Pne Conhecendo 20 Metas

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    Planejandoa Prxima DcadaConhecendo as 20 Metas doPlano Nacional de Educao

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    Planejandoa Prxima DcadaConhecendo as 20 Metas doPlano Nacional de Educao

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    Presidncia da Repblica

    Ministrio da Educao

    Secretaria de Articulao com os Sistemas de Ensino

    Ministrio da Educao / Secretaria de Articulao com os Sistemas de Ensino (MEC/SASE), 2014. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

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    A complexidade do modelo federativo brasileiro, as lacunas de regulamentao das normas

    de cooperao e a viso patrimonialista que ainda existe em muitos setores da gesto pblica

    tornam a tarefa do planejamento educacional bastante desafiadora. Planejar, nesse contexto,

    implica assumir compromissos com o esforo contnuo de eliminao das desigualdades que

    so histricas no Brasil. Para isso, preciso adotar uma nova atitude: construir formas orgnicas

    de colaborao entre os sistemas de ensino, mesmo sem que as normas para a cooperao

    federativa tenham sido ainda regulamentadas.

    A Emenda Constitucional n 59/2009 (EC n 59/2009) mudou a condio do Plano Nacional

    de Educao (PNE), que passou de uma disposio transitria da Lei de Diretrizes e Bases da

    Educao Nacional (Lei n 9.394/1996) para uma exigncia constitucional com periodicidade

    decenal, o que significa que planos plurianuais devem tom-lo como referncia. O plano

    tambm passou a ser considerado o articulador do Sistema Nacional de Educao, com

    previso do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para o seu financiamento. Portanto,

    o PNE deve ser a base para a elaborao dos planos estaduais, distrital e municipais, que, aoserem aprovados em lei, devem prever recursos oramentrios para a sua execuo.

    Diante desse contexto, no h como trabalhar de forma desarticulada, porque o foco central

    deve ser a construo de metas alinhadas ao PNE. Apoiar os diferentes entes federativos nesse

    trabalho uma tarefa que o Ministrio da Educao (MEC) realiza por intermdio da Secretaria

    de Articulao com os Sistemas de Ensino (SASE). O alinhamento dos planos de educao

    nos estados, no Distrito Federal e nos municpios constitui-se em um passo importante para

    a construo do Sistema Nacional de Educao (SNE), pois esse esforo pode ajudar a firmar

    acordos nacionais que diminuiro as lacunas de articulao federativa no campo da poltica

    pblica educacional.

    O presente documento, elaborado em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco

    (UFPE) e com contribuies da Associao Nacional de Poltica e Administrao da Educao

    (ANPAE)1, traz algumas anlises e informaes sobre cada uma das metas nacionais com o

    objetivo de aproximar, ainda mais, agentes pblicos e sociedade em geral dos debates e desafios

    Apresentao

    1EQUIPE DE ELABORAO: Mrcia Angela da Silva Aguiar (UFPE), Luiz Fernandes Dourado (UFG), Janete Maria Lins de Azevedo

    (UFPE), Joo Ferreira Oliveira (UFG), Catarina de Almeida Santos (UnB), Karine Moraes (UFG) e Nelson Cardoso Amaral (UFG).

    Colaborao: Flvia Maria de Barros Nogueira (SASE/MEC), Rosila M. R. Wille (SASE/MEC) e Walisson M. de P. Arajo (SASE/MEC).

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    relativos melhoria da educao, tendo por eixo os processos de organizao e gesto da

    educao, seu financiamento, avaliao e polticas de estado, com centralidade no PNE e na

    efetiva instituio do SNE. Alm disso, outro propsito deste texto sensibilizar a todos sobre

    as responsabilidades a serem assumidas, o que exige que cada municpio, estado e o Distrito

    Federal conheam e discutam a relevncia de todas as metas, contribuindo para que o Pas

    avance na universalizao da etapa obrigatria e na qualidade da educao.

    O texto contextualiza cada uma das 20 metas nacionais com uma anlise especfica,

    mostrando suas inter-relaes com a poltica pblica mais ampla, e um quadro com sugestes

    para aprofundamento da temtica. Alm disso, traz as concepes e proposies da Conferncia

    Nacional de Educao (CONAE 2010) para a construo de planos de educao como polticas

    de Estado, recuperando deliberaes desse evento que se articulam especialmente ao esforo

    de implementao de um novo PNE e instituio do SNE como processos fundamentais

    melhoria e organicidade da educao nacional.

    Sabemos que a busca pela equidade e pela qualidade da educao em um pas to

    desigual como o Brasil uma tarefa que implica polticas pblicas de Estado que incluam uma

    ampla articulao entre os entes federativos. Vivemos atualmente um momento fecundo de

    possibilidades, com bases legais mais avanadas e com a mobilizao estratgica dos setores

    pblicos e de atores sociais importantes neste cenrio. possvel realizar um bom trabalho

    de alinhamento dos planos de educao para fazermos deste prximo decnio um virtuosomarco no destino do nosso Pas.

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    Sumrio

    Conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educao

    I. Responsabilidades definidas e lacunas de articulao:

    a oportunidade do novo PNE .............................................................................................................. 8

    II. O esprito deste PNE:

    uma poltica de estado de educao para a prxima dcada .............................................. 9

    III. Os maiores desafios do processo de elaborao dos planos de educao ................ 14IV. O Plano Nacional de Educao: metas e estratgias ............................................................. 16

    Meta 1 ............................................................................................................................................................ 16

    Meta 2 ........................................................................................................................................................... 19

    Meta 3 ........................................................................................................................................................... 22

    Meta 4 ........................................................................................................................................................... 24

    Meta 5 ........................................................................................................................................................... 26

    Meta 6 ........................................................................................................................................................... 28

    Meta 7 ............................................................................................................................................................ 31

    Meta 8 ............................................................................................................................................................ 33

    Meta 9 ............................................................................................................................................................ 35

    Meta 10 .......................................................................................................................................................... 37

    Meta 11 .......................................................................................................................................................... 39

    Meta 12 .......................................................................................................................................................... 41

    Meta 13 .......................................................................................................................................................... 43

    Meta 14 .......................................................................................................................................................... 46

    Meta 15 .......................................................................................................................................................... 48

    Meta 16 .......................................................................................................................................................... 51

    Meta 17 .......................................................................................................................................................... 53

    Meta 18 .......................................................................................................................................................... 56

    Meta 19 .......................................................................................................................................................... 59

    Meta 20 .......................................................................................................................................................... 61

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    I. RESPONSABILIDADES DEFINIDAS E NECESSIDADES DE ARTICULAO:A OPORTUNIDADE DO NOVO PNE

    A Constituio Federal de 1988 define, em seu Captulo III (Seo I, Da Educao), os papis de

    cada ente federativo no cenrio da garantia do direito educao. Em resumo:

    CONHECENDO AS 20 METASDO PLANO NACIONAL DE EDUCAO

    Unio cabe organizar o sistema federal de ensino, financiar as instituies de ensino

    federais e exercer, em matria educacional, funo redistributiva e supletiva, para

    garantir equalizao de oportunidades educacionais e padro mnimo de qualidade

    do ensino mediante assistncia tcnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e

    aos municpios. Os municpios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental

    e na educao infantil; os estados e o Distrito Federal, prioritariamente nos ensinos

    fundamental e mdio (art. 211, 1, 2 e 3).

    As responsabilidades esto definidas, mas ainda no h normas de cooperao

    suficientemente regulamentadas. Isso faz com que existam lacunas de articulao federativa

    que resultam em descontinuidade de polticas, desarticulao de programas, insuficincia de

    recursos, entre outros problemas que so histricos no Brasil. Tais lacunas so bastante visveis

    no campo da educao bsica em funo da obrigatoriedade e da consequente necessidade

    de universalizao.

    O Ministrio da Educao exerce, nesse contexto, sua funo de coordenao federativa,

    tendo como desafio estimular que as formas de colaborao entre os sistemas de ensino

    sejam cada vez mais orgnicas, mesmo sem que as normas de cooperao ainda estejam

    regulamentadas. Cabe ressaltar, inclusive, que o art. 13 da Lei do PNE estipula um prazo de

    dois anos a partir da sua publicao para que o poder pblico institua o Sistema Nacional de

    Educao em lei especfica.

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    Assim, o PNE significa tambm uma oportunidade: se as diferentes esferas de governo tm

    compromissos comuns, tero resultados mais efetivos e recursos otimizados se planejarem suas

    aes de maneira integrada e colaborativa. Alm desses claros benefcios, ao realizarem essa

    tarefa, os gestores indicaro caminhos concretos para a regulamentao dos pactos federativos

    nacionais em torno da poltica pblica educacional, estabelecendo o primeiro desenho para o

    Sistema Nacional de Educao.

    II. O ESPRITO DESTE PNE: UMA POLTICA DE ESTADO DE EDUCAO

    PARA A PRXIMA DCADA

    Elaborar um plano de educao no Brasil, hoje, implica assumir compromissos com o esforo

    contnuo de eliminao de desigualdades que so histricas no Pas. Portanto, as metas so orientadas

    para enfrentar as barreiras para o acesso e a permanncia; as desigualdades educacionais em cada

    territrio com foco nas especificidades de sua populao; a formao para o trabalho, identificando

    as potencialidades das dinmicas locais; e o exerccio da cidadania. A elaborao de um plano

    de educao no pode prescindir de incorporar os princpios do respeito aos direitos humanos,

    sustentabilidade socioambiental, valorizao da diversidade e da incluso e valorizao dos

    profissionais que atuam na educao de milhares de pessoas todos os dias.

