193
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA ALIMENTAR E CIDADANIA SUBSECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Belo Horizonte Julho de 2018 PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021

PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA

ALIMENTAR E CIDADANIA

SUBSECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

2018-2021

Belo Horizonte

Julho de 2018

PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

2018-2021

Page 2: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

EXPEDIENTE

Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania

Secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania | Maíra da

Cunha Pinto Colares

Subsecretário de Assistência Social | José Ferreira da Crus

Subsecretário de Direito e Cidadania | Thiago Alves da Silva Costa

Subsecretária de Segurança Alimentar | Darklane Rodrigues

Subsecretaria de Assistência Social

Diretora de Gestão do SUAS | Isabela de Vasconcelos Teixeira

Diretora de Proteção Social Básica | Eliete Cristina Rezende Costa

Diretora de Proteção Social Especial | Kátia Rochael Rodrigues

Diretor de Relação com o Sistema de Garantia de Diretos | Ricardo Manoel de Oliveira

Morais

Diretores Regionais de Assistência Social

Diretoria Regional de Assistência Social Barreiro | Ângela Maria de Souza Oliveira

Diretoria Regional de Assistência Social Centro-Sul | Célio Augusto Raydan

Diretoria Regional de Assistência Social Leste | Ricardo Marcelo Fait Gorchacov

Diretoria Regional de Assistência Social Nordeste | Sandra Silar Lopes dos Santos

Diretoria Regional de Assistência Social Noroeste | Alessandra de Souza Figueiredo

Diretoria Regional de Assistência Social Norte | Soraia Pereira de Souza

Diretoria Regional de Assistência Social Oeste | Maria Angélica Barros Menezes

Diretoria Regional de Assistência Social Pampulha | Claudia de Melo Machado de Melo

Diretoria Regional de Assistência Social Venda Nova | Valéria Andrade Martins

Page 3: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

FICHA TÉCNICA

Coordenação Geral

Domingos Sávio de Araújo

Isabela de Vasconcelos Teixeira

Organização do Documento:

Adriana de Oliveira Lanza Moreira Orsine

Denise Amaral Soares

Isabela de Vasconcelos Teixeira

Mirlene de Souza Silva

Colaboração:

GABSUASS DPSO

Maria Thereza Nunes Martins Fonseca Eliete Cristina Rezende Costa

Haydée Magda Gonçalves

DGAS Mara Rúbia de Souza Albano Félix

Carlos Eduardo Firmino Simone de Souza Pegoreti

Claudia Chaves Rodrigues

Eliane Rodrigues Silva DPES

Érika Brandão Vianna Camilla Wanderley Oliveira

Gustavo Adolfo Rocha Caldeira Kátia Rochael Rodrigues

Jackson Jessé Nonato Pires Sandra Regina Ferreira

Lúcia de Fátima Alves Rocha Valéria Cardoso

Luciana Aparecida Teixeira Ana Paula Dias Guimarães

Lúcio Luiz Tolentino

Maria Aline Gomes Barboza DRGD

Maria de Fátima Queiroz Ribeiro Ricardo Manoel de Oliveira Morais

Marlúcia Oliveira de Assis

Paula Dias Moreira Penna Conselho Municipal de Assistência Social

Renata Silva Daniel Caldeira Ewerton Herald Pinto Silva

Vanessa Cambraia Esteves Maria Cristina Silva

Verônica de Araújo Nunes

DPGF-ASAC DIAD-ASAC

Afonso Nunes da Cruz Neto Igor Oliveira

Roberto César de Assis Fonseca Leandro Sifuentes Paulino

3ª Versão – 13/08/2018

Período de elaboração: janeiro a julho de 2018

Page 4: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

1

LISTA DE SIGLAS

AMAS Associação Municipal de Assistência Social

BPC Benefício de Prestação Continuada

APAE

ACESSUAS

ADRA

AEIS

AEPETI

APABB

APP

CECAD

Associação de Pais e Alunos Excepcionais

Programa de Integração ao Mundo do Trabalho

Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais Sudeste

Brasileiro

Áreas de Especial Interesse social

Ações Estratégicas de Erradicação do Trabalho Infantil

Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do

Banco do Brasil e da Comunidade

Analista de Políticas Públicas

Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico

CENTRO-POP

Centro de Referência Especializado da Assistência Social para população

de rua

CLAS

CMAS

CMDCA

CMDM

CMDPD

CMHAB

CMI

CMPD

Comissões Locais de Assistência Social

Conselho Municipal de Assistência social

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

Conselho Municipal dos Direitos da Mulher

Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência

Conselho Municipal de Habitação

Conselho Municipal do Idoso

Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas

CNAS

CNEAS

COMUSAN

CONANDA

CORAS

Conselho Nacional de Assistência Social

Cadastro Nacional de Entidades de Assistência Social

Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional

Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

Conselhos Regionais de Assistência Social

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

CREAS

DATASUS

Centro de Referência Especializado de Assistência Social

Departamento de Informática do SUS

DGAS Diretoria de Gestão do SUAS

Page 5: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

2

LISTA DE SIGLAS

DIAD-ASAC

DNIT

DNV

DOM

Diretoria Administrativa

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

Declaração de Nascidos Vivos

Diário Oficial do Município

DPES Diretoria de Proteção Social Especial

DPGF-ASAC

DPIR

Diretoria de Gestão e Finanças

Diretoria de Políticas para a Igualdade Racial

DPSO Diretoria de Proteção Social Básica

DRAS Diretoria Regional de Assistência Social

DRGD Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos

ECA

EJA

EPSBR

FJP

Estatuto da Criança e do Adolescente

Educação de Jovens e Adultos

Equipe de Proteção Social Básica Regional

Fundação João Pinheiro

FMAS Fundo Municipal de Assistência Social

FMTSUAS

FMUSUAS

FNAS

FORT-SUAS

FUMP

GAREP

GGBPP

GDECOM

GERHU

GGPSB

GGSAC

GGSMC

GGTEP

GRSAS

GTREC

Fórum Municipal dos Trabalhadores do SUAS

Fórum Municipal dos Usuários do SUAS

Fundo Nacional de Assistência Social

Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS

Fundação Universitária Mendes Pimentel

Gerência de Apoio Técnico e Assessoramento à Rede Socioassistencial

Privada

Gerência de Gestão de Benefícios, Programas e Projetos Socioassistenciais

Grupo de Desenvolvimento Comunitário

Gerência de Recursos Humanos

Gerência de Gestão dos Serviços da Proteção Social Básica

Gerência de Gestão dos Serviços de Alta Complexidade

Gerência de Gestão dos Serviços de Média complexidade

Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente

Gerência de Regulação do Sistema Único de Assistência Social

Gerência de Gestão de Transferência de Renda e Cadastro Único

Page 6: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

3

LISTA DE SIGLAS

GVISO Gerência de Vigilância Socioassistencial

IBGE

IGD

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Índice de Gestão Descentralizada

ILPI

INSS

IPEA

Instituição de Longa Permanência para Idosos

Instituto Nacional do Seguro Social

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IVJ Índice de Vulnerabilidade Juvenil

LA

LGBT

LOA

Liberdade Assistida

Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros

Lei Orçamentária Anual

LOAS

MDS

MGS

MPMG

NAMPA

NAMSEP

Lei Orgânica de Assistência Social

Ministério do Desenvolvimento Social

Minas Gerais Administração e Serviços S.A.

Ministério Público de Minas Gerais

Núcleo de Atendimento às Medidas de Proteção em Acolhimento

Núcleo de Atendimento às Medidas Socioeducativas e Protetivas

NOB-SUAS Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social

NUMEP

ODS

OIT

OSCs

Núcleo Municipal de Educação Permanente do SUAS BH

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Organização Internacional do Trabalho

Organizações da Sociedade Civil

PAEFI Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos

PAIF Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família

PBF Programa Bolsa Família

PBH

PCCS

PCD

Prefeitura de Belo Horizonte

Plano de Cargos, Carreiras e Salários

Pessoa com Deficiência

PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

PIB

PMQER

PNAD

Produto Interno Bruto

Programa Municipal de Qualificação Emprego e Renda

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

Page 7: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

4

LISTA DE SIGLAS

PNAS

PNUD

POP RUA

PPAG

PPAT

PRODABEL

PROFEG

Política Nacional de Assistência Social

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

População de Rua

Plano Plurianual de Ação Governamental

Programa de Promoção do Adolescente Trabalhador

Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte

Programa Família Extensa Guardiã

PROMETI Projeto de mercado de trabalho inclusivo

PSB

PSBR

Proteção Social Básica

Proteção Social Básica Regional

PSC

PSE

RENEP

RMBH

Prestação de Serviço à Comunidade

Proteção Social Especial

Rede Nacional de Educação Permanente

Região Metropolitana de Belo Horizonte

ROT Recursos Oriundos do Tesouro

SCFV

SEAS

SEDS

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

Serviço Especializado em Abordagem Social

Secretaria de Estado de Defesa Social

SGD

SIGCON

Sistema de Garantia de Direitos

Sistema de Gestão de Convênios, Portarias e Contratos

SIGPS

SIM

SINAN

SINASC

SMAAS

SMASAC

SMPOG

SMSA

Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais

Sistema de Informação sobre Mortalidade

Sistema de Informação de Agravos de Notificação

Sistema de Informações de Nascidos Vivos

Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social

Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania

Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão

Secretaria Municipal de Saúde

SOF

SPSPD

SPSPDI

Sistema Orçamentário e Financeiro

Serviço de Proteção Social a Pessoa com Deficiência

Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com

Deficiência e Idosas

Page 8: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

5

LISTA DE SIGLAS

SUAS Sistema Único de Assistência Social

SUAS/BH Sistema Único de Assistência Social de Belo Horizonte

SUASS

SUDC

SUGESP

SUSAN

TGC

TR

Subsecretaria de Assistência Social

Subsecretaria de Direito e Cidadania

Subsecretaria de Gestão de Pessoas

Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional

Território de Gestão Compartilhada

Transferência de Renda

URBEL

VIVA

Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte

Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes

Page 9: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - População total por gênero, rural/urbana – município de BH/MG

Tabela 2 - População total por gênero, rural e urbana – região metropolitana de BH/MG

Tabela 3 - Distribuição da população pelas 9 regionais administrativas de BH, por faixa

etária – 2010

Tabela 4 - Ocupações urbanas segundo regional administrativa - BH – 2017

Tabela 5 - Renda, pobreza e desigualdade no município de Belo Horizonte/MG

Tabela 6 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais - Belo Horizonte -

2012-2016 (%)

Tabela 7 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais por sexo e por

cor em Belo Horizonte - 2012-2016 (%)

Tabela 8 - Rendimento médio do trabalho principal das pessoas de 16 anos ou mais

ocupadas na semana de referência por grupo de idade - Belo Horizonte - 2012-2016

(R$)

Tabela 9 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais por sexo - Belo Horizonte

- 2012-2016 (R$)

Tabela 10 - Rendimento das pessoas de 16 anos ou mais por cor ou raça - Belo

Horizonte - 2012-2016 (R$)

Tabela 11 - Vulnerabilidade social em famílias

Tabela 12 - Número de famílias cadastradas no CadÚnico e diferença percentual (%)

por ano (2012-2017) - Belo Horizonte

Tabela 13 - Número de famílias beneficiárias do PBF e diferença percentual (%) ano-a-

ano (2012-2017) - Belo Horizonte

Tabela 14 - Efeitos do descumprimento de condicionalidades sobre o Benefício do PBF

- ano 2017

Tabela 15 - Famílias cadastradas no CadÚnico por Regional – Belo Horizonte - 2017

Tabela 16 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar per capita -

Belo Horizonte - 2017

Tabela 17 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar total - Belo

Horizonte - 2017

Tabela 18 - Pessoas cadastradas no CadÚnico por faixa etária e sexo e diferença

percentual (%) por sexo e faixa etária

Page 10: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

7

Tabela 19 - Pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por tipo de deficiência -

Belo Horizonte – 2017

Tabela 20 - Quantidade de pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por faixa

de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abr/2018

Tabela 21 - Percentual de pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por faixa

de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abril/2018

Tabela 22 - Quantidade e % de beneficiários do BPC (idosos e pessoas com deficiência)

residentes em Belo Horizonte – out/2017

Tabela 23 - Número de pessoas idosas beneficiárias do BPC residentes em Belo

Horizonte por faixa etária 2017

Tabela 24 - Número de beneficiários do BPC (pessoas com deficiência) por faixa etária

residentes em Belo Horizonte – 2017

Tabela 25 - Distribuição da população de cor/raça indígena por regionais/BH (2017)

Tabela 26 - Famílias indígenas cadastradas no CADÚNICO que recebem PBF (2017)

Tabela 27 - Distribuição da população indígena por faixa etária (2017)

Tabela 28 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo escolaridade

Tabela 29 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo renda familiar

Tabela 30 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo escolaridade

Tabela 31 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo renda familiar

Tabela 32 - Quantidade de famílias e indivíduos que vivem em comunidades ciganas em

Belo Horizonte - 2015

Tabela 33 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por sexo em Belo Horizonte –

abril de 2018

Tabela 34 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que sabem ler e escrever em

Belo Horizonte – abril de 2018

Tabela 35 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por último ano de escolaridade

em Belo Horizonte – abril de 2018

Tabela 36 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por faixa de renda per capita

em Belo Horizonte – abril de 2018

Page 11: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

8

Tabela 37 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que recebem Bolsa Família em

Belo Horizonte – abril de 2018

Tabela 38 - Distribuição das pessoas em situação de vida nas ruas cadastradas por

regional administrativa

Tabela 39 - Número de casos notificados de violência interpessoal/autoprovocada em

residentes em Belo Horizonte por tipo de violência de 2012 a 2017

Tabela 40 - Número de casos notificados de violência interpessoal /autoprovocada em

residentes em Belo Horizonte por sexo - 2012-2017

Tabela 41 - Crianças e Adolescentes em acolhimento institucional por idade

Tabela 42 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo Disque

Direitos Humanos por público – BH/ 2017

Tabela 43 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo Disque

Direitos Humanos por faixa etária – BH/ 2017

Tabela 44 - Incidência dos tipos de violação de direitos contra a pessoa idosa nos casos

acompanhados pelo PAEFI – BH/ 2017

Tabela 45 - Idosos atendidos pelo Projeto Cuidador/Programa Maior Cuidado - Belo

Horizonte – 2017

Tabela 46 - Número de pessoas idosas acolhidas em Instituições de Longa Permanência

por recorte etário – BH/ 2017

Tabela 47 - Nº de crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 17 anos, em situação de

trabalho infantil, no município de Belo Horizonte – Ano: 2010

Tabela 48 - Famílias cadastradas no CadÚnico por regional – Belo Horizonte – 2017

Tabela 49 - Famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família por Regional - BH- 2017

Tabela 50 - Famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família em relação às famílias

cadastradas por Regional - BH- 2017

Tabela 51 - Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) por regional e

tipo de beneficiário de Belo Horizonte

Tabela 52 - Total de beneficiários do BPC residentes em área CRAS e fora de área

CRAS por Regional - BH – 2017

Tabela 53 - Execução orçamentária (por fonte) – PPAG 2014-2017

Tabela 54 - Execução orçamentária (por proteção) – PPAG 2014-2017

Tabela 55 - Comparativo (por fonte) – PPAG/LOA 2018-2021

Tabela 56 - Comparativo (por proteção) – PPAG/LOA 2018-2021

Page 12: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

Quadro 2 – Órgão Gestor da Política de Assistência Social

Quadro 3 - Fundo Municipal de Assistência Social

Figura 1 – Organograma SUASS

Gráfico 1 - Trabalhadores efetivos de nível superior por formação/função – CRAS

Gráfico 2 - Trabalhadores efetivos de nível superior por formação/função – CREAS

Gráfico 3 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme

dimensionamento da seleção de movimentação – edital 2017 – CRAS

Gráfico 4 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme

dimensionamento da seleção de movimentação – edital 2017 – CREAS

Gráfico 5 - Técnicos efetivos de nível superior por formação – PSB Regional

Gráfico 6 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme

dimensionamento da movimentação – edital 2017 – PSBR

Gráfico 7 - Trabalhadores efetivos de nível médio por unidade de lotação (nas

Regionais)

Gráfico 8 - Trabalhadores efetivos de nível fundamental por unidade de lotação (nas

Regionais)

Gráfico 9 - Técnicos efetivos de nível superior por formação do NAMSEP

Gráfico 10 - Técnicos efetivos de nível superior por formação – Serviço de

Atendimento ao Migrante

Gráfico 11 - Técnicos efetivos de nível superior por formação lotados no Órgão Gestor

Central

Gráfico 12 - Trabalhadores efetivos de nível médio lotados no Órgão Gestor Central

Gráfico 13 - Trabalhadores efetivos de nível superior do Provimento de Serviços e das

funções essenciais de gestão

Gráfico 14 - Estagiários remunerados da PBH lotados nas unidades da SUASS

Gráfico 15 - Servidores da rede governamental por escolaridade

Gráfico 16 - Equipe Secretaria Executiva-CMAS

Gráfico 17 - Trabalhadores da rede socioassistencial privada por escolaridade

Gráfico 18 - Quantitativo de trabalhadores da rede socioassistencial privada por

formação

Gráfico 19 - Proporção de trabalhadores da rede governamental e rede socioassistencial

privada do SUAS-BH

Page 13: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

10

Gráfico 20 - Trabalhadores da Rede Socioassistencial Privada por gênero

Gráfico 21 - Trabalhadores da Rede Governamental por gênero

Gráfico 22 - Trabalhadores da Rede SUAS-BH

Gráfico 23 - Trabalhadores terceirizados (nível médio, fundamental) (MGS) lotados em

CRAS, CREAS e TR por local de trabalho

Gráfico 24 - Trabalhadores terceirizados (nível médio, fundamental) (MGS) lotados em

CRAS, CREAS e TR por local de trabalho

Quadro 4 - Composição do CMAS: Presidência e Coordenação de Comissões

Quadro 5 - Secretaria Executiva

Quadro 6 - Composição do CMAS: Conselheiros

Quadro 7 - Organização do CMAS-BH

Figura 2 - Organograma CMAS-BH

Quadro 8 - Temas das Conferências Municipais de Assistência Social

Quadro 9 - Deliberações da 12º Conferência Municipal de Assistência Social

Quadro 10 - Deliberações das Conferências Setoriais de Juventude, Igualdade Racial e

População em Situação de Rua

Figura 3 - Evolução da pirâmide etária de Belo Horizonte – 1991, 2000 e 2010

Gráfico 25 - População do município de Belo Horizonte por sexo, cor/raça – 2010

Quadro 11 - Identificação das Ocupações Urbanas de Belo Horizonte segundo

Regionais Administrativas

Mapa 1 - Distribuição das ocupações no município de Belo Horizonte, por regional

Gráfico 26- Participação dos setores econômicos no Produto Interno Bruto – BH – 2015

Figura 4 - Evolução da distribuição de renda da população por quintos – Belo

Horizonte, 1991, 2000 e 2010

Quadro 12 - Distribuição percentual da renda da população – Belo Horizonte/MG

Gráfico 27 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais - Belo Horizonte -

2012-2016 (R$)

Gráfico 28 - Percentual de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza -2010

Gráfico 29 - Percentual dos extremamente pobres por grupo etário – 2010

Gráfico 30 - Percentual dos extremamente pobres por raça – 2010

Gráfico 31 - Percentual de pessoas com pelo menos uma deficiência residentes em BH

com renda per capita de até ¼ do SM – 2010

Mapa 2 - Localização de povos quilombolas e ciganos no município de Belo Horizonte

Page 14: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

11

Gráfico 32 - Distribuição da população de 15 a 29 anos por cor/raça e por regional de

residência – Belo Horizonte, 2010

Gráfico 33 - Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ-BH) por território de gestão

compartilhada e por regional – Belo Horizonte, 2015

Gráfico 34 - Regional de residência de adolescentes autores de ato infracional

Gráfico 35 - Distribuição de pessoas em situação de rua por raça/cor

Gráfico 36 - Distribuição de pessoas em situação de rua por raça/cor

Gráfico 37 - Evolução do número de notificações – 2012 a 2017

Gráfico 38 - Número de casos notificados de violência interpessoal/autoprovocada em

residentes em Belo Horizonte por faixa etária – 2012/2017*

Gráfico 39 - Violação de direitos contra criança e adolescentes inseridas no PAEFI por

idade

Gráfico 40 - Tipos de Violação de Direitos acompanhadas pelo PAEFI (%)

Gráfico 41 - Órgão encaminhador das famílias atendidas no PAEFI

Gráfico 42 - Percentual de trabalho infantil por grupo etário /Regional administrativa

2010

Mapa 3 - Localização dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS e

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)

Mapa 4 - Distribuição famílias cadastradas no Cadastro Único no município de Belo

Horizonte por regionais administrativas

Mapa 5 - Distribuição das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família

Mapa 6 - Distribuição dos beneficiários do BPC

Mapa 7 - Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Média

Complexidade – 2017

Mapa 8 - Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Alta

Complexidade – 2017

Quadro 13 - Metas para o quadriênio 2018/2021

Gráfico 43 - Execução orçamentária – PPAG 2014-2017

Gráfico 44 - Execução orçamentária X Proteção/ Gestão – PPAG 2014-2017

Gráfico 45 - Comparativo – PPAG/LOA 2014-2017

Gráfico 46 - Recursos Vinculados oriundos FEAS – 2014-2017

Gráfico 47 - Recursos Vinculados oriundos (FNAS) – 2014-2017

Gráfico 48 - Comparativo – PPAG/LOA 2018-2021

Gráfico 49 - Comparativo – PPAG/LOA 2018-2021

Page 15: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

12

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 15

1 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM

BELO HORIZONTE .............................................................................................. 18

1.1 Identificação do órgão gestor: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte/

Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania/ Subsecretaria

de Assistência Social ............................................................................................... 18

1.2 Organização administrativa da Subsecretaria de Assistência Social ........... 21

1.2.1 Diretoria de Gestão do Sistema Único de Assistência Social – DGAS.... 21

1.2.2 Diretoria de Proteção Social Básica – DPSO ........................................... 23

1.2.3 Diretoria de Proteção Social Especial – DPES ......................................... 24

1.2.4 Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos – DRGD ... 25

1.2.5 Diretorias Regionais de Assistência Social - DRAS ................................ 25

1.3 Recursos Humanos da política de assistência social no município .............. 28

1.3.1. Gestão do trabalho do SUAS-BH ............................................................. 28

1.3.2. Dados sobre o perfil dos recursos humanos do SUAS-BH ...................... 34

2. CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .......... 53

2.1. Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) ................................... 53

2.2. Estrutura de funcionamento do CMAS-BH ................................................. 57

2.3. Organização do CMAS -BH ........................................................................ 59

2.4. Organograma do CMAS-BH ........................................................................ 60

2.5. Competências do CMAS-BH ....................................................................... 60

2.6. Articulação com outros conselhos setoriais ................................................. 62

2.7. Conferência Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte................ 63

2.8. Fórum Municipal dos Usuários do SUAS de Belo Horizonte –

FMUSUAS/BH ....................................................................................................... 71

3. UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DA PROTEÇÃO

SOCIOASSISTENCIAL NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE .................. 74

Page 16: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

13

3.1. Aspectos demográficos e territoriais ............................................................ 74

3.2. Aspectos econômicos: distribuição de renda e integração ao mundo do

trabalho.................................................................................................................... 84

3.3. Aspectos de vulnerabilidades e riscos sociais e violações de direitos do

público prioritário da Assistência Social ................................................................ 90

3.3.1. Famílias em situação de vulnerabilidade social ....................................... 91

3.3.2. Pessoas com deficiência no município ................................................... 101

3.3.3. Vulnerabilidade de Renda entre Idosos e Pessoas com Deficiência: os

dados do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ............................................ 104

3.3.4. Povos e comunidades tradicionais .......................................................... 106

3.3.5. Juventude e vulnerabilidade ................................................................... 119

3.3.6. População em trajetória de vida nas ruas ............................................... 124

3.3.7. Violência e violações de direitos ............................................................ 127

3.3.8. Violação de direitos de crianças e adolescentes ..................................... 131

3.3.9. Violação de direitos de idosos ................................................................ 134

3.3.10. Exploração do trabalho infanto-juvenil no município ........................ 138

4. MAPEAMENTO E COBERTURA DA REDE SOCIOASSISTENCIAL ... 143

4.1. Mapeamento e cobertura da rede socioassistencial de Proteção Social Básica

– PSB 143

4.1.1. Serviços de Proteção Social Básica ........................................................ 143

4.1.2. Programas e Projetos de Proteção Social Básica .................................... 145

4.1.3. Mapa da rede socioassistencial de Proteção Social Básica .................... 146

4.1.4. Transferência de Renda e Cadastro Único ............................................. 148

4.2. Mapeamento e cobertura da rede socioassistencial de Proteção Social

Especial – PSE ...................................................................................................... 157

4.2.1. Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade ............. 157

4.2.2. Ações estratégicas de Proteção Social Especial de Média Complexidade159

4.2.3. Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade ................ 160

4.2.4 Ações estratégicas de Proteção Social Especial de Alta Complexidade 162

Page 17: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

14

5. INTEGRALIDADE E INTERSETORIALIDADE DA POLÍTICA DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL ...................................................................................... 164

6. DIRETRIZES E PRIORIDADES PARA O QUADRIÊNIO 2018/2021 ...... 168

7. OBJETIVO GERAL E METAS .................................................................... 168

7.1. Objetivo Geral ............................................................................................ 169

7.2. Metas para o quadriênio 2018/2021 ........................................................... 170

8. FINANCIAMENTO ...................................................................................... 180

8.1. O financiamento do SUAS-BH .................................................................. 180

9. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL ...................................................................................... 189

Page 18: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

15

APRESENTAÇÃO

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 204, estabelece que as ações

governamentais na área da Assistência Social serão organizadas com base nas diretrizes

de:

I. descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as

normas gerais à esfera federal, e a coordenação e a execução dos respectivos programas

às esferas estaduais e municipais, bem como a entidades beneficentes e de assistência

social;

II. participação da população, por meio de organizações representativas, na

formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

A Lei Orgânica da assistência Social – LOAS regulamenta a Política de

Assistência Social como política pública, iniciando um percurso que a levaria de velhas

práticas clientelistas e assistencialistas para um novo patamar: do campo da garantia e

defesa de direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal.

Inaugura-se, assim, uma nova matriz para a Política de Assistência Social, no campo de

Seguridade Social juntamente com a Saúde e a Previdência Social, ressaltando-se seu

caráter de Proteção Social.

Entretanto, o atual contexto político do País tem se caracterizado por retrocessos

na forma de elaboração e condução das Políticas Públicas Sociais. Concepções antes

secundárias, como a de Estado Mínimo e de filantropia social e empresarial, voltam a

ganhar força e gerar decisões centralizadas e sem lastro na interlocução democrática

com a sociedade através do reconhecimento dos dispositivos legais de controle social.

Em um País com um passivo secular de desigualdade social e concentração de

renda, o Estado, no cumprimento de suas atribuições constitucionais, deve

necessariamente ser agente indutor e implementador de uma Política de Assistência

Social que assegure proteção a indivíduos e famílias que vivenciam situações diversas

de desproteção social.

Merece destaque que a Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004 e

suas regulamentações posteriores se contrapõem à perspectiva de Estado Mínimo,

desobrigado de se responsabilizar pela expansão e qualificação de um Sistema de

Segurança Social no País. Tanto a PNAS quanto suas regulamentações posteriores, em

particular a NOB/SUAS, organizam concepções e diretrizes que concretizam as bases

de uma política de assistência social descentralizada e participativa, primando por se

Page 19: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

16

garantir a participação efetiva da sociedade na formulação e na condução das ações do

campo socioassistencial, bem como do monitoramento e avaliação de seus resultados e

impactos.

Neste cenário de retrocessos, este Plano Municipal de Assistência Social 20018-

2021 representa a possibilidade de pactuação de propostas e prioridades fundamentais

para o aprimoramento do Sistema Único de Assistência Social de Belo Horizonte -

SUAS/BH, com expansão e qualificação, dos serviços, programas, projetos e benefícios

socioassistenciais.

O Plano Municipal é um dos instrumentos de gestão necessários à

operacionalização da Política de Assistência Social, caracterizando-se como ferramenta

de regulação e de planejamento técnico e financeiro do SUAS/BH. Neste instrumento,

as ações de proteção no campo da assistência social são materializadas através de

estabelecimento de prioridades, de diretrizes, de objetivos e do planejamento da oferta

do conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, bem como

das ações de gestão e de controle social para o período de 2018-2021.

Na contramão do contexto nacional de retrocessos, o presente Plano se propõe a

ampliar e qualificar a Política de Assistência Social no Município. Essa aposta é

traduzida, neste, através do planejamento de ações de manutenção, reordenamentos,

ampliação e qualificação do provimento dos serviços e benefícios; de aprimoramento da

gestão do SUAS; e de ampliação e potencialização das instâncias de participação e

controle social.

A reforma, ocorrida em 2017, reorganizou a estrutura administrativa da PBH,

permitindo ao órgão gestor da Assistência Social, implantar áreas essenciais de gestão

do SUAS: Gestão do Trabalho e Educação Permanente, Vigilância Socioassistencial,

Apoio e Assessoramento a Entidades socioassistenciais; Relação com o Sistema de

Garantia de Direitos; bem como potencializou áreas pré-existentes, como a Regulação,

Proteção Social Especial e Proteção Social Básica.

A previsão neste Plano de novos dispositivos de participação, devidamente

institucionalizados, visa fortalecer o caráter descentralizado, participativo e democrático

da Política de Assistência Social no Município. Procura-se, assim, ressaltar a

necessidade de ampliar a reflexão e a interlocução entre gestores, da rede estatal e não

governamentais, trabalhadores, usuários, conselheiros e demais atores envolvidos direta

ou indiretamente com a Assistência Social e com o SUAS, sobre o contexto social,

econômico e político no município, no estado e no País, e sobre as tensões e os conflitos

Page 20: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

17

que podem comprometer o constante aperfeiçoamento do SUAS/BH. Tais ações são

fundamentais, pois abrem a possibilidade de formação de consensos e de inovações na

oferta, fomentando e pactuando acordos institucionais, permanentes ou transitórios, que

através destes dispositivos institucionalizados permitem a avaliação e a redefinição

sistemática de ações e concepções no campo socioassistencial.

Por sua vez, a ampliação e a qualificação da oferta de serviços, programas,

projetos e benefícios socioassistenciais apontam para o reconhecimento e da valorização

da Política de Assistência Social no município como indutora do bem-estar e

potencializadora da autonomia e dos direitos sociais. Considerando a

corresponsabilidade dos três entes federados de cofinanciarem, por meio de

transferências automática, regular e fundo a fundo, o aprimoramento da gestão, os

serviços, os programas, os projetos de assistência social e benefícios continuados, o

atual contexto de retrocessos não repercutem, ainda, neste Plano na sustentação de

ampliação e qualificação do SUAS/BH. Contudo, ações de reordenamento na oferta e na

gestão da Política de Assistência Social integram este Plano, visando a atualização, a

inovação e a qualificação do atendimento aos indivíduos e famílias que compõem o

público prioritário da Assistência Social no Município.

Por fim, é necessário ressaltar que este Plano é um instrumento público, que

afirma compromissos e instrumentaliza a sociedade para o controle e o fortalecimento

da Política de Assistência Social no Município. Embora o arcabouço normativo do

SUAS seja avançado e apesar do município apresentar avanços históricos na formulação

e implantação da Política de Assistência Social, o caminho a ser percorrido é repleto de

desafios, em especial decorrentes do atual contexto de retrocessos político-institucionais

no campo socioassistencial. Contudo, as oportunidades de avanços nunca se esgotam e

dependem, em grande parte, da capacidade da própria sociedade se valer dos recursos e

instrumentos que conta para se posicionar e atuar em situações políticas desfavoráveis.

Este Plano é um destes instrumentos e as ações planejadas que nele constam devem ser

monitoradas e avaliadas técnica e politicamente para que seus objetivos sejam de fato

atingidos.

Page 21: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

18

1 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM

BELO HORIZONTE

1.1 Identificação do órgão gestor: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte/

Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania/

Subsecretaria de Assistência Social

A Subsecretaria de Assistência Social – SUASS, vinculada à Secretaria

Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC, tem

como missão contribuir na garantia e defesa de direitos na superação de situações de

violação, risco e vulnerabilidades pessoais e sociais, respeitando os princípios da

Política Nacional de Assistência Social. São princípios dessa política: a supremacia do

atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; a

universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial

alcançável pelas demais políticas públicas; o respeito à dignidade do cidadão, à sua

autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à

convivência familiar e comunitária; a igualdade de direitos no acesso ao atendimento,

sem discriminação de qualquer natureza.

Destaca-se que em 2017 a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte passou por

um processo de Reforma Administrativa, publicada no Diário Oficial do Município em

01 de setembro de 2017, por meio do Decreto nº 16.684, de 31 de agosto de 2017. Este

Decreto dispõe sobre a estrutura orgânica dos órgãos e entidades do Poder Executivo.

Nessa nova organização, a antiga Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social

(SMAAS) passou a ser nomeada Subsecretaria de Assistência Social (SUASS),

compondo a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e

Cidadania (SMASAC). Essa reforma modernizou a estrutura da SMASAC, assim como

da SUASS, com o objetivo de torná-las mais eficientes, transparentes e próximas do

cidadão.

É importante destacar algumas mudanças significativas na SUASS, resultantes

da Reforma Administrativa, que impactam na qualificação e fortalecimento da gestão do

Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no município:

a) A instituição das Diretorias Regionais de Assistência Social, substituindo as

antigas Gerências Regionais de Assistência Social, elevando em nível

Page 22: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

19

estratégico a condução do Comando Único do SUAS/BH e fortalecendo as

articulações interinstitucionais e intersetoriais da Política de Assistência

Social;

b) A implantação da Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de

Direitos - SGD, com o objetivo de garantir a interlocução e pactuação de

fluxos e protocolos com os diferentes atores do Sistema de Garantia de

Direitos;

c) A implantação da Gerência de Apoio Técnico e Assessoramento à Rede

Socioassistencial Privada (GAREP), visando garantir a aproximação do

órgão gestor do SUAS com as Organizações da Sociedade Civil – OSCs por

meio do vínculo SUAS e qualificar as ofertas socioassistenciais;

d) A incorporação da Gerência de Gestão de Transferência de Renda e Cadastro

Único à Diretoria de Proteção Social Básica, potencializando as ações

integradas de assistência social como direito social, por meio do Cadastro

Único e da gestão de benefícios socioassistenciais e de transferência de

renda, como o Programa Bolsa Família;

e) A implantação da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente

(GGTEP) na Diretoria de Gestão do SUAS, possibilitando ao SUAS/BH

trabalhar em ações de fortalecimento e valorização do trabalhador do SUAS,

de qualificação da oferta dos serviços, programas, projetos, benefícios,

transferência de renda e Cadastro Único e de garantir a implementação da

Política Municipal de Educação Permanente do SUAS/BH.

f) A implantação da Gerência de Benefícios, Programas e Projetos na Diretoria

de Proteção Social Básica, objetivando a gestão e coordenação dos

programas, projetos e benefícios socioassistenciais na perspectiva da

qualificação e oferta integrada aos serviços socioassistenciais.

Neste contexto, a atual configuração da estrutura organizacional da SUASS veio

se adequar de forma mais condizente às normativas e diretrizes da Política de

Page 23: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

20

Assistência Social, potencializando o comando único, a territorialidade e a

matricialidade sociofamiliar para a consolidação da proteção socioassistencial de

maneira integralizada. Deste modo, o novo desenho aprimorou e inaugurou novas

institucionalidades na gestão do SUAS no município mediante a criação de diretorias e

gerências estratégicas.

Quadro 1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

Gestor municipal Alexandre Kalil

Endereço Avenida Afonso Pena, 1212 - 2º Andar - Centro. CEP: 30.130-

908. Belo Horizonte – MG

Telefone 3277-4141

E-mail [email protected] Fonte: SUASS (2018)

Quadro 2 – Órgão Gestor da Política de Assistência Social

SMASAC – Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania

Gestor responsável Maíra da Cunha Pinto Colares

Endereço Rua Tupis, 149 - 11º Andar - Centro. CEP: 30.190-060. Belo

Horizonte – MG

Telefone 3277-9996/9997

E-mail [email protected]

SUASS - Subsecretaria de Assistência Social

Gestor responsável José Ferreira da Crus

Endereço Rua Tupis, 149 - 15º Andar - Centro. CEP: 30.190-060. Belo

Horizonte – MG

Telefone 3277-4562/4568

E-mail [email protected]

Nível de gestão Plena

Porte do Município Metrópole Fonte: SUASS (2018)

Quadro 3 - Fundo Municipal de Assistência Social

Gestor do FMAS Maíra da Cunha Pinto Colares – Secretária

José Ferreira da Crus – Secretário Adjunto

Lei de Criação do FMAS Lei Municipal Nº 7.099, de 27 de maio de 1996

Decreto de Regulamentação

do FMAS

Decreto Municipal Nº 9.073, de 30 de dezembro de 1996

CNPJ 13.921.433/0001.21

Fonte dos recursos Fundo Nacional de Assistência Social, Fundo Estadual de

Assistência Social, Recursos Oriundos do Tesouro Municipal e

outras fontes

Fonte: SUASS (2018)

Page 24: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

21

1.2 Organização administrativa da Subsecretaria de Assistência Social

A Subsecretaria de Assistência Social – SUASS, apresenta em sua estrutura

organizacional quatro Diretorias no nível central: Diretoria de Gestão do Sistema Único

de Assistência Social, Diretoria de Proteção Social Básica, Diretoria de Proteção Social

Especial e Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos. Vinculadas

também à SUASS estão as Diretorias Regionais da Assistência Social – DRAS

localizadas nas nove regionais administrativas do município. A cada diretoria estão

vinculadas gerências, com atribuições táticas e operacionais relacionadas à gestão e ao

provimento dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social e, ou,

relacionadas às funções de gestão previstas no Sistema Único de Assistência Social –

SUAS. Será apresentada a seguir uma breve descrição das funções desempenhadas por

essas áreas.

1.2.1 Diretoria de Gestão do Sistema Único de Assistência Social – DGAS

A DGAS tem a função precípua de coordenar, acompanhar e avaliar a implantação

do SUAS em Belo Horizonte através dos processos de planejamento, monitoramento e

avaliação da política, implantação e fomento da vigilância socioassistencial, regulação e

regulamentação do SUAS, por meio da elaboração de normas, instruções, parâmetros,

protocolos, acompanhamento das matérias afetas à área no Legislativo, dentre outros,

implementação e fomento da gestão do trabalho e educação permanente do SUAS e, do

acompanhamento e apoio ao controle social e, também, do apoio técnico e

assessoramento à rede socioassistencial não governamental. Organiza-se em quatro

gerências:

a) Gerência de Gestão do Trabalho e Educação Permanente – GGTEP: tem

como competência implementar ações de gestão do trabalho e educação

permanente do SUAS, compreendendo a valorização do trabalhador e a

estruturação do processo de trabalho institucional. Responsável por instituir,

coordenar e secretariar a Mesa Municipal de Gestão do Trabalho, o Núcleo

Page 25: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

22

Municipal de Educação Permanente do SUAS – NUMEP/SUAS e a Escola de

Educação Permanente do SUAS.

b) Gerência de Vigilância Socioassistencial – GVISO: tem como atribuição

efetivar a vigilância socioassistencial como função estratégica da Política de

Assistência Social, subsidiando processos de produção de conhecimentos,

planejamento, monitoramento, avaliação e de gestão em Belo Horizonte. A

esta gerência compete produzir, sistematizar e analisar informações

territorializadas sobre as situações de vulnerabilidade e risco que incidem

sobre famílias e indivíduos e dos eventos de violação de direitos nos

territórios do município, assim como disponibilizar as informações

produzidas. Ela possui em sua estrutura interna duas coordenações, a

Coordenação de Monitoramento e Avaliação do SUAS e a Coordenação de

Informações do SUAS.

c) Gerência de Regulação do Sistema Único de Assistência Social – GRSAS:

tem como principal atribuição propiciar unidade às ações de regulamentação e

regulação de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais,

considerando suas especificidades e particularidades da gestão e dos

territórios, em conformidade com as normativas estabelecidas na Política

Nacional de Assistência Social e demais normativas. Executa essa função por

meio de proposições nas ações operacionais e de gestão, fazendo a vigilância

administrativa das normativas do SUAS, unificando conceitos, revisando

processos de trabalho e participando do processo de elaboração de

metodologias dos serviços e benefícios.

d) Gerência de Apoio Técnico e Assessoramento à Rede Socioassistencial

Privada – GAREP: sua principal função é assessorar e apoiar as entidades e

organizações de assistência social do município, inscritas no CMAS, bem

como orientar a execução de serviços, programas, projetos e benefícios por

elas ofertados, visando ao fortalecimento do vínculo SUAS. Para tal, essa

gerência tem como atribuições: construir estratégias de fortalecimento da

relação entre as entidades e organizações de assistência social e o órgão

gestor; produzir e disseminar informações e orientações para a rede

Page 26: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

23

socioassistencial não governamental; gerir e manter atualizado o Cadastro

Nacional de Entidades de Assistência Social – CNEAS no âmbito municipal;

orientar e acompanhar a inscrição das entidades de assistência social junto ao

Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS; acompanhar e apoiar as

entidades quanto à adesão a programas, projetos, incentivos e isenções

financeiras municipais, estaduais e federais, dentre outras.

1.2.2 Diretoria de Proteção Social Básica – DPSO

Compete a esta Diretoria, coordenar o planejamento, a formulação e a

implementação das ações e Proteção Social Básica do SUAS destinadas à população que

vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação ou

fragilização de vínculos afetivos, discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por

deficiências, dentre outras.

Organiza-se em três gerências:

a) Gerência de Gestão de Benefícios, Programas e Projetos Socioassistenciais –

GGBPP: tem por objetivo gerir os programas, projetos e benefícios

socioassistenciais visando à oferta integrada aos serviços socioassistenciais.

