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PLANO MUNICIPAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
2015 - 2024
Florianópolis, novembro de 2014
2
PLANO MUNICIPAL DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO
2015-2024
CESAR SOUZA JÚNIOR
Prefeito Municipal de Florianópolis
MARCOS ANTÔNIO DA ROSA
Secretário de Assistência Social
DÓRIA CONCEIÇÃO DE MORAES VICENTE
Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Aprovado pelo CMDCA, por meio da Resolução nº XX, de XX de XXXX de 2014.
3
Coordenação: Diretoria de Planejamento, Monitoramento e Gestão da Informação da
Secretaria Municipal de Assistência Social
Participantes:
Secretaria Municipal de Assistência Social
- Laura Ferreira da Silva
- Sandra Márcia Ferreira de Andrade e Silva
- Soraya Casagrande da Rosa
- Taiza Estela Lisboa Carpes
- Tatiane Silva Simão
Secretaria Municipal de Saúde
- Candice Boppré Besen
- Ana Cristina Woeltge Schmidt
Secretaria Municipal de Educação
- Fabiana Menezes da Silva Cremonese
- Sonia Santos Lima de Carvalho
Conselho Municipal de Assistência Social
- Fernanda Ferreira Porto
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
- Antônio Silva Júnior
Conselho Tutelar
- Luís Antônio Rodrigues
Ministério Público do Estado de Santa Catarina
- Marlene Michielin
- Mariluse Táboas
Vara da Infância e Juventude
- Cristina Mulezini Gonçalves
Rede de Articulação e Conectividade dos Direitos da Criança e do Adolescente
- Karla Marilda Martins
Colaboradores:
- Marcos Molinari (Ordem dos Advogados do Brasil)
- Maria Cristina Itokazu (Secretaria Municipal de Saúde)
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SUMÁRIO
Apresentação ............................................................................................................................. 7
CAPÍTULO I – Caracterização do Município ....................................................................... 0
1.1 Aspectos Demográficos .................................................................................................... 0
1.2 Indicadores Sociais ........................................................................................................... 0
1.2.1 Saúde .......................................................................................................................... 0
1.2.2 Educação .................................................................................................................... 0
1.2.3 Assistência Social....................................................................................................... 0
CAPÍTULO II – Política de Atendimento a Criança e ao Adolescente ............................... 0
2.1 Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente ....................................... 0
2.2 Conselho Tutelar ............................................................................................................... 0
2.3 Rede de Atendimento ao Adolescente .............................................................................. 0
2.3.1 Saúde .......................................................................................................................... 0
2.3.2 Educação .................................................................................................................... 0
2.3.3 Assistência Social....................................................................................................... 0
CAPÍTULO III – Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo ............................... 0
3.1 Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade 0
3.2 Medida Socioeducativa de Semiliberdade e Internação ................................................... 0
3.3 Centro de Justiça Restaurativa .......................................................................................... 0
3.4 Rede de Articulação e Conectividade dos Direitos da Criança e do Adolescente ............ 0
3.5 Objetivos e Metas para o decênio 2015-2024 ................................................................... 0
3.6 Monitoramento e Avaliação do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo ......... 0
Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 0
Anexos ........................................................................................................................................ 0
5
LISTA DE SIGLAS
CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social
DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis
ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente
ESF – Estratégia Saúde da Família
FME – Fundação Municipal de Esportes
LA – Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida
LF – Lei Federal
MP/SC – Ministério Público do Estado de Santa Catarina
MSE – Medidas Socioeducativas
NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família
PMF – Prefeitura Municipal de Florianópolis
PSC – Medida Socioeducativa de Prestação de Serviços à Comunidade
RACDCA – Rede de Articulação e Conectividade dos Direitos da Criança e do Adolescente
SED – Secretaria Estadual de Educação
SEMAS – Secretaria Municipal de Assistência Social
SINASE – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
SMC – Secretaria Municipal da Cultura
6
SME – Secretaria Municipal de Educação
SMS – Secretaria Municipal de Saúde
SUAS – Sistema Único de Assistência Social
SUS – Sistema Único de Saúde
7
APRESENTAÇÃO
O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo expressa um grande desafio de
transformar os pressupostos constitucionais e de sua legislação específica na materialização
de ações que contribuam para que o processo de responsabilização do adolescente adquira um
caráter efetivamente educativo.
Ao município compete, observadas as diretrizes da política de atendimento à criança e
ao adolescente, a municipalização do atendimento e descentralização político-administrativa,
preconizadas no Estatuto da Criança e do Adolescente, criação e manutenção de programas de
atendimento para a execução das medidas socioeducativas de meio aberto – Liberdade
Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade.
O Atendimento Socioeducativo Municipal deve ser organizado e norteado pelo Plano
Municipal de Atendimento Socioeducativo. Como instrumento de planejamento estratégico de
gestão pública, o Plano apresenta uma atualização de dados e indicadores vinculados às
situações de vulnerabilidade e risco da população adolescente e aponta objetivos e metas
decenais relativas ao conjunto de serviços, programas e projetos voltados ao atendimento do
adolescente autor de ato infracional.
O Plano foi construído a partir das discussões realizadas pela Comissão Intersetorial
para elaboração do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, instituída pelo Decreto
Municipal N. xxxxx/2014 e apresentado em Audiência Pública, ocorrida no dia 17 de
novembro do corrente (2014), no Plenarinho da Câmara Municipal de Florianópolis, que
contou com a participação de diversos atores vinculados ao Atendimento Socioeducativo
O Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo rege-se pelos princípios e
diretrizes do Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo: Diretrizes e Eixos Operativos
para o SINASE, e se orienta pelo conjunto de leis e normativas que regulam a Política de
Atendimento a Criança e ao Adolescente.
8
Princípios
1. Os adolescentes são sujeitos de direitos.
2. Ao adolescente que cumpre medida socioeducativa deve ser dada proteção integral
e assegurado o acesso a todos os direitos descritos na Constituição Federal, no Estatuto da
Criança e do Adolescente e na Lei do Sistema Nacional Socioeducativo.
3. Em consonância com os marcos legais para o setor, o atendimento socioeducativo
deve ser territorializado, regionalizado, com participação social e gestão democrática,
intersetorialidade e responsabilização, por meio da integração operacional dos órgãos que
compõem esse sistema.
Diretrizes
a) Garantia da qualidade do atendimento socioeducativo de acordo com os parâmetros
do SINASE.
b) Focar a socioeducação por meio da construção de novos projetos pactuados com os
adolescentes e famílias, consubstanciados em Planos Individuais de Atendimento.
c) Incentivar o protagonismo, participação e autonomia de adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa e de suas famílias.
d) Primazia das medidas socioeducativas em meio aberto.
e) Criar mecanismos que previnam e medeiem situações de conflitos e estabelecer
práticas restaurativas.
f) Garantir o acesso do adolescente à Justiça (Poder Judiciário, Ministério Público e
Defensoria Pública) e o direito de ser ouvido sempre que requerer.
g) Garantir o direito à sexualidade e saúde reprodutiva, respeitando a identidade de
gênero e a orientação sexual.
9
h) Garantir a oferta e acesso à educação de qualidade, à profissionalização, às
atividades esportivas, de lazer e de cultura.
i) Garantir o direito à educação para os adolescentes em cumprimento de medidas
socioeducativas e egressos, considerando sua condição singular como estudantes e
reconhecendo a escolarização como elemento estruturante do sistema socioeducativo.
j) Garantir o acesso a programas de saúde integral.
k) Garantir ao adolescente o direito de reavaliação e progressão da medida
socioeducativa.
l) Garantia da unidade na gestão do SINASE, por meio da gestão compartilhada entre
as três esferas de governo, através do mecanismo de cofinanciamento.
m) Integração operacional dos órgãos que compõem o sistema (art. 8º, da LF N.
12.594/2012).
n) Garantir a autonomia dos Conselhos dos Direitos nas deliberações, controle social e
fiscalização do Plano e do SINASE.
o) Ter regras claras de convivência institucional definidas em regimentos internos
apropriados por toda a comunidade socioeducativa.
A partir dos princípios e diretrizes elencados foram construídos objetivos e metas para
superação das dificuldades encontradas na implementação do Sistema Municipal de
Atendimento Socioeducativo para o decênio 2015-2024, sendo estes divididos em três
períodos:
1º período - Curto prazo: 2015-2016
2º período - Médio prazo: 2017-2020
3º período - Longo prazo: 2021-2024
10
CAPITULO I
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Florianópolis é 0,847,
em 2010. O município está situado na faixa de Desenvolvimento Humano Muito Alto (IDHM
entre 0,8 e 1). Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi
Educação (com crescimento de 0,140), seguida por Longevidade e por Renda. Entre 1991 e
2000, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de
0,122), seguida por Renda e por Longevidade.
Em 2010, o município passou a ocupar a 3ª posição em relação aos 5.565 municípios
brasileiros; e em relação aos1 293 municípios de Santa Catarina, Florianópolis está na 1ª
posição.
1.1 Aspectos Demográficos
O Censo de 2010 contabilizou uma população em Florianópolis de 421.240 habitantes.
Do total de habitantes, 48,20% são do sexo masculino e 51,79% do sexo feminino, conforme
tabela que segue:
População residente, por sexo
1 Em 2010, Santa Catarina possuía 293 municípios, atualmente possui 295 municípios.
11
Total Homens Mulheres
Florianópolis 421.240 203.047 218.193
Percentual 100% 48,20% 51,79%
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010
Já na população jovem o número de adolescentes do sexo masculino supera o número
de adolescentes do sexo feminino, sendo equivalente a 50,21% e 49,79% da população entre
12 anos e 17 anos e 11 meses, respectivamente.
Adolescentes residentes, por sexo
Idade Homens Percentual Mulheres Percentual Total Percentual
12 anos 2.831 0,67% 2.726 0,65% 5.557 1,32%
13 anos 2.906 0,69% 2.913 0,69% 5.819 1,38%
14 anos 3.020 0,72% 2.894 0,69% 5.914 1,41%
15 anos 3.090 0,73% 3.051 0,72% 6.141 1,44%
16 anos 2.848 0,68% 3.008 0,71% 5.856 1,39%
17 anos 3.161 0,75% 3.116 0,74% 6.277 1,49%
Total 17.856 4,24% 17.708 4,20% 35.564 8,44%
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010
Para o ano de 2014 o IBGE projeta uma população de 461.524 habitantes, o que
corresponde a um crescimento de aproximadamente 9,56% da população em quatro anos. Na
população adolescente este crescimento é de 5,09% para o mesmo período.
Projeção adolescentes residentes, por sexo
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Masculino 22679 20044 19055 18999 17856 18501 18753 18753 18753
Feminino 22031 19316 18448 18447 17708 18371 18623 18623 18623
Total 44710 39360 37503 37446 35564 36872 37376 37376 37376
Fonte: DATASUS
1.2 – Indicadores Sociais
12
1.2.1 – Saúde
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTs) E AIDS
Em Florianópolis, a incidência de doenças sexualmente transmissíveis na população
adolescente (de 12 a 18 anos incompletos) pode ser verificada nas tabelas e gráfico abaixo:
INCIDÊNCIA (por 10.000 hab.)
Total
Agravos - DST 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Sífilis em Adulto 0,4 0,8 0,3 0,5 0,6 0,0 0,0 0,0
Sífilis não especificada 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,3 2,4 1,6
Herpes Genital 0,2 0,0 0,3 0,0 0,0 1,1 1,1 0,3
Condiloma Acuminado 1,8 1,8 3,7 3,5 4,5 3,8 5,1 3,7
Síndrome da Úlcera Genital 0,0 0,0 0,3 0,3 0,6 0,5 0,8 0,8
Total 2,5 2,5 4,5 4,3 5,9 5,7 9,4 6,4
Fonte: Sinan NET
INCIDÊNCIA (por 10.000 hab.)
SEXO MASCULINO
Agravos - DST 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Sífilis em Adulto 0,9 0,5 0,5 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0
Sífilis não especificada 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,2 2,1
Herpes Genital 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5
Condiloma Acuminado 0,4 1,0 1,0 0,0 0,6 0,0 2,1 0,5
Síndrome da Úlcera Genital 0,0 0,0 0,5 0,0 0,6 0,5 1,1 1,1
Total 1,3 1,5 2,1 0,5 1,1 0,5 6,4 4,3
Fonte: Sinan NET
INCIDÊNCIA (por 10.000 hab.)
SEXO FEMININO
Agravos - DST 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Sífilis em Adulto 0,0 1,0 0,0 0,5 1,1 0,0 0,0 0,0
Sífilis não especificada 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,5 1,6 1,1
Herpes Genital 0,5 0,0 0,5 0,0 0,0 2,2 2,1 0,0
Condiloma Acuminado 3,2 2,6 6,5 7,0 8,5 7,6 8,1 7,0
Síndrome da Úlcera Genital 0,0 0,0 0,0 0,5 0,6 0,5 0,5 0,5
Total 3,6 3,6 7,0 8,1 10,7 10,9 12,4 8,6
Fonte: Sinan NET
Um comparativo da incidência (por 10.000 hab) de DSTs no público adolescente e na
população total pode ser visto abaixo:
13
Agravos - DST 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
População 12 a <18 a. 2,5 2,5 4,5 4,3 5,9 5,7 9,4 6,4
População total 4,8 6,0 5,0 6,6 8,8 12,6 17,0 11,6
Fonte: Sinan NET
É possível visualizar, nos gráficos a seguir que, em relação às DSTs, a incidência na
população adolescente é maior no sexo feminino que no sexo masculino, diferente do que
acontece na população em geral.
Fonte: Sinan NET
Fonte: Sinan NET
Em relação à AIDS, os dados de incidência são informados na tabela:
Incidência de DST (por 10.000 hab.)
População total
0
3
6
9
12
15
18
21
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Masculino
Feminino
Incidência de DST (por 10.000 hab.)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
População de 12 a 18 anos incompletos
Masculino
Feminino
14
INCIDÊNCIA (por 10.000 hab.)
Sexo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Masculino 0,5 0,0 0,5 0,0 0,0 0,5 0,5 3,2
Feminino 0,5 0,5 0,0 0,0 2,2 1,1 0,5 5,9
Total 0,5 0,3 0,3 0,0 1,1 0,8 0,5 4,5
Fonte: Sinan NET
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Em relação à gravidez na adolescência (considerando a faixa etária de 12 a 18 anos
incompletos), verificamos:
2006-2014
nascidos vivos mãe adolescente 2840
nascidos totais 45.567
Gravidez total (nascidos + óbitos fetais) 45860
Gravidez adolescentes (nascidos vivos de mães adolescentes + óbitos fetais) 2861
2006-2014
Proporção de gravidez adolescência 0,0623855 6,24%
Proporção de nascidos vivos mães adolescentes 0,0623258 6,23%
Série Histórica
série histórica- Florianópolis
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 TOTAL
nascidos vivos mães adolescentes
344 344 344 341 296 348 314 310 199 2.840
nascidos vivos totais 5.054 5.036 5.335 5.232 5.304 5.456 5.493 4.941 3.716 45.567
proporção de nascidos vivos de mães adolescentes
0,068 0,068 0,064 0,065 0,056 0,064 0,057 0,063 0,054
gravidez (nascidos vivos adolescentes + óbitos fetais) 347 346 345 344 298 351 317 312 201 2861
taxa de gravidez (nascidos vivos + óbitos fetais) na adolescência- 12 a 18 anos incompletos (por 1.000 hab.) 15,7 17,9 18,7 18,6 16,7 19,7 17,0 16,7 10,7
taxa específica de fecundidade 12 a 18 anos incompletos (nascidos vivos por 1.000 hab.) 15,6 17,8 18,6 18,5 16,7 18,9 16,9 16,6 10,7
Fonte: Sinasc
MORTALIDADE
TAXA DE MORTALIDADE (por 10.000 hab.)
15
Total
Causa (Cap CID10) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 0,0 0,0 0,0 0,3 0,0 0,8 0,3 0,0 0,0
II. Neoplasias (tumores) 0,7 0,3 0,3 0,3 0,3 0,5 1,1 0,5 0,3
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
VI. Doenças do sistema nervoso 0,9 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,5 0,5 0,8
IX. Doenças do aparelho circulatório 0,9 0,0 0,3 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0 0,0
X. Doenças do aparelho respiratório 0,7 0,3 0,3 0,0 0,0 0,0 0,3 0,3 0,0
XI. Doenças do aparelho digestivo 0,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas
0,2 0,0 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,5
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 0,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 4,5 6,9 4,5 5,1 4,2 4,1 4,0 1,9 0,8
Total 8,3 8,1 5,6 5,9 5,1 6,0 6,4 3,2 2,4
TAXA DE MORTALIDADE (por 10.000 hab.)
