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PNSN PESQUISA NACIONAL SOBRE SAÚDE E NUTRIÇÃO O IBGE está realizando a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição - PNSN, elaborada pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição - INAN, com a cooperação técnica do Instituto de Planejamento Econômico e Social - IPEA. Durante seis semanas, 994 entrevistadores per- correrão 17.931 domicílios em 363 municípios, levantando dados de aproximadamente 90 mil pessoas. Na próxima edição, ampla reportagem sobre a PNSN. Prevenção de acidentes A I Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho, promovida pela CIPA - de 17 a 21 de julho, em Mangueira -, mostra filmes, painéis e diversos tipos de equipamento de proteção no trabalho, além da realização de palestras sobre alcoolismo, tabagismo e acidentes de trânsito. (Página 7) Estudo mostra ·situação do menor no pais Foi divulgado este mês o sétimo volume da série Perfil Estatístico de Crianças e Mães no Brasil, durante entrevista coletiva com o Diretor de Pesquisas e as autoras do trabalho. Este volu- me traz um cuidadoso acompanhamento da situa- ção sócio-econômica da população de O a 17 anos, com base nos dados das PNADs 1981, 1983 e 1986. Até o final deste ano serão, também, conhecidos os dados de 1987 I 88. Segundo as pesquisadoras este acompanhamento vai permitir uma análise da posição do menor na família, condições de instrução, sua situação no mercado de trabalho e seu nível de rendimento. (Página 5) Projeto Tocantins · Técnicos do Departamento de Geografia, da Diretoria de Geociências, estão desenvolvendo um projeto sobre o Estado do Tocantins, para fornecer dados atualizados da nova Unidade da Federação. O estudo constará, inicialmente, de um diagnóstico técnico sobre a problemática da atual organização do espaço geográfico do To- cantins, bem como da análise de áreas seleciona- das. Na próxima edição, o Jornal do IBGE dará maiores informações sobre o estudo. ANO 111 - JUNHO DE 1989 - N.o 25 Conjunto da General Canabarro visto de perto Cerca de 30 funcionários de diver- sas áreas, incluindo representantes da ASSIBGE, assistiram a uma palestra no auditório do prédio da Rua General Canabarro, onde foram esclarecidas as dúvidas a respeito da negociação do imóvel comprado pela SIAS e as condi- ções de ocupação. Foram discutidas todas as denúncias divulgadas pela imprensa, como preço acima do valor de mercado, necessida- des de obras caras e o forte odor de pro- dutos químicos em duas das salas. Segundo o diretor-superintendente da SIAS, Paulo Sérgio Brum, as denún- O frio é a próxima atração Osair, Roberto e Pedro: trabalho de campo na neve de São Joaquim. cias não têm fundamento, uma vez que o prédio é considerado como excepcio- nalmente rentável. "Foi o melhor negó- cio, em termos de imóveis, que a SIAS já fez." O chefe do Departamento de Segu- rança e Saúde Ocupacional, Antonio Fernando de Andrade Alves, solicitou ao Laboratório Roche a relação de P.,ro- dutos que foram manipulados naquelas dependências. A Roche informou que nessas salas eram fabricados sais mine- rais e vitaminas, substâncias que não oferecem nenhum risco à saúde. (Pági- na 3) A partir do dia 21 entramos oficialmente no inverno, estação onde as noites, além de frias, são mais longas. Para uns, esta é a época da "hibernação", do aconchego do lar, para curtir uma boa música, rever um antigo filme no videocassete ou pôr a leitura em dia. Para outros, é hora de buscar mais calor humano. E nada melhor que a companhia dos amigos, além do vinho ou do conhaque, para aquecer os corações. Difícil mesmo é enfrentar a neve e o vento frio da manhã para ir ao trabalho. Veja na página 8 como os colegas da Agência de São Joaquim (SC) costumam agir nessa época e a opinião de um médico e de um psicólogo sobre o inverno.

PNSN Conjunto da General Canabarro visto de perto · 2013. 4. 4. · maiores informações sobre o estudo. ANO 111 - JUNHO DE 1989 - N.o 25 Conjunto da General Canabarro visto de

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PNSN

PESQUISA NACIONAL SOBRE SAÚDE E NUTRIÇÃO

O IBGE está realizando a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição - PNSN, elaborada pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição - INAN, com a cooperação técnica do Instituto de Planejamento Econômico e Social - IPEA. Durante seis semanas, 994 entrevistadores per­correrão 17.931 domicílios em 363 municípios, levantando dados de aproximadamente 90 mil pessoas. Na próxima edição, ampla reportagem sobre a PNSN.

Prevenção de acidentes A I Semana Interna de Prevenção de Acidentes

de Trabalho, promovida pela CIPA - de 17 a 21 de julho, em Mangueira -, mostra filmes, painéis e diversos tipos de equipamento de proteção no trabalho, além da realização de palestras sobre alcoolismo, tabagismo e acidentes de trânsito. (Página 7)

Estudo mostra ·situação do menor no pais

Foi divulgado este mês o sétimo volume da série Perfil Estatístico de Crianças e Mães no Brasil, durante entrevista coletiva com o Diretor de Pesquisas e as autoras do trabalho. Este volu­me traz um cuidadoso acompanhamento da situa­ção sócio-econômica da população de O a 17 anos, com base nos dados das PNADs 1981, 1983 e 1986. Até o final deste ano serão, também, conhecidos os dados de 1987 I 88. Segundo as pesquisadoras este acompanhamento vai permitir uma análise da posição do menor na família, condições de instrução, sua situação no mercado de trabalho e seu nível de rendimento. (Página 5)

Projeto Tocantins · Técnicos do Departamento de Geografia, da

Diretoria de Geociências, estão desenvolvendo um projeto sobre o Estado do Tocantins, para fornecer dados atualizados da nova Unidade da Federação. O estudo constará, inicialmente, de um diagnóstico técnico sobre a problemática da atual organização do espaço geográfico do To­cantins, bem como da análise de áreas seleciona­das. Na próxima edição, o Jornal do IBGE dará maiores informações sobre o estudo.

ANO 111 - JUNHO DE 1989 - N.o 25

Conjunto da General Canabarro visto de perto

Cerca de 30 funcionários de diver­sas áreas, incluindo representantes da ASSIBGE, assistiram a uma palestra no auditório do prédio da Rua General Canabarro, onde foram esclarecidas as dúvidas a respeito da negociação do imóvel comprado pela SIAS e as condi­ções de ocupação.

Foram discutidas todas as denúncias divulgadas pela imprensa, como preço acima do valor de mercado, necessida­des de obras caras e o forte odor de pro­dutos químicos em duas das salas.

Segundo o diretor-superintendente da SIAS, Paulo Sérgio Brum, as denún-

O frio é a próxima atração

Osair, Roberto e Pedro: trabalho de campo na neve de São Joaquim.

cias não têm fundamento, uma vez que o prédio é considerado como excepcio­nalmente rentável. "Foi o melhor negó­cio, em termos de imóveis, que a SIAS já fez."

