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Podemos sempre nos motivar a chegar mais longe. Escrevam sobre isso, sonhem com isso. Mas depois, transformem em ação. Não se limitem a sonhar. Dan Gable

Legendário treinador de wrestling.

Eduardo Esteves é publicitário, especialista em gestão e

marketing esportivo com certificação em marketing digital de

performance.

Trabalha no mercado esportivo desde 2010 com experiências

em empresas de pesquisa, tecnologia e redes sociais, tendo

atendido grandes players e atletas durante o período.

É autor do primeiro e-book gratuito de marketing esportivo do

Brasil, o “Fundamentos Básicos do Patrocínio Esportivo”, que

alcançou a expressiva marca de 2 mil downloads em apenas

um mês (clique aqui e acesse).

Criador do MKTEsportivo.com em 2009, fez dos perfis do site

nas redes sociais os mais engajados e populares do segmento.

Há sete anos, fomenta diariamente a discussão em torno do

tema acreditando ser este um dos principais caminhos para o

desenvolvimento da indústria e de novos profissionais.

O ano de 2015 representou a consolidação dos programas de

sócio-torcedor no Brasil. Os clubes se atentaram para a

necessidade de trazer o torcedor para eles, por meio de um

relacionamento mais estreito, e partiram para uma ofensiva

estratégia embasada em experiências e benefícios, restritos

apenas para aqueles que faziam parte de seus quadros

associativos. O co-branded que a Ambev apostou ao lançar o

‘Movimento por um Futebol Melhor’ foi um sucesso, fechando o

último ano com mais de um milhão de cadastrados e 70

milhões em descontos oferecidos. Esta aliança com clubes e

empresas deu certo, mas ainda é preciso que todos sigam

variando o mix de serviços e produtos, para que as adesões

aos programas continuem de forma atemporal, ou seja, sem

depender do calendário e do desempenho em campo.

Entramos em 2016 e um novo cenário se desenha: os clubes

seguirão na busca por diferenciação e por entregar melhores

serviços aos seus torcedores. Por outro lado, há uma frente

que merece atenção, já que, com investimento e

posicionamento adequados, pode trazer retornos sem

precedentes. Falo do digital.

Sabe-se que, por motivos financeiros e, até mesmo, por um

desconhecimento de ferramentas, muitos clubes terceirizam

suas demandas digitais para agências especializadas no

assunto. Há ainda aqueles que preferem dedicar uma pequena

equipe para o que chamam de ‘departamento digital’,

responsável apenas pelo site e redes sociais. Ainda que eu

prefira o segundo cenário - até por uma profissionalização da

mão de obra e desenvolvimento desta frente dentro do futebol

- as agências carregam um know-how muito importante e

podem agir com mais assertividade na identificação de

oportunidades e otimização dos resultados.

Hoje, quando falamos do digital aplicado ao futebol, muitos se

baseiam exclusivamente nos perfis oficiais nas redes. Não que

isso esteja errado, mas há uma forte ressalva neste sentido.

Pegarei o exemplo do Corinthians: por se tratar do clube

brasileiro mais popular do Twitter, Instagram e Facebook, as

próprias plataformas aproveitam a ampla base de usuários para

lançar novas funcionalidades que potencializarão os resultados

de alcance e engajamento. Com estes esforços, vindos das

próprias empresas, seria absolutamente natural se o Timão

concentrasse seus esforços digitais apenas nestas frentes. Por

outro lado, buscando alavancar suas receitas, as redes sociais

têm diminuído drasticamente o alcance do conteúdo publicado

para forçar as empresas a investirem para aparecer. Ainda que

tenha levado alguns bons anos para se construir uma audiência

relevante nos perfis, esse canal é o que menos permite

controle, quando se trata do ambiente digital.

Em 2016, podemos ir além e este será o ano desta

evolução!

O objetivo deste e-book é apresentar as seis principais

tendências do mercado digital para este ano, para os quais os

players (e profissionais e estudantes) envolvidos no futebol

deverão se atentar. Como em qualquer empresa, os diversos

conceitos deste cenário são quase 100% aplicáveis à

modalidade. Por que quase? Bom, dificilmente veremos clubes

explorando temas como otimização de sites (SEO), captação de

leads (ainda que os sócios-torcedores se aproximem deste

modelo), links patrocinados e afins.