SEXO MASCULINO
Causa (Cap CID10) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 1,1 0,5 0,0 0,0
II. Neoplasias (tumores) 0,9 0,0 0,5 0,0 0,0 1,1 2,1 0,5 0,5
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
VI. Doenças do sistema nervoso 1,3 0,0 0,5 0,0 0,6 0,5 1,1 0,0 1,1
IX. Doenças do aparelho circulatório 1,8 0,0 0,5 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0
X. Doenças do aparelho respiratório 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0
XI. Doenças do aparelho digestivo 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas
0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 8,4 12,5 8,9 8,9 6,7 8,1 6,4 3,7 1,1
Total 14,1 13,0 10,5 9,5 7,3 11,4 11,2 4,3 3,2
TAXA DE MORTALIDADE (por 10.000 hab.)
SEXO FEMININO
Causa (Cap CID10) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0
II. Neoplasias (tumores) 0,5 0,5 0,0 0,5 0,6 0,0 0,0 0,5 0,0
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
VI. Doenças do sistema nervoso 0,5 0,5 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 1,1 0,5
IX. Doenças do aparelho circulatório 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
X. Doenças do aparelho respiratório 0,9 0,5 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0
XI. Doenças do aparelho digestivo 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas
0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,0 0,0 0,0 0,5
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 0,5 1,0 0,0 1,1 1,7 0,0 1,6 0,0 0,5
Total 2,3 3,1 0,5 2,2 2,8 0,5 1,6 2,1 1,6
16
Os dados de mortalidade nesta faixa etária indicam que as principais causas de morte
são as causas externas, sendo que as taxas são maiores no sexo masculino que no feminino,
conforme se verifica nas tabelas que seguem:
PROPORÇÃO PELO TOTAL DE ÓBITOS
Total
Causa (Cap CID10) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 0,0% 0,0% 0,0% 4,5% 0,0% 13,6% 4,2% 0,0% 0,0%
II. Neoplasias (tumores) 8,1% 3,1% 4,8% 4,5% 5,6% 9,1% 16,7% 16,7% 11,1%
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 2,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
VI. Doenças do sistema nervoso 10,8% 3,1% 4,8% 4,5% 5,6% 4,5% 8,3% 16,7% 33,3%
IX. Doenças do aparelho circulatório 10,8% 0,0% 4,8% 0,0% 0,0% 4,5% 0,0% 0,0% 0,0%
X. Doenças do aparelho respiratório 8,1% 3,1% 4,8% 0,0% 0,0% 0,0% 4,2% 8,3% 0,0%
XI. Doenças do aparelho digestivo 0,0% 3,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 2,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas
2,7% 0,0% 0,0% 0,0% 5,6% 0,0% 0,0% 0,0% 22,2%
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 0,0% 3,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,2% 0,0% 0,0%
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 54,1% 84,4% 81,0% 86,4% 83,3% 68,2% 62,5% 58,3% 33,3%
PROPORÇÃO PELO TOTAL DE ÓBITOS
SEXO MASCULINO
Causa (Cap CID10) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias
0,0% 0,0% 0,0% 5,6% 0,0% 9,5% 4,8% 0,0% 0,0%
II. Neoplasias (tumores) 6,3% 0,0% 5,0% 0,0% 0,0% 9,5% 19,0% 12,5% 16,7%
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
3,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
VI. Doenças do sistema nervoso 9,4% 0,0% 5,0% 0,0% 7,7% 4,8% 9,5% 0,0% 33,3%
IX. Doenças do aparelho circulatório 12,5% 0,0% 5,0% 0,0% 0,0% 4,8% 0,0% 0,0% 0,0%
X. Doenças do aparelho respiratório 3,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,8% 0,0% 0,0%
XI. Doenças do aparelho digestivo 0,0% 3,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo
3,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas
3,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 16,7%
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,8% 0,0% 0,0%
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade
59,4% 96,2% 85,0% 94,4% 92,3% 71,4% 57,1% 87,5% 33,3%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
17
Fonte: SIM
Assim, verificamos que, em Florianópolis, as taxas de mortalidade têm sido mais altas
para as crianças menores de 12 anos do que para os adolescentes de 12 a 18 anos incompletos.
A partir dessa faixa etária, as taxas de mortalidade vão crescendo gradualmente até a faixa dos
40 aos 49 anos e mais abruptamente nas duas últimas faixas etárias consideradas. Essas
tendências, quando medidas por um indicador ‗clássico‘ como a Curva de Nelson Moraes, que
mostra a mortalidade proporcional de faixas etárias determinadas, são as esperadas para uma
população com nível elevado de qualidade de vida e saúde2. Na verdade, os valores para a
faixa etária dos 5 aos 19 anos são os mais baixos para todos os níveis de vida e saúde.
Curvas de Mortalidade Proporcional sobrepostas
Florianópolis, 2006-2014.
Fonte: SIM Florianópolis, 24/10/2014.
2 http://www.uff.br/epidemiologia2/blog/?p=495
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
< 01a 01-04a 05-19a 20-49a > 50a
PROPORÇÃO PELO TOTAL DE ÓBITOS
SEXO FEMININO
Causa (Cap CID10) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0%
II. Neoplasias (tumores) 20,0% 16,7% 0,0% 25,0% 20,0% 0,0% 0,0% 25,0% 0,0%
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
VI. Doenças do sistema nervoso 20,0% 16,7% 0,0% 25,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 33,3%
IX. Doenças do aparelho circulatório 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
X. Doenças do aparelho respiratório 40,0% 16,7% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 25,0% 0,0%
XI. Doenças do aparelho digestivo 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 20,0% 0,0% 0,0% 0,0% 33,3%
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat
0,0% 16,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade
20,0% 33,3% 0,0% 50,0% 60,0% 0,0% 100,0% 0,0% 33,3%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
18
As taxas de mortalidade por faixa etária em Florianópolis são consistentemente mais
baixas que as taxas brasileiras, sendo que para a faixa etária de 10 a 19 anos a diferença tem
sido ligeiramente menor do que nas outras faixas etárias.
Fonte: DATASUS, 24/10/2014.
Fonte: SIM Florianópolis, 24/10/2014.
Em Florianópolis, o perfil de distribuição das causas de óbito em cada faixa etária
indica que a importância relativa das causas externas no total dos óbitos é bastante grande
entre os jovens (12 a 17 e 18 a 29 anos) e vai diminuindo gradualmente, conforme cresce a
importância das doenças não transmissíveis (principalmente as neoplasias e as doenças
cardiovasculares) e transmissíveis como causa de morte. Ainda assim, quando observada a
taxa de mortalidade (que considera a proporcionalidade em relação à população em cada faixa
0
10
20
30
40
50
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
po
r 1
0.0
00
hab
.
Taxas de Mortalidade - Brasil
< 10 10 a 19 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
po
r 1
0.0
00
hab
.
Taxas de Mortalidade - Florianópolis
< 12 12 a 17 18 a 29 30 a 39 40 a 49
19
etária), os valores para a faixa dos 12 aos 17 anos ainda são pequenos na comparação com
todas as idades mais elevadas.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
< 12 anos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
12 a 17 anos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
18 a 29 anos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
30 a 39 anos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
40 a 49 anos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
50 a 69 anos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
70 anos e +
20
Outro contraste relevante diz respeito à importância relativa dos acidentes de trânsito e
das agressões dentro da categoria das causas externas. A população jovem (12 a 17 anos e 18
a 29 anos) apresenta um perfil diferenciado com relação ao restante da população, para o qual
os fatores mais importantes são os acidentes de trânsito e os outros acidentes.
Fonte: SIM Florianópolis, 24/10/2014.
Fonte: SIM Florianópolis, 24/10/2014.
Fonte: SIM Florianópolis, 24/10/2014.
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Tx de Mortalidade - todas as outras fx etáriasAcidentes de Transporte
Agressões
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Tx de Mortalidade - 12 a 17 anos
Acidentes de Transporte
Agressões
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
12.0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Tx de Mortalidade - 18 a 29 anosAcidentes de TransporteAgressões
21
Chama a atenção ainda a taxa de suicídios na população em geral, maior em
Florianópolis do que no Brasil. Nas faixas etárias jovens, o número absoluto de ocorrências
por ano é muito pequeno e ocasiona grandes flutuações nas taxas do município,
comprometendo a comparação. De qualquer forma, é preocupante que tenham ocorrido 5
suicídios de adolescentes entre 12 e 17 anos e 53 suicídios de jovens entre 18 e 29 anos, no
período de 2006 a 2014.
Praticamente todas as análises realizadas mostram que há uma diferença muito grande
entre as taxas de mortalidade na população masculina e na população feminina. Isso ocorre
em todas as faixas etárias e com relação à mortalidade geral, à mortalidade por causas
externas, à importância das agressões e à ocorrência de suicídios, tanto no Brasil quanto em
Florianópolis; mas em nosso município os contrastes são mais marcados.
Fonte: SIM Florianópolis, 24/10/2014.
Fonte: SIM Florianópolis, 24/10/2014.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Taxas de Mortalidade por Causas ExternasFlorianópolis - Masculino
< 12 12 a 17 18 a 29 30 a 39 40 a 49
0 2 4 6 8
10 12 14 16 18 20
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Taxas de Mortalidade por Causas ExternasFlorianópolis - Feminino
< 12 12 a 17 18 a 29 30 a 39 40 a 49
22
USO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS
Considerando o tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas, dados da Pesquisa
Nacional de Saúde do Escolar, a Pesquisa PeNSE- 2012- realizada com educandos do 9º ano
(8ª série) de escolas públicas e privadas, com idade entre 13 e 15 anos, apontam que 78,8%
desses adolescentes já experimentaram álcool alguma vez na vida, sendo que no Brasil o
percentual ficou em 66,6%, ocupando Florianópolis o 1º lugar entre as capitais. Com relação
ao consumo nos últimos 30 dias (consumo atual), Florianópolis ocupa o 2º lugar entre as
capitais, com 34,1% dos adolescentes. No Brasil, o percentual fica em 26,1%.
Já em relação ao uso do cigarro, 29,1% dos adolescentes relataram já ter fumado
alguma vez na vida, sendo que Florianópolis ocupa o 3º lugar entre as capitais. Este
percentual no Brasil é de 19,6%. Ainda, 9,7% dos adolescentes de Florianópolis referiram ter
fumado cigarro nos últimos 30 dias (consumo atual), ocupando o segundo lugar entre as
capitais. No Brasil esse percentual é de 5,1%.
Sobre o consumo de drogas ilícitas, dados da pesquisa supracitada, revelam que 17,5%
dos adolescentes pesquisados já usaram alguma vez. No Brasil o percentual é de 7,3%.
Novamente Florianópolis figura como a capital com o maior percentual.
SAÚDE BUCAL
Em relação à saúde Bucal, dados do Levantamento Nacional das Condições de Saúde
Bucal, o Projeto SB Brasil 2010, mostram que, aos 12 anos, a média do Índice CPO-D, que
mede a prevalência de cárie, é de 0,77, o que significa que um adolescente de 12 anos,
morador de Florianópolis, têm em média, 0,77 dentes permanentes cariados, perdidos ou
obturados. No Brasil, a média do Índice CPO-D é de 2,07 nessa mesma faixa etária.
Já na faixa etária que vai dos 15 aos 19 anos, a média do índice CPO-D é de 2,57 em
Florianópolis, e 4,25 no Brasil.
23
1.2.2 – Educação
Níveis e Modalidades Unidades Matrículas
Ensino Fundamental 36 14.565
Educação de Jovens e Adultos 11 1.388
TOTAL REDE MUNICIPAL 47 15953
Conveniadas Ensino Fundamental 32 3.743
Centros de Convivência de Fortalecimento
de Vínculos - CCFV
09 653
Ensino Superior (Polo UAB) 01 958
Total 42 5.354
Indicadores de Resultado
Qualidade do Ensino Fundamental 2013:
SÉRIES \ INDICE APROVAÇÃO % REPROVAÇÃO % ABANDONO %
1º ANO 98,16 1,26 0,57
2º ANO 99,11 0,77 0,12
3º ANO 99,37 0,52 0,12
4º ANO 98,90 0,93 0,17
5º ANO 98,93 0,73 0,34
1º AO 5º 98,89 0,84 0,276º ANO 98,35 1,01 0,64
7º ANO 97,44 1,49 1,07
8ª SÉRIE 97,59 1,08 1,33
6º A 8ª 97,75 1,19 1,06
TOTAL 98,39 1,00 0,62
24
Indicadores de Rendimento Ensino Fundamental RME – aprovação
Indicadores de Rendimento Ensino Fundamental RME – abandono
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
84,87 85,64 87,16 89,80 87,80 87,78 91,60 91,85 91,74 93,59 95,98 97,39 97,88 98,39
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
12,58 12,80 11,69 8,97 10,89 11,11 7,28 7,53 7,80 5,51 3,40 1,99 1,50 1,00
25
Indicadores de Rendimento Ensino Fundamental RME – reprovação
Investimento Aluno Ensino Fundamental/ 2013
INVESTIMENTO Nº DE HORAS VALOR R$
ALUNO / ANO 04 HORAS R$ 7.638,05
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
ANOS
REPROVAÇÃO RELATIVA - RME
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
12,58 12,80 11,69 8,97 10,89 11,11 7,28 7,53 7,80 5,51 3,40 1,99 1,50 1,00
26
Distorção Idade/Série
No Brasil 16,6% dos alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental estão com
distorção idade/série e nos anos finais são 28,2% e em Santa Catarina nos anos iniciais este
índice é de 10,6% e nos anos finais de 19,4%.
Na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis este percentual é de 0,92 nos anos
iniciais e 2,08 %nos anos finais, totalizando 1,38%. Em 2006 eram 2.789 alunos com
distorção idade/série e em 2014 reduziu para 223.
Com o TOPAS Florianópolis foi reconhecida Nacionalmente, pela redução
significativa da distorção idade/série, atendendo a esses alunos em Tempo Integral.
AANNOO AANNOOSS IINNIICCIIAAIISS AANNOOSS FFIINNAAIISS GGEERRAALL
2005 11,3% 25,1% 18 %
2006 10,6% 24,9% 17,5%
2007 7,3% 23,9% 15,3%
2008 6,2% 21,9% 13,9%
2009 2,3% 10,5% 6,5%
2010 0,9% 6,4% 4,0%
2011 1,0% 6,3% 4,0%
2012 0,8% 4,6% 2,9%
2013 0,7% 4,7% 2,9%
2014 0,92 2,08 % 11,,3388
27
1.2.3 – Assistência Social
Famílias inseridas no Cadastro Único/ Programa Bolsa Família
O Cadastro Único é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa
renda, inserindo as famílias que possuem renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa
(per capita) e famílias com renda mensal total de até três salários mínimos.
No município de Florianópolis, em outubro de 2014 havia 20.767 famílias cadastradas
no Cadastro Único, representando um total de 62.316 pessoas.
O Programa Bolsa Família, que se constitui num programa de transferência de renda,
tem uma cobertura de aproximadamente 22% das famílias cadastradas no CadÚnico no
município, como apresenta a tabela que segue.
Renda Familiar
Total de famílias/ pessoas cadastradas no Programa Bolsa Família em
Florianópolis -2014
Faixa de renda total da família Famílias/
Domicílios Pessoas
Até 1 Salário Mínimo 4.218 14.418 Entre 1 e 2 Salários Mínimos 409 1.999 Entre 2 e 3 Salários Mínimos 24 140 Acima de 3 Salários Mínimos 2 15 Total Famílias do PBF 4.653 16.572 Percentual em relação ao CadÚnico 22,4% 26,6%
Fonte: CECAD, outubro/2014.
Renda Per Capita
Total de famílias/ pessoas cadastradas no Programa Bolsa Família em
Florianópolis -2014
Perfil de renda Famílias/
Domicílios Pessoas
Renda familiar per capita de até R$ 77,00 2.000 6.273 Renda fam. per capita de R$ 77,01 a 154,00 2.056 8.110 Renda fam. per capita entre R$ 154,01 até ½ S.M 597 2.189 Total Famílias do PBF 4.653 16.572 Percentual em relação ao CadÚnico 22,4% 26,6%
Fonte: CECAD, outubro/2014.
28
Do total de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, 2.272 possuem filhos na
faixa etária entre 12 anos e 17 anos e 11 meses, sendo que 84,9% destas famílias possuem
renda familiar de até 1 salário mínimo.
Renda Familiar
Total de famílias, com filhos adolescentes, cadastradas no Programa
Bolsa Família em Florianópolis - 2014
Faixa de renda total da família Famílias/
Domicílios Percentual
Até 1 Salário Mínimo 1.929 84,90% Entre 1 e 2 Salários Mínimos 322 14,17% Entre 2 e 3 Salários Mínimos 20 0,88% Acima de 3 Salários Mínimos 1 0,05% Total Famílias do PBF 2.272 100%
Fonte: CECAD, outubro/2014.