Nesta gerência estão a Coordenação do Benefício de Prestação Continuada

(BPC) e Benefícios Eventuais e a Coordenação de Programas e Projetos

Socioassistenciais;

b) Gerência de Gestão dos Serviços da Proteção Social Básica – GGPSB: tem a

competência de gerir, implementar, integrar e qualificar os serviços da

Proteção Social Básica (PSB) do SUAS, visando promover a prevenção de

situações de vulnerabilidades e risco sociais e pessoais, a socialização e a

convivência familiar e comunitária. Para tal, ela deve, dentre outras

atribuições, elaborar e aplicar os instrumentos de orientação metodológica dos

serviços e apoiar as unidades socioassistenciais no exercício de suas funções.

Nela estão incluídas a Coordenação de Serviços da PSB territorializados e a

Coordenação de Serviços da PSB Regional;

Page 27: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

24

c) Gerência de Gestão de Transferência de Renda e Cadastro Único – GTREC:

objetiva gerir as ações dos programas de transferência de renda e do Cadastro

Único, desenvolvendo estratégias proativas de inclusão e atualização

cadastral, acompanhamento do público prioritário, assim como o

acompanhamento das condicionalidades, dentre outras ações. É composta pela

Coordenação de Gestão do Cadastro Único e a Coordenação de Gestão de

Benefícios. Cabe salientar que esta gerência, antes vinculada à Secretaria

Municipal de Políticas Sociais, com a reforma administrativa foi integrada à

SUASS, consolidando a gestão integrada de serviços, programas, projetos e

benefícios socioassistenciais e qualificando a oferta de proteção social no

município.

1.2.3 Diretoria de Proteção Social Especial – DPES

É a diretoria responsável pelo planejamento, coordenação e organização da oferta

de Proteção Social Especial do SUAS a indivíduos e famílias em situação de

vulnerabilidades e riscos pessoais e sociais em decorrência da fragilização e/ou

rompimentos de vínculos familiares e comunitários. Estrutura-se em duas gerências:

a) Gerência de Gestão dos Serviços de Média complexidade - GGSMC: tem a

atribuição de gerir e implementar ações de Proteção Social Especial de Média

Complexidade do SUAS, voltados para a promoção da proteção social de

famílias e indivíduos com direitos violados, cujos vínculos familiares e

comunitários ainda não foram rompidos. Integra esta Gerência o Núcleo de

Atendimento às Medidas Socioeducativas e Protetivas da PBH; a

Coordenação de Atendimento Técnico-Metodológico das medidas

Socioeducativas em Meio Aberto; a Coordenação do Serviço de Proteção e

Atendimento Especializado a famílias e Indivíduos; a Coordenação do

Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua e; a Coordenação do

Serviço de Proteção Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas

Famílias.

b) Gerência de Gestão dos Serviços de Alta Complexidade - GGSAC: deve gerir

e implementar as ações de Proteção Social de Alta Complexidade do SUAS,

Page 28: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

25

com serviços voltados para a garantia de proteção integral a indivíduos e

famílias em situação de risco pessoal e social, com vínculos familiares

rompidos ou extremamente fragilizados. Nesta gerência estão a Coordenação

de Acolhimento Institucional – para idosos, pessoas com deficiência e

crianças e adolescentes; a Coordenação de Acolhimento Familiar; e, a

Coordenação da Central de Vagas do SUAS.

A esta diretoria está também vinculada a Coordenação das Ações Estratégicas do

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI.

1.2.4 Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos – DRGD

À Diretoria de Relação com o Sistema de Garantia de Direitos compete qualificar

as articulações institucionais e interinstitucionais em face do aperfeiçoamento da relação

entre o SUAS e o Sistema de Garantia de Direitos1, em especial com os órgãos de defesa

dos direitos humanos. Para tal, deve atuar nas relações entre os gestores do SUAS e os

profissionais dos órgãos de defesa do Sistema de Garantia de Direitos e estabelecer um

canal de comunicação direto e dialógico com os profissionais dos referidos órgãos.

Além disso, deve desenvolver atribuições de planejamento e acompanhamento

dos processos de implantação e reordenamento dos serviços de assistência social

decorrentes de processos administrativos e judiciais, em conjunto com as demais áreas do

SUAS, da promoção de ações de gestão das relações e a articulação interinstitucional

com os Órgãos de Defesa e Garantia de Direitos e da proposição e participação na

elaboração de fluxos de rede com os Órgãos de Defesa e de Garantia de Direitos.

Igualmente, deve formalizar respostas oficiais aos órgãos de defesa do Sistema de

Garantia de Direitos, com o subsídio previamente fornecido pela equipe técnica dos

serviços e benefícios socioassistenciais, bem como participar de reuniões oficiais e

estudos de casos.

1.2.5 Diretorias Regionais de Assistência Social - DRAS

1 Consiste na articulação e integração de instituições e instâncias do poder público na aplicação de

mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos, nos três níveis federativos.

Page 29: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

26

De acordo com a organização administrativa da Prefeitura Municipal de Belo

Horizonte, o município está subdividido em nove regionais administrativas: Barreiro,

Centro-Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova. Em cada

uma dessas regionais foi criada uma diretoria regional, com o objetivo de desenvolver e

qualificar a gestão do SUAS regional, respeitando as especificidades regionais e

garantindo unidade em seu processo de gestão. Estas têm como principal atribuição a

gestão da política de assistência social em sua abrangência territorial/regional, articulada

e integrada com o órgão gestor no município, na perspectiva de consolidar o Comando

Único da Política. A consolidação das DRAS é um avanço significativo para a política de

assistência social que historicamente se apresentava como uma instância inferior no

âmbito das políticas sociais regionais.

Às DRAS, além da gestão do SUAS no território da regional de acordo com as

diretrizes estabelecidas pela SUASS; compete planejar, de forma articulada e integrada

com a SUASS, a oferta de serviços, programas, projetos, benefícios, transferência de

renda e o cadastro único no território da regional, assim como desenvolvimento das ações

de busca ativa; promover a integralidade da proteção socioassistencial considerando as

ações de Proteção Social Básica e de Proteção Social Especial do SUAS, coordenando-as

em sua área de abrangência e fomentando a função de vigilância socioassistencial;

coordenar e promover a articulação intersetorial e com movimentos sociais, entidades da

sociedade civil e fóruns temáticos que atendam públicos relacionados ao SUAS, no

território da regional administrativa; promover a intersetorialidade necessária para acesso

e inclusão nas políticas sociais; organizar e apoiar as ações de gestão referentes aos

processos de apoio técnico e assessoramento às entidades socioassistenciais, regulação,

vigilância socioassistencial, gestão do trabalho e educação permanente no SUAS.

.

Page 30: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

27

Figura 1 - Organograma SUASS

Page 31: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

28

1.3 Recursos Humanos da política de assistência social no município

1.3.1. Gestão do trabalho do SUAS-BH

De acordo com a Norma Operacional Básica do SUAS de 2012 (NOB

SUAS/2012, aprovada pela Resolução CNAS nº 33 de 12 de dezembro de 2012), a

gestão do trabalho no SUAS compreende o planejamento, a organização e a execução

das ações relativas à valorização do trabalhador e à estruturação do processo de trabalho

institucional, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. As

ações de gestão do trabalho estão intrinsecamente relacionadas com a gestão dos

recursos humanos da política de assistência social, assim como com as ações de

educação permanente dos trabalhadores e trabalhadoras dos SUAS.

Conforme mencionado anteriormente, a reforma administrativa realizada pela

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte possibilitou a implantação da Gerência de

Gestão do Trabalho e Educação Permanente do SUAS (GGTEP), que institucionalizou

uma instância administrativa para operacionalizar essa função de gestão do SUAS. Esse

esforço se deu em resposta à luta histórica dos trabalhadores e usuários da Política de

Assistência Social em prol da oferta qualificada dos serviços e benefícios do SUAS e da

valorização daqueles que executam o trabalho social. Destacamos, ainda, que a

instituição de uma unidade administrativa específica de gestão do trabalho na SUASS

no ano de 2017 cumpriu meta de estruturação da Secretaria com a formalização de áreas

essenciais2, determinada pelo Pacto de Aprimoramento de Gestão do SUAS (2014-

2017).

Assim, tornou-se possível estabelecer ações que garantam o registro e

acompanhamento dos dados referentes aos profissionais vinculados ao SUAS/BH, da

rede pública e privada; que permitam contribuir com a saúde, segurança e qualidade de

vida destes, além de possibilitar recursos para o fomento da gestão participativa e

democrática do Sistema. No que se refere à educação permanente, a GGTEP traz para a

realidade do SUAS o fomento da produção de conhecimento, disseminação e

publicação de estudos e pesquisas acerca da política pública de Assistência Social; a

2 Áreas essenciais: os municípios de Grande Porte e Metrópole devem instituir na estrutura formal as

áreas de Proteção Social Básica, Proteção Social Especial, Gestão Financeira e Orçamentária, Gestão de

Benefícios Assistenciais e Transferência de Renda, área de Gestão do SUAS com competência de: Gestão

do Trabalho, Regulação do SUAS e Vigilância Socioassistencial.

Page 32: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

29

promoção da articulação com Instituições de Ensino, escolas de governo, entidades

sindicais e de fiscalização do exercício profissional, movimentos sociais e entidades

representativas da educação profissional, com vistas à formação, desenvolvimento e

trabalho no âmbito da assistência social; o planejamento, coordenação e

desenvolvimento de ações visando à integração e ao aperfeiçoamento dos planos de

formação, qualificação e distribuição das ofertas de educação e trabalho na área da

assistência social.

Estratégias importantes de valorização dos trabalhadores e de qualificação das

ofertas socioassistenciais foram iniciadas no ano de 2017, gerando transformações

importantes no quadro de recursos humanos do provimento dos serviços, programas,

projetos e benefícios socioassistenciais. Dentre essas estratégias destaca-se um conjunto

de ações realizadas com o objetivo de adequar e recompor o quadro de equipes técnicas

que atuam nas unidades de prestação de serviços e atenções continuadas para a

população: o processo de seleção para movimentação interna de servidores da carreira

da Administração Geral, ocupantes do cargo de Analista de Políticas Públicas (APP),

especialidades Psicologia e Serviço Social; a implantação da jornada de 30 horas para

APP com habilitação profissional em Psicologia e Serviço Social nas unidades de

atendimento aos usuários da política de assistência social; a convocação para posse de

63 candidatos aprovados no concurso realizado por meio do Edital nº 03/2015, da

carreira de Analista de Políticas Públicas - APP, especialidade Psicologia; e a realização

de processo seletivo simplificado para seleção interna para provimento de cargos em

comissão de coordenação de CRAS e CREAS. Ademais, para o fomento da gestão

participativa e para o fortalecimento da educação permanente no município, dois

dispositivos foram criados, a saber: Mesa Municipal de Gestão do Trabalho e Núcleo

Municipal de Educação Permanente do SUAS.

A compreensão sobre a atual composição dos recursos humanos do SUAS-BH

está relacionada a esses processos em curso. Assim, antes da apresentação do quadro

geral de trabalhadores da rede socioassistencial, serão descritas as estratégias

supracitadas realizadas no âmbito da Gestão do Trabalho.

a) Implantação da jornada de trabalho de 30h

Em 30 de novembro de 2017 foi publicada a Lei nº 11.080/2017 que, dentre

outras providências, alterou o artigo 2º da Lei nº 9.469/07 (§ 10-A). Em seu artigo 31, a

referida lei dispõe que os servidores ocupantes do cargo de Analista de Políticas

Page 33: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

30

Públicas com habilitação profissional em Serviço Social e Psicologia, cuja jornada de

trabalho semanal seja de 40 (quarenta) horas, cumprirão a carga horária semanal de

trabalho de 30 (trinta) horas, em um único turno, mantendo-se a remuneração da jornada

de 40 (quarenta) horas semanais, desde que estejam em efetivo exercício, executando

diretamente serviços socioassistenciais no âmbito do Sistema Único da Assistência

Social - SUAS, e em atendimento direto aos usuários nos equipamentos de Direitos e

Cidadania. A redução da jornada de trabalho para Assistentes Sociais e Psicólogos que

atuam no provimento de serviços e benefícios socioassistenciais do SUAS/BH se

justifica a partir da necessidade de adequação da composição das equipes que realizam

o trabalho social com famílias de acordo com o disposto na Norma Operacional Básica

de Recursos Humanos do SUAS (NOB SUAS-RH/2005) e da expectativa de que haja a

na melhoria da qualidade de vida do trabalhador, a melhoria da saúde das equipes,

implicando na qualificação da atenção dispensada ao público usuário.

O trabalho no provimento de serviços e benefícios envolve a exposição dos

profissionais das equipes às múltiplas manifestações das desproteções sociais. As

medidas de valorização do trabalhador, o que inclui a redução das jornadas de trabalho,

buscam, além da melhoria da qualidade de vida, um impacto positivo na qualificação e

na produtividade, tendo em vista que um tempo maior disponível para o trabalhador é

revertido no aprimoramento profissional e numa vida mais saudável física e

psicologicamente.

Destaca-se, ainda, que a implantação da jornada de 30 horas e o consequente

redimensionamento das equipes de trabalho de provimento de serviços, programas,

projetos e benefícios possibilitou a ampliação do horário de funcionamento das

unidades de atendimento aos usuários de assistência social, institucionalizada por meio

da Portaria SMASAC nº 004/2018.

b) Seleção de Movimentação

Tendo em vista a implantação da jornada de trinta horas semanais e a

consequente necessidade de recompor as equipes de referência do provimento de

serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, foi realizada, pela

Subsecretaria de Gestão de Pessoas (SUGESP), pela Subsecretaria de Assistência Social

e pela Subsecretaria de Direito e Cidadania, entre setembro e dezembro de 2017 a

Seleção de Movimentação interna.

Page 34: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

31

A seleção em questão, utilizando como referência um dimensionamento inicial

das equipes do provimento feito pelo órgão gestor no segundo semestre de 2017, visou

contribuir, junto com outras iniciativas, para preencher vagas para Analistas de Políticas

Públicas, com formação em Psicologia e Serviço Social, nas equipes de referência dos

serviços; possibilitar o acesso à escala especial da jornada de 30 horas pelos psicólogos

e assistentes sociais lotados em unidades do órgão gestor; e possibilitar a movimentação

interna de psicólogos e assistentes sociais da SUASS e SUDC. Neste sentido, no âmbito

do SUAS/BH, as vagas foram direcionadas aos seguintes equipamentos e ações

estratégicas na SUASS: CRAS, CREAS, Equipes da Proteção Social Básica Regional,

Transferência de Renda, Serviço de Atendimento ao Migrante e Núcleo de Atendimento

às Medidas Socioeducativas e Protetivas/NAMSEP. Este dimensionamento foi

elaborado tendo como referência a NOB RH (2006) e a Resolução do CNAS nº17 de 20

de junho de 2011. Destaca-se que ele está sujeito a alterações, baseadas em estudos

técnicos em desenvolvimento pela SUASS.

Participou da seleção o total de 470 (quatrocentos e setenta) servidores. Destes,

377 (trezentos e setenta e sete) fizeram opção por permanecer no atual local de trabalho,

43 (quarenta e três) optaram por movimentar do órgão gestor para o provimento de

serviços nas regionais administrativas e equipamentos, 11 (onze) optaram pela

movimentação do provimento de serviços para o órgão gestor, e 39 (trinta e nove)

optaram pela movimentação entre os equipamentos.

Cabe ressaltar que as vagas dos serviços foram organizadas em turnos de

trabalho (matutino e vespertino), tendo em vista a redução da jornada de trabalho para

30 horas semanais dos psicólogos e assistentes sociais que atuam na oferta dos serviços

socioassistenciais.

c) Convocação para posse de Analistas de Políticas Públicas/Psicólogos

efetivos

Além do processo de movimentação, outra estratégia utilizada para a

recomposição das equipes das unidades de provimento de serviços e atenções aos

usuários da política foi a convocação para posse de 63 (sessenta e três) psicólogos

aprovados em concurso público realizado por meio do Edital nº 03/2015. Destaca-se

que a convocação desses profissionais contribuiu significativamente para a ampliação

do quadro de trabalhadores do SUAS-BH, porém ainda não é suficiente para garantir a

recomposição de todas as equipes, tendo em vista fragilidades e insuficiências históricas

Page 35: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

32

identificadas no setor. São necessárias ainda outras estratégias, tais como a realização de

concurso público para outras categorias profissionais que compõem o SUAS, com

destaque Serviço Social e Direito.

d) Seleção Interna para provimento de cargos em comissão de coordenação de

CRAS e CREAS

Em março de 2018 foi publicado o Edital SMASAC nº 001/2018, destinado à

Seleção Interna para provimento de cargos em comissão de coordenação do Centro de

Referência de Assistência Social - CRAS e Centro de Referência Especializado de

Assistência Social – CREAS. Esse edital vai de em encontro à demanda antiga dos

trabalhadores do SUAS/BH de composição dos quadros de gestão dessas unidades por

meio da identificação e da seleção pública e transparente de servidores efetivos com o

perfil técnico adequado. Além disso, essa medida cumpre, em grande parte, com a

deliberação da Conferência Municipal de Assistência Social de 2015:

Imediata implantação de processo de seleção (avaliativo, transparente e

coletivo) dos Gerentes de A. S. (G2, G3 e Coordenadores de equipamentos).

Os candidatos devem ser concursados da Adm. Geral com atuação na política

de A.S., com formação superior sendo precedida de critérios técnicos e éticos,

com experiência reconhecida de atendimentos aos usuários da A.S. e com

conhecimento comprovado sobre os serviços, programas e benefícios

integrantes do SUAS em consonância com as diretrizes das NOB-RH

(Deliberação 11, Dimensão 4).

A seleção foi organizada a partir de 03 (três) etapas: a) prova objetiva de

múltipla escolha; b) prova discursiva; c) análise de títulos e entrevista individual. Para

sua realização, foi feita a contratação de empresa com domínio e experiência nesse tipo

de atividade. Esse processo seletivo valoriza o servidor público, ocupante de cargo

efetivo de Analista de Políticas Públicas, lotado na Subsecretaria de Assistência Social

(SUASS) ou lotado no Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS).

e) Mesa Municipal de Gestão do Trabalho do SUAS

A Mesa de Gestão do Trabalho do SUAS foi instituída em 22 de julho de 2017,

por meio da Portaria SMAAS n° 16/2017, alterada pela Portaria SMAAS nº 24/2017, de

29 de novembro de 2017, como um espaço permanente de diálogo e de negociação entre

Page 36: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

33

gestores, trabalhadores e usuários do SUAS/BH, no que concerne à Gestão do Trabalho,

na perspectiva da qualificação dos serviços, programas, projetos, benefícios

socioassistenciais e transferência de renda, da valorização dos trabalhadores e da

organização institucional do trabalho no SUAS-BH. Sua composição é colegiada, com

representantes da gestão do SUAS – órgão gestor e direção das Organizações da

Sociedade Civil com atuação no SUAS –, representantes dos trabalhadores do setor

público e privado, e dos usuários.

Como objetivos, cabe ao referido dispositivo: I. Propor parâmetros e diretrizes

para a Gestão do Trabalho, em consonância com as normativas vigentes da política

pública de Assistência Social; II. Acompanhar, monitorar e avaliar a execução das ações

voltadas para a Gestão do Trabalho no SUAS; III. Propor diretrizes de condições

técnicas e éticas para o trabalho no SUAS; IV. Propor ações de adequação de perfis

profissionais para o trabalho no SUAS; V. Propor diretrizes para a movimentação dos

profissionais no SUAS, visando à adequada composição interdisciplinar das equipes de

referência no SUAS; VI. Propor ações para a desprecarização das relações e condições

de trabalho no SUAS; VII. Estabelecer diálogo e agenda conjunta com o Núcleo

Municipal de Educação Permanente do SUAS; VIII. Estabelecer diálogo e agenda

conjunta com os usuários do SUAS-BH; IX. Propor diretrizes para a implementação das

ações de Educação Permanente em consonância com as normativas vigentes da política

pública de Assistência Social; X. Propor a criação de comissões temáticas temporárias,

com o objetivo de esclarecer e aprofundar temas específicos, mediante a participação de

convidados e assessorias técnicas; XI. Propor parâmetros e diretrizes para o atendimento

no SUAS em respeito à diversidade de gênero e sexual, à igualdade racial e aos direitos

humanos de povos e comunidades tradicionais, população residente em ocupações,

população em situação de rua, migrantes, população carcerária, dentre outros; XII.

Propor parâmetros e diretrizes para a atuação proativa, protetiva e preventiva no SUAS;

XIII. Propor ações para a formulação de uma Política Municipal de Saúde do

Trabalhador do SUAS; XIV. Propor diretrizes para a formulação de Plano de Cargos,

Carreiras e Salários – PCCS do SUAS, com base nas diretrizes da Mesa Nacional de

Gestão do Trabalho do SUAS; XV. Propor normativas referentes à Gestão do Trabalho

e Educação Permanente do SUAS.

Page 37: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

34

f) Núcleo Municipal de Educação Permanente do SUAS

O Núcleo Municipal de Educação Permanente (NUMEP) foi instituído por meio

da Portaria SMAAS n° 17/2017, de 22 de julho de 2017, como uma instância colegiada

consultiva e de assessoramento à então Secretaria Municipal Adjunta de Assistência

Social, atual SUASS, para implementação das ações de Educação Permanente no

SUAS-BH, com os seguintes objetivos: I. Contribuir no planejamento das ações de

capacitação e formação, de forma a garantir seu caráter continuado e permanente e seu

alinhamento com as reais necessidades dos trabalhadores, gestores e conselheiros, em

consonância com as responsabilidades e prioridades pactuadas para o município; II.

Propor meios, instrumentos e procedimentos de operacionalização das diretrizes da

Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, e de produção, sistematização e

disseminação de conhecimentos; III. Promover interlocução e troca constante de

conhecimentos com instituições de ensino, pesquisa e extensão, com foco no

aperfeiçoamento das ações de Educação Permanente; IV. Promover a interlocução, o

diálogo e a cooperação entre os diferentes atores implicados na implementação da

Educação Permanente no SUAS/BH.

Trata-se também de uma instância colegiada, compostas por representações dos

usuários, dos trabalhadores, do órgão gestor, das Organizações da Sociedade Civil com

atuação no SUAS, do Conselho Municipal de Assistência Social, das Instituições de

Ensino Superior, Escolas de Governo e Institutos Federais de Educação, Ciência e

Tecnologia, integrantes da Rede Nacional de Educação Permanente do SUAS –

RENEP/SUAS e dos conselhos das categorias profissionais, conforme normativas do

SUAS.

1.3.2. Dados sobre o perfil dos recursos humanos do SUAS-BH

O município de Belo Horizonte conta atualmente com 34 Centros de Referência

de Assistência Social - CRAS que prestam serviços e executam ações no âmbito da

Proteção Social Básica. Com base na NOB RH de dezembro de 2006 e na Resolução

CNAS nº 17, de 20 de junho de 2011, foi estabelecido um parâmetro de composição das

equipes de referência dos CRAS, considerando a jornada de 30 horas, por 5

profissionais de nível superior (formação de psicologia e serviço social), além de um

Page 38: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

35

coordenador de nível superior3. O município conta também, em cada uma das 09

Regionais Administrativas, com uma equipe de Proteção Social Básica Regional, com o

Serviço de Proteção Social à Pessoa com Deficiência e uma equipe de Transferência de

Renda que compõem a Proteção Social Básica Regional, e estão localizadas nas 09

Diretorias Regionais de Assistência Social, para atender territórios que não são

abrangidos pelos CRAS.

Belo Horizonte possui ainda 09 Centros de Referência Especializados de

Assistência Social – CREAS – que prestam serviços e executam ações no âmbito da

Proteção Social Especial de média complexidade. No dimensionamento estabelecido

para o processo de seleção de movimentação interna, com base na

NOB/RH, estabeleceu-se a previsão de 213 vagas para profissionais do Serviço Social e

da Psicologia para compor as equipes de referência do CREAS, além de 1 coordenador

também com formação de nível superior em cada equipamento. Destaca-se ainda, que

cada CREAS possui 1 profissional com formação em Direito, contratado como cargo de

Orientador Jurídico, através de parceria com Organização da Sociedade Civil.

Vale ressaltar que esse dimensionamento das equipes de provimento da Proteção

Social Básica e Especial está em processo de revisão e ajustes, com base em estudos

técnicos em desenvolvimento pela SUASS. A composição das equipes está sujeita a

alterações.

O município executa, de forma indireta, serviços, programas, projetos e

benefícios socioassistenciais por meio de parceria com Organizações da Sociedade

Civil. Atualmente4, 71 (setenta e uma) Organizações da Sociedade Civil executam

serviços socioassistenciais e ações de assessoramento de forma indireta, totalizando 122

parcerias. Destas, 29 parcerias se referem a execução de serviços de Proteção Social

Básica, 5 parcerias se referem à execução de Serviços de Proteção Social Especial de

média complexidade e 88 parcerias se referem à execução de Serviços de Proteção

Social Especial de alta complexidade.

Compõem ainda o quadro de recursos humanos, os profissionais lotados no

órgão gestor da política de assistência social, compreendendo as quatro diretorias do

órgão central e as nove diretorias regionais. A Diretoria de Relação com o Sistema de

Garantia de Direitos (Órgão Gestor) conta com 02 Advogados, também contratados por

3 De acordo com a Resolução CNAS nº 17, de 20 de junho de 2011, compõem obrigatoriamente as

equipes de referência profissionais com formação em psicologia e serviço social. 4 Dados fornecidos pela Gerência de Gestão de Parceiras/DIAD/SMASAC, em abril de 2018.

Page 39: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

36

Organização da Sociedade Civil parceira. Acrescenta-se, por fim, os trabalhadores que

atuam na gestão do Fundo Municipal de Assistência Social, lotados nas Diretorias

Administrativa e de Planejamento, Gestão e Finanças, que atuam de modo

compartilhado com a SMASAC. Os profissionais lotados no órgão gestor central e

regional desempenham funções técnicas de apoio à gestão e apoio ao provimento de

serviços, programas, projetos e benefícios socioassistencial. Importante destacar o papel

exercido pelos profissionais de nível superior que possuem outras formações ratificadas

pela Resolução CNAS nº 17, de 20 de junho de 2011, além dos trabalhadores de ensino

fundamental e médio, cujas ocupações e as áreas de ocupações foram reconhecidas pela

Resolução CNAS nº 9, de 15 de abril de 2014, em consonância com a NOB-RH/SUAS.

Seguem abaixo os dados de composição das equipes do SUAS-BH referentes a

abril de 2018 e ao Censo SUAS 2016 (no caso da rede socioassistencial não

governamental).

Legenda dos Gráficos

AS: Assistentes sociais

PSI: Psicólogos

B: regional Barreiro

C-Sul: regional Centro-Sul

L: regional Leste

NE: regional Nordeste

NO: regional Noroeste

N: regional Norte

O: regional Oeste

P: regional Pampulha

VN: regional Venda Nova

EPSBR: Equipe de Proteção

Social Básica Regional

PSBR: Proteção Social Básica

Regional

SPSPD: Serviço de Proteção

Social a Pessoa com

Deficiência

TR: equipe de Transferência de

Renda/CadÚnico

NAMSEP: Núcleo de

Atendimento às Medidas

Socioeducativas e Protetivas da

Prefeitura de Belo Horizonte

Page 40: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

37

REDE GOVERNAMENTAL SUAS-BH

Gráfico 1 - Trabalhadores efetivos de nível superior por formação e

formação/função – CRAS

47%

53%

PSICOLOGIA SERVIÇO SOCIAL

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Há no CRAS o total de 141 trabalhadores de nível superior, assim distribuidos:

Psicologia (66) e; Serviço Social (75). Dentre os técnicos de nivel superior, 33 (trinta e

três) ocupam de forma interina as coordenações dos CRAS, assim distribuidos: 27

(vinte e sete) com formação em Serviço Social e 6 (seis) em Psicologia.

Gráfico 2 - Trabalhadores efetivos de nível superior por formação e

formação/função - CREAS

50%

48%

2% 0% 0%

PSICOLOGIA SERVIÇO SOCIAL

PEDAGOGIA CIÊNCIAS SOCIAIS

FILOSOFIA

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Page 41: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

38

Há nos CREAS o total de 199 trabalhadores de nível superior, assim

distribuidos: a) Psicologia (98); Serviço Social (96); Pedagogia (3); Ciências Sociais (1)

e Filosofia (1). Deste montante, 9 técnicos ocupam de forma interina as coordenações

dos equipamentos, sendo 7 (sete) com formação em Serviço Social e 2 (dois) em

Psicologia. Cada CREAS possui ainda 01 (um) profissional com formação em Direito,

que não consta neste gráfico, sendo contabilizados no gráfico da Rede Socioassistencial

privada.

Gráfico 3 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme

dimensionamento da seleção de movimentação – edital 2017 - CRAS

0

50

100

150

200

102

48 5468 60

8

170

10862

SERVIÇO SOCIAL PSICOLOGIA TOTAL

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018 e Edital 2017. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

No delineamento para os CRAS foram previstas inicialmente para o processo de

movimentação 102 vagas para Serviço Social. A atual equipe é composta por 48

técnicos, de modo que 54 postos previstos para esta formação não foram preenchidos

nos CRAS. Quanto à Psicologia foram previstas 68 vagas, há 60 profissionais atuando,

com 8 postos não preenchidos. Cabe frisar que não foram computados aqui os técnicos

que atualmente ocupam as coordenações interinas do equipamento (33, sendo 27 do

Serviço Social e 6 da Psicologia).

Page 42: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

39

Gráfico 4 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme

dimensionamento da seleção de movimentação – edital 2017 - CREAS

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018 e Edital 2017. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

No delineamento para os CREAS foram previstas no processo de movimentação

111 vagas para Serviço Social. A atual equipe é composta por 89 técnicos, de modo

que 22 postos não foram preenchidos para esta formação nos CREAS. Quanto à

Psicologia foram previstas 102 vagas. Há 96 profissionais atuando, com 6 postos não

preenchidos. Cabe frisar que não foram computados aqui os técnicos que atualmente

ocupam as coordenações interinas do equipamento (9, sendo 7 do Serviço Social e 2 da

Psicologia).

Gráfico 5 - Técnicos efetivos de nível superior por formação – PSB Regional

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

PSI16%

AS84%

Page 43: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

40

Do total de 128 técnicos da Proteção Social Básica Regional (Equipe de

Proteção Social Básica Regional, Transferência de Renda e Serviço de Proteção Social

Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosos), 84% (106) são formados

em Serviço Social e 16% (22) têm formação em Psicologia.

Gráfico 6 - Vagas de técnicos de nível superior por formação conforme

dimensionamento da movimentação – edital 2017 – PSBR

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018 e Edital 2017. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

No delineamento para a Proteção Social Básica Regional (EPSBR, TR e SPSPD)

foram previstas 132 vagas para Serviço Social. A atual equipe é composta por 106

técnicos. Neste sentido, 26 postos não foram preenchidos no processo de movimentação

para esta formação na Proteção Social Básica Regional. Quanto à Psicologia: foram

previstas 23 vagas; no entanto, há 22 profissionais atuando, o que denota a existência de

1 posto não preenchido.

Page 44: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

41

Gráfico 7 - Trabalhadores efetivos de nível médio por unidade de lotação

(nas Regionais)

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Dos 32 (trinta e dois) servidores de nível médio que integram o quadro das

Regionais (educadores sociais, assistentes administrativos, técnico serviço público,

oficial de serviço público) , 25 estão lotados nas DRAS, 2 nos CRAS e 5 nos CREAS.

Gráfico 8 - Trabalhadores efetivos de nível fundamental por unidade de

lotação (nas Regionais)

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Page 45: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

42

Dos 16 (dezesseis) servidores de nível fundamental que integram o quadro das

Regionais (ajudante de serviço operacional, auxiliar de serviço administrativo e auxiliar

administrativo), 15 (quinze) estão lotados na DRAS e 1 em CRAS.

Gráfico 9 - Técnicos efetivos de nível superior por formação do NAMSEP

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

O NAMSEP conta com o total de 6 (seis) trabalhadores, sendo 3 psicólogos e 3

assistentes Sociais. Uma das psicólogas da equipe atualmente exerce função gratificada

de coordenação da unidade. O NAMSEP está vinculado à DPES/SUASS.

Gráfico 10 - Técnicos efetivos de nível superior por formação – Serviço de

Atendimento ao Migrante

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Page 46: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

43

O Serviço de Atendimento ao Migrante possui 6 (seis) trabalhadores, todos com

formação em Serviço Social e lotados na DRAS-CS.

Gráfico 11 - Técnicos efetivos de nível superior por formação lotados no

Órgão Gestor Central

FILOSOFIA

1%ADMINISTRA

ÇÃO 2%

BIBLIOTECO

NOMIA1%

CIÊNCIAS

SOCIAIS

5%

HISTÓRIA3%

LETRAS 2%

PEDAGOGIA2%

PSICOLOGIA38%

SERVIÇO

SOCIAL 45%

GEOGRAFIA

1%

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

O órgão gestor conta atualmente com 109 trabalhadores de nível superior, com

as seguintes formações: Filosofia (1); Administração (2); Biblioteconomia (1); Ciências

Sociais (5); História (3); Letras (2); Pedagogia (2); Psicologia (41); Serviço Social (48)

e Geografia (1).

Dentre os servidores de nível superior, 28 (vinte e oito) ocupam atualmente

cargos em comissão ou funções gratificadas. Além dos servidores citados acima, há 3

(três) profissionais da área de Tecnologia de Informação atuando na Gerência de

Vigilância Socioassistencial (GVISO). Estes foram admitidos via Processo Seletivo

Simplificado.

Page 47: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

44

Gráfico 12 - Trabalhadores efetivos de nível médio lotados no Órgão Gestor

Central

ASS. ADMIN

84%

ED. SOCIAL

16%

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

O Órgão Gestor conta atualmente com 37 trabalhadores de Nível Médio, sendo

31 (84%) Assistentes Administrativos e 06 (16%) Educadores Sociais.

Gráfico 13 - Trabalhadores efetivos de nível superior do Provimento de

Serviços e das funções essenciais de gestão

24%

33%21%

1%

1%

20%

CRAS

CREAS

PSB REGIONAL

NAMSEP

PLANTÃO MIGRANTE

Gestão( DRAS e órgão gestor)

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Page 48: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

45

Atuam na gestão e no Provimento de Serviços do SUAS-BH 602 (seiscentos e

dois) servidores de nível superior. Como apontado acima, 199 (33%) atuam nos

CREAS; 142 (24%) nos CRAS; 128 (21%) na PSBR, 6 (1%) no NAMSEP, 6 (1%) no

Plantão Migrante e 121 (20%) nas Funções de Apoio Técnico de Gestão. Dentre os 121

trabalhadores das Funções de Apoio Técnico de Gestão – lotados no órgão gestor ou nas

Diretorias Regionais – 39 (trinta e nove) atualmente ocupam funções gratificadas ou

cargos em comissão. Cabe frisar que os servidores que ocupam as coordenações

interinas de CRAS e CREAS foram considerados trabalhadores do Provimento de

Serviços.

Como se percebe, o número de servidores lotados nos CREAS é maior do que

aqueles que trabalham nos CRAS. Ambas as unidades ocupam um lugar estratégico, e

central, nas ações da proteção social no âmbito do SUAS, mas se organizam de formas

distintas. Essa organização e conformação das equipes de referência está relacionada ao

histórico desses serviços no município e às orientações e normativas do SUAS.

Page 49: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

46

Gráfico 14 - Estagiários remunerados da PBH lotados nas unidades da

SUASS

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Dentre os 71 estagiários distribuídos entre Órgão Gestor e Provimento de

Serviços e Benefícios, o gráfico destaca equiparação entre estagiários de Nível Superior

(36) e de Nível Médio (35).

Gráfico 15 - Servidores da rede governamental por escolaridade

Fonte: GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

O gráfico mostra o quadro de pessoal da Rede Governamental com um

quantitativo de 688 trabalhadores, distribuídos em três níveis de escolaridade: superior,

médio e fundamental. Destes, 602 (88%) correspondem ao nível superior, configurando

a maioria. No nível médio são 69 (10%) e no nível fundamental 17 (2%).

Page 50: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

47

Gráfico 16 - Equipe Secretaria Executiva-CMAS

Fonte: CMAS – junho/2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

A atual equipe da Secretaria Executiva do CMAS (com o total de 10

trabalhadores) conta com 6 (seis) profissionais de nível superior, com formação em

Serviço Social (5) e Direito (1). Dentre os seis trabalhadores de nível superior, um

ocupa a função de Secretário Executivo. Além dos trabalhadores citados, há na equipe 2

(dois) estagiários de nível superior e 2 (dois) auxiliares administrativos de nível médio

contratados via MGS.

Conforme proposto na Resolução nº 237, de 14 de dezembro de 2006, a

secretaria executiva deve apoiar o funcionamento dos CMAS tanto no que diz respeito à

assessoria técnica às reuniões/Plenário quanto em relação à organização administrativa

do órgão, tais como o registro das reuniões, a divulgação das deliberações, a informação

sobre as datas das Comissões, dentre outros aspectos.

Page 51: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

48

REDE SOCIOASSISTENCIAL NÃO GOVERNAMENTAL

Gráfico 17 - Trabalhadores da rede socioassistencial privada por escolaridade

Fonte: Censo SUAS/2016. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

O gráfico mostra o quadro de pessoal da Rede Socioassistencial Privada com um

quantitativo de 3.161 trabalhadores, distribuídos em três níveis de escolaridade:

superior, médio e fundamental. Destes, 1.461(46%) correspondem ao nível médio de

escolaridade, configurando a maioria. No nível superior são 877 (28%) e no nível

fundamental 818 (26%). No Censo SUAS 2016, constavam 5 trabalhadores sem

escolaridade.

Os dados acima são referentes ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos (SCFV), aos Centros Pop, assessores jurídicos5, Centro-Dia e Unidades de

Acolhimento Institucional.

Cabe destacar que os dados referentes ao Censo SUAS 2017 ainda não foram

publicizados pelo MDS. A utilização de tal base se justifica pelo fato de que, além da

rede parceira, os dados do Censo SUAS permitem o acesso às informações de recursos

humanos de toda a rede socioassistencial não governamental.

5 Os assessores jurídicos atuam nos CREAS.

Page 52: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

49

Gráfico 18 - Quantitativo de trabalhadores da rede socioassistencial privada por

formação

Fonte: Censo SUAS/2016. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Dentre os 877 profissionais com ensino superior, destaca-se o número de

assistentes sociais (226). Chama a atenção a presença de médicos e enfermeiros,

profissionais que não compõem profissões dos serviços socioassistenciais, conforme a

Resolução CNAS nº17/2011. É importante frisar que tais profissionais prestam serviços

em modalidades de serviços de acolhimento, cujos cuidados de saúde, em razão da

condição do público, exigem um acompanhamento mais próximo, ainda que não de

natureza hospitalar.

Gráfico 19 - Proporção de trabalhadores da rede governamental e rede

socioassistencial privada do SUAS-BH

Fonte: Censo SUAS/2016 e GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Page 53: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

50

O gráfico apresenta o total de 4.017 trabalhadores do SUAS-BH, sendo que 79%

(3.161) atuam na rede socioassistencial privada e 21% (856) na rede governamental.

Foram computados na soma da rede governamental (856): 688 trabalhadores efetivos ou

de recrutamento amplo; 81 trabalhadores contratados via processo seletivo simplificado

e 87 trabalhadores terceirizados, via MGS, lotados nos CRAS, CREAS e Transferência

de renda nas regionais.

Rede Socioassistencial SUAS/BH – GÊNERO

Gráfico 20 - Trabalhadores da Rede Socioassistencial Privada por gênero

80%

20%

Feminino

Masculino

Fonte: Censo SUAS/2016. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

O gráfico mostra o quadro de pessoal da Rede Socioassistencial Privada

distribuído por gênero. Dos 3.161 trabalhadores, 80% (2.528) são mulheres e 20% (633)

são homens.

Page 54: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

51

Gráfico 21 - Trabalhadores da Rede Governamental por gênero

Fonte: Censo SUAS/2016. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

O gráfico mostra o quadro de pessoal da rede governamental distribuído por

gênero. Dos 853 trabalhadores, 81% (695) são mulheres e 19% (158) são homens.

Gráfico 22 - Trabalhadores da Rede SUAS-BH

Fonte: Censo SUAS/2016 e GERHU/SMASAC - abril/2018. Elaborado por

GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Page 55: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

52

Gráfico 23 - Trabalhadores terceirizados (nível médio, fundamental) (MGS)

lotados em CRAS, CREAS e TR por local de trabalho

Fonte: GLOGI/SMASAC - dezembro de 2017. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

O gráfico mostra o quantitativo de trabalhadores terceirizados (87) de nível

médio e fundamental que prestam serviço nos CRAS, CREAS e DRAS/Transferência

de Renda. Destaca-se que o maior número destes se concentra nos CRAS em funções

administrativas e de recepção.

Gráfico 24 - Trabalhadores terceirizados (nível médio, fundamental) (MGS) TR –

Transferência de Renda

Fonte: GTREC/DPSO/SUASS - março de 2018. Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Compõem as equipes da Transferência de Renda 78 (setenta e oito)

trabalhadores. Destes, 73 (94%) são entrevistadores sociais, cuja escolaridade exigida é

Page 56: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

53

o nível médio. As formações dos trabalhadores de ensino superior – 5 (6%) – são as

seguintes: Psicologia (2); Ciências Sociais (2) e Sistemas de Informação (1).

O gráfico mostra o quadro de pessoal da Rede SUAS-BH (governamental e

privada). Do total de 4.014, 80% (3.223) são mulheres e 20% (791) são homens. Tanto

na rede privada quanto na rede governamental, a porcentagem de mulheres atuando no

SUAS-BH é maior que a dos homens.

Fontes dos dados:

Gerencia de Recursos Humanos/GERHU – SMASAC – (abril de 2018)

Gerência de Logística – GLOGI - ASAC (dezembro de 2017)

Gerência de Gestão de Transferência de Renda e Cadastro Único – GTREC (março de 2018)

Censo SUAS 2016. Disponível em: https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/vigilancia/index2.php Acesso em:

24 de abril de 2018.

