ocupadas por conselheiros titulares ou suplentes, respeitada a alternância
entre governo e sociedade civil.
59
2.3. Organização do CMAS -BH
Quadro 7 - Organização do CMAS-BH
PLENÁRIO Instância de deliberação plena, composta pelo conjunto de
conselheiros titulares e suplentes no exercício da função.
MESA
DIRETORA
Composta pelo Presidente, Vice-Presidente, Primeiro e Segundo
Secretários e pelos coordenadores das Comissões Permanentes e
Temporárias de Trabalho.
COMISSÕES
DE
TRABALHO
Instâncias de caráter consultivo e dividem-se em permanentes e
temporárias. São compostas por Conselheiros, podendo contar com a
presença de colaboradores de acordo com a matéria a ser tratada.
SECRETARIA
EXECUTIVA
Assessora e presta apoio técnico, jurídico, administrativo e
operacional ao CMAS/BH. Subordinada, hierarquicamente, à Mesa
Diretora e, administrativamente, ao órgão gestor da Política
Municipal de Assistência Social.
Fonte: CMAS-BH (2018)
60
2.4. Organograma do CMAS-BH
Figura 2 - Organograma CMAS-BH
Fonte: CMAS-BH (2018)
2.5. Competências do CMAS-BH
São competências do CMAS-BH:
I - Aprovar, fiscalizar e acompanhar a execução da Política de Assistência Social
no Município;
II - Aprovar e acompanhar a execução do Plano Municipal de Assistência Social,
observadas as deliberações das Conferências Municipais de Assistência Social;
III - Inscrever, acompanhar e fiscalizar as entidades e organizações de
assistência social e as que executam serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais no município, observados os princípios e as diretrizes estabelecidos
Órgão de assessoramento que presta apoio técnico, jurídico, administrativo
e operacional ao CMAS/BH.
Comissão de
Inscrição,
Acompanhamento e
Fiscalização da Rede Socioassistencial
Comissão de
Financiamento
Comissão de Gestão
do Trabalho
Comissão de
Acompanhamento dos
Conselhos Regionais de
Assistência Social Coras e Comissões Locais de Assistência Social –
Clas Comissão de Política de
Assistência Social
Comissão de
Acompanhamento dos
Programas de
Transferência de Renda e
dos Benefícios
Socioassistenciais Mesa Diretora
PLENÁRIO
Instância de deliberação
plena, composto pelo
conjunto de conselheiros
titulares e suplentes no
exercício da função
Equipe
Administrativa
Equipe
Técnica
Secretário
Executivo
SECRETARIA EXECUTIVA
61
na Lei Orgânica da Assistência Social, na Lei Municipal nº 10.836/2015 e em seu
regulamento;
IV - Zelar pela efetivação do Suas-BH e pelo cumprimento das disposições
contidas na Lei Orgânica da Assistência Social e na Lei Municipal nº 10.836/2015;
V - Instituir e regulamentar o funcionamento dos Comissões Regionais de
Assistência Social - Coras - e das Comissões Locais de Assistência Social - CLAS;
VI - Deliberar, acompanhar e fiscalizar a execução do FMAS, sem prejuízo da
atuação dos demais órgãos institucionais de controle;
VII - Apreciar e aprovar as propostas orçamentárias anuais e plurianuais do
FMAS, em conformidade com as deliberações das Conferências Municipais de
Assistência Social;
VIII - Convocar ordinariamente, a cada 4 (quatro) anos, ou extraordinariamente,
a qualquer tempo, por maioria absoluta de seus membros, a Conferência Municipal de
Assistência Social, com o objetivo de avaliar a situação da Assistência Social no
Município, bem como estabelecer diretrizes para o aperfeiçoamento do Suas-BH;
IX - Encaminhar as deliberações das Conferências Municipais de Assistência
Social ao órgão gestor da Política de Assistência Social no Município e acompanhar
seus desdobramentos;
X - Incentivar a realização de estudos e pesquisas com vistas a identificar
situações relevantes e mensurar a qualidade dos serviços socioassistenciais, sugerindo
medidas de prevenção, controle e avaliação;
XI - Divulgar, no Diário Oficial do Município, todas as suas decisões, bem como
os pareceres relacionados às contas do FMAS;
XII - Elaborar, alterar e deliberar seu regimento interno.
Importante destacar que em conformidade com a Resolução CMAS/BH nº
19/2015, os Comissões Regionais de Assistência Social – CORAS são instâncias de
caráter consultivo que têm a função de propor diretrizes, acompanhar e fiscalizar a
implantação da Política de Assistência Social nas respectivas regionais administrativas
do município de Belo Horizonte e as Comissões Locais de Assistência Social – CLAS,
são instâncias sub-regionais de caráter consultivo, que têm a função de propor políticas
e acompanhar a implantação das que forem aprovadas nas respectivas regionais.
62
2.6. Articulação com outros conselhos setoriais
A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social – NOB
SUAS, aprovada pela Resolução CNAS nº. 033, de 12 de dezembro de 2012, estabelece,
em seu artigo 121, que os Conselhos de Assistência Social, ao elaborarem o
planejamento de suas ações, devem estabelecer mecanismos de articulação permanente
com os demais conselhos de políticas públicas e de defesa e garantia de direitos.
A integralidade de proteção social necessária requer esta articulação entre os
conselhos setoriais e de defesa e garantia de direitos, tarefa essencial na gestão pública.
Nota-se, no entanto que os desafios são muitos e que é preciso criar caminhos e
alternativas que não sejam pontuais e esporádicos, mas que construam efetivamente
uma agenda de articulação permanente com temáticas amplas que interessem a
diferentes grupos e movimentos sociais, inclusive em suas expressões e dinâmicas
territoriais.
O CMAS/BH, ao longo de sua história tem buscado a articulação junto aos
demais conselhos de políticas públicas e de defesa e garantia de direitos com vistas a
fiscalizar e acompanhar as ações das políticas públicas destinadas à redução dessas
desigualdades, na perspectiva de garantir o acesso aos direitos constitucionais, por meio
da gestão pública dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.
Neste contexto, mencionamos importantes iniciativas de articulação conjunta
tais como a publicação da Resolução Conjunta CMDCA/CMAS nº. 01/2012, que
aprova o Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente à Convivência Familiar e Comunitária; a Resolução Conjunta
CMDCA/CMAS nº. 01/2014, que regulamenta o Programa Família Acolhedora; e, a
Resolução Conjunta CMDCA/CMAS nº. 02/2014, que regulamenta o Acolhimento
Institucional em república para Jovens de 18 a 21 anos.
Além disso, em 2017 o CMAS/BH participou de encontros conjuntos com o
Conselho Municipal de Saúde – CMS e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente – CMDCA, para discutir a atenção e proteção às gestantes e puérperas e
seus bebês; e, o Programa Família Extensa Guardiã - PROFEG. Estes encontros
desencadearam na aprovação de um Fluxograma de atenção às gestantes e puérperas e
seus bebês em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, pautando-se, em
especial, na defesa do direito à convivência familiar e comunitária, enquanto direito
63
fundamental de crianças e adolescentes garantido pela Constituição Federal – CF (artigo
227) e pela Lei Federal nº 8.069/1990, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
O fluxograma foi publicado por meio da Portaria Conjunta SMSA/SMASAC nº.
0001/2017 e contém cinco passos importantes:
I. Identificação, Captação Precoce e Vinculação com a atuação das equipes
de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde – SMS e
equipes da Proteção Social Básica e/ou Proteção Social Especial da
Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e
Cidadania – SMASAC;
II. Organização da Atenção Compartilhada e Intersetorial;
III. Discussão ampliada com as maternidades
IV. Encaminhamento para maternidade (Parto e Nascimento);
V. Assistência/acompanhamento na maternidade (durante a Internação e na
alta).
Outro produto desta articulação e integração é a edição do Decreto nº. 16.801, de
18 de dezembro de 2017, que versa sobre o subsídio para as famílias extensas guardiãs,
estratégia essencial para a garantia do direito à convivência familiar e comunitária.
Também em 2017 houve a articulação do CMAS com o Conselho Municipal de
Segurança Alimentar e Nutricional – COMUSAN, relativo ao Programa de Assistência
Alimentar Emergencial.
2.7. Conferência Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte
As Conferências de Assistência Social são instâncias máximas de caráter
deliberativo e têm, como premissas, avaliar a política e apresentar orientações,
definindo diretrizes para o aprimoramento do Sistema Único de Assistência Social –
SUAS. Elas ocorrem ordinariamente a cada 4 anos e, extraordinariamente, a cada 2
anos.
A convocação para a realização das Conferências é feita pelos Conselhos de
Assistência Social, em ato conjunto com o órgão gestor dessa política.
Suas deliberações orientam o órgão gestor nas tomadas de decisão, na
formulação e na execução da política de Assistência Social, visando à qualificação e o
aperfeiçoamento da gestão e do provimento dos serviços e benefícios socioassistenciais.
64
Uma ação importante é o acompanhamento das deliberações por parte do Conselho
Municipal de Assistência Social a fim de assegurar sua efetivação.
As conferências são espaços de participação popular democrática de modo a
qualificar e aproximar suas deliberações às reais necessidades da população. A
participação direta dos diversos atores envolvidos na política pública de Assistência
Social, em especial os usuários, propicia a construção de um novo paradigma
socioassistencial, com qualidades democráticas fundamentais na caminhada para o
fortalecimento e aprimoramento dessa política.
Em Belo Horizonte, a Conferência Municipal de Assistência Social é precedida
pela realização de pré-conferências, que consideram especificidades e diversidades das
nove regionais administrativas do município. Também possuem a atribuição de avaliar a
política de Assistência Social e definir diretrizes para o aprimoramento do SUAS/BH,
além de eleger delegados para a etapa municipal.
Importante registrar que na 12ª Conferência Municipal de Assistência Social de
Belo Horizonte, realizada no ano de 2017, a partir das demandas de seguimentos
específicos, para além das pré-conferências regionais, realizaram-se também as setoriais
de Juventude, Igualdade Racial e População em Situação de Rua.
Durante a realização das Conferências Municipais são escolhidos os delegados
que participarão das Conferências Estaduais, ao passo que ao longo da realização desta
serão eleitos os delegados que representarão o Estado de Minas Gerais na Conferência
Nacional.
Em Belo Horizontes já foram realizadas 12 (doze) Conferências Municipais,
organizadas a partir dos seguintes temas:
Quadro 8 - Temas das Conferências Municipais de Assistência Social
ANO TEMA
1995 Assistência Social como um direito do cidadão e dever do Estado
1997 Sistema Descentralizado e Participativo da Assistência Social - Construindo
a Inclusão - Universalizando Direitos
1999 Municipalização da Assistência Social em BH: avançar para Consolidar
2001 Política de Assistência Social: Uma trajetória de Avanços e Desafios
2003 Assistência Social como Política de Inclusão: uma Nova Agenda para a
Cidadania - LOAS 10 anos
65
2005 SUAS – PLANO 10: Estratégias e Metas para Implementação da Política
Nacional de Assistência Social
2007 Compromissos e Responsabilidades para Assegurar Proteção Social pelo
Sistema Único da Assistência Social – SUAS
2009 Participação e Controle Social no SUAS
2011
Consolidar o Sistema Único de Assistência Social – SUAS com a
valorização dos seus Trabalhadores e a qualificação da gestão, dos serviços,
programas, projetos e benefícios
2013 A Gestão e o Financiamento na efetivação do SUAS
2015 Consolidar o SUAS de vez rumo a 2026
2017 Garantia de direitos no fortalecimento do SUAS
Fonte: CMAS-BH (2018)
O Conselho Municipal de Assistência Social tem com uma de suas principais
competências, acompanhar a execução da política de assistência social, apreciar e
aprovar a proposta orçamentária, em consonância com as diretrizes das conferências
municipais. Logo, na elaboração do Plano Municipal de Assistência Social o órgão
gestor deverá considerar as deliberações das Conferências Municipais de Assistência
Social.
As avaliações e proposições desenvolvidas se encontram consubstanciadas no
Ato Normativo Conjunto nº 04, de 31 de julho de 2017, publicado no Diário Oficial do
Município – DOM em 09 de agosto de 2017. Visando contribuir para a elaboração deste
Plano Municipal de Assistência Social, apresentamos as deliberações da 12ª
Conferência Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte.
Quadro 9 - Deliberações da 12º Conferência Municipal de Assistência Social
DELIBERAÇÕES PARA O MUNICÍPIO
1ª - Fomentar a inserção da Pop Rua e migrante no mundo do trabalho, por meio da
implementação de programa municipal de trabalho e renda, em curto prazo, observando os
seguintes eixos; a) formação, qualificação com prioridade de vagas; b) fomento a grupos e
iniciativas da economia solidária e empreendedores individuais, por meio de financiamento
público; c) implementação de política de incentivo e fomento da inserção da Pop Rua na
iniciativa privada e nas autarquias municipais.
66
2ª - Implantar, ampliar e qualificar os Centros POPs, abrigos, albergues, repúblicas e
restaurantes populares para migrantes e população de rua, no município, com funcionamento
nas 9 regionais, com garantia de intérprete de libras para o atendimento a pessoas com
deficiência. Considerar as especificidades relacionadas ao ciclo de vida, gênero, condições de
saúde e organização familiar, flexibilizando os critérios de acesso e permanência, e horário
nos serviços. Garantir o atendimento emergencial para a POP Rua, não somente no período de
frio e chuva, com ampliação e criação de novas vagas com adequação à infraestrutura física e
recursos humanos já existentes.
3ª - Garantir as ações de inclusão produtiva, qualificação profissional, primeiro emprego e
programa de transferência de renda na Política Municipal de Assistência Social, com criação,
ampliação e potencialização de centro de formação profissional, geração de trabalho e renda
para adolescentes, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas com sofrimento mental,
egressos do sistema prisional, pessoas que se encontram em processo de superação do uso de
drogas, população em situação de rua e pessoas desempregadas, fomentando a economia
popular solidária, em parceria com os equipamentos existentes, com oferta nos territórios e
ampliação de cobertura de território fora da área CRAS.
4ª – Implementar, com urgência, o cumprimento das deliberações anteriores quanto à
implantação de novos CRAS nos territórios vulneráveis e de risco, considerando estudos
realizados, e melhorar as condições dos existentes (construção e/ou reforma), garantindo
segurança, acessibilidade para pessoas com deficiência e idosas, recursos humanos de acordo
com a NOB-RH, localização central no território de atuação e ampliação do horário de
atendimento. Garantir Centros de Convivência para pessoa idosa e com deficiência, em
âmbito regional, assegurando o total de 100 equipamentos, conforme deliberação das
Conferências Anteriores.
5ª – Garantir, por meio de decreto municipal, o direito da população em situação de rua de
circular pelos espaços urbanos, de forma digna, carregando seus pertences, sem que eles sejam
retirados compulsoriamente pelo Controle Urbano, durante fiscalização para a desobstrução de
vias públicas. Implantação de banheiros públicos e guarda-volumes gratuitos, na cidade.
6ª - Garantir a ampliação de recursos no orçamento para a oferta de cursos profissionalizantes
para jovens e todos os públicos dos serviços socioassistenciais, no âmbito público e privado,
além do encaminhamento ao mercado de trabalho; garantia de recursos para ampliação dos
serviços da Proteção Social Básica; e garantia de recursos para melhorar a infraestrutura dos
equipamentos já instalados no território.
67
7ª - Criar, regulamentar e manter os benefícios eventuais, inclusive a tarifa social, na Política
de Assistência Social, voltados para as famílias em situação de vulnerabilidade, contemplando
o acesso à segurança alimentar e nutricional, por meio de cartão alimentação, em articulação
com as políticas setoriais responsáveis.
8ª - Implantar o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência e/ou Idosas
e suas Famílias, e do Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com
Deficiência e/ou Idosas.
9ª - Garantir em forma de lei, de acordo com o dimensionamento de cada regional, o número
de serviços e equipe de profissionais necessários, de acordo com a Tipificação Nacional, bem
como de recursos financeiros, para atendimento de todos os serviços da Política de Assistência
Social da base regional.
10ª - Criar lei municipal que ofereça redução de impostos para empresas que investirem em
cursos profissionalizantes com objetivo de geração de emprego e renda e oferecerem
empregos para pessoas em situação de rua, idosos e egressos do sistema prisional, gênero,
adolescente, jovens e usuários de drogas lícitas e ilícitas que se encontram em situação de
superação, observando, também, a política de transversalização da igualdade racial.
Fonte: CMAS-BH (2018)
Quadro 10 - Deliberações das Conferências Setoriais de Juventude, Igualdade
Racial e População em Situação de Rua
IGUALDADE RACIAL
EIXO 1: A proteção social não contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a
gestão dos direitos socioassistenciais
1ª. Realizar formação dos trabalhadores e gestores do SUAS sobre a Promoção da Igualdade Racial.
2ª. Reconhecer como entidade socioassistencial as comunidades dos povos tradicionais existentes nos
territórios e fornecer suporte técnico e jurídico.
3ª. Criar núcleo técnico de discussão sobre as relações étnicos raciais dentro da secretaria de assistência
social e vincular recursos específicos para transversalizar a política de promoção da igualdade racial
dentro da assistência.
EIXO 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no Suas
1ª. Readequar os sistemas de informação do SUAS para garantir a inserção de dados na perspectiva da
transversalidade com outras políticas públicas que possibilitem a Visibilidade dos usuários e
trabalhadores nas questões de raça, cor, gênero, diversidade sexual, religião, dentre outros, e subsidiem o
controle social e a equidade nas ofertas da assistência social.
68
2ª. Garantir formação continuada sobre as ofertas da Política de Assistência Social e sobre o controle
social do SUAS para a sociedade civil de forma mais ampla (entidades, usuários, trabalhadores,
movimentos sociais e religiosos), utilizando como recurso orçamentário o IGD SUAS.
3ª. Elaborar, produzir, divulgar e garantir acesso amplo de materiais com conteúdo sobre igualdade ético-
racial na Política de Assistência Social, que tenha fácil compreensão e acessibilidade a todos os cidadãos.
EIXO 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e
transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais
1ª. Revisar as regras de inserção na alta complexidade considerando as especificidades culturais e
identitárias a partir da promoção da igualdade racial.
2ª. Atualizar a versão do CadÚnico/BH a partir do CadÚnico Nacional e incluir a promoção da igualdade
racial.
3ª. Realizar pesquisa para identificar as comunidades tradicionais e indígenas existentes nos territórios
assistidos pela assistência social para implementação das Políticas Públicas de Assistência Social.
EIXO 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades
dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais
1ª. Garantir a plena integralidade das políticas de programação da Igualdade Racial na proteção
socioassistencial do SUAS, incluindo ações específicas nas diretrizes dos processos de pactuação entre o
Executivo Municipal e as organizações sociais e assegurando dotações orçamentarias e execução
financeira.
2ª. Implementar as diretrizes das comunidades quilombolas que garantam moradias e permanência, saúde,
educação quilombola, segurança, mobilidade, bem como elaborar e efetivar políticas específicas para as
comunidades quilombolas, comunidades ciganas, ribeirinhos, assentamentos, povos indígenas e
comunidades tradicionais.
3ª. Garantir e flexibilizar o acesso das entidades nas elaborações das políticas da promoção da igualdade
racial nos espaços governamentais nos diversos setores, respeitando suas diversidades no processo do
SUAS, garantindo equidade em suas especificidades.
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
EIXO 1: A proteção social não contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a
gestão dos direitos socioassistenciais
1ª. Continuidade do BPC para idosos e pessoas com deficiência, mantendo os atuais critérios de acesso,
vinculados ao salário mínimo e a idade de 65 anos.
2ª. Equipamentos específicos para mulheres, gestantes e com crianças em situação de rua vinculando o
acesso prioritário à educação infantil.
3ª. Serviços especializados para qualificação e encaminhamentos para trabalho e renda que deem atenção
especial para a população em situação de rua, que estabelecem parcerias com empresa, e que destinem
vagas dentro da prefeitura para pop rua.
OUTRAS PROPOSTAS PARA O EIXO 1:
69
Ampliação do Bolsa Família que atenda também a determinadas situações, no caso específico, doenças
crônicas.
Equipamentos especializados para acolhimento de idosos e pessoas com deficiência.
Ampliação e garantia de benefícios eventuais, incluindo vale transporte, cesta básica, passe livre.
Aprimoramento e capacitação dos serviços que atendem a população de rua: ampliação dos recursos
humanos, infraestrutura compatível com os diferentes públicos (pessoas com deficiência, idosos,
mulheres, público LGBT).
EIXO 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no Suas
1ª. Criação e ampliação dos serviços de Acolhimento Institucional e emergencial (Frio e Chuva) em
abrigos e repúblicas para a população em trajetória de rua, garantindo a especificidade do atendimento ao
idoso (dependente e independente) e as pessoas do gênero feminino (Trans, CIS, travestis, mulheres
sozinhas e com filhos) flexibilizando os critérios de acesso e permanência nos serviços.
2ª. Implantar e ampliar centro de referência para pessoas em situação de rua (Centro Pop) e Restaurantes
populares em todas as regionais da cidade, garantindo cobertura completa nos dias uteis, finais de semana
e feriado.
3ª. Garantir atendimento de qualidade com profissionais capacitados e qualificados de forma
multidisciplinar para atender às demandas das pessoas em situação de rua, com respeito as prioridades,
nas diversas políticas públicas (assistência social, saúde, trabalho, educação, habitação e outras).
EIXO 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e
transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais
1ª. Ampliar a oferta do Bolsa Moradia, revisando o valor do benefício; garantindo a transparência do
processo de seleção, acompanhamento e desligamento das famílias; respeitando a opinião do beneficiário
na escolha do imóvel; e promovendo a superação da situação de rua com dignidade e acesso a casa
própria.
2ª. Garantir a inserção da população em situação de rua no mercado de trabalho por meio da capacitação e
qualificação profissional dos usuários, e também a partir do estabelecimento de convênios com empresas
parceiras da Prefeitura ou contrato direto de mão de obra para atuar nos próprios equipamentos.
3ª. Criar equipamentos (abrigos, albergues, centros pop, restaurante popular) com funcionamento integral
e regionalizado, que atendam as demandas da população em situação de rua, contemplando as
especificidades relacionadas aos ciclos de vida, gênero, condições de saúde e organização familiar, sendo
compostos por equipes multidisciplinares (psicólogos, assistentes sociais e garantindo a intersetorialidade
com a saúde, sobretudo dentistas e enfermeiros, entre outros) e com espaços estruturais adequados para a
atuação de cada especialidade.
EIXO 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades
dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais
1 ª. Garantir que os recursos integrais da seguridade social financiem a assistência social não permitindo o
uso desse recurso para pagamento de juros da dívida externa e a definição de um percentual mínimo de
5% do PIB para repasse para a Política de Assistência Social nos 3 entes federativo, Estadual e municipal.
70
2ª. Criação de uma lei Municipal que incentive contratação de pessoas em situação de rua, com uma
contrapartida para os empresários (em dedução de impostos). Dar enfoque em Decretos que estabeleçam
Geração de emprego e renda (investimento em cursos profissionalizantes).
3ª. Garantir o direito da população em situação de rua de circular pelos espaços urbanos de forma digna,
implantando na cidade banheiros públicos e guarda-volumes gratuitos, além de assegurar por meio de
decreto municipal o direito de circular pela Cidade carregando seus pertences, sem que estes sejam
retirados de forma compulsória pelo controle urbano durante fiscalização para desobstrução de vias
públicas.
OUTRAS PROPOSTAS EIXO 4
Garantir através de uma lei que a população em situação de rua seja acolhida em todos os Serviços do
SUAS; e a garantia do acesso aos benefícios socioassistenciais já existentes de maneira que o acesso a um
benefício não exclua o acesso a outro. Ampliação do Bolsa Moradia transitório com articulação com a
política de habitação para a garantia de moradia definitiva.
ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE
EIXO 1: A proteção social não contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a
gestão dos direitos socioassistenciais
1ª. Divulgar os serviços ofertados pela CRAS através de um canal que chegue até o jovem, de forma
variadas e em lugares e espaços diferentes (escolas, campo de futebol, carro ou moto som, redes sociais).
Incluir pessoas de referência da comunidade para divulgar os serviços ofertados pelo CRAS.
2ª. A criação de um canal de comunicação entre a juventude e a política de assistência social para que os
serviços contemplem as peculiaridades deste público.
3ª. Aumentar a capacidade de atendimento dos CRAS e aumentar números de CRAS.
EIXO 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no Suas
1ª. Criação de um processo seletivo para empregar jovens moradores dos territórios de CRAS como
agente jovem de mobilização e divulgação dos projetos, programas e serviços da Assistência Social.
2ª. Formação continuada dos profissionais que atuam nos CRAS para que consigam mobilizar os jovens a
participarem das Comissões, Fóruns e do Conselho, garantido a qualidade e efetividade desses jovens no
protagonismo das demandas das juventudes nesses espaços de participação e controle.
3ª. Que todo os CRAS crie uma equipe de comunicação formada por jovens, para alcançar as juventudes
do território e estimular a participação destes nas ações desenvolvidas.
OUTRAS PROPOSTAS EIXO 2
Ampliação dos CRAS: Expansão do atendimento nos territórios que há o espaço físico do CRAS,
contratando mais profissionais e diminuindo a carga horária de trabalho.
Criação de novos espaços físicos de CRAS.
EIXO 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e
transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais
71
1ª. Investir em ampliação e infraestrutura dos CRAS para melhorar a segurança e efetividade do
acolhimento, inclusive garantindo a criação de novos CRAS (equipamento) para atendimento de
territórios em grande situação de vulnerabilidade. (telecentros, quadras, salas, etc).
2ª. Articular, comunicar e esclarecer sobre os serviços socioassistenciais oferecidos pela assistência social
no território de abrangência principalmente para os adolescentes e jovens em escolas e demais espaços e
equipamentos que a população utiliza (saúde, lazer, cultura...) com mecanismo de envolvimento da
comunidade nestas atividades. Investimento em eventos de mobilização, grupos, trabalhos. (Incluindo
ações e fortalecimento de eventos para conscientizar, informar, educar e orientar os jovens com a
linguagem adequada).
3ª. Garantir que os programas de transferências de renda sejam preservados.
EIXO 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades
dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais
1ª. Garantia de ampliação de recursos no orçamento para a oferta de cursos profissionalizantes voltados
para jovens e o público dos serviços da Proteção Social Básica no âmbito público e no privado. Garantia
de recursos para ampliação dos serviços da Proteção Social Básica e garantia de recursos para melhorar a
infraestrutura dos equipamentos já instalados no território.
2ª. Realizar o estudo de custo dos serviços de acolhimento institucional a fim de melhorar a infraestrutura
e a qualificação dos profissionais. Investimento financeiro que possibilite a escolha de profissionais com
perfil para atender o público acolhimento institucional.
3ª. Garantir recursos de implantação de equipamento de acolhimento institucional que oferte o serviço
com qualidade.
Fonte: CMAS-BH (2018)
2.8. Fórum Municipal dos Usuários do SUAS de Belo Horizonte –
FMUSUAS/BH
O FMUSUAS/BH, instituído em 14 de abril de 2018, em assembleia dos
usuários do SUAS/BH realizada na Câmara Municipal de Vereadores de Belo
Horizonte, é uma importante organização de usuários, legitimada pela Resolução do
CNAS nº 11/2015. O Fórum tem como principal função a mobilização, elencando e
debatendo as demandas e necessidades dos usuários, bem como temas relevantes, como
a articulação de políticas de atendimento que atravessam os diversos tipos de
vulnerabilidade social, a integração entre serviços e benefícios, a qualidade do
atendimento, a qualidade da infraestrutura disponível nos equipamentos do SUAS,
dentre outros.
72
O Fórum tem como finalidade fomentar a articulação política, o empoderamento
dos usuários e representar o seu coletivo nas instâncias de discussão, articulação,
deliberação, pactuação, controle e gestão municipal do SUAS.
O FMUSUAS tem caráter permanente e será norteado pelos seguintes princípios
fundamentais:
a) Compromisso com a construção de uma nova ordem social sem dominação e
exploração de classe, etnia ou gênero;
b) Afirmação da identidade do usuário (a) do SUAS como protagonista da
Política de Assistência Social e do SUAS;
c) Defesa dos direitos fundamentais e sociais garantidos na Constituição
Cidadã;
d) Respeito à autonomia e à dinâmica própria de cada Organização e Fórum
membros, assim como não permitir que interesses específicos se imponham
nas ações e posições do FMUSUAS.
Para o cumprimento dos princípios norteadores do FMUSUAS, a gestão
deve fomentar e garantir:
a) Realização de atividades respeitando os princípios definidos na Lei
Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei Federal nº. 8.742/1993);
b) Apoio para participação nas instâncias do SUAS no Município e na
Região Metropolitana; e,
c) Permanente qualificação do usuário (a);
Para a consecução de suas finalidades, o FMUSUAS tem os seguintes
objetivos:
a) Manter debate e diálogo permanente junto ao CMAS, CORAS/CLAS,
autoridades, parceiros, apoiadores, entidades socioasssistenciais;
b) Articular e dialogar com usuários, organizações e fóruns membros, para
construção da unidade política e agenda comum, apoiando e, quando solicitado,
deliberar sobre suas demandas;
c) Fortalecer a intersetorialidade como instrumento de efetivação da
integralidade de proteção social;
73
d) Articular e dialogar com atores diversos, especialmente movimentos sociais,
na perspectiva da defesa dos direitos humanos, da cidadania e dos direitos
sociais;
e) Estabelecer estratégias de articulação com as instâncias governamentais e
não-governamentais, instituições internacionais que tenham interface com a
Política de Assistência Social;
f) Estimular e promover a formação política dos usuários (as) do SUAS;
g) Dialogar com o Conselho Estadual e Municipal de Assistência Social para
que tenham ações propositivas no incremento das mesas estadual e municipal de
diálogo e negociação permanente do SUAS.
