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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Registro: 2017.0000816053 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus 2191865-88.2017.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são impetrantes EDUARDO SIANO e ALEXANDRE ANGELO DO BOMFIM e Paciente TALITA SAYURI TAMASHIRO, é impetrado MM(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 5ª VARA DO JÚRI DO FORO CENTRAL CRIMINAL DA CAPITAL. ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Concederam a ordem, nos termos do v. acórdão. V. U. Expeça-se alvará de soltura em favor da paciente, advertindo-a das medidas do art. 319, I, II, IV e V, do Cpp, e art. 294, do CTB, sobretudo do disposto no art. 312, parágrafo único, do CPP, consistente no decreto da preventiva pelo descumprimento das cautelares. v.u. Comunique-se. Oficie-se o Juízo para que seja a paciente intimada de todas as medidas cautelares impostas, oficiando-se ao órgão de trânsito responsável a respeito da medida do art. 294, do CTB.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LEME GARCIA (Presidente sem voto), OTÁVIO DE ALMEIDA TOLEDO E CAMARGO ARANHA FILHO. São Paulo, 24 de outubro de 2017. Newton Neves RELATOR Assinatura Eletrônica Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2191865-88.2017.8.26.0000 e código 7028AF0. Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por NEWTON DE OLIVEIRA NEVES, liberado nos autos em 25/10/2017 às 14:54 . fls. 72

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2017.0000816053

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus nº 2191865-88.2017.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são impetrantes EDUARDO SIANO e ALEXANDRE ANGELO DO BOMFIM e Paciente TALITA SAYURI TAMASHIRO, é impetrado MM(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 5ª VARA DO JÚRI DO FORO CENTRAL CRIMINAL DA CAPITAL.

ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Concederam a ordem, nos termos do v. acórdão. V. U.

Expeça-se alvará de soltura em favor da paciente, advertindo-a das medidas do art. 319, I, II, IV e V, do Cpp, e art. 294, do CTB, sobretudo do disposto no art. 312, parágrafo único, do CPP, consistente no decreto da preventiva pelo descumprimento das cautelares. v.u.

Comunique-se. Oficie-se o Juízo para que seja a paciente intimada de todas as medidas cautelares impostas, oficiando-se ao órgão de trânsito responsável a respeito da medida do art. 294, do CTB.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LEME GARCIA (Presidente sem voto), OTÁVIO DE ALMEIDA TOLEDO E CAMARGO ARANHA FILHO.

São Paulo, 24 de outubro de 2017.

Newton NevesRELATOR

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2PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº.: 34384H.C. Nº.: 2191865-88.2017.8.26.0000COMARCA..: SÃO PAULOIMPTES...: ALEXANDRE ANGELO DO BOMFIM E EDUARDO SIANOPACIENTE.: TALITA SAYURI TAMASHIRO

HABEAS CORPUS Homicídio praticado na condução de veículo automotor - Prisão cautelar que se mostra como exceção no nosso sistema Análise sob a ótica da Lei n.º 12403/11 - Inexistência de elementos que, concretamente, justifiquem a prisão preventiva Suficiência das medidas do art. 319, I, II, IV e V, do CPP e art. 294, do CTB Liberdade provisória concedida Ordem concedida, com expedição de alvará de soltura (voto n. 34384).

Cuida-se de pedido de habeas corpus

impetrado em favor de Talita Sayuri Tamashiro

alegando os impetrantes sofrer a paciente

constrangimento ilegal por ato do Juízo que, no

âmbito do art. 310, do CPP, em audiência de

custódia reconheceu a legalidade da prisão em

flagrante e manteve a custódia cautelar da

paciente, convertendo a prisão em flagrante em

preventiva.

Expõem que a paciente foi presa em

flagrante em 30/09/17 porque, dirigindo sob efeito

de álcool, perdeu o controle do automóvel que

conduzia e atingiu as três vítimas. Sustentam que

a decisão carece de fundamentação idônea quanto à

necessidade da prisão preventiva e que o fato

investigado deve ser capitulado como homicídio

culposo na direção de veículo automotor. Defendem

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3PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

que estão ausentes os requisitos da prisão

preventiva, que suficiente se revela a imposição

de medidas cautelares diversas da prisão e

culminam por pedir a concessão da ordem para que

possa a paciente responder ao processo em

liberdade.

