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PLANO PADRÃO DA ARGUMENTAÇÃO FORMAL Introdução, desenvolvimento e conclusão Equipe de Língua Portuguesa

Plano padrão da argumentação formal

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Plano padrão da argumentação formal. Introdução, desenvolvimento e conclusão Equipe de Língua Portuguesa. 1. PROPOSIÇÃO (afirmativa contextualizada e delimitada, mas sem argumentação). DECLARAÇÃO - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Plano padrão da argumentação formal

PLANO PADRÃO DA ARGUMENTAÇÃO FORMAL

Introdução, desenvolvimento e conclusão

Equipe de Língua Portuguesa

Page 2: Plano padrão da argumentação formal

1. PROPOSIÇÃO(AFIRMATIVA CONTEXTUALIZADA E DELIMITADA, MAS SEM ARGUMENTAÇÃO)

DECLARAÇÃOParece contraditório que , em um país que vem se tornando destaque positivo no cenário econômico, ainda persistam sérios problemas sociais, como a violência contra o menor.

DEFINIÇÃODe acordo com o dicionário Houaiss, violência é a ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força. É também exercício injusto ou discricionário, pautado na ideia de força ou de poder.

DIVISÃO

Para se entender o problema da violência contra o menor no Brasil, devem-se analisar dois aspectos: a estrutura familiar e as características socieconômicas do meio em que ele vive.

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Eu ensinei a todos eles Lecionei no ginásio durante dez anos. No decorrer desse tempo, dei 

tarefas a, entre outros, um assassino, um evangelista, um pugilista, um ladrão e um imbecil.

O assassino era um menino tranquilo que se sentava no banco da frente e me olhava com seus olhos azuis-claros; o evangelista era o menino mais popular da escola, liderava as brincadeiras dos jovens; o pugilista ficava perto da janela e, de vez em quando, soltava uma risada rouca que espantava até os gerânios; o ladrão era um jovem alegre com uma canção nos lábios; e o imbecil, um animalzinho de olhos mansos, que procurava as sombras.

O assassino espera a morte na penitenciária do Estado; o evangelista já um ano jaz sepultado no cemitério da aldeia; o pugilista perdeu um olho numa briga em Hong Kong; o ladrão, se ficar na ponta dos pés, pode ver minha casa da janela da cadeia municipal; e o pequeno imbecil, de olhos mansos de outrora, bate a cabeça contra a parede acolchoada do asilo estadual.

     Todos esses alunos outrora sentaram-se em minha sala, e me olhavam gravemente por cima de mesas marrons. Eu devo ter sido muito útil para esses alunos – ensinei-lhes o plano rítmico do soneto elisabetano, e como diagramar uma sentença complexa. 

PULLIAS, E. V. & YOUNG, J. Apud PILETTI, Claudino. Didática geral. 8. ed. São Paulo, Ática, 1987. p. 

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OPOSIÇÃO OU DESCONSTRUÇÃO DE UM CLICHÊ

O Brasil é o país do futuro. A criança é o futuro da nação. Ora, se a criança, no Brasil, passa fome, é submetida às mais diversas formas de violência física, não tem escola nem saúde, não se pode afirmar que este seja o país do futuro.

ALUSÃO HISTÓRICA

Às crianças nunca foi dada a importância devida. Nos campos medievais, nas minas de carvão que aceleraram o crescimento industrial ou nas ruas das grandes cidades modernas, a criança foi e continua sendo injustamente explorada.

PERGUNTAÉ possível imaginar o Brasil como um país desenvolvido e com justiça social enquanto existir tanta violência contra o menor?

FRASES NOMINAIS/ EXPOSIÇÃO + ARGUMENTAÇÃO

Crianças mortas em frente à Igreja da Candelária. Denúncias de meninas se prostituindo nas cidades e nos campos. Garotos vendendo balas nas esquinas. Não é possível imaginar que o Brasil será um país desenvolvido e com justiça social enquanto perdurar esse tipo de descaso com a criança e o adolescente.

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2. ANÁLISE DA PROPOSIÇÃO

Fatos, dados colhidos na realidade;

Exemplos, ilustrações;

Citações, argumentos de autoridade;

Dados estatísticos;

Testemunho.

3. FORMULAÇÃO DE ARGUMENTOS (EVIDÊNCIA)

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Santas e prostitutas  Censurar Paris Hilton é um gesto honroso 

e até higiênico: na sua vulgaridade plástica, Paris Hilton é um insulto à beleza natural das mulheres brasileiras. Fosse eu presidente da República e jamais Paris Hilton poderia estrelar em comercial televisivo. Seria como convidar um futebolista californiano para jogar na seleção canarinho.

Acontece que o governo brasileiro não censurou Paris por motivos patrióticos, ou até estéticos, o que seria compreensível. Censurou por motivos éticos. Eis a história: Paris foi convidada para fazer campanha publicitária de uma cerveja. O filme mostra Paris, em hotel carioca, colada à janela do quarto, passando a lata da bebida pelo corpo. Simula prazer. 