A Coordenação Municipal do FMUSUAS/BH é composta por 20 (vinte)
membros titulares e 20 (vinte) membros suplentes, com direito a voz e voto dos titulares
(ou suplentes que assumirem a titularidade) deliberando colegiadamente nos termos do
Regimento Interno de acordo com a seguinte distribuição e critérios:
I. 09 (nove) titulares e 09 (nove) suplentes serão representantes indicados
pelos Conselhos Regionais de Assistência Social – CORAS e Comissão
Local de Assistência Social – CLAS, sendo um titular e um suplente de
cada região de Belo Horizonte;
II. 01 (um) titular e 01 (um) suplente serão representantes indicados pelos
seus pares, do segmento dos usuários/as conselheiros do Conselho
Municipal de Assistência Social – CMAS-BH;
III. 10 (dez) titulares e 10 (dez) suplentes eleitos na Plenária.
74
3. UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DA PROTEÇÃO
SOCIOASSISTENCIAL NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE
Para avançar na consolidação do Sistema Único de Assistência Social, de forma
que esse seja capaz de garantir a proteção social a todos os cidadãos brasileiros e
contribuir para a redução das desigualdades sociais, é fundamental o conhecimento
acerca das formas de organização e da dinâmica dos territórios, assim como sobre as
necessidades de sua população (Brasil, 2013). Conforme disposto na Política Nacional
de Assistência Social (PNAS/2004), “tendo a Política de Assistência Social assumido a
centralidade sociofamiliar no âmbito de suas ações, cabe reconhecer a dinâmica
demográfica e socioeconômica associadas aos processos de exclusão/inclusão social,
vulnerabilidade aos riscos pessoais e sociais em curso no Brasil, em seus diferentes
territórios” (Brasil, 2004, p. 16).
Neste sentido, esse capítulo tem como objetivo apresentar dados e informações
sobre a caracterização demográfica e socioeconômica do município de Belo Horizonte,
que subsidiem o planejamento das ações da política de assistência social para os
próximos 4 anos e que considere as características e potencialidades locais. Para tal, a
coleta de dados se concentrou em indicadores que possibilitem a construção de um
panorama acerca dos fatores sociais e fatores de vulnerabilidade e risco relacionados aos
objetivos e escopo de atuação da política de assistência social.
3.1. Aspectos demográficos e territoriais
De acordo com os dados do IBGE, a população de Belo Horizonte era
constituída de 2.375.151 pessoas no último Censo de 2010, sendo que a estimativa
populacional era de 2.523.794 pessoas para o ano de 2017. A cidade ocupa atualmente a
6ª posição entre os municípios mais populosos do Brasil e a 3ª maior região
metropolitana do país. Belo Horizonte possui uma unidade territorial de 331 km², com
uma densidade demográfica de 7.167,00 habitantes/km². Sua Região Metropolitana -
RMBH - atualmente é formada por 34 cidades, com abrangência de 9.467,797 km² e
população estimada de 5.316.865 habitantes para o ano de 20177.
7 Esta estimativa (IBGE 2017) foi apurada por meio do somatório da população projetada de cada um dos
34 municípios.
75
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD, IPEA e
FJP), entre 2000 e 2010, a população de Belo Horizonte cresceu a uma taxa média anual
de 0,59% e a população da RMBH cresceu a uma taxa média anual de 1,15%. No
Brasil, esta taxa foi de 1,17% no mesmo período.
Tabela 1 - População total por gênero, rural/urbana – município de BH/MG
População População
(1991)
% do Total
(1991)
População
(2000)
% do Total
(2000)
População
(2010)
% do Total
(2010)
População total 2.019.121 100,00 2.238.514 100,00 2.375.151 100,00
População residente
masculina 955.673 47,33 1.057.260 47,23 1.113.513 46,88
População residente
feminina 1.063.449 52,67 1.181.254 52,77 1.261.638 53,12
População urbana 2.012.217 99,66 2.238.514 100,00 2.375.151 100,00
População rural 6.904 0,34
0,00
0,00
Fonte: PNUD, Ipea e FJP
Tabela 2 - População total por gênero, rural e urbana – região metropolitana de
BH/MG
População População (2000) % do Total (2000) População (2010) % do Total (2010)
População total 4.357.942 100,00 4.883.970 100,00
População residente masculina 2.106.430 48,34 2.344.931 48,01
População residente feminina 2.251.512 51,66 2.539.039 51,99
População urbana 4.247.949 97,48 4.792.091 98,12
População rural 109.993 2,52 91.879 1,88
Fonte: PNUD, Ipea e FJP
O crescimento da população, no entanto, apresentou transformações na sua
composição ao longo dos últimos anos, acompanhando a tendência de envelhecimento
apresentada pelo Brasil. Na década de 2000, houve redução do segmento de 0 a 14 anos
na pirâmide etária do município, de 543.523 indivíduos para 449.570 indivíduos, o que
significa diminuição de 17,3%. Ou seja, nesta faixa etária registrou-se crescimento
negativo de em média -1,9% ao ano. Subdividindo esta faixa etária, as crianças de 0 a 5
anos correspondem a 6,8% da população e as crianças/adolescentes na faixa de 6 a 14
76
correspondem a 12,2% (MDS, 2012) 8. Dados do Atlas do Desenvolvimento Humano
no Brasil (PNUD, IPEA e FJP) apontam que, entre 2000 e 2010, a taxa de
envelhecimento no município passou de 6,22% para 8,67% (era 4,69% em 1991),
enquanto em Minas Gerais passou de 4,97% em 1991, para 6,2% em 2000 e para 8,12%
em 2010. No Brasil ela mudou de 4,83%, para 5,83% e para 7,36%, respectivamente.
Outro indicador interessante é a razão de dependência, que aponta o percentual da
população de menos de 15 anos e da população de 65 anos e mais (população
dependente) em relação à população de 15 a 64 anos (população potencialmente ativa).
Ele mostra que houve redução no município da razão de dependência, passando de
43,89% em 2000 para 38,12% em 2010. Já em MG, a razão de dependência passou de
52,84% para 44,01% e no Brasil de 54,88% e 45,87% em 2010, respectivamente.
Os gráficos abaixo evidenciam a alteração da pirâmide etária do município nos
últimos 20 anos, com crescimento da população idosa e redução da base de população
criança e jovem:
Figura 3 - Evolução da pirâmide etária de Belo Horizonte – 1991, 2000 e
2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD, Ipea e FJP)
8- Disponível no site
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/carrega_pdf.php?rel=panorama_municipal
77
Quanto à composição da população por sexo, os dados do Censo 2010 (IBGE,
2012)9 demonstram que o número de mulheres é maior que o número de homens no
município: 46,88% do sexo masculino e 53,12% do sexo feminino. A participação
feminina na composição da população é maior que a registrada no Estado de Minas
Gerais, em que 49,20% da população é masculina 50,80% é feminina. Já em relação à
raça ou cor, o Censo 2010 aponta que a composição da população residente no
município apresenta-se nos seguintes termos: brancos são 1.110.034 pessoas; pretos são
241.155 pessoas; pardos são 995.167 pessoas; amarelos são 25.270 pessoas; indígenas
são 3.477 pessoas e, por fim, 48 pessoas não quiseram declarar.
Gráfico 25 - População do município de Belo Horizonte por sexo, cor/raça – 2010
Fonte: IBGE. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH (2018)
Tendo em vista que a população brasileira possui grande diversidade e que os
processos de exclusão e inclusão social são marcados pelo processo histórico de
ocupação urbana, é importante acrescentar uma análise desses indicadores a partir de
recortes intramunicipais. No caso de Belo Horizonte, a Prefeitura Municipal criou uma
organização administrativa que divide o território em 9 (nove) regionais: Barreiro,
Centro-sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova.
9 Disponível no site: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm
78
Atualmente, a política de assistência social se organiza a partir dessa divisão
administrativa.
A partir dos dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Planejamento,
que têm como fonte o Censo de 2010 do IBGE, observa-se que há heterogeneidade
entre as 9 regiões administrativas de Belo Horizonte. Quando elas foram delimitadas, a
Região Noroeste era a mais populosa, concentrando 15% da população, enquanto a
Pampulha concentrava o menor número de habitantes, 6,5% do total. Após 10 anos,
além das modificações decorrentes da própria dinâmica demográfica, ocorreu em 2011
o redimensionamento das regionais administrativas do município (Lei 10.231/2011)10
, o
que gerou maior equilíbrio demográfico entre elas. Assim, de acordo com o Censo
2010, já considerando os novos limites regionais, observa-se que a população está
dividida de maneira mais uniforme nas nove regiões, sendo que a Região Oeste é a mais
populosa, com 12,99% do total do município, e a Região Norte, a menos populosa, com
8,93% da população. Contudo, se a mais populosa é a regional Oeste, a mais povoada é
a Regional Venda Nova, pois sua densidade demográfica é de 9.109 habitantes/km². A
regional menos povoada é a Regional Pampulha, com 4.416 habitantes/km².
Em relação ao perfil etário das 9 regiões de Belo Horizonte, tem-se que a
regional com maior população em termos absolutos na faixa etária de 0 a 19 anos é a
Barreiro, com 85.511 pessoas, e a que apresenta o menor número é a Pampulha, com
58.936 pessoas. Quanto ao público adulto, considerando a faixa etária de 20 a 59 anos,
a regional com a maior população é a Oeste, com 189.585 pessoas e a menor é a Norte,
com 126.500 pessoas. Já em relação à população acima de 60 anos, a regional com o
maior número de idosos é a Região Centro-sul, com 51.911 idosos e a Região Norte
apresenta o menor número, com 21.122 pessoas idosas.
10
*As informações por Região Administrativa estão de acordo com o novo limite vigente a partir de 2011,
regulado pela Lei 10.231/11.
79
Tabela 3 - Distribuição da população pelas 9 regionais administrativas de
BH, por faixa etária – 2010
Região Administrativa Pop. de 0
a 19 anos
Pop. de 20
a 59 anos
Pop. de 60
anos ou
mais
Total
% em
relação à
pop total
BARREIRO 85.511 169.205 27.468 282.184 11,9
CENTRO-SUL 59.091 172.673 51.911 283.675 12,0
LESTE 60.538 143.341 34.480 238.359 10,1
NORDESTE 79.236 176.249 34.133 289.618 12,2
NOROESTE 64.475 163.507 39.922 267.904 11,3
NORTE 64.366 126.500 21.122 211.988 8,9
OESTE 79.992 189.585 37.389 306.966 12,9
PAMPULHA 58.936 139.761 26.359 225.056 9,5
VENDA NOVA 78.879 160.037 26.263 265.179 11,2
TOTAL 631.024 1.440.858 299.047 2.370.929 100,0 Fonte: Secretaria de Municipal de Planejamento/ Censo IBGE 2010. Elaborado por
GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH (2018)
Além das modificações demográficas no território intraurbano, é importante
ressaltar a influência da dinâmica de ocupação urbana sobre os processos de exclusão
social. Belo Horizonte, como muitas outras cidades brasileiras, passou por muitas
transformações que agravaram os problemas urbanos e a crise fundiária e habitacional.
Esses fatores, junto com insuficiências da ação estatal, têm contribuído para reforçar os
processos históricos de segregação socioespacial e especulação imobiliária. No caso do
município de Belo Horizonte, o cenário não é diferente. A história de construção e
crescimento da cidade é marcado pela segregação socioespacial e pela lógica capitalista
de produção do espaço urbano, o que conformou diversas desigualdades e processos de
exclusão. Desde os anos 1950, observa-se um processo intenso de metropolização e
periferização, em que as camadas mais pobres são empurradas para fora dos limites do
município pelo alto valor da terra urbanizada, em espaços com precária infraestrutura
urbana e com baixo acesso a serviços públicos básicos. Durante as últimas décadas esse
processo tem se agravado. De acordo com dados da Prefeitura de Belo Horizonte
(2016)11
, a cidade enfrenta um grave quadro de déficit habitacional, estimado hoje em
62,5 mil domicílios, e a demanda ainda não atendida de reassentamentos decorrentes de
remoções por obras públicas de 20,9 mil unidades. Há ainda uma projeção de que 25,4
mil domicílios, que representa cerca de 20% da população de Belo Horizonte, estão nas
215 vilas, favelas e outros assentamentos precários e a existência de 269 loteamentos
irregulares para a população de baixa renda que necessitam de regularização e
11
Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte (2016). Plano Estratégico BH 2030.
80
urbanização. Segundo a Fundação João Pinheiro, a noção de déficit habitacional - que
expressa a medida da necessidade de construção de novas moradias para a solução de
problemas sociais e específicos de habitação - apoia-se na conjugação de quatro
componentes: domicílios precários; coabitação familiar; ônus excessivo com aluguel e
adensamento excessivo em domicílios alugados12
. Segundo estes conceitos, em Belo
Horizonte havia um déficit habitacional da ordem de 10,28% em relação ao total de
domicílios particulares permanentes e improvisados existentes no município no ano de
2010.
Entretanto, esse processo de exclusão não se deu de maneira inconteste.
Movimentos populares, lideranças comunitárias e associações comunitárias realizaram,
ao longo desses anos, ações importantes de resistência e luta. Fruto de movimentos
sociais organizados13
, nos últimos 10 anos surgiram no município ocupações urbanas
importantes, que reconfiguraram o espaço intraurbano. Em 2008 foi formada a
ocupação Camilo Torres na região do Barreiro, contando com 140 famílias. Em 2009,
no bairro Céu Azul, surge a ocupação Dandara apropriando de 40 hectares, repartidos
em 887 lotes. Em 2010, a Camilo Torres se expande, autodenominando-se Irmã Doroty
e agregando 135 famílias. Em 2012, surge a Eliana Silva, com 300 famílias
mobilizadas. As demais ocupações, surgiram a partir de 2013 por meio de um processo
de desencadeamento, talvez pelo êxito das ocupações anteriores e pela efervescência do
clima político que redundou nas chamadas manifestações de junho de 2013. Ocupações
como Rosa Leão, Esperança e Vitória ocorreram sem a vinculação inicial a qualquer
movimento social. Sendo assim, milhares de famílias começaram a construir suas casas
em regiões urbanas não ostensivamente ocupadas. Esses movimentos de apropriação de
território urbano podem ser entendidos como uma resistência à morosidade do Estado
em minorar o déficit habitacional histórico.
Em recente estudo realizado pela equipe de Estudos Territoriais e
Geoprocessamento da Gerência de Vigilância Socioassistencial da SUASS, em parceria
12
Ver Índice de Responsabilidade Social: http://imrs.fjp.mg.gov.br/ acessado em:29/01/2018. Para
detalhamento dos conceitos: 1. Domicílios precários: considerados os domicílios improvisados e
domicílios rústicos. 2. Coabitação familiar: domicílios com famílias conviventes secundárias com
intenção de constituir domicílio exclusivo e as famílias residentes em cômodo; 3. Ônus excessivo com
aluguel: domicílios urbanos com famílias com renda de até três salários mínimos e que despendem 30%
ou mais de sua renda com aluguel; 4. Adensamento excessivo em domicílios alugados: domicílios
alugados com mais de três moradores por dormitório.
13 Nascimento, Denise Morado. As políticas habitacionais e as ocupações urbanas: dissenso na cidade.
In.: Cad. Metrop., São Paulo, v. 18, n. 35, pp. 145-164, abr 2016 http://dx.doi.org/10.1590/2236-
9996.2016-3507.
81
com outros atores institucionais14
, foram identificadas e delimitadas 70 áreas, nomeadas
como “ocupação urbana”15
, distribuídas pelas 9 regionais administrativas em Belo
Horizonte.
Quadro 11 - Identificação das Ocupações Urbanas de Belo Horizonte segundo
Regionais Administrativas
Regional
Administrativa
Ocupações
BARREIRO Eliana Silva, Irmã Doroty, Camilo Torres, Olaria, Paulo Freire, Horta 2,
Nelson Mandela, Fidel Castro, Portelinha, Vila Diamante, Bernadete,
Eduardo Menezes, Bairro do Sol, Hosana, Horta 1, Corumbiara 2, Túnel
Camarões, Beira Linha do Pilar, Rua Três nº 37, Vila Calango, Jardim
Liberdade, Jardim Liberdade 2
CENTRO-SUL Sustenido; Vicentão, Rua Teodomiro Cruz; Prédio do antigo INSS,
Carolina Maria de Jesus
LESTE Terra Nossa
NORDESTE Padre Argemiro (Invasão da URPV), Nossa Senhora de Guadalupe
(Campo 65), Padre Argemiro (Atrás do deposito de reciclagem), Plínio
Teixeira, Tiradentes, Rede, Montes Claros / Fazendinha, Jardim
Getsemani, Ciganos/CRAS, Terrenos DNIT 3, Terrenos_DNIT 2, Pica-
Pau (próximo do Anel rodoviário), Terrenos DNIT 4, Terrenos DNIT 1,
Rua Padre Argemiro, Rua Padre Argemiro (entre Jornalista Abrahão
Sadi), Viaduto Moçambique, Rua Fides, Novo Rumo, Padre Argemiro /
Capitão Eduardo
NOROESTE Araci, Vila Chaves, Pátria Livre
NORTE Rosa Leão, Helena Greco, Novo Lajedo, Maria Teresa, Vitória,
Esperança, Jaqueline
OESTE Vila Esperança do Calafate, Rua Jose Furletti, Anel / Tereza Cristina,
Novo Paraíso, Guanabara, Conquista, Candeeiros
PAMPULHA Dandara, Carroceiros, Tancredo Neves, Rua Vocação, São José, Rua Flor
de Pau
VENDA NOVA Ciganos, Várzea da Palma 2, Várzea da Palma 3, Serra Verde, Mar Jônico Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH (2ª edição). Junho 2018.
Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
Essas áreas de ocupação se distribuem de modo heterogêneo pelo território
municipal. Observando a divisão regional administrativa, tem-se que as regionais 14 Este trabalho foi possível por meio de um esforço conjunto da PRODABEL (equipes de Cadastro
Técnico Municipal e de Geoprocessamento) e da URBEL, com substancial apoio da Secretaria Municipal
de Saúde e acompanhamento da Subsecretaria de Assistência Social (por meio da Gerência de Vigilância
Socioassistencial). 15
O termo “ocupação” é uma nomenclatura relativamente recente que se fez presente na dinâmica
socioterritorial do município e, por isso, foi empregada tanto nos trabalhos dos órgãos internos à PBH
quanto neste estudo. Tal emprego visa ao estabelecimento de conexão da gestão pública com a realidade
vivenciada e observada no contexto atual da cidade. Compreende-se que o uso do termo talvez necessite
de delimitação conceitual mais clara. No entanto, é possível concluir que “ocupação” se refere a uma
caracterização estabelecida a partir de uma postura política afirmativa adotada pelos habitantes de boa
parte destas áreas e que a própria legislação municipal referente ao uso e ocupação do solo não possui
uma qualificação jurídica única para o conjunto dessas áreas, já que tais terrenos possuem diferentes
situações de propriedade.
82
Barreiro e Nordeste destacam-se registrando o maior número de áreas ocupadas - 22 e
20, respectivamente - concentrando 55% das ocupações do município. No segundo
grupo, que totaliza 30 ocupações (39,5% do total), sobressaem as regionais Norte e
Oeste com 7 ocupações, as demais regionais (Pampulha, Centro-Sul e Venda Nova)
registram 6 ou 5 ocupações cada. Por fim, duas regionais concentram os menores
números (aproximadamente 5% do total) quais sejam, Noroeste (3 ocupações) e Leste
(1).
Tabela 4 - Ocupações urbanas segundo regional administrativa - BH – 2017
Regional
Total de
Ocupações % por regional
Nº de Ocupações em
Território CRAS
% de Ocupações em
Território CRAS por
regional
Barreiro 22 28,9 9 40,9
Nordeste 20 26,3 7 35,0
Norte 7 9,2 6 85,7
Oeste 7 9,2 1 14,3
Pampulha 6 7,9 5 83,3
Centro-Sul 5 6,6 0 0,0
Venda Nova 5 6,6 1 20,0
Noroeste 3 3,9 2 66,7
Leste 1 1,3 0 0,0
Total 76 100,0 31
Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH (2ª edição). Junho 2018.
Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
O mapa 1 apresenta a distribuição das ocupações em todo o território municipal.
Ele aponta que as maiores ocupações, em termos do tamanho das áreas ocupadas,
encontram-se nas regionais Norte e Nordeste. Há uma grande ocupação no limite das
regionais Venda Nova e Pampulha e outra na regional Barreiro. Ou seja, as maiores
áreas ocupadas encontram-se em regiões mais extremas do município (contribuindo
para o fenômeno da periferização da cidade) ainda que ocupações menores possam ser
visualizadas em todo território municipal.
83
Mapa 1- Distribuição das ocupações no município de Belo Horizonte, por
regional
Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH. Nov. 2017. Elaborado por
GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
84
Apesar do contingente expressivo de população residente e do tempo de
existência, devido aos conflitos políticos e econômicos, por muito tempo esses
territórios não foram reconhecidos pela administração pública municipal16
, de forma
que seus habitantes foram muitas vezes excluídos do acesso a políticas públicas básicas
e sujeitados a situações de vulnerabilidade e risco social. Deste modo, esse público
deve ser priorizado pela política municipal de assistência social, por meio da execução
de ações de busca ativa e inclusão nos serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais.
3.2. Aspectos econômicos: distribuição de renda e integração ao mundo do
trabalho
A análise dos aspectos socioeconômicos complementarmente aos aspectos
demográficos é fundamental para a compreensão global do município e os desafios que
precisam ser enfrentados no tocante ao acesso ao trabalho, à erradicação da pobreza, à
distribuição de renda e à melhoria das condições de vida da população por meio das
ações do Estado e da implementação das Políticas Públicas.
Ao longo da última década, Belo Horizonte apresentou aumento expressivo de
seu Produto Interno Bruto. Segundo a FJP, em 2006, o PIB do município era de R$
36.672.770,34; em 2010, este valor era de R$ 59.203.074,0917
e, em 2015, já alcançava
a cifra de R$ 87.364.598,17. Este indicador representa a soma de todos os bens
produzidos pelo município e significa a riqueza gerada. No ranking de desenvolvimento
econômico, Belo Horizonte ocupa, atualmente, o quarto lugar entre os municípios
brasileiros, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Em 2015, o setor de serviços contribuiu com o maior percentual deste indicador,
respondendo por quase 60% do PIB municipal que, agregado ao setor de administração
(políticas públicas, defesa e seguridade social), totaliza 71%. O setor industrial e o de
16
Em 12 de abril de 2018 o prefeito assinou dois decretos: um que reconhece como Áreas de Especial
Interesse Social (AEIS-2) 119 áreas ocupadas e outro estabelecendo o Plano de Controle e
Monitoramento de Áreas Públicas, além da adoção de outras medidas, pela Prefeitura de Belo Horizonte,
para viabilizar a futura regularização de ocupações na capital mineira e também a intensificação das ações
para evitar que novas áreas sejam invadidas. Fonte: https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/prefeito-
alexandre-kalil-assina-decretos-reconhecendo-assentamentos-como-aeis . 17
http://imrs.fjp.mg.gov.br/Consultas/Resultado. Acessado em abril 2018.
85
impostos sobre produtos seguem com respectivos, 15,23% e 13,86% do PIB, conforme
gráfico a seguir.
Gráfico 26 - Participação dos setores econômicos no Produto Interno Bruto – BH -
2015
Fonte: IBGE, 2015. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
O Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD, Ipea e FJP) aponta que a renda
per capita média de Belo Horizonte cresceu 87,77% nas últimas duas décadas, passando
de R$ 797,42, em 1991, para R$ 1.101,96, em 2000, e para R$ 1.497,29, em 2010. Isso
equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 3,37%. A taxa média
anual de crescimento foi de 3,66%, entre 1991 e 2000, e 3,11%, entre 2000 e 2010. A
proporção de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$
140,00 (a preços de agosto de 2010), apresentou uma redução importante, passando de
17,23%, em 1991, para 10,57%, em 2000, e para 3,80%, em 2010. Porém, essa redução
não significou diminuição da desigualdade social. O Índice de Gini passou de 0,61 em
1991 e 2000 para 0,60 em 2010. Ademais, ao analisar a distribuição da população pelos
quintos de renda, observa-se que houve pouca alteração, sendo que o quinto mais pobre
passou apenas de 65,7% em 2000 para 65% em 2010.
86
Tabela 5 - Renda, pobreza e desigualdade no município de Belo Horizonte/MG
1991 2000 2010
Renda per capita 797,42 1.101,96 1.497,29
% de extremamente pobres 5,04 2,38 0,79
% de pobres 17,23 10,57 3,80
Índice de Gini 0,61 0,61 0,60
Fonte: PNUD, Ipea e FJP
Figura 4 - Evolução da distribuição de renda da população por quintos –
Belo Horizonte, 1991, 2000 e 2010
Fonte: PNUD, Ipea e FJP
Como pode-se notar, o aumento do PIB ou da renda média não significou que a
riqueza produzida por aquela sociedade fosse, de fato, bem distribuída. De forma
complementar, a tabela abaixo, permite verificar a distribuição de renda por estratos da
população ao longo de três décadas. Em Belo Horizonte, é perceptível o comportamento
inversamente proporcional entre os estratos mais pobres em relação aos estratos mais
ricos, na comparação entre as duas décadas de 1991 para 2000 e de 2000 para 2010.
Entre 1991 e 2000, em todos os estratos pobres houve a redução da renda distribuída,
em contraposição ao aumento da renda para o estrato mais rico. Já de 2000 para 2010,
ocorreu o inverso, o aumento do percentual de renda para os estratos mais pobres e a
diminuição para os 20% dos mais ricos da população. Importante ressaltar que, ao longo
das duas décadas, a variação da proporção da apropriação da renda entre os estratos é
pouco perceptível. No entanto, ainda que a participação dos 20% mais ricos tenha
permanecido alta ao longo de todo o período (em torno de 65%), percebe-se que, em
1991, a renda dos mais ricos representava 27 vezes mais que a renda dos 20% mais
pobres, já em 2010, essa correspondência passou a representar 23 vezes mais.
87
QUADRO 12 - Distribuição percentual da renda da população – BH/MG
Distribuição percentual da renda da população
Estratos da população por
renda
1991 2000 2010
20% mais pobres 2,43 2,36 2,85
40% mais pobres 7,69 7,47 8,64
60% mais pobres 16,95 16,46 17,87
80% mais pobres 35,03 34,28 35,00
20% mais ricos 64,97 65,72 65,00 Fonte: Pnud, Ipea e FJP
Em relação à inserção da população no mercado de trabalho, dados coletados por
meio da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio - PNAD18
do IBGE apontam que
houve um crescimento expressivo da taxa de desocupação entre os anos de 2012 e
201619
. A tabela abaixo indica que, de 2012 a 2014, a desocupação teve ligeira redução,
atingindo em 2014 o menor nível do período. De 2015 em diante, observa-se piora
significativa desse indicador.
Tabela 6 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais - Belo Horizonte -
2012-2016 (%)
Ano Taxa (%)
2012 6,3
2013 6,1
2014 5,9
2015 9,9
2016 11,5
Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
18
“A PNAD obtém informações anuais sobre características demográficas e socioeconômicas da
população, como sexo, idade, educação, trabalho e rendimento, e características dos domicílios, e, com
periodicidade variável, informações sobre migração, fecundidade, nupcialidade, entre outras, tendo como
unidade de coleta os domicílios. Temas específicos abrangendo aspectos demográficos, sociais e
econômicos também são investigados” in
https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=40. 19
O IBGE adota como critério para pessoa desocupada aquela de “14 anos ou mais sem trabalho em
ocupação na semana de referência que tomou alguma providência efetiva para consegui-lo no período de
referência de 30 dias, e que estava disponível para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se,
também, como desocupadas as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram
providência efetiva para conseguir trabalho no período de 30 dias porque já haviam conseguido trabalho
que iriam começar após a semana de referência” in IBGE, Síntese dos Indicadores Sociais – uma análise
das condições de vida da população brasileira, 2017, p. 133.
88
Ao observar como esse indicador se comporta em relação aos cortes de gênero e
raça, percebe-se que a desigualdade entre homens e mulheres e entre pessoas brancas e
pretas se agravou entre 2012 e 2016:
Tabela 7 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais por sexo e cor em
Belo Horizonte - 2012-2016 (%)
Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
Em relação ao rendimento, constata-se queda no período de 2012 a 2016, como
demonstra o gráfico abaixo. Em 2012, o rendimento médio em Belo Horizonte foi de
R$2.967,00, subindo em 2013 para R$3.031,00 e diminuindo até atingir o valor de
R$2.575,00. Portanto, percebe-se queda no rendimento no período, frente ao cenário de
crise econômica e aumento da desocupação.