A internet vem mudando radicalmente a forma com que clubes,

usuários e empresas se relacionam.

Em breve, este mesmo e-book ficará defasado e novos

esforços, visando engajamento, interação e relacionamento,

surgirão para deixar a comunicação digital ainda mais

segmentada e personalizada.

Entre ano e sai ano, o conteúdo seguirá soberano nos

planejamentos de campanhas on-line. A necessidade de contar

histórias que aproximam, cativam e buscam integrar marcas e

consumidores será sempre um ativo atemporal. Somos tão

bombardeados por informações, seja no trabalho, em casa, na

televisão, internet e redes socais, que a busca pela

diferenciação se tornou um objetivo de vida ou morte para as

corporações.

No futebol não é diferente. Ainda que não exista uma disputa

de clubes pelo mesmo torcedor, eles têm a necessidade de

diversificar o modo com que impactam os seus clientes para

que estes sigam fieis e ligados a ele. Sim, fidelização é um

ativo de suma importância. Conhece o conceito “share of

pocket”? Como o próprio nome diz, é a busca por uma fatia do

bolso do consumidor. O termo, que não é novo, se baseia na

concorrência não mais entre empresas do mesmo segmento

(Apple x Samgung, Nike x adidas, Bradesco x Itaú), mas pelo

investimento do consumidor como um todo.

Ir ao estádio ou ao teatro? Comprar a camisa oficial do clube

ou um presente para a namorada? Mensalidade da academia

ou do programa de sócio-torcedor? Com o cenário econômico

cada vez mais adverso no Brasil, esta disputa pela prioridade

no gasto se tornou o grande objetivo de muitos profissionais.

A importância de diversificar e entregar conteúdo relevante

impacta diretamente na maneira com que o torcedor irá se

relacionar com o clube. E, é a partir deste momento, que este

ganha a sua preferência. E-mail marketing, newsletters, blogs,

pesquisas, vídeos, rádio oficial, são alguns canais que não

podem passar despercebidos neste ano. E haverá ainda uma

nova vertente que poderá surgir a partir da revolução digital

pretendida pelo Bayern de Munique para 2016. O gigante

bávaro se embasará em conceitos do Content Marketing e será

capaz de levar conteúdos que os fãs esperam em sintonia com

a forma que eles querem consumi-los. Um nível de

segmentação fantástico!

Chamado de "Digital 4.0", em grau de prioridade, o Bayern o

coloca atrás apenas de sua equipe. O projeto, marcado para

iniciar em julho deste ano, irá se concentrar em dar ao clube

maior controle e flexibilidade dos seus canais oficiais e

conteúdo produzidos, internalizando todo o processo.

O clube sintetizou desta maneira como enxerga o seu futuro

digital: ”seremos capazes de oferecer um conteúdo para um

smartphone no Japão de manhã e outro para um usuário de

Desktop no Brasil a noite”. Certamente uma das mais

ambiciosas transformações tecnológicas e de conteúdo do

mercado esportivo.

Já no Brasil, o Grêmio é um bom exemplo do quão importante

é impactar seu público diversificando a entrega do conteúdo.

O 'Guia da Partida', distribuído em um determinado setor de

sua Arena desde 2012, é um esforço de comunicação muito

importante no matchday, pois impacta o torcedor em um local

no qual ele está aberto a receber informação e, ainda, abre

uma frente de relacionamento.

Por falar nas arenas, elas deveriam ser pilares fundamentais

para trabalhar a experiência do torcedor em dias de jogos.

Tendência consolidada no futebol europeu e norte-americano, a

digitalização dos estádios ainda não está entre as prioridades

do nosso mercado.

Outro case muito interessante vem do Sporting, de Portugal.

Em setembro do ano passado, antes de colocar o seu novo site

oficial no ar, os Leões disponibilizaram o acesso à versão beta

apenas aos seus associados , que receberam o código de

acesso no e-mail. O que já era aguardado pelo clube,

aconteceu. Rapidamente os sócios compartilharam suas

experiências a respeito do novo ambiente, aguçando a

curiosidade daqueles que só conheceriam o portal juntamente

com o grande público. Premiou-se a fidelidade com uma

diferenciação.