O chefe do Departamento de Segu­rança e Saúde Ocupacional, Antonio Fernando de Andrade Alves, solicitou ao Laboratório Roche a relação de P.,ro­dutos que foram manipulados naquelas dependências. A Roche informou que nessas salas eram fabricados sais mine­rais e vitaminas, substâncias que não oferecem nenhum risco à saúde. (Pági­na 3)

A partir do dia 21 entramos oficialmente no inverno, estação onde as noites, além de frias, são mais longas. Para uns, esta é a época da "hibernação", do aconchego do lar, para curtir uma boa música, rever um antigo filme no videocassete ou pôr a leitura em dia. Para outros, é hora de buscar mais calor humano. E nada melhor que a companhia dos amigos, além do vinho ou do conhaque, para aquecer os corações.

Difícil mesmo é enfrentar a neve e o vento frio da manhã para ir ao trabalho. Veja na página 8 como os colegas da Agência de São Joaquim (SC) costumam agir nessa época e a opinião de um médico e de um psicólogo sobre o inverno.

Page 2: PNSN Conjunto da General Canabarro visto de perto · 2013. 4. 4. · maiores informações sobre o estudo. ANO 111 - JUNHO DE 1989 - N.o 25 Conjunto da General Canabarro visto de

Página 2

Editorial O Brasil anda na berlinda na comunidade cientÍ·

fica internacional. Nem bem esfriaram as discussões sobre os supostos efeitos que as queimadas na Ama· zônia exercem sobre o clima do mundo e uma nova denúncia já é feita. O crescimento acelerado da po· pulação colocaria o país entre os de maior risco de desestabilizaçii.o política do mundo.

A simples observação das taxas de crescimento populacional desmente isso. Na verdade, de todos os problemas que o Brasil tem que enfrentar, uma ex· plosão demográfica é uma probabilidade ainda dis· tante. Isto é comprovado pelas aceleradas quedas dos níveis de fecundidade registradas a partir dos anos 60.

Nossos problemas demográficos nii.o estão ligados ao crescimento da população, mas à sua qualidade de vida. No ciclo de palestras da Semana do Meio Ambiente - que não falou só da natureza, mas do homem, seu principal usuário - o geógrafo Orlando Valverde denunciou o agravamento da crise social por conta da favelização rural que está acontecendo no Projeto Grande Carajás. E isso dentro de uma área cujas atividades foram cuidadosamente plane­jadas.

Notícias como essas não servem só para alertar as autoridades sobre problemas populacionais e am· bientais. Antes disso, servem para fortalecer, cada vez mais, a importAncia da atuação do IBGE nessas áreas, apontando as distorções e direcionando a to· mada de decisões para aquele que deve ser o obje­tivo máximo de todo trabalho: a melhoria da qua· \idade de vida dos brasileiros.

Presidente da Rep(íblice JoMS......,

Ministro-Chefe da Secreterie de Planejamento e Coordenaçlo Joio Batf.ste de Abr•u

SecretArio-Geral Rlcudo Lula Sontt.p ,.. -~

FUNDAÇÃO INSTmJTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT!STICA - IBGE

Presldeate: Chorles Curt Mueller

Dtntor-Gerol: David Wu Tal

Dtret.w .. PeeqaiMa: Lenildo Fernandes Silva

Dtntor de Geoc:l6nclu: Meuro Perna de Mello

Diretor •laform6tlca: Jos4 Sent'Anna Bevilaqua

JORNAL DO IBGE ANO 111 -JUNHO DE 1989 - N? 25

Publk:açao men1al desHnada aos funOonArios do IBGE Editado pela Coordenadoria de Comunk:açAo Socw.l - Aventda Frankbn Roosevell. 194-9~ andor - RlodoJoncb'o- Tcl. : (021) 220-1222 EdHoro llespou6oel: Shb'ley Soores (Reg. n• 12.466 MT-RJ)

Editoro Acei-to: Shcllo Rlcr• • lccy Delln

RMaçloe~:Man:oSantot,PllluloRobmoCardotacfrandxoAk:home

Eq•lpe de Apolo: F6dm• Santos, Glloon Coola. e Po•lo VIU.. BOas

.... bllcklade: T ., ... Crt.tln• Mllbono (Rnpons6ve0

~••eçAo Gnftco..Edttorlal: Gerlncia de Edttoraçlo

Fotocom~. Arte-""'""-Ao, lmpneo6o • Clrcaloçlo: Centro de DocumontaçAo e DlsoemlnoçAo de lnformaçOes - CDDI/ Deportamcnto de Produç6o GrAfk:a e Gertnda de Markcttng.

Tiragem: 14.000 e~empl.are~

Permitido • tr•nocriçlo total ou pardal do motbio pubilcad• no Jom•/ do IBGE. dca­de quec:ttadaafontc.

Amazônia

José Geraldo da Silva Fonseca, contínuo da Unidade Regional do Piauí, diz que nas­ceu e viveu até os I6 anos no extremo norte do Amapá. E motivado pelo editorial do JI de abril, sobre meio ambiente, dá uma de poeta e manda a sua mensagem.

( ... ) o seringueiro extrai de árvores cen­tenárias não só o látex, como também a natureza, que para ele é a própria fonte da vida.

Até que o látex tome a forma de borracha, o seringueiro usa ( ... ) o seu profundo co­nhecimento ( ... ), sua habilidade ( ... ) e muito amor para que o seringal permaneça vivo no futuro.

Quanto a nós, devemos nos engajar, de forma positiva, na presérvação da Floresta Amazônica que, apesar da devastação, guar­da eternas lembranças da natureza. E como tantas gerações ainda estão por vir, devemos dar seqüência a uma luta, que não pertence só ao governo, mas a todos nós brasi­leiros ( .. _ ).

Sorteado Nivaldo Conceição Pimentel, da Unidade Regional de Minas Gerais, conta por que anda satisfeito.

I - Existe o risco de se contrair AIDS pelo beijo?

R. Não. O HIV - vírus da imunodeficiência hu­mana que transmite a AIDS - já foi encontrado na saliva, porém em quantidades muito pequenas. Até agora não se conhece nenhum caso de trans­missão de AIDS pelo beijo. O vírus só contamina a pessoa quando penetra no sangue.

2 - Posso usar o mesmo banheiro, a mesma ca­deira, as mesmas dependências usadas por uma pessoa com AIDS?

R. Sim, pode. A transmissão do vírus se dá por relações sexuais praticadas sem o uso de preser­vativo com indivíduo contaminado e/ ou através de sangue contaminado, seja via transfusão ou através de instrumentos (dentários, alicate de cutí­cula, barbeador etc.), que perfurem a pele e con­tenham sangue contaminado. O uso do mesmo banheiro ou da mesma cadeira não é forma de

JORNAL DO ffiGE - Junho de 1989

Foi grande a minha alegria ao receber pelo sorteio o livro A Paixão das Mulheres, oferecido pela Promoção IBGE/Nova Fron­teira ( ... ). Desejo que esta promoção conti­nue em seu espaço cultural incentivando a todos os nossos colegas. Parabéns pelo in­centivo à leitura.