Ano Mulheres Homem Preto/Pardo Brancos
2012 6,6 6 6,1 6,6
2013 7,1 5,2 6,9 5,2
2014 5,8 6,0 6,7 5,0
2015 7,8 11,9 11,5 7,9
2016 12,3 10,7 13,2 9,1
89
Gráfico 27 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais - Belo
Horizonte - 2012-2016 (R$)
Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
Quando analisado o rendimento de mulheres, jovens e população negra, verifica-
se que esses grupos possuem menor rendimento comparado aos homens, aos adultos e à
população branca.
Tabela 8 - Rendimento médio do trabalho principal das pessoas de 16 anos ou mais
ocupadas na semana de referência por grupo de idade - Belo Horizonte - 2012-2016
(R$)
Grupos de idade
Ano 16 a 29
anos
30 a 49
anos
50 a 59
anos
60 anos ou
mais
2012 1.684,00 3.160,00 4.180,00 4.460,00
2013 1.836,00 3.301,00 4.148,00 3.440,00
2014 1.689,00 3.060,00 4.007,00 3.513,00
2015 1.684,00 3.160,00 4.180,00 3.663,00
2016 1.608,00 2.694,00 3.296,00 3.115,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
Tabela 9 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais por sexo - Belo
Horizonte - 2012-2016 (R$)
Ano Mulheres Homem
2012 2.391,00 3.494,00
2013 2.368,00 3.689,00
2014 2.258,00 3.485,00
2015 2.408,00 3.328,00
2016 2.140,00 2.984,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
90
Tabela 10 - Rendimento das pessoas de 16 anos ou mais por cor ou raça - Belo
Horizonte - 2012-2016 (R$)
Ano Branca
Preta e parda
2012 3.819,00 2.166,00
2013 4.397,00 1.899,00
2014 3.712,00 2.174,00
2015 3.949,00 2.006,00
2016 3.527,00 1.905,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
3.3. Aspectos de vulnerabilidades e riscos sociais e violações de direitos do
público prioritário da Assistência Social
De acordo com a Política Nacional de Assistência Social, seu público usuário é
constituído por cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e
riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de
afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida, com redução de capacidades
pessoais; vítimas de formas de exploração, de violência e de ameaças e, ou vítimas de
apartação social que lhes impossibilite sua autonomia e integridade, fragilizando sua
existência, o que demanda atenção socioassistencial; dentre outros. Dessa forma, tem-se
que os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais são organizados de
acordo com níveis de proteção social (básica, especial de média complexidade e de alta
complexidade) de forma que sejam capazes de atender às especificidades de cada um
desses públicos e dos fenômenos de desproteção social a que estão expostos.
Porém, ao mesmo tempo, tem-se que a materialização das ofertas da política de
assistência social deve se orientar pelas diretrizes estruturantes da matricialidade
sociofamiliar e da territorialização. Essas diretrizes são fundamentais para que a
proteção socioassistencial seja garantida aos usuários da política de modo integral e
transversal. Assim, coloca-se o desafio de operacionalizar a identificação dos
fenômenos de desproteção social e da caracterização do púbico alvo da política de
assistência social sem incorrer em leituras fragmentadas ou parciais. Desse modo, essa
etapa da análise situacional buscou articular essas duas dimensões, reunindo dados e
informações que contribuam para a caracterização do púbico prioritário da política de
assistência social em Belo Horizonte, ao mesmo tempo em que tragam indicativos sobre
os fenômenos de desproteção social aos quais esses públicos estão mais expostos.
91
3.3.1. Famílias em situação de vulnerabilidade social
As políticas sociais contam no Brasil hoje com um conjunto variado de
indicadores sociais que buscam captar as situações de vulnerabilidade social. Cada um
deles ressalta aspectos diferentes, mas complementares para a compreensão desse
fenômeno. Assim, serão destacados alguns desses indicadores nesse item.
Segundo os dados disponibilizados pelo IBGE no Atlas do Desenvolvimento
Humano no Brasil, os indicadores de vulnerabilidade familiar em Belo Horizonte
diminuíram entre os anos de 2000 e 2010. A porcentagem de mães que são chefes de
família, sem ensino fundamental e com filhos menores de 15 anos diminuiu, passando
de 14,12% (2000) para 11,03% (2010) – tabela 11. Quanto à porcentagem de pessoas
residentes em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos passou de
1,18% (2000) para 1,02% (2010). Por fim, quanto à porcentagem de crianças
extremamente pobres também abaixou de 4,93% (2000) para 1,94% (2010).
Tabela 11 - Vulnerabilidade social em famílias
Vulnerabilidade Social: Família - Belo Horizonte
1991 2000 2010
% de mães chefes de família sem fundamental
completo e com filhos menores de 15 anos
13,51 14,12 11,03
% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e
dependentes de idosos
1,20 1,18 1,02
% de crianças extremamente pobres
8,97 4,93 1,94
Fonte: PNUD, IPEA e FJP.
A pobreza monetária corresponde a uma dimensão importante da
vulnerabilidade social. Para abordar a situação de pobreza e extrema pobreza foram
utilizados como fonte de dados o Censo 2010 do IBGE e o CadÚnico.
O gráfico a seguir apresenta a distribuição de renda nas nove regiões do
município, utilizando como recorte a porcentagem de domicílios com renda per capita
mensal de até 1/8 do salário mínimo, e de até ¼ do salário mínimo, que representam
outra abordagem para medir extrema pobreza e pobreza, conforme dados do Censo
2010 IBGE.
92
Gráfico 28 - Percentual de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza -
2010
Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.
As regionais com os percentuais mais expressivos de famílias com renda per
capita de até 1/8 do salário mínimo são, respectivamente, Centro-Sul, Venda Nova e
Norte, que também apresentam as maiores concentrações de pessoas com renda per
capita de até ¼ de salário mínimo.
Por outro lado, ao se averiguar a renda per capita média em salários mínimos de
cada regional, observa-se que a região Centro-Sul apresenta a maior média,
aproximadamente 7,5 salários per capita por domicílio por mês. Esta média é mais que
o dobro das médias apresentadas pelas regiões Oeste e Pampulha, aproximadamente 3,0
salários mínimos; é três vezes maior que a média das regiões Leste, Nordeste e
Noroeste, aproximadamente 2,5 salários mínimos; e, é aproximadamente cinco vezes
maior que as regiões Venda Nova, Norte e Barreiro, que apresentam as menores médias
do município, aproximadamente 1,5 salário mínimo.
Ainda utilizando os dados do IBGE, e seguindo o recorte do Programa Brasil
Sem Miséria, na ocasião do Censo 2010, foram considerados em situação de pobreza
aqueles que possuíam renda domiciliar per capita de até R$ 140,00. Em situação de
extrema pobreza, o valor da renda era de R$ 70,0020
. Os dados do Censo apontaram que
20
Atualmente, esses parâmetros são respectivamente R$ 170,00 e R$85,00.
93
em 2010 havia no município 32.407 pessoas que se encontram em situação de extrema
pobreza, o que corresponde a 1,4% da população21
.
O Censo 2010 revelou ainda que do total dos extremamente pobres no
município, 8,4% (2.717 indivíduos) são crianças de 0 a 3 anos e 5,7% (1.842
indivíduos) estão na faixa entre 4 e 5 anos. O grupo de 6 a 14 anos por sua vez, totalizou
23,6% (7.662 indivíduos) na extrema pobreza, enquanto no grupo de 15 a 17 anos
totalizou 4,8% (1.565 jovens). Isso significa que 42,5% dos extremamente pobres do
município têm de 0 a 17 anos. É importante também destacar que, do total de pessoas
extremamente pobres, 15,1% são pessoas com mais de 60 anos, como se observa no
gráfico a seguir.
Gráfico 29- Percentual dos extremamente pobres por grupo etário –
2010
Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.
Do total de extremamente pobres no município, 18.259 são mulheres (56,3%) e
14.147 são homens (43,7%). Com relação à raça, aproximadamente 29% se
classificaram como brancos, 16% se declararam pretos e 53% como pardos; e, por fim,
aproximadamente 2% se declararam amarelos ou indígenas.
21
Conforme Boletim MDS/2012-Caracterização da Extrema Pobreza. Disponível no site
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/carrega_pdf.php?rel=extrema_pobreza. Acessado em:
janeiro/2018
94
Gráfico 30 - Percentual dos extremamente pobres por raça – 2010
IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.
O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico - é
um instrumento que visa coletar os dados e informações com o objetivo de encontrar e
identificar as famílias de baixa renda existentes em todo o país22
e, dessa forma, ofertar
a elas a possibilidade de acessar as políticas sociais de transferência de renda, isenções,
benefícios e serviços socioassistenciais.
Para o Cadastro Único, são consideradas famílias de baixa renda aquelas com
renda mensal per capita de até meio salário mínimo ou até três salários mínimos de
renda familiar total23
, que demandam prioritariamente acesso às políticas sociais. As
famílias com renda familiar superior a este recorte também podem ser cadastradas,
desde que sua inclusão seja vinculada à seleção ou ao acompanhamento de programas
sociais ou serviços socioassistenciais, ou seja, trata-se da possibilidade de inserir no
CadÚnico famílias com outros tipos de vulnerabilidade, além da vulnerabilidade de
renda.
Ao longo do período de 2012 a 2017, observa-se uma queda acentuada do
número de famílias cadastradas no CadÚnico, a despeito das oscilações de 2013 e 2014.
O mesmo ocorrendo com o número de famílias beneficiárias do Programa Bolsa
Família.
Segundo a tabela abaixo, o número de famílias cadastradas teve um aumento de
2012 para 2013 e também de 2013 para 2014, mas, a partir de 2015, começa a haver
uma redução no número de famílias cadastradas. Em 2016, é possível verificar nova
queda e em 2017 há um aumento do número de famílias cadastradas.
22
http://www.programadogoverno.org/inscricoes-cadastro-unico-2014-cadunico/ 23
Ver Documento Base: Análise dos diagnósticos situacional e operacional – territórios de CRAS – para
processo de descentralização do CadÚnico-Belo Horizonte.
95
Tabela 12 - Número de famílias cadastradas no CadÚnico e diferença percentual
(%) por ano (2012-2017) - Belo Horizonte
ANO Famílias Cadastradas CadÚnico Diferença percentual no número de
famílias cadastradas por ano a ano
2012 178.776 ¨
2013 185.136 4%
2014 196.804 6%
2015 148.544 -25%
2016 137.327 -8%
2017 144.972 5%
Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro/2017
Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-
SUASS/PBH.
De acordo com a tabela abaixo, neste mesmo período, houve redução no número
de famílias beneficiárias do PBF em 22%, portanto, em cinco anos, o número de
famílias beneficiárias foi sendo reduzido em quase um quarto. Ao todo, 16.390 famílias
deixaram de receber o benefício.
Tabela 13 - Número de famílias beneficiárias do PBF e diferença percentual
(%) ano-a-ano (2012-2017) - Belo Horizonte
Ano Famílias beneficiárias do
Programa Bolsa Família
Diferença percentual no número de
famílias beneficiárias do PBF por ano
2012 73.153 ¨
2013 70.404 -4%
2014 64.508 -8%
2015 51.569 -20%
2016 57.682 12%
2017 56.763 -2%
Fonte: Caixa Econômica Federal. Dezembro/2017. (Beneficiários PBF). Elaboração GVISO
Segundo informações do MDS, em todo o país, ocorreram reduções no número
de beneficiários do PBF devido ao aumento do rigor de fiscalização por meio do
cruzamento de informações de diferentes bancos de dados, como CadÚnico, INSS,
Rais, Caged e CNPJ. Em 2017, os principais motivos para cancelamento do Bolsa
96
Família foram: renda acima da declarada, ausência de saque, cadastro desatualizado e
informações incorretas24
.
Em relação ao descumprimento de condicionalidades25
, observa-se que em Belo
Horizonte os efeitos sobre o Benefício do PBF foram registrados conforme tabela a
seguir.
Tabela 14 - Efeitos do descumprimento de condicionalidades sobre o Benefício do
PBF - ano 2017
Mês de
Referência da
apuração
Advertência Bloqueio Suspensão Cancelament
o
Total no
período
Março 2.293 1028 554 1 3.876
Maio 2.476 493 276 1 3.246
Julho 2.457 696 273 1 3.427
Setembro 1.967 958 379 5 3.309
Novembro 2.724 981 627 3 4.335
Total Geral 11.917 4156 2.109 11 18.193
Fonte: Sistema de Condicionalidades (Sicon/MDS) - novembro 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.
Os dados acima26
indicam que a maioria dos cancelamentos de benefícios no ano
de 2017 não estava diretamente relacionada ao descumprimento de condicionalidades.
A maior parte dos desligamentos de famílias do programa ocorreu devido a não
atualização das informações cadastrais ou porque houve melhoria de renda, não se
adequando mais ao perfil para receber o benefício. É residual, e ocorre em último caso,
o número de cancelamentos de benefício em função do descumprimento dos
compromissos nas áreas de educação e de saúde, pois o objetivo das condicionalidades é
reforçar o acesso das famílias mais pobres a direitos sociais27
. Outra questão importante
a ser levantada é a não atualização do valor de critério para inserção no programa
24
https://bolsafamilia.blog.br/pagamentos/cancelamento-do-bolsa-familia-principais-motivos/. 25
http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia/gestao-do-programa/condicionalidades. Para melhor
compreensão dos efeitos das condicionalidades: Advertência: a família é comunicada de que algum
integrante deixou de cumprir condicionalidades, mas não deixa de receber o benefício; Bloqueio: o
benefício fica bloqueado por um mês, mas pode ser sacado no mês seguinte junto com a nova parcela.
Suspensão: o benefício fica suspenso por dois meses, e a família não poderá receber os valores referentes
a esse período; Cancelamento: a família deixa de participar do PBF. 26
Importante esclarecer que o número de 11 notificações de cancelamento somadas no mês de novembro
de 2017 ainda estavam sujeitas a recursos por parte da família, nos meses subsequentes, o que
possivelmente pode dar origem a outro número final de cancelamento para o ano. 27
http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia/o-que-e/como-funcionahttp://mds.gov.br/assuntos/bolsa-
familia/o-que-e/como-funciona
97
conforme a inflação, o que fez com que a faixa permanecesse em valores muito baixos
da renda per capita familiar, dificultando o acesso ao benefício.
Em relação à distribuição das famílias cadastradas nas regionais administrativas,
como pode ser verificado na tabela a seguir, as regionais Venda Nova e Norte possuem
os maiores percentuais em torno de 13%, seguidas das regionais Barreiro e Nordeste
com percentuais aproximados de 12%. Essas quatro regionais totalizam um pouco mais
da metade dos cadastrados. A Pampulha registra o menor percentual. A Centro-Sul é a
segunda regional com o menor número de cadastrados. Este cenário territorial da
distribuição da população no tocante ao acesso à renda, desenhado pelos dados do
CadÚnico, é confirmado por outras fontes de informação, tais como o IBGE.
Tabela 15 - Famílias cadastradas no CadÚnico por Regional – Belo Horizonte -
2017
Regional Famílias cadastradas % Cadastradas
Barreiro 18.233 12,58
Centro-Sul 11.996 8,27
Leste 13.044 9,00
Nordeste 17.126 11,81
Noroeste 12.783 8,82
Norte 19.048 13,14
Oeste 13.633 9,40
Pampulha 10.102 6,97
Venda Nova 19.456 13,42
End. não georreferenciado 9.551 6,59
TOTAL 144.972 100,00
Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017
Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-
SUASS/PBH.
Os dados da tabela 15 permitem conhecer o total de famílias e o total de famílias
elegíveis ao benefício do PBF (aquelas com renda per capita de até R$170,00) que
correspondem a 67.708 famílias28
e representam 46,71% dos cadastrados. Dessas,
40.735 famílias estão em situação de extrema pobreza, o segundo maior percentual
28
Soma do total de famílias com renda per capita até R$85,00 e do total de famílias com renda per capita
de R$85,01 a R$170,00.
98
dentre as cadastradas (28,10%). A maior parte se encontra na faixa de R$170,01 até 1/2
S.M. (33,19%), portanto, muito próximas ao limite de alcance do benefício do PBF.
Famílias cadastradas acima de 1/2 S.M. representam 20% das cadastradas.
Tabela 16 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar per
capita - Belo Horizonte - 2017
Renda familiar per capita Famílias %
Até R$85,00 40.735 28,1
Entre R$85,01 até R$170,00 26.973 18,61
Entre R$170,01 até 1/2 S.M. 48.122 33,19
Acima de 1/2 S.M. 29.142 20,1
Total 144.972 100
Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017
Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-
SUASS/PBH.
Fica evidenciado na tabela a seguir que 77% dos responsáveis pelas famílias
atualmente cadastradas declararam não auferir nem o valor total de 1 S.M de renda.
Pode-se afirmar que a maioria das famílias cadastradas, representando 96%, possuem
renda menor do que 2 S.M.
Tabela 17 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar total -
Belo Horizonte - 2017
Renda familiar total Famílias %
Menos de 1 S.M. (R$954,00) 112.181 77,38
De R$ 954,01 a R$ 1.908,00 (de 1S.M. até 2 S.M.) 26.531 18,30
De R$ 1.908,01 a R$ 2.862 (de 2 S.M. até 3 S.M.) 4.709 3,25
Acima de 3 S.M. 1.551 1,07
Total 144.972 100%
Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017
Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-
SUASS/PBH.
O CadÚnico possibilita o registro de informações acerca do pertencimento das
famílias a grupos tradicionais ou específicos, que podem revelar necessidades
específicas de proteção social em função da etnia, da situação de moradia, da inserção
99
no sistema carcerário ou da inserção precária no mundo do trabalho. É importante
destacar que em termos percentuais esses dados são baixos, o que pode revelar
problemas no registro realizado. No entanto, para a política de Assistência Social, a
existência de famílias nessas condições – independentemente da quantidade ou do seu
percentual representativo – indica necessidade de atenção. Sendo assim, há cadastradas:
31 famílias ciganas; 50 famílias acampadas ou atingidas por empreendimentos de
infraestrutura; 258 famílias com pessoa em privação de liberdade no sistema carcerário;
e, por fim, 918 famílias de catadores de material reciclado.
Outras informações que compõem o perfil das famílias, referem-se a
características de seus membros. Desse modo, considerando o total de pessoas
cadastradas (411.159) e o número de famílias identificadas, pode-se inferir que o
tamanho médio das famílias é composto por 03 integrantes.
No tocante ao trabalho e remuneração, 103.630 pessoas com mais de 10 anos
cadastradas declararam que haviam trabalhado na semana anterior ao cadastramento (ou
seja, 25,2% do total de cadastradas). Dentre este total, 61.548 (59,4%) declararam ter
como principal função o trabalho por conta própria e 34.718 (33,5%) afirmaram ser
empregado com carteira de trabalho assinada.
Em relação à escolarização, 21% (87.929) dos cadastrados são analfabetos. Das
216.878 pessoas que concluíram pelo menos um ano de estudo (e que não estavam
estudando no momento do cadastramento), a maioria (52,8%) havia cursado o Ensino
Fundamental e 39,1% havia cursado como último grau de instrução, o Ensino Médio.
Ainda que em percentual pouco significativo, 1.594 pessoas cursaram o EJA (ensino
fundamental) e 1.441, EJA (ensino médio). Das 146.479 pessoas que estavam
frequentando algum curso na ocasião do cadastramento, a maioria (63,27%) estudava no
Ensino Fundamental e 14,25% cursava o Ensino Médio. Crianças em creche ou na pré-
escola totalizaram 21.274 (14,52%). Tem-se ainda que estavam cursando a Educação de
Jovens e Adultos, 2.821 (ensino fundamental) e 2.245 (ensino médio) pessoas.
A cor ou raça autodeclarada pela população cadastrada no CadÚnico mais
frequente é de pardos (60,7%) que somada aos de cor preta (14,2%) totalizam 74,9% do
total. Se autodeclararam brancos 23,9%. Foram registradas 474 auto declarações de
indígenas.
A população de crianças e adolescentes até os 17 anos corresponde a quase 40%
dos cadastrados (24,95% até os 11 anos e 13,68% dos 12 aos 17 anos). Os adultos
representam 32,10% e a juventude no recorte dos 18 aos 29 anos, 18,65%. O percentual
100
de idosos (10,61%) é um pouco menor que o percentual de idosos da população do
município.
Como pode ser verificado pela tabela a seguir, há mais mulheres do que homens,
58,7% e 41,2%, respectivamente dentre os cadastrados. Ou seja, há 17,48% a mais de
mulheres do que de homens em termos percentuais. Quando comparamos a diferença
dos sexos segundo as faixas etárias, podemos notar que nos primeiros anos de vida há
mais homens do que mulheres. A predominância masculina se mantém até a
adolescência. A partir da maioridade, é perceptível a predominância do sexo feminino
(19,67% a mais de mulheres em relação aos homens). A maior diferença percentual se
encontra na faixa etária adulta, explicitando a predominância feminina no ciclo de vida
no qual se acentua a definição da responsabilidade pelo núcleo familiar.
Tabela 18 - Pessoas cadastradas no CadÚnico por faixa etária e sexo e diferença
percentual (%) por sexo e faixa etária
Faixa etária Masculino % Feminino % Total Diferença %
Até 11 anos 52.116 50,80 50.483 49,20 102.599 1,59
12 a 17 anos 28.389 50,47 27.861 49,53 56.250 0,94
18 a 29 anos 30.806 40,16 45.893 59,84 76.699 -19,67
30 a 59 anos 42.378 32,11 89.610 67,89 131.988 -35,79
60 e mais 15.952 36,57 27.671 63,43 43.623 -26,86
Total 169.641 41,26 241.518 58,74 411.159 -17,48
Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017
Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-
SUASS/PBH.
Por fim, vale destacar que de acordo com dados do MDS29
, foram transferidos
nos últimos 12 meses (de julho de 2017 a junho de 2018) para os beneficiários do
município de Belo Horizonte o montante total de R$ 97.880.227,00, correspondente a
um valor mensal médio de R$ 8.156.685,58. Esse dado se torna ainda mais relevante
tendo-se em vista que pesquisas econômicas apontam que os recursos transferidos por
meio do Programa Bolsa Família produzem efeitos socioeconômicos significativos na
redução da miséria e da pobreza, além de estímulos ao desenvolvimento da economia
29
Fonte: Relatório Bolsa Família e Cadastro Único no seu Município/MDS. Disponível em:
http://www.mds.gov.br/bolsafamilia . Acesso em julho de 2018.
101
local. Neri et al (2013)30
apontam que cada real adicional gasto no PBF pode estimular
um crescimento de R$ 1,78 no PIB. Já Soares et al (2010)31
apontam que entre 2000 e
2010, o PBF respondeu a faixas entre 14 e 16% de redução da pobreza no país, além de
ter contribuído para minimizar os efeitos de crises econômicas, invertendo tendências de
aumento da pobreza nos períodos entre 1999 e 2003, 2001 e 2003, e 2007 a 2009.
3.3.2. Pessoas com deficiência no município
Quanto ao contingente populacional com algum tipo de deficiência no
município, o Censo de 2010 indicou a existência de 550.997 pessoas, o que
representava 23,2% da população total.32
. Em Minas Gerais, esse percentual foi de 23%
e, no Brasil, 24% das pessoas declararam, pelo menos, uma das deficiências
investigadas.
Os tipos de deficiência mais citados pelos entrevistados em Belo Horizonte
foram respectivamente a deficiência visual, a auditiva, a motora e a mental.
O MDS apontou relação entre a porcentagem de pessoas com “deficiência
grave” em Belo Horizonte e a vulnerabilidade socioeconômica com renda per capita de
até ¼ do salário mínimo. Assim, segundo informações do MDS, há no município
aproximadamente 2% da população, ou seja, 47.503 pessoas com pelo menos uma
deficiência grave. Deste total, 2,4% (1.140 pessoas) possui renda per capita de até ¼ do
salário mínimo. Este percentual é maior no município do que no Estado, na Região
Sudeste e no Brasil, conforme apresenta o gráfico abaixo:
30
NERI, VAZ e SOUZA. Efeitos macroeconômicos do Programa Bolsa Família: uma análise
comparativa das transferências sociais. In: Programa Bolsa Família: uma década de inclusão e cidadania /
organizadores: Tereza Campello, Marcelo Côrtes Neri. – Brasília : Ipea, 2013. 31
SOARES et al. Os impactos do benefício do Programa Bolsa Família sobre a desigualdade e a pobreza.
In: Bolsa família 2003-2010: avanços e desafios / organizadores: Jorge Abrahão de Castro, Lúcia
Modesto. Brasília : Ipea, 2010. 32
Fonte: IBGE 2010. Extraído de A população de deficientes no Estado de Minas Gerais: uma análise
exploratória a partir dos censos demográficos de 2000 e 2010 / Emerson A. Baptista, José Irineu R. Rigotti. Belo
Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, 2013.
102
Gráfico 31 - Percentual de pessoas com pelo menos uma deficiência residentes em
BH com renda per capita de até ¼ do SM – Censo 2010.
Fonte: Extraído de Diagnóstico Socioterritorial - Município de Belo Horizonte / MG. MDS: 2013.
De acordo com estudo realizado pelo MDS com base nos dados do Censo 2010,
o total de pessoas em situação de extrema pobreza e com algum tipo de deficiência no
município é de 11.980 pessoas, sendo que destas, 9% (1.126 indivíduos) são
extremamente pobres com alguma deficiência mental; 52% (6.158 indivíduos) têm
alguma deficiência visual; 13% (1.559 indivíduos) auditiva e 26% (3.137) de
locomoção.
Analisando os dados do Cadastro Único, observa-se que em abril de 2018 havia
um total de 24.491 pessoas com deficiência cadastradas. Considerando que uma pessoa
pode ser acometida por mais de uma deficiência, a tabela a seguir detalha o total de
pessoas segundo os tipos de deficiência. A deficiência física se destaca como a
deficiência mais comum, representando 42,6% do total de pessoas com marcação de
alguma deficiência. Em seguida tem-se a deficiência mental ou intelectual com 27%, o
transtorno mental aparece com um percentual de 16,4%, baixa visão com 12,4%, surdez
leve/moderada com 5,2%, cegueira com 3,8% e Síndrome de Down com 2,4%.
Tabela 19 - Pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por tipo de
deficiência - Belo Horizonte – 2017
Tipo de deficiência Opção não marcada no
formulário
Opção marcada no
formulário
Sem
Resposta Total
Cegueira 0 921 413.685 414.606
Síndrome de Down 0 595 414.011 414.606
Deficiência física 0 10.435 404.171 414.606
103
Deficiência mental ou
intelectual
0 6.623 407.983 414.606
Surdez leve/moderada 0 1.280 413.326 414.606
Transtorno/doença mental 0 4.023 410.583 414.606
Baixa visão 0 3.037 411.569 414.606
Fonte: CadÚnico dez/2017. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.
Nas tabelas abaixo, observa-se que, das pessoas com deficiência cadastradas, a
maior parte informou possuir renda per capita familiar maior do que ½ salário mínimo –
38,8%. Em seguida, tem-se 37,6% de pessoas com deficiência com renda per capita
entre R$170,01 até 1/2 S.M., 14,8% com renda per capita familiar de até R$ 85,00, e
8,8% na faixa entre R$85,01 até R$170,00.
Tabela 20 - Quantidade de pessoas com deficiência cadastradas no
CadÚnico por faixa de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abr/2018
Pessoa tem
deficiência?
Faixa da renda familiar per capita
Total Até
R$85,00
Entre
R$85,01
até
R$170,00
Entre
R$170,01
até 1/2
S.M.
Acima
de 1/2
S.M.
Sem
Resposta
Sim 3.636 2.156 9.197 9.502 0 24.491
Não 108.261 82.622 142.072 57.160 0 390.115
Sem
Resposta 0 0 0 0 0 0
Total 111.897 84.778 151.269 66.662 0 414.606 Fonte: TABCAD – abril de 2018. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.
Tabela 21 - Percentual de pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico
por faixa de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abril/2018
Pessoa tem
deficiência?
Faixa da renda familiar per capita Total
Até
R$85,00
Entre
R$85,01 até
R$170,00
Entre
R$170,01
até 1/2 S.M.
Acima
de 1/2
S.M.
Sem
Resposta
Sim 14,8 8,8 37,6 38,8 0,0 100,0
Não 27,8 21,2 36,4 14,7 0,0 100,0
Sem
Resposta
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Total 27,0 20,4 36,5 16,1 0,0 100,0 Fonte: TABCAD – abril de 2018. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.
104
3.3.3. Vulnerabilidade de Renda entre Idosos e Pessoas com Deficiência: os
dados do Benefício de Prestação Continuada (BPC)
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um benefício individual, não
vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário mínimo
ao idoso, com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência (PCD), de
qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas. Em ambos os casos, devem comprovar não possuir meios de garantir o próprio
sustento, nem o ter provido por sua família. A renda mensal familiar per capita deve ser
inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente.
De acordo com a tabela abaixo, observa-se, no que se refere ao número de
beneficiários do BPC, que o público de idosos beneficiários se sobressai em 5% em
relação aos beneficiários que são pessoas com deficiência, ainda que este valor não seja
tão significativo.
Na tabela a seguir, nota-se que dentre os beneficiários idosos, aqueles de 70 a 74
anos possuem um percentual mais significativo, contendo nesta faixa 5.969 pessoas, o
que representa 29,1% do total. As duas outras faixas etárias que aparecem com valores
consideráveis são: 65 a 69 anos (5.103 idosos) o que equivale a 24,8%, e 75 a 79 (4.830
idosos), representando 23,5% do total. Essas três faixas juntas representam 77,4% do
total de beneficiários, ou seja, a maioria dos idosos que possuem BPC se encontram
entre os 65 a 79 anos.