    O PNE foi elaborado com esses compromissos, largamente debatidos e apontados como

    estratgicos pela sociedade na CONAE 2010, os quais foram aprimorados na interao com o

    Congresso Nacional.

    H metas estruturantes para a garantia do direito educao bsica com qualidade,que

    dizem respeito ao acesso, universalizao da alfabetizao e ampliao da escolaridade e das

    oportunidades educacionais.

    Meta 1:universalizar, at 2016, a educao infantil na pr-escola para as crianasde 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educao infantil em

    creches, de forma a atender, no mnimo, 50% (cinquenta por cento) das crianas de

    at 3 (trs) anos at o final da vigncia deste PNE.

    Meta 2:universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a populao

    de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por

    cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, at o ltimo ano de

    vigncia deste PNE.

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    Investir fortemente na educao infantil, conferindo centralidade no atendimento das crianas

    de 0 a 5 anos, a tarefa e o grande desafio do municpio. Para isso, essencial o levantamento

    detalhado da demanda por creche e pr-escola, de modo a materializar o planejamento da

    expanso, inclusive com os mecanismos de busca ativa de crianas em mbito municipal,

    projetando o apoio do estado e da Unio para a expanso da rede fsica (no que se refere ao

    financiamento para reestruturao e aparelhagem da rede) e para a formao inicial e continuada

    dos profissionais da educao. importante uma maior articulao dos municpios e estados

    Meta 3:universalizar, at 2016, o atendimento escolar para toda a populao de 15

    (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, at o final do perodo de vigncia deste PNE,

    a taxa lquida de matrculas no ensino mdio para 85% (oitenta e cinco por cento).

    Meta 5:alfabetizar todas as crianas, no mximo, at o final do 3 (terceiro) ano do

    ensino fundamental.

    Meta 6:oferecer educao em tempo integral em, no mnimo, 50% (cinquenta por

    cento) das escolas pblicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por

    cento) dos(as) alunos(as) da educao bsica.

    Meta 7:fomentar a qualidade da educao bsica em todas as etapas e modalidades,

    com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes

    mdias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos

    anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino mdio.

    Meta 9: elevar a taxa de alfabetizao da populao com 15 (quinze) anos ou mais

    para 93,5% (noventa e trs inteiros e cinco dcimos por cento) at 2015 e, at o

    final da vigncia deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50%

    (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.

    Meta 10: oferecer, no mnimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrculas de

    educao de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e mdio, na forma integrada

    educao profissional.

    Meta 11: triplicar as matrculas da educao profissional tcnica de nvel mdio,

    assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da

    expanso no segmento pblico.

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    com as instituies formadoras no ambiente dos Fruns Estaduais Permanentes de Apoio

    Formao Docente para o desenvolvimento de programas de formao que tenham como foco

    a profissionalizao em servio.

    Outro desafio nacional assegurar acesso pleno de crianas e jovens de 6 a 17 anos aos

    ensinos fundamental e mdio, inclusive com ampliao da oferta de educao profissional. Essetrabalho exige colaborao entre redes estaduais e municipais e acompanhamento da trajetria

    educacional de cada estudante. O estado precisa fortalecer seu papel de coordenao no

    territrio, fazendo busca ativa e viabilizando o planejamento de matrculas de forma integrada

    aos municpios, bem como incorporando instrumentos de monitoramento e avaliao contnua

    em colaborao com os municpios e com a Unio. H ainda a necessidade de que os estados e

    municpios projetem a ampliao e a reestruturao de suas escolas na perspectiva da educao

    integral, e, nesse contexto, estratgico considerar a articulao da escola com os diferentes

    equipamentos pblicos, espaos educativos, culturais e esportivos, revitalizando os projetos

    pedaggicos das escolas nessa direo.

    Um segundo grupo de metas diz respeito especificamente reduo das desigualdades e

    valorizao da diversidade,caminhos imprescindveis para a equidade.

    Meta 4:universalizar, para a populao de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficincia,

    transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao, o acesso

    educao bsica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente

    na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas

    de recursos multifuncionais, classes, escolas ou servios especializados, pblicos ou

    conveniados.

    Meta 8: elevar a escolaridade mdia da populao de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove)

    anos, de modo a alcanar, no mnimo, 12 (doze) anos de estudo no ltimo ano de

    vigncia deste plano, para as populaes do campo, da regio de menor escolaridade

    no Pas e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade mdia

    entre negros e no negros declarados Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica IBGE.

    A poltica pblica deve fortalecer sistemas educacionais inclusivos em todas as etapas,

    viabilizando acesso pleno educao bsica obrigatria e gratuita. A juventude (jovens e jovensadultos, conforme o Estatuto da Juventude) do campo, das regies mais pobres e a negra devem

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    ganhar centralidade nas medidas voltadas elevao da escolaridade, de forma a equalizar os

    anos de estudo em relao aos demais recortes populacionais. Os estados e os municpios devem

    se organizar e entender esses desafios como compromissos com a equidade, contando com o

    apoio federal para viabilizar o atendimento das pessoas com deficincias, transtornos globais

    do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao em salas de recursos multifuncionais,

    classes, escolas ou servios especializados, pblicos ou conveniados.

    Um terceiro bloco de metas trata da valorizao dos profissionais da educao,considerada

    estratgica para que as metas anteriores sejam atingidas.

    Meta 15:garantir, em regime de colaborao entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal

    e os Municpios, no prazo de 1 (um) ano de vigncia deste PNE, poltica nacional de

    formao dos profissionais da educao de que tratam os incisos I, II e III do caput do

    art. 61 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores

    e as professoras da educao bsica possuam formao especfica de nvel superior,

    obtida em curso de licenciatura na rea de conhecimento em que atuam.

    Meta 16:formar, em nvel de ps-graduao, 50% (cinquenta por cento) dos professores

    da educao bsica, at o ltimo ano de vigncia deste PNE, e garantir a todos(as)

    os(as) profissionais da educao bsica formao continuada em sua rea de atuao,

    considerando as necessidades, demandas e contextualizaes dos sistemas de ensino.

    Meta 17:valorizar os(as) profissionais do magistrio das redes pblicas de educao

    bsica, de forma a equiparar seu rendimento mdio ao dos(as) demais profissionais

    com escolaridade equivalente, at o final do sexto ano de vigncia deste PNE.

    Meta 18:assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existncia de planos de carreira para

    os(as) profissionais da educao bsica e superior pblica de todos os sistemas de

    ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissionais da educao bsica pblica,

    tomar como referncia o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos

    termos do inciso VIII do art. 206 da Constituio Federal.

    Um quadro de profissionais da educao motivados e comprometidos com os estudantes de

    uma escola indispensvel para o sucesso de uma poltica educacional que busque a qualidade

    referenciada na Constituio Brasileira. Planos de carreira, salrios atrativos, condies de trabalho

    adequadas, processos de formao inicial e continuada e formas criteriosas de seleo so requisitos

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    para a definio de uma equipe de profissionais com o perfil necessrio melhoria da qualidade

    da educao bsica pblica.

    Portanto, estabelecer poltica de valorizao dos profissionais da educao em cada rede

    ou sistema de ensino fundamental para que a poltica educacional se fortalea. Quanto mais

    sustentveis forem as carreiras e quanto mais integradas forem as decises relativas formao,mais ampliadas sero as perspectivas da equidade na oferta educacional.

    Para assegurar que todos os professores da educao bsica tenham formao especfica

    de nvel superior, obtida em curso de licenciatura na rea de conhecimento em que atuam, o

    planejamento deve se dar a partir da anlise das reais necessidades de cada escola, consideradas

    na gesto de cada rede ou sistema, com contnuo aperfeioamento das estratgias didtico-

    -pedaggicas. Para a elaborao de planos estratgicos de formao, devem ser implantados os

    Fruns Estaduais Permanentes de Apoio Formao Docente, previstos na Poltica Nacional deFormao de Profissionais do Magistrio da Educao Bsica (Decreto n 6.755/2009). Em vrios

    estados, os fruns j se encontram fortalecidos e institucionalmente apoiados. Unio cabe um

    forte papel de financiamento e a coordenao nacional.

    Um quarto grupo de metas refere-se ao ensino superior, que, em geral, de responsabilidade dos

    governos federal e estaduais. Seus sistemas abrigam a maior parte das instituies que atuam nesse

    nvel educacional, mas isso no significa descompromisso dos municpios. no ensino superior que

    tanto os professores da educao bsica quanto os demais profissionais que atuaro no municpio

    so formados, contribuindo para a gerao de renda e desenvolvimento socioeconmico local. Por

    essas razes, a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios devem participar da elaborao

    das metas sobre o ensino superior nos planos municipais e estaduais, vinculadas ao PNE.

    Meta 12:elevar a taxa bruta de matrcula na educao superior para 50% (cinquenta

    por cento) e a taxa lquida para 33% (trinta e trs por cento) da populao de 18

    (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expanso para,

    pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrculas, no segmento pblico.

    Meta 13:elevar a qualidade da educao superior e ampliar a proporo de mestres e

    doutores do corpo docente em efetivo exerccio no conjunto do sistema de educao

    superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mnimo, 35% (trinta

    e cinco por cento) doutores.

    Meta 14: elevar gradualmente o nmero de matrculas na ps-graduao stricto

    sensu, de modo a atingir a titulao anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000

    (vinte e cinco mil) doutores.

