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O Plano Municipal de Políticas para as Mulheres, fruto da III Conferência de Políticas para as Mulheres de João Pessoa, do trabalho da equipe da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, será o farol que iluminará nossas ações nos próximos três anos, afirmando nosso compromisso com a construção da igualdade e a busca incansável da equidade de gênero.
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PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA
AS MULHERES2013 - 2016
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Copyright 2013. Prefeitura Municipal de João Pessoa. Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres
Elaboração, distribuição e informaçõesSecretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres - Prefeitura Municipal de João pessoa Paço Municipal - Praça Pedro Américo, 70, térreo Centro, CEP: 58010 – 970, João Pessoa-PBTelefone: (83) 3218 - 5628 | Fax: (83) 3221 - 4501 E-mail: [email protected]
Equipe TécnicaAssessoria de Comunicação Silvana CibellePriscila EstevãoMaria Julianna Gomes do Nascimento
Email: [email protected]
Projeto GráficoSECOM-JP
GráficaEditora e Gráfica Meta Ltda.
RevisãoMaíra Borges Wiese
Distribuição gratuitaTiragem: 1000 exemplaresÉ permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Luciano Cartaxo Pires de SáPrefeito de João Pessoa
Nonato BandeiraVice-Prefeito
Maria do Socorro Borges Barbosa Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres
Adriana Gonçalves Urquiza de SáSecretária Adjunta de Políticas Públicas para as Mulheres
Viviane Alves MachadoChefe de Gabinete
Jânia Paula de Carvalho GomesCoordenadora de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos
Regina Marlene Bonfá dos SantosCoordenadora de Trabalho e Enfrentamento à Pobreza
Verônica Rodrigues da SilvaCoordenadora de Enfrentamento à Violência
Edna Maria do Nascimento SilvaCoordenadora de Educação e Cultura Inclusiva e não Sexista
Geysiane Felipe do NascimentoPresidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B78pParaíba. Prefeitura Municipal de João Pessoa. Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres.Plano Municipal de Políticas para as Mulheres. João Pessoa: Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres, 2013. 78 p.: il.
1. Plano Municipal – João Pessoa. 2. Políticas Públicas 3. Igualdade para as Mulheres. I. Título. Secretaria de Políticas para as Mulheres.Código CDU
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Apresentação............................................................................................................................................................................................. 7
Introdução................................................................................................................................................................................................... 8
Capítulo 1 Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho com inclusão social................................. 11
Capítulo 2 Saúde das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos...................................................................................... 21
Capítulo 3 Por uma educação inclusiva: não sexista, não lesbofóbica, não racista e não homofóbica............. 33
Capítulo 4 Enfrentamento a todas as formas de violência contra a mulher.........................................................43
Capítulo 5 Desenvolvimento sustentável no meio rural, na cidade e na floresta, com garantia de justiça ambiental, soberania e segurança alimentar...............................................................................................................................49
Capítulo 6 Participação das mulheres nos espaços de poder.......................................................................................57
Capítulo 7 Comunicação e cultura democráticas.................................................................................................................63
Capítulo 8 Monitoramento e acompanhamento do Plano Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres....71
Anexos ..........................................................................................................................................................................................75
Sumário
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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O Plano Municipal de Políticas para as Mulheres, fru-to da III Conferência de Políticas para as Mulheres de João Pessoa, do trabalho da equipe da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, será o farol que iluminará nossas ações nos próximos três anos, afirmando nosso compromisso com a constru-ção da igualdade e a busca incansável da equida-de de gênero. A todas as pessoas envolvidas nessa construção, um agradecimento especial.
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
É com imensa satisfação que assumo o com-promisso com o lançamento do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres da cidade João Pessoa. Resultado da participação social das mulheres na Conferência Regional de Políticas para as Mulheres realizada em 2011, este Plano, elaborado na gestão anterior, porém revisitado e finalizado na atual ad-ministração, está dentro de um contexto político inédito na nossa cidade.
Por se tratar do primeiro Plano Municipal de Po-líticas para as Mulheres da nossa capital, é um marco inaugural importante enquanto instrumento de pla-nejamento para as ações da Secretaria Extraordiná-ria de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM), e uma conquista de todas as mulheres e de todos os segmentos sociais e governamentais que trabalham e militam em favor da equidade de gênero, da inserção e valorização das mulheres na sociedade.
O Plano se torna um desafio para os orga-nismos municipais e a sociedade civil organiza-da, no sentido de colocar em prática as políticas pensadas por esse conjunto de segmentos. Com apoio mútuo e solidariedade, suas ações se efe-tivarão nos próximos três anos da nossa gestão,
contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida das mulheres e, consequentemente, de toda a sociedade. Com certeza contribuirá com a cons-trução de um projeto de sociedade mais justa e democrática. Uma sociedade que assuma também o compromisso com o enfrentamento a todas as formas de violência contra as mulheres e o respei-to à diversidade sexual, racial, geracional, social, cultural e o enfrentamento às desigualdades de gênero, principalmente para as mulheres em maior vulnerabilidade social.
Este documento passa a ser um instrumento de Governo para a implementação, execução e acompanhamento das políticas públicas para as mulheres. Com o Plano Municipal de Políticas para as Mulheres (PMPM), a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) reafirma esses compromissos e, enquanto poder público faz o seu papel: avança na consolidação dos direitos humanos das mulhe-res em todas as suas faces e dimensões.
Luciano Cartaxo Prefeito de João Pessoa
Apresentação
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Iniciamos um novo momento em nossa cida-de. Temos um Plano de Políticas que orienta nos-sas ações no contexto da gestão municipal para a implantação e implementação de políticas para as mulheres, resultado do diálogo com a socieda-de civil organizada. O Plano Municipal de Políticas para as Mulheres (PMPM) é um marco no processo de consolidação e amadurecimento das políticas para as mulheres, pois espelha as necessidades e demandas das mulheres a partir de suas realida-des locais e inserções sociais.
Fruto do diálogo entre governo e sociedade civil, esse instrumento reforça o princípio de que em um Estado plenamente democrático a partici-pação social é condição fundamental para a cons-trução e efetivação de políticas públicas. Desde a criação da Coordenadoria da Mulher em 2005 que as políticas para as mulheres têm avançado em nossa cidade, o que merece reconhecimento e destaque especial da atual gestão.
Os movimentos de mulheres, feministas e de-mais movimentos sociais têm sido os protagonis-tas das mudanças e transformações ocorridas no decorrer da nossa história mais recente. A parti-cipação nas Conferências Municipais, Estaduais e Nacionais desde 2004 atesta o compromisso de governos e de setores da sociedade civil organi-zada com a conquista dos diretos das mulheres e suas repercussões em nossa cidade.
A III Conferência Regional de Políticas para as Mulheres, realizada na Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego – Cine Banguê, em João Pessoa – PB, sob a convocação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres da Prefeitura
Municipal de João Pessoa, nos dias 25, 26 e 27 de agosto de 2011, teve por finalidade discutir e elabo-rar políticas públicas voltadas à construção da igual-dade, tendo como perspectiva o fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres, o exercício pleno de sua cidadania, e a contribuição para a erradicação da extrema pobre-za. Teve, ainda, a finalidade de analisar e repactuar os princípios e diretrizes aprovadas nas II Conferên-cia Nacional de Políticas para as Mulheres.
Como resultado, temos o PNPM 2013-2016, com a inserção de mais três temáticas importan-tes para as mulheres, além do fortalecimento da própria Secretaria. Este Plano torna-se, assim, um instrumento ainda mais importante, tendo em vista que ele nos convida a pensar em um novo momen-to para a Secretaria de Mulheres, no sentido de ampliar seu escopo de atuação e rever sua organi-zação interna, incorporando novas áreas temáticas (consolidadas no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres). Isto requer da Secretaria um maior protagonismo e liderança em ampliar as políticas para as mulheres em nosso município.
O cenário atual exige de nós, gestoras e ges-tores, o compromisso com o desenvolvimento de medidas que são bandeiras históricas dos movi-mentos de mulheres, como, por exemplo, a cons-trução de creches, de escolas em tempo integral para que as mulheres possam se inserir no mundo do trabalho com a garantia de que seus filhos e filhas tenham acesso aos cuidados e educação de qualidade, o enfrentamento massivo à violência contra as mulheres, entre outras.
Aliado às políticas, é nossa tarefa histórica in-vestir na participação dos homens e de outros
Introdução
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
membros da família nas tarefas domésticas, no cuidado e na educação dos/as filhas, alterando a divisão sexual do trabalho – para que as mulheres possam fazer uso do tem-po para outras atividades, como a participação na políti-ca, nos sindicatos, movimentos sociais, no cuidado com a saúde e nas atividades sociais, no estudo e no lazer.
Princípios orientadores do PNPM 2013 - 2016O PMPM 2013-2016 reafirma os princípios orientado-
res da Política Nacional para as Mulheres:• autonomia das mulheres em todas as dimensões
da vida;• busca da igualdade efetiva entre mulheres e ho-
mens, em todos os âmbitos;• respeito à diversidade e combate a todas as formas
de discriminação;• caráter laico do Estado;• universalidade dos serviços e benefícios ofertados
pelo Estado;• participação ativa das mulheres em todas as fases
das políticas públicas; e• transversalidade como princípio orientador de to-
das as políticas públicas.
Esses princípios orientam nossa ação no sentido da desconstrução de práticas patriarcais enraizadas nas re-lações sociais e nas diversas institucionalidades do Esta-do. Este reconhecimento requer de nós, cotidianamente, posturas, ações e políticas que contribuam para a igual-dade, o respeito à diversidade sexual, racial, geracional, social, cultural e o enfrentamento às desigualdades de gênero, principalmente para as mulheres em maior vul-nerabilidade social.
Muitas mulheres permanecem na invisibilidade, em situação de extrema pobreza e distantes dos espaços de decisão das políticas públicas. Acreditamos que é a partir de e com uma prática política da transversalidade das políticas de gênero enquanto estratégia de gestão que podemos avançar, tanto para a efetivação das po-líticas para as mulheres quanto para o exercício de um aprendizado coletivo de gestoras e gestores públicos e para a inauguração de uma outra institucionalidade. Uma prática política rumo a construção de novas relações de poder entre homens e mulheres, que incorpore a pers-
pectiva de gênero na elaboração e efetivação de todas as políticas públicas, em todas as suas fases.
Processo de elaboração do PMPM 2013 - 2016A elaboração do Plano Municipal de Políticas para as
Mulheres contou com a participação de um grupo de tra-balho que realizou cuidadosamente uma leitura dos re-latórios da III Conferência Regional de Políticas Públicas para as Mulheres (João Pessoa, Conde, Cabedelo e Santa Rita), organizados por eixos temáticos.
Este trabalho que ocorreu durante o segundo semes-tre de 2012 e o primeiro semestre de 2013 envolveu as quatro Secretarias participantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. São elas: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEDEC), Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia (Secitec), Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM). Sendo as mulheres envolvidas no processo de elaboração: Fernanda Tava-res de Souza, Marinésia Gomes Tomé, Vanuza Cavalcante Fernandes, Patrícia Daliark S. Souza, Maria José Torres Holmes, Geysiane Felipe do Nascimento, Maria de Lurdes Meira Cabral e Maria Lúcia da Silva – um grupo de mulhe-res das organizações feministas que tem participação no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.
Sua implementação se dará em consonância com o PPA 2014-2017, incorporando ainda as proposições do Fórum Temático de Mulheres realizado em 15 de junho de 2013, uma das ferramentas estratégicas do Orçamento Participativo, adotado na atual gestão. As proposições oriundas deste Fórum serão incorporadas ao Planeja-mento Estratégico da Secretaria para serem efetivadas no decorrer dos anos de gestão. Participaram do Fórum mulheres das comunidades onde a Secretaria desenvolve ações, e mulheres representantes das organizações femi-nistas. Sistematizadas em um Relatório, as proposições estão apresentadas em anexos.
O Plano está organizado em oito capítulos, com obje-tivos específicos a cada área, com metas, linhas de ação, prazos para execução e organismos responsáveis pela execução de cada ação. Ao longo do PMPM, algumas me-tas estão quantificadas e outras não. Algumas são metas que já constam da Lei de Diretrizes Orçamentária para 2014. Considerando o caráter transversal e complexo
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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na implementação do PMPM, algumas ações serão im-plementadas diretamente pela SEPPM, enquanto outras serão implementadas por outras secretarias e órgãos go-vernamentais, não cabendo à SEPPM sua execução.
O primeiro capítulo trata da Autonomia Econômica e Igualdade no Mundo do Trabalho com Inclusão Social, com ênfase nas políticas de autonomia das mulheres, en-frentamento à pobreza e geração de renda, desenvolvi-mento sustentável e economia solidária.