Tabela 22 - Quantidade e % de beneficiários do BPC (idosos
e pessoas com deficiência) residentes em Belo Horizonte –
out/2017
BPC Total %
Idoso 20.547 53%
PcD 18.260 47%
Total 38.807 100%
Fonte: INSS - out/2017. Elaboração: GVISO-
DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
Nota: Os dados utilizados representam o somatório dos benefícios ativos e
suspensos. Estão excluídos os benefícios cessados e os benefícios de
Renda Mensal Vitalícia (RMV)
105
Tabela 23 - Número de pessoas idosas beneficiárias do
BPC residentes em Belo Horizonte por faixa etária 2017
Faixa etária Idoso %
65 – 69 5.103 24,8
70 – 74 5.969 29,1
75 – 79 4.830 23,5
80 – 84 2.824 13,7
85- 89 1.376 6,7
90 – 94 372 1,8
95 – 100 69 0,3
Mais de 100 4 0,0
Total 20.547 100,00
Fonte: INSS/ out 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH. Dados atualizados Jan/2018.
Observa-se, a partir dos 80 anos, queda nos índices do número de idosos
beneficiários. Na faixa de 80 a 84 anos tem-se 2.824 (13,7% do total), de 85 a 89 tem-
se 1.376 idosos, representando 6,7%; de 90 a 94 anos 1,8% ou 372 pessoas de 95 a 100
anos, esse valor cai, sendo somente 69 pessoas, e apenas 4 pessoas com mais de 100
anos.
No caso das pessoas com deficiência, a tabela abaixo mostra que os beneficiários
adultos de 30 a 59 anos são a maioria das pessoas com deficiência que possuem o BPC,
representando 45,9% do total; crianças e adolescentes de 0 a 17 anos somam 21% e
idosos, 15,8%. Dentre as faixas etárias agregadas por decênios, a de 18 a 29 anos é a
que apresenta o maior número de beneficiários, com 17,2%; seguida da faixa de 50 a 59
anos com 16,3% do total de beneficiários. Nota-se que a grande maioria dos
beneficiários estão entre os 18 a 69 anos, ou seja, 75,4% do total das pessoas com
deficiência que possuem o BPC.
Tabela 24 - Número de beneficiários do BPC (pessoas com deficiência) por
faixa etária residentes em Belo Horizonte – 2017
Faixa etária PcD %
0 a 11 2.139 11,7
12 a 17 1.689 9,2
18 a 29 3.156 17,3
30 a 39 2.766 15,1
106
40 a 49 2.652 14,5
50 a 59 2972 16,3
60 a 69 2.255 12,3
70 a 79 511 2,8
80 a 89 118 0,6
90 a 100 2 0,0
Total 18.260 100,0 Fonte: INSS/out 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/BH. Dados atualizados Jan/2018
Ressalta-se ainda que os valores totais transferidos pelo governo federal para os
beneficiários do BPC em Belo Horizonte são bastante significativos. De acordo com
dados do MDS33
, no mês de dezembro de 2017 foram transferidos no total R$
20.230.817 para pessoas com deficiência e R$ 22.154.649 para pessoas idosas,
totalizando R$ 42.385.467. No ano todo de 2017, esse valor correspondeu a R$
499.260.938,00 sendo R$ 238.285.533,00 para pessoas com deficiência e R$
260.975.405,00 para pessoas idosas. Além de corresponderem a valores significativos
que são injetados na economia municipal, os recursos transferidos pelo BPC podem
ainda ser utilizados para custear os serviços de acolhimento institucional para pessoas
idosas, com destinação de no máximo 70% do valor recebido pelo indivíduo. Assim,
essas transferências constituem-se como uma forma de financiamento indireto da rede
socioassistencial não governamental (que corresponde à maior parte das unidades de
acolhimento de idosos em Minas Gerais e à totalidade dessas unidades no município de
Belo Horizonte).
3.3.4. Povos e comunidades tradicionais
De acordo com o Decreto Federal nº 6.040/2007, que estabelece a Política
Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais, estes
são: “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem
formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos
naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e
econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela
tradição”.
33
Fonte: http://www.mds.gov.br/relcrys/bpc/download_beneficiarios_bpc.htm . Acesso em julho de 2018.
107
Acrescenta-se ainda que os povos e comunidades tradicionais “são povos que
ocupam ou reivindicam seus territórios tradicionalmente ocupados, seja essa ocupação
permanente ou temporária. Os membros de um povo ou comunidade tradicional têm
modos de ser, fazer e viver distintos dos da sociedade em geral, o que faz com que esses
grupos se autorreconheçam como portadores de identidades e direitos próprios”34
.
Movimentos sociais têm lutado no Brasil pelo reconhecimento das
especificidades desses povos e pela promoção de seus direitos sociais, políticos e
econômicos. Seu reconhecimento formal e a promoção dos seus direitos contribuem
para a redução da desigualdade e para a promoção da justiça social.
Os povos e comunidades tradicionais têm historicamente vivenciado situações
de vulnerabilidade e risco social, advindos da perda de seu território e do
comprometimento de suas estratégias de sobrevivência, do preconceito, da
discriminação e da exclusão social. Estas situações específicas devem ser levadas em
conta pelas políticas de assistência social na oferta de serviços e benefícios a essas
comunidades.
Nesta parte do diagnóstico, serão abordados dados sobre a população indígena e
sobre as comunidades quilombolas e ciganas no município.
População indígena
De acordo com MPMG (s/data), o reconhecimento dos direitos indígenas esteve
presente em quase todas as constituições brasileiras, porém foi apenas com a
Constituição Federal de 1988 que seus modos de vida foram reconhecidos em sua
integralidade e que foi institucionalizado o usufruto exclusivo sobre as “terras
tradicionalmente ocupadas”. Ressalta-se ainda que desde 2007 o Brasil é signatário
Declaração Universal dos direitos indígenas, dentre os quais pode-se destacar o direito à
livre determinação, o direito a não sofrer da assimilação forçosa ou a destruição de sua
cultura, não ser retirado pela força de suas terras ou territórios, participar na adoção de
decisões em questões que afetem seus direitos, vidas e destinos e o direito à
conservação e proteção do meio ambiente e da capacidade produtiva de suas terras,
territórios e recursos.
34
Ministério Público de Minas Gerais (sem data). Direitos dos povos e comunidades tradicionais. Belo
Horizonte: Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS) - Ministério Público de Minas
Gerais (MPMG). p.10.
108
A Funai – Fundação Nacional do Índio – aponta que habitam o estado de Minas
Gerais, dentre outros, os povos Xakriabá, Maxakali, Kaxixó, Krenak, Tupinikin, Tuxá,
Pataxó e Guarani. Os Maxakali vivem no Nordeste do Estado de Minas Gerais, povo
que ainda preserva sua língua, sua religião, dentre outros costumes. O povo Xakriabá
habita no extremo norte do estado, que contabiliza mais de dez mil indígenas que vivem
no semiárido do sertão mineiro. A Funai indica ainda que existe uma grande quantidade
de indígenas nas áreas urbanas, principalmente na Região Metropolitana de Belo
Horizonte.
Em função da falta de garantia de acesso à terra e pela ausência de políticas
públicas que atendam a suas especificidades, muitos indígenas têm adotado como
estratégia de sobrevivência a migração para a capital do Estado. Desta forma, já é
possível perceber em alguns territórios de referência da assistência social a presença de
populações indígenas.
Segundo os dados do Censo IBGE de 2010, 3.958 habitantes de Belo Horizonte
declararam ser de cor/raça indígena. Já o CadÚnico registrou, em dezembro de 2017,
480 indivíduos que declaram ser de cor/raça indígena. A tabela a seguir traz a
distribuição dos indígenas cadastrados pela sua regional de moradia. Verifica-se que a
maior parte da população indígena está nas Regionais Venda Nova, Norte, Barreiro e
Nordeste, que juntas concentram 53,8% desta população. Estes dados mostram que a
população indígena reside nas áreas mais periféricas da cidade, as quais possuem,
historicamente, piores indicadores de qualidade de vida e vulnerabilidade mais elevada.
Tabela 25 - Distribuição da população de cor/raça indígena por regionais/BH
(2017)
REGIONAL Nº
Indígenas
%
Venda Nova 73 15,2
Norte 70 14,6
Barreiro 60 12,5
Nordeste 55 11,5
Leste 46 9,6
Noroeste 38 7,9
Pampulha 37 7,7
Oeste 36 7,5
Centro-sul 27 5,6
Não
Georreferenciado
38 7,9
109
Total Geral 480 100,0
Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Dezembro 2017
Já a tabela abaixo aponta que das pessoas indígenas cadastradas no CadÚnico,
42% recebem benefício do Programa Bolsa Família.
Tabela 26 - Famílias indígenas cadastradas no CADÚNICO que recebem PBF
(2017)
Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Dezembro 2017. Elaboração: GVISO/DGAS/SUASS/
SMASAC/PBH.
A tabela abaixo apresenta a distribuição etária dos indígenas em Belo Horizonte.
A população indígena em BH cadastrada no CadÚnico é predominantemente jovem de
acordo com a tabela abaixo, já que 42% têm até 24 anos. Estes dados demonstram a
necessidade de se intensificar políticas para a população indígena focando este grupo de
idade.
Tabela 27 - Distribuição da população indígena por faixa etária (2017)
BENEFICIÁRIOS
DO PROGRAMA
BOLSA FAMÍLIA
INDÍGENAS %
NÃO 277 58,0
SIM 203 42,0
Total Geral 480 100,0
Faixa de Idade Nº Indígenas %
Entre 0 e 4 36 7,5
Entre 5 a 6 10 2,1
Entre 7 a 15 87 18,2
Entre 16 a 17 15 3,1
Entre 18 a 24 53 11,0
Entre 25 a 34 68 14,2
Entre 35 a 39 32 6,7
Entre 40 a 44 35 7,3
Entre 45 a 49 30 6,3
Entre 50 a 54 22 4,6
Entre 55 a 59 16 3,3
Entre 60 a 64 21 4,4
110
Fonte: Cadastro Único (MDS) - dezembro 2017. Elaborado por: GVISO – SUASS/PBH.
Quilombolas e Ciganos
Tanto quilombolas quanto ciganos, embora possuam representantes distribuídos
de modo heterogêneo em todo o município, possuem locais de concentração em
comunidades das famílias pertencentes a estes povos, como se observa no mapa a
seguir, após o qual serão detalhados aspectos referentes a estes dois povos.
Maior que 65 55 11,5
Total Geral 480 100,0
111
Mapa 2 - Localização de povos quilombolas e ciganos no município de Belo
Horizonte
112
Comunidades Quilombolas
Há no município três comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação
Cultural Palmares e que são também reconhecidas pelo Conselho Deliberativo do
Patrimônio Cultural e Artístico do Município como patrimônio cultural de natureza
imaterial de Belo Horizonte: Mangueiras, Luízes e Manzo Ngunzo Kaiango. Todas as
três comunidades vivem situações de ameaça aos seus territórios e têm, ao longo dos
anos, vivenciado situações de racismo e preconceito que levam a uma situação de
vulnerabilidade que demanda maior atenção das políticas de assistência social.
Além dos aspectos sócio demográficos é importante que os programas e serviços
da assistência social levem em consideração a história e a cultura dessas comunidades
ao realizar diagnósticos e planejamentos, pois elas são fundamentais na conformação
identitária dessas comunidades e perpassam suas práticas, crenças e fazeres cotidianos.
A seguir, são apresentados alguns dados sobre cada uma das comunidades.
Comunidade Quilombola Mangueiras
Situada na região norte da capital, em uma área conhecida como Ribeirão da
Izidora, faz limite com o município de Santa Luzia, próximo ao bairro Aarão Reis, no
quilômetro 13,5 da MG-20, estando compreendida no território do CRAS Novo Aarão
Reis. Segundo o Dossiê de Registro dos Quilombos Luízes, Mangueira e Manzo Ngunzo
Kaiango como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Belo Horizonte35
, vivem
na comunidade aproximadamente 65 pessoas que se distribuem em 17 moradias.
Segundo dados do CadÚnico,12 (doze) famílias são cadastradas nessa comunidade.
Tendo em vista o baixo número de famílias cadastradas no CadÚnico, optou-se
por utilizar os dados do Dossiê, relativas ao Censo BH-Social realizado em 2007. O
Censo BH-Social indicou que a maioria dos residentes dessa comunidade (53,5%)
possui apenas o ensino fundamental.
35
PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Dossiê de Registro dos Quilombos Luízes, Mangueira e
Manzo Ngunzo Kaiango como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Belo Horizonte.
113
Tabela 28 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da
comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo escolaridade
ESCOLARIDADE Frequência %
Analfabeto 4 9,3
Ensino fundamental – 1° grau 23 53,5
Ensino médio – 2° grau incompleto 6 14,0
Ensino médio – 2° grau completo 1 2,3
Não Informada 7 16,3
Não se aplica 2 4,7
Total 43 100,0
Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.
A maior parte das pessoas da comunidade detém uma renda baixa, já que 55,8%
das famílias recebiam até 1 salário mínimo em 2007.
Tabela 29 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da
comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo renda familiar
RENDA FAMILIAR Frequência % % acum.
Sem renda 7 16,3 16,3
Ate 1 Salário Mínimo 17 39,5 55,8
De 1,01 a 2 Salários 5 11,6 67,4
De 2,01 a 3 Salários 11 25,6 93,0
De 3,01 a 5 Salários 2 4,7 97,7
Sem informação 1 2,3 100,0
Total 43 100,0 100,0
Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.
Segundo o Dossiê36
, vários adultos atuam como trabalhadores informais na
cidade, como na construção civil e muitas mulheres trabalham como empregadas
domésticas. Além disso, poucos moradores tinham, em 2008, carteira assinada, atuando
como enfermeiros, cozinheiros, cobradores de ônibus e funcionários do posto de saúde.
36
idem
114
Comunidade Quilombola dos Luízes
A comunidade quilombola dos Luízes se localiza na Vila Maria Luiza, no bairro
Grajaú, região oeste do município, estando compreendida no território do CRAS Graça
Sabóia/Morro das Pedras. Segundo o Dossiê37
, há na comunidade cerca de 30 casas em
que vivem 80 moradores, em uma a área ocupada é de 2.292 metros quadrados. Assim
como na Comunidade Quilombola Mangueiras, há apenas 12 famílias cadastradas no
CadÚnico.
Em relação à inserção no mercado de trabalho ou atividade produtiva, tem-se
que alguns moradores sobrevivem por meio de aluguel de imóveis e da abertura de
pontos comerciais no Quilombo, como restaurante, papelaria, borracharia, salão de
beleza e estúdio de tatuagem. As mulheres, além dos cuidados da casa e dos filhos,
costumavam trabalhar como empregadas domésticas, diaristas, cozinheiras ou
esteticistas. Atualmente, mais mulheres têm assumido ocupações como de assistentes
administrativas, contabilistas, professoras, pedagogas e artesãs.
Assim como na Comunidade Quilombola Mangueiras, também nos Luízes, uma
parte significativa da população detém apenas o ensino fundamental.
Tabela 30 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da
comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo escolaridade
ESCOLARIDADE Frequência %
Educação infantil 1 3,0
Ensino fundamental – 1° grau 15 45,4
Ensino médio – 2° grau incompleto 3 9,1
Ensino médio – 2° grau completo 9 27,3
Ensino superior – 3º grau 2 6,1
Não se aplica 3 9,1
Total 33 100,0
Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.
37
idem
115
No que se refere à renda familiar, todavia, há uma pequena diferença entre as
comunidades visto que a faixa que vai de 2 a 3 salários mínimos é a que concentra o
maior percentual das famílias (39,4%) da Comunidade dos Luízes.
Tabela 31 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da
comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo renda familiar
Renda Familiar Frequência % % acum.
Ate 1 Salário Mínimo 2 6,1 6,1
De 1,01 a 2 Salários 3 9,1 15,2
De 2,01 a 3 Salários 13 39,4 54,5
De 3,01 a 5 Salários 10 30,3 84,8
De 5,01 a 10 Salários 2 6,1 90,9
Acima de 20 Salários 3 9,1 100,0
Total 33 100,0 Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.
Comunidade de Manzo Ngunzo Kaiango
As informações sobre esta comunidade são originárias do Dossiê38
. A
Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango está localizada na região leste da
cidade, no Bairro Santa Efigênia. Atualmente, o território ocupado por Manzo se
resume a uma área de aproximadamente 360 metros quadrados, onde vivem 32 pessoas
de 7 famílias. Segundo o CadÚnico, há 4 famílias cadastradas.
Destaca-se na história do Quilombo a intervenção realizada pela Defesa Civil em
2012, que obrigou as famílias a viverem alguns meses no Abrigo Granja de Freitas.
Várias modificações foram realizadas nas edificações sem o devido respeito às questões
culturais e religiosas e até hoje a comunidade aguarda ações de reparação por parte do
poder público municipal.
Comunidades Ciganas
Atualmente, são reconhecidas duas comunidades ciganas em Belo Horizonte.
Uma localizada no bairro São Gabriel, região Nordeste, e outra no Céu Azul, região de
Venda Nova. Esta última comunidade está compreendida no território do CRAS Lagoa.
Com o objetivo de coletar informações demográficas e culturais a fim de atender às
demandas das comunidades por políticas públicas, a Coordenadoria da Promoção da
38
idem
116
Igualdade Racial, atualmente Diretoria de Promoção da Igualdade Racial (DPIR),
vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e
Cidadania (SMASAC), elaborou um diagnóstico em 2015, sobre essas comunidades de
origem Kalon.
O acampamento do São Gabriel surgiu há cerca de 30 anos, enquanto o Céu
Azul surgiu em torno de 20 anos atrás. A maior parte das pessoas vivem nos
acampamentos desde que nasceram, e as que se mudaram depois vieram da Região
Metropolitana de Belo Horizonte ou de cidades do interior de Minas Gerais. Apenas no
acampamento do Céu Azul foram encontradas pessoas provenientes de outros estados.
As famílias que vivem na comunidade do São Gabriel são compostas, em sua
grande maioria, por casais que vivem com seus filhos em uma mesma barraca, enquanto
no Céu Azul predominam casais sem filhos.
Tabela 32 - Quantidade de famílias e indivíduos que vivem em comunidades
ciganas em Belo Horizonte - 2015
Comunidade cigana
Total de
famílias no
acampamento
Total de pessoas no
acampamento
São Gabriel 70 190
Céu Azul 15 40
Total 85 230
Fonte: DPIR/SMASAC. Elaboração: GVISO-SUASS/PBH.
Os dados do CadÚnico, registraram 29 famílias e 72 pessoas ciganas em Belo
Horizonte em abril de 2018. Suas informações permitem apontar algumas características
sociodemográficas dessa população. Observa-se um número maior de mulheres (61%)
cadastradas do que de homens (39%), conforme apontado na tabela abaixo.
117
Tabela 33 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por sexo em Belo
Horizonte – abril de 2018
Masculino Feminino
Sem
Resposta Total
Pessoas
ciganas 28 44 0 72
Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.
Em relação à alfabetização e escolaridade, nota-se que a maioria das pessoas
cadastradas informou não saber ler e escrever (52,7%). Quanto à escolaridade, a maioria
dos indivíduos não prestou essa informação (68%).
Tabela 34 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que sabem ler e
escrever em Belo Horizonte – abril de 2018
Sim Não
Sem
Resposta Total
Pessoa sabe
ler e escrever 34 38 0 72
Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH
Tabela 35 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por último ano de
escolaridade em Belo Horizonte – abril de 2018
Último ano e série do curso que a pessoa frequentou
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Curso
não
Sem
Resposta Total
Pessoa cigana 6 3 5 3 2 4 0 0 0 0 49 72
Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH
Quanto à renda, observa-se que a maior parte das famílias (58,6%) e indivíduos
(65%) possuem faixa de renda per capita de até R$ 85,00, ou seja, estão em situação de
extrema pobreza. Das 29 famílias residentes na comunidade cadastradas, 20 (69%)
recebem o benefício do Programa Bolsa Família, correspondente a 59 pessoas (82%).
118
Tabela 36 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por faixa de renda
per capita em Belo Horizonte – abril de 2018
Quantidade de
indivíduos/ famílias
Faixa da renda familiar per capita
Até R$85,00
Entre
R$85,01
até
R$170,00
Entre
R$170,01
até 1/2
S.M.
Acim
a de
1/2
S.M.
Sem
Respost
a
Total
Indivíduos Ciganos 47 13 5 7 0 72
Famílias ciganas 17 4 2 6 0 29
Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.
Tabela 37 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que recebem Bolsa
Família em Belo Horizonte – abril de 2018
Recebe Bolsa
Família Sim Não
Sem
Resposta Total
Indivíduos Ciganos 59 13 0 72
Famílias ciganas 20 9 0 29 Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.
Por fim, destaca-se as informações levantadas no Estudo de Impacto das
Ocupações Sobre o Atendimento no SUAS-BH (referenciado anteriormente neste
plano), que podem ser valiosas na operacionalização da função de Defesa de Direitos,
no município. O referido estudo identificou que 2 (dentre 76) das áreas identificadas
como ocupações se referem aos 2 locais de concentração da comunidade cigana aqui
tratados. Importa reforçar que, embora os ciganos tradicionalmente sejam caracterizados
como povo seminômade, a presença e fixação destes nos locais observados, indica o
estabelecimento de vínculos de territorialidade os quais merecem atenção do poder
público. O SUAS-BH pode atuar no sentido de estabelecer o diálogo com demais atores
visando a garantir os direitos territoriais reservados s estes povos.
Outro caso que chama atenção através da análise de localização das ocupações é
a grande proximidade de uma delas, denominada “Novo Lajedo” com o território da
Comunidade Quilombola Mangueiras. A proximidade é motivo de alerta pois, conforme
registros, a comunidade quilombola já teve problemas de poluição do curso d’água
presente em seu território em função do estabelecimento dos bairros Tupi e Lajedo, os
quais a exemplo da ocupação citada, surgiram de forma irregular nas proximidades do
terreno da comunidade, que possui características de uso rural do solo, contribuindo
desta forma para o equilíbrio ambiental na região onde se situa.
119
3.3.5. Juventude e vulnerabilidade
No ano de 2016 a Prefeitura de Belo Horizonte, em conformidade com o Plano
Estratégico de Belo Horizonte 2030, desenvolveu o Índice de Vulnerabilidade Juvenil
de Belo Horizonte (IVJ) visando apontar a contingência de exclusão social e situações
de risco que os jovens podem vivenciar em algum momento. Para analisar o grau de
vulnerabilidade juvenil de Belo Horizonte, o IVJ teve como referência os 40 territórios
de gestão compartilhada (TGC) existentes no município, considerando os dados
demográficos, de saúde e educação, extraídos do DataSus, do Censo Escolar e do IBGE
- Censo Demográfico 2010.
No IVJ, foram elaborados sete indicadores para a construção do Índice, sendo
eles: percentual da população jovem de 15 a 29 anos, percentual de crianças na faixa
etária de 10 a 14 anos que trabalharam na última semana de julho de 2010, renda
familiar média, taxa de abandono escolar no ensino médio, taxa de distorção série-
idade, taxa média de homicídio da população masculina com idade entre 15 e 29 anos e
taxa de fecundidade na faixa etária de 15 a 29 anos.
O gráfico abaixo aponta a caracterização da população jovem de 15 a 29 anos do
município, de acordo com a raça/cor declarada e com a regional de residência. Em
relação ao local de residência, tem-se que as maiores concentrações de jovens estão
localizadas na regional Oeste (80.263) seguida da regional Nordeste (77.473), sendo
regional Norte aquela com a menor concentração desta faixa etária (57.116). Já quanto à
raça/cor declarada, nota-se que nas regionais Norte (66,9%) e Venda Nova (65,5) há
maior concentração de jovens que se declararam como pretos ou pardos. A menor
concentração de jovens pretos ou pardos está na regional Centro-Sul (32,4%). No total
do município, detecta-se que os jovens de cor preta, parda ou indígena somam um total
9% maior que as pessoas de cor branca ou amarela.
120
Gráfico 32 - Distribuição da população de 15 a 29 anos por cor/raça e por
regional de residência – Belo Horizonte, 2010
Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/BH.
Em relação ao indicador de trabalho infantil, tem-se que os dados do IVJ
apontam que 72% das crianças na faixa etária de 10 a 14 anos nessa situação se
autodeclararam como pretas, pardas ou indígenas. A regional Norte apresentou o maior
índice de crianças na faixa etária de 10 a 14 anos em situação de trabalho em julho de
2010, bem como o maior quantitativo de crianças do sexo masculino e autodeclaradas
brancas ou amarelas. A regional Noroeste se destaca pelo segundo maior percentual de
crianças na faixa etária de 10 a 14 anos em situação de trabalho e autodeclaradas negras,
pardas ou indígenas. A menor quantidade de crianças ocupadas foi registrada na
regional Oeste. A regional Leste, seguida das regionais Venda Nova e Pampulha,
apresentaram os maiores índices de crianças ocupadas com idade de 10 a 14, do sexo
feminino. Nota-se que o público masculino representava 52% do universo de crianças
de 10 a 14 anos ocupadas.
O indicador de renda domiciliar média do responsável pelo domicílio, registrou
notoriamente que a regional Centro-Sul apresentou o índice de renda mais elevado da
cidade. Nota-se uma variação da renda domiciliar média do responsável pelo domicílio
quando há a especificidade por gênero, tendo o responsável do sexo masculino maior
renda quando comparado ao sexo feminino. A menor renda domiciliar média é
encontrada na regional Barreiro, seguida das regionais Venda Nova e Norte.
A partir do indicador sobre a taxa média de abandono no Ensino Médio nos anos
de 2013 a 2015, detecta-se que as regionais Nordeste e Norte apresentaram os maiores
índices de abandono escolar, principalmente do sexo masculino e autodeclarados pretos,
pardos e indígenas. No geral, há uma maior taxa de abandono escolar por parte dos
121
jovens de sexo masculino. A regional Barreiro aparece nos dados com uma taxa
significativa de evasão escolar e distorção série-idade direcionada ao sexo feminino. A
regional Noroeste apresentou um alto índice relacionado a taxa de distorção série-idade
(2013 a 2015), principalmente do sexo feminino. A regional Centro-Sul apresentou a
menor taxa de abandono escolar e distorção série-idade. Destaca-se que a população
jovem do sexo feminino apresentou uma taxa de distorção série-idade maior que a
população jovem do sexo masculino.
Para o cálculo do indicador sobre a taxa média de homicídios, o IVJ considerou
os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)39
, desenvolvido pelo
DATASUS/Ministério da Saúde. A maior taxa de homicídios da população masculina
com este recorte de idade, no período de 2013 a 2015, estava localizada na regional
Norte e, em seguida, na regional Venda Nova. No universo total de homicídios da
população masculina com idade entre 15 e 29 anos, detecta-se o maior risco no recorte
da população parda, preta e indígena. Os menores índices de homicídio juvenil, do sexo
masculino, foram localizados nas regionais Centro-Sul e Pampulha.
De acordo com os dados informados pelo Sistema de Informações de Nascidos
Vivos (SINASC)40
, no período de 2013 a 2015, a taxa média de fecundidade na faixa de
15 a 29 anos apresentou o maior índice na regional Norte, seguido pelas regionais
Barreiro e Venda Nova. Detecta-se que a proporção de mulheres entre 15 e 29 anos que
engravidaram é maior quando a raça/cor declarada é preta, parda e indígena. As
regionais Centro-Sul e Pampulha apresentaram o menor índice na taxa de fecundidade
juvenil no mesmo período. Os maiores índices de fecundidade juvenil da população
autodeclarada como preta, parda e indígena no município estão localizados nas
regionais Norte e Venda Nova, seguidos das regionais Leste e Centro-Sul.
Os dados agregados do IVJ por regional, descritos no gráfico abaixo, apontam
que a regional administrativa com maior índice de vulnerabilidade juvenil é a Norte,
com valor de 48,8, seguido pela regional Venda Nova com 48,2 e Barreiro, com 47,8.
As regionais menos vulneráveis são Centro-Sul com índice de 30,7 e Pampulha com
39
O Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), desenvolvido pelo DATASUS/Ministério da
Saúde, possui a finalidade de reunir dados quantitativos e qualitativos sobre os óbitos ocorridos no Brasil.
O SIM é considerado uma importante ferramenta de gestão na área da Saúde e possui como idade, causa
da morte atestada pelo médico, distribuição espacial e temporal, o que permite construir indicadores e
processar análises epidemiológicas que contribuam para a avaliação e gestão em saúde e em outras áreas. 40
O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), desenvolvido pelo DATASUS/Ministério
da Saúde, possui informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em nível nacional e
possui como fonte primária de dados a Declaração de Nascidos Vivos (DNV).
122
33,6. Já os índices por Território de Gestão Compartilhada (TGC) revelam que há
grande disparidade de vulnerabilidade juvenil dentro de cada regional administrativa.
Gráfico 33 - Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ-BH) por território de gestão
compartilhada e por regional – Belo Horizonte, 2015
Fonte: Índice de Vulnerabilidade Juvenil (2016). Elaboração: GVISO- SUASS/BH41
.