Renda Per Capita
Total de famílias, com filhos adolescentes, cadastradas no Programa
Bolsa Família em Florianópolis - 2014
Perfil de renda Famílias/
Domicílios Percentual
Renda familiar per capita de até R$ 77,00 723 31,82% Renda fam. per capita de R$ 77,01 a 154,00 1158 50,97% Renda fam. per capita entre R$ 154,01 até ½ S.M 391 17,21% Total Famílias do PBF 2.272 100%
Fonte: CECAD, outubro/2014.
Quanto à escolaridade dos adolescentes pertencentes a famílias beneficiárias do
Programa Bolsa Família, 81,74% possuem ensino fundamental incompleto. No entanto, é
importante destacar que 71,08% dos adolescentes possuem faixa etária até 15 anos e que, de
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o ensino fundamental, com duração de
09 anos, deve ser iniciado aos seis anos de idade, desta forma a idade prevista para conclusão
do ensino fundamental é entre 14 e 15 anos.
29
Escolaridade
Escolaridade 12 a 15 anos 16 a 17 anos Total
Sem Instrução 79 29 108
Fundamental Incompleto 2172 558 2730
Fundamental Completo 110 257 367
Médio Incompleto 7 115 122
Médio Completo 0 6 6
Superior Incompleto 0 1 1
Sem Informação 6 0 6
Total 2374 966 3340
Um dado importante a destacar é o número de adolescentes declarados no Cadastro
Único como sem instrução (3,23%). Segundo o Censo IBGE 2010, em Florianópolis existem
ainda 328 adolescentes não alfabetizados, sendo 185 do sexo masculino e 143 do sexo
feminino.
Crianças e Adolescentes em Situação de Violação de Direitos
Com base nos Relatórios Mensais de Atendimento-RMA do Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Indivíduos e Famílias – PAEFI desenvolvido nas duas unidades
(Ilha e Continente), a procedência das crianças e adolescentes em situação de violação de
direitos são respectivamente:
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
16 a 17 anos
12 a 15 anos
30
Procedência dos casos novos inseridos no acompanhamento do PAEFI
2012, 2013 e 2014
Região de Procedência
2012 2013 2014 (1º semestre)
Frequência Percentual Frequência Percentual Frequência Percentual
Centro 54 14,71% 38 10,76% 28 13,39%
Trindade e região 66 17,98% 58 16,43% 31 14,83%
Jardim Atlântico e região 61 16,62% 48 13,59% 23 11,00%
Capoeiras e região 43 11,72% 71 20,11% 30 14,39%
Canasvieiras e região 20 5,45% 19 5,38% 21 10,04%
Ingleses do Rio Verm. 25 6,81% 44 12,46% 26 12,44%
Saco Grande e região 21 5,72% 16 4,53% 14 6,69%
Costeira e região 35 9,54% 20 5,66% 14 6,69%
Tapera e região 12 3,27% 21 5,94% 10 4,78%
Rio Tavares e região 22 5,99% 18 5,09% 11 5,26%
Total 367 100% 353 100,00% 209 100,00%
SEMAS/RMA/2012-2013-2014
De acordo com a tabela acima, observa-se que, em valores absolutos, a maior
frequência dos casos de violação de direitos contra crianças e adolescentes, no período de
2012 a 2014 (1º semestre), ocorreu na região do CRAS Trindade, a qual concentra a maior
população entre as regiões de CRAS. Se for analisada a frequência dos casos de violação de
direitos de forma proporcional, na relação com a população total de cada região, tem destaque
os valores da região do CRAS Tapera.
Em relação aos tipos de violação de direitos contra crianças e adolescentes, foram
registrados no período de 2012 a 2014 (1º semestre) 481 situações de violência física; 451
situações de violência psicológica; 827 situações de negligência/abandono; 477 situações de
violência sexual; e 16 situações de exploração sexual, respectivamente, de acordo com a
tabela que segue. Cabe destacar que cada situação pode envolver mais de um tipo de violação
de direitos.
Violação de Direitos contra Crianças e Adolescentes referente aos casos inseridos no acompanhamento
pelo PAEFI – 2012, 2013 e 2014 (1º semestre)
Violação de Direitos
2012 2013 2014 (1º semestre)
Frequência Percentual Frequência Percentual Frequência Percentual
Violência Física 217 25,20% 130 16,74% 134 21,71%
31
Violência Psicológica 194 22,53% 133 17,18% 124 20,09%
Negligência/abandono 232 26,94% 359 46,38% 236 38,24%
Violência Sexual 217 25,20% 144 18,60% 116 18,80%
Exploração Sexual 01 0,11% 08 1,03% 07 1,13%
Total 861 100,00% 774 100,00% 617 100,00%
*Os tipos de violência tem valores superiores ao da tabela anterior em função de que cada caso possui, em sua grande
maioria, mais de um tipo de violação de direitos.
Adolescentes em cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida
e Prestação de Serviços à Comunidade
Em se tratando dos adolescentes/jovens autores de ato infracional, foram inseridos no
acompanhamento do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medidas
Socioeducativas 513 adolescentes/jovens, no período de 2012 à 2014 (1º semestre), sendo 251
vinculados à Medida de Prestação de Serviços Comunitários e 262 à Medida de Liberdade
Assistida. Do total de adolescentes/jovens acompanhados, 92% são do sexo masculino,
conforme tabela que segue.
Adolescentes com Medidas Socioeducativas inseridos no acompanhamento
– 2012, 2013 e 2014 (1º semestre)
Casos novos 2012 2013 2014 (1º semestre)
Frequência Percentual Frequência Percentual Frequência Percentual
Adolesc./jovens-PSC (M) 98 48,0% 65 34,57% 65 53,71%
Adolesc./jovens–PSC (F) 12 5,9% 07 3,72% 04 3,30%
Adolesc./jovens–LA (M) 91 44,6% 103 54,78% 49 40,49%
Adolesc./jovens –LA (F) 03 1,5% 13 6,91% 03 2,47%
Total 204 100,00% 188 100,00% 121 100,00%
Em se tratando da procedência dos adolescentes/jovens com medidas
socioeducativas, no período de 2102 a 2014 (1º semestre), destacam-se as regiões do CRAS
Trindade, do Jardim Atlântico e de Canasvieiras com maior número de casos, conforme a
seguinte tabela:
32
Procedência dos casos novos inseridos no acompanhamento do Serviço de
Acompanhamento de Medidas Socioeducativas - 2012, 2013 e 2014
Região de Procedência
2012 2013 2014 (1º semestre)
Frequência Percentual Frequência Percentual Frequência Percentual
Centro 19 9,31% 18 9,57% 10 8,26%
Trindade e região 35 17,16% 28 14,89% 12 9,91%
Jardim Atlântico e região 32 15,69% 34 18,08% 14 11,57%
Capoeiras e região 28 13,73% 20 10,63% 15 12,39%
Canasvieiras e região 11 5,39% 15 7,97% 22 18,18%
Ingleses do Rio Verm. 16 7,84% 20 10,63% 08 6,61%
Saco Grande e região 14 6,86% 21 11,17% 07 5,78%
Costeira e região 22 10,78% 08 4,25% 14 11,57%
Tapera e região 12 5,88% 06 3,19% 10 8,26%
Rio Tavares e região 15 7,35% 18 9,57% 09 7,43%
Total 204 100,00% 188 100,00% 121 100,00%
No decorrer do ano de 2014 (até outubro) foram encaminhados pelo Poder Judiciário
424 adolescentes/jovens para o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento
de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade.
Destes 398 adolescentes são do sexo masculino e 26 do sexo feminino.
398
26
Masculino
Femino
33
Quanto a Medida Socioeducativa aplicada, 173 adolescentes/jovens foram inseridos na
medida de Liberdade Assistida, 206 na medida de Prestação de Serviços a Comunidade e 45
nas duas medidas (LA e PSC) cumulativamente.
Referente à faixa etária, 61,79% dos adolescentes/jovens em LA e, ou PSC possuem
acima de 18 anos. Cabe destacar que para aplicação de medida socioeducativa, é considerada
a idade do adolescente à data do fato. Sendo assim, um adolescente que venha a praticar um
ato infracional com dezessete anos e 11 meses, será extinta, aos 21 anos de idade.
Com relação ao Ato Infracional cometido pelo adolescente/jovem, os tipos mais
frequentes estão diretamente ligados à questão de entorpecentes, como se pode observar no
gráfico abaixo.
0 20 40 60 80 100 120
Sem Informação
21 anos
20 anos
19 anos
18 anos
17 anos
16 anos
15 anos
14 anos
13 anos
15
7
59
102
94
98
25
17
5
2
0
50
100
150
200
388 32 48
23 50
163
48
14
34
CAPITULO II
POLÍTICA DE ATENDIMENTO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
As crianças e adolescentes são protegidos por uma série de regras e leis estabelecidas
pelo país. Após anos de discussão, chegou-se ao entendimento de que a infância e a
adolescência devem ser protegidas por toda a sociedade das diferentes formas de violência.
Também se acordou que todos somos responsáveis por garantir o desenvolvimento integral
desse grupo.
Dessa forma, a primeira legislação que vem garantir a proteção da criança e do
adolescente é a Constituição da República Federativa do Brasil, que estabelece a prioridade
absoluta na proteção da infância e na garantia de seus direitos, não só por parte do Estado,
mas também da família e da sociedade.
A Constituição da República Federativa do Brasil é o mais importante conjunto de
normas do País e, para que seja efetivada, seus preceitos devem ser transformados em leis. No
caso da infância e juventude, a lei mais importante é o Estatuto da Criança e do Adolescente-
ECA, Lei N. 8069/90. O referido Estatuto entrou em vigor em 1990 e revogou o antigo
―Código de Menores‖ de 1979, e é tido como o marco na proteção da infância e tem como
base a doutrina de proteção integral, reforçando a ideia de "prioridade absoluta" já trazida na
Constituição da República Federativa do Brasil.
A promulgação do ECA (Lei 8.069/90) ocorreu em 13 de Julho de 1990, consolidando
uma grande conquista da sociedade brasileira: a produção de um documento de direitos
humanos que contempla o que há de mais avançado na normativa internacional em respeito
aos direitos da população infanto-juvenil. Este novo documento altera significativamente as
possibilidades de uma intervenção arbitrária do Estado na vida de crianças e adolescentes.
Desde sua promulgação, um grande esforço para a sua implementação vem sido feito
nos âmbitos governamental e não–governamental. A crescente participação do terceiro setor
nas políticas sociais, fato que ocorre com evidência a partir de 1990, é particularmente forte
na área da infância e da juventude. A constituição dos conselhos dos direitos, uma das
diretrizes da política de atendimento apregoada na lei, determina que a formulação de
35
políticas para a infância e a juventude deve vir de um grupo formado paritariamente por
membros representantes de organizações da sociedade civil e membros representantes das
instituições governamentais.
No entanto, a implementação integral do ECA ainda representa um desafio para todos
aqueles envolvidos e comprometidos com a garantia dos direitos da população infanto-
juvenil.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente é considerada criança aquela
até doze anos de idade incompletos, e adolescente é àquele que estiver entre doze e dezoito
anos de idade, determinando que ambos devem usufruir de todos direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral o ECA. Nos casos expressos em
Lei, aplica-se excepcionalmente o Estatuto da Criança e do Adolescente às pessoas entre
dezoito e vinte e um anos de idade. Também estabelece que é dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária.
A absoluta prioridade que trata a Lei compreende a primazia de receber proteção e
socorro em quaisquer circunstâncias, a precedência de atendimento nos serviços públicos ou
de relevância pública, a preferência na formulação e na execução das políticas sociais
públicas e a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a
proteção à infância e à juventude.
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. A criança e o adolescente têm
direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de
existência.
No que se refere à questão da saúde pública, além de estabelecer a necessidade de
tratamento prioritário, informa que o adolescente com deficiência receberá atendimento
especializado, definido na obrigação do poder público de fornecer gratuitamente àqueles que
36
necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação
ou reabilitação. Da mesma forma, determina que os estabelecimentos de atendimento à saúde
deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
Consoante a mesma Lei, a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, sendo dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino
fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade
própria, progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio, além do
atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência, e atendimento em
creche às crianças, dentre outros na esfera educacional, inclusive com eventuais programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
O ECA estabelece que os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus
filhos na rede regular de ensino e os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos, reiteração
de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares.
Toda criança ou adolescente tem direito ao acesso às diversões e espetáculos públicos
classificados como adequados à sua faixa etária, e as emissoras de rádio e televisão somente
exibirão, no horário recomendado para o público infanto-juvenil, programas com finalidades
educativas, artísticas, culturais e informativas. Nenhum espetáculo será apresentado ou
anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
É proibida a venda à criança ou ao adolescente de alguns produtos prejudiciais a sua
formação e sua educação, bebidas alcoólicas ou produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida.
Quando da prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao
adolescente as seguintes medidas socioeducativas: advertência, obrigação de reparar o dano,
prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade
e internação em estabelecimento educacional. Poderá, ainda, a ele serem aplicadas:
encaminhamento aos pais ou responsável, orientação, apoio e acompanhamento temporários,
matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento de ensino, inclusão em programa
37
comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente, requisição de
tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial,
inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcóolatras
e toxicômanos.
Os pais ou responsáveis são, primordialmente, titulares da guarda e da tutela das
crianças e adolescentes sob sua responsabilidade, e desse modo, o ECA, em seu artigo 129,
trata das medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis: encaminhamento a programa oficial ou
comunitário de proteção à família, inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos, encaminhamento a tratamento
psicológico ou psiquiátrico, obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento
especializado, podendo sofre eventual advertência, perda da guarda, destituição da tutela e até
a suspensão ou destituição do poder familiar.
Segundo o Estatuto é dever de todos zelar pela dignidade da criança e do adolescente,
pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor, bem como toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no
seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência
familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de drogas.
Sempre que os direitos reconhecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescentes
forem ameaçados ou violados as autoridades competentes deverão aplicar as medidas
protetivas previstas no artigo 101:
I – encaminhamento aos pais ou responsáveis, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente;
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial;
38
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento
a alcoólatras e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional;
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX – colocação em família substituta.
O Estatuto preconiza como uma das diretrizes da política de atendimento a criação dos
conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, bem como estabelece ainda a
criação de conselhos tutelares em todo o território nacional.
2.1 Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Definição
O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA é um
órgão normativo, deliberativo e controlador da política de atendimento, com composição
paritária entre governo e sociedade civil, vinculado administrativamente a Secretaria
Municipal de Assistência Social. O CMDCA foi criado em 1992, por meio da Lei N. 3.794, a
qual foi revogada pela Lei N. 7855/2009. Em 31 de julho de 2013 a Lei N. 9298 alterou
alguns artigos da Lei N. 7855 de 2009.
Estrutura
Conforme Art. 15 da Lei N. 7855/09, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente (CMDCA) está estruturado da seguinte forma:
I – Sessão Plenária;
II - Mesa Diretora;
39
III – Comissões Temáticas (permanentes e temporárias); e
IV - Secretaria Técnica Executiva.
A Sessão Plenária é de caráter deliberativo e soberano do Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).
A Mesa Diretora, eleita dentre os membros que o compõem, em Sessão Plenária, com
quórum mínimo de dois terços, é composta pelos seguintes cargos:
a) Presidente;
b) Vice-Presidente;
c) 1º Secretário; e
d) 2º Secretário.
A composição da Mesa Diretora obedece aos princípios da paridade e da alternância
representativa entre representantes da sociedade civil e representantes do poder público.
As ações da Secretaria Técnica Executiva serão subordinadas ao Presidente do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que atuará em conformidade
com as decisões emanadas da Sessão Plenária.
As Comissões Temáticas poderão ser integradas por entidades ou pessoas de notório
saber, homologadas pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, sem
direito a voto.
O CMDCA de Florianópolis é dividido em cinco comissões: Comissão de Normas e
Monitoramento, Comissão de Políticas Públicas, Comissão de Finanças, Comissão dos
Conselhos Tutelares e Comissão de Avaliação e Monitoramento de Projetos do Fundo
Municipal da Criança e do Adolescente, tendo como funções:
1) COMISSÃO DE NORMAS E MONITORAMENTO – Analisar as
documentações encaminhadas pelas entidades ou programas com o intuito de obter registro
das entidades e inscrição dos programas no CMDCA; Proceder às visitas necessárias, a fim de
verificar ―in loco‖ as condições de atendimento das instituições; Realizar os pareceres a serem
apresentados em plenária, indicando a possibilidade ou não do registro / inscrição no
40
Conselho; Emitir os certificados de registro; Propor resoluções para a normatização dos
processos de registro; Estudar e propor ações relativas a normatização do CMDCA.
2) COMISSÃO DE FINANÇAS – Discutir e encaminhar assuntos relativos à
deliberação dos recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente;
Participar da elaboração e proposição do ―orçamento criança‖; Propor campanhas de captação
de recursos através do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – FIA;
analisar junto com a comissão de políticas, um plano de aplicação de recursos para o FIA a
ser apresentado pelo Gestor; Analisar a aplicação dos recursos captados pelo Fundo.
3) COMISSÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS – Planejar e coordenar as
Conferências Municipais, os Seminários e as outras formas de publicização dos direitos da
Criança e do Adolescente; Transformar os indicativos das conferências / seminários em
estratégias e propostas de ação; Acompanhar a elaboração e a implementação do Plano
Municipal para a Infância e Adolescência; Propor planos para aplicação dos recursos do FIA;
Receber os relatórios estatísticos dos Conselhos Tutelares, subsidiando as deliberações do
CMDCA; Analisar e elaborar pareceres de projetos para o município considerando a sua
inserção na Política da Infância e Juventude.
4) COMISSÃO DOS CONSELHOS TUTELARES – Receber e encaminhar
assuntos relativos aos Conselhos Tutelares; Organizar o Processo de escolha dos Conselheiros
Tutelares; Mobilizar os programas Governamentais e as Organizações não Governamentais
para processo de escolha; Receber e apurar as denúncias movidas em desfavor dos
Conselheiros Tutelares; Receber e providenciar encaminhamentos para os pleitos do Conselho
Tutelar; Viabilizar nomeação, férias, licenças, substituições de Conselheiros, através do Poder
Executivo.
5) COMISSÃO DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE PROJETOS
DO FUNDO MUNICIPAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – Análise documental
dos Projetos encaminhados ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
pelas Organizações Governamentais e Não Governamentais que solicitarem liberação de
recursos captados através do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente; Expedir Parecer
referente ao Projeto encaminhado ao CMDCA e após remetê-lo a aprovação da Sessão
Plenária do CMDCA; Expedir o Certificado de Autorização para Captação de Recursos
Financeiros; Monitorar os Projetos em execução, semestralmente, através de solicitação de
documentos e ou visitas ―in loco‖; Solicitar informações ao Contador do Fundo Municipal da
Criança e do Adolescente, a qualquer momento, durante a execução do Projeto.
41
Competências
São competências do CMDCA, de acordo com a Lei N. 7855/09, que dispõe
sobre o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do Fundo Municipal da
Criança e do Adolescente:
I - na Sessão Plenária do mês de março, eleger seu Presidente, Vice-Presidente, 1º
Secretário e 2º Secretário;
II - formular a Política Municipal de Proteção, Promoção e Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente, definindo prioridades e controlando as ações de execução em todos
os níveis, ouvido o Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente;
III - deliberar sobre a conveniência e oportunidade de implementação dos programas e
serviços destinados ao atendimento da criança e do adolescente, bem como sobre a criação e
entidades governamentais ou realização de consórcio intermunicipal regionalizado de
atendimento;
IV - apreciar e deliberar a respeito dos auxílios e benefícios, bem como da aplicação
destes a serem concedidos a entidades não-governamentais que tenham por objetivo a
proteção, promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente;
V - efetuar o registro das entidades governamentais e não-governamentais que
desenvolvam programas com crianças e adolescentes, assim como inscrever os respectivos
programas de proteção e sócio-educativos, na forma dos arts. 90 e 91 da Lei Federal N. 8.069
de 1990;
VI - fixar critérios de utilização, através de planos de aplicações das doações
subsidiadas e demais receitas, destinando necessariamente percentual para o incentivo do
acolhimento sob forma de guarda, de criança ou adolescente, órfão ou abandonado, de difícil
colocação familiar;
VII - definir com o Poder Executivo e Legislativo sobre o Orçamento Municipal
destinado à execução das políticas conforme art. 2º desta Lei e metas estabelecidas pelo
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA);
VIII - aprovar e alterar seu Regimento Interno, com quórum de dois terços de seus
42
membros;
IX - estabelecer política de formação de pessoas com vista à qualidade do atendimento
à criança e ao adolescente;
X - manter intercâmbios com entidades internacionais, federais e estaduais
congêneres, ou que tenham atuação na proteção, promoção e defesa dos direitos da criança e
do adolescente;
XI - realizar e incentivar campanhas promocionais de conscientização dos direitos da
criança e do adolescente;
XII - definir o cronograma de implantação dos Conselhos Tutelares, bem como
elaborar conjuntamente com o Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente a
lei de criação do Conselho Tutelar;
XIII - propor, incentivar e acompanhar a implantação e a realização de programas de
prevenção e atenção biopsicossocial destinados à criança e ao adolescente vítima de
negligência, maus tratos e opressão, bem como dos usuários de drogas;
XIV - oferecer subsídios e acompanhar a elaboração de legislação relativa aos
interesses da criança e do adolescente;
XV - emitir resoluções e pareceres, bem como realizar estudos, pesquisas e campanhas
de divulgação institucional voltadas aos direitos da criança e do adolescente;
XVI - sob fiscalização do Ministério Público, estabelecer critérios e organização de
procedimentos para a escolha de seus Conselheiros Tutelares.
Composição
O Conselho é composto por 14 (catorze) membros titulares e respectivos suplentes,
sendo 07 (sete) representantes do Poder Público (indicados pelo Prefeito Municipal) e 07
(sete) representantes da Sociedade Civil, eleitos pelo Fórum Municipal Permanente de
Políticas Públicas de Florianópolis, todos nomeados pelo Prefeito Municipal, através de
43
Decreto. Os conselheiros possuem mandato de 03 (três anos), permitida uma única
recondução.
Conselheiros que compõem a Gestão 2012-2015:
GOVERNAMENTAIS
NOME ÓRGÃO
TIT
UL
AR
ES
Fernanda Ferreira Porto Secretaria Municipal de Assistência Social
Dória Conceição de Moraes
Vicente
Secretaria Municipal de Educação
Márcia Sueli Del Castanhel Secretaria Municipal de Saúde
Karina Costa Aliano Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa
do Cidadão
Alba Regina Salvador Trintini Secretaria Municipal da Fazenda
José Henrique Brito Fundação Municipal de Esportes
Roberta Garcia de Almeida Fundação Franklin Cascaes
SU
PL
EN
TE
S
Joana Sá Fortes Régis Secretaria Municipal de Assistência Social
Samantha Fernandes Silva Secretaria Municipal de Educação
Tatiane Vieira Fraga Secretaria Municipal de Saúde
Rogério Martarello Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa
do Cidadão
Valéria Jacques Secretaria Municipal da Fazenda
Carlos Roberto Vieira Fundação Municipal de Esportes
Simone Simon Fundação Franklin Cascaes
44
NÃO-GOVERNAMENTAIS
NOME ENTIDADE
TIT
UL
AR
ES
Scheila Cristina Frainer
Yoshimura Associação Comunitária Amigos de Jesus
Adriana Kincheski Bunn Centro Cultural Escrava Anastácia
Maria do Carmo Silveira Pereira Centro de Atenção a Formação Integral do Ser
Lisiane Bueno da Rosa Centro de Integração Empresa Escola de Santa
Catarina
Guilherme dos Santos Murara Fundação Casan
Renata Machado Pereira Instituto Comunitário da Grande Florianópolis
Carlise Fuhr Irmandade do Divino Espírito Santo
SU
PL
EN
TE
S
Carmen Lúcia Horn Berniere Associação Comunitária Amigos de Jesus
Antonio Silva Junior Centro Cultural Escrava Anastácia
Marta Conceição Silva Ribeiro Centro de Atenção a Formação Integral do Ser
Fabiani Erli Witt Centro de Integração Empresa Escola de Santa
Catarina
Juliane Soares Feubach Fundação Casan
Anderson Giovani da Silva Instituto Comunitário da Grande Florianópolis
Diogo Augusto Sederizzi
Schardosin Irmandade do Divino Espírito Santo
Os atuais integrantes da Mesa Diretora são: Dória Conceição de Moraes Vicente,
Presidente; Lisiane Bueno da Rosa, Vice-Presidente; Fernanda Ferreira Porto, 1º Secretária; e
Renata Machado Pereira, 2º Secretária.
Fazem parte da Secretaria Executiva a pedagoga Fabiana Effting Knabben , o auxiliar
administrativo Luciano Von Frühauf e a estagiária de Direito Cintia Regina Lopes Garcia.
45
O Conselho está situado na Av. Mauro Ramos, nº 224 – Sobreloja, Centro - Telefone:
(48) 3251-6219; e-mail: [email protected].
2.2 Conselho Tutelar
Definição
O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado
pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente (Estatuto
da Criança e do Adolescente, artigo 131).
Os dois primeiros Conselhos Tutelares de Florianópolis foram criados por meio da Lei
N. 4283/1993, que autoriza, em seu artigo 2º, a criação por Decreto de mais dois Conselhos
Tutelares, desde que constatada a necessidade e havendo solicitação do Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente. No ano de 2006, foi criado o terceiro Conselho
Tutelar, por meio do Decreto N. 3960, para atender a região norte do município e em 2014 foi
criado o quarto Conselho Tutelar para atendimento ao sul da Ilha (Decreto N. xxxx).
Desta forma, o município de Florianópolis conta hoje com quatro Conselhos Tutelares,
assim localizados:
1) Conselho Tutelar Centro – Rua Júlio Moura, nº84 – Centro.
CEP: 88020-150
Fone: (48) 3223-4340 – 3225-5870.
E-mail: [email protected]
2) Conselho Tutelar Continente – Rua João Vieira, nº 59 – Capoeiras.
CEP: 880070-210
Fone: (48) 3244-5691 – 3244-8010.
E-mail: [email protected]
3) Conselho Tutelar Norte – Rodovia SC 401, KM 18 – Canasvieiras.
CEP: 88025-000
Fone: (48) 3266-0243 – 3266-7412.
E-mail: [email protected]
46
4) Conselho Tutelar Sul – Avenida Pequeno Príncipe, nº 921 – Campeche.
CEP: 88063-000
Fone: (48) 3238-3223 – 3238-8074.
E-mail provisório: [email protected]
Atribuições
São atribuições do Conselho Tutelar, conforme disposto na Lei N. 4283/93:
I - Atender crianças e adolescentes sempre ameaça ou violação dos direitos que lhes são
reconhecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente:
- por ação ou omissão da Sociedade ou do Estado;
- por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; e
- em razão de sua conduta (art. 98, 103 e 105, ECA)
Aplicando-lhes, isolada ou cumulativamente, conforme o caso, as seguintes medidas:
a) encaminhamento aos pais ou responsáveis, mediante termo de responsabilidade;
b) orientação, apoio e acompanhamento temporários;
c) matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
d) inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente;
e) requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico em regime hospitalar
ou ambulatorial;
f) inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento à
alcoólatras e toxicômanos;
g) abrigo em entidade assistencial.
II - Atender a aconselhar os pais ou responsáveis por criança ou adolescente em situação de
risco, se for o caso, aplicar-lhes as medidas de:
a) encaminhamento a programa oficial ou comunitário de promoção à família;
b) inclusão em programa de tratamento à alcoólatras e toxicômanos;
c) encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
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d) encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
e) obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e
aproveitamento escolar;
f) obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamentos especializados;
g) advertência.
III - Promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social,
previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à Autoridade Judiciária nos casos de descumprimento injustificado
de suas deliberações.
IV - Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa
ou penal contra os direitos da criança e do adolescente.
V - Encaminhar à Autoridade Judiciária os casos de sua competência.
VI - Providenciar a medida estabelecida pela Autoridade Judiciária, dentre as previstas no Art.
101, de I a VI do ECA, para o adolescente autor de ato infracional.
VII - Expedir notificações.
VIII - Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando
necessário.
IX - Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programa de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
X - Representar, em nome da pessoa ou da família, contra programa ou programações de
Rádio ou Televisão que desrespeitem valores éticos e sociais, bem como propaganda de
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde da criança e do adolescente (art.
202, 3º, Inciso II da Constituição Federal c/c art. 136, X, ECA).
XI - Fiscalizar as entidades governamentais e não governamentais, referidas no art. 90 da Lei
N. 8.069/90.
48
XII - Representar ao Juiz da Infância e da Juventude nos casos de irregularidades em
entidades de atendimento ou infração administrativa às normas de proteção à criança e ao
adolescente, para o fim de aplicação de medidas e penalidades administrativas pela autoridade
Judiciária (arts. 95, 191 e 194, ECA).
XIII - Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do
pátrio poder. Em caso de maus tratos ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsáveis e
havendo necessidade de ser afastado o agressor da companhia da criança ou adolescente, o
Conselho Tutelar comunicará imediatamente os fatos ao Promotor de Justiça da Infância e da
Juventude (arts. 130 e 201, III, ECA).
XIV - Encaminhar ao Advogado da Infância e da Juventude da Comarca da Capital, todos os
casos que exijam sua iniciativa em juízo (art. 148, ECA, c/c art. 118 da Lei de Organização
Judiciária/SC), como ações de alimentos, suprimentos, retificação ou cancelamento de
registro de nascimento ou óbito, colocação em família substituta (guarda, tutela ou adoção) e
outros, repassando-lhe o estudo social e outros documentos referentes à criança ou
adolescente em situação de risco.
XV - Desempenhar quaisquer outras atividades, desde que compatíveis com as finalidades
previstas no Art. 131 da Lei Federal N. 8.069/90, para o mais perfeito esgotamento dos
objetivos de sua instituição.
Ao atender qualquer criança ou adolescente, o Conselho Tutelar conferirá sempre o
seu registro civil e, verificando a sua inexistência ou grave irregularidade no mesmo,
comunicará o fato ao Advogado da Infância e da Juventude da Comarca para fins dos arts.
102 e 148, Parágrafo Único, letra "h" do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Importante ressaltar que as decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas
pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.
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Composição
Cada Conselho Tutelar é composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população
local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo
processo de escolha.
Conselho Tutelar Centro
Amanda Gomes
Cinthya Fernanda Spinato
Luis Antonio Rodrigues
Nilcélia Aparecida Jerônimo Duarte
Rodrigo Almeida de Freitas
Conselho Tutelar Continente
Deise Farias
Josine Andria da Luz
Mauri de Lima Pinto
Priscilla de Oliveira
Sandra Regina Santos Claudino
Conselho Tutelar Norte
Indianara Trainotti
Marinês Mieche Pereira
Olga Iung
Semiramis Celeste Borges Pintado
Sérgio Eulálio Costa Bandeira
Conselho Tutelar Sul
Elisabeth Meira Heyse
Jefferson Silva
Nara Pompeo Rodrigues
Telma Regina Gonçalves Raimundo
Zenilta Espíndola Corrêa
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2.3 Rede de Atendimento ao Adolescente
2.3.1 Saúde
A organização das ações de atenção integral à saúde de adolescentes em conflito com
a lei será realizada de acordo com os seguintes princípios, em conformidade com os princípios
e diretrizes do SUS e com as Leis Orgânicas da Saúde (Lei N. 8.080/90 e 8.142/90): respeito
aos direitos humanos e à integridade física e mental dos adolescentes; enfrentamento ao
estigma e preconceito; respeito à condição peculiar dos adolescentes como pessoas em
desenvolvimento; garantia do acesso universal e integralidade do cuidado a todos os pontos da
rede de atenção à saúde, observando-se o princípio da incompletude institucional; atenção
humanizada e de qualidade a esta população; organização da atenção à saúde, com definição
das ações e serviços de saúde a partir das necessidades da população adolescente em conflito
com a lei; e permeabilidade das instituições socioeducativas à comunidade e ao controle
social.
A atenção integral à saúde de adolescentes em conflito com a lei será organizada e
estruturada na Rede de Atenção à Saúde, com base na atenção primária. O modelo de
atenção primária adotado pela Secretaria de Saúde do Município de Florianópolis é a
Estratégia de Saúde da Família (ESF), onde as equipes têm uma população delimitada sob a
sua responsabilidade, localizada em determinado território geográfico. As equipes atuam com
ações de promoção, prevenção, recuperação, reabilitação e na manutenção da saúde da
população de sua área de abrangência. Caracterizam-se também como a porta de entrada de
um sistema integrado, hierarquizado e regionalizado de saúde. Em agosto de 2014,
Florianópolis contava com 121 equipes de SF, 65 equipes de Saúde Bucal e 12 equipes
NASF, distribuídos entre os cinco Distritos Sanitários do município.
Assim, as ações de atenção primária em saúde serão desenvolvidas por equipes de
Saúde da Família (ESF), em conformidade com a Carteira de Serviços da Atenção Primária à
Saúde da SMS, e serão realizadas no centro de saúde de referência do local de moradia dos
adolescentes em cumprimento de MSE em meio aberto ou, no caso de cumprimento de MSE
em meio fechado ou semiliberdade, no centro de saúde responsável pela área de abrangência
onde está situada a Unidade Socioeducativa.