Já pelo lado das redes sociais, elas seguem trabalhando

ativamente para diversificar a entrega dos seus conteúdos e

maximizar a experiência dos seus usuários. Os Reactions e o

Instant Articles (Facebook), Discover e Story Explorer

(Snapchat), Periscope e Moments (Twitter) são bons exemplos

desta onda de novidades em busca do engajamento e um

usuário por muito mais tempo dentro das plataforma.

É por meio de um material de qualidade que se consegue

conexão com o público de uma maneira efetiva, autêntica e

com credibilidade.

Em 2016, a experiência digital ditará o comportamento do

usuário em relação a toda cadeia esportiva, por isso, ofereça

relevância e personalização em sua comunicação!

O ano começou com uma forte aposta no conteúdo audiovisual

dentro do futebol e os canais de TV oficiais dos clubes são

pilares deste novo momento. Apenas em janeiro, Grêmio,

Atlético-MG e Palmeiras ofereceram materiais em vídeo,

exclusivos para os seus seguidores, e obtiveram um elevado

número de visualizações e novos inscritos.

Tendência irreversível, que já transformou o modo como as

pessoas consomem informação e entretenimento (vide Netflix),

os vídeos abocanharão a fatia de consumidores que estão

cansados de ler longos textos e desejam uma absorção muito

mais rápida e instantânea do conteúdo.

Quer algo mais defasado que um manual de instrução? Até

mesmo buscar um tutorial no Google se tornou a segunda

opção. Hoje, o Youtube é o caminho mais rápido para que o

usuário encontre vídeos de curta duração e que solucionem

seus problemas.

De acordo com uma pesquisa apresentada pela ComScore no

ano passado, o brasileiro consome cerca de 700 minutos de

vídeo por mês. Em cada visita à internet, ele assiste, em

média, 6 vídeos. A produção de um conteúdo original e autoral,

portanto, torna-se indispensável no momento de tornar o canal

um relevante meio de comunicação.

De olho no crescimento deste segmento, há três anos o

Facebook abriu a possibilidade dos seus usuários divulgarem

vídeos com a promessa de um alcance maior àqueles que

utilizassem o novo recurso. Este ano, a novidade está nas

transmissões ao vivo em fan pages. Enquanto o Youtube segue

na liderança deste segmento com sete bilhões de visualizações

por dia, a rede de Mark Zuckerberg já aparece em segundo

lugar, com três bilhões.

Não poderia deixar de citar quatro aplicativos exclusivamente

visuais que surgiram mais recentemente: Instagram, Vine,

Snapchat e Periscope. Com um milhão de usuários em dez dias,

e dez milhões em quatro meses, o Periscope inaugurou uma

nova frente de interação com o usuário. Com a necessidade

que temos de estarmos cada vez mais ligados aos nossos

ídolos, clubes e marcas que admiramos, esta ferramenta se

destaca por oferecer engajamento em tempo real e, também,

pela possibilidade de criar um streaming com um chat on-line

na tela. Esta feature substitui facilmente as ações que se

utilizam da unidade que as hashtags oferecem para fazer

entrevistas no Twitter, além de poder gerar muito mais valor

aos olhos dos seguidores. Lançamento de novos uniformes,

renovações de contrato, apresentação de um reforço com

perguntas enviadas pelo aplicativo. Tudo ao vivo, via Periscope.

Por que não?

Gerard Piqué tem sido um dos jogadores mais ativos do

aplicativo, o utilizando quase que diariamente para se

relacionar com seus fãs. O zagueiro mostra bastidores do

Barcelona e responde perguntas enviadas pelos usuários,

apostando fortemente no diferencial que o Periscope oferece.

O Vine, também de propriedade do Twitter, desafia os

geradores de conteúdo a partir dos seus vídeos limitados a

apenas 6 segundos. O Barcelona, embarcando na popularidade

dos seus jogadores, é o clube mais popular da rede com quase

400 mil seguidores e 481 milhões de loops (ou visualizações)

em seus posts. Se você consegue gerar material de qualidade

em apenas 140 caracteres do Twitter, certamente saberá

utilizar de modo inteligente o limite de tempo do Vine.