O segundo capítulo aborda as ações para a construção da Saúde das Mulheres, Direitos Sexuais e Reprodutivos, visando promover a melhoria das condições de vida e de saúde das mulheres em todas as fases do seu ciclo vital.
O terceiro capítulo trata da Educação Inclusiva: não sexista, não lesbofóbica, não racista e não homofóbica, e da educação para igualdade e cidadania, que contri-bua para promover o acesso, a permanência e o sucesso de meninas, jovens e mulheres à educação de qualidade, com ênfase em grupos com baixa escolaridade.
O quarto capítulo é dedicado ao Enfrentamento a todas as formas de violência Contra a Mulher. O capí-tulo cinco tem por objetivo discutir o Desenvolvimento sustentável no meio rural, na cidade e na floresta, com
garantia de justiça ambiental, soberania e segurança ali-mentar. O capítulo seis trata da Participação das Mu-lheres nos Espaços de Poder. O capítulo sete traz uma reflexão sobre a Comunicação e Cultura Democráticas. E o oitavo define a metodologia de Monitoramento e Acompanhamento do Plano Municipal de Políticas Pú-blicas para as Mulheres.
Monitoramento e Acompanhamento do Plano Muni-cipal de Políticas Públicas para as Mulheres
Passada a etapa de construção e divulgação do PMPM 2013-2016, inicia-se a etapa mais importante que é a implementação de suas ações. Esse processo exigirá da SEPPM um papel de coordenação da gestão e do mo-nitoramento do PMPM, com a participação ativa da so-ciedade civil e dos movimentos sociais no controle social das políticas, realizada através do Conselho dos Direitos da Mulher e das organizações feministas e de mulheres da sociedade civil. Para que esse processo de gestão seja efetivado, é fundamental uma articulação permanente com as demais secretarias e órgãos da gestão pública; e para o monitoramento das ações, o efetivo acompanha-mento do Conselho em todas as suas etapas.
I CAPÍTULO
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
As transformações ocorridas na economia brasi-leira nas últimas décadas, dentre as quais a introdução de novas tecnologias, a globalização e os efeitos da crise econômica em escala mundial afetaram o mun-do do trabalho de forma significativa. As oportunida-des de emprego no setor formal da economia foram diminuídas, dando lugar ao aumento de vagas com empregos terceirizados, em regime temporário e sem carteira assinada. O desemprego e a precarização das condições de trabalho passam a ser a tônica.
Nesse contexto, o acesso a um emprego com o mínimo de estabilidade tornou-se quase impossível para amplas parcelas da população, em especial para aquelas formadas por trabalhadoras/es com baixa es-colaridade e/ou qualificação profissional. O trabalho assalariado, acompanhado da proteção social estatal, passou, dessa forma, a ser o meio menos valorizado de inserção social, dando lugar ao empreendedoris-mo. As intervenções, a partir desse momento, passam a ser orientadas por ideias emanadas dos organismos da cooperação internacional, em especial do Banco Mundial, que tem por base a igualdade de oportu-nidades associada ao fortalecimento da capacidade dos indivíduos.
A partir desse ideário, governos, empresas e ou-tras organizações sociais passam a agir em coopera-ção, na direção de proporcionar o acesso a bens bási-cos – saúde, educação e renda mínima, em especial –,
de forma a igualar as oportunidades e a fortalecer as capacidades individuais. Persegue-se, nesse contexto, a ideia de criar uma “economia social”, tendo como base um empreendedorismo que, sem se afastar das leis do mercado, contemple: a viabilidade econômica e a utilidade social do serviço desenvolvido por pes-soas e grupos em dificuldades; a interação entre as necessidades de trabalho e a satisfação das necessi-dades básicas; a definição de estruturas de trabalho e regras orientadas para a participação; e o desenvol-vimento de atividades de caráter empresarial onde a produção de bens não tenha o mercado como única instância capaz de promover o autofinanciamento do empreendimento. Desse modo, são valorizadas as ini-ciativas populares que tenham como objetivo a gera-ção de ocupação e renda.
Fruto da luta das mulheres, a sociedade brasilei-ra vem assistindo a construção e implementação de uma agenda positiva de reivindicação em torno do enfrentamento às desigualdades socioeconômicas que atingem as mulheres. São as chamadas políticas de autonomia econômica e financeira para o desen-volvimento e equidade de gênero. Em que pese a im-portância dessas políticas para visibilizar as assime-trias de gênero, há de se considerar que há diferenças entre as próprias mulheres, devido a fatores como a diversidade étnico-racial, classe social, origem urba-na ou rural, ou ainda por idade e/ou geração.
Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho com inclusão social
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Dessa forma, faz-se necessária a formulação/implemen-tação de políticas cuja estratégia é integrar as mulheres no processo de desenvolvimento local, buscando melhorar as dimensões da vida social, sem esquecer a necessidade do investimento no empoderamento das mulheres. Baseado na transversalidade de gênero, este referencial busca alterar a lógica que orienta as relações desiguais entre homens e mu-lheres, tendo como proposta promover, fomentar, fortalecer o desenvolvimento econômico e social de maneira sustentável e inclusiva das mulheres da cidade de João Pessoa, a partir de suas perspectivas e realidades locais. Visa-se, com isso, con-tribuir para a erradicação da pobreza extrema e para o exer-cício da cidadania pelas mulheres pessoenses, tendo como princípios orientadores das ações os da Economia Solidária.
Para desenvolver esta proposta, faz-se necessária também a discussão sobre a implantação de políticas públicas visando à autonomia econômica das mulheres, que passa fundamentalmente pela compreensão de que autonomia econômica é mais ampla que autonomia fi-nanceira, pois se refere à capacidade das mulheres de serem provedoras de seu sustento, das pessoas que dela dependem, com poder de decisão sobre a melhor forma de fazê-lo.
Entretanto, a integralidade dessa autonomia só é pos-sível com o acesso à previdência e a serviços públicos. Podemos citar como investimentos públicos aqueles que garantam creches e escolas em tempo integral, restauran-tes e lavanderias públicas, como também políticas que ga-
rantam a igualdade salarial, a permanência e as condições necessárias para o trabalho das mulheres no mercado de trabalho formal e informal.
Na Paraíba, as mulheres representam 37,96% do mer-cado de trabalho, movimentando por ano R$ 4,525 bilhões, conforme dados do PNAD/IBGE/2009. A maior parte de-las, 64,1%, está no trabalho informal, e as trabalhadoras formais possuem uma renda quase três vezes maior. A diferença anual entre os dois grupos chega a R$ 708 mi-lhões. O rendimento médio das trabalhadoras na Paraíba é de R$ 657, o que significa uma massa salarial mensal (mé-dia) de R$ 377,11 milhões, considerando a quantidade de 574 mil mulheres ocupadas com idade superior a 16 anos. O maior segmento profissional é o das trabalhadoras do-mésticas, no qual estão incluídas 119 mil mulheres.
Mesmo representando 59,88% da população com maior nível de escolaridade, as mulheres são apenas 14,29% dos trabalhadores na maior faixa de rendimentos superiores a 20 salários mínimos. A Paraíba tem 99 mil empreendedo-ras, sendo 86 mil autônomas, que podem estar ou não no mercado informal (PNAD/IBGE/2009).
Segundo o mapeamento do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (SIES), de 2007, foram identificados 670 empreendimentos na Paraíba, com aproximadamente 57 mil trabalhadores (as) asso-ciados (as), dos quais 53% são homens e 47% são mu-lheres, e deste total de 670 empreendimentos, 31,2% são grupos informais.
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Realizar ações formati-vas de gênero e raça/et-nia e orientação sexual, junto a equipes técnicas que atuam em projetos, programas e ações de governos.
SEPPM Linha de apoio a gru-pos de mulheres de economia solidária e mobilizações sociais
Ações de Educação Permanente em Gêne-ro, Questões Étnico-Raciais e Diversidade Sexual na Gestão Pú-blica, ONGs, Grupos e Sociedade em Geral
2013 a 2016
Cursos trimestrais (com no mínimo 60 horas/aula) de for-mação para equi-pe técnica de ór-gãos que atuam em ações voltadas para mulheres
SEDES, SEDEC
Secretaria Municipal
do Trabalho, Produção e
RendaSECITEC
Guarda Muni-cipal
AÇÃO
Garantir a inclusão digi-tal das mulheres, obser-vando o recorte gera-cional e priorizando as mulheres negras, com deficiência e de comu-nidades tradicionais.
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SECITEC Inclusão Digital para a Cidadania
2013 a 2015
Política de Cotas - 50% da participação
SEDESSEPPM
Realizar pesquisa sócio-demográfica conside-rando as características econômicas e culturais, visando à formação de indicadores sociais de gênero relativos às mu-lheres que se encontram fora do mercado de tra-balho, considerando o recorte étnico-racial, geracional, deficiência e orientação sexual.
SEPLAN Elaboração de Es-tudos, Pesquisas e Projetos socioe-conômicos
2013 a 2015
Base cadastral de mulheres e grupos de mulheres organi-zados para a geração de emprego e renda
SEPPM
Implantar Políticas Pú-blicas de caráter infor-mativo/educativo com objetivo de coibir o as-sédio moral e sexual no local de trabalho
SECITEC Inclusão Digital para a Cidadania
2013 a 2015
Política de Cotas - 50% da participação
SEDESSEPPM
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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AÇÃO
Realizar, por meio dos CRAS, a formação social e a qualificação profis-sional, com recorte ét-nico-racial e geracional, para mulheres em situ-ação de vulnerabilidade social e com deficiência nas temáticas da cidada-nia, garantindo acompa-nhamento psicossocial
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SEDES Formação e quali-ficação para traba-lhadores (as), de-sempregados (as), empreendedores (as) e Empreendi-mentos coletivos e solidários
2013 a 2015
Cursos trimestrais de formação social e de qualificação pro-fissional
SEPPM,Sistema S
IFPB
Potencializar a geração de renda do artesana-to produzido pelas mu-lheres, através da feira Mulheres Empreende-doras em Movimento, integrada ao calendário turístico do Município, garantindo o acesso aos espaços públicos de praças, orla marítima, Ponto Cem Réis, Esta-ção Ciência, Centros de Convenções e outros pontos estratégicos.
SEPPM Linha de apoio a grupos de mulhe-res de economia solidária e mobili-zações sociais.
Ação - Apoio às atividades produ-tivas de grupo de mulheres em situ-ação de vulnera-bilidade social
2013 a 2015
Criação de marco regulatório
Secretaria Municipal do
Trabalho, Pro-dução e Renda
Implantar um espaço per-manente destinado para exposições e vendas do ar-tesanato produzido pelas mulheres, em local estratégi-co de comercialização, com prioridade para aquelas com maior grau de vulnerabilida-de social e econômica, sob o critério de estarem orga-nizadas e/ou cadastradas em organismos de governo, prioritariamente de políticas para as mulheres.
SEPPM Linha de apoio a grupos de mulhe-res de economia solidária e mobili-zações sociais
Ação - Apoio às atividades produ-tivas de grupo de mulheres em situ-ação de vulnerabi-lidade social
2013 a 2016
Centro de comercia-lização e produção do artesanato desen-volvido pelas mulhe-res (construído)
SEFINSecretaria
do Trabalho, Produção e
RendaSeinfraSEDES
Governo Fe-deral
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Garantir que a reserva mínima de 30% oriun-da da arrecadação na seguridade social seja destinada a benefícios para mulheres em situ-ação de violência e ex-trema pobreza
SEPPM Manutenção do Cen-tro de Referência da Mulher
2013 Lei sancionada esta-belecendo percentual (30%) da seguridade social para as mulhe-res em situação de violência e extrema pobreza
Gabinete doPrefeito
PROGEN,SEDES
AÇÃO
Garantir formação per-manente para as mu-lheres artesãs na pers-pectiva do resgate da cultura e identidade lo-cais, com responsabili-dade ambiental
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SEPPM Linha de apoio a grupos de mulhe-res de economia solidária e mobili-zações sociais
Ação - Ações de educação perma-nente em gênero, questões étnico-raciais e diversida-de sexual na ges-tão pública, ONGs, Grupos e socieda-de em geral
2013 a 2016
Cursos trimestral de qualificação realizado
Secretaria Municipal
do Trabalho, Produção e
Renda,SEDESSETURSEMAM
Incentivar a formação de cooperativas de produ-ção por parte das mulhe-res, garantindo, por meio de mecanismos legais, a aquisição de produtos pela Prefeitura Municipal de João Pessoa.