A liminar foi indeferida (fls.

37/39).

As informações foram prestadas (fls.

43/44).

A d. Procuradoria Geral de Justiça

propôs a denegação da ordem (fls. 56/61).

É o relatório.

A ordem deve ser concedida.

A paciente foi presa em flagrante e

denunciada como incursa, por três vezes, em

concurso formal, no artigo 121, §2º, incisos III e

IV, c.c. artigo 18, inciso I, segunda parte; no

artigo 306 e no artigo 307, ambos do Código de

Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), tudo nos

moldes do artigo 69 do Código Penal.

Acusa a denúncia que no dia

30/09/2017, por volta das 05h, na Av. Marginal

Tietê, pista expressa, altura do nº 3.000, sentido

Rodovia Ayrton Senna, nesta comarca e Capital, a

paciente, agindo com dolo eventual, matou Raul

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4PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Fernando Nantes Antonio, Vanessa Lopes Relva e

Aline de Jesus Sousa ao atropelá-los, nas vítimas

causando os ferimentos que provocaram suas mortes.

Imputa também a inicial que nas

mesmas circunstâncias de lugar e tempo a paciente

conduzia o automóvel Honda Fit, placas ELN-

9664/SP, com capacidade psicomotora alterada em

razão da influência de álcool.

Acusa também a denúncia que nas

mesmas circunstâncias Talita, ao conduzir seu

automóvel na ocasião descrita, violou a suspensão

da habilitação para dirigir veículo imposta pelo

DETRAN/SP, com fundamento no Código de Trânsito

Brasileiro.

Narra a inicial que no dia 04/07/17 a

paciente teve sua habilitação suspensa, por

decisão administrativa do DETRAN/SP, em virtude

de, no período de doze meses, ter atingindo vinte

pontos atribuídos às infrações de trânsito que

perpetrou.

Não obstante a suspensão, na data dos

fatos, a paciente, conduzindo veículo automotor,

se dirigiu a uma casa noturna chamada Villa Mix,

por volta de 01h, onde encontrou amigos e ingeriu

bebida alcóolica.

Às 4h34min Talita deixou a casa

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5PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

noturna, adentrou o carro de sua propriedade e,

embriagada, passou a conduzi-lo pela via pública,

com capacidade psicomotora alterada, constatada

inclusive por etilômetro que apontou a quantidade

de 0,48 miligrama de álcool por litro de ar

alveolar.

Durante o trajeto, na Av. Marginal

Tietê, altura do nº 3.000, ao se distrair mexendo

no aparelho celular, a paciente perdeu o controle

de seu carro, invadindo área de recuo da pista,

atropelando e matando Raul, Vanessa e Aline, que

estavam desembarcados do carro que ocupavam (BMW

placas DGL-9003), ao lado do automóvel, aguardando

os reparos necessários ao prosseguimento do

percurso. Além disso, ato contínuo, Talita colidiu

com a mencionada BMW, regularmente estacionada no

recuo.

A paciente “assumiu o risco de causar

os resultados morte, previsíveis nestas

circunstâncias, tendo em vista que conduzia veículo

automotor embora estivesse com a habilitação suspensa;

em via expressa de alta velocidade, que requer muita

atenção; com capacidade alterada em virtude do consumo

de álcool; com total descaso e desatenção, mexendo no

celular enquanto dirigia”.

Expõe também a denúncia que os crimes

de homicídio foram praticados com recurso que

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6PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

dificultou a defesa dos ofendidos, que foram

surpreendidos com a invasão do carro da autora em

área de recuo, onde permaneciam desembarcados, ao

lado do veículo que ocupavam e que estava

estacionado de forma regular.

Acusa também a inicial que os crimes

foram cometidos com perigo comum, pois praticados

na Av. Marginal Tietê, via pública de grande

circulação de motocicletas e automóveis, que

interliga a cidade e dá acesso a diversas

rodovias, o que a mantém com alto fluxo constante

de veículos e, por consequência, de pessoas.