Sugestão

Zebino Pacheco do Amaral Filho, chefe da Divisão de Estudos Ambientais, do DRG de Goiás, faz a seguinte sugestão.

Com o objetivo de esclarecimento aos funcionários, solicito, se possível, repor· tagem sobre o Conselho Técnico e Curador, seus objetivos e importância para o IBGE.

N. R.: Sugestão excelente. Vamos provi­denciar!

Despedida

A funcionária Lygia Maria Passos Bastos, da Coordenação dos Censos Econômicos, se aposentou e, aos colegas que ficam, deixou uma carta-despedida.

( ... ) Conto os anos como contaria as emo­ções. f; com o coração que lhe dedico esse até logo, essa despedida simples, despojada de argumentos, metáforas. O tempo que juntos desfrutamos, batalhas de trabalho, festas e tristezas, jamais será esquecido.

( ... ) Não poderei destacar nomes, todos me são muito caros e de todos levarei sau­dades. Abraço-os, desejando que suas vidas sejam serenas, plenas de fé e esperança.

( ... ) Até breve, meus amigos.

Para tirar suas dúvidas, escreva para a equipe médiOM, na Av. Beira-Mar, 436, 4.0 andar, Castelo, Rio de Janeiro. Não precisa se identificar.

contágio. A mera proximidade com o doente não representa risco.

3 - Existe por parte do IBGE algum estudo para firmar convênios com hospitais especializa. dos para um melhor atendimento ao servidor por­tador da AIDS?

R. Os hospitais que possuem enfermarias espe· cializadas no atendimento aos pacientes portado­res do vírus da AIDS são, na sua maioria, enti­dades públicas que, como tal, não podem fazer convênios com empresas públicas ou privadas. Deve-se observar, também, que possuem poucos leitos e atendem a toda a comunidade indistin­tamente.

A Campanha Interna de Prevenção à AIDS no IBGE prevê atendimento aos funcionários para esclarecimentos sobre a doença, encaminhamento e acompanhamento às instituições especializadas, sempre que necessário. Procure o Serviço Médico de seu local de trabalho ou então a Comissão Local de Campanha Interna de Prevenção à AIDS, onde você será adequadamente orientado.

= FONOAUDIOLOGIA - DISTÚRBIOS -

• técnica vocal • da fala • dicção • da esc ri ta • oratória • da leitura

Reeducação Psicanotora

Or-Carío Jsobtl cSilCJa .iucchtsi PON04UDI0LOGA

Rua Mariz e Barros , 292 - CLII'DP .-· Tel.: 284.5242(consul tÓrio)/ 248 .6968 (casa)

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JgBNAL DO IBGE - Junho de 1989 Págloa·S

Paulo Brwn, diretor-superintendente da SIAS, esclareceu que o prédio foi adquirido por cerca de 16 milhões e 200 mil cruzados, valor bem abaixo da avaliação realizada pela Empresa Bra­sileira de Avaliação Patrimonial Ltda. - EMBRAP. "Qualquer outra atribuição de valor que tenha sido feita é to­talmente descabida, uma vez que só a EMBRAP teve acesso às instalações do prédio", afirmou Paulo Brwn. Segundo ele este foi o melhor negócio que a SIÀS iá fez em termos de imóveis. "O IBGE alugou o conjunto de edifícios em valores de mercado e, se ele não quiser ocupar, tenho proposta de outra empresa que o alugaria imediatamente."

Condições de ocupação

O gerente de Segurança do Trabalho, José Fernando da Silva, e o chefe do Departamento de Recursos Materiais, David Janichkis, asseguraram que foi feita vistoria em todas as instalações e constatada a necessidade de pequenas obras. "De acordo com o contrato de lo­cação, os reparos ficarão a cargo do proprietário, no caso a SIAS", salientou David Janichkis.

As obras a serem realizadas são re­forma da rede elétrica, do ar condicio­nado central, dos elevadores e a imper­meabilização do quarto pavimento. Além destas, foi pedida a ampliação da demanda de água, inclusive para re­serva técnica de prevenção contra in­cêndios. Como a Gerência de Documen­tação - GEDOC deverá ocupar uma parte do imóvel, será feita uma prova de carga para se conhecer a viabilidade de instalação da biblioteca. "No momento estão sendo desenvolvidos projetos e necessidades para a ocupação do imó­vel", garante Janichkis.

Produtos químicos

Uma das notícias mais controvertidas sobre a futura ocupação do conjunto de edifícios é o fato de ali ter sido, durante muitos anos, uma unidade industrial dos Laboratórios Roche. Foi denunciado que haveria um forte cheiro de produtos quí­micos impregnado nas paredes, o que inviabilizaria uma ocupação sem riscos para a saúde. O chefe do Departamento de Segurança e Saúde Ocupacional do IBGE, Antônio Fernando, disse que "a Roche utilizou aquelas dependências pa­ra fabricar vitaminas e sais minerais até

Os funcionários estiveram no auditório para uma conversa franca.

Funcionários • • vistoriam prédio

da General Canabarro

Empenhada em esclarecer as dúvidas surgidas a respei­to da ocupação do ·imóvel, recentemente adquirido pela SIAS, na Rua General Canabarro, a direção do IBGE convi­dou funcionários de várias unidades para uma conversa franca, nas dependências do prédio.

Fotos: Gilson Costa

O prédio foi construído na década de 50 e sua arquitetura reflete o estilo dos "anos dourados". No hall, a escada é revestida de mánnore grená.

O refeitório é amplo e arejado.

1977. De lá para cá o complexo era uti­lizado somente como unidade adminis­trativa e depósito de medicamentos".

O médico disse, ainda, que foi pe­dido um documento relacionando subs­tâncias que eram manipuladas no labora­tório. A Roche afirmou que as matérias­primas de maior odor que transitaram pelas salas foram a metionina e demais vitaminas do complexo B. Segundo a em­presa, tais substâncias não oferecem risco à saúde.

No entanto, Antonio Fernando afir­mou que só liberará o imóvel depois que todo o resíduo for eliminado. O que pode até ser feito por meio de lavagem e pintura ou, em última ins­tância, pela raspagem de paredes, por­tas e janelas e pela troca dos revesti­mentos.

Depois dos esclarecimentos,· o grupo de funcionários e representantes da ASSIBGE fez uma vistoria no prédio. Ficou constatado que o imóvel é espa­çoso, bem iluminado e ajardinado, in­clusive com árvores de pau-brasil e cacaueiros.

Uso das novas instalações

O complexo da Rua General Cana­barro é fundamental para uma nova arrumação do IBGE. Ele abrigará WBa parcela significativa da Diretoria de Geo­ciências, mais precisamente o DEGEO, o DERNA e o Projeto de Previsão de Safras, e outra do CDDI, ou seja, a GEDOC com a Biblioteca. Além disso, permitirá a instalação de um centro de treinamento e uma parte importante de um núcleo de informática da DGC.

As salas são bem iluminadas e quase todas têm vista para o jardim. Com a mudança do DERNA para a General Canabarro, o prédio da Praça da Bandeira fica liberado para ser ocu­pado pela Unidade Regional do Rio de Janeiro, que está sendo despejada de suas inst;~lações atuais, em Botafogo.