Elaborado por GGTEP/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

2. CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

2.1. Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS)

Quadro 4 - Composição do CMAS: Presidência e Coordenação de Comissões

Presidente Maria Cristina Silva, representante dos usuários da Regional

Leste.

Vice-presidente Domingos Sávio de Araújo, representante da Subsecretaria de

Assistência Social.

1º Secretário

Francielly Ferreira Caetano, representante do Fórum Municipal

dos Trabalhadores/as do Sistema Único de Assistência Social de

Belo Horizonte – FMTSUA S-BH.

2º Secretário Isabela Vasconcelos Teixeira, representante da Subsecretaria de

Assistência Social.

Coordenador da

Comissão de

Inscrição,

Acompanhamento e

Fiscalização da Rede

Socioassistencial

Lúcio Luiz Tolentino, representante da Subsecretaria de

Assistência Social.

Coordenadora da

Comissão de

Financiamento

Ralise Cássia Macedo, representante da Subsecretaria de

Assistência Social.

Coordenadora da

Comissão de Gestão

do Trabalho

Maria Aline Gomes Barboza (Suplente), representante da

Subsecretaria de Assistência Social.

Page 57: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

54

Coordenador da

Comissão de

Acompanhamento dos

Conselhos Regionais

de Assistência Social -

Coras e Comissões

Locais de Assistência

Social – CLAS

William Santos Franca, representante do Fórum Regional dos

Trabalhadores do SUAS Oeste – FORT-SUAS/O

Coordenador da

Comissão de Política

de Assistência Social

Fabiano da Silva Siqueira, representante do Fórum Regional dos

Trabalhadores do SUAS Leste – FORT-SUAS/L

Coordenadora da

Comissão de

Acompanhamento dos

Programas de

Transferência de

Renda e dos

Benefícios

Socioassistenciais

Iara da Costa Nogueira, representante do Instituto Educacional São

João Batista - Congregação de São João Batista.

Fonte: CMAS-BH (2018)

Quadro 5 - Secretaria Executiva

Secretário Executivo Ewerton Herald Pinto Silva – Analista de Políticas Públicas/

Serviço Social

Equipe Técnica 4 Analistas de Políticas Públicas

Endereço Rua Estrela do Sul, 156, Santa Tereza, CEP: 31.010.240, Belo

Horizonte/MG.

Telefones (31) 3277-5686/ 5688

E-mail: [email protected]

Fonte: CMAS-BH (2018)

Quadro 6 - Composição do CMAS: Conselheiros em julho/20186

6 A nomenclatura dos órgãos do poder executivo municipal já foi atualizada conforme a Reforma

Administrativa. Ressalta-se que a alteração no regimento interno está em processo no CMAS.

Representantes do Poder Executivo

Municipal Representantes da Sociedade Civil

Mara Rúbia de Sousa Albano Felix (Titular)

Secretaria Municipal de Assistência Social,

Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC

Shirley Carvalho de Araújo (Titular)

Usuários da Regional Barreiro

Simone de Souza Pegoreti (Suplente)

Secretaria Municipal de Assistência Social,

Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC

Ruth Caldeira de Oliveira (Suplente)

Usuários da Regional Barreiro

Ralise Cássia Macedo (Titular)

Subsecretaria de Assistência Social – SUASS

Deyse Fernandes Serra (Titular)

Usuários da Regional Centro–Sul

Eliete Cristina Rezende Costa (Suplente)

Subsecretaria de Assistência Social – SUASS

Geraldo José de Souza (Suplente)

Usuários da Regional Centro–Sul

Page 58: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

55

Isabela Vasconselos Teixeira (Titular)

Subsecretaria de Assistência Social – SUASS

Maria Cristina Silva (Titular)

Usuários da Regional Leste

Lucio Luiz Tolentino (Suplente)

Subsecretaria de Assistência Social – SUASS

Kênia Márcia Alves Ribeiro (Suplente)

Usuários da Regional Leste

Domingos Sávio de Araújo (Titular)

Subsecretaria de Assistência Social – SUASS

Rodrigo Pinheiro Fernandes (Titular)

Usuários da Regional Nordeste

Maria Aline Gomes Barboza (Suplente)

Subsecretaria de Assistência Social – SUASS

Lucas Marcos de Almeida Paulino (Suplente)

Usuários da Regional Nordeste

Kátia Rochael Rodrigues (Titular)

Subsecretaria de Assistência Social – SUASS

Vânia Maria Silva de Oliveira (Titular)

Usuários da Regional Noroeste

Douglas Alves (Suplente)

Subsecretaria de Assistência Social – SUASS

Maria José Diniz Costa Nunes (Suplente)

Usuários da Regional Noroeste

Izabel Cristina Correa Barcelos (Titular)

Secretaria Municipal Adjunta de Segurança

Alimentar Nutricional

Maurício Moreira dos Santos (Titular)

Usuários da Regional Norte

Aline Soleane Carmo Braga (Suplente)

Subsecretaria de Segurança Alimentar e

Nutricional – SUSAN

Nivaldo Pereira da Costa (Suplente)

Usuários da Regional Norte

Maria do Carmo de Freitas Costa (Titular)

Secretaria Municipal de Saúde – SMSA

Ivone Aparecida da Silva Malachias (Titular)

Usuários da Regional Oeste

Mirian Vanessa Costa Pacheco (Suplente)

Secretaria Municipal de Saúde – SMSA

Jocali José Pedro (Suplente)

Usuários da Regional Oeste

Marília de Dirceu Salles Dias (Titular)

Secretaria Municipal de Educação – SMED

Heomenegilda Lopes Sales (Titular)

Usuários da Regional Pampulha

Rosângela Elmira Veloso (Suplente)

Secretaria Municipal de Educação – SMED

Maria Aparecida da Cruz (Suplente)

Usuários da Regional Pampulha

Marcelo Antônio Derussi (Titular)

Secretaria Municipal de Governo – SMGO

Marlene de Fátima Teodoro Silva (Titular)

Usuários da Regional Venda Nova

Leandro Batista dos Santos e Silva (Suplente)

Secretaria Municipal de Governo – SMGO

Aristides Mendonça da Conceição (Suplente)

Usuários da Regional Venda Nova

Suely de Campos (Titular)

Secretaria Municipal de Planejamento,

Orçamento e Gestão – SMPOG

Marcelo Antônio Rodrigues (Titular)

Fórum de População de Rua

Darlene Dora dos Santos Suplente)

Secretaria Municipal de Planejamento,

Orçamento e Gestão – SMPOG

Edson de Andrade Franco (Suplente)

Movimento da População de Rua

Giane Natali de Almeida Alves São José

Magalhães (Titular)

Subsecretaria de Trabalho e Emprego – SUTE

Rosemary Aparecida dos Santos (Titular)

Creche Comunitária Dom Giussani

Guilherme Guimarães Alves do Valle (Suplente)

Subsecretaria de Trabalho e Emprego – SUTE

Mayra de Queiroz Camilo (Suplente)

Federação das APAES do Estado de Minas

Gerais

Ângela Maria de Souza de Oliveira (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional Barreiro

Jacqueline Wanderley Matias Silva (Titular)

Congregação das Irmãzinhas da Imaculada

Conceição – Centro de

Assistência Social Tecendo a Vida

Page 59: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

56

Enelson Maia (Suplente)

Coordenadoria de Atendimento Regional Barreiro

Dayane Arantes Castro Alves (Suplente)

Agência Adventista de Desenvolvimento e

Recursos Assistenciais Sudeste Brasileiro –

Região Administrativa de Minas Gerais –

ADRA

Célio Augusto Raydan Rocha (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional Centro

Sul

Lírio Inácio Poersch (Titular)

Ação Social Técnica

Andréa Barreto do Couto Drager (Suplente)

Coordenadoria de Atendimento Regional Centro

Sul

Luis Carlos Quintino Cabral Flecha (Suplente)

Fundação Universitária Mendes Pimentel –

FUMP

Ricardo Marcelo Fait Gorchacov (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional Leste

Cristina de Lima Januário (Titular)

Associação Projeto Providência

Sônia Lopes Siqueira (Suplente)

Coordenadoria de Atendimento Regional Leste

Adriane Assis Fonseca (Suplente)

Grupo de Desenvolvimento Comunitário –

GDECOM

Sandra Silar Lopes dos Santos (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional Nordeste

Kely Cristina Figueiredo Linhares Souza

(Titular)

Associação de Pais, Amigos e Pessoas com

Deficiência, de Funcionários do Banco do

Brasil e da Comunidade – APABB

Viviane Amaral Andrade de Oliveira (Suplente)

Coordenadoria de Atendimento Regional Nordeste

Lucinete dos Santos (Suplente)

Instituto das Irmãs Oblatas do Santíssimo

Redentor

Alessandra de Souza Figueiredo Costa (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional Noroeste

Fabiana Nunes Silva Gonçalves Rios (Titular)

Inspetoria São João Bosco

Suplente (Vacância)

Coordenadoria de Atendimento Regional Noroeste

Iara da Costa Nogueira (Suplente)

Instituto Educacional São João Batista -

Congregação de São João Batista

Soraia Pereira de Souza (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional Norte

Franciely Ramos Veloso (Titular)

Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS

Pampulha - FORT-SUAS-P

Ademilton Aparecido de Araújo (Suplente)

Coordenadoria de Atendimento Regional Norte

Willam Santos Franca (Suplente)

Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS

Oeste – FORT-SUAS-O

Maria Angélica Barros Menezes (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional Oeste

Francielly Ferreira Caetano (Titular)

Fórum Municipal dos Trabalhadores/as do

Sistema Único de Assistência Social de Belo

Horizonte – FMTSUAS-BH

Leandro Faria Campos (Suplente)

Coordenadoria de Atendimento Regional Oeste

Paulo Pereira Machado (Suplente)

Sindicato dos Servidores Públicos Municipais

de Belo Horizonte – Sindibel

Cláudia de Melo Machado de Melo (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional

Pampulha

Daniele Augusta da Silva (Titular)

Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS

Centro-Sul – FORT-SUAS-CS

Page 60: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

57

Fonte: CMAS-BH (2018)

2.2. Estrutura de funcionamento do CMAS-BH

Criado pela Lei Municipal nº 7.099, de 27 de março de 1996, atualizada pela Lei

Municipal nº 10.836, de 29 de julho de 2015, o Conselho Municipal de Assistência

Social - CMAS/BH é instância de deliberação da Política Pública de Assistência Social,,

vinculado à estrutura administrativa da Secretaria Municipal de Assistência Social,

Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC, com caráter permanente e composição

paritária entre governo e sociedade civil, que, no exercício de suas atribuições,

normatiza, disciplina, acompanha, avalia, delibera e fiscaliza a gestão e a execução dos

serviços, programas, projetos e benefícios, prestados pela rede socioassistencial.

O CMAS/BH é composto de 40 (quarenta) membros titulares, e respectivos

suplentes, respeitada a paridade entre governo e sociedade civil, sendo 20 (vinte)

representantes do Poder Executivo Municipal e 20 (vinte) representantes da sociedade

civil, incluindo representantes de usuários, de entidades e organizações de assistência

social e entidades representativas dos trabalhadores do SUAS/BH.

De acordo com o Regimento Interno do CMAS/BH (Resolução nº 066/2016,

atualizada pela nº 014/2018), os representantes do Executivo são indicados pelo Prefeito

para um mandato de 2 (dois) anos. Já os representantes da sociedade civil são eleitos

para um mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reeleitos para um único período

subsequente, em assembleias especificamente convocadas para esse fim. Esse processo

é coordenado pelo CMAS/BH, baseado em Regimento Eleitoral deliberado pelo

Plenário do Conselho.

Os conselheiros governamentais são representantes do poder executivo

municipal da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e

Cidadania, das subsecretarias que a compõem, além de representantes de outras

Leonardo Félix Teixeira (Suplente)

Coordenadoria de Atendimento Regional

Pampulha

Fabiano da Silva Siqueira (Suplente)

Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS

Leste – FORT-SUAS-L

Valéria Andrades Martins (Titular)

Coordenadoria de Atendimento Regional Venda

Nova

Marcos Vinicius de Souza (Titular)

Fórum Regional dos Trabalhadores do SUAS

Venda Nova – FORT-SUAS-VN

Rejane Mara Gomes Silva de Souza (Suplente)

Coordenadoria de Atendimento Regional Venda

Nova

Enildo Calixto Louback (Suplente)

Conselho Regional de Psicologia – 4ª região

(MG)

Page 61: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

58

políticas públicas, tais como saúde, educação, planejamento, trabalho e emprego e

governo.

Os representantes da Sociedade Civil são assim discriminados:

I) 09 (nove) representantes dos usuários, sendo 01 (um) de cada Conselho

Regional de Assistência Social – Coras;

II) 01 (um) representante de entidade ou organização de usuários do Sistema

Único de Assistência Social – Suas, de base municipal;

III) 06 (seis) representantes de entidades socioassistenciais;

IV) 04 (quatro) representantes de organizações de trabalhadores do Sistema

Único de Assistência Social – SUAS.

O representante dos usuários é a pessoa atendida nos serviços, programas,

projetos e benefícios socioassistenciais, que componha um dos nove Conselhos

Regionais de Assistência Social - CORAS, em fóruns regionais;

As entidades e organizações de assistência social são aquelas definidas nos

termos do inciso III do art. 12 da Lei Municipal nº 10.836/2015 e regularmente inscritas

no CMAS-BH;

A representação de organizações de trabalhadores do Sistema Único de

Assistência Social – Suas é reconhecida como todas as formas de organização de

trabalhadores do setor como associações de trabalhadores, sindicatos, federações,

confederações, centrais sindicais, conselhos federais de profissões regulamentadas,

fórum nacional, e fóruns regionais, estaduais e municipais de trabalhadores, que

organizam, defendem e representam os interesses dos trabalhadores que atuam

institucionalmente na política de assistência social, conforme preconizado na Lei

Orgânica da Assistência Social-LOAS, na Política Nacional de Assistência Social -

PNAS e no Sistema Único da Assistência Social - SUAS. (Resolução CNAS nº

06/2015).

O Presidente, o Vice-Presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários do

CMAS/BH são eleitos anualmente, na primeira sessão plenária de cada gestão, podendo

as vagas serem ocupadas por conselheiros titulares ou suplentes, respeitada a alternância

entre governo e sociedade civil.

Page 62: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

59

2.3. Organização do CMAS -BH

Quadro 7 - Organização do CMAS-BH

PLENÁRIO Instância de deliberação plena, composta pelo conjunto de

conselheiros titulares e suplentes no exercício da função.

MESA

DIRETORA

Composta pelo Presidente, Vice-Presidente, Primeiro e Segundo

Secretários e pelos coordenadores das Comissões Permanentes e

Temporárias de Trabalho.

COMISSÕES

DE

TRABALHO

Instâncias de caráter consultivo e dividem-se em permanentes e

temporárias. São compostas por Conselheiros, podendo contar com a

presença de colaboradores de acordo com a matéria a ser tratada.

SECRETARIA

EXECUTIVA

Assessora e presta apoio técnico, jurídico, administrativo e

operacional ao CMAS/BH. Subordinada, hierarquicamente, à Mesa

Diretora e, administrativamente, ao órgão gestor da Política

Municipal de Assistência Social.

Fonte: CMAS-BH (2018)

Page 63: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

60

2.4. Organograma do CMAS-BH

Figura 2 - Organograma CMAS-BH

Fonte: CMAS-BH (2018)

2.5. Competências do CMAS-BH

São competências do CMAS-BH:

I - Aprovar, fiscalizar e acompanhar a execução da Política de Assistência Social

no Município;

II - Aprovar e acompanhar a execução do Plano Municipal de Assistência Social,

observadas as deliberações das Conferências Municipais de Assistência Social;

III - Inscrever, acompanhar e fiscalizar as entidades e organizações de

assistência social e as que executam serviços, programas, projetos e benefícios

socioassistenciais no município, observados os princípios e as diretrizes estabelecidos

Órgão de assessoramento que presta apoio técnico, jurídico, administrativo

e operacional ao CMAS/BH.

Comissão de

Inscrição,

Acompanhamento e

Fiscalização da Rede Socioassistencial

Comissão de

Financiamento

Comissão de Gestão

do Trabalho

Comissão de

Acompanhamento dos

Conselhos Regionais de

Assistência Social Coras e Comissões Locais de Assistência Social –

Clas Comissão de Política de

Assistência Social

Comissão de

Acompanhamento dos

Programas de

Transferência de Renda e

dos Benefícios

Socioassistenciais Mesa Diretora

PLENÁRIO

Instância de deliberação

plena, composto pelo

conjunto de conselheiros

titulares e suplentes no

exercício da função

Equipe

Administrativa

Equipe

Técnica

Secretário

Executivo

SECRETARIA EXECUTIVA

Page 64: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

61

na Lei Orgânica da Assistência Social, na Lei Municipal nº 10.836/2015 e em seu

regulamento;

IV - Zelar pela efetivação do Suas-BH e pelo cumprimento das disposições

contidas na Lei Orgânica da Assistência Social e na Lei Municipal nº 10.836/2015;

V - Instituir e regulamentar o funcionamento dos Comissões Regionais de

Assistência Social - Coras - e das Comissões Locais de Assistência Social - CLAS;

VI - Deliberar, acompanhar e fiscalizar a execução do FMAS, sem prejuízo da

atuação dos demais órgãos institucionais de controle;

VII - Apreciar e aprovar as propostas orçamentárias anuais e plurianuais do

FMAS, em conformidade com as deliberações das Conferências Municipais de

Assistência Social;

VIII - Convocar ordinariamente, a cada 4 (quatro) anos, ou extraordinariamente,

a qualquer tempo, por maioria absoluta de seus membros, a Conferência Municipal de

Assistência Social, com o objetivo de avaliar a situação da Assistência Social no

Município, bem como estabelecer diretrizes para o aperfeiçoamento do Suas-BH;

IX - Encaminhar as deliberações das Conferências Municipais de Assistência

Social ao órgão gestor da Política de Assistência Social no Município e acompanhar

seus desdobramentos;

X - Incentivar a realização de estudos e pesquisas com vistas a identificar

situações relevantes e mensurar a qualidade dos serviços socioassistenciais, sugerindo

medidas de prevenção, controle e avaliação;

XI - Divulgar, no Diário Oficial do Município, todas as suas decisões, bem como

os pareceres relacionados às contas do FMAS;

XII - Elaborar, alterar e deliberar seu regimento interno.

Importante destacar que em conformidade com a Resolução CMAS/BH nº

19/2015, os Comissões Regionais de Assistência Social – CORAS são instâncias de

caráter consultivo que têm a função de propor diretrizes, acompanhar e fiscalizar a

implantação da Política de Assistência Social nas respectivas regionais administrativas

do município de Belo Horizonte e as Comissões Locais de Assistência Social – CLAS,

são instâncias sub-regionais de caráter consultivo, que têm a função de propor políticas

e acompanhar a implantação das que forem aprovadas nas respectivas regionais.

Page 65: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

62

2.6. Articulação com outros conselhos setoriais

A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social – NOB

SUAS, aprovada pela Resolução CNAS nº. 033, de 12 de dezembro de 2012, estabelece,

em seu artigo 121, que os Conselhos de Assistência Social, ao elaborarem o

planejamento de suas ações, devem estabelecer mecanismos de articulação permanente

com os demais conselhos de políticas públicas e de defesa e garantia de direitos.

A integralidade de proteção social necessária requer esta articulação entre os

conselhos setoriais e de defesa e garantia de direitos, tarefa essencial na gestão pública.

Nota-se, no entanto que os desafios são muitos e que é preciso criar caminhos e

alternativas que não sejam pontuais e esporádicos, mas que construam efetivamente

uma agenda de articulação permanente com temáticas amplas que interessem a

diferentes grupos e movimentos sociais, inclusive em suas expressões e dinâmicas

territoriais.

O CMAS/BH, ao longo de sua história tem buscado a articulação junto aos

demais conselhos de políticas públicas e de defesa e garantia de direitos com vistas a

fiscalizar e acompanhar as ações das políticas públicas destinadas à redução dessas

desigualdades, na perspectiva de garantir o acesso aos direitos constitucionais, por meio

da gestão pública dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.

Neste contexto, mencionamos importantes iniciativas de articulação conjunta

tais como a publicação da Resolução Conjunta CMDCA/CMAS nº. 01/2012, que

aprova o Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e do

Adolescente à Convivência Familiar e Comunitária; a Resolução Conjunta

CMDCA/CMAS nº. 01/2014, que regulamenta o Programa Família Acolhedora; e, a

Resolução Conjunta CMDCA/CMAS nº. 02/2014, que regulamenta o Acolhimento

Institucional em república para Jovens de 18 a 21 anos.

Além disso, em 2017 o CMAS/BH participou de encontros conjuntos com o

Conselho Municipal de Saúde – CMS e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e

do Adolescente – CMDCA, para discutir a atenção e proteção às gestantes e puérperas e

seus bebês; e, o Programa Família Extensa Guardiã - PROFEG. Estes encontros

desencadearam na aprovação de um Fluxograma de atenção às gestantes e puérperas e

seus bebês em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, pautando-se, em

especial, na defesa do direito à convivência familiar e comunitária, enquanto direito

Page 66: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

63

fundamental de crianças e adolescentes garantido pela Constituição Federal – CF (artigo

227) e pela Lei Federal nº 8.069/1990, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

O fluxograma foi publicado por meio da Portaria Conjunta SMSA/SMASAC nº.

0001/2017 e contém cinco passos importantes:

I. Identificação, Captação Precoce e Vinculação com a atuação das equipes

de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde – SMS e

equipes da Proteção Social Básica e/ou Proteção Social Especial da

Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e

Cidadania – SMASAC;

II. Organização da Atenção Compartilhada e Intersetorial;

III. Discussão ampliada com as maternidades

IV. Encaminhamento para maternidade (Parto e Nascimento);

V. Assistência/acompanhamento na maternidade (durante a Internação e na

alta).

Outro produto desta articulação e integração é a edição do Decreto nº. 16.801, de

18 de dezembro de 2017, que versa sobre o subsídio para as famílias extensas guardiãs,

estratégia essencial para a garantia do direito à convivência familiar e comunitária.

Também em 2017 houve a articulação do CMAS com o Conselho Municipal de

Segurança Alimentar e Nutricional – COMUSAN, relativo ao Programa de Assistência

Alimentar Emergencial.

2.7. Conferência Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte

As Conferências de Assistência Social são instâncias máximas de caráter

deliberativo e têm, como premissas, avaliar a política e apresentar orientações,

definindo diretrizes para o aprimoramento do Sistema Único de Assistência Social –

SUAS. Elas ocorrem ordinariamente a cada 4 anos e, extraordinariamente, a cada 2

anos.

A convocação para a realização das Conferências é feita pelos Conselhos de

Assistência Social, em ato conjunto com o órgão gestor dessa política.

Suas deliberações orientam o órgão gestor nas tomadas de decisão, na

formulação e na execução da política de Assistência Social, visando à qualificação e o

aperfeiçoamento da gestão e do provimento dos serviços e benefícios socioassistenciais.

Page 67: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

64

Uma ação importante é o acompanhamento das deliberações por parte do Conselho

Municipal de Assistência Social a fim de assegurar sua efetivação.

As conferências são espaços de participação popular democrática de modo a

qualificar e aproximar suas deliberações às reais necessidades da população. A

participação direta dos diversos atores envolvidos na política pública de Assistência

Social, em especial os usuários, propicia a construção de um novo paradigma

socioassistencial, com qualidades democráticas fundamentais na caminhada para o

fortalecimento e aprimoramento dessa política.

Em Belo Horizonte, a Conferência Municipal de Assistência Social é precedida

pela realização de pré-conferências, que consideram especificidades e diversidades das

nove regionais administrativas do município. Também possuem a atribuição de avaliar a

política de Assistência Social e definir diretrizes para o aprimoramento do SUAS/BH,

além de eleger delegados para a etapa municipal.

Importante registrar que na 12ª Conferência Municipal de Assistência Social de

Belo Horizonte, realizada no ano de 2017, a partir das demandas de seguimentos

específicos, para além das pré-conferências regionais, realizaram-se também as setoriais

de Juventude, Igualdade Racial e População em Situação de Rua.

Durante a realização das Conferências Municipais são escolhidos os delegados

que participarão das Conferências Estaduais, ao passo que ao longo da realização desta

serão eleitos os delegados que representarão o Estado de Minas Gerais na Conferência

Nacional.

Em Belo Horizontes já foram realizadas 12 (doze) Conferências Municipais,

organizadas a partir dos seguintes temas:

Quadro 8 - Temas das Conferências Municipais de Assistência Social

ANO TEMA

1995 Assistência Social como um direito do cidadão e dever do Estado

1997 Sistema Descentralizado e Participativo da Assistência Social - Construindo

a Inclusão - Universalizando Direitos

1999 Municipalização da Assistência Social em BH: avançar para Consolidar

2001 Política de Assistência Social: Uma trajetória de Avanços e Desafios

2003 Assistência Social como Política de Inclusão: uma Nova Agenda para a

Cidadania - LOAS 10 anos

Page 68: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

65

2005 SUAS – PLANO 10: Estratégias e Metas para Implementação da Política

Nacional de Assistência Social

2007 Compromissos e Responsabilidades para Assegurar Proteção Social pelo

Sistema Único da Assistência Social – SUAS

2009 Participação e Controle Social no SUAS

2011

Consolidar o Sistema Único de Assistência Social – SUAS com a

valorização dos seus Trabalhadores e a qualificação da gestão, dos serviços,

programas, projetos e benefícios

2013 A Gestão e o Financiamento na efetivação do SUAS

2015 Consolidar o SUAS de vez rumo a 2026

2017 Garantia de direitos no fortalecimento do SUAS

Fonte: CMAS-BH (2018)

O Conselho Municipal de Assistência Social tem com uma de suas principais

competências, acompanhar a execução da política de assistência social, apreciar e

aprovar a proposta orçamentária, em consonância com as diretrizes das conferências

municipais. Logo, na elaboração do Plano Municipal de Assistência Social o órgão

gestor deverá considerar as deliberações das Conferências Municipais de Assistência

Social.

As avaliações e proposições desenvolvidas se encontram consubstanciadas no

Ato Normativo Conjunto nº 04, de 31 de julho de 2017, publicado no Diário Oficial do

Município – DOM em 09 de agosto de 2017. Visando contribuir para a elaboração deste

Plano Municipal de Assistência Social, apresentamos as deliberações da 12ª

Conferência Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte.

Quadro 9 - Deliberações da 12º Conferência Municipal de Assistência Social

DELIBERAÇÕES PARA O MUNICÍPIO

1ª - Fomentar a inserção da Pop Rua e migrante no mundo do trabalho, por meio da

implementação de programa municipal de trabalho e renda, em curto prazo, observando os

seguintes eixos; a) formação, qualificação com prioridade de vagas; b) fomento a grupos e

iniciativas da economia solidária e empreendedores individuais, por meio de financiamento

público; c) implementação de política de incentivo e fomento da inserção da Pop Rua na

iniciativa privada e nas autarquias municipais.

Page 69: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

66

2ª - Implantar, ampliar e qualificar os Centros POPs, abrigos, albergues, repúblicas e

restaurantes populares para migrantes e população de rua, no município, com funcionamento

nas 9 regionais, com garantia de intérprete de libras para o atendimento a pessoas com

deficiência. Considerar as especificidades relacionadas ao ciclo de vida, gênero, condições de

saúde e organização familiar, flexibilizando os critérios de acesso e permanência, e horário

nos serviços. Garantir o atendimento emergencial para a POP Rua, não somente no período de

frio e chuva, com ampliação e criação de novas vagas com adequação à infraestrutura física e

recursos humanos já existentes.

3ª - Garantir as ações de inclusão produtiva, qualificação profissional, primeiro emprego e

programa de transferência de renda na Política Municipal de Assistência Social, com criação,

ampliação e potencialização de centro de formação profissional, geração de trabalho e renda

para adolescentes, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas com sofrimento mental,

egressos do sistema prisional, pessoas que se encontram em processo de superação do uso de

drogas, população em situação de rua e pessoas desempregadas, fomentando a economia

popular solidária, em parceria com os equipamentos existentes, com oferta nos territórios e

ampliação de cobertura de território fora da área CRAS.

4ª – Implementar, com urgência, o cumprimento das deliberações anteriores quanto à

implantação de novos CRAS nos territórios vulneráveis e de risco, considerando estudos

realizados, e melhorar as condições dos existentes (construção e/ou reforma), garantindo

segurança, acessibilidade para pessoas com deficiência e idosas, recursos humanos de acordo

com a NOB-RH, localização central no território de atuação e ampliação do horário de

atendimento. Garantir Centros de Convivência para pessoa idosa e com deficiência, em

âmbito regional, assegurando o total de 100 equipamentos, conforme deliberação das

Conferências Anteriores.

5ª – Garantir, por meio de decreto municipal, o direito da população em situação de rua de

circular pelos espaços urbanos, de forma digna, carregando seus pertences, sem que eles sejam

retirados compulsoriamente pelo Controle Urbano, durante fiscalização para a desobstrução de

vias públicas. Implantação de banheiros públicos e guarda-volumes gratuitos, na cidade.

6ª - Garantir a ampliação de recursos no orçamento para a oferta de cursos profissionalizantes

para jovens e todos os públicos dos serviços socioassistenciais, no âmbito público e privado,

além do encaminhamento ao mercado de trabalho; garantia de recursos para ampliação dos

serviços da Proteção Social Básica; e garantia de recursos para melhorar a infraestrutura dos

equipamentos já instalados no território.

Page 70: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

67

7ª - Criar, regulamentar e manter os benefícios eventuais, inclusive a tarifa social, na Política

de Assistência Social, voltados para as famílias em situação de vulnerabilidade, contemplando

o acesso à segurança alimentar e nutricional, por meio de cartão alimentação, em articulação

com as políticas setoriais responsáveis.

8ª - Implantar o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência e/ou Idosas

e suas Famílias, e do Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com

Deficiência e/ou Idosas.

9ª - Garantir em forma de lei, de acordo com o dimensionamento de cada regional, o número

de serviços e equipe de profissionais necessários, de acordo com a Tipificação Nacional, bem

como de recursos financeiros, para atendimento de todos os serviços da Política de Assistência

Social da base regional.

10ª - Criar lei municipal que ofereça redução de impostos para empresas que investirem em

cursos profissionalizantes com objetivo de geração de emprego e renda e oferecerem

empregos para pessoas em situação de rua, idosos e egressos do sistema prisional, gênero,

adolescente, jovens e usuários de drogas lícitas e ilícitas que se encontram em situação de

superação, observando, também, a política de transversalização da igualdade racial.

Fonte: CMAS-BH (2018)

Quadro 10 - Deliberações das Conferências Setoriais de Juventude, Igualdade

Racial e População em Situação de Rua

IGUALDADE RACIAL

EIXO 1: A proteção social não contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a

gestão dos direitos socioassistenciais

1ª. Realizar formação dos trabalhadores e gestores do SUAS sobre a Promoção da Igualdade Racial.

2ª. Reconhecer como entidade socioassistencial as comunidades dos povos tradicionais existentes nos

territórios e fornecer suporte técnico e jurídico.

3ª. Criar núcleo técnico de discussão sobre as relações étnicos raciais dentro da secretaria de assistência

social e vincular recursos específicos para transversalizar a política de promoção da igualdade racial

dentro da assistência.

EIXO 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no Suas

1ª. Readequar os sistemas de informação do SUAS para garantir a inserção de dados na perspectiva da

transversalidade com outras políticas públicas que possibilitem a Visibilidade dos usuários e

trabalhadores nas questões de raça, cor, gênero, diversidade sexual, religião, dentre outros, e subsidiem o

controle social e a equidade nas ofertas da assistência social.

Page 71: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

68

2ª. Garantir formação continuada sobre as ofertas da Política de Assistência Social e sobre o controle

social do SUAS para a sociedade civil de forma mais ampla (entidades, usuários, trabalhadores,

movimentos sociais e religiosos), utilizando como recurso orçamentário o IGD SUAS.

3ª. Elaborar, produzir, divulgar e garantir acesso amplo de materiais com conteúdo sobre igualdade ético-

racial na Política de Assistência Social, que tenha fácil compreensão e acessibilidade a todos os cidadãos.

EIXO 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e

transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais

1ª. Revisar as regras de inserção na alta complexidade considerando as especificidades culturais e

identitárias a partir da promoção da igualdade racial.

2ª. Atualizar a versão do CadÚnico/BH a partir do CadÚnico Nacional e incluir a promoção da igualdade

racial.

3ª. Realizar pesquisa para identificar as comunidades tradicionais e indígenas existentes nos territórios

assistidos pela assistência social para implementação das Políticas Públicas de Assistência Social.

EIXO 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades

dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais

1ª. Garantir a plena integralidade das políticas de programação da Igualdade Racial na proteção

socioassistencial do SUAS, incluindo ações específicas nas diretrizes dos processos de pactuação entre o

Executivo Municipal e as organizações sociais e assegurando dotações orçamentarias e execução

financeira.

2ª. Implementar as diretrizes das comunidades quilombolas que garantam moradias e permanência, saúde,

educação quilombola, segurança, mobilidade, bem como elaborar e efetivar políticas específicas para as

comunidades quilombolas, comunidades ciganas, ribeirinhos, assentamentos, povos indígenas e

comunidades tradicionais.

3ª. Garantir e flexibilizar o acesso das entidades nas elaborações das políticas da promoção da igualdade

racial nos espaços governamentais nos diversos setores, respeitando suas diversidades no processo do

SUAS, garantindo equidade em suas especificidades.

POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

EIXO 1: A proteção social não contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a

gestão dos direitos socioassistenciais

1ª. Continuidade do BPC para idosos e pessoas com deficiência, mantendo os atuais critérios de acesso,

vinculados ao salário mínimo e a idade de 65 anos.

2ª. Equipamentos específicos para mulheres, gestantes e com crianças em situação de rua vinculando o

acesso prioritário à educação infantil.

3ª. Serviços especializados para qualificação e encaminhamentos para trabalho e renda que deem atenção

especial para a população em situação de rua, que estabelecem parcerias com empresa, e que destinem

vagas dentro da prefeitura para pop rua.

OUTRAS PROPOSTAS PARA O EIXO 1:

Page 72: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

69

Ampliação do Bolsa Família que atenda também a determinadas situações, no caso específico, doenças

crônicas.

Equipamentos especializados para acolhimento de idosos e pessoas com deficiência.

Ampliação e garantia de benefícios eventuais, incluindo vale transporte, cesta básica, passe livre.

Aprimoramento e capacitação dos serviços que atendem a população de rua: ampliação dos recursos

humanos, infraestrutura compatível com os diferentes públicos (pessoas com deficiência, idosos,

mulheres, público LGBT).

EIXO 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no Suas

1ª. Criação e ampliação dos serviços de Acolhimento Institucional e emergencial (Frio e Chuva) em

abrigos e repúblicas para a população em trajetória de rua, garantindo a especificidade do atendimento ao

idoso (dependente e independente) e as pessoas do gênero feminino (Trans, CIS, travestis, mulheres

sozinhas e com filhos) flexibilizando os critérios de acesso e permanência nos serviços.

2ª. Implantar e ampliar centro de referência para pessoas em situação de rua (Centro Pop) e Restaurantes

populares em todas as regionais da cidade, garantindo cobertura completa nos dias uteis, finais de semana

e feriado.

3ª. Garantir atendimento de qualidade com profissionais capacitados e qualificados de forma

multidisciplinar para atender às demandas das pessoas em situação de rua, com respeito as prioridades,

nas diversas políticas públicas (assistência social, saúde, trabalho, educação, habitação e outras).

EIXO 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e

transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais

1ª. Ampliar a oferta do Bolsa Moradia, revisando o valor do benefício; garantindo a transparência do

processo de seleção, acompanhamento e desligamento das famílias; respeitando a opinião do beneficiário

na escolha do imóvel; e promovendo a superação da situação de rua com dignidade e acesso a casa

própria.

2ª. Garantir a inserção da população em situação de rua no mercado de trabalho por meio da capacitação e

qualificação profissional dos usuários, e também a partir do estabelecimento de convênios com empresas

parceiras da Prefeitura ou contrato direto de mão de obra para atuar nos próprios equipamentos.

3ª. Criar equipamentos (abrigos, albergues, centros pop, restaurante popular) com funcionamento integral

e regionalizado, que atendam as demandas da população em situação de rua, contemplando as

especificidades relacionadas aos ciclos de vida, gênero, condições de saúde e organização familiar, sendo

compostos por equipes multidisciplinares (psicólogos, assistentes sociais e garantindo a intersetorialidade

com a saúde, sobretudo dentistas e enfermeiros, entre outros) e com espaços estruturais adequados para a

atuação de cada especialidade.

EIXO 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades

dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais

1 ª. Garantir que os recursos integrais da seguridade social financiem a assistência social não permitindo o

uso desse recurso para pagamento de juros da dívida externa e a definição de um percentual mínimo de

5% do PIB para repasse para a Política de Assistência Social nos 3 entes federativo, Estadual e municipal.

Page 73: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

70

2ª. Criação de uma lei Municipal que incentive contratação de pessoas em situação de rua, com uma

contrapartida para os empresários (em dedução de impostos). Dar enfoque em Decretos que estabeleçam

Geração de emprego e renda (investimento em cursos profissionalizantes).

3ª. Garantir o direito da população em situação de rua de circular pelos espaços urbanos de forma digna,

implantando na cidade banheiros públicos e guarda-volumes gratuitos, além de assegurar por meio de

decreto municipal o direito de circular pela Cidade carregando seus pertences, sem que estes sejam

retirados de forma compulsória pelo controle urbano durante fiscalização para desobstrução de vias

públicas.

OUTRAS PROPOSTAS EIXO 4

Garantir através de uma lei que a população em situação de rua seja acolhida em todos os Serviços do

SUAS; e a garantia do acesso aos benefícios socioassistenciais já existentes de maneira que o acesso a um

benefício não exclua o acesso a outro. Ampliação do Bolsa Moradia transitório com articulação com a

política de habitação para a garantia de moradia definitiva.

ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE

EIXO 1: A proteção social não contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a

gestão dos direitos socioassistenciais

1ª. Divulgar os serviços ofertados pela CRAS através de um canal que chegue até o jovem, de forma

variadas e em lugares e espaços diferentes (escolas, campo de futebol, carro ou moto som, redes sociais).

Incluir pessoas de referência da comunidade para divulgar os serviços ofertados pelo CRAS.

2ª. A criação de um canal de comunicação entre a juventude e a política de assistência social para que os

serviços contemplem as peculiaridades deste público.

3ª. Aumentar a capacidade de atendimento dos CRAS e aumentar números de CRAS.

EIXO 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no Suas

1ª. Criação de um processo seletivo para empregar jovens moradores dos territórios de CRAS como

agente jovem de mobilização e divulgação dos projetos, programas e serviços da Assistência Social.

2ª. Formação continuada dos profissionais que atuam nos CRAS para que consigam mobilizar os jovens a

participarem das Comissões, Fóruns e do Conselho, garantido a qualidade e efetividade desses jovens no

protagonismo das demandas das juventudes nesses espaços de participação e controle.

3ª. Que todo os CRAS crie uma equipe de comunicação formada por jovens, para alcançar as juventudes

do território e estimular a participação destes nas ações desenvolvidas.

OUTRAS PROPOSTAS EIXO 2

Ampliação dos CRAS: Expansão do atendimento nos territórios que há o espaço físico do CRAS,

contratando mais profissionais e diminuindo a carga horária de trabalho.

Criação de novos espaços físicos de CRAS.

EIXO 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e

transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais

Page 74: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

71

1ª. Investir em ampliação e infraestrutura dos CRAS para melhorar a segurança e efetividade do

acolhimento, inclusive garantindo a criação de novos CRAS (equipamento) para atendimento de

territórios em grande situação de vulnerabilidade. (telecentros, quadras, salas, etc).

2ª. Articular, comunicar e esclarecer sobre os serviços socioassistenciais oferecidos pela assistência social

no território de abrangência principalmente para os adolescentes e jovens em escolas e demais espaços e

equipamentos que a população utiliza (saúde, lazer, cultura...) com mecanismo de envolvimento da

comunidade nestas atividades. Investimento em eventos de mobilização, grupos, trabalhos. (Incluindo

ações e fortalecimento de eventos para conscientizar, informar, educar e orientar os jovens com a

linguagem adequada).

3ª. Garantir que os programas de transferências de renda sejam preservados.

EIXO 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades

dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais

1ª. Garantia de ampliação de recursos no orçamento para a oferta de cursos profissionalizantes voltados

para jovens e o público dos serviços da Proteção Social Básica no âmbito público e no privado. Garantia

de recursos para ampliação dos serviços da Proteção Social Básica e garantia de recursos para melhorar a

infraestrutura dos equipamentos já instalados no território.

2ª. Realizar o estudo de custo dos serviços de acolhimento institucional a fim de melhorar a infraestrutura

e a qualificação dos profissionais. Investimento financeiro que possibilite a escolha de profissionais com

perfil para atender o público acolhimento institucional.

3ª. Garantir recursos de implantação de equipamento de acolhimento institucional que oferte o serviço

com qualidade.

Fonte: CMAS-BH (2018)

2.8. Fórum Municipal dos Usuários do SUAS de Belo Horizonte –

FMUSUAS/BH

O FMUSUAS/BH, instituído em 14 de abril de 2018, em assembleia dos

usuários do SUAS/BH realizada na Câmara Municipal de Vereadores de Belo

Horizonte, é uma importante organização de usuários, legitimada pela Resolução do

CNAS nº 11/2015. O Fórum tem como principal função a mobilização, elencando e

debatendo as demandas e necessidades dos usuários, bem como temas relevantes, como

a articulação de políticas de atendimento que atravessam os diversos tipos de

vulnerabilidade social, a integração entre serviços e benefícios, a qualidade do

atendimento, a qualidade da infraestrutura disponível nos equipamentos do SUAS,

dentre outros.