Cabe destacar que os bairros registrados com o maior índice de vulnerabilidade
são: Vila da Área, Alto Vera Cruz, Granja de Freitas, Taquaril, Conjunto Taquaril,
Cidade Jardim Taquaril e Baleia ( TGC Leste 4 – com índice de 72,8); Barão Homem
de Melo I, III e IV, São Jorge I, II, III, Vila Antena, Santa Sofia, Leonina, Chácara
Leonina, Alpes e Pantanal (TGC Oeste 3 – com índice de 60,2); e Alto Das Antenas,
Araguaia, Brasil Industrial, Cardoso, Corumbiara, Esperança, Flávio de Oliveira, Flávio
Marques Lisboa, Miramar, Novo Santa Cecília, Pongelupe, Serra do Curral, Solar do
Barreiro e Vila Cemig. (TGC Barreiro 4 – com índice de 59,4). Já os bairros com menor
índices de vulnerabilidade juvenil são Cidade Jardim, Coração de Jesus, Santo Antônio,
São Pedro, Luxemburgo, Vila Paris, São Bento, Santa Lúcia (TGC Centro-Sul 4 – com
índice de 7,8) e Novo São Lucas, São Lucas, Serra, Carmo, Cruzeiro, Anchieta, Sion,
Comiteco, Mangabeiras, Belvedere (TGC Centro-Sul 2 com índice de 8,2).
41
Legenda regionais/Território de Gestão Compartilhada – TGC: TGC: B – Barreiro (TGCs: Barreiro 1,
Barreiro 2, Barreiro 3, Barreiro 4, Barreiro 5); CS – Centro Sul (TGCs: Centro-Sul 1, Centro-Sul 2,
Centro-Sul 3, Centro-Sul 4, Centro-Sul 5); L – Leste (TGCs: Leste 1, Leste 2, Leste 3, Leste 4); O –
Oeste (TGCs: Oeste 1, Oeste 2, Oeste 3, Oeste 4, Oeste 5); N – Norte (TGCs: Norte 1, Norte 2, Norte 3,
Norte 4); NE – Nordeste (TGCs: Nordeste 1, Nordeste 2, Nordeste 3, Nordeste 4, Nordeste 5); NO –
Noroeste (TGCs: Noroeste 1, Noroeste 2, Noroeste 3, Noroeste 4); P – Pampulha (TGCs: Pampulha 1,
Pampulha 2, Pampulha 3, Pampulha 4); VN – Venda Nova (TGCs: Venda Nova 1, Venda Nova 2, Venda
Nova 3, Venda Nova4).
123
Para complementar os indicadores abordados pelo IVJ-BH, foi utilizado o
Relatório Estatístico da Vara Infracional da Infância e Juventude de Belo Horizonte,
referente ao ano de 2015. Este documento elenca os principais atos infracionais
envolvendo adolescentes na cidade e o local de residência destes.
Em 2015, 8.171 casos foram encaminhados à Vara Infracional da Infância e
Juventude de Belo Horizonte, sendo que 5.718 correspondem a adolescentes autores de
primeiro ato infracional e 2.453 reincidentes na trajetória infracional. Somam-se a esse
total os 347 casos encaminhados para o cumprimento de mandado de busca e apreensão.
Os adolescentes/jovens do sexo masculino são predominantes no envolvimento
com atos infracionais, quando comparados ao sexo feminino. Considerando os tipos dos
atos infracionais praticados pelos adolescentes, os maiores índices registrados são em
relação ao tráfico de drogas (26,3%), seguido de roubo (15,1%) e uso de drogas
(11,8%). Cabe destacar que os três atos infracionais mais cometidos somam mais da
metade dos atos praticados (53,2%).
Gráfico 34 - Regional de residência de adolescentes autores de ato infracional
Fonte: Relatório Estatístico – Vara Infracional (2015).
As regionais Noroeste e Venda Nova são os territórios que concentram os
maiores percentuais de residência de adolescentes. Nota-se uma certa homogeneidade
em toda a distribuição pelas nove regionais da cidade, exceto a regional Pampulha, que
se destaca por seu baixo índice.
124
Outra fonte de dados sobre a incidência de situações de vulnerabilidade de
jovens no município é o Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais (SIGPS),
com informações sobre o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento
de Medidas Socioeducativas de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à
Comunidade (PSC).
De acordo com o SIGPS, em 2017, 3.318 adolescentes foram inseridos no
Serviço, sendo que foram aplicadas 3.831 medidas pela Vara Infracional da Infância e
Juventude – (VIJ). A medida de PSC registrou um percentual 13% maior de inserções
de casos quando comparada à medida de LA. O perfil dos adolescentes corresponde
principalmente ao sexo masculino, na faixa etária de 16 a 17 anos e ausentes do
ambiente escolar. Os tipos de atos infracionais mais encaminhados para as medidas
socioeducativas em meio aberto, são: tráfico de drogas, seguido pelo roubo e furto.
Tem-se ainda que, no ano de 2017, o Serviço registrou o óbito de dezessete adolescentes
que estavam no acompanhamento socioeducativo.
Por fim, destaca-se que, como apontado na base de dados do SIM/DATA SUS
no ano de 2016, o maior índice de homicídios em Belo Horizonte acomete jovens na
faixa etária de 15 a 29 anos (89,2% do total) demandando ações de proteção social
especial quando ações de inclusão e prevenção não impedem o agravamento de
vulnerabilidades e riscos pessoais e sociais.
3.3.6. População em trajetória de vida nas ruas
Conforme a base de dados do CadÚnico, no município existem 5.607 pessoas
inscritas como pessoa em situação de vida nas ruas com seus cadastros atualizados nos
últimos 24 meses. Destaca-se, que esta informação é autodeclarada no atendimento para
o preenchimento do Cadastro.
Tabela 38 - Distribuição das pessoas em situação de vida nas ruas cadastradas por
regional administrativa
REGIONAIS PESSOAS %
CENTRO-SUL 3.292 58,71
BARREIRO 212 3,78
LESTE 376 6,71
NORDESTE 64 1,14
NOROESTE 580 10,34
NORTE 699 12,47
125
OESTE 50 0,89
PAMPULHA 63 1,12
VENDA NOVA 180 3,21
ENDEREÇO NÃO
GEORREFERENCIADO
91 1,62
Total 5.607 100,00 Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, dezembro 2017. CECAD - MDS. Belo
Horizonte, dezembro 2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.
A partir das divisões regionais existentes no município, detecta-se que 59% do
público em situação de vida nas ruas está concentrado na regional Centro-Sul e,
posteriormente, na regional Norte, com 12% do total. As regionais Noroeste e Leste
aparecem com 10% e 7% das pessoas em situação de vida nas ruas, respectivamente. Os
menores quantitativos deste público específico foram registrados nas regionais
Nordeste, Pampulha e Oeste, todas com aproximadamente 1% do total.
Da totalidade de pessoas em trajetória de vida nas ruas cadastradas, 5.029
pessoas são beneficiárias do Programa Bolsa Família, o que corresponde a 89% dos
cadastros realizados no CadÚnico com esta especificidade. Deste público, 92%
declararam obter uma renda per capta de até R$ 85,00/mês.
Em relação a raça/cor deste público específico, o gráfico acima mostra que 61%
das pessoas cadastradas se autodeclararam pardos, 23% como pretos e 16% como
brancos.
Gráfico 35 - Distribuição de pessoas em situação de rua por raça/cor
Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, dezembro 2017. CECAD - MDS. Belo
Horizonte, dezembro 2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
126
A pirâmide etária (gráfico abaixo) traz informações significativas para
caracterização deste público. Os indivíduos do sexo masculino representam 86,8% do
total da população em situação de rua. Em relação às faixas etárias apresentadas, o
maior quantitativo de homens encontram-se dos 35 aos 39 e dos 45 aos 49 anos,
enquanto no caso das mulheres os maiores quantitativos por faixa se apresentam dos 30
aos 34 e dos 45 aos 49 anos. Ainda assim, a discrepância em relação ao número de
homens e mulheres (nesta faixa a diferença se dá em 76%) é muito significativa em
quase toda a pirâmide, reflexo da composição total do público. A exceção, porém, se dá
na faixa dos 70 à 74 anos, em que ambos os sexos possuem 31 representantes.
Interessante ressaltar quem, apesar do sexo feminino representar a minoria deste
público, detecta-se através de uma análise histórica do Serviço Especializado a Pessoas
em Situação de Vida nas Ruas um crescimento substancial (3 vezes maior) do sexo
feminino no período de 2014 a 2016.
Gráfico 36 - Faixa etária das pessoas em situação de vida nas ruas cadastradas no
CadÚnico – BH, out/2017
0
0
0
8
31
219
410
802
284
984
631
539
521
171
31
11
0
0
0
0
0
22
32
98
92
88
95
87
71
41
44
31
0
0
1000 800 600 400 200 0 200 400 600 800 1000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
Feminino Masculino
Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, outubro 2017. CECAD - MDS. Belo
Horizonte, outubro 2017.
Em relação à escolaridade, pelos dados informados no CadÚnico: 27,1% das
pessoas em situação de rua cursaram a primeira fase do 1º grau (1ª à 4ª série); 41,9%
cursaram até a segunda fase do 1º grau (5ª à 8ª série) e 21,9 % cursaram o ensino médio
(2º grau). Assim, das pessoas em trajetória de vida nas ruas 69% não concluíram o
ensino fundamental e aproximadamente 22% concluíram o ensino médio.
127
Dos fatores elencados como motivadores para o início da trajetória de rua, o
principal indicado refere-se a problemas familiares (35,7%) e, em seguida, a situação de
desemprego (24,9%), perda de moradia (14,5%), alcoolismo (12,1%), outros motivos
(3,7%), por ameaça (3,1%), trabalho (2%), tratamento de saúde (1,6%), por preferência
(1,3%), não respondeu (1%) e não sabe (0,2%).
3.3.7. Violência e violações de direitos
Um dos desafios do SUAS hoje corresponde ao registro e à análise de maneira
sistemática de informações e dados que possibilitem a identificação da incidência de
situações de violação de direitos. Sendo assim, foram buscadas bases de dados de outras
políticas púbicas que possam contribuir para a compreensão desses fenômenos. Destaca-se
que as fontes encontradas trazem dados referentes a situações de violência42
que
correspondem a alguns dos fenômenos relacionados às formas de violação de direitos que
são objeto de intervenção do SUAS. Os dados apresentados nessa seção foram coletados por
meio de bases de dados da política de saúde.
A fonte utilizada foi o VIVA que é o Sistema de Vigilância de Violências e
Acidentes, cujo foco é a notificação de violência interpessoal e autoprovocada. Este sistema
é um componente do SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificações) que é
alimentado, por sua vez, por notificações e investigações de casos de doenças e agravos que
constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória. A alimentação do sistema
ocorre por meio da Ficha Individual de Notificação disponível nas unidades de saúde.
Tabela 39 - Número de casos notificados de violência
interpessoal/autoprovocada em residentes em Belo Horizonte por tipo de violência de
2012 a 2017
Tipo de violência
2012 2013 2014 2015 2016 2017*
Total
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
Lesão auto provocada
840 40,0 793 37,1 691 34,2 811 29,5 844 27,2 1080 26,9 5.059
Viol. Física 556 26,5 522 24,4 494 24,4 762 27,7 834 26,9 1276 31,8 4.444
42
Em 2002, a Organização Mundial de Saúde publicou o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde no
qual define a violência como “o uso intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si
próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha possibilidade
de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
128
Viol. Psico/moral
190 9,0 228 10,7 245 12,1 423 15,4 471 15,2 562 14,0 2.119
Viol. Tortura 24 1,1 37 1,7 22 1,1 58 2,1 71 2,3 82 2,0 294
Viol. Sexual 336 16,0 357 16,7 342 16,9 373 13,6 480 15,5 491 12,2 2.379
Traf. Seres Humanos
3 0,1 0 0,0 1 0,0 2 0,1 1 0,0 1 0,0 8
Violência
Finan/Econo. 10 0,5 22 1,0 27 1,3 50 1,8 61 2,0 90 2,2 260
Viol. Negli/Aband. 139 6,6 176 8,2 198 9,8 262 9,5 333 10,7 419 10,4 1.527
Viol. Interv Legal 2 0,1 3 0,1 2 0,1 9 0,3 7 0,2 11 0,3 34
Total 2.100 100,0 2.138 100,0 2.022 100,0 2.750 100,0 3.102 100,0 4.012 100,0 16.124
Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018.
O objeto de notificação do VIVA é a violência interpessoal/autoprovocada,
segundo tipo de violência: física, sexual, psicológica/moral; financeira/econômica; tortura;
tráfico de pessoas; trabalho infantil; negligência/abandono; intervenção legal.
Relacionado à violência, o primeiro dado de relevância para a Assistência Social
é o aumento do número de notificações no período compreendido entre 2012 e 2017,
conforme gráfico abaixo:
Gráfico 37 - Evolução do número de notificações – 2012 a 2017
Fonte: Sinan net/MS-DPSV/GVIVE-SMAS/BH. Dados atualizados em 22/01/2018.
Entre 2012 e 2014, é possível observar uma queda modesta no número de
notificações e, de 2015 em diante, observamos uma elevação significativa, o que
demanda planejamento de ações e recursos para aprimorar ações de atendimento e
incrementar ações de prevenção.
129
Analisando a Tabela anterior, é possível verificar que todos os tipos de
violência, com exceção da lesão autoprovocada, apresentaram aumento no período
(acompanhando a tendência geral). Verificando, por ano, o percentual que cada tipo de
violência representou no total das notificações é possível perceber que alguns tipos de
violência, ainda que tenham aumentado em números absolutos, tiveram uma redução
percentual. Isto quer dizer que, no período, alguns tipos de violência se tornaram mais
frequentes enquanto outros diminuíram percentualmente sua incidência.
A Violência Sexual teve variação ao longo do período, aumentando em alguns
anos e reduzindo em outros em termos proporcionais aos demais tipos de violência
notificados (16% em 2012, 16,7% em 2013, 16,9% em 2014, 13,6% em 2015, 15,5%
em 2016 e 12,2% em 2017). Já a Violência Física, a Violência Psicológica e Moral,
Tortura, Violência Financeira e Econômica, Negligência e Abandono tiveram aumento
percentual. A Violência Física apresentou aumento de 26,5%, em 2012, para 31,8% em
2017. Já a Violência Psicológica e Moral passou de 9% no primeiro ano para 14% no
último.
Algumas violências, apesar de não apresentarem números muito elevados,
tiveram aumento de incidência bem como de sua representação no total de tipos de
violência. A Tortura teve um aumento significativo, passando de 24 casos em 2012,
para 82 em 2017, o que significa um aumento de 241%. A Violência Financeira e
Econômica também não apresentou crescimento do número absoluto de casos (260 em
todo o período), passando de 10 em 2012 para 90 em 2017. A Negligência e o
Abandono também tiveram aumento expressivo do número absoluto de casos, crescendo
de 139 em 2012 casos para 419 em 2017.
Tipos de violência distintos, demandam intervenções distintas, daí a importância
em se verificar como tem variado, ao longo do tempo, a incidência de cada tipo de
violência.
Observa-se que há baixo preenchimento dos campos raça-cor43
, orientação
sexual44
e pessoa com deficiência nas notificações, o que impossibilita outros tipos de
43 Sobre o quesito raça-cor, as notificações em que a resposta foi “ignorado” ou deixada em branco chega
a quase 26%. Havendo predominância de qualquer uma raça ou cor dentro destas, poderia aumentar ou
diminuir significativamente a proporção de brancos, pretos, pardos e indígenas. Ainda assim, para
conhecimento registra-se que que em 23% das notificações as pessoas eram brancas, em 11,6% eram
pretas, em 0,6% amarelas, em 38,8% pardas e em 0,2% indígenas. 44
Com relação à orientação sexual, a negligência em relação ao dado é gritante. Em 54% das
notificações, a questão foi ignorada, em 21,4% foi preenchido como “não se aplica” e apenas 24,5%
foram efetivamente preenchidas. É imprescindível a melhora da coleta deste dado frente aos frequentes
130
análise. A melhoria da coleta destas informações é de grande relevância para estimar a
violência sofrida pela população negra, indígena, LGBT e pessoas com deficiência.
Com relação às variáveis sexo e idade, os dados trazem informações
importantes para as políticas públicas, sobretudo, para a política de assistência social. O
recorte de sexo e idade demonstra que grupos populacionais parecem ser mais
suscetíveis a vivenciar situações de violência do que outras: existe um número maior de
notificações de violência contra jovens e mulheres.
Tabela 40 - Número de casos notificados de violência interpessoal /autoprovocada
em residentes em Belo Horizonte por sexo - 2012-2017
Sexo ANO
2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total
Masculino 555 555 526 638 612 787 3.673
Feminino 1.226 1.198 1.094 1.391 1.613 1.949 8.471
Total 1.781 1.753 1.620 2.029 2.225 2.736* 12.144
Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018
*No ano de 2017, há 3 registros sem a identificação do sexo
De acordo com a tabela anterior, verifica-se que o número de mulheres que
sofrem violência é muito superior ao número de homens. Em todo o período analisado,
os casos de violência contra as mulheres representaram 69,8% das notificações,
enquanto os casos contra homens representaram apenas 30,2%45
.
relatos de casos de homofobia e lesbofobia denunciadas pelo movimento LGBT, para que eles deixem de
ser invisibilizados. 45
Se as notificações de violência aumentaram consideravelmente ao longo do período em análise, o
mesmo aconteceu com o número de mulheres e homens que sofrem violência, entretanto, as proporções
por ano se mantiveram razoavelmente estáveis, variando de 68% a 72% para as mulheres e de 27% a 31%
para os homens.
131
Gráfico 38 - Número de casos notificados de violência interpessoal/autoprovocada
em residentes em Belo Horizonte por faixa etária –
2012/2017*
Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018.
De acordo com o gráfico acima, é possível perceber que os jovens da faixa etária
de 15 a 29 anos correspondem ao grupo etário que teve o maior registro de notificações
de violência. Entretanto, ressalta-se que para uma melhor dimensão de como a violência
atinge estes grupos, seria interessante analisar a quantidade absoluta de casos de
notificados em relação ao número total da população em cada uma das faixas etárias.
3.3.8. Violação de direitos de crianças e adolescentes
A partir dos dados do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a
Famílias e Indivíduos (PAEFI) - realizado no CREAS - extraídos do SIGPS, é possível
ter um panorama das violações de direitos mais atendidas nesse Serviço no município
no ano de 2017, bem como identificar o perfil da população vítima de violação de
direitos.
O PAEFI registrou 721 crianças com direitos violados nos 1.068 novos casos de
famílias inseridas no ano de 2017. A regional Oeste apresentou o maior percentual
(19%) de violações de diretos referentes a crianças e adolescentes em 2017. Em seguida
aparecem as regionais Venda Nova com 15%, Leste com 14%, Barreiro e Norte, ambas
com 13 % e a regional Pampulha, com 7 % do total de violações registradas. As
132
regionais que apresentam os menores índices de registro de violação contra esse público
foram: Centro-Sul, Nordeste e Noroeste, com 6% do total de violações, cada uma.
Gráfico 39 - Violação de direitos contra criança e adolescentes inseridas no
PAEFI por idade
Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por
GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH.
Quanto à idade das crianças e adolescentes vítimas de violações de direitos no
município, os dados apontaram a maior incidência de violação para o público entre 13 e
16 anos de idade (38%). Logo em seguida, a faixa de idade de 7 a 12 anos apareceu com
uma incidência ainda alta, representando 34% do total de violações do público infanto-
juvenil. As violações entre 0 e 6 anos somaram 23% do total de violações registradas. O
público com a menor quantidade de violações registradas correspondeu a idade de 17
anos, somando 6% do total, contudo deve-se considerar que este percentual é inferior
aos demais por se apresentar em um período etário de apenas um ano.
Considerando que uma família pode apresentar mais de uma violação de direito, o
PAEFI registrou o total de 2.049 violações vivenciadas nos casos acompanhados pelo
Serviço. O gráfico abaixo aponta que a situação de violação de direitos contra crianças e
adolescentes mais recorrente foi a negligência (44%), seguida da violência física (21%)
e psicológica (13%). Cabe destacar que os casos notificados como abuso sexual
intrafamiliar apresentaram o índice de 7% do total de violações de direitos. As violações
de abandono, abuso sexual, trabalho infanto-juvenil apresentaram o percentual de 2%
dos casos acompanhados no PAEFI.
133
Gráfico 40 - Tipos de Violação de Direitos acompanhadas pelo PAEFI (%)
Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS.
Os dados do SIGPS revelam ainda que do total de casos atendidos pelo PAEFI
no município, 66% deles são encaminhados pelo Conselho Tutelar. Isso aponta que a
maior parte dos casos atendidos envolvem violação de direitos de crianças e
adolescentes e ainda que nesses casos esse órgão tem sido o principal encaminhar.
Gráfico 41 - Órgão encaminhador das famílias atendidas no PAEFI46
Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS.
46
Os dados apresentados se referem ao total de encaminhamentos de famílias acompanhadas pelo PAEFI,
incluindo famílias que possuíam ou não em sua composição crianças e adolescentes.
134
Por fim, utilizando dos dados do Censo-SUAS 2017, apresenta-se o panorama a
respeito do universo de crianças e adolescentes em acolhimento institucional no
município. Em 2017 foram registradas 441 crianças e adolescentes em acolhimento
institucional no município, sendo que destas, a maioria era do sexo masculino: havia
257 (58,3%) crianças e adolescentes do sexo masculino e 184 (41,7%) crianças e
adolescentes do sexo feminino acolhidas. Dentre o público do sexo masculino, a maior
quantidade de crianças e adolescentes estavam nas faixas etárias de 16 a 17 anos,
seguido pelos de 6 a 11 anos. Quanto ao público feminino, o recorte etário de 6 a 11
anos apresentou o maior quantitativo de institucionalizados quando comparado às outras
faixas de idade.
Tabela 41 - Crianças e Adolescentes em acolhimento institucional por idade
Faixa Etária Sexo
masculino
Sexo
feminino
0 - 2 46 38
3 - 5 30 20
6 - 11 58 54
12 - 13 35 13
14 - 15 27 24
16 - 17 59 31
18 - 21 2 4
Total 257 184 Fonte: Censo SUAS 2017/MDS. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH
3.3.9. Violação de direitos de idosos
De acordo com os dados dos Censos IBGE de 2000 e 2010, a população idosa
cresceu no país e no município nas últimas décadas. Belo Horizonte tinha quase 300 mil
indivíduos de 60 anos e mais em 2010; este total é muito maior que o total populacional
de muitos municípios brasileiros e dá uma ideia muito clara da complexidade desta
situação. A regional Oeste é a mais povoada, com aproximadamente 307 mil habitantes
em 2010, apesar da perda significativa de população entre os dois períodos. Destacam-
se também Nordeste, Centro-Sul e Barreiro com mais de 280 mil habitantes. Em relação
ao volume de população com mais de 60 anos, a regional Centro-Sul concentrava mais
de 50 mil idosos em 2010, montante que representava 17,4% de sua população. Esse
contingente é bastante expressivo, comparado ao das demais regionais, destacando-se,
135
também, as regionais Noroeste e Oeste com volumes significativos. Salienta-se que a
distribuição espacial que, em 2000, parecia concentrar mais idosos em algumas
regionais, sugere uma distribuição mais uniforme da população idosa em 2010, quando
os idosos se distribuem nas regionais, representando sempre entre 9% e 13%. Todas as
regionais, no entanto, apresentaram aumento no volume e no percentual de idosos em
sua população total. A crescente participação do grupo de 60 anos e mais no total
populacional demandará ações sociais e políticas públicas específicas para atender
as necessidades desse grupo.
Uma das formas de se conhecer as situações de vulnerabilidade pelas quais
passam esse segmento populacional é realizar a análise de informações da ficha de
Denúncia de Violação de Direitos registrados pela Central de Direitos Humanos
(Disque 100) e encaminhadas à Diretoria de Proteção Social Especial da Subsecretaria
de Assistência Social - SUASS, no ano de 2017. Tal análise possibilita apontar aspectos
sobre a incidência de violência contra a pessoa idosa que merecem a atenção das
proteções sociais, cumprindo um objetivo da vigilância socioassistencial.
No ano de 2017, foram encaminhados para a SUASS 728 denúncias de violações
de direitos. Os dados da tabela abaixo demonstram como a grande maioria das
denúncias tratava de violência contra a população idosa, representando 77,1% do total.
Tabela 42 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo
Disque Direitos Humanos por público – BH/ 2017
Público
Número de denúncias
encaminhadas para a
SUASS
%
Pessoa com
deficiência 98 13,5
Pessoa idosa 561 77,1
Saúde mental 67 9,2
Não informado 2 0,3
Total 728 100,0
Fonte: Disque Denúncia Direitos Humanos. Jan a set/2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/
SMASAC-PBH.
Na tabela a seguir, pode-se verificar que o maior número de notificações foi de
violência contra pessoas da faixa etária dos 60 aos 80 anos (64,5%), seguidos de
pessoas da faixa etária de 81 a 99 anos (34,6%).
136
Tabela 43 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo
Disque Direitos Humanos por faixa etária – BH/ 2017
Faixa Etária Número de
Violações %
De 60 a 80 anos 362 64,5
De 81 a 99 anos 194 34,6
100 anos 4 0,7
106 anos 1 0,2
Total 561 100,0
Fonte: Disque Denúncia Direitos Humanos. Jan a set/2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/
SMASAC-PBH
Outra fonte de dados do SUAS-BH que coleta informações sobre a incidência de
violações de direitos contra a população idosa é o SIGPS. Foram analisados os dados de
acompanhamento deste público inserido no Serviço de Proteção Social Especial para
Famílias e Indivíduos - PAEFI - no ano de 2017. Neste ano foram acompanhadas 662
famílias com pessoas idosas vítimas de violação de direitos pelo Serviço em Belo
Horizonte, sendo que destes 301 correspondem a novos casos inseridos.
Os dados do Serviço apontam que as principais violações de direitos
identificadas nos casos acompanhados foram: negligência, com 35,2% dos casos;
violência psicológica, que representou 24,9% do total; violência física, com 13,7% das
ocorrências; e autonegligência e abandono, representando 9,3% e 8,7% respectivamente
do total de ocorrências.
Tabela 44 - Incidência dos tipos de violação de direitos contra a pessoa idosa
nos casos acompanhados pelo PAEFI – BH/ 2017
Violação Número %
Abandono 73 8,7
Autonegligência 78 9,3
Negligência 296 35,2
Violência 18 2,1
Violência Física 115 13,7
Violência Moral 5 0,6
Violência Patrimonial 46 5,5
Violência Psicológica 210 24,9
137
Violência Sexual 1 0,1
Total 842 100,0
Fonte: SIGPS -2017. Elaboração: GVISO - 2018Nota da tabela: Total de Idosos Acompanhados: 662
O número de idosos acompanhados difere do total de idosos da tabela (842),
porque um mesmo idoso pode estar sendo acompanhado por ser vítima de mais de um
tipo de violação.
Dentre as ofertas do SUAS-BH para a população idosa, pode-se destacar
também o Programa Maior Cuidado, executado nos CRAS de forma complementar ao
trabalho social com famílias desenvolvido pelo PAIF. Esse Programa consiste no
cuidado domiciliar de rotina a idosos semidependentes e dependentes que vivenciam
situações de vulnerabilidade social pela fragilização de vínculos familiares,
comunitários e sociais. Esta estratégia de atendimento contribui para a prevenção de
situações de violação de direitos contra os idosos. A tabela a seguir apresenta os dados
de atendimento do programa no ano de 2017.
Tabela 45 - Idosos atendidos pelo Projeto Cuidador/Programa Maior
Cuidado - Belo Horizonte - 2017
Idosos Total %
Atendidos 683 74,7
Dependentes 251 -
Semi dependentes 432 -
Inseridos 231 25,3
Total 914 100,0
Fonte: Diretoria de Proteção Social Básica – DPSO – 2018. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/
SMASAC-PBH
Destaca-se que nos casos em que há um agravamento da situação de violação de
direitos da pessoa idosa, com rompimento dos vínculos familiares e, ou perda da
capacidade de sobrevivência, podem ser adotadas medidas de proteção como o
acolhimento institucional. Os dados do Censo SUAS 2017 apontaram que no ano de
2017 haviam 764 idosos em situação de acolhimento institucional na rede
socioassistencial do município. O perfil dos acolhidos aponta maior quantidade de
mulheres com mais de 79 anos e entre 60 e 79 anos em situação de acolhimento,
seguido por homens na faixa etária de 60 a 79 anos.
138
Tabela 46 - Número de pessoas idosas acolhidas em Instituições de Longa
Permanência por recorte etário – BH/ 2017
Sexo Faixa Etária
22 - 59 Anos 60 - 79 Anos + 79 Anos Total
Masculino 2 121 67 190
Feminino 2 231 341 574
Fonte: Censo SUAS 2017/MDS. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH
3.3.10. Exploração do trabalho infanto-juvenil no município
O termo “trabalho infantil”47
refere-se às atividades econômicas e, ou atividades
de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, remuneradas ou não, realizadas por
crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 (dezesseis) anos, ressalvada a condição
de aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos, independentemente da sua condição
ocupacional. Para efeitos de proteção ao adolescente trabalhador será considerado todo
trabalho desempenhado por pessoa com idade entre 16 e 18 anos e, na condição de
aprendiz, de 14 a 18 anos, conforme definido pela Emenda Constitucional nº 20, de 15
de dezembro de 1998.