Vê-se, assim, que a d. representante

do Ministério Público subsumiu os fatos ao delito

de homicídio cometido com dolo eventual, como

concluíra a d. autoridade policial que, nos autos

de Inquérito Policial, consignou o elemento

subjetivo “em decorrência de a implicada, após ter

ingerido bebida alcoólica e mesmo assim ter dirigido

veículo automotor por uma via tão perigosa, ter

assumido o risco de causar um acidente com vítima

fatal”.

Conforme consulta efetuada em

18/10/2017 junto ao site deste E. Tribunal de

Justiça, verifica-se que em 18/10/17 foi a

denúncia recebida nos termos do art. 406, do CPP.

Em sede de audiência de custódia

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7PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

realizada no dia 1º/10/2017 foi reconhecida a

legalidade da prisão em flagrante e mantida a

custódia cautelar, convertida a prisão em

flagrante em preventiva, fundamentado pela

autoridade impetrada que “sem adentrar no mérito dos

fatos, observo que o delito imputado à indiciada é

gravíssimo, tendo causa fútil, embriaguez ao volante e

direção ao celular, estando a indiciada com a carteira

de motorista suspensa em virtude de pontuação de

multas a ela aplicada, conforme hoje informou. A

autora não tem antecedentes mas seu comportamento

denota risco à sociedade caso responda ao processo em

liberdade...”, insuficientes, ainda, as medidas

cautelares diversas da prisão processual (fls.

34/35).

Posteriormente, no dia 04/10/2017,

foi indeferido pedido de revogação da prisão

preventiva, sob os seguintes fundamentos:

“A indiciada foi presa em flagrante, em

30 de setembro de 2017, pela suposta prática de crimes

de homicídio doloso e de condução de veículo automotor

com capacidade psicomotora alterada em razão da

influência de álcool.

Em audiência de custódia realizada em 1º

de outubro de 2017, na sede do Plantão Judiciário da

Capital, a prisão em flagrante foi convertida em

preventiva (fls. 33/34 do APF).

Da análise dos autos, extraem-se

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8PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

indícios de materialidade e da autoria criminosa

imputada à indiciada, bem como os requisitos

informadores da manutenção da respectiva custódia

cautelar.

Registre-se, por relevante, que, desde a

decisão de fls. 33/34 do APF, não sobrevieram fatos

novos a ensejar a revogação da prisão preventiva,

tampouco a substituição desta por medidas cautelares

alternativas.

É certo que o 'dominus litis' já

sinalizou que se trata de 'crime doloso, e não

culposo' (fls. 28), o qual possui pena que admite a

prisão preventiva, nos termos do artigo 313, I, do

Código de Processo Penal.

Os delitos, em tese, imputados à

indiciada, além de ostentarem gravidade acentuada,

geram inequívoca intranquilidade social, já que, a

despeito das inúmeras companhas públicas educativas,

infelizmente, tem-se tornado fato corriqueiro mortes

no trânsito por conta da nefasta combinação entre

álcool, condução de veículo automotor, excesso de

velocidade e impunidade, motivos que, por si sós, já

reclamam diferenciado rigor na imposição das medidas

cautelares, de modo a assegurar o primado da lei e a

garantia da ordem pública.

Consigne-se que este não é o momento

processual adequado para maiores digressões acerca da

exata tipificação dos delitos em análise, bastando,

para a segregação cautelar da indiciada, o

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9PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

preenchimento dos requisitos previstos no artigo 312

do CPP.

No vertente caso, emerge dos autos que

as três vítimas que tragicamente vieram a óbito

encontravam-se no acostamento da Marginal Tietê,

próximas ao veículo BMW regularmente estacionado num

recuo do lado esquerdo da via, quando foram atingidas

pela indiciada que, em estado de embriaguez

(concentração de 0,48 miligrama de álcool por litro de

ar alveolar como resultado do teste do etilômetro) e

fazendo uso indevido de aparelho celular, conduzia,

com habilitação suspensa por conta de excesso de

multas.