Além dos annários de madeira, várias salas Segundo a Roche, o cheiro de remédio têm cofres. nesta sala não oferece risco.

Por outro lado, as áreas ocupadas pela GEDOC e DEGEO, no Centro, serão desativadas, reduzindo a necessidade de locação de imóveis. O mesmo acontecerá com a transferência, em breve, do Almo­xarifado Central ( Benfica) e do Setor de 9adernetas do Censo ( Carunã), também alugados, para o prédio da Rua Equador.

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Em comemoração à Semana do Meio Ambiente, o IBGE realizou de 5 a 9 de junho, no auditório da PETROBRÁS, no Rio, o 11 Simpósio sobre Meio Ambiente e Recursos Na­turais. Na abertura estiveram presen­tes, além do governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco, o Presiden­te do IBGE, Charles Curt Mueller, o Secretário do Meio Ambiente, Car­los Henrique de Abreu, e o Presi­dente da PETROBRÁS, Carlos Sant'­Anna, que entregaram medalhas ao mérito ambiental para três catego­rias, que se destacaram nesta área no Estado do Rio de Janeiro. A Fun­dação Brasileira de Conservação da Natureza recebeu a medalha por seu trabalho comunitário. Na área em­presarial, o prêmio foi para as Indús­trias Químicas de Rezende e, na categoria jornalística, foi premiado João Batista de Freitas, do Caderno B do Jornal do Brasil.

A exposição

Uma ampla exposição foi montada no andar téneo do edifício da PETROBRÁS, passagem obrigatória dos /articipantes do seminário. No stan do IBGE havia fotos, textos, mapas, atlas e folha.~ topográficas, dando uma visão geográfica da rea­lidade brasileira. E mais, através de ~ três microcomputadores, o público ~ visitante podia ter acesso ao Banco .g de Dados do IBGE e obter infor- g mações sobre as principais pesquisas ·~ da Casa. <

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro mos­trou, em fotografias, o trabalho que é feito pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, pela Superintendência Estadual de Rios e Lagoas e pela Fundação Instituto Estadual de Florestas/R]. Havia, ainda, aparelhos que fazem a me­dição da poluição sonora e equipa­mentos usados para a limpeza nos rios e lagoas.

No stand da PETROBRÁS, além das fotos e textos falando das prin­cipais atividades da empresa, um vídeo mostrava como é feito o con­trole da poluição nas águas do mar. Em um pequeno tanque demonstra­va-se de que forma a PETROBRÁS atua quando ocorre um vazamento de petróleo no mar.

As palestras

Durante cinco dias cerca de 500 pessoas assistiram à apresentação de 46 trabalhos, apresentados por 21 en­tidades, inclusive o IBGE.

Meio ambiente: um tema

em questão

Queimadas na região do Acre e Rondônia.

A Fundação participou com oito trabalhos. Cadastro de Áreas Espe· ciais, apresentado pela geógrafa Mi­tiko Yanaga Une, abordou a transfor­mação de áreas de preservação am­biental e de terras ocupadas pelos índios em setores censitários para o Recenseamento Geral de 90.

Diagnóstico Brasil: A Ocupação do Território e o Meio Ambiente foi mostrado por Rivaldo Pinto de Gus­mão. Ele defendeu o estabelecimento de políticas de ordenação do terri­tório, que privilegiem as áreas de ocupação mais intensa, onde se veri­fica uma crescente deterioração da qualidade de vida.

JORNAL DO ffiGE - Junho de 1989

Manuel Lamartin Montes falou sobre o Oeste Baiano - A Necessi­dade de Compatibilizar o Desenvol­vimento Econômico com o Controle '" Ambiental. Esse programa foi solici­tado pela Secretaria de Planejamento e Coordenação da Presidência da República e visa a acompanhar a evolução do solo naquela região.

!rene Garrido Filha expôs um tra­balho sobre Mineração: Uso do Solo e Meio Ambiente na Amazônia, que é um projeto para sistematizar infor­mações sobre as principais áreas mi­neradoras da Amazônia.

Aspectos Sócio-Econômicos da Or­ganização do Espaço na Are~ de Influência Direta e Indireta da BR-364 - PMACI - I foi o estudo mos­trado por Dora Hess e Luis Bahiana. Este trabalho avaliou os impactos de natureza social e ambiental que o asfaltamento da BR-364 (trecho Por­to Velho-Rio Branco) causaria a esta área.

Pedro Edson Leal Bezerra falou sobre o Zoneamento das Potenciali­dades dos Recursos Naturais da Ama­zônia Legal. Trata-se de um estudo que atinge 61% do território brasi­leiro e funciona como importante instrumento de apoio ao planeja­mento.

Diana Mello Del' Arco apresentou Metodologia do Mapa de Susceptibi­lidade à Erosão da Macrorregião da Bacia do Paraná (MS) e Alcina Jus­tus abordou o Levantamento dos Re­cursos Naturais e Uso do Litoral Sul de Santa Catarina.

O geógrafo Orlando Valverde, ex­funcionário do IBGE e presidente da Campanha Nacional de Defesa e pelo Desenvolvimento da Amazônia, despertou o interesse de todos com o seu trabalho Siderurgia e Ecologia na Amazônia.

Ele denunciou o Projeto Grande Carajás, que vem aprovando projetos de instalação e funcionamento de usinas nos locais propostos pelas em­presas interessadas, sem levar em consideração suas conseqüências para a natureza. Essas usinas provocam, principalmente, poluição atmosféri­ca, erosão acelerada e extinção de vegetais e animais. E, finalmente, chamou a atenção de todos para o fato mais sério - o agravamento da crise social, com a formação de gran­des favelas rurais.

Começa no Rio

campanha contra AIDS

Ranulfo: "Convívio com uma pessoa contaminada não representa nerihuma ameaça".

A Campanha Interna de Pre­venção à AIDS foi lançada, ofi­cialmente, com uma palestra do médico Ranulfo Cardoso Júnior, no dia 24 de maio, no auditório de Mangueira, com a presença de cerca de 300 pessoas.

Através da exibição de um til­me, o médico explicou o que é a doença, suas formas de conta­minação e como evitá-la. Apro­veitou para ressaltar que o con­vívio com uma pessoa contami­nada pelo vírus da AIDS, seja num contato familiar ou no tra­balho, não representa nenhuma ameaça. Frisou também que "o apoio nesse momento é da maio1' importância". Portanto, em lugar de preconceito, deve­se procurar maior conhecimento sobre o assunto.

Este trabalho de conscienti­zação está sendo desenvolvido pela Comissão Interna de Pre­venção à AIDS, criada no iní­cio deste ano. Além das pales­tras, que serão feitas nas diver­sas Unidades do IBGE, a co­missão tem, também, uma colu­na no Jornal do IBGE, onde os funcionários podem tirar suas dúvidas. Basta escrever para Av. Beira-Mar, 436- 4.0 andar, Castelo, Rio de Janeiro.