51
Na Atenção Primária serão garantidas: as principais ações relacionadas à promoção da
saúde, ao acompanhamento do crescimento e desenvolvimento físico e psicossocial, à
prevenção e ao controle de agravos; as ações relativas à saúde sexual e saúde reprodutiva,
com foco na ampla garantia de direitos; o acompanhamento do pré-natal e a vinculação ao
serviço para o parto das adolescentes gestantes, com atenção especial às peculiaridades
advindas da situação de privação de liberdade, seguindo-se as diretrizes da Rede Cegonha; o
aleitamento materno junto às adolescentes, sobretudo às adolescentes puérperas e mães em
situação de privação de liberdade, seguindo-se as diretrizes da Rede Cegonha; os cuidados de
saúde bucal. O atendimento de situações psicossociais mais complexas poderá contar ainda
com o apoio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e, quando necessário, da
articulação com outros serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), para: ações de
promoção de saúde mental, prevenção e cuidado dos transtornos mentais, identificação de
situações de sofrimento psíquico, transtornos mentais e problemas decorrentes do uso de
álcool e outras drogas; a realização de intervenções terapêuticas, ações de redução de danos e
cuidado para pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas; e o
desenvolvimento dos trabalhos com os determinantes sociais de saúde relacionados às
vulnerabilidades pessoais e sociais desta população, além de outras ações que efetivamente
sejam promotoras da saúde integral dos adolescentes em conflito com a lei. compartilhadas,
sempre que necessário, com os demais pontos da rede.
Quanto à Atenção Especializada e Atenção às Urgências e Emergências garantir-se-á o
acesso à assistência de média e alta complexidade na rede de atenção do SUS, a
implementação de estratégias para promoção de cuidados adequados nos componentes
ambulatorial especializado e encaminhamento para a atenção hospitalar quando necessário.
PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE AGRAVOS:
Programa Saúde na Escola:
A Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, desenvolve, desde 2008, o
Programa Saúde na Escola. O Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial da
Saúde e da Educação, foi instituído por Decreto Presidencial em 2007. Constitui estratégia
para integração e articulação permanente entre as políticas e ações de educação e de saúde,
com a participação da comunidade escolar, envolvendo intersetorialmente as equipes de saúde
52
da família e da educação básica. Nesse sentido, vem contribuir para o fortalecimento de ações
na perspectiva do desenvolvimento integral e proporcionar à comunidade escolar a
participação em programas e projetos que articulem saúde e educação, para o enfrentamento
das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças, adolescentes e
jovens brasileiros.
Em Florianópolis, o PSE é desenvolvido conjuntamente pelas Secretarias Municipais
de Saúde e Educação e Secretaria Estadual de Educação, com a inclusão em 2013 da
Secretaria Municipal de Assistência Social. Em 2014, participam 109 unidades educativas
com 40513 educandos atendidos e 89 equipes de Saúde da Família vinculadas ao Programa.
Entre as unidades educativas, temos 36 escolas municipais e 33 escolas estaduais, perfazendo
um total de 35728 alunos do Ensino Fundamental e Médio participantes do programa.
Com o intuito de facilitar a dinâmica de trabalho das equipes de saúde e educação, o
PSE trabalha com três componentes, ou seja, três dimensões que precisam ser desenvolvidas
para que possamos construir processos de educação e saúde integral e qualificar a gestão
intersetorial. São eles:
COMPONENTE 1- Avaliação das condições de saúde;
Avaliação antropométrica/ nutricional;
Verificação da situação vacinal;
Saúde Ocular;
Avaliação da saúde bucal;
Identificação de possíveis sinais de agravos de saúde negligenciados e
doenças em eliminação;
COMPONENTE 2 - Promoção da Saúde e Prevenção de Agravos:
Promoção da Segurança Alimentar e Promoção da Alimentação
Saudável;
Promoção da Cultura de Paz e direitos humanos;
Promoção da Saúde Mental no território escolar: criação de grupos
intersetoriais de discussão de ações de saúde mental no contexto escolar, em
articulação com o GTI municipal;
53
Saúde e prevenção nas Escolas (SPE): direito sexual e reprodutivo e
prevenção de DST/AIDS (ensino fundamental/médio apenas);
Saúde e prevenção nas Escolas (SPE): prevenção ao uso do álcool,
tabaco e outras drogas (ensino fundamental/médio apenas);
Promoção de práticas corporais, atividade física e lazer nas escolas
(pré-escola, ensino fundamental e médio apenas);
COMPONENTE 3- Formação:
Vigilância alimentar e nutricional;
Alimentação saudável;
Direitos sexuais e reprodutivos;
Prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas.
Florianópolis também desenvolve o Programa #TAMOJUNTO, para educandos dos
sétimos anos (oitavas séries) - faixa etária dos 13 anos- cujos objetivos são: reduzir o
consumo regular ou abusivo de álcool e outras drogas, adiar o primeiro uso de drogas e
prevenir a transição do uso esporádico para o uso frequente. Ele é composto por 12 aulas
interativas baseadas na abordagem de influência social que é sustentado pelo tripé: (1)
promoção de habilidades de vida, (2) informações sobre drogas e (3) pensamento crítico
frente às crenças normativas dos educandos que participam das aulas. Além das atividades
com os educandos, prevê-se a realização de 3 oficinas de pais ou responsáveis com duração
de 3h cada. Esses encontros são planejados e coordenados pelos profissionais da saúde e
educação do território da escola que está participando do programa. No município, já
participaram/participam do programa: 14 escolas, 1125 educandos.
Atendimentos coletivos / atividades em grupo com a participação dos adolescentes de
12 a 18 anos incompletos:
2011 – 63 atividades com 715 participantes
2012 – 99 atividades com 1308 participantes
2013 – 411 atividades com 7850 participantes
2014 – 425 atividades com 7037 participantes
54
Assistência em Saúde:
Observa-se, abaixo, o número de consultas (em atenção básica, médicas especializadas
e primeira consulta odontológica programática) realizadas na rede pública municipal de
saúde, considerando a faixa etária de 12 a 18 anos incompletos:
Ano Cons. Atenção Básica Cons. Médicas Espec. 1a. Consulta Odonto
2011 12497 4161 2204
2012 13799 3357 2289
2013 16175 5818 2300
2014 13659 15021 1727
Fonte: Info-Saúde- SMS, Florianópolis/SC
Em relação à Saúde Mental, verificamos a realização de 1511 consultas médicas
especializadas, para a faixa etária considerada, no Centros de Atenção Psicossociais do
município, conforme listado abaixo:
Unidade Ano Cons. Médicas
Espec. CAPS PONTA DO 2011 5
CAPS PONTA DO CORAL 2012 13
CAPS PONTA DO CORAL 2013 11
CAPS PONTA DO CORAL 2014 9
CAPSad CONTINENTE - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ALCOOL E DROGAS 2011 55
CAPSad CONTINENTE - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ALCOOL E DROGAS 2012 30
CAPSad CONTINENTE - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ALCOOL E DROGAS 2013 28
CAPSad CONTINENTE - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ALCOOL E DROGAS 2014 9
CAPSad ILHA - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ALCOOL E DROGAS ILHA 2011 38
CAPSad ILHA - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ALCOOL E DROGAS ILHA 2012 52
CAPSad ILHA - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ALCOOL E DROGAS ILHA 2013 18
CAPSad ILHA - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ALCOOL E DROGAS ILHA 2014 13
CAPSi - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2011 256
CAPSi - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2012 364
55
CAPSi - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2013 357
CAPSi - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2014 253
TOTAL GERAL 1511 Fonte: Info-Saúde- SMS, Florianópolis/SC
UNIDADES E EQUIPES PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE:
Unidades e Equipes de Atenção Primária: Serviços de saúde desenvolvidos com o
mais alto grau de descentralização e capilaridade. Oferecem a entrada no sistema para todas as
novas necessidades e problemas; fornecem atenção centrada na pessoa e não na enfermidade,
ao longo do tempo, para todas as condições exceto as muito incomuns ou raras; e coordenam
ou integram a atenção fornecida em outros níveis de atenção. São o centro de comunicação da
Rede de Atenção à Saúde.
a) Centros de Saúde - Equipes de Saúde da Família (ESF) e Equipes de Saúde
Bucal (ESB):
Unidades para realização de atendimentos de atenção à população, de forma
programada ou não, nas especialidades básicas, incluindo assistência odontológica.
São a porta de entrada preferencial da Rede de Atenção. O acesso se dá por demanda
espontânea da população ou por encaminhamento de outros pontos da rede de atenção
à saúde. É organizado de acordo com as características territoriais e necessidades da
população considerando os critérios de freqüência, risco e vulnerabilidade.
b) Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF):
Equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento. Não são
portas de entrada do sistema, sendo núcleos voltados para fortalecimento das Equipes de
Saúde da Família e para retaguarda assistencial no âmbito da atenção primária. O acesso se dá
principalmente por encaminhamento da atenção primária ou por outros fluxos previamente
definidos.
c) Equipe de Consultório na Rua (ECR):
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Equipe da Atenção Primária para populações especiais. Tem como objetivo ampliar o
acesso da população de rua à rede de atenção e ofertar atenção à saúde de forma integral e
oportuna a esta população. Acesso por busca ativa, por demanda espontânea da população ou
por encaminhamento de outros pontos da rede de atenção à saúde.
d) Farmácias de Referência Regional:
Responsáveis pela dispensação dos medicamentos de controle especial e
medicamentos estratégicos. Localizam-se nas policlínicas e em alguns centros de saúde de
referência regional.
Unidades e Serviços de Média e Alta Complexidade e outros serviços de
referência municipal: Visam atender aos principais problemas de saúde e agravos da
população que exijam profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio
diagnóstico e terapêutico.
a) Policlínicas de Especialidades:
Unidades de Saúde de complexidade intermediária para atendimento ambulatorial
especializado incluindo: realização de procedimentos e exames, ações especializadas em
odontologia, cirurgias ambulatoriais especializadas, dispensação de medicamentos especiais,
entre outros. Acesso por encaminhamento da Atenção Primária.
b) Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) Geral, Infantil/Adolescentes e Álcool
e outras Drogas:
Unidades para atendimento à população com transtornos mentais graves. Realizam o
acompanhamento clínico e promovem a reinserção social dos usuários pelo exercício dos
direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Acesso por
encaminhamento de outros pontos da rede de atenção ou por demanda espontânea.
c) Unidades de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas:
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Unidade para assistência a paciente cujos agravos necessitam de atendimento
imediato, com ou sem risco de vida. Acesso por demanda espontânea, com acolhimento e
classificação de risco.
d) Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU):
Equipes móveis de complexidade intermediária para atendimento de urgências e
emergências. Integrantes do componente pré-hospitalar da rede de Atenção a Urgências e
Emergência. Acesso mediado por Central de Regulação Estadual.
e) Laboratório de Saúde Pública de Florianópolis (LAMUF):
Serviço que realiza análises clínicas, ambientais, fiscais e diagnóstico de zoonoses de
interesse à Vigilância em Saúde.
f) Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA):
Serviço que realiza ações de diagnóstico e prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis. O atendimento é sigiloso e realizado por equipe multiprofissional com
aconselhamento pré e pós teste. Caso o resultado do exame seja positivo, a equipe do CTA
encaminha para atendimento de referência. Além disso, podem ser realizadas ações
intramuros (dentro das Unidades de Saúde) e extra-muros (comunidade) sobre o tema, além
de disponibilizar insumos de prevenção.
g) Centro de Controle de Zoonoses (CCZ): Responsável pelo controle de agravos e
doenças transmitidas por animais (zoonoses), através do controle de populações de animais
domésticos (cães, gatos e animais de grande porte) e animais sinantrópicos (morcegos,
pombos, ratos, mosquitos, abelhas entre outros).
ORGANIZAÇÃO GERAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE:
Os Centros de Saúde são a porta de entrada preferencial da rede municipal para
todas as demandas de saúde do cidadão/usuário.
O cidadão/usuário ao acessar diretamente outros pontos do SUS deverá ser
referenciado para sua Equipe de Saúde da Família.
58
A Equipe de Saúde da Família é responsável pelo acompanhamento e
coordenação do cuidado das pessoas de sua área de abrangência e cabe a ela a avaliação da
necessidade de encaminhamentos a outras Equipes e Serviços especializados da Rede
Municipal.
Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente:
I. Atendimento clínico compartilhado (ESF/ESB/NASF) da criança e adolescente de
baixo risco/vulnerabilidade:
• Consultas para Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança,
conforme calendário municipal
• Consultas para Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento do adolescente
• Identificação e manejo de problemas de crescimento e desenvolvimento na infância
• Identificação e manejo de problemas de crescimento e desenvolvimento na
adolescência
• Identificação e manejo dos problemas mais comuns na infância
• Identificação e manejo dos problemas mais comuns na adolescência
• Atendimento de urgências/emergências para crianças e adolescentes
• Atendimento odontológico da criança
• Atendimento odontológico do adolescente
• Atividades de promoção e prevenção em saúde da criança e do adolescente:
• Prevenção dos fatores de risco para doença cardíaca e diabetes
• Prevenção do tabagismo, álcool e outras drogas
• Prevenção de acidentes e violência
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• Estímulo à atividade física e alimentação saudável
• Aconselhamento sobre saúde sexual e reprodutiva
• Aconselhamento antecipado aos pais (posição para dormir, prevenção de infecções
respiratórias)
• Suplementação de vitaminas e minerais, quando indicado
• Promoção e apoio ao aleitamento materno e manejo de problemas relacionados a
lactação
• Aconselhamento para a introdução da alimentação complementar
• Imunização conforme Calendário Vacinal para infância e adolescência
• Cuidados com a rede de frio
• Investigação de eventos adversos pós-vacinais
• Busca de faltosos de vacina
• Vigilância da cobertura vacinal
• Oferta de imunobiológicos especiais para populações de alto risco / vulnerabilidade,
quando indicado
• Campanhas de vacinação
• Rastreamento em saúde da criança e do adolescente
- Triagem neonatal (teste do pezinho e reflexo vermelho)
- Avaliação visual
- Displasia congênita de quadril
- Má-formação cardíaca
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- Detecção precoce de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
• Prevenção quaternária em saúde da criança e do adolescente
II. Atendimento clínico compartilhado (ESF/ESB/NASF/especialistas) da criança e
adolescente de alto risco/ vulnerabilidade:
• Identificação e manejo da criança prematura
• Identificação, Manejo e Vigilância da criança exposta ao HIV
• Identificação, Manejo e Vigilância das Hepatites Virais agudas e crônicas,
• Identificação, Manejo e Vigilância da criança exposta à Sífilis
• Identificação, Manejo e Vigilância da criança e adolescente com baixo peso e
desnutrição
• Identificação, Manejo e Vigilância da criança e adolescente com sobrepeso e
obesidade
• Identificação, Manejo e Vigilância das crianças com distúrbios nutricionais
• Identificação e manejo de crianças e adolescente com asma
• Identificação, Manejo de crianças e adolescente com outras doenças crônicas
• Identificação, Manejo e Vigilância de crianças e adolescente com Tuberculose (TB)
• Identificação, Encaminhamento e Vigilância de crianças e adolescente com suspeita
de Hanseníase.
• Identificação e manejo de crianças e adolescente com deficiências (físicas e mentais)
• Identificação e manejo de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado e
problemas relacionados ao contexto escolar e/ou trabalho infantil
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• Identificação e manejo de crianças / adolescentes em vulnerabilidade social
• Identificação e manejo de crianças e adolescentes com sofrimento psíquico
• Identificação, Manejo e Vigilância dos casos suspeitos ou confirmados de violência.
• Identificação e manejo de crianças e adolescentes com problemas de saúde bucal
• Identificação e manejo da adolescente gestante
III. Prevenção e promoção de saúde nas escolas e creches:
• Ações de saúde bucal
• Promoção de saúde mental no contexto escolar (creches até ensino médio)
• Saúde sexual e reprodutiva e prevenção de DST/AIDS (dupla proteção e uso de
preservativo).
• Prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas
• Segurança alimentar e alimentação saudável
• Promoção do desenvolvimento infantil
• Atividade física e práticas corporais na escola e lazer.
• Prevenção de violência e acidentes.