Page 75: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

72

O Fórum tem como finalidade fomentar a articulação política, o empoderamento

dos usuários e representar o seu coletivo nas instâncias de discussão, articulação,

deliberação, pactuação, controle e gestão municipal do SUAS.

O FMUSUAS tem caráter permanente e será norteado pelos seguintes princípios

fundamentais:

a) Compromisso com a construção de uma nova ordem social sem dominação e

exploração de classe, etnia ou gênero;

b) Afirmação da identidade do usuário (a) do SUAS como protagonista da

Política de Assistência Social e do SUAS;

c) Defesa dos direitos fundamentais e sociais garantidos na Constituição

Cidadã;

d) Respeito à autonomia e à dinâmica própria de cada Organização e Fórum

membros, assim como não permitir que interesses específicos se imponham

nas ações e posições do FMUSUAS.

Para o cumprimento dos princípios norteadores do FMUSUAS, a gestão

deve fomentar e garantir:

a) Realização de atividades respeitando os princípios definidos na Lei

Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei Federal nº. 8.742/1993);

b) Apoio para participação nas instâncias do SUAS no Município e na

Região Metropolitana; e,

c) Permanente qualificação do usuário (a);

Para a consecução de suas finalidades, o FMUSUAS tem os seguintes

objetivos:

a) Manter debate e diálogo permanente junto ao CMAS, CORAS/CLAS,

autoridades, parceiros, apoiadores, entidades socioasssistenciais;

b) Articular e dialogar com usuários, organizações e fóruns membros, para

construção da unidade política e agenda comum, apoiando e, quando solicitado,

deliberar sobre suas demandas;

c) Fortalecer a intersetorialidade como instrumento de efetivação da

integralidade de proteção social;

Page 76: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

73

d) Articular e dialogar com atores diversos, especialmente movimentos sociais,

na perspectiva da defesa dos direitos humanos, da cidadania e dos direitos

sociais;

e) Estabelecer estratégias de articulação com as instâncias governamentais e

não-governamentais, instituições internacionais que tenham interface com a

Política de Assistência Social;

f) Estimular e promover a formação política dos usuários (as) do SUAS;

g) Dialogar com o Conselho Estadual e Municipal de Assistência Social para

que tenham ações propositivas no incremento das mesas estadual e municipal de

diálogo e negociação permanente do SUAS.

A Coordenação Municipal do FMUSUAS/BH é composta por 20 (vinte)

membros titulares e 20 (vinte) membros suplentes, com direito a voz e voto dos titulares

(ou suplentes que assumirem a titularidade) deliberando colegiadamente nos termos do

Regimento Interno de acordo com a seguinte distribuição e critérios:

I. 09 (nove) titulares e 09 (nove) suplentes serão representantes indicados

pelos Conselhos Regionais de Assistência Social – CORAS e Comissão

Local de Assistência Social – CLAS, sendo um titular e um suplente de

cada região de Belo Horizonte;

II. 01 (um) titular e 01 (um) suplente serão representantes indicados pelos

seus pares, do segmento dos usuários/as conselheiros do Conselho

Municipal de Assistência Social – CMAS-BH;

III. 10 (dez) titulares e 10 (dez) suplentes eleitos na Plenária.

Page 77: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

74

3. UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DA PROTEÇÃO

SOCIOASSISTENCIAL NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

Para avançar na consolidação do Sistema Único de Assistência Social, de forma

que esse seja capaz de garantir a proteção social a todos os cidadãos brasileiros e

contribuir para a redução das desigualdades sociais, é fundamental o conhecimento

acerca das formas de organização e da dinâmica dos territórios, assim como sobre as

necessidades de sua população (Brasil, 2013). Conforme disposto na Política Nacional

de Assistência Social (PNAS/2004), “tendo a Política de Assistência Social assumido a

centralidade sociofamiliar no âmbito de suas ações, cabe reconhecer a dinâmica

demográfica e socioeconômica associadas aos processos de exclusão/inclusão social,

vulnerabilidade aos riscos pessoais e sociais em curso no Brasil, em seus diferentes

territórios” (Brasil, 2004, p. 16).

Neste sentido, esse capítulo tem como objetivo apresentar dados e informações

sobre a caracterização demográfica e socioeconômica do município de Belo Horizonte,

que subsidiem o planejamento das ações da política de assistência social para os

próximos 4 anos e que considere as características e potencialidades locais. Para tal, a

coleta de dados se concentrou em indicadores que possibilitem a construção de um

panorama acerca dos fatores sociais e fatores de vulnerabilidade e risco relacionados aos

objetivos e escopo de atuação da política de assistência social.

3.1. Aspectos demográficos e territoriais

De acordo com os dados do IBGE, a população de Belo Horizonte era

constituída de 2.375.151 pessoas no último Censo de 2010, sendo que a estimativa

populacional era de 2.523.794 pessoas para o ano de 2017. A cidade ocupa atualmente a

6ª posição entre os municípios mais populosos do Brasil e a 3ª maior região

metropolitana do país. Belo Horizonte possui uma unidade territorial de 331 km², com

uma densidade demográfica de 7.167,00 habitantes/km². Sua Região Metropolitana -

RMBH - atualmente é formada por 34 cidades, com abrangência de 9.467,797 km² e

população estimada de 5.316.865 habitantes para o ano de 20177.

7 Esta estimativa (IBGE 2017) foi apurada por meio do somatório da população projetada de cada um dos

34 municípios.

Page 78: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

75

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD, IPEA e

FJP), entre 2000 e 2010, a população de Belo Horizonte cresceu a uma taxa média anual

de 0,59% e a população da RMBH cresceu a uma taxa média anual de 1,15%. No

Brasil, esta taxa foi de 1,17% no mesmo período.

Tabela 1 - População total por gênero, rural/urbana – município de BH/MG

População População

(1991)

% do Total

(1991)

População

(2000)

% do Total

(2000)

População

(2010)

% do Total

(2010)

População total 2.019.121 100,00 2.238.514 100,00 2.375.151 100,00

População residente

masculina 955.673 47,33 1.057.260 47,23 1.113.513 46,88

População residente

feminina 1.063.449 52,67 1.181.254 52,77 1.261.638 53,12

População urbana 2.012.217 99,66 2.238.514 100,00 2.375.151 100,00

População rural 6.904 0,34

0,00

0,00

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Tabela 2 - População total por gênero, rural e urbana – região metropolitana de

BH/MG

População População (2000) % do Total (2000) População (2010) % do Total (2010)

População total 4.357.942 100,00 4.883.970 100,00

População residente masculina 2.106.430 48,34 2.344.931 48,01

População residente feminina 2.251.512 51,66 2.539.039 51,99

População urbana 4.247.949 97,48 4.792.091 98,12

População rural 109.993 2,52 91.879 1,88

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

O crescimento da população, no entanto, apresentou transformações na sua

composição ao longo dos últimos anos, acompanhando a tendência de envelhecimento

apresentada pelo Brasil. Na década de 2000, houve redução do segmento de 0 a 14 anos

na pirâmide etária do município, de 543.523 indivíduos para 449.570 indivíduos, o que

significa diminuição de 17,3%. Ou seja, nesta faixa etária registrou-se crescimento

negativo de em média -1,9% ao ano. Subdividindo esta faixa etária, as crianças de 0 a 5

anos correspondem a 6,8% da população e as crianças/adolescentes na faixa de 6 a 14

Page 79: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

76

correspondem a 12,2% (MDS, 2012) 8. Dados do Atlas do Desenvolvimento Humano

no Brasil (PNUD, IPEA e FJP) apontam que, entre 2000 e 2010, a taxa de

envelhecimento no município passou de 6,22% para 8,67% (era 4,69% em 1991),

enquanto em Minas Gerais passou de 4,97% em 1991, para 6,2% em 2000 e para 8,12%

em 2010. No Brasil ela mudou de 4,83%, para 5,83% e para 7,36%, respectivamente.

Outro indicador interessante é a razão de dependência, que aponta o percentual da

população de menos de 15 anos e da população de 65 anos e mais (população

dependente) em relação à população de 15 a 64 anos (população potencialmente ativa).

Ele mostra que houve redução no município da razão de dependência, passando de

43,89% em 2000 para 38,12% em 2010. Já em MG, a razão de dependência passou de

52,84% para 44,01% e no Brasil de 54,88% e 45,87% em 2010, respectivamente.

Os gráficos abaixo evidenciam a alteração da pirâmide etária do município nos

últimos 20 anos, com crescimento da população idosa e redução da base de população

criança e jovem:

Figura 3 - Evolução da pirâmide etária de Belo Horizonte – 1991, 2000 e

2010

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD, Ipea e FJP)

8- Disponível no site

http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/carrega_pdf.php?rel=panorama_municipal

Page 80: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

77

Quanto à composição da população por sexo, os dados do Censo 2010 (IBGE,

2012)9 demonstram que o número de mulheres é maior que o número de homens no

município: 46,88% do sexo masculino e 53,12% do sexo feminino. A participação

feminina na composição da população é maior que a registrada no Estado de Minas

Gerais, em que 49,20% da população é masculina 50,80% é feminina. Já em relação à

raça ou cor, o Censo 2010 aponta que a composição da população residente no

município apresenta-se nos seguintes termos: brancos são 1.110.034 pessoas; pretos são

241.155 pessoas; pardos são 995.167 pessoas; amarelos são 25.270 pessoas; indígenas

são 3.477 pessoas e, por fim, 48 pessoas não quiseram declarar.

Gráfico 25 - População do município de Belo Horizonte por sexo, cor/raça – 2010

Fonte: IBGE. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH (2018)

Tendo em vista que a população brasileira possui grande diversidade e que os

processos de exclusão e inclusão social são marcados pelo processo histórico de

ocupação urbana, é importante acrescentar uma análise desses indicadores a partir de

recortes intramunicipais. No caso de Belo Horizonte, a Prefeitura Municipal criou uma

organização administrativa que divide o território em 9 (nove) regionais: Barreiro,

Centro-sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova.

9 Disponível no site: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm

Page 81: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

78

Atualmente, a política de assistência social se organiza a partir dessa divisão

administrativa.

A partir dos dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Planejamento,

que têm como fonte o Censo de 2010 do IBGE, observa-se que há heterogeneidade

entre as 9 regiões administrativas de Belo Horizonte. Quando elas foram delimitadas, a

Região Noroeste era a mais populosa, concentrando 15% da população, enquanto a

Pampulha concentrava o menor número de habitantes, 6,5% do total. Após 10 anos,

além das modificações decorrentes da própria dinâmica demográfica, ocorreu em 2011

o redimensionamento das regionais administrativas do município (Lei 10.231/2011)10

, o

que gerou maior equilíbrio demográfico entre elas. Assim, de acordo com o Censo

2010, já considerando os novos limites regionais, observa-se que a população está

dividida de maneira mais uniforme nas nove regiões, sendo que a Região Oeste é a mais

populosa, com 12,99% do total do município, e a Região Norte, a menos populosa, com

8,93% da população. Contudo, se a mais populosa é a regional Oeste, a mais povoada é

a Regional Venda Nova, pois sua densidade demográfica é de 9.109 habitantes/km². A

regional menos povoada é a Regional Pampulha, com 4.416 habitantes/km².

Em relação ao perfil etário das 9 regiões de Belo Horizonte, tem-se que a

regional com maior população em termos absolutos na faixa etária de 0 a 19 anos é a

Barreiro, com 85.511 pessoas, e a que apresenta o menor número é a Pampulha, com

58.936 pessoas. Quanto ao público adulto, considerando a faixa etária de 20 a 59 anos,

a regional com a maior população é a Oeste, com 189.585 pessoas e a menor é a Norte,

com 126.500 pessoas. Já em relação à população acima de 60 anos, a regional com o

maior número de idosos é a Região Centro-sul, com 51.911 idosos e a Região Norte

apresenta o menor número, com 21.122 pessoas idosas.

10

*As informações por Região Administrativa estão de acordo com o novo limite vigente a partir de 2011,

regulado pela Lei 10.231/11.

Page 82: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

79

Tabela 3 - Distribuição da população pelas 9 regionais administrativas de

BH, por faixa etária – 2010

Região Administrativa Pop. de 0

a 19 anos

Pop. de 20

a 59 anos

Pop. de 60

anos ou

mais

Total

% em

relação à

pop total

BARREIRO 85.511 169.205 27.468 282.184 11,9

CENTRO-SUL 59.091 172.673 51.911 283.675 12,0

LESTE 60.538 143.341 34.480 238.359 10,1

NORDESTE 79.236 176.249 34.133 289.618 12,2

NOROESTE 64.475 163.507 39.922 267.904 11,3

NORTE 64.366 126.500 21.122 211.988 8,9

OESTE 79.992 189.585 37.389 306.966 12,9

PAMPULHA 58.936 139.761 26.359 225.056 9,5

VENDA NOVA 78.879 160.037 26.263 265.179 11,2

TOTAL 631.024 1.440.858 299.047 2.370.929 100,0 Fonte: Secretaria de Municipal de Planejamento/ Censo IBGE 2010. Elaborado por

GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH (2018)

Além das modificações demográficas no território intraurbano, é importante

ressaltar a influência da dinâmica de ocupação urbana sobre os processos de exclusão

social. Belo Horizonte, como muitas outras cidades brasileiras, passou por muitas

transformações que agravaram os problemas urbanos e a crise fundiária e habitacional.

Esses fatores, junto com insuficiências da ação estatal, têm contribuído para reforçar os

processos históricos de segregação socioespacial e especulação imobiliária. No caso do

município de Belo Horizonte, o cenário não é diferente. A história de construção e

crescimento da cidade é marcado pela segregação socioespacial e pela lógica capitalista

de produção do espaço urbano, o que conformou diversas desigualdades e processos de

exclusão. Desde os anos 1950, observa-se um processo intenso de metropolização e

periferização, em que as camadas mais pobres são empurradas para fora dos limites do

município pelo alto valor da terra urbanizada, em espaços com precária infraestrutura

urbana e com baixo acesso a serviços públicos básicos. Durante as últimas décadas esse

processo tem se agravado. De acordo com dados da Prefeitura de Belo Horizonte

(2016)11

, a cidade enfrenta um grave quadro de déficit habitacional, estimado hoje em

62,5 mil domicílios, e a demanda ainda não atendida de reassentamentos decorrentes de

remoções por obras públicas de 20,9 mil unidades. Há ainda uma projeção de que 25,4

mil domicílios, que representa cerca de 20% da população de Belo Horizonte, estão nas

215 vilas, favelas e outros assentamentos precários e a existência de 269 loteamentos

irregulares para a população de baixa renda que necessitam de regularização e

11

Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte (2016). Plano Estratégico BH 2030.

Page 83: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

80

urbanização. Segundo a Fundação João Pinheiro, a noção de déficit habitacional - que

expressa a medida da necessidade de construção de novas moradias para a solução de

problemas sociais e específicos de habitação - apoia-se na conjugação de quatro

componentes: domicílios precários; coabitação familiar; ônus excessivo com aluguel e

adensamento excessivo em domicílios alugados12

. Segundo estes conceitos, em Belo

Horizonte havia um déficit habitacional da ordem de 10,28% em relação ao total de

domicílios particulares permanentes e improvisados existentes no município no ano de

2010.

Entretanto, esse processo de exclusão não se deu de maneira inconteste.

Movimentos populares, lideranças comunitárias e associações comunitárias realizaram,

ao longo desses anos, ações importantes de resistência e luta. Fruto de movimentos

sociais organizados13

, nos últimos 10 anos surgiram no município ocupações urbanas

importantes, que reconfiguraram o espaço intraurbano. Em 2008 foi formada a

ocupação Camilo Torres na região do Barreiro, contando com 140 famílias. Em 2009,

no bairro Céu Azul, surge a ocupação Dandara apropriando de 40 hectares, repartidos

em 887 lotes. Em 2010, a Camilo Torres se expande, autodenominando-se Irmã Doroty

e agregando 135 famílias. Em 2012, surge a Eliana Silva, com 300 famílias

mobilizadas. As demais ocupações, surgiram a partir de 2013 por meio de um processo

de desencadeamento, talvez pelo êxito das ocupações anteriores e pela efervescência do

clima político que redundou nas chamadas manifestações de junho de 2013. Ocupações

como Rosa Leão, Esperança e Vitória ocorreram sem a vinculação inicial a qualquer

movimento social. Sendo assim, milhares de famílias começaram a construir suas casas

em regiões urbanas não ostensivamente ocupadas. Esses movimentos de apropriação de

território urbano podem ser entendidos como uma resistência à morosidade do Estado

em minorar o déficit habitacional histórico.

Em recente estudo realizado pela equipe de Estudos Territoriais e

Geoprocessamento da Gerência de Vigilância Socioassistencial da SUASS, em parceria

12

Ver Índice de Responsabilidade Social: http://imrs.fjp.mg.gov.br/ acessado em:29/01/2018. Para

detalhamento dos conceitos: 1. Domicílios precários: considerados os domicílios improvisados e

domicílios rústicos. 2. Coabitação familiar: domicílios com famílias conviventes secundárias com

intenção de constituir domicílio exclusivo e as famílias residentes em cômodo; 3. Ônus excessivo com

aluguel: domicílios urbanos com famílias com renda de até três salários mínimos e que despendem 30%

ou mais de sua renda com aluguel; 4. Adensamento excessivo em domicílios alugados: domicílios

alugados com mais de três moradores por dormitório.

13 Nascimento, Denise Morado. As políticas habitacionais e as ocupações urbanas: dissenso na cidade.

In.: Cad. Metrop., São Paulo, v. 18, n. 35, pp. 145-164, abr 2016 http://dx.doi.org/10.1590/2236-

9996.2016-3507.

Page 84: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

81

com outros atores institucionais14

, foram identificadas e delimitadas 70 áreas, nomeadas

como “ocupação urbana”15

, distribuídas pelas 9 regionais administrativas em Belo

Horizonte.

Quadro 11 - Identificação das Ocupações Urbanas de Belo Horizonte segundo

Regionais Administrativas

Regional

Administrativa

Ocupações

BARREIRO Eliana Silva, Irmã Doroty, Camilo Torres, Olaria, Paulo Freire, Horta 2,

Nelson Mandela, Fidel Castro, Portelinha, Vila Diamante, Bernadete,

Eduardo Menezes, Bairro do Sol, Hosana, Horta 1, Corumbiara 2, Túnel

Camarões, Beira Linha do Pilar, Rua Três nº 37, Vila Calango, Jardim

Liberdade, Jardim Liberdade 2

CENTRO-SUL Sustenido; Vicentão, Rua Teodomiro Cruz; Prédio do antigo INSS,

Carolina Maria de Jesus

LESTE Terra Nossa

NORDESTE Padre Argemiro (Invasão da URPV), Nossa Senhora de Guadalupe

(Campo 65), Padre Argemiro (Atrás do deposito de reciclagem), Plínio

Teixeira, Tiradentes, Rede, Montes Claros / Fazendinha, Jardim

Getsemani, Ciganos/CRAS, Terrenos DNIT 3, Terrenos_DNIT 2, Pica-

Pau (próximo do Anel rodoviário), Terrenos DNIT 4, Terrenos DNIT 1,

Rua Padre Argemiro, Rua Padre Argemiro (entre Jornalista Abrahão

Sadi), Viaduto Moçambique, Rua Fides, Novo Rumo, Padre Argemiro /

Capitão Eduardo

NOROESTE Araci, Vila Chaves, Pátria Livre

NORTE Rosa Leão, Helena Greco, Novo Lajedo, Maria Teresa, Vitória,

Esperança, Jaqueline

OESTE Vila Esperança do Calafate, Rua Jose Furletti, Anel / Tereza Cristina,

Novo Paraíso, Guanabara, Conquista, Candeeiros

PAMPULHA Dandara, Carroceiros, Tancredo Neves, Rua Vocação, São José, Rua Flor

de Pau

VENDA NOVA Ciganos, Várzea da Palma 2, Várzea da Palma 3, Serra Verde, Mar Jônico Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH (2ª edição). Junho 2018.

Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Essas áreas de ocupação se distribuem de modo heterogêneo pelo território

municipal. Observando a divisão regional administrativa, tem-se que as regionais 14 Este trabalho foi possível por meio de um esforço conjunto da PRODABEL (equipes de Cadastro

Técnico Municipal e de Geoprocessamento) e da URBEL, com substancial apoio da Secretaria Municipal

de Saúde e acompanhamento da Subsecretaria de Assistência Social (por meio da Gerência de Vigilância

Socioassistencial). 15

O termo “ocupação” é uma nomenclatura relativamente recente que se fez presente na dinâmica

socioterritorial do município e, por isso, foi empregada tanto nos trabalhos dos órgãos internos à PBH

quanto neste estudo. Tal emprego visa ao estabelecimento de conexão da gestão pública com a realidade

vivenciada e observada no contexto atual da cidade. Compreende-se que o uso do termo talvez necessite

de delimitação conceitual mais clara. No entanto, é possível concluir que “ocupação” se refere a uma

caracterização estabelecida a partir de uma postura política afirmativa adotada pelos habitantes de boa

parte destas áreas e que a própria legislação municipal referente ao uso e ocupação do solo não possui

uma qualificação jurídica única para o conjunto dessas áreas, já que tais terrenos possuem diferentes

situações de propriedade.

Page 85: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

82

Barreiro e Nordeste destacam-se registrando o maior número de áreas ocupadas - 22 e

20, respectivamente - concentrando 55% das ocupações do município. No segundo

grupo, que totaliza 30 ocupações (39,5% do total), sobressaem as regionais Norte e

Oeste com 7 ocupações, as demais regionais (Pampulha, Centro-Sul e Venda Nova)

registram 6 ou 5 ocupações cada. Por fim, duas regionais concentram os menores

números (aproximadamente 5% do total) quais sejam, Noroeste (3 ocupações) e Leste

(1).

Tabela 4 - Ocupações urbanas segundo regional administrativa - BH – 2017

Regional

Total de

Ocupações % por regional

Nº de Ocupações em

Território CRAS

% de Ocupações em

Território CRAS por

regional

Barreiro 22 28,9 9 40,9

Nordeste 20 26,3 7 35,0

Norte 7 9,2 6 85,7

Oeste 7 9,2 1 14,3

Pampulha 6 7,9 5 83,3

Centro-Sul 5 6,6 0 0,0

Venda Nova 5 6,6 1 20,0

Noroeste 3 3,9 2 66,7

Leste 1 1,3 0 0,0

Total 76 100,0 31

Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH (2ª edição). Junho 2018.

Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

O mapa 1 apresenta a distribuição das ocupações em todo o território municipal.

Ele aponta que as maiores ocupações, em termos do tamanho das áreas ocupadas,

encontram-se nas regionais Norte e Nordeste. Há uma grande ocupação no limite das

regionais Venda Nova e Pampulha e outra na regional Barreiro. Ou seja, as maiores

áreas ocupadas encontram-se em regiões mais extremas do município (contribuindo

para o fenômeno da periferização da cidade) ainda que ocupações menores possam ser

visualizadas em todo território municipal.

Page 86: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

83

Mapa 1- Distribuição das ocupações no município de Belo Horizonte, por

regional

Fonte: Estudo de impacto das ocupações sobre o atendimento no SUAS-BH. Nov. 2017. Elaborado por

GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Page 87: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

84

Apesar do contingente expressivo de população residente e do tempo de

existência, devido aos conflitos políticos e econômicos, por muito tempo esses

territórios não foram reconhecidos pela administração pública municipal16

, de forma

que seus habitantes foram muitas vezes excluídos do acesso a políticas públicas básicas

e sujeitados a situações de vulnerabilidade e risco social. Deste modo, esse público

deve ser priorizado pela política municipal de assistência social, por meio da execução

de ações de busca ativa e inclusão nos serviços, programas, projetos e benefícios

socioassistenciais.

3.2. Aspectos econômicos: distribuição de renda e integração ao mundo do

trabalho

A análise dos aspectos socioeconômicos complementarmente aos aspectos

demográficos é fundamental para a compreensão global do município e os desafios que

precisam ser enfrentados no tocante ao acesso ao trabalho, à erradicação da pobreza, à

distribuição de renda e à melhoria das condições de vida da população por meio das

ações do Estado e da implementação das Políticas Públicas.

Ao longo da última década, Belo Horizonte apresentou aumento expressivo de

seu Produto Interno Bruto. Segundo a FJP, em 2006, o PIB do município era de R$

36.672.770,34; em 2010, este valor era de R$ 59.203.074,0917

e, em 2015, já alcançava

a cifra de R$ 87.364.598,17. Este indicador representa a soma de todos os bens

produzidos pelo município e significa a riqueza gerada. No ranking de desenvolvimento

econômico, Belo Horizonte ocupa, atualmente, o quarto lugar entre os municípios

brasileiros, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Em 2015, o setor de serviços contribuiu com o maior percentual deste indicador,

respondendo por quase 60% do PIB municipal que, agregado ao setor de administração

(políticas públicas, defesa e seguridade social), totaliza 71%. O setor industrial e o de

16

Em 12 de abril de 2018 o prefeito assinou dois decretos: um que reconhece como Áreas de Especial

Interesse Social (AEIS-2) 119 áreas ocupadas e outro estabelecendo o Plano de Controle e

Monitoramento de Áreas Públicas, além da adoção de outras medidas, pela Prefeitura de Belo Horizonte,

para viabilizar a futura regularização de ocupações na capital mineira e também a intensificação das ações

para evitar que novas áreas sejam invadidas. Fonte: https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/prefeito-

alexandre-kalil-assina-decretos-reconhecendo-assentamentos-como-aeis . 17

http://imrs.fjp.mg.gov.br/Consultas/Resultado. Acessado em abril 2018.

Page 88: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

85

impostos sobre produtos seguem com respectivos, 15,23% e 13,86% do PIB, conforme

gráfico a seguir.

Gráfico 26 - Participação dos setores econômicos no Produto Interno Bruto – BH -

2015

Fonte: IBGE, 2015. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

O Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD, Ipea e FJP) aponta que a renda

per capita média de Belo Horizonte cresceu 87,77% nas últimas duas décadas, passando

de R$ 797,42, em 1991, para R$ 1.101,96, em 2000, e para R$ 1.497,29, em 2010. Isso

equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 3,37%. A taxa média

anual de crescimento foi de 3,66%, entre 1991 e 2000, e 3,11%, entre 2000 e 2010. A

proporção de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$

140,00 (a preços de agosto de 2010), apresentou uma redução importante, passando de

17,23%, em 1991, para 10,57%, em 2000, e para 3,80%, em 2010. Porém, essa redução

não significou diminuição da desigualdade social. O Índice de Gini passou de 0,61 em

1991 e 2000 para 0,60 em 2010. Ademais, ao analisar a distribuição da população pelos

quintos de renda, observa-se que houve pouca alteração, sendo que o quinto mais pobre

passou apenas de 65,7% em 2000 para 65% em 2010.

Page 89: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

86

Tabela 5 - Renda, pobreza e desigualdade no município de Belo Horizonte/MG

1991 2000 2010

Renda per capita 797,42 1.101,96 1.497,29

% de extremamente pobres 5,04 2,38 0,79

% de pobres 17,23 10,57 3,80

Índice de Gini 0,61 0,61 0,60

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Figura 4 - Evolução da distribuição de renda da população por quintos –

Belo Horizonte, 1991, 2000 e 2010

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Como pode-se notar, o aumento do PIB ou da renda média não significou que a

riqueza produzida por aquela sociedade fosse, de fato, bem distribuída. De forma

complementar, a tabela abaixo, permite verificar a distribuição de renda por estratos da

população ao longo de três décadas. Em Belo Horizonte, é perceptível o comportamento

inversamente proporcional entre os estratos mais pobres em relação aos estratos mais

ricos, na comparação entre as duas décadas de 1991 para 2000 e de 2000 para 2010.

Entre 1991 e 2000, em todos os estratos pobres houve a redução da renda distribuída,

em contraposição ao aumento da renda para o estrato mais rico. Já de 2000 para 2010,

ocorreu o inverso, o aumento do percentual de renda para os estratos mais pobres e a

diminuição para os 20% dos mais ricos da população. Importante ressaltar que, ao longo

das duas décadas, a variação da proporção da apropriação da renda entre os estratos é

pouco perceptível. No entanto, ainda que a participação dos 20% mais ricos tenha

permanecido alta ao longo de todo o período (em torno de 65%), percebe-se que, em

1991, a renda dos mais ricos representava 27 vezes mais que a renda dos 20% mais

pobres, já em 2010, essa correspondência passou a representar 23 vezes mais.

Page 90: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

87

QUADRO 12 - Distribuição percentual da renda da população – BH/MG

Distribuição percentual da renda da população

Estratos da população por

renda

1991 2000 2010

20% mais pobres 2,43 2,36 2,85

40% mais pobres 7,69 7,47 8,64

60% mais pobres 16,95 16,46 17,87

80% mais pobres 35,03 34,28 35,00

20% mais ricos 64,97 65,72 65,00 Fonte: Pnud, Ipea e FJP

Em relação à inserção da população no mercado de trabalho, dados coletados por

meio da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio - PNAD18

do IBGE apontam que

houve um crescimento expressivo da taxa de desocupação entre os anos de 2012 e

201619

. A tabela abaixo indica que, de 2012 a 2014, a desocupação teve ligeira redução,

atingindo em 2014 o menor nível do período. De 2015 em diante, observa-se piora

significativa desse indicador.

Tabela 6 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais - Belo Horizonte -

2012-2016 (%)

Ano Taxa (%)

2012 6,3

2013 6,1

2014 5,9

2015 9,9

2016 11,5

Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

18

“A PNAD obtém informações anuais sobre características demográficas e socioeconômicas da

população, como sexo, idade, educação, trabalho e rendimento, e características dos domicílios, e, com

periodicidade variável, informações sobre migração, fecundidade, nupcialidade, entre outras, tendo como

unidade de coleta os domicílios. Temas específicos abrangendo aspectos demográficos, sociais e

econômicos também são investigados” in

https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=40. 19

O IBGE adota como critério para pessoa desocupada aquela de “14 anos ou mais sem trabalho em

ocupação na semana de referência que tomou alguma providência efetiva para consegui-lo no período de

referência de 30 dias, e que estava disponível para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se,

também, como desocupadas as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram

providência efetiva para conseguir trabalho no período de 30 dias porque já haviam conseguido trabalho

que iriam começar após a semana de referência” in IBGE, Síntese dos Indicadores Sociais – uma análise

das condições de vida da população brasileira, 2017, p. 133.

Page 91: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

88

Ao observar como esse indicador se comporta em relação aos cortes de gênero e

raça, percebe-se que a desigualdade entre homens e mulheres e entre pessoas brancas e

pretas se agravou entre 2012 e 2016:

Tabela 7 - Taxa de desocupação das pessoas de 16 anos ou mais por sexo e cor em

Belo Horizonte - 2012-2016 (%)

Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Em relação ao rendimento, constata-se queda no período de 2012 a 2016, como

demonstra o gráfico abaixo. Em 2012, o rendimento médio em Belo Horizonte foi de

R$2.967,00, subindo em 2013 para R$3.031,00 e diminuindo até atingir o valor de

R$2.575,00. Portanto, percebe-se queda no rendimento no período, frente ao cenário de

crise econômica e aumento da desocupação.

Ano Mulheres Homem Preto/Pardo Brancos

2012 6,6 6 6,1 6,6

2013 7,1 5,2 6,9 5,2

2014 5,8 6,0 6,7 5,0

2015 7,8 11,9 11,5 7,9

2016 12,3 10,7 13,2 9,1

Page 92: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

89

Gráfico 27 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais - Belo

Horizonte - 2012-2016 (R$)

Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Quando analisado o rendimento de mulheres, jovens e população negra, verifica-

se que esses grupos possuem menor rendimento comparado aos homens, aos adultos e à

população branca.

Tabela 8 - Rendimento médio do trabalho principal das pessoas de 16 anos ou mais

ocupadas na semana de referência por grupo de idade - Belo Horizonte - 2012-2016

(R$)

Grupos de idade

Ano 16 a 29

anos

30 a 49

anos

50 a 59

anos

60 anos ou

mais

2012 1.684,00 3.160,00 4.180,00 4.460,00

2013 1.836,00 3.301,00 4.148,00 3.440,00

2014 1.689,00 3.060,00 4.007,00 3.513,00

2015 1.684,00 3.160,00 4.180,00 3.663,00

2016 1.608,00 2.694,00 3.296,00 3.115,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Tabela 9 - Rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais por sexo - Belo

Horizonte - 2012-2016 (R$)

Ano Mulheres Homem

2012 2.391,00 3.494,00

2013 2.368,00 3.689,00

2014 2.258,00 3.485,00

2015 2.408,00 3.328,00

2016 2.140,00 2.984,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Page 93: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

90

Tabela 10 - Rendimento das pessoas de 16 anos ou mais por cor ou raça - Belo

Horizonte - 2012-2016 (R$)

Ano Branca

Preta e parda

2012 3.819,00 2.166,00

2013 4.397,00 1.899,00

2014 3.712,00 2.174,00

2015 3.949,00 2.006,00

2016 3.527,00 1.905,00 Fonte: IBGE/PNAD. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

3.3. Aspectos de vulnerabilidades e riscos sociais e violações de direitos do

público prioritário da Assistência Social

De acordo com a Política Nacional de Assistência Social, seu público usuário é

constituído por cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e

riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de

afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida, com redução de capacidades

pessoais; vítimas de formas de exploração, de violência e de ameaças e, ou vítimas de

apartação social que lhes impossibilite sua autonomia e integridade, fragilizando sua

existência, o que demanda atenção socioassistencial; dentre outros. Dessa forma, tem-se

que os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais são organizados de

acordo com níveis de proteção social (básica, especial de média complexidade e de alta

complexidade) de forma que sejam capazes de atender às especificidades de cada um

desses públicos e dos fenômenos de desproteção social a que estão expostos.

Porém, ao mesmo tempo, tem-se que a materialização das ofertas da política de

assistência social deve se orientar pelas diretrizes estruturantes da matricialidade

sociofamiliar e da territorialização. Essas diretrizes são fundamentais para que a

proteção socioassistencial seja garantida aos usuários da política de modo integral e

transversal. Assim, coloca-se o desafio de operacionalizar a identificação dos

fenômenos de desproteção social e da caracterização do púbico alvo da política de

assistência social sem incorrer em leituras fragmentadas ou parciais. Desse modo, essa

etapa da análise situacional buscou articular essas duas dimensões, reunindo dados e

informações que contribuam para a caracterização do púbico prioritário da política de

assistência social em Belo Horizonte, ao mesmo tempo em que tragam indicativos sobre

os fenômenos de desproteção social aos quais esses públicos estão mais expostos.

Page 94: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

91

3.3.1. Famílias em situação de vulnerabilidade social

As políticas sociais contam no Brasil hoje com um conjunto variado de

indicadores sociais que buscam captar as situações de vulnerabilidade social. Cada um

deles ressalta aspectos diferentes, mas complementares para a compreensão desse

fenômeno. Assim, serão destacados alguns desses indicadores nesse item.

Segundo os dados disponibilizados pelo IBGE no Atlas do Desenvolvimento

Humano no Brasil, os indicadores de vulnerabilidade familiar em Belo Horizonte

diminuíram entre os anos de 2000 e 2010. A porcentagem de mães que são chefes de

família, sem ensino fundamental e com filhos menores de 15 anos diminuiu, passando

de 14,12% (2000) para 11,03% (2010) – tabela 11. Quanto à porcentagem de pessoas

residentes em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos passou de

1,18% (2000) para 1,02% (2010). Por fim, quanto à porcentagem de crianças

extremamente pobres também abaixou de 4,93% (2000) para 1,94% (2010).

Tabela 11 - Vulnerabilidade social em famílias

Vulnerabilidade Social: Família - Belo Horizonte

1991 2000 2010

% de mães chefes de família sem fundamental

completo e com filhos menores de 15 anos

13,51 14,12 11,03

% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e

dependentes de idosos

1,20 1,18 1,02

% de crianças extremamente pobres

8,97 4,93 1,94

Fonte: PNUD, IPEA e FJP.

A pobreza monetária corresponde a uma dimensão importante da

vulnerabilidade social. Para abordar a situação de pobreza e extrema pobreza foram

utilizados como fonte de dados o Censo 2010 do IBGE e o CadÚnico.

O gráfico a seguir apresenta a distribuição de renda nas nove regiões do

município, utilizando como recorte a porcentagem de domicílios com renda per capita

mensal de até 1/8 do salário mínimo, e de até ¼ do salário mínimo, que representam

outra abordagem para medir extrema pobreza e pobreza, conforme dados do Censo

2010 IBGE.

Page 95: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

92

Gráfico 28 - Percentual de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza -

2010

Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.

As regionais com os percentuais mais expressivos de famílias com renda per

capita de até 1/8 do salário mínimo são, respectivamente, Centro-Sul, Venda Nova e

Norte, que também apresentam as maiores concentrações de pessoas com renda per

capita de até ¼ de salário mínimo.

Por outro lado, ao se averiguar a renda per capita média em salários mínimos de

cada regional, observa-se que a região Centro-Sul apresenta a maior média,

aproximadamente 7,5 salários per capita por domicílio por mês. Esta média é mais que

o dobro das médias apresentadas pelas regiões Oeste e Pampulha, aproximadamente 3,0

salários mínimos; é três vezes maior que a média das regiões Leste, Nordeste e

Noroeste, aproximadamente 2,5 salários mínimos; e, é aproximadamente cinco vezes

maior que as regiões Venda Nova, Norte e Barreiro, que apresentam as menores médias

do município, aproximadamente 1,5 salário mínimo.

Ainda utilizando os dados do IBGE, e seguindo o recorte do Programa Brasil

Sem Miséria, na ocasião do Censo 2010, foram considerados em situação de pobreza

aqueles que possuíam renda domiciliar per capita de até R$ 140,00. Em situação de

extrema pobreza, o valor da renda era de R$ 70,0020

. Os dados do Censo apontaram que

20

Atualmente, esses parâmetros são respectivamente R$ 170,00 e R$85,00.

Page 96: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

93

em 2010 havia no município 32.407 pessoas que se encontram em situação de extrema

pobreza, o que corresponde a 1,4% da população21

.

O Censo 2010 revelou ainda que do total dos extremamente pobres no

município, 8,4% (2.717 indivíduos) são crianças de 0 a 3 anos e 5,7% (1.842

indivíduos) estão na faixa entre 4 e 5 anos. O grupo de 6 a 14 anos por sua vez, totalizou

23,6% (7.662 indivíduos) na extrema pobreza, enquanto no grupo de 15 a 17 anos

totalizou 4,8% (1.565 jovens). Isso significa que 42,5% dos extremamente pobres do

município têm de 0 a 17 anos. É importante também destacar que, do total de pessoas

extremamente pobres, 15,1% são pessoas com mais de 60 anos, como se observa no

gráfico a seguir.

Gráfico 29- Percentual dos extremamente pobres por grupo etário –

2010

Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.

Do total de extremamente pobres no município, 18.259 são mulheres (56,3%) e

14.147 são homens (43,7%). Com relação à raça, aproximadamente 29% se

classificaram como brancos, 16% se declararam pretos e 53% como pardos; e, por fim,

aproximadamente 2% se declararam amarelos ou indígenas.

21

Conforme Boletim MDS/2012-Caracterização da Extrema Pobreza. Disponível no site

http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/carrega_pdf.php?rel=extrema_pobreza. Acessado em:

janeiro/2018

Page 97: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

94

Gráfico 30 - Percentual dos extremamente pobres por raça – 2010

IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.

O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico - é

um instrumento que visa coletar os dados e informações com o objetivo de encontrar e

identificar as famílias de baixa renda existentes em todo o país22

e, dessa forma, ofertar

a elas a possibilidade de acessar as políticas sociais de transferência de renda, isenções,

benefícios e serviços socioassistenciais.

Para o Cadastro Único, são consideradas famílias de baixa renda aquelas com

renda mensal per capita de até meio salário mínimo ou até três salários mínimos de

renda familiar total23

, que demandam prioritariamente acesso às políticas sociais. As

famílias com renda familiar superior a este recorte também podem ser cadastradas,

desde que sua inclusão seja vinculada à seleção ou ao acompanhamento de programas

sociais ou serviços socioassistenciais, ou seja, trata-se da possibilidade de inserir no

CadÚnico famílias com outros tipos de vulnerabilidade, além da vulnerabilidade de

renda.

Ao longo do período de 2012 a 2017, observa-se uma queda acentuada do

número de famílias cadastradas no CadÚnico, a despeito das oscilações de 2013 e 2014.

O mesmo ocorrendo com o número de famílias beneficiárias do Programa Bolsa

Família.

Segundo a tabela abaixo, o número de famílias cadastradas teve um aumento de

2012 para 2013 e também de 2013 para 2014, mas, a partir de 2015, começa a haver

uma redução no número de famílias cadastradas. Em 2016, é possível verificar nova

queda e em 2017 há um aumento do número de famílias cadastradas.

22

http://www.programadogoverno.org/inscricoes-cadastro-unico-2014-cadunico/ 23

Ver Documento Base: Análise dos diagnósticos situacional e operacional – territórios de CRAS – para

processo de descentralização do CadÚnico-Belo Horizonte.

Page 98: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

95

Tabela 12 - Número de famílias cadastradas no CadÚnico e diferença percentual

(%) por ano (2012-2017) - Belo Horizonte

ANO Famílias Cadastradas CadÚnico Diferença percentual no número de

famílias cadastradas por ano a ano

2012 178.776 ¨

2013 185.136 4%

2014 196.804 6%

2015 148.544 -25%

2016 137.327 -8%

2017 144.972 5%

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro/2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

De acordo com a tabela abaixo, neste mesmo período, houve redução no número

de famílias beneficiárias do PBF em 22%, portanto, em cinco anos, o número de

famílias beneficiárias foi sendo reduzido em quase um quarto. Ao todo, 16.390 famílias

deixaram de receber o benefício.