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Uma coisa é ter mulheres na praia, seminuas, bebendo vários barris de cerveja. Outra, bem diferente, é ter uma mulher de vestido negro, na janela de um quarto de hotel, com uma lata de cerveja na mão. Para os moralistas da cerveja, na praia vale tudo. No quarto, não vale nada. E quando surge uma imagem demoníaca dessas, a solução é proibir. Na cabeça deles, a imagem degrada as mulheres e, em especial, a mulher loira, universalmente considerada a versão feminina de Forrest Gump.

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Não vale a pena perder tempo com a profunda contradição do raciocínio: a sexualização onipresente na cultura popular brasileira faz de Paris Hilton um hino à castidade. Mas vale a pena perder tempo com a natureza paternalista de um governo que ressuscita os piores clichês do feminismo rasteiro para defender a sua dama. 

O que nos disse o movimento feminista que explodiu pelo mundo depois da Segunda Guerra? Não é possível resumir em poucas frases a multiplicidade de argumentos e até de movimentos que marcharam pela causa. Mas, simplificando, o feminismo apresentava-se às massas com o propósito de "libertar" a mulher, o que implicava enterrar os seus papéis clássicos de subjugação falocêntrica.

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As grilhetas femininas não estavam apenas em casa: na humilhação de cozinhar para o homem, de criar os seus filhos e de suportar as suas "violações" regulares no leito conjugal.

A libertação implicava também que a mulher deixasse de ser objeto sexual; deixasse de ser "coisa", "carne", "corpo" e passasse a ser "pessoa". A luta contra a indústria pornográfica, por exemplo, foi um "must" do movimento, sobretudo nos Estados Unidos, e muitas vezes uniu as "revolucionárias" do movimento feminista com a extrema direita religiosa mais reacionária. Ironias da história. Ironias que a notável escritora Camille Paglia sublinhou em textos críticos sobre a condição feminina. 

Page 10: Plano padrão da argumentação formal

Para Paglia, o movimento feminista, longe de defender a "libertação" das mulheres, apenas pretendia substituir uma forma de autoritarismo por outra. Paglia não nega as provações que as mulheres experimentaram durante grande parte da história. Mas Paglia, ao contrário de Dworkin e suas vestais, entendia que a verdadeira libertação não passava por um novo catálogo de proibições. Passava por dar às mulheres o que estas não tinham anteriormente: escolha e poder. Ou, em linguagem prosaica, se uma mulher deseja ser "coisa", "carne", "corpo", isso não a diminui enquanto "pessoa". Pelo contrário: é uma poderosa manifestação de autonomia e, no limite, de domínio sobre aquele que a deseja. Liberdade não é impor um único padrão de comportamento. Liberdade é, precisamente, não impor nenhum.

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Proibir o comercial de Paris Hilton em nome da "dignidade das mulheres" é, tão simplesmente, um insulto às mulheres. Um insulto à capacidade destas para decidirem ser o que entenderem: santas, prostitutas, ou nenhuma delas.  Para o insulto ser perfeito, só faltava que o governo brasileiro liberasse o comercial sob a condição de Paris Hilton usar burca da cabeça aos pés. Não riam. Brasília está longe de Teerã, sim. Mas o espírito é o mesmo.

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PERGUNTA RETÓRICA OU REFLEXIVA;

SÍNTESE;

EXPRESSÕES OPTATIVAS (EXPRIMEM DESEJO);

PROGNÓSTICO POSITIVO OU NEGATIVO;

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO (FACULTATIVA EM TEXTOS ARGUMENTATIVOS; OBRIGATÓRIA NO ENEM)

4. CONCLUSÃO

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A INVEJA DA VAGINAMulheres  em  posições  de  poder  não  gostam  de  mulheres  atraentes  em  volta. Preconceito  meu?  Pensava  que  sim.  Olhava  para  algumas  amigas  que  ocupam lugares de destaque --em empresas, grupos de mídia, universidades. E pasmava com a ausência de outras mulheres nas proximidades.

Minto.  As  mulheres  até  existiam.  Mas  eram  sempre  invariavelmente  feias  ou absurdamente desinteressantes. Estaria a delirar?

Partilhei com as próprias as minhas impressões sobre o assunto. Recebi insultos mil: a minha suposta misoginia estava a ofuscar-me a razão, diziam elas, com imaculado espírito  feminista.  Competência  era  tudo  que  interessava.  Elas,  ao  contrário  dos homens, nunca se deixavam cegar pelas vacuidades da estética.

Pois bem: um estudo veio agora em meu socorro. Conta a  revista "The Economist" que dois cientistas sociais israelenses resolveram fazer um teste sobre as vantagens, ou desvantagens, da beleza feminina no mundo laboral.