• Saúde e prevenção nas escolas: participação juvenil
IV. Vigilância em saúde da criança e do adolescente:
• Notificação, Manejo e Vigilância de Doenças e/ou Agravos de Notificação
Compulsória
62
• Busca ativa de casos de Doenças e/ou Agravos de Notificação Compulsória, quando
aplicável
• Manejo e Vigilância das Doenças Crônicas não transmissíveis: doenças
cardiovasculares, diabetes, câncer, doenças respiratórias crônicas, entre outras
• Bloqueio vacinal, quando aplicável
• Detecção precoce de surtos e epidemias e adoção de medidas de controle (em
conjunto com a Vigilância Epidemiológica dos Distritos Sanitários)
• Ações de educação em saúde na comunidade
• Desenvolvimento de ações de controle de riscos ambientais em saúde (controle de
vetores)
• Investigação de óbito neonatal (em conjunto com Vigilância Epidemiológica dos
distritos sanitários)
V. Emissão de Laudos, Atestados Médicos/Odontológicos e demais documentos
• Preenchimento de atestados, declarações, laudos e relatórios de acompanhamento da
criança ou adolescente, quando solicitados pelos pais ou responsáveis, ou por terceiros com
autorização destes (exceto laudos periciais e atestados admissionais e demissionais)
• Preenchimento de Declarações de Óbitos dos casos acompanhados pelo médico da
ESF
VI. Práticas integrativas e complementares em saúde da criança e do adolescente
63
2.3.2 Educação
O direito a educação tem sido tematizado ao longo da historia, caracterizando–se não
apenas como direito da pessoa, mas fundamentalmente, como seu elemento constitutivo. Cabe
lembrar que no Brasil essa discussão ganha visibilidade no século XX, momento marcado
pela ampliação do reconhecimento dos direitos que devem ser garantidos a todas as pessoas.
Na contemporaneidade, a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade
na construção de ideais de respeito mutuo, da paz, da justiça social e da liberdade, afim de que
possamos dar continuidade ao processo histórico e, sob esta ótica, alavancar a transformação
social, tão urgente e necessária.
Nessa tarefa, entendemos que cabe ao poder publico, enquanto instancia que articula e
coordena ações nos vários âmbitos da sociedade, que assegurem políticas publicas que
promovam a formação e o exercício pleno da cidadania.
Programa Mais Educação – Tempo Integral
Em 2014 são 22 Unidades contempladas com o Programa Mais Educação:
- EB Acácio Garibaldi São Thiago – Barra da Lagoa
- EB Adotiva Liberato Valentim – Costeira
- EB Anísio Teixeira – Costeira
- EB Donícia Maria da Costa – Saco Grande
- EB Int. Aricomedes da Silva – Cachoeira do Bom Jesus
- EB José Amaro Cordeiro – Morro das Pedras
- EB Luiz Cândido da Luz – Vargem do Bom Jesus
- EB Maria Conceição Nunes – Rio Vermelho
- EB Vitor Miguel de Souza - Itacorubi
- ED José Jacinto Cardoso – Serrinha
- ED Osvaldo Galupo – Morro do Horácio
64
- EB Mâncio Costa – Ratones
- EB Albertina Madalena Dias – Vargem Grande
- EB Henrique Veras – Lagoa da Conceição
- EB Brigadeiro Eduardo Gomes – Campeche
- EB Osmar Cunha – Canasvieiras
- EB Dilma Lúcia dos Santos – Armação
- EB Herondina M. Zeferino – Ingleses
- EB Batista Pereira – Alto Ribeirão
- ED Lupércio B. da Silva – Caieira da Barra do Sul
- ED Marcolino José de Lima – Barra do Sambaqui
- EB Virgilio dos Reis Várzea - Canasveiras
Atendimento na Educação de Jovens e Adultos – EJA - 2014
- EB Anísio Teixeira – Costeira
- EB Donícia Maria da Costa – Saco Grande
- EB José Amaro Cordeiro – Morro das Pedras
- EB Silveira de Souza – Centro
- NETI – Universidade Federal de Santa Catarina
- EB Maria Conceição Nunes – Rio Vermelho
- CCFV – Vila União
- ED José Jacinto Cardoso – Serrinha
- ED Osvaldo Galupo – Morro do Horácio
- EB Henrique Veras – Lagoa da Conceição
- EB João Gonçalves Pinheiro – Rio Tavares
- EB Osmar Cunha – Canasvieiras
65
- EB Herondina M. Zeferino – Ingleses
- ASPI – Comunidade do Arvoredo
- EB Batista Pereira – Alto Ribeirão
- EB Almirante Carvalhal – Coqueiros
- Biblioteca Publica Municipal Professor Barreiros Filho - Estreito
Inclusão das Pessoas com Deficiência - serviço educacional especializado
Todas as pessoas com alguma deficiência que procuram as Unidades Educativas são
matriculadas regularmente na Rede Municipal e além da inclusão a Secretaria, ainda oferece
alguns atendimentos especializados como:
Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual – CAP – responsável pela
produção de material em Braille e recursos adaptados para o educando cego e com
baixa visão.
Salas Multifuncionais – Estão localizadas em escolas-pólo e são responsáveis em
promover instrumentos de acessibilidade aos educandos cegos, com baixa-visão,
surdos e com dificuldades motoras, através do aprendizado do Braille, Sorobã,
Orientação e Mobilidade, Atividades da Vida Diária, Língua Brasileira de Sinais,
Língua Portuguesa para Surdos e adaptações de materiais utilizando a tecnologia
assistiva.
Intérprete da Língua de Sinais: São profissionais contratados para atuarem nas salas
de aula na interpretação da Língua de Sinais para os educandos surdos.
Diversidade Étnico Racial
A Secretaria Municipal de Educação implementa várias ações para as políticas
afirmativas: Relações Étnicorraciais, Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e
Indígena, de acordo com a Lei nº 10.639/2003 e 11.645/06.
66
Educação Ambiental
Ações de Educação para Sustentabilidade no Município, tais como: Eco-Festival, Eco-
Escola, Escola do Mar, Projeto Educando com a Horta Escolar.
Saúde do Escolar
• Programa do Governo Federal, com parceria da Secretaria Municipal de Saúde e
Secretaria Municipal de Educação, que procura dar atendimento integral ao educando
na área da saúde.
• Avaliação oftalmológica, auditiva;
• Avaliação Nutricional;
• Avaliação da Saúde Mental;
• Avaliação da Saúde bucal;
• Promoção e prevenção da saúde do escolar: alimentação escolar saudável, hábitos
alimentares, atividade física, educação para a saúde sexual e prevenção de DST/AIDS,
prevenção do uso do álcool, tabaco e outras drogas e promoção da cultura da paz e
prevenção da violência.
• Participação das escolas, famílias e agentes de saúde.
2.3.3 Assistência Social
A Assistência Social, política pública não contributiva, é realizada através de um
conjunto de ações de iniciativa pública e da sociedade, tendo como funções a proteção social,
a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos. A política de Assistência Social se realiza
de forma integrada às demais políticas setoriais e está organizada sob a forma de um sistema
público denominado Sistema Único de Assistência Social – SUAS, constituído pelo conjunto
de serviços, programas, projetos e benefícios no âmbito da Assistência Social, prestados
diretamente por entidades públicas ou por organizações não-governamentais.
A Proteção Social de Assistência Social é hieraquizada em Proteção Social Básica e
Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade.
67
A Proteção Social Básica objetiva prevenir situações de risco por meio do
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários, destinando-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social
decorrente da pobreza ou de privações (ausência de renda, acesso precário ou nulo aos
serviços públicos,...), e/ou fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento
social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
Já a Proteção Social Especial é destinada a famílias e indivíduos que se encontram em
situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, violência física, psicológica,
negligência, abuso e exploração sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de
medidas sócio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, deficiência, entre
outras.
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
Centro de Referência de Assistência Social – CRAS
Equipamento público que oferta obrigatoriamente o Serviço de Proteção e atendimento
Integral à Família – PAIF, o qual consiste no trabalho social com famílias, de caráter
continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura
de vínculos familiares e comunitários, desenvolver potencialidades e promover a ampliação
do acesso aos direitos de cidadania.
CRAS ENDEREÇO ÁREA DE ABRANGÊNCIA
CRAS Centro
Rua Professora
Maria Julia Franco,
nº 281 – Prainha
Tel: 3222-0148
Prainha, José Mendes, Morro da Mariquinha,
Nova Descoberta, Carvoeira, Morro do Mocotó,
Jagatá, Monte Serrat, Morro do Céu, Morro da
Boa Vista, Morro da Queimada, Centro, Morro
do Tico-Tico, Morro do Mangueirão, Angelo
Laporta
CRAS Trindade
Rua Professora Enoé
Schutel, nº 238 –
Trindade
Tel: 3338-1076
Agronômica, Morro Sta Vitória, Nova Trento,
Vila Sta Rosa, Morro do Horácio, Morro do 25,
Trindade, Morro da Penitenciária, Serrinha,
Itacorubi, Morro do Quilombo, Corrego Grande,
Morro do Poção, Sta Mônica, Lagoa da
Conceição, Barra da Lagoa, Costa da Lagoa,
Canto dos Araçás, Porto da Lagoa, Retiro da
Lagoa, Fortaleza da Barra
CRAS Rua Santos Saraiva, Capoeiras, Jd Ilha Continente, Morro da Caixa,
68
Capoeiras nº 2011 – Capoeiras
Tel: 3348-6237
Abraão, Coqueiros, Itaguaçu, Vila Aparecida,
Bom Abrigo
CRAS Jardim
Atlântico
Rua Elesbão Pinto
da Luz, nº 169 –
Jardim Atlântico
Tel: 3244-0683
Jardim Atlântico, Sapé, Monte Cristo, Chico
Mendes, Novo Horizonte, Promorar, Nossa Sra
da Glória, Balneário, Ponta do Leal, Estreito,
Canto, Vila São João, Coloninha, Bairro de
Fátima.
CRAS
Canasvieiras
Rod. SC 401, Km
18, nº 17.500 –
Canasvieiras
Tel: 3369-0840
Canasvieiras, Canto do Lamin, Vargem Grande,
Rio Papaquara, Vargem Pequena, Ponta das
Canas, Lagoinha, Praia Brava, Vargem do Bom
Jesus, Morro do Mosquito, Cachoeira do Bom
Jesus, Vila União.
CRAS Ingleses
do Rio
Vermelho
Rod. João Gualberto
Soares, nº 371 –
Ingleses do Rio
Vermelho
Tel: 3369-1302
Ingleses, Vila do Arvoredo, Capivari de Baixo,
Capivari de Cima, Santinho, Rio Vermelho,
Travessão, Muquem, Moçambique.
CRAS ENDEREÇO ÁREA DE ABRANGÊNCIA
CRAS Saco
Grande
Rua Brejauba, nº 61
– Monte Verde
Tel: 3338-2610
Saco Grande, Vila Cachoeira, João Paulo, Monte
Verde, Cacupé, Sambaqui, Sto Antônio de
Lisboa, Ratones, Jurerê, Daniela, Praia do Forte.
CRAS Saco dos
Limões
Av. Jorge Lacerda,
nº 1025 – Costeira
Tel: 3222-9165
Alto da Caeira, Saco dos Limões, Carianos, Cidade
Alta (Costeira), Panaia (Carianos), Trevo da Seta,
Pantanal, Caeira do Saco dos Limões.
CRAS Tapera
Rua José Olímpio da
Silva, nº 280 – Tapera
Tel: 338-1042 Tapera
CRAS Rio Tavares
Rua Osvaldo Joaquim
Antunes, nº 95 –
Fazenda do Rio
Tavares
Tel: 3337-4028
Açores, Alto do Ribeirão, Areias do Campeche,
Campeche, Costa de Cima, Costa de Dentro, Rio
Tavares, Matadeiro, Morro das Pedras, Pântano do
Sul, Ribeirão da Ilha, Lagoa do Peri, Armação do
Pântano do Sul, Cachoeira do Rio Tavares, Caeira da
Barra do Sul, Fazenda do Rio Tavares.
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Adolescentes
Serviço de Proteção Social Básica que tem como foco o fortalecimento da convivência
familiar e comunitária; desenvolve atividades que estimulam a convivência social e a
participação cidadã, contribuindo para o retorno ou permanência dos adolescentes na escola.
69
Região Central
Instituição Faixa Etária Endereço
Secretaria Municipal de
Assistência Social – SCFV
Centro/IFSC
13 a 17 anos
Av. Mauro Ramos, nº 950 -
Centro
Tel: 3251-6251
Fundação Vidal Ramos 06 a 15 anos
Rua Victor Konder, nº 321 -
Centro.
Tel: 3304-3533
Associação dos Amigos da
Criança e Adolescente do Morro
do Mocotó
06 a 15 anos
Rua Treze de Maio, nº 149 -
fdos, 43 - Prainha.
Tel: 3225-7498/3225-7546
Instituição Faixa Etária Endereço
Associação Evangélica
Beneficente de Assistência Social 06 a 15 anos
Servidão Siqueira, nº 268 –
Prainha
Tel: 3025-6622/3024-6629
Rua Joaquim Costa, nº 621 –
Agronômica
Tel: 3025-6622/3024-6629
Assistência Social São Luiz 06 a 15 anos
Rua Rui Barbosa, nº 01 –
Agronômica.
Tel: 3228-3527
Associação Beneficente,
Educacional Gente Amiga 06 a 15 anos
Rua Antônio Carlos Ferreira, nº
1175 – Agronômica.
Associação Promocional do
Menor Trabalhador 06 a 15 anos
Rua Rui Barbosa, nº 811 -
Agronômica.
Casa São José 06 a 15 anos
Rua Marcus Aurélio Homem, nº
366 – Trindade.
Tel: 3234-3800
Região Continental
Instituição Faixa Etária Endereço
Secretaria Municipal de
Assistência Social – SCFV
Capoeiras
13 a 17 anos Rua Santos Saraiva, nº 2011 –
Capoeiras
Tel: 3251-6251
70
Centro de Educação e
Evangelização Popular
06 a 17 anos Rua Frei Fabiano de Cristo, s/nº
- Monte Cristo.
Tel: 3244-7497
Centro de Apoio à Formação
Integral do Ser
06 a 15 anos Rua Genuíno Pereira da Silva,
nº 282 – Chico Mendes.
Tel: 3240-7686
Região Norte
Instituição Faixa Etária Endereço
Secretaria Municipal de
Assistência Social – SCFV Saco
Grande
13 a 17 anos Rua Brejaúba, nº 61 – Monte
Verde
Tel: 3251-6251
Conselho de Moradores do Saco
Grande II
06 a 17 anos Rodovia Virgílio Várzea, nº
1313A - Saco Grande.
Tel: 3334-3057.
Associação de Amigos Solidários 06 a 15 anos Avenida dos Búzios, nº 470 sala
05 – Jurerê
Tel: 3266-3191
Secretaria Municipal de
Assistência Social – SCFV Vila
União
13 a 17 anos Rua Anarolina Silveira dos
Santos, s/nº - Vila União
Tel: 3251-6251
Região Sul
Instituição Faixa Etária Endereço
Associação Atlética e Esportiva
Vento Sul
06 a 17 anos Servidão da Felicidade, nº 327A
- Caieira do Saco dos Limões.
Tel: 3333-6625.
Associação Evangélica
Beneficente de Assistência Social
06 a 15 anos Rua Custódio Fermino, nº 770 –
Caieira do Saco dos Limões.
Tel: 3025-6622/3024-6629
Centro de Integração Familiar 06 a 15 anos Rua João Motta Espezim, nº
683 - Saco dos Limões.
Tel: 3333-6356.
71
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL
Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS
Equipamento público responsável por ofertar serviços especializados de média
complexidade, de caráter continuado para famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e
social, por violação de direitos.
Florianópolis possui dois CREAS, um na Ilha – Rua Rui Barbosa nº 677, Agronômica
– e um no Continente – Rua
O CREAS Ilha executa o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias
e Indivíduos – PAEFI, Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de
Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade –
LA/PSC e Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas
Famílias – SEPREDI.
Já o CREAS Continente executa somente o Serviço de Proteção e Atendimento
Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI.
Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes
Serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade. Tem como objetivo o
acolhimento provisório e excepcional, sob medida de proteção (artigo 98 do Estatuto da
Criança e do Adolescente) e em situação de risco pessoal e social, cujas famílias ou
responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir suas funções de
cuidado e proteção.
No município de Florianópolis existem 11 unidades que executam o serviço de
acolhimento institucional, destas 03 atendem adolescentes, conforme segue:
Instituição Faixa Etária Sexo Capacidade
Instalada
Centro Cultural Escrava 07 a 18 anos Ambos os sexos 20
72
Anastácia – Casa de Acolhimento
Darcy Vitória de Brito
Secretaria Municipal de
Assistência Social – Acolhimento
Institucional Jardim Atlântico
12 a 18 anos Masculino 10
Secretaria Municipal de
Assistência Social - Acolhimento
Institucional Coqueiros
07 a 18 anos Feminino 20
CAPITULO III
SISTEMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
O Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo deve seguir as diretrizes
estabelecidas pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, o qual se destina a
regulamentar a forma de como o Poder Público, por seus mais diversos órgãos e agentes,
deverá prestar o atendimento especializado ao qual adolescentes autores de ato infracional
têm direito.
O SINASE foi instituído pela Resolução N. 119/2006, do Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, e foi aprovado pela Lei N. 12.594, de 18
de janeiro de 2012, a qual introduziu uma série de inovações que concernem à aplicação e
execução de medidas socioeducativas a adolescentes autores de ato infracional, dispondo
desde a parte conceitual até o financiamento do Sistema Socioeducativo, definindo papeis e
responsabilidades.