Tabela 13 - Número de famílias beneficiárias do PBF e diferença percentual

(%) ano-a-ano (2012-2017) - Belo Horizonte

Ano Famílias beneficiárias do

Programa Bolsa Família

Diferença percentual no número de

famílias beneficiárias do PBF por ano

2012 73.153 ¨

2013 70.404 -4%

2014 64.508 -8%

2015 51.569 -20%

2016 57.682 12%

2017 56.763 -2%

Fonte: Caixa Econômica Federal. Dezembro/2017. (Beneficiários PBF). Elaboração GVISO

Segundo informações do MDS, em todo o país, ocorreram reduções no número

de beneficiários do PBF devido ao aumento do rigor de fiscalização por meio do

cruzamento de informações de diferentes bancos de dados, como CadÚnico, INSS,

Rais, Caged e CNPJ. Em 2017, os principais motivos para cancelamento do Bolsa

Page 99: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

96

Família foram: renda acima da declarada, ausência de saque, cadastro desatualizado e

informações incorretas24

.

Em relação ao descumprimento de condicionalidades25

, observa-se que em Belo

Horizonte os efeitos sobre o Benefício do PBF foram registrados conforme tabela a

seguir.

Tabela 14 - Efeitos do descumprimento de condicionalidades sobre o Benefício do

PBF - ano 2017

Mês de

Referência da

apuração

Advertência Bloqueio Suspensão Cancelament

o

Total no

período

Março 2.293 1028 554 1 3.876

Maio 2.476 493 276 1 3.246

Julho 2.457 696 273 1 3.427

Setembro 1.967 958 379 5 3.309

Novembro 2.724 981 627 3 4.335

Total Geral 11.917 4156 2.109 11 18.193

Fonte: Sistema de Condicionalidades (Sicon/MDS) - novembro 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH.

Os dados acima26

indicam que a maioria dos cancelamentos de benefícios no ano

de 2017 não estava diretamente relacionada ao descumprimento de condicionalidades.

A maior parte dos desligamentos de famílias do programa ocorreu devido a não

atualização das informações cadastrais ou porque houve melhoria de renda, não se

adequando mais ao perfil para receber o benefício. É residual, e ocorre em último caso,

o número de cancelamentos de benefício em função do descumprimento dos

compromissos nas áreas de educação e de saúde, pois o objetivo das condicionalidades é

reforçar o acesso das famílias mais pobres a direitos sociais27

. Outra questão importante

a ser levantada é a não atualização do valor de critério para inserção no programa

24

https://bolsafamilia.blog.br/pagamentos/cancelamento-do-bolsa-familia-principais-motivos/. 25

http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia/gestao-do-programa/condicionalidades. Para melhor

compreensão dos efeitos das condicionalidades: Advertência: a família é comunicada de que algum

integrante deixou de cumprir condicionalidades, mas não deixa de receber o benefício; Bloqueio: o

benefício fica bloqueado por um mês, mas pode ser sacado no mês seguinte junto com a nova parcela.

Suspensão: o benefício fica suspenso por dois meses, e a família não poderá receber os valores referentes

a esse período; Cancelamento: a família deixa de participar do PBF. 26

Importante esclarecer que o número de 11 notificações de cancelamento somadas no mês de novembro

de 2017 ainda estavam sujeitas a recursos por parte da família, nos meses subsequentes, o que

possivelmente pode dar origem a outro número final de cancelamento para o ano. 27

http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia/o-que-e/como-funcionahttp://mds.gov.br/assuntos/bolsa-

familia/o-que-e/como-funciona

Page 100: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

97

conforme a inflação, o que fez com que a faixa permanecesse em valores muito baixos

da renda per capita familiar, dificultando o acesso ao benefício.

Em relação à distribuição das famílias cadastradas nas regionais administrativas,

como pode ser verificado na tabela a seguir, as regionais Venda Nova e Norte possuem

os maiores percentuais em torno de 13%, seguidas das regionais Barreiro e Nordeste

com percentuais aproximados de 12%. Essas quatro regionais totalizam um pouco mais

da metade dos cadastrados. A Pampulha registra o menor percentual. A Centro-Sul é a

segunda regional com o menor número de cadastrados. Este cenário territorial da

distribuição da população no tocante ao acesso à renda, desenhado pelos dados do

CadÚnico, é confirmado por outras fontes de informação, tais como o IBGE.

Tabela 15 - Famílias cadastradas no CadÚnico por Regional – Belo Horizonte -

2017

Regional Famílias cadastradas % Cadastradas

Barreiro 18.233 12,58

Centro-Sul 11.996 8,27

Leste 13.044 9,00

Nordeste 17.126 11,81

Noroeste 12.783 8,82

Norte 19.048 13,14

Oeste 13.633 9,40

Pampulha 10.102 6,97

Venda Nova 19.456 13,42

End. não georreferenciado 9.551 6,59

TOTAL 144.972 100,00

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

Os dados da tabela 15 permitem conhecer o total de famílias e o total de famílias

elegíveis ao benefício do PBF (aquelas com renda per capita de até R$170,00) que

correspondem a 67.708 famílias28

e representam 46,71% dos cadastrados. Dessas,

40.735 famílias estão em situação de extrema pobreza, o segundo maior percentual

28

Soma do total de famílias com renda per capita até R$85,00 e do total de famílias com renda per capita

de R$85,01 a R$170,00.

Page 101: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

98

dentre as cadastradas (28,10%). A maior parte se encontra na faixa de R$170,01 até 1/2

S.M. (33,19%), portanto, muito próximas ao limite de alcance do benefício do PBF.

Famílias cadastradas acima de 1/2 S.M. representam 20% das cadastradas.

Tabela 16 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar per

capita - Belo Horizonte - 2017

Renda familiar per capita Famílias %

Até R$85,00 40.735 28,1

Entre R$85,01 até R$170,00 26.973 18,61

Entre R$170,01 até 1/2 S.M. 48.122 33,19

Acima de 1/2 S.M. 29.142 20,1

Total 144.972 100

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

Fica evidenciado na tabela a seguir que 77% dos responsáveis pelas famílias

atualmente cadastradas declararam não auferir nem o valor total de 1 S.M de renda.

Pode-se afirmar que a maioria das famílias cadastradas, representando 96%, possuem

renda menor do que 2 S.M.

Tabela 17 - Famílias cadastradas no CadÚnico por faixa de renda familiar total -

Belo Horizonte - 2017

Renda familiar total Famílias %

Menos de 1 S.M. (R$954,00) 112.181 77,38

De R$ 954,01 a R$ 1.908,00 (de 1S.M. até 2 S.M.) 26.531 18,30

De R$ 1.908,01 a R$ 2.862 (de 2 S.M. até 3 S.M.) 4.709 3,25

Acima de 3 S.M. 1.551 1,07

Total 144.972 100%

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

O CadÚnico possibilita o registro de informações acerca do pertencimento das

famílias a grupos tradicionais ou específicos, que podem revelar necessidades

específicas de proteção social em função da etnia, da situação de moradia, da inserção

Page 102: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

99

no sistema carcerário ou da inserção precária no mundo do trabalho. É importante

destacar que em termos percentuais esses dados são baixos, o que pode revelar

problemas no registro realizado. No entanto, para a política de Assistência Social, a

existência de famílias nessas condições – independentemente da quantidade ou do seu

percentual representativo – indica necessidade de atenção. Sendo assim, há cadastradas:

31 famílias ciganas; 50 famílias acampadas ou atingidas por empreendimentos de

infraestrutura; 258 famílias com pessoa em privação de liberdade no sistema carcerário;

e, por fim, 918 famílias de catadores de material reciclado.

Outras informações que compõem o perfil das famílias, referem-se a

características de seus membros. Desse modo, considerando o total de pessoas

cadastradas (411.159) e o número de famílias identificadas, pode-se inferir que o

tamanho médio das famílias é composto por 03 integrantes.

No tocante ao trabalho e remuneração, 103.630 pessoas com mais de 10 anos

cadastradas declararam que haviam trabalhado na semana anterior ao cadastramento (ou

seja, 25,2% do total de cadastradas). Dentre este total, 61.548 (59,4%) declararam ter

como principal função o trabalho por conta própria e 34.718 (33,5%) afirmaram ser

empregado com carteira de trabalho assinada.

Em relação à escolarização, 21% (87.929) dos cadastrados são analfabetos. Das

216.878 pessoas que concluíram pelo menos um ano de estudo (e que não estavam

estudando no momento do cadastramento), a maioria (52,8%) havia cursado o Ensino

Fundamental e 39,1% havia cursado como último grau de instrução, o Ensino Médio.

Ainda que em percentual pouco significativo, 1.594 pessoas cursaram o EJA (ensino

fundamental) e 1.441, EJA (ensino médio). Das 146.479 pessoas que estavam

frequentando algum curso na ocasião do cadastramento, a maioria (63,27%) estudava no

Ensino Fundamental e 14,25% cursava o Ensino Médio. Crianças em creche ou na pré-

escola totalizaram 21.274 (14,52%). Tem-se ainda que estavam cursando a Educação de

Jovens e Adultos, 2.821 (ensino fundamental) e 2.245 (ensino médio) pessoas.

A cor ou raça autodeclarada pela população cadastrada no CadÚnico mais

frequente é de pardos (60,7%) que somada aos de cor preta (14,2%) totalizam 74,9% do

total. Se autodeclararam brancos 23,9%. Foram registradas 474 auto declarações de

indígenas.

A população de crianças e adolescentes até os 17 anos corresponde a quase 40%

dos cadastrados (24,95% até os 11 anos e 13,68% dos 12 aos 17 anos). Os adultos

representam 32,10% e a juventude no recorte dos 18 aos 29 anos, 18,65%. O percentual

Page 103: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

100

de idosos (10,61%) é um pouco menor que o percentual de idosos da população do

município.

Como pode ser verificado pela tabela a seguir, há mais mulheres do que homens,

58,7% e 41,2%, respectivamente dentre os cadastrados. Ou seja, há 17,48% a mais de

mulheres do que de homens em termos percentuais. Quando comparamos a diferença

dos sexos segundo as faixas etárias, podemos notar que nos primeiros anos de vida há

mais homens do que mulheres. A predominância masculina se mantém até a

adolescência. A partir da maioridade, é perceptível a predominância do sexo feminino

(19,67% a mais de mulheres em relação aos homens). A maior diferença percentual se

encontra na faixa etária adulta, explicitando a predominância feminina no ciclo de vida

no qual se acentua a definição da responsabilidade pelo núcleo familiar.

Tabela 18 - Pessoas cadastradas no CadÚnico por faixa etária e sexo e diferença

percentual (%) por sexo e faixa etária

Faixa etária Masculino % Feminino % Total Diferença %

Até 11 anos 52.116 50,80 50.483 49,20 102.599 1,59

12 a 17 anos 28.389 50,47 27.861 49,53 56.250 0,94

18 a 29 anos 30.806 40,16 45.893 59,84 76.699 -19,67

30 a 59 anos 42.378 32,11 89.610 67,89 131.988 -35,79

60 e mais 15.952 36,57 27.671 63,43 43.623 -26,86

Total 169.641 41,26 241.518 58,74 411.159 -17,48

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração: GVISO-

SUASS/PBH.

Por fim, vale destacar que de acordo com dados do MDS29

, foram transferidos

nos últimos 12 meses (de julho de 2017 a junho de 2018) para os beneficiários do

município de Belo Horizonte o montante total de R$ 97.880.227,00, correspondente a

um valor mensal médio de R$ 8.156.685,58. Esse dado se torna ainda mais relevante

tendo-se em vista que pesquisas econômicas apontam que os recursos transferidos por

meio do Programa Bolsa Família produzem efeitos socioeconômicos significativos na

redução da miséria e da pobreza, além de estímulos ao desenvolvimento da economia

29

Fonte: Relatório Bolsa Família e Cadastro Único no seu Município/MDS. Disponível em:

http://www.mds.gov.br/bolsafamilia . Acesso em julho de 2018.

Page 104: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

101

local. Neri et al (2013)30

apontam que cada real adicional gasto no PBF pode estimular

um crescimento de R$ 1,78 no PIB. Já Soares et al (2010)31

apontam que entre 2000 e

2010, o PBF respondeu a faixas entre 14 e 16% de redução da pobreza no país, além de

ter contribuído para minimizar os efeitos de crises econômicas, invertendo tendências de

aumento da pobreza nos períodos entre 1999 e 2003, 2001 e 2003, e 2007 a 2009.

3.3.2. Pessoas com deficiência no município

Quanto ao contingente populacional com algum tipo de deficiência no

município, o Censo de 2010 indicou a existência de 550.997 pessoas, o que

representava 23,2% da população total.32

. Em Minas Gerais, esse percentual foi de 23%

e, no Brasil, 24% das pessoas declararam, pelo menos, uma das deficiências

investigadas.

Os tipos de deficiência mais citados pelos entrevistados em Belo Horizonte

foram respectivamente a deficiência visual, a auditiva, a motora e a mental.

O MDS apontou relação entre a porcentagem de pessoas com “deficiência

grave” em Belo Horizonte e a vulnerabilidade socioeconômica com renda per capita de

até ¼ do salário mínimo. Assim, segundo informações do MDS, há no município

aproximadamente 2% da população, ou seja, 47.503 pessoas com pelo menos uma

deficiência grave. Deste total, 2,4% (1.140 pessoas) possui renda per capita de até ¼ do

salário mínimo. Este percentual é maior no município do que no Estado, na Região

Sudeste e no Brasil, conforme apresenta o gráfico abaixo:

30

NERI, VAZ e SOUZA. Efeitos macroeconômicos do Programa Bolsa Família: uma análise

comparativa das transferências sociais. In: Programa Bolsa Família: uma década de inclusão e cidadania /

organizadores: Tereza Campello, Marcelo Côrtes Neri. – Brasília : Ipea, 2013. 31

SOARES et al. Os impactos do benefício do Programa Bolsa Família sobre a desigualdade e a pobreza.

In: Bolsa família 2003-2010: avanços e desafios / organizadores: Jorge Abrahão de Castro, Lúcia

Modesto. Brasília : Ipea, 2010. 32

Fonte: IBGE 2010. Extraído de A população de deficientes no Estado de Minas Gerais: uma análise

exploratória a partir dos censos demográficos de 2000 e 2010 / Emerson A. Baptista, José Irineu R. Rigotti. Belo

Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, 2013.

Page 105: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

102

Gráfico 31 - Percentual de pessoas com pelo menos uma deficiência residentes em

BH com renda per capita de até ¼ do SM – Censo 2010.

Fonte: Extraído de Diagnóstico Socioterritorial - Município de Belo Horizonte / MG. MDS: 2013.

De acordo com estudo realizado pelo MDS com base nos dados do Censo 2010,

o total de pessoas em situação de extrema pobreza e com algum tipo de deficiência no

município é de 11.980 pessoas, sendo que destas, 9% (1.126 indivíduos) são

extremamente pobres com alguma deficiência mental; 52% (6.158 indivíduos) têm

alguma deficiência visual; 13% (1.559 indivíduos) auditiva e 26% (3.137) de

locomoção.

Analisando os dados do Cadastro Único, observa-se que em abril de 2018 havia

um total de 24.491 pessoas com deficiência cadastradas. Considerando que uma pessoa

pode ser acometida por mais de uma deficiência, a tabela a seguir detalha o total de

pessoas segundo os tipos de deficiência. A deficiência física se destaca como a

deficiência mais comum, representando 42,6% do total de pessoas com marcação de

alguma deficiência. Em seguida tem-se a deficiência mental ou intelectual com 27%, o

transtorno mental aparece com um percentual de 16,4%, baixa visão com 12,4%, surdez

leve/moderada com 5,2%, cegueira com 3,8% e Síndrome de Down com 2,4%.

Tabela 19 - Pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico por tipo de

deficiência - Belo Horizonte – 2017

Tipo de deficiência Opção não marcada no

formulário

Opção marcada no

formulário

Sem

Resposta Total

Cegueira 0 921 413.685 414.606

Síndrome de Down 0 595 414.011 414.606

Deficiência física 0 10.435 404.171 414.606

Page 106: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

103

Deficiência mental ou

intelectual

0 6.623 407.983 414.606

Surdez leve/moderada 0 1.280 413.326 414.606

Transtorno/doença mental 0 4.023 410.583 414.606

Baixa visão 0 3.037 411.569 414.606

Fonte: CadÚnico dez/2017. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

Nas tabelas abaixo, observa-se que, das pessoas com deficiência cadastradas, a

maior parte informou possuir renda per capita familiar maior do que ½ salário mínimo –

38,8%. Em seguida, tem-se 37,6% de pessoas com deficiência com renda per capita

entre R$170,01 até 1/2 S.M., 14,8% com renda per capita familiar de até R$ 85,00, e

8,8% na faixa entre R$85,01 até R$170,00.

Tabela 20 - Quantidade de pessoas com deficiência cadastradas no

CadÚnico por faixa de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abr/2018

Pessoa tem

deficiência?

Faixa da renda familiar per capita

Total Até

R$85,00

Entre

R$85,01

até

R$170,00

Entre

R$170,01

até 1/2

S.M.

Acima

de 1/2

S.M.

Sem

Resposta

Sim 3.636 2.156 9.197 9.502 0 24.491

Não 108.261 82.622 142.072 57.160 0 390.115

Sem

Resposta 0 0 0 0 0 0

Total 111.897 84.778 151.269 66.662 0 414.606 Fonte: TABCAD – abril de 2018. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

Tabela 21 - Percentual de pessoas com deficiência cadastradas no CadÚnico

por faixa de renda familiar per capita – Belo Horizonte, abril/2018

Pessoa tem

deficiência?

Faixa da renda familiar per capita Total

Até

R$85,00

Entre

R$85,01 até

R$170,00

Entre

R$170,01

até 1/2 S.M.

Acima

de 1/2

S.M.

Sem

Resposta

Sim 14,8 8,8 37,6 38,8 0,0 100,0

Não 27,8 21,2 36,4 14,7 0,0 100,0

Sem

Resposta

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Total 27,0 20,4 36,5 16,1 0,0 100,0 Fonte: TABCAD – abril de 2018. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

Page 107: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

104

3.3.3. Vulnerabilidade de Renda entre Idosos e Pessoas com Deficiência: os

dados do Benefício de Prestação Continuada (BPC)

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um benefício individual, não

vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário mínimo

ao idoso, com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência (PCD), de

qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental,

intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir

sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais

pessoas. Em ambos os casos, devem comprovar não possuir meios de garantir o próprio

sustento, nem o ter provido por sua família. A renda mensal familiar per capita deve ser

inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente.

De acordo com a tabela abaixo, observa-se, no que se refere ao número de

beneficiários do BPC, que o público de idosos beneficiários se sobressai em 5% em

relação aos beneficiários que são pessoas com deficiência, ainda que este valor não seja

tão significativo.

Na tabela a seguir, nota-se que dentre os beneficiários idosos, aqueles de 70 a 74

anos possuem um percentual mais significativo, contendo nesta faixa 5.969 pessoas, o

que representa 29,1% do total. As duas outras faixas etárias que aparecem com valores

consideráveis são: 65 a 69 anos (5.103 idosos) o que equivale a 24,8%, e 75 a 79 (4.830

idosos), representando 23,5% do total. Essas três faixas juntas representam 77,4% do

total de beneficiários, ou seja, a maioria dos idosos que possuem BPC se encontram

entre os 65 a 79 anos.

Tabela 22 - Quantidade e % de beneficiários do BPC (idosos

e pessoas com deficiência) residentes em Belo Horizonte –

out/2017

BPC Total %

Idoso 20.547 53%

PcD 18.260 47%

Total 38.807 100%

Fonte: INSS - out/2017. Elaboração: GVISO-

DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

Nota: Os dados utilizados representam o somatório dos benefícios ativos e

suspensos. Estão excluídos os benefícios cessados e os benefícios de

Renda Mensal Vitalícia (RMV)

Page 108: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

105

Tabela 23 - Número de pessoas idosas beneficiárias do

BPC residentes em Belo Horizonte por faixa etária 2017

Faixa etária Idoso %

65 – 69 5.103 24,8

70 – 74 5.969 29,1

75 – 79 4.830 23,5

80 – 84 2.824 13,7

85- 89 1.376 6,7

90 – 94 372 1,8

95 – 100 69 0,3

Mais de 100 4 0,0

Total 20.547 100,00

Fonte: INSS/ out 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/PBH. Dados atualizados Jan/2018.

Observa-se, a partir dos 80 anos, queda nos índices do número de idosos

beneficiários. Na faixa de 80 a 84 anos tem-se 2.824 (13,7% do total), de 85 a 89 tem-

se 1.376 idosos, representando 6,7%; de 90 a 94 anos 1,8% ou 372 pessoas de 95 a 100

anos, esse valor cai, sendo somente 69 pessoas, e apenas 4 pessoas com mais de 100

anos.

No caso das pessoas com deficiência, a tabela abaixo mostra que os beneficiários

adultos de 30 a 59 anos são a maioria das pessoas com deficiência que possuem o BPC,

representando 45,9% do total; crianças e adolescentes de 0 a 17 anos somam 21% e

idosos, 15,8%. Dentre as faixas etárias agregadas por decênios, a de 18 a 29 anos é a

que apresenta o maior número de beneficiários, com 17,2%; seguida da faixa de 50 a 59

anos com 16,3% do total de beneficiários. Nota-se que a grande maioria dos

beneficiários estão entre os 18 a 69 anos, ou seja, 75,4% do total das pessoas com

deficiência que possuem o BPC.

Tabela 24 - Número de beneficiários do BPC (pessoas com deficiência) por

faixa etária residentes em Belo Horizonte – 2017

Faixa etária PcD %

0 a 11 2.139 11,7

12 a 17 1.689 9,2

18 a 29 3.156 17,3

30 a 39 2.766 15,1

Page 109: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

106

40 a 49 2.652 14,5

50 a 59 2972 16,3

60 a 69 2.255 12,3

70 a 79 511 2,8

80 a 89 118 0,6

90 a 100 2 0,0

Total 18.260 100,0 Fonte: INSS/out 2017. Elaboração: GVISO- SUASS/BH. Dados atualizados Jan/2018

Ressalta-se ainda que os valores totais transferidos pelo governo federal para os

beneficiários do BPC em Belo Horizonte são bastante significativos. De acordo com

dados do MDS33

, no mês de dezembro de 2017 foram transferidos no total R$

20.230.817 para pessoas com deficiência e R$ 22.154.649 para pessoas idosas,

totalizando R$ 42.385.467. No ano todo de 2017, esse valor correspondeu a R$

499.260.938,00 sendo R$ 238.285.533,00 para pessoas com deficiência e R$

260.975.405,00 para pessoas idosas. Além de corresponderem a valores significativos

que são injetados na economia municipal, os recursos transferidos pelo BPC podem

ainda ser utilizados para custear os serviços de acolhimento institucional para pessoas

idosas, com destinação de no máximo 70% do valor recebido pelo indivíduo. Assim,

essas transferências constituem-se como uma forma de financiamento indireto da rede

socioassistencial não governamental (que corresponde à maior parte das unidades de

acolhimento de idosos em Minas Gerais e à totalidade dessas unidades no município de

Belo Horizonte).

3.3.4. Povos e comunidades tradicionais

De acordo com o Decreto Federal nº 6.040/2007, que estabelece a Política

Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais, estes

são: “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem

formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos

naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e

econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela

tradição”.

33

Fonte: http://www.mds.gov.br/relcrys/bpc/download_beneficiarios_bpc.htm . Acesso em julho de 2018.

Page 110: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

107

Acrescenta-se ainda que os povos e comunidades tradicionais “são povos que

ocupam ou reivindicam seus territórios tradicionalmente ocupados, seja essa ocupação

permanente ou temporária. Os membros de um povo ou comunidade tradicional têm

modos de ser, fazer e viver distintos dos da sociedade em geral, o que faz com que esses

grupos se autorreconheçam como portadores de identidades e direitos próprios”34

.

Movimentos sociais têm lutado no Brasil pelo reconhecimento das

especificidades desses povos e pela promoção de seus direitos sociais, políticos e

econômicos. Seu reconhecimento formal e a promoção dos seus direitos contribuem

para a redução da desigualdade e para a promoção da justiça social.

Os povos e comunidades tradicionais têm historicamente vivenciado situações

de vulnerabilidade e risco social, advindos da perda de seu território e do

comprometimento de suas estratégias de sobrevivência, do preconceito, da

discriminação e da exclusão social. Estas situações específicas devem ser levadas em

conta pelas políticas de assistência social na oferta de serviços e benefícios a essas

comunidades.

Nesta parte do diagnóstico, serão abordados dados sobre a população indígena e

sobre as comunidades quilombolas e ciganas no município.

População indígena

De acordo com MPMG (s/data), o reconhecimento dos direitos indígenas esteve

presente em quase todas as constituições brasileiras, porém foi apenas com a

Constituição Federal de 1988 que seus modos de vida foram reconhecidos em sua

integralidade e que foi institucionalizado o usufruto exclusivo sobre as “terras

tradicionalmente ocupadas”. Ressalta-se ainda que desde 2007 o Brasil é signatário

Declaração Universal dos direitos indígenas, dentre os quais pode-se destacar o direito à

livre determinação, o direito a não sofrer da assimilação forçosa ou a destruição de sua

cultura, não ser retirado pela força de suas terras ou territórios, participar na adoção de

decisões em questões que afetem seus direitos, vidas e destinos e o direito à

conservação e proteção do meio ambiente e da capacidade produtiva de suas terras,

territórios e recursos.

34

Ministério Público de Minas Gerais (sem data). Direitos dos povos e comunidades tradicionais. Belo

Horizonte: Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS) - Ministério Público de Minas

Gerais (MPMG). p.10.

Page 111: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

108

A Funai – Fundação Nacional do Índio – aponta que habitam o estado de Minas

Gerais, dentre outros, os povos Xakriabá, Maxakali, Kaxixó, Krenak, Tupinikin, Tuxá,

Pataxó e Guarani. Os Maxakali vivem no Nordeste do Estado de Minas Gerais, povo

que ainda preserva sua língua, sua religião, dentre outros costumes. O povo Xakriabá

habita no extremo norte do estado, que contabiliza mais de dez mil indígenas que vivem

no semiárido do sertão mineiro. A Funai indica ainda que existe uma grande quantidade

de indígenas nas áreas urbanas, principalmente na Região Metropolitana de Belo

Horizonte.

Em função da falta de garantia de acesso à terra e pela ausência de políticas

públicas que atendam a suas especificidades, muitos indígenas têm adotado como

estratégia de sobrevivência a migração para a capital do Estado. Desta forma, já é

possível perceber em alguns territórios de referência da assistência social a presença de

populações indígenas.

Segundo os dados do Censo IBGE de 2010, 3.958 habitantes de Belo Horizonte

declararam ser de cor/raça indígena. Já o CadÚnico registrou, em dezembro de 2017,

480 indivíduos que declaram ser de cor/raça indígena. A tabela a seguir traz a

distribuição dos indígenas cadastrados pela sua regional de moradia. Verifica-se que a

maior parte da população indígena está nas Regionais Venda Nova, Norte, Barreiro e

Nordeste, que juntas concentram 53,8% desta população. Estes dados mostram que a

população indígena reside nas áreas mais periféricas da cidade, as quais possuem,

historicamente, piores indicadores de qualidade de vida e vulnerabilidade mais elevada.

Tabela 25 - Distribuição da população de cor/raça indígena por regionais/BH

(2017)

REGIONAL Nº

Indígenas

%

Venda Nova 73 15,2

Norte 70 14,6

Barreiro 60 12,5

Nordeste 55 11,5

Leste 46 9,6

Noroeste 38 7,9

Pampulha 37 7,7

Oeste 36 7,5

Centro-sul 27 5,6

Não

Georreferenciado

38 7,9

Page 112: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

109

Total Geral 480 100,0

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Dezembro 2017

Já a tabela abaixo aponta que das pessoas indígenas cadastradas no CadÚnico,

42% recebem benefício do Programa Bolsa Família.

Tabela 26 - Famílias indígenas cadastradas no CADÚNICO que recebem PBF

(2017)

Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Dezembro 2017. Elaboração: GVISO/DGAS/SUASS/

SMASAC/PBH.

A tabela abaixo apresenta a distribuição etária dos indígenas em Belo Horizonte.

A população indígena em BH cadastrada no CadÚnico é predominantemente jovem de

acordo com a tabela abaixo, já que 42% têm até 24 anos. Estes dados demonstram a

necessidade de se intensificar políticas para a população indígena focando este grupo de

idade.

Tabela 27 - Distribuição da população indígena por faixa etária (2017)

BENEFICIÁRIOS

DO PROGRAMA

BOLSA FAMÍLIA

INDÍGENAS %

NÃO 277 58,0

SIM 203 42,0

Total Geral 480 100,0

Faixa de Idade Nº Indígenas %

Entre 0 e 4 36 7,5

Entre 5 a 6 10 2,1

Entre 7 a 15 87 18,2

Entre 16 a 17 15 3,1

Entre 18 a 24 53 11,0

Entre 25 a 34 68 14,2

Entre 35 a 39 32 6,7

Entre 40 a 44 35 7,3

Entre 45 a 49 30 6,3

Entre 50 a 54 22 4,6

Entre 55 a 59 16 3,3

Entre 60 a 64 21 4,4

Page 113: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

110

Fonte: Cadastro Único (MDS) - dezembro 2017. Elaborado por: GVISO – SUASS/PBH.

Quilombolas e Ciganos

Tanto quilombolas quanto ciganos, embora possuam representantes distribuídos

de modo heterogêneo em todo o município, possuem locais de concentração em

comunidades das famílias pertencentes a estes povos, como se observa no mapa a

seguir, após o qual serão detalhados aspectos referentes a estes dois povos.

Maior que 65 55 11,5

Total Geral 480 100,0

Page 114: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

111

Mapa 2 - Localização de povos quilombolas e ciganos no município de Belo

Horizonte

Page 115: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

112

Comunidades Quilombolas

Há no município três comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação

Cultural Palmares e que são também reconhecidas pelo Conselho Deliberativo do

Patrimônio Cultural e Artístico do Município como patrimônio cultural de natureza

imaterial de Belo Horizonte: Mangueiras, Luízes e Manzo Ngunzo Kaiango. Todas as

três comunidades vivem situações de ameaça aos seus territórios e têm, ao longo dos

anos, vivenciado situações de racismo e preconceito que levam a uma situação de

vulnerabilidade que demanda maior atenção das políticas de assistência social.

Além dos aspectos sócio demográficos é importante que os programas e serviços

da assistência social levem em consideração a história e a cultura dessas comunidades

ao realizar diagnósticos e planejamentos, pois elas são fundamentais na conformação

identitária dessas comunidades e perpassam suas práticas, crenças e fazeres cotidianos.

A seguir, são apresentados alguns dados sobre cada uma das comunidades.

Comunidade Quilombola Mangueiras

Situada na região norte da capital, em uma área conhecida como Ribeirão da

Izidora, faz limite com o município de Santa Luzia, próximo ao bairro Aarão Reis, no

quilômetro 13,5 da MG-20, estando compreendida no território do CRAS Novo Aarão

Reis. Segundo o Dossiê de Registro dos Quilombos Luízes, Mangueira e Manzo Ngunzo

Kaiango como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Belo Horizonte35

, vivem

na comunidade aproximadamente 65 pessoas que se distribuem em 17 moradias.

Segundo dados do CadÚnico,12 (doze) famílias são cadastradas nessa comunidade.

Tendo em vista o baixo número de famílias cadastradas no CadÚnico, optou-se

por utilizar os dados do Dossiê, relativas ao Censo BH-Social realizado em 2007. O

Censo BH-Social indicou que a maioria dos residentes dessa comunidade (53,5%)

possui apenas o ensino fundamental.

35

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Dossiê de Registro dos Quilombos Luízes, Mangueira e

Manzo Ngunzo Kaiango como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Belo Horizonte.

Page 116: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

113

Tabela 28 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo escolaridade

ESCOLARIDADE Frequência %

Analfabeto 4 9,3

Ensino fundamental – 1° grau 23 53,5

Ensino médio – 2° grau incompleto 6 14,0

Ensino médio – 2° grau completo 1 2,3

Não Informada 7 16,3

Não se aplica 2 4,7

Total 43 100,0

Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

A maior parte das pessoas da comunidade detém uma renda baixa, já que 55,8%

das famílias recebiam até 1 salário mínimo em 2007.

Tabela 29 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Mangueiras/Regional Norte segundo renda familiar

RENDA FAMILIAR Frequência % % acum.

Sem renda 7 16,3 16,3

Ate 1 Salário Mínimo 17 39,5 55,8

De 1,01 a 2 Salários 5 11,6 67,4

De 2,01 a 3 Salários 11 25,6 93,0

De 3,01 a 5 Salários 2 4,7 97,7

Sem informação 1 2,3 100,0

Total 43 100,0 100,0

Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

Segundo o Dossiê36

, vários adultos atuam como trabalhadores informais na

cidade, como na construção civil e muitas mulheres trabalham como empregadas

domésticas. Além disso, poucos moradores tinham, em 2008, carteira assinada, atuando

como enfermeiros, cozinheiros, cobradores de ônibus e funcionários do posto de saúde.

36

idem

Page 117: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

114

Comunidade Quilombola dos Luízes

A comunidade quilombola dos Luízes se localiza na Vila Maria Luiza, no bairro

Grajaú, região oeste do município, estando compreendida no território do CRAS Graça

Sabóia/Morro das Pedras. Segundo o Dossiê37

, há na comunidade cerca de 30 casas em

que vivem 80 moradores, em uma a área ocupada é de 2.292 metros quadrados. Assim

como na Comunidade Quilombola Mangueiras, há apenas 12 famílias cadastradas no

CadÚnico.

Em relação à inserção no mercado de trabalho ou atividade produtiva, tem-se

que alguns moradores sobrevivem por meio de aluguel de imóveis e da abertura de

pontos comerciais no Quilombo, como restaurante, papelaria, borracharia, salão de

beleza e estúdio de tatuagem. As mulheres, além dos cuidados da casa e dos filhos,

costumavam trabalhar como empregadas domésticas, diaristas, cozinheiras ou

esteticistas. Atualmente, mais mulheres têm assumido ocupações como de assistentes

administrativas, contabilistas, professoras, pedagogas e artesãs.

Assim como na Comunidade Quilombola Mangueiras, também nos Luízes, uma

parte significativa da população detém apenas o ensino fundamental.

Tabela 30 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo escolaridade

ESCOLARIDADE Frequência %

Educação infantil 1 3,0

Ensino fundamental – 1° grau 15 45,4

Ensino médio – 2° grau incompleto 3 9,1

Ensino médio – 2° grau completo 9 27,3

Ensino superior – 3º grau 2 6,1

Não se aplica 3 9,1

Total 33 100,0

Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

37

idem

Page 118: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

115

No que se refere à renda familiar, todavia, há uma pequena diferença entre as

comunidades visto que a faixa que vai de 2 a 3 salários mínimos é a que concentra o

maior percentual das famílias (39,4%) da Comunidade dos Luízes.

Tabela 31 - Distribuição dos indivíduos cadastrados no Censo BH-Social da

comunidade quilombola Luízes/Regional Oeste segundo renda familiar

Renda Familiar Frequência % % acum.

Ate 1 Salário Mínimo 2 6,1 6,1

De 1,01 a 2 Salários 3 9,1 15,2

De 2,01 a 3 Salários 13 39,4 54,5

De 3,01 a 5 Salários 10 30,3 84,8

De 5,01 a 10 Salários 2 6,1 90,9

Acima de 20 Salários 3 9,1 100,0

Total 33 100,0 Fonte: Censo BH-Social, 2007. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH.

Comunidade de Manzo Ngunzo Kaiango

As informações sobre esta comunidade são originárias do Dossiê38

. A

Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango está localizada na região leste da

cidade, no Bairro Santa Efigênia. Atualmente, o território ocupado por Manzo se

resume a uma área de aproximadamente 360 metros quadrados, onde vivem 32 pessoas

de 7 famílias. Segundo o CadÚnico, há 4 famílias cadastradas.

Destaca-se na história do Quilombo a intervenção realizada pela Defesa Civil em

2012, que obrigou as famílias a viverem alguns meses no Abrigo Granja de Freitas.

Várias modificações foram realizadas nas edificações sem o devido respeito às questões

culturais e religiosas e até hoje a comunidade aguarda ações de reparação por parte do

poder público municipal.

Comunidades Ciganas

Atualmente, são reconhecidas duas comunidades ciganas em Belo Horizonte.

Uma localizada no bairro São Gabriel, região Nordeste, e outra no Céu Azul, região de

Venda Nova. Esta última comunidade está compreendida no território do CRAS Lagoa.

Com o objetivo de coletar informações demográficas e culturais a fim de atender às

demandas das comunidades por políticas públicas, a Coordenadoria da Promoção da

38

idem

Page 119: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

116

Igualdade Racial, atualmente Diretoria de Promoção da Igualdade Racial (DPIR),

vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e

Cidadania (SMASAC), elaborou um diagnóstico em 2015, sobre essas comunidades de

origem Kalon.

O acampamento do São Gabriel surgiu há cerca de 30 anos, enquanto o Céu

Azul surgiu em torno de 20 anos atrás. A maior parte das pessoas vivem nos

acampamentos desde que nasceram, e as que se mudaram depois vieram da Região

Metropolitana de Belo Horizonte ou de cidades do interior de Minas Gerais. Apenas no

acampamento do Céu Azul foram encontradas pessoas provenientes de outros estados.

As famílias que vivem na comunidade do São Gabriel são compostas, em sua

grande maioria, por casais que vivem com seus filhos em uma mesma barraca, enquanto

no Céu Azul predominam casais sem filhos.

Tabela 32 - Quantidade de famílias e indivíduos que vivem em comunidades

ciganas em Belo Horizonte - 2015

Comunidade cigana

Total de

famílias no

acampamento

Total de pessoas no

acampamento

São Gabriel 70 190

Céu Azul 15 40

Total 85 230

Fonte: DPIR/SMASAC. Elaboração: GVISO-SUASS/PBH.

Os dados do CadÚnico, registraram 29 famílias e 72 pessoas ciganas em Belo

Horizonte em abril de 2018. Suas informações permitem apontar algumas características

sociodemográficas dessa população. Observa-se um número maior de mulheres (61%)

cadastradas do que de homens (39%), conforme apontado na tabela abaixo.

Page 120: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

117

Tabela 33 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por sexo em Belo

Horizonte – abril de 2018

Masculino Feminino

Sem

Resposta Total

Pessoas

ciganas 28 44 0 72

Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.

Em relação à alfabetização e escolaridade, nota-se que a maioria das pessoas

cadastradas informou não saber ler e escrever (52,7%). Quanto à escolaridade, a maioria

dos indivíduos não prestou essa informação (68%).

Tabela 34 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que sabem ler e

escrever em Belo Horizonte – abril de 2018

Sim Não

Sem

Resposta Total

Pessoa sabe

ler e escrever 34 38 0 72

Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH

Tabela 35 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por último ano de

escolaridade em Belo Horizonte – abril de 2018

Último ano e série do curso que a pessoa frequentou

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º

Curso

não

Sem

Resposta Total

Pessoa cigana 6 3 5 3 2 4 0 0 0 0 49 72

Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH

Quanto à renda, observa-se que a maior parte das famílias (58,6%) e indivíduos

(65%) possuem faixa de renda per capita de até R$ 85,00, ou seja, estão em situação de

extrema pobreza. Das 29 famílias residentes na comunidade cadastradas, 20 (69%)

recebem o benefício do Programa Bolsa Família, correspondente a 59 pessoas (82%).

Page 121: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

118

Tabela 36 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos por faixa de renda

per capita em Belo Horizonte – abril de 2018

Quantidade de

indivíduos/ famílias

Faixa da renda familiar per capita

Até R$85,00

Entre

R$85,01

até

R$170,00

Entre

R$170,01

até 1/2

S.M.

Acim

a de

1/2

S.M.

Sem

Respost

a

Total

Indivíduos Ciganos 47 13 5 7 0 72

Famílias ciganas 17 4 2 6 0 29

Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.

Tabela 37 - Quantidade de famílias e indivíduos ciganos que recebem Bolsa

Família em Belo Horizonte – abril de 2018

Recebe Bolsa

Família Sim Não

Sem

Resposta Total

Indivíduos Ciganos 59 13 0 72

Famílias ciganas 20 9 0 29 Fonte: CadÚnico/MDS – abril de 2018. Elaborado por: GVISO/DGAS/SUASS-PBH.

Por fim, destaca-se as informações levantadas no Estudo de Impacto das

Ocupações Sobre o Atendimento no SUAS-BH (referenciado anteriormente neste

plano), que podem ser valiosas na operacionalização da função de Defesa de Direitos,

no município. O referido estudo identificou que 2 (dentre 76) das áreas identificadas

como ocupações se referem aos 2 locais de concentração da comunidade cigana aqui

tratados. Importa reforçar que, embora os ciganos tradicionalmente sejam caracterizados

como povo seminômade, a presença e fixação destes nos locais observados, indica o

estabelecimento de vínculos de territorialidade os quais merecem atenção do poder

público. O SUAS-BH pode atuar no sentido de estabelecer o diálogo com demais atores

visando a garantir os direitos territoriais reservados s estes povos.

Outro caso que chama atenção através da análise de localização das ocupações é

a grande proximidade de uma delas, denominada “Novo Lajedo” com o território da

Comunidade Quilombola Mangueiras. A proximidade é motivo de alerta pois, conforme

registros, a comunidade quilombola já teve problemas de poluição do curso d’água

presente em seu território em função do estabelecimento dos bairros Tupi e Lajedo, os

quais a exemplo da ocupação citada, surgiram de forma irregular nas proximidades do

terreno da comunidade, que possui características de uso rural do solo, contribuindo

desta forma para o equilíbrio ambiental na região onde se situa.

Page 122: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

119

3.3.5. Juventude e vulnerabilidade

No ano de 2016 a Prefeitura de Belo Horizonte, em conformidade com o Plano

Estratégico de Belo Horizonte 2030, desenvolveu o Índice de Vulnerabilidade Juvenil

de Belo Horizonte (IVJ) visando apontar a contingência de exclusão social e situações

de risco que os jovens podem vivenciar em algum momento. Para analisar o grau de

vulnerabilidade juvenil de Belo Horizonte, o IVJ teve como referência os 40 territórios

de gestão compartilhada (TGC) existentes no município, considerando os dados

demográficos, de saúde e educação, extraídos do DataSus, do Censo Escolar e do IBGE

- Censo Demográfico 2010.