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    Para que o Pas atinja as metas, h a questo do financiamento. A previso constitucional

    de vinculao de um percentual do PIB para execuo dos planos de educao representa

    um enorme avano, mas o desafio de vincular os recursos a um padro nacional de qualidade

    ainda est presente. Na agenda instituinte do Sistema Nacional de Educao, o financiamento,

    acompanhado da definio de normas de cooperao, de padres nacionais de qualidade2

    ede uma descentralizao qualificada, isto , de repartio de competncias acompanhadas das

    condies necessrias para sua efetivao, levar ampliao da capacidade de atendimento,

    e todos os brasileiros tero seu direito assegurado em qualquer ponto do territrio nacional.

    Tambm esto presentes outros grandes desafios, como o fortalecimento da gesto democrtica,

    com leis especficas que a normatizem em cada rede ou sistema de ensino. Esses so elementos

    imprescindveis do Sistema Nacional de Educao a ser institudo, conforme preveem,

    especialmente, as metas 19 e 20 do PNE.

    III. OS MAIORES DESAFIOS DO PROCESSO DE ELABORAO DOS PLANOSDE EDUCAO

    Gestores, profissionais da escola, estudantes, pais e a sociedade em geral devem se preparar

    para a tarefa de elaborao dos planos de educao. Todos precisam ter em mente que urgente

    superar a viso fragmentada de gesto da prpria rede ou sistema de ensino. fundamental que

    se desenvolva uma concepo sistmica de gesto no territrio e que se definam formas deoperacionalizao, visando garantia do direito educao onde vive cada cidado.

    Alm disso, importante lembrar que a Constituio Federal de 1988 exige compromisso de

    todos os entes federativos com cada uma das 20 metas nacionais a serem aprovadas. Entretanto,

    em funo das responsabilidades constitucionais, o envolvimento de cada esfera com cada meta

    diferenciado.

    As metas de educao infantil, por exemplo, envolvem primordialmente o esforo municipal,

    porm, s sero atingidas com a contribuio das esferas estadual e federal. Financiamento,

    apoio tcnico, diretrizes gerais, formao de professores, entre outros, so fatores imprescindveis

    para a educao infantil, mas que no dependem, em grande parte, dos municpios. Portanto,

    os governos federal e estaduais tm compromisso com os municpios. Por outro lado, metas de

    ensino superior dizem respeito mais fortemente s esferas federal e estaduais, contudo, envolvem

    compromissos dos municpios, porque no territrio municipal que os cursos sero oferecidos

    e onde os profissionais formados atuaro. Esse exemplo evidencia, inclusive, a vinculao da

    poltica de educao superior com as alternativas de desenvolvimento local e regional.

    2 Padro mnimo de qualidade: art. 211, 1, e art. 75 da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB). Padro de qualidade:

    art. 206 da Constituio Federal de 1988, inciso VII, e art. 3oda LDB, inciso IX.

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    Por essa razo, fundamental que cada uma das metas nacionais traadas seja conhecida,

    analisada e incorporada por todos, mantidas as propores e destacadas as peculiaridades nos

    planos de cada territrio. Esse o intuito dos prximos tpicos deste documento: mostrar como

    e por que o municpio, o estado e o Distrito Federal devem atentar para a relevncia de cada

    meta, contribuindo para que o Brasil avance na universalizao e na qualidade da educao.

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    IV. O PLANO NACIONAL DE EDUCAO: METAS E ESTRATGIAS

    Meta 1: universalizar, at 2016, a educao infantil na pr-escola para as crianas de 4

    (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educao infantil em creches, de

    forma a atender, no mnimo, 50% (cinquenta por cento) das crianas de at 3 (trs) anos ato final da vigncia deste PNE.

    Resultados de estudos e pesquisas desenvolvidos nos mais distintos pases, entre eles o Brasil,

    h muito vm atestando a importncia da educao das crianas, tanto para os processos de

    escolarizao que se sucedem como para a formao dos indivduos em uma perspectiva mais

    global. A difuso e a aceitao desses resultados certamente influenciaram para que a educao

    infantil na ltima dcada tenha se tornado alvo de aes governamentais significativas na sociedade

    brasileira e tenha sido projetada como prioridade no mbito do PNE. No por acaso, constitui-se

    na primeira meta a universalizao da pr-escola at 2016 e a ampliao de vagas em creches,

    visando ao atendimento de 50% das crianas de at trs anos at o fim da sua vigncia.

    Vale destacar que o reconhecimento das crianas como sujeitos de direitos fruto, em grande

    medida, das histricas demandas dos movimentos sociais, sobretudo do movimento de mulheres,

    pela criao e ampliao de vagas em creches e pr-escolas, o que tambm vem influenciando o

    tratamento prioritrio que a educao infantil tem recebido.

    A incorporao da educao infantil educao bsica constituiu-se em medida de polticapblica, o que lhe permitiu passar a contar com o financiamento advindo do Fundo de Manuteno

    e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (FUNDEB)

    desde 2007. Outra medida importante foi o estabelecimento da sua obrigatoriedade em conjunto

    com o ensino fundamental, o ensino mdio (e as modalidades concernentes), fato que ocorreu

    com a aprovao da Emenda Constitucional n 59/2009, que estendeu a educao obrigatria

    para a faixa etria de 4 a 17 anos.

    A despeito desses avanos, ainda muito restrita a extenso da sua cobertura no Pas. Dados do

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) mostram que, no ano de 2013, o atendimento

    em creches atingia cerca de 28% das crianas e na pr-escola o ndice era de 95,2%. Ainda mais

    grave a situao identificada em estudo do mencionado instituto com base em dados do ano

    de 2010. O estudo demonstrou, por exemplo, que, do total das crianas atendidas nas creches,

    36,3% faziam parte dos 20% mais ricos da populao e apenas 12,2% integravam o estrato dos

    20% mais pobres.

    Como se observa, so muitos os desafios a serem superados para garantir o acesso e o

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    usufruto da educao infantil de qualidade. Conforme define a legislao, cabe aos municpios

    a responsabilidade pela oferta da educao infantil, mesmo sendo notria a necessidade que a

    maior parte deles tem de contar com o apoio dos estados e da Unio para poder cumpri-la.

    Em face dessa realidade, a maioria das estratgias apresentadas no PNE tem como ancoragem o

    acionamento de mecanismos que pressupem a dinamizao do regime de colaborao formarepublicana, democrtica e no competitiva de organizao da gesto, que deve ser estabelecida

    entre os sistemas de ensino, para assegurar a universalizao do ensino obrigatrio (art. 211 da

    Constituio Federal de 1988), enfrentando os desafios da educao bsica pblica e regulando

    o ensino privado. Entre as principais estratgias da Meta 1, situa-se a definio de formas de

    expanso da educao infantil nas respectivas redes de ensino dos entes federativos, considerando

    as peculiaridades locais, mas em regime de colaborao entre a Unio, os estados, o Distrito Federal

    e os municpios, de acordo com o padro nacional de qualidade, tambm a ser definido.

    Alm disso, essa meta abrange a manuteno e ampliao da rede, em regime de colaborao,

    assegurando a acessibilidade e o programa nacional de construo e reestruturao de escolas

    e de aquisio de equipamentos, com vistas expanso e melhoria da rede fsica de escolas

    pblicas de educao infantil. Igualmente de modo colaborativo, est previsto o levantamento da

    demanda por creche para a populao de at 3 anos, como forma de planejar a oferta e verificar

    o seu atendimento.

    Para garantir o acesso dos estratos mais pobres da populao educao infantil, encontra-se

    a Estratgia 1.12, que visa:

    Ainda na mesma perspectiva de atendimento intersetorial, destacvel a Estratgia 1.14:

    implementar, em carter complementar, programas de orientao e

    apoio s famlias, por meio da articulao das reas da educao, sade e

    assistncia social, com foco no desenvolvimento integral das crianas de

    at 3 (trs) anos de idade.

    fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da

    permanncia das crianas na educao infantil, em especial dos

    beneficirios de programas de transferncia de renda, em colaborao

    com as famlias e com os rgos pblicos de assistncia social, sade e

    proteo infncia.

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    Vale aludir ainda presena de estratgia voltada para a formao inicial e continuada de

    educadores e para o desenvolvimento e aperfeioamento de mecanismos de avaliao das

    aprendizagens.

    PARA SABER MAIS SOBRE A META 11.Com relao Meta 1, registra-se que, anualmente, o Instituto Nacional de Estudos e

    Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP) publica o Censo da Educao Bsica, que

    engloba os dados da educao infantil (http://portal.inep.gov.br/basica-censo).

    2.O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE) oferece orientaes

    sobre como ter acesso aos programas e projetos para a educao infantil(www.fnde.gov.br).

    3.Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre educao infantil esto disponveis no endereo: http://portal.

    mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Itemid=866.

    4. O Ministrio da Educao (MEC) disponibiliza em seu portal vrias publicaes

    sobre educao infantil, entre elas, Indicadores da Qualidade na Educao Infantil

    (http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/indic_qualit_educ_infantil.pdf).

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a populao de 6

    (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos

    alunos concluam essa etapa na idade recomendada, at o ltimo ano de vigncia deste PNE.

    O ensino fundamental de 9 anos (que mudou a faixa etria dessa etapa para 6 a 14 anos) constitui

    medida de poltica educacional e meta do PNE, que se insere nas decises voltadas melhoria

    da qualidade dos processos de escolarizao. Articula-se diretamente meta que estabelece a

    alfabetizao das crianas, no mximo, at o fim do terceiro ano do ensino fundamental. Fator

    decisivo para a implantao de tal medida so resultados de pesquisas revelando que, quando as

    crianas ingressam na instituio escolar antes dos 7 anos de idade, apresentam, em sua maioria,

    resultados superiores em relao quelas que ingressam somente aos 7 anos3. Como se sabe,

    as crianas de 6 anos pertencentes s classes mdia e alta h muito j se encontram na escola,

    frequentando o pr-escolar ou o primeiro ano do ensino fundamental. Assim, o ensino de 9 anos

    tem, nos segmentos das classes populares, os seus principais beneficirios.