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Eis  o  "modus  operandi":  pegaram  em  dois  currículos  com  informações acadêmicas semelhantes. E enviaram os documentos para mais de 2500 ofertas de emprego. Por menor  revelante:  um  dos  currículos  tinha  a  foto  de  uma  mulher  bonita;  o  outro seguiu sem foto.Resultado? As mulheres bonitas têm uma desvantagem competitiva no mercado de trabalho e recebem menos entrevistas de emprego do que as restantes (sem foto).Superficialmente, poderia  pensar-se que a  discriminação  se exerce porque existe o preconceito,  aliás,  absurdo,  de  que  beleza  e  inteligência  não  jogam  na  mesma equipe.A razão da discriminação pode ser outra: ao analisarem também a composição dos departamentos  de  recursos  humanos  das  empresas  contratantes,  onde  é  feita  a triagem das candidatas, os pesquisadores chegaram à conclusão que 93% deles são compostos por mulheres.Moral  da  história?  Freud  estava  errado  ao  acreditar  na  "inveja  do  pênis",  um conceito  flácido  (peço  desculpa)  e  irremediavelmente  datado.  Se  existe  inveja  nas mulheres, ela nasce entre vaginas.O que não deixa de ser  irônico: foram décadas de  luta abnegada contra a opressão falocêntrica  dos  machos.  Mas,  no  fim  de  contas,  a  opressão  que  existe  e  persiste mora no mesmo lado da barricada.

(João Pereira Coutinho. Folha, 23/4/2012)

Page 15: Plano padrão da argumentação formal

Texto 1Se,  nos  próximos  anos,  o  progresso  tecnológico 

continuar  no  ritmo  atual,  deverá  aumentar  a  possibilidade de  recolher,  elaborar  e  difundir  informações  por  meio  de processadores  virtuais  nanotecnológicos.  Na  mesma velocidade,  a  engenharia  genética  permitirá  uma  melhor seleção das espécies vivas e a biogenética criará moléculas capazes  de  promover  a  medicina  dos  remédios  bem  mais eficazes  que  os  atuais.  A  química  e  a  físico-química produzirão  mais  materiais  (...).  A  cirurgia  continuará  a multiplicar  a  capacidade  de  transplantar  órgãos  e  usar próteses.  A  questão  é  o  uso  responsável  de  todo  aparato tecnológico.

(Texto adaptado - Domenico de Mais)

Page 16: Plano padrão da argumentação formal

Texto 2 Acontece  que  esse  falo  tecnológico  se 

transforma  facilmente  numa  tumba.  É  o  Concorde caindo ou a naveta espacial explodindo. O voo TWA 800 ou então Tchernobil.

Tempos  atrás,  alguém  diria  que  essas  são  as vítimas  cobradas  pelo  progresso.  Mas  ainda  há  quem pense que o progresso é um valor?

                      (Texto adaptado - Contardo Calligaris)

Redija um texto dissertativo-argumentativo a tinta, desenvolvendo um tema comum aos dois textos.

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      Questão  estilo  UFMG,  UFJF,  UNICAMP  e  outros vestibulares.

         O  texto abaixo  foi  retirado da obra A questão política da Educação Popular, organizada, em 1980, por Carlos  Rodrigues  Brandão.  Trata-se  de  uma  entrevista dada por Antônio Cícero de Sousa (Ciço), um lavrador do Sul  de  Minas  Gerais.  O  fragmento  que  selecionamos  é uma adaptação da entrevista.

 

 

Page 18: Plano padrão da argumentação formal

   - Ciço, o que é educação?    - Quando o senhor chega e diz “educação”, vem do seu mundo, o mesmo, 

um  outro.  Quando  eu  sou  quem  fala,  vem  de  um  outro  lugar,  de  um outro mundo. Vem dum fundo de oco, que é o lugar da vida dum pobre, como  tem  gente  que  diz.  Comparação:  no  seu  essa  palavra  vem  junto com  quê?  Com  escola,  não  vem?  Com  aquele  professor  fino,  de  roupa boa,  estudado;  livro  novo,  bom,  caderno,  caneta,  tudo  muito  separado, cada coisa do seu jeito, como deve ser. Um estudo que cresce e que vai muito longe de um saberzinho só de alfabeto, uma conta aqui e outra ali. Do seu mundo vem um estudo de escola, que muda gente em doutor. É fato? Penso que é, mas eu penso de  longe, porque eu nunca vi  isso por aqui. Quando eu falo, o pensamento vem de um outro mundo. Um que pode até ser vizinho do seu, vizinho assim, de confrontante, mas não é o mesmo.  A  escolinha  cai  não  cai  ali  num  canto  da  roça,  a  professorinha dali mesmo, os recursos tudo como é o resto da regra de pobre. Estudo? Um  ano,  dois,  nem  três.  Comigo  não  foi  nem  três.  Então  eu  digo “educação” e penso “enxada”, o que foi para mim. Mão que foi feita pro cabo de enxada acha a caneta muito pesada...”

Page 19: Plano padrão da argumentação formal

   Com base nesse trecho de entrevista, você deverá redigir um  texto  em  terceira  pessoa,  expondo com fidelidade as opiniões de Ciço e utilizando a norma culta padrão.