Na Premier League, todos os clubes da temporada 2015/2016

já possuem conta ativa no Vine. Adidas e Audi, por exemplo, já

utilizaram os perfis de Manchester United e Chelsea,

respectivamente, para promoverem suas marcas.

*Dica: como o Periscope e Vine são do microblog, não hesite

em compartilhar o conteúdo através dele.

O Twitter dá muita força aos perfis que integram seus

"produtos". Veja este quadro fornecido pelo microblog:

Segundo a própria rede, 82% de sua base de usuários

consome vídeos publicados no Twitter através do celular. Entre

os tipos de conteúdo mais desejados, 54% anseiam por mais

clipes de partidas ao vivo -

Fonte: Twitter

(o que esbarra nos contratos das ligas com grandes grupos de

mídia).

E o retorno? Pelo menos no mais popular deles, o YouTube,

dificilmente um canal de clube consegue emplacar vídeos de

alto poder viral ou que ultrapassam 100, 200 mil visualizações,

o que mostra uma real dificuldade de se rentabilizar.

O Instagram apenas este ano passou a apresentar o número de

views dos seus vídeos, tamanha concorrência por anunciantes

neste mercado. Mas para mim, não se trata de visualização,

mas sim de resultado.

Investir em material e em uma pequena estrutura, com

profissionais especializados e que se dediquem 100% ao canal,

é fundamental para que a TV oficial se torne uma relevante

plataforma aos olhos dos anunciantes. Poucos são aqueles que

conseguem um parceiro, Corinthians (Henkel), Palmeiras (FAM)

e São Paulo (Copa Airlines) são alguns exemplos nos últimos

anos.

O bacana mesmo é quando o anunciante faz parte do vídeo,

deixando-o mais espontâneo e sem interferir no conteúdo

disponibilizado.

É o modelo utilizado por canais de sucesso do Youtube, como

do Porta dos Fundos, por exemplo.

Fugindo do nosso tema, mas um dos vídeos de maior sucesso

do canal de humor, o Spoleto, fez com que a rede obtivesse um

aumento de 700% no número de pessoas que mandavam

currículo para trabalhar na empresa. Resultado do uso do Porta

dos Fundos para promover a marca.

Ter criatividade, originalidade e autenticidade, embarcar em

temas que a própria internet oferece, dar voz ao torcedor e

alinhar o conteúdo ao contexto dos espectadores: requisitos

fundamentais para o sucesso de uma TV oficial de clube.

Quem não dedicar tempo e investimento na produção

audiovisual ficará pra trás em 2016.

Indissociável. Assim defino a relação que mantemos hoje com

os celulares, smartphones e tablets. É praticamente impossível

não olhar para os dispositivos enquanto assistimos a um jogo,

novela, ou filme, e, até mesmo, na balada ou na mesa de bar

com amigos. Há também um forte movimento de pessoas que

fazem compras em e-commerce com seus smartphones. A

desconfiança em relação a segurança existe, mas esse tipo de

compra já é uma ação em crescimento.

Quando abordamos o conceito de 'second screen' - ou,

segunda tela - rapidamente o associamos ao Super Bowl, um

ícone da publicidade mundial com seus comerciais mais caros a

cada ano. O evento, por sua vez, bate sucessivos recordes de

postagens e interações nas redes sociais, principalmente no

Twitter e no Facebook. Em suas últimas edições, raros foram os

anunciantes que não utilizaram uma hashtag no comercial do

intervalo como forma de complementar a campanha que iniciou

ali e teve seus desdobramentos no digital.

No Super Bowl deste ano, 45% dos 50 anunciantes

promoveram hashtags nas assinaturas dos seus comerciais.

Sim, já podemos chamar os smartphones de primeira tela.

Pense: hoje, com a quantidade de informações e formas de se

comunicar com amigos e familiares, você passa mais tempo no

celular ou em frente à televisão? Em 2014, a Millward Brown foi

atrás desta informação explorando 30 países e o Brasil estava

entre eles.