O cenário delineado nos autos evidencia,

em princípio, indícios de dolo eventual e desapreço

pela preservação da vida humana, considerando o modo

irresponsável com que agiu a indiciada, gerador de

inequívoco clamor social em virtude das trágicas

consequências de seus atos (três vítimas fatais),

razão pela qual, por ora, não faz jus ao benefício da

liberdade provisória” (fls. 45/49).

Colaciona precedente desta C. Corte e

prossegue:

“Quanto às medidas cautelares diversas

da prisão, observo que se mostram, ao menos por ora,

insuficientes, dada a gravidade concreta dos crimes

objeto de futura ação penal.

Ora, se a gravidade do resultado é

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10PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

motivo suficiente para a exasperação da pena de quem

age ao menos culposamente, consoante se extrai da

'ratio' do art. 19 do Código Penal, o mesmo norte deve

orientar a imposição das medidas cautelares.

A rigor, a depender da capitulação da

futura denúncia (eventuais homicídios dolosos

qualificados e, portanto, crimes hediondos), sequer

será possível o arbitramento de eventual fiança (art.

5º, XLIII, da CF, art. 323, II, 'in fine', do CPP e

art. 2º, II, da Lei 8.072/90).

No presente caso, como a suspensão

administrativa da habilitação da indiciada, por conta

do excesso de multas de trânsito, não foi razão

suficiente para que ela deixasse de conduzir veículo

automotor fazendo-o inclusive com capacidade

psicomotora alterada em razão da ingestão de álcool e,

ainda, manipulando aparelho celular -, não há

garantias mínimas de que se sujeitaria a uma ordem

judicial no mesmo sentido, exarada com fulcro nos

artigos 294 e 295 da Lei nº 9.503/97 (CTB), em

substituição à medida cautelar máxima da prisão.

Aliás, como bem observado pela D.

Promotora de Justiça, Dra. Livi Rodrigues de Souza,

'mesmo com a CNH suspensa, a indiciada dirigia,

situação que permite concluir que não se curva a

determinações do Poder Público e que são insuficientes

as medidas cautelares alternativas do art. 319 do

Código de Processo Penal' (fls. 28).

Ou seja, o modo de agir da indiciada e

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11PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

sua vida pregressa de sucessivas violações às leis de

trânsito (que culminaram com a suspensão

administrativa de sua CNH) não inspiram, a este juízo,

no incipiente estágio da marcha processual, a

confiança indispensável à efetivação das medidas

cautelares previstas no artigo 319 do CPP ou nos

artigos 294 e 295 da Lei nº 9.503/97, que se mostram,

portanto, inadequadas no caso concreto.

Por derradeiro, consigne-se que

eventuais condições subjetivas favoráveis da indiciada

(primariedade, emprego e residência fixa, etc) não

configuram óbice à decretação/manutenção da custódia

cautelar, quando presentes os requisitos previstos no

artigo 312 do Código de Processo Penal”.

Diante desse contexto, e pelo meu

voto, a ordem deve ser concedida.

A Lei n.º 12.403/11 trouxe medidas

cautelares que complementam a efetivação da prisão

processual como exceção, em consonância com a

constitucional previsão da presunção de inocência

(Constituição da República, art. 5º, LXVI1).

O Título IX do CPP prevê medidas

cautelares diversas da prisão processual,

conferindo ao magistrado a possibilidade de

efetivar os motivos da excepcional prisão cautelar

sem que se imponha a segregação provisória antes

1 Art. 5º, LXVI, CF: “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;”

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12PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

do trânsito em julgado de eventual condenação (CR,

art. 5º, incisos LXI, LXIII, LXIV, LXV e LXVI2).

Prevê o art. 310, do CPP, em seus

incisos, que ao receber o auto de prisão em

flagrante deve o magistrado, de modo fundamentado

(art. 93, IX, CR): relaxar a prisão ilegal; ou

converter a prisão em flagrante em prisão

preventiva, quando presentes os requisitos do art.

312, CPP e se revelarem inadequadas ou

insuficientes as medidas cautelares diversas da

prisão (art. 319, CPP); ou conceder ao flagrado a

liberdade provisória, com ou sem fiança.