Em debate o novo planejamento estratégico A Coordenadoria de Planeja­

mento, Organização e Controle - CPO realizou, de 4 a 6 de junho, no Centro Educacional da IBM, no Rio de Janeiro, um seminário para análise da meto­dologia proposta para o planeja­mento estratégico, que será im­plantado no IBGE.

Na abertura do encontro, o Presidente Charles Curt Mueller

ressaltou a importância "desse planejamento que se apóia na experiência daqueles que conhe­cem o IBGE. Não é um plano feito de cima para baixo". O Diretor-Geral David Wu Tai enfatizou o empenho da admi­nistração em dotar o IBGE de instrumentar capaz de contri­buir para o melhor direciona­mento de suas ações.

Nesse encontro, foi criado o Comitê de Planejamento Estra­tégico, para discutir, fazer estu­dos e análises e elaborar um plano de trabalho a longo prazo para o IBGE. O comitê é com­posto por chefes de Departa­mentos e Gerências das Direto­rias de Pesquisas e Geociências, representantes das Superinten­dências de Recursos Humanos e Recursos Financeiros, Materiais

e Patrimoniais, dos Núcleos de Planejamento e Supervisão de todas as Diretorias e do Centro de Documentação e Dissemina­ção de Informações.

Para Marcia Graça Melo, as­sistente da CPO, o seminário foi extremamente proveitoso. "Foi mais um passo para uma pos­tura mais coerente e consistente do IBGE no sentido da realiza­ção de sua missão institucional."

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.~JORN~~AL~DO~~m~G~E_-~J~uruw~-~~~1~~------------------------------------------------------------p-~~·---s

IBGE e UNICEF traçam perfil do menor

desde 1979

Na coletiva: Helena, Ana L!Ícia, Lenildo, John Donohue, Rosa Maria e Elisa.

Quando a ONU proclamou 1979 como o Ano Internacional da Crian­ça, o Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF encomendou ao IBGE um conjunto de informa­ções sobre a população de O a 17 anos no país. Foi assim que nasceu o primeiro número do Perfil Estatís­tico de Crianças e Mães no Brasil.

No dia 8 de junho, em entrevista coletiva com o Diretor de Pesquisas, Lenildo Fernandes Silva, o represen­tante da UNICEF, John Donohue, a chefe em exercício do Departa­mento de Indicadores Sociais, Elisa Caillaux, a coordenadora do traba­lho, Rosa Maria Ribeiro da Silva, e

as autoras (técnicas do DEISO), Ana Lúcia Sabóia e Helena Castello Branco, foi divulgado o sétimo vo­lume da série que traz um cuidadoso acompanhamento da situação sócio­econômica dos jovens, com base nos dados das PNADs de 1981, 1983 e 1986.

Outros seis volumes já foram pu­blicados, com análise das Caracterís­ticas Sócio-Econômicas e Demográ­ficas de Crianças, Adolescentes e Mulheres (1979 e 1982), os Aspectos Nutricionais da População de O a 6 anos (1982), a Situação da Saúde (1984), a Mortalidade Infantil nas

DITRA: o grande campeão

Da equipe campeã, Fernando e Wilson foram os destaques do torneio.

O campeão do Torneio Comemorativo dos 53 Anos do IBGE foi o DITRA, que no ;ogo final venceu o CEDES I por 2 x 1. Realizado em duas fases, nos dias 10 e 17 de ;unho, na Praça de Esportes de Parada de Lucas, o torneio teve 18 equipes inscritas e se destacou pela organização e espírito esportivo.

O título do DITRA foi ;usto. A equipe foi a mais regular em todo o tqmeio, apresentando um padrão de jogo definido. Com uma defesa sólida, um meio de campo criativo, um ataque obfetivo e um esquema tático mo­derno, não foi difícil para o DITRA, ap6s quatro vitórias, se sagrar campeão.

O melhor goleiro da competição, Fernando Peçanha da Silva, e o melhor jogador, Wilson de Oliveira Chanes, jogaram pelo time campeão. O artilheiro do torr'l.eio, com cinco gols, foi Almir Batista da Silva, da equipe do GEMAR, time que ficou na quarta colocação.

Os troféus e medalhas foram entregues pelo subchefe de gabinete, Pedro Paulo Lima, e por Antonio Antunes, do Núcleo de Planejamento e Supervisão da Diretoria de Geociências.

O craque

Pela segunda vez consecutiva, Wilson de Oliveira Chanes, 31 anos, da equipe do DITRA, foi eleito o melhor ;ogador de um torneio de futebol no IBGE. Seu estilo não é clássico, nem aparece muito para a torcida, mas quem acompanha o fogo descobre, nesse jogador de físico franzino, o pulmão da equipe. Ele corre o campo todo, aparece na defesa, desarmando os adver­sários, e quando menos se espera está no ataque tentando o gol. Um verda­deiro carregador de piano. Sem nunca ter tentado o futebol profissional, Wilson ;oga para se divertir, ou como ele mesmo define: "Para matar o vício".

Areas Urbanas (1986) e a Situação da Fecundidade (1988).

Até o final deste ano, o DEISO vai atualizar todas essas informações sobre o menor, com a inclusão dos dados de 1987 e 1988. Para as téc­nicas, esse acompanhamento vai per­mitir que se retrate, da forma mais fiel possível, o perfil dos nossos jo­vens, com a análise de sua posição na família, condições de instrução, sua situação no mercado de trabalho e seu nível de rendimento.

Perfil dos jovens em 86

Os jovens eram cerca de 57,8 mi­lhões em 1986, conforme o último número do Perfil. Isso correspondia a cerca de 43% da população total do país, que era de 135,6 milhões naquele ano. Mais da metade deles (69%) vivia nas cidades, enquanto 31 o/o estavam no campo. A maioria desses jovens estava no Sudeste (41%) e no Nordeste (34%).

O estudo mostra a diminuição do percentual de jovens na população brasileira, fato que pode ser atribuí­do às fortes quedas nas taxas de fecundidade registradas desde a dé­cada de 70.

Renda familiar ainda é baixa

Cerca de 43% dos nossos jovens, ou seja, 24,8 milhões, faziam parte de famílias cuja renda per capita ia

Informática ,

reune latino ... americanos

até meio salário mínimo. Na CPI -Comissão Parlamentar de Inquérito - do Menor (1960), essa renda reve­lava uma verdadeira situação de ca­rência. Os que viviam em famílias sob condições de pobreza absoluta (renda per capita de até um quarto do salário mínimo) eram 20% e aque­les em situação de pobreza relativa (renda entre um quarto e meio salá­rio mínimo) eram 23%.

Mesmo assim, a comparação dos níveis de rendimento familiar em 1981, 1983 e 1986, à primeira vista, parece apontar para m~a melhoria na situação, segundo a coordenadora do trabalho, Rosa Maria Ribeiro da Silva.

Taxa de escolarização subiu

A proporção das crianças de 5 a 6 anos de idade que estavam fre­qüentando escola cresceu bastante, saltando dos 23,5% (1981) para 45% (1986), como resultado da política go­vernamental de ampliação do aten~

dimento pré-escolar no pais. As infor­mações do Perfil comprovam ser cada vez mais freqüente que meni­nos e meninas estudem e trabalhem ao mesmo tempo. E por mais baixo que seja o salário do menor, sempre contribui para garantir, até, a pró­pria subsistência da família.