Toda a legislação mencionada está consonância com as atuais disposições da
Convenção dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), e das
Convenções nº 138 e nº 182, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na
Convenção da ONU de 1989, o art. 32 estabelece que não será permitido nenhum tipo
de exploração econômica da criança (até os 18 anos), considerando como exploração
qualquer espécie de trabalho que prejudique a escolaridade básica. A Convenção nº 138
da OIT, assinada pelo Brasil em 28 de junho de 2001, estabelece que todo país
signatário da OIT, deve especificar a idade mínima para admissão ao emprego ou
trabalho em qualquer ocupação.
O Brasil ratificou em 2 de fevereiro de 2000 a Convenção nº 182 da OIT, que
estabelece que os Estados-membros devem tomar medidas imediatas e eficazes para
erradicar as Piores Formas de Trabalho infanto-juvenil, classificadas em quatro
categorias:
47
Fonte: Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente
Trabalhador / Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (CONAETI,2015,p.6).
139
a) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, como vendas e
tráfico de crianças, sujeição por dívida e servidão, trabalho forçado ou compulsório,
inclusive recrutamento forçado ou compulsório de crianças para serem uti lizadas em
conflitos armados;
b) utilização, procura e oferta de criança para fins de exploração sexual, de produção de
material pornográfico ou espetáculos pornográficos;
c) utilização, procura e oferta de crianças para atividades ilícitas, particularmente para
produção e tráfico de drogas, conforme definidos nos tratados internacionais;
d) trabalhos que, por sua natureza ou pelas circunstâncias em que são executados, são
suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança e a moral da criança.
A Convenção 182 da OIT estabelece que cada país signatário deve elaborar a
descrição dos trabalhos que por sua natureza ou pelas condições em que são realizados,
são suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança ou a moral das crianças e, portanto,
devem ser proibidos. Nesse sentido, o governo brasileiro aprovou o Decreto nº 6.481, de
12 de junho de 2008, que define a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista
TIP), anteriormente descrita pela Portaria 20/2001 da Secretaria de Inspeção do
Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. O Decreto estabelece que a
Lista TIP será revista periodicamente, se necessário, mediante consulta com as
organizações de empregadores e trabalhadores interessadas.
Os avanços no ordenamento jurídico brasileiro sobre o fenômeno precisam,
portanto, ser contemplados nas Políticas Públicas, sobretudo na Política de Assistência
Social, lócus institucional do PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. A
consolidação desses avanços esbarra ainda nas inadequações e limitações dos
mecanismos responsáveis por assegurar o cumprimento dessa legislação. Ao mesmo
tempo, a proposição de implantação da legislação tem gerado com certa frequência
riscos de retrocessos no que diz respeito à consolidação desta concepção e arcabouço
normativo relativo à proteção dos direitos de crianças e adolescentes.
Para levantar dados sobre o trabalho infantil no município foram utilizados
dados do Censo IBGE 2010. Entretanto, para a interpretação destes dados sobre crianças
e adolescentes em situação de trabalho infantil em Belo Horizonte, deve-se considerar a
metodologia utilizada pelo Censo IBGE de 2010, baseada em categorias que guardam
diferenças em relação ao conceito descrito acima. O mapa de indicadores
140
selecionados48
no Censo envolve informações demográficas sobre pessoas de 10 a 17
anos de idade ocupadas na semana de referência, no que concerne a trabalho e
educação. Neste mapa, entende-se por trabalho infantil “aquele que não se enquadra nas
condições definidas na legislação brasileira como admissível para ser realizado por
pessoas de menos de 18 anos de idade” (IBGE,2013; p.12).
Cabe ressaltar a nota elaborada pelo instituto sobre a investigação do tema
trabalho no Censo IBGE de 2010, destaca que esta não foi destinada a captar todas as
condições definidas na legislação para caracterizar o trabalho admissível para crianças e
adolescentes, a fim de separar aqueles efetivamente em trabalho infantil. Entretanto,
permite estimar o contingente de crianças e adolescentes ocupados de 10 a 17 anos de
idade e, ainda, identificar a parcela empregada com carteira de trabalho assinada, que é
uma das condições exigidas pela legislação que rege a proteção trabalhista dos menores
de idade para a sua admissão em emprego.
Considerou-se como trabalho, aquela atividade econômica exercida através de:
a) Ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios
(moradia, alimentação, roupas, treinamento etc.) na produção de bens ou
serviços;
b) Ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios (moradia, alimentação,
roupas, treinamento etc.) no serviço doméstico;
c) Ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, desenvolvida
em ajuda na atividade econômica, no setor privado, de morador do
domicílio; ou
d) Ocupação desenvolvida na produção de bens, compreendendo as atividades
da agricultura, pecuária, caça, produção florestal, pesca e aquicultura,
destinados somente à alimentação de, pelo menos, um morador do domicílio.
(IBGE/2013)
Desta forma, o conceito de trabalho infantil encontra-se associado à noção de
ocupação nos termos apontados acima. Foi considerada como pessoa ocupada, aquela
que exerceu algum trabalho durante pelo menos uma hora completa na semana de
48
- IBGE. Mapa de indicadores selecionados do trabalho infantil. Disponível em:
http://censo2010.ibge.gov.br/apps/trabalhoinfantil/Trabalho%20Infantil%20-%20Notas%20tecnicas.pdf
141
referência; ou a pessoa que tinha trabalho remunerado do qual estava temporariamente
afastada nessa semana.
Passando para os dados levantados, tem-se que, de acordo com o Censo 2010, o
município de Belo Horizonte apresentava nesse ano 26.631 crianças e adolescentes, na
faixa etária entre 10 e 17 anos, em situação de trabalho infantil. Apontou, assim, uma
redução de 8,28%, uma vez que o Censo do ano 2000 apresentou o dado de 29.034
crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no município. Vale observar
que no censo demográfico não há informações sobre Trabalho Infantil na faixa etária de
5 a 9 anos. Apesar dos Censos Demográficos possuírem a vantagem de terem o
município como unidade mínima de análise, possuem a limitação de contemplar o
Trabalho Infantil realizado apenas por crianças entre 10 e 17 anos. Além disso, a
periodicidade decenal do Censo impede um estudo mais minucioso da tendência do
Trabalho Infantil, dada a sua significativa oscilação, no curto prazo (de um ano para
outro). Dessa forma, os dados apresentados aqui se referem apenas à faixa etária de 10 a
17 anos, contemplando o ano de 2010.
Tabela 47 - Nº de crianças e adolescente na faixa etária de 10 a 17 anos, em
situação de trabalho infantil, no município de Belo Horizonte – Ano: 2010
Pessoas/Faixa etária
Total de pessoas
Pessoas de 10 a 13 anos de idade, ocupadas na semana de referência 3.818
Pessoas de 14 ou 15 anos de idade, ocupadas na semana de referência 5.721
Pessoas de 16 ou 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência 17.092
TOTAL: Pessoas de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de
referência
26.631
Homens/ Faixa etária Total de homens
Homens de 10 a 13 anos de idade, ocupados na semana de referência 2.042
Homens de 14 ou 15 anos de idade, ocupados na semana de referência 3.367
Homens de 16 ou 17 anos de idade, ocupados na semana de referência 9.393
TOTAL: Homens de 10 a 17 anos de idade, ocupados na semana de
referência
14.802
Mulheres/ Faixa etária Total de mulheres
Mulheres de 10 a 13 anos de idade, ocupadas na semana de referência 1.776
Mulheres de 14 ou 15 anos de idade, ocupadas na semana de referência 2.354
Mulheres de 16 ou 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência 7.700
142
TOTAL: Mulheres de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de
referência
11.829
Fonte: Censo IBGE 2010. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH
O gráfico abaixo demonstra a distribuição de crianças e adolescentes entre 10 e
17 anos de idade, ocupadas na semana de referência nas nove regionais do município.
As regionais com maior porcentagem para faixa etária entre os 16 e 17 anos são
respectivamente: Barreiro, Norte e Venda Nova. Já entre as crianças e adolescentes
entre 10 e 15 anos, sobressaem-se as regionais Venda Nova, Barreiro e Nordeste,
respectivamente. De uma forma geral, as regionais Barreiro e Venda Nova concentram
as maiores taxas para as duas faixas etárias, conforme destaca o gráfico abaixo.
Gráfico 42 - Percentual de trabalho infantil por grupo etário /Regional
administrativa 2010
Fonte: SMPL/2013 - Elaboração: GVISO/SUASS- 2018
Por fim, vale ressaltar a necessidade de realização de estudos específicos sobre o
trabalho infantil em Belo Horizonte, que possibilitem conhecer com maior profundidade
como se dá esse fenômeno para, a partir daí, planejar estratégias mais eficazes de
combate. No âmbito do SUAS-BH, destaca-se que está em desenvolvimento um
processo de revisão do Protocolo das Ações de Erradicação do Trabalho Infantil
(Protocolo PETI), que tem como objetivo potencializar as ações de identificação desse
público, ampliar as ações de prevenção, e definir fluxos para a garantia da proteção
integral de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil.
143
4. MAPEAMENTO E COBERTURA DA REDE SOCIOASSISTENCIAL
Segundo a Norma Operacional Básica do SUAS de 2012, a rede
socioassistencial é um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade,
que oferta serviços, programas, projetos e benefícios, o que supõe a articulação entre
todas as unidades de provisão de proteção social. Belo Horizonte, por ser uma
metrópole, deve ter uma rede socioassistencial robusta, ou seja, contar com todos os
serviços considerados necessários ao atendimento da população, de acordo com os
níveis de complexidade estabelecidos na Política Nacional de Assistência Social –
PNAS/2004 – Proteção Social Básica e Especial, que devem garantir as seguranças de
sobrevivência, acolhida e de convívio ou vivência familiar e comunitária em cada uma
de suas ações. As ações desenvolvidas devem ainda articular e integrar a transferência
de renda e os benefícios com os serviços socioassistenciais.
4.1. Mapeamento e cobertura da rede socioassistencial de Proteção Social
Básica – PSB
4.1.1. Serviços de Proteção Social Básica
No âmbito da Proteção Social Básica, as ações destinam-se à população que vive
em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, ausência de renda,
privações, acesso precário ou nulo aos serviços e fragilização de vínculos afetivos
relacionais e de pertencimento. Seu objetivo é a prevenção de situações de risco por
meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e o fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários.
As ações desse nível de proteção devem ser executadas de forma direta nos
Centros de Referência de Assistência Social - CRAS, unidades públicas estatais
municipais, de base territorial, bem como de forma indireta através de parcerias com
entidades e organizações da sociedade civil na área de abrangência dos CRAS. A
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, aprovada pela Resolução CNAS nº
109/2009, define três tipos de serviços no âmbito da Proteção Social Básica: Serviço de
Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF; Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos (para crianças, adolescentes, adultos e idosos); e o Serviço
de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas.
144
Belo Horizonte possui atualmente em sua rede de Proteção Social Básica
governamental 34 CRAS com a oferta do PAIF, que referenciam 179.393 famílias em
territórios que concentram incidência de vulnerabilidade social. Nos CRAS são
ofertados também o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV por
meio da parceria com cinco entidades que compõem a rede socioassistencial do
município. Destaca-se, ainda, a oferta do Programa Maior Cuidado em vinte e seis
territórios de CRAS que, em articulação com os Centros de Saúde promovem cuidado
no domicílio para famílias com pessoas idosas com quadro de semidependência e
dependência em contextos de vulnerabilidade social.
Destaca-se que o munícipio possui uma especificidade de cobertura de proteção
social básica, para além dos serviços tipificados nacionalmente. Essa oferta se encontra
estruturada nas nove regionais por meio da atenção socioassistencial ao público
prioritário da política de assistência social realizada por 9 equipes de Proteção Social
Básica Regional e 9 equipes de Transferência de Renda e Cadastro Único. Ainda a
execução do Serviço de Proteção Social para Pessoas com Deficiência – SPSPD, o qual
objetiva a prevenção de situações de exclusão e isolamento social por meio do
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários com vistas à inclusão social,
equiparação de oportunidades e participação por meio do desenvolvimento da
autonomia mediante acompanhamento sociofamiliar e articulação com a rede
socioassistencial e demais políticas públicas. Como estratégia de qualificação da
atenção desse serviço, é realizado o Programa “Mala Lúdica” em parceria com a rede
socioassistencial.
Outro serviço ofertado é o serviço de Atendimento ao Migrante, que possui uma
equipe multiprofissional de Analistas de Políticas Públicas que oferece ações de
acolhida, atendimento, orientação, encaminhamento e articulação com a rede
socioassistencial do SUAS BH e com os demais municípios. Conta com a retaguarda
dos serviços de acolhimento institucional da alta complexidade nas ações de acolhida às
pessoas em contexto de migração presentes na cidade. E, ainda, com a retaguarda da
passagem para retorno à cidade de origem na perspectiva da proteção social e retorno ao
convívio familiar.
145
4.1.2. Programas e Projetos de Proteção Social Básica
Com objetivo de qualificar a atenção socioassistencial dos serviços, o SUAS BH
conta com a oferta de programas e projetos de proteção social. Os programas e projetos
são executados por meio de parceria com a rede socioassistencial e integram as ações de
proteção social básica e especial na perspectiva da prevenção à ocorrência de situações
de vulnerabilidade e risco sociais.
Programa de Integração ao Mundo do Trabalho – ACESSUAS
O Programa ACESSUAS trabalho visa promover ações de articulação,
mobilização e encaminhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade e, ou, risco
social para garantia do direito de cidadania e inclusão no mundo do trabalho, por meio
do acesso a cursos de qualificação e formação profissional, ações de inclusão produtiva
e serviços de intermediação de mão de obra.
As ações desenvolvidas consistem no aprimoramento de fluxos e de acesso do
público prioritário do SUAS às ofertas do programa, tais como realização de oficinas e
palestras que abordam temas relacionados ao mundo do trabalho, dentre elas, micro
empreendedorismo individual, elaboração de currículos, mapeamento de oportunidades
e trajetória de percurso dos usuários no mundo do trabalho.
Programa de Promoção do Adolescente Trabalhador – PPAT
Programa socioeducativo de aprendizagem pela via do trabalho ofertado para
adolescentes de 16 a 18 anos encaminhados pelos serviços de proteção social básica e
proteção social especial.
O objetivo do Programa se constitui no fomento ao desenvolvimento pessoal e
profissional dos adolescentes por meio da formalização de contratos de trabalho, com
remuneração de 01 (um) salário mínimo, pelo período de 2 anos. Estes adolescentes
exercem trabalho protegido no poder executivo municipal em suas diversas secretarias e
contam com ações pedagógicas e de formação profissional.
146
Programa de Qualificação Profissional
Ação vinculada ao Programa Municipal de Qualificação Emprego e Renda –
PMQER que organiza e estabelece diretrizes para ofertas de qualificação profissional
realizadas no município. No âmbito da assistência social, são disponibilizadas vagas em
cursos de qualificação profissional nas modalidades básica, aperfeiçoamento e ações
formativas de apoio. O Programa é executado em parceria com organizações da
sociedade civil integrantes da rede socioassistencial.
Essa oferta possui como escopo possibilitar melhores condições de ingresso no
mundo do trabalho e acesso à renda do público prioritário da política de assistência
social.
Programa de Intermediação de Mão de Obra da Pessoa com Deficiência –
PROMETI
Com base na Lei Federal, n.º 8.213 de 24/07/1991 e no Decreto Federal 3.298 de
20/12/1999, que dispõe sobre reserva de 2% a 5% de vagas em empresas com mais de
100 funcionários para pessoas com deficiência, o Programa desenvolve ações de
intermediação de mão-de-obra de pessoas com deficiência encaminhadas pelos serviços
de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial junto às empresas. São celebrados
termos de cooperação técnica entre a SUASS e as empresas.
4.1.3. Mapa da rede socioassistencial de Proteção Social Básica
O mapa abaixo apresenta a localização dos CRAS nas nove regionais
administrativas de Belo Horizonte, bem como aponta a localização de 114 unidades de
oferta do SCFV que integram a rede socioassistencial do município49
.
49 Observação: os dados de serviço de convivência correspondem aos coletados por meio do Censo SUAS 2016.
Importante ressaltar que a SUASS realizará uma revisão da forma de registro desses serviços, com o objetivo de
adequá-los ao disposto nas normativas do SUAS e, ou estimular o processo de reordenamento das ofertas, quando
necessário.
147
Mapa 3 - Localização dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS e
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)
Fonte: Prodabel/Censo SUAS. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH
148
4.1.4. Transferência de Renda e Cadastro Único
Além da oferta dos serviços e programas socioassistenciais, a Proteção Social
Básica coordena o CadÚnico e as ações de transferência de renda com destaque para o
Programa Bolsa Família, conforme dados a seguir.
Em relação à distribuição das famílias cadastradas nas regionais administrativas,
como pode ser verificado na tabela a seguir, as regionais Venda Nova e Norte possuem
os maiores percentuais em torno de 13%, seguidas das regionais Barreiro e Nordeste
com percentuais aproximados de 12%. Essas quatro regionais totalizam pouco mais da
metade dos cadastrados. A Pampulha registra o menor percentual, um número próximo
ao de endereços não georreferenciados. A Centro-Sul é a segunda regional com o menor
número de cadastrados. Este cenário territorial da distribuição da população no tocante
ao acesso à renda, desenhado pelos dados do CadÚnico, é confirmado por outras fontes
de informação, tais como o IBGE.
Tabela 48 - Famílias cadastradas no CadÚnico por regional – Belo Horizonte
- 2017
Regional Famílias cadastradas % Cadastradas
Barreiro 18.233 12,58
Centro-Sul 11.996 8,27
Leste 13.044 9,00
Nordeste 17.126 11,81
Noroeste 12.783 8,82
Norte 19.048 13,14
Oeste 13.633 9,40
Pampulha 10.102 6,97
Venda Nova 19.456 13,42
End. não georreferenciado 9.551 6,59
Total 144.972 100,00 Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017
Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração GVISO
149
Mapa 4 - Distribuição famílias cadastradas no Cadastro Único no município de
Belo Horizonte por regionais administrativas
Fonte: Prodabel/GVISO (2018)
A tabela a seguir permite verificar que as regionais com os maiores percentuais
de beneficiários do PBF são Norte e Venda Nova (em torno de 15%). Os menores
150
índices de beneficiários foram encontrados nas regionais Pampulha e Noroeste (em
torno dos 6%). A distribuição dessas famílias no território municipal pode ser
visualizada no mapa 4.
Tabela 49 - Famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família por Regional - BH-
2017
Regional Famílias
Beneficiárias
%
Beneficiárias
Barreiro 6.133 11,03
Centro-Sul 6.290 11,31
Leste 5.191 9,33
Nordeste 5.508 9,90
Noroeste 3.426 6,16
Norte 8.365 15,04
Oeste 4.032 7,25
Pampulha 3.421 6,15
Venda Nova 8.012 14,41
End. não
georreferenciado 5.240 9,42
Total 55.618 100,00
Fonte: Caixa Econômica Federal. Novembro/2017. (Beneficiários PBF). Elaboração: GVISO/DGAS-
SUASS/PBH
A partir da tabela abaixo é possível verificar que a regional com maior cobertura
de beneficiários é a Centro-Sul, onde mais da metade dos cadastrados no CadÚnico é
beneficiária do Bolsa Família (52,43%). Em contrapartida, as regionais Noroeste e
Oeste possuem os piores índices de cobertura.
Tabela 50 - Famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família em relação às
famílias cadastradas por Regional - BH- 2017
Regional Famílias
Cadastradas
Famílias
Beneficiárias
% de
beneficiários em
relação aos
cadastrados
Barreiro 18.233 6.133 33,63
Centro-Sul 11.996 6.290 52,43
Leste 13.044 5.191 39,79
Nordeste 17.126 5.508 32,16
Noroeste 12.783 3.426 26,80
Norte 19.048 8.365 43,91
Oeste 13.633 4.032 29,57
151
Pampulha 10.102 3.421 33,86
Venda Nova 19.456 8.012 41,18
End. não
georreferenciado 9.551 5.240
-
Total 144.972 55.618 -
Fonte: Caixa Econômica Federal. Novembro/2017. (Beneficiários PBF). Elaboração: GVISO/DGAS-
SUASS/PBH
152
Mapa 5 – Distribuição das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família
Fonte: INSS – outubro/2017. Elaboração: GVISO-SUASS/BH
153
Outra oferta importante, referente ao campo dos benefícios socioassistenciais, é
o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ele é um benefício individual, não vitalício
e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário mínimo ao idoso,
com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência (PCD), de qualquer
idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas. Em ambos os casos, devem comprovar não possuir meios de garantir o próprio
sustento, nem o ter provido por sua família. A renda mensal familiar per capita deve ser
inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente.
A tabela abaixo mostra a distribuição dos seus beneficiários por regional
administrativa:
Tabela 51 - Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) por
regional e tipo de beneficiário de Belo Horizonte
REGIONAIS BPC - Idoso BPC -PcD* Total %
Barreiro 2.383 2.402 4.785 12,33
Centro-Sul 1.230 1.216 2.446 6,30
Leste 2.086 1.832 3.918 10,09
Nordeste 2.588 2.237 4.825 12,43
Noroeste 2.771 1.934 4.705 12,12
Norte 2.241 2.063 4.304 11,09
Oeste 2.255 1.942 4.197 10,81
Pampulha 1.739 1.186 2.925 7,53
Venda Nova 2.809 2.541 5.350 13,78
Endereço Não
Georreferenciado
445 907 1.352 3,48
TOTAL 20.547 18.260 38.807 100,00 Fonte: INSS – outubro/2017. Elaboração: GVISO-SUASS/BH
*PcD: pessoa com deficiência
A tabela acima permite verificar que as regionais com os maiores percentuais de
beneficiários do BPC são Venda Nova, Nordeste, Barreiro e Noroeste. Os menores
índices de beneficiários foram encontrados nas regionais Pampulha e Centro-Sul. A
distribuição dessas famílias no território municipal pode ser visualizada no mapa 5.
Já a tabela a seguir mostra que o número de beneficiários, tanto idosos quanto
pessoas com deficiência, é expressivamente maior fora da área CRAS, ou seja, 24.868
versus 12.587, os de área CRAS conferem 33,6% do total, enquanto aqueles fora de
154
território CRAS representam 66,4% do montante. Sabe-se que o município conta com
um número de 34 CRAS, número insuficiente para atender o escopo da Proteção Social
necessária, fato que possivelmente explique o alto índice de beneficiários fora dos
territórios de CRAS.
Tabela 52 - Total de beneficiários do BPC residentes em área CRAS e fora de área CRAS
por Regional - BH - 2017
Regional Total de beneficiários do BPC residentes em área
CRAS
Total de beneficiários do
BPC residentes fora de
área CRAS
Total de beneficiários do
BPC residentes na
regional
Nome do CRAS Idoso PcD Total
por
CRAS
Total
das
áreas
CRAS
Idoso PcD Total
fora de
área
CRAS
Idoso PcD Total
Regional
Barreiro
CRAS
Independência 164 215 379
1.114 1.901 1.770 3.671 2383 2.402 4.785 CRAS Petrópolis 152 249 401
CRAS Vila
Cemig 166 168 334
Centro-Sul
CRAS Vila Santa
Rita de Cássia 104 174 278
954 836 657 1.493 1.230 1216 2.446
CRAS Vila
Nossa Senhora
de Fátima
142 183 325
CRAS Vila
Marçola 149 202 351
Leste
CRAS Alto Vera
Cruz 206 248 454
1.406 1.487 1.024 2.511 2.086 1.832 3.918
CRAS Granja de
Freitas 63 133 196
CRAS Mariano
de Abreu 193 192 385
CRAS Taquaril 136 235 371
Nordeste
CRAS Arthur de
Sá-União 188 130 318
1.057 2.085 1.683 3.768 2.588 2.237 4.825 CRAS Conjunto
Paulo VI 148 171 319
CRAS Vila
Maria 167 253 420
Noroeste
CRAS Vila
Califórnia 152 115 267
1.880 1.741 1.084 2.825 2.771 1.934 4.705
CRAS Coqueiral 277 187 464
CRAS Pedreira
Prado Lopes 193 196 389
CRAS Vila
Senhor Dos
Passos
244 200 444
CRAS Sumaré 164 152 316
Norte
CRAS Novo
Aarão Reis 279 302 581
2.385 1.072 847 1.919 2.241 2.063 4.304
CRAS Conjunto
Jardim
Felicidade
201 197 398
CRAS
Providência 268 267 535
155
CRAS Vila
Biquinhas 245 251 496
CRAS Zilah
Spósito 176 199 375
Oeste
CRAS Havaí
Ventosa 187 249 436
1.339 1.660 1.198 2.858 2.255 1.942 4.197
CRAS Morro
Das Pedras 92 110 202
CRAS Vila
Antena 137 187 324
CRAS Vista
Alegre 179 198 377
Pampulha
CRAS Confisco 203 168 371
1.206 1.082 637 1.719 1.739 1.186 2.925
CRAS Novo
Ouro Preto 134 100 234
CRAS Santa
Rosa 137 101 238
CRAS Vila São
José 183 180 363
Venda
Nova
CRAS Vila
Apolônia 227 230 457
1.246 2.158 1.946 4.104 2.809 2.541 5.350 CRAS Lagoa 225 184 409
CRAS
Mantiqueira 199 181 380
TOTAL Total
6.080 6507 12.587 12.587 14.022 10.846 24.868 20.102 17.353 37.455
Fonte: INSS/out 2017
Elaboração: GVISO- SUASS/BH
156
Mapa 6 – Distribuição dos beneficiários do BPC
Fonte: Prodabel/GVISO (2018)
157
4.2. Mapeamento e cobertura da rede socioassistencial de Proteção Social
Especial – PSE
As ações de Proteção Social Especial correspondem ao nível de complexidade
do SUAS de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se
encontram em situação de risco pessoal e social e/ou em situação de violação de
direitos. Suas atenções são organizadas em dois níveis – a Proteção Social Especial de
Média e de Alta Complexidade.
4.2.1. Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade
A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais estabelece cinco tipos de
serviços para a Proteção Social Especial de Média Complexidade: o Serviço de Proteção
e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI; Serviço Especializado
em Abordagem Social; Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua;
Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa
de Liberdade Assistida – LA e de Prestação de Serviços à Comunidade – PSC e,
Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos (as) e suas
Famílias.
As ações no âmbito da média complexidade, segundo a PNAS/2004, devem ser
executadas de forma direta nos Centros de Referência Especializados de Assistência
Social – CREAS e/ou através da rede parceira.
Belo Horizonte possui a sua rede de Proteção Social Especial de Média
Complexidade organizada com as seguintes unidades conforme mapa a seguir:
158
Mapa 7 – Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Média
Complexidade – 2017
Fonte: Prodabel/GVISO (2018)
159
4.2.2. Ações estratégicas de Proteção Social Especial de Média
Complexidade
Caracterizam-se como atenções socioassistenciais desenvolvidas no município
referentes à identificação de fenômenos de risco social, que demandam estratégias
específicas e complementares.
a) Acompanhamento sociofamiliar / Bolsa moradia: Compreende a oferta de
atendimento/acompanhamento socioassistencial pelos serviços de Proteção
Social Básica e Proteção Social Especial, no âmbito do SUAS, às famílias e
indivíduos em situação de risco pessoal e social em decorrência de trajetória de
vida nas ruas e que são beneficiárias do Programa Municipal Bolsa Moradia. A
cada beneficiário é concedido, pela Companhia Urbanizadora e de Habitação
de Belo Horizonte (URBEL), o valor de R$500,00 (quinhentos reais) mensais
para subsidiar a locação de imóvel. Por meio de uma gestão intersetorial, cabe à
Política Municipal de Assistência Social assegurar o
acompanhamento socioassistencial aos beneficiários do Programa Bolsa
Moradia com o objetivo de prover atenções e orientações que visam ao
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, da função protetiva da
família/indivíduo e a promoção de direitos no processo de superação da situação
de vida nas ruas. A Política Municipal de Assistência Social conta, em junho de
2018, com 290 benefícios destinados às famílias e indivíduos com trajetória de
vida nas ruas.
b) Ações Estratégicas de Erradicação do Trabalho Infantil – AEPETI: Crianças,
adolescentes e suas famílias são acompanhadas pela Prefeitura Municipal de
Belo Horizonte, em distintos serviços das Políticas de Assistência Social, Saúde,
Cultura e Esportes e Lazer quando em situação de trabalho infanto-juvenil. No
âmbito do SUAS/BH, as Ações Estratégicas do PETI – do Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil apresentam-se como ações de caráter
estratégico no sentido de assegurar, além da transferência direta de renda às
famílias, por meio da integração com o Programa Bolsa Família, a interface com
os demais serviços socioassistenciais. O PETI possui basicamente cinco eixos de
atuação que compreendem desde (I) Informação e sensibilização acerca do
160
fenômeno, (II) Identificação das crianças e adolescentes em situação de trabalho
infanto-juvenil, especialmente pela atuação do Serviço Especializado em
Abordagem Social (SEAS); (III) Proteção Social, mediante a orientação e
acompanhamento às famílias, por meio de dois serviços, o serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), que objetiva a
superação da situação de violação de direitos, e o serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família (PAIF), que visa à prevenção em relação ao
fenômeno com a inclusão das crianças e adolescentes no serviço de Convivência
e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), Escola Integrada e Trabalho Protegido.