Permanece vigente e plenamente

aplicável a prisão preventiva se atendidos os

requisitos do art. 312, do CPP3, se presente justa

causa e acaso não tenha o agente praticado fato

típico sob excludente de ilicitude (art. 314, do

CPP4), possível, ainda, nas hipóteses dos incisos

2 CF88, “Art. 5º omissis (...) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; (...) LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;” (destaquei).3 “Art. 312.  A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.”4 “Art. 314.  A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.”

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13PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

do art. 313, do CPP5.

A conveniência da prisão cautelar,

como já decidiu o STF (RT 124/1033), deve ser

regulada pela sensibilidade do juiz à reação do

meio ambiente à ação criminosa. Não se trata tão

só do senso geral de reprovação de determinado

crime, sob prisma abstrato. Trata-se, na verdade,

da aferição, pelo magistrado, das características

do réu extraídas a partir do estudo da empreitada

criminosa, pela cuidadosa leitura dos elementos

trazidos aos autos.

No caso dos autos revelam-se

suficientes as medidas cautelares diversas da

prisão preventiva.

E assim se decide pois possível

vislumbrar, desde logo e sem qualquer antecipação

ou interferência no julgamento do mérito,

impróprio nesta sede, que o embate jurídico ficará

centrado em definir se, no caso, aplicar-se-á

regras do crime culposo ou doloso, como já

5 “Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:  I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;  III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;” 

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14PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

apontado pela denúncia apresentada e refutada

pelos doutos impetrantes.

Em se tratando de crime culposo, cuja

tipificação recai sobre a conduta do agente, e não

sobre o resultado dela consequente (-o que, em

tese, poderá influenciar tão só na dosagem da pena-

), impossível fica reconhecer circunstancias

justificadoras da prisão cautelar, até mesmo

porque para esse fim, exigência da lei é a prática

do crime doloso.

Analisa-se, então, diante da

tipificação provisória apontada pela denúncia, se,

no caso, possível é a manutenção da prisão

cautelar, não se olvidando esse Relator que, para

se firmar resposta positiva, nesse sentido,

premissa básica é de entendimento de que trata-se,

no caso, de crime doloso, quer seja eventual ou

não. E esse debate, como aqui já destacado, se

fará nos autos originais, sendo imprópria sua

antecipação nestes autos.

Daí porque, para o julgamento dessa

ordem necessário tão somente verificar se, no

caso, estão presentes, ou não, os requisitos da

prisão cautelar.

A custódia cautelar, como sabido, é

exceção no nosso sistema jurídico.

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15PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Deve ser decretada quando se

revelarem insuficientes - para a garantia da ordem

pública, da ordem econômica, da aplicação da lei

penal ou da instrução processual - as medidas

cautelares diversas da prisão.

É o que se afere do comando do art.

282, §6º, do Código de Processo Penal, com as

alterações promovidas pela Lei n.º 12.403/2011: “A

prisão preventiva será determinada quando não for

cabível a sua substituição por outra medida

cautelar”.

Nesse contexto, preservado o

convencimento do representante do Ministério

Público, em constitucional exercício da atribuição

de ser o titular da ação penal pública

incondicionada, bem como eventual decisão do d.

Juízo acerca da manutenção, ou não, do recebimento

da denúncia, no âmbito da análise da legalidade do

ato atacado, proferido nos termos do art. 310, do

CPP, verifica-se que a decisão reveste-se de

ilegalidade.

A gravidade em abstrato do delito,

conforme sedimentado pelos Tribunais Superiores,

não serve de suporte à prisão preventiva.

Assentou o Supremo Tribunal Federal

que “Segundo remansosa jurisprudência desta Corte, não basta a

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16PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

gravidade do crime e a afirmação abstrata de que os réus oferecem

perigo à sociedade e à saúde pública para justificar a imposição da

prisão cautelar. Assim, o STF vem repelindo a prisão

preventiva baseada apenas na gravidade do delito, na

comoção social ou em eventual indignação popular dele

decorrente, a exemplo do que se decidiu no HC 80.719/SP,

relatado pelo Ministro Celso de Mello” (HC 110132/SP, j.

16/10/2012).