    O objetivo da Lei n 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que dispe sobre a durao de 9 anos

    para o ensino fundamental, com matrcula obrigatria a partir dos 6 anos de idade, foi assegurar a

    todos um tempo mais prolongado de permanncia na escola, oferecendo maiores oportunidades

    de aprendizagem, de modo que os alunos prossigam nos seus estudos e concluam, com

    qualidade, a educao bsica. Essa qualidade implica assegurar um processo educativo respeitoso

    e construdo com base nas mltiplas dimenses e na especificidade do tempo da infncia.

    preciso, no entanto, ter em conta que a melhor aprendizagem no resulta apenas do tempo

    de permanncia na escola, mas do modo adequado da sua utilizao. Portanto, o ingresso aos 6

    anos no ensino fundamental no pode ser uma medida apenas de ordem administrativa. Nesse

    sentido, faz-se necessrio atentar para o processo de desenvolvimento e aprendizagem, o que

    significa respeitar as caractersticas etrias, sociais, psicolgicas e cognitivas das crianas, bem

    como adotar orientaes pedaggicas que levem em considerao essas caractersticas, para

    que elas sejam respeitadas como sujeitos do aprendizado.

    Ao adotar o ensino fundamental de 9 anos, o governo brasileiro alinhou-se realidade

    mundialmente predominante, inclusive em vrios pases da Amrica Latina, em que h muito o

    ingresso aos 6 anos de idade nessa etapa de ensino com 9 anos de durao vem tendo vigncia.

    Essa deciso encontra suas razes na LDB (Lei n 9.394/1996), que estabelece tais critrios, o que,

    por sua vez, tornou-se meta da educao nacional em 2001, passando a constar do antigo PNE

    (Lei n 10.172/2001). Nele ficou estabelecido que a incluso das crianas de 6 anos no ensino

    3SECRETARIA DE EDUCAO BSICA. Ensino fundamental de nove anos: orientaes para a incluso da criana de seis anos de

    idade. (Org.) Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel e Ariclia Ribeiro do Nascimento. Braslia: Ministrio da Educao. 2007,

    135 p. Disponvel em: .

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    fundamental deveria se dar em consonncia com a universalizao do atendimento na faixa etria

    de 7 a 14 anos. A partir de discusses iniciadas em 2004, a sua implementao comeou a ocorrer

    em algumas regies do Pas, e o seu marco legal foi estabelecido em fevereiro de 2006, por meio

    da aprovao da Lei n 11.274/2006, que alterou a redao dos arts. 29, 30, 32 e 87 da LDB.

    A meta de universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a populao de 6(seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos

    concluam essa etapa na idade recomendada, at o ltimo ano de vigncia deste PNEconstitui-

    -se em um grande desafio para os municpios, o Distrito Federal, os estados e a Unio. Mesmo

    a oferta dessa etapa da educao bsica sendo de responsabilidade de estados e municpios, o

    alcance dessa meta, com a devida qualidade, implica considerar a organizao federativa e o

    regime de colaborao entre os sistemas de ensino.

    Entre as estratgias previstas no plano, destacamos: criar mecanismos para oacompanhamento individualizado dos alunos do ensino fundamental (Estratgia 2.3); fortalecer

    o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanncia e do aproveitamento

    escolar dos beneficirios de programas de transferncia de renda, bem como das situaes

    de discriminao, preconceitos e violncias na escola, visando ao estabelecimento de

    condies adequadas para o sucesso escolar dos alunos, em colaborao com as famlias

    e com rgos pblicos de assistncia social, sade e proteo infncia, adolescncia e

    juventude (Estratgia 2.4); desenvolver tecnologias pedaggicas que combinem, de maneira

    articulada, a organizao do tempo e das atividades didticas entre a escola e o ambiente

    comunitrio, considerando as especificidades da educao especial, das escolas do campo

    e das comunidades indgenas e quilombolas (Estratgia 2.6); promover a busca ativa de

    crianas e adolescentes fora da escola, em parceria com rgos pblicos de assistncia

    social, sade e proteo infncia, adolescncia e juventude (Estratgia 2.5); disciplinar, no

    mbito dos sistemas de ensino, a organizao flexvel do trabalho pedaggico, incluindo

    adequao do calendrio escolar, de acordo com a realidade local, a identidade cultural

    e as condies climticas da regio (Estratgia 2.7); promover a relao das escolas cominstituies e movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regular de atividades culturais

    para a livre fruio dos alunos dentro e fora dos espaos escolares, assegurando ainda que

    as escolas se tornem polos de criao e difuso cultural (Estratgia 2.8); estimular a oferta do

    ensino fundamental, em especial dos anos iniciais, para as populaes do campo, indgenas

    e quilombolas, nas prprias comunidades (Estratgia 2.10); e desenvolver formas alternativas

    de oferta do ensino fundamental, garantida a qualidade, para atender os filhos de profissionais

    que se dedicam a atividades de carter itinerante (Estratgia 2.11).

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    PARA SABER MAIS SOBRE A META 21. Sobre a Meta 2, importa destacar que, anualmente, o Instituto Nacional de Estudos

    e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP) publica o Censo da Educao Bsica,

    que engloba os dados do ensino fundamental (http://portal.inep.gov.br/basica-censo).

    2. Na pgina do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE),

    possvel encontrar orientaes sobre como ter acesso aos programas e projetos

    para o ensino fundamental (www.fnde.gov.br).

    3. Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional

    de Educao (CNE) sobre ensino fundamental esto disponveis no endereo:

    http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Item

    id=866.

    4. Como subsdio aos gestores estaduais e municipais na implantao do ensino

    fundamental de 9 anos, o Ministrio da Educao (MEC) publicou em seu portal

    uma sria de documentos, entre eles, Ensino fundamental de nove anos: passo a

    passo do processo de implantao (http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/passo_a_

    passo_versao_atual_16_setembro.pdf).

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:http://pne.mec.gov.br/programas-metas .

    As legislaes pertinentes ao tema so: Lei n 11.274/2006; PL n 144/2005; Lei n 11.114/2005; Parecer CNE/CEB

    n 6/2005; Resoluo CNE/CEB n 3/2005; e Parecer CNE/CEB n 18/2005. O Conselho Nacional de Educao Cmara

    de Educao Bsica, por meio da Resoluo n 3, de 3 de agosto de 2005, define normas nacionais para a ampliao do

    ensino fundamental para 9 anos.

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    Meta 3: universalizar, at 2016, o atendimento escolar para toda a populao de 15 (quinze)

    a 17 (dezessete) anos e elevar, at o final do perodo de vigncia deste PNE, a taxa lquida de

    matrculas no ensino mdio para 85% (oitenta e cinco por cento).

    A Meta 3 do PNE trata de um dos temas cruciais do atendimento ao direito educao no

    Brasil: a universalizao do ensino mdio. Com a aprovao do FUNDEB e principalmente daEmenda Constitucional n 59/2009, que aumenta a obrigatoriedade da oferta da educao bsica

    dos 4 aos 17 anos de idade, a questo da universalizao do ensino mdio deixa de ser apenas

    uma reivindicao da sociedade civil organizada e entra na agenda das polticas governamentais

    de modo mais efetivo.

    Ao observarmos os dados do Censo da Educao Bsica de 2013 que indicam que o Brasil

    possui 41.141.620 alunos matriculados nas redes pblicas estaduais e municipais de ensino,

    nas reas urbanas e rurais, e que, desse total, apenas 7.109.582 esto no ensino mdio, o que

    representa 17,3% do total das matrculas , possvel constatar o tamanho do desafio para o

    atendimento da meta em questo. Para entender melhor esse desafio, basta olhar os dados do

    Censo Escolar de 2011, que apontam que, de 2007 a 2011, o nmero de alunos matriculados no

    ensino mdio, na idade adequada, era de 8,4 milhes, enquanto o nmero daqueles com idade

    entre 15 e 17 anos era de 10,4 milhes.

    Essa dinmica precisa ser monitorada e acelerada para que haja ampliao da demanda

    para o ensino mdio, especialmente se o aluno potencial do ensino mdio o concluinte do

    ensino fundamental, o que significa que a melhoria do atendimento e da taxa de concluso

    na idade adequada no ensino fundamental requer uma expanso significativa da oferta

    do ensino mdio para o alcance do que prev a meta. Por essa razo, entre as estratgias

    previstas no plano, destacamos a Estratgia 3.1:

    institucionalizar programa nacional de renovao do ensino mdio, a fim de

    incentivar prticas pedaggicas com abordagens interdisciplinares estruturadas

    pela relao entre teoria e prtica, por meio de currculos escolares que organizem,

    de maneira flexvel e diversificada, contedos obrigatrios e eletivos articulados

    em dimenses como cincia, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte,

    garantindo-se a aquisio de equipamentos e laboratrios, a produo de material

    didtico especfico, a formao continuada de professores e a articulao com

    instituies acadmicas, esportivas e culturais.

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    Assim, os desafios colocados so muitos e passam pela efetivao do regime de colaborao,

    como definido no 4 do art. 211 da Constituio Federal, que determina que na organizao de

    seus sistemas de ensino, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios definiro

    formas de colaborao, de modo a assegurar a universalizao do ensino obrigatrio.