Com o advento da Lei N. 12.594/2012, passa a ser obrigatória a elaboração e
implementação, nas 03 (três) esferas de governo, dos chamados "Planos de Atendimento
Socioeducativo" (de abrangência decenal), com a oferta de programas destinados à execução
73
das medidas socioeducativas em meio aberto (cuja responsabilidade ficou a cargo dos
municípios) e privativas de liberdade (sob a responsabilidade dos estados), além da previsão
de intervenções específicas junto às famílias dos adolescentes socioeducandos.
O objetivo do SINASE é a efetiva implementação de uma política
pública especificamente destinada ao atendimento de adolescentes autores de ato infracional e
suas respectivas famílias, de cunho intersetorial, que ofereça alternativas de abordagem e
atendimento junto aos mais diversos órgãos e "equipamentos" públicos (com a possibilidade
de atuação, em caráter suplementar, de entidades não governamentais).
O SINASE estabelece que a aplicação e execução das medidas socioeducativas a
adolescentes autores de ato infracional, por ser fundado no princípio da proteção integral à
criança e ao adolescente, não é baseado no sistema da aplicação e execução de penas a
imputáveis (sem prejuízo do "garantismo" que, tanto na forma da lei quanto da Constituição
Federal é assegurado indistintamente em qualquer dos casos), e que a ―verdadeira
solução‖ para o problema da violência infanto-juvenil, tanto no plano individual quanto
coletivo, demanda o engajamento dos mais diversos órgãos, serviços e setores da
Administração Pública, que não mais podem se omitir em assumir suas responsabilidades
para com esta importante demanda.
A doutrina da proteção integral disposta na Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 e na Lei N. 8.069/90 eleva crianças e adolescentes à condição de sujeitos de
direitos e os reconhece como pessoas em desenvolvimento, além de conferir à família, ao
Estado e à sociedade o dever de assegurar seus direitos fundamentais e de proteção com
prioridade absoluta (Art. 227, CF/88).
Segundo Josiane Petry Veronese:
Estudar o ato infracional e as medidas socioeducativas implica fazer um
aprofundamento teórico da doutrina da proteção integral. As medidas
socioeducativas têm finalidades especificamente pedagógicas e levam em
consideração a vulnerabilidade do público a qual se destina. É necessário
elucidar a diferenciação da responsabilização estatutária da lógica repressiva
imposta pelo sistema penal; por isso, a partir do ano de 2004 foi apresentado
como Projeto de Lei o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo –
SINASE. (...) o SINASE é um importante documento normativo que visa
promover uma ação educativa no atendimento ao adolescente, seja em meio
74
aberto ou em casos de restrição de liberdade.3
Na verdade, o SINASE é um instrumento de construção de vários atores do sistema de
garantias de Direito, no eixo das convenções internacionais sobre Direitos Humanos,
principalmente aquelas voltadas para a proteção da infância e juventude.
O SINASE busca precipuamente implementar com eficácia a execução das medidas
socioeducativas, estabelecendo diretrizes a serem cumpridas nas unidades executoras das
medidas socioeducativas, ressaltando sobretudo o caráter excepcional e breve das medidas
que impliquem na privação de liberdade. Além de definir as competências da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, reforça o caráter pedagógico que devem ter as medidas,
estabelecendo as formas de gestão do sistema socioeducativo, bem como os princípios e
parâmetros, inclusive arquitetônicos, das entidades de execução das medidas socioeducativas.
De acordo com o art. 3º da Resolução N. 119/2006 do CONANDA, o SINASE é ―um
conjunto ordenado de princípios, regras e critérios, de caráter jurídico, político, pedagógico,
financeiro e administrativo, que envolve desde o processo de apuração de ato infracional até a
execução de medidas socioeducativas‖. Vale ressaltar, que em 2004 a Secretaria Especial dos
Direitos Humanos (SEDH), por meio da Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e
do Adolescente (SPDCA), em conjunto com o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente (CONANDA) e com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF), sistematizaram e organizaram a proposta do Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo - SINASE, depois de ampla discussão com vários atores do Sistema Geral de
Garantias de Direitos, construindo metodologicamente o SINASE, como grande instrumento
de orientação na implementação das medidas socioeducativas, todavia, não houve efetividade,
pois a maioria dos juízes da infância e juventude do Brasil não aplicava as suas disposições, e
os gestores estaduais e municipais não criaram, como deveriam, a infraestrutura necessária à
implementação e execução das medidas socioeducativas.
Segundo Marco Bandeira:
3 VERONESE, Josiane Rose Petry e LIMA, Fernanda da Silva. O sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(SINASE): Breves Considerações. http://periodicos.homologa.uniban.br/index.php/RBAC/article/viewFile/38/41. Acessado em 15/10/14, às 16horas.
75
O SINASE se constitui, sem dúvidas, no grande instrumento de mudança de
paradigma do Direito Infanto-Juvenil no Brasil, ou seja, é a ferramenta
indispensável para consolidar a travessia da doutrina da situação irregular
para a doutrina da proteção integral. O SINASE está inserido no Sistema
Geral de Garantias de Direitos e faz a interface com: segurança e justiça,
saúde, assistência social e educação no sentido de construir a grande rede de
atendimento socioeducativo, e assim, assegurar, no âmbito dos princípios da
prioridade absoluta, os direitos fundamentais assegurados aos adolescentes
em conflito com a lei, previstos no ECA, na Constituição Federal e nas
Convenções Internacionais, das quais o Brasil é signatário.4
As medidas socioeducativas estão previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente
em seu artigo 112, as quais são aplicadas pela autoridade competente quando verificada a
prática de ato infracional. As medidas socioeducativas devem levar em conta a capacidade de
o adolescente cumprir, bem como as circunstâncias e a gravidade da infração.
Em relação à execução das medidas socioeducativas, o SINASE estabelece as
competências de cada ente federado, sendo competência do município a execução das
medidas socioeducativas em meio aberto, ou seja, Liberdade Assistida e Prestação de
Serviços a Comunidade e competência do governo estadual a execução das medidas
socioeducativas de semiliberdade e internação.
3.1 Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à
Comunidade
A execução das Medidas Socioeducativas de Liberdade Assistida e Prestação de
Serviços à Comunidade estão vinculadas a Política de Assistência Social, e as atividades
essenciais descritas na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistencial – Resolução CNAS
N. 109, de 11 de novembro de 2009.
No município de Florianópolis o Programa de LA foi aprovado em 05 de Dezembro de
1995, através do Decreto N. 543, idealizado pelo Centro de Promotoria da Infância, da
Procuradoria Geral da Justiça e concretizado através do convênio nº 12, de 28 de Setembro de
1995. Este convênio foi firmado pela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, a Prefeitura
4 BANDEIRA, Marcos.
http://www5.tjba.jus.br/infanciaejuventude/images/noticia/artigo_marcos_bandeira_sinase.pdf. Acessado em 16/10/14, às 17horas.
76
Municipal de Florianópolis, a Fundação Viva a Vida, a Associação Florianopolitana de
Voluntários (AFLOV) e o Centro das Promotorias da Infância.
Em outubro do mesmo ano o Programa foi implantado, tendo como local às
dependências da Vara da Infância e Juventude de Florianópolis, sobre responsabilidade do
governo do Estado, como um Programa pautado em uma ação voluntária, sob a coordenação
de assistentes sociais.
O Programa operava com a atuação de voluntários que desempenhavam suas
atribuições no espaço comunitário dos adolescentes, sendo assim chamada de Liberdade
Assistida Comunitária. Nos três primeiros meses de atuação do Programa, as assistentes
sociais cadastraram e capacitaram pessoas voluntárias para o trabalho.
Em 17 de setembro de 1997, é revogado o termo de Convênio N. 012, e substituído
pelo Convênio N. 001/97 entre a Secretaria da Justiça e Cidadania, Ministério Público e
Fundação Viva a Vida.
No ano de 2002 o município de Florianópolis/SC passou a ser responsável pela
execução de medidas socioeducativas em meio aberto. Sob a responsabilidade do município,
o Programa estruturou uma metodologia pautada no atendimento personalizado, passando a
atuar no Complexo Ilha da Criança, onde hoje está alocado o CREAS Ilha.
No ano de 2003 surge a presença da Ação Social Arquidiocesana — ASA, sendo uma
Organização Não Governamental — ONG, que possui uma pareceria com a Prefeitura
Municipal de Florianópolis, e passa a executar a medida socioeducativas em meio aberto
executando a Liberdade assistida Comunitária nos bairros de Capoeiras, Jardim Atlântico e
Monte Cristo. Teve como metodologia trabalhar dentro da comunidade, com um orientador
conhecido do adolescente, morador da localidade.
A ASA (Ação Social Arquidiocesana ) continuou executando esta modalidade quando
foi repassada integralmente em 2006 para a Prefeitura de Florianópolis que passou a executar
as duas modalidades de Liberdade Assistida: comunitária e institucional. No ano de 2009, a
modalidade de execução de liberdade assistida comunitária foi extinta.
Após a aprovação da Política Nacional de Assistência Social e em especial da
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais o Programa de Liberdade Assistida e
Prestação de Serviço à Comunidade passa a denominar-se Serviço de Proteção Social a
Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação
77
de Serviços à Comunidade, conforme as orientações nacionais. Sua finalidade incide em
prover atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento
de medidas socioeducativas em meio aberto, determinadas judicialmente, devendo contribuir
para o acesso a direitos e para a resignificação de valores na vida pessoal e social dos
adolescentes e jovens, que visem à ruptura com a prática do ato infracional.
Em janeiro de 2012, com a promulgação da Lei 12.594, a qual institui o Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), o Serviço de Proteção Social a
Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA), e
Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) passou por novas adequações metodológicas.
Houve a adaptação de alguns instrumentais, com maior enfoque na reeelaboração de Plano
Individual de Atendimento (PIA).
Durante o ano de 2013, foram incorporados ao serviço novos profissionais, todos
efetivos. Atualmente a equipe é formada por cinco assistentes sociais (sendo uma
coordenadora), três psicólogos, um técnico administrativo e um motorista. O Serviço de
Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medidas Socioeducativas de Liberdade
Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade está localizado no Centro de Referência
Especializado de Assistência Social - CREAS, Rua Rui Barbosa nº 677, Bairro Agronômica,
Florianópolis-SC.
A metodologia do Serviço prevê num primeiro momento a acolhida/entrevista
realizada pela equipe técnica, caracterizada pela apresentação do adolescente/jovem e sua
família no Serviço, após audiência junto à Justiça da Infância e Juventude em que tem
aplicada medida socioeducativa de LA/PSC. Tem como objetivo acolher, conhecer, coletar
dados, orientar, avaliar e indicar os elementos para se trabalhaar com o adolescente/jovem,
exigindo do profissional que a conduz uma postura ética desprovida de julgamento e
culpabilização.
No que diz respeito às atividades desenvolvidas e instrumentais técnico- operacionais
executados pelo Serviço, neste momento tratando-se sobre o acompanhamento da medida
socioeducativa de LA e PSC, podem ser elencadas as ações:
a) Cadastro junto ao Sipia-sinase;
b) Análise do processo digital/físico;
78
c) Pesquisa junto à rede socioassistencial referente ao adolescente e a família a ser
atendida;
d) Atendimento individual do adolescente/jovem;
e) Visitas domiciliares;
f) Visitas institucionais;
g) Atendimentos familiares;
h) Realização do Plano Individual de Atendimento – PIA, com o adolescente/jovem e
sua família;
i) Relatórios Situacionais encaminhados sistematicamenteà Justiça da Infância e
Juventude;
j) Reuniões Técnicas;
k) Estudos de Casos;
l) Articulação com a rede.
3.2 Medida Socioeducativa de Semiliberdade e Internação
A execução das medidas socioeducativas de Semiliberdade e Internação, de acordo
com o SINASE, são de responsabilidade do Governo Estadual.
A Semiliberdade é uma medida restritiva de liberdade, que pode ser determinada
enquanto medida inicial ou como forma de transição para o meio aberto. Apesar de ser uma
medida restritiva, prevê a realização de atividades externas. A escolarização e
profissionalização são obrigatórias, devendo sempre que possível utilizar os espaços
disponíveis na comunidade.
Já a Internação é medida privativa de liberdade que só pode ser aplicada quando se
trata de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa, por reiteração
no cometimento de outras infrações graves e por descumprimento reiterado e injustificável da
medida anteriormente imposta (por no máximo 03 meses). A medida de internação não pode
exceder o período de 03 anos.
Em Florianópolis está localizado um Plantão de Atendimento Inicial – PAI e
um Centro de Internação Feminino, ambos com gestão estadual e uma Casa de Semiliberdade,
com gestão compartilhada entre o Estado e o Centro Cultural Escrava Anastácia.
3.3 Centro de Justiça Restaurativa
79
A Justiça Restaurativa constitui-se como um novo paradigma no trato de conflitos e
situações de violência, uma vez que, por meio da aplicação de técnicas para mediação de
conflitos, visa oferecer condições para se estabelecer um diálogo baseado no respeito, na
responsabilidade e na cooperação. Trata-se de uma nova abordagem na forma de lidar com as
infrações que, para além da aplicação tradicional do Direito (que evidencia o ato infracional),
coloca também em destaque as necessidades dos envolvidos e a eventual reparação do dano.
Rompendo com a ideologia da ―vingança‖ (ou da Lei do Talião), em que se busca
castigo, penalização, a Justiça Restaurativa estabelece-se como cultura de paz em sociedades
que a adotam. Todos os seus indivíduos percebem-se corresponsáveis pela harmonia da
comunidade, privilegiando atitudes que imprimam a consciência da coletividade e da cadeia
de causas e efeitos.
Sabidamente, a pena não se tem traduzido em diminuição da violência. Uma sociedade
que deseja segurança não quer um castigo rigorosamente proporcional ao crime; antes, deseja
que esse crime jamais ocorra. A redução da criminalidade é o foco primeiro. A prática
restaurativa (em oposição ao procedimento tradicional) vem justamente evidenciar a evolução
dos objetivos perseguidos pela sociedade.
Ora, a imposição da responsabilidade penal distancia as partes, converte a vítima em
mero instrumento de prova e pode isentar o autor do ato infracional de envolvimento direto na
reparação do dano. A Justiça Restaurativa, em contrapartida, estimula a interação dos sujeitos
que compuseram a cena delitiva. Nessa proposta, a responsabilização parte do próprio sujeito
que rompeu com seu(s) par(es), em vez de ser atribuída por um terceiro estranho aos fatos
concretos (o magistrado); a proposta de eventual reparação é oferecida por quem tem relação
direta com o dano, propiciando maior grau de satisfação para o maior número de envolvidos
possível, vez que a reparação é transacionada; o ambiente é mais favorável à (re)inclusão (e
não à segregação); a coletividade é reforçada pela autonomia e emancipação do sujeito,
enquanto cidadão integrante do grupo, que assume as consequências de seus atos.
Como uma iniciativa da Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (CEIJ) do
Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a Justiça Restaurativa vem encontrando espaço no
cenário judicial, sendo executada a partir de várias ações no ambiente jurídico. A fim de
organizar ditas ações, criou-se o Centro de Justiça Restaurativa (CJR), que tem por escopo o
atendimento dos envolvidos em ato infracional praticado por adolescente, de uma forma
80
pedagógica, sedimentado nos princípios da Justiça Restaurativa. O CJR tem apoio sólido do
Ministério Público e da Secretaria de Segurança Pública. Além disso, conta com parceiros
periféricos que complementam seus serviços, através de termos de cooperação ou parceria.
Trata-se de um serviço inicialmente implantado na Vara da Infância e da Juventude da
Comarca da Capital, que foi avaliado e hoje constitui um programa institucional, sugerido a
outras Varas da Infância do Estado.
Isso posto, o CJR baliza em três diretrizes sua proposta de trabalho:
a) o atendimento aos envolvidos em ato infracional, dando ênfase, também, ao
adolescente em conflito com a lei, considerada sua condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento, por meio de práticas restaurativas (como preconizam o art. 35, II e III, da
Lei do Sistema Nacional Socioeducativo – Lei n. 12.594/2012, e as diversas normativas
internacionais, como a Resolução n. 2002/12 do Conselho Econômico e Social das Nações
Unidas, que trata sobre os ―Princípios básicos para utilização de programas de justiça
restaurativa em matéria criminal‖), elegendo-se, desde logo, a mediação como seu principal
instrumento;
b) a (re)inclusão social e familiar do adolescente a que se atribuiu a prática de ato
infracional;
c) o encaminhamento desses adolescentes a programas de aprendizagem profissional
ou de inserção profissional, bem como a serviços outros que enalteçam a promoção da
autonomia do jovem e o provoquem à emancipação e cooperação na vida comunitária,
ampliando-se o espectro da responsabilização.