Os resultados foram apresentados no estudo AdReaction, que

mostrou que o brasileiro passa diariamente uma média de 149

minutos em seu smartphone, contra 113 minutos na TV. Ainda

no Brasil, o levantamento apurou que 66% dos entrevistados

usam um dispositivo de cada vez, enquanto 34% utilizam

simultaneamente.

O estudo comprovou que não se pode excluir o trabalho feito

em mídias tradicionais, que são capazes de impactar uma

camada muito mais ampla da sociedade. Por outro lado, ele

também mostrou com clareza que os pilares digitais adquiriram

um grau de importância a ponto de concorrerem com os

investimentos destinados aos meios de massa.

Hoje, o torcedor consome notícias de sua equipe diariamente

nas redes sociais e portais especializados.

Entretanto, os clubes seguem pecando quando o assunto é

aplicativo. No ano passado, a empresa FootballMAN

desembarcou no País e lançou uma série de apps oficiais, para

Palmeiras, Botafogo, Santos, Bahia, Cruzeiro, Grêmio,

Internacional e Fluminense. O Cruzeiro foi além e lançou o app

oficial do seu sócio-torcedor, o Sócio do Futebol, com a

possibilidade de comprar ingressos pelo celular. O Grêmio deve

seguir o mesmo caminho em breve.

Em uma rápida pesquisa no Twitter do @Mkt_esportivo, obtive

opiniões absolutamente divididas sobre a existência, o bom ou

o mau funcionamento dos aplicativos, o que escancara que há

uma necessidade latente de trabalhar esta frente.

Primeira ou segunda tela, o fato é que o torcedor está no

estádio e ligado no celular, compartilhando sua experiência

boleira do dia com seus seguidores. Mas, o torcedor pode estar

em casa e também estará conectado à internet, ainda assim,

receptivo a receber conteúdo relevante do seu clube e disposto

a interagir com outros usuários.

Os jovens influencers são o grande destaque do cenário digital

atual. Com conteúdo autoral e cultuados como verdadeiras

celebridades, é absolutamente normal que seus vídeos batam a

marca de um milhão de visualizações. A fidelidade e lealdade

com que estes fãs se relacionam com os chamados youtubers

são atributos a serem absorvidos pelo futebol, a partir da

popularidade dos seus jogadores e da paixão que os torcedores

nutrem pela equipe.

A pesquisa "Os novos influenciadores: quem brilha na tela dos

jovens brasileiros", feita pelo Provokers para o Google e o

portal Meio & Mensagem, apontou que, das 20 personalidades

mais influentes entre os jovens, dez estão no Youtube.

O Palmeiras se atentou a este oportunidade e fez um cross com

dois canais muito populares do País. O Rezende Evil, hoje com

mais de 5,3 milhões de inscritos, participou de cinco vídeos

para a TV Palmeiras/FAM e um deles ultrapassou 200 mil

visualizações. Felipe Castanhari, do Canal Nostalgia (5,8 mi), foi

outro a figurar no canal palmeirense. Já Sport e Flamengo, a

partir de uma iniciativa da adidas, embarcaram na popularidade

do Desimpedidos para o lançamento dos seus novos uniformes.

Polêmicas à parte, a inovação não pode ser confundida com

liberdade. O futebol ainda é um meio tradicionalista e que

impõe limites ao uso da imagem e símbolos.

Mas, quando se trata de influenciadores, não posso me atentar

exclusivamente a celebridades e Youtube. Abordo,

principalmente, um nicho tão valioso e, ao mesmo tempo, tão

inexplorado, que são os blogs e portais não-oficiais,

comandados por torcedores. Apesar do distanciamento entre as

equipes e os torcedores influenciadores, é comum que existam

perfis muito populares, comandados por verdadeiros

formadores de opinião, dentro das próprias torcidas.

Flamengo e Corinthians, até pela popularidade que

apresentam, têm páginas não-oficiais com mais de 500 mil

seguidores - que diariamente compartilham materiais

exclusivos ou repercutem notícias de outros portais,

conquistando assim um elevado número de acessos. É comum

ver posts, feitos por quem comanda estes perfis, se tornando

verdadeiros virais entre a torcida, justamente por expor uma

opinião comum a um número grande de seguidores. E a voz

destas pessoas é valiosíssima.