    PARA SABER MAIS SOBRE A META 31. Para auxiliar no acompanhamento da Meta 3, o Instituto Nacional de Estudos

    e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP) publica, anualmente, o Censo da

    Educao Bsica, que engloba os dados sobre o ensino mdio (http://portal.inep.gov.

    br/basica-censo).2.O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE) oferece orientaes

    sobre como ter acesso aos programas e projetos para o ensino mdio no endereo:

    www.fnde.gov.br.

    3.Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre educao infantil esto disponveis no endereo:http://portal.

    mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Itemid=866.

    5. As publicaes do Ministrio da Educao (MEC) sobre ensino mdio esto

    disponveis em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=articl

    e&id=12583%3Aensino-medio&Itemid=1152.

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 4: universalizar, para a populao de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficincia,

    transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao, o acesso

    educao bsica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede

    regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos

    multifuncionais, classes, escolas ou servios especializados, pblicos ou conveniados.

    A educao especial uma modalidade que perpassa os nveis, etapas e modalidades da educao

    brasileira e atende a educandos com deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e

    altas habilidades ou superdotao. O atendimento educacional especializado foi institudo

    pela Constituio Federal de 1988, no inciso III do art. 208, e definido pelo art. 2 do Decreto

    n 7.611/2011. Segundo o disposto na LDB (Lei n 9.394/1996), a educao especial deve ser

    oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, havendo, quando necessrio, servios de

    apoio especializado (art. 58).

    Na perspectiva inclusiva, a educao especial integra a proposta pedaggica da escola

    regular, de modo a promover o atendimento escolar e o atendimento educacional especializado

    complementar ou suplementar aos estudantes com deficincia, com transtornos globais do

    desenvolvimento, com altas habilidades ou superdotao.

    A Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva (MEC, 2008)

    orienta os sistemas de ensino para garantir o acesso, a participao e a aprendizagem dos

    estudantes, em classes comuns, bem como os servios da educao especial, nas escolas

    regulares, de forma transversal a todos os nveis, etapas e modalidades. Para tanto, deve-se

    assegurar a implantao, ao longo deste PNE, de salas de recursos multifuncionais e fomentar a

    formao continuada de professores para o atendimento educacional especializado nas escolas

    urbanas, do campo, indgenas e de comunidades quilombolas (Estratgia 4.3); e promover a

    articulao intersetorial entre os rgos e polticas pblicas de sade, assistncia social e direitos

    humanos, em parceria com as famlias, a fim de desenvolver modelos de atendimento voltados

    continuidade do atendimento escolar na educao de jovens e adultos com deficincia e

    transtornos globais do desenvolvimento com idade superior faixa etria de escolarizao

    obrigatria, para assegurar a ateno integral ao longo da vida (Estratgia 4.12).

    Destaca-se tambm o esforo conjunto de sistemas e redes de ensino em garantir o pleno acesso

    educao a todos os alunos atendidos pela educao especial, conforme evidenciam as matrculas

    nas redes pblicas. Os resultados do Censo Escolar da Educao Bsica de 2013 indicam que, do

    total de matrculas daquele ano (843.342), 78,8% concentravam-se nas classes comuns, enquanto,

    em 2007, esse percentual era de 62,7%. Tambm foi registrado, em 2013, que 94% do total de

    matrculas de alunos com deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ousuperdotao em classes comuns do ensino regular se concentraram na rede pblica.

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    Esses dados mostram o esforo na implementao de uma poltica pblica de universalizao do

    acesso a todos os educandos, valorizando as diferenas e atendendo s necessidades educacionais na

    perspectiva da incluso educacional. Os dados mostram que houve crescimento de 2,8% no nmero

    de matrculas nessa modalidade de ensino no ano de 2013 em relao a 2012, passando de 820.433

    matrculas para 843.342. Tambm ocorreu crescimento de 4,5% no nmero de includos em classes

    comuns do ensino regular e na educao de jovens e adultos (EJA) e, ao mesmo tempo, reduo de

    2,6% no nmero de matrculas em classes e escolas exclusivas. Apesar de todo esse esforo, h ainda

    um grande desafio para promover a universalizao, com acessibilidade ao ambiente fsico e aos

    recursos didticos e pedaggicos.

    PARA SABER MAIS SOBRE A META 41.A Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva (MEC,2008) est disponvel em:http://peei.mec.gov.br/arquivos/politica_nacional_educacao_

    especial.pdf.

    2. Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre educao especial esto disponveis no endereo:http://portal.mec.

    gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Itemid=866.

    3. As publicaes do Ministrio da Educao (MEC) sobre educao especial na

    perspectiva da educao inclusiva esto disponveis em:http://portal.mec.gov.br/index.

    php?option=com_content&view=article&id=17009&Itemid=913.

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 5: alfabetizar todas as crianas, no mximo, at o final do 3 (terceiro) ano do ensino

    fundamental.

    O fenmeno do analfabetismo funcional, cuja raiz encontrada nas sries iniciais do ensino

    fundamental, expressa dificuldades presentes nos processos de escolarizao, mostrando o seu

    distanciamento de adequados padres de qualidade. Dados do Censo Demogrfico de 2010revelaram que 15,2% das crianas brasileiras com 8 anos de idade que estavam cursando o

    ensino fundamental eram analfabetas. A situao mais grave foi a encontrada nas regies

    Norte (27,3%) e Nordeste (25,4%), sendo que os estados do Maranho (34%), Par (32,2%) e

    Piau (28,7%) detinham os piores ndices. Em contrapartida, os melhores ndices estavam no

    Paran (4,9%), Santa Catarina (5,1%), Rio Grande do Sul e Minas Gerais (ambos com 6,7%), o que

    demonstra a gravidade do fenmeno em termos de disparidades regionais.

    Em face de tal realidade e de outros problemas que vm impactando a qualidade do ensino,houve a ampliao do ensino fundamental obrigatrio para 9 anos, com incio a partir dos 6

    anos de idade (Lei n 11.274/2006). Em sequncia, no Plano de Metas Compromisso Todos

    pela Educao (Decreto n 6.094/2007), entre as aes que visam qualidade do ensino, ficou

    determinada, no incio II do art. 2, a responsabilidade dos entes federativos com a alfabetizao

    das crianas at, no mximo, os 8 (oito) anos de idade, aferindo os resultados por exame

    peridico especfico. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9

    Anos (Resoluo CNE n 7/2010), encontra-se estabelecido que os trs anos iniciais do ensino

    fundamental devem assegurar a alfabetizao e o letramento e o desenvolvimento das diversas

    formas de expresso, incluindo o aprendizado da Lngua Portuguesa, da Literatura, da Msica

    e demais Artes e da Educao Fsica, assim como o aprendizado da Matemtica, da Cincia, da

    Histria e da Geografia.

    Em consonncia com essas deliberaes, essa meta do PNE determina a necessidade de

    alfabetizar todas as crianas, no mximo, at o 3 (terceiro) ano do ensino fundamental.

    Guiando tal determinao, encontra-se o ciclo de alfabetizao nos anos iniciais do ensino

    fundamental, compreendido como um tempo sequencial de trs anos letivos, que devem ser

    dedicados insero da criana na cultura escolar, aprendizagem da leitura e da escrita,

    ampliao das capacidades de produo e compreenso de textos orais em situaes

    familiares e no familiares e ampliao do seu universo de referncias culturais nas diferentes

    reas do conhecimento.

    Entre as principais estratgias registradas no PNE para o cumprimento da Meta 5, situa-

    -se a estruturao de processos pedaggicos nos anos iniciais do ensino fundamental, em

    articulao com estratgias que devero ser desenvolvidas pela pr-escola, com qualificao evalorizao dos professores alfabetizadores e apoio pedaggico especfico, a fim de garantir a

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    PARA SABER MAIS SOBRE A META 5

    1. Todos os anos, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnsioTeixeira (INEP) publica o Censo da Educao Bsica, que engloba os dados do ensino

    fundamental e suas sries iniciais (http://portal.inep.gov.br/basica-censo).

    2. Na pgina do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE), possvel

    encontrar orientaes sobre como ter acesso aos programas e projetos para o ensino

    fundamental (www.fnde.gov.br).

    3.Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre educao infantil esto disponveis no endereo:http://portal.

    mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Itemid=866.

    4.Sobre o Pacto pela Alfabetizao na Idade Certa, acesse:http://pacto.mec.gov.br.

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

    alfabetizao plena de todas as crianas (Estratgia 5.1). Nesse sentido, est proposto o fomento

    ao desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovao das prticas pedaggicas, bem

    como a seleo e divulgao de tecnologias que sejam capazes de alfabetizar e de favorecer

    a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos alunos. Tudo isso sem que se deixe de

    assegurar a diversidade de mtodos e propostas pedaggicas nos processos de alfabetizao

    (Estratgias 5.3 e 5.4).

    Outra estratgia diz respeito instituio de instrumentos de avaliao nacional peridicos

    e especficos para aferir a alfabetizao das crianas, aplicados a cada ano, bem como

    estimular os sistemas de ensino e as escolas a criar os respectivos instrumentos de avaliao

    e monitoramento, implementando medidas pedaggicas para alfabetizar todos os alunos e

    alunas at o fim do terceiro ano do ensino fundamental (Estratgia 5.2).

    Deve-se considerar a necessidade de apoio alfabetizao de crianas do campo, indgenas,quilombolas e de populaes itinerantes, com a produo de materiais didticos especficos, e

    desenvolver instrumentos de acompanhamento que considerem o uso da lngua materna pelas

    comunidades indgenas e a identidade cultural das comunidades quilombolas (Estratgia 5.5).