SEPPM Linha de apoio a grupos de mulhe-res de economia solidária e mobili-zações sociais
Ação - Apoio às atividades produ-tivas de grupos de mulheres em situ-ação de vulnerabi-lidade social
2013 a 2015
Parceria entre o setor público e as coopera-tivas de mulheres re-gulamentada
Secretaria Municipal
do Trabalho, Produção e
Renda.SEDES
SECITECSEDECSEMAN
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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AÇÃO
Garantir a publicação mensal no Portal da PMJP das ações reali-zadas pela Secretaria Extraordinária de Polí-ticas para as Mulheres acerca do público be-neficiado, do total de recursos investidos e dos/das parceiros/as na realização.
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SECOM Divulgação das ações do Governo
2013 a 2015
Cursos trimestrais de formação social e de qualificação pro-fissional
SEPPM,Sistema S
IFPB
Potencializar a geração de renda do artesana-to produzido pelas mu-lheres, através da feira Mulheres Empreende-doras em Movimento, integrada ao calendário turístico do Município, garantindo o acesso aos espaços públicos de praças, orla marítima, Ponto Cem Réis, Esta-ção Ciência, Centros de Convenções e outros pontos estratégicos.
SEPPM Linha de apoio a grupos de mulhe-res de economia solidária e mobili-zações sociais.
Ação - Apoio às atividades produ-tivas de grupo de mulheres em situ-ação de vulnera-bilidade social
2013 Informações sobre as ações publiciza-das e atualizadasRecursos no PPA,
LDO e LOA do Mu-nicípio aprovado
SEPPMSEPLAN
Poder Legislativo
Promover qualificação profissional principal-mente para mulheres em situação de vulne-rabilidade social, com certificação em áreas de melhor remuneração que são tradicionalmen-te dirigidas aos homens
SEPPM Ação - Qualifica-ção profissional para a inclusão da mulher no mundo do trabalho
2013 a 2016 Cursos trimestrais
realizados e mulhe-res qualificadas
Governo Federal
Secretaria do Trabalho, Produção e
RendaSECITECSEDES
Sistema SUniversidades
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Implantar políticas públi-cas voltadas às empre-sas, no sentido de viabi-lizar a acessibilidade das pessoas com deficiência física segundo o Decreto Federal Nº 3298/99.
SEDES Política de Atenção à pessoa com defici-ência
2013 Parceria público/ pri-vado viabilizada
SEPPMEntidades
representati-vas da socie-
dade civil
AÇÃO
Implantar programas de qualificação profissional com recorte geracional e foco na autonomia eco-nômica de mulheres em situação de violência, po-breza, extrema pobreza e mulheres com deficiência em suas comunidades e/ou bairros de origem, garantindo acompanha-mento psicossocial, ele-vação da escolaridade e conhecimento tecnológi-co, segurança alimentar e acessibilidade.
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SEPPM Ação - Qualificação profissional para a inclusão da mulher no mundo do tra-balho
2013 a 2016
Cursos trimestrais re-alizados e mulheres qualificadas
Governo Federal
Secretaria do Trabalho, Produção e
RendaSECITECSEDES
Sistema SUniversida-
des
Realizar projetos voltados para a geração de renda através de cooperativas na perspectiva da econo-mia solidária para mulhe-res urbanas e rurais
SEDES Formação e quali-ficação para traba-lhadores (as), de-sempregados (as), empreendedores (as) e Empreendimentos coletivos e solidários
2013 a 2015
Cooperativas organizadas
SEPPMSecretaria
do Trabalho, Produção e
Renda
Fortalecer e ampliar as políticas destinadas à qualificação profissional e formação social das tra-balhadoras domésticas através de órgão do Go-verno Municipal
SEPPM Ação - Qualificação profissional para in-clusão da mulher no mercado de trabalho
2013 a 2015
Qualificação profis-sional e formação social fortalecida e ampliada
SEDES
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
20
Garantir folga remune-rada no Dia Nacional das Trabalhadoras Do-mésticas, celebrado em 27 de abril
SEPPM Criação de Lei Municipal
2013 a 2015
Lei Municipal criada Gabinete do Prefeito
PROGEM
AÇÃO
Realizar mapeamento sócio demográfico con-siderando as caracterís-ticas econômicas e cul-turais das regiões que compõem o Orçamento Democrático, bem como o cadastramento de gru-pos de mulheres organi-zados, para a geração de emprego e renda
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SEPPM Atividades de Qua-lificação para Ges-tores e Profissionais da Rede Pública
2013 a 2015
Mapeamento Sócio Demográfico reali-zado
IBGEUniversidades
SEPLAN
Ampliação dos recursos financeiros destinado a programas sociais para mulheres com deficiên-cia e/ou de quilombo-las e/ou de comunida-des tradicionais
SEPPM Linha de apoio a grupos de mulhe-res da economia solidária e mobili-zações sociais
2013 2016
Recurso Financeiro Ampliado
SEPLANSEDES
II CAPÍTULO
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
As mulheres são a maioria da população brasileira e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Frequentam os serviços de saúde para o seu próprio atendimento, mas, sobretudo, acompanhando crianças e outros familiares, pessoas idosas, com deficiência, vi-zinhos, amigos. São também cuidadoras, não só das crianças ou outros membros da família, mas também de pessoas da vizinhança e da comunidade. (Política Nacional de Atenção Integral Saúde da Mulher).
O PAISM - Programa de Assistência Integral à Saú-de da Mulher, elaborado em 1983 e adotado em 1985 pelo Ministério da Saúde como a política oficial do go-verno brasileiro para a atenção à saúde da mulher, en-quanto diretriz filosófica e política, incorporou também princípios norteadores da reforma sanitária, a ideia de descentralização, hierarquização, regionalização, equi-dade na atenção, bem como de participação social. Além disso, propôs formas mais simétricas de relacio-namento entre os profissionais de saúde e as mulheres, apontando para a apropriação, autonomia e maior con-trole sobre a saúde, o corpo e a vida. Assistência, em to-das as fases da vida, clínico-ginecológica, no campo da reprodução (planejamento reprodutivo, gestação, parto e puerpério), como também nos casos de doenças crô-nicas ou agudas. O conceito de assistência reconhece o cuidado médico e de toda a equipe de saúde como de alto valor às práticas educativas, entendidas como estratégia para a capacidade crítica e a autonomia das
mulheres. (Política Nacional de Atenção Integral Saúde da Mulher).
Em maio de 2004 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher - Princípios e Diretrizes, elaborada em 2003 pela Área Técnica de Saúde da Mulher, em parceria com diversos setores da sociedade, em especial com o movimento de mulheres. Essa política que contempla os princípios e a filosofia do PAISM define as diretrizes para a atenção às mulheres e um Plano de Ação construído e legitimado por diversos setores da sociedade e pelas instâncias de controle social do Sistema Único de Saúde (SUS).
Pensando na operacionalização da Política Nacio-nal de Atenção Integral à Saúde da Mulher, é importan-te ressaltar que o Sistema Único de Saúde tem três es-feras de atuação: federal, estadual e municipal. O nível federal tem principalmente as atribuições de formu-lar, avaliar e apoiar políticas; normalizar ações; prestar cooperação técnica aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios; e controlar, avaliar as ações e os ser-viços, respeitadas as competências dos demais níveis. A direção estadual do SUS tem como principais atri-buições promover a descentralização de serviços; exe-cutar ações e procedimentos de forma complementar aos municípios; prestar apoio técnico e financeiro aos municípios. À direção municipal do SUS compete, prin-cipalmente, a execução, controle, avaliação das ações e serviços das ações de saúde.
Saúde das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Os Direitos Reprodutivos e Sexuais
Os Direitos Reprodutivos compreendem o direito básico de todo casal e de todo individuo de decidir livre e responsa-velmente sobre o número, o espaçamento e a oportunidade de ter filhos/as e de ter a informação e os meios de assim o fazer, gozando do mais elevado padrão de saúde sexual e re-produtiva. Os Direitos Sexuais, por sua vez, garantem a liberda-de no exercício da sexualidade para que mulheres, homens e transgêneros possam construir suas identidades e orientações sexuais e viver com respeito, dignidade e segurança; defende, além disso, a liberdade de se viver desejos sexuais de forma diversa, construir famílias diferentes e um jeito livre de ser mu-lher, homem, travesti ou transexual.
Assume-se, por seu caráter legal, a Conferência Interna-cional sobre População e Desenvolvimento no CAIRO 1994 como o primeiro texto de adoção universal a acolher e explici-tar a expressão “direitos reprodutivos”, no qual a saúde repro-
dutiva foi definida como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social em todas as matérias concernentes ao sistema reprodutivo, suas funções e processos, e não apenas mera ausência de doença ou enfermidade. A saúde reproduti-va implica, por conseguinte, que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo” (CIPD, 1994).
A 4ª Conferência Mundial da Mulher realizada em Beijing/Pequim 1995 também trouxe avanços no sentido de reconhe-cer o direito das mulheres de manejar e decidir sobre sua se-xualidade (direito sexual) e o reconhecimento da importância de desenvolver pesquisas e estudos sobre a saúde da mulher, devendo ela ser considerada como beneficiária de serviços de educação, saúde e mercado de trabalho (Fonte: SOS CORPO - Gênero e Cidadania).
• O direito das pessoas exer-cerem controle sobre seus próprios corpos, sem interferência do Estado e da Igreja. A prática de controle da natalidade, com a massificação da la-queadura tubária, é um exemplo do abuso do corpo das mulheres;
• O direito das pessoas de fa-zerem as escolhas reprodutivas de acordo com seus princípios éticos e com o reconhecimento da capa-
cidade de agir responsavelmente. A negação do direito ao aborto, como um direito reprodutivo, é uma for-ma de controle do corpo e da sexu-alidade feminina;
• A desconstrução da relação obrigatória entre a sexualidade e a reprodução. Durante muito tem-po a vivência da sexualidade, para as mulheres, foi condicionada ao casamento, sendo a virgindade
uma exigência;
• O direito a ter acesso à infor-mação e aos meios para o exercício saudável e seguro da reprodução e da sexualidade;
• O direito a serviços de saúde in-tegral e de boa qualidade, que assegu-rem privacidade, diversidade de infor-mação, livre escolha, confidencialidade e respeito, garantido pelo Estado.
Direitos Reprodutivos
• O direito de viver a sexualidade sem medo, vergonha, culpa, preconcei-to, e o de livre expressão dos desejos;
• O direito à felicidade, aos so-nhos e as fantasias;
• O direito de viver a sexualidade livre de qualquer tipo de violência, dis-criminação ou coerção, sendo respei-tada por outras pessoas e instituições. São exemplos de violação dos direitos
sexuais: o estupro, o abuso sexual e a pedofilia;
• O direito de ser livre e autônoma para expressar sua orientação sexual;
Direitos Sexuais
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
• O direito de escolher a/o parcei-ra/o sexual, sem discriminação;
• O direito de vivência da homos-sexualidade, heterossexualidade e bis-sexualidade;
• O direito de optar por ter ou não uma vida sexual ativa;
• O direito a ser livre e autônoma para expressar sua sexualidade de for-ma independente da reprodução;
• O direito de ter as escolhas se-xuais protegidas pelo Estado, com a garantia do suporte à saúde sexual, o que inclui o acesso à informação, edu-cação e serviços de qualidade, visando o sexo seguro.
A Área Técnica de Saúde, Direitos Sexuais e Reproduti-vos da Secretaria Municipal de Política para as Mulheres tem como objetivo principal contribuir e influir na elaboração e execução das ações da Política de Saúde da Mulher no Mu-nicípio de João Pessoa, garantindo os recortes de: gênero, raça\etnia, geracional e de diversidade sexual, respeitando o princípio da laicidade do Estado. A mesma conduz suas ações através da Educação Permanente, junto a setores go-vernamentais e à Sociedade Civil e do planejamento e mo-nitoramento da Política de Atenção Integral á Saúde da Mu-lher do município. Neste sentido, acreditamos que a Área Técnica de Saúde da Mulher vem sendo construída através da grande participação da sociedade civil, em especial pelo movimento de mulheres e feministas. Deste modo, este do-cumento apresenta todas as ações e estratégias pactuadas com o governo para os anos de 2014 a 2017, e consolidadas através das demandas da III Conferência Regional de Políti-cas para as Mulheres, realizada em 2011.