No eixo (IV) Defesa e responsabilização compreendem o apoio e
acompanhamento das ações desenvolvidas pela Superintendência Regional do
Trabalho, Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. O quinto
eixo é o (V) Monitoramento do fenômeno no município e das ações para o seu
enfrentamento. Além disso, destacam-se as ações de retaguarda, por meio da
articulação com órgãos e instituições, que visam o desenvolvimento de toda a
família, por meio do Programa de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho -
Acessuas Trabalho na busca da autonomia das famílias usuárias da Política de
Assistência Social, por meio da integração ao mundo do trabalho e ao Trabalho
Aprendiz, que assegura o início da vida profissional de forma qualificada e
acompanhada para os adolescentes a partir de 14 anos.
4.2.3. Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade
Quanto à Proteção Social Especial de Alta Complexidade, a Tipificação estabelece
os seguintes serviços e modalidades:
a) Serviço de Acolhimento Institucional, nas modalidades: abrigo institucional,
Casa-Lar, Casa de Passagem, Residência Inclusiva;
b) Serviço de Acolhimento em República;
c) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;
d) Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.
161
a) Família Acolhedora
O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora é uma modalidade de
acolhimento familiar executado desde 2009, pela Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei
8.069/90, sendo esta modalidade apontada como preferencial em relação ao acolhimento
institucional (art.34).
Regulamentam este Serviço no âmbito nacional, o Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e
Comunitária - Resolução Conjunta CNAS/CONANDA, nº 1 de 13 de dezembro de
2006; as Orientações Técnicas do Conanda/CNAS - Resolução Conjunta
CONANDA/CNAS 01/2009; a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais-
Resolução nº 109/2009. No município este Serviço é regulamentado pela Resolução
Conjunta CMDCA/CMAS nº 01 de 2014, e pela Lei 10.871 de 2015.
O Serviço Família Acolhedora objetiva garantir o direito à convivência familiar
e comunitária, promovendo o acolhimento familiar de crianças e adolescentes na faixa
etária de 0 a 18 anos incompletos, em situação de risco pessoal e social, afastadas de
suas famílias, oferecendo apoio, orientação e acompanhamento sociofamiliar aos grupos
familiares envolvidos.
Nesse sentido, apresenta-se como especialmente adequado ao acolhimento de
crianças e adolescentes com possibilidade de reintegração familiar, uma vez que
“propicia o atendimento em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada e
convivência comunitária, permitindo a continuidade da socialização da
criança/adolescente” (CONANDA, p. 82).
A organização e funcionamento deste Serviço ocorrem em consonância com as
normativas vigentes, sendo que as crianças e/ou adolescentes no âmbito do SUAS/BH,
são identificados em dois grupos com caraterísticas específicas:
- Modalidade I: crianças e/ou adolescentes retirados da guarda dos pais ou responsáveis,
por meio de medida protetiva de acolhimento e com possibilidade de reintegração
familiar. Seus objetivos são: Oferecer proteção integral em ambiente familiar, a crianças
e adolescentes, buscando alcançar a convivência familiar através da reintegração em
família de origem, integração em família extensa e /ou ampliada ou colocação em
família substituta (acolhimento é de curta duração).
- Modalidade II: crianças e/ou adolescentes, com ou sem histórico de institucionalização
162
e afastados do convívio familiar, sem possibilidade de retorno à família de
origem/extensa ou ampliada, atestada no momento a inexistência de postulantes à
adoção nacional ou internacional.
Objetivo: Oferecer proteção integral em ambiente familiar, a crianças e adolescentes
com ou sem histórico de institucionalização, que no momento não apresentam nenhuma
possibilidade de reintegração/integração familiar ou colocação em família substituta
(acolhimento de longa duração, podendo se estender até a maioridade).
4.2.4 Ações estratégicas de Proteção Social Especial de Alta Complexidade
Caracterizam-se como atenções socioassistenciais desenvolvidas no município
referentes à proteção social para situações de violação de direitos que demandam
estratégias específicas e complementares.
a) PROFEG
O Programa Família Extensa Guardiã – PROFEG, foi instituído no município de
Belo Horizonte, no âmbito do SUAS/BH, em 19 de dezembro de 2017, por meio do
Decreto Municipal nº 16.801. O Programa tem o objetivo de ampliar as ações da
Proteção Social Especial de Alta Complexidade, na garantia da convivência familiar e
comunitária e no processo de desinstitucionalização das crianças e adolescentes que se
encontram sob medida protetiva de acolhimento.
Em termos gerais, a proposta de trabalho do PROFEG é ofertar subsídio
financeiro, por tempo determinado, à família extensa ou ampliada guardiã, em situação
de vulnerabilidade material e que esteja dentro dos critérios do Programa, favorecendo a
integração familiar, concomitante ao trabalho social com famílias ofertado pelos
Serviços socioassistenciais. O PROFEG tem como referência as seguranças afiançadas
pela Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004 nos termos descritos na
Norma Operacional Básica – NOB/SUAS: segurança de renda; de acolhida; do convívio
ou vivência familiar, comunitária e social; de autonomia; e, de apoio e auxílio. Cabe
salientar que o acompanhamento familiar das famílias inseridas neste programa deve ser
realizado pela PSB/PAIF e PSE/PAEFI.
Belo Horizonte dispõe, em sua rede governamental e não governamental
(parceira), das seguintes unidades nesse nível de proteção, conforme mapa abaixo:
163
Mapa 8 – Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Alta
Complexidade – 2017
Fonte: Prodabel/GVISO (2018)
164
Cabe destacar que os serviços de proteção social básica e especial tem funções
distintas pelo nível de proteção e complexidade, mas devem dialogar e interagir na
perspectiva do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e na superação dos
ciclos de violações de direitos, contribuindo para a promoção dos direitos e
potencializando o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades.
5. INTEGRALIDADE E INTERSETORIALIDADE DA POLÍTICA DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL
No campo pragmático da administração pública, a efetivação da
intersetorialidade se apresenta como uma necessidade de integração de ações e,
também, um desafio na gestão das políticas públicas e sociais.
A estrutura hierarquizada e verticalizada do Estado, conformada em uma lógica
setorial, fragmentada, compartimentada pela especialização das diversas áreas, gera
dificuldades e lacunas na consolidação da gestão intersetorial das políticas públicas.
Nesse contexto, cada política setorial intervém apenas no seu campo específico de
atuação, sem levar em consideração a necessidade e potencialidade da inter-relação com
outras áreas, impossibilitando a ampliação do foco de ação e o alcance de maior eficácia
e efetividade da intervenção.
Contudo, na atualidade, a complexidade das questões sociais, de difícil
abordagem e trato e focadas na compreensão de que as demandas têm dimensão ampla e
multifacetada requerem, cada vez mais da intervenção estatal, respostas rápidas e
eficazes, pautadas em planejamento integrado, com tomada de decisões conjuntas e
articuladas entre as áreas, com a definição de objetivos comuns, com o envolvimento de
diversos e diferentes atores, com otimização de recursos, dentre outras questões. Assim,
a intersetorialidade na administração pública se configura como princípio que intervém
e qualifica o processo de gestão e de atendimento às demandas e necessidades dos
cidadãos, de forma compartilhada, convergente e complementar.
Sendo assim, a Política de Assistência Social que atua na efetivação da proteção
social, na universalização do acesso, na defesa e garantia dos direitos, na inclusão
social, na convivência e fortalecimento de vínculos, na superação das situações de
vulnerabilidade e risco dos cidadãos e, na vigilância socioassistencial, assume papel de
destaque no processo de interlocução e articulação da gestão intersetorial entre as
políticas públicas.
165
Desta forma, a Assistência Social alicerça o seu fazer, a sua atuação na oferta
pública de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Todavia, para o
alcance de seus objetivos, na perspectiva da seguridade social, impõe a permanente,
proativa e sistêmica interlocução com outras políticas públicas e com o Sistema de
Garantia de Direitos.
Para além e de forma integrada à efetivação da intersetorialidade, a Política de
Assistência Social está focada na garantia da integralidade das ações e na mediação de
direitos, orientada pela concepção do cidadão e do dever do estado.
Entretanto, de forma geral, as iniciativas intersetoriais tendem a ser frágeis, não
em decorrência de uma possível falta de compreensão da sua importância por parte dos
gestores e técnicos, mas por serem concebidas como respostas possíveis a um ambiente
relacional, em que os atores se mobilizam para formular suas pautas de demandas e
inserir seus interesses na agenda pública.
Por sua vez, no seu campo próprio, a Assistência Social investe na
matricialidade sociofamiliar como amálgama entre suas proteções. A compreensão das
famílias, enquanto sujeito coletivo de direitos e unidade básica de intervenção,
incorpora destas os seus papéis, constituições e distintas dinâmicas. Fortalece, com elas,
seus laços e vínculos e não ignora o que distingue seus integrantes. Neste cuidado, a
Assistência Social se configura como política transversal, com olhar que vai para além
do segmento populacional, do ciclo de vida, do gênero, da identidade, da orientação e
opção sexual, da raça/cor, das condições de risco e vulnerabilidades pessoais e sociais.
Esta abrangência, presente nos grupos familiares e comunitários, demanda flexibilidade
da política para materializar seguranças e proteções. Isso porque as vulnerabilidades são
multicausais e afetam indivíduos, famílias e comunidades de diferentes maneiras e
intensidades. Além das causas estruturais, os processos de exclusão possuem razões,
também, decorrentes do convívio relacional. E, para enfrentar as desproteções em face
aos riscos sociais, são necessárias intervenções de várias políticas sociais.
Sendo assim, a atenção às necessidades presentes ao longo da vida daqueles que
“dela necessitam” demanda diferentes ações e estratégias de proteção social. Se as
exclusões e desfiliações são diferentes, os métodos e processos também o são. Não há
uma resposta pré-agendada. Alguns podem precisar de transferência de renda, outros de
encaminhamentos referenciados para outras políticas, e outros de condições para o
desenvolvimento de suas capacidades. E haverá, ainda, aqueles cujas ofertas
166
socioassistenciais não serão suficientes para a proteção e promoção da atenção e da
autonomia necessárias.
O compromisso com estas demandas deve aliar recursos técnicos, orçamentários,
estruturais e sensibilidade na lógica da efetivação da integralidade do ser humano. Se
faltar um deles, a atuação poderá ficar comprometida. A execução de suas ações
engendra o estabelecimento de prioridades, elaboração de indicadores,
georreferenciamento dos territórios e processos de monitoramento e avaliação.
No âmbito da intersetorialidade e integralidade das ações, muitas intervenções e
respostas deverão ser compartilhadas com outras políticas públicas, referendadas por
outros conselhos. Assim, a participação social e o controle público da política da
Assistência Social podem contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços
socioassistenciais e com melhor articulação com outras políticas e conselhos.
Na efetivação da intersetorialidade, o Conselho Municipal de Assistência Social
tem papel imprescindível e é um grande aliado, contribuindo para uma gestão
republicana e laica, orientada aos interesses públicos. Para tanto, demanda de seus pares
a compreensão sobre a comunidade política, as estruturas de poder e as
institucionalidades das administrações municipais. O controle público é um espaço de
vivência da política e do político.
A cultura brasileira da política pública, de uma forma geral, se desenvolveu
meritocrática e particularista. A população mais vulnerável, alijada intencionalmente de
seus direitos sociais, se tornou ainda mais vulnerável. Mas, apesar de tudo, a sociedade
sempre buscou, mesmo nos regimes políticos autoritários, avocar sua voz e se fazer
ouvir, com ênfase no papel incondicional dos movimentos sociais, associações e fóruns.
Os conselhos têm origem neste processo participativo. A articulação entre eles
integra seus públicos, potencializa o compartilhamento de diretrizes e de recursos,
estabelece diagnósticos colaborativos com análises situacionais para a definição de
prioridades, qualifica a governança e subsidia o Executivo e o Legislativo no
detalhamento dos orçamentos públicos.
A prática da intersetorialidade afirma o compromisso da gestão pública nos
níveis estratégico, tático e operacional, considerando o envolvimento de múltiplos
atores, de diversas instâncias e áreas. Esta interseção favorece aos representantes das
entidades da sociedade civil, trabalhadores e usuários acompanhar, analisar e avaliar a
gestão da Assistência Social na perspectiva não só de uma política de governo, mas
também de política de Estado, garantindo a sustentabilidade da política.
167
De forma a ampliar o foco e garantir a intersetorialidade e integralidade na
Assistência Social, a SUASS tem relação e representação em diversos e estratégicos
espaços, como: CMI – Conselho Municipal do Idoso, CMDCA – Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, COMUSAN – Conselho Municipal de
Segurança Alimentar e Nutricional, CMDM – Conselho Municipal dos Direitos da
Mulher, CMDPD – Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência,
CMHAB – Conselho Municipal de Habitação, CMPD – Conselho Municipal de
Políticas sobre Drogas; Comitê de Monitoramento e Assessoramento da Política
Municipal para População em Situação de Rua; Fórum de Abrigos; Fórum de
Entidades; Fórum Permanente do Sistema de Atendimento Socioeducativo; dentre
outros. Destaca-se ainda que, com relação ao CMAS, a composição da representação
dos conselheiros abrange várias políticas, permitindo trocas e inter-relação com
distintos públicos e áreas temáticas.
168
6. DIRETRIZES E PRIORIDADES PARA O QUADRIÊNIO 2018/2021
As diretrizes para o Plano Municipal de Assistência Social para o quadriênio 2018/2021
foram definidas com base no II Plano Decenal de Assistência Social (2016/2026), de âmbito
nacional. São elas:
1. Plena universalização do SUAS, tornando-o completamente acessível, com
respeito à diversidade e à heterogeneidade dos indivíduos, famílias e territórios.
2. Contínuo aperfeiçoamento institucional do SUAS, respeitando a diversidade e
heterogeneidade dos indivíduos, das famílias e dos territórios.
3. Plena integração dos dispositivos de segurança de renda na gestão do SUAS
em âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal.
4. Plena gestão democrática e participativa e estruturação de política de
comunicação em âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal.
5. Plena integralidade da proteção socioassistencial.
7. OBJETIVO GERAL E METAS
O objetivo e as metas deste Plano para o quadriênio 2018/2021 para o município têm
como referências:
a) o II Plano Decenal de Assistência Social 2016-2026;
b) o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2018-2021;
c) os projetos estratégicos/transformadores50
;
50
A Subsecretaria de Assistência Social possui dois projetos estratégicos/transformadores no portfolio da
atual gestão da Prefeitura de Belo Horizonte: SUAS BH Protege e SUAS Pop Rua. O SUAS BH Protege
tem como objetivo fortalecer a proteção social básica com vistas à prevenir as situações de
vulnerabilidade, risco social e pessoal, violação de direitos e ampliar a capacidade protetiva familiar e
comunitária nos territórios de referência das unidades de proteção social (CRAS). Ele é composto por 5
subprojetos: a) Adequar os CRAS existentes de acordo com as normativas do SUAS, que consiste na
realização de obras de adequações e manutenção dos imóveis dos CRAS, melhoria da infraestrutura dos
CRAS por meio da instalação de fibra ótica e sistema operacional e recomposição das equipes de
referência que atuam nos CRAS; b) Implantar novos CRAS, a partir de estudos socioterritoriais para
identificação dos territórios prioritários; c) Ampliar e qualificar os serviços oferecidos no CRAS - Serviço
de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, o serviço de convivência e fortalecimento de
vínculos – SCFV, e Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para pessoas com deficiência e
idosas; d) Regular os benefícios eventuais e ampliar a concessão às famílias e indivíduos em situação de
extrema pobreza; e) Ampliar a execução do Cadastro Único para Programas Sociais por meio de sua
descentralização nos 34 CRAS. O Projeto SUAS Pop rua tem como objetivo promover a (re)construção
de vínculos sociais, comunitários e familiares, possibilitando a superação de extrema vulnerabilidade e
risco social e pessoal, presentes na vivência da situação de rua. Para tal, ele conta com um conjunto
robusto de ações de ampliação e qualificação dos serviços de proteção social especial de média e alta
169
d) as prioridades deliberadas na 12ª Conferência Municipal de Assistência Social;
e) os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS51
;
f) a realidade municipal, nos termos apontados pela aproximação diagnóstica
apresentada neste documento.
7.1. Objetivo Geral
Aprimorar a gestão e a oferta de serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais do Sistema Único da Assistência Social de Belo Horizonte – SUAS-BH, com
respeito à diversidade e à heterogeneidade dos indivíduos, famílias e territórios, visando o
enfrentamento de desigualdades, a promoção da equidade e a consolidação da proteção
socioassistencial.
complexidade para a população em situação de rua: Adequação de unidade de Acolhimento Institucional
em casa de Passagem para Adulto; Adequação de unidade de Acolhimento Institucional em Abrigo para
Famílias; Implantação de Unidade de Acolhimento Institucional para Pessoa em Situação de Rua em caso
de Pós Alta Hospitalar; Implantação de Unidade de Acolhimento Institucional em Abrigo para Famílias;
Implantação de Unidade de Acolhimento Institucional em Abrigo para Adultos; Adequação de Centros de
Referência Especializados da Assistência Social – CREAS; Qualificar o Serviço Especializado em
Abordagem Social/CENTRO POP ou CREAS; Adequação de Centros de Referência Especializados para
pessoas em Situação de Rua - Centro POP e Implantação de novos Centros de Referência Especializados
para pessoas em situação de rua - CENTRO POP.
51
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), acordados por ocasião da Cúpula das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de
cooperação internacional nos próximos quinze anos, sucedendo e atualizando os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM). Foram definidos 17 Objetivos e 169 metas, envolvendo temáticas
diversificadas, como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação,
igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de
produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos
e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização,
governança, e meios de implementação. Sob a coordenação da Subsecretaria de Planejamento e
Orçamento, a Prefeitura de Belo Horizonte realiza o monitoramento dos 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de subsidiar as políticas públicas na cidade e com o
compromisso de assegurar o desenvolvimento sustentável em suas dimensões social, econômica e
ambiental, um conjunto de indicadores e metas locais será acompanhado até o ano de 2030. Fontes:
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/134-
objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods https://prefeitura.pbh.gov.br/planejamento/planejamento-
e-orcamento/objetivos-do-desenvolvimento-sustentavel .
170
7.2. Metas para o quadriênio 2018/202152
Quadro 13 - Metas para o quadriênio 2018/2021
DIRETRIZ 1: PLENA UNIVERSALIZAÇÃO DO SUAS, TORNANDO-O COMPLETAMENTE ACESSÍVEL, COM
RESPEITO À DIVERSIDADE E À HETEROGENEIDADE DOS INDIVÍDUOS, FAMÍLIAS E TERRITÓRIOS.
EIXO META 2018 2019 2020 2021
Proteção Social
Básica
Implantar unidades de Centros de
Referência de Assistência Social -
CRAS
2 unidades 3 unidades 3 unidades 0 unidades
Implantar unidades de Centros de
Convivência, prioritariamente
para público idoso, buscando
alcançar uma unidade por
regional
1 unidades 3 unidades 3 unidades 2 unidades
Adequar as unidades de Centros
de Referência de Assistência
Social – CRAS, de forma que
todas tenham acessibilidade
3 unidades 4 unidades 4 unidades 5 unidades
Descentralizar o Cadastro Único
para Programas Sociais nos 34
CRAS
10 CRAS 14 CRAS 10 CRAS 0
Serviço de Proteção
Social Especial –
Média Complexidade
Adequar Centros de Referência
Especializados da Assistência
Social – CREAS
9 unidades 0 unidades 0 unidades 0 unidades
Implantar Centros Dia para
Pessoas com Deficiência, Idosas e
suas Famílias - CENTRO DIA
0 unidades 1 unidade 1 unidade 0 unidades
Adequar Centros de Referência
Especializados para pessoas em
situação de rua - CENTRO POP
2 unidades 0 unidades 0 unidades 0 unidades
Implantar Centros de Referência
Especializados para pessoas em
situação de rua - CENTRO POP
1 unidade 1 unidade 1 unidade 0 unidades
Implantar o Serviço de Proteção
Social Especial para Pessoas com
Deficiência, Idosas e suas
Famílias
Serviço
implantado - - -
Proteção Social
Especial – Alta
Implantar unidades de
acolhimento institucional na
modalidade residência inclusiva
1 unidade 1 unidade 1 unidade 0 unidades
52
O cumprimento das metas previstas nesse PMAS deve estar articulado ao processo de revisão do
PPAG. Sua execução depende da garantia e da disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros
oriundos do tesouro municipal e do cofinanciamento estadual e federal.
171
Complexidade para pessoa com deficiência
Implantar unidades de
acolhimento na modalidade
abrigo para criança e adolescente
2 unidades 0 unidades 0 unidades 0 unidades
Implantar serviço de acolhimento
institucional na modalidade casa
de passagem para adulto
1 unidade 0 unidades 0 unidades 0 unidades
Adequar unidade de acolhimento
institucional na modalidade casa
de passagem para adulto
430 vagas
disponibilizadas
400 vagas
disponibilizad
as
400 vagas
disponibiliza
das
400 vagas
disponibiliza
das
Adequar unidade de acolhimento
institucional na modalidade
abrigo para famílias
1 unidade 0 unidades 0 unidades 0 unidades
Implantar unidade de acolhimento
institucional na modalidade
república para adultos
0 unidades 1unidade 0 unidades 0 unidades
Implantar unidade de acolhimento
institucional para pessoa em
situação de rua em caso de pós
alta hospitalar
1 unidade 1 unidade 0 unidades 0 unidades
Implantar unidade de acolhimento
na modalidade república para
idosos
2 unidades 2 unidades 2 unidades 0 unidades
Implantar unidade de acolhimento
institucional na modalidade
abrigo para famílias
1 unidade 0 unidades 0 unidades 0 unidades
Implantar unidade de acolhimento
institucional na modalidade
abrigo para adultos
3 unidades 1 unidade 1 unidade 0 unidades
Implantar unidade de acolhimento
institucional na modalidade
república para jovens
1 unidade - - -
Desenvolver e implantar
metodologia para o atendimento e
acolhimento conjunto para
gestantes, mães em situação de
vulnerabilidade e seus bebês
Metodologia
desenvolvida
Metodologia
implantada - -
Aprimoramento do
SUAS
Garantir o acesso de indivíduos e
famílias residentes nas ocupações
urbanas aos serviços, programas,
projetos e benefícios
socioassistenciais municipais.
Realização de
estudo sobre
ocupações
urbanas em BH
Desenvolvime
nto de
estratégias de
promoção do
acesso dessa
população às
- -
172
ofertas
socioassistenci
ais
DIRETRIZ 2: CONTÍNUO APERFEIÇOAMENTO INSTITUCIONAL DO SUAS, RESPEITANDO A DIVERSIDADE
E HETEROGENEIDADE DOS INDIVÍDUOS, DAS FAMÍLIAS E DOS TERRITÓRIOS.
EIXO META 2018 2019 2020 2021
Proteção Social
Básica
Ampliar o referenciamento de
famílias no Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família -
PAIF/CRAS
189.388
famílias
referenciadas
204.388
famílias
referenciadas
219.388
famílias
referenciada
s
219.388
famílias
referenciada
s
Atender usuários no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de
Vínculos para crianças,
adolescentes, jovens, adultos e
idosos - SCFV/CRAS
3.000 pessoas
atendidas
3.300 pessoas
atendidas
3.300
pessoas
atendidas
3.300
pessoas
atendidas
Reordenamento dos grupos de
convivência para idosos Reordenamento
realizado - - -
Reordenamento e qualificação do
Serviço de Proteção Social Básica
no Domicílio para Pessoas com
Deficiência e Idosas
- Reordenament
o realizado - -
Ampliar o número de usuários
atendidos no Serviço de Proteção
Social Básica no Domicílio para
Pessoas com Deficiência e Idosas
1.000 pessoas
atendidas
1.155 pessoas
atendidas
1.355
pessoas
atendidas
1.355
pessoas
atendidas
Qualificar a oferta do serviço de
convivência e fortalecimento de
vínculos, por meio do
fortalecimento da relação com a
rede socioassistencial não
governamental
Plano de
qualificação
elaborado
Plano de
qualificação
implementado
Serviço de Proteção
Social Especial de
Média
Complexidades
Realizar atendimentos no Serviço
de Proteção aos Adolescentes em
Cumprimento de Medidas
Socioeducativas – LA e
PSC/CREAS
2.070 pessoas
atendidas
2.070 pessoas
atendidas
2.070
pessoas
atendidas
2.070
pessoas
atendidas
Acompanhar famílias no Serviço
de Proteção e Atendimento
Especializado às Famílias e
indivíduos – PAEFI/CREAS
3.640 famílias
acompanhadas
3.660 famílias
acompanhadas
3.912
famílias
acompanhad
as
4.406
famílias
acompanhad
as
Acompanhar famílias no Serviço
de Proteção Social Especial para
Pessoas com Deficiência, Idosas e
suas Famílias/CREAS
450 pessoas
acompanhadas
450 pessoas
acompanhadas
450 pessoas
acompanhad
as
450 pessoas
acompanhad
as
173
Ampliar o número de famílias
atendidas/acompanhadas no
Serviço de Proteção Social
Especial para Pessoas com
Deficiência, Idosas e suas
Famílias/CENTRO DIA
150 famílias
acompanhadas
310 famílias
acompanhadas
470 famílias
acompanhad
as
470 famílias
acompanhad
as
Realizar atendimentos no Serviço
Especializado em Abordagem
Social/CENTRO POP ou CREAS
1.550 pessoas
atendidas
1.550 pessoas
atendidas
1.550
pessoas
atendidas
1.550
pessoas
atendidas
Realizar atendimentos no Serviço
Especializado para crianças e
adolescentes em situação de
rua/CENTRO POP
80 pessoas
atendidas
80 pessoas
atendidas
80 pessoas
atendidas
80 pessoas
atendidas
Realizar atendimentos no Serviço
Especializado para Pessoas em
Situação de Rua / CENTRO POP
1.380 pessoas
atendidas
1.730 pessoas
atendidas
2.080
pessoas
atendidas
2.080
pessoas
atendidas
Ampliar o acompanhamento pelo
PAEFI das famílias de origem de
crianças e adolescentes em
situação de acolhimento
institucional.
90 famílias
acompanhadas
180 famílias
acompanhadas
220 famílias
acompanhad
as
270 famílias
acompanhad
as
Serviço de Proteção
Social Especial de
Alta Complexidade
Manter vagas disponibilizadas no
Serviço de Acolhimento
Institucional na modalidade
Abrigo para pessoa com
deficiência
65 vagas
disponibilizadas
65 vagas
disponibilizad
as
65 vagas
disponibiliza
das
65 vagas
disponibiliza
das
Manter vagas disponibilizadas no
Serviço de Acolhimento
Institucional na modalidade
Abrigo para criança e adolescente
762 vagas
disponibilizadas
762 vagas
disponibilizad
as
762 vagas
disponibiliza
das
762 vagas
disponibiliza
das
Manter vagas disponibilizadas
Serviço de Acolhimento na
modalidade Família Acolhedora
30 vagas
disponibilizadas
45 vagas
disponibilizad
as
60 vagas
disponibiliza
das
60 vagas
disponibiliza
das
Manter vagas disponibilizadas no
Serviço de Acolhimento
Institucional na modalidade
abrigo para famílias
60 vagas
disponibilizadas
60 vagas
disponibilizad
as
60 vagas
disponibiliza
das
60 vagas
disponibiliza
das
Manter vagas disponibilizadas no
Serviço de Acolhimento
Institucional na modalidade
abrigo para adultos
377 vagas
disponibilizadas
377 vagas
disponibilizad
as
377 vagas
disponibiliza
das
377 vagas
disponibiliza
das
Manter vagas disponibilizadas no
Serviço de Acolhimento
Institucional na modalidade
132 vagas
disponibilizadas
132 vagas
disponibilizad
as
132 vagas
disponibiliza
das
132 vagas
disponibiliza
das
174
Serviço de Proteção
Social Especial de
Alta Complexidade
abrigo para famílias
Ampliar o número de vagas
disponibilizadas no Serviço de
Acolhimento Institucional na
modalidade residência inclusiva
para pessoa com deficiência
75 vagas
disponibilizadas
85 vagas
disponibilizad
as
95 vagas
disponibiliza
das
95 vagas
disponibiliza
das
Manter vagas disponibilizadas no
Serviço em Acolhimento na
modalidade república para jovens
12 vagas
disponibilizadas
12 vagas
disponibilizad
as
12 vagas
disponibiliza
das
12 vagas
disponibiliza
das
Manter vagas disponibilizadas no
Serviço em Acolhimento
Institucional na modalidade
república para adultos
0 vagas
disponibilizadas
10 vagas
disponibilizad
as
10 vagas
disponibiliza
das
10 vagas
disponibiliza
das
Ampliar o número de vagas
disponibilizadas no Serviço de
Acolhimento Institucional na
modalidade abrigo para idosos –
ILPI
906 vagas
disponibilizadas
1.028 vagas
disponibilizad
as
1.058 vagas
disponibiliza
das
1.058 vagas
disponibiliza
das
Ampliar o número de vagas
disponibilizadas no Serviço de
Acolhimento Institucional na
modalidade Abrigo para pessoa
em situação de rua em caso de
pós alta hospitalar
40 vagas
disponibilizadas
60 vagas
disponibilizad
as
60 vagas
disponibiliza
das
60 vagas
disponibiliza
das
Ampliar o número de vagas
disponibilizadas no Serviço de
Acolhimento na modalidade
república para idosos
27 vagas
disponibilizadas
47 vagas
disponibilizad
as
67 vagas
disponibiliza
das
67 vagas
disponibiliza
das
Ações Estratégicas
de Proteção Social
Especial
Atender demandas de
acolhimento no Núcleo de
Atendimento às Medidas de
Proteção em Acolhimento –
NAMPA/Central de Vagas
1.700 demandas
por acolhimento
1.700
demandas por
acolhimento
1.700
demandas
por
acolhimento
1.700
demandas
por
acolhimento
Atender adolescentes no Núcleo
de Atendimento às Medidas
Socioeducativas e Protetivas –
NAMSEP
3.400
adolescentes
atendidos
3.400
adolescentes
atendidos
3.400
adolescentes
atendidos
3.400
adolescentes
atendidos
Fomentar a inserção da Pop Rua e
migrante no mundo do trabalho,
por meio da articulação com
ações municipais de trabalho e
renda.