Da Europa, o PSG se encaixa perfeitamente neste quesito.

Buscando promover a maravilhosa atmofesra de Paris e

integrando fortemente o Instagram à sua estratégia digital, o

clube contratou famosos instagramers para divulgar fotos dos

bastidores do Parc des Princes através do seu perfil oficial na

rede. O toque artístico enfatizado em cada imagem acaba por

colocar o PSG no centro da cultura parisiense.

Acompanhe a equipe no Instagram e veja o resultado desta

parceria com influenciadores da plataforma, que rende

espetaculares imagens como esta.

Concluindo...o alcance e a influência que estas pessoas

conquistaram ao longo dos anos são ativos a serem –

finalmente - explorados em 2016, ano que pode consolidar

estes usuários (celebridades ou não) como verdadeiros

embaixadores de clubes e empresas.

Estamos sendo observados 24 horas por dia! Nossos interesses,

opiniões, insatisfações, compras, downloads, cliques e

atividades formam um grande conjunto de informações, com as

quais as corporações trabalham diariamente em cima para

melhorar/monitorar nosso comportamento digital.

E o Big Data trata deste grandioso cenário de dados, em que

infinitos sistemas de inteligência digital cruzam informações

para buscar mecanismos que satisfaçam nossas necessidades.

Um dos seus diferenciais é a coleta de informações feita de

forma silenciosa e automática, indo de encontro àqueles

modelos de pesquisas ultrapassados de abordagem e vistos

como uma perda de tempo a partir de extensos formulários. Do

ponto de vista do consumidor, falo, portanto, de potencializar

esta relação com as marcas.

No futebol, dois bons exemplos para a captação destas

informações estão nos e-commerces oficiais dos clubes e nos

programas de sócio-torcedor, cujas compras e associações são

feitas quase exclusivamente na internet. Com uma grande base

de dados para si, que inclui nome, e-mail, cidade e a maneira

que consome o programa – compra de ingressos, produtos e

uso dos benefícios –

os clubes possuem uma mina de ouro de informação. O grande

desafio, portanto, se dá em como eles utilizarão esses dados e

os transformarão em iniciativas que melhorem a tomada de

decisão.

Claro, isso envolve não somente lojas e sócio-torcedor, mas

também: perfis nas redes sociais, aumento da taxa de abertura

de e-mail marketing a partir de assuntos mais relevantes,

atendimento ao torcedor nos estádios, experiência de compra

no e-commerce, entre outros.

Ainda que haja uma preocupação em relação ao acesso destas

informações por terceiros, o Big Data é essencial para melhorar

nossas vidas. A partir destes detalhes, os profissionais de

marketing conseguem antecipar tendências e criar

comunicações mais eficazes, com aquilo que o consumidor

realmente deseja.

O Flamengo se atentou a importância de detalhar o perfil do

seu torcedor e lançou o projeto Censo Rubro-Negro.

Oferecendo benefícios para engajar o torcedor a preencher o

formulário no site da campanha, o Fla espera ter para si uma

grandiosa base de dados para futuramente cruzá-los ao

desenvolver novas ações.

Se os clubes conseguem se relacionar mais assertivamente com

o torcedor, comunicando sobre aquilo que ele quer ouvir e tem

necessidade, conseguirá oferecer soluções muito mais

relevantes, que refletem não somente o ROI, mas diminuem

gastos desnecessários e satisfazem o sempre exigente

consumidor/torcedor.

Diante deste cenário de oportunidades, se faz mais do que

necessário criar um departamento especializado em pesquisa e

análise de dados. Se não for possível criá-lo, sugiro terceirizá-

lo, a partir de empresas especializadas.

De imediato (e o melhor, com dados gratuitos), não deixe de

utilizar o Facebook Insights, o Twitter Analytics e o Iconosquare

(para o Instagram). Eles trarão informações muito relevantes

sobre o perfil do seu público, engajamento com suas postagens

e os alcances das mesmas. Aprofunde-se nestes números e

comece desde já a melhorar seu posicionamento social!