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    Meta 6: oferecer educao em tempo integral em, no mnimo, 50% (cinquenta por cento)

    das escolas pblicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos(as)

    alunos(as) da educao bsica.

    Entre as possibilidades de atendimento dessa meta, podemos citar o 1 do Decreto n 7.083, de

    27 de janeiro de 2010, que dispe sobre o programa Mais Educao e define educao em tempointegral como a jornada escolar com durao igual ou superior a sete horas dirias, durante todo

    o perodo letivo, compreendendo o tempo total em que o aluno permanece na escola ou em

    atividades escolares em outros espaos educacionais.

    O decreto define ainda que a ampliao da jornada escolar diria se dar por meio do:

    Podendo ser:

    Nesse sentido, garantir educao integral requer mais que simplesmente a ampliao da jornada

    escolar diria, exigindo dos sistemas de ensino e seus profissionais, da sociedade em geral e das

    diferentes esferas de governo no s o compromisso para que a educao seja de tempo integral,

    mas tambm um projeto pedaggico diferenciado, a formao de seus agentes, a infraestrutura e

    os meios para sua implantao. Assim, as orientaes do Ministrio da Educao para a educao

    integral apontam que ela ser o resultado daquilo que for criado e construdo em cada escola, em

    cada rede de ensino, com a participao dos educadores, educandos e das comunidades, que

    podem e devem contribuir para ampliar os tempos, as oportunidades e os espaos de formao

    das crianas, adolescentes e jovens, na perspectiva de que o acesso educao pblica seja

    complementado pelos processos de permanncia e aprendizagem.

    desenvolvidas dentro do espao escolar, de acordo com a disponibilidade da

    escola, ou fora dele, sob orientao pedaggica da escola, mediante o uso

    dos equipamentos pblicos e o estabelecimento de parcerias com rgos ou

    instituies locais. (art. 1, 3)

    desenvolvimento de atividades de acompanhamento pedaggico, experimentao

    e investigao cientfica, cultura e artes, esporte e lazer, cultura digital, educao

    econmica, comunicao e uso de mdias, meio ambiente, direitos humanos,

    prticas de preveno aos agravos sade, promoo da sade e da alimentao

    saudvel, entre outras atividades. (art. 1, 2)

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    Conforme dados do Censo Escolar de 2013, o Brasil possua 4.904.901 alunos matriculados em

    educao de tempo integral nas escolas pblicas estaduais e municipais de educao bsica. Desse

    total, a educao infantil, especialmente as creches, e o ensino fundamental eram responsveis pela

    grande maioria dos matriculados, com 1.484.614 e 3.007.871, respectivamente. Apenas 303.670 alunos

    do ensino mdio tinham acesso educao de tempo integral e 31.169 alunos educao de jovens

    e adultos.

    O programa Mais Educao tem sido uma das principais aes do governo federal para ampliar a

    oferta de educao em tempo integral, por meio de uma ao intersetorial entre as polticas pblicas

    educacionais e sociais, contribuindo, desse modo, tanto para a diminuio das desigualdades

    educacionais quanto para a valorizao da diversidade cultural brasileira. Conta com a participao

    dos Ministrios da Educao, do Desenvolvimento Social e Combate Fome, da Cincia e Tecnologia,

    do Esporte, do Meio Ambiente, da Cultura, da Defesa e tambm da Controladoria-Geral da Unio.

    Para atender ao que prev a Meta 6, algumas estratgias sero necessrias, visto que atualmente

    cerca de 64 mil escolas distribudas em 4.999 municpios oferecem educao integral para quase 5,8

    milhes de alunos (todas as redes), o que representa em torno de 11,6% dos alunos matriculados em

    toda a educao bsica.

    Mudar essa realidade e atender o que prope o PNE depender de aes como: promover, com

    o apoio da Unio, a oferta de educao bsica pblica em tempo integral, por meio de atividades

    de acompanhamento pedaggico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que

    o tempo de permanncia dos alunos na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou

    superior a sete horas dirias durante todo o ano letivo, com a ampliao progressiva da jornada

    de professores em uma nica escola (Estratgia 6.1); instituir, em regime de colaborao, programa

    de construo de escolas com padro arquitetnico e de mobilirio adequado para atendimento

    em tempo integral, prioritariamente em comunidades pobres ou com crianas em situao de

    vulnerabilidade social (Estratgia 6.2); institucionalizar e manter, em regime de colaborao, programa

    nacional de ampliao e reestruturao das escolas pblicas, por meio da instalao de quadras

    poliesportivas, laboratrios, inclusive de informtica, espaos para atividades culturais, bibliotecas,

    auditrios, cozinhas, refeitrios, banheiros e outros equipamentos, bem como da produo de

    material didtico e da formao de recursos humanos para a educao em tempo integral (Estratgia

    6.3); e adotar medidas para otimizar o tempo de permanncia dos alunos na escola, direcionando a

    expanso da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas, esportivas

    e culturais (Estratgia 6.9).

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    PARA SABER MAIS SOBRE A META 61. Para compreender melhor a educao integral no sistema pblico de ensino, observando

    a oferta, as aes e os desafios, podem ser consultados os seguintes documentos: ManualOperacional de Educao Integral; Srie Mais Educao, Educao Integral; Caderno do

    Programa Mais Educao: Passo a Passo; Censo da Educao Bsica, disponveis no site do

    INEP (http://portal.inep.gov.br ); Decreto n 7.083, de 27 de janeiro de 2010 (www.planalto.

    gov.br); e Portaria Normativa Interministerial n 17, de 24 de abril de 2007 (http://portal.

    mec.gov.br/arquivos/pdf/mais_educacao.pdf).

    2. Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre educao integral esto disponveis no endereo:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Itemid=866.

    3. As publicaes do Ministrio da Educao (MEC) sobre educao integral esto

    disponveis em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article

    &id=16727&Itemid=1119.

    4.Sobre o Pacto pela Alfabetizao na Idade Certa, acesse:http://pacto.mec.gov.br.

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 7: fomentar a qualidade da educao bsica em todas as etapas e modalidades, com

    melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes mdias

    nacionais para o IDEB: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do

    ensino fundamental; 5,2 no ensino mdio.

    Ideb 2015 2017 2019 2021

    Anos iniciais do ensino fundamental 5,2 5,5 5,7 6,0

    Anos finais do ensino fundamental 4,7 5,0 5,2 5,5

    Ensino mdio 4,3 4,7 5,0 5,2

    A elevao da qualidade da educao bsica, em todas as etapas e modalidades, com melhoria

    do fluxo escolar e da aprendizagem, tem adquirido importncia central na ltima dcada, tendo em

    conta a garantia do direito educao, a melhoria da qualidade de vida da populao e a produo de

    maior equidade e desenvolvimento econmico-social do Pas. A qualidade da educao vincula-se

    aos diferentes espaos, atores e processos formativos, em seus distintos nveis, etapas e modalidades

    educativas, bem como trajetria histrico-cultural e ao projeto de nao, que, ao estabelecerdiretrizes e bases para o seu sistema educacional, indica o horizonte jurdico normativo em que a

    educao se efetiva como direito.

    A oferta de educao bsica de qualidade para todos apresenta-se, pois, como um complexo

    e grande desafio para as polticas pblicas para o conjunto dos agentes que atuam no campo

    da educao, sobretudo nas escolas pblicas. Nas duas ltimas dcadas, registram-se avanos

    no acesso, cobertura e melhoria da aprendizagem na educao bsica, como revela o ndice de

    Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB), indicador criado pelo INEP, a partir de dados do Censo

    Escolar, SAEB e Prova Brasil, que leva em considerao o fluxo escolar e o desempenho nos exames,

    para fazer o acompanhamento da evoluo da educao e para estabelecer o padro de qualidade

    que o Ministrio da Educao definiu como meta a ser atingida. importante ressaltar que cabe

    tambm analisar e monitorar individualmente o comportamento de seus componentes (fluxo e

    desempenho), especialmente o desempenho dos estudantes nos exames padronizados. Alm disso,

    ainda h um esforo de articulao das avaliaes nacionais com as iniciativas subnacionais.

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    Precisamos continuar ampliando progressivamente as mdias do IDEB em cada escola, municpio,

    Distrito Federal, estado e Unio, tendo em vista o alcance das mdias projetadas bienalmente para

    o Pas, como resultado da melhoria do fluxo escolar e, sobretudo, da aprendizagem dos estudantes,

    em conformidade com os padres internacionais. Por essa razo, de grande importncia que os

    gestores educacionais e os professores busquem monitorar e acompanhar os resultados do IDEB,

    procurando implementar aes que incrementem a qualidade da aprendizagem. Cada escola e

    cada sistema tem uma realidade que deve ser examinada, tendo em vista a superao articulada de

    possveis fragilidades encontradas.

    De modo geral, fomentar a qualidade da educao bsica implica enfrentar a desigualdade social

    existente no Pas e assegurar a educao como um dos direitos humanos. Implica tambm melhor

    definio e articulao entre os sistemas de ensino e unidades escolares, processos de organizao

    e gesto do trabalho escolar, melhoria das condies de trabalho e valorizao, formao e

    desenvolvimento profissional de todos aqueles que atuam na educao. fundamental ainda definir e

    implementar dinmicas curriculares que favoream aprendizagens significativas.

    Com essa meta, espera-se que os entes federativos se articulem, por meio de diferentes estratgias

    e mecanismos, no mbito do regime de colaborao e do sistema nacional de educao, para garantir

    o alcance do nvel suficiente de aprendizado, em relao aos direitos e objetivos de aprendizagem e

    desenvolvimento de estudo a cada ano e perodo, nas mdias nacionais previstas para o IDEB. O PNE

    traz 36 estratgias para a consecuo dessa meta, o que mostra sua relevncia e significado.