Luís Talavera, José Bevilaqua, o Presidente Mueller e Paulo Lavareda, no encerramento do seminário

Como parte do Projeto de Esta­tística para o Desenvolvimento, o IBGE e a Comissão para a América Latina e o Caribe - CEPAL, com o apoio da IBM, promoveram, de 29 de maio a 2 de junho, no Centro Educacional da IBM, no Rio de Ja­neiro, o Seminário Latino Americano y Caribe sobre Captura y Limpieza de Datos Estatísticos.

Participaram representantes de 20 países latino-americanos, além do Canadá, Estados Unidos e Espanha. Para Luís Talavera, da Coordenação de Banco de Dados e Estatística Ocupacional da CEPAL, esse encon­tro permitiu um amplo debate dos problemas específicos dessa área e um contato com as modernas técni­cas utilizadas no mundo.

Antonio Vega Perz, subdiretor do Centro de Cálculo Nacional do Co­mitê Estatal de Estatística de Cuba, definiu o seminário como importante para estreitar o relacionamento com

os países da América Latina e para a discussão de todos os problemas comuns nas áreas de Estatística e Informática. Ele acrescentou que "aproveitamos também a ocasião para nos aprimorar tecnicamente, vi­sando ao próximo Censo cubano que será realizado em 1992".

O Diretor de Informática, José Sant' Anna Bevilaqua, achou que os objetivos foram atingidos: "Conse­guimos debater e conhecer as mais diversas técnicas de coleta e prepa­ração de dados e isso será proveitoso para o Recenseamento Geral, que não só o Brasil mas vários países realizarão no ano que vem".

No encerramento, o Presidente Charles Mueller ressaltou a quali­dade dos debates e confessou ter ficado feliz em ver os técnicos do IBGE participando e troqando expe­riências com representantes de outros países.

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Crescimento populacional não traz preocupação ll.l ~

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Ao participar, no dia 27 de junho, do programa Bom-Dia Rio, na TV Globo, Valéria Mot­ta Leite, chefe do Departamen­to de População - DEPOP do IBGE, disse que está afastada a hipótese de explosão demográ­fica no Brasil. "O país vem so­frendo uma queda de fecundi­dade e as taxas de crescimento populacional observadas atual­mente são as menores do século", afirma.

Valéria foi convidada para participar do Bom-Dia Rio, de­vido à divulgação do relatório do Population Crisis Committee, conceituado grupo americano de pesquisas sócio-político-eco­nômicas, que coloca o Brasil entre os países com alto risco de desestabilização política, devido ao acelerado crescimento da po­pulação.

A projeção apontada no rela­tório, 150 milhões, para a popu-

lação do Brasil no ano que vem, segundo Valéria, não é um nú­mero alarmante. Na sua opinião, "os nossos problemas demográ­ficos estão ligados à estrutura da população e à sua distribui­ção desigual pelo território. A migração das áreas rurais para as áreas urbanas continua e a nossa população, apesar da den­sidade de 14 habitantes por km2

,

está praticamente concentrada nas grandes Regiões Metropoli­tanas".

A noção real do volume de deslocamento de população da área rural para a área urbana só será possível com a divulga­ção dos resultados do Censo Demográfico de 1990. Para Va­léria, ainda em 90 serão conhe­cidos os primeiros resultados desse Censo e, nos anos seguin­tes, 91 e 92, conheceremos na íntegra todos os aspectos sócio­econômicos do país.

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JOBNAL DO IBGE - Junho de 1989

PELO BRASIL AFORA

Região Norte

A Unidade Regional do Acre co­memorou o aniversário do IBGE com um churrasco de confraternização no "Parque das Acácias". Os destaques da festa foram os "cantores" da Uni­dade que soltaram a voz e fizeram a alegria dos colegas, que se divertiram e àançaram para valer.

Região Nordeste Foi realizado nos dias 8 e 9 de jl,l­

nho, em Recife, o I Encontro de De­legados do IBGE do Norte e Nor­deste. Além dos Delegados, participa­ram do encontro o Presidente Charles Mueller, o Diretor-Geral David Wu Tai, a Assessora Maria Wilma Garcia e o Engenheiro-Cartógrafo Paulo Ce­sar Martins. da Diretoria de Geoci­ências, que falou sobre o desenvol­vimento dos trabalhos da Base Geo­gráfica para o Censo de 90.

O Presidente encerrou a reunião falando sobre a aprovação do novo Plano de Cargos e Salários e aprovei­tou a oportunidade para visitar a sede da Unidade Regional de Pernambuco.

* * * O Departamento Regional de Geo­

ciências da Bahia - DRG vem de­senvolvendo um trabalho de estudo das Bacias Hidrográficas do Nordes­te, destinado a subsidiar a política governamental de ordenação territo­rial através do zoneamento geoambi­ental e avaliação da sustentabilidade econômico-ecológica dos recursos na-

turais. Atualmente estão sendo estu­dadas as Bacias do Rio Parnaíba, Paraguaçu e Médio São Francisco.

* * * Missa solene, debate sobre temas

comuns aos funcionários, churrasco e muito forró. Essa foi a maneira que a Unidade Regional da Paraíba en­controu para comemorar o Dia do Ibgeano. A festividade aconteceu na cidade de Pombal, alto sertão nor­destino, no domingo, 28 de maio, e contou com a presença de alguns ibgeanos do Rio Grande do Norte.

Na DEGE/PB quem anda muito feliz é Maria Sônia de Medeiros. Ela foi sorteada na Promoção IBGE/No­va Fronteira e promete continuar participando do sorteio e incentivan­do os colegas a fazerem o mesmo.

* * * A Unidade Regional do Piauí par­

ticipou, nos dias 19 e 20 de junho, no Centro de Treinamento da EMA TER, em Teresina, do I Encontro sobre Levantamento da Produção Agrícola do Estado do Piauí.

Região Centro-Oeste De Brasília chega a notícia de que

o Deputado do PDT de Pernambuco, Gonzaga Patriota, prestou uma ho­menagem ao IBGE, pelos 53 anos de fundação, na sessão do dia 6 de ju­nho, no Congresso. O discurso, exal­tando o trabalho desenvolvido pela entidade, lembrou também os mo­mentos difíceis vividos recentemente.

Informatizando para atender melhor Quando a atual

diretoria da Socie­dade Ibgeana de As­sistência e Segurida­de - SIAS assumiu

em 1985 encontrou um setor de informática funcionando de forma precária, com apenas quatro pessoas. Numa estratégia bem planejada, apostou na informática para o cresci­mento da empresa e para isso adotou o DIALOG como linguagem de pro­gramação.