Em relação ao tema Saúde das Mulheres, Direitos Sexu-ais e Reprodutivos, a Conferência estabeleceu as seguintes orientações através da aprovação em plenária:
• Garantir a interrupção da gravidez nos casos previs-tos em lei como uma responsabilidade governamental;
• Priorizar no PPA e nas LOAs recursos para a Saúde da Mulher, garantindo a efetivação da PNAISM;
• Reafirmar o princípio de integralidade e da equidade, considerando as demandas específicas das mulheres e da condição histórica de vulnerabilidade social, considerando o recorte étnico racial, geracional e pessoas com deficiên-cia no tocante aos direitos reprodutivos e direitos sexuais;
• Garantir a participação do Movimento Organizado de Mulheres e Feministas na discussão da estratégia de
qualificação dos profissionais de saúde adotada pelas Se-cretarias de Saúde e MS, no tocante às questões relativas à Saúde da Mulher, com ênfase nos direitos sexuais, direitos reprodutivos e violência contra a mulher;
• Reafirmar a recomendação da I e II Conferência Na-cional de Política para Mulheres (CNPM) de revisão da legis-lação punitiva do aborto no Brasil;
• Coibir qualquer prática punitiva às mulheres que che-gam aos serviços de saúde em situação de abortamento;
• Garantir uma política de planejamento reprodutivo, respeitando o recorte geracional, com acesso das mulheres e homens à prática educativa e aos insumos nos moldes da legislação brasileira;
• Garantir a qualidade do pré-natal, parto e puer-pério, da referência e contra-referência, incluindo as parteiras; a atenção ao parto domiciliar, na rede de as-sistência; bem como o acesso aos exames e insumos preconizados pelo Ministério da Saúde, a fim de preve-nir a Mortalidade Materna;
• Garantir o caráter público e estatal do SUS, conside-rando os seus princípios e diretrizes, não permitindo nenhu-ma forma de privatização e terceirização da gestão e da rede de serviços;
• Implementar e fortalecer a política de saúde integral da população negra e de atenção integral às pessoas com doença falciforme;
• Garantir o acesso à integralidade da saúde, respei-tando os direitos sexuais e reprodutivos das prostitutas.
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Capacitar continuamente os/as profissionais da Rede de atendimento, contem-plando o tema da violência contra a Mulher; direitos se-xuais, reprodutivos e as Nor-mas Técnicas do Ministério da Saúde.
SMS/SEPPM Qualificação dos profissionais da rede municipal de saúde
Programa Nacional de reorientação Pro-fissional em saúde
Qualificação Profis-sional
2013 a 2016
Capacitação de 100% dos profissionais da
rede de municipal de saúde
Governo FederalSEPPM
Movimentos sociaisConselhos
Comitês, CRMsSEMDH -
Câmara técnica de enfrentamento à vio-lência contra mulher
Universidades
AÇÃO
Ampliar o número de CAPs (Centro de Atenção Psi-cossocial) e qualificar as equipes para o atendimen-to com recorte geracional para as mulheres, atenção especial às lésbicas, bisse-xuais e transexuais, pesso-as com deficiências em si-tuação de violência sexual, violência doméstica ou in-tra-familiar.
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SMS Implantação e manu-tenção dos serviços da rede mental em João Pessoa
Qualificação dos profissionais da rede Municipal de saúde
2013 a 2016
Aumento de 03 CAPs, um em cada distrito, sendo dois específicos para usuárias de álcool e drogas.
Equipe 100% qualifica-da
Governo FederalSEPPMSEDES
SEINFRAGAPRE
Movimentos sociaisConselhos
FUNADCREAS, CRMs
SEMDHUniversidades
Organizar e humanizar a rede de atendimento à Saú-de Mental e ampliar o nú-mero de profissionais com definição na rede de aten-ção da referência e contra-referência para consultas em psiquiatria e acompa-nhamento psicológico.
SMSA p r i m o ra m e n to dos serviços admi-nistrativos
Gestão de pessoas
Formação de recur-sos humanos
Humanização
2013 a 2016
Rede 100% organiza-da e humanizada
Ampliação de 50% do numero de profis-
sionais
Governo FederalSEPPM
Movimentos sociaisSEDES
ConselhosUniversidades
Implantar e implementar a terapia comunitária nos CAP’s e na Rede de Aten-ção Básica nos Municípios.
SMS/SEPPM Implantação e manu-tenção dos serviços da rede mental em João Pessoa
Ações em saúde na atenção básica
2013 a 2016
Terapia comunitária im-plementada em 50% dos CAPs do município.
80% de terapias comunitá-rias implantadas na rede de Atenção Básica de Saúde
Governo FederalUniversidades
Ações e estratégias
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
AÇÃO
Qualificação permanen-te das equipes dos ser-viços de atendimento às mulheres em situação de violência sexual e do-méstica, de acordo com as Normas Técnicas do Ministério da Saúde.
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SMS/SEPPM Qualificação dos pro-fissionais da rede de
Municipal de saúde
Programa Nacional de reorientação Pro-fissional em saúde – Pró-Saúde
Qualificação Profis-sional
Humanização
2013 a 2016
100% dos profissionais qualificados
GovernoFederalSEPPM
Movimentos sociaisConselhosComitêsCRMs
SEMDHUniversidades
Qualificar as equipes USF para identificar, acolher, notificar e encaminhar os casos de violência sexual e doméstica.
SMS/SEPPM Qualificação dos pro-fissionais da rede de municipal de saúdePrograma Nacional de reorientação Pro-fissional em saúde – Pró-Saúde
Qualificação Profis-sional
Humanização
2013 a 2016
Profissionais da ATB (atenção básica) 100% qualificados
Governo FederalSEPPM
Movimentos sociaisConselhosComitêsCRMs
Garantir material didá-tico adequado e espaço apropriado para a práti-ca educativa de grupos na USF, com abordagens que contemplem recorte geracional, étnico-racial, diversidade sexual e pes-soa com deficiência.
Construir, reformar e equipar unidades de saúde da família.
2013 a 2016
Material didático ela-borado e distribuído
100% das Unidades bá-sicas de saúde adapta-das para atividades pe-dagógicas em saúde
Governo FederalSEPPMSEDES
SEINFRAMovimentos sociais
ConselhosFUNADCREASCRMs
Universidades
SMS/SEPPM
Implantar a Central de Regulação de Leitos em Obstetrícia - a “Central de Partos”.
SMS Construção, reforma, ampliação dos equi-pamentos de servi-ços de saúde.
2013 a 2016
Central de regulação de leitos obstétricos implantada e imple-mentada
Governo Federal
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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AÇÃO
Ampliar os serviços pú-blicos em Obstetrícia.
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SMS Construir, reformar, ampliar serviços de saúde da rede muni-cipal hospitalar e am-bulatorial.
2013 a 2016
Criação de mais duas maternidades públicas no município
Governo FederalSEPLANSEINFRA
Definir mecanismo de mo-nitoramento e avaliação da política de Saúde da Mu-lher, com a participação de movimentos de mulheres e feministas, com ampla di-vulgação para a sociedade.
SMS/SEPPM Ações de regulação, controle, avaliação e auditoria dos servi-ços de saúde.
Controle social
2013 a 2016
Mecanismos de moni-toramento definidos e implementados
Governo FederalSEPPM
SETRANSPOuvidorias
Movimentos sociaisConselhos
Universidades
Realizar periodicamente pesquisa sobre a satis-fação das usuárias em relação aos serviços de saúde, com ampla divul-gação para a sociedade
SMS/SEPPM Controle social 2013 a 2016
Pesquisa realizada e publicização dos da-dos atualizados
SEPPMSECOM
SETRANSPOuvidoria
Universidade
Assegurar a privacidade e a acessibilidade das usuá-rias nos e aos serviços de saúde, através da melho-ria da estrutura física (Lei de Federal 10.048/00) e da qualificação das/os trabalhadoras/es da saú-de, contribuindo com a humanização da atenção
SMS Construir, reformar e equipar unidades de saúde da família.
Construir, reformar, ampliar serviços de saúde da rede muni-cipal hospitalar e am-bulatorial
Humanização
2013 a 2016
Serviços da rede de saúde municipal 100% adequados segundo a lei Federal 10.048/00
Governo Federal
Garantir a realização de concurso público para a rede municipal de saúde
SMS Saúde 2013 a 2016
Concurso público rea-lizado
SEADSEPLANPROGEM
Implementar e ampliar as equipes do NASF, au-mentando o número de profissionais, conforme a realidade local e com o preconizado pelo MS.
SMS Construção, refor-ma e ampliação dos equipamentos dos serviços de saúde.
2013 a 2016
50% de ampliação da equipe do NASF
Governo Federal
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Firmar parcerias entre as Secretarias de Saúde, Educação, de Assistência Social e Juventude muni-cipais, para trabalharem nas escolas, centros de referências da cidadania e Centros de Juventude, CRAS, CREAS e comuni-dades, os temas: direitos sexuais e reprodutivos; in-clusão de gênero, étnico-racial e de pessoas com deficiência; diversidade sexual e geracional
SEPPM/SMS Educação em saúde 2013 a 2016
Parcerias firmadasMecanismo de forma-ção funcionando
SEPPMSEJERSEDECSEDES
UniversidadesMovimentos sociais
AÇÃO
Implantar e implementar o Plano de Enfrentamento à Feminização da Epidemia da AIDS e outras DSTs.
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SEPPM/SMS Controle das doenças sexualmente trans-missíveis e da AIDS
2013 a 2016
Plano implementado Governo FederalSEPPMSEDES
Movimentos sociaisConselhosComitêsCRMs
Universidades
Garantir a educação per-manente com ações de enfrentamento ao racis-mo, fobia LGBTs, e todas as formas de discrimina-ção as mulheres, incluin-do a temática da ética e da laicidade do Estado na formação profissional, com vistas à humanização do SUS
SEPPM/SMS Qualificação Profis-sional
Programa Nacional de reorientação Pro-fissional em saúde – Pró-Saúde.
Humanização
2013 a 2016
Mecanismo de educa-ção permanente im-plantado e implemen-tado
Governo FederalSEPPM
Movimentos sociaisConselhosComitêsCRMs
Universidades
Criar a Central de leitos no Município
SMS Construção, reforma, ampliação dos equi-pamentos dos servi-ços de saúde
2013 a 2016
Central de leitos implan-tada e implementada
Governo FederalSEPLANSEINFRA
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Ampliar a rede e serviços de tratamento e preven-ção ao câncer de mama e útero, com o objetivo de garantir a integralidade da assistência na prevenção e tratamento do câncer de colo de útero e de mama;
SMS 2013 a 2016
Rede de Assistência ao câncer de mama e de colo ampliada em 70%.
Governo Federal
AÇÃO
Ampliar o uso do proce-dimento de Aspiração Manual Intra-uterina - AMIU nas Maternidades
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SMS Assistência Hospita-lar e ambulatorial
2013 a 2016
Ampliação de 50 % do uso do método AMIU nas maternidades
Governo Federal
Qualificar os profissionais da Saúde para o atendi-mento de pessoas com de-ficiência, assim como equi-par e adequar a Rede SUS na sua estrutura física, no sentido de garantir o aces-so, segundo o Decreto Fe-deral nº 5.296/04
SMS/SEPPM Qualificação Profis-sional
Programa Nacional de reorientação Pro-fissional em saúde – Pró-Saúde.
Humanização
2013 a 2016
100% dos Profissionais qualificados
100% dos equipamen-tos da REDE de saúde municipal adequados segundo o Decreto Federal nº 5.296/04
Governo FederalSEPPMFUNADSEPLANSEINFRA
Secretarias estaduais
Universidades
Garantir estrutura física e de pessoal para o funcio-namento adequado do comitê de prevenção à mortalidade materna
SMS Controle social
Manter e implemen-tar os conselhos de saúde e fortalecer as ações de participa-ção comunitária
2013 a 2016
Comitê estruturado Governo FederalOuvidorias
Movimentos sociaisSEPPM
Conselhos
Qualificação dos profis-sionais da área da as-sistência à prevenção e tratamento do câncer de colo de útero e de mama, com objetivo de aumentar o acesso a mamografia.
SMS/SEPPM 2013 a 2016
100% dos profissionais da rede qualificados
SEPPMUniversidades
Movimentos sociaisGoverno federal
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Garantir formação e qua-lificação permanente na temática dos direitos sexu-ais e reprodutivos para as equipes de saúde que tra-balhem com mulheres pro-fissionais do sexo
SMS/SEPPM 2013 a 2016
Profissionais 100% qualificados
Governo FederalSEPPMSEDES
ConselhosMovimentos sociais
APROSUniversidades
Qualificação Profissional
Programa Nacional de reorientação Profissional em saúde – Pró-Saúde.
Humanização
Garantir a acessibilidade à pre-venção e tratamento às mu-lheres e homens com HPV, res-peitando o recorte geracional
SMS 2013 a 2016
Assistência integral a pessoas com HPV ga-rantida pelo SUS
Governo Federal
AÇÃO
Fortalecer o diagnósti-co da anemia falciforme, aumentando a oferta e o acesso ao “teste do pesi-nho” a usuários e usuá-rias do SUS
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SMS 2013 a 2016
Oferta de exame am-pliada em 100% na rede SUS
Governo FederalUniversidades
Implantar e implementar o exame eletroforese de he-moglobina como exame laboratorial de rotina na as-sistência ao pré-natal.