No IVJ, foram elaborados sete indicadores para a construção do Índice, sendo

eles: percentual da população jovem de 15 a 29 anos, percentual de crianças na faixa

etária de 10 a 14 anos que trabalharam na última semana de julho de 2010, renda

familiar média, taxa de abandono escolar no ensino médio, taxa de distorção série-

idade, taxa média de homicídio da população masculina com idade entre 15 e 29 anos e

taxa de fecundidade na faixa etária de 15 a 29 anos.

O gráfico abaixo aponta a caracterização da população jovem de 15 a 29 anos do

município, de acordo com a raça/cor declarada e com a regional de residência. Em

relação ao local de residência, tem-se que as maiores concentrações de jovens estão

localizadas na regional Oeste (80.263) seguida da regional Nordeste (77.473), sendo

regional Norte aquela com a menor concentração desta faixa etária (57.116). Já quanto à

raça/cor declarada, nota-se que nas regionais Norte (66,9%) e Venda Nova (65,5) há

maior concentração de jovens que se declararam como pretos ou pardos. A menor

concentração de jovens pretos ou pardos está na regional Centro-Sul (32,4%). No total

do município, detecta-se que os jovens de cor preta, parda ou indígena somam um total

9% maior que as pessoas de cor branca ou amarela.

Page 123: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

120

Gráfico 32 - Distribuição da população de 15 a 29 anos por cor/raça e por

regional de residência – Belo Horizonte, 2010

Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010. Elaboração: GVISO- SUASS/BH.

Em relação ao indicador de trabalho infantil, tem-se que os dados do IVJ

apontam que 72% das crianças na faixa etária de 10 a 14 anos nessa situação se

autodeclararam como pretas, pardas ou indígenas. A regional Norte apresentou o maior

índice de crianças na faixa etária de 10 a 14 anos em situação de trabalho em julho de

2010, bem como o maior quantitativo de crianças do sexo masculino e autodeclaradas

brancas ou amarelas. A regional Noroeste se destaca pelo segundo maior percentual de

crianças na faixa etária de 10 a 14 anos em situação de trabalho e autodeclaradas negras,

pardas ou indígenas. A menor quantidade de crianças ocupadas foi registrada na

regional Oeste. A regional Leste, seguida das regionais Venda Nova e Pampulha,

apresentaram os maiores índices de crianças ocupadas com idade de 10 a 14, do sexo

feminino. Nota-se que o público masculino representava 52% do universo de crianças

de 10 a 14 anos ocupadas.

O indicador de renda domiciliar média do responsável pelo domicílio, registrou

notoriamente que a regional Centro-Sul apresentou o índice de renda mais elevado da

cidade. Nota-se uma variação da renda domiciliar média do responsável pelo domicílio

quando há a especificidade por gênero, tendo o responsável do sexo masculino maior

renda quando comparado ao sexo feminino. A menor renda domiciliar média é

encontrada na regional Barreiro, seguida das regionais Venda Nova e Norte.

A partir do indicador sobre a taxa média de abandono no Ensino Médio nos anos

de 2013 a 2015, detecta-se que as regionais Nordeste e Norte apresentaram os maiores

índices de abandono escolar, principalmente do sexo masculino e autodeclarados pretos,

pardos e indígenas. No geral, há uma maior taxa de abandono escolar por parte dos

Page 124: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

121

jovens de sexo masculino. A regional Barreiro aparece nos dados com uma taxa

significativa de evasão escolar e distorção série-idade direcionada ao sexo feminino. A

regional Noroeste apresentou um alto índice relacionado a taxa de distorção série-idade

(2013 a 2015), principalmente do sexo feminino. A regional Centro-Sul apresentou a

menor taxa de abandono escolar e distorção série-idade. Destaca-se que a população

jovem do sexo feminino apresentou uma taxa de distorção série-idade maior que a

população jovem do sexo masculino.

Para o cálculo do indicador sobre a taxa média de homicídios, o IVJ considerou

os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)39

, desenvolvido pelo

DATASUS/Ministério da Saúde. A maior taxa de homicídios da população masculina

com este recorte de idade, no período de 2013 a 2015, estava localizada na regional

Norte e, em seguida, na regional Venda Nova. No universo total de homicídios da

população masculina com idade entre 15 e 29 anos, detecta-se o maior risco no recorte

da população parda, preta e indígena. Os menores índices de homicídio juvenil, do sexo

masculino, foram localizados nas regionais Centro-Sul e Pampulha.

De acordo com os dados informados pelo Sistema de Informações de Nascidos

Vivos (SINASC)40

, no período de 2013 a 2015, a taxa média de fecundidade na faixa de

15 a 29 anos apresentou o maior índice na regional Norte, seguido pelas regionais

Barreiro e Venda Nova. Detecta-se que a proporção de mulheres entre 15 e 29 anos que

engravidaram é maior quando a raça/cor declarada é preta, parda e indígena. As

regionais Centro-Sul e Pampulha apresentaram o menor índice na taxa de fecundidade

juvenil no mesmo período. Os maiores índices de fecundidade juvenil da população

autodeclarada como preta, parda e indígena no município estão localizados nas

regionais Norte e Venda Nova, seguidos das regionais Leste e Centro-Sul.

Os dados agregados do IVJ por regional, descritos no gráfico abaixo, apontam

que a regional administrativa com maior índice de vulnerabilidade juvenil é a Norte,

com valor de 48,8, seguido pela regional Venda Nova com 48,2 e Barreiro, com 47,8.

As regionais menos vulneráveis são Centro-Sul com índice de 30,7 e Pampulha com

39

O Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), desenvolvido pelo DATASUS/Ministério da

Saúde, possui a finalidade de reunir dados quantitativos e qualitativos sobre os óbitos ocorridos no Brasil.

O SIM é considerado uma importante ferramenta de gestão na área da Saúde e possui como idade, causa

da morte atestada pelo médico, distribuição espacial e temporal, o que permite construir indicadores e

processar análises epidemiológicas que contribuam para a avaliação e gestão em saúde e em outras áreas. 40

O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), desenvolvido pelo DATASUS/Ministério

da Saúde, possui informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em nível nacional e

possui como fonte primária de dados a Declaração de Nascidos Vivos (DNV).

Page 125: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

122

33,6. Já os índices por Território de Gestão Compartilhada (TGC) revelam que há

grande disparidade de vulnerabilidade juvenil dentro de cada regional administrativa.

Gráfico 33 - Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ-BH) por território de gestão

compartilhada e por regional – Belo Horizonte, 2015

Fonte: Índice de Vulnerabilidade Juvenil (2016). Elaboração: GVISO- SUASS/BH41

.

Cabe destacar que os bairros registrados com o maior índice de vulnerabilidade

são: Vila da Área, Alto Vera Cruz, Granja de Freitas, Taquaril, Conjunto Taquaril,

Cidade Jardim Taquaril e Baleia ( TGC Leste 4 – com índice de 72,8); Barão Homem

de Melo I, III e IV, São Jorge I, II, III, Vila Antena, Santa Sofia, Leonina, Chácara

Leonina, Alpes e Pantanal (TGC Oeste 3 – com índice de 60,2); e Alto Das Antenas,

Araguaia, Brasil Industrial, Cardoso, Corumbiara, Esperança, Flávio de Oliveira, Flávio

Marques Lisboa, Miramar, Novo Santa Cecília, Pongelupe, Serra do Curral, Solar do

Barreiro e Vila Cemig. (TGC Barreiro 4 – com índice de 59,4). Já os bairros com menor

índices de vulnerabilidade juvenil são Cidade Jardim, Coração de Jesus, Santo Antônio,

São Pedro, Luxemburgo, Vila Paris, São Bento, Santa Lúcia (TGC Centro-Sul 4 – com

índice de 7,8) e Novo São Lucas, São Lucas, Serra, Carmo, Cruzeiro, Anchieta, Sion,

Comiteco, Mangabeiras, Belvedere (TGC Centro-Sul 2 com índice de 8,2).

41

Legenda regionais/Território de Gestão Compartilhada – TGC: TGC: B – Barreiro (TGCs: Barreiro 1,

Barreiro 2, Barreiro 3, Barreiro 4, Barreiro 5); CS – Centro Sul (TGCs: Centro-Sul 1, Centro-Sul 2,

Centro-Sul 3, Centro-Sul 4, Centro-Sul 5); L – Leste (TGCs: Leste 1, Leste 2, Leste 3, Leste 4); O –

Oeste (TGCs: Oeste 1, Oeste 2, Oeste 3, Oeste 4, Oeste 5); N – Norte (TGCs: Norte 1, Norte 2, Norte 3,

Norte 4); NE – Nordeste (TGCs: Nordeste 1, Nordeste 2, Nordeste 3, Nordeste 4, Nordeste 5); NO –

Noroeste (TGCs: Noroeste 1, Noroeste 2, Noroeste 3, Noroeste 4); P – Pampulha (TGCs: Pampulha 1,

Pampulha 2, Pampulha 3, Pampulha 4); VN – Venda Nova (TGCs: Venda Nova 1, Venda Nova 2, Venda

Nova 3, Venda Nova4).

Page 126: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

123

Para complementar os indicadores abordados pelo IVJ-BH, foi utilizado o

Relatório Estatístico da Vara Infracional da Infância e Juventude de Belo Horizonte,

referente ao ano de 2015. Este documento elenca os principais atos infracionais

envolvendo adolescentes na cidade e o local de residência destes.

Em 2015, 8.171 casos foram encaminhados à Vara Infracional da Infância e

Juventude de Belo Horizonte, sendo que 5.718 correspondem a adolescentes autores de

primeiro ato infracional e 2.453 reincidentes na trajetória infracional. Somam-se a esse

total os 347 casos encaminhados para o cumprimento de mandado de busca e apreensão.

Os adolescentes/jovens do sexo masculino são predominantes no envolvimento

com atos infracionais, quando comparados ao sexo feminino. Considerando os tipos dos

atos infracionais praticados pelos adolescentes, os maiores índices registrados são em

relação ao tráfico de drogas (26,3%), seguido de roubo (15,1%) e uso de drogas

(11,8%). Cabe destacar que os três atos infracionais mais cometidos somam mais da

metade dos atos praticados (53,2%).

Gráfico 34 - Regional de residência de adolescentes autores de ato infracional

Fonte: Relatório Estatístico – Vara Infracional (2015).

As regionais Noroeste e Venda Nova são os territórios que concentram os

maiores percentuais de residência de adolescentes. Nota-se uma certa homogeneidade

em toda a distribuição pelas nove regionais da cidade, exceto a regional Pampulha, que

se destaca por seu baixo índice.

Page 127: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

124

Outra fonte de dados sobre a incidência de situações de vulnerabilidade de

jovens no município é o Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais (SIGPS),

com informações sobre o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento

de Medidas Socioeducativas de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à

Comunidade (PSC).

De acordo com o SIGPS, em 2017, 3.318 adolescentes foram inseridos no

Serviço, sendo que foram aplicadas 3.831 medidas pela Vara Infracional da Infância e

Juventude – (VIJ). A medida de PSC registrou um percentual 13% maior de inserções

de casos quando comparada à medida de LA. O perfil dos adolescentes corresponde

principalmente ao sexo masculino, na faixa etária de 16 a 17 anos e ausentes do

ambiente escolar. Os tipos de atos infracionais mais encaminhados para as medidas

socioeducativas em meio aberto, são: tráfico de drogas, seguido pelo roubo e furto.

Tem-se ainda que, no ano de 2017, o Serviço registrou o óbito de dezessete adolescentes

que estavam no acompanhamento socioeducativo.

Por fim, destaca-se que, como apontado na base de dados do SIM/DATA SUS

no ano de 2016, o maior índice de homicídios em Belo Horizonte acomete jovens na

faixa etária de 15 a 29 anos (89,2% do total) demandando ações de proteção social

especial quando ações de inclusão e prevenção não impedem o agravamento de

vulnerabilidades e riscos pessoais e sociais.

3.3.6. População em trajetória de vida nas ruas

Conforme a base de dados do CadÚnico, no município existem 5.607 pessoas

inscritas como pessoa em situação de vida nas ruas com seus cadastros atualizados nos

últimos 24 meses. Destaca-se, que esta informação é autodeclarada no atendimento para

o preenchimento do Cadastro.

Tabela 38 - Distribuição das pessoas em situação de vida nas ruas cadastradas por

regional administrativa

REGIONAIS PESSOAS %

CENTRO-SUL 3.292 58,71

BARREIRO 212 3,78

LESTE 376 6,71

NORDESTE 64 1,14

NOROESTE 580 10,34

NORTE 699 12,47

Page 128: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

125

OESTE 50 0,89

PAMPULHA 63 1,12

VENDA NOVA 180 3,21

ENDEREÇO NÃO

GEORREFERENCIADO

91 1,62

Total 5.607 100,00 Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, dezembro 2017. CECAD - MDS. Belo

Horizonte, dezembro 2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH.

A partir das divisões regionais existentes no município, detecta-se que 59% do

público em situação de vida nas ruas está concentrado na regional Centro-Sul e,

posteriormente, na regional Norte, com 12% do total. As regionais Noroeste e Leste

aparecem com 10% e 7% das pessoas em situação de vida nas ruas, respectivamente. Os

menores quantitativos deste público específico foram registrados nas regionais

Nordeste, Pampulha e Oeste, todas com aproximadamente 1% do total.

Da totalidade de pessoas em trajetória de vida nas ruas cadastradas, 5.029

pessoas são beneficiárias do Programa Bolsa Família, o que corresponde a 89% dos

cadastros realizados no CadÚnico com esta especificidade. Deste público, 92%

declararam obter uma renda per capta de até R$ 85,00/mês.

Em relação a raça/cor deste público específico, o gráfico acima mostra que 61%

das pessoas cadastradas se autodeclararam pardos, 23% como pretos e 16% como

brancos.

Gráfico 35 - Distribuição de pessoas em situação de rua por raça/cor

Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, dezembro 2017. CECAD - MDS. Belo

Horizonte, dezembro 2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

Page 129: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

126

A pirâmide etária (gráfico abaixo) traz informações significativas para

caracterização deste público. Os indivíduos do sexo masculino representam 86,8% do

total da população em situação de rua. Em relação às faixas etárias apresentadas, o

maior quantitativo de homens encontram-se dos 35 aos 39 e dos 45 aos 49 anos,

enquanto no caso das mulheres os maiores quantitativos por faixa se apresentam dos 30

aos 34 e dos 45 aos 49 anos. Ainda assim, a discrepância em relação ao número de

homens e mulheres (nesta faixa a diferença se dá em 76%) é muito significativa em

quase toda a pirâmide, reflexo da composição total do público. A exceção, porém, se dá

na faixa dos 70 à 74 anos, em que ambos os sexos possuem 31 representantes.

Interessante ressaltar quem, apesar do sexo feminino representar a minoria deste

público, detecta-se através de uma análise histórica do Serviço Especializado a Pessoas

em Situação de Vida nas Ruas um crescimento substancial (3 vezes maior) do sexo

feminino no período de 2014 a 2016.

Gráfico 36 - Faixa etária das pessoas em situação de vida nas ruas cadastradas no

CadÚnico – BH, out/2017

0

0

0

8

31

219

410

802

284

984

631

539

521

171

31

11

0

0

0

0

0

22

32

98

92

88

95

87

71

41

44

31

0

0

1000 800 600 400 200 0 200 400 600 800 1000

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

Feminino Masculino

Fonte: Governo Federal – MDS / Cadastro Único. Belo Horizonte, outubro 2017. CECAD - MDS. Belo

Horizonte, outubro 2017.

Em relação à escolaridade, pelos dados informados no CadÚnico: 27,1% das

pessoas em situação de rua cursaram a primeira fase do 1º grau (1ª à 4ª série); 41,9%

cursaram até a segunda fase do 1º grau (5ª à 8ª série) e 21,9 % cursaram o ensino médio

(2º grau). Assim, das pessoas em trajetória de vida nas ruas 69% não concluíram o

ensino fundamental e aproximadamente 22% concluíram o ensino médio.

Page 130: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

127

Dos fatores elencados como motivadores para o início da trajetória de rua, o

principal indicado refere-se a problemas familiares (35,7%) e, em seguida, a situação de

desemprego (24,9%), perda de moradia (14,5%), alcoolismo (12,1%), outros motivos

(3,7%), por ameaça (3,1%), trabalho (2%), tratamento de saúde (1,6%), por preferência

(1,3%), não respondeu (1%) e não sabe (0,2%).

3.3.7. Violência e violações de direitos

Um dos desafios do SUAS hoje corresponde ao registro e à análise de maneira

sistemática de informações e dados que possibilitem a identificação da incidência de

situações de violação de direitos. Sendo assim, foram buscadas bases de dados de outras

políticas púbicas que possam contribuir para a compreensão desses fenômenos. Destaca-se

que as fontes encontradas trazem dados referentes a situações de violência42

que

correspondem a alguns dos fenômenos relacionados às formas de violação de direitos que

são objeto de intervenção do SUAS. Os dados apresentados nessa seção foram coletados por

meio de bases de dados da política de saúde.

A fonte utilizada foi o VIVA que é o Sistema de Vigilância de Violências e

Acidentes, cujo foco é a notificação de violência interpessoal e autoprovocada. Este sistema

é um componente do SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificações) que é

alimentado, por sua vez, por notificações e investigações de casos de doenças e agravos que

constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória. A alimentação do sistema

ocorre por meio da Ficha Individual de Notificação disponível nas unidades de saúde.

Tabela 39 - Número de casos notificados de violência

interpessoal/autoprovocada em residentes em Belo Horizonte por tipo de violência de

2012 a 2017

Tipo de violência

2012 2013 2014 2015 2016 2017*

Total

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

Lesão auto provocada

840 40,0 793 37,1 691 34,2 811 29,5 844 27,2 1080 26,9 5.059

Viol. Física 556 26,5 522 24,4 494 24,4 762 27,7 834 26,9 1276 31,8 4.444

42

Em 2002, a Organização Mundial de Saúde publicou o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde no

qual define a violência como “o uso intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si

próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha possibilidade

de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.

Page 131: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

128

Viol. Psico/moral

190 9,0 228 10,7 245 12,1 423 15,4 471 15,2 562 14,0 2.119

Viol. Tortura 24 1,1 37 1,7 22 1,1 58 2,1 71 2,3 82 2,0 294

Viol. Sexual 336 16,0 357 16,7 342 16,9 373 13,6 480 15,5 491 12,2 2.379

Traf. Seres Humanos

3 0,1 0 0,0 1 0,0 2 0,1 1 0,0 1 0,0 8

Violência

Finan/Econo. 10 0,5 22 1,0 27 1,3 50 1,8 61 2,0 90 2,2 260

Viol. Negli/Aband. 139 6,6 176 8,2 198 9,8 262 9,5 333 10,7 419 10,4 1.527

Viol. Interv Legal 2 0,1 3 0,1 2 0,1 9 0,3 7 0,2 11 0,3 34

Total 2.100 100,0 2.138 100,0 2.022 100,0 2.750 100,0 3.102 100,0 4.012 100,0 16.124

Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018.

O objeto de notificação do VIVA é a violência interpessoal/autoprovocada,

segundo tipo de violência: física, sexual, psicológica/moral; financeira/econômica; tortura;

tráfico de pessoas; trabalho infantil; negligência/abandono; intervenção legal.

Relacionado à violência, o primeiro dado de relevância para a Assistência Social

é o aumento do número de notificações no período compreendido entre 2012 e 2017,

conforme gráfico abaixo:

Gráfico 37 - Evolução do número de notificações – 2012 a 2017

Fonte: Sinan net/MS-DPSV/GVIVE-SMAS/BH. Dados atualizados em 22/01/2018.

Entre 2012 e 2014, é possível observar uma queda modesta no número de

notificações e, de 2015 em diante, observamos uma elevação significativa, o que

demanda planejamento de ações e recursos para aprimorar ações de atendimento e

incrementar ações de prevenção.

Page 132: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

129

Analisando a Tabela anterior, é possível verificar que todos os tipos de

violência, com exceção da lesão autoprovocada, apresentaram aumento no período

(acompanhando a tendência geral). Verificando, por ano, o percentual que cada tipo de

violência representou no total das notificações é possível perceber que alguns tipos de

violência, ainda que tenham aumentado em números absolutos, tiveram uma redução

percentual. Isto quer dizer que, no período, alguns tipos de violência se tornaram mais

frequentes enquanto outros diminuíram percentualmente sua incidência.

A Violência Sexual teve variação ao longo do período, aumentando em alguns

anos e reduzindo em outros em termos proporcionais aos demais tipos de violência

notificados (16% em 2012, 16,7% em 2013, 16,9% em 2014, 13,6% em 2015, 15,5%

em 2016 e 12,2% em 2017). Já a Violência Física, a Violência Psicológica e Moral,

Tortura, Violência Financeira e Econômica, Negligência e Abandono tiveram aumento

percentual. A Violência Física apresentou aumento de 26,5%, em 2012, para 31,8% em

2017. Já a Violência Psicológica e Moral passou de 9% no primeiro ano para 14% no

último.

Algumas violências, apesar de não apresentarem números muito elevados,

tiveram aumento de incidência bem como de sua representação no total de tipos de

violência. A Tortura teve um aumento significativo, passando de 24 casos em 2012,

para 82 em 2017, o que significa um aumento de 241%. A Violência Financeira e

Econômica também não apresentou crescimento do número absoluto de casos (260 em

todo o período), passando de 10 em 2012 para 90 em 2017. A Negligência e o

Abandono também tiveram aumento expressivo do número absoluto de casos, crescendo

de 139 em 2012 casos para 419 em 2017.

Tipos de violência distintos, demandam intervenções distintas, daí a importância

em se verificar como tem variado, ao longo do tempo, a incidência de cada tipo de

violência.

Observa-se que há baixo preenchimento dos campos raça-cor43

, orientação

sexual44

e pessoa com deficiência nas notificações, o que impossibilita outros tipos de

43 Sobre o quesito raça-cor, as notificações em que a resposta foi “ignorado” ou deixada em branco chega

a quase 26%. Havendo predominância de qualquer uma raça ou cor dentro destas, poderia aumentar ou

diminuir significativamente a proporção de brancos, pretos, pardos e indígenas. Ainda assim, para

conhecimento registra-se que que em 23% das notificações as pessoas eram brancas, em 11,6% eram

pretas, em 0,6% amarelas, em 38,8% pardas e em 0,2% indígenas. 44

Com relação à orientação sexual, a negligência em relação ao dado é gritante. Em 54% das

notificações, a questão foi ignorada, em 21,4% foi preenchido como “não se aplica” e apenas 24,5%

foram efetivamente preenchidas. É imprescindível a melhora da coleta deste dado frente aos frequentes

Page 133: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

130

análise. A melhoria da coleta destas informações é de grande relevância para estimar a

violência sofrida pela população negra, indígena, LGBT e pessoas com deficiência.

Com relação às variáveis sexo e idade, os dados trazem informações

importantes para as políticas públicas, sobretudo, para a política de assistência social. O

recorte de sexo e idade demonstra que grupos populacionais parecem ser mais

suscetíveis a vivenciar situações de violência do que outras: existe um número maior de

notificações de violência contra jovens e mulheres.

Tabela 40 - Número de casos notificados de violência interpessoal /autoprovocada

em residentes em Belo Horizonte por sexo - 2012-2017

Sexo ANO

2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total

Masculino 555 555 526 638 612 787 3.673

Feminino 1.226 1.198 1.094 1.391 1.613 1.949 8.471

Total 1.781 1.753 1.620 2.029 2.225 2.736* 12.144

Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018

*No ano de 2017, há 3 registros sem a identificação do sexo

De acordo com a tabela anterior, verifica-se que o número de mulheres que

sofrem violência é muito superior ao número de homens. Em todo o período analisado,

os casos de violência contra as mulheres representaram 69,8% das notificações,

enquanto os casos contra homens representaram apenas 30,2%45

.

relatos de casos de homofobia e lesbofobia denunciadas pelo movimento LGBT, para que eles deixem de

ser invisibilizados. 45

Se as notificações de violência aumentaram consideravelmente ao longo do período em análise, o

mesmo aconteceu com o número de mulheres e homens que sofrem violência, entretanto, as proporções

por ano se mantiveram razoavelmente estáveis, variando de 68% a 72% para as mulheres e de 27% a 31%

para os homens.

Page 134: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

131

Gráfico 38 - Número de casos notificados de violência interpessoal/autoprovocada

em residentes em Belo Horizonte por faixa etária –

2012/2017*

Fonte: Sinan net/MS- DPSV/GVIGE- SMSA – BH. Dados atualizados em 22/01/2018.

De acordo com o gráfico acima, é possível perceber que os jovens da faixa etária

de 15 a 29 anos correspondem ao grupo etário que teve o maior registro de notificações

de violência. Entretanto, ressalta-se que para uma melhor dimensão de como a violência

atinge estes grupos, seria interessante analisar a quantidade absoluta de casos de

notificados em relação ao número total da população em cada uma das faixas etárias.

3.3.8. Violação de direitos de crianças e adolescentes

A partir dos dados do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a

Famílias e Indivíduos (PAEFI) - realizado no CREAS - extraídos do SIGPS, é possível

ter um panorama das violações de direitos mais atendidas nesse Serviço no município

no ano de 2017, bem como identificar o perfil da população vítima de violação de

direitos.

O PAEFI registrou 721 crianças com direitos violados nos 1.068 novos casos de

famílias inseridas no ano de 2017. A regional Oeste apresentou o maior percentual

(19%) de violações de diretos referentes a crianças e adolescentes em 2017. Em seguida

aparecem as regionais Venda Nova com 15%, Leste com 14%, Barreiro e Norte, ambas

com 13 % e a regional Pampulha, com 7 % do total de violações registradas. As

Page 135: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

132

regionais que apresentam os menores índices de registro de violação contra esse público

foram: Centro-Sul, Nordeste e Noroeste, com 6% do total de violações, cada uma.

Gráfico 39 - Violação de direitos contra criança e adolescentes inseridas no

PAEFI por idade

Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por

GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH.

Quanto à idade das crianças e adolescentes vítimas de violações de direitos no

município, os dados apontaram a maior incidência de violação para o público entre 13 e

16 anos de idade (38%). Logo em seguida, a faixa de idade de 7 a 12 anos apareceu com

uma incidência ainda alta, representando 34% do total de violações do público infanto-

juvenil. As violações entre 0 e 6 anos somaram 23% do total de violações registradas. O

público com a menor quantidade de violações registradas correspondeu a idade de 17

anos, somando 6% do total, contudo deve-se considerar que este percentual é inferior

aos demais por se apresentar em um período etário de apenas um ano.

Considerando que uma família pode apresentar mais de uma violação de direito, o

PAEFI registrou o total de 2.049 violações vivenciadas nos casos acompanhados pelo

Serviço. O gráfico abaixo aponta que a situação de violação de direitos contra crianças e

adolescentes mais recorrente foi a negligência (44%), seguida da violência física (21%)

e psicológica (13%). Cabe destacar que os casos notificados como abuso sexual

intrafamiliar apresentaram o índice de 7% do total de violações de direitos. As violações

de abandono, abuso sexual, trabalho infanto-juvenil apresentaram o percentual de 2%

dos casos acompanhados no PAEFI.

Page 136: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

133

Gráfico 40 - Tipos de Violação de Direitos acompanhadas pelo PAEFI (%)

Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS.

Os dados do SIGPS revelam ainda que do total de casos atendidos pelo PAEFI

no município, 66% deles são encaminhados pelo Conselho Tutelar. Isso aponta que a

maior parte dos casos atendidos envolvem violação de direitos de crianças e

adolescentes e ainda que nesses casos esse órgão tem sido o principal encaminhar.

Gráfico 41 - Órgão encaminhador das famílias atendidas no PAEFI46

Fonte: Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS.

46

Os dados apresentados se referem ao total de encaminhamentos de famílias acompanhadas pelo PAEFI,

incluindo famílias que possuíam ou não em sua composição crianças e adolescentes.

Page 137: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

134

Por fim, utilizando dos dados do Censo-SUAS 2017, apresenta-se o panorama a

respeito do universo de crianças e adolescentes em acolhimento institucional no

município. Em 2017 foram registradas 441 crianças e adolescentes em acolhimento

institucional no município, sendo que destas, a maioria era do sexo masculino: havia

257 (58,3%) crianças e adolescentes do sexo masculino e 184 (41,7%) crianças e

adolescentes do sexo feminino acolhidas. Dentre o público do sexo masculino, a maior

quantidade de crianças e adolescentes estavam nas faixas etárias de 16 a 17 anos,

seguido pelos de 6 a 11 anos. Quanto ao público feminino, o recorte etário de 6 a 11

anos apresentou o maior quantitativo de institucionalizados quando comparado às outras

faixas de idade.

Tabela 41 - Crianças e Adolescentes em acolhimento institucional por idade

Faixa Etária Sexo

masculino

Sexo

feminino

0 - 2 46 38

3 - 5 30 20

6 - 11 58 54

12 - 13 35 13

14 - 15 27 24

16 - 17 59 31

18 - 21 2 4

Total 257 184 Fonte: Censo SUAS 2017/MDS. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH

3.3.9. Violação de direitos de idosos

De acordo com os dados dos Censos IBGE de 2000 e 2010, a população idosa

cresceu no país e no município nas últimas décadas. Belo Horizonte tinha quase 300 mil

indivíduos de 60 anos e mais em 2010; este total é muito maior que o total populacional

de muitos municípios brasileiros e dá uma ideia muito clara da complexidade desta

situação. A regional Oeste é a mais povoada, com aproximadamente 307 mil habitantes

em 2010, apesar da perda significativa de população entre os dois períodos. Destacam-

se também Nordeste, Centro-Sul e Barreiro com mais de 280 mil habitantes. Em relação

ao volume de população com mais de 60 anos, a regional Centro-Sul concentrava mais

de 50 mil idosos em 2010, montante que representava 17,4% de sua população. Esse

contingente é bastante expressivo, comparado ao das demais regionais, destacando-se,

Page 138: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

135

também, as regionais Noroeste e Oeste com volumes significativos. Salienta-se que a

distribuição espacial que, em 2000, parecia concentrar mais idosos em algumas

regionais, sugere uma distribuição mais uniforme da população idosa em 2010, quando

os idosos se distribuem nas regionais, representando sempre entre 9% e 13%. Todas as

regionais, no entanto, apresentaram aumento no volume e no percentual de idosos em

sua população total. A crescente participação do grupo de 60 anos e mais no total

populacional demandará ações sociais e políticas públicas específicas para atender

as necessidades desse grupo.

Uma das formas de se conhecer as situações de vulnerabilidade pelas quais

passam esse segmento populacional é realizar a análise de informações da ficha de

Denúncia de Violação de Direitos registrados pela Central de Direitos Humanos

(Disque 100) e encaminhadas à Diretoria de Proteção Social Especial da Subsecretaria

de Assistência Social - SUASS, no ano de 2017. Tal análise possibilita apontar aspectos

sobre a incidência de violência contra a pessoa idosa que merecem a atenção das

proteções sociais, cumprindo um objetivo da vigilância socioassistencial.

No ano de 2017, foram encaminhados para a SUASS 728 denúncias de violações

de direitos. Os dados da tabela abaixo demonstram como a grande maioria das

denúncias tratava de violência contra a população idosa, representando 77,1% do total.

Tabela 42 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo

Disque Direitos Humanos por público – BH/ 2017

Público

Número de denúncias

encaminhadas para a

SUASS

%

Pessoa com

deficiência 98 13,5

Pessoa idosa 561 77,1

Saúde mental 67 9,2

Não informado 2 0,3

Total 728 100,0

Fonte: Disque Denúncia Direitos Humanos. Jan a set/2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/

SMASAC-PBH.

Na tabela a seguir, pode-se verificar que o maior número de notificações foi de

violência contra pessoas da faixa etária dos 60 aos 80 anos (64,5%), seguidos de

pessoas da faixa etária de 81 a 99 anos (34,6%).

Page 139: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

136

Tabela 43 - Número de denúncias de violação de direitos encaminhadas pelo

Disque Direitos Humanos por faixa etária – BH/ 2017

Faixa Etária Número de

Violações %

De 60 a 80 anos 362 64,5

De 81 a 99 anos 194 34,6

100 anos 4 0,7

106 anos 1 0,2

Total 561 100,0

Fonte: Disque Denúncia Direitos Humanos. Jan a set/2017. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/

SMASAC-PBH

Outra fonte de dados do SUAS-BH que coleta informações sobre a incidência de

violações de direitos contra a população idosa é o SIGPS. Foram analisados os dados de

acompanhamento deste público inserido no Serviço de Proteção Social Especial para

Famílias e Indivíduos - PAEFI - no ano de 2017. Neste ano foram acompanhadas 662

famílias com pessoas idosas vítimas de violação de direitos pelo Serviço em Belo

Horizonte, sendo que destes 301 correspondem a novos casos inseridos.

Os dados do Serviço apontam que as principais violações de direitos

identificadas nos casos acompanhados foram: negligência, com 35,2% dos casos;

violência psicológica, que representou 24,9% do total; violência física, com 13,7% das

ocorrências; e autonegligência e abandono, representando 9,3% e 8,7% respectivamente

do total de ocorrências.

Tabela 44 - Incidência dos tipos de violação de direitos contra a pessoa idosa

nos casos acompanhados pelo PAEFI – BH/ 2017

Violação Número %

Abandono 73 8,7

Autonegligência 78 9,3

Negligência 296 35,2

Violência 18 2,1

Violência Física 115 13,7

Violência Moral 5 0,6

Violência Patrimonial 46 5,5

Violência Psicológica 210 24,9

Page 140: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

137

Violência Sexual 1 0,1

Total 842 100,0

Fonte: SIGPS -2017. Elaboração: GVISO - 2018Nota da tabela: Total de Idosos Acompanhados: 662

O número de idosos acompanhados difere do total de idosos da tabela (842),

porque um mesmo idoso pode estar sendo acompanhado por ser vítima de mais de um

tipo de violação.

Dentre as ofertas do SUAS-BH para a população idosa, pode-se destacar

também o Programa Maior Cuidado, executado nos CRAS de forma complementar ao

trabalho social com famílias desenvolvido pelo PAIF. Esse Programa consiste no

cuidado domiciliar de rotina a idosos semidependentes e dependentes que vivenciam

situações de vulnerabilidade social pela fragilização de vínculos familiares,

comunitários e sociais. Esta estratégia de atendimento contribui para a prevenção de

situações de violação de direitos contra os idosos. A tabela a seguir apresenta os dados

de atendimento do programa no ano de 2017.

Tabela 45 - Idosos atendidos pelo Projeto Cuidador/Programa Maior

Cuidado - Belo Horizonte - 2017

Idosos Total %

Atendidos 683 74,7

Dependentes 251 -

Semi dependentes 432 -

Inseridos 231 25,3

Total 914 100,0

Fonte: Diretoria de Proteção Social Básica – DPSO – 2018. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/

SMASAC-PBH

Destaca-se que nos casos em que há um agravamento da situação de violação de

direitos da pessoa idosa, com rompimento dos vínculos familiares e, ou perda da

capacidade de sobrevivência, podem ser adotadas medidas de proteção como o

acolhimento institucional. Os dados do Censo SUAS 2017 apontaram que no ano de

2017 haviam 764 idosos em situação de acolhimento institucional na rede

socioassistencial do município. O perfil dos acolhidos aponta maior quantidade de

mulheres com mais de 79 anos e entre 60 e 79 anos em situação de acolhimento,

seguido por homens na faixa etária de 60 a 79 anos.

Page 141: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

138

Tabela 46 - Número de pessoas idosas acolhidas em Instituições de Longa

Permanência por recorte etário – BH/ 2017

Sexo Faixa Etária

22 - 59 Anos 60 - 79 Anos + 79 Anos Total

Masculino 2 121 67 190

Feminino 2 231 341 574

Fonte: Censo SUAS 2017/MDS. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC-PBH

3.3.10. Exploração do trabalho infanto-juvenil no município

O termo “trabalho infantil”47

refere-se às atividades econômicas e, ou atividades

de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, remuneradas ou não, realizadas por

crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 (dezesseis) anos, ressalvada a condição

de aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos, independentemente da sua condição

ocupacional. Para efeitos de proteção ao adolescente trabalhador será considerado todo

trabalho desempenhado por pessoa com idade entre 16 e 18 anos e, na condição de

aprendiz, de 14 a 18 anos, conforme definido pela Emenda Constitucional nº 20, de 15

de dezembro de 1998.

Toda a legislação mencionada está consonância com as atuais disposições da

Convenção dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), e das

Convenções nº 138 e nº 182, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na

Convenção da ONU de 1989, o art. 32 estabelece que não será permitido nenhum tipo

de exploração econômica da criança (até os 18 anos), considerando como exploração

qualquer espécie de trabalho que prejudique a escolaridade básica. A Convenção nº 138

da OIT, assinada pelo Brasil em 28 de junho de 2001, estabelece que todo país

signatário da OIT, deve especificar a idade mínima para admissão ao emprego ou

trabalho em qualquer ocupação.

O Brasil ratificou em 2 de fevereiro de 2000 a Convenção nº 182 da OIT, que

estabelece que os Estados-membros devem tomar medidas imediatas e eficazes para

erradicar as Piores Formas de Trabalho infanto-juvenil, classificadas em quatro

categorias:

47

Fonte: Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente

Trabalhador / Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (CONAETI,2015,p.6).

Page 142: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

139

a) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, como vendas e

tráfico de crianças, sujeição por dívida e servidão, trabalho forçado ou compulsório,

inclusive recrutamento forçado ou compulsório de crianças para serem uti lizadas em

conflitos armados;

b) utilização, procura e oferta de criança para fins de exploração sexual, de produção de

material pornográfico ou espetáculos pornográficos;

c) utilização, procura e oferta de crianças para atividades ilícitas, particularmente para

produção e tráfico de drogas, conforme definidos nos tratados internacionais;

d) trabalhos que, por sua natureza ou pelas circunstâncias em que são executados, são

suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança e a moral da criança.

A Convenção 182 da OIT estabelece que cada país signatário deve elaborar a

descrição dos trabalhos que por sua natureza ou pelas condições em que são realizados,

são suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança ou a moral das crianças e, portanto,

devem ser proibidos. Nesse sentido, o governo brasileiro aprovou o Decreto nº 6.481, de

12 de junho de 2008, que define a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista

TIP), anteriormente descrita pela Portaria 20/2001 da Secretaria de Inspeção do

Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. O Decreto estabelece que a

Lista TIP será revista periodicamente, se necessário, mediante consulta com as

organizações de empregadores e trabalhadores interessadas.

Os avanços no ordenamento jurídico brasileiro sobre o fenômeno precisam,

portanto, ser contemplados nas Políticas Públicas, sobretudo na Política de Assistência

Social, lócus institucional do PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. A

consolidação desses avanços esbarra ainda nas inadequações e limitações dos

mecanismos responsáveis por assegurar o cumprimento dessa legislação. Ao mesmo

tempo, a proposição de implantação da legislação tem gerado com certa frequência

riscos de retrocessos no que diz respeito à consolidação desta concepção e arcabouço

normativo relativo à proteção dos direitos de crianças e adolescentes.

Para levantar dados sobre o trabalho infantil no município foram utilizados

dados do Censo IBGE 2010. Entretanto, para a interpretação destes dados sobre crianças

e adolescentes em situação de trabalho infantil em Belo Horizonte, deve-se considerar a

metodologia utilizada pelo Censo IBGE de 2010, baseada em categorias que guardam

diferenças em relação ao conceito descrito acima. O mapa de indicadores

Page 143: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

140

selecionados48

no Censo envolve informações demográficas sobre pessoas de 10 a 17

anos de idade ocupadas na semana de referência, no que concerne a trabalho e

educação. Neste mapa, entende-se por trabalho infantil “aquele que não se enquadra nas

condições definidas na legislação brasileira como admissível para ser realizado por

pessoas de menos de 18 anos de idade” (IBGE,2013; p.12).

Cabe ressaltar a nota elaborada pelo instituto sobre a investigação do tema

trabalho no Censo IBGE de 2010, destaca que esta não foi destinada a captar todas as

condições definidas na legislação para caracterizar o trabalho admissível para crianças e

adolescentes, a fim de separar aqueles efetivamente em trabalho infantil. Entretanto,

permite estimar o contingente de crianças e adolescentes ocupados de 10 a 17 anos de

idade e, ainda, identificar a parcela empregada com carteira de trabalho assinada, que é

uma das condições exigidas pela legislação que rege a proteção trabalhista dos menores

de idade para a sua admissão em emprego.

Considerou-se como trabalho, aquela atividade econômica exercida através de:

a) Ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios

(moradia, alimentação, roupas, treinamento etc.) na produção de bens ou

serviços;

b) Ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios (moradia, alimentação,

roupas, treinamento etc.) no serviço doméstico;

c) Ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, desenvolvida

em ajuda na atividade econômica, no setor privado, de morador do

domicílio; ou

d) Ocupação desenvolvida na produção de bens, compreendendo as atividades

da agricultura, pecuária, caça, produção florestal, pesca e aquicultura,

destinados somente à alimentação de, pelo menos, um morador do domicílio.

(IBGE/2013)

Desta forma, o conceito de trabalho infantil encontra-se associado à noção de

ocupação nos termos apontados acima. Foi considerada como pessoa ocupada, aquela

que exerceu algum trabalho durante pelo menos uma hora completa na semana de

48

- IBGE. Mapa de indicadores selecionados do trabalho infantil. Disponível em:

http://censo2010.ibge.gov.br/apps/trabalhoinfantil/Trabalho%20Infantil%20-%20Notas%20tecnicas.pdf

Page 144: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

141

referência; ou a pessoa que tinha trabalho remunerado do qual estava temporariamente

afastada nessa semana.