Artur Ribeiro de Barros, chefe do Departamento de Informática da SIAS, em entrevista à Revista Soft & Fatos, explicou que o DIALOG-500 serviu como base para que fossem desenvolvidos mais da metade dos 600 programas que a empresa possui. Esses programas, segundo ele, permi-

, tem controlar todos os fatos adminis­trativos e financeiros da entidade, além de processar os benefícios pre­videnciários e serviços prestados aos 13 mil participantes ativos (funcioná­rios em atividade) e assistidos (apo­sentados e pensionistas). E afirma: "A informática foi de grande ajuda para que a SIAS realizasse a maior parte de suas metas, inclusive a de se tornar uma empresa superavitária".

Atualmente são controlados, atra­vés desses programas, cerca de 25.000 contratos de empréstimos, gerencian­do um banco de dados de fácil uti­lização. Assim, inserimos na folha de pagamento do IBGE cerca de 50.000 consignações por mês.

Prosseguindo em sua política de in­formatização, a SIAS está instalando em cada um dos seus 40 postos, es­palhados pelas Unidades Regionais do IBGE, terminais de vídeo-texto, conectados à recém-implantada Cen­tral de Vídeo-Texto da TELERJ. "Nosso objetivo é tornar ágeis esses postos, visto que 50% dos nossos par­ticipantes estão fora do Rio de Janei­ro. Com o vídeo-texto estamos dina­mizando nosso atendimento no Brasil inteiro",. diz Artur.

Ampliar a gama de serviços e se fortalecer financeiramente foram os principais objetivos da SIAS nos úl­timos três anos. "Através de uma política diversificada de investimen­tos, a SIAS conseguiu, no primeiro semestre de 1988, a maior variação patrimonial do setor de empresas de previdência privada, em termos per­centuais. E, ainda, toda a movimen­tação dos papéis da carteira de ações é controlada, física e financeiramente, através de programas desenvolvidos pela SIAS", conclui Artur.

"A luta do pessoal do IBGE encon­trou eco em todo o país e hoje, quan­do a entidade entra em mais um ano de sua profícua existência, cabe uma palavra de apoio aos seus servidores, aos seus dirigentes e técnicos de for­ma a fazer com que continuem ser­vindo à causa do desenvolvimento nacional."

* * * A Unidade Regional do Mato

Grosso do Sul participou, a convite da Fundação Apoio ao Planejamento do Estado- FIPLAN de um seminá­rio sobre o Macrozoneamento Geo­ambiental Sul-Mato-Grossense. Um dos destaques do seminário foi o engenheiro-agrônomo da DRG de Goiás, Zebino Pacheco do Amaral, que falou sobre o Potencial Geoam­biental e a Avaliação dos Recursos Naturais do Mato Grosso do Sul.

Região Sudeste Na Unidade Regional do Espírito

Santo, abril foi um mês de cursos e treinamentos. De 10 a 14, no Jacaraí­pe Praia Hotel, foi realizado o Trei­namento de Inquéritos de Cultura, patrocinado pelo Ministério da Cul­tura e com a supervisão dos técnicos da DPE, Luís Alberto Martins Lima e Francisco Nelson Pereira Prado.

Já de 18 a 20, aconteceu no audi­tório da UR/ES o Treinamento sobre a Revisão do Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e lndices da Construção Civil, ministrado pelo coordenador estadual do SINAPI, Carlos Alberto D'Almeida.

Acidentes de trabalho: como evitar

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA realizou, de 17 a 21 de julho, em Mangueira, a I Semana Interna de Prevenção de

Ainda no dia 18, foram aplicados testes para selecionar pesquisaddres para a PNAD/89 em Vitória e Ca­choeiro do ltapemirim. E mais, Vi­tória e Alfredo Chaves foram os mu­nicípios escolhidos para o teste-piloto da PNAD.

* * * O Diretor de Informática, José

Sant' Anna Bevilaqua, representou o IBGE no Seminário Comunicação de Dados, realizado em abril, em Belo Horizonte, que contou com a parti­cipação de profissionais da Univer­sidade Federal de Minas Gerais, USIMINAS, EMBRATEL, ELEBRA, entre outros.

Aproveitando a oportunidade, o di­retor visitou a Unidade Regional de Minas Gerais para conhecer as ins­talações do Centro de Processamento de Dados.

* * * Desde 1.0 de J'unho a Unidade Re­

gional do Rio e Janeiro tem novo titular: Carlos Henrique Borba, que trabalha no IBGE há 28 anos e era· Assessor de Planejamento daquela unidade.

Equipe de Apolo nu Unldadea Reglonala: Clau­dionora Paiva-AC; José Clrlno de Santana-AL· Isabel Bernadete Barbose-AP; Alcemyr de Carva: lho-A~ : Celeste Moreira-BA; Roberto AragAo·CE; Ant6noo Pereira da Silva Marinho-OF; Jakson Si iva-ES; SebastiAo de Matos-GO; Marlene Morei· ra-MA: Clde A. Fonseca-MG; Benedito Azamor­MS: Tereza Noguelra-MT: Claúdla Hortldes-PA; Hélio Caldas-PB; Vicente Bento da Silva-PE; Pedro de Olivei ra-PI; Afonso da Silva Biaii-PR; Dante Chaves-RJ; Maria Ednalde de Ollvelra-RN; Maria do Socorro-AO; José Monteiro da Silva-RA; Jai r Silveira-AS; Vera Lúcia-Se; Ruy Régia-SE e Gui­lherme Billencourt-SP.

Acidentes de Trabalho com palestras, filmes e painéis mostrando os vários tipos de equipamento de proteção.

Segundo Vaiei Furtado da Silva, presidente da CIPA-Mangueira, o objetivo principal é conscientizar os funcionários da necessidade de se precaver contra possíveis acidentes, além de tornar mais conhecidas as atividades da CIPA e da Segurança do Trabalho. E frisa: ''Existem alguns pontos críticos que podem provocar acidentes no Complexo de Mangueira e é importante que toda a comunida­de ibgeana conheça o que a CIPA/ DESSO vem fazendo para eliminá-los ou pelo menos reduzi-los".

A programação ainda não está to: talmente definida, mas se sabe desde já que além de acidente de trabalho serão abordados temas como higiene, alcoolismo, tabagismo e acidentes de trânsito. Entre os participantes está confirmada a Associação dos Paren­tes e Amigos das Vítimas de Trân­sito- APAVAT.

Consta, também, na programação, um concurso de frases, cartazes e fotos sobre a CIPA na vida da empre­sa. E, após a Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho, a CIPA -Mangueira pretende organizar a Se­mana do Verde, demonstrando uma preocupação, também, com a preser­vação do meio ambiente.

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Página 8 JORNAL DO IBGE - Junho de 1989

E que tudo mais venha com o

o o

Onde as noites são brancas

Acordar pela manhã e colocar meia três quartos de lã, calça ;eans, botas de cano longo, camiseta, duas blusas de lã, camisa, jaqueta, casacão de couro, gor­ro, luvas e sair para enfrentar meio metro de neve. Europa? Inverno norte­americano? Quase isso! :E: assim que os habitantes de São Joaquim em Santa Catarina saem para trabalhar.

Com temperatura média.. de quatro graus, embora em muitas ocasiões tenha alcançado dez graus negativos, o clima joaquinense - o mais frio do Brasil - é a principal atração turística da região. Entre julho e setembro, melhor época para as nevascas, centenas de turistas visitam a cidade em busca dessa coisa "exótica" (para nós, brasileiros) chama­da neve.