SMS/SEPPM 2013 a 2016
Oferta de exame am-pliada em 100% na rede SUS
Governo FederalUniversidades
Garantir a implantação da política de saúde integral da população LGBT e criar organismos que tratem da especificidade desta po-pulação
SMS 2013 a 2016
Política pactuada e im-plantada
Governo FederalSEDES
Centro de Referencia LGBTs
Controle das doenças sexualmente trans-missíveis e da AIDS
Ampliar serviços de saúde para as mulheres profissio-nais do sexo, com funciona-mento no horário noturno
SMS 2013 a 2016
02 Serviços de refe-rência implantados (unidades das praias e Varadouro)
Governo FederalConstrução, refor-ma e ampliação dos equipamentos dos serviços de saúde.
Construir, reformar e equipar unidades de saúde da família
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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III CAPÍTULO
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Este eixo visa contribuir para a redução das desi-gualdades e para o enfrentamento ao preconceito e à descriminação de gênero, étnico-racial, religiosa, gera-cional, por orientação sexual e identidades de gênero, através da formação de gestores/as, profissionais da educação e estudantes da rede municipal de ensino.
Tem, além disso, o propósito de implantar e im-plementar políticas públicas, adotando a INTERSE-TORIALIDADE como estratégia, visando o fortale-cimento da autonomia econômica, social, cultural, pessoal e política das mulheres. Adotando parcerias com as Universidades Federais, Estaduais e Parti-culares, Conselho Municipal de Educação, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Secretaria de Edu-cação e Cultura - SEDEC, Secretaria de Comunicação Social - SECOM, Secretaria de Administração - SEAD, entre outras secretarias do município e Instituições da Sociedade Civil, para avançar no sentido da re-formulação, através das políticas educacionais, de conceitos, valores e ideais que perpassam as práti-cas de formuladoras (es) de políticas públicas, de gestoras(es), de professoras(es), de alunas(os), de demais atrizes/atores (pai/mãe) sociais e da comu-nidade escolar.
Concebemos que a história da educação no Bra-sil, assim como na maioria dos países,coincide com a história da discriminação de gênero. A formação da sociedade brasileira, marcada pelo patriarcalismo,
pelo autoritarismo e pela influência direta das igrejas, reflete-se diretamente na constituição da educação formal no país.
A escola, desde o nível pré-escolar até o univer-sitário, constitui uma das instâncias de socialização através da qual é transmitida e fomentada – de forma direta ou indireta – uma série de estereótipos de gê-nero, marcando deste modo o “dever ser” de mulhe-res e homens. Assim, a educação formal, da mesma forma que outras instituições socializantes, fomenta e reforça a concepção de feminilidade e masculinida-de, sustentada a partir de certas características, qua-lidades, traços, atributos, etc. De acordo com isto, as mulheres são colocadas no âmbito do emocional e dos afetos, e os homens são colocados no âmbito do poder e do racional.
Esta marcada diferenciação entre o associado com o “dever ser” de mulheres e homens, é concebi-da como uma questão binária ou polarizada; quer di-zer, as características femininas devem estar somente em corpos de mulheres, enquanto que as masculinas somente em corpos de homens, sendo assim incom-patível poderem estar indistintamente em homens ou em mulheres.
Isto se configura, claramente, como sexismo e preconceito, em que o mais preocupante e perigoso é que tanto o modelo masculino quanto o feminino (produto de construções socioculturais) são assumi-
Por uma educação inclusiva: não sexista, não lesbofóbica, não racista e não homofóbica
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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dos como “naturais” ou “biologicamente corretos”. Isto é: considera-se que mulheres e homens já nasceram com tais características, qualidades e atributos identificados como feminino e como masculino, e isto passa a figurar-se como um “deve ser”, em lugar de assumir-se que foram aprendi-das como produto de uma atribuição sociocultural, em que desenvolvem um papel fundamental a família, a escola e os meios de comunicação, já que são instâncias importantes do processo de socialização.
De forma mais específica, o sexismo na escola é promo-vido basicamente através da estrutura curricular explícita e da estrutura curricular oculta. Neste contexto, a escola de-senvolve um papel que vai além do meramente educacional, assumindo outras funções que acabam transmitindo para as novas gerações valores culturais e conceitos arraigados na sociedade, que depois se veem refletidos nos diversos espa-ços de socialização. Os educadores e as educadoras não se comportam de igual modo com os meninos e com as meni-nas. Desde a infância eles e elas também têm recebido men-sagens sexistas em todos os âmbitos da vida, e, por tanto, transmitem inconscientemente o que têm aprendido.
Torna-se urgente trilharmos o caminho da desconstru-ção dos estereótipos e preconceitos culturais que susten-tam a desigualdade de gênero em nossa sociedade e, por conseguinte, a própria violência contra as mulheres.
O enfrentamento ao sexismo exige a interrupção da (re)produção de um visão bipolarizada e hierarquizada dos gêneros, e isso torna-se possível quando criamos espaços de diálogos, reflexões, trocas de experiências e construção de novas possibilidades no que diz respeito ao modelo he-gemônico de masculinidade e feminilidade que impera em nossa cultura.
Portanto, o Plano Municipal de Política para as Mulheres buscará contribuir com a desconstrução deste modelo de sociedade baseado no patriarcado e reproduzido nas re-
lações sociais. E acreditamos que isto deva ser combatido no chão das escolas, pensando assim na formação de seus/suas profissionais, junto ao alunado, a partir da proposta de construção de uma escola inclusiva. Trabalharemos assim com o eixo da Educação Inclusiva – não sexista, não racista, não homofóbica e não lesbofóbica – para a concretude do Plano Municipal de Política para as Mulheres, reforçando a sua implementação.
Os marcos legais que orientam a construção do refe-rido plano são: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) – a legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da educação básica ao ensino superior); a LDB 9394/96, que reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição Federal, e estabelece os princípios da educação e os de-veres do Estado em relação à educação escolar pública, definindo as responsabilidades, em regime de colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-pios; os parâmetros curriculares nacionais – PCN; e o pró-prio Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
Sendo assim, a Secretaria Extraordinária de Política para as Mulheres de João Pessoa conta em sua estrutura-ção com a Coordenação de Educação Inclusiva, que visa promover a inclusão e permanência das mulheres em pro-cessos formais e informais de educação e processos de aprendizagem e formação cidadã, além de garantir uma educação igualitária, consolidando na política educacional as perspectivas de gênero, raça/etnia, orientação sexual, geracional, das pessoas com deficiência, e o respeito à di-versidade em todas as suas formas.
Esperamos ajudar a construir, em nossos municípios, uma educação despojada de preconceitos e voltada à afirmação de cidades educadoras, onde a equidade de gênero, de raça/etnia, o respeito à diversidade sexual sejam balizadores para a justiça social e para as diretrizes dos Governos Locais.
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Ações e estratégias
AÇÃO
Fortalecer a parceria com as universidades públicas (UFPB/UFCG/IFPB) para o processo de formação continuada dos educadores(as) em educação inclusiva, não-sexista, não- racista, não-homofóbica, não-lesbo-fóbica e não-transfóbica
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SEDEC Parcerias educativas 2013 a 2016
Parceria fortalecida SEPPMUniversidades
Garantir que o PPP/ pla-nejamento anual escolar identifique, a partir de mo-nitoramento da evasão, do abandono e da repetência, as problemáticas que ex-cluem escolares do pro-cesso de ensino e apren-dizagem, objetivando a superação do problema.
SEDEC Fortalecimento dos Conselhos Escolares e de Políticas Educa-cionais
2013 a 2016
Monitoramento realizado
SEDECConselho Municipal
de Educação
Sensibilizar professoras / pro-fessores, gestoras/gestores, especialistas, família e toda a comunidade escolar para não reforço / reprodução da cultura machista / patriarcal, com vistas à afirmação de uma educação para a igual-dade e o respeito, através de campanhas permanentes, seminários, palestras e rodas de diálogos
SEDECSEPPM Co-ordenadoria
de Promoção da Cidada-nia LGBT e
da Igualdade Racial
Atividades de quali-ficação para gesto-res e profissionais da rede pública
2013 a 2016
Sensibilizaçãorealizada semestralmente
UniversidadesSECOM
Instituições da so-ciedade civil
Conselho Munici-pal dos Direitos da
MulherConselho Municipal
de Educação
Implantar projetos sobre a temática de gênero, ques-tões étnico-raciais, diversida-de sexual e temas correlatos na educação formal, não for-mal e na mídia institucional
SEDECCoordenadoria de Promoção da Cidadania
LGBT e SEPPM
Atividades de quali-ficação para gesto-res e profissionais da rede pública
2013 a 2016
Projetos implementados SECOM , Universida-des, Instituições da
sociedade civil, Con-selho Municipal dos Direitos da Mulher, Conselho Municipal
de Educação
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
38
Adotar a linguagem não sexis-ta no discurso e nos documen-tos de todos os organismos de políticas públicas, garantindo a identificação do nome social e do quesito cor e raça
GAPRE 2013 a 2016
PROGEM
AÇÃO ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Garantir que os recursos didáticos e pedagógicos adquiridos/construídos so-bre as temáticas de gênero, raça/etnia, diversidade sexu-al, geracional, pessoas com deficiências, entre outros, se-jam incorporados nos PPPs/ planos anuais de educação e aplicadas em sala de aula
SEDECSEPPM
Ações didáticas, pe-dagógicas, esporti-vas e culturais
2013 a 2016
Recursos incorporados Escolas municipais e CREISConselho Munici-
pal dos Direitos da Mulher
Conselho Municipal de Educação
Adquirir/ construir recursos didáticos e pedagógicos com linguagem acessível e adequada ao público infan-to- juvenil, de forma a enri-quecer e qualificar o trabalho com as temáticas de gênero, raça/etnia, diversidade sexu-al, geracional, pessoas com deficiências, entre outros
SEDECSEPPM
Ações didáticas, pe-dagógicas, esporti-vas e culturais
2013 a 2016
Recursos didáticos e pedagógicos imple-mentados
SEPPMSEAD, Universida-des, Entidades da
sociedade civilConselho Munici-
pal dos Direitos da Mulher
Conselho Municipal de Educação
Avaliar e atualizar os planos de educação, as propostas curriculares (PPS) das es-colas, observando as nor-mativas legais do Governo Federal através das orien-tações do MEC / SECAD, visando o desenvolvimento de uma educação e cultura inclusiva, não-sexista, não- machista, não-racista, não-lesbofóbica, não-homofóbi-ca e não-transfóbica
SEDECSEPPM
Fortalecimento dos Conselhos Escolares e das Políticas Edu-cacionais
2013 a 2016
Planos avaliados e atua-lizados
UniversidadesSEPPM
Conselho Munici-pal dos Direitos da
Mulher Conselho Municipal
de Educação
39
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Garantir a ampliação do número de escolas em tempo integral
AÇÃO ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Garantir férias anuais para os profissionais que inte-gram os CREIS, obede-cendo uma escala que permita o funcionamento normal dos mesmos.