Passando para os dados levantados, tem-se que, de acordo com o Censo 2010, o

município de Belo Horizonte apresentava nesse ano 26.631 crianças e adolescentes, na

faixa etária entre 10 e 17 anos, em situação de trabalho infantil. Apontou, assim, uma

redução de 8,28%, uma vez que o Censo do ano 2000 apresentou o dado de 29.034

crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no município. Vale observar

que no censo demográfico não há informações sobre Trabalho Infantil na faixa etária de

5 a 9 anos. Apesar dos Censos Demográficos possuírem a vantagem de terem o

município como unidade mínima de análise, possuem a limitação de contemplar o

Trabalho Infantil realizado apenas por crianças entre 10 e 17 anos. Além disso, a

periodicidade decenal do Censo impede um estudo mais minucioso da tendência do

Trabalho Infantil, dada a sua significativa oscilação, no curto prazo (de um ano para

outro). Dessa forma, os dados apresentados aqui se referem apenas à faixa etária de 10 a

17 anos, contemplando o ano de 2010.

Tabela 47 - Nº de crianças e adolescente na faixa etária de 10 a 17 anos, em

situação de trabalho infantil, no município de Belo Horizonte – Ano: 2010

Pessoas/Faixa etária

Total de pessoas

Pessoas de 10 a 13 anos de idade, ocupadas na semana de referência 3.818

Pessoas de 14 ou 15 anos de idade, ocupadas na semana de referência 5.721

Pessoas de 16 ou 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência 17.092

TOTAL: Pessoas de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de

referência

26.631

Homens/ Faixa etária Total de homens

Homens de 10 a 13 anos de idade, ocupados na semana de referência 2.042

Homens de 14 ou 15 anos de idade, ocupados na semana de referência 3.367

Homens de 16 ou 17 anos de idade, ocupados na semana de referência 9.393

TOTAL: Homens de 10 a 17 anos de idade, ocupados na semana de

referência

14.802

Mulheres/ Faixa etária Total de mulheres

Mulheres de 10 a 13 anos de idade, ocupadas na semana de referência 1.776

Mulheres de 14 ou 15 anos de idade, ocupadas na semana de referência 2.354

Mulheres de 16 ou 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência 7.700

Page 145: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

142

TOTAL: Mulheres de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de

referência

11.829

Fonte: Censo IBGE 2010. Elaborado por GVISO/DGAS/SUASS/SMASAC/PBH

O gráfico abaixo demonstra a distribuição de crianças e adolescentes entre 10 e

17 anos de idade, ocupadas na semana de referência nas nove regionais do município.

As regionais com maior porcentagem para faixa etária entre os 16 e 17 anos são

respectivamente: Barreiro, Norte e Venda Nova. Já entre as crianças e adolescentes

entre 10 e 15 anos, sobressaem-se as regionais Venda Nova, Barreiro e Nordeste,

respectivamente. De uma forma geral, as regionais Barreiro e Venda Nova concentram

as maiores taxas para as duas faixas etárias, conforme destaca o gráfico abaixo.

Gráfico 42 - Percentual de trabalho infantil por grupo etário /Regional

administrativa 2010

Fonte: SMPL/2013 - Elaboração: GVISO/SUASS- 2018

Por fim, vale ressaltar a necessidade de realização de estudos específicos sobre o

trabalho infantil em Belo Horizonte, que possibilitem conhecer com maior profundidade

como se dá esse fenômeno para, a partir daí, planejar estratégias mais eficazes de

combate. No âmbito do SUAS-BH, destaca-se que está em desenvolvimento um

processo de revisão do Protocolo das Ações de Erradicação do Trabalho Infantil

(Protocolo PETI), que tem como objetivo potencializar as ações de identificação desse

público, ampliar as ações de prevenção, e definir fluxos para a garantia da proteção

integral de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil.

Page 146: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

143

4. MAPEAMENTO E COBERTURA DA REDE SOCIOASSISTENCIAL

Segundo a Norma Operacional Básica do SUAS de 2012, a rede

socioassistencial é um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade,

que oferta serviços, programas, projetos e benefícios, o que supõe a articulação entre

todas as unidades de provisão de proteção social. Belo Horizonte, por ser uma

metrópole, deve ter uma rede socioassistencial robusta, ou seja, contar com todos os

serviços considerados necessários ao atendimento da população, de acordo com os

níveis de complexidade estabelecidos na Política Nacional de Assistência Social –

PNAS/2004 – Proteção Social Básica e Especial, que devem garantir as seguranças de

sobrevivência, acolhida e de convívio ou vivência familiar e comunitária em cada uma

de suas ações. As ações desenvolvidas devem ainda articular e integrar a transferência

de renda e os benefícios com os serviços socioassistenciais.

4.1. Mapeamento e cobertura da rede socioassistencial de Proteção Social

Básica – PSB

4.1.1. Serviços de Proteção Social Básica

No âmbito da Proteção Social Básica, as ações destinam-se à população que vive

em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, ausência de renda,

privações, acesso precário ou nulo aos serviços e fragilização de vínculos afetivos

relacionais e de pertencimento. Seu objetivo é a prevenção de situações de risco por

meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e o fortalecimento de

vínculos familiares e comunitários.

As ações desse nível de proteção devem ser executadas de forma direta nos

Centros de Referência de Assistência Social - CRAS, unidades públicas estatais

municipais, de base territorial, bem como de forma indireta através de parcerias com

entidades e organizações da sociedade civil na área de abrangência dos CRAS. A

Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, aprovada pela Resolução CNAS nº

109/2009, define três tipos de serviços no âmbito da Proteção Social Básica: Serviço de

Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF; Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos (para crianças, adolescentes, adultos e idosos); e o Serviço

de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas.

Page 147: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

144

Belo Horizonte possui atualmente em sua rede de Proteção Social Básica

governamental 34 CRAS com a oferta do PAIF, que referenciam 179.393 famílias em

territórios que concentram incidência de vulnerabilidade social. Nos CRAS são

ofertados também o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV por

meio da parceria com cinco entidades que compõem a rede socioassistencial do

município. Destaca-se, ainda, a oferta do Programa Maior Cuidado em vinte e seis

territórios de CRAS que, em articulação com os Centros de Saúde promovem cuidado

no domicílio para famílias com pessoas idosas com quadro de semidependência e

dependência em contextos de vulnerabilidade social.

Destaca-se que o munícipio possui uma especificidade de cobertura de proteção

social básica, para além dos serviços tipificados nacionalmente. Essa oferta se encontra

estruturada nas nove regionais por meio da atenção socioassistencial ao público

prioritário da política de assistência social realizada por 9 equipes de Proteção Social

Básica Regional e 9 equipes de Transferência de Renda e Cadastro Único. Ainda a

execução do Serviço de Proteção Social para Pessoas com Deficiência – SPSPD, o qual

objetiva a prevenção de situações de exclusão e isolamento social por meio do

fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários com vistas à inclusão social,

equiparação de oportunidades e participação por meio do desenvolvimento da

autonomia mediante acompanhamento sociofamiliar e articulação com a rede

socioassistencial e demais políticas públicas. Como estratégia de qualificação da

atenção desse serviço, é realizado o Programa “Mala Lúdica” em parceria com a rede

socioassistencial.

Outro serviço ofertado é o serviço de Atendimento ao Migrante, que possui uma

equipe multiprofissional de Analistas de Políticas Públicas que oferece ações de

acolhida, atendimento, orientação, encaminhamento e articulação com a rede

socioassistencial do SUAS BH e com os demais municípios. Conta com a retaguarda

dos serviços de acolhimento institucional da alta complexidade nas ações de acolhida às

pessoas em contexto de migração presentes na cidade. E, ainda, com a retaguarda da

passagem para retorno à cidade de origem na perspectiva da proteção social e retorno ao

convívio familiar.

Page 148: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

145

4.1.2. Programas e Projetos de Proteção Social Básica

Com objetivo de qualificar a atenção socioassistencial dos serviços, o SUAS BH

conta com a oferta de programas e projetos de proteção social. Os programas e projetos

são executados por meio de parceria com a rede socioassistencial e integram as ações de

proteção social básica e especial na perspectiva da prevenção à ocorrência de situações

de vulnerabilidade e risco sociais.

Programa de Integração ao Mundo do Trabalho – ACESSUAS

O Programa ACESSUAS trabalho visa promover ações de articulação,

mobilização e encaminhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade e, ou, risco

social para garantia do direito de cidadania e inclusão no mundo do trabalho, por meio

do acesso a cursos de qualificação e formação profissional, ações de inclusão produtiva

e serviços de intermediação de mão de obra.

As ações desenvolvidas consistem no aprimoramento de fluxos e de acesso do

público prioritário do SUAS às ofertas do programa, tais como realização de oficinas e

palestras que abordam temas relacionados ao mundo do trabalho, dentre elas, micro

empreendedorismo individual, elaboração de currículos, mapeamento de oportunidades

e trajetória de percurso dos usuários no mundo do trabalho.

Programa de Promoção do Adolescente Trabalhador – PPAT

Programa socioeducativo de aprendizagem pela via do trabalho ofertado para

adolescentes de 16 a 18 anos encaminhados pelos serviços de proteção social básica e

proteção social especial.

O objetivo do Programa se constitui no fomento ao desenvolvimento pessoal e

profissional dos adolescentes por meio da formalização de contratos de trabalho, com

remuneração de 01 (um) salário mínimo, pelo período de 2 anos. Estes adolescentes

exercem trabalho protegido no poder executivo municipal em suas diversas secretarias e

contam com ações pedagógicas e de formação profissional.

Page 149: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

146

Programa de Qualificação Profissional

Ação vinculada ao Programa Municipal de Qualificação Emprego e Renda –

PMQER que organiza e estabelece diretrizes para ofertas de qualificação profissional

realizadas no município. No âmbito da assistência social, são disponibilizadas vagas em

cursos de qualificação profissional nas modalidades básica, aperfeiçoamento e ações

formativas de apoio. O Programa é executado em parceria com organizações da

sociedade civil integrantes da rede socioassistencial.

Essa oferta possui como escopo possibilitar melhores condições de ingresso no

mundo do trabalho e acesso à renda do público prioritário da política de assistência

social.

Programa de Intermediação de Mão de Obra da Pessoa com Deficiência –

PROMETI

Com base na Lei Federal, n.º 8.213 de 24/07/1991 e no Decreto Federal 3.298 de

20/12/1999, que dispõe sobre reserva de 2% a 5% de vagas em empresas com mais de

100 funcionários para pessoas com deficiência, o Programa desenvolve ações de

intermediação de mão-de-obra de pessoas com deficiência encaminhadas pelos serviços

de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial junto às empresas. São celebrados

termos de cooperação técnica entre a SUASS e as empresas.

4.1.3. Mapa da rede socioassistencial de Proteção Social Básica

O mapa abaixo apresenta a localização dos CRAS nas nove regionais

administrativas de Belo Horizonte, bem como aponta a localização de 114 unidades de

oferta do SCFV que integram a rede socioassistencial do município49

.

49 Observação: os dados de serviço de convivência correspondem aos coletados por meio do Censo SUAS 2016.

Importante ressaltar que a SUASS realizará uma revisão da forma de registro desses serviços, com o objetivo de

adequá-los ao disposto nas normativas do SUAS e, ou estimular o processo de reordenamento das ofertas, quando

necessário.

Page 150: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

147

Mapa 3 - Localização dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS e

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)

Fonte: Prodabel/Censo SUAS. Elaboração: GVISO/DGAS-SUASS/PBH

Page 151: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

148

4.1.4. Transferência de Renda e Cadastro Único

Além da oferta dos serviços e programas socioassistenciais, a Proteção Social

Básica coordena o CadÚnico e as ações de transferência de renda com destaque para o

Programa Bolsa Família, conforme dados a seguir.

Em relação à distribuição das famílias cadastradas nas regionais administrativas,

como pode ser verificado na tabela a seguir, as regionais Venda Nova e Norte possuem

os maiores percentuais em torno de 13%, seguidas das regionais Barreiro e Nordeste

com percentuais aproximados de 12%. Essas quatro regionais totalizam pouco mais da

metade dos cadastrados. A Pampulha registra o menor percentual, um número próximo

ao de endereços não georreferenciados. A Centro-Sul é a segunda regional com o menor

número de cadastrados. Este cenário territorial da distribuição da população no tocante

ao acesso à renda, desenhado pelos dados do CadÚnico, é confirmado por outras fontes

de informação, tais como o IBGE.

Tabela 48 - Famílias cadastradas no CadÚnico por regional – Belo Horizonte

- 2017

Regional Famílias cadastradas % Cadastradas

Barreiro 18.233 12,58

Centro-Sul 11.996 8,27

Leste 13.044 9,00

Nordeste 17.126 11,81

Noroeste 12.783 8,82

Norte 19.048 13,14

Oeste 13.633 9,40

Pampulha 10.102 6,97

Venda Nova 19.456 13,42

End. não georreferenciado 9.551 6,59

Total 144.972 100,00 Fonte: Governo Federal – Cadastro Único (MDS). Novembro 2017

Nota: Dados extraídos CECAD (MDS). Belo Horizonte, novembro 2017. Elaboração GVISO

Page 152: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

149

Mapa 4 - Distribuição famílias cadastradas no Cadastro Único no município de

Belo Horizonte por regionais administrativas

Fonte: Prodabel/GVISO (2018)

A tabela a seguir permite verificar que as regionais com os maiores percentuais

de beneficiários do PBF são Norte e Venda Nova (em torno de 15%). Os menores

Page 153: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

150

índices de beneficiários foram encontrados nas regionais Pampulha e Noroeste (em

torno dos 6%). A distribuição dessas famílias no território municipal pode ser

visualizada no mapa 4.

Tabela 49 - Famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família por Regional - BH-

2017

Regional Famílias

Beneficiárias

%

Beneficiárias

Barreiro 6.133 11,03

Centro-Sul 6.290 11,31

Leste 5.191 9,33

Nordeste 5.508 9,90

Noroeste 3.426 6,16

Norte 8.365 15,04

Oeste 4.032 7,25

Pampulha 3.421 6,15

Venda Nova 8.012 14,41

End. não

georreferenciado 5.240 9,42

Total 55.618 100,00

Fonte: Caixa Econômica Federal. Novembro/2017. (Beneficiários PBF). Elaboração: GVISO/DGAS-

SUASS/PBH

A partir da tabela abaixo é possível verificar que a regional com maior cobertura

de beneficiários é a Centro-Sul, onde mais da metade dos cadastrados no CadÚnico é

beneficiária do Bolsa Família (52,43%). Em contrapartida, as regionais Noroeste e

Oeste possuem os piores índices de cobertura.

Tabela 50 - Famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família em relação às

famílias cadastradas por Regional - BH- 2017

Regional Famílias

Cadastradas

Famílias

Beneficiárias

% de

beneficiários em

relação aos

cadastrados

Barreiro 18.233 6.133 33,63

Centro-Sul 11.996 6.290 52,43

Leste 13.044 5.191 39,79

Nordeste 17.126 5.508 32,16

Noroeste 12.783 3.426 26,80

Norte 19.048 8.365 43,91

Oeste 13.633 4.032 29,57

Page 154: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

151

Pampulha 10.102 3.421 33,86

Venda Nova 19.456 8.012 41,18

End. não

georreferenciado 9.551 5.240

-

Total 144.972 55.618 -

Fonte: Caixa Econômica Federal. Novembro/2017. (Beneficiários PBF). Elaboração: GVISO/DGAS-

SUASS/PBH

Page 155: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

152

Mapa 5 – Distribuição das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família

Fonte: INSS – outubro/2017. Elaboração: GVISO-SUASS/BH

Page 156: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

153

Outra oferta importante, referente ao campo dos benefícios socioassistenciais, é

o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ele é um benefício individual, não vitalício

e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário mínimo ao idoso,

com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência (PCD), de qualquer

idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou

sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua

participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais

pessoas. Em ambos os casos, devem comprovar não possuir meios de garantir o próprio

sustento, nem o ter provido por sua família. A renda mensal familiar per capita deve ser

inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente.

A tabela abaixo mostra a distribuição dos seus beneficiários por regional

administrativa:

Tabela 51 - Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) por

regional e tipo de beneficiário de Belo Horizonte

REGIONAIS BPC - Idoso BPC -PcD* Total %

Barreiro 2.383 2.402 4.785 12,33

Centro-Sul 1.230 1.216 2.446 6,30

Leste 2.086 1.832 3.918 10,09

Nordeste 2.588 2.237 4.825 12,43

Noroeste 2.771 1.934 4.705 12,12

Norte 2.241 2.063 4.304 11,09

Oeste 2.255 1.942 4.197 10,81

Pampulha 1.739 1.186 2.925 7,53

Venda Nova 2.809 2.541 5.350 13,78

Endereço Não

Georreferenciado

445 907 1.352 3,48

TOTAL 20.547 18.260 38.807 100,00 Fonte: INSS – outubro/2017. Elaboração: GVISO-SUASS/BH

*PcD: pessoa com deficiência

A tabela acima permite verificar que as regionais com os maiores percentuais de

beneficiários do BPC são Venda Nova, Nordeste, Barreiro e Noroeste. Os menores

índices de beneficiários foram encontrados nas regionais Pampulha e Centro-Sul. A

distribuição dessas famílias no território municipal pode ser visualizada no mapa 5.

Já a tabela a seguir mostra que o número de beneficiários, tanto idosos quanto

pessoas com deficiência, é expressivamente maior fora da área CRAS, ou seja, 24.868

versus 12.587, os de área CRAS conferem 33,6% do total, enquanto aqueles fora de

Page 157: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

154

território CRAS representam 66,4% do montante. Sabe-se que o município conta com

um número de 34 CRAS, número insuficiente para atender o escopo da Proteção Social

necessária, fato que possivelmente explique o alto índice de beneficiários fora dos

territórios de CRAS.

Tabela 52 - Total de beneficiários do BPC residentes em área CRAS e fora de área CRAS

por Regional - BH - 2017

Regional Total de beneficiários do BPC residentes em área

CRAS

Total de beneficiários do

BPC residentes fora de

área CRAS

Total de beneficiários do

BPC residentes na

regional

Nome do CRAS Idoso PcD Total

por

CRAS

Total

das

áreas

CRAS

Idoso PcD Total

fora de

área

CRAS

Idoso PcD Total

Regional

Barreiro

CRAS

Independência 164 215 379

1.114 1.901 1.770 3.671 2383 2.402 4.785 CRAS Petrópolis 152 249 401

CRAS Vila

Cemig 166 168 334

Centro-Sul

CRAS Vila Santa

Rita de Cássia 104 174 278

954 836 657 1.493 1.230 1216 2.446

CRAS Vila

Nossa Senhora

de Fátima

142 183 325

CRAS Vila

Marçola 149 202 351

Leste

CRAS Alto Vera

Cruz 206 248 454

1.406 1.487 1.024 2.511 2.086 1.832 3.918

CRAS Granja de

Freitas 63 133 196

CRAS Mariano

de Abreu 193 192 385

CRAS Taquaril 136 235 371

Nordeste

CRAS Arthur de

Sá-União 188 130 318

1.057 2.085 1.683 3.768 2.588 2.237 4.825 CRAS Conjunto

Paulo VI 148 171 319

CRAS Vila

Maria 167 253 420

Noroeste

CRAS Vila

Califórnia 152 115 267

1.880 1.741 1.084 2.825 2.771 1.934 4.705

CRAS Coqueiral 277 187 464

CRAS Pedreira

Prado Lopes 193 196 389

CRAS Vila

Senhor Dos

Passos

244 200 444

CRAS Sumaré 164 152 316

Norte

CRAS Novo

Aarão Reis 279 302 581

2.385 1.072 847 1.919 2.241 2.063 4.304

CRAS Conjunto

Jardim

Felicidade

201 197 398

CRAS

Providência 268 267 535

Page 158: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

155

CRAS Vila

Biquinhas 245 251 496

CRAS Zilah

Spósito 176 199 375

Oeste

CRAS Havaí

Ventosa 187 249 436

1.339 1.660 1.198 2.858 2.255 1.942 4.197

CRAS Morro

Das Pedras 92 110 202

CRAS Vila

Antena 137 187 324

CRAS Vista

Alegre 179 198 377

Pampulha

CRAS Confisco 203 168 371

1.206 1.082 637 1.719 1.739 1.186 2.925

CRAS Novo

Ouro Preto 134 100 234

CRAS Santa

Rosa 137 101 238

CRAS Vila São

José 183 180 363

Venda

Nova

CRAS Vila

Apolônia 227 230 457

1.246 2.158 1.946 4.104 2.809 2.541 5.350 CRAS Lagoa 225 184 409

CRAS

Mantiqueira 199 181 380

TOTAL Total

6.080 6507 12.587 12.587 14.022 10.846 24.868 20.102 17.353 37.455

Fonte: INSS/out 2017

Elaboração: GVISO- SUASS/BH

Page 159: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

156

Mapa 6 – Distribuição dos beneficiários do BPC

Fonte: Prodabel/GVISO (2018)

Page 160: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

157

4.2. Mapeamento e cobertura da rede socioassistencial de Proteção Social

Especial – PSE

As ações de Proteção Social Especial correspondem ao nível de complexidade

do SUAS de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se

encontram em situação de risco pessoal e social e/ou em situação de violação de

direitos. Suas atenções são organizadas em dois níveis – a Proteção Social Especial de

Média e de Alta Complexidade.

4.2.1. Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade

A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais estabelece cinco tipos de

serviços para a Proteção Social Especial de Média Complexidade: o Serviço de Proteção

e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI; Serviço Especializado

em Abordagem Social; Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua;

Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa

de Liberdade Assistida – LA e de Prestação de Serviços à Comunidade – PSC e,

Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos (as) e suas

Famílias.

As ações no âmbito da média complexidade, segundo a PNAS/2004, devem ser

executadas de forma direta nos Centros de Referência Especializados de Assistência

Social – CREAS e/ou através da rede parceira.

Belo Horizonte possui a sua rede de Proteção Social Especial de Média

Complexidade organizada com as seguintes unidades conforme mapa a seguir:

Page 161: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

158

Mapa 7 – Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Média

Complexidade – 2017

Fonte: Prodabel/GVISO (2018)

Page 162: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

159

4.2.2. Ações estratégicas de Proteção Social Especial de Média

Complexidade

Caracterizam-se como atenções socioassistenciais desenvolvidas no município

referentes à identificação de fenômenos de risco social, que demandam estratégias

específicas e complementares.

a) Acompanhamento sociofamiliar / Bolsa moradia: Compreende a oferta de

atendimento/acompanhamento socioassistencial pelos serviços de Proteção

Social Básica e Proteção Social Especial, no âmbito do SUAS, às famílias e

indivíduos em situação de risco pessoal e social em decorrência de trajetória de

vida nas ruas e que são beneficiárias do Programa Municipal Bolsa Moradia. A

cada beneficiário é concedido, pela Companhia Urbanizadora e de Habitação

de Belo Horizonte (URBEL), o valor de R$500,00 (quinhentos reais) mensais

para subsidiar a locação de imóvel. Por meio de uma gestão intersetorial, cabe à

Política Municipal de Assistência Social assegurar o

acompanhamento socioassistencial aos beneficiários do Programa Bolsa

Moradia com o objetivo de prover atenções e orientações que visam ao

fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, da função protetiva da

família/indivíduo e a promoção de direitos no processo de superação da situação

de vida nas ruas. A Política Municipal de Assistência Social conta, em junho de

2018, com 290 benefícios destinados às famílias e indivíduos com trajetória de

vida nas ruas.

b) Ações Estratégicas de Erradicação do Trabalho Infantil – AEPETI: Crianças,

adolescentes e suas famílias são acompanhadas pela Prefeitura Municipal de

Belo Horizonte, em distintos serviços das Políticas de Assistência Social, Saúde,

Cultura e Esportes e Lazer quando em situação de trabalho infanto-juvenil. No

âmbito do SUAS/BH, as Ações Estratégicas do PETI – do Programa de

Erradicação do Trabalho Infantil apresentam-se como ações de caráter

estratégico no sentido de assegurar, além da transferência direta de renda às

famílias, por meio da integração com o Programa Bolsa Família, a interface com

os demais serviços socioassistenciais. O PETI possui basicamente cinco eixos de

atuação que compreendem desde (I) Informação e sensibilização acerca do

Page 163: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

160

fenômeno, (II) Identificação das crianças e adolescentes em situação de trabalho

infanto-juvenil, especialmente pela atuação do Serviço Especializado em

Abordagem Social (SEAS); (III) Proteção Social, mediante a orientação e

acompanhamento às famílias, por meio de dois serviços, o serviço de Proteção e

Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), que objetiva a

superação da situação de violação de direitos, e o serviço de Proteção e

Atendimento Integral à Família (PAIF), que visa à prevenção em relação ao

fenômeno com a inclusão das crianças e adolescentes no serviço de Convivência

e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), Escola Integrada e Trabalho Protegido.

No eixo (IV) Defesa e responsabilização compreendem o apoio e

acompanhamento das ações desenvolvidas pela Superintendência Regional do

Trabalho, Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. O quinto

eixo é o (V) Monitoramento do fenômeno no município e das ações para o seu

enfrentamento. Além disso, destacam-se as ações de retaguarda, por meio da

articulação com órgãos e instituições, que visam o desenvolvimento de toda a

família, por meio do Programa de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho -

Acessuas Trabalho na busca da autonomia das famílias usuárias da Política de

Assistência Social, por meio da integração ao mundo do trabalho e ao Trabalho

Aprendiz, que assegura o início da vida profissional de forma qualificada e

acompanhada para os adolescentes a partir de 14 anos.

4.2.3. Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Quanto à Proteção Social Especial de Alta Complexidade, a Tipificação estabelece

os seguintes serviços e modalidades:

a) Serviço de Acolhimento Institucional, nas modalidades: abrigo institucional,

Casa-Lar, Casa de Passagem, Residência Inclusiva;

b) Serviço de Acolhimento em República;

c) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;

d) Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.

Page 164: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

161

a) Família Acolhedora

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora é uma modalidade de

acolhimento familiar executado desde 2009, pela Prefeitura Municipal de Belo

Horizonte, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei

8.069/90, sendo esta modalidade apontada como preferencial em relação ao acolhimento

institucional (art.34).

Regulamentam este Serviço no âmbito nacional, o Plano Nacional de Promoção,

Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e

Comunitária - Resolução Conjunta CNAS/CONANDA, nº 1 de 13 de dezembro de

2006; as Orientações Técnicas do Conanda/CNAS - Resolução Conjunta

CONANDA/CNAS 01/2009; a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais-

Resolução nº 109/2009. No município este Serviço é regulamentado pela Resolução

Conjunta CMDCA/CMAS nº 01 de 2014, e pela Lei 10.871 de 2015.

O Serviço Família Acolhedora objetiva garantir o direito à convivência familiar

e comunitária, promovendo o acolhimento familiar de crianças e adolescentes na faixa

etária de 0 a 18 anos incompletos, em situação de risco pessoal e social, afastadas de

suas famílias, oferecendo apoio, orientação e acompanhamento sociofamiliar aos grupos

familiares envolvidos.

Nesse sentido, apresenta-se como especialmente adequado ao acolhimento de

crianças e adolescentes com possibilidade de reintegração familiar, uma vez que

“propicia o atendimento em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada e

convivência comunitária, permitindo a continuidade da socialização da

criança/adolescente” (CONANDA, p. 82).

A organização e funcionamento deste Serviço ocorrem em consonância com as

normativas vigentes, sendo que as crianças e/ou adolescentes no âmbito do SUAS/BH,

são identificados em dois grupos com caraterísticas específicas:

- Modalidade I: crianças e/ou adolescentes retirados da guarda dos pais ou responsáveis,

por meio de medida protetiva de acolhimento e com possibilidade de reintegração

familiar. Seus objetivos são: Oferecer proteção integral em ambiente familiar, a crianças

e adolescentes, buscando alcançar a convivência familiar através da reintegração em

família de origem, integração em família extensa e /ou ampliada ou colocação em

família substituta (acolhimento é de curta duração).

- Modalidade II: crianças e/ou adolescentes, com ou sem histórico de institucionalização

Page 165: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

162

e afastados do convívio familiar, sem possibilidade de retorno à família de

origem/extensa ou ampliada, atestada no momento a inexistência de postulantes à

adoção nacional ou internacional.

Objetivo: Oferecer proteção integral em ambiente familiar, a crianças e adolescentes

com ou sem histórico de institucionalização, que no momento não apresentam nenhuma

possibilidade de reintegração/integração familiar ou colocação em família substituta

(acolhimento de longa duração, podendo se estender até a maioridade).

4.2.4 Ações estratégicas de Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Caracterizam-se como atenções socioassistenciais desenvolvidas no município

referentes à proteção social para situações de violação de direitos que demandam

estratégias específicas e complementares.

a) PROFEG

O Programa Família Extensa Guardiã – PROFEG, foi instituído no município de

Belo Horizonte, no âmbito do SUAS/BH, em 19 de dezembro de 2017, por meio do

Decreto Municipal nº 16.801. O Programa tem o objetivo de ampliar as ações da

Proteção Social Especial de Alta Complexidade, na garantia da convivência familiar e

comunitária e no processo de desinstitucionalização das crianças e adolescentes que se

encontram sob medida protetiva de acolhimento.

Em termos gerais, a proposta de trabalho do PROFEG é ofertar subsídio

financeiro, por tempo determinado, à família extensa ou ampliada guardiã, em situação

de vulnerabilidade material e que esteja dentro dos critérios do Programa, favorecendo a

integração familiar, concomitante ao trabalho social com famílias ofertado pelos

Serviços socioassistenciais. O PROFEG tem como referência as seguranças afiançadas

pela Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004 nos termos descritos na

Norma Operacional Básica – NOB/SUAS: segurança de renda; de acolhida; do convívio

ou vivência familiar, comunitária e social; de autonomia; e, de apoio e auxílio. Cabe

salientar que o acompanhamento familiar das famílias inseridas neste programa deve ser

realizado pela PSB/PAIF e PSE/PAEFI.

Belo Horizonte dispõe, em sua rede governamental e não governamental

(parceira), das seguintes unidades nesse nível de proteção, conforme mapa abaixo:

Page 166: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

163

Mapa 8 – Localização dos equipamentos da Proteção Social Especial de Alta

Complexidade – 2017

Fonte: Prodabel/GVISO (2018)

Page 167: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

164

Cabe destacar que os serviços de proteção social básica e especial tem funções

distintas pelo nível de proteção e complexidade, mas devem dialogar e interagir na

perspectiva do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e na superação dos

ciclos de violações de direitos, contribuindo para a promoção dos direitos e

potencializando o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades.

5. INTEGRALIDADE E INTERSETORIALIDADE DA POLÍTICA DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL

No campo pragmático da administração pública, a efetivação da

intersetorialidade se apresenta como uma necessidade de integração de ações e,

também, um desafio na gestão das políticas públicas e sociais.

A estrutura hierarquizada e verticalizada do Estado, conformada em uma lógica

setorial, fragmentada, compartimentada pela especialização das diversas áreas, gera

dificuldades e lacunas na consolidação da gestão intersetorial das políticas públicas.

Nesse contexto, cada política setorial intervém apenas no seu campo específico de

atuação, sem levar em consideração a necessidade e potencialidade da inter-relação com

outras áreas, impossibilitando a ampliação do foco de ação e o alcance de maior eficácia

e efetividade da intervenção.

Contudo, na atualidade, a complexidade das questões sociais, de difícil

abordagem e trato e focadas na compreensão de que as demandas têm dimensão ampla e

multifacetada requerem, cada vez mais da intervenção estatal, respostas rápidas e

eficazes, pautadas em planejamento integrado, com tomada de decisões conjuntas e

articuladas entre as áreas, com a definição de objetivos comuns, com o envolvimento de

diversos e diferentes atores, com otimização de recursos, dentre outras questões. Assim,

a intersetorialidade na administração pública se configura como princípio que intervém

e qualifica o processo de gestão e de atendimento às demandas e necessidades dos

cidadãos, de forma compartilhada, convergente e complementar.

Sendo assim, a Política de Assistência Social que atua na efetivação da proteção

social, na universalização do acesso, na defesa e garantia dos direitos, na inclusão

social, na convivência e fortalecimento de vínculos, na superação das situações de

vulnerabilidade e risco dos cidadãos e, na vigilância socioassistencial, assume papel de

destaque no processo de interlocução e articulação da gestão intersetorial entre as

políticas públicas.

Page 168: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

165

Desta forma, a Assistência Social alicerça o seu fazer, a sua atuação na oferta

pública de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Todavia, para o

alcance de seus objetivos, na perspectiva da seguridade social, impõe a permanente,

proativa e sistêmica interlocução com outras políticas públicas e com o Sistema de

Garantia de Direitos.

Para além e de forma integrada à efetivação da intersetorialidade, a Política de

Assistência Social está focada na garantia da integralidade das ações e na mediação de

direitos, orientada pela concepção do cidadão e do dever do estado.

Entretanto, de forma geral, as iniciativas intersetoriais tendem a ser frágeis, não

em decorrência de uma possível falta de compreensão da sua importância por parte dos

gestores e técnicos, mas por serem concebidas como respostas possíveis a um ambiente

relacional, em que os atores se mobilizam para formular suas pautas de demandas e

inserir seus interesses na agenda pública.

Por sua vez, no seu campo próprio, a Assistência Social investe na

matricialidade sociofamiliar como amálgama entre suas proteções. A compreensão das

famílias, enquanto sujeito coletivo de direitos e unidade básica de intervenção,

incorpora destas os seus papéis, constituições e distintas dinâmicas. Fortalece, com elas,

seus laços e vínculos e não ignora o que distingue seus integrantes. Neste cuidado, a

Assistência Social se configura como política transversal, com olhar que vai para além

do segmento populacional, do ciclo de vida, do gênero, da identidade, da orientação e

opção sexual, da raça/cor, das condições de risco e vulnerabilidades pessoais e sociais.

Esta abrangência, presente nos grupos familiares e comunitários, demanda flexibilidade

da política para materializar seguranças e proteções. Isso porque as vulnerabilidades são

multicausais e afetam indivíduos, famílias e comunidades de diferentes maneiras e

intensidades. Além das causas estruturais, os processos de exclusão possuem razões,

também, decorrentes do convívio relacional. E, para enfrentar as desproteções em face

aos riscos sociais, são necessárias intervenções de várias políticas sociais.

Sendo assim, a atenção às necessidades presentes ao longo da vida daqueles que

“dela necessitam” demanda diferentes ações e estratégias de proteção social. Se as

exclusões e desfiliações são diferentes, os métodos e processos também o são. Não há

uma resposta pré-agendada. Alguns podem precisar de transferência de renda, outros de

encaminhamentos referenciados para outras políticas, e outros de condições para o

desenvolvimento de suas capacidades. E haverá, ainda, aqueles cujas ofertas

Page 169: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

166

socioassistenciais não serão suficientes para a proteção e promoção da atenção e da

autonomia necessárias.

O compromisso com estas demandas deve aliar recursos técnicos, orçamentários,

estruturais e sensibilidade na lógica da efetivação da integralidade do ser humano. Se

faltar um deles, a atuação poderá ficar comprometida. A execução de suas ações

engendra o estabelecimento de prioridades, elaboração de indicadores,

georreferenciamento dos territórios e processos de monitoramento e avaliação.

No âmbito da intersetorialidade e integralidade das ações, muitas intervenções e

respostas deverão ser compartilhadas com outras políticas públicas, referendadas por

outros conselhos. Assim, a participação social e o controle público da política da

Assistência Social podem contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços

socioassistenciais e com melhor articulação com outras políticas e conselhos.

Na efetivação da intersetorialidade, o Conselho Municipal de Assistência Social

tem papel imprescindível e é um grande aliado, contribuindo para uma gestão

republicana e laica, orientada aos interesses públicos. Para tanto, demanda de seus pares

a compreensão sobre a comunidade política, as estruturas de poder e as

institucionalidades das administrações municipais. O controle público é um espaço de

vivência da política e do político.

A cultura brasileira da política pública, de uma forma geral, se desenvolveu

meritocrática e particularista. A população mais vulnerável, alijada intencionalmente de

seus direitos sociais, se tornou ainda mais vulnerável. Mas, apesar de tudo, a sociedade

sempre buscou, mesmo nos regimes políticos autoritários, avocar sua voz e se fazer

ouvir, com ênfase no papel incondicional dos movimentos sociais, associações e fóruns.

Os conselhos têm origem neste processo participativo. A articulação entre eles

integra seus públicos, potencializa o compartilhamento de diretrizes e de recursos,

estabelece diagnósticos colaborativos com análises situacionais para a definição de

prioridades, qualifica a governança e subsidia o Executivo e o Legislativo no

detalhamento dos orçamentos públicos.

A prática da intersetorialidade afirma o compromisso da gestão pública nos

níveis estratégico, tático e operacional, considerando o envolvimento de múltiplos

atores, de diversas instâncias e áreas. Esta interseção favorece aos representantes das

entidades da sociedade civil, trabalhadores e usuários acompanhar, analisar e avaliar a

gestão da Assistência Social na perspectiva não só de uma política de governo, mas

também de política de Estado, garantindo a sustentabilidade da política.

Page 170: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

167

De forma a ampliar o foco e garantir a intersetorialidade e integralidade na

Assistência Social, a SUASS tem relação e representação em diversos e estratégicos

espaços, como: CMI – Conselho Municipal do Idoso, CMDCA – Conselho Municipal

dos Direitos da Criança e do Adolescente, COMUSAN – Conselho Municipal de

Segurança Alimentar e Nutricional, CMDM – Conselho Municipal dos Direitos da

Mulher, CMDPD – Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência,

CMHAB – Conselho Municipal de Habitação, CMPD – Conselho Municipal de

Políticas sobre Drogas; Comitê de Monitoramento e Assessoramento da Política

Municipal para População em Situação de Rua; Fórum de Abrigos; Fórum de

Entidades; Fórum Permanente do Sistema de Atendimento Socioeducativo; dentre

outros. Destaca-se ainda que, com relação ao CMAS, a composição da representação

dos conselheiros abrange várias políticas, permitindo trocas e inter-relação com

distintos públicos e áreas temáticas.

Page 171: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

168

6. DIRETRIZES E PRIORIDADES PARA O QUADRIÊNIO 2018/2021

As diretrizes para o Plano Municipal de Assistência Social para o quadriênio 2018/2021

foram definidas com base no II Plano Decenal de Assistência Social (2016/2026), de âmbito

nacional. São elas:

1. Plena universalização do SUAS, tornando-o completamente acessível, com

respeito à diversidade e à heterogeneidade dos indivíduos, famílias e territórios.

2. Contínuo aperfeiçoamento institucional do SUAS, respeitando a diversidade e

heterogeneidade dos indivíduos, das famílias e dos territórios.

3. Plena integração dos dispositivos de segurança de renda na gestão do SUAS

em âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal.

4. Plena gestão democrática e participativa e estruturação de política de

comunicação em âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal.

5. Plena integralidade da proteção socioassistencial.

7. OBJETIVO GERAL E METAS

O objetivo e as metas deste Plano para o quadriênio 2018/2021 para o município têm

como referências:

a) o II Plano Decenal de Assistência Social 2016-2026;

b) o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2018-2021;

c) os projetos estratégicos/transformadores50

;

50

A Subsecretaria de Assistência Social possui dois projetos estratégicos/transformadores no portfolio da

atual gestão da Prefeitura de Belo Horizonte: SUAS BH Protege e SUAS Pop Rua. O SUAS BH Protege

tem como objetivo fortalecer a proteção social básica com vistas à prevenir as situações de

vulnerabilidade, risco social e pessoal, violação de direitos e ampliar a capacidade protetiva familiar e

comunitária nos territórios de referência das unidades de proteção social (CRAS). Ele é composto por 5

subprojetos: a) Adequar os CRAS existentes de acordo com as normativas do SUAS, que consiste na

realização de obras de adequações e manutenção dos imóveis dos CRAS, melhoria da infraestrutura dos

CRAS por meio da instalação de fibra ótica e sistema operacional e recomposição das equipes de

referência que atuam nos CRAS; b) Implantar novos CRAS, a partir de estudos socioterritoriais para

identificação dos territórios prioritários; c) Ampliar e qualificar os serviços oferecidos no CRAS - Serviço

de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, o serviço de convivência e fortalecimento de

vínculos – SCFV, e Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para pessoas com deficiência e

idosas; d) Regular os benefícios eventuais e ampliar a concessão às famílias e indivíduos em situação de

extrema pobreza; e) Ampliar a execução do Cadastro Único para Programas Sociais por meio de sua

descentralização nos 34 CRAS. O Projeto SUAS Pop rua tem como objetivo promover a (re)construção

de vínculos sociais, comunitários e familiares, possibilitando a superação de extrema vulnerabilidade e

risco social e pessoal, presentes na vivência da situação de rua. Para tal, ele conta com um conjunto

robusto de ações de ampliação e qualificação dos serviços de proteção social especial de média e alta

Page 172: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

169

d) as prioridades deliberadas na 12ª Conferência Municipal de Assistência Social;

e) os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS51

;

f) a realidade municipal, nos termos apontados pela aproximação diagnóstica

apresentada neste documento.

7.1. Objetivo Geral

Aprimorar a gestão e a oferta de serviços, programas, projetos e benefícios

socioassistenciais do Sistema Único da Assistência Social de Belo Horizonte – SUAS-BH, com

respeito à diversidade e à heterogeneidade dos indivíduos, famílias e territórios, visando o

enfrentamento de desigualdades, a promoção da equidade e a consolidação da proteção

socioassistencial.

complexidade para a população em situação de rua: Adequação de unidade de Acolhimento Institucional

em casa de Passagem para Adulto; Adequação de unidade de Acolhimento Institucional em Abrigo para

Famílias; Implantação de Unidade de Acolhimento Institucional para Pessoa em Situação de Rua em caso

de Pós Alta Hospitalar; Implantação de Unidade de Acolhimento Institucional em Abrigo para Famílias;

Implantação de Unidade de Acolhimento Institucional em Abrigo para Adultos; Adequação de Centros de

Referência Especializados da Assistência Social – CREAS; Qualificar o Serviço Especializado em

Abordagem Social/CENTRO POP ou CREAS; Adequação de Centros de Referência Especializados para

pessoas em Situação de Rua - Centro POP e Implantação de novos Centros de Referência Especializados

para pessoas em situação de rua - CENTRO POP.