No mesmo sentido: STJ, HC 266.736/SP,

6ª Turma, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j.

02.05.13; STJ, HC 240.939/RN, 5ª Turma, Rel. Min.

Marco Aurélio Bellizze, j. 18.09.12.

Além disso, a comoção social e a

repercussão do crime também não servem de

motivação, de fundamentação para a imposição da

excepcional prisão preventiva.

Nesta direção: “A fundamentação declinada

pelo Magistrado de primeiro grau não indicou de que forma a

liberdade do paciente colocaria em risco a ordem pública, a

conveniência da instrução criminal ou a aplicação da lei penal.

Procurou alicerçar a medida constritiva na gravidade abstrata do

crime consubstanciada em expressões genéricas do tipo, 'apreensão

no meio social', 'reflexos negativos e traumáticos na vida da

sociedade', "sentimento de impunidade e de insegurança", não

afirmando, concretamente, de que forma a liberdade do paciente

colocaria em risco a ordem pública. 3. Ademais, o fato de o delito ter

sido amplamente noticiado na imprensa local e estadual, não é, por

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17PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

si só, fundamento suficiente para a determinação de segregação

cautelar.” (STJ, HC 206.726/RS, j. 06.09.11).

Sob o estrito enfoque do exame da

sustentada ilegalidade no ato atacado que, após

reconhecer a legalidade da prisão em flagrante,

manteve a custódia cautelar, convertendo a prisão

em flagrante em preventiva, emerge dos autos que

da conduta da paciente resultou a morte de três

vítimas.

Contudo, e mais vezes preservado o

debate do mérito e da capitulação jurídica do fato

por ocasião do exame da resposta à acusação, bem

como, acaso mantido o recebimento da denúncia,

durante o sumário da culpa, embora admitida, pela

capitulação conferida, a prisão preventiva (art.

313, inciso I, do CPP), não se mostram presentes,

sob a ótica do carácter subsidiário da prisão

processual (art. 282, §6º, do CPP), os requisitos

da prisão preventiva (art. 312, do CPP).

A gravidade da consequência do

suposto delito, causador da morte de três vítimas,

por si só, não aponta que a prisão é necessária

para a garantia da ordem pública, na medida em

que, mais vezes preservado o exame da capitulação

jurídica do fato, não há nos autos elementos

indicativos de que, em liberdade e sob a imposição

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18PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

de medidas cautelares outras, possa a paciente

tornar a delinquir.

A precedente imposição da suspensão

da habilitação para condução de veículo automotor,

no âmbito administrativo, não indica,

objetivamente, que sob a vigência de medida

cautelar imposta pelo Poder Judiciário -sob pena

de decreto da prisão preventiva por seu

descumprimento, por expressa previsão do art. 312,

parágrafo único, do CPP- tornaria a paciente a

assumir a direção de veículo automotor.

Não há nos autos subsídios que

indiquem que a paciente, em liberdade, possa vir a

praticar delitos de outra natureza.

As infrações administrativas que

incorreu a paciente antes dos fatos, consistentes

no uso de aparelho de telefone celular na condução

de automóvel e a condução de veículo sob efeito de

álcool não impõem, objetivamente, a prisão

preventiva.

O clamor social, conforme a

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do

Superior Tribunal de Justiça, com precedentes aqui

colacionados, não deve revestir a decisão

judicial.

Embora não se negue a drástica

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19PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

consequência do delito, como deve ser frisado,

causador da morte de três vítimas, o membro do

Poder Judiciário deve decidir com base na

Constituição Federal e na lei, fruto da atividade

do Poder Legislativo e expressão da vontade do

povo pela constitucional democracia indireta.

Não cabe ao Poder Judiciário, através

de seu membro, constitucionalmente investido e

dotado da jurisdição, aplicar a vontade do

cidadão, aferida a partir do clamor social, em

detrimento da lei, fruto da vontade do povo

expressa através de seus representantes

constitucionalmente eleitos, sob pena de

verdadeira e patente ofensa à constitucional

tripartição dos Poderes da República (art. 2º, da

CF88).

Não desconhece este magistrado a

recorrência e o crescimento significativo de

mortes ocorridas em razão de subsequentes condutas

culposas, ou até mesmo dolosas, daqueles que

conduzem veículos automotores.