SEAD 2013 a 2016
Férias garantidas SEDEC
Garantir a qualificação dos/as profissionais dos CREIS, visando fortalecer a arti-culação entre o cuidar e o educar, a problematização das relações de gênero/raça/etnia, de forma a esti-mular a vivência de brinca-deiras (respeitando a diver-sidade cultural) e atividades conjuntas entre meninos e meninas, contribuindo para a afirmação dos princípios da equidade e do respeito
SEDEC Formação continua-da dos profissionais da educação
2013 a 2016
Qualificação garantida SEPPMUniversidades
Inserir o recorte de gê-nero, de raça/etnia, ge-racional e de diversidade sexual na política de al-fabetização e educação de jovens e adultos, ga-rantindo o acesso, per-manência e sucesso das mulheres e homens, com especial atenção para a pessoa com deficiência, evidenciando as questões relativas aos direitos das mulheres e respeitando a laicidade do Estado
SEDEC Educação de Jovens e Adultos, Método: Sim, eu posso e Brasil Alfabetizado
2013 a 2016
Temas inseridos no EJA SEPPM
SEAD 2013 a 2016
Número de escolas ampliado
Governo FederalSEPLAN
Construção, amplia-ção, reforma e recu-peração das unida-des escolares
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
40
Visibilizar, fomentar e ampliar a produção cultural das mu-lheres e sobre as mulheres, com atenção especial à di-versidade cultural e humana
FUNJOPE Projetos especiais de arte, cultura, identidade e diver-sidade cultural
2013 a 2016
Produção cultural garantida
SEDEC , SEPPMSEDES, Conselho mu-nicipal dos direitos da mulher, Conselho mu-nicipal de educação
Garantir o cumprimento das leis 10.639/03 e 11.645/08, observando os princípios do Estado laico, através do monitoramento nas escolas
SEDEC 2013 a 2016
Monitoramento garantido
SEDESSEPPM
Conselho municipal de educação
Instituições da so-ciedade civil
Garantir o protagonismo infanto-juvenil para que crianças/ adolescentes/ jo-vens /adultos participem, discutam e opinem sobre as ações educacionais e temas de seu interesse, através da criação de grêmios e/ou fó-runs estudantis
SEDEC Apoio às atividades culturais, esporti-vas, formativas e de comunicação da ju-ventude
2013 a 2016
Grêmios e fóruns criados
Conselho municipal de educação
AÇÃO ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Garantir maior investimento do Governo Municipal para a educação infantil
SEDEC Formação continua-da dos profissionais da educação
2013 a 2016
Investimento garantido Governo FederalLOAS
Garantir maior investimento do Governo Municipal para a educação infantil
SEDEC Formação continua-da dos profissionais da educação
2013 a 2016
Investimento garantido Governo FederalLOAS
Ampliar e garantir nas es-colas através dos PPPs, salas de apoio aos filhos e filhas do alunado da EJA, e educação básica (ensino fundamental) e disponibi-lizar salas de EJA específi-cas para mulheres em ho-rários que atendam suas necessidades
SEDEC Educação de Jo-vens e Adultos, Sim eu posso e Brasil Al-fabetizado
2013 a 2016
Salas ampliadas e garantidas
SEINFRASEPLAN
41
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Campanhas, cursos e seminários realizados
AÇÃO ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Criar mecanismos para que cheguem às escolas informa-ções, dados estatísticos e fatos históricos relativos à presença das mulheres em diferentes áreas, enriquecendo a dinâmi-ca de ensino e aprendizagem a partir da utilização de recur-sos audiovisuais e de outras linguagens acessíveis que se-jam capazes de transformar a construção do conhecimento num processo participativo e de conscientização
SECITEC 2013 Mecanismos criados SEPPMSEDEC
OUVIDORIAIBGE
Universidades Conselho Munici-
pal dos Direitos da Mulher
Ministério Público
Garantir cotas para as mu-lheres nos editais públicos de cultura e arte
SEDEC 2013 a 2016
Cotas garantidas PROGEM
Garantir maior investimento do Governo Municipal para a educação infantil
SEDEC Formação continua-da dos profissionais da educação
2013 a 2016
Investimento garantido Governo FederalLOAS
Criar/fortalecer políticas in-tersetoriais de enfrentamen-to às práticas machistas, sexistas, lesbofóbicas, homo-fóbicas, transfóbicas, racistas e discriminatórias contra pes-soas com deficiências, atra-vés de campanhas, cursos de formação e seminários
SEPPM 2013 a 2016
SEDECSECOM SEDESSEAD
Universidades
Linha de apoio a gru-pos de mulheres de economia solidária e mobilizações sociaisAções de educação permanente.
Garantir a inclusão das ques-tões de gênero, étnico-raciais, geracionais e orientação se-xual nos currículos escolares através dos PPPs e Regimen-tos Internos das escolas, bus-cando formas de mudar as práticas pedagógicas na pro-dução de conhecimento, na educação formal e não formal, na cultura e na comunicação
SEDEC Ações de educação permanente em gê-nero, questões étnico-raciais e diversidade sexual na gestão pú-blica, ONGs, grupos e sociedade em geral, visando à mudança de mentalidades
2013 Inclusão garantida Conselho Municipal de Educação CECAPRO
Conselho munici-pal dos direitos da
mulher
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
42
IV CAPÍTULO
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
44
45
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
A violência contra a mulher, em todas as suas formas, traduz-se como a expressão mais cruel das desigualdades de gênero em nossa sociedade, com-preendida como uma violação dos direitos humanos das mulheres.
A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, 1994) define tal violência como “qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto privada” (ASSEMBLÉIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICA- NOS, 1994). A violência contra a mulher pode ocorrer no âmbito familiar ou em qualquer outra relação interpessoal, incluin-do, entre outras formas, o estupro, os maus-tratos, o abuso sexual, e ainda ser perpetrada ou tolerada pelo Estado e seus agentes, onde quer que ocorra.
Os dados dos últimos anos expressam bem como essa violência tem se tornado um fenômeno que exi-ge urgência nos investimentos das políticas para seu enfrentamento. Segundo o Mapa da Violência 2012, com dados de referência de 2010, o Brasil ocupa o 7º lugar, considerando as taxas de homicídios femi-ninos (em 100 mil mulheres), num comparativo entre 84 países. O estado da Paraíba, segundo o mesmo relatório, é o 7º estado em número de assassinato de mulheres, enquanto que a capital, João Pessoa, tem uma taxa de 12,4 assassinatos a cada 100 mil mulhe-res, ficando em segundo lugar entre as capitais.
Em João Pessoa, segundo os dados do Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra, no ano de 2012 foram atendidas 339 mulheres que apresenta-ram relato de algum tipo de violência, demandando atenção daquele serviço. No ano de 2013, de janeiro a junho, já somam 173 novos atendimentos.
Pode-se verificar pelos dados apresentados que esse fenômeno permeia todas as faixas etárias, sen-do a residência o local preponderante onde ocorre a violência. 71,8% dos incidentes de homicídios de mulheres ocorre na própria residência da mulher, fa-zendo-nos entender que é no ambiente doméstico onde a mulher está mais sujeita à violência.
Nesse sentido, as políticas públicas têm buscado tanto evidenciar para toda a sociedade esse fenôme-no da violência doméstica contra as mulheres, como também imprimir um ritmo cada vez maior e mais efi-caz na prestação de serviços a estas mulheres, para que elas possam compreender esse fenômeno e de-senvolver estratégias para sair do ciclo da violência, bem como sensibilizar a sociedade para a responsa-bilidade pelo enfrentamento a esta situação.
No Brasil, a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, no Governo Lula, tornou-se um marco da institucionalização de políticas para as mulheres, na medida em que favorece e estimula a criação de organismos estaduais e municipais de políticas públicas neste âmbito.
Em João Pessoa, no ano de 2005, foi criado o primeiro mecanismo de políticas públicas para as
Enfrentamento a todas as formas de violência contra a mulher
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
46
Realizar ações de preven-ção e enfrentamento à vio-lência contra as mulheres no âmbito da Administra-ção Pública Municipal
mulheres, a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, que se transformou em secretaria no ano de 2010. Em 2007, foi implantado o Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal – serviço de referência para o atendimento às mulheres em situação de violência. O serviço atendeu, desde sua criação até junho de 2013, 1.770 novos casos de violência contra a mulher.
A implantação de outros instrumentos tem fortalecido a luta pelo enfrentamento a todas as formas de violência
contra as mulheres, como as DEAMs, a Casa Abrigo, o Jui-zado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, os serviços de referência para violência sexual e aborto legal.
O desafio agora instalado na gestão pública, em todas as esferas, é fortalecer a luta pela redução dos índices de violência, articular os serviços, proporcionando uma ampla rede para prevenir a violência, promover a eficiente puni-ção dos agressores, fortalecer a rede para o atendimento e o protagonismo das mulheres em situação de violência, e consolidar uma cultura de respeito à diversidade.
Ações e estratégias
AÇÃO
Qualificar, fortalecer e ga-rantir o funcionamento dos serviços de atenção ao aborto legal, previsto em lei, nas maternidades ICV
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SMS 2013 a 2015
Qualificação e fortaleci-mento dos serviços ga-rantidos
SEPPMMovimento de
Mulheres
Promover ações sistemáti-cas de educação em gêne-ro, raça, etnia, orientação sexual para a rede de aten-dimento às mulheres em si-tuação de violência sexual
SEPPM Ações de educa-ção permanente em gênero, questões étnico-raciais e di-versidade sexual na gestão pública, ONGs, grupos e so-ciedade em geral
2013 a 2015
Formações semestrais executadas
Rede de Atendimento às
Mulheres Vitimas de Violência
Promover campanhas edu-cativas sobre a violência contra a mulher e a Lei Ma-ria da Penha, priorizando instituições de ensino
SECOM Divulgação das ativi-dades do governo
2013 a 2015
Quatro campanhas re-alizadas anualmente
SEDEC, SEPPM,Rede de Atendi-
mento às Mulheres Vitimas de Violência
Governo Federal
Ações de educação permanente em gê-nero, questões étnico-raciais e diversidade sexual na gestão pú-blica, ONGs, Grupos e sociedade em geral
2013 a 2015
Recursos no PPA, LDO e LOA do Município aprovados
GAPRESEAD
SEPLAN
47
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Fortalecer as ações de arte-educação oferecidas no Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezer-ra, ampliando para gru-pos de mulheres das co-munidades
SEPPM Manutenção do CRMEB
2013 a 2015
Ações de arte-educa-ção ampliadas e forta-lecidas
SEDESSMS
FUNJOP
AÇÃO ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Criação de núcleos do Centro de Referência da Mulher para o atendi-mento às mulheres em situação de violência, de acordo com as necessi-dades das regiões
SEPPM Manutenção do Cen-tro de Referência da Mulher
2013 a 2015
Dois Núcleos criados e funcionando
Governo FederalGoverno Estadual
e municípios da grande
João Pessoa
Ampliar os programas de empreendedorismo e eco-nomia solidária para mu-lheres em situação de vio-lência atendidas na rede
SEPPM Manutenção do CRN
Ação – Assistência imediata às mulhe-res em situação de violência
2013 a 2015
Programas ampliados SEDES, Secretaria Municipal do
Trabalho, Produção e Renda
Governo Federal
Incluir os temas da violên-cia contra a mulher, gêne-ro, raça/etnia e orientação sexual na grade oficial dos profissionais de educação e saúde
SEPPM Ações de educa-ção permanente em gênero, questões étnico-raciais e di-versidade sexual na gestão pública (edu-cação e saúde)
2013 a 2015
Temas incluídos SEDECSMS
Conselho Municipal dos
Direitos da Mulher
Criar espaços de debates sobre a violência sexual e doméstica no Orçamento Participativo
OP Planejamento e ca-pacitação
2013 a 2015
Espaços criados SEPPM
Reformular a Lei 10477/05, visando à efetivação do fundo municipal de apoio às ações de enfrentamento à violência contra a mulher
SEPPM 2013 a 1014
Fundo municipal efetivado
GAPREPROGENConselho
Municipal dos Direitos da MulherPoder Legislativo
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
48
Criação da Câmara Técni-ca Municipal do Pacto de enfrentamento à violên-cia contra a mulher
SEPPM Assistência imediata às mulheres em situ-ação de violência
2013 a 2014
Câmara Técnica criada e efetivada
GAPREPROGEN
Conselho Munici-pal dos Direitos da
MulherPoder LegislativoInstituições da So-
ciedade Civil
AÇÃO ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Desenvolver nas comuni-dades processos de for-mação sobre a temática da violência contra a mu-lher, divulgando a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência e a Lei Maria da Penha
SEPPM Ações de educa-ção permanente em gênero, ques-tões étnico-raciais e diversidade sexual na gestão pública, ONGs, grupos e so-ciedade em geral
2013 a 2015
Formações realizadas SEDESRede de Atendi-
mento às Mulheres Vitimas de ViolênciaConselho Municipal dos Direitos da Mu-lher, Instituições da
Sociedade Civil
Divulgar e difundir o fun-cionamento do fluxo da Rede de Atenção às Mulhe-res em situação de violên-cia na Grande João Pessoa
SEPPM Ação - Produção de materiais institucio-nais e pedagógicos
2013 a 2015
Divulgação e difusão do fluxo realizados
Rede de Atendi-mento às Mulheres
Vitimas de ViolênciaSECOM
Implantar um banco de da-dos para registro e monito-ramento dos casos de vio-lência doméstica e sexual
SEPPM Manutenção do Cen-tro de Referência da Mulher
2013 a 2014
Banco de dados im-plantado
SEPLANRede de Atendi-
mento às Mulheres Vitimas de Violência
Universidades
V CAPÍTULO
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
50
51
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Os movimentos sociais, feministas, de mulheres, ambientalistas e instâncias do governo vêm ao longo dos anos discutindo a questão do desenvolvimento sustentável na perspectiva de gênero e a importância do papel da mulher no processo de desenvolvimento. As mulheres historicamente se preocupam com a sus-tentabilidade, cuidam da família, comunidade e ecossis-temas quando dependem dele.
Neste contexto, discussões vêm sendo contempla-das em diversos documentos, a exemplo da Carta da Terra e da Agenda 21 Brasileira, bem como em eventos ambientais como a Rio 92 e a Rio + 20, dentre outros. Esses documentos vêm consolidando as reivindicações necessárias à inclusão das mulheres nos espaços onde estão excluídas, na certeza de que as mesmas são vitais para a reversão da matriz energética e a mudança do modelo de desenvolvimento vigente.