Articulação com
Subsecretaria de
Trabalho e
Emprego
- - -
Fomentar a articulação entre a
política de trabalho e moradia
Articulação
realizada - - -
175
Ações Estratégicas
de Proteção Social
Especial
para população de rua de modo a
garantir que o usuário que
conseguiu inserção no mundo do
trabalho tenha acesso à moradia.
Implementar o Plano Municipal
de Erradicação do Trabalho
Infantil, articulado às Ações
Estratégicas de Erradicação do
Trabalho Infantil - AEPETI
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Implantar as ações da política de
assistência social previstas o
Plano Decenal Municipal de
Atendimento Socioeducativo no
município.
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Promover ações intersetoriais
voltadas ao atendimento de
crianças e adolescentes em
situação e/ou trajetória de vida na
rua, garantindo a integralidade da
atenção socioassistencial e acesso
a direitos.
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Promover ações intersetoriais
voltadas para o egresso do
sistema prisional/com
monitoramento eletrônico por
meio de tornozeleira, garantindo a
atenção socioassistencial e o
acesso a direitos.
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Qualificar o acompanhamento de
adolescentes em cumprimento de
medidas, articulando os serviços,
programas, projetos e benefícios
de Proteção Básica, Proteção
Especial e da Rede
Socioassistencial.
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Implantação do Programa
Retorno Protegido -
Programa
implantado - -
Participação Popular
Promover ações de incentivo ao
protagonismo e participação de
crianças, adolescentes e jovens;
população de rua; povos e
comunidades tradicionais
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Vigilância
Socioassistencial
Criar indicador de satisfação para
serviços socioassistenciais
1 indicador para
CRAS criado
2 indicadores
criados - -
176
Reestruturar a vigilância
socioassistencial, com foco no
seu fortalecimento enquanto
função da política de assistência
social e na revisão e
aprimoramento do SIGPS.
1 plano de
reestruturação
implantado
- - -
Universalizar a implantação do
SIGPS nos Centros de Referência
de Assistência Social - CRAS.
8 CRAS 11 CRAS 3 CRAS -
Ampliar a implantação do SIGPS
nas unidades de acolhimento
institucional
2 3 4 4
Gestão do Trabalho e
Educação
Permanente do
SUAS
Qualificar trabalhadores e
gestores da rede pública e privada
do SUAS, conforme estratégias
definidas no Plano Municipal de
Educação Permanente
2.434 pessoas
qualificadas
2.434 pessoas
qualificadas
2.434
pessoas
qualificadas
2.434
pessoas
qualificadas
Formar trabalhadores e gestores
da rede pública e privada do
SUAS
20 pessoas
inseridas em
curso de
formação
20 pessoas
inseridas em
curso de
formação
20 pessoas
inseridas em
curso de
formação
20 pessoas
inseridas em
curso de
formação
Capacitar conselheiros 80 pessoas
capacitadas
80 pessoas
capacitadas
80 pessoas
capacitadas
80 pessoas
capacitadas
Implementar a Mesa de Gestão do
Trabalho do SUAS
Pelo menos 6
reuniões
realizadas
Pelo menos 6
reuniões
realizadas
Pelo menos
6 reuniões
realizadas
Pelo menos
6 reuniões
realizadas
Elaborar Plano Municipal de
Educação Permanente do SUAS-
BH
1 plano
elaborado - - -
Desenvolver e implantar
parâmetros para a supervisão
técnica, de acordo com diretrizes
da Política Nacional de Educação
Permanente.
Parâmetros
elaborados e
implantados
- - -
Recompor as equipes de
referência dos serviços
socioassistenciais, com base nas
diretrizes definidas na Norma
Operacional Básica dos Recursos
Humanos - NOB SUAS-RH,
Resolução CNAS nº17/2011, e de
acordo com negociações
realizadas com a
SUGESP/SMPOG e com estudo
de demanda dos
Início
recomposição - - -
177
serviços/necessidade de força de
trabalho.
Promover atividades de formação
para os trabalhadores da rede de
atendimento do SUAS em relação
às especificidades relacionadas à
população LGBT.
Pelo menos uma
capacitação
realizada sobre
o tema
Pelo menos
uma
capacitação
realizada
sobre o tema
Pelo menos
uma
capacitação
realizada
sobre o tema
Pelo menos
uma
capacitação
realizada
sobre o tema
Regulação do SUAS
Parametrizar a oferta de todos os
serviços socioassistenciais
ofertados no SUAS.
50% dos
serviços
parametrizados
100% dos
serviços
parametrizado
s
- -
Criar a Política Municipal de
Regulação do SUAS - Política criada - -
Apoio técnico às
entidades
socioassistenciais
Fomentar o vínculo SUAS com as
entidades socioassistenciais que
compõem a rede do SUAS-BH
Pelo menos 2
encontros com
entidades
socioassistenciai
s realizados
Pelo menos 2
encontros com
entidades
socioassistenci
ais realizados
Pelo menos
2 encontros
com
entidades
socioassisten
ciais
realizados
Pelo menos
2 encontros
com
entidades
socioassisten
ciais
realizados
Criar a implementar Plano de
Apoio Técnico às entidades
socioassistenciais do SUAS-BH
Plano criado e
implementado
Plano
implementado
Plano
implementad
o
Plano
implementad
o
Relação com Sistema
de Garantia de
Direitos
Fomentar o diálogo entre a
SUASS e o Sistema de Garantia
de Direitos
Reconstituir a
comunicação
com os órgãos
de defesa do
Sistema de
Garantia de
Direitos
Ação contínua Ação
contínua
Ação
contínua
Qualificar as articulações
institucionais e interinstitucionais
em face do aperfeiçoamento da
relação entre os serviços da
SUASS e o Sistema de Garantia
de Direitos, em especial com os
órgãos de defesa dos direitos
humanos
Implantação de
fluxo
operacional
Ação contínua Ação
contínua
Ação
contínua
DIRETRIZ 3: PLENA INTEGRAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA DE RENDA NA GESTÃO DO SUAS
EM ÂMBITOS FEDERAL, ESTADUAL, DO DISTRITO FEDERAL E MUNICIPAL
EIXO META 2018 2019 2020 2021
Benefícios,
Transferência de
Renda e Cadastro
Inserir e manter cadastro das
famílias no Cadastro Único -
CADÚNICO
35.631
cadastros
realizados/
atualizados
50.461
cadastros
realizados/
atualizados
63.588
cadastros
realizados/
atualizados
64.444
cadastros
realizados/
atualizados
178
Único Descentralizar o Cadastro Único
em todos os CRAS 10 CRAS 14 CRAS 10 CRAS 0
Aquisição de equipamentos e
adequação de infraestrutura
tecnológica dos CRAS
34 CRAS - - -
Publicar Decreto de
regulamentação dos benefícios
eventuais
Decreto
publicado - - -
Inserir nos Serviços do SUAS e
no Cadastro Único para
Programas Sociais beneficiários
do BPC e suas famílias
13.446 usuários 13.446
usuários
13.446
usuários
13.446
usuários
Programas e Projetos
de Proteção Social
Básica
Ampliar atendimentos em
Programa de Intermediação de
Mão de Obra para Pessoa com
Deficiência - PROMETI
4.300 pessoas
atendidas
4.700 pessoas
atendidas
5.000
pessoas
atendidas
5.000
pessoas
atendidas
Manter atendimentos em
Programa de Promoção ao
Adolescente Trabalhador
180
adolescentes
atendidos
180
adolescentes
atendidos
180
adolescentes
atendidos
180
adolescentes
atendidos
Realizar atendimentos em
Programa de Integração ao
Mundo do Trabalho –
ACESSUAS
1.800 pessoas
atendidas
0 pessoas
atendidas
0 pessoas
atendidas
0 pessoas
atendidas
Disponibilizar vagas Programa
Municipal de Qualificação,
Emprego e Renda
1.055 vagas
disponibilizadas
1.213 vagas
disponibilizad
as
1.395vagas
disponibiliza
das
1.395 vagas
disponibiliza
das
Aprimoramento da
gestão do SUAS
Fortalecer a articulação e
aprimorar os fluxos da rede
socioassistencial entre as
entidades de qualificação
profissional e os serviços
socioassistenciais
Ação
continuada
Ação
continuada Ação
continuada Ação
continuada
DIRETRIZ 4: PLENA GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA E ESTRUTURAÇÃO DE POLÍTICA DE
COMUNICAÇÃO EM ÂMBITO FEDERAL, ESTADUAL, DO DISTRITO FEDERAL E MUNICIPAL
EIXO META 2018 2019 2020 2021
Participação Popular
Promover encontros dos
beneficiários do Programa Bolsa
Família
Pelo menos 1
encontro
realizado
Pelo menos 1
encontro
realizado
Pelo menos
1 encontro
realizado
Pelo menos
1 encontro
realizado
Promover Encontro Municipal de
Usuários do SUAS/BH
Pelo menos 1
encontro
realizado
Pelo menos 1
encontro
realizado
Pelo menos
1 encontro
realizado
Pelo menos
1 encontro
realizado
179
Promover Encontro Municipal de
Trabalhadores do SUAS/BH
Pelo menos 1
encontro
realizado
Pelo menos 1
encontro
realizado
Pelo menos
1 encontro
realizado
Pelo menos
1 encontro
realizado
Promover Encontro Municipal de
Entidades do SUAS/BH
Pelo menos 1
encontro
realizado
Pelo menos 1
encontro
realizado
Pelo menos
1 encontro
realizado
Pelo menos
1 encontro
realizado
Promover a integração e a oferta
de ações junto aos conselhos
setoriais, de forma articulada e
planejada
Ação
continuada
Ação
continuada Ação
continuada Ação
continuada
Promover encontros semestrais de
CORAS ampliada no CMAS/BH
2 encontros
realizados
2 encontros
realizados 2 encontros
realizados 2 encontros
realizados
Realizar Conferências 0 eventos
realizados
10 eventos
realizados
0 eventos
realizados
10 eventos
realizados
Fortalecer a participação popular
nos CORAS, CLAS e Serviços
1.800
participantes
1.800
participantes
1.800
participantes
1.800
participantes
Promover estratégias de interface
entre o CMAS e os conselhos de
direitos, especialmente com
CMDCA
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Ação
continuada
Informatizar processos do CMAS Plano elaborado
Plano
implementado - -
Comunicação e
Mobilização Social
Produzir e publicar material 3 publicações
realizadas
3 publicações
realizadas
3
publicações
realizadas
2
publicações
realizadas
Produzir eventos 13 eventos
produzidos
13 eventos
produzidos
13 eventos
produzidos
13 eventos
produzidos
Produzir campanhas 4 campanhas
produzidas
4 campanhas
produzidas
4 campanhas
produzidas
4 campanhas
produzidas
Desenvolver website institucional
de gestão do SUAS
1 website
produzido - - -
DIRETRIZ 5: PLENA INTEGRALIDADE DA PROTEÇÃO SOCIOASSISTENCIAL
EIXO META 2018 2019 2020 2021
Ações Estratégicas
de Proteção Social
Básica
Promover convivência
comunitária para pessoas idosas /
Regional
2.030 pessoas
atendidas
2.030 pessoas
atendidas
2.030
pessoas
atendidas
2.030
pessoas
atendidas
Atender e realizar
acompanhamento sociofamiliar /
Regional
2.044 famílias
atendidas
2.044 famílias
atendidas
2.044
famílias
atendidas
2.044
famílias
atendidas
180
Benefícios,
Transferência de
Renda e Cadastro
Único
Conceder Benefícios Eventuais 76.167
benefícios
concedidos
79.974
benefícios
concedidos
83.970
benefícios
concedidos
88.173
benefícios
concedidos
Conceder Bilhetes Sociais
230.562 bilhetes
concedidos
230.562
bilhetes
concedidos
230.562
bilhetes
concedidos
230.562
bilhetes
concedidos
Ações Estratégicas
de Proteção Social
Especial
Realizar atendimento/
acompanhamento sociofamiliar
dos beneficiários do Bolsa
Moradia
290 famílias
acompanhadas
290 famílias
acompanhadas
290 famílias
acompanhad
as
290 famílias
acompanhad
as
Conceder Bolsa Auxílio às
Famílias Extensas/ Ampliadas do
Programa Família Extensa
Guardiã
40 famílias
beneficiadas
40 famílias
beneficiadas
40 famílias
beneficiadas
40 famílias
beneficiadas
Conceder Bolsa Auxílio às
Famílias Acolhedoras
40 famílias
beneficiadas
60 famílias
beneficiadas
80 famílias
beneficiadas
80 famílias
beneficiadas
Acompanhar a identificação,
atendimento e monitoramento das
situações de trabalho infantil
1.300 famílias
atendidas
1.700 famílias
atendidas
2.000
famílias
atendidas
2.000
famílias
atendidas
8. FINANCIAMENTO
8.1. O financiamento do SUAS-BH
Política pública gerida por meio de Fundo Especial nos termos da Lei Federal nº
4.320/64 e Resolução do CNAS nº 33/2012, o Fundo Municipal de Assistência Social –
FMAS encontra-se sob gestão da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança
Alimentar e Cidadania – SMASAC, conforme disposto na Lei Municipal nº 11.065/2017.
Constituído em Unidade Orçamentária, o FMAS, até o ano de 2013, não incorporava
despesas com pessoal efetivo da política de Assistência Social. A partir de 2014, além da
despesa com pessoal efetivo, as despesas regionalizadas da Assistência Social passaram a ser
incorporadas ao FMAS.
Do total de recursos executados entre 2014 e 2017, 78,02% foram oriundos do Tesouro
Municipal (ROT), 18,58% foram oriundos da União (FNAS), 3,34% foram oriundos do
Estado (FEAS) e 0,06% foram oriundos de transferência da Secretaria de Estado de Defesa
Social (SEDS), conforme demonstrado na tabela abaixo.
Tabela 53 - Execução orçamentária (por fonte) – PPAG 2014-2017
181
FONTE EXEC
2014
EXEC
2015
EXEC
2016
EXEC
2017
%
ROT 74.613.471 99.172.916 97.840.087 111.219.498 78,02
FNAS 20.505.039 19.522.833 25.101.804 26.025.026 18,58
FEAS 4.504.939 4.543.405 4.655.725 2.701.863 3,34
CONV.VINCULADOS 258.795 47.682 1.754 - 0,06
TOTAL 99.882.243 123.286.836 127.599.369 139.946.388 100,00 Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
A execução orçamentária entre 2014 e 2017 cresceu 40,11% em termos
nominais53
. O crescimento se deve principalmente pela alocação de Recursos Ordinários
do Tesouro Municipal (ROT). Há um aumento significativo na execução de
transferência do FNAS, a partir de 2015. No que tange aos recursos de transferência do
FEAS, há redução expressiva entre os exercícios de 2016 e 2017, uma vez que a
totalidade de recursos previstos no Plano de Serviços Estadual não foi repassada.
53
Valores sem qualquer correção inflacionária.
182
Gráfico 43 - Execução orçamentária – PPAG 2014-2017
Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
Do total de recursos executados entre 2014 e 2017, 56,02% foram destinados a
Proteção Social Especial, 39,82% foram destinados a Proteção Social Básica e 4,16% à
Gestão da Política de Assistência Social.
Tabela 54 - Execução orçamentária (por proteção) – PPAG 2014-2017
Proteção/Gestão EXEC 2014 EXEC 2015 EXEC 2016 EXEC 2017 %
Proteção
Especial
55.373.721 63.634.162 75.394.458 80.495.435 56,02
Proteção Básica 43.541.203 50.310.975 49.430.969 52.127.778 39,82
Gestão 967.319 9.341.700 2.773.943 7.323.174 4,16
TOTAL 99.882.243,37 123.286.836,24 127.599.369,04 139.946.387,84 100,00 Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
Conforme demonstrado no gráfico a seguir, entre 2014 e 2017 há aumento
expressivo de recursos destinados a Proteção Social Especial, o que não é observado na
Proteção Social Básica. Importante destacar que o custo dos serviços especializados,
principalmente os de alta complexidade, é significantemente maior do que os de
proteção social básica.
183
Gráfico 44 - Execução orçamentária X Proteção/ Gestão – PPAG 2014-2017
Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
No que tange aos valores orçados e efetivamente executados entre os exercícios
de 2014 e 2017, apesar de existir uma oscilação negativa entre 2016 e 2017, os valores
executados são crescentes em cada exercício, conforme pode ser observado no gráfico
abaixo. Observa-se uma oscilação significativa dos valores alocados na Gestão no
período, o que se deve a alocação de recursos destinados ao pagamento dos servidores
lotados no órgão gestor, que nos exercícios de 2014 e 2016 não foram apropriados no
FMAS.
Gráfico 45 - Comparativo – PPAG/LOA 2014-2017
Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
O cofinanciamento da Assistência Social no SUAS é obrigatório a todos os entes
federados, nos termos do Art. 28, §3 º, da Lei Federal nº 8.742/93.
184
Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos
estabelecidos nesta lei far-se-á com os recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, das demais contribuições sociais previstas
no art. 195 da Constituição Federal, além daqueles que compõem o Fundo
Nacional de Assistência Social (FNAS).
[...]
§ 3o O financiamento da assistência social no Suas deve ser efetuado
mediante cofinanciamento dos 3 (três) entes federados, devendo os
recursos alocados nos fundos de assistência social ser voltados à
operacionalização, prestação, aprimoramento e viabilização dos serviços,
programas, projetos e benefícios desta política. (Incluído pela Lei nº 12.435,
de 2011)
Para além da obrigatoriedade do cofinanciamento dos entes federados, está
previsto no Art. 30-A que a transferência de recursos se dará de forma automática.
Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, programas, projetos e benefícios
eventuais, no que couber, e o aprimoramento da gestão da política de
assistência social no Suas se efetuam por meio de transferências
automáticas entre os fundos de assistência social e mediante alocação de
recursos próprios nesses fundos nas 3 (três) esferas de governo. (Incluído
pela Lei nº 12.435, de 2011)
Parágrafo único. As transferências automáticas de recursos entre os fundos
de assistência social efetuadas à conta do orçamento da seguridade social,
conforme o art. 204 da Constituição Federal, caracterizam-se como despesa
pública com a seguridade social, na forma do art. 24 da Lei Complementar
no 101, de 4 de maio de 2000. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
No Decreto Estadual nº 46.873/15, que dispõe sobre as Transferências de
Recursos Financeiros do Fundo Estadual de Assistência Social, também está previsto a
transferência regular e automática aos Fundos Municipais de Assistência Social,
conforme disposto no Art. 3º.
Art. 3º Os recursos de que trata o art. 2º serão disponibilizados mediante
repasses financeiros mensais.
[...]
§ 2º Os recursos orçamentários destinados exclusivamente à garantia das
condições financeiras para a realização das ofertas continuadas de assistência
social serão transferidos de forma regular e automática aos Fundos
Municipais de Assistência Social, nos termos do art. 7º, inciso III da Lei nº
12.262, de 23 de julho de 1996, de acordo com programação financeira
fixada por norma orientada pelo gestor do FEAS, independentemente da
celebração de convênio, por meio do Sistema de Gestão de Convênios,
Portarias e Contratos do Estado de Minas Gerais – SIGCONMG –, em
módulo específico para este fim – SIGCON saída.
Os valores do cofinanciamento estadual são estabelecidos anualmente por meio
do instrumento denominado Plano de Serviços, que deve ser aprovado pelo Conselho
185
Municipal de Assistência Social – CMAS. No gráfico a seguir estão demonstrados os
valores pactuados, transferidos e executados dos recursos oriundos do FEAS. Percebe-
se que no quadriênio 2014-2017 o Estado transferiu valores aquém dos previstos no
Plano de Serviços, o que se asseverou em 2016.
Gráfico 46 - Recursos Vinculados oriundos FEAS – 2014-2017
Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
No Decreto Federal nº 7.788/12, que regulamenta o Fundo Nacional de
Assistência Social, instituído pela Lei no 8.742, está previsto no Art. 4º, § 1º, a
regularidade das transferências para o cofinanciamento de serviços e aprimoramento da
gestão.
Art. 4º Os recursos repassados pelo FNAS destinam-se ao: I - Cofinanciamento dos serviços de caráter continuado e de programas e
projetos de assistência social, destinado ao custeio de ações e ao investimento
em equipamentos públicos da rede socioassistencial dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
[...]
IV - Aprimoramento da gestão de serviços, programas, projetos e benefícios
de assistência social, por meio do Índice de Gestão Descentralizada - IGD do
SUAS, para a utilização no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, conforme legislação específica;
V - Apoio financeiro às ações de gestão e execução descentralizada do
Programa Bolsa Família pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
Municípios, por meio do Índice de Gestão Descentralizada do Programa
Bolsa Família - IGD, conforme legislação específica;
[...]
§ 1º Os recursos de que tratam os incisos I, IV e V do caput serão
transferidos, de forma regular e automática, diretamente do FNAS para os
fundos de assistência social dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, independente de celebração de convênio, ajuste, acordo, contrato
ou instrumento congênere, observados os critérios aprovados pelo CNAS, à
186
vista de avaliações técnicas periódicas, realizadas pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Assim como o cofinanciamento estadual, os valores do cofinanciamento federal
são estabelecidos anualmente por meio de instrumento denominado Plano de Ação, que
também deve ser aprovado pelo Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS. No
gráfico abaixo estão demonstrados os valores pactuados, transferidos e executados dos
recursos oriundos do FNAS. Percebe-se que no quadriênio 2014-2017 a União
transferiu valores próximos dos previstos no Plano de Ação, o que vem aumentando a
cada exercício. Observa-se que em 2017 foram repassados pelo FNAS valores bem
acima do previsto, pois foram repassados valores retroativos de exercícios anteriores.
Gráfico 47 - Recursos Vinculados oriundos (FNAS) – 2014-2017
Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
Apesar da obrigatoriedade do cofinanciamento e da previsibilidade do repasse
regular e automático, tanto no Decreto Estadual quanto no Decreto Federal, a
regularidade dos repasses continua sendo um grande desafio para a efetivação e
sustentabilidade da política de Assistência Social, o que acaba por comprometer a
ampliação dos serviços e dos benefícios socioassistenciais.
No que tange ao PPAG 2018-2021, percebe-se crescimento sistemático dos
valores estimados no Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG. Cabe salientar
que nem todo recurso inicialmente orçado é efetivamente executado, uma vez que a
execução dos recursos depende da realização das receitas vinculadas e do crescimento
187
da arrecadação própria do Município. Nesse sentido, os valores previstos normalmente
sofrem redução orçamentária ao longo do exercício, haja vista os limites da arrecadação.
Tabela 55 - Comparativo (por fonte) – PPAG/LOA 2018-2021
Fonte LOA 2018 PPAG 2019 PPAG 2020 PPAG 2021
ROT 120.218.485 153.320.220 161.476.476 163.287.134
FNAS 32.715.976 33.251.610 33.214.976 33.870.293
FEAS 6.766.476 6.813.590 6.894.195 6.917.364
CONV. VINCULADOS 420.000 - - -
TOTAL 160.120.937 193.385.420 201.585.647 204.074.791 Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
Gráfico 48 - Comparativo – PPAG/LOA 2018-2021
Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
Conforme demonstrado na tabela a seguir, percebe-se uma maior alocação de
recursos na Proteção Social Especial, o que reforça a necessidade de maiores
investimentos no campo da Proteção Social Básica.
Tabela 56 - Comparativo (por proteção) – PPAG/LOA 2018-2021
Proteção LOA 2018 PPAG 2019 PPAG 2020 PPAG 2021
Proteção Especial 93.296.429 111.573.133,00 117.166.470,00 117.851.905,00
Proteção Básica 64.869.170 78.842.302,00 82.160.891,00 83.256.241,00
Gestão 1.955.338 2.969.985,00 2.258.286,00 2.966.645,00
TOTAL 160.120.937 193.385.420 201.585.647 204.074.791 Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
Observa-se que no PPAG 2018-2021 há uma perspectiva de ampliação na
alocação de recursos tanto na Proteção Social Básica quanto na Proteção Social
188
Especial, principalmente em razão da estruturação dos dois Projetos Estratégicos para a
Assistência Social, quais sejam, SUAS-BH Protege, no âmbito da Proteção Social
Básica, e SUAS-BH/ POP-RUA, no âmbito da Proteção Social Especial.
Gráfico 49 - Comparativo – PPAG/LOA 2018-2021
Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)
189
9. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL
No âmbito do SUAS, o monitoramento pode ser definido como um “processo
sistemático de acompanhamento”, e a avaliação como “ação analítica que alimenta o processo
de planejamento” (Brasil, 2013, p. 37)54
. De acordo com as normativas do SUAS, cabe às
instâncias de controle social e participação social o papel fundamental de monitoramento e
avaliação da política de assistência social, materializadas por meio dos Conselhos e das
Conferências de Assistência Social. Dentre as estratégias de monitoramento e avaliação
destaca-se o acompanhamento do Plano de Assistência Social, enquanto um instrumento de
planejamento de médio prazo que organiza, regula e norteia a execução da PNAS na
perspectiva do SUAS. Nesse sentido, serão propostas nesse capítulo ações para
operacionalizar esse processo.
O monitoramento das diretrizes e metas estratégicas traçadas neste Plano
Municipal visa apoiar as ações das diferentes instâncias decisórias e participativas do SUAS,
garantindo o cumprimento do Plano e divulgação do estágio atingido a cada período. As
informações de monitoramento e avaliação devem ser apresentadas de forma pública e
acessível a toda população. Isso é importante para que toda a população belo-horizontina
tome conhecimento sobre o desenvolvimento da política de assistência social e possa atuar no
seu controle social. Ao mesmo tempo, a divulgação das ações da Assistência Social permitirá
que o SUAS/BH seja valorizado de forma mais explícita por toda a população, cumprindo
assim seu papel de atendimento aos cidadãos, segundo suas demandas e necessidades sociais.
Propõe-se como ações para operacionalização do monitoramento e avaliação do
presente Plano:
I. Monitoramento e avaliação pelo Conselho Municipal de Assistência Social:
o Acompanhamento sistemático pela Comissão de Política, com possibilidade
de realização de reuniões conjuntas com as demais comissões permanentes
ou formação de grupo de trabalho voltado para essa finalidade;
o Monitoramento semestral das metas previstas no Plano, mensuradas a partir
de levantamento e de relatório a ser elaborado pela Gerência de Vigilância
Socioassistencial (GVISO) da SUASS, e verificadas pela Comissão de
Política;
54
Brasil, 2013. Vigilância Socioassistencial: garantia do caráter público da política de assistência social.
Brasília: Caderno 3 do Capacita SUAS, MDS/SNAS, FUNDASP e PUC-SP, dezembro de 2013.
190
o Emissão de relatório composto por indicadores quantitativos criados a partir
das metas descritas no capítulo 7 e por informações qualitativas que
descrevam quais as ações a SUASS desenvolverá para possibilitar o alcance
de cada uma das metas e os possíveis resultados gerados por elas;
o Utilização das informações dos instrumentos de monitoramento oficiais já
existentes no SUAS-BH, tais como as ferramentas oficiais da Rede SUAS
(Registro Mensal de Atendimentos, CadSuas, Censo SUAS, CNEAS, dentre
outros) e ferramentas específicas do município, como o SIGPS, além de
indicadores sociais elaborados por instituições de pesquisa e universidades e
de informações levantadas a partir de relatórios e notas técnicas elaboradas
pela gestão municipal;
o Elaboração de relatório pelo CMAS, a partir da análise da Comissão de
Política, e parecer contendo o resultado do monitoramento e avaliação
semestral, que deverá ser publicado e amplamente divulgado, com o objetivo
de garantir a transparência e o acesso pelos usuários, trabalhadores, rede
socioassistencial e sociedade em geral.
o O CMAS deverá dar transparência aos relatórios aprovados em Plenária para
conhecimento e compartilhamento pelas instâncias de participação social do
SUAS-BH.
o O monitoramento realizado pelo CMAS poderá subsidiar a revisão do
PMAS, com o objetivo de adequar suas metas ao novo contexto e, ou à
execução efetivamente alcançada. Sugere-se, nesse sentido, a utilização da
metodologia PDCA – Plan, Do, Check and Action: planejar, executar, checar
ou verificar e agir de forma a corrigir eventuais erros ou falhas.
II. Monitoramento e avaliação por meio das Conferências Municipais de Assistência
Social:
o O órgão gestor deverá apresentar aos participantes da Conferência Municipal
de Assistência Social a situação de cumprimento das metas previstas neste
Plano, com destaque para aquelas que correspondem às deliberações das
Conferências anteriores;
o O PMAS poderá ser revisado com o objetivo de incorporar as novas
deliberações da(s) Conferência(s) Municipal(is) de Assistência Social.