Contudo, e mais vezes preservado o

debate acerca da capitulação jurídica dos fatos, e

doutos entendimentos em sentido contrário, deve o

membro do Poder Judiciário curvar-se à

Constituição Federal e às leis, de modo que, no

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20PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

caso destes autos, a partir de detido exame, não

se constatam presentes os requisitos da prisão

preventiva e suficientes se mostram as medidas

cautelares diversas da extrema prisão processual.

Não há elemento indicativo de que

possa a paciente, se solta e sob a vigência das

medidas cautelares impostas pelo Poder Judiciário,

tornar a atentar contra bens protegidos pelo

Direito Penal, sobretudo diante da ciência de que,

descumpridas as medidas, será a ela imposta

novamente a prisão preventiva (art. 312, parágrafo

único, do CPP).

Impõe-se, pelos fatos apurados nestes

autos (embriaguez ao volante, condução de veículo

sob efeito de álcool e manuseando aparelho de

telefone celular, causando a morte a três

vítimas), como absolutamente necessária a medida

cautelar, aqui judicialmente imposta, de suspensão

da habilitação para condução de veículo automotor,

proibida a paciente, sob as penas do art. 312,

parágrafo único, do CPP, de dirigir veículo

automotor durante o curso do processo, nos termos

do art. 294, do CTB6.

A suspensão é necessária e adequada

6   CTB: “Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.”

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21PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

diante do evento que causou a morte de três

vítimas pela paciente que, do que se afere dos

autos, embriagada, com a habilitação suspensa e

manuseando o celular, assumiu e conduziu seu carro

em via de grande circulação de pessoas (em seus

entornos ou a bordo de veículos), de modo que não

pode, enquanto perdurar o feito, assumir a

condução de veículo automotor para que se preserve

a ordem pública, evitando-se, deste modo, concreta

possibilidade de tornar a cometer delitos.

Além disso, e para a garantia da

aplicação da lei penal e da ordem pública,

necessária se faz a imposição da medida cautelar

de proibição de frequência a bares e

estabelecimento congêneres, onde se promova a

venda e consumo de bebidas alcoólicas (art. 319,

inciso II, do CPP), na medida em que a paciente

demonstrou que a ingestão de bebidas alcoólicas a

levou a estado que claramente colocou em risco a

incolumidade pública, a vida e a integridade

física alheia, causando a morte de três vítimas.

Impõe-se como necessária, também, a

proibição de deixar a Comarca em que reside sem

prévia autorização judicial, comparecendo

periodicamente em Juízo para justificar suas

atividades e manter atualizado endereço onde possa

ser encontrada para intimações judiciais.

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22PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Finalmente, deve ser imposta a medida

cautelar de recolhimento domiciliar no período

noturno e nos dias de folga (art. 319, inciso V,

do CPP), na medida em que o delito foi perpetrado

pela paciente durante a madrugada, no final de

semana, quando estava ela sob efeito de álcool e

com sua C.N.H. suspensa.

Concedida a liberdade provisória,

ciente estará Talita da reversibilidade da medida,

possível o decreto da prisão preventiva pelo

descumprimento de qualquer das medidas impostas,

conforme o claro comando do art. 312, parágrafo

único, do CPP.

Ante todo o exposto, e pelo meu voto,

concedo a ordem para outorgar a liberdade

provisória a Talita Sayuri Tamashiro, mediante

imposição das medidas do art. 319, I, II, IV e V,

do CPP, e art. 294, do CTB.

Expeça-se alvará de soltura em favor

da paciente, advertindo-a das medidas do art. 319,

I, II, IV e V, do CPP, e art. 294, do CTB,

sobretudo do disposto no art. 312, parágrafo

único, do CPP, consistente no decreto da

preventiva pelo descumprimento das cautelares.

Comunique-se. Oficie-se o Juízo para

que seja a paciente intimada de todas as medidas

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23PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

cautelares impostas, oficiando-se ao órgão de

trânsito responsável a respeito da medida do art.

294, do CTB.

Newton Neves

Relator

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