As diversas demandas originárias dessas discus-sões geraram no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres a criação do capítulo sobre desenvolvimento sustentável. O II Plano foi elaborado com base nos re-sultados da II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em agosto de 2007, e conta com 94 metas, 56 prioridades e 388 ações distribuídas em 11 grandes áreas de atuação. Dos 11 capítulos e/ou eixos, o Capítulo 6 do Plano inclui o eixo: desenvolvimento sus-tentável no meio rural, cidade e floresta, com garantia de justiça ambiental, soberania e segurança alimentar.
Esse eixo é considerado prioritário para a interven-
ção pública na área da promoção da igualdade de gê-nero a consequente ampliação da justiça ambiental.
Em função de o desenvolvimento sustentável ser considerado um tema transversal, fica definido que esse eixo não esgota as questões elencadas para que se garanta o avanço nas questões ambientais; entretanto, considerou-se de fundamental importância a criação do mesmo para que se cumpra uma agenda essencial para o novo modelo de desenvolvimento, que tenha por pauta o respeito às diversidades étnico-raciais, de orientação sexual, geracionais, entre outras.
A garantia à visibilidade e à participação das mu-lheres em todos os espaços referentes à execução das políticas voltadas à sustentabilidade prevê a criação de instrumentos que garantam as recomendações ambientais que vêm sendo elencadas ao longo dos últimos 25 anos.
O crescimento dos países emergentes, como no caso do Brasil, prescinde de conhecimento e adoção de tecnologias limpas. Precisamos de novas formas de produção, de uso mais inteligente da energia, e de que essa energia tenha uma fonte renovável, definindo as-sim um novo padrão de crescimento.
A partir disso, as discussões na III Conferência Re-gional de Políticas para as Mulheres, elenca questões relativas à sustentabilidade, e sugeridos os seguintes itens (que foram transformados em propostas e orien-tações para serem implementados e executados a par-tir do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres):
Desenvolvimento sustentável no meio rural, na cidade e na floresta, com garantia de justiça ambiental, soberania e segurança alimentar
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
52
Criar mecanismo de Fiscalização, visando à efetivação das Leis Muni-cipais de cunho ambiental, referentes a construções desordenadas em áreas vulneráveis (rios, man-gues, florestas); e maior rigor para coibir o desma-tamento das áreas de pre-servação permanente, bem como em áreas não prote-gidas por lei
SEMAM 2013 a 2015
Mecanismos de fiscalização municipal criados
Monitoramento Ambiental
Secretaria do Trabalho,
Produção e RendaSEDES SEPPM
SUDEMA IBAMA
Ministério Público Universidades
Ações e estratégias
AÇÃO
Destinar percentual or-çamentário municipal es-pecífico para secretarias afins, visando à educação e campanhas ambientais, geradoras de novos hábi-tos de consumo responsá-vel, proteção e utilização de recursos, fontes naturais e energéticas.
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
GAPRE 2013 a 2015
Recurso destinado a campanhas semestrais
Governo Federal Governo do Estado
PROGEM SEDES
SEMAM SEDEC SESAU
SEPPMSecretaria do
Trabalho, Produção e Renda
Promover e apoiar ações de formação que inclua uma reflexão sobre o impacto das questões climáticas na vida das mulheres produ-toras rurais e urbanas, bem como sobre a segurança alimentar e nutricional
SEMAM 2013 a 2015
Formação promovida e apoiada
Eventos de Educação Ambiental - SEMAM
Programa de cons-cientização e pre-servação do meio ambiente
Governo Federal SEPPM, SEDES
SEDEC,Universidades Secretaria do T
rabalho, Produção e Renda
Promover concursos mu-nicipais para premiação de iniciativas e intervenções comunitárias de mulheres que revelem práticas de respeito e preservação do meio ambiente
GAPRE 2013 a 2015
02 concursos realizados
SEPPM, SEDECSEDES, SECOM, Universidades, Instituições da Sociedade Civil
Programa de cons-cientização e preser-vação do meio am-biente
53
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Ações e estratégias
AÇÃO
Instalar em bairros e co-munidades rurais espaços de lavanderia pública, com máquinas de lavar roupa, operando com sistemas de energia sustentável (solar) e destinando água usada para sistema de tratamento
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SEDES 2013 a 2015
Implantação de lavan-deria pública (projeto piloto) com tecnolo-gias sustentáveis
Secretaria do Tra-balho, Produção e Renda, Secretaria de Infra-estrutura,
SEPPM SEPLANSEDES
SEDURB
Instalar biodigestores em áreas de criação de suínos quando próximas a rios e mananciais, aliando o aces-so ao crédito como obriga-tório à instalação
Secretaria do Trabalho,
Produção e Renda
2013 a 2015
Biodigestores instala-dos em cada criatório de suínos
Assistência Comunitária
Cinturão Verde Governo Federal, SEMAMSEPPM
Universidades
Criar Políticas de habita-ção, trabalhando os impac-tos ambientais e propondo condutas sustentáveis para o lixo, esgotos, lençóis freá-ticos, solo e mar
SEMAHB 2013 a 2015
Políticas de habitação criadas
Governo Federal, SEMAMSEPLANSEINFRASEPPM
Assistência Comunitária
Criar hortas domésticas nas áreas periurbanas e rurais, com o objetivo de fortale-cer a segurança alimentar, estimulando o cultivo de árvores frutíferas e plantas medicinais
Secretaria do Trabalho Produção e Renda
2013 a 2015
Hortas domésticas criadas
Cinturão Verde Governo Federal, SEDESSEPPMSEMAM
SEBRAESEDECSENAR
Garantir incentivos por meio de custeio à construção de mini-fábricas de beneficia-mento, sob a coordenação de mulheres, para extração de polpa de frutas para co-munidades tradicionais e assentamentos rurais, valo-rizando a realidade local
Secretaria do Trabalho Produção e Renda
2013 a 2015
02 mini-fábricas de beneficiamento im-plantadas
Cinturão Verde SEPPMSEDES
SEMAMSEBRAE
Banco do Brasil e Banco do Nordeste,
Secretaria de Infra-estrutura
SEPLAN SENAR
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
54
Ações e estratégias
AÇÃO
Ampliar o número de feiras agro-ecológicas, com in-centivo econômico voltado para mulheres
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Secretaria do Trabalho Produção, e
Renda
2013 a 2015
Recurso destinado a campanhas semestrais
SEPPMSEDES
SEDURBEMLUR SENAR
Territórios da Cidadania
Elaborar projetos e ofe-recer capacitação técnica para o acesso aos incenti-vos financeiros, visando à intensificação da produti-vidade da agricultura fa-miliar, a fim de responder às exigências de compra dos poderes públicos para as escolas, penitenciárias e hospitais públicos
Secretaria do Trabalho
Produção, e Renda
2013 a 2015
Projetos elaborados e capacitação realizada
Cinturão Verde
Cinturão Verde SEPPMSEDES
SEBRAE SENAR
Governo Federal Territórios da
Cidadania
Desenvolver um progra-ma específico de financia-mento e capacitação para infra-estrutura, voltado para as comunidades ri-beirinhas, marisqueiras e pescadoras (barco, rede, apetrecho de pesca).
Secretaria do Trabalho
Produção, e Renda
2013 a 2015
Programa criado e im-plementado e capaci-tação realizada
Implantação de Políticas para Geração de Trabalho e Renda
SEPPMGoverno Federal,
Banco do Nordeste,
Banco do Brasil, SEBRAESENAR,
Universidades
Criar uma linha de crédito específica, voltada para as mulheres que vivem das atividades da pesca e da aquicultura, que ve-nha subsidiar a autonomia econômica das mulheres; e incentivar a realização dessas atividades de for-ma sustentável para o meio ambiente
Secretaria do Trabalho
Produção, e Renda
(Empreender)
2013 a 2015
Linha de crédito criada
Empreender JP SEPPM Banco do Nordeste,
Banco do Brasil
55
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Ações e estratégias
AÇÃO
Disponibilizar uma linha de crédito a fundo perdido para incentivar iniciativas de grupos de mulheres que trabalhem com produtos reciclados, articulada com o processo educativo em suas comunidades
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Secretaria do Trabalho Produção, e
Renda (Empreender)
2013 a 2015
Linha de crédito disponibilizada
Empreender JP Governo Federal, SEPPM
Garantir na execução do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos Municipal uma maior participação das mulheres na cole-ta seletiva, na reciclagem de resíduos sólidos – gerando renda para mulheres artesãs, agricultoras e catadoras –, bem como na usina de compostagem na perspectiva da agro ecologia.
Orientação
Garantir a descriminalização dos movimentos sociais do campo e da cidade, exigindo dos órgãos de segurança prote-ção para as lideranças que lutam pela defesa de direitos do/a cidadã/o.
Garantir a implantação dos parques criados, bem como a sua manutenção, valorizando as características ambientais e ampliando as perspectiva de lazer, esporte e cultura de mulheres e comunidades tradicionais.
Incentivar e fortalecer as manifestações culturais das comunidades de áreas urbanas e rurais, por meio de formações e ações que combatam o racismo ambiental, especialmente no que se refere a povos e comunidades tradicionais.
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
56
VI CAPÍTULO
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
A construção de uma sociedade justa e demo-crática passa necessariamente pela igualdade entre mulheres e homens. Hoje, todas as organizações in-ternacionais e acordos entre os países recomendam a ampliação da presença das mulheres nos espaços de poder e de decisão, assim como a implementa-ção de medidas que favoreçam e contribuam para a participação das mulheres como um importante aspecto da construção cidadã.
Exemplos disso são as recomendações da Con-venção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminações Contra a Mulher (Cedaw), as Con-ferências Internacionais do Cairo, Beijing, Durban, entre outras. Esta concepção igualitária foi forjada pelas mulheres ao longo dos séculos. Inconforma-das com a situação de desigualdades e opressão vividas, e pela destinação quase que restrita de seu papel social ao espaço doméstico, as mulhe-res se organizaram e construíram um movimento político ideológico que articula na sua concepção as lutas específicas das mulheres com as questões macroeconômicas e estruturantes da sociedade. O feminismo no Brasil, em especial a partir da década de 70, traz importante contribuição para uma nova abordagem conceitual e política do papel da mu-lher na sociedade. As mulheres organizadas pro-põem uma articulação entre a participação política e a vida cotidiana, entre a esfera pública e a esfe-ra privada. A mulher, ao emergir da esfera privada para reivindicar na esfera pública, torna-se visível e
protagonista, denuncia as grandes desigualdades e violências vividas, fazendo emergir novo sujeito po-lítico da construção histórica, marcando importan-tes avanços tanto na luta pelo direito ao voto (das sufragistas) como no processo de enfrentamento político à ditadura militar em nosso país.
A 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, ao indicar mais uma vez a permanência deste capítulo para o Plano Nacional de Políticas para Mulheres, traz para a sociedade a necessidade de igualdade nas relações sociais entre mulheres e homens, o enfrentamento a todas as formas de dis-criminações contra as mulheres, e o reconhecimen-to e respeito à diversidade para a construção de valores sociais, que têm na igualdade as condições para superar as desigualdades de oportunidades no mundo do trabalho e na política. Faz-se neces-sário, de igual modo, exigir atitudes e compromis-sos do Estado e dos governos, nas suas diferentes esferas, que sejam transformadores das estruturas institucionais que ainda reproduzem e reafirmam a desigualdade. Para isso, é necessário consolidar e articular a maior presença das mulheres nos espa-ços de poder e de decisão e fortalecer Secretarias Estaduais e Municipais de Políticas para as Mulhe-res, as quais contribuem para um novo modelo de gestão e trazem na sua concepção a defesa da au-tonomia e da igualdade como pressupostos e prin-cípios de suas ações e políticas.
O Brasil e a América Latina vivem importante
Participação das mulheres nos espaços de poder
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momento para a ampliação e fortalecimento da participa-ção das mulheres nos espaços de poder e de decisão, em especial na política. Hoje, 40% da população da América Latina está sob o governo de mulheres: Dilma Rousseff no Brasil, Cristina Kirchner na Argentina e Laura Chinchilla na Costa Rica. A eleição de Presidentas é um passo importan-te para a ruptura do “teto de vidro” sempre colocado para as mulheres nestes espaços. Importante destacar que isso ocorre após 20 anos, desde a aprovação da lei de cotas na Argentina e após 18 países latino-americanos, inclusive o Brasil, incorporarem mudanças em suas leis eleitorais, estabelecendo cotas e/ou paridade na inscrição de candi-datas ao parlamento.
Apesar de as mulheres brasileiras representarem 52%
da população, o Brasil ainda encontra-se na 118ª posição no ranking da participação política das mulheres (entre os 198 países pesquisados), conforme informações do Relatório Global Data Base of Quotas for Women. (Texto extraído do PNPP 2013 – 2015).