Uma é ideal para falar com amigos e familiares. Com limite de

caracteres, a outra busca uma relação mais próxima com

profissionais do mercado e formadores de opinião. Há ainda

duas que se assemelham por serem puramente visuais e

exclusivamente via mobile. Mais madura, esta tem um

approach de negócios, networking. Novas redes sociais surgem

a todo momento. Enquanto as atuais se desdobram para se

manterem atrativas aos olhos e experiência dos usuários, é

natural que haja uma mudança de perfil de público em cada

uma delas, até pelos diferentes posicionamentos adotados e o

amadurecimento do público com o passar do tempo.

O Snapchat é uma destas plataformas que mostra como

determinados serviços são fundamentais para impactar uma

determinada faixa de idade. No estudo da ComScore, abordado

anteriormente, o aplicativo foi apontado como o terceiro mais

utilizado pelos Millennials, público entre 18 e 34 anos, com

32% de envolvimento. Quando se trata dos chamados Young

Millennials, entre 16 e 24 anos, este número sobe para 50%.

No caso do primeiro perfil, 84% dos Millennials possuem

smartphone e querem que as marcas estejam igualmente

conectadas.

E são exatamente essas duas faixas de público que mostram

aos profissionais como se deve utilizar o Snapchat. Hoje, os

poucos clubes brasileiros que estão presentes no aplicativo

compartilham o básico, como imagens de treino, entrevistas e

outros bastidores sem grande importância. Falo de fazer a

diferença, gerar conteúdo relevante.

Para o lancamento do seu novo uniforme da temporada

2014/2015, o Southampton FC promoveu uma caça ao tesouro

pela cidade divulgando pistas em bolas de futebol numeradas

através do seu perfil no Snapchat. Rapidamente, jovens se

espalharam pelos locais indicados em busca da camisa, que

seria entregue ao vencedor antes mesmo de chegar às lojas.

Ainda em 2014, Audi aproveitou o Super Bowl para, no dia do

evento, divulgar diversos snaps com notícias que nada tinham

a ver com futebol americano. Loucura? Não mesmo. Com

jovens que não desgrudam do celular nem por um segundo,

este divertido approach somou mais de 100 mil visualizações -

o que levou a um incremento de cinco mil novos seguidores no

perfil da montadora. É isso!

Mesmo sem métricas, o que distancia muitos profissionais que

trabalham diariamente entregando o retorno sobre tudo que

fazem, Snapchat e Periscope oferecem um tipo de comunicação

muito mais direta com o usuário e isso tem desafiado as

empresas a se adequarem rapidamente a este cenário.

Por outro lado, embora oferecendo informações detalhadas e

resultados até mesmo com investimentos menores, o Facebook

pode diminuir a entrega dos seus conteúdos, determinando o

alcance de uma publicação de acordo com o valor aplicado

nela, por exemplo. Tamanho foi o crescimento da rede de Mark

Zuckerberg nos últimos seis anos, que ele deixou de ser um

espaço que buscava meramente a sociabilidade, para dar lugar

a uma robusta e indispensável ferramenta de negócios. O

‘Gerenciador de Negócios’ é prova disso.

Entramos em 2016 cada vez mais imediatistas por informação e

conteúdo de qualidade. Buscamos incessantemente a

otimização do nosso tempo em coisas relevantes. A migração

para as novas redes é apenas reflexo das decisões tomadas por

estas empresas. Há mais tempo no mercado, Facebook e

Twitter já foram plataformas onde jovens lutavam pela máxima

atenção, para mostrar a todos o que gostavam e faziam no

momento.

Com elas muito mais maduras e verdadeiras gigantes do

segmento que atuam, é natural que novas funcionalidades

sejam destinadas ao público, o que faz o dinheiro girar.

Ainda que haja um posicionamento silencioso de que elas não

competem entre si, o ideal é focar naquelas que estejam

consolidadas no seu plano de comunicação e que você já

conheça o público. Paralelamente, é imprescindível que se

explore os atrativos destes aplicativos emergentes’, para que

seja possível fazer um lançamento oficial nas redes já

oferecendo uma boa experiência de uso.

Um dos exemplos que mais gosto é do Manchester United. Os

Red Devils não surfaram no boom do Twitter em 2009 e

esperaram o momento certo para criar um perfil no microblog.