Com um diferencial da proposta restaurativa para adultos, além do acolhimento da
vítima e suas necessidades e angústias, o serviço visa dar ao adolescente em conflito com a lei
um atendimento individualizado e mais humanizado. Para além, busca-se promover a
percepção de sua responsabilidade com relação ao ato cometido; a restauração de laços com
sua família, comunidade de origem e/ou demais envolvidos no ato; o enaltecimento de sua
autonomia e atitudes emancipatórias, buscando propiciar que se desperte no sujeito o desejo
de integrar a sociedade, a partir de seu lugar adolescente, e perceber-se cidadão participativo
inserto nessa sociedade.
81
Trata-se de um serviço relevante na medida em que busca, num primeiro aspecto, a
pacificação do conflito e maior envolvimento do entorno do adolescente em sua resolução;
num segundo, a compreensão e valorização do adolescente enquanto persona dinâmica e
orgânica na vida comunitária; e, ainda, uma mudança nas práticas judiciárias de atendimento à
vítima e ao adolescente a que se atribuiu a prática de ato infracional, mediante uma
intervenção pedagógica mais efetiva, com acolhimento e escuta diferenciada.
3.4 Rede de Articulação e Conectividade dos Direitos da Criança e do Adolescente
A Rede de Articulação e Conectividade dos Direitos da Criança e do Adolescente
(RACDCA) reúne entidades governamentais e não governamentais com o intuito de
materializar o Sistema de Garantia de Direitos. O Município de Florianópolis compõe essa
Rede, como importante vértice de serviços (através de suas Secretarias) e de articulação.
Recentemente, a RACDCA materializou o Protocolo de Atendimento a Adolescentes
com Prática Infracional, e o Município exerce papel fundamental na aplicação do Protocolo.
O caderno da RACDCA (em que consta a história de sua a criação e composição,
como também o Protocolo acima mencionado) foi absorvido pelo presente Plano Municipal
de Atendimento Socioeducativo, e compõe o Anexo 1.
82
3.5. Objetivos e Metas para o decênio 2015-2024
EIXO 1 – Gestão do SINASE
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
1. Instalação da
Coordenação Municipal
do SINASE
1.1. Incentivar a organização e o funcionamento da Coordenação
Municipal do Sistema Socioeducativo, que terá como uma de suas
atribuições a avaliação e acompanhamento da gestão do Atendimento
Socioeducativo.
X SEMAS
CMDCA
1.2. Instituir e conceder selo de responsabilidade social as empresas e
ou instituições parceiras na execução de Medidas Socioeducativas X X X
Coordenação Municipal
do SINASE
2. Implantação e
Implementação da Política
de Cofinanciamento
2.1. Implementar o SINASE garantindo os recursos financeiros em
cofinanciamento para o funcionamento adequado dos programas
socioeducativos, com ênfase no direito à convivência familiar e
comunitária, à proteção social, à inclusão educacional, cultural e
profissional, com base na Lei 12.594/2012.
X X X Todas as Secretarias
Municipais
2.2. Prover equipe técnica multidisciplinar para atuação no Núcleo de
Atendimento Integrado ao Adolescente. X SEMAS
3. Instituir o Sistema
Municipal de Avaliação e
Acompanhamento do
Atendimento
Socioeducativo
3.1. Estruturar o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em
Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e
de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) disponibilizando
computadores (1 para cada técnico) e internet com capacidade suficiente
para utilização do SIPIA/SINASE on-line.
X SEMAS
3.2. Viabilizar o acompanhamento da frequência na escola dos
adolescentes em conflito com a lei, via Sistema APOIA on-line. X X X
SME; SED;
MP/SC; LA/PSC
83
EIXO 1 – Gestão do SINASE
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
4. Implantação e
Implementação das
políticas setoriais que
atuam no Sistema
Socioeducativo
4.1. Garantir que os adolescentes em conflito com a lei possam ser
inseridos na rede de ensino, numa proposta de correção de fluxo e na
perspectiva da educação integral, em qualquer período do ano.
X X X SME
SED
4.2. Elaborar protocolos e fluxos de atendimento com as demais
políticas públicas, Ministério Público e Judiciário e aprimorar os já
existentes.
X
RACDCA
Coordenação Municipal
do SINASE
EIXO 2 – Qualificação do Atendimento Socioeducativo
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
1. Qualificação do
atendimento
socioeducativo: Da
parametrização do
SINASE
1.1. Assegurar e fiscalizar o trabalho socioeducativo conforme os
parâmetros arquitetônicos, de gestão, segurança e socioeducativo
elaborados e divulgados pelo SINASE.
X X X SEMAS
CMDCA
84
EIXO 2 – Qualificação do Atendimento Socioeducativo
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
2. Qualificação do
atendimento socioeducativo:
Dos profissionais do
SINASE
2.1. Ampliar o número de servidores efetivos no Serviço de Proteção
Social a adolescentes em cumprimento de Medida Socioeducativa de
Liberdade Assistida e de Prestação de Serviço à Comunidade conforme
orientações técnicas do MDS e Resoluções do CNAS.
X X X SEMAS
2.2. Garantir a formação permanente para os profissionais do sistema
socioeducativo, incluindo as temáticas: respeito à diversidade étnico-
racial, de gênero e de orientação sexual, direitos humanos para
qualificação da intervenção junto ao adolescente.
X X X SEMAS
2.3. Garantir a oferta de formação permanente, nas modalidades
básica e específica, para qualificar profissionais dos serviços que tenham
interface com o atendimento de adolescentes em conflito com a lei e suas
famílias.
X X X Órgãos de atendimento
ao adolescente em
conflito com a lei
2.4. Promover a inserção de Orientadores Comunitários Voluntários na
execução das MSE, devendo estes serem capacitados antes do início das
atividades
X X X SEMAS
3. Qualificação do
atendimento
socioeducativo: Ao
adolescente
3.1. Promover a reavaliação da MSE, considerando eventuais
alterações no contexto do adolescente havidas após aplicação da medida,
sugerindo-se, quando conveniente, a substituição por outra mais adequada
X X X LA/PSC, MP/SC
Poder Judiciário
Defensoria P
3.2. Incluir os Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) dos adolescentes
PIA X X X SMS
LA/PSC
3.3. Garantir a oferta do serviço de medidas socioeducativas em meio
aberto nos CREAS para o atendimento de adolescentes em cumprimento
de medidas de LA e PSC, bem como no Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos como grupo prioritário.
X X X SEMAS
3.4. Garantir a oferta de serviços nos CREAS para atendimento das
famílias dos adolescentes em cumprimento de medidas de LA e PSC X X X SEMAS
85
EIXO 2 – Qualificação do Atendimento Socioeducativo
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
3.Qualificação do
atendimento socioeducativo:
Ao adolescente
3.5. Garantir o atendimento das famílias dos adolescentes egressos do
sistema socioeducativo (em meio fechado e meio aberto) nos serviços,
programas, projetos e benefícios socioassistenciais.
X X X SEMAS
3.6. Ampliar a rede local para execução da Prestação de Serviços à
Comunidade, por meio do estabelecimento de parcerias X X X SEMAS
3.7. Garantir o acesso e a permanência à educação e assumir a
responsabilidade da aprendizagem dos adolescentes em conflito com a
lei, buscando a elevação da escolaridade
X X X SME
SED
3.8. Assegurar documentação civil básica a todos os adolescentes em
conflito com a lei X X X
Órgãos de atendimento
ao adolescente em
conflito com a lei
3.9. Promover a inserção do adolescente em conflito com a Lei nos
cursos de educação profissional e tecnológica. X X X LA/PSC
3.10. Fomentar convênios/parcerias com instituições credenciadas pela
Lei de Aprendizagem para criação de cursos voltados aos adolescentes
em conflito com a lei, com vagas garantidas na estrutura administrativa
municipal.
X X SEMAS
3.11. Promover o acesso a metodologias de atendimento com base em
práticas restaurativas visando à prevenção e mediação de situações de
conflitos.
X X X Poder Judiciário
MP/SC
PMF
3.12. Efetivar parcerias com instituições governamentais e não-
governamentais garantindo atividades de cultura, esporte, recreação e de
lazer de qualidade para os adolescentes em conflito com a lei.
X X X FME; SMC
Organizações da
Sociedade Civil
3.13. Organizar e qualificar a rede de atenção a saúde do município,
ampliando o acesso de adolescentes em conflito com a lei a ações e
serviços de saúde resolutivos e em tempo oportuno.
X X X SMS
86
EIXO 2 – Qualificação do Atendimento Socioeducativo
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
3. Qualificação do
atendimento
socioeducativo: Ao
adolescente
3.14. Viabilizar atendimento integral aos adolescentes em conflito com
a lei conforme a condição epidemiológica e necessidades da população
local, de acordo com critérios de risco e vulnerabilidade, em conformidade
com a carteira de serviços da Atenção Primária, e de acordo com a idade
mínima e os critérios para atendimento individual, sem a presença dos
pais ou responsáveis, vigente no município, conforme os preceitos legais.
X X X SEMAS
3.15. Garantir o acompanhamento do pré-natal e a vinculação ao serviço
para o parto das adolescentes gestantes, promovendo, apoiando e
protegendo o aleitamento materno.
X X X SMS
3.16. Qualificar a rede de atenção psicossocial para desenvolvimento de
ações de promoção de saúde mental, prevenção e cuidado dos transtornos
mentais, ações de redução de danos e cuidados para os adolescentes com
necessidades decorrentes do uso de álcool, tabaco e outras drogas,
compartilhadas, sempre que necessário, com os demais pontos da rede de
atenção à saúde.
X X X SMS
3.17. Desenvolver ações de promoção de saúde e educação em saúde
para esses adolescentes nas temáticas de promoção da segurança
alimentar e alimentação saudável, promoção de práticas corporais,
atividade física e lazer, cultura de paz e direitos humanos, prevenção de
violências e acidentes, direitos sexuais e reprodutivos, prevenção das
DSTs/AIDS, prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas.
X X X
SMS, SME, SED,
SEMAS, SMC,
Fundação Municipal de
Esportes,
Coordenadoria da
Juventude
EIXO 2 – Qualificação do Atendimento Socioeducativo
87
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
3. Qualificação do
atendimento
socioeducativo: Ao
adolescente
3.18. Fortalecer o Programa Saúde na Escola, incentivando que as
escolas que atendem adolescentes em conflito com a lei desenvolvam as
ações de promoção da saúde e prevenção de agravos preconizadas, com
vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno
desenvolvimento desses adolescentes.
X X X SMS, SME, SED,
SEMAS
3.19. Sensibilizar e garantir educação permanente aos profissionais de
saúde para trabalharem multiprofissional e intersetorialmente com os
adolescentes em conflito com a lei.
X X X SMS
3.20. Incluir o cartão nacional do SUS e a caderneta de vacinação/
caderneta de saúde do adolescente como documento necessário para
matrícula no ensino fundamental, médio e EJAs.
X X X SMS, SME, SED
4. Qualificação do
atendimento
socioeducativo: Do
enfrentamento da
Violência Institucional
4.1. Apoiar a inserção de representantes das políticas socioeducativas
nos Comitês e Mecanismos Estaduais de Prevenção e Combate à Tortura,
conforme Lei Federal 12.847/2013. X X X
Todos os órgãos de
atendimento ao
adolescente em conflito
com a lei
5. Qualificação do
atendimento
socioeducativo: Da
Infraestrutura
5.1. Implantar o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em
Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e de
Prestação de Serviços à Comunidade no CREAS Continente.
X SEMAS
EIXO 3 – Participação e Autonomia das/os Adolescentes
88
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
1. Implantação de
instrumentos e
mecanismos de
participação que
fortaleçam o controle
social
1.1. Seguir o consenso nacional sobre saúde sexual e saúde reprodutiva
para adolescentes em conflito com a lei X X X SMS
1.2. Incentivar a participação autônoma dos/as adolescentes na
construção e implementação de políticas públicas sobre o sistema
socioeducativo, junto a Coordenação Municipal do SINASE
X X X Coordenação Municipal
do SINASE
1.3. Fomentar a formação de conselheiros escolares adolescentes X X X SME, SED
1.4. Incentivar as instituições públicas de ensino superior no
desenvolvimento de programas ou projetos de extensão que contribuam
para a implementação de políticas públicas sobre o sistema
socioeducativo
X X X PMF
1.5. Estimular a participação dos/as adolescentes em conflito com a lei
nos espaços de discussões, como: assembleias, fóruns, eventos externos,
conselhos de políticas públicas
X X X
Todos os órgãos de
atendimento ao
adolescente em conflito
com a lei
EIXO 4 – Fortalecimento dos Sistemas de Justiça e Segurança Pública
89
Objetivo Meta Período
Responsáveis 1º 2º 3º
1. Fortalecimento do
Sistema de Justiça e
Sistema de Segurança
Pública
1.1. Reordenamento das Varas da Infância e Juventude, com: a)
separação das áreas de proteção e de apuração de atos
infracionais/execução de medidas socioeducativas; b) fixação do número
de feitos em tramitação para garantir a celebridade da prestação
jurisdicional exigida; c) disponibilização dos recursos materiais e
humanos compatíveis com as atribuições
X X X Poder Judiciário
1.2. Controlar os prazos de aplicação de MSE X X X Poder Judiciário
1.3. Qualificar a abordagem dos profissionais da Guarda Municipal,
referenciado na educação em direitos humanos, ECA e SINASE X X X PMF
90
3.6. Monitoramento e Avaliação do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo
O Monitoramento e Avaliação do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de
Florianópolis ficará sob responsabilidade da Coordenação Municipal do Sistema
Sócioeducativo, da Comissão Intersetorial para elaboração do Plano de Atendimento
Sócioeducativo (composta por representantes de instituições/órgãos governamentais e não
governamentais) e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O monitoramento é a atividade de acompanhamento da execução das ações, sendo
necessário estabelecer estratégias e ferramentas adequadas para o levantamento das
informações em cada órgão responsável.
A avaliação objetiva verificar o impacto da implementação das metas colocadas, tendo
por base as informações obtidas no monitoramento. Para realizar a avaliação deverão ser
construídos indicadores e metodologia para sua captação, interpretação e análise.
Serão realizadas reuniões semestrais, nos meses de abril e outubro de cada ano de
vigência do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, envolvendo os responsáveis
pelo processo de monitoramento e avaliação, objetivando a reflexão e o debate sobre os
resultados obtidos, bem como a definição de reformulações das ações, quando evidenciadas
em decorrência da avaliação.
91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANDEIRA, Marcos. Disponível em:
<http://www5.tjba.jus.br/infanciaejuventude/images/noticia/artigo_marcos_bandeira_sinase.p
df> Acesso em 16/10/14, às 17horas.
BRASIL. Norma Operacional Básica – NOB. Brasília, DF: MDS; Secretaria Nacional de
Assistência Social, 2012.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). 29ª Ed. São Paulo (SP):
Saraiva, 2002.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE - Censo Demográfico 2010.
BRASIL. Lei N. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
BRASIL. Lei N. 8.069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
BRASIL. Lei N. 8.742 de 07 de dezembro de 1993 – Lei Orgânica de Assistência Social
consolidada pela Lei 12.435 de 06 de julho de 2011.
BRASIL. Lei N. 12.594 de 18 de janeiro de 2012 – Institui o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo.
BRASIL. Política Nacional de Assistência Social – 2004.
CONSELHO NACIONAL DE ASSITÊNCIA SOCIAL – CNAS - Resolução N. 109 de 11 de
setembro 2009- Aprova a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais
CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE –
CONANDA – Resolução N. 119 de 11 de dezembro de 2006. Dispõe sobre o Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo.
FLORIANÓPOLIS. Dados da Secretaria Municipal de Educação – 2000 a 2013.
FLORIANÓPOLIS. Dados da Secretaria Municipal de Saúde – 2006 a 2014.
92
FLORIANÓPOLIS. Dados Estatísticos da Secretaria de Assistência Social – 2012 a 2014.
FLORIANÓPOLIS. Prefeitura Municipal de Florianópolis. Decreto N. 3.960 de 21 de
fevereiro de 2006. Cria o terceiro Conselho Tutelar do Município de Florianópolis.
FLORIANÓPOLIS. Prefeitura Municipal de Florianópolis. Lei N. 4.283 de 29 de dezembro
de 1993. Dispõe sobre a criação dos Conselhos Tutelares dá Outras Providências.
Florianópolis, 1993.
FLORIANÓPOLIS. Prefeitura Municipal de Florianópolis. Lei N. 7.855 de 22 de abril de
2009. Dispõe sobre o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do
Fundo Municipal da Criança e do Adolescente, 2009.
VERONESE, Josiane Rose Petry e LIMA, Fernanda da Silva. O sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (SINASE): Breves Considerações. Disponível em:
<http://periodicos.homologa.uniban.br/index.php/RBAC/article/viewFile/38/41> Acesso em
15/10/14, às 16horas.
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ANEXOS