É por essas razões que a III Conferência Regional de Po-líticas Públicas para as Mulheres decidiu incorporar a temá-tica da Participação nos trabalhos de grupo, o que resultou nas proposições abaixo, pensadas de forma que se possa implementar ações no âmbito municipal, envolvendo os le-gislativos e a sociedade. Estas proposições visam ampliar a participação das mulheres nos espaços de decisão de João Pessoa, dado que a participação das mulheres em João Pes-soa e na Paraíba acompanham a mesma realidade nacional.
Ações e estratégias
AÇÃO
Assegurar representação da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres e do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres nos Conselhos Municipais
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
GAPRE 2013 a 2016
Representação assegurada
SEPPMConselhos Municipais
Ampliar participação das mulheres nos cargos de decisão e poder público de 1º e 2º escalão (cota mínima de 30%), nos poderes Exe-cutivo e Legislativo
GAPRE
Ações de educa-ção permanente em gênero, questões étnico-raciais e di-versidade sexual na gestão pública, ONGs, Grupos e so-ciedade em geral
2013 a 2015
Lei criada
Criação de mecanismo ins-titucional que promova a realização de qualificação em participação e atuação política para as mulheres, com dotação orçamentária garantida pela SEPM
SEPPM 2013 a 2016
Qualificação realizada semestralmente
OABPartidos Políticos
TREMovimento de
Mulheres e Feministas
Universidades
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
AÇÃO
Apoiar a criação de um fórum permanente para discussão da participação das mulheres nos espaços de poder
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SEPPM 2013 a 2016
Atividades de Qualifi-cação para Gestores e Profissionais da Rede Pública
SEPPMConselhos Municipais
SEPPM
Atividades de Quali-ficação para Gesto-res e Profissionais da Rede Pública
Garantir dentro das peças orçamentárias (LOA, LDO e PPA), nas três esferas de poder, recursos para im-plementação e manuten-ção dos mecanismos de equidade de gênero
2013 a 2016
Recursos garantidos Poder LegislativoAtividades de Quali-ficação para Gesto-res e Profissionais da Rede Pública
Criar mecanismos de co-tas para as mulheres nos concursos públicos
GAPRE 2013 a 2016
Cotas criadas PROGEMSEAD
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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VII CAPÍTULO
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Sabemos que a Comunicação e a Cultura são direitos humanos fundamentais e instrumentos de-cisivos na formação da cidadania e na promoção da justiça social, da igualdade, equidade e respeito à di-versidade. Por sentir na pele o quanto a mídia pode ser perversa, excludente e discriminatória, principal-mente quando o assunto está relacionado à mulher – ao apresentá-la de forma deturpada, como objeto da sociedade de consumo, além de escamotear as suas demandas sociais e políticas –, o movimento de mulheres e feministas achou por bem aprovar na
III Conferência Regional de Políticas para as Mulhe-res de João Pessoa um eixo específico sobre comu-nicação e cultura democráticas. As mulheres, nesta oportunidade, deliberaram sobre a criação de meca-nismos de controle social sobre o uso da imagem da mulher nos meios de comunicação e sobre a demo-cratização da mídia e da cultura no âmbito do mu-nicípio de João Pessoa. O acúmulo das discussões e as propostas construídas na III CRPM que achamos essenciais para as mulheres constarão no Plano Mu-nicipal, cujas ações descreveremos a seguir.
Comunicação e cultura democráticas
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Ações e estratégias
AÇÃO
Lutar pela criação do Con-selho Municipal de Co-municação, garantindo a representação do Movi-mento Feminista
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SECOM 2013 a 2016
Representação assegurada
Secretária da Mulher
Conselho Municipal de
MulheresUniversidade
Estimular a Mídia Mu-nicipal, em especial nas emissoras oficiais de rádio e TV, que são concessões públicas, a produção e difusão de conteúdos não discrimi-natórios e não estereo-tipados, respeitando e valorizando as mulheres, a diversidade de raça-et-nia, orientação sexual e diversidade religiosa
SECOM 2013 a 2016
Lei criada
Estimular a criação de um conselho gestor dos veí-culos de comunicação do município, com garantia de participação da so-ciedade civil organizada, em especial o Movimento feminista e de mulheres, para que tenham acesso à produção de conteúdos nos meios de comunica-ção oficiais.
SECOM 2013 a 2016
SEPPMCMDM
Atuar junto aos meios de comunicação públicos, pri-vados para a ampliação dos espaços de expressão das mulheres e de todos os se-guimentos discriminados.
SECOM 2013 a 2016
Lei criada SEPPMCMDM
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
AÇÃO
Desenvolver políticas de promoção da equidade de gênero nas TVs públicas (TV cidade, TV câmara e TV Universitária) e outras TVs, incluindo a participa-ção das mulheres nos con-selhos dessas emissoras
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SECOM 2013 a 2016
Câmara MunicipalUniversidade
Instituir mecanismos de controle social e regulamen-tação da publicidade oficial, com vistas à proibição de peças publicitárias que de-preciam a imagem da mu-lher e que a utilizem como objeto, com o intuito de ga-rantir a não reprodução de estereótipos e preconceitos
SECOM 2013 a 2016
Lei criada PROGEMGAPRE
Instituir mecanismos para garantir a diversidade de gênero, raça e etnia, orien-tação sexual e classes so-ciais que compõem a po-pulação de João Pessoa espaços nas programações dos veículos de comunica-ção oficiais, coerentes com a dimensão de sua repre-sentação na sociedade
SECOM 2013 a 2016
SEDESSEPPM
Coibir a produção e veicula-ção em emissoras de radio e TV do município conteú-do com teor degradante ou sensacionalista que firam os direitos humanos das mu-lheres, adolescentes e crian-ças, LGBT, pessoas com de-ficiência, população negra e de povos tradicionais
SECOM 2013 a 2016
SEDESSEPPM
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Ações e estratégias
AÇÃO
Vedar a destinação de verbas publicitárias pelo governo municipal para programas, sites, blogs e peças publicitárias com conteúdos que banalizem a violência e desrespeitem a imagem das mulheres, em sua diversidade, e vio-lem os direitos humanos
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SECOM 2013 a 2016
Representação assegurada
Secretária da Mulher
Conselho Municipal de
MulheresUniversidade
Estimular a Mídia Munici-pal, em especial nas emis-soras oficiais de rádio e TV, que são concessões públicas, a produção e di-fusão de conteúdos não discriminatórios e não es-tereotipados, respeitando e valorizando as mulheres, a diversidade de raça-et-nia, orientação sexual e diversidade religiosa
SECOM 2013 a 2016
GAPRE
Garantir a paridade no conte-údo e na veiculação da ima-gem, considerando critérios de gênero, étnico-raciais, ge-racionais, pessoa com defici-ência e de orientação sexual na publicidade contratada pelo poder municipal
SECOM 2013 a 2016
Representação assegurada
SEPPMSEDES
Promover nos veículos de comunicação do município campanhas de enfrentamen-to ao machismo, ao racismo, xenofobia, lesbofobia, e de promoção da diversidade sexual e étnico-racial
SECOM 2013 a 2016
SEPPMSEDESSMS
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Ações e estratégias
AÇÃO
Promover planos editoriais e orientar prática profis-sionais nos veículos de co-municação a serem iguali-tárias, não estereotipadas e antimachistas
ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
SECOM 2013 a 2016
Representação assegurada
SEPPMSEDES
Capacitar agentes cultu-rais locais do movimento de mulheres para elabora-ção de projetos de capa-citação de recursos que atendam às demandas es-pecíficas das populações
SECOM 2013 a 2016
SECOMFUNJOPE
Linha de apoio a Gru-pos de Mulheres da Economia Solidária e Mobilizações Sociais
Criação de um programa de financiamento para ma-peamento da cultura oral de mulheres nos municí-pios, para a promoção da memória e história e para a fundamentação do Siste-ma Nacional de Cultura
FUNJOPE 2013 a 2016
SEPPM,Instituto do Patrimônio Histórico,SEDEC e
Universidades
Linha de apoio a Gru-pos de Mulheres da Economia Solidária e Mobilizações Sociais
Capacitar e qualificar mu-lheres da área de comu-nicação (diplomadas ou não) para o exercício de uma comunicação iguali-tária, não estereotipada, e antimachista
SECOM 2013 a 2016
SECOMUFPBAPI
Sind. dos Jornalistas
Linha de apoio a Grupos de Mulheres da Economia Soli-dária e Mobilizações Sociais
Ações de educação permanente em gênero, questões étnico-raciais e diversidade sexual na gestão pública, ONGs, Grupos e so-ciedade em geral
Comunicólogas capacitadas
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Realizar cursos, treina-mentos, capacitações destinados em especial às mulheres mães e às mu-lheres cuidadoras e forma-doras de opinião, na pers-pectiva de empoderá-las na vigilância de uma mídia saudável, mais cidadã, e, em especial, no tocante à exposição das crianças à programação considerada inadequada
SECOM 2013 a 2016
SEPPMUFPBAPI
Sind. dos Jornalistas
Ações de educação permanente em gênero, questões étnico-raciais e diversidade sexual na gestão pública, ONGs, Grupos e so-ciedade em geral
Ações e estratégias
AÇÃO ORGÃO RESPONSÁVEL PROGRAMA PPA PRAZO PRODUTO PARCEIROS
Mulheres capacitadas
Realizar concurso público para jornalistas, radialistas e demais profissionais de comunicação envolvidas/os no proces-so de produção de conteúdos nos veículos de comunicação do município, adotando política de ações afirmativas, com reserva de vagas para inclusão da diversidade étnico-racial, de gênero e geracional, com base nas estatísticas do IBGE.
Orientação
Criar editais públicos para o financiamento e apoio aos veículos de comunicação alternativos e comunitários e às pro-duções autônomas de comunicadoras/es e mulheres artistas negras, indígenas, ciganas, lésbicas e bissexuais.
Garantir que a imagem da mulher seja sempre veiculada com pluralidade, diversidade e sem reprodução de estereóti-pos, e promover o combate ao racismo, à lesbofobia e à violência contra a mulher.
Incentivar ações afirmativas de comunicação que estimulem a produção de conteúdo de promoção da equidade entre gêneros, raças e etnias e o respeito à orientação sexual e à diversidade religiosa.
VIII CAPÍTULO
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
Passada a etapa de construção e divulgação do PMPM 2013-2016, inicia-se a etapa mais importante que é a implementação das suas ações. Esse pro-cesso exigirá da SEPPM um papel de coordenação da gestão e do monitoramento do PMPM, realizado através do Conselho dos Direitos da Mulher e das organizações feministas e de mulheres da sociedade civil. Para que esse processo de gestão seja alcança-do, é fundamental uma articulação permanente com as demais secretarias e órgãos da gestão pública; e, para o monitoramento das ações, o efetivo acompa-nhamento do Conselho em todas as suas etapas.
Monitoramento e acompanhamento
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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ANEXO
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Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as MulheresConselho Municipal dos Direitos da Mulher
O Orçamento Participativo promove o diálogo direto com o poder público municipal sobre o melhor encaminhamento dos recursos públicos, empo-dera a sociedade e fortalece o poder local, fazendo o compartilhamento de poder entre gestão e popu-lação, que participa e fiscaliza as ações do governo, além de ajudar na elaboração e implementação das peças orçamentárias: Lei de Diretrizes Orçamentá-rias (LDO); Lei Orçamentária Anual( LOA) e Plano Pluarianual (PPA).
O Orçamento Participativo foi transformado em lei no dia 22 de março de 2010, e atualmente é uma Secretaria Executiva. Anualmente, são realizados os Ciclos do OP, que percorrem as 14 regiões de João Pessoa (compostas pelos bairros e comunidades). A partir desse ano o OP iniciou a realização dos Fó-runs Temáticos com representação de vários Seg-mentos da Sociedade. No dia 14 de Junho, na Escola Municipal Aruanda, no bairro dos Bancários, aconte-ceu a Plenária dos Segmentos Sociais. No Segmento de Mulheres, foram propostas algumas ações para execução direta da Secretaria Extraordinária de Po-líticas para Mulheres – SEPPM.
Propostas elaboradas pelos Segmentos Sociais nos Fóruns Temáticos do PPA Participativo para o Plano Plurianual (2011-2017) de João Pessoa
SEGMENTO MULHER
1. Realizar parcerias com as empresas telefôni-cas utilizando os torpedos para a divulgação dos serviços;
2. Ampliação do espaço e corpo técnico da se-cretária de mulheres;
3. Realização de concurso público;
4. Construção de galpões para as recicladoras, com linha de crédito sem juros ou fundo perdido, com capacitação, que sejam acompanhados pela SEPPM;
ORÇAMENTO PARTICIPATIVOPLANO PLURIANUAL PARTICIPATIVO 2014/2017 – SEGMENTO MULHER
PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
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