E ele veio somente em 2013, quando absolutamente todos os

clubes ingleses e da UEFA Champions League tinham perfil por

lá. O porquê deste posicionamento? A ausência de um motivo

para entrar. O clube alegava não enxergar um papel para o

Twitter em sua comunicação, um motivo pelo qual ele faria

diferença no relacionamento com seu torcedor naquele

momento.

Quatro anos depois, com um plano de negócios e comunicação

em mãos, o clube se cadastrou. Em 70 dias, o Manchester

United batia a marca de um milhão de seguidores.

A chegada de novas redes sociais força uma espécie de seleção

natural dentro das mesmas. Hoje, é fácil encontrar uma pessoa

que tenha perfis em todas elas, o que as diferencia é o volume

de postagens dedicado a cada uma. Saiba: elas não são

excludentes, mas tenha em mente onde o seu público está e

desenvolva uma comunicação adequada se atentando a esta

transformação.

Os 6 tópicos que apresentei neste e-book mostram como

vivemos em uma era de profundas transformações na relação

entre o usuário e as variadas plataformas sociais que se

apresentam para o mercado.

A popularização de consumo do conteúdo audiovisual forçou

gigantes como Twitter e Facebook a apostarem no formato e

buscando concentrar as atividades do usuário em apenas um

ambiente, não necessariamente tendo que buscar no YouTube

o que deseja encontrar ou publicar. Paralelamente, assistismos

o crescmento deste fenômeno chamado Snapchat, que nos

últimos anos aumentou consideravelmente o seu alcance entre

o público jovem, que nasceu já envolto ao domínio da

virtualidade e interações sociais.

Se lá fora se absorve mais rapidamente os atrativos e

ferramentas que estas redes oferecem, no Brasil estamos

maduros no uso das mais tradicionais e ainda desbravando

como gerar material atrativo através do Vine, Periscope e do

próprio Snapchat.

Invista no material audiovisual, conheça o perfil do usuário que

interage com seus conteúdos, desenvolva uma comunicação

de acordo com o perfil de cada rede social e atente-se a natural

migração dos mesmos para outras plataformas.

Sentir-se na obrigação de entrar em uma rede por mera

tendência ou por notar que outros já estão presentes por lá, é

um erro que poderá descredibilizar sua presença online.

Lembre-se do exemplo que dei do Manchester United, que

aguardou o melhor momento, estudou e planejou por anos sua

entrada no Twitter. É um clube com apelo global? Obviamente,

mas estratégias de sucesso devem ser utilizadas adequando à

realidade de cada um.

Quer interagir comigo sobre estes e outros assuntos? Me

procure no E-mail, Twitter, Facebook ou Instagram.

Até lá!

Eduardo Esteves

ComScore - Relatório: O Futuro Digital do Brasil em Foco - Brazil 2015;

Millward Brown – Estudo: Ad Reaction 2014;

Meio & Mensagem, Os mais influentes entre jovens do Brasil. Disponível em: <http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2016/01/11/Os-mais-influentes-entre-jovens-do-Brasil.html>. Acesso em 23 de fevereiro de 2016;

Revista PEGN, Como o Porta dos Fundos se tornou um negócio poderoso no YouTube. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Feira-do-Empreendedor-SP/noticia/2016/02/como-o-porta-dos-fundos-se-tornou-um-negocio-poderoso-no-youtube.html>. Acesso em 23 de fevereiro de 2016;

MKTEsportivo.com., Sporting privilegia sócios no lançamento do seu novo site oficial. Disponível em: <http://www.mktesportivo.com/2015/09/novositesporting-sporting-privilegia-socios-no-lancamento-do-seu-novo-site-oficial/>. Acesso em 28 de fevereiro de 2016;

Blog Twitter, New research: Twitter users love to watch, discover and engage with video. Disponível em: <https://blog.twitter.com/2015/new-research-twitter-users-love-to-watch-discover-and-engage-with-video>. Acesso em 1 de março de 2016;

MKTEsportivo.com, Censo Rubro Negro é a aposta do Flamengo para conhecer seu torcedor. Disponível em: <http://www.mktesportivo.com/2016/03/censo-rubro-negro-flamengo-torcedor-marketing/>. Acesso em 4 de março de 2016