São Joaquim fica a 228 km de Flo­rianópolis e a 1.360 metros do nível do mar, sendo considerada a cidade mais alta do estado. Fundada por emigrantes gaúchos, sua população é de cerca de 25 mil habitantes distribuídos em 3 . 165 Jan2. Sua principal atividade econômica é o cultivo da maçã, embora o turismo venha se desenvolvendo bastante.

Mas a neve é o grande sucesso. E, por incrível que pareça, contribui para um maior calor humano. "O frio leva as pessoas a se procurarem", assegura Osair Pedro Costa de Medeiros, Agente de Coleta em Lages e morador de São Joaquim.

Quedas cinematográficas

Segundo Osair, desempenhar qualquer serviço no invernó é muito complicado.

Sabe quem está batendo à sua porta? É o frio.

Exatamente como naquele velho comercial de TV. O dia 21 marca o começo do

inverno. E se no Brasil há uma temperatura média de 32°

nas Regiões Norte e Nordeste, também existem números negativos no termômetro,

como aqueles de São Joaquim, no Sul do país.

O frio é um convite para um bom churrasco, como dizem

os sulistas, ou para assistir a um vídeo com os amigos. As noites mais

longas favorecem um clima mais romântico. Como disse

o poeta Sérgio Natureza: "Os corações cortam lenha e depois se preparam

para outro inverno". Prepare-se, então, para a nova estação.

"O frio enrijeoe as mãos e o próprio papel vira uma navalha afiadíssima." Quando está nevando é difícil até para se locomover. A neve cobre tudo e não se descobre sequer onde está a estrada. "Uma vez pegamos uma Rural e só para andar 100 metros levamos 40 minutos", conta ele. Andar a pé pode ser perigoso e divertido dependendo do tombo. O gelo adere à sola das botas, endurecendo e transformando-as em verdadeiros pa­tins. As quedas cinematográficas são comuns.

De acordo com Osair, o joaquinense no inverno é o que se pode chamar uma pessoa agitada. "Nós procuramos trabalhar de pé e sempre nos movimen­tando para aquecer um pouco."

Quem tem lareira vai para perto do fogo. Todas as residências têm fogão a lenha, o que torna a cozinha a parte mais concorrida da casa. Um grande pro­grama é visitar amigos e parentes e to­mar chimarrão ou o que eles chamam de ponche - vinho quente com gemada e clara de ovo batida em neve (é claro). Aí rolam estórias e se atravessa a noite vendo o frio passar. Um caso que faz muito sucesso é o do recenseador que, montado em uma mula, percorria os

arredores da cidade. A noite chegou, baixando ainda mais os termômetros. O animal empacou e a solução foi acampar ali mesmo e, "romanticamente", dormir abraçado com a mula para espantar a friagem.

Por estar localizada em área serrana, São Joaquim proporciona uma vista fan­tástica da região. Os moradores de lá ga­rantem que da parte mais alta se avista até o litoral. Enedino Ribeiro, que por ali passou em tempos remotos, segundo consta em documento na prefeitura, ,es­creveu' a respeito das "montanhas cujos cimos beijam as nuvens, roubando com­pletamente a sensação daquele outro mundo que o viajante adivinha existir lá por cima". Além do panorama, o fa­mosíssimo frio também cohtribui para que o turista tenha a mesma ''sensação de outro mundo". :E: ver (e sentir) para crer.

Em dia com o frio

Se. para alguns inverno é sinônimo de roupas elegantes, fondue e reuniões jun­to à lareira, para outros essa estação significa espirros, narizes escorrendo e a abertura da temporada nacional de gri­pes. Contrapondo-se ao estilo glamuri­zado das primeiras opções, que são res­tritas dentro da nossa realidade, os de­mocráticos resfriados estão menos rela­cionados com o inverno do que supõe a nossa vã filosofia.

O médico Carlos Augusto Garcia Li­ma, chefe do Setor de Segurança e Saú­de Ocupacional e responsável pelo Ser­viço de Medicina do Trabalho da Su-

perintendência de Recursos Humanos, justifica:

- A exposição à doença depende do meio social em que o indivíduo vive e de . sua realidade sócio-econômica. Não existe estudo que comprove maior in­cidência de doenças no inverno ou em outra época do ano.

Pois é. Segundo o Dr. Carlos Augus­to, as gripes não • aparecem por causa do frio, mas sim devido às mudanças de temperatura. "E isso acontece em todo o ano", acrescenta ele.

De acordo com o chefe do Setor, o número de doenças no IBGE não au­menta de uma época para outra. "O volume de atendimento se mantém esta­vel por todo o ano, mas pode-se dizer que os maiores índices de licença-do­ença ocorrem por causa de gripes e res­friados comuns, além de indisposições gastrintestinais."

A adaptabilidade ao frio ou ao calor varia para cada pessoa. "Só como exem­plo, se um russo mergulha em um lago gelado fica tudo bem. Se eu for fazer o mesmo, provavelmente terei um cho­que térmico só na preparação para o mergulho", explica o médico.

As reações psicológicas ao inverno, assim como as do organismo, são indi­viduais e nunca mereceram maiores es­tudos. A psicóloga da FUNABEM, Mar­lene Luzia Magalhães, observa que, no subúrbio, de um modo geral, as pessoas preferem ficar mais em casa, não só pela temperatura baixa, mas, principalmente, por questões econômicas. Hoje em dia, conforme Marlene, o que está aproxi­mando realmente as pessoas é o medo da violência urbana. :E: esta que toma o "tempo quente", mesmo quando o ter­mômetro fica abaixo de zero.

O que você faz no inverno? -

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''· r- "f' Fotos: Gilson Costa 11. -

"O inverno é bom para reunir os ami­gos para um bate-papo. Com o frio também vou mais ao cinema e ao teatro, e costumo levar minhas duas filhas para passear e brincar nos shoppings."

Ana Cristina Pessanha Torres é ana­lista de sistema da Diretoria de Infor­

mática.

"Com chuva ou com sol, calor ou frio, não importa, o que me diverte é um bom pagode e um churrasco com os amigos. Mesmo friorento, não dispenso uma fes­ta junina e não perco os shows dos meus pngodeiros prediletos."

Rogério Clementino de Oliveira tra­balha no Serviço Gráfico, em Parada de Lucas.

"Aproveito esse período para ficar mais em casa lendo e assistindo à tele­visão, principalmente noticiários e pro­gramas de entrevistas. Até para tirar férias prefiro o inverno. Já estou pronto para ir com a família para São Paulo, em julho."

Manoel Assunção de Almeida Gordo, ex-morador de São Paulo, é supervisor de manutenção da Subgerência de Transportes.

"Costumo ficar em casa fazendo tricô ou crochê e aproveito para colocar a leitura em dia. E, sempre que posso, me agasalho toda e me divirto pra valer nas festas juninas."

Amélia Augusta Barbosa Almeida, da Superintendência de Recursos Humanos, mora em Pati do Alferes, no Estado do Rio.