51

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), acordados por ocasião da Cúpula das Nações

Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de

cooperação internacional nos próximos quinze anos, sucedendo e atualizando os Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio (ODM). Foram definidos 17 Objetivos e 169 metas, envolvendo temáticas

diversificadas, como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação,

igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de

produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos

e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização,

governança, e meios de implementação. Sob a coordenação da Subsecretaria de Planejamento e

Orçamento, a Prefeitura de Belo Horizonte realiza o monitoramento dos 17 Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de subsidiar as políticas públicas na cidade e com o

compromisso de assegurar o desenvolvimento sustentável em suas dimensões social, econômica e

ambiental, um conjunto de indicadores e metas locais será acompanhado até o ano de 2030. Fontes:

http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/134-

objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods https://prefeitura.pbh.gov.br/planejamento/planejamento-

e-orcamento/objetivos-do-desenvolvimento-sustentavel .

Page 173: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

170

7.2. Metas para o quadriênio 2018/202152

Quadro 13 - Metas para o quadriênio 2018/2021

DIRETRIZ 1: PLENA UNIVERSALIZAÇÃO DO SUAS, TORNANDO-O COMPLETAMENTE ACESSÍVEL, COM

RESPEITO À DIVERSIDADE E À HETEROGENEIDADE DOS INDIVÍDUOS, FAMÍLIAS E TERRITÓRIOS.

EIXO META 2018 2019 2020 2021

Proteção Social

Básica

Implantar unidades de Centros de

Referência de Assistência Social -

CRAS

2 unidades 3 unidades 3 unidades 0 unidades

Implantar unidades de Centros de

Convivência, prioritariamente

para público idoso, buscando

alcançar uma unidade por

regional

1 unidades 3 unidades 3 unidades 2 unidades

Adequar as unidades de Centros

de Referência de Assistência

Social – CRAS, de forma que

todas tenham acessibilidade

3 unidades 4 unidades 4 unidades 5 unidades

Descentralizar o Cadastro Único

para Programas Sociais nos 34

CRAS

10 CRAS 14 CRAS 10 CRAS 0

Serviço de Proteção

Social Especial –

Média Complexidade

Adequar Centros de Referência

Especializados da Assistência

Social – CREAS

9 unidades 0 unidades 0 unidades 0 unidades

Implantar Centros Dia para

Pessoas com Deficiência, Idosas e

suas Famílias - CENTRO DIA

0 unidades 1 unidade 1 unidade 0 unidades

Adequar Centros de Referência

Especializados para pessoas em

situação de rua - CENTRO POP

2 unidades 0 unidades 0 unidades 0 unidades

Implantar Centros de Referência

Especializados para pessoas em

situação de rua - CENTRO POP

1 unidade 1 unidade 1 unidade 0 unidades

Implantar o Serviço de Proteção

Social Especial para Pessoas com

Deficiência, Idosas e suas

Famílias

Serviço

implantado - - -

Proteção Social

Especial – Alta

Implantar unidades de

acolhimento institucional na

modalidade residência inclusiva

1 unidade 1 unidade 1 unidade 0 unidades

52

O cumprimento das metas previstas nesse PMAS deve estar articulado ao processo de revisão do

PPAG. Sua execução depende da garantia e da disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros

oriundos do tesouro municipal e do cofinanciamento estadual e federal.

Page 174: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

171

Complexidade para pessoa com deficiência

Implantar unidades de

acolhimento na modalidade

abrigo para criança e adolescente

2 unidades 0 unidades 0 unidades 0 unidades

Implantar serviço de acolhimento

institucional na modalidade casa

de passagem para adulto

1 unidade 0 unidades 0 unidades 0 unidades

Adequar unidade de acolhimento

institucional na modalidade casa

de passagem para adulto

430 vagas

disponibilizadas

400 vagas

disponibilizad

as

400 vagas

disponibiliza

das

400 vagas

disponibiliza

das

Adequar unidade de acolhimento

institucional na modalidade

abrigo para famílias

1 unidade 0 unidades 0 unidades 0 unidades

Implantar unidade de acolhimento

institucional na modalidade

república para adultos

0 unidades 1unidade 0 unidades 0 unidades

Implantar unidade de acolhimento

institucional para pessoa em

situação de rua em caso de pós

alta hospitalar

1 unidade 1 unidade 0 unidades 0 unidades

Implantar unidade de acolhimento

na modalidade república para

idosos

2 unidades 2 unidades 2 unidades 0 unidades

Implantar unidade de acolhimento

institucional na modalidade

abrigo para famílias

1 unidade 0 unidades 0 unidades 0 unidades

Implantar unidade de acolhimento

institucional na modalidade

abrigo para adultos

3 unidades 1 unidade 1 unidade 0 unidades

Implantar unidade de acolhimento

institucional na modalidade

república para jovens

1 unidade - - -

Desenvolver e implantar

metodologia para o atendimento e

acolhimento conjunto para

gestantes, mães em situação de

vulnerabilidade e seus bebês

Metodologia

desenvolvida

Metodologia

implantada - -

Aprimoramento do

SUAS

Garantir o acesso de indivíduos e

famílias residentes nas ocupações

urbanas aos serviços, programas,

projetos e benefícios

socioassistenciais municipais.

Realização de

estudo sobre

ocupações

urbanas em BH

Desenvolvime

nto de

estratégias de

promoção do

acesso dessa

população às

- -

Page 175: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

172

ofertas

socioassistenci

ais

DIRETRIZ 2: CONTÍNUO APERFEIÇOAMENTO INSTITUCIONAL DO SUAS, RESPEITANDO A DIVERSIDADE

E HETEROGENEIDADE DOS INDIVÍDUOS, DAS FAMÍLIAS E DOS TERRITÓRIOS.

EIXO META 2018 2019 2020 2021

Proteção Social

Básica

Ampliar o referenciamento de

famílias no Serviço de Proteção e

Atendimento Integral à Família -

PAIF/CRAS

189.388

famílias

referenciadas

204.388

famílias

referenciadas

219.388

famílias

referenciada

s

219.388

famílias

referenciada

s

Atender usuários no Serviço de

Convivência e Fortalecimento de

Vínculos para crianças,

adolescentes, jovens, adultos e

idosos - SCFV/CRAS

3.000 pessoas

atendidas

3.300 pessoas

atendidas

3.300

pessoas

atendidas

3.300

pessoas

atendidas

Reordenamento dos grupos de

convivência para idosos Reordenamento

realizado - - -

Reordenamento e qualificação do

Serviço de Proteção Social Básica

no Domicílio para Pessoas com

Deficiência e Idosas

- Reordenament

o realizado - -

Ampliar o número de usuários

atendidos no Serviço de Proteção

Social Básica no Domicílio para

Pessoas com Deficiência e Idosas

1.000 pessoas

atendidas

1.155 pessoas

atendidas

1.355

pessoas

atendidas

1.355

pessoas

atendidas

Qualificar a oferta do serviço de

convivência e fortalecimento de

vínculos, por meio do

fortalecimento da relação com a

rede socioassistencial não

governamental

Plano de

qualificação

elaborado

Plano de

qualificação

implementado

Serviço de Proteção

Social Especial de

Média

Complexidades

Realizar atendimentos no Serviço

de Proteção aos Adolescentes em

Cumprimento de Medidas

Socioeducativas – LA e

PSC/CREAS

2.070 pessoas

atendidas

2.070 pessoas

atendidas

2.070

pessoas

atendidas

2.070

pessoas

atendidas

Acompanhar famílias no Serviço

de Proteção e Atendimento

Especializado às Famílias e

indivíduos – PAEFI/CREAS

3.640 famílias

acompanhadas

3.660 famílias

acompanhadas

3.912

famílias

acompanhad

as

4.406

famílias

acompanhad

as

Acompanhar famílias no Serviço

de Proteção Social Especial para

Pessoas com Deficiência, Idosas e

suas Famílias/CREAS

450 pessoas

acompanhadas

450 pessoas

acompanhadas

450 pessoas

acompanhad

as

450 pessoas

acompanhad

as

Page 176: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

173

Ampliar o número de famílias

atendidas/acompanhadas no

Serviço de Proteção Social

Especial para Pessoas com

Deficiência, Idosas e suas

Famílias/CENTRO DIA

150 famílias

acompanhadas

310 famílias

acompanhadas

470 famílias

acompanhad

as

470 famílias

acompanhad

as

Realizar atendimentos no Serviço

Especializado em Abordagem

Social/CENTRO POP ou CREAS

1.550 pessoas

atendidas

1.550 pessoas

atendidas

1.550

pessoas

atendidas

1.550

pessoas

atendidas

Realizar atendimentos no Serviço

Especializado para crianças e

adolescentes em situação de

rua/CENTRO POP

80 pessoas

atendidas

80 pessoas

atendidas

80 pessoas

atendidas

80 pessoas

atendidas

Realizar atendimentos no Serviço

Especializado para Pessoas em

Situação de Rua / CENTRO POP

1.380 pessoas

atendidas

1.730 pessoas

atendidas

2.080

pessoas

atendidas

2.080

pessoas

atendidas

Ampliar o acompanhamento pelo

PAEFI das famílias de origem de

crianças e adolescentes em

situação de acolhimento

institucional.

90 famílias

acompanhadas

180 famílias

acompanhadas

220 famílias

acompanhad

as

270 famílias

acompanhad

as

Serviço de Proteção

Social Especial de

Alta Complexidade

Manter vagas disponibilizadas no

Serviço de Acolhimento

Institucional na modalidade

Abrigo para pessoa com

deficiência

65 vagas

disponibilizadas

65 vagas

disponibilizad

as

65 vagas

disponibiliza

das

65 vagas

disponibiliza

das

Manter vagas disponibilizadas no

Serviço de Acolhimento

Institucional na modalidade

Abrigo para criança e adolescente

762 vagas

disponibilizadas

762 vagas

disponibilizad

as

762 vagas

disponibiliza

das

762 vagas

disponibiliza

das

Manter vagas disponibilizadas

Serviço de Acolhimento na

modalidade Família Acolhedora

30 vagas

disponibilizadas

45 vagas

disponibilizad

as

60 vagas

disponibiliza

das

60 vagas

disponibiliza

das

Manter vagas disponibilizadas no

Serviço de Acolhimento

Institucional na modalidade

abrigo para famílias

60 vagas

disponibilizadas

60 vagas

disponibilizad

as

60 vagas

disponibiliza

das

60 vagas

disponibiliza

das

Manter vagas disponibilizadas no

Serviço de Acolhimento

Institucional na modalidade

abrigo para adultos

377 vagas

disponibilizadas

377 vagas

disponibilizad

as

377 vagas

disponibiliza

das

377 vagas

disponibiliza

das

Manter vagas disponibilizadas no

Serviço de Acolhimento

Institucional na modalidade

132 vagas

disponibilizadas

132 vagas

disponibilizad

as

132 vagas

disponibiliza

das

132 vagas

disponibiliza

das

Page 177: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

174

Serviço de Proteção

Social Especial de

Alta Complexidade

abrigo para famílias

Ampliar o número de vagas

disponibilizadas no Serviço de

Acolhimento Institucional na

modalidade residência inclusiva

para pessoa com deficiência

75 vagas

disponibilizadas

85 vagas

disponibilizad

as

95 vagas

disponibiliza

das

95 vagas

disponibiliza

das

Manter vagas disponibilizadas no

Serviço em Acolhimento na

modalidade república para jovens

12 vagas

disponibilizadas

12 vagas

disponibilizad

as

12 vagas

disponibiliza

das

12 vagas

disponibiliza

das

Manter vagas disponibilizadas no

Serviço em Acolhimento

Institucional na modalidade

república para adultos

0 vagas

disponibilizadas

10 vagas

disponibilizad

as

10 vagas

disponibiliza

das

10 vagas

disponibiliza

das

Ampliar o número de vagas

disponibilizadas no Serviço de

Acolhimento Institucional na

modalidade abrigo para idosos –

ILPI

906 vagas

disponibilizadas

1.028 vagas

disponibilizad

as

1.058 vagas

disponibiliza

das

1.058 vagas

disponibiliza

das

Ampliar o número de vagas

disponibilizadas no Serviço de

Acolhimento Institucional na

modalidade Abrigo para pessoa

em situação de rua em caso de

pós alta hospitalar

40 vagas

disponibilizadas

60 vagas

disponibilizad

as

60 vagas

disponibiliza

das

60 vagas

disponibiliza

das

Ampliar o número de vagas

disponibilizadas no Serviço de

Acolhimento na modalidade

república para idosos

27 vagas

disponibilizadas

47 vagas

disponibilizad

as

67 vagas

disponibiliza

das

67 vagas

disponibiliza

das

Ações Estratégicas

de Proteção Social

Especial

Atender demandas de

acolhimento no Núcleo de

Atendimento às Medidas de

Proteção em Acolhimento –

NAMPA/Central de Vagas

1.700 demandas

por acolhimento

1.700

demandas por

acolhimento

1.700

demandas

por

acolhimento

1.700

demandas

por

acolhimento

Atender adolescentes no Núcleo

de Atendimento às Medidas

Socioeducativas e Protetivas –

NAMSEP

3.400

adolescentes

atendidos

3.400

adolescentes

atendidos

3.400

adolescentes

atendidos

3.400

adolescentes

atendidos

Fomentar a inserção da Pop Rua e

migrante no mundo do trabalho,

por meio da articulação com

ações municipais de trabalho e

renda.

Articulação com

Subsecretaria de

Trabalho e

Emprego

- - -

Fomentar a articulação entre a

política de trabalho e moradia

Articulação

realizada - - -

Page 178: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

175

Ações Estratégicas

de Proteção Social

Especial

para população de rua de modo a

garantir que o usuário que

conseguiu inserção no mundo do

trabalho tenha acesso à moradia.

Implementar o Plano Municipal

de Erradicação do Trabalho

Infantil, articulado às Ações

Estratégicas de Erradicação do

Trabalho Infantil - AEPETI

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Implantar as ações da política de

assistência social previstas o

Plano Decenal Municipal de

Atendimento Socioeducativo no

município.

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Promover ações intersetoriais

voltadas ao atendimento de

crianças e adolescentes em

situação e/ou trajetória de vida na

rua, garantindo a integralidade da

atenção socioassistencial e acesso

a direitos.

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Promover ações intersetoriais

voltadas para o egresso do

sistema prisional/com

monitoramento eletrônico por

meio de tornozeleira, garantindo a

atenção socioassistencial e o

acesso a direitos.

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Qualificar o acompanhamento de

adolescentes em cumprimento de

medidas, articulando os serviços,

programas, projetos e benefícios

de Proteção Básica, Proteção

Especial e da Rede

Socioassistencial.

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Implantação do Programa

Retorno Protegido -

Programa

implantado - -

Participação Popular

Promover ações de incentivo ao

protagonismo e participação de

crianças, adolescentes e jovens;

população de rua; povos e

comunidades tradicionais

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Vigilância

Socioassistencial

Criar indicador de satisfação para

serviços socioassistenciais

1 indicador para

CRAS criado

2 indicadores

criados - -

Page 179: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

176

Reestruturar a vigilância

socioassistencial, com foco no

seu fortalecimento enquanto

função da política de assistência

social e na revisão e

aprimoramento do SIGPS.

1 plano de

reestruturação

implantado

- - -

Universalizar a implantação do

SIGPS nos Centros de Referência

de Assistência Social - CRAS.

8 CRAS 11 CRAS 3 CRAS -

Ampliar a implantação do SIGPS

nas unidades de acolhimento

institucional

2 3 4 4

Gestão do Trabalho e

Educação

Permanente do

SUAS

Qualificar trabalhadores e

gestores da rede pública e privada

do SUAS, conforme estratégias

definidas no Plano Municipal de

Educação Permanente

2.434 pessoas

qualificadas

2.434 pessoas

qualificadas

2.434

pessoas

qualificadas

2.434

pessoas

qualificadas

Formar trabalhadores e gestores

da rede pública e privada do

SUAS

20 pessoas

inseridas em

curso de

formação

20 pessoas

inseridas em

curso de

formação

20 pessoas

inseridas em

curso de

formação

20 pessoas

inseridas em

curso de

formação

Capacitar conselheiros 80 pessoas

capacitadas

80 pessoas

capacitadas

80 pessoas

capacitadas

80 pessoas

capacitadas

Implementar a Mesa de Gestão do

Trabalho do SUAS

Pelo menos 6

reuniões

realizadas

Pelo menos 6

reuniões

realizadas

Pelo menos

6 reuniões

realizadas

Pelo menos

6 reuniões

realizadas

Elaborar Plano Municipal de

Educação Permanente do SUAS-

BH

1 plano

elaborado - - -

Desenvolver e implantar

parâmetros para a supervisão

técnica, de acordo com diretrizes

da Política Nacional de Educação

Permanente.

Parâmetros

elaborados e

implantados

- - -

Recompor as equipes de

referência dos serviços

socioassistenciais, com base nas

diretrizes definidas na Norma

Operacional Básica dos Recursos

Humanos - NOB SUAS-RH,

Resolução CNAS nº17/2011, e de

acordo com negociações

realizadas com a

SUGESP/SMPOG e com estudo

de demanda dos

Início

recomposição - - -

Page 180: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

177

serviços/necessidade de força de

trabalho.

Promover atividades de formação

para os trabalhadores da rede de

atendimento do SUAS em relação

às especificidades relacionadas à

população LGBT.

Pelo menos uma

capacitação

realizada sobre

o tema

Pelo menos

uma

capacitação

realizada

sobre o tema

Pelo menos

uma

capacitação

realizada

sobre o tema

Pelo menos

uma

capacitação

realizada

sobre o tema

Regulação do SUAS

Parametrizar a oferta de todos os

serviços socioassistenciais

ofertados no SUAS.

50% dos

serviços

parametrizados

100% dos

serviços

parametrizado

s

- -

Criar a Política Municipal de

Regulação do SUAS - Política criada - -

Apoio técnico às

entidades

socioassistenciais

Fomentar o vínculo SUAS com as

entidades socioassistenciais que

compõem a rede do SUAS-BH

Pelo menos 2

encontros com

entidades

socioassistenciai

s realizados

Pelo menos 2

encontros com

entidades

socioassistenci

ais realizados

Pelo menos

2 encontros

com

entidades

socioassisten

ciais

realizados

Pelo menos

2 encontros

com

entidades

socioassisten

ciais

realizados

Criar a implementar Plano de

Apoio Técnico às entidades

socioassistenciais do SUAS-BH

Plano criado e

implementado

Plano

implementado

Plano

implementad

o

Plano

implementad

o

Relação com Sistema

de Garantia de

Direitos

Fomentar o diálogo entre a

SUASS e o Sistema de Garantia

de Direitos

Reconstituir a

comunicação

com os órgãos

de defesa do

Sistema de

Garantia de

Direitos

Ação contínua Ação

contínua

Ação

contínua

Qualificar as articulações

institucionais e interinstitucionais

em face do aperfeiçoamento da

relação entre os serviços da

SUASS e o Sistema de Garantia

de Direitos, em especial com os

órgãos de defesa dos direitos

humanos

Implantação de

fluxo

operacional

Ação contínua Ação

contínua

Ação

contínua

DIRETRIZ 3: PLENA INTEGRAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA DE RENDA NA GESTÃO DO SUAS

EM ÂMBITOS FEDERAL, ESTADUAL, DO DISTRITO FEDERAL E MUNICIPAL

EIXO META 2018 2019 2020 2021

Benefícios,

Transferência de

Renda e Cadastro

Inserir e manter cadastro das

famílias no Cadastro Único -

CADÚNICO

35.631

cadastros

realizados/

atualizados

50.461

cadastros

realizados/

atualizados

63.588

cadastros

realizados/

atualizados

64.444

cadastros

realizados/

atualizados

Page 181: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

178

Único Descentralizar o Cadastro Único

em todos os CRAS 10 CRAS 14 CRAS 10 CRAS 0

Aquisição de equipamentos e

adequação de infraestrutura

tecnológica dos CRAS

34 CRAS - - -

Publicar Decreto de

regulamentação dos benefícios

eventuais

Decreto

publicado - - -

Inserir nos Serviços do SUAS e

no Cadastro Único para

Programas Sociais beneficiários

do BPC e suas famílias

13.446 usuários 13.446

usuários

13.446

usuários

13.446

usuários

Programas e Projetos

de Proteção Social

Básica

Ampliar atendimentos em

Programa de Intermediação de

Mão de Obra para Pessoa com

Deficiência - PROMETI

4.300 pessoas

atendidas

4.700 pessoas

atendidas

5.000

pessoas

atendidas

5.000

pessoas

atendidas

Manter atendimentos em

Programa de Promoção ao

Adolescente Trabalhador

180

adolescentes

atendidos

180

adolescentes

atendidos

180

adolescentes

atendidos

180

adolescentes

atendidos

Realizar atendimentos em

Programa de Integração ao

Mundo do Trabalho –

ACESSUAS

1.800 pessoas

atendidas

0 pessoas

atendidas

0 pessoas

atendidas

0 pessoas

atendidas

Disponibilizar vagas Programa

Municipal de Qualificação,

Emprego e Renda

1.055 vagas

disponibilizadas

1.213 vagas

disponibilizad

as

1.395vagas

disponibiliza

das

1.395 vagas

disponibiliza

das

Aprimoramento da

gestão do SUAS

Fortalecer a articulação e

aprimorar os fluxos da rede

socioassistencial entre as

entidades de qualificação

profissional e os serviços

socioassistenciais

Ação

continuada

Ação

continuada Ação

continuada Ação

continuada

DIRETRIZ 4: PLENA GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA E ESTRUTURAÇÃO DE POLÍTICA DE

COMUNICAÇÃO EM ÂMBITO FEDERAL, ESTADUAL, DO DISTRITO FEDERAL E MUNICIPAL

EIXO META 2018 2019 2020 2021

Participação Popular

Promover encontros dos

beneficiários do Programa Bolsa

Família

Pelo menos 1

encontro

realizado

Pelo menos 1

encontro

realizado

Pelo menos

1 encontro

realizado

Pelo menos

1 encontro

realizado

Promover Encontro Municipal de

Usuários do SUAS/BH

Pelo menos 1

encontro

realizado

Pelo menos 1

encontro

realizado

Pelo menos

1 encontro

realizado

Pelo menos

1 encontro

realizado

Page 182: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

179

Promover Encontro Municipal de

Trabalhadores do SUAS/BH

Pelo menos 1

encontro

realizado

Pelo menos 1

encontro

realizado

Pelo menos

1 encontro

realizado

Pelo menos

1 encontro

realizado

Promover Encontro Municipal de

Entidades do SUAS/BH

Pelo menos 1

encontro

realizado

Pelo menos 1

encontro

realizado

Pelo menos

1 encontro

realizado

Pelo menos

1 encontro

realizado

Promover a integração e a oferta

de ações junto aos conselhos

setoriais, de forma articulada e

planejada

Ação

continuada

Ação

continuada Ação

continuada Ação

continuada

Promover encontros semestrais de

CORAS ampliada no CMAS/BH

2 encontros

realizados

2 encontros

realizados 2 encontros

realizados 2 encontros

realizados

Realizar Conferências 0 eventos

realizados

10 eventos

realizados

0 eventos

realizados

10 eventos

realizados

Fortalecer a participação popular

nos CORAS, CLAS e Serviços

1.800

participantes

1.800

participantes

1.800

participantes

1.800

participantes

Promover estratégias de interface

entre o CMAS e os conselhos de

direitos, especialmente com

CMDCA

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Ação

continuada

Informatizar processos do CMAS Plano elaborado

Plano

implementado - -

Comunicação e

Mobilização Social

Produzir e publicar material 3 publicações

realizadas

3 publicações

realizadas

3

publicações

realizadas

2

publicações

realizadas

Produzir eventos 13 eventos

produzidos

13 eventos

produzidos

13 eventos

produzidos

13 eventos

produzidos

Produzir campanhas 4 campanhas

produzidas

4 campanhas

produzidas

4 campanhas

produzidas

4 campanhas

produzidas

Desenvolver website institucional

de gestão do SUAS

1 website

produzido - - -

DIRETRIZ 5: PLENA INTEGRALIDADE DA PROTEÇÃO SOCIOASSISTENCIAL

EIXO META 2018 2019 2020 2021

Ações Estratégicas

de Proteção Social

Básica

Promover convivência

comunitária para pessoas idosas /

Regional

2.030 pessoas

atendidas

2.030 pessoas

atendidas

2.030

pessoas

atendidas

2.030

pessoas

atendidas

Atender e realizar

acompanhamento sociofamiliar /

Regional

2.044 famílias

atendidas

2.044 famílias

atendidas

2.044

famílias

atendidas

2.044

famílias

atendidas

Page 183: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

180

Benefícios,

Transferência de

Renda e Cadastro

Único

Conceder Benefícios Eventuais 76.167

benefícios

concedidos

79.974

benefícios

concedidos

83.970

benefícios

concedidos

88.173

benefícios

concedidos

Conceder Bilhetes Sociais

230.562 bilhetes

concedidos

230.562

bilhetes

concedidos

230.562

bilhetes

concedidos

230.562

bilhetes

concedidos

Ações Estratégicas

de Proteção Social

Especial

Realizar atendimento/

acompanhamento sociofamiliar

dos beneficiários do Bolsa

Moradia

290 famílias

acompanhadas

290 famílias

acompanhadas

290 famílias

acompanhad

as

290 famílias

acompanhad

as

Conceder Bolsa Auxílio às

Famílias Extensas/ Ampliadas do

Programa Família Extensa

Guardiã

40 famílias

beneficiadas

40 famílias

beneficiadas

40 famílias

beneficiadas

40 famílias

beneficiadas

Conceder Bolsa Auxílio às

Famílias Acolhedoras

40 famílias

beneficiadas

60 famílias

beneficiadas

80 famílias

beneficiadas

80 famílias

beneficiadas

Acompanhar a identificação,

atendimento e monitoramento das

situações de trabalho infantil

1.300 famílias

atendidas

1.700 famílias

atendidas

2.000

famílias

atendidas

2.000

famílias

atendidas

8. FINANCIAMENTO

8.1. O financiamento do SUAS-BH

Política pública gerida por meio de Fundo Especial nos termos da Lei Federal nº

4.320/64 e Resolução do CNAS nº 33/2012, o Fundo Municipal de Assistência Social –

FMAS encontra-se sob gestão da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança

Alimentar e Cidadania – SMASAC, conforme disposto na Lei Municipal nº 11.065/2017.

Constituído em Unidade Orçamentária, o FMAS, até o ano de 2013, não incorporava

despesas com pessoal efetivo da política de Assistência Social. A partir de 2014, além da

despesa com pessoal efetivo, as despesas regionalizadas da Assistência Social passaram a ser

incorporadas ao FMAS.

Do total de recursos executados entre 2014 e 2017, 78,02% foram oriundos do Tesouro

Municipal (ROT), 18,58% foram oriundos da União (FNAS), 3,34% foram oriundos do

Estado (FEAS) e 0,06% foram oriundos de transferência da Secretaria de Estado de Defesa

Social (SEDS), conforme demonstrado na tabela abaixo.

Tabela 53 - Execução orçamentária (por fonte) – PPAG 2014-2017

Page 184: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

181

FONTE EXEC

2014

EXEC

2015

EXEC

2016

EXEC

2017

%

ROT 74.613.471 99.172.916 97.840.087 111.219.498 78,02

FNAS 20.505.039 19.522.833 25.101.804 26.025.026 18,58

FEAS 4.504.939 4.543.405 4.655.725 2.701.863 3,34

CONV.VINCULADOS 258.795 47.682 1.754 - 0,06

TOTAL 99.882.243 123.286.836 127.599.369 139.946.388 100,00 Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

A execução orçamentária entre 2014 e 2017 cresceu 40,11% em termos

nominais53

. O crescimento se deve principalmente pela alocação de Recursos Ordinários

do Tesouro Municipal (ROT). Há um aumento significativo na execução de

transferência do FNAS, a partir de 2015. No que tange aos recursos de transferência do

FEAS, há redução expressiva entre os exercícios de 2016 e 2017, uma vez que a

totalidade de recursos previstos no Plano de Serviços Estadual não foi repassada.

53

Valores sem qualquer correção inflacionária.

Page 185: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

182

Gráfico 43 - Execução orçamentária – PPAG 2014-2017

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

Do total de recursos executados entre 2014 e 2017, 56,02% foram destinados a

Proteção Social Especial, 39,82% foram destinados a Proteção Social Básica e 4,16% à

Gestão da Política de Assistência Social.

Tabela 54 - Execução orçamentária (por proteção) – PPAG 2014-2017

Proteção/Gestão EXEC 2014 EXEC 2015 EXEC 2016 EXEC 2017 %

Proteção

Especial

55.373.721 63.634.162 75.394.458 80.495.435 56,02

Proteção Básica 43.541.203 50.310.975 49.430.969 52.127.778 39,82

Gestão 967.319 9.341.700 2.773.943 7.323.174 4,16

TOTAL 99.882.243,37 123.286.836,24 127.599.369,04 139.946.387,84 100,00 Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

Conforme demonstrado no gráfico a seguir, entre 2014 e 2017 há aumento

expressivo de recursos destinados a Proteção Social Especial, o que não é observado na

Proteção Social Básica. Importante destacar que o custo dos serviços especializados,

principalmente os de alta complexidade, é significantemente maior do que os de

proteção social básica.

Page 186: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

183

Gráfico 44 - Execução orçamentária X Proteção/ Gestão – PPAG 2014-2017

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

No que tange aos valores orçados e efetivamente executados entre os exercícios

de 2014 e 2017, apesar de existir uma oscilação negativa entre 2016 e 2017, os valores

executados são crescentes em cada exercício, conforme pode ser observado no gráfico

abaixo. Observa-se uma oscilação significativa dos valores alocados na Gestão no

período, o que se deve a alocação de recursos destinados ao pagamento dos servidores

lotados no órgão gestor, que nos exercícios de 2014 e 2016 não foram apropriados no

FMAS.

Gráfico 45 - Comparativo – PPAG/LOA 2014-2017

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

O cofinanciamento da Assistência Social no SUAS é obrigatório a todos os entes

federados, nos termos do Art. 28, §3 º, da Lei Federal nº 8.742/93.

Page 187: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

184

Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos

estabelecidos nesta lei far-se-á com os recursos da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, das demais contribuições sociais previstas

no art. 195 da Constituição Federal, além daqueles que compõem o Fundo

Nacional de Assistência Social (FNAS).

[...]

§ 3o O financiamento da assistência social no Suas deve ser efetuado

mediante cofinanciamento dos 3 (três) entes federados, devendo os

recursos alocados nos fundos de assistência social ser voltados à

operacionalização, prestação, aprimoramento e viabilização dos serviços,

programas, projetos e benefícios desta política. (Incluído pela Lei nº 12.435,

de 2011)

Para além da obrigatoriedade do cofinanciamento dos entes federados, está

previsto no Art. 30-A que a transferência de recursos se dará de forma automática.

Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, programas, projetos e benefícios

eventuais, no que couber, e o aprimoramento da gestão da política de

assistência social no Suas se efetuam por meio de transferências

automáticas entre os fundos de assistência social e mediante alocação de

recursos próprios nesses fundos nas 3 (três) esferas de governo. (Incluído

pela Lei nº 12.435, de 2011)

Parágrafo único. As transferências automáticas de recursos entre os fundos

de assistência social efetuadas à conta do orçamento da seguridade social,

conforme o art. 204 da Constituição Federal, caracterizam-se como despesa

pública com a seguridade social, na forma do art. 24 da Lei Complementar

no 101, de 4 de maio de 2000. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

No Decreto Estadual nº 46.873/15, que dispõe sobre as Transferências de

Recursos Financeiros do Fundo Estadual de Assistência Social, também está previsto a

transferência regular e automática aos Fundos Municipais de Assistência Social,

conforme disposto no Art. 3º.

Art. 3º Os recursos de que trata o art. 2º serão disponibilizados mediante

repasses financeiros mensais.

[...]

§ 2º Os recursos orçamentários destinados exclusivamente à garantia das

condições financeiras para a realização das ofertas continuadas de assistência

social serão transferidos de forma regular e automática aos Fundos

Municipais de Assistência Social, nos termos do art. 7º, inciso III da Lei nº

12.262, de 23 de julho de 1996, de acordo com programação financeira

fixada por norma orientada pelo gestor do FEAS, independentemente da

celebração de convênio, por meio do Sistema de Gestão de Convênios,

Portarias e Contratos do Estado de Minas Gerais – SIGCONMG –, em

módulo específico para este fim – SIGCON saída.

Os valores do cofinanciamento estadual são estabelecidos anualmente por meio

do instrumento denominado Plano de Serviços, que deve ser aprovado pelo Conselho

Page 188: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

185

Municipal de Assistência Social – CMAS. No gráfico a seguir estão demonstrados os

valores pactuados, transferidos e executados dos recursos oriundos do FEAS. Percebe-

se que no quadriênio 2014-2017 o Estado transferiu valores aquém dos previstos no

Plano de Serviços, o que se asseverou em 2016.

Gráfico 46 - Recursos Vinculados oriundos FEAS – 2014-2017

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

No Decreto Federal nº 7.788/12, que regulamenta o Fundo Nacional de

Assistência Social, instituído pela Lei no 8.742, está previsto no Art. 4º, § 1º, a

regularidade das transferências para o cofinanciamento de serviços e aprimoramento da

gestão.

Art. 4º Os recursos repassados pelo FNAS destinam-se ao: I - Cofinanciamento dos serviços de caráter continuado e de programas e

projetos de assistência social, destinado ao custeio de ações e ao investimento

em equipamentos públicos da rede socioassistencial dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios;

[...]

IV - Aprimoramento da gestão de serviços, programas, projetos e benefícios

de assistência social, por meio do Índice de Gestão Descentralizada - IGD do

SUAS, para a utilização no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, conforme legislação específica;

V - Apoio financeiro às ações de gestão e execução descentralizada do

Programa Bolsa Família pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos

Municípios, por meio do Índice de Gestão Descentralizada do Programa

Bolsa Família - IGD, conforme legislação específica;

[...]

§ 1º Os recursos de que tratam os incisos I, IV e V do caput serão

transferidos, de forma regular e automática, diretamente do FNAS para os

fundos de assistência social dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, independente de celebração de convênio, ajuste, acordo, contrato

ou instrumento congênere, observados os critérios aprovados pelo CNAS, à

Page 189: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

186

vista de avaliações técnicas periódicas, realizadas pelo Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Assim como o cofinanciamento estadual, os valores do cofinanciamento federal

são estabelecidos anualmente por meio de instrumento denominado Plano de Ação, que

também deve ser aprovado pelo Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS. No

gráfico abaixo estão demonstrados os valores pactuados, transferidos e executados dos

recursos oriundos do FNAS. Percebe-se que no quadriênio 2014-2017 a União

transferiu valores próximos dos previstos no Plano de Ação, o que vem aumentando a

cada exercício. Observa-se que em 2017 foram repassados pelo FNAS valores bem

acima do previsto, pois foram repassados valores retroativos de exercícios anteriores.

Gráfico 47 - Recursos Vinculados oriundos (FNAS) – 2014-2017

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

Apesar da obrigatoriedade do cofinanciamento e da previsibilidade do repasse

regular e automático, tanto no Decreto Estadual quanto no Decreto Federal, a

regularidade dos repasses continua sendo um grande desafio para a efetivação e

sustentabilidade da política de Assistência Social, o que acaba por comprometer a

ampliação dos serviços e dos benefícios socioassistenciais.

No que tange ao PPAG 2018-2021, percebe-se crescimento sistemático dos

valores estimados no Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG. Cabe salientar

que nem todo recurso inicialmente orçado é efetivamente executado, uma vez que a

execução dos recursos depende da realização das receitas vinculadas e do crescimento

Page 190: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

187

da arrecadação própria do Município. Nesse sentido, os valores previstos normalmente

sofrem redução orçamentária ao longo do exercício, haja vista os limites da arrecadação.

Tabela 55 - Comparativo (por fonte) – PPAG/LOA 2018-2021

Fonte LOA 2018 PPAG 2019 PPAG 2020 PPAG 2021

ROT 120.218.485 153.320.220 161.476.476 163.287.134

FNAS 32.715.976 33.251.610 33.214.976 33.870.293

FEAS 6.766.476 6.813.590 6.894.195 6.917.364

CONV. VINCULADOS 420.000 - - -

TOTAL 160.120.937 193.385.420 201.585.647 204.074.791 Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

Gráfico 48 - Comparativo – PPAG/LOA 2018-2021

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

Conforme demonstrado na tabela a seguir, percebe-se uma maior alocação de

recursos na Proteção Social Especial, o que reforça a necessidade de maiores

investimentos no campo da Proteção Social Básica.

Tabela 56 - Comparativo (por proteção) – PPAG/LOA 2018-2021

Proteção LOA 2018 PPAG 2019 PPAG 2020 PPAG 2021

Proteção Especial 93.296.429 111.573.133,00 117.166.470,00 117.851.905,00

Proteção Básica 64.869.170 78.842.302,00 82.160.891,00 83.256.241,00

Gestão 1.955.338 2.969.985,00 2.258.286,00 2.966.645,00

TOTAL 160.120.937 193.385.420 201.585.647 204.074.791 Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

Observa-se que no PPAG 2018-2021 há uma perspectiva de ampliação na

alocação de recursos tanto na Proteção Social Básica quanto na Proteção Social

Page 191: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

188

Especial, principalmente em razão da estruturação dos dois Projetos Estratégicos para a

Assistência Social, quais sejam, SUAS-BH Protege, no âmbito da Proteção Social

Básica, e SUAS-BH/ POP-RUA, no âmbito da Proteção Social Especial.

Gráfico 49 - Comparativo – PPAG/LOA 2018-2021

Fonte: Sistema Orçamentário, Financeiro e Contábil (SOF)

Page 192: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

189

9. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL

No âmbito do SUAS, o monitoramento pode ser definido como um “processo

sistemático de acompanhamento”, e a avaliação como “ação analítica que alimenta o processo

de planejamento” (Brasil, 2013, p. 37)54

. De acordo com as normativas do SUAS, cabe às

instâncias de controle social e participação social o papel fundamental de monitoramento e

avaliação da política de assistência social, materializadas por meio dos Conselhos e das

Conferências de Assistência Social. Dentre as estratégias de monitoramento e avaliação

destaca-se o acompanhamento do Plano de Assistência Social, enquanto um instrumento de

planejamento de médio prazo que organiza, regula e norteia a execução da PNAS na

perspectiva do SUAS. Nesse sentido, serão propostas nesse capítulo ações para

operacionalizar esse processo.

O monitoramento das diretrizes e metas estratégicas traçadas neste Plano

Municipal visa apoiar as ações das diferentes instâncias decisórias e participativas do SUAS,

garantindo o cumprimento do Plano e divulgação do estágio atingido a cada período. As

informações de monitoramento e avaliação devem ser apresentadas de forma pública e

acessível a toda população. Isso é importante para que toda a população belo-horizontina

tome conhecimento sobre o desenvolvimento da política de assistência social e possa atuar no

seu controle social. Ao mesmo tempo, a divulgação das ações da Assistência Social permitirá

que o SUAS/BH seja valorizado de forma mais explícita por toda a população, cumprindo

assim seu papel de atendimento aos cidadãos, segundo suas demandas e necessidades sociais.

Propõe-se como ações para operacionalização do monitoramento e avaliação do

presente Plano:

I. Monitoramento e avaliação pelo Conselho Municipal de Assistência Social:

o Acompanhamento sistemático pela Comissão de Política, com possibilidade

de realização de reuniões conjuntas com as demais comissões permanentes

ou formação de grupo de trabalho voltado para essa finalidade;

o Monitoramento semestral das metas previstas no Plano, mensuradas a partir

de levantamento e de relatório a ser elaborado pela Gerência de Vigilância

Socioassistencial (GVISO) da SUASS, e verificadas pela Comissão de

Política;

54

Brasil, 2013. Vigilância Socioassistencial: garantia do caráter público da política de assistência social.

Brasília: Caderno 3 do Capacita SUAS, MDS/SNAS, FUNDASP e PUC-SP, dezembro de 2013.

Page 193: PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2018-2021portal6.pbh.gov.br/dom/Files/dom22082018-cmas-resolucao 21-anex… · Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Gestão

190

o Emissão de relatório composto por indicadores quantitativos criados a partir

das metas descritas no capítulo 7 e por informações qualitativas que

descrevam quais as ações a SUASS desenvolverá para possibilitar o alcance

de cada uma das metas e os possíveis resultados gerados por elas;

o Utilização das informações dos instrumentos de monitoramento oficiais já

existentes no SUAS-BH, tais como as ferramentas oficiais da Rede SUAS

(Registro Mensal de Atendimentos, CadSuas, Censo SUAS, CNEAS, dentre

outros) e ferramentas específicas do município, como o SIGPS, além de

indicadores sociais elaborados por instituições de pesquisa e universidades e

de informações levantadas a partir de relatórios e notas técnicas elaboradas

pela gestão municipal;

o Elaboração de relatório pelo CMAS, a partir da análise da Comissão de

Política, e parecer contendo o resultado do monitoramento e avaliação

semestral, que deverá ser publicado e amplamente divulgado, com o objetivo

de garantir a transparência e o acesso pelos usuários, trabalhadores, rede

socioassistencial e sociedade em geral.

o O CMAS deverá dar transparência aos relatórios aprovados em Plenária para

conhecimento e compartilhamento pelas instâncias de participação social do

SUAS-BH.

o O monitoramento realizado pelo CMAS poderá subsidiar a revisão do

PMAS, com o objetivo de adequar suas metas ao novo contexto e, ou à

execução efetivamente alcançada. Sugere-se, nesse sentido, a utilização da

metodologia PDCA – Plan, Do, Check and Action: planejar, executar, checar

ou verificar e agir de forma a corrigir eventuais erros ou falhas.

II. Monitoramento e avaliação por meio das Conferências Municipais de Assistência

Social:

o O órgão gestor deverá apresentar aos participantes da Conferência Municipal

de Assistência Social a situação de cumprimento das metas previstas neste

Plano, com destaque para aquelas que correspondem às deliberações das

Conferências anteriores;

o O PMAS poderá ser revisado com o objetivo de incorporar as novas

deliberações da(s) Conferência(s) Municipal(is) de Assistência Social.