    PARA SABER MAIS SOBRE A META 71. Para compreender melhor o IDEB, suas metas, clculos, e fazer consultas diversas (por

    escola, municpio, Distrito Federal, estado e Brasil), acesse:http://portal.inep.gov.br/web/

    portal-ideb/portal-ideb.

    2. O IDEB um indicador objetivo para a verificao do cumprimento de metas

    que integram o Plano de Desenvolvimento da Educao (PDE) e o Plano de

    Metas Compromisso Todos pela Educao (Decreto n 6.094/2007, disponvel em

    www.planalto.gov.br).

    3. Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre educao bsica esto disponveis no endereo:http://portal.mec.

    gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Itemid=866.

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 8: elevar a escolaridade mdia da populao de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos,

    de modo a alcanar, no mnimo, 12 (doze) anos de estudo no ltimo ano de vigncia deste

    Plano, para as populaes do campo, da regio de menor escolaridade no Pas e dos 25%

    (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade mdia entre negros e no

    negros declarados Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE).

    Os diferentes programas, polticas e aes implementados pelo governo federal, em articulao

    com os sistemas de ensino, voltados para a garantia e universalizao do pleno acesso educao

    escolar para todos, valorizando as diferenas e respeitando necessidades educacionais, tm-se

    refletido no aumento das taxas de escolarizao da populao brasileira acima dos 17 anos. O

    esforo tem sido coletivo, com a participao dos diferentes entes federativos.

    Contudo, faz-se necessrio ampliar mais efetivamente a escolaridade mdia da populao

    entre 18 e 29 anos. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD/IBGE,2012), o percentual de pessoas com no mnimo 12 anos de estudo entre 18 e 24 anos de idade

    de 29,4% e das pessoas com 25 ou mais anos de idade de apenas 4,1%.

    Em 2012, foi registrado um leve aumento no nmero mdio de anos de estudo em relao a

    2011. Na populao com 18 ou 19 anos, o nmero mdio de anos de estudo manteve-se em 9,1

    entre 2011 e 2012, enquanto na populao entre 25 e 29 anos essa mdia passou de 9,7 para 9,9

    anos, respectivamente.

    Um grande esforo ainda precisa ser empreendido para o atendimento dessa meta,particularmente quando observados os dados educacionais das populaes do campo nas

    diferentes regies do Pas. Segundo apurado pelo Censo Demogrfico de 2010, 15,65% da

    populao brasileira encontra-se no campo, e a regio Nordeste concentra 26,87% desse total,

    seguida da regio Norte, com 26,49%. Quanto aos anos de escolaridade da populao de 18 a 24

    anos, na populao urbana a mdia de 9,8 anos de estudo, e na populao do campo a mdia

    de 7,7 anos, uma diferena de 2,1 anos. Essa diferena tambm se evidencia nas diferentes regies

    do Brasil, com destaque para a regio Norte, em que a diferena de tempo de escolaridade chega

    a 2,4 anos entre a populao urbana e a do campo.

    Apesar do aumento expressivo da populao negra na sociedade brasileira, outro grande

    desafio igualar a mdia de escolaridade entre negros e no negros. Como mostra o Instituto

    de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA), na populao negra entre 18 e 24 anos, 1,1% no tem

    nenhum nvel de escolaridade, 70,7% esto fora da escola e apenas 1,4% tem o ensino superior

    completo. Na populao no negra, essas taxas so de 0,6%, 64,5% e 4,5%, respectivamente.

    No que se refere populao negra entre 25 e 29 anos, 1,5% no conta com nenhum nvel de

    escolaridade, 84,1% esto fora da escola e apenas 5,7% possuem o ensino superior completo.

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    Essas desigualdades tambm se refletem na participao e rendimento no mercado de trabalho.

    Considerando a desigualdade de gnero, a populao negra apresenta as mais elevadas taxas de

    desocupao e de rendimento, ainda que disponha do mesmo nvel de escolaridade. Segundo

    estudo do IPEA (2012), a taxa de desocupao do homem negro de 6,7%, e a da mulher negra

    12,6%, enquanto a de homem e mulher no negros de 5,4% e 9,3%, respectivamente.

    Esse conjunto de dados revela que necessrio, no que se refere educao, um esforo

    concentrado e articulado entre os entes federativos e respectivos sistemas de ensino para a

    promoo de uma poltica pblica voltada para a igualdade social, de modo a garantir a elevao

    dos anos de escolarizao da populao brasileira entre 18 e 29 anos, com ateno especial s

    populaes do campo, negra e mais pobre, que apresentam maior vulnerabilidade social.

    Entre as estratgias previstas para atingir essa meta, destacam-se: institucionalizao de

    programas e desenvolvimento de tecnologias para correo de fluxo, para acompanhamentopedaggico individualizado e para recuperao e progresso parcial (Estratgia 8.1); implementao

    de programas de educao de jovens e adultos (Estratgia 8.2); expanso da oferta gratuita de

    educao profissional tcnica (Estratgia 8.4); e promoo da busca ativa de jovens fora da escola,

    em parceria com as reas de assistncia social, sade e proteo juventude (Estratgia 8.6).

    PARA SABER MAIS SOBRE A META 81. Estudos do IPEA (www.ipea.gov.br) e do Censo do IBGE (www.ibge.gov.br) apresentam

    informaes sobre a escolaridade da populao brasileira acima dos 17 anos de idade.

    2. Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre diversidade e incluso escolar esto disponveis no endereo:

    http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Item

    id=866.

    3.Publicaes do Ministrio da Educao sobre diversidade podem ser encontradasem: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13165&

    Itemid=913.

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 9: elevar a taxa de alfabetizao da populao com 15 (quinze) anos ou mais para

    93,5% (noventa e trs inteiros e cinco dcimos por cento) at 2015 e, at o final da vigncia

    deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa

    de analfabetismo funcional.

    Mesmo com os significativos avanos nos ndices de escolarizao da populao brasileira, astaxas de analfabetismo entre jovens e adultos ainda so elevadas, pois maior o nmero dos que

    saem da escola apenas na condio de analfabetos funcionais. Dados da PNAD/IBGE mostram que,

    no ano de 2012, entre a populao de 15 anos ou mais, havia um total de 8,7% de analfabetos e

    30,6% de analfabetos funcionais. Esses ndices atingem de forma diferenciada a populao urbana

    e do campo: em 2012, tinham a condio de analfabetas 21,1% das pessoas habitantes do campo,

    assim como 6,6% das que habitavam as reas urbanas. Com relao populao analfabeta negra e

    no negra, em 2012, os percentuais eram 11,9% e 8,4%, respectivamente. Portanto, so necessrios

    efetivos esforos para todos os segmentos populacionais.

    Em face dessa situao, o PNE estabeleceu a Meta 9, e, entre as principais estratgias concebidas

    com vistas ao alcance dessa meta, encontram-se: assegurar a oferta gratuita da educao de jovens

    e adultos a todos os que no tiveram acesso educao bsica na idade apropriada (Estratgia 9.1);

    realizar diagnstico dos jovens e adultos com ensinos fundamental e mdio incompletos, para

    identificar a demanda ativa por vagas na educao de jovens e adultos (Estratgia 9.2); implementar

    aes de alfabetizao de jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarizao bsica

    (Estratgia 9.3); e assegurar a oferta de educao de jovens e adultos, nas etapas de ensino

    fundamental e mdio, s pessoas privadas de liberdade em todos os estabelecimentos penais,

    assegurando-se formao especfica dos professores e implementao de diretrizes nacionais em

    regime de colaborao (Estratgia 9.8). Convm ressaltar, por oportuno, que os entes federativos

    precisam tambm considerar a adoo de estratgias, inclusive intersetoriais, voltadas ao

    atendimento dos adolescentes em conflito com a lei, em cumprimento de medidas socioeducativas

    com restrio de liberdade.

    As aes planejadas devem ter como objetivo a superao do analfabetismo entre jovens

    com 15 anos ou mais, adultos e idosos, concebendo a educao como direito, e a oferta

    pblica da alfabetizao como porta de entrada para a educao e a escolarizao das pessoas

    ao longo de toda a vida. A articulao entre as aes de alfabetizao e a continuidade na

    educao de jovens e adultos deve ser promovida com aes conjuntas do poder pblico e da

    sociedade civil organizada.

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    Especial ateno deve ser dada a polticas pblicas de educao no campo e de juventude

    que possibilitem a jovens agricultores e familiares, excludos do sistema formal de ensino, a

    elevao da escolaridade em ensino fundamental com qualificao inicial, respeitando as

    especificidades dos povos do campo. Tambm importante elevar a escolaridade de jovens

    com idade entre 18 e 29 anos que saibam ler e escrever e no tenham concludo o ensino

    fundamental, com vistas concluso dessa etapa por meio da EJA, integrada qualificao

    profissional e ao desenvolvimento de aes comunitrias com exerccio da cidadania na forma

    de curso, conforme previsto no art. 81 da LDB.

    PARA SABER MAIS SOBRE A META 9

    1. Todos os anos, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnsioTeixeira (INEP) publica o Censo da Educao Bsica, que engloba os dados da educao

    de jovens e adultos. Consulte o site: http://portal.inep.gov.br/web/educacenso/

    educacenso.

    2. Na pgina do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE), possvel

    encontrar orientaes sobre como ter acesso aos programas e projetos para a

    educao de jovens e adultos (www.fnde.gov.br).

    3.Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional deEducao (CNE) sobre educao de jovens e adultos esto disponveis no endereo:

    http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12812&Item

    id=866.

    4. O Ministrio da Educao (MEC) disponibiliza em seu portal publicaes sobre

    educao de jovens e adultos, entre elas, os Cadernos Trabalhando com a Educao de

    Jovens e Adultos (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&i

    d=13536%3Amateriais-didaticos&catid=194%3Asecad-educacao-continuada&Itemid=913).

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 10: oferecer, no mnimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrculas de educao de

    jovens e adultos, nos ensinos fundamental e mdio, na forma integrada educao profissional.

    O atendimento do que a meta prev depender no s da superao de um problema crucial

    na educao brasileira, qual seja sanar a dvida histrica que o Pas tem com um nmero grande

    de pessoas que no tiveram acesso educao na idade certa, como tambm impedir que estetipo de excluso continue se repetindo ao longo do tempo.

    Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD/IBGE, 2012), o Brasil

    tinha uma populao de 45,8 milhes de pessoas com 18 anos ou mais que no frequentavam a

    escola e no tinham o ensino fundamental completo. Esse contingente poderia ser considerado

    uma parcela da populao a ser atendida pela EJA. Isso significa que o atendimento de EJA est

    muito aqum do que poderia e deveria ser.

    Por outro lado, dados do Censo da Educao Bsica, realizado pelo INEP, apontam que a

    educao de jovens e adultos (EJA) apresentou queda de 3,7% (141.055), totalizando 3.711.207

    matrculas em 2013. Desse total, 2.427.598 (65,4%) estavam no ensino fundamental e 1.283.609

    (34,6%) no ensino mdio.

    O Censo Escolar da Educao Bsica daquele ano mostra ainda que os alunos que frequentavam

    os anos iniciais do ensino fundamental da EJA tinham idade muito superior aos que frequentam

    os anos finais e o ensino mdio dessa modalidade. Esse fato sugere que os anos iniciais no

    esto produzindo demanda para os anos finais do ensino fundamental de EJA, alm de ser umaforte evidncia de que essa modalidade est recebendo alunos mais jovens, provenientes do

    ensino regular. Outro fator a ser considerado nessa modalidade o elevado ndice de abandono,

    ocasionado, entre outros motivos, pela inadequao das propostas curriculares s especificidades

    dessa faixa etria.

    Uma estratgia relevante :

    fomentar a integrao da educao de jovens e adultos com a educao

    profissional, em cursos planejados, de acordo com as caractersticas do pblico da

    educao de jovens e adultos e considerando as especificidades das populaes

    itinerantes e do campo e das comunidades indgenas e quilombolas, inclusive na

    modalidade de educao a distncia. (Estratgia 10.3)

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    O PNE prope outras 10 estratgias voltadas ao cumprimento dessa meta, que devem ser

    consideradas pelos entes federativos.

    A integrao da educao bsica na modalidade EJA educao profissional pode ser

    realizada nos ensinos fundamental e mdio e organizada da seguinte forma: a) educao

    profissional tcnica integrada ao ensino mdio na modalidade EJA; b) educao profissionaltcnica concomitante ao ensino mdio na modalidade de educao de jovens e adultos; c)

    formao inicial e continuada (FIC) ou qualificao profissional integrada ao ensino fundamental

    na modalidade EJA; d) formao inicial e continuada ou qualificao profissional integrada ao

    ensino mdio na modalidade EJA; e) formao inicial e continuada ou qualificao profissional

    concomitante ao ensino mdio na modalidade EJA.

    PARA SABER MAIS SOBRE A META 101. Com relao Meta 1, registra-se que, anualmente, o Instituto Nacional de Estudos

    e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP) publica o Censo da Educao Bsica,

    que engloba os dados da educao de jovens e adultos e educao profissional

    (http://portal.inep.gov.br/basica-censo).

    2. Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre educao de jovens e adultos integrada educao profissionalesto disponveis no endereo:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_conte

    nt&view=article&id=12812&Itemid=866.

    3. Esto disponveis os documentos Educao profissional tcnica de nvel mdio

    integrada ao ensino mdio (http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/documento_base.

    pdf) e o Censo da Educao Bsica: 2011 resumo tcnico (http://download.inep.gov.br/

    educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_tecnico_censo_educacao_

    basica_2011.pdf).

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 11: triplicar as matrculas da educao profissional tcnica de nvel mdio, assegurando a

    qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expanso no segmento pblico.

    Conforme o art. 39 da LDB, a educao profissional e tecnolgica integra-se aos diferentes

    nveis e modalidades e s dimenses do trabalho, da cincia e da tecnologia a fim de possibilitar

    o desenvolvimento de aptides para a vida produtiva. J o art. 40 estabelece que a educaoprofissional deve ser desenvolvida em articulao com o ensino regular ou por diferentes

    estratgias de educao continuada.

    A educao profissional, no entanto, historicamente demarcada pela diviso social do

    trabalho, que na prtica sempre justificou a existncia de duas redes de ensino mdio, uma

    de educao geral, destinada a um pequeno grupo privilegiado, e outra profissional, para os

    trabalhadores. A sua origem remonta separao entre a propriedade dos meios de produo e

    a propriedade do trabalho, ou seja, a lgica de que alguns pensam, planejam, e outros executam.

    Assim, ao se pensar no objetivo da Meta 11 do PNE, h de se levar em conta a superao

    dessa dualidade. Deve-se considerar ainda que a construo de uma proposta para atendimento

    educacional dos trabalhadores precisa ser orientada por uma educao de qualidade, no

    podendo ser voltada para uma educao em que a formao geral est descolada da educao

    profissional.

    Aumentar a oferta da educao para os trabalhadores uma ao urgente, mas para que

    seja garantida sua qualidade faz-se necessrio que essa oferta tenha por base os princpios ea compreenso de educao unitria e universal, destinada superao da dualidade entre

    as culturas geral e tcnica, garantindo o domnio dos conhecimentos cientficos referentes s

    diferentes tcnicas que caracterizam o processo do trabalho produtivo na atualidade, e no

    apenas a formao profissional stricto sensu.

    De acordo com dados do Censo da Educao Bsica, a educao profissional concomitante

    e a subsequente ao ensino mdio cresceram 7,4% nos ltimos cinco anos, atingindo mais de

    um milho de matrculas em 2013 (1.102.661 matrculas). Com o ensino mdio integrado, osnmeros da educao profissional indicam um contingente de 1,4 milho de alunos atendidos.

    Essa modalidade de educao est sendo ofertada em estabelecimentos pblicos e privados,

    que se caracterizam como escolas tcnicas, agrotcnicas, centros de formao profissional,

    associaes, escolas, entre outros. O Censo revela ainda que a participao da rede pblica tem

    crescido anualmente e j representa 52,5% das matrculas.

    Isso indica que, se a tendncia se mantiver, a oferta de pelo menos 50% na rede pblica

    ser alcanada, sendo necessrio o desenvolvimento de aes que garantam oferta triplicada e

    de qualidade.

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    PARA SABER MAIS SOBRE A META 111. Com relao Meta 1, registra-se que, anualmente, o Instituto Nacional de Estudos

    e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP) publica o Censo da Educao Bsica,

    que engloba os dados da educao de jovens e adultos e educao profissional

    (http://portal.inep.gov.br/basica-censo).

    2. Resolues da Cmara de Educao Bsica e do Pleno do Conselho Nacional de

    Educao (CNE) sobre educao de jovens e adultos integrada educao profissional

    esto disponveis no endereo: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_conte

    nt&view=article&id=12812&Itemid=866.

    3. Esto disponveis os documentos Educao profissional tcnica de nvel mdio

    integrada ao ensino mdio (http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/documento_base.

    pdf) e o Censo da Educao Bsica: 2011 resumo tcnico (http://download.inep.gov.

    br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_tecnico_censo_educacao_

    basica_2011.pdf).

    Mais informaes podem ser encontradas no endereo eletrnico:

    http://pne.mec.gov.br/programas-metas.

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    Meta 12: elevar a taxa bruta de matrcula na educao superior para 50% (cinquenta por

    cento) e a taxa lquida para 33% (trinta e trs por cento) da populao de 18 (dezoito) a 24

    (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expanso para, pelo menos, 40%

    (quarenta por cento) das novas matrculas, no segmento pblico.

    A democratizao do acesso educao superior, com incluso e qualidade, um doscompromissos do Estado brasileiro, expresso nessa meta do PNE. O acesso educao superior,

    sobretudo da populao de 18 a 24 anos, vem sendo ampliado no Brasil, mas ainda est longe

    de alcanar as taxas dos pases desenvolvidos e mesmo de grande parte dos pases da Amrica

    Latina. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD) de 2011 registrou que a taxa

    bruta atingiu o percentual de 27,8%, enquanto a taxa lquida chegou a 14,6%. O PNE (2001-2010)

    estabelecia, para o fim da dcada, o provimento da oferta de educao superior para, pelo menos,

    30% da populao de 18 a 24 anos. Apesar do avano observado, o salto projetado pela Meta 12

    do novo PNE, que define a elevao da taxa bruta para 50% e da lquida para 33%, revela-se

    extremamente desafiador.

    O desafio ainda maior quando observamos as taxas por estado e por regio, sobretudo

    nas regies Nordeste e Norte do Brasil. Cada municpio tambm possui uma realidade

    diferente em termos da oferta e do acesso educao superior, pois esse nvel de ensino

    de responsabilidade de instituies federais, estaduais ou privadas, e a oferta no municpio

    fica vinculada s decises de expanso destas instituies. Portanto, para cum